Os resíduos produzidos na sociedade cada vez mais remete as contaminações por metais pesados (Cd, Cu, Pb e Ni), estes são quimicamente definido como um grupo de elementos situados entre o cobre (Cu) e o chumbo (Pb) na tabela periódica, e, são quimicamente muito reativos e bioacumulativos, ou seja, os organismos vivos não são capazes de os eliminarem de forma rápida e eficaz. A remediação ambiental é a aplicação de uma técnica ou conjunto de técnicas em um local contaminado, visando a remoção ou contenção dos contaminantes presentes, de modo a possibilitar a sua reutilização, com limites aceitáveis de riscos ao meio ambiente e à saúde humana. O fenômeno da eletrólise definida pelo enunciado da lei de Faraday, resume que a passagem de uma corrente elétrica de um condutor metálico para um condutor eletrolítico, ou vice versa, é sempre acompanhada por uma reação eletroquímica, podendo resultar na remoção de um poluente específico. A electrorremediação pode ser definida como o transporte físico-químico de partículas carregadas que resulta da aplicação de um potencial elétrico sobre os fluidos ou em meio poroso, os vários mecanismos de transporte de cargas elétricas no interior de um meio (campo eletromagnético) têm sido usados para efetuar a remediação de solos contaminados. Basicamente, a electrorremediação consiste na aplicação de correntes contínuas através de elétrodos introduzidos no solo, gerando-se assim um campo elétrico para a movimentação e extração dos contaminantes, a extração e a eliminação de metais pesados é geralmente conseguida por eletrodeposição, precipitação ou por troca iónica. Esta tecnologia tem como principais vantagens, poder ser implementada in-situ com o mínimo de interrupção, a sua eficácia em solos heterogêneos finos ou intermediários (onde outras técnicas não são eficazes), e um alto rendimento tanto no transporte como na extração dos contaminantes. As aplicações mais comuns desta técnica encontram-se na remoção de metais como o cádmio, chumbo e zinco, com taxas de eliminação que podem ultrapassar os 90%. Hoje em dia, as tecnologias eletroquímicas alcançaram tal estado que são comparáveis com outras tecnologias em termos de custo, além de mais eficientes, mais compactas, e para algumas situações, as tecnologias eletroquímicas podem ser a etapa indispensável para tratar efluentes que contêm poluentes refratários e demais poluentes Os benefícios de usar técnicas eletroquímicas incluem: compatibilidade ambiental, versatilidade, eficiência de energia, segurança, seletividade, acessibilidade à automatização e eficácia de custo, além disso, os sistemas baseados em eletroquímica permitem reações controladas e rápidas, os sistemas menores tornam-se viáveis e, em vez de usar produtos químicos e microrganismos, os sistemas empregam somente elétrons para realizar o tratamento. Outro grande problema são as pilhas e baterias usadas, uma vez que o perigo desses produtos está associado à presença de elementos altamente tóxicos (cádmio, mercúrio e níquel) aos seres vivos. O descarte desse tipo de produto sem critérios significa um elevado risco de perigo ambiental, pois, cerca de 29% dos efluentes tóxicos provêm de indústrias de acabamento de metais. Logo, esses efluentes de galvanoplastia devem ser apropriadamente tratados, pois contêm metais pesados, e, os processos de concentração e separação, tais como a troca iônica e a eletrólise promovem os melhores resultados no tratamento de efluentes industriais. Entretanto, para alguns tratamentos de efluentes tais métodos eletrolíticos podem apresentam altos custos, relativa complexidade e alta tecnologia operacional conforme as suas especificidades. No decorrer da presente pesquisa, um método viável para o tratamento de efluentes surgiu e vale à pena dissertar sobre essa possibilidade, trata-se da biossorção, definida como sendo um processo em que se utiliza biomassa vegetal ou microrganismos, na retenção, remoção ou recuperação de metais pesados de um ambiente líquido, a biossorção ainda pode ser definida quando a sorção dos metais dissolvidos está baseada na atividade química da biomassa microbiana ou do resíduo vegetal morto. Comparando a biossorção com os métodos convencionais de tratamento de efluentes contaminados com metais pesados, a biossorção apresenta grandes vantagens como alta eficiência de remoção e baixo custo. Além disso, a mesma possibilita a utilização de resíduos agroindustriais como biossorventes fazendo com que haja o reaproveitamento dos mesmos. Ou seja, dentro das possibilidades de mitigação ambiental no tocante aos malefícios dos metais pesados, sem dúvida que o método eletrolítico é uma ferramenta fundamental, de relevância e grande eficiência, porém, na questão ambiental não há uma solução estática e pronta para as devidas tratativas exigidas para os específicos contaminantes, e, muitas vezes a associação de várias técnicas e métodos se farão necessários, logo, dentro dos desafios contemporâneos, quanto mais ferramentas disponíveis, mais fácil desenvolver a melhor tratativa para o problema considerando todas as possíveis soluções com as várias associações possíveis. Essa é a realidade, pois, a cada ano milhares de novos produtos e substâncias são desenvolvidas aumentando ainda mais as possibilidades de novas contaminações, exigindo novas soluções, técnicas e métodos, essa realidade, sempre estará sob um processo dinâmico e vigoroso, permeando a força do consumo com a necessidade da manutenção das qualidades mínimas ambientais para a permanência da vida humana no planeta.
Consulta Bibliográfica:
Electrorremediação de solos contaminados com metais pesados (2015).
Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/29451/1/Diana_Silva.pdf . Acesso em 27/06/2017. Separação e Recuperação de Metais por troca Iônica (2014) Disponível em: http://www.abq.org.br/cbq/2014/trabalhos/13/4438-18608.html Acesso em 27/06/2017. Biossorção de metais pesados: Uma revisão (2014). Disponível em: http://150.165.111.246/revistasaudeeciencia/index.php/RSC- UFCG/article/viewFile/180/117 . Acesso em 27/06/2017. Processos eletrolíticos aplicados ao tratamento de águas residuárias (entre 2008 a 2012). Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc- rio.br/11608/11608_6.PDF . Acesso em 27/06/2017.