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30/04/2019 v. 1, n.

1 (1972)

v. 1, n. 1 (1972)
Publicada junho 1972

Sumário
Artigos
Da Bibliografia à Ciência da Informação: Um Histórico e PDF
Uma Posição
Célia Ribeiro Zaher, Hagar Espanha Gomes

Bibliografia Brasileira Corrente:Evolução e Estado Atual PDF


do Problema
Edson Nery da Fonseca

Reforma da Biblioteca Nacional PDF


Jannice Monte-Mór

Programa Educacional da Biblioteca Regional de PDF


Medicina da Organização Pan Americana da Saúde
Washington Moura

Livros para os Países em Desenvolvimento PDF


Decio de Abreu

Indicativos de Língua, de País, de Autoridade,de PDF


Estados e Territórios do Brasil
Associação Brasileira de Normas Técnicas

Panorama
PANORAMA PDF
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (Ibict)

Resenhas
Resenhas PDF
J. Eyre, C. W. Hanson, I. Zimmerman, A. P. Barbosa,
A. B. Maia, J. B. Mello, Philip Gaskell, E. H. Gomes, P.
Tonks

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)


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revista.ibict.br/ciinf/issue/view/1/showToc 1/1
Da Bibliografia à Ciência da Informação:
Um Histórico e Uma Posição
Celia Ribeiro Zaher
Presidente do IBBD
Hagar Espanha Gomes
Vice-Presidente do IBBD

SINOPSE
Novas formas de registro de informações amplia- Na última década do século XIX, com a Revolução
ram o âmbito da Bibliografia, levando ao apareci- Industrial deflagrada em toda a Europa e nos
mento da Documentação. Necessidades sociais Estados Unidos, a quantidade de informação regis-
exigiram maior especificidade no tratamento de trada já crescia de maneira assustadora e várias
informação para cuja solução novos tipos de espe- tentativas haviam sido feitas no sentido de um
cialistas e novas tecnologias passaram a ser desen- levantamento bibliográfico total, universal. Todas
volvidas originando a Ciência da Informação. Esta, elas, entretanto, foram infrutíferas. Um problema
como disciplina científica, passa a considerar complexo era o da fragmentação dos meios de
Bibliografia, Biblioteconomia e Documentação divulgação : notícias eram publicadas em várias
como suscetíveis de aplicar os resultados de suas revistas, lidas em Academias e Congressos, além de
investigações. divulgadas em coluna de jornais diários. Calculava
Otlet que, por essa época, um catálogo geral dos
artigos publicados e todos os tipos de divulgação
Atividade que floresceu graças à invenção da disponíveis atingiria 600.000 entradas num ano.
imprensa a bibliografia teve, desde o início, como Outro problema era o da internacionalização da
um de seus objetivos o de divulgar o conhecimento produção científica.
acumulado nos livros. De um lado apareceram os Mas, ao pretenderem a criação do Office Interna-
repertórios dos livreiros, como publicidade de seus tional de Bibliographie, cujo trabalho deu margem
estoques, e que se transformaram, em alguns casos, à criação do Instituto Internacional de Bibliografia,
em bibliografias nacionais. De outro, surgiram as após o 1° Congresso Internacional de Bibliografia,
bibliografias especializadas, inicialmente de caráter em 1895, os advogados belgas Paul Otlet e Henri
internacional, como reflexo da erudição de seus La Fontaine, acreditavam, exatamente, poder dar
autores. uma solução para essa problemática. E consistia ela
É bem verdade que a publicação de obras basi- na criação de uma biblioteca universal e divul-
lares da Antigüidade permitiu o florescimento dos gação, em fichas, segundo uma linguagem de cará-
espíritos e o aparecimento de novas ciências e ter internacional, dos dados bibliográficos relativos
tecnologias. Mas também é evidente que a possibi- a todos os documentos indexados. O estabeleci-
lidade de rápido conhecimento de novas infor- mento de regras comuns para o tratamento analítico-
mações para utilização ou desenvolvimento depen- sintético dos documentos era uma solução para o
dia da existência de repertórios organizados de problema de acesso ao conteúdo. O principal
maneira adequada. ponto positivo, nesta primeira fase, e que é consi-
Assim, reconhecida, desde logo, como um indispen- derado, até hoje, como fator primordial de sucesso
sável instrumento para a pesquisa e para o de- nos programas de caráter-internacional, é o da
senvolvimento científico-tecnológico, a bibliografia normalização. De fato, o desenvolvimento de um
foi objeto de preocupação de estudiosos que pro- sistema de classificação único a ser adotado e com-
curaram aprimorar técnicas e métodos para melhor preendido por todos, nada mais era que a criação
controlar e divulgar o material bibliográfico de um padrão.
existente. A existência de uma biblioteca central visava a

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C. R. ZAHER & H. E. GOMES

resolver o problema de acesso físico. Como conse- mentação e para os serviços das bibliotecas espe-
qüência dessas preocupações, durante muito tempo cializadas.
a principal atenção do Instituto se concentrou Tecnologia que permite alto grau de sofisticação
nessas duas atividades : o desenvolvimento de um na metodologia a ser empregada, o computador
sistema universal de classificação e a divulgação de levou a um comportamento mais preciso e racional
técnicas de reprodução de documentos. A de tratamento da informação. Por outro lado, a
possibilidade que a Classificação Decimal possibilidade de manipular uma grande massa de
Universal oferecia de tratar documentos outros que dados levou ao desenvolvimento de estudos
não o livro ou o artigo de periódicos, demonstrando estatísticos com os objetivos os mais variados. Se,
a preocupação do Instituto em poder fornecer de um lado o computador permitia estudos do
meios de controle para os novos tipos de suporte ponto de vista do conteúdo do documento, de
do conhecimento, tornam compreensíveis a atitude outro possibilitava igual oportunidade para os dados
de Otlet e La Fontaine em transformar a orga- relativos a usuários. Tornava, então, mais próximo
nização em Instituto Internacional de Documenta- o ideal de conseguir a informação certa para o
ção, em 1931.
usuário certo, realização que tem sua sofisticação
Para Otlet, 7 documento era o livro, a revista, o maior nos sistemas de disseminação seletiva da
jornal; a peça de arquivo, a estampa, a fotografia,
a medalha, a música; e também o filme, o disco e informação.
toda a parte documentaria que precede ou sucede Vale a pena registrar, aqui, algumas perplexidades
a emissão radiofônica ( . . . ) Ao lado dos textos e que ocorrem, não só no Brasil, mas no exterior,
das imagens há objetos documentários, por eles em relação à terminologia adotada para caracterizar
mesmos. São amostras, espécimens, modelos, fac- tais atividades.
símiles e, de maneira geral o que tenha caráter Muitos cursos de processamento de dados ou de
representativo, com três dimensões e, eventual- ciências do computador, tem adotado o termo
mente, em movimento. "Informática", também aceito por alguns serviços de
A competição, característica dos países de economia informação que usam computador. Trata-se,
capitalista, era fator direto na política de funcio- evidentemente, de importação do conceito do
namento dos serviços de informação. Assim, nos francês Dreyfus 4 que, em 1962, primeiro usou a
Estados Unidos aqueles serviços, criados nas indús- palavra para designar a "ciência que se ocupa do
trias ou nos institutos de pesquisa e desenvolvi- trabalho racional, mediante máquinas automáticas,
mento, prestavam como ainda hoje o fazem, infor- da informação tomada como suporte de conheci-
mações somente aos membros da organização. mentos e comunicação nos domínios técnicos,
Não visavam difundir informações para o desenvol- econômico e social".
vimento científico e tecnológico em geral, mas Logo depois A. I. Mikhailov 6, do Institut Naucnoj
atender a necessidades específicas de um determi- Informacci Akademii Nauk SSSR (VINITI)
nado laboratório ou indústria. Pressionados por publicou uma obra intitulada "Fundamentos da
essa competição os serviços de informação foram os Informação Científica" e recebeu de um colega da
responsáveis pelos progressos no campo. Evidente- Academia de Ciências da URSS sugestão para
mente, outros países desenvolveram atividades nomear a nova disciplina de Informática (informa-
semelhantes mas, por razões econômicas, nos Esta- ção + automática). O termo foi, de fato, adotado,
dos Unidos esse avanço foi mais evidente. O teve seu conceito ampliado para "a disciplina cien-
esforço da guerra, na década de 1930, foi respon- tífica que investiga a estrutura e propriedades (não
sável por um aumento considerável de conheci-
mento tecnológico, fato que levou Otlet a prever, conteúdo específico) da informação científica,
em 1937, durante o Congresso Mundial de Docu- bem como as regularidades da informação cientí-
mentação Universal, em Paris* , a utilização de fica, sua teoria, história, metodologia e organização.
dispositivos mecânicos que forneceriam informações O objetivo da informática consiste em desenvolver
a partir de um registro centralizado a leitores dos métodos e meios ótimos de apresentação (registro),
postos mais longínquos, antevendo o uso das tele- coleção, processamento analítico-sintético, arma-
comunicações na documentação. Em 1945 zenagem, recuperação e disseminação da informação
Vannevar Bush 2 prevê o emprego de nova científica. A Informática trata da informação lógica
tecnologia. (semântica), mas não se envolve em estimativa
Com efeito, o emprego do computador no trata- qualitativa desta informação. Tal avaliação só pode
mento c recuperação da informação, de maneira ser levada a efeito por especialistas, nos campos
sistemática a partir da década de 1950, trouxe específicos da ciência ou da atividade prática".
novas perspectivas para a bibliografia, para a docu- Paralelamente a estes estudos, reuniram-se especia-
listas nos Estados Unidos para tentar conceituar
esta nova disciplina. Assim, como resultado das
* Como conseqüência deste Congresso o Instituto conferências de outubro e abril de 1961/1962 reali-
Internacional de Documentação transformou-se, em zadas na Geórgia Instituto of Technology e que
1938, em Federação Internacional de Documentação.
reuniram lingüistas, engenheiros, matemáticos e
cientistas do computador, dentre outros, conceituou-

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DA BIBLIOGRAFIA À CIÊNCIA DA INFOHMAÇÃO

se Ciência da Informação como aquela que 3 - CROSLAND, Dorothy M. Geórgia Tech and
"investiga as propriedades e o comportamento da NSF study grant for training personnel
informação, as forças que regem seu fluxo e os for scientific and technical libraries.
métodos de processá-las para acessibilidade e utili- Special Libraries, 53(10):590-4, Dec. 1962.
zação ótimas" 8. Atividade interdisciplinar, não
exclui, nessa conceituação, o aspecto da avaliação, 4 - DREYFUS, P. L'lnformatique. Gestion -.240-1,
pelo contrário, parece admiti-la se se observar os juin 1962.
sucessivos Sumários do Annual Review of Informa- 5 - GOMES, H. & ZAHER, C. R. A Ciência da
tion Science and Technology que incluem tópicos Informação e suas implicações na for-
sobre centros de análise de informação, onde a mação de recursos humanos. Lima, 1971.
avaliação é fator primordial. Também os periódicos 17 p. Trabalhos apresentado ao 3. Con-
secundários sobre Informação Científica incluem, gresso Regional sobre Documentação e 11.
todos eles, informação sobre esse tópico, Esta defi- Reunião da FID/CLA, Lima, Peru,
nição tem, portanto, conotação mais ampla. 20-24 de setembro de 1971.
Considerando-se as circunstâncias e as necessidades
de desenvolvimento dessas atividades e estudos 6 - MIKAILOV, A. L; CHERNYI, A.O.;
em todos os domínios e níveis no País, optou o GILVARESKII, R. S. Informatics-new
IBBD pela terminologia e conceituação americana 5. name for the theory of scientific informa-
Biblioteconomia, bibliografia e documentação que tion. FID News Bulletin, 17(7):70-4,
papel desempenham nessa nova disciplina cien- 1967.
tífica ? 7 — OTLET, Paul. Introduction aux travaux du
Verifica-se que a literatura produzida pelos "cien- Congrès. In: CONGRÈS MONDIAL DE
tistas da informação" repousa na investigação LA DOCUMENTATION UNIVER-
enquanto que a dos bibliotecários e documentalistas SELLE, Paris, 16-21 aoüt 1937. Textes dês
se limita à aplicação dos resultados alcançados Communications. Paris, 1937. p. 251, 255.
por aquelas investigações. Entretanto, ambos os
grupos podem se beneficiar uns das experiências 8 — SHERA, Jesse H. Of librarianship, documenta-
dos outros 1, 8. tion and information Science. UNESCO
Ciência da Informação abrange, portanto, não Bulletin for Libraries, 22(2):58-65, Mar./
apenas trabalhos de experimentação mas resultados Apr. 1968.
práticos da aplicação de técnicas e métodos que
venham contribuir para o desenvolvimento das ati- SYNOPSIS
vidades da informação científica.
The new forms of information records enlargened
greatly the bounds of Bibliography, leading to the
REFERÊNCIAS spring of Documentation. The social needs required
greater specificity in information processing,
1 - BORKO, H. Information Science. What is it ? bringing about problems that called for new
American Documentaion, 19(l):3-5, Jan. specialists and technologics to be solved, originating
1968. thus Information Science. This latter, as a scientific
discipline, considers Bibliography, Library Science
2 — BUSH, Vannevar. As we may think. Atlantic and Documentation as susceptible to apply the
Monthly, 88(7): 101-8, 1945. results of its investigations.

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Bibliografia Brasileira Corrente:
Evolução e Estado Atual do Problema

Edson Nery da Fonseca


Professor Titular da Universidade de Brasília
e Diretor de sua Faculdade de Estudos Sociais
Aplicados

SINOPSE

Definição e importância das bibliografias nacionais deles se encarrega da referenciação, em bases


correntes e evolução do problema no Brasil, comerciais (exemplos : o Cumulative Book Index
através de iniciativas governamentais e particula- nos Estados Unidos e o Bíblia na França); (2)
res. O depósito legal e sua atualização. Caracterís- remessa obrigatória de todas as publicações
ticas das bibliografias até agora produzidas e (depósito legal) à Biblioteca Nacional ou a outro
perspectivas para o futuro. órgão, que produz a bibliografia sem fins lucra-
tivos (o caso do Brasil) ou entrega essa produção
l - DEFINIÇÃO E LIMITE DO ASSUNTO a uma empresa, como ocorre na Grã-Bretanha,
com a British National Bibliography.
Bibliografia nacional — comecemos pelas defini-
ções, enunciando os limites deste artigo — é a que 2 - EVOLUÇÃO DO PROBLEMA
referencia publicações impressas em uma deter-
minada nação : no caso aqui estudado, o Brasil. 2.1 — Iniciativas Governamentais
Os adjetivos corrente ou retrospectiva indicam se
as publicações referenciadas são as do presente ou O Depósito Legal foi estabelecido no Brasil pelo
do passado. Para ser corrente — isto é, para Decreto Legislativo nº 433, de 3 de julho de 1847
referenciar publicações impressas no presente — e a primeira iniciativa no sentido da publicação
presente podendo ser uma semana, uma quinzena, de uma bibliografia nacional corrente partiu da
um mês, um trimestre, etc. — a bibliografia deve Biblioteca Nacional, beneficiada com a remessa das
ter a forma não de livro ou publicação avulsa, publicações impressas no País. De 1886 a 1888,
mas de publicação periódica : semanal, quinzenal, publicou-se o Boletim das Aquisições mais Impor-
mensal, trimestral, etc. Uma periodicidade, evi- tantes feitas pela Bibliotheca Nacional (anos I a
dentemente, não exclui as demais, de acordo com III). organizado por João de Saldanha da Gama e
o sistema de volumes acumulados : anuais, classificado segundo as quatro Seções em que
bienais, etc. estava organizada a Biblioteca Nacional: Imprensa,
A importância da bibliografia nacional corrente é Manuscritos, Estampas e Numismática. A Seção
evidente : referenciando a produção bibliográfica de Imprensa obedecia ao sistema de classificação
de uma nação, ela se constitui num registro da de Jacques-Charles Brunet, muito em voga na
própria cultura nacional, já que tudo no mundo época. Desta bibliografia — considerada como
existe, como observou Mallarmé, para acabar em primeira fase do posteriormente intitulado Boletim
livro. Não exagera, portanto, Fidelino de Figueiredo, Bibliográfico — foram publicados quatro números
quando escreve que o atraso e o desleixo na por ano. João de Saldanha da Gama (1835-1889)
inventariação bibliográfica "são sintomas de anar- foi, portanto, o fundador da bibliografia nacional
quia e descontinuidade na elaboração do saber". corrente, que nessa fase inicial durou três anos e
Dois são os meios geralmente utilizados para a cuja história ficaria marcada, como veremos, por
produção de uma bibliografia nacional corrente : várias interrupções. Um dos maiores bibliógrafos
(1) acordo entre os editores mediante o qual um brasileiros de todos os tempos, Saldanha da Gama

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E. N. DA FONSECA

era Chefe da Seção de Impressos da Biblioteca tindo um fenômeno muito comum na administração
Nacional (1882 a 1889) e foi, com Alfredo do Vale pública brasileira —a criação de órgãos com
Cabral, colaborador de Ramiz Galvão na organi- atribuições que outros, por desídia, deixaram de
zação da famosa Exposição de História do Brasil e cumprir — o Instituto Nacional do Livro, criado
na elaboração do seu Catálogo. em 1937 e aproveitando-se da omissão da Biblio-
Diretor da Biblioteca Nacional de 1900 a 1924 - teca Nacional, lançou-se no campo da bibliografia
com intervalos para exercer cargos importantes nacional corrente, com a publicação de uma
como os de Diretor Geral de Instrução Pública e Bibliografia Brasileira com aquele arranjo tipica-
de Prefeito do Distrito Federal — Manuel Cícero mente norte-americano.
Peregrino da Silva (1866-1956) tratou de atualizar Valendo-se de informações coletadas nas editoras e
a legislação referente ao Depósito Legal — con- em instituições culturais, bem como em questio-
seguindo-a com o Decreto nº 1.825, de 20 de nários e fichas que lhes eram remetidas, o Insti-
dezembro de 1907 — e de restaurar a publicação tuto Nacional do Livro publicou, de 1941 a 1959,
da bibliografia brasileira corrente. onze volumes (não numerados) da Bibliografia
Com o título de Boletim Bibliographico da Biblio- Brasileira -. 1938/39, em 1941; 1940, em 1954; 1941,
theca Nacional do Rio de Janeiro e organizado por em 1952; 1942/45, em 1953 (2 volumes); 1946,
Cícero de Brito Galvão, ele representa a fase em 1947; 1947/52, em 1957 (2 volumes); 1953, em
gloriosa de nossa bibliografia corrente. Manuel 1954; 1954, em 1956; e 1955, em 1959. Até o
Cícero Peregrino da Silva estava articulando com volume correspondente ao ano de 1946, as refe-
o Instituto Internacional de Bibliografia, em rências bibliográficas são completas tanto nas
Bruxelas (hoje Federação Internacional de Docu- entradas de autores como nas de assuntos e títulos.
mentação, com sede em Haia) e foi o introdutor A partir dos dois volumes correspondentes ao
do sistema de Classificação Decimal Universal período 1947/52, as entradas de assuntos e títulos
(CDU) na Biblioteca Nacional. O Boletim Biblio- são reduzidas, aparecendo referências bibliográficas
gráfico teve, nessa fase (anos I a IV, 1918-1921), completas apenas sob os nomes dos autores.
arranjo sistemático segundo a referida Classificação Ao assumir a direção-geral da Biblioteca Nacional,
— resultante, como se sabe, de aperfeiçoamentos em 1945, o [bibliógrafo e bibliófilo Rubens Borba
introduzidos na Classificação Decimal de Melvil de Moraes tratou de restabelecer a publicação do
Dewey pelos belgas Paul Otlet e Henri Lafontaine Boletim Bibliográfico, interrompida, como vimos,
— e era impresso apenas nas páginas ímpares, em 1939. Com as referências bibliográficas outra
para que as referências bibliográficas pudessem vez apresentadas em arranjo sistemático — mas
ser recortadas e montadas em fichas de formato seguindo a Classificação Decimal de Melvil Dewey
internacional. De 1918 a 1919 publicaram-se quatro — índices onomásticos e listas de editoras e tipo-
números por ano, com paginação contínua. Em grafias, foram preparados seis volumes, correspon-
1920 saíram acumulados os números 1/2 e 3/4. dentes aos anos de 1945 a 1950. Entregues ao
No ano IV, correspondente a 1921 mas publicados Departamento de Imprensa Nacional, desses seis
somente em 1927, saíram apenas, também volumes publicou-se apenas, em 1947, o primeiro,
acumulados, os números 1/2. correspondente ao ano de 1945, por omissão do
A segunda interrupção da bibliografia brasileira sucessor de Rubens Borba de Moraes na direção
corrente durou dez longos anos, pois só em 1931 geral da Biblioteca Nacional.
procurou-se restabelecer a sua publicação e, mesmo Depois de outra interrupção de cinco anos, ressurge
assim, de modo secundário : como parte do o Boletim Bibliográfico em 1952, por iniciativa
Boletim do Ministério da Educação e Saúde do diretor-geral Eugênio Gomes e organizado por
Pública, que nos seus números 1/2 (janeiro/junho) Maria Antonieta de Mesquita Barros, Diretora da
e 3/4 (julho/dezembro) de 1931 (Ano I), divul- Divisão de Aquisição. Com referências bibliográ-
gou um "Boletim Bibliográfico da Biblioteca ficas sistematicamente ordenadas segundo a
Nacional" correspondente àquele ano. Oito anos Classificação Decimal de Melvil Dewey, índices
depois, isto é, em 1939, publica-se num volume de temático e onomástico de autores e biografados,
245 páginas o Boletim Bibliográfico do lº e 2º saíram nesta fase os seguintes volumes e números,
semestres de 1938. Contrário ao arranjo sistemático, também chamados tomos, numerados inicialmente
o organizador desse volume apresenta as refe- em algarismos romanos e, depois, em arábicos : I
rencias bibliográficas, pela primeira vez, na ordem (números I e II) de 1951; II (números I e II) de
alfabética das matérias : sinal, talvez, da influên- 1952; III (números l e 2) de 1953; IV (tomos
cia norte-americana entre os bibliotecários brasilei- 1 e II) de 1954; V (tomos I e II) de 1955; VI
ros, que deixavam de seguir o exemplo europeu, (tomos I e II) de 1956; VII (tomos I e II) de
especializando-se em cursos de biblioteconomia 1957; VIII (tomos I e II) de 1958; 9 (números l
dos Estados Unidos. e 2) de 1959; 10 (números l e 2) de 1960; 11
Da ordem alfabética de matérias ao arranjo de (números l e 2) de 1961; 12 (números l e 2) de
catálogo-dicionário existe apenas um passo e este 1962; e 13 (números l e 2) de 1963. Os números
foi dado pelo Instituto Nacional do Livro. Repe- correspondentes aos segundos semestres de cada

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BIBLIOGRAFIA BRASILEIRA CORRENTE

volume incluem listas classificadas de publicações sável, dessa vez, foi o escritor José Cruz Medeiros,
periódicas, bem como de editoras e tipografias. que fundou a editora A Estante Publicações com
A partir do volume IV (tomo II), as publicações o objetivo exclusivo de publicar o Boletim. Bimes-
periódicas oficiais estão assinaladas com asteriscos. tral até 1957, tornou-se mensal a partir de 1958,
Com o volume 13, que já saiu atrasado (1965), exceto no primeiro número de cada ano, que
a publicação foi interrompida. englobava os meses de janeiro e fevereiro. Con-
Em 1956, o Instituto Nacional do Livro voltou-se tendo, nos primeiros números, apenas referências
novamente para a referenciação de nossa produção bibliográficas, o Boletim Bibliográfico Brasileiro
bibliográfica, lançando a Revista do Livro que, transformou-se, a partir de 1958 (quando passou a
a partir do seu primeiro número, correspondente contar com o apoio do Sindicato Nacional dos
a junho de 1956, divulgou, em folhas coloridas, Editores de Livros e da Câmara Brasileira do
uma 'Bibliografia Brasileira Corrente", organizada Livro), em Revista de Editores, seu subtítulo,
por Áureo Ottoni e outros da Seção de Publicações. incluindo reportagens e artigos sobre literatura,
Em 1965 e 1967 foram publicados dois volumes mercado de livros, etc. Nas páginas centrais apare-
de separatas dos números 25 (março) e 26 (setem- cia a "Resenha da Bibliografia Brasileira", sob a
bro) de 1964 daquela revista : Bibliografia Brasi- responsabilidade de Áureo Ottoni de Mendonça
leira Corrente (julho/dezembro de 1961 e janeiro/ Júnior e com as referências bibliográficas em
dezembro de 1962). De 1966 a 1967 foram também arranjo sistemático, segundo a Classificação Deci-
publicados quatro volumes da Bibliografia Brasi- mal de Melvil Dewey, e índice biblionímico.
leira Corrente (título que aparece na primeira Quando já circulavam entre nós três bibliografias
página do volume inicial, correspondente ao ano de nacionais correntes, o Sindicato Nacional dos
1963) e desaparece a partir do segundo volume Editores de Livros lança-se no campo com a
(1964), quando a publicação passa a chamar-se publicação Edições Brasileiras, da qual existem
Bibliografia Brasileira. três volumes, correspondentes ao período janeiro
de 1963 a abril de 1966. Pretendia ser um "Catá-
2.2 — Iniciativas Particulares logo Trimestral de Livros Publicados no Brasil",
classificado em duas partes — "Novidades" e "Livros
De 1943 a 1945 houve, no campo da bibliografia em Estoque" — cada uma das quais organizada
brasileira corrente, um fenômeno curioso. Enquan- pela ordem alfabética das editoras, com índices
to o Instituto Nacional do Livro preparava os onomástico (de autores e tradutores) e biblioní-
volumes de sua Bibliografia Brasileira e a Biblio- mico e também incluindo notícias e anúncios de
teca Nacional se omitia na publicação do Boletim livros novos.
Bibliográfico, um bibliógrafo independente pre- Depois da aventura pessoal de Antônio Simões dos
tendeu referenciar sozinho toda a produção biblio- Reis com sua Bibliografia Nacional e das tentativas
gráfica do País, fazendo, inclusive, o "dépouille- empresariais de José Cruz Medeiros com o Boletim
ment" de revistas e jornais! Refiro-me a Antônio Bibliográfico Brasileiro e do Sindicato Nacional dos
Simões dos Reis e aos 16 volumes de sua Biblio- Editores de Livros com Edições Brasileiras, surge,
grafia Nacional, correspondentes aos anos de 1942 em 1968, uma bela iniciativa da conhecida editora
e 1943 (8 volumes por ano). Adotando o arranjo Vozes, de Petrópolis: a Bibliografia Classificada.
alfabético por matérias, ele incluiu em cada volume Organizada por um Centro de Investigação e
índices temáticos e onomásticos. Fracassou porque, Divulgação, seu objetivo era referenciar todos os
numa época de explosão bibliográfica e, portanto, livros e revistas publicados no Brasil, contando
de trabalho em equipes, Antônio Simões dos Reis com a colaboração espontânea dos editores. Essa
tentou reviver — sem nenhum interesse material, colaboração, infelizmente, não concretizou-se, obri-
mas, por outro lado, também sem qualquer disci- gando a editora a encerrar a publicação com o
plina e seguindo apenas seus caprichos pessoais número 9 (o primeiro número corresponde a junho
— a tradição de bibliógrafos antigos — da época de 1968 e o último a novembro/dezembro de
artesanal, caracterizada por L.-N. Malclès como a 1969). É lamentável que isso tenha acontecido
dos grandes pesquisadores, "aussi isolés, obstinés porque a Bibliografia Classificada não apenas
et ardents que les savants d'autrefois" — como referenciava, mas indicava o conteúdo de cada
Inocèncio Francisco da Silva em Portugal e obra e tinha uma apresentação gráfica muito
Augusto Vitorino Alves Sacramento Blake no atraente, o que não é comum no campo da biblio-
Brasil. grafia. Sistematicamente organizado segundo o
Quase concomitantemente com o reinicio, em 1952, esquema geral da Classificação Decimal de Melvil
do Boletim Bibliográfico da Biblioteca Nacional, Dewey, cada fascículo incluía índices onomástico
surgiu outra iniciativa privada na referenciação da e biblionímico.
bibliografia brasileira corrente : o Boletim Biblio-
gráfico Brasileiro, do qual foram publicados 12 3 - ESTADO ATUAL DO PROBLEMA
números, correspondentes, o primeiro, a novembro/
dezembro de 1952 e janeiro/março de 1953, e o Com uma legislação obsoleta, o depósito legal na
último a novembro/dezembro de 1964. O respon- Biblioteca Nacional não é cumprido por grande

Ci. Inl, Rio de Janeiro, 1(1):9-14, 1972 11


E. N. DA FONSECA

parte dos editores e impressores, principalmente os estão referenciadas juntamente com os livros que
dos Estados mais distantes do Rio de Janeiro. Para tratam de Belas-Artes e de Divertimentos em
corrigir essa situação, a Mesa da Câmara dos Geral, quando, pela sua natureza e quantidade,
Deputados apresentou projeto de lei que, apro- deveriam ser ordenadas separadamente. Dirigidos
vado pela referida Casa do Congresso Nacional, agora por duas competentes e dinâmicas
foi encaminhado ao Senado Federal onde, por bibliotecárias, o Instituto Nacional do Livro e a
falta de interesse, deixou de ser apreciado no Biblioteca Nacional estão procurando resolver o
prazo regimental, sendo, por isso, arquivado. Esse problema da produção de uma bibliografia nacio-
projeto de lei procurava atualizar a legislação nal corrente sem as duplicações do passado.
anterior quanto às sanções que estabelecem e na Sabemos que está em estudos a elaboração de
terminologia tanto dos novos processos gráficos uma nova lei sobre o depósito legal e, como
como das repartições governamentais. Além disso, contribuição a esses estudos, juntamos ao presente
ele estendia o depósito legal à Biblioteca da artigo o texto do Projeto de Lei nº 3.746, de 1966,
Câmara dos Deputados – que passaria a exercer, da Câmara dos Deputados, em cuja elaboração
deste modo, em Brasília, juntamente com a Biblio- tivemos a honra de colaborar.
teca Nacional no Rio de Janeiro, as funções
precípuas de uma biblioteca nacional, que são as REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
de conservar para a posteridade o patrimônio
bibliográfico da nação – e determinava que o BARROS, Maria Antonieta de Mesquita. Apanha-
Boletim Bibliográfico se desdobrasse em duas do histórico do Boletim Bibliográfico da
partes ; uma para referenciação exclusiva das Biblioteca Nacional. A Biblioteca, Rio de
publicações dos Governos da União, dos Estados, Janeiro 3: 2-5, jan./dez. 1954. Reproduzido no
e dos Territórios Federais, autarquias, entidades Boletim Bibliográfico, Rio de Janeiro 5(1): 1-
paraestatais, sociedades de economia mista e fun- 3, 1955.
dações; outra para referenciação exclusiva de
obras impressas por iniciativa de pessoas físicas e FONSECA, Edson Nery da. Desenvolvimento da
jurídicas de direito privado. O Boletim biblioteconomia e da bibliografia no Brasil.
Bibliográfico da Biblioteca Nacional está suspenso, Revista do Livro, Rio de Janeiro 5: 95-124,
como indicamos, desde 1965, quando publicou-se o mar. 1957.
volume 13, correspondente ao ano de 1963. Em
1968 surgiu o primeiro número (correspondente a — Panorama da bibliografia brasileira corrente.
novembro de 1967) de uma bibliografia corrente Handbook of Latin American Studies,
que não sofreu, até agora, as costumeiras Gainesville 23: 401-406, 1961.
interrupções das anteriores : a Bibliografia
Brasileira Mensal, publicada pelo Instituto — Precursores da bibliografia brasileira. Estudos
Nacional do Livro, sob a responsabilidade editorial Universitários, Recife 9(4): 69-87, out./dez.
de Aureo Ottoni e com a assessoria técnica de 1969. Reproduzido em Revista Interameri-
Lucindo Hermes Paulo e Zilca Menegaz. Ao ano l cana de Bibliografia, Washington, D.C.
correspondem 14 números (novembro e dezembro 20(3): 265-79, jul./set. 1970.
de 1967 e janeiro a dezembro de 1968). Ao volume MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Serviço de Documen-
2 correspondem 11 números (11/12 acumulados). tação. Legislação sobre o Depósito Legal, Jus
O Decreto-Lei nº 824 de 5 de setembro de 1969, Documentação, Rio de Janeiro 3(6): 51-6, jun.
tornou obrigatória a remessa de obras impressas no 1950.
Brasil ao Instituto Nacional do Livro. Desta
maneira, a Bibliografia Brasileira Mensal passou a ZIMMERMAN, Irene. Current national bibltog-
ser muito menos incompleta que as publicações raphies of Latin America; a state of the art
anteriores. Suas referências bibliográficas incluem study. Gainesville, Center for Latin American
o número decimal de cada livro e são apresentadas Studies, University of Florida, 1971. x, 139 p.
em ordem sistemática geral, segundo a Classifi-
cação Decimal de Melvil Dewey. Alguns números SYNOPSIS
trazem índice onomástico e biblionímico e em
todos há, a partir do volume 4 (1971), listas de Definition and value of current national bíbliog-
periódicos e de editoras, raphies and evolution of the problem in Brazil
O grave defeito da Bibliografia Brasileira Mensal through government agencies and private enter-
decorre do seu arranjo por demais genérico. prises. The depository library legislation in Brazil
Assim, por exemplo, as obras de Filosofia e de and its updating. Characteristics of current national
Espiritismo estão sob o mesmo título genérico, bibliographies produced till now and prospects for
confusão que poderia ser eliminada com a abertura the future.
de um subtítulo para as chamadas Ciências
Ocultas. Pelo mesmo motivo, as partituras musicais (Recebido para publicação em abril de 1972)

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1):9-14, 1972 12


BIBLIOGRAFIA BRASILEIRA CORRENTE

APÊNDICE
CÂMARA DOS DEPUTADOS
PROJETO
Nº 3.746, de 1966

Dispõe sobre a remessa de documentos gráficos e por dia excedente do prazo referido no § 5º do arti-
audio-visuais à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro go lº;
e à Biblioteca da Câmara dos Deputados, em Bra- b) o responsável pela oficina impressora (§ lº do
sília, e dá outras providências. art. 1º) de tantos dias de suspensão quantos forem
os de descumprimento do dispositivo, até o máximo
(DA MESA) de 60 (sessenta) dias;
c) o editor solidariamente, nas mesmas penas.
O Congresso Nacional decreta: § lº Em caso de reincidência a pena será aplicada
em dobro.
Art. 1º O proprietário ou o administrador de oficinas § 2º A aplicação da pena de multa ou de suspensão é
de tipografia, estereotipia, litografia, fotografia, gravu- da competência do Diretor-Geral da Biblioteca Na-
ra, xerografia ou de outro qualquer processo gráfico, cional do Rio de Janeiro e do Diretor da Biblioteca
situadas no Distrito Federal, nos Estados e nos Territó- da Câmara dos Deputados que a comunicará à repar-
rios Federais, é obrigado a remeter um exemplar de tição arrecadadora federal ou ao superior hierárquico
cada trabalho que executar, completo e em perfeito do responsável, para sua execução.
estado de conservação, para a Biblioteca Nacional do § 3º Se alguma obra a que se refere esta Lei for
Rio de Janeiro e outro para a Biblioteca da Câmara posta à venda, sem que se haja realizado a remessa à
dos Deputados, em Brasília. Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e à Biblioteca
§ 1° Incluem-se entre as oficinas mencionadas neste da Câmara dos Deputados, poderá o Diretor-Geral da
artigo as mantidas pelos Poderes Legislativo, Executivo primeira ou o Diretor da segunda, sem prejuízo das
e Judiciário, tanto da União como dos Estados e Terri- demais sanções cabíveis, determinar se efetue a apreen-
tórios, autarquias, fundações, entidades paraestatais e são de um exemplar, onde seja encontrada à venda,
sociedades de economia mista. lavrando-se o respectivo auto de apreensão.
§ 2° Compreendem-se nessa obrigação legal os anún- § 4º Para efeito de remessa como para o de apreen-
cios e bilhetes postais ilustrados e as vistas e retratos são, é equiparada à obra nacional a proveniente do
que se destinam a ser postos à venda ou distribuídos, exterior que trouxer indicação de editor ou vendedor
bemo como os livros folhetos, revistas e jornais, álbuns domiciliado no Brasil.
e partituras musicais, estampas, gravuras sobre madei- § 5º A aplicação de penalidade ao proprietário ad-
ra, metal ou outra substância, mapas, plantas, cartazes, ministrador, responsável pela oficina impressora ou ao
selos, medalhas, e outras espécies numismáticas ou se- editor não o exime das obrigações estabelecidas nesta
melhantes. Lei.
§ 3º Consideram-se como obras diferentes as re- Art. 3º A obra remetida à Biblioteca Nacional do
impressões, novas edições, ensaios e variantes de qual- Rio de Janeiro e à Biblioteca da Câmara dos Deputa-
quer natureza, inclusive de formato, qualidade do papel, dos, em observância a esta Lei, transitará pelas agên-
cor da tinta e tipo de encadernação. cias do Departamento de Correios e Telégrafos com
§ 4º Quando nos objetos não estiver declarada sua isenção de franquia e gratuidade de registro, devendo
significação o preço de venda e o número de exem- o remetente declarar o autor ou o pseudônimo, se for
plares de que a edição constar, todas essas indicações o caso, e o título da obra. a cidade em que foi impressa,
deverão acompanhá-los por ocasião da remessa, os nomes do impressor e do editor e a data do término
§ 5º A remessa deve efetuar-se até cinco dias depois da impressão.
que a obra for publicada ou entregue a quem a man- Parágrafo único. A Biblioteca Nacional do Rio de
dou executar, devendo neste prazo ser levados à agên- Janeiro e a Biblioteca da Câmara dos Deputados, era
cia do Departamento de Correios e Telégrafos os exem- Brasília, fornecerão ao Departamento de Correios e
plares a tal fim destinados. Telégrafos as cadernetas anuais que se tornem neces-
§ 6º do colofão da obra impressa em território na- sárias, destinadas a facilitar a remessa, sob registro,
cional deverá constar, obrigatoriamente, a cidade, o das publicações periódicas.
dia, o mês e o ano em que foi concluída a impressão. Art. 4º A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e
Art. 2º Em caso de inobservância das disposições do a Biblioteca da Câmara dos Deputados publicarão re-
artigo anterior incorrerá: gularmente boletins bibliográficos com o fim principal
a) o proprietário ou o administrador da oficina im- de referenciar as obras recebidas em virtude desta Lei.
pressora em multa equivalente ao preço de venda da § 1º No Boletim Bibliográfico da Biblioteca Nacional
obra, ou não se destinando à venda, ao preço de custo, do Rio de Janeiro serão referenciadas as obras impres-

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1):9-14, 1972 13


E. N. DA FONSECA

sas por iniciativa de pessoas físicas e jurídicas de di- blioteca da Câmara dos Deputados, agora com novas
reito privado. e amplas instalações, cuja consulta foi recentemente
§ 2° No Boletim Bibliográfico da Biblioteca da Câ- facultada aos membros do Poder Judiciário, do Tribu-
mara dos Deputados serão referenciadas, exclusiva- nal de Contas, da Ordem dos Advogados etc.
mente, as obras impressas sob a responsabilidade dos Não se trata de uma providência inédita, eis que
governos da União, dos Estados e dos Territórios Fe- em outros países o depósito legal é feito em mais de
derais, autarquias, entidades paraestatais, sociedades uma biblioteca. As publicações impressas na Grã-Bre-
de economia mista e fundações. tanha, por exemplo, são obrigatoriamente remetidas
§ 3° As referências bibliográficas dos Boletins de que à Biblioteca do Museu Britânico, em Londres, à Bi-
trata este artigo obedecerão às normas da Associação blioteca Bodleian, em Oxford, às Bibliotecas da Uni-
Brasileira de Normas Técnicas e serão apresentadas versidade e do Trinity College, em Cambridge e às
em arranjo sistemático, de acordo com a Classificação Bibliotecas Nacionais da Escócia e do País de Gales.
Decimal Universal, acrescentando- se-lhes os respecti- Em Portugal, o depósito legal é feito, simultaneamen-
vos preços de venda. te, na Biblioteca Nacional de Lisboa e na Biblioteca
§ 4° As publicações periódica; serão referenciadas da Universidade de Coimbra. Vários outros exemplos
nos Bibliográficos de que trata este artigo apenas uma poderiam ser invocados.
vez por ano. Ao mesmo tempo em que estende a obrigação da
Art. 5° A presente Lei entrará em vigor na data de remessa à Biblioteca da Câmara dos Deputados, o pre-
sua publicação, revogadas as disposições em contrário. sente projeto de Lei atualiza os dispositivos anterio-
Câmara dos Deputados, 14 de junho de 1966. – José res que se tornaram obsoletos pela desvalorização da
Bonifácio, Relator. moeda, pelo desenvolvimento das técnicas tipográfica,
bibliográfica e biblioteconômica, bem como por diver-
Justificação sos eventos históricos e administrativos, como a mu-
dança da capital e a reorganização de repartições
A finalidade principal das bibliotecas nacionais, em públicas.
todos os países é a de preservar para a posteridade o Com p objetivo de evitar duplicações no registro
patrimônio bibliográfico da nação. Com este objetivo, bibliográfico do material recebido pelas duas Biblio-
todos os estabelecimentos gráficos são obrigados a re- tecas, em decorrência desta Lei, o projeto estabelece
meter às bibliotecas dessa categoria um exemplar de a classificação das publicações em dois grupos: o das
cada trabalho que imprimem. E o chamado depósito publicações oficiais, cujo registro será feito pela Bi-
legal, que todas as nações conhecem. blioteca da Câmara dos Deputados, e o das publica-
No Brasil, os últimos dispositivos legais sobre o ções editadas por pessoas físicas e jurídicas de direito
assunto são o Decreto n° 1.825 de 20 de dezembro de privado, cujo registro será feito pela Biblioteca Na-
1907 e as Instruções do Ministério da Educação e Saúde cional do Rio de Janeiro. Assim, os Boletins Biblio-
Pública, de 19 de dezembro de 1930. gráficos editados pelas duas Bibliotecas, para dar co-
São diplomas completamente obsoletos, na termino- nhecimento das publicações impressas no território na-
logia que usam na indicação de órgãos governamentais cional, terão campos perfeitamente delimitados, o que
e nas sanções que estabelecem. dá ao presente projeto mais uma vantagem: a de in-
Há muito que essa legislação deveria ter sido atua- troduzir um pouco de racionalização no campo da
lizada. A atualização se impõe agora, com urgência, organização bibliográfica nacional, tão cheia de incon-
principalmente em face da transferência da sede do gruências .
Governo para Brasília.
E que dentre todos os órgãos públicos federais fun- PARECER DA MESA
dados no Rio de Janeiro, a Biblioteca Nacional talvez
seja o único – ou um dos poucos – que deve per-
manecer na antiga Capital. Porque as instituições dessa A Mesa, na reunião de hoje, presentes os Senhores
natureza e categoria não podem ser transferidas, por Adaucto Cardoso, Presidente, José Bonifácio, 2° Vice-
motivos diversos, de ordem histórica e prática. A razão Presidente (Relator), Henrique de La Rocque, 2° Se-
histórica vem da ligação profunda que se estabelece cretário, Aniz Badra, 3° Secretário e Ary Alcantara,
entre a biblioteca e a cidade que a viu nascer e de- 4° Secretário, aprovou, por unanimidade, o Projeto
senvolver-se, tanto que, desde sua origem até os dias de Lei que dispõe sobre a remessa de documentos grá-
atuais, a Biblioteca Nacional conservou no seu nome ficos e audiovisuais à Biblioteca Nacional do Rio de
essa ligação com a cidade do Rio de Janeiro. O motivo Janeiro e à Biblioteca da Câmara dos Deputados, em
de ordem prática é a dificuldade material da mudança Brasília, e dá outras providências.
de um acervo de proporções gigantescas, de natureza
delicada e de valor inestimável. Brasília, 14 de junho de 1966. – Adaucto Cardoso,
O Governo Federal precisa, assim, de estender os Presidente; José Bonifácio, 2° Vice-Presidente (Rela-
benefícios do depósito legal a uma biblioteca de Bra- tor); Henrique de La Rocque, 2° Secretário; Aniz
sília e uma das mais indicadas é naturalmente a Bi- Badra, 3° Secretário; Ary Alcântara, 4° Secretário.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1):9-14, 1972 14


Reforma da Biblioteca Nacional
Jannice Monte-Mór
Diretora Geral
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

RESUMO

Evolução do conceito de biblioteca nacional, benefícios e racional planejamento de trabalho,


enfatizando os aspectos de cooperação e de no campo da informação. Na área da biblioteco-
integração de biblioteca nacional nos sistemas nomia, são exemplos significativos os famosos
de informação. Histórico da Biblioteca Nacional sistemas de aquisição planificada : Farmington,
do Rio de Janeiro e plano da reforma que está nos EE.UU., Scandia, nos países Escandinavos, e
sendo levado a efeito a partir de 1971. o Forschungszemeinschaft, na Alemanha. A coope-
ração de âmbito internacional tem-se desenvolvido
l - CONCEITO amplamente nos últimos dez anos, como tão bem o
ilustram os inexcedíveis serviços de um Chemical
A Biblioteca Nacional é, em princípio, sinônimo Abstracts, ou um Medical Literature Analysis and
de memória documental da cultura de um país; Retrieval System (MEDLARS) para citar apenas
é, no seu sentido mais alto, museu de toda a sua na área da Documentação.
produção bibliográfica, nos mais diversos campos A recente iniciativa da UNESCO, de convocar
culturais, através da sua história. Seu acervo, conferência especial a fim de estabelecer um
constituído dentro desta idéia diretriz, tem por "Sistema Mundial de Informação Científica"
objetivo oferecer, no futuro, a documentação (UNISIST) (*) realça a necessidade da coope-
suficiente ao juízo crítico da produção intelectual ção, não só como solução para minimizar o
do passado, e, no presente, os necessários elementos desequilíbrio tecnológico entre os países desen-
de informação, que condicionam um consciente volvidos e os chamados países em desenvolvimento,
e harmonioso desenvolvimento cultural. mas também para tentar compatibilizar metodo-
Dizia Sir Anthony Panizzi, antigo bibliotecário logicamente os inúmeros sistemas que manipulam
do Museu Britânico, que tais bibliotecas visavam a informação e desenvolvem programas de pesquisa
a fornecer ao público elementos de informação em todo o mundo.
sobre todos os ramos do saber, em todas as línguas Os sistemas nacionais devem ser organizados de
e oriundos de todos os países, judiciosamente forma a possibilitarem sua eficaz participação no
classificados, catalogados de maneira completa e Sistema UNISIST. E, por recomendação da
minuciosa, e sempre atualizados, de modo a UNESCO, exige-se numa rede nacional precipua-
permitir aos leitores acompanharem o progresso mente uma forte estrutura de documentação e
o conhecimento humano. uma Biblioteca Nacional ou Regional bem equi-
O conceito de Biblioteca, entretanto, tem evoluído pada.
de tal modo que as grandes Bibliotecas Nacionais Não é, pois, gratuitamente, que depois do célebre
se vem, hoje em dia, diante do imperioso dever Colóquio de Bibliotecas Nacionais de Viena ( 2 ),
de reexaminar a situação que ocupam, o papel organizado pela UNESCO, em 1958, volta esse
que desempenham na coletividade em que se Organismo Internacional — através de recomenda-
localizam e a qual servem, e, muito especialmente, ções emanadas da Conferência Geral de 1970 (3)
a posição em que se encontram nos sistemas de
bibliotecas, ou nos sistemas de informação
bibliográfica do país. Trabalho apresentado à III Jornada Sul Rio-Grandense
É digno de nota, em todo o mundo, o esforço em de Biblioteconomia e Documentação, Porto Alegre,
prol da cooperação, como única forma de garantir 1972.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):15-23, 1972 15


JANNICE MONTE-MÓR

— a classificar como Bibliotecas Nacionais aquelas Retorna a família real à Europa, mas deixa no
que : Brasil o que fora a Real Biblioteca, agora como
"Qualquer que seja sua denominação, são propriedade do Estado, conforme tratado de 29
responsáveis pela aquisição e conservação de de agosto de 1825.
exemplares de todas as publicações impressas no Em 1858, a Biblioteca foi novamente transferida,
país e que funcionam como "biblioteca de depó- agora para o prédio, no Largo da Lapa, em que
sito", em virtude de disposições sobre o "depósito hoje funciona a Escola de Música da ÚFRJ, Seu
legal", ou outras disposições. Além disto, podem acervo cresce bastante, e, em 1894, a Administração
elas desempenhar normalmente algumas das consegue um prédio anexo, onde pode melhor
seguintes funções : acomodar suas coleções. Em 1905, é lançada a
— elaborar uma bibliografia nacional; pedra fundamental do seu edifício atual, que foi
— reunir uma coleção ampla e representativa de inaugurado em 1910, e, no dizer da crônica da
obras estrangeiras, nas quais se incluam livros época, "com instalações que correspondiam a todas
relativos ao próprio país; as exigências técnicas": pavimentação de vidro nos
— atuar como centro nacional de informação armazéns, armação e estantes de aço, salões
bibliográfica; amplos, tubos pneumáticos para o atendimento
— compilar catálogos coletivos; dos pedidos de livros etc.
— publicar a bibliografia nacional retrospectiva. Planejada para 400.000 volumes, a Biblioteca
As bibliotecas intituladas "nacionais" que não Nacional abriga hoje cerca de dois e meio milhões
se enquadrem nesta definição não deveriam de peças.
classificar-se na categoria de Bibliotecas
Nacionais". 3 - SITUAÇÃO ENCONTRADA EM 1971

2 - HISTÓRICO DA BIBLIOTECA A 12 de maio de 1971, assumimos a Direção Geral


NACIONAL ( 4 ) da Biblioteca Nacional.
Percebemos desde logo a necessidade de rever a
A história da BIBLIOTECA NACIONAL do Rio natureza da instituição, para atender de maneira
de Janeiro (que oficialmente se chama Biblioteca mais pronta às soluções de seus problemas, uma
Nacional) acompanha a História do Brasil desde vez que encontramos a Biblioteca Nacional su-
a Regência até os nossos dias. Em fuga à invasão bordinada ao Departamento de Assuntos Culturais
de Portugal pelas forças napoleônicas de Junot, do Ministério da Educação e Cultura ( 5 ), e sem
desembarcaram, no Rio de Janeiro, D. João VI, a autonomia administrativa e financeira.
rainha D. Maria I, e demais membros da família Dirigimos nossa ação, no entanto, primordialmente,
real, quando foram trazidos para o Brasill cerca de para os problemas de caráter técnico, que exigiam
60.000 volumes bibliográficos (1807-1808). uma tomada de posição imediata. O interesse
Constitui-se a Biblioteca Nacional, assim, da pelos destinos da Biblioteca Nacional, que toca
chamada Livraria que o rei de Portugal D. José I ao idealismo do bibliotecário profissional, como um
mandara organizar, em substituição a Real traço patriótico de sua formação, deixava marcado
Biblioteca da Ajuda, fundada por D. Duarte, e no meu espírito uma alta motivação com refe-
destruída a lº de novembro de 1755, pelo incêndio rência a problemas de conhecimento notório nos
do Paço da Ribeira, durante o terremoto de Lisboa. meios especializados. Desta forma, antes mesmo
Entre os anos de 1770 e 1773, portanto ainda em de assumir o cargo, era de nosso conhecimento que
Portugal, o primitivo acervo iria enriquecer-se com enfrentaríamos. sérias dificuldades relativas ao
preciosas peças sabiamente reunidas numa coleção atraso no registro da contribuição legal, ao
de 5.764 volumes, e doadas ao Rei pelo grande tratamento técnico adequado das coleções, à
bibliófilo Diogo de Barbosa Machado. À Livraria publicação do Boletim Bibliográfico etc.. Lenti-
de D. José I, foram ainda incorporadas a livraria dão e rotinas inadequadas apresentavam como
do Colégio de Todos os Santos, da ilha de S. resultado típico o atraso de 6 (seis) anos no
Miguel, e grande parte da que se chamou do tratamento técnico da documentação para ser
"Infantado". entregue ao usuário. O Boletim Bibliográfico,
No ano de 1810, já no Brasil, por Decreto de 27 planejado para constituir a bibliografia nacional
de junho, este acervo global passou a ter a brasileira teve editado o seu último número em
designação de Real Biblioteca, e foi localizado nas 1965.
casas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, Encontramos, na Biblioteca Nacional, cerca de
no Rio. Por um Decreto de 29 de outubro de 500.000 volumes em depósito desde os primórdios
1810, foi a Real Biblioteca transferida para o local da instituição, que não receberam qualquer
que fora antes uma catacumba dos Religiosos do processamento técnico até agora, e que aguardam
Carmo. Essa é a data considerada oficialmente sua incorporação ao acervo.
como a de fundação da Biblioteca Nacional. Esta Outro ainda é o problema da conservação, pois
só foi franqueada ao público, no entanto, em 1814. parte do acervo foi encontrado em estado de

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):15-23, 1972 16


REFORMA DA BIBLIOTECA NACIONAL

calamidade. Em 1946, diz o relatório do Diretor na Biblioteca com o objetivo de estudar os seus
da Biblioteca Nacional que seria preciso reenca- problemas, cujas conclusões foram publicadas na
dernar 50% dos livros, restaurar 20% e lavar e revista Cultura, sob o titulo "A nova face da
recompor seguramente metade das obras raras. Biblioteca Nacional" ( 6 ).
Podemos calcular o que dizer em 1971, se souber-
mos que até então nenhuma providência de 4 - REFORMA ADMINISTRATIVA
alcance fora tomada contra o mofo, fungos, poeira,
insetos, o calor e a umidade. Para nós, realmente, pareceu-nos que nenhuma
Como indicamos anteriormente, não tínhamos solução seria efetivamente possível sem que se
diante de nós exclusivamente problemas técnicos empreendesse uma reforma profunda, que enfren-
imediatos. Dificultando as ações saneadoras, esta- tasse todos os problemas da Biblioteca Nacional
vam ainda os problemas de funcionalidade e pelas bases.
estruturação administrativa, produzindo o retar- Nesta convicção, e como primeiro passo, para uma
damento de providências por parte da Direção. sondagem de viabilidade, dirigimos consulta à
De acordo com a última reforma, promovida em Fundação Getúlio Vargas, que, por força de
1946 e reformulada em 1960, a Biblioteca Nacional Convênio, recebera do Ministério do Planejamento
ficou submetida a um organograma que não foi delegação para executar em organismos públicos
ordenado por critério lógico e funcional conse- a Reforma Administrativa, que o Governo Federal
qüente : as Divisões são constituídas, umas em preconizara.
função da natureza do serviço, outras em função Logo a seguir, encaminhamos exposição e solici-
do tipo de material. A falta de critério unitário tação para o processamento da reforma a S. Exa.
na classificação das Divisões se reflete na ambi- Sr. Jarbas G. Passarinho, Ministro da Educação e
güidade de serviços, cujo exemplo é o caso dos Cultura, que, tendo compreendido o alcance da
periódicos que tanto podem ser encontrados na proposição, incluída nos projetos prioritários da
área da cultura do Ministério, encaminhou Aviso ao
Divisão de Circulação (Seção de Periódicos, ou MPCG, que, de sua parte, determinou à Fundação
Seção de Referência), quanto na Divisão de Obras Getúlio Vargas que a Biblioteca Nacional figu-
Raras (Seções chamadas de acervos especializa- rasse junto aos organismos que seriam objeto de
dos : Livros raros, Músicas, Iconografia). Algumas reforma imediata.
Seções, criadas pelo diploma legal de 1960, estão Em 31 de agosto de 1971, dando seqüência a estas
até hoje sem atribuições definidas, sendo manifesta providências administrativas, foi assinado acordo
a dificuldade de planejar suas atividades, como é o preliminar entre o Escritório da Reforma Adminis-
caso da Seção de Biblioteconomia e da Seção trativa e a Biblioteca Nacional, em função do
Brasiliana. Outras Seções, por inadequada locali- qual foi constituída pela Fundação Getúlio Vargas
zação, dificultam o planejamento orgânico de uma equipe de alto gabarito que ficaria respon-
serviços : assim, uma Seção de Publicações está sável por levantamentos, na Biblioteca Nacional,
subordinada à Divisão de Obras Raras, em que permitissem um diagnóstico preliminar da
coexistência com uma Divisão de Publicações; situação.
uma Seção de Conservação subordinada à Divisão Concedeu ainda o Sr. Ministro da Educação e
de Circulação; e etc.. Cultura que, paralelamente a isso, fosse constituído
Sobrecarregando os problemas de ordem estrutural, um Grupo Tarefa de alto nível técnico, que,
funcional e técnica, cabe notar ainda, por exemplo, exercendo assessoria para planejamento, coordena-
os problemas relativos a pessoal, orçamento, ção e controle, para assuntos administrativos, e
instalações e "contribuição legal". O sistema de para assuntos biblioteconômicos, desenvolvesse
pessoal é quantitativamente insuficiente, e, quali- projetos específicos, que propiciassem a reorgani-
tativamente, por vezes, inadequado. O sistema zação dos serviços da Biblioteca Nacional, fun-
orçamentário não corresponde às necessidades cionando em entrosamento com a equipe da Fun-
reais, e a rigidez processual de sua utilização dação Getúlio Vargas.
dificulta as providências. Devemos dizer que o
problema de espaço para abrigar a conveniente A) Diagnóstico preliminar
instalação dos serviços, equipamento, e acervo,
torna-se crucial e angustiante. Quanto à "contri- O "Diagnóstico preliminar" ( 7 ) foi o documento
buição legal", regida por Decreto de 1907, é elaborado como primeiro resultado da atividade
necessário estimular o seu cumprimento, uma vez da equipe de assistência técnica, e consiste no
que a estimativa do atendimento a este imperativo registro minucioso e ilustrado da situação técnico-
de lei é de que os editores encaminham à Biblio- administrativa da Biblioteca Nacional. Para a
teca Nacional apenas 20% do que se publica no realização do trabalho, além de reuniões da equipe
país. com a Direção da Biblioteca, foram feitas quarenta
A Administração que nos precedeu já sentira a entrevistas com Diretores e Chefes, compulsada
necessidade de uma reforma, e, assim, nos últimos a legislação e literatura pertinentes. E enquanto se
anos, funcionou um Grupo de Trabalho, criado

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1): 15-23, 1972 17


JANNICE MONTE-MÓR

processava este trabalho, a Biblioteca era objeto Nacional com relação à política educacional e
de permanente exame por parte dos componentes cultural do País. Tem sido feito estudos, neste
da equipe da Fundação Getúlio Vargas. Para cada momento, no sentido de vincular a Biblioteca
conjunto de problemas caracterizados, foram Nacional a um sistema de informação bibliográfica
indicadas soluções, e levantadas as linhas de ação geral e/ou ao Sistema Nacional de Informação
para desenvolver 5 (cinco) projetos, em áreas Científica e Tecnológica, preconizado por "Metas
distintas, cujo planejamento específico está e Bases do Governo" ( 8 ), ora em fase de plane-
acompanhado das respectivas previsões de custo, jamento.
duração e pessoal necessário. Aprovado esse
documento preliminar pela FGV e pelo Escritório Projeto B
de Reforma Administrativa, em janeiro do corrente
ano foi assinado, em definitivo, pelos Srs. O Projeto B tem por fim elaborar um plano
Ministros do Planejamento, e da Educação e atualizado de classificação de cargos, tendo em
Cultura, o Acordo de Assistência Técnica. vista definir o quadro de pessoal necessário ao
pleno funcionamento da Biblioteca Nacional, em
B) Desenvolvimento dos Projetos consonância com o Sistema de Pessoal Civil
(SIPEC). Estudam-se medidas viáveis que visam
Os projetos a que já nos referimos, constantes da ao recrutamento de servidores, e permitam a
programação da equipe da Fundação Getúlio renovação do quadro de pessoal; e assim também
Vargas, encontram-se em desenvolvimento, distri- a edição de um Boletim de Pessoal da Biblioteca
buídos nas seguintes áreas : Nacional para divulgação de seus atos internos. O
— Organização administrativa-Estrutura (Pro levantamento de dados deste Projeto vem sendo
jeto A) feito através de questionários para preenchimento
— Organização do Sistema de pessoal (Projeto B) individual, c alguns deles programados para apu-
— Espaço físico (Projeto C) ração automatizada, que será feita pela Fundação
— Racionalização do Trabalho (Projeto D) Getúlio Vargas.
— Sistema de Planejamento (Projeto E)
Esses projetos estão sendo executados por equipes Projeto C
mistas FGV/BN. Seus trabalhos tiveram início a
7 de fevereiro e sua duração está prevista até O Projeto C se destina ao estudo e caracterização
dezembro. O Programa da Reforma tem um dos problemas da Biblioteca Nacional relativos a
Coordenador Geral, e vários Coordenadores, cada espaços físico para suas instalações, e se desdobra
um deles responsável por um Projeto, ou grupo de em duas etapas : 1ª – estudo da situação atual,
Projetos, e pela direção das respectivas equipes de para caracterizar as suas insuficiências, e planejar
especialistas e auxiliares, todos selecionados um novo "lay-out"; 2ª – verificação das necessi-
cuidadosamente. dades futuras, para o planejamento de novas
instalações.
Projeto A Já foram feitos os primeiros levantamentos comple-
tos, e plantas topográficas de todos os andares do
O Projeto A tem em mira promover a implantação prédio da Biblioteca, com a indicação pormeno-
de uma nova estrutura administrativa, adequada à rizada da atual disposição de localização de
moderna metodologia de organização, mais móveis e equipamentos, com a finalidade de, sobre
flexível e dinâmica, mais eficiente e econômica, esses gráficos, serem analisados os fluxos de
inclusive pela possibilidade de melhor aproveita- trabalho. No momento, com base no estudo de
mento dos recursos humanos. Nesta linha, vem saturação das áreas ocupadas pelos atuais Serviços,
sendo estudados os termos fundamentais para uma procede-se ao cálculo de previsibilidade da área
clara definição da finalidade e objetivos gerais da necessária a ser acrescida com a possível construção
Biblioteca Nacional. de um Anexo ao prédio atual da Biblioteca
Procura-se esclarecer, por exemplo : quanto à Nacional.
clientela, se a Biblioteca Nacional deve atender
aos pesquisadores de maior nível, ou também aos Projeto D
estudantes em geral; quanto aos objetos de ope-
ração, se a Biblioteca Nacional deve reunir O Projeto D visa a estudar as formas de raciona-
documentação estrangeira no campo das diversas lizar as rotinas de trabalho nos diversos setores da
ciências, ou restringir-se ao das ciências humanas; Biblioteca Nacional. A idéia diretriz do Projeto
quanto à natureza do acervo, se deve acolher está centrada na análise do fluxo seguido pelo
apenas obras impressas, ou também materiais documento desde a sua entrada na Biblioteca até
audiovisuais. sua colocação nas estantes e o atendimento ao
Por outro lado, tem-se evidenciado também a usuário. Três subprojetos permitem melhor distri-
necessidade de considerar os objetivos da Biblioteca buição de tarefas, c mais nítida ordenação das

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1): 15-23, 1972 18


REFORMA DA BIBLIOTECA NACIONAL

conclusões do Projeto, que acompanha os seguintes B) Política de Pessoal


objetivos :
— Algumas providências básicas foram tomadas, no
— Simplificação das rotinas e normalização de sentido de estabelecer uma política de situação
processamentos em Manuais de Serviço; hierárquica em função da competente responsa-
— Utilização de processos de automação; bilidade, como a forma adequada de resolver
problemas tanto de ordem administrativa quanto
— Definição de um sistema de encadernação. de ordem técnica;
Projeto E — Em 1971, a Biblioteca Nacional celebrou convê-
nio com a Fundação MUDES (Movimento
Universitário de Desenvolvimento Econômico
O Projeto E se propõe a introduzir na Biblioteca Social), através do qual beneficiou-se a Biblio-
Nacional o sistema de planejamento vinculado teca Nacional com a colaboração de 20 esta-
ao seu orçamento-programa. giários estudantes de Biblioteconomia. Espera-
Com o intuito de estimular a prática da programa- se, para o próximo mês de junho, assinatura de
ção, foram escolhidas duas áreas, que apresentam convênio análogo com a mesma Fundação;
dificuldades típicas, para serem objeto de progra-
mas a serem executados a longo prazo, compro- — A própria constituição do Grupo Tarefa repre-
metendo-se a Fundação Getúlio Vargas a fazer o senta um incremento na área de pessoal, com
acompanhamento de sua fase inicial: a) inventário a convocação de técnicos de alto nível para
do acervo em depósito; b) tratamento técnico e exercer assessoramento à Direção, em setores
restauração de obras por longos anos acumuladas especializados, para a execução de um programa
no 6º andar da Biblioteca Nacional, e que montam administrativo relevante;
a 450.000 volumes. — A nomeação de pessoal técnico concursado do
Como elemento de formação e estímulo, e a fim de DASP e as requisições de servidores de alto
facilitar a consecução do Projeto, organizou-se um gabarito são práticas que vêm sendo adotadas,
"Curso de Formação para o Planejamento", o qual, que reforçam e enriquecem o quadro de
durante 5 semanas, com seis horas de aula sema- pessoal.
nais, foi assistido por todos os Diretores e Chefes
da Biblioteca Nacional. C) Promoções culturais
Não se esqueceu, inclusive, que deverá ser estabe-
lecido um sistema de estatística adequado aos — A atividade tradicional de divulgação do acervo
fatos ocorrentes na Biblioteca Nacional, com vistas da Biblioteca Nacional foi intensificada.
à análise de dados, e à sua utilização no plane- Várias exposições tem sido montadas regular-
jamento. mente, e, para o 2º semestre, está prevista
uma nova exposição por mês, regularmente
5 - REALIZAÇÕES E PROGRAMAS acompanhada do catálogo das peças expostas.
No momento, apresenta-se a comemorativa do
Além destas providências, que visam a assegurar a 4° século da publicação de "Os Lusíadas", que
implantação da Reforma Administrativa, de forma vem alcançando significativo êxito;
efetiva e eficaz, esforça-se a Direção, no presente,
já como resultado atuante do seu Grupo Tarefa, — A "Bibliografia do Folclore Brasileiro" foi publi-
por obter infra-estrutura técnica e material adequa- cada pela Divisão de Publicações e Divulgação
da ao funcionamento dos serviços e consecução da Biblioteca Nacional, na Coleção Rodolfo
dos objetivos gerais da Biblioteca Nacional. Garcia, em 1971, e organizada por Braulio Nas-
Para a execução progressiva dos programas estabe- cimento, funcionário da Divisão, que acaba de
lecidos, algumas metas já vem sendo atingidas : merecer o "prêmio João Ribeiro", da Academia
Brasileira de Letras;
A) Reestruturação de serviços — Além de publicações diversas que tem sido
dadas a público, é grato anunciar que, até o
— A publicação do Boletim Bibliográfico, até então final do presente exercício, a publicação dos
atividade da Divisão de Aquisição, passou à Anais da Biblioteca Nacional deverá estar
responsabilidade da Divisão de Publicações; atualizada.
— A seleção de material, para efeito de aquisição D) Proteção do patrimônio bibliográfico
é hoje atribuição de uma Comissão, que para
tal foi constituída;
— Em 1971, contando com a compreensão do
— A aquisição de livros estrangeiros está se proces- Departamento de Assuntos Culturais, e a sensi-
sando agora, basicamente, por meio de paga- bilidade do Senhor Ministro da Educação e
mento através de Bônus da Unesco. Cultura, foi possível a Biblioteca Nacional

Ci. Inf, Rio de Janeiro, 1(1): 15-23, 1972 19


JANNICE MONTE-MÓR

adotar a importante providência de desinfesta- e que se concretizou, ao final do exercício de


ção de todo o acervo, serviço realizado através 1971, na concessão a Biblioteca Nacional de verba
de contratação com firma especializada, e sob específica, que lhe permitiu promover obras e
a orientação técnica dos entomologistas da reparos no edifício sede.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Assim, foi possível a contratação de firmas especia-
cuja colaboração c eloqüente demonstração de lizadas que, sob a supervisão dos engenheiros do
patriotismo e alta compreensão da gravidade do Departamento de Assuntos Culturais do MEC,
problema, que representava inequívoca ameaça concluem no momento :
ao inestimável patrimônio, que representa o
acervo da Biblioteca Nacional; — a revisão do telhado,
— Em 1972. pela mesma firma, e ainda sob a — a recuperação de salas do "porão",
orientação do Instituto de Biologia da referida — a revisão da rede elétrica,
Universidade Rural, coube a tarefa de remover — a revisão dos aparelhos de ar condicionado que,
dos armazéns aquela poeira já histórica deposi- adquiridos há 11 anos, passarão, finalmente, a
tada sobre livros e periódicos, e manter os funcionar.
serviços de imunização e preservação sob per-
manente controle. G) Planejamento para 1973

E) Revisão da legislação específica Na proposta orçamentária para 1973, verbas globais


serão destinadas ao Departamento de Assuntos
— Considerando que o Decreto que dispõe sobre Culturais do MEC, para serem aplicadas em proje-
a obrigatoriedade de remessa de obras impres- tos integrados, nas áreas de preservação do patri-
sas a Biblioteca Nacional — "depósito legal" — mônio e difusão da cultura.
data de 1907 e, dadas novas circunstâncias, já Com vistas a ter participação nas mesmas, e contar
não satisfaz às suas finalidades, solicitamos ao com um "orçamento paralelo", a Direção da
Sr. Ministro Jarbas Passarinho autorização para Biblioteca Nacional acaba de encaminhar ao De-
apresentar sugestões no sentido da sua revisão. partamento de Assuntos Culturais quatro projetos
Assim, em novembro de 1971, nova proposta prioritários :
de redação foi devidamente encaminhada,
através do Departamento de Assuntos Culturais, nº l — Atualização do Boletim Bibliográfico;
e, podemos esperar para breve a assinatura
de novo ato, que discipline a questão; nº 2 — Atualização do Sistema de Encadernação;
— Considerando a necessidade de maior desemba- nº 3 — Restauração de cerca de 300.000 volumes,
raço de ação para a Biblioteca Nacional, que em sua maioria obras raras;
possibilite, por exemplo, arrecadação de fundos
através da venda de publicações e cobrança nº 4 — Tratamento técnico de 135.000 volumes,
de custos de reprodução de documentos, já em grande número dos quais de obras raras.
1971 solicitamos ao Sr. Ministro da Educação
e Cultura, após aprovação e encaminhamento do 6 - INTEGRAÇÃO DA BIBLIOTECA NACIO-
Departamento de Assuntos Culturais, a trans- NAL NO PLANO SETORIAL DE EDU-
formação da Biblioteca Nacional, de órgão CAÇÃO E CULTURA, 1972-74 (9)
subordinado, cm órgão autônomo. O processo
está em tramitação.
Parece-nos necessário, ao finalizar, tornar bem
— Podemos ainda informar que o Sr. Ministro da clara a razão pela qual nos ocupamos de tal modo
Educação e Cultura, por nomeação, acaba de no enfoque do tema "Reforma da Biblioteca
designar o Diretor da Biblioteca Nacional — Nacional", como a maneira que encontramos de
Presidente de uma Comissão encarregada de trazer nossa contribuição pessoal a esta Jornada, a
"elaborar projeto de lei visando a alteração das que temos a honra de comparecer.
normas de registro de direitos autorais". O empenho no sentido de fazer o Brasil atingir, no
menor prazo possível, o estágio de país desenvol-
F) Conservação do edifício vido, manifestado em ações pragmáticas, e não
apenas formulado como um aceno teórico, levou o
Tratando-se de problema crônico da Biblioteca Ministério da Educação e Cultura a estabelecer
Nacional, servindo tantas vezes de tema a notícias seu "Plano Setorial de Educação e Cultura —
dos jornais, comentado até cm artigos, cabe 1972/74", em estreita consonância com as "Metas
apontar o empenho do Arquiteto Renato Soeiro, e Bases para a Ação do Governo". Neste citado
Diretoi" do Departamento de Assuntos Culturais do Plano, encontra-se o elenco de Projetos prioritários,
MEC, e a participação decisiva do Sr. Ministro nos quais explícita ou implicitamente, está incluída
Jarbas Passarinho, no sentido de enfrentar a questão, a Biblioteca Nacional — como depositária que é

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1): 15-23, 1972 20


REFORMA DA BIBLIOTECA NACIONAL

de riquíssimo patrimônio cultural, centro de infor- 1958 Paris, Unesco, 1960. 135 p.
mação, e base fundamental e necessária, que (Manuels de l'Unesco à l'usage des
condiciona o trabalho de criação e produção inte- bibliothèques, 11).
lectual. Para aumento de rendimento, eficiência, e
processamento normal de suas atividades, avulta, 3 – UNESCO. Conferência Geral – Recommenda-
entre os Projetos, o da Reforma Administrativa do tion concerning the International stan-
Ministério da Educação e Cultura, na persecu-ção dardization of library statistics. Paris.
de uma estrutura efetivamente funcional em seus 1970. 9 f.
quadros administrativos — onde, como órgão
subordinado, está situada a Biblioteca Nacional. 4 – RIO DE JANEIRO. Biblioteca Nacional –
Sob um aspecto mais amplo, ainda, visando a Guia da Biblioteca Nacional; sesquicente-
arrancada na área da ciência e da tecnologia, fator nário, 1810-1960. Rio de Janeiro, 1960.
indispensável ao processo desenvolvimentista, o 67 p.
Plano estabelece uma estratégia para o aceleramen-
to na implantação de adequada estrutura de recur- 5 – BRASIL. Ministério da Educação e Cultura –
sos, procurando articular as áreas da educação, da Reforma administrativa. Rio de Janeiro,
pesquisa científica e da tecnologia, com o desen- 1970. 95 f.
volvimento global do Pais. Nesta estratégia, entre
os objetivos apontados no setor da ciência, da tecno- 6 – RIO DE JANEIRO. Biblioteca Nacional – A
logia, e da cultura em geral, aparece, com realce, nova face da Biblioteca Nacional. Cultura,
o do desenvolvimento de "instrumentos que incor- Rio de Janeiro, 1(4):49-60, out. 1967;
porem ao nosso patrimônio elementos da cultura 1(6):51-61, dez. 1967; 2(9):47-59, mar.
universal, sem perda de nossa autenticidade". E, 1968; 2(12):33-42, jun. 1968; 2(14):27-37.
desta forma, a Biblioteca Nacional, que é a maior ago. 1968; 3(20):56-64, fev. 1969.
biblioteca brasileira, depositária de tão rico acervo,
que é um dos maiores do mundo, e ainda com 7 – FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, Rio de
suas características de ecleticidade (humanidades, Janeiro. Escola Brasileira de Administração
ciências etc.), ocupa certamente uma posição – Biblioteca Nacional; relatório síntese.
singular, e, uma vez modernizada, reorganizada, Rio de Janeiro, 1972. 99 f. (datilografado).
livre de antigas peias, poderá ser o suporte de um
sistema nacional de informações bibliográficas, que 8 – BRASIL. Presidência da República – Metas e
se integre, por sua vez, a um sistema mundial, bases para a ação de governo. Rio de
seguindo os moldes preconizados pela UNESCO, Janeiro, Fundação I.B.G.E., 1971. 265 p.
em seus mais recentes pronunciamentos sobre o
assunto, para atender aos reclamos internacionais 9 – BRASIL. Ministério da Educação e Cultura –
de integração do homem e aproximação dos povos Plano setorial de educação e cultura,
1972/74. Brasília, Secretaria Geral, 1971.
pela cultura, que é um bem universal do ser 250 p.
humano.
ABSTRACT
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Evolution of the national library concept emphasi-
1 – UNESCO & ICSU – Unisist; study report on zing both aspects of cooperation and integration
the feasibility of a world Science infor- of the national library within the national informa-
mation system. Paris, 1971. 161 p. tion systems. Historical background of the National
Library of Rio de Janeiro (Biblioteca Nacional do
2 – COLLOQUE DES BIBLIOTHEQUES NA- Rio de Janeiro) and its reform planning that has
TIONALES D'EUROPE. Viena, 1958 – been developed since 1971.
Taches et problèmes des bibliothèques
nationales; colloque des bibliothèques na- (Recebido para publicação em julho de 1972)
tionales d'Europe, Vienne, 8-27 septembre

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):15-23, 1972 21


22

BIBLIOTECA NACIONAL DO RIO DE JANEIRO


REFORMA DA BIBLIOTECA NACIONAL

Sugestão de Anexo apresentada à atual Direção pelo Arquiteto


Prof. Lúcio Costa

Ci. Inl, Rio de Janeiro, l(l):15-23, 1972 23


Programa Educacional da Biblioteca Regional de
Medicina da Organização Pan Americana da Saúde

Washington Moura
Chefe dos Serviços Técnicos da BIREME

RESUMO

Programa educacional da BIREME (Biblioteca ao passar diante do edifício (daquela Biblioteca),


Regional de Medicina), visando o treinamento de julgando tratar-se de uma igreja. Algumas senhoras
bibliotecários da área biomédica na América chegavam a fazer o sinal da cruz. E, uma vez,
Latina. Desenvolvimento de suas atividades, enfa- certa velhinha subiu as escadas, passou a mão numa
tizando os diferentes serviços prestados à comu- espécie de pira que se encontra à entrada, jul-
nidade latino-americana, tais como: enriquecimento gando tratar-se de um vaso de água benta, penetrou
do acervo, reproduções de artigos, cursos, semi- no recinto e foi ajoelhar-se diante da mesa prin-
nários, assistência técnica etc. Projetos para cipal, que lembra, de fato, um altar-mor, tendo ao
instalação do sistema MEDLINE (Medlars-on- centro o busto monumental de Camões, coroado
line) e para o desenvolvimento dos recursos de louros. Durante alguns minutos quedou-se a
audiovisuais. Aspectos dos problemas de recursos velhinha de joelhos e absorta numa prece, até
humanos. Inclui lista de publicações da BIREME que um empregado veio desfazer o equívoco e
bem como das instituições cooperantes. interromper aquela espécie de idolatria involun-
tária". Uma biblioteca – escreve LASSO DE LA
VEGA – deve dizer aos olhos dos transeuntes:
O programa educacional da Biblioteca Regional "Eu sou uma biblioteca". Sentimos tal disposição
representa uma importante contribuição à coope- para inspirar aos participantes de nossos estágios
ração neste país e na América Latina para que nós somos uma biblioteca que procura ser
elevar o nível e facilitar o intercâmbio da infor- grande c moderna. Visamos, e insistimos neste
mação científica no campo das ciências da saúde. ponto, uma biblioteca de bibliotecas 2. A
Com grande ânsia afirmava o editorial da Direção Biblioteca Regional de Medicina nasceu como
no primeiro número de nosso Boletim Informativo5. um empreendimento para fornecer informação
nos seguintes termos: "Quando a Biblioteca Re- científica às comunidades biomédicas da América
gional de Medicina estiver com sua equipe com- Latina. É seu propósito final servir de instru-
pleta, iniciará um programa de treinamento de mento eficaz para a pesquisa, a educação e a prá-
bibliotecários médicos, mediante um sistema de tica biomédica. De sua instalação 1 até hoje, a
residência ou estágios de duração variável, de acor- BIREME tem envidado todos os seus esforços no
do com as conveniências e qualificações indi- sentido de atender pronta e eficazmente a
viduais". quantos recorrem aos seus serviços3, 4. Desde o
A idéia de um aprendizado feito no campo de início, foi dada alta prioridade à formação e
trabalho, treinamento dado no serviço, sob a super- ampliação de seu acervo de periódicos, que atual-
visão de bibliotecários experimentados e em uma mente se constitui em uma das primeiras coleções
biblioteca grande c moderna se enunciou existentes na América do Sul. Reproduções de
essencialmente na formulação do programa. O bi- artigos científicos c referências bíblio-
bliotecário do Gabinete Português de Leitura, do
Rio de Janeiro – Joaquim Fagundes de Menezes –
contou a Edson Nery da Fonseca "que várias Trabalho apresentado à III Jornada Sul Rio-Grandense
de Biblioteconomia e Documentação, Porto Alegre,
pessoas distraídas costumavam tirar o chapéu, 1972

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1): 25-35, 1972 25


WASHINGTON MOURA

gráficas estão, em número cada vez maior, ao al- em julho p.f., a BIREME procederá à instalação
cance dos interessados (Ver Quadro N. 1). das seções de demonstração e facilidades especiais
Tem-se fortalecido o acervo de várias bibliotecas para o material audiovisual. Neste sentido, a
biomédicas nacionais. Várias publicações tem Organização Pan-Americana da Saúde utilizou, em
sido lançadas para fomentar o conhecimento das caráter de Consultor Temporário, os serviços
técnicas modernas no trato de informações e da do Dr. Malcolm S. Ferguson, atualmente a cargo
organização e administração de bibliotecas mé- da Seção Audiovisual da Biblioteca Nacional
dicas5, orientando os profissionais, educadores e de Medicina dos Estados Unidos. Em fins de ja-
autoridades interessadas no problema. A BIREME neiro p.p., o Dr. Ferguson passou onze dias na
vem organizando estágios para práticas nas BIREME, assessorando seu Diretor nos traba-
suas atividades e cursos-seminários de biblioteco- lhos da melhor instalação das unidades audiovi-
nomia médica ministrados em nível de pós-gra- suais. Na formulação de um plano para o desen-
duação (Ver Quadros N. 2 e 3), os quais tem con- volvimento de recursos audiovisuais na Biblio-
tado com a ajuda valiosa da Fundação de Am- teca Regional de Medicina, proporcionando (1) auto-
paro à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). aprendizagem a alunos para facilidades multi-
Para esta última realização, assunto deste tra- média; (2) áreas para discussão e estudo equipadas
balho, acaba de receber uma ajuda especial da para uso de recursos audiovisuais e reservadas a
W. K. Kellogg Fundation, que se junta ao esforço professores e pesquisadores; (3) auditório com equi-
multi-cooperativo de várias instituições interes- pamento próprio para reuniões, conferências e
sadas6 nos projetos eminentemente viáveis da atividades de treinamento e (4) facilidades para
BIREME, que ainda não haviam sido atacados e armazenagem dos recursos e sua distribuição a
que vem sendo satisfatoriamente recebidos pela outras instituições, concluiu o Dr. Ferguson que a
comunidade biomédica. A contribuição que a BIREME, quando menos, é ideal para desen-
FAPESP e a KELLOGG propiciaram à BIREME, volver recursos como os acima para os propósitos
tornou possível uma considerável extensão dos descritos e para que estas facilidades se exten-
programas de treinamento, da atuação da BIREME dam e intensifiquem os serviços de informação de
em prol da difusão ampla, eficaz e permanente literatura impressa que agora estão sendo forne-
dos conhecimentos biomédicos, essencial no desen- cidos pela Biblioteca. Quando esta unidade ficar
volvimento da investigação científica. pronta, com suas quatro funções separadas mas
As sentidas necessidades de melhores comunicações inter-relacionadas, será possível ter-se uma demons-
científicas no campo das ciências da saúde, di- tração do desenvolvimento de tecnologia edu-
versamente do que se verificou com outras como cacional e um ponto focai para o treinamento bi-
a Energia atômica, as Ciências espaciais, a bliotecário e outros em aspecto de ciência da
Física e a Química, foram planejadas com base nos informação, para prover alunos de medicina com
recursos, nas funções e nos serviços preexis- instrução para auto-aprendizagem e para ensinar
tentes do sistema de bibliotecas médicas do país. professores das ciências da saúde a ensinar.
Fortalecer esse sistema portanto, é fundamental Como recurso moderno da responsabilidade tanto
para a BIREME. Algumas extensões dos serviços de formar coleções quanto de fornecer uma chave
considerados tradicionais nas bibliotecas, ou para seus conteúdos o Sistema de Análise e Re-
sejam as responsabilidades bibliográficas, os servi- cuperação da Literatura Médica (MEDLARS)7
ços de empréstimos entre bibliotecas, os re- dá grande potência à publicação, listagem e à dis-
cursos audiovisuais exemplificam e permitem dar tribuição de pesquisas feitas a pedido. Por causa
uma melhor compreensão da BIREME. da eficiência de sua utilização se ver ameaçada
A fim de lançar uma vasta rede de informação pela massa crescente do registro bibliográfico
biomédica da qual fosse núcleo e entreposto, a publicado, foi concebido o MEDLINE, sistema que
BIREME teve que cumprir as funções clássicas a BIREME planeja operar, distribuindo-o e
preparando-se para serviços intramuros que vão instalando-o pelos pontos chaves de referência de
do cumprimento das responsabilidades bibliográ- sua rede de subcentros13.
ficas pela organização, administração e disse- O Programa Educacional é um dos meios para
minação de uma coleção com mais de 4.000 títulos que a BIREME alcance tão grande empresa.
de publicações biomédicas, uma das maiores No plano puramente consultivo do problema, em
da América Latina. Nesta época em que os avanços sua reunião de 1970, o Comitê Científico Assessor
técnicos mudam inteiramente a face das biblio- da BIREME começou a discutir o papel da
tecas, ela se lança para adquirir e servir recursos BIREME nas atividades educacionais e de treina-
audiovisuais em escala sem precedentes bem mento para aperfeiçoar a biblioteconomia mé-
como a instalar terminais do sistema MEDLINE dica na América Latina. Na base das idéias então
(Medlars- on-line). expressadas, foi elaborado um documento8, que
Uma vez terminada a ampliação do seu edifício, propunha o seguinte:

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):25-35, 1972 26


PROGRAMA EDUCACIONAL DA BIREME

l – um esquema de treinamento em quatro níveis a do quadro dos chefes das bibliotecas médicas: a
saber: maioria é constituída de principiantes11.
A evidente ineficiência de pessoal competente
1. 1 – Assistentes técnicos ("technicians") de biblio- para realizar as tarefas requeridas pelas bibliote-
cas módicas tem sido em parte suprida por leigos
tecas médicas; treinados, chamados comumente auxiliares ou
assistentes ("technicians", nos Estados Unidos) de
1.2 – Bibliotecários médicos; bibliotecas ou de bibliotecários, propostos para
trabalharem sob a supervisão de bibliotecários
1.3 – Administradores de biblioteca médica; formados. Sem entrar na controvérsia que uns,
encarando a realidade se empenham em provar
1.4 – Utilizadores de biblioteca médica. que urge aliviar a falta de mão de obra na
biblioteca médica, liberando o bibliotecário de ta-
2 – A definição de uma coleção bibliográfica refas rotineiras e melhorando a proporção existente
básica, funcional de biblioteca médica. de profissionais para os não profissionais (1:2 é
O Comitê analisou e apoiou unanimemente o pro- eficiente na biblioteca médica) que trabalham
grama em seu conjunto, sugeriu ligeiras modi- na biblioteca médica e que outros, opondo-se
ficações especialmente no treinamento dos utiliza- intransigentemente, recebendo mal, condenando a
dores de biblioteca médica. A propósito da produção do que chamam "bibliotecários a mi-
nuta" – o fato é que esse programa, semelhante
identificação de uma coleção bibliográfica básica, a muitos outros (enfermagem, por exemplo),
a experiência ganha pela OPAS com as reuniões quer queiram, quer não é uma tentativa de pro-
especiais sobre seleção dos livros para seu pro- duzir para-profissionais de bibliotecas médicas,
grama de livros de texto foi considerada útil pois o "essencial é dar ao limitado número de bi-
na seleção de textos para a coleção básica. Os bliotecários formados somente atribuições que
Requisitos Mínimos Para a Organização e o requeiram educação profissional completa"12 .
Funcionamento de uma Biblioteca Médica9, docu- Quando se observa com realismo a falta de mão
de obra em bibliotecas, a discussão acerca do
mento preparado pela BIREME, foi considerado treinamento do pessoal subprofissional da bi-
ponto de partida para a relação da coleção básica. blioteca esmorece. O fato é que para-profissionais
Em 1971 a Reunião do Comitê recebeu a treinados com competência propiciariam o má-
notícia dada pelo Diretor, de que a BIREME ximo aproveitamento dos profissionais e assim
submetera oficialmente um pedido à Fundação W. seria dado um passo decisivo no sentido de atender
K. Kellogg e expressou a esperança de que o a carência crítica de bibliotecários qualificados
mesmo fosse aprovado a tempo de se dar início é facilmente compreendido.
Em colaboração com a Associação Brasileira de
ao programa em janeiro de 1972. Registrou-se Escolas Médicas, vem a BIREME organizando
que as atividades de treinamento haviam prosse- estágios para práticas nas suas respectivas ativida-
guido sob a forma de um curso tipo seminário para des, o primeiro dos quais foi realizado em abril
bibliotecários das universidades brasileiras e que de 1970. Dado o êxito desse 1° Estágio para auxi-
um curso similar para bibliotecários de outros liares de biblioteca, foram realizados mais um
países teria início no mês de outubro. No plano 2.° em julho, um 3.° em outubro e um 4.° em março
interno, o Conselho Deliberativo da Biblioteca de 1971. Pedidos de inscrição acorreram das
faculdades de medicina de todo país, atendendo
trabalha intensamente visando o funcionamento do aos editais publicados e à circular distribuída a
programa em todos os pormenores. todos. Uma vez selecionados, os participantes esta-
A BIREME contínua preocupada em conhecer giam na BIREME durante 4 semanas, e em re-
os recursos humanos e bibliográficos disponíveis gime de tempo integral. Não há cobrança de taxas
nas bibliotecas médicas do Brasil. Como resultado e o custeio da viagem e hospedagem dos parti-
de um primeiro inquérito, 3, 10, 11 dentro da cipantes correm por conta das Instituições que os
generalizada falta de recursos que as caracterizam enviam. Quanto a seu conteúdo e método, o
estágio tem consistido principalmente em atividades
assinala-se: o acervo de livros é pobre, o de
práticas realizadas no regime de rodízio nos
periódicos é falho e o de referência mal distribuído. vários serviços da BIREME, sob a responsabilidade
Os três defeitos são concomitantes. Os serviços de bibliotecários; após breve orientação geral,
de doação e permuta são inoperantes ou ignorados. os estagiários passam a participar nos trabalhos da
Nos serviços aos usuários, as bibliotecas não pro- Seção de Referência, em Empréstimos Interbi-
curam assegurar o máximo de disponibilidade da bliotecários, no Registro de Publicações Periódicas,
revista médica na biblioteca, não na equipa- na Catalogação e na Permuta. Ouvem palestras
mento para cópias disponível nas localidades atra- proferidas pelos chefes das unidades, assistem pro-
jeções, realizam visitas nesta Capital e tem,
sadas e os serviços de referência se verificam além disto, ocasião de resolver problemas pecu-
com graves restrições. Há uma séria escassez de
espaço. O tempo de serviço indica a incipiência

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):25-35, 1972 27


WASHINGTON MOURA

liares a suas bibliotecas. Aos concluentes que Paralelamente aos cursos acima organizados para
já somam 26, tem sido conferido um certificado. grupos de 6 a 8 participantes a BIREME tem
Os componentes do 2° grupo de treinamento proporcionado estágios tanto a auxiliares como a
são bibliotecários, sem ser indispensável que te- bibliotecários feitos individualmente durante um
nham treinamento em biblioteca médica. São mês em regime de tempo integral percorrendo to-
treinados para elevar o nível de sua especialização, dos os serviços da Biblioteca detidamente.
orientando-lhes c expondo-lhes os aspectos espe- Considerando ser requisito básico do bibliotecário
cializados da biblioteconomia médica. O programa das ciências da saúde uma atualização em bi-
formará bibliotecários para postos nas maiores blioteconomia médica, pois a amplitude deste co-
e melhores bibliotecas médicas onde se exige um nhecimento determina por completo o bom êxito
nível de sofisticação mais alto. A Biblioteca de seu serviço, a BIREME está tentando no que
Regional de Medicina promoveu três cursos-semi- estiver ao seu alcance, a tarefa da disseminação
nários avançados para aperfeiçoamento de bi- seletiva de informações sobre este assunto. Com a
bliotecários biomédicos graduados para a pesquisa, distribuição de suas publicações5, a partir de
a docência e a prática médica: o primeiro, seu noticioso Boletim, bem como de unidades de
realizado de 19 de julho a 17 de setembro de 1970, documentos de interesse dos bibliotecários mé-
teve como componentes 8 bibliotecários ocu- dicos põe-se a BIREME a serviço do fortalecimento
pantes de postos chaves nas bibliotecas de escolas do preparo bibliográfico de todos esses grupos
brasileiras de medicina que a biblioteca cons- de profissionais.
tituiu como sede de seus subcentros. O segundo Reitores de universidades e diretores de nossas
promovido, que se destinou a bibliotecários da faculdades de medicina começam a perceber que
Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Ve- a literatura médica é importante e que bem
nezuela, também teve a duração de dois meses, administrá-la é complexo, dispendioso e essencial
de 18 de outubro a 15 de novembro de 1971 e, — assinala Bloomquist 14, e, fato que alguns
como todos os demais funcionou diariamente e ainda não perceberam, estamos 30 anos atrasados.
em regime de tempo integral. Ao terceiro curso, Por não haver uma procura de bibliotecários
realizado de 3 de rnarço a 2 de junho deste ano, bem treinados, imaginosos, a rigor não tem havido
acorreram bibliotecárias sulamericanas da Colôm- treinamento nem há quadros formados dos quais
bia, da Argentina c brasileiras de Fortaleza, Belo tirar prováveis candidatos para os novos empregos
Horizonte, Niterói e de Botucatu. que se abrem. Se realmente se deseja bons
Esses três cursos-seminários tiveram cumpridos resultados, urge que mediante liderança, imagina-
totalmente os programas traçados. O desenvolvi- ção e recursos, seja provida uma extensão dos
mento do Curso-Seminário correspondeu ao conhecimentos nos avanços da tecnologia biblio-
plano inicial do tipo de treinamento proposto: dar tecária em geral e médica em particular, bem
uma preparação técnica especializada segundo assim como uma reformulação da atitude passiva
um programa didático e objetivo com prática nos do bibliotecário médico, que de certo modo
diferentes serviços da BIREME; instrução, tem sido a tônica da atuação frente a Biblioteca,
dando ênfase nas novas técnicas e novos instru- substituindo-a por uma ação firme junto à Di-
mentos da Biblioteca, familiaridade com a lite- reção da Instituição a fim de que possa explicar
ratura científica biomédica e meios de desenvolver suas necessidades, e de que seja possível tomar
serviços ativos para pesquisadores, médicos e parte ativa no momento em que são decididos os
cientistas nos mais diversos níveis: internacional, destinos da Biblioteca.
regional e nacional. A aplicação destes métodos
de ensino ativo compreenderam lições teóricas com BIBLIOGRAFIA E NOTAS
discussão livre; aulas práticas, manejo da docu-
mentação de cada campo de assunto; reuniões de l - CONVÊNIO PARA O ESTABELECIMEN-
grupo de estudo com palestras, mesas redondas TO DE UMA BIBLIOTECA REGIO-
e seminários, visitas de estudo nesta Capital, em NAL DE MEDICINA EM SÃO PAULO,
Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, BRASIL. 1º de março de 1967. As. pelo
efetuadas com demonstração para análise da or- governo dos Estados Unidos do Brasil: Mi-
ganização, programação, funcionamento e nistério da Educação e Cultura; Minis-
principais atividades de organismos, onde os par- tério da Saúde e Diretor da Escola Pau-
ticipantes pudessem conhecer a aplicação do lista de Medicina; pela Organização Pan
ensino recebido na BIREME e objetivá-los com Americana da Saúde, o Diretor,
modelos do que melhor existe no Brasil; expo- Emenda I: 25 de agosto de 1969
sições documentais e visuais; abundante distribui- Revisto: abril de 1972 — em processo de
ção de material informativo, de documentação colhimento de autógrafos das assinaturas.
e uma bibliografia seletiva para colocar os parti-
cipantes em condições de repetir o ensino re- 2 - URQUHART, J. - Interlibrary services in
cebido em seus respectivos países. the U. K. Presented at the 35th. Conference

Ci. Inl, Rio de Janeiro, l(l);25-35, 1972 28


PROGRAMA EDUCACIONAL DA BIREME

and International Congress of Documen- Listas de Referências Bibliográfi-


tation, Buenos Aires, Sept. 14-24, 1970. 6 p. cas
(mimeo).
Recentes Informações sobre a
3 — NEGHME, Amador — Um plano para o BIREME
desenvolvimento de uma rede de comuni-
cações científicas da América do Sul: a Regulamento para o Empréstimo
Biblioteca Regional de Medicina da Orga- Interbibliotecário
nização Pan-americana da Saúde. Sepa-
rara dos "Anais da VII Reunião da Asso- Requisitos Mínimos para Ia Orga-
ciação Brasileira de Escolas Médicas" nización y Funcionamiento de la
p. 191-205, Niterói, 1969. Biblioteca de una Escuela de Me-
dicina
4 — MOURA, Washington — O trabalho da
Biblioteca Regional de Medicina da Orga- Sugerencias para la Organización
nização Pan Americana da Saúde em prol de los Servicios de Biblioteca de
do desenvolvimento da informação cientí- una Escuela de Medicina
fica na América Latina. Trabalho apre-
sentado ao 3 Congresso Regional sobre Do- 1972 BIREME: um centro para comu-
cumentação e llª Reunião FID/CLA. nicações biomédicas a serviço da
Lima, 20 a 24 de setembro de 1971. América Latina. Relatório
1969/1971
5 - PUBLICAÇÕES DA BIREME
News Bulletin: English annual
1969 Boletim Informativo (trimestral) edition of the Boletim Informativo
v. l- Edição em português e
espanhol 6 - INSTITUIÇÕES QUE COOPERAM E
PARTICIPAM
1970 Biblioteca Regional de Medicina:
objetivo, estrutura, serviços, Associação Brasileira de Escolas
realizações Médicas
BIREME/EPM, Catálogo de Re- Biblioteca Nacional de Medicina
centes Aquisições dos Estados Unidos
Listas Conjuntas de Duplicatas
para Permutas Commonwealth Fund

Periódicos Brasileiros Correntes de Federação Pan-Americana de


Medicina e Ciências Afins Exis- Associações de Faculdades de Me-
tentes na Biblioteca Regional de dicina
Medicina
Fundação de Amparo à Pesquisa
Requisitos Mínimos para a Orga- do Estado de São Paulo
nização e Funcionamento de
uma Escola de Medicina Governo do Estado de São Paulo,
através da Secretaria da Saúde
Sugestões para a Organização dos
Serviços de uma Escola de Me- Ministério da Educação e Cultura
dicina. Supl. aos Requisitos míni-
mos ... Organização Mundial da Saúde
1971 Biblioteca para Bibliotecários, Lista Pan-American Health and Educa-
Bibliográfica tion Foundation

Biblioteca Regional de Medicina de Organização Pan-Americana da


Ia Organización Panamericana Saúde
de la Salud
Prefeitura Municipal de São Paulo
BIREME/ Informativo desdobrável
contendo atividades e programas United States Book Exchange, Inc.

Ci. Int, Rio de Janeiro, l(l):25-35, 1972 29


WASHINGTON MOURA

W. K. Kellogg Foundation, Batüe 13 - SUBCENTROS DA BIREME:


Creek, Michigan
BRASÍLIA
7 - NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE. -
Guide of MEDLARS services. Bethesda, FORTALEZA
Md., 1969. 15 p.
RECIFE
8 - BLOOMQUIST, H. - An educational pro- SALVADOR
gram for the Pan American Health Orga-
nization Regional Líbrary of Medicine. São BELO HORIZONTE
Paulo, Brasil. May 1970
RIO DE JANEIRO
9 - BIBLIOTECA REGIONAL DE MEDICI-
NA — Requisitos Mínimos para a organi- SÃO PAULO
zação e funcionamento da biblioteca de
uma escola de medicina. São Paulo, 1970. PORTO ALEGRE
52 p.
14 - BLOOMQUIST, Harold - The status and
10 - GAMBOA, Carlos - Encuesta de bibliote- needs of medicai school libraries in the
cas en América Latina. Doc. de trabalho United States. /. Med. Educ. 38:145-163,
apresentado à 4ª Reunião do Comitê Cien- Mar. 1965
tífico Assessor da Biblioteca Regional de
Medicina da Organização Pan- Americana ABSTRACT
da Saúde. São Paulo, 23-27 de agosto
de 1971. (RLM 4/4) Educational program of the BIREME (Regional
Library of Medicine), aiming at the professional
11 — MOURA, Washington — Informações bá- training of biomedical librarians in Latin Amer-
sicas sobre as bibliotecas biomédicas ica, and the development of its activities, em-
brasileiras. Doc. de trabalho apresentado à phasizing its different services for the Latin
4ª Reunião do Comitê Científico Ass. da American community, as: growth of the biblio-
Biblioteca Regional de Medicina da Orga- graphical collection, reproduction service, special
nização Pan-Americana da Saúde. São courses, seminars, technical assistance etc. Projects
Paulo, 23-27 de agosto 1971 (RLM 4/3) for the establishment of the MEDLINE
(MEDLARS-ON-LINE) system and for the devel-
12 - STEELE, Gari L. - Library technicians: opment of audiovisual aids. Some aspects of
the big controversy. Spec. Libr. 60:45-49, human resources problems. A list of BIREME
Jan. 1969 publications and cooperating institutions is included.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1).-25-35, 1972 30


PROGRAMA EDUCACIONAL DA BIREME

TOTAL DE
ATENDIMENTOS
(65287) FEITOS
PELA BIREME,
NLM, REDE, EM
69,70 e 71

PERCENTAGEM
DA CAPACIDADE
QUADRO Nº l
DE ATENDIMEN-
TO

Ci. Inf, Rio de Janeiro, l{l):25-35, 1972 31


PROGRAMA EDUCACIONAL DA BIREME

PROGRAMA EDUCACIONAL DA BIREME


NUMERO DE PARTICIPANTES

1969 1870 1971

BRASIL 2 20 17 39

52
QUADRO Nº 2

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l (l):25-35, 1972 33


PROGRAMA EDUCACIONAL DA BIREME

PROCEDÊNCIA DOS PARTICIPAN-


TES DAS ATIVIDADES DE
TREINAMENTO DO PROGRAMA
EDUCACIONAL DA BIREME
QUADRO Nº 3

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):25-35, 1972 35


Livros para os Países em Desenvolvimento
Decio de Abreu
Presidente do Conselho Técnico de
Atividades Correlatas do Sindicato Nacional dos
Editores de Livros

RESUMO

A política editorial de livros cm países em liquidar contas aprovadas pelos governos locais.
desenvolvimento tem sido objeto de vários estudos, Direitos autorais e outros serviços prestados podem
especialmente dos apresentados ao Congresso ser e são, em alguns casos, pagos em moedas
Internacional de Editores, cm Washington. O for- não-conversíveis.
necimento adequado de livros aos países em Entretanto, a importação de livros acabados, papel
desenvolvimento se defronta com problemas de : de impressão e equipamento requerem acordos
falta de moedas firmes e/ou fraqueza da moeda especiais que forçam, muitas vezes, os importadores
local; equilíbrio de fornecimento entre os livros a fazerem negócios com fontes diversas daquelas
produzidos localmente e os importados; demora das quais eles gostariam de comprar.
desnecessária devido a problemas de transporte. A experiência brasileira na década de cinqüenta e
Análise de cada um desses problemas focalizando no começo da de sessenta foi, de muitos modos,
livros pelo correio, fretes marítimo e aéreo. Suges- representativa :
tões para solucionar alguns problemas. O papel tinha que ser importado através de transa-
ções de compensação por um custo muito mais
Livros e países em desenvolvimento tem sido objeto alto e muitas vezes era de uma qualidade muito
de vários estudos, especialmente aqueles apresen- inferior; o equipamento tinha que ser adquirido
tados ao Congresso Internacional dos Editores, em de acordo com linhas de crédito disponíveis, e
Washington. Por isto estou me limitando a alguns muitas vezes sem complementar devidamente o
pontos sobre o transporte e a sua relação com a equipamento existente.
produção local. Graças a Deus, poucas restrições foram impostas à
O fornecimento adequado de livros aos países em importação de livros acabados, e os importadores
desenvolvimento se defronta com os seguintes de livros tinham o direito de livre escolha dos livros
problemas : de que o mercado necessitava. Entretanto, longas
demoras de pagamento, em alguns casos de mais
— falta de moedas firmes e/ou fraqueza da moeda de um ano, tornavam a vida desagradável tanto
local; para os importadores como os exportadores. Eu
gostaria de sugerir uma recomendação à UIE no
— equilíbrio de fornecimento entre os livros produ- sentido da criação de uma linha de crédito especial
zidos localmente e os importados; oferecida pelos países exportadores, a qual con-
— escassez de tempo devido a problemas de cederia aos países em desenvolvimento um progra-
transporte. ma total: Os países em desenvolvimento recebe-
riam de uma ou mais fontes um crédito que poderia
Analisemos sucintamente cada um desses proble- ser usado para a compra de livros, papel e equi-
mas : pamento das fontes mais eficientes, de acordo com
A maioria dos países em desenvolvimento depende um plano de cinco ou dez anos.
muito da ajuda estrangeira para as suas necessi- Em alguns casos especiais, estes acordos poderiam
dades básicas de educação; quando a sua moeda ter em contrapartida contratos de exportação, a
não é livremente conversível, severas restrições
de importação devem ser impostas além das dificul- Trabalho apresentado ao 19. Congresso Internacional
dades com que se defrontam os importadores para de Editores, Paris, maio de 1972.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):37-39, 1972 37


DECIO DE ABREU

longo prazo, de matérias primas correlatas, tais pelo editor original com editores em países
como madeira ou mesmo polpa. Isto tornaria os distantes. As edições internacionais para estudantes
países em desenvolvimento eventualmente indepen- (iniciadas pela McGraw-Hill há uns dez anos)
dentes para a maioria de suas necessidades de são um bom exemplo desta nova tendência; nós,
papel e lhes daria uma base sólida para desenvolver no Brasil, estamos usando muitos manuais univer-
a sua própria produção daqueles livros que nunca sitários impressos na índia, e esperamos ver, num
deveriam ser importados, isto é, manuais básicos e futuro não muito distante, livros impressos ou
literatura geral, assim como materiais escolares. publicados no Brasil sendo usado em outros países.
A longa distância que separa a maioria dos países O desenvolvimento deste comércio entre os países
cm desenvolvimento da Europa e dos Estados em desenvolvimento, devido ao longo prazo
Unidos, agrava os problemas supra mencionados requerido, precisa de um tipo de planejamento e
como se segue : financiamento que é muito mais complexo que a
simples exportação de matérias primas ou outros
a) Os custos de transporte são mais altos; produtos industriais.
Cremos que a UNESCO e outras agências
b) mais e mais os navios rápidos estão sendo internacionais poderiam ajudar a desenvolver este
retirados e as entregas pontuais estão se comércio através de programas de assistência
tornando menos írequentes; mútua dos países em desenvolvimento.
Outro fator que se deve levar cm conta é a necessi-
c) como a maioria dos países agora gostariam que dade dos países em desenvolvimento ter os seus
os seus manuais fossem adaptados à suas livros didáticos escritos por autores locais e editados
necessidades locais, os problemas editoriais e impressos de acordo com o padrão de qualidade
tornam, muitas vezes, impossível produzir livros aceitável. Alguns passos concretos devem ser
inteiramente adequados num país estrangeiro; tomados para tornar mais eficiente o embarque de
d) a questão do orgulho nacional também faz livros de países desenvolvidos para os países em
parte — os povos dos países em desenvolvimento desenvolvimento. Um estudo deve ser feito cobrindo
gostariam de ver pelo menos uma parte de melhoramentos possíveis nas seguintes áreas :
suas necessidades satisfeitas por fontes e autores
locais. 1 - LIVROS PELO CORREIO

O transporte de livros acabados ou folhas impres- l. l Um estudo e difusão adequada das taxas mais
sas, por isto, está se tornando, paradoxalmente, econômicas para livros. Por mais incrível
um fator muito importante na decisão de se alguns que possa parecer, alguns editores deixam de
livros devem ser impressos localmente ou no usar a taxa mais favorável aplicável aos
estrangeiro. Infelizmente, o frete aéreo permanecerá seus países com o resultado de que os custos
caro demais no futuro previsível para permitir para o importador são desnecessariamente
um grande uso de transporte rápido. inflacionados.
Para livros de nível universitário, entretanto, o frete
aéreo será absolutamente necessário muito em 1.2 Descobrindo quais os tamanhos dos volumes
breve, pois as universidades estão expandindo as que seriam ideais para exportação. Por
suas matrículas nos países em desenvolvimento. exemplo, os Correios dos Estados Unidos
Ter os livros certos nas quantidades certas, no aceitam volumes de 10 quilos para a América
momento certo e no lugar certo, é um problema Latina, um tamanho que não é usado por
logístico que não pode ser resolvido por vagarosos muitos editores.
navios de carga. Diversas linhas aéreas interna-
cionais estão estudando, agora, a possibilidade de 1. 3 Conhecimento dos regulamentos alfandegários
oferecer uma taxa especial de frete aéreo para de cada país importador, para que os
livros; de outro lado, alguns países já estão subven- embarques possam ser efetuados sob as
cionando o frete aéreo para a sua exportação de condições mais favoráveis. No Brasil os livros
livros. Esperamos que ambas as soluções sejam entram no país livre de impostos; entretanto
consideradas seriamente pelos países desenvolvidos os livros importados por "colis postaux" estão
e em desenvolvimento para ajudar a expandir o sujeitos a uma taxa de serviço da qual está
uso vasto de livros. isento o envio por correio simples.
É fácil deduzir do acima exposto que, em futuro
próximo, mudanças substanciais serão efetuadas no 2 - FRETE MARÍTIMO
comércio internacional do livro. O fluxo interna-
cional de livros se tornará muito mais complexo : 2. l Rotas, portos de embarque e desembarque que
em vez de ter um título fornecido por uma só se adaptariam melhor a cada remessa
fonte, ao importador serão oferecidas algumas particular. Os embarcadores, por razões que
alternativas provenientes de acordos de cessão feitos vão além da minha compreensão, de vez

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):37-39, 1972 38


LIVROS PARA OS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO

em quando escolhem as rotas mais incríveis Sugestão final: um certo número de pessoas
para os seus embarques, com custos elevados experientes, representando tanto os exportadores
e demoras conseqüentes. como os importadores, poderia reunir-se em
Frankfurt, este ano, e elaborar uma série de
2.2 Taxas, custo de seguros e outros fatores que recomendações específicas para as suas próprias
poderiam ajudar a escolher o modo mais associações de editores e vendedores de livros.
econômico de embarque.

2.3 Outros fatores tais como o uso de "containers", ABSTRACT


consolidação de embarques etc., que ajuda-
riam a acelerar os embarques e/ou reduzir The book publishing policy in developing countries
os custos. has been the subject of several studies mainly of
those presented at the International Congress of
3 - FRETE AÉREO Editors, in Washington. Some problems of book
supply faced by these countries are the following :
3. l Uso potencial do frete aéreo projetado nos lack of currency stability and/or devaluation of
próximos dez anos calculando uma redução local currency; balance supply between the locally
progressiva de taxas. produced book and the imported ones; unnecessary
delays due to transportation problems. Analyses
3.2 Um levantamento de todas as grandes of each of these problems focusing air and sea
companhias aéreas internacionais relativo ao freights. Suggestions to solve some problems.
seu interesse em reduzir as taxas.
(Recebido para publicação em julho de 1972)
3.3 Um estudo de governos, dos países desenvol-
vidos e em desenvolvimento, sobre o seu
interesse em forçar as suas linhas aéreas a
reduzir as taxas ou subvencionar parte dos
custos do frete aéreo.

Ci. Inl., Rio de Janeiro, l(l):37-39, 1972 39


INDICATIVOS DE LÍNGUA, DE PAÍS, DE AUTORIDADE, PNB - 286
ABNT DE ESTADOS E TERRITÓRIOS DO BRASIL
Em Estágio
Experimental

INTRODUÇÃO

Este Anteprojeto baseou-se na ISO/R 639 e faz parte de uma série sobre
apresentação de vocabulários monolíngües e multilíngües.
Tem por objetivo fornecer indicativos que mostrem:
a) a que língua pertence um termo ou documento (indicativos de língua);
b) em que país se utiliza um termo (indicativos de país);
c) de que fonte autorizada foram tirados um termo ou uma definição de lín-
gua, país ou autoridade;
d) o Estado ou Território brasileiro a que pertence uma cidade que seja mo-
tivo de citação ou referência.

l - INDICATIVOS DE LÍNGUA

1.1 — Forma dos indicativos de língua

Como indicativos de língua podem ser empregados indicativos literais ou


índices CDU*.
Exemplos: E (ou En) ou = 20 para o inglês
F (ou Fr) ou = 40 para o francês
Em anexo encontrar-se-ão dois quadros que recapitulam esses indicativos
(Anexos A e B).

1.2 — Emprego dos indicativos de língua

Os indicativos de língua serão particularmente necessários nos seguintes casos:

1.2.1 — Para indicar a língua utilizada

1.2.1.1 — De maneira geral

Exemplo: Numa lista de presença nas reuniões do Conselho da ISO, os in-


dicativos (E), (F) e (R) podem indicar se os delegados falam inglês
(E), francês (F) ou russo (R).

1.2.1.2 — No cabeçalho dos documentos


Exemplo 1: Pode-se indicar que se trata de documentos redigidos respecti-
vamente em inglês, em francês ou em russo pela inclusão das
letras E, F ou R.
ISO/R 639 En
(Recomendação ISO nº 639 redigida em inglês)
Exemplo 2: No catálogo em cinco línguas de uma fábrica de relógio bem co-
nhecida, o capítulo de introdução só aparece em uma língua. A
escolha dessa língua depende do cliente. As introduções permu-
táveis foram guardadas em folhas nas quais se imprimiu uma
das letras E, F, D, I ou S.

* CDU: Classificação Decimal Universal, publicada pelos organismos nacionais de


normalização sob a égide da Federação Internacional de Documentação
(FID), Haia.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1):41-50, 1972 41


ABNT PNB-286

1.2.1.3 – Nas bibliografias


Nas bibliografias multilíngües os indicativos de língua são anexados aos
títulos das publicações registradas.

1.2.2 – Para indicar a língua original do documento.


1.2.2.1 – No caso de documentos traduzidos, os indicativos da língua de ori-
gem serão registrados ao alto da folha de rosto e/ou capa, à direita, precedi-
dos do termo "Original".

Exemplo: ISO/R 639 Pt


Original En
1.2.3 – Para indicar a língua à qual pertence um termo.

1.2.3.1 – Nos tratados de terminologia, os indicativos de língua serão colo


cados normalmente antes dos termos, estejam eles sós ou agrupados.

Exemplo 1: En positron De Positron In positrone Fr positon Es positón


Pt positron

Exemplo 2: EFR ion D Ion SvPl jon Pi ion


1.2.3.2 – Nos vocabulários e dicionários, os indicativos de língua serão úteis
sobretudo para distinguir as línguas semelhantes como italiano c espanhol,
norueguês e dinamarquês. Serão colocados normalmente diante dos diferen
tes termos (ver também Anexo C).
Exemplos: En ion ou = 20ion It ione ou = 50 ione
De Ion ou = 30 Ion Es íon ou = 60 ión
Fr ion ou = 40 ion Ru ion ou = 82 ion
Pt ion ou = 690 ion
En ion // De Ion // Fr ion // It ione // Es ión // Ru ion // Pt ion
ou = 20 ion // = 30 Ion // = 40 ion // = 50 ione // = 60 ión //
= 82 ion // = 690 ion
Se um vocabulário ou dicionário contém poucas línguas, os indicativos podem
ser suprimidos.
Mas se o vocabulário ou dicionário for apresentado de maneira a permitir a de-
composição em fichas monolíngües ou se já consiste num fichário, com fichas
separadas para cada língua, os indicativos de língua são indispensáveis. Nos
vocabulários e dicionários de palavras internacionais os indicativos de língua
são colocados após os termos para não prejudicar a ordem alfabética.

Exemplo: ion EFR positon F


Ion D positrón S
ión S positron ESv
ione I Positron D
jon SvPl positrone I
pozyton Pl

2 – INDICATIVOS DE PAÍSES

2.1 – Formas dos indicativos de países


Existem, no plano internacional, dois sistemas de indicativos de países que
poderiam ser utilizados em terminologia, a saber:

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1):41-50, 1972 42


ABNT PNB-286

— as letras, geralmente iniciais de nomes de países que caracterizam a na-


cionalidade dos automóveis;

— os índices CDU.

As letras utilizadas pelos automóveis constituem indicativos de países li-


mitados aos Estados. A falta de um sistema completo de indicativo de país, ad-
mitido internacionalmente e aplicável a todos os domínios, recomenda-se uti-
lizar, em terminologia, os dois sistemas mencionados acima.
Quando se utilizam, como indicativos, letras que caracterizam a naciona-
lidade dos automóveis, estas são colocadas entre barras oblíquas, por exemplo:
/USA/ para distingui-los bem nitidamente dos indicativos de língua e de auto-
ridade.
Os índices CDU para designar países são sempre colocados entre parên-
teses, por exemplo (73), para designar Estados Unidos.

2.2 — Emprego dos indicativos de países

Apresentam-se, segundo as necessidades, adicionados a um indicativo de


língua (cf. a última coluna do Anexo A), ou sozinhos.
Serão utilizados:

2.2.1 — No cabeçalho dos documentos e nas bibliografias.

Esse emprego, todavia, é muito raro.

2.2.2 — Nos tratados de terminologia ou nos vocabulários e dicionários.

Une-se um indicativo de país a um termo quando este não está em uso


em todos os países da mesma língua. Nesse caso seguirá normalmente um sinô-
nimo, com outro indicativo de país.

Exemplo: Br mensageiro Pt boletineiro


Br fichário Pt ficheiro
Br concreto Pt betão

2.2.2.1 — Nos tratados de terminologia o indicativo de país pode ser colo-


cado antes ou depois do termo.

Exemplo: O elemento que assegura a ligação entre a lâmina de um coletor


e o enrolamento chama-se F jonction au collecteur; E commutator
lug/GB/; commutator riser /USA/ (ou En/GB/ commutator lug;
En/USA/ commutator riser).

En retail trade; Fr commerce de detail; De Einzel-handel; Pt comér-


cio a retalho /P/; Pt comércio varejista /Br/ (ou: Pt/P/comércio a
retalho; Pt/Br/ comércio varejista).

En diary; Fr Journal personnel; De Tagebuch; Pt diário pessoal /P/;


Pt diário /Br/ (ou: Pt/P/ diário pessoal; Pt/Br/ diário).

2.2.2.2 — Nos vocabulários e dicionários os indicativos de país são coloca-


dos após os termos.

Exemplo: Pt Transferência de informação /Br/


En Information transfer
Fr Transférence d'information
De Informations Vebertragung

Ci. Inf. Rio de Janeiro, 1(1):41-50, 1972 43


ABNT PNB-286

3 - INDICATIVOS DE AUTORIDADE

3.1 — Diferentes fontes citadas como autoridade


Entre todos os documentos que se podem tomar como fontes de termos
ou de definições, estão as normas, recomendações e convenções nacionais e
internacionais que chamam mais atenção pela autoridade que detém. Pode-se
classificá-las da seguinte maneira:
a) Recomendações da Organização Internacional de Normalização (ISO) an-
tiga ISA.
b) Normas das organizações nacionais de normalização (por exemplo ABNT),
ver Anexo C.
c) Documentos ou recomendações estabelecidos por certas organizações in-
ternacionais profissionais especializadas (por exemplo CEI: Comitê Eletro-
técnico Internacional; AIBDA: Associação Interamericana de Bibliotecários
e Documentaristas Agrícolas)
d) Documentos estabelecidos por certas organizações nacionais especializadas
(por exemplo CEBRACO: Centro Brasileiro de Informação do Cobre; ABM:
Associação Brasileira de Metais)
e) Convenções internacionais entre Estados (por exemplo OTAN: Organização
do Tratado do Atlântico Norte; CEPAL: Comissão Econômica para Amé-
rica Latina)
f) Leis nacionais PIS: Plano de Integração Social
FGTS: Fundo de Garantia de Tempo de Serviço
g) Documentos estabelecidos por organizações oficiais ou particulares brasi-
leiras especializadas ou não (por exemplo SUDAM: Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia; PETROBRÁS: Petróleo Brasileiro S. A.)
3.2 — Forma dos indicativos de autoridade
Os indicativos dos documentos enumerados acima devem ter a forma fi-
xada pelas organizações e pelas autoridades de onde emanam.
Os indicativos de autoridade são escritos, em geral, sem ponto, por exem-
plo: ABNT, IPEA, BSI e seu uso deve obedecer ao disposto no item 7.2 da
NB-61.
3.3 — Emprego dos indicativos de autoridade

3.3.1 — Se se quiser assinalar em um vocabulário ou dicionário que um termo


ou definição foi estabelecido ou aprovado por uma organização ou autoridade
importante, um indicativo de autoridade pode ser colocado após esse termo
ou definição.
Exemplo: En flame-proof BS; explosion-proof USAS
Fr antidéflagrant NF
Pt memória intermediária ABNT
3.3.2 — A inserção dos indicativos de autoridade é supérflua nos vocabulários
que têm em sua totalidade o caráter de uma norma nacional. Eles serão utili-
zados, entretanto, para designar os sinônimos normalizados em outro país de
mesma língua e mencionados a título de informação.
Exemplo: Termos normalizados nos Estados Unidos mencionados num voca-
bulário normalizado da BSI.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1):41-50, 1972 44


ABNT PNB-286

3.3.3 — O emprego de um indicativo de autoridade pode ser útil igualmente


num vocabulário internacional de caráter oficial, para designar os sinônimos
normalizados que diferem de país a país de mesma língua. Nesse caso, serão
utilizados os indicativos de autoridade de preferência aos indicativos de país.

3.3.4 — Recomenda-se utilizar o mais amplamente possível os indicativos de


autoridade nos vocabulários e dicionários de autores particulares e nos trata-
dos de terminologia onde termos e definições normalizados misturam-se aos
lermos e às definições não normalizadas.

4 - INDICATIVOS DE LOCALIDADES, DOS ESTADOS E TERRITÓRIOS


BRASILEIROS

4.1 — Forma dos indicativos

4.1.1 — Serão adotadas duas letras maiúsculas para indicativos dos Estados e
Territórios brasileiros, de acordo com o Guia Postal Brasileiro da ECT (Em-
presa Brasileira de Correios e Telégrafos) (ver Anexo D)

4.1.2 — Todas as vezes que for mencionada uma localidade, esta deve vir se-
guida do indicativo do Estado ou Território.

Exemplo: Viçosa, AL
Viçosa, MG
Viçosa, RN

4.1.3 — Para fins de automação, recomenda-se a utilização do código numé-


rico de endereçamento postal adotado pela ECT.

4.2 — Emprego dos indicativos


4.2.1 — Nos textos em geral.

4.2.2 — Nos endereços.

4.2.3 — Nas bibliografias (nos descritores, cabeçalhos de assuntos e índices)

5 - COMBINAÇÃO DOS INDICATIVOS

Freqüentemente, ocorre que vários indicativos podem ser postos após um


termo ou definição. Será preciso observar, então, os seguintes princípios:

a) Quando se utilizar um indicativo de autoridade, o indicativo do


país correspondente será suprimido.

b) Vários indicativos de autoridade poderão ser utilizados a uma só


vez, enquanto que os indicativos de países serão, em geral, em-
pregados sozinhos, em virtude de sua característica exclusiva (ver
parágrafo 2.2.2).

Exemplo: Em um vocabulário onde só se considera, para a língua inglesa,


o uso britânico e americano, pode aparecer uma das cinco men-
ções seguintes, após um termo:
/GB/ ou BS
/USA/ ou USAS
USAS, BS

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1):41-50, 1972 45


ABNT PNB-286

ANEXO A

Lista classificada das línguas e seus símbolos, dispostos por famílias

Combinações de
índices Indicativos indicativos de
CDU Nome das línguas de língua língua e país

Interlínguas

= 089.2 Esperanto Eo
= 089.6 Interlíngüe Ie
(= Ocidental)
= 089.7 Interlíngua Ia

Línguas germânicas

= 20 Inglês En E/GB/,E/USA/,E/
AUs/:E/CDN/
= 30 Alemão De D/D/,D/A/,D/CH/,
D/I/,D/R/,D/USA/
= 393.1 Holandês NI N1/NL/,N1/B/ ,
= 393.6 Africano Af Af/ZA/
= 396 Norueguês No No/N/
= 397 Sueco Sv Sv/S/,Sv/SF/
= 398 Dinamarquês Da Da/DK/

Línguas latinas

= 40 Francês Fr F/F,F/B/,F/CH/,
F/CDN/
= 50 Italiano It I/I/,I/CH/
= 590 Romeno Ro Ro/R/
= 60 Espanhol Es S/E/,S/RA/,S/
MEX/,S/USA/,S/PI/
= 690 Português Pt Pt/P/,Pt/BR/

Latim, Grego

= 71 Latim La
= 75 Grego Gr

Línguas eslavas

= 82 Russo Ru R/SU/
= 83 Ucraniano Uk Uk/SU/
= 84 Polonês P1 Pl/PL/
= 850 Tcheco Cs Cs/CS/
= 854 Eslovaco Sk Sk/CS/
= 861/862 Servo-Croata Sh Sh/YU/
= 863 Esloveno Sn Sn/YU
= 867 Búlgaro Bg Bg/BG/

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1):41-50, 1972 46


ABNT PNB-286

ANEXO A (continuação)

Línguas indianas

= 912.3 Sânscrito Sa
= 914.3 Hindi Hi Hi/IND/
= 914.31 Urdu Ur Ur/IND/,Ur/PAK/

Línguas semíticas

= 924 Hebraico He He/IL/


= 927 Árabe Ar Ar/ET/, Ar/IRQ/,
Ar/SYR/

Línguas turanianas

= 943.5 Turco Tr Tr/TR/


= 945.11 Húngaro Hu Hu/H/
= 945.41 Finlandês Fi Fi/SF/

Línguas da Ásia

= 951 Chinês Ch C/RC/


= 956 Japonês Ja
= 957 Coreano Ko

Línguas da Oceania e Indonésia

= 992.21 Bahasa In In/RI/


Indonésia
Indonesian

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1):41-50, 1972 47


ABXT PNB-286

ANEXO B

Lista alfabética dos indicativos literais para línguas

Indicativo das línguas Índices


de língua Nome CDU

Af Africano = 393.6
Ar Árabe = 927
Bg Búlgaro = 867
Ch Chinês = 951
Cs Tcheco = 850
Da Dinamarquês = 398
De Alemão = 30
En Inglês = 20
Eo Esperanto = 089.2
Es Espanhol = 60
Fi Finlandês = 945.41
Fr Francês = 40
Gr Grego = 75
He Hebraico = 924
Hi Hindi = 914.3
Hu Húngaro = 945.11
Ia Interlíngua = 089.7
Ie Interlíngüe = 089.6
( = Ocidental)
In Indonésio = 992.21
B Italiano = 50
Ja Japonês = 956
Ko Coreano = 957
La Latim = 71
Nl Holandês = 393.1
No Norueguês = 396
PI Polonês = 84
Pt Português = 690
Ro Romeno = 590
Ru Russo = 82
Sa Sânscrito = 912.3
Sh Servo-croata = 861/862
Sk Eslovaco = 854
Sn Esloveno = 863
Sv Sueco = 397
Tr Turco = 943.5
Uk Ucraniano = 83
Ur Urdu = 914.31

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1);41-50, 1972 48


ABNT PNB-286

ANEXO C

Lista sistemática dos indicativos de país e de normas nacionais *

EUROPA

Índices Nome dos Indica- Nomes abreviados Indicativos


CDU países tivos de de organizações de normas
país de normalização nacionais

(410) Reino Unido /GB/ BSI BS


(417) Irlanda /IRL/ IIRS IS
(430) Alemanha /D/ DNA DIN
(436) Áustria *** /A/ ONA ONORM **
(437) Tchecoslováquia /CS/ UNM CSN
(438) Polônia /PL/ PKN PN
(439) Hungria /H/ MSZH MSZ
(44) França /F/ AFNOR NF
(45) Itália /I/ UNI UNI
(46) Espanha /E/ IRATRA UNE
(469) Portugal /P/ IGPAI NP
(47+57) União Soviética /SU/ — GOST
(480) Finlândia /SF/ SFS SFS
(481) Noruega /N/ NSF NS
(485) Suécia /S/ SIS SIS
(489) Dinamarca /DK/ DS DS
(492) Holanda /NL/ NNI NEN
(493) Bélgica /B/ IBN NBN
(494) Suíça /CH/ SNV,VSM SNV,VSM
(495) Grécia /GR/ ENO ENO
(496.5) Albânia *** /AL/ STASH ***
(497.1) Iugoslávia /YU/ JZS JUS
{497.2) Bulgária /BG/ ISMIU BDS
(498) România /R/ OSS ST AS

ÁSIA

(519.3) República
Democrática
Popular da
China — CSK SK
(519.5) República
da Coréia — KBS KS
(520) Japão /J/ JISC JIS
(540) Índia /IND/ ISI IS
(549) Paquistão /PAK/ PSI PS
(55) Irã /IR/ ISIRI SOI
(560) Turquia /TR/ TSE TS
(567) Iraque /IRQ/ IOS
(569.3) Líbano /RL/ LIBNOR
(569.4) Israel /IL/ SII SI

* A lista limita-se aos países membros da ISO


** ON é a abreviatura para uso nos vocabulários
*** A organização para normalização na Albânia ainda não tem um símbolo

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1): 41-50, 1972 49


ABNT PNB-286

ANEXO C (continuação)

ÁFRICA

(620) U.A.R. (ou


R.A.U.) /ET/ EOS EOS
(64) Marrocos /MA/ SNIMA SNIMA
(680) África do Sul /ZA/ SABS SABS

AMÉRICA

(71) Canadá /CDN/ CSA CSA


(72) México /'MEX/ DGN DGN
(729.1) Cuba /C/ NOR-CUBA UNC
(73) Estados Unidos /USA/ USASI USAS
(81) Brasil /BR/ ABNT NB
(82) Argentina /RÃ/ IRAM IRAM
(83) Chile /RCH/ INDITECNOR INDITECNOR
(85) Peru /JPE/ INANTIC INANTIC
(861) Colômbia /CO/ ICONTEC UNCO
(87) Venezuela /YV/ CONVENIN NORVEN

OCEANIA

(910) Indonésia /RI/ DNI NI


(931) Nova Zelândia /NZ/ SANZ NZSS
(94) Austrália /AUS/ SAA AS

ANEXO D

Lista alfabética dos indicativos literais dos Estados e Territórios brasileiros

AC Acre PA Pará
AL Alagoas PB Paraíba
AM Amazonas PE Pernambuco
AP Amapá PI Piauí
BA Bahia PR Paraná
CE Ceará RJ Rio de Janeiro
DF Distrito Federal RN Rio Grande do Norte
ES Espírito Santo RO Rondônia
FN Fernando de Noronha RR Roraima
GO Goiás RS Rio Grande do Sul
GB Guanabara SC Santa Catarina
MA Maranhão SE Sergipe
MG Minas Gerais SP São Paulo
MT Mato Grosso

Nota da Comissão Editorial: Os documentos elaborados pelas Comissões de Estudos


de Terminologia e de Documentação da ABNT serão divulgados em Ciência da
Informação, conforme autorização daquela Associação em 2 de agosto de 1972.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 1(1):41-50, 1972 50


Charter of the book

Preamble

Convinced that books remain essential tools for Bilateral and multilatcral assistance should be
preserving and diffusing the world's storehouse made available, as required, to the book professions.
of knowledge; The producers and distributors of books, for their
Believing that the role of books can be reinforced part, have the obligation to ensure that the ideas
by the adoption of policies designed to encourage and Information thus conveyed continue to meet
the widest possible use of the printed word; the changing needs of the reader and of Society
Recalling that the Gonstitutíon of the United as a whole.
Nations Educational, Scientific and Cultural Or-
ganizatíon calls for the promotion of "the free
flow of ideas by word and image" as well as Article II: Books are essential to education
"international co-operation calculated to give the
people of all countries access to the printed and In an era of revolutionary changes in education
published materials produced by any of them"; and far-reaching programmes for expanded school
Recalling further that the General Conference enrolment, planning is required to ensure an
of Unesco has affirmed that books "perform a adequate textbook component for the development
fundamental function in the realization of Unesco's of educational systems. The quality and content
objectives, namely peace, development, the pro- of educational books need constant improvement
motion of human rights and the campaign against in all countries of the world. Regional production
racialism and colonialism"; can assist national publishers in meeting require-
Considering that the General Conference of ments for textbooks as well as for general educa-
Unesco has proclaimed 1972 International Book tional reading materials which are particularly
Year. with the theme "Books for All"; needed in school libraríes and literacy programmes.
the International Community of Booksellers
Associations, International Confederation of So-
cieties of Authors and Composers, International Article III: Society has a special obligation to
Federation for Documentation, International establish the conditions in which authors can
Federation of Library Associations, International exercise their creative role
Federation of Translators, International PEN,
and International Publishers Association adopt The Universal Declaration of Human Rights
unanimously this Charter of the Book, and call states that "everyone has the right to the protection
upon all concerned to give effcct to the principles of the moral and material interests resulting
here enunciated. from any scientific, literary or artistic production
of which he is the author". This protection
should be also extended to translators, whose work
Article I: Everyone has the right to read opens the horizons of a book beyond linguistic
frontiers, thus providing an essential link bet-
Society has an obligation to ensure that everyone ween authors and a wider public. All countries
has an opportunity to enjoy the bcnefit of reading. have the right to express their cultural indivi-
Since vast portions of the world's population are duatity and in so doing preserve the diversity
deprived of access to books by inability to read, essential to civilization. Accordingly they should
governments have the responsibility of helping encourage authors in their creative role and
to obliterate the scourge of illiteracy. They should should through translation provide wider access to
encourage provision of the printed materials the riches contained in the literarure of other
needed to build and maintain the skill of reading. languages, including those of limited diffusion.

Ci. Inf., Hio de Janeiro, (l):51-52, 1972 51


CHARTER OF THE BOOK

Article IV: A sound publishing industry is reader. As a public service, they promote reading
essential to natíonal development which, in turn, advances individual well-being,
life-long education and economic and social pro-
In a world in which there are sharp disparities gress. Library services should correspond to
in book production, with many countries lacking each nation's potentialities and needs. Not only in
adequate reading materials, it is necessary to plan cities, but especially in the vast rural areas which
for the development of natíonal publishing. This frequcntly lack book supplies, each school and
requires natíonal initiative and, where necessary, each community should posscss at least one library
international co-operation to help create the with qualified staff and an adequate book
infrastructure needed. The development of pub- budget. Libraries are also essential for higher
lishing industries also entails integration wíth education and scholarly requirements. The devel-
education and economic and social planning; the opment of national library networks will enable
participation of professional organizations, ex- readers everywhere to have access to book
tending in so far as possible across the entire book resources.
community through institutions such as national book
development councils; and long-term, low interest Article VIII: Documentation serves books by
financing on a national, bilateral or multilateral preserving and making available essential
basis. background material
Scientific, technical and other specialized books
Article V: Book manufacturing facilitíes are require adequate documentation services. Ac-
necessary to the development of publishing cordíngly, such services should be developed, with
the assistance of governments and all elements
In their economic policies, governments should of the book community. In order that maximum
ensure that necessary supplies and equipment information materials may be available at all
are available for the development of an infrastruc- times, measures should be taken to encourage the
ture for book manufacture, including paper, freest possible circulation across frontiers of
printing and binding machinery. The maximum use these essential tools.
of national resources, together with eased impor-
tation of these supplies and equipment, will Article IX: The free flow of books between
promote the production of inexpensive and attrac- countries is an essential supplement to national
tive reading materials. Urgent attention should supplies and promotes international understanding
also be given to the development of transcriptions
of oral languages. Those concerned with the To enable ali to share in the world's creativity,
manufacture of books should maintain the highest the unhampered flow of books is vital. Obstacles
practicable standards of production and design. such as tariffs and taxes can be eliminated through
Particular efforts should be made for the manufac- widespread application of Unesco agreements
ture of books for the handicapped. and other international recommendations and
treaties. Licenses and foreign currency for the pur-
Article VI: Booksellers provide a fundamental chase of books and the raw materials for book-
service as a link between publishers and the making should be accorded generally, and internal
reading public taxes and other restraints on trade in books
reduced to a minimum.
In the forefront of efforts to promote the reading Article X: Books serve international under-
habit. booksellers have both cultural and educa- standing and peaceful co-operation
tional responsibilities. They play a vital role in
ensuring that an adequate and well-chosen range "Since wars begin in the minds of men", the
of books reaches the reading public. Special book Unesco Constitution states, "it is in the minds of
post and air freight rates, payment facilities men that the defences of peace must be cons-
and other financial incentives aid them in carrying tructed". Books constitute one of the major defences
out this function. of peace because of their enormous influence in
creating an intellectual climate of friendship and
Article VII: Libraries are national resources for mutual understanding. All those concerned have
the transfer of information and knowledge, for an obligation to ensure that the content of books
the enjoyment of wisdom and beauty promotes individual fulfilment, social and
economic progress, international understanding and
Libraries occupy a central position in the dis- peace.
tribution of books. They are often the most
effective means of getting printed matter to the Transcrito de F/D News Bulktin, 22(4):51, 1972.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, (l):51-52, 1972 52


Panorama
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO

De acordo com a Política Científica e Tecnológica sistemas setoriais, a exemplo do atual Sistema
exposta no I Plano Nacional de Desenvolvimento Nacional de Tecnologia, na área de Indústria e
Econômico e Social – 1972/74, deverá ser implan- Comércio, tais como : saúde, agricultura, mineração,
tado o Sistema Nacional de Informação Científica e energia, telecomunicação e atividades nucleares,
Tecnológica, cujas áreas de competência foram Art. 4º A atuação integrada do sistema nacional
definidas pelo decreto abaixo, transcrito do Diário será objeto de um instrumento de previsão, orien-
Oficial de 18 de maio de 1972. tação e coordenação, o Plano Básico de Desen-
volvimento Científico e Tecnológico (PBDCT), que
DECRETO N° 70.553 – DE 17 DE MAIO DE 1972 terá como esquema financeiro um orçamento-
programa trienal, cada ano revisto, acrescentando-
Define áreas de competência no Setor de Ciência e se-lhe as previsões e indicações de mais um ano.
Tecnologia e dá outras providências. § 1º O PBDCT compreenderá a programação com
todas as fontes de recursos internas e externas,
O Presidente da República, usando das atribuições seja qual for a forma de emprego ou categoria
que lhe confere o artigo 81, itens III e V da econômica da despesa a ser realizada.
Constituição, decreta : § 2º A proposta do PBDCT será elaborada pelo
Art. lº Na formulação e execução da Política Ministério do Planejamento e Coordenação Geral,
Nacional de Desenvolvimento Cientifica e Tecnoló- em articulação com o CNPq e submetido à
gico, são definidas no âmbito da Administração aprovação do Presidente da República. Art. 5º Ao
Civil, as seguintes áreas de competência privativa : CNPq, como Órgão Central do sistema, observadas
I – Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) – as áreas de competência definidas no artigo 1º,
assessoramento sob o ponto de vista científico- compete :
tecnológico. I – Conjuntamente com o Ministério do Planeja-
II – Ministério do Planejamento e Coordenação mento e Coordenação Geral:
Geral (MPCG) – assessoramento sob os aspectos a) Realizar estudos relativos à formulação da
econômico-financeiros, tendo em vista o entrosa- Política Nacional de Desenvolvimento Científico c
mento do desenvolvimento científico-tecnológico Tecnológico, compreendendo a definição de
com a Estratégia Geral do Desenvolvimento objetivos, princípios, diretrizes gerais, critérios e
Nacional. prioridades, tendo em vista a contribuição da
Parágrafo único. No tocante à Administração Ciência e da Tecnologia para o desenvolvimento
Militar, observar-se-á o disposto nos artigos 15, § econômico e social do País;
2º e 50, item IV, do Decreto-lei nº 200, de 25 de b) Efetuar a análise e consolidação dos programas
fevereiro de 1967, com a redação dada pelo c projetos específicos, para efeito da consecução
Decreto-lei nº 900 de 29 de setembro de 1969, Art. do Plano Básico de Desenvolvimento Científico e
2º As atividades na área de Ciência e Tecnologia Tecnológico;
ficam organizadas sob a forma de sistema. Art. 3° c) Incentivar, mediante cooperação financeira, a
Sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja realização de pesquisas por sociedades de Economia
estrutura administrativa estiverem integradas, todas Mista e organizações do Setor Privado, bem como
as unidades organizacionais de qualquer grau, que a sua articulação com os órgãos de pesquisa
utilizem recursos governamentais para realizar governamentais.
atividades de planejamento, supervisão, II – Acompanhar a execução de programas,
coordenação, estimulo, execução ou controle de subprogramas, atividades ou projetos de pesquisas
pesquisas científicas e tecnológicas, farão parte do decorrentes do Plano Básico de Desenvolvimento
sistema nacional. Científico e Tecnológico. O acompanhamento
Parágrafo único. Para possibilitar a coordenação das financeiro será feito nos moldes do que determina
unidades componentes, deverão ser constituídos o Decreto nº 68.993, de 28 de julho de 1971.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):53-56, 1972 53


PANORAMA

III – Coletar, analisar, armazenar e difundir dados CICOM – PROJETO 216, OEA
de interesse científico e tecnológico.
IV – Participar do estudo de atos internacionais de O Centro Interamericano de Comercialização Inter-
interesse paru a Ciência e a Tecnologia. nacional, Projeto 216 da Organização dos Estados
V – Assistir financeiramente à pesquisa, dentro do Americanos, cm convênio com a Fundação Getúlio
seu orçamento de aplicações. Vargas, está elaborando, com a colaboração da
VI – Elaborar cadastros e estatísticas que propor bibliotecária Lilian Maria Braga, chefe da biblio-
cionem conhecimentos atualizados do potencial teca do Centro de Estudos de Pessoal do Exército,
científico e tecnológico nacional. e sob a supervisão técnica do professor Michael
VII – Avaliar periodicamente a consecução do Móran, do CICOM. um levantamento bibliográfico
programa de Ciência e Tecnologia e a sua sobre "Comercialização Agropecuária no Brasil",
adequação aos objetivos do Governo. A bibliografia deverá ser concluída cm janeiro do
Art. 6º Competem ainda ao CNPq as demais próximo ano. e constituirá importante fonte para
atribuições constantes do artigo 3º da Lei nº 4.533, os pesquisadores, professores e estudiosos que
de 8 de dezembro de 1964 e da legislação buscam informações atualizadas sobre o comércio
complementar.
Art. 7º O programa de aplicação dos recursos do agropecuário nacional.
Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico c
Tecnológico (FNDCT) será submetido à BANCO DE DADOS DO EXÉRCITO
aprovação do Presidente da República, pelo Está em fase de organização, em Brasília, na
Presidente do Conselho-Diretor a que se refere o Comissão de História do Estado-Maior do Exército,
artigo 3º do Decreto-lei nº 719, de 31 de julho de biblioteca e banco de dados especializados em
1969, ouvido o CNPq no tocante aos aspectos
científico-tecnológicos. assuntos de História das Forças Terrestres do
Art. 8º Os Órgãos Setoriais da área de Ciência e Brasil.
Tecnologia fornecerão ao CNPq as informações Os dados deverão ser coletados por uma rede de
por este solicitadas, resguardando-se, quando for o pesquisadores civis, com curso especializado minis-
caso, o sigilo das mesmas. trado no Estado-Maior.
Parágrafo único. Quando não ocorrerem razões Lançam-se assim as bases para a elaboração da
específicas de sigilo, o CNPq fará a divulgação das História de todos os aspectos das Forças Terrestres,
informações aos componentes do sistema. Art. 9º representadas na atualidade pelo Exército, Polí-
Os Ministérios interessados deverão propor a cias Militares etc. O Projeto Rondon, em convênio
organização dos sistemas setoriais de sua com o Estado-Maior do Exército, está realizando,
responsabilidade. no Brasil, a OPERAÇÃO ARQUIVOS l que con-
Art. 10. O CNPq. para o desempenho das atribui- siste no levantamento da situação dos arquivos,
ções que ora lhe são cometidas, deverá apresentar com vistas à preservação das fontes históricas
projeto de decreto de um novo Regulamento. brasileiras.
Art. 11. O presente Decreto entrará em vigor na
data de sua publicação, revogadas as disposições 4º CURSO AVANÇADO DE BIBLIOTECÁRIOS
em contrário. BIOMÉDICOS GRADUADOS
Brasília, 17 de maio de 1972; 151º da Independência O IBBD, dentro de sua política de treinamento e
e 84º da República. aperfeiçoamento de recursos humanos, participará
do 4.° Curso Avançado de Bibliotecários Biomé-
EMÍLIO G. MÉDICI dicos Graduados, da BIREME, organizando, para
Alfredo Buzaid os dias 29, 30 e 31 de agosto um programa inten-
Adalberto de Barros Nunes sivo de visitas aos diferentes serviços do Instituto
Orlando Geisel e de palestras sobre alguns de seus projetos e
Mário Gibson Barbosa atividades.
José Flávio Pécora As palestras, proferidas por diretores e chefes de
Mário David Andreazza
L. F. Cirne Lima
diferentes serviços, abrangerão os seguintes temas:
Jarbas G. Passarinho – O Serviço de Bibliografia do IBBD; automação
Júlio Barata das bibliografias brasileiras. Professora Elvia
J. Araripe Macêdo de Andrade Oliveira, Diretora do Serviço de
Hugo Vitorino Alqueres Baptista Bibliografia (SB)
Marcus Vinicius Pratini de Moraes
Antônio Dias Leite Júnior Resumo: O Serviço de Bibliografia, sua estru-
João Paulo dos Reis Velloso tura: Seção de Ciências Sociais; Seção de
José Costa Cavalcanti Ciências Físicas e Matemáticas. Organização e
Hygino C. Corsetti metodologia empregadas na elaboração das
bibliografias, desde o inicio das atividades do
Serviço. Técnicas atuais de automação.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l);53-56, 1972 54


PANORAMA

— Organização da BBCS, Bibliografia Brasileira de administração; A significação dos arquivos para as


Ciências Sociais. Professora Helena Medeiros atividades técníco-científicas.
Pereira Braga, Chefe da Seção de Ciências So- Temas Especiais: Arquivos médicos — Levanta-
ciais do SB. mento das necessidades nacionais; Recursos huma-
Resumo : Emprego de descritores da OCDE na nos; Padrão para organização de serviços; Registro
elaboração de resumos da Bibliografia Brasi- e elaboração de dados estatísticos; Avaliação do
leira de Ciências Sociais; técnica de indexação e profissionais e do hospital. Temas livres.
organização de originais para produção da Informações: Associação dos Arquivistas Brasileiros
bibliografia por processo automático. Praça da República 26, ZC-14
— Automação do Catálogo Coletivo de Periódicos 20000 - Rio de Janeiro, GB - Brasil
do IBBD. Professora Maria Lúcia Poubel Bastos,
Diretora do Catálogo Coletivo. 36ª CONFERÊNCIA E CONGRESSO
Resumo : Descrição do sistema utilizado. Pers- INTERNACIONAL DA FID
pectivas da criação de uma rede nacional A Federação Internacional de Documentação fará
através da qual os Catálogos Regionais e as realizar, de 2 a 14 de setembro, em Budapest, sua
grandes bibliotecas preparariam os seus registros Conferência Geral e Congresso Internacional.
de coleções de periódicos, utilizando os for- A Conferência compreenderá reuniões do Comitê
matos e o registro de títulos do Catálogo Cole- Executivo e do Conselho, sessões da Assembléia
tivo do IBBD. Em decorrência, teriam os seus Geral bem como reuniões dos Comitês de Estudo.
catálogos regionais ou individuais de bibliotecas O tema principal do Congresso será "A participação
ao mesmo tempo em que atualizariam o Catá- de países menos industrializados nas atividades
logo Nacional. Utilização da Rede de Telex de documentação e intercâmbio de informação em
(RENTEC) para fins de acelerar o atendimento âmbito mundial".
de pedidos de reproduções de textos. As quatro sessões principais do Congresso terão,
— Banco de Dados do IBBD e suas unidades. Pro- respectivamente, os seguintes temas:
fessora Yone Sepúlveda Chastinet, Chefe da — Revisão das atividades regionais e mundiais de
Seção de Ciências Físicas e Matemáticas do SB. documentação - OECD, CMEA
Resumo : As diversas unidades do Banco de — Participação dos países pouco e menos indus-
Dados (SIABE - Sistema Integrado de Auto- trializados no intercâmbio internacional da
mação de Bibliografias Especializadas; CCo — informação
Catálogo Coletivo; CAIN — Cadastro de Insti- — Ultrapassando barreiras na comunicação
tuições; CAPESQ — Cadastro de Pesquisa- internacional
dores; CADAP — Cadastro de Dados Pessoais) — Bibliografia internacional e controle da infor-
e seu inter-relacionamento de maneira a pro- mação em Humanidades e Ciências Sociais.
duzir as publicações do IBBD e servir de base Após a Conferência e o Congresso, o "Committee
de informação à política científica do Conselho on Education and Training" da FID organizará
Nacional de Pesquisas. em Veszpren (Hungria) um Seminário Internacional
sobre Problemas Educacionais em Ciências da
lº CONGRESSO BRASILEIRO DE Informação.
ARQUIVOLOGIA
SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO SOBRE
Promovido pela Associação dos Arquivistas Brasi- FORMAÇÃO DE CIENTISTAS DA
leiros — AAB, com o patrocínio do Arquivo Na- INFORMAÇÃO
cional, da Unidade de Planejamento, Avaliação,
Pesquisa e Programas Especiais — PAPPE — do No México, de 23 a 25 de agosto de 1972, o
Ministério da Saúde, e da Seção Antiquário de Seminário Latino-americano sobre Formação de
O GLOBO, será realizado, no Rio de Janeiro, de 15 Cientistas da Informação, juntamente com a 12.
a 20 de outubro de 1972, o 1° Congresso Brasi- Assembléia Geral Regional da FID/CLA, sob o
leiro de Arquivologia, com as seguintes finalidades: patrocínio da FID/CLA, Consejo Nacional de
1 — Divulgar os problemas relacionados com Ciencia y Tecnologia e Universidad Nacional
arquivos em todos os seus aspectos. 2 — Divulgar Autónoma de México inclui o seguinte temário :
informações técnicas. 3 — Promover o congra- Tema l : Estudos comparativos dos currículos
çamento entre os interessados na matéria. 4 — Es- das Escolas de Biblioteconomia e
tudar e tornar conhecida a situação dos arquivos Documentação nos Países da América
médicos no Brasil. O temário compreende: Latina
Temas Gerais: Sistema Nacional de Arquivos; A Adolfo Rodriguez, Escuela Nacional de
formação e a profissão do arquivista no Brasil; Biblioteconomia y Archivonomia, México
Terminologia arquivística; As modernas técnicas — "Comentarios sobre los programas
aplicadas aos arquivos; A importância dos arquivos de estudio de las escuelas de bibliote-
para a pesquisa histórica; O valor do arquivo na conomía en México";

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):53-56, 1972 55


PANORAMA

Roberto Juarroz, Departamento de de los servicios bibliotecarios en la


Ciencias de la Información, Facultad de universidad";
Filosofía y Letras, Univcrsidad de Ricardo Gietz, Centro de Documentación
Buenos Aires, Argentina — "La Ciência Científica, Consejo Nacional de
de la Información en los planes de Investigaciones Científicas y Técnicas,
estudio de las escuelas de bibliotecología Argentina — "El adiestramiento del
y documentación de la Argentina"; investigador como usuario de la
Antonio Agenor Briquet de Lemos, información";
Departamento de Biblioteconomia, José Pablo Fernandez Gueto, Centro
Universidade de Brasília, Brasil — de Servicios de Información y
"Estado atual do ensino da biblioteco- Documentación, Consejo Nacional de
nomia no Brasil c a questão da Ciencia y Tecnología, México — "Curso
Ciência da Informação; de información en la Facultad de
Ximena Feliú, Escuela de Biblioteco- Ingeniería de la Universidad Nacional
nomía, Universidad de Chile e Ana Autónoma de México".
María Prat, Centro Nacional de Tema 4 : Treinamento de Profissionais
Información y Documentación, Chile — Hagar Espanha Gomes e Célia Ribeiro
"Algunas consideraciones sobre los Zaher, Instituto Brasileiro de Bibliografia
curricula de la carrera de bibliotecología e Documentação, Brasil — "A experiência
y documentación en Chile"; do IBBD no treinamento de profissionais
Alicia Perales de Mercado, Dirección para a formação de cientistas da
General de Bibliotecas. Universidad informação";
Nacional Autónoma de México — Nadia de Levi, Colégio de Biblioteco-
"Estudio de los curricula de biblioteco- logía, Universidad Nacional Autónoma
logía y documentación en la Universidad de México — "Algunos aspectos en el
Nacional Autónoma de México". entrenamiento del especialista de
Tema 2 : Teoria da Ciência da Informação información";
Abner Lellis Corrêa Vicentini, Ministério Rosa Maria Fernandez de Zamora,
das Minas e Energia, Brasil — "Aspectos Facultad de Ingeniería, Universidad
teóricos e interdisciplinares na comu- Nacional Autónoma de México — "El
nicação da informação"; entrenamiento del especialista de
José Rosowsky, Dirección de Estudios información en países en vías de
Administrativos, Secretaria de la desarrollo";
Presidencia, México — "Todo sistema es Maria Martha de Carvalho, Escola de
un sistema de información"; Biblioteconomia, Universidade Federal
José Antonio Reátegui Cárdenas, Centro de Minas Gerais, Brasil — "A formação do
Nacional de Información y Documen- bibliotecário e documentalista no Brasil".
tación Científica y Tecnológica, Consejo
Nacional de Investigación, Peru —
"Importancia de la CDU en la dinámica FID/CLA
de un centro de Información y
Documentación". A 12.a Assembléia Geral Regional da FID/CLA,
Tema 3 : Treinamento de usuários realizada na cidade do México nos dias 22 e 24
José Ignacio Mantecon, Instituto de de agosto corrente, elegeu o Engenheiro Guillermo
Investigaciones Bibliográficas, México — Fernandez de la Garza, diretor do Centro de
"El entrenamiento a los usuarios"; Servicios de Información y Documentación do
Orlando Arboleda e Alfredo Alvear, Consejo Nacional de Ciencia y Tecnologia
Centro Interamericano de Documentación (CONACYT) do México, como Presidente da
e Información Agrícola, Costa Rica — FID/CLA para o período 1973 a 1976.
"Métodos audio-visuales en la instrucción O CONACYT se encarregará das atividades da
de usuarios de la información"; Secretaria da FID/CLA.
Judith Licea de Arenas, Hemeroteca Na Assembléia mencionada foi aprovada a reali-
Universitária Latino-americana, Unión de zação do 4° Congresso Regional da FID/CLA
Universidades de América Latina, na Colômbia, em outubro de 1973, cujo tema
México — "Los problemas del usuario; central será a "Cooperação na transferência da
una encuesta"; Informação".
José Árias Ordónez, Instituto Colombiano A Assembléia elegeu a Sra. Maria Lúcia Poubel
para el Fomento de la Educación Bastos, diretora do Catálogo Coletivo do IBBD para
Superior, Colômbia — "El profesor a Presidência da Comissão FID/CLA/CCN
universitario como usuario y promotor (Catálogos Coletivos Nacionais).

Ci. Inl, Rio de Janeiro, l(l):53-56, 1972 56


Resenhas

EYRE, J. & TONKS, P. – Computers & systems; buídas da seguinte maneira: South America -
an introduction for librarians. London. Clive Argentina, Bolivia, Brazil, Chile. Colômbia,
Bingley, 1971. 127 p. Ecuador, Paraguay, Perú, Uruguay e Vene-
zuela; The Inclusive Caribbean Area – Mé-
Trabalho de caráter didático feito para xico, Central America – Costa Rica, El
atender às necessidades dos estudantes dos Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua,
cursos de processamento de dados da School Panama; The West Indies, "The Caribbean"
of Librarianship of the Polytechnic of North – An Emerging Entity, Puerto Rico, Cuba,
London. Apresentado de forma simples e Dominican Republic, Haiti, The English-
informativa, fornece subsídios para o uso de Speaking Caribbean. Inclui bibliografia
computador em bibliotecas, métodos de seletiva e em apêndice lista dos sumários –
input e output, análise de sistemas etc. SALAM – ocorridos no período de 1956 a
Inclui bibliografia seletiva, lista dos principais 1969. LMF
periódicos que divulgam artigos sobre o uso
de computadores em bibliotecas, ilustrações. BARBOSA, A. P. – Projeto CALCO; adaptação do
LMF MARC II para implantação de uma Central
de Processamento de Catalogação Co-
HANSON, C. W. – Introduction to Science operativa. Rio de Janeiro, IBBD, 1972. 80 p.
Information work. London, ASLIB, 1971. 199 p. Dissertação final apresentada a UFRJ/IBBD
para obtenção do grau de Mestre em Biblio-
Elaborado com a finalidade de dar ao usuário teconomia e Documentação.
conhecimento básico sobre ciência da infor-
mação bem como sua prática corrente. As modernas técnicas de recuperação de
Refere-se, especialmente, à ciência da informação deram novos rumos às tradicionais
informação como "organização e utilização por normas de trabalho das bibliotecas, centros
todos os meios adequados, de todos os tipos bibliográficos, bancos de dados etc. Grandes
de informação e fontes de informação usados projetos, em diferentes países, tem sido desen-
em ciência e tecnologia". Embora dando volvidos visando a uma conjugação de esforços
ênfase aos trabalhos desenvolvidos na Grã- capazes de conseguir o equilíbrio "Explosão
Bretanha, trata de outros países e particular- documentária versas atualização de informa-
mente da mecanização e do uso de compu- ções". No campo da catalogação coope-
tadores nos Estados Unidos. Ao final de cada rativa o projeto MARC, na Library of Con-
capítulo, nome, endereço, referências biblio- gress, nos Estados Unidos, foi de tal sucesso
gráficas, recomendações etc., considerados que despertou o interesse em vários países, e
relevantes. LMF assim, a Inglaterra com o BNB/MARC, a
França com o MONOCLE, a Espanha, a Ale-
ZIMMERMAN, I – Current national bibliographies manha e outros países comprovam a utili-
of Latin America; a state of the art study. zação do sistema. No Brasil, o IBBD, que vem
Gainesville, University of Florida, Center for promovendo a automação de seus serviços,
Latin American Studies, 1971. 139 p. incluiu o Serviço de Intercâmbio de Cata-
logação em seus projetos de automação, razão
Trabalho realizado, parcialmente, como resul- desta tese que cobre dois aspectos: estudo
tado da participação da autora na série de do FORMATO, chamado CALCO (Catalogação
Seminars on the Acquisition of Latin American Legível em Computador) necessário para
Library Materials. Estuda as bibliografias traduzir os dados catalográficos em linguagem
nacionais correntes na América Latina distri- de computador c Avaliação estatística da

Ci. Inf., Rio de Janeiro, l(l):57-59, 1972 57


RESENHAS

aceitação do sistema entre 991 bibliotecas espe- processos de produção do livro", esta obra
cializadas brasileiras, das quais apenas 356 continua o trabalho clássico de R. B. McKernow,
enviaram respostas aos questionários. O FOR- "Introduction to Bibliography", de 1927.
MATO CALCO foi adaptado do "MARC II Os quatro grandes capítulos, detalhadamente
Communication Format" e a entrada no com- subdivididos, cobrem: Book Production: the
putador deverá ser feita através de fitas hand-press period 1500-1800; Book Production:
perfuradas Friden. LMF the machine-press period 1800-1950; Biblio-
graphical Applications; Reference Bibliography.
MAIA, A. B. — Centro de análise da informação; Os três apêndices incluídos cobrem "A note on
requisitos mínimos para seu funcionamento. Eli7abethan Handwriting", "Four specimen
Rio de Janeiro, IBBD, 1972. 30f. Dissertação bibliographical descriptions" e "The transmis-
final apresentação a UFRJ/IBBD para sion of the text: two examples".
obtenção do grau de Mestre em Biblioteco- Fartamente ilustrada (141 ilustrações), inclui
nomia e Documentação. exemplos de diferentes tipos e escritas, for-
Definição, objetivos e atividades de um centro matos, contextura e tamanho de papel, má-
de análise da informação considerado nos quinas e impressoras diversas etc.
seus principais aspectos, e tendo em vista o A obra inclui ainda um detalhado índice
desenvolvimento tecnológico proveniente da alfabético.
contribuição e assistência desses serviços. Philip Gaskell é professor de bibliografia
Funcionamento do sistema demonstrado por e de literatura inglesa nas Universidades de
fluxogramas, incluindo as atividades de trata- Cambridge e Glasgow, além de autor de
mento, utilização, transferencia e disseminação várias outras obras e compilador das biblio-
da informação. LMF grafias de John Baskerville (1958) e da Foulis
Press (1964). GMB
MELLO, J. B. — Síntese histórica do livro. Rio de
Janeiro, Editora Leitura, 1972. 344 p. INFORMATION as a key to progress. The OECD
Observer, Paris (57):6-8, Apr. 1972.
Obra parcialmente resultante da experiência
do Professor José Barbosa Mello no ensino O Comitê para a Política Científica da OECD,
de Artes Gráficas, na Escola de Biblioteco- preocupado com as implicações (já reconhe-
nomia e Documentação da FEFIEG, e que cidas pelos Ministros da Ciência dos países
deverá ser complementada pela "Síntese his- membros da OECD) entre o desenvolvimento
tórica das artes gráficas", fruto de mais de econòmico-social e o progresso técnico-cien-
cinco anos de pesquisa do autor no maior tífico, vem desenvolvendo estudos de exame
centro gráfico do mundo, cm Leipzig. Dividida da política científica e técnica referente
em seis capítulos — Pré-história do livro, "a promoção, coordenação e financiamento das
história do livro, o livro no Oriente, o livro atividades de informação técnico-científica
na Europa, o livro nas Américas e o livro de vários países".
no Brasil — trata-se, na opinião do prefaciador, Entre os aspectos enfatizados, estão:
o Acadêmico Adonias Filho, de uma obra a) A recomendação de que cada país tenha
"que sendo um livro de ensino, ultrapassa essa
um organismo responsável pela coorde-
órbita para situar-se como um estudo indis-
nação e administração dos recursos de
pensável, porque definitivo . . . Excepcional, informação;
convém acrescentar, pela carga de conhe-
cimentos e informações, a cobertura documen- b) A necessidade de planejar além do nível
tária e a linguagem objetiva. Não sei, em nacional, fazendo uso mais eficiente dos
conseqüência, de melhor contribuição ao Ano recursos internacionais, através de redes de
Internacional do Livro que esta "Síntese informação;
Histórica do Livro", de Barbosa Mello". Apre-
sentado por Arthur Cezar Ferreira Reis, c) O treinamento adequado de especialistas
Presidente do Conselho Federal de Cultura, que tem a responsabilidade de fazer
com palavras de entusiásticos aplausos, face às novas dimensões do processamento
o livro foi em boa hora editado pela Editora da informação.
Leitura. GMB O artigo aborda os problemas de avaliação
GASKELL, Philip — A new introduction to Biblio- econômica da informação, e apresenta a
graphy. Oxford, Claredon Press, 1972. 438 p. cooperação internacional como única saída
para o desafio dos problemas de infor-
Abordando o conceito de bibliografia como mação, enfatizando os objetivos dos siste-
"a transmissão de textos explicada através dos mas. GMB

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RESENHAS

GOMES, H. E. - Utilização do sistema de SDI do revistas brasileiras de administração de empre-


Technical Information Service do National sas e economia.
Research Council do Canada; algumas implica- Das revistas analisadas pelo TIS muitas são
ções. Rio de Janeiro, 1972. Dissertação final canadenses, em nível de divulgação, o que
apresentada à UFRJ/IBBD para obtenção do faz prever uma quantidade de informação de
grau de Mestre em Biblioteconomia e Docu- interesse local e, provavelmente, sem apli-
mentação. cação no país, dadas as diferenças de desen-
volvimento. Entre os engenheiros brasileiros
O Technical Information Service, (TIS) do não há, de maneira geral, associação entre
Canadá oferece um serviço de SDI para a consulta a bibliotecas para leitura de perió-
indústria, visando, principalmente, às neces- dicos. Foi freqüente a indicação desta última
sidades da gerência industrial. Assim, fornece forma excluindo a biblioteca. Dos periódicos
informações de interesse comum para as analisados pelo sistema apenas 65% são
indústrias, como, por exemplo, manutenção, localizados no país, numa distribuição geográ-
iluminação, corrosão etc. Foi feito um estudo fica que não coincide com a distribuição
detalhado do Sistema com vistas à sua apli- das usinas, o que faz prever um mau atendi-
cação à indústria brasileira. Foi escolhida mento no fornecimento de cópias. Um estudo
a área siderúrgica no Brasil, para estudo da de aquisição planificada deve preceder a
comunidade. Verificou-se que a barreira lin- implantação do sistema se houver interesse.
güística é relativa. Quase sempre engenheiros O sistema trabalha com títulos indexados em
que tinham acesso à língua inglesa e alemã linguagem natural e o manual do elaboração
consultavam revistas técnicas e aqueles que só do perfil prevê a elaboração da estratégia
conheciam a língua portuguesa optaram por de busca dentro desta característica. HEG

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