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EXERCÍCIOS SOBRE AFRICANOS NO BRASIL

TESTE DE ATENÇÃO

Perguntas
1. Por que o rei de Portugal proibiu a escravidão indígena no Brasil?
2. Como os africanos eram aprisionados?
3. Como era o trabalho de um escravo de ganho?
4. Qual era a função do feitor?
5. O que é um quilombo?

Respostas possíveis
A. Impedir que os escravos fugissem e fazê-los trabalhar.
B. Porque os índios têm alma.
C. Doença que dizimou muitos escravos
D. Os portugueses lutavam contra os africanos e aprisionavam-lhes.
E. Plantava, capinava e colhia nas plantações.
F. Ele percebeu que ganharia mais se escravizasse africanos.
G. Cidade murada e escondida onde os escravos fugidos iam viver em liberdade.
H. Manter os escravos revoltados.
I. Os próprios africanos aprisionavam africanos e trocavam por bebidas e armas.
J. Saía vendendo coisas ou se oferecendo para fazer trabalhos em troca de pagamento. No final do dia
deveria dar dinheiro ao seu senhor.

PRÉ-DESAFIO

1. Com base em seus conhecimentos e a partir dessa leitura podemos afirmar que
A) Apesar dos escravos serem mal alimentados e maus tratados havia no navio que os trazia da África
para o Brasil um médico que não os deixava morrer e tratava dos doentes durante a viagem porque cada
escravo era muito valioso para o capitão.
B) Como os escravos eram vendidos em leilão e os mais fortes eram os mais caros, os africanos recebiam
muita comida para engordar e ficarem mais robustos antes de chegarem ao Brasil.
C) Os africanos que mudaram-se para o Brasil em busca de uma vida melhor tiveram que enfrentar
condições de transporte muito difíceis.
D) Muitos africanos foram capturados e vendidos no Brasil como escravos para trabalhar em plantações
de cana-de-açúcar fazendo assim uma migração forçada.

Leia o texto para responder a pergunta.


São amontoados em pequenos navios, normalmente amarrados com ferro e reduzidos a uma dieta
inadequada consistindo geralmente em farinha de mandioca e carne salgada (...). Assim, submetidos os
escravos durante esse tempo a condições danosas, seus organismos se deterioram, e eles desembarcam em
nossas praias em estado bastante deplorável.
Fonte: Lima Duarte, Ensaio. In: CONRAD, Robert Edgar. Tumbeiros. São Paulo: Brasiliense, 1985. p.56
2. Sabendo que a viagem da África para o Brasil de navio no século XVI levava de 30 a 45 dias e que no
Brasil havia 1 milhão de índios assinale a alternativa que explica porque os africanos eram escravizados e
trazidos ao Brasil.
A) Porque os índios eram preguiçosos.
B) Porque era mais lucrativo para o rei de Portugal escravizar africanos do que brasileiros.
C) Porque os africanos são negros e assim era mais fácil distinguir quem era escravo e quem era livre.
D) Porque era mais fácil escravizar africanos do que índios.

(SIADE 2009) Observe a figura e responda à questão.


Sapataria. Aquarela de Jean-Baptiste Debret (1768-1848)

3. Assinale a alternativa correspondente à forma de trabalho representada na imagem.


A) Servidão.
B) Escravidão.
C) Profissional liberal.
D) Trabalho assalariado.

Leia os textos abaixo para responder às questões que se seguem.


O senhor deve dar a quem o serve suficiente alimento, remédios na doença e roupas com que
decentemente se cubra e não deixá-lo quase nu pelas ruas. Deve também moderar o serviço de forma que
não seja superior às forças dos que trabalham.
Fonte: ANTONIL, André João. In: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Coletânia de documentos
históricos para o 1º grau – 5ª a 8ª séries. São Paulo: CENP, 1979. p.20
Há alguns anos que negros fugidos ao rigor do cativeiro e engenhos desta Capitania formaram
povoações numerosas pelo interior entre os Palmares e matos. Crescendo cada dia em número se
adiantam tanto no atrevimento com contínuos roubos e assaltos que afastam moradores desta Capitania
vizinhos aos seus mocambos. Este exemplo vai convidando os demais a fugirem por se livrar do rigoroso
cativeiro que padecem. Teme-se que cresçam em poder e número.
Fonte: COUTINHO, Fernão de Souza. In: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Coletânea de documentos
históricos para o 1º grau – 5ª a 8ª séries. São Paulo: CENP, 1979. p.21
4. Com base em seus conhecimentos e a partir dessas leituras podemos afirmar que
A) Mesmo seguindo estes conselhos vários escravos fugiam ou cometiam suicídio.
B) Mesmo seguindo estes conselhos vários escravos fugiam, mas não chegavam ao ponto de se matarem.
C) Para os senhores que seguiam os conselhos acima os escravos revoltavam-se apenas destruindo as
plantações e os produtos de seu trabalho.
D) Seguir estes conselhos era suficiente para que os escravos não se revoltassem, mas como nem todos os
fazendeiros seguiam estes conselhos havia escravos fugidos.

5. A partir da análise dos textos podemos concluir corretamente que


A) Uma vez que os escravos fugiam, eles procuravam viver longe dos fazendeiros e nunca mais tinham
contato com eles.
B) Os fazendeiros não tinham medo dos escravos fugidos porque tinham armas de fogo e facilmente os
capturavam de volta.
C) Os escravos fugiam e iam viver em Capitania, uma cidade fortificada criada por eles e para eles.
D) Os quilombos de certa maneira podem ser entendidos como uma forma de luta pela extinção do
trabalho escravo.
Leia os textos a seguir para responder à próxima questão.
Texto 1- E chegou mais um navio no porto, e lá vai ele pegar mais caixas pesadas para deixar na
alfândega. Ele se perguntava “o que será que tem aqui dentro?”.
Texto 2 – Ele era acordado muito cedo, seu desjejum era um gole de cachaça, pegava no facão e
começava a cortar cana.
Texto 3- Era um privilégio poder andar livremente por aí, ficava cansado, é verdade, andava o dia todo
carregando aquele peso nas costas e tinha que voltar à noite com o dinheiro combinado, mas preferia
viver assim do que como viviam seus irmãos.
Texto 4 – Tão logo o patrão chegava para tomar seu desjejum ela ia para o seu quarto arrumar a cama e
dar início à limpeza do chão.

6. Cada texto acima trata de um tipo de escravismo praticado no Brasil colonial. Assinale a alternativa que
nomeia corretamente e na ordem cada tipo.
A) Escravo de ganho, urbano, de campo e doméstico.
B) Escravo urbano, de campo, de ganho e doméstico.
C) Escravo de ganho, de campo, urbano e doméstico.
D) Escravo doméstico, de ganho, do campo e urbano.

(SIADE 2010) Observe a imagem, leia o texto e responda à questão.

“Nenhuma cultura, nenhuma gente, nenhum povo depois do português, exerceu maior influência na
cultura brasileira do que o negro. Quase todo brasileiro traz a marca dessa influência. Da negra que o
embalou e lhe deu de mamar. Da sinhama que lhe deu de comer, ela própria fazendo com os dedos o
bolão de comida.”
Fonte: FREYRE, G. Casa-grande & senzala em quadrinhos. São Paulo: Global, 2009. P. 35.
7. O texto e a imagem anterior
A) demonstram a influência dos índios sobre a cultura do Brasil.
B) explicam a eliminação da cultura dos africanos no Brasil.
C) mostram a influência da cultura negra sobre o Brasil.
D) tratam da influência da cultura européia sobre a dos negros.

De acordo com o recenseamento realizado pelo IBGE, no ano 2010, 6,3% da população brasileira
declarou-se negra, 43,2% pardos, 49,9% brancos, 0,5% amarela e 0,4% indígena.
O critério usado pelo IBGE para esta classificação é a autodeclaração, o que, segundo alguns, gera
distorções na estatística pois existe preconceito contra o negro no país, sendo que muitos negros
geralmente se declaram "pardos" e também há casos de "pardos" que se declaram "brancos". Este termo
"pardo", utilizado pelo IBGE, na prática acaba englobando todos os que se consideram não-brancos mas
que também não se identificam como negros, indígenas ou amarelos (asiáticos). Isto tem gerado
controvérsia, uma vez que muitos dos contrários às políticas afirmativas (entre elas a política de cotas
raciais) não consideram todos os "pardos" como afrodescendentes, algo que o governo tende a fazer.
Fonte: Wickpedia, verbete “Demografia do Brasil”. (Com adaptações) Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3o_brasileira#Grupos_.C3.A9tnico-raciais. Acesso em
24/04/2011.
8. Conclui-se da leitura do texto anterior que...
A) O número de brancos no Brasil pode ser maior do que 49,9%.
B) O número de negros no Brasil pode ser maior do que 6,3%.
C) O número de pardos no Brasil deve ser exatos 43,2%.
D) Somente os negros são considerados afrodescendentes.

(SIADE 2009) Leia e responda à questão.


De acordo com a Fundação Palmares existem 1.002 comunidades quilombolas reconhecidas no Brasil,
das quais apenas 82 têm posse de terra.
Fonte: MACHADO, G. Luta de quilombolas hoje é pela posse da terra, afirma professor. 2007. Disponível em:
<http://www.agenciabrasil.gov.br>. Acesso em: 25 de maio de 2009.
9. Assinale a alternativa que melhor representa o conteúdo expresso no texto anterior.
A) Apesar do grande número de comunidades quilombolas, poucas conseguiram a posse de suas terras.
B) Praticamente todas as comunidades quilombolas do Brasil receberam a posse de suas terras.
C) Nenhuma comunidade quilombola no Brasil tem o direito de ter reconhecida a posse sobre suas terras.
D) O reconhecimento da existência das comunidades quilombolas garantiu a posse sobre as terras para
todas elas.

(1ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2009)


A revista Ciência Hoje publicou a seguinte notícia:
O Brasil no Atlântico Sul
O historiador Luis Felipe de Alencastro defende que, nos séculos XVI e XVII, o Brasil foi um pólo de
produção escravista dependente e organicamente ligado a Angola, um outro pólo produtor de mão-de-
obra escrava para a agricultura brasileira. A formação do Brasil, portanto, seria um resultado da relação
entre esses dois países.
“A nossa História não está restrita ao nosso território”, afirma o autor. Tendo o Atlântico Sul como
ligação, a trajetória do Brasil dos séculos XVI e XVII está intimamente ligada à de Angola. Com uma
ocupação portuguesa efetiva, esse país teve seus reinos independentes dizimados e limitou-se a
desenvolver uma economia complementar à brasileira. A prioridade era o fornecimento de escravos para
o mercado brasileiro, e atividades que pudessem concorrer com a agroindústria exportadora do Brasil não
eram incentivadas. Sob esse aspecto, Alencastro sustenta que o Brasil, tradicionalmente visto como um
país explorado, também explorou. “Angola foi pilhada pelos brasileiros, ou pelos colonos deste enclave
lusitano”, afirma o historiador. Isso ocorreu por meio de guerras com o intuito de aumentar o tráfico de
escravos.

10. Baseado nesta reportagem, sobre o Brasil colônia, seria errado pensar que:
A) O Atlântico sul relacionava a América e a África, logo a formação do Brasil não se restringiu apenas
ao binômio Brasil-Portugal.
B) O tráfico de escravos foi um negócio formador do território brasileiro.
C) Angola foi explorada e colonizada por brasileiros.
D) O trabalho compulsório no Brasil colônia foi formado pelo tráfico de escravos africanos e também por
“negros da terra”.

(1ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2009)


“Eu abaixo assinado declaro que tenho vendido a Ilmª D. Maria Antonia Teixeira um Escravo de
nome Benedicto de nação Crioulo com todos os vícios e achaques novos e velhos tal e qual o possuo pela
quantia de Duzentos e dez mil réis que recebi em favor desta em notas correntes – livre e
desembaraçado de penhores e hipotecas, obrigando esse se fazer boa e valiosa venda para sempre
fazendo o dito __________________ obrigado a pagar a Ciza.
Rio de Janeiro 4 de Set de 1851
SÂO R500$010
Declaro que este escravo me foi remetido de Pernambuco por Manoel Pereira Teixeira. do qual faço
venda por consentimento e ordem de José Teixeira Bastos.
Consentimento e afirmação acima João Antonio da C. Porto”

11. Observe o documento e indique a alternativa impertinente:


A) Trata-se de um documento que possui texto impresso, texto manuscrito e imagem.
B) A imagem de senhores e de escravos era utilizada porque muitas pessoas não alfabetizadas poderiam
mesmo assim reconhecer que se tratava de um ato de compra e venda.
C) Não é um contrato comercial.
D) É um documento que comprova que a propriedade de escravos era regida por lei.

(2ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil - 2010)


Fogo Morto
Trecho de romance
Seu Lula, porém, não devia, não tomava dinheiro emprestado. Todas as aparências de senhor de
engenho eram mantidas com dignidade. Diziam que todos os anos ia ele ao Recife trocar as moedas de
ouro que o velho Tomás deixara enterrada. A cozinha da casa-grande só tinha uma negra para cozinhar. E
enquanto na várzea não havia mais engenho de bestas, o Santa Fé continuava com as suas almanjarras.
Não botava máquina a vapor. Nos dias de moagem, nos poucos dias do ano em que as moendas de seu
Lula esmagavam a cana, a vida dos tempos antigos voltava com ar animado, a encher tudo de cheiro de
mel, de ruído alegre.
Tudo era como se fosse uma imitação da realidade. Tudo passava. Na casa de purgar ficavam os
cinqüenta pães de açúcar, ali onde, mais de uma vez, o capitão Tomás guardara os seus dois mil pães, em
caixões, em fôrmas, nas tulhas de mascavo seco ao sol. Apesar de tudo, vivia o Santa Fé. Era engenho
vivo, acendia sua fornalha, a sua bagaceira cobria-se de abelhas para chupar os restos de açúcar que as
moendas deixavam para os cortiços. O povo que passava pela porta da casa-grande sabia que lá dentro
havia um senhor de engenho que se dava ao respeito. Ninguém gostava do velho Lula de Hollanda, mas
ao vê-lo, com as barbas até o peito, todo de preto, de olhar duro e fala rompante, todos o respeitavam. Era
um homem sério. As histórias com seus negros, as suas malvadezas iam ficando de longe, de uma outra
época. Havia os que tinham medo, havia os que falavam de castigo caindo sobre a família que era de uma
tristeza de luto fechado.
Não parava ninguém para oferecer uma vendagem, para puxar uma conversa, para uma visita. O
Santa Fé cobria-se de mistério.
Trecho de romance de José Lins do Rego, descrevendo um engenho de açúcar.
12. Baseando-se na leitura do texto anterior assinale a alternativa errada:
A) O lento desaparecimento da cultura de cana no Brasil trouxe o fim dos engenhos.
B) Trata-se de uma narrativa que descreve o Brasil pós-1930, a crise do setor agroexportador da cana de
açúcar e a reorientação do eixo econômico para a indústria.
C) A narrativa descreve a fragilidade econômica do engenho e o desgaste de seu senhor.
D) Apresenta metaforicamente mudanças tecnológicas e das relações de trabalho e de poder no Nordeste
brasileiro pós-1930.

(2ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil - 2010)


Revogação de carta de alforria
Dizemos nos abaixo assinados João Lourenço Dias, e minha mulher D. Joaquina Claudia de São José,
que havendo em 15 de julho de 1844, passado carta de liberdade a Paulino Crioulo com a condição de
servir-nos por vinte anos, e que dentro deste prazo alguma grave desobediência cometesse contra nós,
ficaria de nenhum efeito a mesma carta, sucede que no dia 5 do mesmo mês ele se arrojara armado de
ferro a assassinar-me, vibrando golpes de que custozamente me defendia, quando por socorro pranto de
outras pessoas, e feito da Providência Divina foi o mesmo embaraçado de tirar me a vida, evadindo-se
imediatamente depois. Por esta causa, por tanta sua ingratidão, revogamos agora, e de efeito revogado
temos de hoje para sempre aquela carta de liberdade; pedimos as justiças de S. M. Imperial, que, sendo
averbada esta revogação no mesmo Livro de Notas em que tal carta se acha lançada, seja considerada de
minha vontade desde de a data desta, sendo esta por nós assinada perante testemunhas, e a nosso rogo
escrita por Domingos Jose Alves de Souza. Ponte Nova, 8 de Dezembro de 1848.
(…) tendo os autos provado plenamente tudo quanto alegarão, e á vista da Ordenação do 1° e 4°
Título, parágrafo 7°. Julgo justa e bem intentada a presente ação, e os autores desligados dos contratos
que com o réu tinha o feito, ficando o mesmo reduzido á cativeiro perpetuo, como se nunca existisse
contrato algum entre ele e seus senhores, e o condeno nos custos. Mariana 19 de Fevereiro de 1852.

13. Após a leitura do documento anterior assinale a alternativa errada.


A) Trata da revogação da carta de liberdade – com condição de servir por 20 anos – concedida ao escravo
Paulino Crioulo.
B) Permite verificar que a revogação de liberdade por ingratidão era uma possibilidade legal, amparada
pelo Título 63 do Livro IV das Ordenações Filipinas.
C) Apresenta a carta de alforria como um instrumento utilizado pelo senhor para garantir a o trabalho e
fidelidade do escravo ao longo de muitos anos.
D) Demonstra como a possibilidade da revogação da liberdade tornava a alforria pouco desejada pelos
escravos.

(2ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil - 2010)


Palmares (Trechos de artigos e declarações)
A reação do homem negro contra a escravidão, na América Portuguesa, teve três aspectos principais.
(…) A reação mais geral foi, entretanto, o quilombo. Era uma reação negativa – de fuga, de defesa. Era a
reação mais simples. (…) A peculiaridade de Palmares, entre os muitos quilombos do Brasil, está em ter
vivido por quase todo um século, não obstante as dezenas de expedições que os brancos enviaram para
reduzi-lo.
Fonte: CARNEIRO, Edison. O Quilombo de Palmares. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira S. A. 1966,
p.03-04. Primeira publicação em 1946.
Palmares nasceu com perfil africano e com gentes brasis: índios, negros, brancos e mestiços. A
riqueza da obra está mais no projeto social que ela nos oferece e menos na capacidade bélica e militar de
Palmares e seus líderes, Ganga-Zumba e Zumbi.
Fonte: ARAÚJO, Zezito. Apresentação a obra República de Palmares – Pesquisa e Comentários em documentos
históricos do século XVII. Por: Décio Freitas. Alagoas: Edufal – Ideário, 2004.
Meu avô me contava sobre os 400 anos de escravidão do povo negro no Brasil e da luta de Zumbi.
Hoje, o hip-hop me deu conhecimento para perceber que o principal líder do maior dos quilombos,
Palmares, é mais atual que nunca: lutava por igualdade social, pelos direitos dos negros como cidadãos e
por uma distribuição humanitária da renda.
Fonte: HOOD, Rappin. Revista MTV, Editora ZMA, Setembro de 2002.
14. Assinale a alternativa incondizente com o texto anterior.
A) O texto escrito pelo advogado soteropolitano Edison Carneiro, estudioso dos cultos religiosos
africanos no Brasil, durante os anos 1940, apresenta os quilombos como uma reação negativa e simples
do homem negro à escravidão.
B) Os textos de Edison Carneiro, Zezito Araújo e Rappin Hood atestam o interesse histórico e social
acerca do Quilombo de Palmares. Desde o século XVII até a atualidade, Palmares tem sido objeto de
discussão, admiração e exaltação por parte da historiografia e da sociedade como um todo.
C) Para Rappin Hood, Zumbi seria um símbolo da luta contemporânea dos negros. De forma anacrônica,
o rapper projeta um conceito atual, o de cidadania, para o contexto do Brasil do século XVII.
D) As palavras do historiador Zezito Araújo, escritas em um contexto temporal diferente do vivenciado
por Edison Carneiro, exaltam a experiência social do Quilombo de Palmares que teria permitido a
convivência de índios, negros, brancos e gentis. Ao contrário de Carneiro, a excepcionalidade de
Palmares não se encontra na força bélica deste quilombo.

(2ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil - 2010)


Sermão de Antônio Vieira, 1633.
Oh! se a gente preta, tirada das brenhas da sua Etiópia, e passada ao Brasil, conhecera bem quanto
deve a Deus e a sua Santíssima Mãe por este que pode parecer desterro, cativeiro e desgraça, e não é
senão milagre, e grande milagre? Dizei-me: vossos pais, que nasceram nas trevas da gentilidade, e nela
vivem e acabam a vida sem lume da fé nem conhecimento de Deus, aonde vão depois da morte? Todos,
como credes e confessais, vão ao inferno, e lá estão ardendo e arderão por toda a eternidade. (…)
Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado: Imitatoribus Christi crucifixi – porque padeceis
em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. (…)
A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas
noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo
maltratado, e vós mal-tratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos,
de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá
merecimento de martírio.
Só lhe faltava a cruz para a inteira e perfeita semelhança o nome de engenho: mas este mesmo lhe deu
Cristo, não com outro, senão com o próprio vocábulo. Torcular se chama o vosso engenho, ou a vossa
cruz, e a de Cristo, por boca do mesmo Cristo, se chamou também torcular (…) Em todas as invenções e
instrumentos de trabalho parece que não achou o Senhor outro que mais parecido fosse com o seu que o
vosso. A propriedade e energia desta comparação é porque no instrumento da cruz, e na oficina de toda a
Paixão, assim como nas outras em que se espreme o sumo dos frutos, assim foi espremido todo o sangue
da humanidade sagrada (…)
E se então se queixava o Senhor de padecer só(…) e de não haver nenhum dos gentios que o
acompanhasse em suas penas: (…) vede vós quanto estimará agora que os que ontem foram gentios,
conformando-se com a vontade de Deus na sua sorte, lhe façam por imitação tão boa companhia!
(…) E como a natureza gerou os pretos da mesma cor da sua fortuna (…) quis Deus que nascessem à
fé debaixo do signo da sua Paixão e que ela, assim como lhes havia de ser o exemplo para a paciência,
lhes fosse também o alívio para o trabalho. Enfim, que de todos os mistérios da Vida, Morte e
Ressurreição de Cristo, os que pertencem por condição aos pretos, e como por herança, são os dolorosos
.
15. Assinale a alternativa incondizente com o texto anterior.
A) Devido à noção da época sobre a indignidade do trabalho, o jesuíta propõe “paciência” aos escravos
como forma de iludi-los e, assim, condicioná-los à realização das tarefas nas lavouras.
B) Vieira utiliza-se de passagens bíblicas da vida de Cristo para confortar os negros sobre sua condição de
escravos.
C) A partir da lógica social, política e econômica de seu período, Vieira proporciona aos negros um
entendimento de pertencimento ao mundo colonial na medida em que os define como mártires dessa
sociedade brasileira.
D) Ao evocar os episódios bíblicos da Paixão de Cristo e compará-los à situação do negro no Brasil,
Vieira legitima o sistema escravocrata vigente na colônia.

(3ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2011)


Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas de 1711, por André João Antonil
“Os braços de que se vale o senhor do engenho para o bom governo da gente e da fazenda, são os
feitores. Porém, se cada um deles quiser ser cabeça, será o governo monstruoso e um verdadeiro retrato
do cão Cérbero, a quem os poetas fabulosamente dão três cabeças. Eu não digo que se não dê autoridade
aos feitores; digo que esta autoridade há de ser bem ordenada e dependente, não absoluta, de sorte que os
menores se hajam com subordinação ao maior, e todos ao senhor a quem servem. Convém que os
escravos se persuadam que o feitor-mor tem muito poder para lhes mandar e para os repreender e castigar
quando for necessário, porém de tal sorte que também saibam que podem recorrer ao senhor e que hão de
ser ouvidos como pede a justiça. Nem os outros feitores, por terem mandado, hão de crer que o seu poder
não é coartado nem limitado, principalmente no que é castigar e prender. Portanto, o senhor há de
declarar muito bem a autoridade que dá a cada um deles, e mais ao maior, se excederem, há de puxar
pelas rédeas com a repreensão que os excessos merecem; mas não diante dos escravos, para que outra vez
se não levantem contra o feitor, e este leve o mal de ser repreendido diante deles e se não atreva a
governá-los. Só bastará que por terceira pessoa se faça entender ao escravo que padeceu e a alguns outros
dos mais antigos da fazenda que o senhor estranhou muito ao feitor o excesso que cometeu e que, quando
se não emende, o há de despedir certamente.”

16. Assinale a alternativa incondizente com o texto anterior.


A) Propõem a limitação dos poderes dos feitores de acordo com a sua posição, embora a autoridade de
cada um, segundo seu cargo e sua função, deva ser reconhecida por todos.
B) Apontam para a existência de diferentes graus de importância entre os indivíduos no interior dos
engenhos: entre senhores e feitores, entre feitores e entre os próprios escravos.
C) Apresentam o castigo aos cativos como algo necessário para a manutenção da ordem, desde que dentro
de limites tidos como aceitáveis por senhores e escravos.
D) Demonstram que aos escravos não era dada a possibilidade de acusar um feitor que lhes maltratassem.

(3ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2011)


“Um dos quilombos mais famosos de Mato Grosso foi o de Quariterê (…) As informações existentes
a seu respeito originam-se de um comentário sucinto fornecido no século XVIII por Felipe José Nogueira
Coelho, provedor da Fazenda Real e Intendência do Ouro, em suas memórias. O quilombo do Quariterê,
ou Quariteré, ou ainda do Piolho, situava-se nas imediações do rio Galera, afluente da margem ocidental
do rio Guaporé. Foi batido pela primeira vez por uma bandeira que partiu de Vila Bela, então sede do
governo da capitania, comandada pelo sargento-mor João Leme do Prado, em 1770, na época em que
Luís Pinto de Sousa Coutinho era governador de Mato Grosso. Nogueira Coelho afirma que esse
aldeamento existiria desde os primeiros tempos de exploração das minas da região do Guaporé, portanto
teria, no momento em que foi batido, por volta de três décadas de existência. Era, nessa época, habitado
por mais de cem pessoas, sendo 79 negros (entre homens e mulheres) e cerca de trinta índios. Sua forma
de governo recorria à metáfora da ‘realeza’, segundo relato de Nogueira Coelho: ‘Havia tido rei; então
governava a rainha viúva Thereza, bem assistida de índias e negras’. Existia como que um Parlamento,
presidido pelo ‘Capitão-Mor’ José Cavalo. A rainha, no exercício de suas funções, contava com a atuação
de um conselheiro, José Piolho. Como na maioria dos quilombos estudados, algumas das preocupações
centrais eram os esforços de defesa, que incluíam o sigilo sobre sua localização. Para a obtenção desse
objetivo, a disciplina interna era rígida e os castigos efetivamente pesados: quando julgavam necessário,
as autoridades do Quariterê mandavam enforcar, quebrar as pernas e enterrar vivos os insubordinados.
Entre as faltas mais duramente punidas pelo quilombo estava a deserção.
A agricultura do aldeamento produzia com fartura gêneros alimentícios necessários aos seus
habitantes. Além desses produtos, cultivavam fumo e algodão, mantendo ainda duas tendas de ferreiro,
provavelmente voltadas para o fabrico de ferramentas e armas.
Vencido o quilombo, os proprietários se apossaram dos prisioneiros, destruíram os ranchos e
plantações e voltaram para Vila Bela. Apesar da ação violenta da bandeira comandada pelo sargento-mor
João Leme do Prado, os negros que escaparam aos ataques embrenhando-se nos matos retornaram e
recompuseram o aldeamento: o quilombo entrou em uma nova etapa, que durou até 1795. Por essa época,
o capitão-general João de Albuquerque de Melo Pereira e Cárceres decidiu organizar uma expedição com
duplo objetivo: realizar trabalhos de prospecção, no intuito de encontrar novas jazidas auríferas e dar caça
a escravos fugitivos, batendo os quilombos (…)
[Dentre as pessoas ali encontradas] apenas seis eram remanescentes do antigo quilombo destruído
havia 25 anos. Pessoas idosas que exerciam as funções de comando do aldeamento, sob cuja orientação
havia se reestruturado a vida econômica de Quariterê, eram igualmente responsáveis pela orientação da
vida religiosa e pelo cuidado dos doentes. A maioria dos habitantes havia nascido no próprio aldeamento,
descendendo dos sobreviventes do arranchamento anterior.”

17. A partir do texto escolha a alternativa errônea.


A) O quilombo do Quariterê, assim como muitos outros, era organizado a partir de formas de governo
tradicionais na África, tais como o reino ou o conselho de anciãos.
B) A existência de punições violentas contra os quilombolas que ameaçavam a segurança e o sigilo sobre
a localização dos quilombos contesta a interpretação de que esses locais eram comunidades idílicas.
C) Por meio de relatos e memórias de indivíduos que exerciam cargos administrativos e militares e que
perseguiam os quilombos é possível conhecer as formas de organização quilombolas.
D) A ausência de complexidade social na organização interna dos quilombos os tornavam experiências
efêmeras e de curta duração.

(4ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2012)


“Quando viu aquele embrulho suspeito na porteira do curral do capitão Carlos de Oliveira em Vila
Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá, o preto alforriado Joaquim Moreira achou por bem averiguar o que
havia ali dentro. Encontrou, entre outros objetos, pedaços de couro, corais, uma argola de ferro, versos de
uma oração e até mesmo alguns bicos de pássaros, tudo isso envolvido por um lenço de tabaco. Pensando
ser feitiçaria, Joaquim ateou fogo naquelas coisas. Contrariado, o escravo Manoel Quiçamá, autor do
embrulho, foi tomar satisfação, afirmando que “aquilo não era feitiço, mas remédio para curar os outros
de feitiço”.
As práticas de feitiçaria e magia faziam parte do diaadia dos habitantes da região do Mato Grosso no
século XVIII. Casos como o de Joaquim Moreira e uma série de denúncias sobre práticas de
adivinhadores, rezadores, curadores e feiticeiros podem ser encontrados nos Autos da Devassa da Visita
Geral da Comarca Eclesiástica de Cuiabá, realizada em 1785. Apesar de o Tribunal do Santo Ofício –
braço da Igreja responsável pelo julgamento de crimes religiosos – não ter se estabelecido no Brasil, seus
representantes realizaram sete importantes visitas, além de outras de menor impacto.
Os números da Devassa, que significa “investigação”, revelam aspectos muito interessantes sobre as
acusações. Das 15 denúncias de prática de magia, 12 foram feitas por brancos. Em relação às acusações
de feitiçaria, temos uma proporção próxima: das 48 acusações, 30 foram feitas por brancos. Seguindo a
mesma lógica, das 15 pessoas acusadas por magia, apenas seis eram brancas. Além disso, entre os
supostos feiticeiros não havia sequer um branco. O grande número de denúncias de magia e feitiçaria
feitas por brancos mostra como eles acreditavam que negros e índios usavam estas práticas nos conflitos
cotidianos. (…)
Mergulhar no fascinante e misterioso universo da feitiçaria no Mato Grosso do século XVIII nos
permite ampliar os horizontes da história do período. Mas resta uma pergunta: o saldo de suas práticas
trouxe aos feiticeiros mais conquistas ou perdas? Mesmo perseguidos e denunciados, muitos escravos
conseguiram, graças a supostos dons sobrenaturais, afrouxar os grilhões e renegociar sua condição.”

19. Indique a alternativa incorreta.


A) A ausência do Tribunal do Santo Ofício no Brasil permitiu que acusações que geravam punições
severas na Europa ficassem impunes em solo brasileiro.
B) A magia é apresentada no texto como um meio de negros e índios exercerem certa resistência
cotidiana diante dos desmandos da sociedade na qual viviam.
C) Os autos da Devassa mostram que o imaginário sobre a prática da magia era compartilhado na
sociedade colonial entre negros, índios e brancos.
D) Joaquim Moreira não conseguiu, apenas olhando o conteúdo do embrulho, diferenciar entre feitiço e
remédio para curar feitiço.

(4ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2012)


18. Indique a alternativa incorreta.
A) O cartaz de “procura-se” nos permite inferir que o escravo Fortunato sabia manipular referências
culturais da época (uso de sapatos e nome e sobrenome) para fazer-se passar por liberto.
B) Os anúncios de fugas de escravos descreviam os aspectos físicos, trejeitos e as habilidades dos
procurados, fornecendo inúmeros detalhes que contribuíam na sua identificação.
C) O cartaz evidencia o descumprimento dos direitos humanos, uma vez que limita sua liberdade e sua
possibilidade de oposição, resistência cultural e política.
D) O anúncio informa sobre a fuga do escravo Fortunato e define a recompensa a ser paga caso ele fosse
reconduzido ao seu dono, um dos proprietários da tipografia Laemmert.

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