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Em todas as explorações situadas nas zonas vulneráveis é Deverá ser evitada a aplicação de fertilizantes em períodos de
obrigatório o estabelecimento de um plano de fertilização, que fortes chuvas que originem a lavagem do azoto, sobretudo
tem de respeitar o valor máximo descrito na tabela “Quantidade quando os solos estão escassamente cobertos ou nus, não
máxima de azoto a aplicar por cultura”. Esta quantidade de permitindo às plantas absorver os nitratos fornecidos pelos
azoto a aplicar deverá ter em conta o azoto presente na água fertilizantes.
de rega, nos chorumes e estrumes, nos resíduos das culturas b) Não é permitido a aplicação de fertilizantes nas condições
anteriores, nos adubos químicos e no solo. do aviso laranja ou do aviso vermelho emitido pelo Instituto
No mês de Março de 2010, através da Portaria n.º 164/2010 de Português do mar e da Atmosfera, I.P.;
16 de Março, são designadas as novas/reformuladas zonas c) Na superfície agrícola em pousio e em que não esteja inserido
vulneráveis Nacionais. Sendo então criadas as zonas: em rotação, não é permitido a aplicação de fertilizantes que
(1) Zona Vulnerável nº 2 Estarreja–Murtosa , com uma área de contenham azoto;
8.137,74 ha.
d) É proibida a aplicação de fertilizantes após a colheita das
(2) Zona Vulnerável nº 3 Litoral Centro, com uma área de culturas de primavera-verão se estas não precederem uma
23.646,88 ha. cultura de outono-inverno ou se o solo permanecer em pousio.
(1) Nas culturas de primavera-verão que não precedem culturas de outono-inverno, é proibida a aplicação de fertilizantes
orgânicos 1 mês após sementeira ou plantação. Deve, no entanto, seguir-se o disposto no artigo 13º da Portaria nº 259/2012,
de 28 de agosto.
(2) Em conformidade com o disposto no nº 24 do artigo 10º da Portaria nº 259/2012, de 28 de agosto.
(3) A DRAP territorialmente competente pode, nas culturas forrageiras de corte múltiplo, autorizar no máximo, a aplicação de
% da quantidade recomendada em adubação de cobertura após o 1º corte.
Nas faixas de proteção definidas, estas não devem ser sujeitas
a valorização agrícola de efluentes pecuários, a outras
fertilizações, a mobilizações do solo ou instalação de novas
culturas, exceto pastagens permanentes ou floresta.
h) Devem ser respeitadas as seguintes distâncias mínimas de
segurança relativamente às captações de água subterrânea:
1) É proibido aplicação de fertilizantes numa faixa de proteção
de 5 metros, relativamente às captações de água subterrânea,
quando estas se destinam a uso exclusivo para rega.
2) É proibida a aplicação de fertilizantes a menos de 20
metros de uma fonte, poço ou captação de água quando
esta se destine a outros usos, além da rega, sem prejuízo da
demais legislação aplicável.
e) A aplicação de fertilizantes e/ou correctivos orgânicos, durante i) A quantidade de azoto a aplicar às culturas não deve exceder
o ciclo vegetativo das culturas, é proibida sempre que ocorram as quantidades máximas indicadas para as zonas vulneráveis,
situações de excesso de água no solo, devendo, neste caso, tendo em consideração que a quantidade de matérias
aguardar-se que o solo retome o seu estado de humidade fertilizantes orgânicas a aplicar não pode veicular mais de 250
característico do período de sazão, exceptuam-se os solos onde kg azoto total, por hectare de SAU, o qual não deve conter
se pratique a cultura do arroz e ou do agrião, quando cultivado mais de 170 kg de azoto total de efluentes pecuários, incluindo
em canteiros; o excreta dos animais em pastoreio.
Armazenamento de efluentes
pecuários
O cálculo do dimensionamento das estruturas de armazenamento
deve permitir uma gestão adequada e segura em função da
utilização, transferência para terceiros ou eliminação.
A capacidade de armazenamento da exploração pecuária referida
Plano e balanço de fertilização no número anterior pode ser reduzida:
a) Se for demonstrada a contratualização da eliminação ou
transferência dos efluentes pecuários para outras entidades gestoras
Antes de qualquer cultura efectuar análises de solo, que devem de unidades intermédias ou de unidades técnicas de biogás, de
determinar um dos seguintes nutrientes: azoto mineral, azoto compostagem, de incineração ou co-incineração e para valorização
total, azoto nítrico ou matéria orgânica. Deverão ser efectuadas agrícola;
anualmente às culturas hortícolas ao ar livre e estufa, e b) Quando integrada num sistema de tratamento colectivo de
quadrienalmente às restantes culturas. É recomendável a efluentes pecuários.
determinação do pH (H2O) e do fósforo, potássio e magnésio
extraíveis.
A Capacidade de Armazenamento é calculada pela seguinte
w Também deve efectuar análises à água de rega, que é recomendável fórmula:
no início da rega, quanto ao teor de nitratos. Esta determinação AEP = EPP + AR + RS + + 1/4 P
tem lugar anualmente, salvo se a variabilidade da concentração Em que:
registada anualmente for inferior a 20%, em relação à média dos AEP = Armazenamento de Efluentes Pecuários.
últimos três anos, caso que têm uma periodicidade quadrienal. EPP = Efluentes pecuários produzidos, incluindo para além dos
w Para as culturas arbóreas e arbustivas, é recomendável realizar materiais utilizados das camas e os restos alimentares, a matéria
análises foliares, que devem contemplar o azoto, fósforo, potássio, orgânica acumulada anualmente nos parques exteriores não
cálcio, magnésio, enxofre, ferro, manganês, zinco, cobre e boro; pavimentados quando não for assegurada uma correcta rotação
e têm lugar anualmente. da sua utilização.
AR = Volume das águas de lavagem dos alojamentos e dos
w O material a analisar deve ser entregue no próprio dia da equipamentos das actividades pecuárias e das escorrências de
colheita ou no dia seguinte, no laboratório em que se pretende nitreiras e silos.
fazer a análise. RS = Reserva de capacidade de segurança mínima.
w Se o material for entregue no dia seguinte ao da colheita, o P = Águas pluviais (valor anual) não separadas nas áreas de
mesmo deve ser guardado no frigorífico, a uma temperatura de alojamento. (pluviosidade anual da região, tendo em consideração
4ºC a 6ºC. as áreas de alojamento dos animais cujas águas pluviais não sejam
separadas).
w Recorrer a laboratórios especializados que, em função da
análise da terra, da água e ou da análise foliar, recomendarão a
Os agricultores são obrigados a manter permanentemente
fertilização mais adequada, incluindo a quantidade e forma de
actualizados os registos referentes à gestão de efluentes pecuários.
azoto a aplicar e a época e técnica de aplicação, tendo sempre em
conta as quantidades máximas permitidas. Os boletins de análise
e respectivos pareceres técnicos devem acompanhar a ficha de
registo de fertilização.
DIREÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO CENTRO Compilação: Regina Esteves e Idílio Neto dezembro de 2013
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