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PROCESSO DO TRABALHO I
Apostila 4
8º Período do Curso de Direito
Professor: Vagner dos Santos da Costa
Vale frisar aqui que antes da CF/88, a doutrina e jurisprudência entendiam que,
em se tratando de dano moral (ações indenizatórias), a Justiça Obreira seria incompetente,
em razão da matéria, para processar e julgar esse tipo de demanda.
Atualmente se respeita os dizeres do artigo 114, IV e, para dirimir quaisquer
dúvidas, o ST editou a Súmula Vinculante nº 22, onde lemos:
Súmula Vinculante 22 do STF. A Justiça do Trabalho é competente para
processar e julgar as ações de indenização por danos morais e
patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam
sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional nº 45/04.
129, III; LC 75/1993, arts 6º, VII, 83, III e 84; Lei 7.347/85, art. 1º) que contenham pedido
de indenização por Danos Morais Coletivos.
Essa competência é dada em razão das Jurisprudências do TST sobre o
assunto, que deixam claras que, em se tratando de Relação de Emprego, conforme já
frisado, a competência é da Justiça do Trabalho, como vemos nos julgados abaixo:
“AÇÃO CIVIL PÚBLICA. EMPRESA DE PESQUISA DE OPINIÃO.
SERVIÇOS DE ENTREVISTA/COLETA DE DADOS PARA PESQUISA,
REVISÃO E DIGITAÇÃO DE DADOS. CONTRATAÇÃO DE FREE
LANCERS. DANO MORAL COLETIVO. O procedimento adotado pelas
rés, de contratar trabalhadores, na condição de autônomos, para o
exercício de funções inerentes à sua atividade-fim (entrevista/coleta de
dados para pesquisa, revisão e digitação de dados), impondo-lhes a
observância de diretivas acerca da prestação de serviços, revela-se
antijurídico e autoriza a reparação por danos morais coletivos. O dano
moral coletivo "corresponde à lesão injusta e intolerável a interesses ou
direitos titularizados pela coletividade (considerada em seu todo ou em
qualquer de suas expressões - grupos, classes ou categorias de pessoas),
os quais possuem natureza extrapatrimonial, refletindo valores e bens
fundamentais para a sociedade" (Xisto Tiago de Medeiros Neto, Dano
Moral Coletivo. São Paulo: LTr, 2.ed., p. 137). O reconhecimento do dano
moral coletivo (e a possibilidade de sua reparação) tem respaldo
constitucional (art. 5º, X, da Constituição Federal) e é tutelado pela Lei.
(0163600-46.2009.5.03.0109 RO, 7ª Turma, Rel. Aline Monteiro de Barros,
20/03/2011)”.
Ocorre que, tão logo a EC 45/2004 passou a vigorar, o STF mudou esse
entendimento, passando a ser de competência da Justiça Comum para julgar esse tipo de
ação, porém, tal decisão causou grandes questionamentos no meio jurídico, quase que
unânime, fazendo assim o STF adotar outro entendimento, agora devolvendo essa
competência para a Justiça Trabalhista.
Relativo ao marco temporal, o STF entendeu que, para as ações referentes a
Acidente de Trabalho antes da EC 45/2004 (que entrou em vigor em 2.1.2005) e que já
existissem sentença, permaneceriam na Justiça Comum. Evidentemente, os demais casos
versando Acidente de Trabalho iriam para a Justiça Trabalhista.
1.1.1.1.5 FGTS
A Justiça do Trabalho é competente para autorizar o levantamento do depósito
do FGTS, na ocorrência de dissídio entre empregador e empregado (Súmula 176 do TST,
já cancelada, mas usada analogamente), uma vez que a lide é oriunda da relação
empregatícia.
Caso a Ação seja entre Trabalhador X CEF (versando, por exemplo, sobre
correção do FGTS), a competência será da Justiça Federal.
1.1.1.1.7 SEGURO-DESEMPREGO
A Súmula 389 do TST já reconhece a competência da Justiça do Trabalho para
a não liberação das Guias de Seguro-Desemprego, como vemos:
Súmula nº 389 do TST
SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE
GUIAS
I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre
empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-
fornecimento das guias do seguro-desemprego
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Essa Execução, em si, pode ser provocada ou ser de ofício pelo Magistrado,
determinando a cobrança dos débitos em obediência aos ditames legais.
A Execução de ofício engloba os atos de quantificação da dívida, intimação
para pagar no prazo, constrição (arresto, penhora), expropriação (hasta pública) e
satisfação do exequente.