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Medicina Legal

É uma disciplina de interesse médico que visa resolver questões de ordem legal, ou seja, se os operadores do direito
(juiz, delegado, promotor) tiverem alguma dúvida legal referente a matéria médica, em princípio esta disciplina vai
tentar responder. Em outras palavras a interface entre medicina e direito é medicina legal. No passado a deontologia e
a diceologia que fazem parte da ética médica faziam parte da disciplina. Hoje, a ética médica se apartou da medicina
legal.
- Deontologia: obrigações que nós temos como médicos.
- Diceologia: são os direitos dos médicos.

Para entendermos um pouco mais de medicina legal, temos que saber a


respeito da pirâmide de Kelsen: diz como se ordena o conhecimento jurídico,
principalmente no mundo ocidental, mas é válido para quase todo o mundo.
Existem diferentes categorias de normas/leis que se ajustam formando tudo o
que responde ao direito daquela sociedade, ou seja, normalmente os países
tem um conjunto de leis máximas que é a Constituição do país. Aqui no BR a
Constituição Federal é a Lei máxima, significa que nada pode se sobrepor a
ela. O problema é que muitas vezes, situações do dia-a-dia não estão previstas
na Constituição, por exemplo: há algum tempo atrás se descobriu que se
pegaste um óvulo de uma mulher com problemas de fertilidade e neste óvulo injetasse o núcleo de uma mulher fértil e
fosse fecundado com espermatozoide do marido desta mulher infértil, isso gera um ser com DNA de 3 pessoas. Isso não
tinha como se prever há alguns anos atrás, por isso geram situações jurídicas que não estão na Constituição e que só
podem ser respondidas por um conjunto de leis, um ordenamento jurídico, desde que não haja sobreposição de
hierarquia. Ou seja, uma resolução do nosso conselho regional de medicina jamais pode suplementar a Constituição, ou
qualquer outro ordenamento superior, em caso de discordância.
Outro exemplo: até set/2013, para poder exercer medicina no BR, o indivíduo teria que ser graduado em medicina
no BR ou graduado em outro país (desde que aprovado no revalida, para este ultimo caso). Após esta data, por medida
provisória, a presidenta instituiu que não era necessário fazer prova do revalida. Foi aceito sob o aspecto legal devido
ao fato de enquadrar-se em resoluções, ou seja, está acima do código de leis do conselho federal de medicina.
Muitas vezes quando estamos respaldados por nosso código de ética médica e este ir de encontro a ordenamentos
superiores, vai valei o que estiver hierarquicamente mais acima. Por exemplo: sabemos que o prontuário do pcte é
documento de caráter sigiloso entre médico-pcte, não devendo ser manuseado por terceiros. Entretanto se este for
solicitado por algum juiz, é nosso dever legal abrir sigilo do prontuário, uma vez que este está amparado legalmente(e
está hierarquicamente acima do código de ética médico) para esta solicitação e o não cumprimento de nossa parte
pode acarretar prisão.

Atestado médico
É todo documento que dá validação gráfica ao ato médico, ou seja, avaliar e examinar o pcte, chegando a um
diagnóstico. Se eu fizer uma grafia com minha impressão dessa avaliação e entregar ao pcte, aquilo é um atestado
médico. Normalmente é valido para atestar saúde ou patologia do indivíduo, para abonar falta, para ingressar em um
concurso público ou trabalho. Existem várias utilidades do atestado médico, porém existem algumas peculiaridades
interessantes de saber.
Por exemplo: eu poderia pegar uma folha de ofício, rasgar ao meio, e escrever aqui mesmo o atestado médico. Tem
valor jurídico! Porém não é aconselhável, uma vez que seu valor jurídico pode ser posto em duvida principalmente se
faltar carimbo, data, cabeçalho, ou outros dados capazes de comprovar sua veracidade.
O que é legal ter num atestado médico para que ele dê legitimidade àquele documento? Primeira coisa: presença de
cabeçalho, preferencialmente impresso em papel timbrado. Não precisa ser especial, pode ser o próprio receituário. É
necessário que tenha os dados mínimos do serviço (seja clinica particular, seja hospital...): Nome da instituição,
endereço, telefone, nome do médico com devido CRM; esses dados são capazes de oferecer bastante credibilidade ao
documento.
Segunda coisa: na parte superior designar o que seria aquele documento – atestado, declaração, laudo... – vcs
estarão dizendo o que é aquele documento.
Terceira coisa: o conteúdo mais importante, a descrição do ato médico, onde estarão atestando alguma coisa, por
exemplo: Atesto, a pedido de fulano de tal... quando fazes o ato medico (consulta com o pcte), não és obrigado dares o
atestado para ele, por exemplo: ao final de uma consulta tu chegar e dizer, ta aqui o atestado – isso não precisa. Porém,
somos obrigados a fornecer, quando for solicitado pelo pcte – por isso iniciar com aquele “a pedido de fulano de tal”.
Outra coisa importante, o atestado não pode majorar lucro. A consulta medica tudo bem, pois gerou trabalho e pode
ser cobrado, agora o atestado não. Por exemplo: uma pessoa consulta com vcs hoje, 01/08, se vcs quiserem podem
cobrar ou realizar a consulta de graça, como preferirem. Porém, daqui há 5anos a pcte encontra vcs e diz que precisa do
atestado daquele dia 01/08, por razão qualquer, se vcs realmente fizeram a consulta,vcs devem fornecer o atestado,
sem cobrar nada. Digamos assim, o atestado faz parte da consulta médica, seja ela gratuita ou paga, porém não pode
ser cobrado pelo atestado. Cobrar por atestado ou vender atestado médico é crime!
Outro exemplo: há alguns anos eu estava de plantão num hospital do interior, plantão calmo, e veio um rapaz
dizendo que uma senhora havia falecido em casa, mais no interior ainda, ou seja, interior do interior; dai perguntaram
se eu podia ir lá fazer o atestado de óbito, respondi que não, pois como estava de plantão não poderia abandonar o
plantão, daí alegaram que outros colegas fazem e eu disse que não faria, pois poderia chegar uma criança ou outra
pessoa precisando de cuidados médicos; então vieram as propostas financeiras, pago tanto para vc ir fazer o atestado,
falei que ficaria feliz em fazer o atestado, mas que não poderia faze-lo em troca de gratificação financeira; poderia ir
sim, se outro colega me substituísse no plantão; neste caso, essa minha ida poderia ser cobrada, bem como meu
trabalho que justificasse a perícia e a causa da morte, porém não o atestado. Não cobrem atestado, vcs estarão sendo
antiéticos e estarão realizando um crime.
Coloquem no atestado que está sendo “a pedido da pcte”, para não caracterizar que vcs estão compulsoriamente
fazendo isto. Aí acrescentem se é para abonar falta, incluam a patologia se assim quiser o pcte (neste caso adicionar
CID10), coloquem o horário da consulta e quantos dias deve permanecer em repouso, SEMPRE sendo bastante claro em
relação ao inicio e término do afastamento, SEMPRE coloquem data. Se for necessário prolongar o atestado peçam ao
pcte retornar numa próxima consulta onde vcs farão novo atestado.
Quarto item: assinatura e carimbo. Carimbo NÃO é imprescindível, apenas dá maior legitimidade. Até porque
qualquer pessoa pode confeccionar carimbo, mesmo fraudulento, não pedem documento de comprovação.
Quando vcs dão um atestado a um amigo, isso é chamado de gracioso ou complacente de valor. Quando seu amigo
pede um atestado sem que tenha ocorrido a consulta médica, isso também é crime e podemos responder legalmente
por isso. O atestado formaliza uma questão profissional, ou seja, SÓ POSSO FORNECÊ-LO MEDIANTE ATO MÉDICO,
mesmo que para um pcte seu. Cobrar por atestado é agravante em pena, por isso não deve ser cobrado nem fornecido
sem que ocorra ato médico.
Em caso de fornecer atestado médico falso, e for comprovado, pode ocasionar em pena de 1mês a 1ano de prisão.
Além disso, se o atestado for cobrado, pode ser acrescida multa.
Em caso de parente, é dito conflito de interesse, por isso, o ideal é encaminhar a um colega, eticamente não
podemos fornecer atestado a parentes.
Caso vcs venham a ser peritos, cuidado ao aceitar atestado, é ideal que ele contenha os dados mencionados nos
quatro itens. Em caso de duvida quanto a sua legitimidade, vcs podem negar-se a aceitar.
Atenção: NÃO posso fornecer atestado para o futuro!! Atestado do passado, somente se o pcte consultou comigo.
Caso venha referindo que estava doente e peça atestado de algum tempo atrás e que vcs Não tenham executado o ato
médico, vcs NÃO podem fornecer.
Obs: Caso o pcte venha ate vcs relatando que esteve internado e traz elementos devidamente assinados que
comprovem esta internação, mesmo que vcs não tenham visto o pctevcs PODEM fornecer atestado a este pcte.

Notificação compulsória
É uma declaração que vcs têm que fazer, não é opcional. Para quem vcs irão fazer essa notificação? Para alguma
autoridade,autoridade sanitária, ou algum órgão vinculado à previdência. Em que situações as notificações
compulsórias estão presentes na vida do médico? Quando vc esta frente a um diagnóstico de doença relativamente
grave. Todo ano, o Ministério da Saúde (MS) fornece uma lista de doenças de notificação compulsória (TB, influenza,
AIDS, ...) porque têm risco epidêmico. Então se tiveres diante de um diagnóstico desses, terás que preencher um
documento pré-ordenado em papel ou via internet. Tu não podes ficar com aquele diagnostico para ti, o pcte teve e tu
não notificaste os órgãos de saúde. Serve para a Secretaria da Saúde(SS) se prevenir e tomar as devidas atitudes a fim
de evitar uma epidemia.
E se fosse hoje o Ebola ou outra doença infecciosa grave? Ele não consta na lista do MS, pois não é uma doença
típica do BR. Mas se algum estrangeiro tem contaminado e trazendo esta doença e vcs fazem o diagnóstico, vcs deixam
de comunicar? Bom senso pessoal! Vcs não só devem fazer a notificação como eu diria que devem ligar para a SS ou MS
informando do diagnóstico.
Outra situação: se o indivíduo teve um acidente de trabalho ou doença associada à atividade laboral, devo informar
a previdência através do documento chamado CAT. Acidente de trabalho considera-se desde a ida para o trabalho,
como seu retorno para casa. Se acontecer alguma intercorrência em qualquer destes deslocamentos (casa-trabalho ou
trabalho-casa), considera-se acidente de trabalho e o individuo é amparado pela previdência. A maioria destes
documentos podem ser preenchidos via internet.

Auto e Laudo
São documentos especiais, e diria que são os mais periciais de todos que estou falando, são documentos
essencialmente derivados de atividade médico-legal. Não necessariamente deve ser médico-legista para fazê-lo. É
usual, se tem médico-legista, é esta pessoa que a autoridade vai chamar para fazer. Se não tiver, a autoridade pode
escolher um médico para fazer este laudo. Neste caso o policial ou autoridade judiciaria fornece a vcs o poder de perito
“ad hoc” que significa “pra isso”. Por mais que tentem justificar à autoridade que vcs não tenham realizado curso de
pericia, eles o julgam como pessoa mais apta para executar a tarefa de cunho médico. Para eles, valerá seu testemunho
ou fé pública frente a este caso. Caso vcs não tenham um motivo muito forte para negarem-se a executar a tarefa, vcs
são obrigados a executá-la, sob pena de responder legalmente pela não realização. Existem poucas situações que vcs
podem negar-se a realizar esta tarefa, possuir grau de parentesco com a vitima é um deles.
Auto x Laudo
A autoridade tem uma dúvida médica que precisa ser respondida para a lei, por exemplo: dois indivíduos brigaram,
um deles apanhou bastante; precisa-se não só identificar que tem lesão, mas também qualificar, saber se aquilo causou
algum prejuízo ao pcte e quem melhor que o médico para fazer isso? Então esta autoridade vai fazer perguntas a ti e
tuas respostas vão tentar solvê-las, ou seja, falar se as lesões foram extensas ou não, se causaram limitação
permanente ou não e tu vai fazer com um ou outro documento.
O auto é imediato, o escrivão vai ficar junto de ti, talvez até o delegado esteja presente, ele vai fazer algumas
perguntas, tu farás a perícia e vai ditar as respostas na hora do que tu viu. Ex: pcte esta nestas condições tal taltal; e
tuas respostas são geralmente sim, não, eventualmente tenha que falar algo a mais, o escrivão vai digitar tudo, ler para
ti e perguntar se tu está de acordo com o escrito, se estiver de acordo, todos assinam e está acabado o documento.
O laudo tu tens um tempo maior para fazer e sem presença de testemunhas. Como no caso da necropsia, eu fico
com o cadáver, examino todo ele, da cabeça aos pés, colho as informações, vou para casa e com calma eu redijo o que
vi. Tenho de 7 a 10 dias para fazer. Posso pesquisar e retirar dúvidas em bibliografia.
Tanto o auto como o laudo, devem conter elementos mínimos. Por exemplo:
- preâmbulo é a introdução – hoje, em pelotas, na data de 01/08/2014, foi solicitada minha presença, pelo delegado de
policia de tal delegacia para fazer o exame do fulano de tal. Fulando de tal tem RG tal, determinada cor de pele, filho de
pai e mãe tal, natural e procedente de pelotas e na sequencia faz-se as perguntas em relação aos quesitos: ele apanhou
e o delegado 1º quer saber se ele possui lesão corporal ou não; 2º qual instrumento causou isso; 3º se foi por asfixia,
envenenamento, explosão, meio insidioso ou cruel; 4º se aquelas lesões geraram impedimento das atividades habituais
por 30 dias; 5º houve perigo de vida?;6º causou deformidade permanente no individuo ou deformidade de membro,
sentido ou função?; Se acelerou parto em caso de gestante?. Isso são quesitos oficiais que quase sempre se repetem.
Ou eu sei, respondo sim, ou não, ou não tenho elemento para responder. Respostas mais curtas possíveis. Os quesitos
são feitos pelas autoridades e eu apenas respondo.
- histórico: é o que a policia te informa, geralmente é muito pobre de informação. Ocorre muito de acontecer assim:
fulano foi encontrado morto tal hora.
- descrição: qual teu poder de observação é tua perícia de fato. É onde escreverás se está vivo ou morto e com
maior numero de referências possíveis, com medidas, extensão... é a parte mais longa de um auto/laudo. Tu só vai
descrevendo, não vai concluindo nada. Ex: vcs veem um cadáver e dizem, na região external vê-se ferida com bordas
irregulares, medindo 10x6cm, atingindo o coração suprajacente, o qual está confratuoso também, com ruptura de
pericárdio... isso é apenas descrição, não estou fazendo análise de nada, pois as interpretações serão reservadas aos
próximos elementos. Façam o mais descritivo e detalhista possível, com cor de cabelo, higiene, roupas; isso pode ajudar
no diagnóstico final além de eximir vcs de responsabilidades e ser o diferencial de cada um.Vcs podem dissecar para ver
e constatar que não há lesões em outros sítios. Caso haja presença de corpos estranhos estes devem ser recolhidos e
entregues às autoridades.
- discussão e conclusão: serão juntadas as informações pertinentes e faço um texto coerente com o que aconteceu
de fato com o indivíduo. Aqui no BR costumamos afundir estes dois elementos e discussão e conclusão viram uma coisa
só.
Para finalizar, os quesitos que foram perguntados lá no início eu respondo aqui no final, respondo um a um e fecho
o auto/laudo. Digo que foi eu quem digitei, assino e carimbo.
É interessante acrescentar fotos e mapa anatômico, isso dá mais credibilidade ao trabalho de vcs.
Ele citou um laudo feito por ele, mas as informações pertinentes eu acrescentei aos elementos aí em cima.
Mostrou ainda uma foto de um tiro na perna em que a arma estava encostada na perna, além do orifício de entrada
do projetil, causou queimadura do cano da arma, chamado de Sinal de Werkgaertner, é raro. Forma uma espécie de
impressão digital da boca da arma.
Declaração de óbito fica para a próxima aula.

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