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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
FORMAÇÃO DE PREGOEIROS

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
FORMAÇÃO DE PREGOEIROS

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO AO MÓDULO I

MÓDULO I

1 CONCEITOS GERAIS DE LICITAÇÃO

1.1 O QUE É LICITAÇÃO – CONCEITO

1.2 BASE CONSTITUCIONAL

1.3 MODALIDADES DE LICITAÇÃO

1.3.1 Escolha de modalidade em licitação

1.4 TIPOS DE LICITAÇÃO

1.5 DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE PROCESSO LICITATÓRIO

1.5.1 Licitação dispensável

1.5.2 Valores de contratos e ou objeto que dispensam licitação

1.5.3 Inexigibilidade

1.5.4 Cotação Eletrônica

1.6 FINALIDADE DA LICITAÇÃO

1.7 PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO

1.8 RESPONSÁVEIS PELA LICITAÇÃO

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1.9 OBJETO: BENS E SERVIÇOS COMUNS

1.10 ESTIMATIVA DE VALOR PARA CONTRATAÇÃO

1.10.1 Preço unitário

1.10.2 Preço global

1.10.3 Preço médio

1.10.4 Preço de mercado

1.10.5 Preço praticado pela Administração contratante

1.10.6 Preços coletados

1.10.7 Pesquisa de mercado

1.10.8 Pesquisa de preço

CONCLUSÃO DO MÓDULO I

INTRODUÇÃO AO MÓDULO II

2 PREGÃO I

2.1 CONCEITO

2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA

2.3 SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE PREGÃO ELETRÔNICO E PREGÃO


PRESENCIAL

2.3.1 Semelhanças entre Pregão Eletrônico e Pregão Presencial

2.3.2 Diferenças entre Pregão Eletrônico e Pregão Presencial

2.4 OBJETIVOS

2.5 VEDAÇÃO

2.6 CARACTERÍSTICAS

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2.7 ATRIBUIÇÕES DA AUTORIDADE COMPETENTE

2.8 ATRIBUIÇÕES DO PREGOEIRO

2.9 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE APOIO

CONCLUSÃO DO MÓDULO II

INTRODUÇÃO AO MÓDULO III

3 PREGÃO II

3.1 FASE INTERNA (PREPARATÓRIA

3.1.1 Procedimentos para abertura de processo licitatório

3.1.2 Atos preparatórios – fase interna

3.1.3 Juntada documental

3.1.4 Lei de Responsabilidade Fiscal

3.1.5 Audiência pública

3.1.6 Obras e serviços

3.1.6.1 Projeto básico

3.1.6.2 Projeto executivo

3.1.7 Terceirização

3.1.8 Compras

3.1.8.1 Padronização

3.1.8.2 Marca

3.1.8.3 Parcelamento

3.1.8.4 Sistema de Registro de Preço

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3.1.9 Elaboração ato convocatório

3.2 FASE EXTERNA (EXECUTÓRIA

3.2.1 Publicação ato convocatório

3.2.2 Prazos

3.2.3 Participação em licitação

3.2.3.1 Consórcios

3.2.3.2 Cooperativas

3.2.4 Habilitação de licitantes

3.2.4.1 Habilitação jurídica

3.2.4.2. Regularidade fiscal

3.2.4.3 Qualificação técnica

3.2.4.3.1 Capacidade técnico-operacional

3.2.4.3.2 Capacidade técnico-profissional

3.2.4.3.3 Atestado de capacidade técnica

3.2.4.3.4 Vistoria ou visita técnica

3.2.4.4 Qualificação econômico-financeira

3.2.4.4.1 Balanço patrimonial e demonstração de resultados

3.2.4.4.2 Garantia de participação

3.2.4.4.3 Artigo 7º - Inciso XXXIII da Constituição Federal

3.2.5 Análise de documentos

3.2.5.1 Desqualificação de documentos

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3.2.6 Apresentação de Propostas

3.2.6.1 Peculiaridades em serviços e bens de informática

3.2.6.2 Peculiaridades em serviços de engenharia

3.2.6.3 Desclassificação de propostas

3.2.7 Homologação e adjudicação

3.3 NOÇÕES GERAIS DE CONTRATO

CONCLUSÃO DO CURSO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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INTRODUÇÃO AO MÓDULO I

Olá, seja bem-vindo ao curso Formação de Pregoeiro. Você provavelmente


está buscando trabalhar como pregoeiro, mas, mesmo que esteja interessado
somente em aprender como participar de pregões como cliente, fornecedor ou
comprador, você precisa entender como funciona um Pregão.

Neste curso você aprenderá: o que é licitação pública, o que é um Pregão,


como ele evoluiu historicamente, quais são suas principais fases, quais as principais
responsabilidades das pessoas e dos gestores públicos que trabalham com pregões.
Aprenderá também como executar um Pregão, tanto como pregoeiro, como membro
de uma equipe de apoio de pregoeiro.

Ao final do curso, você será capaz de credenciar licitantes, organizar as


fases de um Pregão, publicar, analisar, aceitar, negociar e/ou recusar propostas,
receber, analisar e/ou decidir sobre recursos, declarar vencedores, homologar,
adjudicar, confeccionar atas e justificativas, entre outras tantas competências
necessárias para a execução de um Pregão.

Para que você consiga tudo isso e se torne um pregoeiro, o curso oferece
ferramentas de interatividade dentro dos módulos, com jogos, exercícios, sugestões
de links para estudos complementares, entre outras atividades, tudo num ambiente
educativo agradável e favorável ao seu aprendizado, sempre com a máxima
qualidade que o Portal Educação proporciona a todos os seus alunos.

Aproveite. Torne-se um pregoeiro. O mercado espera por você.

Bons estudos!

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MÓDULO I

1 CONCEITOS INICIAIS EM LICITAÇÃO

1.1 O QUE É LICITAÇÃO – CONCEITO

Licitação é o procedimento administrativo formal em que a Administração


Pública convoca, mediante condições estabelecidas em ato próprio (edital ou
convite), empresas interessadas na apresentação de propostas para o oferecimento
de bens e serviços.

Licitar é processo obrigatório para os órgãos da administração direta,


autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista,
fundos especiais e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios para compra de bens, execução de obras,
prestação de serviços, alienação e locação, exceto nos casos previstos na Lei nº
8.666/93, e alterações posteriores.

Para licitar, a Administração, após definir o que será contratado, estima o


valor do objeto a ser contratado, por meio de pesquisa de mercado. Verifica se há
previsão de recursos do orçamento público para a despesa. Verifica se essa
despesa está em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal e, por último,
escolhe a modalidade de licitação mais adequada para aquisição do objeto. A partir
daí, inicia-se o processo licitatório, que será visto mais adiante, com suas fases.

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1.2 BASE CONSTITUCIONAL

A licitação tem previsão constitucional. Ou seja, está descrita na


Constituição Federal do Brasil, que foi promulgada no ano de 1988, especificamente
no seu Artigo 37, Inciso XXI, com o seguinte teor:

Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:[...]
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis, à
garantia do cumprimento das obrigações. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 1988)

A Constituição Federal, no Artigo 22, Inciso XXVII, declina à União, entre


outras, também a competência específica exclusiva para legislar sobre licitações.
Então, compete à União criar ou mudar as leis que compõem o processo licitatório,
como se pode ler no Artigo e no Inciso copiados da Constituição Federal da
República Federativa do Brasil, e transcrito a seguir:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


[...]
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades,
para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art.
37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos
termos do art. 173, § 1°, III. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL, 1988)

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1.3 MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Pode se definir o conceito de “modalidade de licitação” como a forma de


conduzir o procedimento licitatório, com base na lei. As modalidades de licitação,
com exclusividade, são: a “Concorrência”, a “Tomada de Preços”, o “Convite” e
o “Pregão”. Tendo cada uma delas as características apresentadas a seguir.

 Concorrência

É a modalidade de licitação que é realizada entre candidatos interessados


do ramo do objeto a ser adquirido, os quais, na fase de habilitação preliminar,
comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital. Essa
modalidade cabe em qualquer caso de licitação e com valor estimado do objeto
licitado. Em outros termos, nessa modalidade de licitação, os candidatos devem,
obrigatoriamente, demonstrar à Administração, na fase de habilitação, possuírem a
qualificação exigida no ato convocatório para poderem avançar no processo, na
condição de candidatos interessados. E cabe à Administração, por seu lado, exigir
tal comprovação por parte dos licitantes, exatamente nessa fase.

 Tomada de Preços

É a modalidade de licitação que é realizada entre interessados do ramo de


que trata o objeto a ser adquirido, devidamente cadastrados, ou que atendam às
condições exigidas para o devido cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, e, também, que possam comprovar possuírem todos os

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requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital de convocação. Ou seja, o que
diferencia essa modalidade das demais é o fato de que os candidatos devem estar
devidamente registrados no cadastro prévio elaborado pelo sistema da
Administração até o terceiro dia antes da data do recebimento das propostas,
devendo, também, atender a todos os requisitos exigidos no ato convocatório.

 Convite

Essa modalidade se caracteriza por ser realizada entre candidatos


interessados do ramo de que trata o objeto da licitação, quando são escolhidos e
convidados em um número mínimo de três pelo órgão, departamento ou instituição
que convoca. É a modalidade de licitação mais simples. A Administração escolhe
entre os possíveis interessados e aptos para execução do objeto a quem deseja
convidar, independentemente de já estarem cadastrados ou não como candidatos a
processos licitatórios.

Assim, é importante compreender que o que caracteriza basicamente o


Convite são: o fato de ser dirigido, no mínimo e diretamente, a três candidatos
fornecedores por parte da Administração, independentemente de esses já estarem
previamente cadastrados ou não. E, por ser mais simples, não exigir publicação
em jornais, podendo, tão somente, ser estendida aos interessados, por meio de ato
convocatório divulgado em locais predefinidos por parte da Administração e
diretamente dirigido aos interessados.

Nessa modalidade, convém salientar, é permitida a participação de possíveis


licitantes que não tenham sido formalmente convidados, mas que sejam do ramo do
objeto licitado, desde que cadastrados no órgão ou entidade que licita ou no
Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF). Os interessados
em participar do processo licitatório devem solicitar o convite com antecedência
mínima de 24 horas em relação à apresentação das propostas.

No Convite, para que a contratação seja possível, são necessárias pelo


menos três propostas válidas, isto é, três propostas que atendam a todas as
exigências do ato convocatório. Caso isso não ocorra, a Administração deve repetir

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o Convite e convidar mais um interessado, no mínimo. Isso deve ocorrer enquanto
existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações, a menos que haja
limitação de mercado no sentido de oferta do bem ou serviço, ou, ainda, manifesto e
inequívoco desinteresse dos convidados em participar do processo licitatório.

Em outros termos, para que se esclareça bem este último ponto: caso não
haja interessados em participar do processo licitatório, ou pelo fato de existirem
poucas opções disponíveis de candidatos no mercado, que possam atender o objeto
a ser licitado, a Administração pode prosseguir com a execução do processo
licitatório nessa modalidade, com menos de três propostas.

 Pregão

A modalidade licitatória que é realizada entre interessados do ramo de que


trata o objeto da licitação que possam comprovar e garantir possuírem os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital de convocação. O Pregão se caracteriza
também pela disputa do fornecimento de bens ou serviços comuns em sessão
pública. O Pregão pode ser presencial ou eletrônico.

O Pregão destina-se exclusivamente à contratação de bens e serviços


comuns, independentemente do valor estimado da contratação. Nessa
modalidade, os licitantes apresentam propostas de preço por escrito e por lances,
que podem ser verbais ou na forma eletrônica. O Pregão foi instituído pela Lei nº
10.520, de 17 de julho de 2002. No âmbito federal, o Pregão presencial é
regulamentado pelo Decreto nº 3.555, de 8 de agosto de 2000; o Pregão eletrônico é
regulamentado pelo Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005. Então,
resumidamente, o Pregão é modalidade licitatória que foi construída e evoluiu no
tempo, chegando ao modelo atual aplicado pela Administração, balizado por normas
específicas, podendo ser Presencial ou Eletrônico, como veremos mais adiante em
capítulo específico deste curso. Essa modalidade destina-se, com exclusividade,
para a contratação de bens e serviços comuns, os quais também são previstos na
norma vigente, como também veremos mais à frente.

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É modalidade menos complexa, que se caracteriza substancialmente pela
“fase invertida”. O que significa essencialmente essa fase invertida? Primeiro, a
Administração executa a fase de lances e, somente no momento seguinte o
vencedor é submetido à avaliação de qualificação, com a necessária apresentação
de documentos comprobatórios exigidos no edital. As sessões são públicas. Os
lances no Pregão Eletrônico são dados com o uso de recursos tecnológicos de
comunicação, e no Pregão Presencial, podem ser dispostos verbalmente, sendo que
a fase invertida se assenta em ambos.

Veremos no Módulo II mais informações sobre Pregão, em capítulo


específico, onde serão discutidas todas essas características, de forma mais
detalhada.

Além dessas modalidades que foram vistas, há, ainda, as modalidades de


licitação chamadas de “Leilão” e “Concurso”.

Depois de descritas as modalidades, é importante que você tenha contato


direto com o texto da Lei para reforçar o seu conhecimento sobre a questão, nesse
caso, a Lei 8.666/93, no seu Artigo 22, que define as modalidades já descritas, como
se pode ver:

Art. 22. São modalidades de licitação:


I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
IV - concurso;
V - leilão.
o
§ 1 Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem
possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para
execução de seu objeto.
o
§ 2 Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.
o
§ 3 Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em
local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos
demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem
seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da
apresentação das propostas.

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o
§ 4 Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência
mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
o
§ 5 Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a
venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior
ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) (grifos
nossos).

A lista das modalidades é exaustiva, uma vez que a própria Lei 8.666/93
veda a criação de novas modalidades licitatórias, especificamente em seu Artigo 22,
§ 8º, como se lê a seguir: “§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de
licitação ou a combinação das referidas neste artigo.”

Contudo, a Lei 9.472/97 (Lei Geral de Telecomunicações) instituiu a nova


modalidade licitatória denominada Pregão. Nos seus Artigos 54 e 56. Já a Lei
Federal nº 9.986/00, no seu Artigo 37, ampliou o âmbito de utilização do Pregão para
as demais agências reguladoras no país, o que será tratado no Módulo II deste
curso.

1.3.1 Escolha da modalidade de licitação

Quando a Administração precisa optar por uma modalidade licitatória, entre


a Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite, define sua escolha com base na
legislação vigente, em relação aos preços dos bens ou serviços a serem tomados,
assim, age da seguinte maneira conforme estas situações:

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 Concorrência:

 obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00 (um


milhão e quinhentos mil reais);

 compras e outros serviços acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e


cinquenta mil reais).

 Tomada de Preços:

 obras e serviços de engenharia acima de R$ 150.000,00 (cento e


cinquenta mil reais) até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
reais);

 compras e outros serviços acima de R$ 80.000,00 (oitenta mil


reais) até R$ 650.000,00 (Seiscentos e cinquenta mil reais).

 Convite:

 obras e serviços de engenharia acima de R$ 15.000,00 (quinze mil


reais) até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);

 compras e outros serviços acima de R$ 8.000,00 (oito mil reais) até


R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

 Pregão:

 não está limitado para valores. O Pregão pode ser aplicado em


qualquer valor, desde que o objeto se trate de bens ou serviços
comuns.

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1.4 TIPOS DE LICITAÇÃO

O conceito “tipo de licitação” se trata do critério de julgamento utilizado para


seleção da proposta mais vantajosa. Não deve ser confundido com a modalidade.

Os tipos de licitação mais utilizados são:

 menor preço;

 melhor técnica;

 técnica e preço.

 Menor Preço

Esse tipo de licitação se caracteriza quando a escolha da proposta mais


vantajosa é feita com base no menor preço, desde que o proponente cumpra todos
os requisitos do ato convocatório. Ou seja, o vencedor será aquele que apresentar o
menor preço e estiver devidamente qualificado, dentro das exigências descritas no
edital de convocação.

Nesse tipo de licitação, só pode ser utilizado o critério menor preço. Em caso
de empate entre propostas, deve prevalecer o sistema de sorteio para escolha do
vencedor, entre os empatados.

O termo “Melhor Preço” não é tipo de licitação. Esse termo somente é


utilizado para definir o tipo menor preço, quando este estiver vinculado a outros
fatores como qualidade, durabilidade, funcionalidade, etc. Por exemplo: imagine que
a Administração queira comprar uma mesa de escritório. Convoca por edital. No
final, há um vencedor com o menor preço. Porém, há um segundo colocado que tem
uma mesa de melhor qualidade, com um preço um pouco acima do valor do
ganhador. Comparando a qualidade das mesas, o segundo colocado tem o “Melhor

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Preço”, mesmo que não seja o ganhador da licitação. Como a licitação era do tipo
“Menor Preço”, ganhou aquele que apresentou o menor valor de venda da
mesa.

Repetindo, então: não existe o tipo de licitação “Melhor Preço”. Esse é um


conceito de avaliação que une preço com outros fatores de avaliação do bem ou do
serviço.

 Melhor Técnica

Tipo de licitação cujo critério de seleção da proposta mais vantajosa toma


por base fatores de natureza técnica.

A Lei nº 8.666/93, no seu Artigo 46, determina que esse tipo de licitação
deve ser utilizado exclusivamente para serviços de natureza predominantemente
intelectual, em especial na elaboração de estudos técnicos, projetos básicos, de
viabilidade, executivos, elaboração de cálculos, atos e processos de fiscalização, de
supervisão e de gerenciamento, e, ainda, serviços de engenharia consultiva em
geral.

Nesse tipo licitatório, a proposta mais vantajosa é escolhida após


negociação das condições ofertadas com a proponente melhor classificada. Em
outros termos, primeiramente a Administração promove a disputa e, assim que a
lista de classificação aponta o(a) proponente melhor qualificado(a), imediatamente a
Administração negocia diretamente com ele(a) as diversas condições e valores
sobre os serviços a serem executados ou sobre os bens a serem oferecidos.

 Técnica e Preço

É o tipo de licitação cujo critério de seleção da proposta mais vantajosa tem


por base a maior média ponderada, considerando-se as notas obtidas nas
propostas de preço e técnica.

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Esse tipo de licitação é obrigatório em caso de contratação de bens e
serviços de informática, nas modalidades licitatórias denominadas “Concorrência” e
“Tomada de Preços”, conforme o § 4º do Artigo 46 da Lei nº 8.666/93. A
Administração deve, também, atentar para o Art. 3º da Lei nº 8.248/91, com redação
dada pela Lei nº 10.176/01, que diz o seguinte:

o o o o o
Art. 1 Os arts. 3 , 4 e 9 da Lei n 8.248, de 23 de outubro de 1991,
passam a vigorar com a seguinte redação:
o
Art. 3 Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal, direta ou
indireta, as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público e as
demais organizações sob o controle direto ou indireto da União darão
preferência, nas aquisições de bens e serviços de informática e automação,
observada a seguinte ordem, a:(NR)
I - bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País;(NR)
II - bens e serviços produzidos de acordo com processo produtivo básico,
na forma a ser definida pelo Poder Executivo.(NR).

A Administração também precisa observar o Decreto 7.174/10, que no seu


Artigo 1º, determina, entre outras coisas, o seguinte:

o
Art. 1 As contratações de bens e serviços de informática e automação
pelos órgãos e entidades da administração pública federal, direta e indireta,
pelas fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público e pelas demais
organizações sob o controle direto ou indireto da União, serão realizadas
conforme o disciplinado neste Decreto, assegurada a atribuição das
o o
preferências previstas no art. 3 da Lei n 8.248, de 23 de outubro de 1991,
o
e na Lei Complementar n 123, de 14 de dezembro de 2006.
[...]
o
Art. 9 Para a contratação de bens e serviços de informática e automação,
deverão ser adotados os tipos de licitação “menor preço” ou “técnica e
preço”, conforme disciplinado neste Decreto, ressalvadas as hipóteses de
dispensa ou inexigibilidade previstas na legislação. (grifo nosso).
[...]

A Lei Complementar nº 123/06 também disciplina a matéria que estamos


discutindo, mais especificamente no enquadramento fiscal e contábil das micro e
pequenas empresas, tratando de regime tributário (como o Simples Nacional, por
exemplo), o que será discutido em um capítulo específico, mais adiante, neste curso.

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Para contratação de bens e serviços de informática e automação na
modalidade Convite, a utilização do tipo de licitação “Técnica e Preço” não é
obrigatória.

Os fatores prazo de entrega, suporte de serviços, qualidade, padronização,


compatibilidade e desempenho podem ser excluídos do exame técnico por parte da
Administração, desde que justificadamente.

A ponderação da nota e do peso se dá sobre cada um dos fatores


analisados pela Administração, para escolha do vencedor do processo licitatório. Em
compra de produtos de informática, por exemplo, se o objeto for de natureza
divisível, o cálculo pode ser efetuado item por item.

Esse tipo de licitação também serve para contratação de serviços de


natureza predominantemente intelectual. Ou seja, para serviços de arquitetura,
projetos, consultorias, entre outros que já discutimos e apresentamos anteriormente.

1.5 DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE PROCESSO LICITATÓRIO

1.5.1 Licitação dispensável

Pode se considerar, em geral, que objetos de engenharia, como obras e


serviços, com valores inferiores a R$ 15.000,00 (quinze mil reais) ou outros bens e
serviços cotados em valores inferiores a R$ 8.000,00 (oito mil reais) podem ser
contratados ou adquiridos pela Administração sem o emprego de licitação. Em
outros termos, isso é chamado de licitação dispensável. Há outros casos que
veremos logo a seguir.

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Então, a lei define que nos casos de licitação dispensável, mesmo que seja
possível a competição, não é obrigatória a utilização de qualquer modalidade
licitatória.

A Lei nº 8.666/93, no seu Artigo 24, nos Incisos l a XXIV, relaciona de forma
exaustiva todas as hipóteses de licitações dispensáveis. A lista, por ser exaustiva,
não permite sua ampliação. Não há como inserir novos elementos na lista, sem a
força de nova lei.

Fique por dentro!

Acesse e confira os casos de dispensa de licitação


Lei 8.666/1993.
Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm

O que quer dizer o termo exaustivo, aqui? Significa que a lista foi
exaustivamente preenchida pelo legislador. Não possibilita o acréscimo de mais
algum item. Para que se possa compreender melhor, utilizamos como exemplo, o
conceito contrário: da lista não exaustiva. Quando uma lista não é exaustiva,
significa que podem ser acrescentados novos itens nela, que se pode aumentá-la.

1.5.2 Valores de contrato e/ou objeto que dispensam licitação

São:

 obras e serviços de engenharia – até R$ 15.000,00;

 compras e outros serviços – até R$ 8.000,00.

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Quando a contratação for efetuada por consórcio público, sociedade de
economia mista, empresa pública, autarquias e fundações qualificadas como
agências executivas os valores serão os seguintes:

 obras e serviços de engenharia – até R$ 30.000,00;

 compras e outros serviços – até R$ 16.000,00.

Nesses casos, deve ser observado que:

 execução de obras ou prestação de serviços devem ser programadas na


sua totalidade, com previsão de custos, tanto atuais como finais, incluindo
também os prazos para execução;

 os valores de estimativas das despesas devem corresponder ao total


das compras ou dos serviços, a fim de que o objeto da licitação não venha a
ser fracionado para fugir de modalidade superior ou se enquadrar na
hipótese de dispensa.

1.5.3 Inexigibilidade

A inexigibilidade de licitação se caracteriza pelo fato de existir somente um


objeto ou pessoa que possa atender as necessidades da Administração. No caso da
inexigibilidade, o processo licitatório não se mostra possível, em razão da
inexistência compulsória da competição.

Quando a Administração contrata os serviços, em casos de inexigibilidade


da licitação, o objeto a ser contratado deve ser de natureza singular e possuir

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caráter técnico-especializado. O candidato a ser contratado precisa
necessariamente possuir notória especialização na área do objeto contratado. A Lei
8.666/93 define o termo “notória especialização”, no § 1º do seu Artigo 25, assim:

o
§ 1 Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo
conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho
anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento,
equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades,
permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

Se o licitante, ao justificar a inexigibilidade, apresentar uma relação nominal


do corpo técnico, fica vinculado à obrigação formal de garantir a execução dos
serviços contratados. Por exemplo, se um banco da União, por intermédio de seus
gestores, emite uma justificativa de inexigibilidade para contratação de uma
consultoria financeira, indicando um especialista de mercado para atendê-lo, fica
diretamente responsável pelo cumprimento de todas as etapas dos serviços do
futuro contratado.

Uma licitação pode ser considerada inexigível em casos onde não haja
possibilidade de seleção objetiva entre muitas alternativas, como, por exemplo, a
contratação de engenheiros, de médicos, ou de instituições de educação ou de
saúde, com escolha que contemplem critérios subjetivos.

A Lei 8.666/93, em seu artigo 25, elenca os casos de inexigibilidade de


licitação, assim:

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de


competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo,
vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade
ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio
do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta
Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória

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especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente
ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública. (grifo nosso)

Há obrigações formais que os Administradores possuem nos casos de


inexigibilidade e ou dispensa de licitação, o § Único do Artigo 26 da Lei 8.666/93
determina que:

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de


retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os
seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a
dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens
serão alocados. (incluído pela Lei nº 9.648, de 1998). (grifo nosso).

1.5.4 Cotação Eletrônica

Cotação Eletrônica é forma de obter propostas para aquisições de pequeno


valor, que se enquadram na modalidade “Dispensa de Licitação”, de acordo com o
Inciso II do Artigo 24 da Lei nº 8.666/93. O sistema de Cotação Eletrônica foi
implantado pela Portaria nº 306, de 13 de dezembro de 2001, do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão.

A Cotação Eletrônica funciona pelo uso de tecnologia de comunicação, via


internet, muito parecido com o Pregão Eletrônico. Podem participar da Cotação
Eletrônica quaisquer pessoas jurídicas, previamente cadastradas no Portal
Comprasnet.

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24
Fique por dentro
Conheça o SICAF, visite os sites:
http://www.comprasnet.gov.br
http://www.comprasgovernamentais.gov.br

E acompanhe o sistema de compras do governo


Federal

Para contratação pelo Sistema de Cotação Eletrônica é necessária a


realização de processo de dispensa de licitação, ao qual deverão ser juntadas, no
mínimo, três cotações eletrônicas, por parte da Administração.

Cotações Eletrônicas de Bens e Serviços visam, além da impessoalidade


nas contratações:

 aumento da competitividade;

 maior transparência aos gastos públicos;

 redução de custos e economia de recursos públicos;

 racionalização dos procedimentos;

 maior agilidade aos processos.

Aquisições de pequeno valor são aquelas de até R$ 8.000,00, que não se


refiram a parcelas de uma mesma compra maior ou que possam ser realizadas de
uma só vez.

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1.6 FINALIDADE DA LICITAÇÃO

A licitação objetiva a garantir a observância do princípio constitucional da


isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, de maneira
a assegurar oportunidade igual a todos os interessados e possibilitar o
comparecimento ao certame do maior número possível de concorrentes.

A Lei nº 8.666/93, ao regulamentar o Artigo 37, Inciso XXI, da Constituição


Federal, estabeleceu normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, como já tratamos anteriormente, inclusive, no início do módulo.

As normas que disciplinam as licitações públicas devem ser interpretadas


em favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que informadas no
edital e que não comprometam o interesse da administração, nem o princípio da
isonomia, nem a finalidade e ou a segurança da contratação.

De acordo com a Lei 8.666/93, a celebração de contratos com terceiros na


Administração Pública deve ser necessariamente precedida de licitação, a não ser
nos casos que já tratamos até o momento, inclusive, que são os de inexigibilidade e
de dispensa de licitação, previstos em lei.

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26
1.7 PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO

Os princípios do processo licitatório estão descritos no texto do Artigo 3º da


Lei nº 8.666/93, como se lê:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a
Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos.

Então, podemos fazer a leitura e compreensão de alguns dos princípios com


a descrição de seus principais objetivos:

 princípio da legalidade – esse princípio vincula os licitantes e a


Administração Pública, assim como seus agentes, ou seja, vincula todos às
regras, normas e princípios em vigor, entre si no processo licitatório. Dá
coesão e compreensão legal ao processo;

 princípio da isonomia – a obediência a esse princípio significa dar


tratamento igual a todos os interessados, a fim de garantir que haja interesse
por parte de todos em participar da competição. Esse princípio garante a
competitividade do processo. Importante que você saiba que igualdade para
todos não pode ser confundida com o objetivo da licitação, que pode ser,
por exemplo, aquisição de um bem pelo menor preço. Em outros termos,
todos devem competir de forma igualitária, em condições idênticas para
alcançar o objetivo da licitação;

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 princípio da impessoalidade – esse princípio impõe à Administração
que adote e tome decisões com base em critérios objetivos. Por exemplo:
menor preço, melhor prazo de pagamento, melhor qualidade de material.
Enfim, os critérios adotados para análise e julgamento das propostas
precisam ser possíveis de serem medidos e compreendidos;

 princípio da moralidade e da probidade administrativa – esse


princípio determina que a conduta dos licitantes e das pessoas que
compõem a Administração precisa ser lícita, mas, além disso, precisa ser
também compatível com a moral, com a ética, com os bons costumes e as
regras vigentes da boa administração;

 princípio da publicidade – em todas as fases da licitação, os


administradores precisam publicar todos os seus atos, a fim de que qualquer
pessoa interessada tenha acesso às informações de andamento e controle
dos procedimentos. Em licitação não há fase sigilosa;

 princípio da vinculação ao instrumento convocatório – esse princípio


garante que nada poderá ser criado ou feito sem que esteja previsto no ato
convocatório. Ou seja, obriga a Administração e os licitantes a observarem e
cumprirem as normas e condições que estão descritas no ato convocatório;

 princípio do julgamento objetivo – esse princípio define que a


Administração deve julgar as propostas, com base em critérios objetivos
definidos no ato convocatório. Ou seja, mesmo que seja em benefício da
própria Administração, o julgador não pode utilizar critérios subjetivos ou que
não estejam previstos no ato convocatório para julgar;

 princípio da competição – esse princípio exige que a Administração


busque o maior número possível de competidores para o processo licitatório.
Por outro lado, impossibilita qualquer conduta que possa impedir,
comprometer ou frustrar o espírito de competitividade entre os interessados;

 princípio da celeridade – esse princípio tem por finalidade simplificar


procedimentos. Busca eliminar rigorismos e formalidades desnecessárias.

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Sugere que todas as decisões devam ser tomadas no momento da sessão,
sempre que isso for possível. E está consagrado pela Lei nº 10.520, de
2002, como princípio norteador.

Além desses princípios, a Administração Pública deve atender, ainda,


dentre outros, aos princípios da finalidade, da motivação, da razoabilidade, da
proporcionalidade, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica,
do interesse público e da eficiência.

1.8 RESPONSÁVEIS PELA LICITAÇÃO

Quem é considerado responsável pela licitação? É assim considerado todo e


qualquer agente público que tenha sido designado para realizar licitação na
modalidade convite, ou para integrar comissão de licitação, ou, também para ser
pregoeiro. Essa designação é efetivada por uma Autoridade Competente da
Administração, que se manifesta nesse sentido, por meio de ato administrativo
específico. Esse ato administrativo referido é um ato jurídico e tem um objetivo: o de
materializar a atividade pública. Ou seja, a Autoridade Competente designa o
servidor responsável pela licitação por meio da emissão de um ato administrativo,
que pode ser uma portaria, por exemplo.

Então, se houver exigência legal, e a Administração compreender que seja


necessária a constituição de uma Comissão de Licitação, a Autoridade Competente
constitui (cria) essa Comissão com funções específicas predeterminadas. E a
Administração adota tal procedimento, calcada em definição prevista no Inciso XVI,
do Artigo 6º, da Lei 8.666/93, tal como se lê a seguir:

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XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela
Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os
documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de
licitantes. (BRASIL, 1993)

A Lei 8.666/93, em seu Artigo 51, disciplina que as Comissões de Licitação,


permanentes ou especiais, são responsáveis pelo recebimento e/ou acolhimento,
exame e julgamento de todo e qualquer documento apresentado pelos candidatos
no processo licitatório, além de serem também responsáveis por todos os
procedimentos necessários, previstos e exigidos pela legislação em vigor, pelas
normas administrativas, e também pela Autoridade Competente, que porventura
tenham relação com o processo licitatório, em todas as suas devidas e respectivas
fases.

Esse mesmo dispositivo legal, ou seja, a Lei 8.666/93, no seu Artigo 51,
define também que as comissões devam ser constituídas pelo número mínimo de
três membros. Dois desses membros devem ser servidores do quadro permanente
da Administração, devidamente qualificados para exercício das atividades
pertinentes exigidas, como se vê:

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua


alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas
por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros,
sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos
quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela
licitação. (BRASIL, 1993)

As Comissões de Licitação podem ser definidas como Comissões


Permanentes (CPL) e Comissões Especiais de Licitação, com as características
mostradas a seguir.

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 Comissões Permanentes de Licitação (CPLs)

As Comissões Permanentes de Licitação são aquelas designadas para


acolhimento, análise, controle e julgamento de cadastros de licitantes. Têm como
missão também a instrução e divulgação de atos convocatórios para as diversas
modalidades de licitação. São responsáveis também pelo próprio cadastramento de
interessados em participar de licitações junto à Administração.

O tempo de permanência dos membros nas comissões permanentes não


poderá exceder a um ano, como regula o § 4º do Artigo 51 da Lei 8.666/93. Na
renovação da comissão para o período seguinte, é possível a renomeação de parte
dos mesmos membros. Ou seja, o mesmo texto legal veda a renomeação ou
recondução de todos os integrantes na mesma comissão.

O § 3º do Artigo 51 da Lei 8.666/93 determina que os membros das


Comissões de Licitação devam responder solidariamente pelos atos praticados pela
comissão, a menos que algum dos membros tome posição individual divergente
(diferente dos demais) e registre seu posicionamento, com fundamentação
adequada, junto à ata de reunião (BRASIL, 1993).

A legislação prevê ainda que as CPLs devem integrar e organizar os canais


de comunicação entre candidatos e Administração, como, por exemplo, com as
assessorias jurídicas das entidades públicas. Compete também às CPLs o
julgamento de recursos e ou pedidos de impugnações, à luz do ato convocatório,
com os seus devidos encaminhamentos.

Sobre revogações e/ou anulações de processos licitatórios, as CPLs devem


encaminhar e/ou propor à autoridade competente, assim como providenciar todas as
publicações exigidas em lei, pela autoridade competente ou pelo ato convocatório,
assim como fornecer todas as devidas informações a todos aqueles que estejam
vinculados ao processo licitatório. As CPLs devem dar suporte às equipes de apoio
de pregoeiros, ou, inclusive, constituírem tais equipes. E a Administração pode
discriminar, em ato administrativo, outras atribuições às CPLs, desde que estejam
em consonância com a legislação vigente.

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 Comissões Especiais de Licitação

São as Comissões de Licitação designadas para licitações específicas,


como, por exemplo, em caso de licitações na modalidade de concurso, como preza
o § 5º do artigo 51 da Lei 8.666/93, como se lê:

o
§ 5 No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão
especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido
conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não. (BRASIL,
1993)

Os responsáveis pelas licitações na modalidade de Pregão são o pregoeiro


e a equipe de apoio, dentro das suas respectivas atribuições, devidamente
definidas em lei. Em outros termos, o Pregão deve ser conduzido por pregoeiro. E é
incumbência exclusiva da equipe de apoio dar o auxílio técnico ao pregoeiro na
execução do processo licitatório.

IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou


entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio,
cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances,
a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação
e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor. (BRASIL, 2002)

A Lei 10.520/02, no § 1º do seu Artigo 3º, define que a equipe de apoio deva
ser formada, em sua maioria, por servidores efetivos da Administração, designados
pela autoridade competente, e que pertençam, preferencialmente, ao quadro de
funcionários do órgão ou da entidade que promove a licitação.

Ao pregoeiro caberá, em especial:

 coordenar o processo licitatório (conduzir o Pregão);

 conduzir os trabalhos da equipe de apoio, da sessão pública do Pregão,


Presencial ou Eletrônico, e da etapa de lances;

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 receber, examinar e decidir sobre as impugnações e consultas à
licitação, com apoio do setor requisitante do objeto e do responsável pela
elaboração do edital;

 verificar a conformidade da proposta com os requisitos estabelecidos no


ato convocatório;

 verificar e julgar as condições de habilitação;

 receber, examinar e decidir sobre os recursos encaminhados à


autoridade competente quando for mantida a decisão;

 indicar o vencedor do Pregão;

 adjudicar o objeto, quando não houver recurso;

 encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade superior com


proposta de homologação.

Compete à equipe de apoio auxiliar o pregoeiro em todas as fases da


licitação.

Dentre as atribuições do pregoeiro e da equipe de apoio, destacam-se,


também: recebimento das propostas e lances, análise de aceitabilidade e
classificação e habilitação e adjudicação do objeto ao proponente vencedor.

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1.9 OBJETO: BENS E SERVIÇOS COMUNS

Bens e serviços comuns são produtos cuja escolha deve ser feita com base
somente nos preços, pois podem ser comparados entre si, não necessitando de
avaliação minuciosa. São exemplos de bens comuns: canetas, lápis, borrachas,
água, alimentos, móveis, veículos, aparelhos eletroeletrônicos, etc. São exemplos de
serviços comuns: confecção de acessórios e peças, manutenção de veículos,
colocação de revestimentos, troca de azulejos, pinturas em imóveis, etc.

Bens e serviços comuns são aqueles que os padrões de desempenho e


qualidade podem ser objetivamente definidos e descritos no edital, por meio de
informações usuais praticadas no mercado. Isso permite ao agente público analisar,
medir e comparar os produtos entre si e escolher pelo melhor preço, por exemplo,
ou por outro critério objetivo preestabelecido no ato convocatório.

O Decreto 3.555/00, no § 3º de seu Artigo 2º, definia bens e serviços


comuns assim:

o
§ 2 Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital, por
meio de especificações usuais praticadas no mercado. (Redação dada pelo
Decreto nº 7.174, de 2010).

O Decreto 7.174/10 impôs sobre o tema a seguinte definição:

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34
o o o
Art. 12. Os §§ 2 e 3 do art. 3 do Anexo I ao Decreto n 3.555, de 8 de
agosto de 2000, passam a vigorar com a seguinte redação:
o
§ 2 Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital, por
meio de especificações usuais praticadas no mercado.

A Lei 10.520/02, no § Único do seu artigo 1º, define bens e serviços comuns,
assim:

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a


licitação na modalidade de Pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e
efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais no mercado.

O Decreto 3.555/00 possuía, em seu Anexo II, a relação de serviços e bens


comuns. Esse anexo foi revogado pelo Decreto 7.174/10.

1.10 ESTIMATIVA DE VALOR PARA CONTRATAÇÃO

Contratações públicas somente poderão ocorrer após estimativa prévia do


valor do objeto, que deve obrigatoriamente ser juntada ao processo de contratação e
ao ato convocatório. Pesquisar preços é procedimento obrigatório e prévio à
realização de processos de contratação pública. E é responsabilidade da
Administração essa pesquisa.

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A estimativa do valor da contratação é o principal fator para escolha da
modalidade de licitação a ser adotada, exceto quanto à concorrência ou ao Pregão,
que podem ser utilizados independentemente do valor a ser contratado. Essa
estimativa também tem por finalidade:

 verificar se existem recursos suficientes no orçamento para o pagamento


da despesa com a contratação;

 servir de parâmetro para julgamento das ofertas apresentadas. Se o


objeto for divisível, a estimativa total da licitação deve considerar a soma dos
preços unitários multiplicados pelas quantidades dos itens, etapas ou
parcelas. O preço estimado é um dos parâmetros de julgamento por parte da
Administração para contratar. E deve refletir o preço de mercado, levando
em consideração todos os fatores que influenciam na formação dos custos.

Para a elaboração de estimativas, há necessidade de pesquisas. E, para


isso, é importante que conceitos de preços sejam claros e precisos. Para que você
compreenda melhor, é importante questionar o conceito de “preço”. No processo
licitatório, a Administração e os licitantes precisam compreender os diversos
conceitos de preços, como o preço unitário, por exemplo, que significa o quanto vale
cada unidade de um lote de itens.

Todos precisam saber o preço de um lote completo de itens, o que é preço


de mercado, preço praticado, o que é pesquisa de mercado, assim como o que é
pesquisa de preço e no que se diferenciam. Por isso, para que possamos encerrar
este módulo com novo aprendizado sobre esses conceitos, a seguir estão algumas
das principais definições de preços e pesquisas, que são utilizadas em processos
licitatórios.

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1.10.1 Preço unitário

É o valor correspondente a cada unidade ou item licitado na proposta. Por


exemplo: a Administração deseja adquirir dez caixas de grampeadores. O preço
unitário diz respeito ao preço de cada um dos grampeadores. Então, uma caixa com
dez grampeadores iguais e com o mesmo preço unitário, por exemplo, custa R$
100,00 (cem reais). O preço unitário é o preço de cada grampeador. Nesse caso, em
que todos são iguais e têm o mesmo preço, a unidade tem o preço de R$ 10,00 (dez
reais). Esse é o preço unitário. A soma dos preços unitários determina o preço global
da proposta.

1.10.2 Preço global

É a soma dos preços de todos os itens que estão na proposta.

Em obras e serviços, a estimativa é detalhada em planilha que expresse a


composição de todos os custos unitários, com a soma total dos itens. Para cálculo
de despesa, leva-se em conta todo o período de vigência do contrato, considerando
possíveis prorrogações.

A estimativa se baseia pelos preços colhidos em empresas do ramo


pertinente ao objeto licitado, correntes no mercado onde será realizada a licitação,

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que pode ser local, regional ou nacional. Se possível, devem ser verificados os
preços fixados por órgão oficial competente, sistema de registro de preços ou
praticados em outros órgãos.

1.10.3 Preço médio

É aquele elaborado em pesquisa realizada no mercado onde será efetuada a


contratação. O preço médio é apresentado e visualizado na pesquisa de mercado e
na pesquisa de preços. A Administração coleta informações de preços dos produtos
ou serviços que deseja e evidencia o preço médio praticado pelos fabricantes,
comerciantes, operadores ou prestadores de serviços dos respectivos produtos ou
serviços a serem contratados e que foram pesquisados.

1.10.4 Preço de mercado

É aquele que se estabelece na praça pesquisada, com base na oferta e na


procura. É o preço que se institui no mercado, em razão da quantidade de oferta de
um mesmo produto ou serviço, relacionado à demanda que a comunidade necessita
ou procura para adquirir ou usufruir. Quanto mais há procura pelo produto ou
serviço, a tendência é que o preço de mercado aumente. Quanto mais o produto ou
serviço esteja em oferta no mercado, mais o preço reduz ou se mantém.

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1.10.5 Preço praticado pela Administração contratante

É aquele pago ao contratado. A Administração determina o quanto quer


pagar pelo produto ou serviço a serem licitados. E paga por tal preço. Os licitantes
precisam se ajustar dentro dos parâmetros de disponibilidade que a Administração
informa. Ou seja, é o preço que a Administração pratica na tomada, compra ou
aquisição de bens ou serviços.

1.10.6 Preços coletados

Devem ser pesquisados em condições semelhantes às solicitadas no


procedimento licitatório e se referir a objeto idêntico ao da licitação. A Administração,
para determinar os preços a serem pagos pelos produtos ou serviços que deseja,
coleta no mercado informações sobre esses mesmos produtos.

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1.10.7 Pesquisa de mercado

É o procedimento que a Administração adota para verificar as exigências e


condições do mercado fornecedor do objeto a ser licitado. Exemplo: especificação,
qualidade, desempenho, prazos de entrega, prestação, execução, garantia. Por
exemplo: se a Administração deseja tomar serviços de tele-entrega de documentos,
ela busca informações técnicas no mercado sobre como são fornecidos esses
serviços pelas empresas operadoras desse setor. A Administração também pode, na
pesquisa, buscar informações junto aos clientes e usuários dos serviços que busca
tomar.

1.10.8 Pesquisa de preços

É procedimento indispensável por parte da Administração para verificar a


existência de recursos suficientes para cobrir as despesas decorrentes de
contratação. Serve de base também para confronto e exame de propostas em
licitação. A Administração precisa compor uma relação de equilíbrio entre as verbas
que possui para pagar os produtos e serviços que contrata. Assim, necessita ter
informações claras dos preços praticados pelos produtos e serviços a serem
tomados.

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A abrangência da modalidade escolhida define, em princípio, a praça ou o
mercado a ser pesquisado, que pode ser municipal, estadual, nacional ou
internacional. Exemplo: a Concorrência, a Tomada de Preços e o Pregão abrangem
o mercado nacional. A modalidade de Convite abrange o mercado local.

CONCLUSÃO DO MÓDULO I

Bem, chegamos ao final desse primeiro módulo do curso de Formação de


Pregoeiro. Espero que tenha apreciado. Sugerimos que retorne ao texto e releia os
pontos em que ainda ficaram dúvidas. Acesse os links indicados, para enriquecer
seu aprendizado, e não deixe de responder às questões das atividades. Isso é muito
importante para a construção do seu conhecimento e sua capacitação na sua futura
profissão.

Aguardamos você no segundo módulo. Até mais.

FIM DO MÓDULO I

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