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A CAPACITAÇÃO NA CIÊNCIA DA APICULTURA GERANDO EMPREENDEDORES

APÍCOLAS

Luciano Hypólito de Amorim¹


Fernando Emmanuel Gonçalves Vieira²

RESUMO: O presente projeto foi realizado na área do C.E.E.P.A “Mohamad Ali Hanzé”(Centro
Estadual de Educação Profissional Agrícola Mohamad Ali Hanzé), situado na rodovia BR 369, km 14,
bairro Iapar localizado no município de Cambará/PR. O objetivo proposto por este trabalho foi o de
promover aos nossos alunos do curso técnico em agropecuária uma capacitação em apicultura,
ciência que visa a criação de abelhas Apis mellifera com a finalidade comercial, gerando assim uma
nova mentalidade empreendedora, a fim de que os alunos possam ser os próprios autores de suas
histórias, podendo transformar suas vidas, e promovendo uma vida mais digna no meio rural. Neste
contexto procurou-se neste trabalho demonstrar a importância das abelhas para a vida econômica e
social, gerando uma mentalidade conservacionista do meio ambiente em nossos alunos, pois o
apicultor também passa a ser um preservador da natureza. As abelhas são a única classe de insetos
que produzem alimento ao homem, foram introduzidas no Brasil pelos portugueses através da
importação de abelhas Apis mellifera var.italica e após a década de 50 houve a introdução de abelhas
Apis mellifera var. adansonii (as abelhas africanas) mais produtivas, e resistentes às pragas e o clima
brasileiro. Atualmente o Brasil é o 10º maior produtor mundial de mel produzindo milhões de
toneladas, a quase totalidade deste mel produzido é exportado e produzido por pequenos apicultores.
Procurou-se demonstrar aos nossos alunos que apicultura é uma atividade extremamente viável às
pequenas e médias propriedades, pois possuem algumas vantagens, os apicultores não
necessariamente devem ser os donos da terra, baixo custo de investimento inicial, baixa demanda de
recursos financeiros para início do negócio, é uma atividade extremamente benéfica ao meio
ambiente, visto que 88% das flores são polinizadas pelas abelhas. Através de palestras, aulas
práticas, estágios supervisionados os alunos puderam ter maior contato com esta ciência, gerando
assim um espírito investigativo, e desejo a ingressarem na atividade apícola.

Palavras-chave : Educação profissional, apicultura, abelhas.

______________________________
¹Engenheiro Agrônomo, Especialista, Professor do Centro Estadual de Educação Profissional
Agrícola Mohamad Ali Hanzé- CEEPA, Cambará,PR.
²Doutor, Médico Veterinário, professor Universidade Estadual do Norte Pioneiro-UENP, Campus
Jacarezinho, Paraná.
I INTRODUÇÃO

A relação entre o homem e as abelhas já vem de longa data, onde os


egípcios há aproximadamente 5 mil anos atrás já extraíam mel de abelhas,
registradas em esculturas segundo arqueólogos onde observa-se a inter-relação
homem e abelhas.
Criar abelhas é uma arte onde o apicultor além de produzir produtos
comestíveis também é um agente de preservação da natureza, pois estes pequenos
insetos são responsáveis por mais de 80% da polinização das flores. Existem
estudos que indicam que caso as abelhas forem dizimadas da terra a população
teria pouco tempo de vida.
“Se as abelhas desaparecerem da face da terra, a humanidade terá apenas
mais quatro anos de existência, sem abelhas não há polinização, não há
reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não haverá
raça humana”. Albert Einstein

Segundo MACEDO (2006) criar abelhas não se destina tão somente à


produção de mel, mas também à polinização agrícola, produção de própolis, pólen e
geléia real. Ao se pensar em apicultura como alternativa de geração de trabalho e
renda ao homem do campo, é necessária que se avalie a atividade sob os diversos
aspectos que a cercam e que a tornam uma importante ferramenta de inclusão
social para os pequenos e médios produtores. Estamos diante de uma atividade
sustentável por natureza, uma vez que viabiliza a melhoria da qualidade de vida do
homem sem comprometer o meio ambiente.
As abelhas são a única classe de insetos que produzem alimentos a
humanidade, dentre estes alimentos podemos citar o mel e geléia real. Porém
existem outros produtos tais como cera apícola utilizada na indústria de velas,
cosméticos; própolis e apitoxina utilizados na indústria farmacêutica.
Segundo a ABEMEL (2017) as exportações de mel no ano de 2016 foram
24.202.954 toneladas de mel. Os países que mais importam o mel brasileiro são
Estados Unidos 19.729.383 toneladas, Canadá 1.569.925 toneladas, Alemanha
1.391.508 toneladas. Segundo FAO (2012) o Brasil está na 10ª colocação entre os
10 maiores produtores de mel no mundo produzindo anualmente 44.600 toneladas,
vide tabela no anexo I. Estamos atrás de países como Etiópia 45.300 toneladas. A
Argentina possui uma cadeia de mel forte estando no 5ª posição com 59.000
toneladas anuais.
Naquele país existe um incentivo pelos órgãos governamentais, existe uma
assistência técnica em apicultura, cursos técnicos em apicultura, formando jovens
capacitados nos manejos apícolas.
O estado do Paraná foi um dos pioneiros na implantação das reformas da
educação profissional, com a entrada em vigor do decreto 5154/04 , o Paraná foi o
primeiro estado da federação a desarticular o ensino médio para a formação para o
trabalho, em 1996, assim como foi o primeiro a ofertar o ensino médio integrado, a
partir de 2004. O ensino integrado no ensino médio onde os alunos egressos terão
aulas tanto do núcleo comum como da área profissional, e o ensino subsequente
onde os alunos pós formados no ensino médio terão aulas somente da área
profissional são as duas principais modalidades de curso técnico em agropecuária
ofertadas pelo governo do estado do Paraná.
Visando uma mudança de mentalidade em nos nossos jovens capacitando-os
na arte da apicultura, levando os estudantes a uma nova visão empresarial sobre o
ramo apícola foi realizado este artigo, tendo como objetivo geral a capacitação dos
alunos da ciência da apicultura ao educando do CEEPA Mohamad Ali Hanzé para
que os mesmos possam enfrentar as dificuldades sociais, econômicas, minimizando
assim o êxodo rural e fixando os jovens em suas propriedades rurais.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 HISTÓRICO DA APICULTURA NO BRASIL


As abelhas são uma espécie de insetos que desde há muito tempo convivem
com o homem trazendo vários benefícios. As abelhas sempre contribuíram com a
vida humana seja polinizando as flores, ou através da manipulação de colméias
corretamente podem-se extrair produtos apícolas como mel, própolis, geléia real,
cera, apitoxina.
As abelhas possuem uma história relacionada ao descobrimento e
colonização do Brasil. Já no tempo do Império, Dom Pedro II promulgou uma lei,
concedendo ao padre Antônio Pinto Carneiro, pelo espaço de 10 anos, o privilégio
exclusivo de importar abelhas da Europa e Costa da África para a Província do Rio
de Janeiro (Decreto nº 72, de 12 de julho de 1839).
Trazidas pelos jesuítas ou por alguém que os antecedeu, as abelhas
européias foram relegadas mais tarde ao abandono, pelos fatos históricos através de
guerras. Deixadas assim à própria sorte, as abelhas se propagaram pelo Rio Grande
do Sul e estados sulinos, voltando a uma vida selvagem. Expandiram-se e se
conservaram graças à abundância de matas e flores, em clima propício e perfeita
situação ecológica (WIESSE, 1985).
Muitos anos se passaram até que os homens deixassem de ser saqueadores
de colméias, roubando apenas o precioso manjar e destruindo a fogo suas operosas
benfeitorias. Aninhadas no oco das árvores nas cavidades das raizeiras, nas fendas
das rochas, mesmo sem o amparo racional dos homens, aclimataram-se as abelhas
ao seu rústico modo de sobrevivência. Essas abelhas eram evidentemente as
carniças, pardas ou pretas originárias da Europa central e dos Alpes.
Desenvolvendo-se ao natural nas matas ou em apiários rústicos e
improvisados, em precárias condições de trabalho, passaram as carniças e italianas
a uma paulatina e inevitável decadência.
Expostas às doenças e às intempéries, indefesas contra os inimigos naturais,
dizimadas pelo fogo de grandes queimadas, envenenamentos pelas pulverizações
de inseticidas, depauperadas por falta de néctar e pólen, causada pelo
desmatamento de grandes áreas, caíram elas na inércia, reduzindo sua operosidade
à conservação da espécie, não por degeneração da raça ou falta de pedigree, mas
por simples abandono e debilitação.
As abelhas africanas (Apis mellifera var. adansonii) sabidamente conhecidas
como altamente produtivas e agressivas, foram introduzidas no Brasil em 1956 em
Camaquã na região de Rio Claro-SP com o intuito de se executar um programa de
melhoramento genético que fosse capaz de aumentar a produção de mel do país,
associado a uma baixa agressividade. Entretanto, devido a um acidente inadvertido
no apiário onde as rainhas africanas estavam sob quarentena, ocorreu a
enxameação de 26 colméias. Isto levou ao início de um processo de cruzamentos
naturais com as abelhas de origem europeia que haviam sido trazidas pelos
imigrantes entre 1840-1850, propiciando a formação de um híbrido, que foi chamado
de abelha africanizada. Essa abelha africanizada embora muito produtiva causou um
impacto muito grande no início de sua dispersão, devido ao alto grau de
agressividade que elas apresentavam e as próprias deficiências dos apicultores e da
população em geral que não sabiam como trabalhar e conviver com elas. Houve
abandono da atividade apícola, morte de pessoas, animais e a produção de mel, que
já era baixa, praticamente zeraram. Foram dias negros. Entretanto, com o passar do
tempo, os apicultores se conscientizaram que essas abelhas poderiam ser
controladas e exploradas com êxito, se houvesse uma adequação e uma total
reformulação de técnicas e conceitos válidos para as abelhas européias, mas que
eram desastrosos para a abelha africanizada. Isto foi feito e a apicultura voltou a
crescer e nos anos 80 tivéssemos a chamada "explosão doce" quando o Brasil
passou de 27º para o 7º produtor mundial de mel ( SOARES; 2012).

2.2 IMPORTÂNCIAS DAS ABELHAS E SEUS PRODUTOS À HUMANIDADE

A relação de interação do homem com as abelhas ocorre desde épocas


remotas, sendo relatadas as histórias há 5 mil anos atrás com os relatos egípcios .
Segundo a EMBRAPA/CNPMN estima-se existir cerca de 20.000 espécies de
abelhas, contudo este número pode ser duas vezes maior, sendo necessário realizar
estudos para levantamento das abelhas e as interações abelha-planta nos diversos
biomas. Entretanto devido à redução das fontes de alimentos e locais de nidificação
(nidificação é o ato de um inseto construir seu ninho em determinado local),
ocupação intensiva das terras e uso de defensivos agrícolas, as populações de
abelhas silvestres têm sido reduzida drasticamente, colocando em risco todo o
bioma em que vivem.
As abelhas sempre proporcionaram vários outros benefícios ao homem, além
da polinização. Para muitos dos produtores rendem lucros, para o país rende
divisas, pois atualmente o Brasil é considerado o 10º maior produtor de mel no
mundo, exportando o produto originado pelas abelhas com ferrão (Apis mellifera sp.)
para vários países e sendo considerado o produto brasileiro de excelente qualidade,
superando a qualidade do mel de vários países como Uruguai, Argentina, e China.
Devido a apicultura brasileira não possuir sérios problemas com doenças e pragas
como os países maiores produtores, aos quais utilizam pesados defensivos no
controle de parasitas e organismos infectantes de colônias.
E não para por aí, pois além do mel, a lista de produtos derivados através do
trabalho das abelhas é incalculável, podemos citar outros, tais como a própolis de
onde podemos extrair vários medicamentos, a cera, geleia real, apitoxina (veneno
das abelhas espécie Apis mellifera sp.), aluguel e venda de enxames.
A própolis produto extraído das resinas das árvores serve como isolante
térmico para as colméias, não permitindo a entrada de correntes de ar frio que
danificam a vida das larvas. Este produto é utilizado nas indústrias farmacêuticas,
pois possuem propriedades antibacterianas.
A geléia real é produzida por abelhas jovens do 5º ao 10 º dia de vida, em
suas glândulas hipofaringeanas e mandibulares. Este alimento é fornecido às larvas
com até 3 dias de vida, e é o principal alimento da abelha rainha durante toda a sua
vida. O principal país produtor e um dos maiores importadores do produto são a
China, e grande parte da produção brasileira é destinada à China, e ao Japão.
A geléia real é um produto composto por 21 aminoácidos, dos quais se
destacam lisina, valina, arginina, isoleucina, e fenillanina. Ela ainda contém
acetilcolina, grãos de pólen, e hormônios gonadotróficos. Existem também ácidos
orgânicos, esteróide, fenóis e alguns componentes como um fator bacteriano contra
Escherichia coli e Salmonellas (SOUZA et all, 2015).
Um outro produto interessante das abelhas é a cera apícola, produzida pelas
abelhas devido à glândula cerígena localizada no abdômen de abelhas com até 14
dias de vida, as abelhas engenheiras, onde confeccionam os favos para depósitos
de mel, pólen e crias. A produção de cera pode ser uma boa opção de produtores
rurais, o mercado utiliza este produto na fabricação de velas, produtos cosméticos,e
os próprios apicultores para produção de favos.
O veneno das abelhas é chamado de apitoxina, é composta por 88% de água,
e 12% de proteínas, peptídeos, compostos orgânicos voláteis, aminoácidos e aminas
sendo os princípios ativos terapêuticos os peptídeos e as proteínas. É um produto
utilizado em tratamentos de algumas doenças como artrites, nevrites, traumas,
tendinite, bursite, inflamações comuns, e até em esclerose múltipla.
A poderosa propriedade desse produto das abelhas não acaba por aí, dentro
da colméia esses insetos utilizam a apitoxina para dar ao mel a característica de
nunca estragar, adicionando uma minúscula quantidade de veneno antes de fechar
com o opérculo cada hexágono do favo de mel.
São inúmeros os produtos que estes seres, a única classe de insetos que
produzem alimentos a humanidade podem oferecer, existem atualmente pesquisas
de utilização do veneno das abelhas no combate ao vírus da AIDS, os japoneses
utilizam o própolis como inibidor de crescimento de células cancerígenas, também
utilizam geléia real como produto de rejuvenescimento.

2.3 O EMPREENDEDORISMO APÍCOLA COMO FORMA DE DIMINUIÇÃO DA


EXCLUSÃO SOCIAL

Frente às mudanças que ocorrem no mundo, a educação, como ferramenta


de transformação social, precisa exercer duplo papel. Por um lado, continuar
difundindo os conhecimentos culturalmente constituídos, bem como transformá-los e
reconstruí-los, de outro estar comprometida, com a formação do cidadão crítico,
participativo, dinâmico e criativo, para que este possa responder de forma adequada
às demandas cada vez mais complexas da sociedade em constante movimento.
As mudanças impostas pela modernização do comércio mundial primeiramente
chamado de globalização exigem uma necessidade de que os filhos de produtores
rurais capacitem-se cada vez mais a fim de enfrentarem um mercado cada vez mais
competitivo. Estamos na época da busca incessante pelo conhecimento, inovações.
O governo está cada vez mais retirando o paternalismo deixando os produtores
rurais à mercê de atravessadores, especulações fazendo com que os custos de
produção ao produtor cada vez mais onerosos.
Estas mudanças trazem insatisfações aos produtores rurais e seus filhos, pois
a vida no campo é penosa, árdua e muitas das vezes sem o retorno esperado.
Sendo que as famílias nos grandes centros podem possuir um serviço registrado
com carteira assinada, direitos a carteira assinada, FGTS, 13º salário, férias entre
outros direitos. Esta situação tem levado ao descontentamento e abandono de
propriedades rurais interferindo na sucessão familiar rural e levando ao êxodo rural
para as grandes cidades levando ao aumento do número das favelas, falta de
saneamento básico, consumo de drogas entre outros prejuízos.
O espaço da escola é um momento dedicado ao aprendizado dos alunos
fazendo com que os mesmos possam modificar suas concepções, aumentar seus
conhecimentos e fazendo com que desenvolva nos alunos habilidades permitindo
assim que os jovens possam ser o gestor, autor de suas próprias histórias
notadamente nas suas habilidades profissionais.
O educador é apenas uma ponte entre os nossos alunos e seus objetivos,
sejam eles materiais ou imateriais. A apicultura é uma importante forma de fixação
do homem no meio rural, levando-se em conta que emprega mão de obra familiar e
é uma atividade que demanda pouco tempo, podendo ser praticada
concomitantemente com outras e gerando boa rentabilidade.
O desenvolvimento de uma mentalidade empreendedora leva os alunos a
refletirem sobre como poderão estudar, aprimorar os seus conhecimentos para uma
vida que no futuro possa trazer conforto às famílias, por meio de seu trabalho.
O termo empreendedorismo se desloca do mundo dos negócios lá de fora e
entra no espaço escolar, dentro de uma visão de educação, em que se devem
construir posturas de autonomia, criatividade, inovação, confiança, ética e trabalho
em equipe diante dos novos paradigmas que despontam neste século. O
empreendedor é aquela pessoa que sonha, e luta para que os seus sonhos se
transformem em realidade.
A palavra “empreender” vem do latim imprehendere, que significa prender nas
mãos, assumir, fazer. Daí deriva as palavras “empreendedor” e
“empreendedorismo”, dentre outras. A primeira com sufixo “or” designa o agente,
indivíduo que no caso, empreende. Ou seja, empreendedor é aquele que assume a
realização de uma determinada tarefa, e na sociedade capitalista, passou a designar
um tipo de empresário de quem se pode dizer que possui iniciativa e criatividade
para correr os riscos de iniciar e efetivar uma determinada atividade produtiva. Já a
palavra empreendedorismo, tendo o sufixo “ismo”, diz respeito a uma doutrina,
escola ou teoria característica da ação de pessoas que possuem iniciativa de
começar algo potencialmente arriscado (SOUZA, 2012).
No Brasil o tema central do empreendedorismo deve ser o desenvolvimento
social, tendo como prioridade o combate à miséria, oferecendo-se como um meio de
geração e distribuição de renda . Mais do que a preocupação com o indivíduo, o
empreendedorismo deve ser relacionado à capacidade de se gerar riquezas
acessíveis a todos (DOLABELA, S.D.).
Quando há explicação, nos textos de defesa do ensino do empreendedorismo
na escola, para a alegada necessidade de promoção social de uma mudança
cultural que desenvolva a perspectiva empreendedora em toda a população,
fazendo-se isso por meio da implantação deste tema no currículo escolar, está é de
que existe uma relação positiva entre empreendedorismo e desenvolvimento social e
econômico. Ou seja, os estudos que defendem a implantação do empreendedorismo
como componente curricular partem do pressuposto de que, se toda a população de
um país tiver uma cultura empreendedora, haverá melhoria no desenvolvimento
sócio econômico, conforme se pode ver nos excertos a seguir:
Um fator que tem colocado a questão do empreendedorismo como prioritário
nas discussões acadêmicas e econômicas é o estudo realizado em vários países,
comprovando a influência da cultura empreendedora no processo de
desenvolvimento econômico de uma sociedade. Tais estudos demonstram que,
quanto maior a parcela de uma população com características empreendedoras,
maiores são as chances daquela nação ou sociedade se desenvolver e gerar
riquezas. Neste sentido, a sociedade e, principalmente, os educadores devem se
alertar para este dever e se perguntar se estão formando empreendedores ou
apenas profissionais que desempenharem bem o seu papel de funcionário e
colaborador. (FRANZINI et al., 2006).

3 METODOLOGIA

O projeto primeiramente foi apresentado à comunidade escolar durante


semana pedagógica estando presentes vários professores do núcleo comum e da
área técnica assim como equipe pedagógica e direção escolar.
Foram aplicados dois questionários diagnósticos sendo o 1º questionário
aplicado no dia 07 de Março de 2017 aos alunos do 1º ano do ensino integrado no
início do ano letivo e no dia 28 de março um novo questionário, no início para
detecção dos conhecimentos sobre apicultura que já traziam de casa, e 30 dias após
para verificação dos conhecimentos adquiridos com relação a temas ligados à
apicultura, após a capacitação e estudo da disciplina .

3.1 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS

1)Você conhece os benefícios trazidos pelas abelhas ao homem?


Pelos resultados expressados pelos questionários pudemos observar que
apenas 30% dos alunos tinham conhecimentos sobre os benefícios das abelhas
contra 70% que não detinham conhecimentos. Já no 2º questionário 100% dos
alunos já passaram a conhecer sobre os grandes benefícios destes insetos a
humanidade.

2) Quais produtos produzidos pelas abelhas você conhece?


A grande maioria dos alunos responderam que o mel é o produto maiormente
conhecido, e muitos conheciam as propriedades medicinais deste produto. Já no 2º
questionário houve um ganho no conhecimento, os alunos passaram a conhecer
sobre os outros produtos derivados das abelhas, tais como própolis, cera, pólen,
geléia real, apitoxina.
3) Mais de 80% das flores são polinizadas pelas abelhas, você sabe o que vem a ser
Polinização de Flores?
Muitos alunos não tinham o conhecimento sobre este grande benefício trazido
pelas abelhas, 72.7% dos alunos não sabiam o que significava polinização e 27.3%
conheciam,, e após o 2º questionário 82.35% dos alunos obtiveram o conhecimento
e apenas 17.65% não obtiveram conhecimentos sobre polinização.

4)Qual o período médio de vida de uma abelha rainha?


A grande maioria dos alunos não possuíam conhecimentos sobre a biologia
da abelha rainha, tão importante na manutenção da família das abelhas. A vida de
uma rainha pode ser de até 5 anos, sendo que após o 2º questionário a totalidade
dos alunos adquiriram conhecimentos sobre a importância de uma rainha jovem na
manutenção da produção do enxame, e sobre seu período de vida.

5)Você sabe o que vem a ser apicultura fixa e migratória?


No 1º questionário 93.75% dos alunos responderam que não tinham
conhecimento sobre o que vem a ser apicultura migratória, e após o 2º questionário
apenas 15.62% não tinham o conhecimento contra 84.38% que sabiam o que
significava apicultura migratória.

Apicultura Migratória
93,75%
Questionário 1 84,38%
Questionário 2

15,62%
6,25%

Não sei Sei

6)Você acredita que a apicultura poderia ser uma atividade viável para você e seus
pais iniciarem na atividade?
No 1º questionário 66.67% acharam não viável a atividade de apicultura em
suas propriedades. Já no 2º 59.46% acharam que seria viável a aplicação desta
atividade em suas propriedades. Demonstrando assim que após a aplicação do
projeto houve interesse na atividade da apicultura por parte de alguns alunos da
turma.
7) Quais produtos apícolas você acharia interessante produzir ?
Pelas respostas sobre quais produtos apícolas em que houve maior interesse
no 1º questionário 67.65% dos alunos responderam que o mel seria o produto
maiormente preferido, e no 2º questionário houve interesse em outros produtos, tais
como mel 42.86%, geléia real 22.86%, cera apícola 15.71%, e própolis 12.86%,
demonstrando assim que após a implantação do projeto os alunos puderam
conhecer que não somente o mel é um produto interessante, mas existem outros
que podem gerar renda às pequenas propriedades.
Àqueles alunos que interessaram pelo tema foi dada a oportunidade de
realização de estágios supervisionados fornecidos após o horário de aula, onde eu
juntamente com os alunos formei um Núcleo de Estudos em Apicultura. A disciplina
estágio supervisionado é obrigatória aos alunos dos cursos técnicos no CEEPA
Mohamad Ali Hamzé, este espaço foi aberto não somente aos estagiários, mas a
todos que desejaram ampliar seus conhecimentos na arte de criar abelhas, dentre as
atividades que executamos várias tarefas, tais como :
- Derretimento de cera;
- Retirada de enxames no CEEPA e no município de Cambará e arredores do
município;
- Colheita de mel;
- Centrifugação, peneiramento e embalagem do mel produzido;
- Alimentação de enxames com ração proteica, e xarope (alimentação
energética) ;
- Produção de mudas de árvores com potencial de produção de mel, como
Mutre (Aloysa virgata) , Manjericão ( Ocimun basilicum), Astrapéia (Dombeya
wallichii).
Durante a aplicação do projeto foram realizadas várias aulas práticas em
temas ligados à apicultura como: colheita, e processamento do mel, divisão de
enxames, capturas de enxames no município de Cambará, estágio supervisionado
após o horário de aulas, oferecimento de mel na dieta do café para todos alunos,
alimentação proteica, e energética para enxames, entre outros serviços.
Foi realizada uma palestra a todos alunos do curso técnico em agropecuária
tanto turmas do curso integrado como do subsequente sobre a criação de abelhas
(Apis mellifera) com finalidades comerciais,apresentei sobre a organização social
dos enxames e formação das famílias, a importância das abelhas ao homem na
polinização das flores e seus produtos que esta classe de insetos produzem. O que
pude observar depois desta explanação é que houve um maior interesse pela
apicultura, onde vários alunos foram incluídos no processo de estágio.
Uma atividade bastante interessante, porém que não estava no cronograma
foi a participação de um grupo de alunos do 1º do ensino integrado por mim sendo
orientados em uma feira no município de Jacarezinho a Geniuscon (Feira de
inovação, tecnologia e empreendedorismo do norte pioneiro do Paraná). Neste local
idealizamos um refrigerante tendo o mel como seu principal sabor, a qual foi
chamado de Refrimel, algumas empresas mostraram-se interessadas no projeto, e
houve boa aceitação do produto pelos participantes da feira..

3.2 GTR - GRUPO DE TRABALHO EM REDE


Foram inscritos 12 professores no GTR, e 7 professores concluintes. Foi um
momento para discussões de diversos temas, houve grande interação entre o
professor tutor e os demais participantes.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a aplicação do projeto pude observar que a motivação de um professor
sobre um tema pode despertar o interesse nos alunos, fazendo com que torne a
atividade de apicultura atrativa, e possam dar continuidade neste projeto de
apicultura em suas propriedades. A capacitação na ciência da apicultura aos alunos
pôde proporcionar um espírito investigativo em um universo que antes não era
explorado, pois dificilmente os alunos egressos possuem conhecimentos sobre esta
atividade. Abaixo seguem alguns relatos de alunos sobre a aplicação do projeto.
As abelhas são insetos defensores de suas famílias que as mesmas
defendem através do uso de ferrão injetando veneno, o que torna a atividade pouco
atrativa. Alguns alunos após a implantação do projeto já estão montando seus
próprios apiários em suas cidades.
Porém na implantação do projeto foi demonstrada que se bem trabalhada a
apicultura poderá ser uma atividade viável às pequenas propriedades, e
ecologicamente correta. Este projeto pode quebrar alguns paradigmas mostrando
que a criação de abelhas é uma ciência que deve ser encarada como outra atividade
qualquer podendo gerar receitas às propriedades rurais.

“O estágio de apicultura como professor Hypólito que fiz foi muito bom, eu já gostava de mel, mas ter
a experiência prática de como funciona essa cadeia das abelhas foi muito rico de aprendizado.”
João Pedro Facundes Alves (aluno do 3º semestre subsequente)

“O estágio onde eu desenvolvi meu TCC teve um amplo conhecimento, onde pude aprender
manusear os equipamentos, mexer com as abelhas de maneira correta,e também pude ver o quanto
a apicultura é importante para a natureza com a polinização e quanto é lucrativa para o homem
quando bem manuseada.”
Andressa Silva do Paraízo (aluna do 3º semestre subsequente)

“O estágio realizado com o professor Luciano Hypólito pôde me proporcionar grande conhecimento
de uma área desconhecida para mim, conhecendo pude saber além do simples mel que elas nos
proporcionam.”
Carina T. Tabor (aluna 3º semestre subsequente)
ANEXO I
Tabela 1: Maiores produtores de mel do mundo, segundo FAO, 2012

COLOCAÇÃO PAÍS PRODUÇÃO (Toneladas)

1º China 398.000

2º Turquia 81.115

3º Estados Unidos 79.789

4º Ucrânia 70.800

5º Argentina 59.000

6º México 55.684

7º Rússia 54.000

8º Irã 47.000

9º Etiópia 45.300

10º Brasil 44.600


QUESTIONÁRIO PARA SUBSÍDIO DO DESENVOLVIMENTO
DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Caro (a) aluno (a), este questionário foi elaborado para coletar informações para a pesquisa
que estou realizando. Gostaria de sua colaboração. Grato. Prof. Luciano Hypólito de Amorim
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Sexo: ( ) M ( )F
Idade:______________________________Ano/Série:_________________________
Possui propriedade rural? ( ) sim ( ) não

II DADOS PARA O PROJETO


1)Você conhece os benefícios trazidos pelas abelhas ao homem?
( ) não ( ) sim.
Qual?____________________________________________________________
2)Quais produtos produzidos pelas abelhas você conhece?
( ) nenhuma ( )1 ( )2 ( )3 ( ) mais que 3.
Quais?_______________________________
3) Mais de 80% das flores são polinizadas pelas abelhas, você sabe o que vem a ser
Polinização de Flores ?
( ) não sei ( ) Sei
Explique Polinização em breves palavras :
__________________________________________________
4)Qual o período médio de vida de uma abelha rainha?
( ) não sei ( ) 4 meses ( ) 45 dias ( ) 5 anos
5)Você sabe o que vem a ser apicultura fixa e migratória?
( ) não sei ( ) Sei
Descrever:________________________________________________________________________
____
6)Você acredita que a apicultura poderia ser uma atividade viável para você e seus pais
iniciarem na atividade?
( ) Sim ( ) Não
Descrever:________________________________________________________________________
7) Quais produtos apícolas você acharia interessante produzir :
( ) mel ( ) própolis ( ) cera de abelha ( ) apitoxina ( ) geléia real
BIBLIOGRAFIA

ABMEL, Setor apícola em números, 2017. Acesso em 07/10/17. in


http://brazilletsbee.com.br/INTELIG%C3%8ANCIA%20COMERCIAL%20ABEMEL%20-
%20AGOSTO_2017.pdf

FRAZINI, D. Q.; SELA, V. M.; SELA, F. E. R. Ensino do empreendedorismo na educação


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