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O texto discute a evolução histórica das políticas de preservação do patrimônio cultural nos séculos XIX e XX, desde as primeiras intervenções estatais na França até a expansão dos conceitos e atores envolvidos no processo. Também aborda a noção de patrimônio cultural adotada no Brasil e os desafios em envolver mais a sociedade na preservação desse legado.
O texto discute a evolução histórica das políticas de preservação do patrimônio cultural nos séculos XIX e XX, desde as primeiras intervenções estatais na França até a expansão dos conceitos e atores envolvidos no processo. Também aborda a noção de patrimônio cultural adotada no Brasil e os desafios em envolver mais a sociedade na preservação desse legado.
O texto discute a evolução histórica das políticas de preservação do patrimônio cultural nos séculos XIX e XX, desde as primeiras intervenções estatais na França até a expansão dos conceitos e atores envolvidos no processo. Também aborda a noção de patrimônio cultural adotada no Brasil e os desafios em envolver mais a sociedade na preservação desse legado.
LONDRES, Cecília. “O patrimônio histórico na sociedade contemporânea”.
(p. 1)
As políticas de Estado para a cultura no Ocidente estão vinculadas a preservação do
patrimônio histórico e artístico nacional, como a intervenção pioneira na França após a reação dos enciclopedistas ao vandalismo que se seguiu a Revolução de 1789. No séc. XIX, criaram-se instituições, leis, trabalhos de inventário, conservação e restauração de monumentos de modo a estruturar a prática preservacionista. Atualmente, há o preceito que é o dever do Estado preservar o patrimônio histórico e artístico. A UNESCO, braço da ONU, também defende os bens culturais considerados patrimônio da humanidade, mas apoiada na Convenção do Patrimônio Mundial de 1972, depende da inciativa dos Estados nacionais. No séc. XX há um processo de expansão das políticas ocidentais de preservação e, ao mesmo tempo, crítica à hegemonia do modelo europeu, em diálogo com outras práticas de nações, atendendo o princípio de diversidade cultural. (p. 2) A adesão da sociedade, no entanto, ainda se constitui um desafio. “Pois se, por um lado, a justificativa dessas políticas é o interesse público, a ideia de uma “identidade nacional” como referência que orientaria a ação de órgãos governamentais, construída por intelectuais e/ou agentes do poder público, já não é reconhecida como capaz de legitimar intervenções que, em muitos casos, afetam profundamente a vida dos cidadãos.” É preciso demonstrar que o “patrimônio histórico não é de interesse restrito às classes mais favorecidas ou intelectualizadas”. “Fatores como a ampliação da noção de patrimônio cultural, a diversificação dos instrumentos de proteção, e o envolvimento de novos atores, expandiram o âmbito de alcance dessas políticas para muito além das tradicionais ações de identificação e proteção de monumentos.” (p. 3) No Brasil, a CF de 1988, artigo 216, adota uma concepção bem ampla de patrimônio cultural. Entendido como: as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. O decreto 3.551/2000 é um Registro dos bens culturais de natureza imaterial. Esse texto, assim como a CF, reconhece como dever do Estado em parceria com a sociedade preservar o patrimônio cultural brasileiro. Ainda é pouco perceptível para a sociedade brasileira tanto a presença do patrimônio histórico no seu quotidiano como a importância do envolvimento dos cidadãos na busca por soluções para sua preservação. (há pouca participação em conselhos e associações) Contudo, ações de preservação dependem da continuidade de esforços a longo prazo e do apoio e cooperação da população. (p. 4) Não há resposta pronta sobre como formular um “sentido de patrimônio” na população. Cada sociedade, a seu tempo e em função de suas necessidades e valores, desenvolverá um tipo de relação com o patrimônio histórico. No entanto, é importante que haja uma compreensão do papel dos bens culturais na transmissão da memória coletiva. I - Sobre a noção de patrimônio histórico.