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Conceitos básicos – Ética e Moral

Há um problema conceitual fundamental dentro do estudo da Ética e da Moral


no contexto da filosofia. Existem muitos e diferentes conceitos sobre esses
temas, todavia todos eles são referidos com apenas duas palavras, “ética” e
“moral”. No meio acadêmico, é comum utilizar o conceito aristotélico de ética, no
sentido de que o indivíduo ético é aquele que se aperfeiçoa naquilo que é
virtuoso, portanto, tornando-se um ser portador de virtude. Aristóteles pensava
a ética como uma virtude, porém defendia que todo aquele que a conhece tem
o dever de ser ético.
Na medicina, condicionou-se chamar um conjunto de regras e valores praticados
por médicos e vistos como essenciais ao profissional de “ética médica”. Tal
designação remete a um conceito de ética como um “código de conduta”, e não
como uma virtude, uma vez que um médico que segue a “ética médica” não é
considerado virtuoso no sentido aristotélico, mas apenas um indivíduo que
exerce seu ofício com o mínimo de decoro. Na primeira aula da disciplina de
ética médica foi discutido superficialmente alguns dos elementos desse código
de conduta médico, além do debate sobre alguns casos e exemplos citados.
Ora, é claro que o estudo da ética não parou em Aristóteles, há outros grandes
pensadores e filósofos que fizeram grandes avanços nesse campo, dos quais se
destaca Immanuel Kant, que cunhou o termo “imperativo categórico”. Kant
defendia que a ética era um dever, e que para que algo fosse considerado ético
tal coisa deveria ser pensada de forma que pudesse se tornar uma lei universal
que servisse para todas as pessoas.
Filósofos mais contemporâneos como Murray N. Rothbard buscaram
compreender a ética como uma forma de justificar as ações, ou seja, classifica-
las como permitidas ou proibidas, de forma que aqueles que violarem a ética
sejam classificados como criminosos. Em outras palavras, Rothbard pensava a
ética como uma lei. Filósofos escolásticos como S. Tomás de Aquino já haviam
feito anteriormente considerações éticas que se relacionavam com a ideia de
uma lei, que assim passou a ser chamada de Lei natural. Todavia, Rothbard não
parte da ideia de que Deus existe ou que Ele é necessário para a formulação de
uma Lei natural. Pois para que uma lei seja considerada natural, ela deve ser
racional, de forma que, independentemente de sua crença religiosa, a Lei possa
ser aplicada para todos os seres humanos.
Eu defendo a ideia da ética como uma Lei, tal como concluiu Rothbard. A Moral
pode ser definida como a característica daquele que busca se aperfeiçoar nas
virtudes (conceito aristotélico de ética), porém não concordo com Aristóteles na
forma de definir o que é bom e mau. É necessário entender primeiramente que
a verdade existe, e a negação dessa afirmação implicaria em uma contradição,
pois ao dizer que verdades não existem, disso decorreria que essa própria
afirmação não pode ser considerada verdade, de modo que haveria de existir
uma exceção à regra para sua validação. Portanto, como essa afirmação
primeira não pode ser negada sem contradição, verdades existem. Por que
devemos fazer o que é moral? Ora, ao nos tornarmos pessoas virtuosas nos
aproximamos de Deus, e este é o objetivo do homem na Terra. Devemos fazer
o que é moral em amor a Deus.
Haverão pessoas que não acreditam em Deus, mas isso não significa que estas
pessoas estão fadadas a serem pessoas imorais. Pois há motivos não teológicos
para a obediência à moral absoluta (sim, a moral é algo absoluto, pois se a
verdade existe, disso decorre que existe uma moral que é mais eficiente que
todas as outras em cumprir seu objetivo). Por exemplo, é sabido que a sociedade
ocidental que se fundamentou ao longo dos séculos na moral judaico-cristã foi a
única que conseguiu um grau de desenvolvimento cultural, econômico, social e
tecnológico de forma a se sobressair grandemente sobre todas as outras. Em
outras palavras, a prosperidade de um povo está diretamente relacionada com
a moral seguida pelos indivíduos. A história econômica mostra, por exemplo, que
é impossível que haja desenvolvimento econômico sem um respeito profundo
pela lei de propriedade privada e o princípio de não agressão.
Por que a moral tem tamanha influência? Isso pode ser explicado pelo fato de
que a moral é aquilo que guia a ação humana, uma vez que o indivíduo pondera
sobre o que é correto ou errado ao agir. O ser humano está em uma classe
ontológica diferente dos outros seres vivos devido à capacidade de usar a razão,
e a consequência disso é que tendemos a pensar antes de agir, ao contrário dos
animais que agem puramente por extintos e estímulos bioquímicos. Logo, é certo
afirmar que a moral terá um papel colossal no desenvolvimento da civilização,
visto que o resultado disso depende de como as pessoas agem e se comportam.
Por exemplo, uma sociedade que não tem respeito pelo conceito de propriedade
privada está fadada ao declínio e a pequenez, pois é impossível que haja
qualquer desenvolvimento significativo como civilização se os indivíduos
acreditam que assassinato, roubo, estupro, fraude e outras violações de
propriedade e auto propriedade são ações morais. Isso explica em parte o
sucesso da sociedade ocidental, pois os judeus e cristãos, por exemplo,
acreditam em uma moral absoluta que valoriza a lei natural e a propriedade
privada, o que é fundamentalmente necessário para a prosperidade, como bem
descreve e explicita a sólida ciência econômica.
Bem, diante desses conceitos, é possível dizer que a “ética médica” se aproxima
mais da noção de moral do que de ética. Entretanto, tal “ética” não se preocupa
em definir o certo e errado para todos os seres humanos, mas apenas para uma
classe de profissionais, os médicos. De forma nenhuma nego a importância
dessas definições, afinal o médico deve buscar fazer o que é correto na sua
nobre jornada de cuidar da saúde do próximo. Mas é lamentável que algo que
deveria ser ensinado e prezado pelos médicos como um código de conduta
espontâneo, que surgiu lentamente ao longo dos anos através da tentativa e
erro, como acontece em muitas outras classes de profissionais, seja hoje usado
pelo estado para criar leis arbitrárias que obrigam os médicos a agir de
determinada forma. Essa ética médica é usada como desculpa por burocratas
estatais que querem capital político para criar regulações e proibições que
impedem o desenvolvimento natural e mercadológico do sistema de saúde,
impedindo, portanto, o desenvolvimento científico e da medicina, além de
dificultar o acesso aos serviços de saúde.
Por exemplo:
IX - A Medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida como comércio.
X - O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivos de lucro,
finalidade política ou religiosa.
Art. 51. Praticar concorrência desleal com outro médico.

Ora, o comércio não é a prática de livres trocas voluntárias entre indivíduos? E


o médico que recebe o pagamento por seus serviços não é um agente
econômico que faz uma troca voluntária por um serviço com outro agente? É
possível que um hospital privado opere sem obter lucro, isto é, que um hospital
privado funcione à base de prejuízos? A única forma de não exercer a medicina
de forma mercadológica ou sem buscar o lucro seria exercê-la como caridade ou
através da estatização total do sistema de saúde, como fez a URSS, causando
a morte de milhões de pessoas. Além disso, quem define o que é “concorrência
desleal”? É concorrência desleal oferecer um serviço por um preço mais
acessível para um paciente pobre? Esses são apenas alguns dos absurdos e
contradições encontradas no código de ética médica brasileiro. Ademais:

Art. 17. Deixar de cumprir, salvo por motivo justo, as normas emanadas dos
Conselhos Federal e Regionais de Medicina e de atender às suas requisições
administrativas, intimações ou notificações no prazo determinado

Art. 18. Desobedecer aos acórdãos e às resoluções dos Conselhos Federal e


Regionais de Medicina ou desrespeitá-los.

Essas partes tem por objetivo reafirmar a autoridade do Conselho Federal de


Medicina, como se o mesmo fosse um órgão absoluto ou algum tipo de baluarte
da moralidade que não pode ser questionado. O mesmo órgão proibiu
recentemente a “prática desleal” de clínicas populares de oferecer descontos nas
consultas para os pacientes, e de divulgar preços a fim de facilitar o acesso à
saúde. Aparentemente, para o CFM é impensável a ideia de que pessoas pobres
possam ter acesso a saúde privada de qualidade e barata. A moral e a ética
deveriam ser um exercício de pensamento e de aperfeiçoamento constante,
buscando a virtude e a verdade, e não um papel dogmático escrito por burocratas
com interesses individuais que defendem grupos de pressão. O papel aceita
qualquer coisa, e a verdade moral não está condicionada ao que está escrito no
código de “ética médica”.

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