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O ambiente pode ser definido como o entorno de cada ser vivo, formado por
tudo aquilo que o rodeia. Consiste nas condições físico-químicas do biótopo,
chamadas fatores abióticos, e pela presença e atividade dos demais seres vivos, os
fatores bióticos.
Os fatores abióticos necessários, mas insuficientes, para permitir plenamente
o crescimento de uma população são denominados fatores limitantes.
Os principais fatores abióticos que influenciam os seres vivos são a
temperatura, a luz, a umidade e a salinidade, além dos fatores edáficos
(relacionados ao solo).
Vivemos em uma sociedade cada vez mais industrializada e urbana, com cada
vez menos pessoas vivendo na área rural. Esta também apresenta tendência à
implantação de máquinas em detrimento da agricultura manual.
Em qualquer ecossistema, todos os componentes vivos ou não vivos mantêm
equilíbrio entre si, podendo-se falar em sinergia ambiental. O termo sinergia pode
ser aplicado ao efeito coordenado e integrado de vários fatores na realização de uma
função. Alterações no meio podem implicar desequilíbrio no ecossistema e
determinar modificações, ocorrendo quebra da sinergia ambiental.
Tanto um organismo como um ecossistema em seu todo têm o poder de se
adaptar a pequenas alterações, restabelecendo o equilíbrio. No entanto, modificações
bruscas ou violentas normalmente não são compensadas em prazos razoáveis,
impondo quebra duradoura do equilíbrio, com reflexos danosos para a saúde dos
organismos ou de todo o ecossistema.
Muitos cientistas não consideram que uma cidade seja um “ecossistema
urbano”, pois um ecossistema apresenta fluxo controlado de energia e reciclagem de
matéria. É de outros ambientes, de fora da cidade, que as pessoas obtêm seu alimento
e energia para motores e aparelhos elétricos. A população das cidades geralmente
consome muito mais do que necessita e produz diariamente enormes quantidades de
gases, lixo e esgoto.
Os resíduos orgânicos sobrecarregam a função decompositora do ambiente,
provocando processos como eutrofização. E há também a liberação de substâncias
tóxicas, tanto no solo quanto na água e no ar.
A poluição, definida pelo excesso de determinados fatores em uma
determinada área, também pode ser sonora e visual. A intensidade do som e a
quantidade de estímulos visuais nas grandes cidades já são um fato tão comum que
muitos moradores nem percebem esse tipo de poluição, que pode causar prejuízos
como perda auditiva e estresse.
Para manter a rotina de consumo nas cidades, ecossistemas naturais são
destruídos para ceder espaços à agricultura e pastagens para gado. O desmatamento,
além de contribuir para o aumento do aquecimento global, também está diretamente
relacionado a quedas bruscas na biodiversidade do planeta. Cientistas afirmam que,
apesar de terem existido períodos de desequilíbrios ecológicos e extinção de espécies
ao longo da história da Terra, nenhum deles ocorreu de forma tão rápida e intensa
quanto agora. Nós, seres humanos, fazemos parte da natureza assim como os outros
organismos; no entanto, nem sempre contribuímos para seu equilíbrio.
Além de ameaçar o equilíbrio da natureza pela forma como utiliza os recursos
naturais, há uma outra ameaça causada pelo crescimento desenfreado da população
humana, em condições de extrema desigualdade social.
Podemos pensar que as soluções para as questões ambientais são complexas
e dependem exclusivamente de leis e ações dos governos. Mas nós também podemos
contribuir, e muito. A simples decisão do que vamos consumir, se vamos comprar um
produto cuja embalagem pode poluir o ambiente, se vamos sair de carro em cidades
onde o nível de poluição do ar é alarmante, onde e como vamos jogar o “lixo” do dia a
dia, tudo isso, feito por nós, já terá um efeito positivo para o ambiente do planeta.
A preservação da vida
A preocupação com a preservação da vida tem sido motivo de reuniões
mundiais para se tentar propor medidas em termos globais.
Uma dessas reuniões aconteceu em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, e ficou
conhecida como Eco-92. Representantes de 170 países estiveram presentes, e como
resultado desta grande conferência foi elaborado um documento chamado Agenda-
21, definido como um plano de ação global para o século 21.
A Agenda-21 defende a necessidade de investimento em programas de
desenvolvimento sustentável. Nesse modelo de desenvolvimento considera-se que o
avanço econômico e a conservação do meio ambiente são compatíveis e devem estar
intimamente relacionados. Os recursos naturais são suficientes para atender às
necessidades de todos, desde que manejados de forma sustentável. Para isso, devem
ser elaborados planos de manejo que considerem não apenas as características do
meio ambiente, mas também a cultura, a história e a situação social da comunidade
que depende de determinados recursos naturais.
Em 1997 houve uma reunião na ONU, a Rio+5, na qual foram apontadas
algumas lacunas ou pontos mal definidos na Agenda-21, que dificultavam sua
implementação.
Também em 1997 aconteceu um encontro mundial na cidade de Kyoto, no
Japão, onde foi elaborado um dos mais ambiciosos projetos de combate ao
aquecimento global: o Protocolo de Kyoto. Ele estabeleceu que os países
industrializados deveriam, até 2012, reduzir em média 5,2% de suas emissões de
gases causadores do efeito estuda (principalmente CO2) em relação aos níveis
alarmantes detectados em 1990.
Como a atmosfera é dinâmica, a emissão de poluentes em uma determinada
região afeta todo o planeta; por outro lado, o controle da descarga de gases-estufa
beneficiaria a atmosfera, independentemente do local onde o controle é exercido.
Baseando-se nesse pressuposto, um dos artigos do Protocolo de Kyoto estabelece que
as nações desenvolvidas e industrializadas devem financiar projetos na área industrial
e energética em países pouco desenvolvidos, desde que os projetos sejam baseados
no uso de fontes alternativas de energia e na emissão reduzida ou nula de gases-
estufa na atmosfera. Dessa maneira, os países ricos estariam contribuindo não apenas
com a atmosfera, mas também com o desenvolvimento das outras nações.
O Brasil foi um dos primeiros países a assinar o Protocolo de Kyoto. No entanto,
alguns países industrializados têm se negado a validar esse documento por não
concordarem com a meta de redução na emissão de CO2 estabelecida para eles. É o
caso dos Estados Unidos, que até 2005 respondiam por cerca de 21% das emissões
mundiais de gases-estufa. Até meados de 2002, os países que haviam assinado o
Protocolo respondiam juntos por apenas 36% das emissões.
Foi nesse contexto que aconteceu a Rio+10, entre 26 de agosto e 4 de
setembro de 2002, na África do Sul. Participaram da cúpula 191 países, para retomar
as questões apontadas na Eco-92. As discussões ambientais foram organizadas em
cinco eixos principais: água e saneamento, agricultura, energia, saúde e
biodiversidade.
Para os ambientalistas, os resultados da Rio+10 foram decepcionantes diante
da grande expectativa que o encontro gerou. O Brasil lançou uma proposta de
aumento do consumo de fontes renováveis de energia em poucos anos, que não foi
aprovada pela maioria. Algumas empresas petrolíferas acenaram com a possibilidade
de utilizar fontes renováveis no lugar de derivados do petróleo, mas essa substituição
será lenta e a longo prazo, o que não anima os ambientalistas. Um dos pontos
positivos da Rio+10 foi a adesão da Rússia, do Canadá e da China ao Protocolo de
Kyoto.
Após a adesão, os países participantes devem retificar o Protocolo e começar
a adotar as medidas de redução na emissão de gases-estufa. Isso significa que são
necessários alguns anos para que o Protocolo entre realmente em vigor e mais tempo
ainda para que os efeitos na atmosfera se verifiquem. Em fevereiro de 2006, um
documento das Nações Unidades divulgando o status de ratificação do Protocolo de
Kyoto mostrava a adesão de 162 países, que juntos respondem por cerca de 62% das
emissões – os Estados Unidos não constam dessa lista. O Brasil, onde o Protocolo já
está em vigor, é um dos países com maior número de projetos em andamento, a
maioria para o desenvolvimento de tecnologias que utilizam fontes renováveis de
energia.
Em 2012 realizou-se a Conferência Rio+20. O tema principal foi o
desenvolvimento sustentável, fundado em três pilares: econômico, social e ambiental.
A lei não trata apenas de punições severas, prevê métodos de recuperação dos danos
e/ou pagamento da dívida à sociedade.
Vimos então que no Brasil existe a PNMA, que é a Política Nacional do Meio
Ambiente. A PNMA define meio ambiente como o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=IB_J1Q5xcf0 Acesso em 22 jul. 2015.
Você sabia que a legislação ambiental no Brasil é uma das mais completas do
mundo?
3) Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98): esta lei foi responsável pela
consolidação da legislação penal ambiental, mediante a definição mais clara das
infrações, uniformiza e estabelece o nível das penas, além da tentativa de uma
sistematização e uniformização também dos crimes ambientais. Apesar das inúmeras
críticas, pode-se destacar nesta lei a criminalização de delitos que até então eram
tidos como mera contravenção, e a responsabilização criminal da pessoa jurídica, ou
seja, das empresas públicas ou privadas.
4) Lei da Ação Civil Pública (Lei nº 7.437/85): esta lei, de caráter instrumental,
permitiu imenso avanço na tutela jurídica do meio ambiente no Brasil. Antes de sua
vigência, basicamente apenas o vizinho prejudicado poderia acionar o poluidor. A
partir desta lei, não apenas o particular, mas principalmente o Ministério Público e as
ONG's (Organizações Não Governamentais) tornaram-se legalmente capazes de
acionar os poluidores. Assim, esta lei viabilizou as chamadas ações coletivas.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
§ 2º: Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
§ 5º: São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º: As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=kGHQ_lUUjA4
Acesso em: 19 jul. 2015.
O Código Florestal está disponível na íntegra no site:
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm. Acesso em:
19 jul. 2015.
LOPES, S.; ROSSO, S. Bio: volume 1. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
OSORIO, T. C. Ser protagonista: biologia, 3° ano: 2. ed. São Paulo: Edições SM, 2013.