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Lição 1 - Breve Histórico do Pensamento

Administrativo

Ao longo da história da humanidade, a Administração se desenvolveu de


forma muito lenta. Somente a partir do século XX é que a Administração
começa a ganhar seu espaço de forma notável.

No final do século XIX, a sociedade era completamente diferente. Havia


poucas organizações e de pequenos portes, visto que predominavam as pe-
quenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais
autônomos (como médicos e advogados, que trabalhavam por conta pró-
pria), o lavrador, o armazém da esquina etc.

O trabalho sempre existiu na história da humanidade, mas a história das


organizações e da sua administração é um capítulo que teve o seu início há
muito pouco tempo. Atualmente a sociedade típica dos países desenvolvi-
dos é uma sociedade pluralista de organizações, na qual a maior parte das
obrigações (produção de bens ou serviços) é confiada a organizações (in-
dústrias, universidades, hospitais, comércio, serviços públicos, dentre ou-
tras), que são administradas com o objetivo de se tornarem mais eficazes.

Ao término desta lição, você deverá ser capaz de:


a) entender a origem e a evolução da administração;
b) saber identificar os principais responsáveis pelo desenvolvimento da
gestão quanto ao relacionamento no processo de produção;
c) conhecer os principais elementos e princípios da administração e
funções das empresas.

1. A História da Administração
A história da Administração iniciou-se num tempo muito remoto, mais preci-
samente no ano 5.000 a.C., na Suméria, quando os antigos sumerianos procu-
ravam melhorar a maneira de resolver seus problemas práticos, exercitando,
assim, a arte de administrar. Depois no Egito, Ptolomeu dimensionou um sis-
tema econômico planejado que não poderia ser operacionalizado sem uma
administração pública sistemática e organizada.

Em seguida, na China de 500 a.C., a necessidade de adotar um sistema organi-


zado de governo para o império, a Constituição de Chow, com seus oito regu-
lamentos e as Regras de Administração Pública de Confúcio exemplificam a
tentativa chinesa de definir regras e princípios de administração.

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Apontam-se, ainda, outras raízes históricas. As instituições otomanas (Esta-
do turco que existiu entre 1299 e 1922), pela forma como eram administra-
dos seus grandes feudos. Os prelados (autoridade eclesiástica) católicos, já
na Idade Média, destacando-se como administradores natos. A Alemanha e
a Áustria, de 1550 a 1700, através do aparecimento de um grupo de professo-
res e administradores públicos, chamados de “fiscalistas” ou “cameralistas”.
Os mercantilistas ou fisiocratas1 franceses valorizavam a riqueza física e o Es-
tado, pois ao lado das reformas fiscais recomendavam uma administração
sistemática, especialmente no setor público.

2. Revolução Industrial
O fenômeno que provocou o aparecimento da empresa e da moderna admi-
nistração ocorreu no final do século XVIII e se estendeu ao longo do século
XIX, chegando ao limiar do século XX. Esse fenômeno, que trouxe rápidas e
profundas mudanças econômicas, sociais e políticas, foi chamada de Revolu-
ção Industrial.

A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, com a invenção da máquina


a vapor, por James Watt, em 1776. A aplicação da máquina a vapor no processo
de produção provocou um enorme surto de industrialização, que se esten-
deu rapidamente a toda a Europa e Estados Unidos. A Revolução Industrial
desenvolveu-se em duas fases distintas: a primeira fase, de 1780 a 1860, é a
revolução do carvão, como principal fonte de energia, e do ferro, como prin-
cipal matéria-prima. Já a segunda fase, de 1860 a 1914, foi a revolução da ele-
tricidade e derivados do petróleo, como as novas fontes de energia e do aço,
como a nova matéria-prima.

Já no século XX, surge Frederick W. Taylor, engenheiro americano, apresen-


tando os princípios da Administração Científica e o estudo da Administra-
ção como Ciência. Conhecido como o precursor da Teoria da Administração
Científica, Taylor preconizava a prática da divisão do trabalho, enfatizando
tempos e métodos a fim de assegurar seus objetivos “de máxima produção a
mínimo custo”, seguindo os princípios da seleção científica do trabalhador,
do tempo padrão, do trabalho em conjunto, da supervisão e da ênfase na efi-
ciência.

Nas considerações da Administração Científica de Taylor, a organização é


comparada com uma máquina, que segue um projeto pré-definido; o salário
é importante, mas não é fundamental para a satisfação dos funcionários; a
organização é vista de forma fechada, desvinculada de seu mercado; a quali-
ficação do funcionário passa a ser supérflua em consequência da divisão de

1. Fisiocracia
(do grego “Governo da Natureza”) é uma teoria econômica desenvolvida por um grupo
de economistas franceses do século XVIII, que acreditavam que a riqueza das nações era
derivada unicamente do valor de “terras agrícolas” ou do “desenvolvimento da terra” e que
produtos agrícolas deveriam ter preços elevados.

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tarefas que são executadas de maneira repetitiva e monótona e finalmente, a
administração científica, faz uso da exploração dos funcionários em prol dos
interesses particulares das empresas.

Além da administração científica, por Taylor, temos também Fayol, Ford e a


administração de recursos humanos, os quais veremos mais adiante.

Saiba Mais
Primeiro de maio foi a data escolhida na maioria dos países industrializados para
comemorar o Dia do Trabalho e celebrar a figura do trabalhador. A data tem origem em
uma manifestação operária por melhores condições de trabalho, iniciada no dia 1º de maio
de 1886, em Chicago, nos EUA. No dia 4, vários trabalhadores são mortos em conflitos com
as forças policiais.
Em consequência, a polícia prende oito anarquistas e os acusa pelos distúrbios. Quatro
deles são enforcados, um suicida-se e três, posteriormente, são perdoados. Por essa razão,
desde 1894, o Dia do Trabalho, nos Estados Unidos, é comemorado na primeira segunda-
feira de setembro.

3. Administração Científica
Em 1911, Taylor publicou o livro considerado como a “bíblia” dos organiza-
dores do trabalho: Princípios da Administração Científica, que se tornou um
best-seller no mundo inteiro. Reconhece-se hoje que as propostas pioneiras
de Taylor deflagraram uma “febre” de racionalização, que prepararam o ter-
reno para o advento do TQC (Total Quality Control), ocorrido ao longo do pós-
-guerra.

As propostas básicas de Taylor: planejamento, padronização, especialização,


controle e remuneração trouxeram decorrências sociais e culturais da sua
aplicação, pois representaram a total alienação das equipes de trabalho e da
solidariedade grupal, fortes e vivazes no tempo da produção artesanal. Apesar
das decorrências negativas para a massa trabalhadora, que as propostas de
Taylor acarretaram, não se pode deixar de admitir que elas representassem
um enorme avanço para o processo de produção em massa.

Figura 1 – Frederick Winslow Taylor (1856 - 1915).

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Paralelamente aos estudos de Taylor, Henri Fayol, que era francês, defendia
princípios semelhantes na Europa, baseado em sua experiência na alta ad-
ministração. Enquanto os métodos de Taylor eram estudados por executivos
europeus, os seguidores da Administração Científica só deixaram de ignorar
a obra de Fayol quando a mesma foi publicada nos Estados Unidos.

O atraso na difusão generalizada das ideias de Fayol fez com que grandes
contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus princí-
pios. Fayol relacionou 14 (quatorze) princípios básicos que podem ser estuda-
dos de forma complementar aos de Taylor. São eles:
1.Divisão do trabalho
2.Autoridade e responsabilidade
3.Disciplina
4.Unidade de comando
5.Unidade de direção
6.Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais.
7.Remuneração do pessoal
8.Centralização
9.Cadeia escalar
10.Ordem
11.Equidade
12.Estabilidade do pessoal
13.Iniciativa
14.Espírito de equipe

Na história da evolução da Administração não se pode esquecer a valiosa


contribuição de Elton George Mayo, o criador da Teoria das Relações Huma-
nas, desenvolvida a partir de 1940, nos Estados Unidos e, mais recentemente,
com novas ideias, denominada Teoria do Comportamento Organizacional.
Ela foi, basicamente, o movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica
da Administração, com ênfase centrada nas pessoas.

Saiba Mais
A experiência de Hawthorne foi realizada em 1927, pelo
Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos
(National Research Council), em uma fábrica da Western
Electric Company, situada em Chicago, no bairro de
Hawthorne, e sua finalidade era determinar a relação
entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos
operários medida através da produção. A experiência foi
coordenada por Elton Mayo e colaboradores, e estendeu-
se à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do
pessoal (turnover) e ao efeito das condições de trabalho
Figura 2 – Hawthorne/1925.
sobre a produtividade do pessoal.

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Dica de Cinema
Para entender como era o processo de produção repetitivo e desgastante na produção,
no qual gerava perdas e doenças ao trabalho, assista a “Tempos Modernos”, de 1936,
com Charlie Chaplin. O filme relata a evolução e a importância do capital humano na
linha de produção.

A partir de 1950, foi desenvolvida a Teoria Estruturalista, preocupada em inte-


grar todas as teorias das diferentes escolas acima enumeradas, que teve início
com a Teoria da Burocracia, de Max Weber, baseada na racionalidade, isto é,
na adequação dos meios aos objetivos (fins), para que se obtenha o máximo
de eficiência.

A teoria de Max Weber teve grande importância em sua época e assim per-
manece até os dias atuais, tendo em vista o seu pioneirismo. Várias pesqui-
sas posteriores reportam-se à Teoria da Burocracia de Max Weber ou para
apoiar-se nela, ou ainda para criticá-la. Importante salientar também que a
teoria da burocracia de Max Weber tem alguns traços mais ligados à sociolo-
gia do que a administração em si.

Como já citado, a teoria burocrática de Max Weber é uma espécie de organi-


zação humana baseada na racionalidade, ou seja, os meios devem ser ana-
lisados e estabelecidos de maneira totalmente formal e impessoal, a fim de
alcançarem os fins pretendidos. Dessa forma, na teoria burocrática há grande
ênfase na eficiência. Estudos apontam que os primeiros traços de burocracia
tenham surgido ainda na antiguidade, com os códigos de conduta e normati-
zação de comportamento entre estado e população.

Convém citar ainda que a Teoria de Sistemas desenvolvida a partir de 1970,


abordando a empresa como um sistema aberto em contínua interação com
o meio ambiente que o envolve, e a Teoria da Contingência, desenvolvida no
final da década de 1970. Para essa teoria, a empresa e sua administração são
variáveis dependentes do que ocorre no ambiente externo, isto é, à medida
que o meio ambiente muda, também ocorrem mudanças na empresa e na
sua administração como consequência.

Assim sendo, os princípios fundamentais das Teorias de Taylor, Fayol, Mayo


e Weber foram e serão sempre os pilares da evolução e do desenvolvimento
da ciência da Administração e que têm motivado e impulsionado os estudos,
pesquisas, trabalhos e obras dos seus seguidores até os nossos dias.

É importante conhecer a história da Administração no Brasil e os precurso-


res da luta de torná-la reconhecida. A história da Administração iniciou-se
em 1931, com a fundação do Instituto da Organização Racional do Trabalho
– IDORT, que contava com o Professor Roberto Mange, suíço naturalizado, na
sua direção técnica.

Sentia-se então a necessidade de institucionalização urgente da profissão do


Administrador, como forma de preservar o mercado de trabalho para os que

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já atuavam na Administração Pública e para os egressos daquelas escolas,
bem como defender a sociedade de pessoas inabilitadas e na maioria des-
preparadas.

No entanto, institucionalizar uma profissão não é tarefa fácil, e a estratégia


adotada deveria consistir na fundação da Associação Brasileira de Técnicos
de Administração ̶ ABTA, em 19 de novembro de 1960, que tinha como sím-
bolo o hexágono.

A entidade recém-criada começou a desenvolver esforços com vistas à pre-


paração de um projeto de lei que institucionalizasse a administração. É de
inteira importância salientar aqui a grande colaboração do Professor Alberto
Guerreiro Ramos, Técnico de Administração do DASP, na época Deputado Fe-
deral, para a aprovação do projeto. Guerreiro Ramos foi decisivamente apoia-
do pela ABTA na luta pela sanção presidencial, já que a reação de poderosas
forças contrárias era lutar pelo veto.

Saiba Mais
O nome “Administração Científica” se deve ao esforço de se aplicarem métodos científicos
aos problemas da Administração. Taylor ficou conhecido por ter sido o primeiro a fazer
isso de forma sistemática. Não é à toa, portanto, que é chamado de “o pai da Administração
Científica”.

4. Teoria Clássica da Administração


No início do século XX, surge então a Abordagem Clássica da Administração,
que consistia em duas orientações, opostas entre si, mas que se complemen-
tam com relativa coerência:
1. De um lado, a Administração Científica, que surge nos Estados Unidos,
a partir dos trabalhos de Taylor, cuja preocupação era aumentar
eficiência no nível dos operários. A ênfase é dada na análise e na divisão
do trabalho do operário, uma vez que as tarefas do cargo e o titular
constituem a unidade fundamental da organização. Assim, a abordagem
da Administração Científica é uma abordagem de baixo para cima (do
operário para o gerente) e das partes (operários e seus cargos) para o todo
(organização da fábrica).

A predominância é para o método de trabalho, para os movimentos necessá-


rios à execução de uma tarefa e para o tempo padrão necessário para sua exe-
cução. O cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do operário
e o reagrupamento de operações, tarefas, cargos etc., constituindo a chamada
Organização Racional do Trabalho - ORT, que é na verdade, uma engenharia
industrial. A ênfase nas tarefas é a principal característica da Administração
Científica.
2. De outro lado, a corrente desenvolvida na França, com os trabalhos
pioneiros de Fayol. A esta corrente denominamos Teoria Clássica. A
preocupação era aumentar a eficiência da empresa através da forma e

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disposição dos departamentos e das suas inter-relações estruturais. Daí a
ênfase na estrutura e no funcionamento da organização.

Assim, a abordagem da Teoria Clássica é uma abordagem inversa à da Admi-


nistração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo
(organização) para seus departamentos.

A atenção é dada para a estrutura organizacional e com os elementos da Ad-


ministração, com os princípios gerais da Administração e com a departamen-
talização. A síntese e a visão global permitiam a melhor maneira de subdividir
a empresa sob a centralização de um chefe principal. Foi uma corrente teó-
rica e administrativamente orientada. A ênfase na estrutura é a sua principal
característica.

Suas origens vêm da Revolução Industrial e podem ser resumidas em dois


fatos importantes, a saber:
1. O crescimento rápido e desorganizado das empresas, acarretando
crescente dificuldade na sua administração e exigindo uma abordagem
científica e mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação
até utilizadas. O tamanho das empresas leva à substituição das teorias
de caráter de alcance médio e parcial. Com as grandes empresas surgem
as condições iniciais para a implantação do planejamento da produção,
reduzindo a improvisação.

Saiba Mais
Na filosofia, entende-se por empirismo como uma teoria do conhecimento em que
o conhecimento vem apenas, ou principalmente, a partir da experiência sensorial,
enfatizando o papel da experiência e da evidência, experiência sensorial, especialmente, na
formação de ideias, sobre a noção de ideias inatas ou tradições.

2. Com a substituição do capitalismo liberal pelos monopólios, inicia-se nos


Estados Unidos, entre 1880 e 1890, a produção em massa. No intuito de
se obter o melhor rendimento dos recursos disponíveis e fazer frente à
concorrência e à competição entre as empresas, surge a necessidade de
aumentar a eficiência e a competência das organizações, tornando-se
necessário evitar o desperdício e a economia da mão de obra. Surge a
divisão de trabalho entre os que pensam e os que executam. Os primeiros
determinam os padrões de produção, definem os cargos, fixam funções,
definem métodos e normas de trabalho, criando as condições econômicas
e técnicas para a reestruturação das organizações.

Enquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração Cien-


tífica nos Estados Unidos, em 1916 surgia na França, espalhando-se rapida-
mente pela Europa, a Teoria Clássica da Administração. Se a Administração
Científica tinha ênfase na tarefa executada pelo operário, a Teoria Clássica
se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir
para ser eficiente.

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O objetivo de ambas as teorias era o mesmo: a busca da eficiência das organi-
zações. Segundo a Administração Científica, essa eficiência era alcançada por
meio da racionalização do trabalho do operário e na somatória das eficiên-
cias individuais. Tratava-se de uma microabordagem ao nível individual de
cada operário em relação à tarefa em uma visão analítica e detalhista.

Na Teoria Clássica, partia-se de todo organizacional e da sua estrutura para


garantir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (como se-
ções, departamentos etc.) ou pessoas (os executores de tarefas). A abordagem
é bastante ampliada no nível da organização como um todo em relação à sua
estrutura organizacional.

A preocupação com a estrutura da organização como um todo constitui, sem


dúvida, em uma substancial ampliação do objeto de estudo da Teoria Geral
da Administração - TGA. Fayol, um engenheiro francês, fundador da Teoria
Clássica da Administração, partiu de uma abordagem geral da empresa, inau-
gurando uma abordagem mais adaptável e estruturada, que rapidamente fez
com que a abordagem analítica e concreta de Taylor ficasse em segundo pla-
no.

4.1 A Obra de Fayol

Figura 3 - Henri Fayol (1841-1925)

O fundador da Teoria Clássica viveu as consequências da Revolução Indus-


trial e, mais tarde, da Primeira Guerra Mundial. Nasceu em Constantinopla,
estabelecendo-se mais tarde na França. Graduou-se em engenharia de minas
pela Escola Nacional de Saint Étienne, em 1860. Trabalhou toda a sua vida em
metalúrgicas de fundição e carbonífera, onde fez sua carreira. Fayol expôs

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sua Teoria de Administração no livro Administration lndustrielle et Générale,
publicado em 1916, que o elevou à condição de um dos maiores colaboradores
da teoria administrativa.

►►4.1.1 Elementos da Administração


Ao definir o que é administração, Fayol implicitamente definiu os elementos
que a compõem: previsão, organização, comando, coordenação e controle.
Esses cinco elementos constituem as chamadas funções do administrador.
Cada autor clássico, seguidores de Fayol, define de modo ligeiramente dife-
rente os elementos da administração, mas não se afastam muito da concep-
ção de Fayol.

Luther Gulick, considerado o autor mais erudito da Teoria Clássica, propõe


sete elementos da administração como as principais funções do administra-
dor:
a) Planejamento: é a tarefa de traçar as linhas gerais das coisas que devem
ser feitas e dos métodos de fazê-las, a fim de atingir os objetivos da
empresa.
b) Organização: é o estabelecimento da estrutura formal de autoridade,
através da qual as subdivisões de trabalho são integradas, definidas e
coordenadas para o objetivo em vista.
c) Assessoria: é a função de preparar e treinar o pessoal e manter condições
favoráveis de trabalho.
d) Direção: é a tarefa contínua de tomar decisões e incorporá-las em ordens
e instruções específicas e gerais, e ainda a de funcionar como líder da
empresa.
e) Coordenação: é o dever de estabelecer relações entre várias partes do
trabalho.
f) Informação: é o esforço de manter as pessoas informadas a respeito do
que acontece na empresa e que pressupõe naturalmente a existência de
registros, documentação, pesquisa e inspeções.
g) Orçamento: é a função inclusiva de tudo o que diz respeito à elaboração,
execução e fiscalização orçamentárias, ou seja, o plano fiscal, a
contabilidade e o controle.

4.2 Princípios da Administração


Para os autores clássicos, o administrador deve obedecer a certas normas ou
regras de comportamento, isto é, há princípios gerais que lhe permitam de-
sempenhar bem as suas funções de planejar, organizar, dirigir, coordenar e
controlar. Daí surgiram os chamados princípios gerais de administração, ou
simplesmente princípios de administração, desenvolvidos por quase todos
os autores clássicos, como normas ou leis capazes de resolver os problemas
organizacionais.

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Lyndall F. Urwick foi um autor que procurou divulgar os pontos de vista dos
autores clássicos de sua época. Quatro princípios de Administração foram
propostos por ele:
a) Princípios da especialização: uma pessoa deve preencher uma só
função o quanto for possível, o que determina uma visão especializada
do trabalho. Este princípio dá origem à organização de linha, de staff
(quadro de funcionários de uma empresa) e funcional. A coordenação das
especializações, segundo Urwick, deve ser efetuada por especialistas de
staff.
b) Princípios de autoridade: deve haver uma linha de autoridade claramente
definida, conhecida e reconhecida por todos, desde o topo da organização
até cada indivíduo da base.
c) Princípio da amplitude administrativa: este princípio salienta que cada
superior não deve ter mais do que certo número de subordinados. O
superior não tem apenas pessoas para supervisionar, mas também e
principalmente as relações entre as pessoas que supervisionar.
d) Princípio da definição: os deveres, autoridade e responsabilidade de
cada cargo e suas relações com os outros cargos devem ser definidos por
escrito e comunicados a todos.

5. Henry Ford e o Fordismo


Henry Ford, nascido na cidade americana de Springwells, em 30 de julho de
1863, foi um empresário à frente de seu tempo. Ao contrário dos outros em-
presários de administração de empresas da época, Ford sempre viu o consu-
mo da população como forma para trazer o bem-estar social.

Idealizador do Fordismo e fundador da Ford Motor Company, em 1903, aos


40 anos de idade, Ford certa vez afirmou: “o dinheiro é a coisa mais inútil do
mundo; não estou interessado nele, mas sim no que posso fazer pelo mundo
com ele”, e assim fez durante toda a sua vida.

Figura 4 – Henry Ford (1863-1947)

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A teoria do Fordismo era revolucionária para a época, pois, pela primeira vez,
o bem-estar social foi levado em conta para se atingir o sucesso financeiro.
Para poder ganhar mais dinheiro, Ford desenvolveu um sistema onde pagava
melhor os empregados e também onde vendia produtos mais baratos.

Mas segundo os conceitos básicos da administração de empresas, aumentar os


custos (pagar melhor os funcionários) e reduzir o valor de venda dos produtos
não traz justamente o prejuízo? Sim, traz! Mas essa era justamente a questão
chave: no Fordismo, o lucro não vem da venda de produtos caros e luxuosos
e sim da venda de produtos baratos, simples e que todos podem comprar, o
lucro para o Fordismo deve vir da quantidade de produtos vendidos.

Esse conceito, a produção em escala industrial, passou a ser a base da ad-


ministração de empresas e da indústria mundial a partir de então. Antes da
introdução do Fordismo no início do século 20, a indústria de automóveis era
voltada para o público rico. Os automóveis eram um artigo extremamente
raro e luxuoso que somente os ricos poderiam ter: eles custavam o preço de
uma casa e exigiam uma manutenção caríssima também. Como poucos eram
vendidos, não havia estímulo para a evolução tecnológica dos carros, os au-
tomóveis do início do século 20, época em que Ford fundou a sua empresa,
eram praticamente os mesmos de 50 anos atrás.

Foi nesse cenário que Ford visualizou a sua grande chance de se destacar na
administração de empresas e mudar para sempre o mundo ocidental.

5.1 A Fundação da Ford Motor Company e o Início do Fordismo

Com alguns dólares no bolso (28.000 dólares, para ser mais exato) e umas
boas ideias na cabeça, Ford, juntamente com mais 11 investidores que acredi-
taram na teoria do Fordismo, fundou a Ford Motor Company, em 1903. Para
demonstrar que carros de alta qualidade tecnológica poderiam ser produzi-
dos a um preço barato (um dos princípios do Fordismo), um protótipo produ-
zido pela Ford Motor Company bateu em 1904 o recorde de velocidade ter-
restre, até então andando 1 milha (aproximadamente 1,6 quilômetros) em 39,4
segundos (quase 140 quilômetros por hora!).

Assim que iniciou as atividades da sua montadora de carros, uma das pri-
meiras medidas de Ford foi pagar cinco dólares por dia aos seus funcionários
(pagar bem aos funcionários era outro princípio básico do Fordismo). Apesar
de parecer pouco para os dias de hoje, na época, os especialistas em adminis-
tração de empresas ficaram assustados: ninguém nunca pagou um salário tão
alto para um operário de fábrica!

Por pagar bem aos empregados, aconteceu um fato interessante: os melho-


res mecânicos e profissionais de engenharia mecânica dos Estados Unidos
acabaram todos indo para a Ford Motor Company, e isso aumentou muito a
capacidade tecnológica da empresa e permitiu que, em poucos anos, eles já
estivessem lançando os melhores carros da América (superioridade tecnoló-
gica para baixar custos, outro princípio do Fordismo).

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5.2 O Projeto de uma Fábrica, segundo o Fordismo

Segundo a concepção Fordista, a fábrica, antes de mais nada, deve seguir o mo-
delo de administração de empresas vertical. Em outras palavras, tudo deve per-
tencer ao mesmo dono e deve ser controlado de maneira centralizada. Quando
construiu a fábrica da Ford Motor Company, Henry Ford projetou uma fábrica
gigantesca: basicamente entravam as matérias-primas de um lado (borracha,
aço, ferro, madeira, vidro) e saíam carros prontos do outro lado, tudo era fabri-
cado no mesmo local e seguindo uma ordem lógica específica.

Os motores, os pneus, o estofamento, era tudo fabricado dentro de um mes-


mo espaço. Do ponto de vista da administração de empresas, a visão do For-
dismo é interessante porque permite um maior controle, mas também tem
as suas desvantagens.

De acordo com a teoria da Administração de Empresas, quando se controla


o processo todo, em geral, se perde em eficiência: uma indústria que fabrica
pneus, motores e estofamentos não pode ser mais eficiente que uma fábri-
ca especializada em motores, por exemplo. Outra concepção importante do
modelo de fábrica do Fordismo era a linha de produção. Embora o conceito
de linha de produção já existisse há um tempo, e fosse bem conhecido pe-
los administradores de empresas da época, foi Henry Ford que aperfeiçoou e
aplicou com sucesso esse conceito pela primeira vez.

Na fábrica fordista não são os operários que têm que ir atrás do trabalho, é o
trabalho que vem até eles. Os funcionários praticamente não precisavam se
mexer, as peças e componentes iam andando sobre esteiras e os funcionários
ficavam parados trabalhando em pequenas funções bem específicas.

Segundo a teoria do Fordismo, fazendo trabalhos pequenos e bem específi-


cos, os funcionários produziriam mais, já que ficariam extremamente treina-
dos em sua função e não precisariam se preocupar com mais nada.

Saída de
produtos
Entrada de prontos
matérias
prima

Figura 5 – Modelo de fábrica ideal para o Fordismo.

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De modo resumido, a fábrica ideal para o Fordismo tinha as seguintes carac-
terísticas de trabalho e administração de empresas:
• A fábrica deveria ser grande e centralizada, produzindo todos os
componentes necessários para a montagem do produto.
• Os produtos fabricados deveriam ser simples e de fácil fabricação. Assim
poderiam ser fabricados em grande escala e a um preço barato.
• Os funcionários deveriam trabalhar de um modo bem específico, fazendo
apenas uma única função.
• Os funcionários deveriam ganhar bem e ser valorizados para aumentar a
motivação e produzir mais.

Aplicando à risca esses conceitos de administração de empresas, Henry Ford


conseguiu acumular uma das maiores fortunas do início do século passado e
também produzir mais de 20 milhões de carros até 1930, contribuindo para
que o automóvel se tornasse um dos símbolos do mundo Ocidental.

5.3 A Superação do Fordismo por novas Teorias de Administração de


Empresas

O auge do modelo do Fordismo se deu nas décadas de 1950 e 1960. Nessa épo-
ca, diversas outras indústrias copiaram este modelo. A própria General Mo-
tors e a Volkswagen, concorrentes da Ford, cresceram aplicando os conceitos
do Fordismo. No entanto, a rigidez e a lógica do modelo fordista, que eram o
seu ponto forte, foram também o motivo da sua decadência: os consumido-
res já não se contentavam mais com a rigidez dos modelos padronizados dos
modelos de carros Ford.

Em 1970, a General Motors assume a liderança do mercado de carros, fabri-


cando automóveis mais chamativos, coloridos e variados. A GM também co-
meçou a aplicar novos conceitos de administração de empresas, tais como a
descentralização (distribuição das tarefas em novos departamentos), o que
diminuiu a burocracia e os custos.

Nessa época, o Fordismo, com a sua produção industrial simples e massifica-


da, passa a ser substituído pela produção industrial enxuta e administração
de empresas baseadas na eficiência. Apesar de o Fordismo estar baseado em
grande parte nas teorias de administração de empresas modernas, o Fordis-
mo em sua forma original já não é aplicado nas empresas dos dias de hoje.

Saiba Mais
Atualmente, tem-se um novo conceito de administração: o endomarketing, que busca
adaptar estratégias e elementos do marketing tradicional, normalmente utilizado no
meio externo às empresas, para uso no ambiente interno das corporações. É uma área
diretamente ligada à área de comunicação interna, aliando técnicas de marketing a
conceitos de recursos humanos.

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6. Abordagem Humanística da Administração
6.1 Teorias Transitivas da Administração

Em meio à Teoria Clássica e antecipando-se de certo modo à Teoria das Re-


lações Humanas, surgiram autores que, apesar de defenderem alguns dos
princípios clássicos, iniciaram um trabalho pioneiro de revisão, de crítica e
de reformulação das bases da teoria da administração. O aparecimento des-
ses autores, que denominaremos transitivos, teve sua origem exatamente na
abordagem formal e mecanicista da Teoria Clássica.

6.2 Teoria das Relações Humanas

A Teoria das Relações Humanas (também denominada Escola Humanística


da Administração) surgiu nos Estados Unidos como consequência imedia-
ta das conclusões obtidas na Experiência de Hawthorne, desenvolvida pelo
Australiano George Elton Mayo, diplomado em Lógica, Filosofia e Medicina.
Foi basicamente um movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica da
Administração.

►►6.2.1 Origens da Teoria das Relações Humanas


As principais origens da Teoria das Relações Humanas são:
a) A necessidade de humanizar e democratizar a Administração,
libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica
e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. Nesse
sentido, revelou-se um movimento tipicamente americano e voltado para
uma democratização dos conceitos administrativos.
b) O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a
psicologia e a sociologia, bem como a sua crescente influência intelectual
e suas primeiras tentativas de aplicação à organização industrial.
As ciências humanas, gradativamente, passaram a demonstrar a
inadequação dos princípios da Teoria Clássica.
c) As conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e
1932, sob a coordenação de Elton Mayo, pondo em xeque os principais
postulados da Teoria Clássica da Administração.

6.3 Funções Básicas da Organização Industrial

A organização industrial é composta de uma organização técnica (prédios,


máquinas, equipamentos, produtos ou serviços produzidos, matérias-primas
etc.) e de uma organização humana (ou organização social). A organização
humana da fábrica tem por base os indivíduos, porém, é mais do que sim-
plesmente a soma dos indivíduos, pois a integração diária e constante desses
indivíduos no trabalho origina um elemento comum, que é a organização so-
cial da fábrica.

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A organização técnica e a organização humana, a organização formal e a or-
ganização informal são subsistemas interligados e interdependentes. Qual-
quer modificação em algum deles provoca modificações nos demais. Esses
subsistemas são concebidos como permanecendo num estado de equilíbrio,
no qual uma modificação em alguma parte provoca reação das demais a fim
de restabelecer uma condição de equilíbrio preexistente, anterior àquela mo-
dificação.

6.4 Teoria da Motivação de Maslow

Figura 6 - Abraham Maslow – 1908-1970

Maslow, psicólogo americano, conhecido pela proposta da “hierarquia de


necessidades de Maslow”, procurou compreender e explicar o que energiza,
dirige e sustenta o comportamento humano. Para ele, o comportamento é
motivado por necessidades a que ele deu o nome de necessidades funda-
mentais. Tais necessidades são baseadas em dois agrupamentos: deficiência
e crescimento.

As necessidades de deficiência são as fisiológicas, as de segurança, de afeto e


as de estima, enquanto as necessidades de crescimento são aquelas relacio-
nadas ao autodesenvolvimento e autorrealização dos seres humanos.

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Figura 7 – Pirâmide de Maslow.

Exercícios Propostos

1. Na evolução histórica da administração, duas instituições se destacaram.


Assinale a alternativa correta:
( ) a) Igreja Católica Romana e as Organizações Militares.
( ) b) Organizações Militares e Governo
( ) c) Governo e Igreja Católica Romana
( ) d) Estado e Governo
( ) e) Estado e Igreja Católica

2. Conforme estudado, a Revolução Industrial:


( ) a) Teve início na Inglaterra, com a invenção do carro, em 1786.
( ) b) Teve início na Holanda, com a invenção da máquina a vapor, em 1756.
( ) c) Teve início na Inglaterra, com a invenção da máquina a vapor, por Ja-
mes Watt, em 1776.
( ) d) Teve início nos Estados Unidos, com a invenção da máquina a vapor,
em 1886.
( ) e) Teve início na Alemanha, com a invenção do carro, em 1730.

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3. Na Administração Científica, Taylor informa algumas propostas básicas.
São elas:
( ) a) Organização, Especialização, Controle e Remuneração.
( ) b) Padronização, Controle e Remuneração.
( ) c) Planejamento, Organização, Controle e Remuneração.
( ) d) Responsabilidade, Padronização, Capacitação, Controle e Remunera-
ção.
( ) e) Planejamento, Padronização, Especialização, Controle e Remuneração.

4. Analise a texto: “O cuidado analítico e detalhista permitia a especializa-


ção do operário e o reagrupamento de operações, tarefas, cargos etc.” Es-
tamos falando da:
( ) a) Organização Relacionamento do Trabalho (ORT)
( ) b) Organização Geral do Trabalho (OGT)
( ) c) Organização Racional do Trabalho (ORT)
( ) d) Trabalho de Linha de Produção (TLP)
( ) e) Organização Central do Trabalho (OCT)

5. Para os autores clássicos, o administrador deve obedecer a certas nor-


mas ou regras de comportamento, isto é, existem princípios gerais que
lhe permitem desempenhar bem as suas funções de planejar, organizar,
dirigir, coordenar e controlar. Daí surgiram os chamados princípios ge-
rais de administração, ou simplesmente princípios de administração. As-
sinale abaixo quais são eles:
( ) a) Princípios da competência; Princípio da amplitude administrativa;
Princípio da definição.
( ) b) Princípios da especialização; Princípios de autoridade; Princípio da
amplitude administrativa; Princípio da definição.
( ) c) Princípios da Organização e Competência; Princípios de Hierarquia;
Princípio da definição
( ) d) Princípios da especialização; Princípios de autoridade; Princípio da
Responsabilidade.
( ) e) Princípios da definição; Princípios de competência; Princípio da ampli-
tude administrativa.

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