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POLÍTICA DESCOMPLICADA

Copyright © Ricardo Panica 2019

Este é um e-book que foi desenvolvido pelo Prof., Escritor e Filósofo: Ricardo
Panica, especialmente àqueles que:

1. não suportam mais ser enganados passivamente, quando o assunto é política;

2. querem aprender a política como de fato é, e não como gostariam que fosse;

3. perceberam que a hegemonia intelectual brasileira foi quebrada, mas que


tem dificuldades para encontrar material didático de qualidade;

4. querem analisar e debater política, mas sentem que lhes faltam


conhecimento técnico;

O objetivo central dos artigos que compõem este e-book é o de desfazer


falácias e sofismas implantados propositalmente pela esquerda intelectual,
através do marxismo cultural, ao longo de Décadas, e com um único objetivo:
distorcer a realidade dos fatos.
Aqui são abordados temas de grande valia, análises e reflexões filosóficas no
que concerne a política de hoje e de outrora.

MAS ATENÇÃO: Leia somente se você for um SER PENSANTE, ou correrá o


risco de ter seu cérebro “bugado”!

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Sumário
1. ÁGUA E ÓLEO NÃO SE MISTURAM, NA MESMA MEDIDA QUE
CONSERVADORES E LIBERAIS

2. OS DOIS BRASIS: O DE LÁ, E O DE CÁ

3. O PLURIPARTIDARISMO NO BRASIL

4. O ATUAL MODELO JURÍDICO-POLÍTICO NO BRASIL É EFICAZ


ÀS DEMANDAS SOCIAIS?

5. O DEUS DA ESQUERDA E SEUS ANJOS CAÍDOS

6. O QUE FIZERAM COM O HOMEM POLÍTICO

7. POR QUE AS MANIFESTAÇÕES PERDERAM FORÇA DE


PERSUASÃO

8. MITOS E VERDADES SOBRE O ART. 142

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1. ÁGUA E ÓLEO NÃO SE MISTURAM, NA MESMA MEDIDA
QUE CONSERVADORES E LIBERAIS

Uma coisa é certa: nesse momento de definir a direção do País, não


restam dúvidas quanto aos que são ÁGUA e os que são ÓLEO.

Desde sempre, venho alertando sobre os pseudos-conservadores,


sobre a pseuda-direita — que corroborou com a derrocada do PT. A
primeira grande confusão, que a maciça maioria tem feito, é pensar o
antipetismo (grupos, partidos e formadores de opinião) como direita. A
segunda confusão se dá quanto ao conceito de “Liberalismo”, ou seja, para
muitos o Liberalismo pertence única e exclusivamente à direita. Um erro
conceitual peremptoriamente grotesco.

Explico sucintamente:

A Direita só, e somente só, pode ser composta por aqueles que
conservam a tradição judaico-cristã, os valores nacionalistas, os bons
costumes, a família tradicional, o direito de autodefesa, e que se utilizam
do Liberalismo econômico como instrumento de mercado — frise-se: não
como ideologia! —; Já os Liberais são aqueles que defendem o progressismo
— por eles chamado de “evolução” social —, que vê na liberdade individual
(muito influenciada pelo pensamento Kantiano e nietzschiano) como
instrumento emancipatório (Liberalismo como IDEOLOGIA!).

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Essa corrente também se utiliza do Liberalismo econômico como
instrumento de mercado, porém, com algumas ressalvas: diferentemente
da direita, o Liberalismo econômico do movimento Liberal vê no Estado
o dever de garantir a participação social das minorias (cotas raciais em
alguns setores da iniciativa privada é um bom exemplo), por isso que é
hoje classificado como Neoliberalismo, centro ou terceira via.

Feita essa breve introdução e elucidação dos referidos conceitos, chamo


a atenção a três Entes de grande influência social que se vendiam como
de direita — ou pelo menos eram tratados como —, e que sempre foram
Liberais (centristas) em essência, os quais sejam: (1) Maior parte do setor
jornalístico, e (2) Movimentos sociais. Abordá-los-ei em separado:

(1) Esses profissionais do rádio — com grande poder de persuasão, graças


ao alcance de suas vozes e de suas narrativas — não são — e nunca serão! —
de direita, mesmo sendo frontalmente contrários ao petismo e à esquerda
socialista. Suas pautas ideológicas são sempre contrárias às apresentadas
acima como conservadoras, e são sempre favoráveis às apresentadas
como Liberais. As provas cabais para esta afirmativa podem ser vistas
em suas ações e militâncias ideológicas corriqueiras, como por exemplo:
defesa à liberdade individual sem fronteiras, defesa a pautas progressistas,
como cotas raciais, desarmamento do cidadão de bem e, sobretudo, a
democracia liberal expressa univocamente na Constituição Federal. Outro
bom exemplo se dá na preferência da “democracia” a meritocracia, ou
seja, defendem com a “própria vida” a interferência do Estado na garantia
dos direitos políticos para todos, inclusive os inquestionavelmente
incapazes (direitos tão “democráticos” que obrigam todos, absolutamente
todos, a votarem, mesmo que esses não se sintam preparados para tal);
diferentemente de nós, conservadores, que preferimos que os ocupem os
cargos públicos passem antes pelo crivo do mérito, e não que sejam eleitos
por apadrinhamento do Sistema!

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(2) “Dê poder ao homem, e descobrirá quem ele realmente é” (Maquiavel).
É exatamente isso que aconteceu, movimentos liderados por meninos
— ou no sentido literal, ou no sentido intelectual — que se rotulavam
como direita, utilizavam-se de algumas pautas conservadoras como
marketing, que experimentaram o poder, gostaram, e agora se “perderam
na curva”, ao se demonstrarem opositores dos conservadores, chamando-
os de golpistas e de destruidores do Governo, conforme palavras do
Cofundador de um deles, em declaração sobre o ato pró-governo que
ocorrera recentemente (26): “Não andamos com golpistas. Olavo e os seus
destruíram o governo Bolsonaro; agora querem destruir a direita — e o
Brasil”. Como materialização dessa afirmativa, nos últimos dias, o referido
movimento perdeu numa velocidade sem precedentes aproximadamente
100 Mil seguidores (de direita), e os números só tendem a aumentar.
Bem, o fato é que não dá mais para chamar de direita todos aqueles
que são contrários à esquerda, é chegada a hora de separar o joio do trigo,
delimitando as três principais ideologias que estão em curso: direita,
centro e esquerda, e todos os que nelas estão inseridos. Não há mais espaço
para falta de posicionamento, para rótulos incertos, e, sobretudo, ter força
opositora dentro do “mesmo” grupo. O Brasil tem pressa para definir o
seu curso!
P.S. À direita, última saída!

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2. OS DOIS BRASIS: O DE LÁ, E O DE CÁ

Muito se tem ouvido que “isso” ou “aquilo” acontece porque “é a vontade


do povo”, ou, “porque estou defendendo a vontade do povo”, ou ainda,
“porque o povo é dono dessa Nação”. Mas, a pergunta que fica é: Quem
é o POVO brasileiro? Quem, de fato, tem legitimidade para receber esse
título e seus devidos créditos? A maioria? Ou a somatória das minorias
que acaba por se tornar uma maioria? Complexo, não?!
Para dar alguma objetividade, e estabelecer parâmetros que se possa
escorar esta análise, recorrer-se-á ao exemplo da(s) Coréia(s):
A Coréia, no pós-segunda-Guerra, dividiu-se literalmente em duas:
Coréia do Sul (aliada dos EUA — direita) e Coréia do Norte (aliada a então
URSS — esquerda), sendo que cada qual se tornou uma Nação independente,
reconhecida em Território, Governo, Povo e, principalmente, modelo
político-ideológico. Portanto, hoje há uma definição clara e objetiva de
quem é o povo coreano — de lá e de cá —, de suas demandas e de seus
frutos.
Em se tratando de Brasil, o grande problema é que não há essa divisão
em dois Territórios, dois Governos, duas ideologias e, peremptoriamente,
dois POVOS — INFELIZMENTE! Há uma grande pulverização da
população (cerca de 50%) que se resultou em diversos grupos, diversas
minorias e em muitos insurgentes, que acabam por se encostar “do lado
de lá” ou “do lado de cá”; todos — resguardadas as devidas proporções —
em uma busca interminável de limitar os direitos de outrem, para ampliar
os direitos aquém.

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Nesse caso, o problema conceitual INSANÁVEL é que para TODO
NOVO DIREITO SE GERA UM NOVO DEVER, e para TODO DEVER
SUBTRAI-SE DIREITO(S) existente(s). Dito de outra forma, quando se
pleiteia direitos em nome do “povo” — de lá ou de cá —, a qual “povo”
se vai atender? É razoável tirar direitos conquistados (pétreos, inclusive)
de um para dar a outrem? Há uma força humana capaz de apontar com
justiça o aristotélico meio-termo — a boa medida? Qual representante de
o “povo” seria legítimo a materializar essa impossível tarefa, “o de lá” ou
“o de cá”? Não há, nunca houve e jamais haverá! Tudo se justifica, de um
lado ou de outro, pela sua ideologia!
É de uma inocência absurda achar que há um governo, uma legislação
e uma boa medida capazes de equacionar as duas demandas que se
autointitulam POVO. Mas também há uma maldade terrível daqueles que
se utilizam dessa inocência para subtrair direitos de ambos os lados em
prol de seus particulares projetos. Resultado? A cada dia o tensionamento
entre os povos aumenta, a legislação se liquefaz, a identidade cultural se
perde, os valores herdados pelo tempo são desconstruídos e a sensação de
“normalidade”, em meio ao caos, faz-se presente.
Há quem diga: “mas esse é o jogo da democracia”.
Indago: É democrático ter de conviver — misturados — com aqueles
que me veem como inimigo? É democrático discutir/debater com aqueles
que têm uma definição de certo/errado, de bem/mal, antagônica a minha?
É democrático ter de ver passivamente a desconstrução dos valores que
edificam a minha fé (direito pétreo) e a minha conduta como cidadão? É
democrático assistir o “povo” de lá dizer abertamente que “bandido só é
bandido porque a direita o fez assim”? Prefiro concordar com Nietzsche,
que mesmo ao seu tempo sabiamente disse: “a democracia moderna é a
forma histórica da decadência do Estado”.

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Por fim e para refletir: Querer misturar os desiguais na mesma condição
de “igualdade” (Nação, Governo, Legislação) é querer que a essência de
ambos seja modificada para atender o modelo ideal de “povo”. O problema
é que esse modelo “ideal” atende apenas às demandas do SISTEMA, e não
do verdadeiro povo.
P.S.: O país há tempos está dividido em dois povos que convivem debaixo
do “mesmo teto”. Só não se sabe até quando!

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3. O PLURIPARTIDARISMO NO BRASIL

Os autorrotulados democratas, os “conhecedores” de política e


a maioria dos progressistas afirmam (como 1+1=2) que para haver
democracia é preciso que cada grupo minoritário tenha representatividade
nos parlamentos (por isso a cada ano surgem novos partidos). Ora, seria
uma afirmativa bizarra se não fosse antes trágica.

Analisemos a questão conceitual:


De forma mais ampla: O conceito primário de democracia se materializa
na escolha de “algo” pela MAIORIA. Nesse modelo de pluripartidarismo
o que se quer, na verdade, é inverter a polarização desse conceito, ou seja,
colocar como primário a escolha de “algo” pela somatória das minorias,
formando assim uma maioria ilegítima.
De forma mais objetiva: A primeira incongruência se dá no aumento
desenfreado do pleito de novos direitos. Se para cada novo direito gera-se
novo(s) dever(es), e quanto maior a demanda de direitos maior a dificuldade
de materializá-los, duas situações peremptoriamente antagônicas ao
conceito basilar de democracia acontecem:
(i) subtrai-se direitos de outrem e; (ii) o sistema legislativo falha em sua
prerrogativa.
(i) Não é preciso ter o Q.I. muito acima da linha da demência para
entender que quando um grupo minoritário pleiteia direitos sobre grupos
majoritários o conceito de democracia é distorcido, é antagonizado. Por
exemplo: Quando um grupo minoritário pró-aborto pleiteia direitos sobre
a vida de outrem, automaticamente o outro perde o direito à sua própria
vida (nesse caso, além de a maioria ser contra modificar-se-ia o principal
direito pétreo para atender essa demanda minoritária, o direito à vida).
Quando um grupo antirracismo pleiteia vagas especiais a cargos públicos,
essas mesmas vagas são subtraídas dos demais grupos majoritários.
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Os exemplos são infindáveis.
(ii) Quando a demanda de projetos de lei é superior à comportada pela
Casa legislativa, ou a casa se amolda à demanda, inflando o seu custo
operacional (a União, os Estados e os Municípios não comportam mais
custos), ou acaba por deixar de lado assuntos basilares da Casa para tentar
dar conta, colocando sua prerrogativa em xeque (tem acontecido com
recorrência).
A segunda incongruência conceitual está na necessidade de conluios
partidários para materializar suas demandas, porém com a contrapartida
de votar pautas — mesmo contrárias às demandas de quem os elegeram —,
de outros grupos minoritários, formando assim uma maioria ILEGÍTIMA
(que se une apenas para formar contingente) para então subtrair ou
limitar direitos das maiorias. Essa prática nada mais é que um tipo de
formação de quadrilha institucionalizada, ou seja, utilizam-se do sistema
formal para obter vantagens sobre outrem. Exemplo dessa prática está
no conluio recente que foi feito, mesmo contrário aos anseios da maioria
da população, da exclusão do pacote anticrime do Ministro Sérgio Moro
na Câmara. Ou seja, diversos partidos se uniram — alguns em favor
do referido pacote, mas que deviam essa contrapartida — para ser uma
ilegítima maioria. Outro bom exemplo se deu na votação em 1º turno da
Reforma da Previdência, onde uma Deputada do PDT votou em favor dos
anseios da população e agora está sendo ameaçada de ser expulsa de seu
partido, por ter se rebelado contra o conluio.
A pergunta que surge é: E o que fazer para atender as demandas das
maiorias sem deixar de lado as das minorias?

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Há dois possíveis caminhos: [a] através da meritocracia
(inquestionavelmente mais eficaz); e [b] através do bipartidarismo.
[a] Um modelo político que para exercer uma função legislativa precisa
de mérito. Ou seja, precisa de uma qualificação previamente estipulada
pela própria sociedade (nível de escolaridade, especialização, idade, local
de residência, etc.). Isso se daria através de concurso público, como já
acontece com a maioria das vagas de servidores, porém, com o mandato
de apenas dois anos, para que assim, não houvesse tempo hábil de se
renderem às paixões pessoais. Como a rotatividade aos cargos legislativos
seria grande, haveria inevitavelmente uma reciclagem das demandas
sociais e estas seriam mais facilmente atendidas e equalizadas.
[b] Um modelo de apenas dois partidos, como acontece nos EUA
(Republicanos e Democratas) e como já acontecera no Brasil durante o
período militar (ARENA e MDB). Como num modelo familiar — onde o
patriarca e a matriarca filtram as demandas de seus filhos — as demandas
das minorias não seriam esquecidas, apenas filtradas em prol da “família”,
ou melhor, da Nação. Os benefícios seriam infindáveis, a começar pela
redução do fundo partidário (que é uma grande aberração) e pelo
encurtamento do debate político em apenas dois polos, ou seja, haveria
de fato um debate, e não o grande circo de horrores que se faz presente
nas sessões legislativas.
Por óbvio, este é um tema complexo e de difícil permutação, todavia, já
passou da hora de (re)pensá-lo, ou chegará o dia em que a maioria legítima
desta Nação será tratada como o ópio dela mesma, com a justificativa de
“a nova democratização”.

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4. O ATUAL MODELO JURÍDICO-POLÍTICO NO BRASIL É
EFICAZ ÀS DEMANDAS SOCIAIS?

INDAGO: O Atual modelo jurídico-político Brasileiro, materializado


e regido pela atual Constituição Federal, corresponde aos anseios do povo
(maioria), que é por prerrogativa justa o seu legítimo dono? Tenho certeza
que a maioria e eu concordamos nesta resposta: NÃÃÃÃÃOOOOOO!
Diante disso, pergunto: o referido modelo, conhecido por ‘Estado
Democrático de Direito’, faz jus ao que a própria nomenclatura afirma
(democrático)? Ou seja, as ações jurídico-políticas estão em consonância
à essência da democracia — a maioria do povo decide? Evidentemente, a
resposta é outro sonoro NÃÃÃÃOOOO!

Para embasar este “NÃO”, serão trazidos alguns exemplos:


1. A maioria de a população concorda com o salário, benefícios e modelo
de aposentadoria que compõem o quadro de servidores das Três Casas de
Poder (Legislativo, Executivo e Judiciário)? Ela, a maioria, pode opinar ou
votar o valor que considera justo? Ou ainda, revogá-lo por não concordar?
2. A maioria concorda com a inversão de valores, por exemplo, onde o
bandido que mata é solto e o cidadão de bem que mata em legítima defesa
é preso, e ainda paga indenização à família do bandido?
3. A maioria concorda que o Estado banque o fundão eleitoral (4 Bilhões)
para as próximas eleições?
4. A maioria quer o fim da Lavajato (que está por um fio)?
5. A maioria aceita ter uma quadrilha disfarçada de partido político (PT)
atuando livremente?
6. A maioria quer os atuais representantes da nossa Suprema Corte (STF)?
7. A maioria, mesmo sendo a favor do porte de arma, pode tê-la(o)?
8. A maioria aceita privilégios às minorias, como vagas especiais para
alguns?
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9. A maioria — 87% de cristãos — pode opinar sobre não ter o Cristianismo
como religião oficial?

OS EXEMPLOS SÃO INFINDÁVEIS: NÃO HÁ DEMOCRACIA!!!!!!!!!


Há quem dirá — seja por inocência, cara de pau ou interesses
particulares — “que há sim democracia no atual modelo: a democracia
representativa, onde escolhemos os que lá estão para pôr em prática as
nossas demandas”. Mas esta justificativa já caiu por terra há tempos.
Bem, talvez esse seja o melhor exemplo para afirmar o que de fato está
em curso: a prática da famosa e medieval “política do pão e circo”; onde
os que detêm o poder utilizam-se da estratégia de dar o “pão” (bolsa-
família, seguro desemprego, “ajuda” do Estado) e dar o circo (eventos
por eles chamados de “culturais”: carnaval, feriados, shows, paradas, etc.)
para mais facilmente enganá-lo, o povo, no discurso sofismático de que
“conquistamos a democracia em 1988 e dela não abriremos mão”.
Ora, soou como poesia por muitos anos, mas já não soa mais!
A verdade incontestável é que o atual modelo político-jurídico não
corresponde mais à essência democrática — se é que algum dia já
correspondeu —, ele representa a apenas os interesses do próprio sistema.
Inevitavelmente, a pergunta que surge é: mais e aí, o que se pode
fazer? Alguns dirão: “é só não votar mais nos mesmos”. Outros dirão: “o
Presidente tem de fazer alguma coisa”.
Ou ainda: “vamos às ruas”. E ainda, os que dirão: “intervenção militar já”.
E todos têm razão, de certa forma, no entanto, todas elas seriam medidas
rasas e paliativas: continuariam os mesmos vícios, os mesmos desvios de
função, as mesmas ingerências...!
E o que fazer, então?

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Bem, não tenho uma fórmula pronta e acabada, até porque isso
dependeria de poderes místicos e de futurologia, e ambos não são de minha
alçada (Rs). No entanto, é passível de se começar a pensar saídas eficazes
e legítimas para esta distorção conceitual de poder, de democracia, de
República.
Para trazer alguns elementos a fim de iniciar — frise-se: iniciar — uma
reflexão a cerca disso, recorrerei ao pensamento de um dos autores que
foi basilar ao próprio modelo político atual, o qual seja: o contratualista e
liberal John Locke.
Locke, quando previu a necessidade de fracionar o poder que se
concentrava nas mãos de um monarca, para equilibrá-lo, regulá-lo
e harmonizá-lo, através de Casas distintas; também previu que esses
fiscalizassem uns aos outros. O autor ainda previu que para isso seria preciso
que houvesse um contrato social, onde o povo, dono legítimo da Nação,
abriria mão de alguns de seus direitos em prol do coletivo. Até aqui, tudo
dentro dos conformes, certo? Mas o autor pensou pouco mais adiante,
e viu a possibilidade de os representantes desses poderes utilizarem-se
dessa legitima prerrogativa — limitação de direitos em prol do Estado —
para satisfazerem-se de suas paixões pessoais.
Não é exatamente isso que está a acontecer em nosso tempo, em nossa
sociedade?!
Nesse sentido, Locke parte da premissa de que se o Estado é condição
necessária para garantir os direitos naturais dos cidadãos, e o mesmo
não consiga garanti-los, seja por violência, abuso de poder ou algo que o
valha, ele, o povo, estará em legitimidade de abandoná-lo e voltar ao seu
estado de natureza, ou restabelecê-lo em uma nova sociedade civil. Nessa
perspectiva lockeana, os indivíduos não perdem o poder e a liberdade ao
submeterem-se à uma autoridade comum, no caso, o Estado constituído,
ao contrário, ele, o povo, é e sempre será a primazia de todo o poder.

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Ainda na visão do autor, ele especificou seis condições para que haja,
de fato, legitimidade de o povo colocar em prática seu poder supremo:
1. O abuso deve ser evidente e trazer consequências.
2. Estas consequências devem ser graves.
3. Para que sejam graves, devem afetar a maioria do povo.
4. Esta maioria deve tomar consciência do abuso.
5. Consciente do abuso, a maioria chega ao ponto de não suportá-lo mais.
6. Decide, então, que é necessário buscar um remédio para o abuso através
da revolta.
Indago: os seis requisitos não são preenchidos perfeitamente pela
nossa atual situação política?!
Bem, o fato é: do jeito que está NÃO DÁ MAIS! Ou calemo-nos agora
referendando que perdemos essa batalha para o sistema, entregando-o
aquilo que por prerrogativa justa nos pertence; ou assumimo-nos as rédeas
do poder restabelecendo-o em outro formato mais justo e mais eficaz às
demandas sociais. Tanto a primeira quanto a segunda opção serão sabidas
por nossas futuras gerações; basta sabermos qual legado queremos deixar.

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5. O DEUS DA ESQUERDA E SEUS ANJOS CAÍDOS

Em toda a história — efetivamente conhecida e comprovada — elegeu-


se um “deus”, como modelo a se seguir, como ser supremo; ou ainda,
como aquele que dita os dogmas através de uma religião a se seguir. Isso
aconteceu na mitologia grega (Grécia antiga); no Egito dos Faraós; com
o povo de Israel rumo à terra prometida (que se deu início ao Judaísmo);
na Grécia socrática (o demiurgo); em Belém-Jerusalém (Cristianismo);
dentre outros(as). No entanto, no Séc. XVIII, eis que surge um novo
tipo de religião: a religião civil. Chama-se atenção à religião civil que do
Século seguinte, que teve como seu idealizador, Karl Marx, que pregava “o
proletariado como o deus”. Seus sucessores entenderam que na verdade o
deus, da religião civil, não era o proletariado, mas o seu próprio idealizador.
Nascera então a religião chamada marxismo. Sua proliferação acontecera
rapidamente na Prússia e nos Países Germânicos, mas, rapidamente se
espalhou por toda a Europa, e logo em seguida, aos demais Continentes,
inclusive à América do Sul, chegando finalmente ao Brasil, onde se enraizou
até os dias atuais.
Feita essa breve introdução e contextualização, vamos entender
rapidamente como essa “religião civil” tornou-se a seita que mais matou
na história, e o que ela representa, na prática, no Brasil.
Como se trata de um modelo idealizado de sociedade, baseado na máxima
falaciosa de “igualdade a todos” — onde seria subtraído o poder dos ricos,
por eles chamados de elite capitalista, e passá-lo-ia às mãos dos pobres,
por eles chamados de “proletariado” —, houve uma adesão muito grande
a esta, graças ao seu forte poder sedutor, haja vista que além de prometer
o que jamais poderia cumprir, “dar igualdade aos desiguais” (coisa que
nenhuma religião se atreveu em toda história), apontava um responsável
para todos os problemas sociais da humanidade: a burguesia.

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Obviamente, a pergunta que surge é: mas como uma religião tão
fantasiosa, com objetivos tão inatingíveis, não foi de pronto desmascarada
e abolida?
Para esta resposta, nada melhor que trazer as palavras do próprio
idealizador, Marx (A donzela Pálida): “Palavras eu ensino todas misturadas
em uma confusão demoníaca. Assim, eu perdi o direito ao céu, sei disso
perfeitamente. Minha alma, outrora fiel a Deus, e está destinada ao inferno”.
E continua o mesmo: “com desdém jogarei minha luva bem na cara do
mundo, e verei o colapso deste gigante pigmeu cuja queda não sufocará
meu ardor. Então errarei divino e vitorioso pelas ruínas do mundo e, dando
uma força ativa às minhas palavras, me sentirei igual ao criador”.
Como em toda religião, há o que se pode chamar por fé irracional
(tão alertada, acautelada, nas epístolas Paulinas do Cristianismo), ou seja,
aquela que se baseia apenas nos frutos, mas não no modo de se obtê-los.
Muitos são os exemplos desse tipo de seita, seguem dois deles: (i) aquelas
que fazem sacrifícios de outros seres vivos para justificar a sua própria
fé, (ii) aquelas que matam em nome de um suposto “deus”. Ou seja, que
partem da máxima: “os fins justificam os meios”. O marxismo utilizou-
se (ainda se utiliza) desta máxima como primazia de sua essência, e seus
adeptos são a prova viva deste conceito de FÉ IRRACIONAL.
Seus sucessores, que ironicamente chamá-lo-eis de anjos caídos
(semelhança pouca é bobagem), pormenorizaram ainda mais esta seita e
estabeleceram líderes que juntos conseguiram o feito (somente no Séc. XX)
de “a seita que mais matou na história da humanidade” (dados históricos
comprovam 100mi, mas estudiosos apontam o número de 1/2bi de mortos),
deixando o próprio Nazismo (estima-se 40mi de mortos) para trás. Três
desses líderes que valem trazer à luz são: Lênin, Stalin e Mao tsé-tung.
Indaga-se: E ainda assim há quem a defenda? Não só há como a idolatria
a ela aumentou, ainda que em alguns países a alusão ao Comunismo é tão
proibida quanto o Nazismo. Realidade esta que infelizmente não chegou
ao Brasil.

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Logo após a Segunda Guerra Mundial, início da segunda metade do
mesmo Século, eis que surge no cenário mundial, uma nova roupagem
da seita marxista, um marxismo menos sangrento e mais estrategista,
chamado de marxismo cultural. Este “novo” marxismo ganhou grande
expressão a partir de o movimento chamado: “Maio de 1968”, na França.
Em suma, este novo modus operandi substituiu as armas — a tentativa de
tomada do poder a força —, por uma estratégia que causaria estragos ainda
maiores na sociedade mundial: a desconstrução cultural (a desconstrução
dos valores herdados pela tradição Judaico-Cristã). E esta versão tem sido
semeada desde então e se perdura até os dias atuais.
Na prática, o marxismo cultural funciona através das seguintes
máximas:
1. Institucionalizar o marxismo nos diferentes setores da sociedade, a
começar pelo ensino;
2. Emburrecer seus adeptos para que estes não façam questionamentos;
3. Proibir o debate democrático em sala de aula.
4. Ensinar o marxismo cultural como única forma capaz de levar o sujeito
à sua completa emancipação.
5. Dar as suas militâncias estratégias em forma de passos a se seguir:
exemplos: (i) nunca adentrar ao mérito num debate público, apenas atacar
frontalmente seu opositor, desmoralizando-o; (ii) jamais endossar atos de
seus adversários políticos, mesmo que esses sejam em favor do próprio
“proletariado”; (iii) utilizarem-se de chavões e clichês como “verdade”
(fascistas, racistas): “uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”.
Na cauda e na esteira dessa desconstrução cultural vieram as novas
formas de engenharia social, que se engajaram perfeitamente ao marxismo,
aumentando assim o seu número de adeptos e ativistas. Não é à toa que até
os movimentos mais liberais hoje fazem parte da esquerda (Feministas,
Mov. LGBT, Abortistas, Legalizadores das drogas e afins).

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Em se tratando de Brasil, no período que antecedeu ao período militar,
e principalmente durando o mesmo, o Comunismo (religião marxista)
matou muito mais que os próprios militares — que na maioria dos casos
matavam legitimamente para defender suas próprias vidas, de suas famílias
e, principalmente, a sua Pátria. Já os Comunistas matavam, saqueavam
bancos, armavam emboscadas, faziam atentados à bomba, eliminavam
integrantes que esboçavam a saída da própria seita, enfim (...). Nomes
como Dilma Rousseff, Miriam Leitão, José Dirceu, e tantos outros, agiam
como guerrilheiros, portavam armas, participavam de atos terroristas.
Nos anos 80, já no final do período militar, uma figura extremamente
estrategista e maquiavélica começara a articular nos bastidores do referido
regime, graças a seu forte poder de persuasão, engajando-se as diversas
vertentes de esquerda, inclusive de outros países, e torna-se o mais
poderoso dos “anjos caídos” da esquerda no Brasil e na América do Sul:
Lula — conhecido também por Luladrão —, que representa e materializa
a referida seita marxista na íntegra. A prova cabal dessa afirmativa se dá
no fato de que em 1990 ele fundou, juntamente com Fidel Castro e outros,
o Foro de São Paulo, que tem por objetivo fazer da América do Sul o que
outrora foi a URSS: a integração de vários países comunistas no mesmo
continente.
No prisma religioso, a maioria de seus adeptos e seguidores, os petistas,
sabem de seu desvio de função que lhe rendeu o título de “maior bandido
da história”, mas ainda assim, veem nele a figura daquele que fez valer a
máxima marxista: “os fins justificam os meios”. Para eles, pouco importa se o
seu “deus”, seu anjo “luciferiano”, roubou, enriqueceu ilicitamente, acabou
com a econômica do próprio país, levou indiretamente à morte milhares
de brasileiros que pereceram nas filas intermináveis do SUS; para eles o
que de fato importa é a esperança de “colher o fruto” independentemente
dos meios.
Para não se estender muito, o petismo no Brasil (uma extensão do
marxismo em todas as suas paráfrases), liderado por seu “deus” (Lula), é
a religião oficial da esquerda, e seus fiéis são de fato fiéis a ele, ainda que
isso lhes custe caro.
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Diante do exposto, não é preciso ter alto Q.I. para se chegar a algumas
conclusões, como por exemplo:
1. Não há como debater, argumentar, rechaçar, sequer dialogar com um
petista que faz jus à sua fé irracional, na mesma medida que não diálogo
com um integrante do estado islâmico.
2. Não é difícil de entender o porquê não existe cristão petista: água e óleo
não se misturam (não há como servir a dois Deuses).
3. O Brasil está dividido em religiões “oficiais”, o cristianismo e o petismo
marxista.
4. O atual modelo político-democrático não é instrumento impeditivo à
atuação do marxismo cultural, uma vez que este fora institucionalizado
(ou seja, está inserido formalmente nos principais setores sociais).
5. Só há um caminho para freá-los: proibir a propagação, a publicização e
a prática da seita marxista no Brasil.
Por fim, utilizo-me da máxima de Hegel, que mesmo escrita para sua
época, cabe perfeitamente ao momento atual: “a religião é o lugar onde
um povo dá a si mesmo a definição do que considera o verdadeiro”.

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6. O QUE FIZERAM COM O HOMEM POLÍTICO

Para os filósofos gregos, em especial Sócrates, Platão e Aristóteles,


quando começaram a pensar política ainda na pólis grega (cidade-
estado), a virtude (qualidade moral e elevação do espírito) era vista como
a característica necessária ao homem político. Em outras palavras, aqueles
que tinham os valores morais e suas paixões pessoais desprendidos dos
valores materiais eram tidos como mais aptos aos cargos políticos.
No final da idade média, através de um pensador chamado Maquiavel,
o conceito necessário ao homem político, na figura do Príncipe, era a virtú,
que significa a destreza de administrar forças contrárias e fazer riquezas.
Nota-se que aqui a elevação do espírito começa a ser deixada de lado para
dar espaço ao poder e à riqueza.
Na modernidade, período em torno da Revolução Francesa, abandona-
se a elevação do espírito e as balizas morais impostas pela Igreja, e enaltece
a racionalidade e o empirismo (conhecimento científico) como elementos
necessários à vida política e à sociedade.
No fim do Século XIX até a primeira metade do Século XX, a então
racionalidade tão exaltada ao campo político-social, demonstrou-se um
instrumento peremptoriamente irracional e incapaz de emancipar o
homo socialis, de tal modo que se materializou em ideologias como o
Comunismo, Fascismo e Nazismo, que juntos levaram a morte mais de
200mi de pessoas, e fizeram eclodir as duas grandes Guerras Mundiais.
Na segunda metade do Século XX, habilidades como gestão financeira
(economia) e articulação de pessoas (a polidez em lidar com as pessoas:
o famoso “ser político”) foram tidas como as características necessárias
ao corpo político, dando à essência política características muito mais
matematizadas e muito menos humanizadas.

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Já no início do Século XXI, a então matematização política desumanizada,
engajada à era digital e à multifacetação sem limites, resultou numa política
que não poderia ter sido diferente: uma política artificial, baseada apenas
em números e algoritmos, e não em pessoas. Resultado? O Atual entrave
na política mundial.
Resta claro que ao longo de 2500 anos as características necessárias
ao corpo político mudaram, evoluíram em alguns pontos, involuíram
em outros e parafrasearam-se conforme os fatores históricos e culturais;
como também é inquestionável que as características de outrora já não
são suficientes para balizar e reger o corpo político atualmente.
Surge então a questão: quais características são necessárias ao corpo
político de hoje, para lidar com a multifacetação cultural globalizada,
a inserção de novas engenharias sociais, a liquefação dos valores ético-
morais e a artificialização do ser?
Antes de tudo, é preciso fazer uma reflexão sobre qual momento da
história perdeu-se o controle, as rédeas da política, a direção da sociedade.
Sem dificuldades para responder, resta evidente que fora na Revolução
Francesa (revolução das luzes), onde houve a separação da Igreja e da
política, e foi-se colocada a ciência e a racionalidade como elementos capazes
de emancipar o homem. A partir desse momento é que as raias morais
que davam a direção, o norte, à sociedade foram eliminadas, e a sociedade
foi seduzida pelo pensamento liberal da época, que pregava a autonomia
para cada indivíduo balizar a sua própria moral, independentemente das
balizas exteriores (como aqueles cachorros, que sempre viveram presos e
encontraram o portão aberto: fogem em grande velocidade, sem saberem
para onde ir, apenas vão; e muitos são maltratados, atropelados e mortos
por não conhecerem os perigos do mundo externo). Vale aqui citar alguns
pensadores que corroboraram com esse processo: Kant, e posteriormente,
Nietzsche.

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Bem, até aqui restam claro duas coisas: [i] o divisor de águas para essa
mudança radical no curso da humanidade foi a modernidade (separação
da Igreja e da política); e [ii] essa mudança resultou em uma espécie de funil
— invertido — que de um único canal (haste reta) do qual a humanidade
se utilizava (a moral judaico-cristã), tornou-se um cone, uma abertura
que não para de se alargar (multifacetação liberal desenfreada).
PORTANTO, se conhecemos as premissas (características necessárias
ao corpo político) que sustentaram os diferentes contextos históricos;
sabemos do ponto de ruptura desse alargamento sem fim; quais
características corroboraram diretamente ao entrave; e ainda, sabemos
que desde então só houve uma progressão na dificuldade e ineficiência
do corpo político; não fica difícil de concluir que é preciso “retroceder” às
bases que sustentaram o corpo político por Séculos (a elevação do espírito
e os dogmas Teocráticos), para remodelá-lo dentro de limites aceitáveis
de pluralidade. Ao invés de um cone com infinitas possibilidades, duas
hastes delimitadas.
Dito de outra forma, é preciso resgatar a ‘elevação do espírito’ e os
valores morais universais em nossa sociedade, e para isso, a Igreja, como
principal instrumento propagador dos mesmos, precisa (re)assumir o seu
papel cívico, de fato, na sociedade; é preciso que ela tome novamente as
rédeas que fora entregues aos liberais; que saia de sua zona de conforto
utilizando-se da narrativa irresponsável de que “é a vontade de Deus” para
justificar sua inércia.
Isso não quer dizer que se deve “eliminar” as pluralidades, tampouco, de
“convertê-las” a singularidade dogmática e conservadora, mas, de limitar
suas ações quando essas invadem descaradamente as prerrogativas que
não lhe são legítimas.
Muitos dirão que isso é um retrocesso. Prefiro dizer que, às vezes, é
preciso voltar para pegar impulso!
Seja como for, ou a igreja e os conservadores, que ainda são maioria,
posicionam-se agora, ou o apocalipse civil será iniciado antes mesmo do
espiritual.

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7. POR QUE AS MANIFESTAÇÕES PERDERAM FORÇA DE
PERSUASÃO

As manifestações têm surtido efeito positivo? Muitos têm se questionado


se de fato as últimas manifestações valeram a pena.
Bem, irei responder essa indagação em duas etapas: Num primeiro
momento — manifestações de 2013/2014 —, o efeito foi absurdamente
positivo! Já nas últimas manifestações, o efeito foi contrário (o tiro saiu
pela culatra!).
Explico: Como nunca acontecera na história do Brasil, a adesão das
manifestações (2013 especialmente) estremeceu os alicerces do sistema
político brasileiro, nunca ameaçado, sequer confrontado. O efeito foi de um
susto em forma de apraxia. Nasceu então o efeito de “o gigante acordou” e
o sistema, naquele momento, apequenou-se. Já no segundo momento, nas
manifestações mais recentes, os efeitos foram contrários, de incentivo!
Por que isso aconteceu?
Para responder a esta recorrerei à metáfora do NÃO (entre pais e
filhos).
Quando os pais, pela primeira vez, falam um NÃO com veemência ao
filho pequeno, quando este está a fazer algo considerado perigoso, qual é a
reação do filho? Fica em choque, sem reação e automaticamente para com
a referida ação. Quando esse evento volta acontecer no mesmo formato,
o NÃO passa a ser emitido com maior frequência, e o efeito passa a ser
menos impactante ao filho. Num dado momento, onde os “NÃOS” viram
rotina e já não causam mais nenhum impacto na criança, ela vai passar a
testar os pais para saber o que vem depois do NÃO, para saber quais os
efeitos do pós-não, ou ainda: o que tem por detrás do NÃO (a atração pelo
proibido).

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Nesse momento, abre-se precedentes para duas possíveis situações:
(i) os pais, como os de antigamente, mostram quem manda e dão um
“sacode” no filho. O efeito de tal ação é fazer com que o filho naturalmente
retroceda até o limite estabelecido do NÃO. Como NÃO é mais ameno
que o sacode, o filho passa a vê-lo como uma zona limítrofe.
(ii) os pais, como muitos de agora, nada fazem após o NÃO, demonstrando
ao filho que não há um limite real no pós-não. O susto inicial da criança
deixa de existir, o NÃO passa a ser considerado como uma palavra de
incentivo, e esses filhos, por instinto, voltam a testar novos NÃOS em
níveis diferentes e mais elevados. Resultado: muitos desses vão conhecer
o pós-não, somente quando estes são ditos pela própria vida, e quando
não são ouvidos, o sacode é desconcertante — muitas vezes, definitivo!
Não é preciso explicar a metáfora, mas apenas para contextualizar,
quando o “gigante acordou” (2013) e proferiu um sonoro NÃÃÃÃÃOOOO,
o sistema foi sucumbido, a ponto de derrubar o Governo! Quando esses
“NÃOS” se tornaram frequentes, pelo gigante, que já não eram tão sonoros
assim, o sistema passou a desafiá-los, haja vista que ele, o sistema, ainda
não conheceu o pós-não. Quando isso virou rotina, através das inúmeras
manifestações, passou a servir de incentivo ao sistema, deixando bem claro
a ele que NÃO HÁ o “pós-não”, que o gigante, na verdade, era apenas um
garotinho travestido de super-herói falando grosso.
A prova cabal dessa afirmativa se dá no resultado da última
manifestação, que mesmo com uma maciça adesão, a sua principal pauta
(apoio incondicional a Sérgio Moro) foi afrontada absurdamente, como
nunca — chamado de LADRÃO. Bem, deixando a metáfora de lado...
Ou o povo brasileiro demonstra ao sistema que HÁ SIM um pós-não, um
sacode, colocando as manifestações num outro patamar, ou a certeza que
fica é que o sistema vai atropelar o “gigante”, e quando ele cair, não mais
levantará!

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8. MITOS E VERDADES SOBRE O ART. 142

S empre em vésperas de manifestações pró-Governo, muito se ouve —


principalmente discursos vazios, distorcidos e, sobretudo, falaciosos —
sobre o Art. 142 da CF. A pergunta que fica é: O que é, de FATO, o referido
Art. e como ele seria na prática se acionado pelo Presidente? Antes de
adentrar ao mérito do Artigo é preciso entendê-lo:
Art. 142. As Forças Armadas (...), sob a autoridade suprema do Presidente
da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Em suma, o Art. 142 é o dispositivo constitucional que permite o Presidente
da República intervir nas outras duas Casas de Poder (Legislativo e
Judiciário), se estas cometerem excessos, ilegalidades e atuações fora de
suas prerrogativas.
Ou seja, o Artigo é Lei, Lei CONSTITUCIONAL, e está lá para ser acionado
se a causa for necessária e legítima!
Sobre a aplicação na prática do artigo:
O processo entre o acionamento do Artigo e a consolidação dele
teria efeito imediato; no pós-fechamento das duas Casas (Legislativo e
Judiciário), haveria um chamamento popular para uma nova constituinte.
Enquanto este processo não fosse concluído, o Superior Tribunal Militar
(STM) assumiria o papel do STF, e o Congresso ficaria a cargo do Executivo.
Muitos dirão por desconhecimento e/ou interesses obscuros que isso
seria um golpe de estado. Seria se, e somente se, fosse acionado de forma
ilegítima.

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Analisemos a legitimidade para acioná-lo:
Para o seu acionamento ser indubitavelmente legítimo, é preciso
preencher dois requisitos, a saber: (1) legitimidade político-jurídica e, (2)
adesão popular.
(1) para uma ação político-jurídica ser LEGAL ela precisa, essencialmente,
cumprir duas características: (i)FORMAL: preencher os requisitos formais
e processuais e, (ii) COMPETÊNCIA: ser exercida pelo Ente competente.
Analisemos as duas características:
Quanto à forma: O artigo 142 diz, explícita e objetivamente, que o seu
acionamento serve exclusivamente “à garantia dos poderes constitucionais,
da lei e da ordem”. As perguntas são: Os poderes (Legislativo, Executivo
e Judiciário) estão sob ameaça? Há em curso a utilização de algum dos
poderes para fins que não correspondam às suas prerrogativas? A resposta
é SIM às duas perguntas: (a) O Executivo está SIM sob ameaça, pois o
Legislativo explicitamente age com um único objetivo, o de boicotar
toda e qualquer medida tomada por ele para derrubá-lo. Isso ocorre
com frequência através das medidas provisórias (são revogadas todas as
medidas decretadas pelo Executivo), todos os projetos de lei apresentados
são distorcidos e modificados (a reforma Previdência e o projeto anticrime
são bons exemplos), na composição política (interferência na escolha
dos ministérios). Dito de outra forma, o Legislativo tem agido de forma
antidemocrática (contrário aos anseios da maioria da população), haja
vista que a maioria dos eleitores deu a LEGITIMIDADE inquestionável ao
chefe do Executivo, que só está materializando as pautas que o elegeram.
(ii) Sobre a utilização de algum poder fora de sua prerrogativa, o STF tem
feito isso com maestria e frequência, ou ele não tem legislado (prerrogativa
exclusiva do Legislativo) nas pautas progressistas, como legalização das
drogas, crime de homofobia, aborto e afins, “tratorando” as balizas de sua
competência?

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Quanto à competência: é unívoca a interpretação à luz do artigo ao que
diz: “sob a autoridade suprema do Presidente da República”. Ou seja, o
Presidente da República, se motivado por atos ilegítimos das outras Casas
de Poder, conforme já mencionado acima, é o único Ente competente para
se utilizar do artigo, portanto, o Presidente pode sim a qualquer momento
o acionar.
(2) A adesão popular é o requisito basilar para que qualquer ação política
seja considerada democrática. Ainda que o ordenamento jurídico embase
a referida medida como legal — frise-se: que é o caso! —, se não houver
uma adesão popular maciça, pela maioria dos eleitores, esta pode ser
considerada como antidemocrática. Nesse sentido, abre-se precedentes à
oposição na tratativa da intervenção como golpe. A questão que surge
é: Hoje, se fosse acionado o artigo, o Governo teria adesão popular pela
maioria dos eleitores? A resposta é: Peremptoriamente NÃO!
Isso se dá por algumas razões: (a) o próprio Governo se manifesta
contrariamente; (b) os grupos intitulados intervencionistas tratam essa
questão de forma absurdamente simplista, e acabam por enxovalhar com
a referida medida e; (c) a mídia e os formadores de opinião construíram
uma narrativa sofismática sobre o período militar, e esta foi comprada por
grande parte da população.
O que representaria, na prática, uma intervenção agora?
Metaforicamente, como toda extração de tumor, primeiro o paciente
sangra durante a cirurgia, vive por um tempo com limitações no pós-
operatório, mas depois vem a sobrevida tão esperada! Não seria diferente
com uma intervenção. A priori, a economia se retrairia ainda mais,
o desemprego aumentaria e o país sofreria fortes retaliações de outros
países, em especial da União Europeia e da ONU (sangraria ainda mais!).
Pari passu, haveria conflitos internos e ideológicos entre as lideranças das
FFAA, haja vista que boa parte hoje é PROGRESSISTA (Gal. Mourão é
um bom exemplo). A posteriori, se sobrevivêssemos sem tentativas de
golpes internos, e após a consolidação de uma Constituição sem vícios
insanáveis, como a atual, o País voltaria a crescer gradativamente, porém,
alicerçado em base sólida.
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Seja como for, com ou sem intervenção, o Brasil vai continuar a sangrar,
cabe ao povo escolher se até a morte sem nada fazer, ou, submetê-lo a uma
“cirurgia” emergencial!

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