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Disciplina: Literatura Portuguesa

Prof.ª: Margarete Oliveira


2019
Humanismo
Como afirma José de Nicola, “a
Segunda Época Medieval ou
Humanismo corresponde ao
período que vai desde a nomeação
de Fernão Lopes para o cargo de
cronista-mor da Torre do Tombo,
em 1434, até o retorno de Sá de
Miranda da Itália, no ano de 1527,
quando introduziu em Portugal a
estética clássica.
O Humanismo foi um período muito rico para o desenvolvimento da
prosa, graças ao trabalho dos cronistas, notadamente de Fernão Lopes,
considerado o iniciador da historiografia portuguesa. Outra
manifestação importantíssima que se desenvolveu no Humanismo, já
no início do século XVI, foi o teatro popular, com a produção de Gil
Vicente. A poesia, por outro lado, conheceu um período de decadência
nos anos de 1400, estando toda a produção poética do período ligada
ao Cancioneiro Geral, organizado por Garcia de Resende; essa poesia, por
se desenvolver no ambiente palaciano, é conhecida como poesia
palaciana.
Tanto as crônicas históricas como o próprio teatro vicentino estão
intimamente relacionados com as profundas transformações políticas,
econômicas e sociais verificadas em Portugal no final do século XIV e em
todo o século XV.” (NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens
aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1999, p. 51).
No momento em que o rei consegue centralizar o poder, tendo como
alicerce a teoria do direito divino, à igreja Romana interessa defender a
estrutura feudal, por possuir uma quantidade bastante grande de terras.
Com isso, a igreja deixou de ser a única responsável pelo monopólio da
cultura, formando-se bibliotecas fora dos mosteiros e dos conventos.
São também frutos dessa época os humanistas, homens cultos e
admiradores da cultura antiga. Eram individualistas, davam maior
importância aos direitos de cada indivíduo do que à sociedade.
Acreditavam no progresso, rejeitando a hierarquia feudal.
No final do século XV, a Europa passava por grandes mudanças,
provocadas por invenções como a bússola, pela expansão marítima que
incrementou a indústria naval e o desenvolvimento do comércio com a
substituição da economia de subsistência, levando a agricultura a se
tornar mais intensiva e regular. Deu-se o crescimento urbano,
especialmente das cidades portuárias, o florescimento de pequenas
indústrias e todas as demais mudanças econômicas provenientes do
Mercantilismo, inclusive o surgimento da burguesia.
◦ Todas essas alterações foram agilizadas com o surgimento dos
humanistas, estudiosos da cultura clássica antiga. Alguns eram ligados
à Igreja; outros, artistas ou historiadores, independentes ou protegidos
por mecenas. Esses estudiosos tiveram uma importância muito grande
porque divulgaram, de forma mais sistemática, os novos conceitos,
além de que identificaram e valorizaram direitos dos cidadãos.
Acabaram por situar o homem como senhor de seu próprio destino e
elegeram-no como a razão de todo conhecimento, estabelecendo para
ele um papel de destaque no processo universal e histórico. Essas
mudanças na consciência popular, aliadas ao fortalecimento da
burguesia, graças à intensificação das atividades agrícolas, industriais e
comerciais, foram, lenta e gradativamente, minando a estrutura e o
espírito medievais.
Em Portugal, todas essas alterações se fizeram sentir, evidentemente, ainda que
algumas pudessem chegar ali com menor força ou, talvez, difusas, sobretudo
porque o impacto maior vivido pelos portugueses foi proporcionado pela
Revolução de Avis (1383-1385), na qual D. João, mestre de Avis, foi ungido rei,
após liderar o povo contra injunções de Castela. Alguns fatores ligados a esse
quadro histórico indicam sua influência no rumo que as manifestações artísticas
tomaram em Portugal. São eles: as mudanças processadas no país pela Revolução
de Avis; os efeitos mercantilistas; a conquista de Ceuta (1415), fato que daria início
a um século de expansionismo lusitano; o envolvimento do homem comum com
uma vida mais prática e com menos lirismo cortês; o interesse de novos nobres e
reis por produções literárias diferentes do lirismo. Tudo isso explica a restrição do
espaço para o exercício e a manifestação da imaginação poética, a marginalização da
arte lírica e o fim do Trovadorismo. A partir daí, o ambiente se tornou mais
propício à crônica e à prosa histórica, ao menos nas primeiras décadas do período.
O período que estamos estudando é de transição, entre a Idade Média e a Idade
Moderna. Mais que qualquer coisa, esse período significa uma transformação
radical no modo de o homem pensar, nos seus valores, nas suas crenças. Há uma
gradativa mudança no centro dos interesses, que passa da religiosidade à
materialidade, da alma ao corpo, de Deus ao homem. Por isso, dizemos que o
Humanismo é uma espécie de preparação para o momento literário seguinte, que é
essencialmente antropocêntrico, ou seja, o homem é o centro de tudo. No
Humanismo, há uma nítida opção pelo texto em prosa, notadamente a crônica,
gênero textual que procura registrar os feitos e acontecimentos do reino. O
primeiro grande cronista foi Fernão Lopes, razão por que costuma-se iniciar o
Humanismo com sua nomeação para esse cargo.
Não se sabe muita coisa da vida de Fernão Lopes: apenas que foi
funcionário do palácio real e notário (espécie de tabelião), tendo sido
nomeado cronista- mor do Reino por dom Duarte em 1434; escreveu
as crônicas dos reis D. Pedro I, D. Fernando e a 1ª e 2ª partes da de D.
João. Do ponto de vista da forma, o seu estilo representa uma
literatura de expressão oral e raiz popular. Ele próprio diz que nas suas
páginas não se encontra a formosura das palavras, mas a nudez da
verdade. Era um autodidata. Foi um dos legítimos representantes do
saber popular, mas já no seu tempo um novo tipo de saber começava a
surgir: de cunho erudito-acadêmico, humanista, classicizante.
Profissionalmente, Fernão Lopes era um tabelião (...). Foi empregado
da família real e da corte, escrivão de D. Duarte, ainda infante, do rei D.
João I, e do infante D. Fernando, em cuja casa ocupou o importante
posto de «escrivão da puridade», que correspondia ao cargo de maior
confiança pessoal concedido pela alta nobreza. A partir de 1418 aparece
a desempenhar as funções de Guarda-mor da Torre do Tombo,
encarregado de guardar e conservar os arquivos do Estado, lugar de
confiança da Corte. (...). Em 1454, foi reformado do cargo de Guarda-
mor da Torre do Tombo devido à sua idade. Ainda vivia em 1459,
segundo atesta um documento de transmissão de sua herança.
Durante este longo período de atividade, Fernão Lopes atravessou os reinados de
D. João I, D. Duarte, o governo de D. Pedro e parte do reinado de D. Afonso V.
Conheceu muitas alterações políticas e sociais. Ao rei eleito e popular, D. João I, viu
suceder um rei mais dominado pela aristocracia, D. Duarte; viu crescer o poder
feudal dos filhos de D. João I, e com ele o predomínio da nobreza, que saíra
gravemente abalada da crise da independência. Assistiu à guerra civil subsequente à
morte de D. Duarte, à insurreição de Lisboa contra a rainha viúva D. Leonor, e à
eleição do infante D. Pedro por esta cidade, e em seguida pelas cortes, para o cargo
de Defensor e Regedor do Reino, em circunstâncias muito parecidas com as que
tinham levado o mestre de Avis ao mesmo cargo e seguidamente ao trono em
1383-1385. Assistiu depois à reação do partido da nobreza, à queda do infante D.
Pedro, à sua morte na sangrenta batalha de Alfarrobeira, à perseguição e dispersão
dos seus partidários, ao triunfo definitivo da nobreza, no reinado. Foi testemunha
do início da expansão ultramarina.
(...).
Humanismo

O Humanismo principia quando Fernão Lopes é nomeado o Guarda-


Mor da Torre do Tombo por D. Duarte, em 1418. ou seja, tornou-se
responsável pela preservação do arquivo real, então localizado numa
das torres do castelo de Lisboa. Em 1434, passou a cronista-mor do
reino, cargo que o tomava como redator oficial das crônicas –
narrativas históricas – dos reis de Portugal.
A prosa de Fernão Lopes ultrapassa os limites da narrativa histórica,
incorporando técnicas e métodos da narrativa de ficção e alcançando
resultados de inquestionável valor estético. Sua narrativa é viva,
contagiante, capaz de criar quadros extremamente dinâmicos. Como o
encadeamento das ações é habilmente conduzido, sendo
constantemente colorido pelas falas diretas dos participantes da ação, o
que cria um ritmo crescente de tensão, uma intensidade gradativa para a
qual colabora o suspense em que o narrador mantém todo o quadro até
o desfecho, que é rápido e marcante. Essa hábil condução de vários
episódios que convergem para um final único, grandioso, dá ao texto
um sentido épico – a narrativa da enérgica manifestação popular
demonstra que estão sendo dados passos importantes para a história da
coletividade portuguesa.
O Humanismo foi um período muito rico para o desenvolvimento da
prosa, graças ao trabalho dos cronistas, notadamente de Fernão Lopes,
considerado o iniciador da historiografia portuguesa. Outra
manifestação importantíssima que se desenvolveu no Humanismo, já
no início do século XVI, foi o teatro popular, com a produção de Gil
Vicente. A poesia, por outro lado, conheceu um período de decadência
nos anos de 1400, estando toda a produção poética do período ligada
ao Cancioneiro Geral, organizado por Garcia de Resende; essa poesia, por
se desenvolver no ambiente palaciano, é conhecida como poesia
palaciana.
O homem em busca da liberdade
Este momento histórico-social é tido como um período de transição.
Marca a passagem do fim da Idade Média para a Idade Moderna. Com
o crescimento das cidades e do comércio, o regime feudal enfraqueceu.
Os servos podiam vender sua colheita e conseguir dinheiro para pagar
os serviços que deviam ao senhor feudal; podiam ir para a cidade ou
conhecer novas terras. O desejo de liberdade se concretizava. Os
senhores feudais, aos poucos, foram perdendo suas terras e seus servos.
Neste momento, o rei, que era uma autoridade simbólica, fortalece-se, à
medida que se aliava a uma classe social emergente, a burguesia,
formada por artesãos e comerciantes, detentores do dinheiro, que
viviam nas cidades.
O Teatro de Gil Vicente
Durante a Idade Média surge em Portugal o Teatro Vicentino, representação que se
caracteriza pelos temas, linguagem e atores populares. A carreira literária de Gil
Vicente começa em 1502, quando representa o Auto da Visitação, até o ano de
1536, ano da representação de sua última peça Floresta de Enganos. Durante os
anos de sua trajetória teatral dedicou-se a escrever e representar teatro para o
entretenimento da realeza e da fidalguia, são dezenas de peças de temas variados.
Escreveu cerca de 44 peças: 17 bilíngues, 16 em português e 11 em espanhol. Na
corte portuguesa usava-se, também, o idioma espanhol em razão da rainha Maria,
segunda mulher de D. Manuel I, ser filha dos Reis Católicos da Espanha. Além
disso, falar espanhol era sinal de distinção entre os nobres, pois o povo falava
apenas português.
Didaticamente, pode-se dividir em fazes o teatro vicentino. Temos três
fazes principais:

◦ 1502-1514 – Sob influência de Juan del Encina.


◦ 1515-1527 – Corresponde ao ápice da carreira dramática.
◦ 1528-1539 – Teatro intelectualizado, sob influência do classicismo
renascentista.
Quanto ao tema, pode ser dividido em:
◦ Tradicional
Peças de caráter litúrgico, ligados ao teatro de Juan del Encina, aos assuntos bucólicos e
às novelas de cavalaria.
◦ Atualidade
Caracteriza-se pela presença de um retrato satírico do modo de viver do seu tempo, e
não perdoa nenhuma classe social, seja ela a fidalguia, a burguesia, o clero ou a plebe.
É um teatro baseado na espontaneidade e com intento de divertir e organizava-se sob a
lei do improviso. Supõe-se que Gil Vicente redigia um roteiro básico, apenas para
ordenar a encenação em uma sequência verossímil. Lírico ou cômico, seus textos
continham a predominância da visão medieval e de uma nostalgia de um tempo perdido.
O grande mérito do autor é o seu talento de poeta, sobretudo de poeta dramático, é em
consequência disso que o teatro vicentino se tornou um marco dentro da Literatura
Portuguesa.
A obra literária vicentina possui uma linguagem arcaica,
popular, não polida e sem termos eruditos. É que,
mesmo escrita em linguagem popular, o vocabulário é
rico, se adequando aos personagens, valendo-se ainda do
latim eclesiástico e do baixo latim – usado pelo povo.
Suas peças estão classificadas em obras de devoção, comédias, tragicomédias, farsas
e obras miúdas, como monólogos e paráfrases de salmos e apresentam a seguinte
divisão:
◦ Os Autos: são composições religiosas, pastoris, nos quais se nota a influência do
teatro pastoril de João de Encima, dramaturgo espanhol. São peças de temática
devota e moral, alegórica, que refletem os valores do mundo medieval.
◦ As comédias: trazem valores greco-romanos e mitológicas, contendo relatos
romanescos como as novelas de cavalaria.
◦ As farsas: preservam a mesma estrutura dos autos, traçando, porém, uma
caricatura contra os maus costumes, apresentando uma crítica social contundente,
mordaz, carregada de alusões pessoais. De caráter pedagógico moral, há uma
longa tradição na farsa medieval sobre o tema do adultério feminino.
Primeira fase: 1890 a 1198-1434

A criação literária portuguesa, no primeiro período medieval (1890 a


1198-1434), corresponde à floração trovadoresca e acontece quase
simultaneamente à formação da nação lusa. Essa produção cultural
denominada também de cantigas era composta pelos trovadores e
cantada pelos jograis que percorria todo o reino em ambientes
diversos. A fim de preservar essa literatura, que era transmitida
oralmente, fora fixada por escrito em coletâneas denominadas
cancioneiros.
◦ A poesia trovadoresca é dividida em dois tipos: lírico-amorosa compreendendo
às Cantigas de Amigo, associadas ao canto e à dança, impregnadas do realismo
da vida campesina, da sensualidade, queixume, euforia, amor popular e amor
burguês; e as Cantigas de Amor de origem provençal, marcadas pela vassalagem
amorosa, impregnadas pelo idealismo, a “coita” de amor e idealização da
mulher. O outro tipo é a satírica subdivida em escárnio, maldizer. Os principais
trovadores desse período foram Paio Soares de Taveirós, D. Dinis, Martim
Codax, Aires Nunes e João Garcia de Guilhade. Além da poesia a época
trovadoresca se caracteriza também pelo aparecimento da prosa medieval:
novelas de cavalaria, retratando um heroísmo de influência religiosa e feudal,
biografias, crônicas e livros de linhagem.
Segunda fase: 1434-1527
Período conhecido também como Humanismo, vai desde
a nomeação de Fernão Lopes como cronista-mor da Torre
do Tombo, em 1434, até o retorno de Francisco Sá de
Miranda da Itália, quando introduziu uma nova estética, o
Classicismo, em 1527. Teve como principais características
a divulgação dos mestres da Antiguidade greco-latina, o
incentivo às Universidades, a laicização da cultura e o
Culto do Homem.
A prosa, no humanismo português, consistiu, principalmente,
na crônica histórica e teve como principal expoente Fernão
Lopes um cronista realista de técnica literária da narrativa, um
criador de perfis psicológicos que tratou o povo como agente
da história. Destacaram-se, também, Gomes Eanes de Zurara
e Rui de Pina. Outro tipo de prosa inaugurado pelo regime
absolutista da dinastia de Avis foi a prosa doutrinária,
direcionada para a educação da realeza e da fidalguia, com o
sentido de orientá-la no convívio social e no adestramento
físico.
◦Além da prosa tivemos a poesia palaciana recolhidas
por Garcia de Resende no Cancioneiro Geral. São
poesias já dissociadas de música, elaboradas para
serem lidas e recitadas nas cortes. Surge também o
Teatro popular de Gil Vicente produção literária
caracterizada pela sátira à sociedade portuguesa e a
visão religiosa medieval moralizadora.
Referências

MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2013.


MOISES, Massaud. A Literatura Portuguesa por meio dos textos. 28. ed. São Paulo:
Cultrix, 2002.
NICOLA, José de. Literatura Portuguesa – das origens aos nossos dias. São Paulo:
Scipione, 1999.
SARAIVA, Antonio José, LOPES, Oscar. História da Literatura Portuguesa. 17. ed.
Porto: Porto Editora, 1996.

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