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Microgeração de energia solar fotovoltaica em uma planta

Luiz Claudio Ferraro1 e Juliana Miyoshi2


1
Engenheiro Eletricista, luizcferraro@gmail.com,
2
Mestre em Engenharia Elétrica, Professora do UNISAL, juliana.miyoshi@sj.unisal.br

Resumo – Atualmente a geração de energia elétrica por vez maior, fazendo com que a sociedade deixe de olhar
meio do método fotovoltaico tem sido cada vez mais bem apenas para os métodos tradicionais de geração, e passe
vista em todos os meios e setores, por ser uma energia a considerar gerações mais limpas, utilizando cada vez
renovável e disponível em todo o mundo. Este artigo tem mais as energias renováveis.
como objetivo desenvolver um projeto de microgeração Energias renováveis são fontes de energia que
de energia solar fotovoltaica em uma planta e executar apresentam reposição na natureza bem mais rápidas que
a montagem de um protótipo para análise do sua utilização energética, tais como: hidrelétrica, eólica,
comportamento do sistema em diversas condições, solar, entre outras [1].
comprovando sua eficácia. Foi considerado um sistema A fonte de geração de energia elétrica mais utilizada
conectado à rede com o objetivo de suprir o consumo no Brasil é a hidrelétrica. Seu princípio de
anual. Para isso a energia gerada em excesso é funcionamento consiste em represar a água em um
exportada para a concessionária, acumulando créditos reservatório, acumulando energia potencial. Esta escoa
utilizados nos períodos de baixa geração. Esse sistema por um duto, convertendo a energia potencial em
é constituído por módulos fotovoltaicos, micro cinética, e gira uma turbina que está acoplada a um
inversores e quadro elétrico. Foram considerados gerador, transformando a energia cinética em energia
dados de meteorologia, localização geográfica, elétrica. Um dos maiores problemas das hidrelétricas é
edificações e área livre na estrutura, estudando as que elas dependem de grandes obras e de um longo
necessidades técnicas para a aplicação do sistema e período de implantação, além de causar uma grande
seus benefícios para o proprietário. perda ambiental com a inundação de vastas áreas [2].
A energia eólica, também conhecida como energia do
Palavras-chave: Fotovoltaico, energia solar, energia vento, é utilizada há muito tempo pelo homem para
renovável, microgeração. acionar mecanismos e para transporte. Hoje é muito
utilizada para geração de eletricidade onde turbinas
Abstract – Currently the generation of electric energy eólicas acopladas a geradores são impulsionadas pelos
through the photovoltaic method has been increasingly ventos. Esta energia é de fonte inesgotável e de suma
well seen in all media and sectors, being a renewable importância em locais com ventos constantes.
energy and available worldwide. This article aims to A Terra recebe anualmente uma quantidade de energia
develop a photovoltaic solar energy microgeneration solar suficiente para suprir milhares de vezes as
project in a plant and execute the assembly of a necessidades mundiais [3].
prototype to analyze the behavior of the system under Uma das utilizações da energia solar é como fonte de
varios conditions, proving its effectiveness. It was calor para aquecimento. Nestes sistemas o calor é
considered a system connected to the network in order captado por coletores solares que são instalados em
to supply the annual consumption. For this, the energy telhados. Nestes coletores, a água circula através de
generated in excess is exported to the concessionaire, tubos onde se aquece e então, é armazenada em um
accumulating credits used in periods of low generation. reservatório. Economiza-se recursos como gás e energia
This system consists of photovoltaic modules, micro- elétrica, e a água é aquecida de forma limpa, simples e
inverters and electric panel. Data on meteorology, eficiente para o uso. A energia em forma de calor
geographic location, buildings and free area in the também pode ser utilizada para geração de energia
structure were considered, studying the technical needs elétrica. Nas usinas solares térmicas o calor é captado e
for the application of the system and its benefits to the concentrado para aquecer um fluído, este é transportado
owner. até a central de geração onde é utilizado para produzir
vapor e acionar uma turbina acoplada a um gerador.
Keywords: Photovoltaic, solar energy, renewable Além disso, a energia solar pode ser utilizada para
energy, microgeneration. gerar energia pelo método fotovoltaico. Neste método, a
luz solar é convertida diretamente em energia elétrica,
I. INTRODUÇÃO ou seja, a luz solar gera corrente elétrica, que é
processada por controladores e conversores. Esta
No campo da engenharia, o tema energia elétrica corrente pode ser armazenada em baterias ou utilizada
proveniente de fontes renováveis tem sido destaque nos instantaneamente.
dias atuais. A demanda de energia elétrica para consumo A implantação de geração de energia solar fotovoltaica
residencial e desenvolvimento dos países tem sido cada vem crescendo muito nos últimos anos. O Gráfico 1

FERRARO, L.C.; MIYOSHI, J.


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mostra o número de conexões de micro e minigeração é injetado diretamente na rede. O foco deste artigo é
no Brasil, sendo que 99% dessas conexões são de voltado para os sistemas conectados à rede.
geração solar fotovoltaica (Nota Técnica n° 0056/2017-
SRD/ANEEL) [4]. Com isso, o custo de implantação B. Normas da Aneel
está se tornando mais acessível, o que a torna um bom
investimento tanto para pessoa física quanto para A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),
empresas. autarquia em regime especial vinculada ao Ministério de
Minas e Energia, foi criada para regular o setor elétrico
Gráfico 1– Conexões de micro e minigeração no Brasil
brasileiro, por meio da Lei nº 9.427/1996 e do Decreto
nº 2.335/1997 (ANEEL, A ANEEL). Suas principais
atribuições são regular e fiscalizar a geração,
transmissão, distribuição e comercialização de energia
elétrica.
Para os sistemas de micro e minigeração foram
criadas as resoluções normativas n°482, de 17 de abril
de 2012 e n° 687, de 24 de novembro de 2015 [5,6]. De
acordo com essas resoluções, para fontes renováveis de
energia elétrica define-se como microgeração
distribuída a central geradora de energia elétrica com
potência instalada menor ou igual a 75kW e minigeração
distribuída á com potência instalada superior a 75kW e
Fonte: Adaptado de [4] menor ou igual a 5MW.
Sistemas de microgeração de energia são geralmente
Sendo assim, o objetivo deste artigo é o instalados nos telhados de residências, pequenas
desenvolvimento de um projeto de microgeração de empresas, prédios, entre outros. Estes sistemas são
energia solar fotovoltaica para uma residência com modulares, desta forma, dependendo do projeto, pode-
consumo médio anual de 3,1MWh. Foi realizada a se acrescentar mais conjuntos de módulos ou inversores
montagem de um protótipo para análise do em um eventual aumento de demanda. Sendo assim, a
comportamento do sistema em diversas condições e ANEEL classifica este projeto como microgeração
comprovação da sua eficácia. Para tanto foram distribuída.
utilizados dados de meteorologia, localização No Brasil, as distribuidoras locais possuem suas
geográfica, vegetação, edificações ao redor e área livre próprias normas, baseadas nas da ANEEL. A região de
na estrutura, estudando assim, quais as necessidades Campinas – SP está sob a concessão da CPFL Energia,
técnicas para a aplicação da energia solar fotovoltaica que adota a GED 15303, definindo os requisitos técnicos
nesta planta e quais os seus benefícios para o mínimos necessários para o ligamento de sistemas de
proprietário. geração de eletricidade de consumidores conectados às
redes de média e baixa tensão. Na Tabela 1, retirada da
II. REFERENCIAL TEÓRICO GED 15303, é possível observar um resumo das
funcionalidades mínimas de proteção requeridas na
A. Tipos de sistema fotovoltaico conexão das centrais microgeradoras.

É possível identificar três tipos principais de sistemas Tabela 1 – Funcionalidades de proteção mínima
fotovoltaicos. São eles: autônomos, híbridos e PROTEÇÃO Potência Instalada < 75kW
conectados à rede. Sub e Sobretensão Obrigatório
Os sistemas autônomos ou off-grid, são sistemas de Sub e Sobrefrequência Obrigatório
Desequilíbrio de corrente -
geração de energia elétrica em locais que não Desbalanço de tensão -
apresentam fornecimento da mesma ou em aplicações Sobrecorrente direcional -
especiais que tornam seu uso viável, como zonas rurais, Sobrecorrente c/ restrição de tensão -
iluminação pública, sistemas de telecomunicação, Sincronismo Obrigatório
Anti-ilhamento Obrigatório
sinalização de estradas e bombeamento de água.
Fonte: Adaptado de [7]
Sistemas híbridos são sistemas que unem mais de uma
tecnologia para geração de energia elétrica, como por
C. Sistema de Compensação de Energia Elétrica
exemplo um sistema com a junção de geração solar e
eólica.
É um sistema implementado pelas resoluções
Sistemas conectados à rede ou grid-tie são sistemas
normativas n°482 e n° 687 [5,6], que estabelece que a
de geração que funcionam em paralelo a rede existente.
energia ativa produzida com microgeração distribuída
Tem como objetivo gerar energia para consumo local,
pela unidade consumidora será cedida à distribuidora
não necessitando de armazenamento pois seu excedente
local, como empréstimo gratuito, para que depois seja

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transformada em crédito a ser consumido em um prazo E. Inversor Grid Tie
de 60 meses.
É importante ressaltar que a energia ativa produzida O inversor CC-CA é o componente do sistema
pela unidade consumidora, só é injetada no sistema de responsável pela conversão da corrente contínua, gerada
distribuição quando a potência ativa gerada for maior nos módulos, em corrente alternada. Conectado à rede,
que a potência ativa consumida. atua como uma fonte de corrente no sistema, não tendo
a capacidade de fornecer tensão. Desta forma, o inversor
D. Módulo fotovoltaico apenas funciona quando ligado em paralelo a uma rede
elétrica.
O módulo fotovoltaico, também chamado de painel Na ocorrência de alguma falha no fornecimento de
solar ou placa PV, é um conjunto de células energia, o inversor desarma sua ligação com a rede
fotovoltaicas geralmente associadas em série e evitando assim algum dano a equipamentos ligados
montadas em uma estrutura mecânica resistente a neste sistema, e garantindo a segurança de pessoas em
intempéries conforme Figura 1. caso de manutenção.
Em sua construção possui um sistema de controle
Figura 1 – Exemplo de um módulo fotovoltaico apurado para garantir que a corrente nos terminais de
saída tenha um formato senoidal e seja sincronizada com
a rede. Todos os inversores homologados apresentam
uma tecnologia chamada MPPT (Maximum Power Point
Tracking), ou seja, Rastreamento do Ponto de Máxima
Potência. Isto significa que são capazes de se adaptar as
mudanças de temperatura e irradiação solar,
maximizando a produção de energia. O Gráfico 2
representa as curvas de corrente, tensão e potência de
um módulo fotovoltaico.
Fonte: Adaptado de [6]
Gráfico 2 – Corrente, tensão e potência de um módulo fotovoltaico
Existem três tecnologias predominantes para a
construção do módulo fotovoltaico: silício
monocristalino, silício policristalino e filmes finos.
O funcionamento das células fotovoltaicas baseia-se
na conversão direta da energia solar em energia elétrica,
por meio de um dispositivo semicondutor, como o
silício. O dispositivo semicondutor quando ligado a
elementos químicos como o Boro e o Fosforo, forma o
que se chama de junção PN. Nessa junção é possível
observar que os elétrons em excesso da camada N
Fonte: Adaptado de [9]
preenchem as lacunas da camada P, formando uma
barreira de potencial, mantendo-os em equilíbrio.
Para a utilização em sistemas fotovoltaicos
A camada superior de material N de uma célula
conectados à rede existem dois tipos principais de
fotovoltaica é tão fina que a luz pode penetrar nesse
inversor, o inversor grid tie e o micro inversor grid tie.
material e descarregar sua energia sobre os elétrons,
A principal diferença entre eles é que o inversor é
fazendo com que eles tenham energia suficiente para
dimensionado para um conjunto de painéis, sendo que
vencer a barreira de potencial e movimentar-se da
em geral emprega-se apenas um para cada instalação,
camada N para a camada P, gerando assim, uma corrente
como ilustrado na Figura 3. O micro inversor, por sua
através da junção. A explicação anterior define o Efeito
vez, tem o objetivo de atender no máximo dois painéis
Fotovoltaico, como representado na Figura 2.
e, por este motivo, é necessário mais de uma unidade
Figura 2 – Junção PN recebendo a energia da luz para um projeto de microgeração, como representado na
Figura 4. Apesar das diferenças de aplicação no sistema,
ambos têm como princípio de funcionamento realizar a
conversão de corrente continua em corrente alternada.

Figura 3 – Exemplo de aplicação utilizando inversor grid tie

Fonte: Adaptada de [3] Fonte: Adaptado de [10]

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Figura 4 – Exemplo de aplicação utilizando micro inversor grid tie
I. Software PVsyst

É uma ferramenta de desenvolvimento e simulação de


projetos de sistemas fotovoltaicos. Utiliza dados de
localização geográfica, meteorologia, ângulo azimute,
Fonte: Adaptado de [10] irradiação solar e componentes do sistema para simular
a geração de energia ao longo do ano.
F. Estruturas de Fixação
III. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a fixação dos painéis fotovoltaicos no telhado
Para o desenvolvimento deste sistema de
são utilizados suportes galvanizados, específicos para
microgeração de energia solar fotovoltaica foi montado
cada tipo de telha. Nestes suportes, são fixados perfis
um protótipo com equipamentos disponíveis no
galvanizados e grampos, para sustentação e travamento
mercado homologados pelo INMETRO.
dos painéis. Estas estruturas, ilustradas na Figura 5, são
Foram utilizados os módulos fotovoltaicos da empresa
importantes por manterem os painéis fixos e evitar que
Globo Brasil no protótipo e no projeto, pois sua
se movam com a ação do tempo.
localização é em Valinhos, facilitando o acesso aos seus
Figura 5 – Estruturas de fixação: suporte, perfil e grampo produtos e baixo custo de frete.

A. Recursos do protótipo

O módulo fotovoltaico utilizado foi de silício


policristalino de 60 células, da marca Globo Brasil,
modelo GBR265p, tamanho 1640 x 990 x 40mm,
potência 265Wp e eficiência energética de 16,40%,
como representado na Figura 6. A escolha deste módulo
deve-se ao fato de que, de acordo com o fabricante, entre
Fonte: Adaptado de [9]
os módulos de 60 células este é o que apresenta melhor
eficiência. Outro fator que limitou a escolha foi a
G. Medidor de energia
diferença de valor e a dificuldade de transporte para os
testes do módulo fotovoltaico de 72 células.
O medidor de energia é um dispositivo capaz de medir
a energia ativa que flui sobre ele. É instalado na entrada
Figura 6 – Painel Solar Modelo GBR265p
de todas as instalações elétricas, com o objetivo de medir
a energia consumida no local, em kWh, seguindo o
padrão de cobrança da distribuidora. No mercado, é
possível encontrar medidores de energia nos modelos
digital e analógico.
Para a instalação de um sistema de microgeração
conectado à rede é necessário que o medidor de energia
seja bidirecional, ou seja, este medidor é capaz de medir
a quantidade de energia que foi consumida da rede
elétrica, e a quantidade que foi fornecida pelo sistema.
O custo da troca do sistema de medição em unidades Fonte: Acervo do autor
consumidoras com microgeração distribuída fica a cargo
da CPFL [5]. Optou-se pelo uso de micro inversor, devido ao fato do
protótipo ser composto de um modulo fotovoltaico. Foi
H. Quadro Geral de Baixa Tensão escolhido o micro inversor da marca Hoymiles, modelo
MI-250, potência máxima de 310W, com eficiência de
O quadro geral de baixa tensão (QGBT) é responsável 96%, tensão nominal 220Vac e MPPT range 27~48V,
pela conexão do inversor com a rede elétrica. Os representado na Figura 7. Este modelo foi selecionado
dispositivos utilizados para montagem do quadro e seu por sua compatibilidade com este painel solar e por ser
dimensionamento são semelhantes aos utilizados em o de menor custo na data da compra, 11 de setembro de
instalações de baixa tensão. Neste quadro também é feita 2017.
a conexão do aterramento entre o circuito fotovoltaico e
a rede elétrica.

FERRARO, L.C.; MIYOSHI, J.


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Figura 7 – Micro Inversor Hoymiles MI-250 A partir disso, foi realizada a conexão do painel solar
ao micro inversor, este conectado ao QGBT, sendo todo
o sistema conectado a uma tomada 220V, ilustrado na
Figura 10.

Figura 10 – Ilustração do protótipo montado

Fonte: Acervo do autor


Fonte: Acervo do autor
Para melhor acompanhamento da geração e coleta de
dados, foi instalado um medidor de tensão, corrente, Depois da montagem do protótipo, realizou-se a
potência instantânea e energia ativa. A tensão de verificação do seu funcionamento, através de testes
operação desse medidor é de 90~250V e a corrente é de simples. O modulo fotovoltaico foi posicionado no chão,
0~100A. voltado para o norte, com inclinação de 18°, como
Também foi utilizada uma caixa de distribuição em demonstrado na Figura 11, simulando aproximadamente
PVC de sobrepor, um disjuntor Steck bipolar de 10A, o posicionamento da instalação no telhado.
padrão DIN e um par de DPS, de 15kA/275V, padrão
DIN. Figura 11 – Protótipo montado ligado na energia e exposto ao sol.

B. Método do Protótipo

A construção do protótipo foi iniciada através da


criação do esquema elétrico, que está representado na
Figura 8. O esquema elétrico do quadro de distribuição
foi feito pensando na segurança do sistema e
implementação do medidor.

Figura 8 – Esquema elétrico do protótipo Fonte: Acervo do autor

No Teste de verificação 1, foi realizado a aplicação de


materiais como folhas ou papelão em diferentes
posições para analisar o efeito da sombra na geração de
energia. No Teste de verificação 2, realizou-se o
desligamento repentino do sistema para verificação da
Fonte: Acervo do autor
proteção Anti-ilhamento do inversor.
Após os testes preliminares, o modulo fotovoltaico foi
Com o esquema elétrico em mãos, foram adquiridos os desconectado do sistema para a realização de algumas
componentes e iniciada a montagem do QGBT, medições feitas diretamente no mesmo. Assim, no Teste
representado na Figura 9, composto pela caixa de de verificação 3, foi colocado um multímetro nos
distribuição, disjuntor, medidor, dois DPS, dois prensa terminais de saída com o módulo ainda exposto ao sol,
cabo de 1/2”, plugue macho 2P+T 10A e cabo flexível na mesma posição relatada anteriormente, como
PP 3x1,5mm. representado na Figura 12.

Figura 12 – Teste de verificação 3


Figura 9 – Quadro geral de distribuição montado

Fonte: Acervo do autor

Fonte: Acervo do autor

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O teste seguinte, Teste de Potência, teve como objetivo O teste foi realizado no período das 09h00 às 15h30
coletar os dados de geração de energia ao longo do dia (GMT-3), por ser o horário disponibilizado pelo
em duas localidades diferentes. estabelecimento, onde foram anotados os valores
A primeira parte do teste foi realizada na cidade de apresentados no medidor a cada trinta minutos.
Paulínia - SP, no endereço Rua dos Imigrantes, 886 – A segunda etapa do Teste de Potência, foi realizada
Parque da Figueira. Realizado no dia 19 de setembro de na cidade Valinhos – SP, no endereço Rua Barão do Rio
2017, a previsão do tempo as 09h00 era de 25°C e dia Branco, 133 – Vila Independência. No dia 25 de
ensolarado como mostra a Figura 13. setembro de 2017, a previsão do tempo as 09h00 era de
21°C e dia ensolarado como mostra a Figura 16.
Figura 13 – Previsão do tempo para Paulínia – SP no dia 19 de
setembro de 2017. Figura 16 – Previsão do tempo para Valinhos – SP no dia 25 de
setembro de 2017

Fonte: Adaptado de [11]


Fonte: Adaptado de [11]

O modulo fotovoltaico foi posicionado em local sem O teste foi realizado no período das 05h30 às 18h30
incidência de sombra, com a face voltada para o norte e (GMT-3), onde foram anotados os valores apresentados
inclinação em relação ao solo de 22°, reproduzindo a no medidor a cada trinta minutos.
inclinação do telhado na planta de Valinhos – SP, Neste caso, foi feita a instalação do módulo
representado na Figura 14. O QGBT foi posicionado na fotovoltaico no telhado de forma definitiva, como
sombra em conjunto a um relógio, como demonstrado representado na Figura 17. Desta forma, todos os testes
na Figura 15. citados a seguir utilizaram este posicionamento.
Primeiramente, foram instaladas as estruturas de
Figura 14 –Modulo fotovoltaico e micro inversor posicionados em
Paulínia – SP fixação no telhado da residência. Em seguida, foi
realizada a fixação do micro inversor e do modulo
fotovoltaico nessas estruturas, finalizando com o
posicionamento do QGBT na sombra, em conjunto a um
relógio, demonstrado na Figura 18.

Figura 17 – Fixação do modulo fotovoltaico na estrutura

Fonte: Acervo do autor

Figura 15 – QGBT e relógio com medidor de temperatura digital


durante os testes

Fonte: Acervo do autor

Figura 18 – QGBT posicionado no local definitivo

Fonte: Acervo do autor


Fonte: Acervo do autor

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Com o protótipo fixado, foi feita a terceira etapa do 𝐺𝑑 = 𝐺𝐻𝐼 × 𝐴 × 𝜂𝑝 (1)
teste. No dia 25 de outubro de 2017, a previsão do tempo onde:
as 09h00 era de 24°C e dia ensolarado como mostra a 𝐺𝑑 é a geração diária de uma placa PV (kWh)
Figura 19. 𝐺𝐻𝐼 é Global Horizontal Irradiance (kWh/m²/dia)
𝐴 é a área da superfície da placa PV (m²)
Figura 19 – Previsão do tempo para Valinhos – SP no dia 25 de 𝜂𝑝 é a eficiência do painel solar (%)
outubro de 2017

Esta equação foi utilizada como a base do raciocínio


para os cálculos, dando origem às equações utilizadas no
projeto.
No site Swera (Solar and Wind Energy Resource
Assessment), que reúne informações, de forma gratuita,
de energia solar e eólica, obtidas por organizações
internacionais como o INPE (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais), foram coletados os dados de
Global Horizontal Irradiance (GHI) mensais e anual
Fonte: Adaptado de [11].
para o endereço da planta escolhida para o projeto.
Esses dados, junto aos valores de eficiência da placa
O período analisado foi das 06h00 ás 19h30, que nesta PV e eficiência do micro inversor foram utilizados para
data encontrava-se no horário de verão (GMT-2). Para a calcular a área mínima necessária no telhado para a
análise dos dados das três etapas em conjunto, todos os instalação do projeto, comprovando a possibilidade da
horários foram considerados em GMT-3. construção do mesmo para essa planta, através da
O Teste de Energia teve como objetivo registrar a Equação 2.
geração diária do protótipo instalado, para assim reunir
𝐶𝑎
dados mais detalhados para avaliação e analise do 𝐴𝑚 =
projeto de microgeração utilizando energia solar 𝐺𝐻𝐼 × 365 × ηp × ηi (2)
fotovoltaica nessa planta. O teste foi executado no
período de 25 de setembro de 2017 à 25 de outubro de onde:
2017. 𝐴𝑚 é a área mínima necessária no telhado (m²)
𝐶𝑎 é o consumo de energia anual da residência (kWh)
C. Recursos e Métodos do Projeto ηi é a eficiência do inversor (%)

Primeiramente, foi realizado um levantamento do Depois, com a definição de setores no telhado


perfil de consumo de energia anual da residência (Ca), baseados em seu formato arquitetônico, conforme
para realizar uma triagem inicial do projeto, garantindo ilustrado na Figura 20, realizou-se uma pesquisa de
se o mesmo se encaixa na categoria de micro ou de disponibilidade de área, analisando quais setores
minigeração de energia, e assim traçar a melhor comportam a quantidade necessária de módulos
abordagem para o cliente e para o projeto em si. O fotovoltaicos.
levantamento foi feito através da análise da conta de
Figura 20 – Setores do telhado e Azimute de cada lado
energia da CPFL, que mostra o histórico do consumo
mensal dos últimos 12 meses. A somatória deste
histórico nos leva ao consumo anual.
Ainda na análise da conta de energia da CPFL, foi
possível observar a classificação da casa entre
monofásico, bifásico ou trifásico, o que é um ponto
importante na escolha do micro inversor, pois sua tensão
de saída e número de fases deve ser compatível com a
classificação. A ANEEL define um valor de consumo
mínimo diferente para cada uma dessas classificações, o Fonte: Acervo do autor
que será levado em conta nos cálculos do projeto.
Existe mais de uma maneira para fazer o cálculo do O ângulo Azimute foi encontrado através da utilização
projeto de sistemas fotovoltaicos, isso varia conforme as de uma bússola digital, que foi posicionada na mesma
informações disponíveis para o projetista. Um dos direção do telhado da casa, como é possível observar na
métodos que pode ser utilizado é o método da insolação, Figura 21.
que afirma que a energia produzida pelo módulo
fotovoltaico pode ser calculada através da Equação 1
[3].

FERRARO, L.C.; MIYOSHI, J.


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Figura 21 – Bússola utilizada para medir o Azimute Figura 24 – Simulação de sombreamento no Software SketchUp,
destaque para vegetação

Fonte: Acervo do autor

Inicialmente, o foco estava voltado para encontrar o


Fonte: Acervo do autor valor de geração diária de uma placa em cada mês neste
local. Para isso foi utilizada a Equação 3:
Para calcular o ângulo de inclinação do telhado, foram
feitas as medidas de duas arestas, com o auxílio de uma 𝐺𝑑 = 𝐺𝐻𝐼 × 𝐴 × 𝜂𝑝 × 𝜂𝑖 × 𝜂𝑎𝑖 (3)
trena, conforme ilustrado na Figura 22.
onde 𝜂𝑎𝑖 é a eficiência por Azimute e inclinação (%)
Figura 22 – Ângulo do telhado
Quando feito este cálculo, foi observado uma
diferença entre a geração diária real, encontrada através
do protótipo, e a calculada. Essa diferença acontece
devido à dificuldade em calcular as perdas do sistema.
Assim, a diferença foi quantificada para calcular a
geração diária com maior precisão, chegando ao fator de
correção.
Foram então realizados os cálculos a seguir para todos
os painéis da Globo Brasil a fim de definir o melhor
Fonte: Acervo do autor
custo para o projeto. A Equação 4 busca encontrar a
geração diária corrigida.
Com a localização geográfica, ângulo Azimute e
inclinação do telhado inseridos no Software PVsyst, foi
𝐺𝑑𝑐 = 𝐺𝐻𝐼 × 𝐴 × 𝜂𝑝 × 𝜂𝑖 × 𝜂𝑎𝑖
determinado o melhor setor de posicionamento dos
× 𝐹𝑐 (4)
módulos fotovoltaicos. Possibilitando também a análise
da eficiência em relação ao posicionamento ideal, ou
onde:
Eficiência por Azimute e inclinação.
Foram aplicadas as dimensões da casa e prédios 𝐺𝑑𝑐 é a geração diária corrigida (kWh)
vizinhos no Software SketchUp, tendo como objetivo 𝐹𝑐 é o fator de correção (%)
encontrar o local ideal no setor selecionado através da
simulação de sombreamento ao longo do ano, O valor encontrado de geração diária corrigida foi
demonstrado na Figura 23. multiplicado pela quantidade de dias de cada mês para
obter a geração anual de cada módulo.
Figura 23 – Imagem aérea da simulação de sombreamento no Tento em vista que agora obteve-se o valor de geração
Software SketchUp anual de cada módulo e o valor de consumo anual da
residência, é possível chegar a quantidade de módulos
necessárias, através da Equação (5):

𝐶𝑎
𝑄= (5)
𝐺𝑎

onde:
𝑄 é a quantidade de módulos
𝐺𝑎 é a geração anual de cada módulo (kWh)

A quantidade de módulos pode resultar em números


Fonte: Acervo do autor decimais, neste caso, é feito um arredondamento para o
próximo número inteiro, caso contrário a geração anual
Para essa simulação também foi considerada a pode ser comprometida.
vegetação ao redor da casa, como ilustrado na Figura 24.

FERRARO, L.C.; MIYOSHI, J.


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Com isto, foi possível calcular a potência do sistema, IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES
conforme a Equação (6).
A construção do projeto de microgeração de energia
solar fotovoltaica foi baseada na união dos resultados
𝑃 = 𝑄 × 𝑃𝑚 (6)
recolhidos com o protótipo e das informações adquiridas
através da pesquisa feita para este artigo.
onde:
Conforme citado anteriormente, primeiro foram
𝑃 é a potência do sistema (W)
realizados testes para a comprovação do funcionamento
𝑃𝑚 é a potência do modulo fotovoltaico (W)
do sistema. No Teste de verificação 1, notou-se que
qualquer sombra sobre o módulo fotovoltaico,
Depois, para determinar a corrente máxima é utilizado
independentemente da quantidade de células afetadas,
o valor da tensão de saída do inversor, conforme a
causa grande perturbação na geração de energia elétrica.
Equação (7). Deste modo é possível dimensionar os
No entanto, mesmo com sombra, o sistema ainda
cabos e disjuntor necessários para o projeto.
apresenta geração.
𝑃 No Teste de verificação 2 foi observado que assim que
𝐼𝑚𝑎𝑥 = a referência da rede é retirada, o micro inversor sessa a
𝑉 (7)
geração imediatamente. E que ao receber referência da
rede, o micro inversor demora 40 segundos para
onde:
começar a injetar corrente na rede, tendo seu aumento
𝐼𝑚𝑎𝑥 é a corrente máxima (A)
de forma gradativa.
V é a tensão de saída do inversor (V)
Já no Teste de verificação 3 mediu-se 30,5Vdc nos
terminais de saída do painel, confirmando o
Após isto, foi feita uma simulação da geração anual do
funcionamento do módulo fotovoltaico.
sistema e de valores de projeto. A geração anual do
Após isto, foram iniciados os testes específicos. O
sistema foi baseada na Equação (8), já a análise de
Teste de Potência mostrou que a geração de energia
valores do projeto foi feita com o valor dos principais
fotovoltaica sofre variação constante durante o dia, pois
componentes do sistema.
sua potência instantânea está diretamente ligada ao
posicionamento do sol e condições climáticas.
𝐺𝑠 = 𝐺𝑎 × 𝑄 (8)
Nos momentos em que houve nuvens encobrindo o
sol, foi possível observar irregularidades em ambas as
onde:
localizações, um exemplo claro pode ser visto no
Gs é a geração anual do sistema (kWh)
Gráfico 3, na curva de Valinhos 25/09 ás 08h30. Outro
ponto observado na curva de Valinhos 25/09, foi que ás
Com esses cálculos em mãos foi decidido qual modelo
15h30 a sombra do prédio vizinho começou a cobrir o
de modulo fotovoltaico oferece o melhor custo benefício
módulo, o que não ocorre na curva de Valinhos 25/10
para o cliente.
devido a mudança no posicionamento do sol.
O item seguinte a ser escolhido é o inversor grid-tie.
Neste projeto optou-se pelo uso do micro inversor por Gráfico 3 – Geração de energia ao longo do dia
apresentar vantagens como: o efeito do sombreamento
não afeta o sistema inteiro; em caso de queima ou defeito 240,0
220,0
200,0
em um micro inversor, não se perde a geração total; a 180,0
160,0
proximidade do modulo torna desnecessário a 140,0
120,0
montagem do circuito em corrente contínua e altas 100,0
80,0
tensões, favorecendo a segurança do sistema; e a 60,0
40,0
facilidade de expansão, sem precisar interferir no 20,0
0,0
sistema já instalado. Tendo todos os componentes
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00

definidos, foi possível montar o esquema elétrico do


projeto.
Depois foi calculado o valor economizado por ano Valinhos 25/10 (W) Valinhos 25/09 (W)
através de uma projeção do consumo versus geração Paulínia 19/09 (W)
mensal. Desta forma, foi possível calcular em quanto
tempo o valor economizado se iguala ao valor investido Fonte: Acervo do autor
na implementação do sistema, resultando no tempo de
payback. Durante o teste foi observado que a curva de potência
O último passo do projeto foi analisar o período de instantânea tem o formato de uma parábola. Este
garantia dos principais itens do sistema, seu tempo de formato é sempre o mesmo, apesar do seu deslocamento
vida útil, e assim, estimar o tempo necessário para a nos horários e variação da largura da curva ao longo do
verificação do funcionamento. ano.
Durante o teste, em Valinhos 25/09 foi possível
observar que o período das 08h00 ás 15h30 representou

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94% da geração neste dia e em Valinhos 25/10 este Com os dados recolhidos do protótipo analisados,
período representou 89% da geração. iniciou-se o desenvolvimento do projeto.
Um ponto em comum encontrado entre todas as etapas Como dito anteriormente, o primeiro passo foi definir
foi que a diferença do valor de potência máxima não a geração necessária anual. Para isto foram coletados os
superou 5%. Os valores encontrados foram 213W em dados de consumo de energia elétrica da residência dos
Paulínia 19/09, 216,6W em Valinhos 25/09 e 223,3W últimos doze meses, representados na Tabela 4.
em Valinhos 25/10. Mesmo com a distância de 26Km
entre as localidades e a diferença de dias entre os testes, Tabela 4 – Histórico de consumo de energia da residência
foi comprovada a eficácia e funcionamento do sistema Mês / Ano Consumo (kWh)
apesar de pequenas variações. out-16 249
No Teste de Energia observou-se que a melhor nov-16 239
dez-16 245
condição de geração é em dias de céu aberto e vento jan-17 231
constante, onde foram registrados picos de geração de fev-17 240
1,8kWh/dia. Em dias nublados a geração sofreu perda mar-17 242
significativa de aproximadamente 52%, já nos dias abr-17 230
mai-17 279
chuvosos a perda foi de aproximadamente 75%. O jun-17 288
Gráfico 4 representa a geração diária no período de 25 jul-17 330
de setembro a 25 de outubro de 2017. ago-17 264
Com os dados recolhidos foi calculada a média de set-17 276
Fonte: Acervo do autor
geração diária dos meses de setembro e outubro, como
demonstrado na Tabela 2.
Totalizando um consumo anual de 3113kWh, o que se
Tabela 2 – Média de geração diária encaixa nos padrões de microgeração solar fotovoltaica.
Conforme a conta da CPFL sua classificação é como B1
Mês Gmedido (kWh)
Setembro 1,206 Residencial – Bifásico 220/127V, o que define o
Outubro 1,209 consumo mínimo obrigatório de 50kWh/mês. Foi
Fonte: Acervo do autor escolhido então para o projeto o micro inversor de 220V.
No site Swera foram obtidos os seguintes dados de
Outro dado relevante é que a conta de energia de outubro GHI, demonstrados na Tabela 5.
teve a medição realizada no dia 09 de outubro. Até
então, o protótipo havia totalizado 15 dias instalado e Tabela 5 – Swera GHI INPE
um total de 16,2kWh gerado. Este e outros fatores de Mês / Ano GHI INPE (kWh/m²/dia)
out-16 6,87
consumo resultaram no valor de conta de energia mais
nov-16 6,23
baixo no período estudado. A Tabela 3 representa a dez-16 5,32
comparação entre outubro de 2016 e outubro de 2017. jan-17 5,21
fev-17 4,46
Tabela 3 – Consumo em outubro mar-17 3,19
abr-17 4,19
Mês / Ano Consumo (kWh) mai-17 4,66
Outubro - 16 249 jun-17 5,56
Outubro - 17 217 jul-17 6,74
Fonte: Acervo do autor ago-17 6,57
set-17 5,91
Fonte: Acervo do autor

Gráfico 4 – Geração diária


2000

1500

1000

500

0
25/09/2017
26/09/2017
27/09/2017
28/09/2017
29/09/2017
30/09/2017
01/10/2017
02/10/2017
03/10/2017
04/10/2017
05/10/2017
06/10/2017
07/10/2017
08/10/2017
09/10/2017
10/10/2017
11/10/2017
12/10/2017
13/10/2017
14/10/2017
15/10/2017
16/10/2017
17/10/2017
18/10/2017
19/10/2017
20/10/2017
21/10/2017
22/10/2017
23/10/2017
24/10/2017
25/10/2017

Ensolarado (Wh) Nublado (Wh) Chuvoso (Wh)

Fonte: Acervo do autor

FERRARO, L.C.; MIYOSHI, J.


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Com o valor de GHI anual, foi calculado que a área Figura 27 – Simulação de inclinação 22° e Azimute -122° no Software
PVsyst
mínima necessária no telhado é de 10,20m². Assim, foi
possível excluir os setores A2, A3, A5, A6 e A7 por não
possuírem espaço suficiente.
Pelo PVsyst foi possível analisar que a inclinação do
telhado de 22° está na faixa ideal para esta localidade, e
o ângulo Azimute deveria ser o mais próximo de 0° Norte
possível, como observado na Figura 25.

Figura 25 – Simulação de inclinação 22° e Azimute 0° no Software


PVsyst

Fonte: Acervo do autor

Como a sombra é um fator de grande influência na


geração fotovoltaica, o setor A1 foi dividido em parte D
e E, conforme na Figura 28, para o estudo do
sombreamento.

Figura 28 – Setor A1 dividido

Fonte: Acervo do autor

É possível notar que o setor A1 está mais próximo do


Norte que o A4, contudo ambos foram simulados no
PVsyst para comparação da perda por Azimute e
inclinação. O setor A1 apresentou perda de 3,4% e o setor Fonte: Acervo do autor
A4 perda de 15,3%, como observamos na Figura 26 e na
Figura 27. Por este fator foi definido o setor A1 para a No SketchUp foi realizada uma simulação de
instalação do projeto. sombreamento em todos os meses do ano, em três
horários diferentes, 08h00, 12h00 e 15h30, definidos com
Figura 26 – Simulação de inclinação 22° e Azimute 58° no Software base nos dados recolhidos no protótipo. As 12h00 não foi
PVsyst encontrada sombra significativa em nenhuma região do
setor A1. A Figura 29 mostra a simulação de
sombreamento no mês de agosto ás 08h00, onde a sombra
de uma arvore cobre totalmente a região D.

Figura 29 – Simulação de sombreamento no Software SketchUp

Fonte: Acervo do autor

Fonte: Acervo do autor

FERRARO, L.C.; MIYOSHI, J.


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Para a análise, foi adotado: 0 = Sem sombra, 5 = Na Tabela 10 está representado para cada modelo, a
Sombra parcial, 10 = Sombra total, conforme a Tabela 6. quantidade de módulos, a potência e a corrente máxima
do sistema.
Tabela 6 – Resultados da simulação de sombreamento
Mês D - 08h00 E - 08h00 D-15h30 E-15h30 Tabela 10 – Quantidade x potência x corrente máxima
jan 5 0 0 0 Mês Quantidade Potência (W) Corrente (A)
fev 5 0 0 0 GBR250p 9 2250 10,23
mar 5 0 0 0 GBR255p 9 2295 10,43
abr 5 0 0 0 GBR260p 9 2340 10,64
mai 10 0 0 5 GBR265p 8 2120 9,64
jun 10 0 0 0 GBR305p 7 2135 9,70
jul 10 0 0 0 GBR310p 7 2170 9,86
ago 10 0 0 0 Fonte: Acervo do autor
set 10 0 0 5
out 5 0 0 0
nov 5 0 0 0 Assim, foi definida a utilização de disjuntor de 15A
dez 5 0 0 0 bipolar e cabos de 2,5mm², possibilitando expansões
Fonte: Acervo do autor futuras. Após isto, foi feita uma comparação de valores
de projeto e geração anual para cada modelo de módulo
Com base nestes dados foi definida a região E para a fotovoltaico.
instalação do sistema. Optou-se pela utilização de dois modelos de micro
Iniciou-se o dimensionamento do sistema calculando a inversor, sendo ambos basicamente iguais, com a
geração diária de um módulo, resultando na Tabela 7. principal diferença de que o modelo MI-500 comporta
dois módulos simultâneos e o modelo MI-250 comporta
Tabela 7 – Geração diária de um módulo ao longo dos meses
um módulo. Portanto, a análise de valores do projeto
Mês Gd (kWh) levou em consideração que utilizar um MI-500 tem
Janeiro 1,70 menor custo do que dois MI-250.
Fevereiro 1,55
Março 1,32 Toda análise de custos presentes neste artigo foi
Abril 1,29 baseada nos valores disponíveis no mercado em outubro
Maio 1,11 de 2017.
Junho 0,79 Incluiu-se, o valor dos módulos disponíveis na
Julho 1,04
Agosto 1,16 empresa Globo Brasil, as estruturas de fixação, o
Setembro 1,38 disjuntor e os cabos, representados na Tabela 11.
Outubro 1,67
Novembro 1,63 Tabela 11 – Custo e geração do sistema para cada modelo
Dezembro 1,47 Modelo Custo Total Gs (kWh)
Fonte: Acervo do autor GBR250p R$11.111,26 3301,25
GBR255p R$11.225,56 3367,75
A Tabela 8 representa o cálculo da diferença entre a GBR260p R$11.339,86 3442,82
geração diária calculada e a real, chegando ao fator de GBR265p R$10.059,02 3127,02
GBR305p R$9.670,15 3114,48
correção. GBR310p R$9.759,05 3173,99
Fonte: Acervo do autor
Tabela 8 – Diferença entre a geração diária calculada e a real
Mês Gd (kWh) Gmedido (kWh) Fc (%) Com estes cálculos, foi decidido utilizar o sistema com
Setembro 1,38 1,206 87% painéis modelo GBP310p, demonstrado na Tabela 12,
Outubro 1,67 1,209 72%
por oferecer o melhor custo benefício para o cliente.
Fonte: Acervo do autor
Tabela 12 – Componentes do sistema
Com isto, temos que o valor calculado tem uma média Item Quantidade Valor Total
de 20% de diferença em relação ao valor real. Assim, foi GBR310p 7 R$787,45 R$5.512,15
possível calcular a geração diária corrigida e a geração MI-500 3 R$965,00 R$2.895,00
anual para todos os módulos fotovoltaicos, como MI-250 1 R$594,00 R$594,00
Grampo 8 R$8,00 R$128,00
demonstrado na Tabela 9. Barra 4,2m 4 R$72,00 R$288,00
Suporte Telha 14 R$20,00 R$280,00
Tabela 9 – Geração anual para cada módulo Disjuntor 15ª 1 R$31,90 R$31,90
Painel PV Ga (kWh) Cabo 2,5mm 60 R$0,50 R$30,00
GBR250p 366,81 Total R$9.759,05
GBR255p 374,19 Fonte: Acervo do autor
GBR260p 382,54
GBR265p 390,88 Na Figura 30, é possível observar o esquema elétrico
GBR305p 444,93
GBR310p 453,43
do projeto.
Fonte: Acervo do autor

FERRARO, L.C.; MIYOSHI, J.


Microgeração de energia solar fotovoltaica em uma planta
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Figura 30 – Esquema elétrico do projeto
Na Tabela 13, é possível visualizar o tempo de
payback do projeto considerando os valores de energia
em outubro de 2017. Sendo a instalação do sistema em
janeiro, a conta ficará sempre no valor mínimo de
R$25,00 (este valor pode sofrer variações dependendo da
localidade, bandeiras tarifárias e inflação), exceto no mês
de julho do primeiro ano, onde a conta de energia será de
111,97kWh. Deste modo, o cliente tem seu retorno de
investimento em aproximadamente 5,5 anos.

Tabela 13 – Tempo de payback do sistema


Mês Gd (kWh) Economizado
Fonte: Acervo do autor Ano 1 R$1.715,42 R$ 1.715,42
Ano 2 R$1.750,42 R$ 3.465,84
Ano 3 R$1.750,42 R$ 5.216,26
O Gráfico 5 representa a relação entre geração e Ano 4 R$1.750,42 R$ 6.966,68
consumo ao longo do ano, onde é possível observar a Ano 5 R$1.750,42 R$ 8.717,10
importância do sistema de compensação de créditos, pois Ano 6 R$1.750,42 R$ 10.467,52
sem ele o sistema precisaria ser superdimensionado para Fonte: Acervo do autor
compensar os meses onde o consumo excede a geração.
O módulo fotovoltaico tem garantia pelo fabricante de
Gráfico 5 – Geração x consumo 25 anos contra degradação maior que 20% da potência
400 nominal, porém estima-se vida útil de 30 a 40 anos. Já o
350 micro inversor possui garantia de 12 anos, podendo
300 chegar à vida útil de 25 anos. Sendo assim, recomenda-
250 se uma verificação do funcionamento do sistema a cada
200 10 anos da instalação.
150 Com base nos testes do protótipo, foi observado que o
100 sistema fotovoltaico é simples e funcional. Sendo assim,
50 não é necessário suprir o consumo anual da planta no
0 projeto inicial. É possível fazer um baixo investimento,
Março

Agosto
Setembro
Janeiro

Maio

Julho

Outubro
Novembro
Dezembro
Fevereiro

Abril

Junho

que resultará na redução da conta de energia, e ao longo


do tempo realizar a ampliação do sistema.
Diante dos resultados obtidos, foi constatado que um
projeto de geração de energia solar fotovoltaica não é
Consumo (kWh) Geração (kWh) universal, ele depende de fatores específicos de cada
planta, como localização, arquitetura, clima da região,
Fonte: Acervo do autor
histórico de consumo e sombreamento.
O projeto deve ser elaborado detalhadamente, levando
Devido ao comportamento de geração e consumo ao também em consideração as possíveis perdas do sistema,
longo do ano, o sistema leva cerca de doze meses para se
o tempo necessário para estabilização e o melhor horário
equilibrar de modo que a conta de energia elétrica se
de geração, pois quanto melhor a otimização do projeto,
mantenha no consumo mínimo, como é possível analisar
menor será o custo do mesmo e o tempo de retorno do
no Gráfico 6.
investimento.
Gráfico 6 – Crédito acumulado mensal nos anos 1 e 2
V. CONCLUSÕES
450
350 Conclui-se que, como a demanda de energia elétrica
250 do país é um fator que tende a aumentar constantemente,
150 a adesão a micro e minigeração distribuída, pode evitar a
50 necessidade de construção de novas usinas, o que traz
-50 benefícios ao meio ambiente, além de reduzir as perdas
-150
de transmissão, por apresentar a geração próxima da
carga.
A energia solar está à disposição de todos e ainda é
pouco explorada. Com a tecnologia atual e aumento do
Ano 1 (kWh) Ano 2 (kWh)
interesse da população, a relação geração de energia
versus custo, viabiliza a exploração deste recurso. Isto
Fonte: Acervo do autor

FERRARO, L.C.; MIYOSHI, J.


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pode ser observado através da análise de payback em [6] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA.
relação ao tempo de vida útil estimado em 25 anos. RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 687, de 24 de nov.
Em caso de instalação inicial de um sistema de 2015.
semelhante ao do protótipo apresentado, o tempo de [7] COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ.
payback é de 7,5 anos. Já no caso do sistema projetado, o GED 15303, 2016.
retorno é em 5,5 anos, demonstrando que, quanto maior [8] SOL CENTRAL ENERGIAS ALTERNATIVA.
o sistema, mais rápido é o payback. Produtos, Curitibanos, SC. Disponível em:
Com base neste artigo, foi possível destacar a <http://www.solcentral.com.br/wp-
importância do estudo de posicionamento dos módulos content/uploads/2015/08/modulo_fotovoltaico.jpg>
fotovoltaicos no telhado. Para isso a análise do Acesso em 03 de abril de 2017.
sombreamento e do ângulo Azimute foram os principais [9] GLOBO BRASIL. Produtos, Valinhos, SP.
fatores a serem considerados. Disponível
Sendo assim, a vida útil do sistema, o retorno em: <http://www.paineisglobobrasil.com.br>.
financeiro em pouco tempo, a contribuição ao meio Acesso em: 11 de out. de 2017.
ambiente e principalmente, a diminuição de um gasto [10] PORAL SOLAR. Micro Inversor Solar Grid Tie.
fixo, são os benefícios de geração de energia solar Disponível em:
fotovoltaica, tanto para pessoa física quanto para <https://www.portalsolar.com.br/micro-inversor-
empresas. solar-grid-tie.html>. Acesso em: 06 de out. de 2017.
[11] The Weather channel. Dissponível em:
REFERÊNCIAS https://weather.com/. Acesso em 25 de out. de 2017.

[1] REIS, L. B.; SILVEIRA, S. Energia Elétrica para o


Desenvolvimento Sustentável. 2. ed., São Paulo:
Universidade de São Paulo, 2001.
[2] TOLMASQUIM, M. T. Geração de Energia
Elétrica o Brasil. Rio de Janeiro: Interciência, 2005.
[3] VILLALVA, M. G. Energia Solar Fotovoltaica:
Conceitose Aplicações. 2. ed., São Paulo: Érica,
2015.
[4] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA.
A ANEEL. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/a-aneel>. Acesso em: 12
de out. de 2017.
[5] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA.
RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 482, de 17 de
abril de 2012.

FERRARO, L.C.; MIYOSHI, J.


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