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Abstract:This article, by the deductive method is scoped present, not exauriente way, the
development and conceptualization of Bioethics and Biolaw as means of protection of
fundamental rights, as over time on various forms of human knowledge and new implanted
biotechnological techniques, which were presented to the beneficial form of society and less
overwhelming time, remaining - needed fields of study that sought to protect individuals and
their rights, emerging then, Bioethics and Biolaw, both with the main objective to take care of
INTRODUÇÃO
A sociedade moderna assistiu nas últimas décadas a um progresso tecnológico jamais
imaginado, com a divulgação de novos avanços científicos e tecnológicos no campo
biomédico, o que causou um grande impacto na vida dos seres humanos.
A Bioética possui como objetivo proteger os direitos inerentes à pessoa humana em
face das diversas práticas cientificas e tecnológicas relacionadas ao campo biomédico que
envolve a vida, visto que, ao mesmo tempo que tais avanços apresentam enormes benefícios,
apresentam também riscos potenciais muito perigosos e imprevisíveis, prevenindo assim, que
os profissionais não ultrapassem os limites éticos impostos pelo respeito à pessoa humana e a
sua vida, integridade e dignidade.
O Biodireito, por sua vez, é um campo de estudo que surgiu com a finalidade de
positivação jurídica das normas bioéticas frente aos avanços médicos e biotecnológicos, a
qual tem por finalidade proteger a espécie humana de todas as interferências ligadas à
medicina e a vida, orientando-se pelos direitos fundamentais. Enfim, é um ramo o Direito que
busca intervir no campo das técnicas biomédicas, tanto para legitimá-las, para regulamentá-las
ou para proibi-las.
Nota-se que ambos buscam proteger os seres humanos de todas as práticas danosas
que possam ocorrer diante de procedimentos ligados à área biomédica, um no campo ético e
outro em questões jurídicas, garantindo que os direitos fundamentais inerentes a todos sejam
de menor forma atingidos.
O presente artigo justifica-se visto que, nem sempre é objeto fácil cuidar para que o
progresso tecnológico não invada de maneira prejudicial à vida dos seres humanos,
contribuindo para que seus direitos fundamentais, constitucionalmente garantidos, sejam
menosprezados e abalados. Para que isso não ocorra, surge a Bioética e o Biodireito, com a
finalidade de amenizar os danos causados no campo biomédico em razão do avanço
desordenado da biociência.
Para o desenvolvimento da presente pesquisa, utilizou-se o método dedutivo e o tipo
de pesquisa é a bibliográfica, uma vez que as considerações abordadas foram estudadas em
doutrinas e artigos científicos já existentes acerca do tema, partindo de uma hipótese ampla
para alcançar objetivos específicos que estão principalmente embasados em direitos
constitucionais.
1 BIOÉTICA
O termo “Bio-Ethics” surgiu em 1927, quando o pastor protestante alemão Fritz Jahr,
publicou no periódico Kosmos, um artigo intitulado: “Bio-Ethics: A Review of the Ethical
Relationships of Humans to Animals and Plantas” (Bioética: uma revisão do relacionamento
ético dos humanos em relação aos animais e plantas), ele propôs um “Imperativo Bioético”,
definindo a bioética de forma ampla, ligada as obrigações éticas de todos os seres vivos,
redefinindo as obrigações morais em todas as formas de vida, até mesmo nas não humanas.
No entanto, o termo ganhou evidência somente no ano de 1971, visto o
desencadeamento de inúmeros avanços científicos e tecnológicos no contexto médico, com o
trabalho de Van Rensselaer Potter, bioquímico e pesquisador oncologista americano,
“designando o estudo das condições necessárias para a correta administração das vidas
humanas e animal, bem como da responsabilidade ambiental”. (MALUF, 2013, p.6).
A partir deste momento, na medida em que foram surgindo novos métodos de
investigação científica, a bioética passou a adquirir um caráter multidisciplinar, englobando
outras ciências além da área médica, tais como a psicologia, as ciências sociais, o direito, a
antropologia, a filosofia, a ecologia, a teologia, entre outras.
Com o passar dos anos, começaram a surgir diversos conceitos para o termo, visto o
aperfeiçoamento nos métodos de estudo, a Bioética passou a ser imposta como uma solução
da ética em relação às novas situações decorrentes da ciência no âmbito da saúde e da vida.
Do aspecto terminológico, Bioética é um neologismo, onde “bios” relaciona-se à
vida e “éthos” aos costumes e às formas de comportamento, entendendo-se assim como ética
da vida.
Nesse mesmo sentido, acerca da palavra “bio”, Pessini e Barchifontaine (2005, p.64),
ponderam que:
Exige que levemos seriamente em conta as disciplinas e as implicações do
conhecimento científico, de modo que possamos entender as questões, perceber o
que está em jogo e aprender a avaliar possíveis consequências das descobertas e suas
aplicações.
A Bioética seria, então, a união da ética com as ciências biomédicas, a qual busca
estruturar os códigos de conduta dos profissionais ligados à área da saúde, fazendo que todas
as atividades sejam realizadas dentro das normas éticas e valorativas a pessoa humana,
representando um estudo ligado à interferência humana diante dos avanços tecnológicos e
pesquisas biomédicas na vida e saúde humana.
Nos dizeres de Fabriz (2003, p. 85):
Para Diniz (2001, p. 17), “os bioeticistas devem ter como paradigma o respeito à
dignidade humana, que é o fundamento do Estado Democrático de Direito e o cerne de todo o
ordenamento jurídico”.
Bellino (1997, p. 22- 23), frisa que esta ciência surge com o desenvolvimento de
novas tecnologias:
A bioética tem por finalidade proteger os direitos inerentes a pessoa humana das
novas práticas cientificas associadas à medicina e tecnologia que envolve a vida,
visto que, ao menos tempo que tais avanços apresentam enormes benefícios,
apresentam também riscos potenciais muito perigosos e imprevisíveis, prevenindo
assim, que os profissionais não ultrapassem os limites éticos impostos pelo respeito
à pessoa humana e à sua vida, integridade e dignidade.
Alinhado com Barchifontaine, Diniz (2001, p. 09) aduz que:
A bioética seria então uma nova disciplina que recorreria às ciências biológicas para
melhorar a qualidade de vida do ser humana, permitindo a participação do homem
na evolução biológica e preservando a harmonia universal. Seria a ciência que
garantiria a sobrevivência na Terra, que está em perigo, em virtude de um
descontrolado desconhecimento da tecnologia industrial, do uso indiscriminado de
agrotóxicos, de animais em pesquisas ou experiências biológicas e da sempre
crescente poluição aquática, atmosférica e sonora.
2 BIODIREITO
Nenhum dos avanços científicos do nosso tempo nos atinge mais profundamente do
que o progresso alcançado pela biomedicina. Trata-se da nossa própria vida em sua
intimidade biológica, dos nossos genes que estão sendo transformados em “objeto da
ciência”. Não impedir os avanços das ciências e ao mesmo tempo impor limitações
ao uso das descobertas científicas é o papel do direito.
A partir dai surge o Biodireito como um novo ramo do Direito Público – para fins de
classificação acadêmica -, apresentando como características principais o estudo, análise, e
criação de parâmetros legais inerentes à regulamentação da conduta humana, limitando o
poder de intervenção do homem sobre o próprio homem, estabelecendo critérios de equilíbrio
entre o avanço científico e os direitos fundamentais garantidos a todo ser humano. (MALUF,
2013, p. 16-17).
Neste sentido, aduz Fabriz (2003, p. 288):
O Biodireito surge na esteira dos direitos fundamentais e, nesse sentido, inseparável
deles. O Biodireito contém os direitos morais, relacionados à vida, à dignidade e á
privacidade dos indivíduos, representando a passagem do discurso ético para a
ordem jurídica, não podendo, no entanto, representar “uma simples formalização
jurídica de princípios estabelecidos por um grupo de sábios, ou mesmo proclamado
por um legislador religioso ou moral. O Biodireito pressupõe a elaboração de uma
categoria intermediária, que se materializa nos direitos humano, assegurando os seus
fundamentos racionais e legitimadores.
É um novo ramo do Direito que vem despontando, refere-se aos fatos e eventos que
surgem a partir das pesquisas das ciências da vida; que nascem a partir do aumento
do poder do homem sobre o próprio homem – que acompanha inevitavelmente o
progresso técnico, isto é, o progresso da capacidade do homem de dominar a
natureza e os outros homens – ou criar novas ameaças à liberdade do indivíduo, ou
permitir novos remédios para as suas indigências. Caracteriza-se o Biodireito como
o ramo do direito que trata da teoria, da legislação e da jurisprudência relativas ás
normas reguladoras da conduta humana, em face dos avanços da biologia, da
biotecnologia e da medicina. O Biodireito concede tratamento ao homem não como
ser individual, mas acima de tudo como espécie a ser preservada.
Observa-se, portanto, que o Biodireito deve ser analisado como um ramo do direito o
qual impõe limites entre ciência e a vida, devendo garantir uma proteção das liberdades e dos
direitos fundamentais, buscando uma democracia, uma solução ética jurídica para toda a
coletividade.
Nos dizeres de Ana Laura Vallarelli Gutierres Araujo (2005, p. 111), é de
competência do Biodireito:
Os conflitos a serem discutidos não serão simples conflitos, serão pertinentes da nova
sociedade e, o Biodireito será o intermediador desses conflitos, para permitir a pacificação
dessa nova sociedade que está sendo formada.
Desta forma, observa-se que o Biodireito é uma tentativa de positivação jurídica das
normas bioéticas frente aos avanços médicos e biotecnológicos, a qual tem por finalidade
proteger a espécie humana de todas as interferências ligadas a medicina e a vida, orientando-
se pelos direitos humanos. Enfim, é um ramo o Direito que busca intervir no campo das
técnicas biomédicas, tanto para legitimá-las, para regulamentá-las ou para proibi-las. Seria o
Biodireito fundamentado na Bioética, a resposta jurídica à um fato socialmente reiterado cuja
prática interfere em interesses relevantes.
Assim, conforme Maria Elisa, em seu artigo, relacionando Alexandre Mussoi
Moreira, “o Biodireito estaria mais ligado à aplicação do Direito, constituindo uma ponte
entre a Bioética – fornecedora das normas suplementares e da análise primeira aos fatos que
ensejam a gênese normativa – e o ordenamento jurídico positivo”.
Contudo, o biodireito encontra grandes dificuldades em cumprir sua função,
vivenciando grandes dilemas na tentativa de impor limites às práticas médicas e
biotecnológicas, visto que o sistema jurídico apresenta enorme dificuldade em acompanhar o
progresso tecnológico.
Assim, aduz Maria Elisa (2012):
Com a evolução nas mais diversas áreas da medicina, a qual apresentou soluções e
problemas à sociedade, restou-se necessário o surgimento de regras para controlar a
interferência humana na vida dos seres vivos. A partir dai, temos um termo importante para o
controle dos problemas apresentados, que é o surgimento do Biodireito, que se apresenta
como mecanismo para a preservação da dignidade humana.
No entanto ocorre um grande descompasso entre o biodireito e os avanços da
tecnologia, visto que a medicina e a tecnologia evoluem em de forma mais veloz que o
Direito, de modo que questões relacionadas às inovações nas áreas medicas acabam sendo
julgadas com base na analogia, nos princípios gerais do direito e resoluções do Conselho
Federal de Medicina. (VILLAS-BÔAS, 2012).
Neste sentido, assim como a Bioética, o Biodireito também apresenta princípios
importantes, os quais visam garantir os direitos humanos e a preservar a vida e a moralidade
dos indivíduos perante as novas técnicas biomédicas apresentadas, com a criação de
embasamentos jurídicos para defender os indivíduos dos problemas criados com a
desenvoltura médica, utilizando-se dos princípios como forma de parâmetro para soluções
jurídicas aos problemas encontrados neste ramo.
São diversos os princípios aplicados ao Biodireito, tais como o Princípio da
Autonomia, que diz respeito à autodeterminação e ao respeito da vontade do sujeito de direito;
Princípio da Justiça, buscando a igualdade material e a liberdade garantidora da vontade;
Princípio da Ubiquidade, demonstrando que o tema interfere em qualquer esfera da sociedade,
sendo mais amplo que a própria esfera de interesses individual; Princípio da Cooperação entre
os Povos, unindo os povos, como direito fundamental de terceira dimensão, para que todos os
povos hajam em colaboração e solidariedade, compartilhando as técnicas e avanços da área
em questão; e o Principio da Precaução, reconhecendo a potencialidade do dano em razão do
não conhecimento das conseqüências que poderão ocorrer se utilizada a tecnologia biomédica
de modo desregrado. O Princípio da Precaução garante que medidas prévias de estudo sejam
realizadas antes de buscar o avanço possibilitado pela tecnologia; porém, entre eles se destaca
o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. (MALUF, 2013, p. 18).
O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana apresenta-se como fundamento do
Estado Democrático de Direito e deve servir de base em todo o ordenamento jurídico,
devendo prevalecer diante e de todo e qualquer avanço científico e tecnológico. (DINIZ,
2001, p. 17). Maluf (2013, p. 18) alega que “o referido princípio deve ser sempre observado
nas práticas médicas e biotecnológicas, visando à proteção da vida humana em sua
magnitude”. Para a interpretação da dignidade da pessoa humana, tem-se utilizada sua análise
dimensional. Propõe-se que a dignidade da pessoa humana possua dimensões – biológica,
comunicativa, construtivista, negativa e prestacional – constituindo um conceito amplo, não
fechado e de extrema complexidade por estar enraizado nos interesses existenciais do
individuo (SARLET, 2007, pp. 361-388).
Como se vê, os princípios do Biodireito amparam-se na Bioética e tem por finalidade
uma preservação maior da dignidade da pessoa humana em face das novidades que veem
surgindo no campo médico, buscando a qualquer preço preservar em primeiro plano, de forma
abrangente, a vida humana.
Não é, portanto, por acaso, que a doutrina tem alertado para a heterogeneidade,
ambiguidade e ausência de um consenso na esfera conceitual e terminológica,
inclusive no que diz com o significado e conteúdo de cada termo utilizado, o que
apenas reforça a necessidade de se adotar uma terminologia (e de um correspondente
conceito) única e, além disso, constitucionalmente adequada, no caso, a de direitos
(e garantias) fundamentais.
Silva (2005, p. 178) aduz que para a conceituação de direitos humanos, utilizar a
expressão direitos fundamentais do homem é o método mais adequado, vejamos:
Os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou
seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas
liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez
e nem de uma vez por todas. O que parece fundamental numa época histórica e
numa determinada civilização não é fundamental em outras épocas e em outras
cultuas.
Neste sentido Novelino (2012, p. 403) aduz:
Em uma breve análise observa-se que de um lado tem-se a Bioética, a qual busca
através da ética trazer soluções morais aos problemas apresentados com o avanço da
tecnologia nas áreas da medicina. E de outro lado tem-se o Biodireito, o qual busca
regulamentar as condutas éticas formuladas pela bioética, mantendo a integridade e a
dignidade humana, evitando que os avanços científicos venham a causar danos físicos e
morais ao homem e aos demais seres vivos.
No entanto, os termos se cruzam, caminhando juntos na busca por uma melhor
solução para os problemas encontrados no ramo das ciências biotecnológicas, com o intuito
de controlar as novas técnicas, corrigindo os exageros existentes e caminhando junto com os
direitos humanos.
Nesse sentido, Maria Elisa (VILLAS-BÔAS, 2012) traz em seu artigo uma relação
da bioética e o biodireito como paradigma aos direitos humanos:
A própria denominação Biodireito indica essa disposição de integrar conhecimentos,
ainda que com as dificuldades decorrentes da própria diversidade de naturezas entre
o caráter eminentemente dogmático do Direito e o aspecto mais zetético, filosófico e
questionador da Bioética. Em comum, o cerne semelhante, assentado na defesa da
dignidade humana, e o caráter principiológico que marca a vertente prescritiva da
Bioética e do Direito atual, especialmente sob o prisma dos Direitos Humanos.
Em sua obra, Fabriz cita um ensinamento de Diniz (2001, 306), que diz:
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Ana Laura Vallarelli Gutierres. Biodireito: O Direito Da Vida. Revista dos
Tribunais: São Paulo,v. 51, p. 111, Abr.2005.
DINIZ, Maria Helena. O estado atual do biodireito. São Paulo: Saraiva, 2001.
FERRAZ, Ana Claudia Brandão de Barros Correia. Reprodução Humana Assistida e suas
consequências nas relações de família. Curitiba: Jaruá, 2009.
MALUF, Adriana Caldas do Rego Freitas Dabus. Curso de Bioética e Biodireito. 2ª ed. São
Paulo: Editora Atlas, 2013.
NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 6ª ed. São Paulo: Editora Método, 2012.
PESSINI, Leo; HOSSNE, William Saad.O Imperativo Bioético” – nas origens da palavra
Bioética. Disponível em:
<http://www.saocamilosp.br/novo/publicacoes/publicacaoEditorial.php?ID=60&rev=b>.
Acesso em: 25 ago.2015.
SANTOS, Maria Celeste Cordeiro dos. O equilíbrio do pêndulo: a bioética e a lei. São
Paulo: Editora Icone, 1998.
SILVA, José Afonso da.Curso de Direito Constitucional Positivo. 25ª ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2005.
SOARES, André Marcelo M.; PIÑEIRO, Walter Esteves. Bioetica e Biodireito – Uma
Introdução. 2ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006.