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Marabá/PA
2011
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
COLEGIADO DE QUÍMICA
Marabá/PA
2011
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
COLEGIADO DE QUÍMICA
------------------------------------------------------------------------------
Profª. Drª. Marilene Nunes Oliveira
Colegiado de Química / UFPA/CAMAR – Orientadora
------------------------------------------------------------------------------
Profª. Drª. Joyce Kelly do Rosário da Silva
Colegiado de Química / UFPA/CAMAR - Co-Orientadora
------------------------------------------------------------------------------
Profª. Drª. Simone Yasue Simote Silva
Colegiado de Química / UFPA/CAMAR – Membro
------------------------------------------------------------------------------
Prof. Dr. Sebastião da Cruz Silva
Colegiado de Química / UFPA/CAMAR – Membro
Marabá/PA
2011
3
Dedico este trabalho aos meus tios Antônio Carlos
Aringhieri e Eliene Moreira Aringhieri, que me
deram a oportunidade e todo apoio de poder cursar
uma universidade.
4
AGRADECIMENTOS
5
“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho
original.”
Albert Einstein
6
SUMÁRIO
RESUMO. .................................................................................... 15
1. INTRODUÇÃO. ........................................................................... 16
2. OBJETIVOS. ............................................................................... 30
7
- Teste para Polissacarídeos. ........................................................ 35
8
4.1 ABORDAGEM FITOQUÍMICA. .................................................... 44
5 CONCLUSÃO. ............................................................................ 53
6 REFERÊNCIAS. .......................................................................... 54
9
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS.
BHT 3-terc-butil-4-hidroxitolueno
ºC Graus Celsius
CE 50 Concentração Eficaz para reduzir a 50% à concentração do
radical DPPH
d Densidade
DPPH 1,1-difenil-2-picrildrazila
ERN Espécie reativa de nitrogênio
ERO Espécie reativa de oxigênio
FM Fórmula molecular
g Grama
MA Massa atômica
MeOH Metanol
MM Massa molecular
●
OH Radical hidroxila
p. Página
PE Ponto de ebulição
SUS Sistema único de saúde
TE Trolox equivalente
UV Ultra Violeta
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
11
Figura 18 Extrato concentrado de folhas de noni e solução mãe. ... 37
12
Figura 33 Resultado positivo para cumarina em folhas, sementes
e frutos, respectivamente. ...............................................
47
Figura 34 Resultado positivo para taninos. ......................................
47
Figura 35 Resultado positivo para de esteróides e triterpenóides
nos extratos. ....................................................................
48
Figura 36 Resultado positivo para cumarina em folhas, sementes
e frutos, respectivamente. ..............................................
48
Figura 37 Resultado positivo para flavonóides nas sementes de
noni. ................................................................................. 49
Figura 38 Resultado positivo para flavonóide em frutos de noni. .... 49
Fluxograma 01 Obtenção dos extratos de noni. ....................................... 33
13
LISTA DE TABELAS.
14
RESUMO.
15
1. INTRODUÇÃO.
16
1.2 ESPÉCIE Morinda citrifolia.
17
comercializados na forma de tabletes, chá e suco predominantemente (SU, et al.,
2005).
18
relacionados com a qualidade do solo em que fora cultivada (CHANG-HONG, et
al., 2007), entre outros fatores como, por exemplo, sazonalidade.
Antraquinonas Cumarina
Flavonóides Iridóides
19
1.3 PRINCIPAIS CLASSES DE PRODUTOS NATURAIS.
20
• Flavonóides: são biossintetizados a partir do ácido chiquímico. Os
flavonóides (Figura 05) são representados por 15 átomos de carbono em
seu núcleo fundamental, constituída de duas fenilas ligadas por uma cadeia
de três carbonos entre elas. Os flavonóides de origem natural apresentam-
se freqüentemente oxigenados e um grande número ocorre conjugado com
açucares (aglicona ou genina). Além disso, inúmeras propriedades
biológicas são atribuídas a eles nas plantas. Dentre elas podem-se citar: a
proteção dos vegetais contra a incidência de raios UV e visíveis, além de
proteção contra insetos, fungos, vírus e bactérias, antioxidante, agentes
alelopáticos e inibidores de enzimas (SIMÕES et al., 2007).
21
Figura 06: Estrutura de um tanino.
22
Figura 07: Estrutura de uma catequina.
23
Figura 08: Estrutura de um terpeno e um sesquiterpeno, subclasse dos terpenos.
24
• Saponinas: São heterosídeos do metabolismo secundário vegetal, tendo
propriedades detergentes e surfactantes. São compostos formados por uma
parte hidrofílica e uma parte lipofílica. As saponinas podem ser identificadas
por testes de hemólise sanguínea. Em meio aquoso as saponinas formam
grande quantidade de espuma (afrogênicas). Já em solventes orgânicos
apolares é insolúvel. Elas apresentam sabor acre e amargo e podem
causar desorganização de membranas celulares (SIMÕES et al, 2007),
(Figura 10).
25
que possuem anel heterocíclico com um átomo de nitrogênio e sua
biossíntese se dá através de um aminoácido; Protoalcalóides, átomo de
nitrogênio que se originam de um aminoácido (exemplo: cocaína); e
Pseudo-alcalóides, são derivados de terpenos ou esteróides (SIMÕES et al,
2007), (Figura 11).
26
1.4 ESTRESSE OXIDATIVO.
27
TABELA 01: Exemplos e classificação das principais ERO e ERN.
Espécie Nome Caráter
O2•- Ânion radical superóxido
HO• Radical hidroxila
LOO• Radical peroxila derivado de lipídio
LO • Radical alcoxila derivado de lipídio
R• Radical alquila (derivado de poluentes/drogas)
•
ROO Radical peroxila (derivado de poluentes/drogas) Radicalares
RO• Radical alcoxila (derivado de poluentes/drogas)
NO• Óxido nítrico
ONOO• Peroxinitritos
NO2- Nitritos
H2O2 Peróxido de hidrogênio
1O 2 Oxigênio singleto
HClO Ácido hipocloroso Não-Radicalares
N2O3 Óxido nitroso
HNO 2 Ácido nitroso
28
O método de sequestro do radical DPPH é bastante utilizado para
avaliar a evolução da atividade antioxidante de alimentos, extratos de plantas,
óleos essenciais e substâncias puras. O radical DPPH é bastante estável em
solução alcoólica. Sua forma radicalar recebe facilmente um átomo de hidrogênio
(ou um elétron) abstraído de um substrato e sua coloração muda de violeta para
amarelo. A mudança de coloração do DPPH é estequiométrica em relação ao
número de elétrons capturados (PRAKASH, 2001), (esquema 01).
Violeta Amarelo
29
2. OBJETIVOS.
30
3. MATERIAL E MÉTODOS.
3.1 MATERIAIS.
• Macro moinho de rotor vertical com facas móveis e fixas com diâmetro
máximo de 20 mm. (Marca: DeLeo - Equipamentos Para Laboratório);
31
TABELA 02: Relação de solvente e reagente.
Reagente/solvente FM MM g/mol; PE °C d
PA- A.C. S; ou MA g/cm3
Acetato de Etila CH 3 COOCH 2 CH 3 88,10 77,10 0,897
Ácido ascórbico C6H8O6 176,1 - 1,650
Ácido clorídrico HCl 36,46 48,00 1,180
Ácido sulfúrico H 2 SO 4 98,08 279,6 1,835
Ácido Trifluoroacético C 2 HF 3 O 2 114,0 72,40 1,535
Anidrido acético C4H6O3 102,1 139,8 1,080
Cloreto Férrico FeCl 3 162,2 315,0 2,800
Cloridrato de hidroxilamina - - - -
Clorofórmio CHCl 3 119,38 61,20 1,480
Diclorometano CH 2 Cl 2 84,93 39,80 1, 321
DPPH - - - -
Etanol hidratado (92,8° - C 2 H 5 OH 46,07 88,60 1,212
farmacêutico)
Éter etílico C 2 H 5 OC 2 H 5 74,12 35,00 0,710
Hexano CH 3 (CH 2 ) 4 CH 3 86,18 69,00 0.654
Hidróxido de amônio NH 4 OH 35,04 37,70 0,910
Hidróxido de potássio KOH 56,10 1320 2,040
Hidróxido de sódio NaOH 39,99 1388 2,130
Iodeto de Potássio KI 166,0 1330 3,130
Iodo I 126,9 184,4 4, 940
Magnésio em fita Mg 12,00 1009 1, 738
Metanol CH 3 OH 32,04 64,70 0, 791
Peróxido de hidrogênio H2O2 34,00 141,0 1, 476
Trolox - - - -
Vanilina C8H8O3 152,13 285,0 1, 056
32
3.2 METODOLOGIA.
33
3.2.3 Caracterização Fitoquímica.
Uma solução mãe de cada extrato bruto (folhas, frutos e sementes) foi
preparada com aproximadamente um miligrama destes, diluindo-os em 50 mL de
água destilada (Figuras 12, 13 p.34 e 14 p. 35). A solubilização dos extratos foi
realizada com auxílio de um bastão de vidro. Após este procedimento, foi feito
uma filtração simples. Alíquotas desta solução foram retiradas para a finalização
de testes para identificação de polissacarídeos e taninos.
34
Figura 14: Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe em água
destilada como solvente.
Uma solução mãe de cada extrato bruto (folhas, frutos e sementes) foi
preparada com aproximadamente um miligrama destes, diluindo-os em 50 mL
metanol (Figuras 15, 16 e 17 p. 36). A solubilização dos extratos foi realizada com
auxílio de um bastão de vidro. Após este procedimento, foi feito uma filtração
simples. Alíquotas desta solução foram retiradas para os testes de identificação de
catequinas, flavonóides, sesquiterpelactonas e outras lactonas.
35
Figura 15: Extrato concentrado Figura 16: Extrato concentrado
de folhas de noni e solução de sementes de noni e solução
mãe. mãe.
36
- Teste para Sesquiterpelactonas e outras lactonas.
Uma solução mãe de cada extrato bruto (folhas, frutos e sementes) foi
preparada com aproximadamente um miligrama destes, diluindo-os em 50 mL
clorofórmio (Figuras 18, 19 p.37 e 20 p. 38). A solubilização dos extratos foi
realizada com auxílio de um bastão de vidro. Após este procedimento, foi feito
uma filtração simples. Alíquotas desta solução foram retiradas para testes de
identificação de carotenóides, esteróides e triterpenóides.
37
Figura 20: Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe.
Uma solução mãe de cada extrato bruto (folhas, frutos e sementes) foi
preparada com aproximadamente um miligrama destes, diluindo-os em éter etílico
(figuras 21, 22 e 23 p. 39). A solubilização dos extratos foi realizada com auxílio de
um bastão de vidro. Após este procedimento, foi feito uma filtração simples.
Alíquotas desta solução foram retiradas para testes de identificação de depsídios
e depsidonas, cumarina, alcalóides e purinas.
38
Figura 21: Extrato concentrado Figura 22: Extrato concentrado
de folhas de noni e solução de sementes de noni e solução
mãe. mãe.
39
móvel constituída por uma mistura de solventes (hexano: diclorometano 7:3). A
análise da cromatoplaca foi feita por exposição à luz ultravioleta com λ = 365nm e
o aparecimento de uma mancha azulada na placa, acima da mancha do extrato,
indicaria a presença de cumarina.
Uma solução mãe de cada extrato bruto (folhas, sementes e frutos) foi
preparada com aproximadamente um miligrama destes, diluindo-os em 50 ml
etanol hidratado 80%. A solubilização dos extratos foi realizada com auxílio de um
bastão de vidro. Após este procedimento, foi realizada uma filtração simples.
Alíquotas desta solução foram retiradas para a realização de testes para
identificação de saponinas.
40
3.2.4 Testes Segundo Matos (1997).
41
escuro de tonalidade azul indicaria a presença de taninos pirogálicos (taninos
hidrolisáveis) e verde, revelaria a presença de taninos flababênicos (taninos
condensados ou catéquicos).
Cor em Meio
Constituintes
Ácido(3) Alcalino(8,5) Alcalino(11)
42
3.3 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE.
43
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES.
A partir das folhas, frutos e sementes de noni foram obtidos 36,1 g, 196,7 g
e 38,6 g de extratos, os rendimentos dos extratos equivalem a 19,9 %, 48,4% e
13,5%, respectivamente.
44
Utilizando água destilada foi observado resultado positivo para saponina
(Figura 29 ).
45
4.3 CARACTERIZAÇÕES FITOQUÍMICA DOS FRUTOS DE Morinda citrifolia
SEGUNDO BARBOSA 2004, MATOS 1997 E COSTA 2004.
46
Figura 33: Resultado positivo para cumarina em folhas, sementes e frutos,
respectivamente.
47
Figura 35: Resultado positivo para de esteróides e triterpenóides nos extratos.
48
Figura 37: Resultado positivo para Figura 38: resultado positivo para
49
TABELA 04: Resultado fitoquímico para folhas, frutos e sementes,
respectivamente.
Carotenóides
Saponina
cumarina
Taninos
Esteróides e triterpenóides
Frutos Saponina
Cumarina
Flavonóides
Taninos
Cumarina
flavonóides
50
4.6 – TESTES ANTIOXIDANTES.
Os extratos das folhas e frutos do noni não reagiram com o radical DPPH. A
curva de inibição do extrato das sementes (gráfico 01 p.52) foi preparada em uma
faixa de concentração de 50,0 µg.mL-1 a 200,0 µg.mL-1 com inibição de 36,8% a
81,8% obedecendo um modelo linear (R2 = 0, 95; P < 0,05); a equação da reta
obtida (y = 0,29x + 26,35) foi utilizada para expressar os resultados da atividade
antioxidante em termos de CE 50 (tabela 05 pg. 52).
51
Gráfico 01: Curvas de concentração dos extratos versus inibição do radical
DPPH.
TABELA 05: Atividade de seqüestro do radical DPPH para os extratos do noni.
Valores de inibição e CE 50 para as amostras.
52
5- CONCLUSÃO.
A partir das folhas, frutos e sementes de Morinda citrifolia foram obtidos três
extratos por percolação exaustiva utilizando álcool etílico 92,8 %, todos os extratos
foram submetidos a uma abordagem fitoquímica para verificar as diversas classes
de compostos presentes. Além disso, todos os extratos foram avaliados quanto ao
seu potencial antioxidante.
53
6- REFERÊNCIAS.
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