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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ


FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
COLEGIADO DE QUÍMICA

CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL


ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS DE NONI (Morinda citrifolia)

Bruna Aringhieri Vieira

Marabá/PA

2011

1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
COLEGIADO DE QUÍMICA

Bruna Aringhieri Vieira

CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL


ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS DE NONI (Morinda citrifolia)

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Colegiado de Química
da Universidade Federal do Pará -
CAMAR como requisito parcial para
obtenção de título de Licenciatura em
Química.

Orientadora: Profª. Drª. Marilene Nunes Oliveira.


Co-orientadora: Profª. Drª. Joyce Kelly do Rosário da Silva

Marabá/PA

2011

2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
COLEGIADO DE QUÍMICA

CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL


ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS DE NONI (Morinda citrifolia)

Membros da comissão examinadora para avaliação da monografia da candidata


Bruna Aringhieri Vieira

------------------------------------------------------------------------------
Profª. Drª. Marilene Nunes Oliveira
Colegiado de Química / UFPA/CAMAR – Orientadora

------------------------------------------------------------------------------
Profª. Drª. Joyce Kelly do Rosário da Silva
Colegiado de Química / UFPA/CAMAR - Co-Orientadora

------------------------------------------------------------------------------
Profª. Drª. Simone Yasue Simote Silva
Colegiado de Química / UFPA/CAMAR – Membro

------------------------------------------------------------------------------
Prof. Dr. Sebastião da Cruz Silva
Colegiado de Química / UFPA/CAMAR – Membro

Marabá/PA
2011

3
Dedico este trabalho aos meus tios Antônio Carlos
Aringhieri e Eliene Moreira Aringhieri, que me
deram a oportunidade e todo apoio de poder cursar
uma universidade.

Aos meus pais Márcia Aringhieri e Francisco de


Assis Vieira por terem me mostrado que para ser
alguém na vida devemos ter forças para superar
todos os obstáculos, mesmo que esses fossem abrir
mão de uma família.

A minha avó Inácia Martins Aringhieri, por sempre


ter me orientado e mostrado os caminhos corretos
da vida.

Aos meus primos e primas que tanto me ajudaram e


me orientaram nesta tão difícil jornada.

Aos meus amigos que conquistei durante esses


quase seis anos em Marabá que acreditaram em
meus sonhos e torceram por mim.

4
AGRADECIMENTOS

Ao meu misericordioso Deus, pela coragem, força, perseverança e


sabedoria para resistir a esses quatro anos de lutas e conquistas.
Aos meus pais, Márcia Aringhieri e Francisco de Assis Vieira, por terem me
colocado neste mundo e me ensinado a vencer muitas batalhas.
Aos meus tios, Antônio Carlos Aringhieri e Eliene Moreira Aringhieri, por
não me deixarem desistir dos meus sonhos, pelos “puxões de orelha” merecidos,
por nunca desistirem de mim até quando eu mesma pensava que não teria mais
volta e principalmente por me aceitarem do jeito que sou.
À minha avozinha que amo tanto, pelos conselhos e compreensão. A toda
minha família, tios, tias, primos e primas, pelo apoio ao longo desta jornada.
À professora Drª. Marilene Nunes Oliveira, por ter aceitado orientar-me,
pelos ensinamentos e por nunca ter desistido de me orientar, até mesmo quando
fui irresponsável com meus compromissos e à professora Drª. Joyce Kelly do
Rosário da Silva pela co-orientação, pelo apoio e ensinamentos prestados.
Ao professor Dr. Sebastião da Cruz Silva e a professora Drª. Simone Yasue
Simote Silva por ter dado todo apoio durante a realização dos testes em
laboratório.
Aos funcionários, técnicos de laboratório e segurança pelo apoio e
compreensão durante a utilização dos laboratórios e demais áreas da instituição.
Ao UEPRON / UFPA – Belém por disponibiliza a infra-estrutura para as
análises antioxidantes
Ao meu amigo e colega de classe Anderson Rodrigues por ter me ajudado
durante a realização do trabalho e ao longo do curso e a minha querida amiga
Keila Soares dos Santos, coordenadora do cursinho pré-vestibular que me apoiou
e torceu durante esse tempo todo.
Aos meus amigos de graduação Eliane Pereira dos Santos, Jeane Pereira
Rolim, Lindon-Neype Dourado de Sá, José Pinto Machado, Cícero Sabino de
Oliveira Silva, Rosânia Moreira de Almeida e Rosineide de Jesus Moraes, pela
companhia, amizade e incentivo ao longo destes anos e as demais pessoas que
direta ou indiretamente contribuíram para minha formação.

5
“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho
original.”
Albert Einstein

6
SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS. ................. 10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES. ......................................................... 11

LISTA DE TABELAS. .................................................................. 14

RESUMO. .................................................................................... 15

1. INTRODUÇÃO. ........................................................................... 16

1.2 ESPÉCIE Morinda citrifolia. ......................................................... 17

1.3 PRINCIPAIS CLASSES DE PRODUTOS NATURAIS. ............... 20

1.4 ESTRESSES OXIDATIVO. ......................................................... 27

1.5 MÉTODOS PARA AVALIAR A ATIVIDADE ANTIOXIDANTE. ... 28

2. OBJETIVOS. ............................................................................... 30

3. MATERIAL E MÉTODOS. .......................................................... 31

3.1 MATERIAIS. ................................................................................ 31

3.1.1 Vidraria e Equipamento. ........................................................... 31

3.1.2 Solventes e Reagentes. ............................................................ 31

3.2 METODOLOGIA. ......................................................................... 33

3.2.1 Coleta do Material Botânico. .................................................... 33

3.2.2 Obtenção dos Extratos. ............................................................ 33

3.2.3 Caracterização Fitoquímica. ..................................................... 34

3.2.3.1 Utilizando água destilada como solvente. ................................... 34

7
- Teste para Polissacarídeos. ........................................................ 35

- Teste para Taninos. ..................................................................... 35

3.2.3.2 Utilizando metanol como solvente. .............................................. 35

- Teste para Catequinas. ............................................................... 36

- Teste para Flavonóides. .............................................................. 36

- Teste para Sesquiterpelactonas e outras lactonas. .................... 37

3.2.3.3 Utilizando clorofórmio como solvente. ......................................... 37

- Teste para Carotenóides. ............................................................ 38

- Teste para Esteróides e triterpenóides. ....................................... 38

3.2.3.4 Utilizando éter etílico como solvente. .......................................... 38

- Teste para Depsídios e depsidonas. ........................................... 39

- Teste para Cumarina. .................................................................. 39

- Teste para Purinas. ..................................................................... 40

3.2.3.5 Utilizando álcool hidratado como solvente. ................................. 40

- Teste para Saponinas. ................................................................ 40

3.2.4 Testes Segundo Matos (1997). ................................................. 41

3.2.4.1 Utilizando metanol hidratado a 30% como solvente. ................... 41

- Teste para fenóis e taninos. ........................................................ 41

- Teste para antocianinas, antocianidinas e flavonóides. .............. 42

3.3 REALIZAÇÕES DOS TESTES ANTIOXIDANTES. ..................... 43

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES. ............................................... 44

8
4.1 ABORDAGEM FITOQUÍMICA. .................................................... 44

4.2 CARACTERIZAÇÕES FITOQUÍMICA DAS FOLHAS DE


Morinda citrifolia SEGUNDO BARBOSA 2004, MATOS 1997, e
COSTA 2004. .............................................................................. 45

4.3 4.3 CARACTERIZAÇÕES FITOQUÍMICA DOS FRUTOS DE


Morinda citrifolia SEGUNDO BARBOSA, 2004, MATOS 1997, E
COSTA 2004. .............................................................................. 46

4.4 CARACTERIZAÇÕES FITOQUÍMICA DAS SEMENTES DE


Morinda citrifolia SEGUNDO BARBOSA, 2004, MATOS 1997, E
COSTA 2004. .............................................................................. 47

4.5 4.5 CARACTERIZAÇÕES FITOQUÍMICA DOS FRUTOS E


SEMENTES DE Morinda citrifolia SEGUNDO MATOS 1997. ..... 48

4.6 TESTES ANTIOXIDANTES. ........................................................ 51

4.6.1 Atividade de seqüestro do radical DPPH. ............................... 51

5 CONCLUSÃO. ............................................................................ 53

6 REFERÊNCIAS. .......................................................................... 54

9
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS.

BHT 3-terc-butil-4-hidroxitolueno
ºC Graus Celsius
CE 50 Concentração Eficaz para reduzir a 50% à concentração do
radical DPPH
d Densidade
DPPH 1,1-difenil-2-picrildrazila
ERN Espécie reativa de nitrogênio
ERO Espécie reativa de oxigênio
FM Fórmula molecular
g Grama
MA Massa atômica
MeOH Metanol
MM Massa molecular

OH Radical hidroxila
p. Página
PE Ponto de ebulição
SUS Sistema único de saúde
TE Trolox equivalente
UV Ultra Violeta

10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Equação 01 Inibição do radical DPPH. ............................................... 45


Esquema 01 Seqüestro do DPPH por um antioxidante: o elétron livre
do DPPH é emparelhado com um H de um antioxidante
para formar o DPPH-H (YAMAGUCHI et al, 1998). ........ 30
Figura 01 Folhas, frutos, sementes e flores de noni (Morina
citrifolia). .......................................................................... 17
Figura 02 Estruturas isoladas de noni. ............................................ 19
Figura 03 Estrutura de uma cumarina. ............................................ 20
Figura 04 Estrutura de uma antraquinona. ...................................... 20
Figura 05 Estrutura de um flavonóide. ............................................. 21
Figura 06 Estrutura de um tanino. ................................................... 22
Figura 07 Estrutura de uma catequina. ............................................ 23
Figura 08 Estrutura de um terpeno e uma sesterpelactonas,
subclasse dos terpenos. .................................................. 24
Figura 09 Estrutura de um carotenóide. .......................................... 24
Figura 10 Estruturas de saponinas. ................................................. 25
Figura 11 Estrutura de um alcalóide. ............................................... 26
Figura 12 Extrato concentrado de folhas de noni e solução mãe..... 34

Figura 13 Extrato concentrado de sementes de noni e solução


mãe. ................................................................................. 34

Figura 14 Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe. ... 35

Figura 15 Extrato concentrado de folhas de noni e solução mãe. ... 36

Figura 16 Extrato concentrado de sementes de noni e solução. ..... 36

Figura 17 Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe. ... 36

11
Figura 18 Extrato concentrado de folhas de noni e solução mãe. ... 37

Figura 19 Extrato concentrado de sementes de noni e solução


mãe. ................................................................................. 37

Figura 20 Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe. ... 38

Figura 21 Extrato concentrado de folhas de noni e solução mãe. ... 39

Figura 22 Extrato concentrado de sementes de noni e solução


mãe. ................................................................................. 39

Figura 23 Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe. ... 39

Figura 24 Extrato concentrado de folhas de noni e solução mãe. ... 41

Figura 25 Extrato concentrado de sementes de noni e solução


mãe. ................................................................................. 41

Figura 26 Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe. ... 41

Figura 27 Resultado positivo para esteróides e triterpenóides nas


folhas. .............................................................................. 44

Figura 28 Resultado positivo para carotenóides nas folhas. ........... 44

Figura 29 Resultado positivo para saponina. ................................... 45

Figura 30 Resultado positivo para cumarina em folhas, sementes


e frutos, respectivamente. ............................................... 45

Figura 31 Resultado positivo para taninos nos frutos. ..................... 46

Figura 32 Resultado positivo para esteróides e triterpenóide no


extrato. ............................................................................. 46

12
Figura 33 Resultado positivo para cumarina em folhas, sementes
e frutos, respectivamente. ...............................................
47
Figura 34 Resultado positivo para taninos. ......................................
47
Figura 35 Resultado positivo para de esteróides e triterpenóides
nos extratos. ....................................................................
48
Figura 36 Resultado positivo para cumarina em folhas, sementes
e frutos, respectivamente. ..............................................
48
Figura 37 Resultado positivo para flavonóides nas sementes de
noni. ................................................................................. 49
Figura 38 Resultado positivo para flavonóide em frutos de noni. .... 49
Fluxograma 01 Obtenção dos extratos de noni. ....................................... 33

Gráfico 01 Curvas de concentração dos extratos versus inibição do


radical DPPH. .................................................................. 51

13
LISTA DE TABELAS.

TABELA 01 Exemplos e classificação das principais ERO e ERN. ....... 28


TABELA 02 Relação de solvente e reagente. ........................................ 32

TABELA 03 Indicador de flavonóides em meio ácido pH 3, meio


alcalino pH 8,5 e pH 11. ..................................................... 42

TABELA 04 Resultado fitoquímico para folhas, frutos e sementes,


respectivamente. ................................................................ 50

TABELA 05 Atividade de seqüestro do radical DPPH para os extratos


do noni. Valores de inibição e CE 50 para as amostras. ...... 52

14
RESUMO.

O presente trabalho descreve a prospecção fitoquímica e avaliação da


atividade antioxidante dos extratos obtidos das folhas, frutos e sementes de
Morinda citrifolia, espécie conhecida como noni. A coleta do material botânico foi
realizada em uma comunidade chamada Brejo do Meio, localizado nas
proximidades do Campus Universitário de Marabá, em março de 2010. A partir das
folhas, frutos e sementes secas de noni foram realizados extrações por percolação
usando álcool etílico hidratado (92,8%) até a exaustão. Os extratos obtidos foram
concentrados com o auxilio de um rotaevaporador e apresentaram rendimentos
variando de 13% a 48,4%. Na abordagem fitoquímica dos extratos de folhas
observaram-se o indicativo da presença de esteróides, triterpenóides, cumarinas,
carotenóides e saponinas. Quanto à investigação do perfil fitoquímico dos extratos
dos frutos, verificou-se a presença de taninos, flavonóides, esteróides,
triterpenóides, cumarinas e saponinas. Nos extratos de semente observou-se o
indicativo de taninos, esteróides, triterpenóides, cumarinas e flavonóides. Todos
os extratos também foram submetidos à avaliação de atividade antioxidante pelo
método DPPH (técnica que consiste em seqüestrar radicais). Constatou-se um
potencial de atividade antioxidante positivo no extrato das sementes, com
concentrações que variaram de 50 a 200 μg.mL-1 e inibição de 36,8% a 81,8%,
respectivamente.

15
1. INTRODUÇÃO.

Vários produtos naturais à base de plantas vêm sendo usados na cultura há


séculos em todo mundo. Cientistas e médicos têm mostrado interesse crescente
no campo da medicina natural, de acordo com os benefícios que esses produtos
oferecem a saúde. A medicina popular de diferentes culturas tem uma longa
história de desenvolvimento de farmacos durante suas lutas iniciais contra as
calamidades naturais (PARTHASARATHY, et al., 2009).

O Brasil, com a grandeza de seu litoral, de sua flora e sendo o detentor da


maior floresta equatorial e tropical úmida do planeta, não pode abdicar de sua
vocação para os produtos naturais (PINTO, et al., 2002).

Nesse sentido, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos,


instituída em dezembro de 2006 pelo Governo Federal, incentiva a pesquisa e
direcionamento de estudos também nessa área. O objetivo do programa é inserir
com segurança, eficácia e qualidade, plantas medicinais, fitoterápicos e serviços
relacionados à Fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS), reconhecendo as
práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros
(BRASIL, 2006).

Além dessa medida, o Ministério da Saúde elaborou e divulgou, em


fevereiro de 2009, uma lista com 71 espécies de plantas com potencial terapêutico
que poderão gerar produtos a serem usados pelo SUS. A finalidade da Relação
Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) é orientar e
subsidiar estudos de caráter científico que possam contribuir com a elaboração de
fitoterápicos para uso da população brasileira (BRASIL, 2009).

Logo, considerando a importância de pesquisas multidisciplinares para o


desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos, o presente estudo objetivou
prospectar fitoquimicamente e avaliar a atividade antioxidante de Morinda citrifolia,
espécie popularmente conhecida como noni.

16
1.2 ESPÉCIE Morinda citrifolia.

Morinda citrifolia é uma espécie pertencente à família da Rubiaceae,


predominantemente tropical é uma família composta por aproximadamente 12.000
espécies distribuídas em 650 gêneros (DESSEIN et al., 2005).

De origem polinesiana (McCLATCHEY, 2002), Morinda citrifolia tem uma


longa história de uso como planta medicinal e é considerada a segunda mais
importante planta medicinal das ilhas hawaiianas (TABRAH, et al., 1996). No
Brasil o consumo do noni é recente, sendo mais popular nos Estados Unidos e em
alguns países da Europa (DENG et al., 2009).

As árvores de noni são facilmente identificadas pelos seus troncos eretos,


folhas longas, verde brilhante e elíptica, flores brancas tubulares e os seus típicos
frutos ovóides amarelados que pode chegar a até 12 cm e possui uma superfície
irregular, coberto por secções com formas poligonais, quando maduro tem um
cheiro e paladar desagradável (Figura 01). As sementes de cor marrom têm um
saco de ar em uma extremidade, o que as possibilitam germinar. (SU, et al.,
2005).

Figura 01: Folhas, frutos, sementes e flores de noni (Morinda citrifolia).

Muitos produtos derivados do noni estão disponíveis comercialmente em


lojas especializadas em alimentos naturais e na internet. Folhas e frutos são

17
comercializados na forma de tabletes, chá e suco predominantemente (SU, et al.,
2005).

Economicamente, M. citrifolia ainda é utilizada na extração de pigmentos


para produção de corantes amarelo e vermelho, que por sua vez são utilizados no
processo de tingimento de tecidos e tapetes (SU, et al., 2005).

Tradicionalmente, os frutos e as folhas desta espécie têm sido usados como


alimento para prevenção e cura de uma diversidade de problemas de saúde, tais
como artrite, diabetes, câncer, AIDS, asma, hipertensão, dificuldades menstruais,
úlcera gástrica, impotência, depressão, arterioscleroses, entre outras
(MURALIDHARAN e SRIKANTH, 2010). Estudos biológicos recentes têm
mostrado que os frutos e as folhas de noni possuem elevada atividade
antioxidante e imuno-modulatória (DENG et al., 2009). A não toxicidade desta
espécie já foi registrada (WEST et al., 2006; WEST et al., 2007 e WESTENDORF
et al., 2007).

Até o presente foram identificados mais de 100 metabólitos em diversas


partes da referida planta (frutos, folhas, sementes, raízes). Entre eles podem ser
citados flavonóides, lignanas, cumarinas, antraquinonas, alcalóides, terpenóides,
esteróides, polissacarídeos, e ácidos graxos (Figura 02 p.
19). Farmacologicamente, efeitos sinérgicos entre esses compostos podem
justificar os inúmeros efeitos benéficos relatados (DENG, et al., 2010).

Em função das reconhecidas propriedades desta espécie, muitas


comunidades vêm fazendo o uso indiscriminado de todas as partes da planta por
meio de manipulações caseiras. As raízes, folhas e cascas são utilizadas no
preparo de chás. As sementes são separadas dos frutos, submetidas à secagem e
trituração e ingeridas na forma de farinha ou adicionando o farelo em vitaminas, já
os frutos são utilizados no preparo de sucos (SU, et al., 2005).

Uma preocupação por parte da sociedade científica, baseia-se no fato de


que a qualidade de uma erva e seus componentes nutricionais estão diretamente

18
relacionados com a qualidade do solo em que fora cultivada (CHANG-HONG, et
al., 2007), entre outros fatores como, por exemplo, sazonalidade.

Antraquinonas Cumarina

Flavonóides Iridóides

Lignanas Ácidos voláteis e não voláteis

Figura 02: substâncias isoladas de noni.

19
1.3 PRINCIPAIS CLASSES DE PRODUTOS NATURAIS.

• Cumarinas: são amplamente distribuídas nos vegetais, também podem ser


encontradas em fungos e bactérias. Estruturalmente, são lactonas do ácido
O-hidroxi-cinâmico (2H-1-benzopiran-2-ona), sendo o representante mais
simples a cumarina (1,2-benzopirona). Cerca de 1300 cumarinas já foram
identificadas de fontes naturais. Suas propriedades farmacológicas,
biológicas e aplicações terapêuticas dependem de seus padrões de
substituição. As cumarinas (Figura 03) são biossintetizadas pela
fenilalanina, sendo seus primeiros precursores o ácido p-hidróxi-cinâmico.
(ácido p-cumarínico) (SIMÕES et al, 2007).

Figura 03: Estrutura de uma cumarina.

• Antraquinonas: são derivadas das quinonas, que são compostos que


podem ser considerados como produtos da oxidação de fenóis. Sua
principal característica é a presença de dois grupos carbonílicos que forma
um sistema conjugado com pelo menos duas ligações duplas. Nos últimos
anos, foram identificados quinonas apresentando diversas atividades
biológicas importantes como atividade inibitória da replicação do vírus HIV
(SIMÕES et al, 2007), (Figura 04).

Figura 04: Estrutura de uma antraquinona.

20
• Flavonóides: são biossintetizados a partir do ácido chiquímico. Os
flavonóides (Figura 05) são representados por 15 átomos de carbono em
seu núcleo fundamental, constituída de duas fenilas ligadas por uma cadeia
de três carbonos entre elas. Os flavonóides de origem natural apresentam-
se freqüentemente oxigenados e um grande número ocorre conjugado com
açucares (aglicona ou genina). Além disso, inúmeras propriedades
biológicas são atribuídas a eles nas plantas. Dentre elas podem-se citar: a
proteção dos vegetais contra a incidência de raios UV e visíveis, além de
proteção contra insetos, fungos, vírus e bactérias, antioxidante, agentes
alelopáticos e inibidores de enzimas (SIMÕES et al., 2007).

Onde: R, R’ e R” são substituintes como:


OH, H, OMe.

Figura 05: Estrutura de um flavonóide.

• Taninos: São polímeros de várias unidades de flavonóides ou ácidos


fenólicos. Historicamente, a importância das plantas ricas em taninos está
ligada as suas propriedades de transformar a pele dos animais em couro.
Plantas ricas em taninos são empregadas na medicina tradicional no
tratamento de diversas moléstias. Testes in vitro realizados com extratos
ricos em taninos tanino têm apresentado diversas atividades biológicas, tais
como: ação bactericida e fungicida, antiviral, moluscicida, atividade
antioxidante, na cura de feridas, queimaduras e inflamações (DEWICK,
2002), (Figura 06, p. 22).

21
Figura 06: Estrutura de um tanino.

• Catequinas: é um fitonutriente da classe dos polifenóis, e tem uma forte


ação antioxidante. Está presente de forma natural em alguns alimentos.
Inúmeros estudos demonstram que os polifenóis presentes na planta
do chá verde apresentam propriedades que atuam de forma benéfica em
algumas doenças como a diabetes tipo1, as cardiopatias, as infecções
virais, as inflamações em doenças degenerativas ou mesmo o cancro e
o envelhecimento. As catequinas (Figura 07, p. 23) são incolores, solúveis
em água e não existem referências de contra-indicações do seu consumo
(DEWICK, 2002)

22
Figura 07: Estrutura de uma catequina.

• Sesquiterpelactona, esteróides e triterpenóides: são subclasses dos


terpenos, que formam uma diversificada classe de substâncias naturais,
ou metabólitos secundários de origem animal, especialmente das coníferas.
Tradicionalmente são considerados como derivados do 2-metil-butadieno,
mais conhecido como isopreno, uma molécula com 5 átomos de
carbono ou unidade C5. A regra do isopreno permitiu classificá-los e
estudá-los, quando inúmeros terpenos foram isolados a partir de plantas
superiores. Atualmente, sabe-se que terpenos com aroma agradável são
extraídos de essências de plantas, outros são à base
de medicamentos convencionais ou as plantas que os contém
são fitoterápicos, alguns são precursores de vitaminas e outros inseticidas.
Estes compostos encontram-se em sementes, flores, folhas, raízes e tronco
de plantas superiores tanto assim como em musgos, algas e liquens, outros
podem ser encontrados em mamíferos (DEWICK, 2002), (Figura 08 p. 24).

23
Figura 08: Estrutura de um terpeno e um sesquiterpeno, subclasse dos terpenos.

• Carotenóide: Os carotenóides atuam como pigmento nas plantas e nos


animais. Os carotenóides estão entre os pigmentos mais importantes para a
fotossíntese. Estas moléculas protegem a clorofila do excesso da luz.
Encontram-se, também, em outros organismos fotossintéticos, como algas,
alguns tipos de fungos e algumas bactérias. São importantes na
alimentação humana. Quatro tipos de carotenóides (beta-caroteno, alfa-
caroteno, gama-caroteno e beta-criptoxantina) são os precursores da
vitamina A que, entre outras funções, atuam diretamente na respiração
celular e sintetizam pigmentos da retina. Outros carotenóides podem ser
poderosos antioxidantes, especialmente a astaxantina, encontrados em
algas (DEWICK, 2002), (Figura 09).

Figura 09: Estrutura de um carotenóide.

24
• Saponinas: São heterosídeos do metabolismo secundário vegetal, tendo
propriedades detergentes e surfactantes. São compostos formados por uma
parte hidrofílica e uma parte lipofílica. As saponinas podem ser identificadas
por testes de hemólise sanguínea. Em meio aquoso as saponinas formam
grande quantidade de espuma (afrogênicas). Já em solventes orgânicos
apolares é insolúvel. Elas apresentam sabor acre e amargo e podem
causar desorganização de membranas celulares (SIMÕES et al, 2007),
(Figura 10).

Figura 10: Estruturas de saponinas.

• Alcalóide: Classe de caráter básico encontrada principalmente de plantas,


podendo ser também encontrada em fungos, bactérias e até mesmo de
animais. Contêm, em sua fórmula, basicamente nitrogênio,
oxigênio, hidrogênio e carbono. São geralmente sólidos brancos, com
exceção da nicotina. Nas plantas podem existir no estado livre, como sais
ou como óxidos. Eles também correspondem aos principais terapêuticos
naturais com ação: anestésica, analgésica, psico-estimulantes, neuro-
depressores, etc. Os alcalóides podem ser classificados quanto à sua
atividade biológica; quanto à sua estrutura química; e quanto à sua origem
biosintética. Podem ser divididos em três grupos: Alcalóides verdadeiros,

25
que possuem anel heterocíclico com um átomo de nitrogênio e sua
biossíntese se dá através de um aminoácido; Protoalcalóides, átomo de
nitrogênio que se originam de um aminoácido (exemplo: cocaína); e
Pseudo-alcalóides, são derivados de terpenos ou esteróides (SIMÕES et al,
2007), (Figura 11).

Figura 11: Estrutura de um alcalóide.

26
1.4 ESTRESSE OXIDATIVO.

A produção de radicais livres no organismo é um processo natural


decorrente do próprio metabolismo ou por alguma disfunção biológica. Os radicais
livres são espécies bastante instáveis, que contêm um ou mais elétrons
desemparelhados tornando-os bastante reativos (KARAKAYA et al, 2001). No
organismo encontram-se envolvidos na produção de energia, fagocitose,
regulação do crescimento celular, sinalização intercelular e síntese de substâncias
biológicas importantes. No entanto, seu excesso apresenta efeitos prejudiciais,
tais como agressão às proteínas dos tecidos e das membranas, às enzimas,
carboidratos, DNA e o principal deles, a peroxidação lipídica das membranas
(HUSAIN, et al., 1987).
O estresse oxidativo é proveniente da auto-oxidação que ocorre em
organismos vivos, está envolvido na patologia do câncer, arteriosclerose, malária,
artrite, reumatóide e desempenha um papel importante nas doenças
neurodegenerativas e processos de envelhecimento. As substâncias
antioxidantes são capazes de inibir a auto-oxidação através da reação com os
radicais livres fornecendo radicais estabilizados (CHANG-HONG, et al., 2007).
A vitamina E (α - tocoferol) desempenha um importante papel na inibição
de reações radicalares, atuando no seqüestro dos radicais livres que provocam
danos nas células. A vitamina C também é um antioxidante, apesar de estudos
recentes ter indicado que os suplementos acima de 500 mg por dia podem ter
efeitos pró-oxidantes. O BHT (hidroxitoluenobutilado) é um antioxidante
adicionado aos alimentos industrializados para prevenir a auto-oxidação
(SOLOMONS, 2001).
Os radicais livres de acordo com o átomo onde estes elétrons encontram-se
centrados podem ser classificados como espécies reativas do oxigênio (ERO) e
espécies reativas do nitrogênio (ERN), distribuídas em radicalares e não-
radicalares de acordo com a Tabela 01 na p. 28: (DA SILVA, 2010).

27
TABELA 01: Exemplos e classificação das principais ERO e ERN.
Espécie Nome Caráter
O2•- Ânion radical superóxido
HO• Radical hidroxila
LOO• Radical peroxila derivado de lipídio
LO • Radical alcoxila derivado de lipídio
R• Radical alquila (derivado de poluentes/drogas)

ROO Radical peroxila (derivado de poluentes/drogas) Radicalares
RO• Radical alcoxila (derivado de poluentes/drogas)
NO• Óxido nítrico
ONOO• Peroxinitritos
NO2- Nitritos
H2O2 Peróxido de hidrogênio
1O 2 Oxigênio singleto
HClO Ácido hipocloroso Não-Radicalares
N2O3 Óxido nitroso
HNO 2 Ácido nitroso

1.5 MÉTODOS DO SEQUESTRO DO RADICAL DPPH (1,1-difenil-2-


picrilhidrazila).
Na literatura há uma grande diversidade de métodos analíticos (químicos,
físicos e físico-químicos) para a avaliação do grau de oxidação lipídica e da
capacidade antioxidante. Portanto, a capacidade antioxidante pode e deve ser
determinada por diferentes testes para avaliação do estágio da oxidação.

A maioria dos métodos químicos se baseia na capacidade de seqüestrar os


radicais livres. Porém, a capacidade de quelação é responsável pela inibição
oxidativa em sistemas lipídicos. A atividade antioxidante de um composto
depende de qual radical livre ou oxidante é utilizado no método, e uma diferença
nessa atividade antioxidante é, portanto, esperada quando análises são realizadas
usando-se diferentes métodos (DA SILVA, 2010).

28
O método de sequestro do radical DPPH é bastante utilizado para
avaliar a evolução da atividade antioxidante de alimentos, extratos de plantas,
óleos essenciais e substâncias puras. O radical DPPH é bastante estável em
solução alcoólica. Sua forma radicalar recebe facilmente um átomo de hidrogênio
(ou um elétron) abstraído de um substrato e sua coloração muda de violeta para
amarelo. A mudança de coloração do DPPH é estequiométrica em relação ao
número de elétrons capturados (PRAKASH, 2001), (esquema 01).

Violeta Amarelo

Esquema 01: Seqüestro do DPPH por um antioxidante: o elétron livre do DPPH é


emparelhado com um H de um antioxidante para formar o DPPH-H (YAMAGUCHI
et al., 1998).

As reações de um antioxidante ou de uma espécie radicalar (R) com o


DPPH promovem sua redução (YAMAGUCHI et al., 1998).

29
2. OBJETIVOS.

A presente proposta tem como objetivo principal avaliar o perfil fitoquímico e


a atividade antioxidante de extratos obtidos a partir de folhas, frutos e sementes
da espécie Morinda citrifolia, conhecida popularmente como noni.

30
3. MATERIAL E MÉTODOS.

3.1 MATERIAIS.

3.1.1 Vidraria e Equipamento.

• Macro moinho de rotor vertical com facas móveis e fixas com diâmetro
máximo de 20 mm. (Marca: DeLeo - Equipamentos Para Laboratório);

• Evaporador rotativo. (Marca: QUIMIS; Modelo 0344B1);

• Bomba de circulação. (Marca: QUIMIS; Modelo 021402);

• Estufa de secagem de bancada com câmara de 60 cm x 50 cm x 50 cm


aproximadamente. (Marca: BIOPAR; Modelo S150ST);

• Balança semi-analítica 300 g a 0,001 g. (Marca BIOPRECISA; Modelo:


JA3003N);

• Capela de exaustão de gases com exaustor centrífugo e iluminação interna.


(Marca: NALGON);

• Lanterna com lâmpada de emissão de radiação UV λ= 365nm. (Marca:


BOITTON; Modelo: BOIT-LUV01);

• Espectrofotômetro de UV – visível GBC 6.0, Software Spectral 7,0 (Marca


LEPRON / UFPA).

3.1.2 Solventes e Reagentes

Os solventes e reagentes utilizados estão relatados na Tabela 02 p. 32,


bem como algumas de suas propriedades.

31
TABELA 02: Relação de solvente e reagente.

Reagente/solvente FM MM g/mol; PE °C d
PA- A.C. S; ou MA g/cm3
Acetato de Etila CH 3 COOCH 2 CH 3 88,10 77,10 0,897
Ácido ascórbico C6H8O6 176,1 - 1,650
Ácido clorídrico HCl 36,46 48,00 1,180
Ácido sulfúrico H 2 SO 4 98,08 279,6 1,835
Ácido Trifluoroacético C 2 HF 3 O 2 114,0 72,40 1,535
Anidrido acético C4H6O3 102,1 139,8 1,080
Cloreto Férrico FeCl 3 162,2 315,0 2,800
Cloridrato de hidroxilamina - - - -
Clorofórmio CHCl 3 119,38 61,20 1,480
Diclorometano CH 2 Cl 2 84,93 39,80 1, 321
DPPH - - - -
Etanol hidratado (92,8° - C 2 H 5 OH 46,07 88,60 1,212
farmacêutico)
Éter etílico C 2 H 5 OC 2 H 5 74,12 35,00 0,710
Hexano CH 3 (CH 2 ) 4 CH 3 86,18 69,00 0.654
Hidróxido de amônio NH 4 OH 35,04 37,70 0,910
Hidróxido de potássio KOH 56,10 1320 2,040
Hidróxido de sódio NaOH 39,99 1388 2,130
Iodeto de Potássio KI 166,0 1330 3,130
Iodo I 126,9 184,4 4, 940
Magnésio em fita Mg 12,00 1009 1, 738
Metanol CH 3 OH 32,04 64,70 0, 791
Peróxido de hidrogênio H2O2 34,00 141,0 1, 476
Trolox - - - -
Vanilina C8H8O3 152,13 285,0 1, 056

32
3.2 METODOLOGIA.

3.2.1 - Coleta do Material Botânico.

As folhas, frutos e sementes de Morinda citrifolia foram coletados na


comunidade Brejo do Meio, localizado nas proximidades do Campus Universitário
de Marabá. Um segmento de cada parte da espécie foi depositado no herbário da
Casa da Cultura – Marabá/PA, sob os seguintes números de registros: 3917, 3918
e 3919 para folhas, frutos e flores, respectivamente.

3.2.2 - Obtenção dos Extratos.

As folhas (181,7 g), frutos (406,2 g) e sementes (287,3 g) foram secos a


temperatura de 45°C e trituradas em moinho de facas. Para obtenção dos extratos
foi utilizada a técnica de percolação usando etanol até a exaustão. Os extratos
obtidos foram concentrados em um evaporador rotativo. A metodologia de
obtenção dos extratos está resumida no Fluxograma 01.

Fluxograma 01: Obtenção dos extratos de noni.

33
3.2.3 Caracterização Fitoquímica.

Os extratos foram submetidos à investigação qualitativa dos constituintes


químicos por classes metabólicas, tais como: polissacarídeos, taninos, catequinas,
flavonóides, sesquiterpelactonas e outras lactonas, carotenóides, esteróides e
tripernóides, depsídios e depsidonas, derivados de cumarina, alcalóides e purinas.
Utlizando metodologia proposta por Babosa 2004, Matos 1997e costa 2004.

Para a realização de cada um destes testes foram utilizados vários


solventes extratores, de acordo com a polaridade de cada classe a ser analisada.

3.2.3.1 Utilizando água destilada como solvente.

Uma solução mãe de cada extrato bruto (folhas, frutos e sementes) foi
preparada com aproximadamente um miligrama destes, diluindo-os em 50 mL de
água destilada (Figuras 12, 13 p.34 e 14 p. 35). A solubilização dos extratos foi
realizada com auxílio de um bastão de vidro. Após este procedimento, foi feito
uma filtração simples. Alíquotas desta solução foram retiradas para a finalização
de testes para identificação de polissacarídeos e taninos.

Figura 12: Extrato concentrado Figura 13: Extrato concentrado de


de folhas de noni e solução mãe. sementes de noni e solução mãe.

34
Figura 14: Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe em água
destilada como solvente.

- Teste para Polissacarídeos.

Transferiu-se 5 mL da solução mãe para um tubo de ensaio e acrescentou-


se duas gotas de reagente Lugol (solução com 5 g de iodeto de potássio e 2,5 g
de iodo, diluidos em 50 ml de água destilada). O aparecimento de uma coloração
azulada na solução indicaria a presença de polissacarídeos no extrato.

- Teste para Taninos.

Transferiu-se 10 mL da solução mãe para um tubo de ensaio e


acrescentou-se uma gota da solução de cloreto férrico 1% (m/v). O aparecimento
de uma coloração azulada ou verde, ou formação de um precipitado indicaria a
presença de taninos.

3.2.3.2 Utilizando metanol como solvente.

Uma solução mãe de cada extrato bruto (folhas, frutos e sementes) foi
preparada com aproximadamente um miligrama destes, diluindo-os em 50 mL
metanol (Figuras 15, 16 e 17 p. 36). A solubilização dos extratos foi realizada com
auxílio de um bastão de vidro. Após este procedimento, foi feito uma filtração
simples. Alíquotas desta solução foram retiradas para os testes de identificação de
catequinas, flavonóides, sesquiterpelactonas e outras lactonas.

35
Figura 15: Extrato concentrado Figura 16: Extrato concentrado
de folhas de noni e solução de sementes de noni e solução
mãe. mãe.

Figura 17: Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe.

- Teste para Catequinas.

Transferiu-se 3 mL da solução-mãe para um tudo de ensaio. Adicionou-se 1


mL da solução de vanilina 1% (m/v) e 1 mL de ácido clorídrico. O aparecimento de
uma coloração vermelha indicaria a presença de catequinas.

- Teste para Flavonóides.

Transferiu-se 10 mL da solução-mãe para um tubo de ensaio. Adicionou-se


cinco gotas de ácido clorídrico concentrado. Em seguida, acrescentou-se 1 cm de
fita de magnésio ao tubo de ensaio. O aparecimento de uma coloração rósea na
solução indicaria a presença de flavonóides.

36
- Teste para Sesquiterpelactonas e outras lactonas.

Transferiu-se 3 mL da solução-mãe para um tubo de ensaio. Em seguida


adicionou-se duas gotas da solução de cloridrato de hidroxilamina 10% (m/v) e
duas gotas de solução de hidróxido de potássio 10% (m/v). A solução resultante
foi aquecida em banho-maria por dois minutos. Após resfriar, acidificou-se com
solução de ácido clorídrico 1N e adicionou-se 1 gota de cloreto férrico 1% (m/v).
O aparecimento de uma coloração violeta na solução indicaria a presença de
sesquiterpelactonas e outras lactonas.

3.2.3.3 Utilizando clorofórmio como solvente.

Uma solução mãe de cada extrato bruto (folhas, frutos e sementes) foi
preparada com aproximadamente um miligrama destes, diluindo-os em 50 mL
clorofórmio (Figuras 18, 19 p.37 e 20 p. 38). A solubilização dos extratos foi
realizada com auxílio de um bastão de vidro. Após este procedimento, foi feito
uma filtração simples. Alíquotas desta solução foram retiradas para testes de
identificação de carotenóides, esteróides e triterpenóides.

Figura 18: Extrato concentrado Figura 19: Extrato concentrado


de folhas de noni e solução de sementes de noni e solução
mãe. mãe.

37
Figura 20: Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe.

- Teste para Carotenóides.

Transferiu-se 3 mL da solução-mãe para um tubo de ensaio e adicionou-se


gotas de ácido trifluoroacético concentrado. O aparecimento de uma coloração
azul na solução indicaria a presença de carotenóides.

- Teste para Esteróides e Triterpenóides.

Transferiu-se 3 mL da solução-mãe para um tubo de ensaio e adicionou-se


2 mL de anidrido acético seguido de agitação. Pelas paredes do tudo, adicionou-
se 1 mL de ácido sulfúrico concentrado. A observação de um rápido
desenvolvimento de cores, que vão do azul ao verde persistente na solução
indicaria a presença de esteróides e triterpenóides.

3.2.3.4 Utilizando éter etílico como solvente.

Uma solução mãe de cada extrato bruto (folhas, frutos e sementes) foi
preparada com aproximadamente um miligrama destes, diluindo-os em éter etílico
(figuras 21, 22 e 23 p. 39). A solubilização dos extratos foi realizada com auxílio de
um bastão de vidro. Após este procedimento, foi feito uma filtração simples.
Alíquotas desta solução foram retiradas para testes de identificação de depsídios
e depsidonas, cumarina, alcalóides e purinas.

38
Figura 21: Extrato concentrado Figura 22: Extrato concentrado
de folhas de noni e solução de sementes de noni e solução
mãe. mãe.

Figura 23: Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe.

-Teste para Depsídios e depsidonas.

Transferiu-se 5 mL da solução-mãe para um tubo de ensaio. Em seguida o


tubo foi levado para o banho-maria para evaporar todo o éter. Ao término da
evaporação do éter foram acrescentados 3 mL de metanol e agitou-se. Por fim
adicionaram-se três gotas de cloreto férrico 1% (m/v). O aparecimento de
coloração verde, azul ou cinza na solução indicaria a presença de depsídios e
depsidonas nos extratos.

- Teste para Cumarina.

Transferiu-se 5 mL da solução-mãe para um tubo de ensaio. Este por sua


vez foi levado ao banho-maria com o objetivo de obter uma solução de
aproximadamente, 0,5 mL, portanto, mais concentrado. Em seguida, foram
aplicadas gotas da solução etérea em uma cromatoplaca (placa de alumínio com
sílica adsorvida). A cromatoplaca foi imersa em uma cuba de vidro contendo fase

39
móvel constituída por uma mistura de solventes (hexano: diclorometano 7:3). A
análise da cromatoplaca foi feita por exposição à luz ultravioleta com λ = 365nm e
o aparecimento de uma mancha azulada na placa, acima da mancha do extrato,
indicaria a presença de cumarina.

- Teste para Purinas.

Foram transferidos alguns miligramas do extrato concentrado para uma


cápsula de porcelana, adicionou-se três gotas de solução de ácido clorídrico 6N e
duas gotas de peróxido de hidrogênio (30%). A cápsula contendo o extrato foi
levada ao banho-maria até a formação de um resíduo de cor vermelha. Em
seguida, adicionaram-se três gotas da solução de hidróxido de amônio 6N, e o
surgimento de uma coloração violeta indicaria uma reação positiva para purinas.

3.2.3.5 Utilizando solução hidroalcoólica como solvente.

Uma solução mãe de cada extrato bruto (folhas, sementes e frutos) foi
preparada com aproximadamente um miligrama destes, diluindo-os em 50 ml
etanol hidratado 80%. A solubilização dos extratos foi realizada com auxílio de um
bastão de vidro. Após este procedimento, foi realizada uma filtração simples.
Alíquotas desta solução foram retiradas para a realização de testes para
identificação de saponinas.

- Teste para Saponinas.

Diluiu-se a solução mãe em 15 mL de água destilada. Filtrou-se em papel


de filtro qualitativo e transferiu-se para um tubo de ensaio. Por fim, agitou-se
vigorosamente durante 2 minutos em tubo fechado. Deixou-se o tubo em repouso
para verificação de formação de espuma por 30 minutos.

40
3.2.4 Testes Segundo Matos (1997).

3.2.4.1 Utilizando metanol hidratado a 30% como solvente.

Um miligrama de extrato bruto (folhas , sementes e frutos) foi transferido em


um erlenmeyer (Figuras 24, 25 e 26), diluiu-se os extratos em solvente hidrofílico e
metanol com 30% de água. Separou-se porções de 3 mL das soluções de extrato
bruto em 7 tubos de ensaio numerados de 1 a 7. Alíquotas desta solução foram
retiradas para a realização de testes para identificação de fenóis, taninos,
antocianinas, antocianidinas e flavonóides.

Figura 24: Extrato concentrado Figura 25: Extrato concentrado


de folhas de noni e solução de sementes de noni e solução
mãe. mãe.

Figura 26: Extrato concentrado de frutos de noni e solução mãe.

-Teste para fenóis e taninos.

Tomou-se o tubo número 1 e adicionou-se três gostas de solução alcoólica


de cloreto férrico seguida de agitação. O aparecimento de coloração variável entre
o azul e o vermelho indicaria a presença de fenóis, a formação de um precipitado

41
escuro de tonalidade azul indicaria a presença de taninos pirogálicos (taninos
hidrolisáveis) e verde, revelaria a presença de taninos flababênicos (taninos
condensados ou catéquicos).

-Teste para antocianinas, antocianidinas e flavonóides.

Tomou-se os tubos de números 2, 3 e 4, acidulando um deles a pH 3,


alcalinizando outro a pH 8,5 e o terceiro a pH 11. O aparecimento de cores
diversas indicaria a presença de vários constituintes, de acordo com a Tabela 03
p. 42.

TABELA 03: Indicador de flavonóides em meio ácido pH 3, meio alcalino pH 8,5 e


pH 11.

Cor em Meio
Constituintes
Ácido(3) Alcalino(8,5) Alcalino(11)

Antocianinas e Antocianidinas Vermelha Lilás Azul-púrpura

Flavonas, Flavonóis e Xantonas - - Amarela

Chalconas e Auronas Vermelha - Vermelha púrpura

Flavononóis - - Vermelho laranja

42
3.3 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE.

Foi preparada uma solução do radical DPPH 60 µM em MeOH com


absorbância inicial de aproximadamente 0,62 ± 0,02 ( λ = 517 nm), a temperatura
ambiente. Os extratos foram solubilizados em metanol e colocados em ultra-som
por 15 min. A partir da solução mãe foram feitas diluições sucessivas de acordo
com a reatividade das amostras.
A mistura reacional foi composta pela adição de 1950 µL da solução do
radical DPPH em 50 µL dos extratos diluídos em várias concentrações (de 50 a
500 µg.mL-1) para construção de uma curva de inibição. No teste em branco as
amostras foram substituídas por metanol. A leitura da absorbância foi realizada
em intervalos contínuos de 1 min e o ponto final da reação foi determinado quando
a absorbância se manteve constante.
A porcentagem de inibição do radical DPPH (I DPPH ) para cada amostra foi
calculada de acordo com a equação abaixo.

IDPPH (%) = [1 − (Abs A /Abs B )] × 100


Onde:
Abs A e Abs B são as absorbâncias da amostra e do controle (branco) no
término da reação, respectivamente.

A atividade de seqüestro do radical DPPH foi expressa por meio da


concentração mínima efetiva para reduzir a 50% concentração inicial do DPPH.
Os valores da CE 50 (g.mL-1) foram obtidos por regressão linear (P < 0,05).

43
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES.

4.1 ABORDAGEM FITOQUÍMICA.

A partir das folhas, frutos e sementes de noni foram obtidos 36,1 g, 196,7 g
e 38,6 g de extratos, os rendimentos dos extratos equivalem a 19,9 %, 48,4% e
13,5%, respectivamente.

Os extratos obtidos foram submetidos a uma avaliação do perfil fitoquímico


de cada um deles seguindo duas metodologias, com o objetivo de conhecer quais
as classes de compostos químicos que estariam presentes. Os resultados obtidos
estão resumidamente apresentados na tabela 04 p 50.

4.2 CARACTERIZAÇÕES FITOQUÍMICA DAS FOLHAS DE Morinda citrifolia


SEGUNDO BARBOSA 2004, MATOS 1997, e COSTA 2004.

Utilizando clorofórmio como solvente foram observados resultados positivos


para carotenóides, triterpenóides e esteróides (Figuras 27 e 28)

Figura 27: Resultado positivo Figura 28: Resultado positivo


para esteróides e triterpenóides para carotenóides nas folhas.
nas folhas.

44
Utilizando água destilada foi observado resultado positivo para saponina
(Figura 29 ).

Figura 29: Resultado positivo para saponina.

Utilizando éter etílico foi confirmada a presença de cumarina no extrato, em


função do aparecimento de uma mancha azulada na cromatoplaca sob a ação da
luz UV com λ= 365nm (Figura 30).

Figura 30: Resultado positivo para cumarina em folhas, sementes e frutos,


respectivamente.

45
4.3 CARACTERIZAÇÕES FITOQUÍMICA DOS FRUTOS DE Morinda citrifolia
SEGUNDO BARBOSA 2004, MATOS 1997 E COSTA 2004.

Utilizando água destilada foram observados resultados positivos para


taninos (Figura 31).

Figura 31: Resultado positivo para taninos nos frutos.

Utilizando clorofórmio foi observado resultado positivo para esteróides e


triterpenóides (Figura 32).

Figura 32: Resultado positivo para esteróides e triterpenóides no extrato.

Utilizando éter etílico foi observado resultado positivo para cumarinas


(Figura 33 p. 47).

46
Figura 33: Resultado positivo para cumarina em folhas, sementes e frutos,
respectivamente.

4.4 CARACTERIZAÇÕES FITOQUÍMICA DAS SEMENTES DE Morinda citrifolia


SEGUNDO BARBOSA 2004, MATOS 1997 E COSTA 2004.

Utilizando água destilada foram observados resultados positivos para


taninos (Figura 34).

Figura 34: resultado positivo para taninos.

Utilizando clorofórmio foi observado resultado positivo para esteróides e


triterpenóides (Figura 36 p. 48).

47
Figura 35: Resultado positivo para de esteróides e triterpenóides nos extratos.

Utilizando éter etílico foi observado resultado positivo para cumarinas


(Figura 38).

Figura 36: Resultado positivo para cumarina em folhas, sementes e frutos,


respectivamente.

4.5 CARACTERIZAÇÕES FITOQUÍMICA DOS FRUTOS E SEMENTES DE


Morinda citrifolia SEGUNDO MATOS 1997.

Segundo esta metodologia ao utilizar metanol hidratado (30% de água)


como solvente extrator foi confirmada a presença de taninos e verificado teste
positivo para flavonóides (Figuras 37 e 38 p. 49) nas partes da espécie.

48
Figura 37: Resultado positivo para Figura 38: resultado positivo para

flavonóides nas sementes de noni. flavonóide em frutos de noni.

A tabela 04 na p. 50 mostra o resumo dos resultados fitoquímico para folhas,


frutos e sementes, respectivamente.

49
TABELA 04: Resultado fitoquímico para folhas, frutos e sementes,
respectivamente.

Extrato Classe presente

Carotenóides

Folhas Esteróides e triterpenóides

Saponina

cumarina

Taninos

Esteróides e triterpenóides

Frutos Saponina

Cumarina

Flavonóides

Taninos

Sementes Esteróides e triterpenóides

Cumarina

flavonóides

50
4.6 – TESTES ANTIOXIDANTES.

4.6.1 Atividade de seqüestro do radical DPPH.

Os padrões antioxidantes (Trolox e ácido ascórbico) foram testados de


maneira análoga às amostras. Para as sementes de noni (Morinda citrifolia), trolox
e ácido ascórbico (AA), respectivamente, foram obtidos curvas de concentração
versus inibição, usadas para expressar a comparação direta de cada padrão em
relação às amostras.

Os extratos das folhas e frutos do noni não reagiram com o radical DPPH. A
curva de inibição do extrato das sementes (gráfico 01 p.52) foi preparada em uma
faixa de concentração de 50,0 µg.mL-1 a 200,0 µg.mL-1 com inibição de 36,8% a
81,8% obedecendo um modelo linear (R2 = 0, 95; P < 0,05); a equação da reta
obtida (y = 0,29x + 26,35) foi utilizada para expressar os resultados da atividade
antioxidante em termos de CE 50 (tabela 05 pg. 52).

A curva de inibição do trolox foi feita nas concentrações de 2,0 µg.mL-1 a


8,0 µg.mL-1, com variação na inibição de 24,6% a 89,3%. A reação foi rápida com
tempo de 10 min. O ácido ascórbico (AA) foi testado em concentrações de 2,5 a
10,0 com inibição de 24,6% a 92,4%. A reação do AA foi muito rápida com tempo
menor que 5 min. Os padrões apresentam correlação dose-resposta altamente
linear (R2 = 0,99, P < 0,05). As equações das retas foram (y = 2,2 + 10,6 X e y =
1,8 + 9,2 X) para o trolox e AA, respectivamente.

51
Gráfico 01: Curvas de concentração dos extratos versus inibição do radical
DPPH.
TABELA 05: Atividade de seqüestro do radical DPPH para os extratos do noni.
Valores de inibição e CE 50 para as amostras.

Extrato Concentração Inibição CE 50


(µg.mL-1) (%) (µg.mL-1)
Folhas 500,0 10,0 > 500,0n.d
Frutos 500,0 8,0 > 500,0n.d
200,0 81,8 ± 1,1
Sementes 150,0 70,9 ± 0,2 41,3 ± 1,3
100,0 61,9 ± 2,1
50,0 36,8 ± 1,3
8,0 89,3 ± 0,2
Trolox 6,0 63,4 ± 1,5 4,5 ± 0,1
4,0 44,5 ± 4,7
2,0 24,6 ± 0,5
10,0 92,4 ± 2,7
Ácido 7,5 74,2 ± 2,7 5,2 ± 0,1
Ascórbico 5,0 46,8 ± 1,7
2,5 24,6 ± 2,3

52
5- CONCLUSÃO.

A partir das folhas, frutos e sementes de Morinda citrifolia foram obtidos três
extratos por percolação exaustiva utilizando álcool etílico 92,8 %, todos os extratos
foram submetidos a uma abordagem fitoquímica para verificar as diversas classes
de compostos presentes. Além disso, todos os extratos foram avaliados quanto ao
seu potencial antioxidante.

Em relação à caracterização fitoquímica dos extratos das folhas, frutos e


sementes do noni (Morinda citrifolia), concluiu-se que:

• Nas folhas há a presença de carotenóides, esteróides, triterpenóides,


cumarinas e saponinas.

• Nos frutos há a presença de taninos, flavonóides, esteróides, triterpenóides,


cumarinas e saponinas.

• Nas sementes há a presença de taninos, flavonóides, esteróides,


triterpenóides e cumarinas.

Em relação à atividade antioxidante da espécie Morinda citrifolia, concluiu-


se que:

• Os extratos das folhas e frutos não apresentaram atividade antioxidante,


frente ao radical DPPH.

• O extrato das sementes apresentou moderada atividade antioxidante, cerca


de dez vezes menos eficiente que os padrões trolox e ácido ascórbico.

A literatura reporta a presença de lignanas, antraquinonas, alcalóides,


polissacarídeos, e ácidos graxos e atribui aos frutos do noni uma elevada
atividade antioxidante. A baixa atividade dos frutos e folhas pode estar
influenciada pela ausência destas substâncias neste espécime devido a fatores
como sazonalidade e tipo de solo em que a planta foi cultivada.

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6- REFERÊNCIAS.

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