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UFPE

Universidade Federal de Pernambuco


Curso de Música

1º Trabalho
De
Estética e estruturação 4

Trabalho realizado sobre a estética do


bandolinista e compositor Hamilton de Holanda,
apresentado à disciplina de Estética e
estruturação musical 4 ministrado pelo professor
Ricardo Brafman.
Aluno: Íkaro Lima Cavalcante
Turno: Noite

Recife, Novembro de 2013


Exposição da questão

Hamilton de Holanda Vasconcelos Neto nasceu no Rio de Janeiro.


Filho de pernambucanos, ele foi estimulado desde pequeno a cantar samba
e tocar “brinquedos musicais”. Começou a tocar bandolim a partir dos 5 anos
de idade, instrumento esse que viria a ser o principal protagonista de sua
carreira.
Esse trabalho se propõe a entender parte da dimensão estética do
compositor, através da música “Saudades do Rio” que é de sua própria
autoria. A partitura da música analisada foi disponibilizada no site do
instrumentista, junto com o áudio. A música em questão faz parte do CD
“Brasilianos 3”, um quinteto formado por contrabaixo, bateria, violão,
bandolim e gaita.
Esse trabalho também tem o objetivo de mostrar como outras influências
estilísticas alimentaram sua bagagem musical produzindo estéticas
diferentes dentro do universo da música popular brasileira, buscando o
entendimento deste processo a partir de uma perspectiva pessoal do
compositor.

Discussão da composição “Saudades do Rio”

Esta música foi composta no tom de G menor. Sua introdução começa ao


violão que segue até o compasso 5 solo. Essa introdução é muito importante
por que ela caracterizará a música de um modo geral. O dedilhado em
colcheias cria uma espécie de “pano de fundo” para que haja um
desenvolvimento de outras partes da música. No compasso 6, o bandolim
anuncia sua participação na música utilizando harmônicos que também
funciona como introdução para a entrada do tema. O contrabaixo entra a
partir do compasso 7 e a partir do compasso 9 suas marcações são feitas
acentuando o segundo tempo do compasso; uma característica típica da
música brasileira. Mas na frente veremos também que o compositor usa a
instrução “samba/choro” pra indicar como a música deve ser conduzida a
partir do compasso 135.
No compasso 17 dar-se início a melodia da música. Praticamente baseada
em colcheias, bastante interligadas e sem muitos saltos melódicos;
característica muito marcante no choro brasileiro. Até este momento, temos
apenas quatro instrumentos soando. A bateria, que não estar escrita em
partitura, é tocada desde o início da música, harmonizando com os outros
instrumentos. É evidente a importância deste instrumento para caracterizar
ainda mais o sotaque brasileiro da música.
Até o compasso 41, o violão busca configurar a música sempre com se
fosse um “pano de fundo”, utilizando do dedilhado no violão para criar esta
atmosfera harmônica. Os acordes têm vozes conduzidas de modo bastante
linear. Aqui devemos entender linear como uma estrutura bem encadeada.
Vale frisar que só é possível tocar estes acordes em um violão de 7 cordas.
Do contrário, deve-se buscar uma afinação alternativa para a execução da
música num violão de 6 cordas. Do compasso 42 em diante temos a entrada
da gaita. Ao mesmo tempo em que dobra inúmeras vezes a melodia com o
bandolim, podemos verificar que essa mistura de timbres trás uma
suavidade aos ataques da palheta no bandolim e busca também encorpar o
som da gaita. Deste momento em diante, o violão passa a usar elementos
rítmicos que configuram ainda mais as características da música brasileira.

Podemos dividir a música da seguinte forma:

Introdução 1 a 16
Tema 17 a 46
Reexposição do Tema com a gaita 47 a 76
Parte B 77 a 125
Ponte para reexposição do Tema A 126 a 135
Reexposição do Tema A 136 a 165
Coda 168 a 184

Sem dúvida alguma, a linha melódica é o mais relevante dos aspectos desta
música. A mescla entre as influencias do choro, samba, baião, com
elementos do jazz, onde a espaço para improvisação, caracterizam
fortemente a música de Hamilton de Holanda. Experiências passadas, como
ter tocado baixo elétrico em bandas de rock em Brasília passaram a
enriquecer seu vocabulário musical, tornando sua música ainda mais livre.

Um trabalho bastante interessante que fala sobre o bandolim na música


popular brasileira é de Albenise de Carvalho Ricardo, cuja monografia foi
publicada em 2005. Em seu trabalho, ele fala sobre as renovações do choro
coletando entrevista com grandes bandolinistas como Hamilton de Holanda.
Ele descreve:

“O Choro tem sido apontado como uma verdadeira escola musical, em sua
essência, passando, hoje em dia, por uma importante fase de renovação.
Excelentes produções fonográficas vêm sendo lançadas no mercado,
incentivando o surgimento de novos grupos e rodas de Choro, curiosamente
formados, em sua maioria, por jovens estudantes de música. Este fato
culmina com a mudança do perfil do antigo chorão que, geralmente,
desconhecia a teoria musical. O maior desafio do músico atual é,
justamente, conciliar a necessidade de estudar música, para atender às
exigências de um novo mercado de trabalho, em que a excelência é
primordial, sem deixar de lado a espontaneidade típica do músico popular e
que é tão necessária à interpretação do Choro. Outra característica desse
novo mercado é a exigência de realizações musicais em curto tempo, onde o
conhecimento da teoria musical é essencial para viabilizar os ensaios e
gravações.
Com essa popularização do Choro e, como conseqüência, a grande procura
do bandolim pelos jovens, nos deparamos com uma lacuna no que diz
respeito ao material didático disponível. A escassez de uma literatura
específica e de métodos voltados para o ensino do instrumento, faz com
que, em muitas localidades, a transmissão do conhecimento seja feita ainda,
oralmente.
De um modo geral, encontramos pouco material didático voltado para o
Choro. Um dos poucos exemplos são, “O vocabulário do Choro”, de Mario
Sève, “O violão de 7 cordas - teoria e prática”, de Luiz Otávio Braga.
No entanto, para o bandolim especificamente, destaca-se o Método do
Bandolim Brasileiro, de Afonso Machado, existem ainda outros métodos que
não tiveram grande divulgação. Como base do estudo, foi feita uma revisão
bibliográfica consultando autores como André Diniz (Almanaque do Choro),
Regina Márcia Simão Santos (Aprendizagem Musical não formal), o já citado
Afonso Machado (Método do Bandolim Brasileiro), Murray Schafer (O ouvido
pensante), entre outros, além de pesquisas na internet. Serão apresentadas
entrevistas com renomados bandolinistas, como Pedro Aragão, Jorge
Cardoso, Hamilton de Hollanda, Marcílio Lopes, Ronaldo do Bandolim e
Pedro Amorim, contendo o relato de suas experiências pessoais de
aprendizado formal e/ou não formal e, também, suas experiências de ensino,
já que boa parte deles atua como professor de bandolim e cavaquinho.”

O que, na sua opinião, é mais importante ser repassado ao iniciante de


bandolim?

HH: O mais importante ao iniciante de bandolim é ouvir o que os outros


bandolinistas já fizeram e estão fazendo, além de conhecer um repertório
grande de músicas pra bandolim e também feitas pra outros instrumentos.
Assim o músico estará conhecendo o instrumento pelo o que ele é e pelo o
que pode ser!

Para o mercado atual, qual a relevância do aprendizado formal (conhecer a


teoria musical)?
HH: Acho importante. Hoje em dia, quase que fundamental. Apesar de que
conheço
grandes músicos que não tiveram o aprendizado formal... mas estes são
exceção. Pra minha formação, o aprendizado só me abriu mais portas: saber
fazer um arranjo, ler a primeira vista, conhecer harmonia...
Conclusão

É possível criarmos a hipótese de que Hamilton de Holanda tenha


conseguido criar um universo tão rico para o bandolim por que foi em certo
modo forçado a buscar novos horizontes devido à falta de abordagens
educacionais para o bandolim (recursos didáticos, etc.). Até aqui, podemos
entender isto como um processo natural de crescimento do bandolinista,
mas o que podemos notar como fator diferencial é o fato de isso em certo
aspecto jamais ter sido feito dentro do universo do bandolim brasileiro.
Essa alimentação por influência de estilos musicais diferentes produzida por
Hamilton de Holanda impactará de forma muito significativa a historia do
bandolim brasileiro.

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