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Nós temos um só compromisso: entender cada vez mais como assessorar O conjunto de textos que reunimos neste livro contém
nossos clientes na gestão de suas marcas. E também um indisfarçável contribuições de diversos profissionais de nossa equipe.
compromisso de contribuir para o desenvolvimento do branding no Brasil. Com certeza, eles refletem o clima profissional
É isso tudo que sempre nos moveu e que ilumina nosso futuro. e intelectual que constituiu nossa empresa.
Que a leitura desses 11 insights possa inspirá-los em 2011!
Em 2011, alcançaremos a maioridade: o Grupo Troiano de Branding
terá completado 18 anos. É muito pouco ainda diante de todos os desafios
e inquietações que nos mobilizam. É apenas o princípio do começo
de uma jornada de descobertas, investimentos e realizações.
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índice
Documento licenciado a Luis Rasquilha com o email luis.rasquilha@ayrww.com
não jogue fora
o bebê
com a ágia do banho:
cuidado nas
mudanças
de suas
marcas Algumas vezes, o cotidiano nos dá exemplos Assim como minha mãe, acredito que O que dá sentido a essa aliança é a
reais e contundentes de como as marcas de muitos consumidores, todos os dias, entris- essência, o DNA da marca. Assim, toda e
fato têm significado na vida das pessoas. Lem- teçam-se, alegrem-se, tenham raiva ou sim- qualquer atividade que ela fizer deve estar
bro-me de que, há alguns anos, minha mãe plesmente estranhem o “comportamento” imbuída desse DNA, todos que trabalham
comentava com certa tristeza sobre o desapa- das marcas que usam. Isso porque uma mar- com ela precisam saber qual o é seu propó-
recimento de uma marca de extrato de tomate. ca, acima de tudo, é uma aliança feita com sito, isto é, a que ela veio e o que aporta à
O produto continuaria a existir mas, a marca, o consumidor. Uma aliança que começa, vida daqueles que a escolhem. É necessário,
adquirida por uma grande multinacional, pas- geralmente, com um desenho e um nome enfim, que aquilo que mantém viva a aliança
saria a ter uma outra denominação, de uma li- (a logomarca) e é preenchida de significados, com a marca esteja claro para todos.
nha de produtos já existente no portfólio da em- alimentada, em todas as mensagens, em to-
presa. Curiosamente, na época, eu trabalhava dos os contatos que faz com ele – começan- Mas o que fazer para manter esse laço
numa das agências de propaganda dessa multi- do com o atendimento a uma ligação para o na hora de uma transição na ou da marca,
nacional, e acompanhei de longe todo o traba- call center e chegando até a entrega final do algo tão comum nos nossos dias? Penso que
lho e o cuidado no processo
Documento de transição.
licenciado produto
a Luis Rasquilha com o email ou serviço em questão.
luis.rasquilha@ayrww.com nesses momentos – sejam eles de mudanças
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de nome, de logotipia, ou até, como no caso Enfim, se sua marca está passando ou
mencionado, de descontinuidade ou substi- passará por uma transfromação, pense cui-
tuição de uma marca – ainda é preciso cui- dadosamente em como contar isso para seus
dar dessa aliança. Aliás, parece-me que é até consumidores, funcionários, fornecedores,
mais crítico. Há muito em jogo. Do lado do todos os seus públicos. Explique as razões
consumidor, existe todo um “capital” inves- da mudança, seja transparente, não deixe
tido naquela relação, que pode ser perdido espaço para que surjam fantasmas. Talvez
caso o processo não receba a atenção ne- você até perca algumas pessoas, que dei-
cessária. Do lado da empresa, então, nem se xarão de se identificar com a sua marca e
fale: estamos falando de capital mesmo, no buscarão outras alianças. Porém, trata-se até
sentido próprio do termo. de uma acomodação natural. Certamente,
muitos escolherão continuar com a sua mar-
Assim, para o bem das duas partes, ca, e ainda outros vão querer juntar-se a ela.
deve-se buscar a melhor maneira de se fazer
e, acima de tudo, de se explicar essa tran- Renata Natacci
sição. É preciso deixar claro para o consu-
midor – na verdade, para todos os públicos
daquela marca – o porquê das mudanças,
o que ele ganha (e, eventualmente, até o que
ele perde), o que se transformará e o que
será mantido. O DNA da marca “antiga”
será totalmente carregado nesse mudança?
Haverá elementos novos? Quais são eles?
Idealmente, deve-se assegurar que “a marca
muda, mas seu extrato de tomate continua
o mesmo de sempre” (só para constar: a
estratégia de empresa foi muito mais elabo-
rada do que Documento
isso). licenciado a Luis Rasquilha com o email luis.rasquilha@ayrww.com
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paixão
e as
marcas Na sua clássica obra, “A História”, Heródoto Bacana não só porque um bom vi- Talvez houvesse um ponto de vista filo-
conta que os Persas jamais tomavam uma de- nho pode ser realmente algo sublime, claro. sófico amarrando todo esse jogo: o de que a
cisão importante sem fazer três reuniões. Mas porque acredito que essa combinação de paixão obscurece a razão.
“análise” e “paixão” está hoje na essência das
Uma para deliberar calculada e cuida- marcas de sucesso. Atualmente, equipes envolvidas com
dosamente os fatos. Outra, para literalmente marcas de sucesso não pensam mais assim.
“viajar”, em que eles discutiam apaixonadamen- Não foi sempre assim.
te sobre a questão em pauta, com a ajuda de Claro que todos continuam buscando
muitas ânforas de vinho. E a terceira, já sóbrios, Durante muito tempo, tudo que mui- zelosamente mais informações sobre o merca-
com o objetivo de fazer uma síntese de tudo o tas empresas queriam eram mais dados do. Como já ouvi alguém dizer: “ah, Senhor,
que foi debatido, para que a decisão pudesse que possibilitassem a tomada de deci- dai-me a fome nossa de cada dia”. Em outras
ser finalmente acordada. sões racionais. Na prática, você sabe do palavras, não podemos nunca deixar de ser
que estou falando: dezenas de tabelas, de curiosos e perder nosso “apetite” por saber
Bacana, esse modelo.
Documento relatórios...
licenciado a Luis Rasquilha com o email luis.rasquilha@ayrww.com mais sobre nossos consumidores e marcas.
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Mas meu ponto é que toda essa infor- Adoro dizer que foco é “a concentra-
mação é muito mais valiosa quando é utili- ção do máximo no mínimo”. Perfeito, a pai-
zada para ajudar a construir um sonho da xão é essencial para qualquer atividade hu-
marca. É esse o ponto de partida: um sonho, mana, pois justamente é essa paixão que tem
um desejo apaixonado de transformar a vida o poder de concentrar e canalizar a nossa
das pessoas, uma crença – que muitos vão vontade, dar direção a nossas ações.
chamar de exagerada – de que a marca deve,
sim, tentar transformar o mundo. E a paixão que torna possível o novo.
É esse sonho, essa paixão, que deve É ela que nos inspira.
orientar tudo o que a marca faz. É isso que
torna possível o desenvolvimento de marcas Quem já se apaixonou, sabe do que
realmente fortes e únicas. estou falando.
E se paixão já é importante para cons- Fica aqui, então, uma pergunta para
truir marcas em geral, imaginem como reflexão: “a sua marca tem como alicerce
é ainda mais importante em áreas que en- uma grande paixão que a anima?”
volvem bens e serviços de identidade so-
cial, como vestuário, automóveis e itens Fernando Jucá
para a casa.
Acaba de ser publicada a edição 2009 Para minha surpresa, deu exatamente o Ou seja, mulheres continuam sonhando
do Folha Top Of Mind das Marcas, realiza- inverso. As 3 primeiras marcas mais lembradas com a Cinderela e os homens seguem valori-
da pelo Datafolha. Nestelicenciado
Documento ano, eles estrearam mulheres foram: SEDA, ZERO CAL,
pelas luis.rasquilha@ayrww.com
a Luis Rasquilha com o email zando o carro. Lembra-me muito um cartoon
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que usamos algumas vezes em projetos de à vida contemporânea, muito pelo contrário. Cabe às marcas essa missão de integrar,
marca para nossos clientes quando falamos Fica cada vez mais claro que as pessoas es- de forma inteligente, esse dois lados. Sem
do público infantil. O que me surpreende é tão, sim, agregando novos papéis e compor- caricaturas, nem estereóticos de perfeição.
que essa imagem é tão verdadeira para crian- tamentos, mas sem abrir mão de sua histó- E para que profissonais de marketing e comu-
ças como é para os grandinhos. ria. Ser moderno talvez seja exatamente isso: nicação se sintam ainda mais inspirados, vale
combinar o lado “A” e o lado “B” da melhor relembrar os versos de Belchior em “Como
Aliás, não é de se espantar que em re- forma possível. Negar o lado “A”, o lado de nossos pais”:
cente estudo que fizemos com jovens adoles- Seda, Pirelli, Zero Cal ou Honda é escon-
centes, Angelina Jolie e Ayrton Senna eram der uma parte importante da vida das pessoas. “Minha dor é perceber
apontados como seus maiores ídoles. Na ver- Isso não quer dizer que elas queiram apenas Que apesar de termos
dade, ambos são o retrato atual da Cinderela isso. Combinar, somar, balancear, equilibrar Feito tudo o que fizemos
e do super-homem. são verbos bem mais contemporâneos do que Ainda somos os mesmos
trocar, mudar ou abandonar. E vivemos
Para empresas e profissionais que, como Ainda somos os mesmos
eu, dedicam-se a desenvolver estratégias para Além disso, hoje, dizer que gosta de E vivemos
marcas a partir do profundo conhecimento do SEDA, ser uma mulher que gosta de estar Como os nossos pais...
consumidor, é fundamental entender a cabe- cheirosa para o marido, por exemplo, não é Nossos ídolos
ça, e mais ainda, o coração das pessoas. Mui- mais incompatível com ser uma mulher ativa e Ainda são os mesmos
tas vezes sinto que há uma fascínio pelo lado dona do seu próprio nariz. Também, quando E as aparências
“B”, por aquilo que é mais visível e atraente. um homem assume que sonha com um home Não enganam não”
É como se o lado “A” fosse o antigo, o feio, theater ultra poderoso ou com um Mercedes
o que ficou para trás. As marcas mais lembra- Benz na garagem, nem por isso ele deixa de Está lançado o desafio!
das para cada sexo nos mostram justamente o ser sensível e participativo em casa. Os lados
contrário. O lado “A” está mais forte do que “A” e “B”, hoje, conseguem conviver de forma Cecília Russo
nunca, ativo, pulsante. Está no top of mind. mais harmônica. Ufa, ainda bem! Não precisa-
mos mais ser só duronas e nem eles amigui-
A meu ver não há nenhuma contradi- nhos demais. Um pouco de SEDA e PIRELLI
ção nos resultados do Toplicenciado
Documento of Mind em relação
a Luis na veia
Rasquilha com o email também fazem bem, por que não?
luis.rasquilha@ayrww.com
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A
força
DOS
pequenos
contatos Há uma grande ilusão no mercado: marcas for- O sentimento de que marcas somente quenos contatos que elas estabelecem com
tes só se constroem com grandes investimen- são construídas à base de muita propaganda é seus consumidores e com todos os públicos
tos de propaganda. um grande engano! envolvidos com ela – dos seus funcionários
aos canais de venda.
Quantas e quantas vezes, eu tenho ou- Primeiro, porque grandes marcas come-
vido esse lamento, partindo principalmente de çaram pequenas e, como tais, não podiam dis- Essa rede de múltiplos contatos tem a
empresas que não dispõem desses recursos por daqueles investimentos. força de construir o valor e percepção adequa-
mais generosos. da de uma determinada marca.
Em segundo lugar, porque há muitas
É como se existisse um “apartheid mer- marcas que cresceram fora dos tradicionais cir- E quais são afinal estes múltiplos
cadológico”: ou você tem muito dinheiro para cuitos publicitários. contatos?
investimentos publicitários e pertence à “raça
superior” dos grandes anunciantes, ou fica imo- Marcas fortes e valiosas de verdade O que seus funcionários sabem sobre a marca?
bilizado num Documento
“gueto” dos licenciado
que nada podem. são contruídas
a Luis Rasquilha com o email pela rede de múltiplos e pe-
luis.rasquilha@ayrww.com Num artigo da Harvard Business Review,
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ambulantes, vistos por milhares de pessoas. aquele que você investe em design de emba-
Fachadas, lojas são outro ponto de contato lagens, rótulos, na sua logomarca, etc. Esses
com a marca. Se alguém na empresa não elementos visuais de sua marca costumam
criar uma rígida disciplina de uso das cores, ser os pontos de contato mais frequentes de
das formas, etc. que representam a sua mar- seu consumidor com ela. Não faça conces-
ca em todas as suas aplicações, não haverá sões nessa área.
recurso de propaganda que resolva. Há pou-
co tempo, pedimos a um de nossos clientes Bem, eu falei de alguns elos de contato
que pusesse sobre a mesa os cartões de vi- da marca com o seu mercado e seus públi-
sitas de cinco funcionários da empresa. Pa- cos. Há muitos outros. Por isso, tendo ou
recia o samba do crioulo doido, cada um de não recursos para se transformar em anun-
um jeito! Faça o teste na sua. ciante, saia do gueto. Trate cada um desses
pontos de contato com o mercado como um
“Bom dia, um momentinho por favor!” momento mágico de encontro entre sua mar-
Colin Mitchell faz esta indagação funda- Essa é a frase típica de uma telefonista que ca e o consumidor.
mental: será que as pessoas que trabalham representa sua empresa e sua marca ao rece-
na empresa estão cientes dos valores e dos ber uma ligação...quem sabe se de um cliente Jaime Troiano
propósitos que tem a marca que elas ajudam importante. O problema é nós nunca termos
a “fabricar”? Será que nós não nos preocu- uma segunda chance de causar uma primei-
pamos mais em vender a marca da porta da ra boa impressão. Telefonistas, secretárias,
rua para fora do que para nosso próprio pú- recepcionistas são poderosíssimos pontos de
blico interno? contato com sua marca.
Caminhões, fachadas, lojas, papelaria... “Minha sobrinha tem bom gosto e um Mac!”
Na rede de pequenos contatos da marca com “Que boa idéia! Assim, eu posso economizar
o mercado, o seu sistema de representação um bocado em design e nas minhas emba-
visual tem que obedecer a uma disciplina lagens!” Que péssima idéia, na verdade. Se
xiita. Caminhões são verdadeiros outdoors há um dinheiro bem gastolicenciado
Documento em comuncação é
a Luis Rasquilha com o email luis.rasquilha@ayrww.com
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as
marcas e o
futebol Estamos a poucos dias da Copa do Mundo de
2010 e a seleção já está em terras africanas.
O futebol, nos próximos 30 dias, será o protagonis-
ta nos meios de comunicação, nas conversas entre
amigos, nos almoços de domingo e por aí vai.
Mas eu não falei que os consumido- E aqui, para finalizar, fica uma diferença
res estão cada vez mais exigentes? Imagine, mais do que significativa entre o mundo da bola
então, aqueles apaixonados pela sua marca! e o mundo dos negócios. No mundo da bola,
Ao mesmo tempo em que apoiam, cobram. a paixão por um time, muitas vezes, fala mais
Ao mesmo tempo em que aceitam, pedem alto e a razão fica de lado. Dificilmente aquela
explicações. Eles querem o melhor, sempre. marca será trocada por seus torcedores.
Porque sabem que a marca tem condições de
lhes oferecer aquilo que esperam. Já no mundo dos negócios a situação
pode ser diferente. As relações deterioram-se
Um ano e meio depois de sua contrata- e podem romper-se, caso o consumidor con-
ção, a marca Ronaldo está sendo questiona- clua que aquela marca que ele sempre apoiou,
da. É como diz o ditado: quem está na chuva não pode mais entregar-lhe o que ele deseja.
é para se molhar. Ele já provou seu valor, mas
ainda está jogando. Ou seja, ainda está no Ricardo Klein
mercado. Seu produto, o futebol, tem perdido
em qualidade. O consumidor, a torcida, já não
tem mais a mesma paciência
Documento que tinha
licenciado antes.
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que
Marca
te
completa?
Pare e pense: a imagem que as pessoas têm
de você é a mesma que você tem de si mes-
mo? Em outras palavras, as pessoas te veem
da mesma forma como você se vê?
Nada disso. Ainda que louvável, esse °O propósito da marca a distingue
200% de concorrentes, permitindo
tipo de prática surge como um “adendo”, como que ela obtenha maiores lucros?
uma das ações que compõem as atividades de
marketing da marca. É quase sempre um es-
0% forço – nem sempre ancorado na realidade Boa sorte!
10 anos 5 anos 3 anos – de retratar a marca como uma entidade que Fernando Jucá
Fonte: Sheth, Jagdish, Raj Sisodia, David Wolfe, Firms of Endearment, 2008. também
Documento licenciado a Luis Rasquilha com o email se preocupa com a sociedade.
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louco
ou
local? Há 100 anos, não havia global brands. Den- Aliás, os particularismos locais nunca de Granada. Não há nada tão onipotente como
tro de mais 100 anos, não haverá apenas estiveram tão à flor da pele. Mesmo com o isso acontecendo nos mercados internacionais,
global brands! Mercado Comum Europeu, com o Euro e nem no Brasil. O desembarque de marcas glo-
com um Parlamento Continental. Na verdade, bais continuará dividindo a praia com as marcas
O que pode parecer um inevitável os movimentos separatistas e a preocupação domésticas, em maior ou menor proporção.
e irresistível processo de total dominação com a sólida preservação de princípios e pa-
planetária, não é. O fluxo internacional de trimônios nacionais continuam mais vivos do Podemos dividir o raciocínio da seguin-
capitais, a circulação de bens e serviços que nunca. Tudo se passa como se o temor da te maneira:
ao redor do globo, a maravilhosa rede de pasteurização global despertasse os sentimen-
comunicação a que estaremos cada vez tos, às vezes latentes e às vezes manifestos, de
mais atados não matará os players locais. defesa de identidades nacionais ou culturais. °há fortes razões para que as marcas
globais continuem avançando
Não teremos os mesmos produtos nas gôn-
dolas de Milão, Joinville, Boulder, Poços A suposta invasão das marcas globais não °e há fortes razões para a preservação
de marcas domésticas.
de Caldas e Documento
Bangkok. licenciado a Luis Rasquilha com o email
se parece com os Mariners dominando a Ilha
luis.rasquilha@ayrww.com
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mento etc. Por que o sistema que foi desenvolvi- até o inverso: as marcas globais só se desenvolvem
do na Espanha não pode ser estendido para outros porque nasceram consumidores globais.
países, dentro de condições semelhantes de mer-
cado? Só a insensatez corporativa recomeçaria
do zero em outro país quando é possível trans-
ferir para além das fronteiras originais.
4 Por mais que possamos negar, nós e vários
outros povos de países em desenvolvimento
somos “malinchistas”. O “malinchismo” é a ingênua,
mas poderosa síndrome da paixão pelo que vem do
cia e a integração são mais importantes que a você saiba de que país ele é. Ao lado do passaporte “Faz sentido mesmo esse processo
eliminação do outro. de seu país ele carrega um outro: um “passaporte” de globalização das marcas, no meu caso?
que lhe dá acesso à comunidade internacional de Será que na busca desses benefícios –
Quais são as principais razões para que ele também faz parte. Ou seja, há cada vez como as tais economias
que as marcas globais continuem avançando mais segmentos de pessoas com habilidades e va- de escala – não estou matando
entre nós? lores globais sem que isso anule sua personalidade nossa fonte de receitas no Brasil?
nacional. A lógica não vale apenas para a garota- Isso não é loucura?”
primus
inter
pares Não há mais por que ignorar a importância da empresa, financeira em particular. Não me to para empresas de capital aberto, não deixa
dos ativos intangíveis que as organizações atrevo a conjecturar sobre o que acontece com qualquer dúvida a respeito. Em levantamento
detêm! Trata-se de uma necessidade que não a área de gestão de pessoas e sua relação dire- recente que fizemos para 60 empresas listadas
pode ser mais ocultadada e cuja gestão não ta com outro intangível, capital intelectual, mas na Bovespa, aferimos uma razão média igual a,
pode ser mais adiada, embora ainda haja al- creio que também não seja lá muito distinto. aproximadamente, 3 entre o valor de mercado
guma resistência e um certo comodismo a e o valor patrimonial. Ou seja, a precificação
respeito. Este artigo que escrevi junto com o A verdade é que a contribuição do va- do que elas valem, de fato, aos olhos de inves-
Luis Eduardo Carvalho, nosso sócio na brands lor dos intangíveis no valor total do negócio tidores, confirma a existência de um conjunto
& values, enfrenta esse desafio. de uma organização passou a ser substancial de ativos não incorparados ao balanço que cria
e é impossível olhar para eles como um ade- esse múltiplo do seu valor contábil.
Na área de marketing, em particular, o reço cosmético.
sentimento de que isso não é algo que nos diga Marcas pertencem a esse precioso pa-
respeito está presente todo o tempo. Como se As relações entre valor patrimonial e cote de intangíveis. E é bem provável que,
fosse apenasDocumento
uma demanda de outras
licenciado áreas
a Luis valor luis.rasquilha@ayrww.com
Rasquilha com o email de mercado, quando esse cálculo é fei- em muitos casos, seja um primus inter pares.
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Seu valor, auditado devidamente, constitua-se com alguma regularidade procedimentos tabu – e que hoje são objeto de normas específi-
no maior de todos eles. técnicos para aferir o valor de suas marcas. cas de reconhecimento e mensuração.
E mais uma informação curiosa: em nenhum
Os indicadores que temos ao nosso al-
cance mostram o quanto, em média, o valor
econômico das marcas representa no valor to-
dos casos essa iniciativa é tomada pela área
de marketing. 2 A pressão pela utilização de métricas de
eficácia. Na área de marketing, essa ex-
igência – que parte da alta direção e da área fi-
tal de um negócio: Ou seja, esses cálculos têm sido tratados nanceira – é cada dia mais intensa. Durante muito
como uma eventualidade. Muitas vezes, asso- tempo, profissionais de marketing apostaram-se
ciada a processos de prospecção, compra e numa suposta impossibilidade de aferir retorno
°Marcas de produtos b-2-b: venda de marcas. Tem sido relativamente co- sobre investimento. Essa não é mais verdadeira,
entre 10 e 15%
mum, por exemplo, ocorrer essa necessidade mesmo que as metodologias não sejam sempre
°Marcas de produtos de consumo
em empresas internacionais que querem ou as mais científicas do mundo. Aliás, mesmo em
em geral: 25 a 30%
precisam se desfazer de ativos locais. física, princípios de incerteza estão igualmente
°Marcas de produtos de imagem: presentes. O caminho está aberto, portanto, para
em torno de 50%
Porém, há sinais no horizonte de que o uso de métricas baseadas no valor econômico
°Marcas de produtos de auto-expressão: o caráter eventual dessa iniciativas deverá de marcas como indicador de eficácia para in-
70% ou mais.
se transformar em algo mais rotineiro num fu- vestimentos mercadológicos. O professor Don
turo não muito distante. Alguns fatores contri- Schultz, da Kellogg School of Management, em
A título de esclarecimento, essas por- buem para isso. Chicago, repetiu ad nauseam a seguinte provoca-
centagens (participação da marca no valor no ção: “If marketers dont´t wake up, and soon, the
negócio como um todo) é o que, efetivamen-
te, chama-se brand equity. 1 A necessidade de maior transparência por
parte das empresas em suas relações com
seus acionistas e com o mercado em geral tem le-
accountants and financial people will be running
brands, not the branding and marketing people.”
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autores
Documento licenciado a Luis Rasquilha com o email luis.rasquilha@ayrww.com
Ficha Técnica
Planejamento Geral Ricardo Klein
Direção de Arte Carolina Menezes
Criação e Diagramação Célia Hanashiro
Revisão de Texto Renata Natacci
Coordenação Geral Cecília Russo
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