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CIDADANIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Prof.ª M.e Ana Claudia F. Gomes

INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL NA


CONFIGURAÇÃO POLÍTICA BRASILEIRA
04 |aula

SUMÁRIO
4.1 Introdução  2
4.2 Estado de bem-estar social e Políticas públicas e sociais 2
4.3 Atlas da Exclusão Social no Brasil 4
Considerações finais 6
Bibliografia 8
Objetivos da aula
▪▪ Conhecer os conceitos de inclusão e exclusão
social;
▪▪ Verificar índices de vulnerabilidade social;
▪▪ Conhecer e analisar o contexto de políticas
públicas e sociais brasileiras na contemporaneidade.

4.1 Introdução
O primeiro parágrafo da Constituição da República Federativa do Brasil, que foi promulgada em
1988 e rege o nosso código de leis, normas e princípios, anuncia:

“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para


instituir um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a
proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil...”

Os desafios anunciados no texto acima se referem à construção de uma sociedade “fraterna,


pluralista e sem preconceitos”, a partir da garantia de direitos sociais e individuais. Mas, como isso pode
tornar-se possível se verificamos altos índices de exclusão social no Brasil? A exclusão caracteriza-se
pela separação, pelo isolamento e pela discriminação de parte da população, que não possui condições
para participar plenamente da vida social porque não possui acesso a direitos básicos como saúde,
moradia, trabalho, educação e infraestrutura. Sendo assim, para reverter o processo de exclusão social
e tornar possível a inclusão social de todos, o Estado é “destinado a assegurar o exercício dos direitos
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça”.
Como isso acontece? Como são definidas políticas públicas e sociais com tais objetivos?

4.2 Estado de bem-estar social e Políticas públicas e sociais


O chamado Welfare State ou Estado de Bem-Estar Social surgiu na Inglaterra, em 1945, quando o
Partido Trabalhista estabeleceu que independentemente da renda, todo cidadão deveria ter a proteção
do Estado, o qual deveria assegurar a previdência social e um sistema de assistência médica com rede
hospitalar disponível para todos. Além disso, seguros deveriam ser institucionalizados para garantir o

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pagamento em dinheiro em situações de dependência como velhice, invalidez, doenças, maternidade e
desemprego. Tais propostas foram bem recebidas, principalmente em um período pós-guerra, quando
os países envolvidos na Segunda Guerra Mundial deveriam receber seus ex-combatentes, muitos
inválidos, que enfrentariam a crise do desemprego e a reconstrução dos países. Vale ressaltar que a
Inglaterra, berço da Revolução Industrial, também enfrentava os sintomas de exploração do trabalho
capitalista, com a formação de um “exército de reserva”, ou seja, excesso de mão de obra disponível que
contribuiria para a diminuição dos salários e precarização das condições trabalhistas, como aumento de
jornadas, insalubridade e constantes acidentes de trabalho.
A rede de seguros sociais provocou o aumento dos gastos estatais, que seriam cobertos com
os impostos recolhidos. Estabeleceu-se uma garantia de direitos que seria mantida pelo Estado,
a partir de projetos e políticas públicas, que atendessem as demandas das políticas sociais, muitas
vezes, originárias de organizações não governamentais, sindicatos e movimentos sociais. Com o
desenvolvimento de ideias neoliberais, que defendem à redução de gastos governamentais e impostos,
a partir da década de 70, o jogo das forças de mercado reformou o Estado de bem-estar social. Com a
limitação da intervenção assistencial do Estado, observamos, por exemplo, a criação de planos de saúde
particulares, previdência privada e, consequentemente, o aumento dos índices de exclusão social.
No Brasil, a partir da década de 30, com as leis trabalhistas do governo de Getúlio Vargas que
garantiram o salário mínimo, jornada de 8 horas, repouso semanal obrigatório, férias remuneradas e
indenização por dispensa sem justa causa, as condições do trabalhador foram consideradas em um
contexto de expansão desenvolvimentista. Porém, entre as décadas de 30 e 70, a industrialização tardia,
as ondas migratórias principalmente para o Sul e Sudeste, o excesso de investimentos estatais em
infraestrutura, a desigualdade na distribuição de renda, a inflação e o desemprego criaram as condições
para a precarização do trabalho e do trabalhador, que reivindicava a participação do Estado nesse novo
cenário. A década de 80 assistiu a um refortalecimento do movimento sindical, com destaque para os
metalúrgicos e bancários. Foram criadas políticas públicas, muitas de cunho clientelista, ou seja, que
se baseavam na troca de favores entre Estado e população. O que era direito do cidadão muitas vezes
aparecia como favor do Estado, os benefícios públicos eram trocados por votos e reeleições. A partir da
década de 90, com o predomínio do neoliberalismo na economia e política global, o Estado reformulou-
se e a participação de movimentos sociais no processo de garantia de direitos e cidadania tornou-se
essencial, uma vez que, durante todo esse período, a exclusão social continuou crescendo.

Como resultado de políticas públicas e sociais, grande parte das


instituições responsáveis pela gestão de recursos financeiros no Brasil surgiu nas
décadas de 60 e 70, como os tradicionais BNH (Banco Nacional de Habitação) e
COHAB (Cooperativas Habitacionais); o INPS (Instituto Nacional de Previdência
Social), que hoje é INSS (Instituto Nacional do Seguro Social); o INAMPS (Instituto
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), hoje substituído pelo SUS
(Sistema Único de Saúde) e o FGTS (Fundo de garantia por tempo de serviço),
assim como as cadernetas de poupança.

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Uma sociedade não pode desenvolver-se enquanto os índices de vulnerabilidade social
estiverem em destaque. Na configuração histórica do processo de exclusão social, podemos observar a
vulnerabilidade da população diante do impedimento de acesso à moradia, infraestrutura, escolaridade,
trabalho, renda, assistência jurídica, serviços de saúde, previdência social e garantia de segurança
alimentar. As expressões das questões sociais como a fome, a miséria e a violência tornam-se uma
constante diante da não garantia dos direitos básicos e da desigual distribuição de renda.

4.3 Atlas da Exclusão Social no Brasil


Para analisar a exclusão social nas diversas realidades brasileiras, os economistas Marcio
Pochmann e Ricardo Amorim criaram em 2002, o índice de exclusão social e produziram o Atlas da
Exclusão Social no Brasil. Com base nos dados do censo do IBGE de 2000, os autores consideraram
variáveis como pobreza, concentração de jovens, alfabetização, escolaridade, emprego formal, violência
e desigualdade social para medir o grau de exclusão das diferentes regiões brasileiras. Esse índice aliado
ao IDH – Índice de Desenvolvimento Urbano, que considera como variáveis a longevidade, a renda e a
alfabetização, é um importante instrumento para a análise da realidade social.
De acordo com o estudo, as regiões Norte e Nordeste apresentam os maiores graus de exclusão
social, medidos por sete variáveis ou indicadores, que são:

Indicador de pobreza: famílias com renda inferior a meio salário mínimo per capita por mês. No
país há muitas famílias que estão abaixo da linha da pobreza, com indicadores de fome e miséria
extremas;
Indicador de concentração de jovens (de até 19 anos): mede as famílias numerosas, com muitos
indivíduos que não participam da população economicamente ativa;
Indicador de alfabetização: verifica a quantidade de chefes de famílias analfabetos;
Escolaridade: avalia o grau de instrução dos chefes de famílias;
Emprego formal: indica o total de assalariados em empregos formais na idade da população
economicamente ativa;
Indicador de violência: verifica o número de homicídios por 100 mil habitantes. Diferente dos outros
indicadores, que apresentam maior incidência no Norte e Nordeste, as cinco regiões metropolitanas
que apresentam maior índice de violência são São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Distrito Federal e
Recife;
Desigualdade: avalia a distribuição de renda entre os grupos familiares nos extremos da pirâmide
social. Em 49% dos municípios brasileiros, a desigualdade na distribuição de rendas é muito grande.

Para produzir o índice de exclusão social, os indicadores de pobreza e emprego formal


representaram 51% do peso; os indicadores de desigualdade e juventude representaram 17% do peso;
o indicador de violência representou 15% do peso; o indicador de escolaridade representou 11,3% do
peso e o indicador de alfabetização contribuiu com 5,7% do peso.
Em síntese, 41,65% dos municípios brasileiros apresentam a exclusão social caracterizada pela
pobreza, pela fome, por famílias numerosas, com concentração de jovens, por pouca escolaridade e por

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pouca experiência no emprego formal. Da população brasileira, de aproximadamente 190 milhões de
pessoas, 21% vive em localidades de exclusão e 26% vive em condições adequadas de inclusão social. A
grande parte da população tem acesso aos serviços básicos, mas deve-se considerar a qualidade desse
acesso em relação à educação, ao trabalho, à renda, à moradia, ao transporte e à informação para que
os números não sejam mascarados. Em outras palavras, não adianta termos escolas sem professores,
hospitais em condições precárias ou transportes sucateados. Vale lembrar que o mercado informal de
trabalho é extremamente relevante na nossa realidade e o trabalhador que vive dos “bicos” ou funções
sem vínculos empregatícios não tem a garantia de trabalho e renda.
A partir dos dados analisados, podemos observar, no Brasil, a “velha exclusão social”, com baixos
níveis de renda e escolaridade, que atinge principalmente migrantes, analfabetos, mulheres, famílias
numerosas e a população negra no Norte e Nordeste. Também observamos a “nova exclusão social”,
nas regiões do Centro Sul, relacionadas à precarização do trabalho em relação à inserção no mercado e
condições de exploração como carga horária elevada e baixos salários, além do desemprego e violência
urbana.
Segundo os autores, os municípios que apresentam maior grau de exclusão estão no Nordeste
(72,1%) e no Norte (13,9%). As outras regiões apresentam índices menores de exclusão social: Sudeste
(10,4%), Centro-Oeste (2%) e Sul (1,6%). Sendo que São Caetano do Sul, localizado na Grande São
Paulo, foi apontado como o município de menor grau de exclusão social do país. Dentre as capitais, as
cinco que apresentam melhores condições de vida são: Florianópolis, Porto Alegre, Vitória, Curitiba e
Belo Horizonte. E as cinco capitais com maior incidência de exclusão social são: Macapá, Boa Vista, Rio
Branco, Teresina e Manaus.

Ainda segundo os autores, a inclusão social é possível a partir de um padrão de vida digno,
conhecimento e diminuição do risco juvenil, que são conquistas da cidadania, uma vez que: “alterar
a configuração geoeconômica do Brasil não é simples e tão somente estimular a produção industrial,
incentivando o espalhamento da lógica industrial no nordeste e norte brasileiro. Vai além, significa
enfrentar e eliminar velhas práticas políticas e implementar ações sociais que resgatem a cidadania da
população excluída, dando-lhe as condições para sua emancipação econômica” (Pochmann e Amorim,
2007: 75).

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Considerações finais
Em 1992, Zé Ramalho gravou pela Sony a música “Cidadão”, de autoria de Lucio Barbosa, no
álbum Frevoador. A letra da música, abaixo, permite-nos refletir sobre a realidade da exclusão social no
Brasil. No texto nota-se a ausência do Estado e de políticas públicas e sociais que permitiriam a inclusão
social do personagem e sua família. O que pensar sobre tal situação?

“Tá vendo aquele edifício moço / Ajudei a levantar/ Foi um tempo de


aflição, era quatro condução/ Duas pra ir, duas pra voltar/ Hoje depois dele pronto
/ Olho pra cima e fico tonto/ Mas me vem um cidadão/ E me diz desconfiado/
“Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar”;/ Meu domingo tá perdido, vou pra
casa entristecido/ Dá vontade de beber/ E pra aumentar meu tédio/ Eu nem
posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer/ Tá vendo aquele colégio moço/
Eu também trabalhei lá/ Lá eu quase me arrebento / Fiz a massa, pus cimento,
ajudei a rebocar/ Minha filha inocente vem pra mim toda contente/ “Pai vou me
matricular”/ Mas me vem um cidadão: / “Criança de pé no chão aqui não pode
estudar”/ Essa dor doeu mais forte/ Por que é que eu deixei o norte/ Eu me pus
a me dizer/ Lá a seca castigava, mas o pouco que eu plantava/ Tinha direito a
comer/ Tá vendo aquela igreja moço, onde o padre diz amém/ Pus o sino e o
badalo, enchi minha mão de calo/ Lá eu trabalhei também/ Lá foi que valeu a
pena, tem quermesse, tem novena/ E o padre me deixa entrar/ Foi lá que Cristo
me disse:/ “Rapaz deixe de tolice, não se deixe amedrontar/ Fui eu quem criou a
terra/ Enchi o rio, fiz a serra, não deixei nada faltar/ Hoje o homem criou asas e
na maioria das casas/ Eu também não posso entrar”

6 CIDADANIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL


Alunos, ao longo das 16 aulas será montado um quebra-cabeça que, ao final, representará a
Cidadania e Responsabilidade Social.

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Bibliografia
ARRUDA, José Jobson de, PILETTI, Nelson. Toda a História: História Geral e História do Brasil.
8.ed. São Paulo:Ática, 2000
POCHMANN, Marcio e AMORIM, Ricardo. Atlas da nova estratificação social no Brasil, vol 2.
São Paulo: Cortez, 2007.

Glossário
▪▪ Longevidade: anos de vida de um indivíduo.

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