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Revista Âmbito Jurídico, Nº 81, Ano XIII - OUTUBRO/2010 – ISSN: 1518-0360

DIREITO ROMANO: Principais institutos.*

Felipe Dalenogare Alves**

RESUMO: Este artigo tem por objetivo realizar uma abordagem sobre os principais institutos do direito romano
presentes em nosso cotidiano. Através de uma pesquisa bibliográfica objetiva, busca-se além de esclarecer o
tema tão pouco conhecido entre não só os acadêmicos, mas também grande parte dos envolvidos com o mundo
do Direito, levantar subsídios teóricos que auxiliem em uma intervenção prática, uma vez que a escassez
bibliográfica acerca do tema se apresenta de forma imensa.
PALAVRAS-CHAVE: institutos jurídicos; institutos de direito romano; direito romano; institutos.
SUMÁRIO: 1. Introdução; 2. Dos Institutos de Direito Romano; 3. Das Coisas; 4. Da Posso; 5. Da propriedade;
6. Da Falência; 7. Do Casamento; 8. Do Divárcio; 9. Considerações Finais.

ROMAN LAW: Key institutes.

ABSTRACT: This article aims to achieve an approach on the main institutes of roman law present in our daily
life. Through a bibliographic search objectively, to clarify the subject so little known among not only academics,
but most involved with the world of law, lift subsidies theoretical solutions in a speech practice, since the
bibliographic shortage on the issue is so huge.
KEY-WORDS: institutes legal; institutes romans; roman law; institutes.
CONTENTS: 1. Introduction; 2. Of Institutes of Roman Law; 3. Of the Things; 4. The Can; 5. Property; 6.
Bankruptcy; 7; 8. Wedding Of Divárcio; 9. Final Considerations.

Sumário: 1. Introdução; 2. Dos Institutos de Direito Romano; 3. Das Coisas; 4. Da Posso; 5. Da propriedade; 6.
Da Falência; 7. Do Casamento; 8. Do Divórcio; 9. Considerações Finais.

*
Artigo originalmente apresentado no XX Encontro Gaúcho de Estudantes de Direito, realizado de 3 a 6 de junho de 2010 na
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Santa Maria – RS.
**
Autor. Acadêmico do Curso de graduação em Direito da Universidade Luterana do Brasil, Campus Cachoeira do Sul, RS.
Endereço eletrônico: felipegestaopublica@gmail.com. Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/8297366477562
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1. INTRODUÇÃO
Apesar de possuir aplicabilidade plena às situações fáticas de nosso
cotidiano, muitos dos institutos jurídicos que regulam o Direito foram concebidos sob a luz do
Direito Clássico, fruto da produção dos ilustres juristas romanos. Esses foram lapidados ao
longo do tempo, sofrendo alterações superficiais e certas melhorias, as quais possibilitaram
sua utilização através dos séculos, abrangendo fatos novos e solucionando problemáticas das
mais diversas. Essa relação de dinamismo possibilitou a absorção de seus preceitos por
inúmeros ordenamentos jurídicos atuais, tendo sido o Código Civil Napoleônico o elo entre a
produção clássica e as codificações atuais.
Instituto Jurídico é o termo utilizado pelo Direito para denotar que
determinada situação, medida, condição ou fato é algo tão especial para a vida em sociedade,
que deve ser tratado como um "instituto jurídico" que merece um tratamento diferenciado.
Casamento, posse, falência e divórcio, por exemplo, são institutos jurídicos, pontos sobre os
quais tanto a lei como a doutrina e a jurisprudência têm algo a dizer, considerando-os
isoladamente e determinando algumas regras para a sua exata definição e localização no
mundo jurídico.
O termo instituto vem das institutiones, as institutas, de Justiniano, o
imperador bizantino, de Constantinopla, do Império Romano do Oriente, que, no século VI,
depois da queda de Roma e do equivalente Império do Ocidente, mandou colecionar todo o
conhecimento adquirido pelo Direito Romano nos séculos anteriores, a fim de segui-los e
preservá-los para a posteridade. Por este motivo, usa-se até hoje o termo “instituto”,
lembrando que são matérias e valores ancestrais que têm a transformação própria do seu
tempo, mas continuam fiéis, pelo menos em essência, à maneira como foram instituídas no
passado romano.
Assim, é possível a identificação, no ordenamento pátrio, da influência
trazida por estes institutos, seja na lei ou mesmo na doutrina e jurisprudência. Desta forma, a
proposta deste artigo é realizar um paralelo entre o direito clássico romano e o direito
brasileiro atual, mostrando a enorme semelhança entre ambos. O objetivo não é exaurir o
assunto, analisando taxativamente todos os institutos, mas apresentar alguns, os quais se

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julgam possuir maior pertinência, além de proporcionar fonte bibliográfica indispensável, seja
no meio profissional, seja no meio acadêmico, aos operadores do Direito.

2. DOS INSTITUTOS DE DIREITO ROMANO


A História, em seus grandes ciclos e nos fenômenos sociais de caráter geral,
se reproduz em ondas de contornos idênticos, como afirmam conceituados estudiosos do
Direito Comparado.
Desta forma, apesar de as estruturas sociais romanas não se terem
transportado até os nossos dias de forma inalterável, é necessário observar que muitos dos
valores sociais romanos e a própria noção do Direito se reproduziram nas civilizações
vindouras, se propagaram na área mediterrânea, infiltraram-se no Reino Franco, na Península
Ibérica, popularizando-se a partir do século XII, vindo a se alastrar, mais tarde, ao Novo
Mundo, através das grandes navegações, pouco perdendo sua força inicial e a nitidez de
inúmeros princípios consagrados, sobretudo no campo do Direito de Obrigações, em cláusulas
contratuais, no Direito de Família regulando a sucessão hereditária e também em outros
institutos da ciência jurídica, sobretudo na área do direito privado, uma vez que no direito
público esta influência teve dimensões bem mais reduzidas1.

3. DAS COISAS
Segundo a concepção de Moreira Alves (1983), há duas possíveis acepções
para o termo “coisa”: a vulgar, onde seria tudo o que existe na natureza, ou que a inteligência
do homem é capaz de conceber e a jurídica, na qual coisa é aquilo que pode ser objeto de
direito subjetivo patrimonial. A definição jurídica reflete exatamente a ideia de “coisa” na
atualidade, já tendo sido anteriormente apregoada pelos Romanos. Interessam ao Direito
somente os bens, que são as coisas na acepção jurídica, estando regulados seus tipos no
Código Civil pátrio2.

1
FORSTER, Nicolas. Influências do Direito Romano nas culturas jurídicas Austríaca e Brasileira sob o prisma
historico. Verbreited mit Unterstützung der, 2002. Disponível em: <http://textfeld.ac.at/pdf/353.pdf> Acesso em:
06 mai. 2009.
2
MOREIRA ALVES, José Carlos. Direito Romano. Rio de Janeiro: Borsoi, 1983.

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Traz, a lei civil, variadas classificações dos bens, que servirão de base para
dividir o direito em diferentes situações fáticas. Estas classificações baseiam-se em diferentes
critérios, já tendo sido pensadas pelos romanos.
Inicialmente, quanto à possibilidade de deslocamento sem alteração da
substância da coisa nem da destinação econômico social, os bens são classificados em móveis,
se possível tal deslocamento, e imóveis quando não, ou quando a lei estabelecer que assim
sejam tratados. Esta divisão já era usada em Roma, embora não houvesse exata definição,
representando basicamente a ideia acima ensejada.
Havia ainda a divisão entre bens singulares, quando mesmo reunidos
consideram-se apenas um e universais, quando vários singulares reunidos de uma mesma
pessoa para destinação específica3.

4. DA POSSE
Houve um tempo em que a propriedade e a posse se encontravam
confundidas entre os romanos. Posteriormente, distinguiu-se, pertencendo, até os dias de hoje,
aos jurisconsultos romanos, a glória de terem criado a Teoria da Posse.
O desenvolvimento da ideia de posse no direito romano constitui-se em uma
das mais árduas e difíceis investigações históricas dos pesquisadores do Direito ao longo da
humanidade. Tudo isso em virtude da deficiência dos arquivos jurídicos dos primeiros tempos
de Roma, sendo certo que todos os institutos e, principalmente, a posse experimentaram
notáveis alterações ao entrar na compilação justiniana.
Várias são as teorias imaginadas para explicar a diferenciação entre posse e
propriedade do direito romano. A principal corrente acerca do assunto defende que a posse
desenvolveu-se em Roma, como uma consequência do Direito de Clientela. Os patrícios
faziam concessões de terras aos seus clientes, conferindo-lhes a posse e reservando a

3
CAVALCANTE, Davi Tiago. Da influência dos institutos romanos no Direito Real Hodierno. Universo
Jurídico. Belo Horizonte, 2003. Disponível em: <http://www.uj.com.br/publicacoes/doutrinas/1399/
DA_INFLUENCIA_DOS_INSTITUTOS_ROMANOS_NO_DIREITO_REAL_HODIERNO>. Acesso em: 06
mai. 2009.

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propriedade. Os clientes, não podendo defender a terra como proprietário, defendiam-na como
possuidores4.
Muito se discute acerca do conceito mais adequado a ser dado para a posse,
variando de acordo com a exigência ou dispensa de certos elementos caracterizadores. Na
apresentação do conceito de posse, define-se posse como sendo o poder físico, material, de
fato, sobre uma coisa corpórea, distinto e separado do poder jurídico, propriedade, sobre ela,
evidenciando a vinculação da posse ao fato e da propriedade ao direito5.
Neste prisma, duas são as principais teorias: a subjetiva e a objetiva.
Na concepção de Savigny (1866), através da teoria subjetiva, só se tem
efetivamente a posse quando reunidos o corpus, poder corpóreo sobre a coisa, o efetivo
domínio material sobre ela e o animus domini, um elemento psíquico que, no direito
justiniano, é o desejo de ser proprietário ou de se transformar em dono da coisa. Assim, é
necessário que o possuidor tenha a vontade de ser proprietário da coisa, onde, sem a qual
estaria configurada uma mera detenção. Essa teoria exige, pois, para que o estado de fato da
pessoa em relação à coisa se constitua em posse, que ao elemento físico, corpus, venha juntar-
se a vontade de proceder à coisa como procede ao proprietário, affectio tenendi, mais a
intenção de tê-la como dono, animus domini6.
A teoria objetiva sustenta que é necessário para a posse apenas o corpus e o
animus tenendi, ou seja, a vontade de possuir. Assim, para ser possuidor, prescindível é a
caracterização do animus domini7. Nessa concepção, a distinção entre corpus e animus é
irrelevante, pois a noção de animus já se encontra na de corpus, sendo a maneira como o
proprietário age em face da coisa que é possuído.
A posse pode ser mantida ou restituída através de ação própria, mas outrora
se usavam para tanto os interditos possessórios, institutos que deram origem as atuais ações
possessórias.

4
SOUZA, António José Ferreira Marnoco e. História das Instituições do Direito Romano, Peninsular e
Português. 3 ed. Coimbra: França Amado, 1910.
5
CORREIA, Alexandre; SCIASCIA, Gaetano. Manual de Direito Romano. Rio de Janeiro: Sedegra, 1994.
6
SAVIGNY, Frédéric Charles de. Traité de la Possession en Droit Romain. vol 1. 7 ed. Paris: Auguste Durand,
1866.
7
IHERING, Rudolf Von. Teoria Simplificada da Posse. São Paulo: Edipro, 2002.

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5. DA PROPRIEDADE
Sucintamente, propriedade pode ser conceituada como sendo o pleno poder
sobre a coisa, plena in re potestas. Tal conceito decorre de somente a propriedade poder
apresentar todos os direitos sobre a coisa, ou seja, o de ser possuidor, jus possidendi, usar, jus
utendi, fruir, jus fruendi, e, exclusivamente, modificá-la, reformá-la, vendê-la, jus abutendi.
No prisma de Iglesias (1990), a propriedade é um direito real, absoluto,
exclusivo, oponível e irrevogável, salvo nos casos lícitos de limitação, uma vez que recai
sobre uma coisa. A propriedade é assim o mais amplo poder que um sujeito pode exercer
sobre a coisa, a mais perfeita relação de subordinação de um bem a um particular. Tem, desta
forma, ampla proteção jurídica, como o direito de reavê-la de quem injustamente a possua ou
detenha. Pode exercer todos os direitos sobre a coisa, dentro de certas limitações.
O direito romano, apesar de defender o caráter absoluto do direito de
propriedade já trazia algumas destas limitações, aumentadas com o tempo em função do
caráter social que deve ter a propriedade. Essas eram divididas por Iglesias “em relaciones de
vecindad e limitaciones de Derecho Público”, segundo o fator que as dá origem8. Entre as
primeiras temos a limitação de altura de edifícios e, nas públicas, podemos falar da tolerância
da navegação em seus rios pelos proprietários.
Hoje, nossa carta magna consagra a função social da propriedade como um
de seus preceitos básicos, o que legitima, dentre outras possibilidades, a desapropriação de
áreas rurais improdutivas para fins de reforma agrária, etc.

6. DA FALÊNCIA
No Direito Romano, a obrigação era essencialmente pessoal, isto é, na falta
de cumprimento, o devedor respondia com o seu próprio corpo e não com o patrimônio. Não
se exigia a intervenção do Estado, pois todo problema era resolvido pelas próprias mãos dos
credores. A fase mais primitiva do direito romano foi o direito quiritário, época essa, que a
pessoa do devedor era adjudicada ao credor e reduzida a cárcere privado. O direito quiritário

8
IGLESIAS, Juan. Derecho Romano - Historia e instituciones. Barcelona: Ariel, 1990.

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(período mais primitivo do direito romano) admitia a adjudicação do devedor insolvente que,
por sessenta dias, permanecia em estado de servidão para com o credor. Não solvido o débito,
podia vendê-lo como escravo no estrangeiro e até mesmo matá-lo9.
A partir da Lei das XII Tábuas se delinearam a execução singular e a
execução coletiva, sendo essa fase de grande contribuição do direito romano a este instituto.
No ano de 428 ou 441 a.c surgiu a Lex Poetelia Papiria, onde os bens do devedor e não mais
o seu corpo passa a constituir garantia dos credores.
Depois, no ano de 149 a.c, surgiu a Lex Aebutia, que fez substituir o
processo das legis actiones, pelo processo formular, atribuindo ao pretor a possibilidade de
redigir uma “formula”, espécie de programa de averiguação dos fatos e de sua valorização, a
fim de serem julgados pelo juiz. Á vista da bonorum sectio, instituiu a missio in bona ou
missio possessionem, que consistia no desapossamento dos bens do devedor, a pedido do
credor e por ordem do magistrado. Perdia, então o devedor a administração de seus bens, que
passavam ao curador, nomeado pelo magistrado. O credor dava, então, publicidade a missio,
bonorum proscriptio, para que os outros credores pudessem vir a concorrer, dentro de trinta
dias10.
Se passado esse prazo, o devedor não solvesse seus compromissos, o
curador alienava, bonorum venditio, ao melhor ofertante, bonorum emptor, o patrimônio do
devedor e que o sucedia a título universal e respondendo, consequentemente, pelas obrigações
assumidas pelo devedor, pagando proporcionalmente caso o ativo fosse insuficiente para a
satisfação completa de todos e obedecendo a mais perfeita igualdade. Se o devedor preferisse,
podia usar da cessio bonorum, isto é, fazer cessão de seus bens ao credor que podia vendê-los
separadamente por intermédio do curador, bonorum distractio, a fim de pagar, em rateio aos
demais credores.

7. DO CASAMENTO

9
ALMEIDA, Amador Paes. Manual das Sociedades Comerciais. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
10
LACERDA, José Cândido Sampaio de. Manual de Direito Falimentar. 14 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,
1973. In: RONCONI, Diego Richard. Falência e Recuperação de Empresas: análise da utilidade social de
ambos os institutos. Itajaí: Univali, 2002.

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“As núpcias são a união do homem e da mulher, o consórcio de toda a vida,


a comunicação do direito divino e humano”. Nessa concepção, de caráter muito mais social
do que jurídico, há três termos que se completam: união, consórcio e comunicação. Dessa
forma, estão presentes alguns princípios importantes: o casamento monogâmico, indissolúvel
e uma implicação entre as exigências do direito humano e do direito divino11.
No Direito Romano, apresentam-se dois tipos de casamento: Cum Manu e
Sine Manu.
No casamento Cum Manu, a mulher estava sujeita a forte autoridade do
marido, sendo considerada sua propriedade; a mulher renunciava a seus costumes, crenças e
patrimônio para incorporar-se a família do marido, abraçando as crenças e costumes dele; a
mulher desligava-se da Patria Potestas, passando ao poder do marido, Pater Famílias.
Com o passar do tempo, em consequência de uma nova visão da vida, que
gerou uma nova concepção do instituto do casamento, a autoridade forte do marido passou a
ser cada vez menos aceita e o casamento Cum Manu cedeu lugar ao casamento Sine Manu.
Nesse novo tipo de casamento, a autonomia da mulher passou a ser preservada tanto no
aspecto patrimonial, como no de suas crenças e costumes.

8. DO DIVÓRCIO
No Direito Romano, o instituto do divórcio, Divortium, acontecia mediante
o consentimento recíproco; em caso contrário, havia o, Repudium, para os casos graves como
adultério. No casamento Cum Manu, só o marido podia repudiar, a mulher não tinha igual
direito; no casamento Sine Manu, o repúdio podia ser exercido tanto pelo homem como pela
mulher.
Durante toda a história de Roma, cerca de XIII séculos, sempre o divórcio
foi plenamente permitido e praticado, como já o tinha sido pelos outros povos da antiguidade.
Foi só na Idade Média, com o advento do Cristianismo e o domínio total da Igreja, que o
casamento foi estabelecido como sacramento e as ações de divórcio passaram a ser
dificultadas.

11
MODESTINO apud WALD, Arnoldo. O Novo Direito de Família. 14 ed. rev. atual. ampl. São Paulo: Saraiva,
2002.

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O casamento moderno, em geral, surge de ato consensual rigidamente


solene, celebrado diante de autoridade competente, e só se dissolve pela morte ou pelo
divórcio em países que o admitem. No Brasil, só a partir de 1975 passou a existir o divórcio.
Assim, a sociedade matrimonial não pode dissolver-se, sem mais, pela simples vontade de um
dos cônjuges, daí falar-se em vínculo conjugal.
No Direito Romano, segundo nos ensina Cretella Jr (1988), para que
surgisse o casamento, bastava á vontade inicial dos membros sem quaisquer formalidades
jurídicas, somente a partir do período pós-clássico passou a existir certo formalismo e o
matrimônio só durava até que um dos cônjuges decidisse rompê-lo, a qualquer tempo, sem
formalidades e independente da existência de motivos previstos em lei12.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Destarte, após realizar ampla pesquisa bibliográfica acerca dos principais
institutos romanos, conclui-se que muitos estudiosos e pesquisadores jurídicos afirmam que o
Direito Romano é um laboratório para a descoberta de novas formas de leis e normas. Tendo
em vista à complexidade e a elevada quantidade dos institutos originários do Direito Romano,
objetivou-se discorrer de forma sucinta sobre alguns dos principais. Na explanação supra
descrita, percebe-se a magna importância do Direito Romano, o qual deu origem a institutos
que influenciaram as normas jurídicas da grande parte dos países ocidentais e que deixa um
legado profundo para toda a humanidade.

10. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Amador Paes. Manual das Sociedades Comerciais. 10 ed. São Paulo: Saraiva,
1998.
CAVALCANTE, Davi Tiago. Da influência dos institutos romanos no Direito Real
Hodierno. Universo Jurídico. Belo Horizonte, 2003. Disponível em: <http://www.uj.com.br/
publicacoes/doutrinas/1399/DA_INFLUENCIA_DOS_INSTITUTOS_ROMANOS_NO_DIR
EITO_REAL_HODIERNO>. Acesso em: 06 mai. 2009.
CORREIA, Alexandre; SCIASCIA, Gaetano. Manual de Direito Romano. Rio de Janeiro:
Sedegra, 1994.

12
CRETELLA JR, José. Curso de Direito Romano. Rio de Janeiro: Forense, 1988.

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CRETELLA JR, José. Curso de Direito Romano. Rio de Janeiro: Forense, 1988.
FORSTER, Nicolas. Influências do Direito Romano nas culturas jurídicas Austríaca e
Brasileira sob o prisma historico. Verbreited mit Unterstützung der, 2002. Disponível em:
<http://textfeld.ac.at/pdf/353.pdf > Acesso em: 06 mai. 2009.
IGLESIAS, Juan. Derecho Romano - Historia e instituciones. Barcelona: Ariel, 1990.
IHERING, Rudolf Von. Teoria Simplificada da Posse. São Paulo: Edipro, 2002.
LACERDA, José Cândido Sampaio de. Manual de Direito Falimentar. 14 ed. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, 1973. In: RONCONI, Diego Richard. Falência e Recuperação de Empresas:
análise da utilidade social de ambos os institutos. Itajaí: Univali, 2002.
SOUZA, António José Ferreira Marnoco e. História das Instituições do Direito Romano,
Peninsular e Português. 3 ed. Coimbra: França Amado, 1910.
MODESTINO apud WALD, Arnoldo. O Novo Direito de Família. 14 ed. rev. atual. ampl.
São Paulo: Saraiva, 2002.
MOREIRA ALVES, José Carlos. Direito Romano. Rio de Janeiro: Borsoi, 1983.
SAVIGNY, Frédéric Charles de. Traité de la Possession en Droit Romain. vol 1. 7 ed. Paris:
Auguste Durand, 1866.

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

ALVES, Felipe Dalenogare. DIREITO ROMANO: Principais institutos. Revista Âmbito


Jurídico. ISSN 1518-0360. Nº 81. Vol XIII. Rio Grande, 2010. Disponível em:
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id
=8504>. Acesso em: XX Xxx XXXX

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