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No mundo, mas não do mundo

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Texto base: João 17.1-19

Leitura diária
D Gn 1 – A Criação
S Jó 41.1-11 – Tudo lhe pertence
T 1Co 1–3 – Sabedoria
Q Gn 3 – O pecado no mundo
Q Cl 1.13-23 – Restauração
S Rm 12.1-8 – Presente século
S Jo 1.1-14 – Esperança

Introdução
O cristão está no mundo. Jesus intercedeu por sua igreja pedindo ao Pai que não nos
tirasse do mundo. Estamos inseridos neste contexto de coisas trazidas à existência por
obra do Criador, somos homens e mulheres criados conforme a imagem de Deus e com a
tarefa de estabelecer relacionamentos e interagir biblicamente com o mundo à nossa
volta. Mas como fazer isso de modo que Deus seja glorificado? Como evitar que nossa
vida se torne mundana, secularizada?

Neste trimestre,[1] nosso assunto é o cristão e a cultura. Somos cidadãos dos céus, mas
com a responsabilidade de trazer luz a este mundo, cujos valores se distanciam do que
agrada a Deus.

I. O grande problema
A igreja evangélica tem se esforçado para ser relevante como sal da terra e luz do mundo
(Mt 5.13-14), mas geralmente tem adotado dois extremos perigosos: (1) Tornar-se um
gueto, um grupo isolado, somente voltado para os exercícios religiosos, inoperante e
irrelevante para a sociedade, uma luz que não brilha; (2) Firmar um diálogo aberto com o
mundo, tanto empenhando-se em aprender o idioma do mundo que perde sua própria
essência. Portanto, é urgente discutir a questão biblicamente a fim de adotarmos uma
postura equilibrada, que esclareça os crentes sobre qual é a atitude correta em relação à
cultura.

O fundador do departamento de História da Universidade Livre de Amsterdã, professor


Rookmaaker, com precisão argumentou sobre um desses extremos, o qual envolve a
prática do que ele chama de espiritualidade fantasmagórica. Segundo Rookmaaker, muitos
cristãos, com frequência, acreditam que é suficiente pregar o evangelho e fazer caridade.
Ao se concentrarem em salvar almas, esquecem que Deus é o Deus da vida e que a Bíblia
ensina como as pessoas devem viver e como devem lidar com o mundo, a criação de
Deus. O resultado é que, apesar de muitas pessoas terem se tornado cristãs, o mundo se
tornou totalmente secularizado – um lugar em que a influência cristã é praticamente nula.
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Do outro lado, temos um movimento de igrejas que tentam competir com o mundo, no qual
o evangelho tem sido transformado em entretenimento e pastores se esforçam para
serem descolados, tão bacanas quanto celebridades televisivas, desenvolvendo imitações
“cristãs” de tudo o que existe na cultura popular. Algumas igrejas se orgulham justamente
por copiarem o mundo ao redor.

II. O “mundo” nas Escrituras


A confusão, em parte, ocorre pela dificuldade de entender como a Bíblia define o mundo e
como devemos nos relacionar com ele. Por vezes a palavra “mundo” é empregada como o
resultado final da criação do universo; às vezes, no sentido de o planeta Terra; outras
vezes, como um conjunto de ideias e comportamentos que acendem a ira justa de Deus e
o entristecem.

A. Um mundo bom
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Deus trouxe todas as coisas à
existência por meio da sua palavra. Mas o Criador não apenas ordenou que tudo viesse a
existir, ele também determinou que certas atividades fossem realizadas (Gn 1.26-28).
Ainda “faltava” algo. Alguns elementos e atividades estavam por existir, e Deus resolver
cumprir seu propósito por meio da ação do ser humano. Por exemplo: Adão e Eva ainda
não tinham filhos e a terra não estava povoada. Deus poderia ter criado um grande número
de pessoas, mas cumpriu seu propósito abençoando o primeiro casal com fecundidade e
ordenando que se multiplicassem. Outras árvores (além das criadas por Deus) deveriam
ser plantadas a partir daquelas cujos frutos produziam sementes, e animais deveriam ser
cuidados com vista à manutenção da vida do homem (Gn 1.29-30). Deus ordenou o
estabelecimento das culturas agrícola e pecuária. E “viu Deus tudo quanto fizera, e eis que
era muito bom” (Gn 1.31).

Havia uma infinidade de potencialidades que deveriam ser desenvolvidas pelos seres
humanos. A ordem de povoar a terra não traz consigo a ideia da criação de habitações e a
responsabilidade de organização social? Por isso não é nenhum exagero pensar que “as
ordens de Deus também se estendem às estruturas da sociedade, ao mundo das artes, dos
negócios e do comércio” (A Criação Restaurada, Albert M. Wolters, Cultura Cristã). No
entanto, o pecado entrou em cena e trouxe permanentes consequências (Gn 3), mas sem,
contudo, apagar a beleza de Deus impressa em tudo o que ele criou.

No livro de Jó, encontramos uma seção (cap. 38–41) que não apenas exalta a pessoa de
Deus como o Criador, mas também deixa claro o prazer dele nas obras de suas mãos.
Cornelius Plantinga faz um empolgante comentário sobre essa seção: “Esses capítulos
repletos de teor poético não nos ensinam zoologia, mas nos transmitem uma coisa
importante: eles nos ensinam que Deus ama a sua criação. Deus celebra a sua criação.
Deus até brinca com a sua criação” (O crente no mundo de Deus, Cultura Cristã).

Essa perspectiva ecoa nos escritos do Novo Testamento. Quando João fala “no princípio
era o Verbo”, certamente usou a expressão “no princípio” apontando para Gênesis 1.1,
reafirmado, assim, que o mundo foi criado por Deus. O apóstolo Paulo fala dessa verdade
(At 17; Cl 1.16,17), e o autor da Carta aos Hebreus também diz que pela fé entendemos
que Deus criou todas as coisas (Hb 11.3).
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B. O mundo corrompido
A Bíblia ensina que este mesmo mundo criado por Deus está sob a maldição do pecado,
que afetou toda a realidade criada. De acordo com o Evangelho de João, por exemplo, “o
mundo inteiro jaz no maligno” (1Jo 5.19) e está sujeito ao dominador deste mundo,
Satanás (Jo 14.30; 16.11), que é o “deus deste século” (2Co 4.4). O mundo não conhece a
Deus nem aos filhos de Deus (1Co 1.21; Jo 17.25; 1Jo 3.1,13). Na verdade, odeia os filhos
de Deus (Jo 15.18-19; 17.14). Então, os seguidores de Cristo devem se opor às
manifestações de pecado existentes neste mundo e vencê-las pela fé (1Jo 2.15-17; 5.4).

O texto de 2Coríntios 4.4 afirma: “… o deus deste século cegou o entendimento dos
incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a
imagem de Deus.” Paulo ensina, assim, que Satanás é deus deste mundo apenas no
sentido de que ele está sendo servido como se fosse Deus. Satanás, o príncipe do mundo
(Jo 14.30), não está no controle de todas as coisas, mas é um agente importante na
produção de uma cultura marcada pela cegueira espiritual.

Eis aqui outro ponto importante. Os seres humanos que rejeitam o senhorio de Deus são
agentes culturais cegados pelo próprio pecado e pela ação de Satanás, mas continuam
agindo e produzindo cultura e, por mais que tenham em mente difamar o Criador,
continuam a usufruir das bênçãos divinas: a vida, a inteligência, a criatividade, o ar, o sol,
etc., ou seja, continuam sempre dependentes de Deus, ainda que produzindo um ambiente
hostil aos filhos de Deus.

Na oração sacerdotal, Jesus intercede por todos os seus, pedindo que não sejam tirados
desta realidade criada, mas libertos do mal (Jo 17.14-16). Continuamos aqui na Terra,
mesmo tendo, em Cristo, uma nova natureza, porque temos uma missão: ser sal e luz.

C. O mundo sendo redimido


O universo trazido à existência pelas mãos do Criador, mas agora manchado pelo pecado,
pode ser reparado, restaurado. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo”
(2Co 5.19). Cristo é a luz do mundo (Jo 1.12) e é também seu Salvador (Jo 4.14). Afinal,
Deus continua soberano, a beleza de seus atos ainda pode ser vista (Sl 19; Rm 1.18-21).
Cornelius Plantinga tenta exemplificar essas questões nos seguintes termos: “Do mesmo
modo que um violino Stradivarius que esteja danificado, batido, mal consertado,
desafinado, pode ser ainda inconfundível ao olhar e aos ouvidos bem treinados, tudo o que
foi feito por Deus retém pelo menos parte da sua bondade e da sua promessa”. Jesus veio
para nos mostrar que somente nele podemos ter a esperança de o mundo voltar a soar
harmoniosamente.

Ainda na oração sacerdotal, Jesus (Jo 17.17-18), após pedir que os seus discípulos
fossem santificados na verdade, anuncia que eles agora teriam uma missão no mundo:
“Assim como o Pai enviou seu Filho ao mundo para salvar pecadores, assim Cristo enviou
os apóstolos para darem continuidade a essa obra” (Bíblia de Estudo de Genebra). A igreja
é o povo que deve dar continuidade ao que Cristo iniciou. A igreja deve ser um oásis no
meio do deserto.

III. Dualismo

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A visão de mundo dualista é uma maneira de tentar entender a realidade à nossa volta.
Parte do princípio da existência de uma tensão (conflito) de opostos em equilíbrio de
forças: o bem e o mal, as trevas e a luz, o yin e o yang da cultura oriental, o corpóreo e o
espiritual. O dualismo enxerga o mundo na coexistência de dois poderes, o bem
disputando contra o mal. Quando esse conceito é aplicado ao cristianismo, cria-se a ideia
errada de Deus lutando para tentar vencer o diabo. E assim se enxerga uma divisão entre
aquilo que é santo (de Deus) e o que é profano (do diabo).

Todavia, não é isso o que a Bíblia ensina. Na verdade, Deus criou todas as coisas e,
mesmo com a ação do pecado e a ação real e mortal de Satanás, o mundo permanece sob
o domínio soberano de Deus. Um exemplo evidente disso está no início do livro de Jó: o
diabo aflige a vida de Jó dentro dos limites estabelecidos e permitidos por Deus (Jó 1.12).
Nos Evangelhos, os demônios reconhecem a autoridade de Jesus e são expulsos pelo
poder de Cristo, o Filho do Homem (Mt 8.16,28-32; Mc 1.32-34). Nenhum pardal cai ao
chão sem a permissão divina (Mt 10.29-30), pois não apenas a vida, mas até a constante
ação da gravidade é manifestação do seu domínio perene. Portanto, o mundo não está
sendo disputado em uma queda de braço.

A Igreja, no período medieval, distanciou-se da visão bíblica e abraçou a forma dualista de


ver e entender o mundo. Como resultado, passou a enxergar o mundo em basicamente
dois compartimentos distintos: o reino espiritual de Deus (as orações, a vida monástica, o
serviço à igreja, as manifestações de devoção religiosa) em oposição ao reino deste
mundo natural. Naquele período, por exemplo, o único meio de um pintor talentoso ganhar
a vida era estando a serviço da igreja; as pinturas quase sempre possuíam temas
religiosos, com a intenção de inspirar devoção e ensinar uma lição moral ou espiritual.

A Reforma Protestante buscou purificar a igreja e livrá-la desse erro doutrinário. Para os
reformadores, o natural era tão santo quanto o espiritual, e a obra do Pai na criação era
considerada tão magnífica e cheia de significado quanto a obra do Filho na redenção. A
partir da Escritura, eles compreenderam que Jesus é o redentor cósmico, o único por meio
de quem todas as coisas eram restauradas ao Pai (Cl 1.20).

A salvação em Cristo não tem apenas implicações para a glória futura, tem também
alegrias e consequências aqui e agora, implicações para a vida presente do crente. A vida
de santidade se desenvolve no relacionamento do crente com este mundo: nas tentações
que são superadas, na tarefa de evangelização, na integralidade da vida do lar, na busca
pela excelência profissional e estudantil, assim como na leitura da Palavra e na vida de
oração. Jesus salvou (transformou) os agentes culturais e espera-se, portanto, que a
cultura também seja transformada.

Conclusão
Realmente existe uma batalha ocorrendo na Terra, onde Satanás tenta confundir os
crentes ou diminuir a confiança de que Cristo é suficiente para nossa salvação. Em outras
palavras, é uma batalha pelos corações e pelas mentes e tem a ver com verdade versus
erro, fé versus incredulidade. Deus continua no controle, sem nos dar muitos detalhes do

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motivo pelo qual permite a existência das armadilhas do inimigo. E embora a humanidade
tenha transformado este mundo em um lugar de rebeldia, maldade e aparente desordem,
Satanás não tem a menor chance de vitória final. Ela já foi conquistada por Cristo.

Um entendimento mais profundo do evangelho nos ajudará a melhor compreender o


mundo à nossa volta e como devemos nos relacionar biblicamente com ele, sem
desprezar a realidade do senhorio de Cristo, vislumbrando a glória porvir, mas entendendo
que temos uma nobre missão.

Aplicação
Como enfrentar este combate? Como equilibrar essa compreensão de que, por um lado,
este mundo jaz no maligno e, por outro, o cristão é agente de transformação da cultura e
deve deixar nela as marcas do cristianismo? Liste três maneiras sobre como você pode
colocar em prática essa ordenança de ser sal da terra e luz do mundo.

Um fabricante de sapatos perguntou a Lutero o que deveria fazer agora que conhecia o
evangelho. Qual deveria, agora, ser seu chamado? A resposta do reformador ao sapateiro
foi surpreendente (como seria para muitos de nós hoje): “Faça um bom sapato e venda-o a
um preço justo”.

Nota
[1] A revista é uma adaptação da obra O conceito calvinista de cultura, escrita
por Henry van Til, publicado pela Cultura Cristã.
>> Estudo adaptado do livro O conceito calvinista de cultura, de Henry van Til, publicado
pela Editora Cultura Cristã. Autoria: Adenauer Morais Lima

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