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Portugal, já fora do coma


econômico, decide se mantém o
socialista Costa no poder |
Internacional
Francisco Javier Martín Del Barrio
7-9 minutes

Eu voto na geringonça. Quem diria, quatro anos atrás, que


esse termo depreciativo atribuído a um Governo socialista
apoiado pelos comunistas e pelo Bloco de Esquerda acabaria
sendo um slogan intelectual para pedir mais do mesmo.
Portugal vai às urnas neste domingo com a previsão
−segundo todas as pesquisas− de uma clara vitória socialista
que lhe permitirá governar com ou sem pactos, com ou sem
geringonça. Quatro anos se passaram desde que António
Costa perdeu as eleições por 6 pontos −apesar disso, chegou
logo depois ao poder formando alianças− para agora poder
vencê-las por cerca de 10; quatro anos nos quais ele mudou a
cara de Portugal.

Porque é preciso lembrar que o hoje elogiadíssimo Governo


português, que tomou posse no final de 2015, não teve nem

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seis meses de trégua. Em junho de 2016, enquanto a


Alemanha ameaçava com um novo resgate financeiro, a
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico (OCDE) rebaixava a previsão de crescimento
português para 1,2%, o Fundo Monetário Internacional (FMI)
para 1,4% e Bruxelas para 1,5%. Nenhum acertou: o
crescimento foi de 2%. A OCDE aumentava a previsão de
déficit para 2,9% e Bruxelas, para 2,7%. Também não
acertaram: foi de 2%.

Antes de ser o “Cristiano Ronaldo das finanças”, como foi


chamado pelo ex-ministro alemão da Economia Wolfgang
Schäuble, Mário Centeno foi o pária de Bruxelas. O atual
ministro português das Finanças viu como as instituições
europeias tinham receio do caminho aberto por Costa ao se
aliar a partidos eurocéticos para governar um dos países com
mais problemas econômicos da zona do euro. “Enfrentamos
uma desconfiança política em relação à nossa capacidade de
implementar o programa do Governo”, lembrou dois anos
atrás ao EL PAÍS Centeno, o reflexo mais fiel do “cara e
coroa” vivido por Portugal nos últimos quatro anos. Aquele
discreto professor de economia cujo primeiro orçamento foi
rejeitado por Bruxelas é agora o presidente do Eurogrupo e
não perdoa a afronta. “Tentaram nos convencer de que a
única solução era a austeridade, que em seu conjunto foi
excessiva. Foi aplicado um discurso de reformas estruturais
que não só cansou as pessoas, como também impediu o
efeito dessas reformas. A Europa aplicou uma receita errada,

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parcial e incompleta.”

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Aqueles mesmos organismos anunciaram cataclismos se o


Governo baixasse o IVA sobre serviços de alimentação de
23% para 13%, reduzisse a jornada de trabalho dos
funcionários de 40 para 35 horas semanais e aumentasse o
salário mínimo em 20%. O Governo de Costa e Centeno fez
justamente o contrário − e Portugal foi ressuscitando.

Em quatro anos, o desemprego caiu de 12,4% para 6,3%. O


prêmio de risco, que estava 200 pontos acima do espanhol,
hoje está um ponto. Os títulos do Estado, que eram títulos
podres para as três principais agências de classificação de
risco, subiram dois níveis e o país se financia hoje em
melhores condições do que a Espanha.

O Governo minoritário não se abalou nem mesmo com a série


de greves que sacudiu o país, principalmente no último ano.
Para os caminhoneiros, foi aplicado o estado de “alarme
nacional”. A greve de enfermeiros cirúrgicos foi cancelada por
decreto-lei e as demais, ignoradas. A única crise de Governo
foi provocada em maio pelo primeiro-ministro ao anunciar sua
demissão se o Parlamento não mudasse uma votação a favor
dos professores. E o Parlamento mudou.

A consequência eleitoral − após as amplas vitórias em


eleições municipais e europeias − é que Costa pode obter a
maioria absoluta, e isso assusta seus parceiros de esquerda,

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principalmente pela má experiência vivida com o ex-primeiro-


ministro socialista José Sócrates. “As maiorias absolutas são
um pântano de corrupção”, advertiu durante a campanha
Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda. “A maioria
absoluta seria um retrocesso em direitos e salários”, disse
Jerónimo de Sousa, líder do Partido Comunista. Na mesma
linha, um grupo de intelectuais, alguns deles socialistas,
lançou um manifesto para que se repita a geringonça: temem
que o Partido Socialista possa governar sozinho, sem o
equilíbrio do PC e do Bloco.

São eleições entre grupos da esquerda, com a direita como


mera observadora. A “fórmula Costa” confirmou a famosa
frase de Giulio Andreotti: “O poder desgasta, principalmente
quem não o tem”. Neste quadriênio de estabilidade
governamental, a direita se despedaçou. No Centro
Democrático e Social (apesar do nome, a direita mais liberal),
Assunção Cristas substituiu Pablo Portas, e no Partido Social-
Democrata (apesar do nome, de centro-direita), Riu Rio
sucedeu a Pedro Passos Coelho. Nem essas mudanças
impediram a fuga de dirigentes e a criação de novos partidos
de aspecto semelhante, como Iniciativa Liberal, Aliança e
Chega, que vão tirar votos dos grandes partidos de direita
sem que consigam representação parlamentar.

Problemas na direita

O eleitor tradicional do PSD perdeu o medo de votar em um

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partido socialista aliado com comunistas e bloquistas, embora


estes preguem a nacionalização da energia, dos bancos, da
saúde e da educação. Muitos portugueses ainda se lembram
da experiência de 45 anos atrás, quando foram
nacionalizadas até as fábricas de cerveja; mas em pleno
século XXI, e com Bruxelas vigilante, eles confiam mais nos
poderes ressuscitadores de Costa e Centeno.

O nível de abstenção pode ser determinante para que o PS


obtenha ou não maioria absoluta, embora não seja o único
fator. Em 2005, José Sócrates foi o primeiro e único candidato
socialista a conseguir maioria absoluta, com 45% dos votos e
uma abstenção de 35,7%. Segundo as pesquisas de opinião
pública, agora bastariam 39% dos votos, pois se calcula que a
abstenção passará de 40%.

Embora não seja um mal congênito, a abstenção é um


problema crescente em Portugal. Em 1976, nas primeiras
eleições legislativas, não constituintes, votaram 83,5% dos
eleitores registrados; nas últimas, 58,1%. No caso das
municipais, em 40 anos o comparecimento às urnas caiu de
64% para 55%; nas europeias, baixou de 72% em 1987 para
30,7% neste ano.

A meta do PS de conquistar maioria absoluta, e o objetivo dos


demais de impedir isso, pode incentivar a participação e, pela
primeira vez, quebrar a linha descendente de votantes. Para
isso, como já ocorreu em eleições anteriores, a rodada de
futebol foi antecipada para este sábado e o presidente do

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país, o popularíssimo Marcelo Rebelo de Sousa, tem


conclamado os portugueses a ir às urnas.

Adere a

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