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“Senhor, manda a Sabedoria “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou”
desde o céu santo (1Jo 4,19)
e a envia desde o teu trono glorioso,
para que ela nos acompanhe
e participe dos nossos trabalhos,
e nos ensine o que é agradável a Ti.
Porque ela tudo sabe e tudo compreende.
Ela nos guiará prudentemente em nossas ações
e nos protegerá com a glória dela.
Assim, as nossas obras serão agradáveis a ti.
(...) Quem poderá conhecer o teu projeto,
se tu não lhe deres sabedoria,
enviando do alto o teu Espírito Santo?
Somente assim foram endireitados
todos os caminhos de quem vive sobre a terra.
Somente assim os homens aprenderam
aquilo que te agrada.
Eles foram salvos por meio da sabedoria”.
Dá-nos sempre a Tua Sabedoria, Senhor!
Amém!
(Sb 9, 10-11;17-18 - adaptada)
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Equipe Missionária, SDN
1ª Carta de João:
Para que n’Ele nossos
povos tenham vida
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Ficha Técnica:
Texto: Wilson Augusto Cabral e Denilson Mariano
Diagramação: Denilson Mariano
Imagens: reprodução canonesses.co.uk
Revisão: João Resende e Mariano
Capa: CNBB.
Impressão: Editora O Lutador - BH - MG
ISBN: 978857907136-2
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Apresentação
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Após uma introdução, ele desenvolve uma parte da 1ª
Carta de João, em cada um dos seus sete encontros. [...]
Após desenvolver esta primeira parte, ele nos
apresenta, no final de cada reunião, uma segunda
parte, ou seja, um trecho das Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2022), cujos
pilares, ou esteios, são: a Palavra, o Pão, a Caridade e
a Missão. Fazermos a revolução da ternura. Inspirados
na Doutrina Social da Igreja, os leigos se engajarem
na política partidária, nas pastorais sociais, no mundo
da educação, nos conselhos, nas políticas públicas, no
cuidado da Natureza e do Planeta, nossa Casa Comum.
Sermos pequenas comunidades eclesiais, missionárias,
sempre inspiradas na Palavra de Deus.
Deixo aqui minha bênção para esse maravilhoso
curso do Mês da Bíblia, para todos os que irão transmiti-
-lo ou dele participar, bem como para todas as suas
Famílias e Comunidades. Que Deus Pai os abençoe e os
guarde; que Jesus Cristo ressuscitado esteja sempre com
vocês; e que o Espírito Santo os ilumine e lhes comunique
todos os seus dons. Por intercessão da Virgem Maria,
Mãe de Jesus e nossa.
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Introdução:
Neste ano a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
– CNBB – nos convida à leitura e ao estudo da 1ª Carta de
João com o tema: “Para que n’Ele nossos povos tenham
vida”. O lema é “Nós amamos porque Deus primeiro nos
amou” (1Jo 4,19). O amor é resumo da Boa Nova de Jesus e,
de fato, ocupa um espaço central na 1ª Carta de João. Para
quem se coloca no seguimento de Jesus, ela é um convite
especial para permanecer no amor de Deus!
Desde os tempos antigos da Igreja, o quarto Evangelho,
as três Cartas de João e o Apocalipse, foram identificados
como obra de João, o apóstolo de Jesus, filho de Zebedeu
(Mt 4,21). São muitas as semelhanças entre o quarto
Evangelho e as Cartas joaninas. Os temas: da luz em con-
traposição às trevas, do amor, da fidelidade e da perseve-
rança, são algumas dessas semelhanças. Existem também
algumas diferenças de estilo, mas o objetivo e os gêneros
literários do Evangelho e das Cartas podem explicar essas
diferenças. Uma coisa é apresentar a Boa Nova de Jesus,
outra é escrever uma carta para orientar os amigos.
Muitos estudiosos datam o quarto Evangelho em torno
dos anos 90 d.C. Nesse período, as comunidades da Ásia
Menor, nos arredores de Éfeso, estavam ainda em for-
mação. Junto aos desafios internos para a formação das
comunidades, havia os desafios externos: a perseguição
por parte do Império Romano e a perseguição por parte
dos judeus que denunciavam os cristãos ao Império. Já nos
anos 100 d.C. – o Apocalipse nos revela isso –, começam
a crescer os problemas internos: as divisões dentro da
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comunidade nasciam da incompreensão do mistério da
encarnação de Jesus. Isso é que motivou o autor a escrever
essa Carta para a comunidade.
De modo diferente das outras cartas do Novo Testa-
mento, a 1ª João não possui remetente, não tem desti-
natário e nem mesmo uma saudação inicial. A ausência
de tais elementos nos faz supor que, primeiramente, ela
se tratasse de uma homilia, uma reflexão do autor sobre
os desafios vividos nas comunidades. Depois é que foram
partilhados com outras comunidades. Por isso a 1ª João
alterna algumas reflexões e ensinamentos sobre a vivên-
cia das comunidades e, logo em seguida faz exortações,
convites à conversão, à mudança de vida e a assumir a
missão cristã.
Também hoje, podemos encontrar muita semelhança
com as comunidades de João. Ser cristão no século XXI
ainda é um desafio: muitos cristãos são perseguidos, ca-
luniados e mortos por causa do Evangelho. Internamente,
vivemos muitas divisões em nossas comunidades, muitas
delas surgem pela incompreensão do verdadeiro sentido
da Encarnação do Filho de Deus.
Em nosso estudo teremos oportunidade de ter um
contato com o texto das últimas Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja do Brasil (DGAE). Elas foram apro-
vadas na 57ª Assembleia da CNBB em maio deste ano e vão
orientar a Igreja, nossa Diocese, Paróquia e comunidade
de 2019 a 2023. Elas estão organizadas em quatro pilares:
Palavra; Pão, Caridade, Missão. Neste sentido os bispos nos
orientam: “Estas Diretrizes foram elaboradas para ajudar a
Igreja no Brasil a responder aos desafios evangelizadores
num mundo e num país cada vez mais urbanos...” (DGAE,
2019, n. 206).
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1º Encontro:
Para que nossa alegria seja completa
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compartilhavam a mesa da refeição cotidiana. Pela par-
tilha da mesa com todos os batizados se estabelecia um
novo estilo de vida, marcado pelo seguimento de Jesus
Cristo. A hospitalidade era aberta também a pecadores
e pagãos.
A credibilidade da comunidade se embasava no seu
testemunho de comunhão, que se exprimia: na fidelidade
ao ensinamento dos apóstolos; na liturgia celebrada; na
diaconia da caridade fraterna; na martiria da fé e da
esperança, comprometidas com a justiça do Reino de
Deus; e na mistagogia da autêntica vida cristã que se
fazia missão, profecia e serviço.” (DGAE, 2019, n. 82 e 83)
Para aprofundamento: Há coerência entre o que
falamos e o que fazemos nas comunidades? Por quê?
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2º Encontro:
Quem ama o irmão caminha na luz
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4º Encontro:
Viver como filhos de Deus
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mos mergulhados em Cristo, participamos de sua morte
que nos purifica do pecado e ressuscitamos com Ele para
uma vida nova. Se, contudo o mundo não nos reconhece
como filhos de Deus é porque não conheceu a Jesus e,
consequentemente, não conhece o próprio Deus.
O povo judeu expressava a qualidade de alguém invo-
cando a sua origem. Era muito importante ter uma boa
origem. Por isso temos tantas genealogias na Bíblia. João
situa a origem dos que creem em Jesus em Deus mesmo.
Os cristãos não pertencem apenas à descendência de
Abraão. Eles são gerados em Deus mesmo! Não pode-
mos esquecer que o filho tem a missão de honrar sua
semelhança com seu pai! Se Deus é justo, quem nasce
dele deve praticar a justiça... Se Deus é amor, o filho de
Deus deve aprender a amar como Jesus...
Essa manifestação do amor de Deus que nos torna
filhos Dele, traz três consequências: Os cristãos não
pertencem ao mundo, pois, o mundo não acolheu Jesus.
[Para João, “mundo” pode significar o universo, a huma-
nidade ou aqueles que se fecham à oferta da vida eterna
e preferem o poder, as riquezas e os bens que possuem.]
Eles são “este mundo”, em oposição ao mundo novo e à
vida eterna. São os que, conscientemente, rejeitam Jesus
e “odeiam” também seus discípulos (Jo 15,18).
A segunda é que os cristãos são chamados a uma
vida de santidade. Não basta sermos amados por Deus
e chamados de seus filhos. É preciso que nossa vida seja
coerente com seus ensinamentos. Por último, os cristãos
esperam, confiantes, a salvação futura, a Vida Eterna. Ela
já se manifesta no agora de nossas vidas, mas se manifes-
tará plenamente no nosso encontro definitivo com Deus.
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João fala que nós seremos semelhantes a Deus e o
veremos como Ele é. Para os cristãos de origem grega, o
verbo “conhecer” tem uma grande importância. Para eles,
somente os semelhantes podem se reconhecer. O Batismo
tem esse poder, ele nos “diviniza”, nos aproxima de Deus
e por isso, na eternidade nós poderemos contemplar a
beleza de Deus.
João afirma que aqueles que nascem de Deus não pe-
cam. João faz uma divisão entre aqueles que pertencem
a Deus, que são os filhos e aqueles que são os fora da Lei,
que são os filhos do diabo. João denuncia o pecado de
escolher o mal, negar a graça de Deus, recusar o que é
justo, negar o amor aos irmãos. João já havia falado que
ninguém pode dizer que é “sem pecado” (1Jo 1,8.10.).
De fato, todos cometemos pecado e, devemos procurar
sempre a reconciliação com Deus. O cristão é chamado a
ser justo, isto é, ter em si a mesma justiça de Deus e tam-
bém amar os irmãos do mesmo modo que Deus nos ama.
As Diretrizes da Igreja do Brasil nos recordam que: “é
preciso ter sempre presente que toda a iniciação cristã
é caminho de conversão, que há de ser realizada com a
ajuda de Deus e em constante referimento à comunidade
eclesial”. Para a formação de discípulos missionários, a
Iniciação à Vida Cristã deve ser “assumida com decisão,
coragem e criatividade. Ela renova a vida comunitária e
desperta seu caráter missionário. Isso requer novas ati-
tudes evangelizadoras e pastorais” (DGAE, 2019, n. 91).
Para aprofundamento: Nossa catequese se preocupa
mais com o seguimento a Jesus ou só com a recepção do
sacramento? Por quê?
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5º Encontro:
Viver no amor de Cristo
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O exemplo do amor fraterno é Jesus. Sabemos o que
é o amor a partir da contemplação do amor de Jesus.
Por amor à humanidade, Ele se entrega à morte de Cruz
para desmascarar o império do mal. Jesus passou sua
vida fazendo somente o bem. Como entender que aquele
que só fez o bem é condenado à pior pena de morte da
época. É preciso lembrar que quando Jesus morre, o véu
do santuário se rasga de algo a baixo. A morte de Jesus
desmascara a injustiça do poder religioso e do poder do
império que, para manter seus privilégios exploravam o
povo e matavam os inocentes. Jesus é o inocente que
morre na cruz. Ele foi assassinado por defender o projeto
de Deus que é vida para todos.
Esse gesto de Jesus é fonte de inspiração para o agir
cristão. Ainda hoje, muitos poderosos, cegos pela ga-
nância, condenam os inocentes à morte prematura. São
condenados pelo desemprego, pela falta de assistência
à saúde, pela ameaça ao justo direito de aposentar, pela
força da violência policial e pela facilitação do uso de
armas. Jesus nos aponta um outro caminho. O caminho
da vida que vence o mal, a violência e a morte. Jesus nos
mostra um amor em ação. Um amor-atitude, diferente do
amor-sentimento que fica apenas em palavras bonitas.
Não há como ver o irmão em necessidade e lhe fechar
as entranhas, endurecer o coração. O amor doação nos
leva a ter as mãos abertas para recebermos algo de Deus
e doarmos alguma coisa de nós aos outros. A indiferença
nos deixa de mãos fechadas: nos fechamos a Deus e dei-
xamos de ser solidários com os irmãos.
A fé e o amor são descritos no v. 23 como um manda-
mento duplo, como dois aspectos da mesma mensagem.
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Quem observa os preceitos de Cristo “permanece em
Cristo e Cristo nele” (Jo 14,23; 15,7-10). Permanecer no
amor é ser um cristão 24 horas. Ou seja, não basta fazer
uma caridade aqui, uma boa ação ali... O importante é que
nossa vida toda: em casa, na escola, na rua, no trabalho,
no lazer, seja guiada pelo jeito de ser de Jesus. Isso é ser
cristão, ser um outro Cristo. Recriar em nós as atitudes
de Jesus é o caminho para permanecer no seu amor.
Viver o amor de Cristo e testemunhar que também nós
viemos ao mundo para que todos tenham vida e vida em
abundância (cf. Jo 10,10).
Os bispos nas últimas Diretrizes nos convidam a “En-
corajar o laicato a continuar o empenho apostólico, inspi-
rado na Doutrina Social da Igreja, pela transformação da
realidade a partir do engajamento consciente em todas as
realidades temporais: política partidária, pastorais sociais,
mundo da educação, conselhos de direitos, elaboração
e acompanhamento de políticas públicas, o cuidado da
natureza e todo o planeta, nossa Casa Comum. Continuar
apoiando a organização do conselho do laicato nos níveis
nacional, regional e local” (DGAE, 2019, n. 182).
“Assumir como prioridade a promoção da paz com a
superação da violência em todas as suas formas. Neste
sentido, é fundamental reconhecer que os conflitos não se
resolvem simplesmente com o acesso e o uso das armas.
É preciso promover a justiça restaurativa como via para
a prevenção e a diminuição do agravamento de conflitos.
(DGAE, 2019, n. 186).
Para aprofundamento: Temos sido cristãos 24 horas,
ou cristãos de momento? Por quê?
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6º Encontro:
A fonte do amor
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7º Encontro:
A fonte da fé
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2. Acolher em sua casa os pobres, / vestir o que está
maltrapilho. / Partilhar seu amor e sua vida, / é este
o jejum que eu prefiro.
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Oração para pedir a Sabedoria de Deus 1ª Carta de João
“Senhor, manda a Sabedoria “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou”
desde o céu santo (1Jo 4,19)
e a envia desde o teu trono glorioso,
para que ela nos acompanhe
e participe dos nossos trabalhos,
e nos ensine o que é agradável a Ti.
Porque ela tudo sabe e tudo compreende.
Ela nos guiará prudentemente em nossas ações
e nos protegerá com a glória dela.
Assim, as nossas obras serão agradáveis a ti.
(...) Quem poderá conhecer o teu projeto,
se tu não lhe deres sabedoria,
enviando do alto o teu Espírito Santo?
Somente assim foram endireitados
todos os caminhos de quem vive sobre a terra.
Somente assim os homens aprenderam
aquilo que te agrada.
Eles foram salvos por meio da sabedoria”.
Dá-nos sempre a Tua Sabedoria, Senhor!
Amém!
(Sb 9, 10-11;17-18 - adaptada)
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