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DIREÇÃO FINANCEIRA

2. ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA

A complexidade do mundo empresarial atual, cujas principais caraterísticas são o


dinamismo, a complexidade, a competitividade, a inter-relação, a conectividade e,
naturalmente, a sua incerteza e risco, tornam necessário que a gerência da empresa
disponha das ferramentas adequadas para obter as informações precisas para a tomada
de decisões na atividade empresarial.

2.1. OBJETIVOS

✓ Análise das demonstrações financeiras.

✓ Análise por meio de rácios.

✓ Rentabilidade.

✓ Demonstração de origem e de aplicação dos fundos.

✓ Demonstração dos fluxos de caixa (Cash-Flow).

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Podemos considerar como uma das principais caraterísticas da gestão económica


financeira o processo de obtenção e análise de informações pertinentes, a fim de avaliar
a priori o impacto das decisões a tomar.

Pensemos, por exemplo, em uma empresa que quer vender colchões de látex no Japão.
Em princípio, parece um bom negócio, mas, evidentemente, em um estudo do mercado
japonês seria visto como um fracasso, porque no Japão geralmente dorme-se em um
futon no chão.

A gerência da empresa deve obter as informações necessárias para a tomada de


decisões de fontes de informação internas e externas (relatórios, estudos, comparações,
projeções, estimativas, etc.). Estando em um mercado tão competitivo e interligado,
estas informações devem ser relevantes e, acima de tudo, devem estar focadas no aqui
e agora. Por exemplo, em muitas ocasiões, as vendas de petróleo se realizam durante o
seu transporte desde os poços de petróleo até as refinarias, em função, entre muitos
outros fatores, das oscilações do mercado, das variações de reservas, e da situação
geopolítica global.

Neste sentido, podemos definir a decisão como o conjunto de ações tomadas em um


momento específico, resultado da aplicação de certas regras e políticas às condições
existentes.

Para a obtenção de informações existe um sistema de feedback. A informação e a


análise são um “input” para a tomada de decisões. Este “input” gera uma série de ações
que voltarão a produzir novas informações que têm de ser estudadas e analisadas, o
que, por sua vez, regenera cursos de ações em um processo cíclico inerente à própria
dinâmica da empresa.

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Graficamente podemos representá-lo de esta maneira:

(1) INFORMAÇÃO (2) ANÁLISE

(4) AÇÃO (3) DECISÃO

As informações sobre vendas mensais podem levar à gerência da empresa a desenvolver


uma campanha publicitária que, uma vez realizada, provavelmente causará um
aumento nas vendas no mês seguinte, oferecendo novas informações para analisar o
impacto da campanha e a conveniência ou não de estendê-la, continuá-la ou suspendê-
la.

2.2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A análise das demonstrações financeiras (o balanço e a conta de ganhos e perdas)


representa um estudo da empresa, com base em uma série de ferramentas que
permitem realizar uma análise da situação econômico-financeira da empresa, tanto do
ponto de vista interno como em comparação com outras empresas.

A análise e interpretação das contas anuais através de certas técnicas pode facilitar a
detecção de pontos fracos e pontos fortes na estrutura econômica-financeira da
empresa. É importante ter em mente que este estudo das demonstrações financeiras
da empresa, por si só, não tem sentido se não for realizado com o apoio do
conhecimento do negócio e da realidade qualitativa da empresa e do ambiente
circundante, já que é necessário analisar a informação obtida a partir da perspectiva de
cada empresa e em cada momento. Não pode ser igual a análise de uma empresa de

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criação recente que a análise de uma que tem uma antiguidade considerável. Outro
fator a ser considerado é o tipo de produto ou serviço que oferece.

Em geral, o balanço e a conta de ganhos e perdas apresentam uma informação geral da


empresa, por isso às vezes pode ser necessário modificar, agrupar ou discriminar as
informações apresentadas. Da mesma forma, como já referimos, podemos falar de uma
certa correspondência ou "lógica" entre as fontes de financiamento da empresa e os
investimentos que são feitos com essas fontes.

A situação de uma empresa pode ser analisada a partir de um ponto de vista estático ou
de um ponto de vista dinâmico. O ponto de vista estático é aquele que não tem em
consideração o tempo, portanto, faz um estudo em um determinado momento. Por
outro lado, o ponto de vista dinâmico inclui uma variável temporal.

Ponto de vista estático: é aquele que não considera o tempo, portanto, faz um estudo
em um certo momento, fixo. Geralmente, compara-se a empresa com outra do setor
que serve como referência (habitualmente a empresa líder do mercado). Por exemplo,
este tipo de estudos se realizam muito frequentemente no setor dos derivados lácteos
(iogurtes), onde há claramente uma empresa dominante e umas empresas
“seguidoras”.

Podem realizar-se:

▪ Análise dinâmica:

Estuda-se a evolução das demonstrações financeiras da sociedade em dois


momentos diferentes, assim podemos obter informação sobre as diferenças que
existem entre os dois momentos (por exemplo, uma análise da situação de
tesouraria da empresa entre dois fechamentos contábeis do exercício). A análise
dinâmica é muito útil para localizar e estudar tendências.

▪ Análise estática:

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É aquela análise que é realizada sobre uma demonstração financeira em um


determinado momento. Consistirá em analisar um único balanço patrimonial ou
conta de ganhos e perdas. Servirá, por exemplo, para determinar o peso do
resultado extraordinário de uma companhia no resultado final em um exercício
particular. A análise estática é muito útil para estudar a estrutura.

A primeira mostra a evolução do que estamos analisando e a segunda mostra a situação.

A primeira análise que podemos fazer da empresa é a sua capacidade de liquidez e


solvência.

▪ Liquidez:

Entende-se como a capacidade da empresa para lidar com a sua dívida a curto
prazo. Mede, portanto, a distância à suspensão de pagamentos. Um dos
primeiros aspetos a considerar para analisar a liquidez da empresa é o cálculo do
capital de giro, que é obtido pela diferença entre o ativo circulante e o passivo
circulante.

▪ Capital de giro:

Também chamado Capital Circulante Líquido ou Working Capital, é a parte do


activo circulante financiada pelo passivo não circulante, ou seja, com recursos a
longo prazo. Em termos mais simples, poderíamos dizer que é que aquele
superávit do ativo circulante (disponível, realizável e estoque) que ainda temos
depois de satisfazer os nossos compromissos de pagamento a curto prazo.

Na análise do balanço, o capital de giro é um dado fundamental para verificar a


saúde da nossa empresa.

Para calcular o capital de giro temos duas fórmulas que podemos aplicar:

CG ou CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante

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CG ou CCL = (Patrimônio Líquido + Passivo Não Circulante) – Ativo Não


Circulante

É evidente que, se o capital de giro é o que nos resta depois de tratarmos das nossas
dívidas e obrigações a curto prazo, deve ser sempre positivo.

Se o ativo circulante fosse menor do que o passivo circulante, isso significaria que nossas
dívidas a curto prazo são maiores do que os recursos que temos para satisfazê-las, e isso
seria perigoso.

E se o ativo circulante e o passivo circulante fossem os iguais? Pareceria que a liquidez


estaria assegurada, pois os ativos são iguais às dívidas a curto prazo. Mas o que
aconteceria se um (ou vários) dos devedores não pagaram a tempo? Os ativos líquidos
já não seriam os mesmos que as dívidas mais imediatas, pelo que a empresa não poderia
lidar com todas elas.

Um olhar rápido a um balanço pode servir para determinar se uma companhia é


solvente ou não (a curto prazo). Embora seria preciso uma análise um pouco mais
profunda da estrutura do ativo circulante, porque um ativo circulante maior do que um
passivo circulante nem sempre garante que a empresa esteja bem preparada.

Devemos lembrar que o ativo circulante consiste em:

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a) Existências: são os ativos que a empresa tem para serem vendidos no decurso
normal da exploração, no processo de produção ou na forma de materiais ou
fornecimentos para serem consumidos no processo de produção ou na prestação
de serviços. Estão incluídas as mercadorias, matérias-primas, aprovisionamentos
diversos, produtos em andamento, parcialmente terminados e completamente
terminados, etc.

b) Realizável: é o saldo dos nossos devedores a curto prazo, e que se tornará


disponível em menos de um ano.

c) Disponível: representa os ativos mais líquidos e inclui a tesouraria. A caixa, os


saldos em bancos e instituições de crédito e, além disso, outros instrumentos
financeiros líquidos, ou seja, os investimentos financeiros conversíveis em
numerário, com uma maturidade não superior a três meses a contar da data de
aquisição, que não tenham riscos significativos de mudanças de valor e que
façam parte da política de gestão normal da tesouraria da empresa.

A estrutura ideal do ativo circulante deve ser aquela em que o disponível e o realizável
sejam (mais ou menos) igual ao passivo circulante, porque se a maioria do ativo
circulante fossem as existências e não se vendem (por exemplo, por causa de uma crise
econômica), finalmente apenas poderíamos contar com o realizável e o disponível. E se
ambos sumados fossem uma quantidade muito menor do que as dívidas pendentes, não
haveria nada a fazer. Ou seja, a empresa seria incapaz de enfrentar os seus pagamentos
mais imediatos.

Assim, para que o capital de giro seja realmente óptimo, além de ser positivo, deveria
dispor de umas partes realizável e disponível suficientemente elevadas para poder lidar
com dívidas a curto prazo.

Obviamente, a melhor composição do ativo circulante dependerá de: a empresa, o


setor, o ciclo operacional, o período médio de cobrança e pagamento, etc. Mas com
estes pequenos detalhes sobre o capital de giro podemos ter uma ideia da situação de
qualquer empresa. Não esquecendo que não é aconselhável ter "muito" dinheiro em

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numerário, porque poderíamos estar perdendo oportunidades de investimento mais


rentável para a nossa empresa.

Um exemplo de fórmula capital de giro ou capital circulante líquido:

Fonte: Instituto Federal Norte de Minas Gerais. Campus Arinos

Se o que queremos é ver em que situação está uma empresa da concorrência ou uma
empresa-cliente, além de fazer esta análise simples do seu ativo circulante, poderíamos
também comparar seu balanço como o de outras empresas semelhantes ou com a
média do setor. Assim, podemos ter uma ideia mais completa de se o balanço que
estamos vendo ajusta-se ou não a aquilo que deveria ser habitual.

Outro aspeto importante quando se faz uma análise econômica e financeira da


empresa é a solvência.

▪ Solvência:

Entende-se por solvência a capacidade financeira (capacidade de pagamento) da


empresa para cumprir suas obrigações de maturidade, independentemente do

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prazo da dívida e dos recursos com que conta para enfrentar tais obrigações, ou
seja, uma relação entre o que uma empresa tem e o que deve. Pode-se dizer que
a solvência mede a distância da empresa à falência.

A solvência não deve ser confundida com a liquidez, uma vez que esta se limita
à capacidade da entidade para obter recursos líquidos através da sua exploração
(dependendo fortemente da gestão da tesouraria), enquanto que a solvência
pode ser alcançada com recursos não líquidos, desde que tenham um apoio
adequado para liquidar as dívidas. Assim, qualquer empresa que apresente uma
boa liquidez, é solvente, enquanto que não acontece o mesmo na direção oposta,
ou seja, uma empresa pode ser solvente, mas não gerar liquidez.

Se tomarmos, por exemplo, o seguinte balanço e a conta de ganhos e perdas:

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Ativo não circulante 45 Capital social 25

Ativo circulante 30 Reservas 10

Existências 10 Ganhos e Perdas 15

Inv. Temporários 5 Créditos a Longo Prazo 20

Tesouraria 15 Créditos a Curto Prazo 5

TOTAL 75 TOTAL 75

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CONTA DE GANHOS E PERDAS

Resultado Operacional 20

Resultado Financeiro 3

Balanço antes de Impostos 23

Impostos 8

Balanço após Impostos 15

A solvência será medida pela relação entre o ativo total e as dívidas (tanto a longo prazo
como a curto prazo) da empresa, no que é conhecido como rácio de solvência.

No nosso exemplo seria:

SOLVÊNCIA DA EMPRESA = =

A análise deste indicador refletiria o número de vezes que os ativos da empresa


poderiam enfrentar as suas dívidas a longo prazo e a curto prazo. Logicamente quanto
maior seja este coeficiente será melhor, e sempre maior que 1.

Ligado a este ponto, temos de analisar o patrimônio líquido.

▪ Patrimônio Líquido:

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Constitui a parte residual dos ativos da empresa, uma vez que todos os seus
passivos são deduzidos. Estaria constituído pelo capital social da empresa, mais os
resultados dos anos anteriores, além do resultado periódico (para mais
informações consulte o anexo no.9 -Patrimônio Líquido).

Ativo - Passivo = Patrimônio líquido

Quanto às ferramentas a utilizar, para realizar uma análise das demonstrações


financeiras de uma empresa, podemos identificar as seguintes:

▪ Análise gráfica:

Esta técnica utiliza ferramentas que permitem visualizar as relações, proporções,


variações ou tendências que experimentam as magnitudes analisadas.

▪ Cálculo percentual:

Permite obter proporções cuja utilidade reside principalmente na possibilidade de


fazer comparações, seja com outras empresas ou em um horizonte temporário.
Por exemplo, determinar a percentagem de salários atribuíveis à produção num
determinado período de tempo.

Exemplo:

Ano n Ano n+1

Salários 35.000€ 50.000€

Despesas operacionais 275.000€ 315.000€

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Porcentagens 12,73% 15,87%


Salários/Despesas
operacionais

Aqui vemos que o peso da componente salarial sobre as despesas de exploração


aumentou em 3,14%, passando de 12,73% no ano n, para 15,87% no ano n+1.

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▪ Análise de desvios:

Através do cálculo de desvios absolutos ou relativos, é possível verificar as


variações feitas entre as dotações e as magnitudes dessas dotações itens.
Exemplo:

Ano n

Orçado Real Desvio Desvio % Tolerância

Salários 35.000€ 50.000€ 15.000€ 42,86% 10%

Neste exemplo, vemos um desvio absoluto de 15.000 € na dotação de salários que


representa uma percentagem de 42,86%, com uma tolerância de desvio de 10%.

O desvio de uma dotação contábil é a diferença que surge entre o valor orçado e o valor
que finalmente resulta (para mais informações consulte o anexo no.7 - Desvios).

▪ Análise de rácios:

Uma rácio é uma proporção por quociente entre duas magnitudes, cujo valor
fornece mais informação ou é mais significativo do que a de cada uma das
magnitudes analisadas de forma separada. As rácios permitem, além de
aprofundar na análise, comparar e homogeneizar as informações. Por exemplo, as
vendas de um mês e por número de vendedores.

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2.3. ANÁLISE POR RÁCIOS

Como acabamos de ver, um rácio é uma relação entre duas magnitudes. Esta relação
proporciona uma visão aproximada do aspeto da empresa examinada por meio de um
coeficiente que indica a relação numérica entre dois "valores" de magnitudes
econômico-financeiras da conta de perdas e ganhos ou do balanço. Pode expressar-se
em forma quociente ou de percentagem.

A utilidade dos rácios reside na possibilidade de fazer a diferença entre diferentes


períodos (a fim de conhecer a evolução da empresa, por exemplo, os custos salariais
entre os custos totais de exploração) ou entre diferentes empresas (permitindo
estabelecer uma comparação dos resultados com os da empresa ideal ou por
aproximação à empresa líder do setor). Isoladamente, as informações fornecidas por
um rácio são muito limitadas.

2.3.1. RÁCIOS DE LIQUIDEZ

Mostram a capacidade da empresa de pagar as obrigações que tem durante o seu ciclo
de funcionamento (salários, compras de existências, etc.) Estes índices comunicam, de
forma mais ou menos "estrita", a capacidade da empresa de lidar com a sua dívida a
curto prazo. Em suma, estes indicadores mostram a distância da empresa à suspensão
dos pagamentos. Podemos distinguir os seguintes rácios de liquidez:

▪ Rácio de liquidez geral

Compara a quantidade de dinheiro e outros ativos circulantes que serão convertidos em


numerário dentro de 1 ano, com as obrigações que teremos no ano seguinte.

Liquidez geral =

O rácio de liquidez geral permite verificar a capacidade da empresa para responder às


suas dívidas a curto prazo através do seu ativo circulante. Normalmente, o valor deste
índice deve ser maior que 1. No nosso exemplo de perdas e ganhos o resultado seria
30/5 = 6.

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▪ Rácio de liquidez estrita ou acid test

Neste caso, somente estão incluídos os ativos circulantes que a empresa pode converter
rapidamente em líquido.

Liquidez estrita ou Acid test =

Este rácio de liquidez estrita ou imediata, também conhecida como acid test, indica a
capacidade da empresa para lidar com suas dívidas a curto prazo, excluindo a
valorização das suas existências. É um rácio mais rigoroso do que o da liquidez geral,
uma vez que exclui-se do numerador o valor contábil dos armazéns.

No nosso exemplo seria: LE = = 4

O rácio de liquidez geral, por definição, é sempre maior do que o acid test.

▪ Rácio de tesouraria

Este índice mostra a capacidade que tem a empresa de lidar com o seu endividamento
a curto prazo com os ativos mais líquidos, ou seja, com sua tesouraria e os seus ativos
conversíveis em dinheiro de forma rápida e fácil. No exemplo seria:

Rácio de tesouraria == = 3

Estes dois últimos rácios são muito semelhantes, ainda que o acid test é mais preciso.

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2.3.2. RÁCIOS DE SOLVÊNCIA

A solvência ou garantia pode ser definida como a capacidade da empresa para lidar com
o endividamento, tanto a longo como a curto prazo. Neste sentido, podemos falar do
rácio de solvência como um indicador do equilíbrio financeiro da empresa.

▪ Rácio de solvência

Este rácio indica o número de vezes que os ativos da empresa “suportariam” as dívidas.
Normalmente, o valor deste quociente deve ser, logicamente, maior do que 1, porque
senão poderíamos falar de falência da sociedade. No nosso exemplo:

Rácio de solvência = = = 3

2.3.3. RÁCIOS DE ENDIVIDAMENTO

Intimamente ligados aos rácios de solvência da empresa existem os rácios de


endividamento, que fornecem informações sobre o nível de dívida da empresa. Neste
sentido, podemos ver os seguintes:

▪ Rácio de autonomia

Rácio de autonomia =

▪ Rácio de utilização de dívida

Utilização de dívida (%)= =

Estes dois rácios indicam o peso relativo do capital próprio e do capital alheio fundos
dentro da estrutura de financiamento da empresa e dão uma primeira ideia do risco
financeiro que a empresa tem. Se temos mais dívidas, teremos mais riscos. Logicamente,
se a relação de autonomia representa um 45% da responsabilidade, a taxa de utilização
da dívida deverá ser de um 55%.

No nosso exemplo:

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Rácio de autonomia = (25+10+15) / 75 = 66,67%

Rácio de utilização de dívida = (20+5) / 75 = 33,33%

Rácio de autonomia + rácio de utilização de dívida =100%

▪ Rácio de endividamento

Rácio financeiro que mede a relação entre o montante do capital próprio da empresa
em relação às dívidas que mantém, tanto a longo como a curto prazo.

Rácio de endividamento =

Entendendo por capital próprio o chamado patrimônio líquido e como dívida total, a
soma dos chamados passivos circulantes e não circulantes.

Este rácio indica a situação da empresa a nível de dívida em relação ao financiamento a


longo e a curto prazo, tendo em conta o financiamento alheio. Neste sentido, o ideal é
que a maior parte do financiamento seja a longo prazo, pudendo dar-se o caso de que
o passivo não circulante seja igual que o patrimônio líquido, com o que o rácio de
endividamento da empresa seria 1.

Por outro lado, o ideal é que o passivo circulante esteja abaixo de 50% do patrimônio
líquido, de modo que o rácio de endividamento a curto prazo seja pelo menos inferior a
0,5.

Rácio de endividamento L.P. =

Rácio de endividamento C.P. =

2.4. A RENTABILIDADE

Do ponto de vista econômico, o objetivo de uma empresa é obter uma utilização ótima
dos recursos com os quais conta, ou o que é o mesmo, a rentabilidade máxima dos
capitais investidos.

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▪ Rentabilidade:

Percentagem ou taxa com a qual são remunerados os capitais disponíveis da empresa,


sendo o seu objetivo medir a eficácia com que estes capitais são utilizados. É a relação
entre o lucro e o investimento. É um indicador que reflete muito bem o desempenho
econômico da empresa. Se o rácio produz um resultado do 20%, isso significa que se
obtém um lucro de 20 € por cada 100 € investidos.

Em suma, podemos definir a rentabilidade como a relação entre o lucro e o investimento


em um determinado momento.

Rentabilidade =

Dependendo do tipo de benefício a ser considerado, poderão ser obtidos diferentes


tipos de rentabilidade. Assim, podemos usar os benefícios antes de impostos, os
benefícios das atividades ordinárias, etc. Haverá diferentes tipos de rentabilidade de
acordo com que tipo de benefício seja usado para fazer o cálculo.

▪ Rentabilidade financeira

Consiste em avaliar o resultado da exploração de uma empresa. É o lucro líquido


obtido pelos proprietários por cada unidade monetária de capital investida na
empresa. É a rentabilidade dos sócios ou proprietários da empresa.

▪ Rentabilidade dos ativos (ROA = Return On Assets)

Mede a capacidade dos ativos de uma empresa para gerar valor,


independentemente de como tenham sido financiados.

ROA (%) =

▪ Rentabilidade dos recursos próprios (ROE = Return On Equity)

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Relaciona os lucros obtidos pela empresa com seus próprios recursos. Este
indicador mede a eficiência com que a empresa remunera o investimento de
seus sócios e acionistas.

ROE (%) =

No nosso exemplo = x 100 = 30%

Os aumentos de capital devem financiar sempre investimentos com uma


rentabilidade superior ao ROE.

▪ Rentabilidade sobre vendas

Relaciona o resultado operacional com as vendas totais realizadas, medindo


assim a rentabilidade produzida pela própria atividade da empresa. Pode
expressar-se através da margem comercial.

Margem comercial (%) =

No exemplo, se assumirmos umas vendas líquida de 60, a margem comercial


seria:

x 100 = 33,33%

▪ Rentabilidade Econômica (ROI = Return On Investments)

Este indicador mostra a rentabilidade da empresa em relação ao investimento


feito em ativos, independentemente da estrutura financeira da empresa.

ROI (%) =

No nosso exemplo = x 100 = 26,67%

Este rácio pode ser decomposto da seguinte forma: multiplicando numerador e


denominador pelas vendas líquidas, o que se conhece como fórmula de Dupont.

= x
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ROI = MARGEM COMERCIAL x ROTAÇÕES

2.5. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA. CASH-FLOW

Mede os recursos gerados pela empresa, sendo um conceito diferente do lucro líquido.
A diferença entre os pagamentos e as cobranças de um período faz com que a tesouraria
final seja maior ou menor que a inicial. Esta variação constitui o fluxo ou movimento
líquido, cuja análise realiza a demonstração dos fluxos de caixa.

Entrada de Tesouraria

75 125 75 100 150

75 5 110 75

100

Saídas de Tesouraria

No exemplo, se somarmos todas as entradas de tesouraria, teríamos um total de 525


unidades monetárias. A saída total de fundos equivaleria a 365 unidades monetárias.
Portanto, esse fluxo de caixa, que poderia ligar-se a um projeto de investimento, geraria
uma liquidez final para a empresa de 160 unidades monetárias.

A análise dos fluxos do tesouro é de extrema importância, pois quando se analisa


conjuntamente com o resto das demonstrações financeiras, o balanço e a conta de
ganhos e perdas, permite avaliar a capacidade da empresa de gerar tesouraria, assim

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como as necessidades de liquidez que a empresa irá requerer. Esta informação é


importante na tomada de decisões econômicas ou de investimento.

Em pura lógica, os projetos de investimento que gerem liquidez negativa, ou seja, que
as saídas de caixa sejam maiores do que as entradas, não serão selecionados, e perante
projetos de investimento com uma tesouraria líquida positiva serão selecionados, em
princípio, aqueles que gerem maior liquidez no menor prazo.

A gerência da empresa deve avaliar a sua capacidade de gerar meios líquidos, bem como
a data em que se realizam e o grau de certeza que produzem. Estas variáveis são
fundamentais para determinar a liquidez e a solvência da empresa.

Imaginemos que, do ponto de vista de uma instituição financeira, será de extrema


importância analisar a capacidade de reembolso de um empréstimo concedido a uma
empresa de acordo com os fluxos de caixa futuros, além de determinar as condições de
financiamento: principal do empréstimo (prazo, etc.)

Em muitas ocasiões, as informações históricas sobre os fluxos passados são usadas como
um indicador da quantidade, momento da aparição e certeza dos fluxos no futuro.
Também é importante fazer uma análise para verificar a exatidão das estimativas
anteriores sobre os fluxos futuros, assim como para determinar a relação entre
rentabilidade, fluxos líquidos e influência de variáveis externas. Por exemplo, o preço da
habitação e extensões nos prazos de devolução, etc.

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