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Funções em C
Geometri
amente, limite de lim f (z) = L signi
a que dado qualquer bola aberta B
z→z0
entrado em L é possível en
ontrar um outra bola aberta B′
entrado em z0
ujos pontos
de exista lim f (z) é ne
essário e su
iente que existam os limites lim u(x, y) e
z→z0 (x,y)→(x0 ,y0 )
lim v(x, y). Em
aso armativo, vale
(x,y)→(x0 ,y0 )
98
Demonstração. Exer
í
io
(a) lim [αf (z) ± βg(z)] = α lim f (z) ± β lim g(z) para quaisquer α, β ∈ C
z→z0 z→z0 z→z0
Demonstração. Exer í io
z̄
Exemplo 5.1.1. Mostre que lim não existe.
z→0 z
Resolução.
z̄ x
• Seja z=x então lim = lim =1
z→0 z x→0 x
z̄ −iy
• Seja z = iy então lim = lim = −1
z→0 z y→0 iy
z̄
Con
luímos pela uni
idade do limite que não existe lim .
z→0 z
z2 − 1
Exemplo 5.1.2. Determine lim .
z→1 z−1
z2 − 1 (z − 1)(z + 1)
Resolução. lim = lim = lim (z + 1) = 2.
z→1 z−1 z→1 z−1 z→1
99
Denição 5.1.2 (Limites envolvendo ∞ ).
1
(2) lim f (z) = ∞ se, e somente se lim = 0.
z→w z→w f (z)
1
(3) lim f (z) = ∞ se, e somente se lim = 0.
z→∞ z→0 f (1/z)
Exemplo 5.1.3.
iz + 3 z+1
(1) lim =∞ pois lim = = 0.
z→−1 z+1 z→−1 iz + 3
2
2z + i z
+i 2 + iz
(2) lim =2 pois lim = 1 = lim = 2.
z→∞ z+1 z→0
z
+ 1 z→0 1 + z
z3 + 1 1 z + z2
(3) lim =∞ pois lim = = lim = 0.
z→∞ z2 + z z→0 1/z 3 +1 z→0 1 + z 3
1/z 2 +1/z
100
Observação 13. Segue da Proposição 5.1.1 que uma
ondição ne
essária e su
iente
para que f seja ontinua é que as suas partes real e imaginária sejam ontínuas.
Exemplo 5.2.1.
p : C → C, p(z) = an z n + · · · + a1 z + a0
f : C − {g(z) 6= 0} −→ C
h(z)
z 7→ f (z) =
g(z)
Proposição 5.2.2. A função f : C − {0} → C dado por f (z) = Log (z) é ontinua em
C − {z = x + iy : x ≤ 0, y = 0}
101
y
Demonstração.
Como z 7→ ln |z| é
ontinua para todo z ∈ C − {0} e
omo Log (z) = ln |z| + i Arg (z)
basta provamos que a função g(z) = Arg (z) é
ontinua em C−{z = x+iy : x ≤ 0, y = 0},
ou seja a função argumento prin
ipal é des
ontinua em {z = x + iy : x ≤ 0, y = 0}.
Para isto
onsidere a sequên
ia dos pontos
Entretanto
Portanto g(zn ) 6→ g(α), logo a função argumento prin ipal é des ontinua em
{z = x + iy : x ≤ 0, y = 0}.
102
Demonstração. Seja ǫ > 0.
Demonstração. De fato,
omo lim f (z) = f (z0 ) e f (z0 ) ∈ D2 então pelo Teorema 3,
z→z0
existe o limite lim (g ◦ f )(z) e então lim (g ◦ f )(z) = g(f (z0)).
z→z0 z→z0
f (z) − f (z0 )
lim
z→z0 z − z0
ou equivalentemente se existir
f (z0 + h) − f (z0 )
lim
h→0 h
103
df
Neste
aso denotamos esse limite por f ′ (z0 ) ou (z0 ) que
hamamos a derivada de f
dz
em z0 .
Exemplo 5.3.1. Mostre que f (z) = z n , n ∈ N é diferen iável e que f ′ (z0 ) = nz0n−1 para
todo z0 ∈ C.
para todo z0 ∈ C, on luímos que f é diferen iável em C om f ′ (z0 ) = nz0n−1 para todo
z0 ∈ C.
Exemplo 5.3.2. Mostre que f (z) = z̄ não é diferen iável em qualquer ponto de C.
h h1 + ih2 h1
lim = lim = lim =1
h→0 h h1 →0 h1 + ih2 h1 →0 h1
h2 =0
h h1 + ih2 −ih2
lim = lim = lim = −1
h→0 h h2 →0 h1 + ih2 h2 →0 ih2
h1 =0
104
Como o valor do limite depende o
aminho,
on
luímos que f (z) = z não é diferen
iável
para z0 ∈ C.
z0 + z0 = z0 − z0 ⇒ z0 = 0
f (0 + h) − f (0) |h|2
lim = lim = lim h = 0
h→0 h h→0 h h→0
Resposta: Não. Veja o Exemplo 5.3.2 a
ima. f (z) = z̄ é
ontinua em todo C mas
ela não é diferen
iável em nenhum ponto de C.
105
2. Se f é diferen
iável no ponto z0 , então f é
ontinua nesse ponto?
f (z) − f (z )
0
f (z) = (z − z0 ) + f (z0 ).
z − z0
Usando os propriedades de limites e o fato que f ′ (z0 ) existe, temos que f (z) → f (z0 )
quando z → z0 , portanto f é
ontinua em z0 .
d
(a) (c) = 0
dz
d
= cf ′ (z0 )
(b) (cf (z))
dz z=z0
d
= f ′ (z0 ) ± g ′(z0 )
(
) (f (z) ± g(z))
dz z=z0
d
= f ′ (z0 ) · g(z0 ) + f (z0 ) · g ′ (z0 )
(d) (f (z) · g(z))
dz z=z0
d f (z) f ′ (z0 )g(z0 ) − f (z0 )g ′(z0 )
(e) = , desde que g(z0 ) 6= 0
dz g(z) z=z0 [g(z0 )]2
Demonstração. Exer í io
Uma outra propriedade importante das derivada é a Regra da adeia, que enun iamos
a seguir.
106
Teorema 5.3.1. (Regra da
adeia) Sejam f :A→C diferen
iável em z0 e g:B→C
diferen
iável em f (z0 ),
om f (A) ⊂ B. Então a
omposta g◦f : A → C é diferen
iável
em z0 e
d
(g ◦ f )(z0 ) = g ′ (f (z0 )) · f ′ (z0 ).
dz
h: B → C
g(w) − g(f (z0 )) − g ′ (f (z0 )),
se w 6= f (z0 )
h(w) = w − f (z0 )
0, se w = f (z0 )
Como g ′(f (z0 )) existe, temos que h é ontinua em B. Como a omposta de funções
g(f (z)) − g(f (z0)) = [h(f (z)) + g ′(f (z0 ))][f (z) − f (z0 )] (∗)
= g ′ (f (z0 )) · f ′ (z0 )
107
Relação entre a diferen
iabilidade de uma função e suas
real u(x, y) e imaginaria v(x, y) também são diferen
iáveis no ponto (x0 , y0 )?
Resposta: Sim.
2. Se ambos u(x, y) = Re(f (z)) e v(x, y) = Im(f (z)) são diferen iáveis no ponto
z0 = (x0 , y0) então a função f (z) é diferen
iável no ponto z0 = (x0 , y0)?
Resposta: Não. Considere a função f (z) = z̄ = x − iy. Então temos que
u(x, y) = x, v(x, y) = −y
são funções diferen iáveis em todo C mas vimos do Exemplo 5.3.2 a ima que f não
De fato temos a seguinte teorema que estabele e a relação entre a diferen iabilidade de
108
5.4 Equações de Cau
hy-Riemann
Teorema 5.4.1. Sejam D∈C aberto e f :D→C uma função omplexa sendo
∂u ∂v ∂v ∂u
(x0 , y0) = (x0 , y0 ) e (x0 , y0 ) = − (x0 , y0 ) (∗).
∂x ∂y ∂x ∂y
Além disso
∂u ∂v ∂v ∂u
f ′ (z0 ) = (x0 , y0) + i (x0 , y0) = (x0 , y0 ) − i (x0 , y0 ).
∂x ∂x ∂y ∂y
diferen iável em z0 .
Demonstração.
109
Como ambas as expressões são de f ′ (z0 ), igualando os partes reais e imaginarias obtemos
∂u ∂v
(x0 , y0) = (x0 , y0 )
∂x ∂y
e
∂v (x0 , y0) = − ∂u (x0 , y0 )
∂x ∂y
Estes
ondições são
onhe
idas por as Equações de Cau
hy-Riemann.
Corolário 5.4.1. Considere f (z) = u(z) + iv(z) = u(x, y) + iv(x, y). Se as equações de
Cau hy-Riemann não são satisfeitas por f em (x0 , y0 ), então f não é diferen iável em z0 .
Temos que
∂u ∂v
= 1, = −1
∂x ∂y
∂v ∂u
= 0, =0
∂x ∂y
Como as equações de Cau
hy-Riemann não são satisfeitas para qualquer z0 ,
on
luímos
u(x, y) = x2 + y 2 e v(x, y) = 0.
Temos que
∂u ∂v
(x0 , y0) = 2x0 , (x0 , y0) = 0
∂x ∂y
∂v ∂u
(x0 , y0 ) = 0, (x0 , y0 ) = 2y0
∂x ∂y
As equações de Cau
hy-Riemann são satisfeitas somente em z0 = (x0 , y0 ) = (0, 0). Como
110
Proposição 5.4.1. A função exponen
ial f : C → C, f (z) = ez é diferen
iável em C e
d z
(e ) = ez .
dz
Temos que
∂u ∂v
(x0 , y0 ) = ex0 cos y0 , (x0 , y0 ) = ex0 cos y0
∂x ∂y
∂v ∂u
(x0 , y0 ) = ex0 sen y0 , (x0 , y0 ) = −ex0 sen y0 .
∂x ∂y
Observamos também que
∂u ∂u ∂v ∂v
(z), (z), (z), (z)
∂x ∂y ∂x ∂y
existem para todo z ∈ C e são
ontínuas em z0 . Como as equações de Cau
hy-Riemann são
satisfeitas para todo z0 ∈ C,
on
luímos da Teorema 5.4.1 que f (z) = ez é diferen
iável
para todo z0 ∈ C.
Ainda pelo Teorema 5.4.1, temos que
∂u ∂v
f ′ (z0 ) = (x0 , y0) + i (x0 , y0 ) = ex0 cos y0 + iex0 sen y0 = ez0 .
∂x ∂x
Proposição 5.4.2. Mostre que a funções sen z e cos z são diferen iáveis em C e
d d
sen z = cos z e cos z = − sen z.
dz dz
111
Exemplo 5.4.3. (Ne
essidade da
ontinuidade das derivadas par
iais em Teorema 5.4.1)
Considere a função
2
z̄ , se z 6= 0
f (z) = z
0, se z=0
As partes real e imaginaria de f são dadas por
3 2
3 2
x − 3xy ,
se (x, y) 6= 0 y − 3x y ,
se (x, y) 6= 0
u(x, y) = x2 + y 2 v(x, y) = x2 + y 2
0,
se (x, y) = 0 0, se (x, y) = 0
Então
u(x, 0) − u(0, 0) x
• ux (0, 0) = lim = lim = 1
x→0 x x→0 x
u(0, y) − u(0, 0) 0
• uy (0, 0) = lim = lim = 0
y→0 y y→0 y
v(x, 0) − v(0, 0) 0
• vx (0, 0) = lim = lim = 0
x→0 x x→0 x
v(0, y) − v(0, 0) y
• vy (0, 0) = lim = lim = 1
y→0 y y→0 y
f (z) − f (0) z̄ 2
lim = lim 2 não existe
z→0 z−0 z→0 z
z̄ 2 z̄ 2 −ix2
lim =1 enquanto lim = lim = −1
z=x→0 z2 z=xeiπ/4 →0 z 2 z=xeiπ/4→0 ix2
Isto não
ontradiz o Teorema 5.4.1 pois as derivadas par
iais ux , uy , vx e vy não são
x4 + 6x2 y 2 − 3y 4
e lim ux (x, y) = lim não exista pois
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0) (x2 + y 2 )2
112
x4 + 6x2 y 2 − 3y 4 x4
lim = lim =1 enquanto
(x,y)→(0,0) (x2 + y 2)2 x→0 x4
y=0
x4 + 6x2 y 2 − 3y 4 −3y 4
lim = lim = −3
(x,y)→(0,0) (x2 + y 2)2 y→0 y4
x=0
Teorema 5.5.1. Sejam D∈C aberto e f :D→C uma função omplexa sendo
∂u 1 ∂v ∂v 1 ∂u
(r0 , θ0 ) = (r0 , θ0 ) e (r0 , θ0 ) = − (r0 , θ0 ) (∗∗)
∂r r0 ∂θ ∂r r0 ∂θ
Além disso
′ −iθ0 ∂u ∂v
f (z0 ) = e (r0 , θ0 ) + i (r0 , θ0 ) .
∂r ∂r
f é diferen iável em z0 .
Demonstração.
113
Como x = r cos θ e y = r sen θ, podemos rees
rever (1) e (2)
omo
∂u ∂u ∂u
(r0 , θ0 ) = (z0 ) cos θ0 + (z0 ) sen θ0
∂r ∂x ∂y
(1′ ) e
∂u (r0 , θ0 ) = − ∂u (z0 )r0 sen θ0 + ∂u (z0 )r0 cos θ0
∂θ ∂x ∂y
∂v ∂v ∂v
(r0 , θ0 ) = (z0 ) cos θ0 + (z0 ) sen θ0
∂r ∂x ∂y
(2′ ) e
∂v ∂v ∂v
(r0 , θ0 ) = − (z0 )r0 sen θ0 + (z0 )r0 cos θ0
∂θ ∂x ∂y
Como f é diferen
iável em z0 ela satisfaz as Equações de Cau
hy Riemann em z0 , isto é
∂u ∂v ∂v ∂u
(z0 ) = (z0 ) e (z0 ) = − (z0 )
∂x ∂y ∂x ∂y
∂v ∂u ∂u
(r0 , θ0 ) = − (z0 ) cos θ0 + (z0 ) sen θ0
∂r ∂y ∂x
(2′′ ) e
1 ∂v (r0 , θ0 ) = ∂u (z0 ) sen θ0 + ∂u (z0 ) cos θ0
r0 ∂θ ∂y ∂x
∂u 1 ∂v ∂v 1 ∂u
(r0 , θ0 ) = (r0 , θ0 ) e (r0 , θ0 ) = − (r0 , θ0 )
∂r r0 ∂θ ∂r r0 ∂θ
1
Exemplo 5.5.1. Mostre que f (z) = é diferen
iável para z 6= 0 e determine f ′ (z).
z2
Resolução. Seja z = reiθ , então
1 1
f (z) = = ( cos 2θ − i sen 2θ)
r 2 e2iθ r2
Logo
1 1
u(r, θ) = cos 2θ e v(r, θ) = − sen 2θ
r2 r2
114
Segue que
2 2
ur (r, θ) = − cos 2θ e uθ (r, θ) = − sen 2θ
r3 r2
e
2 2
vr (r, θ) = sen 2θ e vθ (r, θ) = − cos 2θ
r3 r2
Portanto
1 1
ur (r, θ) = vθ (r, θ) e vr (r, θ) = − uθ (r, θ)
r r
isto é a equações de Cau
hy Riemann são satisfeito. Como as funções u, v, ur , uθ , vr , vθ
são
ontinuas temos que f é diferen
iável em z 6= 0. Além disto,
′ −iθ 2 2
f (z) = e − 3 cos 2θ + i 3 sen 2θ
r r
2 −iθ −2iθ
= − e e
r3
2
= − 3 e−3iθ
r
2
= − 3.
z
Log : C∗ \R− → C, Log (z) = ln |z| + i Arg (z) onde −π < Arg (z) < π é diferen iável
em C∗ \R− e
d 1
( Log (z)) = .
dz z
1 1 1
ur = vθ = e vr = − uθ = 0
r r r
115
são
ontinuas temos que Log(z) é diferen
iável em C∗ \R− . Além disto,
d −iθ 1
( Log (z)) = e +i·0
dz r
1 −iθ
= e
r
1
= .
z
d a
(z ) = az a−1 .
dz
d a d a Log (z)
(z ) = (e )
dz dz
d au d
= (e ) · ( Log (z)) onde u = Log (z)
du dz
1 1
= aeau · = aea Log (z) ·
z z
1
= az a · = az a−1
z
(1) Se f for diferen
iável em todos os pontos de algum dis
o aberto
entrado em z0 ∈ D,
dizemos que f é holomorfa ou analíti
a em z0 .
116
Observação 14. Note aqui uma diferença sutil, mas de extrema importân
ia, entre as
denições de diferen iabilidade e analiti idade. Para que f seja holomorfa ou analíti a em
z0 ela deve ser diferen iável em todos os pontos de uma vizinhança de z0 , e não somente
no ponto z0 .
Exemplo 5.6.1.
(1) A função f (z) = |z|2 só é diferen iável em z = 0. Logo, a função não é holomorfa
1
(2) A função f (z) = é holomorfa (analíti
a) em C − {0}.
z
(3) A função logaritmo prin
ipal f (z) = Log (z) é analíti
a em C∗ \R− .
Exemplo 5.6.2.
(2) As funções ez , sen z, cos z são funções inteiras, pois são diferen iáveis em C.
(analíti
as) em D.
f
Ainda, se g(z) 6= 0 para todo z ∈ D, a função é holomorfa em D.
g
117
Proposição 5.6.2. Sejam D1 , D2 ⊂ C abertos. Sejam f : D1 −→ C e g : D2 −→ C
funções holomorfas tal que f (D1 ) ⊂ D2 . Se h=g◦f então h é holomorfa e
f (z) f ′ (z0 )
lim = ′ .
z→z0 g(z) g (z0 )
Vamos enun iar um resultado de funções reais de varias variáveis que usaremos aqui:
118
Demonstração. Como D é aberto e a derivada de f existe em todos os pontos de D,
temos que f é holomorfa. Como f ′ (z) = 0, segue de Teorema 5.4.1 que
Logo pelo Proposição 5.7.1
on
luímos que u e v são
onstantes em D. Portanto, f = u+iv
também é
onstante em D.
Resolução.
∂u ∂u
(x0 , y0 ) = 0 e (x0 , y0 ) = 0.
∂x ∂y
D. Logo
∂v ∂v
(x0 , y0 ) = 0 e (x0 , y0 ) = 0.
∂x ∂y
Pelo Teorema 5.4.1, temos que
∂u ∂v
f ′ (z0 ) = (x0 , y0 ) + i (x0 , y0 ) = 0.
∂x ∂x
logo f é onstante em D.
119
(
) Seja z0 = (x0 , y0 ) ∈ D arbitrário e f (z) = u(z) + iv(z).
Então |f |2 = u2 + v 2 = C, C é uma
onstante. Derivando em relação ao x e y
obtemos respe
tivamente
∂u ∂v
2u + 2v =0
∂x ∂x
∂u ∂v
2u
+ 2v =0
∂y ∂y
Rees
revendo as equações a
ima usando as equações de Cau
hy-Riemann temos que
∂u ∂u ∂u
2u − 2v =0
∂x ∂y ∂x
u −v 0
que é equivalente a = (∗)
∂u ∂u v u ∂u 0
2v + 2u =0
∂x ∂y ∂y
Observe que
u −v
det = u2 + v 2 = C
v u
∂u ∂u
=0 e = 0,
∂x ∂y
• Se C = 0, então u = v = 0, portanto f =0 em D.
∂u ∂v ∂v ∂u
(x0 , y0) = (x0 , y0 ) e (x0 , y0 ) = − (x0 , y0 ) (CR)
∂x ∂y ∂x ∂y
120
a
Derivando par
ialmente a 1 equação de (CR)
om relação a x e a 2a equação
om relação
a y temos
Portanto
∂2u ∂2u ∂2v ∂2v
(x ,
0 0y ) + (x ,
0 0y ) = (x ,
0 0y ) − (x0 , y0 ) = 0
∂x2 ∂y 2 ∂x∂y ∂y∂x
Então u satisfaz a equação da Lapla
e
∂2u ∂2u
(x ,
0 0y ) + (x0 , y0 ) = 0 ∀z0 ∈ D.
∂x2 ∂y 2
harmni a se uxx , uyy , uxy e uyx são ontinuas em D e u satisfaz a equação de Lapla e
em D.
Resolução. Para mostrar que u é harmni
a em C, pre
isamos mostrar que (i) uxx , uyy , uxy
e uyx são
ontinuas e (ii) uxx + uyy = 0. Agora
uxx + uyy = 6x − 6x = 0
Portanto u é harmni
a em C.
Para en
ontrar uma função analíti
a f
om Ref (z) = u(z) signi
a devemos en
ontrar
121
v(z) tal que f (z) = u(z) + iv(z) é analíti
a em C. Observe que a função v(z)
hama-se
onjugada harmni a de u(z). Como f é analíti a, sabemos que uev deve satisfazer as
Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = −1 que impli a que h(x) = −x + C. Logo
v(x, y) = 3x2 y − y 3 − x + C
Portanto
= z 3 − iz + Ci
(1) Se f (z) = 1 + iz 2 , determine as expressões de Ref (z) e Imf (z). Então al ule os
seguinte limites
(a) lim Ref (z) (b) lim Imf (z) (c) lim f (z)
z→−i z→−i z→−i
Resolução
f (z) = 1 + iz 2
= 1 + i(x + iy)2
= 1 + i(x2 − y 2 + 2xyi)
= (1 − 2xy) + i(x2 − y 2 )
122
Portanto Ref (z) = 1 − 2xy e Imf (z) = x2 − y 2.
(a) lim Ref (z) = lim (1 − 2xy) = 1 − 0 = 1
z→−i x→0
y→−1
(c) lim f (z) = lim Ref (z) + i lim Imf (z) =1−i
z→−i z→−i z→−i
z
(a) lim
z→0 |z|
• Façamos z tender para a origem ao longo do eixo real, isto é, z = x + 0i → 0.
Para estes pontos temos
z x
lim = lim =1
z→0 |z| x→0 x
z x + xi x(1 + i) 1+i
lim = lim √ = lim √ = √
z→0 |z| x→0 2
x +x 2 x→0 x 2 2
z
Como as duas limites são diferentes temos que lim não existe.
z→0 |z|
|z|
(b) lim
z→0 z
• Façamos z tender para a origem ao longo do eixo real, isto é, z = x + 0i → 0.
Para estes pontos temos
|z| x
lim = lim =1
z→0 z x→0 x
|z| y 1
lim = lim =
z→0 z y→0 iy i
z
Como as duas limites são diferentes temos que lim não existe.
z→0 |z|
123
|z|2 zz
(
) lim = lim = lim z = 0
z→0 z z→0 z z→0
z |z|2
(d) lim =∞ pois de (
) lim =0
z→0 |z|2 z→0 z
(3) Cal
ule:
iz 3 − 1 z2 + 1 z2 + 9
(a) lim (b) lim (c) lim
z→i z2 + 1 z→i z 4 − 1 z→3i z − 3i
Resolução
z2 + 1 z 2 − i2 ) z 2 − i2
(b) lim = lim = lim
z→i z4 − 1 z→i z 4 − i4 z→i (z 2 − i2 )(z 2 + i2 )
1
= lim 2
z→i z − 1
1
= 2
i −1
1
= −
2
= 6i
(4) Determine os pontos onde as seguintes funções são analíti as e en ontre a sua deri-
124
(a) f (x + iy) = sen x + cosh y + i cos x sinh y. Logo
Nos pontos onde f é analíti
a, as equações de Cau
hy-Riemann são satisfeitas, logo
ux = vy ⇒ cos x = cos x cosh y ⇒ cosh y = 1 ⇒ y = 0
vx = −uy ⇒ sen x sinh y = sinh y ⇒ sen x = 1 ⇒ x = π + 2kπ, k ∈ Z
2
π
Portanto os pontos onde f é analíti
a são + 2kπ, 0 , k ∈ Z
π 2
A derivada de f nesses pontos z0 = + 2kπ, 0 é
2
f ′ (z0 ) = ux (z0 ) + ivx (z0 ) = 0.
Nos pontos onde f é analíti
a, as equações de Cau
hy-Riemann são satisfeitas, logo
u = v ⇒ ex cos y = −ex cos y ⇒ cos y = 0
x y
v = −u ⇒ −ex sen y = ex sen y ⇒ sen y = 0
x y
Como não existe y∈R tais que cos y = 0 e sen y = 0 temos que f não é analíti a
em nenhum ponto em C.
x y
(
) f (x + iy) = −i 2 . Logo
x2+y 2 x + y2
x y
u(x, y) = 2 e v(x, y) = −
x +y 2 x + y2
2
y 2 − x2 y 2 − x2
ux = 2
, vy =
(x + y 2 )2 (x2 + y 2 )2
2xy 2xy
vx = 2
2 2
, uy = − 2
(x + y ) (x + y 2 )2
Como as equações de Cau
hy-Riemann são satisfeitas para todo (x, y) ex
eto no
y 2 − x2 2xy z02
f ′ (z0 ) = ux (z0 ) + ivx (z0 ) = + i =
(x2 + y 2 )2 (x2 + y 2)2 |z0 |4
125
(d) f (x + iy) = f (z) = z Im(z) = xy + iy 2 . Logo
u(x, y) = xy e v(x, y) = y 2
u = y, vy = 2y
x
v = 0, uy = x
x
Nos pontos onde f é analíti
a, as equações de Cau
hy-Riemann são satisfeitas, logo
u = v ⇒ y = 2y ⇒ y = 0
x y
v = −u ⇒ x = 0
x y
cos y − i sen y
(e) f (x + iy) = . Logo
ex
u(x, y) = e−x cos y e v(x, y) = −e−x sen y
u = −e−x cos y, vy = −e−x cos y
x
v = e−x sen y, u = −e−x sen y
x y
Como as equações de Cau
hy-Riemann são satisfeitas para todo (x, y) ∈ C
on
luí-
mos que f é analíti
a em C.
2 +y 2
(f ) f (x + iy) = f (z) = e|z| = ex . Logo
2 2
u(x, y) = ex +y e v(x, y) = 0
u = 2xex2 +y2 , vy = 0
x
2 2
v = 0,
x uy = 2yex +y
Nos pontos onde f é analíti
a, as equações de Cau
hy-Riemann são satisfeitas, logo
u = v ⇒ 2xex2 +y2 = 0 ⇒ x = 0
x y
v = −u ⇒ 2yex2 +y2 = 0 ⇒ y = 0
x y
126
(5) Seja f (z) = u(x, y) + iv(x, y) uma função
omplexa de z = x + iy. Para quais funções
u(x, y) abaixo existe uma função real v(x, y) tal que f (z) é analíti
a? Se existe,
Resolução
vx = 2y + h′ (x) (4)
Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = 0 que impli a que h(x) = C. Logo
v(x, y) = 2xy + 2y + C
Portanto
= 2(x + iy) + 2
= 2z + 2
127
(b) Seja u(x, y) = e−x (x sen y − y cos y). Suponha que f = u + iv é analíti
a. Então
v(x, y) = xe−x cos y + e−x cos y + e−x y sen y − e−x cos y + h(y) (3)
Comparando (1) e (4) temos que h′ (y) = 0 que impli a que h(x) = C. Logo
Portanto
= e−x (−x sen y + y cos y + sen y) + ie−x (−x cos y − y sen y + cos y)
h i
= (−x sen y − ix cos y) + (y cos y − iy sen y) + ( sen y + i cos y) e−x
h i
= − ix( cos y − i sen y) + y( cos y − i sen y) + i( cos y − i sen y) e−x
= −ie−iy (x + iy − 1)e−x
= −i(z − 1)e−z
128
Integrando vy em relação ao y temos
Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = −6x2 que impli
a que h(x) = −2x3 + C.
Logo
Portanto
= 3(1 − 2i)z 2
(d) Seja u(x, y) = y 3 − ayx2 . Suponha que f = u + iv é analíti
a. Então sabemos que u
e v deve satisfazer as equações de Cau
hy-Riemann. Isto é,
129
Comparando (2) e (4) temos que a = 3 e h′ (x) = 3x2 que impli
a que h(x) = x3 +C.
Logo
v(x, y) = −3xy 2 + x3 + C
Portanto
= 3i(x2 − y 2 + 2xyi)
= 3i(x + iy)2
= 3iz 2
(6) Verique diretamente que as seguintes funções são harmni as e determine a função
(a) Para mostrar que u é harmni a em C, pre isamos mostrar que (i) uxx , uyy , uxy e
uxx + uyy = 6x − 6x = 0
Portanto u é harmni
a em C.
Para en
ontrar uma função analíti
a f
om Ref (z) = u(z) signi
a devemos en
on-
trar v(z) tal que f (z) = u(z) + iv(z) é analíti
a em C. Como f é analíti
a, sabemos
130
e
Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = 0 que impli a que h(x) = C. Logo
v(x, y) = 3x2 y − y 3 + C
Portanto
= x3 − 3xy 2 + 1 + i(3x2 y − y 3 + C)
= z 3 + 1 + Ci
(b) Para mostrar que u é harmni a em C, pre isamos mostrar que (i) uxx , uyy , uxy e
Portanto u é harmni
a em C.
Para en
ontrar uma função analíti
a f
om Ref (z) = u(z) signi
a devemos en
on-
trar v(z) tal que f (z) = u(z) + iv(z) é analíti
a em C. Como f é analíti
a, sabemos
131
e
Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = 0 que impli a que h(x) = C. Logo
Portanto
= z 4 − z 2 + Ci
( ) Para mostrar que u é harmni a em C, pre isamos mostrar que (i) uxx , uyy , uxy e
Portanto u é harmni
a em C.
Para en
ontrar uma função analíti
a f
om Ref (z) = u(z) signi
a devemos en
on-
trar v(z) tal que f (z) = u(z) + iv(z) é analíti
a em C. Como f é analíti
a, sabemos
132
e
Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = 0 que impli a que h(x) = C. Logo
Portanto
Resolução
u =v (1)
x y
f = u + iv é analíti
a ⇒
u = −v (2)
y x
u = −v (3)
x y
f = u − iv é analíti
a ⇒
u =v (4)
y x
ux = 0, uy = 0, vx = 0, vy = 0
Isto mostra que as partes reais e imaginárias são onstantes. Portanto f é onstante.
(8) Mostre que se f é uma função inteira da forma f (x, y) = u(x) + iv(y), então f é um
133
Resolução
Como ux (x) é uma função somente de x e vy (y) é uma função somente de y temos
de (∗) que
Logo
u(x) = Cx + b1 e v(y) = Cy + b2
Portanto
= Cx + b1 + i(Cy + b2 )
= Cz + a, onde a = b1 + ib2
(9) Mostre que se f é uma função inteira om argumento onstante então f é onstante.
Resolução
v
arg(f ) = arctg = C, sendo C
onstante real
u
Logo
v = ( tg C)u
∂v ∂u
= tg C
∂x
∂x
∂v ∂u
= tg C
∂y ∂y
134
Rees
revendo as equações a
ima usando as equações de Cau
hy-Riemann temos que
∂v ∂v
= tg C
∂x ∂y
∂v ∂v
= − tg C
∂y ∂x
Resolvendo temos que vx = vy = 0 e pelas equações de Cau
hy-Riemann
ux = uy = 0. Portanto f é onstante.
(10) Seja f (z) = u(x, y) + iv(x, y) uma função holomorfa tal que
Resolução
2u(x, y) + v(x, y) = 5
∂u ∂v
2
+ =0
∂y ∂y
Rees
revendo as equações a
ima usando as equações de Cau
hy-Riemann temos que
∂u ∂u ∂u
2 − =0
∂x ∂y
∂x
2 −1 0
que é equivalente a = (∗)
1 2 ∂u 0
2 ∂u + ∂u = 0
∂x ∂x ∂y
Observe que
2 −1
det = 4 + 1 = 5 6= 0
1 2
Então (∗) tem a úni
a solução
∂u ∂u
=0 e = 0,
∂x ∂y
ou seja a parte real de f é
onstante. Logo f é
onstante.
135
(11) Deriva as seguintes funções, indi
ando o domínio apropriado onde
ada função é
analíti a.
z ez √
(a) f1 (z) = ee (b) f2 (z) = sen (ez ) (c) f3 (z) = (d) f4 (z) = ez + 1
z2 + 3
Resolução
z d ez z
(a) Como ez é inteira, pela regra da
adeia f1 (z) = ee é inteira e (e ) = ez · ee .
dz
(b) Como z 7→ ez e z 7→ sen z são inteiras, pela regra da
adeia, f2 (z) = sen (ez ) é
d
inteira e ( sen (ez )) = ez · cos (ez )
dz
1 √
(
) Como z 7→ ez é inteira e z 7→ 2 é analíti
a em C\{± 3i}, pela regra da
adeia,
z +3
ez √ √
f3 (z) = 2 é analíti
a em C\{± 3i} e para z 6= ± 3i
z +3
z
d e ez (z 2 + 3) − 2zez (z 2 − 2z + 3)ez
= =
dz z 2 + 3 (z 2 + 3)2 (z 2 + 3)2
√ z +1)
(d) f4 (z) = ez + 1 = e1/2 log(e sendo que pre
isamos es
olher um ramo para o log,
por exemplo Log z onde z ∈ C\{z | Im z = 0, Re z ≤ 0}.
Portanto Log (ez + 1) é analíti
a na região A ⊂ C tal que
Im (ez + 1) 6= 0
⇒ Im z 6= (2n + 1)π, n ∈ Z e Re z < 0.
Re (ez + 1) > 0
Portanto
136
5.10 Exer
í
ios propostos
z2 + z − 2 + i z 2 + z − 1 + 3i
(a) lim 2
(b) lim
z z −
z→1+i
2z + 1 z→1+i
z 2 −2z + 2
e −1 sen |z|
(c) lim (d) lim
z→0 z z→0 z
iθ
(3) Determine todos os valores de θ ∈ [0, 2π) para que o limite lim ere exista.
r→∞
(5) Seja f : C → C, f (z) = az 2 + bzz + cz2 , onde a, b, c são números omplexos xos.
Usando a denição mostre que f é diferen
iável se, e somente se bz + 2cz = 0. Onde
f é analíti
a?
é diferen iável nos eixos oordenadas mas não é analíti a em nenhum ponto.
p
(7) Mostre que a função f (z) = |xy|, z = x + iy satisfazer as equações de Cau
hy-
137
(8) Determine os pontos onde as seguintes funções são analíti
as e en
ontre a sua deri-
(9) Seja f (z) = u(x, y) + iv(x, y) uma função
omplexa de z = x + iy. Para quais funções
u(x, y) abaixo existe uma função real v(x, y) tal que f (z) é analíti
a? Se existe,
(10) Verique diretamente que as seguintes funções são harmni as e determine a função
g : U := {z | z ∈ U} → C, z 7→ f (z)
é holomorfa.
(13) Seja f uma função holomorfa um aberto
onexo U. Mostre que se [f (z)]2 = f (z)
para todo z∈U então f é
onstante em U. Determine todos os possíveis valores de
f.
138
(15) Seja f uma função analíti
a um aberto
onexo U. Mostre que se Re(f ) = [Im(f )]2 ,
então f é
onstante em U.
(16) Seja f uma função holomorfa denida num aberto onexo Ω de C. Mostre que f é
onstante em A.
5
z
z 6= 0
(19) Seja f (z) = |z|4
0 z=0
f (z)
a) Mostre que lim não existe
z→0 z
∂u ∂u
f (z) = (x, y) − i (x, y), ∀z = x + iy ∈ C.
∂x ∂y
(21) Deriva as seguintes funções, indi ando o domínio apropriado onde ada função é
analíti a.
1 sen z z 3 +1
(a) (b) (c) e z−1
(d) 3z (e) Log (z + 1)
z cos z √
√ √
(i) e(z+ z )
1
(f ) z 1+i (g) z (h) 3 z (j) z 3 − 1
√
(k) Log (z 2 ) (l) sen ( z) (m) z −i (n) z 2−3i
139