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Aula 5

Limites, Continuidade e Derivação de

Funções em C

5.1 Limite de uma função omplexa

Denição 5.1.1. Sejam f : D ⊂ C −→ C e z0 ∈ C um ponto de a umulação de D.


Dizemos que existe o limite de f em z0 é igual L ∈ C, e denotamos por lim f (z) = L,
z→z0
se que para ada ǫ>0 existir δ>0 tal que

z ∈ D; 0 < |z − z0 | < δ ⇒ |f (z) − L| < ǫ

Geometri amente, limite de lim f (z) = L signi a que dado qualquer bola aberta B
z→z0
entrado em L é possível en ontrar um outra bola aberta B′ entrado em z0 ujos pontos

distintos de z0 e que estão em B′ são mandados por f em B.

Proposição 5.1.1. Sejam f : D → C, f (z) = u + iv e z0 = x0 + iy0 ∈ C. A m

de exista lim f (z) é ne essário e su iente que existam os limites lim u(x, y) e
z→z0 (x,y)→(x0 ,y0 )
lim v(x, y). Em aso armativo, vale
(x,y)→(x0 ,y0 )

lim f (z) = lim u(x, y) + i lim v(x, y)


z→z0 (x,y)→(x0 ,y0 ) (x,y)→(x0 ,y0 )

98
Demonstração. Exer í io 

Proposição 5.1.2. Sejam f , g : D ⊂ C −→ C e z0 ∈ C um ponto de a umulação de D.

(1) lim f (z) quando existe é úni o.


z→z0

(2) Se lim f (z) existe então f é limitada numa vizinhança de z0 .


z→z0

(3) Se lim g(z) = 0 e f é limitada numa vizinhança de z0 então lim f (z)g(z) = 0


z→z0 z→z0

(4) Se existem os limites de f e g em z0 então

(a) lim [αf (z) ± βg(z)] = α lim f (z) ± β lim g(z) para quaisquer α, β ∈ C
z→z0 z→z0 z→z0

(b) lim [f (z) · g(z)] = lim f (z) · lim g(z)


z→z0 z→z0 z→z0
  lim f (z)
f (z) z→z0
( ) lim = desde que lim g(z) 6= 0.
z→z0 g(z) lim g(z) z→z0
z→z0

Demonstração. Exer í io 


Exemplo 5.1.1. Mostre que lim não existe.
z→0 z
Resolução.

z̄ x
• Seja z=x então lim = lim =1
z→0 z x→0 x
z̄ −iy
• Seja z = iy então lim = lim = −1
z→0 z y→0 iy

Con luímos pela uni idade do limite que não existe lim .
z→0 z
z2 − 1
Exemplo 5.1.2. Determine lim .
z→1 z−1
z2 − 1 (z − 1)(z + 1)
Resolução. lim = lim = lim (z + 1) = 2.
z→1 z−1 z→1 z−1 z→1

99
Denição 5.1.2 (Limites envolvendo ∞ ).

(1) lim f (z) = w se, e somente se lim f (1/z) = w.


z→∞ z→0

1
(2) lim f (z) = ∞ se, e somente se lim = 0.
z→w z→w f (z)
1
(3) lim f (z) = ∞ se, e somente se lim = 0.
z→∞ z→0 f (1/z)

Exemplo 5.1.3.

iz + 3 z+1
(1) lim =∞ pois lim = = 0.
z→−1 z+1 z→−1 iz + 3
2
2z + i z
+i 2 + iz
(2) lim =2 pois lim = 1 = lim = 2.
z→∞ z+1 z→0
z
+ 1 z→0 1 + z
z3 + 1 1 z + z2
(3) lim =∞ pois lim =   = lim = 0.
z→∞ z2 + z z→0 1/z 3 +1 z→0 1 + z 3
1/z 2 +1/z

5.2 Continuidade de uma função omplexa

Denição 5.2.1. Seja D ⊂ C um aberto. Dizemos que a função f : D −→ C é ontínua


no ponto z0 ∈ D se

lim f (z) = f (z0 )


z→z0

Se a função é ontinua em todo ponto de D dizemos que f é ontinua em D.

Denição 5.2.2. Seja D ⊂ C um aberto. Dizemos que a função f : D −→ C é ontínua


no ponto z0 ∈ D se para todo sequên ia {zn } om zn ∈ D, ∀n e lim zn = z0 temos que
n→∞

lim f (zn ) = f (z0 )


n→∞

100
Observação 13. Segue da Proposição 5.1.1 que uma ondição ne essária e su iente

para que f seja ontinua é que as suas partes real e imaginária sejam ontínuas.

Proposição 5.2.1. Sejam D⊂C um aberto onexo e z0 ∈ D . Se f , g : D −→ C são

funções ontinuas em z0 então:

(a) f (z) + g(z) é ontínua em z0 ;

(b) f (z) − g(z) é ontínua em z0 ;

( ) f (z) · g(z) é ontínua em z0 ;


f (z)
(d) é ontínua em z0 desde que g(z0 ) 6= 0.
g(z)
Demonstração. Exer í io 

Exemplo 5.2.1.

(1) Funções polinomiais

p : C → C, p(z) = an z n + · · · + a1 z + a0

são ontínuas em todo C.

(2) As funções ra ionais

f : C − {g(z) 6= 0} −→ C
h(z)
z 7→ f (z) =
g(z)

onde h(z) e g(z) são polinmios, são ontinuas em C − {g(z) 6= 0}.

(3) As funções exponen ial, seno e osseno também são ontínuas em C.

Proposição 5.2.2. A função f : C − {0} → C dado por f (z) = Log (z) é ontinua em

C − {z = x + iy : x ≤ 0, y = 0}

101
y

Demonstração.

Como z 7→ ln |z| é ontinua para todo z ∈ C − {0} e omo Log (z) = ln |z| + i Arg (z)
basta provamos que a função g(z) = Arg (z) é ontinua em C−{z = x+iy : x ≤ 0, y = 0},
ou seja a função argumento prin ipal é des ontinua em {z = x + iy : x ≤ 0, y = 0}.
Para isto onsidere a sequên ia dos pontos

zn = |α|ei(−π+1/n) onde α = {x ∈ R; x < 0}

Então lim zn = −|α| = α. Mas


n→∞
 
i(−π+1/n)
 1
lim g(zn ) = lim = Arg |α|e = lim −π + = −π
n→∞ n→∞ n→∞ n

Entretanto

g(α) = Arg (|α|eiπ ) = π

Portanto g(zn ) 6→ g(α), logo a função argumento prin ipal é des ontinua em

{z = x + iy : x ≤ 0, y = 0}. 

Teorema 5.2.1. Sejam D1 , D 2 ⊂ C abertos onexos e f : D1 −→ C e g : D2 −→ C


funções. Seja z0 ∈ C um ponto de a umulação de D1 e seja w 0 ∈ D2 tal que lim f (z) =
z→z0
w0 . Se g é ontínua em w0 então lim (g ◦ f )(z) existe e lim (g ◦ f )(z) = g(w0).
z→z0 z→z0

102
Demonstração. Seja ǫ > 0.

• Como g é ontínua em w0 então existe η>0 tal que

f (z) ∈ D2 ; |f (z) − w0 | < η ⇒ |g(f (z)) − g(w0)| < ǫ (1)

• Como lim f (z) = w0 então existe δ>0 tal que


z→z0

z ∈ D1 ; |z − z0 | < δ ⇒ |f (z) − w0 | < η (2)

De (1) e (2) temos que

z ∈ D1 ; |z − z0 | < δ ⇒ |g(f (z)) − g(w0 )| < ǫ.

Corolário 5.2.1. Sejam D1 , D2 ⊂ C abertos onexos e f : D1 −→ C e g : D2 −→ C


funções. Seja z0 ∈ D1 tal que f (z0 ) ∈ D2 . Se f é ontínua em z0 e g é ontínua em f (z0 )
então (g ◦ f )(z) é ontinua em z0 .

Demonstração. De fato, omo lim f (z) = f (z0 ) e f (z0 ) ∈ D2 então pelo Teorema 3,
z→z0
existe o limite lim (g ◦ f )(z) e então lim (g ◦ f )(z) = g(f (z0)). 
z→z0 z→z0

5.3 Derivada de uma função omplexa

Denição 5.3.1. Seja D ⊂ C um aberto onexo e z0 ∈ D. Seja f : D −→ C uma

função. Diz-se que f é diferen iável em z0 se existir

f (z) − f (z0 )
lim
z→z0 z − z0

ou equivalentemente se existir

f (z0 + h) − f (z0 )
lim
h→0 h

103
df
Neste aso denotamos esse limite por f ′ (z0 ) ou (z0 ) que hamamos a derivada de f
dz
em z0 .

Exemplo 5.3.1. Mostre que f (z) = z n , n ∈ N é diferen iável e que f ′ (z0 ) = nz0n−1 para

todo z0 ∈ C.

Resolução. Temos que

f (z0 + h) − f (z0 ) (z0 + h)n − z0n


lim = lim
h→0 h h→0 h 
z0n + n1 z0n−1 h + n2 z0n−2 h2 + · · · + hn − z0n
= lim
h→0
   h 
h n1 z0n−1 + n2 z0n−2 h + · · · + hn−1
= lim
h→0
   h 
n−1 n n−2 n−1
= lim nz0 + z h+···+h
h→0 2 0
= nz0n−1

para todo z0 ∈ C, on luímos que f é diferen iável em C om f ′ (z0 ) = nz0n−1 para todo

z0 ∈ C.

Exemplo 5.3.2. Mostre que f (z) = z̄ não é diferen iável em qualquer ponto de C.

Resolução. Observe que

f (z0 + h) − f (z0 ) (z0 + h) − z0 z0 + h − z0 h


lim = lim = lim = lim
h→0 h h→0 h h→0 h h→0 h

Para al ular o limite a ima

• fazemos primeiramente h = h1 + ih2 tende para 0 ao longo do eixo real, isto é

h = h1 + 0i → 0. Para este pontos temos

h h1 + ih2 h1
lim = lim = lim =1
h→0 h h1 →0 h1 + ih2 h1 →0 h1
h2 =0

• agora fazemos h = h1 + ih2 tende para 0 ao longo do eixo imaginário, isto é

h = 0 + ih2 → 0. Para este pontos temos

h h1 + ih2 −ih2
lim = lim = lim = −1
h→0 h h2 →0 h1 + ih2 h2 →0 ih2
h1 =0

104
Como o valor do limite depende o aminho, on luímos que f (z) = z não é diferen iável

para z0 ∈ C.

Exemplo 5.3.3. Mostre que f (z) = |z|2 só é diferen iável em z = 0.

Resolução. Observe que

f (z0 + h) − f (z0 ) |z0 + h|2 − |z0 |2 (z0 + h)(z0 + h) − z0z0


lim = lim = lim =
h→0 h h→0
" h # h→0 h
h
= lim z0 + h + z0
h→0 h

• Fazendo h = h1 + ih2 tende para 0 ao longo do eixo real, isto é h = h1 + 0i → 0.


Para este pontos temos
" #  
h h1
lim z0 + h + z0 = lim z0 + h1 + z0 = z0 + z0
h→0 h h1 →0 h1

• Fazendo h = h1 + ih2 tende para 0 ao longo do eixo imaginário, isto é

h = 0 + ih2 → 0. Para este pontos temos


" #  
h −ih2
lim z0 + h + z0 = lim z0 + ih2 + z0 = z0 − z0
h→0 h h2 →0 ih2

Pelo uni idade dos limites, isto impli a que

z0 + z0 = z0 − z0 ⇒ z0 = 0

Portanto f ′ (z0 ) não pode existir quando z0 6= 0. Além disto, quando z0 = 0,

f (0 + h) − f (0) |h|2
lim = lim = lim h = 0
h→0 h h→0 h h→0

Portanto f ′ (z) existe somente em z=0 e f ′ (0) = 0.


Vamos fazer as seguintes questões:

Relação entre ontinuidade e diferen iabilidade

1. Se f é ontinua no ponto z0 , então f é diferen iável nesse ponto?

Resposta: Não. Veja o Exemplo 5.3.2 a ima. f (z) = z̄ é ontinua em todo C mas
ela não é diferen iável em nenhum ponto de C.

105
2. Se f é diferen iável no ponto z0 , então f é ontinua nesse ponto?

Resposta: Sim. De fato temos a seguinte proposição:

Proposição 5.3.1. Se f : D −→ C é diferen iável em z0 ∈ C então f é ontinua em z0 .

Demonstração. De fato para z 6= z0 , então

 f (z) − f (z ) 
0
f (z) = (z − z0 ) + f (z0 ).
z − z0

Usando os propriedades de limites e o fato que f ′ (z0 ) existe, temos que f (z) → f (z0 )
quando z → z0 , portanto f é ontinua em z0 . 

Proposição 5.3.2. (Regras de derivação) Sejam D ∈ C um aberto e f, g : D → C duas

funções omplexas diferen iáveis e c um número omplexo xado e z0 ∈ D. Então

d
(a) (c) = 0
dz
d
= cf ′ (z0 )

(b) (cf (z))
dz z=z0

d
= f ′ (z0 ) ± g ′(z0 )

( ) (f (z) ± g(z))
dz z=z0

d
= f ′ (z0 ) · g(z0 ) + f (z0 ) · g ′ (z0 )

(d) (f (z) · g(z))
dz z=z0
 
d f (z) f ′ (z0 )g(z0 ) − f (z0 )g ′(z0 )
(e) = , desde que g(z0 ) 6= 0
dz g(z) z=z0 [g(z0 )]2

Demonstração. Exer í io 

Uma outra propriedade importante das derivada é a Regra da adeia, que enun iamos

a seguir.

106
Teorema 5.3.1. (Regra da adeia) Sejam f :A→C diferen iável em z0 e g:B→C
diferen iável em f (z0 ), om f (A) ⊂ B. Então a omposta g◦f : A → C é diferen iável

em z0 e
d
(g ◦ f )(z0 ) = g ′ (f (z0 )) · f ′ (z0 ).
dz

Demonstração. Dene a função

h: B → C

 g(w) − g(f (z0 )) − g ′ (f (z0 )),

se w 6= f (z0 )
h(w) = w − f (z0 )

 0, se w = f (z0 )

Como g ′(f (z0 )) existe, temos que h é ontinua em B. Como a omposta de funções

ontinuas é ontinua temos que

lim h(f (z)) = h(f (z0 )) = 0


z→z0

Mas pela denição de h, temos que

g(f (z)) − g(f (z0)) = [h(f (z)) + g ′(f (z0 ))][f (z) − f (z0 )] (∗)

Portanto para z 6= z0 temos que

(g ◦ f )(z) − (g ◦ f )(z0 ) g(f (z)) − g(f (z0 ))


lim = lim
z→z0 z − z0 z→z0 z − z0
f (z) − f (z0 )
= lim [h(f (z)) + g ′ (f (z0 ))] · pelo (∗)
z→z0 z − z0
= [0 + g ′ (f (z0 ))] · f ′ (z0 )

= g ′ (f (z0 )) · f ′ (z0 )

Vamos fazer as seguintes questões:

107
Relação entre a diferen iabilidade de uma função e suas

partes reais e imaginarias

1. Se f = u(x, y) + iv(x, y) é diferen iável no ponto z0 = (x0 , y0 ), então suas partes

real u(x, y) e imaginaria v(x, y) também são diferen iáveis no ponto (x0 , y0 )?
Resposta: Sim.

2. Se ambos u(x, y) = Re(f (z)) e v(x, y) = Im(f (z)) são diferen iáveis no ponto

z0 = (x0 , y0) então a função f (z) é diferen iável no ponto z0 = (x0 , y0)?
Resposta: Não. Considere a função f (z) = z̄ = x − iy. Então temos que

u(x, y) = x, v(x, y) = −y

são funções diferen iáveis em todo C mas vimos do Exemplo 5.3.2 a ima que f não

é diferen iável em nenhum ponto de C.

De fato temos a seguinte teorema que estabele e a relação entre a diferen iabilidade de

uma função omplexa e suas partes reais e imaginarias:

108
5.4 Equações de Cau hy-Riemann

Teorema 5.4.1. Sejam D∈C aberto e f :D→C uma função omplexa sendo

f (z) = u(x, y) + iv(x, y).

• Se f é diferen iável no ponto z0 = x0 +iy0 ∈ D então ux (x0 , y0 ), uy (x0 , y0), vx (x0 , y0 )


e vy (x0 , y0 ) existem e satisfazer as equações de Cau hy-Riemann

∂u ∂v ∂v ∂u
(x0 , y0) = (x0 , y0 ) e (x0 , y0 ) = − (x0 , y0 ) (∗).
∂x ∂y ∂x ∂y

Além disso

∂u ∂v ∂v ∂u
f ′ (z0 ) = (x0 , y0) + i (x0 , y0) = (x0 , y0 ) − i (x0 , y0 ).
∂x ∂x ∂y ∂y

• Re ipro amente, se as derivadas par iais ux , uy , vx e vy existem em D, são to-

das ontinuas em z0 e satisfazer as equações de Cau hy-Riemann (∗) então f é

diferen iável em z0 .

Demonstração.

(⇒) : Como f é diferen iável em z0 temos que

f (z) − f (z0 ) f (z0 + h) − f (h)


f ′ (z0 ) = lim = lim (∗)
z→z0 z − z0 h→0 h
existe. (Em parti ular, o valor do limite é independente do aminho em que h → 0.)

• Seja h = h1 + 0i, ou seja h é real então (∗)  ará

f (z0 + h) − f (h) u(x + h1 , y) − u(x, y) v(x + h1 , y) − v(x, y)


lim = lim + i lim
h→0 h h1 →0 h1 h 1 →0 h1
∂u ∂v
= +i
∂x ∂x

• Seja h = 0 + h2 i, ou seja h é puramente imaginário então (∗)  ará

f (z0 + h) − f (h) u(x, y + h2 ) − u(x, y) v(x, y + h2 ) − v(x, y)


lim = lim + i lim
h→0 h h2 →0 ih2 h1 →0 ih2
∂v ∂u
= −i
∂y ∂y

109
Como ambas as expressões são de f ′ (z0 ), igualando os partes reais e imaginarias obtemos


∂u ∂v

 (x0 , y0) = (x0 , y0 )
 ∂x ∂y


e

 ∂v (x0 , y0) = − ∂u (x0 , y0 )



∂x ∂y
Estes ondições são onhe idas por as Equações de Cau hy-Riemann.

(⇐) : Deixamos omo exer í io.

Corolário 5.4.1. Considere f (z) = u(z) + iv(z) = u(x, y) + iv(x, y). Se as equações de

Cau hy-Riemann não são satisfeitas por f em (x0 , y0 ), então f não é diferen iável em z0 .

Exemplo 5.4.1. Seja f (z) = z = x − iy, portanto

u(x, y) = x e v(x, y) = −y.

Temos que
∂u ∂v
= 1, = −1
∂x ∂y
∂v ∂u
= 0, =0
∂x ∂y
Como as equações de Cau hy-Riemann não são satisfeitas para qualquer z0 , on luímos

que f é não diferen iável.

Exemplo 5.4.2. Seja f (z) = |z|2 = x2 + y 2, portanto

u(x, y) = x2 + y 2 e v(x, y) = 0.

Temos que
∂u ∂v
(x0 , y0) = 2x0 , (x0 , y0) = 0
∂x ∂y
∂v ∂u
(x0 , y0 ) = 0, (x0 , y0 ) = 2y0
∂x ∂y
As equações de Cau hy-Riemann são satisfeitas somente em z0 = (x0 , y0 ) = (0, 0). Como

as equações de Cau hy-Riemann não são satisfeitas em z0 6= 0, on luímos que f não é

diferen iável em z0 ∈ C\{0}.

110
Proposição 5.4.1. A função exponen ial f : C → C, f (z) = ez é diferen iável em C e

d z
(e ) = ez .
dz

Demonstração. Sejam z = x + iy, então f (z) = ez = ex cos y + iex sen y. Portanto

u(x, y) = ex cos y e v(x, y) = ex sen y.

Temos que
∂u ∂v
(x0 , y0 ) = ex0 cos y0 , (x0 , y0 ) = ex0 cos y0
∂x ∂y
∂v ∂u
(x0 , y0 ) = ex0 sen y0 , (x0 , y0 ) = −ex0 sen y0 .
∂x ∂y
Observamos também que

∂u ∂u ∂v ∂v
(z), (z), (z), (z)
∂x ∂y ∂x ∂y
existem para todo z ∈ C e são ontínuas em z0 . Como as equações de Cau hy-Riemann são
satisfeitas para todo z0 ∈ C, on luímos da Teorema 5.4.1 que f (z) = ez é diferen iável

para todo z0 ∈ C.
Ainda pelo Teorema 5.4.1, temos que

∂u ∂v
f ′ (z0 ) = (x0 , y0) + i (x0 , y0 ) = ex0 cos y0 + iex0 sen y0 = ez0 .
∂x ∂x

Proposição 5.4.2. Mostre que a funções sen z e cos z são diferen iáveis em C e

d d
sen z = cos z e cos z = − sen z.
dz dz

Demonstração. Como eiz e e−iz são funções diferen iáveis, as funções


eiz − e−iz eiz + e−iz
sen z = e cos z = são também diferen iáveis pelo e
2i 2
 
d d eiz − e−iz ieiz + ie−iz eiz + e−iz
sen z = = = = cos z
dz dz 2i 2i 2
 
d d eiz + e−iz ieiz − ie−iz eiz − e−iz
cos z = = =− = − sen z
dz dz 2 2 2i

111
Exemplo 5.4.3. (Ne essidade da ontinuidade das derivadas par iais em Teorema 5.4.1)

Considere a função
 2
 z̄ , se z 6= 0
f (z) = z

0, se z=0
As partes real e imaginaria de f são dadas por
 3 2
 3 2
 x − 3xy ,

se (x, y) 6= 0  y − 3x y ,

se (x, y) 6= 0
u(x, y) = x2 + y 2 v(x, y) = x2 + y 2

 0, 
se (x, y) = 0  0, se (x, y) = 0

Então

u(x, 0) − u(0, 0) x
• ux (0, 0) = lim = lim = 1
x→0 x x→0 x
u(0, y) − u(0, 0) 0
• uy (0, 0) = lim = lim = 0
y→0 y y→0 y

v(x, 0) − v(0, 0) 0
• vx (0, 0) = lim = lim = 0
x→0 x x→0 x

v(0, y) − v(0, 0) y
• vy (0, 0) = lim = lim = 1
y→0 y y→0 y

Portanto as equações de Cau hy-Riemann são satisfeitas em 0. Mas

f (z) − f (0) z̄ 2
lim = lim 2 não existe
z→0 z−0 z→0 z

Por exemplo tomado z=x real e z = xeiπ/4 temos que

z̄ 2 z̄ 2 −ix2
lim =1 enquanto lim = lim = −1
z=x→0 z2 z=xeiπ/4 →0 z 2 z=xeiπ/4→0 ix2
Isto não ontradiz o Teorema 5.4.1 pois as derivadas par iais ux , uy , vx e vy não são

ontinuas em (0, 0). Por exemplo


 4 2 2 4
 x + 6x y − 3y ,

se (x, y) 6= 0
ux (x, y) = (x2 + y 2 )2

 0, se (x, y) = 0

x4 + 6x2 y 2 − 3y 4
e lim ux (x, y) = lim não exista pois
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0) (x2 + y 2 )2

112
x4 + 6x2 y 2 − 3y 4 x4
lim = lim =1 enquanto
(x,y)→(0,0) (x2 + y 2)2 x→0 x4
y=0
x4 + 6x2 y 2 − 3y 4 −3y 4
lim = lim = −3
(x,y)→(0,0) (x2 + y 2)2 y→0 y4
x=0

5.5 Forma Polar das Equações de Cau hy-Riemann

Vamos enun iar o Teorema 5.4.1 na forma polar:

Teorema 5.5.1. Sejam D∈C aberto e f :D→C uma função omplexa sendo

f (reiθ ) = u(r, θ) + iv(r, θ).

• Se f é diferen iável no ponto z0 = r0 eiθ0 ∈ D então ur (r0 , θ0 ), uθ (r0 , θ0 ), vr (r0 , θ0 )


e vθ (r0 , θ0 ) existem e satisfazer as equações de Cau hy-Riemann

∂u 1 ∂v ∂v 1 ∂u
(r0 , θ0 ) = (r0 , θ0 ) e (r0 , θ0 ) = − (r0 , θ0 ) (∗∗)
∂r r0 ∂θ ∂r r0 ∂θ

Além disso
 
′ −iθ0 ∂u ∂v
f (z0 ) = e (r0 , θ0 ) + i (r0 , θ0 ) .
∂r ∂r

• Re ipro amente, se as derivadas par iais ur , uθ , vr e vθ existem em D, são todas

ontinuas em z0 e satisfazer as equações de Cau hy-Riemann em polar (∗∗) então

f é diferen iável em z0 .

Demonstração.

(⇒) : Apli ando a regra da adeia temos que,



∂u ∂u ∂x ∂u ∂y

 (r0 , θ0 ) = (z0 ) (r0 , θ0 ) + (z0 ) (r0 , θ0 )
 ∂r ∂x ∂r ∂y ∂r


(1) e

 ∂u (r0 , θ0 ) = ∂u ∂x ∂u ∂y


 (z0 ) (r0 , θ0 ) + (z0 ) (r0 , θ0 )
∂θ ∂x ∂θ ∂y ∂θ

∂v ∂v ∂x ∂v ∂y

 (r0 , θ0 ) = (z0 ) (r0 , θ0 ) + (z0 ) (r0 , θ0 )
 ∂r ∂x ∂r ∂y ∂r


(2) e



 ∂v ∂v ∂x ∂v ∂y
 (r0 , θ0 ) = (z0 ) (r0 , θ0 ) + (z0 ) (r0 , θ0 )
∂θ ∂x ∂θ ∂y ∂θ

113
Como x = r cos θ e y = r sen θ, podemos rees rever (1) e (2) omo

∂u ∂u ∂u

 (r0 , θ0 ) = (z0 ) cos θ0 + (z0 ) sen θ0


 ∂r ∂x ∂y
(1′ ) e

 ∂u (r0 , θ0 ) = − ∂u (z0 )r0 sen θ0 + ∂u (z0 )r0 cos θ0



∂θ ∂x ∂y

∂v ∂v ∂v

 (r0 , θ0 ) = (z0 ) cos θ0 + (z0 ) sen θ0


 ∂r ∂x ∂y
(2′ ) e



 ∂v ∂v ∂v
 (r0 , θ0 ) = − (z0 )r0 sen θ0 + (z0 )r0 cos θ0
∂θ ∂x ∂y
Como f é diferen iável em z0 ela satisfaz as Equações de Cau hy Riemann em z0 , isto é

∂u ∂v ∂v ∂u
(z0 ) = (z0 ) e (z0 ) = − (z0 )
∂x ∂y ∂x ∂y

Substituindo em (2′ ) temos que


∂v ∂u ∂u

 (r0 , θ0 ) = − (z0 ) cos θ0 + (z0 ) sen θ0
 ∂r ∂y ∂x


(2′′ ) e

 1 ∂v (r0 , θ0 ) = ∂u (z0 ) sen θ0 + ∂u (z0 ) cos θ0



r0 ∂θ ∂y ∂x

Comparando (1′ ) e (2′′ ) temos que

∂u 1 ∂v ∂v 1 ∂u
(r0 , θ0 ) = (r0 , θ0 ) e (r0 , θ0 ) = − (r0 , θ0 )
∂r r0 ∂θ ∂r r0 ∂θ

(⇐) : Deixamos omo exer í io.

1
Exemplo 5.5.1. Mostre que f (z) = é diferen iável para z 6= 0 e determine f ′ (z).
z2
Resolução. Seja z = reiθ , então

1 1
f (z) = = ( cos 2θ − i sen 2θ)
r 2 e2iθ r2

Logo
1 1
u(r, θ) = cos 2θ e v(r, θ) = − sen 2θ
r2 r2

114
Segue que
2 2
ur (r, θ) = − cos 2θ e uθ (r, θ) = − sen 2θ
r3 r2
e
2 2
vr (r, θ) = sen 2θ e vθ (r, θ) = − cos 2θ
r3 r2
Portanto
1 1
ur (r, θ) = vθ (r, θ) e vr (r, θ) = − uθ (r, θ)
r r
isto é a equações de Cau hy Riemann são satisfeito. Como as funções u, v, ur , uθ , vr , vθ
são ontinuas temos que f é diferen iável em z 6= 0. Além disto,

 
′ −iθ 2 2
f (z) = e − 3 cos 2θ + i 3 sen 2θ
r r
2 −iθ −2iθ
= − e e
r3
2
= − 3 e−3iθ
r
2
= − 3.
z

Proposição 5.5.1. A função o ramo prin ipal do logaritmo

Log : C∗ \R− → C, Log (z) = ln |z| + i Arg (z) onde −π < Arg (z) < π é diferen iável

em C∗ \R− e
d 1
( Log (z)) = .
dz z

Demonstração. Seja z = reiθ 6= 0 e −π < θ < π. Então

Log(z) = ln r + iθ = u(r, θ) + iv(r, θ)

om u(r, θ) = ln r e v(r, θ) = θ. Então

1 1 1
ur = vθ = e vr = − uθ = 0
r r r

Portanto as equações de Cau hy Riemann são satisfeitas. Como as funções u, v, ur , uθ , vr , vθ

115
são ontinuas temos que Log(z) é diferen iável em C∗ \R− . Além disto,
 
d −iθ 1
( Log (z)) = e +i·0
dz r
1 −iθ
= e
r
1
= .
z


Proposição 5.5.2. Seja a ∈ C. A função potên ia z 7→ z a = ea Log (z) (denido om o

ramo prin ipal do logaritmo) é diferen iável em C∗ \R− e

d a
(z ) = az a−1 .
dz

Demonstração. Pela regra adeia, Teorema 5.3.1 temos que

d a d a Log (z)
(z ) = (e )
dz dz
d au d
= (e ) · ( Log (z)) onde u = Log (z)
du dz
1 1
= aeau · = aea Log (z) ·
z z
1
= az a · = az a−1
z

5.6 Analiti idade

Denição 5.6.1. Seja D⊂C um aberto onexo e f : D −→ C uma função omplexa.

(1) Se f for diferen iável em todos os pontos de algum dis o aberto entrado em z0 ∈ D,
dizemos que f é holomorfa ou analíti a em z0 .

(2) Se f for holomorfa ou analíti a em todos os pontos de D, dizemos que f é função

holomorfa ou função analíti a em D.

116
Observação 14. Note aqui uma diferença sutil, mas de extrema importân ia, entre as

denições de diferen iabilidade e analiti idade. Para que f seja holomorfa ou analíti a em

z0 ela deve ser diferen iável em todos os pontos de uma vizinhança de z0 , e não somente

no ponto z0 .

Exemplo 5.6.1.

(1) A função f (z) = |z|2 só é diferen iável em z = 0. Logo, a função não é holomorfa

(analíti a) em nenhum ponto.

1
(2) A função f (z) = é holomorfa (analíti a) em C − {0}.
z
(3) A função logaritmo prin ipal f (z) = Log (z) é analíti a em C∗ \R− .

Denição 5.6.2. Uma função holomorfa (analíti a) em todo o plano omplexo C é

hamada de função inteira, ou seja uma função f : C −→ C que é holomorfa.

Exemplo 5.6.2.

(1) Toda função polinomial p(z) = a0 + a1 z + · · · + an z n , om n∈N é inteira.

(2) As funções ez , sen z, cos z são funções inteiras, pois são diferen iáveis em C.

Proposição 5.6.1. Sejam D ⊂ C um aberto e f , g : D −→ C funções holomorfas.

Então as funções cf , onde c é um número omplexo xado, f +g e f ·g são holomorfas

(analíti as) em D.
f
Ainda, se g(z) 6= 0 para todo z ∈ D, a função é holomorfa em D.
g

Demonstração. Segue da Proposição 5.3.2. 

117
Proposição 5.6.2. Sejam D1 , D2 ⊂ C abertos. Sejam f : D1 −→ C e g : D2 −→ C
funções holomorfas tal que f (D1 ) ⊂ D2 . Se h=g◦f então h é holomorfa e

h′ (z0 ) = g ′ (f (z0 )) · f ′ (z0 ), ∀z0 ∈ D1 .

Demonstração. Segue da Teorema 5.3.1. 

Proposição 5.6.3. (Regra de L`Hpital). Sejam f e g funções holomorfas num ponto

z0 om f (z0 ) = g(z0 ) = 0 e assuma que g ′(z0 ) 6= 0. Então

f (z) f ′ (z0 )
lim = ′ .
z→z0 g(z) g (z0 )

Demonstração. Exer í io. 

5.7 Apli ações das equações de Cau hy-Riemann

Vamos enun iar um resultado de funções reais de varias variáveis que usaremos aqui:

Proposição 5.7.1. Sejam D ⊂ C um aberto onexo e u(x, y) : D → R uma função

ontinua tais que ux = 0 = uy para todo (x, y) ∈ D. Então u é onstante em D.

Proposição 5.7.2. Seja D um aberto onexo. Se f :D→C satisfaz f ′ (z) = 0 para

todo z∈D então f é onstante em D.

118
Demonstração. Como D é aberto e a derivada de f existe em todos os pontos de D,
temos que f é holomorfa. Como f ′ (z) = 0, segue de Teorema 5.4.1 que

ux (x, y) = vx (x, y) = vy (x, y) = uy (x, y) = 0

Logo pelo Proposição 5.7.1 on luímos que u e v são onstantes em D. Portanto, f = u+iv
também é onstante em D.


Exemplo 5.7.1. Sejam D⊂C um aberto onexo e f : D −→ C uma holomorfa.

(a) Se Re(f ) é onstante então f é onstante em D.

(b) Se Im(f ) é onstante então f é onstante em D.

( ) Se |f | é onstante então f é onstante em D.

Resolução.

(a) Seja z0 = (x0 , y0 ) ∈ D arbitrário e f (z) = u(z) + iv(z).


Como u(z) = onstante temos que

∂u ∂u
(x0 , y0 ) = 0 e (x0 , y0 ) = 0.
∂x ∂y

Mas f é holomorfa em D, então as equações de Cau hy-Riemann são satisfeitas em

D. Logo
∂v ∂v
(x0 , y0 ) = 0 e (x0 , y0 ) = 0.
∂x ∂y
Pelo Teorema 5.4.1, temos que

∂u ∂v
f ′ (z0 ) = (x0 , y0 ) + i (x0 , y0 ) = 0.
∂x ∂x

Como z0 é arbitrário temos que f ′ (z) = 0 ∀z ∈ D. Mas D é um aberto, onexo,

logo f é onstante em D.

(b) Segue da mesma maneira de (a).

119
( ) Seja z0 = (x0 , y0 ) ∈ D arbitrário e f (z) = u(z) + iv(z).
Então |f |2 = u2 + v 2 = C, C é uma onstante. Derivando em relação ao x e y
obtemos respe tivamente

∂u ∂v


 2u + 2v =0

 ∂x ∂x


 ∂u ∂v
 2u
 + 2v =0
∂y ∂y
Rees revendo as equações a ima usando as equações de Cau hy-Riemann temos que

  
∂u ∂u ∂u

 2u − 2v =0    

 ∂x ∂y  ∂x 
 u −v   0
que é equivalente a    =   (∗)
 


 ∂u ∂u v u  ∂u  0

 2v + 2u =0
∂x ∂y ∂y

Observe que
 
u −v
det   = u2 + v 2 = C
v u

• Se C > 0, então (∗) tem a úni a solução

∂u ∂u
=0 e = 0,
∂x ∂y

ou seja a parte real de f é onstante. Logo de (a), f é onstante em D.

• Se C = 0, então u = v = 0, portanto f =0 em D.

5.8 Funções Harmni as

Suponha que f (z) = u(z)+iv(z) é holomorfa um aberto onexo D ⊂ C. Então as equações


de Cau hy-Riemann são satisfeitas em D. Mais pre isamente

∂u ∂v ∂v ∂u
(x0 , y0) = (x0 , y0 ) e (x0 , y0 ) = − (x0 , y0 ) (CR)
∂x ∂y ∂x ∂y

para todo z0 = x0 + iy0 ∈ D.


∂2u ∂2u ∂2v ∂2v
Suponha agora que as funções , , , existem em D e são ontinuas
∂x2 ∂y 2 ∂x∂y ∂y∂x
∂2v ∂2v
então = .
∂x∂y ∂y∂x

120
a
Derivando par ialmente a 1 equação de (CR) om relação a x e a 2a equação om relação

a y temos

∂2u ∂2v ∂2v ∂2u


(x0 , y 0 ) = (x0 , y0 ) e (x0 , y0 ) = − 2 (x0 , y0 )
∂x2 ∂x∂y ∂y∂x ∂y

Portanto
∂2u ∂2u ∂2v ∂2v
(x ,
0 0y ) + (x ,
0 0y ) = (x ,
0 0y ) − (x0 , y0 ) = 0
∂x2 ∂y 2 ∂x∂y ∂y∂x
Então u satisfaz a equação da Lapla e

∂2u ∂2u
(x ,
0 0y ) + (x0 , y0 ) = 0 ∀z0 ∈ D.
∂x2 ∂y 2

Denição 5.8.1. Seja D⊂C um aberto onexo. Dizemos que a função u : D −→ R é

harmni a se uxx , uyy , uxy e uyx são ontinuas em D e u satisfaz a equação de Lapla e

em D.

Exemplo 5.8.1. Suponha que u : C −→ R dado por u(z) = u(x, y) = x3 − 3xy 2 + y.


Mostre que u é harmni a em C, e determine uma função analíti a f : C −→ C om

Ref (z) = u(z).

Resolução. Para mostrar que u é harmni a em C, pre isamos mostrar que (i) uxx , uyy , uxy
e uyx são ontinuas e (ii) uxx + uyy = 0. Agora

ux = 3x2 − 3y 2 então uxx = 6x e uyx = −6y

uy = −6xy + 1 então uyy = −6x e uxy = −6y

De fato, uxx , uyy , uxy e uyx são ontinuas e

uxx + uyy = 6x − 6x = 0

Portanto u é harmni a em C.
Para en ontrar uma função analíti a f om Ref (z) = u(z) signi a devemos en ontrar

121
v(z) tal que f (z) = u(z) + iv(z) é analíti a em C. Observe que a função v(z) hama-se

 onjugada harmni a de u(z). Como f é analíti a, sabemos que uev deve satisfazer as

equações de Cau hy-Riemann. Isto é,

ux = vy que impli a vy = 3x2 − 3y 2 (1)

uy = −vx que impli a vx = 6xy − 1 (2)

Integrando vy em relação ao y temos

v(x, y) = 3x2 y − y 3 + h(x) (3)

Derivando (3) par ialmente em relação a x temos

vx = 6xy + h′ (x) (4)

Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = −1 que impli a que h(x) = −x + C. Logo

v(x, y) = 3x2 y − y 3 − x + C

sendo C um onstante real arbitrário.

Portanto

f (z) = f (x, y) = u(x, y) + iv(x, y)

= x3 − 3xy 2 + y + i(3x2 y − y 3 − x + C))

= z 3 − iz + Ci

5.9 Exer í ios resolvidos

(1) Se f (z) = 1 + iz 2 , determine as expressões de Ref (z) e Imf (z). Então al ule os

seguinte limites

(a) lim Ref (z) (b) lim Imf (z) (c) lim f (z)
z→−i z→−i z→−i

Resolução

f (z) = 1 + iz 2

= 1 + i(x + iy)2

= 1 + i(x2 − y 2 + 2xyi)

= (1 − 2xy) + i(x2 − y 2 )

122
Portanto Ref (z) = 1 − 2xy e Imf (z) = x2 − y 2.
(a) lim Ref (z) = lim (1 − 2xy) = 1 − 0 = 1
z→−i x→0
y→−1

(b) lim Imf (z) = lim (x2 − y 2 ) = 0 − 1 = −1


z→−i x→0
y→−1

(c) lim f (z) = lim Ref (z) + i lim Imf (z) =1−i
z→−i z→−i z→−i

(2) Cal ule os seguintes limites, aso existem:


2
z |z| |z| z
(a) lim (b) lim (c) lim (d) lim
z→0 |z| z→0 z z→0 z z→0 |z|2
Resolução

z
(a) lim
z→0 |z|
• Façamos z tender para a origem ao longo do eixo real, isto é, z = x + 0i → 0.
Para estes pontos temos

z x
lim = lim =1
z→0 |z| x→0 x

• Façamos z tender para a origem ao longo da reta y = x, isto é, z = x + xi → 0.


Para estes pontos temos

z x + xi x(1 + i) 1+i
lim = lim √ = lim √ = √
z→0 |z| x→0 2
x +x 2 x→0 x 2 2
z
Como as duas limites são diferentes temos que lim não existe.
z→0 |z|
|z|
(b) lim
z→0 z
• Façamos z tender para a origem ao longo do eixo real, isto é, z = x + 0i → 0.
Para estes pontos temos

|z| x
lim = lim =1
z→0 z x→0 x

• Façamos z tender para a origem ao longo do eixo imaginario, isto é,

z = 0 + yi → 0. Para estes pontos temos

|z| y 1
lim = lim =
z→0 z y→0 iy i
z
Como as duas limites são diferentes temos que lim não existe.
z→0 |z|

123
|z|2 zz
( ) lim = lim = lim z = 0
z→0 z z→0 z z→0

z |z|2
(d) lim =∞ pois de ( ) lim =0
z→0 |z|2 z→0 z
(3) Cal ule:
iz 3 − 1 z2 + 1 z2 + 9
(a) lim (b) lim (c) lim
z→i z2 + 1 z→i z 4 − 1 z→3i z − 3i

Resolução

iz 3 − 1 i(z 3 − i3 ) i(z − i)(z 2 + iz + i2 )


(a) lim = lim = lim
z→i z2 + 1 z→i z 2 − i2 z→i (z − i)(z + i)
2
i(z + iz − 1)
= lim
z→i z+i
i(i2 + i2 − 1)
=
i+i
3
= −
2

z2 + 1 z 2 − i2 ) z 2 − i2
(b) lim = lim = lim
z→i z4 − 1 z→i z 4 − i4 z→i (z 2 − i2 )(z 2 + i2 )
1
= lim 2
z→i z − 1
1
= 2
i −1
1
= −
2

z2 + 9 z 2 − 9i2 (z + 3i)(z − 3i)


(c) lim = lim = lim
z→3i z − 3i z→3i z − 3i z→3i z − 3i
= lim z + 3i
z→3i

= 6i

(4) Determine os pontos onde as seguintes funções são analíti as e en ontre a sua deri-

vada nesses pontos:

(a) f (x + iy) = sen x + cosh y + i cos x sinh y (b) f (z) = ez


x y
(c) f (x + iy) = 2 − i (d) f (z) = z Im(z)
x + y2 x2 + y 2
cos y − i sen y
(e) f (x + iy) = (f ) f (z) = e|z|
ex
Resolução

124
(a) f (x + iy) = sen x + cosh y + i cos x sinh y. Logo

u(x, y) = sen x + cosh y e v(x, y) = cos x sinh y



 u = cos x, vy = cos x cosh y
x
 v = − sen x sinh y, uy = sinh y
x

Nos pontos onde f é analíti a, as equações de Cau hy-Riemann são satisfeitas, logo

 ux = vy ⇒ cos x = cos x cosh y ⇒ cosh y = 1 ⇒ y = 0
 vx = −uy ⇒ sen x sinh y = sinh y ⇒ sen x = 1 ⇒ x = π + 2kπ, k ∈ Z
2
π 
Portanto os pontos onde f é analíti a são + 2kπ, 0 , k ∈ Z
π 2 
A derivada de f nesses pontos z0 = + 2kπ, 0 é
2
f ′ (z0 ) = ux (z0 ) + ivx (z0 ) = 0.

(b) f (z) = ez = ex ( cos y − i sen y). Logo

u(x, y) = ex cos y e v(x, y) = −ex sen y



 u = ex cos y, vy = −ex cos y
x
 v = −ex sen y, uy = −ex sen y
x

Nos pontos onde f é analíti a, as equações de Cau hy-Riemann são satisfeitas, logo

 u = v ⇒ ex cos y = −ex cos y ⇒ cos y = 0
x y
 v = −u ⇒ −ex sen y = ex sen y ⇒ sen y = 0
x y

Como não existe y∈R tais que cos y = 0 e sen y = 0 temos que f não é analíti a

em nenhum ponto em C.
x y
( ) f (x + iy) = −i 2 . Logo
x2+y 2 x + y2
x y
u(x, y) = 2 e v(x, y) = −
x +y 2 x + y2
2

 y 2 − x2 y 2 − x2
 ux = 2
 , vy =
(x + y 2 )2 (x2 + y 2 )2
 2xy 2xy
 vx = 2

2 2
, uy = − 2
(x + y ) (x + y 2 )2
Como as equações de Cau hy-Riemann são satisfeitas para todo (x, y) ex eto no

ponto (0, 0) on luímos que f é analíti a em C − {(0, 0)}.

A derivada de f nesses pontos é

y 2 − x2 2xy z02
f ′ (z0 ) = ux (z0 ) + ivx (z0 ) = + i =
(x2 + y 2 )2 (x2 + y 2)2 |z0 |4

125
(d) f (x + iy) = f (z) = z Im(z) = xy + iy 2 . Logo

u(x, y) = xy e v(x, y) = y 2

 u = y, vy = 2y
x
 v = 0, uy = x
x

Nos pontos onde f é analíti a, as equações de Cau hy-Riemann são satisfeitas, logo

 u = v ⇒ y = 2y ⇒ y = 0
x y
 v = −u ⇒ x = 0
x y

Portanto os pontos onde f é analíti a é (0, 0)


A derivada de f nesses pontos z0 = (0, 0) é

f ′ (z0 ) = ux (z0 ) + ivx (z0 ) = 0.

cos y − i sen y
(e) f (x + iy) = . Logo
ex
u(x, y) = e−x cos y e v(x, y) = −e−x sen y

 u = −e−x cos y, vy = −e−x cos y
x
 v = e−x sen y, u = −e−x sen y
x y

Como as equações de Cau hy-Riemann são satisfeitas para todo (x, y) ∈ C on luí-
mos que f é analíti a em C.

A derivada de f nesses pontos é

f ′ (z0 ) = ux (z0 ) + ivx (z0 ) = −e−x cos y + ie−x sen y

2 +y 2
(f ) f (x + iy) = f (z) = e|z| = ex . Logo
2 2
u(x, y) = ex +y e v(x, y) = 0

 u = 2xex2 +y2 , vy = 0
x
2 2
 v = 0,
x uy = 2yex +y
Nos pontos onde f é analíti a, as equações de Cau hy-Riemann são satisfeitas, logo

 u = v ⇒ 2xex2 +y2 = 0 ⇒ x = 0
x y
 v = −u ⇒ 2yex2 +y2 = 0 ⇒ y = 0
x y

Portanto os pontos onde f é analíti a é (0, 0).


A derivada de f neste ponto z0 = t(0, 0) é

f ′ (z0 ) = ux (z0 ) + ivx (z0 ) = 0.

126
(5) Seja f (z) = u(x, y) + iv(x, y) uma função omplexa de z = x + iy. Para quais funções
u(x, y) abaixo existe uma função real v(x, y) tal que f (z) é analíti a? Se existe,

determine v(x, y) e al ule f ′ (z)


(a) u(x, y) = x2 + 2x − y 2
(b) u(x, y) = e−x (x sen y − y cos y)
(c) u(x, y) = x3 + 6x2 y − 3xy 2 − 2y 3
(d) u(x, y) = y 3 − ayx2 , onde a é uma onstante real a ser determinada

Resolução

(a) Seja u(x, y) = x2 + 2x − y 2 . Suponha que f = u + iv é analíti a. Então sabemos que

u e v deve satisfazer as equações de Cau hy-Riemann. Isto é,

ux = vy que impli a vy = 2x + 2 (1)

uy = −vx que impli a vx = 2y (2)

Integrando vy em relação ao y temos

v(x, y) = 2xy + 2y + h(x) (3)

Derivando (3) par ialmente em relação a x temos

vx = 2y + h′ (x) (4)

Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = 0 que impli a que h(x) = C. Logo

v(x, y) = 2xy + 2y + C

sendo C um onstante real arbitrário.

Portanto

f ′ (z) = ux (x, y) + ivx (x, y) = (2x + 2) + i(2y)

= 2(x + iy) + 2

= 2z + 2

127
(b) Seja u(x, y) = e−x (x sen y − y cos y). Suponha que f = u + iv é analíti a. Então

sabemos que u e v deve satisfazer as equações de Cau hy-Riemann. Isto é,

ux = vy que impli a vy = e−x (−x sen y + y cos y + sen y) (1)

uy = −vx que impli a vx = e−x (−x cos y − y sen y + cos y) (2)

Integrando vx em relação ao x temos

v(x, y) = xe−x cos y + e−x cos y + e−x y sen y − e−x cos y + h(y) (3)

Derivando (3) par ialmente em relação a y temos

vy = −xe−x sen y + e−x sen y + e−x y cos y + h′ (y) (4)

Comparando (1) e (4) temos que h′ (y) = 0 que impli a que h(x) = C. Logo

v(x, y) = xe−x cos y + e−x cos y + e−x y sen y − e−x cos y + C

sendo C um onstante real arbitrário.

Portanto

f ′ (z) = ux (x, y) + ivx (x, y)

= e−x (−x sen y + y cos y + sen y) + ie−x (−x cos y − y sen y + cos y)
h i
= (−x sen y − ix cos y) + (y cos y − iy sen y) + ( sen y + i cos y) e−x
h i
= − ix( cos y − i sen y) + y( cos y − i sen y) + i( cos y − i sen y) e−x

= −i( cos y − i sen y)(x + iy − 1)e−x

= −ie−iy (x + iy − 1)e−x

= −i(z − 1)e−z

( ) Seja u(x, y) = x3 + 6x2 y − 3xy 2 − 2y 3 . Suponha que f = u + iv é analíti a. Então

sabemos que u e v deve satisfazer as equações de Cau hy-Riemann. Isto é,

ux = vy que impli a vy = 3x2 + 12xy − 3y 2 (1)

uy = −vx que impli a vx = −6x2 + 6xy + 6y 2 (2)

128
Integrando vy em relação ao y temos

v(x, y) = 3x2 y + 6xy 2 − y 3 + h(x) (3)

Derivando (3) par ialmente em relação a x temos

vx = 6xy + 6y 2 + h′ (x) (4)

Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = −6x2 que impli a que h(x) = −2x3 + C.
Logo

v(x, y) = 3x2 y + 6xy 2 − y 3 − 2x3 + C

sendo C um onstante real arbitrario.

Portanto

f ′ (z) = ux (x, y) + ivx (x, y) = (3x2 + 12xy − 3y 2 ) + i(−6x2 + 6xy + 6y 2)

= (3x2 − 6x2 i) + (12xy + 6xyi) + (−3y 2 + 6y 2 i)

= 3x2 (1 − 2i) + 6xyi(1 − 2i) − 3y 2 (1 − 2i)

= 3(1 − 2i)(x2 − y 2 + 2xyi)

= 3(1 − 2i)(x + iy)2

= 3(1 − 2i)z 2

(d) Seja u(x, y) = y 3 − ayx2 . Suponha que f = u + iv é analíti a. Então sabemos que u
e v deve satisfazer as equações de Cau hy-Riemann. Isto é,

ux = vy que impli a vy = −2axy (1)

uy = −vx que impli a vx = −3y 2 + ax2 (2)

Integrando vy em relação ao y temos

v(x, y) = −axy 2 + h(x) (3)

Derivando (3) par ialmente em relação a x temos

vx = −ay 2 + h′ (x) (4)

129
Comparando (2) e (4) temos que a = 3 e h′ (x) = 3x2 que impli a que h(x) = x3 +C.
Logo

v(x, y) = −3xy 2 + x3 + C

sendo C um onstante real arbitrário.

Portanto

f ′ (z) = ux (x, y) + ivx (x, y) = (−6xy) + i(−3y 2 + 3x2 )

= 3i(x2 − y 2 + 2xyi)

= 3i(x + iy)2

= 3iz 2

(6) Verique diretamente que as seguintes funções são harmni as e determine a função

analíti a f (z) tal que u é a parte real de f


(a) u(x, y) = x3 − 3xy 2 + 1
(b) u(x, y) = x4 − 6x2 y 2 + y 4 − x2 + y 2
(c) u(x, y) = cosh x cos y
Resolução

(a) Para mostrar que u é harmni a em C, pre isamos mostrar que (i) uxx , uyy , uxy e

uyx são ontinuas e (ii) uxx + uyy = 0. Agora

ux = 3x2 − 3y 2 então uxx = 6x e uyx = −6y

uy = −6xy então uyy = −6x e uxy = −6y

De fato, uxx , uyy , uxy e uyx são ontinuas e

uxx + uyy = 6x − 6x = 0

Portanto u é harmni a em C.
Para en ontrar uma função analíti a f om Ref (z) = u(z) signi a devemos en on-
trar v(z) tal que f (z) = u(z) + iv(z) é analíti a em C. Como f é analíti a, sabemos

que u e v deve satisfazer as equações de Cau hy-Riemann. Isto é,

ux = vy que impli a vy = 3x2 − 3y 2 (1)

130
e

uy = −vx que impli a vx = 6xy (2)

Integrando vy em relação ao y temos

v(x, y) = 3x2 y − y 3 + h(x) (3)

Derivando (3) par ialmente em relação a x temos

vx = 6xy + h′ (x) (4)

Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = 0 que impli a que h(x) = C. Logo

v(x, y) = 3x2 y − y 3 + C

sendo C um onstante real arbitrário.

Portanto

f (z) = f (x, y) = u(x, y) + iv(x, y)

= x3 − 3xy 2 + 1 + i(3x2 y − y 3 + C)

= (x3 + 3x2 yi − 3xy 2 − iy 3) + 1 + iC

= z 3 + 1 + Ci

(b) Para mostrar que u é harmni a em C, pre isamos mostrar que (i) uxx , uyy , uxy e

uyx são ontinuas e (ii) uxx + uyy = 0. Agora

ux = 4x3 − 12xy 2 − 2x então uxx = 12x2 − 12y 2 − 2 e uyx = −24xy

uy = −12x2 y + 4y 3 + 2y então uyy = −12x2 + 12y 2 + 2 e uxy = −24xy

De fato, uxx , uyy , uxy e uyx são ontinuas e

uxx + uyy = (12x2 − 12y 2 − 2) + (−12x2 + 12y 2 + 2) = 0

Portanto u é harmni a em C.
Para en ontrar uma função analíti a f om Ref (z) = u(z) signi a devemos en on-
trar v(z) tal que f (z) = u(z) + iv(z) é analíti a em C. Como f é analíti a, sabemos

que u e v deve satisfazer as equações de Cau hy-Riemann. Isto é,

ux = vy que impli a vy = 4x3 − 12xy 2 − 2x (1)

131
e

uy = −vx que impli a vx = 12x2 y − 4y 3 − 2y (2)

Integrando vy em relação ao y temos

v(x, y) = 4x3 y − 4xy 3 − 2xy + h(x) (3)

Derivando (3) par ialmente em relação a x temos

vx = 12x2 y − 4y 3 − 2y + h′ (x) (4)

Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = 0 que impli a que h(x) = C. Logo

v(x, y) = 4x3 y − 4xy 3 − 2xy + C

sendo C um onstante real arbitrário.

Portanto

f (z) = f (x, y) = u(x, y) + iv(x, y)

= x4 − 6x2 y 2 + y 4 − x2 + y 2 + i(4x3 y − 4xy 3 − 2xy + C)

= (x4 + 4x3 yi − 6x2 y 2 − 4xy 3 i + y 4) − (x2 − y 2 + 2xyi) + iC

= z 4 − z 2 + Ci

( ) Para mostrar que u é harmni a em C, pre isamos mostrar que (i) uxx , uyy , uxy e

uyx são ontinuas e (ii) uxx + uyy = 0. Agora

ux = sinh x sen y então uxx = cosh x sen y e uyx = sinh x cos y

uy = cosh x cos y então uyy = − cosh x sen y e uxy = sinh x cos y

De fato, uxx , uyy , uxy e uyx são ontinuas e

uxx + uyy = (cosh x sen y) + (− cosh x sen y) = 0

Portanto u é harmni a em C.
Para en ontrar uma função analíti a f om Ref (z) = u(z) signi a devemos en on-
trar v(z) tal que f (z) = u(z) + iv(z) é analíti a em C. Como f é analíti a, sabemos

que u e v deve satisfazer as equações de Cau hy-Riemann. Isto é,

ux = vy que impli a vy = sinh x sen y (1)

132
e

uy = −vx que impli a vx = − cosh x cos y (2)

Integrando vy em relação ao y temos

v(x, y) = − sinh x cos y + h(x) (3)

Derivando (3) par ialmente em relação a x temos

vx = − cosh x cos y + h′ (x) (4)

Comparando (2) e (4) temos que h′ (x) = 0 que impli a que h(x) = C. Logo

v(x, y) = − sinh x cos y + C

sendo C um onstante real arbitrario.

Portanto

f (z) = f (x, y) = u(x, y) + iv(x, y)

= cosh x cos y + i(− sinh x cos y + C)

= cos y(cosh x − i sinh x) + iC

(7) Mostre que se f = u + iv e f = u − iv são analíti as então f é onstante.

Resolução

 u =v (1)
x y
f = u + iv é analíti a ⇒
 u = −v (2)
y x

 u = −v (3)
x y
f = u − iv é analíti a ⇒
 u =v (4)
y x

Resolvendo (1), (2), (3) e (4) temos que

ux = 0, uy = 0, vx = 0, vy = 0

Isto mostra que as partes reais e imaginárias são onstantes. Portanto f é onstante.

(8) Mostre que se f é uma função inteira da forma f (x, y) = u(x) + iv(y), então f é um

polinmio de grau no máximo 1.

133
Resolução

f (x, y) = u(x) + iv(y)

Pelas equações de Cau hy-Riemann, temos que

ux (x) = vy (y) (∗)

Como ux (x) é uma função somente de x e vy (y) é uma função somente de y temos

de (∗) que

ux (y) = vy (y) = C, C = onstante

Logo

u(x) = Cx + b1 e v(y) = Cy + b2

Portanto

f (z) = u(x) + iv(y)

= Cx + b1 + i(Cy + b2 )

= C(x + iy) + (b1 + ib2 )

= Cz + a, onde a = b1 + ib2

(9) Mostre que se f é uma função inteira om argumento onstante então f é onstante.

Resolução

Seja f = u + iv. Então

v
arg(f ) = arctg = C, sendo C onstante real
u

Logo

v = ( tg C)u

Derivando em relação ao x e y obtemos respe tivamente


∂v ∂u


 = tg C
 ∂x
 ∂x


 ∂v ∂u

 = tg C
∂y ∂y

134
Rees revendo as equações a ima usando as equações de Cau hy-Riemann temos que

∂v ∂v

 = tg C
 ∂x ∂y




 ∂v ∂v
 = − tg C
∂y ∂x
Resolvendo temos que vx = vy = 0 e pelas equações de Cau hy-Riemann

ux = uy = 0. Portanto f é onstante.

(10) Seja f (z) = u(x, y) + iv(x, y) uma função holomorfa tal que

2u(x, y) + v(x, y) = 5 para todo z = x + iy ∈ C.

Mostre que f é onstante.

Resolução

2u(x, y) + v(x, y) = 5

Derivando em relação ao x e y obtemos respe tivamente



∂u ∂v


 2 + =0
 ∂x ∂x



 ∂u ∂v
 2
 + =0
∂y ∂y
Rees revendo as equações a ima usando as equações de Cau hy-Riemann temos que

  
∂u ∂u ∂u


 2 − =0    
 ∂x ∂y
  ∂x 
2 −1   0
que é equivalente a   =  (∗)
 

 1 2  ∂u  0
 2 ∂u + ∂u = 0


∂x ∂x ∂y
Observe que  
2 −1
det   = 4 + 1 = 5 6= 0
1 2
Então (∗) tem a úni a solução

∂u ∂u
=0 e = 0,
∂x ∂y
ou seja a parte real de f é onstante. Logo f é onstante.

135
(11) Deriva as seguintes funções, indi ando o domínio apropriado onde ada função é

analíti a.

z ez √
(a) f1 (z) = ee (b) f2 (z) = sen (ez ) (c) f3 (z) = (d) f4 (z) = ez + 1
z2 + 3

Resolução

z d ez z
(a) Como ez é inteira, pela regra da adeia f1 (z) = ee é inteira e (e ) = ez · ee .
dz
(b) Como z 7→ ez e z 7→ sen z são inteiras, pela regra da adeia, f2 (z) = sen (ez ) é
d
inteira e ( sen (ez )) = ez · cos (ez )
dz
1 √
( ) Como z 7→ ez é inteira e z 7→ 2 é analíti a em C\{± 3i}, pela regra da adeia,
z +3
ez √ √
f3 (z) = 2 é analíti a em C\{± 3i} e para z 6= ± 3i
z +3
 z 
d e ez (z 2 + 3) − 2zez (z 2 − 2z + 3)ez
= =
dz z 2 + 3 (z 2 + 3)2 (z 2 + 3)2
√ z +1)
(d) f4 (z) = ez + 1 = e1/2 log(e sendo que pre isamos es olher um ramo para o log,
por exemplo Log z onde z ∈ C\{z | Im z = 0, Re z ≤ 0}.
Portanto Log (ez + 1) é analíti a na região A ⊂ C tal que

 Im (ez + 1) 6= 0
⇒ Im z 6= (2n + 1)π, n ∈ Z e Re z < 0.
 Re (ez + 1) > 0

Portanto

A = C\{x + iy | x ≥ 0, y = (2n + 1)π, n ∈ Z}

Como ez + 1 é inteira temos que ela é holomorfa em A. Portanto pela regra da


√ 1/2 log(ez +1)
adeia, f4 (z) = ez + 1 = e é holomorfa em A om derivada

d √ z d 1/2 log(ez +1) ez z


( e + 1) = (e )= z
· e1/2 log(e +1)
dz dz 2(e + 1)
ez
= √ z .
2 e +1

136
5.10 Exer í ios propostos

(1) Estude a ontinuidade das seguintes funções:


  2 2
 Re(z)
, z 6= 0  x + iy , z 6= 0

(a) f (z) = z (b) f (z) = |z|2
 
0, z=0  1, z=0

 x2
 6 0
+ 2i, z =
(c) f (z) = x2 + y 2

 2i, z=0

(2) Cal ule aso exista os seguintes limites

   
z2 + z − 2 + i z 2 + z − 1 + 3i
(a) lim 2
(b) lim
 z z −
z→1+i
 2z + 1 z→1+i
 z 2 −2z + 2
e −1 sen |z|
(c) lim (d) lim
z→0 z z→0 z


(3) Determine todos os valores de θ ∈ [0, 2π) para que o limite lim ere exista.
r→∞

(4) Cal ule a derivada das seguintes funções pela denição

(a) f (z) = e2z (b) f (z) = z n

(5) Seja f : C → C, f (z) = az 2 + bzz + cz2 , onde a, b, c são números omplexos xos.

Usando a denição mostre que f é diferen iável se, e somente se bz + 2cz = 0. Onde
f é analíti a?

(6) Mostre que a função

f (x + iy) = x3 + 3xy 2 − 3x − 10 + i(y 3 + 3x2 y − 3y + 5)

é diferen iável nos eixos oordenadas mas não é analíti a em nenhum ponto.

p
(7) Mostre que a função f (z) = |xy|, z = x + iy satisfazer as equações de Cau hy-

Riemann em z0 = 0, mas ela não é diferen iável em z0 = 0.

137
(8) Determine os pontos onde as seguintes funções são analíti as e en ontre a sua deri-

vada nesses pontos:

(a) f (x + iy) = −2xy + i(x2 − y 2)


(b) f (x + iy) = (x3 − 3xy 2 + x + 1) + i(3x 2y − y 3 + y)
(c) f (x + iy) = x2 − x + y + i(y 2 − 5y − x)
(d) f (z) = 4z − 6z + 3
(e) f (z) = ez

(9) Seja f (z) = u(x, y) + iv(x, y) uma função omplexa de z = x + iy. Para quais funções
u(x, y) abaixo existe uma função real v(x, y) tal que f (z) é analíti a? Se existe,

determine v(x, y) e al ule f ′ (z)


(a) u(x, y) = y 2 − x2
(b) u(x, y) = x2 + y 2
(c) u(x, y) = sen x cosh y − 2 cos x sinh y
(d) u(x, y) = y 3 − 4xy + kyx2 , onde k é uma onstante real a ser determinada

(10) Verique diretamente que as seguintes funções são harmni as e determine a função

analíti a f (z) tal que u é a parte real de f


3 2
(a) u(x, y) = x + 3x(1 + y )
(b) u(x, y) = x3 + 3x(1 − y 2)
(c) u(x, y) = cosh x cos y
 
−θ
(11) Mostre que f (r, θ) = e cos (ln r) + i sen (ln r) satisfaz a equações de Cau hy-

Riemann para r>0 e determine f ′ (r, θ).

(12) Seja U ⊂C um aberto e f :U →C holomorfa. Mostre que

g : U := {z | z ∈ U} → C, z 7→ f (z)

é holomorfa.

(13) Seja f uma função holomorfa um aberto onexo U. Mostre que se [f (z)]2 = f (z)
para todo z∈U então f é onstante em U. Determine todos os possíveis valores de

f.

(14) Se f2 e (f)5 são analíti as um aberto onexo U, mostre que f é onstante em U.

138
(15) Seja f uma função analíti a um aberto onexo U. Mostre que se Re(f ) = [Im(f )]2 ,
então f é onstante em U.

(16) Seja f uma função holomorfa denida num aberto onexo Ω de C. Mostre que f é

onstante se a Re(f ) +b Im(f ) + c = 0, onde a, b, c ∈ R, a2 + b2 > 0.


∂u ∂v
(17) Sejam A ⊂ C um aberto onexo e f : A → C analíti a e + = 0 em A. Mostre
∂x ∂y
que f′ é onstante em A.

(18) Seja f : A ⊂ C → C, analíti a, A aberto onexo, f (z) = u(x, y) + iv(x, y). Se

au(x, y) + bv(x, y) = c em A, onde a, b, c ∈ R nem todos zeros, prove que f (z) é

onstante em A.
 5
 z

z 6= 0
(19) Seja f (z) = |z|4

 0 z=0

f (z)
a) Mostre que lim não existe
z→0 z

b) Se u = Re f e v = Imf , mostre que


∂u ∂u ∂v ∂v
u(x, 0) = x, v(0, y) = y, u(0, y) = v(x, 0) = 0. Con luir que , , , existe e
∂x ∂y ∂x ∂y
as equações de Cau hy-Riemann é satisfeito mas f ′ (0) não existe.

(20) Seja u : R2 → R harmni a. Seja f :C→C denida por

∂u ∂u
f (z) = (x, y) − i (x, y), ∀z = x + iy ∈ C.
∂x ∂y

Mostre que f é inteira.

(21) Deriva as seguintes funções, indi ando o domínio apropriado onde ada função é

analíti a.

1 sen z z 3 +1
 
(a) (b) (c) e z−1
(d) 3z (e) Log (z + 1)
z cos z √
√ √
(i) e(z+ z )
1
(f ) z 1+i (g) z (h) 3 z (j) z 3 − 1

(k) Log (z 2 ) (l) sen ( z) (m) z −i (n) z 2−3i

139

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