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ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS SANITÁRIAS PREDIAIS - ENG 273
Salvador
2017
1. Informações preliminares adotadas
• A população abrange uma família em Feira de Santanade classe média baixa com os pais e dois
filhos, incluindo empregada de meio período.
• A residência precisa ter tratamento por fossa e disposição final devido à falta de sistema de
coleta de esgotamento na região.
• Como não tinha capital, o ensaio de infiltração não foi realizado, mas o cadastro municipal
coloca o solo da localidade como totalmente de areia fina.
• As águas de chuva captadas devem ser reservadas para usos não consuntivos
A norma 5626/98, de título Instalação predial de água fria estabelece exigências e recomendações
relativas ao projeto, execução e manutenção da instalação predial de água fria. É aplicável à instalação
predial que possibilita o uso doméstico da água em qualquer tipo de edifício, residencial ou não.
As instalações prediais de água fria devem ser projetadas de modo que, durante a vida útil do edifício
que as contém, atendam aos seguintes requisitos:
a) preservar a potabilidade da água;
b) garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com pressões e
velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e
demais componentes;
c) promover economia de água e de energia;
d) possibilitar manutenção fácil e econômica;
e) evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente;
f) proporcionar conforto aos usuários, prevendo pe- ças de utilização adequadamente localizadas, de
fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo as demais exigências do usuário.
A norma 8160/99 têm título Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução. Ela estabelece
as exigências e recomendações relativas ao projeto, execução, ensaio e manutenção dos sistemas
prediais de esgoto sanitário, para atenderem às exigências mínimas quanto à higiene, segurança e
conforto dos usuários, tendo em vista a qualidade destes sistemas.
O sistema predial de esgoto sanitário deve ser projetado de modo a:
a) evitar a contaminação da água, de forma a garantir a sua qualidade de consumo, tanto no interior dos
sistemas de suprimento e de equipamentos sanitários, como nos ambientes receptores;
b) permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos introduzidos, evitando a ocorrência de
vazamentos e a formação de depósitos no interior das tubulações;
c) impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial de esgoto sanitário atinjam áreas de
utilização;
d) impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior do sistema;
e) permitir que os seus componentes sejam facilmente inspecionáveis;
f) impossibilitar o acesso de esgoto ao subsistema de ventilação;
g) permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por dispositivos que facilitem a sua remoção para
eventuais manutenções.
A disposição final do efluente do coletor predial de um sistema de esgoto sanitário deve ser feita:
a) em rede pública de coleta de esgoto sanitário, quando ela existir;
b) em sistema particular de tratamento, quando não houver rede pública de coleta de esgoto sanitário.
A norma 7229/93, de titulo Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos , fixa as
condições exigíveis para projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos, incluindo
tratamento e disposição de efluentes e lodo sedimentado.
Já a norma 13969/97 tem título Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição
final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. Ela tem por objetivo oferecer alternativas
de procedimentos técnicos para o projeto, construção e operação de unidades de tratamento
complementar e disposição final dos efluentes líquidos de tanque séptico, dentro do sistema de tanque
séptico para o tratamento local de esgotos.
A norma 10844/89, de título Instalações prediais de águas pluviais fixa exigências e critérios necessários
aos projetos das instalações de drenagem de águas pluviais, visando a garantir níveis aceitáveis de
funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade e economia.
Estas águas de chuva devem ser projetadas de modo a obedecer às seguintes exigências:
a) recolher e conduzir a Vazão de projeto até locais permitidos pelos dispositivos legais;
b) ser estanques;
c) permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da instalação;
d) absorver os esforços provocados pelas variações térmicas a que estão submetidas;
e) quando passivas de choques mecânicos, ser constituídas de materiais resistentes a estes cho-ques;
f) nos componentes expostos, utilizar materiais resistentes às intempéries;
g) nos componentes em contato com outros materiais de construção, utilizar materiais compatíveis;
h) não provocar ruídos excessivos;
i) resistir às pressões a que podem estar sujeitas;
j) ser fixadas de maneira a assegurar resistência e durabilidade.
Já a norma 15527/07 têm título Água de chuva - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para
fins não potáveis – Requisitos.Ela fornece os requisitos para o aproveitamento de água de chuva de
coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis. Se aplica a usos não potáveis em que as águas de
chuva podem ser utilizadas após tratamento adequado como, por exemplo, descargas em bacias
sanitárias, irrigação de gramados e plantas ornamentais, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e
ruas, limpeza de pátios, espelhos d'água e usos industriais.
3. Abastecimento de água
➢ Consumo diário
Segundo o SNIS, temos estas variações de consumo per capita médio na cidade de Feira de Santana:
Com isso, adota-se um valor de 100L/hab dia para a população em questão. É adotado também um
valor de 30L/hab dia para a empregada.
➢ Alimentador predial
Como temos uma intermitência de dois dias, e funcionamento de apenas 12h no dia :
𝐶 . 𝐷. (𝑖𝑛𝑡 + 1)
𝑄𝑎𝑝 =
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑥 60 𝑥 60
430(2 + 1)
𝑄𝑎𝑝 =
12 𝑥 60 𝑥 60
Considerando uma pressão ruim de abastecimento (pior situação), temos o cálculo do diâmetro para
uma velocidade de 0,6m/s:
4 𝑥 𝑄𝑎𝑝
𝐷𝑖 = √
𝜋 𝑥 𝑣𝑒𝑙
4 𝑥 0,0299
𝐷𝑖 = √
𝜋 𝑥 0,6
𝐷𝑖 = 0,008 𝑚= 8mm
Adota-se D externo de 20mm(interno de 17mm) de PVC
➢ Volumes de reservação
V= Ab x H
1,118m³ = 1,5² x H
H=0,5m
➢ Sistema elevatório
É necessário o sistema indireto com Reservatórios inferior e superior devido à grande intermitência da
vazão e também da baixa pressão no ponto de consumo. Para o sistema elevatório, primeiro temos os
diâmetros de recalque da bomba e de sucção, calculados conforme fórmulas a seguir (considerando 1h
de funcionamento da bomba) :
𝐶. 𝐷
𝑄𝑟 =
𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎
430𝐿
𝑑𝑖𝑎
𝑄𝑟 =
1000 𝑥 1ℎ/𝑑𝑖𝑎
𝑄𝑟 = 0,43m³/h=0,00012 m³/s
4
𝐷𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒 = 1,3√𝑄𝑟 √𝑋
𝐷𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒 = 1,3 𝑥 0,01093 x 0,452
𝐷𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒 = 0,00642
• Sucção(25mm) : Válvula de pé com crivo(L= 13,3m) , 1 joelho 90º (L=1,5m), 1 registro de gaveta
(L=0,3m), 1 tê de passagem lateral (L=3,1m).
• Recalque( 20mm): Entrada normal (L=0,4m), 1 registro de gaveta (L=0,2m), 1 válvula de
retenção pesada(L=4,1m) ,tê de passagem lateral (L=2,4m) e 2 joelhos de 90º(L=1,2m x
2=2,4m).
L sucção estimado = 0,4m
L recalque estimado = 7,5m
Hg sucção= 0,3m
Hg recalque= Náguamaximo - Cota eixo da bomba = 3 m + 0,5m = 3,5m
Com isso, para a estimativa das perdas de carga localizada e perdas unitárias utilizamos as Figuras 2 e 3
a seguir:
Figura 2-Gráfico de perda de carga e velocidade
➢ Rede de distribuição
Os subramais dos aparalhos possuem diâmetross mínimos fixos. Já o diâmetro dos ramais são
dimensionados a partir da fórmula:
𝑄 = 0,3√𝑃
Com isso, os diâmetros dos ramais do banheiro, cozinha e área de serviço são , respectivamente :
20mm, 20mm e 25mm.
Podemos observar nas tabelas a seguir as perdas de carga unitária dos ramais e sub-ramais estimadas
com ajuda da Figura 2 :
sub-ramal 2 vatório –
Ramal banheiro – chuveiro, vaso e sub-ramal 1-vaso e lavatório
(D=20mm e
lavatório (D=25mm e Q=0,251L/s) (D=20mm e Q=0,23L/s))
Q=0,16L/s)
J(m/m) 0,032 0,075 0,055
Tabela 3 – Perdas unitárias de ramal e sub-ramais
Podemos estimar a pressão dinâmica disponível no chuveiro(em todos os aparelhos esta deve ser
maior que 1 m.c.a.
Com isso, o ramal de descarga do chuveiro é de 40mm, o do lavatório é de 40mm, o da bacia sanitária é
de 100mm, o da pia é de 50mm e o de cada tanque é de 40mm.
Como tem-se um chuveiro e um lavatório, somando 3UHC, então o ramal de esgoto destes ligado a
caixa sifonada é de 40mm. Podemos observar na Figura 11 a seguir um croqui do esgoto do banheiro,
com os efluentes do chuveiro e lavatório passando pela caixa sifonada para depois se encontrar com o
efluente do vaso:
Figura 11- Croqui de ramais de descarga e esgoto do banheiro
Com isso, o diâmetro nominal do ramal de ventilação do banheiro tem 50mm, pois a soma de UHC é de
3 no grupo de aparelhos com bacia sanitária (lavatório e chuveiro).
➢ Coletor predial
Adota-se, perante a figura, um tubo de 100 de diâmetro com 1% de declividade , pois a soma de
unidades Hunter é menor que 180UHC.
➢ Caixa de gordura
A caixa de gordura recebe efluentes de pias. Para uma pia, podemos utilizar uma caixa de gordura
cilíndrica simples, de volume de retenção mínimo de 18L. Com isso, pode-se utilizar a caixa a seguir:
➢ Caixa de inspeção
➢ Fossa séptica
São unidades de tratamento primário. Para o cálculo do volume da fossa necessária, utilizamos as
tabelas a seguir:
Figura 19 - Profundidades
𝑉 = 1000 + 𝑁 (𝐶 𝑇 + 𝐾 𝐿𝑓)
𝑉 = 1000 + 5(100 x1 + 57 x1)
𝑉 = 1785 𝐿 = 1,8m³
➢ Sumidouro
O sumidouro é um poço sem laje de fundo que permite a infiltração (penetração) do efluente da fossa
séptica no solo.
Como não foi feito o ensaio de infiltração(utilizando o gráfico), adotamos a infiltração com base no solo.
Devido ao solo arenoso fino, temos um coeficiente de infiltração adotado de 70L/m²dia.
Figura 20 – Coeficientes de infiltração
𝑉
𝐴=
𝐶𝑖 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜
100 𝑥 5 𝐿/𝑑𝑖𝑎
𝐴=
70𝐿/𝑚²𝑑𝑖𝑎
𝐴 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 7,1 𝑚²
5853,37 𝑥 𝑇𝑟 0,212
𝑖=
(𝑡 + 51,82)1,021
5853,37 𝑥 50,212
𝑖=
(5 + 51,82)1,021
𝑖 = 133,12 𝑚𝑚/ℎ
Através desta podemos utilizar a fórmula de Manning para encontrar o diâmetro para as calhas,
adotando calhas de aço(n=0,011) , declividade de 0,5% e B/H=2 :
2 1
60.000 𝐴 𝑅ℎ3 𝑖 2
𝑄=
𝑛
𝑄𝑛 3/8
𝐻=( 1 )
75595,26 𝑖 2
𝑯 = 𝟎, 𝟎𝟒𝟎𝒎 = 𝟒𝒄𝒎
𝑩 = 𝟖 𝒄𝒎
O diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de seção circular é 70mm. Com isso adotamos o
condutor vertical de diâmetro de 75mm com saída em aresta viva e de PVC rígido.
Adotando uma declividade de 0,5% , condutores de PVC rígido(n=0,011), temos um diâmetro de 75mm
para a vazão de 91,2L/min.
Devem ser instalados dispositivos para remoção de detritos. Estes dispositivos podem ser, por exemplo,
grades e telas.
O volume total de água para dois reservatórios para cada calha pode ser segundo método da Norma
15.527/2007, para 100% de rendimento do sistema de captação:
𝑉 = 𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑥 𝐴 𝑥 𝐶 𝑥 𝑛
888𝑚𝑚
𝑉=( ) 𝑥 88 𝑚²𝑥 0,85 𝑥 1
1000
𝑉 = 66,42 m³ por ano ou 182L/dia