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VOCÊ CANSOU DA BONDADE?...

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VOCÊ CANSOU DA BONDADE?...

Nós, humanos, temos enorme facilidade de mudarmos para o mal; está na nossa natureza
caída esta tendência; e, entregues a nós mesmos, é da nossa perversa natureza a inclinação
mutante para o que não seja aquilo para o que fomos criados.

Difícil mesmo é mudarmos dia a dia para o melhor de nós; para a semelhança de Deus; para
o amor, a alegria, a paz, a bondade, a longanimidade, a mansidão e o domínio próprio.

Entretanto, mudarmos na direção do que seja bom é como subir uma ladeira, é como entrar
pela porta muito estreita, é como escolher o caminho que poucos escolhem percorrer, é como
nadar contra o fluxo das correntezas, é como a vereda aquática do salmão buscando morrer no
lugar onde aconteceu a sua origem...

A maior evidencia dessa capacidade natural de piorar a gente se observa nas crianças. Sim,
lindas, santas, puras, espontâneas, livres, abertas, perdoadoras, e tudo de bom; mas que,
logo, logo, pelas influencias recebidas, não demoram a aprender aquilo que lhes dês-
configurará em relação ao que um dia tiveram como divina beleza natural.

Outra grande evidencia é a mudança negativa do santo; sim, daquele que conhecemos
humilde, simples, ensinável, feliz na fé, amante dos pequenos, paciente, temente a Deus,
puro de coração, limpo de lascívias, receoso de magoar, de humilhar, de falar mal, de gritar
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de raiva, de irar-se, de se tornar deveras exigente, de nunca esquecer a gratidão; sim,
sempre olhando para trás e vendo o que recebeu de graça, o que lhe veio como dádiva, o
que não lhe era natural, mas que nele foi enxertado, aplicado e inserido contra a sua
própria natureza —; mas que, com o tempo, com o hábito ao sublime, ou com alguns
serviços prestados [supostamente a Deus, à causa, ou ao próximo], começa a sentir-se dono
de si mesmo, da sua natureza, dos seus direitos; lentamente tornando-se patrão da vida,
exigente, impaciente, descontrolado, arrogante, sem pequenas compaixões [às vezes
mantendo apenas as grandes compaixões], porém, sem cuidado no trato geral; e, desse
modo, arrumando concessões para si mesmo; praticando auto-indulgências antes
inconcebíveis; e, sem que o note, bem gradualmente, vai se desfigurando [...], como disse,
sem que isto lhe seja perceptível; sim, sem que sua feiura lhe seja revelada; especialmente
se um dia a vida com Deus foi muito real, o que, paradoxalmente, agora, lhe serve de álibi
para ser contra o que foi chamado a manifestar no ser.

Jesus disse que o sentimento de demora acerca da Vinda do Filho do Homem geraria essas
mutações em muitos; todavia, deve-se interpretar esse sentir de demora também como o
passar do tempo da vida da gente na fé, ou como a não realização do bem por nós crido, ou
também como cansaço em relação ao trabalho do amor [...], que é como o de enxugar gelo,
sem recompensas e sem férias; ou ainda: como a exaustão de si mesmo, quando as
dinâmicas da renovação do amor não aconteceram em nós pelo habito ao sublime, ou pelo
autoengano de que já se alcançou demais ou bastante no entendimento do Evangelho.

Daí a advertência de Paulo quanto a não nos cansarmos de fazer o bem a todos os homens!

Sim; o que nos salva de tal processo [o qual é inevitável que a todos os santos acometa de
um modo ou de outro, uma hora ou outra, numa ou noutra estação da vida], é o desafio
não seletivo de que se deva fazer o bem sempre e a todos os homens.

Do contrário, elegemos ocasiões, pessoas e circunstâncias para as expressões das nossas


bondades, e, quanto aos demais, ficamos indiferentes, ou, em alguns casos, especialmente
ante aos chatos, descuidados, cronicamente tropeçantes, ou quanto àqueles que nos
perturbam [...] — deixamos de ser aquilo que, para os nossos eleitos, nós somos, ou, pelo
menos, buscamos ser...

Eu creio no que digo, tanto quanto sei o que digo; pois, em mim mesmo, provei tais
sutilezas!

Durante mais de vinte anos meu coração não vacilou na bondade, na paciência, na
longanimidade, na humildade, no coração sempre quebrantado em relação ao meu
próximo; até que [...] veio o cansaço; o cansaço do bem sem retorno; a exaustão em relação
à recalcitrância crônica; o desanimo quanto ao que o bem poderia produzir de mudança
nos outros; e, assim, bem devagar [...], sem que eu notasse, fui caindo no amor seletivo, na

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bondade por eleição, na virtude seletiva; e pior: lentamente fui assumindo conceitos
mundanos como se fossem os únicos modos de lidar com certas pessoas ou situações; até que
percebi que me havia desconvertido do chamado do amor e da minha vocação essencial.

Ora, a volta ao início de tudo [...] acontece pelo reconhecimento desse desvio do ser; o que,
sem apelação, deve ser seguido pelo exercício da entrega dos nossos direitos e razões; os
quais devem se expressar também contra toda e qualquer disposição de provar que se está
certo; ou de termos pena da nossa solidão na busca do bem; e, sobretudo, pela nossa
convicção contra nós mesmos [...]; a fim de que aconteça o Paulo recomenda: “Para que não
façamos o que seja do nosso próprio querer!”

Maturidade de entendimento que não se renove pela humildade e pelo


quebrantamento no exercício do bem, apenas gera pessoas seletivamente bondosas;
e nos põe no caminho liso das virtudes escolhidas e praticadas para pessoas pré-
selecionadas; o que, sem dúvida, é também hipocrisia.

Em meio a isto tudo [aprendi na prática com o meu pai; além de ser um principio da Palavra ],
deve-se ficar quieto; suportar certas coisas em silêncio; e, se tivermos que tratar delas,
buscarmos fazer com toda humildade e mansidão; ainda que estejamos esmados de
direitos próprios ou adquiridos.

Entretanto, sei em meu próprio coração como é sutil o caminho para tal desvio; e pior:
como é difícil percebê-lo em nós uma vez que ele entre em estado de concubinato com as
nossas virtudes selecionadas [...] e com nossos direitos adquiridos pela via do cansaço
solitário na pratica do bem.

Ora, a checagem do nosso coração quanto a tais coisas tem que ser mais que diária; de fato,
deve ser caso a caso, o dia inteiro; posto que baste um precedente para que a insuportável
leveza desse surto se reinicie em nós!

Portanto, não nos cansemos de fazer o bem a todos os homens; sim, pois somente deste
modo a nossa salvação se desenvolve em nós; nunca esquecendo que também é essencial
que não percamos a alegria e a exultação da esperança da gloria de Deus como vocação da
nossa vida; do contrário, as forças do cansaço nos dominam e nos corrompem sem que as
sintamos em operação em nós.

Nele, em Quem o caminhar não tem férias, embora deva acontecer em descanso,

Caio

21 de janeiro de 2012

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