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Z36u
Zanotti, Luiz
Urucuia: Próxima parada/ Luiz Zanotti.
São Paulo: Catrumano, 2019.
14 x 21 cm.
76 pgs
ISBN: 978-85-64471-59-7
CDU 82-1
CDD 028.5
Impresso no Brasil
1
Abogada y dirigente política Yamile Guerra, fue asesinada
porque defendía el páramo de Santurbán, acosado ya años
por varios proyectos mineros, que pueden dañar todos los
ecosistemas que protegen a la ciudad de
Bucaramanga. También era conocida por promover el
proceso de restitución de tierras despojadas por la violencia".
Luiz Zanotti
10
SILVER
Luiz Zanotti
12
GERAÇÃO PSIU
Luiz Zanotti
14
SUSSUIVO
Para Allen Ginsberg
Luiz Zanotti
16
INAUGURANDO 2019
Gritos de horror
Frio na espinha
Ranger da geladeira
Nada de Magic Slim
Nenhum Jimmy Hendrix
Só nos sobrou Bolsonaro
Os bits venceram os beats
Aplausos emocionado de honor
Brasa do churrasco
Crepitar das chamas
Tudo do Adolf
Eternamente Costa e Silva
Vivemos com o que sobrou nos nossos bolsos
Os bits venceram os beats
Procurando Urucuia
Procurando sem insensatez a minha identidade
Olhei de um lado
O meu lado cimento
E do outro
O lado tijolo
Um cinza nojento
O outro
Um coração crioulo
Quem é o herói da historia?
Luiz Zanotti
18
FUNGO
Fungo
Sempre que se dá um breakdown,
Eu procuro você
Minha poesia
Merda, poeira, nada
Não consigo resgatar nada
E existe algo a ser resgatado?
Sempre que eu me encontro numa storm
E eu procuro dentro de mim
Só vejo a merda, a poeira, o nada
Que poderiam me dar consistência
Então procuro o puro,
O puro, o pulo, o vinho
Fungo cada vez mais
E cada vez mais me pareço com os fungos
Sempre que se dá um deja vu,
eu procuro você
Minha poesia
Carinhosa, poeira, nada
Consigo resgatar o nada do seu olhar
Nada a ser resgatado
A tempestade se encontra em mim
Esta longe de dentro de mim
A merda, a poeira, o nada
Que poderiam me dar consistência
Puro, puro,
Pulo o vinho
Fungo cada vez mais
E cada vez mais me pareço com os fungos
Luiz Zanotti
20
Preâmbulo
CALO?
Luiz Zanotti
22
LONGE DA CRUZ
Luiz Zanotti
24
PIRO
Transpiro
Vejo o suor saindo de suas palavras nuas
Toscas, enviesadas, sem sentidos
Você emaranha meu cabelo
Desafia meu tesão
Que está perdido entre as minhas pernas magras
Nas piras, nas pirocas
Nos porres de Houfhman, nas piras das tochas olímpicas
Mas este suor
Não é desidratação de água e sal
É puro esperma
Mas não de uma relação entre corpos solitários
É um suor sozinho e solitário
Então Trans-piro
E percorro todo caminho trilhado pela humanidade
Percorro por tudo que é abjeto e que é saído de nossos
corpos
Tudo o que nos enoja
Urina, suor, merda, saliva, esperma, catarro,
menstruação, gases, babo
Amanhã acordaremos com o fedor de nossas bocas mal
escovadas
Cheias de e/ou cheirando o gosto acre da buceta ou do
caralho
Você ira colocar a gravata
E você o salto alto pra mais um dia de trabalho
Tudo não passa de uma grande alegoria
O pau que tocou fundo
Que lhe fez chamar de meu amor
Esta perdido na cueca samba canção
Mas na verdade a única musica que tocou na madrugada
perdida
Foi a musica do corpo
URUCUIA: próxima parada
25
O resto não valeu a pena
Não vale a pena comentar
Falar
Falo/ânus /falaz
Luiz Zanotti
26
VERDE
Luiz Zanotti
28
FAZES
A since
Ridade
As vezes
Rói
As vezes
Dói
Fases
Fazes
Fezes
A terceira
Idade
A humanidade
Muitas
Mas as vezes
É dor
Cadáveres
Putrefatos
Cadê você?
Milhares de cebolinhas
Perdidos no balcão
Uma aliança
E um discurso
Perdido
Que não sabe
O que quer
Ser
Assassino ou pastor
Realidade ou escritor
Pai severo
Ou mero gestor
Querendo tudo
E não é nada
Luiz Zanotti
30
A MORTE
Luiz Zanotti
34
A SOLIDÃO
27 de outubro de 2013
Na meia noite de um dia inteiro
Dei três voltas na catedral negra
Não apareceu nenhum diabo
A minha alma está em baixa
Ninguém quer
Ao meio dia de uma noite inteira
Entrei pelos labirintos do conde Drácula
Meu sangue avido de ser sorvido
Meu corpo querendo ser tocado
Nada
Imensas galerias, escadas esperando por escalas
Bruma sem existência
Castelo sem príncipe
Príncipe sem princesa
Sem grandes emoções
Atentei
A sua carne branca
A quentura de suas coxas
O vão entre suas coxas no meu pensamento
Sórdido, porem sólido como uma rocha
Tranças trançadas trancadas na escadaria do meu
pensamento
Arranque o que sobrou da minha existência
Aquilo que nem o demônio de Fausto quis
Luiz Zanotti
36
CLUJ NAPOCA
Luiz Zanotti
38
O ROUBO DO PALHACINHO
Luiz Zanotti
40
NÃO QUERO
Luiz Zanotti
44
TODA DESCIDA
Toda descida
Toda retorcida
Tijolos de barro
O solo de jazz sobre os telhados
Que não são os daqui
Mas que possuem a mesma chama de vida
Você me entende
Que o nunca sempre existe para aqueles que acreditam
Toda reviravolta
Swinging in the rain
O som é afrodisíaco
Bandinha alemã tocando musicas folclóricas
E eu preciso ir
Para um lugar estranho, sem amigos
E quando nesta noite estranha e sem luz eu estiver
Vou querer respirar as nuvens
Vou querer muito mais que ser o tempo
E na escuridão eu furarei meu buraco
Vamos dançar na calçada
Quem você acha que é
Vamos dançar
Mesmo que falte o ar
Eu perdi toda a possibilidade de razão
Ao menos que você volte para o meu lado
Desce dos céus ao inferno
Ferro virado em aço
Torcida nas arquibancadas
O sono tranquilo dos corruptos
Ponte para o céu de Maomé
Não chame isto de existência
Você nunca me entende
Que o sempre acontece numa reviravolta
Como numa roda gigante ao contrário
URUCUIA: próxima parada
45
Fucking in the rain
A chuva é afrodisíaca
Um tsunami arrebentando as frágeis tendinhas humanas
E eu preciso rir
De algo estranho, coisas que acontecerem com amigos
E, não existe a conjunção “e”
O resto é uma possibilidade de ouvir um gemido
Sentido em meio a um sexo
Um momento
Em que alguém diz sentir alguma
Estou num momento que não acontecera jamais
Vou querer sentir o seu corpo
Vou ver muito mais que as luzes choradas de uma velha
roqueira
E na batida taquicardíaca da bateria
Vamos dançar na beirada do abismo
Você pode me ver?
Vamos dançar
Mesmo que falte o chão
E nos perdemos na imensidão do vazio
Tendo você o meu lado
Luiz Zanotti
46
SAUVA
sau
va
vaidade
o olhar se adentrou no portal
e tornou
babou
por aquela grande figura
a vaidade
vai
vê
a verdade
abre o coração e vê
que aquela coisa que era ruim
se tornou
sauva
saliva
saudade
Luiz Zanotti
48
IUIUIUIUIU
Luiz Zanotti
54
CALDAS
A vida no bar
Bebidas, sorrisos e desdentados
Quer ver o que vai acontecer?
Entre conhaques e cervejinhas
Não consigo distinguir a face do anjo loiro
E nem tampouco beber as nuvens
Porque quero ver a cara de Deus
O cara
Morre como morre no porre de cada momento
A cada momento que fico mais tonto e torto
E me enrosco como uma rosca
Olá, quero falar com Alan Poe
Poire
Não
Esta palavra estava cravada em desejo
De não ser língua portuguesa
Toque um som de Vitor Jara
E deixe as mãos livres pra voar
Luiz Zanotti
56
ADEUS URUCUIA
Luiz Zanotti
58
CORRO
Severo, Savaedra
A última imagem da feirinha do produtor em Urucuia
Som alto
Indelicadeza/ Insensatez
Forço a barra para dizer algo
Algo que foi forjado às sete e meia da manhã
Um kit
Um Presidente e uma cerveja
As roupas num continuum no varal
Os livros abarrotando pra ninguém ler
A continuidade nas lembranças da feirinha do produtor
em Urucu ia
Alface, couve, pastel, queijo
Delicadeza/ Amizade
Estou fora da minha camisa de força
Algo que acontece às sete e meia da manhã
Quando você se levanta da cama
Um Gato e um Joaquim
As barracas num continuum no areal
A minha cabeça cada vez mais perdida
Sem destino certo
O ultimo santinho entregue na sua missa de falecimento
Um canto de incelença
Você incelença, entrou no paraíso
Adeus, adeus, até o dia do juízo
Você entrou no paraíso
Encontrou Dante
Caronte, Deus
E daí?
Forço a barra para dizer algo
Algo que foi forjado às sete e meia da manhã
Um kit
Um Presidente e uma cerveja
Luiz Zanotti
64
SPLATCH
8 da manhã
A névoa nevoa meu olhar
Continuo na interminável vida de palavras ou sem
Desço até a profundidade do ser
Para descobrir
Não há ninguém
Castelo de fantasmas
Não sei seu nome
Não sabe o meu
Talvez Joana
O sol nunca brilha aqui
A névoa encobre o nosso olhar
Amor encoberto pelo latido dos cães
Queria você aqui
Por um minuto ou algumas horas
Sei lá
Pra que?
Conversar talvez
Ou trepar violentamente
Neste castelo de brumas
Onde eu não vivo
Você não vive
Ninguém vive
Só fantasmas
A névoa obliterando a nossa vontade
Fumaça
Só fumaça
Só fumaça
Sem trem
Luiz Zanotti
66
DANCE
Milhões de gafanhotos
Atacando as mangas e os coqueiros
Nenhum ar
Eu deitado
Meu fígado esperando a morte de um corpo que já se foi
Respiro, espiro, espirro a secura deste ar
Qual movimento nos resta fazer?
Sonho, sonhos semelhantes
Milhões de gafanhotos
Atacando a minha alma
Breath
Eu conformando a realidade apolínea
Meu ser esperando por Dionísio
Recuo, avanço
O coração bate o tambor
Qual movimento nos resta fazer?
Caminho por lugares, lugares semelhantes
Milhões de gafanhotos
Se vingam no meu caminhar
Vie
Não tenho mais sonhos e nem tempo
Tudo foi desvelado pelo meu ser
Arrisco uma ultima palavra ou pensamento
As palavras não querem partir
Qual movimento nos resta fazer?
Luiz Zanotti
68
ESTRADA
Peço perdão
Por não mais poder formular
Palavras
Todos as têm
Milhares
Em suas imaginações
Perco
A possibilidade de as livrarem dos limbos
De inventar novos ritmos
E significados
Peço licença
Para invadir a sua oração subordinada adjetiva
E dizer que nada foi acrescentado a pelo menos uma
única palavra
Porque todas são misteriosas
Bruxas
Mulheres
Em suas indagações
Passo
A última possibilidade de sobrevida
Viva
O nada
E que me tragam o seu significado
Luiz Zanotti
70
VIAJAR
Luiz Zanotti
72
Índice
Yamile.................................................................................................. 7
Prefácio ................................................................................................ 8
Silver.................................................................................................... 11
Geração Psiu.....................................................................................13
Sussuivo..............................................................................................15
Inaugurando 2019...........................................................................17
Próxima parada................................................................................18
Fungo................................................................................................... 19
Desisti.................................................................................................. 20
Calo?.................................................................................................... 21
Longe da cruz...................................................................................23
Negrinha............................................................................................. 24
Piro....................................................................................................... 25
Verde.................................................................................................... 27
Quimera.............................................................................................. 28
Fazes.................................................................................................... 29
Rapidamente..................................................................................... 30
A morte...............................................................................................31
A solidão............................................................................................35
Brasou................................................................................................. 36
Cluj napoca.......................................................................................37
O roudo do palhacinho.................................................................39
Não quero..........................................................................................41
Urucuia II...........................................................................................42
Pedro.................................................................................................... 44
Toda descida......................................................................................45
Sauva.................................................................................................. 47
Água................................................................................................... 48
Iuiuiuiuiu.......................................................................................... 49
O barzinho.......................................................................................52
Caldas................................................................................................ 55
Sobrinha............................................................................................ 56
Adeus Urucuia................................................................................57
Corro.................................................................................................. 59
Deliberadamente............................................................................ 60
Próxima carona..............................................................................62
Severo................................................................................................ 64
Splatch............................................................................................... 65
vinto de Jos......................................................................................66
Dance................................................................................................. 67
Gafanhotos....................................................................................... 68
Estrada............................................................................................... 69
Perda...................................................................................................70
Viajar.................................................................................................. 71