Sunteți pe pagina 1din 22

AMEAÇAS E ATENTADOS

1
Aviso

Esse livro é destinado apenas para estudos acadêmicos. As táticas e metodologias descritas neste
volume são muito perigosas e não devem ser usadas ou praticadas sem extrema cautela. Este livro
não tem o objetivo de ser uma obra para autodidatas, sendo importante e indispensável a supervisão
e orientação de um instrutor capacitado em nosso método. Ninguém está autorizado a se intitular
instrutor apenas por ter lido ou estudado esse livro.

2
INTRODUÇÃO

Um dos problemas da sociedade brasileira é que não estamos habituados a lidar com o terrorismo.
Esta sensação de tranquilidade leva subestimar possíveis riscos inerentes a atividade do profissional
de segurança. A globalização e a multiplicação de células terroristas não isentam o Brasil da
possibilidade de receber grupos ultra-radicais que tenham por finalidade arrecadar fundos ou até
mesmo perpetrar ações para chamar atenção para sua causa. Outro ponto em questão é a visão
deturpada que ainda impera em vários paises que o Brasil é um local para abrigar criminosos, como
infelizmente aconteceu há alguns anos atrás. Por outro lado também é fundamental que não se
generalizar e incutir um medo desenfreado, julgado uma pessoa por sua religião ou nacionalidade.
O governo deve tomar as medidas cabíveis quanto a prevenção, identificação e combate a qualquer
grupo que venha a utilizar o Brasil como base para possíveis ataques e os gestores de segurança
privada devem saber identificar, conduzir e gerenciar possíveis ações que atentem contra suas
respectivas empresas.

3
TERRORISMO

Depois dos atentados em Nova York e Washington, fala-se agora de guerra contra os terroristas e a
necessidade de puni-los e destruir a rede de atividades que eles desenvolveram em vários países.
Praticamente ninguém nega que lançar um avião com passageiros contra um edifício como o World
Trade Center seja terrorismo. Mas a revolta com o que ocorreu relevou a discussão sobre o que é
terrorismo para um segundo plano.
Poucos países na União Européia, por exemplo, definem o que é terrorismo em termos legais. Um
deles é a Grã-Bretanha, onde a Lei do Terrorismo, promulgada no ano passado, é a mais completa
de todos os países europeus.
A lei define terrorismo como o ato de agir – ou ameaçar com ação – a fim de influenciar o governo
ou intimidar o público por motivos políticos, religiosos ou ideológicos. As ações definidas na lei
incluem atos de violência graves contra pessoas ou ameaça à vida, séria ameaça à saúde ou
segurança pública, e destruição de imóveis.
Em geral os crimes específicos que podem ser considerados terrorismo são assassinatos, seqüestros,
tomada de transporte público, liberação de substâncias tóxicas e interferência em sistemas
eletrônicos.
A legislação da UE diz que ação terrorista é aquela em que um indivíduo ou grupo ataque, de forma
deliberada, um país, suas instituições ou seus povos com o objetivo de intimidar e de destruir ou
danificar suas estruturas políticas, econômicas e sociais.

Terrorismo de Estado

Esta definição árida, mas bastante ampla, não cobre a possibilidade de atos terroristas serem
perpetrados pelo governo de algum país.
Terrorista é uma palavra de uso fácil para atacar inimigos. Dessa forma, ela é usada de maneira
imprecisa ou incorreta Mas este é um elemento crucial e bastante controvertido.
Os Estados Unidos, por exemplo, acusam sete países de patrocinarem atividades terroristas: Iraque,
Irã, Líbia, Síria, Sudão, Coréia do Norte e Cuba.
Em 2001, um líbio que seria membro do serviço de inteligência do governo foi condenado por seu
envolvimento no atentado a bomba contra um avião da Pan Am sobre a cidade de Lockerbie, na
Escócia.
Por outro lado, muitos árabes acusam Israel de terrorismo devido à política do governo em relação
aos palestinos.
A acusação sempre foi firmemente rejeitada por Israel, que contra-argumenta que é o Estado de
Israel que está lutando contra o terrorismo dos extremistas muçulmanos.

Alvo

Hoje em dia, alguns dos exemplos de guerra do passado não poderiam ser justificados.
Tanto o bombardeio nazista sobre Londres quanto o bombardeio britânico e americano a cidades
alemãs na Segunda Guerra Mundial se utilizaram do terror para tentar desmoralizar a população.
Nos dois casos, eles fracassaram.
A definição de terrorismo para os países da UE não se aventura neste verdadeiro campo minado.
Ela também, para surpresa de muitos, não cria distinções entre ataques contra civis e ataques contra
membros das forças de segurança.
Mas é esta distinção que parece mais importante para muitos. O mundo inteiro concorda que civis
inocentes não devem ser alvos de ataques, numa situação diferente de quando civis são mortos
acidentalmente quando uma área militar é o alvo.
Oriente Médio

4
Usando este critério no Oriente Médio, ataques das forças de segurança da Autoridade Palestina
contra soldados israelenses não seria um ato terrorista, mas a colocação de uma bomba em um
ônibus ou mercado seria.
Mas grupos extremistas como o Hamas discorda. Seu líder espiritual, xeque Ahmed Yassin,
justifica os ataques de seu grupo argumentando que eles são pessoas envolvidas na luta pela
liberação de suas terras ancestrais ocupadas por terceiros.
Segundo Yassin, a diferença dos atentados nos EUA é que eles não contavam com um objetivo
claro e foram perpetrados por invasores.
Outros grupos palestinos, por exemplo, limitam a atividade armada à área que consideram o
território da Palestina. O argumento usado pelo líder do Hamas é o antigo argumento da luta pela
liberdade, ou seja, contanto que a causa seja justa, você pode usar o método que quiser. Em outras
palavras, o fim justifica os meios. Para completar, o Hamas não considera todos os civis inocentes.
O grupo considera que todos os judeus que vivem na Palestina – definida de uma forma em que
Israel não existe – são alvos e devem morrer.

Outros exemplos

A maioria no mundo refuta este argumento imediatamente, mas outros grupos envolvidos em lutas
por autonomia ou independência de seus povos adotaram métodos semelhantes. Um exemplo é o
uso de missões suicidas em locais públicos por parte dos Tigres Tamis no Sri Lanka. Eles também
já atacaram vilarejos de maioria singalesa em áreas que consideram de origem tamil. Com os
atentados em Nova York e Washington, muitos países aproveitaram para lembrar os Estados Unidos
dos problemas que eles enfrentam com grupos que consideram terroristas.
Os russos lembraram quantas vezes repetiram que a rebelião na Chechênia é um aspecto do
terrorismo internacional, parcialmente inspirada por pessoas como Osama Bin Laden. A China
exigiu a compreensão de Washington enquanto tenta conter separatistas muçulmanos na região
oeste de Xinjiang. E a Espanha afirmou que a guerra contra o terrorismo deve envolver todos,
incluindo o grupo separatista basco ETA, que usa de atentados a bomba e assassinatos em busca da
independência do País Basco. "Terrorista" é uma palavra de uso fácil para atacar inimigos. Dessa
forma, ela é usada de maneira imprecisa ou incorreta. Existe, agora, um maior consenso de que
ataques indiscriminados contra civis são intoleráveis, independentemente de como o crime possa ser
descrito.

5
CRIMES CONTRA A SEGURANÇA NACIONAL E A ORDEM POLÍTICA E SOCIAL –
LEI N°. 7.170/83

Embasados na jurisprudência e neste diploma legal, pensamos que só haverá crime político, quando
estiverem presentes na conduta praticada os pressupostos do art. 2º da Lei nº 7.170/83, ao qual
devem se integrar os do art. 1º da referida Lei. Ou seja, a materialidade da conduta deve lesar real
ou potencialmente ou expor a perigo de lesão a soberania nacional e a ordem política, de forma que,
ainda que a conduta esteja tipificada nos artigos da Lei de Segurança Nacional, será preciso que se
lhe agregue o principal fator de configuração do crime em estudo: a motivação e objetivos políticos.
No regime constitucional anterior, em disposição excepcional e justificada pelo nefasto regime
político em que se vivia, a competência para decisão destas lides foi destinada à Justiça Militar.
Assim dispunha o art. 129, §1°, da Constituição de 1969:
"Art. 129. À Justiça Militar compete processar e julgar, nos crimes militares definidos em lei, os
militares e as pessoas que lhes são assemelhadas.
§ 1º Esse foro especial estender-se-á aos civis, nos casos expressos em lei, para repressão de crimes
contra a segurança nacional ou as instituições militares."
Por sua vez, a própria Lei n°. 7.170/83, em seu art. 30:
"Art. 30 - Compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes previstos nesta Lei, com
observância das normas estabelecidas no Código de Processo Penal Militar, no que não colidirem
com disposição desta Lei, ressalvada a competência originária do Supremo Tribunal Federal nos
casos previstos na Constituição.
Parágrafo único - A ação penal é pública, promovendo-a o Ministério Público."
Dispensável o comentário de que esta última norma não foi recepcionada pela Carta de 1988. A Lei
de Segurança Nacional deve se compatibilizar com o sistema de competências criado pelo art. 109
da Constituição de 1988, detidamente em seu inciso IV. Ou seja, o julgamento dos crimes políticos
caberá sempre à Justiça Federal, ressalvados, por sua natureza específica, os crimes tipicamente
militares, definidos no Código Penal Militar, e os crimes propriamente eleitorais, descritos no
Código Eleitoral, conquanto tenham eles natureza política indireta.
De lege ferenda, no anteprojeto do novo Código Penal, em sintonia com a Portaria 232, do
Ministério da Justiça, publicada em 24/03/1998, os crimes políticos passarão a ser capitulados no
bojo do Código Penal. Serão tratados como crimes contra o Estado Democrático. Dentre os
mesmos, poderemos perceber práticas como atentado à soberania, traição, aliciamento à invasão,
violação do território, atentado à federação e espionagem (crimes contra a soberania nacional);
sedição, sabotagem e atentado a chefe de poder (crimes contra a estabilidade democrática); atentado
a direito de manifestação (crimes contra a cidadania).
Releva observar que "ação de grupo de ‘sem-terra’ que interdita e saqueia caminhão contendo
gêneros alimentícios para o próprio consumo e que não foi orientada nem acompanhada por
organização política, não caracteriza crime político (Min. Fernando Gonçalves, CC 22.642-MS,
DJU-I 27.09.99, p. 40)."
Por fim, deve ser ressaltado que a competência recursal das sentenças proferidas nestes tipos de
ações criminais não é, como só ocorrer, dos Tribunais Regionais Federais. O recurso a ser
impetrado pela parte não será a apelação, mas sim o recurso ordinário, dirigido ao Supremo
Tribunal Federal, como dispõe o art. 102, II, b, da CF (28).

6
DEFINIÇÕES BÁSICAS

Dignitário: É aquele que exerce cargo elevado, de alta graduação honorífica e que foi elevado a
alguma dignidade. É o VIP.

Segurança: É uma série de medidas proporcionadas a uma autoridade que garantam, no sentido
mais amplo possível, a sua integridade física.

Princípios Básicos:

Princípio da objetividade
• Princípio da preservação
• Princípio da iniciativa
• Princípio da surpresa
• Princípio da simplicidade
• Princípio da coordenação
• Princípio do comportamento de massa
• Princípio do emprego da força
• Princípio da maneabilidade

Vulnerabilidades freqüentes:
• Rotina
• Improvisação
• Desmotivação
• Despreparo profissional
• Falta de informações
• Falta de interação da autoridade com o sistema de Segurança

Atribuições do Serviço de Segurança:


• Controle e emprego dos agentes
• Planejamento e execução de instrução
• Inspeções em locais e itinerários diversos
• Coordenação com as Polícias Civil e Militar e outros Órgãos
• Serviço de Guarda
• Controle de bagagem
• Controle de correspondência
• Controle e verificação de alimentos
• Controle de equipamentos
• Códigos de comunicação
• Levantamento de dados e acompanhamentos de empregados
• Controle de investigações especiais
• Arquivo de levantamentos

ATRIBUTOS DO AGENTE DE SEGURANÇA


• Resistência à fadiga
• Lealdade
• Honestidade
• Discrição
• Manejo de armas
• Coragem
• Dedicação
• Inteligência

7
• Decisão
• Noções de defesa pessoal
• Nível intelectual e cultural
• Experiência policial
• Idade entre 26 e 45 anos

8
ATENTADOS

Introdução

• Hoje em dia, o noticiário de imprensa aborda freqüentemente no cenário mundial, notícias


sobre seqüestros e atentados de toda ordem a pessoas importantes ou público inocente, culminando
na maioria das vezes com os piores desfechos, inclusive assassinato.
• No círculo das pessoas visadas, não são incluídas somente as altas autoridades, mas também
são considerados alvos em potencial para uma hostilização o pessoal integrante dos sistemas de
informações, juntamente com seus familiares, porque são detentores do conhecimento, pretendido
pelo elemento adverso.
• A adoção das medidas de segurança, em situações diversas, naturalmente oscilará de acordo
com a importância da pessoa (função exercida) e a conjuntura atual.
Conceito de atentado
• "É uma ação criminosa, sobre determinada(s) pessoa(s), grupos ou instituição, executada por
um indivíduo ou grupo, com uma finalidade propósito ou razões específicas, utilizando para isso
meios adequados.”

Motivos mais comuns de Realização de Atentados

• Econômicas – realizadas por duas situações diferentes: a não concordância com medida
econômica tomada por autoridade; a intenção de auferir lucro de autoridade ou testemunha para
fazer ou deixar fazer algo ou por ter tomado conhecimento de fato relevante ou qualquer ato
cometido, normalmente que atente a moral ou honra daqueles;
• Ideológicas – a intenção é a eliminação da autoridade, na maioria das vezes, para uma
inserção de nova ideologia em alguma área de interesse do agressor, seja religiosa, educacional,
política, etc;
• Mercenária – o crime é realizado por pessoa que, possuindo destreza ou técnica de
eliminação de autoridade, o faz única e exclusivamente para recebimento pelos seus serviços;
• Política – O fanatismo faz com que indivíduos tentem a todo custo modificar determinado
regime ou situação política do Estado, atentando quanto à autoridade que é responsável por esta
estrutura ou que a representa.
• Psicológicas – acontecem quando indivíduos desequilibrados psicologicamente alimentam
fantasias que não podem realizar em relação à determinada pessoa, personalidade ou autoridade. A
necessidade de ter atenção voltada para si faz com que cometam atentados desta natureza.
• Raciais – mostram os motivos de pessoas que possam atentar contra autoridades que fazem
parte, concordam ou discordam de determinado interesse racial;
• Religiosas – não se restringem a autoridades. Os fatos podem atingir magnitude tal que
existe a crença de que é missão divina a eliminação de determinada pessoa ou até que o suicídio
seja justificável ou para incriminação de alguém possa ser tolerado.

Fatores que condicionam o planejamento e execução de um trabalho de segurança de dignitários:


• Grau de risco
• Importância da autoridade
• Conjuntura atual
• Comportamento da autoridade
• Disponibilidade de recursos materiais e humanos
Vantagens para o executante do atentado:
• Conhecimento do local da ação;
• Disponibilidade de tempo para o planejamento;
• Possibilidade de ocultação entre o público, convidados ou imprensa;
• Despreparo do elemento de segurança;

9
• Rotina conhecida e vazamento de informações das atividades da autoridade;
• Meios de comunicações deficientes;
• Falta de cooperação da autoridade.
• Fontes de hostilização
• Organizações de informações adversas;
• Organizações terroristas;
• Outros: Missões Diplomáticas hostis, Imprensa, Pessoas, etc.
• Propósito dos atentados
• DESMORALIZAÇÃO, causado através do escândalo, normalmente com ampla divulgação
pela imprensa;
• SEQUESTRO, com a finalidade de auferir vantagem política ou lucro financeiro;
• EXTERMÍNIO da vítima, como propósito extremo, quando atingido o objetivo ou com a
finalidade de encobrir a identidade e fuga do elemento adverso.
• CAUSAR TERROR ou pânico entre a população.

10
FORMAS DE REALIZAÇÃO DE ATENTADOS

• Armas de fogo a longa distância, normalmente realizado com fuzil de precisão executado
por profissional ou agente militar (JFK);
• Arma de fogo a curta distância, realizado por marginal oportunista, pessoa com problemas
psicológicos, organização criminosa ou fanático regiligioso – (Reagan, John Lennon);
• Arma branca a curta distância – facas ou instrumento contundente, Hendrik Verwoerd –
primeiro ministro da África do Sul;
• Arma branca a média/longa distância – normalmente contundente – ex-governador Mário
Covas;
• Dispositivos improvisados – Bombas de bolas de gude ou sinuca (atentado na CPTM);
• Explosivos – no Brasil, são utilizados com maior freqüência os de fabricação caseira, no
exterior os altos explosivos são mais comuns (atentados do PCC em São Paulo);
• Substâncias químicas letais de ação externa – elementos radioativos, gases tóxicos, gás de
pimenta (atentado no metrô de Tókio);
• Substâncias químicas letais de ação interna – venenos colocados nos alimentos de
autoridade ou testemunha;
• Substâncias biológicas (cartas enviadas após 11 de setembro nos Estados Unidos com
Antraz)

APARIÇÃO EM PÚBLICO

Conceito:
Aparição em público é todo o comparecimento, de uma autoridade, a um lugar no qual se
encontram presentes pessoas estranhas ao seu convívio diário, a fim de cumprir um compromisso
oficial ou particular.

Fatores Considerados nos Planejamentos:

Quanto ao público:
• Controlado: é aquele que foi selecionado previamente para a participação no evento;
• Não controlado: é aquele que não é selecionado ou previamente controlado

Quanto ao tipo do evento:


• Comícios e carreatas
• Inaugurações, aberturas e encerramentos de eventos
• Palestras e reuniões
• Apresentações sociais
• Grandes cerimônias

Quanto à formalidade:
• Formal ou oficiais
• Informais ou particulares

Quanto ao tempo de preparação:


• Eventos previstos: São aqueles programados na agenda da autoridade com antecedência;
• Eventos inopinados: São aqueles cumpridos sem o conhecimento prévio da segurança e, por
conseguinte, sem a devida preparação;

Quanto ao local:
• Recinto fechado
• Recinto aberto

11
Quanto ao sigilo:
• Ostensiva
• Reservada

Locais de aparição em público: Os locais de aparição em público devem atender as seguintes


características:
• Amplitude
• Acessos
• População
• Terreno favorável
• Meios de comunicação

Características dos itinerários:

Quanto ao meio físico:


• Terrestre
• Aéreo
• Aquático

Quanto à proteção:
• Cobertos e abrigados
• Descobertos e desabrigados
Quanto à luminosidade:
• Diurno
• Noturno

Quanto à extensão:
• Curtos
• Longos

Quanto ao sigilo:
• Ostensivos
• Reservados

Quanto à missão:
• De rotina
• Eventuais
• Inopinados

Quanto à flexibilidade:
• Flexíveis
• Inflexíveis

Seleção do Itinerário:
• Planejamento inicial
• Reconhecimento
• Escolha

Medidas de segurança nos itinerários:


• Rotineiras
• Especiais

12
• Inopinadas

SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES

1) Tipos de Imóveis:

• HOTEL
Vantagens:
• A administração facilita os serviços de limpeza, arrumação, lavagem de roupas,
alimentação, etc.
• Pode-se ocupar o último andar para facilitar o controle de acesso de pessoas.
Desvantagens:
• O acesso no Hotel é livre a todos, não se tendo o controle efetivo dos que entram e saem.
• A existência de escadas de incêndios facilita ao acesso de pessoas.

• APARTAMENTOS
Vantagens:
• O acesso ao imóvel geralmente é isolado;
• Os elementos que circulam no prédio geralmente são conhecidos (vizinhos);
• As entradas e saídas são em menor número, facilitam ao controle do acesso de pessoas.
Também poderá ser considerado como desvantagem (Vigilância do elemento adverso).
Desvantagens:
• O acesso é coletivo, no caso de ser a mesma entrada para salas comerciais;
• A existência de escadas de incêndio facilita ao acesso de pessoas.

CASAS GEMINADAS
Desvantagens:
• As entradas sendo juntas dificultam a adoção de medidas de segurança, principalmente o
controle do acesso de pessoas;
• Os telhados normalmente dão acesso de uma para outra casa;
• Podem-se ouvir conversas através das paredes;
• A casa vizinha pode ser utilizada como apoio para uma hostilização.

CASAS ISOLADAS
Vantagens:
• É a situação ideal, facilita a Segurança;
• Permite em melhores condições, as diversas medidas de proteção (sistema da alarmes,
comunicações, gerador reserva, etc.),
• Facilita o controle do acesso de pessoas e veículos;
Desvantagens:
• A existência de pontos dominante nas proximidades dificulta a Segurança.
1) Segurança no Local de Trabalho
O local de trabalho poderá estar localizado em imóveis conforme as situações acima apresentadas e
em conseqüência apresentará as mesmas vantagens e desvantagens correspondentes.
• Seleção de Residências
Caso seja possível selecionar uma residência, antes da ocupação, devemos nos preocupar com os
seguintes itens:
• Privacidade;
• Cercas e muros (com altura suficiente para proteção);
• Sem obstáculos entre a casa e o muro;
• Vários acessos ao local da residência;
• Distante de pontos dominantes.

13
3) Segurança da Residência
Os itens abaixo correspondem a uma série de medidas de segurança que deveremos utilizar na
residência.
• Proteção para todas as aberturas;
• Inspeções freqüentes nas dependências;
• Dependências vazias (trancadas e verificadas regulamente);
• Escolha de empregados;
• Visitas identificadas;
• Utilização de alarmes;
• Emprego de cães.
4) Cuidados com a correspondência
No caso de recebimento de cartas ou pacotes suspeitos, verificar os itens abaixo:
• Remetente procedência;
• Selos, lacres e carimbos;
• Peso e espessura;
• Cheiro em manchas;
• Rigidez da embalagem;
• Envelope duplo.
5) Cuidado com o automóvel
A situação ideal é a de que carro permaneça (quando não utilizado) trancado numa garagem
também fechada. Quando isto não ocorrer, antes de abrir o automóvel devemos examinar:
O chão em torno do carro;
Os lados do carro;
Embaixo do carro (reflexo);
O seu interior.

14
ESCOLHA DE ITINERÁRIOS

Dentre as diversas situações vulneráveis em que se pode encontrar uma Autoridade, uma das mais
críticas é durante um deslocamento a pé ou transportado, quaisquer que sejam as precauções
tomadas.
Por esta razão, o planejamento e a escolha de itinerários a serem percorridos por uma Autoridade,
merecem especial atenção por parte da Segurança com o objetivo de evitar, dificultar ou minimizar
os efeitos de uma agressão.

a) Conceito
ESCOLHA DE ITINERÁRIOS: é a decisão decorrente de um reconhecimento e planejamento
sobre o deslocamento a pé ou transportado, a ser percorrido por uma Autoridade.

b) Aspecto a serem observados na escolha de itinerários


• Classificação dos tipos de deslocamentos;
• Exame na carta;
• Reconhecimento;
• Planejamento;
• Decisão;
• Execução.

1) Classificação dos tipos de deslocamentos:

a) Quanto a Missão

ROTINEIROS: deslocamentos efetuados da residência para o trabalho e vice-versa;


ESPECIAIS: são aqueles realizados para atender às solenidades oficiais e as de cunho social
(inaugurações, concertos, datas cívicas, jantares);
INOPINADOS: são os deslocamentos não programados.

b) Quanto ao Meio de Transporte


AÉREOS: quando é utilizado avião ou helicóptero;
AQUÁTICOS: no caso de utilização de navios, lanches, barcos pequenos, etc. Pode ser marítimo,
fluvial ou lacustre;
TERRESTRES: realizado utilizando-se automóveis, ônibus e trens.

c) Quanto ao sigilo
OSTENSIVOS: quando realizado com o conhecimento do público em geral, seja através da
divulgação do deslocamento, seja pela fácil identificação pelos transeuntes da passagem da
Autoridade;
SIGILOSOS: quando se procura furtar do conhecimento público este deslocamento, agindo com
discrição e se possível, utilizando transportes que não denunciem o citado deslocamento.

d) Quanto ao horário
DIURNOS: realizado à luz do dia, com todas as implicações que um deslocamento nessas
condições enfrenta (trânsito, pedestres, etc.). Para se diminuir o tempo de deslocamento, haverá
necessidade de emprego de força policial (trânsito);
NOTURNOS: as condições são opostas às acima descrita. Não há necessidade de envolvimento de
grandes efetivos policiais na Segurança.
e) Quanto à Extensão
CURTOS: deslocamentos realizados dentro do perímetro urbano;

15
LONGOS: grandes deslocamentos fora do perímetro urbano ou mesmo fora da cidade (zona rural
ou outras cidades).

f) Quanto à Flexibilidade
FLEXÍVEIS: quando há possibilidade de mudança no deslocamento (itinerários alternativos) para
outras opções de acesso e de retiradas dos locais a serem percorridos;
NÃO FLEXÍVEIS: quando não há esta possibilidade (ex.: todavia sem retorno).

g) Quanto aos Meios Empregados


SIMPLES: deslocamentos que não exigem grande emprego de meios (ex. deslocamentos
inopinados e sigilosos);
COMPLEXOS: há necessidade de grande emprego de meios. A utilização de pessoal e meios em
apoio fica condicionado aos seguintes fatores:
• Importância da Autoridade;
• A disponibilidade de pessoal e material;
• A conjuntura atual.

h) Quanto às Comunicações
Qualquer que seja o deslocamento há necessidade de uma rede de comunicações. O comando da
operação será feito pelo Chefe da Segurança, se necessário, o comando poderá ser feito através da
Central.

2) Exame na Carta

O exame na carta é importante para as fases posteriores de reconhecimento no local e planejamento,


por parte da Segurança.
Deverá seguir os seguintes itens:
• Seleção das estradas que poderão ser utilizados nos diversos itinerários;
• Escolha das estradas que permitam os deslocamentos sem problemas;
• Identificar os pontos críticos. É preferível evitá-los, porém se não for possível, reforçar a
segurança nestes locais.

3) Reconhecimento
O reconhecimento é feito por etapas de acordo com a programação da Autoridade, levando-se em
consideração o tipo de deslocamento e os dados fornecidos pelo exame na carta;
Não devemos desprezar nunca a possibilidade de um atentado, por menor que seja;
Os itinerários deverão ser reconhecidos no mesmo sentido em que a Autoridade se deslocar;
Caso haja necessidade de mudar o itinerário, por vontade da Autoridade ou decisão do Chefe da
Segurança, é necessário que o esquema de Segurança (Segurança Velada, Policiamento Ostensivo e
de Trânsito) tenha condições de se deslocar para o outro itinerário;
Verificar nos lugares de embarque e desembarque da Autoridade, o tipo de entrada e saída do
veículo (ortodoxo e não-ortodoxo; mão e contramão).

4) Planejamento
Após o reconhecimento, é feita uma reunião para planejar o esquema de Segurança a ser
empregado;
O planejamento deve ser o mais detalhado possível, distribuindo missões a todos os componentes
do esquema de Segurança, de uma forma simples e com clareza;
Deverá haver bastante entrosamento em todos os setores envolvidos no esquema de Segurança, de
modo a haver continuidade no desenvolvimento dos trabalhos.
5) Decisão

16
Baseado nos quatro itens anteriores (tipo de deslocamento, exame na carta, reconhecimento e
planejamento), a decisão será então limitada à escolha do itinerário Principal e dos itinerários
Alternativos.

6) Execução
a) Montagem do Dispositivo
De acordo com o planejamento feito, cada chefe de setor deverá assumir a sua missão e distribuir o
seu pessoal, que deverá ter pleno conhecimento de sua atuação;
Especial atenção para o pessoal empenhado nos pontos críticos e pontos dominantes. Infiltração na
multidão, da Segurança Velada para sentir a reação do público em face de presença da Autoridade;
Manter sempre uma reserva em condições de reforçar os pontos necessários;
Verificar durante a montagem do dispositivo, o pleno conhecimento da missão do pessoal em apoio:
hospital, bombeiros, tropas de choque, helicóptero, etc.
b) Reconhecimento final
No dia do evento, após a montagem do dispositivo, com tempo suficiente antes da passagem da
Autoridade, as equipes Precursora e Vistoria realizam uma última inspeção no dispositivo. Etapas
equipes deverão manter contato permanente com o Chefe da Segurança para a eventualidade de
uma mudança de itinerário (se necessário)

17
AMEAÇAS

Conceito:

Etimológicamente “ameaça” deriva da palavra latina minacia. Pode significar:


1. palavra ou gesto intimidativo;
2. Promessa de castigo ou malefício;
3. Prenúncio ou indício de coisa desagradável ou temível, de desgraça, de doença.
4. Observação: Em todos os casos é algo que indica, que mostra, que anuncia ou prenuncia um
dano, uma desgraça. Não é a própria desgraça ou dano, mas seu anúncio, seu indicativo, seu sinal.

Características da Ameaça:

• A ameaça é essencialmente diferente do que ela manifesta: não é ela que provoca o temor,
mas quem o anuncia
• Só se constitui e opera na percepção daquele que é ameaçado.
• É uma representação, um sinal, uma certa disposição, gesto ou manifestação percebida com
o anúncio de uma situação não desejada ou de risco para a existência de quem percebe.
• É importante para a Segurança, pois a particularidade da ameaça é ser necessária porque
permite uma tomada de consciência das agressões potenciais, que podem se desatar num
setor ou noutro”.

Elementos que concorrem na constituição de uma ameaça:

O ameaçador: Aquele que ameaça, a fonte ou o sujeito da ameaça, quem profere, ou gesticula ou
apresenta os sinais da ameaça. O emissor do sinal que o receptor reconhece como sendo a causa
eficiente da sua intranqüilidade.
O sinal: (o referente) ameaçador, a ameaça propriamente dita, a constituição do sinal que contem o
preanuncio, os indicativos do que poderia suceder.
O sinalizado:(o referido), o representado pelo sinal, o que a ameaça representa ou sinala ou
significa; aquele estado de coisas que colocaria ao ameaçado em posição desagradável e não
desejada nem querida: o veneno, o desastre, o ataque, o enfarte, a tempestade, o atentado, o castigo,
o sofrimento, a morte.
O receptor: A unidade que recebe, percebe e interpreta o sinal de ameaça; aquele que sente ou
presente a possibilidade da constituição de um estado de coisas desagradáveis. Aquele que, a través
da decodificação do sinal, percebe a quem ameaça, o emissor, como sendo potencialmente capaz de
realizar o estado de coisas que o sinal refere. É aquele que, ante a possibilidade de ter sua
tranqüilidade alterada, de perder seu estado de segurança, ou sua existência eliminada, se sente
ameaçado, teme.
O ameaçado: o aspecto ou elemento sobre o qual recai a ameaça. Pode ser a unidade perceptiva
como um todo ou um elemento, um aspecto ou uma parte dela. A ameaça pode recair sobre o meio
ambiente o sobre os homens. Neste último caso pode recair sobre a unidade político-territorial
(nação) ou sobre um grupo social (étnico, racial, religioso, econômico) ou sobre os indivíduos
(humana).

Outros conceitos:

“Perigo” é utilizado como sinônimo de ameaça. O “perigo” pode espreitar procurando aproveitar a
surpresa, sem ameaçar. O pior dos perigos é aquele que não se anuncia, que surpreende. Um fato é
mais perigoso quanto menos ameaça, quando menos se anuncia. Podemos nos preparar, nos
resguardar do perigo, mas não da ameaça. Ela é apenas a percepção de uma manifestação.

18
O “inimigo” tampouco é uma ameaça. Carl Schmitt define o “inimigo” como “aquele que ameaça a
nossa existência”. O inimigo é o promotor da ameaça, é a unidade onde se concentra a vontade e a
intenção consciente e deliberada de nos prejudicar ou aniquilar. Ele pode nos ameaçar
explicitamente ou não, mas o pressentimos como uma ameaça à nossa existência.

“Vulnerabilidade” às vezes é confundida com “ameaça”. Do ponto de vista estratégico,


“vulnerabilidade” refere-se às deficiências ou debilidades que nos colocam em desvantagem ante
um eventual combate. A imbricação entre as vulnerabilidades e as ameaças reside na percepção
destas. Com efeito, a consciência das vulnerabilidades aumenta a sensibilidade às ameaças.

Quem Ameaça:

A maior parte das vezes a fonte das ameaças, o emissor, é uma vontade consciente e deliberada a
nos atingir e infligir um dano. São agentes, os homens, individualmente, em grupos, em
associações, em classes, organizados nacionalmente, em alianças internacionais ou coalizões
estatais que originam o sinal que ameaça. Podem ameaçar como concorrentes, como adversários ou
como inimigos. Podem ser ameaçadores na figura do Estado, de grupos societais ou de indivíduos
isoladamente. Estes atores podem operar internamente às fronteiras nacionais ou externamente,
constituindo os dois grandes grupos de inimizade: o inimigo interno e o inimigo externo, categorias
que historicamente organizaram as concepções estratégicas dos Estados.
Os Alvos da Ameaça

A unidade política (Ameaça à integridade territorial e/ou à soberania do Estado-nação) A UP é o


monopólio legítimo da força que garante a univocidade jurídica em um determinado território.
Defende a integridade territorial e a soberania interna e define o quadro institucional das relações
sociais no seu interior. Sujeito internacional, relaciona-se, no campo das relações de força, em
regime de livre concorrência com outras UP do mundo político.nGrupos societais (A identidade de
grupos societais) O ameaçado é o direito à identidade de um determinado grupo social. A identidade
pode ser racial, étnica, sexual, cultural, religiosa, profissional, etc.

A humanidade (Ameaça à segurança humana, ao bem-estar) A supervivência dos seres humanos


ou a qualidade e forma de vida é ameaçada, independentemente das afiliações políticas, de
nacionalidade, de cultura ou outras. Às vezes a segurança dos cidadãos pode ser ameaçada pelo
próprio Estado sob o argumento da segurança estatal.

O meio-ambiente Quando, deliberadamente ou não, o meio ambiente é ameaçado por acidentes na


extração, na produção, no transporte ou armazenagem de produtos que agridem ou degradam o
meio ambiente ou a biodiversidade ou por catástrofes naturais, mas também deliberadamente,
despejando na atmosfera poluentes que provocam o aquecimento global.

Os Meios da Ameaça:

1. Militares: bloqueios, zonas de exclusão, ameaça, ataque punitivo, bombardeio “preventivo”,


guerra “cirúrgica”, guerra “limitada”, guerra convencional, guerra de guerrilha, guerra nuclear, etc.;
2. Políticos:
· Internos: obstrução parlamentar, desestabilização política, campanhas de desprestigio, comissões
de inquérito, alianças eleitorais, acordos para votação, etc;
· Internacionais: Moções internacionais, alianças internacionais, frente de votação em organismos
internacionais, voto de censura, etc.

3. Econômicos: bloqueios, boicote, taxação aos produtos nacionais, chantagens, sanciones, veto ao
crédito, espionagem industrial, sabotagem comercial, etc.

19
4. Saúde Pública: epidêmicos, sanitários, etc.

Exemplos de Ameaças

Pobreza e migração: O problema surge como resultado da atração da hiperpotência sobre os


pobres. A pobreza também gera migrações internas que ameaçam colapsar as grandes cidades.

Narcotráfico: O maior consumo, que estimula o tráfico, está nos países centrais. mas estes
propõem o combate nos países periféricos, onde se encontra a produção. Propõem acabar com esses
cultivos, mas, sem substituição, a repressão gera desemprego, miséria e violência, aumentando a
tropa dos exércitos narcotraficantes.

Meio ambiente: Existe a intenção de declarar algumas regiões da Periferia patrimônio da


humanidade pelo o seu valor estratégico em relação à preservação do meio ambiente. A soberania
dos países nos que se encontram aquelas regiões é ameaçado pela interferência internacional.

Proliferação nuclear: A fabricação e estoque do armamento nuclear já não se justificam pelo


conflito Leste-Oeste, ainda assim, não diminuiu a produção.
Democracia instável: Depois de décadas, América Latina viveu uma calma política, agitada pelas
idas e vindas da institucionalização paraguaia e os paradoxos boliviano e venezuelano.

Terrorismo Internacional. Embora fenômeno muito antigo precisaram atingir o Trade Word
Center e o Pentágono para que este tema ganhasse notoriedade global e uma guerra lhe fosse
declarada.

Ameaças que justificam o uso das Forças Armadas

Ameaças externas: à integridade territorial e à soberania nacional: Os problemas


internacionais, de disputa fronteiriça, não acabaram na A. L. e o apelo à guerra não pode ser
descartada. As FA devem se manter alerta e preparadas para estas contingências ou, ao menos,
como fator dissuasório.

Ameaças internas: a ordem constitucional e a paz interior: Alguns países da região vivem
situações de beligerância interna pela disputa do monopólio legitimo da violência.

Ameaças sociais: à segurança pública: A dimensão que assumiu o crime organizado, favorecido
pela corrupção, está se transformando numa das maiores ameaças para toda A. L. Porém, não todos
os países atribuem a suas FA a missão de combater ao crime organizado. Alguns crimes assumiram
contorno transnacional, o que não justifica o emprego de FA. Se as policias não conseguem reprimir
o crime, devem ser discutidas e reorganizadas, bem treinadas e armadas, mas não substituídas pelas
FA.
Ameaças da natureza: Ultimamente, desastres naturais de dimensões catastróficas vêm assolando
A.L. como corolário de um fenômeno mundial. Terremotos, furações, inundações e grandes
incêndios colocam a prova o preparo dos Estados. Achamos que o conhecimento das FA sobre os
diferentes tipos de terrenos, sua logística, seu preparo, sua capacidade para organizar grandes
mobilizações habilitam as FA para esta função. Por outro lado, exercícios entre as FA e a sociedade
organizada pela Defesa Civil, contribuiriam para melhorar as relações entre civis e militares.

20
Aspectos Legais da Ameaça

O artigo 147 do Código Penal Brasileiro define o crime em questão como a conduta de ameaçar
alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e
grave, impondo a mesma a pena de detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Nos dias atuais, cujos índices de violência e banalização da vida se mostram crescentes, o
tratamento legal imposto a este tipo de conduta tem se revelado muito brando e complacente,
impondo, a meu sentir, a necessidade da instituição de uma reprimenda mais severa, apta a refrear
este tipo de delito.
Na verdade, trata-se de comportamento que atinge a paz de espírito da vítima e cerceia sua
liberdade, na medida em que passa a não mais se conduzir conforme a sua livre vontade, efeitos
maléficos estes que se estendem aos seus familiares e àqueles com os quais convive, os quais
também passam a ser vítimas do ato criminoso, ampliando de forma incomensurável a amplitude
dos danos que acarreta, tornando, assim, de fácil constatação o seu poder ofensivo.
A priori, conclui-se que a natureza subsidiária do delito em questão, em que a conduta, por vezes, é
absorvida pelo crime mais grave, teria tornado dispensável, aos olhos do legislador, a adoção de
uma repressão mais rigorosa a este tipo de prática.
No entanto, a mudança ocorrida no contexto social, notadamente no tocante ao aumento da
criminalidade - denotada pelo incremento do crime organizado, da violência urbana, de uma
inacreditável cultura de banalização da vida – demonstra, claramente, que o tratamento legal
atualmente em vigor se mostra inócuo e ineficaz à satisfação dos anseios da sociedade, a qual, por
óbvio, não considera razoável que o autor da ameaça de morte que se efetivou não tenha merecido,
no momento oportuno, a reprimenda legal devida e rigorosa o suficiente a esmorecer seu intento
criminoso.
De fato, entendo que o tratamento legal ora em vigor se mostra risível ao criminoso de
periculosidade reconhecida, já portador de graves antecedentes criminais, o qual, certamente, não se
intimidará com a possibilidade de ser processado e eventualmente condenado a uma pena máxima
de 06 (seis) meses de detenção.
A bem da verdade, a experiência forense ensina o aplicador a distinguir facilmente a situação de
fato em que a reprimenda prevista no artigo 147 se mostra suficiente e adequada daquela em que a
mesma se apresenta totalmente ineficaz à repressão do delito.
Na primeira hipótese, estão as proferidas por ocasião de mero acirramento de ânimos, por pessoas
destituídas de índole criminosa, no calor da discussão. Facilmente reconhecíveis já que praticadas
por pessoas sem antecedentes criminais e onde se constata, de logo, a ocasionalidade da prática.
De outra sorte, verifica-se igualmente o delito que é cometido pelo agressor doméstico contumaz ou
pelo criminoso portador de graves antecedentes criminais, cuja ameaça perpetrada se mostra idônea,
não se mostrando a pena cominada hábil a reprimir a intenção delituosa previamente anunciada.
De fato, a pena imposta ao delito em questão, de 01 (um) a 06 (seis) meses de detenção, submete o
delito em questão à competência jurisdicional dos Juizados Especiais Criminais, mediante ação
penal pública condicionada à representação, a qual poderá ser ofertada no prazo de até 06 (seis)
meses a partir da data em que vier a saber quem é o autor do crime, cabendo salientar, ainda, que
nesse aspecto, tem-se adotado o posicionamento pela contagem do prazo a partir da realização da
audiência preliminar, de forma a evitar prejuízo ao direito da vítima, uma vez que a lei impõe este
momento como o oportuno para o oferecimento da representação.
A complacência da lei com o autor deste tipo de infração, por vezes, coloca o magistrado, bem
como o promotor de justiça atuantes no feito, em situação de absoluta e insuportável impotência em
face da situação de perigo iminente e real em que se encontra a vítima, uma vez que, tratando-se de
delito sob a competência dos Juizados Especiais Criminais, descabida se mostra, em regra geral, a
decretação de prisão temporária ou preventiva, como também não existe amparo legal para a adoção

21
de medidas de proteção às vítimas, de forma a possibilitar uma maior resguardo da incolumidade
física destas, as quais ficam inteiramente à mercê da índole criminosa do acusado.
E mesmo quando este se encontra custodiado, em razão do cometimento de outros crimes, ainda
não há razão para que a vítima respire aliviada, eis que, é publica e notória a extensão da rede
criminosa que atende prontamente ao comando dos líderes encarcerados.
A sensação de impotência do aplicador novamente se apresenta, com a mesma intensidade, quando
o acusado compartilha do convívio diário da vítima ou tem estreito acesso à esta, como no caso do
agressor doméstico.
Geralmente dotado de valores deturpados no que se refere á afeição e sentimentos de afeto, bem
como imbuído de extremo conceito machista que lhe outorga, aos seus olhos, a condição de
proprietário da vítima – geralmente esposa ou ex-esposa – acredita, piamente, ser detentor do poder
de vida e morte sobre aquela, não admitindo qualquer manifestação que seja de vontade própria ou
independência, de logo reprimida pela ameaça de morte, a qual, infelizmente, por vezes se
concretiza, sem a adoção de quaisquer providências cautelares necessárias, por inexistência de
amparo legal que as autorizassem.
Que o tratamento legal em vigor se mostra ineficaz e imprestável à repressão do delito é evidente,
como também a necessidade de uma inovação legal apta a imprimir um tratamento mais rigoroso a
todo aquele que o comete, incentivado pela brandura da reprimenda imposta.
Mas, em vista das circunstâncias acima aludidas, qual seria a solução a ser adotada para minorar
esse sentimento de impunidade e impotência reinante no tocante ao delito em questão?
A criação de uma espécie de situação agravante que majorasse a pena imposta, abrangidas as
situações de fato acima aludidas, não se afigura como a solução esperada eis que estas
circunstâncias majorantes da pena não podem eleva-la além do máximo penal abstrato, segundo
leciona Damásio de Jesus. (Código Penal Anotado, Ed. SARAIVA, pág. 164)
Igualmente, a criação de um delito de ameaça qualificado, com a conseqüente majoração da pena,
nas hipóteses mencionadas - sem prejuízo de outras que o legislador entendesse oportunas -
acarretando a conseqüente exclusão da competência dos Juizados Especiais Criminais, para
processo e julgamento do delito, nestes casos, poderia ser uma das soluções adotadas pelo
legislador, eis que o juiz condutor do feito na Justiça Comum teria ao seu dispor a possibilidade de
adotar as medidas cautelares possíveis e outras que poderiam ser adotadas pela lei de forma a tornar
eficaz a proteção estatal à vítima.
O que ora se defende é a implementação de medidas efetivas de combate ao delito de ameaça, cujo
tratamento atual não ostenta a eficácia necessária e desejada, iniciando-se pela devida alteração do
texto legal, mediante processo legislativo ordinário, de forma a possibilitar aos aplicadores da lei a
adoção de medidas repressivas mais contundentes, aptas a atender aos anseios da sociedade.

22

S-ar putea să vă placă și