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Teorias da Abordagem Sociopsicológica da Violência e do Crime e sua relação

com o filme “O Homem do Ano”

I.TEORIA DO MODELO ECOLÓGICO

A Teoria do Modelo Ecológico, ou da Desorganização Social, é a teoria


através da qual demonstrou-se que fatores como o contexto social em que o
indivíduo está inserido podem influenciar diretamente na formatação da prática e da
cultura criminal.
No estudo dessa teoria é observada a desorganização social ou espacial por
trás do criminoso. A desorganização social caracteriza-se pela incapacidade da
comunidade em criar uma identidade coletiva e manter um efetivo controle social. Tal
desorganização também pode ser verificada quando as normas sociais perdem a
influência sobre o comportamento dos indivíduos.
Já a desorganização espacial caracteriza-se pelas as características físicas
do ambiente observando-se a precariedade ou não dos prédios e ruas, a existência
de lotes vagos etc. É importante ressaltar que a delinquência apresenta maior
recorrência nos centros urbanos, fator este ligado diretamente à desorganização do
tecido social nesses locais. Fatores influentes presentes na estrutura social, como
por exemplo, o desemprego, também são incluídos nos estudos sobre a
criminalidade.
Deste modo, a desorganização social, caracterizada precipuamente pela
ausência de controles sociais informais e senso de coletividade, está diretamente
ligada ao nascimento da criminalidade.
É possível traçar um paralelo da teoria abordada acima com o filme “O
Homem do Ano” ao analisar os contextos social e espacial presentes na obra. No
filme é nítida a crescente violência no centro urbano retratato, fato que é exposto
pelo Dr. Carvalho (Jorge Dória) a Maiquel (Murilo Benício ) na primeira vez que este
vai ao seu consultório. A clara incapacidade do Estado em fornecer segurança aos
cidadãos, aliado à perda de influência das normas sociais sobre o comportamento
dos indivíduos, resultam no aumento direto da criminalidade. O aumento da
criminalidade incentiva que os cidadãos recorram a meios particulares de
segurança, como carros blindados, muros com cacos de vidro etc.
Na obra, Dr. Carvalho e seus amigos, contratam os serviços de Maiquel, que
passa a executar indivíduos delinquentes a mando da burguesia, como forma de
garantir a segurança e justiça social para estes. Ao longo do filme é possível notar
que os alvos de Maiquel, ladrões como Neno (Marcelo Biju), e estupradores como
Ezequiel, residem em áreas de baixa renda, com clara desorganização espacial e
social, fatores estes que, conforme a Teoria do Modelo Ecológico, contribuem
diretamente para o surgimento da criminalidade.
Portanto, é possível verificar que a clara desorganização do tecido social é
fator decisivo para o ciclo de crimes que ocorrem no decorrer da obra.

II.TEORIA DA ANOMIA

A Teoria da Anomia, criada por Robert King Merton (1938), caracteriza-se


pela ausência de normas, ausência de ordem, e por vezes ausência de valores
sociais. A ordem e as normas, em conjunto aos valores sociais são o que garantem
a coesão social. A ausência desses fatores acarreta a perda da integração dos
indivíduos no grupo social, o que consequentemente gera elevadas taxas de
criminalidade.
A presente teoria define como motivação para as práticas criminosas a
frustração do indivíduo em atingir suas aspirações. O fato de que seus objetivos
apresentam-se demasiadamente distantes de sua realidade leva o indivíduo a
buscar meios alternativos e criminosos para atingir suas aspirações.
Depreende-se com a obra “O Homem do Ano” que os crimes cometidos por
Maiquel possuem como fatores primordiais a ausência de ordem e valores sociais. A
ordem está diretamente ligada aos meios de coerção estatais e a segurança publica,
que se mostram falhos no filme, como afirma Dr. Carvalho em sua casa: “A polícia é
incompetente, a polícia é corrupta. Não se pode esperar nada da polícia”.
A crescente violência provoca uma distorção dos valores sociais, fazendo
com que os indivíduos busquem a proteção de seus interesses indiviuais acima de
tudo. Os comerciantes, visando o próprio benefício, convencem Maiquel de que é
certo matar pessoas como forma de proteção particular, lhe oferecendo dinheiro
para isso. O protagonista vê naquele momento uma oportunidade de ascensão na
vida, pois receberia dinheiro para agir como “justiceiro social”, e passa a aceitar os
trabalhos.
Destarte, a falta de ordem, caracterizada pela impunidade de seus atos, bem
como a distorção dos valores sociais, levam Maiquel a cometer diversos homicídios
a mando da burguesia.

III. TEORIA DO APRENDIZADO (ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL)

Segundo a Teoria do Aprendizado, ou Associação diferencial o delito é


aprendido pelo indivíduo no grupo social em que encontra-se inserido, havendo um
padrão ou imitação do comportamento criminoso observado.
Segundo essa teoria, um padrão de comportamento pode ser aprendido,
seja ele virtuoso ou criminoso, e será assimilado de acordo com o contato que o
indivíduo tem com esse comportamento.
No texto “ABORDAGEM PSICO-SOCIAL DO CRIME E DA VIOLÊNCIA”
presente no material da aula ministrada na data de 04/05, são enumerados, dentre
outros, os seguintes fatores relacionados ao comportamento criminoso:
• Uma contribuição decisiva das relações íntimas e contatos interpessoais que
mostram o caminho do crime;
• São contatos duradouros, por meio dos quais se aprende e se comunica,
sistematicamente, as técnicas criminais;
• Um estágio social em que argumentos favoráveis ao descumprimento das leis
são mais fortes que os argumentos desfavoráveis;
• Um processo de comunicação ativo, por meio do qual se aprendem as
técnicas criminais.
Na obra “O Homem do Ano” é possível relacionar a aplicação da Teoria do
Aprendizado no padrão de comportamento criminoso apresentado dentro da força
policial, sendo possível observar que a corrupção está presente desde os mais
baixos escalões até os mais altos, e é tratada como algo trivial. Por exemplo, no
início do filme Maiquel, que havia matado Suel (Wagner Moura) na noite anterior,
está sentado no bar, momento em que policiais chegam e o parabenizam por ter
cometido um homicídio, claramente por ser de interesse dos policiais a execução do
conhecido bandido Suel. Os agentes policiais estão totalmente cientes do crime
cometido por Maiquel, porém, o crime não é sequer investigado ou processado
como determinam as leis, demonstrando que naquele contexto a justiça é corruptível
em determinadas situações.
Em outra cena, o Delegado Santana (Carlo Mossy), propõe à Maiquel um
esquema que consiste na criação de uma firma de vigilância patrimonial de fachada,
para efetuar execuções em interesse da burguesia. O Delegado agia de modo
oculto, mascarando e protegendo o esquema para seu próprio benefício, sendo este
outro exemplo capaz de demonstrar a corrupção institucionalizada na polícia.

IV. TEORIA DAS ABORDAGENS DE ATIVIDADES ROTINEIRAS

A Teoria das Abordagens de Atividades Rotineiras desenvolvida por


Lawrence E. Cohen e Marcus Felson (1979) sustentam que para o acontecimento de
um fato criminoso são necessários três requisitos: Ofensor motivado; alvo
disponível; e, ausência de guardiões. Ressalta-se que o alvo disponível não é
necessariamente uma vítima, podendo ser um objeto de valor. Os guardiões não
dizem respeito apenas aos agentes do Estado, podendo estes serem igualmente
mecanismos de controle social informais. E a motivação do ofensor pode
apresentar-se de diversas maneiras.
Portanto, segundo essa teoria, para que o crime ocorra é necessário a
convergencia no tempo e espaço dos três fatores citados, criando a oportunidade
para que o ato delituoso seja praticado.
A Teoria das Abordagens de Atividades Rotineiras pode ser observada no
filme “O Homem do Ano”, no momento em que Maiquel mata Suel. Maiquel era um
homem claramente insatisfeito com sua vida, e ao perder uma aposta se vê obrigado
a pintar o cabelo de loiro. A imagem de um “novo Maiquel” o incentiva a ser uma
nova pessoa, e passa a adotar uma postura mais confiante, convidando a dona do
salão, Cledir (Cláudia Abreu), para um encontro.
Antes de ir para algum lugar com Cledir, Maiquel decide ir até o bar do
Gonzaga provar ao seu primo Robinson (Perfeito Fortuna) que havia cumprido a
aposta, e pintado seu cabelo de loiro. Chegando no bar, Maiquel é provocado por
Suel, que debocha do seu cabelo. O protagonista ao ser ridicularizado na frente dos
amigos e de Cledir adota uma postura agressiva e imprudente, e discute com Suel, o
que resulta em um desafio feito para resolverem a situação no dia seguinte. No dia
seguinte Maiquel vai ao local combinado e espera Suel, que após muito tempo
passa pelo local com sua namorada, e provoca Maiquel, que acaba disparando
contra Suel e o mata.
Assim, verifica-se a convergência dos três fatores: Maiquel, o agressor que
encontrava-se motivado a cometer o crime, por ego, pelo desafio feito pela vítima, e
por outras razões pessoais; Suel, alvo disponível que andava displicentemente pela
rua, aparentemente desarmado, e não agiu para se defender face a situação; e, a
clara a ausência de guardiões no local.

Ficha Técnica:
O HOMEM DO ANO
BRASIL, 2003
Duração: 105 minutos
Companhias Produtoras: Conspiração Filmes; Warner Brothers Pictures;
Estudiosmega; Megacolor
Direção: José Henrique Fonseca
Produção: Beto Bruno
Intérpretes: Murílio Benício; Cláudia Abreu; Natalia Lage; Jorge Dória e outros
Roteiro: Rubem Fonseca
Música: Dado Villa-Lobos
Baseado no livro “O matador” de Patricia Melo

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