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Sermão de Santo António aos Peixes

Resumo

O sermão foi proferido em São Luís do Maranhão em 13 de junho


de1654, dia de Santo António e três dias antes da partida de Vieira para
Portugal, onde pretendia interceder a favor dos índios diante as
autoridades portuguesas. O sermão é construído em forma de alegoria,
dirige-se aos peixes mas, na verdade, fala aos homens.

O texto está dividido em seis capítulos. A primeira delas é o exórdio, ou


introdução, na qual faz o chamamento "Vós sois o sal da terra". Os
pregadores são o sal da terra, cabendo ao sal impedir a corrupção. Mas
na terra não lhes dão ouvidos, por isso voltam-se para o mar, onde estão
os peixes. Há também a invocação da Virgem Maria.

Nas partes II a V temos o desenvolvimento do sermão. António Vieira


exalta as qualidades dos peixes, como obediência, e repreende os vícios,
como a soberba e o oportunismo. Deve-se destacar, ainda, nos capítulos
2 a 5 a citação de diversos tipos de peixes. As virtudes são descritas nos
peixes de Tobias, Rémora, Torpedo e Quatro-Olhos. Já os defeitos
estão nos seguintes peixes: Roncadores, Pegadores, Voadores e no
Polvo. O principal defeito apontado é a voracidade, já que os peixes
devoram uns aos outros, e, pior ainda, os maiores devoram os menores.

A última parte é a peroração, ou conclusão, na qual Vieira exalta os


peixes que, por sua natureza, não podem ser sacrificados vivos a Deus e
sacrificam-se então, em respeito e reverência. Confessando-se pecador,
o orador se despede com uma oração de louvor a Deus.

Contexto
Autor:
António Vieira é o maior representante da prosa barroca no Brasil e
o maior orador sacro do Brasil-Colónia. Nascido em Portugal, veio
para o Brasil ainda em criança e estudou no Colégio dos Jesuítas,
em Salvador.

Importância do livro:
Os sermões do Padre Vieira são o melhor exemplo do Barroco
Conceptista no Brasil. São textos que usam a retórica, com jogos de
ideias e palavras, para convencer os leitores (no caso, os
assistentes) pelo raciocínio, mais que pela emoção. No Sermão de
Santo António aos Peixes, além de exaltar a necessidade da
pregação, Vieira usa alegoria dos peixes para criticar a exploração
do homem pelo homem e, mais especificamente, para condenar a
escravidão indígena.

Período histórico:
Na época em que o sermão foi escrito, 1654, Padre António Vieira
lutava contra a escravidão indígena e contra a exploração
portuguesa. Logo depois do sermão, o Padre foi para Portugal
interceder pelo índios.

Análise

Os sermões de Vieira são textos que chamam a atenção, tanto pela


forma como pelo conteúdo. Nascido em Portugal, mas criado no Brasil
desde os 6 anos de idade, Vieira experimentou a efervescência política
do Brasil-Colónia e da corte portuguesa. O seu estilo literário é
essencialmente barroco:
Longos períodos construídos com o uso intensivo de figuras de
estilo
• Metáforas
• Antíteses
• Entre outras…, formando um discurso altamente
persuasivo, com intuito de convencer o ouvinte pelo
raciocínio e pela razão.

No Sermão de Santo António aos Peixes, Vieira junta a sua devoção ao


santo à preocupação que o levaria, dias depois da pregação, a fugir
secretamente para Portugal: a questão da escravidão e dos maus tratos
contra indígenas.

A alegoria e a ironia são a chave de um discurso argumentativo que


quer levar o ouvinte à reflexão. Ao mesmo tempo, a saudação inicial
"Vós sois o sal da terra" é um chamamento à participação ativa na
sociedade.

A discussão sobre as virtudes e os vícios humanos passa


necessariamente por uma preocupação social. A ideia de que os peixes
maiores comem os peixes menores, ou seja, que a grandeza de cada um
na sociedade tem valor relativo, surge espantosamente à frente do seu
tempo. Em plena era mercantil, o texto de Vieira, por meio da alegoria,
desvenda para os colonos do Maranhão a realidade da competição
proto capitalista: são peixe grandes na colónia, pois escravizam os
nativos, que consideram inferiores, porém, uma vez na metrópole,
serviriam de alimento para outros peixes maiores, contra os quais não
teriam defesa.

Portanto, o texto de Vieira, datado do século XVII, traz para nós uma
inquietante contemporaneidade, pois os seus temas principais são a
ganância humana e a corrupção da sociedade, assuntos mais do que
presentes no nosso quotidiano. Por meio de sua linguagem finamente
elaborada, Vieira faz-nos refletir sobre os desafios da sociedade do seu
tempo, ajudando-nos, também, a pensar sobre a nossa realidade.

+ Resumos da obra
Sermão

- Discurso religiosos que se integra na chama oratória (arte de discursar em público).

- Exórdio - momento em que o orador expõe:- o plano/assunto do sermão que pretende


defender a partir de um conceito predicável. Pretende alcançar a benevolência, a simpatia e a
atenção dos ouvintes. Termina com uma invocação a Deus ou à Virgem.

- Exposição: faz parte do desenvolvimento do sermão e constitui o momento que faz a


contextualização do assunto do sermão.

- Confirmação: também faz parte do desenvolvimento do sermão e constitui o momento de


comprovação ou demonstração das afirmações do orador. O desenvolvimento do seu
pensamento faz-se por meio de dois tipos de argumentos: de autoridade e baseados em
exemplos.

- Peroração: destinada à recapitulação da essência do que se disse. É a última oportunidade que


o orador tem para impressiona, convencer e influenciar o auditório recorrendo aos melhores
argumentos.

- No sermão de Santo António aos peixes, o exórdio ocupa o capítulo I. A exposição e a


confirmação ocorrem nos capítulos II, III, IV, V. A peroração é no 6º capítulo.

Sermão de Santo António aos peixes

- Pregado em S. Luís do Maranhão, a 13 de Junho de 1654, três dias antes de ter embarcado
ocultamente para Lisboa com o fim de solicitar ‘’o remédio da salvação aos índios…’’

- O sermão é alegórico porque o autor ilustra determinados conceitos abstractos como vícios
dos homens, recorrendo aos peixes.

Capítulo I – Exórdio

- Conceito predicável: Vós sóis o sal da terra

- doutrina: os bons ensinamentos/fé/almas puras; terra: ouvintes/homens; sal:


pregadores/doutrina.

- O sal evita a corrupção, mas a terra está corrompida.

- Tal como o sal impede a corrupção da matéria, os pregadores devem impedir a corrupção das
almas. O sal tem a função de conservar, preservar, livrar da corrupção, tal como os pregadores
têm objectivo de catequizar, salvar as pessoas, mantendo-as ‘’saudáveis’’, não em termos
físicos mas psicológicos, emocionais e comportamentais.

- Apesar de haver muitos pregadores a terra está corrupta, logo o sal (os pregadores), não está
a cumprir a sua função de impedir que a terra se corrompa.

- A corrupção pode ser da responsabilidade dos pregadores por não pregarem a verdadeira
doutrina, não viverem de acordo com aquilo que pregam ou por se pregarem a si mesmos. Por
outro lado, pode ser da responsabilidade dos ouvintes por não ouvirem a pregação, preferirem
imitar a vida dos pregadores e não a pregação ou ainda por cederem apenas aos seus apetites.

- Aos pregadores que não pregam e aos ouvintes que não querem ouvir a palavra de Deus deve-
se deitá-los fora, desprezá-los, pisá-los: ‘’lançá-lo fora como inútil, para que seja pisado de
todos.’’

- O sermão começa com o conceito predicável ‘’vós sois o sal da terra’’. O sal são os pregadores
que devem impedir a corrupção da terra. Mas a terra está tão corrupta, apesar de haver muitos
pregadores, eles não estão a cumprir o seu dever ou a terra não as está a ouvir.

- À semelhança, Santo António, também pregou aos habitantes de Arimino que não o quiseram
ouvir. Deixou-os e foi pregar para junto do mar aos peixes. Comemorando o dia de Santo
António, o Padre António Vieira quer seguir o seu exemplo, e afirma ir também ele pregar aos
peixes.
- Tal como as palavras de Santo António não eram ouvidas em Arimino, também as palavras do
Padre António Vieira não têm sido escutadas naquela terra (Brasil).

- A grande intenção de Vieira é pregar aos colonos do Maranhão que possuíam e exploravam os
escravos e os índios.

- O orador pede a Maria a costumada graça para expor o assunto do sermão.

- O sermão de Santo António aos peixes foi pregado em S. Luis do Maranhão no dia de Santo
António.

- Todo o sermão é uma alegoria, porque os peixes são a personificação dos homens.

- Vieira dirige-se aos moradores do Maranhão, o sal são os pregadores e a terra os ouvintes.

- A palavra de Deus não está a fazer fruto. Os culpados tanto podem ser os pregadores com os
ouvintes.

Capítulo II – Louvores dos peixes em geral (exposição)

- Todo o primeiro parágrafo é irónico, pois tudo o que é dito significa o seu contrário. É um
sermão dirigido aos homens em que os peixes são as figuras de destaque. É um jogo irónico de
troca homens/peixes.

- As duas propriedades do sal são preservar o são e impedir que se corrompa.

- O sermão vai louvar o bem que os peixes fazem (as virtudes) e repreender o mal (os vícios).
Assim, será dividido em duas partes: a primeira, os louvores das virtudes; a segunda, as
repreensões dos vícios.

- As qualidades dos peixes louvados neste capítulo são: foram as primeiras criaturas a ser
criadas por Deus; as criaturas mais numerosas e maiores; são bons ouvintes e obedientes; são
melhores do que os homens; não se domam nem domesticam (vivem livres e puros longe dos
homens).

- Os homens são acusados de se deixarem levar pelas vaidades; serem piores do que os peixes
(ex. o caso de Santo António e o de Jonas); apesar de inteligentes, actuam irracionalmente
como feras; corrompem quem viver perto deles.

- A partir do Capítulo II, todo o texto é uma alegoria porque Vieira dirige-se aos peixes
querendo atingir os homens.

- As duas propriedades do sal são: preservar o são e impedir que se corrompa.

- Os peixes como ouvintes, representam duas qualidades: não falam e ouvem, no entanto, não
podem ser convertidos, o que entristece o pregador.

- Os homens recusam ouvir a palavra de Deus e os peixes acorreram a ouvi-la. Todos os animais
se podem domesticar, os peixes vivem em liberdade.

Capítulo III – Louvores de peixes em particular (fim da exposição, início da confirmação)


- O primeiro peixe a ser mencionado é o ‘’peixe de Tobias’’ que tem o poder de curar a cegueira
e expulsar o mal.

- Depois de falar do ‘’peixe de Tobias’’ e das suas qualidades, o orador regressa ao exemplo de
Santo António, que segundo ele, também tinha qualidades curativas para a cegueira dos
homens. Mas os pecadores não o entendem e atacam-no.

- Vieiras segue o exemplo de Santo António e da mesma forma, prega aos moradores do
Maranhão e incentiva-os a verem as suas entranhas (porque elas curam a cegueira e o pecado).

- No último parágrafo, o orador apela aos peixes no sentido de crescerem e se multiplicarem,


porque são o sustento dos pobres. Como em muitos outros momentos do sermão, Vieira
coloca-se do lado dos pobres.

- O primeiro peixe a ser louvado é o peixe de Tobias pois o seu fel era bom para curar a cegueira
e o coração afastava os demónios. Este é comparado com Santo António porque o seu fel e o
coração eram como a palavra de Deus.

- O segundo peixe é a rémora que tem como virtudes força para impedir que o navio navegue à
sua vontade. O poder deste peixe é comparado à palavra de Santo António.

- O terceiro peixe é o torpedo que possui uma qualidade que faz tremer o pescador. Vieira
desejava que existissem na terra para fazer tremer os pecadores.

- O último peixe a ser louvado é o quatro-olhos porque na realidade tem quatro olhos uns
virados para cima e outros para baixo. Assim, pode estar atento aos perigos que vêm do céu e
do mar. Vieira lamenta tanta abundância daquele instrumento nos peixes e tanta cegueira nos
homens. Este peixe ensinou ao pregador que só devemos olhar para o céu e inferno porque se
olharmos para os lados vemos vaidade terrena.

Capítulo IV - Repreensão dos peixes em geral (confirmação)

- As repreensões aos peixes vão ser feitas como objectivo se não for de corrigir, ao menos que
seja, de perturbar.

- O grande defeito dos peixes é comerem-se uns aos outros. Este defeito agrava-se quando os
grandes comem os pequenos, por isso, para alimentar um grande são precisos muitos
pequenos.

- Desde o início do sermão que o pregador prega aos peixes apontando-lhes os seus vícios e
virtudes. Agora, ao falar-lhes dos vícios, aponta-lhes como o exemplo os vícios dos homens.
Ora, considerando a alegoria do sermão – os peixes são a representação dos homens que Vieira
utiliza indirectamente para os poder criticar – é interessante, nesta parte, a forma hábil como
fala directamente aos homens dos seus vícios (inversão peixes/homens).

- Sabendo que o grande defeito dos homens é comerem-se uns aos outros e tendo em conta
que os colonos pensariam imediatamente nos rituais antropófagos dos índios, o orador afirma
que está a referir-se aos brancos, pois ‘’muito mais se comem os brancos’’.

- Os defeitos apontados são a ignorância e a cegueira originadas pela riqueza.


- Os moradores do Maranhão são atraídos pelos comerciantes que vendem tecidos vindos de
Portugal. Aliciados pela vaidade, endividam-se sendo todo o trabalho de uma vida levado.

Capítulo V – Repreensão dos peixes em particular (confirmação)

- Os Roncadores têm como defeitos a soberba e o orgulho. Os argumentos utilizados pelo


Padre António Vieira são os seguintes: estes peixes são pequenos, mas têm muita língua; e são
facilmente pescados. Refere ainda que os peixes grandes têm pouca língua e que os
Roncadores têm muita arrogância e pouca firmeza. Enquanto que Santo António, tendo tanto
saber e poder, nunca se orgulhou disso, antes se calou.

- Os Pegadores têm como defeito o parasitismo. Os argumentos utilizados pelo Padre António
Vieira são: os Pegadores vivem na dependência dos grandes e morrem com eles; os grandes
morrem porque comeram, os pequenos morrem sem terem comido.

- Os Voadores são presunçosos e ambiciosos. Os argumentos utilizados pelo Padre António


Vieira são que estes foram criados peixes e não aves, são pescados como peixes e caçados
como aves e morrem queimados.

- O Polvo é traidor e enganador. Este ataca sempre através de emboscada. O Polvo tem uma
aparência enganosa, aparenta ser monge, estrela, brandura e mansidão; mas é o maior traidor
do mar.

- O orador critica todos estes peixes. Aos roncadores, que lhe provocam riso e ira, aconselha-os
a medirem-se e verem como são ridículos, e sem fundamento a sua arrogância. Aconselha-os a
calar e a imitar Santo António. Aos pegadores aconselha a não se colarem aos grandes, pois
quando um grande morre arrasta consigo os pegadores. Aconselha cada homem a seguir o seu
caminho dizendo que os oportunistas, que vivem colados aos poderosos, acabam por ser
arrastados quando estes caem. Aos voadores aconselha a imitarem Santo António e a não
quererem ser mais do que são.

- Na sua verdadeira essência, o polvo é um traidor, o maior traidor do mar, porque se esconde,
mudando de cor, para com a malícia e mentira, atacar.
Peixes
Objetivos da Eloquência (Docere, Delectare, Movere)

O sermão seiscentista, cujo objetivo principal é levar os fiéis a reconhecerem os seus erros e a
alterarem comportamentos, apresenta também uma importante componente lúdica.

O serão obedece, então, a três grandes objetivos:


• Docere (educar/ensinar) - função pedagógica, muitas vezes conseguida através de citações
bíblicas e de autores da Igreja ou de obras clássicas.
• Delectare (agradar) - função estética, concretizada através de um discurso rico em recursos
expressivos, como a alegoria, metáfora, comparação, ou a antítese, enumeração,
gradação….
• Movere (persuadir, levar à adoção de determinados comportamentos) - função crítica e
moralizadora, baseada numa argumentação bem contruída, recorrendo a argumentos de
autoridade, como exemplos bíblicos, e a um discurso apelativo, repleto de recursos como a
apóstrofe, a interrogação retórica, as frases exclamativas e imperativas.

O sermão, enquanto discurso de carácter religioso, é uma das armas fundamentais da


Contrarreforma.

Intenção persuasiva e exemplaridade

A linguagem de Vieira consegue, pela sua clareza, ser convincente e atingir públicos diversificados,
afastando-se, por conseguinte, do estilo demasiado obscuro dos pregadores seus
contemporâneos, cuja pregação se revela ineficaz.

No caso do Sermão de Santo António, Padre António Vieira, vai censurar o comportamento dos
colonos portugueses no Maranhão e defender os direitos dos índios. Apresenta, assim, uma
intenção persuasiva, procurando convencer o seu público a mudar o comportamento.

A crítica social será feita através de uma alegoria, recorrendo ao exemplo de Santo António, que,
face à revolta dos habitantes de Arimino, em Itália, que não queriam ver os seus pecados
expostos, optou por pregar os peixes, que o escutaram, ando origem a um dos seus milagres.

No dia em que se celebrava este santo, Vieira dirige, alegoricamente, o seu sermão aos peixes,
servindo-se dos seus defeitos e virtudes para denunciar os pecados dos homens.

Visão global do sermão

Exórdio (ou introito) - Capítulo I


Corresponde à apresentação do tema e captação da atenção do público - captatio
benevoletiae-, do ponto de vista do pregador e da forma como irá defendê-lo.

Conteúdos temáticos:
• Conceito predicável - "Vos estis sal terrae" ("Vós sois o sal da terra")
• Exploração do tema a partir da metáfora do sal - ("Santo António foi…")
• Elogio a Santo António como modelo a seguir
• Invocação à Virgem Maria no final do capítulo - "Ave-Maria"

Exposição e Confirmação - Capítulos II, III, IV e V


Corresponde à apresentação pormenorizada a desenvolver e defesa da tese através de
argumentos inquestionáveis.
• Capítulo II (Exposição)- Louvores aos peixes em geral
• Capítulo III (Confirmação)- Louvores aos peixes em particular: Peixe de Tobias,
Rémora, Torpedo e Quatro-Olhos
• Capítulo IV (Exposição)- Repreensões aos peixes em geral: denúncia de casos de
antropofagia social
• Capítulo V (Confirmação)- Repreensões aos peixes em particular: Roncadores,
Pegadores, Voadores e Polvo

Peroração - Capítulo VI
Corresponde à síntese do que foi desenvolvido e utilização de um desfecho forte para
impressionar o auditório (conclusão com uma última advertência aos peixes; retrato do
Padre António como pecador; hino de louvor).

"Com esta última advertência vos despido, ou me despido de vós, meus peixes. E para que
vades consolados do sermão, que não sei quanto ouvireis outro, quero-vos aliviar de uma
desconsolação mui antiga, com que todos ficastes desde o tempo em que se publicou o
Levítico."

• Apelo aos ouvintes numa última advertência aos peixes (cf. "Peixes, dai muitas graças
a Deus de vos livrar deste perigo [...]")
• Retrato dele próprio como pecador
• Hino de louvor a Deus (cf. Repetição anafórica "Louvai a Deus")

O Sermão de Santo António, de Padre António Vieira, é um discurso longo, tendo sido criado com
a finalidade de ser pregado. Não sendo fácil manter um auditório atento durante tanto tempo,
compreende-se a necessidade de recorrer a um conjunto de artifícios que, valendo-se do uso de
variações de intensidade e inflexão da voz, asseguram, na perfeição, a verificação permanente de
que a assistência está condições de continuar a ouvir atentamente o sermão.

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