Sunteți pe pagina 1din 435

Julio Colomer, S.J.

El Hijo os dará la libertad


Ejercicios Espirituales de ocho días

Ediciones
Q u e d a prohibida, salvo excepción prevista en la ley, cualquier forma de repro-
d u c c i ó n , distribución, c o m u n i c a c i ó n pública y transformación de esta obra sin
contar con la autorización de los titulares de propiedad intelectual. La infracción
de los derechos mencionada puede ser constitutiva de delito contra la propiedad
intelectual (art. 270 y ss. del Código Penal). El Centro Español de Derechos Re-
prográficos (www.cedro.org) vela por el respeto de los citados derechos.

Portada: Alvaro Sánchez

Julio Colomer, S.J.


2004 Ediciones Mensajero, S . A . U . - Sancho de Azpeitia, 2 - 48014 Bilbao.
E-mail: mensajero@mensajero.com
W e b : http://www.mensajero.com
I S B N : 84-271-2657-3
Depósito Legal: BI-2892-04
Printed in Spain

Impreso e n : R . G . M . el. Aita Larramendi, 4 - 48012 Bilbao


A mis c o m p a ñ e r o s jesuítas

José Antonio García


José Ignacio González Faus
Florencio Segura (t)
Los tres están m u y presentes e n estas páginas
ÍNDICE

Aviso para navegantes 11

I. M E D I T A C I O N E S Y C O N T E M P L A C I O N E S

ENTRADA

1. Versos para empezar 17

P R I M E R DÍA

2. Dios, lo primero y lo último (Principio y Fundamento) 27


3. Manifiesto de la libertad gozosa («Indiferencia», disponibi-
lidad) 43

S E G U N D O DÍA

4. La misericordia del Señor 59


5. El Dios de la fidelidad (Pecados propios) 75

TERCER DÍA

6. La llamada (amiga, libre, seductora, misionera, soñadora) (Pa-


rábola del Rey) 91
7. La encarnación (Contemplación de los cuatro «síes») 113
8. En torno a los ¡conos del nacimiento y de la infancia de Jesús . 127
9. La «vida oculta» en Nazaret 137

C U A R T O DÍA

10. El mensaje de Jesús («Abbá», «Reino») 153


1 1 . El estilo de Jesús (libertad, oración, ternura, gozo) 1 71

9
CONTENIDO

Q U I N T O DÍA

12. Las tentaciones de Jesús y nuestras tentaciones («Las dos ban-


deras», «Tres tipos de hombres») 191
13. El conflicto en la vida de Jesús y en la nuestra («Las dos ban-
deras», «Tres maneras de humildad» o de amor) 213

S E X T O DÍA

14. Introducción a la contemplación de los misterios de la Pasión 233


15. La Eucaristía (memoria, alianza, servicio, esperanza) 239
16. Los relatos de la Pasión 251
1 7. Las manos atadas de Jesús 261

S É P T I M O DÍA

18. La muerte de Jesús 271


19. Introducción a los misterios de la Resurrección 291
20. La Resurrección del Señor (gozo, reconocimiento transforma-
dor, proclamación, compromiso) 295

O C T A V O DÍA

2 1 . El Espíritu consolador 315


22. La mochila del peregrino (contemplativos en nuestro caminar) 331

II. I N S T R U C C I O N E S Y C H A R L A S

23. El «tiempo» de los Ejercicios (Reflexión sobre las «Anotacio-


nes» ignacianas) 347
24. El Espíritu, memoria e imaginación de Jesús 363
25. El rostro de la fe, hoy 377
26. Tres maneras de humildad (o amor) 391
27. La comunidad de los convocados 41 5
28. Encontrar a Dios en la vida 431
29:Contemplación para alcanzar humor 451

10
AVISO PARA NAVEGANTES

Estas p á g i n a s no p r e t e n d e n ser un estudio t e ó r i c o sobre los


Ejercicios Espirituales. S u objetivo es más m o d e s t o y más p r á c t i c o .
S e n c i l l a m e n t e , q u i e r e n ser una a y u d a para las personas q u e d e -
seen h a c e r unos Ejercicios d e o c h o (o d i e z días), o f r e c i é n d o l e s m a -
teriales para la m e d i t a c i ó n d u r a n t e esos días. T a m p o c o d e s c a r t a n
q u e p u e d a n servir d e i n s p i r a c i ó n al q u e da o se prepara para dar
unos Ejercicios i g n a c i a n o s .

S e r e c o g e n e n este libro m a t e r i a l e s y a « r o d a d o s » . H a n sido


utilizados por el autor e n estos últimos a ñ o s e n las varias «tandas»
d e Ejercicios d e las q u e ha sido r e s p o n s a b l e : e n ellas, ha c o n s e r -
v a d o , h a b i t u a l m e n t e , no sólo la estructura y e n t r a m a d o f u n d a m e n -
tales d e su c o n t e n i d o , sino t a m b i é n su expresión - q u e a h o r a está
escrita, p e r o c o n s e r v a t o d a v í a un cierto e c o o r a l , q u e , a d r e d e , no
se ha q u e r i d o suprimir-, a u n q u e s i e m p r e c o n una flexible a c o m o -
d a c i ó n a los diversos p ú b l i c o s a los q u e se dirigía. S o n , por tanto,
materiales a v a l a d o s por una sustanciosa e x p e r i e n c i a , e n la q u e el
autor ha p o d i d o percatarse d e q u e resultaban p r o v e c h o s o s para
m u c h a s personas. ¿Por q u é , e n t o n c e s , no intentar a m p l i a r el n ú m e -
ro d e los q u e los c o n o z c a n y p u e d a n utilizarlos?

Estos materiales están f o r m a d o s por temas propuestos para la


o r a c i ó n - s o n los «puntos» para las m e d i t a c i o n e s y c o n t e m p l a c i o -
nes-, y por un p u ñ a d o d e i n s t r u c c i o n e s y c h a r l a s , e n las q u e se
ofrecen pautas orientadoras sobre el m é t o d o y p r o c e s o d e los Ejer-
c i c i o s o se a b o r d a n algunos asuntos d e la v i d a espiritual q u e g u a r -
d a n c o n e x i ó n c o n lo expuesto e n las m e d i t a c i o n e s .

11
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

H a y e n ellos a b u n d a n t e s notas. S i n e m b a r g o , el texto está e s -


crito d e m o d o q u e p u e d a leerse f l u i d a m e n t e , sin n e c e s i d a d d e a c u -
dir a las notas para e n t e n d e r l o . Pero el m o t i v o d e introducir las n o -
tas es d o b l e : e n primer lugar, p o r q u e e n estos materiales hay m u c h a
sabiduría espiritual «ajena» y era justo r e c o n o c e r l o . El autor n o s ó -
lo n o q u i e r e p o n e r « n i d o e n cosa a j e n a » - p o r utilizar una frase ig-
n a c i a n a - , sino q u e desea señalar e x p l í c i t a m e n t e a autores - m u c h o s
d e ellos « c o m p a ñ e r o s del a l m a » - q u e le h a n e n r i q u e c i d o p e r s o n a l -
m e n t e , c o n la c o n v i c c i ó n d e q u e , si se a c e r c a n a ellos, t a m b i é n los
lectores d e este libro se sentirán f o r t a l e c i d o s v i g o r o s a m e n t e e n su
espíritu. En s e g u n d o lugar, las citas a p i e d e p á g i n a son c o m p l e -
mentarias al texto: lo c o m p l e t a n , lo c o n f i r m a n o le prestan matices
q u e valía la p e n a tener e n c u e n t a ; e n c u a l q u i e r caso, lo e n a l t e c e n .

S o n materiales para unos Ejercicios « i g n a c i a n o s » . N o p r e t e n -


d e n estas p á g i n a s presentar reflexiones jugosas para un s i m p l e - y
s e g u r a m e n t e p r o v e c h o s o - «retiro espiritual», sino seguir el m é t o d o
y el itinerario s e ñ a l a d o s e n el texto ¡ g n a c i a n o . Y las referencias a
ese texto están s i e m p r e s e ñ a l a d a s por n ú m e r o s e n m a r c a d o s e n
c o r c h e t e s . El «prototipo» d e los Ejercicios i g n a c i a n o s son los «Ejer-
c i c i o s d e m e s » . Esos E j e r c i c i o s están d i v i d i d o s e n « s e m a n a s » , q u e
es el p e r i o d o a p r o x i m a t i v o d e t i e m p o c o n s a g r a d o a una d e t e r m i -
n a d a materia. D e este m o d o , tras una i n t r o d u c c i ó n (el « P r i n c i p i o y
F u n d a m e n t o » ) , la «primera s e m a n a » se d e d i c a e s e n c i a l m e n t e a la
m e d i t a c i ó n d e l p e c a d o y d e los p r o p i o s p e c a d o s ; la « s e g u n d a s e -
m a n a » a la c o n t e m p l a c i ó n d e los misterios d e la v i d a d e Cristo; la
«tercera s e m a n a » se consagra al misterio d e la Pasión, y la «cuarta
s e m a n a » , a la c o n t e m p l a c i ó n del S e ñ o r R e s u c i t a d o ; los E j e r c i c i o s
se c i e r r a n c o n la « C o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r a m o r » . Ese c a m i -
n o ¡ g n a c i a n o es el q u e h a n q u e r i d o seguir estas p á g i n a s ; a u n q u e ,
reajustándolo a la d u r a c i ó n d e o c h o días, pero sin dejar d e lado las
recias y típicas m e d i t a c i o n e s i g n a c i a n a s c o m o «El l l a m a m i e n t o del
R e y Eternal», «Las dos b a n d e r a s » , «Los tres tipos d e h o m b r e s » ( b i -
narios), «Las tres m a n e r a s d e h u m i l d a d » Por supuesto q u e estos
m a t e r i a l e s serán m á s f á c i l m e n t e s e g u i d o s por a q u e l l a s personas
q u e y a h a y a n h e c h o E j e r c i c i o s e n a l g u n a o c a s i ó n - d e este m o d o ,
constituirían para ellas u n o s « e j e r c i c i o s d e r e p e t i c i ó n » - ; p e r o s i n -
c e r a m e n t e c r e e m o s q u e p o d r á n ser u t i l i z a d o s sin d i f i c u l t a d por
q u i e n e s se a c e r q u e n por p r i m e r a v e z a h a c e r la s i e m p r e revitaliza-
dora e x p e r i e n c i a d e unos Ejercicios i g n a c i a n o s .

12
Aviso PARA NAVEGANTES

Estos materiales fueron e m p l e a d o s e n e j e r c i c i o s dirigidos, p r e -


d o m i n a n t e m e n t e , a personas d e « v i d a c o n s a g r a d a » . H a y , p o r t a n -
te, e n e l l o s m u c h a s a l u s i o n e s a esa f o r m a d e v i d a ; i n c l u s o , a l g u n a
d e las c h a r l a s v a e n c a m i n a d a e s p e c í f i c a m e n t e a p r o p o n e r mejoras
e n la m a n e r a d e v i v i r l a . Por e s o , h e m o s c l a r i f i c a d o el título del l i -
bro, a ñ a d i e n d o u n subtítulo e n q u e se s e ñ a l a el p ú b l i c o al q u e
s i n g u l a r m e n t e se d e d i c a . P e r o esa s i n g u l a r i d a d o p r e f e r e n c i a n o
significa e x c l u s i v i d a d . U n a p e r s o n a q u e q u i e r a v i v i r c o m p r o m e t i -
d a m e n t e su fe cristiana y q u e , por e s o m i s m o , se d e c i d a a h a c e r
E j e r c i c i o s , p o d r á t a m b i é n v a l e r s e d e estos m a t e r i a l e s , a d a p t á n d o -
los a su c o n d i c i ó n , y d e j a n d o e n u n s e g u n d o p l a n o lo q u e h a c e re-
f e r e n c i a particular a la « v i d a religiosa».

En Ejercicios se trata d e hacerlos. N o basta u n a lectura e s p i r i -


t u a l , m á s o m e n o s r e p o s a d a . La a y u d a q u e q u i e r e n prestar estos
materiales es a hacer E j e r c i c i o s ; por tanto, a n o q u e d a r s e e n e l l o s ;
s i n o q u e , a partir d e e l l o s , la p e r s o n a q u e los haya l e í d o se « d i s -
p o n g a » a d e j a r s e llevar por el Espíritu y c a m i n e por los senderos
personales q u e éste le t r a c e . El o b j e t i v o d e estos materiales es, por
tanto, servir d e a p o y o inicial para q u e sea, e n r e a l i d a d , el Espíritu
del S e ñ o r el q u e d é al e j e r c i t a n t e «puntos» para la o r a c i ó n . Esos
«puntos» serán los relevantes, los q u e i m p u l s a r á n a navegar c o n Él
« m a r adentro» (Le 5, 4).

13
I
MEDITACIONES Y CONTEMPLACIONES
1
VERSOS PARA EMPEZAR

H a y una estrofa entrañable d e un h i m n o atribuido a S a n B e r -


nardo -el «lesus, dulcís m e m o r i a » - q u e p u e d e servir para introdu-
cirnos e n los Ejercicios. P o r q u e en ella se recogen las disposiciones
fundamentales c o n las q u e un ejercitante d e b e entrar e n los Ejerci-
cios, según las «anotaciones» (orientaciones iniciales) d e S. I g n a c i o . 1

La estrofa d i c e :

lesus, spes poenitentibus,


quam pius es petentibus,
quam bonus te quaerentibus,
et quid invenientibus?

(Jesús, esperanza de los que quieren convertirse,


qué acogedor eres con los que te piden,
qué bueno eres para los que te buscan,
y ¿qué serás para los que te encuentran?)

C r e o q u e , e n los versos d e esta estrofa, están c o n c e n t r a d a s las


actitudes q u e p i d e I g n a c i o a t o d o ejercitante: ¿ c u á l e s son éstas?

1) U n a actitud d e generosa e s p e r a n z a e n la c o n v e r s i ó n . S e
ha d e entrar e n Ejercicios c o n esperanza. E x a c t a m e n t e d i -
c e el santo: «entrar c o n g r a n d e á n i m o y liberalidad» [ 5 ] . 2

1
Para más detalle sobre las actitudes y disposiciones del ejercitante, cf.
la instrucción «El " t i e m p o " de los Ejercicios».
2
Las cifras que, de ahora en adelante, aparecen entre corchetes remiten a
la numeración del libro de los Ejercicios Espirituales de San Ignacio.

17
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

2) U n a actitud d e o r a c i ó n .

3) U n a actitud d e b ú s q u e d a .

4) U n a actitud d e a b r i r s e a l e n c u e n t r o c o n el S e ñ o r ( p o r q u e
ese e n c u e n t r o es posible).

Esperanza, o r a c i ó n , búsqueda y e n c u e n t r o . C o n ese c a r g a m e n -


to, c o n ese e q u i p a j e d e actitudes nos d i s p o n e m o s a c o m e n z a r estos
Ejercicios. ¿ C ó m o entender esas cuatro actitudes fundamentales?

Para e x p l i c a r l a s v a m o s a servirnos d e esa estrofa q u e h e m o s


c i t a d o . U n c o m e n t a r i o s e n c i l l o a sus versos p u e d e a y u d a r n o s .

lesus, spes p o e n i t e n t i b u s
(Jesús, esperanza de los que quieren convertirse)

Jesús es la e s p e r a n z a d e los q u e q u i e r e n c o n v e r t i r s e , d e los


q u e b u s c a n el a r r e p e n t i m i e n t o . P u e s e s o es lo q u e p r e t e n d e m o s al
a c u d i r a h a c e r Ejercicios: c o n v e r t i r n o s .

C u a n d o se a c u d e a ellos es - c o m o d i c e S. I g n a c i o - «para p r e -
parar y d i s p o n e r el á n i m a y quitar d e sí todas las a f f e c c i o n e s d e -
s o r d e n a d a s » . S e trata, p u e s , e n e l l o s d e b u s c a r la c o n v e r s i ó n : d e
a b a n d o n a r el p a s a d o y el presente - l a s « a f f e c c i o n e s d e s o r d e n a -
d a s » - y e m p r e n d e r un n u e v o c a m i n o .

S e busca, c o m o e n toda c o n v e r s i ó n , un c a m b i o , una n u e v a


orientación (al m e n o s un serio reajuste). Es un salir d e mí, tal c o m o
soy ahora, para v o l c a r m e n o hacia algo, sino hacia A l g u i e n : Jesús. Es,
pues, la c o n v e r s i ó n un «éxodo» - u n a salida d e sí h a c i a una n u e v a
tierra prometida-, pero ese transitar d u r o del é x o d o se h a c e e n c o m -
pañía del D i o s q u e guía durante la travesía y n u n c a nos deja solos.

A esta c o n v e r s i ó n nos i n t e r p e l a la v o z d e l S e ñ o r a lo a n c h o
d e t o d a la Escritura; a e s e c a m b i o d e m e n t e , a e s e c a m b i o d e c o -
r a z ó n . D e esa c o n v e r s i ó n , la m i s m a Escritura nos ha d e j a d o u n a
d e f i n i c i ó n l a c ó n i c a e i n s u p e r a b l e : «Yo os q u i t a r é v u e s t r o c o r a z ó n
d e p i e d r a y os p o n d r é e n su lugar u n c o r a z ó n d e c a r n e » ( E z 3 6 ,
24-28).

18
VERSOS PARA EMPEZAR

C o n v e r s i ó n q u e n o se logra d e u n a v e z , sino g r a d u a l m e n t e y
al ritmo q u e D i o s q u i e r e para c a d a u n o . Y q u e es q u e b r a d i z a p o r -
q u e está z a r a n d e a d a c o n t i n u a m e n t e por el d e s á n i m o , el e s c e p t i -
c i s m o , el d e s e n g a ñ o o la d e s e s p e r a c i ó n .

P u e s b i e n , Jesús es la e s p e r a n z a d e q u e esta c o n v e r s i ó n a r r a i -
g u e e n nosotros, d e q u e este a r r e p e n t i m i e n t o sea a u t é n t i c o . É l ,
q u e l l e v a por n o m b r e J e s ú s , p o r q u e es el S a l v a d o r d e l p e c a d o ,
p u e d e hacer:

1) q u e s e a m o s los v e r d a d e r a m e n t e a r r e p e n t i d o s d e l m a l q u e
o b r a m o s y d e la l e j a n í a d e D i o s e n q u e tantas v e c e s m e -
rodeamos.

2) q u e n o nos a r r e p i n t a m o s d e l b i e n . P o r q u e esto es lo f a b u -
l o s a m e n t e triste: q u e nosotros, q u e , c o n d i f i c u l t a d , nos
a r r e p e n t i m o s del m a l , a v e c e s , c o n f a c i l i d a d , nos a r r e p e n -
t i m o s del b i e n .

(1) Para nosotros, p u e s , los d e s a n i m a d o s y e s c é p t i c o s a n t e


nuestra c o n v e r s i ó n ; para los q u e d e c i m o s sabernos d e r r o t a d o s d e
a n t e m a n o , p o r q u e la e x p e r i e n c i a -hasta el m o m e n t o - se ha e n c a r -
g a d o d e i n u n d a r n o s d e d e s e n g a ñ o s sobre nuestras posibles m e j o -
rías; para los sin e s p e r a n z a d e ser distintos; y para los q u e t e n e m o s
propósito d e c a m b i a r c o m o se t i e n e n tics a u t o m á t i c o s - q u e se r e -
piten u n a y otra v e z , c a n s i n a m e n t e - ; para los q u e h e m o s p r o m e t i -
d o tantas v e c e s q u e la frase d e l S e ñ o r e n la M o n t a ñ a : « c u m sitis
m a l i» (vosotros, los h o m b r e s , sois m a l o s ) ya n o tendría n a d a q u e
ver c o n nuestra v i d a i n m e d i a t a ; para los q u e s a b e m o s , d e s d e lo
h o n d o , q u e es v e r d a d la frase del K e m p i s : «estar c o n Jesús es u n
gran g o z o , estar sin Jesús es u n a gran tristeza» y, sin e m b a r g o , ¡ h e -
m o s e l e g i d o , tantas v e c e s , la tristeza!; para los q u e , e n f i n , nos
c r e e m o s fracasados y p e r d i d o s para un c o m p r o m i s o serio y h o n d o
c o n la c a u s a d e J e s ú s . . .

Él es la e s p e r a n z a . J e s ú s , q u e h a b l ó m u c h o d e las c o s a s q u e
se c r e í a n p e r d i d a s : d e s d e u n a m o n e d a hasta u n a o v e j a , q u e era
cargada al h o m b r o d e un pastor; d e s d e una mujer, a la q u e q u e r í a n
e c h a r l e piedras, hasta u n hijo q u e se f u e d e c a s a . Y e n t o d o lo q u e
h a b l ó Jesús s o b r e las c o s a s p e r d i d a s s i e m p r e abría la e s p e r a n z a .
N a d a estaba i r r e m e d i a b l e m e n t e p e r d i d o .

19
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Sí; Él - y sólo É l - p u e d e h a c e r el h o m b r e n u e v o . ¿ N o lo d i j o ya
S a n J u a n e n el A p o c a l i p s i s : « c u a n d o y o v e n g a h a r é n u e v a s todas
las cosas»? T a m b i é n a nosotros nos p u e d e h a c e r n u e v o s . Él - c o m o
en la d e s c r i p c i ó n del profeta E z e q u i e l - p u e d e infundir el espíritu
e n los h u e s o s c a l c i n a d o s , c r i a r c a r n e e n e l l o s para q u e revivan.
T a m b i é n e n nuestras v i d a s secas y e n j u t a s p u e d e criar c a r n e e i n -
fundir espíritu vivificador.

Jesús es, p u e s , la e s p e r a n z a d e nuestra c o n v e r s i ó n . La e s p e -


ranza n o está e n nosotros, n o la p o n e m o s en nosotros - e n t o n c e s ,
no habría n a d a q u e hacer-, sino en É l . !

Por eso, e n t r a m o s en los Ejercicios c o n « g r a n d e á n i m o y l i b e -


r a l i d a d » , sin a c u r r u c a m o s , ni d a r n o s por v e n c i d o s d e antemano.
P o r q u e Él - y no n o s o t r o s - es la e s p e r a n z a d e nuestra c o n v e r s i ó n
d e s d e el m a l .

(2) Pero t a m b i é n lo es d e q u e no nos d e s c o n v i r t a m o s del b i e n .


( P o r q u e , c o m o d e c í a m o s , lo f a b u l o s a m e n t e triste es q u e nosotros,
q u e c o n d i f i c u l t a d nos a r r e p e n t i m o s del m a l , a v e c e s , c o n f a c i l i -
d a d , nos a r r e p e n t i m o s del bien.)

U n día, le s e g u i m o s c u a n d o Él a p a r e c i ó e n nuestra v i d a . Y le
d i m o s un sí c o n la ilusión d e q u e iba a ser a c a p a r a d o r y definitivo.
D e s d e entonces, p o c o a p o c o , h e m o s ¡do d e j a n d o d e s c e n d e r n u e s -
tra respuesta a su l l a m a d a a la categoría d e c o s t u m b r e d e s v a í d a .

3
Jesús crea esperanza causando asombro. Se podría leer el Evangelio f i -
jándose en todas las veces que aparece la palabra «asombro» o sinónimos (admi-
ración, se maravillaban...). V.g. M e 1 , 27: « ¿ Q u é es esto? U n a doctrina nueva ex-
puesta con autoridad. Manda hasta a los espíritus inmundos y le obedecen»; M e 6,
2: « ¿ D e dónde le viene esto? Y ¿qué sabiduría es ésta que le ha sido dada?»; M e 7,
37: «Y se maravillaban sobremanera y decían: ¡Todo lo ha hecho bien! ¡ H a c e ha-
blar a los mudos y oír a los sordos!» Q u e lo nuevo sea posible choca con dos pa-
redes terribles: 1) El aferramiento a mi manera de ser; lo repetitivo de mí mismo,
que, a veces, me desanima: ¿ C ó m o va a ser posible que yo cambie? ¡Soy el mismo
que ayer! 2) Los «poderes», las presiones... no quieren que las cosas cambien. La
quiebra de estas paredes la produce el asombro más que todos los discursos ra-
cionalistas. D e vez en cuando te encuentras con alguien que produce asombro,
porque deja de ser repetitivo. Eso acontece con Jesús. Si con Jesús acaece lo no es-
perado (lo no derivable de la experiencia), entonces no estamos condenados a se-
guir siendo lo que hemos sido siempre; Jesús es novedoso. Esta novedad se «mete»
entre el aferramiento a nuestra manera de ser y el anhelo de ser de otra manera;
entre estas dos cosas hay que dejar «entrar» el asombro que Jesús produce. (Debo
estas sugerencias a los apuntes de Ejercicios de M e s de José A. G A R C Í A , S.J.)

20
VERSOS PARA EMPEZAR

H e m o s sido porosos al tedio. H e m o s p a c t a d o c o n el c a n s a n c i o


y c o n la inercia. H e m o s c o n s e n t i d o e n decirnos, e n las horas bajas,
q u e h u b i é r a m o s preferido n o haber d a d o n i n g ú n paso h a c i a É l . Le
hemos regateado la entrega, e n lugar d e hacer c o m o Él - d e q u i e n d i -
c e la Escritura q u e «sus dones y promesas son sin arrepentímiento»-.

Sí, c l a r a m e n t e , nos h e m o s a r r e p e n t i d o del c o m p r o m i s o y del


b i e n , y h e m o s d a d o , m u c h a s v e c e s , v í a libre a la a g i t a c i ó n e n
nuestro r e d u c i d o c o r a z ó n , p r o b l e m a t i z á n d o l o t o d o , o l v i d á n d o n o s
d e q u e e n toda t e m p e s t a d D i o s d u e r m e .

lesus, spes poenitentibus. Él es e s p e r a n z a , roca f i r m e , piedra


angular, para nosotros los p o c o arrepentidos d e l m a l y los m u c h o
arrepentidos del b i e n .

Q u e e n estos Ejercicios sigamos el c o n s e j o d e S. Pablo y lo p i -


d a m o s (Ef 1 , 18): « q u e el Padre d e N.S. Jesucristo i l u m i n e los ojos
d e nuestro c o r a z ó n - p o r q u e el c o r a z ó n t i e n e o j o s - para q u e c o -
n o z c á i s nuestra e s p e r a n z a » . É l , Jesús, es nuestra e s p e r a n z a .

Q u a m pius es p e t e n t i b u s
(qué acogedor eres para los que te piden y se dirigen a ti)

Él está a la e s c u c h a , q u i e r e e n t a b l a r d i á l o g o c o n nosotros.

S i e m p r e m e ha i m p r e s i o n a d o la insistencia d e los profetas:


¡nuestro D i o s h a b l a ! (lo c o m p a r a n c o n los dioses falsos: éstos son
ídolos m u d o s ) . Nuestro D i o s h a b l a y su Palabra e n c a r n a d a es Jesús.

Pero ¿ h a b l a m o s c o n Él? ¿ O v i v i m o s e n c e r r a d o s e n un m o n ó -
logo e n el q u e s ó l o nos e s c u c h a m o s a b u r r i d a y s o l i t a r i a m e n t e a
nosotros m i s m o s ? C u a n d o d i m o s el p a s o para seguir su l l a m a d a ,
r e p e t i m o s las p a l a b r a s d e P e d r o : ¿ A q u i é n ¡ r e m o s , S e ñ o r ? T ú s ó l o
tienes p a l a b r a s d e v i d a eterna.

Él n o sólo t i e n e palabras, s i n o q u e es la Palabra. Palabra a n o -


n a d a d a , v a c i a d a por amor, q u e llegó a h a c e r s e in-fans-e\ q u e no
h a b l a - , q u e llegó a h a c e r s e s i l e n c i o por nosotros. Palabra inter-
p e l a n t e , e f i c a z y p e n e t r a n t e . La ú n i c a q u e p u e d e h a c e r estallar
nuestra s o l e d a d a n g u s t i a d a y c o n v e r t i r nuestra v i d a o p a c a e n u n

21
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

d i á l o g o s i e m p r e s o r p r e n d e n t e , s i e m p r e creador. ¿ P o r q u é n o nos
d i s p o n e m o s a e s c u c h a r l a e n estos Ejercicios?

A e l l o v e n i m o s : a d i a l o g a r c o n É l . Y, a u n q u e e n los E j e r c i c i o s
hay « m o m e n t o s fuertes» d e o r a c i ó n , c o n horarios f o r m a l m e n t e s e -
ñ a l a d o s para ella, e n r e a l i d a d , todo el día d e b e r í a ser o r a c i ó n , c o n -
v e r s a c i ó n c o n Él, intensa a v e c e s , s u a v e e n otros t i e m p o s .

N o s h e m o s «retirado», « a p a r t a d o » d e la v i d a c o r r i e n t e - a l g o
q u e p o n d e r a m u c h o S. I g n a c i o [ 2 0 ] - , p r e c i s a m e n t e , para p o d e r
d i a l o g a r c o n Él mejor. A s í i m i t a m o s el gesto d e Jesús, e n su e x p e -
r i e n c i a d e desierto, e n la q u e f u e a b u s c a r la v o l u n t a d del Padre.

Para M a r c o s , el desierto es e s p e c i a l m e n t e el lugar d e c e r c a n í a


d e D i o s , y e n esto se r e l a c i o n a c o n una tradición b í b l i c a m u y a n t i -
gua. U n profeta, O s e a s , representa a Israel c o n los rasgos d e una e s -
posa y h a c e d e los tiempos del Éxodo, los tiempos d e S u morada c o n
el p u e b l o e n el desierto, la é p o c a del primer amor. O s e a s se a c u e r -
da c o n nostalgia d e a q u e l l o s t i e m p o s y le h a c e d e c i r a Y a h v é : «La
v o y a seducir d e n u e v o ; la c o n d u c i r é al desierto y le h a b l a r é al c o -
r a z ó n » . D e igual m a n e r a , e n S a n M a r c o s , el desierto es el lugar
a d o n d e Jesús se c o m p l a c e en retirarse para orar ( M e 1 , 35-45; 6, 31).

A q u í , e s t a m o s , p u e s , « m u d a d o s d e c a s a » e n este lugar p r i v i -
legiado -pero recordemos q u e todo privilegio encierra exigen-
c i a s - , para e s c u c h a r l e mejor, para estar c o n c e n t r a d o s - « s o l o s y
a p a r t a d o s » - , d e s d e lo m e j o r d e nosotros m i s m o s , e n oír su p a l a -
bra. N o nos a p a r t a m o s p o r q u e n o nos interesa el m u n d o ; sino p o r -
q u e nos interesa para v o l v e r a él c o n el c o r a z ó n m u d a d o .

H e m o s v e n i d o a e s c u c h a r su palabra, q u e , a v e c e s , suena p o -
tente - c o m p a r a b l e a la tempestad-, descuajadora d e cedros, c o m o
d i c e el Sal 2 8 ; a v e c e s , es suave c o m o la brisa -así c o m o un susurro
le manifestó el Señor su v o l u n t a d a Elias-; pero q u e , estremecedora
o musitadora, siempre tendrá algo q u e d e c i r m e , a q u í y ahora a mí:

- y a sea d e r e p r o c h e : n o p e q u e s m á s ;

- ya sea d e c o n s u e l o : n o llores m á s ;

- y a sea d e á n i m o : v e n i d a m í los q u e estéis c a n s a d o s y a g o -


b i a d o s , q u e y o os a l i v i a r é ;

- y a sea d e esperanza: c u a n d o y o sea exaltado, todo lo atrae-


ré h a c i a mí.

22
VERSOS PARA EMPEZAR

M i a c t i t u d , p u e s , e n estos días tendrá q u e ser c o m o la del p e -


q u e ñ o S a m u e l (1 S a m 3, 3-10): estar a la e s c u c h a y repetir c o m o
é l : H a b l a , Señor, p o r q u e tu s i e r v o e s c u c h a . Y h e d e e n t a b l a r u n
d i á l o g o c o n É l , lento, j u g o s o , a f e c t i v o - « a f f e c t a n d o la v o l u n t a d » ,
dice Ignacio-, paladeándolo.

D i á l o g o q u e n o sea cerebral - n o el m u c h o saber harta y satis-


f a c e el á n i m a - , s i n o q u e consista e n u n «sentir y gustar i n t e r n a -
m e n t e » . En u n « m e d i t a r del c o r a z ó n » - c o m o d i c e el S a l 1 8 - .

P o r c o n s i g u i e n t e , h e d e i n t e n t a r q u e su p a l a b r a m e l l e g u e
n o s ó l o a los o í d o s , s i n o a m i h o n d ó n - a l fondo d e m i ser, c o m o
d i c e el S a l 1 0 3 - , a m i « a d e n t r o » ( S a l 5 0 ) , al « c o r a z ó n » - q u e es
el n ú c l e o d e m i m i s m i d a d , p a r a q u e a r d a - c o m o les o c u r r i ó a
los d i s c í p u l o s d e E m a ú s - ; q u e su p a l a b r a m e l l e g u e a la « j u n t u -
ra d e los h u e s o s y d e l c o r a z ó n » - c o m o se e x p r e s a P a b l o - : a l l í
d o n d e y o soy m á s m í m i s m o , p a r a q u e m e a g a r r e p o r e n t e r o . Y
así, e s a p a l a b r a l a c e r a n t e y q u e m e e m p a p a , m e r e g a l a r á e s e
« c o n o c i m i e n t o interno» de Jesús, que, c o m o t o z u d a m e n t e repi-
te S a n I g n a c i o , h a y q u e a l c a n z a r m e d i t a n d o y h a b l a n d o c o n el
Señor.

P u e s n o se trata d e saber s o b r e el Señor, s i n o d e saborear al


Señor, para q u e su saber m e i m p r e g n e y m e transforme.

Q u a m pius es p e t e n t i b u s ! ( ¡ q u é a c o g e d o r eres para los q u e


h a b l a n c o n t i g o ! ) . Ya lo s a b e m o s , p u e s : Él q u i e r e dialogar. Y Él, q u e
es la p a l a b r a , c u a n d o d i a l o g a se entrega, se da.

Q u a m bonus te quaerentibus
(qué bueno eres para los que te buscan)

Y e n t r e las c o s a s q u e t e n e m o s q u e p e d i r l e a J e s ú s e n el d i á -
logo c o n Él está la i n q u i e t u d . La i n q u i e t u d d e b u s c a r l e s i e m p r e :
q u e s a l g a m o s c a d a d í a d e nosotros m i s m o s , c a r g a d o s c o n n o s o -
tros m i s m o s y a p e s a r d e nosotros m i s m o s , e n su b u s c a . Si esa
b ú s q u e d a es s i e m p r e n e c e s a r i a , lo es c o n m á s u r g e n c i a e n Ejer-
cicios.

23
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

C a s i c o n m a c h a c o n e r í a repite I g n a c i o , e n las A n o t a c i o n e s i n i -
c i a l e s - q u e d e s c r i b e n las actitudes básicas del e j e r c i t a n t e - q u e hay
q u e buscar y buscar.

- « B u s c a r lo q u e tanto se desea» [20]

- « B u s c a r la d i v i n a v o l u n t a d » [1.15]

B u s c a r l a para saber c ó m o q u i e r e disponer d e mi v i d a : para i n -


d a g a r q u é q u i e r e d e m í a q u í y a h o r a . Esta a c t i t u d d e b ú s q u e d a
t a m b i é n la r e c o m e n d a b a Jesús: « B u s c a d y hallaréis» ( M t 7, 7).

B u s q u e m o s , p u e s , a Jesús, q u e nos e n s e ñ a r á c u á l es la v o l u n -
tad del Padre. Y r e p i t á m o s l e , a lo largo d e estos días, a É l , q u e es el
C a m i n o , la p e t i c i ó n q u e nos e n s e ñ a el Sal 8 5 : « E n s é ñ a m e tu c a m i -
n o para q u e siga tu v o l u n t a d » . B u s q u e m o s a Jesús, q u e d e c í a q u e
su a l i m e n t o era c u m p l i r la v o l u n t a d del q u e le e n v i ó , para q u e nos
e n s e ñ e a c u m p l i r l a t a m b i é n a nosotros.

C o m o la c i e r v a a r d o r o s a m e n t e b u s c a la fuente d e aguas v i v a s
(Sal 4 1 ) , b u s q u e m o s t a m b i é n nosotros - s i e m p r e s e d i e n t o s - a Jesús
y d i g á m o s l e - c o m o Él d i j o a la s a m a r i t a n a - : D a m e d e b e b e r ; o
- c o m o nos a c o n s e j a el S a l 1 1 8 , 4 - d i g á m o s l e , a p a s i o n a d a m e n t e ,
«Señor, n o m e defraudes; d a m e la gracia d e tu v o l u n t a d » .

A s í a p r e n d e r e m o s t a m b i é n a b u s c a r l o el resto d e nuestra v i d a .
Y n o s ó l o a h o r a . A p r e n d e r e m o s a b u s c a r l o , a v e c e s , e n la e s p o n -
j a d a s e r e n i d a d d e la luz d e l día - c o m o h i c i e r o n los m a g o s astrólo-
gos-, a v e c e s , c o n t e m o r y temblor, e n la n o c t u r n i d a d - c o m o h i z o
N i c o d e m o . A p r e n d e r e m o s a b u s c a r l o e n los lugares p r i v i l e g i a d o s
e n los q u e a Jesús s i e m p r e se le e n c u e n t r a :

- s i e m p r e se le e n c u e n t r a e n la c r u z , d e la q u e n o d e s c i e n -
d e , p o r q u e está i n t r o d u c i d a y a m i s t e r i o s a m e n t e e n la eter-
nidad de Dios;

- s i e m p r e se le e n c u e n t r a t a m b i é n e n el h e r m a n o , y p r i n c i -
p a l m e n t e e n el h e r m a n o m á s h e r m a n o , el d é b i l , el p o b r e ,
el d e s a m p a r a d o , el o p r i m i d o ; el q u e c o m o Jesús - y sin C i -
r i n e o - carga d i a r i a m e n t e c o n su c r u z .

T e n e m o s , p u e s , q u e b u s c a r a Jesús s i e m p r e - y m á s e n estos
d í a s - s a b i e n d o q u e el b u s c a r l o ya es u n gesto d e su b o n d a d . Por-

24
VERSOS PARA EMPEZAR

q u e ¿ a c a s o el b u s c a r l o a Él - q u e a m ó p r i m e r o - n o es señal d e q u e
nos ha p r e c e d i d o y sale a nuestro e n c u e n t r o ? L o c a n t a m o s juntos,
p o r q u e lo c r e e m o s : el q u e te b u s c a es p o r q u e ya e n la frente lleva
un beso d e p a z .

Et q u i d i n v e n i e n t i b u s ?
(¿Y qué serás para los que te encuentran?)

Y si b u s c a m o s a Jesús c o n i n q u i e t u d - « ¡ r r e q u i e t u m est c o r
n o s t r u m » - , c o m o e s p e r a n z a d e nuestra c o n v e r s i ó n , c o m o palabra
d i a l o g a n t e y a c o g e d o r a , lo e n c o n t r a r e m o s .

S a n I g n a c i o estaba c o n v e n c i d o d e q u e ese e n c u e n t r o es p o s i -
ble, d e q u e se p u e d e alcanzar esa experiencia personal c o n el Señor.
Ese encuentro, esa experiencia personal c o n el S e ñ o r es f u n d a m e n -
tal e n los Ejercicios. D e b e m o s intentarla por nuestra parte y pedirla
c o m o una gracia esplendorosa; pues ese e n c u e n t r o es un d o n .

P e r o e s e e n c u e n t r o es lo i m p o r t a n t e d e los E j e r c i c i o s ; tan
e s e n c i a l q u e S a n I g n a c i o a d v i e r t e al q u e da los E j e r c i c i o s q u e n o
t a p o n e e s e e n c u e n t r o , p u e s su m i s i ó n es la d e f a c i l i t a r e s e «tú a
tú» d e l e j e r c i t a n t e c o n D i o s , y q u e n o interfiera c o n g r a n d e s p a -
rrafadas y c o n p r o t a g o n i s m o v a n o e i n ú t i l : « q u e d e x e ¡ n m e d i a t e
obrar al c r i a d o r c o n la criatura, y a la criatura c o n su C r i a d o r y S e -
ñor» [ 1 5 ] .

L o n u c l e a r d e los Ejercicios - e n p a l a b r a s del S a n t o - e s : « q u e


el m i s m o c r i a d o r y S e ñ o r se c o m u n i q u e a la su á n i m a d e v o t a a b r a -
z á n d o l a e n su a m o r » [ 1 5 , 1 6 ] . V a y a m o s , pues, h a c i a ese e n c u e n t r o ,
h a c i a esa « c o m u n i c a c i ó n » d e D i o s c o n nosotros, q u e I g n a c i o d e s -
c r i b e , b a l b u c e a n t e m e n t e , c o m o un a b r a z o a m o r o s o .

S a n B e r n a r d o , e n su h i m n o , es m á s p a r c o : « ¿ q u é serás para
los q u e te e n c u e n t r a n ? » . Ya n o p o n e adjetivos para describir el e n -
c u e n t r o . T a m p o c o se los v a m o s a p o n e r nosotros.

¿ Q u é serás, S e ñ o r ? C a d a u n o - c u a n d o ha t e n i d o , a l g u n a v e z ,
la gracia del e n c u e n t r o - lo ha s a b o r e a d o d e s d e su m i s m i d a d , por
eso la e x p e r i e n c i a resulta intransferible. N u e s t r o p u d o r y nuestras

25
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

indigentes p a l a b r a s n o d a n para m á s : r e n u n c i a m o s a d e s c r i b i r l o .
P o r q u e toda d e s c r i p c i ó n del e n c u e n t r o p a l i d e c e r í a confrontada
c o n la r e a l i d a d .

D i g a m o s s o l a m e n t e q u e ese e n c u e n t r o es regalo e m b r i a g a n t e ,
y q u e es e n la p r o f u n d i z a c i ó n d e e s e e n c u e n t r o d o n d e p o d e m o s
repetir el « T o m a d , Señor, y recibid» ¡ g n a c i a n o : e n el q u e e n t r e g a -
m o s nuestra libertad - c o m o e x i s t e n c i a l m e n t e sintetizadora de
nuestra p e r s o n a l i d a d - para recibir a c a m b i o su g r a c i a y su amor,
p o r q u e esto basta. Y q u e nuestra v i d a ha d e ser v i v i r e n , por y d e
este e n c u e n t r o p r o l o n g a d o . U n e n c u e n t r o al q u e nos a c e r c a m o s
n o para dar, s i n o para d a r n o s ; n o para ofrecer, s i n o para o f r e c e r -
nos. Y q u e este e n c u e n t r o s ó l o p u e d e ser v i v i d o e n el s i l e n c i o so-
b r e c o g e d o r e n el q u e se v i v e toda a d o r a c i ó n .

S a l g a m o s , p u e s , h a c i a e s e e n c u e n t r o c o n J e s ú s . Él q u e es e s -
p e r a n z a d e nuestra c o n v e r s i ó n ; p a l a b r a a c o g e d o r a q u e t i e n e a l g o
q u e d e c i r n o s ; b o n d a d i n e n a r r a b l e para los q u e lo b u s c a n .

26
2
DIOS, LO PRIMERO Y LO ÚLTIMO

La m e d i t a c i ó n del « P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » , q u e es simultá-
n e a m e n t e i n i c i o y síntesis d e los Ejercicios, nos incita a preguntar-
nos sobre la central ¡dad d e D i o s e n nuestras v i d a s . En nuestro día
a día y a lo largo d e la v i d a , ¿ t e n e m o s s i e m p r e ante los ojos p r i -
m e r o a D i o s ? ¿Es D i o s el p e r m a n e n t e p r i n c i p i o motor d e nuestras
vidas? ¿Es D i o s , t a m b i é n , a q u é l q u e les da sentido y, por tanto, no
sólo el P r i m e r o , sino t a m b i é n el U l t i m o ?

D i o s d e b e - d e b e r í a ser- el h o r i z o n t e d e t o d o lo q u e p i e n s o ,
p l a n e o y r e a l i z o . Toda nuestra v i d a - i n t e n c i o n e s , a c c i o n e s y o p e -
r a c i o n e s - debería transcurrir « c o r a m D e o » (ante D i o s ) .

R e p a s e m o s , pues, e n la c o n s i d e r a c i ó n del " P r i n c i p i o y F u n -


d a m e n t o " ¡ g n a c i a n o : ¿ c ó m o está la c e n t r a l i d a d d e D i o s e n nuestra
v i d a ? Para reafirmarla, una v e z m á s , c o n su a y u d a , si sentimos q u e
sigue s i e n d o una r e a l i d a d . Para reajustar nuestra v i d a , p i d i e n d o al
S e ñ o r luz y fuerza para h a c e r l o , si esa c e n t r a l i d a d se ha ido d e s -
c e n t r a n d o (des-enfocando), o si es una c e n t r a l i d a d p r o c l a m a d a ,
pero no e n t r a ñ a d a e n nuestro c o t i d i a n o vivir.

Para h a c e r esta m e d i t a c i ó n p o d e m o s a p o y a r n o s e n d o s m e -
táforas s o b r e D i o s q u e u t i l i z a c o n f r e c u e n c i a la E s c r i t u r a : D i o s
es la R o c a f i r m e ; D i o s t i e n e m a n o s d e a l f a r e r o , d e pastor y d e
padre.

E m p e c e m o s por la roca.

27
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

I. D I O S , R O C A F I R M E

1. R o c a significa, a n t e t o d o , el cimiento sobre el q u e se p u e -


d e construir s ó l i d a m e n t e una casa. A p l i c a d a esta metáfora a D i o s ,
i n d i c a q u e sólo e n Él se p u e d e f u n d a r e s t a b l e m e n t e una v i d a , u n a
historia, sea la del p u e b l o o la del justo.

Los S a l m o s , c a l i f i c a n d o a D i o s f r e c u e n t e m e n t e c o m o R o c a ,
P e ñ a , s u b r a y a n la n e c e s i d a d d e a p o y a r s e e n D i o s para q u e n o se
r e s q u e b r a j e la e x i s t e n c i a ; p u e s el q u e intenta c i m e n t a r s e s o b r e
í d o l o s , c o n s t r u y e e n el v a c í o . Es, p u e s , u n a m e t á f o r a q u e suscita
el r e c o n o c i m i e n t o d e su p r i m a c í a y d e ser la ú l t i m a r e f e r e n c i a d e
mi v i d a .

El m i s m o Jesús h a b l ó ( M t 7, 21-29) d e la n e c e s i d a d d e c o n s -
truir la p r o p i a v i d a a s e n t á n d o l a sobre el s ó l i d o f u n d a m e n t o d e su
Palabra; h a c e r l o así era c o m o construir una c a s a sobre r o c a : a p o -
yar la propia existencia e n otro f u n d a m e n t o q u e n o fuera D i o s era
e d i f i c a r sobre a r e n a . A p o y a r nuestra v i d a e n El es sustentarla e n la
«piedra a n g u l a r » (1 Pe 2, 4ss.; R o m 9, 3 3 ) .

R e f l e x i o n e m o s s o b r e nuestra p r o p i a v i d a : ¿ c u á l es su f u n d a -
m e n t o ? ¿ Q u é c e n t r a l i d a d real t i e n e D i o s e n e l l a ? ¿ C u á l es su p e -
so e s p e c í f i c o , su p r e s e n c i a c o n c r e t a ? ¿Es u n c o n t i n u o r e f e r e n t e
d e lo q u e h a g o o hay m o m e n t o s y e s p a c i o s d e mi e x i s t e n c i a e n
los q u e Él n o t i e n e e n t r a d a ? ¿ D e m a n e r a e s p o n t á n e a , h a b i t u a l ,
m e d i r i j o a É l , d e m o d o q u e mi r e l a c i ó n c o n Él se c o n v i e r t e f r e -
c u e n t e m e n t e e n o r a c i ó n ? ¿Es el q u e da s e n t i d o a lo q u e hago? ¿Es
el ú n i c o A b s o l u t o e n q u i e n d e s c a n s o o b u s c o a n d a m i o s postizos
para sentirme más c ó m o d o y c o n m e n o s vértigo? ¿ M e a p o y o e n
ídolos?

S i , a v e c e s , construir la c a s a sobre D i o s R o c a da m i e d o o p a -
r e c e u n a e m p r e s a i m p o s i b l e , p e n s e m o s q u e Él a y u d a y da fuerza
para h a c e r l o : «Si el S e ñ o r n o c o n s t r u y e la casa, e n v a n o se c a n s a n
los a l b a ñ i l e s » (Sal 127).

2. R o c a significa t a m b i é n a m p a r o , baluarte, fortaleza, refu-


gio, abrigo, seguridad:

El S e ñ o r es m i r o c a y m i f o r t a l e z a ,
mi libertador;

28
Dios, LO PRIMERO Y LO ÚLTIMO

m i D i o s , la r o c a q u e m e p r o t e g e ,
mi escudo, mi fuerza salvadora,
mi c i u d a d e l a , mi refugio;
el q u e m e s a l v a d e los q u e m e a c o s a n .

(2 S a m 2 2 , 2)

Esta metáfora despierta u n a actitud d e c o n f i a n z a . A D i o s se le


llama la roca d e Israel p o r q u e es q u i e n le p r o p o r c i o n a la s a l v a c i ó n .
En Él hay q u e p o n e r la c o n f i a n z a p o r q u e es la r o c a eterna (Is 2 6 , 4 ;
30, 29) y ú n i c a (Is 4 4 , 8).

« E n la B i b l i a , lo c o n t r a r i o d e la fe es el m i e d o (no la increen-
cia)» - a f i r m a D o l o r e s A l e i x a n d r e . D i o s se presenta c o m o A q u é l
1

q u e p u e d e liberar del m i e d o . La fe para un h e b r e o consiste e n a p o -


yarse e n A l g u i e n e n q u i e n se t i e n e s e g u r i d a d , f u n d a r e n Él la p r o -
pia v i d a y buscar s o l a m e n t e a h í e s t a b i l i d a d , seguridad, p r o t e c c i ó n :

«Para u n g r i e g o , e n a m o r a d o d e la p e r f e c c i ó n l u m i n o s a , es
c i e r t o lo q u e está d e s c u b i e r t o , p r i v a d o d e s o m b r a y d e o s c u r i -
d a d ; para un l a t i n o , s e n s i b l e a los p r i n c i p i o s j u r í d i c o s , es c i e r t o
lo q u e es a u t é n t i c o , d e p r o c e d e n c i a g a r a n t i z a d a . Para u n h e b r e o ,
es v e r d a d e r o lo q u e se ha p u e s t o a p r u e b a y h a l l a d o s ó l i d o . La
v e r d a d e n la B i b l i a n o se o p o n e al error, s i n o a la m e n t i r a y a la
v a n i d a d , es decir, a a q u e l l o q u e está falto d e s o l i d e z . M i e n t r a s a
sus ojos los falsos d i o s e s s o n í d o l o s , i m á g e n e s estériles y sin p o -
der, Israel l l a m a a su D i o s " e l D i o s d e l A m é n " (Is 6 5 , 1 6 ) , a q u e l
c o n q u i e n s i e m p r e se p u e d e c o n t a r y s o b r e el q u e p u e d e n a p o -
y a r s e sin t e m o r » :

C o n f i a d e n el S e ñ o r p o r s i e m p r e ,
p o r q u e e n el S e ñ o r
tenéis una roca eterna.

(Is 2 6 , 4-5)

D i o s es roca por su f i d e l i d a d ( D t 3 2 , 4 ; Sal 9 2 , 16): esto b r i n -


da s e g u r i d a d .

En c a m b i o , q u i e n v a c i l a e n su c o n f i a n z a e n D i o s siente h u n -
dirse la tierra d e b a j o d e sus pies:

1
Dame a conocer tu nombre, Sal Terrae, Santander 1999.

29
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

¡Ay de los que abandonan


al Dios de su salvación
y no piensan en la roca de su refugio!

(Is 17, 10; cf. 8, 14)

D e a h í las e x h o r t a c i o n e s a n o temer, a salir d e l m i e d o y a


a p o y a r s e e n A q u é l q u e fortalece las m a n o s débiles y las rodillas v a -
cilantes.

R e f l e x i o n e m o s sobre nuestra c o n f i a n z a e n D i o s . ¿Es «mi»


D i o s c e r c a n o o lejano? ¿ C o n q u é rostro se ha ido p r e s e n t a n d o a lo
largo d e mi v i d a : c o m o Padre, Señor, A m i g o , M a e s t r o , J u e z , D i o s
d e la m i s e r i c o r d i a , C o m p a ñ e r o , C e r c a n o a los p o b r e s , C r e a d o r ? Y
e n este m o m e n t o d e mi v i d a , ¿hasta q u é p u n t o es la r o c a a la q u e
m e agarro, fortaleza e n la q u e m e resguardo d e mis m i e d o s , p e ñ a
q u e m e da una c o n f i a d a seguridad e n mi ser y actuar?

II. LAS M A N O S DE D I O S

La otra s u g e r e n c i a , e n la q u e nos d e t e n d r e m o s m á s , consiste


e n m e d i t a r s o b r e las m a n o s d e D i o s . M e d i t a r s o b r e las m a n o s d e
D i o s n o es un c a p r i c h o .

En el Directorio ¡gnaciano d i c t a d o al P. V i c t o r i a se d i c e :

« D e s p u é s se le da el f u n d a m e n t o , e x p l i c á n d o s e l o d e m a n e r a
q u e tenga o c a s i ó n d e hallar lo q u e b u s c a . C o n v e n d r í a trazarle el
c a m i n o d e esta m a n e r a : Para q u e sienta q u e hay q u e usar c o n i n -
d i f e r e n c i a d e los m e d i o s q u e D i o s nos ha d a d o , para q u e p u e d a
c o n s e g u i r el fin para el q u e nos ha c r e a d o y para q u e , c o n o c i é n -
d o l o , se ponga totalmente en sus manos; pues b i e n , he a q u í el f u n -
d a m e n t o d o n d e h a l l a r e m o s lo q u e d e s e a m o s . . . Es menester q u e
totalmente nos resignemos en las manos d e D i o s nuestro S e ñ o r » .

Es d e c i r : p o n e r s e t o t a l m e n t e e n m a n o s d e D i o s , c o n a n i m o s a
g e n e r o s i d a d , para q u e D i o s se sirva e n t o d o d e n o s o t r o s . 2

2
S. A R Z U B I A L D E , Ejercicios Espirituales de S. Ignacio. Historia y análisis,
Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 1991, p. 2: «La práctica histórica da que
se le debe dedicar (a meditar el "Principio y Fundamento") un día o dos hasta que

30
DlOS, LO PRIMERO Y LO ÚLTIMO

En el « P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » n o se trata d e e l a b o r a r s i l o -
gismos l ó g i c o s , fríos, c e r e b r a l e s , sobre el fin ú l t i m o del h o m b r e .
N o hay q u e intelectualizarlo. N o hay q u e «probar» r a c i o n a l m e n t e
n a d a . S i n o q u e , e n é l , se trata d e sentir y gustar i n t e r n a m e n t e lo
q u e es «ponerse t o t a l m e n t e e n m a n o s d e D i o s » . H a b l e m o s d e esas
m a n o s d e D i o s e n las q u e q u e r e m o s p o n e r n o s .

H a y tres metáforas e n la Escritura para describir las m a n o s d e


Dios. Son imágenes populares, pero d e hondura teológica. A través d e
ellas, se nos declara el sentido d e nuestra v i d a : d e d ó n d e v e n i m o s y
a d o n d e v a m o s . N o s d i c e n q u e , a pesar d e las oscuridades d e la vida,
no estamos a la intemperie, no pisamos e n el v a c í o , sino q u e estamos
resguardados y v a m o s hacia un Misterio amoroso q u e nos a c o g e .

1 . M a n o s de alfarero

Isaías (Is 4 5 , 9; 6 4 , 8) y P a b l o ( R o m 9, 20-21) lo c o m p a r a n a


un alfarero. D i o s t i e n e m a n o s d e alfarero.

Así lo c a n t a m o s e n el h i m n o d e L a u d e s (Jueves II, t o m o III):

Alfarero del hombre, mano trabajadora,


que, de los hondos limos iniciales,
convocas a los pájaros a la primera aurora,
al pasto, los primeros animales.

Es una metáfora q u e m e c o l o c a ante el misterio d e D i o s y a n -


te mi p r o p i o misterio c o m o h o m b r e . 3

C o n m i m o repetirán los S a l m o s q u e D i o s lo ha h e c h o t o d o
c o n sus m a n o s . C o n j ú b i l o e x c l a m a r á n q u e las cosas son la «obra
d e sus m a n o s » (Sal 9 1 ) ; el c i e l o es «obra d e tus d e d o s » (Sal 8). Por
eso, por ser c a d a c o s a m o l d e a d a , a c a r i c i a d a y c u i d a d a por el S e -
ñor, la c r e a c i ó n es buena. A s í lo d i c e - c o m o nos c u e n t a el G é n e -
sis- el m i s m o alfarero al crear el m u n d o .

el ejercitante asuma la condición creatural de quien no se pertenece, hasta que


experimente que se halla en las manos de Dios».
3
El misterio de la Creación impresionaba a San Ignacio: 25 veces le da a
Dios el apelativo de «creador» en los Ejercicios. Y en el texto del «Principio y
Fundamento», dice que el hombre es creado, en presente, subrayando así que
permanece continuamente bajo la acción creadora de Dios.

31
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

Pero hay una obra q u e n o sólo es buena, sino muy buena: es el


h o m b r e . T a m b i é n el ser h u m a n o es obra d e sus m a n o s d e alfarero.
Esas m a n o s nos hicieron del limo, del p o l v o d e la tierra. «El nos hizo
y suyos somos», dirá el S a l m o 9 9 , 3. «Tus m a n o s m e hicieron y m e
formaron», e x c l a m a r á J o b Gob 10, 8). S o m o s hechura d e sus manos.

1. ¡ Q u é pasmo nos d e b e r í a s a c u d i r al p e n s a r l o !

El m i s m o q u e i n v a d e al salmista, c u a n d o se pregunta a s o m -
b r a d o : « ¿ Q u é es el h o m b r e para q u e te a c u e r d e s d e é l , el ser h u -
m a n o para d a r l e p o d e r ? L o hiciste p o c o inferior a los á n g e l e s . L o
c o r o n a s t e d e gloria y m a j e s t a d . L e diste el m a n d o s o b r e las obras
d e tus m a n o s , t o d o lo sometiste b a j o sus pies» (Sal 8).

Pasmo, p o r q u e n o nos h e m o s h e c h o nosotros a nosotros m i s -


m o s . Él nos h i z o surgir por a m o r ; nos l l a m ó a la v i d a . P a s m o por
nuestra d i g n i d a d :

- el h o m b r e es el c e n t r o d e la c r e a c i ó n ; é l , h e c h o por D i o s ,
p o n e n o m b r e a todas las c o s a s : él t i e n e el m a n d o s o b r e
ellas;

- nos m o d e l ó a su i m a g e n ; la labró e n nosotros.

2. Y j u n t o al p a s m o , ¡ q u é confianza nos d e b e i n u n d a r !

S o m o s obra « m u y b u e n a » . N o nos ha h e c h o e n serie, sino a


c a d a u n o c o n Sus m a n o s . N o s c o n o c e p a l m o a p a l m o , todos n u e s -
tros r e c o v e c o s y e s c o n d r i j o s , hasta las entrañas. C o m o reza el S a l -
m o 103 ( 1 0 2 , 14): «Él s a b e d e q u é estamos p l a s m a d o s , se a c u e r d a
d e q u e s o m o s p o l v o » . Y el S a l m o 3 2 : « M o d e l ó c a d a c o r a z ó n y
c o m p r e n d e todas sus a c c i o n e s » .

Él, pues, el alfarero, c o n o c e d e q u é pasta estamos h e c h o s . S a -


be, p o r q u e somos su hechura, c u á l es nuestra fragilidad. En nuestros
«malos ratos», p e n s e m o s q u e Él ya sabe q u e somos p o l v o y nos « c o -
ronará» - c o m o el m i s m o S a l m o 103 d i c e - d e a m o r y d e ternura.

La metáfora d e las m a n o s del D i o s alfarero suscita a d m i r a c i ó n


y c o n f i a n z a : ¡ Q u i é n m e ha h e c h o ! ¡ C ó m o m e ha h e c h o ! ¡ C ó m o
m e ha q u e r i d o ! ¡ C ó m o m e c o n o c e ! S o y criatura y surjo c o n t i n u a -
m e n t e del a m o r d e D i o s . L o q u e Y a h v é d i c e al profeta Isaías, nos lo
d i c e t a m b i é n a nosotros:

32
Dios, LO PRIMERO Y LO ÚLTIMO

N o temas. Te he llamado por tu nombre.


Si pasas por las aguas, yo estoy contigo.
Eres precioso a mis ojos, eres estimado y yo te amo.
N o temas, yo estoy contigo.

(Is 4 3 , 1-7)

N o s l l a m ó d e s d e la n a d a , p o r q u e s o m o s p r e c i o s o s a sus ojos.
A l c r e a r n o s tenía, y tiene, un p r o y e c t o sobre nosotros. ¡ O j a l á s e p a -
mos corresponder a é l !

2. M a n o s d e pastor

Pero la Escritura nos d i c e t a m b i é n q u e D i o s t i e n e m a n o s d e


Pastor; m a n o s q u e c o n d u c e n , vigorosas y seguras, c o m o las d e un
Pastor . 4

S a l 23 (22): «El S e ñ o r es m i pastor q u e m e c o n d u c e h a c i a


fuentes tranquilas y repara mis f u e r z a s » .

S o n m a n o s q u e a c o m p a ñ a n a lo largo d e la v i d a ( D i o s n o nos
sustituye, p e r o nos a c o m p a ñ a ) . T a m b i é n a nosotros, c o m o a Israel,
nos pastorea ( M i q 7, 14-15: «Pastorea a tu p u e b l o c o n el c a y a d o » ) .

D i o s , el alfarero, no nos c r e a c o n m i m o , pero después nos d e -


ja, s i n o q u e c o n t i n u a m e n t e nos guía por los s e n d e r o s d e la v i d a
(Sal 9 4 : « S o m o s el r e b a ñ o q u e Él g u í a » ) . Él s i e m p r e va c o n n o s o -
tros (Sal 23 (22)).

S o n las suyas m a n o s fuertes c o m o las q u e c o n d u c í a n a Israel a


través del desierto (Sal 136, 12). N o c a m i n a m o s solos. Jesús podía
decir: « N u n c a estoy solo; pues el Padre está c o n m i g o » Gn 16, 32).
También nosotros, a lo largo d e nuestros años, p o d e m o s exclamar,
c o m o el salmista: «Tu b o n d a d y lealtad m e siguen toda la vida» (Sal
23 (22)). N o estamos solos y n o t e n e m o s m i e d o ; nos sentimos segu-
ros. S o n m a n o s q u e nos c o g e n e n brazos y nos alzan hasta su c u e l l o
para transportarnos: c o m o el b u e n pastor h a c e c o n la oveja perdida.

Pero t a m b i é n , a v e c e s , son m a n o s ásperas, c o m o las d e un pas-


tor, q u e nos c o n d u c e n «por c a ñ a d a s oscuras» y nos llevan por ca-

4
Cf. P. van B R E E M E N , «El Señor es mi pastor» e n : Él nos amó primero, Sal
Terrae, Santander, 2 edic. 1991, pp. 19-33.
a

33
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

m i n o s q u e no c o m p r e n d e m o s . P o r q u e , c o m o d i c e Isaías (Is 5 5 , 8-9):


« M i s planes n o son vuestros planes, mis c a m i n o s n o son vuestros c a -
m i n o s . C o m o el c i e l o está por e n c i m a d e la tierra, mis c a m i n o s son
más altos q u e los vuestros, mis planes más q u e vuestros p l a n e s » .

M a n o s , p u e s , q u e nos d e s c o n c i e r t a n ; m a n o s del « D i o s s i e m -
pre m a y o r » . D e l D i o s i n a c c e s i b l e , misterioso, q u e nos s o b r e p a s a ;
al q u e n u n c a p o d e m o s e n t e n d e r del t o d o . El D i o s q u e es s i e m p r e
m á s g r a n d e . Para d e c i r l o c o n u n a frase d e Isaías: « E n v e r d a d , T ú
eres un D i o s e s c o n d i d o » (Is 4 5 , 15).

Es el D i o s d e la sorpresa y d e la c o n t i n u a n o v e d a d . Este D i o s
q u e nos c o n d u c e d o n d e q u i e r e , p e r o al q u e n u n c a p o d e m o s c o n -
ducir, ni del q u e n u n c a p o d e m o s disponer, nos a c o m p a ñ a , m i n u -
to a m i n u t o , e n nuestra existencia.

3. M a n o s d e p a d r e

Pero la mejor d e s c r i p c i ó n d e c ó m o son las m a n o s d e D i o s nos


la ha d a d o Cristo: D i o s tiene m a n o s d e P a d r e . En la cruz, al morir,
5

nos d i o la m e j o r d e f i n i c i ó n d e lo q u e es la v i d a y la muerte cristia-


nas. G r i t ó : «Padre, a tus m a n o s e n c o m i e n d o mi espíritu» (Le 2 4 , 46).

Ése es el s i g n i f i c a d o d e nuestra v i d a y d e nuestra m u e r t e : ir


h a c i a las m a n o s del Padre y entregarse f i n a l m e n t e a ellas. A s í v i v i ó
Jesús el sentido d e su v i d a :

- (En el lavatorio d e los pies) « H a b i e n d o llegado la hora d e


pasar d e este m u n d o al Padre» Qn 1 3 , 1 ) ; « S a b i e n d o q u e el
Padre le h a b í a puesto t o d o e n sus m a n o s y q u e h a b í a s a l i -
d o d e D i o s y a D i o s v o l v í a » (Jn 1 3 , 3);

- « M e v o y a A q u é l q u e m e ha e n v i a d o » (Jn 16, 5);

- « M e v o y al Padre» (Jn 16,10);


- « S a l í del Padre y h e v e n i d o al m u n d o . A h o r a d e j o otra v e z
el m u n d o y v o y al Padre» (Jn 1 6 , 2 8 ) ;
- « V o y a mi Padre y vuestro Padre, mi D i o s y vuestro D i o s »
( J n 2 0 , 17).

5
Cf. P. van B R E E M E N , «Padre nuestro, que estás en los cielos» en o. c ,
pp. 34-48.

34
Dios, LO PRIMERO Y LO ÚLTIMO

A ese Padre, q u e es el Padre d e N u e s t r o S e ñ o r Jesucristo y


nuestro Padre, nos e n c a m i n a m o s . A l Padre, c o m o el m i s m o Jesús
nos e n s e ñ ó a l l a m a r l e : c u a n d o oréis, d e c í a , l l a m a d l e : Padre n u e s -
tro, q u e estás e n el c i e l o . Y nos entregó su Espíritu para q u e p u d i é -
ramos l l a m a r l e c o m o hijos, A b b á ( R o m 8, 14).

Esta d e f i n i c i ó n d e las m a n o s d e D i o s i m p r e g n a las otras dos y


las transfigura y transforma. N o v e n i m o s d e u n s i m p l e alfarero
b o n d a d o s o , s i n o d e las m a n o s d e l P a d r e . N o nos a c o m p a ñ a n u n
c e l o s o pastor v i g i l a n t e y su c a y a d o , sino las m a n o s del Padre. D e l
Padre v e n i m o s , al P a d r e v a m o s . A l P a d r e q u e q u i e r e q u e s e a m o s
hijos e n el H i j o y q u e d e s e a q u e esa i m a g e n q u e , c o m o alfarero,
grabó e n nosotros, sea, c a d a v e z m á s , c o n f o r m e a los rasgos d e su
H i j o ( R o m 8, 2 9 ) .

Sí, las m a n o s d e D i o s son m a n o s d e Padre q u e se agarran a la


espalda, d a n d o un a b r a z o fuerte al hijo p e r d i d o q u e v u e l v e a casa.
S o n m a n o s d e Padre q u e n o d a n u n a serpiente, si se le p i d e p e s c a -
d o - c o m o Jesús d e c í a - , s i n o q u e son m a n o s d a d i v o s a s , q u e nos
entregan a su p r o p i o H i j o para q u e t e n g a m o s v i d a y v i d a a b u n -
dante.

Dios padre-madre

Pero ese Padre, A b b á , del q u e tanto h a b l ó Jesús, tenía para él


rasgos m a t e r n a l e s . P o r q u e el D i o s d e Jesús es Padre, p e r o c o n ter-
6

nura d e M a d r e . T i e n e r e c i e d u m b r e y ternura, fortaleza y c o m p a -


sión, a l i e n t o y c a r i c i a , detalles d e l i c a d o s y a b r a z o s v i g o r o s o s . T e -
nía, pues, m a n o s d e M a d r e .

(Para un h u é r f a n o , q u e d e s d e m u y p e q u e ñ o ha p e r d i d o , casi
sin c o n o c e r l o s - o sin c a s i - , a su m a d r e o a su p a d r e y, luego, v i v e
toda su v i d a al a m p a r o d e u n o s o l o d e e l l o s , n o es difícil c o m -
prender - e s e asunto q u e está h o y tan e n b o g a entre los t e ó l o g o s -
q u e D i o s p u e d a ser Padre y M a d r e a la vez.)

El D i o s d e Jesús es un P a d r e c o n rasgos m a t e r n a l e s . ¿ D ó n d e
a p r e n d i ó Jesús la ternura d e D i o s , sus rasgos maternales? D e la tra-
d i c i ó n ; p e r o , sobre t o d o , d e su propia e x p e r i e n c i a .

6
Cf. L. G O N Z Á L E Z - C A R V A J A L , «Dios también es Madre» en su libro:
Noticias de Dios, Sal Terrae, Santander 1997, pp. 21 5-232.

35
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

1. D e la t r a d i c i ó n : los rasgos m a t e r n a l e s d e D i o s h a n sido r e -


p e t i d a m e n t e c a n t a d o s , p r i n c i p a l m e n t e , por los profetas. Sugiero a l -
gunas c i t a s :

• Isaías d e s c r i b í a así ese «corazón maternal» de Dios:


« ¿ P u e d e u n a m a d r e o l v i d a r s e d e su criatura, dejar d e q u e -
rer al hijo d e sus entrañas? P u e s , a u n q u e ella te o l v i d e , y o
n o te o l v i d a r é . M i r a , e n m i s p a l m a s te l l e v o t a t u a d a » (Is
4 9 , 15-16). « C o m o un n i ñ o a q u i e n su m a d r e c o n s u e l a ,
así os c o n s o l a r é y o » (Is 6 6 , 12).

• El s e g u n d o Isaías h a b l a d e D i o s c o m o d e u n a m a d r e e n
c u y o v i e n t r e se gestó el p u e b l o d e Israel: « E s c ú c h a m e , c a -
sa d e Israel c o n q u i e n h e c a r g a d o d e s d e el v i e n t r e m a t e r -
n o , a q u i e n he l l e v a d o d e s d e las entrañas» (Is 4 6 , 3).

• El profeta O s e a s subraya poderosamente el c e l o maternal d e


D i o s c u a n d o nos d i c e q u e la agresividad d e Y a h v é , c o m o la
d e c u a l q u i e r m a d r e , se desata si v e q u e los enemigos p o n e n
e n peligro al p u e b l o q u e Él e n g e n d r ó : « C a e r é sobre ellos
c o m o una osa a la q u e roban sus cachorros» ( O s e a s 13, 8).

• En el m i s m o O s e a s se e n c u e n t r a la p r e c i o s a b a l a d a del
a m o r m a t e r n o d e D i o s , un a m o r l a s t i m a d o por el d e s e n -
g a ñ o , p e r o t o z u d o c o m o el d e una m a d r e , c o n su p u e b l o :

Cuando Israel era niño, lo amé,


Y desde Egipto llamé a mi hijo.
Cuanto más los llamaba, más se alejaban de mí.
Yo enseñé a andar a Efraín.
Le alzaba en brazos, y él no comprendía que yo lo cuidaba.
Con lazos de amor le atraía.
Fui para él como el que alza un niño contra su mejilla (pecho);
me inclinaba y le daba de comer.
¿Cómo podré dejarte a ti, Efraín, entregarte a ti, Israel?
Se me revuelve el corazón, se me conmueven las entrañas.
N o cederé al ardor de mi cólera,
no volveré a destruir a Efraín,
porque soy Dios y no hombre,
santo en medio de ti, y no enemigo a la puerta.

(Oseas 1 1 , 1-4.8-9) 7

7
El v. 4 también podría traducirse así: «Fui para ellos c o m o los que alzan
a un niño hasta su pecho: me incliné hacia él y le di de comer (mamar)». Yahvé

36
Dios, LO PRIMERO Y LO ÚLTIMO

• S o n m a n o s - c o m o d i c e c o n a u d a c i a el Sal 2 2 , 1 0 - 1 1 - q u e
tuvieron d e s d e el principio la ternura d e una c o m a d r o n a :
«Tú m e sacaste del vientre d e mi m a d r e , del seno materno
pasé a tus manos, desde el vientre materno T ú eres mi D i o s » .

P u e s b i e n , u n a y otra v e z - l o v e r e m o s a lo largo d e estas m e -


d i t a c i o n e s - , h a b l a r á Jesús d e la ternura y c o m p a s i ó n d e D i o s , al
q u e revela c o n su p a l a b r a y c o n sus gestos.

D e la p a l a b r a hebrea «rehem», q u e significa « v i e n t r e , matriz,


e n t r a ñ a s » , se d e r i v a la p a l a b r a c o n la q u e se c a l i f i c a a Y a h v é d e
« c o m p a s i v o » (el a d j e t i v o «rahum»). Y es q u e se p e n s a b a q u e estos
sentimientos m i s e r i c o r d i o s o s t e n í a n p r i m o r d i a l m e n t e su origen e n
las entrañas f e m e n i n a s , q u e eran el sitio «tierno» del ser h u m a n o .

El m i s m o Jesús p r a c t i c a b a esas m i r a d a s d e un D i o s q u e , p o r -
q u e es Padre y M a d r e , e m p i e z a n e n los ojos y a c a b a n e n las entra-
ñas. H a y diversos pasajes e v a n g é l i c o s q u e nos d i c e n q u e , tras c o n -
t e m p l a r c o n los ojos a la m u l t i t u d d e s o r i e n t a d a y d o l i e n t e q u e le
seguía, a J e s ú s , c o m p a s i v a m e n t e , se le d e r r e t í a n las entrañas
(«splanchnízomah): M t 9, 3 6 ; 2 0 , 3 4 ; M e 1 , 4 1 ; 6, 3 4 ; Le 7, 1 3 .

Y e n su c o n o c i d o l a m e n t o s o b r e J e r u s a l é n y sus gentes, el
m i s m o Jesús h a c e referencia al abrigo y p r o t e c c i ó n q u e o f r e c e u n a
m a d r e y q u e , e n este c a s o , h a n sido r e c h a z a d o s por su p u e b l o :

¡Jerusalén, Jerusalén, que matas a los profetas y apedreas a los


que te envían! ¡Cuántas veces he querido reunir a tus hijos c o -
mo la gallina a sus polluelos bajo las alas, pero no has querido!
( M t 2 3 , 37)

2. P e r o , s o b r e t o d o , lo a p r e n d i ó d e M a r í a , q u e lo v i o c r e c e r
en su v i d a o c u l t a e n N a z a r e t .

D e la e x p e r i e n c i a , la atenta o b s e r v a c i ó n y el r o c e c o t i d i a n o
c o n su m a d r e , q u e lo h a b í a l l e v a d o e n sus entrañas, a p r e n d i ó Jesús
lo q u e era la ternura, el a b r i g o , la c a r i c i a , la d e l i c a d e z a . Y esas e x -
p e r i e n c i a s le c o n v e n c i e r o n d e q u e u n D i o s tan c e r c a n o c o m o el

levanta al niño hasta su pecho y después se inclina sobre él, que es la postura ha-
b'tual de las madres cuando amamantan. Sobre esto cf. L. G O N Z Á L E Z - C A R V A -
JAL, o. c , p. 2 2 3 .

37
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

q u e Él sentía y q u e r í a revelar a los h o m b r e s y m u j e r e s , tenía q u e


ser así: tierno y fuerte, r e c i a m e n t e leal y a c o g e d o r a m e n t e c o m -
p r e n s i v o ; e n fin, Padre y M a d r e a la v e z .

S i n t a m o s y gustemos i n t e r n a m e n t e q u e estamos e n m a n o s del


A l f a r e r o , del Pastor, del Padre m a t e r n a l . P o n g á m o n o s g o z o s a m e n -
te e n esas m a n o s y p i d a m o s al S e ñ o r q u e nos c o n c e d a fres senti-
mientos:

Sentirse cogidos

C o g i d o s d e tal forma q u e , si nos soltara, v o l v e r í a m o s a la n a -


da. P o r q u e sin É l , sin su a l i e n t o - e l q u e nos insufló al m o l d e a r n o s
del barro d e la tierra-, d e j a r í a m o s d e existir. C o g i d o s , p o r q u e d e -
pendemos de Él, esencial y existencialmente. Le pertenecemos.
S o m o s d o n s u y o , p e r p e t u o regalo. Los antiguos s o l í a n f o r m u l a r l o
así: soy d e D i o s , t o d o d e D i o s , sólo d e D i o s , s i e m p r e d e D i o s .

Esto n o es un p u r o r a c i o c i n i o . Es explicitar lo q u e Pablo, d e s -


d e la fe r a d i c a l , nos preguntaba (1 C o r 4, 7): « ¿ Q u é tienes q u e n o
hayas r e c i b i d o ? Y si t o d o es r e c i b i d o , ¿ d e q u é te v a n a g l o r i a s ? » .

S o m o s seres-para (esa p a l a b r a q u e I g n a c i o , e n el P r i n c i p i o y
F u n d a m e n t o , repite u n a y otra v e z ) . S o m o s seres c o n t i n u a m e n t e
«referidos»: referidos a O t r o , q u e nos sobrepasa y nos q u i e r e , q u e
nos t i e n e p r e n d i d o s - y p r e n d a d o s - , c o g i d o s .

Sentirse sobrecogidos

• Por su b o n d a d . D e c í a n los r e f o r m a d o r e s - c o m o r e a c c i ó n
al D i o s abstracto, e s p e c u l a t i v o , l e j a n o y cerebral d e la e s -
c o l á s t i c a - q u e el D i o s q u e se nos revela es el « D e u s erga
n o s » : el D i o s v o l c a d o h a c i a nosotros; el D i o s q u e nos i n -
c u m b e , q u e s i e m p r e t i e n e r e l a c i ó n c o n nosotros.

A s í e s . D i o s nos ha c r e a d o para d e r r a m a r s o b r e nosotros los


b e n e f i c i o s d e su b o n d a d . D i o s es el gran dador. A m a n o s llenas
nos ha b e n d e c i d o . Es el p r i m e r o q u e p r a c t i c a su e n s e ñ a n z a : m á s
v a l e dar q u e recibir.

N o s o t r o s s o m o s su gloria. Ya lo d e c í a S a n I r e n e o : « G l o r i a D e i
h o m o v i v e n s » . ¿ C ó m o n o v a m o s a a c e p t a r n o s a nosotros m i s m o s si

38
Dios, LO PRIMERO Y LO ÚLTIMO

D i o s nos q u i e r e y s o m o s su gloria? ¿ C ó m o n o v a m o s a a c e p t a r a
los d e m á s si sobre c a d a u n o d e ellos, D i o s , al c r e a r l o , p r o n u n c i a :
«Es u n a obra m u y b u e n a » ?

• Por su g r a n d e z a . D i c e n los filósofos q u e los h o m b r e s , a n -


te la p r e s e n c i a del Ser S u p r e m o , del S a n t o , del t o t a l m e n t e
Otro, sienten:

- «pavor» ( « t r e m o r » ) : e s t r e m e c i m i e n t o , ante su i n a c c e s i -
b i l i d a d . S u p r e s e n c i a despierta el s e n t i m i e n t o d e c r i a -
tura y d e la p r o p i a n a d i d a d (Así, M o i s é s se d e s c a l z a
ante la z a r z a ardiente);

- «estupor»: p o r q u e se está ante lo heterogéneo absoluto;

- « a d m i r a c i ó n » (ante lo q u e es « m i r u m » ) , ante lo q u e r e -
t i e n e y d i s t a n c i a a la v e z , p o r q u e simultáneamente
atrae y retrae.

N o es e x a c t a m e n t e eso lo q u e d e b e m o s sentir ante el D i o s r e -


v e l a d o . N o s o t r o s , a n t e el D i o s r e v e l a d o , s i n t a m o s « r e v e r e n c i a » :
respeto. H a g á m o s l e justicia a lo q u e Él es y a lo q u e nosotros s o -
mos. A c e p t e m o s q u e nos d e s c o n c i e r t e , q u e no p o d a m o s disponer
d e É l , q u e nos s o b r e p a s e . D e j e m o s a D i o s q u e sea D i o s , s i e m p r e
más g r a n d e .

Pero esta r e v e r e n c i a n o p u e d e paralizarnos, p o r q u e está siem-


pre dirigida al Padre d e rasgos maternales, q u e es m á s g r a n d e q u e
nosotros. Es, p u e s , u n a r e v e r e n c i a f i l i a l : h e c h a d e s e m e j a n z a y d e -
s e m e j a n z a , c o m o b i e n la expresa S a n A g u s t í n : « A m b a s c o s a s : m e
e s t r e m e z c o y m e e m b e l e s o . M e e s t r e m e z c o p o r q u e Él es tan d e s e -
m e j a n t e a mí; y m e e m b e l e s o p o r q u e soy tan s e m e j a n t e a É l » . 8

Sentirse acogidos

Es v e r d a d q u e le p e r t e n e c e m o s . Pero d e s d e q u e Jesús nos re-


v
e l ó q u e su P a d r e es nuestro P a d r e , s a b e m o s q u e esa p e r t e n e n c i a
es filiación. S i n t á m o n o s hijos a c o g i d o s e n sus m a n o s a m o r o s a s .
Pues n o s ó l o estamos c o n t i n u a m e n t e e n su regazo - y a sería m u -
c h o - , sino q u e el T r a s c e n d e n t e se h a c e i n m a n e n t e . N o es a l g u i e n

Confessiones XI, 9, 1 1 .

39
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

q u e está « a h í fuera» d e nosotros, sino q u e se nos h a c e i n m a n e n t e


y nos e m p a p a . C o m o d e c í a S a n A g u s t í n : « S e nos h a c e más í n t i m o
q u e nuestra propia i n t i m i d a d » .

S o m o s , p u e s , seres a r r o p a d o s , n u n c a d e s a m p a r a d o s . Él h a c e
m o r a d a e n nosotros. N o s lo e n s e ñ ó J e s ú s . Q u e Jesús nos e n s e ñ e
t a m b i é n - a u n e n los m o m e n t o s e n q u e D i o s p a r e c e d i f u m i n a r s e e n
nuestras v i d a s - a v i v i r a c o g i d o s . Él q u e s i e m p r e se supo a c o g i d o y
q u e d i j o q u e n u n c a estaba solo (pues el Padre estaba c o n Él). T a n -
to e n los m o m e n t o s l u m i n o s o s c o m o e n los o s c u r o s d e nuestra v i -
da, estamos e n b u e n a s m a n o s .

Si nos sentimos c o g i d o s , s o b r e c o g i d o s y a c o g i d o s por las m a -


nos d e D i o s , brotarán d e nosotros, e s p o n t á n e a m e n t e , la b e n d i c i ó n
y a l a b a n z a , la r e v e r e n c i a y el filial d e s e o d e servirle, d e b u s c a r y
h a c e r el m e j o r s e r v i c i o .

- B e n d e c i r a a l g u i e n es a l a b a r l e : decir-bien d e é l ; n o s ó l o
c o n los labios, sino c o n el c o r a z ó n y la v i d a .

- H a c e r r e v e r e n c i a , respetar. C o m o b i e n r e c a l c a Adrien
D e m o u s t i e r , i n c l i n a r s e a n t e a l g u i e n , r e v e r e n c i a r l e , es «to-
m a r d i s t a n c i a » d e a l g u i e n : lo q u e p e r m i t e e s t a b l e c e r u n a
justa r e l a c i ó n c o n é l .

Las distancias que separan a las personas -algo muy cuidado en


las normas de etiqueta y ceremonial- tenían mucha importancia
en tiempos de San Ignacio. Una actitud corporal subyace en la
idea de respeto. Para hacer una reverencia y cumplimentar el
gesto debido a la persona con quien me encuentro, hay ante to-
do que medir la distancia, ni demasiado lejos, ni demasiado cer-
ca, según sea el gesto o la sucesión de gestos que debo hacer pa-
ra exteriorizar mi relación con el otro. Esa distancia es la señal
del tipo de relación que yo asumo respecto del otro. La distancia
significa una diferencia, diversos grados. La noción de respeto in-
cluye, pues, la exigencia de dejar al otro el lugar que le corres-
ponde, de no traspasarlo.

R e s p e t a r es d e j a r el e s p a c i o n e c e s a r i o a la libertad d e l o t r o :
c o n s i d e r a r l o tal c u a l es e n su d i f e r e n c i a y p e r m i t i r así u n a r e l a -
c i ó n d e n t r o d e la v e r d a d y l i b e r t a d . A q u í , será tratar a D i o s a lo
D i o s : d e j a r q u e D i o s sea D i o s ( « s i e m p r e m a y o r » ) , n o intentar m a -
nipularle.

40
Dios, LO PRIMERO Y LO ÚLTIMO

- S e r v i r : es darse al otro c o n t o d o lo q u e u n o t i e n e : p o n e r -
se a su d i s p o s i c i ó n . Para S a n I g n a c i o esta p a l a b r a es, a d e -
más, u n a a f i r m a c i ó n d e i n t i m i d a d y c o m p a ñ e r i s m o . Servir
- p a r a I g n a c i o - es entrar e n la C o m p a ñ í a , e n el c o m p a ñ e -
rismo d e un jefe militar c o n sus c o m p a ñ e r o s d e a r m a s . Es
entrar e n la c a s a , e n la f a m i l i a r i d a d d e un s e ñ o r . 9

Este s e r v i c i o hay q u e prestárselo al S e ñ o r d o n d e Él q u i e r e ser


servido: e n los d e m á s .

9
Sobre esta idea de servicio, cf. la autobiografía de San Ignacio, Relato
del peregrino, nn. 6 y 13. Este sentido de la palabra «servir» se utilizará en la «pa-
rábola» de la meditación del «Rey Eternal».

41
3
MANIFIESTO DE LA LIBERTAD GOZOSA

S a b e r y sabor

En la v i d a necesitamos tener saber y sabor. Porque vivir es a n -


te t o d o e n c o n t r a r l e a la v i d a d o s c o s a s : sentido y g u s t o . Es decir,
1

hay q u e v i v i r c o n saber y c o n sabor. Las dos cosas son necesarias.


(Ya lo d e c í a N i e t z s c h e : c u a n d o u n o sabe por q u é v i v e , e n c u e n t r a
f á c i l m e n t e el c ó m o vivir.)

V i v i r c o n saber es vivir c o n sentido, saber por q u é se v i v e . V i -


vir c o n sabor es vivir c o n gusto, encontrar c ó m o hay q u e vivir.

Si logramos e n c o n t r a r l e a nuestra v i d a sentido, p e r o n o e n -


c o n t r a m o s gusto, v i v i r e m o s d e n s a m e n t e , p e r o tristes. Si v i v i m o s
c o n gusto, p e r o sin e n c o n t r a r l e a nuestra v i d a un sentido h o n d o ,
un p o r q u é profundo, v i v i r e m o s alegres, pero v a c í o s . Por eso, c u a n -
d o logramos v i v i r al m i s m o t i e m p o c o n sentido y c o n gusto, c o n
saber y c o n sabor, e m p e z a m o s a vivir e n p l e n i t u d .

Esto pretende el « P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » : mostrarnos el sa-


ber y el sabor d e nuestras v i d a s , q u e es un saber y un sabor d e
D i o s . O f r e c i é n d o n o s una lectura teologal d e nosotros mismos
- q u e nos presenta el misterio p r o f u n d o q u e somos, nuestra radical
v e r d a d - : nos d i c e c u á l es el sentido d e nuestra v i d a : d e Él v e n i m o s

Debo estas sugerencias sobre el «saber» y el «sabor» a Florencio S E C U R A .

43
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

y a Él v a m o s . Y t a m b i é n el gusto: v a l e la p e n a v i v i r para Él y p r e s -
tarle, libre y a m o r o s a m e n t e , el m e j o r s e r v i c i o . H a b l e m o s d e ese
sentido y d e ese gusto.

S e ha d i c h o q u e el « P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » es el m a n i f i e s -
t o d e la f e l i c i d a d . P u e s n o expresa otra c o s a q u e lo q u e p r o c l a m a
el Sal 1 1 8 : « D i c h o s o el q u e c a m i n a e n la v o l u n t a d del Señor. D i -
c h o s o el q u e , c o n v i d a i n t a c h a b l e , c a m i n a e n la v o l u n t a d d e l S e -
ñor. D i c h o s o el q u e , g u a r d a n d o sus p r e c e p t o s , lo b u s c a d e t o d o
corazón».

El « P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » e n s e ñ a c ó m o hay q u e c a m i n a r
e n la v o l u n t a d del Señor, c ó m o hay q u e b u s c a r l o d e t o d o c o r a z ó n .
Y eso es la d i c h a . Enseña la f e l i c i d a d .

S e ha d i c h o t a m b i é n q u e el « P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » es el
m a n i f i e s t o d e la l i b e r t a d . P u e s n o expresa otra c o s a q u e lo q u e ,
c a d a día, tal v e z rutinariamente, repetimos e n el Benedictus, cuan-
d o r e z a m o s L a u d e s : El S e ñ o r nos c o n c e d a q u e «libres d e temor,
a r r a n c a d o s d e la m a n o d e los e n e m i g o s - y e n e m i g o s los t e n e m o s
m u y d e n t r o d e nosotros m i s m o s - , le s i r v a m o s c o n s a n t i d a d y j u s -
ticia, e n su p r e s e n c i a , todos nuestros días» (Le 1 , 68-79).

El « P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » e n s e ñ a a liberarse para servir;


nos h a b l a d e la libertad para el s e r v i c i o .

Las dos c o s a s son v e r d a d : es el « m a n i f i e s t o b á s i c o d e la f e l i -


c i d a d » y es el «manifiesto d e la libertad». Pues el « P r i n c i p i o y F u n -
d a m e n t o » es el m a n i f i e s t o d e u n a d i c h o s a , gozosa l i b e r a c i ó n .

S a n I g n a c i o nos d i c e [23] q u e el h o m b r e es u n ser c r e a d o y,


por tanto, un ser «referido», u n ser-para D i o s . (Pero si el h o m b r e es
un «ser-para» es p o r q u e , p r i m e r o , por amor, D i o s se ha puesto al
s e r v i c i o del h o m b r e : es t a m b i é n un «ser-para».)

« Y las otras c o s a s s o b r e la h a z d e la tierra s o n c r i a d a s p a r a


el h o m b r e , y p a r a q u e le a y u d e n e n la p r o s e c u c i ó n d e l fin p a r a
q u e es c r i a d o . D e d o n d e se s i g u e q u e el h o m b r e t a n t o ha d e
usar d e e l l a s , c u a n t o le a y u d e n para su f i n , y t a n t o d e b e q u i t a r s e
d e e l l a s , c u a n t o p a r a e l l o le i m p i d e n . Por lo c u a l es m e n e s t e r
h a c e r n o s i n d i f e r e n t e s a t o d a s las c o s a s c r i a d a s . S o l a m e n t e d e -
s e a n d o y e l i g i e n d o lo q u e m á s nos c o n d u c e p a r a el fin q u e s o -
mos criados.»

44
MANIFIESTO DE LA LIBERTAD GOZOSA

Estas b r e v e s líneas, serenas y c o n t u n d e n t e s , s o n , c o m o d i c e


un comentarista, L a d i s l a o B o r o s , «el manifiesto b á s i c o d e la liber-
tad» , c o n t i n u a m e n t e r e n o v a d o r a , transformadora. V a m o s a v e r l o .
2

7. Un servicio libre y gozoso

Nosotros p o d e m o s p r o n u n c i a r dos gritos p a r a d ó j i c o s - « s o m o s


suyos», « s o m o s nuestros»-, p e r o q u e t i e n e n la m i s m a raíz: gracias
a su amor.

• S o m o s suyos. P o r q u e nos ha c r e a d o . Pero nos ha c r e a d o


por amor.

« S ó l o un D i o s trinitario p u e d e crear. Los dioses del d e í s m o f i -


losófico n o p u e d e n ser dioses c r e a d o r e s . El d e í s m o es u n sistema
q u e c o n s i d e r a a D i o s c o m o a b s o l u t o , a u t o s u f i c i e n t e , q u e lo t i e n e
t o d o . Fuera d e este a b s o l u t o n o p o d r í a existir p r o p i a m e n t e n a d a
m á s . S ó l o a q u e l D i o s q u e n o es ú n i c a m e n t e un a b s o l u t o d e ser,
una substancia c e r r a d a sobre sí m i s m a , sino q u e es el absoluto d e
c o m u n i c a c i ó n , la s u b s t a n c i a abierta, el a b s o l u t o del amor, c o m o
nos e n s e ñ a la B i b l i a ; s o l a m e n t e este D i o s p u e d e salir fuera d e sí
m i s m o y p u e d e c r e a r algo distinto d e sí m i s m o , c o m o i m a g e n , p a -
ra establecer una n u e v a c o m u n i c a c i ó n d e amor. Este es el sentido
d e la c r e a c i ó n . »

El libro d e la S a b i d u r í a d i c e : «Te c o m p a d e c e s d e t o d o s , p o r -
q u e t o d o lo p u e d e s y d i s i m u l a s los p e c a d o s d e los h o m b r e s para
q u e se a r r e p i e n t a n . A m a s a todos los seres y nada d e lo q u e hiciste
a b o r r e c e s ; pues, si algo odiases, n o lo hubieras c r e a d o ( 1 1 , 23ss)».

H e a q u í el sentido d e la c r e a c i ó n : « A m a s a t o d o s los seres».


D i o s e m p i e z a por a m a r . Lo p r i m e r o n o es el a c t o creador, sino q u e
antes d e ser c r e a d o s , antes d e la c o n s t i t u c i ó n del m u n d o , d i c e S a n
Pablo, « h e m o s sido predestinados, D i o s ya nos ha a m a d o » .

D i o s t i e n e un p r o y e c t o sobre el m u n d o ; para realizar ese p r o -


y e c t o , q u e es a m o r o s o , lo c r e a . Y e n ese p r o y e c t o y o estoy i n c l u i -
d o . M e ha c r e a d o - p o r eso soy suyo- p o r q u e tiene u n p l a n , un s u e -
ño sobre mí. R e a l i z a r ese s u e ñ o d e D i o s es el sentido d e mi v i d a .

L B O R O S , Decisión liberadora. Los Ejercicios


2
de San Ignacio en su di-
mensión actual, Herder, Barcelona 1979, p. 2 1 .

45
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

• Pero, simultáneamente, p o d e m o s decir q u e somos nuestros.

El poeta a l e m á n H ó l d e r l i n e s c r i b í a : « D i o s c r e a a los h o m b r e s
c o m o los m a r e s c r e a n los c o n t i n e n t e s , retirándose. D i o s c r e a al
h o m b r e h a c i e n d o un v a c í o para q u e el h o m b r e exista, dejando
q u e el h o m b r e exista, d e j a n d o q u e el h o m b r e tenga su r e s p o n s a b i -
l i d a d . D i o s , q u e es el absoluto, el q u e lo llena t o d o , h a c e c o m o u n
v a c í o dentro d e ese a b s o l u t o para q u e el h o m b r e sea. Es la libertad
h u m a n a . El a m o r es u n a ofrenda d e libertad. D i o s d i c e : " Y o n o m e
interfiero, éste es tu á m b i t o " . El h o m b r e es el c o n t i n e n t e q u e ha
d e j a d o libre el i n m e n s o o c é a n o q u e se retira. A m a r n o es d o m i n a r
al otro o a p r o v e c h a r s e d e é l : a m a r es d e j a r q u e el otro sea l i b r e -
m e n t e é l . Eso h a c e D i o s c o n n o s o t r o s » .
3

El Todopoderoso, al crear, se autolimita. R e n u n c i a libremente a


su o m n i p o t e n c i a o m n í m o d a y c o n v o c a al ser a otros poderes libres
y creativos. Todo esto significa q u e D i o s - q u e nos ha c r e a d o por
a m o r - espera y quiere d e nosotros un servicio libre y a m o r o s o . Él n o
es un déspota q u e necesite esclavos; sino q u e desea q u e le sirvamos
c o m o hijos p r e n d a d o s por el Padre. Por tanto, somos nuestros.

L i b r e m e n t e , pues - p o r q u e el a m o r es libertad-, t e n e m o s q u e
c o n s a g r a r n o s a su s e r v i c i o , p o r q u e eso es lo q u e da sentido y g u s -
to a nuestra v i d a .

Y para ese s e r v i c i o filial t e n e m o s q u e e m p l e a r todas las cosas


c o m o p e l d a ñ o s q u e nos c o n d u c e n a É l . T e n e m o s q u e a m a r las c o -
sas - p u e s son b u e n a s , «obras d e sus m a n o s » - q u e nos a c e r c a n a
Él; p e r o t a m b i é n t e n e m o s q u e saber dejarlas si nos d e t i e n e n e n esa
e s c a l a d a : p o r q u e n o t o d o nos lleva a E l , e n c u a l q u i e r m o m e n t o .

A esta actitud básica - q u e n o es para un instante, sino q u e d e -


b e i m p r e g n a r toda nuestra v i d a - , h e c h a d e a m o r y d e r e n u n c i a ,
4

3
Los párrafos citados pertenecen a J . V I V E S , Creer el Credo, Sal Terrae,
Santander 1986, pp. 46-50.
4
S. A R Z U B I A L D E , Ejercicios espirituales de S. Ignacio. Historia y análisis,
Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 1 9 9 1 , p. 80: «La indiferencia no es una
actitud dirigida exclusivamente a la elección concreta de estado, sino una " d i s -
posición fundamental" que afecta a todas las dimensiones del ser humano frente
a Dios, frente a sí mismo y frente a todas las cosas: una llamada que le obliga al
hombre a salir de sí ( C n 12,1) para adentrarse en el misterio de Dios y esto a c o n -
tece necesariamente en lo concreto y cotidiano de la vida. La indiferencia mira a

46
MANIFIESTO DE LA LIBERTAD GOZOSA

I g n a c i o la l l a m a « i n d i f e r e n c i a » . En r e a l i d a d , es - c o m o se la ha d e -
finido con acierto- «amor embridado».

C o n s i s t e e n estar s i e m p r e dispuesto a desear, buscar, elegir y


h a c e r a q u e l l o q u e m á s m e c o n d u c e a su s e r v i c i o . I n d i f e r e n c i a es,
p u e s , la a c t i t u d i m p r e s c i n d i b l e del q u e q u i e r e prestar al Padre el
« m e j o r s e r v i c i o » , por amor.

I g n a c i o la d e f i n e c o m o estar e n el fiel d e la b a l a n z a - c o m o e n
m e d i o d e un peso [1 7 9 ] - ; q u i z á s hoy, c o n u n sentido m á s d i n á m i -
c o , la l l a m a r í a m o s d i s p o n i b i l i d a d .

2. Qué no es y qué es indiferencia

La indiferencia n o es:

- I n s e n s i b i l i d a d a n t e las c o s a s y los h o m b r e s , c o m o si n a d a
m e t u v i e r a n q u e importar. S o n «obras d e sus m a n o s » y los
h o m b r e s , «obras m u y b u e n a s » : ¿ c ó m o n o v a m o s a q u e -
rerlas si el Padre t a m b i é n las quiere? I n d i f e r e n c i a será dar
un sí rotundo a las cosas q u e m e a y u d e n para el m e j o r ser-
v i c i o . N o es una d e s v a l o r i z a c i ó n del m u n d o .

- La ataraxia, la i m p a s i b i l i d a d (de los estoicos). La a u s e n c i a


d e p a s i o n e s , i n h u m a n a m e n t e perfecta. La indiferencia e s -
tá c a r g a d a d e a f e c t o . 5

- N o es una especie d e pasotismo espiritual: todo m e da igual.

Es d e s e a r lo q u e D i o s d e s e a . C o m o d i c e S a n I g n a c i o e n la
A n o t a c i ó n 1 6 : « d e m a n e r a q u e la c a u s a d e d e s e a r o t e n e r u n a
c o s a u otra, sea s ó l o s e r v i c i o , h o n r a y gloria d e su d i v i n a m a j e s -
tad» [ 1 6 ] .

Es v e r d a d q u e la « i n d i f e r e n c i a » t i e n e un primer m o m e n t o i n i -
c i a l , p r o v i s i o n a l , d e d e s a p e g o a f e c t i v o y e f e c t i v o , d e distancia-

las cosas. Es una distancia crítica que a la vez sumerge más y más en las circuns-
tancias y acontecimientos de la vida, donde es preciso hallar la voluntad divina.
Es ahí donde Dios nos manifiesta su voluntad, dándola a sentir».
5
S. A R Z U B I A L D E , o. c , p. 77: «La indiferencia es el resultado de la ex-
periencia espiritual de Dios-Amor, sobrecogedor y Padre. N o se trata de la fría
ataraxia por la que el hombre hubiera aniquilado sus afectos, y ya todo le fuera
igual. La indiferencia está, por su misma naturaleza, cargada de afecto».

47
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

m i e n t o d e c o s a s y v a l o r e s hasta tanto n o se c o n o z c a c u á l es la v o -
luntad d e D i o s . Es la actitud necesaria y previa a toda b u e n a e l e c -
c i ó n . Es una actitud d e respeto al A m o r al q u e se q u i e r e responder:
¿por d ó n d e se d e c a n t a r á ? 6

Pero, c o m o actitud g l o b a l , la i n d i f e r e n c i a es:

1. N o p a s i v i d a d , s i n o p a s i ó n . P u e s a r r a n c a d e l amor. Es t o -
1

m a r s e r o t u n d a m e n t e e n s e r i o el « a m a r á s al S e ñ o r , c o n
t o d o tu c o r a z ó n , c o n t o d a s tus f u e r z a s , c o n t o d a tu v i -
d a » . S ó l o es e x p l i c a b l e , p u e s , c o m o enamoramiento.
« T e n e r fe - d e c í a J u l i e n C r e e n - es c o m o estar e n a m o r a -
d o » . P o r q u e e s t a m o s e n a m o r a d o s d e y t e n e m o s fe e n e s e
D i o s P a d r e q u e se ha v o l c a d o , e n J e s ú s , s o b r e n o s o t r o s ,
q u e r e m o s b u s c a r l o d e t o d o c o r a z ó n . I n d i f e r e n c i a es p a -
sión por D i o s .

2. I n d i f e r e n c i a es, p a r a d ó j i c a m e n t e , d i f e r e n c i a . Es d i f e r e n -
ciar a D i o s d e t o d o lo q u e n o es D i o s . Él es el s i e m p r e d i -
ferente. D i o s , nuestro Padre, es el ú n i c o A b s o l u t o ; t o d o lo
d e m á s es relativo (Esto es algo q u e n o p u d o digerir el « j o -
v e n r i c o » ) . La i n d i f e r e n c i a brota del c o n v e n c i m i e n t o y
a c e p t a c i ó n d e q u e hay A l g u i e n a n t e q u i e n n o s o m o s i n d i -
ferentes: D i o s . Es, p u e s , a p o y a r nuestra e x i s t e n c i a e n lo
ú n i c o . D e ese m o d o , la indiferencia es c o h e r e n c i a : m e h a -
c e p o n e r a m í m i s m o , a los h o m b r e s y a las cosas e n su si-

6
Cf. E. R O Y Ó N , «El principio y fundamento ¿inicio o conclusión»: Man-
resa (1984:206) 23-32. «Es una actitud de reajuste de la escala de valores, c u y o
valor primero debe ser el cumplimiento de la voluntad de Dios».
7
C. D O M Í N G U E Z , Psicodinámica de los Ejercicios, Mensajero-Sal Te-
rrae, Bilbao-Santander, 2003: «La indiferencia no es apatía, sino, podríamos d e -
cir, todo lo contrario: patía, pathos, epithemía. Es una pasión por Dios y su R e i -
no que opera la indiferencia ante todo lo demás. N o el desinterés, ni la apatía, ni
la desvinculación vital, obra más bien de una pulsión de muerte. Sino todo lo
contrario, una vinculación radical, la del amor, la de la pulsión de vida, que o p e -
ra una relativización (no una eliminación) de todo lo demás. La indiferencia...
hay que entenderla c o m o un deseo ordenado. Igual que el enamorado se siente
"libre" frente a las otras mujeres que no son su amada. Libre, que, evidentemen-
te, no equivale a apático o eróticamente desganado. El problema no es el afecto,
sino que el ánima esté mal afectada, afectada no por Dios (fuente de libertad), si-
no por sus propios provechos e intereses y, por tanto, para Ignacio, de un modo
desordenado».

48
MANIFIESTO DE LA LIBERTAD GOZOSA

tio. M e h a c e re-situarlo t o d o . N i y o , ni los d e m á s , ni las


8

cosas s o m o s D i o s . D i o s es lo ú n i c o n e c e s a r i o .
( C o m o reza la o r a c i ó n c o l e c t a del s á b a d o d e la I s e m a n a
d e C u a r e s m a : « D i o s , Padre Eterno, v u e l v e h a c i a ti nuestros
c o r a z o n e s , para q u e , c o n s a g r a d o s a tu s e r v i c i o , n o b u s -
q u e m o s sino a ti, lo ú n i c o n e c e s a r i o » . )

3. I n d i f e r e n c i a n o es i n m o v i l i d a d o p a r a l i z a c i ó n , s i n o , po-
t e n c i a l m e n t e , m o v i l i d a d . Es estar p e r m a n e n t e m e n t e a la
e s c u c h a frente al D i o s s i e m p r e n u e v o , s i e m p r e mayor, q u e
sopla d o n d e q u i e r e . Es estar alerta a n t e el D i o s i m p r e v i s i -
b l e m e n t e libre. Es estar s i e m p r e dispuesto para salir, c o m o
A b r a h a m , h a c i a las tierras n o v e d o s a s q u e D i o s m e señala,
a r r o p a d o e n la insegura s e g u r i d a d d e la fe. Y para m a n t e -
n e r m e e n esa c o n t i n u a d i s p o n i b i l i d a d , es n e c e s a r i o n o e s -
tar i r r e m e d i a b l e m e n t e ligado a n a d a .

(La i n d i f e r e n c i a es p a s i ó n : p e r o u n a p a s i ó n q u e m o v i l i z a .
Es ¡lustrador el pasaje d e 1 R e y e s 19, 9-13: «Elias, ¿ q u é te
trae por a q u í ? » -pregunta D i o s - . «La pasión por el S e ñ o r » ,
contesta el profeta. « P u e s d e s a n d a el c a m i n o » , r e s p o n d e -
rá el Señor. La p a s i ó n por el S e ñ o r -la i n d i f e r e n c i a - h a c e
andar y desandar caminos.)

4. Indiferencia, finalmente, no es sometimiento ciego (sumisión


d e marioneta), sino libertad para desembocar en una c o r r e c -
ta y continua e l e c c i ó n ; en la q u e el a m o r se des-embrida.

Es la actitud p e r m a n e n t e y activa para elegir b i e n o para h a c e r


mi d e b e r d e criatura - q u e es servir a D i o s - l i b r e m e n t e e l i g i e n d o
c o n a m o r y g o z o ; y así v i v i r c o n sabor. Por e s o , se ha p o d i d o d e s -
cribir la e s p i r i t u a l i d a d i g n a c i a n a c o n esta e s c u e t a frase: servir a
Dios eligiendo bien.

8
S. A R Z U B I A L D E , ibid.: «(La indiferencia) corresponde a la experiencia
espiritual de quien ha sentido que Dios le ama, y a la imagen de Dios c o m o Pa-
dre y seguridad absoluta en cuyas manos el hombre se abandona para hallar en
él la verdadera libertad. U n Dios fiel que se convierte en la auténtica seguridad
del hombre y ante el cual se "resitúan" todos los afectos y relación del hombre a
'a s
cosas. En el mismo amor que Dios nos manifiesta experimentamos a un tiem-
po la libertad de la disponibilidad, es decir, la incorporación positiva de los afec-
tos al agrado (servicio) de Dios y al hallazgo de su voluntad en todas las cosas».

49
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

F l o r e n c i o Segura - u n o d e los q u e m á s ha insistido e n q u e el


« P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » es el « M a n i f i e s t o d e la l i b e r t a d » - nos
dice 9
q u e los E j e r c i c i o s Espirituales n a c e n d e u n a d o b l e e x p e -
r i e n c i a d e I g n a c i o d e L o y o l a : 1) d e u n a e x p e r i e n c i a d e c o n v e r -
sión, de conversión radical de una vida de egoísmo a una vida d e
s e r v i c i o ; y 2) d e u n a e x p e r i e n c i a existencial v i v i d a por I g n a c i o : la
n e c e s i d a d d e elegir b i e n .

I g n a c i o , h e r i d o e n el a s e d i o d e P a m p l o n a y c o n v a l e c i e n t e e n
su c a s a d e L o y o l a , siente, a través d e la lectura d e dos libros d e v o -
tos - u n a v i d a d e Cristo y una antología d e v i d a s d e santos-, la n e -
c e s i d a d d e entregarse al s e r v i c i o d e D i o s : ser r a d i c a l m e n t e d e D i o s
y para D i o s .

Y e m p i e z a una n u e v a v i d a d e c o n v e r s o , d e peregrino. N o e l i -
g e n i n g u n a d e las ó r d e n e s m o n á s t i c a s o m e n d i c a n t e s -a pesar d e
q u e e n su c o n v e r s i ó n f u e r o n e s t í m u l o las v i d a s d e S a n F r a n c i s c o y
S a n t o D o m i n g o - , sino q u e inicia una e x p e r i e n c i a personal y s o l i -
taria, u n a e x p e r i e n c i a espiritual d e a u t o d i d a c t a . U n a e x p e r i e n c i a
q u e , n a t u r a l m e n t e , está llena d e inseguridades y d e v a c i l a c i o n e s :
se v e c o n t i n u a m e n t e f o r z a d o a elegir, n o sabe si será m e j o r ir a J e -
rusalén o estudiar, p e r m a n e c e r s o l o o unirse a otros c o m p a ñ e r o s .

H a s t a q u e un d í a , e s t a n d o e n M a n r e s a , s e n t a d o j u n t o al río
C a r d o n e r , t i e n e u n m o m e n t o fuerte d e síntesis, u n o d e esos m o -
m e n t o s e n q u e ideas y e x p e r i e n c i a s l a r g a m e n t e a p u n t a d a s o senti-
das t o m a n c u e r p o y se i l u m i n a n . En esa ilustración j u n t o al C a r d o -
ner, I g n a c i o d e s c u b r e una luz q u e va a ser ya c l a v e para el resto d e
su v i d a : e l e g i r es b u e n o . Esas c o n t i n u a s e l e c c i o n e s q u e tanto le
a t o r m e n t a b a n son p r e c i s a m e n t e el c a m i n o q u e D i o s le s e ñ a l a . En
ese m o m e n t o , I g n a c i o estructura todas sus e x p e r i e n c i a s anteriores
e n u n a u n i d a d superior: s e r v i c i o y e l e c c i ó n n o se o p o n e n sino q u e
se c o m p l e m e n t a n c o m o fin y m e d i o ; lo q u e hay q u e hacer, por
tanto, es servir a D i o s e l i g i e n d o b i e n .

T e n e m o s q u e servir y t e n e m o s q u e elegir, el h o m b r e es b u e -
n o (si s i r v e a D i o s sin e n g a ñ o ) y las c o s a s , « t o d a s las c o s a s s o b r e
la h a z d e la t i e r r a » , s o n b u e n a s t a m b i é n , p e r o r e l a t i v a s (el ú n i -
c o A b s o l u t o es D i o s ) . Por e s o h a y q u e e l e g i r « t a n t o q u a n t o » y

9
F. S E G U R A , Ocho días de Ejercicios. Según el método de San Ignacio de
Loyola, Sal Terrae, Santander 1992, pp. 30 y ss.

50
MANIFIESTO DE LA LIBERTAD GOZOSA

hay q u e h a c e r s e i n d i f e r e n t e , es d e c i r , n o p r e j u z g a r a p a s i o n a d a -
mente una e l e c c i ó n , 0
.

D e a h í q u e e n I g n a c i o la p a l a b r a c l a v e sea « d i s c e r n i m i e n t o »
- p o r q u e hay q u e elegir e n t r e m i l c o s a s c a d a d í a - y los E j e r c i c i o s
sean a n t e t o d o una gran e s c u e l a d e e l e c c i ó n - p o r q u e hay q u e p a -
rarse c a d a a ñ o a v e r si se está e l i g i e n d o b i e n y a refrescar los c r i -
terios d e e l e c c i ó n - . Por eso, la m e j o r d e f i n i c i ó n del h o m b r e o m u -
jer q u e sale d e los E j e r c i c i o s es, f u n d a m e n t a l m e n t e , u n h o m b r e o
m u j e r q u e s a b e elegir b i e n .

Por tanto, para e s o es la i n d i f e r e n c i a : para s e r v i r a D i o s e l i -


g i e n d o b i e n . C o m o actitud g l o b a l , la i n d i f e r e n c i a es estar s i e m -
1 1

pre dispuesto a la c o n t i n u a e l e c c i ó n d e l m e j o r s e r v i c i o . R o m p e
nuestras rutinas y a n q u i l o s a m i e n t o s . Es un d i n a m i s m o o un a m o r
q u e n o se ata a n i n g ú n b i e n finito, p o r q u e está abierto y o r i e n t a d o
hacia el infinito q u e nos a m a . S i e m p r e busca y elige l i b r e m e n t e lo
q u e c o m p l a c e al A m o r .

Esta libertad - c o m o d e c í a L a d i s l a o B o r o s - i m p l i c a u n a f l e x i -
bilidad c o n t i n u a m e n t e t r a n s f o r m a d o r a , r e n o v a d o r a , «pues e n v i r -
tud d e ese d i n a m i s m o (por el q u e el h o m b r e s i e m p r e está a la b ú s -
q u e d a d e lo ú n i c o A b s o l u t o : D i o s ) se relativiza t o d a r e a l i z a c i ó n
histórica y se d e n u n c i a c o m o idolatría t o d o intento d e absolutizar
c u a l q u i e r logro o r e a l i z a c i ó n c o n c r e t a . El h o m b r e q u e sirve al D i o s
v i v o n o p u e d e tener ídolos. Pero la t e n t a c i ó n es c o n s t a n t e , p u e s el
c a m i n a r e n el riesgo e inseguridad d e la fe es difícil. El h o m b r e t e n -
derá a c a n s a r s e , a instalarse, a h a c e r s e í d o l o s , a v o l v e r s e atrás».

1 0
Decía Florencio S E G U R A , ibid.: «Históricamente, Ignacio une en su es-
piritualidad dos rasgos: uno básico y tradicional, heredado del M e d i o e v o , el ser-
vicio incondicional del hombre criatura a Dios, y otro más moderno, de influen-
cia del espíritu del Renacimiento, la dignidad de la libertad del hombre. Estos dos
mflujos, el medieval y el renacentista, confluyen en el Principio y Fundamento. Lo
auténticamente revolucionario de Ignacio se podría resumir diciendo que sustitu-
ye el verbo "renunciar" por el verbo "elegir". Rompe así los moldes monásticos
-en los que el servicio se expresa en renuncia y tiene unos cauces seguros de ex-
presión (el hábito c o m o renuncia al traje costoso, el rezo del coro, el trabajo ma-
n
ual...)_ y b a r e unueva vía al hombre espiritual moderno: el servicio no se ex-
n a

presa meramente en la renuncia sino en la elección, se puede servir a Dios


p l e r n e n t e usando bien de las criaturas. Basta saber usar de ellas "tanto quanto"
Slrri

y Para eso hacerse indiferente a todas, porque todas son buenas pero relativas».
" En un primer momento, la indiferencia es una actitud provisoria de de-
Se
n g a n c h e afectivo de las cosas, pero para permitir una elección libre.

51
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

«La v e r d a d e r a i n d i f e r e n c i a h a c e al h o m b r e inconformista, i n -
satisfecho; e n palabras d e S a n I g n a c i o , su característica es la " d i s -
creta c a r i t a s " , es decir, u n a m o r q u e d i s c i e r n e , un a m o r q u e b u s c a
p o r q u e a m a y p o r q u e hay A l g u i e n q u e n o le es indiferente.»

Eso es i n d i f e r e n c i a . N o es f á c i l . I g n a c i o , r e a l í s t i c a m e n t e , nos
h a b l a d e « h a c e r n o s indiferentes». Es, p u e s , un d u r o p r o c e s o . La i n -
d i f e r e n c i a o, lo q u e es lo m i s m o , h a c e r s e r a d i c a l m e n t e libres 1 2
y
d i s p o n i b l e s para D i o s , es algo q u e hay q u e c o n q u i s t a r c a d a d í a 1 3
.

Para mostrarnos su d i f i c u l t a d , I g n a c i o n o m b r a , e n el « P r i n c i -
p i o y F u n d a m e n t o » , tres instintos b á s i c o s e n c u y a satisfacción b u s -
c a m o s nuestra s e g u r i d a d 1 4
. N o s d i c e q u e «es m e n e s t e r h a c e r n o s
indiferentes, e n tal m a n e r a q u e n o q u e r a m o s d e nuestra parte m á s
salud q u e e n f e r m e d a d , riqueza q u e p o b r e z a , h o n o r q u e deshonor,
v i d a larga q u e corta» [ 2 3 ] . Estos tres instintos - e l instinto d e v i d a ,
el d e tener y el d e v a l e r - , si o l v i d a m o s c u á l es el saber y el sabor
d e nuestra v i d a - « s o m o s s u y o s » , por e s o e s t a m o s a su s e r v i c i o ; y
« s o m o s nuestros», por eso nuestro s e r v i c i o ha d e ser gustosamente
libre-, p u e d e n convertirse e n obsesiones.

El instinto d e v i v i r t i e n d e a c o n v e r t i r n o s e n e s c l a v o s d e n u e s -
tro y o (obsesión por la salud y la d u r a c i ó n ) ; el instinto del tener nos
impulsa a ser e s c l a v o s d e las c o s a s ( c o d i c i a d e poseer); el instinto
del valer nos h a c e estar p e n d i e n t e s d e los d e m á s ( ¿ q u é dirán? ¿ C ó -
m o « a p a r e c e r » a n t e los otros? N o s lanza a una b ú s q u e d a c o m p u l -
siva del prestigio y del p o d e r ) . S ó l o el a p a s i o n a m i e n t o por el ú n i c o
A b s o l u t o evitará q u e las c o s a s , personas y hasta el p r o p i o y o se
nos c o n v i e r t a n e n señores d e nuestra libertad y d e nuestro d e s t i -
no 1 5
. D e esta f o r m a , S a n I g n a c i o deja e n t e n d e r q u e la m e j o r f o r m a
d e v i v i r la i n d i f e r e n c i a es p i d i e n d o la p a s i ó n por el Señor, ú n i c o
A b s o l u t o . S o l a m e n t e c u a n d o nos a p a s i o n e A l g u i e n d e tal m a n e r a

C. D O M Í N G U E Z , o. c , p. 96: Indiferencia es para Ignacio el equivalen-


12

te de la libertad.
S. A R Z U B I A L D E , o. c , p. 80.
1 3

S. A R Z U B I A L D E , o. c , p. 77: «Es necesario que el hombre se haga acti-


1 4

vamente indiferente. Y esto equivale a un largo proceso de libertad frente a la v o -


luntad divina con relación a los grandes pilares en que descansa la seguridad en-
titativa del ser humano (salud, riqueza, honor, vida larga...) y asimismo respecto
de todo lo demás».
J . A. G A R C Í A , «Más que perversos, ignorantes. U n a escuela de oración»:
15

Sal Terrae 88 (1035:2000) 465-67.

52
MANIFIESTO DE LA LIBERTAD GOZOSA

q u e c o l m e nuestro c o r a z ó n , s e r e m o s indiferentes a esos tres i n s -


tintos b á s i c o s y e l e m e n t a l e s , p e r o q u e , d e s c o n t r o l a d o s , d e s e m b o -
c a n e n o b s e s i o n e s . Y a c e p t a r e m o s q u e e s e A l g u i e n q u e nos a p a -
siona y q u e c o n s t i t u y e el f u n d a m e n t o d e nuestra existencia p u e d a
presentarse, q u i z á s , e n m e d i o d e una v i d a corta o e n f e r m i z a o d e s -
poseída o a r r i n c o n a d a .

3. Jesús, el hombre disponible

Por la d i f i c u l t a d del p r o c e s o para a f i a n z a r n o s e n la i n d i f e r e n -


c i a , t e n e m o s q u e dirigirnos a J e s ú s , nuestro h e r m a n o , y a p r e n d e r
d e Él a estar d i s p o n i b l e s para el P a d r e . Él f u e «el h o m b r e d i s p o n i -
b l e » , c o m o lo c a l i f i c ó el P. A r r u p e , e n una f a m o s a carta dirigida a
la C o m p a ñ í a d e J e s ú s . 1 6

Él, el « d i s p o n i b l e » , a s u m i ó la c o n d i c i ó n h u m a n a hasta la raíz


y se hizo lo q u e el h o m b r e d e b e ser: servidor libre y o b e d i e n t e d e
D i o s . C o m o d i c e Pablo, e n la Carta a los Filipenses (Fil 2 , 5): « C r i s -
to Jesús, a pesar d e su c o n d i c i ó n d i v i n a , n o se aferró a su categoría
d e D i o s ; al c o n t r a r i o , se d e s p o j ó d e su rango y t o m ó la c o n d i c i ó n
d e servidor, h a c i é n d o s e u n o d e tantos. Así, p r e s e n t á n d o s e c o m o
s i m p l e h o m b r e , se a b a j ó , o b e d e c i e n d o hasta la m u e r t e » .

Él, c o m o d i c e la Carta a los H e b r e o s ( H e b r 5, 8), « a u n q u e era


el H i j o , a p r e n d i ó e n su p r o p i o d e s t i n o a o b e d e c e r » . S u v i d a f u e
obediencia 1 7
a la v o l u n t a d del Padre, q u e le a m a b a ; v o l u n t a d q u e
iba e n c o n t r a n d o y v i v i e n d o e n su o r a c i ó n , e n el contraste c o n t i n u o
d e su e x p e r i e n c i a d e D i o s c o m o A b b á c o n la e x p e r i e n c i a d e la rea-
lidad q u e Él v i v í a . A p r e n d i ó a o b e d e c e r a esa v o l u n t a d del Padre a
la q u e l l a m ó el a l i m e n t o d e su v i d a (Jn 4, 34); a o b e d e c e r l a a u n e n
m o m e n t o s d e a m a r g u r a y o s c u r i d a d : « H á g a s e tu v o l u n t a d y n o la
m í a » ; a o b e d e c e r l a y servirla l i b r e m e n t e c o n g o z o s a d i s p o n i b i l i -

P. A R R U P E , Carta sobre la disponibilidad apostólica, e n : CIS v o l . IX


1 6

(1978:2) 28. Cf. también Jon S O B R I N O , Jesús, el 'disponible', ibid.; de este mis-
mo autor, cf. «Jesús de Nazaret» en: J . J . T A M A Y O - C . F L O R I S T Á N , Conceptos fun-
damentales de Pastoral, Cristiandad, Madrid 1983: El Dios nunca plenamente sa-
bido es el que exige de Jesús la renovada y radical disponibilidad, pp. 493-95.
W . K A S P E R , Jesús, el Cristo, Sigúeme, Salamanca, 1 0 edic. 1998, p.
1 7 a

204: «El Hijo es aquel que hace totalmente sitio a Dios en la obediencia. D e ma-
nera que es total y absolutamente transparente para Dios, su obediencia es la for-
ma en la que Dios se encuentra esencialmente presente».

53
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

d a d : « A q u í estoy y o para c u m p l i r tu v o l u n t a d » ( H e b r 5, 10). A p r e n -


d i ó a « h a c e r s e indiferente».

Y p r e c i s a m e n t e por esa absoluta o b e d i e n c i a a m o r o s a a la v o -


luntad del Padre f u e Jesús el h o m b r e r a d i c a l m e n t e libre frente a t o -
d o lo q u e n o era el Padre y su R e i n o .

4. El «saber estar» de Jesús y nuestra libertad

Jesús f u e u n h o m b r e libre. El perfil d e su p e r s o n a l i d a d q u e


m á s a s o m b r a b a a sus c o n t e m p o r á n e o s f u e el d e su libertad.

C h r i s t i a n D u q u o c , el cristólogo f r a n c é s , ha s u b r a y a d o que
h o y d e b e r í a m o s t r a d u c i r la p a l a b r a « a u t o r i d a d » , c o n la q u e los
evangelistas M a r c o s y M a t e o (cf. M e 1 , 2 2 ; M t 7, 28-29) d e s i g n a n
el i m p a c t o q u e Jesús p r o d u c í a e n sus c o n c i u d a d a n o s , por la p a l a -
bra «libertad» 1 8
.

Les i m p r e s i o n a b a , d e s d e l u e g o , lo q u e e n s e ñ a b a y c ó m o lo
e n s e ñ a b a . Pero, t a m b i é n , el c o m p o r t a m i e n t o d e Jesús, la a u t o r i d a d
c o n la q u e se m o v í a e n las r e l a c i o n e s c o n su e n t o r n o , e n su m o d o
d e e x i s t e n c i a c o t i d i a n o . Les a s o m b r a b a la libertad c o n v e n c i d a y
c o n v i n c e n t e c o n q u e Jesús se enfrentaba a la v i d a .

El e l o g i o m á s b e l l o q u e p o s e e m o s d e la libertad d e Jesús es,


q u i z á s , el d e un d o c t o r d e la Ley, u n fariseo a d v e r s a r i o , q u e e x c l a -
m ó : « M a e s t r o , s a b e m o s q u e eres s i n c e r o y q u e e n s e ñ a s c o n f r a n -
q u e z a el c a m i n o d e D i o s y n o te importa d e n a d i e , pues n o miras
la c o n d i c i ó n d e las personas» ( M t 2 2 , 16).

Y, a u n q u e - c o m o a n o t a D u q u o c - este r e c o n o c i m i e n t o e s t u -
v i e r a i n s p i r a d o por la a s t u c i a , n o h u b i e r a sido p o s i b l e h a l a g a r l o
p ú b l i c a m e n t e si n o h u b i e r a n estado d e a c u e r d o sus c o n t e m p o r á -
n e o s e n q u e Jesús era un h o m b r e libre.

¡ C o n q u é l i b e r t a d se m o v í a J e s ú s ! Era libre frente al e n t o r n o


s o c i a l ( a n t e la f a m i l i a , los a m i g o s y s e g u i d o r e s , el p o d e r p o l í t i c o ,
las a u t o r i d a d e s religiosas, las i n s t i t u c i o n e s - e l T e m p l o , el s á b a d o ,
la L e y - ) . P o s e í a u n a p a l a b r a libre y l i b e r a d o r a (para d e n u n c i a r el
p e c a d o , p a r a p r o c l a m a r el p e r d ó n ) . Era la s u y a u n a c o n d u c t a l i -
b r e y sin m i e d o s frente a p r e j u i c i o s y t a b ú e s ( c o m e c o n p u b l i c a -

Cf. C h . D U Q U O C , Jesús, hombre Ubre, Sigúeme, Salamanca 1 976.

54
MANIFIESTO DE LA LIBERTAD GOZOSA

nos y p e c a d o r e s , trata c o n prostitutas y c o n leprosos, a p r e c i a a la


mujer, d e n u n c i a a los r i c o s , a r r i n c o n a los ritos). Era libre a n t e el
futuro ( a b i e r t o a é l , e n a c t i t u d d e d i s p o n i b i l i d a d c o n f i a d a ) . N o se
|e v e c o m o u n h o m b r e p r e o c u p a d o por las r e p e r c u s i o n e s q u e se
p u e d e n d e r i v a r d e su p r e d i c a c i ó n y d e sus a c t u a c i o n e s . Jesús n o
ha v i v i d o p e n d i e n t e d e su p r o p i a i m a g e n . N o se ha p r e o c u p a d o
d e c o n s e r v a r el prestigio a d q u i r i d o e n u n p r i m e r m o m e n t o . T a m -
b i é n ha s i d o libre frente a la i m a g e n o rol q u e los d e m á s q u i e r e n
imponerle . , 9

Jesús es un h o m b r e q u e se m u e v e c o n a p l o m o , sin m i e d o a la
libertad. Es un h o m b r e q u e s a b e estar e n la v i d a . S a b e estar e n el
punto e x a c t o frente a los a c o n t e c i m i e n t o s , las personas y las cosas.

Jesús es el h o m b r e q u e s a b e estar:

- e n la fiesta (le l l a m a b a n c o m i l ó n ) y e n la c r u z ;

- e n el desierto y e n la c i u d a d (le estrujaba la m u c h e d u m b r e ) ;

- e n la o r a c i ó n (a solas c o n el Padre) y e n la a c c i ó n ( n o le
d e j a b a n t i e m p o para c o m e r ) ;

- e n la justificada i m p a c i e n c i a ( e m p u ñ a el látigo);

- y e n la a c o g e d o r a p a c i e n c i a (es m a n s o y h u m i l d e d e c o -
razón).

Es u n h o m b r e q u e d i c e lo q u e h a c e y h a c e lo q u e d i c e .

¿ D e d ó n d e p r o v e n í a su s a b e r estar, su a p l o m o , su libertad
c o n v e n c i d a y c o n v i n c e n t e ? D e su saber ser.

Jesús d i j o u n a v e z : D o n d e está tu tesoro, allí está tu c o r a z ó n .


Esta frase transparentaba su e x p e r i e n c i a .

¿ C u á l era el tesoro d e Jesús? El A b b á y el R e i n o ; el D i o s del


R e i n o y el R e i n o d e D i o s . A l l í estaba su c o r a z ó n . Jesús v i v i ó tota-
l i z a d o por el Padre y su R e i n a d o . P o l a r i z a d o por la p r o c l a m a c i ó n
d e la f i l i a c i ó n y la f r a t e r n i d a d . A h í e n c o n t r ó la «perla p r e c i o s a » , el
«tesoro» por el q u e lo v e n d i ó t o d o .

Cf. J . A. P A G Ó L A , Jesús de Nazaret. El hombre y su mensaje, 1983. Es-


1 9

pecialmente, el capítulo « H o m b r e libre», pp. 31-49.

55
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

El R e i n a d o d e l P a d r e , la c o m u n i d a d d e h e r m a n o s f u e el c e n -
tro d e este h o m b r e des-centrado d e sí, q u e v i v i ó d e s d e D i o s y p a -
ra los d e m á s . A h í puso el c o r a z ó n y a f i n c ó - e n esa tierra f i r m e - sus
pies. D e a h í su a p l o m o y su libertad.

P o r q u e t o d o lo d e m á s - c o s a s , a c o n t e c i m i e n t o s , historia, p o -
deres o l e y e s - d e b í a ser u t i l i z a d o «tanto c u a n t o » al s e r v i c i o d e l
R e i n a d o del P a d r e ( q u e era, s i m u l t á n e a m e n t e , la c a u s a d e l h o m -
bre, su hijo). S i e n d o - y v i v i é n d o l o - d e s d e D i o s y para los d e m á s , 2 0

Jesús sabía estar e n c a d a m o m e n t o prestando el m e j o r servicio. S a -


bía « e n t o d o a m a r y servir», a n u n c i a n d o y p r a c t i c a n d o un D i o s
q u e es A m o r , d e l c u a l h a b í a v e n i d o c o m o servidor.

T o d o esto es para nosotros u n a c o n s o l a d o r a e s p e r a n z a . P o r -


q u e ese s a b e r estar, e s e a p l o m o , esa libertad c o n v e n c i d a y c o n -
v i n c e n t e d e Jesús es - p u e d e ser- c o n t a g i o s a .

H a y un pasaje e n el libro d e los H e c h o s (cf. H e c h o s 4, 13-21)


q u e nos h a b l a d e este c o n t a g i o . P e d r o y J u a n s o r p r e n d e n por su
a p l o m o . La e x p e r i e n c i a d e Jesús resucitado ha e r r a d i c a d o su m i e -
d o a la libertad y ha s u s c i t a d o la m e m o r i a d e sus a ñ o s d e c o n v i -
v e n c i a c o n J e s ú s . S e p r e g u n t a b a n los s a c e r d o t e s y letrados: ¿ D e
d ó n d e les v i e n e el a p l o m o y la a u d a c i a ? Y d e s c u b r i e r o n q u e h a -
b í a n sido c o m p a ñ e r o s d e Jesús. A p r e n d i e r o n el a p l o m o del c o n t a -
g i o , d e la i m p r e g n a c i ó n .

Y es q u e si se v i v e c o n É l , se a c a b a v i v i e n d o c o m o É l . ¡ C o n -
soladora e s p e r a n z a ! A Jesús, p u e s , servidor y d i s p o n i b l e , o b e d i e n -
te y libre, t e n e m o s q u e dirigirnos y a c e r c a r n o s - v i v i r c o n É l - para
q u e nos e n s e ñ e esa o b e d i e n c i a radical al Padre, lo ú n i c o A b s o l u t o ,
q u e nos h a c e libres, y q u e l l a m a m o s i n d i f e r e n c i a .

Él d i j o : «La v e r d a d os hará libres. S ó l o si el H i j o os da la l i -


bertad seréis r e a l m e n t e libres» (Jn 8, 31).

V i v i r « i n d i f e r e n t e s » , d i s p o n i b l e s , es v i v i r e n la v e r d a d d e lo
q u e a u t é n t i c a m e n t e s o m o s - y q u e r e m o s ser-: servidores gozosos a

2 0
Sobre el «ser referencial» de Jesús, que «está vuelto» hacia el Padre y ha-
cia nosotros, cf. W . K A S P E R , o. c , pp. 136-137. Jesús por su obediencia radical es
radical procedencia del Padre y radical consagración a Dios. Pero también c o m o
H i j o es el H i j o para los otros hijos o el Hijo que debe hacer hijos a los otros; ser
y misión c o m o Hijo son indisolubles. El ser de Jesús c o m o H i j o es inseparable de
su misión y servicio. Él es la existencia de Dios para los otros.

56
MANIFIESTO DE LA LIBERTAD GOZOSA

d i s p o s i c i ó n del Padre: v i v i r c o n saber y sabor, c o n el sentido y c o n


el gusto q u e p r o p o r c i o n a el s e r v i c i o a m o r o s o .

Q u e Jesús nos e n s e ñ e a «vivir e n la v e r d a d » , para ser r a d i c a l -


m e n t e libres. Q u e Él libere nuestra libertad d e sus ataduras, d e sus
m i e d o s , d e sus p e g a m e n t o s (de a q u e l l o a lo q u e d e s o r d e n a d a m e n -
te se afecta).

Y así hará d e nuestra libertad n o s o l a m e n t e una «libertad d e »


(liberada d e afecciones desordenadas), sino una «libertad para»,
c o m o la d e É l : para el m e j o r s e r v i c i o al A b b á y al R e i n o .

E n t r e g u é m o s l e nuestra libertad para q u e la l i b e r e : « T o m a d ,


Señor, y r e c i b i d , toda mi libertad».

57
4
LA MISERICORDIA DEL SEÑOR

El S a l m o 92 (91) nos d i c e : «Es b u e n o p r o c l a m a r por la m a ñ a -


na tu misericordia y al atardecer tu f i d e l i d a d » .

V a m o s a h a c e r c a s o a su e n s e ñ a n z a . P r o c l a m e m o s hoy, por la
m a ñ a n a , la misericordia del S e ñ o r ; y por la tarde, su f i d e l i d a d .

El o b j e t i v o

P u e s d e eso se trata e n las m e d i t a c i o n e s (de la « P r i m e r a S e -


m a n a » ) sobre el p e c a d o y nuestro p e c a d o . N o son - n o d e b e r í a n
1

ser- m e d i t a c i o n e s m o r b o s a m e n t e narcisistas, psicológicamente


c u l p a b i l i z a d o r a s y d e p r i m e n t e s , q u e nos d e j e n a f i n c a d o s e n el d e -
saliento; sino q u e todas ellas d e b e n d e s e m b o c a r e n la m i s e r i c o r d i a
y e n la f i d e l i d a d d e D i o s .

D e b e m o s , pues, e n nuestra r e l a c i ó n c o n el p e c a d o , evitar dos


escollos: la h u i d a y la a u t o d e s t r u c c i ó n ; la falsa y escapista i n o c e n -
cia y la c u l p a b i l i z a c i ó n angustiosa q u e paraliza. S o n dos posturas
inauténticas, e n las q u e el h o m b r e se mira a sí m i s m o y, por sí m i s -
m o , a solas, se a b s u e l v e o se c o n d e n a . La primera -la h u i d a - se e s -
c a p a d e la c o n c i e n c i a d e c u l p a ignorándola o b u s c a n d o c h i v o s ex-

1
Las meditaciones sobre el pecado y los pecados propios son el tema de
'a «primera semana» de los Ejercicios de mes ignacianos.

59
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

p i a t o r i o s . La s e g u n d a - l a c u l p a b i l i z a c i ó n a u t o p u n i t i v a - p o n e el
p e c a d o e n r e l a c i ó n c o n la a u t o i m a g e n y p r o d u c e el a u t o d e s p r e c i o
sin s a l i d a .2

Frente a ellas, hay una postura a u t é n t i c a . Yo ni h u y o , ni m e


destruyo. S i n o q u e c o n f i e s o mi p e c a d o ante A l g u i e n q u e m e a c o g e ,
m e a m a y m e r e c o n c i l i a : p o r q u e Él es b u e n o . N o salgo del agujero
d e mi fracaso ni a p e l a n d o a mi fuerza, ni a mi d e b i l i d a d ; la palabra
d e p e r d ó n d e b e venir d e O t r o , no p o r q u e y o le f u e r c e a q u e m e la
d é , sino p o r q u e Él es b u e n o . La e x p e r i e n c i a d e sentirse a m a d o s ,
q u e r i d o s , absueltos, es s a n a n t e . Para c u l p a b i l i z a r m e no necesito a
D i o s ; para tener sentimiento d e p e c a d o , s í . En r e a l i d a d , c u a n d o ,
3

c o n fe, c o n f e s a m o s nuestro p e c a d o estamos ya - c o m o v e r e m o s más


a d e l a n t e - e n el seno del p e r d ó n : s o m o s p e c a d o r e s p e r d o n a d o s .

En las figuras d e J u d a s y P e d r o t e n e m o s dos m o d o s d e a f r o n -


tar el p e c a d o .

Ambos son conscientes de su culpa. Ninguno de los dos la niega


como el fariseo ni la proyecta sobre otros como los agresores de
la mujer adúltera. Ambos han roto su alianza con Jesús, rompie-
ron su vínculo con El, por la negación, el uno, y por la traición,
el otro. Ninguno de los dos resultó tampoco un psicópata: es d e -
cir, sujeto capaz de permanecer indiferente al daño que ocasio-
na. Ambos son presas del remordimiento por lo que hicieron y
ambos se encuentran en una dinámica en la que quieren borrar
lo que previamente llevaron a cabo. Pedro llora amargamente y
Judas devuelve las monedas de plata a los sumos sacerdotes,
confesando explícitamente su culpabilidad: «He pecado ponien-
do en vuestras manos sangre inocente» (Mt 27, 3-10). Pero el d e -
senlace resulta diametralmente opuesto para uno y otro. Pedro
parece sentirse lavado con sus lágrimas. Las de Judas, sin embar-
go, no aciertan a redimirle. Pedro, tras la mirada que le dirige J e -
sús (Le 22, 61), es capaz de restablecer el vínculo roto por su ne-
gación. Judas, sin embargo, se queda estancado en ese primer
momento de la culpa, el momento más narcisista de todo el pro-

2
Tomo estas sugerencias de los apuntes de Ejercicios de J . A. G A R C Í A .
Sobre el auténtico sentido de culpabilidad cf. E. L Ó P E Z A Z P I T A R T E , Hacia una
nueva visión de la ética cristiana, Sal Terrae, Santander 2003, pp. 295-306.
3
C o m o apostilla J . L A P L A C E , Ignacio, en la «primera semana» (medita-
ciones de los pecados), nos sitúa no frente a lo que nos hace culpables, sino fren-
te a lo que nos hace pecadores, que es algo muy distinto. Para lo primero, basta
con el «Superyo».

60
L A MISERICORDIA DEL SEÑOR

ceso: el de dolerse por su imagen manchada. N o es capaz, por


tanto, de buscar la mirada del otro para restablecer el vínculo
que se había roto. La mirada queda prendida tan sólo en su pro-
pia imagen deteriorada por la traición. El final no puede ser otro
que el de la autodestrucción. El final, pues, para uno es la vida;
vida decepcionada primero y revolucionada de nuevo por el re-
encuentro. Para el otro el final es la muerte, la soledad y el sui-
cidio c o m o máxima expresión de la tendencia autodestructiva
que tantas veces la culpa desencadena . 4

N o s o t r o s , al sentirnos p e c a d o r e s , n o c o n c e n t r e m o s nuestra
m i r a d a , n a r c i s í s t i c a m e n t e d o l i d a , e n nuestra i m a g e n q u e b r a n t a d a ,
sino, c o m o P e d r o , d e j é m o n o s mirar por Jesús; sus ojos c o m p a s i v o s
d e s p e r t a r á n nuestra m e m o r i a : Él v i n o - a s í lo h i z o d u r a n t e su v i d a
y lo sigue h a c i e n d o - a salvar a los p e c a d o r e s . Pedro t u v o m e m o r i a ;
Judas, no.

A c e r q u é m o n o s , p o r t a n t o , a estas m e d i t a c i o n e s s o b r e el p e -
c a d o y nuestro p e c a d o , c o n f e s á n d o n o s p e c a d o r e s a n t e É l , p e r o p a -
ra salir a c o g i d o s y t r a n s f o r m a d o s por É l . H a g a m o s :

- c o m o P e d r o ( L e 5, 4-11), q u e p r o c l a m a : « A p á r t a t e d e mí,
q u e soy u n p e c a d o r » , y s i m u l t á n e a m e n t e , d e j a n d o las re-

4
C. D O M Í N G U E Z , Psicodinámica de los Ejercicios ignacianos, Mensaje-
ro-Sal Terrae, Bilbao-Santander 2003, pp. 107-108. El autor añade: «Pedro y Judas
ilustran así esas dinámicas de culpabilidad tan diferentes en sus orígenes, en su
desarrollo y en sus resultados. Los psicoanalistas encontraron para ellas denomi-
naciones diversas. Hablaron de una culpabilidad depresiva y d e otra, muy diver-
sa, que dieron en llamar persecutoria. Porque existe, en efecto, una culpa de to-
nalidad de depresión que surge c o m o expresión del daño realizado. D a ñ o
infligido al otro, ruptura del encuentro, pérdida del amor y pérdida d e los valo-
res que se pretende que presidan nuestra vida y nuestro comportamiento. Esa c u l -
pa, que tiene su fuente en las mismas pulsiones de vida, busca la vida, el cambio,
la reparación y el restablecimiento del vínculo roto por la transgresión. Guarda,
pues, una función integradora e impulsa, mira y dinamiza el futuro. Pero existe
también una culpabilidad "persecutoria" que, a diferencia de la anterior, tiene su
raíz en las pulsiones d e muerte y guarda el único objetivo de la autodestrucción
y el daño. N o busca el cambio ni la reconciliación: tan sólo, c o m o en el caso pa-
radigmáticamente puesto de relieve por Judas, la autodestrucción y la muerte. Le-
jos d e abrirse a la posibilidad de un futuro diferente, se queda atada al momento
pasado de la transgresión. Existen, pues, c o m o señala Ignacio, lágrimas motivas
[316] que promueven el cambio, el renacimiento a otra manera de vivir, y existen
también lágrimas amargas [69], que son sólo la expresión de una dinámica auto-
destructiva, de impotencia y de muerte».

61
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

d e s , le sigue. O c o m o P e d r o , q u e llora por h a b e r l o n e g a -


d o tres v e c e s , p e r o para afirmar, m á s t a r d e , tres v e c e s q u e
le a m a ;

- c o m o la samaritana, q u e se d e j a d e c i r t o d o lo q u e ha h e -
c h o , p e r o para, c o n v e r t i d a e n u n a m u j e r n u e v a , c o n f e s a r -
le c o m o S e ñ o r ;

- c o m o P a b l o (2 C o r 1 1 , 3 0 - 1 2 , 10), q u e e x c l a m a : « E n m i
d e b i l i d a d está m i f u e r z a . M e g l o r i a r é e n m i s f l a q u e z a s » ,
p o r q u e s a b e q u e éstas le h a c e n estar c o n t i n u a m e n t e r e -
f e r i d o al S e ñ o r d e la m i s e r i c o r d i a , q u e le a c o g e c o n su
perdón;

- c o m o J u a n (1 J n 3, 20), q u e c o n f i a d a m e n t e d i c e : si nuestra
c o n c i e n c i a nos c o n d e n a , D i o s es m á s g r a n d e q u e nuestra
conciencia.

La m i s e r i c o r d i a d e l S e ñ o r es, p u e s , lo q u e hay q u e e x p e r i -
mentar -gustar i n t e r n a m e n t e - e n la c o n s i d e r a c i ó n d e los p e c a d o s .
S. I g n a c i o n o p o n e n i n g u n a m e d i t a c i ó n e s p e c í f i c a sobre la m i s e r i -
c o r d i a , p o r q u e e n c a d a m e d i t a c i ó n s o b r e los p e c a d o s v a n u n i d o s
el sentirse p e c a d o r y el e x p e r i m e n t a r la s a l v a c i ó n otorgada por el
Dios misericordioso.

A esa m i s e r i c o r d i a a p u n t a n todos los c o l o q u i o s - c o l o q u i o s d e


la m i s e r i c o r d i a - q u e S a n I g n a c i o desea q u e el ejercitante haga e n
estas M e d i t a c i o n e s [ 6 1 ] : « A c a b a r c o n un c o l o q u i o d e m i s e r i c o r -
dia» [ 7 1 ] .

Por eso, el v e r d a d e r o c e n t r o d e estas m e d i t a c i o n e s es el C r u -


c i f i c a d o . P u e s es la C r u z la q u e revela la pavorosa fuerza del m a l ,
5

del m a l nuestro d e c a d a día. Es el C r u c i f i c a d o q u i e n revela q u e é s -


ta es u n a h u m a n i d a d d o n d e al Justo se le quita d e e n m e d i o .

Pero esa e s t r e m e c e d o r a e x p e r i e n c i a del m a l es sólo el reverso


d e otra e x p e r i e n c i a , d e la otra d i m e n s i ó n d e la C r u z e n c u y o s e n o
se r e v e l a : la e x p e r i e n c i a y la seguridad d e q u e la M i s e r i c o r d i a en-

5
Cf. para las líneas que siguen J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , «La experiencia es-
piritual en los Ejercicios de San Ignacio» en Este es el hombre, Sal Terrae, Santan-
der 1980, pp. 220-226. Apareció, en 1990, c o m o cuadernillo n° 7 de la c o l e c -
ción «Aquí y ahora» de Sal Terrae.

62
L A MISERICORDIA DEL SEÑOR

v u e l v e al m u n d o , y es m á s fuerte q u e el m a l . C o m o afirma S a n Pa-


b l o , « d o n d e a b u n d ó el p e c a d o , s o b r e a b u n d ó la g r a c i a » ( R o m 5,
2 0 ) ; t a m b i é n e n nuestra v i d a ; por e s o el p e c a d o n o p u e d e m a c h a -
c a r n o s . Es p o s i b l e , por tanto, d e j a r s e llevar por esa M i s e r i c o r d i a ,
apostar por ella, ser s a l v a d o por e l l a . T o d o e s o sólo lo revela d e f i -
n i t i v a m e n t e el C r u c i f i c a d o .

Por eso, todas las m e d i t a c i o n e s d e los p e c a d o s a p u n t a n y nos


l l e v a n a un « c o l o q u i o i m a g i n a n d o a Cristo d e l a n t e y puesto e n
C r u z » [ 5 3 ] , y ese c o l o q u i o es un c o l o q u i o d e m i s e r i c o r d i a .

I. EL D I O S Q U E SE A G A C H A C O N M A N O S D E V I Ñ A D O R

7. El Dios que con-desciende

Para a c e r c a r n o s a la m i s e r i c o r d i a del S e ñ o r y saborearla, v o y


a sugerir d o s p o s i b i l i d a d e s . La p r i m e r a es v o l v e r s o b r e las m a n o s
d e D i o s . D i o s , e n las metáforas b í b l i c a s , n o s ó l o t i e n e m a n o s d e
artesano, d e pastor y d e p a d r e d e ternura m a t e r n a l ; t i e n e t a m b i é n
m a n o s d e v i ñ a d o r . A través d e estas m a n o s , p o d e m o s v e r la m i s e -
ricordiosa c o n - d e s c e n d e n c i a d e D i o s .

A los h o m b r e s nos resulta m u y difícil a b a j a r n o s . A f o r t u n a d a -


m e n t e , a D i o s n o . El m i s m o D i o s lo c o n f i r m a :

Yo enseñé a anclar a Efraín. Le alzaba en brazos, y él no c o m -


prendía que le curaba. Con lazos de amor le atraía. M e inclina-
ba y le daba de comer. Se me revuelve el corazón, se me c o n -
mueven las entrañas. N o cederé al ardor de mi cólera, no volveré
a destruir a Efraín, que soy Dios y no hombre, santo en medio de
ti, y no enemigo a la puerta (Oseas 1 1 , 1-4.8-9).

P o r q u e es D i o s y n o h o m b r e se i n c l i n a . T e n e m o s un D i o s q u e
se a g a c h a y c o n - d e s c i e n d e ; se h a c e a nosotros los d e « a b a j o » .

P o d e m o s t o m a r c o m o « c o m p o s i c i ó n d e lugar» d e esta m e d i -
tación:

- la i m a g e n del v i ñ a d o r q u e , u n a y otra v e z , se a g a c h a para


plantar, regar, p o d a r a la v i ñ a ;

63
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

- o b i e n , si lo p r e f e r i m o s , la e s c e n a e v a n g é l i c a d e la m u j e r
a d ú l t e r a (Jn 8, 1-11), e n la q u e Jesús a p a r e c e i n c l i n a d o
s o b r e el s u e l o , o f r e c i e n d o su s i l e n c i o a c o g e d o r a esa m u -
jer p e c a d o r a , para t e r m i n a r d i c i é n d o l e : « V e t e , y n o p e -
ques más».

Y meditar, a p o y a d o s e n estas i m á g e n e s , dos c o s a s : a) la a d m i -


rable c o n - d e s c e n d e n c i a d e l v i ñ a d o r ; y b) y el por q u é esto es así.

2. Con manos de viñador

En un p u e b l o a g r í c o l a , c o m o Israel, e n el q u e tanta i m p o r t a n -
c i a tenía el v i ñ e d o , las m a n o s d e v i ñ a d o r eran la gran metáfora p a -
ra d e s c r i b i r la t o z u d a , p a c i e n t e , i n c a n s a b l e y e n t r a ñ a b l e m i s e r i -
c o r d i a del Señor.

D e j é m o n o s d e c i r los «cantos a la v i ñ a » . O i g á m o s l o s c o m o r e -
feridos a nosotros m i s m o s . P o r q u e es lo q u e ha h e c h o el S e ñ o r e n
nuestras v i d a s y e n la h u m a n i d a d , u n a y otra v e z , a g a c h á n d o s e .
S o n c u a t r o , f u n d a m e n t a l m e n t e , los «cantos a la v i ñ a » , c a r g a d o s d e
bendita p a c i e n c i a , d e a g r i d u l c e l a m e n t a c i ó n , y están b a ñ a d o s por
la eterna m i s e r i c o r d i a del S e ñ o r : Is 5, 1 -7; Is 2 7 , 2-5; Jer 2 , 2 1 ; S a l
8 0 (79) 9-20.

En e l l o s a p a r e c e el S e ñ o r c o m o el v i ñ a d o r q u e se a g a c h a ,
planta, m i m a , riega la v i ñ a . Es un g u a r d i á n q u e la guarda n o c h e y
d í a . Y q u e d a d o l o r i d o , d e s e n g a ñ a d o por la falta d e frutos; e n v e z
d e u v a s , r e c o g e a g r a z o n e s ; e n v e z d e frutos, «te v o l v i s t e e s p i n o ,
c e p a b o r d e » - e x c l a m a r á el S e ñ o r - . Por e s o , r e p r o c h a , se e n f a d a ,
a m e n a z a . ( P e r o r e c o r d e m o s q u e , c o m o d i c e Paul R i c o e u r , «la ¡ra
d e D i o s es la tristeza d e su a m o r » . )

A u n q u e el e n f a d o , el castigo n o es la última p a l a b r a . En el
c a n t o a la v i ñ a d e Isaías (Is 2 7 , 2-5), d i c e el S e ñ o r : « N o m e e n f a d o
m á s . Si brotan c a r d o s y zarzas, saldré a q u e m a r l a s t o d a s . P r o t e g e -
ré a m i v i ñ a si h a c e las p a c e s c o n m i g o » . Y f u e D i o s m i s m o el q u e ,
m i s e r i c o r d i o s a m e n t e , p r o p i c i ó esa p a z , e n v i a n d o a su H i j o : Jesús
es la v e r d a d e r a v i d (Jn 15). Lo q u e n o p u d o d a r l e a D i o s Israel, lo
p u d o J e s ú s . La ú l t i m a p a l a b r a d e D i o s es la m i s e r i c o r d i a : nos ha
d a d o al H i j o , para q u e , insertos e n É l , c o m o sarmientos, t e n g a m o s
v i d a y n o p r o d u z c a m o s a g r a z o n e s , sino frutos j u g o s o s .

64
L A MISERICORDIA DEL SEÑOR

Cristo v i n o a d e c i r n o s , n o sólo c o n palabras, sino c o n su v i d a ,


c o n su p r e s e n c i a solidaria entre nosotros, q u e D i o s a ú n nos q u i e -
re; q u e , a pesar d e t o d o , a ú n q u i e r e restablecer la r e l a c i ó n d e f i l i a -
c i ó n a m o r o s a c o n los h o m b r e s .

M . M e n a p a c e r e c o g e , e n una d e sus bellas parábolas, una c o -


pla p o p u l a r q u e expresa la d i f e r e n c i a entre el l e ñ a d o r y el viñador.
La c o p l a q u e c a n t a el v i ñ a d o r c u a n d o p o d a es la siguiente:

No tengas miedo a la poda


cuando es verde tu madera,
yo no busco lo que saco,
me interesa lo que queda.

M i e n t r a s el leñador, q u e piensa e n sí y e n calentarse, tala y se


interesa por lo v i e j o (la leña), el v i ñ a d o r , q u e piensa e n el árbol y
e n la v i d , tala p o r q u e está interesado por lo n u e v o , por la v i d a q u e
da fruto.

A s í actúa el S e ñ o r c o n sus m a n o s d e v i ñ a d o r . A El no le inte-


resa la leña - « l o q u e s a c a » - , para calentarse c o m o un leñador. Si Él
nos p o d a m u c h a s v e c e s e n la v i d a , nos z a r a n d e a , nos d e s c o n c i e r -
ta, a v e c e s , d o l o r o s a m e n t e , su a c c i ó n es c o m o toda p o d a : para q u e
d e m o s fruto; a Él le interesa «lo q u e q u e d a » . L o d i c e Jesús: a los
sarmientos q u e d a n fruto los limpia y p o d a para q u e d e n más fruto.

Ésta es la última palabra d e D i o s sobre el m u n d o y sobre c a d a


u n o d e nosotros: q u e la m i s e r i c o r d i a s i e m p r e nos está ofrecida e n
un gesto d e a m o r ; la m i s e r i c o r d i a q u e espera nuestro fruto.

3. El porqué de esa con-descendencia

¿Por q u é este c o n t i n u o a g a c h a r s e , e s p e r a n d o , d e D i o s ? P o r -
q u e , p a r a d ó j i c a m e n t e , el D i o s s i e m p r e m a y o r es, s i m u l t á n e a m e n -
te, el D i o s s i e m p r e menor. El D i o s s i e m p r e m á s g r a n d e se ha q u e -
rido h a c e r p e q u e ñ o . Y e n ese a c e r c a m i e n t o s a l v a d o r h a c i a lo
p e q u e ñ o , lo i m p e r f e c t o , lo p e c a d o r y lo n e c e s i t a d o está su gloria,
está su p e r f e c c i ó n . 6

6
Cf. J . A. G A R C Í A , «Sed perfectos... Canto y compromiso en el acerca-
miento salvador de Dios»: Sal Terrae n° 879 (octubre 1986) 703-713; L. M . AR-
M E N D Á R I Z , «La gloria de Dios: el esplendor de la aproximación a lo imperfec-
to»: ibid. 675-690.

65
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

P e r o la r a z ó n d e l a b a j a m i e n t o h a c i a nosotros, p e c a d o r e s e
imperfectos, n o está e n nosotros, sino e n É l . D i o s nos a m a n o p o r -
q u e s e a m o s a m a b l e s o interesantes ( h a c e llover t a m b i é n sobre los
injustos), sino p o r q u e Él es perfecto ( M t 5, 4 8 ; cf. Le 6, 36), es d e -
cir, es m i s e r i c o r d i o s o y t i e n e c o r a z ó n . N o s a m a ¡ n c o n d i c i o n a d a y
gratuitamente y es e n ese a c e r c a m i e n t o d o n d e ha q u e r i d o p o n e r su
gloria.

D i o s es d u e ñ o , e n su l i b e r t a d s o b e r a n a , d e p o n e r su gloria
d o n d e le p l a z c a . J e s ú s m i s m o r e c o n o c í a esa libertad y le a l a b a b a
por e l l a : « P a d r e , te a l a b o (te d o y gracias) p o r q u e así te ha p a r e c i -
d o b i e n : r e v e l a r estas c o s a s a los p e q u e ñ o s » ( M t 1 1 , 2 6 ) . Y D i o s
ha q u e r i d o p o n e r su gloria e n su libre c o n - d e s c e n d e n c i a , e n su
a b a j a m i e n t o h a c i a lo i m p e r f e c t o , lo p e c a d o r y lo i n s i g n i f i c a n t e .
A s í «le ha p a r e c i d o b i e n » . P e r o n o es q u e n o haya t e n i d o r a z o n e s
- n o es u n c a p r i c h o s o a r b i t r a r i o - ; p e r o son r a z o n e s del c o r a z ó n . 7

P u e s ¿ n o resulta así ser un D i o s m á s a d m i r a b l e y g l o r i o s o q u e


O t r o q u e e l i g i e s e lo g r a n d e y lo perfecto y sólo a m a s e c u a n d o es
correspondido?

C o m o d i c e L. M . A r m e n d á r i z , « h a y e n la " d e b i l i d a d " d e e s e
c o m p o r t a m i e n t o d e D i o s a u t é n t i c a g r a n d e z a : la d e q u i e n a m a sin
intereses y q u i e r e al otro por sí m i s m o y le m a n t i e n e por eso f i d e -
lidad a pesar d e t o d o ; la d e q u i e n siente c o m p a s i ó n y se deja llevar
por e l l a . La g r a n d e z a , e n u n a p a l a b r a , del a m o r y la f i d e l i d a d , q u e
son los atributos d e D i o s q u e m á s p o n d e r a el A.T. y q u e v i e n e n a
ser c o m o un c o m p e n d i o d e su c o m p o r t a m i e n t o y d e su ser. Esta
a l i a n z a c o n lo p e q u e ñ o , frágil y p e c a d o r se h a c e n u e v a y eterna,
n u e v o Testamento d e amor, c u a n d o D i o s n o se c o n t e n t a c o n a m a r
" d e s d e su m o r a d a santa y g l o r i o s a " , sino q u e c o n su H i j o planta su
tienda entre los h o m b r e s , se h a c e c o m o ellos " c a r n e " , es decir, d e -
b i l i d a d , b u s c a y salva lo p e r d i d o , c u r a a e n f e r m o s y p e r d o n a a p e -
c a d o r e s . La Palabra d e D i o s por la q u e se hizo el m u n d o y t o d o su
e s p l e n d o r , la q u e p o s e e la gloria p r o p i a del U n i g é n i t o del P a d r e ,
v i e n e a c o m p a r t i r la p e q u e n e z y la i m p e r f e c c i ó n y llega al extremo
d e p a d e c e r el ú l t i m o límite, el m á s e x p r e s i v o d e la finitud y el p e -
c a d o , la m u e r t e , y a h a c e r d e ella la muestra definitiva d e s o l i d a r i -
dad y amor».

7
Tomo estas consideraciones de L. M . A R M E N D Á R I Z , o. c , 684-689.

66
L A MISERICORDIA DEL SEÑOR

Este D i o s n o s ó l o v u e l t o a lo p e q u e ñ o , s i n o i n c r e í b l e m e n t e
e m p e q u e ñ e c i d o , este « D e u s s e m p e r m i n o r » , ¿ n o es, «para q u i e n
tenga ojos y o í d o s » , el D i o s i n s u p e r a b l e m e n t e g r a n d e y glorioso, el
« D e u s s e m p e r m a i o r » q u e p r o c l a m a n , a u n a , Teología y Filosofía?

4. Conclusión

T o d o esto, para nosotros, insignificantes, p e q u e ñ o s y, s o b r e


t o d o , p e c a d o r e s es:

1) En primer lugar, un c o n s u e l o .

C o n f e s é m o n o s , c o n f r a n q u e z a y sin remilgos, p e c a d o r e s . A s í
e x p e r i m e n t a r e m o s el a c e r c a m i e n t o s a l v a d o r del Señor, q u e ha v e -
n i d o a salvar a los p e c a d o r e s y no a los justos. D e g u s t e m o s su m i -
sericordiosa y salvadora c e r c a n í a .

2) Pero t o d o esto significa t a m b i é n para nosotros, p e c a d o r e s ,


un c o m p r o m i s o .

El imperativo d e Jesús sigue v a l i e n d o t a m b i é n para nosotros:


« S e d perfectos c o m o mi Padre del C i e l o » . Es decir, sed misericor-
diosos (que es la versión q u e ofrece Lucas e n el S e r m ó n del Llano).
Jesús se ha t o m a d o e n serio la a f i r m a c i ó n d e q u e el h o m b r e está h e -
c h o a imagen d e D i o s ( G n 1 , 27). Y ser imagen d e D i o s significa q u e
nos c o m p o r t e m o s c o m o Él se c o m p o r t a : h a c i e n d o d e nuestra v i d a
d o n a c i ó n gratuita, generosidad sin regateo y misericordia a raudales.

II. LA H I S T O R I A DEL PECADO

La s e g u n d a p o s i b i l i d a d para a c e r c a r n o s a la m i s e r i c o r d i a del
S e ñ o r es m e d i t a r sobre la historia del p e c a d o y nuestra c o m p l i c i -
d a d e n ella.

7. El hombre se ha soltado de las manos de Dios

P o r q u e el p e c a d o t i e n e una historia. La h a n l a b r a d o los h o m -


bres c o n sus m a n o s . Los h o m b r e s d e s d e el p r i n c i p i o se h a n solta-
d o d e las m a n o s d e D i o s . N o han q u e r i d o servirle e l i g i e n d o b i e n ;
h a n e l e g i d o m a l . H a n preferido v i v i r e n la o s c u r i d a d .

67
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

R o t u n d a m e n t e , subraya S a n J u a n , e n el P r ó l o g o a su E v a n g e -
lio, el pertinaz r e c h a z o d e la L u z (Jn 1 , 1 -18): «la tiniebla n o la r e -
c i b i ó » , «el m u n d o n o la c o n o c i ó » , «los suyos n o la r e c i b i e r o n » . Y
al r e c h a z a r la L u z y, por tanto, la c o r r e c t a r e l a c i ó n c o n D i o s , q u e -
b r a r o n t a m b i é n la c o m u n i c a c i ó n i n t e r h u m a n a . Así, h a n c o n s t r u i -
d o , g e n e r a c i ó n tras g e n e r a c i ó n , u n m u n d o m a l o .

A eso a p u n t a n los e j e m p l o s q u e S a n I g n a c i o trae sobre el p e -


c a d o d e los á n g e l e s , el p e c a d o d e los «primeros p a d r e s » , el p e c a -
d o d e los otros h o m b r e s . N o s d e s c r i b e n el p r o c e s o d e la historia
del mal.

P o d e m o s recorrer las p á g i n a s d e la Escritura, q u e -a través d e


la historia d e Israel- nos c u e n t a n parte d e ese p r o c e s o : A d á n y Eva,
C a í n y A b e l , B a b e l , D a v i d , los R e y e s idólatras, el p u e b l o q u e m a -
taba a los profetas, y t a m b i é n al H i j o . Pero, d e s p u é s d e Cristo, los
h o m b r e s t o d a v í a s e g u i m o s a p o r t a n d o m a l al m u n d o .

- Basta abrir u n libro d e historia: v e r e m o s e n él reflejada la


historia del e g o í s m o h u m a n o .

- D e c í a Karl Barth q u e c o n v e n í a h a c e r o r a c i ó n t e n i e n d o d e -
lante la B i b l i a y el p e r i ó d i c o . Si a b r i é r a m o s el p e r i ó d i c o
d e ayer o d e hoy -si o y é r a m o s la r a d i o - , v e r í a m o s q u e el
p e c a d o -la m a l d a d - está ahí: hay tortura, d r o g a , terroris-
m o , h a m b r e , m u e r t e , estafas, pateras, c o r r u p c i ó n , refugia-
d o s , v e n g a n z a , a r m a m e n t o , guerras, bolsas d e p o b r e z a . Y
detrás d e t o d o e l l o , el h o m b r e q u e se ha soltado d e las
manos de Dios.

- D e j é m o n o s e m p a p a r , i m p r e s i o n a r por la historia del ser


h u m a n o , q u e es u n a historia m a l h e c h a , q u e ha roto el
s u e ñ o d e D i o s sobre el m u n d o . R e c o r d e m o s e x p e r i e n c i a s
v i v i d a s m u y c e r c a n a m e n t e , e n q u e la m a l d a d nos ha g o l -
p e a d o , e n q u e h e m o s sido v í c t i m a s d e la injusticia o d e l
desagradecimiento.

Y a través d e c u a l q u i e r a d e estos c a u c e s q u e nos a p r o x i m a n al


m a l d e nuestro m u n d o , d e j e m o s q u e nos e m b a r g u e el sentimiento
d e i m p o t e n c i a , d e « c o n f u s i ó n y v e r g ü e n z a » , c o m o d i c e S a n Igna-
c i o . C o n f u s i ó n y v e r g ü e n z a a n t e el p r o p i o ser h o m b r e y pertenecer
a e s a historia - c o m o el m i s m o santo d i c e - d e «brutos a n i m a l e s » .

68
L A MISERICORDIA DEL SEÑOR

« D i s m i n u y á m o n o s » , a c h i q u é m o n o s - h a c i e n d o c a s o al santo [ 8 ] - ,
a v e r g o n z a d o s d e ver al m u n d o - q u e era «obra b u e n a » - destroza-
d o ; y d e v e r al h o m b r e , f o r m a d o por las m a n o s d e l Padre - y q u e
era «obra m u y b u e n a » - , desfigurado.

2. El poso del pecado

Pero lo t r e m e n d o d e esta historia del mal es q u e el p e c a d o no


pasa, sino q u e pesa. N o es a l g o q u e se c o m e t e y, d e s p u é s , se v o -
latiliza y d i f u m i n a , sino a l g o q u e deja poso.

El p e c a d o d e l h o m b r e v a c r e a n d o estructuras, m e c a n i s m o s
q u e facilitan la injusticia y la m a l d a d . Estructuras y situaciones q u e
se i n d e p e n d i z a n d e los h o m b r e s , p e r o q u e están ahí. Es c o m o si el
p e c a d o , d e g e n e r a c i ó n e n g e n e r a c i ó n , se a d e n s a r a , se petrificara,
se solidificara. S e va c r e a n d o así el « p e c a d o estructural».

Pues todo pecado personal - o conjunto de ellos- nunca pue-


d e ser c o n s i d e r a d o e n su sola r e a l i d a d p e r s o n a l o s u m a d e r e a l i -
8

d a d e s p e r s o n a l e s , sino q u e , a d e m á s d e e s o , influye e n el m u n d o
v i c i a n d o la atmósfera. ( C o m o Teilhard diría, v i v i m o s inmersos e n
una « h a m a r t i o e s f e r a » . ) E s e p o s o i n f l u y e e n otros p a r t i c u l a r e s , s e -
d u c i é n d o l e s o m i n á n d o l e s el t e r r e n o . Influye e n la historia o m a r -
cha d e la h u m a n i d a d , h a c i e n d o q u e sea n e c e s a r i o dar n u e v o s p a -
sos falsos e n esa m a r c h a (a m o d o d e « h u i d a s h a c i a a d e l a n t e » ) y
c o m e t e r n u e v a s rupturas d e la f r a t e r n i d a d , para q u e esa h u m a n i -
d a d p u e d a seguir c a m i n a n d o .

Si el p e c a d o p e r s o n a l es u n a f a l s i f i c a c i ó n del h o m b r e , el « p e -
c a d o estructural» es u n a f a l s i f i c a c i ó n d e las estructuras h u m a n a s
d e c o n v i v e n c i a y, por t a n t o , una f a l s i f i c a c i ó n d e l h e c h o s o c i a l .

D e s d e el p u n t o d e v i s t a b í b l i c o , h a y u n a n o c i ó n m u y a f í n a
lo q u e n o s o t r o s l l a m a m o s « p e c a d o e s t r u c t u r a l » , y es la n o c i ó n
d e « p e c a d o d e l m u n d o » a c u ñ a d a por el c u a r t o e v a n g e l i o y q u e
o c u p a e n él u n lugar d e c i s i v o . « M u n d o » es - e n el s e n t i d o e m -
p l e a d o por S a n J u a n - la h u m a n i d a d e n c u a n t o e s t r u c t u r a d a e n
u
n orden sociorreligioso e n e m i g o d e D i o s . « M u n d o » es, pues,

Cf. el capítulo sobre « E l pecado estructural» en: J . I. G O N Z Á L E Z FAUS,


8

Proyecto de hermano, Sal Terrae, Santander 1987, p. 243 y ss; de él recojo ¡deas
V expresiones.

69
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

p e c a d o i m p l a n t a d o o e s t r u c t u r a l , por e s o sus o b r a s s o n m a l a s (Jn


7, 7). Los v a l o r e s d e l m u n d o s o n c o n t r a r i o s al R e i n o d e D i o s - e l
« R e i n o n o es d e este m u n d o » (Jn 1 7 , 2 5 ) . Si los h o m b r e s o b r a n
m a l , es p o r q u e s o n h i j o s o m i e m b r o s d e esta h u m a n i d a d e m p e -
c a t a d a (Jn 8, 2 3 y 1 7, 1 5 ) . La m i s i ó n d e J e s ú s , q u e c a r g a c o n el
p e c a d o d e l m u n d o (Jn 1 , 2 9 ) , c o n s i s t e e n q u e p u e d e c a m b i a r esa
f i l i a c i ó n d e los h o m b r e s y l i b e r a r l o s d e la n e c e s i d a d d e ser « h i -
j o s d e este m u n d o » (Jn 1 5 , 19 y 1 7, 1 5 ) . M i e n t r a s J e s ú s n o nos
9

c a m b i e la f i l i a c i ó n , s o m o s « h i j o s d e este m u n d o » . D e un « m u n -
d o » q u e , a d e m á s d e las e s t r u c t u r a s , v a s e g r e g a n d o t a m b i é n c r i -
terios q u e se h e r e d a n y se a s i m i l a n , c o m o se a s i m i l a y se respira
el a i r e q u e nos r o d e a : c o m o a l g o n a t u r a l , c o m o lo q u e d e b e ser,
lo q u e v a l e .

C o n esas estructuras y c o n esos criterios q u e f a c i l i t a n , i n d e -


p e n d i e n t e m e n t e ya d e la v o l u n t a d c o n c r e t a d e los h o m b r e s , el s e -
guir p e c a n d o , nos t o p a m o s t o d o s al nacer. S e e n t i e n d e , p u e s , la
p r o f u n d a v e r d a d expresada e n el S a l m o 5 0 : « M i r a , e n la c u l p a n a -
cí, p e c a d o r m e c o n c i b i ó mi m a d r e » . El p e c a d o nos atosiga, nos
i m p r e g n a -es nuestro a m b i e n t e - d e s d e el n a c i m i e n t o . V e r g ü e n z a ,
pues, y confusión.

3. Mi complicidad

Pero d e m o s u n s e g u n d o p a s o . D e esa historia del m a l y o n o


h e sido sólo un e s p e c t a d o r h o r r o r i z a d o , p e r o a j e n o . S i n o q u e y o

9
Cf. «El pecado del mundo» en J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , o. c , pp. 243-
247. Jesús realiza esa misión en un triple paso: 1) Revelador de esa maldad del
mundo. Primero con su propio testimonio (Jn 7, 7; 1 5, 22). Pero, luego, con el he-
cho mismo de su muerte: en ella este mundo queda desenmascarado c o m o aquél
que necesariamente echa fuera a I Justo y al Profeta (cf. 12, 31-33 y 16, 11). 21
Condenador de este mundo. Con un juicio de condena que ahora invierte el jui-
cio del mundo: los lúcidos según el mundo son declarados ciegos. Y los ciegos
según el mundo son precisamente los que conseguirán ver. 3) O d i a d o por el
mundo, porque, frente a los dos puntos anteriores, el mundo responde odiando
a Jesús Gn 7, 7) y a los suyos (15, 1 9 y 1 7, 14), y condenándolos a su vez. S u -
puesto este odio, a todo aquél que viva c o m o Jesús en medio de ese pecado es-
tructural, no le queda más salida que el sufrimiento y la persecución (cfr. 16, 20 y
33). Pero, a la vez, ese sufrimiento se revelará c o m o salvación, puesto que amar
la propia vida en una estructura tan degradada equivaldría a perderla (12, 25). Es-
ta es la razón de por qué, para Juan, la narración de la pasión de Jesús se con-
vierte en un relato tan triunfal y glorioso.

70
L A MISERICORDIA DEL SEÑOR

- c a d a u n o d e n o s o t r o s - ha c o n t r i b u i d o y c o n t r i b u y e a esa historia.
Muestro p e c a d o personal nos inserta e n ella.

Yo he a ñ a d i d o y a ñ a d o , e n lo q u e está d e mi parte, o s c u r i d a d
a esa historia m a l h e c h a del h o m b r e . Estoy c o m p r o m e t i d o con
ella, soy c ó m p l i c e d e e l l a . P o r q u e t a m b i é n y o h e p e c a d o y p e c o .
D e ese m o d o , y o q u e h e r e c i b i d o y h e r e d a d o - y s u f r i d o - lo m a l o
q u e los d e m á s h a n h e c h o , h e d e j a d o - v o y d e j a n d o - t a m b i é n c o -
m o l e g a d o a los d e m á s lo m a l o q u e y o h e h e c h o . S o y v í c t i m a , p e -
ro t a m b i é n agente del p e c a d o del m u n d o .

T e n d r í a m o s q u e m e d i t a r - c o n la a y u d a del Señor, al q u e hay


q u e p e d i r l e c o n o c i m i e n t o p r o f u n d o d e e l l o - c ó m o y o soy c ó m p l i -
c e del m a l del m u n d o . Q u e el S e ñ o r nos d é a « c o n o c e r i n t e r n a -
m e n t e » : 1) lo q u e a p o r t a m o s d e m a l , c a d a día, c o n nuestros e g o í s -
mos, injusticias, a m b i c i o n e s ; 2) lo q u e n o a p o r t a m o s d e b i e n c o n
nuestra p e r e z a , nuestra falta d e g e n e r o s i d a d , nuestras r e t i c e n c i a s ;
y 3) c ó m o nos d e j a m o s m o d e l a r , a d a p t á n d o n o s , al a m b i e n t e , c r i -
terios y estructuras « m u n d a n a s » q u e nos e n v u e l v e n .

Pues la m e d i d a d e la p a r t i c i p a c i ó n e n las injusticias e s t r u c t u -


rales se m i d e por el criterio d e la acción y d e la pasión: en qué m e -
dida c a d a p e r s o n a c o n f i g u r a la s i t u a c i ó n s o c i a l injusta y se deja
configurar por e l l a . 1 0

4. Mirada a Cristo

Y desde nuestra c o m p l i c i d a d r e c o n o c i d a en esta historia d e trai-


ción c o l e c t i v a al Padre q u e nos hizo c o n sus m a n o s , l a n c e m o s una
mirada a Cristo «puesto en C r u z » , q u e está c o n los brazos abiertos,
clavados, para abrazar a los protagonistas d e esta historia del m a l .

P i d á m o s l e « c r e s c i d o e intenso d o l o r » por nuestros p e c a d o s


[55], q u e f o r m a n parte d e este « m y s t e r i u m iniquitatis» q u e es la
historia del p e c a d o . Q u e d é m o n o s solos a n t e É l , « c o l g a d o e n la
Cruz» [ 5 3 ] , para q u e nos r e v e l e , c o n t e m p l á n d o l e , la m a l d a d del
h o m b r e -nuestra m a l d a d - y la m i s e r i c o r d i a d e D i o s . Y a n t e el c r u -
cificado, e x c l a m e m o s :

Cf. M . V I D A L , «Pecado» e n : C. F L O R I S T Á N - J . J . T A M A Y O , Conceptos


1 0

fundamentales del Cristianismo, Trotta, Madrid 1993, pp. 1000-01. Sobre la n e -


cesidad de superación de una ética individualista y el sentido de «responsabili-
dad» ante el pecado colectivo, cf. E. L Ó P E Z A Z P I T A R T E , o. c , 320-343.

71
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

- Ecce Homo: e n la m u e r t e d e l Justo a p a r e c e la v e r d a d e r a


d i m e n s i ó n del p e c a d o . Ese d e s t r o z a d o y c l a v a d o e n la
C r u z es el h o m b r e q u e q u e d a c o m o resultado d e esta his-
toria d e la m a l d a d .

En É l , e n su muerte, se nos revela - p o r eso el p e c a d o es r e v e -


l a c i ó n - la fuerza trágica del m a l . En E l , la m a l d a d del h o m b r e c o -
bra rostro. Él « c a r g ó » - c o m o d i c e Isaías ( 5 3 , 11-12)- c o n los c r í -
m e n e s d e e l l o s , «fue c o n t a d o e n t r e los p e c a d o r e s , Él t o m ó el
p e c a d o d e m u c h o s » . Y su rostro era « c o m o el d e u n leproso, d e l
q u e se aparta la vista».

Para la pregunta, a v e c e s angustiosa, d e por q u é D i o s p e r m i -


te la m a l d a d e n el m u n d o , n o t e n e m o s respuestas r a c i o n a l e s q u e
nos satisfagan. Pero m i r a n d o a Cristo, c o m p r e n d e m o s q u e D i o s p a -
d e c e , sufre el m a l , e n la m u e r t e d e su H i j o . Ésa es la gran i n t u i c i ó n
¡ g n a c i a n a s o b r e el p e c a d o - c o m o a n o t a J o n S o b r i n o - : p e c a d o es
a q u e l l o q u e m a t a al H i j o . N o p o d e m o s , p u e s , «espiritualizar» el
p e c a d o (deshistorificarlo): el p e c a d o c a u s a m u e r t e al H i j o y a los
hijos e n el H i j o .

El p e c a d o le cuesta a D i o s la m u e r t e del H i j o . Ése es el p a v o -


roso costo d e la r e p a r a c i ó n d e esta historia m a l h e c h a .

- Ecce Deus: p o r q u e Cristo nos revela la m i s e r i c o r d i a d e


D i o s . Y ésa es la última p a l a b r a d e D i o s sobre el m u n d o
p e c a d o r , n o la c o n d e n a . C o m o e s c r i b e Pablo ( R o m 8, 3 1 -
3 4 ) : « D i o s está c o n nosotros. El q u e n o p e r d o n ó a su p r o -
p i o H i j o , s i n o q u e lo entregó a la m u e r t e por nosotros».
P o r q u e a m a b a y a m a m i s e r i c o r d i o s a m e n t e al h o m b r e p e -
c a d o r , entrega a su H i j o para r e c o n c i l i a r n o s c o n É l . D i o s
está c o n nosotros. Está a favor del h o m b r e .

« E n la c r u z d e J e s ú s , c o m o a c o n t e c i m i e n t o trascendente
- e s c r i b e J o n S o b r i n o " - , a p a r e c e n u n i d o s la s u m a g r a v e d a d d e l
p e c a d o , q u e llega a d a r m u e r t e r e a l , y el s u m o a m o r d e D i o s ,
q u e n o ha t e n i d o o t r o m e j o r c a m i n o d e m o s t r a r s e q u e el d e
m a n t e n e r su a m o r o s a c e r c a n í a hasta el f i n a l , hasta la m u e r t e d e l
Hijo.»

J . S O B R I N O , «Liberación del pecado»: Sal Terrae 76 (894:1 988) 2 2 .

72
L A MISERICORDIA DEL SEÑOR

N o nos ha a b a n d o n a d o . C o n t i n ú a c e r c a n o . C o n la entrega del


H i j o , D i o s v o l t e a - d a la v u e l t a - a esa historia d e l p e c a d o ; e i n -
crusta, irreversiblemente, n u c l e a r m e n t e , la s a l v a c i ó n e n el c o r a z ó n
del m u n d o p e c a d o r .

«Ecce Homo» y «Ecce Deus»: Si nos cuesta creer e n la m a l d a d


del p e c a d o , c o n t e m p l e m o s a Cristo e n c r u z . Si nos cuesta c r e e r e n
la misericordia a c o g e d o r a d e D i o s , c o n t e m p l e m o s a Cristo e n c r u z .
Él es, pues, el r e v e l a d o r d e la p r o f u n d i d a d del m a l y d e la r e a l i d a d
victoriosa d e la M i s e r i c o r d i a .

5. ¿Qué debo hacer por Cristo? [53]

D e esa mirada brotará ineludiblemente la pregunta: ¿ Q u é d e b o


hacer por C r i s t o ? 12
Por Cristo, q u i e n c o n su entrega hasta la muerte
nos salva. C a d a u n o d e b e dejarse c o n d u c i r por el Espíritu para res-
ponder a esta pregunta. Insinúo unos posibles cauces para contestarla:

• D e b o - c o m o É l - a s u m i r el p e c a d o d e l m u n d o . S e n t i r m e
s o l i d a r i o d e é l , s e n t i r m e r e s p o n s a b l e : p o r q u e es m í o , es
t a m b i é n mi p e c a d o .

• Pero, c o m o Cristo, d e b o a s u m i r l o para r e d i m i r l o y d e s -


truirlo.

Pues h e m o s r e c i b i d o el p e r d ó n , d e s d e luego, para la propia l i -


b e r a c i ó n y s a l v a c i ó n . S i n e m b a r g o , la lógica d e la r e v e l a c i ó n -tal
c o m o se nos manifiesta e n la Escritura y, sobre t o d o , e n el N u e v o
T e s t a m e n t o - p r o h i b e h a c e r d e lo « p r o p i o » algo central aunque
sea tan importante y tan santo c o m o la «propia» liberación y salva-
c i ó n . N i el m i s m o D i o s h a c e d e lo suyo «propio» algo central, sino
q u e se ha mostrado c o m o D i o s para los otros: más e s p e c i a l m e n t e ,

12
T. CÁTALA, Vida religiosa «a la apostólica». Hombres y mujeres que qui-
sieron seguir al Señor con mayor libertad, Sal Terrae, Santander 2004: «Cuando
experimenta su precariedad delante del Señor ("Apártate de mí, que soy un peca-
dor": Le 5, 1-11), es cuando Pedro acepta sin temores paralizantes el encargo de
ser pescador de hombres.
(En las meditaciones sobre los pecados) no se trata de andar a vueltas con
el propio y o . . . , sino de caer vitalmente en la cuenta de que en el coloquio de M i -
sericordia no me pregunto c ó m o mejoro mi " y o " , sino qué hago con lo que soy:
Rué hago por Cristo y qué debo hacer por Cristo» (p. 88).
' Las ideas que siguen están tomadas de J . S O B R I N O , o. c , pp. 24-26.
1

73
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c o m o D i o s para los d é b i l e s . D e a h í q u e sea m u y lógico - c o n la l ó -


gica d e la r e a l i d a d , m á s q u e c o n la lógica del c o n c e p t o - q u e el l i -
b e r a d o se t o r n e e n liberador, el s a l v a d o e n salvador. A s í lo p r o c l a -
ma la primera Carta d e J u a n : del ser a m a d o s por D i o s c o n c l u y e q u e
hay q u e a m a r a los h e r m a n o s . A s í lo r e c a l c a t a m b i é n la teología d e
la l i b e r a c i ó n : h e m o s sido «liberados para liberar» ( G . Gutiérrez).

« H a y q u e preguntarse, pues - c o m o afirma J o n S o b r i n o - , para


q u é libera esa f o r m a e s p e c í f i c a d e l i b e r a c i ó n q u e es el p e r d ó n . El
l i b e r a d o , e n c u a n t o p e r d o n a d o , es l i b e r a d o , e n p r i m e r lugar, para
p o d e r p e r d o n a r a los q u e a él le o f e n d e n ; el a c o g i d o es l i b e r a d o
para p o d e r t a m b i é n a c o g e r a otros. Pero, más e n g e n e r a l , el p e r -
d o n a d o es l i b e r a d o para realizar p o s i t i v a m e n t e la v o l u n t a d de
D i o s , para c o m u n i c a r al m u n d o el a m o r d e ese D i o s q u e él ha e x -
p e r i m e n t a d o p e r s o n a l m e n t e . El p e r d o n a d o es liberado e n su visión
d e l m u n d o para v e r l o e n su r e a l i d a d y e n su m a l d a d ; para v e r l o e n
el p e c a d o o b j e t i v o q u e o p r i m e y da m u e r t e . La l i b e r a c i ó n del per-
d o n a d o es, e n t o n c e s , para e r r a d i c a r ese p e c a d o o b j e t i v o , para q u e
o c u r r a e n la r e a l i d a d histórica lo q u e a él le ha o c u r r i d o e n su rea-
lidad p e r s o n a l ; sólo q u e , al nivel d e la r e a l i d a d histórica, el p e r d ó n
del p e c a d o se torna e n e r r a d i c a c i ó n . »

H e m o s sido liberados para liberar. Esto nos exige lucha, d e n u n -


cia, c o m p r o m i s o . Pero en nuestra propia v i d a cotidiana d e b e m o s e s -
forzarnos p e r s o n a l m e n t e por ofrecer - y éste es un m o d o eficaz d e
c o m b a t i r el p e c a d o - c o n t r a v a l o r e s q u e se o p o n g a n a los p e c a m i n o -
sos valores m u n d a n o s . Y así, frente a la injusticia, el egoísmo, la a v a -
ricia, la a m b i c i ó n , y o d e b o c o n mi v i d a ofrecer al m u n d o generosi-
d a d , d e s p r e n d i m i e n t o , sencillez, amor, sinceridad, justicia.

P r e g u n t é m o n o s si lo h a c e m o s . P o r q u e será así c o m o c o l a b o -
r a r e m o s c o n Cristo y le a y u d a r e m o s a llevar su C r u z , q u e libera y
e r r a d i c a el p e c a d o .

• ¿ Q u é d e b o h a c e r por Cristo? En fin, c o m o Él d e b o ser c a u -


c e d e m i s e r i c o r d i a . Llevarla allí d o n d e y o m e e n c u e n t r e ; y
d e b o despertar s i e m p r e la e s p e r a n z a e n q u e la m i s e r i c o r -
d i a es la última p a l a b r a d e D i o s ; q u e es más g r a n d e y más
h o n d a q u e el m a l q u e nos r o d e a - p o r r u i d o s o q u e éste
sea. D e este m o d o , t r a n s p a r e n t a n d o y t r a n s m i t i e n d o m i s e -
r i c o r d i a , c o n t r i b u i r é a q u e el m u n d o p e c a d o r se v a y a p a -
reciendo cada v e z más a una c o m u n i d a d de perdonados.

74
EL DIOS DE LA FIDELIDAD

D e c í a el S a l m o 92 (91) q u e «es b u e n o p r o c l a m a r p o r la m a -
ñ a n a tu m i s e r i c o r d i a , y al a t a r d e c e r tu f i d e l i d a d » . D e s p u é s d e h a -
ber p r o c l a m a d o su m i s e r i c o r d i a , p r o c l a m e m o s a h o r a su f i d e l i d a d .

La m i s e r i c o r d i a y la f i d e l i d a d d e l S e ñ o r v a n insistentemente
e n t r e l a z a d a s e n la E s c r i t u r a . Así, reza el S a l m o 8 9 : « C a n t a r é por
1

s i e m p r e el a m o r d e Y a h v é , a n u n c i a r é tu lealtad d e e d a d e n e d a d » .
Y el S a l m o 11 6: « F i r m e es su m i s e r i c o r d i a c o n nosotros, su f i d e l i -
d a d d u r a por s i e m p r e » ; y el S a l m o 9 9 : «El S e ñ o r es b u e n o , su m i -
sericordia es eterna, su f i d e l i d a d por t o d a s las e d a d e s » ; y el S a l m o
23 ( 2 2 ) : «Tu b o n d a d y lealtad m e siguen toda la v i d a » .

Sí, el S e ñ o r es m i s e r i c o r d i o s o p o r q u e es el D i o s d e la A l i a n z a
c o n los h o m b r e s , el S e ñ o r fiel a esa A l i a n z a .

1
«Amor misericordioso» y «fiel» corresponde a las palabras hebreas «he-
sed» y «emeth», que son los atributos c o n los que Dios se define a sí mismo ante
Moisés (Ex 34ss). En el A.T. ambas palabras se utilizan para describir la relación
entre Dios y el hombre. «Hesed» puede traducirse como «amor gratuito», «amor
tierno» e implica la idea d e una generosidad que rebasa lo esperable. C o n él se
expresa la actitud básica de Dios c o n el hombre y, consiguientemente, también
del hombre con Dios, para poner de manifiesto el intercambio de un amor m u -
tuamente compartido, pero en el que Dios siempre tiene la iniciativa (Os 10, 12;
12, 7; Sal 18, 26). «Emeth» es la fidelidad, la constancia indefectible (Sal 3 1 , 6;
Sal 119). Ambos términos se asocian frecuentemente; y ese binomio transmite la
'dea de amor estable, definitivo. Es el amor que sostiene la alianza («berit») y la
tua al abrigo de la infidelidad, de la falta d e «emeth» del hombre. El Sal 89 es un
S|

canto de alabanza al «hesed» y «emeth» divinos c o m o garantías de la «berit».

75
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

/. ¿De qué se trata?

V a m o s a c o n f r o n t a r n o s , al m e d i t a r sobre nuestros p e c a d o s
personales, c o n la f i d e l i d a d d e D i o s .

Esto es lo m i s m o q u e q u i e r e la Iglesia q u e h a g a m o s todos los


días al a n o c h e c e r . P u e s e n su o r a c i ó n vespertina, e n C o m p l e t a s , al
p r o p o n e r n o s q u e r e a l i c e m o s un e x a m e n d e c o n c i e n c i a y r e p a s e -
m o s la j o r n a d a , n o s h a c e p r o c l a m a r : el D i o s l e a l te librará. C o n
m á s r a z ó n a h o r a , e n la c o n s i d e r a c i ó n d e nuestros p r o p i o s p e c a -
d o s , c o m e t i d o s n o e n una j o r n a d a , sino a lo largo d e nuestra v i d a
o e n el ú l t i m o a ñ o , nos e n c a r a m o s c o n el D i o s l e a l .

N o se trata, por c o n s i g u i e n t e , e n esta m e d i t a c i ó n , d e v e r lo


m a l o q u e y o h e sido y q u e d a r m e , d e s a l e n t a d a m e n t e , a h í ; sino d e
v e r lo b u e n o q u e El ha sido c o n m i g o . P o r q u e n u n c a m e ha a b a n -
d o n a d o , a pesar d e mis t r a i c i o n e s . Él ha sido s i e m p r e para m í el
D i o s d e la A l i a n z a .

S e trata, p u e s , e n esta c o n s i d e r a c i ó n d e m i v i d a p e c a d o r a , d e
releer m i propia historia a la luz d e su lealtad. S e trata d e v e r c ó m o
la historia d e m i i n f i d e l i d a d es la historia d e su f i d e l i d a d .

2. Reconocerme pecador

Para e l l o es n e c e s a r i o q u e y o e m p i e c e e n t o n a n d o el Confí-
teor, q u e m e r e c o n o z c a p e c a d o r . P o r q u e ¿ q u é es e l p e c a d o ?

El p e c a d o - d i c e G o n z á l e z Faus, u t i l i z a n d o u n j u e g o d e p a l a -
b r a s - es «ofensa a D i o s n o m e r a m e n t e por ser ofensa al A m o , sino
por ser o f e n s a al A m o r » . El c o n c e p t o d e ofensa ( m á s allá d e los
2

otros t é r m i n o s q u e t a m b i é n utiliza la Escritura: m a n c h a , transgre-


s i ó n , d e s v í o o m a l c a m i n o ) resitúa el p e c a d o e n el c a m p o d e la r e -
l a c i ó n i n t e r p e r s o n a l , e n el terreno d e la A l i a n z a , q u e es p r i m a r i a -
mente donación y llamada de Dios.

«La ofensa " a l A m o " no le sería posible al h o m b r e e n este c a -


so. N o p o r q u e n o exista un señorío d e D i o s sobre el h o m b r e , sino
p o r q u e ese señorío es tal q u e n o p u e d e ser afectado por el h o m b r e ,
ni a u n q u e éste lo intente. D e un D i o s Legislador, q u e fuese sola-
mente un C r e a d o r ignoto y trascendente, habría q u e escribir c o n ab-

2
Cf. para las líneas que siguen J . i. G O N Z Á L E Z F A U S , Proyecto de her-
mano. Visión creyente del hombre, Sal Terrae, Santander 1987, pp. 233ss.

76
E L D I O S DE LA FIDELIDAD

soluta v e r d a d las v i e j a s palabras del profeta J e r e m í a s : " S e v a n c o n


dioses ajenos para o f e n d e r m e . Pero ¿ a c a s o c o n s i g u e n irritarme a
mí? ¿ N o es más b i e n a ellos mismos a q u i e n e s h a c e n d a ñ o ? " (Jer 7,
8.19) La piedra q u e se arroja desde la tierra al c i e l o n o llegará n u n -
ca al c i e l o , sino q u e v o l v e r á a c a e r sobre la tierra. M i r a d o sólo c o -
m o ofensa al A m o , habría q u e d e c i r q u e el p e c a d o tiene, sí, esa in-
tención [es " r e b e l i ó n " -así lo considera Ignacio e n el p e c a d o d e los
ángeles [ 5 0 ] - ] ; p e r o esa i n t e n c i ó n es irrealizable y v a n a , p o r q u e ,
c o m o constata la B i b l i a , el h o m b r e , para irritar a D i o s , no d i s p o n e
más q u e d e " n a d e r í a s " ( D t 3 3 , 21). Ese es el contexto real d e la c r i a -
tura ante el C r e a d o r » .

« P e r o la r e v e l a c i ó n b í b l i c a sobre el p e c a d o parte del p r e s u -


puesto d e q u e ese contexto ha sido cambiado. Y para describir grá-
f i c a m e n t e ese c a m b i o , sustituye la i m a g e n del a m o por la del Espo-
so, q u e sí p u e d e ser ultrajado, p o r q u e su a m o r le ha v u e l t o c e r c a n o
y v u l n e r a b l e . C u a n d o ha a p a r e c i d o el A m o r d e D i o s al h o m b r e , la
r e l a c i ó n d e criatura se c o n v i e r t e gratuitamente e n r e l a c i ó n " c o n y u -
g a l " , y e n t o n c e s D i o s se torna a c c e s i b l e y v u l n e r a b l e por la a c c i ó n
del h o m b r e , e n c a r n a n d o la imagen del esposo c e l o s o y u l t r a j a d o » . 3

D e c í a m o s antes q u e no p o d e m o s d e s h i s t o r i f i c a r ( e s p i r i t u a l i -
z a r l o e n e x c e s o ; p r i v a t i z a r l o ) el p e c a d o : p o r q u e el p e c a d o m a t a ;
mata al H i j o y a los hijos e n el H i j o .

S u b r a y e m o s a h o r a q u e t a m p o c o p o d e m o s d e s t e o l o g i z a r el
p e c a d o ; p o r q u e el p e c a d o a l c a n z a a D i o s , q u e , al h a c e r s e A l i a d o ,
ha q u e r i d o t a m b i é n h a c e r s e v u l n e r a b l e .
4

3
J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , o. c. P. 2 3 3 . Sobre el pecado c o m o «adulterio»
y ruptura del amor, cf. E. L Ó P E Z A Z P I T A R T E , Hacia una nueva visión de la ética
critiana, Sal Terrae, Santander 2003, p. 312.
4
D i c e J . A. G A R C Í A en sus apuntes de EE.: 1) el pecado toma forma histó-
rica, se encarna en hombres, en acciones y en estructuras. Y mata al inocente-justo.
N o hay pecado espiritual; todo pecado hiere a la humanidad. El Crucificado no per-
mite espiritualizar el pecado; siempre es material y se dirige contra hombres. Eso lo
desvela el Crucificado porque el pecado cargó contra Él, primero, no contra sólo
Dios. 2) El pecado que mata al Justo, mata al Hijo de Dios y alcanza al propio Dios
en su Hijo. Al otro extremo de la deshistorización del pecado está la desteologiza-
ción del pecado. Ante el Crucificado, una lectura humanista, sociológica, política
del pecado tiene su palabra. Pero una lectura teológica añade: han matado al Hijo.
Ahí radica la seriedad máxima teológica del pecado: sufre un hombre, muere un
hombre, sufre y muere un hijo en el Hijo. Y, por tanto, es Dios quien queda afecta-
do. La reducción secularista del pecado le priva de su gravísima seriedad.

77
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

El p e c a d o n o a c o n t e c e ni sólo contra Dios, c o m o parecería


i n d i c a r la f a m o s a e x c l a m a c i ó n d e l S a l m o 5 0 : « C o n t r a T i , c o n t r a
Ti s o l o p e q u é » . Ni acontece únicamente contra los hombres, co-
m o si s ó l o t u v i e r a u n a d i m e n s i ó n h u m a n a , d e la q u e D i o s q u e -
da al m a r g e n ; c o m o p a r e c e i n d i c a r E l i h ú , a q u e l « t e ó l o g o » a m i -
go d e J o b :

Fíjate en el cielo
y mira qué altas están las nubes sobre Ti.
Si pecas, eso no afecta a Dios.
Por muchos pecados que cometas,
no le haces nada.
Y si actúas bien, nada le das,
no le haces ningún beneficio.
Es a los hombres como tú
a quienes afecta tu pecado
y a quienes benefician tus acciones.

(Job 35, 5-8)

N o ; el p e c a d o a c o n t e c e s i e m p r e a n t e el D i o s S a n t o . Pero u n
D i o s q u e ha q u e r i d o ser A l i a d o . Y e s o significa q u e es un D i o s
c o m p r o m e t i d o c o n el h o m b r e : del q u e ha q u e r i d o ser su origen y
su d e s t i n o , a q u i e n ha h e c h o a su i m a g e n , al q u e h a l l a m a d o - a
través d e su H i j o e n c a r n a d o - a ser hijo e n el H i j o y, por lo tanto,
hermano de todo hombre.

Ese D i o s es A l g u i e n a q u i e n le importa m u c h o (y está i n c o m -


p r e n s i b l e m e n t e interesado e n ello) q u e el h o m b r e no frustre su c a -
m i n o , m a r c h a n d o por d e s v í o s q u e le llevarán lejos d e su meta. Por
eso ha p o d i d o d e c i r c o n r a z ó n M a r c i a n o V i d a l q u e «el d o l o r d e
D i o s por el p e c a d o es el d e l a m o r h e r i d o q u e sufre por el m a l del
q u e a m a , por el q u e , al ofender, se destruye y a n u l a » . 5

« L a ofensa de Dios n o es t a n t o la h e r i d a c a u s a d a i n m e d i a t a -
m e n t e a su D i v i n i d a d (pues a esa i n m e d i a t e z n o p u e d e llegar el
h o m b r e ni a u n q u e lo quisiera), c u a n t o el d a ñ o c a u s a d o al " c u e r -
p o " del H i j o , al " t e m p l o " d e l Espíritu, es decir, al h o m b r e (y a la
c i r c u n s t a n c i a d e l h o m b r e q u e es la c r e a c i ó n ) . D e esta m a n e r a , el

5
M . V I D A L , «Pecado» e n : C. F L O R I S T Á N - J . L. T A M A Y O , Conceptos fun-
damentales del Cristianismo, Trotta, Madrid, 1993, pp. 983-1001.

78
E L DIOS DE LA FIDELIDAD

c a r á c t e r del p e c a d o c o m o ofensa q u e d a puesto e n el c o n t e x t o d e


la A l i a n z a , fuera del c u a l n o t i e n e sentido.

C u a n d o el h o m b r e d i c e a n t e D i o s : " p e q u é contra Ti s ó l o " , d i -


c e t a m b i é n q u e ha p e c a d o " e n t r e g a n d o sangre ¡ n o c e n t e " , d e s v i r -
t u a n d o v i d a h u m a n a - l a d e los d e m á s o la p r o p i a - . Estos dos a s -
p e c t o s son i n s e p a r a b l e s : la m u e r t e del H i j o era la ofensa más
d i r e c t a a D i o s y el m a y o r a c t o d e injusticia h u m a n a . Y ella es p a -
radigma d e t o d o p e c a d o » . 6

El p e c a d o es, pues, una ofensa al A m o r , a un A m o r a l i a d o . Por


eso significa s i e m p r e una ruptura d e la f i l i a c i ó n y d e la fraternidad.
Y esa i n f i d e l i d a d a la f i l i a c i ó n y a la fraternidad la h e m o s c o m e t i -
d o nosotros e n nuestra v i d a . E n t o n e m o s , p u e s , el Confíteor. Reco-
nozcámonos pecadores.

3. El enmascaramiento del pecado

P e r o este r e c o n o c i m i e n t o es a l g o q u e le t e n e m o s q u e p e d i r
al S e ñ o r : q u e nos d é « c o n o c i m i e n t o i n t e r n o » , p r o f u n d o , q u e nos
p e n e t r e y nos s a c u d a , d e n u e s t r o p e c a d o ; u n c o n o c i m i e n t o q u e
s i n t a m o s [ 6 3 ] . Y q u e así nos p e r m i t a d e c i r n o s y d e c i r l e : soy un
pecador.

Ese r e c o n o c i m i e n t o es u n d o n , p o r q u e c o n s i d e r a r s e p e c a d o r
n o es algo q u e surja e s p o n t á n e a m e n t e . A l j u z g a r n o s a nosotros
m i s m o s entran e n j u e g o i n m e d i a t a m e n t e los m e c a n i s m o s d e d e -
fensa, los a u t o e n g a ñ o s , las e x c u s a s . . . : ¡ n o es para t a n t o ! , ¡estoy
c o n d i c i o n a d o ! , ¡lo h a c e n otros!

Y es q u e , c o m o d i c e Karl Rahner, «a la naturaleza del p e c a d o


p e r t e n e c e el no sentirse p e c a d o r » . El p e c a d o p o s e e la innata t e n -
d e n c i a a ocultarse. N o es fácil r e c o n o c e r s e p e c a d o r ; p o r q u e un re-
c o n o c i m i e n t o c a b a l del p r o p i o p e c a d o -sin q u e a p a r e z c a la p o s i -
bilidad de p e r d ó n - llevaría lógicamente al ser humano a la
p a r a l i z a c i ó n , a la angustia sobre sí m i s m o .

H a y dos pasajes c é l e b r e s e n la Escritura q u e nos h a b l a n del


portentoso e n m a s c a r a m i e n t o del p e c a d o : el a d u l t e r i o d e D a v i d (2
S a m 1 1 , 1 -12.13) y la d i s c u s i ó n d e Jesús c o n los fariseos e n torno

6
Cf. J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , o. c , pp. 392-405.

79
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

a la c u r a c i ó n d e l c i e g o d e n a c i m i e n t o (Jn 9). Tal v e z p o d r í a m o s


meditarlos para q u e , al ver la c e g u e r a q u e se a p o d e r a d e otros, p i -
d i é r a m o s liberarnos nosotros d e esa m i s m a c e g u e r a .

P o r q u e la « c e g u e r a » es u n a d i m e n s i ó n del p e c a d o . Y así, para


Jesús - q u e p a r e c e c r e e r q u e el h o m b r e es b u e n o e n el f o n d o y c u -
ya t r a n s i g e n c i a « d e s c o l o c a » , tantas v e c e s , a los m o r a l i s t a s - existe
un rasgo del m o d o d e ser d e los h o m b r e s q u e le entristece: el e m -
b o t a m i e n t o del c o r a z ó n .

Ese e n d u r e c i m i e n t o d e l c o r a z ó n t a m b i é n está e n nosotros.


P u e s es p r o p i a del p e c a d o u n a cierta i n c o n s c i e n c i a sobre é l . Esto
significa - y eso es lo t r e m e n d a m e n t e triste del p e c a d o - no falta d e
r e s p o n s a b i l i d a d o d e i m p u t a b i l i d a d , s i n o q u e la r e s p o n s a b i l i d a d
h u m a n a p u e d e , a v e c e s , llegar i n c l u s o a la e l i m i n a c i ó n d e la c o n -
c i e n c i a e n p r o v e c h o p r o p i o : «a v o l v e r los ojos para n o ver» . 7

Esa c e g u e r a - e s e « v o l v e r los ojos para no v e r » - f o r m a parte


del p e c a d o del h o m b r e , d e nuestro p e c a d o . El p e c a d o r « a b o r r e c e
la luz» (Jn 3, 2 0 ) . R o t u n d a m e n t e d e c l a r a Jesús: «Todo el q u e p r a c -
tica lo m a l o detesta la luz, y no se a c e r c a a la luz para q u e n o se
d e s c u b r a n sus a c c i o n e s » . Y el evangelista J u a n (8, 44) afirmará q u e
el p a d r e del p e c a d o es «el e m b u s t e r o y p a d r e d e la m e n t i r a » .

Por eso el p e c a d o es a l g o q u e t i e n e q u e ser r e v e l a d o . A c e p t a r


esa r e v e l a c i ó n será c o m e n z a r a salir d e é l . P i d a m o s , pues, al S e ñ o r
ese d o n , esa gracia: q u e nos c o n c e d a ver nuestro p e c a d o y nos d é
fuerzas para c o n f e s a r n o s p e c a d o r e s .

Q u e El i l u m i n e «los ojos del c o r a z ó n » , c o m o d i c e S a n P a b l o


- e s o es el c o n o c i m i e n t o i n t e r n o - para d e c i r « c o n f í t e o r » , « m i s e r e -
re». Y s o m e t e r n o s así a u n a c u r a d e v e r d a d . P o r q u e s o m o s p e c a -
dores. N o s lo ha d i c h o Jesús: «Si a a l g u n o d e vosotros le p i d e su h i -
j o p a n , ¿ l e v a a dar u n a p i e d r a ? ; y si le p i d e p e s c a d o ¿le dará u n a
serpiente? P u e s si vosotros, que sois malos, sabéis dar c o s a s b u e -
nas a vuestros hijos, ¿ c u á n t o m á s vuestro Padre d e l C i e l o dará c o -
sas b u e n a s a los q u e le p i d e n ? » ( M t 7, 7-12).

S o m o s m a l o s . Y S a n J u a n , e n su p r i m e r a Carta, nos quita toda


e x c u s a (1 J n 1 , 8-10): «Si a f i r m a m o s no tener p e c a d o , nos engaña-

7
Cf. sobre estas reflexiones J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , o. c , pp. 192-195.

80
E L DIOS DE LA FIDELIDAD

m o s y la v e r d a d n o está e n nosotros. Si a f i r m a m o s n o h a b e r p e c a -
d o n u n c a , le h a c e m o s (a D i o s ) m e n t i r o s o y su Palabra n o está e n
nosotros».

Esta c o n f e s i ó n es el c a m i n o i m p r e s c i n d i b l e para a c c e d e r a
D i o s . P u e s el o b s t á c u l o para n o a c e r c a r s e a El n o está e n el p e c a -
d o , sino e n el n o r e c o n o c i m i e n t o del p r o p i o p e c a d o . C o m o le o c u -
rría al fariseo q u e f u e a orar al T e m p l o y c u y a c e r r a d a altivez c o n -
d e n ó J e s ú s ; a q u e l h o m b r e no salió j u s t i f i c a d o . D i o s le c e r r ó la
puerta (Le 18, 9ss).

4. La importancia de confesarse pecador

P e r o ¿por q u é es tan i m p o r t a n t e q u e nos c o n f e s e m o s p e c a -


dores?

1 . P o r q u e sólo c o n f e s á n d o n o s p e c a d o r e s c o n o c e r e m o s q u i é n
es D i o s : el S e ñ o r d e la M i s e r i c o r d i a y d e la F i d e l i d a d , q u e , u n a y
otra v e z , nos o f r e c e leal m e n t e su amor.

P o r q u e s ó l o c o n o c e r á y a c e p t a r á a Cristo c o m o Salvador
a q u é l q u e sienta la n e c e s i d a d d e ser s a l v a d o , y sólo sentirá la n e -
c e s i d a d d e ser s a l v a d o a q u é l q u e se c o n s i d e r e p o b r e , p e c a d o r y e n
situación d e necesitar una absoluta g r a t u i d a d . Ya lo expresaba, c o n
patetismo, B e r n a n o s : « ¿ Q u é sabéis d e s a l v a c i ó n vosotros, los q u e
n u n c a habéis p e c a d o ? »

« S e r e q u i e r e u n a u t é n t i c o sentido d e nuestra p o b r e z a e s p i r i -
tual para admitir q u e d e l a n t e d e D i o s estamos e n una situación n e -
gativa, e n n ú m e r o s rojos: a D i o s n o le h e m o s d a d o n u n c a t o d o lo
q u e t e n d r í a m o s q u e d a r l e , n o h e m o s c o r r e s p o n d i d o al a m o r d e
D i o s . Si n o nos s e n t i m o s así, p e c a d o r e s , n o t e n d r e m o s el sentido
d e Cristo. Cristo n o nos dirá n a d a y s e r e m o s d e a q u e l l o s fariseos
autosatisfechos d e sus propias b u e n a s o b r a s , o d e a q u e l l o s d e s e s -
perados q u e n o p u e d e n c r e e r q u e D i o s a ú n les a m a . S ó l o c o n o c e
a Cristo c o m o S a l v a d o r a q u é l q u e siente urgente y v i v e n c i a l m e n t e
la n e c e s i d a d d e ser s a l v a d o por el a m o r gratuito d e D i o s ; es decir,
el q u e está c o n v e n c i d o d e q u e lo ú n i c o q u e p u e d e salvar es el
amor de Dios m i s m o » . 8

8
Cf. J . V I V E S , Creer el Credo, Sal Terrae, Santander 1986, pp. 66-68.

81
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

2 . ¿ P o r q u é es tan i m p o r t a n t e c o n f e s a r s e p e c a d o r ? L o es, e n
s e g u n d o lugar, p o r q u e el c o n f e s a r s e p e c a d o r o c u r r e y a e n el s e n o
d e l p e r d ó n . C u a n d o el h o m b r e e m p i e z a a b a l b u c e a r q u e es un p e -
cador, e m p i e z a a saberse t a m b i é n ya un p e r d o n a d o . Esto a p a r e c e
e n el trato d e Jesús c o n los p e c a d o r e s y e n las p a r á b o l a s sobre el
trato del m i s m o D i o s c o n ellos.

J o n S o b r i n o ha distinguido c o n finura dos tipos d e p e r d ó n : el 9

p e r d ó n - a b s o l u c i ó n y el p e r d ó n - a c o g i d a . Éste ú l t i m o es el que
p r a c t i c a b a Jesús. Jesús a c o g í a a los p e c a d o r e s .

- El p e r d ó n - a b s o l u c i ó n es el q u e otorga u n j u e z . En esta
c o n c e p c i ó n del p e r d ó n , p e c a d o r y j u e z , p e r d o n a d o r y
p e r d o n a d o , p e r m a n e c e r á n a j e n o s el u n o al otro, a u n q u e
sea c o n s o l a d o r e n c o n t r a r a un j u e z b u e n o q u e a b s u e l v e .

- Pero e n los E v a n g e l i o s , m á s q u e la a b s o l u c i ó n , a p a r e c e la
a c o g i d a d e Jesús al p e c a d o r ; m á s q u e el p e r d ó n - a b s o l u -
c i ó n , a p a r e c e el p e r d ó n - a c o g i d a . La a c o g i d a i n c l u y e la
a b s o l u c i ó n , p e r o es m u c h o m á s q u e ésa.

La a c o g i d a es el a m o r p r i m i g e n i o d e Jesús (y d e D i o s ) , q u e sa-
le a buscar al p e c a d o r sin esperarlo c o m o j u e z , a u n q u e fuere j u s -
to y b e n é v o l o ; q u e muestra m i s e r i c o r d i a antes q u e j u s t i c i a ; q u e
o f r e c e d i g n i d a d y futuro a q u i e n se siente sin p o s i b i l i d a d e s .

En el E v a n g e l i o se afirma c o m o algo central q u e e n la d i a l é c -


t i c a p e c a d o - p e r d ó n el p o l o m á s p r i m i g e n i o está e n el p e r d ó n . En
p a l a b r a s d e Karl Rahner, «sólo el p e r d o n a d o se s a b e p e c a d o r » . La
a c o g i d a del p e r d ó n es lo q u e d e s c u b r e c a b a l m e n t e el h e c h o d e ser
p e c a d o r y lo q u e da fuerzas para r e c o n o c e r s e c o m o t a l .

D e h e c h o , e n los e v a n g e l i o s , la c o n v e r s i ó n exigida tan r a d i -


c a l m e n t e por Jesús v i e n e p r e c e d i d a por la oferta del a m o r d e D i o s .
N o es la c o n v e r s i ó n lo q u e v a a exigir q u e D i o s a m e al pecador, s i -
n o q u e m á s b i e n es el a m o r d e D i o s lo q u e v a a h a c e r p o s i b l e la
conversión.

9
Recojo su exposición, incluso textualmente, en los párrafos siguientes;
cf. J . S O B R I N O , «Liberación del pecado»; Sal Terrae 76 (898:1988) 15-28; t a m -
bién, Jesucristo liberador. Lectura histórico-teológica de Jesús de Nazaret, Trotta,
Madrid, 3 edic. 1997, pp. 131-134.
a

82
E L DIOS DE LA FIDELIDAD

La ú n i c a « e x p l i c a c i ó n » q u e , e n definitiva, da el N.T. para el


p e r d ó n d e l p e c a d o es el a m o r d e D i o s . La entrega d e Jesús e n la
c r u z es la expresión d e ese amor. Y si D i o s ha a m a d o hasta tal e x -
t r e m o a los seres h u m a n o s , e n t o n c e s , su ú l t i m a p a l a b r a n o es d e
c o n d e n a c i ó n , sino d e s a l v a c i ó n . D i o s se ha a c e r c a d o a este m u n -
d o d e p e c a d o r e s , n o para condenar, sino para salvar.

Este a c e r c a m i e n t o s a l v í f i c o es iniciativa suya y n o respuesta a


n i n g u n a a c c i ó n d e los h o m b r e s . Ese a c e r c a m i e n t o es real y sin
c o n d i c i o n e s . Ese a c e r c a m i e n t o es lo q u e h a c e c r e í b l e al a m o r d e
D i o s ante los seres h u m a n o s .

En la c r u z d e Jesús a p a r e c e el s u m o a m o r d e D i o s , q u e n o ha
t e n i d o otro c a m i n o para mostrarse q u e el d e m a n t e n e r su a m o r o -
sa c e r c a n í a hasta el final, hasta la m u e r t e del H i j o .

La « a c o g i d a » histórica d e Jesús d e N a z a r e t a los seres h u m a -


nos a p a r e c e e n la c r u z c o m o « c e r c a n í a a b s o l u t a » a los h o m b r e s
hasta el f i n a l .

Ese D i o s a b s o l u t a m e n t e c e r c a n o , q u e n o h a c e ni siquiera d e
la c r u z o c a s i ó n para dejar d e ser c e r c a n o , es el D i o s q u e p u e d e
p r o n u n c i a r u n a palabra d e a m o r i r r e v o c a b l e a los seres h u m a n o s .
Y c u a n d o los seres h u m a n o s e s c u c h a n e n v e r d a d esa p a l a b r a d e
a m o r n o necesitan ya q u e alguien les h a b l e d e un p o s i b l e perdón-
a b s o l u c i ó n por parte d e D i o s . S e saben a m a d o s por D i o s , i n c o n d i -
c i o n a l m e n t e , se s a b e n a c o g i d o s por D i o s ; se s a b e n a c e r c a d o s a
D i o s e n el absoluto a c e r c a m i e n t o d e D i o s a e l l o s . 1 0

Por eso es tan importante confesarse p e c a d o r . P o r q u e c u a n d o


esa c o n f e s i ó n se p r o n u n c i a c o n a u t e n t i c i d a d , estamos y a inmersos
e n la c e r c a n í a a c o g e d o r a d e Dios. En el seno d e su p e r d ó n , nos re-
c o n o c e m o s pecadores y perdonados.

Q u e , s a b i é n d o n o s acogidos, el S e ñ o r nos c o n c e d a - p i d á m o s -
lo d e c o r a z ó n - c o n f e s a r n o s pecadores.

5. ¿Hasta dónde somos pecadores?

P e r o , d e n t r o d e esa acogida, q u e y a e x p e r i m e n t a m o s , p i d á -
m o s l e t a m b i é n luz para q u e c o n o z c a m o s n o s ó l o q u e s o m o s pe-

1 0
Hasta aquí la exposición de J . S O B R I N O , «Liberación...», o. c.

83
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

c a d o r e s , sino hasta d ó n d e lo s o m o s , la p r o f u n d i d a d d e nuestro p e -


c a d o , sus raíces e n nosotros. L e f r a n c l l a m a a esta p r o f u n d i z a c i ó n
«bajar al s ó t a n o » : el sótano es d o n d e se a c u m u l a n bultos d e s o r d e -
n a d o s , t e l a r a ñ a s y p o l v o , o s c u r i d a d y trastos o l v i d a d o s . A c o m p a -
ñ a d o s por Cristo, d e s c e n d a m o s a nuestro p r o p i o sótano.

P o r q u e el p e c a d o n o es s o l a m e n t e un a c t o , sino u n a a c t i t u d ,
q u e , al m i s m o t i e m p o , v i e n e f a v o r e c i d a por el m e d i o a m b i e n t e . Es
decir, el p e c a d o n o sólo es a l g o q u e h a g o , sino q u e está d e n t r o y
a l r e d e d o r d e mí.

M i p e c a d o n o se limita, por tanto, a mis actos m a l o s ; sino q u e


detrás d e e l l o s hay unas a c t i t u d e s q u e m a n t e n g o y u n o s criterios
c o n f o r m e a los c u a l e s m e m u e v o , q u e son los q u e d e s e n c a d e n a n ,
una y otra v e z , - m i e n t r a s no los d e s a r r a i g u e - mis actos p e c a m i n o -
sos. En nuestra v i d a , el m a l , por tanto, n o se limita al p e c a d o e x -
plícito: hay otros niveles d e m a l q u e v a n m á s allá d e la b u e n a v o -
luntad.

« L a i n m e n s a m a y o r í a d e las v e c e s , el m a l n o se " c o m e t e "


c u a n d o se r e a l i z a un a c t o m a l o ; éste es s ó l o el t é r m i n o ya l ó g i c o
d e un p r o c e s o s e m i n c o n s c i e n t e d e p e q u e ñ a s o p c i o n e s y g r a n d e s
j u s t i f i c a c i o n e s , q u e , a la larga, v a n l l e v a n d o a c o n v e r t i r e n l ó g i -
c o , e n c o h e r e n t e y q u i z á s e n n e c e s a r i o el m a l q u e se c o m e t e r á
m á s t a r d e . La gran f u e r z a d e l m a l e n el m u n d o r e s i d e e n esos
p r o c e s o s m i s t e r i o s o s , a p a r e n t e m e n t e a j e n o s a él y a v e c e s se-
m i n s c o n s c i e n t e s , por los q u e u n d í a llega a h a c e r s e p l a u s i b l e o
necesario» 1 1
.

P e d r o niega a Jesús tras «seguirle a d i s t a n c i a » . T a m b i é n n o s o -


tros v a m o s d i s t a n c i á n d o n o s p o c o a p o c o , e n z a r z a d o s e n procesos
s e m i n s c o n s c i e n t e s d e s e n c a d e n a d o s por nuestras actitudes y c r i t e -
rios n u n c a revisados c o n s e r i e d a d , hasta q u e u n día nos d e s c u b r i -
m o s ya lejos d e É l .

Es n e c e s a r i a , pues, la i l u m i n a c i ó n d e los ojos del c o r a z ó n p a -


ra d e s e n m a s c a r a r esas actitudes y esos criterios. Por eso, S a n Igna-
c i o nos d i c e [63] q u e p i d a m o s sentir el « d e s o r d e n d e mis o p e r a -
c i o n e s » y el « c o n o s c i m i e n t o del m u n d o » .

11
J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , Acceso a jesús, Sigúeme, Salamanca 2 a
edic.
1979, p. 224.

84
E L DIOS DE LA FIDELIDAD

- Por « o p e r a c i o n e s » se e n t i e n d e el c o n j u n t o d e actitudes
- m u c h a s v e c e s i n c o n s c i e n t e s - q u e , sin ser m a l a s e n sí
m i s m a s , n o están e n una línea e v a n g é l i c a . Por e j e m p l o ,
esa e s p e c i e d e n a r c i s i s m o espiritual q u e , c o n f r e c u e n c i a ,
nos i n v a d e y q u e nos h a c e v i v i r c o m o si s ó l o existiera lo
q u e nos s u c e d e a nosotros; el d e s c o n t r o l d e d e m a n d a s
a f e c t i v a s ; la n o a c e p t a c i ó n d e nuestra p r o p i a r e a l i d a d y,
c o n s i g u i e n t e m e n t e , la n o a s u n c i ó n d e las críticas q u e nos
h a c e n ; el a f á n d e p r o t a g o n i s m o ; la a b s o l u t i z a c i ó n de
nuestras o p i n i o n e s . Todas ellas t i e n e n c o m o d e n o m i n a d o r
c o m ú n d e referencia el p r o p i o « y o » .

- « M u n d o » significa a q u í la trama d e criterios d e a c t u a c i ó n


y p s e u d o v a l o r e s q u e están al m a r g e n d e l E v a n g e l i o , p e r o
q u e flotan e n el a m b i e n t e , y lo c o n t a m i n a n (y d e los q u e
h a b l á b a m o s c u a n d o nos referíamos al p e c a d o s o l i d i f i c a -
d o , al p e c a d o d e los h o m b r e s q u e va d e j a n d o p o s o y e s -
tructuras); criterios o « m á x i m a s m u n d a n a s » q u e y o a s i m i -
lo, c a s i por o s m o s i s , q u e se a d h i e r e n a mis entretelas y
q u e a c a b a n o r i e n t a n d o toda mi a c t u a c i ó n . Por e j e m p l o , el
e f i c a c i s m o ; la b ú s q u e d a d e las gratificaciones i n m e d i a t a s ;
las falsas n e c e s i d a d e s c o n s u m i s t a s ; el « m e gusta» o « n o
m e gusta» c o n v e r t i d o e n criterio e s p i r i t u a l . . .

Q u e el S e ñ o r nos c o n c e d a discernir lo q u e está detrás y e n el


f o n d o d e nuestros m a l o s a c t o s , p o s i b i l i t á n d o l o s , y nos haga ver si
nuestras a c t i t u d e s son d e n a r c i s i s m o , d e t e m o r al f r a c a s o -y, por
tanto, a la c r u z - , d e i n t r a n s i g e n c i a ; y si nuestros c r i t e r i o s d e a c -
t u a c i ó n son c o m o los del m u n d o - e s e « d e s o r d e n e s t a b l e c i d o » - : el
prestigio, la e f i c a c i a , la c o m o d i d a d , la i n s t a l a c i ó n , el c o n s u m i s m o ,
el d i n e r o . . .

6. Recorrido junto al Dios leal

C o n la esperanza d e q u e el S e ñ o r nos c o n c e d a ese d o n d e c o -


n o c e r a f o n d o nuestro p e c a d o y sus raíces - p a r a «aborrecerlos»
( r e p u g n a n c i a instintiva), c o m o d i c e S a n I g n a c i o 1 2
- y sabiéndonos

12
«Aborrecer», «sentir», pedir «conocimiento interno»... son palabras
afectivas. Pablo emplea esta misma palabra afectiva: «Aborrecedel mal, adherios

85
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

ya d e a n t e m a n o resguardados e n su p e r d ó n - a c o g i d a , h a g a m o s un
recorrido por nuestra v i d a .

H a g a m o s un e x a m e n « c o r a l » (no solitario, s i n o c o n interlo-


cutores: Dios, yo mismo, la Iglesia, mi c a s a , m i c o m u n i d a d , la
i n s t i t u c i ó n a la q u e p e r t e n e z c o , los seres h u m a n o s c o n q u i e n e s
trato, trabajo y a los q u e m e d e d i c o , el m u n d o e n el q u e v i v o . . . ) ,
para d e j a r m e preguntar por e l l o s s o b r e m i c r e c i m i e n t o c o m o p e r -
sona, mi m a d u r e z e s p i r i t u a l , mi v i d a c o m u n i t a r i a , mi m i s i ó n , mi
tarea c o n c r e t a p r o f e s i o n a l , mi v i d a e n la Iglesia, mi d i á l o g o c o n el
mundo...

Especialmente, r e p a s e m o s lo q u e h e m o s h e c h o d e s d e n u e s -
tros ú l t i m o s E j e r c i c i o s . R e f l e x i o n e m o s s o b r e las diversas m a n e r a s
c o m o h e m o s sido infieles: en mis r e l a c i o n e s c o n E l , c o n los d e m á s ,
en mi trabajo, e n mi c o m u n i d a d . . . P e n s e m o s q u é actitudes y crite-
rios hay detrás d e nuestro c o m p o r t a m i e n t o : en q u é t r o p e z a m o s
m á s . . . y por q u é .

P e r o ha d e ser un r e p a s o ( e x a m e n ) a b u l t o ; no una prepara-


c i ó n para una c o n f e s i ó n . F i j á n d o m e , s o b r e t o d o , e n las a c t i t u d e s
q u e están detrás d e mi c o m p o r t a m i e n t o - , en mi « t o n o v i t a l » 1 3
.
Pero n o nos f i j e m o s s o l a m e n t e en lo q u e h e m o s h e c h o , s i n o t a m -
b i é n en lo q u e h e m o s d e j a d o d e h a c e r - y e n su p o r q u é - . P u e s se
nos ha d a d o m u c h o : el D i o s fiel se ha v o l c a d o s o b r e c a d a u n o d e
nosotros.

al bien» (Rom 12, 9). Pues que Dios nos cambie el corazón es una cuestión fun-
damentalmente afectiva. En la instrucción sobre el «tiempo de los Ejercicios» c o -
mo «Tiempo del corazón, no de la cabeza» decimos que los Ejercicios pretenden
una «reformación afectiva».
13
En un «Directorio de Ejercicios» del mismo Ignacio leemos: «...Y lo que
se dice en el primer punto del segundo ejercicio [56], que para considerar la mul-
titud de los pecados se discurra por lugares, tiempos... etc., ha de hacerse con
examen antes general que particular, porque para el dolor no ayuda tanto hacer
exactamente disquisición de lo sutil, c o m o ponerse ante los ojos lo grave c o n -
juntamente» (MI Ex. Dir. 784). Por consiguiente-comenta E. R O Y O N , «El segun-
do ejercicio es meditación de los pecados»: Manresa 54 (213:1982) 313-328-, no
la disquisición de lo sutil, sino «gravia simul ante oculos proponere». Ignacio pre-
tende que el ejercitante se vea en las categorías antropológicas (espacio-tempo-
rales, relaciones interpersonales, profesionales), que definen al hombre y en las
cuales se realiza como pecador, para que perciba que su definirse y realizarse c o -
mo hombre está envuelto en el pecado (p. 316).

86
E L DIOS DE LA FIDELIDAD

Ese r e c o r r i d o por nuestra v i d a lo t e n e m o s q u e h a c e r b a j o el


l e m a d e esa frase exigente d e Jesús: « A l q u e se le ha d a d o m u c h o ,
se le p e d i r á m u c h o » . P u e s el a m o r s i e m p r e es e x i g e n t e ; un a m o r
q u e n o es e x i g e n t e n o es amor. Pero es u n a e x i g e n c i a la suya p e -
netrada por la m i s e r i c o r d i a .

N o p o d e m o s , por tanto, pensar s o l a m e n t e e n lo m a l o q u e h e -


m o s h e c h o , sino t a m b i é n e n lo b u e n o q u e h e m o s d e j a d o d e hacer.
H e m o s m a l g a s t a d o m u c h o . S e nos ha d a d o u n a i m p r e s i o n a n t e c a -
p a c i d a d d e h a c e r el b i e n , d e repartir e s p e r a n z a y d i c h a a nuestro
alrededor, d e amor. ¿ Q u é h e m o s h e c h o c o n esa c a p a c i d a d ? ¿ Q u é
h e m o s h e c h o d e la a b u n d a n t e c a n t i d a d d e o p o r t u n i d a d e s , d e b e -
n e f i c i o s , d e p o s i b i l i d a d e s , d e g r a c i a , q u e el S e ñ o r ha d e r r a m a d o
c o n sus m a n o s d e Padre sobre nosotros? (Esas m a n o s q u e nos m o -
d e l a r o n y f o r m a r o n u n o a u n o - n o c o m o a p r o d u c t o s e n s e r i e - nos
h i c i e r o n irrepetibles y siguen d o t á n d o n o s d e b i e n e s , para q u e c a -
da u n o c o n t r i b u y a al b i e n d e los d e m á s ; p u e s f o r m a m o s u n c u e r -
p o . Si y o malgasto o n o a p o r t o lo q u e D i o s m e ha d a d o , n a d i e
- p o r q u e D i o s m e ha h e c h o i r r e p e t i b l e - lo a p o r t a r á . Ésa es la tra-
gedia d e nuestros p e c a d o s d e o m i s i ó n ) .

Pero h a g a m o s ese recorrido j u n t o al D i o s l e a l :

• D e j é m o n o s r e p r o c h a r por É l . Q u e haga c o n nosotros c o -


m o el v i ñ a d o r h a c e c o n la v i ñ a q u e le ha d a d o a g r a z o n e s ;
q u e nos p o d e , pero n o c o m o tala el leñador, sino para q u e
d e m o s fruto.

• Pero, al m i s m o t i e m p o , r e c o n o z c a m o s q u e , a pesar d e
nuestras i n f i d e l i d a d e s , n u n c a nos ha a b a n d o n a d o . Con
sus m a n o s ha v e n i d o a r e c o g e r n o s a l l í d o n d e e s t á b a m o s
c a í d o s . H a t o m a d o s i e m p r e la i n i c i a t i v a ; p u e s si h e m o s
v u e l t o a É l , ese retorno y a ha sido a i m p u l s o s d e su gracia.

• Él - c o m o Cristo nos c o n t ó e n sus entrañables parábolas d e


la m i s e r i c o r d i a - ha sido c o n nosotros «el S e ñ o r d e lo per-
d i d o » : para d e c i r n o s y d e m o s t r a r n o s q u e nosotros - c o m o
la m o n e d a perdida, la o v e j a perdida, el hijo pródigo y per-
d i d o , la m u j e r p e r d i d a - t a m p o c o e s t á b a m o s p e r d i d o s , s i -
n o q u e t a m b i é n t e n í a m o s s a l v a c i ó n y A l g u i e n , q u e nos
a m a b a , nos b u s c a b a y nos e n c o n t r a b a .

87
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

• S i e m p r e , f i e l m e n t e , ha t e n i d o p a c i e n c i a c o n nosotros - c o -
m o nos d i j o q u e h a b í a q u e tenerla c o n la higuera q u e n o
da fruto-: nos ha d a d o s i e m p r e otra o p o r t u n i d a d .

• N o ha c o n t a d o a v a r i c i o s a y v i n d i c a t i v a m e n t e nuestros d e -
litos, sino q u e nos ha o t o r g a d o , una y otra v e z , su p e r d ó n
-ese poder «re-creador» 14
q u e nos refunde y nos h a c e r e -
gresar a las m a n o s d e l P a d r e - . I n c l u s o e n nosotros ha
c u m p l i d o lo q u e d i c e S a n P a b l o ( R o m 8, 2 8 ) : d e nuestro
m a l ha s a b i d o sacar b i e n .

• H a sido, e n definitiva, c o n nosotros, el S e ñ o r d e la A l i a n -


za. Y nos ha repetido ( D t 7, 6.8-9): El Señor, tu D i o s , es el
D i o s fiel q u e m a n t i e n e su a l i a n z a y su favor c o n los q u e le
aman.

• Sí. H a sido para nosotros el D i o s fiel. N o s lo recordaba S a n


Pablo (1 C o r 1 , 9): «Fiel es D i o s , por q u i e n habéis sido lla-
m a d o s » . Y, a pesar d e todas nuestras caídas y tropiezos, nos
ha seguido l l a m a n d o . « H a c e d m e m o r i a d e Jesucristo» - d e -
c í a t a m b i é n Pablo (2 T i m , 2, 8.11-13)-: «si s o m o s infieles,
él p e r m a n e c e r á fiel, p o r q u e n o p u e d e negarse a sí m i s m o » .
T a m p o c o c o n nosotros se ha n e g a d o a sí m i s m o . H a c o n t i -
n u a d o s i e n d o fiel.

H a g a m o s m e m o r i a . Y e n ese r e c o r r i d o por nuestra v i d a j u n t o


al D i o s l e a l , «sintamos» c ó m o la historia d e nuestra i n f i d e l i d a d ha
sido la historia d e su f i d e l i d a d .

7. Mirada a Cristo

Y tras este r e c o r r i d o y esta c o n s t a t a c i ó n , m i r a n d o a C r i s t o


« p u e s t o e n c r u z » - d o n d e c o n su m u e r t e por m í y por los h o m b r e s
s e l l ó la n u e v a A l i a n z a - p r e g u n t é m o n o s : ¿ q u é d e b o h a c e r por
Cristo?

- Rebosantes d e gratitud por su p e r d ó n - q u e t e n d r í a m o s hoy


q u e degustar d e s p a c i o - , d e b e m o s q u e r e r ser leales; y responder a

En el coloquio c o n Cristo crucificado propuesto para este ejercicio, Ig-


1 4

nacio recuerda que Cristo es Criador [53]: y así alude a que el perdón re-crea al
pecador.

88
E L DIOS DE LA FIDELIDAD

su f i d e l i d a d c o n nuestra f i d e l i d a d . P i d á m o s l e gracia para e l l o ; p a -


ra ser suyos, su « p r o p i e d a d p e r s o n a l » . D e j é m o n o s d e c i r (Ex 19, 4-
6): «si d e veras e s c u c h á i s mi v o z y g u a r d á i s mi A l i a n z a , vosotros
seréis mi p r o p i e d a d p e r s o n a l . Seréis para m í un reino d e s a c e r d o -
tes y una n a c i ó n santa».

- ¿ Q u é d e b o h a c e r ? Ir a p r o c l a m a r q u e Él es el D i o s d e la
A l i a n z a c o n el ser h u m a n o . N u n c a lo a b a n d o n a a sí m i s m o , sin sa-
lida. S e m b r e m o s , p u e s , e s p e r a n z a e n la f i d e l i d a d d e D i o s . En m e -
d i o d e la espesura del m a l , D i o s s i e m p r e está a favor d e l h o m b r e .
Estemos nosotros t a m b i é n a su favor. L u c h e m o s , c o m o antes d e c í a -
m o s , por e r r a d i c a r el p e c a d o , q u e n o d e j a a la persona ser p e r s o -
n a : ese p e c a d o , personal o estructural, q u e lo destroza. L u c h e m o s
para q u e la persona p u e d a v i v i r c o n f o r m e a su d i g n i d a d d e a l i a d a
del D i o s d e la f i d e l i d a d y d e la A l i a n z a . P u e s h e m o s sido liberados
para liberar.

8. Tres coloquios

P o d e m o s terminar, c o m o S a n I g n a c i o nos p r o p o n e , h a c i e n d o
tres c o l o q u i o s (esas c o n v e r s a c i o n e s d e a m i g o a a m i g o , c o m o los
define): 1) a M a r í a , Nuestra S e ñ o r a , q u e , al p i e d e la c r u z y j u n t o a
su hijo m u e r t o , e x p e r i m e n t a e n ese c u e r p o m u e r t o lo q u e es la f i -
d e l i d a d d e D i o s hasta el f i n a l . M a r í a , q u e f u e fiel al D i o s f i e l ; 2) al
H i j o , q u e , c o n su entrega, nos d e v o l v i ó la a m i s t a d d e D i o s y selló,
c o n su sangre, la A l i a n z a ; 3) al P a d r e , q u e es el S e ñ o r d e la eterna
f i d e l i d a d , d e la bendita A l i a n z a ; para q u e nos tenga s i e m p r e e n sus
m a n o s leales.

89
LA LLAMADA
(Parábola del Rey)

D e la M e d i t a c i ó n sobre el p e c a d o («Primera S e m a n a » ) se sale


c o n « c o r a z ó n d e p e r d o n a d o » ; a g r a d e c i d o . Y ésa es la s e c u e n c i a e n
la q u e insiste I g n a c i o : a d m i r a c i ó n - a g r a d e c i m i e n t o - seguimiento.
El a g r a d e c i m i e n t o es m o v i l i z a d o r . El a g r a d e c i m i e n t o brota d e lo
q u e h e m o s c o n s i d e r a d o hasta a h o r a : a) s o m o s criaturas a m a d a s
( « P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » ) ; b) s o m o s criaturas p e r d o n a d a s ( « P r i -
mera S e m a n a » ) . D e l a g r a d e c i m i e n t o por lo q u e ha h e c h o por n o -
sotros brota la pregunta « ¿ Q u é d e b o h a c e r por Cristo?» y el d e s e o
d e seguirle.

¿ C ó m o dar c o n c r e c i ó n a ese deseo? Identificándonos c o n Cris-


to, a s u m i e n d o la causa d e Jesús. Pues esa M i s e r i c o r d i a , más fuerte
q u e el m a l , se encarna e n Cristo. Jesús es la Misericordia e n a c c i ó n \

El s e r v i c i o a D i o s Padre, e n el q u e su p e r d ó n nos v u e l v e a re-


situar, es servir c o m o Cristo sirvió al Padre y a los h o m b r e s . Lo q u e
« m á s c o n d u c e » al Padre ( « P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » ) es Cristo: Él
es el c a m i n o (1 J n 2, 5-6).

1
Tomo esta formulación de J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , «Notas sobre la expe-
riencia espiritual de los Ejercicios de San Ignacio» e n : Fsfe es el hombre. Estudios
sobre identidad cristiana y realización humana, Sal Terrae, Santander 1980, pp.
230-231. Este artículo apareció posteriormente como cuaderno de la c o l e c c i ó n
«Aquí y ahora», n° 7, de Sal Terrae (1990).

91
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

B u s c a r a Cristo c o m o nuestro c a m i n o es el sentido d e las c o n -


t e m p l a c i o n e s sobre la v i d a d e Jesús q u e i n i c i a m o s a h o r a ( « S e g u n -
da s e m a n a » d e E j e r c i c i o s ) . Jesús nos d i c e : « ¿ T ú , q u e has sido a m a -
2

d o ("Principio y Fundamento") y absuelto ("Primera Semana"),


quieres seguirme?».

Ésta es la pregunta q u e se d e s p r e n d e d e la p a r á b o l a d e l lla-


m a m i e n t o d e l R e y q u e nos p r o p o n e S a n I g n a c i o al i n i c i o d e esta
« s e g u n d a s e m a n a » [91-98]. U n R e y «liberal y h u m a n o » invita a
los suyos a « c o n q u i s t a r toda la tierra d e infieles» y a q u e esa l u c h a
la r e a l i c e n c o d o c o n c o d o c o n É l ; d e m o d o q u e tengan parte e n la
v i c t o r i a c o m o la h a n t e n i d o e n los trabajos. El l l a m a m i e n t o d e ese
R e y t e m p o r a l a y u d a - n o s dirá I g n a c i o - a c o n t e m p l a r la v i d a d e
Cristo, el R e y Eternal.

D e esta m a n e r a , S a n I g n a c i o o f r e c e al ejercitante, a g r a d e c i d o
por el p e r d ó n r e c i b i d o , d e m o d o c i f r a d o y antes d e q u e se p o n g a a
c o n t e m p l a r e n d e t a l l e la v i d a d e Jesús, la c l a v e interpretativa d e lo
q u e esa v i d a significa. Toda la v i d a d e J e s ú s , hasta e n sus últimos
p o r m e n o r e s , es llamada. Jesús l l a m a al s e g u i m i e n t o , a la tarea por
el R e i n o , e n y d e s d e la p a r t i c i p a c i ó n e n su m i s m a v i d a .3

A n t e este l l a m a m i e n t o d e l R e y se p u e d e dar, nos relata I g n a -


c i o , dos tipos d e respuesta: a) la p r i m e r a está dentro d e un c ó d i g o
é t i c o d e c o n d u c t a ; es h u m a n i s t a , r a c i o n a l y r a z o n a b l e : «todos los
q u e t u v i e r e n j u i c i o y r a z ó n , o f r e c e r á n todas sus personas al t r a b a -
j o » [ 9 6 ] . La « c a u s a » d e Jesús es a l g o por lo q u e v a l e la p e n a e n t r e -
gar la v i d a ; b) la s e g u n d a c o r r e s p o n d e a otra l ó g i c a d e c o n d u c t a ,

2
La contemplación de los misterios de la vida de Jesús (infancia y minis-
terio) es el tema de la «segunda semana» de los Ejercicios de mes ignacianos. S o -
bre la acción del Espíritu que «nos hace presentes» a la vida de Jesús, cf. la char-
la «El Espíritu, memoria e imaginación de Jesús».
3
S. A R Z U B I A L D E , Ejercicios Espirituales de S. Ignacio. Historia y análisis,
Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander, 1991, pp. 221-222. Esta meditación/con-
templación (Ignacio no califica el carácter de este ejercicio; pero, en cuanto que
usa la comparación c o m o eje dialéctico y método de oración, puede ser consi-
derada c o m o meditación) desempeña la función de clave cristológica o de Prin-
cipio y Fundamento de todas las contemplaciones de la vida de Cristo que segui-
rán. Cf. también E. R O Y Ó N , «El llamamiento del Rey Eternal en el conjunto de la
dinámica de los Ejercicios» e n : El llamamiento del Rey temporal ayuda a con-
templar la vida del Rey Eternal. Curso de Aportaciones por varios directores je-
suítas. Secretariado de Ejercicios, Madrid 1980, pp. 29-42.

92
T

L A LLAMADA

y a n o se c i ñ e a los límites é t i c o s , s i n o q u e o b e d e c e a una « l ó g i c a


del c o r a z ó n » ; n o es la mera ética la q u e m u e v e , sino el a m o r p r o -
f u n d o . Es la respuesta q u e d a n «los q u e m á s se q u e r r á n afectar y
señalar e n t o d o s e r v i c i o d e su R e y e t e r n o y señor universal» [ 9 7 ] .
N o sólo consiste e n c o m p a r t i r la « c a u s a » d e Jesús, sino e n p e l e a r -
la « c o n Él» y « c o m o É l » .

H a c e ya m u c h o s , o t o d a v í a p o c o s , a ñ o s , nosotros q u i s i m o s ,
c o n su gracia, ser d e los « q u e m á s se q u e r r á n afectar». C o n el d e -
seo d e renovar y reafirmar esa respuesta, v a m o s a a c e r c a m o s estos
días, c o n un talante c o n t e m p l a t i v o , a los misterios d e su v i d a para
e m p a p a r n o s e i m p r e g n a r n o s d e É l ; y así, profundizar nuestra i d e n -
tificación con Él.

Para identificarnos c o n Él, d e b e m o s c o n o c e r l e mejor. Por e s o ,


nuestra p e t i c i ó n c o n s t a n t e a lo largo d e estos días ha d e ser - c o m o
I g n a c i o nos d i c e - « c o n o c i m i e n t o interno del Señor, q u e por m í se
ha h e c h o h o m b r e , para q u e m á s le a m e y le siga» [ 1 0 4 ] .

N e c e s i t a m o s c o n o c e r l o m á s y esto n o sólo para e n t r e g a r n o s


m á s , s i n o t a m b i é n para r e c i b i r m á s d e É l . Este c o n o c i m i e n t o n o
es u n «saber» d e É l , n o es u n a s i m p l e i n f o r m a c i ó n , sino q u e d e -
b e a r r a i g a r e n m i « a d e n t r o » , e n lo m á s m í o d e m í m i s m o , para
m o v i l i z a r t o d o m i y o . Ese c o n o c i m i e n t o d e b e ser u n «gustar», un
s a b o r e a r o, c o m o el profeta J e r e m í a s d e c í a , u n a c o n t i n u a «se-
ducción».

I. La l l a m a d a

C o m e n c e m o s r e p a s a n d o c ó m o está nuestra respuesta a su lla-


mada.

H e m o s r e c o n o c i d o nuestros p e c a d o s . R e c o n o z c a m o s a h o r a
q u e , a pesar d e ser p e c a d o r e s , h e m o s sido l l a m a d o s . P o r q u e f u e
así. U n día el S e ñ o r nos l l a m ó - c o m o el «rey liberal y h u m a n o » ,
q u e d e s c r i b e c o n trazos c a b a l l e r e s c o s S a n I g n a c i o [ 9 1 - 1 0 0 ] - ; y
« d e j á n d o l o t o d o » , le s e g u i m o s .

Q u i z á s h a n p a s a d o ya m u c h o s a ñ o s ; p e r o p o d e m o s entornar
los ojos y v o l v e r a r e c o r d a r a q u e l l a l l a m a d a ; d ó n d e y c ó m o f u e ,
mis r e t i c e n c i a s , m i s v a c i l a c i o n e s , mi d e c i s i ó n f i n a l . R e c o r d e m o s

93
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

e n q u é m o m e n t o d e nuestra v i d a p a s ó D i o s d e ser un «Él» a c o n -


vertirse e n un « T ú » . ¡ C u á n t o s m e a n d r o s t u v o q u e a t r a v e s a r ! 4

P e n s e m o s q u i é n f u e Él para mí; q u é rasgos d e Él m e f a s c i n a -


r o n ; q u é trazos m e siguen f a s c i n a n d o . Pero p e n s e m o s , t a m b i é n ,
d e s p u é s , si esa l l a m a d a , q u e d e b e r í a h a b e r sido t a m b i é n l l a m a r a -
da, n o se ha ido a p a g a n d o ; y n o por É l , sino por nosotros; si, d e s -
pués d e a b a n d o n a r las redes para seguirle, las h e m o s ido r e c u p e -
r a n d o p o c o a p o c o ; si d e s p u é s d e h a b e r l e d a d o un sí, se lo h e m o s
ido regateando; si h e m o s « e n s o r d e c i d o » , v o l u n t a r i a m e n t e , para n o
oír la insistencia n o v e d o s a d e su v o z ; si q u i z á s lo h e m o s s e g u i d o ,
p e r o , c o m o P e d r o , « d e s d e lejos».

M e d i t e m o s , pues, c ó m o está a c t u a l m e n t e nuestra respuesta a


su l l a m a d a . N o nos q u e d e m o s e n el r e c u e r d o nostálgico, sino p e n -
s e m o s q u e É l , q u e es fiel y v i v e c o m o r e s u c i t a d o , nos sigue l l a -
m a n d o . Y, al v a i v é n d e nuestras reflexiones, s u p l i q u é m o s l e c o n
s i n c e r i d a d , d e s d e lo h o n d o d e nuestro ser, « n o ser sordo a su l l a -
m a m i e n t o , m a s presto y diligente para c u m p l i r su santísima v o l u n -
tad» [ 9 1 ] .

7. Las vocaciones junto al lago

P o d e m o s a p o y a r n o s , si nos sirve d e a y u d a , e n a l g ú n texto


e v a n g é l i c o q u e recoja la l l a m a d a d e Jesús a sus d i s c í p u l o s .

El c a r d e n a l M a r t i n i 5
ha d i s t i n g u i d o , e n esos textos, d o s tipos
d e l l a m a d a : las « v o c a c i o n e s junto al lago» y la « v o c a c i ó n en la

4
Cf. D. A L E I X A N D R E , «Profetas alcanzados y "alterados" por Dios»: 5a/
Terrae 78 (919:1990) 93-106. La autora comenta, c o n gracejo, la resistencia
«inútil» que ofrecieron los profetas a la «llamada» de D i o s . Refiriéndose a J o -
ñas, dice: «También Jonás se resistió c u a n d o vio que en N í n i v e le a c e c h a b a el
implacable amor de Dios y se e m b a r c ó a toda prisa rumbo a Tarsis, que q u e d a -
ba justamente en dirección contraria. Pero Dios envió olas y tormentas, un n a u -
fragio, una ballena, un ricino, un gusano y un siroco abrasador, y Jonás, el p o -
bre, no tuvo más remedio que rendirse. Y es en esa rendición donde tocamos lo
más hondo de la experiencia profética, donde rozamos los umbrales de su mis-
terio» (p. 94).
Podemos mirar hacia atrás y recordar, con un poco de amable humor, c u á n -
to «aparato» de rayos y truenos necesitó el Señor para «rendirnos»; ¿tanto c o m o
para jonás?
5
Cf. C. M A R T I N I , Evangelio y comunidad cristiana. El discípulo de Jesús
según el Evangelio de Marcos, Edic. Paulinas, Bogotá, 2 edic. 1986, pp. 42-45.
a

94
L A LLAMADA

m o n t a ñ a » . Las dos tienen sus matices propios. A través d e ellos, p o -


d e m o s repasar c ó m o está hoy nuestra respuesta a su l l a m a d a ; y si
esos rasgos característicos se están c u m p l i e n d o e n nuestras v i d a s .

Las « v o c a c i o n e s j u n t o al lago» subrayan, sobre t o d o , el q u i é n ,


el c ó m o y el d e s d e d ó n d e d e la llamada. En estas l l a m a d a s a p a r e -
c e n tres trazos singulares:

1. La i r r a d i a c i ó n d e la p e r s o n a de Jesús. Las e s c e n a s d e lla-


m a d a j u n t o al lago se r e d u c e n e s q u e m á t i c a m e n t e a estas
d o s frases: « s i g ú e m e » y « d e j a n d o todas las c o s a s , le s i -
g u i e r o n » . Este e s q u e m a t i s m o es, e v i d e n t e m e n t e , u n recur-
so literario; y, s e g u r a m e n t e , las cosas f u e r o n m á s lentas y
c o m p l e j a s . Pero, a través d e ese imperativo p o d e r o s o y d e
la i n m e d i a t e z d e la e j e c u c i ó n , se h a c e a c c e s i b l e al lector
lo q u e a q u e l l a l l a m a d a ha tenido d e i n a p e l a b l e , d e f a s c i -
n a n t e . La i r r a d i a c i ó n d e la persona d e Jesús ( q u e ni s i -
quiera e x p o n e u n programa a desarrollar, ni h a c e una p r e -
s e n t a c i ó n p e r s o n a l d e sí mismo) se revelará m á s fuerte
q u e t o d a s las resistencias, preguntas y d i f i c u l t a d e s q u e
u n o p u e d a e n c o n t r a r al ponerla en p r á c t i c a .

2. La u r g e n c i a y t o t a l i d a d d e l l l a m a m i e n t o . N o es u n a l l a -
m a d a a m e d i a s y q u e p u e d e esperar. P i d e q u e « d e j á n d o l o
t o d o , le sigan» y q u e se e m b a r q u e n « m a r a d e n t r o » , c o n -
f i a n d o a u d a z m e n t e -fiados en su p a l a b r a - e n El q u e p u e -
d e h a c e r reventar las redes repletas d e p e c e s .

3. La p r e s e n c i a d e los o b j e t o s de la v i d a c o t i d i a n a . Las « v o -
c a c i o n e s e n el lago» subrayan q u e Jesús b u s c a y e n c u e n -
tra a la g e n t e e n su propia situación vital y l a b o r a l . En esas
v o c a c i o n e s a p a r e c e n las redes, las b a r c a s , el lago d o n d e
se p e s c a , la mesa d e Leví, el d e A l f e o - q u e está c o b r a n d o
impuestos c e r c a d e la o r i l l a - . . . para subrayar q u e la g e n -
te a la q u e Jesús l l a m a está h a c i e n d o su trabajo d e c a d a
día. D e esta m a n e r a , el l e c t o r - e l c a t e c ú m e n o d e la Iglesia
p r i m i t i v a - r e c o n o c e q u e Jesús le llama e n su c o t i d i a n i d a d .

T a m b i é n a nosotros Jesús nos llama a convertir e n seguimiento


nuestras tareas cotidianas: nos llama desde nuestras mesas, oficinas,
libros, clases, c o c i n a s , ordenadores, vida comunitaria, grupos c o n los
q u e trabajamos... N o s llama ahora c o m o somos y d o n d e estamos.

95
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Estas « v o c a c i o n e s j u n t o al lago» nos l l e v a n a preguntarnos si,


e n nuestro a q u í y a h o r a , vital y l a b o r a l , tantas v e c e s m o n ó t o n o , su
l l a m a d a sigue s i e n d o para nosotros una l l a m a r a d a . Si v i v i m o s
p r e n d i d o s y s o r p r e n d i d o s por la f a s c i n a c i ó n d e su v o z y c o n el d e -
seo d e responder, p o n i e n d o toda nuestra libertad e n j u e g o y fiados
e n su palabra, n o a m e d i a s , sino « d e j á n d o l o t o d o » .

2. la vocación en la montaña

El l l a m a m i e n t o d e los D o c e e n la m o n t a ñ a , tal c o m o lo narra


M a r c o s ( M e 3, 7-15) subraya, sobre todo, el para q u é d e la l l a m a d a .

El evangelista narra la v o c a c i ó n d e los apóstoles, d e s c r i b i e n -


d o p r e v i a m e n t e (en un « s u m a r i o » : vv. 7-12), c o m o trasfondo, la
a p r e m i a n t e n e c e s i d a d dolorosa d e la h u m a n i d a d , e n todas sus m i -
serias: iban d e todas partes, y n o sólo d e G a l i l e a y d e J u d e a , h a c i a
Jesús. Es una multitud q u e t i e n e sed y h a m b r e d e la Palabra d e J e -
sús ( a u n q u e q u i z á s n o lo sepa c o n s c i e n t e m e n t e ) , está llena d e a n -
s i e d a d , a r d e e n deseos d e ser s a l v a d a : busca curarse d e sus enfer-
m e d a d e s , p e r o t a m b i é n verse liberada d e sus d e m o n i o s .

C o n ese p a n o r a m a d e fondo - q u e deja entrever «la causa d e J e -


sús»-, el S e ñ o r subió a la m o n t a ñ a , «fue l l a m a n d o a los q u e Él q u i -
so y se reunieron c o n Él. L l a m ó a d o c e para q u e fueran sus c o m p a -
ñeros y para enviarlos a predicar c o n poder d e expulsar d e m o n i o s » .

3. La vocación como encuentro íntimo para compartir una vida

El cuarto e v a n g e l i o presenta la v o c a c i ó n d e los primeros discí-


pulos c o n un esquema diferente a los Sinópticos. La narración recoge
palabras m u y queridas para el evangelista q u e se irán profundizando
a lo largo d e todo el evangelio: «seguir», «vida», «permanecer» ( q u e -
darse), « c o n Él». Es la invitación a un e n c u e n t r o , e n el q u e hay q u e
permanecer, para compartir íntimamente la vida c o n J e s ú s . 6

• T o d o e m p i e z a c o n el testimonio del Bautista, c u a n d o , a n -


te d o s d e sus d i s c í p u l o s , s e ñ a l a a Jesús, q u e se c r u z a c o n
ellos, c o m o el C o r d e r o d e D i o s .

6
Tomo algunas ¡deas y frases textuales de J . M . M A R T Í N M O R E N O , Per-
sonajes del cuarto Evangelio, Comillas/Desclée de Brouwer, Bilbao 2 0 0 1 ; cf. ibid.
«Los primeros discípulos», pp. 61-75.

96
L A LLAMADA

• Tras el a n u n c i o del Bautista, los d i s c í p u l o s «siguen» a J e -


sús ( 1 , 37). «Seguir» es la expresión e v a n g é l i c a favorita p a -
ra designar el d i s c i p u l a d o . D i e c i o c h o v e c e s a p a r e c e e n el
c u a r t o e v a n g e l i o . C o n t i n u a m e n t e usa Jesús el v e r b o « s e -
guir» para designar la actitud q u e d e b e n tener los d i s c í p u -
los h a c i a é l . (El rasgo p r i n c i p a l q u e se subraya e n las o v e -
jas es el s e g u i m i e n t o del pastor - 1 0 , 4.5.27.)

• Pero los d i s c í p u l o s le seguían e n s i l e n c i o . Es t a m b i é n a q u í


Jesús el q u e t o m a la i n i c i a t i v a d e la l l a m a d a . « S e v o l v i ó
h a c i a ellos» - u n c r u c e d e m i r a d a s es el c o m i e n z o d e t o d o
e n a m o r a m i e n t o - y les p r e g u n t ó : « ¿ Q u é b u s c á i s ? » . Y los
dos discípulos no responden con interrogantes como
¿ q u i é n eres?, ¿ c ó m o te l l a m a s ? , ¿ q u é p r o y e c t o s o p r o g r a -
m a s ofreces?, sino q u e le d i c e n : « ¿ D ó n d e v i v e s ? » . S o n
b u s c a d o r e s q u e d e s e a n c o m p a r t i r una v i d a . Q u e ése es su
v e r d a d e r o d e s e o q u e d a r e f r e n d a d o e n la réplica d e Jesús:
« V e n i d y lo veréis» ( 1 , 3 9 ) . Y es q u e a n t e t o d o hay q u e ir
a v i v i r c o n E l . N o se p u e d e ver - c o n o c e r l e e n p r o f u n d i -
d a d - sin ir y estar c o n É l .

(Juan n o r e c a l c a tanto c o m o los S i n ó p t i c o s las r e n u n c i a s c o n -


cretas a b i e n e s o a la f a m i l i a q u e hay q u e h a c e r para poder seguir
a J e s ú s ; e n c a m b i o , se fija d e u n m o d o m á s g l o b a l e n la r e n u n c i a
a la propia v i d a , q u e es la r e n u n c i a más r a d i c a l , la q u e e n g l o b a t o -
das las d e m á s . Seguir a Jesús es entregarle la propia vida.)

• L e h i c i e r o n c a s o , y «se q u e d a r o n ( p e r m a n e c i e r o n ) c o n é l » .
« Q u e d a r s e » , « p e r m a n e c e r » , es u n a d e las p a l a b r a s m á s
repetidas e n el e v a n g e l i o d e J u a n : el d i s c í p u l o ha d e « p e r -
m a n e c e r e n su a m o r » ( 1 5 , 9). Ese « q u e d a r s e » , « p e r m a n e -
c e r » , a p a r e c e e n las l l a m a d a s « f ó r m u l a s d e i n m a n e n c i a
m u t u a » - v o l v e r e m o s a h a b l a r d e ellas al tratar el t e m a d e
la Eucaristía-, q u e p u e d e n sintetizarse así: « p e r m a n e c e d
e n m í y y o e n vosotros» (15,4). Es esa p e r m a n e n c i a m u t u a
- q u e d a r s e c o n É l - lo q u e posibilita el c a m i n o del d i s c i p u -
l a d o q u e es c o m u n i ó n íntima.

• La «hora d é c i m a » -las cuatro d e la tarde d e un viernes, s e -


g ú n los exegetas-, es ya c u a n d o el s á b a d o estaba a p u n t o
d e c o m e n z a r . Para los j u d í o s la c e n a del v i e r n e s al atarde-

97
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c e r tenía u n sabor e s p e c i a l d e i n t i m i d a d . Jesús, p u e s , i n v i -


ta al d i s c í p u l o a u n e n c u e n t r o í n t i m o , a u n a p e r m a n e n t e
c e n a c o n É l : u n a c e n a , c o m o d e s c r i b í a S a n J u a n d e la
C r u z , « q u e recrea y e n a m o r a » .

* * *

A d v i r t a m o s q u e los grandes trazos d e estas l l a m a d a s (junto al


lago, e n la m o n t a ñ a , e n la p l a z a del p u e b l o ) se h a l l a n reflejados e n
la p a r á b o l a ¡ g n a c i a n a del l l a m a m i e n t o del R e y :

1. La irradiación de la persona de Jesús. En la p a r á b o l a es u n


R e y atractivo, «liberal y h u m a n o » , q u e e j e r c e f a s c i n a c i ó n
d e m o d o q u e «si a l g u n o n o a c e p t a s e su p e t i c i ó n sería d i g -
no d e ser v i t u p e r a d o por t o d o el m u n d o y t e n i d o por p e r -
verso c a b a l l e r o » [ 9 4 ] .

2. La urgencia y totalidad de su llamada y el «para qué» de ella


se transparentan e n dos palabras profusamente repetidas e n
el texto ¡ g n a c i a n o : «Señor» y « R e y » (siete v e c e s ) , y «todo»
(catorce v e c e s ) ; son palabras q u e manifiestan, intensiva y
extensivamente, el señorío total y universal del Señor y Rey.
P o r q u e es «Señor», lo p i d e «todo» (no c o a c c i o n a n d o ) .

• Es el S e ñ o r : Cristo a p a r e c e c a l i f i c a d o c o m o :

- R e y Eternal [ 9 1 ] .

- Cristo N u e s t r o Señor, R e y Eterno [ 9 5 ] .

- R e y Eterno y S e ñ o r U n i v e r s a l [ 9 7 ] .

- Eterno S e ñ o r d e todas las cosas [ 9 8 ] .

• Lo pide «todo»:

- A los q u e t u v i e r e n j u i c i o y r a z ó n , les p i d e q u e
o f r e z c a n «todas sus personas al trabajo» [ 9 6 ] ;

- A los q u e m á s se q u e r r á n afectar, les p i d e «todo


s e r v i c i o » [ 9 7 ] ; y u n a o b l a c i ó n d e sus v i d a s por la
q u e se c o m p r o m e t e n a imitar al S e ñ o r Jesús e n to-
do ( t a m b i é n e n p o b r e z a , injurias y vituperios) [ 9 8 ] .

98
L A LLAMADA

• C o n pretensión u n i v e r s a l :

- L l a m a a todos y a cada uno e n particular [ 9 5 ] .

- S u v o l u n t a d es d e c o n q u i s t a r todo el m u n d o y to-
ctos sus e n e m i g o s [ 9 5 ] .

3. Es una l l a m a d a d e s d e la cercanía (sin distancias): l l a m a


d e s d e la c o t i d i a n i d a d d e su j o r n a d a d e c a m p a ñ a . Invita,
por tanto, a compartir la vida y la lucha d e s d e la i n t i m i d a d :
c o m p a r t i e n d o el día y la vigilia nocturna, la c o m i d a , la b e -
bida, el vestido, la pena, el trabajo y la gloria [ 9 3 , 9 5 ] .

* * *

D e todas estas l l a m a d a s - y c a d a u n o p u e d e d e t e n e r s e y c o n -
t e m p l a r la q u e le sugiera el Espíritu-, v o y a e s c o g e r u n o s trazos
q u e se d e s p r e n d e n d e ellas, para a p l i c á r n o s l o s a nuestras v i d a s d e
« l l a m a d o s » y para q u e nos a y u d e n a repasar la a c t u a l i d a d d e n u e s -
tras respuestas. En la e x p l i c a c i ó n d e los rasgos 3 ( « m i s i o n e r a » ) y 7

4 ( « s o ñ a d o r a » ) d e la l l a m a d a t e n g o p r e d o m i n a n t e m e n t e presente
la v o c a c i ó n a la v i d a religiosa. ¿ Q u é rasgos a p a r e c e n e n esas l l a -
m a d a s y se c o r r e s p o n d e n c o n la l l a m a d a q u e t a m b i é n nosotros e s -
c u c h a m o s un día y s e g u i m o s e s c u c h a n d o ?

II. Los rasgos d e la l l a m a d a

7. Llamada gratuita, seductora y libre

C o m o Isaías y el Salmista, c a d a u n o d e nosotros p o d e m o s d e -


cir: « T ú , Señor, has c r e a d o mis entrañas, m e has tejido e n el s e n o
m a t e r n o . Estaba y o e n el v i e n t r e y tus ojos v e í a n mi e m b r i ó n ; m e
llamaste e n las entrañas maternas y p r o n u n c i a s t e mi n o m b r e » (cf.
Is 4 9 , 1 y Sal 139, 13-16).

P o r q u e f u e así. U n a l l a m a d a , la suya, g e r m i n a l m e n t e a n c l a d a
e n nuestro c o r a z ó n , f u e h a c i é n d o s e l e n t a m e n t e c a d a v e z m á s e x -
plícita. Pero, d e s d e el p r i n c i p i o , v e n í a d e É l .

Esta característica -la c o n v o c a c i ó n - está tratada en la charla sobre «La


7

comunidad de los convocados».

99
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

N o nos l l a m ó y no nos l l a m a p o r q u e f u é r a m o s o s e a m o s m e -
jores q u e otros. N o ha sido por nuestros méritos, s i n o sencilla-
m e n t e « p o r q u e q u i s o » (Jn 1 5 , 16). « F u e l l a m a n d o a los q u e Él q u i -
s o . . . » ( M e 3, 13). A s í d e s c r i b e M a r c o s la e l e c c i ó n d e los d o c e ; así
o c u r r e c o n nosotros. La iniciativa fue suya y lo sigue siendo: es una
l l a m a d a gratuita.

• Por tanto, la h u m i l d a d nos d e b e e m b a r g a r : no nos h e m o s


g a n a d o nosotros a f u e r z a d e c o d o s nuestra vocación.
T a m b i é n ésta está fuera d e la l ó g i c a del fariseo q u e se
a l o j a en nuestro c o r a z ó n (Soy y o c o n mis obras el q u e lla-
mo a Dios).

• Pero, j u n t o a esa h u m i l d a d , el saber q u e es una l l a m a d a l i -


bre y gratuita d e É l , nos t i e n e q u e dar una p r o f u n d a s e g u -
r i d a d : p o r q u e está e n m a n o s del D i o s d e la f i d e l i d a d . Él
es, pues, q u i e n regala la fuerza necesaria para responder a
ella lealmente . 8

S i n t á m o n o s , pues, a n t e nuestra v o c a c i ó n , c o m o se sentían los


profetas c u a n d o el S e ñ o r les l l a m a b a : d e s p o s e í d o s d e sí, p e r o p o -
seídos por el O t r o . S e sentían, c o m o e x c l a m a b a J e r e m í a s , «seduci-
dos»: «Tú m e sedujiste, Y a h v é , y y o m e d e j é seducir; eres más fuer-
te q u e y o y m e has v e n c i d o » . T a m b i é n nosotros nos sentimos,
entonces, seducidos.

8
Cf. G . R U I Z , «Llamamientos de Dios en la Historia de la Salvación» en
«El llamamiento del Rey temporal ayuda a contemplar...», o. c , pp. 47-63. Escri-
be el autor: «Los profetas, al ser llamados, han ido sintiendo que Dios está con
ellos. Se han sentido desposeídos de su potencia, incapaces y, precisamente por
eso, su confianza radica en su total posesión por parte de Dios. Porque se sien-
ten desposeídos de sí mismos, se lanzan con tranquilidad a su tarea, al verse ple-
namente poseídos por Dios. Si se lanzan es, por tanto, no fiados en sí mismos, si-
no en el Dios que "les c o g e " y les quita su sentimiento de indignidad, ya que les
dice: "Estoy contigo; ya sé que tú no vales nada, pero es que voy a estar yo en t i " .
H e contado con frecuencia a este propósito una anécdota del P. Gástelo,
mártir de la revolución mejicana. Tras su muerte, se encontró en las páginas de
sus apuntes de Ejercicios un comentario, que correspondía al día en que medita-
ba sobre la "Llamada del R e y " ; meditación que coincidió con la lectura en el c o -
medor de la matanza que hizo Sansón con los filisteos. D e c í a el comentario:
"Efectivamente, yo no podía menos de pensar que, si Dios hizo que Sansón ma-
tara a 10.000 filisteos con la quijada de un burro, ¿qué no podrá hacer conmigo
que soy un burro entero?"».

100
L A LLAMADA

A u n q u e , al m i s m o t i e m p o , esta l l a m a d a era l i b r e : n o q u e -
9

ría i m p o n e r s e : era u n a s e d u c c i ó n a c e p t a d a ( « m e d e j é s e d u c i r » ) ;
f u e s i e m p r e u n a i n v i t a c i ó n c o m o la q u e nos c u e n t a S a n J u a n ,
q u e t u v o lugar e n la p l a z a d e l p u e b l o , a o r i l l a s d e l J o r d á n : « V e -
n i d y lo v e r é i s » . Él nos d a b a f u e r z a p a r a q u e la f a s c i n a c i ó n q u e
n o s s u b y u g a b a nos c o g i e r a d e s d e d e n t r o - c o m o s ó l o D i o s p u e -
d e m o v e r n o s d e s d e d e n t r o d e n o s o t r o s m i s m o s - , hasta lograr
q u e la d e c i s i ó n d e s e g u i r l e fuera t o d a s u y a ( p o r q u e era g r a c i a ) y
t o d a nuestra ( p o r q u e p r o c e d í a d e nuestra l i b e r t a d ) . Y es q u e
D i o s , c u a n d o d a , lo h a c e t a n d e v e r a s q u e h a c e n u e s t r o lo q u e
es s u y o .

Él nos h i n c ó su d e s e o d e c o n t a r c o n nosotros e n el s e g u i -
m i e n t o d e su H i j o ; p e r o s i m u l t á n e a m e n t e nos d i o el v i g o r para
q u e e s e d e s e o brotara d e nuestra p r o p i a l i b e r t a d . Y esa l i b e r t a d
s i e m p r e ha sido respetada por É l . N o nos ha retenido contra n u e s -
tra v o l u n t a d ; s i n o q u e , c o m o a P e d r o , e n u n m o m e n t o d e crisis
del g r u p o d e d i s c í p u l o s , y a v e c e s t a m b i é n e n nuestra v i d a , nos ha
d i c h o : « ¿ T a m b i é n vosotros q u e r é i s m a r c h a r o s ? » . Y se lo d e c í a a
P e d r o - y a n o s o t r o s - sin un a f á n d e i m p o s i c i ó n o d e r e t e n c i ó n
c o m p u l s i v a ; p e r o , c o m o a P e d r o , t a m b i é n a nosotros nos ha rega-
l a d o la libertad d e seguirle y el v a l o r d e contestar c o m o h i z o P e -
d r o : « ¿ Y a q u i é n ¡ r e m o s , si s ó l o T ú t i e n e s p a l a b r a s d e v i d a eter-
n a ? » . S u l l a m a d a ha s i d o , p u e s , s e d u c t o r a , p e r o respetuosa c o n
u n a libertad q u e Él m i s m o i m p u l s a b a d e s d e d e n t r o d e nosotros
m i s m o s para q u e fuera c a d a v e z m á s respuesta nuestra a g r a c i a d a
y autónoma.

P r e g u n t é m o n o s si t o d a v í a hoy nos sentimos gratuitamente s e -


d u c i d o s y e n sus m a n o s o h e m o s c o n v e r t i d o l e n t a m e n t e la l l a m a -
da - q u e , c o m o d e c í a m o s , d e b e r í a ser t a m b i é n l l a m a r a d a : h a c e r -
nos a r d e r - e n u n a rutinaria, m o n ó t o n a p r o f e s i ó n , e n la q u e n o
d e j a m o s q u e Él i r r u m p a l i b r e m e n t e , una y otra v e z , para h a c e r l a
e s p o n j a d a , c r e a t i v a , s i e m p r e n u e v a . P u e s d e b e m o s v i v i r nuestra
v o c a c i ó n n o s ó l o p r e n d i d o s , s i n o s o r p r e n d i d o s por el D i o s d e la
novedad.

9
H a b l a n d o de la llamada a los discípulos, resalta S. Ignacio: los llamó
«suavemente» [275].

101
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

2. Llamada amiga

N o nos l l a m ó para ser sus siervos, sino para ser sus a m i g o s :


para estar c o n Él, para ser sus c o m p a ñ e r o s ( M e 3, 14-15; J n 1 5 , 15).

H a y d o s p a l a b r a s - q u e t o m o d e la m e d i t a c i ó n i g n a c i a n a del
l l a m a m i e n t o d e l R e y - q u e sintetizan m u y b i e n los propósitos d e
Cristo al l l a m a r n o s : « c o n m i g o » y « c o m o y o » . S o n las dos palabras
q u e , c o m o d i j i m o s , c o r r e s p o n d í a n al s e g u n d o tipo d e respuesta al
l l a m a m i e n t o del R e y d e la p a r á b o l a . Era la respuesta q u e , s i g u i e n -
d o la «lógica del c o r a z ó n » , d a b a n al R e y «los q u e m á s se q u e r r á n
afectar e n su s e r v i c i o » .

C o m o el « R e y t e m p o r a l » , Cristo nos d i c e : « Q u i e n quisiere v e -


nir c o n m i g o ha d e ser c o n t e n t o d e c o m e r c o m o y o , y así d e beber
y vestir... a s i m i s m o ha d e trabajar c o n m i g o e n el día y vigilar e n la
n o c h e . . . ; p o r q u e así d e s p u é s tenga parte c o n m i g o e n la v i c t o r i a
c o m o la ha t e n i d o e n los trabajos» [ 9 3 ] .

C o n m i g o y c o m o y o : he a q u í las c l a v e s d e lo q u e q u i e r e C r i s -
to al l l a m a r n o s . El c o n m i g o es c e r c a n í a ; el c o m o y o , e j e m p l a r i d a d ,
i d e n t i f i c a c i ó n . A m b a s c o n s t i t u y e n el s e g u i m i e n t o .

En primer lugar, nos l l a m a a «estar c o n Él». C o n m i g o significa


e n r e l a c i ó n estrecha, e n i n t i m i d a d , e n r e l a c i ó n personal c o n É l . En
s e g u n d o lugar, nos l l a m a a identificarnos c o n É l . El c o m o y o s i g n i -
f i c a : e l i g i e n d o lo m i s m o q u e Él e l i g i ó ; s i r v i e n d o al Padre y a los
h o m b r e s d e l m i s m o m o d o q u e Él lo h i z o ; a s u m i e n d o los v a l o r e s
q u e d i e r o n sentido a su v i d a y a su m u e r t e ; s i t u á n d o n o s a n t e la v i -
da c o m o É l , a b r a z a n d o su c o n f l i c t i v i d a d .

P r e g u n t é m o n o s , p u e s , si e n nuestra respuesta a c t u a l a su lla-


m a m i e n t o c u m p l i m o s c o n el c o n m i g o y c o n el c o m o y o .

• C o n m i g o q u i e r e d e c i r q u e nos ha l l a m a d o a u n a a m i s t a d
estrecha. P u e s la e m p r e s a - l a « c a u s a d e J e s ú s » - es i n s e -
p a r a b l e d e su p e r s o n a . N o s ha r e q u e r i d o , por tanto, para
intimar, para c o n o c e r p r o f u n d a m e n t e su p e r s o n a . H a d e
ser la suya una presencia v i v a y e m b r i a g a n t e e n nuestra v i -
da. H e m o s d e tener d e Él u n c o n o c i m i e n t o , c o m o el q u e
d e s c r i b e S a n Pablo e n la Carta a los Filipenses (Fil 3, 7-14),
« q u e nos c o j a » , q u e «nos a l c a n c e » , hasta h a c e r n o s s e m e -
jantes a É l : u n c o n o c i m i e n t o transformador.

102
L A LLAMADA

¿ T e n e m o s nosotros ese c o n o c i m i e n t o q u e nos m o l d e a , a s e m e -


ja, transforma e n Él? ¿ D e tal m o d o q u e lo transparentemos ante los
d e m á s , q u e lo irradiemos? ¿ P u e d o d e c i r q u e v i v o « c o n Cristo, por
Cristo y e n Cristo»? ¿ « E n » y « c o n » Cristo: d e m a n e r a q u e t a m b i é n
nosotros p o d a m o s afirmar, c o m o S a n J u a n : « L o q u e h e m o s o í d o y
visto c o n nuestros ojos, lo q u e c o n t e m p l a m o s y p a l p a r o n nuestras
m a n o s . . . eso os lo a n u n c i a m o s para q u e seáis vosotros solidarios
c o n nosotros» (1 J n 1-4)? ¿ V i v i m o s «por C r i s t o » : es Él el motor d e
nuestra v i d a , el q u e la totaliza y unifica?

• C o m o y o q u i e r e d e c i r elegir lo q u e Él e l i g i ó . Y esto f u e la
p o b r e z a , la desestima y la h u m i l l a c i ó n (por d e f e n d e r los
v a l o r e s del R e i n o ) .

« Q u i e n quiera v e n i r c o n m i g o ha d e v i v i r c o m o y o » , nos d i c e
Jesús. Por tanto, si q u e r e m o s seguirle, h e m o s d e v i v i r pobres y h u -
m i l d e s . Es un l l a m a m i e n t o , a p a r e n t e m e n t e , d u r o : a «perder» la v i -
da, pero, p r e c i s a m e n t e , para « g a n a r l a » .

P r e g u n t é m o n o s si, hoy, e n nuestra respuesta a su l l a m a d a , v i -


v i m o s el c o m o y o .

El c o n m i g o a y u d a a realizar el c o m o y o . Es la r e l a c i ó n inter-
personal la q u e nos h a c e p o n e r d e puntillas «hasta a l c a n z a r la e s -
tatura d e Cristo» (cfr. Ef 4, 1). T a m b i é n a los A p ó s t o l e s el c o n m i g o
(el estar c o n É l , el ser sus c o m p a ñ e r o s ) les d i o el a p l o m o y la v a -
lentía para v i v i r la radical ¡dad del c o m o Él (cf. H e c h 4, 13-21).

3. Llamada misionera

N o s ha l l a m a d o para u n a m i s i ó n . « M i v o l u n t a d es d e c o n -
quistar t o d o el m u n d o y v e n c e r a todos mis e n e m i g o s » , afirma S a n
I g n a c i o e n su p a r á b o l a del l l a m a m i e n t o del Rey. Es una m i s i ó n
«trabajosa». ( I g n a c i o r e s u m e toda la v i d a p ú b l i c a d e Jesús, su p e -
lea por manifestar al D i o s del R e i n o y al R e i n o d e D i o s c o n la p a -
labra «trabajo» [116.206].)

¿ E n q u é consiste esta c o n q u i s t a y esta l u c h a ? El evangelista


M a r c o s nos lo a c l a r a : «Los l l a m ó para q u e estuvieran c o n É l , y p a -
ra e n v i a r l o s a p r e d i c a r c o n p o d e r d e e c h a r d e m o n i o s » .

P e r o n o p o d e m o s s e p a r a r esta v o c a c i ó n m i s i o n e r a - e l e n -
v í o - d e la v o c a c i ó n a m i g a - e l e n c u e n t r o - . La l l a m a d a q u e reci-

103
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

b i m o s está f o r m a d a i n s e p a r a b l e m e n t e d e e n c u e n t r o y e n v í o ; d e
cercanía y movimiento.

Estos dos objetivos -escribe José A. García- tienen que mante-


nerse en constante tensión. N o son separables, pero tampoco to-
talmente confundibles. Tienen su propia originalidad que hay
que cultivar, pero que no puede ser considerada por separado.
Envío sin encuentro es activismo secular. Encuentro sin envío,
misticismo evasivo y mentiroso. Cercanía y movimiento son dos
características del seguimiento de Jesús. Una cercanía con vistas
al movimiento, pero también un movimiento que está configura-
do por la cercanía, afectado por e l l a . , 0

N o s e g u i m o s , por tanto, a un Jesús sin c a u s a o a una c a u s a sin


J e s ú s : sino a u n Jesús q u e t i e n e u n a c a u s a .

Jesús nos e n v í a a p r e d i c a r y a l u c h a r contra el m a l , el d o l o r y


los d e m o n i o s . N o s e n c o m i e n d a , por consiguiente, una d o b l e tarea:
el a n u n c i o y el e x o r c i s m o : nos l l a m a a ser profetas y exorcistas.

• El a n u n c i o d e p a l a b r a s d e s a l v a c i ó n

Los p r o f e t a s t i e n e n c o m o f u n c i ó n d e c i r p a l a b r a s q u e n o les
p e r t e n e c e n , q u e v i e n e n d e O t r o y q u e son palabras s a l v a d o r a s p a -
ra el m u n d o .

En r e a l i d a d , el profeta, m á s q u e d e c i r palabras, d e b e r e d e c i r -
las; p o r q u e , p r i m e r o , se las t i e n e q u e dejar d e c i r a sí m i s m o . P u e s
los p r o f e t a s - c o m o m u y b i e n los ha descrito D o l o r e s A l e i x a n d r e ' -
1

son seres « a l c a n z a d o s » y « a l t e r a d o s » : son personas a las q u e la Pa-


labra d e D i o s se les i m p o n e , se a p o d e r a d e ellas y se instala e n sus
e n t r a ñ a s ; y seres des-centrados, q u e s i e n t e n , v e n , o y e n , se c o m u -
n i c a n d e s d e O t r o , c o n otra m i r a d a , otro o í d o , otra v o z ; y a q u e se
identifican e m o c i o n a l m e n t e c o n el querer y sentir d e D i o s .

T a m b i é n nosotros, si q u e r e m o s a n u n c i a r , c o m o los profetas,


palabras d e s a l v a c i ó n para nuestro m u n d o , nos d e b e m o s dejar « a l -
c a n z a r » y «alterar» (des-centrar) por el D i o s q u e nos e n v í a . Por

J . A. G A R C Í A , «Vivir de fe. C i n c o tentaciones de la cultura moderna» e n :


1 0

El mundo desde Dios, Sal Terrae, Santander 1989, pp. 94-96.


" Cf. D. A L E I X A N D R E , «Profetas alcanzados y "alterados" por Dios», o. c ,
pp. 94-104.

104
L A LLAMADA

eso, antes d e p r e d i c a r esa Palabra, la t e n e m o s q u e pasar por d e n -


tro d e nosotros m i s m o s , la t e n e m o s q u e asimilar; para q u e esa Pa-
labra salga d e nuestros labios c a l i e n t e , p o r q u e la h e m o s s e n t i d o
p r i m e r o nosotros.

H a c e r o r a c i ó n , d a r l e vueltas e n nuestro c o r a z ó n a esa Palabra


- c o m o S a n L u c a s nos d i c e q u e h a c í a M a r í a : « M a r í a r e c o r d a b a t o -
das estas c o s a s , d á n d o l e s v u e l t a s e n su c o r a z ó n » - . . . hasta q u e la
s e p a m o s interpretar y convertirla e n c a r n e d e nuestra c a r n e : esto es
lo q u e significa p r e d i c a r ; n o s i m p l e m e n t e repetir, s i n o asimilar.
( S ó l o la «palabra v i v i d a » se p r o n u n c i a c o n autoridad.)

P r e g u n t é m o n o s si estamos r e s p o n d i e n d o a esta m i s i ó n a la
q u e nos ha l l a m a d o Cristo. ¿ N o s d e j a m o s d e c i r por É l , f i e l m e n t e ,
e n la o r a c i ó n , e n nuestros silencios interiores, esa Palabra, para r u -
miarla y h a c e r l a nuestra? ¿ Y la d e c i m o s a los d e m á s c o n libertad y
a u d a c i a ? ¿ S e la d e c i m o s a los otros - d e s d e el puesto d e trabajo
q u e o c u p a m o s - , i n c l u s o c u a n d o n o la c u m p l a m o s nosotros m i s -
mos? P o r q u e , a u n q u e nos sintamos p e c a d o r e s e i n c o h e r e n t e s -y
nos p u e d a n d e c i r : tú n o h a c e s lo q u e d i c e s ; tú eres el p r i m e r o q u e
n o lo h a c e - d e b e m o s tener la h u m i l d e a u d a c i a d e d e c i r la Palabra
d e D i o s (mientras p e d i m o s p e r d ó n a D i o s por nuestra i n c o h e r e n c i a
y fuerza para salir d e e l l a ) ; pues se nos da para q u e la d e m o s . ¿ L o
hacemos?

Tarea nuestra es, por tanto, d e c i r e n n o m b r e d e D i o s p a l a b r a s


d e s a l v a c i ó n para el m u n d o . V i v i m o s los cristianos e n nuestra s o -
c i e d a d , es v e r d a d , j u n t a m e n t e c o n otras t r a d i c i o n e s y c o n c e p -
c i o n e s . Pero hay palabras e s p e c í f i c a m e n t e cristianas sin las q u e n o
se p u e d e construir b i e n «la c i u d a d » ; palabras c o m o « D i o s es a m o r
y sólo el a m o r es s a l v a d o r » , « D i o s es a m i g o d e la v i d a y está c o n -
tra los ídolos d e m u e r t e » , «al final d e la v i d a nos e s p e r a n las m a -
nos d e u n Padre q u e dará sentido a los q u e e n la v i d a n o t u v i e r o n
ni v i d a ni sentido», « n i n g u n a inversión e n el a m o r se p i e r d e » , « s ó -
lo el H i j o nos da la libertad a u t é n t i c a » . . . N o son las ú n i c a s p a l a -
bras q u e sirven para edificar «la c i u d a d » : p e r o son necesarias y, si
n o las d e c i m o s nosotros los cristianos, n o las dirá n a d i e .

• El e x o r c i s m o contra los ídolos d e muerte

J u n t o a nuestra tarea d e profetas, está nuestra m i s i ó n d e exor-


cistas. La l l a m a d a d e Jesús nos e n c o m i e n d a l u c h a r contra los de-

105
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

m o n i o s . En palabras d e I g n a c i o : «a v e n c e r a t o d o s sus e n e m i g o s » .
Y c a d a siglo t i e n e sus p r o p i o s d e m o n i o s q u e hay q u e exorcizar.
P o r q u e la m i s i ó n del S e ñ o r e n c u e n t r a t a m b i é n hoy d i f i c u l t a d y r e -
sistencia e n el m u n d o . La e n c u e n t r a e n las estructuras injustas q u e
el p e c a d o ha s o l i d i f i c a d o ; la e n c u e n t r a e n el m a l interior q u e a n i -
da e n c a d a h o m b r e .

D e b e m o s ser exorcistas d e la mentira, d e los ídolos d e muerte


(el d i n e r o , el poder, el tener), d e un m u n d o autosuficiente y c e r r a d o
sobre sí m i s m o (un m u n d o sin c i e l o y sin D i o s , sin gracia ni gratui-
dad), d e un m u n d o frío e insolidario p o r q u e no c r e e e n el amor, d e
un m u n d o agresivo y v i o l e n t o . . . Y frente a esos d e m o n i o s , d e b e m o s
l u c h a r para q u e c r e z c a el r e i n a d o d e Cristo: q u e es - c o m o d i c e el
Prefacio d e la fiesta d e Cristo R e y - el reinado d e la v e r d a d , d e la v i -
da, d e la santidad y la gracia, d e la justicia, del a m o r y la p a z .

Estamos, p u e s , l l a m a d o s a e c h a r d e m o n i o s . Y por eso s o m o s


l l a m a d o s a ser sal, q u e contrarreste esos d e m o n i o s , q u e los e c h e .
Pero si la sal se v u e l v e insípida, n o sirve para n a d a ; si nosotros nos
c o n t a m i n a m o s d e ese m a l , d e esos d e m o n i o s del m u n d o , e n t o n c e s
n o s e r v i m o s , n o estamos c u m p l i e n d o nuestra m i s i ó n .

4. Llamada soñadora

El filósofo Ernst B l o c h d e c í a q u e la s o c i e d a d d e nuestro t i e m -


p o n e c e s i t a b a s o ñ a d o r e s q u e t u v i e r a n «sueños diurnos», que, a
m o d o d e utopías m o t o r a s , a n i m a n t e s , nos p u s i e r a n d e p u n t i l l a s y
e n m a r c h a h a c i a la e s p e r a n z a . S u e ñ o s perturbadores, p o r q u e a g u i -
j o n e a n a los otros, no d e j a n instalarse e n un c ó m o d o y p l a c e n t e r o
presente, sino q u e r e c u e r d a n q u e es p o s i b l e v i v i r d e otro m o d o .

N o s o t r o s , religiosos, q u e r e m o s ser portadores d e esos sueños


diurnos, q u e escuecen, pero q u e sanan 1 2
. H e m o s sido l l a m a d o s a

12
J U A N P A B L O II, Vita consecrata. Exhortación apostólica postsinodal so-
bre la vida consagrada (1996), n° 87: «Los consejos evangélicos no han de ser
considerados c o m o una negación de los valores inherentes a la sexualidad, al le-
gítimo deseo de disponer de los bienes materiales y de decidir autónomamente
de sí mismo. Estas inclinaciones, en cuanto fundadas en la naturaleza, son bue-
nas en sí mismas. La criatura humana, no obstante, al estar debilitada por el p e -
cado original, corre el peligro de secundarlas de manera desordenada. La profe-
sión de castidad, pobreza y obediencia supone una voz de alerta para no
infravalorar las heridas producidas por el pecado original, al mismo tiempo que,

106
L A LLAMADA

la v i d a religiosa para e l l o . La l l a m a d a q u e el S e ñ o r nos ha dirigido


es u n a l l a m a d a s o ñ a d o r a . Esos s u e ñ o s d i u r n o s q u e , si se v i v e n
a u t é n t i c a y r a d i c a l m e n t e , e s p o l e a n nuestra p r o p i a v i d a y la d e los
d e m á s , son nuestros v o t o s . P a r e c e q u e atan - y a q u í ya e m p i e z a
1 3

el d e s c o n c i e r t o p a r a d ó j i c o - , p e r o es p r e c i s a m e n t e para liberarnos,
«atándonos nos hacen libres». « P u e s nos h a c e n estar t o t a l m e n t e
u n i d o s c o n Cristo y participar d e su p r o p i a libertad d e estar al ser-
v i c i o d e c u a n t o s nos n e c e s i t a n » .

• ¿Libres para qué?

Expresado c o n 3 p r e p o s i c i o n e s : Libres para

1. ser sin tener (pobreza)

2. ser para los d e m á s (castidad)

3. ser con otros ( o b e d i e n c i a )

1 . Y así, e n u n a s o c i e d a d m o n t a d a sobre el c o n s u m o a c e l e -
rado d e «apetito irrestricto» y sobre la idolatría del tener ( q u e deja
a tantos d e s p o s e í d o s e n las c u n e t a s del m u n d o ) , nosotros q u e r e -
mos recordar c o n nuestras v i d a s , q u e h a n h e c h o la o p c i ó n por J e -
sús p o b r e y por los q u e n o t i e n e n :

- q u e n o es v e r d a d q u e la persona existe e n c u a n t o es v e n -
dible y productiva;

- q u e n o es v e r d a d q u e la p e r s o n a v a l e por lo q u e t i e n e y,
por tanto, q u e s o m o s lo q u e p o s e e m o s y e n tanto e n c u a n -
to p o s e e m o s .

aun afirmando el valor de los bienes creados, los relativiza, presentando a Dios
como el bien absoluto. Así aquellos que siguen los consejos evangélicos, al mis-
mo tiempo que buscan la propia santificación, proponen, por así decirlo, una " t e -
rapia espiritual" para la humanidad, puesto que rechazan la idolatría de las
criaturas y hacen visible de algún modo al Dios viviente. La vida consagrada, es-
pecialmente en los momentos de dificultad, es una bendición para la vida huma-
na y para la misma vida eclesial».
13
Congregación General XXXII de la Compañía de Jesús, d. 2, n° 20. Sobre
el «testimonio profético» de los votos religiosos en el mundo contemporáneo, cf.
Vita consecrata, o. c : «el reto de la castidad consagrada», n° 87; «el reto de la po-
breza», «al servicio de los pobres», nn. 89-90; «el reto de la libertad en la o b e -
diencia» y «cumplir juntos la voluntad del Padre», nn. 91 -92.

107
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Frente a esto, c o n nuestro s u e ñ o d i u r n o , q u e es el voto de po-


breza, proclamamos:

- q u e es m á s i m p o r t a n t e el ser q u e el tener;

- q u e D i o s n o c a b e e n los c o r a z o n e s atestados y a f a n a d o s
por las c o s a s ;

- q u e la v e r d a d e r a gloria del h o m b r e n o es el poseer, sino el


ser hijo y h e r m a n o .

2. En u n a s o c i e d a d m a r c a d a por el h e d o n i s m o narcisista, por


la c o s i f i c a c i ó n del a m o r y la h i p e r i n v e r s i ó n e n el p r o p i o y o q u e lo
i n c a p a c i t a para la a u t o t r a s c e n d e n c i a , nosotros q u e r e m o s recordar
c o n nuestras v i d a s , q u e están p o l a r i z a d a s y totalizadas por el R e i -
n o - c o m o lo e s t u v o la d e J e s ú s - , q u e « p o r q u e t o d o s son hijos t o -
d o s son nuestros h e r m a n o s » , y a esta v e r d a d v a l e la p e n a c o n s a -
grar la v i d a .

Por e s o r e n u n c i a m o s a u n a m o r c o n c r e t o para p o d e r a m a r
m e j o r a t o d o el q u e se c r u c e e n nuestra v i d a ; y, d e m o d o p r e f e r e n -
te, para p o d e r a m a r m á s h o n d a m e n t e a las v í c t i m a s del desamor.

Y así nosotros, c é l i b e s , h o m b r e s y m u j e r e s d e A m o r ú n i c o ,
nos c o n v e r t i m o s e n h o m b r e s y m u j e r e s d e a m o r a t o d o s , e n h o m -
bres y m u j e r e s para los d e m á s . Y este s u e ñ o d i u r n o nuestro, q u e es
el voto de castidad, resulta ser d e este m o d o u n c o n m o v e d o r t e s -
t i m o n i o d e g e n e r o s i d a d frente al n a r c i s i s m o , d e m i s e r i c o r d i a f r e n -
te a la c o s i f i c a c i ó n del amor, d e gozosa a u t o t r a s c e n d e n c i a frente al
blindado egoísmo.

3. Por f i n , e n u n a s o c i e d a d e n q u e el p o d e r se torna d o m i n a -
c i ó n y a c a r i c i a d a a m b i c i ó n ; y e n la q u e el i n d i v i d u a l i s m o no per-
mite v i v i r c o n otros si no es c o m p e t i t i v a m e n t e , nosotros, c o n n u e s -
tro s u e ñ o d i u r n o , q u e es el voto de obediencia, e x p r e s a m o s q u e es
p o s i b l e v i v i r la s o l i d a r i d a d cristiana y realizar c o n j u n t a m e n t e el
servicio.

- P u e s nuestro v o t o d e o b e d i e n c i a es un v o t o , e n la Iglesia,
a ser c o n otros, c o n - v o c a d o s c o m o nosotros.

- Es una s u m i s i ó n e n c o m ú n al estilo d e v i d a d e Jesús, para


estar d i s p o n i b l e s c o m o c u e r p o a su l l a m a d a .

108
L A LLAMADA

- Y c o n esto s e ñ a l a m o s a t o d o s los h o m b r e s q u e es p o s i b l e
v i v i r u n i d o s (ser-con), s i e n d o d e p r o c e d e n c i a s tan d i v e r -
sas, y q u e es p o s i b l e b u s c a r j u n t o s c o m o obedientes
(«ob-audientes» = oyentes) la v o l u n t a d d e D i o s , q u e nos
llega a través d e m e d i a c i o n e s , para r e a l i z a r j u n t o s , sin
c o m p e t i t i v i d a d y h e r m a n a d o s - c o m o « a m i g o s e n el S e -
ñ o r » - el m e j o r s e r v i c i o para a y u d a r a los p r ó j i m o s .

Éstos s o n , p u e s , nuestros «sueños diurnos» q u e , b i e n v i v i d o s ,


e s p o l e a n para q u e todos nos e n c a m i n e m o s h a c i a u n a s o c i e d a d
m á s solidaria, generosa, justa y s e r v i c i a l . Lo c u a l sólo será posible
si está s ó l i d a m e n t e c i m e n t a d a e n la f i l i a c i ó n y e n la f r a t e r n i d a d :
esas dos palabras q u e nosotros q u e r e m o s pelear e n nuestro m u n d o .

En r e a l i d a d , éstos eran y son los «sueños diurnos» d e Jesús d e


N a z a r e t . D e c í a C a l d e r ó n : « ¡ Y los sueños, sueños s o n ! » . Pero n o t o -
d o s los sueños son sueños q u e se d i s i p a n al abrir los o j o s . N o o c u -
rre así c o n los sueños d i u r n o s q u e están arraigados e n la «utopía»
d e J e s ú s . P o r q u e el P a d r e d i j o sí a su p r e t e n s i ó n , a e s e futuro d e l
R e i n o d e D i o s ya e n m a r c h a , q u e Él i n a u g u r ó . V a l e , por lo tanto, la
p e n a soñar c o m o Él s o ñ ó . V a l e la p e n a v i v i r para esa e s p e r a n z a
u t ó p i c a , a n i m a n t e , y q u e está f u n d a m e n t a d a e n la R e s u r r e c c i ó n d e
Jesús, q u e f u e el sí d e D i o s a su v i d a , m e n s a j e , valores por los q u e
p e l e ó y garantía d e e s p e r a n z a «contra toda e s p e r a n z a » .

P r o c l a m e m o s , p u e s , nuestros s u e ñ o s , c o m o testimonio, a g u i -
j o n e a n t e , c r í t i c o , p e r o s e r v i c i a l . Q u e el S e ñ o r nos haga c a p a c e s d e
soñar - p a r a eso nos ha l l a m a d o a la v i d a religiosa: para soñar a fa-
v o r d e nuestros h e r m a n o s , h o m b r e s y m u j e r e s - c o m o nos d i c e la
B i b l i a q u e h a c í a J o s é , el d e Egipto.

N o t e s t i m o n i a m o s e n el m u n d o nuestros « s u e ñ o s d i u r n o s »
para fastidiar, sino por amor. Estos sueños serán un a g u i j ó n c r í t i c o ,
p e r o t a m b i é n un s e r v i c i o . N o p e r d a m o s esa e n s o ñ a c i ó n ; a u n q u e
esos «sueños d i u r n o s » , v i v i d o s c o n c o h e r e n c i a , nos traigan riesgos
y d i f i c u l t a d e s . T a m b i é n le s o b r e v i n i e r o n a J e s ú s . . . y al m i s m o Jo-
14

1 4
J . M E T Z , Pasión de Dios. La existencia de órdenes religiosas hoy, Barce-
lona 1997: «Cuando c o n los votos no se arriesga nada, sino que sólo se evita a l -
go, adquieren fácilmente rasgos masoquistas». Tomo la cita d e T . CÁTALA, Vida
religiosa «a la apostólica», Sal Terrae, Santander 2004, p. 148, nota 12.

109
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAI >

sé. Y a u n q u e , c o m o a J o s é , a l g u n o s d e nuestros h e r m a n o s , los


h o m b r e s , nos m e t a n e n aljibes y nos exporten e n c a r a v a n a s i s m a e -
litas h a c i a Egipto, p i d a m o s fuerza al S e ñ o r para q u e , e n t o n c e s , s e -
p a m o s c a r g a r c o n la c r u z y, c o n e l l a al h o m b r o , p r o s i g a m o s , c o n
a u d a c i a , s o ñ a n d o nuestros « s u e ñ o s diurnos» y s i e n d o e n nuestras
propias v i d a s fieles a e l l o s . A s í seremos c o h e r e n t e s c o n nuestra lla-
mada soñadora.

Conclusión

R e p a s e m o s , por t a n t o , c ó m o e s t a m o s s i g u i e n d o la l l a m a d a
del S e ñ o r ; d e u n S e ñ o r q u e v o c a (gratuitamente), c o n - v o c a (pues
nos l l a m a a estar c o n Él y e n g r u p o ) y pro-voca (pues nos l l a m a
d e s d e y a favor del m u n d o y d e la historia del ser h u m a n o ; por eso
es u n a l l a m a d a m i s i o n e r a y s o ñ a d o r a ) .

Y t e r m i n e m o s ese repaso p i d i é n d o l e p e r d ó n -si lo n e c e s i t a -


m o s por h a b e r sido «sordos» a su l l a m a m i e n t o - y r e a f i r m a n d o ,
c o n f i a d o s e n su g r a c i a , d e s d e lo h o n d o d e nuestro c o r a z ó n , esa
o p c i ó n f u n d a m e n t a l q u e h e m o s h e c h o por J e s ú s . Para e l l o , t e r m i -
n e m o s c o n esa « o b l a c i ó n » q u e nos p r o p o n e S a n I g n a c i o (o f o r m u -
l é m o s l a c o n p a l a b r a s nuestras). Es u n a o r a c i ó n q u e s i e m p r e i m -
p r e s i o n a , i n c l u s o asusta; p e r o hay q u e «rezarla» s a b i e n d o q u e se
p i d e una g r a c i a y, por tanto, algo q u e nos supera: es una « o p c i ó n
seducida» 1 S
. S o l a m e n t e la « l ó g i c a d e l a m o r » nos p u e d e m o v e r a

1 5
T. CÁTALA, o. c , p. 100: «La "oblación de mayor estima y momento" de
los Ejercicios nos indica que nuestra respuesta a la llamada del Rey eternal no es
un asunto de mera o p c i ó n , y menos aún de voluntarismo. Se trata de una " o p -
ción seducida". La vida religiosa apostólica no puede quedarse configurada por
una "casta de optantes" que se quedan sólo en el " y o quiero y deseo" [98], es
preciso que... se llegue al "queriéndome vuestra sandísima majestad elegir y res-
cibir en tal vida y estado", a la dimensión de radical gratuidad de nuestra v o c a -
c i ó n . ... Es verdad el momento de o p c i ó n y determinación personal a favor del
seguimiento; pero esta opción tiene que ser " s e d u c i d a " por el Señor. Sólo desde
la gratuidad podemos llevar adelante nuestra vida de seguimiento. La gratuidad
nos devuelve a nuestro justo lugar, nos impide la dureza de juicio. N o optamos
por los pobres ni hacemos votos porque seamos mejores; no somos portadores
de ninguna verdad nuestra; somos hombres y mujeres seducidos por la M i s e r i -
cordia y por la tarea de afirmar dignidades y aliviar el sufrimiento de las criaturas
de Dios».

110
L A LLAMADA

b a l b u c e a r l a ; esa lógica es la q u e nos impulsa a pedir tener, al m e -


nos, deseos d e deseos d e q u e nuestra s ú p l i c a sea a t e n d i d a .

Eterno Señor de todas las cosas,


yo hago mi oblación, con vuestro favor y ayuda,
delante de vuestra infinita bondad
y delante de vuestra Madre gloriosa y de todos los santos
y santas de la historia;
que yo quiero y deseo y es mi determinación deliberada
(sólo que sea vuestro mayor servicio y alabanza),
imitaros en pasar toda injuria y todo vituperio
y toda pobreza, sea actual o espiritual,
si vuestra santísima majestad me quiere recibir en tal vida y estado
[98]

Q u e el S e ñ o r nos c o n c e d a la gracia d e d e j a r n o s s e d u c i r para


v i v i r c o n Él y c o m o É l .

ni
7
LA ENCARNACIÓN

H a c e y a u n o s a ñ o s , asistía y o a una b o d a , m e z c l a d o c o n los


f a m i l i a r e s y a m i g o s d e los n o v i o s . C u a n d o llegó el m o m e n t o e n
q u e los n o v i o s se d i j e r o n m u t u a m e n t e sí, la persona q u e estaba a
mi lado se v o l v i ó y m e d i j o : «Es una g o z a d a oír un sí e n un m u n d o
d e n o e s » . Esta frase m e c a l ó . Y d e b o confesar q u e , desde e n t o n c e s ,
s i e m p r e q u e tengo una h o m i l í a e n una M i s a d e b o d a s , c o m e n t o ,
d e una m a n e r a u otra, esta frase: es un g o z o oír un sí e n un m u n -
d o d e noes.

Y esa frase, q u e se m e q u e d ó dentro, está t a m b i é n e n el f o n d o


d e la c o n t e m p l a c i ó n d e la E n c a r n a c i ó n tal c o m o la v o y a sugerir.

P o r q u e , realmente, v i v i m o s e n un m u n d o d e noes. Y se o y e e n
é l , d e s g r a c i a d a m e n t e , c o n m u c h a f r e c u e n c i a , esa p a l a b r a b r e v e ,
seca, a m a r g a , q u e distancia, separa, rechaza, q u e es la palabra n o .
U n a palabra c e r r a d a y triste, q u e suena c o m o un portazo.

H a y personas q u e se p a s a n la v i d a d i c i e n d o n o . Y hay m o -
m e n t o s e n q u e todos t e n e m o s q u e oír negativas c l a r a s o, más o
m e n o s , d i s i m u l a d a s , c o n s o n i d o o sin s o n i d o , d e palabra o c o n a c -
tos. Y nosotros m i s m o s - s e a m o s f r a n c o s - h e m o s e m p l e a d o y p r a c -
t i c a d o esa palabra d e m a s i a d a s v e c e s , c o n s o n i d o o sin s o n i d o , d e
palabra o c o n actos. C u a n d o s o m o s egoístas, c u a n d o s o m o s injus-
tos, c u a n d o s o m o s - o nos h a c e m o s - sordos a las n e c e s i d a d e s d e
los o t r o s . . . estamos d i c i e n d o n o : no a la g e n e r o s i d a d , no a la s o l i -
d a r i d a d , no a la entrega, no a la f r a t e r n i d a d . . . N o s a t r i n c h e r a m o s

113
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

e n u n a i s l a m i e n t o narcisista, e n u n a e s p l é n d i d a i n c o m u n i c a c i ó n .
N o s c e r r a m o s sobre nosotros m i s m o s . . . p o r q u e unos a otros nos
d e c i m o s n o . U n n o q u e nos sale d e los labios y, lo q u e es peor, un
n o q u e nos brota del c o r a z ó n .

Y ése no es el m u n d o q u e D i o s quiere. D i o s no quiere un m u n -


d o d e n o e s . D i o s n o d e s e a un m u n d o q u e se c i m e n t e sobre el n o ,
sino un m u n d o q u e se construya sobre el sí: esa palabra q u e s i m -
boliza lo generoso, el aliento, el c o m p r o m i s o , la a c o g i d a , el amor.

Y D i o s q u i e r e e s e sí p o r q u e El m i s m o , por un a m o r i n c o m -
p r e n s i b l e , ha d i c h o sí al m u n d o y al ser h u m a n o . Les ha d i c h o sí
d e f i n i t i v a m e n t e . D e s d e luego, nuestro m u n d o sería más h u m a n o y
m á s c e r c a n o y p a r e c i d o al m u n d o q u e D i o s q u i e r e si a p r e n d i é r a -
m o s t o d o s , a p o y a d o s e n el sí d e D i o s , a d e c i r n o s unos a otros, c o n
m á s f r e c u e n c i a , sí.

Ésta es una h e r m o s a tarea: a u n q u e n o s i e m p r e tendrá la a p a -


r i e n c i a d e u n a g o z a d a , sino a v e c e s se presentará c o n la silueta d e
la c r u z . Pero es u n a tarea q u e v a l e la p e n a y q u e consiste e n vivir
c o n f i a d a m e n t e arraigados e n el sí d e D i o s al m u n d o y al h o m b r e ;
aprender d e Él a d e c i r sí al m u n d o y al h o m b r e , a u n q u e p r o n u n -
ciar ese sí p u e d a significar desgarramiento y d e s p o j o ; enseñara los
h o m b r e s a d e c i r s e sí r e c í p r o c a m e n t e .

C r e o s i n c e r a m e n t e q u e la c o n t e m p l a c i ó n d e la E n c a r n a c i ó n ,
tal c o m o la p r o p o n e S a n I g n a c i o [ 1 0 1 - 1 0 9 ] , nos p u e d e a y u d a r a
c o m p r e n d e r y a s u m i r esa tarea c o m o m i s i ó n , hasta c o n v e r t i r l a e n
c a r n e d e nuestra c a r n e .

Ignacio p r o p o n e tres e s c e n a r i o s : el m u n d o del n o , las tres per-


sonas d i v i n a s e n el c i e l o y M a r í a e n su c a s a d e N a z a r e t . Es u n a
c o n t e m p l a c i ó n q u e gira e n t o r n o a c u a t r o síes: 1) el sí d e D i o s ; 2)
el sí d e Cristo; 3) el sí d e M a r í a ; y 4) el sí del q u e - c o m o nosotros,
q u e nos s e n t i m o s l l a m a d o s - q u i e r e « m á s a m a r e imitar» a Cristo
N u e s t r o Señor.

A lo largo d e esta c o n t e m p l a c i ó n , h a g a m o s c a s o a S a n I g n a -
c i o y v e a m o s , m i r e m o s a las personas q u e p r o n u n c i a n ese sí, oigá-
m o s e l o y a ñ a d á m o s l e el nuestro. H a g a m o s c o n el pasaje d e la E n -
c a r n a c i ó n contemplación -esa o r a c i ó n d e e m p a p a m i e n t o - . Y, si
nos da d e v o c i ó n y nos a y u d a , a p l i q u e m o s los sentidos. Pues, c o m o
d e c í a m o s , t e n e m o s q u e e v a n g e l i z a r l o s para q u e , luego, e n la v i d a

114
L A ENCARNACIÓN

c o t i d i a n a , nuestros ojos n o se e s c a n d a l i c e n d e ver p o b r e z a , n u e s -


tras m a n o s n o se e s c a n d a l i c e n d e tocar d o l o r o e n f e r m e d a d . . . V e a -
m o s , m i r e m o s , o i g a m o s . D i g a m o s u n a s b r e v e s s u g e r e n c i a s sobre
esos c u a t r o síes.

I. El sí d e D i o s

La última p a l a b r a d e D i o s s o b r e el h o m b r e p e c a d o r no es la
c o n d e n a , el n o . La palabra definitiva d e D i o s sobre el h o m b r e es el
sí: « H a g a m o s r e d e n c i ó n del g é n e r o h u m a n o » [ 1 0 7 ] .

El D i o s trinitario n o deja al h o m b r e c a í d o e n la estacada, sino


q u e c o n - d e s c i e n d e y, c o n sus m a n o s misericordiosas - d e v i ñ a d o r - ,
lo r e c o g e m a l h e r i d o . En el c o m i e n z o d e la c r e a c i ó n h a b í a d i c h o
« H a g a m o s al h o m b r e a nuestra i m a g e n y s e m e j a n z a » ( G n 1 , 2 6 ) .
A h o r a , a n t e el h o m b r e r e b e l d e y roto, v o l v e r á a d e c i r : r e h a g á m o s -
lo. Él es el D i o s fiel d e la A l i a n z a , c u y a misericordia es eterna; es el
s e m p i t e r n o a l i a d o del h o m b r e . S e fía del h o m b r e , apuesta por é l .

S e c o m p a d e c e del m u n d o q u e el h o m b r e p e c a d o r ha f a b r i c a -
d o , d e sus n e c e s i d a d e s y d e sus v a c í o s . D e ese m u n d o trágico,
c a ó t i c o e insolidario - e l m u n d o del n o - , q u e I g n a c i o nos d e s c r i b e
c o n trazos tan i n g e n u o s c o m o i m p a c t a n t e s : «las personas sobre la
h a z d e la tierra, e n tanta d i v e r s i d a d , así e n trajes c o m o e n gestos,
unos b l a n c o s y otros negros, u n o s e n p a z y otros e n guerra, unos
l l o r a n d o y otros r i e n d o , unos sanos y otros e n f e r m o s . . . » [106] q u e
« h a b l a n unos c o n otros, j u r a n y b l a s f e m i a n » [ 1 0 7 ] , « h i e r e n , m a t a n
y v a n al infierno» [ 1 0 8 ] .

Y a pesar d e e s e a c o n g o j a n t e e s c e n a r i o , las tres personas d i -


v i n a s , al v e r l o , no se f u e r o n al O l i m p o . El filósofo p a g a n o E p i c u r o
d e c í a q u e «los dioses n o se o c u p a n d e nosotros, p o r q u e , si n o , n o
serían f e l i c e s » . Esto es lo q u e le p a s ó a nuestro D i o s cristiano, per-
d i ó su aislada f e l i c i d a d por o c u p a r s e d e nosotros.

Las tres personas d i v i n a s m i r a b a n p r e - o c u p a d a s y c o n a m o r


ese m u n d o y ese h o m b r e y lo siguen m i r a n d o - « D i o s s i e m p r e está
m i r a n d o » , d i c e el E c l e s i á s t i c o - c o n amor.

Es un a m o r redentor - « p a r a salvar al g é n e r o h u m a n o » , e x p l i -
c a S a n I g n a c i o [ 1 0 2 ] . U n a m o r q u e q u i e r e liberar al h o m b r e y a las

115
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

estructuras e n las q u e está inserto, transformarlo, h a c e r l o c o n f o r m e


a su p r o y e c t o o r i g i n a l , a su s u e ñ o .

¡ O j a l á c o n t e m p l á r a m o s nosotros el m u n d o c o n esa m i r a d a d e
a m o r q u e brota del sí trinitario! N o es u n a m i r a d a i n g e n u a , p o r q u e
n o d e s c o n o c e la d e n s i d a d del m a l , q u e nos g o l p e ó e n las m e d i t a -
c i o n e s sobre el p e c a d o . C o m o t a m p o c o es i n g e n u a la m i r a d a d e
D i o s ; p e r o es la m i r a d a del D i o s fiel q u e c o m p r e n d e la n e c e s i d a d
y el d e s g a r r a m i e n t o del h o m b r e y e x c l a m a : « H a g a m o s r e d e n c i ó n
del g é n e r o h u m a n o » .

II. El sí d e Jesús

Las tres Personas D i v i n a s « d e t e r m i n a n , e n la su e t e r n i d a d - d i -


c e S a n I g n a c i o - q u e la s e g u n d a Persona se haga h o m b r e » [102] y
« o b r a n la santísima ¡ n c a r n a c i ó n » [ 1 0 8 ] .

La m i r a d a a m o r o s a d e D i o s sobre el m u n d o a c a b a c o n v i r t i é n -
d o s e e n e n v í o . Y s u b r a y e m o s una v e z m á s q u e el q u e t o m a la i n i -
c i a t i v a es el Señor. L o p r i m e r o es s i e m p r e la g r a c i a . El es el a m o r
s i e m p r e p r i m e r o . «Tanto a m ó D i o s al m u n d o q u e e n v i ó a su H i j o »
(Jn 3, 16-17).

C o m o lo d e s c r i b e S a n J u a n e n el P r ó l o g o d e su E v a n g e l i o - y
q u i z á s p a l a d e a r ese P r ó l o g o podría ser una jugosa o r a c i ó n para e s -
te d í a - : « Y la Palabra se h i z o h o m b r e , a c a m p ó entre nosotros y
c o n t e m p l a m o s su gloria, gloria del H i j o ú n i c o del Padre, l l e n o d e
a m o r y lealtad» (Jn 1 , 14-15)

Esa Palabra h e c h a h o m b r e , c u y a gloria c o n t e m p l a m o s - c o m o


p a r a d ó j i c a m e n t e subraya S a n J u a n - e n la d e b i l i d a d d e la c a r n e
( s a r x ) es Jesucristo. El h a c e r s e c a r n e - l a E n c a r n a c i ó n - significa la
1

inversión d e nuestras expectativas sobre D i o s .

1
J . S O B R I N O , La fe en Jesucristo. Ensayo desde las víctimas, Trotta, 2 a

edic. Madrid 1999, pp. 283-284: «La Palabra, lo equiparable a Dios, se ha encar-
nado, ha devenido lo que no es Dios: ha devenido sarx. Esto no significa simple-
mente la humanidad -verdadera naturaleza humana de la que hablará el dogma-
sino que significa la realidad histórica de Jesús a la que le es esencial la debilidad,
y específicamente la que queda expl ¡citada en la cruz, sarx en el sentido de lo d é -
bil de lo humano».

116
L A ENCARNACIÓN

J o s e p V i v e s ha s e ñ a l a d o c o n fuerza el vértigo d e esta inversión:

La Encarnación significa que Dios ha escogido manifestarse no


como Causa ni como Poder de dominación, de juicio y de c o n -
dena, sino como don de benevolencia, de misericordia y de soli-
daridad. Pensaríamos, quizá, que la omnipotencia es el atributo
más importante de Dios ... Pero cuando, en la Encarnación, Dios
se manifiesta como el que realmente es y quiere ser para noso-
tros, se manifiesta no como poder, sino como amor y solidaridad
... Viene a compartir nuestra vida y, dentro del compartir nuestra
vida, diríamos, va con lo que es más humilde. Para que nadie
pueda jamás decir: "descendió, pero yo todavía estoy más abajo
que É l " ... La Encarnación es la inversión total de nuestras ex-
pectativas sobre Dios: es pasar de la imagen del Dios Todopode-
roso a la realidad del Dios Todo-amor y Todo-solidaridad. Creer
en la Encarnación es aceptar esa inversión de valores . 2

En la E n c a r n a c i ó n , e n f i n , D i o s d e c i d e perder p o d e r para g a -
nar c o m u n i ó n . Y esa Palabra q u e invierte los v a l o r e s es Jesús. J e s u -
cristo es el sí d e D i o s , el « a m é n » d e D i o s - c o m o lo l l a m a el A p o -
c a l i p s i s ( A p o c 3, 1 4 ) - al h o m b r e . D e J e s ú s , el M e s í a s , dirá S a n
P a b l o q u e « n o f u e u n a m b i g u o sí y n o ; (sino q u e ) e n Él ha h a b i d o
ú n i c a m e n t e un sí, es decir, e n su persona se ha p r o n u n c i a d o el sí a
todas las p r o m e s a s d e D i o s » (2 C o r 1 , 19-20).

Él es el E n v i a d o - c a l i f i c a c i ó n p e r s i s t e n t e m e n t e repetida por
S a n J u a n a lo largo d e t o d o su e v a n g e l i o ( v g . J n 6, 2 9 ; 8, 28-29; 1
J n 4, 1 0 ) - q u e v i e n e a c u m p l i r u n a m i s i ó n s a l v a d o r a . P u e s «el Pa-
dre e n v i ó su H i j o al m u n d o para salvar al m u n d o » (1 J n 4, 14). Y e n
Él se ha h e c h o v i s i b l e el sí d e D i o s al m u n d o : « E n esto se h i z o v i -
sible entre nosotros el a m o r d e D i o s : e n q u e e n v i ó al m u n d o a su
H i j o ú n i c o para q u e nos diera v i d a » (1 J n 4 , 9-10). En Él «se ha h e -
c h o v i s i b l e la b o n d a d d e D i o s y su a m o r a los h o m b r e s » (Tito 3, 5).

Jesucristo ha a c e p t a d o esa misión e n favor d e los h o m b r e s . H a


d i c h o sí. Él es q u i e n , al entrar e n el m u n d o , p r o c l a m a : « A q u í estoy
y o , h e a q u í q u e v e n g o a hacer, D i o s m í o , tu v o l u n t a d » ( H e b r 10,
7.9). Él es el E n v i a d o q u e d u r a n t e su v i d a sólo q u i e r e h a c e r lo q u e
le agrada al Padre Qn 8, 28-29): salvar al h o m b r e .

2
J . V I V E S , Creer el Credo, Sal Terrae, Santander 1986, pp. 89-90.

117
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Y esta m i s i ó n - a c e p t a d a por J e s ú s - se realiza m e d i a n t e el « v a -


c i a m i e n t o » y el « d e s p o j o » . . . para p o d e r ser « i d e n t i f i c a c i ó n » p l e n a
c o n el ser h u m a n o q u e r i d o y b u s c a d o por D i o s . Pues el H i j o n o v i -
n o e n u n a h u m a n i d a d perfecta, e n u n a c a r n e espiritual o transfi-
g u r a d a , c o m o h u b i e r a t e n i d o d e r e c h o a e n c a r n a r s e ; sino e n u n a
h u m a n i d a d d e esta historia e m p e c a t a d a y c o n nuestra m i s m a suer-
te. V i n o , c o m o e s c r i b e Pablo ( R o m 8, 3), «en u n a c o n d i c i ó n c o m o
la nuestra p e c a d o r a » , e n la q u e D i o s estuvo a n ó n i m o , c o m o a n o -
n a d a d o , c o m o « n e g a d o a sí m i s m o » (kénosis).

P e r o el H i j o n o s ó l o se a b a j ó para a s u m i r nuestra c a r n e e m -
p e c a t a d a ; sino q u e se e n c a r n ó d e u n a d e t e r m i n a d a m a n e r a ; se h i -
z o s o l i d a r i o c o n lo d é b i l , p e q u e ñ o y o p r i m i d o ; t o m ó c a r n e e n lo
q u e está d e b a j o , e n el « r e v e r s o d e la historia» . Y d e esta f o r m a ,
3

al a s u m i r hasta la raíz nuestra c o n d i c i ó n m o r t a l y p e c a d o r a , v a -


c i á n d o s e y d e s p o j á n d o s e por nosotros, a b r a z a n d o lo d é b i l y v i -
v i e n d o e n el « r e v e r s o d e la h i s t o r i a » , c o n su e m p o b r e c i m i e n t o
nos h i z o ricos (2 C o r 8, 9 ) ; h e c h o p e c a d o , « q u i e n n o c o n o c í a p e -
c a d o , nos c o n v i r t i ó e n j u s t i c i a d e D i o s » (2 C o r 5, 2 1 ) , n a c i d o d e
m u j e r y s o m e t i d o a la Ley, nos t r a n s f o r m ó d e e s c l a v o s e n hijos y
h e r e d e r o s q u e p u e d e n i n v o c a r a D i o s c o m o P a d r e ( G a l 4 , 4) q u e
les a m a .

Por eso afirma l a p i d a r i a m e n t e la Gaudium etSpes ( n . 2 2 ) : «El


misterio del h o m b r e sólo se e s c l a r e c e e n el misterio del V e r b o E n -
c a r n a d o ... Cristo, el n u e v o A d á n , e n la m i s m a r e v e l a c i ó n del mis-

3
J . S O B R I N O , «Identidad cristiana» e n : C. F L O R I S T Á N - J . J . T A M A Y O ,
Conceptos fundamentales del cristianismo, Trotta, M a d r i d 1993, p. 572: «Encar-
narse es un acto positivo de llegar a estar en este mundo de una determinada m a -
nera, dejarse afectar por y reaccionar hacia el mundo. Ese positivo acto de e n -
carnación lo realiza Jesús de una manera bien precisa. Su encarnación tiene
dimensión trascendente: llegar a ser un ser humano, pero tiene una dimensión
histórica: llegar a ser un ser humano participando en lo débil, en lo pequeño, en
lo oprimido. Encarnación es, por tanto, abajamiento y empobrecimiento, tras-
cendental e histórico. El N.T. hace central el abajamiento trascendental de Cristo;
pero hace central también el abajamiento histórico, y los evangelios narran en
qué consiste esta encarnación histórica: en optar estar solidariamente en el m u n -
do de los débiles, pobres y oprimidos, a diferencia del mundo de los poderosos
y opresores. Para la identidad cristiana esta es la primera exigencia, no simple-
mente ser carne, sino hacerse carne en lo que está debajo, vivir en el "reverso de
la historia" ( G . Gutiérrez). Encarnación es, por tanto, opción a ser carne de una
determinada manera dentro de la carne que se nos da por naturaleza».

118
L A ENCARNACIÓN

terio d e l Padre y d e su amor, manifiesta plenamente el hombre al


propio hombrey le d e s c u b r e la s u b l i m i d a d d e su v o c a c i ó n (y d e su
d i g n i d a d ) » . Cristo, por tanto, al m a n i f e s t a r n o s q u i é n es D i o s nos
manifiesta q u i é n e s s o m o s . N o s d i c e q u e s o m o s hijos y h e r m a n o s ;
ése es nuestro v a l o r a b s o l u t o .

C o n su sí al h o m b r e , hasta identificarse c o n él -hasta h a c e r s e


« u n o d e tantos» (Fil 2 , 7)-, Cristo nos e n s e ñ a q u e v a l e la p e n a v i v i r
y morir por el ser h u m a n o . Y q u e es entre los h u m a n o s d o n d e hay
q u e e n c o n t r a r a Cristo. P u e s , c o m o afirma la Caudium et Spes ( n .
2 2 ) : «el H i j o d e D i o s c o n su E n c a r n a c i ó n se ha u n i d o e n c i e r t o
modo con todo hombre».

S e h a c e e n t o n c e s r e a l i d a d esa frase q u e a l g u n o s d e los p r i m e -


ros p r e d i c a d o r e s ( C l e m e n t e d e A l e j a n d r í a , Tertuliano) a t r i b u í a n al
p r o p i o Jesús: « ¿ H a s visto a tu h e r m a n o ? H a s visto a D i o s » .

III. El sí d e M a r í a

El tercer e s c e n a r i o q u e nos presenta S a n I g n a c i o es la a n u n -


c i a c i ó n d e l ángel a M a r í a [ 1 0 3 . 1 0 6 . 1 0 8 ] . Karl R a h n e r subraya la
feliz a s o c i a c i ó n ¡ g n a c i a n a d e la c o n s i d e r a c i ó n d e la e n c a r n a c i ó n
c o n la c o n t e m p l a c i ó n d e la a n u n c i a c i ó n . Pues desgajar el relato d e
ésta d e la v e r d a d d e a q u é l l a hubiera t e n i d o el peligro d e convertir
el misterio e n pura e s p e c u l a c i ó n metafísica, c o n escasa r e p e r c u -
sión existencial e n nuestra v i d a .

Y e n su casa d e N a z a r e t , t a m b i é n M a r í a d i j o sí. La e s c e n a d e
la a n u n c i a c i ó n (Le 1 , 26-38) está i m p r e g n a d a d e a) h u m i l d a d ; y b)
gracia.

a) En ella a p a r e c e el c o m p r o m i s o y p r e f e r e n c i a d e D i o s por
lo p e q u e ñ o , lo s e n c i l l o , lo o c u l t o , lo p o b r e : el á n g e l n o
a c u d e a J e r u s a l é n , al T e m p l o , a dar la n o t i c i a a un s u m o
s a c e r d o t e ; sino q u e se presenta e n N a z a r e t , un p u e b l u c h o
sin i m p o r t a n c i a , q u e está s i t u a d o e n G a l i l e a , la p a g a n a
- ¿ d e ella p u e d e salir a l g o b u e n o ? - ; le h a b l a a M a r í a , una
a l d e a n a , q u e , c o m o resalta S a n I g n a c i o , al e s c u c h a r el
m e n s a j e «se h u m i l l a » [ 1 0 8 ] . ¡ C u a n d o D i o s q u i e r e h a c e r
cosas grandes se sirve d e lo p e q u e ñ o !

119
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

b) En ella t o d o es g r a c i a : la e l e c c i ó n d e M a r í a ( H a s h a l l a d o
gracia a n t e D i o s ; el S e ñ o r está c o n t i g o ) ; la c o n c e p c i ó n s e -
rá por la fuerza y el p o d e r del Espíritu, q u e n o necesita d e
la e f i c a c i a h u m a n a ; el signo q u e le da el ángel es u n a m a -
n i f e s t a c i ó n d e u n a a c c i ó n del S e ñ o r p o d e r o s a m e n t e g r a -
tuita (Isabel va a engendrar, p o r q u e nada es i m p o s i b l e p a -
ra D i o s ) ; M a r í a , alegre y a g r a d e c i d a , r e c o n o c e q u e t o d o es
gracia y n o mérito s u y o ( H e a q u í la esclava del S e ñ o r ; A l a -
ba mi a l m a la g r a n d e z a del S e ñ o r ) ; y M a r í a se fía d e q u e
e n el futuro t a m b i é n t o d o será gracia ( H á g a s e e n m í según
tu p a l a b r a ) .

N o t e n e m o s un D i o s solitario, s i n o s o l i d a r i o : q u e ha q u e r i d o
a s o c i a r a los h o m b r e s a su o b r a s a l v a d o r a : M a r í a es la p r i m e r a
asociada . 4

« A q u í está la esclava del Señor, c ú m p l a s e e n m í lo q u e Él q u i e -


re» (Le 1 , 26-38). C o n su d e c i s i ó n libre d e asumir la m a t e r n i d a d d e
Jesús, M a r í a d i c e sí a la obra d e D i o s e n favor d e los h o m b r e s .

L u c a s nos presenta a M a r í a c o m o la perfecta c r e y e n t e ; e n


c o n t r a s t e c o n Z a c a r í a s , q u e d u d a y p i d e garantías y, por su p o c a
fe, se torna m u d o (Le 1 , 19-20), M a r í a es dichosa p o r q u e c r e y ó (Le
1,45).

M a r í a es la q u e a c o g e c o n f i a d a m e n t e la p a l a b r a , q u e la e m -
b a r c a e n u n a tarea misteriosa, q u e la d e s c o n c i e r t a ; se fía d e e l l a ,
a u n q u e n o la c o m p r e n d e totalmente. Es significativo q u e las v e c e s
q u e a p a r e c e M a r í a e n el e v a n g e l i o l u c a n o d e la infancia d e Jesús
está d e s c o n c e r t a d a : e n la a n u n c i a c i ó n está conturbada (Le 1 , 2 9 ) ;
e n la v i s i t a c i ó n p r o c l a m a q u e el Poderoso ha hecho cosas grandes
en ella ( 1 , 49); tras la a d o r a c i ó n d e los pastores, M a r í a , maravillada,
«guardaba todas esas cosas y las c o n s e r v a b a en su c o r a z ó n » (2, 19);
e n la presentación del n i ñ o Jesús en el T e m p l o , M a r í a estaba admi-
rada d e lo q u e S i m e ó n d e c í a d e él ( 2 , 33); al hallar a Jesús, después
d e tres d í a s ' d e b ú s q u e d a angustiosa, e n el T e m p l o entre los d o c t o -
res, M a r í a estaba perpleja (2, 48), sin comprender la respuesta del
H i j o ( 2 , 50). Pero, a n t e tanto d e s c o n c i e r t o , M a r í a n o se d e s a n i m a ,

4
Cf. J . SERVÁIS, «La función de María en la encarnación»: Communio, 3 a

época, año 25 (2003) 47-64.

120
L A ENCARNACIÓN

sino q u e «conservaba cuidadosamente todas estas cosas en el co-


razón ( 2 , 51), para ir a s i m i l a n d o , h a c i é n d o l a suya, esta Palabra.

M a r í a , pues, se a b a n d o n a a la v o l u n t a d del D i o s s i e m p r e m a -
yor, para el q u e n a d a es i m p o s i b l e ; se entrega e n m a n o s d e ese
D i o s q u e ella m i s m a - e n el « M a g n í f i c a t » - l l a m a el « P o d e r o s o » , el
« S a n t o » , el « S e ñ o r d e la grandeza» (y q u e nosotros, hoy, d e n o m i -
n a m o s el « D i o s s i e m p r e m a y o r » ) . S e d e j a r á así llevar l i b r e m e n t e ,
d e s p o j a d a d e sus seguridades -ella n o es m á s q u e la « h u m i l d e e s -
c l a v a » , e n la q u e D i o s se ha f i j a d o - por el D i o s f i e l , c u y a m i s e r i -
c o r d i a llega d e g e n e r a c i ó n e n g e n e r a c i ó n (Le 1 , 49-50).

M a r í a dirá sí al D i o s S a l v a d o r (Le 1 , 4 6 ) y se prestará, h a -


c i e n d o p o s i b l e c o n su m a t e r n i d a d la v e n i d a d e Jesús, a c o l a b o r a r
e n la obra l i b e r a d o r a q u e D i o s q u i e r e e m p r e n d e r e n f a v o r d e los
hombres.

U n a obra q u e consiste e n erradicar el m u n d o c o n s t r u i d o s o -


b r e el n o , sobre la ¡ n s o l i d a r i d a d , la e x p l o t a c i ó n y la injusticia, y
sustituirlo por un m u n d o fraternal y solidario - c o m o M a r í a c a n t a - ,
e n el q u e «el b r a z o d e D i o s i n t e r v i e n e c o n fuerza, desbarata los
p l a n e s d e los arrogantes, derriba del trono a los poderosos y e x a l -
ta a los h u m i l d e s , a los h a m b r i e n t o s los c o l m a d e bienes y a los r i -
c o s los d e s p i d e d e v a c í o » .

V. N u e s t r o sí

C o n t e m p l a n d o - o y e n d o , m i r a n d o , p a l a d e a n d o - los tres síes


a n t e r i o r e s , y a las personas q u e los d i c e n , d e b e r á brotar, d e s d e
nuestro h o n d ó n , t a m b i é n nuestro sí.

I g n a c i o sitúa la c o n t e m p l a c i ó n d e la E n c a r n a c i ó n e n el m a r c o
d e la l l a m a d a del Rey. N o s la p o n e d e l a n t e a nosotros q u e h e m o s
sentido la llamada d e «Christo nuestro Señor, rey eterno, c u y a v o -
luntad es d e conquistar t o d o el m u n d o » [ 9 5 ] ; nos la h a c e c o n s i d e -
rar a nosotros, q u e s o m o s , c o n la a y u d a d e su g r a c i a , d e los q u e
« m á s se querrán affectar y señalar e n t o d o s e r v i c i o d e su rey eter-
n o y S e ñ o r universal» [ 9 7 ] . L o h a c e para q u e esta c o n t e m p l a c i ó n
del sí d e Cristo al m u n d o y al h o m b r e , a r r a n q u e nuestro sí; para
q u e , c o m o M a r í a , d i g a m o s sí a la c a u s a salvadora d e D i o s , q u e es
la c a u s a del H i j o y q u e , s i m u l t á n e a m e n t e , es la c a u s a d e l h o m b r e .

121
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Jesús es el E n v i a d o para llevar esta c a u s a a d e l a n t e . Pero Él es


el E n v i a d o q u e e n v í a . N o s e n v í a m i s e r i c o r d i o s a m e n t e a nosotros.
D i s p o n g á m o n o s e n su c o m p a ñ í a a trabajar e n su c a u s a , c o n Él y
c o m o É l . Y p i d á m o s l e a lo largo d e esta c o n t e m p l a c i ó n fuerza, e n -
trega y c o r a j e «para m á s seguir e imitar al S e ñ o r nuestro, ansí n u e -
vamente encarnado» [109].

Q u e Él nos c o n c e d a la gracia d e sentirnos y ser e n v i a d o s por


Jesús al m u n d o d e h o y . El ser e n v i a d o s por Jesús al m u n d o d e
5

hoy, ¿ q u é s u p o n e ?

1. S u p o n e , e n primer lugar, q u e n u e s t r a v i d a es m i s i ó n .

Jesucristo es el E n v i a d o q u e e n v í a . El E n v i a d o q u e se h i z o c a r -
n e d e nuestra c a r n e para d e c i r sí al m u n d o y e n v í a a los q u e q u i e -
ren seguirle para q u e t a m b i é n e l l o s m i s m o s d i g a n ese sí y lo p r o -
c l a m e n y lo e n s e ñ e n a d e c i r a los d e m á s .

P r e g u n t é m o n o s c o n s e r i e d a d si o c u r r e esto e n nuestras v i d a s ;
si v i v i m o s nuestra v i d a c o m o m i s i ó n , c o m o c o n t i n u o e n v í o a los
h o m b r e s nuestros h e r m a n o s . S i , por tanto, v i v i m o s nuestra v i d a c o -
m o n o nuestra, c o m o u n a v i d a para los d e m á s . Si la g a s t a m o s , la
« p e r d e m o s » - d i r á el E v a n g e l i o - , p r e c i s a m e n t e para g a n a r l a e n
Cristo.

2. Ser e n v i a d o s por Jesús al m u n d o d e h o y s u p o n e , e n s e -


g u n d o lugar, m i r a r a l m u n d o c o n la m i s m a m i r a d a d e a m o r c o n
q u e D i o s lo m i r a .

M i r a r al m u n d o a s í - c o n ojos c o r d i a l e s , q u e e m p a l m a n c o n el
c o r a z ó n d e D i o s - es v i t a l . P o r q u e e n la e v a n g e l i z a c i ó n del m u n -
d o m o d e r n o p u e d e n darse actitudes p r e v i a s d e simpatía o a n t i p a -
tía q u e v a n a c o n d i c i o n a r las p o s i b i l i d a d e s d e esa m i s m a e v a n g e -
lización. Debemos partir h a c i a la m i s i ó n c o n una actitud de
s i m p a t í a (Sim-patía significa c o m - p a d e c e d o r a , c o m - p a s i v a ) . Por
dos m o t i v o s :

1) p o r q u e éste es el m u n d o d e D i o s , el ú n i c o q u e existe;
a q u é l al q u e D i o s a m a y por el c u a l v i v i ó y m u r i ó el S e -
ñor. ¿ C ó m o n o a m a r l o al m o d o d e D i o s ? ;

5
U n a ampliación de este tema puede verse en la charla «El rostro de la
fe hoy».

122
L A ENCARNACIÓN

2) y p o r q u e s ó l o el a m o r y la sim-patía son c a p a c e s d e d e s -
c u b r i r lo q u e d e b u e n o existe y a e n este m u n d o , las « s e -
m i n a V e r b i » - l a s s e m i l l a s del V e r b o , d e las q u e h a b l a b a n
los S a n t o s Padres-. D e c í a n los a n t i g u o s : « U b i amor, ibi
o c u l u s » , d o n d e está el a m o r está el o j o , la vista. L i b r e -
m e n t e lo p o d r í a m o s t r a d u c i r así: S ó l o se v e b i e n c o n el
c o r a z ó n . Esa m i r a d a d e simpatía es la q u e tenía el V a t i c a -
n o II c u a n d o se dirigió al m u n d o ; y así lo expresó Pablo V I ,
e n el m o m e n t o d e su c l a u s u r a : « L a antigua historia del sa-
m a r i t a n o ha sido la p a u t a d e la e s p i r i t u a l i d a d d e l C o n c i -
lio: una simpatía i n m e n s a lo ha p e n e t r a d o t o d o » . 6

M i r a r al m u n d o c o n la m i r a d a s i m p á t i c a , compadecedora,
c o m p a s i v a d e D i o s es v i t a l . ¿ T e n e m o s nosotros esa m i r a d a d e a m o r
y esas entrañas d e m i s e r i c o r d i a ? S o n las q u e tenía Cristo. S o n m i -
radas q u e e m p i e z a n por los ojos y a c a b a n e n el c o r a z ó n . R e c o r -
d e m o s u n a d e ellas - l a narra M e 8, 2 ; 6, 3 4 : al c o n t e m p l a r c o n
a m o r las n e c e s i d a d e s d e las gentes, una multitud q u e a n d a b a c o -
m o o v e j a s sin pastor, el c o r a z ó n a Cristo se le estrujaba, las entra-
ñas se le d e r r e t í a n ; era una « m i r a d a m a t e r n a l » . ¿ S o n así nuestras
miradas al m u n d o ?

El a m o r - d i c e S a n P a b l o - n o se c o n g e l a , «es p a c i e n t e , es a f a -
b l e , n o se exaspera, ni lleva c u e n t a s del m a l ... D i s c u l p a s i e m p r e ,
se fía s i e m p r e , espera s i e m p r e , a g u a n t a s i e m p r e . El a m o r n o falla
n u n c a » (1 C o r 1 3 , 1-8). C o n ese a m o r fiel, i n c a n s a b l e , e s p e r a n z a -
d o m i r a n el Padre y Cristo al m u n d o . ¿ L o m i r a m o s nosotros t a m -
b i é n así? ¿ N o es v e r d a d q u e nos c a n s a m o s , nos d e s a l e n t a m o s , nos
e n d u r e c e m o s , nos i m p a c i e n t a m o s ? La a s p e r e z a del m u n d o , la i n -
justicia, el e g o í s m o h u m a n o s . . . nos d e s a n i m a n ; tal v e z se nos c o n -
t a g i a n . . . y c e d e m o s . Y ese a m o r q u e n u n c a tendría q u e fallar, falla
e n nosotros.

Pero si n o m i r a m o s al m u n d o y al h o m b r e c o n ojos d e Cristo


- c o n esa m i r a d a d e simpatía-, a c a b a r e m o s por n o a m a r l o y, por lo
tanto, s e r e m o s c o m o e n v i a d o s insípidos, tan inútiles c o m o la sal
sin sabor. D e a q u í v i e n e la n e c e s i d a d d e identificarnos c o n Cristo,

6
Sobre esta actitud de simpatía cf. J . A . G A R C Í A , «Evangelización y c u l -
tura en la España actual»: Sal Terrae 77 (1989/1) 71 -87, especialmente p. 8 1 ; en
esas páginas me inspiro.

123
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

de profundizar en ese « c o n o c i m i e n t o interno» del Señor q u e por


nosotros se ha h e c h o h o m b r e , para m i r a r s i e m p r e c o m o Él m i r a b a :
c o n esa m i r a d a infatigable q u e e m p i e z a e n los ojos y a c a b a e n las
entrañas.

4. F i n a l m e n t e , la g r a c i a d e ser e n v i a d o s por J e s ú s al m u n d o
d e h o y significa e n c a r n a r s e c o m o J e s ú s . 7

S ó l o se s a l v a a q u e l l o q u e se e n c a r n a . N o h a y s a l v a c i ó n d e s -
d e a r r i b a . L o q u e s a l v a m o s , lo s a l v a m o s p o r q u e nos e n c a r n a m o s
e n e l l o . Esto lo sabía el P. A r r u p e ; por eso d e c í a : « M i s i ó n y e n c a r -
n a c i ó n son i n s e p a r a b l e s , es decir, la m i s i ó n e n t r a ñ a el h a c e r p r o -
pia, lo m á s p o s i b l e , la r e a l i d a d d e l h o m b r e q u e ha d e s a l v a r » . E s -
to c o n l l e v a q u e :

a) N u e s t r a e n c a r n a c i ó n ha d e ser c o m o la d e J e s ú s , q u i e n v a -
c i á n d o s e «se d e s p o j ó d e su rango y t o m ó la c o n d i c i ó n d e e s c l a v o
(siervo), h a c i é n d o s e u n o d e tantos» (Fil 2, 7).

T a m b i é n nosotros, m e d i a n t e e l d e s p o j a m i e n t o q u e c o n l l e v a
t o d o s e r v i c i o , d e b e m o s h a c e r n o s , sin p r i v i l e g i o s y sin d i s t a n c i a s ,
u n o d e t a n t o s . . . y e n c a r n a r n o s , c o n s i n t o n í a y s o l i d a r i d a d , e n el
m u n d o d e los d e « a b a j o » .

7
J . S O B R I N O , o. c , pp. 571-572: «Ser cristiano es rehacer la estructura
de la vida de Jesús ... El primer paso en el seguimiento de Jesús es la encarnación:
si Cristo se hizo carne, el cristiano tiene que hacerse carne... Encarnación es una
opción por aquella realidad material que por su naturaleza tiene mayor c a p a c i -
dad de humanización. H a y un estar en el mundo q u e por su naturaleza deshu-
maniza y empecata: el mundo d e la riqueza, poder y halago, el mundo d e arri-
ba. Y hay un estar en el mundo que por su naturaleza humaniza: el mundo de la
pobreza, el mundo de abajo. Este mundo no debe ser bendecido ni idealizado;
por el contrario, hay que luchar decididamente contra su pobreza. Pero, por lo
que toca a la encarnación, hay q u e luchar contra este mundo desde ese mundo;
y en ese mundo se encuentra también lo que Puebla llama potencial evangeliza-
dor de los pobres que humaniza y cristianiza a quienes se abajan a é l . M u y bien
lo intuyó San Ignacio con su célebre meditación de las dos banderas: en el m u n -
do d e la riqueza existe una dinámica q u e lleva a todos los males, en el mundo de
la pobreza asumida existe una dinámica que lleva a todos los bienes ... Encarna-
ción es opción; y es también conversión primigenia en el modo de ver el mundo
y de evaluarlo. Para los que ya están en el debajo de la historia se necesita c o n -
versión para asumir conscientemente su realidad y potenciar las posibilidades de
verdad, de humanización y de esperanza que conlleva. Para quienes están en el
arriba d e la historia, la exigencia de conversión es obvia: encarnación es abaja-
miento, empobrecimiento y despojo».

124
L A ENCARNACIÓN

b) E n c a r n a c i ó n significa - c o m o e x p l i c a la Caudium et Spes-


h a c e r n u e s t r o s , v e r d a d e r a m e n t e nuestros, los p r o b l e m a s d e los
hombres de nuestro tiempo.

Y h a c e r l o s nuestros n o significa s o l a m e n t e d e j a r s e g o l p e a r y
s a c u d i r por esos p r o b l e m a s , sino salirles al paso. Y para salirles al
paso, r e c o r d e m o s q u e c o n t a m o s c o n la « i m a g i n a c i ó n d e J e s ú s » ,
c o n el Espíritu . Nuestra e n c a r n a c i ó n n o ha d e ser pasiva, sino
8

creativa, c o n t i n u a m e n t e r e n o v a d a .

E n c a r n a r s e e n nuestro m u n d o e x i g e , pues, reflexión y estudio


serio d e las n e c e s i d a d e s del h o m b r e , olfato y sentido d e la a n t i c i -
p a c i ó n a n t e los n u e v o s retos, i m a g i n a c i ó n , riesgo a s u m i d o , n e g o -
c i a r c o n los talentos y n o guardarlos c ó m o d a m e n t e b a j o tierra.

E n c a r n é m o n o s , p u e s , e n este m u n d o - a s u m i e n d o sus u r g e n -
c i a s - para enseñar e n él al h o m b r e q u e es hijo del Padre ( q u e le ha
d i c h o sí) y h e r m a n o d e Cristo ( q u e le ha d i c h o sí).

Cf. la charla sobre «El Espíritu, memoria e imaginación de Jesús».

125
8
EN TORNO A LOS ICONOS DEL NACIMIENTO Y
DE LA INFANCIA DE JESÚS

Preámbulo

1. I g n a c i o t u v o gran d e v o c i ó n al N a c i m i e n t o . S e preparó d u -
rante 18 meses para c e l e b r a r la Primera M i s a e n «la c a p i -
lla del pesebre» d e Santa M a r í a la M a y o r , e n 1 5 3 8 . Para
I g n a c i o el « D i o s s i e m p r e m a y o r » ( « a d m a i o r e m D e i glo-
riam») es s i m u l t á n e a m e n t e el « D i o s s i e m p r e m e n o r » , p o -
bre y h u m i l l a d o .

2. La v e n e r a c i ó n d e I g n a c i o por la h u m a n i d a d d e Cristo y su
a d m i r a c i ó n filial por M a r í a se reflejan e n la c o n t e m p l a -
c i ó n q u e nos presenta del N a c i m i e n t o . Es una c o n t e m -
p l a c i ó n m u y c u i d a d a , descrita c o n c a r i ñ o ; pero no nos
o f r e c e una e s c e n a idílica. N o es el sentimiento d e ternura
lo q u e p r e d o m i n a e n el texto ¡ g n a c i a n o ( a u n q u e t a m p o c o
falta: « h a c e r s e e s c l a v i t o i n d i g n o . . . » , «servirles e n sus n e -
c e s i d a d e s . . . » ) ; sino q u e lo q u e i m p r e s i o n a a I g n a c i o d e
este misterio es el a n o n a d a m i e n t o d e D i o s : el D i o s q u e se
a b a j a . I g n a c i o nos h a c e c o n t e m p l a r un triple a n o n a d a -
m i e n t o : D i o s se h a c e c a r n e , e n s u m a p o b r e z a , e n el p e s e -
bre ya presiente I g n a c i o la s o m b r a d e la c r u z . ( C o m o afir-

127
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

m a el P. K o l v e n b a c h : el c a m i n o d e N a z a r e t a B e l é n es, p a -
ra I g n a c i o , s í m b o l o d e la p e r e g r i n a c i ó n q u e lleva a la c r u z
[112,116]).

3. Los sentimientos q u e q u i e r e suscitarnos s o n :

- la adoración: «con todo acatamiento y reverencia p o -


sibles» [ 1 1 4 ] . (Ignacio repite c u a t r o v e c e s el verbo
«adorar» e n el pasaje d e los M a g o s [267].)

- el servicio: « h a c i é n d o s e un p o b r e c i t o y e s c l a v i t o i n -
d i g n o » . . . « s i r v i é n d o l o s e n sus n e c e s i d a d e s » [ 1 1 4 ] .

4. V a m o s a c o n t e m p l a r las figuras del n a c i m e n t o y d e la i n -


f a n c i a del S e ñ o r c o m o i c o n o s . Los ¡ c o n o s - a s í los d e f i n e n
los d i c c i o n a r i o s - son i m á g e n e s portátiles q u e tienen a l g u -
na s e m e j a n z a c o n el o b j e t o q u e r e p r e s e n t a n . Tratan d e
suscitar c o n un m í n i m o d e rasgos un m á x i m o d e p r e s e n -
c i a . La m a g i a d e los ¡conos es q u e n o sólo los m i r a m o s , s i -
no q u e e l l o s nos m i r a n . « S e r m i r a d o s » es e x a c t a m e n t e el
sentido ¡ c ó n i c o » \

A l c o n t e m p l a r l o s , los ¡conos nos invitan a h a c e r un d o b l e m o -


v i m i e n t o . Por un l a d o , c o m o i m á g e n e s nos d i r i g e n h a c i a la r e a l i -
d a d y personas q u e s i m b o l i z a n y q u e q u i e r e n h a c e r n o s llegar. D e
esta f o r m a , nos i n c i t a n a p r e g u n t a r n o s : ¿ q u é significan? ¿ q u é r e a -
l i d a d q u i e r e n h a c e r m e palpar? Por otro lado, e n c u a n t o nos m i r a n
y e n c u a n t o portátiles, nos invitan a q u e nos d e j e m o s mirar y a q u e
las l l e v e m o s c o n nosotros - a l m e n o s , e s p i r i t u a l m e n t e - c o m o u n
objeto q u e nos a c o m p a ñ a h a b i t u a l m e n t e . Y así nos impulsan a p r e -
guntarnos: esa r e a l i d a d , ¿ q u é m e d i c e al m i r a r m e ? , ¿forma parte d e
mi v i d a ? , ¿ h a g o m í o lo q u e c o n t i n u a m e n t e m e r e c u e r d a el i c o n o ?

Por tanto, e n u n p r i m e r m o m e n t o , los i c o n o s , e n u n v i a j e d e


ida, n o l a n z a n hacia afuera: nos h a c e n m i r a r l o s y p r e g u n t a r n o s :
¿ q u é m e q u i e r e n decir?, ¿ q u é r e a l i d a d m e están sugiriendo?, ¿ q u é
m e n s a j e m e p r o p o n e n ? Pero, e n un s e g u n d o m o m e n t o , ese m o v i -
m i e n t o , e n un v i a j e d e v u e l t a , se torna hacia adentro: ¿ c ó m o por-

1
P. H . K O L V E N B C H , «Imágenes e imaginación en los Ejercicios Espiri-
tuales» e n : Decir... al «Indecible». Estudios sobre los Ejercicios Espirituales de
San Ignacio, Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 1999, pp. 59-60.

128
E N TORNO A LOS ICONOS DEL NACIMIENTO Y DE LA INFANCIA DE JESÚS

tar s i e m p r e c o n m i g o lo q u e m e q u i e r e n d e c i r c o n su m i r a d a ? , ¿ c ó -
m o dar entrada e n mi c o r a z ó n a e s e r e c u e r d o portátil?, ¿ c ó m o h a -
cerlo mío habitualmente?

V a l e la p e n a q u e los c o n t e m p l e m o s d e s p a c i o , d e j á n d o n o s l l e -
v a r por ese d o b l e m o v i m i e n t o al q u e t o d o i c o n o invita. D e m o d o
q u e v a y a m o s d e s d e nuestro c o r a z ó n h a c i a la r e a l i d a d y las p e r s o -
nas q u e nos p o n e n d e l a n t e y v e a m o s , o i g a m o s , m i r e m o s lo q u e d i -
c e n y h a c e n ; para, luego, e n un v i a j e d e v u e l t a h a c i a nuestro c o r a -
z ó n , dejar q u e éste se i m p r e g n e a g r a d e c i d a m e n t e d e las actitudes,
v a l o r e s y sentimientos q u e le transmiten y se a n i m e a c o n v e r t i r l o s
e n r e c u e r d o s portátiles q u e le a c o m p a ñ e n s i e m p r e .

Pero tanto para q u e el viaje hacia fuera c o m o para q u e el viaje


h a c i a adentro sean fructíferos necesitaremos la a y u d a del Espíritu
( « m e m o r i a » d e Jesús); necesitaremos su luz para q u e nuestros ojos
se « h a g a n presentes» y c a p t e n el mensaje d e estos iconos q u e se
c r u z a n c o n nuestra v i d a ; precisaremos t a m b i é n d e la gracia d e D i o s
para q u e este mensaje arraigue (se «refleje») e n nuestro c o r a z ó n y lo
transforme. Esa transformación siempre será regalo del Señor.

5. H a y unos rasgos c o m u n e s a todas las personas q u e rodean


el n a c i m i e n t o y la i n f a n c i a d e Jesús y q u e d e b e m o s pedir
para q u e t a m b i é n se h a g a n nuestros:

- t o d o s t i e n e n la v a l e n t í a (pues no seguir los p r o p i o s


p r o y e c t o s r e q u i e r e o s a d í a ) d e d e j a r s e llevar h a c i a el
S e ñ o r : o s i e n d o d ó c i l e s al Espíritu, q u e les i m p u l s a , o
a través d e m e d i a c i o n e s : ya sean á n g e l e s o estrellas;

- todos r e c o n o c e n y a d o r a n a un « D i o s s i e m p r e m e n o r »
-sin e s c a n d a l i z a r s e - : « p o b r e y p e q u e ñ o » , «solidario
c o n lo d é b i l » .

- e n la a d o r a c i ó n y s e r v i c i o al S e ñ o r ( p e q u e ñ o y e m p e -
q u e ñ e c i d o ) t o d o s e x p e r i m e n t a n alegría y se sienten
confortados.

R e p a s o los i c o n o s

R e p a s e m o s , por t a n t o , estos i c o n o s c o n u n a a c t i t u d o r a n t e ,
s e n c i l l a y c o n deseos d e a p r e n d e r : « c o m o si presente m e hallase»

129
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

y « h a c i é n d o m e un p o b r e c i t o y esclavito i n d i g n o » , r e c o m i e n d a S a n
I g n a c i o : ¿ q u é v e m o s e n ellos?, ¿ q u é nos d i c e n ? , ¿ q u é d e b e p o s a r -
se d e ellos e n nuestro c o r a z ó n ?

EL N I Ñ O

V e a m o s e n El a un D i o s n a c i d o e n s u m a p o b r e z a , q u e n o ha
e n c o n t r a d o para n a c e r sitio e n la p o s a d a , d e s p o s e í d o d e p o d e r y
p o s e í d o d e a m o r : d e a m o r solidario c o n lo d é b i l . Ese N i ñ o r o m p e
nuestros e s q u e m a s sobre D i o s . Los ángeles lo a n u n c i a n c o m o S a l -
vador, M e s í a s y S e ñ o r ; p e r o las señales para r e c o n o c e r l o s o n : es u n
n i ñ o , n a c e e n un p e s e b r e , está e n v u e l t o e n p a ñ a l e s .

P e n s e m o s lo q u e esto significa:

• El Salvadores in-fans, infante, el q u e n o h a b l a ni p u e d e


hablar; ¡la Palabra d e D i o s salvadora se a n o n a d a , se q u e -
da m u d a por nosotros, a u n q u e nos grita d e s d e su s i l e n c i o ,
d e s d e el v o l u n t a r i o e m p e q u e ñ e c i m i e n t o d e l ú n i c o A b s o -
luto, q u e v i e n e a salvarnos d e s d e la d e b i l i d a d del a m o r !

• El Mesías, c u y o triunfo g l o r i o s o es e s p e r a d o , c a m b i a su
t r o n o por un p e s e b r e : para d e c i r n o s q u e e n ese a b a j a -
m i e n t o se c u m p l e n todas las p r o m e s a s a n u n c i a d a s : v i e n e
c o n gloria, sí, p e r o la gloria es para El - c o m o r e c a l c a el
c u a r t o e v a n g e l i o - a s u m i r nuestra frágil c o n d i c i ó n h u m a -
na; y el ser g l o r i f i c a d o es ser l e v a n t a d o e n el m a d e r o d e la
c r u z - q u e se atisba ya e n el p e s e b r e - , para manifestar así
la s o l i d a r i d a d d e D i o s c o n nosotros.

• El Señor poderoso y dominador no v i e n e arropado en j o -


yas y lujos, s i n o e n v u e l t o e n m o d e s t o s p a ñ o s , c o m o u n
bultito d e c a r n e , m a n e j a b l e d e b r a z o e n b r a z o , v u l n e r a b l e
y d i s p o n i b l e , para d e c i r n o s d e s d e el p r i n c i p i o lo q u e , l u e -
g o , d u r a n t e su v i d a , q u e d a r á c l a r o : q u e reinar para Él es
servir, p o n e r s e a d i s p o s i c i ó n d e los d e m á s , y d o m i n a r es
a m a r y lavar los pies.

• Y así, d e s c u b r i m o s s o b r e c o g i d o s q u e el « D i o s s i e m p r e
m a y o r » es, s i m u l t á n e a m e n t e , el « D i o s s i e m p r e m e n o r » .

130
E N TORNO A LOS ICONOS DEL NACIMIENTO Y DE LA INFANCIA DE JESÚS

V e a m o s e n Él la entrega i n c o n d i c i o n a l d e D i o s a nosotros.
Él a c a m p a e n nuestro m u n d o : es E m m a n u e l , D i o s c o n n o -
sotros, c a r n e d e nuestra c a r n e . Esto nos h a c e e x c l a m a r :
¡ Q u é g r a n d e y q u é p e q u e ñ o es nuestro D i o s ! P o r q u e es
g r a n d e se h a c e p e q u e ñ o ; p o r q u e se h a c e p e q u e ñ o es
g r a n d e . ( ¡ Q u é g r a n d e z a d e c o r a z ó n se r e q u i e r e para h a -
c e r s e p e q u e ñ o y c e r c a n o c o n los p e q u e ñ o s , y ser d e este
m o d o h e r m a n o nuestro!)

- En el v i a j e d e v u e l t a d e s d e este i c o n o hasta nuestro c o r a -


z ó n , p i d a m o s a s o m b r a d o s , d e s d e la a d o r a c i ó n , q u e el N i -
ñ o nos e n s e ñ e a h a c e r d e nuestras v i d a s u n a entrega d e
a m o r s o l i d a r i o c o n lo d é b i l , sin m i e d o a e m p e q u e ñ e c e r -
nos, y a e n c a r n a r n o s d e la d e t e r m i n a d a m a n e r a e n q u e Él
lo ha h e c h o : t o m a n d o p a r t i d o por el m u n d o d e los d e
a b a j o , por los q u e n o t i e n e n sitio e n las p o s a d a s .

MARÍA

El N i ñ o es fruto d e su «sí», d e su fiarse d e la Palabra d e D i o s ,


q u e tantas v e c e s , sin d e s a n i m a r l a , la s o b r e p a s ó . Por eso es m o d e -
lo d e creyentes: « ¡ D i c h o s a tú q u e has c r e í d o ! » , e x c l a m a r á su prima
Isabel: es el m a y o r p i r o p o q u e M a r í a r e c i b e . D e ella, q u e le a m a -
manta, a c u n a y a c a r i c i a , e m p i e z a a a p r e n d e r Jesús la ternura d e la
m a d r e , para p o d e r d e s p u é s h a b l a r n o s d e D i o s c o m o d e u n Padre
c o n rasgos maternales. ¿ Q u é sentiría M a r í a e n esos m o m e n t o s p r i -
merizos e n los q u e a b r a z a b a a una criatura q u e era hijo s u y o e H i -
j o del A l t í s i m o ? M a r í a es, t a m b i é n , la gran r e c o r d a d o r a : «guardaba
t o d a s estas c o s a s e n su c o r a z ó n » , para ir a s i m i l á n d o l a s , sin q u e
n i n g u n a d e ellas se perdiera.

- En el v i a j e d e v u e l t a d e s d e este i c o n o hasta nuestro c o r a -


z ó n , p i d a m o s q u e M a r í a nos e n s e ñ e a decir sí; a fiarnos d e
una Palabra q u e , m u c h a s v e c e s , nos d e s c o n c i e r t a ; a c u l t i -
var la ternura e n nuestro m u n d o d u r o y nada tierno; a tener
«recuerdos salvadores» a lo largo d e nuestra v i d a , a los q u e
recurramos e n m o m e n t o s oscuros.

131
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

JOSÉ

Es un h o m b r e justo. T a m b i é n él se fía d e la palabra d e D i o s y


n o a b a n d o n a a M a r i a , a pesar d e sus d u d a s . D e este m o d o , c o n su
a c e p t a c i ó n , h i z o p o s i b l e q u e Jesús - c u m p l i é n d o s e las E s c r i t u r a s -
fuese d e la estirpe d e D a v i d . C o n t a n d o s i e m p r e c o n la v o l u n t a d d e
D i o s y e n d i á l o g o c o n Él - e s o es lo q u e significan los sueños e n los
q u e el S e ñ o r le h a b l a - , s u p o s a c a r a d e l a n t e a su f a m i l i a e n m o -
mentos difíciles - p u e s J o s é s i e m p r e a p a r e c e e n el E v a n g e l i o e n s i -
t u a c i o n e s dificultosas q u e s a b e resolver-. Es el h o m b r e q u e a c e p t a
v i v i r una v i d a sin p r o t a g o n i s m o s : su m i s i ó n es c r e a r u n hogar e n el
q u e D i o s c r e z c a . En él se c u m p l e la p a l a b r a d e J u a n el Bautista:
« C o n v i e n e q u e Él c r e z c a y q u e y o d i s m i n u y a » . D e él a p r e n d i ó J e -
sús el v a l o r del trabajo. D e él a p r e n d i ó t a m b i é n lo q u e p u e d e ser el
c o r a j e y la s o l i c i t u d d e u n p a d r e para p o d e r h a b l a r d e s p u é s d e l
D i o s paternal q u e a p a r e c e e n sus p a r á b o l a s . ¿ C ó m o h a b l a r í a J o s é
c o n M a r í a del r e c i é n n a c i d o ?

- En el v i a j e d e v u e l t a d e s d e este ¡ c o n o hasta nuestro c o r a -


z ó n , p i d a m o s q u e J o s é nos e n s e ñ e la f i d e l i d a d h u m i l d e y
sin p r o t a g o n i s m o s , para c u m p l i r nuestro p a p e l e n la v i d a ,
q u e nos p u e d e p a r e c e r sin r e l i e v e , p e r o s i e m p r e t i e n e u n
sentido; y nos i m b u y a el d e s e o d e crear, a u n q u e haya q u e
superar o b s t á c u l o s - q u e requerirán un discernimiento
orante-, e s p a c i o s e n los q u e D i o s p u e d a c r e c e r e n nuestro
m u n d o . Q u e é l , q u e e n s e ñ ó el trabajo h u m a n o a D i o s ,
nos e n s e ñ e a valorar el trabajo.

LOS PASTORES

El e v a n g e l i s t a L u c a s relata el n a c i m i e n t o s u b r a y a n d o c o n v i -
gor las p a r a d o j a s . N o s ha h a b l a d o c o n rasgos d e s c o n c e r t a n t e s d e
c ó m o hay q u e e n t e n d e r q u e el r e c i é n n a c i d o es el Salvador, el M e -
sías, el S e ñ o r ; y, a diferencia del e v a n g e l i o d e M a t e o , q u e da la p r i -
m a c í a a la d i m e n s i ó n universal d e l n a c i m i e n t o c o n la a d o r a c i ó n
d e los m a g o s p a g a n o s , L u c a s p o n e d e r e l i e v e su r e v e l a c i ó n a los
m a r g i n a d o s : la d i m e n s i ó n c o n - d e s c e n d i e n t e d e D i o s .

132
E N TORNO A LOS ICONOS DEL NACIMIENTO Y DE LA INFANCIA DE JESÚS

Los pastores - q u e n o g o z a b a n d e d e r e c h o s c i v i l e s e n t i e m p o s
d e Jesús e ignoraban la L e y - eran parias y v i v í a n e n la i m p u r e z a r e -
ligiosa; estaban m a r g i n a d o s d e la s o c i e d a d y m a n t e n i d o s a l e j a d o s
d e D i o s . P u e s b i e n , es a los pastores, los m a r g i n a d o s , a q u i e n e s va
destinada p r i m o r d i a l m e n t e la B u e n a N o t i c i a q u e a n u n c i a el á n g e l .
Ellos son los s e n c i l l o s , los p o b r e s , los « p e q u e ñ o s » , d e los q u e t a n -
to h a b l ó más tarde Jesús. El n a c i m i e n t o d e Jesús es « b u e n a noticia»
para los q u e p a r e c í a n n o tener futuro: los últimos son los primeros.

Ellos estrenan la alegría del n a c i m i e n t o , p o r q u e el A m o r a c u -


d e s i e m p r e e n primer lugar a las v í c t i m a s del desamor. D e ellos d i -
j o Jesús, para resaltar la c e r c a n í a d e D i o s d e q u e g o z a b a n , q u e sus
á n g e l e s v e n el rostro d e D i o s . Y d i o gracias al Padre por h a b e r r e -
v e l a d o a los « p e q u e ñ o s » el misterio d e su a m o r solidario. Esos p a s -
tores, c o m o t i e n e n u n « c o r a z ó n d e p o b r e » , d e « p e q u e ñ o » , n o se
d e s c o n c i e r t a n por e n c o n t r a r a un D i o s e n u n p e s e b r e y e n t r e p a -
ñ a l e s - p r o b a b l e m e n t e , sí se h u b i e r a n asustado y a c o m p l e j a d o si
h u b i e r a n t e n i d o q u e a c u d i r a u n p a l a c i o - ; y a ese D i o s , c e r c a n o ,
« d e los s u y o s » , p e q u e ñ o y e m p e q u e ñ e c i d o le a d o r a r o n y c o n g e -
nerosa s e n c i l l e z le o f r e c i e r o n lo q u e t e n í a n .

- En el v i a j e d e v u e l t a d e s d e este i c o n o hasta nuestro c o r a -


z ó n , p i d a m o s q u e los pastores nos e n s e ñ e n a r e c o n o c e r a
D i o s e n lo d é b i l y a ver e n los pobres el a m o r preferencial
d e D i o s tal c o m o e l l o s lo s i n t i e r o n . Q u e e l l o s nos c o n t a -
g i e n su « c o r a z ó n d e p o b r e » . Y q u e a p r e n d a m o s d e ellos a
dar lo q u e t e n e m o s .

LOS MACOS

« B u s c a d y h a l l a r é i s » , d i j o m u c h a s v e c e s el Señor, d u r a n t e su
v i d a . Los M a g o s s o n u n o s b u s c a d o r e s , q u e n o se d e s a n i m a n si la
estrella q u e siguen se o s c u r e c e a l g u n a v e z . Los M a g o s , q u e v i e n e n
d e tierras d e fuera d e Israel, nos i n d i c a n , t a m b i é n , q u e J e s ú s , al
q u e b u s c a n , es la L u z y la S a l v a c i ó n para t o d o s los h o m b r e s . L o
e n c u e n t r a n , lo a d o r a n - y así, n o s ó l o o f r e c e n d o n e s , s i n o q u e se
o f r e c e n - , y, t r a n s f o r m a d o s por e s e e n c u e n t r o , « e m p r e n d e n otro
camino».

133
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

- En el v i a j e d e vuelta d e s d e estos ¡conos hasta nuestro c o r a -


z ó n , p i d a m o s q u e los M a g o s nos enseñen a ser buscadores,
soñadores (de «sueños diurnos») y «perseguidores d e estre-
llas». En nuestra s o c i e d a d mercantil, c a l c u l a d o r a , prosaica,
n e c e s i t a m o s ser s o ñ a d o r e s , tener - c o m o llamaba Ernst
B l o c h a las u t o p í a s - «sueños d i u r n o s » , sueños e ideales
- c o m o los del R e i n o - portadores d e esperanza para todos.
A p r e n d a m o s d e los M a g o s a no desfallecer e n nuestro e m -
p e ñ o d e mostrar a Jesús c o m o Luz para toda v i d a h u m a n a .
Y p i d a m o s q u e el e n c u e n t r o adorador nos transforme y e m -
p r e n d a m o s r e n o v a d o s otro c a m i n o m e j o r q u e el s e g u i d o
hasta ahora.

SIMEÓN Y ANA

Los dos p e r t e n e c e n al g r u p o d e los « a n a w i n » (los «pobres d e


Y a h v é » , e n c o r v a d o s a n t e el Señor, e n c u y a s m a n o s se p o n e n ) , d e
los q u e está h a b i t a d a la i n f a n c i a d e Jesús tal c o m o la narra L u c a s
- a d i f e r e n c i a del t a l a n t e d r a m á t i c o q u e c o b r a e n el e v a n g e l i o d e
M a t e o - . T o d o lo esperan d e D i o s , y por eso n u n c a h a n p e r d i d o la
2

e s p e r a n z a d e q u e c u m p l i r á sus p r o m e s a s . Estos d o s a n c i a n o s se
d e j a n llevar, g o z o s a m e n t e , por el Espíritu; por e s o p o s e e n una fina
sensibilidad para descubrir a D i o s e n lo n u e v o : lo d e s c u b r e n n o e n
un c o n t e m p o r á n e o , sino e n un « e x t e m p o r á n e o » , e n un n i ñ o .

- En el v i a j e d e v u e l t a d e s d e estos ¡ c o n o s hasta nuestro c o -


r a z ó n , p i d a m o s q u e nos e n s e ñ e n a tener «olfato» y «vista»
para captar el p a s o d e D i o s e n nuestras v i d a s y e n nuestro
m u n d o , a u n q u e a v e c e s se presente e x t e m p o r á n e a m e n t e .
La Iglesia, c a d a d í a , al fin d e la j o r n a d a , e n el rezo d e
C o m p l e t a s , nos r e c u e r d a el h i m n o q u e e n t o n ó S i m e ó n :
« A h o r a , Señor, d e s p i d e s a tu siervo e n p a z , p o r q u e mis
ojos h a n visto al S a l v a d o r » (Le 2 , 2 9 ) ; y lo h a c e para q u e
nos e x a m i n e m o s c a d a d í a , antes d e irnos a descansar, d e

2
Cf. R. E. B R O W N , El nacimiento del Mesías. Comentario a los relatos de
la infancia, Cristiandad, Madrid 1982; C h . PERROT, Los relatos de la infancia de
Jesús, Cuadernos bíblicos, n° 18, Verbo Divino, Estella (Navarra) 8 edic. 1997. a

134
E N TORNO A LOS ICONOS DEL NACIMIENTO Y DE LA INFANCIA DE JESÚS

si h e m o s estado atentos y h e m o s visto el p a s o del S a l v a -


dor, d u r a n t e el día. Q u e S i m e ó n y A n a nos e n s e ñ e n a v i v i r
d e v e r d a d y c o n su i m b a t i b l e e s p e r a n z a q u e D i o s es Em-
m a n u e l y está c a d a día c o n nosotros; por eso p o d e m o s r e -
c o n o c e r l o e n nuestra c o t i d i a n i d a d .

HERODES

Es el s í m b o l o d e los p o d e r o s o s q u e se enfrentan c o n el « D i o s
d é b i l » . El d e s e o d e un p o d e r o s o - e l e m p e r a d o r r o m a n o , A u g u s t o -
d e m e d i r su i m p e r i o , o r g a n i z a n d o un c e n s o , o b l i g a a u n a f a m i l i a
p o b r e , z a r a n d e a d a , a e m p r e n d e r un v i a j e d i f í c i l ; pero, c u a n d o l l e -
gó el m o m e n t o del parto, « n o e n c o n t r a r o n sitio e n la p o s a d a » (Le
2, 7). La e n v i d i a d e otro p o d e r o s o y el t e m o r a perder su p o d e r
- « H e r o d e s se sobresaltó» ( M t 2,3) y « m o n t ó e n c ó l e r a » ( M t 2 , 1 6 ) -
o b l i g a r á a M a r í a , J o s é y al n i ñ o a huir p r e c i p i t a d a m e n t e a Egipto.
La i n c o m o d i d a d , el riesgo, la p e r s e c u c i ó n , es decir, la s o m b r a d e
la C r u z , p l a n e a sobre Jesús d e s d e su m i s m o n a c i m i e n t o .

- En el v i a j e d e v u e l t a d e s d e este ¡ c o n o hasta nuestro c o r a -


z ó n , p i d a m o s q u e este p r e l i m i n a r e n f r e n t a m i e n t o d e Jesús
c o n el « m u n d o y sus v a l o r e s » nos e n s e ñ e - c o m o I g n a c i o
nos d i c e [ 1 1 6 ] - a «mirar y c o n s i d e r a r . . . c ó m o el S e ñ o r sea
n a c i d o e n s u m a p o b r e z a , y al c a b o d e tantos trabajos, d e
h a m b r e , d e s e d , d e c a l o r y d e frío, d e injurias y afrentas,
va a morir e n la c r u z : y t o d o esto por m í » . Q u e este i c o n o
nos incite a v i v i r los v a l o r e s d e J e s ú s , a u n q u e e n nuestro
m u n d o sean valores c r u c i f i c a d o s .

* * *

C o n t e m p l e m o s , p u e s , c o n m i r a d a o r a c i o n a l , estos i c o n o s e n
torno al n a c i m i e n t o . Todos ellos - m e n o s H e r o d e s - t u v i e r o n la o s a -
d í a d e d e j a r s e llevar, c o n m e d i a c i o n e s ( c o m o los á n g e l e s o estre-
llas) o sin ellas, hasta el « D i o s s i e m p r e m e n o r » . T e n g a m o s t a m b i é n
nosotros esa o s a d í a : d e j é m o n o s llevar por e l l o s , p o r q u e nos c o n -
d u c i r á n c o n alegría al e n c u e n t r o c o n el «Señor, n u e v a m e n t e e n -
carnado» [109].

135
LA «VIDA OCULTA» EN NAZARET

Los tres e v a n g e l i o s sinópticos r e c o g e n el a s o m b r o sentido por


los p a i s a n o s d e Jesús, c u a n d o éste c o m e n z ó a predicar la palabra
d e D i o s y a actuar e n n o m b r e d e esa palabra; c u a n d o c o m e n z ó lo
q u e d e n o m i n a m o s su «vida p ú b l i c a » .

N o s d i c e S a n M a r c o s ( M e 6, 1 -5): «.. .fue a su p u e b l o e n c o m -


pañía d e sus discípulos. C u a n d o llegó el s á b a d o e m p e z ó a enseñar
e n la sinagoga; la mayoría d e la gente, al oírlo, se preguntaba: " ¿ D e
d ó n d e saca éste esto? ¿ Q u é saber le h a n e n s e ñ a d o a éste, para q u e
tales milagros le salgan d e las manos? ¡Si es el carpintero, el hijo d e
M a r í a , el h e r m a n o d e Santiago, José, J u d a s y S i m ó n ! ¡Si sus h e r m a -
nos v i v e n c o n nosotros a q u í ! " Y a q u e l l o les resultaba e s c a n d a l o s o » .

Los p a i s a n o s d e N a z a r e t , el p u e b l o « d o n d e Jesús se h a b í a
c r i a d o » (Le 4, 1 6-30), estaban p e r p l e j o s , p o r q u e d u r a n t e a ñ o s la
existencia d e Jesús h a b í a sido a n o d i n a , sin r e l i e v e a p a r e n t e , s u -
mergida e n la espesa y m o n ó t o n a c o t i d i a n i d a d . Y, d e pronto, e m e r -
gía Jesús y o b r a b a p r o d i g i o s a m e n t e , d e c í a cosas inauditas y h a b l a -
ba c o n a u t o r i d a d .

T a m b i é n a nosotros esos « a ñ o s subterráneos» d e Jesús nos


suscitan interrogantes. ¿Por q u é pasó tanto t i e m p o e n la o s c u r i d a d
y d e d i c ó sólo tres a ñ o s escasos d e su v i d a a a n u n c i a r el R e i n o d e
D i o s q u e llegaba? ¿ Q u é h i z o Jesús, d u r a n t e lustros, e n un p u e b l o
m e n u d o , e n un taller d e c a r p i n t e r í a , e n el seno d e una f a m i l i a a l -
deana?

137
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

A c e r q u é m o n o s a esa c a s a d e N a z a r e t . Pero n o m o v i d o s por la


c u r i o s i d a d , s i n o d e s d e la f e . H a g á m o s l o c o n el propósito d e c o n o -
c e r l e mejor, d e « c o n o c e r l e i n t e r n a m e n t e » ; es i m p o r t a n t e d i a l o g a r
c o n El para q u e nos diga el sentido d e su v i d a o c u l t a , d e j á n d o n o s
interpelar por e l l a .

P o r q u e t o d o e p i s o d i o d e la v i d a d e J e s ú s q u e c o n t e m p l a m o s
t i e n e a l g o q u e d e c i r n o s : es « p o r m í » - c o m o d i c e S a n I g n a c i o - , es
«para q u e m á s le a m e y le siga». T a m b i é n la c o n t e m p l a c i ó n d e la
v i d a o c u l t a d e l S e ñ o r d e b e i n c i t a r n o s al c o m p r o m i s o , al s e g u i -
m i e n t o . D e e l l a c o n t a m o s c o n p o c o s d a t o s , p e r o a partir d e l c o -
1 2

n o c i m i e n t o q u e tenemos del contexto cultural en q u e v i v i ó Jesús,


d e l perfil q u e nos traza el N.T. d e sus p a d r e s y d e p e r s o n a j e s q u e
r o d e a r o n su i n f a n c i a y d e la lectura d e la v i d a o c u l t a d e s d e la v i -
d a p ú b l i c a d e Jesús (sobre t o d o , d e los m a t e r i a l e s q u e nos o f r e c e n
sus p a r á b o l a s ) , son suficientes para a p r e n d e r y c o m p r o m e t e r n o s .

La clave
La c l a v e para e n t e n d e r la v i d a o c u l t a nos la d a n estos textos
paulinos:

1
El P. K O L V E N B A C H , Decir... al «Indecible». Estudios sobre los Ejercicios
Espirituales de San Ignacio, Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 1999, p. 77,
nos insta a «no ocultar la vida oculta», a la q u e San Ignacio le daba mucha i m -
portancia.
2
W . BARRY, ¿Quién decís que soy yo? Encuentro con el Jesús histórico en
la oración, Sal Terrae, Santander 1998, pp. 26-39. El autor, basado en el volumino-
so estudio de John Meier sobre Jesús, un judío marginal, nos ofrece un jugoso re-
sumen de los datos referentes a Jesús desde una perspectiva rigurosamente históri-
ca; estos datos le servirán de pauta para un diálogo con Jesús: fecha y lugar de
nacimiento (nació alrededor del año 7 ó 6 a. C ; en Nazaret ¿o Belén?), antece-
dentes familiares (de familia numerosa), sólida piedad familiar (judío laico; piedad
sencilla de campesinos de la Baja Galilea; fiel a las normas básicas establecidas por
la Ley mosaica), educación y formación (la de la gente sencilla de la calle; oficio de
carpintero; hablaba arameo popular; probablemente algo de griego por razones c o -
merciales; puede que supiera suficiente hebreo para leer o entender la Escritura leí-
da en la sinagoga), status socioeconómico (el oficio le proporcionaba un medio de
vida; su pobreza no era diferente de la de la mayoría de sus vecinos; no era una v i -
da fácil, aunque no era de miseria absoluta), cultura (la común de los judíos gali-
leos que se codeaban con vecinos grecoparlantes y tenían trato con mercaderes
que atravesaban Galilea como ruta comercial; eran despreciados por los refinados
y cultos judíos religiosos de Jerusalén); celibato Gesús tenía unos 34 años cuando
dejó Nazaret para asumir el papel de laico itinerante célibe; el hecho de no haber
estado casado indica opción deliberada, que iba contra las costumbres culturales).

138
L A «VIDA OCULTA» EN N A Z A R E T

«Él se hizo semejante a nosotros e n todo, m e n o s e n el p e c a d o »


( H e b r 4 , 5).

« É l , a pesar d e su c o n d i c i ó n d i v i n a . . . se d e s p o j ó d e su rango
y t o m ó la c o n d i c i ó n d e e s c l a v o , h a c i é n d o s e u n o d e tantos. Así,
p r e s e n t á n d o s e c o m o s i m p l e h o m b r e , se a b a j ó , o b e d e c i e n d o hasta
la m u e r t e y muerte e n c r u z » (Fil 2 , 5-8).

La « v i d a o c u l t a » d e Jesús es la c o n s e c u e n c i a c o h e r e n t e d e su
e n c a r n a c i ó n , d e h a b e r a s u m i d o r a d i c a l m e n t e nuestra c o n d i c i ó n
humana.

F u e « u n o d e t a n t o s » , un h o m b r e m á s , inserto e n la v i d a del
p u e b l o - c u y o transcurrir c o t i d i a n o f u e su escuela, c o m o lo ha sido,
lo es y lo será para tantas gentes s e n c i l l a s d e nuestra historia-, i n -
merso e n el a n o n i m a t o , a p r e s a d o e n la m o n o t o n í a , c o n el trabajo
3

d e c a d a día a cuestas y r o d e a d o d e rostros f a m i l i a r e s y q u e r i d o s ,


p e r o s i e m p r e los m i s m o s . S i n e m b a r g o , a s u m i e n d o la c o t i d i a n i d a d
h u m a n a , la transformó, la hizo b e n d i t a . A p r o x i m é m o n o s , p u e s , a
su v i d a oscura y c o t i d i a n a y f ó r m u l é m o n o s algunas preguntas.

I. ¿ C ó m o v i v i ó jesús su c a d a d í a ?

7. Bajo la mirada de Dios

Él, « c o m o u n o d e tantos», estuvo s o m e t i d o a la «griseidad» d e


la existencia, a su transcurrir p l a n o , a su repetido a n o n i m a t o . Pero
lo v i v i ó bajo la m i r a d a d e D i o s .

A lo largo d e su v i d a p ú b l i c a , Jesús h a b l ó m u c h o d e l D i o s
« q u e v e e n lo e s c o n d i d o » . « L o e s c o n d i d o » es a q u e l e s p a c i o d e c a -
da u n o d e nosotros q u e ya n o está al a l c a n c e d e los h o m b r e s , sino
sólo d e D i o s .

¿ D ó n d e h a b í a e x p e r i m e n t a d o Jesús q u e D i o s mira t o d a v í a allí


d o n d e los h o m b r e s y a h a n d e j a d o d e mirar, p o r q u e n o p u e d e n o
n o les interesa? En a q u e l l o s a ñ o s q u e n o d e s p e r t a b a n la a t e n c i ó n
d e los h o m b r e s , p e r o sí d e s p e r t a b a n la a t e n c i ó n d e D i o s .

3
Cf. R. B R A G U E , «¿Tiempo perdido?» e n : Communio, 3 época, año 25 a

(oct-dic 2003), pp. 423-29. El autor presenta la «vida oculta» tal c o m o aparece en
los apócrifos c o m o un «contra-ejemplo».

139
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

D i c e el Eclesiástico (39, 19-20): « N a d a se e s c o n d e a su m i r a -


d a ; d e s d e s i e m p r e y por s i e m p r e está m i r a n d o » . Sabiendo que
D i o s le m i r a b a - y g o z á n d o s e d e ese ser m i r a d o por D i o s P a d r e - v i -
v i ó Jesús su s i l e n c i o s a c o t i d i a n i d a d , su e s c o n d i d a existencia.

C o n esto nos e n s e ñ ó q u e no existen v i d a s a n ó n i m a s para D i o s


- a u n q u e p u e d e q u e sí lo sean a n t e los h o m b r e s - . Para D i o s s i e m -
pre s o m o s d i g n o s d e a t e n c i ó n - p o r m e n u d o y v u l g a r q u e sea lo
q u e h a c e m o s - ; no deja d e mirarnos, a u n allí, en lo e s c o n d i d o , en
lo q u e no brilla y por eso resbala para la m i r a d a h u m a n a . B a j o esa
m i r a d a del Padre v i v i ó Jesús.

2. Vivió lo cotidiano como continua llamada

P u e s su v o l u n t a d era h a c e r la v o l u n t a d del Padre. Éste no f u e


s o l a m e n t e el l e m a d e su v i d a p ú b l i c a , sino d e su v i d a entera.

Ya nos lo d e c í a S a n P a b l o : se h i z o u n o d e t a n t o s , obede-
c i e n d o hasta la m u e r t e . O b e d e c i e n d o a la r e a l i d a d h u m a n a , a lo
q u e e x i g e la r e a l i d a d d e v i v i r c o m o h o m b r e c o n t o d o s sus c o n -
dicionamientos: a c e p t a n d o los a c o n t e c i m i e n t o s q u e no c o i n c i -
d e n c o n los p r o y e c t o s p e r s o n a l e s y a s u m i e n d o los i n t e r r o g a n t e s
q u e se e n t r e c r u z a n , c o n sus o s c u r i d a d e s , perplejidades, insegu-
ridades y miedos, en toda vida h u m a n a . 4
A s í era o b e d i e n t e al

4
J . M R A M B L A , ¿Por ventura es éste aquel carpintero? (Me 6,3) [271]. La
a

«vida oculta», profecía contracultural, ponencia en las X X X Jornadas de Directo-


res de Ejercicios (Monte Alina, enero de 2004). En esta muy sugerente ponencia,
el autor nos dice sobre «la obediencia a la vida»: «Desde antes de su nacimiento,
la vida de Jesús estuvo marcada por la docilidad a Dios marcada por los aconte-
cimientos. María acepta un plan que ella no tenía previsto y José, lo mismo...».
La emigración y el retorno se presentan en la infancia de Jesús inesperadamente.
Así Jesús aprenderá «la obediencia a los acontecimientos que son ios superiores
de gran parte de la humanidad que no puede sustraerse a las incomodidades del
deber, de las exigencias de una sociedad estructurada de una determinada m a n e -
ra que, aun en el mejor de los casos, no siempre coincide con los deseos y pro-
yectos personales». Sobre la «asunción de los interrogantes», el autor añade: «La
existencia humana no es la interpretación de una partitura ya escrita y conocida.
El correr de la vida está entrecruzado de oscuridades, de miedos e insegurida-
des...». Es lo que vivió María. A Jesús tampoco se le ahorrarían los interrogantes
en el futuro... «En los largos y monótonos años de vida oculta seguro que Jesús
tuvo que hacer frente al miedo y a la inseguridad, de lo contrario su comporta-
miento en las situaciones (que vivió en su vida pública) no se comprenden. Cier-
to, hablar de miedo e inseguridad no significa duda o bloqueo, sino búsqueda

140
L A «VIDA OCULTA» EN N A Z A R E T

P a d r e , d a n d o t e s t i m o n i o d e lo q u e el P a d r e q u i e r e q u e sea la
realidad humana.

Por tres v e c e s subraya S a n I g n a c i o [ 1 3 4 . 1 3 5 . 2 7 1 ] q u e Jesús


era o b e d i e n t e a sus p a d r e s : le i m p r e s i o n a b a al santo q u e el S e ñ o r
estuviera s o m e t i d o a los h o m b r e s , por queridos q u e éstos f u e r a n . A
través d e esas m e d i a c i o n e s , Jesús leía la v o l u n t a d del Padre. Y el
estar a la e s c u c h a d e la v o l u n t a d del Padre - q u e le llega t a m b i é n a
través d e m e d i a c i o n e s - para o b e d e c e r l e es lo q u e iguala la v i d a d e
Jesús: lo q u e h a c e idénticas todas sus etapas.

En los a ñ o s d e N a z a r e t , e s t u v o J e s ú s alerta a la l l a m a d a d e l
P a d r e ; y se a c o s t u m b r ó a e n c o n t r a r l a e n lo m e n u d o , e n lo c o t i -
d i a n o , e n lo n o r u i d o s o ni e s p e c t a c u l a r . E s c u c h a b a la v o l u n t a d
d e l P a d r e , c o m o d i c e la Escritura q u e la e s c u c h ó el profeta Elias,
e n la brisa. R e c o r d e m o s el p a s a j e (1 R e 19, 3-13): Elias b u s c a b a
c o n o c e r q u é q u e r í a el S e ñ o r ; y éste se le m a n i f i e s t a , p e r o n o e n
el h u r a c á n , ni e n el t e r r e m o t o , ni e n el f u e g o , s i n o e n la t e n u e
brisa.

A s í t a m b i é n le o c u r r í a a Jesús, q u e d e s c u b r í a e n la t e n u e b r i -
sa d e lo c o t i d i a n o la p r e s e n c i a del Señor, y a d q u i r í a así esa e x p e -
r i e n c i a íntima e irrepetible d e su p e r t e n e n c i a al P a d r e . S u v i d a se
f u e u n i f i c a n d o y t o t a l i z a n d o h a c i a el Padre.

El Padre - l o s asuntos del P a d r e - era para Él lo ú n i c o absoluto


y n e c e s a r i o . Por o b e d e c e r al Padre, o b e d e c í a a los h o m b r e s ; p e r o ,
si llegaba el m o m e n t o - c o m o llegó e n la subida al T e m p l o y su d e -
s a p a r i c i ó n e n é l - d e optar, los «asuntos del Padre» estaban por e n -
c i m a d e c u a l q u i e r otro a s u n t o , t a m b i é n por e n c i m a d e la ternura
q u e despiertan los padres, M a r í a y J o s é . Por e s o , al ser h a l l a d o por
ellos, Jesús n o se e x c u s a : estar e n los asuntos d e l P a d r e era su v o -
c a c i ó n : su m o d o existencial d e ser y d e actuar.

Jesús v o l v i ó a bajar a N a z a r e t para entregarse d e n u e v o a la


o b e d i e n c i a e n lo c o t i d i a n o , p o r q u e eso era lo q u e el Padre q u e r í a ;
y é s e era el m o d o d e responder a su l l a m a d a . A s í nos e n s e ñ ó q u e
c u a l q u i e r v i d a , por insípida q u e a p a r e z c a a n t e los h o m b r e s , p u e d e
ser v i v i d a c o m o u n a c o n t i n u a y s o r p r e n d e n t e l l a m a d a .

sincera en la reflexión y oración. Significa también paciencia... y, sobre todo, una


gran confianza, ya que uno sabe que la propia vida está en manos del A b b á » .

141
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

3. En el trabajo creador

Jesús v i v i ó sus a ñ o s o s c u r o s r e a l i z a n d o un trabajo « c o m o u n o


d e tantos» h o m b r e s . D e esta f o r m a , J e s ú s , el c a r p i n t e r o , seguía el
d e s i g n i o del D i o s creador, q u e - c o m o nos c u e n t a el G é n e s i s - e n -
c a r g ó al h o m b r e , al f o r m a r l o c o n sus m a n o s , q u e m o l d e a r a el
m u n d o a su i m a g e n , q u e lo d o m i n a r a , q u e pusiera n o m b r e a las
c o s a s ; es decir, q u e lo h u m a n i z a r a para D i o s .

Y Jesús, c o n sus m a n o s trabajadoras, sus clavos, sus esquirlas y


sus tableros, c u m p l e la voluntad del Señor d e dar al m u n d o un rostro
h u m a n o . R e c o r d a n d o sus años d e trabajo, dirá Jesús durante su v i d a
pública: « M i Padre sigue trabajando, por eso y o trabajo» (Jn 5, 1 7).

A s í nos e n s e ñ ó el v a l o r del trabajo - q u e es un i m p e r a t i v o d e


D i o s p r e v i o al p e c a d o del h o m b r e - , q u e , por h u m i l d e q u e sea, sir-
v e para h a c e r del m u n d o la «casa del h o m b r e » y q u e manifiesta la
d i g n i d a d c o n q u e f u e c r e a d o el ser h u m a n o : f u e c r e a d o como
c r e a d o r ; c o n la m i s i ó n d e transformar el m u n d o .

C o m o reza el h i m n o del B r e v i a r i o (hora intermedia, martes d e


la s e g u n d a s e m a n a ) :

Tu poder multiplica
la eficacia del hombre
y crece cada día, entre sus manos,
la obra de tus manos.
Nos señalaste un trozo de la viña
y nos dijiste: «Venid y trabajad».
Nos mostraste una mesa vacía
y nos dijiste: «Llenadla de pan».
Nos presentaste un campo de batalla
y nos dijiste: «Construid la paz».
Nos sacaste al desierto con el alba
y nos dijiste: «Levantad la ciudad».
Pusiste una herramienta en nuestras manos
y nos dijiste: «Es tiempo de crear».
Escucha a mediodía el rumor del trabajo
con que el hombre se afana en tu heredad.

Jesús nos e n s e ñ ó el v a l o r del trabajo para transformar este


m u n d o , q u e nosotros - d e s d e la f e - s a b e m o s q u e ha sido h e c h o por
El y para É l .

142
L A «VIDA OCULTA» EN N A Z A R E T

4. Vivió el cada día en continuo crecimiento

E s c u e t a m e n t e nos d i c e S a n L u c a s (Le 2 , 51-52; 2 , 40) q u e J e -


sús c r e c í a e n s a b i d u r í a , e n estatura y e n el favor d e D i o s y d e los
h o m b r e s . A pesar d e la c o n c i s i ó n , L u c a s ha q u e r i d o d e c i r n o s m u -
c h a s c o s a s e n esta b r e v e frase. L u c a s es el d i s c í p u l o d e S a n P a b l o ;
le o y ó , pues, repetidas v e c e s hablar, e n su p r e d i c a c i ó n , d e la « t e o -
logía del c r e c i m i e n t o » . L u c a s la c o n c e n t r a e n estas p a l a b r a s : c r e -
c í a Jesús e n sabiduría y e n el favor d e D i o s y d e los h o m b r e s .

Por s a b i d u r í a se e n t i e n d e - c o m o e n los libros s a p i e n c i a l e s -


u n a m e z c l a d e e x p e r i e n c i a y reflexión.

Jesús tenía los ojos m u y abiertos ante la v i d a : c a p t a b a las e x -


p e r i e n c i a s propias y las e x p e r i e n c i a s d e otros y reflexionaba sobre
e l l a s : era u n o b s e r v a d o r d e la r e a l i d a d d e s d e la r e a l i d a d m i s m a .
5

D e este m o d o , iba c o n o c i e n d o al ser h u m a n o c o n el q u e c o n v i v í a .

Todas sus p a r á b o l a s , el m a r a v i l l o s o y d i r e c t o l e n g u a j e d e sus


discursos, los e j e m p l o s c e r c a n o s y f a m i l i a r e s , tan h o n d a m e n t e h u -
m a n o s , q u e r e c o g e Jesús e n su p r e d i c a c i ó n t i e n e n su o r i g e n y
arraigan e n esta m a d u r a c i ó n h u m a n a , o c u r r i d a e n sus a ñ o s o c u l -
tos. M e d i t a Jesús, reflexiona Jesús, rumia y asimila sus e x p e r i e n c i a s
d e h o m b r e . Y así c r e c e c o m o h o m b r e , c o m o p e r s o n a .

G r a n parte d e la «sabiduría» se la d e b i ó a sus padres. D e ellos


a p r e n d i ó . M a r í a y J o s é son los forjadores d e Jesús. Ellos e n s e ñ a r o n
a D i o s a ser h u m a n o ; y, c o n su e j e m p l o , e n s e ñ a r o n a Jesús a hablar
d e D i o s c o m o un Padre solícito q u e t i e n e la ternura d e una m a d r e .

Pero el c r e c i m i e n t o d e Jesús c o m o h o m b r e y a n t e los h o m b r e s


está c o n d i c i o n a d o , i m p r e g n a d o , d e otro c r e c i m i e n t o q u e , d e m o -
m e n t o , s u c e d e e n lo e s c o n d i d o y q u e es el c r e c i m i e n t o d e su d i á -
logo c o n el Padre: c r e c e e n la f a m i l i a r i d a d c o n D i o s . Ese h a c e r lo
d e t o d o s - c o m o « u n o d e t a n t o s » - está a n i m a d o p r o f u n d a m e n t e
por el d i á l o g o i n i n t e r r u m p i d o d e Jesús c o n el Padre.

5
Cf. las sabias reflexiones de J . M R A M B L A , o. c , sobre «la humaniza-
a

ción de Jesús» en Nazaret, desde «la escuela del pueblo, c o m o los pobres» y
«una manera de estar en la vida» conformada por la «receptividad» (como M a -
ría), la «transformación o maduración activa», la «obediencia a la vida» y por
«asumir los interrogantes».

143
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

C u a n d o u n d í a r o m p e el a n o n i m a t o y sale a p r e d i c a r la Pala-
bra, r e c o r r i e n d o Israel, no o c u r r e a l g o súbito, r e p e n t i n o , a b s o l u t a -
m e n t e extraño e n su v i d a , sino q u e Jesús e m p i e z a a dar lo q u e h a -
bía a l m a c e n a d o , d u r a n t e t i e m p o y t i e m p o . Y ¿ q u é era?

La e x p e r i e n c i a d e lo h u m a n o y d e los h u m a n o s h e c h a desde la
e x p e r i e n c i a y la f a m i l i a r i d a d c o n D i o s . U n a e x p e r i e n c i a q u e d u -
rante a ñ o s tenía c o n c e n t r a d a , n o manifestada, a g u a r d a n d o el m o -
m e n t o . Es la e x p e r i e n c i a q u e n a c e d e vivir todas las d i m e n s i o n e s d e
la v i d a , la e c o n ó m i c a , la familiar, la s e x u a l , la l a b o r a l . . . todas las
6

relaciones h u m a n a s , e n g e n e r a l , d e s d e el Espíritu d e D i o s .

Ésa ha sido la e x p e r i e n c i a d e Jesús d e s d e la i n f a n c i a : lo c o t i -


d i a n o d e s b o r d a d o d e s d e dentro por el Espíritu d e D i o s ; lo c o t i d i a -
n o provisto d e u n a s i g n i f i c a c i ó n t r a s c e n d e n t e . Jesús c r e c e inter-
p r e t a n d o c a d a v e z más la v i d a d e s d e el Espíritu d e D i o s .

Al hablar del «Principio y Fundamento», dijimos que en la vida


hay que tener saber (sentido; saber por qué se vive) y sabor (vivir
con gusto; encontrar cómo hay que vivir). En Nazaret, Jesús, al ir
creciendo en sabiduría ante Dios y ante los hombres, fue adqui-
riendo y profundizando ese saber y ese sabor.

Fue creciendo en el saber: en comprender el sentido de la vida, en


su porqué. La vida venía del Padre y consistía en dirigirse hacia el
Padre; su sentido más auténtico era cumplir su voluntad. Su cono-
cimiento del Padre crecía más y más y, simultáneamente, crecía su
saber sobre lo que el Padre quería de Él. Por eso, más tarde, su pre-
dicación maravillaba -porque «hablaba con autoridad»-y hacía
preguntarse a los que le escuchaban:«¿de dónde sabe Él esto?». El
saber de Jesús tenía sus raíces en los días escondidos de Nazaret.

La intimidad del saber de Dios, su Padre, le incrementaba el sabor


por la vida que procedía del Padre: valía la pena vivir para El, en su
mejor servicio; y para ello, había que contemplar la vida, las cosas,

6
Puede resultarnos provechoso dialogar con Jesús sobre su decisión de
permanecer célibe: es una decisión que tomó en esos años de Nazaret. C o m o
apunta W . BARRY, o. c , p. 39: «El hecho de que Jesús tomara esta decsión tan i n -
sólita puede dar pie a entablar un diálogo con Él sobre el celibato y la sexualidad.
Aunque eligiera ser célibe, siguió siendo un ser humano sexuado, y tuvo que tra-
tar creativamente c o n los aspectos eróticos y sexuales de su ser. Podemos, por
tanto, comentar con Él nuestros deseos, fantasías, esperanzas y temores eróticos y
sexuales, esperando no sólo que los comprenda, sino también que nosotros per-
cibamos c ó m o se relacionaba Él con la sexualidad».

144
L A «VIDA OCULTA» EN N A Z A R E T

los demás hombres con la misma mirada del Padre bondadoso y


encauzarlas hacia los designios del Padre y de su Reino. Ese saber
y ese sabor le dio a Jesús el gusto por la vida. Era a sus ojos tan va-
liosa que, para decirnos quién era Él, exclamará: «Yo soy la vida» o
«Yo soy el que da de beber el agua de vida». Ese saber y ese sabor
adensados en el día a día de Nazaret le hicieron caminar por la v i -
da con los ojos bien abiertos, viendo tras ella las manos del Padre:

- gustando la belleza de los lirios, la libertad de los gorriones,


la lluvia que cae sobre justos e injustos;

- aprendiendo y rumiando atentamente los detalles caseros:


que la levadura fermenta la masa trabajada por la madre; que
las mujeres barren la casa de arriba abajo para buscar las mo-
nedas perdidas; que los niños piden muchas cosas a los pa-
dres -huevos y pan- y éstos no dan ni piedras ni serpientes;

- dejándose interpelar: por lo que hacían los pastores, por su


ir y venir con las ovejas; por los viñadores que podaban; por
el juego de los niños en la plaza; por los albañiles que cons-
truyen sobre roca firme;

- saboreando la vertiente grata de la vida: las comidas con


amigos; la amistad; la fiesta; el agradecimiento de la mujer
que derramaba ungüento;

- compartiendo compasivamente el dolor y las lágrimas de los


hombres que se le acercaban, porque también el dolor y las
lágrimas forman parte de la vida.

Creció, pues, Jesús en saber y en sabor ante Dios y ante los hom-
bres durante su vida escondida.

Y así nos e n s e ñ a q u e p o d e m o s v i v i r nuestra existencia h u m a -


na, por modesta q u e sea, c o m o traspasada por el Espíritu d e D i o s y,
por tanto, q u e p o d e m o s leer e n ella, e n los más m í n i m o s a c o n t e c i -
mientos q u e nos o c u r r e n , los guiños d e D i o s , las i n d i c a c i o n e s d e un
D i o s q u e se nos c o m u n i c a . Q u e p o d e m o s crecer e n saber y e n sa-
bor d e D i o s , a u n e n lo e s c o n d i d o d e nuestras vidas; y q u e p o d e m o s
d e esta forma t a m b i é n crecer en el gusto por la v i d a , regalo d e D i o s ,
q u e nos lleva a Él a través d e tantas bienaventuradas m e d i a c i o n e s .

A lo largo d e nuestra existencia, necesitaremos m u c h o s «perio-


dos d e N a z a r e t » . S o n « m o m e n t o s escondidos», d e «silencio f e c u n -
d o » , imprescindibles para crecer, e n q u e hay q u e rumiar las expe-

145
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

r i e n d a s c o n Dios y c o n los hombres y hacer q u e calen en nuestras e n -


trañas. Así llenaremos d e contenido salvador nuestro mensaje, c u a n -
d o tengamos, c o m o Jesús, q u e a n u n c i a r l o e n nuestra «vida p ú b l i c a » .

II. ¿ C ó m o vivimos nuestro cada día?

D e s p u é s d e h a b e r visto c ó m o v i v i ó Jesús su a p a r e n t e m e n t e
a n o d i n o c a d a día, q u e h e m o s r e s u m i d o e n estos c u a t r o rasgos: a)
b a j o la m i r a d a d e D i o s ; b) c o m o c o n t i n u a l l a m a d a ; c) e n el t r a b a -
j o c r e a d o r ; y d) e n c o n t i n u o c r e c i m i e n t o , p r e g u n t é m o n o s c ó m o lo
v i v i m o s nosotros:

7. ¿Vivimos nuestro cada día bajo la mirada de Dios?

¿ N o s basta sabernos mirados por Él para q u e nuestra vida, o s c u -


ra, m o n ó t o n a , tenga p l e n o sentido? ¿ O necesitamos q u e nos miren
los d e m á s seres humanos? Nuestro afán d e exhibicionismo, nuestros
deseos d e romper los c a u c e s oscuros por los q u e transitamos, nues-
tras ganas d e n o v e d a d , ¿no son, tal v e z , indicadores d e q u e no nos
basta la mirada d e D i o s e n nuestras vidas un p o c o monocordes?

Si q u e r e m o s h a c e r m á s y m á s c o s a s - y así nos z a m b u l l i m o s
e n el trajín-, ¿ n o será p o r q u e n e c e s i t a m o s la a p r o b a c i ó n d e otros,
l l a m a r su a t e n c i ó n , e n v e z d e sernos s u f i c i e n t e la gozosa m i r a d a
d e D i o s , c o m o le o c u r r í a a Jesús?

2. ¿Vivimos nuestro cada día como continua llamada?

¿ O p r e c i s a m e n t e nos resulta p l ú m b e o , carga, espeso, p o r q u e


e n el c a d a d í a n o estamos a la e s c u c h a , c o m o lo estaba Jesús? ¿Es
el c u m p l i m i e n t o d e la v o l u n t a d del S e ñ o r lo ú n i c o a b s o l u t o para
nosotros o, p r e c i s a m e n t e p o r q u e n o lo es, q u e r e m o s h a c e r otras
cosas m á s e s p e c t a c u l a r e s , distintas a las q u e nos h a n s e ñ a l a d o , e n
las q u e disfrutemos d e m á s a u t o n o m í a , e n las q u e p o d a m o s lucir
nuestro p r o t a g o n i s m o ?

¿ C r e e m o s q u e el c a m i n o o r d i n a r i o por el q u e D i o s pasa - y
q u i e r e p a s a r - es la t e n u e brisa, lo q u e n o se nota, lo trillado, lo s i -
lencioso, o queremos disponer de Dios y obligarle a q u e venga a
nuestro e n c u e n t r o por sendas m á s estrepitosas - y m á s notorias p a -
ra los d e m á s - c o m o el t e r r e m o t o , el h u r a c á n o el fuego?

146
L A «VIDA OCULTA» EN N A Z A R E T

N o s o t r o s e s t a m o s m á s dispuestos a ser grandes en lo grande


(y e x c e p c i o n a l ) q u e grandes e n lo p e q u e ñ o (y cotidiano). Pero la
v i d a d e Jesús e n N a z a r e t nos e n s e ñ a q u e hay q u e meter «la perso-
na entera» e n lo p e q u e ñ o (y c o t i d i a n o ) : es decir, que hay q u e dar
la v i d a e n lo p e q u e ñ o y e n lo grande.

P e n s e m o s t a m b i é n : ¿ o b e d e c e m o s p o r q u e , en los q u e están,
c o n r e s p o n s a b i l i d a d , por e n c i m a d e nosotros, se transparenta la
v o l u n t a d d e D i o s o p o r q u e no hay m á s r e m e d i o , para no tener d i s -
gustos, para q u e nos d e j e n e n paz?

3. ¿Vivimos nuestro cada día en el trabajo creador?

¿ O p r e c i s a m e n t e la tarea se c o n v i e r t e e n rutina, casi e n un tic


a u t o m á t i c o y p r o l o n g a d o , p o r q u e n o sentimos la llamada d e D i o s
a transformar el m u n d o c o n nuestras modestas manos, a darle ros-
tro h u m a n o , q u e , al fin y al c a b o , es el rostro d e su Hijo?

¿ H a c e m o s nuestro trabajo c r e a t i v a m e n t e , lo mejor q u e s a b e -


m o s , r e a v e n t á n d o l o día a día - c o m o designio d e Dios; así lo hizo
Jesús-, o nos lo t i r a m o s d e e n c i m a , c u m p l i m o s con él, c o m o c o n
a l g o q u e es sólo castigo fatigoso q u e hay q u e soportar?

4. ¿Vivimos nuestro cada día en continuo crecimiento?

¿ C r e c e m o s e n el favor d e D i o s y e n el favor de los hombres?


Reflexionemos sobre si, c o m o Peter Pan, un día nos plantamos y d e -
j a m o s d e crecer; si h e m o s perdido la «juventud d e espíritu», q u e sa-
b e e n c o n t r a r para c a d a c i c l o vital u n m o d o específico d e ser, d e
servir y d e a m a r ; si, e n v e z d e m a d u r a r continuamente c o m o per-
7

sonas, nos h e m o s q u e d a d o infantiles y ñ o ñ o s - c o m o personas i n -


m a d u r a m e n t e e n a n a s q u e ya n o c r e c e n a n t e los hombres-; si h e -
m o s r e n u n c i a d o a seguir t e n i e n d o u n a experiencia progresiva y
abierta d e la vida q u e nos haga reflexionar y nos mantenga alerta; si
nos h a c e m o s v u l n e r a b l e s a los sentimientos, experiencias y p r o b l e -
mas d e la gente q u e nos rodea; o si, e n v e z d e esta apertura y d e es-

7
J U A N P A B L O II, Vita consecrata. Exhortación apostólica postsinodal so-
bre la vida consagrada (1996), n° 70: «Hay una juventud de espíritu que perma-
nece en el tiempo y que tiene que ver con el hecho de que el individuo busca y
encuentra en cada ciclo vital un cometido diverso que realizar, un modo especí-
fico de ser, de servir y de amar».

147
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

ta c o n s c i e n t e v u l n e r a b i l i d a d , nos refugiamos e n los c o n o c i m i e n t o s


ya adquiridos y esclerotizados, e n las e x p e r i e n c i a s ya pasadas y a n -
q u i l o s a d a s , e n las c o s t u m b r e s t r a n q u i l i z a d o r a s , p e r o y e r m a s , y e n
un n o querer ser g o l p e a d o s por p r o b l e m a s a j e n o s , i n c ó m o d o s , i n -
terpelantes, p e r o c u y a a s u n c i ó n nos sacaría d e nosotros m i s m o s ,
nos estiraría, nos haría c r e c e r y m a d u r a r más h u m a n a m e n t e . 8

P r e g u n t é m o n o s si, a lo m á s , s ó l o q u e r e m o s saber lo q u e n o
molesta, lo q u e n o resulta perturbador, lo q u e n o nos exige n i n g ú n
esfuerzo d e b ú s q u e d a y r e n o v a c i ó n ; si n o nos h e m o s c o n f o r m a d o
d e m a s i a d o p r o n t o c o n v i v i r d e rentas, d e nuestra ya lejana y p r i -
meriza f o r m a c i ó n , e n v e z d e a c r e c e n t a r l a , c o m o q u i e r e Jesús q u e
se i n c r e m e n t e n los talentos.

En f i n , ¡ n t e r r o g u é m o n o s s o b r e si c r e c e m o s a n t e D i o s , e n f a -
m i l i a r i d a d c o n É l ; si nuestra v i d a es - c o m o la d e J e s ú s - u n d i á l o -
go constante c o n el S e ñ o r ; si interpretamos nuestra propia v i d a y la
d e los d e m á s d e s d e el Espíritu d e D i o s ; si v i v i m o s lo c o t i d i a n o i l u -
m i n a d o por nuestra o p c i ó n f u n d a m e n t a l ; si nosotros, s i e m p r e t e n -
tados d e i n d i v i d u a l i s m o , estamos más «en nuestras cosas» q u e «en
la c o s a s o asuntos d e nuestro P a d r e » .

III. D e la m a n o d e M a r í a

H a g a m o s esta c o n t e m p l a c i ó n sobre la v i d a o c u l t a d e Jesús d e


la m a n o d e M a r í a , e n su c o m p a ñ í a .

M u c h a i m p o r t a n c i a le d a b a S a n I g n a c i o a la intercesión d e la
M a d r e d e l S e ñ o r , d e Nuestra S e ñ o r a . En los c o l o q u i o s d e E j e r c i -
9

c i o s repite c o n f r e c u e n c i a q u e a c u d a m o s a e l l a . 1 0

8
Cf. las reflexiones de J . M R A M B L A , o. c , sobre «humanizar nuestra vida»,
a

a partir de la enseñanza de la vida oculta, aceptando «la verdad de la vida», «el ca-
da día» y saboreando el «gozo de vivir»; todo esto, desde una «gratuidad profunda».
9
Cf. P. E M O N E T , «María en la espiritualidad de Ignacio de Loyola»; Man-
resabQ (1996) 429-438.
C . D O M Í N G U E Z , Psicodinámica de los Ejercicios ignacianos, M e n s a -
1 0

jero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 2 0 0 3 , pp. 265-268: «La expresión más fre-


cuente que se utiliza en el texto de los Ejercicios es la de Nuestra Señora (29 v e -
ces), seguida en cuanto a frecuencia por las de madre (13 veces) y María (seis
veces). Y parece evidente que de los dos aspectos que la dogmática cristiana ha
resaltado en la figura de la madre de Jesús, es decir, los de M a d r e y Virgen, ha si-

148
L A «VIDA OCULTA» EN N A Z A R E T

Esta insistencia t i e n e un f o n d o t e o l ó g i c o . P u e s D i o s ha q u e -
r i d o a s o c i a r al h o m b r e a su o b r a s a l v a d o r a . M a r í a es la p r i m e r a
gran a s o c i a d a . C o n su sí, a c e p t ó v o l u n t a r i a m e n t e esta c o l a b o r a -
c i ó n y se fió t o t a l m e n t e d e su P a l a b r a , para la q u e n a d a hay i m -
p o s i b l e . Ella nos ha d a d o a Cristo por b e n e p l á c i t o d e D i o s , c o n su

do el primero el que Ignacio ha privilegiado y vivido con particular intensidad.


Llama la atención que tan sólo en una ocasión aparece en el texto de los Ejer-
cicios la expresión Virgen María [299], así c o m o que en la contemplación de la
Encarnación [101 -109] y en la de la A n u n c i a c i ó n [262], no se haga referencia
alguna al hecho de la virginidad de M a r í a . N o parece, pues, que sea esa d i -
mensión mariana la que Ignacio crea más importante resaltar, sino la de la h u -
mildad y apertura al deseo de Dios, conforme a su paradignma básico del " P r i n -
cipio y Fundamento".
Por otra parte, la expresión tan frecuente de Nuestra Señora (al margen de
la tradición que estos términos pudieran tener en el entorno medieval de la c u l -
tura de Ignacio), parece resaltar los elementos de respeto y ternura que se corres-
ponden más con la maternidad de María, una maternidad que Ignacio resalta en
el texto de los Ejercicios con detalles tan significativos como los que añade al
margen del texto evangélico, que con tanta fidelidad sigue conforme a su indica-
ción de narrar la historia con breve y sumaria declaración [2].
Es el caso de la contemplación de la circuncisión, en el que nos invita a
considerar a María sintiendo la compassión de la sangre que de su Hijo salía
[266], o en el inicio de la vida pública de Jesús, donde nos propone contemplar
c ó m o éste se despide de su bendita Madre [273], o en la contemplación final de
la "Tercera Semana", que nos remite a contemplar la soledad de Nuestra Señora
con tanto dolor y fatiga [208]. Pero, sin duda, el texto más significativo que en es-
te terreno encontramos es el de la primera contemplación de la "Cuarta Semana",
en la que nos propone la aparición del resucitado a su madre, relato ausente, c o -
mo sabemos, en el Evangelio [299]. Sabe Ignacio que no debemos quedar atra-
pados, paralizados en la literalidad de ningún texto y que siempre será una fun-
ción humana indispensable la de interpretar lo que nos es dado: la Escritura
supone que tenemos entendimiento [299]... En todos estos episodios en los que
Ignacio confiere protagonismo a María resalta con especial intensidad su d i m e n -
sión maternal y afectiva en la relación con el Hijo: compasión, despedida, sepa-
ración, muerte y encuentro con ese Jesús con quien el ejercitante se ha identifi-
cado tan intensamente. D e ese modo, en esos ejercicios en los que María aparece
c o m o personaje a contemplar, el ejercitante ha de verse afectado profundamen-
te en esa dimensión afectiva básica que es la relación materno-filial. U n a d i m e n -
sión que siempre ha desempeñado un papel decisivo en la experiencia religiosa
y que la ha nutrido de modo muy fundamental...
Nuestra Señora desempeña también un papel de considerable importancia
(teológica y psicodinámica, habría que decir) c o m o intercesora... Es a María a
quien, sobre todo, en los Coloquios le corresponde ese papel de intercesora que
tantas veces han desempeñado las madres en la vida familiar...
Desde un punto de vista psicodinámico no podemos olvidar, además, la po-
sición que María ocupa en la estructura de los coloquios ignacianos. Es una estruc-
tura triangular, en la que esta figura materna aparece junto con el Hijo y el Padre».

149
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

maternidad libremente asumida. P u e d e , pues, c o n razón, interce-


der por nosotros.

P i d á m o s l e q u e «nos p o n g a c o n su H i j o » - c o m o d i c e S a n I g -
n a c i o - , c o n el Jesús d e la v i d a o c u l t a . P i d á m o s e l o a ella,

- q u e , e n su vientre, m o l d e ó a Jesús y a la q u e Jesús a su v e z


moldeó, convirtiéndola en discípula;

- q u e « g u a r d a b a t o d o s los r e c u e r d o s e n su c o r a z ó n » y m e -
ditó, u n a y otra v e z , sobre el c r e c i m i e n t o d e su H i j o e n los
años de Nazaret;

- e l l a , d e q u i e n a p r e n d i ó Jesús n i ñ o los «rasgos maternales»


de Dios;

- q u e p r e s e n c i ó la v i d a d e Jesús e n lo e s c o n d i d o - y la a c o -
gió c o n f e - ;

q u e nos a y u d e a imitar a su H i j o e n el c a d a d í a . « H a c e d lo
q u e Él os d i g a » , d i j o u n a v e z a los sirvientes, e n u n a b o d a p u e b l e -
rina. « H a c e d lo q u e Él os diga» nos sigue d i c i e n d o a nosotros.

* * *

Apostilla

S a n I g n a c i o [ 1 3 5 ] , e n el « P r e á m b u l o para c o n s i d e r a r esta-
d o s » , es decir, c u a n d o sugiere al ejercitante q u e v a y a p e n s a n d o e n
el estado d e v i d a - o e n la reforma d e v i d a - q u e d e b a e s c o g e r o
e m p r e n d e r para v i v i r c o n f o r m e al s e g u i m i e n t o d e Jesús, nos d i c e :

Ya considerado el ejemplo que Cristo nuestro Señor nos ha dado


para el primer estado, que es en custodia de los mandamientos,
siendo él en obediencia a sus padres; y asimismo para el segun-
do, que es de perfección evangélica, cuando quedó en el templo
dejando a su padre adoptivo y a su madre natural, por vacar en
puro servicio de su Padre eternal; comenzaremos juntamente
contemplando su vida, a investigar y a demandar en qué vida o
estado de nosotros se quiere servir su divina majestad.

Por tanto, tras la c o n t e m p l a c i ó n d e la v i d a o c u l t a y, e n p a r t i -


cular, d e la d e s a p a r i c i ó n y h a l l a z g o posterior del N i ñ o e n el Tem-

150
L A «VIDA OCULTA» EN N A Z A R E T

p í o , p o d e m o s ir d á n d o l e v u e l t a s a la e l e c c i ó n d e e s t a d o o, si ese
n o es nuestro c a s o , a la r e f o r m a d e v i d a q u e d e b e r í a m o s e m p r e n -
der para ser auténticos seguidores d e Jesús.

I r e m o s r e f l e x i o n a n d o («investigar») y o r a n d o ( p i d i e n d o luz
s o b r e e l l a : « d e m a n d a r » ) esa e l e c c i ó n o reforma, a m e d i d a que
c o n t e m p l e m o s la v i d a d e Jesús, d e j á n d o n o s interpelar e impregnar
por e l l a .

S a n I g n a c i o sugiere q u e se v a y a h a c i e n d o esta reflexión o r a n -


te p r e c i s a m e n t e d e s p u é s del e p i s o d i o del N i ñ o p e r d i d o y h a l l a d o
e n el T e m p l o . P o r q u e la c o n s i d e r a c i ó n d e la « v i d a o c u l t a » nos ha
p e r m i t i d o ver, p r i m e r o , a u n Jesús o b e d i e n t e al Padre a través d e
las m e d i a c i o n e s - M a r í a y J o s é - e n las c i r c u n s t a n c i a s ordinarias d e
la v i d a e n N a z a r e t . Pero, d e s p u é s , a p a r e c e la «ruptura»: Jesús r o m -
p e c o n las tiernas p e r t e n e n c i a s f a m i l i a r e s a n t e lo Ú n i c o n e c e s a r i o ,
lo A b s o l u t o , la c a u s a d e l Padre, q u e relativiza t o d o lo otro, por
b u e n o y b e n d i t o q u e sea.

Es p o s i b l e q u e el s e g u i m i e n t o d e Jesús, el servir r a d i c a l m e n t e
a la c a u s a d e l Padre, nos c o n d u z c a -si así D i o s , el Ú n i c o A b s o l u -
to, nos lo p i d e - a «salir d e nuestra tierra c o n f o r t a b l e » - c o m o Abra-
h á n - , para « d e j á n d o l o t o d o » , v i v i r « c o n Él» y « c o m o É l » .

Si y a d i m o s u n a v e z e n nuestra v i d a este p a s o - y e l e g i m o s ,
e n t o n c e s , este e s t a d o , p o r q u e f u i m o s , c o n su g r a c i a , d e los q u e
« m á s nos q u i s i m o s afectar» e n su s e g u i m i e n t o - , v a y a m o s p o c o a
p o c o r e f l e x i o n a n d o y o r a n d o las reformas q u e p i d e nuestra v i d a
a c t u a l para r e v i t a l i z a r y a u t e n t i f i c a r e n ella la o p c i ó n f u n d a m e n t a l
que ya hicimos.

151
i
10
EL MENSAJE DE JESÚS

En este día v a m o s a pasar una j o r n a d a c o n Jesús, r e c o r r i e n d o


c o n El a l d e a s y c a m i n o s , para v e r c ó m o se c o m p o r t a b a ; para o b -
servar su r e l a c i ó n c o n D i o s y c o n los h o m b r e s .

Para e l l o , sugiero q u e se t o m e n los textos preferidos del E v a n -


gelio; p o r q u e c a d a u n o d e nosotros tiene textos e n los q u e siempre
se ha «sentido» c o g i d o ; textos q u e nos interpelan s i e m p r e y q u e , a
pesar d e las crisis y d e nuestros v a i v e n e s , n u n c a se h a n «gastado».
Los p o d e m o s hoy repescar, repasar, repetir (en el sentido ¡gnaciano).

O bien p o d e m o s a c u d i r al c a p í t u l o p r i m e r o del e v a n g e l i o d e
M a r c o s , q u e , c o m o d i c e n los exegetas, representa una j o r n a d a «tí-
p i c a » d e Jesús.

Pero ese recorrido q u e hagamos junto a Jesús, v i e n d o su m o d o


d e actuar, su «aire», no p u e d e olvidar q u e Jesús n u n c a v i v i ó desde sí
y para sí, sino desde D i o s y para los d e m á s . Él fue el Enviado d e D i o s
para los hombres: «Tanto a m ó D i o s al m u n d o q u e e n v i ó a su ú n i c o
H i j o » (Jn 3, 16). Pero es el E n v i a d o q u e e n v í a - c o m o v e í a m o s - : «Así
c o m o m e e n v i ó el Padre, así os e n v í o a vosotros» (Jn 1 7, 18). Y n o -
sotros formamos parte d e esos e n v i a d o s . Por lo tanto, p o n g a m o s m u -
c h o interés e n seguir al E n v i a d o para ver y aprender atentamente
q u i é n era, q u é hacía, c ó m o lo h a c í a . . . Así nosotros, luego, e n nues-
tra v i d a , p o d r e m o s comportarnos c o m o Él, el E n v i a d o del Padre.

Por eso, a lo largo del día, p i d a m o s « c o n o c i m i e n t o interno» del


S e ñ o r para e m p a p a r n o s d e su persona, d e su estilo, d e sus valores.

153
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Pero por s¡ p u e d e servir d e a y u d a , y o v o y a c o n c e n t r a r m e , p r i -


m e r o , e n el m e n s a j e d e Jesús; y m á s t a r d e , e n su estilo. V o y a fijar-
m e , a h o r a , e n d o s c o n c e p t o s q u e , según los exegetas, r e s u m e n e l
m e n s a j e d e Jesús. S o n « A b b á » y « R e i n o » .

I. Abbá

« A b b á » (Padre) significa q u e Jesús v i v i ó c a u t i v a d o p o r la e x -


p e r i e n c i a d e sentirse H i j o , a m a d o por el Padre ( M e 1 , 10-11), y d e
p o d e r l l a m a r P a d r e a D i o s ( M e 14, 3 6 ) . Ésa es la e x p e r i e n c i a f o n -
tal d e J e s ú s . U n a e x p e r i e n c i a ú n i c a , irrepetible, p e r o q u e q u e r í a
compartir.

Jesús ha e x p e r i m e n t a d o e l a m o r s a l v a d o r q u e e l P a d r e le t i e -
n e , su a c e r c a m i e n t o inefable, y e n el interior d e esa e x p e r i e n c i a se
ha f o r m a d o la d e c i s i ó n d e ser para los d e m á s c o m o el Padre es p a -
ra É l . Y nos ha i n v i t a d o a nosotros a h a c e r el m i s m o r e c o r r i d o . La
i n v i t a c i ó n q u e nos dirige es a entrar e n e s e m i s m o c a m i n o : a e x -
p e r i m e n t a r l e a Él c o m o el a m o r s a l v a d o r d e D i o s y ser para los d e -
m á s c o m o D i o s e n Jesús es para nosotros.

Esto, q u e es casi el r e s u m e n d e t o d o el E v a n g e l i o , se e n c u e n -
tra a d m i r a b l e m e n t e descrito e n d o s f a m o s o s « c o m o » d e l e v a n g e l i o
según S a n J u a n . D i c e Jesús e n el c u a r t o e v a n g e l i o : « C o m o el Padre
m e ha a m a d o , así os h e a m a d o y o . . . Éste es mi m a n d a m i e n t o , q u e
os a m é i s unos a otros c o m o y o os h e a m a d o » (Jn 1 5 , 9.12). Éstos
son los grandes « c o m o » d e la v i d a d e J e s ú s . 1

1
Cf. J . A. G A R C Í A , En el mundo desde Dios. Vida religiosa y resistencia
cultural, Sal Terrae, Santander 1989, p. 9 1 . Escribe el autor: «La afirmación del
Génesis 1 , 27 de que el hombre es " i m a g e n " d e Dios la debió vivir Jesús "a tope".
En su experiencia más íntima, Jesús siente a Dios c o m o a un Padre totalmente ex-
tra-vertido hacia Él y hacia el mundo, totalmente pro-existente. A l sentir así a
Dios, por una parte, y al sentirse, por otra, imagen filial d e ese Dios, Jesús se ex-
perimenta a sí mismo c o m o alguien hecho y pensado para esa misma extro-ver-
sión d e Dios, para esa misma pro-existencia. Ser para los demás como el Padre
fue para Él: he ahí la autocomprensión más radical que Jesús tuvo de sí mismo...
El Evangelio de Juan ha puesto, c o m o ningún otro, énfasis en ese como para e x -
presar el nexo interno entre lo que Dios es y lo q u e es Jesús y, un poco más tar-
de, entre lo que Jesús es para nosotros y lo que nosotros hemos de ser para los d e -
más (Jn 15, 9.12)».

154
E L MENSAJE DE JESÚS

Q u e r í a Jesús c o m p a r t i r esa e x p e r i e n c i a fontal del « A b b á » c o n


nosotros. ¿ C ó m o era ese « A b b á » ? Las a u t o r i d a d e s religiosas, c u a n -
d o a c u s a n a Jesús, le d i c e n q u e blasfema, p o r q u e « s i e n d o h o m b r e ,
te h a c e s D i o s » (Jn 10, 3 3 ) . Te h a c e s . Y e n v e r d a d , Jesús se h a c í a
D i o s . Jesús n o nos ha r e v e l a d o s ó l o c o n sus p a l a b r a s q u i é n era
D i o s ; sino q u e , c o n su praxis, c o n su a c t u a c i ó n y c o m p o r t a m i e n t o ,
c o n sus obras, Jesús p r a c t i c a b a a D i o s . Y a través d e sus palabras y
sus o b r a s , nos ha m o s t r a d o al P a d r e : « Q u i e n m e ha visto a m í ha
visto al Padre» - d e c í a - (Jn 14, 9; H e b r 1 , 3). El H i j o ha e x p l i c a d o
al Padre Gn 1 , 17-18).

Y d e esa e x p l i c a c i ó n y d e esa p r á c t i c a , ¿ c o n q u é rasgos se nos


presenta el D i o s d e Jesús? ¿ C u á l es el rostro del Padre?

El D i o s d e Jesús r o m p e los e s q u e m a s d e la r a z ó n . N o es c o m o
la r a z ó n , a b a n d o n a d a a sí m i s m a , y sin la r e v e l a c i ó n , se i m a g i n a -
ría a D i o s . La r a z ó n se i m a g i n a r í a e x c l u s i v a m e n t e a u n D i o s o m -
n i p o t e n t e , infinito, M o t o r i n m ó v i l y l e j a n o , C a u s a p r i m e r a , i n m u -
t a b l e e i m p a s i b l e . . . Éstos n o son los rasgos p r i m o r d i a l e s del D i o s
de Jesús.

V e a m o s c u á l e s son los rasgos d e l D i o s d e J e s ú s : 1) U n D i o s


a m i g o d e la v i d a q u e lucha contra los ídolos d e m u e r t e ; 2) U n D i o s
discreto ( h u m i l d e ) ; 3) U n D i o s q u e es amor, es Padre; 4) Es el D i o s
d e los pobres y d e los c r u c i f i c a d o s d e este m u n d o ; y 5) U n D i o s f u -
turo del h o m b r e .

R e c o n o z c a m o s estos rasgos e n u n a p a r á b o l a a d m i r a b l e , q u e
h e m o s d e g u s t a d o m u c h a s v e c e s : la p a r á b o l a del hijo p r ó d i g o , q u e
e n r e a l i d a d es la del P a d r e m i s e r i c o r d i o s o ( L e 1 5 , 11-32). Es, c o -
m o se ha d i c h o , la d e f i n i c i ó n m á s larga d e D i o s q u e se e n c u e n t r a
e n el N u e v o T e s t a m e n t o . V a m o s a repasarla u n a v e z m á s . H a g á -
m o s l o c o n la e x c l a m a c i ó n d e l S a l m o : « ¡ G u s t a d y v e d q u é b u e n o
es el S e ñ o r ! » .

7. Un Dios amigo de la vida (Sab 7 7, 6), contrario a los ídolos de


muerte

El D i o s trinitario e n su interior es A u t o d o n a c i ó n y c o m u n i ó n :
es el D i o s d e la v i d a q u e consiste e n u n e t e r n o darse y recibirse.
N o nos p u e d e extrañar q u e c u a n d o se extravierte h a c i a fuera sea
un « D i o s para» y un « D i o s c o n » : q u e v u e l q u e su b o n d a d para dar

155
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

v i d a d e su v i d a - É l es d a d o r d e v i d a - y q u e sea un D i o s con, que


c o n - d e s c i e n d a -para a c a m p a r entre y c o n n o s o t r o s - y c o m p a d e z -
c a , p a d e z c a con el q u e esté m á s a b a j o y con el q u e m á s sufra d e
los h u m a n o s .

Esto se transparenta e n el a b r a z o del Padre d e la p a r á b o l a . C o -


m o éste, el D i o s d e Jesús es salvador, liberador. C u a n d o hay un s a l -
v a d o , un liberado, se g o z a y da una fiesta.

N o m a c h a c a al hijo, c u a n d o éste regresa, ni se v e n g a , d i c i é n -


d o l e : H a llegado el m o m e n t o d e pedirte c u e n t a s . S i n o q u e se a r r o -
ja al c u e l l o , lo besa e f u s i v a m e n t e , lo viste c o n el m e j o r vestido, le
p o n e a n i l l o s e n las m a n o s y s a n d a l i a s e n los pies.

S e g o z a , c o m o el Padre d e la p a r á b o l a , p o r q u e los ídolos d e


m u e r t e (la a u t o s u f i c i e n c i a , el sexo, la a m b i c i ó n y el d i n e r o . . . ) h a n
q u e d a d o rotos. El h i j o ya n o está e s c l a v i z a d o por e l l o s ni d e s h u -
m a n i z a d o , v i v i e n d o entre c e r d o s .

S e alegra por este hijo s u y o q u e estaba muerto y ha v u e l t o a la


v i d a ; estaba p e r d i d o y ha sido h a l l a d o . Es un D i o s a m i g o d e la v i -
d a , q u e se alegra d e q u e todos tengan v i d a (para e l l o se d e j ó a r r e -
batar a su H i j o U n i g é n i t o , d a n d o así la parte m á s q u e r i d a d e su
p r o p i a v i d a para q u e todos t u v i e r a n v i d a ) .

2. Un Dios discreto y fiel

El D i o s d e Jesús tal c o m o a p a r e c e en la parábola es un D i o s dis-


creto: infinitamente respetuoso c o n la libertad del hijo. N o le niega la
parte d e la h a c i e n d a q u e le exige. N o le impide la marcha d e casa.

P o r q u e n o q u i e r e i m p o n e r s e c o n su p o d e r y su f u e r z a . N o
q u i e r e respuestas o b l i g a d a s , s i n o a m o r o s a s . S u d i s c r e c i ó n - l a
d i s c r e c i ó n d e este D i o s - es la garantía d e la a u t o n o m í a d e l h o m -
b r e . Es u n p a d r e c e r c a n o y r e s p e t u o s o c o n la a u t o n o m í a y l i b e r -
tad del hijo.

Pero esa d i s c r e c i ó n es s i m u l t á n e a m e n t e f i d e l i d a d . La f i d e l i d a d
d e D i o s v a s i e m p r e u n i d a e n la B i b l i a , c o m o u n a c a n t i n e l a c o n s -
tante, a la c o m p a s i ó n y m i s e r i c o r d i a d e D i o s . La f i d e l i d a d t i e n e
dos a c e p c i o n e s : es el a p e g o d e un ser a otro; es la c o h e r e n c i a c o n
u n o m i s m o . Las d o s a c e p c i o n e s se r e a l i z a n e n este D i o s discreto y
a p a r e n t e m e n t e d é b i l . Él n o deja n u n c a d e estar a p e g a d o al ser hu-

156
E L MENSAJE DE JESÚS

m a n o , y Él es c o h e r e n t e c o n s i g o m i s m o , p u e s , c o m o d i c e S a n Pa-
b l o , « D i o s dejaría d e ser D i o s si n o fuera f i e l » .

C o m o el Padre d e la p a r á b o l a , el D i o s fiel s u b e c a d a día a la


a z o t e a y el d í a e n q u e v u e l v e el hijo n a d i e t i e n e q u e advertírselo
p o r q u e s i e m p r e ha estado e n v i g i l a n t e espera e s p e r a n z a d a ( « S u p a -
dre lo v i o d e lejos y se e n t e r n e c i ó » ) . D i o s está s i e m p r e « l a b o r a n d o »
[ 2 3 6 ] : o f r e c i e n d o un a m o r q u e nos a c o g e , una amistad q u e nos i n -
vita, u n a gracia q u e se nos o f r e c e . . . D i o s n o se i m p o n e , pero se i n -
s i n ú a . S u p r e s e n c i a e n el m u n d o es discreta y h u m i l d e , c o m o lo
2

es s i e m p r e la p r e s e n c i a d e la amistad y del a m o r v e r d a d e r o .

Es c o m o la espera llena d e e s p e r a n z a del Padre d e la p a r á b o -


la q u e v i o partir al h i j o , p e r o q u e s u b e a la terraza c a d a día y d e s -
d e a l l í otea, v i g i l a , n o se deja v e n c e r por el d e s á n i m o , lanza u n
m e n s a j e sin palabras al hijo d e s d e su s i l e n c i o s i e m p r e alentador.

3. Un Dios que es amor (y padre)

Es u n Padre q u e exulta p o r q u e v u e l v e el p e c a d o r y le regala


gratuitamente el p e r d ó n . N o q u i e r e q u e las r e l a c i o n e s d e los hijos
c o n Él sean m e r c a n t i l e s , b a s a d a s e n el « d o ut d e s » , e n la c o n t r a -
p r e s t a c i ó n : y o te d o y méritos ( b u e n a s obras), tú m e d e b e s favores.
D e s e a r e l a c i o n e s g r a t u i t a m e n t e a m o r o s a s . Y por e s o r e p r o c h a al
hijo mayor, q u e n o c o m p r e n d e la g e n e r o s i d a d del Padre. U n a g e -
nerosidad q u e r o m p e sus e s q u e m a s mercantilistas y legalistas: « ¡ J a -
m á s h e d e j a d o d e c u m p l i r una o r d e n t u y a ! » .

N o c o m p r e n d e e s e hijo m a y o r la d e s b o r d a n t e m i s e r i c o r d i a
del Padre - « P o r q u e y o soy b u e n o » - . N o c o m p r e n d e q u e el hijo
q u e se f u e siga s i e n d o hijo y su h e r m a n o . Para el hijo mayor, el Pa-
d r e d e b e tener la m i s e r i c o r d i a tasada: s ó l o otorgarla d o s i f i c a d a ,
e n c o r s e t a d a según los méritos del h o m b r e .

El D i o s d e Jesús n o es así. Es a m o r d e s b o r d a n t e . Para É l , el h i -


j o , a u n p e r d i d o , sigue s i e n d o h i j o . Y para e s e hijo p e r d i d o v a l e
t a m b i é n : « ¡ T o d o lo m í o es t u y o ! » .

2
Cf. J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , «Dios se insinúa» e n : I. S O T E L O y J . I.
G O N Z Á L E Z F A U S , ¿Sin Dios o con Dios? Razones del agnóstico y del creyente,
Ediciones H O A C , Móstoles (Madrid) 2002, pp. 121-130.

157
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

4. Un Dios de los pobres y de los crucificados de este mundo

El hijo era u n n e c e s i t a d o , un h a m b r i e n t o , sin d i n e r o y sin e s -


p e r a n z a . L o m a l g a s t ó t o d o . E n t o n c e s s o b r e v i n o -sin c u l p a s u y a -
un h a m b r e e x t r e m a e n a q u e l país y c o m e n z ó a pasar n e c e s i d a d :
¡ M e muero de hambre!

El Padre sufre c o n el sufrimiento d e l hijo y lo h a c e s u y o . V e a -


m o s e n ese Padre d e la p a r á b o l a a nuestro D i o s , q u e , c o n m o v i d o ,
c o r r e y se e c h a e n b r a z o s d e e s e hijo q u e a p a c e n t a b a p u e r c o s .
V e a m o s e n ese gesto el a b r a z o sufriente d e D i o s a los c r u c i f i c a d o s
d e este m u n d o , q u e , q u i z á s , d e s e a n llenar su v i e n t r e c o n las b e l l o -
tas q u e c o m e n los p u e r c o s , p e r o n a d i e se las d a .

Y es p r e c i s a m e n t e d e a q u é l l o s c u y a v i d a es u n a no-vida, d e
los p o b r e s y a b a n d o n a d o s , d e los d e s h e r e d a d o s d e la s o c i e d a d . . .
d e q u i e n e s está m á s c e r c a n o el D i o s c o m p a s i v o . Y es q u e el A m o r
s i e m p r e b u s c a p r i m e r o a las v í c t i m a s del des-amor; el A m o r v a ,
p r i m e r o y f u n d a m e n t a l m e n t e , d o n d e es m á s urgente u n a c e r c a -
m i e n t o c o n entrañas.

A u n q u e esta preferencia d e D i o s siempre suscitará reproches,


siempre habrá «hermanos mayores» - c o m o e n la p a r á b o l a - q u e , des-
concertados, tendrán esa actividad preferencia! «bajo sospecha». C o n
ese precio hay q u e contar; pues ni la gracia ni la gratuidad es barata
-ya lo d e c í a Bonhoeffer- T a m p o c o la c o m p a s i ó n q u e brota d e ellas.

Pero esa c o n - d e s c e n d e n c i a c o m p a s i v a es la q u e c o n más


a h í n c o p r a c t i c ó Jesús para narrarnos c o n su v i d a c ó m o es D i o s . J e -
sús, q u e repitió tantas v e c e s el grito d e D i o s q u e p r o v e n í a del A n -
tiguo Testamento: « M i s e r i c o r d i a y c o m p a s i ó n q u i e r o ; y n o s a c r i f i -
c i o s c u l t u a l e s » , p r a c t i c ó esa m i s e r i c o r d i a c o m p a s i v a .

A s í Jesús se s o l i d a r i z ó c o n los d e a b a j o - c o m o el Padre d e la


p a r á b o l a - , c o n el reverso d e la Historia, c o n a q u é l l o s q u e la p a d e -
c e n , para, a partir d e ahí, salvar t a m b i é n a los q u e la h a c e n .

5. El Dios de la casa abierta

La casa del Padre es la e s p e r a n z a del hijo p e r d i d o : ¡ M e l e v a n -


taré, iré a mi P a d r e ! Y l e v a n t á n d o s e , partió h a c i a la c a s a del Padre.

Y el Padre le hizo entrar: a una c a s a d o n d e ya n o había l o d a -


z a l , ni h a m b r e , ni angustia, ni lágrimas; sino hogar r e c o b r a d o , me-

158
E L MENSAJE DE JESÚS

sa c o m p a r t i d a , fiesta y m ú s i c a d e la f i l i a c i ó n y la f r a t e r n i d a d c e l e -
b r a d a s . La c a s a d e l P a d r e c o m p a s i v o e r a , d e s d e s i e m p r e y para
s i e m p r e , la c a s a d e l h i j o ; el hijo estaba e n «su» c a s a . 3

Ese a b r a z o final es nuestro d e s t i n o y el d e t o d o h o m b r e : v o l -


v e r a la c a s a d e l P a d r e ; p o r q u e s o m o s h i j o s . U n a c a s a e n la q u e É l ,
c o m o P a d r e , h a b i t a r á s i e m p r e c o n nosotros «y e n j u g a r á las l á g r i -
m a s d e nuestros o j o s y n o h a b r á y a m u e r t e ni h a b r á llanto, ni g r i -
tos ni fatigas, p o r q u e el m u n d o v i e j o h a b r á p a s a d o » ( A p o c 2 1 , 4 ) .

Pero conocer es practicar

Éstos son los rasgos d e l D i o s d e J e s ú s , d e nuestro D i o s cristia-


n o . G u s t é m o s l o s . C r e z c a m o s e n su c o n o c i m i e n t o y a b a n d o n é m o -
nos h o y al s e n t i m i e n t o d e c o n f i a n z a q u e p r o d u c e el s a b e r s e hijos
de Dios.

P e r o n o o l v i d e m o s q u e para c o n o c e r a D i o s hay q u e « p r a c t i -
c a r l o » - c o m o Jesús h a c í a - S ó l o d e s d e la e x p e r i e n c i a del a m o r y la
p r á c t i c a d e la entrega generosa y gratuita se p u e d e c r e c e r e n el c o -
n o c i m i e n t o d e l D i o s v e r d a d e r o : « T o d o el q u e a m a es n a c i d o d e

3
Y es que la compasión y la misericordia están ligadas con la justicia. D e
la compasión brota la justicia. N o basta con una compasión abstracta e ineficaz,
reducida a un sentimiento que se deja tocar por el sufrimiento sin reaccionar. N i
la compasión misericordiosa c o n la que define el A . T el ser de Dios, ni la que
practicó Jesús eran sensibleras y etéreas, ni sinceros pero meros suspiros d e lásti-
ma, sino que llevaban al compromiso.
El Dios de la «misericordia quiero; y no sacrificio» insiste en que esa c o m -
pasión se vuelque sobre la «viuda, el huérfano y el forastero» -esa tripleta que
sintetiza a todo desclasado y desvalido d e aquella época-. El Dios que practicó
Jesús es el Dios de las Bienaventuranzas. Y los exegetas actuales nos invitan a le-
er éstas -tal c o m o las presenta el evangelista M a t e o - desde un esquema «quiás-
tico» o circular (entrelazado): de tal modo que la primera se corresponde con la
última, la segunda con la penúltima, la tercera c o n la antepenúltima y la cuarta
y la quinta, que quedan en el centro de este esquema, son las que contienen lo
central del mensaje. El «hambre y sed de justicia» y la «misericordia» son lo m e -
dular d e esta carta magna del Reino. D e acuerdo c o n esto, la misericordia no se
contrapone a la justicia, sino que se realiza c o m o hambre y sed de justicia. Aquí
está una vez más la síntesis entre gracia y exigencia, entre don y tarea, que noso-
tros tendemos a destruir: una misericordia y compasión sin hambre d e justicia
pueden quedarse en simple sensiblería interesada. Y un hambre de justicia que no
brote d e la misericordia quedará en pelagianismo u orgullo prometeico (Cf. J . I.
G O N Z Á L E Z F A U S , «Por una cultura del perdón» en el libro en colaboración:
Iglesia, sociedad y reconciliación).

159
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

D i o s y a D i o s c o n o c e . El que no ama, no conoce a Dios, porque


Dios es amor» (1 J n 4, 7-8).

S ó l o el q u e a m a c o n o c e al D i o s q u e es amor. S e a m o s c o n s e -
cuentes:

• A m e m o s , y c o n o c e r e m o s al D i o s q u e es a m o r ;

• S e a m o s a m i g o s d e la v i d a y liberadores, y c o n o c e r e m o s al
D i o s d e la v i d a . Y para dar v i d a , r e c o r d e m o s q u e s i e m p r e
hay q u e dar u n p o c o d e la p r o p i a v i d a y, a v e c e s , para dar
v i d a , hay q u e dar toda la v i d a ;

• O p t e m o s por los pobres, por los necesitados, y d e j é m o n o s


c r u c i f i c a r c o n los c r u c i f i c a d o s d e este m u n d o , l u c h e m o s
por e l l o s b a j á n d o l o s d e la c r u z , y c o n o c e r e m o s al D i o s
q u e es solidario.

Q u e el D i o s d e Jesús, el « A b b á » , nos c o n c e d a «practicarle» p a -


ra c o n o c e r l e .

II. Reino

J u n t o c o n la r e v e l a c i ó n d e D i o s c o m o « A b b á » , el a n u n c i o del
« R e i n o d e D i o s » c o n s t i t u y e el otro e l e m e n t o c e n t r a l del m e n s a j e
d e Jesús. La instauración del « R e i n o d e D i o s » es el c o n t e n i d o d e su
p r e d i c a c i ó n : a q u e l l o para lo q u e v i v e Jesús. Es la c l a v e d e su c o n -
d u c t a y d e su praxis.

¿ Q U É ES EL R E I N O ?

La expresión tan f r e c u e n t e e n b o c a d e Jesús, « R e i n o d e D i o s » ,


tenía u n s i g n i f i c a d o a l g o distinto al q u e p u e d e tener la p a l a b r a
« r e i n o » para un o c c i d e n t a l . N o t i e n e un significado estático, e s p a -
c i a l , c o m o si designara u n territorio, un lugar e n d o n d e reina D i o s .
S e trata d e un c o n c e p t o d i n á m i c o y designa el a c t o d e reinar, el s e -
ñorío, la a c t u a c i ó n real d e D i o s .

Por otra p a r t e , n o se trata n u n c a d e a l g o a b s t r a c t o , s i n o d e


u n a c o n t e c i m i e n t o c o n c r e t o , a l g o q u e se está r e a l i z a n d o , u n a i n -
t e r v e n c i ó n c o n c r e t a d e D i o s e n la v i d a d e los h o m b r e s . D e a h í
q u e la e x p r e s i ó n « R e i n o d e D i o s » d e b a t r a d u c i r s e m e j o r al cas-

160
E L MENSAJE DE JESÚS

t e l l a n o c o m o « r e i n a d o d e D i o s » . S i g n i f i c a el c a m b i o d e la r e a -
4

l i d a d c u a n d o a e l l a se a c e r c a D i o s .

C u a n d o Jesús h a b l a del R e i n o d e D i o s , está h a b l a n d o d e la


fuerza q u e t i e n e la a c t u a c i ó n d e D i o s entre los h o m b r e s . Jesús h a -
bla d e la a c c i ó n d e D i o s q u e i n t e r v i e n e e n la historia d e los h o m -
bres y la lleva h a c i a u n a meta d e p l e n i t u d y d e s e n t i d o . ¿ C u á l es
esa meta? U n a n u e v a f o r m a d e c o m u n i d a d h u m a n a d e s d e D i o s y
con Dios.

Pero « R e i n o » y « A b b á » son inseparables. El « R e i n o » está f u n -


d a d o e n la p a t e r n i d a d d e D i o s . El « R e i n o » da razón del ser d e D i o s
c o m o « A b b á » y la p a t e r n i d a d d e D i o s da f u n d a m e n t o y razón d e
ser al « R e i n o » .5

Por e s o p o d í a n escribir los o b i s p o s v a s c o s : «Entre nosotros


hay q u i e n e s b u s c a n a D i o s sin p r e o c u p a r s e d e b u s c a r u n m u n d o
mejor y más h u m a n o . Y hay, por el contrario, q u i e n e s b u s c a n c o n s -
truir u n m u n d o n u e v o sin D i o s . U n o s b u s c a n a D i o s sin m u n d o .
O t r o s b u s c a n el m u n d o sin D i o s . En Jesús, n o e n c o n t r a m o s n u n c a
tal d i s o c i a c i ó n . N u n c a habla d e D i o s sin el m u n d o y n u n c a h a b l a
del m u n d o sin D i o s . Jesús habla del R e i n o d e D i o s e n el m u n d o » . 6

P r e c i s a m e n t e p o r q u e D i o s es Padre q u i e r e q u e se e s t a b l e z c a
u n a c o m u n i d a d fraterna entre los h o m b r e s , una c o m u n i d a d s o l i -
daria, c o m o c o r r e s p o n d e a los hijos del m i s m o Padre, q u e son her-
m a n o s entre s í . 7

4
Las páginas sobre el Reino que siguen deben mucho a J . A . P A G Ó L A , Je-
sús de Nazaret. El hombre y su mensaje, Idatz, San Sebastián 1983.
5
Sobre la bipolaridad «Abbá» y «Reino» cf. J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , Ac-
ceso a Jesús. Ensayo de Teología narrativa, Sigúeme, Salamanca 1979, pp. 46-58.
6
Carta pastoral de los obispos de Pamplona y Tudela, Bilbao, San Sebas-
tián y Vitoria, Creer hoy en el Dios de Jesucristo, Cuaresma-Pascua de Resurrec-
ción, 1986, n ° 3 0 .
7
U n a de las tentaciones de la cultura moderna es buscar «o un Dios sin
Reino o un Reino sin Dios». Cf. sobre este punto J . A . G A R C Í A , En el mundo des-
de Dios. Vida religiosa y resistencia cultural, Sal Terrae, Santander 1989, pp. 94-
96. Escribe J . A. G A R C Í A : «Lo que Jesús nos enseña no es a ser hijos o hermanos
por separado, sino hijos y hermanos a un mismo tiempo y en continua relación.
La fraternidad más profunda y operante que pueda haber hunde sus raíces en la
experiencia de la filiación, c o m o sucedió en el caso de Jesús. U n a conciencia de
hijo que no lleve, por otra parte, a la conciencia de hermano, se demuestra c o m o
cristianamente falsa».

161
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

D i o s , p u e s , se a c e r c a l i b e r a d o r a m e n t e a los h o m b r e s para
m o d i f i c a r el o r d e n d e c o s a s existente q u e i m p i d e la c r e a c i ó n d e
esa c o m u n i d a d fraterna. D i o s i n t e r v i e n e para c a m b i a r la s i t u a c i ó n .

L O S RASGOS DEL R E I N O

D e este R e i n o nos ha t r a z a d o Jesús sus rasgos e s e n c i a l e s :

/. El Reino ya ha comenzado (aquí)

El R e i n o q u e a n u n c i a Jesús n o es a l g o u l t r a m u n d a n o , q u e se
realizará un d í a e n la otra v i d a , e n el m á s allá; sino q u e es algo q u e
a c o n t e c e a h o r a , que está ya en marcha entre nosotros.

A s í c o m o el Bautista p r o c l a m a q u e D i o s ya v i e n e , Jesús d i c e
q u e el reino d e D i o s ya ha l l e g a d o . Jesús a c t ú a c o n v e n c i d o d e q u e
a l g o n u e v o se ha puesto e n m a r c h a c o n su v e n i d a y su a c t u a c i ó n .
El R e i n o d e D i o s está i r r u m p i e n d o entre los h o m b r e s , c o n su p r e -
d i c a c i ó n y sus gestos.

En sus p a r á b o l a s , afirma q u e la c o s e c h a está ya m a d u r a ( M t 9,


3 7 ) ; q u e los c a m p o s y a b l a n q u e a n (Jn 4 , 3 5 ) , q u e a h o r a hay v i n o
n u e v o ( M e 2, 2 3 ) , q u e es la hora del n o v i o y q u e n o hay q u e a y u -
nar ( M e 2 , 18-20). Jesús afirma q u e si expulsa los d e m o n i o s es q u e
ya ha llegado el reino d e D i o s ( M t 1 2 , 2 8 ) . A la pregunta d e los fa-
riseos s o b r e c u á n d o llega el r e i n o les r e s p o n d e q u e «el r e i n o d e
D i o s ya está e n m e d i o d e vosotros» (Le 1 7, 2 1 ) .

En u n a p a l a b r a , la a u r o r a d e la s a l v a c i ó n y a ha d e s p u n t a d o ,
los v i e j o s t i e m p o s h a n p a s a d o . « L a hora e s c a t o l ó g i c a d e D i o s , la
victoria d e D i o s , la c o n s u m a c i ó n del m u n d o está c e r c a . Y, por c i e r -
to, m u y c e r c a . Y si al final d e su v i d a Jesús n o v e c o n la m i s m a c l a -
ridad la c e r c a n í a d e ese reino ni q u e v e n g a d e la m a n e r a c o m o lo
h a b í a p e n s a d o , e n la c e n a v u e l v e a mostrar, sin e m b a r g o , su c o n -
v i c c i ó n d e q u e v a a venir. " Y a n o b e b e r é del p r o d u c t o d e la v i d
hasta el d í a a q u e l e n q u e lo b e b a d e n u e v o e n el r e i n o d e D i o s "
( M e 1 4 , 2 5 ) . Ese b a n q u e t e es el b a n q u e t e definitivo e n el c u a l e s -
t a r á n a la m e s a A b r a h a m , Isaac, J a c o b y al c u a l v e n d r á n p a g a n o s
d e los c u a t r o puntos c a r d i n a l e s (Le 13, 28ss).»

«Las p a l a b r a s d e Jesús d e b i e r o n c a u s a r c o n m o c i ó n . Jesús n o


sólo espera el r e i n o d e D i o s , s i n o q u e afirma q u e está c e r c a , q u e
su v e n i d a es i n m i n e n t e , q u e el reino n o d e b e ser sólo objeto d e es-

162
E L MENSAJE DE JESÚS

p e r a n z a , s i n o d e c e r t e z a . Jesús t i e n e la a u d a c i a d e p r o c l a m a r el
d e s e n l a c e del d r a m a d e la historia, la s u p e r a c i ó n , por f i n , del an-
tirreino, la v e n i d a i n e q u í v o c a m e n t e salvífica d e D i o s . Y los signos
q u e a c o m p a ñ a n a sus palabras m a n t i e n e n esa e s p e r a n z a » . 8

Es cierto q u e este r e i n a d o n o se realizará d e forma p l e n a y d e -


finitiva sino e n el futuro d e D i o s , p e r o el p r o c e s o del R e i n o , el c r e -
c i m i e n t o , la l u c h a por el R e i n o t i e n e n lugar a h o r a , entre los h o m -
bres, e n el s e n o d e la s o c i e d a d h u m a n a .

2. El Reino exige compromiso (crear projimidad)

La l l a m a d a d e D i o s a instaurar un n u e v o o r d e n e n la c o n v i -
v e n c i a h u m a n a p i d e u n a respuesta p e r s o n a l d e c a d a u n o . N a d i e
r e c i b e el R e i n o por otro. C a d a u n o está l l a m a d o a u n a d e c i s i ó n
p e r s o n a l , insustituible e intransferible.

Pero la llamada d e Jesús es a entrar e n la c o m u n i d a d h u m a n a en


q u e p u e d e reinar D i o s . Todo i n d i v i d u a l i s m o q u e d a e x c l u i d o . N a t u -
ralmente, para entrar en el R e i n o se necesita c o n v e r s i ó n , v i d a inte-
rior; y esta conversión c o n d u c e al h o m b r e a su liberación, a su reali-
z a c i ó n personal, a su armonía. Pero el R e i n o n o es pura interioridad.

La l l a m a d a d e Jesús es a realizar el R e i n o d e D i o s e n m e d i o
d e nosotros (Le 1 7, 2 1 ) , el R e i n o del Padre q u e s o l a m e n t e reina e n
c u a n t o existe s o l i d a r i d a d , p r o j i m i d a d , c o m u n i d a d . Por tanto, d e c i -
dirse a entrar e n el R e i n o es c o m p r o m e t e r s e a c r e a r p r o j i m i d a d . Si
y o n o v i v o c r e a n d o fraternidad, p r o m o v i e n d o la s o l i d a r i d a d , c o m -
p a r t i e n d o mi v i d a s e r v i c i a l m e n t e c o n los h o m b r e s , n o h e e n t r a d o
e n la d i n á m i c a del R e i n o .

Y luchar por el R e i n o es l u c h a r contra t o d o a q u e l l o q u e o p r i -


m e al h o m b r e e i m p i d e q u e fragüe e n el m u n d o u n a c o m u n i d a d
fraternal: el m a l y el sufrimiento. Por eso Jesús, c u a n d o e n v í a a sus
d i s c í p u l o s a a n u n c i a r el R e i n o , les d i c e : «Por el c a m i n o , p r o c l a -
m a d q u e el r e i n a d o d e D i o s está c e r c a . C u r a d e n f e r m o s , resucitad
muertos, l i m p i a d leprosos, e c h a d d e m o n i o s » ( M t 10, 7-8). Y es q u e
la v e n i d a del R e i n o a c a e c e contra el A n t i - r e i n o , q u e lo p e r m e a to-
9

8
J . S O B R I N O , Jesucristo liberador. Lectura histórico-teológica de Jesús de
Nazaret, Trotta, Madrid 3 edic. 1997, pp. 106-107.
a

9
Ibid., «La expulsión de demonios: victoria sobre el maligno» en o. c ,
pp. 128-130.

163
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

d o ; su v e n i d a n o es, p u e s , ni p a c í f i c a ni i n g e n u a , n o o c u r r e sobre
una «tabula rasa» o u n terreno n e u t r a l ; por e s o su llegada es l u c h a
- y así f u e la p r á c t i c a d e Jesús-, su a d v e n i m i e n t o es v i c t o r i a , su ¡m-
p l a n t c i ó n es n o sólo b e n é f i c a , sino liberadora.

Así, se ha p o d i d o definir el R e i n o d e D i o s q u e a n u n c i a Jesús y


q u e se enfrenta al Anti-reino, c o n esta escueta frase: R e i n o d e D i o s
para Jesús significa q u e la c a u s a d e los h o m b r e s es la c a u s a d e
Dios (Schillebeeckx).

Por e s o , q u i z á s , la m e j o r d e s c r i p c i ó n d e lo q u e es v i v i r e n la
d i n á m i c a del R e i n o nos la d e j ó Jesús e n la p a r á b o l a del b u e n sa-
maritano: creación de p r o j i m i d a d . Sabiendo que «prójimo» - c o -
1 0

m o afirma G . G u t i é r r e z - n o es a q u é l q u e y o e n c u e n t r o e n el c a -
m i n o , sino a q u é l e n c u y o c a m i n o y o m e p o n g o .

3. El Reino es «buena noticia», sobre todo, para los pobres 11

«Jesús o f r e c e el a m o r d e D i o s a t o d o s , p e r o n o d e la m i s m a
m a n e r a . C i e r t a m e n t e , Jesús n o a p a r e c e c o n la m e n t a l i d a d sectaria
d e su é p o c a , c o m o si sólo los q u e p e r t e n e c e n a u n g r u p o (fariseos,
e s e n i o s , z e l o t a s . . . ) a l c a n z a r a n s a l v a c i ó n ; ni c o n m e n t a l i d a d p r i -
m a r i a m e n t e a n t a g o n i z a n t e ; sino q u e a p a r e c e c o m o e v a n g e l i z a d o r
positivo, interesado e n la s a l v a c i ó n d e todos y d e s e a n d o q u e el r e i -
n o d e D i o s llegue a ser para todos.»

P e r o esto n o i m p i d e q u e Jesús t u v i e r a e n la m e n t e un d e s t i -
n a t a r i o e s p e c í f i c o c u a n d o a n u n c i a b a el r e i n o d e D i o s . L o ú n i c o
q u e se d e d u c e d e lo d i c h o es q u e n o e x c l u í a a n a d i e d e la p o s i b i -
l i d a d d e entrar e n el r e i n o . Pero n o es lo m i s m o n o e x c l u i r q u e n o
dirigirse p r i m o r d i a l m e n t e a c i e r t o s g r u p o s d e p e r s o n a s . Y éstos
son los p o b r e s .

En efecto, Jesús c o m p r e n d e su m i s i ó n c o m o dirigida a los p o -


bres: « M e ha e n v i a d o a a n u n c i a r a los p o b r e s la B u e n a N o t i c i a »
( L e 4, 18). Y así lo muestra t a m b i é n la respuesta j u b i l o s a d e Jesús
a los e n v i a d o s por J u a n el Bautista: « A los pobres se les a n u n c i a la
b u e n a noticia» (Le 7, 2 2 ; M t 1 1 , 5). La primera b i e n a v e n t u r a n z a d e

Cf. F. R A M I S , «Parábola del buen samaritano» e n : Lucas, evangelista de


1 0

la ternura de Dios, Verbo Divino, Estella (Navarra) 7 edic. 2000, pp. 91-105.
a

11
J . S O B R I N O , o. c , pp. 110-120. D e a h í t o m o ideas y frases textuales en
este apartado.

164
w
E L MENSAJE DE JESÚS

Jesús, según L u c a s , p r o c l a m a : « D i c h o s o s vosotros los p o b r e s , p o r -


q u e vuestro es el reino d e D i o s » (Le 6, 2 0 ) .

Esto lo r e c o g i ó P u e b l a a f i r m a n d o d e m o d o impresionante:
c u a l q u i e r a q u e sea la s i t u a c i ó n m o r a l o personal e n q u e se e n -
c u e n t r e n , D i o s d e f i e n d e y a m a a los pobres, y ellos son los p r i m e -
ros destinatarios d e la m i s i ó n d e Jesús ( P u e b l a , n ° 1.142).

A esos p o b r e s Jesús les d i c e q u e t e n g a n e s p e r a n z a , q u e D i o s


n o es c o m o se lo h a n h e c h o p e n s a r sus o p r e s o r e s , q u e el fin d e
sus c a l a m i d a d e s está c e r c a , q u e el R e i n o d e D i o s se a c e r c a y es
para e l l o s .

« D i o s se a c e r c a ; se a c e r c a p o r q u e es b u e n o y es b u e n o para
los h o m b r e s - y sobre t o d o , para los p o b r e s - q u e D i o s se a c e r q u e .
Por e s o el reino es " b u e n a n o t i c i a " . El a n u n c i o d e la b u e n a noticia
a los p o b r e s , por el m e r o h e c h o d e serlo - p r e s c i n d i e n d o d e su
c o n d u c t a m o r a l - s a c u d e y c o n m o c i o n a los c i m i e n t o s d e la religión
y es la m e j o r m a n e r a d e mostrar la gratuidad d e D i o s e n un m u n -
d o e n q u e se i d e o l o g i z a la riqueza.»

4. Al Reino se entra con corazón de pequeño (de niño) u

La p r e s e n c i a d e l R e i n o d e D i o s es h u m i l d e y a p a r e n t e m e n -
te a l g o i n s i g n i f i c a n t e e n la historia d e los h o m b r e s . La f u e r z a l i -
b e r a d o r a d e D i o s se o c u l t a e n la r e a l i d a d f a m i l i a r y s e n c i l l a d e
c a d a d í a , sin n i n g u n a e s p e c t a c u l a r i d a d ni rasgo e s p e c i a l m e n t e
llamativo.

S o r p r e n d e la insistencia d e Jesús e n presentar el r e i n a d o d e


D i o s c o m o « u n p e q u e ñ o grano d e m o s t a z a » , «un m e n u d o brote d e
higuera» o « u n p o c o d e l e v a d u r a » ( M t 1 3 , 31-33). La i r r u p c i ó n d e
D i o s e n la v i d a d e los h o m b r e s s o b r e v i e n e d e m a n e r a o s c u r a , y t o -
t a l m e n t e d e s p r o p o r c i o n a d a c o n el resultado final q u e está l l a m a d a
a alcanzar. Las p a r á b o l a s d e Jesús destacan el contraste entre la p e -
q u e n e z d e u n c o m i e n z o m u y m o d e s t o y la g r a n d e z a prodigiosa
del resultado f i n a l . N o p o d e m o s pretender a h o r a descubrir el R e i -
n o c o m o u n a c o s e c h a lograda, s i n o s o l a m e n t e d e t e c t a r l o c o m o
humilde siembra.

1 2
En este apartado sigo m u y de cerca a J . A. P A G Ó L A , Jesús de Naza-
ret..., o. c.

165
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

El R e i n o d e D i o s n o es un f e n ó m e n o q u e se p u e d e observar o
clasificar c o m o u n a r e a l i d a d m á s d e nuestro m u n d o . La fuerza del
R e i n o no se m i d e c o n criterios h u m a n o s .

A u n o s fariseos q u e p r e g u n t a b a n a Jesús c u á n d o iba a llegar


el r e i n a d o d e D i o s , les c o n t e s t ó : «El R e i n o d e D i o s v i e n e sin d e -
jarse sentir. Y n o se p o d r á d e c i r " v e d l o a q u í o a l l á " , p o r q u e el R e i -
n o d e D i o s y a está entre vosotros» (Le 1 7, 20-21). Y sin e m b a r g o ,
h a y u n a i n v i t a c i ó n d e Jesús a p e r c i b i r los signos d e esta p r e s e n c i a
d e D i o s e n la historia: « H i p ó c r i t a s , sabéis e x p l o r a r el a s p e c t o d e
la tierra y d e l c i e l o , ¿ c ó m o n o sabéis interpretar el m o m e n t o p r e -
sente?» (Le 1 2 , 5 6 ) .

Jesús p o n e e n estado d e alerta a los h o m b r e s para q u e c a p t e n


la i n t e r v e n c i ó n d e D i o s e n la historia y se a b r a n a ella. Pero n o son
los sabios, los filósofos, los c i e n t í f i c o s , los p e n s a d o r e s p r o f u n d o s
los q u e p e r c i b e n esta llegada d e D i o s a la v i d a d e l h o m b r e , s i n o
los s e n c i l l o s , los p e q u e ñ o s , los p o b r e s . Es una gracia q u e el Padre
les h a c e p r e c i s a m e n t e a ellos: « B e n d i t o seas, Padre, S e ñ o r d e c i e l o
y tierra, p o r q u e has e s c o n d i d o estas c o s a s a los sabios y e n t e n d i -
d o s y se las has d e s c u b i e r t o a la g e n t e s e n c i l l a ; sí, P a d r e , b e n d i t o
seas, por haberte p a r e c i d o eso b i e n » ( M t 1 1 , 25-26).

S ó l o p o s e y e n d o un c o r a z ó n s e n c i l l o , un c o r a z ó n d e p e q u e ñ o ,
d e p o b r e , se p e r c i b e el misterio del R e i n o y se entra e n é l . L o d e -
c í a Jesús c a t e g ó r i c a m e n t e : «Yo os aseguro: el q u e n o reciba el R e i -
n o d e D i o s c o m o n i ñ o , n o entrará e n é l . . . p o r q u e los q u e son c o -
m o ellos t i e n e n a D i o s por R e y » ( M e 10, 1 5).

5. El Reino de Dios es un regalo

El R e i n o d e D i o s n o es fruto d e nuestros esfuerzos ni m e r a


p r o l o n g a c i ó n d e nuestras p o s i b i l i d a d e s h u m a n a s , sino q u e i r r u m -
p e entre nosotros c o m o gracia.

El R e i n o d e D i o s n o lo p o d e m o s m e r e c e r por nuestro esfuer-


z o religioso o é t i c o , n o lo p o d e m o s i m p l a n t a r m e d i a n t e la l u c h a
p o l í t i c a , n o lo p o d e m o s planificar, o r g a n i z a r y construir sólo c o n
nuestras f u e r z a s ; s i n o q u e es u n regalo, u n d o n q u e se nos o f r e c e
gratuitamente: «Tranquilizaos, p e q u e ñ o rebaño, porque a vuestro
P a d r e le ha p a r e c i d o b i e n d a r o s a vosotros el R e i n o » ( L e 1 2 , 3 2 ;
cf. Le 2 2 , 2 9 ) .

166
E L MENSAJE DE JESÚS

Jesús lo a n u n c i a c o m o el gran regalo del a m o r d e D i o s , q u e se


nos o f r e c e para e n r i q u e c e r nuestra e x i s t e n c i a y c o n d u c i r al h o m -
bre a su destino definitivo. N o es a l g o q u e se m e r e c e por el traba-
j o , ni a l g o q u e se i m p o n e o b l i g a t o r i a m e n t e . Es a l g o más b i e n q u e
se r e c i b e y se p i d e . Es algo q u e se regala l i b r e m e n t e c o m o s u c e d e
s i e m p r e en la v i d a c o n las cosas v e r d a d e r a m e n t e grandes (el amor,
la ternura, la a m i s t a d , la sonrisa, la c o n f i a n z a ) .

P e r o la g r a t u i d a d del R e i n o no e l i m i n a nuestra responsabili-


d a d ni nos c o n d u c e a la p a s i v i d a d . P r e c i s a m e n t e p o r q u e es d o n , su
a c o g i d a suscita e n nosotros e x i g e n c i a , respuesta, c o n v e r s i ó n p e r -
sonal y c o l e c t i v a . Pero t a m b i é n a c c i ó n . « P o r q u e el d o n d e D i o s n o
se o p o n e a la a c t i v i d a d h u m a n a ; sólo se o p o n e a una c o s a : a q u e
esa a c t i v i d a d se c o m p r e n d a p r o m e t e i c a m e n t e , a que pueda causar
o forzar la a c c i ó n d e D i o s . Lo q u e rechaza, pues, Jesús al afirmar el
R e i n o d e D i o s c o m o d o n es q u e -tal c o m o p r e t e n d í a n esenios, fa-
riseos y grupos a r m a d o s , c a d a u n o a su m o d o - se p u e d a o se t e n -
ga q u e forzar la v e n i d a del R e i n o . Éste v i e n e por p u r o a m o r d e
D i o s . A ese n i v e l , sí, lo ú n i c o q u e p u e d e h a c e r el ser h u m a n o es
s i m p l e m e n t e orar, c o m o e n s e ñ a Jesús: " V e n g a a nosotros tu R e i n o "
( M t 6, 10: Le 1 1 , 2 ) » 1 3
.

Por tanto D i o s , por su a m o r gratuito, no nos regala s o l a m e n t e


unos ojos n u e v o s para ver y o í d o s n u e v o s para oír, s i n o t a m b i é n

13
J . S O B R I N O , Jesucristo liberador, o. c , pp. 107-108. El autor añade: «La
gratuidad no se opone a la acción de los hombres. Las "parábolas de crecimien-
t o " subrayan que el Reino de Dios y su venida definitiva no dependen de la a c -
ción de los hombres, pero tampoco se trata de un crecimiento mágico. El mismo
Jesús que anuncia la gratuidad del Reino no deduce de ahí la inactividad hacia
el Reino, sino que realiza una serie de actividades relacionadas con el Reino: J e -
sús sirve activamente al Reino. Y por lo que toca al Antirreino, no tolera la injus-
ticia, la denuncia y actúa contra ella. Lo mismo queda claro en lo referente a los
oyentes: la venida del Reino exige una "metánoia", lo cual es un hacer. Gratuidad
y acción no se oponen. La venida del Reino es algo que, por una parte, sólo se
puede pedir, no forzar; pero, por otra parte, ya sobre esta tierra tiene que reali-
zarse la voluntad de Dios. Lo que sí queda claro es la absoluta iniciativa amoro-
sa de Dios, no forzada ni forzable por la acción de los hombres. Y queda también
claro que ese amor gratuito de Dios es el que genera la necesidad y la posibilidad
de la reacción amorosa de los hombres. En el caso de la conversión del pecador,
es la bondad y la ternura de Dios lo que mueve a que el pecador, él mismo, c a m -
bie su conducta. En el lenguaje de 1 J n : " D i o s nos ha amado primero, amémonos
unos a otros" (4, 11). En el amor gratuito de Dios aparece el contenido y la capa-
citación para que nosotros amemos al hermano».

167
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

m a n o s n u e v a s para h a c e r R e i n o y para l u c h a r contra el Anti-reino.


D i o s nos regala la c a p a c i d a d d e h a c e r surgir u n H o m b r e n u e v o .
A u n q u e la p l e n i t u d d e e s e H o m b r e n u e v o y d e esa Humanidad
N u e v a estará s i e m p r e , e n último t é r m i n o , e n m a n o s d e D i o s , no e n
las nuestras.

6. El Reino de Dios es un gozo

Jesús a n u n c i a el R e i n o d e u n D i o s P a d r e . H a y un Padre - n o s
d i c e - q u e es el o r i g e n y el c e n t r o d e referencia d e toda v i d a h u -
m a n a . D e Él v e n i m o s , a Él v a m o s . Por eso nuestra v i d a a l c a n z a su
sentido m á s p l e n o c u a n d o nos c o m p r o m e t e m o s a v i v i r c o m o hijos
del Padre, c r e a n d o f r a t e r n i d a d , y c a m i n a n d o c o m o h e r m a n o s h a -
c i a la s o l i d a r i d a d f i n a l . Y el Padre se e n c u e n t r a a m o r o s a m e n t e e m -
p e ñ a d o e n c o n d u c i r a sus hijos a su v e r d a d e r o destino.

Ésa es la b u e n a n o t i c i a . La injusticia, q u e p a r e c e d o m i n a r d e
m o d o i r r e m e d i a b l e la v i d a d e los h o m b r e s , n o es para s i e m p r e . El
m a l n o t i e n e la última p a l a b r a ; t a m p o c o la m u e r t e . N o hay n a d a
q u e t e m e r a u n q u e t e m b l e m o s a n t e m u c h a s situaciones. El Padre es
a m o r y el a m o r t e r m i n a r á por triunfar.

D e s c u b r i r esto p r o d u c e un g o z o arrollador. Es c o m o e n c o n -
trarse c o n a l g o q u e u n o s e c r e t a m e n t e a n d a b a b u s c a n d o y, al h a -
llarlo, estallar d e a l e g r í a ; u n a alegría q u e transformará e n p r o f u n -
d i d a d la m a n e r a d e v i v i r e n a d e l a n t e : « S e p a r e c e el r e i n a d o d e
D i o s a u n tesoro e s c o n d i d o e n el c a m p o ; si un h o m b r e lo e n c u e n -
tra, lo v u e l v e a e s c o n d e r , y d e la alegría va a v e n d e r t o d o lo q u e
t i e n e y c o m p r a el c a m p o a q u e l » ( M t 1 3 , 44-45).

Conclusión

« A b b á » y « R e i n o » c o n s t i t u y e n el c o r a z ó n del m e n s a j e d e J e -
sús. P o d e m o s p a l a d e a r estas p a l a b r a s - s i nos a y u d a - , s i g u i e n d o las
p a r á b o l a s d e l hijo p r ó d i g o (del p a d r e m i s e r i c o r d i o s o ) y del b u e n
samaritano (creador de projimidad).

En t o d o c a s o , o f r e c e n una b u e n a o c a s i ó n para t e r m i n a r n u e s -
tras c o n t e m p l a c i o n e s r e z a n d o el P a d r e n u e s t r o . Esa o r a c i ó n e n la
q u e se c o n c e n t r a el m e n s a j e d e J e s ú s . P u e s e n e l l a nos d i r i g i m o s
al « A b b á » y le p e d i m o s - p u e s t o d o el P a d r e n u e s t r o es e s o - q u e

168
E L MENSAJE DE JESÚS

v e n g a su « R e i n o » . P o r q u e i n c l u s o esas tres p e t i c i o n e s d e la s e -
g u n d a parte d e l P a d r e n u e s t r o - p a n , p e r d ó n , l i b e r a c i ó n d e l m a l -
n o son m á s q u e u n m o d o d e p e d i r q u e v e n g a su R e i n o . Ya q u e le
p e d i m o s « v i v i r e n el a m o r » y e s o es el R e i n o . L e p e d i m o s q u e
v e n g a e n el orden económico: le p e d i m o s p a n para t o d o s ; e n el
orden social: v i v i r el p e r d ó n y p e r d o n a r ; y e n el orden religioso:
n o te apartes d e nosotros, n o nos dejes caer. Eso es v i v i r e n el R e i -
n o , « v i v i r e n el a m o r » .

Y a lo largo del d í a d e b e r í a n surgir d e nuestro c o r a z ó n dos


preguntas e l e m e n t a l e s : ¿ M e siento h i j o , c o n t o d o lo q u e significa
d e g o z o , d e c o m p r o m i s o ? ¿ M e siento h e r m a n o , c o n t o d o lo q u e
significa d e g o z o , d e c o m p r o m i s o ?

169
11
EL ESTILO DE JESÚS

A m e d i d a q u e c o n t e m p l e m o s la v i d a d e Jesús, v a y a m o s p e n -
s a n d o c ó m o p o d r í a m o s dar «forma y m o d o » [ 1 3 5 . 1 8 9 ] a nuestra
v i d a para p a r e c e m o s más a É l ; para vivir al aire, al estilo d e Jesús.

D e e s e aire, d e e s e estilo - d e a l g u n o s d e sus rasgos-, v a m o s


a hablar. E s c o g e m o s cuatro rasgos; pero, por supuesto, no son los
ú n i c o s . Por lo q u e c a d a u n o , c o n entera libertad, p u e d e fijarse e n
a q u é l l o s -distintos a los q u e e x p o n e m o s - q u e más le fascinaron e n
su l l a m a d a o q u e , a c t u a m e n t e , m á s le m a r a v i l l a n d e Jesús o más
falta le h a c e n a u n o m i s m o .

I. Jesús, h o m b r e libre

A l hablar d e la i n d i f e r e n c i a , d i j i m o s q u e t e n d r í a m o s que
a p r e n d e r l a d e J e s ú s : a p r e n d e r d e Él su libertad (autoridad), su
a p l o m o , su «saber estar» e n el p u n t o e x a c t o frente a los a c o n t e c i -
mientos, las personas y las cosas. Esa libertad d e Jesús era algo q u e
a s o m b r a b a a sus c o n t e m p o r á n e o s . Y t a m b i é n a nosotros. C o n t e m -
p l é m o s l o , pues, c o m o h o m b r e libre y a c u d a m o s a Él para q u e nos
haga libres y nos quite el m i e d o a la libertad.

D i j i m o s t a m b i é n q u e su « s a b e r e s t a r » , su l i b e r t a d c o n v e n -
c i d a y c o n v i n c e n t e , b r o t a b a d e su « s a b e r s e r » . D e e s e «ser d e s -
d e D i o s y para los d e m á s » . J e s ú s v i v i ó t o t a l i z a d o p o r el P a d r e y

171
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

su R e i n o . A h í e s t a b a su c o r a z ó n y a h í e s t a b a n sus p i e s - s u a p l o -
m o - ; a h í n a c í a su l i b e r t a d .

C o m o y a h a b l a m o s d e e l l o , n o insisto m á s . Pero sí q u i e r o r e -
saltar un rasgo d e esa libertad. En p o c o s aspectos d e su v i d a se nos
d e s c u b r e la libertad d e Jesús c o n m a y o r p r o f u n d i d a d y h o n d u r a
q u e e n su estilo c é l i b e d e v i v i r el a m o r \

Jesús t e n í a un a m o r l i b e r a d o . C o n t e m p l é m o s l o y p i d á m o s l e
q u e nos e n s e ñ e a liberar el nuestro.

Jesús f u e un h o m b r e c é l i b e . Nosotros d a m o s por supuesto q u e


esto era lo m á s n o r m a l del m u n d o . Pero d e b i ó d e ser u n o d e los
rasgos m á s extraños y d e s c o n c e r t a n t e s para sus c o n t e m p o r á n e o s ,
e n a q u e l p u e b l o j u d í o q u e a l c a n z ó u n a v i s i ó n positiva, m a d u r a y
g o z o s a d e la s e x u a l i d a d y d e l m a t r i m o n i o . U n a v i s i ó n q u e p r o c e -
día d e la t r a d i c i ó n del G é n e s i s : « N o es b u e n o q u e el h o m b r e esté
solo» ( G n 2 , 18).

El c e l i b a t o d e Jesús t u v o q u e resultar extraño. Es p o s i b l e q u e a


Jesús se le insultara c o n el a p e l a t i v o d e e u n u c o por su f o r m a d e v i -
da c é l i b e . Y es p o s i b l e -así lo a f i r m a n a l g u n o s t e ó l o g o s - q u e El se
hubiera d e f e n d i d o a c e p t a n d o el insulto, p e r o « v o l t e á n d o l o » ( d á n -
d o l e la v u e l t a ) , i n t e r p r e t á n d o l o d e m a n e r a n u e v a a la luz d e su
m e n s a j e : « H a y e u n u c o s q u e n a c i e r o n así del s e n o m a t e r n o , hay
e u n u c o s h e c h o s por los h o m b r e s y hay e u n u c o s q u e se h i c i e r o n t a -
les a sí m i s m o s p o r el reino d e los c i e l o s » ( M t 19, 12). (En esta p r e -
p o s i c i ó n «por» está la c l a v e . )

Esta a c t i t u d s o r p r e n d e n t e d e J e s ú s e n a q u e l l a s o c i e d a d nos
o b l i g a a p r e g u n t a r n o s por el s i g n i f i c a d o q u e p u d o dar a su c e l i -
bato.

1
Las ¡deas de este apartado están tomadas de J . A . P A G Ó L A , yesús de
Nazaret. El hombre y su mensaje, Idatz, San Sebastián, 2 edic. 1983, especial-
a

mente pp. 44-46. También J . A . G O N Z Á L E Z F A U S , «Notas marginales sobre el


celibato de Jesús» e n : La Teología de cada día, Sigúeme, S a l a m a n c a 1976, pp.
62-93. Y J . A . G A R C Í A , «Célibes por el Reino» e n : Hogar y taller. Seguimiento
de Jesús y comunidad religiosa, Sal Terrae, Santander 1 985, pp. 111-125; y del
mismo autor: «Afectividad y celibato por el Reino. U n a e n c a r n a c i ó n contracul-
tural del amor» y «Pobreza, castidad y obediencia. U n a "profecía cultural" e n :
En el mundo desde Dios, Sal Terrae, Santander 1989, pp. 71-87 y 149-166 res-
pectivamente.

172
E L ESTILO DE JESÚS

P o r q u e el c e l i b a t o d e Jesús n o es - y basta c o n t e m p l a r su v i d a -
u n c e l i b a t o d e c a r á c t e r a s c é t i c o ( c o m o el d e J u a n el Bautista o el
d e los m o n j e s d e l Q u m r á n ) o u n c e l i b a t o d e p r o t e s t a contra los
abusos o la d e g r a d a c i ó n del sexo. Jesús no se va al desierto; n o se
separa del p u e b l o . C o m e y b e b e c o n p u b l í c a n o s y p e c a d o r e s . N o
t i e n e m i e d o a las a m i s t a d e s f e m e n i n a s ( M t 1 1 , 18-19; Le 10, 38-
4 2 ; Le 7, 36-50). Trata c o n prostitutas.

N i t a m p o c o es un c e l i b a t o d e p r o t e s t a p r o f é t i c a . C o m o , por
e j e m p l o , lo era el c e l i b a t o contestatario d e J e r e m í a s Ger 1 5 , 1 7; 16,
8), q u i e n , a n t e la « p r o s t i t u c i ó n » d e Israel, c o m o s í m b o l o a g u i j o -
neador, d e c i d e n o casarse. El c e l i b a t o d e Jesús n o t i e n e los rasgos
d e una s o l e d a d d o l o r o s a , impuesta por D i o s , para d e s o í i d a r i z a r s e
d e a q u e l p u e b l o i m p e n i t e n t e . P u e s el Jesús c é l i b e c o m p a r t e la m e -
sa c o n p e c a d o r e s , e n un signo q u e a n t i c i p a la fiesta final del R e i -
n o ; a c o g e a las prostitutas, p e r d o n a a la adúltera.

El c e l i b a t o d e Jesús es la c o n s e c u e n c i a d e u n a t o t a l d i s p o n i -
b i l i d a d a l s e r v i c i o d e l R e i n o d e D i o s . ( A q u í nos a p a r e c e , u n a v e z
m á s , q u e su «saber estar» -su total d i s p o n i b i l i d a d - se enraiza e n su
«saber ser» d e s d e D i o s y para los demás.)

El c e l i b a t o f u e la v i d a propia d e un h o m b r e totalmente c o g i d o
por la r e a l i d a d del R e i n o d e D i o s y totalmente o r i e n t a d o a servir a
los intereses del R e i n o . N o es q u e Jesús p r i m e r o d e c i d i e r a ser c é l i -
b e y después a p l i c a r a su c e l i b a t o al servicio del R e i n o d e D i o s . La
expresión d e Jesús « e u n u c o s por el R e i n o » sugiere más b i e n q u e es
el R e i n o d e D i o s el q u e p r o v o c a una existencia c é l i b e y n o al revés.

El R e i n o d e D i o s está h a c i e n d o irrupción e n la historia y esto


le r e c l a m a u n a d i s p o n i b i l i d a d tan total y absoluta q u e n o se v e c a -
p a z y a d e atarse a la v i d a m a t r i m o n i a l . El c e l i b a t o d e Jesús n o c o n -
siste e n n o c a s a r s e c o n u n a mujer, s i n o e n n o c a s a r s e c o n n a d a
q u e le i m p i d a entregarse a la r e a l i d a d del R e i n o , e n la q u e t o d o s
s o m o s h e r m a n o s p o r q u e todos s o m o s hijos d e su m i s m o Padre.

Este c e l i b a t o d e Jesús se nos d e s c u b r e c o m o u n a m o r l i b e r a -


d o , desinteresado, n o posesivo, n o a c a p a r a d o r ni particularista. A s í
lo d e s c r i b e W . Joest: « u n a m o r l i b e r a d o d e la c o n d i c i ó n d e a m a r
sólo lo q u e p r e v i a m e n t e se ha e x p e r i m e n t a d o c o m o a m a b l e » .

Jesús nos muestra, c o n su c o n d u c t a , q u e la v o c a c i ó n al c e l i -


bato n o n a c e d e una c a r e n c i a ni d e u n recorte del amor, sino d e

173
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

una sobreabundancia y u n i v e r s a l i z a c i ó n . En Él v e m o s q u e «el


h o m b r e d e A m o r ú n i c o se c o n v i e r t e e n h o m b r e d e a m o r a t o d o s » . 2

Jesús ha v i v i d o la ternura, el respeto, la a d m i r a c i ó n , la c e r c a -


nía, el c a r i ñ o , el p e r d ó n , la a m i s t a d . . . r e n u n c i a n d o l i b r e m e n t e a
a q u e l l o q u e a c a b a r í a p r i v a n d o a su a m o r d e u n i v e r s a l i d a d y s e r v i -
c i o libre y desinteresado al R e i n o d e D i o s .

C o n t e m p l é m o s l e y p i d á m o s l e q u e nos e n s e ñ e a liberar el
amor. Y a p r e n d a m o s d e Él a pelear e n el m u n d o esas palabras, « h i -
j o » y « h e r m a n o » - q u e s o n , c o m o lo fueron para É l , palabras c l a v e s
d e nuestro c e l i b a t o - , para q u e s i e n d o « h o m b r e s y m u j e r e s d e
A m o r ú n i c o s e a m o s , por e s o m i s m o , h o m b r e s y m u j e r e s d e a m o r
para t o d o s » . El v o t o d e c a s t i d a d nos h a c e «ser para los d e m á s » .

En c o m p a ñ í a d e J e s ú s , c é l i b e , «el h o m b r e para los d e m á s » ,


r e f l e x i o n e m o s si esto es así e n nuestras v i d a s ; si s o m o s « e u n u c o s
p o r el R e i n o » -si ésta es la c a u s a - o, m á s b i e n , «solterones por el
R e i n o » . Q u e nos e n s e ñ e Jesús a c a n a l i z a r nuestra a f e c t i v i d a d , p o r -
q u e , e n u n m o m e n t o e n q u e la cultura q u e nos e n v u e l v e n o nos
a p o y a , nos t i e n e q u e a p o y a r la fe. En esta etapa d e n a r c i s i s m o he-
donista q u e v i v i m o s , t e n e m o s q u e orar la l i b e r a c i ó n d e nuestro
amor. Y orar n o sólo c o n la c a b e z a , sino c o n el c o r a z ó n ; e v a n g e l i -
z a n d o nuestros afectos. Q u e Jesús, c o n su poder d e s e d u c c i ó n , nos
e n s e ñ e a liberar el amor.

II. El h o m b r e q u e n o está n u n c a solo

La o r a c i ó n n o es a l g o s e c u n d a r i o , m a r g i n a l , a c c i d e n t a l e n la
v i d a d e J e s ú s . A l contrario, e n la i m a g e n d e Jesús q u e ha q u e d a d o
3

r e c o g i d a e n la c o m u n i d a d cristiana primitiva, la o r a c i ó n o c u p a un
lugar e s e n c i a l , f u n d a m e n t a l e insustituible.

2
P. G . C A B R A , Amarás con todo tu corazón (Celibato), Sal Terrae, S a n -
tander 1982, pp. 62-63.
3
J . A. P A G Ó L A , «La oración al Padre» en: Jesús de Nazaret. El hombre y su
mensaje, Idatz, San Sebastián, 2 edic. 1983, pp. 63-73; reproduzco el pensa-
a

miento de este autor sobre el tema. Cf. también A. T O R R E S Q U E I R U G A , «La ex-


periencia del Abbá en Jesús» e n : Creo en Dios Padre, Sal Terrae, Santander 1986,
pp. 92-97. Y G . M . S O A R E S - P R A B H U , «Hablar al Abbá: la oración c o m o petición
y acción de gracias en la enseñanza de Jesús»: Concilium n° 229 (1990/I) 389-404.

174
E L ESTILO DE JESÚS

1. Cuando la misión está por el medio, Jesús hace oración.


C u a n d o t i e n e q u e t o m a r d e c i s i o n e s por y para la m i s i ó n , las t o m a
e n consulta c o n el Padre: se deja decir. Por e j e m p l o :

- Jesús i n a u g u r a su m i n i s t e r i o p ú b l i c o , h a c i é n d o s e bautizar
por J u a n el Bautista y r e c i b i e n d o el Espíritu S a n t o , c u a n d o
estaba e n o r a c i ó n . A s í nos lo d e s c r i b e L u c a s : « C u a n d o t o -
d o el p u e b l o estaba b a u t i z á n d o s e , h a b i é n d o s e b a u t i z a d o
t a m b i é n Jesús y h a b i é n d o s e puesto e n o r a c i ó n , se a b r i ó el
c i e l o y b a j ó sobre él el Espíritu Santo» (Le 3, 21-22).

- R e c i b i d o el Espíritu, n o se lanza i n m e d i a t a m e n t e a la a c -
c i ó n , sino q u e se retira a l s i l e n c i o d e l d e s i e r t o para orar.

- C u a n d o q u i e r e elegir a los d o c e , «se fue al monte a orar y se


pasó la n o c h e e n o r a c i ó n a D i o s y, c u a n d o a m a n e c i ó , llamó
a sus discípulos y eligió d o c e entre ellos» (Le 6, 12-13).

- El d i á l o g o d e C e s á r e a d e F i l i p o , e n el q u e P e d r o c o n f i e s a
la m e s i a n i d a d d e Jesús y q u e m a r c a una etapa importante
e n la p r e d i c a c i ó n d e Jesús, es u n d i á l o g o p r e p a r a d o por la
o r a c i ó n : «Estaba él o r a n d o a solas y se h a l l a b a n c o n él los
d i s c í p u l o s y él les preguntó: " ¿ Q u i é n d i c e la gente q u e soy
y o ? " » (Le 9, 18).

- La m a n i f e s t a c i ó n d e la gloria d e Jesús (la t r a n s f i g u r a c i ó n )


t i e n e lugar d u r a n t e la o r a c i ó n : « T o m ó c o n s i g o a P e d r o ,
J u a n y S a n t i a g o y subió al m o n t e a orar y, mientras o r a b a ,
el a s p e c t o d e su rostro se m u d ó » (Le 9, 28-29).

- Esos m i s m o s testigos serán testigos d e la o r a c i ó n a n g u s -


tiosa d e Jesús e n G e t s e m a n í , a n t e la p r o x i m i d a d d e su
muerte.

- E n la c r u z , Jesús m u e r e o r a n d o . P i d i e n d o p e r d ó n por sus


a s e s i n o s : « P a d r e , p e r d ó n a l e s p o r q u e n o s a b e n lo q u e h a -
c e n » (Le 2 3 , 3 4 ) . Y un p o c o m á s t a r d e , t e r m i n a su v i d a
l a n z a n d o u n grito d e o r a c i ó n c o n f i a d a a D i o s : « P a d r e , e n
tus m a n o s p o n g o mi espíritu» (Le 2 3 , 4 6 ) .

2. Pero n o se trata d e u n a a c t i v i d a d m u y e s p e c i a l , q u e s ó l o
e n c o n t r a m o s e n los m o m e n t o s m á s importantes y d e c i s i v o s d e su
v i d a , sino q u e toda su vida está impregnada de oración (de diálo-
go con el Padre).

175
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

N o a p a r e c e ligada a m o m e n t o s - c u m b r e , sino q u e está p r e -


sente a lo largo d e su v i d a : c o m o u n a c o s t u m b r e , un hábito.

L u c a s nos r e c u e r d a esta c o s t u m b r e d e J e s ú s : « S u f a m a se e x -
t e n d í a c a d a v e z m á s , y u n a n u m e r o s a m u l t i t u d afluía para o í r l e y
ser c u r a d o s d e sus e n f e r m e d a d e s . Pero él se retiraba a lugares s o -
litarios, d o n d e o r a b a » (Le 5, 16).

P a r e c e c o m o q u e Jesús se d e f i e n d e d e la a c t i v i d a d , la agita-
c i ó n , el c a n s a n c i o , la dispersión, a c u d i e n d o a la o r a c i ó n s i l e n c i o -
sa c o n D i o s , su Padre.

C u a n d o M a r c o s d e s c r i b e una « j o r n a d a típica» d e Jesús, d i c e :


« D e m a d r u g a d a , c u a n d o t o d a v í a estaba o s c u r o , se levantó, salió y
f u e a un lugar solitario d o n d e se puso a orar. S i m ó n y sus c o m p a -
ñeros f u e r o n e n su b u s c a : al e n c o n t r a r l e , le d i c e n : Todos te b u s -
c a n » ( M e 1 , 35-37).

Jesús, el h o m b r e e n t r e g a d o al s e r v i c i o d e sus h e r m a n o s , el
h o m b r e q u e ha v i v i d o p e n d i e n t e d e los otros, ha sido a l g u i e n q u e
n o se ha d e j a d o v e n c e r por el a c t i v i s m o y la a g i t a c i ó n , la prisa, la
d i s p e r s i ó n , sino q u e ha b u s c a d o a lo largo d e su v i d a el s i l e n c i o y
la o r a c i ó n al Padre, i n c l u s o c u a n d o todos lo a n d a b a n b u s c a n d o .

3. Pero p o d e m o s d e c i r a l g o m á s : Jesús fue un contemplativo


en la acción.

N o s o l a m e n t e e n el m o m e n t o d e t o m a r grandes d e c i s i o n e s ,
n o s o l a m e n t e se retiraba a la s o l e d a d c o m o u n a c o s t u m b r e , sino
q u e e n su propia a c c i ó n Jesús o r a b a .

Jesús va c u r a n d o e n f e r m o s y va e x p u l s a n d o a los d e m o n i o s
por m e d i o d e la o r a c i ó n . Y c u a n d o los d i s c í p u l o s le preguntan e x -
t r a ñ a d o s : « ¿ P o r q u é n o p u d i m o s nosotros e x p u l s a r l e ? Les r e s p o n -
d i ó : Esta c l a s e d e d e m o n i o s c o n n a d a p u e d e ser arrojada, sino c o n
la o r a c i ó n » ( M e 9, 28-29). Jesús, q u e v i v e e n la o r a c i ó n , es el ú n i -
c o c a p a z d e liberar e f i c a z m e n t e a los h o m b r e s del m a l . Así, nos
e n s e ñ a a orar d e s d e el s e n o d e la a c c i ó n liberadora.

En varias o c a s i o n e s , nos r e c u e r d a n los evangelistas q u e el d e -


sarrollo d e su ministerio y la r e a l i z a c i ó n d e la a c c i ó n s a l v a d o r a d e
D i o s le ha h e c h o a Jesús prorrumpir e n un grito d e a c c i ó n d e gra-
c i a s al Padre.

176
E L ESTILO DE JESÚS

- C u a n d o regresan los discípulos alegres p o r q u e hasta los d e -


m o n i o s se les s o m e t e n , Jesús, «en a q u e l m o m e n t o , se llenó
d e g o z o e n el Espíritu S a n t o y d i j o : " Y o te b e n d i g o , Padre,
S e ñ o r del c i e l o y d e la tierra, p o r q u e has o c u l t a d o estas c o -
sas a sabios y prudentes y se las has r e v e l a d o a los p e q u e -
ños. Sí, Padre, pues tal ha sido tu b e n e p l á c i t o " » (Le 10, 21).

- En el m o m e n t o d e resucitar a L á z a r o , J u a n nos presenta a


Jesús, r o d e a d o d e g e n t e e x p e c t a n t e , q u e se r e c o g e e n o r a -
c i ó n y l e v a n t a n d o los ojos d i c e : « P a d r e , te d o y gracias por
h a b e r m e e s c u c h a d o . Ya sabía y o q u e tú s i e m p r e m e e s c u -
c h a s , p e r o lo h e d i c h o por éstos q u e m e r o d e a n , para q u e
c r e a n q u e tú m e has e n v i a d o » Gn 1 1 , 4 1 ) .

Jesús, pues, n o ha v i v i d o solo. J u a n , más tarde, e n su e v a n g e l i o ,


al penetrar e n el misterio d e Jesús, pondrá e n su b o c a estas palabras:
«Yo n o estoy solo, p o r q u e el Padre está c o n m i g o » Gn 16, 32).

En m e d i o d e su a c t i v i d a d , c o n v i v í a c o n el P a d r e y este c o n -
v i v i r c o n el P a d r e se ha e x p r e s a d o e n d i á l o g o , a c c i ó n d e g r a c i a s
y o r a c i ó n e x p l í c i t a a D i o s . E n la o r a c i ó n , p u e s , J e s ú s se ha e n -
4

4
Es significativo observar que, en todas las oraciones que han llegado
hasta nosotros, a excepción del grito de la cruz, que es una cita del Salmo 2 2 , J e -
sús se dirige a Dios llamándole Padre. Jesús acostumbraba a llamar a Dios « A b -
bá» y esto impresionó d e tal manera a las primeras comunidades cristianas que
no se atrevieron a traducir el término y lo conservaron en arameo, como fidelidad
al recuerdo de Jesús. Lo conservaron tal como lo pronunciaba Jesús (Rom 8,15).
Esta palabra, «Abbá», encerraba una familiaridad c o n Dios, una conciencia filial
en Dios particularísima, única, incomprensible. «Abbá» es el término filial que
usaban los niños para llamar a su padre. Si hemos d e creer al Talmud, era una de
las primeras palabras que aprendía a balbucir el niño hebreo. Habría, pues, que
traducir «Abbá» por «papá». Y ciertamente nadie se hubiera atrevido a llamar así,
en la comunidad primitiva, a Dios, de no haberlo hecho Jesús. El mismo Jesús,
que nos ha asegurado que, si no cambiamos y nos hacemos c o m o niños, no e n -
traremos en el Reino de los Cielos (Mt 18, 3), ha sido el primero en vivir una a c -
titud de intimidad y confianza total con el Padre.
El estudio «clásico» sobre este tema es el de J . J E R E M Í A S , Abbá, El mensaje
central del Nuevo Testamento, Sigúeme, Salamanca, 3 edic. 1999; c o n algunos
a

matices críticos al anterior, cf. R. E. B R O W N , Introducción a la cristología del


Nuevo Testamento, Sigúeme, Salamanca, 2 0 0 1 , pp. 85-104; y B. van IERSEL,
« " H i j o d e D i o s " en el N T » : Concilium n ° 173 (1982/1) 349-369; cf. también W .
K A S P E R , «Jesucristo, hijo d e Dios» en Jesús, el Cristo, Sigúeme, Salamanca, 1 0 a

edic. 1998, pp. 199-212.

177
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c o n t r a d o c o n su Padre, ha d e s c u b i e r t o sus c a m i n o s - a v e c e s , c o n
z i g z a g u e o s - , ha b u s c a d o su R e i n o y ha p e d i d o la s a n t i f i c a c i ó n d e
su n o m b r e s o b r e la tierra. D e l c o n t a c t o c o n el P a d r e s a c ó Jesús
fuerzas para c o n v e r t i r su v i d a e n o b e d i e n c i a a la v o l u n t a d a m o r o -
sa del P a d r e : « M i a l i m e n t o es h a c e r la v o l u n t a d d e l q u e m e ha e n -
v i a d o y llevar a c a b o su o b r a » (Jn 4, 3 4 ) . Y a u n e n los m o m e n t o s
o s c u r o s y d i f í c i l e s d e su v i d a , n o trata Jesús d e m o d i f i c a r la v o -
l u n t a d d e l Padre, a d a p t á n d o l a a la suya, sino d e ajustar f i e l m e n t e
su v o l u n t a d a la del Padre: « A b b á , P a d r e ; t o d o te es p o s i b l e . A p a r -
ta d e m í este c á l i z ; p e r o n o sea lo q u e y o q u i e r o , s i n o lo q u e q u i e -
res tú» ( M e 1 4 , 3 6 ) .

P u e s b i e n , esta e x p e r i e n c i a tan e n t r a ñ a b l e d e q u e El n o está


s o l o , q u i e r e q u e la t e n g a m o s t a m b i é n nosotros, los q u e le s e g u i -
m o s : q u e no nos e n c o n t r e m o s solos.

P o r q u e a ese D i o s p o d e m o s dirigirnos, l l a m á n d o l e t a m b i é n
Padre nuestro. A s í e m p i e z a la o r a c i ó n q u e Jesús transmitió a sus
d i s c í p u l o s , c u a n d o éstos le p i d i e r o n q u e les e n s e ñ a s e u n a o r a c i ó n
q u e sirviera d e distintivo del g r u p o d e d i s c í p u l o s q u e s e g u í a n a
a q u e l maestro.

U n a y otra v e z , Jesús nos d i c e q u e D i o s es u n Padre q u e nos


a m a -ésa es la gran r e v e l a c i ó n d e J e s ú s - . Padre al q u e hay q u e
a c u d i r c o n c o n f i a n z a f i l i a l , p o r q u e antes d e p e d i r l e a l g o ya s a b e
c u á l e s s o n nuestras n e c e s i d a d e s ; al q u e n o hay q u e dirigirle m u -
c h a s p a l a b r a s , p o r q u e v e e n lo s e c r e t o ; d e l q u e hay q u e d e j a r s e
c o n d u c i r sin a g o b i o s , p o r q u e t a m b i é n Él c u i d a d e los lirios y d e los
pájaros y nosotros v a l e m o s m á s a n t e É l .

Por lo tanto, Jesús nos transmite n o t é c n i c a s ni f ó r m u l a s d e


o r a c i ó n , sino una actitud y u n a e x p e r i e n c i a . Él aporta la actitud d e
sentirnos hijos a n t e ese Padre q u e nos a m a ; y esa actitud n a c e p r e -
c i s a m e n t e d e la e x p e r i e n c i a d e la p a t e r n i d a d d e D i o s . Jesús q u i e -
re, p u e s , q u e c o n esa actitud y c o n esa e x p e r i e n c i a t a m p o c o n o s o -
tros nos sintamos solos.

III. El h o m b r e q u e p r a c t i c a la t e r n u r a d e D i o s

L u c a s es el evangelista q u e m á s resalta la ternura del D i o s r e -


v e l a d o e n J e s ú s . D i o s es Padre, y d e esta m a n e r a le n o m b r a siem-

178
E L ESTILO DE JESÚS

p r e Jesús c u a n d o h a b l a d e Él o a É l ; p e r o t i e n e «rasgos m a t e r n a -
les». F i j é m o n o s e n tres d i m e n s i o n e s d e esta ternura d e D i o s .

La ternura de Dios como justicia

D e Jesús se ha d i c h o q u e t i e n e «una irresistible t e n d e n c i a h a -


c i a a b a j o » (E. B l o c h ) ; q u e « v i v i ó e n m a l a s c o m p a ñ í a s » (A. FHoll);
q u e se da e n Él « u n inédito interés por lo p e r d i d o » ( C h . D o d d ) .
C i e r t a m e n t e , n o se m o v i ó Jesús e n los c í r c u l o s selectos d e la s o c i e -
d a d j u d í a , entre las clases d o m i n a n t e s e influyentes, ni j u n t o a los
ricos y poderosos. T a m p o c o ha a d o p t a d o una postura neutral, e q u i -
distante, c a l c u l a d a . En t o d o su c o m p o r t a m i e n t o se o b s e r v a u n a
preferencia clara por los pobres - d e Él q u e h a b í a n a c i d o p o b r e . 5

C o m o ya v i m o s , a los pobres ha v e n i d o a a n u n c i a r l e s la b u e -
na noticia del R e i n o , c o m o p r o c l a m a Jesús e n la sinagoga d e N a -
zaret, e n u n discurso programático, q u e L u c a s sitúa al c o m i e n z o d e
su v i d a p ú b l i c a (Le 4, 18). Y así lo muestra t a m b i é n la respuesta j u -
bilosa d e Jesús a los e n v i a d o s por J u a n el Bautista (Le 7, 18-23).

El R e i n o , p u e s , y a ha l l e g a d o : p o r q u e se a n u n c i a a los pobres.
Éstos son los p r i n c i p a l e s destinatarios del R e i n o . Jesús ha a c t u a d o
c o n v e n c i d o d e q u e el R e i n o d e D i o s p e r t e n e c e antes q u e a n a d i e a
los p o b r e s . ¿ Q u i é n e s son estos p o b r e s ? 6

P o d e m o s c l a s i f i c a r l o s - c o n el exegeta J . J e r e m í a s - e n dos
grandes grupos: los q u e están bajo a l g ú n t i p o d e o p r e s i ó n real (en
la línea d e Is 6 1 , 1 ss) o los d e s p r e c i a d o s .

• Los que están bajo algún tipo de opresión real ( L e 6, 20-


2 1 ; M t 2 5 , 35ss.). En este s e n t i d o , p o b r e s son los q u e v i -
v e n e n c o r v a d o s [anawim) b a j o el p e s o d e a l g u n a c a r g a .
S o n los pobres económicos -así los c a l i f i c a J o n S o b r i n o -
e n el sentido d e q u e el oikos (el hogar, la c a s a , el s í m b o l o
d e lo f u n d a m e n t a l y p r i m a r i o d e la v i d a , su cobertura) e s -
tá e n grave peligro o c a r e c e n d e é l , y c o n e l l o les está n e -
g a d o el m í n i m o d e v i d a .

• Los despreciados. Pobres son los m a r g i n a d o s , «a q u i e n e s


su i g n o r a n c i a religiosa y su c o m p o r t a m i e n t o moral les ce-

Cf. J . A. P A G Ó L A , o. c , pp. 129-146.


Para lo que sigue, cf. J . S O B R I N O , o. c , pp. 112-114.

179
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

r r a b a n , según la c o n v i c c i ó n d e la é p o c a , la puerta d e a c -
c e s o a la s a l v a c i ó n » . P o d r í a d e c i r s e - a p o s t i l l a J o n S o b r i -
n o - q u e son los p o b r e s sociológicos, e n el sentido d e q u e
el ser socium (símbolo de relaciones ¡nterhumanas fun-
d a m e n t a l e s ) les está n e g a d o , y c o n e l l o , el m í n i m o d e
dignidad.

C o n c e n t r é m o n o s a h o r a e n los pobres económicos. Por ellos


opta Jesús. Y las b i e n a v e n t u r a n z a s , e n la versión l u c a n a , se dirigen
c l a r a m e n t e a e l l o s : « D i c h o s o s vosotros los pobres, p o r q u e vuestro
es el R e i n o d e los Cielos» (6, 20). La exégesis está d e a c u e r d o e n re-
c o n o c e r q u e las b i e n a v e n t u r a n z a s l u c a n a s se a c e r c a n m á s a la tra-
d i c i ó n y al c o n t e n i d o d e las mismas tal c o m o las p r o n u n c i ó Jesús.

I n s p i r á n d o s e e n la p r á c t i c a d e Jesús y e n el a n u n c i o d e los
profetas (sobre t o d o , d e Isaías), d e c u y o c u m p l i m i e n t o e n su v i d a
Jesús está c o n v e n c i d o , J . D u p o n t 7
ha logrado reconstruir, m á s allá
d e los e v a n g e l i o s escritos, una p r i m e r a v e r s i ó n d e las b i e n a v e n t u -
ranzas tal c o m o Jesús las a n u n c i ó : Dichosos los pobres, porque el
Reino de Dios es suyo. Dichosos los que tienen hambre, porque
serán saciados. Dichosos los afligidos, porque serán consolados.

Esas b i e n a v e n t u r a n z a s se dirigen a u n m i s m o g r u p o d e p e r s o -
nas: es decir, el g r u p o d e los p o b r e s n o es r e a l m e n t e distinto d e l
g r u p o d e los q u e t i e n e n h a m b r e y por e l l o sufren. A esos d e s v e n -
turados es a los q u e Jesús d e c l a r a q u e son d i c h o s o s . Y esa d i c h a es
u n a c o n s e c u e n c i a d e la llegada d e l R e i n o d e D i o s . P o d r í a t r a d u -
cirse así: « D i c h o s o s los p o b r e s , p o r q u e D i o s se ha c a n s a d o y a d e
veros sufrir, p o r q u e D i o s ha d e c i d i d o demostrar q u e os q u i e r e » . 8

¿ P o r q u é el R e i n o d e D i o s c o n s t i t u y e u n a b u e n a noticia para
los pobres? ¿ P o r q u é son e l l o s los privilegiados? Los pobres son los
p r i m e r o s b e n e f i c i a r i o s del R e i n o n o por sus virtudes o c u a l i d a d e s
m o r a l e s , ni por sus méritos, su r e s i g n a c i ó n o su m a y o r c a p a c i d a d
d e a c o g i d a . Los pobres son los privilegiados p o r q u e Jesús sabe q u e
el A m o r v a , e n p r i m e r lugar, a las v í c t i m a s del des-amor. N o p u e d e
implantarse d e f i n i t i v a m e n t e el a m o r mientras haya v í c t i m a s d e de-

7
J . D U P O N T , El mensaje de las bienaventuranzas, Cuadernos bíblicos n°
24, Verbo Divino, Estella (Navarra) 1 1 edic. 1999.a

8
J . S O B R I N O , o. c , p. 114.

180
E L ESTILO DE JESÚS

samor. La ú n i c a r a z ó n del p r i v i l e g i o d e los p o b r e s es el a m o r y la


justicia d e D i o s , q u e n o p u e d e reinar sino e r r a d i c a n d o el d e s a m o r
y h a c i é n d o l e s justicia.

La llegada del R e i n o es n e c e s a r i a m e n t e una b u e n a noticia p a -


ra los q u e son o p r i m i d o s , p o r q u e D i o s n o p u e d e reinar sino c o m o
u n D i o s justo, es decir, m a n i f e s t a n d o su justicia y su a m o r e n favor
d e los i n j u s t a m e n t e m a l t r a t a d o s . El p o b r e es u n ser n e c e s i t a d o d e
a m o r y d e justicia. Por eso la llegada del R e i n o es u n a b u e n a n o t i -
c i a para é l .

El a n u n c i o d e q u e los pobres son d i c h o s o s p o r q u e el R e i n o d e


D i o s les p e r t e n e c e era u n a a f i r m a c i ó n gozosa para éstos, p e r o t a m -
b i é n p r o v o c a t i v a (Le 7, 2 3 ) .
9

A s í p u e s , e n las dos relecturas cristianas d e la v e r s i ó n original


d e las b i e n a v e n t u r a n z a s q u e nos h a n llegado, y q u e están a d a p t a -
das a las n e c e s i d a d e s pastorales d e sus respectivas c o m u n i d a d e s ,
la m á s c e r c a n a a la v e r s i ó n primitiva es la d e L u c a s . M i e n t r a s M a -
teo insiste e n las d i s p o s i c i o n e s y a c t i t u d e s interiores d e l c o r a z ó n
para entrar e n el R e i n o , L u c a s , e n c a m b i o , h a b l a d e u n a p o b r e z a
real (Le 6, 20-22). Por e s o , p i d e a los q u e p o s e e n q u e c o m p a r t a n
c o n los pobres su riqueza.

L u c a s c o m b a t e la falta d e amor, la d e s i g u a l d a d y el e g o í s m o .
Ésta es la r a z ó n p o r la q u e L u c a s c o n t r a p o n e a sus b i e n a v e n t u -
ranzas sus « m a l a v e n t u r a s » ( l a m e n t a c i ó n , q u e j a ) - M a t e o n o lo h a -
c e - , d a n d o a su d e s c r i p c i ó n u n c a r á c t e r a n t i t é t i c o y d r a m á t i c o
( L e 6, 24-26).

B i e n a v e n t u r a n z a s y m a l a v e n t u r a s , ricos y p o b r e s , D i o s y r i -
q u e z a s son a l g u n a s d e las antítesis d e L u c a s , e m p e ñ a d o e n su lu-

9
Cf. J . S O B R I N O , o. c , pp. 110 y ss.: «Recordemos que en la respuesta
que Jesús da a los enviados por el Bautista, al enumerar las señales del Reino y el
anuncio de la buena noticia a los pobres, Jesús termina con estas palabras: " y d i -
choso el que no se escandalice de mí" (Le 7, 23). ¿ C ó m o puede una buena noti-
cia producir escándalo? La razón está en que la relación entre Dios y los hombres
era vista según la conducta moral de éstos. Q u e el Reino de Dios llegase para los
justos tenía su propia lógica interna; pero que llegase haciendo caso omiso de la
situación moral de las personas, eso era escandaloso. El anuncio de la buena no-
ticia a los pobres, por el mero hecho de serlo, sacude y conmociona los c i m i e n -
tos de la religión, y es la mejor manera de mostrar la gratuidad de Dios en un
mundo que ideologiza la riqueza».

181
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c h a c o n t r a la falta d e a m o r al p r ó j i m o . A lo largo d e la n a r r a c i ó n
del tercer evangelista, Jesús hablará c o n t i n u a m e n t e d e la n e c e s i d a d
d e l d e s p r e n d i m i e n t o y d e l compartir, fustigará el a c a p a r a m i e n t o d e
lo n o n e c e s a r i o , e insistirá v i g o r o s a m e n t e e n la p e l i g r o s i d a d d e las
riquezas ( p a r t i c u l a r m e n t e e n los c a p í t u l o s 12 y 1 6 ) 1 0
.

P e r o hay q u e e v i t a r a l g u n o s m a l e n t e n d i d o s 1 1
: 1) El « b i e n a -
v e n t u r a d o s los p o b r e s » n o significa u n a c a n o n i z a c i ó n d e la m i s e -
ria. 2) Las b i e n a v e n t u r a n z a s n o s o n u n a l l a m a d a a la r e s i g n a c i ó n
g o z o s a , p e r o , al fin y al c a b o , r e s i g n a c i ó n . S o n p r o m e s a y c o m -
promiso, consuelo y lucha, a n u n c i o y denuncia, confianza en Dios
y p e r s e c u c i ó n . La o p c i ó n por los p o b r e s es la l u c h a c o n los p o b r e s
c o n t r a la p o b r e z a .

1 0
Las razones de esta peligrosidad, fundamentalmente, son éstas:
• La riqueza impide al hombre ver más allá de la vida presente y, por
tanto, saber dónde está su verdadero interés. Esta es la enseñanza
que desarrolla Lucas, sobre todo, en los capítulos 12 y 16 d e su
evangelio.
• La riqueza encierra al hombre en sí mismo y le impide pensar en los
demás, en los que carecen de lo necesario; incapacita para ver en el
hombre a un hermano (cf. Le 1 6, 1 9ss).
• La riqueza tiende a ocupar en el corazón del hombre un lugar que
corresponde sólo a Dios. Se convierte en un ídolo, « M a m m ó n » (cf.
Le 16, 13).
" Cf. S E C R E T A R I A D O N A C I O N A L D E C A T E Q U E S I S , El Evangelio y catc-
quesis de las bienaventuranzas, Verbo Divino, Estella (Navarra) 1 9 8 1 . Los malen-
tendidos son: 1) «Bienaventurados los pobres» no significa una canonización de
la miseria. La pobreza es un mal contra el que hay q u e luchar. La pobreza d e la
que hablan las bienaventuranzas no se presenta c o m o un ideal propuesto a los
cristianos. Constituye más bien una situación que indigna a Dios y q u e atenta
contra su honor. N o puede tratarse entonces más que de un ideal de amor, que
conducirá sin duda a empobrecerse para repartir c o n los q u e se encuentran n e -
cesitados, para que dejen de ser pobres. 2) Las bienaventuranzas no son una lla-
mada a la resignación gozosa, pero, al fin y al cabo, resignación. C o m o si vinie-
ran a decir: «Soportad c o n paciencia la miseria d e esta vida, que en la otra Dios
os recompensará con largueza». Son ciertamente, promesa y promesa escatoló-
gica, pero entendiendo ésta en la plenitud d e su sentido: es decir, la esperanza
que engendran es una esperanza activa (el esperante es siempre un operante);
inauguran ya ahora una dinámica de superación d e la miseria a la que se prome-
te una consumación gloriosa. Por eso las bienaventuranzas son promesa y c o m -
promiso, consuelo y lucha, anuncio y denuncia, confianza en Dios y persecu-
ción. En la lucha contra la miseria y en la consecución d e la fraternidad hemos de
actuar c o m o si todo dependiera de nosotros, sabiendo que todo depende de Dios.
La opción por los pobres es la lucha con los pobres contra la pobreza.

182
E L ESTILO DE JESÚS

Por tanto, Jesús se solidariza c o n los d e a b a j o , c o n el reverso


d e la historia; c o n a q u é l l o s q u e la p a d e c e n , para, a partir d e ahí,
salvar t a m b i é n a los q u e la h a c e n . A s í Jesús r e v e l a la ternura d e
D i o s c o m o j u s t i c i a para c o n los m á s d é b i l e s .

La ternura de Dios como perdón

H a y e n Jesús u n a i n c o n t e s t a b l e t e n d e n c i a a c o d e a r s e c o n los
pobres sociológicos: los m a r g i n a d o s , los q u e g o z a n d e baja r e p u -
t a c i ó n , los q u e e j e r c e n profesiones d e s p r e c i a d a s , los p e c a d o r e s . . .
Eran los m a l v i s t o s . Sobre ellos recaía una condena moral o reli-
giosa y simultáneamente una condena social. A esos p e c a d o r e s
p ú b l i c o s se a c e r c ó Jesús (Le 1 5 , 1 -3); les a c e r c a a D i o s y les a y u d a
a a c o g e r su p e r d ó n .

S i n e m b a r g o , e n los S i n ó p t i c o s se narran ú n i c a m e n t e dos e s -


c e n a s e n las c u a l e s Jesús a p a r e c e o t o r g a n d o explícitamente el per-
d ó n d e los p e c a d o s : la primera, q u e r e c o g e n todos los evangelistas
( M e 2 , 1 -12; M t 9, 1 -8; Le 5, 1 7-26), es la c u r a c i ó n del p a r a l í t i c o ,
al q u e p r e v i a m e n t e Jesús le d i c e : «Tus p e c a d o s te son p e r d o n a d o s » .

La s e g u n d a e s c e n a es p r o p i a d e Le 7, 36-50; e n ella narra el


e p i s o d i o d e la m u j e r p e c a d o r a p ú b l i c a q u e se presenta e n casa d e
S i m ó n el fariseo, d o n d e está c o m i e n d o Jesús, c o n un tarro d e a l a -
bastro l l e n o d e p e r f u m e y, l l o r a n d o , lo d e r r a m a s o b r e los pies d e
Jesús. D e ella dirá Jesús q u e ha a m a d o m u c h o p o r q u e se le ha per-
d o n a d o m u c h o . Los signos d e a m o r q u e manifiesta esa m u j e r s o n ,
por tanto, c o n s e c u e n c i a del p e r d ó n - y no al r e v é s - ; p o r q u e se ha
sentido a c o g i d a , y p e r d o n a d a por J e s ú s , se siente c a p a z d e h a c e r
esos gestos d e a m o r a g r a d e c i d o . A ella le dirá J e s ú s : «Tus p e c a d o s
quedan perdonados».

P e r o a p a r t e d e estas d o s e s c e n a s - d e las q u e los e x e g e t a s


d u d a n si son r e e l a b o r a c i o n e s ( r e d a c c i o n a l e s ) tras la fe p a s c u a l - ,
el p e r d ó n q u e p r a c t i c a J e s ú s es el q u e J o n S o b r i n o ha d e f i n i d o
c o m o p e r d ó n - a c o g i d a y d e l q u e y a h a b l a m o s . Jesús a c o g í a a los
p e c a d o r e s . La a c o g i d a i n c l u y e la a b s o l u c i ó n , p e r o es m u c h o m á s
q u e ésa.

La a c o g i d a es el a m o r p r i m i g e n i o d e Jesús (y d e D i o s , tan m a -
r a v i l l o s a m e n t e d e s c r i t o e n la p a r á b o l a d e l « h i j o p r ó d i g o » : Le 1 5 ,
11 -32), q u e sale a buscar al p e c a d o r (Le 1 5 , 4-10) sin esperarlo co-

183
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

m o j u e z ; q u e muestra m i s e r i c o r d i a antes q u e j u s t i c i a ; q u e o f r e c e
d i g n i d a d y futuro a q u i e n se siente sin p o s i b i l i d a d e s y e n c a s i l l a d o
e n el d e s p r e c i o ( c o m o a Z a q u e o : Le 19, 1-10); q u e los d e f i e n d e
a n t e q u i e n e s se c r e e n justos y los d e s p r e c i a n (Le 18, 9-14). Jesús
explícita su m i s i ó n c o m o la d e q u i e n n o ha v e n i d o a curar a los sa-
nos, sino a los e n f e r m o s (Le 5, 31)

Y esa a c o g i d a d e b e ser, a n t e t o d o , c o m p r e n d i d a c o m o u n sig-


n o d e la v e n i d a del R e i n o . El h e c h o d e q u e los p e c a d o r e s d e j e n d e
sentir m i e d o a n t e la v e n i d a d e D i o s es un signo del a d v e n i m i e n t o
del R e i n o . El p e r d ó n a c o g i d a r e c a l c a la g r a c i a , el a m o r i n c o n d i -
c i o n a l d e D i o s . Y e s o es lo q u e libera i n t e r n a m e n t e al p e c a d o r d e
sí m i s m o u
.

Y este p e r d ó n - a c o g i d a lleva e n su s e n o a l g o q u e hay q u e r e -


saltar: delicadeza. Jesús a c o g e a los p e c a d o r e s , les facilita el d e -
c l a r a r s e p e c a d o r e s e n el s e n o del p e r d ó n . . . , p e r o lo h a c e c o n d e l i -
c a d e z a . «Y así, e n las e s c e n a s d e c u r a c i o n e s y e n alguna e s c e n a d e
p e r d ó n , Jesús p r o n u n c i a estas palabras: " T u fe te ha c u r a d o " , "Tu fe
te ha s a l v a d o " . C o n e l l o , d i c e Jesús q u e la a c o g i d a al p e c a d o r ha
o r i g i n a d o u n a v e r d a d e r a r e n o v a c i ó n intrínseca e n la persona: q u e
el p e r d ó n n o q u e d a , e n definitiva, c o m o a l g o b u e n o , p e r o e x t r í n -
s e c o a la p e r s o n a . S i n e m b a r g o , e n esa frase - " T u fe te ha s a l v a -
d o " - , a p a r e c e , por un l a d o , la fuerza salvadora d e D i o s q u e q u i e -
re y p u e d e lograr la t r a n s f o r m a c i ó n real d e la p e r s o n a , pero
t a m b i é n a p a r e c e la s u m a d e l i c a d e z a d e D i o s q u e v i e n e a d e c i r : T ú
p u e d e s . Esa d e l i c a d e z a s u p o n e d e c i r q u e i n d u d a b l e m e n t e D i o s ha
p e r d o n a d o al p e c a d o r , p e r o e n el p e r d ó n - a c o g i d a n o le interesa

12
Cf. J . S O B R I N O , o. c , pp. 132-134: «Esa acogida debe ser, ante todo,
comprendida c o m o un signo de la venida del Reino. C o m o Juan Bautista, Jesús
reconoce la pecaminosidad de los seres humanos y exige la conversión de to-
dos, pero a diferencia del Bautista, recalca que la venida del Reino es buena n o -
ticia. Y el hecho de que los pecadores dejen de sentir miedo ante la venida de
Dios es un signo del advenimiento del Reino. La motivación a la conversión es
la increíble bondad de Dios. El perdón acogida recalca la gracia, el amor i n -
condicional de Dios. Y ese amor es el que logra lo que no logran las puras e x i -
gencias morales, ni amenazas ni desprecios sociales. Y eso es lo que libera i n -
ternamente al pecador de sí mismo. El gesto de amistad de Jesús, el signo
primigeniamente h u m a n o de " a c e r c a r s e " es lo que libera, porque en sí mismo
supera la separación y la oposición. Ese "acercarse" (o "dejar que otros se acer-
quen") es el distintivo de Jesús: aparece cercano a grupos marginados. Así les d e -
vuelve su dignidad».

184
E L ESTILO DE JESÚS

tanto a D i o s atribuirse a sí m i s m o u n triunfo, s i n o a n i m a r y c o n -


v e n c e r al p e c a d o r d e q u e él p u e d e c a m b i a r , d e q u e sus p o s i b i l i d a -
des son m a y o r e s d e lo q u e él m i s m o p e n s a b a . A s í d e a c o g e d o r y
así d e d e l i c a d o es Jesús c o n los p e c a d o r e s » 1 i
.

En el c a p í t u l o 15 d e L u c a s , q u e r e ú n e las p a r á b o l a s s o b r e el
p e r d ó n , a p a r e c e n e n t o d a s e l l a s dos p a l a b r a s : « p e r d i d o » y « a l e -
gría». A m b a s definen lo q u e es la ternura d e D i o s c o m o p e r d ó n . J e -
sús h a b l a d e lo p e r d i d o para d e c i r n o s q u e para el D i o s d e la ter-
nura n a d a hay i n e v i t a b l e m e n t e p e r d i d o : q u e D i o s s i e m p r e a b r e
futuro y e s p e r a n z a . Y q u e t o d o a c t o d e p e r d ó n es para D i o s u n a
fiesta; el D i o s d e la ternura se alegra p e r d o n a n d o .

La ternura de Dios como misericordia

Jesús realizó c u r a c i o n e s q u e f u e r o n a s o m b r o s a s para sus c o n -


t e m p o r á n e o s . L u c a s ( q u e según la t r a d i c i ó n era m é d i c o ) nos narra
una d o c e n a de ellas; a d e m á s d e dejarnos constancia en diversos
sumarios d e q u e a Él a c u d í a un gran gentío: «Toda la gente q u e r í a
t o c a r l o p o r q u e salía d e Él u n a fuerza q u e los s a n a b a a todos» (Le
6, 1 7-19; cf. 5, 1 5 ; 9, 11).

Estas c u r a c i o n e s m i l a g r o s a s d e Jesús d i c e n p r i m e r a m e n t e r e -
l a c i ó n al R e i n o d e D i o s . S o n , antes q u e n a d a , «signos» d e la c e r -
c a n í a del R e i n o . S o n sólo signos, es decir, n o traen la s o l u c i ó n g l o -
bal a la r e a l i d a d o p r i m i d a ; p e r o son signos reales del a c e r c a m i e n t o
d e D i o s , y por e l l o e s p e r a n z a d e s a l v a c i ó n . N o son sólo signos be-
néficos, sino t a m b i é n signos liberadores . u

13
J . S O B R I N O ha insistido en esta delicadeza de Jesús c o n los pecadores,
cf. «Liberación del pecado»: Sal Terrae 76 (1988) 15-28; también e n : Jesucristo li-
berador, o. c , pp. 127-128.1 3 5 .
1 4
Cf. S O B R I N O , Jesucristo liberador, o. c. pp. 131-135: «Son sólo signos.
En este sentido, los milagros no hacen real el Reino de Dios en cuanto transfor-
mación estructural de la realidad, pero sí son c o m o sus clamores -"clamores del
Reino" los ha llamado G o n z á l e z Faus- y señalan la dirección correcta de lo que
será el Reino en su advenimiento: salvación de la totalidad de la persona. N o son
sólo signos benéficos, sino también signos liberadores. O c u r r e n en una historia
en la cual se da una lucha entre Dios y el maligno, pues para la mentalidad judía
también las enfermedades, en el sentido más amplio del término, significaban es-
tar bajo el signo del maligno. Por eso hay que recalcar su carácter liberador; y así
generan no sólo gozo, sino también esperanza, porque expresan que las fuerzas
del mal pueden ser derrotadas».

185
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

Estos milagros muestran una d i m e n s i ó n f u n d a m e n t a l d e Jesús:


la misericordia^ . 5
Los milagros manifiestan no sólo el poder d e J e -
sús, sino p r i n c i p a l m e n t e su r e a c c i ó n al dolor d e los q u e sufrían. R e -
petidas v e c e s se d i c e e n los S i n ó p t i c o s q u e Jesús sintió c o m p a s i ó n
y misericordia a n t e el d o l o r ajeno, sobre t o d o d e las mayorías s e n -
cillas q u e lo a c o m p a ñ a b a n . Y, c o n c r e t a m e n t e , L u c a s nos d i c e q u e
sintió c o m p a s i ó n d e la v i u d a d e N a í n c u y o hijo a c a b a b a d e morir:
« N o llores más» (Le 7, 11-17), y q u e Jesús c u r a b a tras la p e t i c i ó n
«Ten c o m p a s i ó n y misericordia d e mí» (Le 18, 35-45; cf. 17, 11 -19).

Jesús, p u e s , a p a r e c e c o m o q u i e n se siente profundamente


c o n m o v i d o por el d o l o r a j e n o , r e a c c i o n a a n t e él s a l v í f i c a m e n t e y
h a c e d e esta r e a c c i ó n a l g o p r i m e r o y ú l t i m o , criterio d e su p r á c t i -
c a . La m i s e r i c o r d i a d e Jesús n o es u n m e r o s e n t i m i e n t o , sino q u e
es u n a r e a c c i ó n - a c c i ó n , por t a n t o - a n t e el d o l o r a j e n o , m o t i v a d a
por el m e r o h e c h o d e q u e este d o l o r está a n t e é l . M i s e r i c o r d i a n o
es, por c o n s i g u i e n t e , una virtud m á s , sino una actitud y u n a p r á c -
tica f u n d a m e n t a l e s d e J e s ú s .

Esto es lo q u e J o n S o b r i n o ha l l a m a d o el «principio-miseri-
cordia» 1 6
. Es u n a a c t i t u d v i t a l , un m o d o d e ser, e n el q u e el sufri-
m i e n t o d e los d e m á s se c o n v i e r t e , u n a v e z i n t e r i o r i z a d o , e n u n
p r i n c i p i o d e a c t u a c i ó n q u e va a c o n f i g u r a r y dar u n estilo a t o d o
nuestro h a c e r y a t o d o nuestro ser, o r i e n t á n d o l o s a suprimir el s u -
f r i m i e n t o e n el m u n d o .

C ó m o v i v i r y actuar d e m a n e r a c o n c r e t a c o n esa a c t i t u d , q u e
arranca d e la misericordia, Jesús nos lo e x p l i c ó e n una maravillosa

1 5
Cf. J . S O B R I N O , o. c , pp. 125-127; en él me inspiro en este apartado.
, 6
El vivir en una actitud de misericordia, movidos por este principio, su-
pone tres momentos: 1) Interiorizar el sufrimiento de los demás. Es decir, dejar e n -
trar en nuestro corazón, en nuestra vida, el sufrimiento de la gente; ser vulnerables
a él. 2) Esa interiorización tiene que provocar en nosotros una reacción, un c o m -
portamiento activo, comprometido. 3) Esa reacción tiene sólo una finalidad, erra-
dicar ese sufrimiento, eliminarlo y, al menos en la medida de lo posible, aliviarlo.
Se llama «principio-misericordia» porque es un modo de actuar, de vivir, en
el que el sufrimiento de los demás se convierte, una vez interiorizado, en un prin-
cipio de actuación que va a configurar y dar un estilo a todo nuestro hacer y a to-
do nuestro ser. El «principio-misericordia» tiene que afectar todas las dimensiones
de la persona, a nuestra manera de ver el mundo, de enjuiciar, de vivir la fe, de
celebrar y de vivir la esperanza... Resumiendo, se trata de captar cordialmente,
de dejar entrar en nuestras entrañas el sufrimiento de los demás y hacer de ese su-
frimiento el principio conductor de una manera de ser y de actuar totalmente
orientada a suprimir el sufrimiento en el mundo.

186
E L ESTILO DE JESÚS

p a r á b o l a , p r o p i a d e L u c a s , la del « b u e n samaritano» q u e estaba


m o v i d o por el «principio-misericordia» (Le 10, 27-37). A la p r e g u n -
ta del escriba « ¿ Q u i é n es mi p r ó j i m o » , es decir, ¿hasta dónde llega
mi obligación de amar?, Jesús replica c o n otra pregunta: ¿Quién es-
tá sufriendo y necesita que yo me aproxime y haga por él todo lo
que pueda? N o p u e d o p r e g u n t a r m e hasta d ó n d e llega mi o b l i g a -
c i ó n , sino d ó n d e hay gente q u e sufre y q u e m e necesita c e r c a . 1 7

Jesús v i v i ó ese «principo-misericordia» y, así, nos reveló el c o -


razón del P a d r e q u e a c t ú a s i e m p r e « m o v i d o a m i s e r i c o r d i a » ( L e
1 5 , 2 0 ) . A ese Padre nos p i d e q u e i m i t e m o s : «sed m i s e r i c o r d i o s o s
c o m o el Padre es m i s e r i c o r d i o s o » (Le 6, 3 6 ) . P o r q u e la ternura d e
D i o s se manifiesta por su v u l n e r a b i l i d a d a n t e el sufrimiento; es el
D i o s q u e h a c e s u y o el d o l o r del m u n d o .

IV. U n h o m b r e g o z o s o ( p o r t a d o r d e d i c h a )

C e r c a d e 2 5 0 v e c e s se h a b l a e n el N u e v o Testamento d e la
alegría. A l g o tendrá q u e v e r esto c o n J e s ú s . 18

Jesús asume la alegría de la vida

Es sensible a ella. R e c o g e las alegrías d e la v i d a y las c o n v i e r -


te e n s í m b o l o del R e i n o . El R e i n o es c o m o e n c o n t r a r u n tesoro fa-
b u l o s o , adquirir u n a perla preciosa, rebuscar y hallar u n a m o n e d a
p e r d i d a ; es c o m o u n a i n v i t a c i ó n a u n a fiesta d e b o d a s , es c o m o la

1 7
La pregunta judía es: ¿A quién debo amar? Cuando uno está preguntán-
dose eso, es todavía judío. La pregunta cristiana es: ¿ Q u i é n está sufriendo y n e -
cesita que yo me aproxime y haga por él todo lo que pueda? N o puedo pregun-
tarme hasta dónde llega mi obligación, sino dónde hay gente que sufre y que me
necesita cerca. Para Jesús ser humano es saber reaccionar con misericordia ante
el sufrimiento ajeno. Sin misericordia un hombre es poco humano; en la parábo-
la quedan deshumanizados el sacerdote y el levita, porque viven dando rodeos
ante el sufrimiento, siguen su camino, vienen de la liturgia del templo, van a sus
obligaciones... son hombres que no están movidos por el «principio-misericor-
dia». El samaritano es el único humano, porque la misericordia humaniza a la
persona; vive movido por el «principio-misericordia».
1 8
Cf. G . van H O O M I S S E N , «Et j e fais l'éloge de la joie ( Q o h 8,15)»: Lu-
men Vitae43 (1:1988) 37-46; M . N A V A R R O , «Jesús de Nazaret; la invitación a la
felicidad de un hombre feliz»: Iglesia Viva n° 210 (2002/2) 2-37. También A. T O -
R R E S Q U E I R U C A , «La evidencia de Dios y su alegría» e n : Creo en Dios Padre,
Sal Terrae, Santander 1988, pp. 151-189.

187
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

alegría d e la m a d r e q u e da a luz u n h i j o , es c o m o el g o z o del q u e


h a c e fructificar sus t a l e n t o s , es c o m o el p l a c e r d e c o s e c h a r higos
d e u n a higuera f r o n d o s a . . .

Jesús practica la alegría y sus gestos liberadores producen alegría

Jesús manifiesta el g o z o q u e es el R e i n o c o n su c o m p o r t a -
m i e n t o : c o n c e d e el p r i m e r sitio a los p e q u e ñ o s hasta a h o r a a b a n -
d o n a d o s , e s c r i b e sobre la a r e n a e n lugar d e c o n d e n a r , invita a los
p u b l í c a n o s a c o m e r a la mesa, restituye la d i g n i d a d a los leprosos
m a r g i n a d o s , d e v u e l v e la v i d a al hijo ú n i c o d e la v i u d a , sana toda
c l a s e d e d o l e n c i a s . . . En f i n , sus milagros y c u r a c i o n e s son los g o -
zosos c l a m o r e s del R e i n o .

Jesús vive la alegría

Si Jesús p u e d e h a b l a r d e la alegría del R e i n o c o n tal i m p a c t o


es p o r q u e Él v i v e ese g o z o . La fuente íntima, p e r s o n a l , f u n d a m e n -
tal d e la alegría d e Jesús le v i e n e d e su r e l a c i ó n c o n el Padre: «El
Padre m e a m a » (Jn 10, 1 7; J n 1 5 , 9). A q u í está el secreto d e su a l e -
gría. S u v i d a entera la r e c i b e del Padre y n o hay n a d a q u e le haga
g o z a r más q u e la alegría del Padre.

Los evangelistas son parcos e n h a b l a r n o s e x p l í c i t a m e n t e d e la


alegría d e J e s ú s . Pero lo h a c e n e n tres pasajes. P u e s b i e n , e n los
tres s u b r a y a n la r e l a c i ó n d e Jesús c o n el Padre (Le 10, 2 1 ; J n 1 5 ,
1 1 ; J n 17, 13): u n a e x p e r i e n c i a a m o r o s a q u e q u i e r e c o m p a r t i r c o n
los « p e q u e ñ o s » . C o n sus d i s c í p u l o s .

a) S e g ú n nos c u e n t a S a n L u c a s , al regresar d e la m i s i ó n los


72 d i s c í p u l o s , Jesús «se l l e n ó d e g o z o e n el Espíritu S a n -
t o » . El m o t i v o d e la alegría d e Jesús es saber q u e el Padre
se ha r e v e l a d o a los p e q u e ñ o s . Jesús se g o z a p o r q u e su e x -
p e r i e n c i a íntima d e l a m o r del Padre p u e d e , e n a d e l a n t e ,
ser c o m p a r t i d a por los p e q u e ñ o s .

b) Jesús s a b e q u e el P a d r e le a m a y n a d a le p r o d u c e tanta
alegría c o m o c o r r e s p o n d e r a e s e a m o r : « M i a l i m e n t o es
h a c e r la v o l u n t a d del q u e m e ha e n v i a d o » (Jn 4, 34), « H a -
go s i e m p r e lo q u e le agrada» Gn 8, 2 9 ) . Por eso Jesús p u e -
d e d e c i r a sus d i s c í p u l o s : « H e g u a r d a d o los m a n d a m i e n -
tos d e mi Padre y p e r m a n e z c o e n su a m o r » Gn 1 5 , 10).

188
E L ESTILO DE JESÚS

Los q u e v i v e n e n el a m o r p u e d e n participar (tener parte) e n la


c o m u n i ó n del Padre y del H i j o y así c o m p a r t i r la alegría d e Jesús.
El g o z o d e Jesús p u e d e ser t a m b i é n del d i s c í p u l o y este g o z o será
p l e n o si el d i s c í p u l o guarda el ú n i c o m a n d a m i e n t o : « A m a o s unos
a otros c o m o y o os h e a m a d o » Gn 13, 3 4 ; J n 1 5 , 12.17).

En vísperas d e su muerte, e n el m o m e n t o e n q u e un h o m b r e p e -
sa sus palabras, Jesús c o m p a r t e c o n sus discípulos el secreto d e su
alegría y afirma c o n confianza y serenidad: « O s h e d i c h o esto para
q u e mi g o z o esté e n vosotros y vuestro g o z o sea c o l m a d o » Gn 15,
11). En el m o m e n t o decisivo e n q u e va a dejarles, Jesús invita a sus
discípulos a participar e n la intimidad del Padre y el H i j o . Y ruega c o n
estas palabras: «Para q u e tengan e n sí mismos una alegría c o l m a d a »
Gn 17, 13). Esa alegría filial se comparte si se v i v e en el a m o r fraterno.

La alegría d e Jesús brota, p u e s , d e la c o m u n i ó n c o n el Padre.


Éste es el c o r a z ó n , el m e o l l o d e su v i d a íntima, el secreto q u e a l i -
m e n t a su g o z o y transfigura toda su existencia terrena. U n a u n i ó n
q u e n a d i e ni n a d a p u e d e a m e n a z a r , p u e s a r r a n c a d e una c e r t i -
d u m b r e : «Yo y el Padre s o m o s u n o » Gn 10, 3 0 ) . U n a alegría q u e
q u i e r e c o m p a r t i r c o n los q u e le s i g u e n .

Jesús promete la alegría a sus discípulos

Jesús, q u e ha v e n i d o a traer ese g o z o a los h o m b r e s , va a p r o -


c l a m a r q u e el g o z o se a l c a n z a por c a m i n o s p a r a d ó j i c o s . Jesús ha
l l a m a d o d i c h o s o s a los h o m b r e s q u e a b r a c e n los v a l o r e s q u e Él
a s u m i ó , v a l o r e s q u e portan d i c h a . En el p ó r t i c o d e l S e r m ó n d e l
M o n t e ( M t 5.6.7), ha ido d e s g r a n a n d o una a una sus b i e n a v e n t u -
r a n z a s («aventurarse b i e n » ; e s o es el s e g u i m i e n t o d e Jesús: un ries-
g o d i c h o s o ) . R e p a s é m o s l a s tal c o m o nos las f o r m u l a S a n M a t e o ,
q u e r e c o g e e n ellas las actitudes gozosas para entrar e n la d i n á m i -
c a del R e i n o . D e j é m o n o s l a s d e c i r :

«Dichosos los que eligen ser pobres, porque ésos tienen a Dios
por Rey.»
«Dichosos los que sufren, porque ésos van a recibir el consuelo.»
«Dichosos los no violentos, porque ésos van a heredar la tierra.»
«Dichosos los que tienen hambre y sed de justicia, porque ésos
van a ser saciados.»
«Dichosos los que prestan ayuda (los misericordiosos), porque
ésos van a recibir ayuda.»

189
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

«Dichosos los limpios de corazón, porque ésos van a ver a


Dios.»
«Dichosos los que trabajan por la paz, porque a ésos los va a lla-
mar Dios hijos suyos.»
«Dichosos los que viven perseguidos por su fidelidad, porque
ésos tienen a Dios por Rey.»
«Dichosos vosotros cuando os insulten, os persigan y os c a l u m -
nien de cualquier modo por causa mía, porque Dios os va a dar
una gran recompensa.»

En estas b i e n a v e n t u r a n z a s - q u i n t a e s e n c i a d e t o d o el i m p r e -
s i o n a n t e S e r m ó n d e l M o n t e - p r o c l a m a Jesús sus contravalores
frente a los v a l o r e s vigentes n o sólo e n su t i e m p o , sino t a m b i é n e n
el nuestro -y, q u i z á s , sin c o n f e s á r n o s l o c l a r a m e n t e , vigentes t a m -
b i é n e n nuestra propia v i d a - .

Los c o n t r a v a l o r e s d e Jesús son los valores del R e i n o . Por ellos


se entra, y c o n e l l o s se v i v e , e n el R e i n o . S o n los criterios por los
q u e a c t u ó J e s ú s . Por e s o m i s m o , le salían del corazón. Pensemos,
p u e s -nosotros q u e q u e r e m o s c o n o c e r l e e i m i t a r l e - , e n esas b i e -
n a v e n t u r a n z a s (valores q u e portan d i c h a ) tal c o m o las v i v i ó a f o n -
d o Jesús. P u e s Él f u e b i e n a v e n t u r a d o , d i c h o s o :

Porque eligió la pobreza y el desprendimiento.


Sufrió y se cargó con nuestras dolencias.
Fue manso, paciente y no violento.
Tuvo hambre y sed de justicia.
Fue misericordioso.
Fue limpio de corazón y, por eso, experimentaba como nadie la
cercanía del Padre.
Trabajó por la paz (Él es nuestra paz).
Fue perseguido por fidelidad a la voluntad del que le envió.

P e n s e m o s e n esos v a l o r e s . S o p e s e m o s si nuestra v i d a está i m -


p r e g n a d a d e ellos. Las b i e n a v e n t u r a n z a s serán costosas y duras. J e -
sús m i s m o las l l a m ó «puerta angosta» y «estrecho c a l l e j ó n » . Pero
«puerta y c a l l e j ó n q u e l l e v a n a la v i d a » ( M t 7, 14). C a m i n o p a r a -
d ó j i c o el q u e señala Jesús para a l c a n z a r la d i c h a : es perder la v i d a
para ganar la v i d a .

190
12
LAS TENTACIONES DE JESÚS Y
NUESTRAS TENTACIONES

En estos dos últimos días, h e m o s ido r e a f i r m a n d o nuestro d e -


seo d e seguir a Jesús, d e responder a f i r m a t i v a m e n t e a su l l a m a d a .
L e h e m o s a c o m p a ñ a d o e n su e n c a r n a c i ó n y n a c i m i e n t o , e n su « v i -
da o c u l t a » e n N a z a r e t , e n su transitar por G a l i l e a a n u n c i a n d o el
R e i n o del Padre - q u e Él inauguraba-, a c e r c á n d o s e a los h o m b r e s y
a b r i é n d o l e s s i e m p r e f u t u r o . . . T o d o e l l o nos ha servido para c o n o -
c e r l e más y m á s , para e n t u s i a s m a r n o s c o n É l , para - c o m o diría
O s e a s - « v o l v e r al primer a m o r » , para impregnarnos d e sus v a l o r e s
y d e su estilo.

T o d o nos ha i m p u l s a d o a reforzar nuestro sí. Pero c o n v i e n e


ahora - a lo largo del d í a - h a c e r una parada y reflexionar sobre las
dificultades q u e encierra el s e g u i m i e n t o d e Jesús. P u e s su c a m i n o ,
a u n q u e sea entusiasmante, no es f á c i l . N o lo f u e para É l ; no lo s e -
rá para nosotros. I n e l u d i b l e m e n t e , e n el s e n d e r o d e Jesús, nos t o -
p a r e m o s c o n la t e n t a c i ó n y c o n el c o n f l i c t o . T a m b i é n Él t o p ó c o n
a m b o s . H a b l a r e m o s , pues, p r i m e r o , d e la t e n t a c i ó n y, posterior-
m e n t e , del c o n f l i c t o .

Y c o m o trasfondo t e n d r e m o s esas m e d i t a c i o n e s ( p r e á m b u l o
para la e l e c c i ó n ) q u e I g n a c i o p o n e y q u e c o n o c e m o s c o n el n o m -
bre d e «Las dos b a n d e r a s » , «Los tres binarios (o tres tipos d e h o m -

191
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

b r e s ) ' » y «Los tres grados d e h u m i l d a d (o d e a m o r ) » . S a n I g n a c i o


p o n e esos tres e j e r c i c i o s para - y a q u e estamos l l a m a d o s a servir a
D i o s e l i g i e n d o - a s u m i r u n a e l e c c i ó n - o un serio reajuste d e v i d a -
q u e n o esté d e t e r m i n a d a d e a n t e m a n o por afectos d e s o r d e n a d o s .
N o s enfrenta a esas m e d i t a c i o n e s - « B a n d e r a s » , « B i n a r i o s » , « G r a -
dos d e h u m i l d a d » - para q u e , c o n toda l i m p i e z a , nos p r e g u n t e m o s
q u é q u i e r e el S e ñ o r d e nosotros y para discernir c u á l es la s i n c e r i -
d a d y a u t e n t i c i d a d d e nuestro s e g u i m i e n t o .

- Las «dos banderas» muestran dos p r o g r a m a s de vida


opuestos, el d e Jesús, « s u m o y v e r d a d e r o c a p i t á n » , y el d e
Lucifer, «mortal e n e m i g o d e nuestra h u m a n a natura» [136-
1 4 7 ] . C a d a u n o d e ellos e x p o n e sus estrategias y p r o p ó s i -
tos para q u e militemos d e b a j o d e su b a n d e r a .

- La c o n s i d e r a c i ó n d e los tres « b i n a r i o s » (o tres tipos d e


p e r s o n a s c o n a c t i t u d e s distintas a n t e una d e c i s i ó n : [149-
157]) es u n «test» d e s e n m a s c a r a d o r q u e S a n I g n a c i o nos
p r o p o n e para c o m p r o b a r nuestro g r a d o real d e libertad:
para ver si está c o n d i c i o n a d a por afectos d e s o r d e n a d o s
q u e nos i n d u c e n a « m a n i p u l a r » a D i o s e n v e z d e seguir
l i m p i a m e n t e su auténtica v o l u n t a d .

- En los «tres g r a d o s d e h u m i l d a d » (o a m o r ) [1 64-168], s o -


bre los q u e r e f l e x i o n a r e m o s m á s d e t a l l a d a m e n t e e n u n a
i n s t r u c c i ó n , I g n a c i o nos p r o p o n e un « a m o r d e identifica-
2

c i ó n » c o n Cristo p o b r e y h u m i l d e ( h u m i l l a d o ) para p a r e -
c e m o s m á s a Él e n nuestro s e g u i m i e n t o .

P o r q u e Ignacio está c o n v e n c i d o d e q u e el seguimiento d e Jesús


r e q u i e r e n o sólo generosidad, sino q u e t a m b i é n r e q u i e r e lucidez
para enfrentarnos c o n los posibles a u t o e n g a ñ o s ; a s i m i s m o , requie-

' S. A R Z U B I A L D E , Ejercicios espirituales de S. Ignacio. Historia y análisis,


Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 1991, p. 334: «Aunque la palabra latina
"binarius" equivale a " d o b l e " o "par", parece que aquí significa "prototipo" o m o -
delo estandarizado de persona indeterminada. C o n estos tres modelos Ignacio
pretende abarcar esquemáticamente todo el espectro de los estados emocionales
posibles frente a la decisión de la libertad». Y, citando a C. de D A L M A S E S , el a u -
tor continúa: «(binario es el) término usado en los siglos X V y X V I por los trata-
distas de teología moral para indicar de modo indeterminado a las personas, e.g.:
Fulano o Zutano. Ahora diríamos tipos o clases».
2
Cf. la instrucción «Tres maneras de humildad (o amor)».

192
L A TENTACIONES DE JESÚS Y NUESTRAS TENTACIONES

re una decisión firme y sincera d e seguir a Jesús c o n a u t e n t i c i d a d ; y,


f i n a l m e n t e , requiere tener el corazón pegado a Él para q u e n i n g u -
na otra a d h e r e n c i a afectiva nos d e s v í e d e nuestro seguimiento.

N o basta c o n ser g e n e r o s o , h a c i e n d o la o b l a c i ó n a n t e el
R e y E t e r n a l , q u e nos l l a m ó y n o s l l a m a ; s i n o q u e h a y q u e ser
t a m b i é n l ú c i d o y, p a r a e s o , I g n a c i o nos p o n e d e l a n t e la m e d i t a -
c i ó n d e las « D o s B a n d e r a s » . H a y q u e estar s i n c e r a m e n t e d e c i d i -
d o por el c ó m o d e J e s ú s - v i v i r c o m o É l - , por e s o nos p l a n t e a los
«Tres b i n a r i o s » . Y t o d o e s o hay q u e h a c e r l o d e j á n d o n o s « a f e c -
tar» e n t e r a m e n t e por J e s ú s , por e s o nos sitúa a n t e los «Tres g r a -
dos de h u m i l d a d » .

P R O C E S O DE P R O F U N D I Z A C I Ó N : LUCIDEZ DEL C O R A Z Ó N

S e suele decir que:

1. Las « D o s B a n d e r a s » se dirigen al e n t e n d i m i e n t o .

2. Los «Tres B i n a r i o s » , a la v o l u n t a d .

3. Las «Tres m a n e r a s d e H u m i l d a d » , al c o r a z ó n .

C o n 1), se pretendería adquirir lucidez sobre los criterios y v a -


lores operativos q u e nos m u e v e n al s e g u i m i e n t o .

C o n 2 ) , c o m p r o b a r nuestro g r a d o real d e l i b e r t a d ; ver si ésta


está c o n d i c i o n a d a por afectos d e s o r d e n a d o s , para, e n este c a s o ,
d e s e n m a s c a r a r l o s y p o d e r así tomar, c o n nuestra voluntad, una d e -
cisión limpia y l i b r e . 3

C o n 3), q u e nuestro corazón q u e d e a f e c t a d o por Cristo para


q u e brote u n a m o r d e i d e n t i f i c a c i ó n c o n É l .

Esto es f u n d a m e n t a l m e n t e v e r d a d , c o n tal d e q u e lo c o n s i d e -
remos c o m o una c u e s t i ó n d e a c e n t o s :

3
S. A R Z U B I A L D E , o. c , p. 334: «Si la meditación de las dos Banderas
consistía en un modo rasgado de desvelar las estrategias antagónicas (los valores)
por las que funciona inevitablemente la vida, Ignacio creó la meditación de los
tres Binarios para que el ejercitante compulsara su grado real de libertad (Indife-
rencia), y el nivel de transformación del mundo de sus afectos, c o n el prototipo
ideal del hombre disponible ante Dios; para que descubriera sus mecanismos i n -
conscientes de autojustificación antes de disponerse a pasar a la elección».

193
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

- Las « D o s B a n d e r a s » a c e n t ú a n m á s el p a p e l del e n t e n d i -
m i e n t o e n la b ú s q u e d a d e l u c i d e z para nuestro c o m p o r t a -
miento.

- Los «Tres B i n a r i o s » a c e n t ú a n m á s el p a p e l d e la v o l u n t a d
para q u e ésta se d e c i d a l i m p i a y l i b r e m e n t e .

- Las «Tres m a n e r a s d e h u m i l d a d » a c e n t ú a n m á s el p a p e l
d e l c o r a z ó n para q u e éste q u e d e a f e c t a d o por Cristo p o -
bre y h u m i l l a d o .

Pero n o es b u e n o fragmentar e x c e s i v a m e n t e las diversas f a c e -


tas d e la persona ( e n t e n d i m i e n t o , v o l u n t a d , c o r a z ó n ) . Las tres m e -
d i t a c i o n e s t i e n e n u n a u n i d a d . En r e a l i d a d , todas ellas se dirigen a
la persona c o m o un t o d o : e n todas ellas entra la a f e c t i v i d a d . Y S a n
I g n a c i o p r o p o n e el m i s m o c o l o q u i o para todas ellas.

Las tres m e d i t a c i o n e s representan un p r o c e s o d e profundiza-


c i ó n . C o n f o r m e a lo q u e d i c e S a n Pablo: « L e pido (a Dios) q u e v u e s -
tro amor c r e z c a m á s y más en conocimiento y sensibilidad para t o -
d o . A s í sabréis discernir lo q u e más c o n v e n g a , y el día e n q u e Cristo
se manifieste os hallará limpios e irreprochables» (Fil 1 , 9-10).

L o p r o f u n d o , p u e s , se v e c o n el c o r a z ó n . El a m o r p r o f u n d o es
un a m o r l ú c i d o («discreta caritas»: a m o r q u e d i s c i e r n e ) . Por tanto,
las tres m e d i t a c i o n e s son u n p r o c e s o e n el q u e se va p r o g r e s a n d o
e n la l u c i d e z d e l c o r a z ó n .

V a m o s , por lo tanto, nosotros, q u e q u e r e m o s seguir generosa-


mente, l ú c i d a m e n t e , c o n d e c i s i ó n unilateral el m o d o d e v i d a d e J e -
sús - v i v i r c o n Él y c o m o É l - y todo eso por amor, a reflexionar, p r i -
mero, sobre la tentación y, después, sobre el conflicto. Pensando, al
m i s m o t i e m p o , q u e , a u n q u e nuestra e l e c c i ó n f u n d a m e n t a l esté ya
hecha, siempre la p o d e m o s «re-hacer» (volverla a hacer) y «recrear»;
y s i e m p r e p o d e m o s reajustarla si nos estamos separando (des-cen-
trando) d e ella. (Siempre, para hacerla realidad, p o d e m o s buscar e s -
tructuras d e a p o y o . Por eso, tal v e z sea b u e n o q u e v a y a m o s d á n d o l e
algunas vueltas a q u é estructuras d e a p o y o p o d e m o s encontrar para
h a c e r más real y más vital nuestra o p c i ó n f u n d a m e n t a l . Y e n q u é
áreas las necesitamos: e n nuestra v i d a d e fe, d e o r a c i ó n , v i d a c o m u -
nitaria, misión, a f e c t i v i d a d . . . Q u e el Señor nos lo vaya diciendo.)

194
L A TENTACIONES DE JESÚS Y NUESTRAS TENTACIONES

I. Las t e n t a c i o n e s d e J e s ú s 4

Es i n d u d a b l e q u e Jesús ha e x p e r i m e n t a d o la t e n t a c i ó n d u r a n -
te su v i d a t e r r e n a ( t e n t a c i o n e s q u e f u e v e n c i e n d o ) . Por eso p u e d e
d e c i r la C a r t a a los H e b r e o s : « N o t e n e m o s u n s u m o s a c e r d o t e i n -
c a p a z d e c o m p a d e c e r s e d e nuestras d e b i l i d a d e s , s i n o u n o p r o b a -
d o e n t o d o igual q u e nosotros, e x c e p t o el p e c a d o » ( H e b r 4, 15).

M á s a ú n , hay e n los e v a n g e l i o s textos e s p a r c i d o s , aislados a q u í


y allá, q u e nos d i c e n q u e Jesús e n diferentes m o m e n t o s d e su v i d a
fue t e n t a d o .
5

4
O p i n a m o s c o m o J . L E W I S , El conocimiento de los EE. de S. Ignacio, Sal
Terrae, Santander 1987: «El episodio de las tentaciones d e Jesús en el desierto
¡lustra perfectamente el tema de las " B a n d e r a s " y la forma d e reaccionar contra
los engaños d e Satanás».
5
Cf. J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , «Las tentaciones de Jesús y la tentación cris-
tiana» e n : La Teología de cada día, Sigúeme, Salamanca 1976, pp. 27-61.
A) Así nos dice este autor -de quien soy deudor en estas páginas- que:
1) En algunos momentos de su vida, Jesús parece haberse enfrentado a la
posibilidad de utilizar su particular relación con Dios como «Abbá»:
a) en provecho propio (V.g. M t 27, 4 3 : « H a salvado a otros y él no se pue-
de salvar. ¡Rey d e Israel! Q u e baje ahora d e la cruz y le creeremos. ¡Había pues-
to en Dios su confianza! Si de verdad lo quiere Dios, que lo libre ahora, ¿no d e -
cía q u e era H i j o de Dios?». O este otro texto: M t 26, 5 3 : (Al que cortó la oreja
al criado del sumo sacerdote) « V u e l v e el machete a su sitio... ¿Piensas q u e no
puedo acudir a mi Padre? Él pondría a mi lado ahora mismo más de d o c e legio-
nes de ángeles. Pero ¿cómo se cumpliría la Escritura, que dice que esto tiene que
pasar?»);
b) o como medio contundente para asegurar el éxito de su misión (V.g. J n 7,
3-4: «Se acercaba la fiesta judía d e las Chozas y sus parientes le dijeron: M á r c h a -
te de aquí y vete a Judea, que también tus discípulos de allí presencien esas obras
que haces; porque nadie hace las cosas a escondidas si es que busca publicidad;
si haces esas cosas, date a conocer a todo el mundo»).
B) En otros momentos, parece q u e el tema del poder terreno se hizo pre-
sente a su conciencia como medio para llevar adelante su misión:
a) especialmente, ante el endurecimiento de la oposición a Él, que venía
precisamente del poder (V.g. M e 8, 32-33: (Y empezó a instruir a los discípulos:)
«Este H o m b r e tiene q u e padecer m u c h o . . . ser ejecutado y resucitado a los tres
días... Y exponía su mensaje abiertamente. Entonces Pedro le tomó aparte y e m -
pezó a increparlo. Jesús se volvió y, d e cara a los discípulos, increpó a Pedro:
¡Quítate de mi vista, Satanás!, porque tu idea no es la de Dios, sino la humana!»);
b) y anfe las ideas ambientales que vinculaban mesianismo y poder terreno
(V.g. J n 6, 15: ( D a de comer a cinco mil) «La gente, al ver la señal que había rea-
lizado, decía: Éste sí que es el Profeta que tenía que venir al mundo... Jesús, e n -
tonces, dándose cuenta de q u e iban a llevárselo para proclamarlo rey, se retiró
otra vez al monte, Él solo»).

195
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

S i n e m b a r g o , los e v a n g e l i s t a s (sinópticos) h a n p r e f e r i d o rea-


grupar las t e n t a c i o n e s d e Jesús, e s p a r c i d a s a lo largo d e su v i d a , y
las h a n situado al c o m i e n z o d e su ministerio p ú b l i c o . Y así, e n ese
c u a d r o d e las t e n t a c i o n e s d e Jesús e n el desierto, nos presentan c o -
m o un r e s u m e n d e lo q u e h a n sido las t e n t a c i o n e s d e Jesús d u r a n -
te su v i d a .

Al reagruparlas al c o m i e n z o d e su vida pública han pretendido:

- v i n c u l a r l a s al B a u t i s m o d e Jesús;

- h a c e r d e la u n i d a d B a u t i s m o - T e n t a c i o n e s la c l a v e m u s i c a l
en q u e d e b e ser leída toda la v i d a d e Jesús.

N o niegan, pues, q u e Jesús fuera «probado» el resto d e sus días.


El m i s m o Lucas, q u e también nos describe las tentaciones del desier-
to, al terminar de exponerlas, d i c e : « A c a b a d a toda tentación, el dia-
blo se a l e j ó d e él hasta su m o m e n t o oportuno» (Le 4, 3). El diablo,
pues, v o l v i ó en otros momentos a tentar a Jesús. La tentación fue « c o -
m o el c l i m a en el cual se desarrolló toda su v i d a » . 6

El interés d e los e v a n g e l i s t a s en presentar las t e n t a c i o n e s del


desierto v i n c u l a d a s al B a u t i s m o del S e ñ o r reside en q u e , al v e n c e r
la p r u e b a , q u e d a r á c l a r o e n q u é sentido e n t i e n d e Jesús su f i l i a c i ó n
d i v i n a . P u e s en el B a u t i s m o Jesús, por b o c a del Padre, ha sido pro-
7

6
J . S O B R I N O , Jesucristo liberador. Lectura histórico-teológica de Jesús de
Nazaret, Trotta, M a d r i d , 3 edic. 1997, p. 198: «La tentación no es algo que sólo
a

ocurrió en un determinado lugar y momento de la vida de Jesús..., sino que fue


c o m o el clima en el cual se desarrolló toda la vida, que se acentuó hacia el final
de ella en el huerto. La tentación se desarrolló en la historia real, no sólo en el d e -
sierto. Jesús no supera la tentación huyendo de la historia, sino sumergiéndose en
ella y en su conflictividad, aunque esto le lleve a la máxima crisis y tentación:
"ésta es vuestra hora y el poder de las tinieblas" (Le 22, 53). El hecho de que J e -
sús no rehuya la tentación ni el lugar real donde ésta ocurre muestra que deja a
Dios ser Dios y se deja llevar por Dios a dondequiera que El lo lleve».
7
J . S O B R I N O , o. c , pp. 196-198: «La escena de las tentaciones aparece
entre la escena del bautismo -que pudiera ser interpretada c o m o la toma de c o n -
ciencia por parte de Jesús de su propia misión- y ei comienzo de ésta. Esto signi-
fica que aquello sobre lo que va a versar la tentación no es simplemente el ejer-
c i c i o de la condición humana de Jesús, con su limitación y pecaminosidad
inherentes, sino que la tentación versará sobre lo más típico y específico de Jesús:
su relación con el reino de Dios y su relación con Dios. La tentación versará, por
tanto, sobre el mesianismo y la filiación de Jesús [...] El contenido de la tentación
es la regionalización del reino (convirtiéndolo en un modelo político, en una

196
L A TENTACIONES DE JESÚS Y NUESTRAS TENTACIONES

c l a m a d o « H i j o d e D i o s » . Pero ¿ c ó m o hay q u e e n t e n d e r esta f i l i a -


c i ó n d i v i n a ? P o r q u e la f i l i a c i ó n p u e d e ser c o n c e b i d a y v i v i d a c o m o
d i g n i d a d o c o m o s e r v i c i o . Es decir, p u e d e ser c o n c e b i d a y v i v i d a
c o m o M e s í a s triunfante o c o m o S i e r v o d e Y a h v é .

Jesús d e j a r á c l a r o , al r e c h a z a r las t e n t a c i o n e s , q u e Él n o ha
v e n i d o a ser u n p r i v i l e g i a d o , q u e utiliza e n b e n e f i c i o p r o p i o su f i -
l i a c i ó n , sino a c u m p l i r , o b e d i e n t e y c o m o servidor, la v o l u n t a d d e l
Padre, a s u m i e n d o hasta la raíz la c o n d i c i ó n h u m a n a ( « S e hizo u n o
d e tantos»). Pero, antes d e fijarnos e n el significado e s e n c i a l d e e s -
tas t e n t a c i o n e s , d i g a m o s q u e q u e r e m o s a c e r c a r n o s a e l l a s c o n
8

dos propósitos:

1 ) A p r e n d e r d e Jesús c ó m o d e s b a r a t a las sutilezas -las «redes


y c a d e n a s » , diría S a n I g n a c i o - e n q u e q u i e r e e n v o l v e r l e el d i a b l o .
P o r q u e son t e n t a c i o n e s sutiles, e n m a s c a r a d a s . S o n «pruebas» q u e
se presentan bajo el pretexto d e realizar el m a y o r y m e j o r s e r v i c i o
a D i o s y a su c a u s a . S e presentan b a j o c a p a d e b i e n - c o m o d i c e
S a n I g n a c i o , e n las R e g l a s d e d i s c e r n i m i e n t o d e la « S e g u n d a S e -
m a n a » , «sub a n g e l o l u c i s » - .

T a m b i é n a nosotros nos o c u r r e - y nos o c u r r i r á - así e n nuestro


s e g u i m i e n t o . S i e m p r e s u c e d e c u a n d o u n h o m b r e se d e c i d e a s e -
guir la v o l u n t a d d e D i o s . El d e m o n i o n o le asalta d e frente, sino por
r e c o v e c o s , para sorprenderle. El d e m o n i o extrema su finura; e d u l -
c o r a sus i n s i n u a c i o n e s , las c a m u f l a c o n b o n i t o p a p e l d e c e l o f á n .

2) P a r a no d e s a n i m a r n o s p o r q u e t e n g a m o s t e n t a c i o n e s . Jesús
t a m b i é n las t u v o y salió d e e l l a s v i c t o r i o s o y d e c i d i d o a c u m p l i r
s e r v i c i a l m e n t e , c o n m á s a h í n c o , la v o l u n t a d del Padre.

La t e n t a c i ó n - c u a n d o se v e n c e - h a c e c r e c e r a n t e D i o s , p r o -
d u c e r e c i e d u m b r e y e n t e r e z a . La t e n t a c i ó n c u r t e : es o c a s i ó n para

ideología del bienestar o en una religión); más en concreto, el tipo de poder que
va a usar Jesús en su misión... La tentación, sin embargo, no versa sobre algo re-
gional, sobre medios y tácticas concretas de c ó m o servir al reino, sino sobre la to-
talidad del mesianismo de Jesús: si ejercitarlo c o n el poder que controla la histo-
ria desde fuera o con la inmersión en la historia, c o n el poder para disponer sobre
los hombres o c o n la entrega a ellos».
8
N o nos detenemos en exponer minuciosamente cada una de las tenta-
ciones, que, ciertamente, están descritas en un lenguaje algo extraño para nosotros.
Dicen los especialistas que el pasaje parece ser una «haggada» o reflexión narrati-
va sobre la tentación de Israel en el desierto; de ahí las continuas alusiones al A.T.

197
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

afianzar la propia i d e n t i d a d . Por eso Jesús, al e n s e ñ a r n o s a orar, n o


nos h a c e pedir e n el Padrenuestro q u e n o t e n g a m o s t e n t a c i o n e s , s i -
n o q u e n o c a i g a m o s e n ellas. Y el E v a n g e l i o nos d i c e q u e fue el E s -
píritu - e l m i s m o q u e h a b í a d e s c e n d i d o sobre Él e n el B a u t i s m o -
q u i e n c o n d u j o a Jesús al desierto para q u e el d i a b l o lo pusiera a
p r u e b a ( M t 4, 1).

A c e r q u é m o n o s , c o n e s o s p r o p ó s i t o s , a las t e n t a c i o n e s d e
Jesús.

/. La tentación de que Dios sea ventaja 9

El tentador se le a c e r c ó y le d i j o : « D i q u e estas piedras se c o n -


viertan e n p a n » ( M t 4, 1).

En esta t e n t a c i ó n , Jesús es presentado e n u n a s i t u a c i ó n d e a u -


téntica n e c e s i d a d : d e h a m b r e . Y satisfacer esa n e c e s i d a d es b u e n o ;
es a l g o q u e r i d o por D i o s . Pero n o t i e n e a m a n o m á s q u e las p i e -
dras. Por tanto, si Jesús es d e veras, el A m a d o , el H i j o d e D i o s , p o -
drá servirse d e Él para salir d e l a t o l l a d e r o . La t e n t a c i ó n c o n s i s t e ,
p u e s , e n el uso d e D i o s y d e la r e l a c i ó n p r i v i l e g i a d a c o n Él c o m o
m e d i o para alterar la c o n d i c i ó n h u m a n a e n b e n e f i c i o p r o p i o , e l u -
d i e n d o d e esta m a n e r a la tarea y esfuerzo q u e el h o m b r e ha d e d e -
s e m p e ñ a r e n el m u n d o .

A n t e esta t e n t a c i ó n , la respuesta d e Jesús e q u i v a l e a d e c i r : La


f i l i a c i ó n d i v i n a n o e l i m i n a para n a d a la c o n d i c i ó n h u m a n a . Y es
c o n d i c i ó n h u m a n a -es p r o p i o del h o m b r e - e l i m i n a r y satisfacer el
h a m b r e , p e r o sin esperar m i l a g r o s ; c o n v e r t i r los desiertos e n p a n ,
p e r o m e d i a n t e el esfuerzo h u m a n o .

La c o n t e s t a c i ó n d e Jesús, r e s u m i d a , sería: N o utilizaré n u n c a


a D i o s para e v a d i r m e d e la c o n d i c i ó n h u m a n a . N o q u i e r e ser Jesús
u n h o m b r e p r i v i l e g i a d o y c o n e x c e p c i o n e s . Él a s u m e hasta la raíz
el ser h o m b r e ; y el h o m b r e gana el p a n c o n su esfuerzo. S e n e g a -
rá, por tanto, Jesús a usar a D i o s y su e s p e c i a l r e l a c i ó n c o n Él c o -
m o un p r i v i l e g i o p e r s o n a l para e l u d i r o aligerar la c o n d i c i ó n h u -
m a n a . Q u i e r e ser « u n o d e tantos».

9
Tomo este título y algunas sugerencias de J . A . G A R C Í A , «Vivir de fe.
C i n c o tentaciones de la cultura moderna» en: En el mundo desde Dios. Vida reli-
giosa y resistencia cultural, Sal Terrae, Santander 1989, pp. 96-98.

198
L A TENTACIONES DE JESÚS Y NUESTRAS TENTACIONES

Y así nos e n s e ñ ó q u e ser hijos n o significa q u e D i o s sea u n


p o d e r a nuestro s e r v i c i o ; u n a ventaja para superar la p e s a d a c o n -
d i c i ó n h u m a n a . Ser h i j o n o es, por tanto, un aval q u e a h o r r e los
costos d e vivir. A s í s u c e d i ó e n Jesús y así s u c e d e y s u c e d e r á e n c a -
da u n o d e nosotros.

Y e n la m a g n í f i c a c o n t e s t a c i ó n q u e Jesús da al t e n t a d o r e n -
contramos una buena l e c c i ó n . Q u e tenemos q u e vivir no sólo de
p a n , sino d e toda p a l a b r a q u e sale d e la b o c a d e D i o s . Es decir, d e
t o d o D i o s . D e l D i o s q u e e m e r g e e n el p a n , c u a n d o hay p a n e n la
v i d a , i n v i t á n d o n o s , e n t o n c e s , a festejarlo a g r a d e c i d a m e n t e ; y d e l
D i o s q u e e m e r g e e n las p i e d r a s , c u a n d o e n la v i d a s ó l o hay p i e -
dras, i n v i t á n d o n o s , e n t o n c e s , a convertir las piedras e n p a n . C u a n -
d o a p a r e c e , por lo t a n t o , D i o s e n el p a n , e n la fiesta, e n la frater-
n i d a d , surge el g o z o ; c u a n d o a p a r e c e D i o s e n las p i e d r a s , e n la
s e q u e d a d , e n el s u f r i m i e n t o , surge el c o m p r o m i s o : es u n a i n v i t a -
c i ó n a transformarlo, p e r o c o n esfuerzo d e h o m b r e .

Jesús nos e n s e ñ a q u e ser hijo no es ventaja; q u e consiste, m á s


b i e n , e n a s u m i r hasta el f o n d o la d e n s i d a d d e la v i d a d e s d e la
c o m p a ñ í a y la gracia d e D i o s , sin soñar c o n n i n g ú n tipo d e m á g i -
ca suplantación.

2. Esperar que Dios sea un atajo en la misión

« E n t o n c e s se lo l l e v ó el d i a b l o a la c i u d a d santa, lo puso e n el
a l e r o del T e m p l o y le d i j o : " S i eres H i j o d e D i o s , tírate a b a j o ; p o r -
q u e está escrito: A sus á n g e l e s ha d a d o ó r d e n e s para q u e c u i d e n
d e ti. Y t a m b i é n : te llevarán e n v o l a n d a s para q u e tu p i e n o t r o p i e -
c e c o n p i e d r a s " » ( M t 5, 5-6).

También en esta segunda tentación se p o n e e n juego una forma


d e c o n c e b i r la f i l i a c i ó n d i v i n a , esta v e z r e l a c i o n a d a c o n la m i s i ó n
d e Jesús. L e p i d e el tentador a Jesús q u e realice un gesto e s p e c t a c u -
lar y c o n t u n d e n t e q u e p r u e b e desde el primer m o m e n t o d e su v i d a
p ú b l i c a hasta q u é punto estaba D i o s c o n Él y hasta q u é punto p o d í a
Él disponer d e D i o s . ( U n gesto, pues, i n e q u í v o c a m e n t e m e s i á n i c o ,
c o n f o r m e c o n determinadas esperanzas populares e n un M e s í a s p o -
deroso y triunfante.) Es c o m o si el tentador le dijera: Ya q u e eres el
H i j o d e D i o s , el M e s í a s , n o pierdas el t i e m p o esperando q u e lenta-
m e n t e se d e n c u e n t a los d e m á s d e q u e lo eres. Ahórrate el fatigoso
trabajo d e manifestarte p o c o a p o c o para q u e te r e c o n o z c a n .

199
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Es e v i d e n t e q u e un gesto así, tan e s p e c t a c u l a r e i n c u e s t i o n a -


b l e , habría e l i m i n a d o t o d a o s c u r i d a d e n la m i s i ó n d e J e s ú s . S u1 0

éxito habría e s t a d o a s e g u r a d o . (Es u n a t e n t a c i ó n « r e f i n a d a » - d e


« S e g u n d a S e m a n a » - ; pues es a p a r e n t e m e n t e desinteresada. S e p i -
d e la i n t e r v e n c i ó n d e D i o s y a n o e n p r o v e c h o p r o p i o , sino por el
b i e n d e la m i s i ó n a c e p t a d a : para q u e ésta sea r á p i d a m e n t e e f i c a z
y p r o v e c h o s a , m a s i v a y rotunda.)

Pero Jesús la r e c h a z a . P u e s esa a c e p t a c i ó n m a s i v a , tras el g e s -


to i n c o n t r o v e r t i b l e - u n M e s í a s b a j a d o por los á n g e l e s del alero del
t e m p l o - , sería u n a s i m p l e r e n d i c i ó n ante lo a p a b u l l a n t e - n o el f r u -
to d e una d e c i s i ó n l i b r e - . La g e n t e q u e e n t o n c e s siguiera a Jesús
estaría s u b y u g a d a por un a c t o i m p o s i t i v o , e n lugar d e c o m p r o m e -
tida c o n la p e r s o n a d e Jesús y su m e n s a j e . Por e s o , Jesús r e c h a z a
esta t e n t a c i ó n ; y frente a un m e s i a n i s m o prestigioso, e s c o g e u n
m e s i a n i s m o e n el a n o n i m a t o , e n el o c u l t a m i e n t o , q u e n o le ahorra
el esfuerzo d e manifestarse lenta y t r a b a j o s a m e n t e , c o n t o d a la
c o n f l i c t i v i d a d , las i n c o m p r e n s i o n e s y los e s c á n d a l o s q u e esto lleva
c o n s i g o ; pues p e r m i t e a la g e n t e e x c l a m a r reticente y a s o m b r a d a :
« ¿ P e r o n o es éste el hijo del c a r p i n t e r o ? » .

Pero este m e s i a n i s m o lento y trabajoso es el q u e , respetando


al m á x i m o la c o n d i c i ó n h u m a n a - q u e es ser libre-, posibilita q u e
el h o m b r e q u e d e c i d e seguirle y a b r a z a r su c a u s a lo haga n o por
imperativos extraños, sino l i b r e m e n t e .

N o utilizó, pues, Jesús su i n t i m i d a d c o n D i o s y la c o n c i e n c i a


d e su u n i ó n c o n Él -su f i l i a c i ó n - para privilegiar su m i s i ó n . C o n e s -
to nos e n s e ñ a q u e ser e n v i a d o n o e l i m i n a los costos personales d e

1 0
Habría eliminado toda oscuridad en la misión de Jesús: ante el propio
Jesús y ante los demás. Respecto al propio Jesús, nos dice J . A . G O N Z Á L E Z F A U S
en o. c. que, tras un gesto así, la predicación de Jesús y su misión ya no arranca-
rían, entonces, de aquella conciencia del ser de Dios y de su intimidad c o n El, s i -
no que arrancarían de lo seguro y lo definitivo de la prueba espectacular dada. J e -
sús caminaría en adelante por un sendero en el que no cabe el espacio de riesgo
y de ambigüedad que hay en toda vida y en toda misión humana, cuando se
quiere ser fiel a lo que ha sido comprendido c o m o la tarea de uno: el riesgo del
profeta, del mártir, de la v o c a c i ó n . . . , en una palabra, el riesgo de la fe. Su misión
sería distinta de todas las misiones humanas, al no haber en ella espacio para la
fe. Pero, al rechazarla, cobra toda su autenticidad la frase de la Carta a los H e -
breos (Hebr 12, 2): «Es el que enmarca y funda nuestra fe («el pionero y c o n s u -
mador de nuestra fe»)».

200
L A TENTACIONES DE JESÚS Y NUESTRAS TENTACIONES

la m i s i ó n . D i o s n o es un atajo q u e s u p r i m e los costos personales o


q u e los recorta. Ser agentes d e m i s e r i c o r d i a e n este m u n d o n o es
u n a gracia barata.

3. Que Dios sea poder y no amor

« D e s p u é s se lo l l e v ó el d i a b l o a u n a m o n t a ñ a a l t í s i m a y le
m o s t r ó t o d o s los r e i n o s d e l m u n d o c o n su e s p l e n d o r , d i c i é n d o -
l e : " T e d a r é t o d o esto, si te postras y m e r i n d e s h o m e n a j e " » (Mt
4 , 9-10).

El c a r d e n a l M a r t i n i ha descrito c o n vigor el significado d e e s -


ta t e n t a c i ó n 1 1
. «Te d a r é t o d o este i m p e r i o y la gloria d e estos r e i -
nos, p o r q u e m e h a n sido entregados y se los d o y a q u i e n q u i e r o ; si
te postras a n t e mí, t o d o será t u y o » . A q u í - d i c e el c a r d e n a l M a r t i n i -
la hipótesis parte d e un d a t o f u n d a m e n t a l : t o d o es m í o ; si te p o s -
tras t o d o será t u y o . O sea, las llaves d e la historia están e n m a n o s
d e la gente lista, d e los q u e m a n e j a n el p o d e r ; por c o n s i g u i e n t e , si
es así, lo m e j o r es aliarse c o n e l l o s . Es la t e n t a c i ó n d e aliarse c o n
los q u e p a r e c e n tener e n sus m a n o s las llaves d e c i s i v a s d e la his-
toria, i n c l u s o c o n m u y b u e n a s i n t e n c i o n e s ; si eres mi a l i a d o h a r e -
m o s , harás grandes c o s a s , podrás a l c a n z a r gran r e n o m b r e , será e s -
c u c h a d o tu m e n s a j e .

En esta t e n t a c i ó n se plantea una cierta m a n e r a d e ser M e s í a s ;


lo c u a l i m p l i c a u n a cierta i m a g e n del D i o s q u e e n v í a a ese M e s í a s .
¿ C ó m o podrás -es la pregunta d e la t e n t a c i ó n - representar a D i o s ,
el grande, el p o d e r o s o , a q u é l q u e h a c e saltar c o m o cabriti Nos a los
m o n t e s y d o b l e g a a los c e d r o s d e l L í b a n o , si n o realizas a l g u n a s
obras d e poder?

Pero Jesús s a b e q u e D i o s n o es poder, sino amor. Y si D i o s es


A m o r , hay q u e r e v e l a r l o a través del amor. El a m o r q u e se entrega
es el ú n i c o q u e salva. El a m o r usará m e d i a c i o n e s q u e s u p o n e n p o -
der, p e r o n u n c a será éste, c u y a innata t e n d e n c i a es c u r v a r s e sobre
sí m i s m o , el q u e s a l v e . El ú n i c o q u e salva es el a m o r 1 2
.

" C. M A R T I N I , Abrahán, nuestro padre en la fe, Paulinas, M a d r i d 1984,


pp.4-5.
Cf. J . A. G A R C Í A , o. c. pp. 98-100, donde desarrolla la «Cuarta tenta-
1 2

ción: 'que el poder sustituya al amor'».

201
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Por eso Jesús r e c h a z a esta t e n t a c i ó n . A s í nos e n s e ñ a a n o s o -


tros q u e lo ú n i c o q u e salva es el a m o r q u e se entrega y da v i d a .

A s í p u e s , las t e n t a c i o n e s n o d e s v i a r o n a Jesús d e su c a m i n o
d e s i e r v o , q u e a s u m i ó hasta el f o n d o la c o n d i c i ó n h u m a n a y f u e
o b e d i e n t e al Padre hasta la m u e r t e . A s í v i v i ó Él su f i l i a c i ó n : c o m o
servicio, c o m o amor entregado; no c o m o dignidad.

II. Nuestras tentaciones

D e s p u é s d e considerar las tentaciones d e Jesús, reflexionemos


s o b r e las nuestras. P o r q u e t a m b i é n nosotros las sufrimos y las s u -
friremos. Y, c o m o e n el c a s o d e Jesús, son t e n t a c i o n e s s a g a c e s ; se
presentan e n m a s c a r a d a s , bajo pretexto d e un mejor servicio al R e i -
n o , p e r o , e n el f o n d o , nos q u i e r e n alejar d e seguir a un Jesús p o b r e
y humillado.

T e n e m o s t e n t a c i o n e s e n las q u e se p r o n u n c i a n las m i s m a s p a -
labras q u e a p a r e c i e r o n e n las tentaciones d e Jesús e n el desierto: la
c o n t u n d e n c i a o el prestigio, p o s e e r u n a sólida a u t o r i d a d , g a n a r
t i e m p o sin trabajosas esperas, la c a p t a c i ó n d e una m a y o r a u d i e n -
c i a d e nuestro m e n s a j e , las estrategias d e p o d e r para ser m á s e f i -
caces...

Estas t e n t a c i o n e s e x i g e n un gran esfuerzo d e l u c i d e z , d e d e -


s a p a s i o n a d o d i s c e r n i m i e n t o . Ya d i j i m o s q u e n o basta la fervorosa
g e n e r o s i d a d e n el s e g u i m i e n t o . Y p o r q u e esta sincera l u c i d e z es d i -
f í c i l , hay q u e p e d i r a y u d a al S e ñ o r para e n c a r a r s e , c o n d e s n u d a
f r a n q u e z a , c o n u n o m i s m o y d e s m o n t a r las t o r c i d a s autojustifica-
c i o n e s y los a u t o e n g a ñ o s . H a y q u e pedir, c o m o d i c e S a n I g n a c i o ,
« c o n o c i m i e n t o d e los e n g a ñ o s del m a l c a u d i l l o y a y u d a para de-
Ilos m e guardar» y « c o n o c i m i e n t o d e la v i d a v e r d a d e r a q u e m u e s -
tra el s u m o y v e r d a d e r o c a p i t á n y gracia para le imitar» [ 1 3 9 ] . Y ya
s a b e m o s q u e esta v i d a y esta i m i t a c i ó n está e n el v i v i r c o m o Jesús:
e n su p o b r e z a , desestima y h u m i l l a c i ó n .

Y ¿por q u é es tan necesaria la seriedad del d i s c e r n i m i e n t o y la


g r a c i a - p o r q u e es g r a c i a - d e l d e s e n m a s c a r a m i e n t o ? P o r q u e esas
t e n t a c i o n e s , q u e nos g o l p e a n c u a n d o ya estamos e m b a r c a d o s e n
el s e g u i m i e n t o d e Jesús, son sutiles. N o se presentan c o m o una o p -
c i ó n d i r e c t a c o n t r a el s e g u i m i e n t o d e J e s ú s , s i n o q u e , a través d e

202
L A TENTACIONES DE JESÚS Y NUESTRAS TENTACIONES

un proceso c o m p l i c a d o y ladino, propician, van d a n d o cuerpo,


h a c e n c o h e r e n t e y a c e p t a b l e q u e nos a p a r t e m o s d e É l .

S o n t e n t a c i o n e s astutas p o r q u e u n a s p r o v i e n e n d e la a m b i -
g ü e d a d d e las e s t r u c t u r a s d e este m u n d o p e c a d o r e n el q u e n e -
c e s a r i a m e n t e nos m o v e m o s ; y otras, d e la c a p a c i d a d p e r s o n a l d e
a u t o e n g a ñ o , q u e e n c a d a u n o d e n o s o t r o s es i n f i n i t a m e n t e m a -
y o r d e lo q u e s o s p e c h a m o s y d e lo q u e e s t a m o s d i s p u e s t o s a r e -
conocer 1 3
.

D i g a m o s una b r e v e palabra sobre estos dos tipos d e t e n t a c i ó n .

/. La tentación de los medios y de las estrategias (Que el poder


sustituya al amor)

Este tipo d e t e n t a c i o n e s lo ú n i c o q u e pretende es q u e el poder


sustituya al amor.

Ya nos lo d i j o Jesús e n el desierto: lo ú n i c o q u e salva es el


amor. Pero ese a m o r q u i e r e ser e f i c a z . Y nosotros b u s c a m o s e f i c a -
c i a a p o s t ó l i c a e n nuestra m i s i ó n . Para e l l o n e c e s i t a m o s - s o b r e t o -
d o , c o m o g r u p o - m e d i o s y estrategias (cultura, a l g o d e r i q u e z a
espiritual y m a t e r i a l , prestigio, a u t o r i d a d , e s p a c i o s , c o l e g i o s , e d i -
ficios, t e c n o l o g í a . . . ) . Pero estos m e d i o s t i e n d e a c o b r a r u n a a b s o -
luta a u t o n o m í a ; t i e n d e n a perder d e vista su c a r á c t e r d e m e d i o s
para otra c o s a (están al s e r v i c i o del R e i n o d e D i o s ) ; t i e n d e a o l v i -
darse q u e son p r o l o n g a c i o n e s del a m o r e instrumentos para el R e i -
n o . Esos m e d i o s d e p o d e r - y a q u e d a n p o d e r - segregan sobre
a q u é l l o s q u e los utilizan su p r o p i a e s e n c i a , les ¡ n c u l t u r a n , d e u n
m o d o natural, su propia d i n á m i c a , h a c i é n d o l e s p o n e r la c o n f i a n z a

1 3
Sobre estos dos tipos de tentaciones cf. J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , «Notas
sobre la experiencia espiritual de los Ejercicios de san Ignacio» e n : fsfe es el
hombre. Estudios sobre identidad cristiana y realización humana, Sal Terrae, S a n -
tander 1980, pp. 232-236. A p a r e c i d o , en 1990, en la c o l e c c i ó n de cuadernos
«Aquí y ahora», n° 7, de Sal Terrae, c o n el título La experiencia espiritual de los
Ejercicios de san Ignacio.
Sobre el segundo tipo de tentaciones, cf. J . A. G A R C Í A , «Tú eres mi único S e -
ñor: con los pobres contra la pobreza» e n : Hogar y Taller. Seguimiento de Jesús y
comunidad religiosa, Sal Terrae, Santander 1985, pp. 101 -109; y del mismo autor,
«Movilidad hacia abajo. Raíces ignacianas de la inserción» en: En el mundo des-
de Dios. Vida religiosa y resistencia cultural, Sal Terrae, Santander 1989, pp. 55-69.
En las páginas que siguen, tomo diversas formulaciones de estos artículos citados.

203
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

n o e n la fuerza transformadora d e l a m o r q u e se entrega hasta dar


la v i d a , sino e n el p o d e r a r r o l l a d o r q u e t o d o lo d o b l e g a .

Por eso n e c e s i t a m o s u n a e x t r a o r d i n a r i a l u c i d e z ; p u e s esas


r e a l i d a d e s a m b i g u a s nos s o n , por otra parte, i m p r e s c i n d i b l e s . En
ellas nos m o v e m o s n e c e s a r i a m e n t e . P o r q u e para nosotros p i d i ó J e -
sús: « P a d r e , n o te p i d o q u e los s a q u e s d e l m u n d o , sino q u e los
g u a r d e s del m a l » . Y así f u n c i o n a el m u n d o del q u e n o nos s a c a :
n e c e s i t a m o s poseer m e d i o s , tener cultura, g o z a r d e a u t o r i d a d , d e -
sarrollar nuestras c u a l i d a d e s . . . y t o d o para su m a y o r gloria.

Pero no p o d e m o s o l v i d a r q u e los m e d i o s m a r c a n r a d i c a l m e n -
te la m i s i ó n q u e se intenta cumplir. Por eso hay q u e discernirlos, ya
q u e los m e d i o s « d e p o d e r » nos arrastran a u n a d i n á m i c a d e e g o í s -
m o . S e c u m p l e e n e l l o s esa trayectoria peligrosa q u e S a n I g n a c i o ,
e n la m e d i t a c i ó n d e «las dos b a n d e r a s » , c o n s i d e r a q u e es la « l ó g i -
c a del m a l c a u d i l l o » : d e la riqueza se deriva e n s e g u i d a el v a n o h o -
nor del m u n d o y, d e ahí, la soberbia [ 1 4 2 ] . D e l «tener» p a s a m o s al
« a p a r e c e r » y a la n e c e s i d a d c o m p u l s i v a d e q u e nos r e c o n o z c a n ,
para t e r m i n a r e n el terreno del d o m i n i o sobre los d e m á s , o l v i d a n -
d o el s e r v i c i o .

El p r o g r a m a q u e presenta Lucifer p o s e e , p u e s , una « d i n á m i c a


p e r v e r s a » , q u e está m u y b i e n sintetizada por S a n I g n a c i o e n la e x -
presión «redes y c a d e n a s » . Es «perversa», p o r q u e d e un m o d o c a -
si i m p e r c e p t i b l e nos v a e n - r e d a n d o , para t e r m i n a r c r e a n d o u n a
a t a d u r a sin r e m e d i o : la c a d e n a . Y es «dinámica» p o r q u e n o nos
d e j a q u i e t o s e n u n e s c a l ó n , s i n o q u e nos e m p u j a a seguir a v a n -
z a n d o por el m a l c a m i n o 1 4
.

C. D O M Í N G U E Z , Psicodinámica de los Ejercicios ignacianos, M e n s a -


1 4

jero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 2003, pp. 155-159: «El autoengaño en este te-
rreno es tanto más fácil cuanto que en él las cosas se inician desde una v i n c u l a -
ción que, en sí misma, no tiene por qué ser mala. El dinero, el honor, en efecto,
constituyen aspectos de la vida que en sí mismos no tienen por qué dañar a
quien los posee. Sin embargo, por las vinculaciones que poseen c o n las tenden-
cias egocéntricas y narcisistas de la personalidad, fácilmente se convierten en
elementos que atan y generan dinámicas perversas. Se viene a la codicia y al va-
no honor del mundo y, de ahí, a lo que para Ignacio constituye la raíz misma del
pecado y la pérdida de la indiferencia, la crescida soberbia». El autor realiza,
desde una perspectiva predominantemente psicoanalítica, un magnífico análisis
de la «dinámica perversa» de las «redes y cadenas». Particularmente esclarece-
dora es la valoración psicoanalítica del dinero - c o m o «fetiche de seguridad»- en

204
L A TENTACIONES DE JESÚS Y NUESTRAS TENTACIONES

La dinámica imparable de la Bandera de Lucifer' 5

En la « B a n d e r a d e L u c i f e r » , I g n a c i o c o l o c a e n p r i m e r lugar la
« c o d i c i a d e r i q u e z a s » : es la p r i m e r a y m a y o r t e n t a c i ó n del c o r a z ó n
h u m a n o . Por q u é sea así, I g n a c i o no lo e x p l i c a ; parte d e ese d a t o 1 6
.

Lo q u e sí afirma es q u e , una v e z a t r a p a d o e n esa c o d i c i a , el ser


h u m a n o rueda, normalmente, d e m o d o imparable escaleras abajo
(en este c a s o , escaleras a r r i b a ) . Esta es la gran i n t u i c i ó n i g n a c i a n a :
q u e es u n p r o c e s o i m p a r a b l e , u n a v e z q u e se f r a n q u e a el p r i m e r
p e l d a ñ o . T a m b i é n será i m p a r a b l e el p r o c e s o si se sigue la « B a n d e -
ra d e Cristo», a u n q u e e n sentido contrario; p u e s , e n este c a s o , es un
p r o c e s o d e l i b e r a c i ó n : d e u n o m i s m o , d e las c o s a s y d e los d e m á s .

Por t a n t o , v o l v i e n d o a la « d i n á m i c a p e r v e r s a » d e l « e n e m i g o
d e natura h u m a n a » , u n a v e z a t r a p a d o e n la c o d i c i a d e r i q u e z a s , el
ser h u m a n o rueda p r i m e r o h a c i a la b ú s q u e d a d e prestigio y poder,
d e s p u é s h a c i a la s o b e r b i a , a u t o s u f i c i e n c i a y t o d o s los v i c i o s .

sus conexiones c o n determinadas estructuras d e nuestro mundo afectivo: al d i -


nero, q u e tiene un «papel pegajoso», se le confiere la «cualidad de yo», es «al-
go incorporado»: poseer dinero se vivencia c o m o un modo de asegurar, engran-
decer, extender la fuerza del y o .
15
J . A. G A R C Í A , «Más que perversos, ignorantes» e n : Sal Terrae 88 (2000)
472ss.
1 6
Ibid.: «Aunque Ignacio no lo explica, podemos nosotros explicarnos por
qué la mayor tentación del corazón humano es la "codicia de riquezas". El cora-
zón humano tiene profundos "agujeros negros" q u e provienen de su limitación
creatural y también de su pecado. Esos agujeros negros toman el nombre d e i n -
seguridad, temor, desconfianza, exposición a la enfermedad, miedo al futuro..., a
la muerte. ¿ Q u é salida buscar a tanta inseguridad del propio yo, a tanta indigen-
cia del corazón? U n a primera respuesta que parece natural y verdadera, pero que
es falsa, es buscar en la riqueza la solución a su angustia, inseguridad, miedo al
futuro... Si logramos rodearnos de muchos bienes-sean éstos materiales, como el
dinero, o espirituales, c o m o las cualidades y los saberes- se acabó toda la inse-
guridad, todo miedo, cualquier tipo de angustia. Esto es engañoso y tiene conse-
cuencias d e corto y largo alcance; ya que el miedo provoca una destructiva a n -
sia de poder y de vivir que no se para ante nada y ante nadie, c o m o sabemos por
experiencia propia y ajena. Pero se trata d e un engaño nada evidente (por eso nos
atrapa con facilidad).
Ignacio ha visto con gran lucidez, por otra parte, que el corazón que se ha-
ce víctima de la codicia d e riquezas pasa inevitablemente a defender su imagen
social, y d e ahí a buscar a toda costa " u n vano honor del m u n d o " (prestigio) que
termina en opresión y soberbia. Estos dos estadios últimos son consecuencia del
primero. El mal radical está, sin embargo, en la "insaciable codicia del corazón
pervertido", en expresión de J . Moltmann».

205
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

¿Cómo salir' .
1 M7

¿ C u á l es la terapia? En p r i m e r lugar, t o m a r c o n c i e n c i a d e la
t r a m p a . A e l l o se e n c a m i n a la m e d i t a c i ó n d e las « D o s B a n d e r a s » ;
ella nos a c u c i a a la l u c i d e z del c o r a z ó n para seguir sin e n g a ñ o s a
Jesús p o b r e y h u m i l d e . Y nos i n d i c a c ó m o salir d e esta tentación e n
la q u e se e n t r e c r u z a n la e f i c a c i a d e un a m o r a p o s t ó l i c o y el s e g u i -
miento en pobreza.

- Tenemos q u e vivir ambos polos -eficacia y pobreza- en


tensión, en forma de cruz. Sería más c ó m o d a y más fá-
c i l la r e n u n c i a r a d i c a l a u n o d e e l l o s , a u n q u e p u d i e r a
resultar h e r o i c a y d o l o r o s a . P e r o se nos p i d e lo m á s difí-
c i l : v i v i r al p i e d e esa c r u z , c o n sus d o s m a d e r o s e n t r e -
verados.

- Pero esa t e n s i ó n sólo p u e d e estar a s e g u r a d a e n su justo


el seguimiento de Jesús pobre y humilde
m e d i o c u a n d o es
lo que estructura el movimiento de nuestro espíritu y está
hincado en nuestro corazón. Es decir, para salir d e esa
t e n t a c i ó n n o v e n c i d o s y n o arrastrados por su trayectoria
i m p a r a b l e , para q u e esa tensión n o d e s e n c a d e n e la « l ó g i -
c a del m a l c a u d i l l o » q u e d e s e m b o c a e n la soberbia (la au-
t o p r e f e r e n c i a y el d o m i n i o sobre los d e m á s ) t e n e m o s q u e
situarnos v i v e n c i a l m e n t e d e b a j o d e la otra « b a n d e r a » , la
b a n d e r a d e l s u m o c a p i t á n , Cristo ( q u e c o n s i s t e e n d e s e o
d e p o b r e z a , desestima y h u m i l d a d ) . Pues v i v i r bajo la b a n -
dera d e Cristo es p o n e r s e e n u n a d i n á m i c a d e l i b e r a c i ó n ,
e n la q u e el c e n t r o d e mi v i d a n o soy y o ; es l i b e r a c i ó n
frente a las c o s a s , frente a las personas, frente a m í m i s m o ;
por eso es « v i d a v e r d a d e r a » . Por tanto, s ó l o el d e s e o s i n -
c e r o - o r a d o y d i s c e r n i d o - d e q u e nuestra v i d a sea un a c -
to d e s e g u i m i e n t o d e Jesús p o b r e y h u m i l d e [147] nos sa-
c a r á d e l d i s p a r a d e r o e n q u e nos c o l o c a el m a l c a u d i l l o .
Ú n i c a m e n t e la i d e n t i f i c a c i ó n n o sólo c o n la c a u s a d e J e -
sús, s i n o c o n el c ó m o d e Jesús - c o n el c a m i n o histórico
d e J e s ú s : c o m o El v i v i ó - i m p e d i r á q u e nuestro c o r a z ó n se
e n g a n c h e c o m p u l s i v a m e n t e a esas riquezas hasta d e p e n -

1 7
Tomo estas reflexiones de J . A. G A R C Í A , «Tú eres mi único Señor...»,
o. c. en nota 13.

206
L A TENTACIONES DE JESÚS Y NUESTRAS TENTACIONES

der d e e l l a s y nos p r e c i p i t e m o s e n el f a t í d i c o p r o c e s o q u e
esa c o d i c i a d e s e n c a d e n a .
, 8

«Es d e c i r , q u e , e n la d o b l e c o n f r o n t a c i ó n m a l c a u d i l l o -
s u m o y v e r d a d e r o c a p i t á n , e n g a ñ o s - v i d a v e r d a d e r a , la
m e n t e y el c o r a z ó n se d e c i d a n p o r C r i s t o J e s ú s . N o por
un Cristo c u a l q u i e r a , tal v e z i m a g i n a d o p o r m í a la m e d i -
d a d e m i d e s e o , s i n o p o r el J e s ú s d e los E v a n g e l i o s , el
Cristo p o b r e , h u m i l d e y h u m i l l a d o , el C r u c i f i c a d o . Si é s e
es el d e s e o p r o f u n d o d e m i y o , n a c i d o d e un a m o r p e r s o -
nal al S e ñ o r , m i c o r a z ó n a ñ o r a r á la i d e n t i f i c a c i ó n c o n Él
m á s q u e n i n g u n a otra c o s a . Y c u a n d o t e n g a q u e usar d e -
terminadas formas de riqueza, personales o instituciona-
les, n o serán y a t e n t a c i ó n para é l , s i n o s ó l o i n s t r u m e n t o s
d e u n m a y o r s e r v i c i o . Esta a t r a c c i ó n q u e e j e r c e Cristo s o -
b r e nuestro c o r a z ó n n e u t r a l i z a r á nuestras " a f e c c i o n e s d e -
s o r d e n a d a s " , c r e a n d o e n nosotros u n c o r a z ó n p u r o » 1 9
.

- Por eso m i s m o , nuestra r e l a c i ó n c o n esos m e d i o s d e p o d e r


t i e n e q u e ser c o m o el c o n v i v i r c o n u n a h e r i d a a b i e r t a . Y
sin q u e o l v i d e m o s q u e , a u n q u e la m e d i a c i ó n c o n c r e t a d e l
E v a n g e l i o e n la q u e estemos t r a b a j a n d o nos exija tal v e z la
u t i l i z a c i ó n d e m e d i o s n o p o b r e s , n a d a nos i m p i d e , a u n e n

1 8
Escribe J . A. G A R C Í A en «Movilidad hacia abajo. Raíces ignacianas de la
inserción», o. c. en la nota 13, pp. 60-61: «Está claro que para Ignacio, igual que
para Jesús, el único absoluto es el Reino de Dios, no la pobreza y la humillación. Lo
que sucede es que la orientación hacia ese único absoluto queda imposibilitada si
tiramos por el camino del mundo -riqueza, honor, soberbia- y sólo se entra en ella
si tiramos por el camino histórico de Jesús -deseo de pobreza, desestima, humil-
dad-. La fina percepción ignaciana estriba ... en haber intuido que ambos procesos
son imparables una vez que se franquea el primer escalón. Si se da en nosotros la
codicia de la riqueza (bien sea ésta material o espiritual), si transferimos el ser al te-
ner y ponemos en este último la consistencia del propio yo, exigiremos automáti-
camente que los demás honren a ese ídolo en que nos hemos convertido y, no m e -
nos automáticamente, nos preferiremos a los demás (soberbia) y dominaremos
sobre ellos (todos los vicios). S i , por el contrario, el amor a Jesús nos lleva al deseo
de pobreza c o n Cristo pobre, entonces la desestima y los oprobios por parte del
mundo se seguirán como un proceso natural y también la humildad que consiste en
no preferirse a nadie y estar al servicio de todos. Tal vez tengamos que servir al Rei-
no de Dios con ciertas mediaciones de poder institucional o personal, pero el deseo
de pobreza con Cristo pobre será la añoranza que nos impida caer en la codicia de
riqueza y todo el proceso que le sigue». Las últimas líneas de esta cita están toma-
das de la versión de este artículo cuando apareció en Manresa 61 (1989) 45-54.
1 9
Cf. J . A . G A R C Í A , «Más q u e perversos, ignorantes», citado en nota 15,
p. 203.

207
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

esa c i r c u n s t a n c i a , el q u e nuestra v i d a personal y c o m u n i -


taria sea v e r d a d e r a m e n t e sobria y solidaria c o n los pobres.

- D e s e o , p u e s , s i n c e r o d e seguir a Jesús p o b r e y h u m i l d e ,
c o n v i v e n c i a c o n los m e d i o s d e poder c o m o c o n una h e r i -
da abierta; pero, j u n t o a esto, para autentificar este deseo y
esta c o n v i v e n c i a e s c o c e d u r a c o n m e d i o s d e poder, es c o n -
v e n i e n t e q u e tengamos algunas instancias de r e c u e r d o q u e
nos avisen d e la peligrosidad d e esos m e d i o s y nos r e c u e r -
d e n el s i e m p r e posible d e s l i z a m i e n t o por los e s c a l o n e s del
mal c a u d i l l o . Instancias d e r e c u e r d o c o m o , por e j e m p l o , la
c o n f r o n t a c i ó n personal c o n un a c o m p a ñ a n t e espiritual, el
d i s c e r n i m i e n t o c o m u n i t a r i o d e nuestro estilo d e v i d a o la
« m e m o r i a s a c r a m e n t a l » d e los pobres d e la tierra - y c o n
más motivo, d e los pobres q u e estén más cerca d e nosotros
(¿o es q u e , q u i z á s - y esto sería p r e o c u p a n t e - , e n nuestro
ritmo d e v i d a , n o t e n e m o s el m e n o r c o n t a c t o c o n n i n g ú n
necesitado?)-, pobres d e la tierra para c u y a b i e n a v e n t u r a n -
za q u e r e m o s trabajar, d e s d e el puesto e n q u e e s t e m o s . 2 0

2. Nuestros autoengaños

La s e g u n d a c l a s e d e estas t e n t a c i o n e s refinadas q u e nos z a -


r a n d e a n a r r a n c a d e nuestra f a b u l o s a c a p a c i d a d d e a u t o e n g a ñ o .

Pascal d e c í a q u e el c o r a z ó n t i e n e razones q u e la razón n o e n -


t i e n d e . Pero t a m b i é n p o d e m o s d e c i r q u e el c o r a z ó n t i e n e s i n r a z o -
nes q u e la r a z ó n c a m u f l a , s e g r e g a n d o j u s t i f i c a c i o n e s . P o r q u e , e n
e f e c t o , m u c h o s d e los a u t o e n g a ñ o s e n el s e g u i m i e n t o d e Jesús se
p r o d u c e n e n el c a m p o a f e c t i v o . Y a las ideas claras les p u e d e sub-
y a c e r un p r o c e s o p r e - c o n c e p t u a l , subterráneo, e s p o n t á n e o y p a s i -
v o , q u e nos v i n c u l a ya a f e c t i v a m e n t e a a l g o y q u e n o nos permite
ser libres. Esto es lo q u e hay q u e desenmascarar.

C o n gran finura p s i c o l ó g i c a ha descrito S a n I g n a c i o - e n la lla-


m a d a m e d i t a c i ó n d e «tres binarios»: tres grupos d e hombres q u e e s -
tán a f e c t a d o s (apegados) a algo (y ya es importante q u e sepan q u e
están a f e c t a d o s ) - esa c a p a c i d a d d e a u t o e n g a ñ o q u e nos c a r c o m e .
R e c o r d e m o s q u e se trata d e tres tipos d e h o m b r e s q u e h a n adquiri-

Hasta aquí las reflexiones de J . A. G A R C Í A (cf. nota 12) que, fundamen-


2 0

talmente, he reproducido.

208
L A TENTACIONES DE JESÚS Y NUESTRAS TENTACIONES

d o u n a c a n t i d a d - d i e z mil d u c a d o s - l e g í t i m a m e n t e , p e r o esa a d -
q u i s i c i ó n ha sido h e c h a sin p u r e z a d e i n t e n c i ó n y c o n falta d e i n -
d i f e r e n c i a . Todos q u i e r e n salvarse y hallar a D i o s N u e s t r o S e ñ o r e n
p a z , q u i t a n d o para e l l o la a f e c c i ó n d e s o r d e n a d a . ¿ Q u é h a c e n ?

El p r i m e r g r u p o d e p e r s o n a s ( « p r i m e r b i n a r i o » ) difiere s i e m p r e
la s o l u c i ó n ; q u i e r e n s a l v a r s e , p e r o n o se p o n e n a r e a l i z a r lo q u e
D i o s q u i e r e . S o n los q u e d i c e n « m a ñ a n a , m a ñ a n a . . . p e r o n u n c a
a c a b a n d e m a ñ a n a r » . N o s a l e n d e l « q u e r r í a » . Y así les llega la h o -
ra d e la m u e r t e .

N o s interesa, s o b r e t o d o , f i j a r n o s e n c ó m o q u i e r e q u i t a r el
« s e g u n d o g r u p o d e personas» (el « s e g u n d o b i n a r i o » ) el a f e c t o d e -
s o r d e n a d o a los d i e z mil d u c a d o s . P o r q u e , a v e c e s , nuestro p r o p i o
a u t o e n g a ñ o se h a l l a r e f l e j a d o e n esa a c t i t u d .

El a u t o e n g a ñ o e n este t i p o d e h o m b r e s d e l a t a u n a r e b u s c a d a
sutileza, e n m a s c a r a d o r a , q u e les lleva a p o n e r a b s o l u t a m e n t e todos
los m e d i o s m e n o s el ú n i c o q u e t i e n e n q u e p o n e r . Es «el p r o t o t i p o
d e defensa a f e c t i v a » . S a n I g n a c i o retrata c o n u n a s p i n c e l a d a s la
2 1

a c t i t u d d e este h o m b r e d e l « s e g u n d o b i n a r i o » : q u i e r e h a c e r la v o -
luntad d e D i o s d e tal m a n e r a q u e c o i n c i d a c o n la propia [ 1 5 4 ] 2 2
. Y

2 1
C. D O M Í N G U E Z , o. c , pp. 159-161 y p. 1 70: «Es el prototipo de la resis-
tencia a la reconversión afectiva. Se trata de un intento de manipulación de Dios a
través del mecanismo bien conocido de la racionalización. Q u e venga Dios donde
él quiere. Su idea de Dios, se entiende. D e manera que Dios venga a defender su
adquisición y no a cuestionarla. D e ese modo todo encajará: se elimina el conflic-
to entre los dos objetos de amor: Dios quiere lo que él quiere... En la racionaliza-
ción, como mecanismo de defensa, el sujeto intenta dar una explicación coheren-
te, desde el punto de vista lógico, o aceptable desde el punto de vista moral, a una
actitud, un acto, una idea, un sentimiento, etc. Es el caso del 'Segundo Binario'. El
no quiere la cosa por sí misma, la quiere porque Dios la quiere. Ese es su engaño,
su autoengaño. El motivo verdadero quedará entonces velado y además legitimado
por lo que él piensa que es la voluntad de Dios. La satisfacción se camufla, y la d e -
fensa misma también. Es el esclavo que se ríe de sus cadenas» (pp. 159-160).
2 2
«El 2° quiere quitar el afecto (desordenado que siente), mas ansí lo quie-
re quitar, que quede c o n la cosa acquisita (adquirida, manteniendo la voluntad
igualmente desordenada de conservarla, por encima (sobre) del querer de Dios),
de manera que allí venga Dios donde él quiere, y no (se) determina (a) de dejar-
la para ir a Dios, aunque fuese el mejor estado para él (quiere que se avenga Dios
con lo que él quiere, aprobando el que la conserve)» [1 54]. Tomo el texto d e Ejer-
cicios con las glosas (las palabras aclaratorias entre paréntesis) d e J . C A L V E R A S ,
Ejercicios, Directorio y Documentos de San Ignacio. Glosa y vocabulario de los
EE., Balmes, Barcelona 1958.

209
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c o n eso ¿ q u é intenta? M a n i p u l a r a D i o s . C o m o J o n S o b r i n o d i c e , la
gran t e n t a c i ó n d e l h o m b r e n o es negar a D i o s , sino m a n i p u l a r l o :
« q u e allí v e n g a D i o s d o n d e él quiere» y n o él «ir a D i o s » .

Es el h o m b r e , p u e s , q u e segrega j u s t i f i c a c i o n e s y se las c r e e .
El h o m b r e q u e b u s c a s i e m p r e otra c o s a d e lo q u e d i c e pretender.
Él d i c e q u e a m a a D i o s , p e r o fija p r i m e r o c ó m o D i o s t i e n e q u e ser
a m a d o , e n v e z d e preguntarse c ó m o q u i e r e D i o s ser a m a d o . D i c e
q u e b u s c a la v o l u n t a d d e D i o s , p e r o , e n r e a l i d a d , se la está i n v e n -
t a n d o para h a c e r l a c o i n c i d i r c o n la suya p r o p i a .

P r e g u n t é m o n o s si t a m b i é n nosotros nos d e j a m o s e m b a u c a r
por estos a u t o e n g a ñ o s ; si d e c i m o s buscar la v o l u n t a d d e D i o s y, e n
r e a l i d a d , nos la estamos i n v e n t a n d o , p o r q u e la h a c e m o s c o i n c i d i r
c o n la nuestra.

Y p i d á m o s l e al S e ñ o r luz y actitud constante d e d i s c e r n i m i e n -


to para d e s e n m a s c a r a r n o s a nosotros m i s m o s . H o y la p e t i c i ó n es
m u y importante. P u e s para d e s m o n t a r nuestros a u t o e n g a ñ o s n e c e -
sitamos d e la g r a c i a : q u e Jesús nos e n s e ñ e - É l , q u e , c o m o d e c í a
S a n J u a n (jn 2 , 24-25), «sabía lo q u e hay dentro d e c a d a h o m b r e » -
a desbaratar los artilugios y c a m u f l a j e s d e nuestro c o r a z ó n . Q u e
Jesús nos e c h e u n a m a n o para p o d e r imitarle e n su p u r e z a d e c o -
r a z ó n . P u e s ya lo d e c í a J e r e m í a s : « N a d a hay m á s falso y e n f e r m o
q u e el c o r a z ó n : ¿ q u i é n lo e n t e n d e r á ? Yo, el Señor, penetro el c o r a -
z ó n , s o n d e o las entrañas» Ger 1 7, 9-10).

Q u e Él p e n e t r e nuestro c o r a z ó n , y nosotros c o n É l . P u e s s e -
g u i r e m o s e n actitudes d e « s e g u n d o b i n a r i o » si nuestro c o r a z ó n n o
está r e a l m e n t e c o g i d o por Jesús, si nuestra a f e c t i v i d a d no está c e n -
trada e n É l . Q u e nos a c o m p a ñ e Jesús e n nuestro d i s c e r n i m i e n t o ,
para q u e se c u m p l a e n nosotros lo q u e p i d e el S a l m o 138 ( 1 3 9 ) :
«Señor, s o n d é a m e y c o n o c e mi c o r a z ó n , p o n m e a p r u e b a y c o n o -
c e mis s e n t i m i e n t o s . . . M i r a , si mi c a m i n o se d e s v í a , g u í a m e por el
c a m i n o recto» (vv. 23-24).

Y el c a m i n o recto es vivir c o m o la persona del «tercer binario».


Es el h o m b r e sin m i e d o a perder o dejar la cosa, y q u e sólo p o n e e n
D i o s la e s p e r a n z a . Es el h o m b r e q u e t i e n e un « a m o r e m b r i d a d o »
(indiferencia) y se despega a f e c t i v a m e n t e del b i e n a d q u i r i d o , e s p e -
rando c o n o c e r la v o l u n t a d d e D i o s para prestarle el mejor servicio,
ya consista éste e n seguir c o n el b i e n a d q u i r i d o , ya e n dejarlo defi-

210
L A TENTACIONES DE JESÚS Y NUESTRAS TENTACIONES

nitivamente: « d e m a n e r a q u e sólo el d e s e o d e m e j o r poder servir a


D i o s Nuestro S e ñ o r le m u e v a a tomar la cosa o a dejarla» [ 1 5 5 ] . 2 3

En r e a l i d a d , este h o m b r e d e l «tercer b i n a r i o » se ha l i b e r a d o
del afecto ( d e s o r d e n a d o ) por la entrada d e otro a f e c t o e n su c o r a -
z ó n : el s e g u i m i e n t o d e Cristo p o b r e y h u m i l d e ; la l i b e r a c i ó n la ha
h e c h o p o s i b l e un A m o r , n o el v o l u n t a r i s m o . El c a m i n o recto, la v i -
da v e r d a d e r a del s u m o c a p i t á n e s , por tanto, v i v i r c o n y c o m o J e -
sús: pobres y h u m i l d e s d e b a j o d e su b a n d e r a . A s í está dispuesto a
v i v i r el h o m b r e del «tercer b i n a r i o » .

Q u e el S e ñ o r nos q u i e r a recibir e n esa b a n d e r a . P i d á m o s l o a


M a r í a , al H i j o , al Padre. Pero p i d á m o s l o e n pasiva, c o m o I g n a c i o
lo h a c e . P o r q u e es gracia: «gracia para le imitar». G r a c i a y n o v o -
luntarismo. P o r q u e es u n a c u e s t i ó n d e i d e n t i f i c a c i ó n , d e e n a m o r a -
m i e n t o . P i d a m o s , por tanto, «ser r e c i b i d o » , «ser puesto» d e b a j o d e
su b a n d e r a . S ó l o el S e ñ o r - d e q u i e n p r o c l a m a m o s q u e q u e r e m o s
q u e sea nuestro ú n i c o S e ñ o r - nos podrá p o n e r allí.

2 3
C. D O M Í N G U E Z , o. c , pp. 160-161 y 1 7 1 : «El "Tercer Binario" repre-
senta la indiferencia que posibilitará una elección libre y correcta. Pero es impor-
tante precisar exactamente el sentido de esa indiferencia que expresa ese "Tercer
Binario". Según Ignacio el "Tercer Binario" no es el que renuncia a la cosa, sino el
que es libre frente a ella. No le tiene afección a tener la cosa adquisita o no la te-
ner. Esto es importante, porque para Ignacio la indiferencia no se identifica con la
anulación de la afectividad, sino con la ordenación afectiva» (pp. 160-161).

211
13
EL CONFLICTO EN LA VIDA DE JESÚS
Y EN LA NUESTRA

D i j i m o s q u e el s e g u i m i e n t o , por entusiasmante q u e sea, no es


f á c i l ; q u e e n él nos t o p a r e m o s , c o m o Jesús se t o p ó , c o n la t e n t a -
c i ó n y c o n el c o n f l i c t o , la i n c o m p r e n s i ó n y el m e n o s p r e c i o . H e -
mos h a b l a d o d e la t e n t a c i ó n ; a b o r d e m o s ahora el c o n f l i c t o .

I. El c o n f l i c t o d e Jesús

La muerte d e Jesús fue una c o n s e c u e n c i a d e su v i d a : fue la e x -


presión d e la c o n f l i c t i v i d a d d e su v i d a . N o p o d e m o s , pues, separar
la v i d a y m e n s a j e d e Jesús d e la pasión y muerte d e Jesús. F u e p r e -
c i s a m e n t e la v i d a d e Jesús y el m e n s a j e q u e esa v i d a c o n t i e n e la
causa d e su pasión y muerte. Existe, por tanto, una u n i d a d entre la
v i d a interior, la v i d a apostólica d e Jesús y su pasión y muerte.

La p a s i ó n y m u e r t e no f u e r o n un a c c i d e n t e , a l g o q u e surgió
d e i m p r o v i s o , sino q u e - i n s i s t i m o s - f u e r o n la expresión, la c o n s e -
c u e n c i a d e un c o n f l i c t o n a c i d o d e la o b e d i e n c i a d e Jesús a la v o -
luntad histórica del Padre, d e su f i d e l i d a d al Padre, d e su defensa
d e los v a l o r e s del R e i n o .

Es la v i d a interior d e Jesús -su i n t i m i d a d c o n el Padre, a q u i e n


q u i e r e o b e d e c e r - la q u e le lleva al c o n f l i c t o . P u e s esa i n t i m i d a d y
c e r c a n í a c o n D i o s se expresan e n Jesús, e n su m e n s a j e , e n su for-

213
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

m a d e c o m p o r t a r s e , e n su d e n u n c i a d e lo q u e no es obra del Padre


ni c o n f o r m e a los deseos del P a d r e . Y esa d e n u n c i a d e Jesús le l l e -
va a c h o c a r f r o n t a l m e n t e c o n los p o d e r e s d e este m u n d o .

H a y i n d i c i o s seguros e n los e v a n g e l i o s para afirmar esa c o n -


flictividad d e la v i d a d e Jesús, a u n q u e n o p o d a m o s reconstruirla m i -
n u c i o s a m e n t e , p e r o s a b e m o s d e la pronta o p o s i c i ó n a su p r e d i c a -
c i ó n y a su a c t u a c i ó n . Y s a b e m o s d e esa crisis -la «crisis galilea»
q u e m a r c a más o m e n o s el punto m e d i o d e su v i d a p ú b l i c a , q u e le
h a c e c a m b i a r d e t á c t i c a (hablar e n p a r á b o l a s , retirarse...). D e s d e
e n t o n c e s , la c o n f l i c t i v i d a d f u e c r e c i e n d o . ¿ C u á l e s fueron los f o c o s
principales d e esa conflictividad? R e c o r r a m o s a l g u n o s d e e l l o s . 2

1. Conflictos con sus familiares

Jesús c h o c a c o n sus p r o p i o s f a m i l i a r e s . S e sustrae a sus p r e -


s i o n e s , q u e p r e t e n d e n a p a r t a r l e d e su v i d a itinerante d e a n u n c i o
d e l R e i n o d e D i o s . N o p e r m i t e q u e los suyos le v a y a n d i c t a n d o
c u á l d e b e ser su c o n d u c t a a lo largo d e la v i d a .

C o n m u c h a p r o b a b i l i d a d p o d e m o s d e c i r q u e la f a m i l i a d e J e -
sús n o s u p o c o m p r e n d e r el v e r d a d e r o s i g n i f i c a d o d e su m i s i ó n :
« " N o está e n sus c a b a l e s " , le d e c í a n » ( M e 3, 2 1 ) . P e r o la fe p r o -
f u n d a d e Jesús e n el Padre c a m b i ó r a d i c a l m e n t e su v i s i ó n d e las r e -
l a c i o n e s f a m i l i a r e s . S u m a d r e y sus h e r m a n o s son los q u e e s c u -
c h a n la palabra d e D i o s ( M e 3, 34-35). S u entrega al R e i n o d e D i o s
y a su m i s i ó n r e c i b i d a del Padre es tal q u e las r e l a c i o n e s familiares
a c a b a n por q u e d a r relativizadas.

T a m b i é n a sus d i s c í p u l o s les p e d i r á Jesús la m i s m a libertad


a n t e la f a m i l i a (Le 9, 59-62; Le 14, 26-27; M e 10, 2 9 ) .

2. Conflictos con los líderes espirituales y dirigentes judíos

Jesús se ha visto enfrentado c o n frecuencia a los escribas e s p e -


cialistas d e la ley, la clase culta dentro d e la s o c i e d a d judía. Y, sobre

1
Sobre la «crisis galilea», cf. J . S O B R I N O , Jesús liberador. Lectura histó-
rico-teológica de Jesús de Nazaret, Trotta, 3 edic. Madrid 1997, pp. 198-201.
a

2
Recojo en los apartados 1-4, a veces textualmente, la excelente e x -
posición sobre los conflictos de Jesús que hace J . A . P A G Ó L A , Jesús de Nazaret.
El hombre y su mensaje, Idatz, San Sebastián 2 edic. 1983, especialmente
a

pp.155-247.

214
E L CONFLICTO EN LA VIDA DE JESÚS Y EN LA NUESTRA

todo, su c h o q u e fue frontal c o n los escribas fariseos. Basta leer la p a -


tética d e n u n c i a q u e Jesús h a c e d e los fariseos e n el capítulo 2 3 del
evangelio d e M a t e o para percatarse d e la hondura d e sus diferencias.

D e ellos le s e p a r a b a :

- la c i c a t e r í a d e su religiosidad c ú l t i c a y legalista: d e a h í la
c o n t i n u a p o l é m i c a d e Jesús contra el T e m p l o ;

- su hipócrita i n m i s e r i c o r d i a , q u e , b a j o pretexto d e p u r e z a ,
d e j a b a e n la e s t a c a d a , sin e s p e r a n z a , al p e c a d o r ; d e a h í
q u e Jesús se v o l c a r a e n los p e c a d o r e s hasta ser t i l d a d o d e
« c o m i l ó n y d e q u e a n d a b a b a n q u e t e a n d o c o n los p u b l í -
canos y pecadores»;

- su d e s h u m a n i z a d a c o n c e p c i ó n d e las tradiciones; d e a h í
q u e , frente a ellos, Jesús p r o c l a m e q u e «el s á b a d o estaba al
servicio del h o m b r e y no el h o m b r e al servicio del s á b a d o » ;

P e r o , sobre t o d o , Jesús se rebela c o n t r a los e s c r i b a s fariseos


c o m o u n a c l a s e d o m i n a n t e q u e retiene el p o d e r d e interpretar la
ley, y q u e la interpreta i n d e b i d a m e n t e . P o r q u e ignoran q u e D i o s es
libertad y n o e s c l a v i t u d y d e c i d e n t o d o d e s d e una v i s i ó n legalista
d e la v i d a y d e D i o s , sin n i n g u n a c o m p r e n s i ó n para c o n los p e -
q u e ñ o s , los ignorantes, los d é b i l e s . «La rebeldía d e Jesús contra los
maestros d e la ley - h a escrito C h r i s t i a n D u q u o c - es u n a r e b e l d í a
e n favor d e los p e q u e ñ o s . »

Jesús se les enfrenta y le d e v u e l v e a D i o s su libertad y su fuer-


za d e l i b e r a c i ó n . D i o s n o es el tirano d e la ley, sino el P a d r e q u e
s a b e a m a r y perdonar. Por e n c i m a y m á s allá d e las e x i g e n c i a s d e
la ley, Jesús piensa e n las e x i g e n c i a s d e u n D i o s q u e busca y q u i e -
re al h o m b r e entero. Jesús se c o l o c a n o ante la ley, sino a n t e un Pa-
d r e . S u v i d a s o l a m e n t e se e n t i e n d e d e s d e esta p e r s p e c t i v a .
3

3
Escribe Pagóla, o. c , siguiendo a D u q u o c : «Su objetivo no es el de sa-
tisfacer las exigencias de una ley exterior, escrita en unas tablas de piedra, sino ser
totalmente fiel y obediente al Padre que ama y busca la liberación de todo h o m -
bre. Por eso, la libertad de Jesús frente a la ley no es la falsa libertad del pecador
que desprecia la voluntad de Dios y la elude colocándose fuera de ella. Al c o n -
trario, es la libertad de un hombre que busca no la sujeción ciega a la ley, sino la
obediencia total al Padre (cfr. Jn 4, 34): "Para mí es alimento cumplir el designio
del que me envió y llevar a cabo su obra"».

215
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

( T a m p o c o Jesús m o d i f i c ó , e n n i n g ú n m o m e n t o , su actitud p r e -
s i o n a d o por el S a n e d r í n , ni siquiera e n la crisis final ( M e 14, 53-
64), c u a n d o se r e u n i ó para c o n d e n a r l o a m u e r t e . Todas las fuerzas
q u e c o m p o n í a n el S a n e d r í n - l a alta n o b l e z a s a c e r d o t a l , la aristo-
c r a c i a s a d u c e a , los juristas fariseos- fueron m u y pronto adversarias
d e J e s ú s . P o r q u e éste a n u n c i a b a ya la llegada d e l R e i n o d e D i o s ,
q u e implicaba un c a m b i o radical y una a m e n a z a tremendamente
peligrosa para la d i c t a d u r a religiosa. Por e s o , Jesús a c t u a b a c o n -
f l i c t i v a m e n t e frente a e l l o s , c o n la libertad d e l q u e únicamente
b u s c a c u m p l i r la v o l u n t a d del P a d r e . )
4

3. Conflictos con los poderes públicos

Jesús se enfrenta c o n los p o d e r e s p ú b l i c o s d e su t i e m p o .


C u a n d o , ante la pregunta c a p c i o s a : ¿es lícito pagar el tributo al C é -
sar o no?, Jesús contesta ( M e 1 2 , 13-1 7): « L o q u e es del C é s a r d e -
v o l v é d s e l o al César, y lo q u e es d e D i o s , a D i o s » , Jesús n o p r o h i b e
e x p l í c i t a m e n t e el p a g o del tributo r o m a n o -la p o t e n c i a extranjera
q u e d o m i n a b a Israel-, por lo c u a l t u v o q u e d e c e p c i o n a r a a q u é l l o s
q u e e s p e r a b a n esta p r o h i b i c i ó n c o m o una l l a m a d a al levanta-
m i e n t o c o n t r a R o m a . Pero, c o n esta frase, Jesús c r i t i c a d e raíz el
p o d e r absolutista del C é s a r ; n o r e c o n o c e ningún d e r e c h o d i v i n o al
César, p o n i e n d o e n peligro su a u t o r i d a d sobre Palestina y p u d i e n -
d o ser a c u s a d o d e agitador a n t i - r o m a n o .

C o m o lo i n d i c a Le 2 3 , 2 : « S e levantó toda la a s a m b l e a ( S a n e -
drín), c o n d u j e r o n a Jesús a p r e s e n c i a d e P i l a t o y e m p e z a r o n la
a c u s a c i ó n d i c i e n d o : " H e m o s c o m p r o b a d o q u e éste a n d a a m o t i -
n a n d o a nuestra n a c i ó n , o p o n i é n d o s e a q u e se p a g u e n tributos al
C é s a r y d i c i e n d o q u e él es M e s í a s y R e y " » .

M o v i d o por ese m i s m o espíritu del «dad a D i o s lo q u e es d e


Dios», es decir, q u e d e ninguna manera se le d e b e dar al César lo q u e
es d e D i o s y, por tanto, q u e ningún poder h u m a n o p u e d e pretender
exigencias absolutas sobre ningún h o m b r e , Jesús se enfrenta a H e r o -
des A n t i p a s , su autoridad c i v i l , y no se detiene ante sus a m e n a z a s :
«Se acercaron unos fariseos para decirle: Vete, márchate d e aquí, q u e

4
En tiempos de Jesús, el órgano central de gobierno, competente para to-
das las cuestiones de derecho religioso y de derecho civil, era el Sanedrín de J e -
rusalén. En él estaban representadas todas las clases dominantes. Setenta m i e m -
bros en total, bajo la presidencia del Sumo Sacerdote.

216
E L CONFLICTO EN LA VIDA DE JESÚS Y EN LA NUESTRA

H e r o d e s quiere matarte» (Le 13, 31); pero Jesús le llama «zorro» - o ,


c o m o otros traducen, un «don n a d i e » - y sigue su c a m i n o .

J e s ú s a d v i e r t e a P i l a t o q u e su a u t o r i d a d v i e n e d e lo alto (Jn
19, 11). Y n o t e m e h a c e r u n a c r í t i c a d e c u a l q u i e r a u t o r i d a d a b s o -
lutista: « S a b é i s q u e los jefes d e las n a c i o n e s las g o b i e r n a n c o m o
señores absolutos, y los grandes las o p r i m e n c o n su poder. Pero no
ha d e ser así entre vosotros» ( M t 2 0 , 25-26).

Es cierta la o b s e r v a c i ó n d e J . B. M e t z : « L a p r o c l a m a c i ó n d e la
s a l v a c i ó n c o n d u j o a Jesús a u n fatal c o n f l i c t o c o n los p o d e r e s p ú -
b l i c o s d e su t i e m p o » .

4. Conflictos con las «fuerzas de resistencia» (zelotes)''

N o se dejó arrastrar por la estrategia de las «fuerzas de resistencia» que


se rebelaban contra el poder de los ocupantes romanos. No puso su posible
prestigio al servicio de una conjuración revolucionaria contra Roma. No
pretendió nunca ser un Mesías político. Jesús no compartía la tesis zelote de
que es necesario acelerar el Reino de Dios con la acción revolucionaria. Pa-
ra Él, el Reino de Dios llegará como fruto de una intervención de Dios que
el hombre debe acoger, y no como resultado de un esfuerzo revolucionario.

Son muchos los autores que ven en la parábola de la semilla que


crece sola ( M e 4, 26-29) una oposición de Jesús a los esfuerzos zelotes
por implantar el Reino de Dios por la fuerza.

Y también son muchos los autores que consideran que los dos hom-
bres que mueren crucificados junto a Jesús no fueron dos criminales c o -
munes, sino dos zelotes, ajusticiados por asesinato. E interpretan que el
motivo por el que, desde su cruz, se mofaban de Jesús -como nos dice el
Evangelio- es porque le acusaban de cobarde, de morir sin protestar, de
no haber hecho lo que tenía que haber hecho: sublevarse contra los ro-
manos. Por eso lo desprecian.

Sí, Jesús, al distanciarse del radicalismo zelote, que era una corrien-
te arraigada en las capas populares, defraudó las ilusiones de muchos que
esperaban un reino judío mesiánico. Fiel a la voluntad del Padre, prefirió
ser el Siervo.

5
Parte de los comentaristas actuales de los evangelios afirman que, en
tiempos de Jesús, no se constata la existencia de un movimiento armado organi-
zado de resistencia contra los romanos; aunque las tensiones políticas eran rea-
les. Sobre este punto, cf. R. A G U I R R E , Aproximación actual al Jesús de la Histo-
ria, Cuadernos de Teología Deusto, Bilbao 1996, pp. 15-16.

217
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

5. Conflictos con el pueblo

Jesús se ha n e g a d o c o n firmeza a representar, a n t e ese p u e b l o


q u e le sigue, p a p e l e s q u e le a l e j a b a n d e su v e r d a d e r a m i s i ó n d e
a n u n c i a r y e s t a b l e c e r el r e i n a d o d e D i o s .

H a a d o p t a d o una actitud d e clara reserva a n t e las expectativas


m e s i á n i c a s d e c a r á c t e r político-militar, tan e x t e n d i d a s e n a q u e l l a
s o c i e d a d , sin m i e d o a desilusionar al p u e b l o y c o m p r o m e t e r su f u -
turo ( M e 8, 29-30): p r o h i b i e n d o q u e le l l a m a r a n M e s í a s , h u y e n d o
c u a n d o -tras la m u l t i p l i c a c i ó n d e los p a n e s - se le q u i e r e ofrecer el
p a p e l d e líder (Jn 6, 15).

Ese c o n f l i c t o c o n el p u e b l o q u e le sigue entristece a Jesús. S e


ha l a m e n t a d o d e l m a l e n t e n d i d o y d e l a l e j a m i e n t o : «Jerusalén, J e -
r u s a l é n . . . ¿ C u á n t a s v e c e s h e q u e r i d o reunir a tus hijos c o m o la
c l u e c a r e ú n e a sus pollitos b a j o las alas, p e r o n o habéis q u e r i d o ? »
( M t 2 3 , 37-39).

6. Conflictos con los discípulos

Si r e c o g e m o s el d e n o m i n a d o r c o m ú n , el m e o l l o d e las d i s c u -
siones q u e Jesús t i e n e c o n sus d i s c í p u l o s , c o n los q u e le a c o m p a -
ñ a n , a p r e c i a r e m o s e n seguida q u e c o n s i s t e e n q u e los d i s c í p u l o s
p r o c u r a n m a r g i n a r el c o n f l i c t o del s e g u i m i e n t o .

Los S i n ó p t i c o s t i e n e n gran interés e n presentarnos dos c o m -


p o r t a m i e n t o s paralelos, casi c o n t r a d i c t o r i o s :

a) El c o m p o r t a m i e n t o d e Jesús, q u e v a i n t e r i o r i z a n d o , a s u -
m i e n d o q u e la o b e d i e n c i a al Padre y la e f i c a z p r e d i c a c i ó n
d e su m e n s a j e d e a m o r y d e fraternidad le l l e v a n a la c o n -
f r o n t a c i ó n y a un c o n f l i c t o q u e El t i e n e q u e aceptar. Jesús
va c o m p r e n d i e n d o q u e ha d e dar al R e i n o n o t o d o lo q u e
t i e n e , sino t o d o lo q u e e s .
Esa c o n c i e n c i a c a d a v e z m á s fuerte, más r a d i c a l , d e Jesús
d e q u e tiene q u e aceptar q u e la p r e d i c a c i ó n d e su mensaje
d e a m o r d e y al Padre y a los h e r m a n o s le lleva a un c h o q u e
frontal se expresa e n las tres p r e d i c c i o n e s d e la P a s i ó n . 6

6
Cf. 1 ) M t 16, 21-23; M e 8, 29-33. 2 ) M t 1 7, 2 2 . 3 ) M t 1 7, 22-24; M e
a a a

10, 32-34.

218
E L CONFLICTO EN LA VIDA DE JESÚS Y EN LA NUESTRA

En e l l a s , J e s ú s , p e d a g ó g i c a m e n t e , v a t r a n s m i t i e n d o a sus
seguidores el i n e l u d i b l e c o n f l i c t o del q u e está entretejida
su m i s i ó n : «Este H o m b r e t i e n e q u e p a d e c e r m u c h o : t i e -
n e q u e ser r e c h a z a d o por los s e n a d o r e s , s u m o s s a c e r d o -
tes y letrados, ser e j e c u t a d o (y r e s u c i t a r a los tres d í a s ) »
( M e 8, 3 1 ) .

b) Y, j u n t o a este c o m p o r t a m i e n t o d e J e s ú s , los S i n ó p t i c o s
nos d e s c r i b e n la a c t i t u d d e los d i s c í p u l o s , q u e q u i e r e n
m a r g i n a r el c o n f l i c t o d e sus p r o p i a s v i d a s por supuesto,
p e r o t a m b i é n d e la v i d a d e Jesús:

- discípulos q u e n o h a b l a n d e s e r v i c i o , sino d e q u i é n s e -
rá m á s g r a n d e e n el R e i n o ( M e 9, 33-37);

- o q u e p i d e n , c o m o los hijos d e Z e b e d e o , triunfos, p e -


ro n o p a s i ó n ( M e 10, 35-45);

- o q u e se q u e d a n « c o n s t e r n a d o s » ( M t 1 7, 23) c u a n d o
Jesús les d i c e q u e «lo v a n a entregar e n m a n o s d e los
h o m b r e s y lo m a t a r á n » ;

- o c o m o P e d r o , q u e , c o m o el h o m b r e del « s e g u n d o b i -
n a r i o » , q u i e r e « m a n i p u l a r » a D i o s ; y así « i n c r e p a » a
Jesús por n o q u e r e r evitar el c o n f l i c t o : « ¡ L í b r e t e D i o s !
¡Señor, n o te pasará a ti e s o ! » . Y Jesús le contesta d u -
r a m e n t e : « ¡ Q u í t a t e d e mi vista, S a t a n á s ! Eres un p e l i -
gro para mí, p o r q u e tu idea n o es la ¡dea d e D i o s , sino
la h u m a n a » ( M t 1 6, 22-23).

Ese m i e d o d e los d i s c í p u l o s al c o n f l i c t o lo d e s c r i b e , q u i z á s
m e j o r q u e n a d i e , M a r c o s ( M e 10, 32-34), d e un m o d o s i m b ó l i c o .
Presenta M a r c o s el a s c e n s o d e Jesús h a c i a J e r u s a l é n , h a c i a el lugar
d e la i n m o l a c i ó n , h a c i a el lugar d o n d e el c o n f l i c t o v a a c u l m i n a r .
Jesús c a m i n a s o l o , d e l a n t e ; y los otros, c o m o arrastrados - a s o m -
brados y c o n m i e d o - , detrás:

M e 10, 32-34: «Iban subiendo camino de Jerusalén y Jesús les


llevaba la delantera; los discípulos no salían de su asombro, y los
que le seguían iban con miedo. El se llevó aparte otra vez a los
D o c e y se puso a decirles lo que iba a suceder: "Mirad, estamos
subiendo a Jerusalén y este Hombre va a ser entregado a los su-
mos sacerdotes y a los letrados: lo condenarán a muerte y lo en-

219
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

tregarán a los paganos, se burlarán de él, le escupirán, lo azota-


rán y lo matarán, pero a los tres días resucitará"».

Esta c e g u e r a d e los d i s c í p u l o s está b i e n e x p r e s a d a e n los S i -


n ó p t i c o s al situar, tras el ú l t i m o a n u n c i o d e la Pasión - q u e los d i s -
c í p u l o s n o son c a p a c e s d e entender-, la c u r a c i ó n d e u n c i e g o (Bar-
t i m e o ) , q u e sí v e : lo presentan c o m o m o d e l o d e s e g u i m i e n t o .

Sí; hasta d e s p u é s d e la r e s u r r e c c i ó n d e l S e ñ o r n o c o m p r e n -
d e r á n c l a r a m e n t e los d i s c í p u l o s q u e la m i s i ó n d e J e s ú s e s t a b a
i m p r e g n a d a d e c o n f l i c t o . S e r á e n t o n c e s c u a n d o a b r a n los o j o s ,
c o m o los d i s c í p u l o s c a m i n o d e E m a ú s , y c o m p r e n d a n q u e «el
M e s í a s t e n í a q u e p a d e c e r t o d o esto p a r a entrar e n su g l o r i a » ( L e
24, 25).

7. El conflicto con Dios 7

A u n q u e la v o l u n t a d d e D i o s , su d e s e o s a l v a d o r sobre el m u n -
d o , e s t u v i e r a n c l a r o s para J e s ú s , n o lo e s t u v i e r o n e n a b s o l u t o las
m e d i a c i o n e s históricas d e esa v o l u n t a d y los m o d o s c o n c r e t o s d e
llevarla a c a b o ; sino q u e fueron o b j e t o e n su v i d a d e c o n t i n u a b ú s -
q u e d a . T a m p o c o c o n o c i ó Jesús por a n t i c i p a d o los costos p e r s o n a -
les d e su o b e d i e n c i a .

Y es q u e Jesús e x p e r i m e n t ó a D i o s c o m o un Padre t o t a l m e n t e
a c c e s i b l e y, a la v e z , ese Padre f u e s i e m p r e para Jesús un D i o s s o -
b e r a n a m e n t e libre.

CERCANÍA, PERO N O POSESIÓN

La r e l a c i ó n d e J e s ú s c o n el P a d r e f u e d e a b s o l u t a c e r c a n í a ,
p e r o n o d e p o s e s i ó n . T a m b i é n Él v i v i ó e n p r o f u n d i d a d su c r e a t u -
r i d a d : estar r e f e r i d o a D i o s , t e n e r q u e estar r e f e r i d o sin a l c a n z a r
el p o l o d e esa r e f e r e n c i a . J e s ú s v i v i ó r a d i c a l m e n t e su c r e a t u r i -
d a d d e j a n d o a D i o s ser D i o s . Eso es lo q u e s i g n i f i c a la o b e d i e n -
cia de Jesús.

Jesús a p a r e c e e n el E v a n g e l i o c o m o v e r d a d e r o ser h u m a n o
t a m b i é n e n esta d i m e n s i ó n t e o l o g a l . Él t a m b i é n t u v o q u e habérse-

7
Sobre este tema cf. J . S O B R I N O , o. c , pp. 1 79-209. M e inspiro -y tomo
frases textuales- de las páginas citadas.

220
E L CONFLICTO E N LA VIDA DE JESÚS Y EN LA NUESTRA

las c o n D i o s , b u s c a r l o y d i a l o g a r c o n É l , c u e s t i o n a r l o y d e s c a n s a r
e n É l , abrirse a Él y d e j a r l o ser D i o s .

D i o s es P a d r e y e n Él d e s c a n s a su c o r a z ó n , p e r o el P a d r e s i -
g u e s i e n d o D i o s y n o lo d e j a d e s c a n s a r . L o ú l t i m o p e r s o n a l p a -
ra J e s ú s es D i o s - P a d r e , y su r e l a c i ó n c o n Él es d e c o n f i a n z a d i s -
p o n i b i l i d a d . D i o s f u e p a r a J e s ú s , y lo f u e c a d a v e z m á s , u n a
realidad sumamente dialéctica: absoluta intimidad y absoluta
alteridad.

Los e v a n g e l i o s r e c o g e n esta r e a l i d a d d i a l é c t i c a . Y así, por u n


l a d o , h a b l a n c o n t o d a c l a r i d a d d e q u e D i o s se le a p a r e c e a Jesús
c o m o a m o r p e r s o n a l e n q u i e n se p u e d e confiar, a q u i e n Él cono-
cey por q u i e n es t o t a l m e n t e conocido, d e q u i e n r e c i b e la v i d a y la
m i s i ó n y a q u i e n entrega su v i d a y su muerte. La cifra o c o m p e n d i o
d e esa r e l a c i ó n la c o n s t i t u y e n las d o s e x p r e s i o n e s correlativas, Pa-
d r e - H i j o a m a d o . D e h e c h o , Jesús e x p e r i m e n t ó a D i o s c o m o u n Pa-
d r e a c c e s i b l e , e n q u i e n se p u e d e confiar.

L I B E R T A D S O B E R A N A D E L « D I O S SIEMPRE M A Y O R »

P e r o , por otro l a d o , a esos m i s m o s e v a n g e l i o s n o se les e s c a -


pa q u e ese m o d o d e ser d e D i o s , su e s e n c i a l a c c e s i b i l i d a d , lo v i -
v e Jesús c o n j u n t a m e n t e c o n otra c a r a c t e r í s t i c a d e ese mismo
D i o s : su libertad s o b e r a n a . N o sólo para nosotros es D i o s un Deus
semper maior. T a m b i é n lo f u e para J e s ú s . En esta c l a v e h a b r í a q u e
e n t e n d e r la e x p r e s i ó n d e l E v a n g e l i o d e J u a n « m i P a d r e es m a y o r
q u e y o » y, s o b r e t o d o , m á s allá d e las p a l a b r a s , h e c h o s c l a v e s e n
su v i d a q u e muestran q u e Jesús c o n o c e el P r o y e c t o d e D i o s , la f i -
n a l i z a c i ó n d e su d e s e o , p e r o n o los v e r i c u e t o s d e su r e a l i z a c i ó n ,
q u e se c o n v i e r t e n para Él e n o b j e t o d e e x p e r i m e n t a c i ó n y d e b ú s -
q u e d a , d e sorpresa y, f i n a l m e n t e , d e r e n d i d a a c e p t a c i ó n y o b e -
diencia.

P u e s J e s ú s , d u r a n t e su v i d a , c a m b i ó e n a s p e c t o s f u n d a m e n -
t a l e s d e su m i s i ó n y d e su v i s i ó n . N o es lo m i s m o el R e i n o d e
D i o s q u e p r e d i c a e n los c o m i e n z o s , ni su a c t i v i d a d d e m i l a g r o s
y e x o r c i s m o s , ni sus d e n u n c i a s c o n t r a el p e c a d o , ni el e n v í o e n -
t u s i á s t i c o a la p r i m e r a m i s i ó n , q u e la r e a l i d a d d e D i o s q u e a p a -
r e c e e n la c r u z , su p r o p i a i m p o t e n c i a , su c a r g a r - n o s ó l o d e -
n u n c i a r - c o n el p e c a d o , su e s c u e t a l l a m a d a a sus s e g u i d o r e s a
t o m a r la c r u z . . . C o m p a r a n d o el c o m i e n z o y el f i n a l d e su v i d a

221
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

n o se p u e d e i g n o r a r q u e e n J e s ú s se o p e r ó u n a «conversión» ; 8

e n t e n d i e n d o por c o n v e r s i ó n el a b a n d o n o d e l p r o p i o lugar, a u n -
q u e f u e s e b u e n o , p a r a e n c o n t r a r a D i o s « a l l í » d o n d e El q u i e r e
ser e n c o n t r a d o . L o s E v a n g e l i o s m u e s t r a n q u e J e s ú s se d e j ó m o -
v e r por D i o s .

D u r a n t e su v i d a , D i o s se le ha m a n i f e s t a d o a Jesús c o m o Pa-
d r e , p e r o el Padre se le ha m a n i f e s t a d o c o m o D i o s . D i o s sigue
s i e n d o misterio, sigue s i e n d o D i o s , n o h o m b r e , y, por eso, distinto
y m a y o r q u e todas las ideas y expectativas d e los h o m b r e s . D i o s se
le h a c e t e n t a c i ó n a Jesús c u a n d o t i e n e q u e discernir, e n el desier-
to, s o b r e el v e r d a d e r o p o d e r s a l v a d o r : el d e un D i o s q u e q u i e r e
salvar c o n un a m o r im-potente, q u e r e n u n c i a a la fuerza por amor.
D i o s se le h a c e e n i g m a c u a n d o se reserva a b s o l u t a m e n t e el d í a d e
la v e n i d a d e l r e i n o q u e Jesús c r e í a p r ó x i m o ( M e 9, 1 ; 1 3 , 3 0 ; 1 3 ,
3 2 ; M t 10, 2 3 ) . D i o s se le h a c e misterio c u a n d o su v o l u n t a d v a
m á s allá d e la lógica del reino y r e q u i e r e un sufrimiento i m p e n s a -
d o y, a la postre, e x i g e la c r u z . D i o s se le hará e s c á n d a l o a Jesús
c u a n d o e n la c r u z e s c u c h e su s i l e n c i o .

L A O R A C I Ó N Y LA FE D E J E S Ú S

A m b a s cosas, a c c e s i b i l i d a d y libertad de D i o s , c e r c a n í a d e
P a d r e y misterio i n m a n i p u l a b l e , q u e d a r á n patentes e n la o r a c i ó n
d e Jesús, q u e a p a r e c e c o m o una m e z c l a constante de c o m u n i ó n ,
a l a b a n z a , absoluta c o n f i a n z a y entrega al P a d r e - e x p r e s i ó n d e su

8
Cf. J . S O B R I N O , o. c : «La expresión " c o n v e r s i ó n " de Jesús puede extra-
ñar si por conversión se entiende, esencialmente, un dejar de hacer el mal para
hacer el bien, un volver al Dios que antes se ha abandonado. Pero no necesaria-
mente entraña esto. Porque la conversión de que hablamos no ocurre al nivel éti-
c o , c o m o conversión del pecado a la voluntad de Dios, sino al nivel teologal, c o -
mo conversión de sí mismo, aun de lo bueno de sí mismo y de aquello que Jesús
creía ser voluntad de Dios para Él, al Dios mayor, a quien siempre hay que escu-
char y de quien nunca se puede estar en posesión. La lógica de la segunda sema-
na de Ejercicios de San Ignacio, por ejemplo, está basada no simplemente en la
elección entre lo bueno y lo malo, sino en la elección de aquello bueno c o n c r e -
to que Dios quiere. Siguiendo el lenguaje metafórico del " v o l v e r s e " a Dios, la
conversión consiste en abandonar el " p r o p i o " lugar, aunque fuese bueno, y e n -
contrar a Dios "allí" donde él quiere ser encontrado. En este sentido preciso, no
cabe duda de que se puede y se debe hablar de una conversión en Jesús, pues su
Dios se le fue moviendo y fue moviéndole a Él. Y lo que muestran los Evangelios
es que Jesús se dejó mover por Dios».

222
E L CONFLICTO EN LA VIDA DE JESÚS Y E N LA NUESTRA

a c c e s i b i l i d a d - y d e búsqueda, desconcierto, angustia, dolorosa


a c e p t a c i ó n y total d i s p o n i b i l i d a d - e x p r e s i ó n d e su l i b e r t a d . D i o s
f u e s i e m p r e para J e s ú s P a d r e a c c e s i b l e , p e r o f u e s i e m p r e para Él
D i o s libre.

La d o b l e actitud descrita, d e absoluta c o n f i a n z a e n el Padre y


d e absoluta y o b e d i e n t e d i s p o n i b i l i d a d a D i o s , se p u e d e resumir
c o n el t é r m i n o b í b l i c o d e fe. D i o s para Jesús f u e a l g u i e n c o n q u i e n
e n ú l t i m o t é r m i n o hay q u e r e l a c i o n a s e c o n f e . Por e l l o t a m b i é n ,
a u n q u e s u e n e n o v e d o s o , «Jesús f u e un e x t r a o r d i n a r i o c r e y e n t e y
t u v o fe. La fe f u e el m o d o d e existir d e Jesús» (L. Boff). El N.T. t a m -
b i é n lo afirma así. La Carta a los H e b r e o s d i c e q u e Jesús es «el q u e
i n i c i a y c o n s u m a la fe» ( H e b r 1 2 , 2 ) . Esa fe es v i c t o r i a a través d e
la f i d e l i d a d ( 3 , 2 ; 2 , 13), n o d e f o r m a idealista, s i n o a través d e la
p r u e b a ( 2 , 18), del s u f r i m i e n t o ( 2 , 1 0 . 1 8 ; 1 2 , 2 b ) . Jesús « e x p e r i -
m e n t ó o b e d i e n c i a » ( 5 , 8), t u v o q u e ser p e r f e c c i o n a d o ( 2 , 10) y así
se c o n v i r t i ó e n guía d e s a l v a c i ó n para sus h e r m a n o s ( 2 , 10). Y ese
c r e y e n t e Jesús es el H i j o ( 1 , 2 ) .

La f i d e l i d a d a esas d o s d i m e n s i o n e s d e D i o s - P a d r e y D i o s
libre e i n m a n i p u l a b l e - le c l a v a a J e s ú s e n la c r u z . J e s ú s f u e fiel a
D i o s hasta el f i n a l . Y, d e j a n d o a D i o s ser D i o s , se e n t r e g ó a su
v o l u n t a d : « N o se h a g a c o m o y o q u i e r o , s i n o c o m o q u i e r e s T ú »
( M e 14, 36).

R e f l e x i ó n s o b r e este r e c o r r i d o

Este recorrido por a l g u n o s d e los enfrentamientos d e Jesús nos


muestra c ó m o la c r e c i e n t e f a m i l i a r i d a d c o n el P a d r e , el o c u p a r s e
d e los asuntos del P a d r e y la absoluta d i s p o n i b i l i d a d a n t e el D i o s
« s i e m p r e m a y o r » e i n m a n i p u l a b l e c a r g a r o n la v i d a d e Jesús d e u n a
continua conflictividad.

P u e s los v a l o r e s q u e d e f e n d í a c h o c a b a n c o n los v a l o r e s del


m u n d o . Y éste n o p o d í a m e n o s q u e mirar c o n hostilidad a Jesús e
ir m a q u i n a n d o su e l i m i n a c i ó n ; le estorbaba, se v o l v í a contra É l . A s í
f u e la v i d a d e J e s ú s : u n a v i d a d e f a m i l i a r i d a d c o n el Padre, d e o b e -
d i e n c i a a su v o l u n t a d a m o r o s a , p e r o s o b e r a n a , llena d e c o n s e -
c u e n c i a s p r á c t i c a s , c o n f l i c t i v a s , subversivas.

223
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

C o m o d i c e J o n S o b r i n o , al hablar d e la Cristología d e los Ejer-


c i c i o s : « S a n I g n a c i o es m u y c o n s c i e n t e d e la estructura d e c o n -
9

t r a d i c c i ó n q u e hay e n el s e g u i m i e n t o d e J e s ú s . . . Esa estructura es


la q u e e x p l í c i t a la m e d i t a c i ó n d e las " D o s B a n d e r a s " . S a n I g n a c i o
usa a q u í el l e n g u a j e c o m o r e c u r s o para transmitir esa estructura
c o n t r a d i c t o r i a d e las " d o s b a n d e r a s " . Es interesante notar el lujo
d e d e t a l l e s : Cristo y L u c i f e r ; J e r u s a l é n y B a b i l o n i a ; c o n o c i m i e n t o
d e la v i d a y e n g a ñ o s ; apóstoles y d e m o n i o s ; q u e r e r a y u d a r y e c h a r
redes y c a d e n a s [ 1 3 6 - 1 4 7 ] . L o q u e a p a r e c e detrás d e detalles tan
profusos n o es otra c o s a q u e la estructura n e c e s a r i a m e n t e c o n f l i c -
tiva e n la q u e se d e s a r r o l l a el s e g u i m i e n t o , fuera d e la c u a l el s e -
g u i m i e n t o sería idealista y m e r a m e n t e i d e o l ó g i c o . Entre las d o s
b a n d e r a s n o existe, s e g ú n S a n I g n a c i o , u n a r e l a c i ó n d e c o m p l e -
m e n t a r i e d a d , c o m o si se p u d i e s e n usar e l e m e n t o s d e a m b o s b a n -
d o s . . . Entre a m b o s e l e m e n t o s existe u n a r e l a c i ó n d e estricta c o n -
t r a d i c c i ó n , tal c o m o a p a r e c e c l a r a m e n t e e n la v i d a d e J e s ú s :
" N a d i e p u e d e servir a d o s s e ñ o r e s " , " n a d i e p u e d e servir a D i o s y
a las r i q u e z a s " , e t c . » .

La v i d a d e Jesús es, pues, c o n f l i c t i v a , p o r q u e c o n t r a d i c e los


10

valores vigentes. Jesús r e s u m i ó la a c e p t a c i ó n del c o n f l i c t o e n su v i -


da e n una frase i m p r e s i o n a n t e - q u e r e c o g e M t 10, 1 8 - 4 2 - : « N o
penséis q u e h e v e n i d o a s e m b r a r p a z e n la tierra; n o h e v e n i d o a
sembrar p a z , sino espadas» (v. 34).

9
J . S O B R I N O , «El Cristo de los Ejercicios Espirituales de San Ignacio»
en: Cristología desde América Latina. Esbozo a partir del seguimiento del Jesús
histórico, CRT, M é x i c o 1976, pp. 321-346. Posteriormente, este capítulo ha apa-
recido c o m o c u a d e r n o en la c o l e c c i ó n « A q u í y ahora», n° 9, de Sal Terrae
(1990). Cf. también C. D O M Í N G U E Z , Psicodinámica de los Ejercicios ignacia-
nos, Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 2003, p. 257: «...el seguimiento
supone abrirse a un proyecto y a un destino que es ei de Jesús y, por tanto, des-
tino y proyecto que, por la dimensión profética que conlleva, introduce n e c e -
sariamente el conflicto y, c o n él, el sufrimiento, la incomprensión, la soledad y
la muerte. En la "Tercera S e m a n a " se h a c e perceptible la estructura conflictiva
en la que se desarrolla el seguimiento y que ya se dejaba ver y se anunciaba en
las " D o s Banderas"».
San Ignacio, al hablar del nacimiento del Señor, ya sintetiza, previéndo-
1 0

la, toda la conflictividad de su vida: «...Para que el Señor sea nascido en summa
pobreza, y a cabo de tantos trabajos, de hambre, de sed, de calor y de frío, de in-
jurias y afrentas, para morir en cruz; y todo esto por mí» [116].

224
E L CONFLICTO EN LA VIDA DE JESÚS Y EN LA NUESTRA

II. Nuestros conflictos

D e s p u é s d e h a b e r r e f l e x i o n a d o sobre la v i d a d e Jesús, p e n s e -
m o s e n nuestras propias v i d a s .

Q u e r e m o s h a c e r d e nuestras v i d a s u n s e g u i m i e n t o d e Jesús y
un a n u n c i o d e su m e n s a j e . Por tanto, t a m b i é n nosotros nos las t e n -
d r e m o s q u e v e r c o n el c o n f l i c t o , la i n c o m p r e n s i ó n , desestima y
h u m i l l a c i ó n . Pero ya lo d i j o Jesús: « U n d i s c í p u l o n o es m á s q u e su
maestro, ni u n e s c l a v o m á s q u e su a m o . Ya le basta al d i s c í p u l o
c o n ser c o m o su maestro» ( M t 10, 2 4 ) . Y t a m b i é n : «El q u e q u i e r a
s e r v i r m e q u e m e siga, y d o n d e esté y o , allí t a m b i é n estará mi ser-
v i d o r » (Jn 1 2 , 20-33; cf. t a m b i é n J n 1 5 , 18-19; M t 16, 2 4 ) .

Pensemos, entonces:

- si, a u n q u e r e c o n o c e m o s t o d o esto t e ó r i c a m e n t e , e n n u e s -
tra v i d a p r á c t i c a r e h u i m o s los c o n f l i c t o s q u e d e r i v a n d e
nuestra propia m i s i ó n ;

- si d e c i m o s q u e q u e r e m o s seguirle, p e r o sin c o n f l i c t o s y
sin c r u z , c o m o d e c í a n los d i s c í p u l o s antes d e la Pascua;

- si es el m i e d o al c o n f l i c t o y a la c r u z el q u e m u c h a s v e c e s
está c o n v i r t i e n d o nuestra v i d a religiosa i n d i v i d u a l e n una
v í a a n o d i n a , c o m o d o n a , sin sobresaltos, e n c a p s u l a d a y
p l á c i d a ; e n un «dejarse v i v i r » m á s q u e e n un v i v i r alerta y
e n la b r e c h a , e n primera línea;

- si, i n c l u s o c o m o g r u p o a p o s t ó l i c o , n o nos falta a u d a c i a


c r e a d o r a por m i e d o al c o n f l i c t o ; p u e s , a u n q u e nos r e p l a n -
t e e m o s nuestras tareas y nos i n t e r r o g u e m o s s o b r e q u é es
lo importante, lo n o v e d o s o q u e t e n d r í a m o s q u e h a c e r hoy,
c o n nuestras p o s i b i l i d a d e s , e n favor del R e i n o d e D i o s , el
presentimiento, el barrunto d e q u e eso q u e habría q u e h a -
c e r es c o n f l i c t i v o o p u e d e ser c o n f l i c t i v o nos p a r a l i z a y
nos d e t i e n e .

H a g a m o s , pues, u n s i n c e r o e x a m e n sobre la c u l p a b l e margi-


n a c i ó n d e l c o n f l i c t o , la p a s i ó n y la c r u z e n nuestra v i d a . Y, luego,
p i d á m o s l e al S e ñ o r v a l o r para arrostrarlo. Pues q u e r e m o s v i v i r « d e -
b a j o d e su b a n d e r a » . Y e s o significa «pasar injurias y o p r o b i o s »
[146-147] por « m á s le imitar».

225
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Para nosotros, c o m o para I g n a c i o y c o m o para Jesús, lo ú n i c o


a b s o l u t o es el R e i n o ; n o la p o b r e z a y la h u m i l l a c i ó n . Pero lo q u e
s u c e d e es q u e la o r i e n t a c i ó n h a c i a ese ú n i c o a b s o l u t o , el R e i n o d e
D i o s , q u e d a imposibilitada si tiramos por el c a m i n o del m u n d o ( r i -
q u e z a , honor, soberbia) y sólo se entra e n ella si tiramos por el c a -
m i n o histórico d e Jesús (deseo d e p o b r e z a , desestima, h u m i l d a d ) .
Y por eso nosotros e l e g i m o s ese c a m i n o histórico d e Jesús. Pero lo
a b s o l u t o para nosotros n o es el c o n f l i c t o , n o es la h u m i l l a c i ó n , n o
es la p o b r e z a e n sí, s i n o el R e i n o . A él se llega c a m i n a n d o por el
m i s m o c a m i n o d e Jesús n
.

Y t o d o e l l o « p o r m á s le i m i t a r » . D e e s o se trata; n o d e sado-
m a s o q u i s m o . El c o n f l i c t o n o d e b e ser a m a d o por sí m i s m o , sino
por c a u s a d e l R e i n o ; « p o r mi c a u s a » , c o m o d i c e Jesús e n las b i e -
naventuranzas: « D i c h o s o s vosotros c u a n d o os insulten, os persigan
y os c a l u m n i e n d e c u a l q u i e r m o d o por c a u s a m í a . Estad alegres y
c o n t e n t o s , q u e D i o s os va a dar una gran r e c o m p e n s a » ( M t 5, 11).

N o se trata, por tanto, d e a m a r los c o n f l i c t o s q u e c a u s a m o s


c o n nuestra n e c e d a d , i m p r u d e n c i a o ligereza, sino d e ser c o h e r e n -
tes hasta el final c o n los valores d e Jesús, e n c a r n á n d o l o s e n nuestras
v i d a s , p o r q u e esa c o h e r e n c i a traerá c o n s i g o el conflicto y la c r u z .

T o d o esto sólo es p o s i b l e si hay e n a m o r a m i e n t o . Ya lo d i c e


1 2

S a n I g n a c i o , c u a n d o , e n el E x a m e n , le p i d e al c a n d i d a t o a la C o m -
p a ñ í a «vestirse d e la m i s m a vestidura y librea d e su S e ñ o r p o r su
d e b i d o a m o r y r e v e r e n c i a » [ E x a m e n 1 0 1 ] . S ó l o es p o s i b l e «por su
d e b i d o a m o r » . A l h a b l a r d e la «tercera m a n e r a d e h u m i l d a d (o
a m o r ) » , ya d i r e m o s q u e es el e n a m o r a m i e n t o , el estar « a f e c t a d o »
por Cristo lo q u e i m p u l s a a y h a c e p o s i b l e el v i v i r « c o m o É l » . A
q u i e n q u e r e m o s , por c o n s i g u i e n t e , es a É l ; y p o r q u e le a m a m o s y
d e s e a m o s seguirle, q u e r e m o s v i v i r c o n Él y c o m o É l .

REFLEXIÓN DESDE G E T S E M A N Í

S i , a pesar d e d e c i r n o s t e ó r i c a m e n t e a nosotros m i s m o s t o d o
esto, el c o n f l i c t o nos sigue d a n d o m i e d o , p i d a m o s á n i m o . P o r q u e

" Cf. J . A . G A R C Í A , «Movilidad hacia abajo». El texto íntegro se encuentra


en la nota 18 de la meditación sobre «La tentación».
Cf. sobre este punto la instrucción sobre «Las tres maneras de humildad
1 2

(o amor)».

226
E L CONFLICTO EN LA VIDA DE JESÚS Y E N LA NUESTRA

el á n i m o es u n a g r a c i a , nos lo r e c u e r d a S a n P a b l o : « ¡ B e n d i t o sea
D i o s , P a d r e d e N u e s t r o S e ñ o r Jesucristo, P a d r e d e m i s e r i c o r d i a y
D i o s d e l c o n s u e l o ! El nos alienta e n nuestras l u c h a s hasta el p u n -
to d e p o d e r nosotros a l e n t a r a los d e m á s e n c u a l q u i e r l u c h a , r e -
p a r t i e n d o c o n e l l o s el á n i m o q u e n o s o t r o s r e c i b i m o s d e D i o s » (2
C o r 1 , 3-4). El á n i m o nos lo da el m i s m o Jesús, q u e d i j o : « O s h e d i -
c h o estas c o s a s para q u e gracias a m í tengáis p a z . En el m u n d o
tendréis apreturas, p e r o á n i m o , y o h e v e n c i d o al m u n d o » (Jn 1 6 ,
33). Pidamos coraje y á n i m o .

S i , a u n p i d i e n d o el á n i m o , t o d a v í a nos sigue d a n d o m i e d o el
c o n f l i c t o e n nuestras v i d a s , p i d a m o s tener, al m e n o s , deseos d e d e -
seos 1 3
[Examen 102].

Y si t o d a v í a c o n t i n u a m o s , a pesar d e a m a r l e i n t e n s a m e n t e ,
n o t a n d o la p e s a d e z y d e b i l i d a d d e nuestra c a r n e , m i r e m o s a C r i s -
to e n G e t s e m a n í : ¿ q u é h i z o c o n su m i e d o ?

Por e s o y o sugiero q u e esta m e d i t a c i ó n se haga j u n t o a Cristo


e n G e t s e m a n í , d o n d e p a r e c i e r o n c o n c e n t r a r s e d e g o l p e t o d o s los
c o n f l i c t o s q u e Jesús h a b í a ido a c u m u l a n d o a lo largo d e su v i d a .

En a q u e l l a n o c h e a m a r g a del H u e r t o d e los O l i v o s , e n la q u e
Jesús siente q u e t o d o s están e n contra s u y a . Y e n e s e frente hostil
q u e q u i e r e a c o r r a l a r l e , se h a n puesto d e a c u e r d o los e n e m i g o s
m á s i r r e c o n c i l i a b l e s : j u d í o s y r o m a n o s , jefes y p u e b l o , H e r o d e s y
P i l a t o . U n o s , por i r r i t a c i ó n , y otros, por d e s e n g a ñ o o por m i e d o ;
unos, por estar contra sus fines y otros, por estar contra sus m e d i o s ;
por la razón q u e sea, t o d o s se e n c u e n t r a n u n i d o s e n u n a m o n s -
truosa c o n f a b u l a c i ó n .

N i siquiera c u e n t a Jesús, e n a q u e l l a n o c h e , c o n la a c o g e d o r a
ternura del Padre; ni siquiera c o n el c a l o r a m i g o d e los d i s c í p u l o s ,
q u e , u n a v e z m á s , sin c o m p r e n d e r , d u e r m e n . Y lo subrayan t o d o s
los S i n ó p t i c o s : Jesús t u v o angustia ( M t 2 6 , 3 8 ) , m i e d o ( M e 14, 33),
sudor d e sangre (Le 2 2 , 4 4 ) , horror ( M e 1 4 , 3 3 ) , tristeza ( M t 2 6 ,
3 8 ) . . . a n t e lo q u e tenía q u e afrontar. Y su m i s m a o r a c i ó n era una
« e x p e r i e n c i a d e c o r c h o » : iba y v e n í a , c o n d e s a s o s i e g o , c o m o el
q u e n o e n c u e n t r a e n la o r a c i ó n lo q u e b u s c a .

Cf. S. D E C L O U X , El camino
1 3
¡gnaciano, Verbo Divino, Estella (Navarra)
1984, pp. 32-36.

227
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

A p r e n d a m o s d e esa s i t u a c i ó n 1 4
: d e u n Jesús q u e p i d e lo q u e
n o d e b e - J e s ú s p i d e : « P a s e d e m í este c á l i z » - ; d e u n J e s ú s s u m i -
d o e n u n a s i t u a c i ó n e n la q u e s ó l o es p o s i b l e p e d i r sin p o d e r
- c o m o nos pasa tantas v e c e s a n o s o t r o s , q u e r e m o s , p e r o n o p o -
d e m o s . Y, sin e m b a r g o , e n esa d e s a b r i d a o r a c i ó n o b r ó la g r a c i a .
C o m o o b r a e n esos m o m e n t o s o r a n t e s e n los q u e únicamente
p a r e c e p o s i b l e d e c i r frases c o m o éstas: « Q u i e r o , p e r o n o p u e -
d o » , « H a z l o T ú » , « Q u í t a m e l i b e r t a d » , « H á g a s e tu v o l u n t a d » . . .
E n esa o r a c i ó n , la g r a c i a p e n e t r a - a s í lo d i c e S a n I g n a c i o - « c o -
m o gota d e a g u a q u e entra e n u n a e s p o n j a » [ 3 3 5 ] , e n s i l e n c i o ,
sin q u e se n o t e .

A s í entró e n Jesús. P o r q u e el q u e c r e í a q u e n o p o d í a , p u d o . Y
a s u m i ó la p a s i ó n ; se la «tragó», c u a n d o f u e r o n s u c e d i é n d o s e las
horas d e interrogatorios y c a l v a r i o s , c o n f i d e l i d a d d e larga d u r a -
c i ó n , hasta el f i n a l .

Q u e Jesús nos e n s e ñ e a nosotros, c o n nuestro m i e d o a c u e s -


tas, a enfrentarnos c o n los c o n f l i c t o s q u e nos s o b r e v e n g a n p o r su
c a u s a , hasta q u e un d í a nos p u e d a d e c i r : « V o s o t r o s sois los q u e
h a b é i s p e r s e v e r a d o c o n m i g o e n mis p r u e b a s . . . c o m e r é i s y b e b e -
réis a mi m e s a » (Le 2 2 , 2 8 ) ; por s e g u i r m e , «el Padre os p r e m i a r á »
(Jn 1 2 , 20-33).

APÉNDICE:
U N M O D E L O PARA N U E S T R O SEGUIMIENTO

Los S i n ó p t i c o s nos presentan el m i l a g r o d e l c i e g o B a r t i m e o


( M e 10, 46-52) c o m o un m o d e l o d e lo q u e es el s e g u i m i e n t o . 1 5

( C o m o contraste frente a la c e g u e r a y al tibio s e g u i m i e n t o d e los


discípulos.)

1 4
Tomo algunas de las sugerencias que siguen de los apuntes de Ejercicios
de J . I. G O N Z Á L E Z F A U S .
15
Sigo las grandes líneas del comentario que hace P. van B R E E M E N , en Él
nos amó primero, Sal Terrae, Santander 2 edic. 1991, pp. 105-11 6. Los párrafos
a

entrecomillados son suyos.

228
E L CONFLICTO EN LA VIDA DE JESÚS Y E N LA NUESTRA

Es el ú l t i m o m i l a g r o r e a l i z a d o por Jesús, d e s p u é s d e la t e r c e -
ra p r e d i c c i ó n d e la Pasión - q u e los d i s c í p u l o s n o a c a b a n d e e n -
t e n d e r : están c i e g o s ( t i e n e n ojos y n o v e n : M e 8, 17-18)-, y antes
d e la entrada e n J e r u s a l é n , d o n d e Jesús v a a e n c o n t r a r la c r u z y la
muerte.

Ese c i e g o r e c u p e r a la vista, e n t i e n d e el c a m i n o d e Jesús y le


sigue, u n i é n d o s e a Él e n la subida a J e r u s a l é n .

S a n M a r c o s , q u e es q u i e n c o n c e d e m á s r e l i e v e al m i l a g r o d e
este c i e g o q u e se e n c u e n t r a c o n la L u z d e l m u n d o , resalta estos
rasgos:

- B a r t i m e o se centra t o t a l m e n t e e n Jesús - e l n o m b r e d e J e -
sús a p a r e c e o c h o v e c e s e n los siete v e r s í c u l o s - : «¡Jesús,
hijo d e D a v i d , ten c o m p a s i ó n d e m í ! » . El relato nos invita
a seguir su e j e m p l o y a centrarnos e n Jesús, d e suerte q u e
t a m b i é n nosotros p o d a m o s e x p e r i m e n t a r e n Jesús la v e r -
d a d e r a luz y la f u e n t e d e nuestra fuerza, mientras le s e -
g u i m o s e n su c a m i n o h a c i a J e r u s a l é n .

- El m e n d i g o c i e g o B a r t i m e o es el s í m b o l o d e los n e c e s i t a -
dos q u e n o v e n la m a n e r a d e salir d e su difícil s i t u a c i ó n :
está al b o r d e del c a m i n o .

- N o v e , pero o y e . Y q u i e r e salir d e su c e g u e r a . El grito a n -


gustiado d e B a r t i m e o está p r e ñ a d o d e fe y d e e s p e r a n z a :
ha visto la o p o r t u n i d a d d e su v i d a : ¡ahora o n u n c a !

- S u profundo deseo le lleva a superar los obstáculos y las i n -


comprensiones: « M u c h o s le regañaban para q u e se callara».

- A l e s c u c h a r la insistente súplica del m e n d i g o , Jesús se d e -


t i e n e y se h a c e presente a n t e a q u e l h o m b r e n e c e s i t a d o . El
E v a n g e l i o nos muestra a Jesús dispuesto s i e m p r e a ofrecer
a los h o m b r e s la p o s i b i l i d a d d e u n n u e v o c o m i e n z o , p o r -
q u e c r e e q u e éste es s i e m p r e p o s i b l e .

- «El c i e g o , a r r o j a n d o el m a n t o , d i o u n b r i n c o y c o r r i ó h a -
c i a Jesús.» «Arrojar el m a n t o » significa d e j a r l o t o d o . Para
un p o b r e , el m a n t o era su c a s a , t o d o c u a n t o p o s e í a . S e
q u e d a « d e s i n s t a l a d o » y a la i n t e m p e r i e : n o b u s c a más
q u e al Señor.

229
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

- Jesús le pregunta: « ¿ Q u é q u i e r e s q u e haga por ti?» 1 6


. No
es una pregunta superflua; p u e s n o todos los e n f e r m o s d e -
sean s a n a r . , 7

«Los m é d i c o s saben p e r f e c t a m e n t e q u e n o todos los p a c i e n t e s


c o l a b o r a n y, c o n s i g u i e n t e m e n t e , su c u r a c i ó n resulta d i f í c i l . Y a n i -
v e l p s i c o l ó g i c o , esta m i s m a e x p e r i e n c i a es a ú n m á s h a b i t u a l . T o d o
terapeuta es c o n s c i e n t e d e q u e el h o m b r e , e n o c a s i o n e s , o f r e c e a
la c u r a c i ó n u n a resistencia tan fuerte o m á s q u e el d e s e o d e sanar.
El e n f e r m o p u e d e sacar tal p r o v e c h o d e sus p r o b l e m a s q u e , d e u n
m o d o i n c o n s c i e n t e , prefiere a v e c e s n o ser c u r a d o .

L o c u a l es a ú n m á s c i e r t o a n i v e l e s p i r i t u a l , e n el q u e u n a
c i e r t a v e l e i d a d p u e d e f á c i l m e n t e c e r r a r el c a m i n o a t o d o v e r d a -
d e r o progreso. " M e gustaría" hacer algo -ser persona d e o r a -
c i ó n , v i v i r la p o b r e z a , ser r e a l m e n t e a p o s t ó l i c o . . . - , p e r o n o e s -
t o y d i s p u e s t o a p a g a r el p r e c i o . S e trata d e u n d e s e o estéril q u e
n o c o m p r o m e t e e n a b s o l u t o ni a f e c t a mi v i d a ; p e r o , al m i s m o
t i e m p o , m e h a c e sentir la n o c i v a i l u s i ó n d e ser u n a p e r s o n a e s -
p i r i t u a l . P o r e s o es p o r lo q u e J e s ú s f o r m u l a la p r e g u n t a , c o n el
fin d e c a l i b r a r la s i n c e r i d a d d e l d e s e o d e B a r t i m e o . ¿ Q u é q u i e r e
q u e h a g a J e s ú s p o r él? ¿ C u á l es el v e r d a d e r o d e s e o d e su c o r a -
z ó n ? » . La respuesta d e B a r t i m e o n o t i e n e a m b i g ü e d a d - « M a e s -
tro, q u e v e a otra v e z » - ; está d i s p u e s t o a p a g a r el p r e c i o d e su
curación».

- P r e g u n t é m o n o s nosotros si sinceramente q u e r e m o s sanar;


si d e s e a m o s d e s p r e n d e r n o s d e nuestras c e g u e r a s ( d e las
q u e tantas v e c e s s o m o s c ó m p l i c e s ) para seguirle c o n l i m -
pia a u t e n t i c i d a d .

' También al paralítico junto al estanque de Betesda le hace Jesús una pre-
6

gunta semejante: «¿Quieres curarte?»(Jn 5, 1 -9). ¡Se la hace a un inválido que lle-
va 38 años esperando que alguien le ayude a sumergirse en el agua curativa!
Cf. W . A. BARRY, Dey'ar que el Creador se comunique con la criatura,
17

Desclée de Brouwer, Bilabao 1999, pp. 33-44. El autor comenta: Es importante


manifestar nuestros deseos a Dios, aunque sean ambiguos. M u c h o s milagros del
N.T dependen del deseo de curación del enfermo. El Señor pregunta: ¿Quieres
ser curado? A veces, no se quiere ser curado. Para que haya curación, los deseos
tienen que coincidir: el de Jesús c o n el nuestro. D e b e m o s pedir la curación de
nuestros deseos. En los Ejercicios los verdaderos deseos de las personas son el
diagnóstico de dónde están.

230
E L CONFLICTO EN LA VIDA DE JESÚS Y EN LA NUESTRA

- «Y, al instante, r e c o b r ó la vista y le seguía por el c a m i n o . »


Esta es la primera v e z e n su v i d a q u e B a r t i m e o p u e d e d e s -
p l a z a r s e c o n absoluta libertad. Y, sin e m b a r g o , e n el m i s -
m o m o m e n t o e n q u e la r e c o b r a , B a r t i m e o r e n u n c i a a esa
libertad r e c i é n a d q u i r i d a , para seguir a Jesús. ¿ Q u é m e j o r
uso p u e d e h a c e r s e d e la libertad q u e el d e v i n c u l a r s e al
Señor?

B a r t i m e o , a g r a d e c i d o y f a s c i n a d o , sigue a Jesús por el c a m i n o


d e J e r u s a l é n - p o r ese c a m i n o a n t e el q u e s e n t í a n r e t i c e n c i a s los
d i s c í p u l o s - , d o n d e n o tardará e n tener lugar la p a s i ó n .

P i d a m o s al S e ñ o r - n o s o t r o s , tantas v e c e s reticentes y c o n m i e -
dos, c o m o los d i s c í p u l o s - tener, c o m o B a r t i m e o , el v a l o r d e e s c o -
ger a Jesús, d e j á n d o n o s seducir por Él, para, a b a n d o n a n d o nuestros
mantos protectores, seguirle a d o n d e q u i e r a q u e Él nos c o n d u z c a :
t a m b i é n e n su «subida h a c i a J e r u s a l é n » .

231
14
INTRODUCCIÓN A LA CONTEMPLACIÓN
DE LOS MISTERIOS DE LA PASIÓN

La c o n t e m p l a c i ó n d e los misterios d e la Pasión (la «tercera s e -


mana») 1
p r e t e n d e h a c e r v i v i r d e a n t e m a n o al e j e r c i t a n t e t o d a s las
d i f i c u l t a d e s d e su o p c i ó n p o r Cristo y p o r el R e i n o . Las v i v i r á n o
d i r e c t a m e n t e e n su p r o p i a c a r n e , p e r o sí e n la c a r n e d e A q u é l a
q u i e n s i g u e y q u e a h o r a lo s u p o n e t o d o p a r a é l . El e j e r c i t a n t e ha
d e ser testigo y p a r t í c i p e d e esa d i f i c u l t a d , a n t e la c u a l n o d e b e r á
arredrarse d e s p u é s . 2

1
La contemplación d e los misterios de la Pasión es el tema de la «tercera
semana» d e los Ejercicios d e mes ignacianos.
2
Cf. J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , «Notas sobre la experiencia espiritual de san
Ignacio» e n : fsfe es el hombre. Estudios sobre identidad cristiana y realización
humana, Sal Terrae, Santander 1980, pp. 236-240. El artículo ha sido publicado
posteriormente (1990) c o m o cuaderno en la colección d e Sal Terrae «Aquí y a h o -
ra», n° 7: La experiencia espiritual de los Ejercicios de San Ignacio.
Escribe el autor: «Tiene la "tercera semana" una doble finalidad: por un lado,
crear una situación de sym-patheia, de com-pasión, expresada en la petición: " d o -
lor c o n Cristo doloroso" y, por otro lado, crear una situación de "ejemplaridad",
expresada por la recomendación de "considerar cómo la Divinidad se esconde".
Este escondimiento de la Divinidad es, en efecto, la última raíz teológica d e
todas las dificultades que ahora quizás no sospecha el ejercitante, ilusionado por
la belleza del programa. La kénosis de Dios en el mundo, q u e nace de la kénosis
de Dios en Cristo, y que constituye el escándalo del creyente, la demostración d e
la enorme seriedad del mal y la raíz d e la frustración d e la historia. Por eso la Pa-
sión debe ser leída y meditada extendiéndola, por una parte, a toda la historia en
la que, c o m o ya decía Pascal, "Cristo sigue en agonía". Y extendiéndola, por otra

233
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

I n d i c a m o s a l g u n a s o r i e n t a c i o n e s para la c o n t e m p l a c i ó n de
estos misterios.

1. Oración contemplativa

Lo p r i n c i p a l es la m i r a d a a Jesús: c o n t e m p l a r l o . Es u n a m i r a d a
q u e nos lleva a la i d e n t i f i c a c i ó n c o n É l , y q u e aspira a la p a r t i c i p a -
c i ó n e n los s e n t i m i e n t o s y p a d e c i m i e n t o s d e Cristo. P a d e c i m i e n t o s
q u e I g n a c i o e x t i e n d e a «todos los t r a b a j o s , fatigas y d o l o r e s d e
Cristo N u e s t r o S e ñ o r , q u e p a s ó d e s d e el p u n t o q u e n a c i ó hasta e l
misterio d e la p a s i ó n e n q u e al p r e s e n t e m e h a l l o » [ 2 0 6 ] .

Por t a n t o , el c e n t r o d e estas c o n t e m p l a c i o n e s es la humani-


dad de Cristo. Esa h u m a n i d a d q u e , c o m o d i c e I g n a c i o , es « s a c r a -
tísima» y p a d e c e «crudelísimamente» [ 1 9 6 ] . Yo p i d o participar
- « s e n t i r » , dirá I g n a c i o - e n el d o l o r físico y m o r a l d e Cristo q u e p a -
d e c e e n su h u m a n i d a d .

A d i f e r e n c i a d e la P r i m e r a S e m a n a , mis p e c a d o s sí a p a r e c e n ,
p e r o están e n un s e g u n d o p l a n o . Él p a d e c e « p o r m í » e n el d o b l e
3

sentido:

parte, a toda la vida d e Jesús, que la Cruz asume y de la q u e decide: la "tercera


semana" c o m o consecuencia d e la "segunda" y no c o m o simple obstáculo mar-
ginal e innecesario y que podría ser apartado del camino. La Divinidad no se es-
conde sólo en la pasión de Jesús, sino en toda esta vida nuestra en la que tantas
veces nos faltan las señales más elementales de la Misericordia, en toda esta ho-
ra " e n que los que os maten creerán dar culto a D i o s " (Jn 16, 2).
También la otra finalidad de esta "tercera semana" -la c o m p a s i ó n - ha de
ser extendida d e la pasión de Jesús a la pasión del mundo: el dolor con Cristo d o -
loroso es también dolor con el mundo dolorido, cuerpo real d e Cristo y lugar a c -
tual del encuentro con El (cf. M t 25, 31 ss.). Pues Jesús es el Reino, y el Reino es lo
que padece en todo este mundo doliente.
La "tercera semana", por consiguiente, marca un momento duro. Pero no es la
dureza de un campo de entrenamiento para kamikazes; y la consideración de la ora-
ción en el huerto y de la debilidad de Jesús debe dejar esto claro desde el principio.
Más bien intentará sacar del ejercitante por esta vía de la com-pasión (en el sentido
más noble del término) lo que ya no se le podría pedir por un imperativo directo. Lo
que el imperativo ético ya no puede pedir quizá lo dará (más que exigirlo) el hecho
existencial de Cristo y del mundo cristificado que me afecta» (pp. 237-239).
3
Sobre la diferencia d e actitud del ejercitante en estas contemplaciones
respecto a la mantenida en las meditaciones sobre los pecados, cf. S. A R Z U B I A L -
DE, Ejercicios espirituales de S. Ignacio. Historia y análisis, Mensajero-Sal Terrae,
Bilbao-Santander 1 9 9 1 , pp. 425-426; W . A. BARRY, Dejar que el Creador se co-
munique con la criatura, Desclée de Brouwer, Bilbao 1 999, pp. 43-44.

234
INTRODUCCIÓN A LA CONTEMPLACIÓN DE LOS MISTERIOS DE LA PASIÓN

• por mi c a u s a
• en beneficio mío;

p e r o yo no soy el centro de la contemplación; sino que es Él.

En la m e d i t a c i ó n d e los p e c a d o s ( « P r i m e r a S e m a n a » ) , se m e -
dita q u e Jesús nos p e r d o n a y q u e m u r i ó por nuestros p e c a d o s . El
a c e n t o está e n d e s e a r u n a h o n d a e x p e r i e n c i a d e c u á n t o nos a m a
Jesús a pesar d e q u e s o m o s p e c a d o r e s .

En la c o n t e m p l a c i ó n d e la Pasión («Tercera S e m a n a » ) , el d e -
seo c o n s i s t e e n c o m p a r t i r lo m á s p o s i b l e la p a s i ó n d e J e s ú s . El
a c e n t o se p o n e e n lo q u e Jesús sintió y sufrió, y e n p e d i r l e q u e m e
lo revele ( q u e m e lo haga sentir).

Hay, pues, una c o n c e n t r a c i ó n cristológica e n un Cristo q u e es


sujeto paciente. I g n a c i o insiste d e m o d o particular e n c o n t e m p l a r
la pasividad d e l Señor. Es un S e ñ o r a q u i e n «le l l e v a n v a l l e a b a j o
y d e s p u é s cuesta a r r i b a » .

I g n a c i o utiliza los v e r b o s e n pasiva (igual q u e h a c e e n las


c o n t e m p l a c i o n e s d e la infancia) para resaltar el talante p a c i e n t e (la
p a s i v i d a d ) del S e ñ o r : «se deja besar por J u d a s » , «estuvo a t a d o toda
la n o c h e » , «es l l e v a d o » . . .

2. Oración compasiva

S e h a c e c o m p a ñ í a a u n a m i g o q u e sufre. Y e n estas c o n t e m -
p l a c i o n e s del S e ñ o r sufriente y a n o se p i d e s o l a m e n t e sentir « c o n -
fusión» ( « p o r mis p e c a d o s » , c o m o e n la « P r i m e r a S e m a n a » ) , s i n o
«compasión».

N o se p i d e ú n i c a m e n t e , c o m o e n la « P r i m e r a S e m a n a » , ¿ q u é
d e b o h a c e r por Cristo?, sino ¿ q u é d e b o h a c e r y padecer? S e nos i n -
vita n o s ó l o a la a f e c t i v i d a d , s i n o a v i v i r la c o m p a s i ó n e n nuestra
v i d a d e s e g u i m i e n t o y e n nuestra m i s i ó n .

Este d e s e o d e a c o m p a ñ a m i e n t o se nos manifiesta t a m b i é n e n


la p e t i c i ó n : « d o l o r con Cristo d o l o r o s o ( n o por), quebranto con
Cristo q u e b r a n t a d o ( n o por) » 4
[203].

4
J . L E W I S , Conocimiento de los Ejercicios de San Ignacio, Sal Terrae, San-
tander 1987, p. 257: la oración de la «tercera semana», propia de la «vía unitiva»,
es una «oración de comunión» (dolor con Cristo doloroso).

235
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Es una o r a c i ó n d e a c o m p a ñ a m i e n t o q u e se h a c e c o n la e s p e -
ranza d e c r e c e r e n i d e n t i f i c a c i ó n c o n el S e ñ o r para ser puestos c o n
El e n nuestra v i d a c o t i d i a n a d e s e g u i m i e n t o .

3. Oración de confirmación

C o n f i r m a c i ó n d e mi o p c i ó n por Cristo p o b r e y h u m i l l a d o ; p e -
ro es u n a c o n f i r m a c i ó n por c o m u n i ó n .

N o es u n a c o n f i r m a c i ó n por una a f i r m a c i ó n d e nuestra fuerza


d e v o l u n t a d y d e nuestro c o r a j e , sino q u e , al c o n t e m p l a r la Pasión,
v o y e x p e r i m e n t a n d o p a z , á n i m o . . . ; v o y s i n t i e n d o por d e n t r o q u e
mi i d e n t i f i c a c i ó n c o n la persona y la c a u s a d e Jesús sigue a d e l a n -
te y m e siento a l e n t a d o a seguirlo a pesar d e toda la d i f i c u l t a d y
d o l o r q u e se m e plantea.

N o es, p u e s , una c o n f i r m a c i ó n voluntarista; sino q u e , al c o n -


t e m p l a r la Pasión, v o y e x p e r i m e n t a n d o q u e el Padre m e da fuerzas
para seguir a Jesús; q u e el Padre m e va r e c i b i e n d o , e l i g i e n d o e n el
s e g u i m i e n t o d e Jesús q u e pasa por la Pasión.

4. Triple mirilla 5

I g n a c i o nos o f r e c e u n a triple mirilla para a c e r c a r n o s al miste-


rio d e la Pasión. N o s d i c e :

Considerar:

- lo q u e Cristo N u e s t r o S e ñ o r p a d e c e e n la h u m a n i d a d o
quiere padecer [195];

- c ó m o la d i v i n i d a d se e s c o n d e [ 1 9 6 ] ;

- c ó m o t o d o esto p a d e c e por mis p e c a d o s [ 1 9 7 ] .

« C o n s i d e r a r » significa - c o m o a d v i e r t e A r z u b i a l d e - « u n a m i -
rada del c o r a z ó n » ( q u e se deja impresionar por la i m a g e n q u e c o n -
t e m p l a ) , es « u n a p o n d e r a c i ó n afectiva» ( q u e a h o n d a e n el sentido
ú l t i m o d e los a c o n t e c i m i e n t o s q u e c o n t e m p l a para q u e d a r a f e c t a -
da por ellos).

5
D e b o esta esta expresión a J . A. G A R C Í A ; aunque él exactamente habla
de «rejillas»; también habla de «lentes».

236
INTRODUCCIÓN A LA CONTEMPLACIÓN DE LOS MISTERIOS DE LA PASIÓN

1. En la primera mirilla, resalta I g n a c i o : a) Q u e Jesús va a la


m u e r t e p o r q u e q u i e r e . El «entra» e n la Pasión v o l u n t a r i a -
m e n t e ( c o m o c o n s e c u e n c i a d e su v i d a o b e d i e n t e al m e n -
saje del Padre y del R e i n o ) . A nosotros «nos l l e v a n » ; p e r o
Él - e n la línea del e v a n g e l i o según S. J u a n - « v a » : «Yo d o y
la v i d a ; n o m e la quita n a d i e » ; b) q u e Jesús q u i e r e afrontar
- n o e s c a b u l l á n d o s e c o m o un p r i v i l e g i a d o - todas las c o n -
s e c u e n c i a s d e su c o n d i c i ó n h u m a n a : ¡ c u a n d o un h o m b r e
sufre, sufre! Jesús a s u m e el peso d e su h u m a n i d a d c o n sus
d o l o r e s , fatigas y l i m i t a c i o n e s .

2. En la segunda mirilla, nos d i c e I g n a c i o q u e la d i v i n i d a d se


e s c o n d e . Resalta d o s c o s a s : a) Si se e s c o n d e , es q u e está,
p e r o d e m a n e r a distinta a lo q u e e s p e r a r í a m o s . Así, c o n -
6

t e m p l a n d o e n Cristo esa d i v i n i d a d e s c o n d i d a , a p r e n d e r e -
m o s a d e s c u b r i r l o e n nuestra v i d a , e n la q u e tantas v e c e s
estará esa d i v i n i d a d presente, p e r o d e otra m a n e r a : c o m o
o c u l t a ; y b) el efecto d e este e s c o n d i m i e n t o es la r e n u n c i a
al p o d e r : podría destruir y n o destruye.

3. En la tercera mirilla: t o d o esto lo p a d e c e « p o r m í » , nos


a p a r e c e u n a v e z m á s la s e c u e n c i a i g n a c i a n a : a d m i r a -
c i ó n - a g r a d e c i m i e n t o - s e g u i m i e n t o . Es s i m i l a r a la e x c l a -
m a c i ó n p a u l i n a : « M e a m ó y se e n t r e g ó por m í » ( G a l 2 ,
2 ) . D e esta a d m i r a c i ó n brota u n a g r a d e c i m i e n t o q u e es
s i e m p r e l i b e r a d o r y m o v i l i z a d o r . I g n a c i o insiste e n q u e
p i d a m o s sentir el « p o r m í » , d e l q u e surgirá el a g r a d e c i -
miento.

5. Dos reflexiones preliminares

A l h a b l a r d e los « i c o n o s » , d e c í a m o s q u e la m a g i a d e los ¡ c o -
nos consiste e n q u e n o s ó l o p o d í a m o s mirarlos, sino e n q u e e l l o s
nos m i r a b a n . M i r e m o s a Jesús p a c i e n t e y d e j é m o n o s mirar por É l .
Es i n d u d a b l e q u e ese c r u c e d e miradas nos a y u d a r á :

6
El mismo Ignacio que en la contemplación de la Pasión nos dice que la
«divinidad se esconde» [196], nos dirá, al hablar de las «apariciones» de Jesús re-
sucitado, que en la Pasión la divinidad «parescía esconderse» [223]. La divinidad
no se «escapa», ni «huye»; sino que está; parece que se esconde, pero está, pre-
sente de otra manera.

237
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

1. A saber mirar y c o m p r e n d e r c o m p a s i v a m e n t e a los c r u c i -


f i c a d o s d e este m u n d o , q u e son el otro «tú» d e Jesús. P u e s
e n Jesús - c o m o a p u n t a J . M . R a m b l a - «hay un tú i n d i v i -
7

d u a l p e q u e ñ o , q u e es Jesús d e N a z a r e t ; y un tú c o l e c t i v o
g r a n d e , q u e es Cristo c a b e z a y c u e r p o . En la c o n t e m p l a -
c i ó n d e la Pasión se h a n d e ir c o n c i e n c i a n d o estas dos d i -
m e n s i o n e s : el d o l o r c o n c r e t o , histórico d e Jesús, y el d o l o r
g l o b a l d e este Jesús q u e i n c o r p o r a a sí a t o d a la h u m a n i -
d a d y a toda la historia». P u e s , c o m o d e c í a P a s c a l : « C r i s -
to sigue e n a g o n í a » ; y, hoy, la D i v i n i d a d se e s c o n d e e n t o -
dos los c r u c i f i c a d o s d e este m u n d o .

2. Este c r u c e d e m i r a d a s e n t r e el Cristo sufriente y nosotros


nos a y u d a r á a ir e v a n g e l i z a n d o esa z o n a íntima nuestra: la
del s u f r i m i e n t o , el d o l o r y la m u e r t e . Es u n a z o n a q u e , si
n o está e v a n g e l i z a d a , t i e n e un gran p o d e r destructor. S e
trata d e lo q u e se ha l l a m a d o « p a s i v i d a d e s d e d i s m i n u -
c i ó n » : d e la a m p l i a g a m a d e sufrimientos q u e nos s o b r e -
8

v i e n e n sin q u e nosotros los h a y a m o s p r o v o c a d o : el dolor,


la e n f e r m e d a d , el e n v e j e c i m i e n t o . . . S u c e d e n e n nosotros
sin b u s c a r l o s , por eso son « p a s i v i d a d e s » ; y nos v a n « d i s -
m i n u y e n d o » hasta la muerte. C o n t e m p l a r a Jesús a c e p t a n -
d o el d o l o r y n o p u d i e n d o d u d a r del a m o r del Padre a p e -
sar d e ese dolor, nos irá c o n t a g i a n d o y su luz c o n s o l a d o r a
penetrará t a m b i é n e n la o s c u r i d a d d e nuestras « p a s i v i d a -
des d e d i s m i n u c i ó n » .

7
J . M R A M B L A , Ejercicios en la vida corriente, Edic. Cristianismo y Jus-
a

ticia, Seminario EE., n° 4 (diciembre 1991) 29-30. Cf. también texto de G O N Z Á -


LEZ F A U S citado en la nota 2.
8
Cf. P. T E I L H A R D D E C H A R D I N , El medio divino. Ensayo de vida inte-
rior, Taurus, M a d r i d 6 edic. 1967, pp. 75-92.
a

238
15
LA EUCARISTÍA

C o m e n z a m o s c o n t e m p l a n d o la Cena-Eucaristía. Para e l l o p o -
d e m o s degustar d e s p a c i o el h o n d o discurso d e d e s p e d i d a c o m o lo
presenta el evangelista S a n J u a n ; c o n e s e s e n t i m i e n t o nostálgico,
a g r i d u l c e , d e alegría e m p a ñ a d a por la tristeza q u e transparenta t o -
d o el d i s c u r s o . O b i e n p o d e m o s a d e n t r a r n o s e n los relatos d e la
C e n a tal c o m o los d e s c r i b e n los S i n ó p t i c o s .

Todos los e v a n g e l i o s d e s c r i b e n ese t i e m p o del a d i ó s y d e la


C e n a c o m o un m o m e n t o singular e intenso: Es el t i e m p o o la h o -
ra d e Jesús. A u n q u e c a d a u n o c a l i f i c a s i n g u l a r m e n t e esa hora.

- Para M t y M e , su t i e m p o está c e r c a ( M t 2 6 , 18; M e 14, 21)


y es «la hora e n q u e este H o m b r e se va» ( c o m o está e s c r i -
to d e Él).

- Para Le ( 2 2 , 7.14-1 7 . 2 1 ; cf. 2 2 , 52) es la hora e n q u e Jesús


e x c l a m a : ¡ C u á n t o h e d e s e a d o c e n a r c o n vosotros esta Pas-
c u a antes d e mi p a s i ó n ! Es la hora del sacrificio del c o r -
d e r o p a s c u a l y, por lo tanto, es la hora del sacrificio d e J e -
sús ( « E n lo q u e a m í se refiere, t o c a a su f i n » ) , al q u e se
entrega a r d i e n t e m e n t e . Es t a m b i é n la hora d e la t r a i c i ó n .

- Para J n ( 1 3 , 1-4.30; 14-16) - q u e es q u i e n c o n más m i n u -


c i o s i d a d nos describe el significado d e esa « h o r a » - , es la
hora d e pasar d e este m u n d o al Padre. La hora e n q u e a m ó
a los suyos hasta el fin. La hora e n q u e «sabiendo q u e había
v e n i d o d e D i o s , a D i o s v o l v í a » . Era « d e n o c h e » -y ya s a b e -
m o s la rica s i m b o l o g í a d e la tiniebla, c o m o opuesta a la

239
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

luz, e n S a n J u a n («Está para llegar el jefe del o r d e n éste»)-.


Es la hora e n q u e se v a a manifestar la gloria d e este H o m -
bre ( « H a llegado la hora: manifiesta la gloria d e tu H i j o , p a -
ra q u e tu H i j o manifieste la t u y a » ) . Es la hora d e dar v i d a
(«para q u e d é v i d a eterna a todos los q u e le has c o n f i a d o » ) .

- Para Pablo (1 C o r 1 1 , 23) - q u e es el ú n i c o q u e , a b o r d a n d o


la C e n a , n o n o m b r a este v o c a b l o « h o r a » o « t i e m p o » - , es
d e n o c h e , la n o c h e e n q u e iba a ser e n t r e g a d o .

A c e r q u é m o n o s a esa h o r a , e n q u e - c o m o t o d o s los e v a n g e -
listas m u e s t r a n - J e s ú s es c o n s c i e n t e d e q u e va a la Pasión y v i v e su
muerte - q u e se a c e r c a y q u e El a n t i c i p a e n la C e n a - al s e r v i c i o del
R e i n o c o m o un m o m e n t o m á s , el definitivo, del s e r v i c i o al Padre.

H a g á m o s l o c o n el m i s m o d e s e o d e Jesús: « ¡ C u á n t o he d e s e a -
d o c e n a r c o n vosotros esta c e n a ! » . Y d i g á m o s l e : Y nosotros t a m -
b i é n . H a g á m o s l o c o n - c o r d e s c o n el m i s m o c o r a z ó n c a r g a d o d e
a m o r del q u e « h a b í a a m a d o y a m ó hasta el f i n » . S a n I g n a c i o d e s -
t a c a d e esa c e n a la entrega d e Jesús por a m o r : «Instituyó la E u c a -
ristía e n g r a n d í s i m a señal d e su a m o r » [ 2 8 9 , 3 ] .

Y al hilo d e la e s c e n a - u n a c e n a d e d e s p e d i d a , e n la q u e está
inserta la institución d e la Eucaristía-, d e j é m o n o s llevar por n u e s -
tra e x p e r i e n c i a personal d e tantos a ñ o s d e c e l e b r a c i o n e s eucarísti-
c a s . Y p r e g u n t é m o n o s : ¿ q u é es para m í la Eucaristía? D e c i m o s q u e
es el «centro» d e la v i d a c o m u n i t a r i a y religiosa: ¿lo es para mí?

Por si p u e d e ayudar, v o y a dar a l g u n a s s u g e r e n c i a s s o b r e la


Eucaristía c o m o m e m o r i a , a l i a n z a , s e r v i c i o , e s p e r a n z a .
1

I. Memoria

Los p u e b l o s sin m e m o r i a se d i l u y e n e n la historia; y las p e r -


sonas sin m e m o r i a p i e r d e n su i d e n t i d a d . Tenía r a z ó n Ernst B l o c h
c u a n d o d e c í a : «Los d e s m e m o r i a d o s n o t i e n e n futuro».

1
C o m o trasfondo de estas reflexiones está la lectura de X. L É O N - D U F O U R ,
La fracción del pan. Culto y existencia en el N. 1, Cristiandad, Madrid 1983; J . A. PA-
G Ó L A , La Eucaristía, experiencia de amor y de justicia, Cuadernos Aquí y Ahora, n°
5, Sal Terrae, Santander 1991; y también la de L. G O N Z Á L E Z - CARVAJAL, Fsfa es
nuestra fe. Teología para universitarios, Sal Terrae, Santander 1983, pp. 235-244.

240
L A EUCARISTÍA

La Eucaristía es la m e m o r i a d e Jesús q u e p o s e e la Iglesia - p o r


eso la l l a m a m o s « m e m o r i a l » - . Es la m e m o r i a q u e la Iglesia n o
p u e d e perder. P u e s d e esa entrega d e Jesús a c t u a l i z a d a e n la E u c a -
ristía ella n a c e , se constituye y v i v e .

T a m p o c o nosotros c o m o personas c r e y e n t e s p o d e m o s p e r d e r -
la: pues s o m o s m i e m b r o s d e esa Iglesia. N o p o d e m o s o l v i d a r q u e
esa entrega a m o r o s a d e Jesús hasta la m u e r t e es nuestra v i d a . Y Él
nos d i j o : « H a c e d m e m o r i a » .

/. Memoria confortante

Es m e m o r i a confortante. Por eso, la l l a m a m o s « A c c i ó n d e gra-


c i a s » ; una m e m o r i a q u e nos lleva a dar gracias. P o r q u e la E u c a r i s -
tía n o es un r e c u e r d o n o s t á l g i c o y s u b j e t i v o ; s i n o q u e h a c e p r e -
sente la s a l v a c i ó n q u e y a ha l l e g a d o . Es m e m o r i a e f i c a z : h a c e lo
que dice.

H a c e a c t u a l , presente, lo q u e Jesús h i z o e n la C e n a . P o r q u e ,
c u a n d o llegó el m o m e n t o d e separarse d e los s u y o s , les d e j ó el
p a n y el v i n o , partido, d e r r a m a d o , c o m o el gesto m á s expresivo d e
lo q u e q u i s o q u e fuera su v i d a : u n a v i d a e n t r e g a d a por los s u y o s .
Esto es lo q u e expresan las palabras d e Jesús: «Ésta es mi v i d a . O s
la d o y » .

En la C e n a , c o n la entrega d e su c u e r p o y d e su sangre, Jesús


r e a s u m i ó toda su v i d a : u n a v i d a al s e r v i c i o d e l R e i n o hasta la
m u e r t e . S u v i d a ha sido entrega y d e r r a m a m i e n t o , e n c o n s t a n t e f i -
d e l i d a d a D i o s y a los h o m b r e s , hasta la c r u z .

La Eucaristía es c o m o la síntesis d e Cristo. En ella, p r o c l a m a -


m o s su m u e r t e e n c r u z y, c o n e l l o , t o d o lo q u e le l l e v ó a la c r u z .
R e c a p i t u l a la v i d a d e Cristo. N o s presenta su v i d a entregada al Pa-
d r e e n favor nuestro; nos presenta r e a l m e n t e su e x i s t e n c i a c o m o
u n a e x i s t e n c i a para D i o s y para los h o m b r e s . Y esto nos c o n f o r t a .
Es p r e s e n c i a r q u e se entrega por nosotros. Por e s o p r o r r u m p i m o s
en a c c i ó n d e gracias.

2. Memoria incitadora

P o r q u e es la m e m o r i a d e u n a entrega q u e incita a una e n t r e -


ga: a v i v i r c o m o Cristo v i v i ó . C u a n d o Jesús d i j o : « H a c e d esto e n
m e m o r i a m í a » , c o n el esto n o se refería ú n i c a m e n t e al gesto ritual.

241
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Igual q u e para Él d i c h o gesto f u e c e l e b r a c i ó n d e una v i d a e n t r e g a -


d a , d e b e serlo para q u i e n lo repita. L o d i c e el V a t i c a n o II: « A p r e n -
d a n los fieles a ofrecerse a sí m i s m o s , al ofrecer la hostia i n m a c u -
lada». (Lo d e c i m o s en la P l e g a r i a e u c a r í s t i c a I I I : los fieles al
c o n t e m p l a r a Cristo entregado e n la Eucaristía p i d e n convertirse e n
«ofrenda p e r m a n e n t e » . )

La i n v i t a c i ó n a c o m e r y a b e b e r significa q u e Jesús q u i e r e i m -
p l i c a r a sus d i s c í p u l o s e n su p r o p i o d e s t i n o , m e d i a n t e u n a a s i m i -
l a c i ó n e, i n c l u s o , una t r a n s f o r m a c i ó n e n É l . Él da su v i d a por m í y
m e invita a a c t u a r c o m o Él m i s m o a c t u ó : c o n entrega y d e r r a m a -
m i e n t o . O , m e j o r a ú n , por el h e c h o d e q u e se da c o m o a l i m e n t o ,
m e invita a a c t u a r e n virtud d e su a c c i ó n e n mí.

A l activar el r e c u e r d o d e Jesús, s o m o s invitados a a s i m i l a r n o s


a Él y a dejar q u e se exprese su a c c i ó n , su p r e s e n c i a e n nosotros.

Entrega, por lo tanto, q u e suscita entrega.

3. Memoria conversiva

D e c í a Pablo a los C o r i n t i o s : « E x a m í n e s e c a d a u n o a sí m i s m o
antes d e c o m e r el p a n y b e b e r la c o p a , p o r q u e el q u e c o m e y b e -
b e sin a p r e c i a r el c u e r p o , se c o m e y b e b e su propia sentencia» (1
C o r 1 1 , 28-29). T a m b i é n nos lo d i c e a nosotros: E x a m i n a o s .

Es m e m o r i a la Eucaristía q u e q u e m a , e s c u e c e , n o d e j a t r a n -
q u i l o s ; ni a la Iglesia ni a nosotros. N o s c o n f r o n t a . N o s o b l i g a a
m e d i r n o s c o n e s e r e c u e r d o y a p r e g u n t a r n o s : ¿es mi v i d a c o r r e s -
p o n d e n c i a a esa entrega? Pero así, e s c o c i é n d o n o s , nos salva, nos
a b o c a a la c o n v e r s i ó n c o n t i n u a .

Y esto para nosotros, religiosos, tiene un relieve especial. Porque


nosotros h e m o s h e c h o los votos delante del C u e r p o del Señor: d e -
lante d e Jesús, q u e se h a c e ofrenda viva para el Padre y para los her-
manos, c o m o c u l m i n a c i ó n d e lo q u e fue la ley d e su propia vida: d o n
y a b a n d o n o d e sí m i s m o .

La Eucaristía nos r e c u e r d a nuestros v o t o s : ¿es nuestra v i d a


d o n y a b a n d o n o e n favor d e los d e m á s ? M e m o r i a c o n v e r s i v a . ¡ N o
seamos desmemoriados!

242
L A EUCARISTÍA

II. Alianza

Todas las n a r r a c i o n e s neotestamentarias d e la C e n a c o n c u e r -


d a n e n presentar la Eucaristía c o m o u n a A l i a n z a : Jesús lleva a su
p l e n i t u d la A l i a n z a p r o m e t i d a a Israel.

Los relatos e v a n g é l i c o s h a c e n referencia a los tres grandes h i -


tos, fases, d e la historia d e la A l i a n z a :

- La A l i a n z a e n el S i n a í (Ex 2 4 ) , d o n d e t i e n e lugar el s a c r i -
f i c i o d e c o m u n i ó n , e n el q u e la s a n g r e e x p r e s a b a la c o -
m u n i ó n d e v i d a q u e u n e al p u e b l o c o n D i o s . Y d o n d e se
e s t a b l e c e u n c o m p r o m i s o por parte d e D i o s y por p a r t e
d e l p u e b l o , q u e a c e p t a la Ley. R e c o r d e m o s el p a s a j e :
« T o m ó M o i s é s la m i t a d d e la s a n g r e y la e c h ó e n r e c i -
p i e n t e s , y c o n la otra m i t a d r o c i ó el altar. T o m ó el d o c u -
m e n t o del p a c t o y se lo l e y ó e n v o z alta al p u e b l o , el c u a l
r e s p o n d i ó : H a r e m o s t o d o lo q u e m a n d a el S e ñ o r y o b e -
d e c e r e m o s . E n t o n c e s t o m ó M o i s é s el resto d e la sangre y
r o c i ó c o n e l l a al p u e b l o y d i j o : Ésta es la sangre del p a c -
to q u e el S e ñ o r h a c e c o n vosotros a t e n o r d e estas c l á u -
s u l a s » . C o m p r o m i s o d e D i o s y el p u e b l o , q u e a c e p t a la
Ley d e l Señor.

- La n u e v a A l i a n z a p r o m e t i d a por J e r e m í a s ( J e r 3 1 , 31-34),
q u e sustituirá a la a n t i g u a y c u y a Ley estará g r a b a d a e n el
corazón.: « H e aquí q u e llegan días en q u e haré una
a l i a n z a n u e v a c o n Israel y c o n J u d á ; n o será c o m o la
a l i a n z a q u e h i c e c o n sus p a d r e s , c u a n d o los agarré d e la
m a n o p a r a s a c a r l o s d e E g i p t o ; la a l i a n z a q u e e l l o s q u e -
b r a n t a r o n y y o m a n t u v e . A s í será la a l i a n z a q u e h a r é c o n
Israel e n a q u e l t i e m p o futuro: m e t e r é mi L e y e n su p e c h o ,
la e s c r i b i r é e n su c o r a z ó n , y o seré su D i o s y e l l o s serán
mi p u e b l o » .

- La A l i a n z a personificada del S i e r v o d e Y a h v é ; a l i a n z a a tra-


v é s d e un m e d i a d o r entre D i o s y el p u e b l o . Ésta es la frase
c l a v e d e los C a n t o s del S i e r v o : «Te he destinado a ser a l i a n -
za del p u e b l o » (Is 4 9 , 5 3 ; cf. t a m b i é n Is 4 2 , 6; Is 4 9 , 8).

Estos tres grandes hitos d e la historia d e la A l i a n z a están r e c o -


gidos c o m o trasfondo e n los relatos e v a n g é l i c o s sobre la C e n a , q u e

243
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

intentan d e c i r n o s q u e la Eucaristía es la A l i a n z a d e f i n i t i v a sellada


c o n la sangre d e Jesús, c o n su sacrificio personal ( q u e estaba s i m -
b o l i z a d o e n el S i e r v o d e Y a h v é ) . Por su c o m p r o m i s o v i v i d o - b a s a -
d o e n la o b e d i e n c i a y el a m o r - , el sacrificio personal d e Jesús, c o -
m o el del S i e r v o fiel hasta la muerte, t i e n e a l c a n c e u n i v e r s a l .

/. Alianza de vida

Jesús nos invita a c o m e r su c a r n e y a beber su sangre para d a r -


nos v i d a : su propia v i d a . Esa c o m u n i ó n c o n D i o s era el a n h e l o más
h o n d o d e Israel, c u a n d o h a b l a b a d e la A l i a n z a , n u n c a r e a l i z a d a
del t o d o .

Y es p r e c i s a m e n t e el e v a n g e l i s t a J u a n , e n el q u e n o a p a r e c e
el t é r m i n o « A l i a n z a » , el q u e m á s h o n d a m e n t e nos h a b l a d e e l l a .
P u e s e m p l e a su e q u i v a l e n t e e n las q u e se h a n l l a m a d o « f ó r m u l a s
d e m u t u a i n m a n e n c i a » : «Él e n m í y y o e n é l » . R e c o r d e m o s a l g u -
n a s : « D e la v i d a q u e y o t e n g o , v i v i r é i s t a m b i é n v o s o t r o s : a q u e l
d í a c o n o c e r é i s q u e y o estoy e n el P a d r e , v o s o t r o s c o n m i g o y y o
c o n v o s o t r o s » (Jn 1 4 , 19-20). « P e r m a n e c e d e n m í c o m o y o p e r -
m a n e c e r é e n v o s o t r o s . Si un s a r m i e n t o n o p e r m a n e c e e n la v i d ,
n o p u e d e d a r fruto; así t a m p o c o v o s o t r o s , si n o p e r m a n e c é i s e n
m í . . . El q u e p e r m a n e c e e n m í y y o e n él es q u i e n da fruto a b u n -
d a n t e » (Jn 1 5 , 4-5). « P a d r e . . . q u e s e a n t o d o s u n o c o m o T ú estás
c o n m i g o y y o c o n t i g o . . . q u e s e a n u n o c o m o lo s o m o s n o s o t r o s ,
y o u n i d o c o n e l l o s y tú c o n m i g o . . . para q u e el a m o r q u e tú m e
has t e n i d o esté c o n e l l o s y t a m b i é n y o esté c o n ellos» (Jn 17, 2 1 -
2 2 . 2 7 ) . « Q u i e n c o m e m i c a r n e y b e b e mi s a n g r e p e r m a n e c e e n
m í y y o e n él» (Jn 6, 5 6 ) .

C o m o y a d i j i m o s , la l l a m a d a a los primeros d i s c í p u l o s , tal c o -


m o la narra el c u a r t o E v a n g e l i o , era u n a i n v i t a c i ó n a « c o m p a r t i r la
v i d a » c o n J e s ú s ; los d i s c í p u l o s q u e le siguieron « p e r m a n e c i e r o n »
c o n É l , c o m p a r t i e n d o a q u e l l a c e n a « q u e recrea y e n a m o r a » (S.
J u a n d e la C r u z ) .

A través d e estas «fórmulas d e mutua i n m a n e n c i a » y del v e r b o


« p e r m a n e c e r » , nos d i c e S a n J u a n lo más h o n d o d e lo q u e la A l i a n -
za es. V a l e la pena leer el c a p í t u l o 15 (la verdadera vid) d e S a n J u a n ,
j u n t o c o n el c a p í t u l o 6 (de resonancias eucarísticas) para c o m p r e n -
der la i n t i m i d a d d e esta A l i a n z a , q u e es c o m u n i ó n d e v i d a .

244
L A EUCARISTÍA

2. Alianza que crea comunidad

Pero esta v i d a q u e el S e ñ o r da es u n a v i d a para ser c o m p a r t i -


da, c o m o f u e v i d a c o m p a r t i d a la suya. Es una A l i a n z a q u e c r e a c o -
munidad.

Él se u n e , se alia a nosotros, para q u e nos u n a m o s y nos a l i e -


m o s . La Eucaristía c r e a c o m u n i d a d . El m i s m o e v a n g e l i o d e J u a n lo
subraya: es una v i d a p a r a q u e t o d o s s e a n u n o « c o m o t ú , Padre, e s -
tás e n m í y y o e n ti» (Jn 1 7, 2 1 . 2 6 ) . Y, sobre t o d o , Pablo, q u i e n nos
d i c e q u e c r e a s o l i d a r i d a d : «Esa ' c o p a d e la b e n d i c i ó n ' q u e b e n d e -
c i m o s ¿ n o significa s o l i d a r i d a d c o n la sangre del M e s í a s ? Ese p a n
q u e p a r t i m o s ¿ n o significa s o l i d a r i d a d c o n el c u e r p o d e l M e s í a s ?
C o m o hay u n solo p a n , a u n s i e n d o m u c h o s , f o r m a m o s u n s o l o
c u e r p o , pues todos y c a d a u n o p a r t i c i p a m o s d e ese ú n i c o p a n » (1
C o r 10, 16).

A l c o m u n i c a r n o s su v i d a , al ser nuestro a l i a d o , nos h a c e «ser-


p a r a » , a l i a d o s d e los otros: p u e s su v i d a f u e u n a v i d a e n t r e g a d a y
d e r r a m a d a para los d e m á s .

« A l i a n z a » es una p a l a b r a bella y necesaria para nuestros días


insolidarios: hay q u e rescatarla, p r e d i c a r l a y v i v i r l a .

III. Servicio

S a n J u a n n o narra la institución d e la Eucaristía. Pero ha r e -


c o r d a d o la Ley q u e Jesús p r o m u l g ó e n a q u e l l a c e n a , q u e sellaba la
A l i a n z a definitiva.

En el «sacrificio d e c o m u n i ó n » del Sinaí, el p u e b l o contraía el


c o m p r o m i s o f o r m a l d e g u a r d a r la L e y d e la A l i a n z a (Ex 2 4 , 7-8).
T a m b i é n e n a q u e l l a c e n a d e l Señor, e n un m o m e n t o s o l e m n e :
« A h o r a q u e el H i j o del H o m b r e v a a ser g l o r i f i c a d o » (Jn 1 3 , 3 1 ) ,
c u a n d o el S e ñ o r está c e r c a d e la c r u z (pues, para J u a n , la e x a l t a -
c i ó n e n la c r u z es la g l o r i f i c a c i ó n ) , p r o m u l g a Jesús su Ley n u e v a :
A m a o s los u n o s a los otros c o m o y o os h e a m a d o (Jn 1 5 , 12.17).

Ésta es la Ley - l e y interior, g r a b a d a e n los c o r a z o n e s , c o m o


profetizaba J e r e m í a s - , c o n la c u a l los cristianos q u e d a n c o m p r o -
m e t i d o s por su e n t r a d a e n la A l i a n z a , c a d a v e z q u e la a c t u a l i z a n
e n la Eucaristía.

245
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Amor servicial

A m a o s unos a o t r o s . . . Pero ¿ c o n q u é c l a s e d e a m o r ? U n a m o r
servicial.

Por eso protestará Pablo a n t e los C o r i n t i o s , q u e c e l e b r a b a n la


c e n a d e l S e ñ o r d i v i d i d o s e n b a n d o s , sin l i m a r las d e s i g u a l d a d e s ,
a n t i c o m u n i t a r i a m e n t e . Y les dirá: La Eucaristía, sin a m o r fraterno,
es i m p o s i b l e (1 C o r 1 1 , 1 7-34); sin u n i ó n , es e n m a s c a r a r l a , falsifi-
c a r l a . Por t a n t o , dirá P a b l o : «El q u e c o m e del p a n o b e b e la c o p a
del S e ñ o r sin darles su v a l o r tendrá q u e responder del c u e r p o y d e
la sangre del S e ñ o r » (1 C o r 1 1 , 2 7 ) .

¿ E n q u é consiste ese amor, ese c o m p r o m i s o q u e se ha contraí-


d o e n la A l i a n z a ? En el s e r v i c i o .

Jesús a p a r e c e e n los e v a n g e l i o s c o m o servidor o « d i á c o n o » ,


r e a l i z a n d o diversos gestos d e s e r v i c i o : a t e n c i ó n a los e n f e r m o s y
d e s v a l i d o s , a c o g i d a d e p e c a d o r e s a su mesa, a l i m e n t a c i ó n d e la
m u c h e d u m b r e . . . Es, sobre t o d o , S a n L u c a s q u i e n insiste e n q u e el
S e ñ o r se p o n d r á Él m i s m o a servir la c o m i d a a sus criados ( 1 2 , 37)
y el q u e presenta a Jesús e n la última c e n a c o m o « d i á c o n o » o ser-
v i d o r : «Yo estoy e n m e d i o d e vosotros c o m o el q u e sirve» ( 2 2 , 2 7 ) .
Jesús, el M a e s t r o , celebra la c e n a sirviendo. Esta c e n a c o m o acto d e
servicio del S e ñ o r es una síntesis d e lo q u e ha sido toda su v i d a y d e
lo q u e será su muerte: « d i a c o n í a » , entrega, servicio a la h u m a n i d a d .

Pero es S a n J u a n , al narrarnos la e s c e n a d e l lavatorio d e los


pies, q u e p a r e c e la e s c e n i f i c a c i ó n plástica d e lo a f i r m a d o por L u -
c a s , el q u e m á s v a a subrayar el significado d e la c e n a e u c a r í s t i c a
c o m o s e r v i c i o . S a n J u a n n o narra la ú l t i m a c e n a ; e n su lugar nos
d e s c r i b e a Jesús l a v a n d o los pies a sus d i s c í p u l o s .

El lavatorio d e los pies es u n gesto profético d e Jesús q u e i l u -


m i n a el sentido d e su p a s i ó n : n o ha v e n i d o a ser s e r v i d o , sino a
servir y dar la v i d a . Ese lavatorio es signo d e la L e y n u e v a . Jesús
nos invita a imitarle. El a c t o d e s e r v i c i o d e Jesús es el prototipo y la
f u e n t e v i v a d e l c o m p o r t a m i e n t o d e los d i s c í p u l o s : « P o r q u e os h e
d a d o e j e m p l o para q u e hagáis vosotros lo m i s m o q u e y o h e h e -
c h o » (Jn 13, 15). El s í m b o l o d e la Eucaristía es el d e lavar los p i e s . 2

2
D. A L E I X A N D R E , glosando «Siete verbos (elementales) de acceso a la
Eucaristía» (Tener hambre, compartir mesa, recordar, entregar, anticipar, «tragar-

246
L A EUCARISTÍA

S e h a n d a d o m u c h a s interpretaciones para e x p l i c a r el s i l e n c i o
d e J u a n . C o m o señala J . A . P a g ó l a , la investigación b í b l i c a o f r e c e
3

hoy una pista i l u m i n a d o r a : «Existían e n las c o m u n i d a d e s primitivas


dos t r a d i c i o n e s referentes a la última c e n a : u n a tradición cultual,
q u e r e c o g e el m a n d a t o del S e ñ o r d e c e l e b r a r la c e n a , y una tradi-
ción testamentaria, q u e r e c o g e la d e s p e d i d a d e Jesús y su testa-
m e n t o , el m a n d a t o del a m o r y d e l s e r v i c i o q u e d a n su c o n t e n i d o
v e r d a d e r o y p l e n o a la c e n a . Los relatos sinópticos y la carta p r i m e -
ra d e Pablo a los C o r i n t i o s subrayan el a s p e c t o c u l t u a l , mientras
J u a n a c e n t ú a el aspecto testamentario. A l d i s c í p u l o se le p i d e seguir
al M a e s t r o c e l e b r a n d o la a c c i ó n litúrgica d e la c e n a y v i v i e n d o el
s e r v i c i o a los h e r m a n o s . La Iglesia, por tanto, es invitada a vivir e s -
tos d o s a s p e c t o s inseparables y c o m p l e m e n t a r i o s d e la existencia
cristiana: la c e n a q u e es c o m p a r t i r fraternalmente el p a n c o m o d o n
del Señor, y el servicio a los h e r m a n o s , e s p e c i a l m e n t e a los más p e -
q u e ñ o s y n e c e s i t a d o s , d o n d e e n c o n t r a r e m o s al Señor. V i v i r el s e -
g u i m i e n t o d e Jesús i m p l i c a e s c u c h a r dos m a n d a t o s : « H a c e d esto
e n m e m o r i a m í a » (la cena); «lo q u e y o h e h e c h o h a c e d l o t a m b i é n
vosotros» {el servicio).

El c o m p a r t i r el p a n - e l a c t o c u l t u a l q u e c e l e b r a la entrega del
S e ñ o r - d e b e n e c e s a r i a m e n t e tener u n a c o n t i n u i d a d e n la c e l e b r a -
c i ó n del s e r v i c i o a los d e m á s e n la v i d a ; la fuerza para servir nos la
dará el p a n c o m p a r t i d o c o m u n i t a r i a m e n t e e n p r e s e n c i a del Señor.

La Eucaristía es, pues, un c o m p r o m i s o d e servicio. En ella c o n -


m e m o r a m o s el a c t o d e m a y o r a m o r servicial q u e ha existido e n la
historia. Pero d e b e m o s «proclamar» esa entrega, e n c o n t i n u i d a d c o n
la c e l e b r a c i ó n litúrgica, c o n nuestra v i d a c o m p r o m e t i d a y servicial.

¿Es a c a s o c a s u a l i d a d q u e el « d i s c u r s o e u c a r í s t i c o » del E v a n -
gelio d e J u a n esté v i n c u l a d o a la m u l t i p l i c a c i ó n d e los panes? Y es

se» a Jesús, bendecir), comenta a propósito del verbo «tragarse»: « D e vez en


cuando tendríamos que cambiar la expresión " c o m u l g a r " por la de "tragarnos a
Jesús", para caer más en la cuenta de lo que significa "tragarnos" su mentalidad
( M e 1 , 15) o el "tener los mismos sentimientos que Cristo Jesús" (Fil 2, 5), sus pre-
ferencias, sus opciones, su estilo de vida...». Entre las cosas que deberíamos «tra-
garnos» al comulgar, señala la autora la frase de Jesús: «El que quiera ser el mayor
entre vosotros que sea vuestro servidor» (Mt 23, 12).
3
J . A. P A G Ó L A , en el apartado «La fracción del pan», en o.c. El autor se
apoya en X. Léon-Dufour.

247
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

q u e la Eucaristía c o m p r o m e t e al s e r v i c i o d e los h o m b r e s ; c o m p r o -
m e t e a m u l t i p l i c a r p a n e s . ( C o m p r o m e t e a triturar nuestra v i d a e n
favor d e los otros; c o m o d e c í a S a n I g n a c i o d e A n t i o q u í a : «Trigo d e
Cristo soy, m e d e j a r é triturar... a fin d e llegar a ser p a n b l a n c o » ) .

¿ S o m o s servidores? Para «servir» hay q u e situarse por d e b a j o ,


n o por e n c i m a d e a q u é l a q u i e n se sirve. C o m o e s c r i b e Pablo a los
G á l a t a s : « H a c e o s e s c l a v o s u n o s d e otros» ( G a l 5, 13-14; cf. t a m -
b i é n R o m 1 2 , 3; Fil 2 , 3-7; Le 2 2 , 26-27).

IV. Esperanza

La Eucaristía t i e n e el m i s m o ritmo ternario q u e la c e n a p a s -


c u a l j u d í a . S e j u n t a n e n ella el p a s a d o , el presente y el futuro. La
c e n a p a s c u a l j u d í a no se limitaba a recordar el p a s a d o (la salida d e
Egipto), s i n o q u e - c o m o otras c o n m e m o r a c i o n e s d e l A . T . - r e c o r -
d a b a el p a s a d o a c t u a l i z á n d o l o e n el presente y p r o y e c t á n d o l o h a -
c i a el futuro.

Así, m e d i a n t e la a c t u a l i z a c i ó n d e l p a s a d o , los h e b r e o s q u e
c o m í a n la c e n a p a s c u a l se v o l v í a n c o n t e m p o r á n e o s d e sus a n t e p a -
sados, q u e salieron d e Egipto y f i r m a r o n la A l i a n z a c o n D i o s e n el
desierto, y, d e esa m a n e r a , estaban c o n v e n c i d o s d e q u e , mientras
m a n t u v i e r a n v i v o el r e c u e r d o d e la l i b e r a c i ó n , ni se o l v i d a r í a n d e
D i o s ni se resignarían a p e r m a n e c e r e s c l a v o s . Y d e ahí, d e e s e r e -
c u e r d o d e l p a s a d o , q u e gravitaba s o b r e el p r e s e n t e , se l a n z a b a n
h a c i a el futuro: el r e c u e r d o despertaba el ansia d e l i b e r a c i ó n d e f i -
nitiva e n t i e m p o s m e s i á n i c o s . El ansia y la e x p e c t a c i ó n eran tales
q u e - n o s d i c e n los historiadores-, e n la n o c h e d e P a s c u a , los r o -
m a n o s t e n í a n q u e reforzar la g u a r d i a : se v i v í a c o m o i n m i n e n t e e x -
pectativa ese futuro d e l i b e r a c i ó n .

T a m b i é n la Eucaristía a c t u a l i z a el p a s a d o e n el presente para


c a t a p u l t a r l o h a c i a el futuro. Pero mientras la c e n a p a s c u a l j u d í a
a c t u a l i z a b a la l i b e r a c i ó n d e Egipto c o m o p r i m i c i a y garantía d e la
l i b e r a c i ó n definitiva q u e se daría e n los t i e m p o s m e s i á n i c o s , la E u -
caristía t i e n e lugar ya e n t e r a m e n t e e n esos t i e m p o s m e s i á n i c o s : t i e -
n e lugar entre el y a d e la s a l v a c i ó n i n i c i a d a ( « a n u n c i a m o s tu m u e r -
te, p r o c l a m a m o s tu r e s u r r e c c i ó n » ) y el t o d a v í a n o d e su p l e n i t u d
(«¡Ven, Señor Jesús!»).

248
L A EUCARISTÍA

La Eucaristía es la c e l e b r a c i ó n del t i e m p o i n t e r m e d i o , d e l
t i e m p o d e la espera y la e s p e r a n z a . Q u i e n la c e l e b r a t i e n e un o j o
puesto e n lo q u e y a ha t e n i d o lugar, y el c o r a z ó n i m p a c i e n t e e s p e -
rando la llegada d e lo q u e falta.

En la línea d e las c o m i d a s d e Jesús c o n p u b l í c a n o s y p e c a d o -


res, q u e eran « p a r á b o l a s vivas» d e la u n i v e r s a l i d a d y gratuidad del
R e i n o - p o r q u e a n t i c i p a b a n la r e c o n c i l i a c i ó n fraternal y definitiva
entre los h o m b r e s sin e x c l u s i o n e s , y la c o m e n s a l i d a d festiva y filial
a la q u e D i o s invitaba p o r q u e Él es b u e n o y n o p o r q u e los i n v i t a -
dos lo m e r e c i e s e n - , la Eucaristía es t a m b i é n signo a n t i c i p a d o r d e
la p l e n i t u d del R e i n o . S e sitúa, p u e s , la Eucaristía e n la línea d e las
a c c i o n e s s i m b ó l i c a s q u e r e a l i z a b a n los profetas ( R e c o r d e m o s q u e
Isaías se p a s e a b a d e s n u d o por las calles d e J e r u s a l é n para a n u n c i a r
la futura suerte del p u e b l o d e C u s ; o q u e J e r e m í a s (Jer 3 2 , 15),
c u a n d o J e r u s a l é n estaba ya p e r d i d a por el a s e d i o b a b i l ó n i c o , c o m -
pró u n c a m p o para expresar su e s p e r a n z a e n la p a l a b r a del S e ñ o r
y así s i m b o l i z a b a su c o n f i a n z a e n el a d v e n i m i e n t o d e t i e m p o s m e -
jores para su p u e b l o ) . T a m b i é n la Eucaristía, c o m o a c c i ó n s i m b ó -
lica, a n t i c i p a la p l e n i t u d del R e i n o .

Y, d e h e c h o , los p r i m e r o s cristianos, e n contraste c o n n o s o -


tros, n o a c e n t u a b a n tanto el m e m o r i a l d e la p a s i ó n y r e s u r r e c c i ó n ,
c u a n d o c e l e b r a b a n la Eucaristía, c o m o la espera d e la Parusía, q u e
la c e l e b r a c i ó n e u c a r í s t i c a a n t i c i p a b a s a c r a m e n t a l m e n t e . Estaban
c o n v e n c i d o s d e q u e la Parusía q u e h a b í a d e inaugurar la p l e n i t u d
del R e i n o tenía q u e ocurrir d u r a n t e la c e l e b r a c i ó n d e la Eucaristía.

T a m b i é n nosotros - q u e h e m o s p e r d i d o u n p o c o esa p e r s p e c -
t i v a - d e b e m o s c e l e b r a r l a c o m o una v i v e n c i a gozosa y a n t i c i p a d a
d e la f r a t e r n i d a d u n i v e r s a l y gratuita del R e i n o ; d e b e ser fiesta. Por
eso la l l a m a m o s c e l e b r a c i ó n . H a d e suscitar alegría y e s p e r a n z a ,
p o r q u e s a b e m o s q u e v e n d r á : « C a d a v e z q u e c o m é i s d e este p a n y
b e b é i s d e esa c o p a , p r o c l a m á i s la m u e r t e del S e ñ o r hasta q u e Él
v e n g a » (1 C o r 1 1 , 2 6 ) .

Si s o m o s d e los q u e « a m a n su v e n i d a » , nuestra e s p e r a n z a ha
d e ser a c t i v a , n o hay q u e esperar c o n los b r a z o s c r u z a d o s . Eso es
lo q u e le d i c e P a b l o a T i m o t e o : «Te p i d o , e n c a r e c i d a m e n t e , e n
n o m b r e d e su v e n i d a y d e su r e i n a d o : p r o c l a m a el m e n s a j e , insis-
te a t i e m p o y a d e s t i e m p o , u s a n d o la p r u e b a , el r e p r o c h e , la e x -
h o r t a c i ó n , c o n la m a y o r c o m p r e n s i ó n y c o m p e t e n c i a . . . soporta lo

249
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

adverso, trabaja e n propagar la b u e n a noticia y d e s e m p e ñ a b i e n tu


servicio...» (2 T i m 4, 2 - 8 ) . Y es q u e el «esperante» es s i e m p r e u n
4

«operante» . 5

La v i d a cristiana - d i c e 2 P e 3, 1 2 - 1 3 - es espera y esfuerzo p a -


ra apresurar la llegada del día del S e ñ o r : los n u e v o s cielos y la n u e -
v a tierra, e n la q u e h a b i t e la justicia. Si s o m o s , p u e s , d e «los q u e
a m a n su v e n i d a » , t e n e m o s q u e luchar, c o m p r o m e t e r n o s a comba-
tir contra lo q u e i m p i d e la f r a t e r n i d a d , para ir f o r j a n d o e n este
m u n d o la c o m u n i d a d definitiva, e s e g o z o c o m p l e t o , q u e ocurrirá
c u a n d o D i o s sea t o d o e n t o d o s , c o m u n i ó n total. Para e l l o nos d a
fuerza la Eucaristía.

4
El texto de Pablo continúa: «pues por lo que a mí toca, estoy para derra-
mar mi sangre y no m e falta mucho para soltar las amarras. H e competido en no-
ble lucha, he corrido hasta la meta, m e he mantenido fiel. Ahora ya me aguarda
la merecida corona c o n la que el Señor, juez justo, m e premiará el último día; y
no sólo a mí, sino también a todos los que aman su venida».
5
Ésta es una idea constante en la escatología de J . L. R U I Z D E LA P E Ñ A :
La otra dimensión. Escatología cristiana, Sal Terrae, Santander 1986; id. La Pascua
de la creación, B A C , Madrid 1998; de este autor tomo la expresión.

250
16
LOS RELATOS DE LA PASIÓN

V o y a dar dos tipos d e sugerencias para adentrarse e n la Pasión.

Es p o s i b l e q u e a l g u n o s prefieran seguir p a u s a d a m e n t e un tex-


to e v a n g é l i c o o p a u l i n o . Y q u e otros opten por a n c l a r s e e n un s e n -
t i m i e n t o o e n una idea c o n c r e t a para « m a s t i c a r l a » y entrañarla,
más allá d e los textos, para « d a r l e vueltas e n el c o r a z ó n » .

O f r e c e r é , por tanto, unas sugerencias m u y subjetivas y p e r s o -


nales orientadas a la lectura d e esos textos, relatos d e la Pasión, d e
los q u e se ha d i c h o q u e son cuasi sacramentales, e f i c a c e s ; es decir,
q u e su lectura p r o d u c e i m p a c t o ; son el n ú c l e o inicial d e la p r e d i -
c a c i ó n cristiana e i m p r e s i o n a n e n su l a c o n i s m o .

El otro tipo d e sugerencias irán destinadas a meditar unos m o -


mentos c o n c r e t o s : la c o n d e n a y un a c t o q u e i m p r e s i o n ó a S a n I g -
n a c i o : Jesús estuvo c o n las m a n o s atadas toda la n o c h e ; f i n a l m e n -
te, d a r e m o s u n a s o r i e n t a c i o n e s sobre el s i g n i f i c a d o d e la m u e r t e
e n c r u z d e Jesús.

P o d e m o s seguir, por c o n s i g u i e n t e , el texto o relato q u e prefi-


ramos c o n un s e n t i m i e n t o d e a c o m p a ñ a m i e n t o c o m p a s i v o , a g r a -
d e c i d o , pero t a m b i é n c o m p r o m e t i d o c o n Jesús sufriente.

E m p e c e m o s por los relatos. S i g á m o s l o s c o n o r a c i ó n d e t a l a n -


te c o n t e m p l a t i v o , d e m o d o q u e m i r e m o s a Jesús y nos d e j e m o s
mirar por É l , a c o m p a ñ á n d o l e c o n un s e n t i m i e n t o c o m p a s i v o : es
decir, c o n sim-patía por el a m i g o q u e sufre; a g r a d e c i d o , p o r q u e le

251
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

d e b e m o s m u c h o ; es m u c h o lo q u e nos ha a p o r t a d o c o n su p a s i ó n
redentora; y c o m p r o m e t i d o , p o r q u e su p a s i ó n nos c o m p r o m e t e a
tareas redentoras.

I. Los r e l a t o s e v a n g é l i c o s

A u n q u e todos los relatos d e la Pasión narran los mismos a c o n -


t e c i m i e n t o s , c a d a u n o d e e l l o s ha resaltado un rasgo e s p e c i a l ; ha
s u b r a y a d o u n m e n s a j e . Y, c o n e l l o , nos incita a u n a tarea, a u n
1

compromiso.

D i c h o r e s u m i d a m e n t e . C o n su relato:

- S a n J u a n nos d i c e q u e D i o s es a m o r s o l i d a r i o . Y así nos


incita a h a c e r d e nuestra v i d a u n a m o r s o l i d a r i o c o n los
demás.

- S a n L u c a s nos d i c e q u e J e s ú s es el s u f r i e n t e c o m p a s i v o
q u e suscita c o m p a s i ó n . Y así nos incita a a c o g e r n o s a su
m i s e r i c o r d i a y a c o m p a d e c e r n o s d e t o d o s los c o n d e n a d o s
y c r u c i f i c a d o s d e este m u n d o .

- S a n M a t e o nos d i c e q u e la e s p e r a n z a llega p o r c a m i n o s
c r u c i f i c a d o s . Y así nos incita a esperar c o n t r a toda e s p e -
ranza, pues los c a m i n o s d e D i o s n o son nuestros c a m i n o s .

- S a n M a r c o s nos h a b l a d e la f i d e l i d a d d e Jesús c u a n d o la
d i v i n i d a d se e s c o n d e . Y así nos incita a r e s p o n d e r a la
« d i s c r e c i ó n » d e D i o s c o n nuestra f i d e l i d a d .

- Pablo nos habla d e r e c o n c i l i a c i ó n costosa. Y así nos incita a


vivir, esforzadamente, c o m o reconciliados y reconciliadores.

Por eso d e b e m o s dar gracias: su Pasión significa para nosotros


a m o r s o l i d a r i o , c o m p a s i ó n c o n t a g i o s a , e s p e r a n z a c r u c i f i c a d a , la
d i s c r e c i ó n del amor, r e c o n c i l i a c i ó n .

V e á m o s l o e n unas breves p i n c e l a d a s .

1
Cf. S. L É G A S S E , El proceso de Jesús. Vol. I. La historia, Desclée de Brou-
wer, Bilbao 1995; Vol II. La Pasión en los cuatro evangelios, Desclée de Brouwer,
Bilbao 1996; id. Los relatos de la Pasión, Cuadernos Bíblicos n° 112, Verbo D i v i -
no, Estella (Navarra) 2002.

252
L O S RELATOS DE LA PASIÓN

/. San Juan: Dios es amor solidario

El relato d e la Pasión según S a n J u a n t i e n e u n h a l o d e s e r e n i -


d a d y d e gloria. Es el ú l t i m o evangelista q u e ha r e f l e x i o n a d o sobre
la muerte d e J e s ú s ; n o está interesado por lo p s i c o l ó g i c o , sino q u e
posee una e n o r m e carga t e o l ó g i c a .

J u a n v e la m u e r t e d e Jesús d e s d e arriba; por eso su relato t i e -


n e un t a l a n t e m a y e s t á t i c o . En é l , Jesús a p a r e c e c o m o d u e ñ o d e sí
m i s m o y d e sus e n e m i g o s (su a f i r m a c i ó n «Yo soy» h a c e c a e r por el
suelo a sus e n e m i g o s ; ante Pilato, no se sabe q u i é n es el j u e z , si J e -
sús o la a u t o r i d a d r o m a n a ) . Él es - c o m o el Pastor- q u i e n entrega la
v i d a , n a d i e se la q u i t a .
2

Es un relato e n el q u e Jesús a p a r e c e c o m o R e y ; sin rasgos d e -


p r i m e n t e s ( c o m o la a g o n í a , el b e s o traidor, la q u e j a d e ser p e r s e -
g u i d o c o m o l a d r ó n , los s a l i v a z o s , la c a ñ a q u e le g o l p e a y h a c e
b u r l e s c a m e n t e d e c e t r o . . . ) . La m a r c h a h a c i a el C a l v a r i o es la m a r -
cha para t o m a r posesión del trono. La cruz es el trono. S a n J u a n r e -
saltará q u e el título d e R e y a p a r e c e r á e n ella e n tres l e n g u a s (es
R e y u n i v e r s a l ) . Y d e s d e su t r o n o , Jesús a p a r e c e c o m o u n R e y e s -
p l é n d i d a m e n t e d a d i v o s o : 1) nos da a su M a d r e ; 2) es el c o r d e r o
p a s c u a l al q u e n o le q u e b r a n t a n los huesos; p e r o sí le traspasan, y
c o n la sangre y el agua q u e brotan d e su c o s t a d o entrega a la Igle-
sia -el n u e v o p u e b l o d e D i o s - los s a c r a m e n t o s del B a u t i s m o y d e
la Eucaristía; 3) i n c l i n a n d o la c a b e z a , nos entrega su Espíritu.

Y la m u e r t e e n c r u z es la e x a l t a c i ó n : « H a l l e g a d o la hora d e
g l o r i f i c a r m e » . La c r u z es la g l o r i f i c a c i ó n : « C u a n d o sea e x a l t a d o
- l e v a n t a d o - , lo atraeré t o d o h a c i a m í » . La e x a l t a c i ó n , la g l o r i f i c a -
c i ó n , n o es a l g o posterior a la c r u c i f i x i ó n y m u e r t e ; s i n o q u e e n
ella m i s m a está la gloria, la r e v e l a c i ó n d e la gloria. En ella v e m o s
la gloria d e D i o s .

2
C o m o subraya J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , La Humanidad Nueva. Ensayo de
Cristología, Sal Terrae, Santander 6 edic. 1984, pp. 116 y ss.: «Pero con toda es-
a

ta insistencia en que Jesús sabe todo lo que va a venir, Juan quiere subrayar, feo-
lógicamente, que toda la vida de Jesús fue una entrega. Su muerte fue conse-
cuencia de su obrar; de un obrar que, aun viendo venir la muerte -por los
conflictos que su actuación causaba- y contando con ella, no se apartó de su c a -
mino. N o significa que, históricamente, conociera todas las cartas de antemano.
Pues esto sería concebir la Pasión c o m o una comedia, en la que Jesús represen-
taría un papel que no c o i n c i d e c o n lo que íntimamente está viviendo».

253
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

J u a n d e s c u b r e , e n el m o m e n t o m i s m o d e la entrega del H i j o ,
el a c t o d e solidaridad m á x i m a d e D i o s c o n nosotros, el a c t o d e p u -
ro á g a p e , e n el q u e D i o s p a r t i c i p a d e nuestra suerte. Ese a c t o d e
entrega es e n sí m i s m o r e v e l a c i ó n : D i o s es amor. En esa entrega se
v e q u e nos a m ó hasta el f i n .

P a r a d ó j i c a m e n t e , e n el e v a n g e l i o d e J u a n , la gloria del R e y es
ser a m o r s o l i d a r i o c o n lo d é b i l , c o n nosotros, h o m b r e s frágiles d e
barro y n e c e s i t a d o s d e amor.

2. San Lucas: Jesús es el compasivo que suscita compasión


S a n L u c a s es el evangelista d e la c o m p a s i ó n . En su e v a n g e l i o
nos presenta al Jesús d e la m i s e r i c o r d i a ; y es el autor q u e r e c o g e
m á s p a r á b o l a s sobre el p e r d ó n . Jesús a p a r e c e e n su e v a n g e l i o c u -
r a n d o e n f e r m e d a d e s y d o l e n c i a s . P r e c i s a m e n t e por su interés e n
las c u r a c i o n e s , la t r a d i c i ó n p o p u l a r llegó a d e c i r d e él q u e era m é -
d i c o . En r e a l i d a d , su interés está e n presentarnos a Jesús c o m o m é -
dico de cuerpo y alma.

T a m b i é n e n su relato d e la Pasión nos d i b u j a r á u n Jesús c o m -


p a s i v o : su P a s i ó n es nuestra c u r a c i ó n .

L u c a s subraya e n su relato la p r e s e n c i a d e personajes s o b r e


los q u e Jesús, a u n sufriendo, v u e l c a su c o m p a s i ó n :

- nos h a b l a d e las m u j e r e s q u e le salen al paso, e n el c a m i -


n o d e l C a l v a r i o , y a las q u e Jesús d i c e : « L l o r a d m á s b i e n
por vosotras y por vuestros h i j o s » ;

- nos habla del b u e n l a d r ó n , a q u i e n Jesús, c o m p a d e c i d o , le


regala su R e i n o : « H o y estarás c o n m i g o e n el Paraíso»;

- nos h a b l a d e J e s ú s , q u e se c o m p a d e c e d e los q u e le m a -
tan y p i d e al P a d r e : « P e r d ó n a l o s , p o r q u e n o s a b e n lo q u e
hacen».

Toda esa c o m p a s i ó n d e r r a m a d a h a c e e x c l a m a r al c e n t u r i ó n ,
al p i e d e la c r u z , c o m p a d e c i d o : «Ese h o m b r e era justo». P o r q u e e n
el relato d e L u c a s , Jesús es el c o m p a s i v o q u e suscita c o m p a s i ó n ;
c o m p a s i ó n , c o m o la q u e sentía « u n a gran m u l t i t u d del p u e b l o y
las m u j e r e s q u e se d o l í a n y se l a m e n t a b a n por É l » . Y, por eso, hay
q u e a y u d a r l e a llevar la c r u z , c o m o h a c í a S i m ó n d e C i r e n e .

254
L O S RELATOS DE LA PASIÓN

El e v a n g e l i o según san L u c a s nos e n s e ñ a a llevar la c r u z ,


c o m p a s i v a m e n t e , allí d o n d e la e n c o n t r e m o s , entre los c r u c i f i c a d o s
d e la tierra. N o s e n s e ñ a a ser c i r i n e o s ; a sostener sobre nuestras e s -
p a l d a s a t o d o s los fatigados, c a n s a d o s y c o n d e n a d o s d e este m u n -
d o c o n q u i e n e s nos e n c o n t r e m o s .

3. San Mateo: La esperanza que llega por caminos crucificados3

Jesús es el Esperado, q u e trae e s p e r a n z a , p e r o lo h a c e por c a -


m i n o s inesperados.

Él es r e a l m e n t e el Esperado; e n Él se c u m p l e lo a n u n c i a d o por
los profetas. D e l m i s m o m o d o q u e el e v a n g e l i o d e M a t e o está s a l -
p i c a d o d e citas d e l A.T., t a m b i é n su relato d e la P a s i ó n , e n seis
o c a s i o n e s , nos remite al c u m p l i m i e n t o e n Jesús d e lo d i c h o e n las
Escrituras ( M t 2 6 , 2 4 . 3 1 . 5 4 . 5 6 ; 2 7 , 9.35).

Jesús es el M e s í a s , el H i j o d e D a v i d , el R e y d e Israel; p e r o su
m e s i a n i s m o n o es n a c i o n a l i s t a , p o l í t i c o , t r i u n f a l m e n t e liberador
del y u g o r o m a n o . Es un M e s í a s q u e , i n e s p e r a d a m e n t e y a la contra
d e las expectativas j u d í a s o f i c i a l e s o p o p u l a r e s , t i e n e el rostro del
H i j o d e l h o m b r e , d e l S i e r v o sufriente a n u n c i a d o por Isaías ( M t 8,
17; 1 2 , 1 5 - 2 1 ; 17, 5).

Jesús es más q u e M e s í a s : es el H i j o d e D i o s . Este título cristoló-


gico es para M a t e o el q u e mejor expresa q u i é n es Jesús. Así es c o m o
le identifica la v o z del c i e l o e n el bautismo ( M t 3, 17) y e n la transfi-
guración ( M t 17, 5); así a p a r e c e desde su infancia ( M t 1 , 18-25; 2,
15); así le r e c o n o c e n sus discípulos ( M t 14, 3 3 ; 16, 16) y así f i n a l -
mente lo r e c o n o c e r á n el centurión r o m a n o y los soldados al pie d e la
cruz ( M t 2 7 , 54). Pero así no lo r e c o n o c i e r o n sus adversarios judíos
( M t 4 , 3.6; 2 7 , 40.43). Ellos le invitan a manifestarse c o m o H i j o m o s -
trando su poder, pero Jesús revela su c o n d i c i ó n d e H i j o e n la o b e -
diencia al Padre ( M t 2 6 , 36-46), c u y a voluntad es su n o r m a d e v i d a .

Jesús es, p u e s , el E s p e r a d o q u e d e f r a u d a las e s p e r a n z a s ; por


eso es r e c h a z a d o . L e l l a m a n « M e s í a s » , « R e y » , « H i j o d e D i o s » , pe-

1
Estas líneas sobre la Pasión según S. M a t e o deben mucho a la introduc-
ción y comentario que hace a este evangelio S. G U I J A R R O e n : Comentario al
Nuevo Testamento, La Casa de la Biblia, Atenas-PPC-Sígueme-Verbo Divino, Es-
tella (Navarra) 1995.

255
Ei. HIJO os DARÁ LA LIBERTAD

ro b u r l á n d o s e . Y así e n la n o c h e d e p a s i ó n le d a b a n bofetadas
mientras d e c í a n : « ¡ M e s í a s , a d i v i n a q u i é n te ha g o l p e a d o ! » ( M t 2 6 ,
67-68). Y a n t e É l , c o r o n a d o d e e s p i n a s , se a r r o d i l l a b a n b u r l e s c a -
m e n t e e x c l a m a n d o : « ¡ S a l v e , R e y d e los j u d í o s ! » ( M t 2 7 , 2 5 ) . Y al
p i e d e la c r u z , los transeúntes y los sacerdotes se m o f a b a n d i c i e n -
d o : « ¡ S i eres H i j o d e D i o s , baja d e la c r u z ! » . Ese m o d o d e ser M e -
sías, R e y e H i j o d e D i o s d e c e p c i o n a n . Y, c o m o c o n s e c u e n c i a d e l
d e s e n g a ñ o , el p u e b l o p r o n u n c i a la t r e m e n d a frase e n el m o m e n t o
s u p r e m o del r e c h a z o : « N o s o t r o s y nuestros hijos nos h a c e m o s res-
p o n s a b l e s d e esa muerte» ( M t 2 7 , 2 5 ) .

Pero Jesús, el Esperado o b e d i e n t e , n o traiciona la v o l u n t a d del


Padre: n o lo revela c o m o poder. S e resiste a manifestar a p a r a t o s a -
m e n t e su d i v i n i d a d y elige el c a m i n o d e la o b e d i e n c i a hasta el f i -
nal a la v o l u n t a d del Padre, a s u m i d a e n la hora a m a r g a d e G e t s e -
m a n í . Jesús se entrega y es e n t r e g a d o a esa v o l u n t a d (el v e r b o
«entregar» r e c o r r e el relato m a t e a n o d e la P a s i ó n : M t 2 6 , 14-
15.21.23-24; 2 7 , 2.4.18.26).

M a t e o nos presenta, p u e s , a un Jesús q u e a c e p t a c o n s c i e n t e y


p l e n a m e n t e su d e s t i n o , p o r q u e , a pesar d e q u e está u r d i d o por la
m a l d a d h u m a n a , r e s p o n d e al d e s i g n i o d e D i o s q u e ya h a b í a sido
anunciado.

Y es así c o m o el Esperado trae e s p e r a n z a . P o r q u e , a u n q u e p a -


rezca d e s a m p a r a d o , D i o s , q u e es Padre - y la p a t e r n i d a d d e D i o s es
u n a c o n s t a n t e del e v a n g e l i o d e M a t e o - , n o a b a n d o n a a su H i j o .
D i o s está presente. L o está e n el grito d e Jesús e n la C r u z q u e son
las p a l a b r a s del c o m i e n z o d e l S a l m o 2 2 , q u e a c a b a c o n u n a o r a -
c i ó n d e c o n f i a n z a . Los signos q u e a c o m p a ñ a n la m u e r t e d e Jesús
(el v e l o del t e m p l o rasgado, los s e p u l c r o s abiertos, la r e s u r r e c c i ó n
d e m u c h o s . . . ) son los q u e , según las c r e e n c i a s j u d í a s , a n u n c i a r í a n
la m a n i f e s t a c i ó n d e D i o s al final d e los t i e m p o s ; d e ese m o d o M a -
teo nos d i c e q u e D i o s n o ha a b a n d o n a d o esa m u e r t e , sino q u e e n
ella se ha d a d o la m a n i f e s t a c i ó n del D i o s amor, n o del D i o s poder.
F i n a l m e n t e , la c o n f e s i ó n d e l c e n t u r i ó n y sus a c o m p a ñ a n t e s es la
p r o c l a m a c i ó n d e la v e r d a d e r a i d e n t i d a d d e J e s ú s : H i j o d e D i o s .
D i o s , p u e s , ha e s t a d o presente e n el C a l v a r i o , a c o g i e n d o grata-
m e n t e la entrega o b e d i e n t e d e Jesús, su H i j o .

Será u n a muerte f e c u n d a . G r a c i a s a esa m u e r t e o b e d i e n t e , n a -


c e r á u n p u e b l o n u e v o . La Iglesia será el n u e v o Israel, c o n v o c a d o

256
Los KM AI'os DI i \ PASIÓN

por Jesús; será la v e r d a d e r a d e s c e n d e n c i a de A b r a h a m y heredará


la m i s i ó n del a n t i g u o e infiel Israel ( M t 2 1 , 43) d e a n u n c i a r la b u e -
na noticia a todas los h o m b r e s ( M t 2 8 , 16-20).

La e s p e r a n z a q u e traía el E s p e r a d o se ha c u m p l i d o , pero ha
llegado por c a m i n o s c r u c i f i c a d o s .

4. San Marcos: Fidelidad de Jesús cuando la divinidad se esconde

S a n M a r c o s es el evangelista q u e más insiste e n q u e la d i v i n i -


d a d se e s c o n d e . S u n a r r a c i ó n t i e n e una crudeza agria y un talante
d r a m á t i c o . R e c o g e el « e s c á n d a l o d e la cruz» tal c o m o lo debió v i -
vir la primera c o m u n i d a d cristiana.

S e d e t i e n e e n los p o r m e n o r e s afrentosos: el m i e d o y la angus-


tia d e Jesús e n G e t s e m a n í ; los salivazos, las burlas y las espinas...
Y, sobre t o d o , a c e n t ú a el a b a n d o n o d e Jesús. Jesús es traicionado y
a b a n d o n a d o . Jesús se q u e d a solo. Y así:

- los d i s c í p u l o s se d u e r m e n e n Getsemaní;

- J u d a s lo v e n d e c o n un beso;

- P e d r o - l o narra m i n u c i o s a m e n t e M a r c o s - lo niega tres


veces;

- el p u e b l o grita: q u e su sangre caiga sobre nosotros;

- y el Padre p a r e c e estar lejos y ausente. M a r c o s , junto c o n


M a t e o , p o n e e n b o c a d e Jesús el grito del S a l m o 22: « D i o s
m í o , D i o s m í o , ¿por q u é m e has a b a n d o n a d o ? » .

Jesús es el justo sufriente q u e c l a m a a Dios, y éste parece no


e s c u c h a r l e . Lo p a r e c e , pero no es así. Porque Jesús es el Justo q u e ,
e n m e d i o d e la s o l e d a d , del s i l e n c i o , del a b a n d o n o y la traición, se
m a n t i e n e fiel a D i o s . Y D i o s , el Padre, acepta gratamente esta f i d e -
lidad absoluta, y lo a c o g e . Y lo p r o c l a m a -por b o c a del centurión
q u e está al p i e d e la c r u z - : « V e r d a d e r a m e n t e , este hombre es H i -
jo de Dios».

Así c o m p r e n d e m o s q u e ese s i l e n c i o y aparente abandono d e


D i o s no es otra c o s a q u e la « d i s c r e c i ó n » d e D i o s :

- d e un D i o s q u e se e s c o n d e para q u e el h o m b r e lo busque
(y lo e n c u e n t r e , c o m o le o c u r r i ó al centurión);

257
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

- d e u n D i o s q u e se e s c o n d e - y n o i n t e r v i e n e - , p o r q u e res-
peta « d i s c r e t a m e n t e » la libertad d e los h o m b r e s , d e los
q u e q u i e r e respuestas libres y a m o r o s a s , n o o b l i g a d a s .

Esa « d i s c r e c i ó n » d e D i o s -su s i l e n c i o - no es otra cosa q u e la


h o n d u r a d e su a m o r : D i o s se d e j a arrebatar al H i j o , e n s i l e n c i o ,
por a m o r a los h o m b r e s .

4. San Pablo: La reconciliación costosa

Para P a b l o , la Pasión significa u n a r e c o n c i l i a c i ó n costosa. Y


¿ q u é es r e c o n c i l i a c i ó n ? 4

a) Es p a z . C u a n d o Jesús n a c í a , c a n t a b a n los á n g e l e s : ¡Paz a


los h o m b r e s ! J e s ú s v e n í a a traer la p a z . En la c r u z , c o n su m u e r -
te, la ha c o n q u i s t a d o . P a b l o e x c l a m a r á : «Él es nuestra p a z » (Ef 2 ,
13-18).

b) Es l i b e r a c i ó n . P o r q u e d e e n e m i g o s q u e é r a m o s nos ha h e -
c h o hijos; y d e e s c l a v o s y a l i e n a d o s , nos ha h e c h o libres.

Pablo será el c a n t o r d e esa libertad regalada q u e la m u e r t e e n


c r u z nos ha traído: la libertad d e los hijos d e D i o s . H e m o s sido r e -
d i m i d o s para ser liberados d e nuestros propios intereses -dirá S a n
Pablo e n la carta a los Filipenses: « N o os encerréis e n vuestros p r o -
pios intereses, sino b u s c a d todos el interés d e los d e m á s » (Fil 2,4).
H e m o s sido, p u e s , r e d i m i d o s , l i b e r a d o s ; y e s o significa q u e la l i -
b e r a c i ó n n o consiste e n u n a s i m p l e m u e r t e del interés, s i n o m á s
b i e n e n u n a t r a n s f o r m a c i ó n d e l interés q u e le h a c e pasar d e ser
« a m o r p r o p i o » a ser « c a r i d a d » (liberados para liberar).

c) Es u n a r e d e n c i ó n costosa. D i o s nos ha r e d i m i d o y para r e -


c u p e r a r n o s ha p a g a d o un p r e c i o .

S a n P e d r o dirá: « O s rescataron d e vuestra v i d a idolátrica n o


c o n o r o ni c o n plata p e r e c e d e r o s , s i n o c o n la sangre p r e c i o s a d e l
M e s í a s , c o r d e r o sin d e f e c t o y sin m a n c h a » (1 P e 1 , 19). P a b l o r e -
c a l c a r á t a m b i é n : « H a b é i s sido c o m p r a d o s p a g a n d o u n gran p r e -
c i o » (1 C o r 6, 2 0 ) .

4
Cf. L. M . A R M E N D Á R I Z , «La redención: síntesis de libertad y pertenen-
cia»: Razón y Fe 215 (1987) 355-370.

258
L O S RELATOS DE LA PASIÓN

H e m o s sido costosos para D i o s : le h e m o s c o s t a d o el H i j o .


C o n esta metáfora del p r e c i o , Pablo resalta lo m u c h o q u e D i o s nos
q u i e r e ; la p r o f u n d i d a d del a m o r q u e nos t i e n e : s o m o s valiosos p a -
ra D i o s . Y, si es v e r d a d q u e tanto v a l e m o s c u a n t o somos a m a d o s , la
Pasión d e Cristo da la p r u e b a definitiva d e nuestra incalculable
dignidad de hombres.

d) P e r t e n e n c i a . P e r t e n e c e m o s a A q u é l q u e nos ha a d q u i r i d o :
s o m o s d e D i o s y d e Cristo. Él es nuestro ú n i c o Señor.

Pero esa p e r t e n e n c i a es m u t u a , p o r q u e t a m b i é n D i o s nos ha


entregado su Espíritu, para q u e , a d e n t r á n d o n o s e n la r e l a c i ó n filial,
seamos partícipes d e su m i s m a v i d a . Así, t a m b i é n Él nos p e r t e n e c e .

* * *

L e y e n d o estos relatos y textos, sintamos a g r a d e c i m i e n t o . ¿ C ó -


m o n o d a r l e gracias por su P a s i ó n , q u e nos aporta su a m o r s o l i d a -
rio, su c o m p a s i ó n c o n t a g i o s a , su e s p e r a n z a c r u c i f i c a d a , la d i s c r e -
c i ó n d e su a m o r y la r e c o n c i l i a c i ó n costosa y liberadora?

Y, s i m u l t á n e a m e n t e , s i n t á m o n o s c o m p r o m e t i d o s . D e c í a Pas-
c a l : «Cristo sigue e n a g o n í a » . S i n t á m o n o s , por lo tanto, c o m p r o -
m e t i d o s c o n esa a g o n í a d e Cristo hoy y h a g a m o s d e nuestra v i d a
una tarea redentora.

Y, a g r a d e c i d o s y c o m p r o m e t i d o s :

- v a y a m o s a v o l c a r s o b r e t o d o ser h u m a n o q u e sufre n u e s -
tro a m o r solidario;

- s e a m o s c i r i n e o s q u e a y u d a n a llevar c r u c e s ;

- a c u d a m o s a s e m b r a r e s p e r a n z a , a u n q u e para e l l o d e b a -
m o s recorrer c a m i n o s d e c r u c i f i x i ó n ;

- p r o c l a m e m o s la f i d e l i d a d d e D i o s , c u a n d o la d i v i n i d a d se
e s c o n d e por respeto a m o r o s o a nuestra libertad;

- y l u c h e m o s por forjar u n a s o c i e d a d d e r e c o n c i l i a d o s , e n
¡a q u e los h o m b r e s sean libres c o n la libertad d e los hijos
de Dios.

259
17
LAS MANOS ATADAS DE JESÚS

« A este H o m b r e lo v a n a entregar e n m a n o s d e los h o m b r e s


y lo m a t a r á n » ( M e 9, 3 1 ) . P o d e m o s v e r c ó m o se c u m p l e esta fra-
se, l i t e r a l m e n t e , e n la n o c h e a m a r g a d e J e s ú s ; c u a n d o las m a n o s
d e los h o m b r e s lo z a r a n d e a n , se lo p e l o t e a n , se lo p a s a n . Y Jesús
va d a n d o t u m b o s d e t r i b u n a l e n t r i b u n a l q u e s u c e s i v a m e n t e le
condenan.

V e á m o s l o c o n e s e e n c a d e n a m i e n t o - d e l q u e nos h a b l a S a n
I g n a c i o - d e «sentir, h a c e r y p a d e c e r » . S i n t a m o s - « d o l o r c o n Cristo
d o l o r o s o , q u e b r a n t o c o n Cristo q u e b r a n t a d o » [ 2 0 3 , 1 9 5 ] - y, al
sentirlo, d i g á m o n o s : ¿ q u é tengo y o q u e h a c e r y p a d e c e r por C r i s -
to, por un Cristo q u e p r o l o n g a su Pasión e n los injustamente c o n -
d e n a d o s d e este m u n d o ? \

H a g a m o s esta c o n t e m p l a c i ó n s a b i e n d o q u e n o soy un m e r o
espectador c o m p a s i v o , sino t a m b i é n un protagonista. Es a l g o q u e
m e c o n c i e r n e : y o tengo q u e v e r c o n lo q u e le pasa al Señor.

S a n P a b l o d i c e : « M e a m ó y se entregó p o r m í » ( G a l 2, 2 0 ) . Y
el e v a n g e l i o d e S a n J u a n afirma: « H a b i e n d o a m a d o a los suyos, los
a m ó hasta el fin» (Jn 1 3 , 1). Y nosotros s o m o s d e los suyos. Y tam-

1
Sobre la importancia de este encadenamiento para la identificación con
Cristo y para estar con los crucificados de este mundo, cf. J . M . R A M B L A , « H a -
a

cer y padecer... Aportación de los Ejercicios a una pedagogía de la solidaridad»:


Manresa 61 (1989) 195-208.

261
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

b i e n : « N a d i e t i e n e m a y o r a m o r q u e el q u e da la v i d a por sus a m i -
gos» (Jn 1 5 , 13). Y a nosotros nos ha l l a m a d o a m i g o s .

Es algo, pues, q u e m e interpela y afecta. En esto insiste S a n I g -


n a c i o , resaltando el «por m í » : « d e tanta p e n a q u e Cristo p a s ó p o r
m í » [ 2 0 3 ] , « c o n s i d e r a r c ó m o t o d o esto p a d e c e p o r mis p e c a d o s »
[ 1 9 7 ] , « p o r mis p e c a d o s va el S e ñ o r a la Pasión» [ 1 9 3 ] . Y ese «por
mí» lo r e s u m e , s o b r e t o d o , e n el n a c i m i e n t o , c u a n d o sintetiza la
c o n f l i c t i v i d a d d e la v i d a d e Jesús y nos d i c e : « M i r a r lo q u e h a c e n
para q u e el S e ñ o r sea n a s c i d o e n s u m a p o b r e z a y, al c a b o d e t a n -
tos trabajos, h a m b r e , s e d , calor, frío, injurias y afrentas, para m o -
rir e n c r u z ; y t o d o esto p o r mí» [ 1 1 6 ] . A u n q u e y o n o soy, e n estas
c o n t e m p l a c i o n e s d e la P a s i ó n , el c e n t r o d e ellas - t a m p o c o lo son
mis p e c a d o s - , p i d a m o s sentir el «por m í » .
2

En esa n o c h e d o l o r o s a , e n la q u e Jesús pasa d e m a n o e n m a -


n o , « d e t r i b u n a l e n t r i b u n a l » , r e c i b e u n a triple c o n d e n a : p o l í t i c a
(por r e b e l d e ) , religiosa (por b l a s f e m o ) , m o r a l (se q u e d a s o l o , p o r -
q u e ha d e c e p c i o n a d o ) . 3

En un r e c u a d r o a d j u n t o , insinúo s o l a m e n t e a l g u n o s textos bí-


b l i c o s y u n o s puntos e n los q u e p o d r í a a p o y a r s e u n a c o n t e m p l a -
c i ó n q u e a c o m p a ñ a r a a Jesús por los « t r i b u n a l e s » . Resalto ú n i c a -
m e n t e la triste paradoja q u e s u p o n e c a d a u n a d e esas c o n d e n a s :

- El q u e había p r e d i c a d o el R e i n o , q u e era - y e s - la c o m u n i -
d a d d e hermanos soñada por el Padre: una « c i u d a d auténti-
c a m e n t e h u m a n a » , fraterna y c o n v i v e n c i a l , es c o n d e n a d o
c o m o rebelde político, c o m o a m e n a z a para la c o n v i v e n c i a ,
y es sentenciado a morir fuera d e la c i u d a d c o m o ¡nsolidario.

- El q u e h a b í a v e n i d o a m a n i f e s t a r n o s q u e D i o s es A m o r y
es Padre, es c o n d e n a d o , «en n o m b r e d e D i o s » , por las a u -
t o r i d a d e s religiosas.

2
Recordemos lo que dijimos en la «Introducción» a la contemplación de
estos misterios, al hablar de las «mirillas»: el acento en ellas está en desear una
honda experiencia de cuánto nos ama Jesús a pesar de que somos pecadores. En
la contemplación de la Pasión («Tercera Semana»), el deseo consiste en compar-
tir lo más posible la pasión de Jesús. El acento se pone en lo que Jesús sintió y su-
frió, y en pedirle que me lo revele (que me lo haga sentir).
3
Sobre la condena política y la condena por blasfemia, cf. J . I. G O N Z Á L E Z
FAUS, Acceso a Jesús, Sigúeme, Salamanca 2 edic. 1970, pp. 80-85.
a

262
L A S MANOS ATADAS DE JESÚS

_ El q u e había l l a m a d o «amigos» a sus discípulos es a b a n d o -


n a d o - « h u y e r o n t o d o s » - ; t a m b i é n una gran parte del p u e -
blo, agitado por la aristocracia sacerdotal, se o l v i d a d e los
m o m e n t o s e n q u e se a g o l p a b a para oírle y d e c ó m o se a d -
miraba d e su a u t o r i d a d , y ahora le c o n d e n a y grita: « ¡ F u e -
ra ése, suéltanos a B a r r a b á s ! ¡A la c r u z , a la c r u z c o n é l ! » .

Y ¿ c u á l es la r e a c c i ó n d e Jesús? M a n t i e n e hasta el final la f i d e -


lidad al Padre, y a la causa del Padre, q u e es la filiación y fraternidad
del ser h u m a n o . A p r e n d a m o s d e esa actitud, para m a n t e n e r l a t a m -
bién nosotros, c u a n d o tantas v e c e s e n la vida seremos llevados ante
los «tribunales» q u e nos c o n d e n a r á n injustamente. M e d i t e m o s t a m -
bién e n las c o n d e n a s q u e , t a m b i é n nosotros, tan injustamente i m -
partimos a los d e m á s , y p i d a m o s perdón y fuerza para n o repetirlas.

LA C O N D E N A

1. Condena política:
M e 15, 26: «Rey de los Judíos».
Le 23, 2: Amotina a nuestra nación.
Jn 10, 22-39: ¡Todos van a creer en El!

2. Condena por blasfemia:


Jn 19, 7: Te haces Dios.
Jn 10, 22-39: Pisoteas la Ley.

3. Condena de la decepción:
M e 14, 43-52: Huyeron todos.
M e 14, 66-72: Negaciones de Pedro.
Le 23, 5-26: Grito del pueblo: «¡Crucifícale!

4. Reacción de Jesús:
Le 23, 46; 1 Pe 2, 23; Is 53, 7-8: Maltratado, no abría la boca.

5. Nuestras condenas:
- También nosotros en la vida pasaremos por los «tribunales»:
El discípulo debe estar donde está el Maestro (Jn 12, 20-33;
M t 10, 24).
- También nosotros impartimos condenas injustas: N o condenéis
y no seréis condenados (Mt 7, 1-2; 7, 12: la «regla de oro»).

263
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

P e r o , c o m o d e c í a a n t e r i o r m e n t e , a h o r a m e v o y a c e ñ i r a un
m o m e n t o c o n c r e t o d e esa n o c h e . M e c o n c e n t r a r é n o e n las m a n o s
d e los h o m b r e s , sino e n las m a n o s d e J e s ú s . La n o c h e d e l p r e n d i -
m i e n t o ataron a J e s ú s : « e n t o n c e s la c o h o r t e , el tribuno y los g u a r -
dias d e los j u d í o s p r e n d i e r o n a Jesús y le ataron» (Jn 18, 11).

Este h e c h o i m p r e s i o n ó a I g n a c i o . Y, a pesar d e su p a r q u e d a d y
l a c o n i s m o , lo resalta d o s v e c e s e n las b r e v e s líneas q u e d e d i c a al
p r e n d i m i e n t o y al c o m i e n z o d e l d u r o itinerario d e Jesús por los tri-
b u n a l e s q u e lo c o n d e n a n .

[292] 1 . «Lo llevan atado desde casa de Anas a casa de Caifas»


2. «Estuvo toda aquella noche atado»

Q u e esas m a n o s o m n i p o t e n t e s d e C r i s t o , e n las q u e d e b í a
p o n e r t o d a su e s p e r a n z a la C o m p a ñ í a d e Jesús q u e él h a b í a f u n -
d a d o , e s t u v i e r a n i m p o t e n t e s y a t a d a s , a I g n a c i o le llegaba al c o -
4

razón.

S a n J u a n repite e n el e v a n g e l i o - i n c l u s o e n la m i s m a n o c h e
del p r e n d i m i e n t o - q u e «el Padre t o d o lo había puesto e n m a n o s d e
Jesús» y «Jesús lo s a b í a » :

Jn 3, 34-35: «...nos da el Espíritu sin medida. El Padre ama al H i -


jo y ha puesto todo en sus manos»
Jn 10, 2 7 - 2 8 : «Nadie arrebatará de mi mano las ovejas que me
ha dado el Padre»
Jn 13, 3: (antes del lavatorio de los pies) «Sabiendo que el Padre
lo había puesto todo en sus manos»

Y, sin e m b a r g o , esa n o c h e , a pesar d e c o n t a r c o n t o d o el p o -


der, Jesús r e n u n c i a a la fuerza por amor. Es i m p o t e n t e : es a m o r q u e
r e n u n c i a al poder.

A c e r q u é m o n o s c o n t e m p l a t i v a m e n t e a e s e misterio: J e s ú s , el
Señor, t i e n e las m a n o s a t a d a s . H a g á m o s l o e m p l e a n d o la «triple
mirilla» q u e nos o f r e c e I g n a c i o para c o n t e m p l a r la Pasión:

4
En las Constituciones de la Compañía de Jesús [812, 1 0 parte) se afir- a

ma: «Porque la Compañía, que no se ha instituido c o n medios humanos, no pue-


de conservarse ni aumentarse c o n ellos, sino con la mano omnipotente de Cris-
to Dios y Señor nuestro, es menester en El solo poner la esperanza de que El haya
de conservar y llevar adelante lo que se dignó comenzar para su servicio y ala-
banza y ayuda de las ánimas».

264
L A S MANOS ATADAS DE JESÚS

[195] 1 . Considerar lo que Cristo nuestro Señor padesce en la hu-


manidad o quiere padescer. Y esforzarme a doler, tristar y llorar.
[196] 2. Considerar cómo la Divinidad se esconde, es a saber,
cómo podría destruir a sus enemigos, y no lo hace, y cómo deja
padecer la sacratísima humanidad tan crudelísimamente.
[197] 3. Considerar cómo todo esto padece por mis pecados...
y qué debo yo hacer y padecer por él.

«Consideremos», pues, sabiendo que «considerar» significa


«mirar c o n el c o r a z ó n » esas m a n o s d e Cristo a t a d a s . ¿ Q u é sentía
Jesús? ¿ Q u é significa para la h u m a n i d a d y para m í m i s m o el q u e el
S e ñ o r esté «toda la n o c h e a t a d o » ?

Para entrar e n la p r o f u n d i d a d d e ese misterio, v o y a h a c e r


unas s e n c i l l a s reflexiones s o b r e las m a n o s y, m u y e s p e c i a l m e n t e ,
sobre las m a n o s d e Jesús.

S e c u e n t a u n a b e l l a historia d e A l b e r t o D u r e r o : «Tanto él c o -
m o su a m i g o Franz Kónigstein l u c h a b a n por convertirse e n artistas.
C o m o a p e n a s d i s p o n í a n d e f o n d o s para p o d e r estudiar, d e c i d i e r o n
q u e u n o d e e l l o s buscaría un e m p l e o y s u b v e n c i o n a r í a al otro h a s -
ta q u e se hubiera f o r m a d o . E n t o n c e s éste ú l t i m o v e n d e r í a sus c u a -
dros para costear la e d u c a c i ó n del otro. E c h a r o n suertes y la for-
tuna f a v o r e c i ó a D u r e r o , mientras q u e Franz se p u s o a trabajar.
C u a n d o el p r i m e r o c o n s i g u i ó bastante d i n e r o c o n la v e n t a d e sus
c u a d r o s , q u i s o c u m p l i r su trato. Pero f u e ya i m p o s i b l e : las m a n o s
del b u e n Kónigstein h a b í a n sido d e f o r m a d a s por su trabajo m a n u a l
y t u v o q u e a b a n d o n a r su s u e ñ o a r t í s t i c o . . . U n día, D u r e r o sor-
p r e n d i ó a su a m i g o d e rodillas e n a c t i t u d d e o r a c i ó n y d e l i n e ó
unas m a n o s orantes q u e se h a n c o n v e r t i d o e n una d e las obras m á s
c o n o c i d a s del gran pintor a l e m á n » . 5

La a n é c d o t a d e la historia d e A l b e r t o D u r e r o y su a m i g o Franz
Kónigstein es i l u m i n a d o r a . A l pintar las m a n o s del a m i g o , D u r e r o
quiso « i n m o r t a l i z a r » las m a n o s q u e , gastándose por é l , le p o s i b i l i -
taron su v i d a d e artista. A l c o n t e m p l a r l a s , a g r a d e c i d o , r e c o r d a r í a
su sacrificio. Esta a n é c d o t a nos «sitúa» e n la c o n t e m p l a c i ó n d e las
m a n o s d e Jesús, q u e se s a c r i f i c a r o n por mí.

5
Tomo esta anécdota de J . G A F O , En todo amar y servir. Comentario a los
textos litúrgicos del Ciclo B, Mensajero, Bilbao 1996, p. 11 5: tercer domingo de
Pascua, «Mirad, palpad».

265
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Las m a n o s han d e s e m p e ñ a d o un p a p e l i m p o r t a n t e e n la e v o -
l u c i ó n h u m a n a : u n a d e las c o n s e c u e n c i a s d e la a d q u i s i c i ó n d e la
postura erecta e n los h o m í n i d o s es q u e e l l o les p e r m i t e liberar las
m a n o s . El primer ser h u m a n o f u e el « H o m o h a b i l i s » , c a p a z d e fa-
bricar los incipientes instrumentos. Tras un largo p r o c e s o , llegamos
a los refinados objetos d e nuestra era i n f o r m á t i c a .

Pero, a d e m á s d e para m a n e j a r instrumentos, las m a n o s se


c o n v i e r t e n e n v e h í c u l o d e expresión para los m e j o r e s y m á s bellos
sentimientos h u m a n o s .

¿ Q u é expresaron las m a n o s d e Jesús, esas m a n o s q u e estaban


atadas?

En los e v a n g e l i o s , a p a r e c e n 74 pasajes e n los q u e se h a b l a e x -


plícita o i m p l í c i t a m e n t e d e las m a n o s d e Jesús. (En M a r c o s , 2 7 v e -
ces; e n M a t e o , 16 v e c e s ; e n L u c a s , t a m b i é n 16 v e c e s ; y e n J u a n , 15
v e c e s ) . ¿ C ó m o a p a r e c e n ? ¿ Q u é h a c e n ? ¿ Q u é expresan? Las m a n o s
d e Jesús a p a r e c e n c o m o :

Manos sanantes

Los Sinópticos subrayan q u e , a la puesta del sol, todos cuantos


tenían enfermos d e diversas d o l e n c i a s se los l l e v a b a n : y É l , p o n i e n -
d o las m a n o s sobre c a d a u n o d e ellos, los curaba (Le 4, 4 0 ; M e 6, 5).

Esas c u r a c i o n e s q u e salían d e las m a n o s d e u n trabajador c a r -


pintero d e j a b a n m a r a v i l l a d o s a sus p a i s a n o s , q u e e x c l a m a b a n :
« ¿ D e d ó n d e le v i e n e esto? ¿ Q u é s a b i d u r í a es ésta q u e le ha sido
d a d a ? ¿ Y esos milagros h e c h o s por sus m a n o s ? ¿ N o es éste el c a r -
pintero?» ( M e 6, 2 ) .

Jesús s a n a b a , d e v o l v í a a la v i d a a j ó v e n e s muertos ( L e 7, 11 -
1 5 ; 8, 49-55; M e 5, 4 1 ) . Y lo h a c í a a u n q u e para e l l o tuviera q u e t o -
c a r lo d e c l a r a d o i m p u r o : y a fuera esto un leproso o un féretro (Le
5, 1 2 ; 7, 11-15; M t 8, 2-3.15; 9, 2 5 ) . Y lo h a c í a , a d e m á s , p r o n u n -
c i a n d o palabras d e á n i m o o d e c o n s u e l o , c u a n d o t o c a b a : « N o l l o -
res» (Le 7, 11-15), « Q u i e r o , q u e d a l i m p i o » ( M t 8, 2-3), « Á b r e t e »
( M e 7, 14), « A h o r a , d a l e d e c o m e r » ( M e 5, 4 1 ; Le 8, 49-51), « ¡ L e -
v á n t a t e ! » ( M e 5, 4 1 ) .

Él pasó, pues, h a c i e n d o el b i e n : «Todo lo ha h e c h o b i e n ; h a -


c e oír a los sordos y hablar a los ciegos» - d e c í a n las gentes- ( M e 7,

266
L A S MANOS ATADAS DE JESÚS

3 7 ) . Y ese b i e n lo h a c í a m o v i d o por la c o m p a s i ó n , apostilla S a n


M a r c o s ( M e 2 0 , 34). La c o m p a s i ó n le llevaba a i m p o n e r las m a n o s .

Incluso e n el m o m e n t o del p r e n d i m i e n t o , esas m a n o s , q u e n o


q u i e r e n utilizar su p o d e r m á s q u e para la c o m p a s i ó n , se entregan
c u r a n d o . Y v o l v i ó a p o n e r e n su sitio la oreja del siervo del S u m o
S a c e r d o t e q u e h a b í a sido c o r t a d a por la e s p a d a d e u n o d e sus d i s -
c í p u l o s (Le 2 2 , 50-51).

Manos liberadoras

Jesús e c h ó fuera a los «espíritus i n m u n d o s » q u e e s c l a v i z a b a n


a las gentes: « P o n í a las m a n o s sobre los e n d e m o n i a d o s y salían d e -
m o n i o s d e e l l o s g r i t a n d o » ( L e 6, 6-10). T a m b i é n a esas personas
atormentadas, una v e z liberadas, las alentaba a e m p r e n d e r un n u e -
v o c a m i n o : las e n d e r e z a b a y las p o n í a c o n sus m a n o s e n p i e ( M t
14, 3 1 ; Le 1 3 , 10-13).

Jesús c o n sus m a n o s t a m b i é n liberó d e angustias y m i e d o s . A


Pedro, c u a n d o se h u n d í a e n el a g u a , p o r q u e tenía m i e d o y n o h a -
bía c o n f i a d o e n la p a l a b r a d e J e s ú s , lo agarró d e la m a n o y le d i o
seguridad ( M t 14, 3 1 ) . A P e d r o , S a n t i a g o y J u a n , q u e e s t a b a n s o -
brecogidos por el m i e d o ante la r e s p l a n d e c i e n t e transfiguración e n
el Tabor, les t o c ó c o n c a r i ñ o d i c i é n d o l e s : L e v a n t a o s , n o tengáis
miedo (Mt 1 7, 7).

T a m b i é n , frente a los t a b ú e s rituales y a las t r a d i c i o n e s deshu-


m a n i z a d o r a s , Jesús quiso ser liberador. Por e l l o , e n un s á b a d o , t o -
c ó c o n su m a n o al h o m b r e q u e tenía la m a n o seca para p r o c l a m a r
q u e «el s á b a d o se ha h e c h o para el h o m b r e y n o el h o m b r e para el
s á b a d o » (Le 6, 6-10; cf. Le 14, 1-6).

S o n m a n o s q u e liberan d e d e m o n i o s , d e ataduras y m i e d o s .

Manos serviciales

Jesús n o q u i s o dejar h a m b r i e n t a a la m u c h e d u m b r e q u e le s e -
g u í a . Le h i z o recostarse s o b r e la h i e r b a . Y c o m o si e s t u v i e r a n y a
sentados e n la mesa d e l R e i n o , t o m ó los p a n e s y los p e c e s ; y los
partió y c o m p a r t i ó c o n e l l o s . Y a ú n sobraron siete c a n a s t a s . Jesús
era el « d i á c o n o » , el servidor d e u n a m u l t i t u d n e c e s i t a d a a la q u e
servía c o n sus m a n o s ( M t 1 4 , 18-19; 1 5 , 3 6 ; M e 6, 4 1 ; Le 9, 16-
1 ?
; J n 6, 11-12).

267
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

En la « ú l t i m a c e n a » y c o m o servidor del R e i n o q u e entregaba


su v i d a para q u e éste llegara d e f i n i t i v a m e n t e , t o m ó c o n sus m a n o s
el p a n y la c o p a y los c o m p a r t i ó c o n sus d i s c í p u l o s , para q u e é s -
tos se i n c o r p o r a r a n a su v i d a y a su destino ( M t 2 6 , 26-27; M e 14,
22-23; Le 2 2 , 14-20).

Esa m i s m a n o c h e , «se quitó sus vestidos y t o m a n d o una toalla


se la c i ñ ó . . . y se p u s o a lavar c o n sus m a n o s los pies d e los d i s c í -
pulos y a secárselos c o n la t o a l l a . D e s p u é s les d i j o : Vosotros t a m -
b i é n d e b é i s lavaros los pies u n o s a otros. P o r q u e os he d a d o e j e m -
p l o para q u e t a m b i é n vosotros h a g á i s c o m o y o h e h e c h o con
vosotros» (Jn 1 3 , 3-15). El d i s c í p u l o d e Jesús d e b e tener, c o m o el
M a e s t r o , m a n o s d e servidor.

Manos que acogen y bendicen

Jesús n o sólo a c o g í a a los p e c a d o r e s y p u b l í c a n o s y los senta-


ba a su m e s a , s i n o q u e f u e s o r p r e n d e n t e m e n t e a c o g e d o r c o n los
p e q u e ñ o s , c o n los n i ñ o s . E n f r e n t á n d o s e a los d i s c í p u l o s q u e trata-
b a n d e evitarlo, Jesús d e c í a : « D e j a d q u e los niños v e n g a n a m í » . Y
c o n sus m a n o s los a c a r i c i a b a , a b r a z a b a y b e n d e c í a . Él los p o n í a e n
m e d i o d e sus d i s c í p u l o s para e n s e ñ a r l e s q u e «el R e i n o d e los C i e -
los es d e los q u e son c o m o los niños» y q u e «el q u e n o r e c i b e el
R e i n o d e D i o s c o m o n i ñ o n o entrará e n é l » . E s t r e c h a n d o a un n i ñ o
e n t r e sus brazos Jesús repetía: «El q u e r e c i b e a u n n i ñ o m e r e c i b e
a mí, y el q u e m e r e c i b e a mí, r e c i b e a A q u é l q u e m e ha e n v i a d o ,
pues el m á s p e q u e ñ o d e entre vosotros, ése es m a y o r » ( M t 19, 14-
1 5 ; M e 9, 3 6 ; 10, 13-16; Le 9, 47-48; 18, 15-1 7).

Manos entregadas y sufrientes

Esas m a n o s se agarraron a la tierra e n el huerto d e G e t s e m a n í ,


mientras Jesús, angustiado, s u p l i c a b a al Padre ( M e 14, 35).

Esas m a n o s f u e r o n atadas y a z o t a d a s . Y e n una d e ellas, la d e -


r e c h a , c o l o c a r o n los s o l d a d o s u n a c a ñ a para h a c e r burla d e É l ;
p u e s , d o b l a n d o la rodilla, le d e c í a n c o n s a r c a s m o : « ¡ S a l v e , R e y d e
los j u d í o s ! » ( M t 2 7 , 2 9 ) .

C a r g ó la c r u z c o n sus m a n o s , c a m i n o d e l G ó l g o t a (Jn 19,


1 7). Y allí, le c r u c i f i c a r o n (Le 2 3 , 3 3 ) . F u e r o n m a n o s e n t r e g a d a s a
la c r u z .

268
L A S MANOS ATADAS DE JESÚS

Manos de un intercesor manirroto

En las a p a r i c i o n e s , el R e s u c i t a d o c o n s e r v a sus llagas. En ellas


se r e c a l c a q u e es Él m i s m o , a u n q u e su v i d a sea a h o r a distinta. P e -
ro el R e s u c i t a d o es el C r u c i f i c a d o ; por e s o ha q u e r i d o m a n t e n e r
sus m a n o s a g u j e r e a d a s .

A los d i s c í p u l o s les «muestra las m a n o s y el c o s t a d o » (Jn 2 0 ,


2 0 ) . Y les dirá c o n insistencia a los d i s c í p u l o s - y a través d e e l l o s
t a m b i é n a nosotros-: « M i r a d mis m a n o s y mis pies» (Le 2 4 , 39).

Por tanto, c u a n d o Jesús es exaltado, constituido S e ñ o r e inter-


cesor, sus llagas y sus m a n o s agujereadas n o han d e s a p a r e c i d o . N o s
ha q u e r i d o dejar un p e r p e t u o testimonio d e q u e sus m a n o s siguen
s i e n d o para nosotros c o m o lo f u e r o n e n su v i d a p ú b l i c a ; pues e n
esas m a n o s entregadas y agujereadas se resumen y c o n c e n t r a n toda
la s a n a c i ó n -«sus llagas nos c u r a r o n » , escribirá S a n Pedro-, el ser-
v i c i o , la l i b e r a c i ó n y la a c o g i d a q u e quisieron expresarnos y o f r e -
cernos. S o n , pues, las m a n o s d e un manirroto - m a n o s a g u j e r e a d a s -
q u e lo dieron t o d o por a m o r a nosotros.

Esas m a n o s , mientras los b e n d e c í a y subía al c i e l o , f u e r o n lo


ú l t i m o q u e v i e r o n los d i s c í p u l o s c u a n d o Jesús a s c e n d i ó al c i e l o
(Le 2 4 , 5 1 ) .

C o n t e m p l e m o s , p u e s , esas m a n o s q u e están atadas. Y, e n p r i -


mer lugar, d i a l o g u e m o s c o n Jesús: ¿ q u é sentía c o n sus m a n o s ata-
das? Q u e Él nos diga por q u é «quería p a d e c e r e s o » .

Y, d e s p u é s , mientras c o n t e m p l a m o s esas m a n o s , q u e y o q u i e -
ro p r o l o n g a r c o n las m í a s , m e d i t e m o s :

- C ó m o la « d i v i n i d a d se e s c o n d e » y r e n u n c i a al p o d e r por
a m o r y por respeto a la libertad h u m a n a , a la q u e le p i d e
una respuesta n o c o a c c i o n a d a sino libre y a m o r o s a .

- ¿ D e q u é somos c a p a c e s los hombres? ¡ S o m o s c a p a c e s d e


atarle las m a n o s a D i o s , a un Jesús, « q u e pasó h a c i e n d o el
bien»!

- V e a m o s c ó m o e n esas m a n o s injustamente atadas se refle-


j a n tantas m a n o s atadas y c o n d e n a d a s a la p o b r e z a , al p a -
ro, al o l v i d o , a la injusticia, al s u f r i m i e n t o . . .

269
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

- P e n s e m o s ¡cuántas v e c e s h e m o s a t a d o las m a n o s d e D i o s
y n o le h e m o s d e j a d o actuar e n nuestra v i d a ! ¡ C u á n t a s v e -
c e s n o h e m o s q u e r i d o agarrarnos a e l l a s !

- P o n d e r e m o s c u á n t o d e b e m o s a esas m a n o s y a su bendita
i m p o t e n c i a . Ellas n o h a n q u e r i d o desatarse y destruirnos,
sino q u e p a c i e n t e m e n t e h a n s e g u i d o o f r e c i é n d o n o s la p o -
derosa d e b i l i d a d d e su amor. Y así nos e n s e ñ a n q u e el s e -
guidor d e Jesús n u n c a p u e d e utilizar sus poderes - s e a n los
q u e s e a n - para destruir, sino q u e ha d e ofrecer e n nuestro
m u n d o la t o z u d a fortaleza y d e b i l i d a d del amor.

- En fin, a b a n d o n é m o n o s e n esas m a n o s atadas d e Jesús. A s í


nuestra v i d a estará e n b u e n a s m a n o s .

270
18
LA MUERTE DE JESÚS

Expongo dos sugerencias para acercarse a la c r u z y muerte d e


Cristo. La primera es una o r a c i ó n sin palabras; una o r a c i ó n d e silen-
c i o , d e a d o r a c i ó n . La segunda sí q u e va a tener palabras; palabras
q u e nos m u e v a n a pedir una «fidelidad c l a v a d a » , c o m o la suya.

I. E c c e D e u s

C o m e n c e m o s por sugerir esa o r a c i ó n s i l e n c i o s a , d e a d o r a -


c i ó n , ante la c r u z , cara a cara c o n el c r u c i f i c a d o . U n a o r a c i ó n q u e
e m p i e z a c u a n d o se h a n a c a b a d o las p a l a b r a s , c u a n d o y a n o nos
q u e d a n palabras q u e d e c i r l e .

N o s p o n e m o s ante E l , c o n c o r a z ó n d e p e q u e ñ o , d e p o b r e , d e
s e n c i l l o , ya q u e s a b e m o s q u e es a ellos a q u i e n e s se les revela el
rostro d e D i o s , y le a d o r a m o s . Es, pues, una o r a c i ó n e n la q u e p r e -
d o m i n a el s i l e n c i o adorador. Y esto ¿por qué?

El desconcierto ante un Dios crucificado

La m u e r t e e n la c r u z r o m p e todos nuestros e s q u e m a s h u m a -
nos, q u i e b r a nuestras expectativas sobre D i o s . U n « D i o s c r u c i f i -
1

c a d o » nos d e s c o n c i e r t a .

1
C. D O M Í N G U E Z , Psicodinámica de los Ejercicios ignacianos, Mensaje-
ro-Sal Terrae, Bilbao-Santander 2003, pp. 254-55: «Si la consideración de la En-

271
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

En la c r u z o se termina toda nuestra fe en D i o s o se a b r e a una


c o m p r e n s i ó n n u e v a y s o r p r e n d e n t e d e su m i s t e r i o . La c r u z o es el
2

e s c a n d a l i z a d o final d e nuestra fe o es su p r o m e t e d o r c o m i e n z o .

C o m o p r e v i n i e n d o y a c o m p a ñ a n d o nuestro desconcierto, apa-


recen en los evangelios, escalonadas, algunas «voces en off» q u e nos
recuerdan lo paradójico, n u e v o y escalofriante q u e es nuestro D i o s :

- Los ángeles, e n el n a c i m i e n t o , ya nos d i c e n q u e ese n i ñ o ,


e n v u e l t o e n p a ñ a l e s y en un pesebre, es D i o s . Es el M e s í -
as, el Cristo, el Salvador.

N o s lo t i e n e n q u e d e c i r d e s d e fuera d e nosotros m i s m o s .

- D e s d e las alturas, e n el B a u t i s m o , nos d i c e n q u e ese h o m -


bre, q u e está en la c o l a c o n los pecadores es el H i j o a m a d o .

N o s lo t i e n e n q u e d e c i r d e s d e fuera d e nosotros m i s m o s .

- U n a v o z d e s d e arriba, e n la Transfiguración, nos d i c e q u e


ese h o m b r e q u e se e n c a m i n a a la Pasión y a la m u e r t e es
el H i j o predilecto.

N o s lo t i e n e n q u e d e c i r d e s d e fuera d e nosotros m i s m o s .

- E n la c r u z , t i e n e q u e ser un c e n t u r i ó n r o m a n o el q u e nos
diga q u e ese c r u c i f i c a d o es el H i j o d e D i o s .

N o s lo t i e n e n q u e d e c i r d e s d e fuera d e nosotros m i s m o s .

carnación nos sitúa ante una representación de Dios que nos aleja de los fantas-
mas infantiles del padre imaginario, la "Tercera S e m a n a " en su conjunto supone
la constatación más rotunda de que el Dios de Jesús es un " D i o s diferente"; no es
un Dios infantil que está ahí para solventar las necesidades y deseos de un Yo que
tiene dificultades para aceptar la condición humana. Es un Dios que, deshacien-
do nuestras construcciones imaginarias sobre Él, se nos revela en el amor que se
expone a la mayor de las debilidades y que, desde ahí, muestra su único poder.
Porque sólo en el poder inerme del amor -según la bella expresión de Dorotea
Sol le— Dios manifiesta su fuerza».
2
Carta pastoral de los obispos vascos, Creer hoy en el Dios de Jesucristo
(Cuaresma-Pascua de Resurrección, 1 986), n° 42: « U n " D i o s crucificado" consti-
tuye una auténtica revolución y nos obliga a cuestionar todas nuestras imágenes
de Dios. El Crucificado no tiene el rostro que nosotros atribuimos a la divinidad.
En la cruz no hay belleza, poder, fuerza, sabiduría, majestad. En la cruz o se ter-
mina nuestra fe en Dios o se abre a una comprensión nueva y sorprendente de su
misterio».

272
L A MUERTE DE JESÚS

D e j é m o n o s l o d e c i r hoy, una v e z m á s . C o n t e m p l e m o s a Jesús


muerto e n la c r u z y, d e s d e la a d o r a c i ó n y el a s o m b r o , e s c u c h e m o s
c ó m o se nos d i c e : Ese ajusticiado es tu D i o s .

Pero ha d e ser d e s d e la a d o r a c i ó n y el a s o m b r o . D e s d e ellos,


D i o s m i s m o - y n o nosotros d e s d e nosotros m i s m o s - nos revelará
q u i é n es Él y la h o n d u r a d e su amor. D e j é m o n o s l o d e c i r d e s p a c i o :
Ese ajusticiado es tu D i o s .

Q u e nos r e v e l e , hasta q u e nos c a l e y nos i m p r e g n e , c ó m o es


su s a b i d u r í a d e la c r u z (1 C o r 1 , 17.31): e s c á n d a l o para los j u d í o s ,
q u e - c o m o n o s o t r o s - esperan q u e D i o s sea poder; l o c u r a para los
griegos, q u e - c o m o n o s o t r o s - c r e e n e s t ú p i d o q u e u n D i o s p u e d a
sufrir y morir.

Q u e nos r e v e l e , e n ese s i l e n c i o s o b r e c o g i d o , esa sabiduría


q u e consiste e n e n t e n d e r y e n p r a c t i c a r a un D i o s q u e es un D i o s
e n t r e g a d o , un D i o s d é b i l , u n D i o s d i s c r e t o , q u e p a r e c e a u s e n t e ,
p e r o q u e es c o m p a ñ e r o , y un D i o s p a t é t i c o . 3

7. El Dios entregado

P o r q u e el N u e v o T e s t a m e n t o h a b l a d e « e n t r e g a » . D i o s es
A q u é l q u e «entregó» a su H i j o por nosotros ( R o m 8, 3 2 ) ; El q u e
tanto a m ó al m u n d o q u e le «entregó» a su H i j o para q u e nos d é v i -
da (Jn 3, 16). N o sólo p a r e c e a b a n d o n a r l o , sino q u e lo « e n t r e g a » .
Esto es i n a u d i t o . Y ¿ q u é significa esta «entrega» y «por nosotros»,
«por a m o r al m u n d o » ? ¿ Q u é significa esa n o i n t e r v e n c i ó n d e D i o s
e n el C a l v a r i o para salvar al H i j o y bajarlo d e la cruz? S e nos q u i e -
re revelar c o n t o d o e l l o a l g o .

¿ P o r q u é D i o s «entrega» al H i j o y n o i n t e r v i e n e ? P a r a d ó j i c a -
m e n t e , p o r q u e D i o s es amor. ¿ P o r q u é D i o s n o a c t ú a para salvar al
H i j o e n el C a l v a r i o ? Por la m i s m a razón por la q u e Jesús n o bajó d e
la c r u z , a pesar d e q u e t o d o s los q u e p a s a b a n j u n t o a ella le grita-
b a n para q u e lo h i c i e r a . ¿ C u á l era esa razón? Q u e Jesús q u e r í a
r e v e l a r n o s , c o m o h a b í a h e c h o a lo largo d e su v i d a , q u e D i o s es

3
Sobre estos cuatro rasgos del «Dios crucificado» cf. J . I. G O N Z Á L E Z
F A U S , La Humanidad Nueva, Sal Terrae, Santander 6 edic. 1984, especialmen-
a

te pp. 118-120, 185-199, 594-602; del mismo autor, Acceso a Jesús, Sigúeme,
Salamanca 2 edic. 1979, especialmente pp. 86-88, 1 56-157, 1 61 -167. En ellas
a

me inspiro.

273
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

amor. Cristo no bajó d e la c r u z no p o r q u e no fuera el H i j o d e D i o s ,


s i n o p r e c i s a m e n t e p o r q u e lo era. Q u e r í a revelar c ó m o es D i o s . Y
4

D i o s es a m o r .
5

4
Cf. C. M . M A R T I N I , Abrahán, nuestro padre en la fe, Paulinas, Madrid
1984, pp. 139-150. Para Martini, Cristo en la cruz está en una situación parecida a
la de Abrahán, cuando Dios le ordena que mate a su hijo: vive un conflicto de de-
beres. Si Abrahán mata a su hijo, peca gravemente contra el deber más alto; si no
lo mata, peca contra Dios. Está metido en un callejón sin salida del que no sabe
cómo escapar. Mientras el imperativo ético le dice con claridad que no toque a su
hijo, el imperativo de la palabra de Dios parece decirle que lo sacrifique.
«Cristo se encuentra en un drama parecido, aunque más agudo y desgarrador.
Pues, por un lado, escucha: "Si bajas de la cruz, te creerán y reconocerán que el
Dios de Israel ha mandado al salvador". Pero ¿cuál es ese Dios en que creerán e n -
tonces? Creerán en el Dios del poder, en el Dios que se aprovecha de sus privilegios,
no en el que no ahorra a su propio Hijo, en el Dios que se hace débil. Pero, por otro
lado, si no baja de la cruz, no creerán; y entonces, ¿para qué tanto sufrimiento, para
qué la muerte en cruz? H e aquí la cima terrible de la situación en la que se encuen-
tra Jesús: el choque entre dos imágenes de Dios. La gente ordinaria, los dirigentes, los
escribas, los intelectuales... dicen: nosotros tenemos esta imagen de Dios; si tú la
realizas, te creeremos. Pero Jesús, en nombre de la imagen de Dios que representa,
no responde, no hace nada; porque si hiciera algo, negaría su misión, negaría su
imagen de Dios. Jesús vive en su propia carne la imagen de un Dios que no puede
salvar. Los paganos, dice un Salmo, suplican a un Dios que no sabe salvar. Jesús v i -
ve en sí mismo ese escándalo terrible de manifestar frente a las gentes de Israel la
imagen de un Dios como la del Dios de los paganos, un Dios que no sabe salvar.
¿ Q u é hace Jesús? N o se pone a razonar consigo mismo, sino que se sumer-
ge en la obediencia, en la fidelidad. Ni siquiera pronuncia una palabra. Probable-
mente habría podido bajar de la cruz y decir: ahora os voy a explicar la misterio-
sa debilidad de Dios, el verdadero concepto de Dios que os he estado explicando.
Al obrar de este modo, Jesús habría desmentido la debilidad de Dios; por eso no
hace nada, sino permanecer donde estaba, aceptando las críticas, el insulto, la in-
credulidad; aceptando que le rechacen y le entiendan indebidamente. Pero con su
actitud de fidelidad hasta el fondo -"Padre, en tus manos encomiendo mi espíri-
t u " - , actitud finalmente victoriosa, manifiesta el verdadero rostro de Dios: el amor.
Porque nadie tiene mayor amor que el que da la vida por sus amigos (Jn 15, 15)».
5
Hablando del evangelio de Juan, dice G O N Z Á L E Z FAUS, o. c : Hay dos
momentos en este evangelio en que se afirma dónde está la gloria de Dios: en la cruz
y en la encarnación. San Pablo, en la carta a los Filipenses, habla de que Jesús se «va-
ció» -renunció a su condición de Dios- por nosotros. N o hay mayor «vaciamiento»
que la cruz. Y es precisamente allí donde dice Juan que se revela la gloria de Dios-es
glorificación, exaltación- ¿ Q u é Dios se revela? U n Dios que es amor, entrega; cuya
gloria no está en el poder, en la majestad, sino en el amor solidario con lo débil. Por
eso dice Juan, en el prólogo de su evangelio, que la Palabra se hizo carne -es decir,
debilidad humana-, para deducir de ahí esta paradójica consecuencia: hemos visto su
gloria. Luego Dios es amor, pero amor solidario, porque se identifica con la debilidad:
la acoge, la abraza. La gloria de Dios se manifiesta en la solidaridad con lo débil.

274
L A MUERTE DE JESÚS

2. El Dios débil

T e n e m o s u n D i o s d é b i l ; d é b i l c o m o el a m o r . Q u e n o usa el
p o d e r para a c e r c a r s e al h o m b r e ; usa el a m o r . U n D i o s d é b i l q u e
6

se d e j a a r r e b a t a r al H i j o . A s í D i o s se r e v e l a c o m o A q u é l q u e está
a m e r c e d d e l h o m b r e . Ésa es su f o r m a d e estar e n el m u n d o , c o m o
lo estaba e n C r i s t o . C o m o D i o s d é b i l , v a c i a d o , a n o n a d a d o , q u e
«entrega» a su H i j o por a m o r , c u a n d o los h o m b r e s se lo a r r e b a t a n .
D e t r á s d e t o d o esto está el misterio d e l a m o r . 7

3. El Dios discreto

S i g n i f i c a q u e D i o s s i e n t e u n e n o r m e respeto p o r la l i b e r t a d
d e l h o m b r e . Es u n D i o s d i s c r e t o . H a sido Él el q u e lo ha c r e a d o
8

6
C. D O M Í N G U E Z , Psicodinámica de los Ejercicios ignacianos, Mensaje-
ro-Sal Terrae, Bilbao-Santader 2003, p. 197 y nota 60: « U n a de las dificultades
más serias en la comprensión del mensaje d e Jesús procede, sin duda, d e la re-
sistencia que experimentamos a abandonar determinadas imágenes de Dios que
proceden, entre otras cosas, de los sueños infantiles de omnipotencia. Desde esas
ilusiones infantiles, tendemos a configurar nuestra imagen de Dios -mediante una
proyección maléfica de nuestras aspiraciones narcisistas-como la representación
suprema del poder. Situamos así uno d e los más serios obstáculos para la c o m -
prensión de lo que Dios nos quiso decir d e sí mismo a través del Señor Jesús.
N u n c a se llamó a Dios Todopoderoso en los evangelios: cf. J . MATEOS-F. C A M A -
C H O , El horizonte humano. La propuesta de jesús, El Almendro, Córdoba 1988,
p. 109. Según estos mismos autores, en la 2 a los Corintios aparece el término
a

"pantokrator" una vez (en una cita del A.T.) y nueve veces en el Apocalipsis, sin
que por otra parte este término venga a significar exactamente "todopoderoso",
sino más bien "soberano de todo"».
7
Carta pastoral de los obispos vascos, o c , n° 4 3 : «Lo primero que descu-
brimos en el Crucificado es que Dios se nos revela no en el poder ni en lo sublime,
sino en la impotencia y en la debilidad de quien no tiene más recursos que el amor
solidario. El verdadero poder de Dios se revela en la impotencia. Dios es impoten-
te y débil en el mundo, y solamente así esta junto a nosotros y nos salva. En la cruz
se nos manifiesta el verdadero poder del amor de Dios. El amor de Dios es grande
y no necesita luchar contra los poderes mundanos que lo rechazan. El amor de
Dios es fuerte y no necesita defenderse de los que lo crucifican. El amor de Dios es
estable y no necesita destruir a los que lo matan. El amor de Dios es infinito, per-
dona siempre, salva desde el fracaso, vence desde la impotencia. Suscita vida des-
de la muerte y redime al hombre cuando éste comete en su Dios el mayor pecado».
8
Carta pastoral de los obispos vascos, o. c , n° 34: «El Dios encarnado en
su Hijo Jesús es un Dios humilde y escondido. U n Dios que no se impone con su
poder ni nos ciega con su gloria. Dios es amor que nos acoge, amistad que nos
invita, gracia que se nos ofrece por todos los caminos d e nuestra existencia. Su
presencia en el mundo es humilde y discreta, c o m o lo es siempre la presencia d e
la amistad y el amor verdadero».

275
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

libre y D i o s se s o m e t e a esa l i b e r t a d : hasta entregar al H i j o si se lo


a r r e b a t a n . Y esto n o por i m p o t e n c i a , s i n o por a m o r ; n o p o r q u e el
h o m b r e sea m á s fuerte q u e É l , sino p o r q u e la r e l a c i ó n q u e ha q u e -
rido e s t a b l e c e r c o n el h o m b r e d o t a d o d e l i b e r t a d es u n a r e l a c i ó n
d e a m o r , no d e f u e r z a , d e c o a c c i ó n , d e i m p o s i c i ó n . D i o s r e n u n c i a
por a m o r a la f u e r z a .

Y así respeta la a u t o n o m í a h u m a n a . Y la historia q u e d a t o t a l -


m e n t e e n m a n o s d e l h o m b r e , c r e a d o libre p o r D i o s . Y É l , por 9

a m o r , ha a c e p t a d o s o m e t e r s e a e s e p o d e r d a d o al h o m b r e .

Pero esa d i s c r e c i ó n es s i m u l t á n e a m e n t e c o m p a ñ í a . Esa a u s e n -


c i a , e s e a p a r e n t e a l e j a m i e n t o d e D i o s e n la H i s t o r i a n o es l e j a n í a ,
s i n o p r e s e n c i a a n o n a d a d a , a m o r o s a ; es la p r e s e n c i a d e l q u e l l a m a ,
i n t e r p e l a , h a c e g u i ñ o s . Es oferta d e a m o r i m p o t e n t e , es decir, sin
poder.

Ese s i l e n c i o n o es d e s e n t e n d i m i e n t o , sino q u e es la p a c i e n c i a
y la d i s c r e c i ó n d e D i o s q u e respeta por a m o r la a u t o n o m í a h u m a -
na. U n D i o s d i s c r e t o , p e r o c o m p a ñ e r o 1 0
.

4. El Dios patético

Y e s e D i o s q u e p a r e c e s i l e n c i o s o y l e j a n o d e nuestros s u f r i -
m i e n t o s es, sin e m b a r g o , un D i o s q u e sufre. D e c í a n los filósofos

9
Carta pastoral de los obispos vascos, o. c , n ° 44: «En la cruz se nos re-
vela hasta qué punto el amor d e Dios respeta la libertad d e los hombres ponien-
do en nuestras manos la marcha de la historia. Dios no nos salva arrancándonos
del mundo y liberándonos de los sufrimientos de la historia. Dios nos salva e n -
carnándose en el mundo y sumergiéndose en nuestra impotencia y sufrimiento».
1 0
Carta pastoral de los obispos vascos, o. c , n ° 3 5 : « U n Dios fiel cuya pre-
sencia amorosa y discreta puede el creyente percibir en medio de las vicisitudes
de la vida cotidiana, pues nuestra existencia se sostiene radicalmente en Dios.
Pero sería una equivocación esperar que Dios intervenga de manera impre-
vista cambiando el rumbo de las cosas, al margen de las leyes del mundo y de las
decisiones de los hombres. Al contrario, su presencia discreta y respetuosa en el c o -
razón mismo de la existencia es la que funda la autonomía del mundo y la libertad
de los hombres. Dios está tan cerca de nosotros que nos deja ser nosotros mismos.
A este Dios cercano lo podemos escuchar en las experiencias más normales
de nuestra vida. En nuestras tristezas inexplicables, en la sed insaciable de felicidad,
en nuestro amor frágil, en nuestras añoranzas y anhelos, en las preguntas más hon-
das, en nuestro pecado más secreto, en nuestras decisiones más responsables, en la
búsqueda sincera. Sólo necesitamos unos ojos más limpios y sencillos, una aten-
ción más honda hacia el misterio de la vida... Esa vida tiene su origen en Dios».

276
L A MUERTE DE JESÚS

p a g a n o s q u e D i o s era « a p á t i c o » . El D i o s cristiano n o es así: t i e n e


pathos, es a f e c t a b l e , v u l n e r a b l e .
1 1

N o s cuesta c o m p r e n d e r c ó m o es p o s i b l e q u e D i o s sufra s i e n -
d o c o m o es i n m u t a b l e y d e infinita p e r f e c c i ó n . P e r o , por difícil
u

q u e resulte e x p l i c a r l o y por imperfecto q u e sea el l e n g u a j e h u m a -


no c u a n d o lo a p l i c a m o s a D i o s , hay d e m a s i a d o s datos e n la E s c r i -
tura q u e nos h a b l a n d e l d o l o r d e D i o s c o m o para afirmar q u e s ó -
lo se trata d e u n a metáfora y q u e D i o s n o sufre.

N o es así. D i o s sufre el d o l o r del m u n d o . El d o l o r del m u n d o


es c o m o el d o l o r d e D i o s . Basta leer e s e pasaje d e M a t e o ( M t 2 5 ,
31-46), q u e s i e m p r e nos ha i m p r e s i o n a d o , sobre el j u i c i o f i n a l , p a -
ra ver q u e D i o s pasa h a m b r e , t i e n e s e d , p a d e c e frío, es e n c a r c e l a -
d o . . . Y su d o l o r p u e d e ser a l i v i a d o . P u e s el v a s o d e a g u a , el p e d a -
z o d e p a n , el v e s t i d o d a d o al p o b r e n o p o d r í a a l i v i a r a Cristo - « a
m í m e lo hicisteis»- si antes no le h u b i e r a n g o l p e a d o la sed, la d e s -
n u d e z , el h a m b r e - « t u v e h a m b r e y m e disteis d e c o m e r , t u v e sed y
m e disteis d e beber, estaba d e s n u d o y m e vestísteis...».

El d o l o r del m u n d o es d o l o r d e D i o s . T e n e m o s , por lo t a n t o ,
u n D i o s q u e es d e tal m a n e r a - e s a m o r s o l i d a r i o - q u e p u e d e h a -
c é r s e n o s presente e n el h o m b r e d e m o d o q u e e n el h o m b r e le a l -
c a n c e m o s a Él por m e d i o d e C r i s t o (y e s o a u n sin s a b e r l o e x p r e -
samente).

Ése es nuestro D i o s . Esto es i n a u d i t o . Q u e d é m o n o s e n s i l e n -


c i o d i c i e n d o a n t e el c r u c i f i j o : ese D i o s d é b i l , d i s c r e t o , e n t r e g a d o
y patético es mi D i o s .

11
Carta pastoral de los obispos vascos, o. c , n° 44: «El silencio i n c o m -
prensible de Dios ante nuestro dolor no es el silencio de alguien lejano e indife-
rente. Es el silencio de un Dios que sufre junto a nosotros y habita dentro de nues-
tro dolor. Esta presencia de Dios, que no rompe las leyes de la naturaleza ni
cambia el rumbo de los acontecimientos no es, sin embargo, inútil o estéril. Es la
presencia humilde, respetuosa y solidaria de un Padre que c o n d u c e misteriosa-
mente la existencia dolorosa de los hombres hacia la vida definitiva».
12
Cf. J . S O B R I N O , Jesucristo liberador, Lectura histórico-teológica de Je-
sús de Nazaret, Trotta, 3 edic. M a d r i d 1997, pp. 297-313, particularmente «Dios
a

ante el sufrimiento» y «El sufrimiento en Dios», pp. 306-313. Sobre la «tensión»


entre impasiblidad y sufrimiento d e Dios, cf. X. TRILLIET, «El misterio del sufri-
miento divino» e n : Communio, 3 época, 25 (oct-dic 2003) 41 7-422; cf. también
a

sobre el «Dios que llora», E. H O U S S E T , «La compasión c o m o sufrimiento de


amor», ibid., pp. 408-416.

277
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Y q u i z á tal v e z , d e u n m o d o e n t r e c o r t a d o , q u e n o a c a b e d e
r o m p e r nuestro s i l e n c i o adorador, se nos e s c a p e n , a p e n a s m u s i t a -
das, p a l a b r a s c o m o éstas: « S e ñ o r m í o y D i o s m í o » , « A d o r o te de-
v o t e , latens deitas», « V e r d a d e r a m e n t e - c o m o Isaías d e c í a - e r e s u n
D i o s e s c o n d i d o » o, c o m o d e c í a S a n A g u s t í n : « C o n tu fortaleza nos
creaste, nos buscaste c o n tu d e b i l i d a d » .

II. La m u e r t e del p r o f e t a , d e l justo y d e l s i e r v o

Esta s e g u n d a s u g e r e n c i a para a c e r c a r s e a la m u e r t e d e Jesús


es u n a o r a c i ó n q u e sí q u e t i e n e p a l a b r a s , y q u e gira e n torno a las
tres categorías b í b l i c a s q u e son las q u e utilizan los escritos neotes-
t a m e n t a r i o s para e x p l i c a r n o s la m u e r t e d e Jesús.

V i é n d o l e « c o l g a d o y puesto e n c r u z » , h a g a m o s u n a o r a c i ó n ,
f u n d a m e n t a l m e n t e , d e p e t i c i ó n , e n la q u e s u p l i q u e m o s q u e nos
c o n c e d a u n a f i d e l i d a d d e larga d u r a c i ó n -hasta el f i n a l , c o m o la
suya: los a m ó hasta el e x t r e m o - : una f i d e l i d a d c l a v a d a .

Clavada:

- e n mi a n u n c i o d e la B u e n a N o t i c i a y d e palabras s a l v a d o -
ras para el m u n d o - c o m o h a c í a n los profetas;

- e n mi c o m p r o m i s o por la justicia - c o m o era el c o m p r o -


m i s o del Justo;

- e n la entrega d e mi v i d a c o m o a m o r s e r v i c i a l y s o l i d a r i o
- c o m o h a c í a el S i e r v o .

Y así, v i é n d o l e « c o l g a d o y puesto e n c r u z » , c o m p r e n d e m o s la
s e r i e d a d d e las respuestas d e Jesús a las t e n t a c i o n e s del desierto y
c o m p r e n d e m o s t a m b i é n lo q u e n o p o d e m o s (ni d e b e m o s ) esperar
d e D i o s e n el s e g u i m i e n t o d e Jesús.

En el s e g u i m i e n t o d e Jesús, n o p o d e m o s esperar q u e D i o s sea


ventaja personal q u e nos a h o r r e los costos d e vivir, ni q u e sea u n
atajo para la m i s i ó n q u e nos a h o r r e los costos d e q u e r e r ser a g e n -
tes d e su misericordia e n el m u n d o . El Padre n o lo bajó d e la c r u z n
.

13
C. D O M Í N G U E Z , Psicodinámica de los Ejercicios ignacianos, Mensaje-
ro-Sal Terrae, Santander-Bilbao 2003, pp. 255-257: «Quizás tan sólo a través de la

278
L A MUERTE DE JESÚS

El H i j o no bajó d e la c r u z . Ser hijo consiste en no bajar d e la cruz,


e s p e r a n d o en el Padre contra toda e s p e r a n z a . 14

Pero, v i é n d o l o « c o l g a d o y puesto en c r u z » , c o m p r e n d e m o s lo
q u e sí p o d e m o s esperar d e D i o s e n el s e g u i m i e n t o d e Jesús: q u e

"Tercera S e m a n a " podamos comprender el sentido exacto de la paternidad de


Dios para con nosotros. Sólo a través de ella el ejercitante comprenderá que Dios
tan solo será Padre para él en el modo y sentido en que fue Padre para Jesús. Lo d e -
más será construcción imaginaria, deudora tan solo de sus fantasías infantiles...
(En las contemplaciones de la pasión y muerte) el ejercitante contemplará a
Jesús c o m o uno entre los demás, con su abandono, con su no protección frente
a las leyes de la condición humana, con el inevitable destino de tener que asu-
nir, en una soledad radical, lo que su conducta había puesto en marcha.
Por tanto, su fe en Dios c o m o Padre le llevará a confesar -y hay que insistir
en ello- en que lo es tan sólo del modo en que ese mismo Dios fue Padre para J e -
sús. Siendo su relación con el Padre única y exclusiva, vivió, sin embargo, la f i -
liación como el último de sus hermanos... Getsemaní y Calvario figuran así como
la victoria suprema de esa tentación permanente que a todos nos acecha del ...y
seréis como dioses. Porque la relación con Dios se establece, no en el plano de
una identificación imaginaria, sino desde la identificación simbólica, que reco-
noce y acepta la diferencia.
Su filiación no liberó a Jesús de su propia responsabilidad, de su duda ni de
la tentación, de la soledad ni de la angustia, de la frustración ni de la ignorancia,
ni de lo que, sin duda, es más relevante y significativo, no lo liberó del silencio de
Dios, del sentimiento de abandono, ni de la muerte. Sólo así, muriendo c o m o "el
abandonado de Dios", fue llevado a la plenitud del Hijo. Es obligado ir a una teo-
logía de la "Tercera S e m a n a " si de verdad queremos que brille la novedad que
hay en el modo en el que Dios es Padre. Sólo desde ahí podremos comprender
que apelar a la paternidad de Dios no exime de asumir nuestra contingencia,
nuestra fragilidad y nuestra finitud, y que de ninguna manera esa filiación podrá
convertirse en una estratagema para zafarse de ellas mediante una cuestionable
identificación con lo divino...
Considerar cómo la Divinidad se esconde supone una invitación a derrum-
bar definitivamente nuestra idea de Dios, que sería efectivamente, como señala Ig-
nacio, la de destruir a sus enemigos [196], la del Dios poder que actúa a nuestro
favor y que tiene que salir al paso de nuestra dificultad, nuestra angustia o nues-
tra impotencia. Considerar cómo la Divinidad se esconde supone dar por perdidos
los efectos esperados del dios que tendemos todos a fabricarnos. Esos efectos no
se producen (la destrucción de los enemigos), y lo que en su lugar surge es una in-
finita debilidad. D e alguna manera, y c o m o muy bien se ha dicho, asumir cómo
la divinidad se esconde supone pasar por la experiencia atea de Dios. Pero, al
mismo tiempo, esa experiencia supone el reto de reconocer el "escándalo" de que
en la cruz tenemos el momento privilegiado de auto-manifestación del amor de
Dios a la humanidad. Allí, pues, donde se esconde hay que buscarlo».
14
Cf. J . A. G A R C Í A , «Vivir de fe. C i n c o tentaciones de la cultura moderna»
en En el mundo desde Dios, Sal Terrae, Santander 1989. Véase la «Quinta tenta-
ción: lo más razonable es la desesperanza», pp. 100-103.

279
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

nos d é u n a f i d e l i d a d c l a v a d a (por eso la p e d i m o s ) , d e las q u e d u -


ran, a u n q u e n o se v e a n los resultados ni se p a l p e n las g r a t i f i c a c i o -
nes i n m e d i a t a s . C o m o la q u e t u v o Jesús: «mientras p a d e c í a se p o -
nía e n m a n o s del q u e juzga r e c t a m e n t e » (1 Pe 2 , 2 3 ) .

U n a f i d e l i d a d a s í - q u e p o n e m o s e n las m a n o s d e D i o s - nos
la p u e d e c o n c e d e r el S e ñ o r . Y s a b e m o s q u e u n a f i d e l i d a d así es
b e n d e c i d a : « Y D i o s lo e s c u c h ó » ( H e b r 5, 7-10). D i o s e s c u c h ó al
H i j o fiel.

S a b e m o s , t a m b i é n , q u e , e n el s e g u i m i e n t o d e Jesús, p o d e m o s
esperar d e D i o s su a m o r y su g r a c i a . Él nos d i c e , c o m o a S a n Pa-
b l o , « M i gracia te basta» (2 C o r 1 2 , 7-10) o, c o m o a Santa Teresa,
« N a d a te turbe, n a d a te e s p a n t e . . . sólo D i o s basta». Y este a m o r y
esta g r a c i a hay q u e p e d i r l o s , c o m o h a c í a S a n I g n a c i o : «Dadme
vuestro a m o r y vuestra gracia, q u e esto m e basta».

P i d a m o s , p u e s , q u e nos a c o m p a ñ e c o n su a m o r e n el s e g u i -
m i e n t o d e Jesús y q u e nos d é su gracia - a nosotros, q u e q u e r e m o s
dar v i d a p e r o sin perder la v i d a o i n c l u s o sin dar d e nuestra p r o p i a
v i d a - , la gracia d e v i v i r sus p a l a b r a s : «el q u e p i e r d e la v i d a la g a -
n a » , « m á s v a l e dar q u e r e c i b i r » , «si el grano d e trigo n o m u e r e , n o
da f r u t o » ; y d e «sentir» q u e e s o es la « v e r d a d e r a v i d a » d i c h o s a ,
q u e n o significa n e c e s a r i a m e n t e «feliz» (desde luego, n o d e s d e los
p a r á m e t r o s m u n d a n o s ) . A s í t e n d r e m o s el g o z o d e v i v i r c o m o Él
- m á s allá d e las gratificaciones v e n i d a s o b u s c a d a s - , d e ser c o m o
Él, f i e l m e n t e , seres d e s d e el Padre y para los d e m á s .

R e p a s e m o s , para pedir lo q u e h e m o s d i c h o , las tres categorías


b í b l i c a s a las q u e recurre el N u e v o Testamento para e x p l i c a r la
muerte d e Jesús . 15

/. La muerte del Profeta

La m u e r t e d e Jesús representa la c u m b r e d e l d e s t i n o t r á g i c o
d e todos los profetas d e Israel. A s í la v i e r o n los autores d e l N u e v o

15
Sobre estas categorías bíblicas, cf. J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , La Humani-
dad Nueva, Sal Terrae, Santander 6 edic. 1984, pp. 128-136. A ellas deben m u -
a

cho estas páginas; cf. también J . S O B R I N O , Jesucristo Liberador. Lectura histéri-


co-teológica de Jesús de Nazaret, Trotta, 3 edic. Madrid 1997, pp. 288-296: «La
a

" e x p l i c a c i ó n " de la cruz de Cristo en el misterio de Dios», a través de las catego-


rías de «el sacrificio», «la nueva Alianza», «la figura del siervo sufriente»...

280
L A MUERTE DE JESÚS

Testamento, q u e partían d e la triste e x p e r i e n c i a d e l p u e b l o j u d í o :


los h o m b r e s d e D i o s q u e c l a m a b a n e n defensa d e los v a l o r e s p i s o -
teados por la s o c i e d a d , t e r m i n a b a n s i e n d o q u i t a d o s d e e n m e d i o .

El profeta q u e d e n u n c i a toda c l a s e d e idolatría, q u e p r o c l a m a


q u e D i o s q u i e r e misericordia y no sacrificios, justicia y n o h o l o -
caustos, resultaba intolerable para el sistema: siempre era e l i m i n a d o .
Y, sin e m b a r g o , el D i o s fiel, cansina y sucesivamente, e n v i a b a m e n -
sajeros al p u e b l o para q u e a n u n c i a r a n la c o n v e r s i ó n . Inútilmente.

Ese destino trágico f u e t a m b i é n el d e Jesús. Él m i s m o p a r e c i ó


c o n c e b i r su v i d a c o m o el d o l o r o s o a s c e n s o d e un profeta h a c i a J e -
r u s a l é n , la c i u d a d q u e mata a los profetas. A s í L u c a s nos c u e n t a
q u e , c u a n d o le p i d e n q u e h u y a y se refugie p o r q u e H e r o d e s i n t e n -
ta m a t a r l e , contesta J e s ú s : «Id y d e c i d l e a ese d o n n a d i e : " M i r a ,
hoy y m a ñ a n a seguiré c u r a n d o y e c h a n d o d e m o n i o s ; al tercer día
a c a b o . P o r q u e hoy, m a ñ a n a y p a s a d o tengo q u e seguir mi v i a j e ,
p o r q u e n o c a b e q u e un profeta m u e r a fuera d e J e r u s a l é n . ¡Jerusa-
lén, J e r u s a l é n , q u e matas a los profetas y a p e d r e a s a los q u e se te
e n v í a n ! " » (Le 1 3 , 32-34).

Jesús, q u e s a b e q u e el destino d e la sangre d e los profetas es


el d e ser d e r r a m a d a sobre la tierra (Le 1 1 , 4 9 ; M t 2 3 , 29-36), a c e p -
ta ese destino ( M t 2 6 , 53). Por e s o , c o m o a un profeta, lo m a t a r o n ,
p o r q u e v i n o a a n u n c i a r la B u e n a N o t i c i a del Padre m i s e r i c o r d i o s o .
C o m o d e un profeta, se b u r l a b a n los h o m b r e s q u e , j u n t o al S a n e -
d r í n , le t e n í a n preso la n o c h e d e su arresto y, r i é n d o s e , le g r i t a b a n :
« A d i v i n a , profeta, ¿ q u i é n te ha p e g a d o ? » ( M e 14, 6 5 ) . C o m o a n t e
un profeta d e s p r e c i a d o , r e c l a m a b a el p u e b l o su s a n g r e : « Q u e su
sangre c a i g a sobre nosotros y s o b r e nuestros hijos» ( M t 2 7 , 2 5 ) . Y
c o m o a un profeta c r u c i f i c a d o y ya d e s a p a r e c i d o , le a ñ o r a b a n los
d i s c í p u l o s , c a m i n o d e E m a ú s : «Era un profeta p o d e r o s o e n obras
y palabras a n t e D i o s y a n t e t o d o el p u e b l o » , d e c í a n c o n nostalgia
(Le 2 4 , 19-20).

Y, sin e m b a r g o , c o m o el N . T., r e c o g i e n d o palabras d e Jesús, se


encarga d e d e c i r n o s : a u n q u e participó del destino sangriento d e los
profetas, Jesús fue más q u e un profeta: era el H i j o . Y el H i j o traía un
m e n s a j e y portaba una pretensión m a y o r q u e la d e los profetas.
Pues n o a p u n t a b a - c o m o é s t o s - a u n a reforma d e las d e f i c i e n c i a s
c o n c r e t a s del j u d a i s m o , sino a la n o v e d a d del h o m b r e . S u protesta
trasciende el c a s o aislado d e Israel y e n g l o b a la Historia. El H i j o vi-

281
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

n o n o s o l a m e n t e e n favor d e la c o m u n i d a d j u d í a , sino e n favor d e


la c o m u n i d a d h u m a n a . Pero, a u n q u e era el H i j o , t a m b i é n se c u m -
plió e n Él el destino d e los profetas.

Jesús m i s m o , p r e s i n t i e n d o ese destino, nos c o n t ó la p a r á b o l a


d e la v i ñ a y los labradores, e n la q u e éstos, d e s p u é s d e dar s u c e s i -
v a s muertes a los e m i s a r i o s , a c a b a n t a m b i é n m a t a n d o al hijo d e l
d u e ñ o d e la v i ñ a (Le 2 0 , 9-19; M e 1 2 , 1 -10; M t 2 1 , 33-46). El hijo
v i n o detrás y c o m o c u l m i n a c i ó n d e t o d o s los profetas, p e r o t a m -
bién fue asesinado.

Reflexión

C o n t e m p l é m o s l o e n la c r u z c o m o al profeta - m a y o r q u e c u a l -
quier otro profeta- q u e d e r r a m a su sangre sobre la tierra, a Él q u e
v i n o a a n u n c i a r la B u e n a N o t i c i a y le h a n h e c h o callar.

Pero, p r e c i s a m e n t e e n la c r u z , c u a n d o está m u e r t o y sin v o z ,


sin gestos proféticos y sin p a l a b r a s , es c u a n d o está d e n u n c i a n d o ,
c o m o los profetas, la m a l d a d d e los h o m b r e s q u e lo han m a t a d o y,
c u a n d o está a n u n c i a n d o , c o m o los profetas, la gran m i s e r i c o r d i a y
el a m o r d e D i o s , q u e nos lo ha e n t r e g a d o .

S u sangre, c o m o la d e los profetas, será f e c u n d a . S u l u c h a y


su protesta n o está p e r d i d a .

//. La muerte del justo

El N.T. ha e x p l i c a d o t a m b i é n la m u e r t e d e Jesús e n la c r u z ,
m e d i a n t e la figura del justo sufriente.

El justo q u e sufre p r o d u c e e s c á n d a l o . Ese e s c á n d a l o por la


d e s d i c h a del justo r e c o r r e m u c h a s p á g i n a s del A n t i g u o T e s t a m e n -
to. P u e s t o d a la r e l i g i o s i d a d veterotestamentaria se a p o y a b a e n la
c a p t a c i ó n p r o f u n d í s i m a d e la identidad entre D i o s y la justicia. N o
hay e n t o d o el A.T. otro c o n c e p t o m á s v i n c u l a d o a Y a h v é q u e el d e
la j u s t i c i a .
1 6

Y, sin e m b a r g o , esa v i v e n c i a d e fe se v e c o n t r a d i c h a por la


r e a l i d a d . El c r e y e n t e del A.T. n o cesa d e e n c o n t r a r s e c o n el escán-

Jeremías definirá a Yahvé c o m o «Dios-nuestra justicia». Precisamente,


1 6

por eso, al hombre cercano a Dios no puede alcanzarlo la injusticia (Sab 2).

282
L A MUERTE DE JESÚS

d a l o q u e h a c e t a m b a l e a r su f e : al justo n o le v a n b i e n las cosas, el


justo sufre y, c o n f r e c u e n c i a , mientras los i n i c u o s triunfan.

D e s d e el libro d e J o b hasta n u m e r o s í s i m o s s a l m o s intitulados


«del justo sufriente» d a n t e s t i m o n i o d e estos interrogantes a n g u s -
tiosos: ¿por q u é la injusticia g o l p e a al justo? ¿Por q u é D i o s le a b a n -
d o n a e n el d o l o r ? P e r o estos m i s m o s interrogantes d e s e m b o c a n
s i e m p r e e n u n a c t o d e c o n f i a n z a : Y a h v é intervendrá f i n a l m e n t e p a -
ra restaurar las c o s a s , para asentar la justicia.

Esta figura del justo g o l p e a d o por la injusticia es la q u e el N.T.


a p l i c a a J e s ú s . S u m u e r t e es la c o n c e n t r a c i ó n y r a d i c a l i z a c i ó n d e
este e s c á n d a l o : la j u s t i c i a p a r e c e n o triunfar e n este m u n d o . C o n
insistencia subrayan los autores del N.T. - s o b r e t o d o , e n los relatos
d e la P a s i ó n - q u e Jesús es el justo, el i n o c e n t e .

- Y así, J u d a s , al d e v o l v e r las m o n e d a s d e la t r a i c i ó n , e x c l a -
m a r á : « H e p e c a d o e n t r e g a n d o a la m u e r t e u n i n o c e n t e »
(Mt 27, 4).

- Y P i l a t o repetirá, antes d e c o n d e n a r l o i n c o h e r e n t e m e n t e :
« N o h e e n c o n t r a d o e n Él n i n g u n a c u l p a » Qn 18, 3 9 ; J n 19,
4 . 6 ; Le 2 3 , 2 2 ; Le 2 3 , 4 ) .

- Hasta la m u j e r d e P i l a t o p r o c l a m a r á q u e Jesús es el justo:


« D e j a e n p a z a ese i n o c e n t e » , advertirá a su m a r i d o ( M t
2 7 , 19).

- En la m i s m a c r u z , el c r i m i n a l ajusticiado j u n t o a Jesús r e -
c o n o c e r á la i n o c e n c i a d e Cristo: «Este h o m b r e n o ha h e -
c h o n a d a m a l o » (Le 2 3 , 4 1 ) .

- Y el c a p i t á n d e los s o l d a d o s , al v e r m o r i r a J e s ú s , e x c l a -
m a r á a s o m b r a d o : «Este h o m b r e era i n o c e n t e » (Le 2 3 , 4 7 ) .

- « R e c h a z a s t e i s al Justo», dirá P e d r o a los j u d í o s , e n el d i s -


curso d e s p u é s d e Pentecostés ( H e c h 3,15).

Jesús es, p u e s , el justo, el i n o c e n t e , q u e soportó la injusticia,


c o m o ningún otro h o m b r e lo h i z o . P r e c i s a m e n t e p o r q u e Él era, c o -
m o d i c e S a n P a b l o (2 C o r 5, 2 1 ) , « A q u é l q u e n o tenía p e c a d o » , la
soportó c o n más intensidad q u e n i n g ú n otro h o m b r e . P u e s - o b s e r -
va a c e r t a d a m e n t e G o n z á l e z F a u s - «entre los h o m b r e s n a d i e t i e n e
la p l e n i t u d d e la r a z ó n ni d e la j u s t i c i a ; sino q u e un e g o í s m o ine-

283
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

l i m i n a b l e nos h a c e perder m u c h a s v e c e s b u e n a parte d e la r a z ó n


q u e t e n e m o s , al d e f e n d e r l a m a l ; y u n a c i e r t a f a m i l i a r i d a d c o n la
injusticia, q u e nosotros m i s m o s h e m o s c a u s a d o , nos i m p i d e e x p e -
rimentarla c o m o lo total y r a d i c a l m e n t e i n m e r e c i d o y a j e n o a n o -
sotros. Pero e n Jesús n o era así. En É l , la e x p e r i e n c i a d e la injusti-
c i a a l c a n z a u n nivel infinitamente superior al nuestro: era «el q u e
n o tenía n a d a q u e v e r c o n el p e c a d o » 1 7
. Y, sin e m b a r g o , D i o s «lo
c a r g ó c o n el p e c a d o , para q u e nosotros, por su m e d i o , o b t u v i é r a -
m o s la r e h a b i l i t a c i ó n c o n D i o s » (2 C o r 5, 2 1 ; cf. 1 Pe 3, 18: El i n o -
c e n t e sufrió por los c u l p a b l e s ) .

C o m o el Justo sufriente, Jesús se siente p e r p l e j o y a b a n d o n a -


d o por el D i o s justo. Y d e s d e la c r u z e n t o n a , e n v u e l t o e n la tinie-
bla, el s a l m o 22 - e l s a l m o del justo q u e sufre:

Dios mío, Dios mío, ¿por qué me has abandonado?


N o te alcanzan mis clamores ni el rugido de mis palabras.
Dios mío, de día te grito y no me respondes; de noche, y no me
haces caso...
Yo soy un gusano, no un hombre, vergüenza de la gente, despre-
cio del pueblo,
al verme se burlan de mí, hacen visajes, menean la cabeza:
«Acudió al Señor, que lo ponga a salvo, que lo libre si tanto lo
quiere»...

Pero, c o m o el justo sufriente, e n m e d i o t a m b i é n d e la tiniebla,


se entrega c o n f i a d o e n las m a n o s del Padre justo; está seguro d e su
a c o g i d a (cf. 1 Pe 2 , 2 3 : « M i e n t r a s p a d e c í a . . . se p o n í a e n m a n o s
del q u e j u z g a r e c t a m e n t e » ) . Jesús es el Justo d e la f i d e l i d a d c l a v a -
da - d e larga d u r a c i ó n - , q u e n o b u s c a gratificaciones i n m e d i a t a s .

Y D i o s lo e s c u c h ó . A u n q u e - c o m o d i c e la C a r t a a los H e -
b r e o s - «lo e s c u c h ó , p e r o d e s p u é s d e a q u e l l a angustia, H i j o y t o d o
c o m o era» ( H e b r 5, 7-10). E s c u c h ó al Justo, p e r o d e s p u é s q u e éste
soportara hasta la raíz toda la injusticia del m u n d o , para liberarnos
d e e l l a . L o e s c u c h ó , sí; p e r o d e s p u é s q u e el Justo «se h i c i e r a por
nosotros u n m a l d i t o » ( G a l 3, 13).

Y ese n o radical d e Jesús a la injusticia, soportado hasta la e n -


trega d e su p r o p i a v i d a , es m á s grato a D i o s y t i e n e m á s p o d e r

J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , o. c , p. 132.

284
L A MUERTE DE JESÚS

transformador sobre el c o r a z ó n d e los h o m b r e s q u e t o d o el m a l y


la injusticia q u e el h o m b r e ha s e m b r a d o e n la historia.

Reflexión

C o n t e m p l é m o s l e , p u e s , e n la c r u z . El es el I n o c e n t e , injusta-
m e n t e muerto por nosotros, los injustos. H a s o p o r t a d o la injusticia
para h a c e r n o s justos; y el n o r a d i c a l a la injusticia q u e su m u e r t e
significa ha d e p r o d u c i r n o s u n a s a c u d i d a e n el c o r a z ó n : t a m b i é n
nosotros, si q u e r e m o s seguirle, d e b e r e m o s l u c h a r contra la i n j u s -
ticia del m u n d o , s o p o r t á n d o l a y d e s t r u y é n d o l a , d e s d e nuestra p r o -
pia c r u z .

///. La muerte del siervo

Por ú l t i m o , la m u e r t e d e Jesús e n la c r u z v i e n e descrita e n el


N.T. c o m o la muerte del S i e r v o d e D i o s , o b e d i e n t e y solidario, q u e
lleva el p e c a d o del m u n d o . A Jesús se le a p l i c a el p o e m a d e Isaías
sobre el S i e r v o p a c i e n t e (Is 5 2 , 1 3 - 5 3 , 1 -2):

(Jesús es ese hombre) «despreciado y evitado de los hombres,


como un hombre de dolores acostumbrado a sufrimientos...
fue traspasado por nuestras rebeliones, triturado por nuestros
crímenes...
Nuestro castigo saludable cayó sobre El, sus cicatrices nos c u -
raron...
Es el siervo que justificará a muchos,
porque cargó con los crímenes de ellos.
(Por eso, Yahvé) le dará una multitud como parte...
Porque cargó con el pecado de muchos e intercedió por los pe-
cadores».

(Cf. también: Hech 8, 32; Rom 4, 25; 1 Pe 2, 21 -25 y 3, 18).

Sí, Jesús es este «siervo q u e justificará a m u c h o s » . Él c o n c i b i ó


toda su v i d a c o m o un servicio: «no había v e n i d o para q u e le sirvan,
sino para servir y para dar su v i d a e n rescate por todos» ( M e 10, 45).

S e r v i c i o , e n primer lugar, al Padre, c u y a v o l u n t a d q u i s o c u m -


plir « o b e d e c i e n d o hasta la m u e r t e , y m u e r t e e n c r u z » (Fil 2 , 8). Y
s e r v i c i o s o l i d a r i o a los h o m b r e s , p e c a d o r e s . Él ha v e n i d o a e n t r e -
gar su v i d a , c a r g a n d o c o n nuestros p e c a d o s . S e ha h e c h o p e c a d o
(2 C o r 5, 2 1 ) .

285
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Es el b u e n pastor q u e da la v i d a por las o v e j a s (Jn 10). El c o r -


d e r o d e D i o s - e l s i e r v o - q u e lleva el p e c a d o d e l m u n d o (Jn 1 , 2 9 ) .
El q u e por s o l i d a r i d a d « d e r r a m ó » su sangre, «entregó» su c u e r p o
para el p e r d ó n d e los p e c a d o s . « E l , e n persona - c o m o d i c e la p r i -
m e r a Carta d e P e d r o - s u b i ó nuestros p e c a d o s a la c r u z , para q u e
nosotros m u r a m o s a los p e c a d o s y v i v a m o s para la h o n r a d e z : sus
llagas nos c u r a r o n » (1 Pe 2, 2 1 . 2 5 ) . El es, e n fin - c o m o afirma la
Carta a los H e b r e o s - , q u i e n , d e s p u é s d e ofrecer u n sacrificio ú n i -
c o por los p e c a d o s , se sentó para s i e m p r e a la d e r e c h a d e D i o s »
( H e b r 10, 12) y así, « c o n s u m a d o el sacrificio, se c o n v i r t i ó e n c a u -
sa d e s a l v a c i ó n eterna» ( H e b r 5, 7-10).

La muerte d e Jesús fue, pues, un s e r v i c i o a los h o m b r e s . La s u -


p r e m a e x p r e s i ó n d e su s o l i d a r i d a d c o n e l l o s , sus h e r m a n o s ; s o l i -
d a r i d a d q u e y a h a b í a m a n i f e s t a d o Jesús a lo largo d e su v i d a , i d e n -
t i f i c á n d o s e c o n la c a u s a d e los h o m b r e s .

Reflexión

C o n t e m p l é m o s l e , p u e s , e n la c r u z c o m o el h e r m a n o servidor
q u e ha c a r g a d o c o n nuestro p e c a d o y nuestro dolor.

Él es el « v a r ó n d e d o l o r e s » . Y nos e n s e ñ a q u e , c u a n d o se a s u -
m e el d o l o r l i b r e m e n t e por s o l i d a r i d a d c o n a q u é l l o s q u e lo p a d e -
c e n , el d o l o r t i e n e u n sentido redentor.

IV. Coloquio

A n t e este Jesús m u e r t o - c o m o profeta, justo sufriente y siervo


s o l i d a r i o - , l e a m o s el triple m e n s a j e d e la c r u z :

- En ella está c l a v a d a la B u e n a N o t i c i a q u e a n u n c i a b a el
profeta: la m i s e r i c o r d i a d e D i o s es m á s g r a n d e q u e n u e s -
tra m a l d a d ; d o n d e a b u n d ó el p e c a d o , s o b r e a b u n d ó la gra-
cia.

- En ella se nos d i c e q u e el n o a la injusticia ha d e ser tan


radical q u e m e r e c e la entrega d e la p r o p i a v i d a .

- En ella se nos revela q u e h a c e r d e nuestra v i d a un servicio


s o l i d a r i o h a c i a los d e m á s es d a r l e s e n t i d o redentor y f e -
cundo.

286
L A MUERTE DE JESÚS

L e y e n d o e s e m e n s a j e , s i n t á m o n o s a g r a d e c i d o s a n t e el S e ñ o r
crucificado.

Frente a los q u e p r o c l a m a n la « l o c u r a » o la « n e c e d a d » d e la
c r u z (1 C o r 1 , 17-31), v e a m o s nosotros e n ella la « s a b i d u r í a d e
Dios».

Y sintámonos orgullosos de Dios. C o m o dice San Pablo:


« G r a c i a s a Jesús el M e s í a s , S e ñ o r nuestro, q u e nos ha o b t e n i d o - e n
la c r u z - la r e c o n c i l i a c i ó n , e s t a m o s t a m b i é n o r g u l l o s o s d e D i o s »
( R o m 5, 11).

Pidámosle -repetidamente, en oración de humilde súplica-


g e n e r o s i d a d para cargar t a m b i é n nosotros c o n la c r u z sobre n u e s -
tras e s p a l d a s , « p o r su c a u s a » . N o c r u c e s ilusorias, falsas e i n ú t i -
l e s . . . q u e a v e c e s nos c o n s t r u i m o s , sino la q u e El nos e n v í e , la d e
c a d a día. P o d e m o s pensar c u á l e s son nuestras c r u c e s e n este m o -
m e n t o d e la v i d a , y rogar a D i o s q u e nos d e s c u b r a su sentido s a l -
v a d o r y nos d é fuerzas para n o ser c i r e n e o s d e p a s o q u e la sopor-
ten sólo a r e g a ñ a d i e n t e s .

Y c o n los ojos fijos e n Él ( H e b r 1 2 , 1-4), p i d á m o s l e v a l o r p a -


ra superar las t e n t a c i o n e s a n t e la c r u z , q u e c o n s i s t e n , f u n d a m e n -
t a l m e n t e , e n : a) rechazarla, p u e s q u e r e m o s seguirle, p e r o sin
rasguños (sin « d e s p e i n a r n o s » , c o m o los protagonistas d e las p e l í -
culas); b) bajar de la cruz, c u a n d o , a n t e la persistencia d e las d i f i -
cultades, preferimos d e s c e n d e r d e ella y seguirle, c o m o h a c í a P e -
dro, «a d i s t a n c i a » ; c) banalizar la c r u z , d e j á n d o n o s d o m i n a r por
un v i c t i m i s m o barato q u e nos lleva a c o n s i d e r a r c r u z la m e n o r i n -
c o m o d i d a d q u e surge, p o r q u e las cosas - a u n q u e m í n i m a s y sin r e -
l i e v e - n o salen a nuestro gusto.

Jesús d i j o q u e , c u a n d o lo c r u f i c a r a n - c u a n d o lo levantaran d e
la tierra-, atraería a t o d o s h a c i a sí (Jn 1 2 , 32). P i d á m o s l e q u e t a m -
b i é n a nosotros nos atraiga h a c i a su c r u z ; y nos d é v a l o r para
« c o m p l e t a r e n nuestra c a r n e lo q u e falta a las t r i b u l a c i o n e s d e
Cristo» ( C o l 1 , 2 4 ) .

¿ Q u é d e b o h a c e r y p a d e c e r por Cristo, q u e p r o l o n g a su p a -
sión e n los c r u c i f i c a d o s d e este m u n d o ? Q u e El nos c o n c e d a fuer-
za para a y u d a r a llevar la c r u z d e los d e m á s ; para cargar, c o n la e s -
peranza d e ir e r r a d i c á n d o l o , c o n el d o l o r del m u n d o .

287
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

¡ O j a l á nos c o n c e d a para t o d o e l l o tener, c o m o Él t u v o , una f i -


d e l i d a d c l a v a d a ! Él lo p u e d e h a c e r ; p u e s «por h a b e r p a s a d o la
p r u e b a del dolor, p u e d e auxiliar a los q u e a h o r a lo están p a s a n d o »
( H e b r 2 , 18).

* * *

O t r a s p o s i b i l i d a d e s d e a c e r c a r s e a la m u e r t e e n la c r u z

- U n coloquio personal, prolongado, de amigo a amigo.


Q u e sea c o m o un « e n c u e n t r o r o m p e d o r » - d e esos « e n -
c u e n t r o s d e las 4 d e la t a r d e » , c o m o el q u e d e s c r i b e S a n
J u a n , al narrar la l l a m a d a a los p r i m e r o s d i s c í p u l o s - . E n -
c u e n t r o cara a c a r a c o n el c r u c i f i c a d o , c o m o tantas v e c e s
lo h e h e c h o a lo largo d e mi v i d a ; p e n s a n d o c u á n t a s cosas
le h e d i c h o y c u á n t a s cosas m e ha d i c h o . A l g o tendrá t a m -
b i é n q u e d e c i r m e a h o r a . Él es el c r u c i f i j o d e mis v o t o s . Y
d e s d e el día q u e m e lo d i e r o n , c o m o s í m b o l o y r e c u e r d o
d e mi p r o p i a entrega, ha sido el q u e m e ha a c o m p a ñ a d o
e n mis s o l e d a d e s , e n mis fracasos, e n m i s e s p e r a n z a s y
mis s u e ñ o s ; es el Cristo d e mi p e r d ó n , d e mi g e n e r o s i d a d ,
d e mis d u d a s ; el q u e m e ha c o n s o l a d o ; el q u e ha g u a r d a -
d o tantas v e c e s s i l e n c i o a n t e mis preguntas; el q u e m e ha
r e g a ñ a d o c o n c a r i ñ o . . . Y e n ese c o l o q u i o personal e i n -
transferible, p r e g u n t a r m e una v e z m á s : ¿ q u é d e b o h a c e r
por Cristo?

- R e c o r r e r el V i a C r u c i s , r e s c a t a n d o así la h o n d u r a d e la
p i e d a d popular. P e n s a n d o q u e su c a m i n o es mi c a m i n o
- É l es el c a m i n o - ; el q u e y o d e b o recorrer c a d a día, j u n t o
a Él.

- D e j a r m e d e c i r las « S i e t e palabras» p r o n u n c i a d a s por Él e n


la c r u z . ( S a n I g n a c i o las r e c o g e [297].) S o n el « t e s t a m e n -
to» d e J e s ú s . Él es el gran dador. En la C r u z lo da t o d o :
d e s d e el p e r d ó n hasta su M a d r e . Y, por supuesto, la v i d a .

- V i v i r la P a s i ó n e n c o m p a ñ í a d e M a r í a . ( S a n I g n a c i o insiste
e n este a c o m p a ñ a m i e n t o a la M a d r e e n su s o l e d a d y d o -
lor: [ 2 0 8 , 7 ; 2 9 7 . 2 9 8 ] ) . M a r í a sí estaba a l l í - « s t a b a t » - , d e
p i e , j u n t o a la c r u z . M a r í a a c o g e c o n fe, c o m o s i e m p r e , el

288
L A MUERTE DE JESÚS

misterio e n la « h o r a » d e J e s ú s . Es la S e ñ o r a d e la P i e d a d ,
q u e recoge muerto el c u e r p o del H i j o al q u e d i o v i d a y lee
e n sus h e r i d a s . Q u e nos diga M a r í a q u é p a s ó y por q u é ;
q u e nos repita: H a c e d lo q u e Él os diga.

- J u n t o a l c r u c i f i j o , r e c i t a r p a u s a d a m e n t e el Anima Chris-
ti, p r e g u n t á n d o m e por q u é y c ó m o m e t i e n e q u e santifi-
car, confortar, e m b r i a g a r . . . y d e j á n d o l e q u e m e responda.

- R e a s u m i r a n t e el C r u c i f i c a d o las o b l a c i o n e s , c o l o q u i o s y
p e t i c i o n e s d e los grandes m o m e n t o s d e E j e r c i c i o s .

Pero lo i m p o r t a n t e es q u e y o m e identifique c o n Cristo d o l o -


rido y q u e b r a n t a d o , p o r q u e - c o m o d i c e el S a l m o 5 0 - « u n c o r a z ó n
q u e b r a n t a d o . . . n o lo d e s p r e c i a s » . Y q u e sus s e n t i m i e n t o s m e p e -
netren y se h a g a n m í o s (Fil 2 , 5) hasta q u e sus rasgos se q u e d e n
p r e n d i d o s e n mi c o r a z ó n c o m o , según la p i e d a d popular, o c u r r i ó
c o n el p a ñ o d e la V e r ó n i c a .

289
19
INTRODUCCIÓN A LOS MISTERIOS
DE LA RESURRECCIÓN

«La " c u a r t a s e m a n a " (la c o n t e m p l a c i ó n d e la R e s u r r e c c i ó n


del S e ñ o r ) 1
i l u m i n a a la " t e r c e r a " (la c o n t e m p l a c i ó n d e la Pasión)
no e n c u a n t o le niega su b r u t a l i d a d , sino e n c u a n t o le niega la ú l -
tima p a l a b r a . . . La " c u a r t a s e m a n a " es inseparable d e la " t e r c e r a " ,
c u y o reverso constituye y c o n la q u e forma, por tanto, una u n i d a d .
En realidad, para q u e el ejercitante esté " c u r t i d o " ante todas (las d i -
ficultades) q u e p u e d a n v e n i r l e e n el s e g u i m i e n t o ( q u e es la f i n a l i -
d a d d e la "tercera s e m a n a " ) , no h a c e falta sólo q u e las c o n o z c a y
las haya previsto. Es preciso q u e sepa, a d e m á s , q u e t i e n e n un s e n -
tido. U n sentido q u e no sólo es r a z o n a b l e d e s d e el p u n t o d e vista
i n t e l e c t u a l ; sino t a m b i é n e x p e r i m e n t a b l e e x i s t e n c i a l m e n t e . Y un
sentido q u e no sólo podrá quizás ser atisbado después ( c u a n d o s o -
b r e v e n g a n las asperezas y dificultades); sino q u e y a ha sido r e v e -
lado antes, e n la R e s u r r e c c i ó n d e Jesús».

La " c u a r t a s e m a n a " c o n s i d e r a c o m o f u n d a m e n t a l y c o m o
n e c e s a r i o q u e se h a y a p a s a d o por la e x p e r i e n c i a d e e s e s e n t i -
d o » : q u e la entrega d e la v i d a p r o d u c e v i d a , y d e e l l o t e n e m o s
2

la p r u e b a e n J e s ú s .

' La contemplación de los misterios de la Resurrección del Señor es el te-


de la «cuarta semana» de los Ejercicios de mes ignacianos.
Cf. J . A. G O N Z Á L E Z F A U S , «La experiencia espiritual de los Ejercicios
2

San Ignacio» en fsfe es el hombre, Sal Terrae, Santander 1980, pp. 240-244.

291
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Las « m i r i l l a s » [223-224]

Para adentrarnos e n esa e x p e r i e n c i a d e sentido q u e nos a p o r -


ta la R e s u r r e c c i ó n del Señor, I g n a c i o nos o f r e c e dos « m i r i l l a s » :

1. « C o n s i d e r a r » ( q u e significa m i r a d a del c o r a z ó n , p o n d e r a -
c i ó n afectiva) c ó m o la D i v i n i d a d , q u e p a r e c í a e s c o n d e r s e
e n la P a s i ó n , a p a r e c e y se muestra a h o r a e n la R e s u r r e c -
c i ó n por los v e r d a d e r o s y santísimos efectos d e ella.
El c e n t r o d e estas c o n t e m p l a c i o n e s es, otra v e z , la h u m a -
n i d a d d e Cristo, p e r o , a h o r a , victoriosa y g l o r i f i c a d a .
C o n t e m p l a m o s al R e s u c i t a d o c o n el d e s e o d e participar
e n su sentimiento d e a l e g r í a . N o s m u e v e , pues, u n a m o r
3

d e i d e n t i f i c a c i ó n : q u e r e m o s c o m p a r t i r el g o z o d e u n a per-
sona q u e a m a m o s e n t r a ñ a b l e m e n t e y a la q u e h e m o s v i s -
to - e n la P a s i ó n - « p a d e c e r c r u d e l í s i m a m e n t e » .
Es u n a m o r lo m á s desinteresado p o s i b l e : q u e r e m o s (y así
lo p e d i m o s ) sentir alegría por su alegría y por su gloria, o l -
v i d á n d o n o s d e nosotros m i s m o s .
En las c o n t e m p l a c i o n e s d e l S e ñ o r r e s u c i t a d o («cuarta s e -
m a n a » ) , I g n a c i o no o f r e c e esa tercera « m i r i l l a » q u e p o n í a
e n la Pasión («tercera s e m a n a » ) : el «por m í » . A q u í , p u e s ,
nuestro d e s e o d e i d e n t i f i c a r n o s c o n El es tan intenso q u e
- o l v i d á n d o n o s d e n o s o t r o s - nos g o z a m o s p o r q u e El está
g o z o s o . El g o z o y la alegría n o t i e n e n otro o b j e t o q u e la
gloria y g o z o q u e el S e ñ o r resucitado siente.

2. A4/rar el oficio d e c o n s o l a d o r q u e Cristo Nuestro Señor trae.


Es c o n t e m p l a r c ó m o Cristo v i e n e a m i s t o s a m e n t e ( c o m o
a m i g o ) a c o m u n i c a r su alegría. Y t a m b i é n v i e n e a c o m u -
n i c á r n o s l a a nosotros: Él se nos manifiesta t a m b i é n a n o -
sotros c o m o C o n s o l a d o r , m e d i a n t e su Espíritu.
Por tanto, nos g o z a m o s - c o n a m o r d e s i n t e r e s a d o - p o r q u e
Él, c o m o R e s u c i t a d o , está g o z o s o ; p e r o Él está g o z o s o por

Aparecido también c o m o cuaderno «Aquí y ahora» de Sal Terrae n° 7, 1990. Cf.


el texto de la nota 1 del cap. 20.
3
Sobre la actitud del ejercitante y el tipo de oración en la «cuarta sema-
na», cf. S. A R Z U B I A L D E , Ejercicios espirituales de San Ignacio. Historia y análi-
sis, Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 1 9 9 1 , pp. 463-466.

292
INTRODUCCIÓN A LOS MISTERIOS DE LA RESURRECCIÓN

nosotros; p u e s el S a l v a d o r n o es el o b j e t o d e su p r o p i a
alegría, sino q u e nosotros - l o s h o m b r e s - s o m o s el o b j e t o
d e la a l e g r í a d e l R e s u c i t a d o . C o m o d i c e G . C u s s o n , «el
4

objeto d e su alegría es el triunfo del p r o y e c t o del Padre: el


" h a g a m o s r e d e n c i ó n " . Y esto nos afecta a nosotros».
Y así nos lo c o m u n i c a Él m i s m o al v e n i r c o m o C o n s o l a -
dor, m e d i a n t e su Espíritu. D e esta f o r m a , su alegría se c o n -
v i e r t e t a m b i é n e n alegría para nosotros. Y así r e a p a r e c e
a q u í el «por m í » (la tercera « m i r i l l a » d e la «tercera s e m a -
n a » ) . P u e s , c o m o d i c e S. P a b l o : « F u e e n t r e g a d o por n u e s -
tros p e c a d o s y f u e r e s u c i t a d o por nuestra j u s t i f i c a c i ó n »
( R o m 4, 2 5 ) .

4
Cf. G . C U S S O N , Los Ejercicios espirituales y la experiencia cristiana,
Publicado para la I Jornada de Espiritualidad Ignaciana (Alaquás, 27 de n o v i e m -
bre 1999); respecto a la cuarta semana, cf. pp. 33-35. En este cuaderno se reco-
sen c i n c o artículos del autor aparecidos en Cahiers de spiritualité ignatienne, nn.
84-88 (1997-1998).

293
20
LA RESURRECCIÓN DEL SEÑOR

En la c o n t e m p l a c i ó n del R e s u c i t a d o ( « c u a r t a s e m a n a » ) e x -
p e r i m e n t a m o s q u e el sentido o c u l t o 1
q u e c o n l l e v a la entrega y la

1
Cf. J . A. G O N Z Á L E Z F A U S , «La experiencia espiritual de los Ejercicios
de San Ignacio» en fsfe es el hombre, Sal Terrae, Santander 1 980, pp. 240-244.
Aparecido también c o m o cuaderno «Aquí y ahora», n° 7, de Sal Terrae, 1990. Es-
cribe este autor: «La "cuarta semana" es inseparable de la "tercera", cuyo rever-
so constituye y con la que forma, por tanto, una unidad. En realidad, para que el
ejercitante esté "curtido" ante todas (las dificultades) que puedan venirle (en el se-
guimiento, que es la finalidad de la tercera semana), no hace falta sólo que las c o -
nozca y las haya previsto. Es preciso que sepa además que tienen un sentido. U n
sentido que no sólo es razonable desde el punto de vista intelectual; sino también
experimentable existencialmente. Y un sentido que no sólo podrá quizás ser atis-
bado después (cuando sobrevengan las asperezas y dificultades); sino que ya ha
sido revelado antes, en la Resurrección de Jesús.
La "cuarta semana" considera c o m o fundamental y c o m o necesario que se
haya pasado por la experiencia de ese sentido. Pues es coherente, desde el pun-
to de vista psicológico, el que, en el momento mismo de la oscuridad y de la d u -
reza, no exista manera de descubrir la posibilidad de integración de aquellas ho-
ras negras que, de otro modo, dejarían de ser tales. El mismo que dijo: " D i o s mío,
¿por qué me has abandonado? es aquél en cuyos labios aparecen estas palabras:
¿Acaso no era necesario que el Mesías pasase todo eso...?" (Le 24, 26ss). H e
aquí la función de la cuarta semana.
Utilizo la palabra "sentido", en vez de la ignaciana "consuelo"; porque no se
trata de rebajar la cantidad de dolor, sino, en todo caso, de situarlo en otro contexto:
un contexto que, sólo si previamente ha sido vivido y asimilado, dejará quizás algún
empeño o fibra que trate de hacerlo presente en el momento de la noche oscura...
En resumen, la "cuarta semana" ilumina a la "tercera" no en cuanto que le
mega su brutalidad, sino en cuanto que le niega la última palabra (y "última" no
solo en el sentido cronológico)».

295
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c r u z es la r e s u r r e c c i ó n . D e s c u b r i r e s e s e n t i d o n o s p r o d u c e u n
gran g o z o . 2

Ése es el p r i m e r s e n t i m i e n t o q u e t e n d r í a m o s q u e e x p e r i m e n -
tar y, para e l l o , p e d i r l o , d u r a n t e las p r ó x i m a s h o r a s . Pedir g r a c i a
«para m e alegrar y g o z a r i n t e n s a m e n t e d e tanta gloria y g o z o d e
Cristo N u e s t r o S e ñ o r » [ 2 2 1 ] .

S e p u e d e escoger c u a l q u i e r a d e las « a p a r i c i o n e s » - t a m b i é n la
a p a r i c i ó n a su M a d r e ( q u e I g n a c i o presenta c o m o el f u n d a m e n t o
y c l a v e d e todas las d e m á s [218-225]). V o y a h a c e r unas c o n s i d e -
r a c i o n e s q u e son transversales a todas ellas. M á s a d e l a n t e , s u g e r i -
ré otra p o s i b i l i d a d d e a c e r c a r n o s al R e s u c i t a d o .

I. ES G O Z O : Jesús v i v e

P r i m e r o , el g o z o . El g o z o d e q u e Jesús v i v e . Y t e n e m o s , hoy,
q u e d a r l e t i e m p o al g o z o : a p e d i r l o y e x p e r i m e n t a r l o .

D i c e n q u e es m á s fácil llorar c o n u n o , c o m p a r t i r su dolor, q u e


alegrarse c o n é l . Pero si r e c o r d a m o s lo c o n t e m p l a d o estos días, lo
q u e ha s i g n i f i c a d o para nosotros - e l «por mí» ¡ g n a c i a n o - y para el
m u n d o - « D i o s lo entregó para q u e tengan v i d a » - la v i d a e n t r e g a -
da d e Jesús, c r e o q u e nos brotará e s p o n t á n e a m e n t e el g o z o d e s a -
b e r l o resucitado y v i v o . U n g o z o q u e n o n e c e s a r i a m e n t e t i e n e q u e
ser s e n s i b l e ; I g n a c i o h a b l a d e g o z o espiritual q u e p u e d e v e n i r e n
f o r m a d e p a z , s e r e n i d a d , l u z . . . [ 2 2 1 . 2 2 9 ] . Y si n o nos brotara, p i -
d á m o s l o - p u e s es g r a c i a - c o n s e n c i l l e z y c o n c o r a z ó n d e p o b r e .

Sentir y pedir este g o z o es importante. P o r q u e la s e c u e n c i a d e


la v i d a cristiana sigue ese i t i n e r a r i o , ese ritmo: p r i m e r o brota el
3

2
« ¿ Q u é añade la "cuarta semana"? Ser y vivir así (tal c o m o hemos visto
en la "segunda y tercera semanas") es vida verdadera, aunque no lo parezca. J e -
sús es la gran prueba de que esto es verdad y la promesa de que esto es verdad
para mí. La vida de Jesús estaba transida de resurrección y por eso florece y es
promesa» (J. A. G A R C Í A , Apuntes de EE. de mes).
3
Esa «secuencia» está muy bien descrita en las «parabolitas» que recoge
el evangelio según San M a t e o (13, 44-46) del tesoro y de la perla encontrados en
el campo: primero, es el gozo del encuentro; de ese gozo brotará el compromiso:
«venderlo todo», para conseguir aquéllos.

296
L A RESURRECCIÓN DEL SEÑOR

g o z o , y d e él surgirá el c o m p r o m i s o . U n c o m p r o m i s o q u e brota d e
un g o z o n u n c a es p e l i g r o s o . U n c o m p r o m i s o q u e p r o v i e n e d e u n
4

imperativo c a t e g ó r i c o , sí; pues p u e d e a v e c e s engendrar k a m i k a z e s


del b i e n , p e r s o n a s v o l u n t a r í s t i c a m e n t e e n d u r e c i d a s , q u e como
panzers v a n a r r a s a n d o por la v i d a sin p a c i e n t e ternura y sin m i s e -
ricordia, s i e m p r e dispuestas a a r r a n c a r deprisa la c i z a ñ a , m a c h a -
c a n d o t a m b i é n al trigo q u e está a su v e r a . P e r o el h e r o í s m o o el
c o m p r o m i s o q u e n a c e del g o z o n o es peligroso, ni tenso. D é m o s -
le, p u e s , t i e m p o al g o z o . Esa m e m o r i a d e l g o z o e x p e r i m e n t a d o ,
del sentido v i v i d o y s a b o r e a d o , d e q u e la entrega d e la v i d a p r o -
d u c e v i d a - y d e e l l o t e n e m o s la p r u e b a e n J e s ú s - la n e c e s i t a r e m o s
e n las horas oscuras y agrias, q u e n o serán p o c a s e n nuestra v i d a .

G o z o , pues, porque Jesús vive. N o sólo v i v e su recuerdo, v i v e Él.


Porque Él ha resucitado le r e c o r d a m o s ; n o es q u e haya resucitado
porque le recordamos. Y ahora nos manifiesta q u e el sentido v e l a d o
de aquella vida suya entregada era el auténtico. Y q u e p o d e m o s vivir
-y eso es un gozo para nosotros- d e esa alegre noticia: q u e toda e n -
trega por el R e i n o lleva oculta la luz d e la resurrección. D i g á m o s l o
una v e z más, q u e ninguna inversión e n el a m o r se pierde: q u e el
amor es siempre productivo. (Ése es el sentido d e la «cuarta semana».)

En la última C e n a , tal c o m o S a n J u a n nos la d e s c r i b e , d i c e J e -


sús a sus d i s c í p u l o s : «Si m e a m a r a i s , os alegraríais d e q u e y o m e

4
Cf. J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , o. c „ pp. 241-242: «Esta misión consoladora
(de la "cuarta semana") intenta evitar que la dureza de la "tercera semana" quede
reducida a una cuestión de empeño y fuerza de voluntad. El cristianismo no es
una religión para héroes, aunque haya arrancado de muchas personas los actos
más heroicos. El ser humano tampoco está hecho de madera de héroe, aunque
pueda haberse comportado c o m o tal en algún momento. El esfuerzo, que es fru-
to de la voluntad y del imperativo categórico, acaba por criar mala sangre y por
endurecer a las personas: y ésta es una de las lecciones más repetidas por la vida.
En cambio, el sacrificio que ha brotado del cariño, de la espontaneidad y del c a u -
dal de gozo, no endurece tanto. Es capaz de hacernos más comprensivos o, por
lo menos, menos tensos. Cuando no hemos sido generosos por la fuerza de algu-
na ley, tampoco trataremos de imponer la ley a los demás. Lo que cuenta decisi-
vamente para poder ser cauces de Misericordia es evitar convertirse en personas
de ésas a las que el bien, en vez de haberlas hecho bondadosas, las ha vuelto h u -
rañas o de mal genio. Si el cristianismo no es una religión para héroes, los Ejer-
cicios no pueden ser, en absoluto, un c a m p o de entrenamiento de guerrilleros,
kamikazes o terroristas del bien. Y, por más alienante que esto pueda parecer a to-
dos los reductores "éticos" del hecho cristiano, quizás aquí reside el desafío d e -
cisivo del cristianismo: su debilidad que es la fuerza de Dios (cf. 1 Cor 1 , 24)».

297
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

v a y a al Padre» (Jn 14, 2 8 ) . N o s o t r o s , q u e le a m a m o s , nos a l e g r a -


m o s d e q u e esté c o n el Padre, d e q u e Jesús v i v a la v i d a d e D i o s .

La Resurrección es, pues, g o z o para Jesús y g o z o para nosotros.

7. Gozo para Jesús

P o r q u e significa q u e la c r u z n o es la última palabra del Padre.


S u última p a l a b r a es el sí a J e s ú s , a su v i d a , a su p r e t e n s i ó n , a su
m e n s a j e . R e s u c i t á n d o l o ha a c e p t a d o la c a u s a d e Jesús para s i e m -
pre. Le ha d a d o la r a z ó n . 5

Jesús ha triunfado sobre la m u e r t e : « S e a n i q u i l ó la m u e r t e p a -


ra s i e m p r e . M u e r t e , ¿ d ó n d e está tu v i c t o r i a ? ¿ D ó n d e está, m u e r t e ,
tu a g u i j ó n ? . . . D e m o s gracias a D i o s , q u e nos da esta v i c t o r i a por
m e d i o d e nuestro Señor, Jesús M e s í a s » (1 C o 1 5 , 54-55).

Esto significa:

- q u e la sangre d e r r a m a d a e n la m u e r t e del Profeta ha sido


d e f i n i t i v a m e n t e f e c u n d a . N o se ha p e r d i d o una gota;
- q u e la justicia del Justo sufriente ha v e n c i d o i r r e m i s i b l e -
m e n t e la injusticia;
- q u e la s o l i d a r i d a d del S i e r v o o b e d i e n t e ha triunfado sobre
el d o l o r y el p e c a d o .

2. Gozo para nosotros, los hombres

Pero, si es g o z o para Jesús, t a m b i é n es g o z o para nosotros, los


h o m b r e s . Y ése es el primer m e n s a j e d e la R e s u r r e c c i ó n : ¡ A l e g r a o s !
Gesús sale al e n c u e n t r o d e las mujeres y les d i c e : ¡Alegraos! ( N o t e -
máis) ( M t 2 8 , 9; cf. J n 2 0 , 2 0 ) ) . D e b e m o s alegrarnos p o r q u e Jesús
v i v e , y e x c l a m a r c o n el S a l m o (Sal 8 3 , 3): « . . . m i c o r a z ó n y mi c a r -
n e retozan por el D i o s v i v o » .

Si Él n o hubiera resucitado, seríamos los m á s d e s g r a c i a d o s d e


los h o m b r e s (1 C o r 1 5 , 12-20). P e r o el Padre le ha r e s u c i t a d o ; y
confesar esto significa nada m e n o s q u e nuestra s a l v a c i ó n : « P o r q u e ,

5
«La muerte de Jesús se planteó c o m o un juicio de Dios: ¿Dios es amor,
c o m o dice Jesús? o ¿eso es una blasfemia, c o m o dice Caifas? La Resurrección le
ha dado la razón a Jesús» (J. R. Busto); cf. J . R. B U S T O , «El resucitado», e n : J . J .
T A M A Y O (dir.), Diez palabras claves sobre Jesús de Nazaret, Verbo Divino, Este-
lia (Navarra) 1999, pp. 357-399.

298
L A RESURRECCIÓN DEL SEÑOR

• t u s labios profesan q u e Jesús es S e ñ o r y c r e e s d e c o r a z ó n q u e


D i o s le resucitó d e la m u e r t e , te salvarás» ( R o m 10, 9).

Él ha r e s u c i t a d o c o m o C a b e z a d e su c u e r p o , c o m o p r i m i c i a
(1 C o r 1 5 , 22-23). En su R e s u r r e c c i ó n y a se e n c u e n t r a g e r m i n a l -
m e n t e nuestra p r o p i a r e s u r r e c c i ó n . P o r q u e al dar u n sí i r r e v o c a -
6

b l e a Jesús, a su c a u s a y a su m e n s a j e , D i o s nos ha d a d o t a m b i é n
u n sí a nosotros, los h o m b r e s . N o s o t r o s , los h o m b r e s , é r a m o s la
causa d e Jesús: Él v i v i ó p a r a nosotros y m u r i ó p o r nosotros.

A l a c e p t a r para s i e m p r e a Jesús, D i o s se ha puesto definitiva-


m e n t e al l a d o d e l h o m b r e : D i o s está a favor nuestro. Ya lo d i c e ta-
j a n t e m e n t e S a n P a b l o : « D i o s está a favor n u e s t r o . . . A q u é l q u e n o
e s c a t i m ó a su p r o p i o H i j o , sino q u e lo entregó por todos nosotros,
¿ c ó m o es p o s i b l e , e n t o n c e s , q u e c o n Él n o nos lo regale t o d o ? »
( R o m 8, 31-32). T a m b i é n la v i d a resucitada.

El D i o s fiel y m i s e r i c o r d i o s o ha q u e r i d o , por m e d i o d e Jesús,


ser a l i a d o del h o m b r e para s i e m p r e , m á s allá del t i e m p o y del e s -
p a c i o ; y del h o m b r e entero, tal c o m o es: c u e r p o y a l m a . Por eso, el
D i o s d e la A l i a n z a es el D i o s d e la R e s u r r e c c i ó n .

G o c é m o n o s , por tanto, p o r q u e nuestra v i d a , tras la r e s u r r e c -


c i ó n d e Jesús, c o b r a p l e n o s e n t i d o . 7

Y es g o z o n o p o r q u e s u p r i m a el dolor, sino p o r q u e lo t r a n s -
forma; lo sitúa e n otro c o n t e x t o y, d e esa f o r m a , le da sentido. Por

Rom 8, 1 1 : «Y si el Espíritu del que resucitó a Jesús de la muerte habita


6

en vosotros, el mismo que resucitó al Mesías dará vida también a vuestro ser mor-
tal por medio de ese Espíritu suyo que habita en vosotros».
Porque llevamos hincado en las entrañas un dinamismo del «principio-
7

esperanza» (como se le ha llamado): es decir, el hombre es un buscador. Unas v e -


ces, buscará el amor y la plenitud de la c o m u n i c a c i ó n ; otras, buscará la revolu-
ción y la construcción de un mundo digno del hombre; otras, buscará la paz o el
perdón o el sentirse realizado c o m o hombre, o buscará sin saber lo que busca...
pero el hecho es que es un ser esencialmente buscador. Está movido por una es-
peranza que le impulsa a negar que la última palabra de la existencia la tenga lo
negativo, el mal, la muerte, la inhumanidad, la injusticia...
Pues bien, ese principio-esperanza que nos impulsa, pero que no sabemos
dónde apoyarlo, dónde fundamentarlo... encuentra su plenitud de sentido, su res-
paldo y su base en la resurrección de Jesús. Pues la resurrección de Jesús signifi-
ca que ni la muerte, ni la injusticia, ni el sinsentido son la última y verdadera pa-
labra sobre nuestra existencia. Al creer en Jesús resucitado, encuentro, pues,
fundamento a mi esperanza.

299
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

d e b a j o d e t o d o este d o l o r del m u n d o , e n el q u e la « d i v i n i d a d se
e s c o n d e » , se h a l l a la R e s u r r e c c i ó n . N o p r e c i s a m e n t e por e n c i m a
d e é l , c o m o si fuera un m a n t o p i a d o s o o una gasa q u e c u b r e la h e -
rida y nos dispensa d e v e r l a mientras la h e r i d a sigue e x i s t i e n d o .
N o p r e c i s a m e n t e así, s i n o e n m e d i o d e t o d a esta d u r e z a y o p a c i -
d a d del m u n d o , sin e l i m i n a r n a d a d e la prosa d e la v i d a . 8

Pero, d e s d e la r e s u r r e c c i ó n d e J e s ú s , c o m o les o c u r r i ó a los


d i s c í p u l o s e n su e x p e r i e n c i a p a s c u a l , nos s i t u a m o s « e n un m o d o
n u e v o d e estar e n la v i d a d e s d e la V i d a » , y así s a b e m o s q u e el d o -
9

lor d e l m u n d o , q u e seguirá e x i s t i e n d o , es - c o m o d i c e S a n P a b l o -
« d o l o r d e parto» a n t e el n a c i m i e n t o del h o m b r e n u e v o - i n a u g u r a -
d o por Jesús-, d e l c i e l o n u e v o y d e la tierra n u e v a (2 C o r 1 , 3-7; cf.
A p o c 2 1 , 1 -7; Is 6 5 , 1 7-21). T a m b i é n Jesús c o m p a r ó la alegría q u e
p r o d u c e la llegada d e l R e i n o a la alegría q u e siente u n a m a d r e al
dar a luz, a u n q u e a este g o z o le h a y a n p r e c e d i d o los d o l o r e s d e l
parto. La R e s u r r e c c i ó n - q u e garantiza d e f i n i t i v a m e n t e la llegada
del R e i n o - ha situado el d o l o r e n otro c o n t e x t o : es d o l o r d e parto,
del q u e n a c e u n a H u m a n i d a d N u e v a .

II. R E C O N O C I M I E N T O T R A N S F O R M A D O R : poseer ojos y o í d o s


nuevos

C r e e r e n la R e s u r r e c c i ó n es ver y oír a Jesús y r e c o n o c e r l o c o n


los n u e v o s ojos y o í d o s d e la fe. T a m b i é n para los primeros testigos

8
Tomo este párrafo, casi literalmente, de J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , o. c , pp.
242-243.
9
T. CÁTALA, Vida religiosa «a la apostólica». Hombres y mujeres que qui-
sieron seguir al Señor con mayor libertad, Sal Terrae, Santander 2004, pp. 123-124:
«La "cuarta semana" o el modo nuevo de estar en la vida desde la Vida... Ésta es la
experiencia de la presencia del Espíritu. N o se ha dado un cambio mágico de la rea-
lidad injusta y sufriente del mundo; lo que se ha dado es la posibilidad de situarse
en la realidad y en la historia desde la Vida. Ha cambiado el referente último de la
historia de los excluidos; no es la muerte, sino la Vida. Lo que ocurrió (en el e n -
cuentro de los discípulos con el Resucitado) no podemos saberlo; conocemos sus
efectos, sus resultados, las prácticas que generó. Lo que ocurrió lo expresan como
Resurrección. N o se trata de un cadáver que revive; se trata de la intervención de-
finitiva del Padre en la historia, negándole a la muerte su última palabra. Vivir des-
de la Vida... El seguidor y la seguidora de Jesús se sitúan en la vida desde la Vida».

300
L A RESURRECCIÓN DEL SEÑOR

f u e la r e s u r r e c c i ó n una e x p e r i e n c i a d e fe. S a n t o T o m á s d e A q u i n o
ya e s c r i b i ó q u e los apóstoles v i e r o n a Cristo, tras la R e s u r r e c c i ó n ,
« o c u l a t a f i d e » : c o n u n a fe o c u l a r o c o n unos ojos c r e y e n t e s .

Esta e x p e r i e n c i a d e fe es la q u e q u i e r e n d e s c r i b i r n o s las n a -
rraciones e v a n g é l i c a s sobre las a p a r i c i o n e s d e Jesús resucitado.

En e l l a s a p a r e c e J e s ú s y, sin e m b a r g o , e n u n p r i m e r m o -
m e n t o n o es r e c o n o c i d o . Y c u a n d o llega a ser c o n o c i d o es g r a -
c i a s a la d e c i s i ó n s u y a d e m a n i f e s t a r s e . ( L a e x p r e s i ó n f r e c u e n t e -
m e n t e u t i l i z a d a e n las a p a r i c i o n e s es «se d e j ó v e r » . ) Los testigos
lo r e c o n o c e n p o r q u e Él t o m a la i n i c i a t i v a y r e a l i z a a l g ú n gesto
u l t e r i o r o d i c e a l g u n a p a l a b r a (partir el p a n a n t e los d i s c í p u l o s
d e E m a ú s o l l a m a r p o r su n o m b r e a M a g d a l e n a , o i n v i t a r l e s a
e c h a r las redes - u n gesto q u e r e m e m o r a la p e s c a m i l a g r o s a , o r i -
g e n d e su v o c a c i ó n - ) . S o n gestos o p a l a b r a s q u e t r a e n el r e c u e r -
d o d e e x p e r i e n c i a s p a s a d a s y d e c i s i v a s v i v i d a s c o n el S e ñ o r . Y
e s e gesto o p a l a b r a lo h a c e o d i c e J e s ú s « p a r a q u e se les a b r a n
los o j o s » .

S ó l o p o r q u e Él se da a c o n o c e r , c o n gestos o palabras - q u e i n -
t e r p e l a n y s a c u d e n el c o r a z ó n - es r e c o n o c i d o . C r e e r e n Él c o m o
r e s u c i t a d o es, por t a n t o , u n r e g a l o : nos t i e n e q u e dar unos ojos
n u e v o s y u n o s o í d o s n u e v o s - a b r i r n o s los ojos, c o m o a los d i s c í -
pulos d e E m a ú s , o los o í d o s c o m o a M a g d a l e n a - para p o d e r r e c o -
nocerlo.

T e n e m o s q u e p e d i r l e esa e x p e r i e n c i a d e fe para p o d e r r e c o -
n o c e r l e r e s u c i t a d o , t r a n s f o r m a d o y transfigurado hoy, e n nuestra
v i d a y nuestro m u n d o . Y para q u e n o nos o c u r r a c o m o e n la c a n -
c i ó n q u e tantas v e c e s e n t o n a m o s : « c o n vosotros está y n o le c o n o -
c é i s » . P u e s es el S e ñ o r e n el q u e pasa h a m b r e , e n el q u e t i e n e s e d ,
en el q u e está e n la c á r c e l . . . Y c o n f r e c u e n c i a , p a s a m o s d e largo,
sin r e c o n o c e r l o .

Transformador

Pero este r e c o n o c i m i e n t o es transformador. C o m o las narra-


c i o n e s e v a n g é l i c a s nos d e s c r i b e n , Jesús se a p a r e c e a personas q u e
se h a l l a n e n una s i t u a c i ó n h u m a n a d e tristeza, d e m i e d o , d e i n c r e -
d u l i d a d , d e d e c e p c i ó n ; personas q u e t i e n e n heridas. Así, por e j e m -
plo, M a g d a l e n a está l l o r a n d o ; los d i s c í p u l o s d e E m a ú s están de-

301
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c e p c i o n a d o s ; T o m á s , el a p ó s t o l , es u n i n c r é d u l o ; los apóstoles e n
el C e n á c u l o están e n c e r r a d o s , muertos d e m i e d o . . .

Pero c a d a u n o d e e l l o s es a l c a n z a d o por el S e ñ o r e n a q u e l l o
d e lo q u e n e c e s i t a ser l i b e r a d o ; e n su h e r i d a . Y, al r e c o n o c e r l o ,
esas personas se c u r a n y se t r a n s f o r m a n . La e x p e r i e n c i a d e fe e n el
R e s u c i t a d o s a c u d e su c o r a z ó n ; y se c o n v i e r t e n e n otras personas.

S o b r e e l l a s , Jesús e j e r c e el o f i c i o d e c o n s o l a d o r [ 2 2 4 ] , q u e es
algo más q u e enjugar lágrimas: p o r q u e da un v u e l c o al c o r a z ó n d e
esas p e r s o n a s . 1 0

« L a D i v i n i d a d a p a r e c e y se muestra e n sus efectos» - n o s d i -


c e S a n I g n a c i o [ 2 2 3 ] - . Es así; por e s o , la tristeza se t r u e c a e n g o -
z o ; la p u s i l a n i m i d a d y c o b a r d í a e n v a l e n t í a , e n a p l o m o («parre-
s í a » , a u d a c i a ) ; la i n c r e d u l i d a d e n a d o r a c i ó n ; el e s c e p t i c i s m o e n
c e l o . Y esos h o m b r e s y esas m u j e r e s q u e d a n e n a d e l a n t e p r e n d i -
dos y p r e n d a d o s del R e s u c i t a d o . Y n o q u i e r e n p r e d i c a r otra cosa -
sin temor, a pesar d e estar a c o r r a l a d o s por los a d v e r s a r i o s , e n -
frentándose, u n a y otra v e z , c o n los t r i b u n a l e s - q u e a Cristo m u e r -
to y r e s u c i t a d o .

T a m b i é n a nosotros esa c o n f e s i ó n d e fe e n Jesús r e s u c i t a d o ,


ese r e c o n o c i m i e n t o d e Jesús a c t u a l m e n t e v i v o nos t i e n e q u e trans-
formar: eliminar nuestra incredulidad, cobardía, escepticismo,
a p a t í a . . . para c o n v e r t i r n o s e n h o m b r e s y m u j e r e s n u e v o s o, al m e -
nos, e n c a m i n o d e serlo.

Por eso p u e d e ser p r o v e c h o s o para nuestra o r a c i ó n d e hoy d e -


j a r n o s d e c i r las palabras del R e s u c i t a d o . (Ésta es la otra p o s i b i l i d a d
q u e sugiero para a c e r c a r n o s h o y al R e s u c i t a d o . ) Los e v a n g e l i s t a s
h a n q u e r i d o c o n c e n t r a r e n esas p a l a b r a s el m e n s a j e d e la R e s u -
r r e c c i ó n . S o n palabras q u e a b r i e r o n y s a c u d i e r o n el c o r a z ó n d e los
d i s c í p u l o s ; los t r a n s f o r m a r o n . D e j é m o n o s l a s d e c i r c o m o dirigidas
a nosotros; nos transformarán. Todas ellas son p a l a b r a s q u e e s p o n -
j a n el c o r a z ó n . R e c o j o d o c e d e e l l a s e n el e s q u e m a a d j u n t o , c o n
un b r e v e y s e n c i l l o c o m e n t a r i o .

J . A . G A R C Í A , «Oficio de consolar; recibir y transmitir la consolación de


1 0

Dios»: Manresa 75 (2003) 269-285. Consolar es lo que define la a c c i ó n del R e -


sucitado no c o m o acto aislado, sino c o m o «oficio». Sobre los «santísmos efectos»
en los testigos de la resurrección, cf. pp. 276-280.

302
L A RESURRECCIÓN DEL SEÑOR

P A L A B R A S DEL RESUCITADO

1. «Paz a vosotros. No temáis» (Mt 28, 9-19; Le 24, 36; Jn 20,19. 26)
• El Resucitado restituye en la comunión y en la amistad a los
que le habían abandonado.
2. «¿Por qué lloras? ¿A quién buscas?» (Jn 20, 15)
• El Resucitado vive; no hay que buscarlo entre lo muerto.
3. « ¡ Q u é torpes sois! ¿ N o era preciso que el Mesías sufriera todo
esto para entrar en la gloria?» (Le 24, 25. 44-47)
• Al Resucitado se llega pasando por la Cruz: «si el grano de
trigo no muere, no da fruto».
4. «Ved mis manos y mis pies» (Le 24, 38; Jn 20, 25-27)
• El Resucitado es el Crucificado: conserva sus llagas.
5. «¡Dichosos los que sin haber visto, creen!» (Jn 20, 29)
• Para llegar al Resucitado basta una experiencia personal de
fe.
6. «Recibid el Espíritu Santo» (Jn, 20, 22; Le 24, 49: Hech 1 , 4-8)
• El Espíritu hace posible pro-seguir la causa del Resucitado
en circunstancias nuevas.
7. «A quienes les perdonéis los pecados, les quedarán perdonados»
(Jn 20, 23; Le 24, 47)
• El Espíritu del Resucitado se nos da para luchar por un mun-
do de hombres reconciliados con Dios y entre sí.
8. «¡Echad las redes!» (Jn 2 1 , 6)
• La fuerza del Resucitado capacita para pescar con fruto y
sin desánimo en lagos aparentemente muertos.
9. «Subo a mi Padre y vuestro Padre, a mi Dios y vuestro Dios»
(Jn 20, 1 7)
• El Resucitado, a la derecha del Padre, intercede por noso-
tros y nos espera.
10. «Venid y comed» (Jn 2 1 , 12)
• Al compartir el Pan y la Palabra en la Eucaristía, hacemos
presente al Resucitado y nos incorporamos a su cuerpo.
11. «¿Me amas?Tú, ¡sigúeme!» (Jn 2 1 , 12)
• El seguimiento de Jesús es el lugar donde se verifica el amor
al Resucitado.
12. «Como el Padre me envió, así os envío yo. Sois mis testigos; id
por todo el mundo anunciando la Buena Noticia. Yo iré delante;
y estaré con vosotros todos los días hasta el fin del mundo» (Mt
28, 10.18-20; M e 16, 14-18; Le 24, 48)
• Al Resucitado se le encuentra en la misión; en ella está vivo
y nos acompaña.

303
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

III. P R O C L A M A C I Ó N : es el S e ñ o r

C r e e r e n Jesús resucitado es p r o c l a m a r l o c o m o Señor.

Es lo q u e p r o c l a m a n los d i s c í p u l o s q u e lo h a n visto: « H a r e -
s u c i t a d o el S e ñ o r y se ha a p a r e c i d o a S i m ó n » (Le 2 4 , 3 4 ; cf. J n 2 0 ,
2 0 ) . L o q u e confiesa M a r í a M a g d a l e n a : « ¡ S e ñ o r m í o ! » , « H e visto al
S e ñ o r » Gn 2 0 , 16.18). Y t a m b i é n el testarudo T o m á s : « ¡ S e ñ o r m í o y
D i o s m í o ! » (Jn 2 0 , 2 8 ) . Es lo q u e el d i s c í p u l o preferido p r o c l a m a ,
al ver a Jesús resucitado, e n la orilla del l a g o T i b e r í a d e s , al a m a n e -
cer: «¡Es el S e ñ o r ! » (Jn 2 1 , 7). C o m o S e ñ o r t a m b i é n lo r e c o n o c i ó la
primera c o m u n i d a d cristiana y da testimonio d e e l l o S a n Pablo e n
sus cartas: «Jesús es S e ñ o r » (1 C o r 1 2 , 3); y exhorta a q u e «toda b o -
c a p r o c l a m e q u e Jesús, el M e s í a s , es Señor, para gloria d e D i o s Pa-
dre» (Fil 2, 1 1 ; R o m 10, 9).

El m o t i v o d e esta p r o c l a m a c i ó n es q u e , por la r e s u r r e c c i ó n ,
el P a d r e ha e x a l t a d o a J e s ú s , lo ha s e n t a d o a su d e r e c h a , y le ha
d a d o t o d o p o d e r s o b r e el c i e l o y la tierra . Por la r e s u r r e c c i ó n ,
n

« D i o s ha c o n s t i t u i d o S e ñ o r y M e s í a s al m i s m o Jesús» ( H e c h 2 , 3 6 ;
M e 16, 9 ) .

Él e s , p u e s , S e ñ o r , t a m b i é n para n o s o t r o s . L o d e c i m o s a d i a -
rio, q u i z á s u n p o c o r u t i n a r i a m e n t e : Él es « N u e s t r o S e ñ o r J e s u -
c r i s t o » . Y c a d a u n a d e nuestras o r a c i o n e s t e r m i n a c o n la c o n -
f e s i ó n d e q u e el R e s u c i t a d o , s e n t a d o a la d e r e c h a d e D i o s , es el
S e ñ o r n u e s t r o , a través d e l c u a l nos d i r i g i m o s al P a d r e : «Por
N u e s t r o S e ñ o r J e s u c r i s t o , q u e c o n t i g o v i v e y r e i n a por los s i -
glos...».

P e r o ¿ q u é s i g n i f i c a , e n c o n c r e t o , este s e ñ o r í o d e C r i s t o r e -
s u c i t a d o e n nuestras v i d a s ? O , al m e n o s , ¿ q u é d e b e r í a s i g n i f i -
car? 1 2

N a d i e ha e x p l i c a d o m e j o r q u e S a n P a b l o la i n c i d e n c i a q u e
t i e n e el s e ñ o r í o d e Cristo para la v i d a d e u n cristiano. P a b l o utili-

11
Sobre los dos esquemas de pensamiento para expresar el mismo a c o n -
tecimiento-«Exaltación», «Resurrección»-, cf. X. L É O N - D U F O U R , Resurrección
de Jesús y mensaje pascual, Sigúeme, Salamanca 1973, pp. 83ss.
12
Sobre el título de Señor, cf. J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , «Jesús Señor» en La
Humanidad Nueva, Sal Terrae, Santander 6 edic. 1984, pp. 258-282.
a

304
L A RESURRECCIÓN DEL SEÑOR

z a la fórmula «en el Señor» para significar: 1) una p e r t e n e n c i a c o n -


fiada; 2) y gozosa, q u e genera e s p e r a n z a .

/ Vivimos «en el Señor»: una pertenencia confiada

El señorío d e Cristo afecta a t o d a la v i d a p r á c t i c a d e un c r i s -


tiano, d e un m o d o e x c l u s i v o y totalizante. N o hay r i n c o n e s , r e c o -
v e c o s q u e q u e d e n fuera d e este s e ñ o r í o ; pues, «si v i v i m o s , v i v i m o s
para el S e ñ o r ; si m o r i m o s , m o r i m o s para el S e ñ o r » . La v i d a d e una
persona q u e c o n f i e s e a Jesús resucitado es estar « s i e m p r e al s e r v i -
c i o del S e ñ o r » ( R o m 1 2 , 11).

Este señorío e x c l u s i v o lo ha e x p r e s a d o P a b l o e n u n a f ó r m u l a
densa y repetida - 2 9 v e c e s a p a r e c e e n las siete cartas i n d i s c u t i b l e -
m e n t e p a u l i n a s - : v i v i r « e n K y r i ó » , « e n el S e ñ o r » . C o n ella i n d i c a
q u e el S e ñ o r es la d i m e n s i ó n c o n la q u e se v e n c o n f r o n t a d o s , e n
sus relaciones y d e c i s i o n e s personales, tanto el i n d i v i d u o cristiano
c o m o la c o m u n i d a d c r e y e n t e .

2. Un señorío que genera gozosa esperanza

«El S e ñ o r - e s c r i b e W . K r a m e r - es la a u t o r i d a d a n t e la q u e rea-
lizar y responder d e toda d e c i s i ó n h u m a n a . En todos los d o m i n i o s
y m a n i f e s t a c i o n e s d e la v i d a , la c o m u n i d a d o el c r i s t i a n o i n d i v i -
dual q u e d a n c o n f r o n t a d o s c o n el Kyrios».

Pero esa p e r t e n e n c i a c o n f i a d a es t a m b i é n g o z o s a , y genera


esperanza. Pues esa total v i n c u l a c i ó n d e la c o m u n i d a d - o del c r i s -
t i a n o - al S e ñ o r « n o es m o t i v o d e angustia, sino d e alegría. L o c u a l
se manifiesta e n el h e c h o d e q u e el S e ñ o r n o sólo e x i g e , sino q u e
da el poder para c u m p l i r » 1 3
.

Pues - c o m o d i c e Jon Sobrino M


- e n el e j e r c i c i o c o n c r e t o d e l
señorío no a p a r e c e , e n el NT., un Kyrios c o n poder; n o a p a r e c e una
apoteosis d e poder; sino q u e a p a r e c e un poder c o m o energía para
dar v i d a : inspirar, c o n f i g u r a r y dar v i d a . Por tanto, «señorío» d e
Cristo significa n o u n a s o b e r a n í a arbitraria, sino la c a p a c i d a d d e

Tomo la cita de K R A M E R de J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , o. c , p. 278.


13

J . S O B R I N O , «El Señor. El señorío de Cristo, esperanza y teodicea» e n :


14

La fe en Jesucristo. Ensayo desde las víctimas, Trotta, M a d r i d 2 edic. 1999, pp.a

237-38.

305
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Cristo d e c o n f i g u r a r la v i d a d e l c r e y e n t e y, a u n q u e es v e r d a d q u e
esto expresa c o r r e l a t i v a m e n t e p e r t e n e n c i a y u n a invitación/exigen-
c i a a « s o m e t e r s e al S e ñ o r » y d e j a r s e c o n f i g u r a r por la r e a l i d a d d e
Cristo, el «señorío» a ñ a d e e s p e c í f i c a m e n t e q u e esa n u e v a forma d e
ser es p o s i b l e , p o r q u e Cristo, el Señor, tiene p o d e r para configurar-
nos a É l .

«Aceptar, p u e s , el s e ñ o r í o d e Cristo es a c e p t a r u n a e x i g e n c i a :
la d e q u e Cristo es la instancia última y q u e el cristiano t i e n e q u e
r e p r o d u c i r su v i d a . Pero, sobre t o d o , a c e p t a r su s e ñ o r í o es f o r m u -
lar una e s p e r a n z a : esta c o n f i g u r a c i ó n es p o s i b l e , está g a r a n t i z a d a
por el p o d e r del Señor.»

IV. C O M P R O M I S O : resucitados para h a c e r resucitar

C r e e r e n Jesús r e s u c i t a d o es u n c o m p r o m i s o . P o d e m o s d e c i r
q u e co-resucitamos e n Cristo para h a c e r resucitar. D e s p u é s del g o -
z o - « ¡ A l e g r a o s ! » - y d e s d e é l , surge el c o m p r o m i s o .

En todas las n a r r a c i o n e s e v a n g é l i c a s d e las a p a r i c i o n e s d e J e -


sús r e s u c i t a d o , existe el e n c a r g o d e una m i s i ó n . La a p a r i c i ó n , por
tanto, n o es n u n c a e x c l u s i v a m e n t e c o n s u e l o para la p e r s o n a a la
q u e se a p a r e c e Jesús. D e la a p a r i c i ó n surge la n e c e s i d a d d e c o m u -
n i c a r l o , d e a n u n c i a r y c o m p a r t i r el g o z o .

A M a g d a l e n a J e s ú s le p i d e : « V e a d e c í r s e l o a m i s h e r m a -
nos» (Jn 2 0 , 1 7). A los d i s c í p u l o s : « C o m o el P a d r e m e ha e n v i a -
d o , así os e n v í o y o t a m b i é n » (Jn 2 0 , 2 1 ) . Los c a m i n a n t e s de
E m a ú s se s i e n t e n i m p u l s a d o s - « l e v a n t á n d o s e al m o m e n t o » - a
v o l v e r a J e r u s a l é n p a r a c o m u n i c a r su e n c u e n t r o c o n el S e ñ o r a
los d i s c í p u l o s : « c o n t a r o n lo q u e les h a b í a p a s a d o p o r el c a m i -
n o » ( L e 2 4 , 3 3 - 3 5 ) . Las m u j e r e s , d e s p u é s d e c o n t e m p l a r a los
á n g e l e s e n el s e p u l c r o , c o r r e n a « a n u n c i á r s e l o » a los o n c e ( L e
2 4 , 8-9).

Creer, por tanto, e n q u e Jesús ha resucitado i m p l i c a el c o m -


p r o m i s o d e «contarlo» a los d e m á s ; d e c o m p a r t i r esa fe gozosa c o n
el otro. N o se p u e d e p e r m a n e c e r c a l l a d o , e n u n g o z o narcisista y
autogratificante, c u a n d o se confiesa q u e Jesús ha resucitado.

306
L A RESURRECCIÓN DEL SEÑOR

Y ¿ c u á l es el m o t i v o d e ese m a n d a t o m i s i o n e r o ? N o es sólo
u e toda alegría es c o m u n i c a t i v a . La raíz está e n q u e la r e s u r r e c -
c i ó n es tarea. C o m o d i c e n los t e ó l o g o s : Jesús ya resucitó, p e r o el
Cristo total t i e n e t o d a v í a q u e a c a b a r d e h a c e r l o . Jesús y a es lo q u e ,
u n día, el h o m b r e y el m u n d o serán. P o r q u e la r e s u r r e c c i ó n d e J e -
sús fue un a c o n t e c i m i e n t o c ó s m i c o . En ella, i r r u m p i ó e n la H i s t o -
ria la n o v e d a d total q u e afecta al h o m b r e , a su historia y a la c r e a -
c i ó n entera.

Pero la R e s u r r e c c i ó n n o es u n a c o n t e c i m i e n t o meramente
pretérito y c o n c l u s o . Jesús, al resucitar, puso la primera piedra - « l a
piedra a n g u l a r » - d e una H u m a n i d a d N u e v a , d e u n a tierra n u e v a ,
de un c i e l o n u e v o . . . p e r o faltan las otras piedras, q u e hay q u e ir
c o l o c a n d o p o c o a p o c o . «Resta m u c h o por h a c e r - a u n q u e t o d o lo
q u e resta es la r e a l i z a c i ó n d e lo a c o n t e c i d o e n la r e s u r r e c c i ó n d e
Jesús, q u e ha sido el inicio particular, p e r o d e c i s i v o d e la p l e n i -
tud» 1 5
. El R e s u c i t a d o t i e n e , pues, futuro a n t e s í .
1 6

Esta p o s i b i l i d a d d e ir c o n s t r u y e n d o el h o m b r e n u e v o - i n a u -
gurado e n Cristo-, el c i e l o n u e v o y la tierra n u e v a nos la c o n c e d e
el R e s u c i t a d o c o m o g r a c i a . C o m p r o m i s o nuestro es, por tanto,
c o n d u c i r al h o m b r e , a su historia y al m u n d o h a c i a su definitiva r e -
surrección, q u e s i e m p r e , al final, será b i e n a v e n t u r a d o d o n d e D i o s .

P a r a d ó j i c a m e n t e , p o d r í a m o s f o r m u l a r nuestra m i s i ó n así: h e -
mos co-resucitado c o n Cristo (Ef 2 , 4-6), para h a c e r q u e t o d o r e s u -
cite total y d e f i n i t i v a m e n t e . ¡ I m p r e s i o n a n t e tarea la nuestra!

A esto nos llama t a m b i é n confesarlo c o m o Señor del c o s m o s y


de la historia. Pues a Él le están sometidas todas las potestades d e e s -
te m u n d o (Col 1 , 16) y es c a b e z a d e la c r e a c i ó n (Col 2 , 1 0 ) . Pero, se-
gún la teología d e L u c a s y d e Pablo, su señorío c o m e n z ó c o n la r e -
surrección/ascensión y terminará c o n la parusía: « c u a n d o entregue a
Dios Padre el R e i n o » (1 C o r 1 5 , 24). Los poderes d e este m u n d o le
están sometidos, pero n o están aniquilados, lo cual ocurrirá d e forma
procesual: d e m o d o q u e sólo al final, c u a n d o sea v e n c i d a la muerte,
Cristo entregará el R e i n o al Padre y D i o s será todo e n todos. Entre Re-

Esta cita de K.Rahner se encuentra en H. KESSLER, La resurrección de Je-


15

sús. Aspecto bíblico, teológico y sistemático, Sigúeme, Salamanca 1989, p. 302.


Sobre la resurrección c o m o «tarea» cf. H . KESSLER, o. c , pp. 301-304.
Cf. H . KESSLER, o. c , p. 303.
1 6

307
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

s u r r e c c i ó n y Parusía le toca a la Iglesia, c o m o c u e r p o d e Cristo, y a


los creyentes, hacerlo presente en la historia e n la q u e existen las p o -
testades contrarias al Señor. Cristo necesita d e nosotros para ser S e -
ñor. A nosotros nos c o n c i e r n e e n la historia expresar y hacer creíble
ese señorío ante los d e m á s seres h u m a n o s . La confesión d e q u e Jesús
es S e ñ o r - y ú n i c o - es una c o n f e s i ó n conflictiva, pero e s p e r a n z a d a .
C o n f e s a m o s q u e tiene poder para configurar la realidad d e los c r e -
yentes, d e la Iglesia y del m u n d o a pesar d e todos los poderes e n
contra. Pero la confesión «Cristo es Señor» es t a m b i é n una confesión
práxica: expresa el c o m p r o m i s o d e hacerlo S e ñ o r . 1 7

Pero, para realizar esta tarea, n o estamos solos, sino q u e c o n -


t a m o s c o n el R e s u c i t a d o . P o r q u e , c o m o d i c e S a n P a b l o : « Q u e r i d o s
h e r m a n o s , estad firmes e i n c o n m o v i b l e s , t r a b a j a n d o c a d a v e z m á s
por el Señor, s a b i e n d o q u e vuestras fatigas c o m o cristianos n o son
inútiles» (1 C o r 1 5 , 58).

Protesta y siembra

¿ C ó m o c o m p r o m e t e r n o s , e n c o n c r e t o , e n la R e s u r r e c c i ó n c o -
m o tarea? Protestando y s e m b r a n d o .

/. La resurrección como protesta 18

La R e s u r r e c c i ó n es el a c t o d e p r o t e s t a d e D i o s contra la i n -
justicia, q u e mata a su H i j o i n o c e n t e , la protesta d e D i o s contra la
m a l d a d d e los h o m b r e s , q u e se m a t a n u n o s a otros. S a n L u c a s nos
c u e n t a la p a r á b o l a del S e ñ o r n o b l e q u e se fue d e v i a j e , a tierras l e -
j a n a s ; d e j ó sus b i e n e s a c a r g o d e los a d m i n i s t r a d o r e s , y e l l o s los
m a l g a s t a r o n . Pero el S e ñ o r v o l v i ó .

La R e s u r r e c c i ó n es el m o m e n t o e n q u e el S e ñ o r v u e l v e , o e n
q u e nosotros v o l v e m o s al S e ñ o r y le t e n e m o s q u e dar c u e n t a s . Ese
S e ñ o r q u e se ha i d o es el D i o s d i s c r e t o q u e d e j a la m a r c h a d e la
historia e n m a n o s d e los h o m b r e s , por respeto a m o r o s o a su liber-
t a d . Pero un día v u e l v e y r e c l a m a y p r o t e s t a por el m a l uso d e la

Tomo estas ideas de J . S O B R I N O , o. c., pp. 235ss.


1 7

Cf. J . V I V E S , Creer el Credo, Sal Terrae, Santander 1986, pp. 137-152.


1 8

Recojo mucho del capítulo «Resucitó al tercer día».

308
L A RESURRECCIÓN DEL SEÑOR

libertad q u e h a n h e c h o los h o m b r e s . Si n o se d i e s e e s e m o m e n t o
d e v u e l t a , si e s e S e ñ o r se fuera y d e j a r a q u e los otros h i c i e r a n lo
q u e q u i s i e r a n y n o se p r e o c u p a r a d e n a d a , e s e S e ñ o r n o sería u n
S e ñ o r justo.

Los cristianos o r i e n t a l e s t i e n e n u n a m a n e r a b e l l a y t e o l ó g i c a
d e h a b l a r d e la r e s u r r e c c i ó n . D i c e n q u e el a t e í s m o es n o c r e e r e n
la r e s u r r e c c i ó n . S ó l o se p u e d e c r e e r e n D i o s - a f i r m a n - si hay r e -
s u r r e c c i ó n : la d e Jesús y la nuestra. P o r q u e si D i o s permanece
s i e m p r e i m p a s i b l e e i m p o t e n t e e n su b i e n a v e n t u r a n z a c e l e s t e ,
c o n t e m p l a n d o la historia d e i n j u s t i c i a s , o p r e s i o n e s y asesinatos
q u e es la historia h u m a n a , si v e c ó m o los injustos y m a l v a d o s c a -
si s i e m p r e triunfan, mientras q u e los justos p a d e c e n e n sus m a n o s ,
y n o h a c e n a d a , ni siquiera al f i n a l , este D i o s n o es c r e í b l e . S ó l o
un D i o s q u e p u e d e resucitar a los muertos y h a c e r justicia es d i g -
no d e fe.

El filósofo a l e m á n H o r k h e i m e r d e c í a q u e la c u e s t i ó n f u n d a -
mental d e la historia es ésta: al final d e e l l a , ¿ q u i é n habrá triunfa-
d o : las v í c t i m a s o los verdugos? D e s d e la r e s u r r e c c i ó n d e Jesús, sa-
b e m o s q u e p o d e m o s d e c i r : las v í c t i m a s .

Por eso, la r e s u r r e c c i ó n es el gran a c t o d e justicia d e D i o s h a -


c i a su H i j o Jesucristo y h a c i a sus otros hijos q u e h a n sufrido absur-
d a m e n t e , q u e h a n p e r e c i d o i n o c e n t e m e n t e . Esto es e s e n c i a l . La
palabra definitiva d e D i o s no p u e d e ser el o s c u r o s i l e n c i o del C a l -
v a r i o , sino la luz r e s p l a n d e c i e n t e d e la P a s c u a . La r e s u r r e c c i ó n es
el a c t o d e protesta d e D i o s c o n t r a la m a l i c i a y la injusticia d e los
hombres.

A s í lo a f i r m a b a n los o b i s p o s v a s c o s e n su carta pastoral sobre


q u é es c r e e r hoy e n el D i o s d e J e s u c r i s t o : « E n la r e s u r r e c c i ó n d e
19

Cristo n o se nos revela s o l a m e n t e el triunfo d e la fuerza s a l v a d o r a


d e D i o s sobre el m a l y la muerte, sino t a m b i é n la v i c t o r i a d e la j u s -
ticia d e D i o s por e n c i m a d e las injusticias d e los h o m b r e s . La i n -
t e r v e n c i ó n salvadora d e D i o s resucitando al C r u c i f i c a d o nos revela
su protesta final y r e a c c i ó n decisiva a n t e la injusticia y la v i o l a c i ó n
d e la d i g n i d a d h u m a n a . D i o s es el d e f e n s o r y s a l v a d o r ú l t i m o d e
los c r u c i f i c a d o s » .

Carta pastoral de los obispos vascos, Creer hoy en el Dios de Jesucristo,


19

Cuaresma-Pascua de Resurrección 1986, n ° 4 6 .

309
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Por eso, Pablo llama a la resurrección «victoria»: « G r a c i a s sean


dadas a D i o s , q u e nos da la victoria por nuestro S e ñ o r Jesucristo» (1
C o r 1 5 , 57). Es el triunfo definitivo d e D i o s sobre todo lo q u e ha
p r o d u c i d o m u e r t e : el p e c a d o , la ley, los poderes - d o m i n a c i o n e s ,
p r i n c i p a d o s , los llamará P a b l o - , q u e han p r o d u c i d o llanto, a n g u s -
2 0

tia, opresión y d e s c a l a b r o e n la historia del h o m b r e .

Y c o n su v u e l t a c o m o r e s u c i t a d o , Jesús s o m e t e r á y destruirá
a t o d o s sus e n e m i g o s - q u e s o n t a m b i é n e n e m i g o s d e l h o m b r e ;
p u e s e n f a v o r d e los h o m b r e s v i n o J e s ú s - y los p o n d r á b a j o sus
p i e s . E n t o n c e s , D i o s , c u a n d o Cristo v u e l v a d e f i n i t i v a m e n t e , «será
t o d o e n t o d o s » (1 C o r 1 5 , 2 8 ) ; y - c o m o asegura el A p o c a l i p s i s -
« e n j u g a r á las l á g r i m a s d e nuestros o j o s , y y a n o h a b r á m u e r t e ni
h a b r á llanto, ni gritos ni fatigas, p o r q u e el m u n d o v i e j o habrá p a -
sado» ( A p o c 2 1 , 4 ) .

2. Nuestra protesta

P e r o la r e s u r r e c c i ó n n o es a l g o q u e hay q u e d e j a r s ó l o para
el ú l t i m o d í a . Es t a m b i é n c o m p r o m i s o y t a r e a nuestra: h a c e r l o
Señor.

T e n e m o s q u e « c o m p l e t a r lo q u e falta a la p a s i ó n d e C r i s t o » .
T e n e m o s q u e c o m p l e t a r t a m b i é n lo q u e falta a la r e s u r r e c c i ó n d e
Cristo. ¿ C ó m o h a c e r l o ? H a c i e n d o nuestro el j u i c i o y la d e n u n c i a
d e D i o s contra el m a l ; su protesta. Ir h a c i é n d o l a ya nuestra d e s d e
ahora.

D i o s n o tolera i m p a s i b l e - é s e es el significado d e la resurrec-


c i ó n - el m a l d e los o p r i m i d o s , el llanto d e los a p a l e a d o s o la p e n a
d e los o l v i d a d o s . Y nosotros t a m p o c o lo d e b e m o s tolerar.

H a c e m o s r e s u r r e c c i ó n c u a n d o d e n u n c i a m o s el m a l , la injus-
ticia y t o d o lo q u e degrada al h o m b r e ; c u a n d o h a c e m o s nuestra la
protesta del Padre, q u e resucitó a Jesús y q u e es un D i o s d e v i v o s ,
a m i g o d e la v i d a . Y esa d e n u n c i a - q u e traerá c o n f l i c t i v i d a d a n u e s -
tra v i d a - es la q u e irá c o n f i g u r a n d o nuestra futura gloria. N o s lo d¡-

2 0
Sobre el sentido de «principados» y «dominaciones» en Pablo, cf. H.
K E S S L E R , o. c , 325ss; E. C O T H E N E T , La carta a los colosenses, Cuadernos bí-
blicos, n° 8 2 , Verbo D i v i n o , Estella (Navarra) 1994, pp. 26-27: H . S C H L I E R , La
carta a los efesios, Sigúeme, S a l a m a n c a 1 9 9 1 , pp. 114ss; J . S O B R I N O , o. c,
pp. 240-248.

310
L A RESURRECCIÓN DEL SEÑOR

j o Jesús - e n la M e d i t a c i ó n del R e y E t e r n a l - : «El q u e m e siga e n la


p e n a , m e seguirá e n la gloria» [ 9 3 . 9 5 ] . Pues los sufrimientos y tri-
b u l a c i o n e s - q u e nos p u e d a n sobrevenir por nuestra actitud d e p r o -
testa contra el m a l - « c o m p o r t a n u n peso i n m e n s o d e gloria eter-
na» (2 C o r 4, 1 7).

3. Sembrar resurrección

Y j u n t o a la protesta, la s i e m b r a . N o s o t r o s p o d e m o s sembrar
resurrección.

M u c h o h a b l ó S a n P a b l o d e las s e m i l l a s , para e x p l i c a r n o s lo
q u e era la r e s u r r e c c i ó n . Él utilizó la metáfora d e la semilla para d e -
cirnos q u e e n la r e s u r r e c c i ó n se da u n a d i s c o n t i n u i d a d ( u n a n u e -
va v i d a ) e n la c o n t i n u i d a d ( c o n la v i d a terrena) (1 C o r 15). C o m o
o c u r r e entre el árbol y la s e m i l l a : surge una cosa n u e v a - e l á r b o l -
pero q u e t i e n e q u e v e r c o n lo anterior - l a s e m i l l a - . Por esa c o n t i -
n u i d a d e n la d i s c o n t i n u i d a d , p o d e m o s ir ya s e m b r a n d o e n la t i e -
rra r e s u r r e c c i ó n . « L o q u e u n o siembra, eso c o s e c h a r á ; el q u e s i e m -
bra e n la c a r n e , d e la c a r n e c o s e c h a r á c o r r u p c i ó n ; el q u e siembra
en el espíritu, del espíritu c o s e c h a r á v i d a eterna. N o nos c a n s e m o s
d e obrar b i e n : q u e a su t i e m p o nos v e n d r á la c o s e c h a si n o desfa-
l l e c e m o s » ( C a l 6, 7-9).

S a n Pablo nos e n s e ñ a q u e si h a c e m o s las obras del Espíritu, si


s e m b r a m o s e n el Espíritu, s e m b r a m o s la semilla d e la r e s u r r e c c i ó n ,
estamos h a c i e n d o v e r d a d la r e s u r r e c c i ó n . Pero si h a c e m o s las
obras d e la c a r n e , v a m o s por el c a m i n o d e la m u e r t e . Si h a c e m o s
obras d e m u e r t e , a u m e n t a m o s la m u e r t e e n el m u n d o ; p e r o si h a -
c e m o s obras d e r e s u r r e c c i ó n , a u m e n t a m o s la r e s u r r e c c i ó n . Y r e -
c o r d e m o s , ¿ c u á l e s son esas obras del Espíritu, q u e son c o m o la s e -
milla d e la r e s u r r e c c i ó n q u e hay q u e sembrar? «El fruto del Espíritu
es amor, alegría, p a z , p a c i e n c i a , a f a b i l i d a d , b o n d a d , f i d e l i d a d ,
m a n s e d u m b r e , d o m i n i o d e sí» ( G a l 5, 2 2 ) .

Si s e m b r a m o s amor, alegría, p a c i e n c i a , p a z , b o n d a d , f i d e l i -
d a d . . . e n nuestro m u n d o , estamos s e m b r a n d o r e s u r r e c c i ó n e n é l .
S o n s e m i l l a s q u e traen v i d a al m u n d o , n o m u e r t e . A c t u e m o s así:
seamos fieles al Espíritu del R e s u c i t a d o y s e m b r e m o s s e m i l l a s d e
R e s u r r e c c i ó n . A s í h a r e m o s q u e la R e s u r r e c c i ó n n o sea s ó l o espe-
r a
n z a para los m u e r t o s , sino t a m b i é n para los v i v o s 2 1
.

311
:

E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

S a l g a m o s a sembrar. Pero, al h a c e r l o , r e c o r d e m o s la e n s e ñ a n -
za d e Jesús sobre las s e m i l l a s . El nos d i j o :

1. Q u e las s e m i l l a s c r e c e n d e n o c h e , mientras el h o m b r e
d u e r m e . Y es D i o s q u i e n las h a c e fructificar.

P o n g a m o s nosotros las semillas sin d e s a n i m a r n o s - a u n q u e no


las v e a m o s c r e c e r al ritmo q u e q u i s i é r a m o s - y d e j e m o s q u e sea Él
q u i e n q u e las haga florecer.

2. Q u e las s e m i l l a s d e b e n p u d r i r s e - m o r i r - para dar fruto,


vida.

Toda s e m i l l a t i e n e cierto sabor a c r u z . Las semillas del R e i n o


q u e p o d a m o s sembrar t a m b i é n d a r á n a nuestras v i d a s un cierto t a -
lante d e sacrificio y d e c r u z 2 2
. Pero así, nuestras v i d a s c r u c i f i c a d a s
- p a r a dar v i d a , h a y q u e dar d e la p r o p i a v i d a - estarán al s e r v i c i o
d e l c r e c i m i e n t o del R e i n o .

3. Q u e las semillas son d i m i n u t a s , casi sin i m p o r t a n c i a . S o n


c o m o el grano d e mostaza.

T a m b i é n el amor, la f i d e l i d a d , la m a n s e d u m b r e o la p a z q u e
p o n g a m o s e n el m u n d o nos p u e d e n p a r e c e r p e q u e ñ o s y sin v a l í a .
S i n e m b a r g o , el grano d e mostaza c r e c e y c r e c e hasta fructificar e n
u n arbusto gigante. T a m b i é n las p e q u e ñ a s s e m i l l a s del R e i n o q u e
p o d a m o s sembrar e n nuestro m u n d o c r e c e r á n hasta q u e D i o s sea
t o d o e n t o d o s , c o m u n i ó n total.

N o s o t r o s , q u e s a b e m o s , c o n fe p a s c u a l , q u e la entrega d e la
v i d a d e Jesús, su m u e r t e , f u e la s e m i l l a p r i m e r i z a d e u n a gran co-

2 1
Cf. H. KESSLER, o. c , pp. 302-303.
2 2
Cf. J . I. G O N Z Á L E Z FAUS, Proyecto de hermano. Visión creyente del hom-
bre, Sal Terrae, Santander 1987, p. 272: «Reconocer la existencia del pecado estruc-
tural no implica la afirmación de que en este mundo no puedan existir la justicia, el
amor y la libertad, sino que sólo pueden existir con la amenaza de ser crucificados,
porque el mundo está montado y funciona sobre la injusticia, el desprecio y la opre-
sión ... Y el que busque la Justicia, el Amor y la Libertad no crucificadas caerá en la
falsa justicia, en el amor falseado y en la pseudolibertad del sistema. Al que los bus-
que auténticos, el pecado estructural no le predica una resignación que se limite a
decir: "no los encontrarás", sino un coraje que dice: "los encontrarás crucificados".
Esa es la relación entre pecado estructural y cruz de Jesús».

312

J
L A RESURRECCIÓN DEL SEÑOR

echa, i n i c i a d a i r r e v e r s i b l e m e n t e e n su R e s u r r e c c i ó n , s e m b r e m o s
c o n esperanza. A p o y a d o s e n Jesús - É l es nuestra e s p e r a n z a (1 T i m
1 -\y invirtamos e n el amor. Esta siembra n u n c a se p i e r d e .
r

C o n c l u y a m o s . La R e s u r r e c c i ó n es c o m p r o m i s o . ¿ C ó m o h a -
cerlo c o n c r e t o ? : D e n u n c i a n d o la m u e r t e , s u s c i t a n d o la v i d a .

313
21
EL ESPÍRITU CONSOLADOR

El «oficio d e c o n s o l a d o r » d e Cristo R e s u c i t a d o es q u e nos da


el Espíritu . El c o n s u e l o q u e trae es su propia presencia, el d o n d e
1

1
A los especialistas en Ejercicios les sorprende el contraste entre las expe-
riencias trinitarias que caracterizan el mundo interior de San Ignacio y el escaso re-
lieve, la parquedad de referencias al Espíritu Santo en el libro de los Ejercicios. Es-
ta carencia les resulta sorprendente y buscan algún tipo de explicación a este
misterio. Sobre este problema, cf. J . M . M A R T Í N M O R E N O , «El D o n del Espíritu
Santo en los Ejercicios Espirtuales»: Manresa, 59 (1987) 357-372. El autor recoge
y se apoya en las reflexiones de J . M LERA, «Apuntes para una pneumatología de
a

los Ejercicios», primera parte en: Manresa, 53 (1981) 327-358; segunda parte en:
Manresa, 58 (1986) 99-128. Lera afirma en su estudio: « D e las lecciones de la his-
toria podemos sacar la conclusión de que experiencia y objetivación del Espíritu
no coinciden cronológicamente. Esta requiere un proceso mucho más lento. Y es
muy probable que en el libro de los Ejercicios la objetivación de esta experiencia
profunda que Ignacio tuvo de Dios no alcanzara entonces la claridad conceptual
plena que se dio en etapas posteriores de la vida del santo y que en el contexto
eclesiológico actual resulta necesaria».
Y precisamente en esa etapa posterior, cuando Ignacio conceptualiza y ex-
plícita sus vivencias, nos dice, en el Directorio autógrafo -que pertenece a los úl-
timos años de su vida-, que todas las consolaciones, iluminaciones... -de las que
él había hablado en los Ejercicios y había atribuido a un ángel o a la Divinidad en
su conjunto- son dones del Espíritu Santo. Por tanto, desde esta afirmación hay
que leer el libro de los Ejercicios. D i c e así el texto del Directorio: «El director de
Ejercicios o el ejercitador deberá declarar mucho qué cosa es consolación, yendo
Por todos sus miembros, c o m o son: paz interior, gaudium spirituale, esperanza, fe,
amor, lágrimas y elevación de la mente, que todos son dones del Espíritu Santo».
Por eso, según todos los especialistas en Ejercicios, es en la «cuarta semana»
donde esa vivencia del Espíritu, implícita pero real, tiene más peso. Y es precisa-

315
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

sí m i s m o , su p r o p i o Espíritu. C u a n d o I g n a c i o h a b l a del « o f i c i o d e
c o n s o l a r » q u e Cristo N u e s t r o S e ñ o r d e s e m p e ñ a , una v e z resucita-
d o , se está refiriendo i m p l í c i t a m e n t e al C o n s o l a d o r d e la P a s c u a , 2

q u e es el Espíritu d e l R e s u c i t a d o , para c u y a v e n i d a c o n v i e n e q u e
Jesús se v a y a . Jesús, el último día d e la «fiesta d e las tiendas», p u e s -
to e n p i e ante la m u c h e d u m b r e d i j o : «Si a l g u i e n t i e n e sed q u e v e n -
ga a m í y b e b a . C o m o d i c e la Escritura, d e lo m á s p r o f u n d o d e t o -
d o a q u é l q u e c r e a e n m í brotarán ríos d e a g u a v i v a » ; y apostilla
S a n J u a n : « D e c í a esto r e f i e r i é n d o s e al Espíritu q u e r e c i b i r í a n los
q u e e s p e r a b a n e n É l . Y es q u e a ú n n o h a b í a Espíritu, p o r q u e Jesús
n o h a b í a sido g l o r i f i c a d o » (Jn 7, 37-39). Y h a b l a n d o a sus d i s c í p u -
los, e n el d i s c u r s o d e d e s p e d i d a d e la última c e n a , se refirió a su
regreso c o m o v u e l t a e n la d o n a c i ó n del Espíritu: « V o l v e r é a v e r o s
y se alegrará v u e s t r o c o r a z ó n , y vuestra alegría n a d i e os la p o d r á
quitar» (Jn 16, 2 2 ) .

El Espíritu es el A b o g a d o , Protector, G u í a . . . (todo esto significa


Paráclito), q u e continúa la obra c o m e n z a d a por Jesús. El Espíritu es el
gran consolador. Y, por eso, el libro d e los H e c h o s d e los Apóstoles,
c u a n d o describe las primeras Iglesias, q u e c o n t a b a n c o n la presencia
del Espíritu, resalta la e x p e r i e n c i a d e c o n s o l a c i ó n ; estaban - n o s d i -
c e n los H e c h o s - «llenas d e la c o n s o l a c i ó n del Espíritu» ( H e c h 9, 31),
repletas «de la alegría del Espíritu» ( R o m 14, 17; 1 Tes 1 , 6).

El « o f i c i o d e c o n s o l a d o r » d e Cristo es d e r r a m a r su Espíritu
c o n s o l a d o r sobre n o s o t r o s . H a b l e m o s , p u e s , d e ese Espíritu.
3

mente en el «oficio de consolador» y la «consolación» -que es don del Espíritu—,


que Cristo Nuestro Señor nos trae, donde está la gran experiencia del Espíritu.
2
S. A R Z U B I A L D E , Ejercicios Espirituales de San Ignacio. Historia y aná-
lisis, Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander, 1 9 9 1 , p. 4 7 5 .
3
Escribe J . M . M A R T Í N M O R E N O , o. c , p. 368: « U n a vez más la sobrie-
dad de Ignacio queda desbordada al describir estos frutos del Espíritu en nosotros:
"dar ánimo y fuerzas, consolaciones, lágrimas, inspiraciones y quietud, facilitan-
do y quitando todos impedimentos" [315], "inflamarse en amor", "lanzar lágri-
mas motivas a a m o r " [316], "hervor y crecido a m o r " [320], " d e v o c i ó n crecida,
amor intenso, lágrimas" [322], "verdadera alegría y gozo espiritual" [334], "paz,
tranquilidad y quietud" [333], "tocar dulce, leve y suavemente" [335]. Vemos el
paralelismo entre estas descripciones y las que San Pablo hace de los frutos del
Espíritu: "amor, alegría, paz, paciencia, afabilidad, bondad, fidelidad, manse-
dumbre, dominio de sí" ( C a l 5, 22), y que Pablo mismo había experimentado tan
abundantemente dentro de sí c o m o confiesa en su himno al " D i o s de toda c o n -
solación" que "nos consuela en toda tribulación nuestra para poder nosotros c o n -
solar" (2 Cor 1 , 3-7)».

316
E L ESPÍRITU CONSOLADOR

I La v e n i d a

Existen d o s relatos diferentes, e n el N u e v o Testamento, sobre


| a v e n i d a del Espíritu. Para S a n J u a n , c o i n c i d e c o n la a p a r i c i ó n d e
Jesús resucitado a los d i s c í p u l o s (Jn 2 0 , 19-23). Para S a n L u c a s , t i e -
ne lugar c i n c u e n t a días d e s p u é s , y c o i n c i d e c o n la fiesta j u d í a d e
Pentecostés ( H e c h 2 , 1-11).

N o son relatos s i m p l e y n e u t r a l m e n t e históricos, sino inter-


pretaciones t e o l ó g i c a s d e un a c o n t e c i m i e n t o c u y o s i g n i f i c a d o nos
quieren transmitir. A los evangelistas lo q u e les importa es el m e n -
saje, el c o n t e n i d o y el sentido d e la v e n i d a del Espíritu; n o el c ó m o
y el c u á n d o s u c e d i ó , sino el q u é y el para q u é s u c e d i ó . V a m o s a f i -
jarnos e n los d o s relatos para c o m p r e n d e r su s i g n i f i c a d o e n n u e s -
tras v i d a s .

Si y o tuviera q u e d a r l e a c a d a u n o d e e l l o s u n título u n p o c o
sensacionalista ( c i n e m a t o g r á f i c o ) , escogería para el relato d e L u c a s
el título d e « E n b u s c a d e la s o l i d a r i d a d p e r d i d a » ; y a la n a r r a c i ó n
d e S a n J u a n la l l a m a r í a « D e l m i e d o a la m i s i ó n ( r e c o n c i l i a d o r a ) » .

Pero antes del análisis más p o r m e n o r i z a d o , a d e l a n t e m o s ya la


c o i n c i d e n c i a f u n d a m e n t a l d e a m b a s n a r r a c i o n e s . Los d o s autores
nos d i c e n q u e :

- La v e n i d a del Espíritu es fruto d e la r e s u r r e c c i ó n d e Jesús.

- El Espíritu es el c r e a d o r i n c a n s a b l e d e u n i ó n y c o m u n i d a d ,
porque reconcilia.

7. En busca de la solidaridad perdida

L u c a s sitúa la v e n i d a del Espíritu S a n t o e n la fiesta d e P e n t e -


costés. Era u n a fiesta e n la q u e se r e m e m o r a b a la L e y y la A s a m -
blea del S i n a í ; era, p u e s , u n a fiesta e n r e c u e r d o d e la A l i a n z a d e
Y a h v é c o n el p u e b l o . (Por e s o , e n la c o m p o s i c i ó n literaria l u c a n a
d e la v e n i d a del Espíritu n o faltarán ni el r u i d o , ni el v i e n t o , ni las
llamaradas q u e r e c u e r d a n la teofanía del Sinaí.)

La i n t e n c i ó n d e L u c a s , al situar la v e n i d a d e l Espíritu e n esa


fiesta d e la A l i a n z a , es subrayar q u e el d e s c e n s o d e l Espíritu s i g n i -
fica una n u e v a a l i a n z a (cf. 2 C o r 3, 1-6), es el n a c i m i e n t o d e u n a
n
u e v a a s a m b l e a , d e u n n u e v o p u e b l o y la p r o m u l g a c i ó n d e u n a

317
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

n u e v a ley, esta v e z ya n o grabada e n piedra, sino basada e n el Es-


píritu y la libertad. Y ese Espíritu, q u e c o n v o c a a f o r m a r un n u e v o
p u e b l o c o n u n a n u e v a A l i a n z a , es el Espíritu q u e Jesús h a b í a p r o -
m e t i d o y q u e , a h o r a , e x a l t a d o a la diestra d e D i o s , d e r r a m a sobre
los h o m b r e s ( H e c h 2 , 32-33).

P e r o , a d e m á s , L u c a s , al narrar el a c o n t e c i m i e n t o d e P e n t e -
costés, t i e n e c o m o falsilla o c o m o f o n d o inspirador d e su relato la
l e y e n d a d e la Torre d e B a b e l , q u e el libro del G é n e s i s r e c o g e ( G n
1 1 , 1-9). El evangelista q u i e r e contrastar el s i g n i f i c a d o d e la Torre
d e B a b e l c o n el significado d e la llegada del Espíritu.

Y ¿ q u é significa B a b e l ? La a r r o g a n c i a y el orgullo d e los h o m -


bres, q u e - c o m o el P r o m e t e o d e la m i t o l o g í a g r i e g a - q u i e r e n a l -
c a n z a r el c i e l o : robar el fuego d e los dioses. D i o s los castiga c o n la
c o n f u s i ó n d e l e n g u a s - « V a m o s a c o n f u n d i r su l e n g u a , d e m o d o
q u e u n o n o e n t i e n d a la lengua d e l p r ó j i m o » - : los h o m b r e s , tras
B a b e l , n o se e n t i e n d e n entre sí.

El e p i s o d i o de Babel nos t r a n s m i t e , p o p u l a r m e n t e , que,


c u a n d o el h o m b r e r o m p e c o n D i o s , r o m p e t a m b i é n la s o l i d a r i d a d
h u m a n a . El p e c a d o d e los h o m b r e s c o n t r a D i o s es la c a u s a d e la
i n s o l i d a r i d a d e n t r e e l l o s : los h o m b r e s n o se c o m u n i c a n e n t r e sí.
Por ser infiel a D i o s , el h o m b r e es t a m b i é n infiel c o n el h o m b r e ;
se ha roto la « f a m i l i a h u m a n a » , se ha d i s p e r s a d o la h u m a n i d a d
antes a p i ñ a d a , ya n o hay u n a c o m u n i d a d d e h o m b r e s q u e «se e n -
tiendan».

C o n este relato d e f o n d o , L u c a s , al describir tal c o m o lo h a c e


el a c o n t e c i m i e n t o d e Pentecostés, nos q u i e r e d e c i r :

- Es p o s i b l e una a l i a n z a n u e v a entre D i o s y los h o m b r e s .

- Es p o s i b l e una n u e v a c r e a c i ó n , una n u e v a f a m i l i a h u m a n a
s o l i d a r i a , un c o s m o s fraternal (un n u e v o p u e b l o d e D i o s ,
c u y o g e r m e n es la Iglesia, el n u e v o Israel).

- T o d o esto lo h a c e p o s i b l e la v e n i d a d e l E s p í r i t u r e c o n c i -
liador.

Frente a la c o n f u s i ó n d e lenguas d e B a b e l - q u e e x p r e s a b a la
i n s o l i d a r i d a d h u m a n a - , la llegada del Espíritu h a c e p o s i b l e el e n -
t e n d i m i e n t o e n t r e los h o m b r e s : t o d o s los e n t e n d í a n , d i c e L u c a s :

318
E L ESPÍRITU CONSOLADOR

c a d a u n o los o í a h a b l a r e n su lengua n a t i v a » . C o m o d i c e el P r e -
facio d e l D o m i n g o d e P e n t e c o s t é s : «El Espíritu c o n g r e g ó e n la
c 0 n f e s i ó n d e u n a m i s m a fe a los q u e el p e c a d o h a b í a d i v i d i d o e n
diversidad d e l e n g u a s » . Es decir, por el Espíritu se pasa d e la c o n -
fusión p e c a d o r a a la c o n f e s i ó n u n i f i c a d o r a .

Fruto d e la r e s u r r e c c i ó n d e J e s ú s , el Espíritu -si se le d e j a a c -


tuar- a b r e el c o r a z ó n del h o m b r e h a c i a D i o s y h a c i a los d e m á s . A l
reconciliarnos c o n D i o s , nos p e r m i t e r e c o n c i l i a r n o s c o n los h o m -
bres. El Espíritu h a c e d e n u e v o p o s i b l e la s o l i d a r i d a d h u m a n a u n i -
versal. P u e s , al r e c o n o c e r a D i o s c o m o Padre, el h o m b r e , s i m u l t á -
n e a m e n t e , se c o n f i e s a h e r m a n o del h o m b r e . El Espíritu nos l a n z a
en busca d e la s o l i d a r i d a d p e r d i d a .

2. Del miedo a la misión (reconciliadora)

S a n J u a n nos c u e n t a d e otra f o r m a , p e r o c o n el m i s m o m e n -
saje, la v e n i d a del Espíritu. T i e n e lugar e n la primera a p a r i c i ó n d e
Jesús resucitado a sus d i s c í p u l o s .

Jesús se presenta, al a n o c h e c e r , a unos d i s c í p u l o s e n c e r r a d o s


en una c a s a « c o n las puertas a t r a n c a d a s por m i e d o » . Y, puesto «en
m e d i o d e e l l o s » , les da la p a z . Y, a c o n t i n u a c i ó n , s o p l ó sobre ellos
y les d i j o : « R e c i b i d el Espíritu S a n t o : a q u i e n e s les p e r d o n é i s los
p e c a d o s , les q u e d a r á n p e r d o n a d o s » . Les d i o , p u e s , el Espíritu p a -
ra la r e c o n c i l i a c i ó n .

N o s e n c o n t r a m o s a q u í c o n las m i s m a s ideas f u n d a m e n t a l e s
que en San Lucas:

- El Espíritu es fruto d e la r e s u r r e c c i ó n d e J e s ú s , q u i e n h a -
b í a d i c h o : « N o os d e j a r é s o l o s » (cf. J n 1 5 , 2 6 ; J n 1 4 , 2 5 -
2 6 ; J n 1 6, 1 3-15; J n 1 7). « D e l q u e c r e a e n m í b r o t a r á n
ríos d e a g u a v i v a » ; se refería al Espíritu - q u e a ú n n o h a -
bía v e n i d o p o r q u e Jesús todavía no había sido glorifica-
d o - (Jn 7, 3 7 - 3 9 ) .

- Jesús se lo regala y entrega para la r e c o n c i l i a c i ó n y el p e r -


d ó n . Lo q u e separa y d e s u n e a los h o m b r e s es el p e c a d o .
El Espíritu d e s c i e n d e c o n la M i s i ó n d e h a c e r p o s i b l e u n a
n u e v a f a m i l i a h u m a n a r e c o n c i l i a d a - c o n D i o s y entre sus
miembros- y comunitaria.

319
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

1. A l unir la p a z c o n el Espíritu, S a n J u a n resalta c o n m u c h a


fuerza q u e esa e x p e r i e n c i a p a s c u a l e n la q u e se d i o el Espíritu es
p r i m o r d i a l m e n t e una e x p e r i e n c i a d e r e c o n c i l i a c i ó n .

• P r i m e r o , la d e los m i s m o s d i s c í p u l o s . Pues la e x p e r i e n c i a
(pascual) del R e s u c i t a d o f u e para los d i s c í p u l o s , f u n d a -
m e n t a l m e n t e , una e x p e r i e n c i a d e p e r d ó n . P o r q u e los d i s -
4

c í p u l o s son c o n s c i e n t e s d e su p e c a d o : han n e g a d o al
M a e s t r o y lo h a n a b a n d o n a d o . Por lo tanto, la tristeza d e
estos h o m b r e s no es sólo la tristeza d e q u i e n ha p e r d i d o al
M a e s t r o a d m i r a d o , al a m i g o q u e r i d o , sino q u e es la tristeza
del c u l p a b l e . Ya n o son «discípulos» ni «seguidores»; por
eso el evangelista M a r c o s subraya c o n fuerza la n e g a c i ó n ,
el a b a n d o n o , la dispersión general, c o m o signos d e q u e se
ha p r o d u c i d o «la ruptura e n el seguimiento d e Jesús».

El e n c u e n t r o c o n el R e s u c i t a d o (la e x p e r i e n c i a p a s c u a l )
para estos h o m b r e s es la e x p e r i e n c i a d e sentirse p e r d o n a -
dos; d e verse readmitidos a la c o m u n i ó n y a la amistad del
M a e s t r o ; d e e x p e r i m e n t a r e n Jesús el a m o r q u e p e r m a n e -
c e . Y por eso los relatos d e las a p a r i c i o n e s del R e s u c i t a d o
insisten e n el c a r á c t e r p a c i f i c a d o r , r e c o n c i l i a d o r , c o n s o l a -
dor d e l e n c u e n t r o p a s c u a l . En e l l o s n o hay n i n g u n a a l u -
sión al a b a n d o n o d e los suyos, n i n g ú n r e p r o c h e por la c o -
b a r d e t r a i c i ó n , n i n g ú n gesto d e e x i g e n c i a para reparar la
injuria. U n a y otra v e z , se repite el m i s m o s a l u d o : «La p a z
c o n vosotros» (Le 2 4 , 3 6 ; J n 2 0 , 19.21). Lo p r i m e r o q u e se
les regala, e n la e x p e r i e n c i a p a s c u a l , es la p a z , el p e r d ó n ,
la a m i s t a d . Así, esos e n c u e n t r o s son transformadores.

• Pero, j u n t o c o n esto, el « m a n d a t o » - v a m o s a l l a m a r l o así-


d e q u e la p r i m e r a e x p e r i e n c i a q u e los d i s c í p u l o s h a n d e
ofrecer a los d e m á s es a q u é l l a q u e ellos h a n atravesado: la

4
Cf. J . A. P A G Ó L A , «Resucitar lo muerto. La experiencia pascual c o m o
nueva posibilidad de vida»: 5a/ Terrae 76 (1988) 175-185. Recojo las ideas prin-
cipales de su apartado: «La experiencia pacificadora del perdón», pp. 177-178.
Este restablecimiento de la comunión y la amistad con Cristo es nuclear en la ex-
periencia pascual. E. S C H I L L E B E E C K X , Jesús. La historia de un viviente (Madrid
1 981), p. 362, llega a decir que «el perdón de su cobardía y poca fe es la expe-
riencia que, iluminada por el recuerdo de la vida terrena de Jesús, viene a ser la
matriz donde nace la fe en Jesús en cuanto resucitado».

320
E L ESPÍRITU CONSOLADOR

r e c o n c i l i a c i ó n . Y así el R e s u c i t a d o les e n v í a a r e c o n c i l i a r :
a q u i e n e s les p e r d o n é i s los p e c a d o s les q u e d a n p e r d o n a -
d o s . H a n sido r e c o n c i l i a d o s para reconciliar.

2. Y este Espíritu se regala a los m i e d o s o s -éste es el m a t i z


p r o p i o d e J u a n - , a los d e s a n i m a d o s y c o b a r d e s . S e les da a ellos
para transformarlos y, u n a v e z transformados d e arriba a b a j o , para
q u e a y u d e n a la t r a n s f o r m a c i ó n d e los d e m á s .

• Esta entrega del Espíritu a los p u s i l á n i m e s y d e s e n c a n t a d o s


nos d e b e a n i m a r a nosotros, q u e , a n t e el c h o q u e c o n la
r e a l i d a d , la d u r e z a y la o p a c i d a d d e nuestro m u n d o y d e
nuestra historia, nos d e s a n i m a m o s y nos d e s e n c a n t a m o s .
P o r q u e n o v e m o s a nuestro a l r e d e d o r rasgos d e ese « h o m -
b r e n u e v o » i n a u g u r a d o por Jesús; p o r q u e la tarea d e a y u -
dar a c o n s t r u i r l o s o b r e p a s a nuestras raquíticas fuerzas y
nos desalienta. Por e l l o nos a c u r r u c a m o s , nos d e j a m o s e n -
v o l v e r por u n s u a v e e s c e p t i c i s m o , y v i v i m o s « a t r a n c a d o s » ,
c o m o los d i s c í p u l o s .

• Pero S a n J u a n nos e n s e ñ a q u e el Espíritu d e s c i e n d e p r e c i -


s a m e n t e para quitarnos el m i e d o y el temor; para q u e « s a l -
g a m o s » d e nuestro e n c e r r a m i e n t o c o n la m i s i ó n d e ser r e -
conciliadores y d e crear c o m u n i d a d (pueblo de Dios).

• Frente a todos los d e s á n i m o s , d e s d e la fe e n el R e s u c i t a d o ,


d e b e m o s c r e e r q u e el Espíritu q u e Él nos e n v í a h a c e p o s i -
bles u n h o m b r e n u e v o y u n m u n d o n u e v o , a c u y a c o n s -
t r u c c i ó n estamos l l a m a d o s . D e b e m o s e m p r e n d e r esa tarea
r e c o n c i l i a d o r a sin temor. D e b e m o s ser «ministros d e la r e -
c o n c i l i a c i ó n » (2 C o r 5, 17-21).

La m i s i ó n , por lo t a n t o , a la q u e nos l l a m a el Espíritu es a la


r e c o n c i l i a c i ó n . Y tal c o m o está descrita la v e n i d a del Espíritu e n
S a n J u a n es el p a s o del m i e d o a la m i s i ó n . Ésa es nuestra tarea: u n a
misión r e c o n c i l i a d o r a .

II. El e s p í r i t u h a b i t a e n nosotros

Para llevar a c a b o esta m i s i ó n r e c o n c i l i a d o r a , n o estamos s o -


los; c o n t a m o s c o n É l .

321
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

En esta tarea, q u e n o es f á c i l , t e n d r e m o s q u e d e c i r n o s la f a -
m o s a frase d e S a n J u a n d e la C r u z : « Q u e b i e n sé y o la fuente q u e
m a n a y c o r r e , a u n q u e es d e n o c h e » . En m e d i o d e la n o c h e e n q u e ,
c o n f r e c u e n c i a , t e n d r e m o s q u e ser r e c o n c i l i a d o r e s , d e b e r e m o s d e -
c i r n o s : la fuente q u e m a n a y c o r r e e n m í es el Espíritu, q u e m e lla-
m a , a u n e n la n o c h e , a h a c e r r e c o n c i l i a c i ó n .

Pero ésta es la m a r a v i l l a : Él es la f u e n t e q u e m a n a y c o r r e e n
m í . P u e s n o nos e n c a r g a u n a t a r e a y Él s ó l o se m a n t i e n e e n la
barrera, c o m o e s p e c t a d o r , c o n t e m p l a n d o c ó m o la r e a l i z a m o s ; s i -
n o q u e se n o s e n t r e g a p o r q u e el d o n d e D i o s es D i o s m i s m o : es
a u t o d o n a c i ó n . El E s p í r i t u h a b i t a e n n o s o t r o s . L o r e c a l c a i n s i s -
t e n t e m e n t e S a n P a b l o : «El Espíritu d e D i o s h a b i t a e n v o s o t r o s ; y
5

si a l g u n o n o t i e n e el Espíritu d e C r i s t o , é s e n o es c r i s t i a n o » (1
C o r 8, 9-10). S o m o s , p u e s , « t e m p l o s d e l Espíritu» (1 C o r 6, 19).
El P a d r e y el H i j o h a c e n m o r a d a e n n u e s t r o c o r a z ó n g r a c i a s al
Espíritu (Jn 1 4 , 2 3 ) .

Y su estar misterioso d e n t r o d e nosotros -a lo q u e l l a m a m o s


g r a c i a ; p u e s es « a m o r d e r r a m a d o » - n o es, sin e m b a r g o , u n estar
pasivo, una s i m p l e c o e x i s t e n c i a , sino q u e es un estar d i n á m i c o -el
Espíritu nos «da v i d a » (2 C o r 3, 6)-. Es un e n c u e n t r o transformador.

V o y a subrayar ú n i c a m e n t e tres rasgos d e esta t r a n s f o r m a c i ó n


q u e , día a d í a , realiza el Espíritu e n nosotros; y q u e , e n r e a l i d a d ,
b i e n p o d r í a m o s resumir e n la frase q u e e m p l e a b a n los S a n t o s Pa-
dres: el Espíritu nos h a c e hijos e n el H i j o .

Y r e c o r d e m o s lo q u e d i j i m o s al c o m i e n z o d e las c o n t e m p l a -
c i o n e s d e la v i d a p ú b l i c a d e Jesús: Jesús v i v i ó d e s d e el Padre y p a -
ra los h o m b r e s . T a m b i é n a nosotros -si le s o m o s d ó c i l e s - el Espíri-
tu nos transformará e n personas q u e v i v i r e m o s d e s d e el Padre y
para los d e m á s .

S u g i e r o s o l a m e n t e unos surcos por los q u e el Espíritu nos p u e -


d e llevar e n nuestra o r a c i ó n , e n asuntos q u e t i e n e n tanta r e p e r c u -
sión e n nuestras v i d a s . V e a m o s , p u e s , b r e v e m e n t e , a l g u n o s d e e s -
tos rasgos transformadores.

5
La «función» iluminativa del Espíritu está principalmente subrayada por
San Juan: el Espíritu es «memoria» iluminadora. Mientras, San Pablo recalca, so-
bre todo, su «función» transformadora.

322
E L ESPÍRITU CONSOLADOR

f¡ Espíritu nos hace otros Cristos

_ J u a n , e n sus escritos, nos d e s c r i b e esta cristificación c o m o


u n a « c o m u n i ó n d e v i d a » . M e d i a n t e el persistente e m p l e o
d e l v e r b o « p e r m a n e c e r » y d e las l l a m a d a s « f ó r m u l a s d e
m u t u a i n m a n e n c i a » ( c o m o v e í a m o s al h a b l a r d e la E u c a -
ristía), el e v a n g e l i s t a nos d e s c u b r e c ó m o Cristo nos va
t r a n s m i t i e n d o su p r o p i a v i d a : Él habita e n nosotros y n o -
sotros e n É l . « D e la v i d a q u e y o tengo v i v i r é i s t a m b i é n v o -
sotros», p r o c l a m a r á Jesús e n el e v a n g e l i o d e J u a n (Jn 14,
19). «El q u e p e r m a n e c e c o n m i g o y y o c o n él es q u i e n da
fruto a b u n d a n t e » , a ñ a d i r á Jesús (Jn 1 5 , 4-5). Esa « c o m u -
n i ó n d e v i d a » c o n Cristo es obra del Espíritu.

- P a b l o , e n lugar d e c o m u n i ó n , prefiere hablar d e t r a n s f o r -


m a c i ó n . El Espíritu es la fuerza t r a n s f o r m a d o r a q u e nos
cristifica. Él nos va t r a n s f o r m a n d o e n i m a g e n d e Cristo p a -
ra q u e r e f l e j e m o s , c o n « r e s p l a n d o r c r e c i e n t e » , la gloria
del S e ñ o r (2 C o r 3, 18). M e d i a n t e un a l u v i ó n d e v e r b o s
c o m p u e s t o s c o n el prefijo griego «syn» ( « c o n » e n c a s t e -
l l a n o ) : c o n v i v i r , c o n m o r i r , c o n s e p u l t a r , corresucitar, ser
c o p l a n t a d o s , ser c o n g l o r i f i c a d o s . . . , P a b l o nos va m a n i f e s -
t a n d o v i g o r o s a m e n t e la a s i m i l a c i ó n a Cristo q u e el E s p í r i -
tu obra e n nosotros hasta p o d e r e x c l a m a r : «Ya n o v i v o y o ,
sino q u e es Cristo q u i e n v i v e e n mí» ( G a l 2, 2 0 ) .

- Esta e x i s t e n c i a p r o g r e s i v a m e n t e cristiforme se va plas-


m a n d o e n una psicología i g u a l m e n t e cristiforme, e n virtud
d e la c u a l p a r t i c i p a m o s « d e los m i s m o s s e n t i m i e n t o s d e
Cristo» (Fil 2 , 5) y d e l m i s m o m o d o d e pensar d e Cristo:
hasta tener la m e n t e d e Cristo (1 C o r 2 , 16). Esta existencia
cristiforme ha d e reflejarse t a m b i é n - d i r á S a n J u a n - e n
u n a c o n d u c t a : ha d e exteriorizarse e n obras y, sobre t o d o ,
e n la c a r i d a d fraterna (1 J n 2 , 2 9 ; 4, 7-13), q u e es u n a m a r
c o m o Cristo nos a m ó (Jn 1 3 , 14; 1 5 , 12).

- Esta progresiva c r i s t i f i c a c i ó n d e nuestra v i d a - e l ser otros


C r i s t o s - nos va h a c i e n d o «hijos e n el H i j o » ( R o m 8, 14-
1 7.23; J n 3, 3-8), y es p r e c i s a m e n t e la q u e nos permitirá
a c u d i r al Padre, c o n la c o n f i a n z a q u e p o s e e u n hijo, y lla-
m a r l e c o m o el m i s m o Jesús h a c í a : « A b b á » . R e c i b i m o s el

323
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Espíritu q u e nos h a c e hijos y q u e nos p e r m i t e gritar: « ¡ A b -


bá, Padre!» (cf. R o m 8, 14).

- D e este grito - e n el q u e c o n f e s a m o s la p a t e r n i d a d d e
D i o s - a r r a n c a r á la fuerza para c u m p l i r nuestra m i s i ó n d e
r e c o n c i l i a d o r e s , y q u e n o consiste e n otra c o s a q u e

• en p r o c l a m a r la fraternidad del h o m b r e -pues todos


s o m o s hijos y, por tanto, h e r m a n o s ; y Cristo es «el
p r i m o g é n i t o d e m u c h o s hermanos» ( R o m 8, 29);

• e n entregar la v i d a por ella: «del m i s m o m o d o q u e


Él ha d a d o su v i d a por nosotros, t a m b i é n nosotros
d e b e m o s dar la v i d a por nuestros h e r m a n o s » (1 Jn
3, 1 6 ; cf. Ef 5, 1-2).

- La c r i s t i f i c a c i ó n consiste, p u e s , e n v i v i r c o m o Cristo v i v i ó :
d e s d e el Padre y para los h e r m a n o s .

2. El Espíritu nos hace libres

N o hemos recibido un Espíritu q u e nos haga esclavos, ni q u e nos


haga vivir e n temor. N o s h a c e hijos y, por lo tanto, libres ( R o m 8, 15-
16). Pues « d o n d e hay Espíritu del Señor, hay libertad» (2 Cor 3, 1 7).

S i e m p r e , p u e s , q u e nos d e j a m o s arrastrar por la angustia, el


m i e d o o la p u s i l a n i m i d a d ; s i e m p r e q u e nos e s c l a v i z a m o s , t r a i c i o -
n a m o s al Espíritu q u e habita e n nosotros, y q u e es libertad.

S i e m p r e q u e e s c l a v i z a m o s (atosigamos, m a n i p u l a m o s , instru-
m e n t a l i z a m o s ) a los d e m á s - o c o n s e n t i m o s q u e los e s c l a v i c e n -
t r a i c i o n a m o s nuestra m i s i ó n d e ser portadores del Espíritu d e la ra-
d i c a l libertad.

Esta libertad es u n a libertad creativa y una libertad s e r v i c i a l .

a) Libertad creativa

La suya - c o m o e x p o n e m o s e n la charla sobre «El Espíritu, m e -


m o r i a e i m a g i n a c i ó n d e J e s ú s » - es una libertad creativa. Pues la l i -
bertad q u e nos regala el Espíritu es t a m b i é n la c a p a c i d a d para d i s -
cernir y decidir, a q u í y ahora, c o m o lo hubiera h e c h o el R e s u c i t a d o
si Él estuviera a q u í e n nuestro lugar. Ya q u e el Espíritu es «la i m a g i -
n a c i ó n d e Jesús».

324
E L ESPÍRITU CONSOLADOR

A l Espíritu se le ha d e f i n i d o c o m o «la n o v e d a d d e D i o s » . Por 6

c o n s i g u i e n t e , es el q u e t i e n e q u e h a c e r n o s r o m p e r c o n t o d o s los
« s í n d r o m e s p a r a l i z a d o r e s » , q u e a v e c e s nos a t e n a z a n y nos d e j a n
e s t a n c a d o s e n lo v i e j o o lo m u e r t o :

• c o n el q u e p o d r í a m o s l l a m a r el « s í n d r o m e d e M a g d a l e -
n a » , q u e es la t o z u d a f i j a c i ó n e n el p a s a d o , q u e n o p e r m i -
te ver q u e al l a d o está el V i v i e n t e , q u e nos s e ñ a l a h a c i a
a d e l a n t e , h a c i a G a l i l e a , h a c i a el futuro;

• p e r o j u n t o al s í n d r o m e d e M a g d a l e n a , o e n su lugar, nos
p u e d e asaltar t a m b i é n el « s í n d r o m e d e T o m á s » , es decir, la
f i j a c i ó n e n el presente e s c é p t i c o , la b l i n d a d a a f i r m a c i ó n
d e q u e las c o s a s n o p u e d e n c a m b i a r . Es la a c t i t u d d e ese
T o m á s , e m p e d e r n i d o «realista», q u e , a u n q u e e s c u c h a d e
los otros c o m p a ñ e r o s la e x c l a m a c i ó n a l e g r e d e q u e h a n
visto al R e s u c i t a d o , se afinca e n un «realismo» d o g m á t i c o ,
a t r i n c h e r a d o e n lo q u e v i e r o n sus ojos - u n o s agujeros tre-
m e n d o s e n las m a n o s y e n el c o s t a d o d e Jesús m u e r t o - ; y
e s o y a n o p u e d e c a m b i a r . T o m á s está a b s o l u t a m e n t e c e -
rrado a la p o s i b i l i d a d d e un c a m b i o e n la a p a r e n t e y, para
é l , d e f i n i t i v a m e n t e muerta r e a l i d a d .
7

El Espíritu, q u e es n o v e d a d , nos hará cambiar. N o s irá e m p u j a n -


do hacia ese Jesús q u e está v i v o y va delante. S u libertad es, por t a n -
to, rompedora. El Espíritu n o nos deja a n c l a d o s e n el pasado p a r a l i -
zador, ni e n el presente escéptico. E m p u j a hacia el futuro d e Jesús.

b) Libertad servicial

Pero la libertad q u e nos da el Espíritu es t a m b i é n u n a libertad


servicial. La p r i n c i p a l tarea q u e realiza el Espíritu e n nosotros es l i -
berar nuestra libertad para ( q u e sea c a p a z de) amar.

El Espíritu, q u e es el a m o r i n c o n d i c i o n a l d e D i o s q u e habita
en nosotros, es u n « a m o r c r e a t i v o » q u e suscita a m o r ; y lo h a c e
«desde dentro» d e nosotros m i s m o s , c o m o sólo D i o s p u e d e obrar
en nosotros. L o realiza n o f o r z a n d o o c o a c c i o n a n d o , sino utilizan-

6
Cf. J . V I V E S , Creer el Credo, Sal Terrae, Santander 1986, pp. 153-173.
^ 7
Sobre estos «síndromes», cf. J . A. G A R C Í A , «Bajo el síndrome de María
agdalena y Emaús» e n : En el mundo desde Dios, Sal Terrae, Santander 1989,
PP- 183-195; de él son las sugerencias que he recogido.

325
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

d o su p o d e r d e s e d u c c i ó n (Jer 2 0 , 7); es a m o r q u e l l a m a y atrae, y


va c r e a n d o e n nosotros « d e l e c t a t i o » y « d i l e c t i o » -gusto y c a r i ñ o -
(dirá S a n Agustín) por el a m o r . 8

A s í va l i b e r a n d o nuestra libertad a m e d i d a q u e suscita e n n o -


sotros u n a m o r q u e r e s p o n d e a su A m o r ( R o m 8, 31 ss); la libera d e
sus repliegues e g o c é n t r i c o s , d e las p a s i o n e s q u e la e s c l a v i z a n , d e
su a u t o s a t i s f a c c i ó n egoísta e n las p r o p i a s o b r a s , d e sus m i e d o s y
recelos a ser « i n v a d i d a » por los o t r o s . . . y así la va t r a n s f o r m a n d o
e n u n a « l i b e r t a d l i b e r a d a » ( R o m 8, 2 ) ; y liberada para a m a r lo q u e
D i o s a m a y a m a r c o n el m i s m o a m o r c o n q u e D i o s a m a .

El Espíritu nos v a t r a b a j a n d o para q u e se c u m p l a e n nosotros


lo q u e p e d í a S a n P a b l o : « N o os e n c e r r é i s e n vuestros intereses, s i -
n o b u s c a d el interés d e los d e m á s » (Fil 2 , 4 ) . A s í v a m o s sustituyen-
d o «nuestro interés», q u e es « a m o r p r o p i o » , por la c a r i d a d ( q u e es
dar entrada e n nuestro c o r a z ó n al interés d e los d e m á s ) .

El Espíritu nos libera para a m a r al a m o r ; y a m a r al a m o r i m -


p l i c a n e c e s a r i a m e n t e a m a r a D i o s , q u e es A m o r , y al h e r m a n o . N a -
d i e lo ha e x p l i c a d o tan m a g i s t r a l m e n t e c o m o S a n A g u s t í n :

«El q u e a m a su h e r m a n o a m a a D i o s .

Es i n e v i t a b l e q u e a m e a D i o s , p u e s es n e c e s a r i o q u e a m e al
amor mismo:

¿ a c a s o p o d r í a a l g u i e n a m a r al h e r m a n o y n o a m a r al a m o r ?
Es n e c e s a r i o q u e a m e al a m o r . . .
Y a m a n d o al amor, a m a a D i o s .
¿ O es q u e y a n o te a c u e r d a s
d e lo q u e antes d e c í a s , " D i o s es a m o r " ?
P u e s , si D i o s es A m o r ,
q u i e n q u i e r a q u e a m e al a m o r a m a a D i o s .
Por tanto, a m a a tu h e r m a n o y q u é d a t e t r a n q u i l o .
N o podrás d e c i r : " a m o a mi h e r m a n o , p e r o n o a m o a D i o s " .
M i e n t e s tanto si dices q u e a m a s a D i o s y no a m a s a tu h e r m a n o ,
c o m o si d i c e s q u e a m a s a tu h e r m a n o

8
Para lo que sigue, cf. J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , Proyecto de hermano. Vi-
sión creyente del hombre, Sal Terrae, Santander 1987, cap. 1 1 : «La Gracia c o m o
liberación para los demás: la nueva humanidad», especialmente pp. 595-605,
614-620, 645-652. D e ese capítulo recojo algunas ideas.

326
E L ESPÍRITU CONSOLADOR

y pretendes n o a m a r a D i o s .
Por tanto, si a m a s a tu h e r m a n o ,
es p r e c i s o q u e a m e s al amor.
Es así q u e el a m o r es D i o s ,
luego q u i e n a m a a su h e r m a n o a m a a D i o s » . 9

El Espíritu nos libera para a m a r al amor. Por tanto, a l l í d o n d e


se a m a a los otros h o m b r e s -reales y c o n c r e t o s - , c o m o h e r m a n o s ,
c o n todas sus c o n s e c u e n c i a s , a l l í está presente - s é p a l o o n o - la
gracia, la a c c i ó n del Espíritu.

D e c í a F e r n a n d o Savater, filósofo n o cristiano, e n su libro El


egoísmo ilustrado, q u e el h o m b r e n o es c a p a z d e otro d e s p r e n d i -
m i e n t o q u e n o sea el d e s p r e n d i m i e n t o d e retina. T i e n e r a z ó n si
piensa - c o m o , e n efecto, así piensa F e r n a n d o S a v a t e r - e n el h o m -
bre sin el Espíritu. Pues el h o m b r e -y, por tanto, todos nosotros- n o
segrega c o n n a t u r a l m e n t e a b n e g a c i ó n , desinterés, s o l i d a r i d a d fra-
terna: n o p u e d e extraer d e su interior la g e n e r o s i d a d del a m o r gra-
tuito, la c a p a c i d a d para la entrega p r o p i a , el c o r a j e para la e s p e -
ranza e n s i t u a c i o n e s d e s e s p e r a d a s . . .

Todas estas a c t i t u d e s , n e c e s a r i a s c u a n d o se opta d e v e r d a d


por una fraternidad efectiva, n o surgen e s p o n t á n e a m e n t e d e la e n -
traña d e lo h u m a n o , sino q u e es D i o s m i s m o , su Espíritu, q u i e n les
a m a (a los d e m á s ) e n nosotros. Por tanto, n a d i e p u e d e a m a r v e r d a -
d e r a m e n t e al h e r m a n o si no es e n el Espíritu S a n t o .

El Espíritu libera nuestra libertad para el a m o r ; pero n o para


cualquier clase d e amor, sino, c o m o rotundamente afirma S a n Pablo,
para un amor servicial: « H e m o s sido llamados a la libertad; sólo q u e
no debéis utilizar la libertad c o m o un pretexto para imponer vuestro
egoísmo, sino q u e , al contrario, ha d e llevaros a haceros servidores
por a m o r unos d e otros» ( G a l 5, 13-17). Ésta es la gran paradoja: el
Espíritu libera nuestra libertad para q u e nos hagamos servidores.

3- El Espíritu nos hace comunitarios

P u e s el Espíritu n o sólo se nos da Él p e r s o n a l m e n t e , sino q u e


nos regala sus d o n e s para el b i e n d e la c o m u n i d a d .

9
Comentario a la I Carta de Juan, IX, 1 0 ( B A C , XVIII), pp. 342-343. To-
a

m
° la cita de J . I. G O N Z Á L E Z F A U S , o. c , p. 596.

327
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

a) A nuestras congregaciones

La d o n a c i ó n d e c a r i s m a s a nuestras c o n g r e g a c i o n e s religiosas
- a d e m á s d e u n g o z o - s u p o n e u n a g r a v e r e s p o n s a b i l i d a d por n u e s -
tra parte frente a la Iglesia, P u e b l o d e D i o s .

P u e s la v i d a religiosa es un c a r i s m a e n y p a r a la I g l e s i a . D e - 1 0

b e m o s c u m p l i r c o n la f u n c i ó n profética (creativa) e n la Iglesia, d e s -


d e la i n s e r c i ó n fuerte y p r o f u n d a e n e l l a ; c o n t r i b u i r a su r e n o v a -
c i ó n , r e n o v á n d o n o s t a m b i é n nosotros c o n t i n u a m e n t e . 1 1

I n t e r r o g u é m o n o s sobre si c u m p l i m o s esa f u n c i ó n c a r i s m á t i c a .
¿ E s t a m o s para e l l o a u d a z m e n t e alertas a la v o z del Espíritu, q u e s o -
pla l i b r e m e n t e ? Y d e j á n d o n o s guiar por É l , e s c u c h á n d o l o , ¿tene-
1 2

10
J U A N P A B L O II, Vita consecrata, Exhortación apostólica postsinodal so-
bre la vida consagrada (1996): La vida religiosa, enraizada profundamente en los
ejemplos y enseñanzas de Cristo, es un don de Dios Padre a su Iglesia por medio
del Espíritu. Cf. nn. 1 . 2. 29. 3 0 . . . «La Iglesia no puede renunciar absolutamente
a la vida consagrada porque expresa de manera elocuente su íntima esencia es-
ponsal» (n° 105).
" E. R O Y Ó N , «La vida religiosa: un carisma en la Iglesia y para la Igle-
sia»: Razón y Fe207 (1983) 145-156. El autor, en este esclarecedor trabajo, afir-
ma q u e el Vaticano II reconoció que la vida religiosa es un carisma en y para la
Iglesia. H u b o dos grandes logros en la eclesiología conciliar respecto a la vida
religiosa: ya no se habla de «estado d e perfección», estático y jurídico, sino q u e
se habla d e vida -vida religiosa- que entraña dinamismo. Y el segundo logro fue
proclamar q u e la vida religiosa es carisma en y para la Iglesia: en la Iglesia, es
decir, pertenece a la esencia d e la Iglesia; es un don divino que la Iglesia recibe
de su Señor. Y es para la Iglesia; no para provecho particular de los religiosos, s i -
no para servicio de la Iglesia; c o n eso desaparece esa c o n c e p c i ó n ensimismada
que consideraba la vida religiosa c o m o el lugar más seguro para santificarse y
salvarse. La vida religiosa está e n función del pueblo de Dios.
Y ¿cuál es esa función? Es doble: la vida religiosa tiene valor de signo: los reli-
giosos anticipan el Reino; y tienen también una función profética. Ésta última signi-
fica que los religiosos son -o deberían ser-, como los profetas, renovadores críticos.
Aportan Espíritu a la Iglesia, y un Espíritu que es renovador. Por tanto, son incómo-
dos, sanamente incómodos. Y de este modo, son útiles para la Iglesia. Pero, simul-
táneamente, también son útiles para la sociedad. La función profética no está dirigi-
da solamente al interior de la Iglesia, sino que los fundadores religiosos quisieron ser
útiles para la sociedad y dar respuesta a las necesidades de la persona. Quisieron ser
y fueron signos fácilmente legibles para sus contemporáneos. También en esto ten-
drían que imitarlos sus continuadores. Deberían releer la experiencia fontal, fundan-
te, del respectivo específico carisma, para ser útiles a la sociedad de hoy.
12
Caminar desde Cristo, Instrucción de la Congregación para los institutos
de vida consagrada y las sociedades de vida apostólica (2002), a los cinco años de
la publicación de la exhortación apostólica postsinodal Vita consecrata: «La vida

328
E L ESPÍRITU CONSOLADOR

mos esa sensibilidad ( m o v i l i d a d ) - q u e nuestros f u n d a d o r e s t e n í a n -


q u e nos c a p a c i t e hoy para p r e g u n t a r n o s d ó n d e está lo fronterizo,
lo m a r g i n a l , lo urgente, a q u e l l o d e lo q u e ni la s o c i e d a d ni la Igle-
sia-institución se o c u p a n , para así b u s c a r l o y e m p r e n d e r l o e n ser-
v i c i o d e esa Iglesia y d e esa s o c i e d a d ?

b) A las personas

T a m b i é n los i n d i v i d u o s p o s e e n d o n e s , c u a l i d a d e s . . . q u e son
regalo del Espíritu. P e n s e m o s , por tanto, y d e un m o d o m á s c o n -
creto, e n nuestro c o n t o r n o c o t i d i a n o : e n las c o m u n i d a d e s en las
q u e v i v i m o s , e n los grupos c o n q u i e n e s trabajamos, en los e q u i p o s
q u e f o r m a m o s . . . y a p r e c i e m o s q u e hay d i v e r s i d a d d e d o n e s q u e
r e c i b e n las personas q u e los f o r m a n ; p e r o q u e t o d o s los d o n e s son
para el b i e n c o m ú n . T a m b i é n los nuestros, los q u e c a d a u n o d e n o -
sotros h e m o s recibido c o m o individuos.

• H a y d i v e r s i d a d d e d o n e s . N o s o m o s para D i o s p r o d u c t o s
«standard». S o n las « m a n o s del A l f a r e r o » las q u e nos h i -
c i e r o n uno a u n o , singulares. Esta d i v e r s i d a d d e d o n e s nos
entrelaza; p o r q u e u n o s t i e n e n u n o s d o n e s y otros, otros.
P u e s nadie los t i e n e todos, y nos n e c e s i t a m o s y nos c o m -
plementamos.
Y c o m o religiosos, q u e h e m o s sido c o n - v o c a d o s , pense-
mos q u e s o m o s m e d i a d o r e s unos d e otros d e la p r e s e n c i a
del Espíritu. N o p o d e m o s a p a g a r el Espíritu q u e nos llega
a través del c o m p a ñ e r o o c o m p a ñ e r a . Hay que agradecer,

consagrada, c o m o toda forma de vida cristiana, es por su naturaleza dinámica y


cuantos son llamados por el Espíritu a abrazarla tienen necesidad de renovarse
constantemente en el crecimiento hasta llegar a la unidad perfecta del Cuerpo de
Cristo (cf. Ef 4, 13). Nació por el impulso creador del Espíritu que ha movido a los
fundadores y fundadoras por el camino del Evangelio suscitando una admirable va-
riedad de carismas. Ellos, disponibles y dóciles a su guía, han seguido a Cristo más
de cerca, han entrado en su intimidad y han compartido completamente su misión.
Su experiencia del Espíritu exige no sólo que la conserven cuantos les han
seguido, sino también que la profundicen y desarrollen. También hoy el Espíritu
Santo pide disponibilidad y docilidad a su acción siempre nueva y creadora. Sólo
El puede mantener constante la frescura y la autenticidad de los comienzos y, al
mismo tiempo, infundir el coraje de la audacia y de la creatividad para responder
3 los signos de los tiempos. Es preciso, por tanto, dejarse conducir por el Espíritu al
descubrimiento siempre renovado de Dios y de su Palabra, a un amor ardiente por
t
' Y por la humanidad, a una nueva comprensión del carisma recibido» (n°. 20).

329
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

por tanto, los p r o p i o s d o n e s c o m o u n regalo, sin j a c t a n -


c i a , p o r q u e v i e n e n d e arriba. D e b e m o s r e c o n o c e r los d o -
nes d e D i o s e n los d e m á s , sin e n v i d i a , p o r q u e son t a m -
b i é n regalo para mí. T e n e m o s o b l i g a c i ó n d e e m p l e a r l o s y
n o d e sepultarlos: mis d o n e s y los d e los d e m á s .

• S o n d o n e s p a r a el b i e n c o m ú n (1 C o r 1 2 , 7). N o son para


nuestro p r o p i o s e r v i c i o , sino para el s e r v i c i o m u t u o . P u e s
la m i s i ó n t í p i c a del Espíritu es c r e a r c o m u n i d a d . Ésa es
t a m b i é n la f u n c i ó n d e los d o n e s q u e nos i m p a r t e a c a d a
u n o d e nosotros: f o r m a r c u e r p o d e s d e nuestra p l u r a l i d a d
(cf. 1 C o r 1 2 , 12.27). Los d o n e s y los c a n s i n a s son para el
c r e c i m i e n t o y v i t a l i d a d del c u e r p o , para fortalecer la c o -
munidad 1 !
.

V i v a m o s , pues, según el Espíritu consolador, q u e es fruto d e la


R e s u r r e c c i ó n d e Jesús. Él es el c r e a d o r d e u n i ó n , d e r e c o n c i l i a c i ó n
y d e c o m u n i d a d . El Espíritu se nos ha d a d o para transformarnos e n
h o m b r e s y m u j e r e s n u e v o s , cristificados, r e c o n c i l i a d o s y s o l i d a -
rios, y para q u e , c o n u n a libertad liberada para el s e r v i c i o , p o d a -
m o s a y u d a r a transformar a los d e m á s . El Espíritu nos a c o m p a ñ a
para q u e , e n t r e t o d o s , p o d a m o s construir la H u m a n i d a d N u e v a ,
solidaria, r e c o n c i l i a d a , c o m u n i t a r i a . U n a H u m a n i d a d c o n s o l a d a .

13
Cf. J . V I V E S , Viento de libertad, fuente de vida, Cuadernos de Cristianis-
mo y Justicia, n° 8 3 , Barcelona 1988. Para que la diversidad de dones y carismas
no resulte una «anarquía del Espíritu» (cf. 1 Cor 12-14), San Pablo exigía un rigu-
roso discernimiento de ellos, apoyándose en el principio de la complementarie-
dadde esa pluralidad que, inequívocamente, debía tender al fin de construir to-
do el cuerpo de Cristo. Así, Pablo establecía estos criterios: 1) A u n q u e los dones
son diversos, el Espíritu es uno (1 Cor 12, 4). Por tanto, si existe contradicción e n -
tre los dones y carismas, es que hay algo que no es del Espíritu; 2) D a d o que el Es-
píritu es ofrecido para la construcción de la comunidad, los dones de Espíritu que
cada uno recibe han de redundar en bien de todos (1 Cor 12, 8). Por consiguien-
te, un supuesto carisma que traiga división y destrucción de la comunidad no pro-
cede del Espíritu; y 3) El carisma, don, fruto fundamental del Espíritu es el amor (1
Cor 13, 1ss). Si la diversidad no está ayudando a crear un clima de amor intenso
y fraternal, es que alguno de esos dones y carismas no viene del Espíritu o está
siendo mal empleado.

330
22
LA MOCHILA DEL PEREGRINO

I. I g n a c i o el p e r e g r i n o

I g n a c i o d e L o y o l a s i e m p r e se c o n s i d e r ó un p e r e g r i n o . L e g u s -
taba definirse así. Y su autobiografía lleva c o m o a u t é n t i c o título é s -
te: « R e l a t o del p e r e g r i n o » . Por eso p u e d e describir su c o n v e r s i ó n
c o m o «la gracia d e se p o n e r e n c a m i n o » .

Los E j e r c i c i o s , d o n d e r e c o g i ó su e x p e r i e n c i a espiritual para


q u e d e e l l a se b e n e f i c i a s e n otros, son « u n a p e r e g r i n a c i ó n » . En
ellos plantea al ejercitante q u e haga el m i s m o gesto d e A b r a h á n , el
a r a m e o errante: salir d e sí m i s m o , « d e su p r o p i o amor, querer e i n -
terés» para buscar y hallar la v o l u n t a d d e D i o s . E insiste c o n t i n u a -
m e n t e e n la p e t i c i ó n d e c o n o c e r i n t e r n a m e n t e a Cristo para m á s
a m a r l e y seguirle e n su c a m i n a r ; pues, para I g n a c i o , Cristo s i e m p r e
está e n m o v i m i e n t o . C o m o afirma la C o n g r e g a c i ó n G e n e r a l d e la
C o m p a ñ í a d e Jesús n ° 3 4 : I g n a c i o , e n los Ejercicios, « s i e m p r e p r e -
senta a Cristo e n m o v i m i e n t o , v i a j e r o por sinagogas y v i l l a s para
predicar el R e i n o , a c u d i e n d o a d o n d e la gente v i v e y trabaja, sufre
y espera».

Ese h o m b r e , q u e d e s e a b a e m p a p a r s e d e c ó m o e r a n las p i s a -
das d e Cristo -basta recordar la d e s c r i p c i ó n q u e h a c e e n su a u t o -
biografía (n. 47) d e su subida al M o n t e O l í v e t e para q u e se le gra-
baran e n la m e m o r i a e n q u é d i r e c c i ó n a p u n t a b a n las h u e l l a s d e
Cristo impresas e n la piedra-, le p r o p o n e al ejercitante, una y otra

331
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

v e z , e n las c o n t e m p l a c i o n e s d e la v i d a d e Cristo q u e c o n s i d e r e los


c a m i n o s q u e Cristo recorrió - y c o n t e m p l e c o n la vista imaginativa
si eran largos o cortos, a n c h o s o e s t r e c h o s , l l a n o s o e m p i n a d o s
[190. 1 9 2 . 2 0 2 . 2 0 8 . 2 0 9 . 2 9 1 - 2 9 6 ] - . Así, p o c o a p o c o , c o n t e m -
p l a n d o a Cristo, q u e es c a m i n a n t e y c a m i n o , irá a p r e n d i e n d o el
e j e r c i t a n t e c u á l es la « v í a » (el c a m i n o ) q u e D i o s le s e ñ a l a para
« m e j o r servirle a d e l a n t e » [ 1 5 ] .

La v i d a d e Ignacio fue, pues, la d e un c a m i n a n t e , q u e recorrió


países y culturas, b u s c a n d o c u á l era la v o l u n t a d d e D i o s para p o -
derla seguir c o n a m o r servicial. Y a ú n c u a n d o , elegido G e n e r a l d e la
Compañía -Compañía q u e él definía c o m o «un c a m i n o hacia
D i o s » - se q u e d ó c l a v a d o e n R o m a , seguía siendo un peregrino q u e
recorría c a m i n o s interiores - c o m o el d e profundizar más y m á s el
c o r a z ó n i n s o n d a b l e d e D i o s - , o c a m i n o s exteriores a través d e sus
centenares d e cartas, e n las q u e d a b a c o n s e j o s a sus c o m p a ñ e r o s
e n v i a d o s en m i s i ó n allí d o n d e h a b í a n e c e s i d a d . En esas cartas, I g -
n a c i o , el peregrino, les a c o m p a ñ a b a . Estuviera d o n d e estuviera, Ig-
n a c i o siempre retuvo la n e c e s i d a d d e e m p r e n d e r un c o n t i n u o c a m i -
n o q u e iba d e D i o s a las cosas y d e las cosas a D i o s ; ese incesante
v i a j e lo r e c o m e n d ó s i e m p r e a sus c o m p a ñ e r o s y a los ejercitantes:
« H a l l a r a D i o s e n todas las cosas y a todas las cosas e n D i o s » .

U n p e r e g r i n o es s i e m p r e u n b u s c a d o r . Por e s o , detrás d e su
peregrinar s i e m p r e h a b í a preguntas: « Q u i d a g e n d u m ? » ; ¿ q u é es lo
q u e m á s c o n d u c e al fin para el q u e h e m o s sido c r e a d o s ? ; ¿ q u é h e
h e c h o por Cristo, q u é h a g o , q u é d e b o h a c e r ? ; ¿ c u á l es, a q u í y a h o -
ra, el m e j o r s e r v i c i o q u e y o p u e d o prestar «a su d i v i n a majestad»?
El h o m b r e q u e p e d í a a M a r í a - d e la q u e se sentía m u y d e v o t o , s o -
b r e t o d o b a j o la a d v o c a c i ó n d e « V i r g e n d e la S t r a d a » , V i r g e n d e l
c a m i n o - «ser p u e s t o c o n el H i j o » , p r e g u n t a b a i n c a n s a b l e m e n t e :
¿ d ó n d e q u i e r e estar el H i j o , para estar t a m b i é n y o allí?

Para r e s p o n d e r a estas p r e g u n t a s u t i l i z ó el p e r e g r i n o n o u n
c a y a d o , s i n o otra h e r r a m i e n t a : el d i s c e r n i m i e n t o . P u e s , c o m o los
profetas, estaba c o n v e n c i d o d e q u e D i o s habla. N o siempre d i -
r e c t a m e n t e , s i n o a través d e m e d i a c i o n e s : v o c e s h u m a n a s , a c o n -
t e c i m i e n t o s ; a través d e la v i d a y d e las s i t u a c i o n e s f á c i l e s o d i -
fíciles.

H a b í a q u e estar, por t a n t o , m u y alerta al s o p l o del Espíritu:


¿ Q u é es lo q u e D i o s d i c e a través d e la v i d a , tantas v e c e s o p a c a y

332
L A MOCHILA DEL PEREGRINO

áspera? H a b í a q u e discernir la v o z d e D i o s d e otras v o c e s , q u e se


presentaban a v e c e s e d u l c o r a d a s y atractivas, p e r o q u e n o eran v o -
c e s d e D i o s , sino d e ídolos (la a m b i c i ó n , el poder, el éxito p e r s o -
n a l . . . ) . Y una v e z d i s c e r n i d a la v o z d e D i o s , p o n e r s e e n c a m i n o ,
para seguirla y prestarle el m e j o r s e r v i c i o e n c a d a m o m e n t o .

F u e , p u e s , I g n a c i o d e L o y o l a u n h o m b r e n u n c a instalado, s i -
n o q u e t u v o la o s a d í a d e dejarse llevar por el Espíritu -tras d i s c e r -
nir por d ó n d e s o p l a b a - , para ser puesto c o n el H i j o a l l í d o n d e el
H i j o q u e r í a estar.

Esta ¡dea o, mejor, e x p e r i e n c i a i g n a c i a n a d e la p e r e g r i n a c i ó n ,


nos interpela a los q u e h a c e m o s Ejercicios. Nosotros, religiosos y re-
ligiosas, n u n c a p o d e m o s q u e d a r n o s instalados y c ó m o d a m e n t e c o -
bijados. Ignacio el peregrino nos p i d e peregrinar, nos exige m o v i l i -
d a d para buscar la v o l u n t a d d e D i o s , nos incita a estar disponibles
para situarnos d o n d e el H i j o , a q u í y ahora, q u i e r e estar. N o s a c u c i a
a preguntarnos a s i d u a m e n t e , c o n afán d e d i s c e r n i m i e n t o : ¿ C ó m o ,
aquí y ahora, e n mi trabajo, c o n mis talentos, e n mi situación vital,
p u e d o y o prestar el m e j o r servicio? ¿ C ó m o , c o n mis m u c h o s o p o -
cos a ñ o s , c o n mi e x p e r i e n c i a y mis c o n o c i m i e n t o s , c o n mis recur-
sos p u e d o hacer d e mi v i d a un servicio a un D i o s q u e quiere ser ser-
v i d o e n los d e m á s ? ¿Estoy alerta a la v o z del Espíritu, q u e , a través
d e m e d i a c i o n e s , claras o sutiles, m e habla a m í p e r s o n a l m e n t e p a -
ra d e c i r m e d ó n d e , hoy, está puesto el H i j o y d ó n d e q u i e r e q u e m e
sitúe y o para estar c o n Él y c o n su c a u s a y vivir c o m o Él?

II. La m o c h i l a d e l c a m i n a n t e

La e s p i r i t u a l i d a d d e los Ejercicios es, p u e s , u n a e s p i r i t u a l i d a d


para c a m i n a n t e s . Y hay e n los E j e r c i c i o s u n a m e d i t a c i ó n dirigida
e s p e c i a l m e n t e a los c a m i n a n t e s para d e c i r l e s las cosas q u e n e c e s i -
tan llevar e n su m o c h i l a , si q u i e r e n q u e el c a m i n o q u e están d i s -
puestos a seguir n o les resulte fatigoso y d e s a n i m a n t e . Es la « c o n -
t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r a m o r » .

A l final ya d e los Ejercicios, c u a n d o c a d a u n o v a a v o l v e r a su


respectivo c a m i n o , Ignacio propone la « c o n t e m p l a c i ó n para alcanzar
a m o r » . En esa « c o n t e m p l a c i ó n » - q u e es una c o n t e m p l a c i ó n puente:
pues prepara para la «vuelta», para el retorno a la v i d a ordinaria, al

333
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c a m i n o d e c a d a día-, Ignacio describe una actitud, una manera d e


ser e n m e d i o del m u n d o , unos rasgos q u e todo c a m i n a n t e , q u e , e n
Ejercicios, se ha d e c i d i d o a seguir a Jesús, d e b e llevar e n su m o c h i l a . 1

V a m o s a fijarnos e n esos rasgos. Para p e d i r l e al S e ñ o r q u e , e n


nuestro c a m i n a r c o t i d i a n o , nos l l e n e la m o c h i l a d e e l l o s . Y para
e s o , v a m o s a a c e r c a r n o s a esa «contemplación para alcanzar
a m o r » al h i l o del relato d e otros c a m i n a n t e s - c o m o nosotros- q u e
se d i r i g í a n a E m a ú s . A esos c a m i n a n t e s , J e s ú s , q u e les a c o m p a ñ ó
e n su c a m i n a r , les e n s e ñ ó a « a l c a n z a r a m o r » , tras h a c e r l e s v a c i a r
su m o c h i l a d e a c t i t u d e s y s e n t i m i e n t o s q u e les p e s a b a n y les s o -
b r a b a n para ir «ligeros d e e q u i p a j e » , y les c o l o c ó e n la m o c h i l a lo
q u e r e a l m e n t e h a c e falta para c a m i n a r a su lado y a su p a s o . C r e o
q u e lo q u e I g n a c i o nos d i c e e n la « c o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r
a m o r » c o i n c i d e s u s t a n c i a l m e n t e c o n lo q u e Jesús e n s e ñ ó a los c a -
m i n a n t e s d e E m a ú s . ¿ Q u é es esto? Jesús les e n s e ñ ó a saber mirar,
saber arder, saber esperar, saber reír y saber compartir.

Estos c i n c o rasgos -mirar, arder, esperar, g o z a r y c o m p a r t i r -


c o n s t i t u y e n el n ú c l e o d e esta actitud q u e I g n a c i o p i d e q u e se m e -
ta e n la m o c h i l a , a la q u e c o n d u c e toda la d i n á m i c a d e los E j e r c i -
c i o s ; y q u e es la actitud del h o m b r e « c o n t e m p l a t i v o » e n su c a m i -
nar, « c o n t e m p l a t i v o e n la a c c i ó n » , c o m o él m i s m o lo f u e .

7. Saber mirar

P o r q u e , c o m o los d i s c í p u l o s d e E m a ú s , s o m o s c e g a t o s . M u -
c h a s v e c e s n o r e c o n o c e m o s a Jesús c a m i n a n d o a nuestro l a d o . A
v e c e s , c o m o e l l o s , t e n e m o s t o d o s los datos, p e r o n o s a b e m o s leer-
los; n o s a b e m o s mirar. Por e s o , c o m o a los d i s c í p u l o s d e E m a ú s ,
nos t i e n e q u e «abrir los ojos» para r e c o n o c e r l o . D e b e m o s pedir al
S e ñ o r esos ojos n u e v o s q u e a p r e n d a n a mirar para e n c o n t r a r l e e n
t o d a s las c o s a s , y q u e s e p a n c a p t a r tanto b i e n r e c i b i d o . C a m i n a r

1
I. I G L E S I A S , «La contemplación para alcanzar amor en la dinámica de
los Ejercicios espirituales»: Manresa 59 (1987) 373-387. Esta contemplación es la
desembocadura lógica de un proceso que todo él se recoge en este último ejer-
c i c i o y fructifica en él c o m o un modo de ser y de hacer habitual c o n el que el
ejercitante es devuelto a la vida y a la historia. Cf. también J . I. G O N Z Á L E Z F A U S ,
«La contemplación para alcanzar amor», e n : La experiencia espiritual de los Ejer-
cicios de san Ignacio, cuadernos «Aquí y ahora», n° 7, Sal Terrae, Santander 1990;
de él tomo ¡deas y expresiones.

334
L A MOCHILA DEL PEREGRINO

c o n los ojos abiertos para e n c o n t r a r n o s c o n t i n u a m e n t e c o n el S e -


ñor: ésa ha d e ser nuestra a c t i t u d .

Esto s u p o n e :

a) Q u e el S e ñ o r nos e n s e ñ e a mirar c o n esos ojos n u e v o s


nuestra propia vida. A s í v e r e m o s q u e s i e m p r e ha c a m i n a d o c o n
nosotros, nos ha a c o m p a ñ a d o . (Ése es el p r i m e r p u n t o d e S a n I g -
n a c i o e n la « c o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r a m o r » . )

A p r e n d a m o s a lanzar u n a m i r a d a h a c i a atrás, h a c i a nuestra


propia historia, c o n esos ojos n u e v o s , sin m i e d o al narcisismo. Por-
q u e hay m i r a d a s h a c i a atrás q u e son b e n d i t a s ; n o todas c o n v i e r t e n
e n estatuas d e sal. Eso es lo q u e nos r e c o m i e n d a el S a l m o 8 9 : « E n -
s é ñ a n o s a sopesar nuestros a ñ o s , para q u e c r e z c a la s a b i d u r í a e n
nuestro c o r a z ó n » .

El S a l m o q u i e r e - e I g n a c i o t a m b i é n nos lo a c o n s e j a - q u e r e -
p a s e m o s las e x p e r i e n c i a s , grandes o p e q u e ñ a s , b u e n a s o m a l a s ,
q u e nos h a n m a r c a d o y h a n ¡do c o n f i g u r a n d o nuestra v i d a , a c u -
ñ á n d o l a . S o n « e x p e r i e n c i a s d e g r a c i a » . I g n a c i o p i d e q u e las r e c o r -
d e m o s (Y re-cordar es v o l v e r a pasar las cosas por el c o r a z ó n ) . M á s
t o d a v í a , r e c o r d a r l a s b i e n es un d o n q u e hay q u e pedir; p o r q u e , si
no, n o v e r e m o s e n esos m o m e n t o s la m a n o d e D i o s , d e ese D i o s
Pastor q u e nos c o n d u c e m i s t e r i o s a m e n t e , día tras d í a .

Esa m i r a d a h a c i a atrás recogerá los b e n e f i c i o s r e c i b i d o s a lo


largo d e nuestros a ñ o s . N o s hará c o m p r e n d e r « q u á n t o ha h e c h o
D i o s nuestro S e ñ o r por m í y q u á n t o m e ha d a d o d e lo q u e t i e n e » .
N o s descubrirá q u e nuestras v i d a s - c o n sus tropiezos, zigzagueos,
o s c u r i d a d e s m o m e n t á n e a s , c u y o sentido se d e s v e l a p o c o a p o -
c o . . . - h a n sido un constante b e n e f i c i o ( p o r q u e b e n e f i c i o n o es s ó -
lo lo q u e m e gusta y lo q u e m e va a p a r e n t e m e n t e b i e n a m í ) . N o s
descubrirá, c o m o p r o f u n d a m e n t e afirma el Eclesiástico (39, 12ss),
q u e «Las obras d e l S e ñ o r son todas b u e n a s . . . N a d a es p e q u e ñ o o
m e n u d o para É l . . . N o v a l e d e c i r ¿para q u é v a l e esto? P o r q u e c a d a
cosa tiene asignada su f u n c i ó n , c a d a cosa es útil a su t i e m p o » . T a m -
bién nuestros tropiezos y o s c u r i d a d e s fueron «útiles a su t i e m p o » .

La bendita mirada hacia atrás c o n ojos nuevos hará q u e nos r e -


c o n c i l i e m o s c o n nuestra propia historia y q u e la c o n t e m p l e m o s c o -
m o historia d e la fidelidad d e D i o s c o n nosotros, fidelidad más fuer-
te q u e el p r o p i o p e c a d o y q u e la b u e n a o m a l a suerte q u e h a y a m o s

335
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

t e n i d o e n la v i d a . (En Ejercicios, v a l e la p e n a d e d i c a r un t i e m p o a
hacerse una lista d e las «experiencias d e gracia» q u e ha h a b i d o a lo
largo d e la v i d a o, al m e n o s , d e s d e la última v e z q u e los hicimos.)

b) En s e g u n d o lugar, q u e nos e n s e ñ e , c o m o I g n a c i o d i c e , «a
mirar cómo Dios habita en las criaturas». D i o s m o r a e n la N a t u r a -
leza y e n la Historia.

- L o h a c e e n la Naturaleza, e n las c o s a s ( d a n d o ser, v e g e -


t a n d o , s e n s a n d o ) sustentándolas c o n m a n o s d e artesano y
d e Padre, para q u e el h o m b r e les siga p o n i e n d o n o m b r e s
y d o m i n á n d o l a s ; para q u e el h o m b r e c o n t i n ú e s i e n d o el
señor d e la c r e a c i ó n q u e la transforma y h o m i n i z a , y h a -
ga d e ella su « c a s a » c o m p a r t i d a fraternalmente.

- P e r o D i o s m o r a , s o b r e t o d o , e n la Historia. H a b i t a e n la
H i s t o r i a c o m o u n a c o n t i n u a l l a m a d a . A s í , habita e n el
p o b r e c o m o l l a m a d a a nosotros para q u e d e j e d e ser p o -
bre; habita e n el a f l i g i d o q u e c o n o c e el c o n s u e l o y e n el
o p r i m i d o q u e e n c u e n t r a la l i b e r t a d . H a b i t a a l l í d o n d e lo
h u m a n o se e s p o n j a , d o n d e el h o m b r e se realiza como
hombre.

Es a p r o p ó s i t o d e esa m i r a d a a la Historia d e los h o m b r e s


c u a n d o c o n m á s a h í n c o d e b e m o s repetir la e x c l a m a c i ó n del S a l -
m o 2 7 (27, 8): « A n d a , d i c e m i c o r a z ó n , b u s c a su rostro; y y o b u s -
c o tu rostro, S e ñ o r ; n o m e e s c o n d a s tu rostro».

Q u e el S e ñ o r nos abra los ojos para hallar su rostro e n la h i s -


t o r i a d e los h o m b r e s - a v e c e s , t a n d e s p i a d a d a , t a n m a c i z a . . . - .
Rostro q u e p u e d e ser p l u r i f o r m e , p e r o q u e s i e m p r e es el rostro d e
D i o s y, por t a n t o , r e z u m a a m o r . P o r q u e , a v e c e s , el rostro d e
D i o s se p e r c i b e e n la historia g l o r i o s o y t r a n s f i g u r a d o , c o m o el
rostro b r i l l a n t e d e l m o n t e T a b o r ; a v e c e s , s u d o r o s o y a n g u s t i a d o ,
c o m o e n el H u e r t o d e G e t s e m a n í ; a v e c e s , h a c e a p a r t a r la vista,
c o m o a n t e el rostro c o n c i c a t r i c e s d e l S i e r v o d e Y a h v é ; a v e c e s ,
e n f i n , es u n rostro sin rostro, a n ó n i m o , d e s c o n o c i d o , e s c o n d i d o ,
q u e está d e t r á s d e a q u é l l o s q u e t i e n e n sed y a los q u e se les d a
u n v a s o d e a g u a o d e a q u é l l o s q u e están d e s n u d o s y a los q u e se
les entrega u n v e s t i d o o d e a q u é l l o s q u e están e n la c á r c e l y a los
q u e se les visita.

336
L A MOCHILA DEL PEREGRINO

Q u e el S e ñ o r nos d é ojos para mirar la historia d e los h o m b r e s


- q u e s i e m p r e a c o m p a ñ a c o n presencia a m o r o s a , n o poderosa; q u e
a c o m p a ñ a c o m o l l a m a d a y oferta d e a m o r i m p o t e n t e (sin p o d e r ) -
para descubrir e n ella su rostro, q u e c o n t i n u a m e n t e nos h a c e g u i -
ños, nos interpela.

c) N u e v o s ojos, f i n a l m e n t e , para ver «cómo Dios trabaja y la-


bora por míen todas las cosas» ( « H a b e t se a d m o d u m laborantis»,
comenta Ignacio).

En el c u a r t o e v a n g e l i o , d i c e Jesús: « M i Padre sigue t r a b a j a n d o


y y o t a m b i é n trabajo» (Jn 5, 7). Esta frase d e Cristo se e n t r a ñ ó e n el
c o r a z ó n d e I g n a c i o . Para I g n a c i o , D i o s trabaja, Cristo trabaja y a m -
bos nos invitan a trabajar c o n ellos.

«El D i o s d e I g n a c i o es el D i o s q u e trabaja e n todas las c o s a s :


l a b o r a n d o por la s a l v a c i ó n d e todos» . D i o s es un trabajador, su
2

p r e s e n c i a es activa. El trabajo d e D i o s está i m p r e g n a d o , c o m o t o -


d o trabajo, d e sudor, d e e m p e ñ o , d e ilusión y c a r i ñ o . D i o s n o está
c r u z a d o d e brazos. Él está v o l c a d o sobre el c o r a z ó n h u m a n o y s o -
bre las culturas q u e éste se c o n s t r u y e para la c o n v i v e n c i a .

- D i o s trabaja los corazones h u m a n o s : s a c a n d o d e e l l o s lo


m e j o r d e sí m i s m o s . D o n d e v e a m o s una p i z c a d e b o n d a d ,
d e sacrificio, d e b e l l e z a , d e entrega, d e d e s p r e n d i m i e n t o y
g e n e r o s i d a d e n el c o r a z ó n h u m a n o . . . a h í está D i o s «tra-
b a j a n d o e n ese c o r a z ó n » .

La b o n d a d , la b e l l e z a , la g e n e r o s i d a d . . . son d o n e s d e D i o s ;
pero d e u n D i o s q u e , c u a n d o d a , lo h a c e tan r a d i c a l m e n t e q u e h a -
c e nuestro - d e l h o m b r e - lo q u e es s u y o . A s í trabaja D i o s e n las
personas: « h a c i e n d o q u e h a g a n » - d i c e n los t e ó l o g o s - , r e g a l á n d o -
les sus d o n e s (esos d o n e s « q u e v i e n e n d e a r r i b a » ) hasta p o d e r ser
l l a m a d o s a u t é n t i c a m e n t e d o n e s del h o m b r e .

- Pero D i o s trabaja t a m b i é n e n las diferentes culturas y tra-


d i c i o n e s religiosas d e nuestro m u n d o .

El D i o s d e I g n a c i o , c o m e n t a r á la C o n g r e g a c i ó n G e n e r a l d e la
C o m p a ñ í a d e Jesús n.° 3 4 , a p o y á n d o s e e n e s e c o n v e n c i m i e n t o d e

Congregación General 34, d. 26, n°. 7.

337
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

fe ¡ g n a c i a n o , es u n D i o s q u e s i e m p r e nos p r e c e d e . Los textos d e


esa C o n g r e g a c i ó n G e n e r a l s u b r a y a n p e r s i s t e n t e m e n t e este ir p o r
d e l a n t e del Señor, q u e labora. Ya q u e Él ha e n t a b l a d o d i á l o g o c o n
el m u n d o , d e s d e el c o m i e n z o d e la c r e a c i ó n ; Él labora, sí, e n la
N a t u r a l e z a , e n la H i s t o r i a del h o m b r e , p e r o t a m b i é n e n t o d a s las
culturas, e n las t r a d i c i o n e s religiosas, e n los c o r a z o n e s h u m a n o s ,
a ú n e n a q u é l l o s q u e d i c e n q u e n o p u e d e n creer. A n t e s d e llegar
nosotros c o n d e s e o s e v a n g e l i z a d o r e s , Él y a ha puesto la s e m i l l a .
Ese D i o s q u e labora nos invita a d e s c u b r i r su p r e s e n c i a a c t i v a e n
nuestro m u n d o y a u n i r n o s a Él e n sus trabajos, t r a b a j a n d o c o n Él
para llevarlo t o d o a p l e n i t u d 3

- Pero si el Padre trabaja y nos invita a la c o l a b o r a c i ó n , fam-


bién lo hace el Hijo. E n la m e d i t a c i ó n d e l « R e y E t e r n a l » ,
c o n la q u e c o m i e n z a la c o n t e m p l a c i ó n d e los misterios d e
la v i d a d e Cristo («segunda s e m a n a » d e los Ejercicios), I g -
n a c i o nos presenta el l l a m a m i e n t o al s e g u i m i e n t o d e Jesús
c o m o u n a l l a m a d a a trabajar c o n É l . «Cristo, el R e y Eter-
n a l , trabaja p o r liberar el m u n d o » . S u v o l u n t a d es « d e
4

c o n q u i s t a r t o d o el m u n d o y t o d o s los e n e m i g o s » [95] y
a y u d a r a t o d o s a v i v i r la « v i d a v e r d a d e r a » [ 1 3 9 ] . E insisti-
rá e n q u e los q u e q u i e r a n afectarse para realizar esta tarea
redentora, « t e n d r á n q u e trabajar c o n m i g o y v i v i r c o m o
y o » [ 9 3 ] . La c o n s t r u c c i ó n del R e i n o es trabajo. Pero v a l e
la p e n a ; por eso, dirá I g n a c i o e n los E j e r c i c i o s , «todos los
q u e tuvieran j u i c i o y r a z ó n , offrescerán todas sus personas
al trabajo» [ 9 6 ] .

Pero el trabajo d e Cristo n o se limitó a su v i d a terrena, h o y c o -


m o R e s u c i t a d o t a m b i é n sigue t r a b a j a n d o . La C o n g r e g a c i ó n G e n e -
ral 3 4 , c i m e n t a d a d e n u e v o e n la fe ¡ g n a c i a n a del D i o s q u e labora,
nos d i r á : «Cristo r e s u c i t a d o está a c t u a n d o c o n s t a n t e m e n t e e n t o -
d a s las d i m e n s i o n e s d e la historia h u m a n a , e n su d i v e r s i d a d d e
culturas y d e e x p e r i e n c i a s e s p i r i t u a l e s » . I n c l u s o antes d e su a p a -
5

r i c i ó n e n la tierra, ya t r a b a j a b a Cristo e n favor d e la h u m a n i d a d .


P u e s el M i s t e r i o Pascual d e Jesús irradia h a c i a todas las é p o c a s d e

3
Ibid. d. 26, n°. 7; d. 4, nn. 7 y 1 7.
4
Ibid.; cf. también d. 2, n°. 4.
5
Ibid. d. 4, n°. 1 6.

338
L A MOCHILA DEL PEREGRINO

la H i s t o r i a ; y hay u n a hebra d e g r a c i a q u e h i l v a n a - n o s a b e m o s
c ó m o , p e r o la fe nos d i c e q u e así e s - toda la historia h u m a n a . 6

- Esta c o n v i c c i ó n i g n a c i a n a - r e c o g i d a por la C G 3 4 - del


D i o s q u e labora y del H i j o q u e trabaja nos interpela y nos
gratifica. Nos interpela: p u e s nos a c u c i a a trabajar con
e l l o s : D i o s nos invita a u n i r n o s a Él e n sus trabajos, c o n
sus c o n d i c i o n e s y a su m a n e r a . N e c e s i t a m o s ojos n u e v o s
- q u e hay q u e p e d i r - para d e s c u b r i r al S e ñ o r q u e nos p r e -
c e d e y labora y unirnos a Él e n su trabajo por el R e i n o .

Pero, al m i s m o t i e m p o q u e nos interpela, t a m b i é n nos gratifi-


ca í p o r q u e nos llena d e e s p e r a n z a . En ese m u n d o nuestro q u e p a -
r e c e tan des-esperanzado, egoísta y o b t u s o , h o s c o e injusto, e n el
q u e a v e c e s n o v e m o s rendijas d e g r a c i a , la fe e n el Padre y el H i -
j o q u e l a b o r a n nos hará e x c l a m a r q u e n o e s t a m o s solos, q u e este
m u n d o n o está d e j a d o d e las m a n o s d e D i o s y q u e nuestro trabajo
m i s i o n e r o es e m p a l m a r c o n el trabajo d e D i o s y del H i j o e n é l .

Si s u p i é r a m o s captar y a d m i r a r los d o n e s d e D i o s e n el c o r a -
z ó n d e los otros - s u b o n d a d , h o n r a d e z , s a c r i f i c i o . . . - y su trabajo
en las diversas culturas - e n las q u e hay tantos valores q u e a d m i r a r -
c o m p r e n d e r í a m o s c ó m o va f r a g u a n d o y c r e c i e n d o el R e i n o d e
D i o s - q u e , a v e c e s , nos p a r e c e e r r a d i c a d o d e la tierra- P o r q u e ese
R e i n o c r e c e , al d e s p a r r a m a r D i o s sus d o n e s e n los c o r a z o n e s y e n
las culturas y t r a d i c i o n e s religiosas, s i l e n c i o s a m e n t e , casi d e p u n -
tillas, mientras d o r m i m o s , c o m o la simiente e n la n o c h e ; ese R e i n o
c r e c e , c o n el trabajo d e D i o s , l e n t a m e n t e - s e g ú n nuestros criterios
c r o n o l ó g i c o s ; n o así según los d e D i o s , para q u i e n m i l a ñ o s son
c o m o u n día e n su p r e s e n c i a - ; c r e c e d e s p a c i o s a m e n t e , pero c r e c e .

S a b e r mirar. Si D i o s nos e n s e ñ a a mirar así, nuestros ojos e s -


tarán i m p r e g n a d o s d e o r a c i ó n .

2. Saber arder

Si a p r e n d e m o s a mirar así, nuestro c o r a z ó n a r d e r á . N o s o c u -


rrirá c o m o a los d i s c í p u l o s , c a m i n o d e E m a ú s : ¿ n o estaba e n a s -
c u a s su c o r a z ó n , c u a n d o Jesús derretía su t o r p e z a , les abría los

Ibid, d. 4, nn. 14-16.

339
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

ojos y les e n s e ñ a b a a v e r e n p r o f u n d i d a d y así a d e s c u b r i r el ros-


tro d e D i o s , q u e c o n t i n u a b a m i r a n d o sabia, a m o r o s a y m i s e r i c o r -
d i o s a m e n t e al h o m b r e , a pesar d e los a p a r e n t e m e n t e oscuros y d e -
s e s p e r a n z a d o s a c o n t e c i m i e n t o s q u e los d o s c a m i n a n t e s habían
presenciado?

Q u e el Señor, a c o m p a ñ á n d o n o s e n nuestro c a m i n o , haga


q u e t a m b i é n se p o n g a e n a s c u a s nuestro c o r a z ó n . Q u e esa triple
mirada:

- a nuestra p r o p i a historia, v i é n d o l a a r r o p a d a , a c e p t a d a y
b e n d e c i d a por D i o s ;

- a la N a t u r a l e z a y a la H i s t o r i a , d e s c u b r i e n d o el rostro d e
D i o s q u e nos l l a m a a m o r o s a m e n t e d e s d e e l l a ;

- al c o r a z ó n d e t o d o h o m b r e y a sus c u l t u r a s y t r a d i c i o n e s
religiosas, d o n d e D i o s trabaja s i l e n c i o s a m e n t e ,

e n c i e n d a e n nosotros el a m o r : nos haga arder. P u e s el «abrir


los ojos» d e Jesús a los d i s c í p u l o s d e E m a ú s iba e n c a m i n a d o a
abrirles el c o r a z ó n . Los «ojos n u e v o s » iban d e s t i n a d o s a crear un
corazón también nuevo.

T a m b i é n esto v a l e para nosotros: el «saber m i r a r » , r e g a l a d o


por el Señor, nos c o n d u c i r á a u n «saber a m a r » , a « p o n d e r a r c o n
m u c h o a f e c t o » - c o m o d i c e S a n I g n a c i o - c ó m o ha d e r r a m a d o su
a m o r s o b r e nosotros, y así a p r e n d e r e m o s a a m a r c o m o D i o s nos
a m a . V i e n d o q u e su a m o r nos e n v u e l v e por todas partes y nos p e -
netra, lo « a m a r e m o s e n todas las c o s a s y a todas las cosas e n É l » . 7

Y n o será un a m o r q u e se q u e d e e n las p a l a b r a s ; c o m o n o se
ha q u e d a d o e n p a l a b r a s el a m o r d e l S e ñ o r : su a m o r es u n a m o r
c o n «trabajo» (trabajoso). T a m b i é n lo será el nuestro: será un a m o r
q u e , al p l a s m a r s e e n o b r a s , se c o n v e r t i r á e n s e r v i c i o . C o m o d i c e
I g n a c i o , « r e c o n o c i é n d o l e e n t e r a m e n t e , le p o d r e m o s e n t o d o a m a r
y servir». Y le o f r e c e r e m o s , a g r a d e c i d a m e n t e , para ese s e r v i c i o , t o -
d o lo q u e s o m o s y t e n e m o s - « t o d a s m i s c o s a s y a m í m i s m o c o n
e l l a s » - . En r e a l i d a d , a c t u a n d o así, n o h a r e m o s m á s q u e d e v o l v e r -
le lo q u e es s u y o .

7
U n a ampliación de este tema puede verse en la charla «Encontrar a Dios
en la vida».

340
L A MOCHILA DEL PEREGRINO

Le entregaremos, pues, a r d o r o s a m e n t e - « c o m o q u i e n offresce


affectándose m u c h o » , d i c e I g n a c i o - toda nuestra libertad, m e m o -
ria, e n t e n d i m i e n t o , v o l u n t a d . . . S e las e n t r e g a r e m o s c o t i d i a n a m e n -
te, e n nuestro c a m i n a r , para q u e Él d i s p o n g a d e ellas y sea s e r v i d o ;
pero se las e n t r e g a r e m o s allí p r e c i s a m e n t e d o n d e q u i e r e ser s e r v i -
d o : e n los d e m á s , e n los h o m b r e s nuestros h e r m a n o s . Es, e n r e a l i -
d a d , a e l l o s a q u i e n e s e n t r e g a m o s nuestra l i b e r t a d , m e m o r i a , e n -
t e n d i m i e n t o . . . Para ellos nos d e s p o j a m o s , nos d e s p r e n d e m o s .

A s í lo afirma S a n J u a n : « H e m o s c o m p r e n d i d o lo q u e es el
a m o r p o r q u e A q u é l se d e s p r e n d i ó d e su v i d a por nosotros: a h o r a
t a m b i é n nosotros d e b e m o s d e s p r e n d e r n o s d e la v i d a por nuestros
h e r m a n o s . . . » (1 J n 3, 16). Es e n el otro, e n el h e r m a n o , d o n d e D i o s
q u i e r e q u e le sea d e v u e l t o el a m o r h e c h o s e r v i c i o .

Q u e el Señor, p u e s , c o m o h i z o c o n los d i s c í p u l o s d e E m a ú s ,
nos despierte este ardor e n el c o r a z ó n para a m a r l e e n todas las c o -
sas y, p r i n c i p a l m e n t e , e n t o d o s los h o m b r e s ; y nos lo p o n g a e n
nuestra m o c h i l a d e c a m i n a n t e s .

3. Saber esperar

P i d a m o s q u e , d u r a n t e nuestro c a m i n a r , a r r a i g u e e n nosotros
la e s p e r a n z a . A n t e s d e e n c o n t r a r s e c o n el Señor, los d i s c í p u l o s d e
E m a ú s la h a b í a n p e r d i d o . N o s o t r o s « e s p e r á b a m o s » - d e c í a n a su
a c o m p a ñ a n t e misterioso, e n un t i e m p o d e v e r b o p a s a d o ; luego, e n
ese m o m e n t o , ¡ya n o e s p e r a b a n ! - . J e s ú s , al abrirles los ojos y p o -
ner e n a s c u a s su c o r a z ó n , les d e v o l v i ó la e s p e r a n z a . Y esos d i s c í -
p u l o s , d e n u e v o e s p e r a n z a d o s , « l e v a n t á n d o s e al m o m e n t o » , c o n
presteza, a c u d i e r o n a J e r u s a l é n para confortar -para c o m u n i c a r e s -
p e r a n z a - a los otros c o m p a ñ e r o s .

En nuestro c a m i n o c o t i d i a n o v a m o s a necesitar e s p e r a n z a .
Porque nos v a m o s a topar c o n el m a l del m u n d o , serio y denso, q u e
no p o d e m o s m i n i m i z a r ; c o n el p r o p i o m a l d e nuestro c o r a z ó n ,
n u n c a del t o d o desarraigado, a u n q u e arda. N o s t o p a r e m o s c o n la
frustración y la espera i n t e r m i n a b l e , q u e d e s a n i m a ; c o n las d i f i c u l -
tades y obstáculos, q u e e m b o r r o n a n la m i r a d a d e los ojos n u e v o s y
entibian el ardor del c o r a z ó n . N o s enfrentaremos c o n la desilusión.

R e c o r d e m o s , c u a n d o esos m o m e n t o s l l e g u e n , q u e la fe n o
dispensa al c r e y e n t e d e la e x p e r i e n c i a , tan h u m a n a , d e la frustra-

341
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c i ó n . C o m o p r o d i g i o s a m e n t e d e s c r i b e S a n P a b l o e n el c a p í t u l o 8
d e la Carta a los R o m a n o s ( R o m 8, 18-39), « i n c l u s o nosotros - l o s
c r e y e n t e s - , q u e p o s e e m o s el Espíritu c o m o p r i m i c i a , g e m i m o s e n
lo í n t i m o a la espera d e la p l e n a c o n d i c i ó n d e h i j o s » . G e m i m o s ,
c o m o g i m e la c r e a c i ó n entera - l a H u m a n i d a d entera-, q u e l a n z a
un g e m i d o u n i v e r s a l , i m p a c i e n t e .

Pero esos ojos n u e v o s nos harán ver q u e ese g e m i d o y ese c l a -


m o r n o es g e m i d o y c l a m o r d e f r u s t r a c i ó n , s i n o c l a m o r d e parto,
del lento y fatigoso a l u m b r a m i e n t o d e u n m u n d o n u e v o y d e u n a
H u m a n i d a d N u e v a , a c u y o n a c i m i e n t o d e b e m o s contribuir. Por
e s o r e c u e r d a P a b l o al cristiano q u e su c o n d i c i ó n es v i v i r e n la e s -
p e r a n z a (v. 2 4 ) . U n a e s p e r a n z a q u e , si, por u n l a d o , le obliga a g e -
mir - p u e s es e s p e r a n z a d e lo q u e t o d a v í a n o se v e : la utopía d e la
N u e v a H u m a n i d a d - ; por otro l a d o , se a p o y a , s ó l i d a m e n t e , e n el
amor de Dios.

En ese a m o r q u e nuestros n u e v o s ojos nos p e r m i t i r á n d e s c u -


brir e n la b e l l e z a d e la N a t u r a l e z a , e n t r e t e j i d o e n nuestra p r o p i a
historia, l l a m á n d o n o s d e s d e la historia d e los h o m b r e s , t r a b a j a n d o
e n el c o r a z ó n d e c a d a ser h u m a n o y e n sus culturas y t r a d i c i o n e s .
Nuestra e s p e r a n z a se f u n d a m e n t a r á e n ese a m o r a c o g e d o r y h o g a -
r e ñ o -es el a m o r d e u n P a d r e - , q u e s i e m p r e t o m a la i n i c i a t i v a ;
amor, c o m o d i c e Pablo, q u e , « d e a n t e m a n o , nos eligió, nos l l a m ó ,
nos destinó a r e p r o d u c i r los rasgos d e su H i j o , nos rehabilitó y nos
c o m u n i c ó su gloria» ( R o m 8, 28-30).

Si nuestra e s p e r a n z a se c i m e n t a r a e n este a m o r - q u e m a n i -
fiesta a un D i o s v o l c a d o sobre nosotros-, n o v a c i l a r í a . P o r q u e «si
D i o s está a favor nuestro, ¿ q u i é n p o d r á estar contra nosotros?... N i
las dificultades, angustias, p e r s e c u c i o n e s , h a m b r e , d e s n u d e z , p e l i -
gro, e s p a d a . . . p o d r á n v e n c e r n o s . Todo lo e s p e r a m o s d e sobras gra-
c i a s al q u e nos a m ó » . Estaremos c o n v e n c i d o s - c o m o P a b l o - d e
q u e «ni muerte, ni v i d a , ni ángeles, ni soberanías, ni lo presente, ni
lo futuro, ni p o d e r e s , ni alturas, ni a b i s m o s , ni n i n g u n a otra c r i a t u -
ra p o d r á privarnos d e e s e a m o r d e D i o s , presente e n el M e s í a s J e -
sús, S e ñ o r nuestro» ( R o m 8, 31-39).

C o n esa e s p e r a n z a , a n c l a d a e n el a m o r - s i e m p r e p r i m e r o - d e
D i o s , t a m b i é n nosotros - a u n q u e g i m a m o s - estaremos dispuestos a
c o r r e r c o n presteza - c o m o los d i s c í p u l o s d e E m a ú s - h a c i a los
otros, para confortarlos y contagiarles nuestra p r o p i a e s p e r a n z a .

342
L A MOCHILA DEL PEREGRINO

P i d a m o s al S e ñ o r Jesús q u e e n nuestra m o c h i l a d e c a m i n a n t e s
n o falte la esperanza. Esa esperanza q u e , c o m o I g n a c i o insistía una
y otra v e z , sólo hay q u e p o n e r e n D i o s .

4. Saber reír

Los d i s c í p u l o s d e E m a ú s e s t a b a n «entristecidos» (Le 2 4 , 17),


c u a n d o Jesús se puso a c a m i n a r c o n ellos. Pero, al transformar sus
ojos o f u s c a d o s , al h a c e r arder su c o r a z ó n y al fortalecer su e s p e -
ranza, Jesús h i z o c o n ellos el « o f i c i o d e c o n s o l a d o r » , q u e es - c o -
m o lo d e s c r i b e S a n I g n a c i o - el o f i c i o t í p i c o q u e d e s e m p e ñ a el R e -
s u c i t a d o . Y les d e v o l v i ó la a l e g r í a ; y, c o m o la alegría es s i e m p r e
c o m u n i c a t i v a , c o r r i e r o n apresurados a manifestar su c o n s o l a c i ó n a
los c o m p a ñ e r o s . El R e s u c i t a d o , por tanto, i m p r e g n ó el c o r a z ó n d e
esos c a m i n a n t e s , antes c a r i a c o n t e c i d o s , d e «ese g o z o q u e ya n a d i e
les p o d r í a quitar» y q u e h a b í a p r o m e t i d o , c o m o d o n , a sus d i s c í -
pulos antes d e la Pasión, para c u a n d o Él v o l v i e r a v i c t o r i o s o (Jn 1 5 ,
1 1 ; 16, 2 0 . 2 2 . 2 4 ; 17, 13).

El c a m i n a r c o d o a c o d o c o n el R e s u c i t a d o p r o d u c e , p u e s , g o -
zo, c o n s o l a c i ó n . ¿ O c u r r e así t a m b i é n e n nuestra v i d a ? ¿ H a y e n ella
una f u n d a m e n t a l alegría? ¿ H a y e n ella h u m o r ? C o n v i e n e q u e nos
h a g a m o s estas preguntas, p o r q u e la alegría y el b u e n h u m o r son
propios d e l t a l a n t e c r i s t i a n o . D e tal m o d o q u e , si n o los t e n e m o s
e n a b s o l u t o , d e b e r í a m o s interrogarnos sobre si el R e s u c i t a d o nos
a c o m p a ñ a e n nuestro c a m i n a r . 8

5. Saber compartir

Los c a m i n a n t e s d e E m a ú s r e c o n o c i e r o n al S e ñ o r e n la f r a c -
c i ó n d e l p a n . Y e n e s e gesto, el S e ñ o r q u e c o m p a r t e se les m a n i -
festó t a m b i é n c o m o el S e ñ o r q u e c o n - v o c a para c o m p a r t i r (Le 2 4 ,
31). E n t o n c e s , los dos -a los q u e la d e c e p c i ó n h a b í a s e p a r a d o d e
la c o m u n i d a d y q u e se h a b í a n a l e j a d o setenta estadios d e J e r u s a -
l é n - , l e v a n t á n d o s e al m o m e n t o (Le 2 4 , 33), regresaron al g r u p o d e
los c o n v o c a d o s .

Y, j u n t o s , c o m p a r t i e r o n e x p e r i e n c i a s : e l l o s « c o n t a r o n lo q u e
había p a s a d o e n el c a m i n o y c ó m o h a b í a n c o n o c i d o al S e ñ o r e n la

Cf. la plática «Contemplación para alcanzar humor».

343
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

f r a c c i ó n d e l p a n » . Los otros seguidores d e J e s ú s , t a m b i é n n u e v a -


m e n t e r e u n i d o s por el R e s u c i t a d o , les c o n t a r o n , por su parte, q u e
«el S e ñ o r se h a b í a a p a r e c i d o a S i m ó n » (Le 2 4 , 33-35). D e esta for-
m a a p r e n d i e r o n a mirar, arder, esperar y reír c o m u n i t a r i a m e n t e ,
c o m o c o n v o c a d o s para una m i s i ó n .

Esto es lo q u e pretende t a m b i é n S a n I g n a c i o al c o l o c a r las R e -


glas para sentir c o n la Iglesia al final d e los E j e r c i c i o s [ 3 5 2 - 3 7 0 ] :
q u e a p r e n d a m o s a c a m i n a r c o n Jesús, pero n o e n solitario, sino c o -
m o m i e m b r o s d e un p u e b l o al q u e p e r t e n e c e m o s ; q u e nuestra
m i r a d a c o n los ojos n u e v o s , el ardor d e nuestro c o r a z ó n , la e s p e -
ranza q u e nos i m p u l s a y la risa q u e brota d e t o d o e l l o s e a n c o m -
partidas. Nuestra m o c h i l a d e c a m i n a n t e s n o es para nosotros solos,
es para c o m p a r t i r l a c o n los otros c a m i n a n t e s q u e , c o m o nosotros,
q u i e r e n seguir el c a m i n o d e J e s ú s .

Esto v a l e e s p e c i a l m e n t e para nosotros, religiosos y religiosas,


q u e n o h e m o s sido s o l a m e n t e l l a m a d o s , s i n o c o n - l l a m a d o s ( c o n -
v o c a d o s ) a c o m p a r t i r c o n otros c o m p a ñ e r o s y c o m p a ñ e r a s el esti-
lo d e v i d a y la m i s i ó n d e J e s ú s .9

A l b e r t C a m u s , p r e m i o N o b e l d e Literatura, h a b l a n d o d e la
amistad, d e c í a a un a m i g o : « N o c a m i n e s d e l a n t e d e mí, p o r q u e irás
m á s deprisa q u e y o y te perderé d e vista; n o c a m i n e s detrás d e mí,
p o r q u e n o p o d r é verte y m e desorientaré. C a m i n a a mi lado, c o d o
a c o d o c o n m i g o , p o r q u e sentirte j u n t o a m í m e dará á n i m o s » .

P i d á m o s l e a Jesús lo m i s m o . Q u e n o v a y a ni d e l a n t e ni detrás,
sino j u n t o a nosotros, a nuestro p a s o d e c a m i n a n t e s c o n la m o c h i -
la a la e s p a l d a .

Cf. la plática «La comunidad de los convocados»

344
INSTRUCCIONES Y CHARLAS
23
EL «TIEMPO» DE LOS EJERCICIOS
(Reflexión sobre las «Anotaciones» ignacianas)

Para considerar e n q u é disposición d e b e r í a m o s encontrarnos al


c o m i e n z o d e los Ejercicios, c o n v i e n e repasar las A n o t a c i o n e s , q u e
San Ignacio señala al inicio d e su texto. P o d e m o s leerlas reposada-
mente -si t e n e m o s o c a s i ó n - ; recogen el poso e x p e r i e n c i a l , la s a b i -
duría espiritual d e Ignacio q u e nos habla d e las actitudes requeridas
en el ejercitante c o m o preparación para el encuentro c o n el Señor.

¿ T e n e m o s esas actitudes? Si es así, s u p l i q u e m o s al S e ñ o r su r e -


f o r z a m i e n t o . Si no las t e n e m o s , p i d á m o s e l a s , para q u e la e x p e -
riencia espiritual d e estos días arraigue e n nuestro c o r a z ó n .

Repaso d e las a n o t a c i o n e s

D i c e el Eclesiastés ( 3 , 1-8):

Todo tiene su tiempo y sazón, todas las tareas bajo el sol;


hay un tiempo de nacer y un tiempo de morir;
un tiempo de plantar y un tiempo de arrancar;
un tiempo de derruir y un tiempo de construir;
un tiempo de llorar y un tiempo de reír;
un tiempo de hacer duelo y un tiempo de bailar;
un tiempo de abrazar y un tiempo de desprenderse;
un tiempo de buscar y un tiempo de perder;
un tiempo de rasgar y un tiempo de coser;
un tiempo de callar y un tiempo de hablar.

347
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

T o d o t i e n e su t i e m p o . T a m b i é n los Ejercicios. ¿ C u á l es el t i e m -
p o d e los Ejercicios? P r e g u n t é m o n o s d u r a n t e este d í a si v e n i m o s
dispuestos a v i v i r ese t i e m p o .

/. Tiempo del corazón, no de la cabeza

En las a n o t a c i o n e s [1 y 2] ya a p a r e c e n dos p a l a b r a s c l a v e s ig-


n a c i a n a s : «affectarse» ( a f e c c i o n e s ) e «interno» (interior).

En E j e r c i c i o s se trata d e irnos «des-affectando» d e lo d e s o r d e -


n a d o ( d e s p e g a n d o el c o r a z ó n d e ello), para afectarnos a Cristo ( p a -
ra q u e se nos p e g u e el c o r a z ó n a Él). Los E j e r c i c i o s pretenden
e v a n g e l i z a r nuestra a f e c t i v i d a d \ S o n , sobre t o d o , t i e m p o d e e x p e -
r i e n c i a s m á s q u e d e ideas ( a u n q u e éstas sirven para sustentar y
c o n s e r v a r las e x p e r i e n c i a s ) .

Las grandes d e c i s i o n e s d e E j e r c i c i o s (la o b l a c i ó n a n t e el R e y


Eternal; las p e t i c i o n e s d e c o n o c i m i e n t o interno d e Jesús, d e militar
d e b a j o d e su B a n d e r a , d e v i v i r el Tercer g r a d o d e h u m i l d a d o
a m o r ; la s ú p l i c a por la c o n c e s i ó n d e indiferencia, la entrega d e la
C o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r a m o r . . . ) n o n a c e n d e los p u ñ o s , ni
d e las d e d u c c i o n e s r a c i o n a l e s ; s i n o q u e n a c e n d e u n p r o c e s o d e
c o n t e m p l a c i ó n d e D i o s y d e Cristo, q u e suscita e n nuestro c o r a z ó n
el a g r a d e c i m i e n t o y la s i m p a t í a . P r o c e s o q u e m o v i l i z a nuestra
a f e c t i v i d a d - q u e es nuestra s e n s i b i l i d a d ú l t i m a , a q u e l l o q u e es lo
m á s í n t i m o d e nosotros m i s m o s , d o n d e está la raíz d e nuestra per-
sona y nuestra libertad.

D e a h í la insistencia d e I g n a c i o e n la p a l a b r a « i n t e r n o » , « i n -
terior».

La palabra y los h e c h o s del S e ñ o r nos han d e calar e n lo m á s


h o n d o (en lo q u e la Biblia llama el c o r a z ó n , el fondo, el adentro, las
junturas entre los huesos y el espíritu: cfr. Sal 5 0 ; 18; 103 (102); 129;
Ef 1 , 15-18; H e b r 4, 12-13...). S e trata e n Ejercicios - d i c h o paradóji-
c a m e n t e - d e interiorizar una interioridad: q u e m e impregne a mí, e n
lo más h o n d o d e m í m i s m o , a q u e l l o d e lo q u e estaba impregnado J e -
sús, su interioridad, lo q u e le movilizaba, sus valores y sentimientos.

1
Sobre los Ejercicios Espirituales como «ordenación de la afectividad», cf.
C. D O M Í N G U E Z , Psicodinámica de los Ejercicios ignacianos, Mensajero-Sal Te-
rrae, Bilbao-Santander 2003, pp. 43-69 y, especialmente, 139-161.

348
E L «TIEMPO» DE LOS EJERCICIOS

D e ahí, t a m b i é n , la insistencia d e I g n a c i o 2
en:

1. L a c o n t e m p l a c i ó n (81 v e c e s a p a r e c e esta p a l a b r a e n sus


diversas a c e p c i o n e s e n los E j e r c i c i o s ) . Es u n a o r a c i ó n d e « e m p a -
p a m i e n t o » : e n ella h a y q u e d e j a r s e e m p a p a r , para q u e se p r o d u z -
ca -con activa pasividad- u n transvase d e v a l o r e s y s e n t i m i e n t o s ,
h a c i e n d o c a s o al t e x t o d e Isaías ( 5 5 , 1 0 - 1 1 : « L a p a l a b r a d e D i o s
no v u e l v e d e v a c í o . . . C o m o b a j a n la l l u v i a y la n i e v e d e l c i e l o y
no v u e l v e n a l l á s i n o d e s p u é s d e e m p a p a r la tierra, f e c u n d a r l a y
h a c e r l a germinar, p a r a q u e d é s e m i l l a al s e m b r a d o r y p a n al q u e
come...».

I g n a c i o r e c o m i e n d a este t i p o d e o r a c i ó n 3
principalmente
c u a n d o se p r o p o n e n los misterios d e la v i d a d e Cristo ( 2 , 3 a a
y 4 a

« s e m a n a s » ) . Y es al c o m p á s d e las c o n t e m p l a c i o n e s d e los m i s t e -
rios d e la v i d a d e C r i s t o c u a n d o se va r e a l i z a n d o la e l e c c i ó n d e e s -
tado o la reforma d e v i d a (si se trata d e unos «Ejercicios d e repeti-
c i ó n » , c o m o son los nuestros). El t a l a n t e a f e c t i v o q u e t i e n e este
m o d o d e o r a c i ó n v a m a r c a d o por la p e t i c i ó n q u e e n ella - c o n d i -
versas v a r i a n t e s - se h a c e : « c o n o c i m i e n t o interno del S e ñ o r » , para
q u e haya un transvase d e s e n t i m i e n t o s d e c o r a z ó n a c o r a z ó n (del
d e Jesús al e j e r c i t a n t e ) . Las p a l a b r a s q u e c a r a c t e r i z a n a esta o r a -
c i ó n son «ver, oír y m i r a r » . I g n a c i o dirá r e p e t i d a m e n t e : «ver a las
personas, oír lo q u e h a b l a n y mirar lo q u e h a c e n » . C o n esta « c o n -
s i d e r a c i ó n d e las personas» p r e t e n d e I g n a c i o q u e , a través d e m o -
delos d e i d e n t i f i c a c i ó n , sus v a l o r e s y sus s e n t i m i e n t o s c a l e n m á s
e n nuestra a f e c t i v i d a d .

S ó l o y e n t o d a s las c o n t e m p l a c i o n e s , I g n a c i o h a b l a , tras
p r o p o n e r los p u n t o s d e la «historia» o e s c e n a e v a n g é l i c a , d e «re-
flectir p a r a s a c a r a l g ú n p r o v e c h o » . Este «reflectir» n o s i g n i f i c a
« r e f l e x i o n a r » o a l g ú n t i p o d e d i s c u r s o r a c i o n a l y a sea d e m i e n -
t e n d i m i e n t o ( s a c a r i d e a s , h a c e r t e o l o g í a . . . ) , y a sea d e mi v o l u n -
tad ( d e t e n e r n o s e n c o n s i d e r a c i o n e s m o r a l e s , c o m p a r a r n o s , d e c i -
dir lo q u e es b u e n o o lo q u e es m a l o e n el s e g u i m i e n t o d e J e s ú s ) ;
sino q u e «reflectir» es reflejar o m á s e x a c t a m e n t e « d e j a r s e refle-

2
M . TEJERA, «Los Ejercicios, algo más que un manual de oración metódi-
ca»: Manresa 61 (1989) 91-105. D e este artículo recojo muchas ideas y expre-
siones.
3
A . T. G U I L L E N , «La contemplación según San Ignacio»: Manresa 65
(1993) 19-31; ibid., M . A L A R C Ó N , «Aplicación de sentidos», pp. 33-46.

349
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

j a r » . « R e f l e c t i r » q u i e r e expresar la r e f r a c c i ó n e n mi p r o p i a e x i s -
4

tencia del misterio c o n t e m p l a d o , d e un m o d o semejante a c o m o


se refleja e n nuestro rostro u n a b u e n a n o t i c i a o un i n f o r t u n i o r e -
c i b i d o s . C o m o o p e r a c i ó n a c t i v a - p o r e s o la h e d e s c r i t o antes c o -
m o u n a a c t i v a p a s i v i d a d - es p o n e r s e a n t e D i o s - y c o n c r e t a m e n -
te e n la e s c e n a e v a n g é l i c a q u e c o n t e m p l o - c o m o u n e s p e j o para
d e j a r s e o r i e n t a r y « o r d e n a r » por Él ( « d e j a r s e r e f l e j a r » ) . El « r e f l e c -
tir para s a c a r a l g ú n p r o v e c h o » es c o m o e x p o n e r s e u n o al s o l , e s -
t a n d o c o n v e n c i d o d e q u e e n su piel q u e d a r á n m a r c a d o s sus e f e c -
tos. O c o m o a n t e s h e p r e f e r i d o d e c i r y o , d e j a r s e e m p a p a r por la
l l u v i a , s a b i e n d o q u e esa a c c i ó n d e e x p o n e r s e a sus e f e c t o s p r o -
d u c i r á fruto.

En r e s u m e n , p o d r í a m o s definir la c o n t e m p l a c i ó n c o n palabras
d e Elias R o y ó n : « C o n t e m p l a r n o es e s p e c u l a r sobre un texto e v a n -
g é l i c o , ni sacar c o n c l u s i o n e s , ni siquiera e x a m i n a r mi v i d a d e s d e
la a c t u a c i ó n d e J e s ú s . S e trata d e h a c e r m e presente a la e s c e n a
evangélica que voy a contemplar, o l v i d a r m e de mí y establecer
u n a r e l a c i ó n d e p r e s e n c i a , una c o m u n i ó n d e a m i s t a d . . . , q u e haga
p o s i b l e q u e la persona d e Jesús se v a y a a d e n t r a n d o e n m í (...). M e
v o y d e j a n d o afectar, e n a m o r a r y se suscita e n m í la a t r a c c i ó n , la
seducción...» . 5

2. La r e p e t i c i ó n , t a m b i é n m u y r e c o m e n d a d a por I g n a c i o , es
una o r a c i ó n d e repaso y reposo d e v i v e n c i a s [ 6 2 ] . A t i n a d a m e n t e se
la ha d e f i n i d o c o m o los puntos q u e nos da D i o s . P o r q u e e n ella se
trata d e « h a c e r p a u s a e n los puntos e n los q u e h e s e n t i d o m a y o r

L. L E W I S , Conocimiento de los Ejercicios de San Ignacio, Sal Terrae,


4

Santander 1987, p. 88: «Se refleja y se convierte uno en lo que contempla. C u a n -


do Ignacio presenta la contemplación de los misterios evangélicos, emplea la pa-
labra castellana reflectir (o refletir); escribe: reflectir, reflitiendo en mí mismo [vid.
114. 115. 123-124. 194. 234-237]. En nuestra opinión, esta palabra no significa
"reflexionar", sino transponer a uno mismo lo que se contempla. En estos pasajes,
la Versio prima (de los Ejercicios), probablemente hecha por el propio Ignacio,
traduce constantemente por "reflectere haec ad m e " o "¡n m e " ; volver estas cosas
hacia mí, aplicármelo, en el sentido primordial de la palabra. Roothan traduce la
fórmula de Ignacio por "reflectere in meipsum", no " i n meipso". Se trata de ex-
ponerse al misterio contemplado, de hacerse reflejo suyo, de contagiarse de él, de
ser transformado por él en virtud de una presencia recíproca. En sus "puntos", Po-
lanco recurre al siguiente giro: "aliquid ex hoc intuitu ad nos reflectendo" (Direc,
p. 337). Es el mismo sentido que tiene en la Versio prima y en Roothan».
5
Citado por A . G U I L L E N , o. c , p. 27, nota 1 6.

350
E L «TIEMPO» DE LOS EJERCICIOS

c o n s o l a c i ó n o d e s o l a c i ó n » . S u p o n e , p u e s , q u e antes se ha h e c h o
m e d i t a c i ó n o c o n t e m p l a c i ó n sobre u n p a s a j e o misterio. Y esto
¿por q u é ?

P o r q u e lo q u e se b u s c a e n Ejercicios n o es renovar las propias


ideas y reflexiones, los propios análisis y p r o y e c t o s . S a n I g n a c i o n o
tiene n a d a e n contra d e eso, p e r o eso n o basta. N o s d i c e q u e « n o
el m u c h o saber harta y satisface », s i n o «sentir y gustar las c o s a s
i n t e r n a m e n t e » . Los E j e r c i c i o s no sólo son para « o r d e n a r la p r o p i a
v i d a » c o n f o r m e a u n a s ¡deas r e n o v a d a s ; hay un trabajo transfor-
m a d o r p r e v i o q u e h a c e r : hay q u e « v e n c e r s e a sí m i s m o » ; p u e s , d e
lo c o n t r a r i o , c u a n t o h a g a m o s , p e n s e m o s y p r o y e c t e m o s estará m e -
d i a t i z a d o por nuestras a f e c c i o n e s d e s o r d e n a d a s . Y o r d e n a r las
a f e c c i o n e s d e s o r d e n a d a s , la correcta integración d e nuestra a f e c t i -
v i d a d y s e n s i b i l i d a d n o se logra c o n el m e r o c o n o c e r ni siquiera
c o n saber n o m b r a r l a s y c a t a l o g a r l a s . H a y q u e transformar la a f e c -
t i v i d a d y s e n s i b i l i d a d ; e s o es lo q u e se b u s c a e n los E j e r c i c i o s .

C u a n d o h a c e m o s u n a o r a c i ó n por p r i m e r a v e z , la n o v e d a d
h a c e q u e los a s p e c t o s i n t e l e c t u a l e s o c u p e n u n a parte i m p o r t a n t e
d e nuestras energías y d e nuestra a t e n c i ó n ; por e s o c o n v i e n e v o l -
ver s o b r e el t e m a c u a n d o y a la c u r i o s i d a d y las g a n a s d e d a r l e
vueltas reflexivas al t e m a h a n d e s a p a r e c i d o , y p o d e m o s , por tanto,
d e t e n e r n o s m á s e s p o n j a d a m e n t e e n los aspectos d e la s e n s i b i l i d a d
y el a f e c t o . A eso v a n las r e p e t i c i o n e s .

S a n I g n a c i o nos p r o p o n e q u e v o l v a m o s sobre el e j e r c i c i o h e -
c h o y q u e nos d e t e n g a m o s e n a q u e l l o s puntos e n los q u e h a y a m o s
e n c o n t r a d o j u g o y c o n s o l a c i ó n , o e n a q u e l l o s e n los q u e h a y a m o s
e x p e r i m e n t a d o m a y o r r e c h a z o o d e s o l a c i ó n . Los primeros, p o r q u e
por a h í nos va l l e v a n d o la g r a c i a ; los segundos, p o r q u e e n ellos
afloran nuestros b l o q u e o s y nuestras resistencias o e n ellos t e n e m o s
q u e preguntarnos por q u é la « d i v i n i d a d se e s c o n d e » y n o la d e t e c -
tamos e n esos m o m e n t o s rocosos y ásperos. L o q u e n o nos ha d e -
j a d o ni fríos ni c a l i e n t e s , lo d e j a m o s a u n l a d o . D e este m o d o , r e -
pasando consolaciones y momentos de inquietud y rechazo,
d e t e n i é n d o n o s a f e c t i v a m e n t e c o n lo y a visto - m á s q u e intentando
pensar e n cosas n u e v a s - , p o d e m o s ir a p r e c i a n d o por d ó n d e nos
c o n d u c e D i o s . En esa o r a c i ó n , por tanto, a c o g e m o s la s i t u a c i ó n
afectiva q u e aflora e n nosotros y se la presentamos a D i o s p i d i e n d o
q u e su gracia transforme nuestra sensibilidad y nuestros b l o q u e o s .

351
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Por eso es importante hacer, d e s p u é s d e c a d a o r a c i ó n , un b r e -


v e e x a m e n sobre ella para ver c ó m o ha i d o . Esto facilitará el r e c o -
ger los m o m e n t o s q u e d e b o repasar c u a n d o m e d i s p o n g a a h a c e r
una repetición.

Yo r e c o m e n d a r í a q u e a l g u n o s d e los ratos d e o r a c i ó n d e estos


d í a s se d e s t i n a r a n a la « r e p e t i c i ó n » , para repasar, « a f f e c t á n d o s e
m u c h o » , los «puntos q u e d u r a n t e la j o r n a d a le ha d a d o D i o s » .

3. La a p l i c a c i ó n d e sentidos. Porque San Ignacio sabe q u e


nuestros sentidos n e c e s i t a n ser e v a n g e l i z a d o s , para q u e n o « h u -
y a n » al ver, oler, gustar, t o c a r la p o b r e z a , el dolor, la injusticia, la
s o l e d a d . . . c o n las q u e t e n d r e m o s q u e enfrentarnos c u a n d o t r a b a -
j e m o s e n el m u n d o . Por e s o a c o n s e j a , c o m o m o d o d e o r a c i ó n ,
6

q u e el ejercitante pase los c i n c o sentidos d e la i m a g i n a c i ó n por los


misterios c o n t e m p l a d o s . Este m o d o s u p o n e p r e v i a m e n t e la c o n -
t e m p l a c i ó n y r e p e t i c i ó n . Es una o r a c i ó n m á s afectiva y m á s s i m p l i -
f i c a d a ; pues c o n este m é t o d o se a v a n z a i n c l u s o e n la r e d u c c i ó n d e
la a c t i v i d a d afectiva. A través d e lo v i s i b l e , se p r e t e n d e llegar a lo
invisible, hasta gustar la d i v i n i d a d [ 1 2 4 ] . El «ver» y el «oír» t i e n e n
el m i s m o uso q u e el e m p l e a d o e n el e j e r c i c i o d e la c o n t e m p l a -
c i ó n . El «olfato» y el «gusto» se t o m a n e n sentido m e t a f ó r i c o , c o -
m o o c u r r e c o n el l e n g u a j e h u m a n o , e s p e c i a l m e n t e e n la p o e s í a .

A través d e los sentidos d e la i m a g i n a c i ó n c a p t a m o s r e a l i d a -


des espirituales d e una m a n e r a a f e c t u o s a . El C a n t a r d e los C a n t a -
res nos o f r e c e e j e m p l o s e l o c u e n t e s d e este l e n g u a j e m e t a f ó r i c o ;
por e j e m p l o : « C o m o el m a n z a n o entre los árboles silvestres, así mi
a m a d o entre los m o z o s . A su sombra a p e t e c i d a estoy sentada y su
fruto m e es d u l c e al p a l a d a r » (2,3). S a n I g n a c i o nos dirá q u e d e b e -
m o s o l e r y gustar «la infinita s u a v i d a d y d u l z u r a d e la d i v i n i d a d ,
del á n i m a y sus virtudes» [ 1 2 4 ] . R e s p e c t o al « t o c a r » , el sentido r e -
v e r e n t e d e I g n a c i o le lleva a d e c i r n o s q u e se p u e d e abrazar y besar

6
J . A. G A R C Í A , « M á s que perversos, ignorantes»: Sal Terrae 88 (2000)
pp. 475-476: «Sólo cuando mis sentidos miren, oigan, toquen, huelan y se dejen
afectar c o m o los de Jesús, saldrá de mi corazón una reacción ante lo que veo, o i -
go, huelo y toco semejante a la suya. Nuestra conversión " r e a l " al Señor i n c l u -
y e una creciente con-naturalidad de nuestra sensibilidad c o n la del Señor. Esta
conversión de nuestra sensibilidad a la del Señor es fruto, principalmente, de la
admirada, agradecida y amorosa c o n t e m p l a c i ó n de los misterios de la vida de
Cristo».

352
E L «TIEMPO» DE LOS EJERCICIOS

«los lugares d o n d e las tales personas pisan y se asientan» [ 1 2 5 ] . S e


trata, por tanto, d e c a p t a r c o n t o d o s los c i n c o sentidos d e la i m a -
g i n a c i ó n el misterio q u e se c o n t e m p l a . Es u n a c a p t a c i ó n unitaria,
sencilla, simple, pero profunda.

Si nos a y u d a utilizar esta forma d e o r a c i ó n , e m p l e é m o s l a . A s í


se irán e v a n g e l i z a n d o nuestra a f e c t i v i d a d y s e n s i b i l i d a d .

En t o d o e l l o insiste I g n a c i o , para q u e , al p r a c t i c a r l o - c a d a
u n o d e t e n i é n d o s e e n el m é t o d o q u e más le i m p a c t e o necesite-, el
a m o r d e D i o s nos v a y a e m p a p a n d o , i m p r e g n a n d o nuestro h o n d ó n ,
h a c i é n d o s e nuestro.

I g n a c i o s a b e q u e si los afectos n o d e s e a n el E v a n g e l i o , el
h o m b r e n o tira, n o va h a c i a é l . P r e g u n t é m o n o s , c o n p a z : ¿Está
e v a n g e l i z a d a nuestra a f e c t i v i d a d ? ¿ D ó n d e t e n e m o s p e g a d o el c o -
razón? ¿ V e n i m o s c o n deseos d e p e g a r n o s a Él?

2. Tiempo de la generosidad, no del miedo

La a n o t a c i ó n [5] d i c e : « A l q u e r e c i b e los E j e r c i c i o s , m u c h o
a p r o v e c h a r á entrar e n e l l o s c o n g r a n d e á n i m o y l i b e r a l i d a d c o n su
C r i a d o r y Señor, o f r e c i é n d o l e t o d o su q u e r e r y l i b e r t a d , para q u e
su d i v i n a m a j e s t a d , así d e su p e r s o n a c o m o d e t o d o lo q u e t i e n e ,
se sirva c o n f o r m e a su sanctísima v o l u n t a d » .

Es, p u e s , t i e m p o del o f r e c i m i e n t o , n o del r e p l i e g u e . T i e m p o


d e la c o n f i a n z a , frente al m i e d o d e q u e se m e pida d e m a s i a d o . D e
la c o n f i a n z a , p o r q u e , c o m o d e c í a S a n A g u s t í n : « D i o s n o m e va a
pedir n a d a para lo q u e n o m e haya d a d o fuerza d e a n t e m a n o » .

P r e g u n t é m o n o s c ó m o a n d a nuestra g e n e r o s i d a d y nuestra
c o n f i a n z a , al c o m i e n z o d e estos E j e r c i c i o s . ¿ E s t a m o s t o t a l m e n t e
abiertos a Él o s ó l o le p r e s e n t a m o s p e q u e ñ a s rendijas por las q u e
entre ( a p r e t á n d o s e m u c h o ) ? ¿ T e n e m o s m i e d o a q u e nos l l e v e a
d o n d e n o q u i s i é r a m o s llegar? P i d a m o s e n nuestra o r a c i ó n , c o n g a -
nas, esta A n o t a c i ó n [ 5 ] , q u e tanta i m p o r t a n c i a tendrá a lo largo d e
los Ejercicios. P i d a m o s q u e nos quite el m i e d o a la libertad - a una
n u e v a m a n e r a d e pensar, obrar y sentir- (y r e c o r d e m o s q u e hay
« m i e d o s a la libertad» c o l e c t i v o s - v . g . el del p u e b l o d e Israel e n el
d e s i e r t o - e i n d i v i d u a l e s - v . g . el del j o v e n r i c o - ) . T a m b i é n para n o -
sotros el e n c u e n t r o c o n Él será, e n estos Ejercicios, « b u e n a noticia»
(«¡Alégrate!»).

353
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

3. Tiempo de la búsqueda, no del plan hecho

El S e ñ o r n o es un « q u é » , sino un « q u i é n » . ( N o un c o n j u n t o d e
normas, leyes, p r á c t i c a s . . . , sino una persona, un alguien q u e tiene
un a m o r c o n c r e t o y una v o l u n t a d concreta sobre m í «aquí y ahora».)

Las anotaciones [4, 11 y 15] insisten e n q u e busquemos esa v o -


luntad. N o v e n g a m o s , pues, a los Ejercicios c o n los planes ya hechos
y trazados sin darle la oportunidad a D i o s para q u e nos los c a m b i e .

D e j é m o s l e ser D i o s : el D i o s s i e m p r e m a y o r q u e s o r p r e n d e .
C o n plegaria d e p o b r e , p i d á m o s l e : ¿ c u á l es, Señor, e n este m o -
m e n t o d e mi v i d a , tu v o l u n t a d sobre mí?

P r e g u n t é m o n o s si estamos dispuestos a d e j a r n o s s o r p r e n d e r ;
si, d e v e r d a d , q u e r e m o s saber su v o l u n t a d c o n c r e t a , e n mi a q u í y
e n m i a h o r a , q u e nos abra n u e v a s v e r e d a s o nos c o n f i r m e e n lo
q u e ya h a c e m o s , p e r o para afrontarlo c o n n u e v o s bríos q u e a l e j e n
la c ó m o d a rutina.

4. Tiempo de la resistencia, no de la rendición

I g n a c i o da por supuesto q u e c u a n d o a l g u i e n entra e n c o n t a c -


to c o n D i o s s i e m p r e pasa a l g o . El S e ñ o r es u n D i o s v i v o , no u n
í d o l o m u e r t o e inerte.

D u r a n t e estos d í a s , a través d e las « m o c i o n e s espirituales»


- d e las c o n s o l a c i o n e s y d e s o l a c i o n e s - nos dirá a l g o .

Las c o n s o l a c i o n e s nos aportarán «leticia interna», el g o z o d e


7

su c o m p a ñ í a , una p a z q u e v i e n e d e D i o s y a D i o s lleva, el a f i a n -
z a m i e n t o d e nuestras c o n v i c c i o n e s tranquilas o el á n i m o para dar
pasos h a c i a a d e l a n t e .

Pero, si s o b r e v i e n e n las d e s o l a c i o n e s , t a m p o c o D i o s estará


a u s e n t e . T a m b i é n , a través d e e l l a s , D i o s nos dirá a l g o . La d e s o l a -
c i ó n es lo c o n t r a r i o a la c o n s o l a c i ó n : nos p r o d u c e o s c u r i d a d , tur-
b a c i ó n , i n c l i n a c i ó n a c o s a s bajas y sentimientos rastreros, i n q u i e -
t u d , a g i t a c i ó n , t e n t a c i ó n , m e n g u a d e e s p e r a n z a , tristeza [ 3 1 7 ] . En

7
Sobre la consolación en sentido ¡gnaciano, cf. J . C O R E L L A , «La conso-
lación en los Ejercicios de San Ignacio»: Manresa 71 (1990) 319-337; J . A .
G A R C Í A , «Oficio de consolar: recibir y transmitir la consolación de Dios»: Man-
resa 75 (2003) 269-286.

354
E L «TIEMPO» DE LOS EJERCICIOS

las a n o t a c i o n e s [6, 7, 8, 9, 10, 12 y 1 3 ] , I g n a c i o nos r e c u e r d a q u e


son m o m e n t o s d e resistencia - d e l «agere c o n t r a » , del « n o acortar
8

la o r a c i ó n » , del « n o h a c e r m u d a n z a » - [ 3 1 8 , 3 1 9 , 3 2 0 , 3 2 1 , 3 2 4 ] .
S o n m o m e n t o s e n los q u e nuestra fe resistente deberá gritar: « C r e o ,
Señor, p e r o a y u d a mi i n c r e d u l i d a d » y d e b e r á r e c o n o c e r q u e , e n t o -
da t e m p e s t a d , D i o s d u e r m e .

P e n s e m o s - c o m o b i e n e x p l i c a I g n a c i o e n la regla 9 d e d i s c r e -
c i ó n d e espíritus d e la «primera S e m a n a » [ 3 2 2 ] - q u e la d e s o l a c i ó n
puede actuar : 9

1. Como llamada a la conversión: la d e s o l a c i ó n o c u r r e p o r -


q u e s o m o s tibios, p e r e z o s o s o n e g l i g e n t e s ; m u y e n p a r t i -
cular, por d e s c u i d a r las m e d i a c i o n e s q u e nos d i s p o n e n
para orar m e j o r ( a d i c i o n e s ) . N o es un castigo c a p r i c h o -
1 0

so q u e D i o s nos i m p o n e , sino la c o n s e c u e n c i a natural d e


nuestra n e g l i g e n c i a .

2. Como constatación de nuestra pobreza (y d e ese m o d o ,


p u r i f i c a nuestro c o r a z ó n ) : p u e s D i o s nos p o n e a p r u e b a
para ver hasta d ó n d e l l e g a m o s e n el s e r v i c i o y la a l a b a n z a
sin las gracias d e la c o n s o l a c i ó n . Así, la p r u e b a d e s e n -
m a s c a r a nuestra r e a l i d a d i d e a l i z a d a . C o m o t e x t u a l m e n t e
a f i r m a S a n I g n a c i o , la d e s o l a c i ó n p u e d e servir para p r o -
barnos «para q u á n t o somos» y «en q u á n t o nos a l a r g a m o s
e n su s e r v i c i o y a l a b a n z a , sin tanto e s t i p e n d i o d e c o n s o l a -
ciones y crescidas gracias».

3. Como reconocimiento de su gratuidad (Todo es gracia): la


d e s o l a c i ó n p u e d e ser provechosa para q u e r e c o n o z c a m o s
q u e la consolación es d o n gratuito y no consideremos q u e es
algo q u e nos pertenece o q u e tenemos d e r e c h o a ella. Así lo
expresa Ignacio: «para q u e internamente sintamos q u e no es

8
Sobre el «agere contra» ¡gnaciano cf. C. D O M Í N G U E Z , o. c , p. 93.
9
Acerca de las tres causas de la desolación y para aprender de ella «oran-
do la propia desolación», cf. A. T. G U I L L E N , «El valor pedagógico de la desola-
ción»: Manresa 75 (2003) 345-357.
1 0
En las «adiciones» [73-83], S. Ignacio expone las disposiciones interiores
( -g. ponerse en presencia de Dios, oración reposada y sin prisa, concentración en
v

'a historia que voy a meditar...) y las disposiciones externas (postura corporal, huir
de sitios fáciles para la distracción, penitencia externa...) para facilitar la oración.
Son medios para movilizar los afectos. Cf. C. D O M Í N G U E Z , o. c , pp. 65-71.

355
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

d e nosotros traer o tener d e v o c i ó n crescida ... ni otra a l g u -


na c o n s o l a c i ó n espiritual; mas q u e todo es d o n y gracia ... y
porque e n cosa ajena no pongamos nido ... a l z a n d o nuestro
entendimiento e n alguna soberbia, gloria vana, atribuyendo
a nosotros la d e v o c i ó n o espiritual c o n s o l a c i ó n » [322].

U n o d e los m e d i o s q u e S. I g n a c i o nos r e c o m i e n d a para e n -


frentarnos a la d e s o l a c i ó n es el d e « h a c e r m e m o r i a » . «El q u e está
e n c o n s o l a c i ó n piense c ó m o se habrá e n la d e s o l a c i ó n q u e después
v e n d r á , t o m a n d o nuevas fuerzas para entonces» [ 3 2 3 ] . D e este m o -
d o , nos b r i n d a una e x c e l e n t e pista para la v i d a - y n o sólo para el
t i e m p o d e E j e r c i c i o s - . En nuestra v i d a n e c e s i t a r e m o s c o n f r e c u e n -
c i a a c u d i r a los « r e c u e r d o s s a l v a d o r e s » , c u a n d o lleguen los m o -
m e n t o s o s c u r o s e n los q u e «la d i v i n i d a d se e s c o n d e » . T e n d r e m o s ,
entonces, q u e re-cordar (volver a pasar por el c o r a z ó n ) el t i e m p o e n
q u e h e m o s g o z a d o d e un c o n t a c t o e s p o n j a d o c o n el Señor.

P r e g u n t é m o n o s a h o r a si v e n i m o s dispuestos a b u s c a r l e a É l ,
resistentemente, por e n c i m a y por d e b a j o d e nuestros sentimientos
agitados; dispuestos a a c e p t a r y confesar q u e Él es s o b e r a n a m e n t e
gratuito y q u e le q u e r e m o s a Él p e r s o n a l m e n t e , m á s allá d e las g o -
losas g r a t i f i c a c i o n e s . I n t e r r o g u é m o n o s sobre si l e e m o s las d e s o l a -
c i o n e s d e nuestra v i d a c o m o « l l a m a d a a la c o n v e r s i ó n » , « c o n s t a -
t a c i ó n d e nuestra p o b r e z a » , « r e c o n o c i m i e n t o d e su g r a t u i d a d » . O
si, c u a n d o estamos inmersos e n la d e s o l a c i ó n , nos r e n d i m o s s i e m -
pre... y abandonamos.

5. Tiempo de María, no de Marta

Los E j e r c i c i o s son el t i e m p o d e la c o n t e m p l a c i ó n y del p a l a -


d e o : n o d e la prisa, el trajín o la d i s p e r s i ó n . El t i e m p o del «sentir y
gustar i n t e r n a m e n t e » , p o r q u e « n o el m u c h o saber harta y satisface
el a l m a » [ 2 ] . ¿ N o t e n e m o s la e x p e r i e n c i a d e q u e son c a d a v e z m e -
nos c o s a s , p e r o m á s p r o f u n d a m e n t e sentidas, las q u e nos guían?

N o intentemos, p u e s , e n la o r a c i ó n v o l v e r a pasar por t o d o lo


q u e se nos ha d i c h o e n los puntos, r e c o r r i é n d o l o t o d o . Q u e d é m o -
nos c o n p o c o , c o n a q u e l l o q u e nos ha t o c a d o y s a c u d i d o . . . y g u s -
t é m o s l o . P o c a s c o s a s son n e c e s a r i a s , si se a h o n d a n . V i v a m o s - c o -
m o M a r í a - c o n c e n t r a d o s e n ellas. En « s o l e d a d sonora», c o m o diría
S a n J u a n d e la C r u z , y retirada.

356
E L «TIEMPO» DE LOS EJERCICIOS

M u c h a i m p o r t a n c i a le d a b a I g n a c i o [20] al «apartarse» y « r e -
tirarse» e n estos días P u e s para é l , c o m o para el profeta O s e a s ,
el t i e m p o del desierto es el t i e m p o del p r i m e r a m o r , d e la s e d u c -
c i ó n . El t i e m p o e n q u e el S e ñ o r v u e l v e a hablar al c o r a z ó n . D e c í a
O s e a s : «Esto d i c e el S e ñ o r : Yo la c o r t e j a r é , m e la llevaré al desier-
to, le h a b l a r é al c o r a z ó n . Y m e responderá allí c o m o e n los días d e
su j u v e n t u d , c o m o el día e n q u e la s a q u é d e Egipto» ( 2 , 14ss).

La soledad, en estos días, es una experiencia quasi-sacramental.


P r a c t i c á n d o l a , afirmo la p r i m a c í a d e D i o s e n mi v i d a , c o n ella e x -
preso mi deseo d e buscar a D i o s y lo confieso c o m o mi ú n i c o Señor.

Hay, pues, dos tipos d e s i l e n c i o : u n o es interior, el del t i e m p o


del desierto, q u e p e r m i t e h a c e r sitio al S e ñ o r e n el c o r a z ó n para
q u e m e h a b l e q u e d a m e n t e y y o p u e d a estar c o n c e n t r a d o , sin r u i -
dos d i s i p a d o r e s , e n lo q u e m e d i c e . Ese s i l e n c i o es el m á s i m p o r -
tante, p o r q u e , c o m o I g n a c i o d i c e : « C u a n t o el á n i m a se halla sola y
apartada, se h a c e m á s apta para se a c e r c a r y llegar a su C r i a d o r y
Señor. Y c u a n t o m á s así se allega, m á s se d i s p o n e para recibir gra-
c i a s y d o n e s d e la su d i v i n a y s u m a B o n d a d » [ 2 0 ] . P e r o hay t a m -
b i é n un s e g u n d o tipo d e s i l e n c i o : el externo, q u e , sin d u d a , es u n a
e x c e l e n t e m e d i a c i ó n q u e lleva al p r i m e r o . A y u d a a n o d e s p a r r a -
marse ni a dispersarse.

P r e g u n t é m o n o s si h e m o s p a s a d o d e la n e c e s i d a d al d e s e o : d e
u n v e n i r a los E j e r c i c i o s por c o s t u m b r e , o b l i g a c i ó n . . . al d e s e o , es
decir, a un q u e r e r positivo d e e n c o n t r a r n o s a solas c o n el S e ñ o r y
sentir y gustar su s a l v a c i ó n sobre nosotros ( S ó l o el d e s e o es m o v i -
lizador). ¿ C u á l e s son las c o s a s - l a s líneas d e f u e r z a - m á s profun-

" S. A R Z U B I A L D E , Ejercicios espirituales de S. Ignacio. Historia y análisis,


Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 1 9 9 1 , p. 4 7 : «...el ideal es el aparta-
miento absoluto [20], no tanto físico cuanto de los condicionamientos de la l i -
bertad. En ninguna parte de los EE. se menciona la palabra "silencio" en el senti-
do en que nosotros la utilizamos. Ignacio en Manresa incluso mendigaba su
comida. M e z c l a d o entre la gente acudía a la Seo a orar. S e trata, pues, de un
apartamiento todavía más radical y cualificado: el de los condicionamientos so-
ciales -la fama, los amigos y conocidos-, el de la «clandestinidad» de toda pre-
sión ideológica o ambiental, pero sobre todo el de la unificación del mundo de
los deseos ... y, en resumidas cuentas, el de la libertad así de la pasión c o m o de
su propio yo. Porque, entonces, c u a n d o el "ánima se halla sola y apartada, se ha-
ce más apta para se acercar y llegar a su Criador y Señor. Y cuanto más se allega,
más se dispone para recibir gracias y dones de la su divina y suma Bondad"» [20].

357
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

d a m e n t e sentidas por m í e n estos últimos t i e m p o s y e n las q u e p r o -


b a b l e m e n t e m e insistirá el S e ñ o r e n estos Ejercicios? ¿Tengo el p e -
ligro d e la dispersión? ¿ Q u é h e d e h a c e r para c o n c e n t r a r m e - s i n
tensión ni l a x i t u d - e n «la ú n i c a cosa necesaria d e estos d í a s » , q u e
es h a c e r sitio al S e ñ o r e n mi c o r a z ó n ?

6. Tiempo de gracia, no de conquista

Es la e x p e r i e n c i a del Espíritu la q u e va p r o g r e s i v a m e n t e trans-


f o r m a n d o al I g n a c i o voluntarista d e l « y o lo t e n g o d e h a c e r » e n el
I g n a c i o d e la p e t i c i ó n h u m i l d e q u e s a b e ya usar los v e r b o s e n p a -
siva: «ser r e c i b i d o » [98, 1 4 7 ] .

T a m b i é n nosotros lo t e n d r í a m o s q u e haber a p r e n d i d o . Todo lo


q u e nos c o n c e d a el S e ñ o r e n estos días será d o n s u y o ; gracia y n o
c o n q u i s t a nuestra. N o t e n e m o s q u e d e c i r « y o q u i e r o » , sino «Señor,
haz que yo quiera».

(En la historia d e la e s p i r i t u a l i d a d , I g n a c i o representa el difícil


e q u i l i b r i o e n t r e la c o n c i e n c i a d e g r a t u i d a d y la n e c e s i d a d d e u n a
c o l a b o r a c i ó n h u m a n a . Así, d i c e d e él el P. R i b a d e n e y r a : « E n las
cosas del s e r v i c i o d e nuestro S e ñ o r q u e e m p r e n d í a , usaba d e todos
los m e d i o s h u m a n o s para salir c o n e l l a s , c o n tanto c u i d a d o y e f i -
c a c i a c o m o si d e e l l o s d e p e n d i e r a el b u e n s u c e s o ; d e tal m a n e r a
c o n f i a b a e n D i o s y estaba p e n d i e n t e d e su d i v i n a p r o v i d e n c i a , c o -
m o si todos los otros m e d i o s h u m a n o s q u e t o m a b a n o fueran d e a l -
g ú n efecto».)

S. I g n a c i o exhorta a p o n e r todos los m e d i o s h u m a n o s y a c o n -


fiarlo t o d o e n la g r a c i a . La a p a r e n t e p a r a d o j a se r e s u e l v e p o r q u e
«todo es d o n y g r a c i a » , i n c l u s o nuestra c a p a c i d a d para c o l a b o r a r
con Dios u
.

12
Por eso S. Ignacio no encuentra contradictorio decir, por una parte, que
el ejercitante ha de disponerse en buscar la voluntad divina [1] y afirmar, poco
después [15], que es Dios mismo quien dispone al ejercitante. Acertadamente, d i -
ce J . O S U N A en CIS, Revista de Espiritualidad ignaciana, n° 77, 1994, pp. 27-29:
El movimiento de los Ejercicios registra una doble dirección: el que los hace se
dispone [1 ] para buscar y hallar a Dios y su santa voluntad (el ejercitante parece,
pues, el protagonista o peregrino del camino espiritual), pero es Dios mismo [15]
quien lo dispone c o n la fuerza de su amor a cumplir su voluntad c o n la mejor
forma de servicio (el protagonista es el mismo Criador y Señor, que dispone e i m -
pulsa c o n la presencia actuante de su Amor).

358
E L «TIEMPO» DE LOS EJERCICIOS

En los Ejercicios hay huellas abundantes d e esa profunda expe-


r ¡ e n c ¡ a d e gratuidad: «Todo es d o n y gracia d e D i o s nuestro S e ñ o r » ;
«no es d e nosotros tener o traer d e v o c i ó n c r e c i d a , a m o r intenso, lá-
grimas, ni otra alguna c o n s o l a c i ó n espiritual»; « n o p o d e m o s atri-
buirlo a nosotros» [ 3 2 2 ] ; « d e s c i e n d e d e arriba» [338]. El s e n t i m i e n -
to fundamental es el d e u n « r e c o n o c i m i e n t o interno» [233].

La c o l a b o r a c i ó n del h o m b r e se r e d u c e a una a c c i ó n m u y s i m -
ple: d i s p o n e r s e , p r e p a r a r s e . « P r e p a r a r s e y d i s p o n e r el á n i m a » es
expresión m u y i g n a c i a n a : [ 1 , 7, 18, 2 0 , 1 3 5 , 2 1 3 ] .

N o ha d e ser la nuestra una actitud, por tanto, d e apática e s p e -


ra; sino la d e un «allegarnos» («allegarnos para recibir gracia y d o -
nes» [ 2 0 ] . Es decir, p o n e r n o s a tiro. M e d i a n t e la p r á c t i c a d e las
«adiciones» - r e i n v e n t a d a s p e r s o n a l m e n t e - , d e los e x á m e n e s . . . nos
d i s p o n d r e m o s «para m e j o r hallar lo q u e se desea» [ 7 3 ] . A s í v i v i r e -
mos estos días al ritmo q u e a c o n s e j a Isaías (26,9): « M i a l m a te a n -
sia d e n o c h e , mi espíritu e n mi interior m a d r u g a por ti».

P r e g u n t é m o n o s c ó m o a n d a e n nuestra v i d a el s e n t i m i e n t o d e
gratuidad: ¿estamos c o n v e n c i d o s d e q u e n o p o d e m o s a ñ a d i r ni s i -
quiera un c o d o a nuestra estatura, t a m p o c o a la espiritual? ¿ D e -
c r e c e el p e q u e ñ o p e l a g i a n o o fariseo - q u e c o n f í a e n las o b r a s -
q u e a n i d a e n nuestro c o r a z ó n ? ¿ V e n i m o s a los Ejercicios c o n el ta-
lante d e ser siervos inútiles, q u e , d e s p u é s d e h a b e r h e c h o t o d o lo
q u e d e b í a n , a ú n n e c e s i t a n ser m i s e r i c o r d i o s a m e n t e agraciados?
¿Estamos dispuestos a « a l l e g a r n o s » , a « p o n e r n o s a tiro»?

7. Tiempo del encuentro, no de la huida

S. I g n a c i o estaba p e r s u a d i d o d e q u e el e n c u e n t r o i n m e d i a t o
entre el C r e a d o r y la criatura es p o s i b l e . Este c o n v e n c i m i e n t o ig-
n a c i a n o nos lo r e c u e r d a K. R a h n e r e n su f a m o s a carta: « P a l a b r a s
d e I g n a c i o d e L o y o l a a un jesuíta d e h o y » , 3
.

K. R A H N E R , Palabras de Ignacio de Loyola a un jesuíta de hoy, Sal Te-


13

rrae, Santander 1978, pp. 4-6: «Porque estaba convencido de que, primero de un
modo incipiente durante mi enfermedad en Loyola y luego de manera decisiva
durante mis días de soledad en Manresa, me había encontrado directamente con
Dios y debía participar a los demás, en la medida de lo posible, dicha experien-
cia»...«Y aunque esta experiencia ciertamente constituye una gracia, ello no sig-
nifica que en principio se le niegue a nadie. Precisamente de esto es de lo que es-
taba yo c o n v e n c i d o » . . . « P e r o una cosa sigue en pie: que Dios puede y quiere

359
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

S. I g n a c i o d e s c r i b e , b a l b u c i e n t e m e n t e [ 1 5 ] , esta a u t o c o m u n i -
c a c i ó n gratuita d e D i o s c o m o u n a b r a z o . Pero al a b r a z o le a ñ a d e
una palabra: «disposición». «Abrazo y d i s p o s i c i ó n » 1 4
es la d e s -
c r i p c i ó n c o m p l e t a del e n c u e n t r o del C r i a d o r y S e ñ o r c o n «la su
á n i m a d e v o t a » . ¿ Q u é h a c e el S e ñ o r e n ese e n c u e n t r o ? D i c e I g n a -
c i o : «abrazándola e n su a m o r y a l a b a n z a , y disponiéndola por la
v í a q u e m e j o r p o d r á servirle e n a d e l a n t e » .

Es, p u e s , un A m o r q u e « a b r a z a » (y «abrasa») t i e r n a m e n t e a la
c r i a t u r a ; y ésta, a l c a n z a d a y s e d u c i d a por ese A m o r , se d i s p o n e
afectiva y e f e c t i v a m e n t e a dar una respuesta i g u a l m e n t e a m o r o s a
c o n c r e t a d a e n el m e j o r servicio q u e p e r c i b e q u e , e n su v i d a , podrá
prestar al Señor. El a b r a z o d i s p o n e para el s e r v i c i o . Los dos son i n -
dispensables.

Los E j e r c i c i o s p r e t e n d e n un e n c u e n t r o p r o f u n d o c o n el Señor,
un a b r a z o : p e r o ese e n c u e n t r o posibilita el hallar el m o d o y la v í a
por la q u e e s e a m o r a D i o s ha d e expresarse e n la v i d a c o n c r e t a
del ejercitante.

A b r a z o y d i s p o s i c i ó n expresan la necesaria a r t i c u l a c i ó n d e lo
a f e c t i v o y d e lo o p e r a t i v o , d e c o n t e m p l a c i ó n y a c c i ó n , d e mística
y c o m p r o m i s o . Y eso es lo q u e p r e t e n d e t o d o el p r o c e s o d e las
Ejercicios. El a b r a z o q u e n o d e s e m b o c a e n el c o m p r o m i s o , la m í s -
tica q u e n o i n c o r p o r a la d i m e n s i ó n ética y profética, f á c i l m e n t e
deriva e n pura s u b j e t i v i d a d o e n v a n o espiritualismo. Por su parte,
el c o m p r o m i s o é t i c o , la palabra profética c o m o palabra e s c u c h a d a
y transmitida, d i f í c i l m e n t e p o d r í a e s t a b l e c e r s e e n a u t e n t i c i d a d si
n o está d i n a m i z a d a por la fuerza del espíritu q u e impulsa y b u s c a
el e n c u e n t r o y la u n i ó n .

La e x p e r i e n c i a a m o r o s a v i v i d a e n el e n c u e n t r o d e s e n c a d e n a
u n a a c t i t u d d e entrega, u n a respuesta t a m b i é n a m o r o s a q u e se
t r a d u c e e n s e r v i c i o . El e n c u e n t r o , por t a n t o , está i m p r e g n a d o d e

tratar de modo directo c o n su criatura; que el ser humano puede realmente ex-
perimentar c ó m o tal cosa sucede; que puede captar el soberano designio de la l i -
bertad de Dios sobre su vida, lo cual ya no es algo que pueda calcularse, m e -
diante un oportuno y estructurado raciocinio, c o m o una exigencia de la
racionalidad humana (ni filosófica, ni teológica, ni "existencialmente")».
1 4
D e b o estas sugerencias sobre la conexión entre «abrazo» y «disposi-
ción» a C. D O M Í N G U E Z , o. c , pp. 58-59 y 239. D e él proceden, casi literal-
mente, los párrafos que siguen.

360
E L «TIEMPO» DE LOS EJERCICIOS

a b r a z o y d i s p o s i c i ó n , d e a m o r y s e g u i m i e n t o , d e a m a r y servir. E s -
te e n c u e n t r o es p o s i b l e e n estos E j e r c i c i o s . V a m o s a p e d i r l o d e c o -
razón d u r a n t e estos días. Esa e x p e r i e n c i a personal d e l S e ñ o r es lo
f u n d a m e n t a l e n los E j e r c i c i o s . (Es tan i m p o r t a n t e q u e I g n a c i o a d -
vierte al q u e da los Ejercicios q u e n o t a p o n e ese e n c u e n t r o . ) Es u n
a b r a z o d e l q u e brotará el s e r v i c i o .

P r e g u n t é m o n o s si lo d e s e a m o s a r d i e n t e m e n t e - c o n h e r v o r - o
si nuestro e s c e p t i c i s m o o nuestros m i e d o s nos p a r a l i z a n para a c u -
dir a É l . H a g a m o s m e m o r i a d e e n c u e n t r o s p a s a d o s c o n el S e ñ o r :
¡ c ó m o nos l l e n a r o n y nos h i c i e r o n c r e c e r y a v a n z a r e n el s e r v i c i o !
¿ O c u r r i r á t a m b i é n así estos días? P i d á m o s l o : D a m e , Señor, la gra-
c i a d e l e n c u e n t r o , para, a partir d e é l , e n t o d o a m a r t e y servirte.

C o n s i d e r e m o s c o n sosiego estas A n o t a c i o n e s , q u e describen


las actitudes q u e debería tener un ejercitante. Para confirmarlas y
profundizarlas, si las tenemos. Para pedirlas, si no las t e n e m o s . O p a -
ra d e c i r l e al Señor, desde el f o n d o d e nuestra i m p o t e n c i a suplicante,
q u e , al m e n o s , q u e r e m o s tener «deseos d e deseos» d e tenerlas.

361
24
EL ESPÍRITU, MEMORIA E IMAGINACIÓN DE JESÚS

A l c o m e n z a r a c o n t e m p l a r los misterios d e la v i d a d e Jesús,


surge la pregunta d e c ó m o es p o s i b l e « e n c o n t r a r n o s » c o n J e s ú s ,
hoy, a tantos años d e distancia. ¿ Q u i é n nos h a c e presentes los ges-
tos, d i c h o s y h e c h o s d e Jesús?

El Espíritu es el q u e nos h a c e presente el p a s a d o d e Jesús y el


Espíritu es t a m b i é n el q u e nos a b r e al futuro d e Jesús.

I. H a c e presente el p a s a d o d e Jesús

El e v a n g e l i o según S a n J u a n es, q u i z á s , el q u e c o n m á s m i n u -
c i o s i d a d r e c o g e los e n c u e n t r o s d e Jesús - e n c u e n t r o s transforma-
dores-. En ellos Jesús «saca» a flote lo mejor del e n c o n t r a d o .

N o s ha n a r r a d o S a n J u a n c o n m i m o esos recuerdos d e los e n -


cuentros d e Jesús, a u n q u e , eso sí, fuertemente t e o l o g i z a d o s . Él r e -
c o g e e n c u e n t r o s q u e n i n g ú n otro evangelista ha descrito. R e c o r -
demos algunos:

- c o n los primeros discípulos: ese encuentro rompedor d e


«las cuatro d e la tarde». U n encuentro contagioso del q u e se
sale c o n necesidad d e c o m u n i c á r s e l o a otros (Jn 1 , 35-51);

- c o n N i c o d e m o , d e n o c h e : e n el q u e a un h o m b r e ya m a d u -
ro y m u y h e c h o se le d i c e q u e p u e d e renacer (Jn 3, 1-21);

363
E L HIJO OS DARÁ LA LIBERTAD

- c o n la s a m a r i t a n a : e n c u e n t r o r e n o v a d o r e n el q u e a una
m u j e r se le h a c e mirar h a c i a atrás para i m p u l s a r l a a vivir,
luego, e n un futuro n u e v o (Jn 4, 1-42);

- c o n la a d ú l t e r a : t í p i c o e n c u e n t r o del p e r d ó n - a c o g i d a del
q u e h a b l a m o s a n t e r i o r m e n t e , s i l e n c i o s o . . . p e r o hay s i l e n -
c i o s q u e « h a b l a n » (Jn 8, 2-11);

- c o n el c i e g o d e n a c i m i e n t o : q u e , según a l g u n o s e s p e c i a -
listas, está n a r r a d o c o m o el e s q u e m a d e lo q u e serán los
e n c u e n t r o s d e los futuros c r e y e n t e s 1
(Jn 9, 1-39);

- c o n M a r t a y M a r í a : e n el q u e a p a r e c e Jesús, d a d o r d e v i -
d a , e n t r a ñ a b l e m e n t e h u m a n o (Jn 1 1 , 1-44);

- la ú l t i m a c e n a : e n c u e n t r o largo y r e p o s a d o . S a n J u a n es
q u i e n m á s se recrea e n c o n t a r l o ; y a pesar d e q u e no narra
la institución d e la Eucaristía, a través del lavatorio d e los
pies y d e l discurso d e d e s p e d i d a , nos da el m á s p r o f u n d o
m e n s a j e d e lo q u e la Eucaristía es (Jn 1 3 . 1 4 . 1 5 . 1 6 . 1 7);

- los e n c u e n t r o s d e l R e s u c i t a d o , las c o m i d a s d e J e s ú s : la
a p a r i c i ó n a los d i s c í p u l o s sin y c o n T o m á s (Jn 2 0 , 19-29),
la a p a r i c i ó n j u n t o al lago d e T i b e r í a d e s (Jn 2 1 ) .

Los especialistas e n S a n J u a n nos d i c e n - a n t e este a f á n d e r e -


c o g e r los r e c u e r d o s d e los e n c u e n t r o s d e J e s ú s - q u e u n a d e las ra-
z o n e s d e esta insistencia d e l c u a r t o e v a n g e l i o está e n q u e , e n el
a ñ o 100 - f e c h a a p r o x i m a d a d e la c o m p o s i c i ó n d e este e v a n g e l i o - ,
se v e í a y a c o n nostalgia un p a s a d o q u e se iba h a c i e n d o i r r e c u p e -
rable, el d e los e n c u e n t r o s d e G a l i l e a q u e p r e c e d i e r o n a la m u e r t e
d e Jesús el a ñ o 3 0 , y el d e los otros e n c u e n t r o s c o n el R e s u c i t a d o
f u n d a c i o n a l e s del C r i s t i a n i s m o .

/. Encuentros con Jesús hoy

S i n e m b a r g o , es este m i s m o e v a n g e l i o el q u e c o n m á s c l a r i -
d a d p l a n t e a el q u e a J e s ú s se le p u e d a seguir e n c o n t r a n d o . Es el

1
Cf. J . G Ó M E Z C A F F A R E N A , «Encuentro del creyente actual con Jesu-
cristo», en su libro: La entraña humanista del Cristianismo, Verbo Divino, Estella
1987, 2 edición corregida, pp. 1 57-1 74.
a

364
E L ESPÍRITU, MEMORIA E IMAGINACIÓN DE JESÚS

q u e a b o r d a el p r o b l e m a -para s o l u c i o n a r l o - d e c ó m o , a pesar d e
la lejanía histórica y c u l t u r a l , es p o s i b l e u n a u t é n t i c o e n c u e n t r o
personal c o n Jesús.

Es u n e v a n g e l i o al q u e se le ha d e n o m i n a d o «el e v a n g e l i o d e
los cristianos a d i s t a n c i a » . P o r q u e , p r e c i s a m e n t e por estar r e d a c t a -
d o a cierta distancia d e los h e c h o s originales, t i e n e interés e n a b o r -
dar - y a n t i c i p a r - a l g u n o s p r o b l e m a s del « c r e y e n t e a d i s t a n c i a » .

Y así, al d e s c r i b i r n o s la s e g u n d a a p a r i c i ó n d e l R e s u c i t a d o a
los d i s c í p u l o s -esta v e z , presente el i n c r é d u l o T o m á s - , nos c u e n t a
S a n J u a n (Jn 2 0 , 24-29) q u e Jesús se dirigió a T o m á s , d i c i é n d o l e :
« A q u í están mis m a n o s , a c e r c a el d e d o ; trae la m a n o y p á l p a m e el
c o s t a d o . N o seas d e s c o n f i a d o , ten f e » . C o n t e s t ó T o m á s : « ¡ S e ñ o r
m í o y D i o s m í o ! » . Y Jesús le d i j o : « ¿ P o r q u e m e has visto tienes fe?
D i c h o s o s los q u e t i e n e n fe sin h a b e r v i s t o » .

En este pasaje del e v a n g e l i o según S a n J u a n se prefiguran - e n


« p u r o e s b o z o » - c ó m o p o d r á n tener lugar e n el futuro e n c u e n t r o s
c o n el S e ñ o r Jesús. S e r á n e n c u e n t r o s e n la fe. N o d e s m e r e c e r á n e n
n a d a d e los e n c u e n t r o s c o n Jesús e n la orilla del lago o j u n t o a u n
p o z o s a m a r i t a n o o e n u n a n o c h e c e r d e Palestina. En e l l o s - c o m o
e n sus e n c u e n t r o s e n G a l i l e a - , p o d r á sacar el S e ñ o r lo m e j o r d e
c a d a u n o d e los « e n c o n t r a d o s » .

¡ D i c h o s o s los q u e sin v e r c r e e n ! Esta b i e n a v e n t u r a n z a nos


c o n c i e r n e , nos t o c a d e l l e n o : s o m o s b i e n a v e n t u r a d o s p o r q u e , sin
h a b e r visto ni p a l p a d o , c r e e m o s . T a m b i é n nuestra fe es e n c u e n t r o
personal c o n Jesús. Esta b i e n a v e n t u r a n z a la r e c o g e t a m b i é n P e d r o
(1 Pe 1 , 8-9).

¿ C ó m o es esto p o s i b l e ? Es a s i m i s m o el e v a n g e l i o según S a n
J u a n el q u e nos o f r e c e la e x p l i c a c i ó n : p o r la p r e s e n c i a d e l E s p í r i -
t u . Por su insistencia e n la a c t u a c i ó n del Espíritu, al e v a n g e l i o d e
J u a n se le ha p o d i d o d e n o m i n a r « E v a n g e l i o espiritual», « E v a n g e l i o
del Espíritu».

Para J u a n , la l e j a n í a física d e Jesús y d e su magisterio está


c o m p e n s a d a por la p r e s e n c i a i n v i s i b l e , e n la c o n c i e n c i a d e c a d a
c r e y e n t e y e n la c o m u n i d a d , del Espíritu - q u e está a nuestro favor,
por e s o es « a b o g a d o » - ; q u e nos « l o e n s e ñ a r á t o d o » e «irá r e c o r -
d a n d o » t o d o lo q u e Jesús h a b í a d i c h o (Jn 14, 2 6 ) .

365
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Es, por tanto, el Espíritu el q u e nos h a c e presentes a la v i d a d e


Jesús. Él nos « r e c u e r d a » lo q u e Jesús h i z o y d i j o . Él es q u i e n nos
« e n s e ñ a » el sentido d e sus gestos y la p r o f u n d i d a d d e su m e n s a j e .

2. El Espíritu sondeador

Esto n o p o d e m o s o l v i d a r l o n u n c a e n nuestras v i d a s ; p e r o
m e n o s e n los d í a s d e E j e r c i c i o s , e n los q u e p r e t e n d e m o s , d e la
m a n o d e la Escritura y d e l texto ¡ g n a c i a n o , r e c o r r e r los pasos d e
J e s ú s - l o s « m i s t e r i o s » d e la v i d a d e J e s ú s - para a p r e n d e r e i m -
p r e g n a r n o s d e É l . Es el Espíritu el q u e t i e n e q u e v e n i r para e n s e -
ñ á r n o s l o s ; e s e Espíritu q u e está d e s c r i t o c o m o s o n d e a d o r , e n la
P r i m e r a C a r t a a los C o r i n t i o s , p u e s nos p e r m i t e a h o n d a r e n el
a b i s m o i n m e n s o d e D i o s y e n el d e nuestro p r o p i o c o r a z ó n . « A
nosotros nos lo r e v e l ó D i o s por m e d i o d e l E s p í r i t u , y el Espíritu
t o d o lo s o n d e a , hasta las p r o f u n d i d a d e s d e D i o s ... N a d i e c o n o -
c e lo í n t i m o d e D i o s , s i n o el Espíritu d e D i o s » (1 C o r 2 , 1 1 . 1 2 ) .
( T a m b i é n nos p e r m i t e penetrar e n el interior d e nosotros m i s m o s :
cf. G a l 4, 6; 2 C o r 1 , 22.)

N o s o t r o s , q u e q u e r e m o s seguir a Jesús para v i v i r c o n Él y c o -


m o Él y q u e a s p i r a m o s , por tanto, a q u e nuestra v i d a sea un c o m -
partir la suya, u n «vivir c o n » , n e c e s i t a m o s el Espíritu. C o m o ha n o -
t a d o M a r t í n M o r e n o , existe una clara s e m e j a n z a entre los v e r b o s
2

i g n a c i a n o s q u e a p a r e c e n e n la m e d i t a c i ó n del « R e y eternal» - « v e -
nir c o n m i g o , trabajar c o n m i g o , tener parte c o n m i g o e n los trabajos
y e n la v i c t o r i a » [ 9 3 . 9 5 ] - y los v e r b o s p a u l i n o s (verbos « c o n » ) q u e
expresan la progresiva i d e n t i f i c a c i ó n del cristiano c o n Cristo: « p a -
d e c e r c o n » , «glorificar c o n » , «ser herederos c o n » ( R o m 8, 1 7), « r e -
sucitar c o n » , «ser s e n t a d o s c o n » (Ef 2, 5-6), « c r u c i f i c a r c o n » ( G a l
2, 19), « v i v i r c o n » , «morir c o n » (2 T i m 2, 11), « c o n f o r m a r s e c o n »
( R o m 8 , 2 9 ) , «ser sepultados c o n » , «reinar c o n » (Tim 2 , 1 2 ) . . . P u e s
b i e n , este «vivir c o n » Cristo es u n rasgo t í p i c o d e la tarea del Espí-
ritu; m i s i ó n suya es el ir i d e n t i f i c á n d o n o s c o n Cristo, r e p r o d u c i e n -
d o e n nosotros su i m a g e n .

N e c e s i t a m o s , por tanto, el Espíritu para q u e a c t u a l i c e e n n o -


sotros a Jesús y, d e esta f o r m a , éste sea u n c o n t e m p o r á n e o nuestro.

2
J . M . M A R T Í N M O R E N O , «El don del Espíritu en los Ejercicios»: Manre-
sa 59 (1981) 357-372.

366
E L ESPÍRITU, MEMORIA E IMAGINACIÓN DE JESÚS

P u e s , si el Espíritu es a u t é n t i c o , n u n c a podrá estar e n ruptura c o n


Jesús d e N a z a r e t . Ya lo d e c í a S a n J u a n : «Podréis c o n o c e r e n esto el
Espíritu d e D i o s : t o d o espíritu q u e c o n f i e s e a Jesucristo v e n i d o e n
la c a r n e es d e D i o s » (1 J n 4, 2). Por eso, e n Ejercicios, el Espíritu se
r e c i b e c o n t e m p l a n d o a Jesús v e n i d o e n la c a r n e , no b u c e a n d o en
las p r o f u n d i d a d e s d e nuestra s u b j e t i v i d a d . Jesús, e n el c u a r t o
3

e v a n g e l i o , nos d i c e q u e el Espíritu v e n d r á para «interpretar d e lo


m í o » . N o se p u e d e , por tanto, separar a Cristo del Espíritu.

Ese « c o n o c i m i e n t o interno» del Señor, q u e tan insistentemen-


te p e d i r e m o s d u r a n t e estos d í a s , nos lo t i e n e q u e p r o p o r c i o n a r el
Espíritu - e s e Espíritu q u e « r e c u e r d a » y « e n s e ñ a » t o d o lo referente
a J e s ú s . Y n e c e s i t a m o s ese Espíritu - q u e e n s e ñ a a o r a r - e n estos
4

m o m e n t o s e n q u e , « j u n t a m e n t e c o n t e m p l a n d o la v i d a d e Jesús»
[ 1 3 5 ] , t e n e m o s q u e dejarla reflectir sobre la nuestra para q u e la v a -
ya c o n f i g u r a n d o y r e f o r m a n d o c o n f o r m e a su i m a g e n .

A c u d a m o s , por tanto, al Espíritu para q u e nos e x p l i q u e , hasta


hincarlos e n nuestro c o r a z ó n , los gestos, d i c h o s y h e c h o s q u e Jesús
h i z o en favor d e los h o m b r e s y, por tanto, «por m í » . A c u d a m o s a El
para poder, d u r a n t e estos Ejercicios, c o n v i v i r la v i d a d e Jesús « c o -
m o si presentes nos hallásemos».

3
Cf. sobre este punto el artículo citado de J . M . M A R T Í N M O R E N O . El
autor resalta que la insistencia ignaciana en que se empiece por el «fundamento
de la historia» [2.102.137.191.201.219...] significa que el ejercitante no tiene
que rebuscar en su propia subjetividad, sino contemplar un plan objetivo, una
«historia de salvación», de la que interesa ante todo el fundamento verdadero:
historia de salvación que nos hará presente el Espíritu. Sólo en dos momentos d e -
be el ejercitante rebuscar en su propia subjetividad: al recordar los pecados pro-
pios («primera semana») y al hacer memoria de los beneficios recibidos ( C o n -
templación para alcanzar amor). En el resto de los Ejercicios, se da una referencia
continua al «fundamento verdadero de la historia», a Jesús de Nazaret (a Jesús v e -
nido en la carne). Esto -dice el autor- «impide las posibles manipulaciones de la
figura de Jesús, pantalla sobre la que cada generación proyectaría sus propias as-
piraciones y frustraciones. U n Cristo hechura de nuestras manos ya no sería reve-
lador del Padre, denunciador de nuestros pecados estructurales, sino un mero eco
apacible de nuestras ideologías favoritas»
4
G a l 4, 6; R o m 8, 15.26ss; cf. H. KESSLER, «La nueva presencia y acción
del Señor resucitado por medio del Espíritu Santo» e n : La Resurrección de Jesús,
Sigúeme, Salamanca 1989, pp. 306-310: «El Espíritu actualiza con su iluminación
y su palabra la obra de Jesús (1 Cor 6, 1 1 ; Jn 14, 28) y garantiza su actualidad per-
manente. Así, pues, el Señor resucitado y elevado accede a nosotros mediante su
Espíritu».

367
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

I I . A b r e el f u t u r o d e Jesús

Pero n o se limita la m i s i ó n del Espíritu a h a c e r n o s presente el


p a s a d o d e Jesús - e s e p a s a d o q u e ha q u e d a d o e t e r n a m e n t e a s u m i -
d o por Cristo r e s u c i t a d o - ; n o se c i ñ e a « r e c o r d a r » y « e n s e ñ a r » lo
q u e Jesús h i z o y d i j o ; la « m e m o r i a » d e l Espíritu n o es estática ni
c o n g e l a d o r a , s i n o c r e a t i v a . N o s a b r e al futuro d e Jesús; nos c a p a -
cita para el s e g u i m i e n t o ; nos incita a abrir rutas n u e v a s e n n o m b r e
d e Jesús.

El e v a n g e l i o d e J u a n , q u e - c o m o d e c í a m o s - insiste e n los e n -
c u e n t r o s d e Jesús, q u i e r e salir t a m b i é n al paso d e las n u e v a s situa-
c i o n e s y p r o b l e m a s c o n los q u e se enfrenta su c o m u n i d a d . Es u n
e v a n g e l i o q u e se e s c r i b i ó e n c i r c u n s t a n c i a s p e c u l i a r e s . La figura
d e l Jesús histórico e m p e z a b a a d e s d i b u j a r s e c o n el p a s o d e los
a ñ o s , y las c o m u n i d a d e s t e n í a n q u e e n c a r a r s e a n u e v a s c i r c u n s -
t a n c i a s y desafíos. Los testigos y t e s t i m o n i o s directos d e la v i d a y
e n s e ñ a n z a s d e Jesús h a b í a n p r á c t i c a m e n t e d e s a p a r e c i d o y surgían
q u i e n e s p r e t e n d í a n i m p o n e r sus o p i n i o n e s e n n o m b r e d e Jesús: «si
El v i v i e r a , esto es lo q u e h a r í a . . . » ; o q u i e n e s p r e t e n d í a n tener r e -
v e l a c i o n e s del Espíritu q u e iban más allá d e J e s ú s . . . Es decir, e n los
a m b i e n t e s j o á n i c o s e m p e z a b a a presentarse u n a c u e s t i ó n q u e s i -
g u e s i e n d o m u y a c t u a l : el d e la a d a p t a c i ó n a n u e v a s s i t u a c i o n e s ,
m a n t e n i e n d o la n e c e s a r i a f i d e l i d a d a u n o r i g e n ú n i c o e irrenun-
c i a b l e . Así, el e v a n g e l i o d e J u a n surge c o m o el e v a n g e l i o d e la
c o n t i n u i d a d entre la e x p e r i e n c i a d e l Jesús histórico y la n o v e d a d
del Espíritu q u e v i e n e a nuestro e n c u e n t r o e n las n u e v a s s i t u a c i o -
nes. Los textos sobre el Paráclito r e s p o n d e n a este p l a n t e a m i e n t o . 5

C o n e s e trasfondo, hay u n párrafo e n el e v a n g e l i o d e S a n


J u a n , h o n d o e i m p r e s i o n a n t e , e n el q u e Jesús d i c e : « M u c h o me
q u e d a por d e c i r o s , p e r o n o p o d é i s c o n tanto a h o r a ; c u a n d o v e n g a
E l , el Espíritu d e la v e r d a d , os irá g u i a n d o e n la v e r d a d c o m p l e t a ,
p o r q u e n o h a b l a r á e n su n o m b r e , sino c o m u n i c a r á lo q u e le d i g a n
y o s i n t e r p r e t a r á lo q u e v a y a v i n i e n d o . Él manifestará mi gloria,
p o r q u e t o m a r á d e lo m í o y os lo interpretará» (Jn 16, 12-14).

5
Tomo estas ¡deas de J . V I V E S , Viento de libertad, fuente de vida, C u a -
dernos Cristianismo y Justicia n° 8 3 , Barcelona 1998; del mismo autor, «Jesús el
Cristo, ungido por el Espíritu»; Iglesia Viva (1 30-131:1987) 357-372.

368
E L ESPÍRITU, MEMORIA E IMAGINACIÓN DE JESÚS

C o n estas p a l a b r a s , puestas por S a n J u a n e n b o c a d e Jesús, se


nos e n s e ñ a q u e la p r e s e n c i a del Espíritu e n nosotros será c r e a t i v a .
El Espíritu irá « i n c l u s o m á s a l l á » , p o r q u e a Jesús «le q u e d ó m u c h o
por d e c i r » ; el Espíritu, e n c a m b i o , nos «guiará e n la v e r d a d c o m -
p l e t a » . El Espíritu «nos interpretará lo q u e v a y a v i n i e n d o » .

Y lo hará, n o d á n d o n o s una e n s e ñ a n z a diversa d e la d e Jesús,


sino o f r e c i é n d o n o s la m i s m a e n s e ñ a n z a d e Jesús, p e r o « e n c a r n a -
d a » , a p l i c a d a a las n u e v a s c i r c u n s t a n c i a s e n q u e nosotros v i v a -
m o s . D e c í a Jesús: «Él t o m a r á d e lo m í o y os lo interpretará».
6

/. La «imaginación de Jesús»

El Espíritu es c o m o la fuerza c o n f i g u r a d o r a , c o m o la « i m a g i -
n a c i ó n d e Jesús» -así lo d e f i n e Á l v a r e z B o l a d o - q u e éste nos ha
d e j a d o para q u e , puestos a n t e c o s a s n u e v a s , s e p a m o s discernirlas
y d e c i d i r l a s , a q u í y a h o r a , c o m o lo h u b i e r a h e c h o J e s ú s , si Él h u -
biera estado e n nuestro lugar.

El Espíritu n o es, pues, s o l a m e n t e el r e c u e r d o , sino t a m b i é n la


i m a g i n a c i ó n d e Jesús. En a m b o s casos es inseparable d e Jesús. Por
eso, c o n r o t u n d i d a d , escribía el P. D e L u b a c : « H a y dos m a n e r a s
igualmente mortales d e separar a Cristo d e su Espíritu: s o ñ a n d o c o n
un r e i n o del Espíritu q u e nos llevara m á s allá d e Cristo, o i m a g i -
n a n d o un Cristo q u e se q u e d a r a s i e m p r e m á s a c á q u e su Espíritu».

«El auténtico Espíritu d e Jesús no h a c e más q u e recordar lo q u e


Jesús d i j o ; n o hay n u e v a r e v e l a c i ó n distinta d e la d e Jesús, Palabra
ú n i c a , total y definitiva del Padre. Pero, por otra parte, las palabras
d e Jesús necesitan ser c o m p r e n d i d a s s i e m p r e d e n u e v o , reinterpre-
tadas y aplicadas a nuevas situaciones. El Espíritu tiene la f u n c i ó n d e
conservar y recordar las palabras d e Jesús e n f i d e l i d a d a su m e m o -

6
J . V I V E S en Viento de libertad..., o. c , aporta esta cita de K. Rahner: «El
Espíritu no es independiente de Jesús, ni añade nada a la experiencia de Jesús;
nos actualiza su experiencia, nos ayuda a penetrar su sentido más profundo y nos
hace ver c ó m o nos afecta en cada nueva situación. Sólo desde una atención per-
manente a la acción siempre renovada del Espíritu se podrán superar las tensio-
nes entre el tradicionalismo literal y estéril y la innovación anarquista. La iglesia
vive del "recuerdo" de Jesús, pero ha de ser un recuerdo vivificado por el Espíritu,
no una tradición muerta en la que no hay más principio que aquello del "siempre
se ha hecho así". La Iglesia no puede pretender vivir ni de "verdades congeladas"
ni de "éxitos momificados"».

369
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

ria, pero también d e reinterpretarlas y descubrir su r e l e v a n c i a c o n -


creta e n nuevas c i r c u n s t a n c i a s ; es el Espíritu de fidelidad en la no-
vedad, d e respuesta a nuevas d e m a n d a s en fidelidad a la r e v e l a c i ó n
d e Jesús: " É l dará testimonio d e m í " (Jn 1 5 , 26). S ó l o la presencia a c -
tuante del Espíritu p r o m e t i d o por Jesús y acogido por sus seguidores
podrá impedir que Jesús q u e d e r e d u c i d o a una tradición a n q u i l o s a -
da y fosilizada en un p a s a d o q u e y a n o tiene v i g e n c i a o, al c o n t r a -
rio, q u e se disuelva e n n u e v o s proyectos y propuestas q u e ya nada
tienen q u e ver c o n Él, al albur d e soñadores y v i s i o n a r i o s » . 7

U n pasaje d e la Escritura p u e d e servirnos para ilustrar lo q u e


d e c i m o s . Es la historia d e Elias, el gran profeta - « s u p a l a b r a a b r a -
saba c o m o a n t o r c h a » - y d e E l í s e o , el d i s c í p u l o q u e q u e r í a seguir
sus pasos. C u a n d o Elias a n u n c i a al d i s c í p u l o q u e va a ser a r r e b a -
tado al c i e l o (2 R e 2 , 1 -18) y le urge a q u e le pida lo q u e quiera a n -
tes d e apartarse d e su l a d o , Elíseo p i d e : « D é j a m e e n h e r e n c i a dos
partes d e tu espíritu (= p r i m o g e n i t u r a ; e q u i v a l í a a d e c i r : d é j a m e e n
h e r e n c i a tu espíritu)». Y c u a n d o Elias subió al c i e l o e n u n c a r r o d e
f u e g o , c o n c a b a l l o s d e f u e g o , d e j ó c a e r el m a n t o s o b r e la tierra:
era el s í m b o l o d e q u e el espíritu d e Elias se q u e d a b a c o n Elíseo; así
Elíseo se llenó d e su espíritu. Esta interpretación se e n c u e n t r a e n el
Eclesiástico: « C u a n d o Elias q u e d ó e n v u e l t o e n el t o r b e l l i n o , Elíseo
se l l e n ó d e su espíritu. En sus días n o f u e z a r a n d e a d o por p r í n c i p e ,
y n o p u d o d o m i n a r l o n a d i e . N a d a era i m p o s i b l e para é l . . . » ( E c l o
4 8 , 12). Q u e d é m o n o s c o n esto: e s e m a n t o h e r e d a d o , s í m b o l o del
espíritu, era r o m p e d o r y a u d a z . P o r q u e i n m e d i a t a m e n t e , tras la r e -
c o g i d a del m a n t o - c u e n t a la Escritura-, realiza E l í s e o el m i s m o
gesto q u e Elias: g o l p e a c o n el m a n t o el J o r d á n , el o b s t á c u l o , el i m -
p e d i m e n t o , lo parte e n dos y lo atraviesa. Era un espíritu r o m p e d o r
y a u d a z el q u e r e c i b e Elíseo.

P u e s b i e n , t a m b i é n Jesús nos ha d e j a d o su m a n t o , su Espíritu.


N o s ha l l e n a d o d e É l . Y este Espíritu es q u i e n « e n s e ñ a n d o » , « r e -
c o r d a n d o » , « g u i a n d o » e «interpretando» nos permite seguir los p a -
sos d e Jesús, c o n t i n u a r su c a u s a e n c i r c u n s t a n c i a s n u e v a s .

La c a p a c i d a d d e discernir y d e c i d i r ante lo n u e v o -tal c o m o lo


h u b i e s e h e c h o J e s ú s - v a l e , sobre t o d o , d e la Iglesia c o m o c u e r p o .
Esto es lo q u e explica lo q u e pasó e n la primitiva Iglesia, c u a n d o los

7
J . V I V E S , «Jesús el Cristo...», o. c , p. 369.

370
E L ESPÍRITU, MEMORIA E IMAGINACIÓN DE JESÚS

discípulos reunidos se p l a n t e a n un p r o b l e m a a b s o l u t a m e n t e n o v e -
doso, i m p e n s a b l e para una m e n t a l i d a d j u d í a : si hay q u e dejar entrar
a los gentiles e n la Iglesia. Y después d e discernir c o m u n i t a r i a m e n -
te, d e c i d e n q u e sí, y e s c r i b e n por primera v e z e n la historia d e los
c o n c i l i o s esa f ó r m u l a s o l e m n e , s e n c i l l a y rotunda: N o s ha p a r e c i -
do a nosotros y al Espíritu S a n t o q u e sí ( H e c h 1 5 , 28ss).

Esa d e c i s i ó n r e v o l u c i o n a r i a es fruto d e la c o n v i c c i ó n q u e t i e -
ne la Iglesia primitiva d e q u e el Espíritu d e Jesús está c o n ella y d e
q u e , por tanto, lo q u e ella ata q u e d a b i e n a t a d o y lo q u e ella d e -
sata q u e d a d e s a t a d o . Y d e q u e esa d e c i s i ó n , por n o v e d o s a q u e sea,
no t r a i c i o n a a Jesús, sino q u e , al ser t o m a d a c o n f o r m e a su Espíri-
tu, significa proseguir su o b r a , p r o l o n g a r e n los t i e m p o s n u e v o s la
causa d e Jesús.

P u e s b i e n , ése es t a m b i é n el Espíritu c o n q u e estamos p r o v i s -


tos nosotros. S e nos da para q u e , d e s d e nuestra modestia, d e s d e la
p o q u e d a d d e nuestra v i d a , o c u p e m o s , sin e m b a r g o , nuestro lugar
e n la historia c o m o si f u é s e m o s Jesús y d e c i d a m o s a n t e lo n u e v o
siendo fieles a su Espíritu.

2. Seguir es proseguir

A s í ha d e ser nuestro s e g u i m i e n t o . N o h e m o s d e ser s i m p l e s


«fotocopias» d e Jesús ni imitadores m i m é t i c o s . En pintura, a q u e -
8

llos pintores d e s e g u n d a fila q u e i m i t a n a los maestros se l l a m a n


manieristas: intentan s i m p l e m e n t e c o p i a r . N o s o t r o s n o t e n e m o s
q u e ser manieristas e n el s e g u i m i e n t o d e J e s ú s . N o p o d e m o s ser
«fotocopias» d e Jesús. La m i s i ó n del Espíritu n o e s h a c e r a r q u e o l o -
gía. S i n o q u e d e b e m o s ser, e n cierto sentido, si s o m o s fieles al E s -
píritu, c o m o otros Cristos q u e d e c i d e n a n t e lo n u e v o c o n el p r o p i o
Espíritu d e É l .

José Antonio P a g ó l a 9
perfila c o n estos rasgos lo q u e d e b e ser
el s e g u i m i e n t o d e Jesús: «El s e g u i m i e n t o d e Jesús n o es ni c u m p l i -

8
C o m o ha puesto de manifiesto en sus análisis J . M . C A S T I L L O , el térmi-
no «imitar» (mimeomai) no aparece ni una sola vez en los evangelios. Y en los d e -
más autores del N.T. se habla de imitación de Cristo sólo dos veces (1 Cor 1 1 , 1 ;
1
Tes 1 , 6), y una sola vez de imitación de Dios (Ef 5, 1); en contraste, el verbo
«seguir» (ákolouzein) aparece noventa veces en el N.T.
<!
Cf. J . A. P A G Ó L A , «El seguimiento de Jesús y las nuevas formas de liber-
tad»: Iglesia Viva (114:1984) 505-524.

371
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

m i e n t o d e u n c ó d i g o legal ni pura " m i m e s i s " o r e p e t i c i ó n infantil


d e c a d a u n a d e las a c t u a c i o n e s d e Jesús. N o se trata d e imitar d e s -
d e fuera a u n m o d e l o y c o p i a r sus gestos; sino d e asumir su E s p í r i -
tu, dispuestos a r e p r o d u c i r h o y su trayectoria y el m o v i m i e n t o f u n -
d a m e n t a l d e su e x i s t e n c i a , d e s d e nuestra p r o p i a o r i g i n a l i d a d , e n
nuestro p r o p i o c o n t e x t o y c o n t a n d o c o n las m e d i a c i o n e s q u e t e -
n e m o s h o y a nuestra d i s p o s i c i ó n . J e s ú s , m á s q u e " m o d e l o " , es
" p r e c u r s o r " . M á s q u e Ley, es Espíritu. Y seguirle n o significa (...)
c a l c a r sus a c t u a c i o n e s c o n c r e t a s , s i n o r e p r o d u c i r e n nosotros la
o r i e n t a c i ó n d e su e x i s t e n c i a dirigida por el a m o r al Padre y a los
hombres».

Seguir es, por tanto, pro-seguir su c a u s a . Por e s o , J o n S o b r i n o


ha d e f i n i d o d e n s a y a c e r t a d a m e n t e la v i d a cristiana c o m o «pro-se-
guimiento de Jesús con Espíritu». D e f i n i c i ó n e n la q u e a) segui-
miento remite al c a u c e d e la v i d a real c o n f i g u r a d o y m a r c a d o por
la v i d a d e Jesús; b) con Espíritu remite a la fuerza q u e nos c a p a c i -
ta para el c a m i n a r real; y c) pro remite a la a c t u a l i z a c i ó n e n el p r e -
sente y a la apertura a la n o v e d a d del f u t u r o . 1 0

3. Los brazos del Señor, aquí y ahora

En m a y o d e 1 9 4 5 , c u a n d o estaba t e r m i n a n d o la S e g u n d a G u e -
rra M u n d i a l , h a b í a e n la p e q u e ñ a iglesia d e un p u e b l o a l e m á n d e
B a v i e r a u n a i m a g e n antigua d e Cristo C r u c i f i c a d o , e n una c a p i l l a
lateral. Era un mes d e terribles b o m b a r d e o s . Y una tarde, e n u n o d e
ellos, t a m b i é n las b o m b a s c a y e r o n sobre la iglesia del p u e b l o y la
destruyeron. Las gentes se reunieron e n torno a los e s c o m b r o s y c o -
m e n z a r o n su tarea d e rescate: salvar lo q u e t o d a v í a se p o d í a salvar.
A l apartar una gran masa d e piedras, e n c o n t r a r o n el c r u c i f i j o . Por
suerte, el gran crucifijo n o se había d e s h e c h o ; ú n i c a m e n t e se h a b í a
roto la parte más frágil q u e tienen todos los crucifijos, q u e son sus
brazos; p e r o toda la talla estaba p r á c t i c a m e n t e entera. A l l í m i s m o ,
la gente d e v o t a sugirió h a c e r entre todos una c o l e c t a para restaurar
el crucifijo y d e j a r l o tal c o m o estaba antes. Pero después, pensaron
q u e n o . . . y hoy, c u a n d o se visita ese p u e b l o , p u e d e c o n t e m p l a r s e
una iglesia m o d e r n a , reconstruida, m u y distinta d e la anterior; p e -
ro, al entrar e n ella, se v e una p e q u e ñ a c a p i l l a , d o n d e está el cru-

J . S O B R I N O , «Luz que penetra las almas. Espíritu de Dios y seguimien-


1 0

to lúcido de Jesús»: Sal Terrae 87 (1998) 3-15.

372
E L ESPÍRITU, MEMORIA E IMAGINACIÓN DE JESÚS

cifijo, el v i e j o . . . p e r o sin brazos, tal c o m o salió del b o m b a r d e o . Y


han t e n i d o el acierto d e p o n e r al lado del crucifijo un p e q u e ñ o c a r -
tel, q u e d i c e s i m p l e m e n t e : «Vosotros seréis mis brazos» . 1 1

C r e o q u e es una historia real, sugerente, c o n carga t e o l ó g i c a ,


q u e nos p u e d e servir para e x p l i c a r lo q u e e s t a m o s v i e n d o : noso-
tros s o m o s los b r a z o s d e l S e ñ o r . G r a c i a s al Espíritu, p r o m e t i d o y
e n v i a d o por Él c o m o resucitado, nosotros p r o l o n g a m o s la obra d e
Jesús a través d e la historia -seguir es proseguir-. S o m o s sus b r a -
zos, q u e llegan t a m b i é n a nuestro siglo. Nosotros, fieles a su Espíri-
tu, lo h a c e m o s presente, activo, interpelante: lo «alargamos».

El p r o p i o I g n a c i o , q u e c o m e n z ó a s p i r a n d o a un seguimien-
to/imitación d e Jesús lo más literal p o s i b l e c o n su d e s e o d e a c u d i r
a los S a n t o s Lugares, se e n c o n t r ó c o n q u e el R e s u c i t a d o y a no v i -
vía en J e r u s a l é n , sino en R o m a : Jesús le fue a r r e b a t a d o en la c a r n e
para serle d e v u e l t o en el Espíritu . Esa m i s m a e x p e r i e n c i a d e un
1 2

Jesús al q u e no s e g u i m o s i m i t á n d o l o literalmente sino q u e pro-se-


g u i m o s e n su Espíritu, la t e n e m o s q u e v i v i r nosotros.

Ésa es nuestra g r a n d e z a : la g r a n d e z a q u e nos regala el Espíri-


tu. T e n e m o s , gracias a É l , la p o s i b i l i d a d d e ser y c o m p o r t a r n o s hoy
c o m o h o y sería y se c o m p o r t a r í a Jesús.

11
Tomo la narración de este hecho histórico de F. S E G U R A , Ocho días de
Ejercicios. Según el método de San Ignacio de Loyola, Sal Terrae, Santander 1992,
pp. 255-256.
12
Cf. J . M . M A R T Í N M O R E N O , o. c. Y continúa el autor: «El ejercitante
como Ignacio y c o m o los discípulos tiene que pasar por la experiencia del " n o es-
tá aquí", a la vez dolorosa y esperanzada». Y cita a M . P. M A Z A , La autobiogra-
fía de San Ignacio: «Jesús desaparece toda vez que nos crispamos sobre los deta-
lles de su historia, para ahorrarnos la fe que nos lleva más allá de los sentidos.
¿ Q u é es más fácil: evocar con nostalgia a un muerto ( M e 16, 1) mientras revolve-
mos sus recuerdos y reliquias, o disponerse a seguir un Señor resucitado que "va
delante"?». C o n c l u y e Martín M o r e n o : «El Espíritu de Jesús lleva al ejercitante a
hacerse presente a los episodios de su vida c o m o "misterios" [261 ] , no c o m o his-
torietas o anécdotas. Misterios que han de ser vividos en el " h o y " , en la actuali-
dad de la fe y han de ser traducidos a lo concreto de la vida de cada ejercitante
evaluando las mociones interiores subjetivas, las agitaciones que se causan en
nuestra disposición afectiva, confrontada con la objetividad del Evangelio. En to-
da esta tarea está presente el Espíritu de Jesús».
Cf. también el análisis de la transformación de Ignacio, que pasa de la imi-
tación al seguimiento de Jesús en C. D O M Í N G U E Z , Psicodinámica de los Ejerci-
cios ignacianos, Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 2003, pp. 248-250.

373
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

Si c r e y é r a m o s f i r m e m e n t e e n esta p r e s e n c i a i m a g i n a t i v a y
c r e a d o r a del Espíritu e n nosotros, no nos d e j a r í a m o s v e n c e r por el
derrotismo ni nos a c u r r u c a r í a m o s temerosos ante lo n u e v o , lo d e s -
c o n o c i d o , q u e s i e m p r e c o n l l e v a d e c i s i ó n y riesgo.

N o nos sentiríamos t a m p o c o derrotados a n t e la a p a r e n t e m o -


notonía d e nuestros puestos d e trabajo, a n t e nuestros lagos, redes,
b a r c a s , sillas y m e s a s . . . d e s d e las q u e el S e ñ o r nos l l a m a - c o m o
c o m e n t á b a m o s al h a b l a r d e su l l a m a d a - , puestos d e trabajo q u e ,
c o n f r e c u e n c i a , nos resultan inhóspitos, p e r o q u e p u e d e n estar
« h a b i t a d o s » . . . y a los q u e hay q u e e c h a r i m a g i n a c i ó n para v i v i r
d e s d e ellos c o n y c o m o Jesús. El Espíritu q u e es la i m a g i n a c i ó n d e
Jesús p u e d e d a r n o s esa i m a g i n a c i ó n q u e nos falta.

4. Un Espíritu renovador

El derrotismo n o es precisamente un fruto del Espíritu d e Jesús.


Todo lo contrario. D i c e S a n Ignacio, e n la segunda d e las reglas p a -
ra discernir espíritus propias d e la «primera s e m a n a » [315], q u e «es
propio del mal espíritu morder, tristar y poner i m p e d i m e n t o s ... p a -
ra q u e no se pase a d e l a n t e » . La tristeza, la desesperanza, el derrotis-
m o paralizante - « n o v a l e la pena e m p r e n d e r nada n u e v o ; todo va a
seguir igual», «esto n o tiene futuro; « d o n d e estoy no se p u e d e hacer
n a d a » - a r r a n c a n del « m a l espíritu». Y sin e m b a r g o , ¡cuántas v e c e s
pactamos e n nuestra v i d a c o n esa desesperanza, c o n ese escepticis-
m o sin riesgos, c o n esa tristeza rutinaria! H a y é p o c a s e n nuestra v i -
da - ¡ y Dios quiera q u e no sea durante toda ella e n t e r a ! - e n q u e nos
levantamos c o n ese saludo c o n q u e abría los ojos la c í n i c a protago-
nista d e la famosa novela d e Francoise S a g a n : « B o n j o u r tristesse!».

El Espíritu d e Jesús d e l q u e estamos provistos n o va por esos


c a m i n o s sin e s p e r a n z a . L o p r o p i o d e Él - c o m o I g n a c i o d i c e [ 3 1 5 ] -
es «dar á n i m o y fuerzas ... q u i t a n d o todos i m p e d i m e n t o s » para s e -
guir siempre h a c i a a d e l a n t e . L o característico d e Él - u t l i z a n d o otra
frase i g n a c i a n a - es h a c e r n o s « p o n e r m u c h o rostro» contra las d i f i -
cultades [ 3 2 5 ] . A c o r d é m o n o s del m a n t o h e r e d a d o por Elíseo, s í m -
b o l o del Espíritu: es rompedor. El Espíritu nos p r o p o r c i o n a c o r a j e e
ilusión - « p o n e r m u c h o rostro»- para e m p r e n d e r n u e v a s tareas q u e
n o son otra cosa q u e la p r o l o n g a c i ó n d e la c a u s a d e Jesús.

P o r q u e esas tareas n o v e d o s a s y pioneras existen. Esto c o n v i e -


n e recordarlo e n estos m o m e n t o s : e n q u e los creyentes nos v e m o s

374
E L ESPÍRITU, MEMORIA E IMAGINACIÓN DE JESÚS

a b o c a d o s a la diáspora y los religiosos s o m o s m e n o s , e n q u e e n v e -


j e c e m o s , e n q u e hay q u e h a c e r reestructuración d e obras y n u e v o s
proyectos a p o s t ó l i c o s , e n q u e a p a r e c e n e n la Iglesia n e c e s i d a d e s
d e s i e m p r e y n e c e s i d a d e s n u e v a s , e n q u e t e n e m o s - y e s o era u n a
n e c e s i d a d v i e j a q u e h e m o s rescatado c o n s i n c e r i d a d , pero hay q u e
vivirla e n lo c o n c r e t o - u n a o p c i ó n p r e f e r e n c i a l por los p o b r e s , e n
q u e nos rodea el á m b i t o d e la i n c r e e n c i a , e n q u e se nos p i d e tra-
bajo d e frontera (el « a d extra»: el d i á l o g o c o n los q u e están fuera,
c o n los a l e j a d o s , c o n las otras r e l i g i o n e s ) . . . Tareas d i f í c i l e s . A n t e
esas d i f i c u l t a d e s y esos i m p e d i m e n t o s , p e n s e m o s q u e t e n e m o s el
Espíritu d e Jesús. Para q u e prosigamos la c a u s a d e Jesús e n esos t e -
rrenos n o v e d o s o s , arriesgados por d e s c o n o c i d o s , i n c ó m o d o s por
fronterizos, retadores por exigentes, c o n t a m o s c o n el Espíritu d e J e -
sús. T a m b i é n para los puestos m á s t r a d i c i o n a l e s q u e , e c h á n d o l e s
i m a g i n a c i ó n - l a i m a g i n a c i ó n d e Jesús-, hay q u e renovar.

C o n t a m o s c o n el Espíritu d e Jesús para discernir, elegir y actuar


c o m o Jesús haría e n esas s i t u a c i o n e s n u e v a s o e n esas s i t u a c i o n e s
viejas q u e p i d e n r e n o v a c i ó n ; para ser los brazos d e Jesús e n esos t e -
rrenos q u e nos a g u a r d a n y a los q u e Él q u i e r e llegar t a m b i é n .

III. Conclusión

P i d a m o s d u r a n t e toda nuestra v i d a - p e r o p a r t i c u l a r m e n t e d u -
rante estos días d e E j e r c i c i o s - la asistencia del Espíritu p r o m e t i d o y
legado por Jesús. Q u e Él nos r e c u e r d e , nos e n s e ñ e lo q u e Jesús d i -
jo e h i z o . Q u e Él nos g u í e e n la v e r d a d c o m p l e t a y nos i n t e r p r e t e
lo q u e v a y a v i n i e n d o para obrar e n nuestro m u n d o c o m o Jesús h u -
biera h e c h o .

Q u i z á s así se c u m p l a e n nosotros esa frase s o b r e c o g e d o r a


- q u e r e c o g e t a m b i é n el e v a n g e l i o d e S a n J u a n - : El q u e c r e e e n m í
(y t i e n e , p o r t a n t o , m i Espíritu) h a r á o b r a s m a y o r e s q u e las q u e y o
he h e c h o Un 14, 7-14.16-18).

375
25
EL ROSTRO DE LA FE, HOY

Karl R a h n e r se planteaba la pregunta d e si la fe p o d í a c a m b i a r


d e rostro. Y contestaba q u e sí. La fe - d e c í a R a h n e r - , por su propia
e s e n c i a , va p r e s e n t a n d o n u e v a s f o r m a s o e x p r e s i o n e s históricas,
n u e v o s rasgos. En c u a n t o r e l a c i ó n entre el h o m b r e y el D i o s q u e
nos salva, p e r m a n e c e s i e m p r e la m i s m a e idéntica a través d e t o -
dos los t i e m p o s . Pero su rostro va c a m b i a n d o .

S e p u e d e hablar d e una fe d e hoy. P o r q u e la fe, e n c a d a é p o -


ca, va e x p r e s a n d o d e f o r m a n u e v a su antigua e s e n c i a . C a d a é p o -
ca y c a d a particular d e b e realizar su p r o p i a fe d e m a n e r a distinta
d e c o m o lo h i c i e r o n sus padres.

P o d e m o s desfigurar el rostro d e la fe si ésta no r e s p o n d e a las


e x i g e n c i a s d e los t i e m p o s . La fe n o es, por tanto, s o l a m e n t e una
gracia, sino t a m b i é n una tarea q u e d e b e m o s c u m p l i r . Por eso es
tan importante c o b r a r c o n c i e n c i a d e la forma d e fe q u e hoy se nos
exige . 1

N o s o t r o s , q u e s o m o s e n v i a d o s c o n una fe e v a n g e l i z a d o r a al
m u n d o d e hoy, t e n e m o s q u e p r e o c u p a r n o s del rostro d e la fe.
¿ Q u é fe t e n e m o s q u e presentar al m u n d o d e hoy, a e s e m u n d o
- c o m o I g n a c i o d i r í a - «en tanta d i v e r s i d a d » ?

1
K. R A H N E R , «La fe del sacerdote de hoy» e n : Selecciones de Teología 2
(8:1963)253-262.

377
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Pero, antes d e contestar esta pregunta, c o m o la fe sale al e n -


c u e n t r o d e u n a cultura, quisiera dar unas p i n c e l a d a s d e la cultura,
p r e d o m i n a n t e m e n t e o c c i d e n t a l , e n la q u e estamos inmersos y, s o -
bre t o d o , subrayar los rasgos q u e m á s r e p e r c u s i ó n t i e n e n e n la fe.
P o r q u e esos rasgos p u e d e n d a r n o s a nosotros m o t i v o para un n u e -
v o m o d o d e v i v i r la fe, un n u e v o m o d o d e presentarla o una m a y o r
insistencia e n lo i r r e n u n c i a b l e d e nuestra f e . 2

I. U n m u n d o « e n t a n t a d i v e r s i d a d » [ 1 0 3 . 1 0 6 ]

V i v i m o s e n una cultura q u e está f u n d a m e n t a l m e n t e o r i g i n a d a


por lo q u e se llama M o d e r n i d a d , p e r o e n la q u e , c o m o v e r e m o s , se
i n t r o d u c e t a m b i é n u n a veta d e u n f e n ó m e n o - s o b r e t o d o , u n t a -
l a n t e - q u e se está d e n o m i n a n d o « p o s t m o d e r n o » .

Esta cultura presenta los siguientes trazos c o n r e p e r c u s i ó n p a -


ra la f e . 3

/. Una cultura fuertemente secularizada

C o m o efecto d e factores i d e o l ó g i c o s (Ilustración) y s o c i o e c o -


n ó m i c o s ( i n d u s t r i a l i z a c i ó n y u r b a n i z a c i ó n ) se ha o r i g i n a d o u n rá-
p i d o p r o c e s o d e s e c u l a r i z a c i ó n . En virtud del c u a l las diversas a c -
4

t i v i d a d e s h u m a n a s (la p o l í t i c a , el arte, la cultura, la m o r a l , la v i d a


c o t i d i a n a . . . ) se h a n ¡do i n d e p e n d i z a n d o d e la matriz religiosa q u e
las e m p a p a b a y legitimaba; y a d q u i e r e n a u t o n o m í a .

Progresivamente, la religión ha ido c e d i e n d o p o s i c i o n e s , a v e -


c e s d e m a n e r a d o l o r o s a y c o n f l i c t i v a , e n la v i d a p ú b l i c a . H o y p a -
r e c e q u e la fe religiosa es u n o p c i ó n íntima para la q u e sólo hay r e -
fugio e n el á m b i t o d e lo p r i v a d o .

2
J . M A R T Í N V E L A S C O , Increencia y evangelización. Del diálogo al testi-
monio, Sal Terrae, Santander 1988, p. 219.
3
Congreso N a c i o n a l sobre Evangelización y hombre de hoy, M a d r i d
1985. Tomo estos rasgos generales de la cultura dominante de la referencia que
hace a dicho congreso J . L. R U I Z DE LA P E Ñ A , «Fe y cultura en la actual sociedad
española» e n : Educadores 30 (1988) 7-27.
4
Cf. R. A G U I R R E , «Reivindicación crítica y autocrítica de la dimensión
pública de la fe cristiana» e n : Sal Terrae 77 (1989) 615-618.

378
E L ROSTRO DE LA FE, HOY

2. Un amplío pluralismo cultural


Es u n a c u l t u r a p l u r a l y t o l e r a n t e . Esto significa q u e las inter-
p r e t a c i o n e s d e la r e a l i d a d ( c i e n c i a s o c o s m o v i s i o n e s ) y los v a l o -
res v i n c u l a d o s a e l l a s h a n d e j a d o d e ser u n i f o r m e s ; se h a n m u l -
tiplicado . 5

Por lo tanto, la fe a p a r e c e c o m o u n a p o s i b i l i d a d m á s al l a d o
d e las otras. En u n a s o c i e d a d s e c u l a r plural y tolerante lo q u e v a l e
es la c a l i d a d d e la oferta. Y será la c a l i d a d d e la oferta c r e y e n t e - y
no el p o d e r c o n t a r c o n aparatos c o a c t i v o s legales o institucionales
q u e la p r o t e j a n - lo q u e hará valer a n t e la s o c i e d a d esta oferta c r e -
yente.

P e r o este p l u r a l i s m o c u l t u r a l p u e d e c o n d u c i r al r e l a t i v i s m o ,
a la i n d i f e r e n c i a o al s i n c r e t i s m o : a lo q u e se ha l l a m a d o « c r e -
e n c i a s d e b r i c o l a j e » ( « H á g a s e l o U d . m i s m o » ; « Y o m e lo m o n t o » ;
m e h a g o u n a c r e e n c i a c o g i e n d o d e a q u í esto y d e a l l í a q u e l l o ) o
« s o l i d a r i d a d e s p a r c i a l e s » ( « E s t o y d e a c u e r d o e n esto, p e r o n o e n
lo o t r o » ) .
6

3. Un empirismo excluyente
La m e n t a l i d a d empirista es la q u e afirma la e x c l u s i v a y e x c l u -
yente vigencia del c o n o c i m i e n t o científico. Cualquier conoci-
miento, para tener v a l i d e z , ha d e ser s o m e t i d o a e x p e r i e n c i a ; ha d e
ser v e r i f i c a d o .
7

Esta m e n t a l i d a d científica deriva c o n f r e c u e n c i a e n un « p o s i -


tivismo basto»: m u c h o s d e nuestros c o n t e m p o r á n e o s sólo c r e e n e n
lo q u e p u e d e n ver y tocar. Esta m e n t a l i d a d empirista ha f a v o r e c i d o
el a u g e d e las c i e n c i a s d e la n a t u r a l e z a y positivas; p e r o e r o s i o n a
la fe religiosa, p o r q u e a D i o s n o se le v e , ni se le p u e d e someter a
experimentación . 8

5
Cf. J . A. G A R C Í A , «Evangelización y cultura en España. U n a aproxima-
ción al problema» e n : Sal Terrae 77 (1989) p. 83.
6
Cf. J . J O N C H E R A Y , «¿Pertenencia parcial a la Iglesia?»: Selecciones de
Teología 43 (1 70:2004) 11 7-128.
7
Cf. R. A G U I R R E , o. c , p. 616.
8
Cf. J . G Ó M E Z C A F F A R E N A , Raíces culturales de la increencia, Fe y Se-
cularidad/Sal Terrae, Santander 1988, pp. 14-17.

379
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

4. Una mentalidad tecnológica

V i v i m o s e n sociedades obsesionadas por el bienestar, asentadas


sobre la e c o n o m í a capitalista. N o s obsesiona el c o n s u m o , el «tener».

Y el m o d o d e p r o d u c c i ó n t e c n o l ó g i c o a c a b a por c o n f i g u r a r
nuestra c o n c i e n c i a . Y así, e n la v i d a nos c o m p o r t a m o s c o n m e n t a -
l i d a d t e c n o l ó g i c a : lo i m p o r t a n t e es la m a x i m i z a c i ó n del resultado.
Esta m e n t a l i d a d t e c n o l ó g i c a v a l o r a p r i m o r d i a l e i n s o l i d a r i a m e n t e
lo útil, lo rentable. T e c n i f i c a - c o n sus razones d e e f i c a c i a y r e n d i -
m i e n t o - la o r g a n i z a c i ó n d e la s o c i e d a d , d a n d o lugar al f e n ó m e n o
d e la b u r o c r a t i z a c i ó n .

Es contraria a c u a l q u i e r a l t r u i s m o y m a r c a las r e l a c i o n e s c o n
el otro: las h a c e c o m p e t i t i v a s y frágiles. S e ha d i c h o q u e v i v i m o s
e n la s o c i e d a d d e las tres «f», p o r q u e e n las r e l a c i o n e s i n t e r h u m a -
nas lo q u e p r e d o m i n a es la f u n c i o n a l i d a d , la f r a g i l i d a d , la f u g a c i -
d a d . Las r e l a c i o n e s n o son d u r a d e r a s y se r o m p e n . V i v i m o s e n una
s o c i e d a d q u e ha d a d o el p a s o d e «objetos para tirar, d e s p u é s d e
c o n s u m i r » a «personas para tirar, d e s p u é s d e c o n s u m i r » .

A n t e esta m e n t a l i d a d t e c n o l ó g i c a , hay q u e d e c i r q u e la r e l i -
g i ó n n o es « r e n t a b l e » , so p e n a d e f a l s i f i c a c i ó n . Por eso la r e l i g i o -
s i d a d está e n b a j a . 9

5. El narcisismo

H a y e n nuestra cultura u n a veta p o s t m o d e r n a q u e se e n t r e -


c r u z a c o n la M o d e r n i d a d . V i v i m o s e n u n a cultura q u e «está e n -
c a n t a d a d e estar d e s e n c a n t a d a » .

La P o s t m o d e r n i d a d es a n t e t o d o u n t a l a n t e . P u e d e resumirse
e n este grito: « ¡ V i v a n N a r c i s o y D i ó n i s o s , muera P r o m e t e o ! » . V i v a n
el n a r c i s i s m o y el d i o s d e l p l a c e r ; m u e r a P r o m e t e o , el d e las e m -
presas h e r o i c a s . 1 0

Los rasgos q u e hay detrás d e ese grito s o n :

a) El entierro de las utopías. Significa el entierro d e las grandes


palabras; palabras c o n m a y ú s c u l a c o m o Libertad, Igualdad,

9
Cf. J . G Ó M E Z C A F F A R E N A , oc. p. 37-41
Cf. J . M . M A R D O N E S , Postmodernidad y cristianismo. El desafío del frag-
1 0

mento, Sal Terrae, Santander 1988. También J . C O L O M E R , «Posmodernidad, fe


cristiana y vida religiosa» e n : Sal Terrae 79 (1991) 413-420.

380
E L ROSTRO DE LA FE, HOY

J u s t i c i a . . . Tras m a y o d e 1 9 6 8 , se constata q u e el c a m b i o
histórico total es i m p o s i b l e . La P o s t m o d e r n i d a d desconfía
d e la razón q u e forjó tales utopías; rechaza las cosmovisio-
nes g l o b a l e s , totalizadoras; y, e n su lugar, valora la e x p e -
r i e n c i a . R e n u n c i e m o s a los saberes y respuestas últimos
- d i r á n los p o s t m o d e r n o s - ; q u e d é m o n o s c o n un « p e n s a -
miento débil».

b) La liquidación de los valores absolutos. H a y q u e ser c o n -


s e c u e n t e s hasta el final c o n el grito d e N i e t z s c h e : « ¡ D i o s
ha m u e r t o ! » . Por tanto, hay q u e borrar t a m b i é n la «sombra
d e D i o s » q u e son los v a l o r e s a b s o l u t o s ú l t i m o s . En su l u -
gar, r e c l a m a r á n los p o s t m o d e r n o s u n « p o l i t e í s m o d e v a l o -
res». Esto significa la e x a l t a c i ó n d e la v i d a e n su finitud, el
r e c o n o c i m i e n t o d e valores múltiples, m e n g u a d o s , p e q u e -
ñitos y p a r c i a l e s , n u n c a p l e n o s .
A l r e c o n o c i m i e n t o d e esos v a l o r e s s ó l o se p u e d e llegar
m e d i a n t e a c u e r d o s y c o n s e n s o s . Pero son «consensos
b l a n d o s » , e f í m e r o s , p r o v i s i o n a l e s , l o c a l e s ; n o son fuertes,
ni definitivos, ni universales, sino rescindibles.
V i v i m o s , p u e s , « b a j o el s í n d r o m e d e l b i l l e t e d e v u e l t a » ;
porque consensuamos los c o m p r o m i s o s , p e r o n o para
s i e m p r e , g u a r d a m o s t o d o s u n billete d e v u e l t a por si hay
q u e regresar al i n i c i o d e s c o m p r o m e t i d o .

c) El hiperindividualismo hedonista. Estamos e n la «segunda


r e v o l u c i ó n del i n d i v i d u a l i s m o » 1 1
. Vivimos en una socie-
d a d c o n s u m i s t a e informatizada q u e p e r m i t e al i n d i v i d u o
«vivir a la c a r t a » .
El l e m a d e e s e i n d i v i d u a l i s m o e s : el m í n i m o d e c o a c -
c i o n e s y el m á x i m o d e e l e c c i o n e s p r i v a d a s p o s i b l e ; el
m í n i m o d e a u s t e r i d a d y el m á x i m o d e d e s e o . S u s v a -
lores s o n el h e d o n i s m o ( e s t e t i c i s m o p r e s e n t i s t a ) , el r e s -
p e t o p o r las d i f e r e n c i a s , e l c u l t o a la l i b e r a c i ó n p e r s o -
n a l , el p s i c o l o g i s m o , el c u l t o a lo n a t u r a l y el s e n t i d o
del humor.

" Cf. G . L I P O V E T S K Y , La era del vacío. Ensayos sobre el individualismo


contemporáneo, Anagrama, Barcelona 1986; P. B R U C K N E R , La tentación de la
inocencia, Anagrama, 3 edic. Barcelona 1999.
a

381
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Por eso es una cultura narcisista y « p s i » : y a q u e el i n d i v i -


d u o está c e n t r a d o e n la r e a l i z a c i ó n e m o c i o n a l d e sí m i s -
m o . D a p r i o r i d a d a la esfera p r i v a d a y r e d u c e la c a r g a
e m o c i o n a l invertida e n el e s p a c i o p ú b l i c o ( a b a n d o n o d e
lo p o l í t i c o y d e lo i d e o l ó g i c o ) .

Es u n a s o c i e d a d , pues, q u e n o t i e n e í d o l o ni t a b ú , ni i m a -
gen gloriosa d e sí m i s m a ni n i n g ú n p r o y e c t o m o v i l i z a d o r ;
sólo t i e n e el « e n c a n t o d e estar d e s e n c a n t a d a » .
Este n a r c i s i s m o genera t a m b i é n un n a r c i s i s m o c o l e c t i v o .
P u e s e n esta s o c i e d a d p o s t m o d e r n a n o es q u e falten las
a s o c i a c i o n e s , p e r o son « m i c r o g r u p o s d e i d é n t i c o s » (v.g.,
a s o c i a c i o n e s d e p a d r e s d e t a r t a m u d o s , d e lesbianas o
gays, d e a m i g o s d e las f o c a s . . . ) , e n las q u e se b u s c a u n a
c o m u n i c a c i ó n narcisista: oírse u n o a sí m i s m o a través del
otro i d é n t i c o .

Eso tendrá reflejo e n esas « c o m u n i d a d e s emocionales»


e c l e s i á s t i c a s , e n esas « c o m u n i d a d e s - t e r m o » -como K.
R a h n e r las d e n o m i n a b a - q u e t i e n e n m u c h o c a l o r h a c i a
dentro, p e r o q u e irradian m u y p o c o h a c i a fuera.

Estos rasgos p o s t m o d e r n o s repercuten e n la f e 1 2


. P o r q u e el r e -
c h a z o d e las c o s m o v i s i o n e s g l o b a l e s h a c e difícil presentar al C r i s -
t i a n i s m o c o m o historia d e la s a l v a c i ó n . El e n t i e r r o d e las utopías,
d e los p r o y e c t o s e m a n c i p a d o r e s , p u e d e c o n d u c i r - y c o n d u c e - a
u n e s p l r i t u a l i s m o d e s e n c a r n a d o (a la f o r m a c i ó n d e « c o m u n i d a d e s
e m o c i o n a l e s » ) . El « p o l i t e í s m o d e v a l o r e s » , el p r e s e n t i s m o i n m e -
diatista, el h e d o n i s m o narcisista d e b i l i t a n el sentido d e la t r a n s -
c e n d e n c i a y dificultan h a b l a r d e u n D i o s c r u c i f i c a d o . 13

Pero a este m u n d o «en tanta d i v e r s i d a d » v a m o s c o m o e n v i a -


d o s . ¿ Q u é rasgos, por lo tanto - y v o l v i e n d o a la pregunta i n i c i a l -
d e b e r í a tener nuestra fe h o y ?

12
X. Q U I N Z Á , Pasión y radicalidad. Postmodernidad y vida consagrada,
San Pablo, M a d r i d 2004. El autor propugna una nueva cultura para la vida c o n -
sagrada desde la pasión y radicalidad, en diálogo y contraste c o n la postmoder-
nidad.
13
Cf. J . A . G A R C Í A , o. c , p. 75.

382
E L ROSTRO DE LA FE, HOY

II. Los ragos d e la fe d e h o y

/. Una fe experiencia! y «narrativa»

U n a fe e x p e r i e n c i a l e x i g e u n a c o n t i n u a c o n v e r s i ó n . Por e s o ,
el e v a n g e l i z a d o r es s i e m p r e y s i m u l t á n e a m e n t e u n e v a n g e l i z a d o .
U n e v a n g e l i z a d o para q u i e n la fe n o es u n a s i m p l e c r e e n c i a (un
«creer q u e . . . » , un « a d o c t r i n a m i e n t o » ) ni u n a mera p r á c t i c a cultual
o una forma determinada de moral, sino, ante todo, una experien-
cia. La e x p e r i e n c i a p e r s o n a l d e l a m o r c o n q u e D i o s nos a m a , d e l
D i o s r e v e l a d o y d o n a d o a nosotros e n Jesucristo.

Ese e n c u e n t r o p e r s o n a l s a b o r e a d o d e s a l o j a r á del h o m b r e u n
c o r a z ó n i n c u r v a d o s o b r e sí m i s m o y p o n d r á e n su lugar u n c o r a -
zón n u e v o , m o v i d o por el Espíritu d e D i o s , q u e lo convertirá e n un
ser des-centrado y pro-existente, e n un ser para-los-demás c o m o
era Cristo.

Y la e v a n g e l i z a c i ó n consistirá e n transmitir esa e x p e r i e n c i a .


Entonces p o d r á decir, c o m o los p r i m e r o s testigos, tras la e x p e r i e n -
cia p a s c u a l : « L o q u e h e m o s visto y o í d o , eso os a n u n c i a m o s » (1 J n
1 , 1-3; H e c h 4, 2 0 ) , o c o m o P a b l o : «El a m o r nos u r g e . . . ¡Ay d e m í
si n o e v a n g e l i z a r e ! » (1 C o r 8, 16).

Y esa fe experiencial es necesaria e n la cultura d e nuestros días,


en la q u e v e m o s q u e la P o s t m o d e r n i d a d , desencantada d e la razón,
da p r i m a c í a a la e x p e r i e n c i a y valora -frente a los «metarrelatos»
( c o n c e p c i o n e s globales, abstractas y totalizantes)- el relato (una n a -
rración q u e transmite experiencias). Para la s o c i e d a d postmoderna la
«ortopraxis» es más importante q u e la «ortodoxia».

Pero el C r i s t i a n i s m o se presenta e n los e v a n g e l i o s c o m o un


c o n j u n t o d e relatos. Y e n el relato se c o m u n i c a una e x p e r i e n c i a p a -
ra conseguir el a s e n t i m i e n t o del o y e n t e . La fe, hoy, ha d e recuperar
este t a l a n t e narrativo; ha d e brotar d e la e x p e r i e n c i a p r o f u n d a del
D i o s v i v o y sólo la c o n t a g i a r e m o s n o s i m p l e m e n t e c o n a r g u m e n -
tos, sino t e s t i m o n i a l m e n t e : n a r r á n d o l a c o m o e x p e r i e n c i a p r o p i a .

2- Una fe dialogante y modesta

S i n el g l o r i o s i s m o del p a s a d o . A n t e el p l u r a l i s m o c u l t u r a l e n
R u é v i v i m o s , n o p o d e m o s presentar el C r i s t i a n i s m o c o m o u n a re-
c
e t a barata para s o l u c i o n a r t o d o s los p r o b l e m a s .

383
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

La m o d e s t i a estará basada e n u n a « p a c í f i c a pasión por la v e r -


d a d » , q u e n o significa la actitud fanática d e q u i e n se c r e e « p o s e e -
d o r » d e la v e r d a d 1 4
. La m o d e s t i a es r e c o n o c e r q u e la r i q u e z a i n -
s o n d a b l e d e la v e r d a d p e r m i t e otros a c e r c a m i e n t o s sin fin y estar
s e r e n a m e n t e c o n v e n c i d o d e q u e - i n c l u s o a través d e c o n f l i c t o s -
toda v e r d a d p a r c i a l será f i n a l m e n t e a r m o n i z a b l e .

A s í f u e el t a l a n t e d e Jesús ( M e 9, 38-40). L e d e c í a n los d i s c í -


p u l o s : « H e m o s visto a u n o q u e e x p u l s a b a d e m o n i o s e n tu n o m b r e
y tratamos d e i m p e d í r s e l o p o r q u e n o v e n í a c o n nosotros». Pero J e -
sús d i j o : « N o se lo i m p i d á i s . . . Pues el q u e n o está contra nosotros,
está por nosotros».

C o m o d i c e M a r t í n V e l a s c o , h o y n e c e s i t a m o s u n a Iglesia «in-
t e l e c t u a l m e n t e h a b i t a b l e » , q u e o f r e z c a su v e r d a d , p e r o q u e se d e -
j e i l u m i n a r por la v e r d a d d e otros.

3. Una fe arriesgada y gozosa

V i v i m o s e n s o c i e d a d e s d e « i n c r e e n c i a a m b i e n t a l » y esto e r o -
siona la f e 1 5
. En una s o c i e d a d s e c u l a r i z a d a c a d a v e z habrá m e n o s
presión s o c i a l h a c i a el profesarse cristiano. N o se dará el a m b i e n -
te protector q u e antes se d a b a .

Los s í m b o l o s c u l t u r a l e s y las instituciones c i v i l e s se sentirán


c a d a v e z m á s a u t ó n o m a s y d e j a r á n por e l l o d e f a v o r e c e r lo r e l i -
g i o s o c o m o su l e g i t i m a c i ó n . Los s í m b o l o s y las instituciones r e l i -
giosas se irán s i n t i e n d o desprovistos d e las «estructuras d e plausi-
b i l i d a d » ( d e a p o y o ) q u e la s i t u a c i ó n anterior p r o p o r c i o n a b a .

C a d a v e z será m e n o s v i a b l e u n a fe sin p r o b l e m a s , a r r o p a d a
por el a m b i e n t e y por p r o t e c c i o n e s externas. P e r o a q u í v i e n e la
contrapartida gozosa. El a u t é n t i c o rostro d e la fe d e hoy será c a d a
v e z m á s el d e ser u n a o p c i ó n d e v i d a , arriesgada, personal y m a -
dura. S e presentará c o m o una a d h e s i ó n p r o g r e s i v a m e n t e p e r s o n a -
lizada, v i v i d a c o n una h o n d a c o n c i e n c i a d e libertad.

14
Cf. J . G Ó M E Z C A F F A R E N A , La entraña humanista del Cristianismo, Ver-
bo Divino, Estella (Navarra) 2 edic. 1987, pp. 178-181. También P. V A L A D I E R , La
a

Iglesia en proceso. Catolicismo y sociedad moderna, Sal Terrae, Santander 1990.


15
Cf. J . G Ó M E Z C A F F A R E N A , La entraña humanista del Cristianismo,
o. c , pp. 181-183.

384
E L ROSTRO DE LA FE, HOY

Y d e a h í n a c e r á el g o z o : d e la c o n c i e n c i a d e libertad, q u e n o
e x c l u y e el riesgo; y d e la c o n c i e n c i a d e g r a c i a , del sentirse a g r a -
c i a d o . C r e e r c o n libertad p e r s o n a l , arriesgada, a g r a c i a d a y gozosa
es u n rasgo del rostro d e la fe d e hoy.

4. Una fe humanizadora

La c a u s a p r i n c i p a l del e n f r e n t a m i e n t o del C r i s t i a n i s m o c o n la
M o d e r n i d a d es el c o n v e n c i m i e n t o d e ésta d e q u e s ó l o se p u e d e
afirmar a D i o s a costa del h o m b r e .

U n c h o q u e fuerte del C r i s t i a n i s m o c o n la P o s t m o d e r n i d a d ,
defensora d e un « p o l i t e í s m o d e v a l o r e s » , brota d e la a c u s a c i ó n
p o s t m o d e r n a contra el m o n o t e í s m o . D i r á : la c o n f e s i ó n d e un D i o s
ú n i c o es la matriz histórica d e t o d o s los totalitarismos y la c l a v e d e
las actitudes fanáticas a n t i h u m a n a s .

Los dos conflictos surgen d e una supuesta rivalidad entre D i o s


y el h o m b r e . Para disiparlos, la fe cristiana h o y tendrá q u e mostrar
su poder h u m a n i z a d o r y su p r e o c u p a c i ó n por el h o m b r e . Y esto n o
por estrategia, sino p o r q u e p e r t e n e c e a su entraña. Ella a n u n c i a al
D i o s q u e se ha r e v e l a d o e n Cristo c o m o el Dios-con-nosotros, el
D i o s d e los h o m b r e s . Ella a n u n c i a u n D i o s q u e es A m o r . Y u n D i o s
q u e se d e f i n e c o m o A m o r n o t i e n e por q u é ser totalitario y e n g e n -
drar i n t o l e r a n c i a y f a n a t i s m o .

P e r o c o m o la historia n o nos f a v o r e c e d e m a s i a d o e n esta a r -


g u m e n t a c i ó n - p u e s h e m o s sido i n t o l e r a n t e s - n o bastará p r o c l a -
m a r l o , sino q u e será n e c e s a r i o t e s t i m o n i a r l o e n la a c e p t a c i ó n , m e -
diante la p r o m o c i ó n y la lucha, d e t o d o v a l o r h u m a n o .

El t e r r e n o d e lo h u m a n o será el lugar d e e n c u e n t r o d e la fe
c o n h o m b r e s q u e , d e s d e posturas y c o s m o v i s i o n e s n o c r e y e n t e s ,
tienen t a m b i é n e m p e ñ o e n el desarrollo, el progreso y la mejora d e
los h o m b r e s .

Nuestra fe, hoy, ha d e poseer un « h u m a n i s m o d e talante e c u -


ménico» 1 6
, q u e la l l e v e a gozarse, sin c e l o s ni r e c e l o s , d e t o d o v a -
lor h u m a n o , v e n g a d e d o n d e v e n g a . Poseer este talante n o es m á s

1 6
Cf. J . G Ó M E Z C A F F A R E N A , Raíces culturales de la increencia, o. c , pp.
31-34; del mismo autor, La entraña humanista del Cristianismo, o . c , pp. 37-49, 68-
9
0 , 185-200. Véase también J . M A R T Í N V E L A S C O , o. c., pp. 140-142, 155-160.

385
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

q u e r e c u p e r a r el c o n v e n c i m i e n t o d e los Padres A p o s t ó l i c o s d e q u e
las « s e m i n a V e r b i » (las s e m i l l a s d e l V e r b o ) están e s p a r c i d a s p r o v i -
d e n c i a l m e n t e por doquier. Y hay q u e estar atentos para d e s c u b r i r -
las. P u e s el Espíritu d e Jesús ha sido d e r r a m a d o por el Padre «sobre
toda c a r n e » , a c t ú a t a m b i é n fuera d e la Iglesia.

Existen v a l o r e s h u m a n o s fuera d e la Iglesia q u e la fe d e b e r e -


coger, autentificar, f a v o r e c e r y respaldar. C h e s t e r t o n , c u a n d o h a -
b l a b a d e la R e v o l u c i ó n francesa y d e los v a l o r e s q u e e m e r g í a n e n
e l l a : libertad, i g u a l d a d , f r a t e r n i d a d , d e c í a q u e e r a n « v a l o r e s c r i s -
t i a n o s q u e se h a b í a n v u e l t o l o c o s » y se h a b í a n ¡do d e c a s a . T a m -
b i é n hoy hay v a l o r e s cristianos q u e se h a n v u e l t o l o c o s . Es decir,
son v a l o r e s q u e q u i z á s h e m o s o l v i d a d o o d e j a d o oxidar los cristia-
nos y q u e el Espíritu suscita d e n u e v o fuera d e nuestro territorio p a -
ra alertarnos a r e c u p e r a r l o s .

U n a fe alerta, p u e s , q u e v i v a el c o n s e j o d e P a b l o : « T o d o lo
q u e sea v e r d a d e r o , t o d o lo r e s p e t a b l e , t o d o lo justo, t o d o lo l i m -
pio, t o d o lo e s t i m a b l e . . . c u a l q u i e r virtud o mérito q u e haya, eso te-
n e d l o por vuestro» (Fil 4, 8).

5. Una fe expuesta al mundo

La fe e n un D i o s q u e , e n Jesucristo, nos ha r e v e l a d o su « f i l a n -
t r o p í a » , su a m o r a los h o m b r e s , n o p u e d e separarse d e los h o m -
bres. T i e n e q u e salir h a c i a el m u n d o y e n c a r n a r s e e n é l . T i e n e , por
tanto, la fe una i n e l u d i b l e d i m e n s i ó n p ú b l i c a y n o p u e d e c a e r e n la
t r a m p a d e la p r i v a t i z a c i ó n , 7
.

- P ú b l i c a : p o r q u e , antropológicamente, la fe h u n d e sus raí-


c e s e n lo m á s p r o f u n d o d e la p e r s o n a , totaliza t o d a su
e x i s t e n c i a y, por fuerza, r e p e r c u t e e n t o d a s las d i m e n s i o -
nes d e la v i d a . La fe resuena e n el interior del h o m b r e y le
h a c e resonar e n su exterior.

- P ú b l i c a : p o r q u e , teológicamente, la fe afirma a D i o s c o m o
v a l o r s u p r e m o e i m p l i c a el r e c o n o c i m i e n t o d e su señorío
s o b r e t o d a r e a l i d a d , i n c l u i d a s las a c t i v i d a d e s p ú b l i c a s e
históricas. La p r i v a t i z a c i ó n d e la fe, h a b l a n d o estricta-
m e n t e , es su n e g a c i ó n .

Cf. R. A G U I R R E , o. c , pp. 618-622. D e él tomo también lo referente a la


1 7

dinámica encarnatoria del cristianismo primitivo que se citará a continuación.

386
E L ROSTRO DE LA FE, HOY

- El reinado de Dios, c e n t r o d e l m e n s a j e d e J e s ú s , c o n n o t a
u n h o r i z o n t e d e justicia y fraternidad h u m a n a c o m o inse-
p a r a b l e d e la a c e p t a c i ó n d e D i o s y d e su v o l u n t a d .

D i m e n s i ó n p ú b l i c a sí, p e r o ¿ c ó m o realizar esta p r e s e n c i a p ú -


blica e n una s o c i e d a d plural y s e c u l a r i z a d a ?

H a estado m u y d e m o d a esta p r e g u n t a : ¿ c ó m o se p u e d e h a -
blar d e D i o s d e s p u é s d e A u s c h w i t z ? P e r o h o y c o b r a tanta o m á s
i m p o r t a n c i a esta otra: ¿ c ó m o h a b l a r d e D i o s hoy, r e s p e t a n d o su
misterio, sin avasallar la a u t o n o m í a d e lo h u m a n o ?

Es difícil e n c o n t r a r la p a l a b r a significativa ( q u e n o se c a l l a ) ,
pero m o d e s t a ( q u e n o pontifica sobre la v i d a social ni m e n o s a ú n
legitima una política). Por eso, la fe y la Iglesia b u s c a n hoy su lugar
a d e c u a d o e n la v i d a p ú b l i c a d e la c i u d a d secular.

Para e n c o n t r a r la p r e s e n c i a a d e c u a d a s i e m p r e habrá q u e v o l -
ver a c o n t e m p l a r la d i n á m i c a e n c a r n a t o r i a del c r i s t i a n i s m o p r i m i -
tivo. P u e s nuestra s i t u a c i ó n cristiana a c t u a l t i e n e n o t a b l e s a n a l o -
gías c o n la d e los o r í g e n e s . La Iglesia n a c i e n t e sintió el vértigo d e
perder las s e g u r i d a d e s q u e hasta e n t o n c e s le p r o p o r c i o n a b a la
i d e n t i f i c a c i ó n c o n Israel ( i d e n t i d a d h a c i a a d e n t r o y r e c o n o c i m i e n -
to j u r í d i c o por parte del I m p e r i o R o m a n o ) . T u v i e r o n q u e a p r e n d e r
a vivir e n diáspora, sin privilegios, c o m o m i n o r í a a la i n t e m p e r i e .

En a q u e l l a s c i r c u n s t a n c i a s h u b o q u i e n e s se aferraron a la
identidad al estilo j u d í o (sectas j u d e o c r i s t i a n a s ) ; otros se d i s o l v i e -
ron e n la i d e o l o g í a p a g a n a (gnósticos). La línea p r e v a l e n t e , d e c u -
ño p a u l i n o , la q u e se c o n s t i t u y ó c o m o la ortodoxia, reformuló la fe
y la o r g a n i z a c i ó n e n categorías y formas c o m p r e n s i b l e s e n el m u n -
do h e l e n í s t i c o . F u e u n a e m p r e s a a u d a c í s i m a d e e n c a r n a c i ó n , d e
d i á l o g o c o n u n m u n d o d e s c o n o c i d o , e n el q u e se i b a n r e c o n o -
c i e n d o las h u e l l a s d e D i o s , al m i s m o t i e m p o q u e se le a n u n c i a b a
'a s a l v a c i ó n e n Jesucristo.

T a m b i é n h o y la fe t i e n e q u e estar expuesta al m u n d o . Pero e n


e
s t a ex-posición ha d e evitar c a e r e n dos p e l i g r o s : 1 8

"' A. Á L V A R E Z B O L A D O , «Sacerdocio y modernidad», e n : Iglesia Viva


(91/92:1981) 81 -107. D e él tomo las ideas y la formulación sobre los dos peligros
Qe «ensimismamiento» y «mimetismo».

387
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

1. El peligro del e n s i m i s m a m i e n t o (hoy m á s a c t u a l ) . Es decir,


el peligro d e q u e la fe, a n t e el c a m b i o c u l t u r a l , constituya
un m u n d o p r o p i o , retirándose a una subcultura m a r g i n a l ,
e n t r e t e n i d a e n fortificar los m u r o s y reparar las grietas - a
e l l o p r o p e n d e n los m o v i m i e n t o s n e o c o n f e s i o n a l e s - .
Pero, si la fe se repliega, por falta d e a u d a c i a o por a ñ o -
ranza d e un p a s a d o d e C r i s t i a n d a d y a p e r i c l i t a d o , p u e d e
o c u r r i r q u e , e n v e z d e ser s e r e n a m e n t e crítica d e lo n u e v o
y m o d e r n o , se haga s i m p l e m e n t e «contramundana» y
«contramoderna».

A l replegarse y e n q u i s t a r s e esa Iglesia ya n o está e n el


m u n d o y p a r a el m u n d o , s i n o a l l a d o del m u n d o .

2. El p e l i g r o del m i m e t i s m o . C a e r í a e n él la fe si a d o p t a r a
a c r í t i c a m e n t é los n u e v o s v a l o r e s y estilos d e v i d a y se
identificara c o n e l l o s , s u p r i m i e n d o , por tanto, el misterio
d e l « r e i n a d o d e D i o s » , d e la existencia cristiana, por u n
b a n a l a c t u a l i s m o . Es u n p e l i g r o t í p i c o d e ciertos « p r o g r e -
sismos».
En e s e c a s o , la fe r e a l i z a r í a u n m i m e t i s m o s u p e r f i c i a l ,
u n e s f u e r z o a d o l e s c e n t e p o r resultar contemporánea.
Esta s u m i s a y a c o m p l e j a d a c o n d e s c e n d e n c i a n o sería
m á s q u e u n a r e n d i c i ó n , e n la q u e p e r d e r í a su e s p e c í f i -
ca identidad.

La d i m e n s i ó n p ú b l i c a d e u n a fe q u e n o esté ni e n s i m i s m a d a
ni m i m e t i z a d a , llevará al c r e y e n t e a p a r t i c i p a r c r í t i c a m e n t e e n el
p r o c e s o cultural d e la s o c i e d a d e n la q u e v i v a . Será la suya u n a in-
c u l t u r a c i ó n crítica, q u e exige el d i s c e r n i m i e n t o d e la r e a l i d a d . 1 9

1 9
Tarea primordial de la fe y de la Iglesia hoy será: a) la creación y fo-
mento de «comunidades de anticipación», que a c o m p a ñ e n el compromiso del
creyente en estructuras laicales. Ese compromiso servirá de «visibilidad capilar»
de la fe; b) la Iglesia c o m o tal, c o m o comunidad visibilizadora del Reino, debería
suscitar plataformas de servicio (no de poder). Siempre bajo la forma modesta del
sacramento, el indicio, la semilla y el fermento.
Sobre estos puntos, cf. J . G A R C Í A R O C A , La dimensión pública de la fe, Fe
y Secularidad/Sal Terrae, Santander 1989; J . M . M A R D O N E S , «¿Hacia una nueva
minoría de edad? Crear "zonas liberadas"» en: Sal Terrae 78 (1990) 3-15; del mis-
mo autor, «El mundo religioso-cultural del cristianismo español actual» e n : Igle-
sia Viva (139:1989) 33-52; J . M A R T Í N V E L A S C O , o. c , 1 75 y ss.

388
E L ROSTRO DE LA FE, HOY

P e r o la p l u r a l i d a d d e m e d i a c i o n e s históricas y su i n e v i t a b l e
d e s p r o p o r c i ó n e n r e l a c i ó n c o n la e x p e r i e n c i a cristiana q u e las
d e s b o r d a a t o d a s , hará q u e el r e s u l t a d o d e esa i n c u l t u r a c i ó n n o
sea u n a cultura cristiana h o m o g é n e a , s i n o u n a p l u r a l i d a d d e c u l -
turas histórica, social y p o l í t i c a m e n t e diversas, q u e todas ellas d a n
t e s t i m o n i o d e la r i q u e z a i n a g o t a b l e d e la i n s p i r a c i ó n ú l t i m a q u e
las a n i m a y d e la i n c a p a c i d a d d e c a d a u n a para a d e c u a r s e al p r i n -
cipio de que p r o c e d e n 2 0
. Por lo q u e será i n e v i t a b l e u n p l u r a l i s m o
intracatólico.

6. Una fe servicial

« C r e e r es c o m p r o m e t e r s e . » A s í se titulaba u n libro f a m o s o d e
h a c e a l g u n o s a ñ o s . Ese lema n o ha p e r d i d o v i g e n c i a . El rostro d e la
fe h o y es el del c o m p r o m i s o . Es u n a fe q u e n o sólo d e b e a n u n c i a r
la B u e n a N o t i c i a , sino q u e d e b e e m p e ñ a r s e e n q u e esa B u e n a N o -
ticia se v a y a c o n v i r t i e n d o e n B u e n a R e a l i d a d .

Los cristianos h e m o s o l v i d a d o c o n d e m a s i a d a f r e c u e n c i a algo


q u e J o n S o b r i n o ha s a b i d o destacar d e m a n e r a expresiva: Jesús es
H i j o d e D i o s v i v i e n d o la f r a t e r n i d a d ; es el Justo d e D i o s i m p l a n -
t a n d o su justicia; es libre c r e a n d o l i b e r t a d . 2 1

La fe d e hoy n o p u e d e o l v i d a r esto. Y, por tanto, el cristiano


- s e g u i d o r d e J e s ú s - ha d e saber q u e se va h a c i e n d o justo l u c h a n -
d o por la justicia d e D i o s ; se h a c e hijo d e D i o s c o n s t r u y e n d o fra-
t e r n i d a d ; y va h a c i é n d o s e libre c o l a b o r a n d o e n la l i b e r a c i ó n d e los
demás.

C r e e r hoy es t o m a r partido por el a m o r solidario y s e r v i c i a l . Es


buscar a D i o s d o n d e Él m i s m o d i j o q u e estaba; a e s e « D i o s s i e m -
pre m e n o r » , q u e t i e n e un a m o r preferente y e f i c a z por el p o b r e , el
p e q u e ñ o y el o p r i m i d o .

El a m o r servicial a los d e s c l a s a d o s d e este m u n d o d e b e r á hoy


constituir un rasgo i m b o r r a b l e del rostro d e la fe.

2 Ü
Cf. J . M A R T Í N V E L A S C O o. c , p. 240; J . G Ó M E Z C A F F A R E N A , «Sobre
"confesionalidad": algunas aportaciones de un teórico» e n : Razón y Fe 217
(1988) 501-509.
2 1
Cf. J . S O B R I N O , Jesús en América Latina, Sal Terrae, Santander 1985,
Pp. 131-155; del mismo autor, Liberación con espíritu. Apuntes para una nueva
espiritualidad, Sal Terrae, Santander 1985, pp. 143-159.

389
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Conclusión

¡ O j a l á sea así! Y t e n g a m o s nosotros, q u e s o m o s e n v i a d o s al


m u n d o d e hoy, u n a fe e v a n g e l i z a d o r a . Es d e c i r :

- e x p e r i e n c i a d a y narrativa, q u e brote d e lo q u e h e m o s v i s -
to y o í d o ;

- dialogante y modesta, q u e sea la d e un h u m i l d e mensajero


q u e siente p a s i ó n por la v e r d a d , p e r o n o se c r e e « p o s e e -
dor» d e la v e r d a d ;

- arriesgada y g o z o s a , p o r q u e es p r o f u n d a m e n t e p e r s o n a l ,
libre y a g r a c i a d a ;

- h u m a n i z a d o r a , p o r q u e n o es a v a r a m e n t e exclusivista, sino
q u e está alerta para d e s c u b r i r las «semillas del V e r b o » allí
d o n d e f l o r e c e n e n favor del h o m b r e ;

- expuesta al m u n d o : sin replegarse o a c o r a z a r s e por m i e d o


o a ñ o r a n z a e n fortines a i s l a d o s . T a m b i é n sin v a c i a r s e ;

- y s e r v i c i a l , p o r q u e , c o m p r o m e t i d a m e n t e , lee o h a c e leer
¡a historia - c o m o d e c í a B o n h o e f f e r - d e s d e la perspectiva
d e los d e a b a j o ; es decir, d e s d e la o p c i ó n preferencial por
los p o b r e s , d e s d e el reverso d e la historia.

390
26
TRES MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

El P. L a p l a c e , e n su libro El camino espiritual a la luz de los


EE ignacianos \ d i c e q u e las m e d i t a c i o n e s i g n a c i a n a s q u e esta-
m o s c o n s i d e r a n d o ( « D o s B a n d e r a s » , «Tres B i n a r i o s » , «Tres M a -
neras d e h u m i l d a d » ) , t í p i c a s d e la « s e g u n d a s e m a n a » d e E j e r c i -
c i o s , s o n las m á s d i f í c i l e s . La r a z ó n q u e a p u n t a es la s i g u i e n t e :
Estas m e d i t a c i o n e s i g n a c i a n a s c o n s t i t u y e n « u n a a u t é n t i c a tarea
de d e s c o m b r o , q u e tiene c o m o objetivo descubrir en nosotros
t o d o c u a n t o hay d e a r t i f i c i a l , d e e n g a ñ o s o , d e falsa v i r t u d . Estas
m e d i t a c i o n e s d e la " S e g u n d a S e m a n a " c o n d u c e n a la l u c i d e z
d e l d i s c e r n i m i e n t o , q u e a r r o j a luz s o b r e la t e n t a c i ó n q u e se nos
p r e s e n t a b a j o la a p a r i e n c i a d e b i e n , p o r q u e el d i a b l o nos h a c e
v e r lo q u e t e n e m o s d e m á s e x c e l e n t e , a fin d e f a l s e a r l o t o d o y
v a c i a r l o d e c o n t e n i d o sin q u e lo a d v i r t a m o s . En ú l t i m o t é r m i n o ,
v i e n e a e n c e r r a r n o s e n nuestro y o : nuestro " y o " t o d o lo p i a d o s o ,
r e l i g i o s o y a p o s t ó l i c o q u e se q u i e r a , ¡ p e r o n u e s t r o y o , a fin d e
cuentas!

J u s t a m e n t e e n t o n c e s s o b r e v i e n e la luz d e Jesús e n m e d i o d e
t o d o e l l o para e c h a r por tierra t o d o e s e y o , ese revestimiento e x -
terno d e v i r t u d , a fin d e q u e q u e d e ú n i c a m e n t e Jesús, e n su d e s n u -
d e z , e n su p o b r e z a y e n su h u m i l d a d , y c o n s i g a m o s , c o n la gracia

1
J . L A P L A C E , El camino espiritual a la luz de los Ejercicios ignacianos, Sal
Terrae, Santander 1988, pp. 108-111.

391
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

d i v i n a y " s i n p e c a d o d e n i n g u n a p e r s o n a " , a c e p t a r seguirle a Él y


ser " r e c i b i d o s d e b a j o d e su B a n d e r a " [ 1 4 7 ] ; q u e r i e n d o y e l i g i e n d o ,
" s i e n d o igual a l a b a n z a y gloria d e la d i v i n a m a j e s t a d , p o b r e z a ,
o p r o b i o s y ser e s t i m a d o s por v a n o s y l o c o s por imitar y parescer
más a c t u a l m e n t e a Cristo N u e s t r o S e ñ o r " [ 1 6 7 ] » .

Esto es d u r o ; p e r o , s i m u l t á n e a m e n t e , es u n g o z o . «Para l l e -
gar a d e s c u b r i r el g o z o e n lo q u e a p a r e n t e m e n t e es c o n t r a r i o a él
- d i c e el P. L a p l a c e - , se r e q u i e r e m u c h o t i e m p o y m u c h a d e d i c a -
c i ó n . S i e m p r e r e c o r d a r é a u n v i e j o c u r a b r e t ó n c u y a c a s a estaba
m a t e r i a l m e n t e i n c r u s t a d a e n la r o c a , e n u n p r o m o n t o r i o d e la
costa d e B r e t a ñ a . M e invitó a c o m e r e n su c a s a y, al a c a b a r la c o -
m i d a , s a l i m o s a f u e r a . H a b í a u n fuerte t e m p o r a l , y a n t e nosotros
se e x t e n d í a el i n m e n s o o c é a n o . Parece que todavía lo estoy
o y e n d o : " ¿ Q u é q u i e r e V d . ? C u a n d o h a t e n i d o t o d o esto d e l a n t e
d e s d e la i n f a n c i a , un d í a u otro n o t i e n e m á s r e m e d i o q u e a c a b a r
embarcando"».

Y c o n c l u y e el P. L a p l a c e : « P u e s b i e n , y o diría a l g o p a r e c i d o :
es e v i d e n t e q u e hay q u e h a b e r p e n s a d o d u r a n t e m u c h í s i m o t i e m -
p o e n ese ideal e v a n g é l i c o d e la p o b r e z a , e n ese s e g u i m i e n t o d e
Jesús e n la h u m i l d a d , y hay q u e h a b e r c o n t e m p l a d o al S e ñ o r d u -
rante m u c h o , m u c h o t i e m p o , para p o d e r d e c i r un b u e n d í a : "sí, e n
esto estaría la alegría p e r f e c t a " , por e m p l e a r palabras d e l h e r m a n o
F r a n c i s c o d e Asís.

P e r o t o d o e l l o n o se p r o d u c e por las b u e n a s , s i n o q u e r e -
q u i e r e t i e m p o ; y e n esto r a d i c a el rigor d e la " S e g u n d a S e m a n a " ,
q u e n o consiste e n darse un p a s e o sentimental por los j a r d i n e s del
E v a n g e l i o c o n u n a flor e n el o j a l , ni e n pasarse largos ratos h a -
c i e n d o oración delante del Santísimo S a c r a m e n t o y e x p e r i m e n -
t a n d o su d u l z u r a , sino e n d e c i r : " S e ñ o r , h a z m e c o m p r e n d e r lo q u e
n o c o m p r e n d o . H a z m e c o m p r e n d e r q u e a h í está la alegría p e r f e c -
ta, y q u e s ó l o seré p r o f u n d a m e n t e t u y o el d í a e n q u e sea lo b a s -
tante libre c o m o para p o d e r d e c i r c u a n d o se presente la d i f i c u l t a d :
n o d e b o h a c e r d e esto u n o b s t á c u l o i n s a l v a b l e , p o r q u e eres tú
q u i e n m e llamas a e l l o y m e permites superarlo. Y c o n tu gracia he
d e llegar a d o n d e c r e í a q u e sólo p o d r í a llegar c o n u n e n o r m e e s -
fuerzo d e v o l u n t a d . E x p e r i m e n t a r é tu gracia c u a n d o llegue a c o m -
p r e n d e r q u e es a h í d o n d e se e n c u e n t r a la a l e g r í a perfecta d e las
Bienaventuranzas"».

392
TRES MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

Esta cita larga n o s d a el t o n o c o n el q u e q u i e r o a b o r d a r la


c o n s i d e r a c i ó n d e las «Tres m a n e r a s d e h u m i l d a d (o d e a m o r ) » . 2

P a r e c e , s o b r e t o d o la « t e r c e r a » , u n m e n s a j e d u r o ; sin e m b a r g o ,
c o m p r e n d e r l a y v i v i r l a es un g o z o liberador. Pero para e l l o hay q u e
c o n t e m p l a r l a , c o n los o j o s d e l c o r a z ó n , m u c h a s v e c e s - c o m o e l
c u r a b r e t ó n c o n t e m p l a b a el o c é a n o - y p e d i r c o n t i n u a m e n t e al S e -
ñor su g r a c i a para e m b a r c a r n o s e n e l l a .

El c o n t e x t o

Las «Tres m a n e r a s d e h u m i l d a d » f u e r o n e l a b o r a d a s y r e d a c t a -
das p r o b a b l e m e n t e por I g n a c i o e n París entre 1528 y 1 5 3 5 . El tex-
to f u e a ñ a d i d o a la p r i m e r a estructura o r i g i n a l d e los E j e r c i c i o s ; y,
al parecer, e n un p r i m e r m o m e n t o , e s t a b a n u b i c a d a s d e s p u é s d e
las m e d i t a c i o n e s d e «las D o s B a n d e r a s » , «los Tres B i n a r i o s » y d e
los «Tres t i e m p o s d e e l e c c i ó n » . En el texto a c t u a l las e n c o n t r a m o s ,
sin e m b a r g o , antes d e las m e d i t a c i o n e s c o n c e r n i e n t e s a la e l e c -
ción 3
o reforma d e v i d a , y f o r m a n u n a u n i d a d total c o n «las d o s
b a n d e r a s » y «los tres b i n a r i o s » , i n c l u s o t e x t u a l , c o n v o c a b u l a r i o

2
Las fuentes que utilizo para estas reflexiones son las siguientes: C.
D O M Í N G U E Z , «Las tres maneras de humildad: una relectura desde la teología y
el psicoanálisis»: Manresa 68 (1996) 287-303; del mismo autor, Psicodinámica de
los Ejercicios ignacianos, Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 2003, pp. 183-
199. A este autor sigo especialmente; de él tomo la exposición de la dinámica y
del contenido d e las «tres maneras de humildad». Cf. además E. R O Y Ó N , «Las
tres maneras de humildad en la dinámica del seguimiento d e Jesús»: Manresa 58
(1986) 69-76; S. A R Z U B I A L D E , Ejercicios espirituales de San Ignacio. Historia y
análisis, Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 1 9 9 1 , pp. 352-371; J . M . C A S T I -
L L O , «La "tercera manera de h u m i l d a d " en los EE de S. Ignacio»: Proyección 46
(1999) 123-136; J . L E W I S , Conocimiento de los EE de S. Ignacio, Sal terrae, S a n -
tander 1987, pp. 179-187; P. H. K O L V E N B A C H , «Locos por Cristo», e n : Decir...
al «Indecible», Mensajero-Sal Terrae, Bilbao-Santander 1999, pp. 115-131; J . A.
G A R C Í A , «"Ordenar la vida". Lectura e interpretación del dolor desde los Ejerci-
cios»: Manresa 70 (1997) 349-358; M . R U I Z J U R A D O , «Tres maneras de humil-
dad»: Manresa 38 (1966) 127-138; L. M . A R M E N D Á R I Z , «Juntamente c o n t e m -
plando su vida. La "cristología" de los EE»: Manresa 63 (1991) 24-26; J .
S O B R I N O , «El Cristo de los EE de S. Ignacio», e n : Cristología desde América La-
tina, pp. 315-316 (aparecido posteriormente (1990) c o m o cuaderno «Aquí y a h o -
ra», n ° 9, d e Sal Terrae: El Cristo de los Ejercicios de San Ignacio); V. C O D I N A ,
«Conforme a nuestra profesión de humildad y baxeza»: Manresa 66 (1994) 55-66.
3
Cf. la diversa interpretación sobre el significado de esta ubicación en C.
D O M Í N G U E Z , o. c , pp. 288-89; S. A R Z U B I A L D E , o. c , pp. 353-355.

393
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c o m ú n . Es, por tanto, pieza c l a v e para a b o r d a r el p r o c e s o d e e l e c -


c i ó n . E I g n a c i o las p r o p o n e para tomarlas e n c u e n t a antes d e entrar
e n e l e c c i o n e s , c o m o última d i s p o s i c i ó n para e l l a s . I g n a c i o d i c e
t e x t u a l m e n t e : «Antes d e entrar e n las e l e c c i o n e s , para h o m b r e af-
fectarse a la vera doctrina d e Christo nuestro Señor, a p r o v e c h a m u -
c h o c o n s i d e r a r y advertir e n las siguientes tres m a n e r a s d e h u m i l -
d a d » [ 1 6 4 ] . Por tanto, t a m b i é n hay q u e tenerlas presentes e n el c a s o
d e un reajuste serio d e v i d a .

C o m o es s a b i d o , S a n I g n a c i o n o las presenta p r o p i a m e n t e ni
c o m o m e d i t a c i ó n , ni e n f o r m a d e c o n t e m p l a c i ó n ; sino a m o d o d e
c o n s i d e r a c i ó n , y frente a las p r e c i s i o n e s m e t o d o l ó g i c a s q u e se nos
p r o p o r c i o n a n e n otros m o m e n t o s s o b r e c ó m o d e b e n h a c e r s e los
distintos e j e r c i c i o s , c u á n t a s v e c e s , q u é t i e m p o se les d e b e d e d i -
c a r . . . , a q u í se d i c e m u y g e n é r i c a m e n t e « c o n s i d e r a n d o a ratos por
t o d o el d í a » . Pero la i m p o r t a n c i a q u e d a b a I g n a c i o a esta c o n s i d e -
ración q u e d a resaltada por el h e c h o d e a ñ a d i r un «triple c o l o q u i o »
[ 1 6 8 ] , tal c o m o a c a e c e e n los grandes e j e r c i c i o s a realizar.

H a g a m o s c a s o al S a n t o : a lo largo d e este día, c o n s i d e r é m o s -


las a ratos.

¿Humildad o amor?

El m i s m o I g n a c i o ha l l a m a d o a este e j e r c i c i o el d e «tres gra-


dos d e a m o r d e D i o s » . A s í consta e n el Tratado de la Elección del
d o c t o r P e d r o O r t i z , q u e está b a s a d o e n sus a p u n t e s sobre los Ejer-
c i c i o s q u e h a b í a h e c h o e n M o n t e c a s s i n o b a j o la d i r e c c i ó n del
M a e s t r o I g n a c i o e n 1 5 3 8 . Y e n mi o p i n i ó n , esta d e n o m i n a c i ó n d e
4

grados o m a n e r a s d e a m o r d e D i o s es m á s a c e r t a d a y c l a r i f i c a d o -
ra q u e la d e « m a n e r a s d e h u m i l d a d » .

Cuando I g n a c i o e m p l e a el t é r m i n o «humildad» ¿qué nos


q u i e r e decir? « H u m i l d a d » a q u í t i e n e dos a c e p c i o n e s : u n a , para las
dos primeras m a n e r a s ; y otra, distinta, para la tercera.

- En las dos primeras maneras, S a n Ignacio e m p l e a el término


« h u m i l d a d » , c o m o hicieron otros grandes antecesores suyos

P.H. K O L V E N B A C H , o. c , p. 120.

394
T R E S MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

d e la espiritualidad m e d i e v a l (particularmente S. Bernardo),


c o n referencia a la c o n d i c i ó n d e creatura del ser h u m a n o ;
e q u i v a l e a sumisión y o b e d i e n c i a , entendida a su v e z e n el
sentido originario d e estar a la e s c u c h a (ob-audire) d e la v o -
luntad d e D i o s , lo q u e s u p o n e un abajamiento fundamental
ante el D i o s Creador («así m e baxe y así m e humille») [165];
« h u m i l d a d » es una disposición d e d o c i l i d a d .

- Pero 2) « h u m i l d a d » , e n u n a s e g u n d a a c e p c i ó n , e q u i v a l e a
un m o d o d e a s i m i l a r s e a J e s ú s , q u e , e x p r e s a n d o el a m o r
gratuito d e D i o s , se a b a j ó y se h u m i l l ó a sí m i s m o : este
s i g n i f i c a d o d e a b a j a m i e n t o c o m o el d e Jesús (en c l a v e
« k e n ó t i c a » ) es el q u e i n t r o d u c e I g n a c i o e n la «tercera m a -
nera d e h u m i l d a d » . Ya n o se trata a q u í d e s o m e t i m i e n t o y
o b e d i e n c i a a la v o l u n t a d d e D i o s , sino d e a d h e r i r s e p e r -
s o n a l m e n t e a Jesús, identificándose c o n lo q u e f u e su d e s -
t i n o histórico d e a b a j a m i e n t o , a s u m i e n d o la p o b r e z a , los
o p r o b i o s y el ser t e n i d o por n e c i o y l o c o . 5

O b j e t i v o : el c o r a z ó n

El o b j e t i v o d e la c o n s i d e r a c i ó n , q u e t i e n e q u e h a c e r s e a ratos
todo el día, es -así lo d i c e e x p r e s a m e n t e S a n I g n a c i o - «afectarse a
la v e r a d o c t r i n a d e C h r i s t o nuestro S e ñ o r » [ 1 6 4 ] . I g n a c i o desea
q u e el ejercitante centre su s e g u i m i e n t o a Jesús e n la a f e c t i v i d a d . El
e j e r c i c i o d e los grados d e h u m i l d a d o d e a m o r p a r e c e r e a l m e n t e
p o n e r su a c e n t o e n el c o r a z ó n , p u e s se h a c e para
6
apegarse
(«afectarse») a la v e r d a d e r a e n s e ñ a n z a d e Cristo; pero no p o d e m o s
o l v i d a r q u e esa «vera d o c t r i n a » es p r e c i s a m e n t e la q u e ha sido e x -
puesta e n la m e d i t a c i ó n d e «las d o s banderas» c o m o «la v i d a v e r -
dadera» [139] y la «sagrada d o c t r i n a » [145] «del S u m o y v e r d a d e -

5
Sobre las acepciones de «humildad», cf. L. M . A R M E N D Á R I Z , o. c , p.
1
4 8 ; S. A R Z U B I A L D E , o. c , pp. 355-359; J . L E W I S , o. c , pp. 181-183; C. D O -
M Í N G U E Z , Psicodinámica..., pp. 184-185.
6
J . L E W I S , o. c , pp. 180-181. C o m e n t a : «Cada uno de los "ejercicios
' g n a c i a n o s " va dirigido p r e d o m i n a n t e m e n t e a una faceta de la persona... N o
obstante, creemos q u e no se deberían apurar estas diferencias de acento,
máxime c u a n d o el tener que volver una y otra v e z al mismo c o l o q u i o parece
desaconsejarlo».

395
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

ro C a p i t á n » , c u y o s c o m p o n e n t e s e s e n c i a l e s son la p o b r e z a y la
h u m i l d a d . N o se trata, por tanto, d e afectarse s i m p l e m e n t e a u n
m e n s a j e , a u n o s c o n t e n i d o s i d e o l ó g i c o s , sino d e afectarse a u n a
v i d a : a Cristo m i s m o h e c h o forma d e v i d a . 7

A l considerar durante el día los tres grados d e amor, el e j e r c i -


tante tiene q u e e x a m i n a r c u á l es su disposición afectiva previa a la
e l e c c i ó n (de estado) o a la reforma d e v i d a . C o m o ha s e ñ a l a d o C a r -
los D o m í n g u e z , « I g n a c i o está c o n v e n c i d o d e q u e la libertad h u -
m a n a es una libertad c o n d i c i o n a d a . Es decir, una libertad q u e se
e j e r c e d e s d e una situación previa, n e c e s a r i a m e n t e limitada, deter-
m i n a d a por una historia particular y d e s d e unos c o n d i c i o n a m i e n t o s
vitales q u e , una y otra v e z , p u e d e n p o n e r e n peligro c u a l q u i e r acto
d e e l e c c i ó n . El p r o b l e m a n o es tanto el d e " e l e g i r " , sino el d e la s i -
t u a c i ó n d e s d e la c u a l se e l i g e . P o r q u e ese " d e s d e d ó n d e " se elige
v i e n e siempre d a d o por un c a m p o d e fuerzas e n p e r m a n e n t e a c t i v i -
d a d , q u e p u e d e v e n i r a favorecer u obstaculizar d e c i s i v a m e n t e el
p r o c e s o d e e l e c c i ó n » . «Antes d e entrar e n e l e c c i o n e s » , c o n v i e n e ,
8

pues, considerar atentamente d ó n d e se está y e x a m i n a r si nuestra l i -


bertad está afectivamente c o n d i c i o n a d a , y procurar tener una liber-
tad limpia para elegir lo q u e D i o s quiere: el mejor servicio.

«Libertad de» y «libertad p a r a » 9

Esta reflexión sobre el «desde d ó n d e » se elige ha sido intensa


e n las «dos banderas» y «tres binarios». En las D o s B a n d e r a s [136-
1 4 7 ] , se trata d e q u e el ejercitante caiga p r o f u n d a m e n t e e n la c u e n -
ta d e c u á l e s son las situaciones q u e , d e s d e los c o n d i c i o n a m i e n t o s
p r o c e d e n t e s del exterior (las «redes y cadenas»), pueden poner en
peligro su libertad. El d i n e r o , el prestigio s o c i a l , el poder, el e n c u m -
bramiento c o m o e l e m e n t o s d e la realidad q u e nos rodean y q u e , fá-
c i l m e n t e , d e s d e su pronto e n g a n c h e c o n unas pasiones básicas,
q u e a n i d a n e n nosotros, a c a b a n c o n d u c i e n d o a la soberbia.

7
L. M . A R M E N D Á R I Z , o. c , p. 145; C. D O M Í N G U E Z , «Las tres mane-
ras...», o. c., p. 2 9 5 .
8
C . D O M Í N G U E Z , Psicodinámica..., o. c , p. 186.
9
Esta distinción y su explicación en los párrafos que siguen está tomada
d e C . D O M Í N G U E Z , «Las tres maneras de humildad...», o. c , pp. 291-292; tam-
bién Psicodinámica..., o. c , pp. 188-189.

396
T R E S MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

En los Tres B i n a r i o s [149-156], el p r o b l e m a d e la libertad es


analizado desde una óptica diferente. N o es ya tanto cuestión d e per-
catarse d e los peligros procedentes del « m u n d o » e n el q u e m e e n -
cuentro inmerso, sino d e captar y remover las ataduras q u e tienen su
base e n la propia e íntima d i n á m i c a personal, e n las dificultades i n -
ternas para la libertad. Si en las « D o s Banderas», pues, se analizan los
riesgos para la libertad e n una d i n á m i c a q u e se origina e x t e r n a m e n -
te, pero q u e a c a b a c o n la libertad interior, luego, e n los «Tres B i n a -
rios», se atiende a una d i n á m i c a q u e , desde dentro, opera i m p o s i b i -
litando la libertad respecto a los elementos externos. En definitiva, las
meditaciones d e «las D o s Banderas» y «Tres Binarios» atienden al se-
rio p r o b l e m a d e lograr una «libertad d e » : d e «redes y c a d e n a s » e x -
ternas (estructuras m u n d a n a s y m e d i o s d e poder e n «las D o s B a n d e -
ras); d e ataduras internas (autoengaños) e n los «Tres Binarios».

« S i n e m b a r g o , e n la propuesta d e las Tres M a n e r a s d e H u m i l -


d a d , I g n a c i o v a m á s a l l á . N o trata y a d e advertir lo q u e p o n e e n
peligro la libertad, sino m á s b i e n d e d i n a m i z a r l a p r o c u r a n d o u n
h a c i a a d e l a n t e , un " p a r a " , q u e d é fuerza (energetice) al sujeto y
g a r a n t i c e su libertad para la e l e c c i ó n . Ese m o t o r y esa fuerza sólo
será a l c a n z a d o e n la m e d i d a e n q u e el sujeto se v e a a b s o r b i d o por
una n u e v a p a s i ó n : la del s e g u i m i e n t o d e J e s ú s . La libertad q u e se
pretende es, pues, una " l i b e r t a d p a r a " p a r e c e r s e a Jesús. S u o b j e -
tivo, por tanto, radica e n describir la d i s p o s i c i ó n afectiva ideal c o n
la q u e se ha d e disponer c o n vistas a la e l e c c i ó n » , 0
.

C o n la «tercera manera d e h u m i l d a d (o d e amor)» pretende Ig-


n a c i o q u e el ejercitante llegue a tener la afectividad centrada e n J e -
sús, hasta tal punto q u e sólo piense q u e su vida y su destino tengan el
mayor parecido posible c o n lo q u e fue la vida y el destino d e Jesús.

U n h o m b r e así a f e c t a d o por Jesús, p e g a d o a É l , sólo piensa e n


parecerse a Jesús y p r e s c i n d e d e toda otra u t i l i d a d . Por tanto, e n la

1 0
C. D O M Í N G U E Z , Psicodinámica..., o. c , p. 188-189. Así lo describió
atinadamente Francisco Suárez en su importante comentario a los Ejercicios. Suá-
rez estaba convencido de que hay que ordenar la afectividad de las personas, por-
gue la elección depende de c ó m o el individuo tenga ordenados los afectos; pues
estos influyen sobre las «convicciones» que arrancan de nuestro entendimiento y
sobre las «decisiones» que brotan de nuestra voluntad. Sobre el pensamiento de
Suárez, cf. J . M . C A S T I L L O , o. c , pp. 124-133. El autor apoya su interpretación de
«la tercera manera de humildad» en la argumentación de Suárez actualizada.

397
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

«tercera m a n e r a d e h u m i l d a d » n o se trata tanto d e q u e el i n d i v i d u o


elija lo h u m i l l a n t e , lo n e g a t i v o , el f r a c a s o , c o m o d e q u e u n a p e r -
sona tan a f e c t a d a por Jesús ya n o p i e n s a e n la m a y o r o m e n o r u t i -
l i d a d d e lo q u e e l i g e (la m a y o r o m e n o r gloria d e D i o s ) , s i n o q u e
sólo se fija e n la m a y o r o m e n o r s e m e j a n z a c o n J e s ú s . 1 1

Y es c l a r o q u e una persona q u e esté d e este m o d o afectada por


Jesús está e n la disposición ideal para elegir lo q u e D i o s le p i d a . 1 2

D e m o s unas p i n c e l a d a s rápidas sobre la p r i m e r a y la segunda


m a n e r a d e h u m i l d a d (o grados d e a m o r ) , tal c o m o los e x p o n e S a n
I g n a c i o , para c e n t r a r n o s , l u e g o , e n la tercera m a n e r a o tercer gra-
d o d e amor.

1. La p r i m e r a m a n e r a d e h u m i l d a d (o g r a d o d e a m o r ) [165]

Es un amor de obediencia; pero n o un a m o r b a l a d í o t i t u b e a n -


te, sino u n a m o r r e c i o y serio a D i o s Creador. R e c o n o z c o mi r e a l i -
d a d d e criatura y soy c o h e r e n t e c o n e l l a . Pero e s e a m o r se c o n -
centra e n la s u m i s i ó n a sus p r e c e p t o s . P o r q u e y o a m o a Dios
s i n c e r a m e n t e , estoy dispuesto a morir antes q u e a o f e n d e r l e q u e -
b r a n t a n d o gravemente un mandato suyo.

2. La s e g u n d a m a n e r a d e h u m i l d a d (o g r a d o d e a m o r ) [166]

El a m o r pasa d e la o b e d i e n c i a al servicio. Es el a m o r del q u e


se sitúa e n la actitud d e indiferencia (o d i s p o n i b i l i d a d ) del « P r i n c i -
p i o y F u n d a m e n t o » , y d e s e a evitar el pecado venial a cualquier

11
Por eso ha podido decir J . M . C A S T I L L O que la «tercera manera de h u -
mildad» no consiste en una elección, sino en una constatación. Es decir: no se
trata de que el individuo elija lo duro, el menosprecio, el arrinconamiento, sino
de que «constate» si, c u a n d o tiene que elegir algo en la vida, la idea y el criterio
que tiene presente y le orienta es «hacer lo que hizo Jesús» o es «hacer otra c o -
sa», aunque esa cosa sea tan importante c o m o la mayor gloria de Dios. Por tan-
to, lo que está en juego no es una «decisión voluntarista», que elige lo más duro
y costoso, sino una «disposición afectiva», que connaturalmente nos hace pensar
y ver la vida c o m o pensaba y veía la vida el mismo Jesús, o. c , pp. 135-137.
12
En el Directorio Autógrafo [1 7J se dice: «...se debe insistir en que entre
en las elecciones el que las ha de hacer c o n entera resignación de su voluntad; y,
si es posible, que llegue al tercer grado de humildad».

398
T R E S MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

p r e c i o t a m b i é n . Por e s o se d e s a p e g a a f e c t i v a m e n t e d e las c o s a s
hasta esperar a c o n o c e r q u é q u i e r e d e é l la v o l u n t a d d e l S e ñ o r . Es
el s u y o un « a m o r e m b r i d a d o » ; n o q u i e r e otra c o s a q u e servir al S e -
ñor c o m o D i o s q u i e r e y está a la espera d e lo q u e El le i n d i q u e .

A q u í y a n o se trata d e n o p o n e r por d e l a n t e d e D i o s c o s a a l -
g u n a , ni siquiera la v i d a , s i n o d e n o e s t a b l e c e r d e a n t e m a n o p r e f e -
r e n c i a s entre m o d a l i d a d e s c o n t r a p u e s t a s d e esa v i d a c o m o son « r i -
q u e z a o p o b r e z a , h o n o r o d e s h o n o r , v i d a larga o c o r t a » , y q u e d a r
así a b s o l u t a m e n t e r e m i t i d o a lo q u e D i o s d i s p o n g a . Tales s i t u a c i o -
nes alternativas n o son otras q u e las d e l " P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o "
y esa i n d i f e r e n c i a s e ñ a l a el á p i c e d e l ser c r e a t u r a e n c u a n t o d i s p o -
s i c i ó n a h a l l a r y a h a c e r la v o l u n t a d d e D i o s 1 3
.

En el Directorio Autógrafo afirma S. I g n a c i o q u e « q u i e n n o e s -


tá e n la i n d i f e r e n c i a d e este s e g u n d o g r a d o d e a m o r » , n o está p a -
ra p o n e r s e e n e l e c c i o n e s u
.

13
L. M . A R M E N D Á R I Z , o. c , p. 148; C. D O M Í N G U E Z , «Las tres m a n e -
ras...», o. c , pp. 295ss; también en Psicodinámica..., o. c , pp. 195-196: el autor
reflexiona sobre la yuxtaposición d e la indiferencia c o n la problemática del p e -
cado venial q u e hace S. Ignacio en esta «segunda manera de humildad» [166] y
afirma: «Esta vinculación íntima que establece Ignacio entre indiferencia y peca-
do venial viene a significar una sorprendente profundización en la problemática
que se encierra en ese tipo de pecado. M á s alia d e una consideración meramen-
te legalista, más allá de la problemática de la gravedad o parvedad d e materia, Ig-
nacio nos hace comprender lo que realmente se encuentra en peligro en la diná-
mica del pecado, por más leve que éste sea y, a veces, tanto más, por ser leve. Se
trata de la pérdida de la libertad. La opción por un pecado venial es la opción por
un deseo que va condicionando negativamente la libertad, ya sea en forma posi-
tiva (por todo lo criado) o en forma negativa {ni porque la vida me quitasen). Se
trata d e captar q u e en muchas ocasiones son circunstancias no graves las que de
modo paulatino, sutil, "sin importancia", hacen que el sujeto vaya enredándose
en una dinámica " l e v e " moralmente, pero realmente grave c o m o proceso. Todos
sabemos c ó m o a través d e toda una serie de pequeños enganches torcidos, se
puede ir creando una paulatina desviación, en pendiente abajo, que acaba por
alejar definitivamente al sujeto d e lo q u e fueron sus proyectos primeros. N o se
trata, por tanto, d e enfocar esta "segunda manera d e h u m i l d a d " desde una pers-
pectiva de la gravedad o levedad de los contenidos morales, sino desde la adver-
tencia de la dinámica que en ellos se crea. Sin venir a caer en ningún " p e c a d o
mortal" se puede vivir muy lejos de la indiferencia y, por tanto, en una imposibi-
lidad para llevar a cabo una sana elección».
El ejercicio d e los Tres Binarios termina precisamente mostrando la ne-
1 4

cesidad de esta disposición [155]. Y es también la disposición de indiferencia que


se formula c o m o necesaria en el primer modo del tercer tiempo «para hacer sa-
na y buena elección» [1 79]. Sobre estas referencias, cf. E. R O Y Ó N , o. c , p. 72.

399
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

3. La t e r c e r a m a n e r a d e h u m i l d a d (o g r a d o d e a m o r ) [167]

Es la c u m b r e d e l a m o r . Es « h u m i l d a d p e r f e c t í s i m a » . Es amor
de identificación.

En esa «tercera m a n e r a » se e s t a b l e c e una d i n á m i c a diferente


respecto d e las dos anteriores. D e s d e una p r o b l e m á t i c a q u e , e n «la
primera y s e g u n d a m a n e r a » , se había a r t i c u l a d o e n torno a la m o -
ral (así lo atestigua el v o c a b u l a r i o e m p l e a d o e n ellas: ley, deliberar,
m a n d a m i e n t o , p e c a d o m o r t a l , v e n i a l . . . ) , se pasa a otra q u e se s i -
, 5

túa e n el p l a n o d e la a d h e s i ó n afectiva. « N o es ya sólo c u e s t i ó n d e


h o n e s t i d a d , rectitud y c o h e r e n c i a sincera c o n lo q u e somos c o m o
creaturas frente a D i o s , e n el o r d e n d e la c r e a c i ó n . S e trata ( i n c l u -
y e n d o , d e s d e luego, c o m o c u i d a d o s a m e n t e afirma S a n I g n a c i o , la
p r i m e r a y la s e g u n d a m a n e r a d e h u m i l d a d ) d e entrar en u n a d i n á -
m i c a d o n d e lo q u e m u e v e y arrastra es el d e s e o d e identificarse
c o n Jesús, e n q u i e n se da la p l e n i t u d del d e s c e n t r a m i e n t o y libera-
ción» , 6
.

Es el a m o r d e i d e n t i f i c a c i ó n c o n el a m a d o . S e quiere y se e l i -
g e seguir el c a m i n o histórico d e J e s ú s : p o b r e z a , desestima y h u -
m i l d a d . Y e s o . . . por e n a m o r a m i e n t o : por p a r e c e r s e más al a m a d o :
«por imitar y parescer más a c t u a l m e n t e a Cristo» [167], p o r q u e Él
los eligió.

N o es c u e s t i ó n d e v o l u n t a r i s m o ; es una gracia. S e p i d e al S e -
ñor «ser e l e g i d o » « e n esta tercera m a y o r y m e j o r h u m i l d a d , para
m á s le imitar y servir, si igual o m a y o r s e r v i c i o y a l a b a n z a f u e r e a
la su d i v i n a majestad» [159] . 1 7

L e d i g o al S e ñ o r q u e - p o r mi p a r t e - « q u i e r o y elijo m á s p o -
breza c o n Cristo p o b r e q u e r i q u e z a , o p r o b i o s c o n Cristo l l e n o d e
ellos q u e h o n o r e s , y desear m á s ser e s t i m a d o por v a n o y l o c o por
Cristo, q u e p r i m e r o f u e t e n i d o por t a l , q u e por s a b i o ni p r u d e n t e
e n este m u n d o » . Es decir, a m o d e tal m a n e r a a D i o s q u e a m o la

15
J . L E W I S , o. c , p. 1 8 1 .
1 6
C. D O M Í N G U E Z , «Las tres maneras...», o. c., p. 294; también Psicodi-
námica,.., o. c , p. 196.
1 7
En torno a la discusión sobre la interpretación de la frase ¡gnaciana
«siendo igual alabanza y gloria de la divina majestad», cf. el artículo de R U I Z J U -
R A D O , o. c ; también L E W I S , o. c , pp. 182-183.

400
TRES MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

c r u z d e Cristo. P o r q u e lo q u e « m á s c o n d u c e » para c u m p l i r la v o -
luntad d e D i o s es p a r e c e r s e e imitar a Cristo e n su c o n d i c i ó n a n o -
nadada.

V a m o s a a c e r c a r n o s c o n s e n c i l l e z a esta «tercera m a n e r a d e
h u m i l d a d (o d e a m o r ) » . Para e l l o v o y a h a c e r tres c o n s i d e r a c i o n e s :
1) la «tercera m a n e r a d e h u m i l d a d » c o m o d i n á m i c a del « e m p i n a -
m i e n t o » ; 2) la «tercera m a n e r a d e h u m i l d a d » c o m o la c o n g é n i t a
d e s m e s u r a d e l amor, 3) la «tercera m a n e r a d e h u m i l d a d » como
c o n s i d e r a c i ó n «a ratos... toda la v i d a » .

1. La dinámica del «empinamiento»

¿ C ó m o es el h o m b r e o m u j e r q u e sale d e los Ejercicios? ¿ C ó -


m o es la persona c o n f i g u r a d a según el espíritu d e los Ejercicios?

U n c o m p a ñ e r o m í o , F l o r e n c i o Segura, q u e tenía la gracia a n -


d a l u z a , d e c í a : «El h o m b r e q u e sale d e los Ejercicios es u n h o m b r e
bajito, p e r o e m p i n a d o » .

¿ P o r q u é ? P o r q u e el p e c a d o es la mentira y nos q u e r e m o s p o -
ner - p o r q u e s o m o s bajitos y n o q u e r e m o s r e c o n o c e r l o - t a c o n e s
postizos. El t e n e r , la riqueza, es un t a c ó n ; el a p a r e c e r , el v a n o h o -
nor d e l m u n d o , es otro t a c ó n . Para ser altos a n t e los d e m á s , nos
p o n e m o s t a c o n e s . Y llega S a n I g n a c i o y d i c e q u e hay q u e quitarse
los t a c o n e s . Y a lo largo d e la m e d i t a c i ó n s o b r e los p e c a d o s , p r i -
mero, y, p r i n c i p a l m e n t e , d e la m e d i t a c i ó n d e «las dos banderas» y
d e «tres b i n a r i o s » , nos quita los t a c o n e s , nos c o l o c a e n nuestro s i -
tio, sobre la planta d e los pies, a ras del s u e l o . Es la tarea d e d e s -
c o m b r o d e la q u e h a b l a b a L a p l a c e .

Pero, e n t o n c e s , surge la figura d e Cristo, q u e nos l l a m a , nos


estimula y nos h a c e p o n e r d e p u n t i l l a s , nos estira: e s o es el «ma-
gis», ese estirón q u e r e c i b i m o s d e Cristo. Y así se c u m p l e n esas dos
frases p a r a d ó j i c a s d e la Escritura: q u e « n o p o d e m o s a ñ a d i r u n c o -
d o a nuestra estatura» y q u e p o d e m o s v i v i r «a la altura del l l a m a -
m i e n t o q u e h e m o s r e c i b i d o » (Ef 4 , 1). G r a c i a s a e s e estirón q u e
nos da Cristo.

T o d o esto es m u y h o n d o . Éste es el p r o c e s o q u e h e m o s s e g u i -
do estos días e n la c e r c a n í a d e J e s ú s . S a n I g n a c i o p r e t e n d e q u e el
c o n t a c t o c o n Él nos v a y a p o n i e n d o d e p u n t i l l a s . ¿ E n q u é consiste
este « p o n e r s e d e puntillas»?

401
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

H a y d o s p a l a b r a s c l a v e s e n los E j e r c i c i o s para e x p l i c a r este


e m p i n a m i e n t o , este « p o n e r s e d e puntillas». S o n a f e c t a r s e y m a g i s
(más). Las d o s m u y repetidas e n los m o m e n t o s f u n d a m e n t a l e s .

a) « A f e c t a r s e » . «Estar a f e c t a d o »

La usa S a n I g n a c i o e n todas sus f o r m a s : « a f e c c i ó n , «afectar»,


« a f e c t a d o » . D e s d e el p r i n c i p i o y a se nos d i c e q u e los E j e r c i c i o s
son u n p r o c e s o para « o r d e n a r la v i d a . . . q u i t a n d o las a f e c c i o n e s
d e s o r d e n a d a s » [21] y « d e s p u é s d e quitarlas, buscar y hallar la v o -
luntad d i v i n a » [1 ] .

Esa v o l u n t a d d i v i n a - l o va d e s c u b r i e n d o el e j e r c i t a n t e . . . y n o -
sotros- es seguir a Jesús. Por e s o dirá S a n I g n a c i o : hay q u e « a f e c -
tarse por Jesús». El q u e quiera seguir a Jesús ha d e «estar a f e c t a d o »
por Él ( p e g a d o a Él) -dirá e n la «tercera m a n e r a d e h u m i l d a d o ter-
cer grado d e a m o r » .

¿ Q u é hay detrás d e esa p a l a b r a «afectar»? Está el c o r a z ó n , la


a f e c t i v i d a d . La v e r d a d , la m á s a u t é n t i c a v e r d a d d e lo q u e s o m o s
está e n nuestra a f e c t i v i d a d . Jesús t a m b i é n lo sabía; por e s o e x c l a -
m a b a : D o n d e está tu tesoro, a l l í está tu c o r a z ó n . Y Jesús t a m b i é n
sabía q u e sólo lo q u e sale d e dentro - d e l c o r a z ó n - es lo q u e p u e -
d e h a c e r al h o m b r e p u r o o i m p u r o .

U n a y otra v e z , nos h a c e preguntar S a n I g n a c i o d ó n d e p o n e -


m o s nuestra a f e c t i v i d a d . ¿ A q u é o a q u i é n se a p e g a nuestro c o r a -
z ó n ? Y esto lo h a c e i n v i t á n d o n o s a realizar u n é x o d o , u n d e s a l o j o :
a «salir d e l p r o p i o amor, q u e r e r e interés» [ 1 8 9 ] . Pero ese d e s a l o -
j a m i e n t o n o es para q u e d a r n o s v a c í o s , sino para alojar a a l g u i e n ;
es para p o n e r nuestro querer e interés e n Cristo; para centrar e n Él
nuestra a f e c t i v i d a d ; para a l o j a r l o .

S a n I g n a c i o nos invita, pues, al e n a m o r a m i e n t o , a la a d h e s i ó n ,


a la a m i s t a d p r o f u n d a . . . para q u e Cristo sea la m o t i v a c i ó n , el m o -
tor d e nuestra v i d a , la fuerza interior q u e se entraña e n n o s o t r o s . , 8

A s í nos v a m o s i d e n t i f i c a n d o a f e c t i v a m e n t e c o n Cristo y ¡ o j a -
lá p u d i é r a m o s d e c i r c o m o S a n P a b l o : Ya n o v i v o y o , es Cristo q u i e n
v i v e e n m í ( G a l 2, 2 0 ) !

Cf. I. I G L E S I A S , «Los tres binarios de hombres: texto y forma de exposi-


1 8

ción y reflexión bíblico-teológicas»: Manresa 58 (1986) 57-67.

402
T R E S MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

Este «estar a f e c t a d o » por Cristo significa q u e estoy e n a m o r a -


d o d e Cristo.

b) «Magis»

La otra palabra c l a v e q u e nos a c o m p a ñ a a lo largo d e los Ejer-


c i c i o s es la p a l a b r a « m á s » (magis) . 19
Esta p a l a b r a v a m a r c a n d o ,
c o n su a p a r i c i ó n e n el texto d e los Ejercicios, un proceso progre-
sivo d e i d e n t i f i c a c i ó n c o n Cristo. S e p u e d e orar c o m o o r a c i ó n d e
p e t i c i ó n ; p e r o t a m b i é n d e « r e p e t i c i ó n » , pues nos a y u d a a repasar
y reposar lo q u e h e m o s estado r e c o r r i e n d o e n estos E j e r c i c i o s .

R e c o j o a c o n t i n u a c i ó n los m o m e n t o s d e E j e r c i c i o s - q u e son
los m á s i m p o r t a n t e s - e n q u e está presente esta p a l a b r a . S o n los s i -
guientes:

P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o : ( M a n i f e s t a m o s q u e q u e r e m o s vivir)
« s o l a m e n t e d e s e a n d o y e l i g i e n d o lo que más nos conduce p a r a el
fin q u e s o m o s c r i a d o s » [ 2 3 ] .

El texto del «Principio y Fundamento» como iniciación y síntesis


de la experiencia de todo el proceso de Ejercicios no concluye
con la actitud de indiferencia, sino que avanza hasta el «solamen-
te deseando y eligiendo lo que más nos conduce para el fin que
somos criados». Lo que más nos conduce a la alabanza del Dios
Absoluto y al servicio a su Reino será precisamente el querer y el
elegir la pobreza y la humillación con Cristo pobre y lleno de ul-
trajes. La tercera manera de humildad está contenida en esta últi-
ma conclusión del texto iniciático del «Principio y Fundamento».

M e d i t a c i ó n d e l R e i n o : (La respuesta a la l l a m a d a d e Jesús a


v i v i r c o m o Él y a trabajar c o n Él e n su c a u s a la d a n a q u é l l o s ) « q u e
más se querrán afectar y señalar en todo servicio» [98].

El ofrecimiento que hacen está doblemente condicionado: «a que


su divina majestad les quiera elegir y recibir», queda por tanto fue-
ra toda interpretación voluntarista, y al deseo de que esa situación,
hipotética todavía, «sea su mayor servicio y alabanza». Este ofreci-
miento y, por tanto, este deseo de seguimiento en identificación con
Cristo, estará presente en todas las contemplaciones que siguen.

19
Sobre los «hitos» de la dinámica del «magis» cf. el artículo de E. R O Y Ó N .
D e él tomo, literalmente, algunos comentarios acerca del significado del «magis»
como proceso progresivo de identificación con Cristo.

403
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

C o n t e m p l a c i o n e s s o b r e los m i s t e r i o s d e la v i d a d e Jesús: (La


c o n t i n u a p e t i c i ó n es) « c o n o c i m i e n t o i n t e r n o d e l S e ñ o r , para qu
más le ame y le siga» [104,109, 113, 130].

El «magis» califica los verbos que expresan el proceso de iden-


tificación: amar, seguir, imitar, servir. Del contacto con la per-
sona de Jesús en la contemplación nace el «afectarme» más por
su estilo concreto de vida. En esas contemplaciones, jalonadas
por el «más amarle y seguirle», el ejercitante experimenta el
atractivo por la persona de Jesús pobre y humilde y comienza a
vivenciar la pobreza y la humildad como valores que pueden
dar sentido y felicidad a su vida. Jesús empieza a considerarse
como un valor absoluto que despierta ilusión, «las otras cosas
sobre la haz de la tierra» adquieren un valor relativo y son ama-
das desde Jesús. Más aún, desde estas experiencias se van supe-
rando la repugnancia y la resistencia que se sienten hacia la po-
breza y la humillación. Nos encontramos en un proceso de
profunda liberación.

D o s B a n d e r a s : ( S e pide) «ser r e c i b i d o d e b a j o d e su b a n d e r a
(en p o b r e z a y h u m i l l a c i ó n ) por más en ellas le imitar» [147].

T e r c e r B i n a r i o : ( D e s c r i b e la a c t i t u d del a u t é n t i c o seguidor)
« D e m a n e r a q u e el deseo de mejor poder servir a Dios Nuestro
Señor le m u e v a a t o m a r la c o s a o a d e j a r l a » [ 1 5 5 ] .

T e r c e r a m a n e r a d e h u m i l d a d (o A m o r ) : « s i e n d o igual a l a b a n -
z a y g l o r i a d e su d i v i n a m a j e s t a d , por imitar y parescer más ac-
tualmente a Cristo Nuestro Señor, q u i e r o y elijo más pobreza con
Cristo pobre q u e riqueza, oprobios c o n Cristo lleno de ellos que
h o n o r e s , y desear más de ser estimado por vano y loco por Cris-
to q u e p r i m e r o f u e t e n i d o p o r tal q u e p o r sabio ni p r u d e n t e e n e s -
te mundo» [167].

R e g l a s p a r a d i s t r i b u i r l i m o s n a s : «es mejor y más seguro...


q u a n t o más se c e r c e n a r e y d i s m i n u y e r e y q u a n t o más se a c e r c a r e
a C r i s t o N u e s t r o S e ñ o r , d e c h a d o y regla nuestra» [ 3 4 4 ] .

La c u m b r e d e este r e c o r r i d o es la «tercera m a n e r a d e h u m i l -
d a d (o a m o r ) » , d o n d e , e n el c o l o q u i o , por tres v e c e s a p a r e c e la p a -
labra « m á s » .

P u e s b i e n , estas d o s c o s a s : el «estar a f e c t a d o » por Cristo y el


«más» (magis), son inseparables. S ó l o si estoy e n a m o r a d o d e Cris-

404
T R E S MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

to d i r é «magis»; y n u n c a se m e o c u r r i r á p r o n u n c i a r el «magis» si
n o estoy e n a m o r a d o d e Cristo.

El a m o r y la a m i s t a d son los q u e h a c e n c r e c e r a las personas,


dar lo m á x i m o y m e j o r d e sí m i s m a s , p o n e r s e d e p u n t i l l a s . . . a u n -
q u e sean bajitas. El a m o r y la a m i s t a d estiran d e u n o .

En la m e d i t a c i ó n del R e y Eternal, al hablar d e nuestra v o c a -


c i ó n , d i j i m o s q u e h a b í a m o s sido l l a m a d o s a realizar un « c o n m i g o »
y un « c o m o y o » . Jesús nos c o n v o c a b a a estar « c o n m i g o » y a traba-
jar « c o m o y o » . El « c o n m i g o » es c e r c a n í a , estar c o n É l , i n t i m i d a d
para c o n o c e r l e y establecer c o n Él una amistad c a d a v e z m á s h o n -
da. El « c o m o y o » es v i v i r la v i d a c o m o Él la v i v i ó , c o n los m i s m o s
valores, c o n la m i s m a c o n f l i c t i v i d a d . El « c o n m i g o » es el e n a m o r a -
m i e n t o (el «afectarse» por Cristo). El « c o m o y o » es el «magis».

Sin «conmigo» n o es p o s i b l e el « c o m o y o » . S i n e n a m o r a -
miento (afectación), no querremos -ni p o d r e m o s - vivir y luchar
c o m o Él lo h i z o . P o r q u e la ú n i c a razón q u e t e n e m o s - y q u e r e m o s
t e n e r - para abrazar su c a u s a y c o m p o r t a r n o s c o m o É l , a s u m i e n d o
el c o n f l i c t o , la p o b r e z a y la h u m i l l a c i ó n , es el a m o r : es p o r q u e le
queremos.

En la «tercera m a n e r a d e h u m i l d a d » c u l m i n a la d i n á m i c a del
afectarse por Cristo y d e l «magis». El p r i m e r o - e l estar e n a m o r a d o ,
la c e r c a n í a , el « c o n m i g o » - posibilita la r e a l i z a c i ó n del s e g u n d o
- v i v i r el « c o m o y o » - ; el s e g u n d o v e r i f i c a la a u t é n t i c a p r o f u n d i d a d
del p r i m e r o - d e l estar a f e c t a d o , e n a m o r a d o - . En la «tercera m a n e -
ra d e h u m i l d a d » o «tercer grado d e a m o r » , Cristo nos e m p i n a p a -
ra v i v i r « c o m o É l » .

2. La congénita desmesura del amor

En los Ejercicios a p a r e c e n , al m e n o s , tres formas d e d o l o r y d e


sufrimiento, c o m o ha h e c h o notar m u y b i e n S. A r z u b i a l d e : 2 0

a) « A p a r e c e u n a p r i m e r a f o r m a d e dolor, p e d i d o , d e s e a d o ,
instado ( " c r e s c i d o e intenso d o l o r y l á g r i m a s " ) q u e el e j e r c i t a n t e
p i d e por el s u f r i m i e n t o q u e infligimos a los d e m á s : a la h u m a n i -
d a d , al m u n d o , a D i o s ; s u f r i m i e n t o d e l q u e el C r u c i f i c a d o es ico-

2 0
En este apartado me inspiro -recogiendo incluso párrafos literales- en J .
A. G A R C Í A , o. c , particularmente en pp. 353-356.

405
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

n o : esta f o r m a d e d o l o r está presente e n la " p r i m e r a y tercera s e -


m a n a s " ( m e d i t a c i ó n d e los p e c a d o s y c o n t e m p l a c i ó n d e los m i s t e -
rios d e la P a s i ó n ) » ;

b) « a p a r e c e u n a s e g u n d a f o r m a d e d o l o r s u p l i c a d o y e l e g i d o
- e l q u e v a v i n c u l a d o a las " i n j u r i a s , v i t u p e r i o s , t r a b a j o s " d e la " s e -
g u n d a s e m a n a " ( c o n t e m p l a c i ó n d e los misterios d e la v i d a p ú b l i c a
d e Jesús) y al " d o l o r c o n Cristo d o l o r o s o " d e la " t e r c e r a " ( c o n t e m -
p l a c i ó n d e la Pasión)-. Es p e d i d o y e l e g i d o c o m o m e d i a c i ó n y v e -
h í c u l o d e una m a y o r c o m u n i ó n y c o n f i g u r a c i ó n c o n Cristo, d e u n
m a y o r a m o r a Él y s e g u i m i e n t o d e su c a u s a » ;

c) « a p a r e c e , f i n a l m e n t e , una tercera forma d e d o l o r q u e n o es


p e d i d o ni e l e g i d o , s i n o s i m p l e m e n t e s o b r e v e n i d o . N o s llega sin
q u e p o d a m o s h a c e r n a d a para q u e n o nos l l e g u e . S ó l o p o d e m o s o
a c e p t a r l o y tratar d e c o n v e r t i r l o e n " m e d i o d i v i n o " , o r e c h a z a r l o y
negar a D i o s e n é l » .

En los E j e r c i c i o s , I g n a c i o presenta tres m o d o s d e procesar es-


p i r i t u a l m e n t e estos tres tipos d e d o l o r para v i v i r l o s c r i s t i a n a m e n t e .
Éste es u n t e m a q u e ha tratado m u y b i e n J o s é A . G a r c í a . M e v o y a
limitar - a p o y á n d o m e e n las reflexiones d e é l - a d e c i r unas p a l a -
bras sobre el s e g u n d o t i p o d e d o l o r s u p l i c a d o . En otro m o m e n t o
- a l introducir la c o n t e m p l a c i ó n d e la Pasión-, d i r e m o s una palabra
sobre el « d o l o r s o b r e v e n i d o » .

« P e r o e n las formas d e d o l o r a l u d i d a s dos cosas d e b e n q u e d a r


c l a r a s : 1) se trata s i e m p r e d e u n d o l o r s u p l i c a d o , p e d i d o . D i c h o d e
otra m a n e r a : I g n a c i o nos sitúa a n t e u n a p o s i b i l i d a d r e v e l a d a , n o
natural, d e v i v i r el d o l o r ( v i v i r l o así es u n a g r a c i a ) ; 2) se trata d e u n
d o l o r p e d i d o s i e m p r e e n y d e s d e el s e n o d e u n a r e l a c i ó n . S ó l o
d e n t r o d e esta r e l a c i ó n c o n D i o s y Jesús es c o m o el d o l o r y el s u -
f r i m i e n t o p e d i d o s y e l e g i d o s t e n d r á n su o p o r t u n i d a d d e h a c e r n o s
m e j o r e s , d e afinar nuestra libertad y nuestra entrega al Señor, n u n -
c a fuera d e e l l a . En tal p e r s p e c t i v a q u e d a d e s c a r t a d o , a u n q u e n o
por e l l o y sin m á s o b v i a d o , c u a l q u i e r p r o c e s o manifiesto o c a m u -
f l a d o d e m a s o q u i s m o psico-espiritual».

« U n l ú c i d o y c r u d o r e a l i s m o atraviesa los E j e r c i c i o s . Éstos


nos p r o p o n e n seguir n o a u n C r i s t o i d e a l i z a d o , s i n o al h i s t ó r i c o ,
q u e f u e p o b r e , d e s e s t i m a d o y h u m i l l a d o . Y e n la m e d i t a c i ó n d e
B a n d e r a s y B i n a r i o s se le avisa al e j e r c i t a n t e d e la p o s i b i l i d a d d e

406
TRES MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

q u e , casi i m p e r c e p t i b l e m e n t e y sin d a r s e c u e n t a , p u e d a a b a n d o -
nar el s e g u i m i e n t o d e J e s ú s si n o i n c o r p o r a a d i c h o s e g u i m i e n t o
esa extraña s ú p l i c a d e i d e n t i f i c a c i ó n c o n Cristo p o b r e , h u m i l d e y
humillado» . 2 1

P e r o S a n I g n a c i o da u n p a s o m á s . Ese p r i m e r n i v e l d e d e s e o
de pobreza c o n Cristo pobre y de oprobios c o n Cristo lleno d e
e l l o s , n e c e s a r i o para n o a b a n d o n a r el s e g u i m i e n t o d e l S e ñ o r y su
c a u s a , q u e d a s o b r e p a s a d o « p o r otro d e s e o y otra e l e c c i ó n a b s o -
l u t a m e n t e i m p e n s a b l e s , d i s o n a n t e s , e n los q u e t o d a l ó g i c a r a c i o -
nal se q u i e b r a , e n los q u e el a m o r se a b r e a su p r o p i a y ú l t i m a l o -
c u r a : el d e s e o y la e l e c c i ó n d e u n d o l o r q u e se p i d e . . . por nada
y para nada. C o m o p u r o d e s e o d e i d e n t i f i c a c i ó n c o n C r i s t o , sin
n i n g u n a " f u n c i o n a l i d a d " m á s . Ése es el d o l o r s u p l i c a d o e n la ter-
c e r a m a n e r a d e h u m i l d a d (o a lo largo d e la " t e r c e r a s e m a n a " ) .
H a s t a a h o r a el d o l o r s u p l i c a d o , q u e c i e r t a m e n t e i n c l u í a el d a t o
d e la i d e n t i f i c a c i ó n c o n C r i s t o , t e n í a a l g o d e f u n c i o n a l . Era para
seguir a Jesús y n o a b a n d o n a r - p o r falta d e l u c i d e z ( B a n d e r a s ) o
d e i n d i f e r e n c i a ( B i n a r i o s ) - el s e g u i m i e n t o . A h o r a el d o l o r s u p l i -
c a d o se h a c e t o t a l m e n t e gratuito - y a n o es s ó l o para n o d e s v i a r -
se d e l s e g u i m i e n t o - , es u n d o l o r q u e se p i d e por p u r o a m o r d e
i d e n t i f i c a c i ó n c o n la P e r s o n a a m a d a . Por n a d a m á s ; sin n i n g ú n
añadido» 2 2
.

2 1
J . A . G A R C Í A , o. c , p. 3 5 3 : « D e s d e la primera página hasta la última,
Ignacio no está interesado en un seguimiento idealista de Jesús. Por eso, ya des-
de el principio de la "segunda s e m a n a " , en la escena del nacimiento, sobre el
N i ñ o se proyecta la cruz. Ya antes, c u a n d o Ignacio presenta la figura del Rey
eternal, t a m p o c o quiere engañarse a sí mismo ni engañar a nadie: su descrip-
ción del Rey que comienza c o n trazos de exaltación, termina presentándolo c o -
mo Siervo al que hay que seguir en las penas...». El autor continúa: « N o se tra-
ta, por tanto, del deseo de identificarnos c o n un Cristo cualquiera imaginado
por nuestro principio-placer, sino con el Cristo tal c o m o realmente existió. Si no
se pide esa identificación, si no se desea ese seguimiento -al que sin duda irán
aparejadas diversas formas de dolor y sufrimiento-, ya se encargará la insegu-
ridad natural de nuestro yo y sus "agujeros negros" de lanzarnos a la codicia de
riquezas, al v a n o honor del mundo y a la soberbia c o m o forma engañosa de
neutralizar ese miedo e inseguridad radicales (Banderas); ya se encargarán
nuestros afectos desordenados guiados por ese mismo principio-placer de i m -
posibilitar un seguimiento lúcido y fiel (Binarios). A precavernos de esas dos p o -
sibilidades apuntan ambas meditaciones. A neutralizarlas se dirigen sus respec-
tivas peticiones».
2 2
J . A. G A R C Í A , o. c , pp. 353-354.

407
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

S ó l o q u i e n a m a pura y p r o f u n d a m e n t e desea c o m p a r t i r los s u -


frimientos d e la persona a m a d a . Es u n a e x i g e n c i a q u e brota n e c e -
s a r i a m e n t e d e la naturaleza del m i s m o amor. El a m o r r e q u i e r e d e
m o d o i m p e r i o s o la total c o n f o r m i d a d , física y m o r a l , correr la m i s -
m a suerte y el m i s m o d e s t i n o d e la p e r s o n a a m a d a 2 3
. Hay una
d e s m e s u r a c o n g é n i t a e n el a m o r : el a m o r n o t i e n e n u n c a u n m o -
m e n t o ú l t i m o , s i e m p r e s u p o n e u n m o m e n t o posterior d e m a y o r
p l e n i t u d . C o m o d e c í a n e n la E d a d M e d i a c o n un frase q u e se
2 4

atribuía a S. A g u s t í n : «Ipse ibi m o d u s est sine m o d o a m a r e » («L


m e d i d a del a m o r es a m a r sin m e d i d a » ) .

¿Es esto u n a l o c u r a ? P u e d e p a r e c e r u n a l o c u r a y u n a n e c e -
d a d . Y sin e n a m o r a m i e n t o , lo es. Ya lo d e c í a S a n B e r n a r d o : «El q u e
a m a , a v e c e s , p a r e c e l o c o ; p e r o se lo p a r e c e al q u e n o a m a » .

En t o d o c a s o , h a y e n este d e s e o d e i d e n t i f i c a c i ó n la c o n v e r -
g e n c i a d e dos l o c u r a s ; p u e s , c o m o d i c e el P. K o l v e n b a c h , «la l o -
c u r a por Cristo está inspirada e n la locura d e D i o s , e n su H i j o , por
t o d o s los h o m b r e s » .
2 5

Por e s o d e c í a m o s q u e e s e d o l o r es s u p l i c a d o s i e m p r e dentro
d e u n a r e l a c i ó n ; y d e u n a r e l a c i ó n ¡nterpersonal a m o r o s a . P u e s el
sufrimiento, el d o l o r e n sí, s e p a r a d o d e Cristo, no t i e n e sentido.

En r e a l i d a d , c o m o afirma C a r l o s D o m í n g u e z , e n la «tercera
m a n e r a d e h u m i l d a d » u n o se d i s p o n e n o para elegir lo peor, sino
para elegir lo mejor. Es decir, «para escoger la p l e n i t u d q u e se p o -
n e d e m a n i f i e s t o e n el S e ñ o r J e s ú s : la d e la entrega total, la del
a m o r q u e se o f r e c e y q u e a c e p t a la p o s i b i l i d a d d e llegar a ser re-
c h a z a d o . E x p r e s a d o e n otros t é r m i n o s , n o se e l i g e la c r u z (en sí);
sino al S e ñ o r Jesús q u e e n su c a m i n o d e l i b e r a c i ó n d e los h o m b r e s
se v i o c o n d u c i d o a la c r u z , los o p r o b i o s y el fracaso d e su p r o y e c -
to m á s í n t i m o y r a d i c a l » .
2 6

2 3
Cf. S. A R Z U B I A L D E , o. c , p. 366, nota 44.
2 4
Cf. E. R O Y Ó N , o. c , p. 76.
2 5
Cf. P.H. K O L V E N B A C H , o. c. Este pensamiento es una constante en todo
su artículo.
2 6
C. D O M Í N G U E Z , «Las tres maneras...», o. c , pp. 300-303, particular-
mente p. 3 0 2 ; también en Psicodinámica..., o. c , pp. 196-197. Sobre el peligro
de un «elogio del sufrimiento», J . S O B R I N O , o. c , p. 316, escribe: «S. Ignacio no
tiene una espiritualidad del sufrimiento, sino del seguimiento. Es decir, no pro-

408
T R E S MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

Y a l e r t a n d o s o b r e el peligro d e h a c e r lecturas m a s o q u i s t a s
d e l « t e r c e r g r a d o d e h u m i l d a d » q u e se c e n t r e n e n u n a e x a l t a -
c i ó n d e l s u f r i m i e n t o , s u b r a y a q u e la « t e r c e r a m a n e r a d e h u m i l -
d a d » « e x p r e s a la n e c e s a r i a d i s p o s i c i ó n a f e c t i v a p a r a p o d e r o p t a r
por e l D i o s d e J e s ú s , es d e c i r , p o r e l D i o s a m o r q u e se e x p o n e y
se a b a j a hasta e l f i n a l . P o r q u e e n e s e a b a j a m i e n t o , al estar i m -
p u l s a d o p o r el a m o r y s ó l o p o r e s o , se e n c u e n t r a la p l e n i t u d d e
la v i d a . Ese ( a b a j a m i e n t o ) es e l lugar p r i v i l e g i a d o d o n d e D i o s se
r e v e l a y m a n i f i e s t a e n r a d i c a l i d a d : n o e n la o s t e n t a c i ó n d e p o -
der, s i n o , c o m o a m o r sin l í m i t e s , e n la o f r e n d a d e sí m i s m o . N o
se trata d e g l o r i f i c a r el d o l o r y e l s u f r i m i e n t o , la p o b r e z a y la h u -
m i l l a c i ó n . S e trata, m á s b i e n , d e estar c o n v e n c i d o d e q u e , si
existe a l g u n a fuerza e f i c a z e n el m u n d o para t r a n s f o r m a r l o e n
a l g o m e j o r , e n esa u t o p í a d e l R e i n o d e D i o s q u e p e r s e g u i m o s ,
esa ú n i c a f u e r z a es la d e l a m o r , la d e la e n t r e g a q u e es c a p a z d e

clama una mística de la cruz, c o m o si el sufrimiento d e Jesús tuviese q u e ser imi-


tado por ser sufrimiento. M á s bien, el sufrimiento es una consecuencia del segui-
miento. Jesús no asumió, en primer término, el sufrimiento para asumir d e este
modo la condición metafísicamente limitada del hombre; esto no le llevó a la
cruz. Jesús asumió una situación histórica conflictiva en la que el amor sucumbe
ante el poder opresor y por ello sufre y muere en la cruz. Si las tres maneras de
humildad son vistas en conexión c o n las dos banderas, entonces se comprende
que la "imitación de Cristo" no es la repetición de los rasgos de Jesús, sino el si-
tuarse de igual forma que Jesús, y de esta fórmula surge el sufrimiento, la pobre-
za, el oprobio y el ser tenido por loco; y en este sentido el seguimiento por su
misma dinámica situacional llevará a imitar muchos de los rasgos, de los riesgos
y de los peligros de Jesús».
También a este propósito escribe J . L E W I S , o. c , pp. 183-184: «El ejercitan-
te quiere y elige compartir la pobreza y los oprobios de Cristo a condición o a re-
serva d e que de ellos no se siga perjuicio alguno para el prójimo ni, por lo tanto,
detrimento d e la gloria de Dios que se realiza en el bien que se hace al prójimo.
D e esta reserva hecha por el texto se extrae una buena razón para adivinar que
el ejercicio d e los grados de humildad no preconiza una carrera ciega hacia las
humillaciones, aun cuando en él se "desea más ser estimado por vano y loco por
Cristo". Podrá uno incurrir en el sarcasmo o el desprecio de los demás, pero ha-
brá de hacerlo " n o dando ocasión alguna d e ello", c o m o dice S. Ignacio en otro
lugar. D e ningún modo se propone uno resultar ridículo; lo que desea es no tener
otra suerte que la del Maestro, q u e de hecho fue despreciado. Y todavía más: es-
to hay q u e hacerlo "mediante su divina gracia" (Exam. G e n . IV, 44). Esta huma-
nidad concuerda con la enseñanza del Evangelio. Jesús v e la hostilidad y la per-
secución asociadas al hecho de seguirle, c o m o ligadas a la condición cristiana. Es
normal q u e la fe y el seguimiento de Cristo desencadenen en otros oposición. Así
•° deja entender Jesús en su última Bienaventuranza (Mt 5, 11 s), y San Pablo ha-
bla de "escándalo" y de " n e c e d a d " (1 Cor 1 , 18-25)».

409
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

l l e g a r hasta e l f i n a l y n o la f u e r z a d e l n a r c i s i s m o , la s o b e r b i a o
la v i o l e n c i a » 2 7
.

3. Consideración «a ratos... toda la vida»

El e j e r c i c i o d e las m a n e r a s d e h u m i l d a d t i e n e el o b j e t i v o d e
asegurar la rectitud d e la e l e c c i ó n ; t i e n e un sentido estratégico. S i n
e m b a r g o , a los o j o s d e I g n a c i o , la t e r c e r a m a n e r a d e h u m i l d a d o
tercer g r a d o d e a m o r o f r e c e , a d e m á s , u n i d e a l v á l i d o para t o d a la
v i d a e i n c u l c a u n a d i s p o s i c i ó n q u e es p r e c i s o m a n t e n e r u n a v e z
h e c h a la e l e c c i ó n y t e r m i n a d o s los E j e r c i c i o s .
2 8

En su o p i n i ó n , n o se a d h i e r e u n o al «tercer grado d e h u m i l d a d »
d u r a n t e los Ejercicios para luego a b a n d o n a r l o y desistir d e la p e r f e c -
ta s e m e j a n z a c o n Cristo. Y esta actitud d e a s i m i l a c i ó n a Jesús, p o b r e ,
h u m i l d e y h u m i l l a d o , es el requisito indispensable d e t o d o seguidor
d e Jesús y, e s p e c i a l m e n t e , d e t o d o religioso y religiosa. I g n a c i o lo
postula para n o y a el jesuíta f o r m a d o , h e c h o y d e r e c h o , sino para el
c a n d i d a t o q u e p i d e ser a d m i t i d o e n la C o m p a ñ í a d e J e s ú s .
2 9

2 7
C. D O M Í N G U E Z «Las tres maneras...», o. c , p. 302; cf. también Psico-
dinámica..., o. c , pp. 197-199. Casi al final de su artículo, J . M . C A S T I L L O , o. c ,
p. 136, también afirma con rotundidad: «La tercera manera de humildad no es el
elogio del sufrimiento y la humillación, c o m o si eso fuera lo q u e más le gusta a
Dios. La tercera manera de humildad es el elogio de aquellas personas que son de
verdad sensibles a lo q u e fue sensible Jesús. Sólo desde ese punto d e vista tiene
sentido vivir y pasar por donde vivió y pasó Jesús».
2 8
J . L E W I S , o. c , pp. 184-185.
2 9
Recordemos el texto impresionante del Examen [101], que es la mejor
explanación de en qué consiste la tercera manera d e humildad: «...es mucho de
advertir (a los que se examinan, encareciendo y ponderándolo delante de nuestro
Criador y Señor) en cuánto grado ayuda y aprovecha en la vida espiritual aborre-
cer en todo y no en parte cuanto el mundo ama y abraza, y admitir y desear con
todas las fuerzas posibles cuanto Cristo nuestro Señor ha amado y abrazado. C o -
mo los mundanos que siguen al mundo aman y buscan con tanta diligencia h o -
nores, fama y estimación de mucho nombre en la tierra, c o m o el mundo les e n -
seña; así los que van en espíritu y siguen d e veras a Cristo nuestro Señor, aman y
desean intensamente todo lo contrario, es a saber, vestirse de la misma vestidura
y librea de su Señor por su debido amor y reverencia, tanto que donde a la su d i -
vina Majestad no le fuese ofensa alguna, ni al prójimo imputado a pecado, d e -
sean pasar injurias, falsos testimonios, afrentas y ser tenidos y estimados por locos
(no dando ellos ocasión alguna de ello) por desear parecer e imitar en alguna ma-
nera a nuestro Criador y Señor Jesucristo, vistiéndose d e su vestidura y librea,
pues la vistió él por nuestro mayor provecho espiritual, dándonos ejemplo, q u e
en todas cosas a nosotros posibles, mediante su divina gracia, le queramos imi-

410
T R E S MANERAS DE HUMILDAD (O AMOR)

Si q u e r e m o s ser a u t é n t i c o s c o m p a ñ e r o s y c o m p a ñ e r a s d e J e -
sús, n o p o d e m o s r e n u n c i a r a aspirar a este g r a d o d e amor. D e lo
c o n t r a r i o , nuestro s e g u i m i e n t o será d e intensidad «light», a la b a -
j a . Y si, e n el s e g u i m i e n t o , nos s i t u a m o s a la baja, a c a b a r e m o s s i -
g u i e n d o a Jesús, c o m o P e d r o , a una distancia c a l c u l a d a , d o n d e n o
l l e g a r á n , es v e r d a d , las b o f e t a d a s , las burlas o los insultos, p e r o
q u e t a m p o c o nos c o n d u c i r á al p i e d e la c r u z , q u e es a d o n d e se d i -
rige Jesús. H a b r e m o s a c a b a d o o n e g á n d o l o o d e j á n d o l o solo.

En la «tercera m a n e r a d e h u m i l d a d » (o d e a m o r ) , ya n o se e s -
tá e n la i n d i f e r e n c i a , « c o m o e n el fiel d e u n a b a l a n z a » [1 79] - c o -
m o o c u r r í a c o n la « s e g u n d a m a n e r a d e h u m i l d a d » - . S i n o q u e se
h a c e u n a p e t i c i ó n unilateral y a p a s i o n a d a : « Q u i e r o y e l i j o » . Esa
p a s i ó n afectiva por Jesús es necesaria para q u e nuestra v i d a n o sea
un c o n t i n u o p a c t o c o n la m e d i o c r i d a d . Si nos d e s a p a s i o n a m o s y
- e n c a p s u l a d o s e n el e s c e p t i c i s m o - r e n u n c i a m o s a la d e s m e s u r a
del amor, n o es q u e iremos a m e n o s , s i n o q u e u n d í a , q u i z á , d e s -
c u b r i r e m o s q u e el c o n f o r m i s m o nos ha situado fuera d e la órbita
d e Jesús.

Pero esa p e t i c i ó n a p a s i o n a d a n o es una d e c i s i ó n voluntarista:


se p i d e c o m o u n a g r a c i a . L o r e c a l c a I g n a c i o : ha d e ser el S e ñ o r
q u i e n ha d e t o m a r la iniciativa d e elegirnos e n esta «tercera m a y o r
y m e j o r h u m i l d a d » [ 1 5 9 ; cf. 1 4 7 ] ; vestirnos d e la « m i s m a v e s t i d u -
ra y librea» q u e Cristo por m á s le imitar sólo ha d e ser p o s i b l e
« m e d i a n t e su d i v i n a gracia» [Examen 101 ] .

Y d e b e m o s r e c o n o c e r - y n o perder n u n c a esa bendita m e m o -


ria- q u e las v e c e s q u e e n nuestra v i d a h e m o s s a b o r e a d o esa gracia
d e v i v i r nuestra p a s i ó n por Cristo, e n la forma d e un a m o r d e i d e n -
t i f i c a c i ó n c o n Jesús p o b r e y h u m i l l a d o , h e m o s s e n t i d o un g o z o y
u n a p a z h o n d a s , q u e se h a n d e s b o r d a d o h a c i a fuera d e nosotros
m i s m o s , p u e s nos h a n h a b i l i t a d o para u n a m i s e r i c o r d i a sin reser-
vas y u n a entrega g e n e r o s a a los d e m á s 3 0
, y para las q u e nuestro

tar y seguir, c o m o sea la vía que lleva los hombres a la vida. Por tanto sea inte-
rrogado si se halla en los tales deseos tanto saludables y fructíferos para la per-
fección de su ánima».
3 0
V. C O D I N A , o. c , en unas páginas sugerentes y de mucha fuerza, inten-
ta una actualización de las expresiones de Ignacio en torno al estilo peculiar de
servicio que pide a la Compañía y a todo jesuíta; «conforme a nuestra profesión de
humildad y bajeza» [Constituciones, 817]. Esta actualización, en nuestro contexto

411
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

y o - a s i m i l a d o a J e s ú s , d e q u i e n c o b r a b a f u e r z a s - ya n o era u n a re-
m o r a u o b s t á c u l o . Y t a m b i é n d e b e m o s sopesar q u e esos m i s m o s
s e n t i m i e n t o s los h e m o s p a l p a d o a nuestro a l r e d e d o r , c u a n d o e n
nuestra v i d a c o n s a g r a d a nos h e m o s e n c o n t r a d o - y n o h a n sido e x -
periencias escasas- c o n c o m p a ñ e r o s y c o m p a ñ e r a s q u e han p e d i -
d o y h a n v i v i d o esa g r a c i a ¡ d e n t i f i c a d o r a c o n el Cristo d e la «ter-
cera manera de h u m i l d a d » .

V i v i r esta g r a c i a n o p i d e n e c e s a r i a m e n t e gestos e s p e c t a c u l a -
res. El P. K o l v e n b a c h insiste e n q u e el a m o r « l o c o » - e l d e los « l o -
c o s por C r i s t o » - es p o s i b l e e n la v i d a religiosa c o t i d i a n a . En e l l a la
«discreta c a r i d a d » n o es un e q u i l i b r i o e n t r e a m o r y p r u d e n c i a , s i -
n o u n a luz d e s e n m a s c a r a d o r a d e lo q u e i m p i d e e s e a m o r , q u e es
s e r v i c i o « i n s e n s a t o » , i n s p i r a d o por el Espíritu para la m a y o r gloria
d e D i o s . N a d a e x c l u y e I g n a c i o d e esta «tercera m a n e r a d e h u m i l -
d a d » . M á s a ú n , sin esta l o c u r a , q u e l l e v a a tantos religiosos/as a
transformar el m u n d o día a día e n el espíritu d e las b i e n a v e n t u r a n -
zas, la v i d a religiosa n o sería fiel a su v o c a c i ó n y m i s i ó n

cultural y religioso, tan distinto al de Ignacio, si no queremos quedarnos en un «li-


teralismo arqueológico», significaría, por ejemplo, pasar: 1) de la pobreza a la o p -
ción por los pobres; 2) de la humillación a la solidaridad con los humillados; 3) del
servicio a los prójimos a la diakonía d e la fe y la justicia; 4) del abajarse a bajar al
encuentro con Dios (en los hermanos pobres de este mundo); 5) de la ayuda a los
prójimos a la colaboración con los laicos y al diálogo ecuménico; 6) del enseñar
catecismo a niños y rudos a ser evangelizados por los sencillos y pequeños; 7) de
la renuncia a las dignidades eclesiásticas al profetismo en la Iglesia; 8) de la gra-
tuidad de los ministerios a una actitud contracultural frente al mundo del mercado;
9) de vestir la librea d e Cristo a estar con los crucificados de la historia.
Sin negar las amplias perspectivas q u e abren todas estas líneas para el a u -
téntico seguimiento de Jesús pobre y humillado en nuestro mundo, me parece de
mucho peso la reflexión que hace José A. G A R C Í A , o. c , p. 356: «Es un cortocir-
cuito malo, a mi modo de ver, acortar el camino que va del dolor con Cristo d o -
loroso al dolor con el mundo dolorido, pasando como sobre ascuas por el prime-
ro. Ignacio espera q u e , a un máximo d e dolor c o n Cristo doloroso, se siga un
máximo d e dolor y de implicación c o n el dolor del mundo y sospecha que si se
cortocircuita este proceso o si uno lo salta demasiado rápidamente, la entrega al
dolor del mundo va a perder en hondura, perseverancia y calidad... N o debería-
mos pasar demasiado aprisa por el dolor con Cristo "por nada" para aterrizar cuan-
to antes en el dolor del mundo. Ese detenimiento primero preparará al sujeto para
amar al mundo hasta el extremo, hasta entregar la vida por él, como Jesús».
3 1
P. H . K O L V E N B A C H , o. c , pp. 130-131: «¿Hay q u e extrañarse también
de que, d e manera particular, en la vida religiosa no puedan faltar tensiones y
conflictos dolorosos? Y no porque sean buscados por sí mismos, sino más bien
porque ¿cómo testimoniar, según lo sugiere el Vaticano II, " q u e el mundo no pue-

412
T R E S MANERAS P E HUMILDAD (O AMOR)

C o n s i d e r e m o s , p o r t a n t o , c ó m o a n d a m o s respecto a este «ter-


c e r g r a d o d e a m o r » . « C o n s i d e r a r » significa para I g n a c i o « p o n d e r a r
a f e c t i v a m e n t e , m i r a r c o n el c o r a z ó n » 3 1
.

P o n d e r e m o s a f e c t i v a m e n t e c ó m o está nuestro d e s e o d e i d e n -
t i f i c a c i ó n c o n C r i s t o ; p a r a p e d i r la g r a c i a d e q u e se m a n t e n g a
s i e m p r e v i g o r o s o o p a r a , c o n h u m i l d a d , d e c i r l e al S e ñ o r q u e q u i e -
ra r e g a l á r n o s l o d e n u e v o .

Esta « c o n s i d e r a c i ó n » es a ratos, sí, p e r o d u r a t o d a la v i d a .

de ser transformado y ofrecido a Dios sin el espíritu de las Bienaventuranzas" ( L G ,


31), sin entrar en conflicto c o n las culturas y las civilizaciones actuales q u e se
creen la sabiduría d e nuestro tiempo?
Si por esta prudencia d e humana sabiduría la vida religiosa deja de denun-
ciar "locamente", en nombre de quien primero fue tenido por loco, lo desfigura-
do del mundo de nuestro tiempo, y de comprometerse existencialmente en trans-
figurarlo por el misterio pascual c o n fuerza y con ardor, sin duda la vida religiosa
no es fiel a su vocación y a su misión de ser locura e insensatez por Cristo. Así la
vida religiosa privaría al pueblo d e Dios de la visibilidad de un amor a Dios y al
prójimo que tantos cristianos viven c o m o verdaderos locos por Cristo en la oscu-
ridad de la vida cotidiana.
Así, pues, en una gran diversidad de ocasiones y misiones, locas y locos por
Cristo participan en la manifestación del amor loco d e Dios, del que la tradición
oriental ha dicho q u e "tal vez, sólo este anonadamiento incomprensible de una
persona divina en la cruz puede convencer al hombre del amor loco que Dios le
tiene"».
i1
S. A R Z U B I A L D E , o. c , p. 426.

413
27
LA COMUNIDAD DE LOS CONVOCADOS

S é - p o r q u e no soy i n g e n u o - q u e v o y a p r o p o n e r una utopía


a n i m a n t e . « U t o p í a s animantes» son recuerdos desde el futuro, d e s -
d e ese horizonte del futuro critican nuestro presente, pero nos esti-
m u l a n a dar pasos. P o r q u e aquí, e n lo c o m u n i t a r i o , t a m b i é n somos
«bajitos», pero t a m b i é n tendríamos q u e ser « e m p i n a d o s » . En el t e -
rreno c o m u n i t a r i o t a m b i é n el «Señor d e los con-vocados» - p o r q u e
la c o m u n i d a d es c o n v o c a c i ó n - nos tiene q u e «tirar hacia arriba».

Estos trazos q u e v o y a presentar sé q u e v a n dirigidos a c o m u -


nidades «en tanta d i v e r s i d a d » : unos p e r t e n e c e m o s a c o m u n i d a d e s
d e f o r m a c i ó n ; otros, a c o m u n i d a d e s d e i n s e r c i ó n ; u n o s , a c o m u n i -
dades grandes; otros, a p e q u e ñ a s . . . A pesar d e ser «en tanta d i v e r -
sidad», esos trazos hay q u e a c o m o d a r l o s . Y a c o m o d a r l o s n o signi-
fica perderlos.

Los tomo n o e x c l u s i v a m e n t e , pero sí f u n d a m e n t a l m e n t e - y


q u i e r o d e c i r l o - , d e J o s é A . G a r c í a , q u e es d e los q u e más vueltas le
ha d a d o a lo q u e significa la c o m u n i d a d a p o s t ó l i c a S o n trazos
q u e h e m o s o í d o m u c h a s v e c e s , pero c o n v i e n e recordarlos.

1
J . A. G A R C Í A , Hogar y taller. Seguimiento de Jesús y comunidad religio-
sa, Sal Terrae, Santander 1985. Véanse de este libro, principalmente, los capítulos
« U n cuerpo para la misión. ¿ Q u é comunidad?», pp. 11-24, y «El discernimiento
comunitario apostólico: fundamentación y práctica», pp. 153-166; y, finalmente,
«Carismas de una comunidad en marcha», pp. 186-191.

415
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

I. M i s i ó n y K o i n o n í a

H a y tres m o m e n t o s fuertes d e la v i d a religiosa q u e están b i e n


narrados e n el e v a n g e l i o d e S a n M a r c o s , e n a q u e l pasaje e n el q u e
nos d e t u v i m o s al d e s c r i b i r nuestra l l a m a d a c o m o u n a l l a m a d a l i -
bre, s e d u c t o r a , a m i g a (o c o m p a ñ e r a ) , m i s i o n e r a , s o ñ a d o r a . A l l í
m i s m o se nos d i c e q u e esa l l a m a d a es t a m b i é n g r u p a l o c o m u n i -
taria. « A l subir al m o n t e , l l a m ó a los q u e Él quiso y v i n i e r o n d o n -
d e É l . D e s i g n ó a d o c e para q u e f u e r a n sus c o m p a ñ e r o s y para e n -
viarlos a predicar c o n poder d e expulsar d e m o n i o s » ( M e 3, 13-15).

Esos tres m o m e n t o s fuertes s o n :

1. El l l a m a m i e n t o . El S e ñ o r l l a m a personal e intransferible-
m e n t e a c a d a u n o . La i n i c i a t i v a es suya y lo sigue s i e n d o .
Él es el S e ñ o r d e los l l a m a d o s .

2. La c o m u n i d a d c o n Jesús. El S e ñ o r l l a m a a estar c o n É l ; p e -
ro, a u n q u e la l l a m a d a es p e r s o n a l e intransferible, l l a m a
e n g r u p o . N o sólo « v o c a » , s i n o q u e « c o n - v o c a » . Es el S e -
ñ o r d e la c o m u n i d a d : d e los c o n - l l a m a d o s .

3. La m i s i ó n . El o b j e t i v o ú l t i m o d e la l l a m a d a y del estar c o n
Jesús es el R e i n o d e D i o s . Él nos l l a m a d e s d e la historia y
el m u n d o d e los h o m b r e s ; nos «pro-voca» d e s d e e l l o s
( « p r o - v o c a r » significa l l a m a r h a c i a a d e l a n t e ) , para q u e le
a y u d e m o s a construir a h í el R e i n o . Él es el S e ñ o r d e los
pro-vocados.

El S e ñ o r v o c a , c o n v o c a y p r o v o c a . Y los tres e l e m e n t o s son


necesarios.

7. Una comunidad «para», «por», «en» la misión

P e r o la m i s i ó n es c e n t r a l e n nuestra v i d a r e l i g i o s a y c o m u -
n i t a r i a . Y p a r a a f i n c a r su c e n t r a l i d a d , se h a n u t i l i z a d o tres pre-

Del mismo autor, véase también En el mundo desde Dios. Vida religiosa y
resistencia cultural, Sal Terrae, Santander 1989, pp. 169-223; especialmente, el
capítulo «La comunidad apostólica. Experiencias fundantes», pp. 169-181.
Tengo en cuenta también en estas páginas la «plática» de Florencio Segura
sobre la c o m u n i d a d e n : Ocho días de Ejercicios. Según el método de San Igna-
cio de Loyola, Sal Terrae, Santander 1992.

416
L A COMUNIDAD DE LOS CONVOCADOS

p o s i c i o n e s : p a r a , p o r y e n . A s í , se p u e d e d e c i r q u e s o m o s u n a
c o m u n i d a d p a r a la m i s i ó n ; u n a c o m u n i d a d p o r la m i s i ó n ; u n a
c o m u n i d a d e n la m i s i ó n . ¿ Q u é s i g n i f i c a n e s e p a r a , e s e p o r y e s e
e n la m i s i ó n ?

S o m o s c o m u n i d a d p a r a la m i s i ó n . Y c u a l q u i e r f o r m a d e s e -
g u i m i e n t o d e Jesús (y la v i d a religiosa es « s e g u i m i e n t o r a d i c a l » )
d e b e orientarse h a c i a el R e i n o d e D i o s . Ése f u e el h o r i z o n t e tota-
l i z a d o r d e J e s ú s ; e n f u n c i ó n d e l c u a l , Jesús se des-centra, n o s ó l o
d e sí m i s m o , s i n o d e t o d o o b j e t i v o ú l t i m o f a m i l i a r o g r u p a l . Ése es
el h o r i z o n t e d e t o d o s sus seguidores. Fuera d e é l , al m a r g e n d e é l ,
n o hay s e g u i m i e n t o d e J e s ú s . La c o m u n i d a d religiosa existe p a r a
la m i s i ó n .

P e r o s i m u l t á n e a m e n t e se p u e d e d e c i r q u e la c o m u n i d a d r e -
ligiosa es p o r la m i s i ó n . P o r q u e n o es p r i m e r o la c o n s t i t u c i ó n d e
la c o m u n i d a d y l u e g o s o b r e v i e n e la m i s i ó n ; s i n o q u e la c o m u n i -
d a d es c o n f i g u r a d a h a c i a d e n t r o d e sí m i s m a por el m i s m o S e ñ o r
q u e la c o n g r e g a d e s d e las u r g e n c i a s del R e i n o . N o sólo la c o m u -
n i d a d es para la m i s i ó n , s i n o t a m b i é n es p o r la m i s i ó n ( d á n d o l e
p e s o c a u s a l a la p r e p o s i c i ó n ) : la m i s i ó n es la c a u s a , el sujeto
a g e n t e d e la c o m u n i d a d .

Y, por f i n , para mostrar esta c e n t r a l i d a d d e la m i s i ó n e n la v i -


da religiosa, el P. K o l v e n b a c h , general d e la C o m p a ñ í a d e Jesús, ha
utilizado n o el por o el para, sino el e n . D i c e así, e n la c o n f e r e n c i a
a los superiores d e Francia e n 1 9 8 8 :

« D e igual manera que en el contemplativo en la acción, en que


la unión con Dios no se sitúa en un tiempo anterior a la acción
ni nunca fuera de ella, sino que en el contemplativo en la acción
la contemplación se realiza en la acción y a través de ella, del
mismo modo la convivencia comunitaria no precede a la mi-
sión, como una especie de preparación psicológica, y menos
aún se sitúa fuera de ella, sino que en la misión misma y a tra-
vés de ella se realiza la comunidad (ignaciana).

Lo que se pide desde luego no es favorecer una intensa vida


comunitaria, para obtener a modo de consecuencia o de fruto
una misión fructuosa; es en el interior mismo de la misión don-
de la vida comunitaria está y debe ser vivida. Y de igual mane-
ra que la unión con Dios en la acción supone tiempos fuertes
de oración, también los tiempos fuertes de encuentros frater-

417
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

nales son indispensables para vivir el ideal de una "communi-


tas ad missionem"» . 2

Pero para mostrar la c e n t r a l i d a d d e la m i s i ó n e n la c o m u n i d a d


religiosa t a m p o c o son i m p r e s c i n d i b l e s las p r e p o s i c i o n e s . Porque,
c o m o se afirma c o n r o t u n d i d a d hoy, la c o m u n i d a d religiosa, p r i n -
c i p a l m e n t e c o m o signo d e v i d a fraternal a n t e el m u n d o , es e n sí
misma m i s i ó n . 3

2. Pero también es comunión

S e trata, por lo tanto, d e q u e la c o m u n i d a d esté transida d e


m i s i ó n y, por otra parte, d e q u e la c o m u n i ó n f l o r e z c a en la m i s i ó n .
S o m o s , c o m o c o m u n i d a d , m i s i ó n y c o m u n i ó n . O mejor, m i s i ó n e n
la c o m u n i ó n y c o m u n i ó n e n la m i s i ó n .

II. ¿ Q u é significa c o m u n i ó n ?

¿ Q u é significa « c o m u n i ó n » ? ¿ Q u é q u i e r e d e c i r el P. K o l v e n -
b a c h al afirmar q u e esa c o m u n i d a d en la m i s i ó n necesita t i e m p o s
fuertes de encuentros fraternales? 4

H e e s c o g i d o , para e x p l i c a r l o , un e s q u e m a c o n s t r u i d o en tor-
no a palabras q u e l l e v a n la p r e p o s i c i ó n « c o n » . P u e d e resultar a r t i -
ficioso; p e r o lo he h e c h o a d r e d e para q u e nos r e s u e n e esa « u n i ó n

2
P. KOLVENBACH, Conferencia a los superiores de Francia, 6-IV-1988.
Tomo la cita de ] . A. G A R C Í A , En el mundo desde Dios, o. c , p. 178.
3
Es una afirmación repetida por J U A N P A B L O II, Vita consecrata. Exhor-
tación apostólica postsinodal sobre la vida consagrada, 1996, nn. 25.45.72.73...:
«La vida de c o m u n i ó n será un signo para el mundo y una fuerza atractiva que
c o n d u c e a creer en Cristo ... D e este modo, la comunión se abre a la misión, ha-
ciéndose ella misma misión. M á s aún, la comunión genera comunión y se confi-
gura esencialmente c o m o comunión misionera» (n° 46); en esta misma idea se in-
siste e n : Caminar desde Cristo. Instrucción de la Congregación para los institutos
de vida consagrada y las sociedades de vida apostólica, publicada c i n c o años
después de la aparición de Vita consecrata: nn. 28-29. 33-34...: «La misma vida
consagrada, bajo la acción del Espíritu, se hace misión. Los consagrados, c u a n -
do se dejan conformar a Cristo, más lo hacen presente y operante en la historia
para la salvación de los hombres» (n° 9).
4
También el P. Arrupe decía que la comunidad es para la misión; pero
que, para serlo, la c o m u n i d a d «es algo más que un grupo-con-ventajas para la
misión». Tomo la cita de J . A. G A R C Í A , Hogar y taller, o. c , p. 13.

418
L A COMUNIDAD DE LOS CONVOCADOS

d e á n i m o s » , esa « c o m u n i ó n » , e n t o d o lo q u e d i g a m o s q u e ha d e
ser la c o m u n i d a d . P u e s , c o m o p i d e la e x h o r t a c i ó n a p o s t ó l i c a Vita
consecrata a los religiosos, éstos d e b e n ser «expertos e n c o m u -
nión» . 5

/. Convivencia

C o n t e n t a r s e c o n una c o e x i s t e n c i a p a c í f i c a es frenar t o d o p r o -
greso e n la v i d a c o m u n i t a r i a . H a y q u e adentrarse e n la c o n v i v e n -
c i a . Y esta c o n v i v e n c i a se c o n s t r u y e c o n gestos s e n c i l l o s .

A u n q u e la v i d a c o m u n i t a r i a e m a n a d e g r a n d e s i n s p i r a c i o n e s
(cf. Fil 2 , 1 -4; C o l 3, 12-16; R o m 1 2 , 9-13), d e p e n d e e n su c o t i d i a -
n i d a d d e gestos h u m i l d e s y c o n c r e t o s , q u e c o n v i e r t a n a la c o m u -
n i d a d e n el lugar h u m a n o del e n c u e n t r o y la fiesta. P o r q u e esta-
m o s s o m e t i d o s todos a un ritmo d e trabajo agotador. En el trabajo
a c t u a m o s casi s i e m p r e c o m o profesionales, c o m o gestores: o esta-
m o s ya j u b i l a d o s y pesa m á s e n nosotros el peso d e la s o l e d a d . T o -
dos n e c e s i t a m o s a f e c t o ; n o s o m o s simples c o m p a ñ e r o s d e traba-
6

j o , m e r o s c a m a r a d a s . N e c e s i t a m o s un lugar d o n d e a n d a r con
z a p a t i l l a s ; un lugar d e « a m i g o s e n el S e ñ o r » , q u e t a m b i é n a n d e n
e n z a p a t i l l a s . N e c e s i t a m o s e s p a c i o s gratuitos d e e n c u e n t r o , d i s -
tensión y fiesta; q u e v a y a n contra la s e q u e d a d afectiva, y el a g o t a -
m i e n t o , la s o l e d a d . D e lo c o n t r a r i o , b u s c a r e m o s fuera lo q u e n o
e n c o n t r a m o s dentro.

Para q u e la c o m u n i d a d sea ese lugar del e n c u e n t r o se n e c e s i -


ta q u e haya e n ella:

- Presencia: A u n q u e p a r e z c a una perogrullada, lo p r i m e r o


q u e se necesita para hacer c o m u n i d a d es q u e sus miembros
estén presentes. P o r q u e a la c o m u n i d a d hay q u e d e d i c a r l e
t i e m p o ; una c o m u n i d a d no se construye sola. H a y q u e « h a -
cer» c o m u n i d a d y « r e h a c e r l a » c o n t i n u a m e n t e . Y tal v e z
u n o d e los mayores peligros c o n q u e c u e n t e hoy una co-

5
Vita Consecrata, o. c , n° 4 6 : «A la vida consagrada se le asigna un pa-
pel importante a la luz de la doctrina sobre la Iglesia-comunión, propuesta c o n
tanto énfasis por el Concilio Vaticano II. Se pide a las personas consagradas que
sean verdaderamente expertas en comunión, y que vivan su respectiva espiritua-
lidad, c o m o testigos y artífices de aquel proyecto de comunión que constituye la
cima de la historia del hombre según Dios».
6
Tomo ideas y párrafos literales de J . A. G A R C Í A , Hogar y taller, o. c , p. 20.

419
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

m u n i d a d para forjarse es el e x c e s o d e trabajo. Trabajamos


tanto q u e n o nos q u e d a t i e m p o para convivir. Llegamos tan
c a n s a d o s a la c o m u n i d a d q u e a p e n a s si t e n e m o s fuerza p a -
ra d e d i c a r l e a t e n c i ó n e interés. A v e c e s , c o n v e r t i m o s a la
c o m u n i d a d e n una e s p e c i e d e balneario, d o n d e todos a c u -
d i m o s ú n i c a m e n t e para descansar y lo ú n i c o q u e m u c h a s
v e c e s p o n e m o s e n c o m ú n es la televisión.
O t r o peligro q u e frena la d i n á m i c a c o m u n i t a r i a es el « e n -
s i m i s m a m i e n t o » : hay p e r s o n a s , a v e c e s j u b i l a d a s , q u e v i -
v e n e n c a p s u l a d a s e n sus propios p r o b l e m a s , d e salud o d e
c u a l q u i e r otro g é n e r o , para las q u e , m á s allá d e su p e q u e -
ñ o territorio a u t o b i o g r á f i c o , n o existe n a d a q u e despierte
interés. En el c a s o d e q u e s e a n j u b i l a d a s , h a c e n d e este
m o d o m u y p o c o h o n o r a su «status», q u e v i e n e d e « j ú b i -
lo» y q u e d e n o t a n o sólo una «libertad d e » cargas y traba-
j o s , sino u n a «libertad para» servir al S e ñ o r d e m a n e r a d i s -
tinta a c o m o se v e n í a h a c i e n d o c u a n d o se t e n í a n m e n o s
a ñ o s : su l i b e r a c i ó n d e personas j u b i l a d a s d e b e r í a notarse
m á s g o z o s a m e n t e e n la c o m u n i d a d .
Hay, pues, m o d o s d e estar q u e son « p r e s e n c i a s ausentes»
(un estar sin estar).

- Transparencia: N o basta la m e r a p r e s e n c i a para q u e haya


c o n v i v e n c i a . La c o m u n i d a d necesita p r e s e n c i a s , sí, p e r o
transparentes, a u t é n t i c a s . Si c a d a u n o se e s c o n d e detrás
d e su m á s c a r a por m i e d o a ser j u z g a d o por los d e m á s ; si
c a d a u n o e n el f o n d o está b u s c a n d o e n los otros u n c o r o
d e aplausos, y si no hay s i n c e r i d a d , n o es p o s i b l e crear c o -
munidad . 7

7
Sobre la «presencia» y la «transparencia» cf. la plática de F. S E G U R A , o.
c. El autor añade: «Si no hay sinceridad y expresión de lo que uno es y de lo que
uno teme y espera, entonces la comunidad se convierte en un gran baile de car-
naval en el que todos se ocultan detrás de su careta. Y ojalá que sólo sea una mas-
carada, porque hay comunidades que parecen un desfile de gigantes y c a b e z u -
dos: unos quieren ser bien vistos, quieren aparecer grandes y c o m o no pueden
añadir un c o d o a su estatura se meten dentro de esa apariencia corpulenta de los
gigantes de feria de los que decía Q u e v e d o :
¿Miras ese gigante corpulento
que con grandeza y gravedad camina?
Pues por de dentro es trapos y fajina
y un ganapán le sirve de cimiento.

420
L A COMUNIDAD DE LOS CONVOCADOS

A l h a b l a r d e la t r a n s p a r e n c i a , d e b e r í a m o s r e c o r d a r la r e -
gla 13 del d i s c e r n i m i e n t o d e espíritus d e la « p r i m e r a s e -
m a n a » d e E j e r c i c i o s [ 3 2 6 ] . En e l l a S a n I g n a c i o nos d i c e :
«El mal espíritu es a m i g o del secreto, d e la o p a c i d a d , d e la
no transparencia. S e comporta c o m o " v a n o e n a m o r a d o " ,
e n q u e r e r ser secreto y n o d e s c u b i e r t o . Ese m a l espíritu n o
q u i e r e ser d e s c u b i e r t o a un " b u e n c o n f e s o r " o a "otra per-
sona e s p i r i t u a l " » . Y t e n d r í a m o s q u e p r e g u n t a r n o s si m u -
c h a s crisis - e incluso a b a n d o n o s d e nuestras c o n g r e g a c i o -
n e s - n o se h a b r í a n e v i t a d o si e n la c o m u n i d a d h u b i e r a
h a b i d o un c l i m a f a v o r e c e d o r d e la transparencia q u e per-
mitiera el d e s a h o g o y la b ú s q u e d a d e c o n s e j o .

2. Convocación

La c o m u n i d a d es el lugar d e la plegaria personal y c o m u n i t a -


ria a n t e el Señor. Él es el S e ñ o r d e los c o n - v o c a d o s .

Esta c o n - v o c a c i ó n d e b e generar a f e c t o s y e f e c t o s entre n o s o -


tros. H a y q u e orar, gozar, c e l e b r a r (desde la fe), agradecer, afianzar
la c o n - v o c a c i ó n . P u e s , por la c o n v o c a c i ó n , y «a través d e las m u -
c h a s formas d e presencia y prestación m u t u a s » , nos h a c e m o s « m e -
d i a d o r e s , unos d e otros, d e la p r e s e n c i a del S e ñ o r » . 8

En c o m u n i d a d t e n e m o s q u e exteriorizar la alegría p r o f u n d a
- y c r e o q u e lo h a c e m o s p o c o - y el a g r a d e c i m i e n t o por haber sido
c o n - v o c a d o s . Lo h e m o s sido por un S e ñ o r q u e nos ha l l a m a d o -a
m í y a o t r o s - a estar c o n Él y a ser e n v i a d o s . Y t e n e m o s q u e d e c i r -
nos - y c e l e b r a r l o - : t a m b i é n el otro o la otra es, c o m o y o , un p e c a -
dor/a y, sin e m b a r g o , llamado/a c o m o y o .

Las e x p e r i e n c i a s q u e n o se e x p r e s a n t i e n d e n a morir. Por lo


tanto, la c o m u n i d a d t i e n e q u e ser, d e s d e luego, el lugar e n q u e se

Así también en nuestras comunidades hay pobres ganapanes que se enca-


raman en gigantes y desde su falsa altura van despreciando y juzgando a los d e -
más. Pero también hay enanos cabezudos. Son los que no pueden empinarse, los
que no pueden aparecer, y llenos de malhumor van repartiendo zurriagazos entre
todos. Enanos cabezones c o n las cabezas hinchadas por las comparaciones c o n
otros, por los juicios temerarios, por los celos mal disimulados. Enanos c a b e z u -
dos con mucha cabeza y p o c o corazón».
8
Congregación General de la Compañía de Jesús 34, d. 8 sobre la casti-
dad, n. 2 1 .

421
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

faciliten los t i e m p o s d e s i l e n c i o p r o f u n d o p e r s o n a l , c a r a a cara c o n


D i o s , e n « s o l e d a d s o n o r a » - n o se e x c l u y e la o r a c i ó n p e r s o n a l ; se
e x i g e - ; p u e s sólo u n a d e v o c i ó n personal profunda al S e ñ o r - e l ser
« a m i g o del S e ñ o r » - hará p o s i b l e una c o m u n i d a d d e « a m i g o s en el
S e ñ o r » ; p e r o d e b e ser t a m b i é n el lugar d e la plegaria c o m p a r t i d a ,
d o n d e se ora y se c e l e b r a la c o n v o c a c i ó n . Para q u e el v i v i r j u n t o s
n o sea u n a s i m p l e e x p e r i e n c i a s o c i o l ó g i c a o p s i c o l ó g i c a , sino u n a
h o n d a e x p e r i e n c i a t e o l o g a l , e n la q u e nos c a l e q u e El es el S e ñ o r
d e los c o n - v o c a d o s .

T a m b i é n a q u í , e n la c o m u n i d a d c o m o lugar d e la c o n - v o c a -
c i ó n , c a b e n los gestos s e n c i l l o s : atreverse c o n s i n c e r i d a d a inter-
c a m b i a r o p i n i o n e s sobre v i v e n c i a s espirituales, c o m p a r t i r nuestras
e x p e r i e n c i a s h o n d a s d e la v i d a y nuestros fracasos y, p r i n c i p a l -
m e n t e , s o b r e nuestras r a z o n e s d e v i v i r c o m o c o m p a ñ e r o s y c o m -
p a ñ e r a s d e Jesús e n lo c o n c r e t o d e nuestra m i s i ó n .

Pero hay u n m o m e n t o e s p e c i a l para c e l e b r a r la c o n v o c a c i ó n :


es la Eucaristía, q u e es h a c e d o r a d e c o m u n i d a d . P u e s la c e l e b r a -
c i ó n c o m u n i t a r i a n o es el c e n t r o d e la v i d a apostólica sólo para c a -
da u n o d e nosotros; s i n o q u e la c e l e b r a c i ó n c o m u n i t a r i a t e s t i m o -
nia q u e la Eucaristía es el centro d e la v i d a c o m u n i t a r i a . Lo q u e se 9

afirma a c e r c a d e la Iglesia (la Eucaristía h a c e la Iglesia, la Iglesia


h a c e la Eucaristía), es t a m b i é n v e r d a d a c e r c a d e la v i d a c o m u n i t a -
ria. S i n pretender sugerir q u e la c e l e b r a c i ó n d e la Eucaristía sea la
s o l u c i ó n d e t o d o s los p r o b l e m a s c o m u n i t a r i o s , p u e d e d e c i r s e , sin
e m b a r g o , q u e la c a l i d a d d e nuestras c e l e b r a c i o n e s eucarísticas
manifiesta e n cierto m o d o nuestro d e s e o a u t é n t i c o d e v i v i r la koi-
nonía, esa «estrecha p a r t i c i p a c i ó n d e v i d a y bienes» al s e r v i c i o d e
la m i s i ó n d e Cristo.

3. Concordancia y compasión

La c o m u n i d a d d e b e ser el lugar d o n d e se p r o n u n c i e n las p a -


labras o se r e a l i c e n los gestos q u e t o d o s n e c e s i t a m o s oír o e x p e r i -
mentar: u n a p a l a b r a d e á n i m o o c o m p r e n s i ó n , u n a sonrisa a c o g e -
d o r a , la p é r d i d a a c e p t a d a d e u n p o c o d e t i e m p o para e s c u c h a r lo

9
La Eucaristía ocupa el centro de la vida consagrada, personal y c o m u n i -
taria, cf. Vita consecrata, o. c , n° 9 5 . También está resaltado en Caminar desde
Cristo, o. c , n° 26.

422
L A COMUNIDAD DE LOS CONVOCADOS

q u e el otro q u i e r e d e c i r n o s . . . Es, pues, la c o m u n i d a d el lugar d e la


con-cordancia.

« C o n c o r d a n c i a » suena a a c e r c a m i e n t o d e c o r a z o n e s : es el s i -
tio d o n d e mi c o r a z ó n p u e d a v i v i r c o n otros c o r a z o n e s . « C o n c o r -
d a n c i a » suena t a m b i é n a c o m - p a s i ó n : es el lugar d o n d e se p u e d e
a c o m p a ñ a r al otro e n sus penas y e n sus gozos, d o n d e se c o m p a r t e
su «pathos»; y especialmente el lugar d o n d e tiene c a b i d a el p e r d ó n .

H a y frases q u e no p u e d o d e c i r m e a m í m i s m o y d e b o c o n s e -
guir q u e otros m e las d i g a n : «Eres v a l i o s o para m í » , «te a c e p t o c o -
m o eres», « ¿ q u é te está p a s a n d o ? » , « ¡ á n i m o ! » . . . N o m e las p u e d o
d e c i r p o r q u e c a r e c e r í a n d e valor, serían un p u r o e c o . Y, sin e m b a r -
go, son vitales para q u e y o m e p u e d a q u e r e r a m í m i s m o y liberar-
m e d e mi sentimiento d e c u l p a o d e f r a c a s o . El lugar d o n d e d e -
1 0

b e n p r o n u n c i a r s e esas frases d e a p r e c i o , tonificantes y b a l s á m i c a s ,


es la c o m u n i d a d . Y tienen q u e p r o n u n c i a r s e « n o c o n la ilusión d e
p r o d u c i r u n a fusión q u e borre t o d o c o n f l i c t o , s i n o c o n la e s p e r a n -
za d e q u e p u e d a n oírse s i e m p r e por d e b a j o d e t o d o c o n f l i c t o . S o n
p a l a b r a s h u m a n a s c u y a v e r d a d más profunda -la q u e las p o n e e n
m a r c h a - es la e x p e r i e n c i a personal d e D i o s c o m o M i s t e r i o a c o g e -
dor y s a l v a d o r d e nuestra v i d a » 1 1
.

U n a v i d a c o m u n i t a r i a n o p u e d e c r e c e r sin el d o n y el p e r d ó n .
Y a c a d a u n o d e nosotros, q u e q u e r e m o s v i v i r el talante d e la « p r i -
m e r a s e m a n a » d e Ejercicios y, por e l l o , nos r e c o n o c e m o s c o m o
p e c a d o r e s p e r d o n a d o s , nos t o c a dar, sí, p e r o a s i m i s m o p e r d o n a r ,
c r e e r q u e el otro p u e d e e n m e n d a r s e , mirarlo c o n n u e v a luz y, una
v e z r e c o n c i l i a d o s , seguir c a m i n a n d o juntos.

La c o n - c o r d a n c i a y la c o m - p a s i ó n n o s u p o n e n q u e la c o m u -
n i d a d sea una f o t o c o p i a d o r a ; ni la p e r t e n e n c i a a ella d e b e c o n d u -
cir a la a n i q u i l a c i ó n del i n d i v i d u o . S e s u e l e d e c i r q u e « n a c e m o s
1 2

o r i g i n a l e s y la s o c i e d a d se e n c a r g a d e h a c e r n o s c o p i a s » . A e s e
efecto a p i s o n a d o r tiende la presión s o c i a l . Pues b i e n , a e s o n o d e -
bería tender la c o m u n i d a d .

1 0
En este apartado tomo ideas y párrafos literales de J . A. G A R C Í A , Hogar
y taller, o. c., p. 2 1 .
" J . A . G A R C Í A , ibid.
1 2
Cf. sobre este punto J . A. G A R C Í A , o. c , p. 16.

423
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

La c o m u n i d a d n o es u n a f o t o c o p i a d o r a q u e f a b r i c a c o p i a s
asépticas e iguales. La u n i f o r m i d a d n o es un v a l o r q u e hay q u e a l -
c a n z a r para v i v i r e n p a z . P o r q u e t a m p o c o la p a z es u n v a l o r c o -
m u n i t a r i o sin m á s ; la p a z perfecta s ó l o se da e n los c e m e n t e r i o s .
Pero d o n d e q u i e r a q u e haya p e r s o n a s v i v a s , o r i g i n a l e s tendrá q u e
haber tensión, variedad, vida, c o n t r a s t e . 13

La c o m u n i d a d es u n i ó n , n o u n i f o r m i d a d . Por e s o , t e n e m o s
q u e a p r e n d e r - y a h í está la tarea d e la c o n c o r d a n c i a y d e la c o m -
p a s i ó n - a a s u m i r la « a l t e r i d a d » : el misterio del otro. T e n e m o s q u e
e n c a r i ñ a r n o s t a m b i é n c o n la parte d e l otro q u e n o a c a b a m o s d e
c o m p r e n d e r y q u e sigue s i e n d o s o r p r e n d e n t e para nosotros. P u e s
c a d a u n o ha sido c r e a d o c o m o criatura ú n i c a , c o n su o r i g i n a l i d a d
p e r s o n a l , sus c a p a c i d a d e s y l i m i t a c i o n e s ; c a d a u n o ha i d o e l a b o -
r a n d o c r e a t i v a m e n t e su historia singular e i n t r a n s f e r i b l e . . . Todas
estas energías personales d e b e n ser aportadas para la c o n s t r u c c i ó n
d e la c o m u n i d a d . N a d i e d e b e ser r e d u c i d o al a n o n i m a t o . A u n q u e ,
c o m o c o n t r a p a r t i d a , esta c o n t r i b u c i ó n , para q u e sea e n r i q u e c e d o -
ra, s u p o n e una seria responsabilidad personal y un c o m p r o m i s o d e
p o n e r e n c o m ú n lo m e j o r d e sí m i s m o , y d e n o c o n v e r t i r la « a l t e -
ridad» e n p u r o y d u r o i n d i v i d u a l i s m o .

La v i d a c o m u n i t a r i a n o p u e d e , d e s d e l u e g o , e m e r g e r e n t r e
personas q u e sólo se b u s c a n a sí m i s m a s (y se e n c i e r r a n e n sí m i s -
m a s , e n sus p r o p i o s trabajos, ideas e i n q u i e t u d e s ) ; p e r o es c a p a z
- p o r ser el lugar d e la c o n c o r d a n c i a y d e la c o m p a s i ó n - d e c o m -
p a g i n a r el f l o r e c i m i e n t o d e la p e r s o n a l i d a d d e c a d a u n o , q u e es
o r i g i n a l e irrepetible (pues D i o s , el A l f a r e r o , n o f a b r i c a e n serie),
c o n la p e r t e n e n c i a a un c u e r p o a p o s t ó l i c o m e d i a n t e la fuerza q u e
p r o p o r c i o n a el S e ñ o r q u e c o n v o c a para la m i s i ó n .

4. Confirmación

La c o m u n i d a d es t a m b i é n el lugar d e la resistencia a los í d o -


los culturales. Es el lugar d e la c o n f i r m a c i ó n .

E x p u s i m o s a l g u n o s d e los rasgos d e nuestra c u l t u r a . Frente a


ellos, d e b e m o s afirmar q u e nuestra f o r m a d e s e g u i m i e n t o d e Jesús
tiene muchos aspectos que, sociológicamente, son heréticos.

Véase F. S E G U R A , o. c , en la que descalifica que la comunidad sea una


1 3

«pandilla», una «cofradía» o una «fotocopiadora».

424
L A COMUNIDAD DE LOS CONVOCADOS

Nuestra f o r m a d e v i d a e s , e n b u e n a m e d i d a , c o n t r a c u l t u r a l . En
nuestra s o c i e d a d secularista y c o n s u m i s t a , p a r e c e m o s , c o n nuestro
estilo d e v i d a , «herejes culturales» 1 4
.

T e n e m o s «sueños diurnos» y « r e c u e r d o s peligrosos» 1 5


para el
m u n d o - q u e le c r i t i c a n , p e r o por eso le s a l v a n - , q u e , c o n f r e c u e n -
c i a , n o e n c u e n t r a n e c o a nuestro a l r e d e d o r . C o n nuestros v a l o r e s
nos m o v e m o s c o n t r a f á c t i c a m e n t e .

T o d o esto nos p u e d e s o c a v a r y e r o s i o n a r , c a s i sin d a r n o s


c u e n t a . N e c e s i t a m o s u n lugar d o n d e r e t r o a l i m e n t e m o s nuestra
v o c a c i ó n , d o n d e nos f o r t a l e z c a m o s para resistir a los í d o l o s c u l -
turales y v i g o r i c e m o s la p e l i g r o s i d a d d e nuestros « r e c u e r d o s » ;
p o r e j e m p l o , la « m e m o r i a p a s s i o n i s » y la « m e m o r i a resurrectio-
nis» e n nuestro m u n d o c o n s u m i s t a , m a t e r i a l i s t a , q u e ha r e n u n -
c i a d o a las u t o p í a s . Por lo t a n t o , n e c e s i t a m o s estructuras d e a p o -
y o . La c o m u n i d a d d e b e f o r t a l e c e r nuestra i d e n t i d a d . T i e n e q u e
ser el lugar d e la c o n f i r m a c i ó n : d o n d e nos r e a f i r m e m o s j u n t o s e n
nuestro s e g u i m i e n t o .

5. Compañía y compromiso

La c o m u n i d a d es el lugar d o n d e se parte y se c o m p a r t e . S e
parte y se c o m p a r t e el «tener» y el «estilo d e v i d a » ; se c o m p a r t e la
misión.

P a r e c e ser q u e la palabra « c o m p a ñ í a » v i e n e d e « c u m - p a n i s » :
i n d i c a el partir y el c o m p a r t i r el p a n . Pero la c o m u n i d a d es c o m -
p a ñ í a n o sólo p o r q u e e n ella c o m e m o s j u n t o s ; no se trata sólo d e
c o m p a r t i r el p a n , sino q u e hay q u e c o m p a r t i r t a m b i é n la cultura, la
e c o n o m í a y el trabajo.

C o m p a r t i r la c u l t u r a significa p o n e r a d i s p o s i c i ó n d e los otros


mis c u a l i d a d e s , mis m a ñ a s , mis c o n o c i m i e n t o s . E c o n ó m i c a m e n t e ,
el c o m p a r t i r significa q u e f u n c i o n e - o t e n d a m o s a e l l o - una bolsa
c o m ú n : q u e el otro llegue n o sólo a mi c o r a z ó n , sino a mi b o l s i l l o ;
y q u e mis cosas estén abiertas para los d e m á s . Compartir, e n el te-

14
Cf. J . A. G A R C Í A , o. c , pp. 21-22. Del mismo autor véase también « I m -
pactos de la cultura actual en la vida religiosa» y «Pobreza, castidad y obediencia.
U n a "profecía cultural"» en: En el mundo desde Dios, o. c , pp. 15-29 y 149-166.
15
Cf. J . B. M E T Z , Las órdenes religiosas. Su misión en un futuro próximo
como testimonio vivo del seguimiento de Cristo, Herder, Barcelona 1978.

425
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

r r e n o l a b o r a l , significa q u e y o c o m p a r t o c o n los otros mi trabajo:


e n e q u i p o -si t r a b a j a m o s j u n t o s - , i n f o r m a n d o d e lo q u e h a g o , p i -
d i e n d o c o n s e j o e i n t e r e s á n d o m e por las tareas d e los otros -si tra-
b a j a m o s e n distintos c a m p o s -

Por e s o , la c o m u n i d a d es c o m p a ñ í a : p o r q u e parte y c o m p a r -
te el « t e n e r » . Pero al c o m p a r t i r el «tener», la c o m u n i d a d p r e t e n d e
c o m p a r t i r t a m b i é n un «estilo d e v i d a » , austero, c e r c a n o al Jesús
p o b r e y s o l i d a r i o c o n los pobres d e la tierra; u n a p o b r e z a q u e , e n
nuestra s o c i e d a d c o n s u m i s t a , es c o n d i c i ó n i n e q u í v o c a d e nuestra
c r e d i b i l i d a d . Para e l l o , toda c o m u n i d a d d e b e d e j a r s e interpelar
1 6

por los a m i g o s del Señor, los pobres.

Pero la c o m u n i d a d t a m b i é n es el lugar d o n d e se c o m p a r t e la
m i s i ó n . H e m o s d i c h o antes q u e la c o m u n i d a d es p a r a , p o r , e n la
m i s i ó n . Por eso es el lugar del c o m p r o m i s o . P r o m e t e m o s c o n otros
-y, por e s o , nos c o m - p r o m e t e m o s - v i v i r para la c a u s a d e J e s ú s .
N o s c o m p r o m e t e m o s por el A b b á y el R e i n o , por l u c h a r para q u e
haya e n el m u n d o f i l i a c i ó n y f r a t e r n i d a d .

Por e s o la c o m u n i d a d t i e n e q u e estar e n actitud d e b ú s q u e d a ;


para, c o m o d i c e la Carta a los R o m a n o s , « b u s c a r lo q u e agrada a
D i o s » . La c o m u n i d a d ha d e estar alerta y e n d i s p o s i c i ó n d i s c e r n i -
d o r a . P o r q u e la meta del e n v í o , por parte del S e ñ o r -ser a n u n c i o
d e p a l a b r a s s a l v a d o r a s y e x o r c i s m o e n nuestro m u n d o - , es c o m -
p l e j a . Y n o p u e d e ser d e j a d a a la i m p r o v i s a c i ó n o a la b u e n a v o -
luntad. P u e s q u e r e m o s «servir a D i o s e l i g i e n d o » -y, por tanto, n e -
c e s i t a m o s elegir d ó n d e , hoy, es m á s n e c e s a r i o y c ó m o es m e j o r
- s i g u i e n d o nuestro respectivo c a r i s m a - a n u n c i a r y p r a c t i c a r la f i -
l i a c i ó n y la fraternidad; para e l l o n e c e s i t a m o s pensar c o n la a y u d a
del Señor, p e r o j u n t o s . 1 7

La c o m u n i d a d es, pues, el lugar del d i s c e r n i m i e n t o a p o s t ó l i c o


d e la m i s i ó n - y éste ha d e estar s i e m p r e e n el h o r i z o n t e a a l c a n z a r
por toda c o m u n i d a d - . La c o m u n i d a d se pregunta: ¿ c ó m o y d ó n d e
p o d e m o s prestar h o y el m e j o r s e r v i c i o a D i o s e n nuestro m u n d o ,

Cf. Congregación General de la Compañía de Jesús 34, d. 9 sobre la po-


1 6

breza, n° 8.
Cf. J . A. G A R C Í A , Hogar y taller, o. c , p. 2 2 . Y también, en la misma
1 7

obra, «El discernimiento comunitario apostólico: fundamentación y práctica»,


pp. 153-166.

426
L A COMUNIDAD DE LOS CONVOCADOS

a q u í y ahora? La respuesta r e q u i e r e a n á l i s i s , o r a c i ó n , b ú s q u e d a
c o n j u n t a d e la v o z del Espíritu; requiere q u e p e n s e m o s q u é m e d i o s
se p r e c i s a n y c ó m o utilizarlos si h a n d e ser p r o l o n g a c i o n e s d e l
a m o r y no han d e c o n d u c i r a la sustitución del a m o r por el poder.

Para ello hay q u e ir u t i l i z a n d o y a , e n r i q u e c i é n d o l o s d e e s p í r i -


tu discernidor, esos m e d i o s q u e ya t e n e m o s y q u e e m p l e a m o s tan
r u t i n a r i a m e n t e : la o r a c i ó n c o m p a r t i d a , los i n t e r c a m b i o s d e fe, las
r e u n i o n e s d e c o m u n i d a d , las r e v i s i o n e s d e v i d a , la e v a l u a c i ó n d e
los trabajos a p o s t ó l i c o s . . . , para q u e nos v a y a n « p r e p a r a n d o p r o -
gresivamente» a ser c o m u n i d a d e s c a p a c e s d e h a c e r d i s c e r n i m i e n -
to a p o s t ó l i c o e n c o m ú n 1 8
.

III. Las d i f i c u l t a d e s

Eso es la c o m u n i ó n ( k o i n o n í a ) : c o n v i v e n c i a , convocación,
concordancia, compasión, confirmación, compañía, compromiso.
C o n s e g u i r t o d o e s o es d i f í c i l : p i d e u n a l u c h a c o n s t a n t e contra los
a s p e c t o s negativos d e l i n d i v i d u a l i s m o a m b i e n t a l y u n esfuerzo
o r i e n t a d o a crear u n c l i m a fraternal d e e s c u c h a e i n t e r c a m b i o , m e -
d i a n t e la c o n v i v e n c i a y el d i s c e r n i m i e n t o orante. Pero, a u n q u e e x i -
ja esfuerzo, es u n a « u t o p í a a n i m a n t e » a la q u e s i e m p r e hay q u e
a c e r c a r s e , q u e critica el presente y estimula a dar pasos. Y, por s u -
puesto, e n esa puja es i m p r e s c i n d i b l e c o n t a r c o n la a y u d a del S e -
ñor, q u e nos ha c o n v o c a d o a formar c u e r p o para ser servidores d e
su m i s i ó n .

Pero, ante las d i f i c u l t a d e s q u e p u e d e n paralizar, m e p a r e c e


o p o r t u n o recordar u n a o r a c i ó n q u e el P. D u v a l y sus c o m p a ñ e r o s
ex-alcohólicos r e z a b a n e n sus r e u n i o n e s . En ella, p e d í a n tres c o -
1 9

sas: c o r a j e , a c e p t a c i ó n y s a b i d u r í a . El c o r a j e d e c a m b i a r lo q u e se
p u e d e c a m b i a r ; la a c e p t a c i ó n d e lo q u e n o se p u e d e c a m b i a r ; y la
s a b i d u r í a d i s c e r n i d a d e c o n o c e r lo q u e se p u e d e y lo q u e n o se
p u e d e cambiar.

Cf. J . M. R A M B L A , «El discernimiento, utopía comunitaria» e n : Manresa


1 8

59 (1987) 105-126.
Cf. A. D U V A L , El niño que jugaba con la luna, Sal Terrae, Santander
1 9

1 984. También J . A . G A R C Í A , En el mundo desde Dios, o. c , p. 1 79.

427
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Esta triple p e t i c i ó n y d e s e o v a l e t a m b i é n para esta «utopía a n i -


m a n t e » a la q u e q u e r e m o s tender y para ese «estirón» del S e ñ o r d e
los c o n - v o c a d o s q u e n e c e s i t a m o s si n o q u e r e m o s q u e d a r n o s « b a -
jitos» e n el á m b i t o c o m u n i t a r i o o, d i c h o p o s i t i v a m e n t e , si q u e r e -
m o s estar a la altura d e nuestra c o n - v o c a c i ó n . T a m b i é n e n la c o -
m u n i d a d , d e b e m o s tener el c o r a j e d e c a m b i a r lo q u e se p u e d e
c a m b i a r ; la a c e p t a c i ó n d e lo q u e n o se p u e d e c a m b i a r ; y la s a b i -
duría d i s c e r n i d a d e c o n o c e r lo q u e se p u e d e y lo q u e n o se p u e d e
cambiar.

« P o r q u e , e n efecto - s e a m o s realistas-, e n el terreno c o m u n i -


tario hay dificultades eternas: son las provenientes del e g o í s m o h u -
m a n o , q u e d i f i c u l t a n la i n t e r c o m u n i c a c i ó n , las r e l a c i o n e s p e r s o -
n a l e s . S o n t a m b i é n d i f i c u l t a d e s q u e p r o c e d e n d e la a r t i c u l a c i ó n
d e l p r i n c i p i o d e i n d i v i d u a c i ó n c o n el d e p e r t e n e n c i a : u n o t i e n e
q u e ser i n d i v i d u o y n o p u e d e d i s o l v e r s e e n la c o m u n i d a d - l a c o -
m u n i d a d v a l e lo q u e v a l e n los sujetos q u e la f o r m a n - y, por otra
parte, sin s e n t i m i e n t o d e p e r t e n e n c i a , la c o m u n i d a d es s ó l o un
c o n j u n t o a t o m i z a d o d e i n d i v i d u o s solitarios. Esa a r t i c u l a c i ó n ( d e
i n d i v i d u a c i ó n y p e r t e n e n c i a ) es n e c e s a r i a , p e r o n o f á c i l » .
2 0

«Pero, a d e m á s d e las dificultades d e s i e m p r e , q u i z á s hoy sufri-


m o s dificultades n u e v a s , q u e n a c e n d e la actual dispersión i d e o l ó -
gica - v i v i m o s e n s o c i e d a d e s plurales- y d e la a c e n t u a c i ó n m o d e r n a
y p o s t m o d e r n a del i n d i v i d u a l i s m o , subjetivismo y narcisismo. Todo
e l l o repercute t a m b i é n e n nosotros».

A h o r a b i e n , el h e c h o d e q u e haya dificultades n o a l u d e por sí


m i s m o a q u e u n a c o m u n i d a d n o m a r c h e . Eso - e l q u e la c o m u n i -
d a d m a r c h e o n o m a r c h e - lo m i d e el m o d o d e a b o r d a r las d i f i c u l -
t a d e s , si es e v a n g é l i c o o n o lo e s 2 1
. N i la r e s i g n a c i ó n pasiva ni la
h u i d a h a c i a a d e l a n t e lo s o n . E v a n g é l i c o es, m á s b i e n , el atreverse
a mirar p a c i e n t e m e n t e dentro d e ellas. (Y a q u í e n c a j a lo del c o r a -
j e , a c e p t a c i ó n y sabiduría.) Si son d i f i c u l t a d e s q u e p r o v i e n e n d e
distintos m o d o s d e ser - d e t e m p e r a m e n t o s distintos-, n o existe

9 9
Cfr. J . A . G A R C Í A , o. c , pp. 179-180. Los párrafos entrecomillados del
texto corresponden a esas páginas.
Sobre las dificultades de la vida comunitaria y las actitudes para superar-
1 0 0

la -esperanza, confianza, acogida-, cf. las sugerentes y sinceras páginas deT. C Á -


TALA, Vida religiosa «a la apostólica», Sal Terrae, Santander 2004, pp. 124-130.

428
L A COMUNIDAD DE LOS CONVOCADOS

otro r e m e d i o q u e la a c e p t a c i ó n , es decir, c r e a r e n nuestro interior


u n c o r a z ó n g r a n d e q u e n o q u e d e d e s c o l o c a d o a n t e lo q u e es n o r -
m a l e i n e v i t a b l e . Si son dificultades e n las q u e q u e d a n c o m p r o m e -
tidos v a l o r e s d e f o n d o , la s o l u c i ó n irá por el c a m i n o , n o d e la d i s -
c u s i ó n , s i n o del p a c i e n t e y s a b i o d i s c e r n i m i e n t o » - a q u í c a b e lo
d e l c o r a j e : se p u e d e c a m b i a r : ¡pues v a m o s a d i s c e r n i r l o ! - .

En la c o n s t r u c c i ó n c o m u n i t a r i a , hay dos cifras q u e son m o r t a -


les: el c e r o y el infinito. C o m o d i c e J o s é A . G a r c í a , a m b a s a l u d e n a
dos posturas i g u a l m e n t e ateas. « D e c i d i r q u e n o se p u e d e h a c e r n a -
d a (el c e r o ) es s e n t e n c i a r a m u e r t e las p o s i b i l i d a d e s del S e ñ o r d e
los c o n - v o c a d o s . D e c i r q u e hay q u e c a m b i a r " t o d o , a q u í y a h o r a
(es el i n f i n i t o ) " es saltarse el misterio d e la e n c a r n a c i ó n d e la G r a -
c i a , q u e es lenta y p a c i e n t e . La pregunta d e l c o r a j e c r i s t i a n o es,
m á s b i e n , ésta: " A q u í y a h o r a , ¿ q u é p o d e m o s h a c e r e n el n o m b r e
del S e ñ o r ? " » .

429
28
ENCONTRARA DIOS EN LA VIDA

I. E x p l i c a c i ó n d e t é r m i n o s

¿ D e q u é se trata? E m p e c e m o s por e x p l i c a r s u c i n t a m e n t e los


términos del e n u n c i a d o .

7. Encontrar

D i c e la Escritura: «En D i o s v i v i m o s , nos m o v e m o s y somos»


( H e c h 17, 28); « ¿ H a c i a d ó n d e escaparé d e tu mirada?» (Sal 139). Pa-
recería, por tanto, q u e debiéramos toparnos c o n Él sin ningún esfuer-
zo; sin embargo no ocurre así. Principalmente, e n nuestro tiempo d e
«eclipse cultural d e D i o s » : ya sea por una erosionante secularización;
o por la perplejidad q u e causa el sufrimiento del inocente y q u e h a -
c e exclamar: ¿ C ó m o D i o s no está aquí? ¡Ese D i o s no m e r e c e existir!

La m a y o r í a d e la gente no t i e n e e x p e r i e n c i a s religiosas. N o
son c o n s c i e n t e s del D i o s q u e está presente e n sus v i d a s ; para ellos
no hay e n c u e n t r o . P o r q u e el e n c u e n t r o n o es u n a s i m p l e c o i n c i -
d e n c i a , un e s p o r á d i c o c r u c e . Es el resultado d e una m u t u a b ú s -
q u e d a , c o n s c i e n t e y d e s e a d a . A u n q u e el D i o s d e la sorpresa (el
« D i o s s i e m p r e m a y o r » ) p u e d e irrumpir e n la v i d a sin a n u n c i a r s e .

La Escritura nos incita a buscar a D i o s : «Yo estoy a la puerta y


l l a m o ; si u n o m e a b r e . . . » ( A p 4, 2 0 ) . Pero la b ú s q u e d a es una gra-
c i a : es Él q u i e n suscita el d e s e o d e b u s c a r l e . Pascal d e c í a « N o lo
b u s c a r í a m o s si n o lo h u b i é r a m o s y a e n c o n t r a d o » .

431
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

El e n c u e n t r o m i s m o es t a m b i é n g r a c i a : es Él el q u e se h a c e el
e n c o n t r a d i z o y se da a c o n o c e r . En el e n c u e n t r o p e r s o n a l se da
u n a apertura, c o r r e s p o n d e n c i a y entrega m u t u a ; m e d e j o penetrar
y e n r i q u e c e r . Ese e n c u e n t r o es el q u e h a c e q u e nuestra fe sea n a -
rrativa: « h a b e r visto y o í d o » (1 J n 1 , 1-3).

Pero el e n c u e n t r o n o es una g r a c i a e x t r a o r d i n a r i a . Jesús nos


repite: B u s c a d y h a l l a r é i s . Y S. I g n a c i o está c o n v e n c i d o d e q u e a
D i o s , si se le b u s c a , se le e n c u e n t r a ; «buscar lo q u e q u i e r o » , r e p e -
tirá e n los E j e r c i c i o s .

2. A Dios

¿A q u é D i o s e n c o n t r a m o s ? N o a c u a l q u i e r a , s i n o al D i o s d e
Jesucristo, q u e es el « D i o s del R e i n o » . N o b u s c a m o s a un « D i o s
sin R e i n o » ni a un « R e i n o sin D i o s » ; ni d e b e m o s c a e r e n un « e s p l -
ritualismo d e s e n c a r n a d o » ni e n un « s e c u l a r i s m o activista».

Es u n D i o s q u e s i e m p r e refleja e n sus ojos al m u n d o . Y c u a n -


d o l l e g a m o s a Él e n un « v i a j e d e ¡da» nos h a c e h a c e r i n m e d i a t a -
m e n t e un « v i a j e d e v u e l t a » al m u n d o , p o r q u e está e n la n i ñ a d e
sus ojos. V a m o s d e todas las cosas a D i o s y d e Él a todas las c o s a s .

A e s e D i o s se le « a l c a n z a » e n el s e g u i m i e n t o d e J e s ú s : D i o s
nos sale al e n c u e n t r o e n Cristo y m e d i a n t e el Espíritu e s t a b l e c e r e -
l a c i o n e s d e i n t i m i d a d c o n nosotros. Nuestra v i d a ha d e ser, por
tanto, c o m o y a e x p u s i m o s e n otro lugar, « p r o s e g u i m i e n t o d e Jesús
c o n Espíritu» (Jon S o b r i n o ) .

Y es un D i o s q u e nos invita a h a c e r c o n Él «historia d e s a l v a -


c i ó n » ; q u e se revela e n la N a t u r a l e z a , p e r o , sobre t o d o , e n la H i s -
toria, d o n d e «trabaja y l a b o r a » . Toda historia, personal y c o l e c t i v a ,
es «historia d e s a l v a c i ó n » . D e s d e la historia nos l l a m a a e m p a l m a r
c o n su trabajo.

El e n c u e n t r o c o n ese D i o s t i e n e s i e m p r e estructura s a c r a m e n -
t a l . S e nos h a c e presente por m e d i a c i o n e s y a través d e signos q u e
nos remiten m á s allá d e sí m i s m o s . D e Él p o d e m o s c o n t e m p l a r su
«rostro v e l a d o » o su «rastro», su huella o su p a s o .

A e l l o a p u n t a n las frases d e la Escritura a p a r e n t e m e n t e c o n -


tradictorias. Por un l a d o , se nos d i c e : « B u s c a d su rostro»; así, nos
incita a h a b l a r d e «lo q u e h e m o s visto y o í d o » . Por otro l a d o , nos
r e c u e r d a q u e « D i o s habita e n u n a luz i n a c c e s i b l e » (1 T i m 6, 16);

432
ENCONTRAR A D I O S EN LA VIDA

q u e a D i o s n a d i e lo ha visto n u n c a (Jn 1 , 18); q u e es, c o m o d i c e el


profeta Isaías, « u n D i o s e s c o n d i d o » (Is 4 5 , 15).

C o n estas frases, q u e señalan tanto el ocultamiento d e D i o s c o -


m o la posibilidad d e encontrarlo, se nos d i c e q u e Dios es un misterio;
por tanto, su presencia entre nosotros siempre será misteriosa. D i o s
no es enigmático (no es pura invisibilidad), t a m p o c o es c o m o un o b -
jeto tangible (pura visibilidad); sino misterioso. Es el invisible q u e se
muestra e n lo visible por m e d i o d e signos q u e hay q u e saber leer.

Lo c o - p e r c i b i m o s e n los a c o n t e c i m i e n t o s q u e g o l p e a n nuestro
c o r a z ó n , e n los signos q u e nos traen su huella, e n los rostros q u e se
c r u z a n c o n nosotros y a través d e los c u a l e s nos h a b l a . Pero Él es
trascendente e n su m i s m a presencia. Por eso se ha descrito su p r e -
s e n c i a c o m o «presencia d e i n m e d i a t e z m e d i a d a » ( M a r t í n V e l a s c o ) .
U n a presencia imperiosa q u e nos p r o d u c e la c e r t i d u m b r e d e su e s -
tar ahí; y q u e esa e x p e r i e n c i a d e t e n e r l o c e r c a y d e l a n t e es a l g o
q u e nos « a c a e c e » , q u e se nos regala, q u e n o h e m o s c o n q u i s t a d o
nosotros c o n nuestro p r o p i o esfuerzo. Esa e x p e r i e n c i a es gracia.

3. En la vida

« H a l l a r a D i o s e n todas las c o s a s y a todas las cosas e n D i o s »


es u n a f o r m u l a c i ó n m á s c o m p l e t a q u e la d e « c o n t e m p l a t i v o s e n la
a c c i ó n » . «Todo» significa « t o d o » : a c c i ó n y « p a s i ó n » . T a m b i é n e n
nuestras « p a s i v i d a d e s » , e n lo q u e r e c i b i m o s y « p a d e c e m o s » d e b e -
m o s e n c o n t r a r a D i o s . Y, e n gran m e d i d a , nosotros n o sólo nos h a -
c e m o s , sino q u e s o m o s , p r e d o m i n a n t e m e n t e , «seres r e c i b i d o s »
(nos h a c e n ) . En t o d o c a s o , habrá q u e d e s e a r ser « c o n t e m p l a t i v o s
e n la a c c i ó n y e n la p a s i ó n » .

Lo típico d e la c o n t e m p l a c i ó n es el «reflectir»: dejarse «reflejar»


y e m p a p a r por la e s c e n a q u e se c o n t e m p l a , hacerse «vulnerable» a
ella. El «contemplativo e n la a c c i ó n y pasión» d e b e dejarse e m p a p a r
por la v i d a , ser « v u l n e r a b l e » a los gozos y las penas, propios y a j e -
nos, q u e ella va trayendo. N o vivir e n c e r r a d o e n un castillo d e m a r -
fil. Es un «místico horizontal» n o un m o n j e ni un gurú.

1
Cf. J . A. G A R C Í A , «Contemplativos en la acción.Vías de acceso» en: Ho-
gar y taller. Seguimiento de Jesús y comunidad religiosa, Sal Terrae, Santander
1985, pp. 139-151; id. «"Místicos horizontales". Hacia una espiritualidad apos-
tólica» e n : En el mundo desde Dios. Vida religiosa y resistencia cultural, Sal Te-

433
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Por tanto, el q u e r e r e n c o n t r a r a D i o s e n la v i d a c o n l l e v a u n a
d o b l e p r o h i b i c i ó n : a) p r o h i b e toda h u i d a del m u n d o y el p a s o i n -
t r a s c e n d e n t e por é l ; b) p r o h i b e t o d o a m o r a D i o s q u e n o sea s i -
m u l t á n e a m e n t e p r e o c u p a c i ó n y a m o r al m u n d o . Esta e s p i r i t u a l i -
d a d q u i e r e superar la o p o s i c i ó n e n t r e pura i n t e r i o r i d a d y m u n d o
exterior, h a c i e n d o d e la c o n t e m p l a c i ó n u n a a c t i v i d a d d e r o d o el
h o m b r e y e n todas las c i r c u n s t a n c i a s .

La presencia sacramental d e D i o s e n todas las cosas impulsa a


n o evadirse d e la realidad, sino - u t i l i z a n d o una c o n o c i d a expresión
d e I. E l l a c u r í a - a: a) « h a c e r s e c a r g o d e la r e a l i d a d » , e n c a r n á n d o s e
e n ella, pues sólo se salva a q u e l l o q u e se e n c a r n a ; la s a l v a c i ó n e m -
pieza siempre por d e b a j o ; b) «encargarse d e la realidad», a n u n c i a n -
d o e n ella el R e i n o y c o m b a t i e n d o el Antirreino, e m p u j á n d o l a h a c i a
delante c o n la a y u d a del Espíritu; y c) «cargar c o n la realidad», a s u -
m i e n d o lo oneroso q u e resulta d e esta tarea, c a r g a n d o c o n los c o n -
flictos q u e g e n e r a . . . e n una palabra, c a r g a n d o c o n la c r u z .

Es una o r a c i ó n c o n ruido; p o r q u e la v i d a está llena d e ruidos.


N o p o d e m o s esperar e n c o n t r a r e n ella la p a z d e los m o n a s t e r i o s .
Es la o r a c i ó n del c a m i n a n t e c o n los ojos abiertos. S í p o d e m o s e s -
perar d e ella q u e el S e ñ o r nos abra los ojos y nos p o n g a e n a s c u a s
el c o r a z ó n , c o m o h i z o c o n los c a m i n a n t e s q u e i b a n a E m a ú s .

I I . A c t i t u d e s p a r a el e n c u e n t r o

La « C o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r a m o r » d e s c r i b e la a c t i t u d
f u n d a m e n t a l del q u e q u i e r e encontrar a D i o s e n todas las cosas y a
todas e n D i o s . Es la «salida a la " q u i n t a s e m a n a " d e E j e r c i c i o s » . Es
u n a c o n t e m p l a c i ó n - p u e n t e para el retorno a la v i d a o r d i n a r i a . En
ella S. I g n a c i o d e s c r i b e u n a m a n e r a d e estar e n la v i d a e n la q u e
d e b i e r a situarse e n a d e l a n t e el q u e ha h e c h o E j e r c i c i o s . El e j e r c i -
tante, al c o n t e m p l a r c ó m o su v i d a y el m u n d o están a r r o p a d o s y
e n v u e l t o s e n el a m o r d e l Señor, q u e r r á r e s p o n d e r l e c o n u n a m o r
servicial: en todo a m á n d o l e y sirviéndole.

Pero, para llegar a esta actitud f u n d a m e n t a l , los Ejercicios nos


h a n ¡do c o n d u c i e n d o a través d e « c u a t r o s e m a n a s » q u e h a n deja-

rrae, Santander 1989; de estos trabajos recojo ¡deas. Cf. también J . S E R V Á I S , « E n -


contrar a Dios en todas las cosas»: Communio, 3 época, 25 (2003) 276-292.
a

434
ENCONTRAR A D I O S E N LA VIDA

d o un poso e n nosotros, q u e n o p o d e m o s olvidar. H a n ido c r e a n -


d o unas actitudes y un m o d o d e v e r la v i d a q u e d e s e m b o c a r á n y
h a r á n p o s i b l e la « c o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r a m o r » . N o p o d e -
m o s r e n u n c i a r a e l l a s ; pues n o h a n sido un s i m p l e m e d i o q u e , u n a
v e z o b t e n i d o el fin -la « c o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r a m o r » - , d e -
b e m o s a b a n d o n a r . S o n las a c t i t u d e s q u e h a n d e p e r m a n e c e r e n
nosotros p e r m a n e n t e m e n t e para q u e esa c o n t e m p l a c i ó n , ese e n -
c u e n t r o a m o r o s o c o n D i o s e n la v i d a sea p o s i b l e .

¿ Q u é a c t i t u d e s son? D e s t a c o las q u e , s u b j e t i v a m e n t e , c o n s i -
d e r o m á s importantes:

7. Servir a Dios eligiendo

A p r e n d i m o s e n el « P r i n c i p i o y F u n d a m e n t o » la c e n t r a l i d a d d e
D i o s e n nuestra v i d a : t e n e r l o a El c o m o roca sobre la q u e l e v a n t a -
m o s nuestra existencia y sentirnos e n sus m a n o s d e alfarero, pastor
y Padre es lo q u e p u e d e dar a nuestra v i d a «saber» y «sabor». A É l ,
el A b s o l u t o d e nuestras v i d a s , q u e r e m o s servir c o n a m o r y libertad;
para e l l o es n e c e s a r i a la « i n d i f e r e n c i a » . Esta a c t i t u d n o es u n a
«apatía» o u n a «ataraxia», sino p a s i ó n : es estar a p a s i o n a d o por lo
ú n i c o A b s o l u t o . La « i n d i f e r e n c i a » es m a r c a r la d i f e r e n c i a : Él es el
S e ñ o r y, así, t o d o lo d e m á s - l o q u e n o es el S e ñ o r - es relativo, por
lo q u e d e b e m o s usarlo «tanto c u a n t o » nos a y u d e para prestarle el
mejor servicio.

Por e s o se ha l l a m a d o a la « i n d i f e r e n c i a » « a m o r e m b r i d a -
d o » . Es u n a m o r q u e está a la e s p e r a d e c o n o c e r q u é q u i e r e el
S e ñ o r d e m í y, u n a v e z c o n o c i d o , se d e s e m b r i d a y e l i g e a q u e l l o
q u e es para su m e j o r s e r v i c i o . S a b e q u e e l i g i e n d o lo q u e el S e ñ o r
q u i e r e , se le s i r v e .

En la v i d a t e n e m o s q u e h a c e r m u c h a s e l e c c i o n e s , t o m a r d e c i -
siones grandes o p e q u e ñ a s . En e l l a s p o d e m o s e n c o n t r a r al Señor.
S i e m p r e q u e e l e g i m o s , partiendo del a m o r e m b r i d a d o q u e está a la
espera y a la e s c u c h a d e lo q u e nos p i d e el S e ñ o r a q u í y a h o r a , nos
e n c o n t r a m o s c o n su v o l u n t a d y así le s e r v i m o s .

2. Vivir con corazón de perdonado

A p r e n d i m o s e n la « s e g u n d a s e m a n a » d e E j e r c i c i o s a sentir y
gustar q u e s o m o s p e c a d o r e s p e r d o n a d o s . D e b e m o s v i v i r nuestra

435
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

v i d a c o t i d i a n a c o n u n c o r a z ó n q u e n o o l v i d e esto. ¿ C ó m o es u n
corazón de perdonado?

a) Un corazón agradecido
P u e s ha sido l i b e r a d o d e su p e c a d o . Y n o g u a r d a r á e s e
a g r a d e c i m i e n t o ú n i c a m e n t e e n su i n t i m i d a d , s i n o que
q u i e r e m a n i f e s t a r l o e n la r e a l i d a d histórica q u e le r o d e a ,
e n la q u e el p e c a d o se a d e n s a y se solidifica. U n c o r a z ó n
a g r a d e c i d o s a b e q u e ha sido l i b e r a d o para liberar; l u c h a -
rá, por tanto, d e s d e su puesto e n la v i d a , por e r r a d i c a r el
p e c a d o e n el m u n d o : el p e c a d o q u e mata al H i j o y a los
hijos e n el H i j o . En esa l u c h a e n c o n t r a r á a D i o s .

b) Un corazón envuelto en la gratuidad


S a b e q u e ha sido p e r d o n a d o i n m e r e c i d a m e n t e ; n o por sus
méritos, sino p o r q u e D i o s es b u e n o . A l v e r c ó m o se ha
c o m p o r t a d o D i o s c o n é l , tan g r a t u i t a m e n t e , t a m b i é n él
q u e r r á t e s t i m o n i a r e n la v i d a - e n m e d i o d e nuestras s o -
c i e d a d e s c o m p e t i t i v a s - el v a l o r d e la g r a t u i d a d .
N o será el criterio d e su a c c i ó n el « d o ut d e s » , sino q u e
imitará e n su v i d a el dar sin esperar n a d a a c a m b i o . R e c o -
n o c e r á la p r e s e n c i a d e l S e ñ o r e n los gestos d e g r a t u i d a d
q u e él r e a l i c e y e n a q u é l l o s c o n los q u e se t o p e ; pues son
signos d e la p r e s e n c i a del Señor. En t o d o atisbo d e gratui-
d a d e n c o n t r a r á al Señor.

c) Un corazón de carne (no de piedra)


Es u n c o r a z ó n v u l n e r a b l e (y b a l s á m i c o ) , c o m o lo fue el del
b u e n s a m a r i t a n o . El p e r d o n a d o ha e x p e r i m e n t a d o la c o m -
p a s i ó n del S e ñ o r ; t a m b i é n él q u i e r e p r a c t i c a r l a . S e r á , por
tanto, c o m p r e n s i v o c o n los fallos d e los otros; les a y u d a r á ,
e n la m e d i d a e n q u e p u e d a , a levantarse. A l dar un c o n s e -
j o , al alentar y abrir futuro está « p r a c t i c a n d o » a D i o s , c o -
m o hacía Jesús. U n corazón d e carne encuentra a Dios en
la c o m p a s i ó n .

d) Un corazón reconciliado
Consigo mismo: es un c o r a z ó n r e c o n c i l i a d o c o n su propia
historia. El p e r d ó n le h a c e ver q u e D i o s le ha a c e p t a d o , a
pesar d e sus l i m i t a c i o n e s y fallos, c o n ternura; v e e n la his-
toria d e su v i d a la m a n o d e D i o s , y e n e l l a e n c u e n t r a al
ENCONTRAR A DIOS E N LA VIDA

Señor, q u e la ha i d o a c o m p a ñ a n d o c o m o Pastor. Esto le


a n i m a r á a a c e p t a r s e a sí m i s m o -tarea n o s i e m p r e f á c i l - ,
día a día, c o n ternura y c o n humor, y a seguir e n c o n t r a n -
d o al Señor, q u e , e n el c a d a día, h a c e c a m i n o c o n é l .
Con los demás: el p e r d ó n r e c i b i d o le h a c e c o m p r e n d e r
q u e t a m b i é n los otros s o n , c o m o é l , p e c a d o r e s p e r d o n a -
d o s , a los q u e D i o s a c e p t a c o n ternura. A c e p t a n d o a los
d e m á s , c o n ternura, el c o r a z ó n d e p e r d o n a d o s a b e q u e
está a c o g i é n d o l o s c o m o h a c e D i o s . A l a c o g e r y perdonar,
el c o r a z ó n r e c o n c i l i a d o s i e m p r e e n c o n t r a r á a D i o s .
Con las criaturas: El p e c a d o r se p r e g u n t a : ¿ P o r q u é n o se
h a n r e b e l a d o por el m a l uso q u e h e h e c h o c o n ellas por el
p e c a d o ? El c o r a z ó n d e p e r d o n a d o se r e c o n c i l i a c o n ellas,
agradecido. Así podrá gozarse de ellas, admirar a Dios,
q u e se transparenta e n e l l a s , y usarlas «tanto c u a n t o » sir-
v a n para el m e j o r s e r v i c i o . Las criaturas le a y u d a r á n a e n -
contrar a D i o s .

3. Vivir desde una llamada

En la « s e g u n d a s e m a n a » s e n t i m o s la l l a m a d a d e Jesús ( R e y
Eternal) y q u i s i m o s ser d e los q u e « m á s se q u e r r á n afectar» e n su
s e g u i m i e n t o . N o f u e d e una v e z para s i e m p r e : nos sigue l l a m a n d o
c o m o Resucitado.

N o s l l a m a J e s ú s , c u y o h e c h i z o h a c e q u e la l l a m a d a sea « l l a -
m a r a d a » , d e s d e lo c o t i d i a n o , d e s d e lo q u e h a c e m o s . Y nos l l a m a
para q u e , c o n Él y c o n su a i r e , su estilo d e v i d a , l l e v e m o s b u e n a
n o t i c i a - s i e n d o nosotros m i s m o s b u e n a n o t i c i a - a la h u m a n i d a d
d o l i e n t e y sedienta d e Él - l o sepa o n o .

S i n t á m o n o s l l a m a d o s , estemos d o n d e estemos e n la v i d a . A s í
h a r e m o s d e nuestra v i d a u n a c o n t i n u a respuesta. Por m o n ó t o n a
q u e p a r e z c a nuestra v i d a será d i a l o g a l ; y e n nuestra c o t i d i a n i d a d
p o d r e m o s e n c o n t r a r a D i o s , q u e l l a m a y «mira e n lo e s c o n d i d o » .

4. Mirar al mundo desde Dios

En la « s e g u n d a s e m a n a » t a m b i é n c o n t e m p l a m o s la m i r a d a d e
D i o s sobre el m u n d o . Es una m i r a d a c o m p a s i v a . A n t e el m u n d o ro-
to por el p e c a d o , n o h u y e al O l i m p o , s i n o q u e e x c l a m a : « H a g a -
mos redención».

437
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Esa m i r a d a nos c a l ó : la h i c i m o s nuestra y t i e n e q u e seguir


s i e n d o la m i r a d a c o n la q u e nosotros m i r a m o s al m u n d o . Es u n a
m i r a d a d e sim-patía, c o m p a d e c e d o r a . A s í mira D i o s al m u n d o y
así lo miró y mira Cristo: sin d e s a n i m a r s e . U n a m i r a d a así es c a p a z
d e d e s c u b r i r lo q u e y a d e b u e n o existe e n él y el c r e c i m i e n t o d e
las « s e m i n a V e r b i » .

D e b e m o s mirar al m u n d o d e s d e D i o s y, por tanto, c o n un


a m o r c o m o el s u y o : es el q u e d e s c r i b e S. Pablo (1 C o r 13, 1 -8): p a -
ciente, incansable, esperanzado. Entonces encontraremos a Dios
« l a b o r a n d o » e n nuestra, a p a r e n t e m e n t e , o p a c a r e a l i d a d .

5. Saber estar cuando «¡a Divinidad se esconde»

En la «tercera s e m a n a » nos s e n t i m o s s o b r e c o g i d o s a n t e el
p r o f u n d o misterio d e una D i v i n i d a d q u e se e s c o n d e . Y a p r e n d i m o s
n o s ó l o a n o huir c u a n d o esto a c a e c e ; sino a a d o r a r su i n c o m -
p r e n s i b l e p r e s e n c i a e n la « a u s e n c i a » .

P o r q u e la D i v i n i d a d se e s c o n d i ó para el m i s m o Jesús, q u e e x -
p e r i m e n t ó e n sus entrañas el s i l e n c i o d e D i o s y su a p a r e n t e a b a n -
dono.

La D i v i n i d a d p a r e c e n o estar presente e n la C r u z , ni t a m p o c o
e n las c r u c e s q u e p u e b l a n nuestra historia y nuestro m u n d o . P a r e -
c e n o estar... p e r o está. Y a p r e n d e m o s e n esa «tercera s e m a n a » a
captar el rostro d e D i o s , c u a n d o éste está desfigurado, c o m o el d e
un leproso del q u e se aparta la vista.

D e b e m o s c o n s e r v a r esa m i r a d a q u e nos e n s e ñ a q u e el s i l e n -
c i o d e D i o s n o es a u s e n c i a , sino la d i s c r e c i ó n d e D i o s , q u e respe-
ta por a m o r la a u t o n o m í a h u m a n a y se p o n e a m e r c e d del h o m b r e .
Y e l l o n o p o r q u e el h o m b r e sea m á s fuerte q u e É l , sino por a m o r .
D i o s , q u e lo q u e desea es u n a respuesta del h o m b r e a m o r o s a y l i -
bre, n o q u i e r e i m p o n e r s e ; r e n u n c i a por a m o r a la fuerza.

Pero esa d i s c r e c i ó n es s i m u l t á n e a m e n t e c o m p a ñ í a . Ese a p a -


rente a l e j a m i e n t o d e D i o s e n la Historia n o es lejanía, sino p r e s e n -
c i a a n o n a d a d a , a m o r o s a ; es la p r e s e n c i a del q u e l l a m a , interpela,
h a c e g u i ñ o s . Es oferta d e a m o r i m p o t e n t e , es decir, sin poder.

Pero e n esas s i t u a c i o n e s d e o c u l t a m i e n t o , D i o s nos sigue lla-


m a n d o ; d e s d e el s u f r i m i e n t o q u e Él c o m p a r t e c o n nosotros -por-

438
ENCONTRAR A DIOS EN LA VIDA

q u e n o t e n e m o s u n D i o s «apático-, s i n o c o n -pathos» y q u e h a c e
s u y o el d o l o r del m u n d o y, así, p a d e c e y c o m p a d e c e - nos sigue
l l a m a n d o a l u c h a r contra el d o l o r y el m a l q u e s a c u d e n nuestro
mundo.

6. Vivir como consoladores

En la «cuarta s e m a n a » asistimos g o z o s o s al a c o n t e c i m i e n t o
d e una « D i v i n i d a d q u e a p a r e c e y se muestra e n sus efectos m i l a -
grosos». Y e x c l a m a m o s : ¡la R e s u r r e c c i ó n ya ha c o m e n z a d o y actúa
e n nuestro m u n d o ! P u e s Cristo ha r e s u c i t a d o c o m o C a b e z a d e su
c u e r p o , c o m o p r i m i c i a (1 C o r 1 5 , 22-23); p e r o el Cristo total t i e n e
q u e a c a b a r d e h a c e r l o . Cristo, al resucitar, p u s o la piedra a n g u l a r
d e una H u m a n i d a d N u e v a . . . , p e r o faltan las otras piedras, q u e hay
q u e ir c o l o c a n d o p o c o a p o c o .

A esta tarea d e ir h a c i e n d o y s e m b r a n d o resurrección nos i n v i -


ta Cristo. Para e l l o nos da su Espíritu, q u e nos llega c o n « o f i c i o d e
c o n s o l a d o r » . Él a b r e nuestros ojos, los transforma, c o m o a b r i ó los
ojos d e los discípulos incrédulos y d e los c a m i n a n t e s d e E m a ú s , p a -
ra q u e p o d a m o s percibir las semillas d e resurrección q u e brotan ya
en nuestro m u n d o : todas ellas p r o d u c e n c o n s u e l o .

S. P a b l o las ha descrito y las ha l l a m a d o frutos del Espíritu.


S o n «amor, alegría, p a z , p a c i e n c i a , a f a b i l i d a d , b o n d a d , f i d e l i d a d ,
m a n s e d u m b r e , d o m i n i o d e sí» ( G a l 5, 2 2 ) .

D o n d e esos frutos f l o r e c e n estamos e n p r e s e n c i a del Espíritu;


tanto si es e n nuestra v i d a c o m o e n la d e nuestro alrededor. En t o -
dos esos frutos a p a r e c e el Espíritu c o m o lo q u e es: el c o n s o l a d o r .

V i v i r e m o s , por tanto, e m b e b i d o s e n el Espíritu, c u a n d o e n


nuestras v i d a s , d e s e m p e ñ a n d o t a m b i é n nosotros el « o f i c i o d e c o n -
s o l a d o r » , e s p o n j e m o s el c o r a z ó n d e los d e m á s , h a c i e n d o así c r e -
cer la r e s u r r e c c i ó n e n nuestro m u n d o .

7. Saberse amados

C o n todas estas a c t i t u d e s a d q u i r i d a s , a través d e las « s e m a -


nas» d e E j e r c i c i o s , a r r i b a m o s a la « C o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r
a m o r » . Ésta nos o f r e c e u n a actitud f u n d a m e n t a l q u e integra y s i n -
tetiza todas las anteriores. Es la actitud d e saberse a m a d o i n c o n d i -
c i o n a l m e n t e por D i o s y p a l p a r e s e a m o r e n todas las c o s a s .

439
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

Todas las a c t i t u d e s logradas e n las diferentes « s e m a n a s » d e


E j e r c i c i o s posibilitan esa actitud integradora. Pero si d e c i m o s q u e
esa actitud integra a todas las anteriores, esto q u i e r e d e c i r q u e las
c o n s e r v a y se e n r i q u e c e c o n ellas. P r e c i s a m e n t e el c o n s e r v a r todas
las actitudes anteriores h a c e posible q u e r e c o n o z c a m o s el a m o r d e
D i o s c o n los diferentes matices c a m b i a n t e s c o n q u e se presenta e n
nuestras v i d a s .

P o r q u e a v e c e s el a m o r d e D i o s se nos presenta c o m o u n r e -
to a nuestra libertad para q u e le sirva e l i g i e n d o ; a v e c e s , c o m o s i -
l e n c i o d e D i o s , al q u e hay q u e a d o r a r ; a v e c e s , c o m o i n v i t a c i ó n a
c o n s o l a r a los d e m á s ; otras v e c e s , c o m o p e r d ó n q u e nos libera;
otras, c o m o l l a m a d a a e m p a l m a r c o n su trabajo e n el m u n d o . . .

S i e m p r e es su a m o r el q u e nos e n v u e l v e ; p e r o presenta m u -
c h o s rostros. Las a c t i t u d e s d e las anteriores s e m a n a s q u e h e m o s
i d o r e c o r r i e n d o , integradas a h o r a e n el saberse a m a d o s , nos a y u -
d a r á n a percibir el a m o r e n sus diferentes perfiles.

La actitud f u n d a m e n t a l d e saberse a m a d o m e h a c e c o m p r e n -
der q u e D i o s n o sólo m e d a , sino se m e d a . M á s a ú n , m e da la c a -
p a c i d a d d e a m a r c o n su m i s m o amor.

Esto h a c e brotar e n m í el d e s e o d e c o r r e s p o n d e r l e , a m á n d o l e
e n todas las c o s a s y a todas e n É l . Y n o será u n a m o r q u e se q u e d e
sólo e n p a l a b r a s ; c o m o n o se ha q u e d a d o e n p a l a b r a s el a m o r d e
D i o s . S u a m o r es un a m o r c o n «trabajo»; t a m b i é n lo será el n u e s -
tro; será u n a m o r q u e , al p l a s m a r s e e n obras, se c o n v e r t i r á e n ser-
v i c i o : le q u e r r e m o s e n t o d o a m a r y servir. Y le o f r e c e r e m o s , a g r a -
d e c i d a m e n t e , para ese s e r v i c i o t o d o lo q u e s o m o s y t e n e m o s . Le
e n t r e g a r e m o s , a r d o r o s a m e n t e , toda nuestra libertad, m e m o r i a , e n -
t e n d i m i e n t o , v o l u n t a d . . . S e las e n t r e g a r e m o s c o t i d i a n a m e n t e e n
nuestro c a m i n a r p r e c i s a m e n t e d o n d e q u i e r e ser s e r v i d o : e n los d e -
m á s , e n nuestros h e r m a n o s . P u e s e n el otro, e n el h e r m a n o , es
d o n d e D i o s q u i e r e q u e le sea d e v u e l t o el a m o r h e c h o s e r v i c i o .

III. Estructuras de apoyo

La e x p e r i e n c i a d e D i o s e n lo c o t i d i a n o , a u n q u e es p o s i b l e , n o
es f á c i l . N i el a m b i e n t e d e « e c l i p s e c u l t u r a l d e D i o s » lo f a v o r e c e ;
ni nosotros m i s m o s nos p o n e m o s m u c h a s v e c e s e n d i s p o s i c i ó n d e

440
ENCONTRAR A D I O S EN LA VIDA

e n c o n t r a r l o , o p o r q u e e s t a m o s d e s b o r d a d o s por los m i l asuntos


q u e nos s o b r e v i e n e n , o p o r q u e hay z o n a s d e nuestra v i d a q u e e n
r e a l i d a d se resisten a ser e v a n g e l i z a d a s , o p o r q u e nos p e r d e m o s e n
una superficialidad descomprometida...

D e b e m o s « d i s p o n e r n o s » para ese e n c u e n t r o : S. I g n a c i o habla


d e «allegarse», p o n e r s e a tiro. Ese d i s p o n e r n o s son las «estructuras
d e a p o y o » q u e p o d e m o s b u s c a r d e nuestra parte para a y u d a r esa
e x p e r i e n c i a gozosa, p e r o n o f á c i l . S o n a p o y a t u r a s q u e nos f a c i l i t a -
rán v i v i r c o t i d i a n a m e n t e las actitudes q u e h e m o s ido d e s c r i b i e n d o .
Enumero algunas . 2

/. Situar mi jornada bajo la mirada de Dios

Es lo q u e t r a d i c i o n a l m e n t e se ha d e n o m i n a d o « o f r e c i m i e n t o
de obras».

S a n I g n a c i o , e n los E j e r c i c i o s , antes d e c a d a m e d i t a c i ó n , p o -
n e u n a o r a c i ó n p r e p a r a t o r i a , e n la q u e se p i d e q u e «todas las i n -
t e n c i o n e s , a c c i o n e s y o p e r a c i o n e s , sean p u r a m e n t e o r d e n a d a s e n
s e r v i c i o d e D i o s » . T a m b i é n es c o n v e n i e n t e h a c e r una o r a c i ó n p r e -
paratoria para la c o n t e m p l a c i ó n e n la v i d a . Y e n e l l a , pedir luz y
fuerza; luz para saber leer lo q u e e n la v i d a m e va a ir d i c i e n d o el
S e ñ o r y fuerza para o b e d e c e r a su v o l u n t a d .

P o s i b l e m e n t e d u r a n t e el d í a p o d a m o s renovar ese o f r e c i m i e n -
to, q u e expresa la m o t i v a c i ó n d e f o n d o d e mi v i d a , y, así, v o l v e r a
t o m a r c o n c i e n c i a d e q u e nuestra existencia transcurre b a j o la m i -
rada d e D i o s . P e r o , otras v e c e s , esa r e n o v a c i ó n n o será p o s i b l e y
nos bastará v i v i r el día c o n u n a c o n c i e n c i a i m p l í c i t a d e q u e D i o s
nos a c o m p a ñ a . P o r q u e hay trabajos q u e r e q u i e r e n el « h o m b r e e n -
tero» y n o a d m i t e n distracciones ni interrupciones, y a D i o s le g u s -
ta la c a l i d a d d e nuestro trabajo.

Esa c o n c i e n c i a i m p l í c i t a es c o m o la del « c o r r e d o r q u e se s a -
b e m i r a d o por su n o v i a » : él h a c e lo m e j o r q u e s a b e lo q u e t i e n e
q u e hacer, correr; p e r o el saberse m i r a d o le da a l i e n t o . La m e t á f o -
ra d e la «carrera» es t a m b i é n utilizada por S a n P a b l o .

2
Cf. D. M O L L A , Encontrar a Dios en la vida, C u a d e r n o del Seminario
d e EE. n ° 9 , Cristianismo y Justicia, B a r c e l o n a 1993. Recojo ¡deas de este rico
folleto.

441
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

2. Tener una instancia de recuerdo

La Eucaristía es « m e m o r i a l » ; nos a y u d a a h a c e r m e m o r i a del


a m o r i n c o n d i c i o n a l d e Cristo. En ella c e l e b r a m o s la muerte del S e -
ñor y t o d o lo q u e le l l e v ó a la m u e r t e , q u e f u e su v i d a . A l e s c u c h a r
el « h a c e d esto e n m e m o r i a m í a » , c o m p r e n d e m o s q u e su entrega
suscita nuestra entrega; nos l l a m a a entregar t a m b i é n nuestra v i d a
c o t i d i a n a m e n t e y a h a c e r d e ella «ofrenda p e r m a n e n t e » .

3. Beber en la experiencia de otros

a) El acompañamiento espiritual. C o n t a r c o n u n testigo c o n


q u i e n p u e d a c o n f r o n t a r mi p r o p i a v i d a es s i e m p r e i l u m i n a d o r . En
e s e a c o m p a ñ a m i e n t o , y o e x p o n g o c o n f r a n q u e z a mis v i v e n c i a s ,
mis dificultades y deseos, o b j e t i v o lo q u e m e pasa, a c l a r o mis p o -
sibles a u t o e n g a ñ o s y r e c i b o n u e v a s pistas para el s e g u i m i e n t o del
Señor. D i o s se nos c o m u n i c a por signos y m e d i a c i o n e s , el a c o m -
p a ñ a n t e espiritual p u e d e ser u n s ó l i d o m e d i a d o r para c o n o c e r lo
que Dios m e pide aquí y ahora.

b) La lectura espiritual. I g n a c i o la r e c o m e n d a b a c o m o algo


q u e « m u c h o a p r o v e c h a » [ 1 0 0 ] . En ella a p r e n d e m o s d e la e x p e r i e n -
c i a d e otros n u e v o s recursos y posibilidades para a c c e d e r a D i o s .

4. Estar atento al paso de Dios por mi vida

El examen es el m e d i o q u e nos p e r m i t e prestar esa a t e n c i ó n .


En é l , m á s importante q u e lo q u e y o he h e c h o , es percibir c ó m o va
p a s a n d o D i o s por mi v i d a : c ó m o m e va h a b l a n d o a través d e
a c o n t e c i m i e n t o s y p e r s o n a s . Y, e n un c l i m a d e a g r a d e c i m i e n t o
3 4

por percibir c ó m o se m e ha h a d o y se m e sigue d a n d o , r e c o n o c e r


la p o b r e z a d e m i s respuestas y h a c e r el propósito, c o n su g r a c i a ,
d e « n o ser sordo a su c o n t i n u o l l a m a m i e n t o » .

El e x a m e n nos v a d a n d o el «olfato d e S i m e ó n » - q u e r e c o n o -
c i ó el paso d e D i o s por su v i d a y lo d e t e c t ó e n u n n i ñ o p e q u e ñ o - ;

3
Cf. la orientadora y esponjada exposición del examen ¡gnaciano e n : S.
T H I Ó , Amigo y Amado. Quinta Semana, EIDES, Cristianismo y Justicia, Barcelo-
na 1995: «...y estoy atento», pp. 34-38.
4
T. CÁTALA: Vida religiosa «a la apostólica», Sal Terrae, Santader 2004, p.
90: «Lo normal es entender el examen como autoevaluación ante un código moral
de comportamiento o ante la imagen ideal del yo, para ver si hemos dado la talla.
Examinar es, sin embargo, adiestrarse para configurar la vida desde la gratuidad [47].
Dice Ignacio: el primer punto es dar gracias a Dios por los beneficios recibidos».

442
r
ENCONTRAR A D I O S EN LA VIDA

nos a y u d a a a g u z a r nuestros sentidos para r e c o n o c e r l o , a u n q u e a


v e c e s p a s e a nuestro l a d o c o m o u n « e x t e m p o r á n e o » . Y, d e este
m o d o , se nos v a c r e a n d o u n a s e n s i b i l i d a d casi c o n n a t u r a l para
captar lo q u e « h u e l e a E v a n g e l i o » y u n a finura para discernir y p o -
der así servir a D i o s e l i g i e n d o .

H a y q u e sentirse libres a la hora d e escoger el t i e m p o del e x a -


m e n . L o n o r m a l sería al fin d e la j o r n a d a ; l a n z a n d o u n a m i r a d a s o -
bre e l l a . Pero m u c h o s llegan c a n s a d o s a la n o c h e . Por eso es p o s i -
b l e h a c e r l o t a m b i é n por la m a ñ a n a , r e p a s a n d o el d í a anterior y
s a c a n d o d e él l e c c i o n e s para el día q u e e m p i e z a . Pero si, a c o n t i -
n u a c i ó n , se h a c e o r a c i ó n n o es c o n v e n i e n t e convertirla e n un e x a -
men de conciencia.

5. La comunidad

V i v i r e n e l l a c o m o e n el lugar d e la m e d i a c i ó n m u t u a d e la
p r e s e n c i a del S e ñ o r y d e su Espíritu (cf. la plática sobre «La c o m u -
n i d a d d e los c o n v o c a d o s » ) .

6. La oración retirada

Jesús f u e « c o n t e m p l a t i v o e n la a c c i ó n » , p e r o n o d e s c u i d ó la
o r a c i ó n al Padre e n la s o l e d a d ; era una « c o s t u m b r e » . T a m p o c o los
grandes «místicos horizontales» d e la Historia h a n d e s a t e n d i d o la
« o r a c i ó n f o r m a l » . El « c o n t e m p l a t i v o e n la a c c i ó n » ora, p e r o n o ab-
solutiza la o r a c i ó n formal por e n c i m a d e otras f o r m a s «seculares»
d e alabar y amar a Dios.

S i n e m b a r g o , s a b e q u e sólo por b u s c a r un t i e m p o y un e s p a -
c i o e n su v i d a para h a c e r la o r a c i ó n y a h a c e v i s i b l e e histórico q u e
D i o s o c u p a un lugar p r e e m i n e n t e e n su v i d a ; q u e El es a l g o d e c i -
sivo para presidirla. Y q u e e n c o n t r a r a D i o s e n la v i d a es algo q u e
n o se i m p r o v i s a , s i n o q u e necesita un p r e v i o a p r e n d i z a j e d e estar
e n c o n t a c t o c o n D i o s c a r a a c a r a , para, l u e g o , p o d e r h a l l a r l o e n
los m i l rostros d e la v i d a . Ese a p r e n d i z a j e , q u e n o es d e u n a v e z
para s i e m p r e , sino c o n t i n u o , lo posibilita la o r a c i ó n .

D e b e m o s , p u e s , ser c o n t e m p l a t i v o s e n la o r a c i ó n para q u e ,
c o m o p r o l o n g a c i ó n , lo s e a m o s t a m b i é n e n la a c c i ó n . La o r a c i ó n
5

5
J . A . G A R C Í A , «"Místicos horizontales"..., o. c.
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

m e da c l a r i v i d e n c i a e v a n g é l i c a para q u e detecte la p r e s e n c i a y a c -
t u a c i ó n d e los ídolos - é s o s q u e se d a n e n la a c c i ó n y q u e m e i m -
p u l s a n a adorarlos o a b u s c a r m e a m í m i s m o - ; m e robustece t a m -
b i é n la fe y la e s p e r a n z a para n o c a e r e n sus m a n o s .

El « c o n t e m p l a t i v o e n la a c c i ó n » será t a m b i é n « a c t i v o e n la
c o n t e m p l a c i ó n » . Es decir, l l e v a r e m o s a ella nuestra p r o p i a v i d a y
los rostros q u e la p u e b l a n . 6

7. El estilo de vida

H a y estilos d e v i d a q u e p o s i b i l i t a n el e n c u e n t r o c o n D i o s , y
hay otros q u e lo d i f i c u l t a n . El v i v i r c o n el c o r a z ó n a t i b o r r a d o d e
c o s a s o a m a z a c o t a d o c o n el p r o p i o y o d i f í c i l m e n t e d e j a r á h e n d i -
duras por las q u e D i o s p e n e t r e .

La c o n t e m p l a c i ó n e n la a c c i ó n t i e n e su p r o p i a ascesis. Está
c l a r o q u e d i c h a ascesis n o p u e d e consistir e n un a l e j a m i e n t o o r e -
tirada física d e l m u n d o , c o m o l e g í t i m a m e n t e s u c e d e e n la e s p i r i -
t u a l i d a d m o n a c a l , s i n o q u e habrá d e ser n e c e s a r i a m e n t e d e otro
estilo.

La ascesis del « c o n t e m p l a t i v o e n la a c c i ó n » será f u n d a m e n -


t a l m e n t e la s o b r i e d a d d e v i d a . Esta s o b r i e d a d consiste e n libertad
y éxodo:

a) Libertad: El «contemplativo en la a c c i ó n » tiene q u e ser libre y


señor d e su propia vida para poder entregarla enteramente al Señor.
H a d e esforzarse, por tanto, e n q u e sea él el q u e m a r q u e el ritmo d e
su vivir y n o estar c o n t i n u a m e n t e d e s b o r d a d o por el acontecer, d e
m o d o q u e no haya ningún atisbo d e profundidad e n su v i d a . H a d e
ser t a m b i é n señor d e las cosas d e las q u e se sirve y n o a c a b a r s i e n -
d o su servidor, p o r q u e éstas, convertidas e n ídolos, le p i d a n apre-
miantemente más hasta atraparle. La libertad interior, q u e tendrá q u e
conquistar p o c o a p o c o - y para ello necesitará m u c h a s v e c e s practi-
car el despojamiento-, le posibilitará romper las ataduras q u e le fre-

6
T. CÁTALA, o. c , p. 8 1 : «La oración, si es cristiana, no puede quedarse
en un diálogo yo-tú; el Dios revelado c o m o Dios es nuestro y no se deja encerrar
en un ejercicio "espiritual" que hincha el yo hasta términos insoportables. El yo
orante de ningún modo puede olvidar que está implicado en la trama de este
mundo nuestro, que es un yo vinculado a otros, y que esta implicación no es fru-
to de la oración, sino condición necesaria para que la oración sea cristiana».

444
ENCONTRAR A DIOS EN LA VIDA

nan e n su impulso d e encontrar al S e ñ o r y d e servirle e n los h e r m a -


nos. En resumen, se trata d e q u e vaya liberando su libertad, « o r d e -
n a n d o su v i d a » , para ponerla e n sintonía c o n la libertad d e D i o s .

b) Éxodo: La ascética clásica habla d e « a b n e g a c i ó n » . T a m b i é n


ésta tiene q u e arraigar e n el «místico h o r i z o n t a l » . La d e f i n i c i ó n ig-
n a c i a n a d e ella es la d e «salir d e su p r o p i o amor, querer e interés»
[ 1 8 9 ] . Significa, por tanto, n o v i v i r c e n t r a d o e n sí m i s m o , sino d e s -
centrarse, e m p r e n d i e n d o un é x o d o q u e le permita e n c o n t r a r s e y
servir g e n e r o s a m e n t e al S e ñ o r e n los d e m á s . En una s o c i e d a d n a r -
cisista c o m o la nuestra el v i v i r des-centrado es c o n t r a c u l t u r a l . Pero,
y a lo d i j i m o s a n t e r i o r m e n t e , el q u e v i v e c o n un « c o r a z ó n d e p e r -
d o n a d o » p o d r á realizar e s e é x o d o y v i v i r e n y d e s d e la g r a t u i d a d ;
u n a gratuidad q u e significa q u e n o h a g o las c o s a s para o p o r q u e
m e lo a g r a d e z c a n o a l a b e n , sino c o n la g e n e r o s i d a d q u e m e s u s c i -
ta el s a b e r m e p r e v i a m e n t e a m a d o y p e r d o n a d o i n m e r e c i d a m e n t e .

IV. M o m e n t o s singulares d e l e n c u e n t r o

/. En la griseidad de la vida

Largos p e r i o d o s d e nuestra v i d a -si n o t o d o s - transcurren e n


la espesa y a n o d i n a m o n o t o n í a d e lo c o t i d i a n o : ¿ c ó m o e n c o n t r a r
e n ellos - c u a n d o « n u n c a pasa n a d a » - al S e ñ o r ?

La vida oculta d e Jesús en Nazaret tiene m u c h o q u e enseñarnos.


La pregunta d e sus paisanos: « ¿ N o es éste el hijo del carpintero?» e x -
presa la radicalidad c o n la q u e Jesús a s u m i ó el ser « u n o d e tantos».

D u r a n t e su v i d a p ú b l i c a , Jesús h a b l ó m u c h o del « D i o s q u e v e
e n lo e s c o n d i d o » : ¿ d ó n d e lo a p r e n d i ó Jesús? Jesús v i v i ó su v i d a
o c u l t a s a b i é n d o s e m i r a d o por el P a d r e . Y « D i o s s i e m p r e está m i -
rando» ( E c l o 3 9 , 19-20).

Jesús la v i v i ó t a m b i é n s a b i e n d o q u e su trabajo e m p a l m a b a
c o n el trabajo d e u n D i o s q u e trabaja Gn 5,7); y v i v i ó lo c o t i d i a n o
c o m o c o n t i n u a l l a m a d a , pues el estar a la e s c u c h a d e la v o l u n t a d
d e l Padre es lo q u e iguala t o d a s las etapas d e la v i d a d e J e s ú s , lo
q u e las h a c e a todas i d é n t i c a s . Y así f u e c r e c i e n d o , i n t e r p r e t a n d o
c a d a v e z m á s la v i d a d e s d e el Espíritu d e D i o s . H a g a m o s lo m i s -
m o : nos hará crecer.

445
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

2. En el tiempo de las pasividades

D e c í a m o s q u e s o m o s «seres r e c i b i d o s » . La e x p e r i e n c i a nos
7

e n s e ñ a q u e lo m á s i m p o r t a n t e d e la v i d a , lo m á s d e c i s i v o , n o lo
c o n q u i s t a m o s , sino q u e lo r e c i b i m o s ; n o lo h a c e m o s , lo « p a d e c e -
m o s » . M i y o es m á s p a s i v i d a d q u e a c t i v i d a d ; es m á s por lo q u e r e -
c i b e q u e por lo q u e h a c e . Teilhard d e c í a : las dos partes d e nuestra
v i d a , la a c t i v a y la pasiva, son e x t r a o r d i n a r i a m e n t e d e s i g u a l e s ; la
s e g u n d a es i n c o n m e n s u r a b l e m e n t e m á s extensa q u e la p r i m e r a . 8

En la v i d a hay dos clases d e p a s i v i d a d e s : unas p r o d u c e n c r e -


c i m i e n t o y e s p o n j a n ; otras nos h a c e n d i s m i n u i r . N i n g u n a d e las
dos es a-tea (sin D i o s ) , sino q u e son m e d i o d i v i n o d e la p r e s e n c i a
d e D i o s y d e su i n t e r p e l a c i ó n .

H a b l e m o s d e las « p a s i v i d a d e s d e d i s m i n u c i ó n » . Bajo ese


n o m b r e se e n t i e n d e la a m p l i a g a m a d e sufrimientos q u e nos s o b r e -
v i e n e n sin q u e nosotros los h a y a m o s p r o v o c a d o : el dolor, la enfer-
m e d a d , el e n v e j e c i m i e n t o . . . S u c e d e n e n nosotros sin nosotros; y
nos v a n d i s m i n u y e n d o hasta destruirnos ( c u a n d o llegue la muerte).

« ¿ C ó m o e m e r g e D i o s e n esas " p a s i v i d a d e s " ? D i o s ni las c a u -


sa ni las p e r m i t e , p e r o llega hasta nosotros c o n e l l a s . ¿ C ó m o llega?
D e c í a Teilhard: D i o s e m e r g e e n ellas " c o m o t i m ó n d e p r o f u n d i d a d ,
c o m o podadera y c o m o savia". ¿ Q u é quería decir?»

«El t i m ó n d e p r o f u n d i d a d c a m b i a la d i r e c c i ó n d e la ruta. En
las e x p e r i e n c i a s d e a c c i ó n , es nuestro y o q u i e n m a r c a el r u m b o ,
q u i e n b u s c a m e t a s . . . En las e x p e r i e n c i a s d e p a s i ó n , a l g u i e n c a m -
bia el r u m b o d e la n a v e i n v i t á n d o n o s a a v a n z a r e n otra d i r e c c i ó n .
¿ C u á l ? D i o s nos invita a e m i g r a r m á s y m á s h a c i a É l , a c o n f i a r más
e n É l , a h a c e r n o s más y más s a c r a m e n t o s d e su a m o r y testigos d e
q u e sólo e n Él hay q u e p o n e r d e f i n i t i v a m e n t e la esperanza.»

«La p o d a d e r a dirige el c r e c i m i e n t o y c a n a l i z a la savia interior.


U n árbol sin p o d a c r e c e a golpes d e e s p o n t a n e i d a d , c a ó t i c a m e n t e ,

7
Cf. para lo que sigue J . A . G A R C Í A , «¿Pasividad ante el mal en nombre
de Dios?» e n : Sal Terrae 87 (1999) 655-665. D e este artículo reproduzco el resu-
men que hace del pensamiento de Teilhard de Chardin, El medio divino, Taurus,
6 e d i c , Madrid 1967.
a

8
Cf. T E I L H A R D D E C H A R D I N , o. c ; sobre las «pasividades de disminu-
ción», pp. 75-92.

446
ENCONTRAR A D I O S EN LA VIDA

e n todas las d i r e c c i o n e s . D e ese árbol n o se p u e d e n esperar frutos


b u e n o s (cf. J n 1 5 , 2 : el Padre p o d a para q u e el sarmiento d é fruto).
La p o d a d e r a dirige el c r e c i m i e n t o , c a n a l i z a la savia, p o n e d e relie-
v e los c o m p o n e n t e s más puros d e nuestro ser. La v i d a está plagada
d e espejismos, d e mentira interna, d e a u t o e n g a ñ o . D e j a d o s a n o s o -
tros mismos, c r e c e m o s c o n una f a c i l i d a d pasmosa hacia lo q u e a p a -
rece c o m o m á s v i d a y e n realidad es m e n o s v i d a . H a c i a el tener, el
poder, saber, figurar... C u a n d o nos sorprende alguna d e esas p a s i v i -
d a d e s d e d i s m i n u c i ó n m e n c i o n a d a s , todos esos falsos c r e c i m i e n t o s
entran e n crisis. P u e d e q u e e n ese m o m e n t o se nos a p a r e z c a D i o s
invitándonos a c a m b i a r d e r u m b o y a crecer e n otras d i r e c c i o n e s . . . »

« C o m u l g a r c o n D i o s y u n i r n o s a É l , e m i g r a r h a c i a otras rutas
m á s h u m a n a s y d i v i n a s a p o y a d o s e n su f u e r z a : é s e es el reto c r i s -
t i a n o d e t o d a p a s i v i d a d d e d i s m i n u c i ó n . D e s d e su interior nos
llega la v o z d e J e s ú s q u e nos d i c e : " Á n i m o , n o t e m á i s , soy y o "
( M e 6, 5 0 ) » . 9

3. Cuando aparece el Dios de la fiesta

C e r c a d e 2 5 0 v e c e s se h a b l a e n el N.T. d e la a l e g r í a ; a l g o
t e n d r á q u e v e r esto c o n J e s ú s . Ya d i j i m o s q u e J e s ú s f u e u n h o m -
b r e g o z o s o , y nos invita a c o m p a r t i r su a l e g r í a , c o n f r e c u e n c i a
1 0

paradójica.

Y es q u e la auténtica - n o la f o r z a d a - alegría d e la v i d a es u n
e s p a c i o e n el q u e p o d e m o s ver trabajar a D i o s c o m o c o n s o l a d o r ;
S. Pablo la p o n e e n el s e g u n d o lugar d e los frutos del Espíritu.

Esas alegrías, m á s q u e h a c e r l a s , las r e c i b i m o s : son un regalo.


S e las ha l l a m a d o « p a s i v i d a d e s d e c r e c i m i e n t o » , p o r q u e c u a n d o
1 1

9
U n ejemplo impresionante de aceptación de las «pasividades de dismi-
nución» nos la dio el P. Arrupe, que, en su mensaje a la Compañía al final de su
vida y c u a n d o ya estaba casi incapacitado por la enfermedad que le sobrevino,
expresaba: «Yo me siento, más que nunca, en las manos de Dios. Eso es lo que he
deseado toda mi vida, desde joven. Y eso es también lo único que sigo queriendo
ahora. Pero con una diferencia: hoy toda la iniciativa la tiene el Señor. Les asegu-
ro que saberme y sentirme totalmente en sus manos es una profunda experien-
cia»: Acta Romana 18 (1983) 986-988.
1 0
Cf. la contemplación sobre «El estilo de Jesús».
11
Sobre las «pasividades de crecimiento», cf. T E I L H A R D DE C H A R D I N ,
o. c , pp. 70-75.

447
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

a p a r e c e n d i l a t a n nuestro c o r a z ó n . La a m i s t a d , el amor, la g e n e r o -
sidad, la c o m p a s i ó n , la h o n r a d e z . . . c u a n d o nos t o p a m o s c o n ellas,
nos d e b e n recordar q u e son semillas d e r e s u r r e c c i ó n q u e D i o s h a -
c e florecer e n este m u n d o . N o t e n e m o s q u e considerarlas c o m o a l -
g o q u e se da por s u p u e s t o o q u e nos es d e b i d o . Y a l l í d o n d e b r o -
t a n , d e b e m o s r e c o n o c e r a d m i r a d o s q u e e m e r g e el D i o s d e la
fiesta; d e b e m o s a c o g e r esos g o z o s q u e nos trae la v i d a , por el c a u -
c e d e m u c h a s personas y a c o n t e c i m i e n t o s , y a g r a d e c e r l o s , a l a b a n -
d o al A m o r o r i g i n a n t e y al D a d o r ú l t i m o d e tanto b i e n .

Pero r e c o r d e m o s t a m b i é n q u e el S e ñ o r nos p r o m e t e , a d e m á s ,
u n a alegría p a r a d ó j i c a , p o r q u e n o está c a t a l o g a d a c o m o alegría e n
los e s q u e m a s m u n d a n o s . Jesús ha l l a m a d o « d i c h o s o s » a los q u e
a b r a c e n los v a l o r e s q u e El a s u m i ó ; s o n v a l o r e s q u e portan d i c h a ,
p e r o n o según los criterios del m u n d o . Los c o n o c e m o s c o m o las
B i e n a v e n t u r a n z a s ; y son los valores del R e i n o . Si intentamos v i v i r -
los, tal c o m o Jesús h i z o , nos e n c o n t r a r e m o s e n el c a m i n o c o n E l .
Es u n c a m i n o q u e Él m i s m o l l a m ó « e s t r e c h o c a l l e j ó n » p e r o q u e
lleva a la v i d a ; si lo s e g u i m o s , e x p e r i m e n t a r e m o s q u e « p e r d e r la
v i d a es g a n a r l a » .

4. En el sacramento de Dios: el hermano

D e c í a m o s al c o m i e n z o q u e el e n c u e n t r o c o n D i o s s i e m p r e
t i e n e estructura s a c r a m e n t a l . L l e g a m o s a v e r l o a través d e m e d i a -
c i o n e s . P u e s b i e n , el lugar p r i v i l e g i a d o para v e r su rostro es el
hermano u
.

Esto lo afirma rotunda y s o r p r e n d e n t e m e n t e la Escritura. Ro-


tundamente p o r q u e d i c e : « A D i o s n a d i e lo ha visto n u n c a ; y el q u e
n o a m a n o lo c o n o c e ; p e r o el q u e a m a al h e r m a n o a q u i e n v e , c o -
n o c e y a m a a D i o s , a q u i e n n o v e » (cf. 1 J n 3 y 4 ) . A l g u n o s d e los
p r i m e r o s p r e d i c a d o r e s d e la Iglesia (Tertuliano, C l e m e n t e d e A l e -
j a n d r í a ) a t r i b u í a n al p r o p i o Jesús este d i c h o : « ¿ H a s visto a tu h e r -
m a n o ? H a s visto a D i o s » .

12
H. U . von B A L T H A S A R : «El hermano pasa a ser el soporte del diálogo de
Dios, el sacramento de la palabra que Dios me dirige a mí. Este sacramento se a d -
ministra en la vida cotidiana, no en el espacio eclesial. En el diálogo, no durante
la predicación. N o en la oración y contemplación, sino allí donde... se ventila la
cuestión de si en la oración he escuchado realmente la palabra de Dios». Citado
por H . KESSLER, La resurrección de Jesús, Sigúeme, Salamanca 1989, p. 319.

448
ENCONTRAR A DIOS EN LA VIDA

Y sorprendentemente, p o r q u e el m i s m o Jesús nos d i c e q u e a


El se le e n c u e n t r a e n el h e r m a n o n e c e s i t a d o , a u n q u e u n o n o sepa
ni sea c o n s c i e n t e d e q u e le está d a n d o a Él un v a s o d e a g u a , u n
trozo d e p a n , u n vestido o h a c i é n d o l e u n a visita e n la c á r c e l .

Por eso d e c í a m o s q u e t e n í a m o s q u e orar el « T o m a d , Señor, y


recibid» e n la v i d a , allí d o n d e se e n c u e n t r a a D i o s : e n el h e r m a n o .
Es a éste al q u e D i o s q u i e r e q u e e n t r e g u e m o s lo q u e s o m o s y t e -
n e m o s . Y es e n esta tarea d o n d e p r i m o r d i a l m e n t e v i v i r e m o s d e s -
centrados.

Y d o n d e , sobre t o d o , q u i e r e el S e ñ o r ser s e r v i d o es e n los p o -


bres y n e c e s i t a d o s . C o n ellos p r e c i s a m e n t e se identifica Cristo. T e -
n e m o s , p u e s , si q u e r e m o s e n c o n t r a r a D i o s e n la v i d a , q u e a c e r -
c a r n o s a ellos.

En nuestra v i d a t e n d r e m o s o c a s i o n e s d e estar con e l l o s - n o


las d e s p e r d i c i e m o s - ; y si n o las t u v i é r a m o s , t e n d r í a m o s q u e b u s -
c a r l a s . Pero lo q u e s i e m p r e d e b e r í a m o s hacer, sea c u a l sea nuestro
puesto e n la v i d a , es trabajar para ellos y d e s d e e l l o s ; es decir, q u e
nuestro trabajo y nuestro c o m p r o m i s o sea s i e m p r e para construir
u n m u n d o m á s justo y fraternal, y q u e , e n las d e c i s i o n e s q u e t o -
m e m o s e n la v i d a , la s o l i d a r i d a d c o n ellos tenga un peso e s p e c í f i -
c o : c u a n t o m á s solidarias, más p r e s e n c i a d e Cristo habrá e n e l l a s .

449
29
CONTEMPLACIÓN PARA ALCANZAR HUMOR

U n compañero m í o 1
d e c í a q u e habría q u e rematar los E j e r c i -
cios no sólo c o n la « C o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r a m o r » , sino c o n
la « C o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r h u m o r » .

T e n í a r a z ó n . Y, a d e m á s , e n el f o n d o , las d o s c o n t e m p l a c i o -
nes están e n l a z a d a s . P o r q u e el h u m o r - e l h u m o r c r i s t i a n o - se b a -
sa e n el a m o r . El a m o r q u e D i o s nos t i e n e - p o r el q u e nos a c e p -
ta t i e r n a m e n t e - es el f u n d a m e n t o d e nuestro h u m o r . C o n el q u e
t e n d r í a m o s q u e ir por la v i d a , c o m o u n a a c t i t u d f u n d a m e n t a l
cristiana.

S o b r e él v a m o s a meditar - c u a n d o estamos a p u n t o d e a c a b a r
los Ejercicios y d e v o l v e r a c o d e a r n o s c o n lo m o n ó t o n o y lo c o t i -
d i a n o - V a m o s a hacer una « C o n t e m p l a c i ó n para a l c a n z a r h u m o r » :

- q u e nos permita e x a m i n a r n o s sobre nuestro humor, sobre


nuestra f u n d a m e n t a l alegría;

- q u e nos permita a l c a n z a r l o , p i d i é n d o l o c o m o un d o n .
Pues es nada m e n o s q u e el s e g u n d o d e los frutos del Espí-

1
Cf. F. S E G U R A , «Contemplación para alcanzar humor»: Razón y F e 2 1 3
(1986: 1052) 615-626. Este artículo surgió de una refundición de diversas charlas
del autor sobre el tema. Fue publicado c o m o homenaje al que había sido direc-
tor de esa revista durante varios años. F. Segura estaba preparando un estudio más
a fondo sobre el tema del humor en San Ignacio, pero no pudo terminarlo; la
muerte le sorprendió. Recojo parte del artículo.

451
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

ritu S a n t o ( G a l 5, 2 2 ) : «El fruto del Espíritu es amor, a l e -


gría, p a z , t o l e r a n c i a , a g r a d o , g e n e r o s i d a d , l e a l t a d , s e n c i -
llez, d o m i n i o d e sí». (Todos estos frutos t i e n e n u n c i e r t o
a i r e d e f a m i l i a : se p a r e c e n a su p a d r e , el Espíritu. P o s e e n
un t a l a n t e d e gozosa y serena apertura.)

En las Reglas d e d i s c r e c i ó n d e espíritus, tanto d e la « p r i m e r a


s e m a n a » c o m o d e la « s e g u n d a » , S a n I g n a c i o insiste e n q u e es p r o -
p i o del b u e n espíritu (de D i o s y d e sus ángeles) «dar v e r d a d e r a a l e -
gría y g o z o e s p i r i t u a l , q u i t a n d o toda tristeza y t u r b a c i ó n » [329];
mientras q u e es « p r o p i o del m a l espíritu, morder, tristar y p o n e r
i m p e d i m e n t o s » . ¿ P o r q u é , e n t o n c e s , e n p e r s o n a s , c o m o nosotros,
q u e n o h a n a b a n d o n a d o el d e s e o d e v i v i r para D i o s y para el p r ó -
j i m o , se da a v e c e s este c o n s e n t i m i e n t o ( q u i z á s h a b i t u a l ) c o n la
tristeza y la d e s e s p e r a n z a ?

C o n v i e n e , por tanto, q u e nos e x a m i n e m o s s o b r e nuestro h u -


m o r y q u e lo p i d a m o s . Pedir este h u m o r cristiano -esta a l e g r í a - n o
es un c a p r i c h o , a l g o sin i m p o r t a n c i a . Es algo f u n d a m e n t a l para un
c r i s t i a n o q u e se s a b e t i e r n a m e n t e a c e p t a d o por D i o s . Por e s o i n -
siste Pablo e n sus cartas - c a s i c o m o u n a m u l e t i l l a - :

Fil 3, 1 : « M a n t e n e o s alegres, c o m o cristianos q u e sois».

Fil 4, 4: «Estad s i e m p r e a l e g r e s . . . q u e t o d o el m u n d o lo n o t e » .

Fil 1 , 2 6 : «Estaré a vuestro l a d o , para q u e a v a n c é i s alegres e n


la f e » .

(Cf. t a m b i é n 1 Tes 5, 16; R o m 1 5 , 13.)

Pero hay, s o b r e t o d o , u n a p a l a b r a d e P a b l o q u e a m í m e i m -
presiona m u c h o (2 C o r 9, 5-8): H a y q u e dar c o n alegría, n o d e m a -
la g a n a , ni f o r z a d o , ni a r e g a ñ a d i e n t e s . P o r q u e D i o s a m a al q u e da
c o n alegría.

Esta frase t i e n e gran v a l o r para nosotros, q u e estamos d e c i d i -


d o s - y lo h e m o s r e a f i r m a d o u n a v e z m á s e n estos E j e r c i c i o s - a dar
la v i d a , a h a c e r d e ella una e n t r e g a . . . Y q u e i n c l u s o ya la estamos
d a n d o , a u n q u e sea, tantas v e c e s , e n c a l d e r i l l a y h a c i é n d o n o s los
remolones.

P r e g u n t é m o n o s , p u e s : ¿ d a m o s la v i d a c o n alegría? El m i s m o
jesús t i e n e u n a p a l a b r a c o n t u n d e n t e , al h a b l a r d e la « v e r d a d e r a

452
CONTEMPLACIÓN PARA ALCANZAR HUMOR

v i d » (Jn 1 5 , 11): « O s d o y mi g o z o , para q u e esté e n vosotros y


vuestro g o z o sea c o l m a d o » . ¿ T e n e m o s e x p e r i e n c i a l m e n t e ese g o z o
q u e Jesús nos d a ? ¿ L o manifestamos?

R e f l e x i o n e m o s , por tanto: ¿ H a y e n nuestra v i d a g o z o , alegría,


h u m o r ? ¿ L o hay e n nuestras c o m u n i d a d e s ?

I. E l e m e n t o s d e l h u m o r

¿ E n q u é c o n s i s t e ese h u m o r q u e d e b e r í a m o s tener? El « h u -
m o r » es, a u n q u e p a r e z c a p a r a d ó j i c o , a l g o m u y serio. D i c e n los
tratadistas del h u m o r q u e t i e n e c u a t r o ingredientes f u n d a m e n t a l e s ,
inseparables:

1. L u c i d e z o libertad c r í t i c a .
2. Aceptación.
3. Ternura.
4. U n a pizca d e locura.

E x p l i q u e m o s b r e v e m e n t e c a d a u n o d e estos rasgos.

7. Lucidez (o libertad crítica)

El humorista es c o m o un f u n á m b u l o q u e está e n la c u e r d a f l o -
j a . P o r q u e el h u m o r es u n e q u i l i b r i o entre dos c o s a s : entre la i n g e -
n u i d a d y la a m a r g u r a .

El humorista n o es u n i n g e n u o , sino q u e es u n h o m b r e l ú c i d o
y, por tanto, c o n libertad crítica. S e distingue, pues, d e los panfilos.
Los panfilos - c o m o su n o m b r e e t i m o l ó g i c a m e n t e i n d i c a (pan y fi-
led)- son los q u e a m a n t o d o ; a q u é l l o s a los q u e t o d o les p a r e c e
b i e n , los q u e están c o n t e n t o s c o n t o d o , los i n g e n u o s , los i n e v i t a -
b l e m e n t e optimistas. Pero, c o m o d i c e M a r c i a l ( q u e era u n « m a ñ o »
d e C a l a t a y u d ) , a g u d a m e n t e : «Para el q u e n a d a es m a l o , n a d a p u e -
d e ser b u e n o d e v e r d a d » .

Es decir, el p a n f i l o es tan p a n f i l o , al p a n f i l o t o d o le p a r e c e tan


b i e n , q u e e f e c t i v a m e n t e le falta sentido c r í t i c o . R e s p o n d e a lo q u e
d e c i m o s c a s e r a m e n t e e n nuestros refranes: «sólo los tontos son f e -
lices». El p a n f i l o es feliz o p o r q u e le falta i n f o r m a c i ó n o p o r q u e n o
se entera.

453
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

El humorista n o es p a n f i l o , sino un h o m b r e l ú c i d o , q u e c o n o -
c e m u y b i e n sus l i m i t a c i o n e s propias y las d e los d e m á s .

2. Aceptación

D e c í a m o s q u e el h u m o r es un e q u i l i b r i o e n t r e la i n g e n u i d a d
y la a m a r g u r a ; q u e el humorista es un f u n á m b u l o . T i e n e q u e evitar
caer, por un l a d o , e n lo p a n f i l o ; p e r o , por otro l a d o , ha d e e v i t a r
c a e r e n el a b i s m o d e la a m a r g u r a , q u e es el peligro q u e t i e n e n t o -
dos los l ú c i d o s . P u e s éstos v e n tanto y c o n tanta p r o f u n d i d a d y se
q u e d a n , por e l l o , tan insatisfechos d e sí m i s m o s , del m u n d o , d e la
v i d a , q u e e n t o n c e s se s u m e r g e n e n la a m a r g u r a .

A m a r g u r a q u e se manifiesta d e d o s m a n e r a s :

- o por el s a r c a s m o ;
- o por la ironía.

a) S a r c á s t i c o es el a m a r g o v i o l e n t o ; el h o m b r e q u e está tan i n -
satisfecho d e la r e a l i d a d q u e t o d a v í a la e m p e o r a m á s para d i s t a n -
c i a r s e d e ella y p o d e r l e dar latigazos.

El gran sarcástico d e nuestra literatura es D. Francisco d e Q u e -


v e d o . Q u e v e d o es un h o m b r e tan insatisfecho d e las cosas q u e t o -
d a v í a las e m p e o r a , h a c e t o d o lo p o s i b l e e i m p o s i b l e , c a r i c a t u r i -
z á n d o l a , para p o d e r fustigar esa r e a l i d a d q u e él n o q u i e r e .

b) La otra forma d e manifestarse la a m a r g u r a es la ironía c o n s -


tante. El p e r p e t u a m e n t e i r ó n i c o es el a m a r g o n o v i o l e n t o . Es el q u e
r e a c c i o n a e n v e z d e c o n v i o l e n c i a c o n tristeza.

D e c í a B e n a v e n t e : «La ironía es u n a tristeza q u e n o q u i e r e l l o -


rar y s o n r í e » . El i r ó n i c o c a m b i a el látigo por los d o s c i e n t o s d a r d o s
o alfilerazos q u e v a n e x p r e s a n d o su d e s c o n t e n t o , su insatisfacción.
En el f o n d o , su ironía es u n a expresión d e tristeza.

Y ¿ q u é es el h u m o r i s t a ? Es u n a síntesis difícil d e c o n s e g u i r
- p o r e s o , el h u m o r cristiano es u n d o n q u e hay q u e pedir-. Es una
síntesis d e l u c i d e z y a c e p t a c i ó n .

Esa a c e p t a c i ó n es la q u e le falta al sarcástico y al i r ó n i c o . El


h o m b r e c o n h u m o r t i e n e esa a c e p t a c i ó n d e sí m i s m o y d e los d e -
m á s , d e la r e a l i d a d tal c o m o es, a pesar d e las l i m i t a c i o n e s propias
y ajenas.

454
CONTEMPLACIÓN PARA ALCANZAR HUMOR

3. Ternura

Pero es u n a a c e p t a c i ó n c o n ternura. H u m o r es la c a p a c i d a d
d e saberse reír d e u n a cosa y, sin e m b a r g o , seguir a m á n d o l a .

El humorista se a c e p t a c o m o e s , a c e p t a la p r o p i a l i m i t a c i ó n ;
y, a u n q u e n o está satisfecho d e sí m i s m o , n o se desprecia, sino q u e
se ríe d e sí m i s m o y se a m a c o n ternura. El humorista a c e p t a c o n
ternura al m u n d o y a los d e m á s h o m b r e s ; los a c e p t a s i n c e r a m e n t e ,
a u n q u e n o está satisfecho d e e l l o s , p o r q u e c o n o c e sus l i m i t a c i o -
nes. Pero, a pesar d e e s o , los a c e p t a , y n o e s c é p t i c a m e n t e , s i n o
tiernamente.

Si se ríe, el humorista s i e m p r e lo h a c e c o n ternura. P o r q u e es


l ú c i d o y v e los fallos y l i m i t a c i o n e s , el humorista se ríe d e sí m i s -
m o , d e los d e m á s , del m u n d o , p e r o c o n t i n ú a a m á n d o l o s t i e r n a -
m e n t e . N u n c a c a e e n la a m a r g u r a .

C o m o suele d e c i r s e , la m e j o r d e s c r i p c i ó n del humorista es é s -


ta: el humorista es a q u é l q u e d i c e « ¡ Q u é b a r b a r i d a d ! , m e h e d a d o
c u e n t a d e q u e soy u n p i o j o » , para a ñ a d i r i n m e d i a t a m e n t e « p e r o
u n p i o j o m u y m a j o » . S e trata d e a c e p t a r lo q u e soy, p e r o a c e p t a r -
lo sin tristeza, sin a m a r g u r a .

El humorista es, p u e s , p o b r e , c o n esa p o b r e z a radical q u e sig-


nifica a c e p t a r la p r o p i a l i m i t a c i ó n . Y c u a n d o u n o se ha a c e p t a d o a
sí m i s m o , e n t o n c e s , y sólo e n t o n c e s , está e n d i s p o s i c i ó n d e a c e p -
tar a los d e m á s c o n ternura.

E l e m e n t o insustituible d e l h u m o r es la ternura. Por e s o , a ese


h u m o r q u e n o es t i e r n o , s i n o q u e e m p i e z a a r e d u c i r al h o m b r e y
y a lo r e d u c e tanto q u e lo d e s h u m a n i z a , le l l a m a m o s « h u m o r n e -
gro», q u e n o es a u t é n t i c o humor. Es un h u m o r d e s e s p e r a d o : lo q u e
h a c e es reducir al h o m b r e .

Pero el v e r d a d e r o humorista n o sólo es p o b r e - q u e se a c e p t a


c o n sus l i m i t a c i o n e s - , sino q u e t a m b i é n es m i s e r i c o r d i o s o . T i e n e
ternura. Siente ternura h a c i a los d e m á s y los a c e p t a : « ¡ S o n pobres
hombres c o m o yo!».

4. Una pizca de locura

N o hay n a d a m á s o p u e s t o a un h u m o r i s t a q u e un «señor ra-


z o n a b l e » . D e ésos q u e se t o m a n la v i d a a b s o l u t a m e n t e e n serio y

455
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

c u y o lema e s : « D e m í n o se ríe n a d i e » . Los h o m b r e s y mujeres q u e


s ó l o t i e n e n r a z ó n - y n o s e n t i m i e n t o , ni t e r n u r a - s ó l o se m u e v e n
por o b j e t i v o s c a l c u l a d o s , por e s q u e m a s lógicos y c o n a c c i o n e s
p l a n i f i c a d a s . S o n tan o r d e n a d o s q u e p a r e c e n g e o m é t r i c o s ; tan e s -
quematizados que parecen autómatas.

Frente al e x c e s o d e r a z ó n , el h u m o r i s t a apuesta por el s e n t i -


m i e n t o y la ternura. Y así u n gran h u m o r i s t a , C h a r l e s C h a p l i n , se
l a m e n t a b a d e q u e e n nuestra s o c i e d a d m o d e r n a , tan « r a z o n a b l e » ,
« p e n s a m o s d e m a s i a d o , p e r o n o sentimos bastante».

Y frente al e x c e s o d e p l a n i f i c a c i ó n lógica - t a n m o n o c o r d e e n
nuestra s o c i e d a d t e c n o c r á t i c a - , el humorista nos d i c e q u e t e n e m o s
q u e ser l u n á t i c o s . L u n á t i c o s significa ser locos a intervalos, o sea,
n o s i e m p r e , p e r o por lo m e n o s a intervalos, por fases, c o m o la l u -
na. H a y q u e ser l u n á t i c o s ; es decir, aportar una brizna d e locura a
la e x c e s i v a r a c i o n a l i d a d e n la q u e e s t a m o s e n c o r s e t a d o s y c o n la
q u e nos m o v e m o s c a d a día.

T o d o esto está m u y b i e n sintetizado e n el título d e la obra d e


u n gran humorista e s p a ñ o l , M i g u e l M i h u r a : Sólo el amor y la luna
traen fortuna. S ó l o el a m o r - l a t e r n u r a - y u n p o c o la luna ( l u n á t i -
cos) - u n a p i z c a d e l o c u r a - traen fortuna, sirven para a l g o .

Esto significa q u e t o d o h o m b r e y m u j e r t i e n e n d e r e c h o a p o -
nerse d e puntillas y soñar, a ilusionarse por a l g o . T o d o h o m b r e y
mujer, m á s allá d e u n c o m p o r t a m i e n t o p r o s a i c a m e n t e r a z o n a b l e ,
t i e n e n d e r e c h o a u n m a r g e n d e s u e ñ o s e n su v i d a , d e i l u s i o n e s y
de esperanzas.

En la obra citada d e ese gran humorista e s p a ñ o l , a p a r e c e u n


m é d i c o , el doctor Palacios, q u e está a punto d e descubrir una p i l d o -
ra, c o n la c u a l , si la t o m a n , los h o m b r e s ya no necesitarán dormir.
Está satisfecho el doctor c o n su invento y d i c e : «Este invento m í o va
a r e v o l u c i o n a r la h u m a n i d a d , ya q u e va a d u p l i c a r la c a p a c i d a d d e
trabajo. Si ya n o necesitamos dormir, los hombres trabajaremos día
y n o c h e » . Y el protagonista d e la obra se horroriza ante esta afirma-
c i ó n y quiere impedir q u e el doctor siga adelante c o n su invento. Por
ello, le d i c e c o m o supremo argumento: «Pero ¡si hasta los perros n e -
cesitan dormir para soñar c o n su h u e s o ! » . Y el doctor Palacios - q u e
es el prototipo del h o m b r e r a z ó n - le contesta: « C o n mi invento h a -
brá huesos para todos y e n a b u n d a n c i a » . Y le replica el protagonis-

456
CONTEMPLACIÓN PARA A L C A N Z A R HUMOR

ta: «Pero esos huesos son reales, y lo q u e el perro necesita son h u e -


sos fantásticos, d e ésos q u e no existen y se pierden e n los sueños».

A s í e s . El h u m o r nos d i c e q u e n e c e s i t a m o s soñar, p o n e r n o s d e
puntillas y tener ilusiones y e s p e r a n z a s . N e c e s i t a m o s u n a p i z c a d e
locura.

Éstos son los c u a t r o rasgos d e l a u t é n t i c o h u m o r : lucidez,


a c e p t a c i ó n , ternura y u n a p i z c a d e l o c u r a . El q u e los tenga n o s e -
rá ni optimista i n g e n u o (panfilo, «tonto feliz») ni pesimista r e c a l c i -
trante («tonto d e s g r a c i a d o » ) , sino u n humorista e s p e r a n z a d o .

II. El d o n d e saber reír

P e r o estos c u a t r o rasgos son p r o f u n d a m e n t e c r i s t i a n o s . Por


e s o t e n d r í a m o s q u e p e d i r l o s para a l c a n z a r h u m o r y v i v i r nuestra
v i d a c o n humor, c o n un c o r a z ó n d e c a r n e g o z o s o y j o v i a l .

• T e n d r í a m o s q u e p e d i r l e al S e ñ o r q u e nos d é la libertad y
la l u c i d e z q u e aporta el Espíritu S a n t o a los hijos d e D i o s .
Esa l u c i d e z o libertad c r í t i c a - p r i m e r rasgo d e l h u m o r -
q u e nos p e r m i t a discernir, d i s t a n c i a r n o s c r í t i c a m e n t e p a -
ra a p r e c i a r nuestros fallos y l i m i t a c i o n e s ; t a m b i é n las d e
los d e m á s .

• Pero, j u n t o a esa libertad d e d i s c e r n i m i e n t o , t e n d r í a m o s


q u e p e d i r l e a c e p t a c i ó n . D i o s Padre nos ha a c e p t a d o e n
Cristo tal c o m o s o m o s , c o n nuestras grietas; y ha a c e p t a -
d o , t a m b i é n e n Cristo, a los d e m á s h o m b r e s , c o n sus taras.
Esto tendría q u e d a r n o s c o n f i a n z a y v a l o r para a c e p t a r n o s
a nosotros m i s m o s y a los d e m á s . P o r q u e D i o s nos ha
a c e p t a d o a nosotros y los ha a c e p t a d o a ellos.

• Y t a m b i é n t e n d r í a m o s q u e p e d i r l e q u e esa a c e p t a c i ó n f u e -
ra c o n ternura. Tal c o m o Él nos a c e p t a a nosotros y a los
d e m á s . « D i o s es t e r n u r a » ; así ha r e t r a d u c i d o u n t e ó l o g o la
f a m o s a d e f i n i c i ó n q u e S a n J u a n da d e D i o s : D i o s es amor.
Él es « u n p a d r e q u e siente ternura por sus hijos» (Sal 103).
Q u e el Señor, q u e es ternura q u e nos a c o g e y a b r a z a , nos
d é un reflejo d e e l l a , para q u e , c o n ella, nos a c e p t e m o s a
nosotros y a c e p t e m o s a los d e m á s .

457
E L H I J O os DARÁ LA LIBERTAD

• Y, por f i n , t e n d r í a m o s q u e p e d i r l e u n a p i z c a d e l o c u r a .
Q u e Él nos haga «bajitos, p e r o e m p i n a d o s » ; q u e Él «esti-
re» d e nosotros, c o n su amor, y nos e m p i n e y nos p o n g a
- c o m o d i c e S a n P a b l o - «a la altura d e nuestra v o c a c i ó n ,
d e nuestro l l a m a m i e n t o » . Y así, d e p u n t i l l a s , s o ñ a r e m o s
c o m o Jesús s o ñ ó 2
y p o s e e r e m o s - y los v i v i r e m o s - « s u e -
ños d i u r n o s » , y «nuestra tercera m a n e r a d e a m o r » nos h a -
rá tener la m i s m a p i z c a d e l o c u r a d e J e s ú s : la d e apostar
por un m u n d o q u e , a u n q u e n o lo p a r e z c a r a z o n a b l e m e n -
te, está l l a m a d o por el Padre a convertirse e n una c o m u n i -
dad de hermanos.

Si t u v i é r a m o s estos c u a t r o rasgos, t e n d r í a m o s el h u m o r c r i s -
tiano y h a b r í a m o s a l c a n z a d o el d o n d e saberse reír:

7. De uno mismo, con ternura

S i e m p r e c o n ternura, p o r q u e , si nos d e s p r e c i a m o s , ya n o hay


lugar para la alegría y el h u m o r cristianos.

¡ C u á n t a s c r i s p a c i o n e s e v i t a r í a m o s si e j e r c i é r a m o s el d o n d e
sabernos reír d e nosotros m i s m o s ! ¡Si nos a c e p t á r a m o s , a pesar d e
nuestras insatisfacciones! ¡Si n o nos t o m á r a m o s tan e n serio e n lo
q u e s o m o s , e n lo q u e h a c e m o s o d e j a m o s d e h a c e r ! (El e x a m e n d e
c o n c i e n c i a nos p o d r í a a y u d a r a e l l o si lo c o n v i r t i é r a m o s e n un a c -
to d e a m o r - ¿ C ó m o has p a s a d o h o y por mi v i d a , S e ñ o r d e la m i s e -
r i c o r d i a ? - y d e h u m o r - E n s é ñ a m e , S e ñ o r a n o t o m a r m e tan e n s e -
rio, a n o c u l p a b i l i z a r m e tanto, a n o estar t a n p e n d i e n t e d e mi
autoimagen-).

Esta a c e p t a c i ó n d e u n o m i s m o y d e sus p r o p i o s límites es, e n


r e a l i d a d , humildad. Es, c o m o d e c í a S a n t a Teresa, « a n d a r e n v e r -
d a d » . N o hay cosa más alegre ni más difícil q u e a c e p t a r s e a sí m i s -
m o . Karl R a h n e r d e c í a : C u a n d o un h o m b r e es c a p a z d e a c e p t a r s e
a sí m i s m o está a c e p t a n d o a Cristo, q u e a s u m i ó hasta el f o n d o y

2
El talante soñador de Jesús es lo que, en parte, intentó reivindicar H.
C O X , La fiesta de locos, Taurus, M a d r i d 1972, pp. 157-160, al aplicar a Cristo el
título de «arlequín», insistiendo en su fantasía y festiva provocación. Cf. también
J . L O S A D A , «Cristo, el payaso» en «Los nuevos rostros de Cristo»: Sal Terrae 62
(1974) 425-426.

458
CONTEMPLACIÓN PARA A L C A N Z A R HUMOR

t o t a l m e n t e la naturaleza h u m a n a . Y si n o nos a c e p t a m o s a nosotros


m i s m o s , n o a c e p t a r e m o s a los d e m á s .3

2. De los demás, con ternura

Si no h u b i e r a ternura, sería s a r c a s m o o ironía, p e r o n o h u m o r ,


a l e g r í a c r i s t i a n a . Ese s a b e r s e reír d e los d e m á s es fruto d e la l ú c i -
d a l i b e r t a d q u e nos d a el Espíritu. Es saber d i s c e r n i r y n o v i v i r e s -
c l a v i z a d o s p o r la i m a g e n q u e nos h e m o s t r a z a d o d e los otros; ni
a n g u s t i a d o s por la i m a g e n q u e los otros se f o r m a n d e nosotros: c ó -
m o m e i n t e r p r e t a r á n , c ó m o m e están j u z g a n d o . . .

Sí, r i á m o n o s u n p o c o d e los o t r o s . . . l i b r e m e n t e : c o m o d e un
h e r m a n o , al q u e - m á s a l l á d e la b r o m a y d e la risa- se le q u i e r e
c o n un c a r i ñ o e n t r a ñ a b l e . Reírse d e los d e m á s es fraternidad. Es r e -
c o n o c e r q u e - c o m o h e r m a n o s - h a y m á s c o s a s q u e nos u n e n q u e
nos d i f e r e n c i e n , p u e s s o m o s hijos d e l m i s m o P a d r e . . . y d e tal p a -
lo tal astilla. S o m o s astillas fraternales d e D i o s .

3
E. L Ó P E Z A Z P I T A R T E , Hacia una nueva visión de ética cristiana, Sal Te-
rrae, Santander 2003, pp. 105-106: «Mientras la persona no sea capaz de amar-
se a sí misma, reconciliarse con sus limitaciones, aceptar sus sombras y desajus-
tes interiores, tampoco podrá amar al prójimo c o n sus propias deficiencias y
fallos. Jesús vuelve a insistir en esta verdad cuando responde al escriba acerca d e
cuál es el primero de los mandamientos. Después de hacer referencia al c o n o c i -
do texto del Deuteronomio (6, 4-5) que habla de amar al Señor con todo el cora-
zón, c o n toda el alma, c o n toda la mente y con todas las fuerzas, añade de for-
ma explícita: "El segundo es: amarás a tu prójimo como a ti mismo" ( M e 12, 31).
En ese caso, el amor a uno mismo posibilita y condiciona el cariño a los demás,
c o m o fácilmente puede comprenderse.
La cara oculta y sombreada que cada uno lleva en su interior no es más que
un reflejo significativo d e la sombra existente en el corazón de los demás. Por eso
la persona incapaz de reconciliarse con los elementos negativos que oculta en su
interior, ya sea porque no los c o n o c e o porque no quiere aceptarlos d e ninguna
manera, está imposibilitada también para aceptar esos mismos componentes en
las otras personas. El encuentro y la reconciliación c o n el prójimo comienza, a
pesar de las diferencias y limitaciones, c u a n d o el sujeto admite, d e una forma
comprensiva, benévola y no exenta de humor, la pequeña y limitada realidad que
posee, se reconcilia consigo mismo, y se abre con cariño y benevolencia hacia el
fondo más profundo y negativo d e su verdad. A partir de ese abrazo amoroso con
todo lo que uno es y lleva colgado a su espalda, y no simplemente c o n lo q u e
sueña ser, el amor se convierte en un arte y exige una pedagogía adecuada. C u a n -
do uno no quiere a los demás, no es porque se a m e demasiado a sí mismo, sino
porque el cariño personal no es aún suficiente».

459
E L H I J O OS DARÁ LA LIBERTAD

3. De Dios, con ternura

P o r q u e D i o s t i e n e un gran s e n t i d o d e l h u m o r . P o s e e , e n p l e -
n i t u d , los c u a t r o rasgos del h u m o r : a) Él es la l u c i d e z y libertad s u -
p r e m a ; b) Él es el q u e s a b e a c e p t a r al h o m b r e e n su H i j o Jesús; c)
Él es ternura; y d) El t i e n e u n a p i z c a d e l o c u r a . ( N u e s t r o D i o s d e -
b e estar u n p o c o l o c o para h a b e r n o s a m a d o c o m o nos ha a m a d o y
a m a : ¡nos ha e n t r e g a d o a su H i j o ! Y c o m o d i j i m o s al h a b l a r d e la
«tercera m a n e r a d e a m o r » , ésta n o es m á s q u e u n a respuesta a la
locura d e D i o s , e n Cristo, por nosotros.)

N u e s t r o D i o s t i e n e g r a c i a (Esto lo refleja el f a m o s o c h i s t e :
« ¿ P o r q u é se ríen los ángeles? Por la g r a c i a d e D i o s » ) . Es u n D i o s
j o v i a l - É l es el D i o s d e mi alegría, c o m o d i c e el S a l m o - . Él es u n a
fiesta. Y se ríe c o n ternura d e nosotros y nos j u e g a sus m a l a s p a s a -
das. A lo largo d e la v i d a , nos sorprende h u m o r í s t i c a m e n t e : p o r q u e
sopla d o n d e q u i e r e . . . y sus c a m i n o s n o son nuestros c a m i n o s .

Ese saberse reír c o n D i o s y d e D i o s - d e su h a c e r e n nuestras


v i d a s - n o es otra cosa q u e v i v i r e n f a m i l i a r i d a d c o n Él y e n la rela-
c i ó n d e hijos; es filiación.

S e p a m o s r e í r n o s d e n u e s t r o D i o s c o n l i b e r t a d d e h i j o s , di-
c i é n d o l e q u e y a le v a m o s d e s c u b r i e n d o sus t r u c o s y su j u e g o , y
q u e c a s i y a p o d e m o s a d i v i n a r lo q u e v a a h a c e r c o n nosotros m a -
ñ a n a o p a s a d o m a ñ a n a , p o r q u e v a m o s c o n o c i e n d o su e s t i l o .
A u n q u e , c u a n d o se lo a d i v i n e m o s d e l t o d o , y a e s t a r e m o s c o n Él
para s i e m p r e .

La a l e g r í a d e la s a l v a c i ó n

En f i n , ése es el h u m o r q u e d e b e m o s a l c a n z a r .

D e c í a N i e t z s c h e : «Para q u e y o c r e a q u e Cristo es el Salvador,


haría falta q u e los q u e le siguen t u v i e r a n un p o c o m á s cara d e s a l -
v a d o s » . Sí, es v e r d a d ; a v e c e s , los c r i s t i a n o s p o n e m o s m u y p o c a
cara de salvados.

D e j e m o s transparentar y traslucir nuestro g o z o , nuestro h u -


mor, arraigado y f u n d a d o e n haber sido a c e p t a d o s t i e r n a m e n t e por
el Padre. S u p l i q u e m o s , c o m o e n el S a l m o 5 0 : « D e v u é l v e m e la a l e -
gría q u e da tu s a l v a c i ó n » .

460
CONTEMPLACIÓN PARA A L C A N Z A R HUMOR

(La o r a c i ó n c o l e c t a del v i e r n e s d e la I V s e m a n a d e C u a r e s m a
d i c e : «Señor, c o n c é d e n o s recibir c o n alegría la s a l v a c i ó n q u e nos
otorgas y manifestarla a los h o m b r e s c o n nuestra p r o p i a v i d a » ¿ L o
hacemos?)

N o t e n e m o s d e r e c h o a estar tristes. Nuestras v i d a s d e b e r í a n


h a c e r c a s o al S a l m o 1 2 5 : « C u a n d o el S e ñ o r c a m b i ó la suerte d e
S i ó n , nos p a r e c í a soñar. La b o c a se nos llenaba d e risas y la lengua
d e c a n t a r e s . . . El S e ñ o r ha e s t a d o g r a n d e c o n nosotros, y estamos
a l e g r e s » . Él c a m b i ó nuestra suerte - s o b r e t o d o , la nuestra c o n su
l l a m a m i e n t o - y ha estado g r a n d e c o n nosotros. ¿ N o d e b e r í a n u e s -
tra b o c a llenarse d e risas y nuestra lengua d e cantares?

P i d a m o s h u m o r e n nuestras v i d a s , c o m o h a c í a S a n t o T o m á s
M o r o , q u e recitaba una o r a c i ó n honda y divertida p i d i e n d o a
D i o s el s e n t i d o d e l h u m o r . U n a o r a c i ó n q u e e m p e z a b a c o n u n a
h u m o r a d a : «Señor, d a m e u n a b u e n a digestión y a l g o t a m b i é n q u e
digerir» - e n c o n c r e t o , él p e d í a p a n y m a n t e q u i l l a - ; y c o n t i n u a b a
p i d i e n d o : « C o n c é d e m e la gracia d e saber e n t e n d e r u n chiste y s a -
ber v o l v e r l o a c o n t a r para q u e se a l e g r e n los d e m á s » ; y p a s a b a a
insistir d e s p u é s : « D a m e u n a m a n e r a d e ser q u e i g n o r e el a b u -
r r i m i e n t o , los l a m e n t o s y los s u s p i r o s . . . Q u e s i e m p r e , Señor, h a -
ya e n mis l a b i o s u n a c a n c i ó n , u n a p o e s í a o u n a historia para
d i s t r a e r m e y distraer».

¡ O j a l á se p u e d a d e c i r d e nosotros lo q u e se d e c í a d e Felipe, el
a p ó s t o l ! Los H e c h o s a f i r m a n q u e , c u a n d o él p a s a b a , «la c i u d a d se
llenaba d e alegría» ( H e c h o s 8, 1-8; 8, 26-40).

461

S-ar putea să vă placă și