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DOUTRINA E EXERCÍCIOS

SEMANA 01
PGM SÃO PAULO
SEMANA 01 - GRATUITA

AVISO IMPORTANTE
O material será disponibilizado com os dados pessoais do participante, em área de acesso restrita. É vedado
o compartilhamento de materiais da PREPARAÇÃO EXTENSIVA – PGM SÃO PAULO ensejará a interrupção
imediata do serviço, bem como adoção das medidas cabíveis.

Qual a duração da PREPARAÇÃO EXTENSIVA – PGM SÃO PAULO?


A PREPARAÇÃO EXTENSIVA – PGM SÃO PAULO é dividida em 24 semanas.
Qual o principal material da preparação e quando ele é enviado?
O principal material da nossa preparação são as rodadas com questões objetivas comentadas,
resumo do dia, lei seca e súmulas. Este material será disponibilizado sempre aos finais de semana para que
vocês possam utilizá-lo ao longo da semana.
Como eu devo me guiar com este material?
Isto é bem intuitivo. A primeira, a segunda e a terceira coluna da ficha informativa referem-se
a semana, rodada, e dia da semana. Assim vocês terão a noção de em qual fase da preparação você está. A
quinta coluna refere-se aos temas que devem ser revisados durante o dia.
Acreditamos que o melhor método de estudo pré-edital é a partir da edificação de uma base
de conhecimento pautada no tripé doutrina – lei seca – jurisprudência, aliada à constante resolução de
questões objetivas.
Por isso, aconselhamos que se inicie o dia estudando o resumo do dia. No momento do estudo
não tente resumir a matéria, pois nossos resumos diários já suprirão esta necessidade. O ideal é que tome
notas inteligentes em post-its. Notas inteligente são aquelas que sem precisar esgotar o tema faz com que
você relembre os principais pontos. A organização das suas anotações é crucial para sua aprovação.
Encerrado o estudo da doutrina passe para a resolução dos exercícios. Nossas questões
comentadas lhe ajudarão a verificar o porquê do erro. Todavia, caso continue com dúvidas, fique à vontade
para nos provocar na nossa Central de Dúvidas: duvidaspgmsp@aprovacaopge.com.br.
Cumprida esta etapa, é hora de ler a lei seca, o minuto do NCPC, a Constituição Federal e as
súmulas selecionadas. Tais tarefas não demandarão mais do que 45 minutos.
Além disso, de forma a possibilitar um treino de questões objetivas ainda mais intenso, nossos
alunos terão, ao longo das 24 semanas, acesso completo ao Rodadas APGE.
Estamos abertos a críticas e sugestões. Este é um processo coletivo no qual a participação de
vocês é fundamental para que a preparação para a prova seja potencializada. Evite a possibilidade de ter a
sua posse impedida em razão compartilhamento ilegal e indevido do material da PREPARAÇÃO EXTENSIVA
– PGM SÃO PAULO sem autorização.
Vamos juntos!
Equipe AprovaçãoPGE
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DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO.
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Sumário
Sumário ....................................................................................................................................................... 5
RODADA 01 - SEGUNDA-FEIRA ................................................................................................................ 11
FOCO NA DOUTRINA ................................................................................................................................. 11
QUAL DEVE SER O FOCO? .............................................................................................................................. 11
RESUMO DO DIA ............................................................................................................................................ 12
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 42
FOCO NA LEI SECA..................................................................................................................................... 91
MINUTO DO NOVO CPC................................................................................................................................. 92
LEI SECA ......................................................................................................................................................... 92
CF TODO DIA .................................................................................................................................................. 92
FOCO NAS SÚMULAS ................................................................................................................................ 92
RODADA 02 - TERÇA-FEIRA ...................................................................................................................... 93
FOCO NA DOUTRINA ................................................................................................................................. 93
QUAL DEVE SER O FOCO? .............................................................................................................................. 93
RESUMO DO DIA ............................................................................................................................................ 93
Processo legislativo no Município de São Paulo ......................................................................................... 144
QUESTÕES PROPOSTAS ............................................................................................................................... 150
FOCO NA LEI SECA................................................................................................................................... 206
MINUTO DO NOVO CPC............................................................................................................................... 206
LEI SECA ....................................................................................................................................................... 206
CF TODO DIA ................................................................................................................................................ 206
FOCO NAS SÚMULAS .............................................................................................................................. 206
RODADA 03 - QUARTA-FEIRA ................................................................................................................. 207
FOCO NA DOUTRINA ............................................................................................................................... 207
REVISÃO DA DOUTRINA............................................................................................................................... 208
QUAL DEVE SER O FOCO? ............................................................................................................................ 208
RESUMO DO DIA .......................................................................................................................................... 208
QUESTÕES PROPOSTAS – PARTE 01 ............................................................................................................ 258
QUESTÕES PROPOSTAS – PARTE 02 ............................................................................................................ 270
FOCO NA LEI SECA................................................................................................................................... 285
MINUTO DO NOVO CPC............................................................................................................................... 285
LEI SECA ....................................................................................................................................................... 285
CF TODO DIA ................................................................................................................................................ 285

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FOCO NAS SÚMULAS .............................................................................................................................. 285
RODADA 04 - QUINTA-FEIRA .................................................................................................................. 287
FOCO NA DOUTRINA ............................................................................................................................... 287
QUAL DEVE SER O FOCO? ............................................................................................................................ 288
RESUMO DO DIA – PARTE 01....................................................................................................................... 289
RESUMO DO DIA – PARTE 02....................................................................................................................... 300
LEI MUNICIPAL Nº 14.132/2006 .................................................................................................................. 320
QUESTÕES PROPOSTAS ............................................................................................................................... 329
FOCO NA LEI SECA................................................................................................................................... 373
MINUTO DO NOVO CPC............................................................................................................................... 373
LEI SECA ....................................................................................................................................................... 373
CF TODO DIA ................................................................................................................................................ 373
FOCO NAS SÚMULAS .............................................................................................................................. 373
RODADA 05 - SEXTA-FEIRA .................................................................................................................... 375
FOCO NA DOUTRINA ............................................................................................................................... 375
QUAL DEVE SER O FOCO? ............................................................................................................................ 375
RESUMO DO DIA .......................................................................................................................................... 376
QUESTÕES PROPOSTAS ............................................................................................................................... 403
FOCO NA LEI SECA................................................................................................................................... 442
MINUTO DO NOVO CPC............................................................................................................................... 442
LEI SECA ....................................................................................................................................................... 442
CF TODO DIA ................................................................................................................................................ 442
FOCO NAS SÚMULAS .............................................................................................................................. 442
RODADA 06 - SÁBADO ............................................................................................................................ 443
FOCO NA LEI SECA................................................................................................................................... 443
MINUTO DO NOVO CPC............................................................................................................................... 443
LEI SECA ....................................................................................................................................................... 443
CF TODO DIA ................................................................................................................................................ 443
FOCO NAS SÚMULAS .............................................................................................................................. 443
RODADA 07 - DOMINGO ......................................................................................................................... 445
FOCO NA LEI SECA................................................................................................................................... 445
MINUTO DO NOVO CPC............................................................................................................................... 445
LEI SECA ....................................................................................................................................................... 445
CF TODO DIA ................................................................................................................................................ 445
FOCO NAS SÚMULAS .............................................................................................................................. 445
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ANEXO DA SEMANA 01 ........................................................................................................................... 447
EMENTA N.° 12.022 ..................................................................................................................................... 447

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 01
S ROD. D TEMA DO DIA
1 1 S DIREITO ADMINISTRATIVO
2.8. Atos administrativos. Ato administrativo e fato administrativo. Conceito,
classificação, espécies de ato administrativo. Licenças e autorizações administrativas.
Existência, validade e eficácia do ato administrativo. Elementos e pressupostos. Abuso
de poder, excesso de poder e desvio de poder. Móvel do agente. Silêncio. Atributos.
Extinção e modificação do ato administrativo. Revogação. Retificação e invalidação.
Correção do ato administrativo: convalidação, conversão, redução ou reforma.
Estabilização. Efeitos dos vícios. Limites procedimentais e temporais à correção. Direito
de resistência.
2 T DIREITO CONSTITUCIONAL
1.19. Poder legislativo. Organização do Poder legislativo federal, estadual e municipal.
Funcionamento e atribuições das casas legislativas. Comissões parlamentares.
Fiscalização do Executivo. Comissões parlamentares de inquérito. Estatuto dos
congressistas. Estatuto dos vereadores: número de vereadores, eleição, suplentes,
mandato, incompatibilidades, direitos e prerrogativas, remuneração, atribuições, crimes
de responsabilidade e perda do mandato.
1.20. Processo legislativo. Iniciativa. Emendas. Autógrafos. Sanção. Veto. Promulgação.
Referendo. Publicação. Procedimento legislativo. Fases de elaboração legislativa.
Incidentes do procedimento legislativo. Espécies legislativas. Leis complementares,
ordinárias e delegadas. Decretos-legislativos e resoluções. Medidas provisórias.
Regimento Interno. Processo legislativo no Município de São Paulo.
3 Q DIREITO TRIBUTÁRIO
3.2. Sistema constitucional tributário e limitações constitucionais do poder de tributar.
3.3. Princípios de direito tributário I. Princípio republicano e tributação. Princípio
federativo e tributação. Princípio da uniformidade geográfica. Princípio da proibição de
isenções heterônomas. Princípio da não discriminação baseada em procedência ou
destino. Autonomia municipal e tributação. Princípio da legalidade tributária. Tributo e
espécies normativas. Legalidade e obrigação acessória.
3.4. Princípios de direito tributário II. Princípio da anterioridade tributária. Anualidade.
Vigência e eficácia da norma tributária. Anterioridade nonagesimal. Princípio da não-
cumulatividade. Princípio da isonomia tributária. Capacidade contributiva. Segurança
jurídica e tributação. Princípio da irretroatividade tributária. Princípio da vedação ao
confisco. Princípio da tipicidade tributária. Outros princípios tributários.
3.5. Imunidades tributárias gerais e recíprocas. Imunidades dos templos religiosos.
Imunidades de partidos políticos, das instituições educacionais e assistenciais,
imunidade do livro, dos periódicos e do papel destinado à sua impressão. Imunidade
musical. Imunidades de taxas e contribuições. Outras imunidades.
4 Q DIREITO ADMINISTRATIVO
2.1. Conceito de direito administrativo. Origem. Bases ideológicas. Regime jurídico
administrativo. Função pública. Função administrativa. Função política ou de governo.
Conceito de interesse público. Interesse primário e secundário. Regime jurídico-
administrativo. Princípios constitucionais do direito administrativo expressos e
implícitos. Regime de direito privado e Administração Pública. Administração
burocrática e gerencial. Relação jurídica administrativa.
2.2. Organização administrativa. Órgãos públicos. Competências administrativas.
Insurgência contra o exercício de competências. Competências discricionárias e
vinculadas: procedimento de decisão administrativa; conceito, fundamentos e limites da
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discricionariedade, mérito do ato administrativo, discricionariedade técnica, controle da
discricionariedade. Centralização e descentralização administrativa. Desconcentração.
Hierarquia administrativa e prerrogativas do hierarca. Delegação e avocação de
competência. Organização administrativa do Município de São Paulo.
2.3. Administração indireta I. Conceito. Controle da administração indireta. Autarquias.
Autarquias especiais. Autarquias do Município de São Paulo. Agências executivas.
Agências reguladoras. Fundações públicas. Fundações municipais. Empresas estatais:
empresas públicas e sociedades de economia mista. Empresas do Município de São
Paulo. Relação entre a Administração federal, estadual e municipal. Consórcios públicos.
Contrato de rateio e de programa. Lei Federal nº 11.107/05 e Decreto Federal nº
6.017/07. Convênios entre entidades federativas. Acordos de cooperação.
2.4. Terceiro setor. Conceito. Cadastro Municipal das entidades parceiras do terceiro
setor - CENTS. Títulos de utilidade pública. Entes paraestatais. Serviços sociais
autônomos. Organizações sociais. Contrato de gestão. Lei Federal nº 9.637/98. Lei
Municipal nº 14.132/06 e Decreto Municipal nº 52.858/11. Organizações de sociedade
civil de interesse público. Termo de parceria. Lei Federal 9.790/99. OSCIPS no Município
de São Paulo. Chamamento público.
5 S DIREITO CIVIL
6.1. Direito objetivo. Norma jurídica: características, elementos e classificação. Fontes do
direito. Vigência, validade, eficácia, aplicação, hierarquia e revogação. Interpretação das
leis. Conflito intertemporal e interespacial das leis. Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro.
6.2. Direito subjetivo. Faculdades e interesses. Direito adquirido e expectativa de direito.
6.3. Pessoas. Nascituro. Pessoa natural: começo, fim, personalidade, capacidade e
legitimidade, cessação da incapacidade, emancipação, registro civil e nome. Domicílio.
Ausência, morte natural e presumida. Pessoa jurídica: conceito e classificação.
Associações, organizações sociais e organizações sociais de interesse público. Fundações.
Desconsideração da personalidade jurídica. Direitos da personalidade: direitos à
integridade moral, física e intelectual
6 S REVISÃO DA SEMANA
7 D REVISÃO DA SEMANA

O conteúdo programático será baseado no último edital publicado para PGM SÃO PAULO (com adaptações).

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RODADA 01 - SEGUNDA-FEIRA
FOCO NA DOUTRINA
S R DIA DATA TEMA
DIREITO ADMINISTRATIVO
2.8. Atos administrativos. Ato administrativo e fato administrativo.
Conceito, classificação, espécies de ato administrativo. Licenças e
autorizações administrativas. Existência, validade e eficácia do ato
administrativo. Elementos e pressupostos. Abuso de poder,
1 1 S 30/09 excesso de poder e desvio de poder. Móvel do agente. Silêncio.
Atributos. Extinção e modificação do ato administrativo.
Revogação. Retificação e invalidação. Correção do ato
administrativo: convalidação, conversão, redução ou reforma.
Estabilização. Efeitos dos vícios. Limites procedimentais e
temporais à correção. Direito de resistência.
PERCENTUAL DE INDICÊNCIA DO TEMA
14%
SUGESTÃO DE LEITURA PARA ESTUDO
Manual de Direito Administrativo – José dos Santos Carvalho Filho
Capítulo 04
Manual de Direito Administrativo – Matheus Carvalho
Capítulos 05
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/11836321ba1df074de5ba83362fc6
33e.pdf
SUGESTÃO DE LEITURA PARA REVISÃO
Resumo de Direito Administrativo Descomplicado – Capítulo 7 – Atos Administrativo
http://www.grupogen.com.br/resumo-de-direito-administrativo-descomplicado
ARTIGOS IMPORTANTES
Lei 9784/99 – Arts. 11, 12 ,14 50 e 54
Lei 4.717 – Art. 2º
Lei 8.437 – Art. 1º, 2º e 4º
ONDE ESTUDAR O TEMA NO VADE MECUM DE JURISPRUDÊNCIA DIZER O DIREITO?
Sem correspondência no livro

QUAL DEVE SER O FOCO?

1- Elementos dos atos administrativos


2- Teoria dos motivos determinantes
3- Presunção de legitimidade e de veracidade. Imperatividade. Autoexecutoriedade. Tipicidade
4- Mérito administrativo
5- Anulação x revogação
6- Convalidação dos atos administrativos

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RESUMO DO DIA

1) Necessária Distinção
a) Fato - é todo e qualquer acontecimento, seja decorrente de condutas humanas ou simples
sucessão de eventos alheios à atuação das pessoas;
b) Fato Jurídico – Quando os fatos interferem nas relações travadas entre pessoas e, por isso,
precisam de regulamentação por meio de normas jurídicas. Podem se subdividir em:
b.1. Fatos da Natureza (fatos jurídicos strictu sensu) – ex: Nascimento e morte.
b.2. Fatos de Pessoas (atos jurídicos) – Ato humano que manifesta vontade de forma a
interferir no direito.
FATO – Acontecimento
ATO – Manifestação de Vontade

- Correntes doutrinárias sobre fatos administrativos:


I- Corrente Clássico-voluntarista (Maria Sylvia Zanella Di Pietro): ato administrativo é um
comportamento humano voluntário que produz efeitos na seara administrativa, enquanto fato
administrativo é um acontecimento da natureza relevante para o Direito Administrativo (morte de
servidor, prescrição).
II- Corrente Antivoluntarista (Celso Antônio Bandeira de Mello): ato administrativo é enunciado
prescritivo, declaração jurídica que disciplina coisas e situações, enquanto que fato administrativo
não possui caráter prescritivo, sendo simplesmente acontecimento a que a lei atribui consequências
jurídicas. Como consequência, os fatos administrativos não são nem anuláveis, nem revogáveis.
III- Corrente Materialista (Hely Lopes Meirelles): ato administrativo é manifestação volitiva da
Administração, no desempenho das funções de Poder Público, visando produzir algum efeito jurídico,
enquanto que fato administrativo é toda atividade pública material em cumprimento de decisão
administrativa. O fato administrativo sempre resulta do ato administrativo que o determina.
IV- Corrente Dinamicista (José dos Santos Carvalho Filho – Teoria Majoritária): fato administrativo é
toda atividade material da administração, no exercício de função administrativa, que visa a efeitos de
ordem prática para a Administração (alteração dinâmica). O fato pode ser um evento da natureza
(fato administrativo natural) ou comportamento voluntário (fato administrativo voluntário). Nem

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sempre tem como fundamento atos administrativos. O fato administrativo voluntário deriva de ato
administrativo ou de conduta administrativa. Exemplos: apreensão de mercadorias, raio que destrói
bem público, desapropriação e requisição.
2) Atos Administrativos x Atos da Administração
- Nem todo ato praticado pela Administração Pública é ato administrativo, sendo o ato da
administração mais amplo do que a noção de ato administrativo, uma vez que este é espécie
daquele, podendo ser divididos em:
a) Atos Políticos ou de governo – Quando há exercício da função política e podem exercê-la os
membros do Legislativo, Judiciário e do Executivo. Na prática, não são sequer considerados atos da
Administração, pois são exercidos pelo Estado no exercício de função política. O controle
jurisdicional será admitido somente quando houver prejuízo específico à esfera individual de
particulares.
JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO entende que esses atos NÃO seriam propriamente
administrativos, mas atos de governo, já que seu fundamento de encontra na CF e, por isso,
inexistiriam parâmetros prévios de controle. Por outro lado, são esses os atos que permitem
a condução das políticas, diretrizes e estratégias do governo, comportando tais atos maior
discricionariedade para os governantes.
b) Atos Privados – São os atos da Administração Pública regidos pelo direito privado, em que a
Administração atua sem prerrogativas, como se particular fosse.
c) Atos Materiais – Também chamados de FATOS ADMINISTRATIVOS, já que não manifestam a
vontade do Estado, sendo atos de mera execução de atividade. Ex: ato de determina a demolição de
um prédio => a demolição em si é mero ato material.
DI PIETRO entende que os atos materiais da Administração NÃO contem manifestação de
vontade, mas envolvem apenas a execução.

d) Atos Administrativos – Atos por meio dos quais a Administração atua por meio da função
administrativa, sob o regime de direito público e ensejando a manifestação do Estado ou de quem
lhe faça as vezes. Podem ser praticados ou não pela Administração Pública, haja vista que podem ser
delegados.
3) Atos Administrativos

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- São atos jurídicos decorrentes da manifestação de vontade humana que repercute na esfera dos
cidadãos, devendo ser emanado por agente público.
- Inexistem, na esfera do Direito Administrativo, atuações totalmente discricionárias, haja vista a
definição legal com critérios objetivos de determinados elementos dos atos administrativos, mesmo
nos discricionários. Até mesmo os elementos do ato administrativo que podem ter feição
discricionária (como o motivo e objeto), quando devidamente regulamentados ou discriminados
pela Lei, passam a ser vinculados, perdendo o caráter discricionário.
- ATOS VINCULADOS - Se preenchidos os requisitos objetivamente definidos no texto legal, o ato
administrativo deve ser praticado pelo Poder Público, não havendo qualquer possibilidade e emissão
de juízo de valor pela autoridade estatal, de modo que a simples ocorrência de previsão legal enseja
direito adquirido a particulares.
- ATOS DISCRICIONÁRIOS – É aquele ato determinado em lei, em que o dispositivo confere margem
de escolha ao administrador público mediante análise das razões de oportunidade e conveniência. A
discricionariedade NÃO se confunde com arbitrariedade, somente sendo exercida dentro dos
limites definidos pela legislação aplicável.
4) Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo
DICA: COM FI FOR M OB

 Competência

 Finalidade

 Forma

 Motivo

 Objeto

4.1. COMPETÊNCIA
a) Disposições Gerais
- Definido em lei ou atos administrativos gerais, e em algumas situações decorrem da previsão da CF
e não pode ser alterado por vontades das partes ou do administrador público.
- MARÇAL JUSTEN – defende que a competência administrativa é a atribuição normativa da
legitimação para a prática de um ato administrativo.
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QUAIS SÃO AS FONTES DE COMPETÊNCIA?

A doutrina identifica duas fontes de competência:


 Fonte primária - é quem define no primeiro plano a competência, ou seja,
lei em sentido amplo (englobando o texto constitucional);
 Fonte secundária - é quem define no plano interno do órgão, ou seja, para
apontar exatamente quem é o sujeito, que será previsto em ato
administrativo.

- A atuação administrativa é um poder-dever conferido ao Poder Público e distribuído entre os seus


agentes e órgãos internos.
- É elemento vinculado do ato e que NÃO se presume!
- A competência administrativa decorre SEMPRE da lei, mas a avocação e a delegação podem
ocorrer por atos infralegais:

 AVOCAÇÃO: Decorre da hierarquia;

 DELEGAÇÃO: NÃO exige hierarquia.

b) Características da competência
- IMPRESCRITÍVEL – Não se extingue com a inércia do agente;
- IMPRORROGÁVEL – Não pode ser atribuída ao agente público pelo fato de ter praticado o ato para
o qual não tinha atribuição, sem que houvesse objeção por parte de terceiros, devendo o agente
público manter a sua competência originária;
- IRRENUNCIÁVEL (= inderrogável) – Em função do princípio da indisponibilidade do interesse
público, não se pode renunciar total ou parcialmente os poderes ou competências, salvo autorização
em lei.

c) Delegação e Avocação de Competência

* DELEGAÇÃO: É extensão de competência, de forma temporária, para outro ente de mesma

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DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO.
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hierarquia ou de nível hierárquico inferior, para o exercício de determinados atos especificados no
instrumento de delegação.
- No ato de delegação, deve se definir o tempo e a matéria delegada de forma específica,
estabelecendo os limites de atuação do agente delegado, já que os atos de delegação genérica são
NULOS, devendo ainda ser publicado.

- Cláusula de Reserva – Como regra geral, o agente delegante NÃO transfere a competência, mas
apenas a amplia, mantendo-se competente após a delegação com o agente delegado.
SÚMULA 510 STF – PRATICADO ATO POR AUTORIDADE, NO EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIA
DELEGADA, CONTRA ELE CABE MS OU A MEDIDA JUDICIAL => Esse entendimento se respalda no
fato de que o ato praticado por delegação deve ser considerado praticado pelo agente delegado.
- Vedação à delegação de competência:
* Dica para decorar: ANO RAD EX

 Competência exclusiva, definida em lei – No entanto, é admitida a delegação para a prática


de atos decorrentes de competências privativas de determinado agente público;

 Para a decisão de recurso hierárquico;

 Para a edição de atos normativos – No entanto, o art. 84 CF permite a delegação de algumas


atribuições do Presidente da República aos Ministros de Estado, AGU e PGR.

* AVOCAÇÃO: Ocorre quando o agente chama para si a competência de outro agente, devendo haver
a subordinação, sendo alteração de competência de caráter temporário e restrito, possuindo como
objetivo evitar decisões contraditórias.
- STF: É legítima a delegação de competência pelo Governador de Estado a secretário estadual para a
aplicação da pena de demissão a servidores público.
- DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA X DELEGAÇÃO DE ASSINATURA – Na delegação de competência, há
efetiva transferência de competência e da responsabilidade pela função que será exercida pelo
delegatário; na segunda hipótese, o delegatário apenas assina atos administrativos em nome do
delegante, sem assumir qualquer responsabilidade pelo respectivo conteúdo. A delegação de
assinaturas é comum no cotidiano da Administração e tem por objetivo desafogar os trabalhos e
garantir celeridade administrativa.
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DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO.
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- RENÚNCIA DA COMPETÊNCIA X DELEGAÇÃO – Na renúncia, o agente de recusa a exercer a função
administrativa, denotando completa omissão administrativa, que deve ser punida disciplinarmente.
Na delegação, o agente transfere a competência para outro agente para que a função administrativa
seja efetivamente exercida.

QUAIS SÃO OS VÍCIOS QUE PODEM ATACAR O ELEMENTO COMPETÊNCIA DO ATO?

O elemento competência pode ser viciado por incompetência e por incapacidade.

a) Por incompetência: ocorre por excesso de poder, usurpação de função ou função


de fato.

 Ocorre excesso de poder quando o agente atua fora ou além de sua esfera de
competências, estabelecida em lei. Trata-se de espécie do gênero abuso de
poder. Assim, abuso de poder é o gênero, do qual são espécies o excesso de
poder (vício de competência) e o desvio de poder (vício no elemento finalidade
dos atos administrativos).

o Tanto o excesso como o desvio de poder podem configurar crime de


abuso de autoridade (Lei 4.898/65), hipótese em que ficará sujeito à
responsabilidade administrativa e à penal, podendo ainda responder
civilmente, se de seu ato resultarem danos patrimoniais e morais.

o O vício de competência (excesso de poder) admite convalidação, salvo


se se tratar de competência em razão da matéria ou de competência
exclusiva. Nestes dois últimos casos, o excesso de poder gera um ato
nulo.

 A usurpação da função é crime (art. 328 do CP) cometido por alguém


que não foi por nenhuma forma investido no cargo, emprego ou função
pública. O agente não tem nenhuma espécie de vinculo funcional com
a administração (DI PIETRO). Neste caso, a maioria da doutrina

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considera o ato inexistente.

 Ocorre a função de fato quando a pessoa foi investida no cargo,


emprego ou função pública, mas há alguma ilegalidade em sua
investidura ou impedimento para a prática do ato. Em função da teoria
da aparência (para os administrados, a situação tem total aparência de
legalidade, de regularidade), o ato é considerado válido, ou pelo
menos o são os efeitos dele decorrentes.

b) Por incapacidade: A Lei 9.784/99 prevê, em seu art. 18, os casos de impedimento,
e no art. 20, os casos de suspeição de autoridade ou servidor público, praticamente
nos mesmos moldes do CPC. Cumpre salientar, porém que, no Direito Administrativo,
ambas as hipóteses se enquadram como atos anuláveis, passíveis de convalidação
por autoridade que não esteja na mesma situação de impedimento ou suspeição.

4.2. FINALIDADE
- É escopo do ato, sendo tudo aquilo que se busca proteger com a prática do ato.
- Para a doutrina, todo ato administrativo possui DUAS FINALIDADES:
I – Finalidade Genérica: Presente em todos os atos, é o atendimento ao interesse público;
II –Finalidade Específica: É definida em lei e estabelece qual a finalidade de cada ato
especificamente.
OBS: Em determinadas situações, o ato é praticado no interesse público, mas com desvio da
finalidade específica, a exemplo de quando se exonera um servidor público com a intenção de puni-
lo. Assim, sendo violada a finalidade específica, mesmo que o agente esteja buscando o interesse
público, há o desvio de finalidade.
- Ainda que o Administrador Público NÃO atue com a intenção de satisfazer interesses pessoais, a
prática do ato com a intenção de alcançar finalidade diversa da expressamente imposta na regra que
a definiu configura vício, por desvio de poder, SALVO nos casos de tredestinação lícita, na
desapropriação.
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- A finalidade é SEMPRE elemento vinculado do ato quanto à finalidade específica, podendo ser
discricionário se analisada a finalidade genérica que é o interesse público (conceito jurídico
indeterminado).
- ABUSO DE PODER – Subdivide-se em:

 Desvio de poder (= desvio de finalidade): Ocorre quando o agente público pratica ato visando
fim diverso do previsto.

 Excesso de poder (= vício de competência): Ocorre quando o agente público excede os limites
da sua competência.

4.3. FORMA
- É a exteriorização do ato, determinada por lei, decorrente do PRINCÍPIO DA SOLENIDADE. A
ausência de forma importa a inexistência do ato administrativo, já que a forma é instrumento de
projeção do ato.
- Não basta a manifestação de vontade, mas a formalização deve respeitar os critérios previamente
definidos em lei, sob pena de irregularidade da conduta. Nesse caso, o desrespeito às finalidades
específicas NÃO gera a inexistência do ato, mas a sua ilegalidade, devendo ser anulado.
- A declaração de ilegalidade poderá ser feita pela própria Administração Pública, no exercício da
autotutela estatal, ou mediante decisão judicial fundamentada.
- Os atos administrativos devem ser praticados por escrito, em língua portuguesa, salvo em algumas
exceções.
- A forma NÃO configura a essência do ato – finalidade estatal -, mas tão somente o instrumento
necessário para que a conduta administrativa alcance os seus objetivos.
- SILÊNCIO ADMINISTRATIVO – O silêncio administrativo, diante de determinada situação, NÃO
produz qualquer efeito, salvo as hipóteses previstas no próprio texto legal. A ausência de conduta
NÃO configura um ato administrativo, mas somente um fato administrativo.

É POSSÍVEL A RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DECORRENTE DO


SILÊNCIO ADMINISTRATIVO?

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Caso a omissão da Administração Pública venha a resultar em um dano jurídico, tal


omissão poderá ensejar responsabilização patrimonial do Estado, bem como a do
próprio servidor, nos casos de dolo ou culpa (art. 37, §6° da CF/88).

As hipóteses de responsabilização não se restringem à ausência de resposta pelo


exercente da função administrativa, devendo ser também aplicáveis às situações em
que a resposta surja quando já superado o tempo razoável para aquela manifestação
(direito à razoável duração do processo - inciso LXXVIII, do artigo 5º da Carta Magna).

Nas hipóteses de não haver previsão legal específica de prazo para a oferta de
resposta pela Administração, deve-se aplicar, subsidiariamente, o lapso de 30 dias
previsto na Lei 9.784/99 (arts. 49 e 59, § 1º), responsável pela regulação do processo
administrativo no âmbito federal.

Diante de provocação feita pelo particular, a inércia administrativa é ilicitude sanável por
meio de provocação do Poder Judiciário, o qual pode determinar que o agente público pratique o
ato, cessando a ilegalidade que decorria da omissão estatal, não configurando invasão no mérito
administrativo, desde que o Judiciário NÃO interfira no conteúdo da conduta a ser praticada.
- O vício de forma é sanável quando não gerar prejuízo ao interesse público nem a terceiros,
devendo ser mantido o ato viciado. No entanto, em algumas situações, o vício de forma é insanável,
por atingir diretamente o próprio conteúdo do ato.
- De modo geral, a forma é sempre elemento vinculado, mesmo nos atos administrativos
discricionários, SALVO se a lei estabelecer mais de uma forma possível para o ato ou for silente
quanto à forma a ser obedecida para a prática de determinado ato, quando então será
discricionária.

4.4. MOTIVO
- São as razões de fato e de direito que justificam a prática do ato.
- Para que o motivo do ato seja válido, e consequentemente não haja irregularidades, exige-se que o
fato narrado no ato praticado seja real e efetivamente tenha ocorrido da forma como descrita na
conduta estatal, bem como a situação fática perpetrada pelo particular deve corresponder
exatamente à situação disposta em lei como justificadora do ato administrativo (subsunção da norma
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à situação de fato).

- O motivo é elemento do ato administrativo que pode ser discricionário.


- Deve haver adequação entre o motivo que deu ensejo à prática do ato e o resultado a ser obtido
pela atuação estatal propriamente dita (para alguns doutrinadores, isso seria a causa do ato
administrativo, configurando-se pressuposto de validade da conduta).
- Motivo X Motivação: Motivo NÃO é sinônimo de motivação. Motivação é a exposição dos motivos
do ato, ou seja, a fundamentação do ato administrativo. Dessa forma, enquanto o motivo é um
elemento do ato administrativo, a motivação integra a formalização do ato. Assim, o ato sem
motivação possui um vício no elemento forma. Segundo Matheus Carvalho, deve ser feita a
diferenciação entre duas hipóteses:
I- O ato administrativo foi praticado com a devida motivação, mas os motivos apresentados são falsos
ou não encontram correspondência com a justificativa legal para a prática da conduta. Nesses casos,
pode-se dizer que o ato é viciado, por ilegalidade no elemento motivo.
II- O ato é praticado em decorrência de situação fática verdadeira e prevista em lei, contudo, o
administrador público não apresentou a motivação do ato. Trata-se de ato com vício no elemento
forma.
- Obrigatoriedade de motivação: O art. 50 da Lei nº 9.784/99 preconiza que a motivação é obrigatória
para todos os atos administrativos que: I- neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II-
imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III- decidam processos administrativos de
concurso ou seleção pública; IV- dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V-
decidam recursos administrativos; VI- decorram de reexame de ofício; VII- deixem de aplicar
jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios
oficiais; VIII- importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
- Posições doutrinárias sobre a obrigatoriedade de motivação:
I- Necessidade de motivação apenas dos atos vinculados, dispensando-a nos atos discricionários.
II- Necessidade de motivação apenas dos atos discricionários e alguns vinculados, já que a motivação
estaria implícita nestes.
III- Necessidade de motivação de todos os atos administrativos: teoria majoritária. Considera a
motivação um princípio implícito na Constituição Federal. Aplicação do art. 50, da Lei nº 9.787/99.

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- STJ (AgRg no RMS 15350): O motivo é requisito necessário à formação do ato administrativo e a
motivação, alçada à categoria de princípio, é obrigatória ao exame da legalidade, da finalidade e da
moralidade administrativa.
- Momento da motivação: A motivação deve ser apresentada anteriormente ou concomitantemente
à prática do ato. Contudo, para o STJ, é possível a motivação expressa em momento posterior (como
na prestação de informações em mandado de segurança), desde que os motivos sejam idôneos e
preexistentes.
- Teoria dos Motivos Determinantes: Segundo essa teoria, adotada pelo STJ (AgRg no Resp 1280729),
a Administração, ao justificar o ato administrativo, fica vinculada às razões ali expostas, para todos os
efeitos jurídicos. A motivação é que legitima e confere validade ao ato discricionário, de modo que,
enunciadas pelo agente as causas em que se pautou, mesmo que a lei não haja imposto tal dever, o
ato só será legítimo se elas realmente tiverem ocorrido.

MOTIVO X MÓVEL
 Motivo – É a situação prevista em lei que ocorre, de fato, justificando a prática
do ato administrativo;
 Móvel – É a real intenção do agente público quando pratica a conduta estatal.

4.5. OBJETO
- É aquilo que o ato dispõe, é o efeito causado pelo ato administrativo no mundo jurídico, em virtude
de sua prática.

- Para a doutrina majoritária, objeto e conteúdo são expressões sinônimas, representando a


disposição do ato administrativo. Todavia, há quem defenda que o conteúdo seria a disposição do
ato, enquanto o objeto seria o bem ou a relação jurídica sobre a qual o ato administrativo incide.

- Para que o ato administrativo seja válido, o objeto deve ser lícito, possível e determinável ou
determinado.
- Pode possuir feição discricionária nos atos administrativos discricionários.

ELEMENTOS DO ATO E ANÁLISE DE DISCRICIONARIEDADE OU VINCULAÇÃO


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ELEMENTOS DISCRICIONÁRIOS OU VINCULADOS

Competência Vinculado

Finalidade - Em regra Vinculado


- Discricionário sempre que for analisada no seu aspecto
genérico, que corresponde à busca pelo interesse público

Forma - Em regra Vinculado


- Discricionário sempre que não houver forma definida em lei
para a prática do ato, ou quando o texto legal estipular mais de
uma forma possível.

Motivo Discricionário

Objeto Discricionário

 Para MOTIVO E OBJETO, por serem discricionários, não pode haver controle pelo Judiciário,
conforme maioria da doutrina, já que se refere à conveniência e oportunidade do
administrador público. Logo, o Poder Judiciário pode controlar a legalidade, mas não o mérito
dos atos administrativos discricionários.

5) Elementos e pressupostos do ato administrativo segundo Celso Antônio Bandeira de Mello

- Seriam ELEMENTOS do ato administrativo, intrínsecos ao próprio ato e cuja ausência de algum deles
implicaria a ausência do próprio ato:
a) Conteúdo – corresponde à disposição do ato;
b) Forma do ato – É a exteriorização da vontade do ato administrativo praticado.
- Seriam PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA, sem os quais a conduta NÃO se efetivará:
a) Objeto – Coisa ou relação jurídica sobre a qual o ato incidirá;
b) Pertinência da função administrativa – Para que a conduta do estado exista, enquanto ato
administrativo, deve ser praticada no exercício de função administrativa e não na execução
das demais atividades do Estado.

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Seriam PRESSUPOSTOS DE VALIDADE dos atos administrativos:
a) Sujeito competente – o ato administrativo deve ser praticado por alguém com
legitimação;
a) Motivo
b) Causa – Correlação lógica entre o motivo e o conteúdo do ato administrativo no exercício
da finalidade pública.
c) Finalidade ou pressuposto teleológico do ato administrativo
d) Formalização ou pressuposto formalístico – É o meio pelo qual o agente deve exteriorizar
a sua vontade, NÃO se confundindo com a forma, pressuposto de validade definida como
condição formal para a expedição do ato.
e) Requisitos procedimentais – presente em alguns atos que, para serem regularmente
expedidos, devem respeitar a existência de procedimentos anteriores.

6) Atributos do Ato Administrativo


- São prerrogativas de Poder Público presentes no ato administrativo em decorrência do princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado.

a) Presunção de Veracidade – Prerrogativa presente em todos os atos administrativos, de modo que


até prova em contrário, o ato administrativo goza de fé pública e os atos presumem-se verdadeiros
(presunção juris tantum). Diz respeito a fatos e causa a inversão do ônus da prova dos fatos alegados
pelo particular.

b) Presunção de Legitimidade – Trata-se de presunção jurídica, de modo que até prova em contrário
presume-se que o ato foi editado em conformidade com a lei e o ordenamento jurídico (presunção
juris tantum). Esse atributo NÃO diz respeito a fatos, mas à adequação da conduta com a norma
jurídica posta. – É atributo de TODOS os atos da administração, inclusive os de direito privado, dada
a prerrogativa inerente aos atos praticados pelos agentes integrantes da estrutura do Estado.

c) Imperatividade – Todo ato administrativo que cria obrigação ao particular encerra um poder dado
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à Administração de, unilateralmente, estabelecer obrigação aos particulares, desde que dentro dos
limites da Lei. Trata-se de característica presente apenas nos atos que dispõem acerca de obrigações
e deveres aos particulares, ao passo em que os atos que definem direitos e vantagens NÃO são
imperativos.
- A imperatividade está presente mesmo diante de atos administrativos reputados como inválidos
pelo particular, em decorrência da presunção de legitimidade da qual essa atuação se reveste.
- Poder Extroverso – seria o atributo a imperatividade nos atos administrativos restritivos, em que as
determinações impostas pelo poder público devem ser cumpridas. – NÃO incide para atos negociáveis
e enunciativos.
- A imperatividade é atributo presente apenas nos atos administrativos que imponham restrições de
direitos, NÃO se aplicando aos atos ampliativos de direito.

d) Exigibilidade – Não sendo cumprida a obrigação imposta pelo ato administrativo, o poder público
terá que, valendo-se de meios indiretos de coação, executar imediatamente o ato desrespeitado. O
exercício desse atributo não dispensa o respeito ao devido processo legal, com contraditório e ampla
defesa.
=> VIDE SÚMULA 312 STJ: No processo administrativo para a imposição de multa de trânsito, são
necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração.

e) Executoriedade ou autoexecutoriedade – Aplicação de meio diretos de execução dos atos


administrativos, em que o Estado executa o ato administrativo diretamente, frente ao
descumprimento pelo particular, sem que haja participação deste e auxílio do Poder Judiciário
=>CONTRADITÓRIO DIFERIDO!
- A executoriedade afasta o controle judicial prévio dos atos administrativos, sendo possível apenas a
posteriori.
- Não está presente em todos os atos administrativos, dependendo sempre de previsão legal ou de
uma situação de urgência em que a prática do ato de imponha à garantia do interesse público.

f) Tipicidade (Di Pietro) – Seria a exigência de que todo ato administrativo esteja previsto em lei. Em

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verdade, não é prerrogativa concedida ao ente estatal, mas limitação para a prática de atos não
previamente estipulados por lei.

7) Fases de constituição do ato administrativo

7.1. Perfeição (ou existência)


- Decorre do cumprimento das etapas previstas em lei, necessárias à formação do ato. Isso ocorre
pois todo ato administrativo é formalizado por procedimento administrativo prévio.

- O ato perfeito NÃO é retratável, mas pode ser revisado ou anulado (princípio da autotutela).
- Ato imperfeito – é aquele que ainda está em formação.

7.2. Validade (ou regularidade)


- Aferida quando todas as etapas realizadas estiverem de acordo com a Lei. A validade é a
compatibilidade entre o ato jurídico e o disposto na norma legal.

- É segundo plano de análise dos atos administrativos, só podendo ser analisado de o ato for ao menos
existente (perfeito).

7.3. Eficácia
- Aptidão para a produção de efeitos concedida ao ato administrativo. Alguns têm eficácia imediata,
logo após a publicação, mas outros podem ter sido editados com previsão de termos iniciais ou
condições suspensivas, sendo atos ineficazes enquanto a situação de pendência não for resolvida.
JOSÉ DOS SANTOS CARVAHO FILHO discorda, ao entender que o ato que completou o seu
ciclo de formação é eficaz, ainda que depende de termo ou condição futuros para ser
executado, posto que, no seu entender, termo e condição podem ser óbices à imperatividade
do ato, mas nem por isso descaracterizariam a sua eficácia => Ocorre que o autor diferencia
eficácia de exequibilidade, considerando que esta pode ser obstada por previsão no próprio
ato, opinião da qual discorda a doutrina majoritária.
- Atos Administrativos Pendentes: São os atos perfeitos e válidos que ainda não estão aptos a
produzir efeitos em decorrência da pendência de alguma condição ou termo.
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EFEITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


a) Próprios – Efeitos típicos do ato, configurando o objeto ou conteúdo da conduta
estatal;
b) Impróprios (atípicos) – Decorrem, de forma indireta, da prática do ato
administrativo, embora não esteja estipulado em sua redação nem seja sua intenção
inicial. Podem ser:
I – Efeito Reflexo: atingem uma relação jurídica estranha à tratada no bojo da conduta
estatal, gerando consequências a terceiros não previstos diretamente no ato
praticado.
Ex: Locatário de um imóvel desapropriado/ Reintegração de servidor público, para o
que será reconduzido.
II – Efeito Prodrômico (efeito preliminar): Efeito por meio do qual se impõe uma nova
atuação administrativa diante do início do ato praticado.
- Alguns atos administrativos somente estarão perfeitos após a manifestação de
vontade de mais de uma autoridade pública, como os atos administrativos compostos
e complexos. Logo, quando o primeiro órgão manifesta a sua vontade, dando início à
formação do ato administrativo, esta conduta tem como efeito impróprio obrigar a
manifestação de vontade do segundo órgão. O efeito prodrômico determina a quebra
da inércia administrativa quando, estando o ato em formação, a vontade que dá início
à sua perfeição é manifestada.

7.4. Atos após a formação


a) Ato perfeito, válido e eficaz – Quando o ato cumpre todas as etapas de sua formação e a conduta
é praticada dentro dos limites definidos pela lei;
b) Perfeito, válido e ineficaz – O ato cumpriu todas as etapas de formação e foi expedido em
conformidade com a Lei, mas não está apto a produzir efeitos por depender de termo ou condição,
ou ainda de publicidade = >ATOS ADMINISTRATIVOS PENDENTES.
c) Perfeito, inválido e eficaz – Não corresponde às normas legais definidas para a sua prática, no
entanto produzirá efeitos até que seja declarada a irregularidade.
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d) Perfeito, inválido e ineficaz – Sempre que a ilegalidade do ato for demonstrada, NÃO poderá
produzir efeitos contrários àqueles definidos na legislação que trata da sua edição.

8) Classificação dos Atos Administrativos

8.1. Quanto ao grau de liberdade


- Atos Vinculados: Definidos em lei que não confere ao agente público qualquer margem de escolha.
- Atos Discricionários: Não obstante regulamentados por lei, admitem uma análise de pressupostos
subjetivos pelo ente estatal. A lei confere ao Administrador uma margem de atuação, dentro dos
limites estipulados pela Legislação.

8.2. Quanto à Formação


- Ato Simples: Para a sua formação depende de uma única manifestação de vontade.
- Ato Composto: Para a sua perfeição depende de mais de uma manifestação de vontade, sendo
compostos por uma vontade principal (ato principal) + vontade que ratifica esta (ato acessório).
Composto de dois atos, geralmente do mesmo órgão público, em mesmo patamar de igualdade. –
Ato composto é formado pela manifestação de vontade de um único órgão, sendo apenas ratificado
por outra autoridade.
Ex: Atos administrativos que dependem de visto/ homologação da autoridade revisora.
- Ato Complexo: Formado pela soma de vontades de órgãos públicos independentes, em mesmo nível
hierárquico, de forma que tenham a mesma força, não se podendo imaginar a dependência de uma
em relação à outra.

ATOS COMPOSTOS X ATOS COMPLEXOS


A diferença entre os atos complexos e compostos decorre do fato de que, a despeito
de serem atos que dependem de mais de uma vontade para a sua formação, no ato
complexo estas vontades são expedidas por órgãos independentes para a formação
de um ato, enquanto que no ato composto, haverá manifestação de autoridades
diversas, dentro de uma mesma estrutura orgânica, sendo que uma das condutas é
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meramente ratificadora e acessória da outra.

- É majoritário o entendimento de que a aposentadoria de servidor público é ato complexo, por


depender da atuação do órgão a que o agente é subordinado e da aprovação do Tribunal de Contas.
Inclusive, a não aprovação pelo Tribunal de Contas do ato de aposentadoria NÃO é considerado novo
ato, mas sim impedimento da perfeição do ato de aposentadoria, não dependendo sequer da garantia
de contraditório. => VIDE SÚMULA VINCULANTE 03.

8.3. Quanto aos destinatários


- Ato Gerais – Se referem a quantidade indeterminada de pessoas, com caráter abstrato e impessoal.
- Atos Individuais - Se referem a determinados indivíduos, especificados no próprio ato. Se
subdividem em:
* Atos Múltiplos – Se referem a mais de um destinatário;
* Atos Singulares – Se destinam a um único sujeito descrito na conduta.

8.4. Quanto ao objeto


- Atos de Império – Aqueles nos quais a Administração atua com prerrogativa de Poder Público,
valendo-se da supremacia do interesse público sobre o privado.
- Atos de Gestão – Executados pelo Poder Público sem as prerrogativas de Estado, atuando a
Administração em situação de igualdade com o particular.
- Atos de Expediente – Praticados como forma de dar andamento à atividade administrativa, sem
configurar uma manifestação de vontade do Estado, mas a execução de condutas previamente
definidas.

8.5. Quanto à estrutura


- Atos Concretos – Praticados com a finalidade de resolver uma situação específica, exaurindo os seus
efeitos em uma única aplicação, não perdurando após a prática e a execução. Ex: Multa de trânsito,
aplicação de penalidade de demissão a servidor faltoso.
- Atos Abstratos – Definem regra genérica que deverá ser aplicada sempre que a situação descrita no
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ato ocorrer de fato.

8.6. Quanto aos efeitos


- Atos constitutivos – Criam uma situação jurídica nova, previamente inexistente, mediante a criação
de novos direitos ou a extinção de prerrogativas anteriormente estabelecidas.
- Atos declaratórios – Afirmam um direito preexistente, mediante o reconhecimento de situação
jurídica previamente constituída. Ex: Certidão e atestado.
- Ato modificativo – Altera situação já existente, sem que seja extinta, NÃO retirando direitos e
obrigações. Ex: alterar horário de atendimento.

8.7. Quanto aos resultados na esfera jurídica


- Atos Ampliativos – Atribuem direitos e vantagens aos seus destinatários, normalmente, concedendo
vantagens previamente requeridas pelo interessado.
- Atos Restritivos – Atos que impõem obrigações ou aplica penalidades aos destinatários, sempre
dentro dos limites da lei, como uma multa de trânsito.
- Obs.: Atos Ablativos/Ablatórios: são todos os atos que restringem direitos dos administrados.

8.8. Quanto ao alcance


- Atos Internos – Produzem efeito dentro da estrutura da administração pública responsável por sua
edição, não atingindo pessoas estranhas à organização administrativa interna;
- Atos Externos – Produzem efeito em relação aos administrados, estranhos à estrutura da
administração pública, dependendo de publicação em órgão oficial, podendo ser divididos em
bilaterais e unilaterais.

9. Espécies de Atos Administrativos


9.1. Atos Normativos
- São atos gerais e abstratos que geram obrigações a uma quantidade indeterminada de pessoas.
- Enseja a produção de normas gerais, sempre inferiores aos comandos legais, NÃO podendo inovar

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no OJ.

I – Regulamento – Ato Normativo privativo do chefe do poder executivo, apresentado por um


DECRETO. Podem ser:
a) Regulamentos executivos – Editados para a fiel execução da lei. Caso inove, viola o
princípio da legalidade;
a) Regulamentos Autônomos – Atuam substituindo a lei e inovam o OJ, determinando
normas sobre matérias não disciplinadas mediante previsão legislativa. São admissíveis
apenas para as situações previstas no art. 84, VI da CF.
II –Aviso – Ato normativo expedido pelos órgãos auxiliares direto do Poder Executivo (Ministérios ou
Secretarias), a fim de dar conhecimento à sociedade de determinado assunto ligado à atividade fim
daquele Órgão. Para alguns doutrinadores, seria espécie de ato ordinatório.
III – Instruções Normativas – Atos expedidos por quaisquer autoridades públicas ou órgãos públicos
com atribuição legal para a execução de decretos e regulamentos.
IV – Regimento – Ato normativo para definição de normas internas, estabelecendo as regras para o
regular funcionamento de órgãos colegiados.
V – Deliberações – Ato normativo expedido pelos órgãos colegiados como representação de vontade
da maioria dos agentes que o representam.
VI – Resolução – Atos normativos dos órgãos colegiados, usados pelos Poderes Legislativo e
Judiciário, e Agências Reguladoras, para disciplinar matéria de sua competência específica.

As agências reguladoras possuem poder normativo que se restringe ao âmbito técnico


da prestação do serviço e expedem os atos por meio de manifestação de seu conselho
diretivo.

9.2. Atos Ordinatórios


- Atos de ordenação e organização interna que decorrem do poder hierárquico, destinados a produzir
efeitos apenas no âmbito da Administração Pública.
- ATOS INTERNOS NÃO GERAM DIREITOS ADQUIRIDOS AOS SEUS DESTINATÁRIOS, PODENDO SER
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REVOGADO A QUALQUER TEMPO POR QUEM OS EXPEDIU.

I – Portaria – Ato administrativo individual que estipula ordens e determinações internas e estabelece
normas que geram direitos ou obrigações internas a indivíduos específicos.
II – Circular - Expedido para a edição de normas uniformes a todos os servidores subordinados a
determinados órgãos. Define regras gerais dentro da atividade administrativa.
III – Ordem de Serviço – Conduta estatal com a finalidade de distribuir e ordenar o serviço interno do
órgão, escalonando entre os setores e servidores vinculados àquela entidade.
IV – Despacho – Ato administrativo por meio do qual as autoridades públicas proferem decisões
acerca de determinadas situações específicas, de sua responsabilidade funcional.
V – Memorando – Ato de comunicação interna para melhor executar a atividade pública.
VI – Ofícios – Ato emanado para garantir a comunicação entre autoridades públicas ou entre estas e
particulares, destinadas a comunicações externas.

9.3. Atos Negociais


- Direito outorgado ao Estado, em virtude de requerimento formulado pelo cidadão.
- NÃO se trata de contrato administrativo, por emanar de vontade unilateral do poder público,
mesmo que em situação de interesse do destinatário; e NÃO goza de imperatividade ou
coercibilidade, por NÃO estabelecer obrigações ou aplicar penalidades, mas garante a concessão
de um benefício nos limites da Lei.
- É ato administrativo ampliativo, acrescentando na esfera jurídica do sujeito.
I – Autorização – Ato discricionário e precário por meio do qual a Administração autoriza o uso de
bem público por um particular de forma anormal ou privativa, no interesse eminentemente do
beneficiário. Podem ser:
a) Autorização de uso de bem público – Para uso anormal e privativo de determinado bem
público por um particular, quando não viola o interesse coletivo de utilização normal deste
bem. Para uso normal, não precisa de autorização.
a) Autorização de Polícia – Necessário para que o particular exerça atividades fiscalizadas
pelo Estado.

 Em ambas as situações, a autorização é ato discricionário e precário, podendo ser desfeito


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a qualquer momento SEM direito à indenização, não gerando direito adquirido aos
beneficiários.

II – Permissão – Ato unilateral, discricionário e precário e é veiculada para conceder ao particular o


uso de determinado bem público de forma anormal ou privativa. – É ato que faculta a utilização
privativa de bem público, no qual a administração autolimita o seu poder de revogar unilateralmente
o ato.

AUTORIZAÇÃO X PERMISSÃO
A) Doutrina Tradicional
* Autorização de uso – Ato adequado para o uso de bem público em situações mais
transitórias, como no caso de fechar uma rua para festa ocasional;
* Permissão – Caráter mais permanente ou duradouro que a autorização. Ex: Banca
de Revistas a ser colocada em determinada calçada.

B) Doutrina Moderna
* Autorização de uso – Concedida no interesse particular.
* Permissão – Sempre concedida no interesse público. Apesar de ser ato
discricionário, deve ser precedida de licitação sempre que houver mais de um
interessado em usufruir do benefício.

 Em determinadas situações, a permissão de uso é concedida por prazo


determinado, situação na qual estará mitigada a precariedade, sendo
impedido o Poder Público de revogar esse ano sem a devida indenização ao
particular beneficiado.

III – Licença – Ato de polícia através do qual o Poder Público permite a realização de determinada
atividade sujeita à fiscalização do Estado.
- É ato vinculado, e caso o particular preencha os requisitos legais, adquire o direito subjetivo à
concessão da licença para o exercício de atividade profissional.
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- A licença é ato vinculado e NÃO pode ser revogada nem pela administração, nem pelo judiciário.
- ATENÇÃO: O alvará é o instrumento da licença ou da autorização, sendo a FORMA (revestimento
exterior do ato), enquanto a licença e autorização são conteúdo do ato.

 Licença: Conteúdo;

 Alvará: Forma.
- Se for licença para construção e reforma, a jurisprudência entende ser possível a sua revogação,
desde que justificada por razões e interesse público superveniente, caso em que o ente estatal deverá
indenizar o particular pelos prejuízos comprovados.

IV – Admissão – Ato unilateral e vinculado pelo qual o poder público permite que o particular usufrua
de determinado serviço público, mediante a inclusão em um estabelecimento público. Ex: admissão
em hospitais públicos.

V – Aprovação – Ato administrativo discricionário para o controle da atividade administrativa, com


base na legalidade de ato anterior, além dos critérios de oportunidade e conveniência do agente que
executou a conduta.

VI – Homologação – Ato vinculado de controle de legalidade de ato anteriormente expedido pela


própria Administração Pública, sendo possível haver o controle de mérito na atuação estatal. – É ato
vinculado e unilateral pelo qual a administração reconhece a legalidade de um ato jurídico. Se realiza
a posteriori e examina apenas a legalidade.

9.4. Atos Enunciativos – NÃO produzem efeitos e NÃO podem ser revogados. Certificam ou atestam
uma situação existente, NÃO contendo manifestação de vontade da Administração. Por isso, NÃO
produzem efeitos e NÃO podem ser revogados.
I – Atestado: Quando o Poder Público tem de comprovar, mediante verificação de determinada
situação de fato, para então proferir ato que ateste aquela ocorrência fática.
II – Certidão – É ato por meio do qual a Administração Pública certifica um determinado fato que já
se encontra previamente registrado no Órgão.
III – Apostila ou Averbação – Ato administrativo pelo qual o ente estatal acrescenta informações
constantes em registro público.
IV – Parecer – Ato administrativo por meio do qual se emite opinião de órgão consultivo do Poder
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Público sobre assunto de sua competência, assuntos técnicos ou de natureza jurídica.

- O parecer pode ser facultativo, nas situações em que não é obrigatória a sua emissão para a prática
regular do ato administrativo, sendo obrigatório nas hipóteses em que a apresentação do ato
opinativo é indispensável à regularidade do ato, casos em que a ausência do parecer enseja a
nulidade do ato por vício de forma.

- Mesmo quando obrigatório, o parecer NÃO tem natureza vinculante, sendo somente ato que
manifesta opinião técnica sobre determinado assunto de interesse da Administração Pública => A
conclusão NÃO obriga a administração pública.

- Para a doutrina majoritária, só haverá responsabilidade do emissor do parecer se ele tiver atuado
de forma dolosa ou com erro grosseiro ao emanar ato de opinião.

9.5. Atos Punitivos


- Atos por meio dos quais o Poder Público determina a aplicação de sanções em face do cometimento
de infrações administrativas pelos servidores públicos ou particulares.

10. Extinção dos Atos Administrativos

10.1. Extinção Natural – Ocorre quando o ato já cumpriu todos os efeitos nele dispostos ou pelo
advento do termo final ou prazo ou ainda mediante o esgotamento do conteúdo jurídica desta
conduta.
- O cumprimento dos efeitos decorre da execução material da situação apresentada no ato
administrativo, ex: término do prazo da construção, a licença para construir se extingue.
- Advento do termo final ou da condição resolutiva extingue os atos sujeitos a prazo determinado
ou que dependam da ocorrência de evento futuro e incerto para que deixe de produzir efeitos, Ex:
autorização por porte de armas concedida por 01 ano que se extingue após expirado esse prazo.
- Esgotamento do conteúdo jurídico é a extinção natural.

10.2. Renúncia – É forma de extinção que se aplica somente para atos ampliativos, que geram
direitos a particulares, por não ser possível renunciar a obrigações.
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10.3. Desaparecimento da pessoa ou coisa sobre a qual o ato recai – Situação na qual o desfazimento
do ato decorre do desaparecimento do seu objeto ou do sujeito ao qual ele se destina.

10.4. Retirada – Extinção de uma determinada conduta estatal, mediante a edição de ato concreto
que a desfaça. É forma de extinção precoce do ato administrativo.
- Para alguns doutrinadores, é chamada de TEORIA DAS NULIDADES.

10.5. Anulação

TEORIA DAS NULIDADES NO DIREITO ADMINISTRATIVO


1) Direito Privado - Sistema dicotômico (arts. 166 e 171 do CC):
 Atos nulos
 Atos anuláveis
2) Direito Administrativo
a) Teoria Monista: NÃO é possível reconhecer atos anuláveis. Qualquer
ilegalidade é causa de nulidade (Hely Lopes Meireles);
b) Teoria Dualista: Há atos anuláveis e nulos (Oswaldo Aranha Bandeira de Melo)
c) Teoria Ternária: Há atos nulos, anuláveis e irregulares (Miguel Seabra
Fagundes);
d) Teoria Quaternária (majoritária): Os atos podem ser inexistentes, nulos,
anuláveis e irregulares (Celso Antônio Bandeira de Melo)
* A diferença fundamental entre nulidade e anulabilidade baseia-se, quase que
exclusivamente, na possibilidade de convalidação:
 Ato absolutamente nulo: Impossível a convalidação;
 Ato anulável: Pode ser saneado pela Administração.
- Atos sanáveis:
 Forma – salvo se exigida como condição do ato;
 Competência – salvo se competência exclusiva e em razão da matéria.

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- É a retirada do ato administrativo por motivo de ilegalidade, operando efeitos ex-tunc, ressalvados
os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé.
- O ato anulatório é secundário, constitutivo e vinculado (é um dever e não mera faculdade).
- Em regra, a anulação produz efeitos ex tunc, exceto a anulação de atos unilaterais ampliativos e de
atos praticados por funcionário de fato, havendo, nos dois casos, boa-fé.
- NÃO existe direito adquirido à manutenção de ato nulo no ordenamento jurídico, mas tão somente
a manutenção de determinados efeitos deste ato.
- Os atos expedidos em desconformidade à lei podem ser divididos em 04 espécies:
I – Atos inexistentes – estão fora do ordenamento jurídico em virtude da violação a princípios
básicos que norteiam a atuação das pessoas dentro de determinada sociedade. Ausência de
algum elemento ou pressuposto indispensável para o cumprimento do ciclo de formação do
ato.
II – Atos Nulos – Decorre do desrespeito à lei em alguns de seus requisitos, ensejando a
impossibilidade de convalidação por não admitir conserto.
III – Atos Anuláveis – Possuem vícios leves passíveis de convalidação, não obstante editados
em desacordo com a legislação aplicável.

IV – Atos Irregulares – Sofrem vício material irrelevante, normalmente quanto à forma, não
ensejando a nulidade, mas responsabilizando o agente público que o praticou. Esse vício NÃO
atinge a esfera jurídica dos destinatários do ato.

- STF: A Administração pode anular seus próprios atos, quando ilegais (autotutela). Porém, se a
invalidação desses atos repercute em interesses individuais, será necessária a instauração de
procedimento administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa.
- TEORIA DA APARÊNCIA – A nomeação de servidor sem concurso público é nula, mas os atos
praticados são válidos, em atenção ao princípio da segurança jurídica. Ademais, não há devolução
dos salários, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração Pública. Embora o ato
administrativo não produza efeitos, os direitos adquiridos por terceiros de boa-fé são resguardados,
não podendo ser atingidos pela anulação de ato que ensejava benefícios aos seus destinatários. A
anulação poderá ser feita pela própria Administração pública ou pelo Poder Judiciário.

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- O Poder Judiciário, além da própria Administração, também pode anular os atos administrativos
com vícios de ilegalidade, desde que o faça mediante provocação, possuindo a administração o prazo
decadencial de 05 (cinco) anos para anular atos administrativos ampliativos, salvo no caso de má-fé
do beneficiário.
- Fundamenta-se no poder de autotutela e no princípio da legalidade, quando realizada pela
Administração; e decorre do controle externo sobre a atividade administrativa, quando realizada pelo
Judiciário.
- Na anulação, NÃO há o efeito repristinatório.
- Dever de indenizar: em regra NÃO há dever de indenizar, exceto se o particular comprovadamente
sofreu dano especial para a ocorrência do qual não tenha colaborado.

CONVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO


- Se o interesse público exigir, o ato administrativo pode ser convalidado em razão da
oportunidade e conveniência, desde que:
(i) a convalidação NÃO cause prejuízos a terceiros;
(ii) o vício for sanável.
- Atos que NÃO podem ser convalidados: a) Atos inexistentes, nulos ou irregulares; b)
Defeitos no objeto, motivo ou finalidade; c) Defeitos de incompetência em razão da
matéria e de forma essencial à validade do ato; d) Atos portadores de vícios
estabilizados pela prescrição ou decadência; e) Atos já impugnados perante a
Administração ou o Judiciário; f) Atos cuja convalidação possa causar lesão ao
interesse público ou ilegitimamente prejudicar terceiros; g) Se o vício invalidante for
imputado à parte que presumidamente se beneficiará do ato.
- Obs.: José dos Santos admite convalidação de ato com vício no objeto, motivo ou
finalidade quando se tratar de ato plúrimo (vontade administrativa se preordenar a
mais de uma providência no mesmo ato, tornando viável suprimir ou alterar alguma
providência e aproveitar o ato quanto às demais providências, não atingidas por
qualquer vício).
- Vícios de forma e competência devem ser corrigidos, se for mais interessante ao

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interesse público e causar menos prejuízo do que a sua anulação. Nesses casos, a
convalidação opera efeitos ex-tunc, retroagindo à data de edição do ato para que
sejam resguardados os efeitos pretéritos desta conduta.
- Convalidação Involuntária: é a decadência administrativa.
- Obs.: Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a convalidação pode ser realizada pelo
administrado quando a edição do ato dependia da manifestação de sua vontade e a
exigência não foi observada. Nesse caso, o particular pode emiti-la posteriormente,
convalidando o ato.
- CONFIRMAÇÃO – Se a convalidação for feita pela mesma autoridade que havia
praticado o ato originariamente.
- RATIFICAÇÃO – Quando a convalidação é efetivada por ato de outra autoridade.
- A convalidação NÃO se aplica aos casos de atos discricionários que sofram vício de
incompetência, haja vista que nesses casos a autoridade deva exercer uma margem
de escolha acerca da manutenção ou não do ato.
- CONVALIDAÇÃO X CONVERSÃO – Na conversão, o ato administrativo que sofre de
um vício de forma pode ser convertido em outro mais simples, praticado para a
produção dos mesmos efeitos jurídicos.
- São passíveis de convalidação os atos com defeito na competência ou na forma.
Defeitos no objeto, motivo ou finalidade são insanáveis, obrigando a anulação do ato.
ATENÇÃO:
- Vício de competência quanto à matéria: NÃO se convalida;
- Vício de competência em relação à pessoa: Se convalida, desde que não se trate de
competência exclusiva.
- São convalidáveis tanto os atos administrativos vinculados quanto os discricionários.

MANUTENÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS INVÁLIDOS

- É a possibilidade reconhecida pela doutrina e jurisprudência e ocorre quando o


prejuízo resultante da anulação for maior do que o decorrente da manutenção de ato
ilegal. Nesse caso, o interesse público norteará a decisão.

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- Deve se considerar:
 Aspecto objetivo (estabilidade das relações jurídicas): princípios do interesse
público e segurança jurídica;
 Aspecto subjetivo: proteção à confiança e boa-fé.

10.6. Revogação – É competência exclusiva da Administração Pública.


- Extinção do ato administrativo por motivo de oportunidade e conveniência (razões de mérito),
produzindo efeitos ex-nunc e mantendo os atos já produzidos.
- O Judiciário NÃO possui competência para examinar o mérito do ato administrativo.
- O ato revocatório é secundário, constitutivo e discricionário (revogação é poder e não dever).
- NÃO há previsão de limite temporal para a revogação dos atos administrativos.
- Tanto na anulação quanto na revogação NÃO há o efeito repristinatório.
- Dever de indenizar: a doutrina admite a possibilidade de indenização aos particulares prejudicados
pela revogação, desde que tenha ocorrido a extinção antes do prazo fixado para permanência da
vantagem.
- Revogação de atos complexos: depende da concordância de todos os órgãos envolvidos.
- NÃO SE ADMITEM REVOGAÇÃO:
I- Atos que geram direito adquirido;
II- Atos já exauridos;
III- Atos vinculados;
IV- Atos enunciativos (certidões, pareceres, atestados);
V- Atos preclusos no curso de procedimento administrativo.

10.7. Cassação
- Ocorre quando o beneficiário do ato deixa de cumprir os requisitos de quando teve o ato deferido.
É hipótese de ilegalidade superveniente por culpa do beneficiário.

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10.8. Caducidade/Decaimento
- Trata-se da extinção do ato administrativo por lei superveniente que impede a manutenção do ato
inicialmente válido. Não produz efeitos automáticos, dependendo de ato constitutivo negativo
secundário. Trata-se de ilegalidade superveniente decorrente de alteração legislativa.

10.9. Contraposição (derrubada)


- Ocorre com a expedição de um segundo ato, fundado em competência diversa, cujos efeitos são
contrapostos aos do ato inicial, produzindo sua extinção. É espécie de revogação praticada por
autoridade distinta da que expediu o ato inicial. Exemplo: ato de nomeação de um funcionário extinto
com a exoneração.

11. Estabilização dos efeitos do ato


- A estabilização é instituto criado para garantir a preservação da boa-fé e segurança jurídica. Nesse
sentido, nenhum princípio poderá ser considerado de forma absoluta, inclusive a legalidade, que deve
admitir ponderação para a garantia dos demais princípios.
Em determinadas situações, a retirada do ato com efeito retroativos, ante a uma ilegalidade,
enseja prejuízos aos cidadãos de boa-fé, razão pela qual em algumas situações devem ser mantidos
os efeitos produzidos pelo ato ou, ainda, o próprio ato deve ser mantido no OJ em que pese a sua
ilegalidade.
No instituto da estabilização dos efeitos, não há convalidação do ato administrativo, não
havendo conserto dos seus vícios. O ato continua com os vícios que levariam à sua invalidação, mas
por questão de segurança jurídica e boa-fé, ele permanece aplicável no OJ e seus efeitos se
estabilizam.
O que ocorre com a estabilização é que tais efeitos passam a ser vistos como se decorrentes
de ato legal fossem. Ex: TEORIA DO FUNCIONÁRIO DE FATO (São válidos os efeitos dos atos
praticados por agentes públicos regularmente investidos, por se revestirem de aparência de
legalidade) e a MODULAÇÃO DOS EFEITOS EM ADI.
Em algumas situações, a estabilização de efeitos decorre do decurso do tempo, consolidando
uma legítima expectativa aos destinatários do ato.

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ESTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DO ATO X TEORIA DO FATO CONSUMADO


- A Teoria do Fato consumado garante de forma automática a manutenção do ato pelo
simples fato de a situação concreta já ter se realizado, NÃO sendo possível retornar
ao status quo ante.
- Na estabilização é preciso que a retirada do ato comprometa outros princípios de
ordem jurídica, causando prejuízos sérios que justifiquem a manutenção da situação.

Referências bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Diogo de Figueiredo Moreira Neto. Curso de Direito Administrativo.
José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo.

QUESTÕES PROPOSTAS

01 - 2017 - FEPESE - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil

A respeito da invalidação dos atos administrativos, assinale a alternativa correta.

a) A invalidação do ato administrativo opera efeitos "ex nunc".


b) O direito da Administração de anular os atos administrativos praticados com ofensa à lei decai em dez anos.
c) O ato administrativo acometido de vício de legalidade poderá ser invalidado pelo Poder Judiciário ou pela
própria Administração.
d) A invalidação é o instrumento jurídico que permite a retirada de um ato administrativo do mundo jurídico
por razões de conveniência e oportunidade.
e) A convalidação é o processo de que se vale a administração pública para o aproveitamento de atos
administrativos com vícios superáveis, como é típico de atos nulos e anuláveis.

COMENTÁRIOS
A- A anulação ou invalidação, seja de atos vinculados ou de discricionários, ocorre quando o ato
administrativo toma-se de vício de legalidade, podendo ocorrer por iniciativa da própria Administração,
bem como do Judiciário, e tem efeitos ex tunc (via de regra), isto é, retroagem os seus efeitos, pois do ato
não se originam direitos.

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B- Lei 9.784, Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.

C- O ato administrativo acometido de vício de legalidade poderá ser invalidado pelo Poder Judiciário ou
pela própria Administração.

D- Na invalidação/anulação, não há conveniência e oportunidade. A conveniência e oportunidade existem


na revogação, pois é caso de atuação discricionária da Administração Pública.

E- A convalidação cabe apenas para os atos anuláveis. Logo, não é possível realizar a convalidação dos atos
nulos.

LETRA C

02 - 2017 - FEPESE - Prefeitura de Criciúma - SC - Fiscal de Rendas

Sobre a anulação e revogação do ato administrativo, é correto afirmar.

a) A anulação do ato administrativo é ato privativo do poder judiciário, desde que não haja prejuízos a
terceiros.
b) A Administração poderá anular seus próprios atos mesmo quando não provocada para tal.
c) Os atos administrativos vinculados são passiveis de anulação, enquanto os atos discricionários somente
poderão ser objeto de revogação.
d) A revogação e a anulação se confundem na medida que tanto a Administração quando o poder judiciário
poderão ser titulares de tais medidas excepcionais.
e) O ato administrativo somente poderá ser revogado pelo poder judiciário após provado pela parte lesada.

COMENTÁRIOS
A- Tanto a Administração Pública (de ofício) quanto o Poder Judiciário (mediante provocação) podem anular
um ato administrativo.

B- Se o ato administrativo for ilegal, a Administração poderá anulá-lo sem a necessidade de ser
provocada.

C- Se um ato discricionário for praticado com ilegalidade, caberá sua anulação. Vale salientar que, em se
tratando de atos discricionários, o Poder Judiciário não pode adentrar no chamado "mérito
administrativo", ficando sua atuação restrita aos aspectos de legalidade do ato.

D- O Poder Judiciário não pode revogar um ato administrativo, visto que o instituto da revogação pressupõe
que o ato é legal, mas não é conveniente ou oportuno. A conveniência e a oportunidade só podem ser
analisadas pela Administração Pública. No entanto, o Poder Judiciário, assim como o Poder Legislativo,
quando no exercício da sua função administrativa, podem revogar seus próprios atos.

E- O Poder Judiciário só pode anular atos administrativos, quando eivados de ilegalidade. A revogação é
exercida somente pela Administração, por motivos de conveniência e oportunidade.

LETRA B

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03 - 2017 - FEPESE - Prefeitura de Criciúma - SC - Fiscal de Rendas

É correto afirmar sobre o ato administrativo.

a) Uma vez emanado pelo agente público legalmente investido na função, o ato somente poderá ser
modificado ou anulado pelo poder judiciário.
b) Os motivos expostos como fundamento para a prática do ato administrativo não vinculam o gestor público,
que poderá agir de forma discricionária.
c) O ato administrativo dispensa motivação quando a sua natureza com ela for incompatível.
d) Quando não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
e) Consideram-se vinculados os atos praticados com liberdade de escolha de seu conteúdo e de destinatário,
sob o aspecto legal da conveniência e da oportunidade.

COMENTÁRIOS
A- Pode anular ato administrativo tanto a Administração Pública (de ofício), quanto o Poder Judiciário,
quando provocado.

B- Os motivos expostos como fundamento para a prática do ato administrativo, ainda que para a prática de
ato discricionário, vinculam o gestor público, em decorrência da “Teoria dos motivos determinantes".

C- Nesse caso, deve haver a motivação a decisão.

D- Lei 9.784/1999, art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria Administração.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, só pode haver convalidação quando o ato possa ser
produzido validamente no presente. Importa que o vício não seja de molde a impedir reprodução válida
do ato. Só são convalidáveis atos que podem ser legitimamente produzidos. (MELLO, Celso Antônio
Bandeira de. Curso de Direito Administrativo . 14. ed. São Paulo: Malheiros, 2002. p. 417)

E- Consideram-se DISCRICIONÁRIOS os atos praticados com liberdade de escolha de seu conteúdo e de


destinatário, sob o aspecto legal da conveniência e da oportunidade.

LETRA D

04 - 2016 - FEPESE - Prefeitura de Lages - SC - Procurador

Assinale a alternativa que indica corretamente o elemento do ato administrativo que representa o efeito
jurídico imediato que o ato produz.

a) forma
b) objeto
c) sujeito
d) finalidade
e) competência

COMENTÁRIOS

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A- FORMA: É o revestimento exteriorizador do ato. Enquanto a vontade dos particulares pode manifestar-
se livremente, a da Administração exige forma legal. A forma normal é a escrita. Excepcionalmente
existem: (1) forma verbal: instruções momentâneas de um superior hierárquico; (2) sinais convencionais:
sinalização de trânsito.

B- OBJETO:É o conteúdo do ato. Todo ato administrativo produz um efeito jurídico, ou seja, tem por
objeto a criação, modificação ou comprovação de situações concernentes a pessoas, coisas ou atividades
sujeitas à ação do Poder Público.
Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo é a própria alteração no mundo jurídico que o ato
provoca, é o efeito jurídico imediato que o ato produz.

C- MOTIVO: É a situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato administrativo.
Pode vir expresso em lei como pode ser deixado ao critério do administrador.

D- FINALIDADE: É o objetivo de interesse público a atingir. A finalidade do ato é aquela que a lei indica
explícita ou implicitamente. Os atos serão nulos quando satisfizerem pretensões descoincidentes do
interesse público. A alteração da finalidade caracteriza desvio de poder, conhecido também por desvio de
finalidade.

E- COMPETÊNCIA: É o poder atribuído ao agente (agente é aquele que pratica o ato) para o desempenho
específico de suas funções.

LETRA B

05 - 2016 - FEPESE - Prefeitura de Lages - SC - Administrador

Assinale a alternativa correta a respeito dos atos Administrativos.

a) Atos compostos são aqueles cuja vontade final da Administração exige a intervenção autônoma de diversos
agentes ou órgãos.
b) O objeto do ato administrativo é o meio pelo qual se exterioriza a vontade.
c) São enunciativos os atos que alteram uma relação jurídica, criando, modificando ou extinguindo direitos.
d) Motivo do ato administrativo é a alteração no mundo jurídico que se pretende processar.
e) A regra no direito público é a solenidade das formas.

COMENTÁRIOS
A- Ato administrativo composto é aquele cujo conteúdo resulta da manifestação de um só órgão, mas a
sua edição ou a produção de seus efeitos depende de um outro ato que o aprove. A função desse outro ato
é meramente instrumental, ou seja, autorizar a prática do ato principal, ou conferir eficácia a este. O ato
acessório ou instrumental em nada altera o conteúdo do ato principal.

B- A forma é o meio pelo qual se exterioriza a vontade da Administração. Já o objeto ou conteúdo é o efeito
imediato que o ato produz.

C- Trata-se da definição de atos constitutivos. Os atos enunciativos são atos que contêm apenas um juízo
de valor, uma opinião, uma sugestão ou uma recomendação de atuação administrativa, como por exemplo,
os pareceres.

D- O Motivo é a situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato administrativo.
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E- A regra no direito público é a solenidade das formas, diferentemente do Direito Privado. Consequência
disto: a) o ato administrativo deve ser escrito, registrado ou publicado (englobando os gestos, palavras
ou sinais), e; a não consideração de manifestação de vontade através do silêncio, só se podendo atribuir
efeito positivo se for expressamente fixado por lei.

LETRA E

06 - 2016 - FEPESE - SJC-SC - Agente de Segurança Socioeducativo

É correto afirmar sobre o ato administrativo.

a) Os Poderes Judiciário e Legislativo podem praticar atos administrativos.


b) Apenas as pessoas jurídicas de direito público podem praticar atos administrativos.
c) O ato administrativo não pode ser objeto de controle judicial.
d) O ato administrativo discricionário dispensa a sua motivação.
e) O ato administrativo não exige forma específica.

COMENTÁRIOS
A- Trata-se da função atípica destes órgãos.

B- Os agentes públicos podem realizar atos administrativos, como também os particulares investidos de
prerrogativas estatais.

C- Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ato administrativo é "a declaração do Estado ou de quem o represente,
que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita
a controle pelo Poder Judiciário".

D- Necessária a motivação não só nos Atos Administrativos Vinculados, como também nos Discricionários,
vez que aquela é corolário da segurança jurídica e da moralidade.
Ensina a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, (2011), “que motivo é o pressuposto de fato e de direito que
serve de fundamento para o a existência no plano jurídico do Ato Administrativo e que a motivação é a
exposição dos motivos, sendo, pois, a demonstração escrita de que os pressupostos de fato realmente
existiram”.

E- Forma é elemento vinculado do ato administrativo, sendo seu revestimento externo. Deve o ato, em
regra, ser escrito. Excepcionalmente, admitem-se as ordens através de sinais ou de voz, como são feitas no
trânsito. Em alguns casos, a forma é particularizada e exige-se um determinado tipo de forma escrita.

LETRA A

07 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Fiscal da Fazenda

No que diz respeito ao ato administrativo, é correto afirmar que:

a) O ato administrativo não fica vinculado aos motivos que determinaram e fundamentaram a sua expedição.
b) O ato administrativo discricionário é praticado nas atividades típicas da administração, de acordo com as
hipóteses expressas em lei.
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c) A autoexecutoriedade, atributo do ato administrativo, não afasta o controle judicial prévio para legitimar a
sua execução direta e imediata.
d) Os atos administrativos deverão ser motivados com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
quando imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções.
e) A Administração deve revogar seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode anulá-los
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

COMENTÁRIOS
A- A alternativa vai de encontro à Teoria dos Motivos Determinantes, o que significa dizer que se o
Administrador invoca determinados motivos, a validade do ato fica SIM subordinada à sua efetiva
existência.

B- A autoexecutoriedade é qualidade nos atos próprios do exercício de atividades típicas da Administração,


de acordo com as hipóteses expressas em lei, sendo atributo dos atos vinculados.

C- A autoexecutoriedade, atributo do ato administrativo, afasta a necessidade do controle judicial prévio


para legitimar a sua execução direta e imediata, mas não afasta o controle judicial posterior.

D- Lei 9784/1999, art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

E- SÚMULA 473, STF: "A administração PODE anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial."

LETRA D

08 - 2014 - FEPESE - MPE-SC - Procurador do Estado

Sobre o ato administrativo, assinale a alternativa incorreta.

a) A licença para edificar é exemplo de ato administrativo.


b) São elementos do ato administrativo: sujeito competente, objeto, forma, finalidade e motivo.
c) Se os motivos expostos em um ato administrativo forem falsos ou inexistentes, o ato praticado é anulável.
d) A edição de ato administrativo por administrador público competente, visando fim diverso daquele a que a
lei lhe permitiu, caracteriza o desvio de finalidade
e) Se um ocupante de cargo em comissão for exonerado, sendo justificada sua exoneração em razão de
ausência de verba, não pode outro servidor ser nomeado em seguida, ou, se for, o ato será inválido, porque o
motivo alegado para a exoneração do anterior era falso.

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COMENTÁRIOS
A- Os atos administrativos podem ser normativos, ordinatórios, negociais, enunciativos e punitivos.
A licença, portanto, traduz-se num ato administrativo negocial, unilateral, definitivo e vinculado.

B- São elementos dos atos administrativos: Sujeito competente, Motivo, Objeto, Forma e Finalidade.
Não confundir com os atributos dos atos administrativos: Presunção de Veracidade e Legitimidade,
Autoexecuriedade, Tipicidade e Imperatividade.

C- Neste caso, o ato será nulo. O vício no motivo enseja a NULIDADE do ato praticado, conforme é pacífico
na doutrina.
Vale ressaltar a redação o art. 2º da Lei de ação popular. In verbis:
“Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos
de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.”

D- Desvio de poder ou de finalidade é uma espécie de Abuso de poder. Vale diferenciar:


a) Desvio de Poder: o Agente possui tal competência, mas busca finalidade diversa da que está prevista em
lei, fere o elemento da Finalidade e o Princípio da Moralidade
b) Excesso de Poder: O Agente extrapola a sua competência na prática de um determinado ato, fere o
elemento da competência e o Princípio da Supremacia sobre o interesse público.

E- Mais uma vez, há a abordagem da Teoria dos Motivos Determinantes, o que significa dizer que a validade
do ato administrativo se vincula aos motivos apresentados na sua fundamentação, porém havendo
desconformidade entre tais motivos e a realidade, o ato torna-se inválido.

LETRA C

09 - 2014 - FEPESE - MPE-SC - Procurador do Estado

Assinale a alternativa que contém quatro atributos do ato administrativo.

a) coercibilidade, legalidade, tipicidade e conveniência.


b) presunção de legitimidade, autoexecutoriedade, imperatividade e exigibilidade.
c) legalidade, conveniência, oportunidade e presunção de veracidade.
d) sujeito competente, legalidade, forma e autoexecutoriedade.
e) imperatividade, finalidade, forma e presunção de legitimidade.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:
Segundo a Doutrina de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os atributos dos atos administrativos são quatro:
presunção de legitimidade e veracidade, imperatividade, autoexecutoriedade e tipicidade.

Desta forma, distingamos os atributos e os elementos dos atos administrativos:

1. Atributos:
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Presunção de Legitimidade e Veracidade;
Autoexecutoriedade;
Obs.: A exigibilidade está inserida no conceito de autoexecutoriedade, juntamente com a executoriedade.
Tipicidade;
Imperatividade.

2. Elementos:
Sujeito Competente;
Motivo;
Objeto;
Forma;
Finalidade.

LETRA B

10 - 2014 - FEPESE - MPE-SC - Analista do Ministério Público

Assinale a alternativa correta.

a) A cassação representa a extinção de um ato administrativo inválido e eficaz.


b) A presunção de legitimidade, atributo dos atos administrativos quer vinculados ou discricionários, é
absoluta.
c) Nem todo ato administrativo admite apreciação pelo judiciário.
d) O ato administrativo discricionário não admite apreciação subjetiva por parte da Administração.
e) A revogação, prerrogativa da Administração Pública, representa controle quanto ao mérito de um ato
administrativo discricionário.

COMENTÁRIOS
A- Cassação é a extinção do ato administrativo válido mediante a retirada dele pela Administração Pública
em razão do descumprimento de normas a todos impostas por parte do administrado beneficiário dos
efeitos do ato.

B- A presunção de legitimidade está presente em todos os atos administrativos, porém é relativa.

C- Todos os atos administrativos estão sujeitos a apreciação pelo poder judiciário (controle de legalidade e
legitimidade apenas).

D- Ensina-nos Celso Antônio Bandeira de Mello que atos discricionários são "os que a Administração pratica
com certa margem de liberdade de avaliação ou decisão segundo critérios de conveniência e oportunidade
formulados por ela mesma, ainda que adstrita à lei reguladora da expedição deles". (Mello, Celso Bandeira
de, Curso de Direito Administrativo, p. 267)

E- Nas precisas lições de Diogo de Figueiredo Moreira Neto, em sua obra Curso de Direito Administrativo,
14º Ed., p. 206: “mérito do ato administrativo, ou mérito administrativo é o conteúdo das considerações
discricionárias da Administração quanto à oportunidade e conveniência de praticá-lo, ou seja, é o
resultado do exercício da discricionariedade”.

LETRA E

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11 - 2014 - FEPESE - Prefeitura de Florianópolis - SC - Auditor Fiscal

Acerca da teoria dos atos administrativos, assinale a alternativa correta.

a) Atos administrativos ilegais são convalidados com a sua publicação regular.


b) A anulação do ato administrativo é prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário.
c) Os atos administrativos discricionários praticados por agentes incompetentes podem ser revogados.
d) A moralidade, como elemento integrante do mérito administrativo, não pode ser aferida pelo Poder
Judiciário em sede de controle dos atos da Administração Pública.
e) A Administração pode revogar seus próprios atos por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos. A revogação, a propósito, é atribuição exclusiva da Administração Pública e tem efeitos
ex nunc.

COMENTÁRIOS
A- Os atos administrativos ilegais não são passíveis de convalidação, já que são nulos. A convalidação apenas
caberá para atos com defeitos sanáveis.

B- A Administração Pública poderá anular seus próprios atos. Trata-se do Princípio da Autotutela.

C- No caso, o agente é incompetente. Logo se está diante de um vício de legalidade, ou seja, o ato deve ser
anulado e não revogado.

D- Sob o fundamento de que a moralidade administrativa se consubstancia no mérito do ato administrativo,


há quem defenda a impossibilidade do Poder Judiciário anulá-lo por tal motivo. No entanto, não é esse o
entendimento que prevalece.
Ao tratar do tema, o Ministro Celso de Mello firmou-se no sentido de que:
"Não foi outro motivo que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao analisar a extensão do PRINCÍPIO DA
MORALIDADE - que domina e abrange todas as instâncias do poder - proclamou que esse postulado,
ENQUANTO VALOR CONSTITUCIONAL REVESTIDO DE CARÁTER ÉTICO-JURÍDICO, CONDICIONA A
LEGALIDADE E A VALIDADE DE QUAISQUER ATOS ESTATAIS: 'A atividade estatal, qualquer que seja o
domínio institucional de sua incidência, está necessariamente subordinada à observância de parâmetros
ético-jurídicos que se refletem na consagração constitucional do princípio da moralidade administrativa.
Esse postulado fundamental, que rege a atuação do Poder Público, confere substância e dá expressão a
uma pauta de valores éticos sobre os quais se funda a ordem positiva do Estado. O PRINCÍPIO
CONSTITUCIONAL DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA, AO IMPOR LIMITAÇÕES AO EXERCÍCIO DO PODER
ESTATAL, LEGITIMA O CONTROLE JURISDICIONAL DE TODOS OS ATOS DO PODER PÚBLICO que transgridam
os valores éticos que devem pautar o comportamento dos agentes e órgãos governamentais".

E- Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal: A administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
Art. 53 da Lei nº 9.784/1999 - A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício
de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.
O Judiciário apenas poderá revogar seus próprios atos quando do exercício da sua função atípica
administrativa.
A revogação promoverá efeitos ex nunc aos atos, enquanto a anulação acarretará efeitos ex tunc.

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LETRA E

12 - 2014 - FEPESE - MPE-SC - Analista do Ministério Público

O ato administrativo:

a) Deve ser sempre vinculado.


b) Inválido não comporta convalidação.
c) Discricionário não admite controle externo.
d) Tem a autoexecutoriedade como elemento essencial.
e) Pode ser revogado por ter se tornado inconveniente ou inoportuno

COMENTÁRIOS
A- Os atos administrativos classificam-se em: a) atos vinculados, que são os que a administração pratica
sem margem alguma de liberdade de decisão, pois a lei previamente determinou um único comportamento
possível a ser obrigatoriamente adotado sempre que se configure a situação objetiva descrita na lei, e; atos
discricionários, que são aqueles que a administração pode praticar com certa liberdade de escolha, nos
termos e limites da lei, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade e sua
conveniência administrativas.

B- A classificação “inválida” é gênero, da qual são espécies o ato nulo e o ato anulável - o ato nulo, por sua
vez, não comporta convalidação, porém o ato anulável a comporta.

C- Di Pietro (1996) considera que a apreciação do ato administrativo pelo Poder Judiciário não implica
invasão na discricionariedade. “O que se procura é colocar essa discricionariedade em seus devidos limites,
para distingui-la da interpretação (apreciação que leva a uma única solução, sem interferência na vontade
do intérprete) e impedir as arbitrariedades que a Administração Pública pratica sob o pretexto de agir
discricionariamente”. (DI PIETRO, 1996, p.182).
Logo, caberá ao Poder Judiciário, diante do caso concreto, averiguar se o ato administrativo discricionário
está eivado de vícios que o tornam ilegal, bem como, se é razoável e proporcional ao fim almejado. Para
tanto, deverá analisar os motivos da decisão, sem, entretanto, adentrar no Juízo de conveniência e
oportunidade do ato praticado.

D- A autoexecutoriedade não existe em todos os atos administrativos. Exemplo disto é que as multas de
trânsito não são dotadas deste atributo.

E- Súmula 473 do STF. "A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.".

LETRA E

13 - 2013 - FEPESE - SJC-SC - Agente de ação social

Assinale a alternativa correta em relação ao ato administrativo.

a) Todo ato administrativo é autoexecutável.


b) A anulação do ato administrativo retira do mundo jurídico todos os seus efeitos desde a sua criação.
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c) O ato administrativo, mesmo que conflite com princípios legais, terá eficácia em razão da presunção de
legitimidade.
d) Apenas o Poder Judiciário poderá revogar um ato administrativo.
e) A administração pública jamais poderá revogar ou anular um ato administrativo, em decorrência do
princípio da segurança jurídica.

COMENTÁRIOS
A- Nem todo ato administrativo é autoexecutável.

B- Ato ilegal promoverá efeitos ex tunc, ou seja, tais efeitos retroagirão à sua data de criação.

C- O ato administrativo eficaz necessita estar apto a produzir efeitos. Como o ato em questão possui vício
de legalidade, não está apto a produzir efeitos. Portanto, um ato ilegal é um ato NÃO eficaz.

D- O poder judiciário não revoga ato administrativo somente poderá anulá-lo quando de vício de legalidade.
A revogação é faculdade da Administração, que poderá realiza-la por motivos de conveniência e
oportunidade.

E- Súmula 473 do STF. "A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.".

LETRA B

14 - 2013 - FEPESE - JUCESC - Advogado


Assinale a alternativa correta em matéria de Direito Administrativo.

São atributos do ato administrativo:

a) Finalidade, forma e objeto.


b) Supremacia do poder público, imperatividade, agente capaz e objeto lícito.
c) Competência, forma, finalidade e presunção de legitimidade.
d) imperatividade, presunção de legitimidade e autoexecutoriedade.
e) Motivação, objeto lícito, finalidade, imperatividade e competência.

COMENTÁRIOS
Segundo a Doutrina de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os atributos dos atos administrativos são quatro:
presunção de legitimidade e veracidade, imperatividade, autoexecutoriedade e tipicidade.

Desta forma, distingamos os atributos e os elementos dos atos administrativos:

1. Atributos:
Presunção de Legitimidade e Veracidade;
Autoexecutoriedade;
Obs.: A exigibilidade está inserida no conceito de autoexecutoriedade, juntamente com a executoriedade.
Tipicidade;
Imperatividade.

2. Elementos:
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Sujeito Competente;
Motivo;
Objeto;
Forma;
Finalidade.

LETRA D

15 - 2018 - FCC - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Área Administrativa

Considere os itens:
I. Ato vinculado;
II. Ato discricionário.
No que concerne aos itens apresentados,

a) ambos se submetem a controle interno e externo, este exercido tanto pelo Poder Legislativo, por meio do
Tribunal de Contas, como pelo Poder Judiciário.
b) o item I submete-se a controle interno e externo; o item II a controle interno apenas, que é denominado
autotutela.
c) ambos se submetem a controle externo e interno, sendo o controle interno de menor amplitude e extensão
que o externo, pois limitado a questões de conveniência e oportunidade.
d) o item I submete-se a controle externo; o item II não, pois os atos discricionários, por envolverem juízo de
conveniência e oportunidade, afastam o controle de legalidade pelo Poder Judiciário.
e) o item II submete-se a controle externo; o item I não, pois os atos vinculados, por envolverem juízo de
conveniência e oportunidade, afastam o controle de legalidade pelo Poder Judiciário.

COMENTÁRIOS
Primeiramente necessário pontuar as diferentes formas de controle do ato administrativo abordados na
questão. Controle interno é aquele exercido pela própria administração, no exercício da autotutela. Já o
controle externo é aquele exercido pelos outros poderes e decorre do sistema de freios e contrapesos.
O ato vinculado é aquele que possui todos os elementos do ato determinados por lei. Aqui não há análise
da conveniência e oportunidade (mérito administrativo). Essa espécie de ato é passível de controle tanto
pela administração pública (controle externo) quanto pelos demais poderes. O controle externo do Poder
Executivo é exercido pelo poder Legislativo com auxílio do Tribunal de Contas e pelo Poder Judiciário, que
pode anular atos administrativos que contrariem o ordenamento jurídico.
Já os atos discricionários são aqueles que comportam análise da conveniência e oportunidade da
Administração para a sua constituição, atribuindo certa margem de liberalidade ao administrador público
quando da sua constituição. Estes atos também são passíveis de controle, tanto interno, cabendo à
administração pública à revogação (reanálise do mérito) quanto à anulação (análise de legalidade) dos seus
atos, já ao controle externo restará apenas a possibilidade de avaliação da legalidade (anulação).
b) os atos discricionários também se sujeitam ao controle externo
c) o controle interno não se resume à análise do mérito, sendo dever da administração anular seus atos
eivados de vício de legalidade.
d) como dito, os atos dicionários também pode ser objeto de controle de legalidade pela via judicial.
e) os atos vinculados são sim sujeitos ao controle externo.

Letra A

16 - 2018 - FCC - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador
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Um servidor apresentou requerimento para que lhe fossem concedidas, em pecúnia, as licenças-prêmio a que
fazia jus, com base em legislação recém-aprovada pelo ente público cujo quadro integrava. Durante o prazo
para apresentação de recurso administrativo contra a decisão que indeferiu o requerimento, a Administração
pública

a) não poderá rever a decisão administrativa, tendo em vista que o processo administrativo depende de
provocação do interessado.
b) pode revogar a decisão de ofício, nos casos de ilegalidade expressa.
c) pode anular a decisão proferida, de ofício, no caso de constatar que estava eivada de ilegalidade.
d) deve intimar o interessado para que informe se irá apresentar recurso e, diante da negativa, poderá exercer
seu poder de revisão dos atos administrativos.
e) pode rever a decisão de ofício, desde que tenha sido apresentado recurso pelo interessado, ainda que não
tenha invocado a ilegalidade.

COMENTÁRIOS
Importante para análise da questão fazer a correta distinção entre anulação, revogação e revisão.
Anulação é ato de controle de legalidade. Revogação é ato de controle do mérito administrativo. Revisão é
reanálise de sanção aplicada em processo administrativo ante o surgimento de fatos novos ou
circunstâncias relevantes.
O artigo 53 da Lei nº 8.112 estabelece que “A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados
de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos. Logo, a anulação é um dever poder do administrador que não pode convir com a
ilegalidade apurada no ato administrativo. Já a revogação é faculdade, cabendo ao administrador decidir
dentro dos critérios de conveniência e oportunidade de exclui ou não o ato administrativo antes praticado.
Aqui, importante lembrara da Súmula nº 473, STF que assim dispõe: “A administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.”
O impulso oficial é um dos critérios do processo administrativo (art. 2º, XII, da Lei nº 8.112), podendo ser
iniciado de ofício ou a pedido do interessado.
A revisão não depende de interposição de recurso administrativo, podendo ser feita de ofício, desde que
não agrave a situação do interessado (art. 65 da Lei 8.112).
a) pelo princípio do impulso oficial, a revisão dos atos administrativos que importam sanção ao
administrado pode ser revisto pela própria administração de oficio desde que não agrave a situação do
interessado. (art. 2º, XII, c/c art. 65 da Lei nº 8.112)
b) no caso de ilegalidade cabe à administração anular seus atos e não revogá-los.
c) pode anular a decisão proferida, de ofício, no caso de constatar que estava eivada de ilegalidade. (correto,
no caso de vício de legalidade, fala-se em anulação, sendo um dever da administração não necessitando de
provocação)
d) a revisão pode ser exercida independente da interposição de recurso, mas ao contrário da decisão
administrativa em sede recursal, não poderá agravar a situação do interessado.
e) a revisão pode ser exercida independente da interposição de recurso, mas ao contrário da decisão
administrativa em sede recursal.

Letra C

17 - 2018 - FCC - ALESE - Analista Legislativo - Processo Legislativo

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Os atos administrativos veiculam manifestações de vontade da Administração pública de diversas naturezas,
podendo conceder e extinguir direitos ou apenas reconhecê-los. No exercício dessas funções, pode variar a
margem de liberdade decisória conferida à Administração pública pela lei, o que permite analisar se o ato

a) é discricionário, cuja edição permite que a Administração se submeta ou não aos parâmetros legais, desde
que haja relevantes razões de interesse público.
b) é vinculado, cujos requisitos de edição estão expressamente constantes da lei, não cabendo à
Administração conferir o atendimento pelo administrado.
c) tem força de lei, no caso da delegação ao Executivo ter sido da competência legislativa, podendo substituí-
la, observados os princípios que regem a Administração.
d) é discricionário, que possibilita ao administrador, na análise do caso concreto e sem se afastar da previsão
legal, exercer juízo de conveniência e oportunidade.
e) recomenda homologação judicial, nos casos em que implicar a extinção de direitos anteriormente
concedidos a administrados ou servidores em processos administrativos regulares, em razão da relevância.

COMENTÁRIOS
Os atos administrativos podem ser classificados como discricionários ou vinculados a depender da margem
de liberdade decisória conferida à administração. O ato vinculado não comporta análise de mérito, ao passo
que os discricionários sim. A discricionariedade da administração se refere à análise da conveniência e
oportunidade, não se tratando de poder ilimitado, ao contrário, ainda quando da análise do mérito deverá
observar a legalidade e os demais Princípios Administrativos.
a) No caso dos atos discricionários, somente o elemento objeto e motivação são passíveis de análise pela
administração, sendo a forma definida em lei, portanto a edição deve se submeter aos parâmetros legais.
b) Ainda nos atos vinculados, a administração deve conferir o atendimento pelo administrado, cabendo à
ela fazer exercer o poder vinculante dos seus atos.
c) Na hipótese de delegação legislativa o Executivo passa a ter o poder de complementar a lei dentro dos
limites da delegação, mas nunca de substituí-la.
e) O poder legislativo poderá exercer o controle externo dos atos administrativo para anulá-los quando
eivados de vício de legalidade, não havendo que se falar em homologação.

Letra D

18 - 2018 - FCC - ALESE - Analista Legislativo

Marcos, servidor público titular de cargo efetivo, inscreveu-se em concurso de promoção interno, instruindo
o requerimento com a documentação pertinente, atendendo requisitos e indicando a respectiva pontuação,
conforme edital. Alguns documentos foram desconsiderados pela banca do concurso, de forma que ele não
atingiu a pontuação necessária para ser promovido. Posteriormente, a autoridade responsável pela promoção
confessou a outro colega que desconsiderou a pontuação propositadamente, sem qualquer amparo, para
coibir a promoção daquele servidor, seu desafeto. O ato da autoridade que desclassificou Marcos no concurso
de promoção

a) está eivado de vício de desvio de finalidade, possibilitando sua anulação, inclusive judicial.
b) constitui apenas infração funcional, que deve ser apenada.
c) tipifica ato de improbidade na modalidade que causa prejuízo ao erário, pois a conduta da autoridade foi
dolosa.
d) caracteriza abuso de poder, mas não pode ser revertido, em razão do encerramento do certame.
e) constitui ato discricionário, ainda que a motivação tenha sido fundada em razões reprováveis, o que impede
o controle judicial.
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COMENTÁRIOS
A questão trata do desvio de finalidade, um dos vício que atinge o elemento finalidade do ato administrativo
configurado quando o agente pratica o ato visando fim diverso daquele pretendido (art. 2º, alínea “e” da
Lei de Ação Popular).
Assim, ainda que a autoridade responsável possa responder administrativamente pelo ato de improbidade
administrativa, deverá, ainda, o ato ser a qualquer tempo anulado pela própria administração nos termos
do disposto na Súmula 473 do STF que assim dispõe “A administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.”
Aqui cabe a distinção entre desvio de finalidade e excesso de poder. Ambos são tipos de vício de finalidade,
mas aquele é configurado quando o agente pratica o ato visando fim diverso daquele pretendido e este
quando atua extrapolando as suas competências.
Além de configurar desvio de poder, o administrado responderá pela infração funcional e por improbidade
administrativa
Tipifica improbidade administrativa na modalidade de inobservância dos princípios administrativos.
No caso em questão o vício é de desvio de finalidade, mas, ainda que fosse de abuso de poder, poderia ser
anulado pela administração, pois trata-se de vício que importa em ilegalidade do ato.
Pela teoria dos motivos determinantes a motivação vincula o ato administrativo e pode objeto de controle
judicial.

Letra A

19 - 2018 - FCC - DPE-AP - Defensor Público

Como é cediço, o controle judicial dos atos administrativos diz respeito a aspectos de legalidade, descabendo
avaliação do mérito de atos discricionários. Considere a situação hipotética: em sede de ação popular, foi
proferida decisão judicial anulando o ato de fechamento de uma unidade básica de saúde, tendo em vista que
restou comprovado que os motivos declinados pelo Secretário da Saúde para a prática do ato − ausência de
demanda da população local − estavam em total desconformidade com a realidade. Referida decisão afigura-
se

a) legítima, apenas se comprovado desvio de finalidade na prática do ato, sendo descabido o controle judicial
do motivo invocado pela autoridade prolatora.
b) legítima, com base na teoria dos motivos determinantes, não extrapolando o âmbito do controle judicial.
c) ilegítima, pois a questão diz respeito a critérios de conveniência e oportunidade, que refogem ao controle
judicial.
d) ilegítima, eis que o controle judicial somente é exercido em relação a atos vinculados.
e) legítima, desde que comprovado, adicionalmente ao vício de motivo, falha em aspectos relativos à
discricionariedade técnica.

COMENTÁRIOS
Embora o motivo seja um elemento do ato administrativo sobre o qual pode incidir o mérito da
administração, pela teoria dos motivos determinantes a validade do ato se vincula aos motivos indicados
como seu fundamento, de tal modo que, se inexistentes ou falsos, podem ser anulados pela via judicial.
Pela teoria dos motivos vinculantes as razões fáticas e jurídicas invocadas para a prática do ato vinculam a
administração, assim, se constado que a razão fática que deu motivação ao ato administrativo de

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fechamento da unidade básica de saúde não é verídica, é possível o controle judicial do mérito invocado
pela administração, não havendo quebra ao Princípio da Separação dos Poderes.
O mérito administrativo confere à Administração a análise da conveniência e oportunidade para a realização
do ato administrativo. No entanto, embora seja seara própria da Administração, a liberalidade
administrativa não é ilimitada, devendo ser guardada observância aos princípios da administração, bem
como à razoabilidade e proporcionalidade. Assim, os atos administrativos, ainda que discricionários, são
passíveis de controle judicial.
Como dito, os atos discricionários também são sujeitos ao controle judicial.
Basta para a declarar a nulidade do ato a apuração do vício de motivo, sendo dispensada a falha em aspectos
relativos à discricionariedade técnica, termo, inclusive, que se relaciona à atividade das agência reguladoras,
estranha a hipótese do enunciado.

Letra B

20 - 2018 - FCC - PGE-TO - Procurador do Estado

Custódio Bocaiúva é Chefe de Gabinete de uma Secretaria de determinado Estado. Certo dia, em vista da
ausência do Secretário Estadual, que saíra para uma reunião com o Governador, Custódio assinou o ato de
nomeação de um candidato aprovado em primeiro lugar para cargo efetivo, em concurso promovido pela
Secretaria Estadual. No dia seguinte, tal ato saiu publicado no Diário Oficial do Estado. Sabendo-se que a
legislação estadual havia atribuído ao Secretário a competência de promover tal nomeação, permitindo que
este a delegasse a outras autoridades hierarquicamente subordinadas, é correto concluir que o ato praticado
é

a) válido, pois havia direito subjetivo do candidato a ser nomeado para o cargo efetivo.
b) inexistente, haja vista que não reúne os mínimos elementos que permitam seu reconhecimento como ato
jurídico.
c) válido, em vista da teoria do funcionário de fato, amplamente reconhecida na doutrina administrativa.
d) inválido, pois, segundo a Constituição Federal, a nomeação de servidores é atribuição exclusiva e
indelegável do Chefe do Poder Executivo, regra sujeita à observância em âmbito estadual, por conta do
princípio da simetria.
e) inválido, porém sujeito à convalidação pelo Secretário de Estado, desde que não estejam presentes vícios
relativos ao objeto, motivo ou finalidade do ato.

COMENTÁRIOS
Embora não seja questionável o direito à nomeação do candidato aprovado em primeiro lugar para o cargo
efetivo do concurso público, a nomeação por pessoa diversa daquela que possui competência para tanto
(vicio no elemento competência) torna o ato inválido, sendo que a delegação da competência autorizada
em lei deve ser feita de forma expressa, podendo, no entanto ser convalidado pelo Secretário do Estado
(art. 55 da Lei nº 9.784/1999)
O ato administrativo, embora inválido é existente, produzindo efeitos jurídicos até a sua anulação ou
convalidação.
Não se aplica a teoria do funcionário de fato para validar ato administrativo cuja competência é exclusiva.
Prover cargos públicos é competência privativa do Presidente da República, mas pode ser delegada, aos
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os
limites traçados nas respectivas delegações (art. 84, parágrafo único).
A convalidação é a forma de corrigir vício de competência e forma existentes em um ato inválido, desde
que não acarrete lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, estando prevista no art. 55 da Lei nº
9.784/1999. Os vícios de objeto, motivo e finalidade não são passíveis de convalidação.
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Letra E

21 - 2018 - FCC - DPE-AM - Defensor Público

Suponha que um agente público da Secretaria de Estado da Educação, após longo período de greve dos
professores da rede pública, objetivando desincentivar novas paralisações, tenha transferido os grevistas para
ministrarem aulas no período noturno em outras escolas, mais distantes. Ato contínuo, promoveu o
fechamento de diversas classes do período da manhã de estabelecimento de ensino no qual estavam lotados
a maioria dos docentes transferidos, justificando o ato assim praticado em uma circular aos pais dos alunos
na qual afirmou ter ocorrido inesperada redução do número de docentes, decorrente da necessidade de
transferência para outras unidades como forma de melhor atender à demanda da sociedade. Nesse contexto,

a) os aspectos relacionados à finalidade e motivação dos atos administrativos em questão dizem respeito ao
mérito, ensejando, apenas, impugnação na esfera administrativa, com base no princípio da tutela.
b) apenas os atos de transferência dos docentes são passíveis de anulação, em face de abuso de poder,
ostentado vício de motivação passível de controle administrativo e judicial.
c) descabe impugnação judicial dos atos em questão, eis que praticados no âmbito da discricionariedade
legitimamente conferida à autoridade administrativa.
d) apenas o ato de fechamento de salas de aula poderá ser questionado judicialmente, com base em vício de
motivação, sendo os demais legítimos no âmbito da gestão administrativa.
e) o poder judiciário poderá anular as transferências dos docentes por desvio de finalidade, bem como o
fechamento das salas por vício de motivo com base na teoria dos motivos determinantes.

COMENTÁRIOS
Nos atos administrativos discricionários somente incidirá a análise da conveniência e oportunidade da
administração nos elementos motivo e objeto, sendo os demais (competência, finalidade e forma) definidos
em lei, portanto, inalteráveis pela vontade da administração.
A transferência dos docentes e o fechamento das classes ministradas em período manhã são passíveis de
anulação, pois aquele configura desvio de finalidade e este vício de motivo. No mais, atos nulos não geram
efeitos, devendo ser reestabelecida a situação ao seu status quo.
O mérito Administrativo confere à Administração a análise da conveniência e oportunidade para a
realização do ato. No entanto, embora seja seara própria da Administração, a liberalidade administrativa
não é ilimitada, devendo ser guardar observância aos princípios da administração, bem como da
razoabilidade e proporcionalidade. Assim, os atos administrativos, ainda que discricionários, são passíveis
de controle judicial.
A transferência dos docentes e o fechamento das classes ministradas em período manhã são passíveis de
anulação, pois aquele configura desvio de finalidade e este vício de motivo. No mais, atos nulos não geram
efeitos, devendo ser reestabelecida a situação ao seu status quo.
A transferência dos docentes e o fechamento das classes ministradas em período manhã são passíveis de
anulação, pois aquele configura desvio de finalidade e este vício de motivo. Lembrando que os motivo que
dão ensejo à pratica dos atos administrativo vinculam a Administração, cabendo controle sobre a
veracidade e legitimidade dos mesmos (teoria dos motivos determinantes).

Letra E

22 - 2018 - FCC - DPE-AM - Analista - Ciências Jurídicas

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Um servidor público comissionado, designado para prestar serviços junto à Secretaria de Governo de
determinado Município e que exercia interinamente as funções de chefia de gabinete, editou ato aplicando
penalidade a um outro servidor concursado no bojo de um processo administrativo disciplinar. A competência
para aplicação da pena era da chefia de gabinete, conforme dispunha a legislação competente. O servidor que
fora apenado recorreu administrativamente da decisão, sob o fundamento de que a legislação que rege o
funcionalismo público estabelece que a autoridade competente para a aplicação de penalidades a servidores
concursados também deve ter ingressado no serviço público mediante concurso público de provas e títulos.
Imputa, portanto, ao ato praticado pelo servidor comissionado o vício de incompetência. Após o
processamento do recurso e chegada a hora da decisão, o chefe de gabinete que efetivamente ocupava o
cargo já havia retornado e reassumido suas funções, razão pela qual os autos lhe foram submetidos para
eventual reconsideração. Este servidor, considerando que a alegação do recorrente seja condizente com a
legislação aplicável,

a) pode revogar a decisão caso reconheça a incompetência de seu subordinado para a prática de atos de
natureza disciplinar, determinado a reinstauração de processo administrativo disciplinar, caso ainda não tenha
ocorrido prescrição.
b) deve anular a decisão, diante de sua patente ilegalidade, reconduzindo o servidor ao cargo anteriormente
ocupado e exonerando o servidor comissionado, independentemente de processo administrativo, porque
inexistente vínculo estatutário.
c) não pode alterar a decisão proferida em sede de processo administrativo disciplinar, tendo em vista que
estava afastado, o que impede seu adequado conhecimento dos fatos, cabendo ao servidor estatutário
diligenciar para revisão judicial.
d) pode ratificar a decisão proferida pelo servidor ocupante de cargo em comissão, no caso dela estar
materialmente correta, embora formalmente viciada pela incompetência.
e) pode rever a decisão proferida pelo servidor concursado ou pode anular o processo administrativo
disciplinar, não lhe sendo permitido aproveitar as provas colhidas.

COMENTÁRIOS
A questão aborda o instituto da senatoria, aplicado para a manutenção de atos administrativos praticados
com vício de legalidade, sendo subdivididos em convalidação, ratificação e conversão.
A convalidação suprime defeito do ato administrativo anteriormente editado, retroagindo seus efeitos a
partir da data da edição do ato administrativo convalidado. Está previsto no art. 55 da Lei 9.784/99. A
convalidação somente pode atingir vícios de forma e competência.
A ratificação visa corrigir defeitos relativos à competência declarando sua validade desde o momento em
que foi editado, desde que não se trate de competência exclusiva nem de forma essencial.
Conversão constitui na edição de um novo ato para aproveitar os elementos válidos do ato anteriormente
praticado com vício de ilegalidade, com retroação dos seus efeitos ao momento da edição do ato original.

Se não for passível de sancionatória, o ato deve ser anulado e não revogado, pois o vício é de ilegalidade.
Essa é uma alternativa possível, mas não obrigatório (deve), podendo o ato ser ratificado.
No exercício do Poder de Autotutela a Administração Pública pode exercer o controle dos seus atos,
revogando-os ou anulando-os, não existindo o impedimento trazido pela assertiva.
Assertiva correta. O vício de competência pode ser retificado pela autoridade competente para a prática do
ato, desde que não exista outro vício que aconselhe a sua anulação.
Não há ilegalidade no aproveitamento de atos já produzidos no processo se não demonstrado prejuízo à
defesa do acusado.

Letra D

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23 - 2018 - FCC - DPE-AM - Analista - Administrador

Suely, diretora de uma escola da rede pública, autorizou que o zelador daquela unidade ocupasse, para fins
de moradia, uma edícula existente no terreno, formalizando a autorização mediante outorga de permissão de
uso. Justificou o ato praticado, pelo interesse público na permanência do zelador nas dependências do
estabelecimento de ensino no período noturno, o que contribuiria para a segurança patrimonial, haja vista o
registro de diversos furtos de material. Contudo, passados alguns meses, a Diretora foi informada de que seria
realizada uma reforma na escola e que a edícula deveria estar desocupada para estocar os materiais
necessários e servir de refeitório e vestiário para os trabalhadores contratados. Diante da superveniência de
tal circunstância, o ato administrativo praticado por Suely, consistente na permissão de uso ao zelador,

a) deve ser anulado, administrativa ou judicialmente, por desvio de finalidade, que restou evidenciado pela
circunstância subsequente.
b) deve ser anulado, pela própria diretora ou superior hierárquico, em face da superveniência de razões de
interesse público.
c) somente pode ser desfeito pelo Poder Judiciário, haja vista que gerou direito subjetivo ao destinatário.
d) é passível de revogação, na esfera administrativa ou judicial, com base na supremacia do interesse público
sobre o particular.
e) é passível de revogação, pela própria Administração, pelas razões de conveniência e oportunidade fundadas
no interesse público.

COMENTÁRIOS
A questão busca avaliar o conhecimento sobre permissão administrativa de uso especial de bens, a
qualificação do ato administrativo de concessão e revogação e o direito subjetivo do permissionário.
A permissão é um ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual o Poder Público faculta
ao particular a execução de serviços de interesse coletivo ou o uso especial de bens públicos.
Assim a permissão não decorre de uma relação contratual, sendo direito potestativo da administração
concedê-la, desde que atenda aos interesses da administração. É discricionário pois deve ser considerada a
oportunidade e conveniência do ato. É precário porque pode ser revisto a qualquer momento pela própria
administração, não gerando direitos ao permissionário.
Aqui, deve ser aplicado o entendimento firmado na Súmula 473 do STF, que dispõe “a Administração pode
anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em qualquer caso, a apreciação judicial”.
O ato deve ser revogado e não anulado, não havendo vício de finalidade quando da constituição do ato,
mas alteração do interesse da administração.
Deve ser revogado.
O ato pode ser revogado no âmbito da administração, o que não afasta eventual análise do Poder Judiciário
se configurado algum vício de legalidade. Ademias, a permissão de uso especial de bens públicos não gera
direitos subjetivos ao destinatário.
O ato administrativo não pode ser revogado pelo Poder Judiciário, mas somente anulado, pois a revogação
depende da análise do mérito administrativo.
Resposta correta. O ato discricionário pode ser revogado pela administração a qualquer tempo, em razões
de conveniência e oportunidade, devendo ser observado o interesse público.

Letra E

24 - 2018 - FCC - DPE-AM - Analista - Administrador

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Considere que determinado órgão administrativo, encarregado da fiscalização das condições de segurança de
estabelecimentos comerciais, tenha identificado danos na estrutura de edifício onde funciona um grande
shopping center. Diante de tal circunstância, interditou o local, proibindo o acesso ao público. Entre os
atributos do ato administrativo, o que autoriza a referida interdição, independentemente de decisão judicial,
é

a) Motivação.
b) Discricionariedade.
c) Executoriedade.
d) Tipicidade.
e) Legitimidade.

COMENTÁRIOS
Motivação é atributo do ato administrativo descrito pela Lei 9.784, em seu art. 50 como “a motivação é
obrigatória para todos os atos administrativos que neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses,
imponham ou agravem deveres encargos ou sanções.”. Portanto trata-se de atributo vinculado à
fundamentação e não à execução do ato.
Discricionariedade está afeta a análise da conveniência e oportunidade para a elaboração e extinção do ato
administrativo.
Assertiva correta. A executoriedade é atributo do ato administrativo que confere à Administração Pública
o poder de executar seus atos diretamente, independentemente de autorização dos outros poderes. Esse
atributo não está presente em todos os atos administrativos, mas somente naqueles para os quais a lei
estabelecer.
Por tipicidade entende que a atuação da Administração Pública somente se dá nos termos da lei (é típica),
como decorrência lógica do Princípio da Legalidade.
Legitimidade é atributo do ato administrativo pelo qual presume-se que o ato legítimo, ou seja, pautados
em regras morais

Letra C

25 - 2015 – CESPE – TCU - Procurador

No que se refere aos atos administrativos, assinale a opção correta de acordo com a jurisprudência do STJ.

a) De acordo com o atual entendimento do STJ, o desfazimento do ato administrativo considerado ilegal pelo
Estado independe de prévio processo administrativo, mesmo que o ato anulado tenha produzido efeitos
concretos.
b) É quinquenal o prazo para que a administração pública possa anular ato administrativo, sendo vedado, após
o seu decurso, o afastamento da decadência.
c) O ato de promoção de servidor público praticado por erro da administração pública pode ser objeto de
anulação, hipótese em que o servidor terá de restituir os valores correspondentes ao erário, apesar de tê-los
recebido de boa-fé.
d) O ato administrativo que negar pedido de servidor público de licença para tratar de interesses particulares
poderá ser revisto pelo Poder Judiciário quando houver abuso por parte da administração pública, mediante
provocação do interessado.
e) Caso servidor público ajuíze ação tendo por objeto ato omissivo continuado da administração pública que
lhe tenha impedido progressão na carreira, ocorrerá prescrição do fundo de direito, se a ação for ajuizada
após cinco anos do início da omissão.

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COMENTÁRIOS
A- PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE.
VÍCIOS SANADOS. MODIFICAÇÃO DO JULGAMENTO. ATO ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE AMPLA DEFESA.
ATO NULO. RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO. ORDEM CONCEDIDA.- Em sanando contradição e obscuridade
verificada na fundamentação do aresto embargado, é possível a modificação do julgado. - "Funcionário
nomeado por concurso tem direito à posse", conforme Súmula n. 16 do Supremo Tribunal Federal. Nessa
linha de entendimento, o desfazimento do ato de nomeação de servidor concursado sem o prévio
procedimento administrativo em que garantida a ampla defesa revela-se ilegal e arbitrário. Embargos de
declaração acolhidos para sanar vícios de contradição e obscuridade, do que advém a modificação do
julgado, para dar provimento ao recurso ordinário e conceder a segurança. (EDcl no AgRg no RMS
25.722/SP, Rel. Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA,
julgado em 18/02/2016, DJe 01/03/2016)

B- PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. OFENSA AO ART.535 DO CPC NÃO


CONFIGURADA. PODER DE AUTOTUTELA ADMINISTRATIVA. ART.54 DA LEI 9.74/1999. MÁ-FÉ. NÃO
COMPROVAÇÃO. DECADÊNCIA. TRANSCURSO DE LAPSO TEMPORAL SUPERIOR AO QUINQUÍDIO LEGAL. 1.
A solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC.
2. Conforme pacífica jurisprudência desta Corte, ultrapassado o prazo quinquenal para anulação do ato
administrativo, a decadência somente poderá ser afastada se demonstrada a má-fé do administrado (art.
54, caput, in fine, da Lei 9.784/1999), o que não se verifica no caso dos autos. 3. In casu, ocorreu a
decadência para a Administração, uma vez que o ato de reimplantação da verba denominada
"Complemento Salário Normativo" se deu em janeiro de 2006, sendo a referida verba suprimida em julho
de 2013, tendo sido ultrapassados os cinco anos previstos na Lei 9.784/1999. 4. Agravo Regimental não
provido. (AgRg no AREsp 646.687/MS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
28/04/2015, DJe 01/07/2015)

C- ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. ART. 46, CAPUT, DA LEI N. 8.112/90 VALORES
RECEBIDOS INDEVIDAMENTE POR INTERPRETAÇÃO ERRÔNEA DE LEI. IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO.
BOA-FÉ DO ADMINISTRADO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543-C DO CPC. 1. A
discussão dos autos visa definir a possibilidade de devolução ao erário dos valores recebidos de boa-fé pelo
servidor público, quando pagos indevidamente pela Administração Pública, em função de interpretação
equivocada de lei. 2. O art. 46, caput, da Lei n. 8.112/90 deve ser interpretado com alguns temperamentos,
mormente em decorrência de princípios gerais do direito, como a boa-fé. 3. Com base nisso, quando a
Administração Pública interpreta erroneamente uma lei, resultando em pagamento indevido ao servidor,
cria-se uma falsa expectativa de que os valores recebidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que
ocorra desconto dos mesmos, ante a boa-fé do servidor público. 4. Recurso afetado à Seção, por ser
representativo de controvérsia, submetido a regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ. 5. Recurso
especial não provido. (REsp 1244182/PB, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado
em 10/10/2012, DJe 19/10/2012)

D- STJ - PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR


PÚBLICO FEDERAL. LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES. ATO DISCRICIONÁRIO.
MOTIVAÇÃO INIDÔNEA. ABUSO DA ADMINISTRAÇÃO. REVISÃO PELO PODER JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE.
1. Embora não se desconheça a vedação imposta ao Poder Judiciário de adentrar no mérito dos atos
discricionários, entre os quais se inclui o pedido formulado por servidor público de concessão de licença
para tratar de assuntos particulares, a faculdade de análise dos motivos e da finalidade do ato não pode ser
excluída do magistrado quando evidenciado abuso por parte do Administrador, situação constatada na
hipótese sub examine. Precedente: AgRg no REsp 1.087.443/SC, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Quinta
Turma, DJe 11/6/2013. 2. Agravo regimental não provido.
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E- CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR


PÚBLICO. PROGRESSÃO AUTOMÁTICA NA CARREIRA. OMISSÃO ADMINISTRATIVA. PRESCRIÇÃO. TRATO
SUCESSIVO. SÚMULA 85/STJ. 1. A ausência de concessão de progressão na carreira ao servidor público, sem
recusa formal, caracteriza omissão administrativa, renovada mês a mês, devendo a prescrição atingir
apenas as parcelas anteriores ao quinquênio que precede o ajuizamento da ação. Incidência da Súmula
85/STJ. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 829.383/MG, Rel.
Ministra DIVA MALERBI (DESEMBARGADORA CONVOCADA TRF 3ª REGIÃO), SEGUNDA TURMA, julgado em
17/03/2016, DJe 31/03/2016)
Súmula 85, STJ: Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a fazenda publica figure como devedora,
quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações
vencidas antes do qüinqüênio anterior a propositura da ação.

Vale lembrar!
Qual a diferença entre ato administrativo e ato da administração?
Ato administrativo: declaração do Estado ou de quem lhe faça as vezes, expedida em nível inferior à lei - a
título de cumpri-la - sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle de legitimidade por órgão
jurisdicional - (Celso Antônio Bandeira de Melo). Exemplo: nomeação de um servidor público;
Ato da administração: são os atos que a administração pratica quando está desprovida das prerrogativas
públicas, e quando está atuando em igualdade jurídica com os particulares, sob regência predominante do
direito privado. Exemplos: atos de direito privado e os contratos privados da administração (ex: contrato de
locação).

LETRA D

26 - 2015 - FCC - TCM-GO – Procurador

Sabe-se que a Administração pública tem a prerrogativa de rever seus próprios atos quando eivados de vícios.
Lhe é autorizado, ainda, rever seus atos sob o prisma da conveniência e oportunidade, o que é balizado por
limites. Nesse sentido,

a) a anulação do ato administrativo discricionário demanda demonstração de vantajosidade, não de mera


conveniência e oportunidade atrelados a interesse público em sentido amplo, na medida em que é da sua
natureza que existam opções para a Administração escolher.
b) a anulação dos atos administrativos demanda a instauração de processo administrativo para comprovação
da reversibilidade dos efeitos já produzidos, enquanto que a revogação prescinde dessa formalização, na
medida em que reside no campo da discricionariedade.
c) os atos administrativos discricionários podem ser anulados quando sobrevier fato novo que demonstre ser
essa a conduta mais benéfica ao interesse público.
d) se o ato administrativo que se pretende revogar já tiver produzido seus efeitos, é necessária medida judicial
para desfazimento.
e) a edição de determinado ato poderia ensejar limite ao poder de revogação, mas caso os direitos que dele
decorreriam sejam passíveis de conversão em indenização, ficaria superado o impedimento.

COMENTÁRIOS
A- A anulação do ato administrativo é conseqüência da existência de vício que o torna ilegal. Assim, não há
que se analisar a configuração ou não de eventual vantajosidade, conveniência ou oportunidade na sua
anulação.

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B- A necessidade de instauração de prévio processo administrativo faz-se mister quando verificado que o
desfazimento do ato atinge a esfera jurídica do administrado. No Informativo 641 do STF restou consignado
“Afirmou-se que, a partir da CF/88, foi erigido à condição de garantia constitucional do cidadão, quer se
encontre na posição de litigante, em processo judicial, quer seja mero interessado, o direito ao contraditório
e à ampla defesa. Asseverou-se que, a partir de então, qualquer ato da Administração Pública capaz de
repercutir sobre a esfera de interesses do cidadão deveria ser precedido de procedimento em que se
assegurasse, ao interessado, o efetivo exercício dessas garantias”

C- O enunciado confunde os institutos da revogação e anulação. In casu, a questão trata da revogação e não
da anulação, vez que esta requer existência de vício, não perquirindo juízo de oportunidade e conveniência.

D- Ainda que já verificados os efeitos do ato discricionário, a sua revogação pela Administração é possível,
tendo em vista o poder de autotutela da Administração Pública. Assim, em razão da autotutela, a
Administração prescinde do Poder Judiciário para desfazer seus atos.

E- O enunciado trata dos limites existentes para a Administração revogar seus atos: a ato não pode
encontrar-se consumado, não cabe revogação de atos vinculados. Todavia, caso haja uma possibilidade
dessa revogação ser transformada em indenização, a Administração pode agir. Exemplo: revogação de
autorização com prazo certo. A Administração pode revogá-la, mas o particular deverá ser indenizado.
Se existem limites ao poder de revogar que podem ser extraídos de lei, é evidente que à Administração
Pública não é dado, de forma arbitrária, sem qualquer respaldo, revogar um ato que venha a ferir direitos
e causar danos a terceiros, sob a justificativa de preservação de suposto interesse público. Desta maneira,
a título exemplificativo, não pode a Administração conceder ao particular uma licença para construir e
posteriormente revogá-la, alegando a prevalência do interesse público. O interesse da coletividade deve
ser visto, assim, na devida conta, ou seja, na análise do caso concreto e nos limites da lei.
Caso a revogação do ato extrapole os limites, e nesses termos, venha a causar danos ao particular, a ele
assiste o direito à indenização, decorrência da responsabilidade extracontratual do Estado. Porém, essa não
é a regra, pois a revogação, quando legítima, ou seja, quando atende a todos os requisitos legais, não gera
o direito à indenização.

Vale lembrar!
Explique a) Mérito Administrativo; b) Teoria dos motivos determinantes; e c) a possibilidade do Poder
Judiciário rever o motivo e o objeto do ato administrativo
a) Mérito administrativo é o poder conferido pela lei ao agente público para que ele decida sobre a
oportunidade e conveniência de praticar determinado ato discricionário, e escolha o conteúdo desse ato,
dentro dos limites estabelecidos pela lei.
b) Teoria dos motivos determinantes define que os motivos que determinaram a vontade do agente, que
serviram de suporte à decisão, integram a validade do ato. Logo, ainda que a lei não haja expressamente
imposto a obrigação de enunciá-los, se enunciado pelo administrador, o ato somente considerar-se-á válido
se os motivos realmente ocorreram.
c) O Poder Judiciário, se provocado, pode controlar a legalidade ou a legitimidade de um ato discricionário,
quanto a qualquer elemento desse ato, inclusive nos casos em que a administração alegue estar atuando
legitimamente dentro da sua esfera privativa de apreciação do mérito administrativo, mas tenha, na
verdade, extrapolado os limites da lei. Logo, o Poder Judiciário poderá proceder a anulação de um ato,
jamais a sua revogação, ou seja, exercerá controle de legalidade ou legitimidade, e não controle de mérito.
Em resumo, em um ato discricionário o Poder Judiciário pode apreciar quanto à legalidade e legitimidade,
a sua competência, a sua finalidade, a sua forma, e, também, o seu motivo e o seu objeto, ressalvada a
existência, nesses elementos motivo e objeto, de uma esfera privativa de apreciação pela Administração
Publica (o mérito administrativo), estabelecida pela lei.
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LETRA E

27 - 2015 - FCC - TCM-GO - Procurador

Existência, validade e eficácia do ato administrativo são conceitos correlatos, porém distintos. Esses aspectos
interagem e se relacionam na análise casuística dos atos administrativos, sendo, contudo, correto afirmar que
a

a) edição de um ato administrativo apócrifo o predica como inválido, mas pode produzir efeitos jurídicos caso
se demonstre que havia firme propósito em praticá-lo
b) eficácia não é relevante para fins de análise da estrutura do ato administrativo, tendo em vista que a análise
da produção de efeitos é prescindível para exame dos direitos que decorrem para os administrados.
c) validade do ato jurídico pode ser aferida no momento de seu aperfeiçoamento, ou seja, quando é produzido,
muito embora alterações normativas posteriores convidem a sucessivas reanálises sobre a validade dos atos
cuja produção de efeitos se perpetua no tempo.
d) existência é pressuposto dos demais aspectos, na medida em que é ela que atesta a conformidade do ato
ao ordenamento jurídico em vigor.
e) eficácia precede o exame de validade, posto que somente pode ser válido o ato que está apto a produzir
efeitos.

COMENTÁRIOS
A- A ausência de assinatura da autoridade diz respeito ao plano de existência do ato administrativo. Por
essa razão, é incorreto dizer que “um ato administrativo apócrifo o prejudica como inválido”, pois o vício,
neste caso, é verificado no plano da existência.

B- Para fins de análise da estrutura do ato, este é avaliado quanto ao seu ciclo de formação, sendo
classificados como perfeitos ou imperfeitos; quanto à conformidade com o ordenamento jurídico, podem
ser válidos ou inválidos e quanto à produção de efeitos, são eficazes/ineficazes. Logo, a eficácia é
imprescindível para exame dos direitos que decorrem para os administrados, pois sendo o ato eficaz,
possível analisar os direitos que dele decorrem.

C- Quando o ato é produzido validamente, à luz das normas vigentes nesse mesmo momento, é possível
que sobrevenham modificações legislativas, as quais resultem na impossibilidade de permanência do ato,
à luz do novo ordenamento jurídico. É o que a doutrina denomina de caducidade, que consiste em uma
modalidade de extinção dos atos administrativos, por força da superveniência de lei que torna ilegal a
situação jurídica sustentada pelo ato em questão.

D- O início da assertiva está correto, pois a existência é pressuposto dos demais aspectos, contudo a
conformidade do ato ao ordenamento jurídico é atestada pela validade. Assim, em relação à conformidade
com os atos administrativos, os atos podem ser válidos os inválidos.

E- A validade precede o exame de eficácia, pois, primeiramente, deve ser aferida a conformidade do ato
com o ordenamento jurídico para, após, ser perquirido acerca dos seus efeitos.

Vale lembrar!
Considerando a teoria dos atos administrativos e suas modalidades de extinção, explique os seguintes
institutos: cassação, caducidade e contraposição.

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Cassação: é a extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que
deveria permanecer atendendo, como exigência para a manutenção do ato e seus efeitos.
Caducidade: ocorre quando uma nova legislação impede a permanência da situação anteriormente
consentida pelo Poder Público. Surge uma nova norma que contraria aquela que respaldava a prática do
ato.
Contraposição: ocorre quando um ato, emitido em decorrência de uma determinada competência, extingue
outro ato, anterior, editado com base em competência diversa, ocorrendo a extinção, porque os efeitos
daquele são opostos aos deste.

LETRA C

28 - 2014 – CESPE - TCE-PB - Procurador


Assinale a opção correta acerca dos atos administrativos e da delegação.

a) A medida provisória e o decreto regulamentar são atos administrativos normativos de competência


exclusiva do chefe do Poder Executivo
b) Servidor de tribunal de contas estadual está impedido de atuar em processo administrativo em trâmite
naquele órgão quando o interessado for seu primo, e a não abstenção em atuar nesse feito gerará nulidade
processual
c) A delegação, instituto relacionado com o poder hierárquico, não pode ser usada para transferir a
competência para a edição de atos normativos.
d) O ato de delegação importa transferência de competência, em que pese ser esta irrenunciável
e) O ato administrativo será válido quando completar todas as suas fases de elaboração e existência, estando
pronto a produzir efeitos.

COMENTÁRIOS
A- O decreto regulamentar constitui ato administrativo normativo de competência exclusiva do chefe do
Poder Executivo. O decreto regulamentar é manifestação do exercício da função típica de administrador. Já
a medida provisória é manifestação da função atípica de legislar por parte do chefe do Poder Executivo, não
constituindo ato administrativo normativo.(Direito Administrativo, ALEXANDRE, Ricardo Alexandre e DE
DEUS, João, 3ª Ed., pg.26)

B- Lei 9.784/99- Art. 18- Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade
que: I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; II - tenha participado ou venha a participar como
perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou
parente e afins até o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado
ou respectivo cônjuge ou companheiro.

C- Art. 13 da lei 9.784/1999: Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter
normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
autoridade.

Além disso, cabe lembrar que a delegação é uma decorrência do poder hierárquico, em que agentes
transferem temporariamente a competência para a realização de certos atos administrativos a agentes de
mesmo nível hierárquico ou de nível inferior.

D- Como regra geral, o agente delegante não transfere a competência, mas apenas a amplia, mantendo-se
competente após a delegação com o agente delegado.

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E- O ato administrativo será válido quando constatado que todas as etapas realizadas estão de acordo com
a Lei. A validade é a compatibilidade entre o ato e o disposto na norma legal.

LETRA C

29 - 2014 - FCC - PGE-RN - Procurador do Estado

Suponha que o Ministro da Fazenda tenha concedido benefício creditício à empresa privada, sem, contudo, a
necessária oitiva de órgão colegiado que detém competência legal para opinar sobre a matéria. Referido ato,
considerando as disposições da Lei Federal n° 9.784/1999,

a) poderá ser anulado ou convalidado, sempre pela autoridade superior, a qual cabe sopesar,
independentemente do cumprimento do requisito legal, o interesse público envolvido.
b) é passível de convalidação, caso suprido o defeito sanável, desde que não acarrete lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceiros.
c) deverá ser anulado, se não transcorrido mais de 2 (dois) anos, após o que se presume convalidado.
d) deverá ser revogado pelo agente prolator, não se admitindo convalidação, eis que esta somente é possível
em relação a atos vinculados.
e) é passível de convalidação apenas pela autoridade superior, de acordo com juízo de conveniência e
oportunidade.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- Lei 9.784/99 - Art. 55- Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração.

Vale lembrar!
1) Explique a competência nos atos administrativos: conceito, características, vinculação, quando ocorre o
vício de competência, excesso de poder e possibilidade de convalidação.
A competência é um elemento do ato administrativo e consiste no poder legal conferido ao agente público
para o desempenho específico das atribuições de seu cargo. O exercício da competência é obrigatório,
irrenunciável, intransferível (ressalvada o exercício da atribuição delegada), imodificável pela vontade do
agente, e imprescritível.
Vinculação: seja qual for a natureza do ato administrativo, se discricionário ou vinculado, a competência é
sempre vinculada.
O vício na competência fica caracterizado quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que
o praticou.
Ocorre excesso de poder quando o agente público atua fora ou além de sua esfera de competências,
estabelecida em lei.
O excesso de poder (vício de competência) só acarreta a nulidade do ato quando se tratar de vício de
competência quanto à matéria (um ato cuja competência seja do Ministério da Saúde praticado pelo
Ministério da fazenda), ou caso se trate de competência exclusiva. Sendo assim, o vício de competência
admite convalidação, salvo se se tratar de competência em razão da matéria ou de competência exclusiva.

2)Explique a finalidade nos atos administrativos: características, vinculação, quando ocorre o vício de
finalidade e possibilidade de convalidação.
A finalidade é um elemento dos atos administrativos. Podemos identificar nos atos administrativos duas
finalidades: uma geral ou mediata que é a satisfação do interesse público, prevista expressa ou

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implicitamente na lei, e uma finalidade específica, imediata, que é o objetivo direto, o resultado específico
a ser alcançado, previsto na lei, e que deve determinar a prática do ato.
Vinculação: A finalidade é um elemento sempre vinculado, pois nunca é o agente quem determina a
finalidade a ser perseguida em sua atuação, mas sim a lei.
O vício da finalidade ocorre quando não é observada a finalidade geral ou especifica, e é denominado de
desvio de poder pela doutrina (sendo uma das modalidades do excesso de poder).
Não é possível a convalidação, seja qual for o vicio de finalidade, e o ato que o contenha será nulo.

3) Explique a forma nos atos administrativos: características, vinculação, quando ocorre o vício de forma e
possibilidade de convalidação.
A forma é elemento do ato administrativo e é o modo de exteriorização do ato administrativo.
Vinculação: existe controvérsia se a forma é ou não elemento sempre vinculado. A doutrina tradicional
afirma que é elemento vinculado, porém a doutrina mais moderna entende que o artigo 22 da Lei 9.784/99,
em que pese determinar que os atos administrativos devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com
data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável, estatui, também, que esses atos
“não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir”. Sendo assim, muitos
doutrinadores entendem que se a lei não exigir forma determinada, cabe à administração adotar aquela
que considera mais adequada, conforme seus critérios de conveniência e oportunidade administrativas.
O vício na forma consiste na omissão ou na inobservância incompleta ou irregular de formalidades
indispensáveis à existência ou seriedade do ato.
A convalidação é possível, como regra, salvo se a lei estabelecer determinada forma como essencial à
validade do ato.

4) Explique o motivo nos atos administrativos: características, vinculação, quando ocorre o vício de motivo
e possibilidade de convalidação.
O motivo é a causa mediata do ato administrativo. É o pressuposto de fato e de direito que fundamenta o
ato administrativo. Pressuposto de fato corresponde ao conjunto de situações que levam a Administração
a praticar o ato, enquanto pressuposto de direito é o dispositivo legal no qual se baseia o ato.
Vinculação: O motivo, como elemento integrante da perfeição do ato, pode vir expresso em lei como pode
ser deixado a critério do administrador. Portanto, quanto à sua existência e valoração, no primeiro caso
trata-se de ato vinculado e, no segundo, de ato discricionário. Desta forma, quando o motivo não for exigido
para perfeição do ato, fica o agente com a faculdade de praticá-lo sem motivação. Porém, quando a
Administração motiva o ato, mesmo que a lei não exija a motivação, ele só será válido se os motivos forem
verdadeiros, em decorrência da teoria dos motivos determinantes. Portanto, se na dispensa de um servidor
exonerável ad nutum forem dados os motivos, ficará a validade do ato condicionada a efetiva existência
desses motivos.
O vício de motivo ocorre quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é
materialmente inexistente ou juridicamente inadequado ao resultado obtido.
Convalidação: Um ato administrativo que possua um motivo inexistente ou ilegítimo, não poderá ser
convalidado.

5) Explique o objeto nos atos administrativos: características, vinculação, quando ocorre o vício de objeto e
possibilidade de convalidação.
O objeto é um elemento do ato administrativo. Consiste no próprio conteúdo material do ato. É o efeito
jurídico imediato que o ato produz – lícito, possível, moral e determinado.
Vinculação: a doutrina afirma que nos atos vinculados, motivo e objeto são vinculados; já nos atos
discricionários, motivo e objeto são discricionários.
O vício do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
normativo.
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Possibilidade de convalidação: O vício do objeto é insanável e invariavelmente provoca a nulidade do ato.

LETRA B

30 - 2014 - VUNESP - TJ-SP - Juiz de direito

Um funcionário público foi demitido com a nota “a bem do serviço público”, depois de regular processo
administrativo, tendo a Administração Pública lhe imputado a prática de crime. O processo penal, contudo,
vem a concluir pela inocência do referido funcionário, absolvendo-o por falta de provas (art. 386, inciso VII,
do Código de Processo Penal). A referida decisão da esfera penal vem a ter a seguinte consequência na esfera
administrativa:

a) existe repercussão, devendo, por consequência, ser reintegrado o funcionário ao serviço público.
b) não existe repercussão, na medida em que a decisão proferida na esfera penal não se comunica em hipótese
alguma com a esfera administrativa.
c) não existe repercussão, na medida em que a absolvição por “falta de provas” não se admite como
fundamento para a invalidação da decisão administrativa.
d) existe repercussão, devendo, por consequência, ser readmitido o funcionário ao serviço público.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- Lei 8.112/90 - Art. 126: A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso
de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

Pela literalidade do artigo citado, a sentença penal absolutória somente produzirá o efeito nas demais
esferas se o fundamento expresso da decisão for a inexistência do fato ou a negativa de autoria. Tendo a
absolvição penal qualquer outro fundamento, como a falta de provas, não haverá repercussão nos
processos civil e administrativo.
Desta forma, podemos sistematizar assim:
- Insuficiência de provas ou ausência de tipicidade: não interfere na decisão administrativa.
- Negativa de autoria ou inexistência do fato: interfere na decisão administrativa.

LETRA C

31 - 2014 - CESPE - PGE-PI - Procurador do Estado


Acerca dos serviços públicos e dos atos administrativos, assinale a opção correta.

a) Conforme o STJ, ato administrativo com vício sanável não poderá ser convalidado se tiver sido impugnado
judicialmente, mas poderá sê-lo no bojo de impugnação administrativa.
b) Nos termos da jurisprudência do STJ, caso o procurador-geral do estado do Piauí delegue determinada
função para o subprocurador-geral, e este, no exercício da função delegada, pratique ato ilegal, a
responsabilidade pela ilegalidade desse ato deverá recair apenas sobre a autoridade delegada.
c) Ao contrário das permissões de serviços públicos, que possuem caráter precário e não demandam prévio
procedimento licitatório, nas concessões para a prestação de serviços públicos, a licitação é a regra.
d) Se a prefeitura de Teresina – PI, por meio de uma política pública de urbanização, vier a pavimentar uma
avenida de determinado bairro, tal serviço será classificado como serviço público singular, tendo em vista a
unicidade do empreendimento.
e) De acordo com o entendimento do STJ, não existe a possibilidade de convalidação de ato administrativo
cuja motivação seja obrigatória, depois de emitido. Nesse caso, a administração deverá anular o ato e emitir
um novo, instruído com as razões de decidir.
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COMENTÁRIOS
A- PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
PROCON MUNICIPAL. MULTA ADMINISTRATIVA APLICADA POR AGENTE INCOMPETENTE. ATO IMPUGNADO
JUDICIALMENTE. POSTERIOR CONVALIDAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ.1. "Somente são
passíveis de convalidação os atos da Administração que não foram impugnados administrativa ou
judicialmente" (REsp. 719.548/PR, Rel. Min. ELIANA CALMON, Segunda Turma, DJe 21/11/08). Precedentes
do STJ. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 403.231/ES, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/04/2015, DJe 08/05/2015)

B- Lei 9.784/99 - Art. 14, § 3°: As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta
qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.

STJ - “o ato praticado por autoridade no exercício de competência delegada é a ela imputável, motivo por
que eventual mandado de segurança deve ser contra ela impetrado” (REsp nº 699.074∕PR).

Súmula 510/STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o
mandado de segurança ou a medida judicial.

C- CF- Art. 175- Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

D- O Serviço de Pavimentação é considerado serviço público coletivo (uti universi), pois prestado a
grupamentos indeterminados de indivíduos. Assim, não pode ser considerado serviço público singular,
porque este preordena-se a destinatários individualizados.

E- Quando a motivação do ato for obrigatória, porque assim impõe a lei, o vício nele existente pode situar-
se no elemento forma (José dos Santos Carvalho Filho, 25ª Ed., pg.116). Por sua vez, vício de forma deve
ser corrigido, se for mais interessante ao interesse público e causar menos prejuízo do que a sua anulação,
podendo ser convalidado. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. REMOÇÃO EX OFFICIO. MOTIVAÇÃO A
POSTERIORI. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. DILAÇÃO PROBATÓRIA. EXAME. IMPOSSIBILIDADE.
AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Trata-se na origem de mandado de segurança impetrado por servidores
ocupantes dos cargos públicos de Cirurgião-Dentista do quadro de pessoal da Secretaria de Estado de Saúde
do Distrito Federal, em que impugnam os atos administrativos que importaram em sua remoção ex officio
da Administração Central da Secretaria da Saúde para o Centro de saúde nº 08 da Diretoria-Geral de Saúde
de Ceilândia e para o Hospital de Base do Distrito Federal, respectivamente e, posteriormente, destas
unidades para a Diretoria-Geral de Saúde da Asa Norte e para o Hospital Regional da Asa Sul, ambos em
Brasília/DF. 2. "Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, o ato administrativo de remoção deve ser
motivado" (AgRg no REsp 1.376.747/PE, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJe 5/6/13).3. Os
atos de remoção ex officio dos servidores restam convalidados pela demonstração, ainda que postergada,
dos motivos que levaram o agente público à prática daqueles atos. Nesse sentido, mutatis mutandis: MS
11.862/DF, Rel. p/ Ac. Min. LUIZ FUX, Primeira Seção, DJe 25/5/09; REsp 1.331.224/MG, Rel. Min. MAURO
CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma, DJe 26/2/13.4. A possibilidade de motivação ulterior dos atos
administrativos discricionários encontra respaldo, ainda, na lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, in
verbis: "[...] nos casos em que a lei não exija motivação, não se pode, consoante dito, descartar alguma
hipótese excepcional em que seja possível à Administração demonstrar e de maneira absolutamente
inquestionável que (a) o motivo extemporaneamente alegado preexistia; (b) que era idôneo para justificar
o ato e (c) que tal motivo foi a razão determinante da prática do ato. Se estes três fatores concorrem há de
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se entender, igualmente, que o ato se convalida com a motivação ulterior" (In "Curso de Direito
Administrativo", 25.ª Ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2008, p. 395). 5. No mérito, a eventual averiguação
de que as motivações apontadas pela Administração Pública - necessidade de transferência dos servidores
de atividades burocráticas para a atividade fim, em virtude da carência de servidores nas diversas unidades
regionais de saúde - demandaria dilação probatória, uma vez que: (i) o fato de que novos servidores públicos
terem sido nomeados para o mesmo cargo dos Impetrantes/agravantes não é suficiente para se inferir a
inexistência da carência de pessoal; (ii) não compete ao Poder Judiciário aferir se um determinado órgão
ou unidade de saúde possui ou não maior carência de pessoal do que outro; (iii) o fechamento temporário
da unidade de saúde para onde foi deslocada a primeira agravante, por si só, não afasta a presunção de
legalidade do ato administrativo impugnado, haja vista se tratar de situação temporária. 6. Agravo
regimental não provido.(AgRg no RMS 40.427/DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 03/09/2013, DJe 10/09/2013)

LETRA B

32 - 2014 - VUNESP - DESENVOLVESP - Advogado


No que diz respeito à prescrição e à Administração Pública, assinale a alternativa correta.

a) A prescrição quinquenal é válida para direitos reais e pessoais, não se aplicando regras de direito comum à
matéria administrativa, afastada reiteradamente pelas decisões jurisprudenciais.
b) A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato
interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a
primeira metade do prazo.
c) A interrupção do prazo quinquenal de prescrição é reconhecida todas as vezes que for necessário ao
administrado, conforme jurisprudência majoritária dos tribunais superiores.
d) As pretensões declaratórias em face da Fazenda Pública prescrevem no mesmo prazo das pretensões
condenatórias.
e) O direito à reclamação administrativa, que não tiver prazo fixado em lei, prescreve em cinco anos a contar
da data do ato ou fato do qual esta se originar.

COMENTÁRIOS
A- Decreto 20.910/32- Art. 1º - As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo
e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza,
prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.

B- Súmula 383 do STF: A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio,
a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a
interrompa durante a primeira metade do prazo.

STF - "I. - Prescrição qüinqüenal em favor da Fazenda Pública. Decreto nº 20.910, de 1932, artigos 1º e 4º.
A prescrição somente pode ser interrompida uma vez, recomeçando a correr pela metade do prazo, da data
do ato que a interrompeu. D.L. nº 4.597, de 1942, artigo 3º. A prescrição em favor da Fazenda Pública
recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco
anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo. Súmula 383-STF. II. -
Prescrição reconhecida. Extinção do processo." (ACO 493, Relator Ministro Carlos Velloso, Tribunal Pleno,
julgamento em 18.6.1998, DJ de 21.8.1998)

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Desta forma, em se tratando de execução movida em face da Fazenda, uma vez configurada a interrupção
da prescrição, ter-se-á a recontagem do prazo pela metade. A prescrição interrompida recomeça a correr,
pela metade do prazo, da data do ato que a interrompeu ou do último ato ou termo do respectivo processo.
Dec. 20.910/32: Art. 8º A prescrição somente poderá ser interrompida uma vez.
Art. 9º A prescrição interrompida recomeça a correr, pela metade do prazo, da data do ato que a
interrompeu ou do último ato ou termo do respectivo processo.

C- Decreto 20.910/32-Art. 8º A prescrição somente poderá ser interrompida uma vez.

D- CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA PURA. DECLARAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO


AUTOMOTOR. INEXISTÊNCIA DE PEDIDO CONSTITUTIVO. IMPRESCRITIBILIDADE. INAPLICABILIDADE DO
DECRETO N. 20.910/1932. 1. A alegação genérica de violação ao art. 535, II, do CPC, sem apontar eventual
vício do acórdão recorrido, caracteriza deficiência na fundamentação (súmula 284/STF), inviabilizando o
conhecimento do recurso especial quanto ao ponto.2. A ação meramente declaratória, na lição de Cândido
Rangel Dinamarco, é aquela que visa à eliminação da crise de certeza sobre a existência de determinado
direito ou relação jurídica. Pode ser positiva ou negativa. E, assim caracterizada, não se sujeita à
prescrição.3. No caso dos autos, a recorrente ingressou com ação visando a declaração de que não é mais
proprietária de veículo automotor, em razão de, anos depois da venda, ser notificada sobre dívida de IPVA
em seu nome, por não ter havido o registro da transferência do bem junto ao DETRAN.4. A ação não teve
pretensão condenatória ou constitutiva, não houve extinção, constituição ou modificação da relação
jurídica. Também não houve pedido de anulação de débito, compensação ou repetição do indébito. Houve
pronunciamento meramente declaratório para afastar a dúvida no mundo dos fatos: se a recorrente ainda
era ou não proprietária do bem. Trata-se, portanto, de ação imprescritível. Precedentes desta Corte. 5.
Sentença que concedeu efeitos ex tunc à declaração. Inexistência de prejuízo à Fazenda Pública, visto que
o interesse público está resguardado e as responsabilidades tributárias serão arcadas pela recorrente até a
data da sentença declaratória, e, a partir daí, pelo proprietário adquirente. Recurso especial conhecido em
parte, e, nesta parte, provido. (REsp 1361575/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
julgado em 02/05/2013, DJe 16/05/2013)

E- Decreto 20.910/32-Art. 6º O direito à reclamação administrativa, que não tiver prazo fixado em
disposição de lei para ser formulada, prescreve em um ano a contar da data do ato ou fato do qual a mesma
se originar.

LETRA B

33 - 2014 - VUNESP – UNICAMP - Procurador


Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre aspectos do procedimento administrativo.

a) O procedimento é uma sucessão de atos preparatórios que devem obrigatoriamente preceder a prática de
um ato final, correspondendo a um rito, a uma forma de proceder que deve ser observada pela Administração.
b) A lei estabelece todos os procedimentos a serem observados pela Administração, não havendo liberdade
de escolha para que a Administração decida pela forma que considere mais adequada para atingir seus
objetivos.
c) A realização de controle de trânsito por sinais não configura ato administrativo e, portanto, não cria procedi-
mento administrativo, porque não há formalidades a serem observadas neste caso.
d) O procedimento existe sempre como instrumento indispensável para o exercício da função administrativa,
sendo necessário para instruir, preparar e fundamentar o ato final objetivado.
e) O procedimento disciplinar é o meio pelo qual a administração apura as infrações administrativas e pune
os infratores, de forma inquisitiva, sem a incidência dos princípios do contraditório e da ampla defesa.
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COMENTÁRIOS
A- Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o procedimento é a sucessão de atos preparatórios que devem
obrigatoriamente preceder a prática do ato (administrativo) final.

B- Tendo em vista a possibilidade de prática de atos discricionários pelo Administrador, a lei não estabelece
todos os procedimentos administrativos a serem observados pela Administração, existindo margem de
escolha ao administrador público mediante análise das razões de oportunidade e conveniência.

C- A ausência de formalidade não desnatura o ato administrativo e, por conseguinte, não impede a
formação de procedimento administrativo.
Lei 9784/99- Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir.

D- O processo administrativo é indispensável ao exercício da função administrativa, enquanto o


procedimento administrativo é a sequência de atos interligados no processo.

E- No processo disciplinar, a Administração apura as infrações administrativas, com incidência do


contraditório e ampla defesa.
CF- Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes

LETRA A

34 - 2014 - CESPE - TJ-DFT - Juiz de direito


Ao ato jurídico de atração, por parte de autoridade pública, de competência atribuída a agente
hierarquicamente inferior dá-se o nome de

a) deliberação.
b) delegação.
c) avocação.
d) subsunção.
e) incorporação.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- A avocação ocorre quando o agente chama para si a competência de outro agente, devendo
haver a subordinação, sendo alteração de competência de caráter temporário e restrito.
Lei 9.784/99 – Art. 11: A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

Art. 15: Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Em decorrência do poder hierárquico, é permitida a avocação temporária de competência atribuída a órgão


hierarquicamente inferior, devendo-se, entretanto, adotar essa prática em caráter excepcional e por
motivos relevantes devidamente justificados.

LETRA C

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35 - 2014 - FCC - Prefeitura de Recife - PE - Procurador

Um servidor aposentado obtivera os benefícios de isenção integral do imposto de renda e redução da base de
cálculo da contribuição previdenciária em decorrência de ter contraído neoplasia maligna, conforme previsto
abstratamente em lei especial. Aproximadamente, um ano após ter se submetido a tratamento cirúrgico, o
referido servidor realizou exame pericial, em que se constatou não haver mais sinais ou sintomas de
continuidade da doença. Pautando-se neste laudo pericial e considerando-o prova bastante de inexistência
atual do motivo que havia ensejado o ato administrativo de concessão dos benefícios, o órgão administrativo
competente expediu automaticamente portaria de revisão, cancelando-os. No presente caso e tendo-se por
base recente entendimento do STF,

a) os benefícios fiscais concedidos ao servidor não deveriam ter sido revogados por meio de portaria, mas sim,
mediante lei, em respeito ao princípio da igualdade das formas
b) os benefícios fiscais concedidos ao servidor não deveriam ter sido revogados sem antes ter-se conferido a
este oportunidade de defesa, inclusive para questionar o laudo pericial.
c) o laudo pericial, em si, é ato administrativo e, como tal, é suficiente para fundamentar a automática
revogação dos benefícios fiscais concedidos, eis que dotado de presunção absoluta de veracidade e
legitimidade.
d) o laudo pericial, em si, é ato administrativo e, como tal, é dotado de autoexecutoriedade, sendo apto a
revogar tacitamente os benefícios fiscais concedidos, independentemente de outro ato.
e) o laudo pericial não tem valor probante para fins de cancelamento dos benefícios fiscais em comento, eis
que produzido sem o respaldo de uma ordem judicial.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- STF - MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR APOSENTADO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA
UNIÃO PORTADOR DE NEOPLASIA MALIGNA. BENEFÍCIOS (INTEGRALIZAÇÃO DA APOSENTADORIA, ISENÇÃO
DO IMPOSTO DE RENDA, REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA). LAUDO
PERICIAL COM PRAZO DE VALIDADE. REAVALIAÇÃO DO QUADRO CLÍNICO DO APOSENTADO. JUNTA MÉDICA
OFICIAL. CONTROLE DA PATOLOGIA. CANCELAMENTO DOS BENEFÍCIOS. LAUDO PERICIAL
DEFICIENTEMENTE FUNDAMENTADO. INOBSERVÂNCIA DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ORDEM
CONCEDIDA. 1. A alteração na aposentadoria do Impetrante foi efetivada por ato do Presidente do Tribunal
de Contas da União, autoridade que figura dentre aquelas arroladas na alínea d do inc. I do art. 102 da
Constituição da República: exclusão da Secretária de Gestão de Pessoas da Secretaria Geral de
Administração do Tribunal de Contas da União do polo passivo da impetração.2. O reconhecimento da
condição de portador de neoplasia maligna ao Impetrante gerou presunção juris tantum de manutenção
desse quadro no prazo estipulado no Manual de Perícia Médica da Área de Saúde do Tribunal de Contas da
União (cinco anos): imprestabilidade de mera declaração de ausência de evidências clínicas de sinais e
sintomas dessa enfermidade. 3. O prazo de validade do laudo pericial no qual constatada a doença exige o
comparecimento do servidor perante junta médica oficial para reavaliação do seu quadro de saúde, para
atestar o controle ou a cura da doença por laudo fundamentado, a fim de se garantir o contraditório e a
ampla defesa do interessado.4. Mandado de segurança concedido. (STF - MANDADO DE SEGURANÇA : MS
31835 DF )

LETRA B

36 - 2013 - CESPE - TJ-RN - Juiz de direito

Em 12 de janeiro de 2013, Pedro, ex-policial militar, propôs ação declaratória de nulidade de ato
administrativo cumulada com pedido de reintegração em cargo público contra o estado do Rio Grande do
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Norte. O pedido objetiva a declaração de nulidade do ato que o excluiu dos quadros da corporação, publicado
no Diário Oficial do Estado e no Boletim do Comando Geral da Polícia Militar em 13 de dezembro de 2007, e a
consequente reintegração no cargo de policial militar, sob o fundamento de que o processo administrativo do
qual decorreu sua exclusão seria nulo, em função de cerceamento de defesa e violação ao contraditório.
Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência dominante, a ação deverá ser julgada

a) procedente em parte, já que, ainda que a ação declaratória de nulidade seja imprescritível, a pretensão de
reintegração no cargo público prescreveu, em função do seu caráter desconstitutivo.
b) improcedente, tendo em vista a ocorrência de prescrição do direito de ação do autor.
c) improcedente, em razão da decadência do direito do autor.
d) procedente, em função da impossibilidade de convalidação do ato administrativo nulo.
e) procedente, pois a ação declaratória é imprescritível.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- STJ - EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR
PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. DECRETO Nº 20.910/32. 1. A jurisprudência deste
Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no sentido de que a ação que objetiva reintegração de servidor
público deve ser proposta no prazo de cinco anos (artigo 1º do Decreto nº 20.910/32) do ato de demissão,
ainda que se trate de ação ajuizada em face de ato nulo. 2. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg nos
EREsp: 545538 SC 2005/0028730-1, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de
Julgamento: 28/10/2009, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 05/11/2009)

CIVIL E PROCESSO CIVIL. HONORÁRIOS. CONTRATAÇÃO VERBAL. COBRANÇA. PRESCRIÇÃO. PRAZO.


CONTAGEM. DIES A QUO. DISPOSITIVOS LEGAIS ANALISADOS: ARTS. 25 DA LEI Nº 8.906/94 E 206, § 5º, II,
DO CC/02.[...] 3. Somente a ação declaratória pura é imprescritível; quando ela se revestir também de
natureza constitutiva, ficará sujeita à prescrição. [...]
(REsp 1358425/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/05/2014, DJe
26/05/2014)

LETRA B

37 - 2014 - FCC - Prefeitura de Recife – PE - Procurador

A chamada teoria dos motivos determinantes sustenta que

a) quando motivado o ato administrativo, ainda que discricionário, sua validade fica condicionada aos motivos
apresentados pela Administração.
b) ainda que produzido o ato administrativo por pessoa competente, sua validade fica condicionada à
existência de motivos de interesse público.
c) quando o ato administrativo implicar constrição de direitos individuais, a Administração deve demonstrar o
caráter imprescindível da sua adoção, em detrimento de outro ato menos oneroso ao particular.
d) ainda que em determinados casos a lei tenha deixado certa margem de discricionariedade à Administração,
os motivos dos atos administrativos serão sempre vinculados à finalidade pública.
e) quando servidor público for flagrado reincidindo em falta grave, deverá ser afastado, sem direito de defesa.

COMENTÁRIOS
A- A Teoria dos motivos determinantes estabelece que os motivos que determinaram a vontade do agente,
que serviram de suporte à decisão, integram a validade do ato. Logo, ainda que a lei não haja expressamente
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imposto a obrigação de enunciá-los, se enunciado pelo administrador, o ato somente considerar-se-á válido
se os motivos realmente ocorreram.
Desta forma, a mencionada teoria vincula o administrador ao motivo declarado. Para que haja obediência
ao que prescreve a teoria, no entanto, o motivo há de ser legal, verdadeiro e compatível com o resultado.
Vale registrar que a teoria dos motivos determinantes não condiciona a existência do ato, mas sim sua
validade.
A invocação de “motivos de fato” falsos, inexistentes ou incorretamente qualificados vicia o ato mesmo
quando a lei não haja estabelecido, antecipadamente, os motivos que ensejariam a prática do ato. Uma vez
enunciados pelo agente os motivos em que se calçou, ainda quando a lei não haja expressamente imposto
a obrigação de enunciá-los, o ato só será válido se estes realmente ocorreram e o justificavam.

B, C e D- À luz da Teoria dos Motivos determinantes, deve haver compatibilidade entre os motivos do ato e
a situação fática que gerou a manifestação de vontade. Logo, sua validade fica condicionada a este juízo de
correspondência entre o motivo e a realidade. E, em que pese, ser sabido que a atuação administrativa deve
ser sempre pautada no interesse público, seja primário ou secundário, a teoria dos motivos determinantes
não perquire questões atinentes à finalidade pública, tendo a teoria o escopo de vincular o administrador
ao motivo declarado.

E- CF- Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

LETRA A

38 - 2013 - CESPE - BACEN - Procurador

No que se refere aos atos administrativos e ao silêncio da administração pública, assinale a opção correta.

a) Os atos de revogação e de anulação devem ser motivados com a indicação dos fatos e fundamentos
jurídicos, de forma explícita, exigência que não se estende aos atos de convalidação.
b) Considere que a administração pública tenha constatado, após o devido processo administrativo, que a
conduta praticada por servidor público se amoldava à hipótese de cassação de aposentadoria. Nessa situação,
a penalidade a ser imposta não tem natureza vinculada, já que, à luz da legislação de regência e da
jurisprudência, a administração pública disporá de discricionariedade para aplicar a pena menos gravosa.
c) De acordo com o posicionamento do STJ, o prazo decadencial de cinco anos previsto, na legislação de
regência, para que a administração pública promova o exercício da autotutela é aplicável apenas aos atos
anuláveis, não aos atos nulos.
d) Quando a lei estabelece que o decurso do prazo sem a manifestação da administração pública implica
aprovação de determinada pretensão, o silêncio administrativo configura aceitação tácita, hipótese em que é
desnecessária a apresentação de motivação pela administração pública para a referida aprovação.
e) Em algumas hipóteses, quando não contemplado o atributo da autoexecutoriedade, a administração
pública é impedida de realizar a execução material de ato administrativo sem prévia autorização judicial, a
exemplo do que ocorre com o fechamento de restaurante pela vigilância sanitária.

COMENTÁRIOS
A- Lei 9784/99- Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

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B- MANDADO DE SEGURANÇA. EX-SERVIDOR. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. POLICIAL
RODOVIÁRIO FEDERAL. DEMISSÃO. ART. 132, IV E XIII, DA LEI 8.112/90. ARGUMENTAÇÃO DO IMPETRANTE:
A PENALIDADE FOI-LHE APLICADA LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO SOMENTE A PROVA TESTEMUNHAL, OS
DEPOIMENTOS SÃO CONTRADITÓRIOS E VICIADOS, HOUVE CERCEAMENTO DE DEFESA E NÃO FORAM
RESPEITADOS OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE, NA APLICAÇÃO DA PENA.
AUSÊNCIA DO INTEIRO TEOR DO PAD. DILAÇÃO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE.INEXISTÊNCIA DE DIREITO
LÍQUIDO E CERTO. IMPOSIÇÃO DA SANÇÃO MÁXIMA. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE DA
PENALIDADE, EM DECORRÊNCIA DA FALTA FUNCIONAL COMETIDA. ORDEM DENEGADA. I. Trata-se de
Mandado de Segurança, com pedido de liminar, impetrado por ex-servidor, contra suposto ato ilegal do
Ministro de Estado da Justiça, consubstanciado na Portaria 827, de 29/04/2014, publicada no D.O.U. de
30/04/2014, pela qual lhe foi aplicada a pena de demissão do cargo de Policial Rodoviário Federal, do
Quadro de Pessoal do Ministério da Justiça, pelo enquadramento nas infrações disciplinares previstas nos
arts. 116, incisos II e III, 117, inciso IX, e 132, incisos IV e XIII, da Lei 8.112/90. II. Sustenta o impetrante que
a penalidade de demissão foi-lhe aplicada levando em consideração apenas a prova testemunhal, que os
depoimentos são contraditórios e viciados, que houve cerceamento de seu direito de defesa e não foram
respeitados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, na aplicação da pena. Deixou, entretanto,
de trazer aos autos a cópia integral do processo administrativo disciplinar. III. Nos termos da jurisprudência
do STJ, o cabimento do Mandado de Segurança requer prova pré-constituída, de modo que os argumentos
apresentados pelo impetrante estejam suficientemente corroborados, de plano, pela documentação por
ele acostada à exordial. O caso dos autos requer, imprescindivelmente, a juntada da íntegra do processo
administrativo disciplinar, a fim de se apurar a procedência, ou não, das alegações do impetrante. Nesse
sentido: STJ, MS 12.983/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, TERCEIRA SEÇÃO, DJU de 15/2/2008. IV. É pacífica
a jurisprudência desta Corte no sentido de que "o Mandado de Segurança detém entre seus requisitos a
demonstração inequívoca de direito líquido e certo pela parte impetrante, por meio da chamada prova pré-
constituída, inexistindo espaço para dilação probatória na célere via do mandamus" (STJ, RMS 45.989/PB,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 06/04/2015). Nesse mesmo sentido: STJ, MS
12.368/DF, Rel. Ministro ERICSON MARANHO (Desembargador Convocado do TJ/SP), TERCEIRA SEÇÃO, DJe
de 28/10/2015. V. Sobre o exame da razoabilidade e da proporcionalidade da pena de demissão, "este
Superior Tribunal de Justiça, especialmente por sua Primeira Seção, possui o entendimento de que a análise
em concreto do malferimento desses princípios enseja indevido controle judicial sobre o mérito
administrativo: cabe ao Poder Judiciário apenas apreciar a regularidade do procedimento, à luz dos
princípios do contraditório e da ampla defesa" (STJ, AgRg no RMS 47.711/BA, Rel.Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 18/08/2015).
Ainda que assim não fosse, mesmo que se pudesse avançar sobre o exame da proporcionalidade e
razoabilidade da sanção aplicada, observa-se que a medida, no caso, mostra-se adequada, exigível e
proporcional. Com efeito, demonstrada a prática de infração aos arts. 117, IX, e 132, IV e XIII, da Lei
8.112/90, entre outros, o ato de demissão é vinculado. Nesse sentido: "A Administração Pública, quando se
depara com situações em que a conduta do investigado se amolda nas hipóteses de demissão ou cassação
de aposentadoria, não dispõe de discricionariedade para aplicar pena menos gravosa por tratar-se de ato
vinculado. Nesse sentido, confira-se: [...] o administrador não tem qualquer margem de discricionariedade
na aplicação da pena, tratando-se de ato plenamente vinculado. Configurada a infração do art. 117, XI, da
Lei 8.112/90, deverá ser aplicada a pena de demissão, nos termos do art.132, XIII, da Lei 8.112/90, sob pena
de responsabilização criminal e administrativa do superior hierárquico desidioso (MS 15.437/DF, Rel.
Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 26/11/2010)" (STJ, MS 15.517/DF, Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 18/02/2011). VI. Mandado de Segurança denegado. (MS 21.197/RJ,
Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2015, DJe 10/02/2016)

C- ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


SERVIDOR PÚBLICO. ATO ADMINISTRATIVO. ANULAÇÃO.DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA. INCIDÊNCIA DO
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ART. 54 DA LEI 9.784/99. ATOS NULOS OU ANULÁVEIS. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO INTERNO DA UNIÃO
DESPROVIDO. 1. A admissão de Recurso Extraordinário, com base na existência de repercussão, geral não
impede o normal andamento das demandas em trâmite nesta Corte que versem sobre o mesmo tema. 2.
O entendimento adotado pela Corte de origem destoa do Superior Tribunal de Justiça, de que a autotutela
administrativa dos atos que decorram efeitos favoráveis para os destinatários estão sujeitos ao prazo
decadencial quinquenal, previsto no art. 54 da Lei 9.784/99, sejam eles anuláveis ou nulos. 3. Agravo Interno
da UNIÃO a que se nega provimento. (AgInt no AREsp 584.739/ES, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/10/2016, DJe 24/10/2016)

Lei 9784/99- Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.

D- De acordo com Matheus Carvalho, “embora se trate de matéria divergente na doutrina,


majoritariamente, pode-se definir que o silêncio da Administração Pública, diante de determinada situação,
não produz qualquer efeito, ressalvadas as hipóteses em que o próprio texto legal determinar o dever de
agir do poder público, definindo que a ausência de conduta ensejará a aceitação tácita de determinado fato
ou até mesmo a negativa pelo decurso do tempo. Nestes casos, pode-se entender que o efeito decorre da
disposição legal que atribui à não atuação determinadas conseqüências específicas e não do silêncio,
propriamente considerado.”

E- O fechamento de restaurante pela vigilância pela vigilância sanitária é um típico exemplo de ato
contemplado pelo atributo da autoexecutoriedade, razão pela qual a questão está incorreta.

LETRA D

39 - 2013 - FCC - AL-PB - Procurador

Trata-se de ato administrativo que NÃO depende de prévia manifestação de vontade do Poder Legislativo para
ser praticado:

a) alienação de um imóvel pertencente à Administração Direta Estadual.


b) encampação de um serviço público concedido a um particular, pelo respectivo poder concedente.
c) celebração de um convênio de colaboração entre Estado e Município, pelos respectivos Chefes do Poder
Executivo, em que não haja gravame ao patrimônio dos partícipes.
d) desapropriação de um bem público pertencente ao Município pelo Estado-Membro em que ele se situa.
e) nomeação para o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas Estadual, por indicação do Chefe do Poder
Executivo

COMENTÁRIOS
A- Lei 8.666/93- Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de
interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades
autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação
prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos..
B- Lei 8.987/95- Art.37- Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o
prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio
pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.

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C- Lei 8.666/1993 - Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos,
ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.
§ 2º- Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo à Assembleia Legislativa
ou à Câmara Municipal respectiva.

D- Decreto-lei 3.365/41- Art.2º - Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser
desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.

E- CF- Art. 52- Compete privativamente ao Senado Federal:


III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;

Súmula 653 do STF. No Tribunal de Contas Estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser
escolhidos pela Assembléia Legislativa e três pelo chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar
um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro a sua livre escolha.

LETRA C

40 - 2015 - FCC - TJ-RR - Juiz de direito

Acerca da prescrição nas relações envolvendo a Administração Pública, o Decreto n° 20.910, de 6 de janeiro
de 1932 estatui:

“Art. 1° As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação
contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos
contados da data do ato ou fato do qual se originarem.”

Considerando-se que tal disposição veio a ser complementada pela edição de outros dispositivos legais acerca
do assunto, é correto afirmar que a norma ali veiculada

a) não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, uma vez que norma veiculada por ato do Poder
Executivo não possui força legal.
b) não se aplica aos entes da Administração Indireta que se dedicam ao desempenho de atividade econômica
em sentido estrito, nas relações que estabelecem no exercício de tais atividades.
c) é aplicável somente às relações entre a Administração pública e os servidores públicos, sendo que nas
relações jurídicas envolvendo particulares, aplicam-se as normas sobre prescrição do Código Civil de 2002,
que derrogou parcialmente tal diploma.
d) não é aplicável aos entes autárquicos e fundacionais, visto que não mencionados no texto normativo.
e) permite que a Administração pública adquira, por usucapião, bem de propriedade de particular, desde que
o apossamento administrativo se dê por prazo igual ou superior a cinco anos.

COMENTÁRIOS
A- O Decreto 20.910/32 foi recepcionado pela CF, com status de lei ordinária.

B- A prescrição quinquenal aplica-se às pessoas jurídicas de Direito Público e às pessoas jurídicas de Direito
Privado prestadoras de serviços públicos. Não se aplica, portanto, às pessoas jurídicas de Direito Privado
que exercem atividade econômica em sentido estrito, ainda que pertencentes à Administração Indireta.

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Lei n° 9.494/1997 - Art. 1o-C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados
por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviços públicos.

STJ – “3. Consoante a jurisprudência desta Corte, o prazo de prescrição da pretensão indenizatória em
desfavor de pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços públicos é quinquenal, a teor do que
expressamente dispõe o art. 1º-C da Lei nº 9.494/1997. (REsp 1567490/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS
BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/09/2016, DJe 30/09/2016)”.

C- Decreto 20.910/32- Art.1º- As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo
e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza,
prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.
Assim, às relações jurídicas entre a Administração Pública e particulares aplicável o Decreto 20.910/32.

D- O prazo previsto no Decreto 20.910/32 é aplicável às autarquias e fundações de Direito Público, vez que
são pessoas jurídicas de Direito Público e, por essa razão, estão abrangidas pelo referido Decreto. A
prescrição quinquenal aplica-se às pessoas jurídicas de Direito Público e às pessoas jurídicas de Direito
Privado prestadoras de serviços públicos.

E- ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. PRAZO PRESCRICIONAL. ART. 1.238, PARÁGRAFO ÚNICO, C/C ART. 2.028 DO
CÓDIGO CIVIL DE 2002. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO. I. Agravo interno aviado contra decisão publicada
em 31/05/2017, que, por sua vez, julgou recurso interposto contra decisum publicado na vigência do
CPC/2015. II. No acórdão objeto do Recurso Especial, o Tribunal de origem manteve sentença que,
aplicando prazo prescricional de dez anos, reconheceu a prescrição do direito de ação, na qual os agravantes
postulam a condenação do agravado ao pagamento de indenização, pela desapropriação indireta de imóvel
de sua propriedade. III. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, "considerando que a
desapropriação indireta pressupõe a realização de obras pelo Poder Público ou sua destinação em função
da utilidade pública/interesse social, com base no atual Código Civil, o prazo prescricional aplicável às
expropriatórias indiretas passou a ser de 10 (dez anos)", observada a regra de transição do art. 2.028 do
Código Civil de 2002 (STJ, AgRg no AREsp 815.431/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, DJe de 11/02/2016). Nesse sentido: STJ, REsp 1.449.916/PB, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA,
PRIMEIRA TURMA, DJe de 19/04/2017; REsp 1.654.965/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, DJe de 27/04/2017. IV. No caso, como o apossamento administrativo ocorreu em 2002 e a presente
ação indenizatória somente foi ajuizada em 04/09/2013, não há como afastar a prescrição, reconhecida
pelas instâncias ordinárias. V. Agravo interno improvido. (AgInt no AREsp 1100607/SC, Rel. Ministra
ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/06/2017, DJe 30/06/2017)
LETRA B

41 – 2016 – CESPE - PC-GO - Agente de Polícia

O ato que concede aposentadoria a servidor público classifica-se como ato

a) simples.
b) discricionário.
c) composto.
d) declaratório.
e) complexo.

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COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- Segundo Matheus Carvalho, o ato complexo “é formado pela soma de vontades de órgãos
públicos independentes, em mesmo nível hierárquico, de forma que tenham a mesma força, não se
podendo imaginar a dependência de uma em relação à outra. Neste caso, os atos que formarão o ato
complexo serão expedidos por órgãos públicos diferentes, não havendo subordinação entre eles.”.
Ainda segundo o autor, “atualmente, é majoritário na doutrina e na jurisprudência, o entendimento de que
a aposentadoria de servidor público se configura como ato complexo, haja vista depender da atuação do
órgão a que o agente é subordinado e da aprovação do Tribunal de Contas (que é uma vontade
independente da primeira, por se tratar de órgãos diversos, sem subordinação ou hierarquia).”.

LETRA E

42 – 2016 – CESPE - PC-GO - Escrivão de Polícia Civil

A respeito da invalidação, anulação e revogação de atos administrativos, assinale a opção correta.

a) Atos administrativos, por serem discricionários, somente podem ser anulados pela própria administração
pública.

b) A administração, em razão de conveniência, poderá revogar ato administrativo próprio não eivado de
qualquer ilegalidade, o que produzirá efeitos ex nunc.
c) O ato administrativo viciado pela falta de manifestação de vontade do administrado deverá ser anulado,
não podendo essa ilegalidade ser sanada por posterior manifestação de vontade do interessado.
d) São anuláveis e passíveis de convalidação os atos que violem regras fundamentais atinentes à manifestação
de vontade, ao motivo, à finalidade ou à forma, havidas como de obediência indispensável pela sua natureza,
pelo interesse público que as inspira ou por menção expressa da lei.
e) A anulação de ato administrativo ocorre por questões de conveniência e produz efeitos retroativos à data
em que o ato foi emitido.

COMENTÁRIOS
A- Os atos administrativos podem ser vinculados ou discricionários e a anulação de ambas as modalidades
pode ocorrer pela Administração Pública, no exercício da autotutela, ou pelo Poder Judiciário. A anulação,
ao contrário da revogação, não é de competência privativa da Administração Pública.

B- Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Em regra, a anulação possui efeitos ex tunc e a revogação possui efeitos ex nunc.

C- Quando a motivação do ato for obrigatória, porque assim impõe a lei, o vício nele existente pode situar-
se no elemento forma (José dos Santos Carvalho Filho, 25ª Ed., pg.116). Por sua vez, vício de forma deve
ser corrigidos, se for mais interessante ao interesse público e causar menos prejuízo do que a sua anulação,
podendo ser convalidado.ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. REMOÇÃO EX OFFICIO. MOTIVAÇÃO A
POSTERIORI. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. DILAÇÃO PROBATÓRIA. EXAME. IMPOSSIBILIDADE.
AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Trata-se na origem de mandado de segurança impetrado por servidores
ocupantes dos cargos públicos de Cirurgião-Dentista do quadro de pessoal da Secretaria de Estado de Saúde
do Distrito Federal, em que impugnam os atos administrativos que importaram em sua remoção ex officio
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da Administração Central da Secretaria da Saúde para o Centro de saúde nº 08 da Diretoria-Geral de Saúde
de Ceilândia e para o Hospital de Base do Distrito Federal, respectivamente e, posteriormente, destas
unidades para a Diretoria-Geral de Saúde da Asa Norte e para o Hospital Regional da Asa Sul, ambos em
Brasília/DF. 2. "Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, o ato administrativo de remoção deve ser
motivado" (AgRg no REsp 1.376.747/PE, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJe 5/6/13). 3.
Os atos de remoção ex officio dos servidores restam convalidados pela demonstração, ainda que
postergada, dos motivos que levaram o agente público à prática daqueles atos. Nesse sentido, mutatis
mutandis: MS 11.862/DF, Rel. p/ Ac. Min. LUIZ FUX, Primeira Seção, DJe 25/5/09; REsp 1.331.224/MG, Rel.
Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma, DJe 26/2/13. 4. A possibilidade de motivação ulterior
dos atos administrativos discricionários encontra respaldo, ainda, na lição de Celso Antônio Bandeira de
Mello, in verbis: "[...] nos casos em que a lei não exija motivação, não se pode, consoante dito, descartar
alguma hipótese excepcional em que seja possível à Administração demonstrar e de maneira
absolutamente inquestionável que (a) o motivo extemporaneamente alegado preexistia; (b) que era idôneo
para justificar o ato e (c) que tal motivo foi a razão determinante da prática do ato. Se estes três fatores
concorrem há de se entender, igualmente, que o ato se convalida com a motivação ulterior" (In "Curso de
Direito Administrativo", 25.ª Ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2008, p. 395). 5. No mérito, a eventual
averiguação de que as motivações apontadas pela Administração Pública - necessidade de transferência
dos servidores de atividades burocráticas para a atividade fim, em virtude da carência de servidores nas
diversas unidades regionais de saúde - demandaria dilação probatória, uma vez que: (i) o fato de que novos
servidores públicos terem sido nomeados para o mesmo cargo dos Impetrantes/agravantes não é suficiente
para se inferir a inexistência da carência de pessoal; (ii) não compete ao Poder Judiciário aferir se um
determinado órgão ou unidade de saúde possui ou não maior carência de pessoal do que outro; (iii) o
fechamento temporário da unidade de saúde para onde foi deslocada a primeira agravante, por si só, não
afasta a presunção de legalidade do ato administrativo impugnado, haja vista se tratar de situação
temporária. 6. Agravo regimental não provido.(AgRg no RMS 40.427/DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES
LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/09/2013, DJe 10/09/2013)

D- São passíveis de convalidação os atos com defeito na competência ou na forma. Defeitos no objeto,
motivo ou finalidade são insanáveis, obrigando a anulação do ato.

E- A anulação do ato administrativo é a retirada do ato administrativo por motivo de ilegalidade, operando
efeitos extunc, ressalvados os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé.

LETRA B

43 – 2016 – CESPE - TCE-PR - Analista de Controle

A revogação do ato administrativo é a supressão de um ato legítimo e eficaz, seja por oportunidade, seja por
conveniência, seja por interesse público; entretanto, o poder de revogar da administração pública não é
absoluto, pois há situações insuscetíveis de modificação por parte da administração.
Tendo as considerações apresentadas como referência inicial, assinale a opção que apresenta ato suscetível
de revogação.

a) parecer emitido por órgão público consultivo


b) ato de concessão de licença para exercer determinada profissão, segundo requisitos exigidos na lei
c) ato de posse de candidato nomeado após aprovação em concurso público
d) ato administrativo praticado pelo Poder Judiciário
e) ato de concessão de licença funcional já gozada pelo servidor

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COMENTÁRIOS
A- parecer é ato enunciativo, sendo, portanto, irrevogável.
B, C e E- atos que geram direitos adquiridosnão admitem revogação.
D - Em sua função atípica de cunho administrativo, pode o Poder Judiciário revogar ato administrativo que
praticou. Neste caso, não estará exercendo jurisdição, mas tão somente função administrativa.

Obs: segundo Matheus Carvalho, a doutrina majoritária entende que não se admite a revogação de: a) atos
consumados; b) atos irrevogáveis; c) atos que geram direitos adquiridos; d) atos vinculados; e) atos
enunciativos; f) atos de controle; e g) atos complexos.

LETRA D

44 – 2016 – CESPE - TCE-PR - Analista de Controle

Assinale a opção correta, acerca da extinção dos atos administrativos.

a) A convalidação por ratificação somente pode ser realizada pelo superior hierárquico do agente que praticou
o ato anterior.
b) A invalidação fulmina todas as relações jurídicas decorrentes do ato inválido, resguardados os direitos de
terceiros de boa-fé que não tenham contribuído para a invalidação do ato.
c) A cassação é ato discricionário do agente público.
d) Por ser a revogação um ato discricionário, ao se revogar um ato revogado, ocorrerá, por consequência
lógica, a repristinação do ato originário.
e) São passíveis de revogação os chamados atos meramente administrativos, tais como pareceres e certidões.

COMENTÁRIOS
A - A ratificação ocorre quando a convalidação é efetivada por ato de outra autoridade.

B- A invalidação ou anulação é a retirada do ato administrativo por motivo de ilegalidade. Extingue-se o ato
viciado, em razão de sua desconformidade com o ordenamento jurídico.

É expressão do poder de autotutela da Administração Pública. Nos termos da Súmula 473 do STF, “A
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”.

De acordo com Matheus Carvalho, “a anulação opera efeitos ex tunc (retroage à data de origem do ato,
aniquilando todos os efeitos produzidos, ressalvados os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé).”.

C- Cassação é a extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que
deveria permanecer atendendo, como exigência para a manutenção do ato e seus efeitos.

D- Tanto na anulação quanto na revogação não há o efeito repristinatório.

E- segundo Matheus Carvalho, a doutrina majoritária entende que não se admite a revogação de: a) atos
consumados; b) atos irrevogáveis; c) atos que geram direitos adquiridos; d) atos vinculados; e) atos
enunciativos; f) atos de controle; e g) atos complexos.

LETRA B
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45 - 2017 - CESPE - DPE-AC - Defensor Público

Acerca do ato administrativo de concessão de aposentadoria, assinale a opção correta de acordo com o
entendimento do STF.

a)Em nome da segurança jurídica, a não observância do prazo de cinco anos para o exame de legalidade do
ato inicial concessivo de aposentadoria resulta na convalidação de eventual nulidade existente.
b)Trata-se de ato administrativo simples, cujos efeitos se produzem a partir da sua concessão pelo órgão de
origem do servidor, sujeitando-se a controle a posteriori pelo tribunal de contas competente.
c)Trata-se de ato administrativo complexo, que somente se aperfeiçoa com o exame de sua legalidade e
consequente registro no tribunal de contas competente.
d)O exame de legalidade da concessão de aposentadoria, por ser este um ato administrativo concessivo de
direitos ao destinatário, submete-se ao prazo decadencial de cinco anos, contado a partir da sua concessão,
salvo comprovada má-fé.
e)Em razão do devido processo legal, o exame de legalidade e registro do referido ato junto ao tribunal de
contas necessita, impreterivelmente, da observância do contraditório e da ampla defesa do servidor público
interessado.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E – Súmula Vinculante 3 – Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial
de aposentadoria, reforma e pensão.

Segundo a jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal, aposentadorias, reformas e pensões são
concedidas por meio de ato administrativo complexo. Vale dizer, para nossa Corte Suprema, a concessão
de aposentadoria, reforma ou pensão somente se completa, se aperfeiçoa, com o registro feito pelo TCU,
no exercício do controle de legalidade do ato. O mesmo entendimento é perfilhado no Superior Tribunal de
Justiça.
Enquanto o TCU não aprecia a legalidade do ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão e
efetua o registro desse ato, ainda não existe um ato administrativo inteiramente formado, mas sim um ato
incompleto, imperfeito, inacabado; só depois do registro pelo TCU é que passa a existir um ato perfeito
(completo, concluído) de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão.
Como corolário desse entendimento, afirma o STF que não existe, para o administrado, direito a
contraditório e ampla defesa no caso da apreciação da legalidade pelo TCU, para efeito de registro, do ato
de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, haja vista que, aqui, o registro faz parte da
própria formação do ato. Antes do registro, não há qualquer espécie de litígio, nem mesmo indireto, com o
administrado; o registro integra a formação do ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão e
não se cogita contraditório e ampla defesa enquanto o ato está sendo formado, completado, concluído,
aperfeiçoado.
(…)
De fato, em 27 de setembro de 2007, no julgamento do MS 24.448/DF, rel. Min. Ayres Britto, nossa Corte
Maior firmou o entendimento de que o TCU tem o prazo de cinco anos para efetuar a apreciação da
legalidade, para fins de registro, do ato de concessão inicial de aposentadoria (ou reforma ou pensão) sem
conceder ao interessado a oportunidade de contraditório e de ampla defesa.
O referido prazo de cinco anos é contado a partir da data da chegada, ao TCU, do processo administrativo
de concessão da aposentadoria, reforma ou pensão. Passado esse prazo, a Corte de Contas ainda pode
exercer a competência para apreciar a legalidade do ato de concessão da aposentadoria, reforma ou pensão
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e, se for o caso, declarar o ato ilegal e recusar o registro, mas deverá assegurar ao beneficiário, previamente,
o exercício do contraditório e da ampla defesa.
Esse entendimento do Pretório Excelso foi reiterado em julgados posteriores. É interessante notar que, em
todos eles, o STF limita-se a anular a decisão do TCU que, passado o prazo de cinco anos, tenha considerado
ilegal o ato de concessão inicial da aposentadoria, reforma ou pensão, sem prejuízo da possibilidade de o
TCU instaurar um novo processo, com o mesmo objeto, porém assegurando ao administrado o contraditório
e a ampla defesa. Ou seja, o TCU pode, até, ao final, decidir de novo que foi ilegal o ato de concessão inicial
da aposentadoria, reforma ou pensão e negar o correspondente registro, mas essa nova decisão terá que
ser precedida do exercício, pelo administrado beneficiário daquele ato, do contraditório e da ampla defesa.
Os fundamentos para essa orientação foram, dentre outros, os princípios da segurança jurídica, da boa-fé
e da razoabilidade. Considerou o STF que, em atenção a esses princípios, a inércia do TCU por um período
superior ao razoável acarreta a necessidade de chamar ao processo as pessoas que possam ser afetadas
pela negativa de registro do ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão, a fim de que elas,
antes, exercitem as garantias do contraditório e da ampla defesa.
É muito importante salientar que essa orientação do Pretório Excelso não significa sujeitar ao prazo
decadencial previsto no art. 54 da Lei 9.784/1999 o direito que o TCU tem de efetuar o controle de
legalidade dos atos de concessão de aposentadoria, reforma e pensão.
(…)
Ora, se o TCU estivesse sujeito a esse prazo de decadência no exercício do controle de legalidade dos atos
de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, depois que passassem cinco anos da concessão inicial,
pela administração pública, de uma aposentadoria, reforma ou pensão, restaria extinto por completo o
direito de o TCU declarar a ilegalidade dessa concessão e recusar o respectivo registro, salvo comprovada
má-fé do administrado.

Fonte: Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo

LETRA C

46 - 2017 - VUNESP - TJ-SP - Juiz de Direito

O motivo do ato administrativo pode ser conceituado como:

a)a normatividade jurídica que irá incidir sobre determinada situação de fato que lhe é antecedente.
b)a ocorrência no mundo fenomênico de certo pressuposto fático, relevante para o direito, que vai postular
ou possibilitar a edição do ato administrativo.
c)a explicitação dos fundamentos de fato e de direito que levaram à edição do ato administrativo e sem a qual
o ato é nulo.
d)o móvel ou intenção do agente ou, em outros termos, a representação psicológica que levou o administrador
a agir, e que tem especial importância no plano dos atos discricionários.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E - Os motivos são as razões de fato e de direito que dão ensejo à prática do ato, ou seja, a
situação fática que precipita a edição do ato administrativo. Deve-se analisar o motivo sob duas óticas, quais
sejam, o pressuposto jurídico que se configura pela norma do ordenamento jurídico que prevê um
determinado fato que precipitará a prática do ato administrativo; e o pressuposto de fato, que se trata das
circunstâncias ocorridas no plano fático, justificando a conduta estatal.
(…)
Por fim, para que não haja irregularidade no ato administrativo, em razão de vício no elemento motivo,
deve haver adequação entre o motivo que deu ensejo à prática do ato e o resultado a ser obtido pela
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atuação estatal, propriamente dita. Neste sentido, dispõe o art. 2°, parágrafo único, "d", da lei 4.717/65
que "a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fandamenta
o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido'.
(…)
Por fim, é importante não se confundir motivo e móvel para a prática do ato administrativo. O motivo é
aquela situação prevista em lei que ocorre, de fato, justificando a prática do ato administrativo. O móvel,
por sua vez é a real intenção do agente público quando pratica a conduta estatal.
(…)
Não se deve confundir motivo, enquanto elemento formativo dos atos administrativos, com a motivação.
Esta é somente a exposição dos motivos do ato, ou seja, a fundamentação do ato administrativo,
estabelecendo a correlação lógica entre a situação descrita em lei e os fatos efetivamente ocorridos.
Representa uma justificativa à sociedade, estabelecendo a razão de prática daquela conduta.

Fonte: Matheus Carvalho - 2017

LETRA B

47 - 2017 - CESPE - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Procurador Municipal

No que tange a conceitos, requisitos, atributos e classificação dos atos administrativos, assinale a opção
correta.

a)Licença e autorização são atos administrativos que representam o consentimento da administração ao


permitir determinada atividade; o alvará é o instrumento que formaliza esses atos.
b)O ato que decreta o estado de sítio, previsto na CF, é ato de natureza administrativa de competência do
presidente da República.
c)Ainda que submetido ao regime de direito público, nenhum ato praticado por concessionária de serviços
públicos pode ser considerado ato administrativo.
d)O atributo da autoexecutoriedade não impede que o ato administrativo seja apreciado judicialmente e
julgado ilegal, com determinação da anulação de seus efeitos; porém, nesses casos, a administração somente
responderá caso fique comprovada a culpa.

COMENTÁRIOS
A - O poder de polícia administrativa pode ser exercido preventiva ou repressivamente.
No primeiro caso - exercício preventivo do poder de polícia -, o poder público estabelece normas que
limitam ou condicionam a utilização de bens (públicos ou privados) ou o exercício de atividades privadas
que possam afetar a coletividade, exigindo que o particular obtenha anuência da administração pública
previamente à utilização desses bens ou ao exercício dessas atividades.
Tal anuência é formalizada nos denominados alvarás, expedidos pela administração à vista da
demonstração, pelo particular requerente, de que estão atendidos os requisitos ou cumpridas as condições
para o uso da propriedade ou a prática das atividades que devam ser objeto de controle pelos órgãos de
polícia administrativa. Os alvarás podem ser de licença ou de autorização.
A licença é um ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual a administração pública reconhece que o
particular detentor de um direito subjetivo preenche as condições para o seu gozo. Assim, as licenças dizem
respeito a direitos individuais, tais como o exercício de uma profissão ou a construção de um edifício em
terreno de propriedade do administrado, e não podem ser negadas quando o requerente satisfaça os
requisitos legais e regulamentares exigidos para a sua obtenção.

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A autorização editada com fundamento no poder de polícia é um ato administrativo por meio do qual a
administração pública possibilita ao particular a realização de atividade privada de predominante interesse
deste, ou a utilização de um bem público. Note-se que o particular tem interesse na
obtenção do ato, mas não um direito subjetivo a essa obtenção. A autorização é, assim, um ato
discricionário - pode ser simplesmente negada, mesmo que o requerente satisfaça todas as condições legais
e regulamentares – e precário, ou seja, é passível de revogação pelo poder público a qualquer tempo, sem
gerar, em regra, direito a indenização para o particular. São exemplos de atividades autorizadas o uso
especial de bem público, o trânsito por determinados locais e o porte de arma de fogo.

B – Os atos administrativos não se confundem com os assim chamados atos políticos ou de governo. São
esses os atos da administração pública em sentido amplo, praticados em obediência direta à Constituição,
com base imediata no texto constitucional (exemplos: iniciativa de leis, sanção ou veto a projetos de lei,
celebração de tratados internacionais, decretação do estado de sítio, dentre outros). Os atos políticos não
estão sujeitos à teoria geral dos atos administrativos.

C - O que peculiariza os atos administrativos no âmbito do gênero "atos jurídicos", entretanto, é o fato de
serem manifestações ou declarações da administração pública, agindo nesta qualidade, ou de particulares
que estejam exercendo prerrogativas públicas, por terem sido investidos em funções públicas (a exemplo
dos que recebem delegação do poder público, como uma concessionária ou uma permissionária de serviços
públicos).

D – O erro da assertiva é a exigência da comprovação da culpa.

Atos autoexecutórios são os que podem ser materialmente implementados pela administração,
diretamente, inclusive mediante o uso da força, se necessária, sem que a administração precise obter
autorização judicial prévia.
Entenda-se bem: a autoexecutoriedade jamais afasta a apreciação judicial do ato; apenas dispensa a
administração de obter ordem judicial prévia para poder praticá-lo. Aliás, nada impede que o particular
destinatário do ato autoexecutório provoque até mesmo o seu controle judicial prévio. Se o particular, com
antecedência, souber que a administração praticará determinado ato autoexecutório, pode conseguir no
Judiciário uma liminar impedindo sua prática, desde que demonstre a potencial ilegalidade do ato que seria
praticado. O que nunca é necessário no ato autoexecutório é que a administração, previamente, procure o
Poder Judiciário para ser autorizada a praticá-lo.

Fonte: Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo - 2016

LETRA A

48 - 2017 - CESPE - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Procurador Municipal

No que concerne a revogação, anulação e convalidação de ato administrativo, assinale a opção correta.

a)Assim como ocorre nos negócios jurídicos de direito privado, cabe unicamente à esfera judicial a anulação
de ato administrativo.
b)Independentemente de comprovada má-fé, após o prazo de cinco anos da prática de ato ilegal, operar-se-á
a decadência, o que impedirá a sua anulação.
c)O prazo de decadência do direito de anular ato administrativo de que decorram efeitos patrimoniais será
contado a partir da ciência da ilegalidade pela administração.

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d)Um ato administrativo que apresente defeitos sanáveis poderá ser convalidado quando não lesionar o
interesse público, não sendo necessário que a administração pública o anule.

COMENTÁRIOS
A – Lei 9.784/99 – Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.

B e C - Lei 9.784/99 – Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe
impugnação à validade do ato.

D - Lei 9.784/99 – Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.

LETRA D

49 - 2017 - FCC - DPE-PR - Defensor Público

Sobre atos administrativos, é correto afirmar:

a) a delegação e avocação se caracterizam pela excepcionalidade e temporariedade, sendo certo que é


proibida avocação nos casos de competência exclusiva.
b) a renúncia é instituto afeto tanto aos atos restritivos quanto aos ampliativos.
c)as deliberações e os despachos são espécies da mesma categoria de atos administrativos normativos.
d)é ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo; salvo quando se
tratar de recurso hierárquico impróprio.
e)nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e ampla defesa, a
qualquer tempo, quando a decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo, de qualquer
natureza, que beneficie o interessado.

COMENTÁRIOS
A – Lei 9.784/99 - Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

B – Quanto aos resultados na esfera jurídica os atos podem ser ampliativos ou restritivos:
Os atos ampliativos são aqueles que atribuem direitos e vantagens aos seus destinarários, normalmente,
concedendo vantagens previamente requeridas pelo interessado, como é o caso de um ato de permissão
de uso de bem público ou uma licença para reforma de um determinado imóvel privado.

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Já os atos restritivos são atos que impõem obrigações ou aplicam penalidades aos destinatários, sempre,
dentro dos limites da lei, como é o caso de uma multa de trânsito aplicada ao sujeito que ultrapassou o
limite de velocidade permitido em uma determinada via pública, ou a norma geral que impede que se fume
em ambientes fechados.
(...)
A renúncia do beneficiário é forma de extinção que se aplica somente para atos ampliativos, que geram
direitos a particulares, haja vista não ser possível renunciar a obrigações.
Nestes casos, o particular ao qual o ato se destina abre mão do benefício concedido por meio da edição do
ato administrativo. A título de exemplo, o servidor público pode renunciar à nomeação para assunção de
uma função de chefia em um determinado órgão.

C – Atos normativos - São atos gerais e abstratos que geram obrigações a uma quantidade indeterminada
de pessoas, dentro dos limites da lei. O ato normativo enseja a produção de normas gerais, sempre
inferiores aos comandos legais, não podendo inovar no ordenamento jurídico. Tais atos são decorrência do
poder normativo de estado, editados para fiel execução das leis, consoante já estudado nesta obra,
admitindo-se a presença de algumas espécies:
1) Regulamento;
2) Aviso;
3) Instrução normativa;
4) Regimento;
5) Deliberações (trata-se de ato normativo expedido pelos órgãos colegiados, como representação
de vontade da maioria dos agentes que o representam.);
6) Resolução.

Atos ordinatórios - São atos de ordenação e organização interna que decorrem do poder hierárquico.
Organizam a prestação do serviço, por meio de normas que se aplicam internamente aos órgãos
pertencentes à estrutura administrativa, ensejando a manifestação do Poder Hierárquico da Administração,
não atingindo terceiros, alheios à estrutura do Estado.
Logo, serão sempre destinados a produzir efeitos, somente no âmbito da Administração Pública. Os atos
internos NÃO geram direitos adquiridos a seus destinatários. Podem ser revogados a qualquer tempo por
quem os expediu. Analisemos cada uma das espécies de atos ordinatórios e suas principais características.

1) Portaria;
2) Circular;
3) Ordem de Serviço;
4) Despacho: trata-se de ato administrativo por meio do qual as autoridades públicas proferem
decisões acerca de determinadas situações específicas, de sua responsabilidade funcional, sejam
elas decisões finais ou interlocutórias, prolatadas no bojo de processos administrativos que visem
à solução de regras individuais ou normas gerais.
5) Memorando;
6) Ofício.

D – Súmula vinculante 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro


ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

E - Súmula vinculante 3 - Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório
e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão.
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Fonte: Matheus Carvalho – 2017

LETRA A

50 - 2017 - CESPE - TJ-PR - Juiz de Direito

De acordo com o art. 54 da Lei n.º 9.784/1999, o direito da administração de anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé. Trata-se de hipótese em que o legislador, em detrimento da legalidade,
prestigiou outros valores. Tais valores têm por fundamento o princípio administrativo da

a) presunção de legitimidade.
b) autotutela.
c) segurança jurídica.
d) continuidade do serviço público.

COMENTÁRIOS
É cediço que, em determinadas situações, a estabilização dos efeitos decorre do decurso de tempo,
consolidando uma expectativa legítima aos destinatários do ato. Neste sentido, a aplicação das regras de
decadência, estampados no art. 54 da lei 9.784/99 é uma forma de estabilização de efeitos de ato nulo e
não de convalidação. O Superior Tribunal de Justiça já se manifestou acerca do tema, dispondo que:

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA ISONOMIA SALARIAL CONCEDIDA PELO PODER


PÚBLICO COM BASE EM PARECER DA PROCURADORIA- GERAL DO ESTADO DO ACRE. VERBA DE
REPRESENTAÇAO CONFERIDA AOS PERITOS CRIMINAIS DESDE 1993. SUPRESSAO POR AUSÊNCIA DE
PREVISAO LEGAL PREPONDERANCIA DO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA E DA RAZOABILIDADE.
CONVALIDAÇAO DOS EFEITOS JURÍDICOS. INTERREGNO DE MAIS DE DEZ ANOS. REDUTIBILIDADE
SIGNIFICATIVA DOS PROVENTOS. RECURSO ORDINARIO PROVIDO.
1. O poder-dever da Administração de invalidar seus próprios atos encontra limite temporal no princípio da
segurança jurídica, pela evidente razão de que os administrados não podem ficar indefinidamente sujeitos
à instabilidade originada do poder de autotutela do Estado, e na convalidação dos efeitos produzidos,
quando, em razão de suas consequências jurídicas, a manutenção do ato atenderá mais ao interesse público
do que sua invalidação.
2, A infringência à legalidade por um ato administrativo, sob o ponto de vista abstrato, sempre será
prejudicial ao interesse público; por outro lado, quando analisada em face das circunstâncias do caso
concreto, nem sempre a .sua anulação será a melhor solução. Em face da dinâmica das relaç6es jurídicas
sociais, haverá casos em que o próprio interesse da coletividade será melhor atendido com a subsistência
do ato nascido de forma irregular.
3. O poder da Administração, destarte, não é absoluto, na seara da invalidação de seus atos, de forma que
a recomposição da ordem jurídica violada está condicionada primordialmente ao interesse público, O
decurso do tempo ou a convalidação dos efeitos jurídicos, em certos casos, é capaz de tornar a anulação de
um ato ilegal claramente prejudicial ao interesse público, finalidade precípua da atividade exercida pela
Administração.
4. O art. 54 da Lei 9.784/99, aplicável analogicamente ao presente caso, funda-se na importância da
segurança jurídica no domínio do Direito Público, estipulando o prazo decadencial de 5 anos para a revisão
dos atos administrativos viciosos (sejam eles nulos ou anuláveis) e permitindo, a contrario sensu, a
manutenção da eficácia dos mesmos, após o transcurso do interregno mínimo quinquenal, mediante a
convalidação ex opetemporis, que tem aplicação excepcional a situações típicas e extremas, assim
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consideradas aquelas em que avulta grave lesão a direito subjetivo, sendo o seu titular isento de
responsabilidade pelo ato eivado de vício.
5. A efetivação do ato que reconheceu a isonomia salarial entre as carreiras de Perito Legal e Delegado de
Polícia do Estado do Acre, com base apenas em parecer da Procuradoria-Geral do Estado, e o transcurso de
mais de 5 anos, por inusitado que se mostre, consolidou uma situação fática para a qual não se pode fechar
os olhos, vez que produziu consequências jurídicas inarredáveis. Precedente do Pretório Excelso.
6. Recurso Ordinário provido, para cassar o ato que suprimiu a verba de representação percebida pelos
recorrentes.
RMS 24430 / AC
RECURSO ORDINARIO EM MANDADO DE SEGURANÇA
2007/0142581-3. Julgamento e.m 03/03/2009

Fonte: Matheus Carvalho - 2017

LETRA C

51 - 2017 - CESPE - TJ-PR - Juiz de Direito

Com base na Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta acerca da revogação e dos elementos dos atos
administrativos.

a) A revogação de um ato administrativo deve apresentar os seus motivos devidamente externados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.
b) O ato de delegação pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade delegante ou pela autoridade
delegada.
c) O ato de delegação deve ser publicado no meio oficial, mas não o de sua revogação.
d) Caso um ato administrativo esteja eivado de vício de legalidade, o Poder Judiciário terá de revogá-lo.

COMENTÁRIOS
A – Lei 9.784/99 – Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

B - Lei 9.784/99 – Art. 14, § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

C - Lei 9.784/99 –Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.

D - Lei 9.784/99 – Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.

LETRA A

FOCO NA LEI SECA


Em nossos materiais de apoio você encontrará a lei seca com leitura destacada.

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MINUTO DO NOVO CPC

LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.

Art. 1o ao 22

LEI SECA

LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009.

CF TODO DIA

Art. 1º ao 5º, LVIII

FOCO NAS SÚMULAS


Amigos,

A fim de evitar a repetição de conteúdo semanal em nossos materiais, criamos um caderno apartado de
súmulas, no qual consta a metodologia de estudo de estudo aplicada.

Vamos juntos!

Equipe AprovaçãoPGE

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RODADA 02 - TERÇA-FEIRA
FOCO NA DOUTRINA
S R DIA DATA TEMA
DIREITO CONSTITUCIONAL
1.19. Poder legislativo. Organização do Poder legislativo federal,
estadual e municipal. Funcionamento e atribuições das casas
legislativas. Comissões parlamentares. Fiscalização do Executivo.
Comissões parlamentares de inquérito. Estatuto dos congressistas.
Estatuto dos vereadores: número de vereadores, eleição,
suplentes, mandato, incompatibilidades, direitos e prerrogativas,
remuneração, atribuições, crimes de responsabilidade e perda do
1 2 T 01/10
mandato.
1.20. Processo legislativo. Iniciativa. Emendas. Autógrafos. Sanção.
Veto. Promulgação. Referendo. Publicação. Procedimento
legislativo. Fases de elaboração legislativa. Incidentes do
procedimento legislativo. Espécies legislativas. Leis
complementares, ordinárias e delegadas. Decretos-legislativos e
resoluções. Medidas provisórias. Regimento Interno. Processo
legislativo no Município de São Paulo.
PERCENTUAL DE INDICÊNCIA DO TEMA
14%
SUGESTÃO DE LEITURA PARA REVISÃO
Resumo de Direito Constitucional Descomplicado – Capítulo 5 a 9
http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530968212_SUM.pdf
ARTIGOS IMPORTANTES
CF 88 – Arts. 44 a 126
ONDE ESTUDAR O TEMA NO VADE MECUM DE JURISPRUDÊNCIA DIZER O DIREITO?
Direito constitucional: 9 Poder Legislativo;

QUAL DEVE SER O FOCO?

1- Comissões parlamentares de inquérito (CPI)


2- Imunidades parlamentares
3- Cláusulas pétreas. Teoria da dupla revisão
4- Medidas provisórias. Conversão em lei
5- Crimes de responsabilidade. Responsabilização político-administrativa dos agentes políticos.
6- Súmulas vinculantes

RESUMO DO DIA

PODER LEGISLATIVO
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1. ESTRUTURA
- Âmbito Federal: Vigora o bicameralismo federativo:
 Câmara dos Deputados – Representa o povo;
 Senado Federal – Representa os Estados + DF.
- Âmbito Legislativo Estadual: Unicameral, composto por deputados estaduais, na Assembleia
Legislativa.
 Número de deputados estaduais da Assembleia Legislativa = 3x a representação da Câmara
dos Deputados, e atingido o número de 36, será acrescido de tantos quantos forem os
deputados acima de 12 (Y = (X-12) + 36).
 Mandato de 04 anos.
Subsídio fixado por lei da Assembleia Legislativa, NÃO podendo ser superior a 75% do
estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais.

2. ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL


- DECORAR:
 Art. 48 CF: dependem de sanção do Presidente;
 Art.49 CF: é dispensada a manifestação do Presidente, e são materializadas por decreto
legislativo.

3. CÂMARA DOS DEPUTADOS


- Eleitos pelo sistema proporcional.
- Nenhuma das unidades pode ter menos do que 08 e mais do que 70 deputados.
- Requisitos para a candidatura dos Deputados Federais:
 Brasileiro nato ou naturalizado;
 Maior de 21 anos;
 Pleno exercício dos direitos políticos;
 Alistamento eleitoral;
 Domicílio eleitoral na circunscrição;
 Filiação partidária.

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- Competência privativas – DECORAR ART. 51. Materializadas por meio de resoluções e NÃO
dependem de sanção presidencial.
 ATENÇÃO: A Câmara tem competência apenas para iniciativa de projeto de lei que vise à
fixação da remuneração, devendo, após aprovação nas duas casas, a matéria ir à sanção do
Presidente da República.

4. SENADO FEDERAL
- Eleitos pelo sistema majoritário.
- Serão 03 senadores para cada unidade da Federação, cada um com 02 suplentes.
- O Mandato é de 08 anos (duas legislaturas), sendo a renovação de 4 em 4 anos, por 1/3 e 2/3.
- Requisitos:
 Brasileiro nato ou naturalizado;
 Maior de 35 anos;
 Pleno exercício dos direitos políticos;
 Alistamento eleitoral;
 Domicílio eleitoral na circunscrição;
 Filiação partidária.
- Competências privativas: materializadas através de resoluções, NÃO dependendo de sanção
presidencial. DECORAR Art. 52 CF/88.

5. REMUNERAÇÃO DOS PARLAMENTARES


- A CF NÃO determina que o subsídio dos Deputados e Senadores seja igual ao dos Ministros do
STF, mas estabelece isso apenas como limite remuneratório.
- Além do subsídio, os parlamentares recebem algumas espécies remuneratórias:
a) Cota para o exercício da atividade parlamentar (CEAP) – Para osDeputados Federais,
destina-se a custear gastos exclusivamente vinculados ao exercício de atividade parlamentar,
abrangendo as despesas:
 Passagens Aéreas;
 Telefonia;
 Serviços Postais, vedada a aquisição de selos;
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 Manutenção de escritórios de apoio à atividade parlamentar, compreendendo a locação,


condomínio, IPTU, serviços de energia elétrica, água e esgoto, locação de móveis e
equipamentos, suprimentos de informática e material de expediente, acesso à internet,
assinatura de TV a cabo, aquisição de licença de uso de software, assinatura de publicações,
fornecimento de alimentação do parlamentar, hospedagem, locação ou fretamento de
aeronaves, combustíveis e lubrificantes, serviços de segurança, contratação de consultoria e
trabalhos técnicos, divulgação de atividade parlamentar.
a) Verba de Gabinete – Secretário Parlamentar: Destinada à contratação de pessoal;
b) Auxílio-moradia;
c) Fornecimento de jornais, publicações ou revistas;
d) Serviços gráficos.

6. DAS REUNIÕES
6.1. Sessão Legislativa Ordinária: O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal,
de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12 (períodos de sessão legislativa ordinária).
- A sessão legislativa NÃO será interrompida sem a aprovação do projeto de LDO.
- Legislatura = 04 sessões legislativas.

6.2. Sessão legislativa extraordinária


- De 18 a 31/07 e 23/12 a 01/02, há o recesso parlamentar e, havendo necessidade, os
parlamentares serão convocados extraordinariamente nas seguintes hipóteses (art. 57, §6º CF):
a) Presidente do Senado Federal: nos seguintes casos:
 Decretação de intervenção federal;
 Pedido de autorização para a decretação de estado de sítio;
 Para o compromisso e posse do Presidente da República.
a) Presidente da República, da Câmara e do Senado: Em caso de urgência ou interesse público
relevante, e SEMPRE com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das casas do CN.
b) Requerimento da maioria absoluta dos membros de ambas as casas.
- Na convocação extraordinária, o Congresso só deliberará sobre a matéria para o qual foi convocado,
ressalvada a hipótese de medida provisória em vigor na data da convocação extraordinária, que será

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automaticamente incluída na pauta, VEDADO o pagamento de parcela indenizatória ou ajuda de
custo =>VEDAÇÃO de reprodução obrigatória nos Estados e Municípios.

6.3. Reunião em Sessão Conjunta:


 Para inaugurar sessão legislativa;
 Elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
 Receber o compromisso do Presidente e vice da República;
 Conhecer o veto e sobre ele deliberar.

6.4. Sessão preparatória e mesas diretoras: Cada uma das casas se reunirá em sessão preparatória,
a partir de 1º de Fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição
das respectivas mesas, para mandato de 02 anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na
eleição imediatamente subsequente.
- Mesas Diretoras: Exercem funções administrativas, sendo seu Presidente o presidente do Senado
e os demais cargos ocupados alternadamente entre Câmara e Senado.

7. COMISSÕES PARLAMENTARES
- Na constituição das mesas e de cada comissão é assegurado, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos.
7.1. Comissão temática: Estabelecem-se em razão da matéria e são permanentes. (DECORAR ART.
58, §2º CF). Ex: CCJ, Comissão de Finanças e tributação, etc.
7.2. Comissão especial ou temporária: Criadas para apreciar matéria específica, extinguindo-se ao
término da legislatura ou cumprida a finalidade para a qual foram criadas.
7.3. CPI
a. Definição:Comissões temporárias, destinadas a investigar fato certo e determinado.
b. Criação: Pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de 1/3 de seus membros.
c. Requisitos:
 Requerimento subscrito por, no mínimo, 1/3 de parlamentares;
 Indicação, com precisão, de fato determinado, a ser apurado na investigação parlamentar;
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 Indicação de prazo certo para o desenvolvimento dos trabalhos.


-Direito subjetivo das minorias: A maioria legislativa NÃO pode frustrar o exercício, pelos grupos
minoritários que atuam no Congresso, do direito público subjetivo que lhes é assegurado pela CF,
que confere a prerrogativa de ver efetivamente instaurada a investigação parlamentar, por período
certo, sobre fato determinado.
d. Objeto: Apuração de fato determinado. No entanto, diante de um mesmo fato, pode ser criada
CPI na Câmara e também no Senado, ou ainda a investigação poderá ser conduzida pelo Judiciário,
por outros órgãos, ou até por CPIs nos outros entes federativos, se houver interesse comum, devendo
cada qual atuar nos limites de sua competência.

OBS: O art. 146 do RISF estabelece que NÃO se admitirá CPI sobre matérias pertinentes:
 Câmara dos Deputados;
 Atribuições do Poder Judiciário;
 Aos Estados.
- É possível instaurar CPIs simultâneas dentro de uma mesma casa, ao limite de 05, segundo
regimento interno da Câmara dos Deputados.

e. Prazo: Deve ter prazo certo. Na Câmara, a CPI poderá também atuar durante o recesso
parlamentar, possuindo o prazo de 120 dias, prorrogável até a metade do prazo, mediante
deliberação em plenário, para a conclusão de seus trabalhos.
- É possível a prorrogação do prazo da CPI, desde que:
 Seja definido novo termo final;
 Sua atuação não ultrapasse o final da legislatura.

f. Poderes: As CPIs terão poderes de investigação, próprios das autoridades judiciais, além de outros
previstos no Regimento Interno das Casas.
- STF: A CPI pode, por autoridade própria, sempre por decisão fundamentada e motivada, observadas
todas as formalidades legais, determinar:
 Quebra de sigilo fiscal;

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 Quebra de sigilo bancário – Segundo o STF, a validade jurídica da quebra de sigilo bancário
determinada por CPI demanda aprovação da maioria absoluta dos membros que
compõem o órgão de investigação legislativa =>Princípio da colegialidade.
 Quebra do sigilo de dados, com destaque para o sigilo dos dados telefônicos.
A CPI ainda pode:
 Determinar diligências que reportarem necessárias;
 Requerer convocação de Ministros de Estado;
 Tomar depoimento de quaisquer autoridades federais, estaduais ou municipais;
 Ouvir os indiciados: Deve respeitar o direito ao silêncio, podendo o indiciado deixar
de responder às perguntas que possam incriminá-lo;
 Inquirir testemunhas sob compromisso, sob pena de condução coercitiva: As
testemunhas prestam o compromisso de dizer a verdade, sob pena de falso
testemunho, e a elas é assegurado o direito ao silêncio;
 Requisitar de repartições públicas e autárquicas informações e documentos;
 Transporta-se aos lugares onde seja necessária a sua presença.
OBS: A CPI NÃO tem competência para a quebra de sigilo da comunicação telefônica, podendo
apenas requerer a quebra dos registros telefônicos pretéritos (com quem o investigado falou
durante determinado período pretérito).
- Se a testemunha é esposa de investigado, o CPP prevê que a testemunha NÃO poderá se eximir
da obrigação de depor, mas sendo cônjuge de um dos investigados, NÃO é obrigada a firmar o
compromisso de dizer a verdade.
- A CPI NÃO tem poderes para investigar atos de conteúdo jurisdicional, não podendo rever os
fundamentos de uma sentença judicial.

1) Em homenagem à separação dos Poderes e à independência funcional, o


Magistrado não está obrigado a comparecer à CPI, se o propósito explícito ou
implícito do depoimento for o de investigar-lhe a conduta ou de examinar o
conteúdo de algum ato ligado ao exercício da jurisdição;
2) O Magistrado é livre para atender à convocação, caso o propósito não seja o do
item anterior e ele entenda que sua experiência profissional poderá contribuir para
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o avanço das apurações. De qualquer forma, não pode responder às perguntas que
envolvam quebra de sigilo ou antecipação de julgamento de processos sob sua
responsabilidade;
3) As CPIs não têm poderes para levantar o sigilo decretado em inquérito ou
processo penal. O compartilhamento das informações só será possível mediante
decisão fundamentada do Magistrado.

- A CPI NÃO poderá praticar determinados atos de jurisdição atribuídos exclusivamente ao Poder
Judiciário, como:
 Diligência de busca domiciliar;
 Interceptação telefônica;
 Ordem de prisão, SALVO em flagrante delito por crime de falso testemunho;
 Decretar medidas assecuratórias (arresto, sequestro, hipoteca legal), se inserem no
poder geral de cautela do Juiz, sendo atos tipicamente jurisdicionais;
 Levantar o segredo de justiça;
 Decretar a indisponibilidade de bens.

g. Motivação: Toda CPI será motivada, sob pena de padecer de vício de ineficácia.

h. Conclusões: As CPIs NUNCA podem impor penalidades ou condenações. Os Presidentes da Câmara


dos Deputados, Senado Federal ou CN encaminharão o relatório da CPI e a resolução que o aprovar
aos chefes do MPU ou dos Estados para a responsabilização civil, administrativa ou criminal dos
infratores.
OBS: É competência originárias do STF processar e julgar MS e HC impetrados contra CPIs
constituídas no âmbito do CN ou de quaisquer de suas Casas.
STF E REGRA DA PREJUDICIALIDADE: Será prejudicada as ações de MS e HC sempre que, impetrados
contra CPIs, vierem estas a se extinguir em virtude de conclusão de seus trabalhos investigatórios,
independente da aprovação ou não do relatório final (Há ainda precedente do STF que NÃO aceita a
regra da prejudicialidade).

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i. CPIs Estaduais
- NÃO há regra na CF que preveja CPIs NÃO Federais. No entanto, é possível a criação de CPIs
Estaduais, em decorrência do equilíbrio do pacto federativo e princípio da separação de poderes.
- Existem precedentes que admitem o poder de quebra do sigilo fiscal pela CPI Estadual, desde que
fundamentado o pedido. Pelo princípio da simetria, entendeu o STF que as prerrogativas decorrentes do art. 58, §3º também
se aplicam às CPIs criadas em âmbito estadual (ACO 1.271/RJ).

j. CPIs Distritais: É possível, ante a simetria.

k. CPIs Municipais
- A Câmara dos Vereadores, apesar de poder instaurar a CPI, não terá, por si, o poder de quebra do
sigilo bancário, devendo haver autorização judicial.
- STF (Joaquim Barbosa):Os poderes instrutórios NÃO são extensíveis às CPIs municipais, pois se trata
de modelo de separação de poderes da CF, de excepcional derrogação deste poder para dar a uma
casa legislativa poderes jurisdicionais, posto que instrutórios. Como o Município NÃO dispõe de
jurisdição nem poder jurisdicional, não se admite essa transferência de poderes jurisdicionais.
Logo: Municípios podem criar CPIs, mas NÃO podem quebrar sigilo bancário.

7.4. Comissão Mista: Formada por deputados e senadores para apreciar os assuntos que devam ser
examinados em sessão conjunta pelo CN.

7.5. Comissão Representativa: Constitui-se somente no recesso parlamentar.

8. IMUNIDADES PARLAMENTARES
- São prerrogativas inerentes à função parlamentar, garantidoras da liberdade do exercício das
funções. Podem ser:
a) Imunidade Material, Real ou Substantiva: Inviolabilidade civil pelas opiniões, palavras e
votos;
a) Imunidade Processual, Formal ou Adjetiva: Regras sobre prisão e processo dos
parlamentares.

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8.1. Imunidade Parlamentar Federal


8.1.1. Imunidade Material ou inviolabilidade Parlamentar
- Os parlamentares são invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos, desde que proferidos em razão de suas funções parlamentares, no exercício do mandato, NÃO
se restringindo ao âmbito do CN.
 - A irresponsabilidade só ocorre se as manifestações ocorrerem dentro do Congresso
Nacional. Caso contrário pode o parlamentar ser responsabilizado. Assim, há presunção
absoluta de conexão com a atividade funcional quando praticada dentro do Congresso,
portanto não sendo o parlamentar responsabilizado civil e penalmente nesse caso (STF,
Inq. 3672/RJ (Info 763/2014) e presunção relativa quando a manifestação se dá fora do
congresso e não há conexão com o exercício da atividade parlamentar (STJ no REsp
1.642.310/DF – Info 609/2017). Há presunção absoluta de conexão com a atividade

OBS: NÃO há mais imunidade material para crimes praticados ANTES DA DIPLOMAÇÃO. A
imunidade material tem início com a POSSE, portanto ela NÃO existe para crimes praticados antes
da diplomação... o que existia antes da decisão do Supremo era o foro por prerrogativa de função.

8.1.2. Imunidade Formal ou Processual


I) Para a prisão:
- Relacionada à prisão dos parlamentares e ao processo.
- Os parlamentares passam a ter imunidade formal para a prisão a partir do momento em que são
diplomados pela Justiça Eleitoral (antes da posse), configurando o termo inicial para a atribuição de
imunidade formal para a prisão.
- Os parlamentares só poderão ser cautelarmente presos nas hipóteses de flagrante de crime
inafiançável (“ESTADO DE RELATIVA INCOERCIBILIDADE PESSOAL DOS CONGRESSITAS” – Celso de
Melo). => Nesse caso, os autos deverão ser encaminhados a Casa Parlamentar respectiva, no prazo
de 24 hrs para que, pelo voto (ABERTO) da maioria absoluta de seus membros, resolva sobre a
prisão.

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Nota-se que a aprovação pela Casa é condição necessária para a manutenção da prisão em
flagrante delito de crime inafiançável. Logo, há duas hipóteses:
a) Se a Casa decidir pela não manutenção do cárcere, a prisão deverá ser imediatamente
relaxada;
a) Se a Casa mantiver a prisão em flagrante, os autos deverão ser encaminhados, no prazo de
24 hrs, ao STF.
- Caso Delcídio do Amaral -> O requisito da flagrância restou satisfeito, já que o parlamentar praticou
o crime de organização criminosa, que é crime permanente. A inafiançabilidade resulta do fato de o
art. 324, IV do CPP proibir a fiança quando estiverem satisfeitos os requisitos da prisão preventiva.
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).
- Recentemente o STF decidiu que é possível a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão
(art. 319 do CPP) aos congressistas, sem que isso implique em mácula a sua imunidade à prisão.
Contudo, sempre que tais medidas interferirem no exercício da atividade parlamentar (como no
caso do afastamento do mandato) deve-se remeter os autos à Casa Legislativa para que delibere no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas sobre a manutenção das medidas cautelares impostas ao
parlamentar (caso Aécio – ADI 5526/DF).
- STF (Info 579): O inciso VI do art. 319 do CPP pode ser utilizado como fundamento para se afastar
do cargo Deputados Federais e Senadores. Os §§ 2º e 3º do art. 55 da CF/88 outorgam às Casas
Legislativas do Congresso Nacional a competência para decidir a respeito da perda do mandato
político. Isso não significa, no entanto, que o Poder Judiciário não possa suspender o exercício do
mandato parlamentar. A legitimidade do deferimento das medidas cautelares de persecução
criminal contra Deputados e Senadores encontra abrigo no princípio da inafastabilidade da
jurisdição (art. 5º, XXXV, da CF/88) e no fato de que as imunidades parlamentares não são
absolutas, podendo ser relativizadas quando o cargo não for exercido segundo os fins
constitucionalmente previstos. Vale ressaltar que os membros do Poder Judiciário e até o chefe do
Poder Executivo podem ser suspensos de suas atribuições quando estejam sendo acusados de
crime. Desse modo, não há razão para conferir tratamento diferenciado apenas aos Parlamentares,
livrando-os de qualquer intervenção preventiva no exercício do mandato por ordem judicial.

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II) Para o processo
- Oferecida denúncia, o Ministro do STF poderá recebê-la sem prévia licença da Casa Parlamentar.
Após o recebimento da denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o STF dará ciência a Casa respectiva que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria absoluta de seus membros, decidirá sustar o andamento da
ação.
- O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do
seu recebimento pela mesa diretora, e a sustação do processo suspende a prescrição enquanto
durar o mandato.

STF: Já decidiu pelo desmembramento do processo, em razão da diferença do regime de prescrição,


em caso de ter havido a sustação do processo de crime praticado após a diplomação, em concurso
de agentes, por parlamentar e outro indivíduo que não goze da imunidade.

III) Prerrogativa de foro


- Desde a expedição de diploma, deputados e senadores serão julgados pelo STF pela prática de
qualquer tipo de crime. Casos:
a) Infração cometida durante o exercício da função parlamentar: A competência será do STF,
sendo desnecessário pedir autorização a Casa respectiva, bastando dar ciência ao Legislativo,
que poderá sustar o andamento da ação. Ainda que praticado durante o exercício da função
parlamentar dependerá o foro privilegiado de conexão com a função exercida, de acordo
com a AP 937 julgada pelo STF, assim:

CRIMES COMETIDOS POR DEPUTADO FEDERAL OU SENADOR


Situação Competência
Crime cometido ANTES da diplomação como deputado ou
senador.
Crime cometido DEPOIS da diplomação (durante o exercício do Juízo de 1a
cargo), mas o delito não tem relação com as funções Instância.
desempenhadas

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Crime cometido DEPOIS da diplomação (durante o exercício do STF


cargo) e o delito está relacionado com as funções desempenhadas

a) Ciranda de Processos: Questiona-se se o ato de renúncia parlamentar constitui gesto legítimo


para afastar a prerrogativa de foro. No caso de Natan Donadon, entendeu-se que a renúncia
ao cargo, para que haja prescrição, seria fraude processual inaceitável, frustrando a atuação
jurisdicional do Estado, razão pela qual NÃO haveria a problema em ser julgado pelo STF.
A renúncia do parlamentar pode ocorrer até o término da instrução processual que ocorre
com a publicação do despacho que determinar a apresentação de alegações finais pelas
partes, de acordo com a AP 937. Se realizada após esse momento processual será
prorrogada a competência do STF.
b) Foro por prerrogativa de função e jurisdições de categorias diversas: Em razão de
circunstâncias especiais, demonstradas no caso concreto, no concurso de jurisdições de
diversas categorias predominará a de maior graduação, podendo se deliberar no julgamento
conjunto de todos os corréus (caso do mensalão).
c) O congressista em licença mantém o foro por prerrogativa de função: Decidiu o STF que,
“embora licenciado para o desempenho de cargo de secretário de estado, o nos termos
autorizados pelo art. 56, I, da CF, o membro do Congresso Nacional não perde o mandato de
que é titular e mantém, em consequência, nos crimes comuns, a prerrogativa de foro, ratione
muneris, perante o STF” (Inq. 3.357 – 2014).
d) Por outro lado, o congressista investido em cargo de ministro de estado perde ambas as
imunidades (formal e material), mas mantém o foro por prerrogativa de função (Inq-QO
1070/TO – 2001; Inq 104; Inq 777-QO).
e) Por fim, vale ressaltar que a prerrogativa de foro conferida aos membros do Congresso
Nacional somente se estenderá ao suplente no caso de efetivo exercício da atividade
parlamentar (AP 665/MT).

ATENÇÃO: Recente posicionamento do Supremo Tribunal Federal, em sede da AP 937, que


restringindo o foro privilegiado.

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INFORMATIVO Nº 900:

DIREITO CONSTITUCIONAL – PRERROGATIVA DE FORO

Prerrogativa de foro e interpretação restritiva - 3

O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do
cargo e relacionados às funções desempenhadas.

Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação
de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em
razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja
o motivo.

Esse é o entendimento do Plenário, ao resolver questão de ordem para determinar a baixa de ação
penal ao juízo da zona eleitoral para posterior julgamento, tendo em vista que: a) os crimes
imputados ao réu não foram cometidos no cargo de deputado federal ou em razão dele; b) o réu
renunciou ao cargo para assumir a função de prefeito; e c) a instrução processual se encerrou perante
a 1ª instância, antes do deslocamento de competência para o Supremo Tribunal Federal (STF)
(Informativos 867 e 885).

Prevaleceu o voto do ministro Roberto Barroso (relator), o qual registrou que a quantidade de
pessoas beneficiadas pelo foro e a extensão que se tem dado a ele, a abarcar fatos ocorridos antes
de o indivíduo ser investido no cargo beneficiado pelo foro por prerrogativa de função ou atos
praticados sem qualquer conexão com o exercício do mandato que se deseja proteger, têm resultado
em múltiplas disfuncionalidades.

A primeira delas é atribuir ao STF uma competência para a qual ele não é vocacionado. Nenhuma
corte constitucional no mundo tem a quantidade de processos de competência originária, em
matéria penal, como tem a do Brasil. E, evidentemente, na medida em que desempenha esse papel

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de jurisdição penal de primeiro grau, o STF se afasta da sua missão primordial de guardião da
Constituição e de equacionamento das grandes questões nacionais.

O procedimento no Supremo é muito mais complexo do que no juízo de primeiro grau, por essa razão
leva-se muito mais tempo para apreciar a denúncia, processar e julgar a ação penal.
Consequentemente, é comum a ocorrência de prescrição, o que nem sempre acontece por
responsabilidade do Tribunal, mas por conta do próprio sistema.

Portanto, o mau funcionamento do sistema traz, além de impunidade, desprestígio para o STF. Como
consequência, perde o Direito Penal o seu principal papel, qual seja, o de atuar como prevenção
geral.

O relator frisou que a situação atual revela a necessidade de mutação constitucional. Isso ocorre
quando a corte constitucional muda um entendimento consolidado, não porque o anterior fosse
propriamente errado, mas porque: a) a realidade fática mudou; b) a percepção social do Direito
mudou; ou c) as consequências práticas de uma orientação jurisprudencial se revelaram negativas.
As três hipóteses que justificam a alteração de uma linha de interpretação constitucional estão
presentes na hipótese dos autos.

A nova interpretação prestigia os princípios da igualdade e republicano, além de assegurar às pessoas


o desempenho de mandato livre de interferências, que é o fim pretendido pela norma constitucional.
Ademais, viola o princípio da igualdade proteger, com foro de prerrogativa, o agente público por atos
praticados sem relação com a função para a qual se quer resguardar sua independência, o que
constitui a atribuição de um privilégio.

Além disso, o princípio republicano tem como uma das suas dimensões mais importantes a
possibilidade de responsabilização dos agentes públicos. A prescrição, o excessivo retardamento e a
impunidade, que resultam do modelo de foro por prerrogativa de função, não se amoldam ao
referido princípio.

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A Corte registrou que essa nova linha interpretativa deve ser aplicada imediatamente aos processos
em curso, com a ressalva de todos os atos praticados e decisões proferidas pelo STF e pelos demais
juízos com base na jurisprudência anterior, conforme precedente firmado no Inq 687 QO/SP (DJU de
25.8.1999).

Vencidos, em parte, os ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, apenas quanto à


restrição do foro aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas. Ambos consideraram que a expressão “nas infrações penais comuns”, prevista no
art. 102, I, “b”, da Constituição Federal, alcança todos os tipos de infrações penais, ligadas ou não ao
exercício do mandato.

Vencido, em parte, o ministro Marco Aurélio, tão somente quanto à prorrogação da competência
para processar e julgar ações penais após a publicação do despacho de intimação para apresentação
de alegações finais.

Vencido, em parte, o ministro Dias Toffoli, que, em voto reajustado, resolveu a questão de ordem no
sentido de: a) fixar a competência do STF para processar e julgar os membros do Congresso Nacional
exclusivamente quanto aos crimes praticados após a diplomação, independentemente de sua relação
ou não com a função pública em questão; b) fixar a competência por prerrogativa de foro, prevista
na Constituição Federal, quanto aos demais cargos, exclusivamente quanto aos crimes praticados
após a diplomação ou a nomeação (conforme o caso), independentemente de sua relação ou não
com a função pública em questão; c) serem inaplicáveis as regras constitucionais de prerrogativa de
foro quanto aos crimes praticados anteriormente à diplomação ou à nomeação (conforme o caso),
hipótese em que os processos deverão ser remetidos ao juízo de primeira instância competente,
independentemente da fase em que se encontrem; d) reconhecer a inconstitucionalidade das
normas previstas nas Constituições estaduais e na Lei Orgânica do Distrito Federal que contemplem
hipóteses de prerrogativa de foro não previstas expressamente na Constituição Federal, vedada a
invocação de simetria; e) estabelecer, quando aplicável a competência por prerrogativa de foro, que
a renúncia ou a cessação, por qualquer outro motivo, da função pública que atraia a causa penal ao
foro especial, após o encerramento da fase do art. 10 da Lei 8.038/1990, com a determinação de

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abertura de vista às partes para alegações finais, não altera a competência para o julgamento da ação
penal.

Por fim, vencido, também parcialmente, o ministro Gilmar Mendes, que assentou que a prerrogativa
de foro alcança todos os delitos imputados ao destinatário da prerrogativa, desde que durante a
investidura, sendo desnecessária a ligação com o ofício. Ao final, propôs o início de procedimento
para a adoção de Enunciado da Súmula Vinculante em que restasse assentada a inconstitucionalidade
de normas de Constituições Estaduais que disponham sobre a competência do Tribunal de Justiça
para julgar autoridades sem cargo similar contemplado pela Constituição Federal e a declaração
incidental de inconstitucionalidade dos incisos II e VII do art. 22 da Lei 13.502/2017; dos incisos II e
III e parágrafo único do art. 33 da Lei Complementar 35/1979; dos artigos 40, III, V, e 41, II, parágrafo
único, da Lei 8.625/1993; e do art. 18, II, “d”, “e”, “f”, parágrafo único, da Lei Complementar 75/1993.
AP 937 QO/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 2 e 3.5.2018. (AP-937)

8.2. Outras garantias


a) Sigilo da fonte: Deputados e senadores NÃO são obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão de exercício ou mandato, nem sobre as pessoas em que lhes
confiaram ou deles receberam a informação.
a) Incorporação às Forças Armadas: dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
b) Imunidades durante estado de sítio e de defesa subsistem: Apenas durante o estado de sítio
as imunidades poderão ser suspensas, pelo voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos
casos de atos praticados fora do recinto do Congresso que sejam incompatíveis com a
execução da medida.

8.3. OBSERVAÇÕES
a) As imunidades parlamentares são IRRENUNCIÁVEIS, pois decorrem da função exercida, e
não da figura do parlamentar (prerrogativa de caráter institucional);
a) As imunidades NÃO se estendem aos suplentes, pois são prerrogativas decorrentes do
exercício da função parlamentar.

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8.4. Parlamentares Estaduais
- Possuem as mesmas regras quanto a sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração,
perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às forças armadas.

8.5. Parlamentares Municipais


- O vereador só terá imunidade material (excluindo-se a responsabilidade penal e civil), desde que o
ato tenha sido praticado na circunscrição municipal, em razão do seu ofício.

9. INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS DOS PARLAMENTARES (ART. 54, I e II – DECORAR):

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:


I - DESDE A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o
contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam
demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - DESDE A POSSE:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso
I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

10. PERDA DO MANDATO

Hipóteses Peculiaridades
I - infringir qualquer das proibições §2º A perda do mandato será decidida pela
estabelecidas no artigo anterior; Câmara dos Deputados ou pelo Senado

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CASSAÇÃO Federal, por maioria absoluta, mediante


provocação da respectiva Mesa ou de
partido político representado no Congresso
Nacional, assegurada ampla defesa.
II - cujo procedimento for declarado § 1º - É incompatível com o decoro
incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no
parlamentar; regimento interno, o abuso das
prerrogativas asseguradas a membro do
CASSAÇÃO Congresso Nacional ou a percepção de
vantagens indevidas. Conforme o §2º, a
perda do mandato será decidida pela
Câmara dos Deputados ou pelo Senado
Federal, por maioria absoluta, mediante
provocação da respectiva Mesa ou de
partido político representado no Congresso
Nacional, assegurada ampla defesa.
III - que deixar de comparecer, em cada §3º. A perda será declarada pela Mesa da
sessão legislativa, à terça parte das Casa respectiva, de ofício ou mediante
sessões ordinárias da Casa a que provocação de qualquer de seus membros,
pertencer, salvo licença ou missão por ou de partido político representado no
esta autorizada; Congresso Nacional, assegurada ampla
defesa.
EXTINÇÃO DO MANDATO
IV - que perder ou tiver suspensos os §3º. A perda será declarada pela Mesa da
direitos políticos; Casa respectiva, de ofício ou mediante
EXTINÇÃO provocação de qualquer de seus membros,
ou de partido político representado no
Congresso Nacional, assegurada ampla
defesa.

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V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, §3º. A perda será declarada pela Mesa da
nos casos previstos nesta CF; Casa respectiva, de ofício ou mediante
EXTINÇÃO provocação de qualquer de seus membros,
ou de partido político representado no
Congresso Nacional, assegurada ampla
defesa.
VI - que sofrer condenação criminal em §2º A perda do mandato será decidida pela
sentença transitada em julgado. Câmara dos Deputados ou pelo Senado
CASSAÇÃO Federal, por maioria absoluta, mediante
provocação da respectiva Mesa ou de
partido político representado no Congresso
Nacional, assegurada ampla defesa.

Obs: É perfeitamente possível a renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa
levá-lo à perda do mandato. Todavia, a renúncia terá seus efeitos suspensos até a decisão final, se
não concluir pela perda do mandato (efeito suspensivo).

- NÃO HAVERÁ A PERDA DO MANDATO (ART. 56 CF/88):

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do


Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária
=> Apesar de não perder o mandato, as imunidades ficarão suspensas, mas a prerrogativa de foro
em matéria penal permanece (STF);
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por
sessão legislativa.
§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste
artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais
de quinze meses para o término do mandato.

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§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do
mandato.

- PERDA DO MANDATO X CONDENAÇÃO CRIMINAL

A condenação criminal transitada em julgado importa em perda do mandato?

Atualmente, existe divergência no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

Para a 1ª Turma, depende.

• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda do cargo
será uma consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado
apenas declarar que houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55,
III e § 3º da CF/88.
• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a
condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do Senado irá
deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o mandato.
STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/5/2017 (Info 863).
STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Para a 2ª Turma, não.

O STF apenas comunica, por meio de ofício, a Mesa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal
informando sobre a condenação do parlamentar.
A Mesa da Câmara ou do Senado irá então deliberar (decidir) como entender de direito (como quiser)
se o parlamentar irá perder ou não o mandato eletivo, conforme prevê o art. 55, VI, § 2º, da CF/88.
Assim, mesmo com a condenação criminal, quem decide se haverá a perda do mandato é a Câmara
dos Deputados ou o Senado Federal.

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STF. 2ª Turma. AP 996, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/05/2018 (obs: o Relator Edson Fachin
ficou vencido neste ponto).

Fonte: https://www.dizerodireito.com.br/2018/05/se-o-stf-condenar-um-parlamentar.html

- INFORMATIVOS E JULGADOS IMPORTANTES SOBRE O TEMA:

INFORMATIVO 863 DO STF – 1ª TURMA


Perda do mandato parlamentar e declaração da mesa diretora da casa legislativa

A Primeira Turma, em conclusão e por maioria, julgou procedente ação penal e condenou
deputado federal à pena de 12 anos, 6 meses e 6 dias de reclusão, em regime inicial fechado, mais
374 dias-multa no valor de 3 salários mínimos, pela prática dos crimes de corrupção passiva
[Código Penal, art. 317 (1)] e lavagem de dinheiro [Lei 9.613/1998, art. 1º, V (2)]. Como efeitos da
condenação foram determinadas a perda do mandato parlamentar e a interdição para o exercício
de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, membro de conselho de
administração ou de gerência das pessoas jurídicas citadas na lei de combate à lavagem de dinheiro
(redação anterior), pelo dobro da duração da pena privativa de liberdade.

No caso, foi revelado esquema criminoso que atuou em vários Estados, com o objetivo de desviar
recursos públicos por meio da aquisição superfaturada, por prefeituras, de ambulâncias e
equipamentos médicos, como resultado de licitações direcionadas. Segundo a acusação, cabia ao
deputado condenado apresentar emendas ao orçamento geral da União, destinadas a Municípios
das regiões norte e nordeste do Estado do Rio de Janeiro, para beneficiar grupo empresarial.

Em relação ao crime de corrupção passiva, o Colegiado considerou haver nos autos elementos de
provas que demonstram o recebimento de vantagens indevidas por meio de depósitos em contas-
correntes de terceiros. O livro-caixa da empresa apreendido na operação continha registros de
pagamento ao acusado com as datas e os valores dos repasses. Além disso, em acordo de
colaboração premiada, os proprietários afirmaram haver acertado o pagamento de comissão de

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10% sobre o valor de cada emenda apresentada, fato comprovado por meio de recibos de
operações de crédito efetuadas em nome de pessoas ligadas ao parlamentar condenado.

Quanto ao crime de lavagem de dinheiro, a Turma concluiu que as provas colhidas nos autos
indicam que os valores recebidos por terceiros foram utilizados para pagamento de despesas do
deputado com aluguel de imóveis, aquisição de veículos e quitação de impostos. Essa foi a forma
como o acusado efetivou a circulação dissimulada dos valores, por terceiros e em benefício
próprio, convertendo dinheiro oriundo de corrupção em bens e serviços incorporáveis ao seu
patrimônio formal. Quanto a esse crime, ficou vencido o ministro Marco Aurélio, que votou pela
absolvição do acusado.

Relativamente à fixação da pena e aos efeitos da condenação, a ministra Rosa Weber (relatora)
ressaltou que a corrupção ocorreu em momento singular de cooptação de parlamentar federal
para esquema criminoso, planejado e infiltrado nos altos cargos da Administração Pública. Além
do descrédito para a democracia, o crime drenou recursos da saúde pública, área extremamente
carente na sociedade brasileira. A motivação foi criar fonte perene de recursos ilícitos provenientes
da corrupção associada a métodos de lavagem de capitais diretamente conectados ao mandato
parlamentar.

Quanto à pena, prevaleceu o voto da relatora, também por maioria. Vencido o ministro Alexandre
de Moraes, que majorou a pena em relação a cada crime, presente a continuidade delitiva, na
metade.

O Colegiado, nos termos do voto do ministro Roberto Barroso e por decisão majoritária, decidiu
pela perda do mandato com base no inciso III do art. 55 da Constituição Federal (CF) (3), que
prevê essa punição ao parlamentar que, em cada sessão legislativa, faltar a 1/3 das sessões
ordinárias. Nesse caso, não há necessidade de deliberação do Plenário e a perda do mandato
deve ser automaticamente declarada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

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Salientou que, como regra geral, quando a condenação ultrapassar 120 dias em regime fechado, a
perda do mandato é consequência lógica. Nos casos de condenação em regime inicial aberto ou
semiaberto, há a possibilidade de autorização de trabalho externo, que inexiste em condenação
em regime fechado.

Ressaltou que a CF é clara ao estabelecer que o parlamentar que não comparecer a mais de 120
dias ou a 1/3 das sessões legislativas perde o mandato por declaração da Mesa, e não por
deliberação do Plenário. Assim, para quem está condenado à prisão em regime fechado, no qual
deva permanecer por mais de 120 dias, a perda é automática. Vencido, quanto à interdição, o
ministro Marco Aurélio.

Por último, a Turma assentou a perda do mandato e sinalizou a necessidade de declaração pela
Mesa da Câmara, nos termos do § 3º do art. 55 da CF (4).

(1) CF/1988: “Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem.”
(2) Lei 9.613/1998: “Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição,
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente,
de infração penal. (...) V – contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática
ou omissão de atos administrativos;”
(3) CF/1988: “Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: (...) III – que deixar de
comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que
pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;”
(4) CF/1988: “Art. 55. (...) § 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela
Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.”
AP 694/MT, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 2.5.2017. (AP-694)

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AP 996 – 2ª TURMA
Decisão: Prosseguindo no julgamento do feito, quanto ao mérito, a Turma, por maioria, julgou
procedente em parte a denúncia para i) condenar o réu Nelson Meurer como incurso nas sanções
do art. 317, § 1º, do Código Penal (corrupção passiva), por trinta vezes, vencidos, nesse ponto, os
Ministros Relator e Revisor que o condenavam também pelo crime de corrupção passiva
decorrente do fato referente à doação eleitoral recebida da sociedade empresária Queiroz Galvão,
vencido também o Ministro Ricardo Lewandowski que o condenava pela prática de 18 delitos de
corrupção passiva circunscritos ao tempo em que Nelson Meurer exercia a liderança do Partido
Progressista na Câmara dos Deputados; ii) para condenar o denunciado Nelson Meurer Júnior
como incurso nas sanções do art. 317, § 1º, do Código Penal (corrupção passiva), por 5 vezes, na
forma do art. 29 da Lei Penal, vencido, nesse ponto, o Ministro Ricardo Lewandowski, que o
condenava por 3 delitos à luz do mesmo dispositivo legal citado; iii) condenar o réu Cristiano
Augusto Meurer como incurso nas sanções do art. 317, § 1º, do Código Penal (corrupção passiva),
por uma vez, vencido nesse ponto, o Ministro Ricardo Lewandowski, que o absolvia; iv) condenar
Nelson Meurer como incurso nas sanções do art. 1º, caput, da Lei nº 9.613 por sete vezes, vencidos
os Ministros Relator e Revisor, no ponto, pois o condenavam também pela lavagem de capitais em
decorrência de doação eleitoral; e, por unanimidade, para i) absolver Nelson Meurer no tocante à
participação em todos os crimes de corrupção passiva praticados no âmbito da PETROBRAS por
Paulo Roberto Costa, com fundamento no inc. VII do art. 386 do Código de Processo Penal; ii)
absolver Nelson Meurer no que tange à participação em todos os crimes de lavagem de dinheiro
praticados por Alberto Youssef em decorrência de contratos celebrados por empresas cartelizadas
no âmbito da Diretoria de Abastecimento da PETROBRAS, igualmente nos termos do inciso VII do
art. 386 do Código de Processo Penal; iii) absolver Nelson Meurer, Nelson Meurer Junior e
Cristiano Augusto Meurer das imputações relativas aos crimes de lavagem de capitais
consubstanciados nos recebimentos em dinheiro em espécie com fundamento no inc. III, art. 386,
do Código de Processo Penal. Quanto à dosimetria da pena, por unanimidade, fixou, para Nelson
Meurer, a pena de 13 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão em regime inicial fechado, e o pagamento
de 122 dias-multa, este fixado em 3 salários mínimos no valor vigente à época do último fato
devidamente corrigido por ocasião do pagamento; para Nelson Meurer Junior, a pena de 4 anos,
9 meses e 18 dias de reclusão em regime inicial semi-aberto, e o pagamento de 31 dias-multa, este

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fixado em 2 salários mínimos no valor vigente à época do último fato, devidamente corrigido por
ocasião do pagamento; e para Cristiano Augusto Meurer, a pena de 3 anos e 4 meses de reclusão
e o pagamento de 20 dias-multa, declarando-se extinta a punibilidade, pela prescrição, com
fundamento no inciso IV do artigo 107 do Código Penal, vencido o Ministro Ricardo Lewandowski,
que o absolvia. Em relação aos efeitos da condenação, quanto aos danos materiais, a Turma, por
unanimidade, fixou como valor mínimo indenizatório, em favor da PETROBRAS, a quantia de 5
milhões de reais, corrigidos monetariamente a partir da proclamação do julgamento e com juros
de mora a partir do trânsito em julgado; quanto aos danos morais coletivos, por maioria, indeferiu
o pedido, nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, vencidos os Ministros Relator e Revisor;
quanto à perda de bens, por unanimidade, determinou a perda em favor da União dos bens direitos
e valores objeto em relação aos quais foram os réus condenados, ressalvado o direito de lesado
ou terceiro de boa-fé (inc. I, art. 7º, da Lei 9.613/98); quanto à interdição para o exercício de cargo
ou função pública (inc. II do art. 7º da Lei 9.613/98), também por unanimidade, determinou a
interdição de Nelson Meurer para o exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e
de diretor ou membro de Conselho de Administração ou de gerencia das pessoas jurídicas referidas
no art. 9º dessa mesma lei 9.613/98 pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada;
e por fim, quanto à perda do mandato parlamentar, a Turma, por maioria, deliberou que a perda
do mandato não é automática e nos termos da divergência inaugurada pelo Ministro Dias Toffoli
determinou, após o trânsito em julgado, oficiar-se à Câmara dos Deputados, vencidos os
Ministros Relator e Revisor. Presidência do Ministro Edson Fachin. 2ª Turma, 29.5.2018.

INFORMATIVO 863 DO STF


PLENÁRIO

Cassação de mandato parlamentar e autocontenção do Judiciário

O Plenário, por maioria, denegou a ordem em mandado de segurança impetrado por deputado
federal contra atos da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) e do Conselho de Ética
(COÉTICA), ambos da Câmara dos Deputados, que culminaram na recomendação ao plenário da

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Casa Legislativa pela cassação do mandato do impetrante com fundamento em quebra de decoro
parlamentar.

Na impetração, sustentava-se, em síntese, a existência de direito líquido e certo, consubstanciado


nos seguintes argumentos: a) suspensão do processo político-parlamentar, inclusive para fins de
defesa e obstrução; b) processamento pela autoridade competente, garantia que teria sido violada
em razão do impedimento do relator, por identidade com o bloco parlamentar do impetrante; c)
devido processo legal, contraditório e ampla defesa como estabilidade da acusação (em referência
ao aditamento da representação e da respectiva instrução); d) votação pelo sistema eletrônico, e
não nominal, no Conselho de Ética, o que teria gerado “efeito manada”; e) observância do quórum
de instalação da sessão na CCJC (maioria absoluta), o que teria sido afrontado pelo cômputo de
suplentes em duplicata com os respectivos titulares.

O Colegiado assentou, de início, que o STF somente deve interferir em procedimentos


legislativos para assegurar o cumprimento da Constituição, proteger direitos fundamentais e
resguardar os pressupostos de funcionamento da democracia e das instituições republicanas.
Exemplo típico da jurisprudência nesse sentido é a preservação dos direitos das minorias.
Entretanto, nenhuma das hipóteses ocorre no caso.

Além disso, consignou que a suspensão do exercício do mandato do impetrante, por decisão do
STF em sede cautelar penal, não gera direito à suspensão do processo de cassação do mandato,
pois ninguém pode beneficiar-se da própria conduta reprovável. Portanto, inexiste direito
subjetivo a dilações indevidas ou ofensa à ampla defesa. Destacou que o precedente firmado no
MS 25.579 MC/DF (DJe de 19-10-2005) não se aplica à espécie, pois se refere a parlamentar
afastado para exercer cargo no Executivo e responsabilizado por atos lá praticados. Naquele
caso, aliás, a medida liminar foi indeferida, pois se entendeu que a infração se enquadrava no
Código de Ética e Decoro Parlamentar.

O Tribunal também afirmou que a alegação de que o relator do processo no Conselho de Ética
estaria impedido por integrar o mesmo bloco parlamentar do impetrante, por pressupor debate

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sobre o momento relevante para aferição da composição dos blocos, não configura situação
justificadora de intervenção judicial, conforme decisão proferida no MS 33.729 MC/DF (DJe de 4-
2-2016).

Ademais, não há que falar em transgressão ao contraditório decorrente do aditamento da


denúncia, providência admitida até em sede de processo penal. O impetrante teve todas as
possibilidades de se defender, o que foi feito de forma ampla e tecnicamente competente.

Sublinhou, de igual modo, a ausência de ilicitude na adoção da votação nominal do parecer no


Conselho de Ética. Tal forma de voto privilegia a transparência e o debate parlamentar, e é adotada
até em hipóteses mais graves. Nesse sentido, cabe deferência para com a interpretação regimental
acolhida pela Câmara dos Deputados, inclusive à vista das dificuldades para aplicação do art. 187,
§ 4º, do seu regimento interno fora do plenário da Casa. Inexiste vedação expressa a embasar a
alegação do impetrante e tampouco ocorreu o denominado “efeito manada”.

Por fim, a Corte registrou a validade do quórum de instalação da sessão na CCJC. Lembrou que os
suplentes a que se refere o regimento interno são dos partidos (ou dos blocos de partidos), e não
propriamente dos titulares ausentes. Não haveria um suplente para cada titular, portanto. Além
disso, o art. 58, § 1º, da CF alude à representação proporcional dos partidos ou blocos na
composição das mesas e de cada comissão, e não ao quórum de instalação das sessões.

Vencido o ministro Marco Aurélio, que concedia a segurança. Entendia impor-se a suspensão do
processo tendo em conta o afastamento do impetrante do exercício do mandato. Além disso,
considerava procedente a alegação de irregularidade no quórum de votação. Por fim, também
deferia o pedido tendo em conta o impedimento do relator na Casa legislativa.
MS 34.327/DF, rel. min. Roberto Barroso, julgamento em 8-9-2016.

11. PROCESSO LEGISLATIVO

- Abrange a formação das seguintes espécies normativas:

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 Emendas à CF;
 Leis complementares;
 Leis ordinárias;
 Leis delegadas;
 Medidas provisórias;
 Decretos legislativos;
 Resoluções.

11.1. Processo legislativo de leis ordinárias e complementares


a) Iniciativa
- Regra Geral, podem propor:
 Qualquer Deputado ou Senador;
 Comissão da Câmara, Senado e CN;
 Presidente da República (EP);
 STF (EP);
 Tribunais Superiores (EP);
 PGR (EP);
 Cidadãos (EP) – 1% do eleitorado, em pelo menos 05 Estados, não menos do que 0,3% de
eleitores em cada, mediante apresentação que PL ordinária ou complementar à Câmara dos
Deputados. O projeto de lei de iniciativa popular NÃO poderá ser rejeitado por vício de
forma.

EP – Iniciativa Extraparlamentar.

- A iniciativa pode ser concorrente ou privativa a determinadas pessoas (sob pena de se configurar
vício formal de iniciativa).
 Iniciativa reservada ao Presidente: DECORAR art. 61, §1º CF, aplicado pelo princípio da
simetria aos Governadores dos Estados e DF, e aos Prefeitos.
 Iniciativa reservada ao Judiciário: Matérias de seu interesse exclusivo e elaboração do
estatuto da magistratura (STF).
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 Iniciativa da Câmara e do Senado dispor sobre assuntos de seu interesse exclusivo.

OBSERVAÇÕES:
1) NÃO se pode falar em iniciativa reserva em matéria tributária, pois o art. 61, §1º, II,
b da CF/88 se refere apenas à iniciativa reservada do Presidente para leis que
disponham sobre matéria tributária dos territórios;
2) STF: É competência exclusiva do Poder Executivo a iniciativa do processo legislativo
das matérias pertinentes ao PPA, LDO e LOA.
3) STF: NÃO pode o legitimado exclusivo ser compelido a deflagrar o processo
legislativo, já que a competência reservada traz implicitamente a discricionariedade
para decidir o momento adequado para encaminhar o projeto de lei.
4) STF: Cabe emenda parlamentar em projetos de iniciativa reservada, desde que
respeitados os seguintes requisitos:
a) Os dispositivos introduzidos pela emenda parlamentar NÃO podem estar
destituídos de pertinência temática com o projeto original;
b) Os dispositivo introduzidos por emenda parlamentar não podem acarretar
aumento de despesa ao projeto original.
5) Excepcionalmente, nos projetos orçamentários de iniciativa exclusiva do Presidente
da República, admitem-se emendas parlamentares, mesmo que impliquem aumento
de despesas:
a) Ao projeto de LOA ou aos projetos que o modifiquem, desde que:
 Compatíveis com o PPA e LDO;
 Indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de
anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e
seus encargos, serviço da dívida, transferência tributárias constitucionais para
E, M, DF;
 Sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões ou com os dispositivos
do texto do projeto de lei.
b) Ao projeto de LDO, desde que as emendas parlamentares sejam compatíveis
com o PPA.
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6) A sanção presidencial NÃO convalida vício de iniciativa, sendo vício insanável.


7) O sistema brasileiro NÃO admitiu expressamente a iniciativa popular para propostas
de Emenda à Constituição (PEC), embora Lenza entenda ser cabível, já que a soberania
popular será exercida mediante iniciativa popular. Algumas CEs admitem iniciativa
popular para a Emenda às Constituições.
8) A iniciativa para apresentação de projeto de lei complementar de organização do
MPU é concorrente entre o Presidente da República e o PGR (ART. 128, §5º) =>iniciativa
compartilhada (José Afonso da Silva).
9) Quanto ao MP junto ao Tribunal de Contas, a iniciativa de lei sobre sua organização
será privativa da Corte de Contas.
10) A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto
de novo projeto, na mesma sessão legislativa, pela proposta da maioria absoluta dos
membros, de qualquer das casas do CN =>Princípio da irrepetibilidade dos projetos
rejeitados na mesma sessão legislativa.
NOTAS:
 Se o novo projeto de lei for novamente rejeitado, poderá ser reapresentado na
mesma sessão legislativa, uma segunda vez, já que NÃO há limitação de
quantidade de vezes para a reapresentação do projeto, sendo o único requisito
fixado o quórum qualificado da maioria absoluta.
 Em relação às matérias constantes de projeto de lei rejeitado pelo Congresso
Nacional, NÃO poderá o Presidente veicular a mesma matéria por MP, sob pena
de violação ao princípio da separação de poderes.
 Igualmente, NÃO poderá o Presidente apresentar nova MP constante de outra
anteriormente rejeitada.

É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de


constitucionalidade de projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare
inconstitucional, determinando seu arquivamento?
Em regra, não. Existem, contudo, duas exceções nas quais o STF pode determinar o
arquivamento da propositura:

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a) Proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea;


b) Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja
ocorrendo com violação às regras constitucionais sobre o processo legislativo. (STF.
Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Teori
Zavascki, 20/6/2013). (Info 711).

b) Fase Constitutiva – Deliberação Parlamentar


- Via de regra, a discussão e votação dos projetos de lei tem início na Câmara dos Deputados, salvo
os projetos de iniciativa dos Senadores ou de Comissões do Senado, funcionando, nesses casos, a
Câmara dos Deputados como casa revisora.
- Iniciado o processo legislativo, o projeto de lei passa à apreciação pelas Comissão Temática, que
analisará a matéria da proposição e, em seguida, pela CCJ, que analisará a sua constitucionalidade.
 Se envolver aspectos financeiros e orçamentários, após a CCJ, o projeto será apreciado pela
Comissão de Finanças e Tributação, para o exame da compatibilidade e adequação
orçamentária.
- As comissões, em razão da matéria de sua competência, poderão, além de discutir e emitir
pareceres sobre projeto de lei, aprová-los, desde que, na forma do regimento interno da Casa, haja
dispensa da competência do plenário (delegação interna corporis) e inexista, também, interposição
de recurso de 1/10 dos membros da Casa. Porém, NÃO poderão ser objeto de delegação interna
corporis os seguintes projetos:
 Lei complementar;
 Códigos;
 Iniciativa popular;
 De Comissão;
 Relativos à matéria que não possa ser objeto de delegação;
 Oriundos do Senado;
 Que tenham pareceres divergentes;
 Em regime de urgência.
- Nessas hipóteses de apreciação pelo plenário, o parecer das comissões temáticas é opinativo, já
que a matéria ainda será discutida ou votada. Porém, o parecer da CCJ, quanto à
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constitucionalidade ou juridicidade da matéria, será terminativo, assim como o da Comissão de
Finanças e Tributação.

c) Processo de Votação
- A votação pode ser:
I – Ostensiva
 Processo Simbólico – Utilizado na votação das proposições em geral, e os parlamentares das
respectivas casas, para aprovar a matéria, deverão permanecer sentados, levantando-se
apenas os que votaram pela rejeição.
 Processo Nominal – Quando é requerida regimentalmente a verificação da votação. Será
utilizado: nos casos em que seja exigido quórum especial de votação; por deliberação do
plenário, a requerimento de qualquer deputado; quando houver pedido de verificação de
votação; e demais casos previstos no regimento.
II – Secreta:
 Sistema eletrônico;
 Sistema de cédulas.
- Ocorre nas seguintes hipóteses:
 Deliberação durante o estado de sítio, sobre a suspensão das imunidades de deputado;
 Por decisão do plenário, a requerimento de 1/10 dos membros da casa ou líderes que
representem este número, formulado antes de iniciada a ordem do dia;
 Para eleição do Presidente e demais membros da mesa diretora, presidente e vice de
comissões permanentes e temporárias, dos membros da Câmara que irão compor a comissão
representativa do CN e dos 02 cidadãos que irão integrar o Conselho da República e demais
eleições;

- EC 76/2013: Com o advento desta Emenda Constitucional, passaram a ter votação ABERTA: (a) a
decisão se o Deputado ou Senador deverá perder o mandato, nas hipóteses previstas no art. 55, I,
II e VI, da CF/88; e (b) a decisão se o veto do Presidente da República a um projeto de lei aprovado
deverá ser mantido ou rejeitado.

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d) Casa Revisora
- Rejeitado o projeto na casa iniciadora, ele será arquivado. Se aprovado, seguirá para a casa revisora,
passando também pelas Comissões e, ao fim, poderá ser aprovado, rejeitado ou emendado:
 Se aprovado, será enviado para sanção ou veto do chefe do executivo;
 Se rejeitado, será arquivado, só podendo ser reapresentado na mesma sessão legislativa
mediante proposta da maioria absoluta dos membros de quaisquer das casas do CN, ou ser
reapresentado na sessão seguinte;
 Se emendado, somente o que foi modificado será apreciado na casa iniciadora, sendo vedada
a apresentação de emenda à emenda (subemenda) - No processo legislativo, há uma
predominância da casa iniciadora sobre a revisora.
- Havendo a aprovação do projeto de lei, será encaminhado para autógrafo.
- É possível a inclusão a emendas ao projeto de lei, desde que não aumente a despesa prevista nos
projetos de iniciativa exclusiva do Presidente, bem como nos projetos sobre a organização dos
serviços administrativos da Câmara dos Deputados, Senado Federal, Tribunais Superiores e MP.
- Espécies de emendas:
a) Supressiva: Manda erradicar qualquer parte de outra proposição;
b) Aglutinativa: Resulta da fusão de outras emendas;
c) Substitutiva: É apresentada como sucedânea a parte de outra proposição;
d) Modificativa: Altera a proposição sem a modificar substancialmente;
e) Aditiva: Se acrescenta a outra proposição;
f) de Redação: Modificativa que visa a sanar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa ou
lapso manifesto.

OBS: O Presidente da República, nos projetos de sua iniciativa, poderá solicitar urgência na
apreciação dos congressistas, possuindo o procedimento sumário a duração máxima de 100 dias (45
dias em cada Casa + 10 dias em caso de emenda do Senado, a ser apreciada pela Câmara).

e) Deliberação executiva – Sanção e Veto


- Recebido o projeto de lei, o Presidente da República o sancionará ou vetará.
e.1) Sanção e veto

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- É a anuência com o projeto de lei, podendo ser expressa ou tácita (quando recebido o projeto, o
Presidente NÃO se manifesta no prazo de 15 dias).
- O Presidente terá 15 dias úteis para votar projeto de lei, e também para vetá-lo, contados da data
do recebimento.
- O veto pode ser:
a) Parcial: Só abrangerá texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, inexistindo veto
de palavras.
b) Total: Rejeição de todo o projeto de lei.
- Os motivos do veto podem ser:
a) Jurídico: Por entender ser inconstitucional;
b) Político: Contrário ao interesse público.
- Vetando o projeto de lei, total ou parcialmente, o Presidente deverá comunicar ao Presidente do
Senado os motivos do veto em 48 horas.
OBS: Se o Presidente da República simplesmente vetar, sem explicar os motivos de seu ato,
estaremos diante da INEXISTÊNCIA do veto, de modo que veto sem motivação expressa produz os
mesmos efeitos da sanção.
- Sancionado o projeto de lei, passará à fase da promulgação e publicação.
- O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013). Esta votação não é secreta. Sugerimos a leitura deste
post do Dizer o Direito: http://www.dizerodireito.com.br/2013/11/comentarios-ec-762013-voto-aberto-
no.html
- Derrubado o veto, o projeto deverá ser enviado ao Presidente da República para promulgação, em
48 horas. Se não o fizer, caberá ao Presidente do Senado em igual prazo, e se não o fizer, caberá ao
Vice-Presidente do Senado.

f)Promulgação: É o atestado de existência válida da lei e de sua executoriedade. Por meio dela
certifica-se o nascimento da lei.

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g) Publicação: Inserção do texto da lei no Diário Oficial, devendo ser determinada por quem a
promulgou. Regra geral, começa a vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada, e nos Estados
estrangeiros, 03 meses após oficialmente publicada.

11.2. Emendas Constitucionais


- Fruto do trabalho do Poder Constituinte derivado reformador, sendo poder condicionado,
submetendo-se a limitações expressas e implícitas.

a) Limitações Formais ou procedimentais:


I – Iniciativa (art. 60, I, II, III): Trata-se de iniciativa concorrente de alteração da Constituição. A CF
só poderá ser emenda mediante proposta:
 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
 Presidente da República;
 Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
- STF (Info 826): É possível que emenda à Constituição Federal proposta por iniciativa parlamentar
trate sobre as matérias previstas no art. 61, § 1º da CF/88. As regras de reserva de iniciativa fixadas
no art. 61, § 1º da CF/88 não são aplicáveis ao processo de emenda à Constituição Federal, que é
disciplinado em seu art. 60.
II – Quórum de Aprovação: A proposta de emenda será discutida e votada em cada Casa do CN, em
02 turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos
membros.
- O texto aprovado por uma Casa não pode ser modificado pela outra sem que a matéria volte para
apreciação na casa iniciadora.
III – Promulgação: A promulgação da emenda deverá ser realizada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (LEMBRAR QUE NÃO HÁ
SANÇÃO OU VETO PRESIDENCIAL).
IV – Proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada: A proposta de emenda rejeitada ou
prejudicada NÃO pode ser objeto de nova apresentação na mesma sessão legislativa.

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ATENÇÃO!
- Regime das PECs paralelas”: conforme leciona João Trindade (2016, p. 150), “caso
seja apresentada uma emenda à PEC, esta deverá retornar à Casa de onde veio. Esta,
por sua vez, se rejeitar a emenda, devolverá a PEC à Cada que deliberou
anteriormente, até que haja concórdia sobre o conteúdo da proposição. (...) Nessa
hipótese, se houver emendas na Casa revisora, o projeto seguirá para a Casa
iniciadora. Esta, se aceitar as modificações (por dois turnos), considerará aprovada a
PEC. Caso contrário, deverá remeter a proposição de volta à segunda Casa: a PEC só
se considera aprovada se houver concordância total, quanto ao conteúdo, de ambas
as Casas Legislativas. A PEC tramita pela forma ‘pingue-pongue’. Trata-se da diferença
(...) entre o bicameralismo puro (adotado na tramitação de PEC) e o bicameralismo
mitigado (PL)”.
- Por esse motivo, surgiu a figura da PEC paralela, que resulta do desmembramento
da proposta, sendo a parte sobre a qual existe consenso aprovada, enquanto que a
parte que gera divergência continuará sendo discutida.
- O Supremo Tribunal Federal já declarou a constitucionalidade desse sistema (ADI nº
2.031), desde que o desmembramento recaia sobre parcela autônoma da proposta
original. Trata-se de uma forma de racionalização do processo legislativo.

b) Limitações Circunstanciais: A CF NÃO poderá ser emendada na vigência de:


 Intervenção Federal;
 Estado de Defesa;
 Estado de Sítio.

c) Limitações Materiais: São as Cláusulas Pétreas, de modo que NÃO será objeto de deliberação a
proposta de emenda tendente a abolir:
 Forma federativa de Estado;
 Voto direto, secreto, universal e periódico;
 Separação de Poderes;
 Direitos e garantias individuais.
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d) Limitações Temporais: No Brasil, foram previstas apenas na CF/1824. Trata-se de previsão de


prazo durante o qual fica vedada qualquer alteração da Constituição.
- Logo, NÃO HÁ LIMITAÇÃO TEMPORAL PREVISTA NA CF/88.

e) Limitações Implícitas
- Teoria da Dupla Revisão: Seria a possibilidade de, através de EC, revogar o art. 60, §4º CF e, em
segundo momento, dizer que a forma de Estado não é mais a Federação, passando o Brasil a ser
Estado Unitário (ou seja, em um primeiro momento se revoga cláusula pétrea para, em seguida,
modificar aquilo que a cláusula pétrea protegia).
- Lenza e doutrina majoritária estabelecem a total impossibilidade da teoria da dupla revisão, na
medida em que existem limitações implícitas, decorrentes do sistema.
- Logo, as limitações expressas caracterizam-se como a primeira limitação implícita ou inerente.
- Outras limitações implícitas são a IMPOSSIBILIDADE DE SE ALTERAR O TITULAR DO PODER
CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E O TITULAR DO REFORMADOR.
- Importante observar que a forma republicana de Estado e o sistema presidencialista de governo
são cláusulas pétreas, de modo que é impossível haver emenda constitucional que institua uma
monarquia ou o sistema parlamentarista no Brasil. Argumenta-se que, com base na consulta popular
efetuada em abril de 1993, a República e o Presidencialismo passaram a corresponder à vontade
expressa e diretamente manifestada do povo, titular do Poder Constituinte, não se encontrando,
portanto, à disposição do poder de reforma da Constituição. Ressalte-se, neste contexto, que a
decisão, tomada pelo Constituinte, no sentido de não enquadrar estas decisões fundamentais no rol
das ‘cláusulas pétreas’ (artigo 60, § 4°), somada à previsão de um plebiscito sobre esta matéria,
autoriza a conclusão de que se pretendeu conscientemente deixar para o povo (titular do Poder
Constituinte) esta opção”. Portanto, tais temas, por terem sido submetidos a plebiscito, teriam se
tornado definitivos (ADCT, art. 2°).
# Outra linha de raciocínio, complementar a esta, é no sentido da incompatibilidade do sistema
parlamentarista com o princípio da separação dos poderes nos termos em que foi consagrado pela
Constituição. Nesse caso, o plebiscito realizado em 1993 é visto como a única e excepcional
possibilidade de adoção do parlamentarismo. Gilmar Mendes se posiciona nesse sentido.

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f) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos


- As convenções e tratados internacionais de direito humanos que forem aprovados, em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.

11.3. Lei Complementar e Lei Ordinária


- A LC possui as mesmas fases que a LO.
- Diferenças:
a) Aspectos Material: As hipóteses de regulamentação da LC estão TAXATIVAMENTE previstas na CF,
enquanto a LO possui campo residual.

b) Aspecto Formal:
Lei Complementar => Maioria Absoluta (maioria dos componentes, do total de membros dos
integrantes da Casa).
Lei Ordinária => Maioria Simples ou Relativa (maioria dos presentes à reunião ou sessão que, naquele
dia de votação, compareceram).

OBS: ART. 47 – Quórum de Instalação => MAIORIA ABSOLUTA.

 STF: NÃO existe hierarquia entre a LC e LO!

11.4. Lei Delegada


- É exceção ao princípio da indelegabilidade de atribuições, pois sua elaboração é antecedida de
delegação de atribuição do Poder Legislativo ao Executivo, através da delegação externa corporis.
-1ª Fase (Iniciativa solicitadora): A espécie normativa será elaborada pelo Presidente da República,
após prévia solicitação ao CN, delimitando assunto sobre o qual pretende legislar.
- A solicitação será submetida à apreciação do CN que, no caso de aprovação, tomará a forma de
resolução, especificando o conteúdo da delegação e os termos de seu exercício.
- É vedada a delegação:

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 De atos da competência exclusiva do CN;


 Atos de competência privativa da Câmara e do Senado;
 Matérias reservadas à LC;
 Legislação sobre:
o Organização do Poder Judiciário e MP, carreira e garantia dos seus membros;
o Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
o Plano Plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
- Havendo exorbitância nos limites da delegação legislativa, caberá ao CN sustar o ato normativo, por
meio de decreto legislativo, realizando o controle repressivo de constitucionalidade.
- Por meio de resolução, o CN determinará se haverá ou não a apreciação do projeto de lei delegada
(elaborada pelo Presidente) pelo CN. Havendo apreciação, o CN fará em votação única, sendo vedada
qualquer emenda. Logo, há dois tipos de delegação:
a) Delegação Típica: NÃO haverá apreciação pelo CN, que autoriza o Presidente a elaborar,
promulgar e publicar a lei delegada;
b) Delegação Atípica: Haverá apreciação pelo CN, em votação única, vedada qualquer emenda.
- ATENÇÃO: Mediante Resolução, transfere-se apenas, e temporariamente, a competência para
legislar sobre determinadas matérias, permanecendo a titularidade da aludida competência com o
Legislativo, que poderá, mesmo tendo havido delegação, legislar sobre a mesma matéria.
- Embora tenha havido delegação legislativa pelo CN ao Presidente, este NÃO estará obrigado a
efetivar a elaboração do ato normativo, possuindo total discricionariedade.

11.5. MEDIDA PROVISÓRIA


- Para Pinto Ferreira, as medidas provisórias são mais específicas do regime parlamentarista, em que
o gabinete é uma dependência do corpo legislativo, podendo cair em face do desacordo com o
legislativo. No regime presidencialista, o Chefe do Executivo não está sujeito a censura que provoque
a sua demissão, e assim a MP é uma forma de concentração do poder no Executivo.
- A MP é adotada pelo Presidente da República por ato monocrático, unipessoal, sem a participação
do Legislativo, chamado a discuti-la somente em momento posterior, quando já adotada pelo
Executivo, com força de lei e produzindo os seus efeitos jurídicos.

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a) Processo de criação: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar
medidas provisórias com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao CN.
I – Legitimado para a edição da MP: Presidente da República (competência exclusiva, indelegável).
II – Pressupostos constitucionais: Relevância e urgência.
III – Duração da MP: Adotada a MP pelo Presidente da República, ela vigorará por 60 dias,
prorrogável, de acordo com o art. 62, §7º, por igual período (mais 60 dias), contados de sua
publicação no Diário Oficial, sendo o prazo suspenso durante os períodos de recesso parlamentar.
IV – Prorrogação: A MP poderá ser prorrogada por novos 60 dias, totalizando o prazo de 120 dias,
quando então, se não for convertida em lei, perderá a sua eficácia desde a sua edição (eficácia ex
tunc), confirmando a sua efemeridade e precariedade. Em caso de perda da eficácia, deve o CN
disciplinar, por DECRETO LEGISLATIVO, as relações jurídicas delas decorrentes.
V – Tramitação: Adotada a MP pelo Presidente da República, ela será submetida, de imediato, ao CN,
cabendo a uma comissão mista de Deputados e Senadores examiná-la e sobre ela emitir parecer,
apreciando os seus aspectos constitucionais (relevância e urgência) e de mérito, bem como a sua
adequação financeira e orçamentária, além do cumprimento pelo Presidente da exigência contida no
art. 2º, §1º da Res. 1/2002-CN (no dia da publicação da MP no DOU ter enviado seu texto ao CN,
acompanhado da respectiva mensagem e de documento expondo a motivação do ato).
Posteriormente, a MP passará a apreciação do plenário de cada uma das casas. O processo de
votação será em sessão separada, tendo início da Câmara dos Deputados, sendo o Senado Federal
a Casa revisora. O plenário de cada uma das casas decidirá, em apreciação preliminar, o atendimento
dos pressupostos constitucionais de relevância e urgência, bem como a sua adequação financeira e
orçamentária.
VI – Regime de Urgência: Se a MP NÃO for apreciada em até 45 dias, contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do CN, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que
estiver tramitando.
- STF (Info 870): O STF, ao interpretar o § 6º do art. 62, não adotou uma exegese literal e afirmou
que ficarão sobrestadas (paralisadas) apenas as votações de projetos de leis ordinárias que versem
sobre temas que possam ser tratados por medida provisória.

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VII – Reedição de MP: É vedada a reedição de MP, na mesma sessão legislativa, expressamente
rejeitada pelo CN ou que tenha perdido a eficácia por decurso de prazo.

b) Parecer prévio da comissão mista e inconstitucionalidade da Res. 1/2002-CN


- O § 2º do art. 6º da Resolução prevê a continuidade do processo legislativo, mesmo que a
comissão mista não emita parecer sobre a MP, passando a Câmara dos Deputados a examinar a
matéria. Nesta hipótese, a Comissão Mista pode, conforme determina a Resolução, emitir o
parecer, por meio de seu Relator, no Plenário da Câmara dos Deputados.

- Por seu turno, o art. 62, §9º, CF/88 deve ser interpretado restritivamente, e estabelece ser
atribuição da comissão mista de Deputados e Senadores examinar as MPs e sobre elas emitir
parecer, de caráter opinativo, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de
cada uma das casas do CN.
- Segundo decidiu o STF no bojo da ADI 4029, a emissão de parecer sobre as medidas provisórias, por
comissão mista de deputados e senadores configura fase de observância obrigatória e no processo
legislativo das MPs. Desse modo, a Resolução n.° 1/2002, ao dispensar o parecer da Comissão Mista,
contentando-se com o parecer individual do Relator, violou o § 9º do art. 62 da CF/88.
- Contudo tal parecer é obrigatório apenas para as medidas provisórias assinadas e encaminhadas
ao Congresso Nacional a partir do julgamento da ADI 4029. Aquelas anteriores a tal da continuou
regidas pelos artigos 5º e 6º da Resolução 1 do CN, que foram julgados inconstitucionais pelo STF,
mas com efeitos ex nunc.

c) Medidas a serem adotadas pelo CN


I – Aprovação SEM alteração: Será seu texto promulgado pelo Presidente da Mesa do CN, para
publicação em DOU.

II – Aprovação COM alteração: Havendo emendas, o projeto de lei de conversão apreciado por uma
das Casas deverá ser apreciado pela outra (agora em sessão separada pelo plenário de cada uma das
casas), devendo ser, posteriormente, levado à apreciação do Presidente da República para sancionar

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ou vetar a lei de conversão, e, em caso de sanção ou derrubada do veto, promulgação e publicação
pelo próprio Presidente da República.
- Quando à matéria alterada, os efeitos decorrentes desse ponto específico deverão ser
regulamentados por decreto legislativo, perdendo a MP, no ponto em que foi alterada, a eficácia
desde a sua edição.

III –Não apreciação: Se a MP não for apreciada pelo CN em até 45 dias contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência constitucional, trancando a pauta da Casa em que estiver tramitando
até que seja aprovada, rejeitada ou que perca sua eficácia pelo decurso do prazo.
- Contudo, apesar do art. 62, § 6º falar em “todas as demais deliberações”, o STF, ao interpretar esse
dispositivo, não adotou uma exegese literal e afirmou que ficarão sobrestadas (paralisadas) apenas
as votações de projetos de leis ordinárias que versem sobre temas que possam ser tratados por
medida provisória. Logo, ECs, projetos de lei complementar e PLO’s que versem sobre nacionalidade,
direitos políticos, partidos políticos, entre outros, terão regular tramitação (MS 27931/DF. Info 870).

IV – Rejeição tácita: A não apreciação da MP no prazo de 60 dias, contados de sua publicação,


implicará a sua prorrogação por mais de 60 dias. Assim, se não apreciada pelo CN, a MP perderá
eficácia desde a sua edição (rejeição tácita), operando efeitos retroativos (ex tunc), devendo o
Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes por decreto legislativo.
- NÃO SE PERMITE APROVAÇÃO DA MP POR DECURSO DE PRAZO.
- No entanto, se NÃO for editado decreto legislativo para regulamentar as relações jurídicas
decorrentes da MP que perdeu a sua eficácia por ausência de apreciação, até 60 dias após a perda
de sua eficácia, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante a sua
vigência conservar-se-ão por ela regidas.

V – Rejeição Expressa: Deverá o CN disciplinar os efeitos decorrentes da MP rejeitada, através de


decreto legislativo.

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 PUBLICADA A MP, E TENDO ELA FORÇA DE LEI, AS DEMAIS NORMAS DO OJ, QUE COM ELA
SEJAM INCOMPATÍVEIS, TERÃO A SUA EFICÁCIA SUSPENSA. REJEITADA A MP, A LEI QUE
TEVE A SUA EFICÁCIA SUSPENSA VOLTA A PRODUZIR EFEITOS.

d) Pode o Presidente da República retirar da apreciação do CN a MP já editada?


- A partir do momento que o Presidente da República edita MP, ele não mais tem controle sobre ela,
já que, de imediato, deverá submetê-la à análise do CN, NÃO podendo retirá-la de sua apreciação.
- STF: Não sendo dado ao Presidente da República retirar da apreciação do CN a MP que tiver editado,
é-lhe, no entanto, possível ab-rogá-la por meio de nova MP, valendo tal ato pela simples suspensão
dos efeitos da primeira, efeitos esses que, todavia, o CN poderá ver restabelecidos, mediante a
rejeição da medida ab-rogatória.

e) Limitação material à edição de MP: É expressamente vedada a edição de MP sobre:


Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
Direito penal, processual penal e processual civil;
Organização do Poder Judiciário e do MP, carreira e garantia de seus membros;
Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento, créditos adicionais e suplementares,
ressalvados os créditos extraordinários (guerra, comoção interna ou calamidade pública).
Que vise à detenção e sequestro de bens, poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
Reservada à LC;
Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo CN e pendente de sanção ou veto pelo Presidente
da República;
Matérias que não podem ser objeto de delegação legislativa;
Matérias reservadas às resoluções e aos decretos legislativos.

 Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, vedada a edição de MP para a sua regulamentação.
 Os impostos que podem ser editados por MP, só produzirão efeitos no exercício financeiro
seguinte se a aludida MP tiver sido convertida em lei até o último dia daquele exercício
financeiro em que foi editada.

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f) MP e crédito extraordinário
- A MP pode ser editada para a abertura de créditos extraordinários (art. 167, §3º CF), é o que o STF
chama de limites constitucionais à atividade legislativa excepcionais do Poder Executivo na edição
de MP para a abertura de crédito extraordinário.
- STF: Vem admitindo o controle dos requisitos de imprevisibilidade e urgência para a edição de MP
que abre crédito extraordinário, pois há indiscutível densificação normativa.

OBS: Todas as MPs editadas antes da EC 32/2001, caso NÃO sejam derrubadas pelo CN, ou o
Executivo deixe de revogá-las explicitamente, continuarão em vigor, implicando a indesejável
perpetuação.

g) MP x Matéria Ambiental

Unidades de conservação: medida provisória e retrocesso socioambiental (2)

O Plenário, em conclusão de julgamento, conheceu em parte de ação direta e, nessa parte, julgou
procedente o pedido para, sem pronunciamento de nulidade, declarar a inconstitucionalidade da
Medida Provisória 558/2012, convertida na Lei 12.678/2012.

A ação direta foi conhecida apenas na parte em que aponta violação dos artigos 62 e 225, § 1º, III,
da Constituição Federal (CF) (1), relativamente às alterações de limites de parques e florestas
nacionais, de área de proteção ambiental e de unidades de conservação, as quais foram
promovidas com o objetivo de construção de usinas hidrelétricas (Informativo 873).

Quanto ao aspecto formal, o Tribunal reafirmou a possibilidade, ainda que em caráter excepcional,
de declaração de inconstitucionalidade de medidas provisórias quando se afigure evidente o abuso
do poder de legislar pelo Chefe do Executivo, em razão da indubitável ausência dos requisitos
constitucionais de relevância e urgência.

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Asseverou que não ficou demonstrado, de forma satisfatória, a presença dos mencionados
requisitos. À época da edição da medida provisória, os empreendimentos hidrelétricos que
justificariam a desafetação das áreas protegidas ainda dependiam de licenciamentos ambientais,
nos quais deveriam ser analisados os impactos e avaliada a conveniência e escolha dos sítios a
serem efetivamente alagados.

Reconheceu a impossibilidade de diminuição ou supressão de espaços territoriais especialmente


protegidos por meio de medida provisória. A proteção ao meio ambiente é um limite material
implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste expressamente do elenco das
limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF (2).

Ademais, normas que importem diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado só podem
ser editadas por meio de lei formal, com amplo debate parlamentar e participação da sociedade
civil e dos órgão e instituições de proteção ambiental, como forma de assegurar o direito de todos
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. A adoção de medida provisória nessas hipóteses
possui evidente potencial de causar prejuízos irreversíveis ao meio ambiente na eventualidade de
não ser convertida em lei.

Sob o prisma material, o Colegiado considerou que a norma impugnada contrariou o princípio da
proibição de retrocesso socioambiental. Isso porque as alterações legislativas atingiram o núcleo
essencial do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225 da CF).

Enfatizou, ainda, que a aplicação do princípio da proibição do retrocesso socioambiental não pode
engessar a ação legislativa e administrativa, sendo forçoso admitir certa margem de
discricionariedade às autoridades públicas em matéria ambiental (ADI 4.350/DF).

Contudo, o que se consumou foi a indevida alteração de reservas florestais com gravosa diminuição
da proteção de ecossistemas, à revelia do devido processo legislativo, por ato discricionário do
Poder Executivo, e em prejuízo da proteção ambiental de parques nacionais.

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Por fim, o Tribunal julgou procedente a ação, sem pronunciamento de nulidade, ao fundamento
de que o irreversível alagamento das áreas desafetadas e a execução dos empreendimentos
hidrelétricos já não permite a invalidação dos efeitos produzidos, dada a impossibilidade material
de reversão ao “status quo ante”.

(1) Constituição Federal: “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional; e Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para
assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) III - definir, em todas as
unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção”.
(2) Constituição Federal: “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a:
(...)”.

ADI 4717/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 5.4.2018. (ADI-4717)

h) MP x Vigência

Medida Provisória e Decreto Legislativo

...

No mérito, o Tribunal registrou que o § 11 do art. 62 da CF deve ser interpretado com cautela, não
se podendo protrair indefinidamente a vigência de medidas provisórias rejeitadas ou não
apreciadas. Referida norma visa garantir segurança jurídica àqueles que praticaram atos

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embasados em medida provisória rejeitada ou não apreciada, mas isso não pode ensejar a
sobreposição da vontade do Chefe do Poder Executivo à vontade do Poder Legislativo, o que
ocorrerá, por exemplo, em situações nas quais a preservação dos efeitos de determinada medida
provisória rejeitada implicar na manutenção de sua vigência. Interpretação diversa ofende a
cláusula pétrea constante do art. 2º da Constituição, que preconiza a separação entre os Poderes.

Na espécie, verifica-se que o § 11 do art. 62 da Constituição tem servido de fundamento para o


deferimento de medidas judiciais a determinar à Administração Pública o exame de pedidos de
licença para exploração de CLIA não analisados durante a vigência da Medida Provisória 320/2006.
Nesses casos, não havia ato da Administração deferindo o pedido de licença para exploração de
CLIA, sequer podendo se argumentar com a existência de ato jurídico perfeito. Dessa forma, não
há falar na existência de relação jurídica constituída que torne possível a invocação do referido
dispositivo constitucional para justificar a aplicação da medida provisória.

Interpretação contrária postergaria indevidamente a eficácia de medida provisória já rejeitada


pelo Congresso Nacional, e ofenderia não apenas o § 11 do art. 62 da Constituição, mas também o
princípio da separação dos Poderes e o princípio da segurança jurídica.

Vencidos os Ministros Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Ricardo Lewandowski, que
julgaram improcedente o pedido.

(1) CF: “Art. 62. (...) § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias
após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.”
(2) CF: “Art. 62. (...) § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável,
nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por
decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.”

ADPF 216/DF, rel. Min. Cámen Lúcia, julgamento em 14.3.2016. (ADPF-216)

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i) Medida Provisória x Contrabando Legislativo

Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. EMENDA


PARLAMENTAR EM PROJETO DE CONVERSÃO DE MEDIDA PROVISÓRIA EM LEI. CONTEÚDO
TEMÁTICO DISTINTO DAQUELE ORIGINÁRIO DA MEDIDA PROVISÓRIA. PRÁTICA EM DESACORDO
COM O PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO E COM O DEVIDO PROCESSO LEGAL (DEVIDO PROCESSO
LEGISLATIVO). 1. Viola a Constituição da República, notadamente o princípio democrático e o
devido processo legislativo (arts. 1º, caput, parágrafo único, 2º, caput, 5º, caput, e LIV, CRFB), a
prática da inserção, mediante emenda parlamentar no processo legislativo de conversão de
medida provisória em lei, de matérias de conteúdo temático estranho ao objeto originário da
medida provisória. 2. Em atenção ao princípio da segurança jurídica (art. 1º e 5º, XXXVI, CRFB),
mantém-se hígidas todas as leis de conversão fruto dessa prática promulgadas até a data do
presente julgamento, inclusive aquela impugnada nesta ação. 3. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada improcedente por maioria de votos.
(ADI 5127, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Tribunal
Pleno, julgado em 15/10/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-094 DIVULG 10-05-2016 PUBLIC 11-05-
2016)

EMENTA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTS. 113 A 126 DA LEI Nº 12.249/2010.


CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 472/2009. DISPOSITIVOS INCLUÍDOS POR EMENDA
PARLAMENTAR. AUSÊNCIA DE PERTINÊNCIA TEMÁTICA COM O OBJETO ORIGINAL DA MEDIDA
PROVISÓRIA. INOBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGISLATIVO CONSTITUCIONAL. AFRONTA
AO PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO E AO POSTULADO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES. ARTS. 1º, CAPUT,
2º, 5º, LIV, 62 E 84, XXVI, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
1. Inclusão, por emenda parlamentar, dos arts. 113 a 126, versando sobre alteração de limites de
unidades de conservação, na redação final da Lei nº 12.249/2010, conversão da Medida Provisória
nº 472/2009. 2. Afronta ao princípio democrático, ao postulado da separação entre os Poderes e à
garantia do devido processo legislativo, à ausência de pertinência temática entre a matéria
veiculada na emenda parlamentar e o objeto da medida provisória submetida à conversão em lei.

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3. Em 15.10.2015, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, embora reconhecendo formalmente
inconstitucional, a teor dos arts. 1º, caput e parágrafo único, 2º, caput, e 5º, LIV, da Carta Política,
a inclusão de emenda, em projeto de conversão de medida provisória em lei, versando conteúdo
divorciado do seu objeto originário, ao julgamento da ADI 5127, forte no princípio da segurança
jurídica, afirmou a validade dos preceitos normativos resultantes de emendas a projetos de lei de
conversão, ainda que sem relação com o objeto da medida provisória, aprovados antes da data
daquele julgamento. 4. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.
(ADI 5012, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 16/03/2017, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-018 DIVULG 31-01-2018 PUBLIC 01-02-2018)

11.6. DECRETO LEGISLATIVO


- É instrumento normativo pelo qual se materializam as competências exclusivas do CN.
- Regras sobre o procedimento: regimento interno das Casas do CN.
- Além das matérias do art. 49, o CN deverá regulamentar por decreto legislativo os efeitos da MP
NÃO convertida em lei.
- NÃO existe manifestação do Presidente da República, sancionando ou vetando, pela própria
natureza do ato.

11.7. TRATADOS INTERNACIONAIS


- O CN tem competência exclusiva para, através de decreto legislativo, resolver definitivamente
sobre tratados, acordos ou atos internacionais.
- Formas pelas quais se origina um tratado internacional:
I – Aprovação do texto por uma instância de organização internacional;
ou
II – Assinatura de um documento por sujeitos de direito internacional.
- É competência privativa do Presidente da República celebrar tratados, convenções e atos
internacionais sujeitos a referendo do CN. Logo, primeiro o Presidente celebra o tratado e depois,
internamente, o Parlamento decidirá sobre sua viabilidade, conveniência e oportunidade.
Concordando o CN, será elaborado decreto legislativo (instrumento para referendar e aprovar a

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decisão do chefe do executivo), dando-se carta branca para ratificar a assinatura já depositada ou
aderir, se já não tiver feito.
- Posteriormente, para que haja incorporação definitiva ao ordenamento jurídico, o Presidente da
República, mediante decreto, promulga o texto, publicando-o em português em órgão da imprensa
oficial.
- STF: A expedição do referido decreto pelo Presidente acarreta 03 efeitos básicos:
 Promulgação do tratado internacional;
 Publicação oficial de seu texto;
 Executoriedade do ato internacional, que passa a somente vincular e obrigar no plano do
direito positivo interno.
- NOTE que o sistema constitucional brasileiro NÃO exige, para efeito de executoriedade doméstica
dos tratados internacionais, a edição de lei formal distinta, satisfazendo-se com a adoção de iter
procedimental complexo, que compreende a aprovação do CN e a promulgação do texto pelo
Executivo (= O Brasil adotou o princípio do dualismo moderado).

RESUMO DO TRÂMITE DA INTEGRAÇÃO DA NORMA INTERNACIONAL NO DIREITO


INTERNO:
A) Celebração de Tratado Internacional pelo órgão do Poder Executivo;
B) Aprovação (referendo ou ratificação latu sensu) por decreto legislativo;
C) Troca ou Depósito dos instrumentos de ratificação ou adesão (caso não tenha
ocorrido a prévia celebração) pelo órgão do executivo em âmbito internacional;
D) Promulgação por decreto presidencial, seguida da publicação em português por
Diário Oficial => Nesse momento, guarda paridade com Leis Ordinárias, SALVO se
versar sobre direitos humanos e for aprovado com quórum de 3/5.

TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS


A) Aprovados por 3/5 dos votos dos seus membros, em cada Casa do CN e em 02
turnos de votação => Equivalem às ECs, guardando paridade com as normas
constitucionais.

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B) Aprovados por regra anterior à reforma (EC 45/2004) e desde que não forem
confirmadas pelo quórum qualificado: Segundo o STF, serão normas supralegais.
C) Tratados e convenções internacionais de outra natureza: Têm força de lei
ordinária.

11.8. RESOLUÇÃO
- Meio para regulamentar as matérias de competência privativa do Senado e da Câmara dos
Deputados, e algumas do CN.
- NÃO haverá manifestação presidencial sancionando ou vetando o projeto de resolução.

Referências Bibliográficas:
Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional.
Dirley da Cunha Junior. Curso de Direito Constitucional.
Trindade, João. Processo Legislativo Constitucional.

Processo legislativo no Município de São Paulo

SEÇÃO VI
DO PROCESSO LEGISLATIVO

Art. 34 O Processo Legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Lei Orgânica;

II - leis;

III - decretos legislativos;

IV - resoluções.

Art. 35 As deliberações da Câmara Municipal e das suas Comissões se darão sempre por voto
aberto. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 19/2001)

Art. 36 A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:

I - de 1/3 (um terço), no mínimo, dos membros da Câmara Municipal;


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II - do Prefeito;

III - de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada por, no mínimo 5% (cinco por cento) dos
eleitores do Município.

§ 1º A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de estado de defesa, estado de sítio ou
intervenção.

§ 2º A proposta será discutida e votada em 2 (dois) turnos, considerando-se aprovada quando


obtiver, em ambas as votações, o voto favorável de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara
Municipal, com um intervalo mínimo de 48 (quarenta e oito) horas entre um turno e outro
obrigatoriamente. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 14/1993)

§ 3º A emenda aprovada será promulgada pela Mesa da Câmara Municipal, com o respectivo número
de ordem.

§ 4º A matéria constante de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não poderá ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa.

Art. 37 A iniciativa das leis cabe a qualquer membro ou Comissão permanente da Câmara Municipal,
ao Prefeito e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica.

§ 1º Compete exclusivamente à Câmara Municipal a iniciativa das leis que disponham sobre os
Conselhos de Representantes, previstos na seção VIII deste capítulo.

§ 2º São de iniciativa privativa do Prefeito as leis que disponham sobre:

I - criação, extinção ou transformação de cargos, funções ou empregos públicos na administração


direta, autárquica e fundacional;

II - fixação ou aumento de remuneração dos servidores;

III - servidores públicos, municipais, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria;

IV - organização administrativa e matéria orçamentária; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
nº 28/2006)

V - desafetação, aquisição, alienação e concessão de bens imóveis municipais.

Art. 38 O Prefeito poderá solicitar que os projetos de sua iniciativa tramitem em regime de urgência.

§ 1º Se a Câmara Municipal não deliberar em até 30 (trinta) dias, o projeto será incluído na Ordem
do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, até que se ultime a votação.
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§ 2º Os prazos do parágrafo anterior não correm nos períodos de recesso, nem se aplicam aos
projetos de código.

Art. 39 O Regimento Interno da Câmara Municipal disciplinará os casos de decreto legislativo e de


resolução.

Art. 40 A discussão e votação de matéria constante da Ordem do Dia só poderá ser efetuada com a
presença da maioria absoluta dos membros da Câmara.

§ 1º A aprovação da matéria em discussão, salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica, dependerá
do voto favorável da maioria dos Vereadores presentes à sessão.

§ 2º Os projetos de lei e a aprovação e alteração do Regimento Interno serão apreciadas em 2 (dois)


turnos de discussão e votação.

§ 3º Dependerão do voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara a aprovação e as


alterações das seguintes matérias:

I - matéria tributária;

II - Código de Obras e Edificações e outros Códigos;

III - Estatuto dos Servidores Municipais;

IV - criação de cargos, funções e empregos da administração direta, autárquica e fundacional, bem


como sua remuneração;

V - concessão de serviço público;

VI - concessão de direito real de uso;

VII - alienação de bens imóveis;

VIII - autorização para obtenção de empréstimo de particular, inclusive para as autarquias, fundações
e demais entidades controladas pelo Poder Público;

IX - lei de diretrizes orçamentárias, plano plurianual e lei orçamentária anual;

X - aquisição de bens imóveis por doação com encargo;

XI - criação, organização e supressão de distritos e subdistritos, e divisão do território do Município


em áreas administrativas;

XII - criação, estruturação e atribuição das Secretarias, Subprefeituras, Conselhos de Representantes


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e dos órgãos da Administração Pública;

XIII - realização de operações de crédito para abertura de créditos adicionais, suplementares ou


especiais com finalidade precisa;

XIV - rejeição de veto;

XV - Regimento Interno da Câmara Municipal;

XVI - alteração de denominação de próprios, vias e logradouros públicos;

XVII - isenções de impostos municipais;

XVIII - todo e qualquer tipo de anistia;

XIX - concessão administrativa de uso. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/1991)

§ 4º Dependerão do voto favorável de 3/5 (três quintos) dos membros da Câmara as seguintes
matérias:

I - zoneamento urbano;

II - Plano Diretor;

III - Zoneamento geo-ambiental. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 20/2001)

§ 5º Dependerão do voto favorável de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara a aprovação e
alterações das seguintes matérias:

I - rejeição do parecer prévio do Tribunal de Contas, referido no art. 48, inciso I;

II - destituição dos membros da Mesa;

III - emendas à Lei Orgânica;

IV - concessão de título de cidadão honorário ou qualquer outra honraria ou homenagem;

V - moção de censura pública aos secretários e subprefeitos referida no inciso XXII do art.
14. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 8/1991)

Art. 41 A Câmara Municipal, através de suas Comissões Permanentes, na forma regimental e


mediante prévia e ampla publicidade, convocará obrigatoriamente pelo menos 2 (duas) audiências
públicas durante a tramitação de projetos de leis que versem sobre:

I - Plano Diretor;
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II - plano plurianual;

III - diretrizes orçamentárias;

IV - orçamento;

V - matéria tributária;

VI - zoneamento urbano, geo-ambiental e uso e ocupação do solo;

VII - Código de Obras e Edificações;

VIII - política municipal de meio-ambiente;

IX - plano municipal de saneamento;

X - sistema de vigilância sanitária, epidemiológica e de saúde do trabalhador.

XI - atenção relativa à Criança, ao Adolescente e ao Jovem. (Redação dada pela Emenda à Lei
Orgânica nº 37/2013)

§ 1º A Câmara poderá convocar uma só audiência englobando dois ou mais projetos de leis relativos
à mesma matéria.

§ 2º Serão realizadas audiências públicas durante a tramitação de outros projetos de leis mediante
requerimento de 0,1% (um décimo por cento) de eleitores do Município.

Art. 42 Aprovado o projeto de lei, na forma regimental, será enviado ao Prefeito que, aquiescendo, o
sancionará e promulgará.

§ 1º Se o Prefeito julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse


público, veta-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15 (quinze) dias úteis contados da data do
recebimento, e comunicará, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente da Câmara Municipal
os motivos do veto.

§ 2º Sendo negada a sanção, as razões do veto serão comunicadas ao Presidente da Câmara Municipal
e publicadas.

§ 3º Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias, sem a sanção do Prefeito, observar-se-á o disposto no §


7º deste artigo.

§ 4º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no parágrafo anterior, o veto será incluído na
Ordem do Dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.

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§ 5º A Câmara Municipal deliberará sobre o veto, em um único turno de votação e discussão, no prazo
de 30 (trinta) dias de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
vereadores.

§ 6º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado ao Prefeito para, em 48 (quarenta e oito) horas,
promulgá-lo.

§ 7º Se a lei não for promulgada pelo Prefeito, nos casos dos §§ 3º e 5º, o Presidente da Câmara
Municipal a promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, caberá aos demais membros da Mesa,
nas mesmas condições, fazê-lo, observada a precedência dos cargos.

Art. 43 O projeto de lei que receber parecer contrário, quanto ao mérito, de todas as Comissões, será
tido como rejeitado, salvo com recurso para o Plenário, nos termos do Regimento Interno.

Art. 44 A iniciativa dos cidadãos prevista nos arts. 5º, 36 e 37 desta Lei, será exercida obedecidos os
seguintes preceitos:

I - para projetos de emendas à Lei Orgânica e de lei de interesse específico do Município, da cidade
ou de bairros, será necessária a manifestação de pelo menos 5% (cinco por cento) do eleitorado;

II - para requerer à Câmara Municipal a realização do plebiscito sobre questões de relevante


interesse do Município, da cidade ou de bairros, bem como para a realização de referendo sobre
lei, será necessária a manifestação de pelo menos 1% (um por cento) do eleitorado.

§ 1º O Regimento Interno da Câmara Municipal assegurará tramitação especial e urgente às


proposituras previstas nos incisos I e II deste artigo, garantindo a defesa oral a representante dos seus
respectivos responsáveis.

§ 2º A Câmara emitirá parecer sobre o Requerimento de que trata o inciso II deste artigo e
encaminhará, num prazo não superior a 30 (trinta) dias, o pedido de realização do plebiscito ou do
referendo ao Tribunal Regional Eleitoral, assegurada a divulgação dos argumentos favoráveis e
contrários à lei ou à proposta a ser submetida à consulta popular.

Art. 45 As questões relevantes aos destinos do Município poderão ser submetidas a plebiscito ou
referendo por proposta do Executivo, por 1/3 (um terço) dos vereadores ou por pelo menos 2%
(dois por cento) do eleitorado, decidido pelo Plenário da Câmara Municipal. (Redação dada pela
Emenda à Lei Orgânica nº 24/2001)

Art. 46 A legislação referente ao Plano Diretor e ao zoneamento urbano, poderá ser alterada uma
vez por ano, observado o disposto no art. 41 desta Lei.

§ 1º Para os efeitos do presente artigo será considerado o ano em que a lei tenha sido aprovada
pela Câmara Municipal.

§ 2º Ficam excluídas do disposto no "caput" deste artigo as alterações constantes de leis específicas
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que atendam às seguintes condições:

a) sejam aprovadas com o quorum estabelecido para a alteração da Lei Orgânica do Município; e
b) contenham dispositivo que autorize a exclusão do previsto no "caput" deste artigo". (Redação
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 18/1995)

QUESTÕES PROPOSTAS

01 - 2018 - FEPESE - CELESC - Advogado

É correto afirmar sobre a organização dos poderes:

a) Os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos antes da diplomação.


b) A partir da posse, os Deputados e Senadores serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal.
c) Recebida a denúncia contra membros do Congresso Nacional, os autos serão suspensos enquanto durar o
mandato.
d) Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos.
e) A sustação do processo penal contra parlamentar, enquanto durar o mandato, deverá ser analisada pela
respectiva Casa dentro de vinte e quatro horas.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 53, § 2º: “Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte
e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.”

B- CF/1988. Art. 53, § 1º: “Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.”

C- CF/1988. Art. 53, § 3º: “Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido
político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.”

D- CF/1988. Art. 53: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.”

E- CF/1988. Art. 53, § 4º: “O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável
de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.”

LETRA D

02 - 2017 - FEPESE - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil

A respeito do Princípio da Separação de Poderes (princípio do Direito Constitucional), assinale a alternativa


correta.

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a) O legislador constituinte originário elegeu a separação de Poderes como cláusula pétrea da Constituição
Federal de 1988.
b) São Poderes da República, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o
Ministério Público.
c) Como exemplo do sistema de freios e contrapesos do Princípio da Separação de Poderes, os membros do
Supremo Tribunal Federal são escolhidos pelo Senado Federal e se submetem à aprovação da Presidência da
República.
d) O Judiciário exerce tipicamente a jurisdição e a fiscalização contábil, financeira e orçamentária dos dinheiros
públicos.
e) O Poder Legislativo tem como função típica a atividade de legislação, sendo responsável pela edição de
medidas provisórias.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 60, § 4º: “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a
forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.”

B- CF/1988. Art. 2º: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.”

C- CF/1988. Art. 101: “O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada. Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.”

D- CF/1988. Art. 70, caput: “A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.”
CF/1988. Art. 71, caput: “O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...)”

E- CF/1988. Art. 84: “Compete privativamente ao Presidente da República: (...) XXVI - editar medidas
provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;”

LETRA A

03 - 2017 - FEPESE - Prefeitura de Criciúma - SC - Fiscal de Rendas

É correto afirmar sobre o poder legislativo.

a) Os Territórios serão representados unicamente por Deputados Federais.


b) A legislatura terá duração não excedente a um ano.
c) Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
d) Os Senadores serão eleitos por meio do sistema proporcional.
e) Cada Deputado Federal é eleito com dois suplentes.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 33, caput: “A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.”
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CF/1988. Art. 33, § 3º: “Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador,
nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instâncias,
membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a
Câmara Territorial e sua competência deliberativa.”

B- CF/1988. Art. 44: “O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal. Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.”

C- CF/1988. Art. 46, § 1º: “Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito
anos.”

D- CF/1988. Art. 46, caput: “O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.”

E- CF/1988. Art. 46, § 3º: “Cada Senador será eleito com dois suplentes.”

LETRA C

04 - 2014 - FEPESE - MPE-SC - Procurador do Estado

Assinale a alternativa correta.

a) É vedada a edição de medida provisória sobre matéria reservada à lei ordinária.


b) A Constituição poderá ser emendada mediante proposta de um quarto, no mínimo, dos membros da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
c) O processo legislativo compreende a elaboração de: emendas à Constituição; leis complementares; leis
ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias; decretos regulamentares; resoluções.
d) O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e
enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar
e) A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito
por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não
menos de sete décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 62, §1º: “É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (...) III: reservada a lei
complementar.”
B- CF/1988. Art. 60: “A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo,
dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;”
C- CF/1988. Art. 59: “O processo legislativo compreende a elaboração de: (...) VI - decretos legislativos;”
D- CF/1988. Art. 65: “O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de
discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se
o rejeitar.”
E- CF/1988. Art. 61, § 2º: “A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados
de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos
por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.”
LETRA D

05 - 2014 - FEPESE - Prefeitura de Florianópolis - SC - Auditor Fiscal

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Em atenção às atribuições do Poder Legislativo, assinale a alternativa correta de acordo com a Constituição da
República.

a) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar o referendo e convocar plebiscito.


b) Compete privativamente ao Senado Federal proceder à tomada de contas do Presidente da República,
quando não apresentadas ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa.
c) É da competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar.
d) É da competência exclusiva do Congresso Nacional aprovar por voto secreto, após arguição pública, a
escolha do Procurador-Geral da República.
e) Compete privativamente ao Senado Federal autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 49: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) XV - autorizar referendo e
convocar plebiscito;”
B- CF/1988. Art. 51: “Compete privativamente à Câmara dos Deputados: (...) II - proceder à tomada de
contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa;”
C- CF/1988. Art. 49: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) V - sustar os atos normativos
do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;”
D- CF/1988. Art. 52: “Compete privativamente ao Senado Federal: (...) III - aprovar previamente, por voto
secreto, após argüição pública, a escolha de: (...) e) Procurador-Geral da República;”

E- CF/1988. Art. 49: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) XVI - autorizar, em terras
indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;”

LETRA C

06 - 2014 - FEPESE - Prefeitura de Florianópolis - SC - Auditor Fiscal

Em atenção ao processo legislativo, e de acordo com a Constituição da República, o processo legislativo


compreende:

1. Elaboração de emendas à Constituição.


2. Elaboração de leis complementares e leis ordinárias.
3. Elaboração de leis delegadas.
4. Elaboração de medidas provisórias.
5. Elaboração de decretos legislativos e resoluções.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.


a) São corretas apenas as afirmativas 2 e 5.
b) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 5.
d) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 5.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5.

COMENTÁRIOS
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A, B, C, D e E:

CF/1988. Art. 59: “O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis
complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.”

LETRA E

07 - 2014 - FEPESE - Prefeitura de Florianópolis - SC - Auditor Fiscal

Em atenção ao processo legislativo, assinale a alternativa correta de acordo com a Constituição da República.

a) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria que vise a detenção ou sequestro de bens, de
poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro.
b) A Constituição poderá ser emendada por meio do instituto da iniciativa popular, mediante a apresentação
de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
c) A Constituição poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado
de sítio.
d) São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que disponham sobre nacionalidade e direitos
políticos.
e) A matéria constante de proposta de emenda constitucional havida por prejudicada pode ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 62, § 1º: “É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (...) II – que vise a
detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;”
B- CF/1988. Art. 60: “A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo,
dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais
da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros.”
C- CF/1988. Art. 60, § 1º: “A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou de estado de sítio.”
D- CF/1988. Art. 61, § 1º: “São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: I - fixem ou
modifiquem os efetivos das Forças Armadas; II - disponham sobre: a) criação de cargos, funções ou
empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; b) organização
administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração
dos Territórios; c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria; d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem
como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios; e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública,
observado o disposto no art. 84, VI; f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de
cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
E- CF/1988. Art. 60, § 5º: “A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada
não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.”
LETRA A

08 - 2012 - FEPESE - DPE-SC - Defensor Público

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Em se tratando de processo legislativo, é correto afirmar:

a) São de iniciativa privativa do Presidente da República os projetos de lei concernentes às normas gerais para
a organização das Defensorias Públicas nos estados.
b) A apresentação de projeto de lei por deputado, em matéria em que haja iniciativa privativa do Governador,
será sempre vício sanável, se o sucessor deste último sancionar o projeto, após aprovação pela Assembleia
Legislativa.
c) A apresentação de projeto de lei por deputado estadual, em matéria em que haja iniciativa privativa do
Chefe do Executivo, será vício sanável, mas só se o próprio Governador, que antes deveria ter apresentado o
projeto, vier pessoalmente a sancioná-lo.
d) A Constituição permite suprimir a discussão dos projetos de lei e reduzir todos os prazos de votação para
48 horas, quando a bancada oposicionista na Assembleia não exceder 15% do total de membros da casa
legislativa.
e) Para instituir uma região metropolitana, é necessária a aprovação de projeto de lei ordinária na Assembleia
Legislativa e nas Câmaras dos municípios abarcados por essa mesma região.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 61, § 1º: “São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: (...) II -
disponham sobre: (...) d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios;
B- "A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do
poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de lei,
ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da
inconstitucionalidade. Insubsistência da Súmula 5/STF. Doutrina. Precedentes." (ADI 2.867, Rel. Min. Celso
de Mello, julgamento em 3-12-2003, Plenário, DJ de 9-2-2007.) No mesmo sentido: ADI 2.305, Rel. Min.
Cezar Peluso, julgamento em 30-6-2011, Plenário, DJE de 5-8-2011; AI 348.800, Rel. Min. Celso de Mello,
decisão monocrática, julgamento em 5-10-2009, DJE de 20-10-2009; ADI 2.113, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJE de 21-8-2009; ADI 1.963-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento
em 18-3-1999, Plenário, DJ de 7-5-1999; ADI 1.070, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29-3-
2001, Plenário, DJ de 25-5-2001.

C- "A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do
poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de lei,
ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da
inconstitucionalidade. Insubsistência da Súmula 5/STF. Doutrina. Precedentes." (ADI 2.867, Rel. Min. Celso
de Mello, julgamento em 3-12-2003, Plenário, DJ de 9-2-2007.) No mesmo sentido: ADI 2.305, Rel. Min.
Cezar Peluso, julgamento em 30-6-2011, Plenário, DJE de 5-8-2011; AI 348.800, Rel. Min. Celso de Mello,
decisão monocrática, julgamento em 5-10-2009, DJE de 20-10-2009; ADI 2.113, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJE de 21-8-2009; ADI 1.963-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento
em 18-3-1999, Plenário, DJ de 7-5-1999; ADI 1.070, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29-3-
2001, Plenário, DJ de 25-5-2001.

D- A Constituição não prevê tal hipótese.

E- CF/1988. Art. 25, § 3º: “Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.”

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LETRA A

09 - 2012 - FEPESE - DPE-SC - Defensor Público

É correto afirmar:

a) É constitucionalmente vedada a edição de medidas provisórias no âmbito do direito societário e do direito


tributário.
b) O período de vigência da medida provisória é de 60 dias, iniciando-se sua votação no Senado.
c) Inexiste, no texto da Constituição da República, vedação geral à edição de medidas provisórias em matéria
de direito civil.
d) O STF já declarou inconstitucionais todas as medidas provisórias estaduais e municipais, por ser sua edição
possível apenas no âmbito da União e do Distrito Federal.
e) É constitucionalmente vedada a edição de medidas provisórias quando já houver lei ordinária regendo a
matéria

COMENTÁRIOS
A- Não há tal vedação. CF/1988. Art. 62, § 1º: “É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I -
relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito
penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; II - que vise a detenção ou
seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei
complementar; IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de
sanção ou veto do Presidente da República.”
B- CF/1988. Art. 62, § 3º: “As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia,
desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do §
7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações
jurídicas delas decorrentes. Art. 62, § 8º: “As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos
Deputados.”
C- CF/1988. Art. 62, § 1º: “É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: (...) b)
direito penal, processual penal e processual civil;”

D- "2. No julgamento da ADI 425, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 19.12.03, o Plenário desta Corte já havia
reconhecido, por ampla maioria, a constitucionalidade da instituição de medida provisória estadual,
desde que, primeiro, esse instrumento esteja expressamente previsto na Constituição do Estado e,
segundo, sejam observados os princípios e as limitações impostas pelo modelo adotado pela Constituição
Federal, tendo em vista a necessidade da observância simétrica do processo legislativo federal.” (STF,
Tribunal Pleno, ADI 2391 / SC - Ação Direta De Inconstitucionalidade, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE,
Julgamento: 16/08/2006 Órgão Julgador: Tribunal Pleno, Publicado no DJ 16-03-2007 PP-00020.
E- Não há tal vedação. CF/1988. Art. 62, § 1º: “É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I -
relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito
penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; II - que vise a detenção ou
seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei
complementar; IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de
sanção ou veto do Presidente da República.”
LETRA C
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10 - 2012 - FEPESE - DPE-SC - Defensor Público

Assinale a alternativa correta.

a) Nenhum imposto estadual poderá, em hipótese alguma, ser majorado por medida provisória no mesmo
exercício em que esta última houver sido editada.
b) Havendo veto presidencial pendente de apreciação pelo Congresso, fica vedada, em todo o território
nacional, a edição de medidas provisórias sobre quaisquer matérias.
c) O Tribunal de Contas do Estado deve definir sua estrutura administrativa básica observando o “Código de
Divisão e Organização Judiciárias”, bem como os atos da Presidência do Tribunal de Justiça.
d) Expedido o diploma, adquire o vereador plena imunidade. A partir de então, jamais poderá ser civilmente
responsabilizado se, discursando em qualquer parte do estado, vier a descrever como “desonestos” servidores
municipais.
e) Sendo livre o exercício da advocacia, sempre poderá o deputado estadual atuar como procurador de
empresas concessionárias de serviços públicos, inclusive ajuizando ações em face de entes políticos.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 62, § 2º: “Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto
os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se
houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.”

B- CF/1988. Art. 66, § 6º: “§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado
na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.”

C- CF/1988. Art. 75: “As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos
Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre
os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.”

D- CF/1988. Art. 29: “O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos: (...) VIII: inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício
do mandato e na circunscrição do Município;”
E- CF/1988. Art. 54: “Os Deputados e Senadores não poderão: (...) II - desde a posse: (...)c) patrocinar causa
em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";”
LETRA A

11 - 2012 - FEPESE - FATMA - Advogado

De acordo com o processo legislativo previsto na Constituição da República, é correto afirmar:

1. A Constituição da República poderá ser emendada mediante iniciativa popular.


2. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito
por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos em cinco Estados, com não
menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

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3. São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que disponham sobre a organização do
Ministério Público da União, bem como normas gerais para organização do Ministério Público dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios.
4. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a direito processual penal.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 1.


b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 3 e 4.
d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:

CF/1988:

Art. 60: “A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos
membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais
da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas,
pela maioria relativa de seus membros.”

Art. 61, § 2º: “A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.”

Art. 61, § 1º: “São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: (...) II - disponham sobre:
(...) d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para
a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios;”

Art. 62, § 1º: “É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: (...) b) direito penal,
processual penal e processual civil;

LETRA D

12 - 2011 - FEPESE - CELESC - Advogado

De acordo com a Constituição Federal, as funções exercidas por cada um dos Três Poderes estão divididas
entre típicas (predominantes) e atípicas (de natureza típica dos demais Poderes).

Constitui exemplo de atividade “típica”:

a) A edição de medidas provisórias, com força de lei, pelo Presidente da República.


b) A apreciação de defesas e recursos administrativos pelos órgãos do Poder Executivo.
c) O julgamento, pelo Senado, dos crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República.
d) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Poder Executivo promovida pelo Poder
Legislativo.
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e) A elaboração, pelos Tribunais, de seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das
garantias processuais das partes.

COMENTÁRIOS
A- Legislar é função atípica do Poder Executivo. A sua função típica é administrar a coisa pública.

B- Julgar é função atípica do Poder Executivo. A sua função típica é administrar a coisa pública.

C- Julgar é função atípica do Poder Legislativo. A sua função típica é legislar e fiscalizar.
D- Esta atribuição inclui-se entre as funções típicas do Poder Legislativo. CF/1988. Art. 70: “A fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração
direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.”
E- Legislar e administrar é função atípica do Poder Judiciário. A sua função típica é julgar, aplicando a lei a
um caso concreto que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses.

LETRA D

13 - 2010 - FEPESE - SEFAZ-SC - Analista financeiro (instituições financeiras)

Conforme disposto na Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa correta.

a) Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil garantir o desenvolvimento nacional.


b) São Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, independentes e harmônicos entre
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
c) A República Federativa do Brasil tem como fundamento a construção de uma sociedade livre, justa e
solidária.
d) Todo o poder emana do povo, que o exerce exclusivamente por meio de representantes eleitos.
e) A República Federativa do Brasil rege-se em suas relações internacionais pelos princípios da soberania e
dignidade da pessoa humana.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 3º: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (...) II –
garantir o desenvolvimento nacional;”

B- CF/1988. Art. 2º: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.”
C- CF/1988. Art. 1º: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa; V - o pluralismo político.
D- CF/1988. Art. 1º, parágrafo único: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
E- CF/1988. Art. 4º: “A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III -
autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII -
solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para
o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político.”
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LETRA A

14 - 2010 - FEPESE - SEFAZ-SC - Analista financeiro (instituições financeiras)

Assinale a alternativa correta.

a) Cada Senador será eleito com três suplentes.


b) O Senado Federal compõe-se de representantes eleitos pelo sistema proporcional.
c) Os Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de quatro anos.
d) Aos juízes é vedado dedicar-se à atividade político-partidária.
e) Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente do Senado Federal, o da Câmara dos
Deputados e o do Supremo Tribunal Federal.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 46, § 3º: “Cada Senador será eleito com dois suplentes.”

B- CF/1988. Art. 46: “O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal,
eleitos segundo o princípio majoritário.”

C- CF/1988. Art. 46, § 1º: “Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito
anos.”
D- CF/1988. Art. 95, parágrafo único: “Aos juízes é vedado: (...) III - dedicar-se à atividade político-
partidária.”
E- CF/1988. Art. 80: “Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos
respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara
dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.”

LETRA D

15 - 2010 - FEPESE - UDESC - Advogado

Acerca do processo legislativo, assinale a alternativa correta.

a) A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, intervenção estadual, de
estado de defesa ou de estado de sítio.
b) Podem os Estados-membros editar medidas provisórias em face do princípio da simetria, obedecidas as
regras básicas do processo legislativo no âmbito da União.
c) São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que disponham sobre organização
administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
Estados, dos Municípios e dos Territórios.
d) Decorrido o prazo de dez dias, o silêncio do Presidente da República importará em sanção do projeto de lei
encaminhado pelo Congresso Nacional.
e) Caso não apreciada no prazo de sessenta dias, a medida provisória entra em regime de urgência, ficando
sobrestadas as demais deliberações até que se ultime a sua votação.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 60, § 1º: “A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou de estado de sítio.”
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B- "EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRELIMINAR. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO.


PROCESSO LEGISLATIVO. MEDIDA PROVISÓRIA. COMPETËNCIA DO GOVERNADOR PARA EDITÁ-LA.
AUMENTO DE REMUNERAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS. INICIATIVA. DOAÇÃO DE BENS DO ESTADO.
MAJORAÇÃO DO PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NA ARRECADAÇÃO DO ICMS.
EFICÁCIA LEGAL LIMITADA NO TEMPO. PREJUDICIALIDADE. 1. Podem os Estados-membros editar
medidas provisórias em face do princípio da simetria, obedecidas as regras básicas do processo legislativo
no âmbito da União (CF, artigo 62)...." (ADI 425/TO, Rel. Min. Maurício Correa , julgado em 04/09/2002,
DJ 19/12/2003)
C- CF/1988. Art.61, § 1º: “São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
(...) II - disponham sobre: (...) b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária,
serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;”
D- CF/1988. Art. 66, § 3º: “Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará
sanção.”

E- CF/1988. Art. 66, § 6º: “Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados
de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do
Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações
legislativas da Casa em que estiver tramitando.”

LETRA B

16 - 2010 - FEPESE - UDESC - Advogado

Analise o texto abaixo:

"O controle .........................da União e das entidades da administração direta e indireta, a cargo
do............................, será exercido com o auxílio do .......................".

Assinale a alternativa que preenche correta e sequencialmente as lacunas do texto.

a) interno; Poder Judiciário;


Supremo Tribunal Federal
b) interno; Congresso Nacional;
Tribunal de Contas
c) externo; Congresso Nacional;
Tribunal de Contas
d) externo; Poder Judiciário;
Supremo Tribunal Federal
e) privado; Poder Judiciário;
Supremo Tribunal Federal.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:
CF/1988. Art. 71: “O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...)”
LETRA C

17 - 2018 - FCC - SABESP - Relações Públicas


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A República Federativa do Brasil se organiza com

a) tripartição dos poderes, sendo o Legislativo unicameral.


b) tripartição dos poderes, sendo o Legislativo bicameral.
c) Poder Legislativo plenipotenciário bicameral.
d) Poder Legislativo plenipotenciário unicameral.
e) tripartição dos poderes, sendo o Judiciário bicameral.

COMENTÁRIOS
O Estado brasileiro adotou a teoria da Tripartição dos Poderes, elaborada pelo filósofo Montesquieu,
segundo a qual as três principais funções estatais são exercidas por três órgãos distintos: Poder Legislativo,
Poder Executivo e Poder Judiciário.

Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Diante da tripartição de poderes, é falsa a afirmativa em que consta que o Poder Legislativo é
plenipotenciário, pois esta expressão serve para indicar que determinado órgão ou pessoa possui plenos
poderes (ou reúne em si todos os poderes).
No Brasil, o Poder Executivo possui como atribuições típicas a função de legislar e também a função de
fiscalização/controle externo. Apenas ocasionalmente, de forma atípica, exerce função executiva ou
jusrisdicional. Deste modo, não se pode dizer que se trata de um poder plenipotenciário.

O Poder Legislativo é bicameral, sendo o Congresso Nacional composto pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal:
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal.

Letra B

18 - 2018 - FCC - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Área Judiciária

A competência para resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional é exclusiva

a) do Presidente da República.
b) da Câmara dos Deputados.
c) do Congresso Nacional.
d) do Senado Federal.
e) do Supremo Tribunal Federal.

COMENTÁRIOS
CF - Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

Letra C

19 - 2018 - FCC - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador
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À luz do que dispõe a Constituição Federal acerca do Poder Legislativo, seus órgãos e atribuições,

a) os Deputados Federais e Senadores são eleitos pelo sistema majoritário.


b) os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de
suas Comissões, somente mediante convocação das respectivas mesas, para expor assunto de relevância de
seu Ministério.
c) perderá o mandato o Deputado ou Senador que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, a um
quarto das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada.
d) os Deputados e Senadores são obrigados, ante os princípios da publicidade e da moralidade administrativa,
a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato.
e) a Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão
exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal.

COMENTÁRIOS
A: ERRADA – os Deputados são eleitos pelo princípio proporcional, enquanto os Senadores são eleitos pelo
princípio majoritário.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional,
em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
princípio majoritário.

B: ERRADA – o comparecimento dos Ministros de Estado não se dá “somente mediante convocação das
respectivas mesas”:
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a
qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para
expor assunto de relevância de seu Ministério.

C: ERRADA – a fração correta é 1/3:


Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a
que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

D: ERRADA – A Constituição diz exatamente o oposto: que eles não são obrigados:
Art. 53. § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
informações.

E – correta.
Art. 57. § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais
cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados
e no Senado Federal.

Letra E

20 - 2018 - FCC - ALESE - Analista Legislativo - Processo Legislativo

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Com objetivo de atribuir maior estabilidade ao tratamento de determinada matéria, o Congresso Nacional
decide discipliná-la por meio de lei complementar, ainda que a Constituição da República não reserve essa
matéria à lei complementar. Nessa situação, com base no entendimento adotado pelo Supremo Tribunal
Federal - STF, uma vez publicada a lei,

a) a matéria poderá voltar a ser tratada por lei ordinária, desde que essa seja aprovada por 3/5 dos membros
de cada uma das Casas do Congresso.
b) a matéria por ela regrada não poderá mais ser tratada por lei ordinária, em razão da superioridade
hierárquica da lei complementar em face da lei ordinária, que obsta a alteração daquela por meio dessa.
c) fica obstada a edição de medida provisória disciplinando a matéria, uma vez que a Constituição da República
veda a edição de medida provisória sobre matéria reservada a lei complementar.
d) a matéria somente poderá voltar a ser tratada por lei ordinária se anteriormente for editada lei
complementar revogando a lei precedente.
e) não há óbice ao futuro tratamento da matéria por lei ordinária, na medida em que a lei editada é apenas
formalmente complementar.

COMENTÁRIOS

LETRA A: ERRADA – o quórum de votação de 3/5, por dois turnos de votação, se refere à aprovação de
Emendas Constitucionais.
O quórum de aprovação de leis complementares é de maioria absoluta.
O quórum de aprovação de leis ordinárias é de maioria simples.

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões
serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Letra B: ERRADA – de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, não há hierarquia entre
Lei Complementar e Lei Ordinária.

Letra C: ERRADA – como o próprio enunciado da questão afirma, a questão não trata de matéria reservada
à edição de lei complementar: “ainda que a Constituição da República não reserve essa matéria à lei
complementar”. Assim, a vedação contida no art. 62, §1º, III da Constituição não se aplica ao caso em
questão.

Letra D: ERRADA – O STF entende que, não havendo exigência constitucional de que a matéria seja tratada
por meio de Lei Complementar, então ela pode ser livremente modificada ou revogada por Lei Ordinária.
A lei em questão foi apenas formalmente aprovada pelo quórum da Lei Complementar, sendo assim
identificada, no entanto trata de matéria de Lei Ordinária, de forma que

Letra E – correta. Como já dito, a lei é apenas formalmente complementar.


A seguir trecho do RE 377.457/PR:
“Cuida-se de recurso extraordinário interposto pela União Federal com a finalidade de que seja declarada
a constitucionalidade da revogação, por meio da Lei 9.430/96, da isenção da COFINS concedida pela LC
70/91 às sociedade civis de prestação de serviços profissionais”
“A LC 70/91 é apenas formalmente complementar, mas materialmente ordinária, com relação aos
dispositivos concernentes à contribuição social por ela instituída”

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“Inexistência de relação hierárquica entre lei ordinária e lei complementar. Questão exclusivamente
constitucional, relacionada à distribuição material entre as espécies legais.”

Letra E

21 - 2018 - FCC - ALESE - Analista Legislativo - Processo Legislativo

Entendendo que os vencimentos de uma determinada carreira de servidores públicos integrante dos quadros
da Administração direta estadual encontram-se fixados em patamar muito inferior àquele praticado no âmbito
da iniciativa privada, João, deputado estadual, apresenta projeto de lei perante a Assembleia Legislativa de
determinado Estado, aumentando os vencimentos da referida carreira. O projeto em questão

a) apresenta vício de iniciativa, uma vez que a propositura de projeto de lei dessa natureza, quando realizada
por integrante do Poder Legislativo, depende da existência de autorização concedida ao parlamentar autor do
projeto, pelo Secretário de Estado responsável pela Secretaria a que se vincula a carreira beneficiada.
b) não apresenta vício de iniciativa, uma vez que a Constituição da República prevê que a remuneração dos
servidores públicos e o subsídio daqueles submetidos a esse regime somente poderão ser fixados ou alterados
por lei específica, atribuindo assim ao Poder Legislativo a iniciativa geral de leis que concedam aumento para
servidores integrantes da administração direta.
c) apresenta vício de iniciativa, uma vez que a Constituição da República, em norma de reprodução obrigatória
pelos Estados, prevê que as leis que disponham sobre criação de cargos na Administração direta ou aumento
de sua remuneração são de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.
d) não apresenta vício de iniciativa, já que, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, ao
assegurar aos servidores públicos o direito à revisão anual, a Constituição da República atribuiu aos
integrantes do Poder Legislativo a faculdade de, em caso de mora do Poder Executivo, propor projetos de lei
que concedam aumentos aos servidores públicos da administração direta.
e) apresenta vício de iniciativa, o qual, no entanto, conforme entendimento pacífico no Supremo Tribunal
Federal, poderá ser sanado caso, uma vez aprovado o projeto de lei pela Assembleia Legislativa, venha ele a
ser sancionado pelo Governador do Estado.

COMENTÁRIOS
Nos termos do art. 61, §1º, II da Constituição, compete privativamente ao Presidente da República a
iniciativa de leis para criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração.
Assim, no âmbito dos Estados, em observância ao princípio da simetria, a iniciativa de lei para aumento da
remuneração dos servidores deve partir do Governador do Estado.

A respeito da letra E, entende a Corte Superior (STF ADI 2867) que a sanção do projeto de lei não convalida
o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do poder de iniciativa .

Letra C

22 - 2018 - FCC - ALESE - Analista Legislativo - Processo Legislativo

Considere as seguintes proposições:

I. O processo legislativo das leis previsto na Constituição da República é cláusula pétrea, não podendo ser
modificado pelo poder reformador.

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II. Uma vez que a Constituição da República consagra a iniciativa popular, qualquer do povo poderá apresentar
projeto de lei ao Congresso Nacional.
III. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das casas do
Congresso Nacional.
IV. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República terão início na Câmara
dos Deputados.

À luz do disposto na Constituição da República, está correto o que se afirma APENAS em

a) I e IV.
b) II e III .
c) I e III .
d) I e II.
e) III e IV.

COMENTÁRIOS
I – FALSA – O processo legislativo não foi incluído como cláusula pétrea pelo artigo 60, § 4º:
Art. 60. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.

II – FALSA – a iniciativa popular não pode ser execida por qualquer um do povo. Ela exige a participação de
“no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não
menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles” (art. 61, § 2º).

III – VERDADEIRA
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto,
na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas
do Congresso Nacional.

IV – VERDADEIRA
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.

Letra E

23 - 2018 - FCC - ALESE - Analista Legislativo

A Constituição Federal, apesar de assegurar a independência recíproca do Poder Executivo e do Poder


Legislativo, prevê mecanismos de freios e contrapesos para que um Poder controle o outro. NÃO se inclui
entre esses mecanismos a competência

a) do Congresso Nacional para aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área
superior a dois mil e quinhentos hectares.
b) do Congresso Nacional para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
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c) do Congresso Nacional para autorizar, previamente, a intervenção federal, bem como para suspender essa
medida.
d) do Congresso Nacional para autorizar, previamente, o estado de sítio, bem como para suspender essa
medida.
e) das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para encaminhar pedidos escritos de informações
a Ministros do Estado.

COMENTÁRIOS
A questão pede a alternativa que NÃO SE INCLUI entre os mecanismos de freios e contrapesos.
Letra A – correta: redação do artigo 49, XVII da CF/88.
Letra B – correta: redação do artigo 49, V da CF/88.
Letra C – incorreta. Compete ao Congresso Nacional APROVAR e não autorizar a intervenção federal.
A intervenção federal é decretada pelo Presidente da República, sem necessidade de autorização do
Congresso, que deverá, entretanto, aprova-la posteriormente:

Art. 49. IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender
qualquer uma dessas medidas;

Letra D – correta: redação do artigo 49, IV da CF/88.


Letra E – correta: redação do artigo 50, § 2º da CF/88.

Letra C

24 - 2018 - FCC - ALESE - Analista Legislativo

O Governador de certo Estado da Federação pretende instituir programa pelo qual será facultado aos alunos
da rede pública estadual participarem de atividades desportivas extracurriculares no contraturno escolar,
ministradas por profissionais voluntários vinculados a entidades privadas que firmarem, nos termos da
legislação infraconstitucional pertinente, instrumentos jurídicos de parceria com o Estado. As despesas do
programa serão exclusivamente custeadas com recursos financeiros das entidades parceiras, não sendo
necessária a criação de novos cargos e órgãos públicos, nem a atribuição de novas competências à Secretaria
de Estado encarregada de executar o programa. Nesse contexto, a proposta do Governador poderá ser
viabilizada, à luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, mediante

a) encaminhamento de projeto de lei, de sua iniciativa privativa, uma vez que dependem de prévia autorização
legislativa as parcerias firmadas pela Administração pública.
b) encaminhamento de projeto de lei, de sua iniciativa privativa, uma vez que o programa demanda
reorganização da Administração pública, matéria que não pode ser objeto de ato normativo infralegal.
c) encaminhamento de projeto de lei, em matéria de iniciativa legislativa concorrente com o Parlamento, não
podendo o programa ser objeto de ato normativo infralegal.
d) edição de decreto dispondo sobre normas de organização e funcionamento da Administração para a
instituição e a execução do programa.
e) encaminhamento de projeto de lei, de sua iniciativa privativa, uma vez que a celebração de parcerias
equivalerá à criação de cargos públicos, matéria que não pode ser objeto de ato normativo infralegal.

COMENTÁRIOS
O enunciado menciona expressamente que “As despesas do programa serão exclusivamente custeadas com
recursos financeiros das entidades parceiras, não sendo necessária a criação de novos cargos e órgãos
públicos”.
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Não havendo a criação de cargos e órgãos públicos e nem o aumento de despesas para a Administração,
estamos a tratar da hipótese prevista no artigo 84, VI, alínea a da Constituição, o qual prevê que:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos.

Pelo princípio da simetria, tal disposição se aplica também aos Governadores dos Estados, Chefes do Poder
Executivo estadual.

Letra D

25 - 2018 - FCC - DPE-AP - Defensor Público

A Constituição Federal atribui autonomia administrativa e financeira às Defensorias Públicas, o que não afasta,
contudo, o controle a cargo do Tribunal de Contas, que engloba, entre outros aspectos,

I. a fixação do limite máximo de comprometimento de despesas com pessoal e custeio em geral.


II. autorização prévia para abertura de licitações com valor estimado do objeto acima de R$ 150.000,00.
III. julgamento de contratos administrativos, com possibilidade de aplicação de multa aos responsáveis, caso
identificada irregularidade.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) II e III.

COMENTÁRIOS
I – FALSO. Não se trata de competência do Tribunal de Contas. A Defensoria Pública possui autonomia
administrativa e financeira, garantida pela Constituição, de modo que a fixação do limite máximo de
despesa com pessoal e custeio em geral será realizada por legislação própria, não sendo competência do
Tribunal de Contas.

II – FALSO. Também não trata da competência do Tribunal de Contas, dentre aquelas previstas no artigo 71
da Constituição.

III – CORRETA:

CF, Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;
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VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

Letra C

26 - 2018 - FCC - PGE-TO - Procurador do Estado

Projeto de Lei estadual de iniciativa do Chefe do Poder Executivo cria órgão incumbido da realização de exames
médicos em crianças e adolescentes, bem como cargos públicos com atribuições voltadas para essas
atividades, tendo sido apresentada emenda parlamentar que acrescentou às competências do referido órgão
a realização gratuita de teste de maternidade e de paternidade aos beneficiários da Assistência Judiciária
Gratuita. Paralelamente foi apresentado projeto de lei de iniciativa parlamentar para obrigar o Poder Público
a realizar, gratuitamente, teste de maternidade e de paternidade aos beneficiários da Assistência Judiciária,
sem indicar o órgão estadual competente para desempenhar essa função. À luz das disposições da
Constituição Federal sobre processo legislativo,

a) o primeiro projeto de lei é constitucional, inclusive no que toca à apresentação da emenda parlamentar,
sendo, no entanto, inconstitucional o segundo, por tratar de matéria de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder
Executivo.
b) a emenda parlamentar é constitucional, assim como o segundo projeto de lei.
c) o primeiro projeto de lei é constitucional, inclusive no que toca à apresentação da emenda parlamentar,
sendo, no entanto, inconstitucional o segundo por criar despesa para o Poder Executivo.
d) ambos os projetos de lei são constitucionais, inclusive no que toca à apresentação da emenda parlamentar.
e) a emenda parlamentar é inconstitucional, uma vez que implicou aumento de despesas em projeto de lei de
iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo, sendo constitucional o segundo projeto de lei.

COMENTÁRIOS
A emenda parlamentar, referente ao primeiro projeto, é inconstitucional, em razão de vedação expressa
contida no art. 63, I da Constituição:

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:


I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e
§ 4º;
Assim, como essa emenda parlamentar criou competências que implicaram no aumento de despesa, ela
confronta com o dispositivo acima mencionado.

Já o segundo projeto de lei não apresenta qualquer vício, por não violar qualquer dispositivo que imponha
reserva legal para regulamentação da matéria. Não há criação de órgãos nem aumento de despesas – o
projeto apenas deixou a cargo do Poder Executivo decidir qual órgão seria o responsável pela execução do
serviço.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara
dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo
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Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos
casos previstos nesta Constituição.

Letra E

27 - 2018 - FCC - PGE-TO - Procurador do Estado

Certo Estado, ao editar lei dispondo sobre a estrutura dos órgãos do Poder Executivo, determinou, entre
outras medidas:

Art. 1º O Chefe do Poder Executivo poderá, mediante decreto, promover as reformas necessárias à adequação
dos órgãos, entes e unidades integrantes das suas estruturas básica e operacional, compreendendo:
I. criação e extinção, fixando-lhes as respectivas competências, denominações e atribuições;
II. vinculação, denominação e estrutura operacional;
III. a criação e as atribuições de cargos públicos.

À luz da Constituição Federal, trata-se de lei que se mostra

a) inconstitucional no que toca à autorização para que Decreto crie e extinga órgãos públicos, e que fixe as
respectivas competências e atribuições, bem como para que crie cargos públicos e que defina suas atribuições.
b) constitucional, uma vez que cabe ao Poder Executivo dispor sobre as matérias que a Lei delegou à disciplina
por Decreto, sendo esse o instrumento normativo adequado para instituir regulamentos para a fiel execução
das leis.
c) inconstitucional apenas no que toca à autorização para que Decreto crie cargos públicos, uma vez que as
demais matérias se inserem no âmbito da competência constitucional do Governador para discipliná-las
mediante Decreto.
d) inconstitucional no que toca à autorização para que Decreto crie e extinga órgãos, bem como para que crie
cargos públicos, embora possa a Lei delegar ao Governador a fixação das atribuições de cargos públicos por
Decreto.
e) inconstitucional apenas no que toca à autorização para que Decreto crie cargos públicos, bem como para
que defina suas atribuições, podendo delegar ao Governador a disciplina das demais matérias por Decreto.

COMENTÁRIOS
O Chefe do Poder executivo, por simetria ao previsto no art. 84 da Constituição, pode dispor, mediante
Decreto, somente sobre a organização e funcionamento da Administração (hipótese prevista no item II). O
texto constitucional é expresso ao vedar a criação ou extinção de órgãos, funções e cargos públicos, SALVO
se estes últimos estiverem vagos:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Letra A

28 - 2018 - FCC - PGE-TO - Procurador do Estado

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Suponha que em 31 de dezembro de 2017 foi editada lei de iniciativa do Tribunal de Contas da União
aumentando a remuneração dos respectivos servidores, embora tenha sido constatado que o projeto de lei
não estava amparado em prévia dotação orçamentária suficiente para arcar com a vantagem remuneratória
no exercício de 2018. A falta de previsão de dotação orçamentária para fazer frente às despesas criadas pela
lei fundamentou o ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal
contra o referido ato normativo federal. Nessa situação, considerando o disposto na Constituição Federal e a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a lei federal mostra-se

a) compatível formal e materialmente com a Constituição Federal, não sendo exigível a prévia dotação
orçamentária para que a lei seja aplicada no exercício de 2018.
b) incompatível com a Constituição Federal, por ter sido aprovada sem prévia dotação orçamentária suficiente,
o que, embora não autorize sua declaração de inconstitucionalidade em sede de ação direta, impede que seja
aplicada em 2018.
c) incompatível com a Constituição Federal, devendo ser declarada formalmente inconstitucional, uma vez
que o projeto de lei tratou de matéria de iniciativa privativa de uma das Casas do Congresso Nacional.
d) incompatível com a Constituição Federal, devendo ser declarada formalmente inconstitucional, uma vez
que o projeto de lei tratou de matéria de iniciativa privativa do Presidente da República.
e) incompatível com a Constituição Federal, por ter sido aprovada sem prévia dotação orçamentária suficiente,
devendo ser declarada inconstitucional por esse motivo.

COMENTÁRIOS
A resposta pode ser extraída do seguinte julgado:
“Por outro lado, se, conforme reiterada jurisprudência da Corte, a falta de previsão orçamentária não
resultaria na declaração de inconstitucionalidade, somente podendo implicar ao máximo a ineficácia, no
campo prático, do próprio aumento concedido naquele exercício financeiro, o próprio decurso do tempo
que se passou desde a edição das leis atacadas, bem como a concessão de novos reajustes posteriores,
revelam a completa inutilidade de eventual declaração de inconstitucionalidade, já que não subsistem
quaisquer efeitos jurídicos a serem regulados, frustrando-se, assim, a finalidade do processo de controle
concentrado de constitucionalidade. Isso posto, não conheço da presente arguição, prejudicados os pedidos
de aditamento da inicial. Publique-se. Arquive-se. Brasília, 3 de fevereiro de 2011. Ministro DIAS TOFFOLI
Relator
(ADPF 9, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 03/02/2011)”

Assim, entendeu o Supremo que não há vício de constitucionalidade na legislação mencionada – a ausência
de dotação orçamentária não gera a inconstitucionalidade da lei editada, impedindo tão somente a sua
aplicação naquele mesmo exercício financeiro.

Letra B

29 - 2018 - FCC - PGE-TO - Procurador do Estado

O princípio da separação de poderes, erigido como cláusula pétrea da Constituição da República, traduzindo
o sistema de freios e contrapesos do regime democrático, impõe restrições à atividade do Poder Legislativo,
entre as quais,

I. inconstitucionalidade de leis de iniciativa parlamentar instituindo programas de governo, que estabeleçam


competências ou atribuições específicas para órgãos da Administração.
II. vedação à apresentação de projetos de lei que gerem despesa, salvo na forma de emenda à Lei
Orçamentária Anual.
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III. restrição ao poder de emendar projetos de iniciativa privativa do Chefe do Executivo quando a emenda
não guarde pertinência temática com a proposição original, apresentando matéria diversa.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.
b) I.
c) I e III.
d) III.
e) II e III.

COMENTÁRIOS
I – CORRETA. Tais leis são de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, nos termos do art. 61, § 1º,
II, “a”, “c” e “e”, da CF/88.

II – INCORRETA. Não é vedada a edição de qualquer projeto de lei que gere despesas. As vedações
constitucionais se limitam aos casos previstos no art. 61 - matérias relativas ao funcionamento da
administração pública, notadamente no que se refere a servidores e órgãos do Poder Executivo.

III – CORRETA. As emendas parlamentares aos projetos de lei de iniciativa privativa do Poder Executivo e
Judiciário são admitidas, desde que guardem pertinência temática com o projeto e não importem em
aumento de despesas.

Letra C

30 - 2018 - FCC - DPE-AM - Analista - Administrador

Pedro, diretor da área responsável pelo controle interno da Administração direta e autárquica de determinado
Estado, teve conhecimento, em auditoria realizada em entidade autárquica da área de apoio à pesquisa
universitária, de desvios de recursos públicos praticados por gestores responsáveis por indicar projetos
contemplados com verbas de programa gerenciado naquele âmbito. Considerando o escopo da atividade de
controle interno e as disposições constitucionais que disciplinam o tema, Pedro

a) deverá dar ciência da irregularidade ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade
solidária.
b) está obrigado a oficiar imediatamente o Ministério Público Estadual, para ajuizamento de ação de
improbidade.
c) deverá finalizar o relatório de auditoria e, apenas na hipótese de constatar enriquecimento ilícito de agente
público, encaminhar os autos ao Tribunal de Contas do Estado.
d) deverá oficiar, simultaneamente, o Tribunal de Contas do Estado e o órgão competente do Ministério
Público, sustando o procedimento de apuração no âmbito da auditoria interna.
e) somente estará obrigado a informar o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado, se constatar a
prática de crime contra a Administração.

COMENTÁRIOS
A resposta surge da combinação dos seguintes dispositivos da Constituição Federal:

Art. 74. § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade
ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
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Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos
de Contas dos Municípios.

Assim, por se tratar de controle interno realizado no âmbito estadual, então o responsável deve dar ciência
das irregularidades ao Tribunal de Contas do Estado.

Letra A

31 – 2015 - CESPE - TJ-DFT - Juiz de direito

Acerca da organização administrativa, da administração pública e da ordem social, assinale a opção correta
considerando a jurisprudência do STF.

a) Caso um município não cumpra lei federal válida, será permitido à União decretar intervenção federal nesse
município para garantir a execução da ordem legal.
b) Situação hipotética: O governador de um estado da Federação foi flagrado pela Polícia Federal portando
valor recebido para favorecer determinada empresa em uma licitação. Assertiva: Nesse caso, o agente político
está sujeito tanto à responsabilização política mediante impeachment, desde que ainda seja titular do referido
mandato eletivo, quanto à responsabilização cível por improbidade administrativa.
c) O texto constitucional estabeleceu contribuição previdenciária sobre aposentadorias e pensões e, assim,
extinguiu a imunidade contributiva dos aposentados e pensionistas vinculados ao regime geral de previdência
social e ao regime dos servidores públicos.
d) Caso haja intenção de desmembrar um município, deve ser feita consulta por meio de plebiscito à
população da área a ser desmembrada, mas não há exigência legal nesse sentido no que se refere à população
remanescente.
e) Situação hipotética: Um estado da Federação editou lei que proíbe a contratação, pela administração desse
estado, de empresas de parentes de ocupantes de cargo de governador e de secretário de Estado. Assertiva:
Nesse caso, a lei editada é inconstitucional por violar a exclusividade da União para legislar sobre licitações e
contratos.

COMENTÁRIOS
A – CF/88 – Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

CF/88 - Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:

Portanto, o que se vê é que o artigo 34, da CF/88, permite a intervenção da União apenas nos Estados ou
no Distrito Federal, desde que identificadas uma das hipóteses arroladas em seus incisos. Já o artigo 35, da
CF/88, permite a intervenção dos Estados em seus Municípios ou da União nos Municípios localizados em
Territórios Federais caso identificadas uma das hipóteses contidas em seus incisos (que, ainda assim, não
abrange a situação prevista no inciso VI do artigo 34: “prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
judicial”.

B - EMENTA: “Medida cautelar inominada incidental” – improbidade administrativa – agente político –


comportamento alegadamente ocorrido no exercício de mandato de governador de estado – Possibilidade
de dupla sujeição tanto ao regime de responsabilização política, mediante “impeachment” (lei nº 1.079/50),
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desde que ainda titular de referido mandato eletivo, quanto à disciplina normativa da responsabilização
civil por improbidade administrativa (lei nº 8.429/92) – extinção subsequente do mandato de governador
de estado – exclusão do regime fundado na lei nº 1.079/50 (art. 76, parágrafo único) – pleito que objetiva
extinguir processo civil de improbidade administrativa, em razão de, à época dos fatos, a autora ostentar a
qualidade de chefe do poder executivo – legitimidade, contudo, de aplicação, a ex-governador de estado,
do regime jurídico fundado na lei nº 8.429/92 – doutrina – precedentes – regime de plena responsabilidade
dos agentes estatais, inclusive dos agentes políticos, como expressão necessária do primado da ideia
republicana – o respeito à moralidade administrativa como pressuposto legitimador dos atos
governamentais – pretensão que, se acolhida, transgrediria o dogma republicano da responsabilização dos
agentes públicos – decisão que negou seguimento à ação cautelar – interposição de recurso de agravo –
parecer da procuradoria-geral da república por seu improvimento – recurso de agravo a que se nega
provimento. (STF, 2T, AC 3585 AgR / RS, Rel. Min. Celso de Mello, j. 02/09/14)

Conforme voto do relator: “ (...)”Esse entendimento jurisprudencial , por sua vez, mereceu especial
destaque de JOSÉ ROBERTO PIMENTA OLIVEIRA (“ Improbidade Administrativa e sua Autonomia
Constitucional ”, p. 425/428, item n. 11.1, 2009, Fórum), cuja lição , no tema, bem analisou esse específico
aspecto da controvérsia, especialmente no ponto em que destacou , tratando-se de determinados agentes
políticos, a legitimidade da convivência entre o regime jurídico de responsabilização político--administrativa
( Lei nº 1.079/50 e DL nº 201/67), de um lado, e o regime jurídico de responsabilização civil por improbidade
administrativa ( Lei nº 8.926/92), de outro: “ A similaridade do ‘conteúdo político’ das sanções por
improbidade e por crime de responsabilidade não autoriza ilação no sentido de que os ‘agentes políticos’
estão salvaguardados da primeira, porque sujeitos ao processo e julgamento das infrações político-
constitucionais. Inexiste no sistema republicano adotado pela Constituição Federal restrição à categoria de
agente público que possa ser retirado do campo de incidência do regime sancionatório civil. A regra do
artigo 37, § 4º não contém nenhum elemento autorizatório de qualquer redução do seu raio de alcance
subjetivo . A República não admite diferenciação de responsabilidade de agentes públicos, senão as
estritamente catalogadas na própria ordem jurídica que a instaura, sobretudo temática afeta ao controle
da atuação funcional. Estruturado um sistema vocacionado à tutela direta da probidade no seio da coisa
pública, não há como isentar determinados agentes com fulcro na aventada complexidade da situação
funcional ou das atribuições de certo agente público republicano. (…).

C - CF/88 - Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201

D – CF/88 - Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a


União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
(...)
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,
dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei.

OBS: Perceba que o §4º do artigo 18 da CF/88 se vale da expressão “populações dos Municípios envolvidos”,
não diferenciando aquela da área a ser desmembrada e aquela da área remanescente. Ademais:

LEI N. 9.709/98
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Art. 5º O plebiscito destinado à criação, à incorporação, à fusão e ao desmembramento de Municípios, será
convocado pela Assembléia Legislativa, de conformidade com a legislação federal e estadual.

Art. 7º Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4º e 5º entende-se por população diretamente
interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento;
em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o
acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da
população consultada.

STF - ADI: 2650 DF, Relator: Min. DIAS TOFFOLI:


EMENTA - Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 7º da Lei 9.709/98. Alegada violação do art. 18, § 3º,
da Constituição. Desmembramento de estado-membro e município. Plebiscito. Âmbito de consulta.
Interpretação da expressão “população diretamente interessada”. População da área desmembranda e da
área remanescente. Alteração da Emenda Constitucional nº 15/96: esclarecimento do âmbito de consulta
para o caso de reformulação territorial de municípios. Interpretação sistemática. Aplicação de requisitos
análogos para o desmembramento de estados. Ausência de violação dos princípios da soberania popular e
da cidadania. Constitucionalidade do dispositivo legal. Improcedência do pedido. 1. Após a alteração
promovida pela EC 15/96, a Constituição explicitou o alcance do âmbito de consulta para o caso de
reformulação territorial de municípios e, portanto, o significado da expressão “populações diretamente
interessadas”, contida na redação originária do § 4º do art. 18 da Constituição, no sentido de ser necessária
a consulta a toda a população afetada pela modificação territorial, o que, no caso de desmembramento,
deve envolver tanto a população do território a ser desmembrado, quanto a do território remanescente.
Esse sempre foi o real sentido da exigência constitucional - a nova redação conferida pela emenda, do
mesmo modo que o art. 7º da Lei 9.709/98, apenas tornou explícito um conteúdo já presente na norma
originária. 2. A utilização de termos distintos para as hipóteses de desmembramento de estados-membros
e de municípios não pode resultar na conclusão de que cada um teria um significado diverso, sob pena de
se admitir maior facilidade para o desmembramento de um estado do que para o desmembramento de um
município. Esse problema hermenêutico deve ser evitado por intermédio de interpretação que dê a mesma
solução para ambos os casos, sob pena de, caso contrário, se ferir, inclusive, a isonomia entre os entes da
federação. O presente caso exige, para além de uma interpretação gramatical, uma interpretação
sistemática da Constituição, tal que se leve em conta a sua integralidade e a sua harmonia, sempre em
busca da máxima da unidade constitucional, de modo que a interpretação das normas constitucionais seja
realizada de maneira a evitar contradições entre elas. Esse objetivo será alcançado mediante interpretação
que extraia do termo “população diretamente interessada” o significado de que, para a hipótese de
desmembramento, deve ser consultada, mediante plebiscito, toda a população do estado-membro ou do
município, e não apenas a população da área a ser desmembrada. 3. A realização de plebiscito abrangendo
toda a população do ente a ser desmembrado não fere os princípios da soberania popular e da cidadania.
O que parece afrontá-los é a própria vedação à realização do plebiscito na área como um todo. Negar à
população do território remanescente o direito de participar da decisão de desmembramento de seu estado
restringe esse direito a apenas alguns cidadãos, em detrimento do princípio da isonomia, pilar de um Estado
Democrático de Direito. 4. Sendo o desmembramento uma divisão territorial, uma separação, com o
desfalque de parte do território e de parte da sua população, não há como excluir da consulta plebiscitária
os interesses da população da área remanescente, população essa que também será inevitavelmente
afetada. O desmembramento dos entes federativos, além de reduzir seu espaço territorial e sua população,
pode resultar, ainda, na cisão da unidade sociocultural, econômica e financeira do Estado, razão pela qual
a vontade da população do território remanescente não deve ser desconsiderada, nem deve ser essa
população rotulada como indiretamente interessada. Indiretamente interessada - e, por isso, consultada
apenas indiretamente, via seus representantes eleitos no Congresso Nacional - é a população dos demais
estados da Federação, uma vez que a redefinição territorial de determinado estado-membro interessa não
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apenas ao respectivo ente federativo, mas a todo o Estado Federal. 5. O art. 7º da Lei nº 9.709, de 18 de
novembro de 1998, conferiu adequada interpretação ao art. 18, § 3º, da Constituição, sendo, portanto,
plenamente compatível com os postulados da Carta Republicana. A previsão normativa concorre para
concretizar, com plenitude, o princípio da soberania popular, da cidadania e da autonomia dos estados-
membros. Dessa forma, contribui para que o povo exerça suas prerrogativas de cidadania e de autogoverno
de maneira bem mais enfática. 6. Ação direta julgada improcedente. (STF – ADI: 2650 DF, Relator: Min. DIAS
TOFFOLI, Data de Julgamento: 24/08/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-218 DIVULG 16-11-2011
PUBLIC 17-11-2011 EMENT VOL-02627-01 PP-00001)

E – CF/88 – Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto
no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°,
III;

O fato de o artigo 22, XXVII, da Constituição definir como competência privativa da União legislar certas
matérias permite aos Estados, ainda, legislarem suplementarmente, conforme disposto no § 2º do artigo
24 da Constituição:

Art. 24, § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.

Portanto, o que estaria vedado aos Estados seria dispor diversamente de matéria já disposta na Lei n.
8.666/93, que traz normas gerais de licitações e contratos administrativos. Como a situação contida na
questão não se amolda a nenhuma regra prevista naquela legislação ordinária, entende-se perfeitamente
possível que o ente público disponha acerca da matéria.

LETRA B

32 – 2015 – CESPE - - TJ-DFT - Juiz de direito

Acerca dos Poderes Legislativo e Executivo, assinale a opção correta de acordo com a CF e com a jurisprudência
do STF.

a) Situação hipotética: Durante entrevista veiculada pela televisão, um senador da República criticou
severamente determinada política de governo, a qual, à época, estava em discussão no Senado Federal.
Assertiva: Como o parlamentar emitiu sua opinião fora do âmbito do Congresso Nacional, ele poderá ser
responsabilizado nas esferas civil e penal, embora tenha havido vinculação entre seus comentários e o
desempenho de seu mandato.
b) O TCU e, pelo princípio da simetria, os tribunais de contas estaduais, têm legitimidade para requisitar,
diretamente, informações que importem a quebra de sigilo bancário.
c) É competência do Senado Federal sustar ato regulamentar emitido por agência reguladora que crie
obrigação não prevista em lei.
d) Uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) instalada para apurar denúncias de desvios de verbas em
determinada empresa pública não tem competência para ordenar a indisponibilidade dos bens dos envolvidos,
ainda que haja fortes indícios da materialidade das condutas.
e) Se determinada comissão da Câmara dos Deputados conseguir a aprovação, no Congresso Nacional, de
projeto de lei que seria de iniciativa privativa do presidente da República, então, nesse caso, a sanção
presidencial do referido projeto convalidará o vício de iniciativa.
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COMENTÁRIOS
A – STF - AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO RE 299109 RJ (STF). Data de publicação: 31/05/2011.
EMENTA: IMUNIDADE PARLAMENTAR EM SENTIDO MATERIAL (INVIOLABILIDADE) - SUPERVENIÊNCIA DA
EC 35 /2001 - ÂMBITO DE INCIDÊNCIA - NECESSIDADE DE QUE OS “DELITOS DE OPINIÃO” TENHAM SIDO
COMETIDOS NO EXERCÍCIO DO MANDATO LEGISLATIVO OU EM RAZÃO DELE - INDISPENSABILIDADE DA
EXISTÊNCIA DESSE NEXO DE IMPLICAÇÃO RECÍPROCA - AUSÊNCIA, NA ESPÉCIE, DESSE VÍNCULO CAUSAL -
OCORRÊNCIA DA SUPOSTA PRÁTICA DELITUOSA, PELO DENUNCIADO, EM MOMENTO ANTERIOR AO DE SUA
INVESTIDURA NO MANDATO PARLAMENTAR - CONSEQÜENTE INAPLICABILIDADE, AO CONGRESSISTA, DA
GARANTIA DA IMUNIDADE PARLAMENTAR MATERIAL - QUESTÃO DE ORDEM QUE SE RESOLVE NO SENTIDO
DE REJEITAR A OCORRÊNCIA DA “ABOLITIO CRIMINIS” E DE ORDENAR A CITAÇÃO DO CONGRESSISTA
DENUNCIADO. - A garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53,
“caput”) - que representa um instrumento vital destinado a viabilizar o exercício independente do mandato
representativo - somente protege o membro do Congresso Nacional, qualquer que seja o âmbito espacial
(“locus”) em que este exerça a liberdade de opinião (ainda que fora do recinto da própria Casa legislativa),
nas hipóteses específicas em que as suas manifestações guardem conexão com o desempenho da função
legislativa (prática “in officio”) ou tenham sido proferidas em razão dela (prática “propterofficium”), eis que
a superveniente promulgação da EC 35 /2001 não ampliou, em sede penal, a abrangência tutelar da cláusula
da inviolabilidade. - A prerrogativa indisponível da imunidade material - que constitui garantia inerente ao
desempenho da função parlamentar (não traduzindo, por isso mesmo, qualquer privilégio de ordem
pessoal) - não se estende a palavras, nem a manifestações do congressista, que se revelem estranhas ao
exercício, por ele, do mandato legislativo. - A cláusula constitucional da inviolabilidade (CF, art. 53, “caput”),
para legitimamente proteger o parlamentar, supõe a existência do necessário nexo de implicação recíproca
entre as declarações moralmente ofensivas, de um lado, e a prática inerente ao ofício congressional, de
outro. Doutrina. Precedentes. […].” (grifamos). Nesse mesmo sentido: (STF – Inq. 1.944/DF, rel. Min. Ellen
Gracie (01.10.2003); STF – Inq. 1.344/DF, rel. Min. SepúlvedaPertence.).

B – STF - MANDADO DE SEGURANÇA. MS 22801 DF (STF). Data de publicação: 13/03/2008.


EMENTA: Mandado de Segurança. Tribunal de Contas da União. Banco Central do Brasil. Operações
financeiras. Sigilo. 1. A Lei Complementar nº 105, de 10/1/01, não conferiu ao Tribunal de Contas da União
poderes para determinar a quebra do sigilo bancário de dados constantes do Banco Central do Brasil. O
legislador conferiu esses poderes ao Poder Judiciário (art. 3º), ao Poder Legislativo Federal (art. 4º), bem
como às Comissões Parlamentares de Inquérito, após prévia aprovação do pedido pelo Plenário da Câmara
dos Deputados, do Senado Federal ou do plenário de suas respectivas comissões parlamentares de
inquérito (§§ 1º e 2º do art. 4º). 2. Embora as atividades do TCU, por sua natureza, verificação de contas e
até mesmo o julgamento das contas das pessoas enumeradas no artigo 71, II, da Constituição Federal,
justifiquem a eventual quebra de sigilo, não houve essa determinação na lei específica que tratou do tema,
não cabendo a interpretação extensiva, mormente porque há princípio constitucional que protege a
intimidade e a vida privada, art. 5º, X, da Constituição Federal, no qual está inserida a garantia ao sigilo
bancário. 3. Ordem concedida para afastar as determinações do acórdão nº 72/96 - TCU - 2ª Câmara (fl. 31),
bem como as penalidades impostas ao impetrante no Acórdão nº 54/97 - TCU - Plenário. […].” Nesse mesmo
sentido: (STF – Inq. 3215 RS, Data de Publicação: 24/09/2013).

OBS: Importante ter atenção ao fato de que, embora os Tribunais de Contas não tenham competência para
determinar a quebra do sigilo fiscal dos contribuintes, conforme ampla jurisprudência do STF, é reconhecido
ao TCU a determinação de indisponibilidade de bens dos responsáveis, com lastro no poder geral de cautela
decorrente de suas atribuições constitucionais. Nesse sentido:

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“Mandado de Segurança. 2. Tribunal de Contas da União. Tomada de contas especial. 3. Dano ao patrimônio
da Petrobras. Medida cautelar de indisponibilidade de bens dos responsáveis. 4. Poder geral de cautela
reconhecido ao TCU como decorrência de suas atribuições constitucionais. 5. Observância dos requisitos
legais para decretação da indisponibilidade de bens. 6. Medida que se impõe pela excepcional gravidade
dos fatos apurados. Segurança denegada.” (STF - MS 33092, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda
Turma, julgado em 24/03/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-160 DIVULG 14-08-2015 PUBLIC 17-08-2015)

OBS2: O STF tem manifestado entendimento, como regra, de que embora o TCU não detém competência
para requisitar informações que importem na quebra do sigilo bancário dos responsáveis, em respeito ao
princípio constitucional da proteção à intimidade e à vida privada (como visto da jurisprudência acima).
Contudo, em determinadas situações onde se verifique relevante interesse da sociedade de se conhecer o
destino dos recursos públicos (por exemplo, operações de crédito originárias de recursos públicos
financiadas por entidades financeiras públicas), o TCU possuirá a prerrogativa constitucional de acessar
diretamente tais informações, visto que operações financeiras envolvendo recursos públicos não dizem
respeito à vida privada de qualquer cidadão. Nesse sentido:

"O sigilo de informações necessárias para a preservação da intimidade é relativizado quando se está diante
do interesse da sociedade de se conhecer o destino dos recursos públicos. Operações financeiras que
envolvam recursos públicos não estão abrangidas pelo sigilo bancário a que alude a Lei Complementar
105/2001, visto que as operações dessa espécie estão submetidas aos princípios da administração pública
insculpidos no art. 37 da Constituição Federal. Em tais situações, é prerrogativa constitucional do Tribunal
[TCU] o acesso a informações relacionadas a operações financiadas com recursos públicos.” (MS 33.340,
rel. min. Luiz Fux, julgamento em 26-5-2015, Primeira Turma, DJE de 3-8-2015.)

C- CF/88 - Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional.


V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa;

D - Como seus poderes se destinam apenas à investigação e instrução do inquérito legislativo, e não a
assegurar a eficácia de eventual decisão futura, a CPI não pode decretar medidas acautelatórias, tais como
indisponibilidade de bens de particulares, proibição de ausentar-se do País, arresto, sequestro ou hipoteca
judiciária. (STF – MS 23.480, rel. Min. Sepúlveda Pertence (DJ 15.09.2000).
“Impossibilidade jurídica de CPI praticar atos sobre os quais incida a cláusula constitucional da reserva de
jurisdição, como a busca e apreensão domiciliar (...). Possibilidade, contudo, de a CPI ordenar busca e
apreensão de bens, objetos e computadores, desde que essa diligência não se efetive em local inviolável,
como os espaços domiciliares, sob pena, em tal hipótese, de invalidade da diligência e de ineficácia
probatória dos elementos informativos dela resultantes. Deliberação da CPI/Petrobras que, embora não
abrangente do domicílio dos impetrantes, ressentir-se-ia da falta da necessária fundamentação substancial.
Ausência de indicação, na espécie, de causa provável e de fatos concretos que, se presentes, autorizariam
a medida excepcional da busca e apreensão, mesmo a de caráter não domiciliar.” (MS 33.663-MC, rel. min.
Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 19-6-2015, DJE de 18-8-2015.)

E – “A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do


poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de lei,
ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da
inconstitucionalidade. Insubsistência da Súmula 5/STF.” [ADI 2.867, rel. min. Celso de Mello, j. 3-12-
2003, P, DJ de 9-2-2007.] (ADI 2.305, rel. min. Cezar Peluso, j. 30-6-2011, P, DJE de 5-8-2011) (A Constituição
e o Supremo – artigo 61, §1º - http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=%20797)

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LETRA D

33 - 2015 – VUNESP - Câmara Municipal de Itatiba – SP - Advogado

Nos termos do Decreto nº 201/67, assinale a alternativa correta sobre a responsabilidade de prefeitos e
vereadores.

a) Os crimes de responsabilidade do Prefeito Municipal são sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário,


independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores.
b) Comete crime de responsabilidade o Prefeito Municipal que, sem motivo justo, desatende as convocações
ou pedidos de informações da Câmara.
c) As infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais não estão sujeitas ao julgamento do Poder
Judiciário.
d) O Vereador não pode ter seu mandato cassado por fixar residência fora do Município.
e) Comete infração político-administrativa o Prefeito Municipal que antecipar ou inverter a ordem de
pagamento a credores do Município, sem vantagem para o erário.

COMENTÁRIOS
A – Decreto n. 201/67 - Artigo 1º - "São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao
julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores": (...)

B – Decreto n. 201/67 - Artigo 4º, III - São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas
ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato: (...) III - Desatender,
sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de informações da Câmara, quando feitos a tempo e em
forma regular;

C - Apelação Cível em Mandato de Segurança MS 20120779542 SC 2012.077954-2 (Acórdão) (TJ-SC) Data


de publicação: 16/09/2013 Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. RESOLUÇÃO DE INSTAURAÇÃO DE
COMISSÃO PROCESSANTE DESTINADA A APURAR INFRAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA PRATICADA POR
PREFEITO MUNICIPAL. DECRETO-LEI N. 201 /1967. COMPETÊNCIA DA CASA LEGISLATIVA PARA PROCESSAR
E JULGAR O ALCAIDE NA FORMA DOS ARTS. 4º E 5º DO MENCIONADO DECRETO-LEI A DESPEITO DE OS
FATOS EMBASADORES DO PROCESSO POSSIVELMENTE CONFIGURAREM TAMBÉM ILÍCITO PENAL E CIVIL. "A
mesma conduta pode ser submetida tanto ao crivo do Poder Judiciário quanto à apreciação da Câmara
Municipal, para os fins dos artigos 1º e 4º do Decreto-lei nº 201 /67, que prevêem, respectivamente,
hipóteses de crime em tese e de infrações político-administrativas" (TJMG, AC n. 1.0000.00.337857-7, rel.
Des. Silas Vieira, j. 20-5-2004). IMPOSSIBILIDADE, EM PRINCÍPIO, DE ANÁLISE QUANTO À EXISTÊNCIA DE
JUSTA CAUSA A EMBASAR A DELIBERAÇÃO ASSEMBLEAR, CUJO CARÁTER É INTERNA CORPORIS. "A
competência para julgar infrações político-administrativas de Prefeito Municipal é da Câmara de
Vereadores, cabendo ao Poder Judiciário o controle da legalidade do processo, mas não os aspectos
políticos da decisão" (RMS n. 26.404/MG, rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. 20-5-2008). RECURSO A QUE SE
NEGA PROVIMENTO.

D – Decreto n. 201/67 - Artigo 7º - A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador, quando:


(...) II - Fixar residência fora do Município;

E - Decreto n. 201/67 - Artigo 1º - São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao
julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: (...)
Inciso XII - Antecipar ou inverter a ordem de pagamento a credores do Município, sem vantagem para o
erário;
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LETRA A

34 - 2015 - FCC - TCM-RJ - Procurador

Tribunal de Contas do Município pretende propor, perante o Supremo Tribunal Federal, a edição de súmula
vinculante relativa à interpretação de normas constitucionais que dispõem sobre os requisitos para aquisição
do direito à aposentadoria pelo regime de previdência oficial. Planeja, ainda, propor ao Supremo Tribunal
Federal a revisão de súmula vinculante que trata do exercício do contraditório e da ampla defesa nos processos
em curso perante Tribunais de Contas. Considerando as normas jurídicas que regem o tema, o Tribunal de
Contas do Município

a) não poderá propor a edição, tampouco a revisão das súmulas vinculantes, por faltar-lhe legitimidade para
tanto.
b) não poderá propor a edição da súmula vinculante, por faltar-lhe legitimidade para tanto, mas poderá propor
a revisão da súmula vinculante.
c) poderá propor a edição e a revisão das súmulas vinculantes, tendo em vista que, além de ter legitimidade
para tanto, preenche o requisito da pertinência temática entre a matéria objeto das súmulas e as atividades
exercidas pelo Tribunal.
d) poderá propor a edição e a revisão das súmulas vinculantes, tendo em vista ter legitimidade para tanto,
sendo irrelevante a demonstração da pertinência temática entre a matéria objeto das súmulas e as atividades
exercidas pelo Tribunal.
e) poderá propor a edição da súmula vinculante, por ter legitimidade para tanto, mas falta-lhe legitimidade
para propor a revisão da súmula vinculante.

COMENTÁRIOS
A – LEI 11.417/06 - Art. 3º - São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado
de súmula vinculante:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os
Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os
Tribunais Militares.
§ 1º O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a
revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do
processo.

B / C / D / E – LEI 11.417/06 - Art. 3º - os Tribunais de Contas não são legitimados a propor a edição, a revisão
e sequer o cancelamento de enunciado de súmula vinculante.

LETRA A
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35 - 2015 - FCC - MANAUSPREV - Procurador Autárquico

À luz do estatuto constitucional dos congressistas, o Deputado Federal que, no exercício de seu primeiro
mandato há dois anos, seja investido no cargo de Secretário de Educação do Município de Manaus

a) perderá o mandato, devendo a perda ser declarada pela Mesa da Câmara dos Deputados, de ofício ou
mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso
Nacional, assegurada ampla defesa.
b) perderá o mandato, desde que assim o decidam dois terços dos membros da Câmara dos Deputados,
mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.
c) não perderá o mandato, podendo, inclusive, optar pela remuneração deste.
d) não perderá o mandato, por se tratar de cargo de que é demissível ad nutum, o que constitui exceção à
proibição de acumulação de cargo e mandato público eletivo.
e) perderá o mandato, por infração à proibição de acumulação de cargo e mandato público eletivo, devendo
ser realizada nova eleição para preencher a vaga na Câmara dos Deputados, caso não haja suplente.

COMENTÁRIOS
A / B / D / E – CF/88 – Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito
Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;

C – CF/88 – Art. 56, I c/c §3º


CF - Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito
Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;
§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.

O membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-se no cargo de ministro de
Estado não perde os laços que o unem, organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56, I). Consequentemente,
continua a subsistir em seu favor a garantia constitucional da prerrogativa de foro em matéria penal (Inq
777-3-QO/TO, rel. min. Moreira Alves, DJ de 1º-10-1993), bem como a faculdade de optar pela
remuneração do mandato (CF, art. 56, § 3º). Da mesma forma, ainda que licenciado, cumpre-lhe guardar
estrita observância às vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto constitucional do congressista,
assim como às exigências ético-jurídicas que a Constituição (CF, art. 55, § 1º) e os regimentos internos das
casas legislativas estabelecem como elementos caracterizadores do decoro parlamentar. Não obstante, o
princípio da separação e independência dos poderes e os mecanismos de interferência recíproca que lhe
são inerentes impedem, em princípio, que a Câmara a que pertença o parlamentar o submeta, quando
licenciado nas condições supramencionadas, a processo de perda do mandato, em virtude de atos por ele
praticados que tenham estrita vinculação com a função exercida no Poder Executivo (CF, art. 87, parágrafo
único, I, II, III e IV), uma vez que a Constituição prevê modalidade específica de responsabilização política
para os membros do Poder Executivo (CF, arts. 85, 86 e 102, I, c). Na hipótese dos autos, contudo, embora
afastado do exercício do mandato parlamentar, o Impetrante foi acusado de haver usado de sua influência
para levantar fundos junto a bancos "com a finalidade de pagar parlamentares para que, na Câmara dos
Deputados, votassem projetos em favor do Governo" (Representação 38/2005, formulada pelo PTB). Tal
imputação se adequa, em tese, ao que preceituado no art. 4º, IV, do Código de Ética e Decoro Parlamentar
da Câmara dos Deputados que qualifica como suscetíveis de acarretar a perda do mandato os atos e
procedimentos levados a efeito no intuito de "fraudar, por qualquer meio ou forma, o regular andamento
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dos trabalhos legislativos para alterar o resultado de deliberação". [MS 25.579 MC, rel. p/ o ac. min. Joaquim
Barbosa, j. 19-10-2005, P, DJ de 24-8-2007.]

LETRA C

36 - 2015 - FCC - TCM-GO - Procurador

De acordo com o regime jurídico constitucional dos congressistas,

a) as hipóteses de perda de mandato de Deputado ou Senador são definidos na Constituição taxativamente,


não se admitindo analogias e extensões jurisprudenciais
b) a perda do mandato do Deputado ou Senador que, depois de empossado, se mantém como sócio
controlador de empresa que goza de favor decorrente de contrato com seu Estado de origem, será declarada
pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de partido político representado no
Congresso Nacional
c) perderá o mandato o Deputado ou Senador que for nomeado Secretário Municipal de capital de Estado
distinto da circunscrição pela qual foi eleito.
d) é constitucionalmente válida a perda de mandato por quebra de decoro imposta a Deputado ou Senador
que esteja regularmente licenciado, por atos praticados na constância da licença.
e) a Casa a qual pertence o parlamentar que responde a processo criminal poderá, pelo voto da maioria de
seus membros, sustar o andamento da ação penal se o crime tiver sido praticado antes da diplomação.

COMENTÁRIOS
A – CF/88 - Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a
que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso
das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevida

B – CF/88 – Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:


II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo
Senado Federal, por maioria absoluta, mediante PROVOCAÇÃO da respectiva Mesa ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício
ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso
Nacional, assegurada ampla defesa.

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C – CF/88 - Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito
Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária

D - "O membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-se no cargo de ministro de
Estado não perde os laços que o unem, organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56, I). (...). (...) ainda que
licenciado, cumpre-lhe guardar estrita observância às vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto
constitucional do congressista, assim como às exigências ético-jurídicas que a Constituição (CF, art. 55, § 1º)
e os regimentos internos das casas legislativas estabelecem como elementos caracterizadores do decoro
parlamentar." (MS 25.579-MC, rel. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, julgamento em 19-10-2005, Plenário, DJ
de 24-8-2007.)

E – CF/88 - Art. 53, §3º - Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido APÓS a
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido
político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação

LETRA D

37 - 2014 - FCC - : PGE-RN - Procurador do Estado

No curso de investigações promovidas por Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI instalada no âmbito da
Câmara dos Deputados, referente a suposto desvio de verbas na execução de contratos celebrados por órgão
da Administração federal, o Presidente da Comissão revela aos demais membros da Comissão ter recebido
informações relacionadas tanto ao objeto da CPI, como ao de ação penal que tramita perante órgão judicial
de primeira instância na qual figuram como réus os sócios de empresa que mantém contrato com o órgão
administrativo investigado pelo parlamento. Nesse caso,

a) a ação penal deverá ser remetida para o Supremo Tribunal Federal, em virtude da prerrogativa de foro
assegurada aos membros do Congresso Nacional, a fim de que seja colhido o depoimento do Presidente da
CPI.
b) o Presidente da CPI não estará obrigado a testemunhar sobre as informações que recebeu, tampouco sobre
quem as forneceu, ainda que intimado judicialmente para esse fim.
c) o Presidente da CPI poderá ser obrigado a testemunhar sobre as informações que recebeu, assim como
sobre quem as forneceu, caso seja intimado judicialmente para esse fim, sob pena de suspensão de seus
direitos políticos e consequente declaração de perda de seu mandato.
d) o Presidente da CPI poderá ser obrigado a testemunhar sobre as informações que recebeu, mas não sobre
quem as forneceu, caso seja intimado judicialmente para esse fim, em virtude da garantia constitucional ao
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
e) a CPI deverá encaminhar as informações em questão ao Supremo Tribunal Federal, para decisão quanto ao
eventual desmembramento da ação penal atualmente em trâmite perante órgão de primeira instância,
visando colher o depoimento do Presidente da CPI.

COMENTÁRIOS
A / B / C / D / E – CF/88 - Art. 53, §6º. Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações.

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OBS: Deve-se observar que os réus da ação penal são apenas os sócios de pessoa jurídica de direito privado
que mantém contrato com o órgão administrativo investigado pelo Parlamento. Muita atenção porque não
há a garantia de foro privilegiado por prerrogativa de função aos sócios de empresa, daí não haver remessa
da ação para julgamento pelo STF.

OBS2: Embora não seja objeto da questão, cabe trazer um alerta! Caso a questão trouxesse a informação
de que os réus da ação penal são, simultaneamente, os sócios da empresa e, também, alguma autoridade
pública que detenha a prerrogativa do foro privilegiado (a exemplo dos parlamentares), incidiria, no caso,
a Súmula n. 704, do STF. Vejamos:

Súmula 704, do STF: “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a
atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos
denunciados”.

"Não obstante o fato de apenas um dos réus ostentar a prerrogativa de foro, é inequívoco que se trata de
imputação de prática delitiva em coautoria. Cuida-se, portanto, de típico caso de competência determinada
pela continência, estabelecida no art. 77, inciso I, do CPP. A propósito, esta Corte já sumulou entendimento,
Súmula 704, segundo a qual 'não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo
legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de
um dos denunciados'. É certo, por outro lado, que a regra do simultaneusprocessus não é absoluta. O
próprio Código de Processo Penal, em seu art. 80, prevê a exceção à regra, da seguinte forma: 'Art. 80. Será
facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de
tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a
prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação'. Nesse sentido, o
Supremo Tribunal Federal tem admitido o desmembramento do processo nos casos em que o excessivo
número de acusados possa trazer prejuízo à prestação jurisdicional e, dessa forma, seja conveniente a
separação como exceção à unidade de processo e julgamento da causa (Agravo Regimental na Ação Penal
n. 336-4/TO, Rel.Min. Carlos Velloso, julgada em 1º de setembro de 2004, DJ 10.12.2004; Ação Penal 351-
1/SC, Relator Ministro Marco Aurélio, julgada em 12 de agosto de 2004, DJ 17.9.2004; Questão de Ordem
no Inquérito n° 1.871- 6/GO, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 11 de junho de 2003, DJ 1.8.2003; PET
(Questão de Ordem) n° 2.020-1/MG, Relator Ministro Néri da Silveira, julgado em 8 de agosto de 2001, DJ
31.8.2001; outros casos: Pet n° 3.100/TO, Rel. Min. Carlos Velloso, 1.3.2004; Inq-QO n° 5.592/MG, Rel. Min.
Octavio Gallotti, DJ 19.2.1993; Inq-QO n° 6.751/PB, Rel. Min. Néri da Silveira, DJ 25.3.1994). Todavia, não
há na jurisprudência do Tribunal critério objetivo sobre as hipóteses de desmembramento. O que ocorre,
na prática, é que cada relator, atento às peculiaridades do caso concreto e no que diz respeito à
conveniência da instrução e ao princípio da razoável duração do processo, decide monocraticamente se
procede ou não ao desmembramento." (Inq 3507, Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno,
julgamento em 8.5.2014, DJe de 11.6.2014)

LETRA B

38 – 2014 – VUNESP - IPT-SP - Advogado

A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da


Administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida

a) pelo Tribunal de Contas da União, pela Controladoria-Geral da União e pelo Ministério Público Federal.
b) pelo Congresso Nacional, pelo Tribunal de Contas e pelo Ministério Público Federal.
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c) pelo sistema de controle interno de cada Poder e pelo Ministério Público Federal
d) pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
e) pelo Tribunal de Contas da União, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.

COMENTÁRIOS
A / B / C / D / E - CF - Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

OBS: Embora não seja objeto da questão, que envolvia apenas a literalidade do texto constitucional, cabe
fazer um alerta a respeito de jurisprudência correlata ao tema, especificamente quando a situação narrada
envolver questionamento sobre qual órgão será competente para fiscalizar a aplicação de verbas públicas:

“A Controladoria-Geral da União (CGU) pode fiscalizar a aplicação de verbas federais onde quer que elas
estejam sendo aplicadas, mesmo que em outro ente federado às quais foram destinadas. A fiscalização
exercida pela CGU é interna, pois feita exclusivamente sobre verbas provenientes do orçamento do
Executivo”. [RMS 25.943, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 24-11-2010, P, DJE de 2-3-2011.]

LETRA D

39 – 2014 - FCC - TJ-AP - Juiz de direito

Féres, Deputado Federal, foi preso em flagrante pela prática de ato que configura crime de racismo.
Considerando a disciplina das imunidades parlamentares na Constituição da República, Féres

a) poderia ter sido preso, uma vez que racismo constituiu crime inafiançável, devendo os autos, nesse caso,
ser remetidos dentro de 24 horas à Câmara dos Deputados para que, pelo voto da maioria de seus membros,
resolva sobre a prisão.
b) não poderia ter sido preso, pois os membros do Congresso Nacional possuem imunidade formal desde a
expedição do diploma.
c) poderia ter sido preso, uma vez que racismo constitui crime inafiançável, porém, pela natureza do crime,
não terá direito a foro privilegiado, devendo ser submetido a julgamento perante o Juiz do local do crime.
d) não poderá ser processado por crime de racismo porque os Deputados Federais são invioláveis, civil e
penalmente, por suas opiniões, palavras e votos.
e) poderá ser processado pelo Supremo Tribunal Federal, o qual só receberá a denúncia contra o Deputado
Federal mediante autorização de, no mínimo, 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados.

COMENTÁRIOS
A / B / D – CF/88 - Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

CF/88 – Art. 5º, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;

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C – CF/88 - Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal.

E - CF – Art. 53, §3º - Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido
político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.

Na forma do Art. 53, § 3º, da Constituição Federal, o STF não necessita de autorização da Câmara dos
Deputados para receber denúncia contra Deputado Federal. O dispositivo prevê apenas a possibilidade da
respectiva Casa sustar o andamento da ação, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto
da maioria de seus membros.

LETRA A

40 - 2017 - VUNESP - Prefeitura de São José dos Campos - SP - Procurador

Considerando as regras constitucionais acerca da imunidade parlamentar, a respeito da prisão processual de


Deputado Federal, é correto afirmar que o parlamentar

a)não poderá ser preso em flagrante, independentemente do crime que cometeu, devendo ser obtida a
licença da respectiva Casa Legislativa para que possa ser processado criminalmente.
b)poderá ser preso em flagrante, independentemente do crime que cometeu, mas deverá ser obtida a licença
da respectiva Casa Legislativa para que possa ser processado criminalmente.
c)poderá ser preso em flagrante se o crime cometido for inafiançável e a manutenção da prisão independerá
de autorização da Câmara dos Deputados.
d)poderá ser preso em flagrante, independentemente do crime cometido, mas a manutenção da prisão
dependerá de autorização da respectiva Casa Legislativa no caso de crime afiançável.
e)poderá ser preso em flagrante se o crime cometido for inafiançável, devendo os autos ser remetidos em 24
horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

COMENTÁRIOS
CF - Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

LETRA E

41 - 2014 – VUNESP - Câmara Municipal de São José dos Campos – SP - Advogado

Perderá o mandato o Deputado ou Senador

a) que sofrer condenação criminal por órgão colegiado, independentemente do trânsito em julgado.
b) investido no cargo de Ministro de Estado.
c) que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
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d) investido no cargo de Governador de Território.
e) que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que
pertencer, mesmo em caso de licença ou missão diplomática.

COMENTÁRIOS
A – CF – Art. 55 - Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

B / D – CF – Art. 56 - Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I. investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito
Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;

C – CF – Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

E – CF – Art. 55 - Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


III. que deixar de comparecer em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que
pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

LETRA C

42 – 2014 - CESPE - TCE-PB - Procurador

Considerando que lei estadual, de iniciativa parlamentar, viesse a revogar dispositivos da Lei Orgânica do
TCE/PB (LO-TCE/PB) que versem acerca da organização desse tribunal, assinale a opção correta de acordo com
as normas constitucionais e a jurisprudência do STF.

a) A lei hipotética em questão seria inconstitucional, pois a LO- TCE/PB deverá ser alterada por resolução
expedida pelo próprio tribunal.
b) A lei em questão seria inconstitucional, pois a matéria nela versada somente poderia ser objeto de decreto
expedido pelo governador do estado.
c) Considerando que o TCE/PB é órgão auxiliar do Poder Legislativo, cabe a este a iniciativa de lei que disponha
sobre a LO-TCE/PB, razão por que a lei em consideração seria constitucional.
d) Na hipótese considerada, apesar de a iniciativa legislativa caber ao TCE/PB, tal vício poderia ser sanado com
a sanção do projeto de lei pelo governador do estado.
e) A referida lei seria inconstitucional, pois cabe ao próprio TCE/PB a iniciativa privativa para instaurar processo
legislativo que pretenda alterar sua organização e seu funcionamento.

COMENTÁRIOS
A / B / C – CF/88 – Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito
Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber,
as atribuições previstas no art. 96.

CF/88 - Art. 96. Compete privativamente:


II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias

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“Conforme reconhecido pela Constituição de 1988 e por esta Suprema Corte, gozam as Cortes de Contas
do país das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o que inclui, essencialmente, a iniciativa
reservada para instaurar processo legislativo que pretenda alterar sua organização e seu funcionamento,
como resulta da interpretação sistemática dos arts. 73, 75 e 96, II, d, da CF (...).” (ADI 4.418-MC, rel. min.
Dias Toffoli, julgamento em 6-10-2010, Plenário, DJE de 15-6-2011.) Vide: ADI 1.994, rel. min. Eros Grau,
julgamento em 24-5-2006, Plenário, DJ de 8-9-2006.''.

D – "O desrespeito à prerrogativa de iniciar o processo de positivação formal do Direito, gerado pela
usurpação do poder sujeito à cláusula de reversa, traduz vício jurídico de gravidade inquestionável, cuja
ocorrência reflete típica hipótese de inconstitucionalidade formal, apta a infirmar, de modo irremissível, a
própria integridade jurídica do ato legislativo eventualmente editado. Dentro desse contexto - em que se
ressalta a imperatividade da vontade subordinante do poder constituinte -, nem mesmo a aquiescência do
Chefe do Executivo mediante sanção ao projeto de lei, ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, tem
o condão de sanar esse defeito jurídico radical. Por isso mesmo, a tese da convalidação das leis resultantes
do procedimento inconstitucional de usurpação - ainda que admitida por esta Corte sob a égide da
Constituição de 1946 (Súmula n.º 5) - não mais prevalece, repudiada que foi seja em face do magistério da
doutrina (...), seja, ainda, em razão da jurisprudência dos Tribunais, inclusive a desta Corte (...)." (ADI 1197,
Relator Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgamento em 18.5.2017, DJe de 31.5.2017)

Nesse mesmo sentido: “A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante
da usurpação do poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do chefe do Poder Executivo, mediante sanção
do projeto de lei, ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical
da inconstitucionalidade. Insubsistência da Súmula 5/STF. Doutrina. Precedentes." (ADI 2.867, Rel.
Min.Celso de Mello, julgamento em 3-12-2003, Plenário, DJ de 9-2-2007.) No mesmo sentido: ADI 2.305,
Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 30-6-2011, Plenário,DJE de 5-8-2011; AI 348.800, Rel. Min. Celso de
Mello, decisão monocrática, julgamento em 5-10-2009, DJE de 20-10-2009; ADI 2.113, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJE de 21-8-2009; ADI 1.963-MC, Rel. Min.Maurício Corrêa,
julgamento em 18-3-1999, Plenário, DJ de 7-5-1999; ADI 1.070, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento
em 29-3-2001, Plenário, DJ de 25-5-2001.

E – Por considerar usurpado, em princípio, o poder de iniciativa reservado constitucionalmente aos


Tribunais de Contas para instaurar processo legislativo que visa alterar sua organização e seu
funcionamento, o Tribunal deferiu, com efeitos ex tunc, pedido de medida cautelar em duas ações diretas
de inconstitucionalidade propostas, respectivamente, pela Associação dos Membros dos Tribunais de
Contas do Brasil - ATRICON e pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, para suspender a
eficácia da Lei 2.351/2010, do Estado de Tocantins. A norma impugnada, de origem parlamentar, alterou e
revogou diversos dispositivos da Lei Orgânica do Tribunal de Contas daquele ente federativo.
Preliminarmente, na linha de precedentes firmados pela Corte, assentou-se a legitimidade ativa ad causam
da ATRICON, bem como se entendeu configurada a pertinência temática. Em seguida, sem adentrar o
exame de cada artigo do diploma adversado, reputou-se configurado o aparente vício de iniciativa,
porquanto não caberia ao Poder Legislativo estadual, mediante projeto de lei de iniciativa parlamentar,
propor modificações em dispositivos da Lei Orgânica do Tribunal de Contas estadual. Enfatizou-se que
apenas a própria Corte de Contas teria a prerrogativa de fazer instaurar processo legislativo concernente à
alteração desse diploma normativo, sob pena de se neutralizar sua atuação independente. Consignou-se,
por fim, que a lei em questão, além de acarretar conflitos institucionais entre o Tribunal de Contas e a
Assembleia Legislativa, subtrairia daquele competências fiscalizatórias e interferiria em sua autonomia
administrativa e financeira. Vencido o Min. Marco Aurélio que deferia a medida cautelar com eficácia ex
nunc por considerar que a natureza do pronunciamento do Supremo seria acautelador e não reparador.

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ADI 4418 MC/TO, rel. Min. Dias Toffoli, 6.10.2010. (ADI-4418)ADI 4421 MC/TO, rel. Min. Dias Toffoli,
6.10.2010. (ADI-4421)

LETRA E

43 – 2014 - CESPE - TCE-PB - Procurador

De acordo com as normas constitucionais e a jurisprudência do STF acerca das CPIs, assinale a opção correta.

a) Caso seja impetrado mandado de segurança em face de ato de CPI que tenha determinado a quebra do
sigilo fiscal do impetrante, e, em seguida, sejam encerrados os trabalhos da CPI, o julgamento do writ deverá
prosseguir, em virtude do temor do impetrante de eventual uso abusivo das informações.
b) As CPIs podem ser criadas para a apuração de fato determinado, ainda que sobre esses mesmos fatos já
tenham sido instaurados inquéritos policiais ou processos judiciais.
c) A CF exige que a criação das CPIs se dê sempre em conjunto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal, mediante requerimento de um terço de seus membros. No âmbito dos estados, pelo princípio da
simetria, exige-se um terço dos membros da assembleia legislativa
d) Caso o investigado já tenha prestado depoimento perante a CPI, eventual habeas corpus preventivo
impetrado com o fim de garantir-lhe o exercício de seu direito ao silêncio será necessariamente considerado
prejudicado, ainda que o paciente informe a existência de reconvocação para prestar novos depoimentos.
Nessas situações, deverá ser impetrado novo habeas corpus.
e) Devido ao fato de possuírem os poderes de investigação próprios das autoridades policiais, as CPIs poderão
determinar a quebra ou transferência de sigilos bancário, fiscal e de dados.

COMENTÁRIOS
A – AG. REG. no Mandado de Segurança nº 25.459/DF – STF – Data do julgamento: 04/02/2010.
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. Impetração contra ato de Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI.
Extinção desta. Prejuízo conseqüente do pedido daquele. Extinção do processo, sem julgamento de mérito.
Agravo improvido. Precedentes. Encerrados os trabalhos de Comissão Parlamentar de Inquérito, contra a
qual tenha sido impetrado, extingue-se, sem julgamento de mérito, o processo de mandado de segurança.

B – "Preenchidos os requisitos constitucionais, impõe-se a criação da CPI, que não depende, por isso mesmo,
da vontade aquiescente da maioria legislativa. Atendidas tais exigências, cumpre, ao presidente da Casa
legislativa, adotar os procedimentos subsequentes e necessários à efetiva instalação da CPI, não lhe
cabendo qualquer apreciação de mérito sobre o objeto da investigação parlamentar, que se revela possível,
dado o seu caráter autônomo (RTJ177/229 – RTJ 180/191-193), ainda que já instaurados, em torno dos
mesmos fatos, inquéritos policiais ou processos judiciais. (...)" (MS 24.831, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 22-6-2005, Plenário)"

Vale lembrar: NOVO: “(...) além da função contramajoritária fiscalizatória do Poder Executivo,
reiteradamente assentada por esta Corte, as CPI’s figuram como instrumento essencial das atividades
parlamentares como um todo, na medida em que objetivam ‘reunir dados e informações para o exercício
das funções constitucionais conferidas ao Parlamento’ (FERRAZ, Anna Cândida da Cunha. Conflito entre
poderes. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1994, p. 174), de forma que viabilizam a atividade parlamentar
em sua plenitude. Em outras palavras, incumbe às Comissões em apreço não apenas as atividades de
fiscalização. As CPI’s também têm como horizonte instrumentalizar a atividade legiferante do Parlamento,
a avaliação da conveniência de alocação de recursos e de financiamento de políticas públicas, etc. Nesse
cenário, é natural que se confira às CPI’s ampla autonomia para o exercício do relevante múnus. (...) Há,
portanto, espaço para que o Parlamento se movimente com certa discricionariedade nos quadrantes das
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diversas possíveis linhas investigativas a serem traçadas. (...) o âmbito de atuação da CPI deve ser
compreendido não apenas a partir do destinatário subjetivo da apuração, mas, sobretudo, do âmbito
material de investigação à luz das funções essenciais conferidas pela Constituição Federal ao Congresso
Nacional. (...) Como se nota, atos praticados na esfera privada não são imunes à investigação parlamentar,
desde que evidenciada a presença de interesse público potencial em tal proceder. Sendo assim, mais que
sustentáculo da responsabilização civil ou criminal, a apuração empreendida no contexto das CPI’s deve
guardar relação instrumental com o conjunto das atividades parlamentares. Ou seja, o que deve ser
perquirido, portanto, é a existência potencial de interesse público no objeto de investigação, sob a
perspectiva das competências, no caso concreto, do Senado Federal. (...) Sendo assim, considerando que
os fatos apurados têm abrangência nacional, relacionam-se ao futebol, esporte de inegável predileção
nacional (nas palavras de NELSON RODRIGUES, ‘o Brasil é a pátria das chuteiras’), e reconhecendo que o
tema está inserido nas competências legislativas do Congresso Nacional (desporte e lazer como
instrumentos de promoção social), não verifico que a investigação incorra em devassa desprovida de
interesse público ou que desborde da competência constitucional das CPI’s. (...) Mesmo que se admita que
o impetrante não figure como investigado formal, diante da condição de alto dirigente da CBF, ao que
parece, encontra-se em situação de íntima ligação aos fatos em apuração, de forma que sua focalização
como alvo não escapa dos limites do fato que motivou a constituição da comissão. Ora, se o objetivo da
Comissão é investigar atos praticados pela CBF, é natural, e até inevitável, que a apuração recaia também
sobre seus altos dirigentes, notadamente do impetrante. Além disso, segundo a jurisprudência deste
Supremo, a CPI ‘não está impedida de investigar fatos que se ligam, intimamente, com o fato principal’ (HC
71231, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, julgado em 05/05/1994).” (MS 33.751, voto do rel. p/o ac.
min. Edson Fachin, julgamento em 9-12-2015, Segunda Turma, DJE de 31-3-2016.)

C – CF/88 – Art. 58, §3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo
suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade
civil ou criminal dos infratores.

Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.619/SP – STF – Data do julgamento: 01/08/2006


Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 34, § 1º, E 170, INCISO I, DO REGIMENTO
INTERNO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. COMISÃO PARLAMENTAR DE
INQUÉRITO. CRIAÇÃO. DELIBERAÇÃO DO PLÉNARIO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. REQUISITO QUE NÃO
ENCONTRA RESPALDO NO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. SIMETRIA. OBSERVÂNCIA COMPULSÓRIA
PELOS ESTADOS-MEMBROS. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 58, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. A
Constituição do Brasil assegura a um terço dos membros da Câmara dos Deputados e a um terço dos
membros do Senado Federal a criação da comissão parlamentar de inquérito, deixando porém ao próprio
parlamento o seu destino. 2. A garantia assegurada a um terço dos membros da Câmara ou do Senado
estende-se aos membros das assembleias legislativas estaduais --- garantia das minorias. O modelo federal
de criação e instauração das comissões parlamentares de inquérito constitui matéria a ser
compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais. 3. A garantia da instalação da CPI
independe de deliberação plenária, seja da Câmara, do Senado ou da Assembleia Legislativa. Precedentes.
4. Não há razão para a submissão do requerimento de constituição de CPI a qualquer órgão da Assembleia
Legislativa. Os requisitos indispensáveis à criação das comissões parlamentares de inquérito estão
dispostos, estritamente, no artigo 58 da CB/88. 5. Pedido julgado procedente para declarar
inconstitucionais o trecho "só será submetido à discussão e votação decorridas 24 horas de sua
apresentação, e", constante do § 1º do artigo 34, e o inciso I do artigo 170, ambos da Consolidação do
Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. (grifos nossos)
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D – Habeas Corpus nº 100.200/DF – STF – Data do julgamento: 08/04/2010.


Ementa: Habeas corpus. Comissão Parlamentar de Inquérito. Direito ao silêncio, garantia contra a auto-
incriminação e direito de assistência por advogado. Aplicabilidade plena e extensível a futuras convocações.
O fato de o paciente já ter prestado declarações à CPI não acarreta prejudicialidade do writ quando ainda
existir a possibilidade de futuras convocações para prestação de novos depoimentos. É jurisprudência
pacífica desta Corte a possibilidade de o investigado, convocado para depor perante CPI, permanecer em
silêncio, evitando-se a auto-incriminação, além de ter assegurado o direito de ser assistido por advogado e
de comunicar-se com este durante a sua inquirição. Precedentes. Considerando a qualidade de investigado
convocado por CPI para prestar depoimento, é imperiosa a dispensa do compromisso legal inerente às
testemunhas. Direitos e garantias inerentes ao privilégio contra a auto-incriminação podem ser
previamente assegurados para exercício em eventuais reconvocações. Precedentes. Ordem concedida.
(grifos nossos)

E – CF - Art. 58, §3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios
das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de
um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões,
se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal
dos infratores. (grifos nossos)

Mandado de Segurança nº 24.817/DF – STF – Data do julgamento: 03/02/2005.


Ementa: COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - PODERES DE INVESTIGAÇÃO (CF, ART. 58, § 3º) -
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS - LEGITIMIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL - POSSIBILIDADE DE A CPI
ORDENAR, POR AUTORIDADE PRÓPRIA, A QUEBRA DOS SIGILOS BANCÁRIO, FISCAL E TELEFÔNICO -
NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO DO ATO DELIBERATIVO - QUEBRA DE SIGILO ADEQUADAMENTE
FUNDAMENTADA - VALIDADE - MANDADO DE SEGURANÇA INDEFERIDO. A QUEBRA DO SIGILO CONSTITUI
PODER INERENTE À COMPETÊNCIA INVESTIGATÓRIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO. - A
quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico de qualquer pessoa sujeita a investigação legislativa pode ser
legitimamente decretada pela Comissão Parlamentar de Inquérito, desde que esse órgão estatal o faça
mediante deliberação adequadamente fundamentada e na qual indique a necessidade objetiva da adoção
dessa medida extraordinária. Precedentes. - O sigilo bancário, o sigilo fiscal e o sigilo telefônico (sigilo este
que incide sobre os dados/registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das
comunicações telefônicas) - ainda que representem projeções específicas do direito à intimidade, fundado
no art. 5º, X, da Carta Política - não se revelam oponíveis, em nosso sistema jurídico, às Comissões
Parlamentares de Inquérito, eis que o ato que lhes decreta a quebra traduz natural derivação dos poderes
de investigação que foram conferidos, pela própria Constituição da República, aos órgãos de investigação
parlamentar. As Comissões Parlamentares de Inquérito, no entanto, para decretar, legitimamente, por
autoridade própria, a quebra do sigilo bancário, do sigilo fiscal e/ou do sigilo telefônico, relativamente a
pessoas por elas investigadas, devem demonstrar, a partir de meros indícios, a existência concreta de causa
provável que legitime a medida excepcional (ruptura da esfera de intimidade de quem se acha sob
investigação), justificando a necessidade de sua efetivação no procedimento de ampla investigação dos
fatos determinados que deram causa à instauração do inquérito parlamentar, sem prejuízo de ulterior
controle jurisdicional dos atos em referência (CF, art. 5º, XXXV). As deliberações de qualquer Comissão
Parlamentar de Inquérito, à semelhança do que também ocorre com as decisões judiciais, quando
destituídas de motivação, mostram-se írritas e despojadas de eficácia jurídica, pois nenhuma medida
restritiva de direitos pode ser adotada pelo Poder Público, sem que o ato que a decreta seja adequadamente
fundamentado pela autoridade estatal. PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. - O princípio da colegialidade traduz
diretriz de fundamental importância na regência das deliberações tomadas por qualquer Comissão
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Parlamentar de Inquérito, notadamente quando esta, no desempenho de sua competência investigatória,
ordena a adoção de medidas restritivas de direitos, como aquelas que importam na revelação ("disclosure")
das operações financeiras ativas e passivas de qualquer pessoa. A legitimidade do ato de quebra do sigilo
bancário, além de supor a plena adequação de tal medida ao que prescreve a Constituição, deriva da
necessidade de a providência em causa respeitar, quanto à sua adoção e efetivação, o princípio da
colegialidade, sob pena de essa deliberação reputar-se nula. MANDADO DE SEGURANÇA E TERMO INICIAL
DO PRAZO DE SUA IMPETRAÇÃO. - O termo inicial do prazo decadencial de 120 dias começa a fluir, para
efeito de impetração do mandado de segurança, a partir da data em que o ato do Poder Público,
formalmente divulgado no Diário Oficial, revela-se apto a gerar efeitos lesivos na esfera jurídica do
interessado. Precedentes.

LETRA B

44 - 2014 – CESPE - TJ-DFT - Juiz de direito

Acerca do Poder Legislativo e do tribunal de contas no âmbito das três esferas da Federação, assinale a opção
correta.

a) Após a edição de determinada medida provisória, o presidente da República poderá retirá-la da apreciação
do Congresso Nacional.
b) O modelo federal de composição do tribunal de contas previsto na CF é de observância obrigatória pelos
estados, inclusive no que se refere à proporção que deve ser observada entre as carreiras de auditor ou de
membro do MP na indicação dos conselheiros.
c) As comissões parlamentares de inquérito têm poderes próprios das autoridades judiciais, razão pela qual
podem determinar a indisponibilidade de bens da pessoa investigada.
d) Embora a imunidade material dos deputados e senadores exclua a responsabilidade criminal, civil,
disciplinar e política por suas opiniões, palavras e votos, tal imunidade é prerrogativa de ordem subjetiva que
pode ser objeto de renúncia pelo congressista.
e) No projeto de lei orçamentária anual — de iniciativa exclusiva do presidente da República —, não são
admitidas emendas parlamentares que acarretem aumento de despesas.

COMENTÁRIOS
A – Segundo doutrina de Pedro Lenza, em Direito Constitucional Esquematizado, 14.ª ed. p. 485, "A partir
do momento que o Presidente da República edita a MP, ele não mais tem controle sobre ela, já que, de
imediato, deverá submetê-la à análise do Congresso Nacional, não podendo retirá-la de sua apreciação. (...)
Orientação assentada no STF no sentido de que, não sendo dado ao Presidente da República retirar da
apreciação do Congresso Nacional medida provisória que tiver editado, é-lhe, no entanto, possível ab-rogá-
la por meio de nova medida provisória, valendo tal ato pela simples suspensão dos efeitos da primeira,
efeitos esses que, todavia, o Congresso poderá ver restabelecidos, mediante a rejeição da medida ab-
rogatória"

Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1322/DF – STF – Data de julgamento:


10/08/1995. Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA PROVISORIA N. 1.051, DE 29 DE
JUNHO DE 95, EDITADA EM SUBSTITUIÇÃO A MP N. 1.029, DE 22.06.95. ALEGADA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO
DA INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, CONSAGRADO NO ART. 2. DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR INDEFERIDO, NO RECESSO, POR MEIO DE DESPACHO DO
MINISTRO PRESIDENTE. Orientação assentada no STF no sentido de que, não sendo dado ao Presidente da
Republica retirar da apreciação do Congresso Nacional medida provisória que tiver editado, é-lhe, no
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entanto, possível ab-roga-la por meio de nova medida provisória, valendo tal ato pela simples suspensão
dos efeitos da primeira, efeitos esses que, todavia, o Congresso poderá ver restabelecidos, mediante a
rejeição da medida ab-rogatória. Circunstancia que, em princípio, desveste de plausibilidade a tese da
violação ao princípio constitucional invocado. Despacho referendado.

B – Súmula 653 do STF: no Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser
escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar
um dentre auditores e outro dentre membros do MP especial, em um terceiro à sua livre escolha, fazendo
interpretação do artigo 75, caput, que estabeleceu o dever de observância de sua composição, no que
couber, em relação às regras do TCU, que é composto por 9, e não 7 integrantes.

C – Mandado de Segurança nº 23471/DF – STF – Data do julgamento: 10/11/2009.


Ementa: Comissão Parlamentar de Inquérito. Não se inscreve, em seu poder de investigar (Constituição, art.
58, § 3º), a decretação da indisponibilidade de bens.

D – Segundo o professor Marcelo Novelino (in Manual de Direito Constitucional. Volume Único. Edição
2014. Página 2423): “Entre as garantias institucionais conferidas a este Poder estão as imunidades, cujo
escopo é assegurar a liberdade necessária ao desempenho do mandato. Enquanto prerrogativas do órgão
legislativo, e não de ordem subjetiva do congressista, as imunidades são irrenunciáveis.” (grifamos).

E – CF – Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:


I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e
§ 4º;

CF - Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e
aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
comum.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas
as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

Atenção: Excepcionalmente, contudo, nos projetos orçamentários de iniciativa exclusiva do Presidente da


República, admitem-se emendas parlamentares mesmo que impliquem aumento de despesas (art. 63, I, c/c
o art. 166, § 3º).

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“Orçamento anual. Competência privativa. Por força de vinculação administrativo-constitucional, a
competência para propor orçamento anual é privativa do Chefe do Poder Executivo”. [ADI 882, rel.
min. Maurício Corrêa, j. 19-2-2004, P, DJ de 23-4-2004.] = ADI 2.447, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 4-3-2009,
P, DJE de 4-12-2009. (grifos nossos).

LETRA B

45 – 2014 - FCC - Prefeitura de Recife – PE - Procurador

Ao analisar o funcionamento do bicameralismo brasileiro no âmbito do processo legislativo, Manoel Gonçalves


Ferreira Filho apresenta a seguinte lição: “as Câmaras no processo legislativo brasileiro não estão em pé de
igualdade” (cf. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 39. ed., 2013). Alude, assim, o autor ao
caráter assimétrico, imperfeito ou desigual que informa a atuação das Casas do Congresso Nacional nos
processos de

a) apreciação dos vetos presidenciais e de elaboração das leis ordinárias e complementares.


b) conversão de medida provisória em lei e de elaboração das leis ordinárias e complementares.
c) revisão constitucional e de elaboração das leis ordinárias e complementares.
d) conversão de medida provisória em lei e de elaboração das emendas constitucionais.
e) elaboração das emendas constitucionais e de aprovação de tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos com estatura equivalente às emendas constitucionais.

COMENTÁRIOS
A – CF/88 – Art. 66, §4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores.

B – CF/88 – Art. 62, § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.

CF/88 - Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão
e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

Ensinamentos do professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho: "Destarte, as Câmaras no processo legislativo
brasileiro não estão em pé de igualdade. A vontade da primeira que apreciou o projeto prevalece, na
medida em que se impõe até contra as emendas feitas pela outra, a revisora. Ora, isso na prática, repercute
uma certa inferiorização do Senado, que é necessariamente a Câmara revisora em todos os projetos de
iniciativa presidencial, hoje a maioria e as mais importantes".

C – ADCT - Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

D – CF/88 – Art. 60, § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

Projeto de lei aprovado na Casa iniciadora (Câmara dos Deputados) e remetido à Casa revisora (Senado
Federal), na qual foi aprovado substitutivo, seguindo-se sua volta à Câmara. A aprovação de substitutivo
pelo Senado não equivale à rejeição do projeto, visto que "emenda substitutiva é a apresentada à parte de
outra proposição, denominando-se 'substitutivo' quando alterar, substancial ou formalmente, em seu
conjunto" (§ 4º do art. 118 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados); substitutivo, pois, nada mais
é do que uma ampla emenda ao projeto inicial. A rejeição do substitutivo pela Câmara, aprovando apenas
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alguns dispositivos dele destacados (art. 190 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados), implica a
remessa do projeto à sanção presidencial, e não na sua devolução ao Senado, porque já concluído o
processo legislativo; caso contrário, dar-se-ia interminável repetição de idas e vindas de uma Casa
Legislativa a outra, o que tornaria sem fim o processo legislativo. [ADI 2.182 MC, rel. min. Maurício Corrêa,
j. 31-5-2000, P, DJ de19-3-2004.]

E – CF/88 – Art. 5º, §3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

CF/88 – Art. 60, § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

LETRA B

46 - 2014 - FCC - Prefeitura de Recife – PE - Procurador

A renúncia ao mandato comunicada formal e publicamente por Senador, após a instauração de processo
disciplinar voltado à perda de mandato parlamentar em face de conduta incompatível com o decoro
parlamentar

a) enseja a convocação imediata do respectivo suplente, pela Mesa Diretora do Senado Federal, para que
tome posse no cargo de Senador.
b) determina o arquivamento do processo por perda de objeto.
c) tem seus efeitos suspensos até a deliberação final do Senado Federal sobre a perda do mandato.
d) tem como consequência imediata a inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública.
e) somente produz efeitos caso admitida por decisão da Mesa Diretora do Senado Federal.

COMENTÁRIOS
A – CF - Art.56, §1º.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de
licença superior a cento e vinte dias.

B, C e E – CF - Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo
Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos
termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.

D – CF - Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem
como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da
mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça
e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da
União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal
Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado
Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo
das demais sanções judiciais cabíveis.

LETRA C

47 – 2013 – CESPE - TJ-RN - Juiz de direito

Com relação à organização dos poderes estabelecida na CF, assinale a opção correta.

a) Compete privativamente à Câmara dos Deputados dispor a respeito de incorporação, da subdivisão ou do


desmembramento de áreas de territórios ou estados, ouvidas as respectivas assembleias legislativas.
b) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas comissões, podem convocar ministro de
Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações acerca de assunto previamente determinado, configurando crime de
responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
c) Compete privativamente à Câmara dos Deputados processar e julgar os ministros do STF, os membros do
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República
e o advogado-geral da União nos crimes de responsabilidade.
d) A partir da posse, os membros do Congresso Nacional não podem ser presos, salvo em flagrante de crime
inafiançável, situação em que os autos devem ser remetidos, dentro de vinte e quatro horas, à casa respectiva,
para que, pelo voto da maioria de seus membros, se decida a respeito da prisão.
e) O número total de deputados, bem como a representação de estado e do Distrito Federal, será estabelecido
por lei ordinária, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, até seis meses antes
das eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta
deputados.

COMENTÁRIOS
A – CF - Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as
respectivas Assembleias Legislativas;

B - CF - Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

C – CF - Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral
da União nos crimes de responsabilidade;

D – CF - Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.

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§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
E – CF - Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será
estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes
necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos
de oito ou mais de setenta Deputados.

LETRA B

48 - 2013 - CESPE - BACEN - Procurador

No que se refere aos poderes da República, assinale a opção correta.

a) O STF dispõe de competência originária para processar e julgar ação popular promovida contra ato emanado
do presidente da República.
b) O TCU é um órgão judicante, com função deliberativa, encarregado da fiscalização das contas prestadas por
qualquer pessoa física ou jurídica que utilize dinheiro, bens e valores públicos.
c) A CF consagra a regra da irresponsabilidade penal absoluta do presidente da República em relação às
infrações penais cometidas antes do início do exercício do mandato e da irresponsabilidade penal relativa no
que se refere às infrações penais que, cometidas durante o exercício do mandato, não tenham relação com as
funções de chefe do Poder Executivo.
d) A CF estabelece a iniciativa exclusiva do presidente da República para o processo legislativo em matéria de
natureza tributária.
e) No exercício de suas atribuições administrativas, o Conselho Nacional de Justiça tem competência para
expedir atos regulamentares, de comando abstrato, impondo obrigações de natureza administrativa a toda a
magistratura nacional.

COMENTÁRIOS
A – CF - Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente:
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de
segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio
Supremo Tribunal Federal;

STF - E M E N T A: AÇÃO POPULAR – AJUIZAMENTO CONTRA A PRESIDENTE DA REPÚBLICA – FALTA DE


COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – REGIME DE DIREITO ESTRITO A QUE SE
SUBMETE A DEFINIÇÃO CONSTITUCIONAL DA COMPETÊNCIA DA CORTE SUPREMA – DOUTRINA –
PRECEDENTES – AÇÃO POPULAR NÃO CONHECIDA – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. – Não compete ao
Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, ação popular ajuizada contra a Presidente da
República. Precedentes. – A ação popular não se qualifica como sucedâneo dos instrumentos de controle
concentrado de constitucionalidade nem viabiliza o exame “in abstracto” de situações jurídicas formadas
sob a égide da legislação em vigor.
(Pet 5859 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 25/11/2015, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-251 DIVULG 14-12-2015 PUBLIC 15-12-2015)

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B – CF - Art. 71. Dispõe sobre a competência do Tribunal de Contas da União, não podendo ser considerado
órgão judicante.
“Não obstante recebam a denominação de "tribunais", as cortes de contas não exercem jurisdição, isto é,
não dizem com definitividade o direito aplicável a um caso concreto litigioso; suas decisões não fazem "coisa
julgada" em sentido próprio”.
Direito Constitucional descomplicado I Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. - 16. ed. rev., atual. e ampl. -
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.p.485.

C - CF - Art. 86, §4º. O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado
por atos estranhos ao exercício de suas funções.
“A terceira imunidade processual outorga ao Presidente da República uma relativa e temporária
irresponsabilidade, na vigência do mandato, pela prática de atos estranhos ao exercício de suas funções
(art. 86, § 4º). Significa que, na vigência do seu mandato, o Presidente da República não responderá pela
prática de atos estranhos ao exercício de suas funções presidenciais, quer dizer, por atos que não guardem
conexão com o exercício da Presidência da República.
Por força dessa última imunidade do Presidente da República, que estabelece a sua irresponsabilidade
temporária quanto aos atos estranhos ao exercício do mandato, o chefe do Executivo só poderá ser
responsabilizado, na vigência do seu mandato, pela prática de atos que guardem conexão com o exercício
da atividade presidencial, hipótese em que será processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Se o
crime praticado não guardar conexão com o exercício das funções presidenciais, o Presidente da República
só poderá ser por ele responsabilizado após o término do seu mandato, perante a Justiça Comum”.
Direito Constitucional descomplicado I Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. - 16. ed. rev., atual. e ampl. -
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.p.624.

D – CF - Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I -
direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

E - Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.


ATRIBUIÇÕES. ART. 103-B DA CF. EXPEDIÇÃO DE ATOS REGULAMENTARES. DETERMINAÇÃO AOS
MAGISTRADOS DE PRÉVIO CADASTRAMENTO NO SISTEMA “BACENJUD”. COMANDO ABSTRATO.
CONSTITUCIONALIDADE. PRESERVAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA LIBERDADE DE CONVICÇÃO E DA PERSUASÃO
RACIONAL. SEGURANÇA DENEGADA. I - O art. 103-B da Constituição da República, introduzido pela Emenda
Constitucional n. 45/2004, dispõe que o Conselho Nacional de Justiça é órgão com atribuições
exclusivamente administrativas e correicionais, ainda que, estruturalmente, integre o Poder Judiciário. II -
No exercício de suas atribuições administrativas, encontra-se o poder de “expedir atos regulamentares”.
Esses, por sua vez, são atos de comando abstrato que dirigem aos seus destinatários comandos e
obrigações, desde que inseridos na esfera de competência do órgão. III - O Conselho Nacional de Justiça
pode, no lídimo exercício de suas funções, regulamentar condutas e impor a toda magistratura nacional o
cumprimento de obrigações de essência puramente administrativa. IV - A determinação aos magistrados
de inscrição em cadastros ou sítios eletrônicos, com finalidades estatística, fiscalizatória ou, então, de
viabilizar a materialização de ato processual insere-se perfeitamente nessa competência regulamentar. V -
Inexistência de violação à convicção dos magistrados, que remanescem absolutamente livres para
determinar ou não a penhora de bens, decidir se essa penhora recairá sobre este ou aquele bem e, até
mesmo, deliberar se a penhora de numerário se dará ou não por meio da ferramenta denominada “BACEN
JUD”. VI - A necessidade de prévio cadastramento é medida puramente administrativa que tem,
justamente, o intuito de permitir ao Poder Judiciário as necessárias agilidade e efetividade na prática de ato
processual, evitando, com isso, possível frustração dos objetivos pretendidos, dado que o tempo, no
processo executivo, corre em desfavor do credor. VII - A “penhora online” é instituto jurídico, enquanto
“BACEN JUD” é mera ferramenta tendente a operacionalizá-la ou materializá-la, através da determinação
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de constrição incidente sobre dinheiro existente em conta-corrente bancária ou aplicação financeira em
nome do devedor, tendente à satisfação da obrigação. VIII Ato administrativo que não exorbita, mas, ao
contrário, insere-se nas funções que constitucionalmente foram atribuídas ao CNJ. IX - Segurança denegada.
(MS 27621, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. RICARDO LEWANDOWSKI,
Tribunal Pleno, julgado em 07/12/2011, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-092 DIVULG 10-05-2012 PUBLIC 11-05-
2012)

LETRA E

49 - 2016 - CESPE - PC-GO - Escrivão de Polícia Civil

A respeito do Poder Legislativo, assinale a opção correta.

a) Cabe aos três poderes da União manter, de forma integrada, sistema de controle interno que inclua, entre
suas finalidades, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.
b) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a
instauração de processo por crime de responsabilidade contra o procurador-geral da República.
c) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal são compostos por representantes dos estados, eleitos por
meio do sistema proporcional.
d) No âmbito do processo legislativo, é permitido ao presidente da República vetar em parte um projeto de
lei, podendo o veto parcial abranger fragmento de texto de artigo.
e) É vedada a edição de medida provisória relativa a direito civil ou a processo civil.

COMENTÁRIOS
A - CF - Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e
dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da
União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

B – CF - Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus
membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros
de Estado;
C – CF – Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
CF – Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.
D – CF – Art. 66, § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou
de alínea.
E – CF- Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a: b) direito penal, processual
penal e processual civil;
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LETRA A

50 - 2016 - CESPE - TCE-PR - Todos os Cargos

Com referência às atribuições do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, assinale
a opção correta.

a) Cabe ao Senado Federal suspender a execução de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
b) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar operações externas de natureza financeira de
interesse da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
c) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da República, dispor sobre a organização e o
funcionamento da administração federal, mesmo nos casos em que a disposição não implique aumento de
despesa nem a criação ou extinção de órgãos públicos.
d) É de competência exclusiva do Congresso Nacional, mediante decreto legislativo, resolver definitivamente
sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional.
e) A concessão de anistia, indulto e comutação de penas é de competência do Congresso Nacional, mediante
lei sancionada pelo presidente da República.

COMENTÁRIOS
A – CF - Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa;

B – CF - Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios;

C- CF - Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos;

D - CF - Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

E – CF - Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;

LETRA D

51- 2016 - CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia

No que se refere a CPI, assinale a opção correta.

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a) CPI proposta por cinquenta por cento dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal não
poderá ser instalada, visto que, conforme exige o texto constitucional, são necessários dois terços dos
membros do Congresso Nacional para tanto.
b) As CPIs, no exercício de suas funções, dispõem de poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, tais como os de busca domiciliar, interceptação telefônica e decretação de prisão.
c) A CF só admite CPIs que funcionem separadamente na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal.
d) Não poderá ser criada CPI que versar sobre tema genérico e indefinido, dada a exigência constitucional de
que esse tipo de comissão deva visar à apuração de fato determinado.
e) As conclusões de determinada CPI deverão ser encaminhadas ao TCU para que este promova a
responsabilidade civil ou administrativa dos que forem indicados como infratores.

COMENTÁRIOS
A, C, D e E - CF – Art. 58, § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de FATO DETERMINADO e por prazo certo,
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
B – “Da mesma forma, os poderes da investigação parlamentar não alcançam os chamados atos de natureza
jurisdicional, assim entendidos aqueles praticados por membros do Poder Judiciário no desempenho de sua
atividade típica (decisões judiciais)”. Direito Constitucional descomplicado I Vicente Paulo, Marcelo
Alexandrino. - 16. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.p.442.

LETRA D

52 - 2016 - CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia

Assinale a opção correta acerca do processo legiferante e das garantias e atribuições do Poder Legislativo.

a) A criação de ministérios depende de lei, mas a criação de outros órgãos da administração pública pode se
dar mediante decreto do chefe do Poder Executivo.
b) Se um projeto de lei for rejeitado no Congresso Nacional, outro projeto do mesmo teor só poderá ser
reapresentado, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal.
c) Uma medida provisória somente poderá ser reeditada no mesmo ano legislativo se tiver perdido sua eficácia
por decurso de prazo, mas não se tiver sido rejeitada.
d) Somente após a posse, deputados e senadores passam a gozar do foro por prerrogativa de função, quando
deverão ser submetidos a julgamento perante o STF.
e) Os deputados e os senadores gozam de imunidades absolutas, que não podem ser suspensas nem mesmo
em hipóteses como a de decretação do estado de defesa ou do estado de sítio.

COMENTÁRIOS
A – CF – Art. 61, §1º, e.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;

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B - CF - Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer
das Casas do Congresso Nacional.

C – CF – 62, §10. § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

D – CF – ART. 53, § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a


julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

E – CF – ART. 53, §8. As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

LETRA B

53 - 2016 - CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia

Com base na disciplina constitucional acerca dos tratados internacionais, da forma e do sistema de governo e
das atribuições do presidente da República, assinale a opção correta.

a) Insere-se no âmbito das competências privativas do Senado Federal resolver definitivamente sobre
tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
nacional.
b) O sistema presidencialista de governo adotado no Brasil permite que o presidente da República, na condição
de chefe de Estado, decrete o estado de defesa e o estado de sítio, independentemente de autorização do
Congresso Nacional.
c) Da forma republicana de governo adotada pela CF decorre a responsabilidade política, penal e
administrativa dos governantes; os agentes públicos, incluindo-se os detentores de mandatos eletivos, são
igualmente responsáveis perante a lei.
d) Na condição de chefe de governo, cabe ao presidente da República editar atos administrativos que criem e
provejam órgãos públicos federais, na forma da lei.
e) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, para que sejam equivalentes a emendas
constitucionais, deverão ser aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, por maioria absoluta de votos,
em dois turnos de discussão e votação.

COMENTÁRIOS
A – CF - Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
B – CF - Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer
uma dessas medidas;
CF - Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

C - STF - “a responsabilidade dos governantes tipifica-se como uma das pedras angulares essenciais à
configuração mesma da ideia republicana. A consagração do princípio da responsabilidade do chefe do

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Poder Executivo, além de refletir uma conquista básica do regime democrático, constitui consequência da
forma republicana de governo adotada pela Constituição Federal”. (ADIn 978/PB).

D - CF - Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos;
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre:
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;

E – CF – Art. 5º, §3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais

LETRA C

54 - 2017 - VUNESP - CRBio - 1º Região - Advogado

O Congresso Nacional aprovou uma medida provisória sobre matéria relativa a benefícios previdenciários, mas
idêntica matéria já havia sido disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e encontrava-
se pendente de sanção ou veto do Presidente da República. Nessa hipótese, considerando o disposto na
Constituição Federal acerca do processo legislativo, é correto afirmar que

a)a medida provisória deve prevalecer sobre o projeto de lei, pois aprovada antes da sanção do Presidente da
República.
b)o projeto de lei deve prevalecer ante à medida provisória, uma vez que esta não pode disciplinar matéria
atinente a benefício previdenciário.
c)a medida provisória prevalecerá sobre o projeto de lei apenas se este for totalmente vetado pelo Presidente
da República.
d)o projeto de lei deve prevalecer sobre a medida provisória, pois matéria sobre benefício previdenciário não
atende aos requisitos de relevância e urgência.
e)o projeto de lei deve prevalecer sobre a medida provisória, que, no caso, não poderia ser editada sobre a
matéria pendente de sanção ou veto presidencial.

COMENTÁRIOS
CF - Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III – reservada a lei complementar;

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IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
Presidente da República.

LETRA E

55 - 2016 - CESPE - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa

À luz do disposto na CF, assinale a opção correta no que se refere ao Poder Legislativo.

a) Os ministros integrantes do TCU são escolhidos pelo presidente da República, entre os indicados em lista
tríplice encaminhada pelo tribunal, e são sabatinados pelo Congresso Nacional.
b) O Poder Legislativo federal é composto pelo Senado Federal, representante dos estados e do Distrito
Federal; pela Câmara dos Deputados, representante do povo; e pelo TCU, responsável por proceder à
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União.
c) No Poder Legislativo da União, há três órgãos deliberativos, já que a Câmara dos Deputados, o Senado
Federal e o Congresso Nacional são detentores de competências, regimentos internos, mesas e serviços
próprios.
d) As comissões parlamentares de inquérito são permanentes e organizadas por matéria, sendo uma de suas
funções receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou
omissões das autoridades ou entidades públicas.
e) Se não for apreciada em sessenta dias, a medida provisória será automaticamente prorrogada uma única
vez, de modo que seu prazo máximo de vigência será de cento e vinte dias, após o qual ela perde sua eficácia.

COMENTÁRIOS
A – CF – Art.73. § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: I - um terço pelo
Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores
e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
critérios de antiguidade e merecimento;

B – CF - Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.
“Os tribunais de contas são órgãos vinculados ao Poder Legislativo, que o auxiliam no exercício do controle
externo da administração pública, sobretudo o controle financeiro”.
Direito Constitucional descomplicado I Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. - 16. ed. rev., atual. e ampl. -
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017. P.485

C - Não obstante o Brasil tenha adotado o sistema bicameral, são três, na verdade, os órgãos deliberativos,
já que a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e o Congresso Nacional são detentores de competências
próprias, de regimentos internos próprios, de mesas próprias e de serviços próprios.
CF - Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

D – CF – Art.58, § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios


das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de
um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões,
se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal
dos infratores.
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E – CF – Art.52, § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua
publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da
Casa em que estiver tramitando.

LETRA C

56 - 2017 - CESPE - DPE-AC - Defensor Público

Assinale a opção que, segundo o entendimento do STF, representa respeito à independência dos Três Poderes.

a) Proibição, por lei municipal, de cobrança de tarifa de assinatura básica no que concerne aos serviços de
água e gás.
b)Decisão judicial que se imiscui nos critérios utilizados na convocação de sessão extraordinária em câmara
de vereadores.
c)Criação, por constituição estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual
participem representantes de outros poderes ou entidades.
d)Imposição pelo Poder Judiciário à administração pública de obrigação de fazer, visando à execução de obras
emergenciais em estabelecimentos prisionais.
e)Criação de lei estadual que confere à Assembleia Legislativa a atribuição de demitir dirigentes de agência
reguladora.

COMENTÁRIOS
A - "O sistema federativo instituído pela Constituição Federal de 1988 torna inequívoco que cabe à União a
competência legislativa e administrativa para a disciplina e a prestação dos serviços públicos
de telecomunicações e energia elétrica (CF, arts. 21, XI e XII, ‘b’, e 22, IV). 2. A Lei nº 3.449/04 do Distrito
Federal, ao proibir a cobrança da tarifa de assinatura básica 'pelas concessionárias prestadoras de serviços
de água, luz, gás, TV a cabo e telefonia no Distrito Federal' (art. 1º, caput), incorreu em
inconstitucionalidade formal, porquanto necessariamente inserida a fixação da ”política tarifária” no
âmbito de poderes inerentes à titularidade de determinado serviço público, como prevê o art. 175,
parágrafo único, III, da Constituição, elemento indispensável para a preservação do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato de concessão e, por consequência, da manutenção do próprio sistema de prestação
da atividade".
(ADI 3343, Relator(a) p/ Acórdão: Min. LUIZ FUX, DJe-221 DIVULG 21-11-2011)

B - "É defeso ao Poder Judiciário questionar os critérios utilizados na convocação de sessão


extraordinária para eleger membros de cargos diretivos, que observou os critérios regimentais da Casa de
Leis, não podendo adentrar no juízo de pertinência assegurado àqueles que ocupam cargo eletivo na
Câmara de Vereadores. II – A convocação de sessão extraordinária pela edilidade configura ato interna
corporis, não passível, portanto, de revisão pelo Poder Judiciário, maculando-se o princípio da separação
dos Poderes".
(SL 846 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI (Presidente), DJe-200 DIVULG 05-10-2015)

C – Súmula 649/STF - É inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de controle


administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades.

D - "É lícito ao Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de
medidas ou na execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais. II - Supremacia da
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dignidade da pessoa humana que legitima a intervenção judicial. III - Sentença reformada que, de forma
correta, buscava assegurar o respeito à integridade física e moral dos detentos, em observância ao art. 5º,
XLIX, da Constituição Federal. IV - Impossibilidade de opor-se à sentença de primeiro grau o argumento da
reserva do possível ou princípio da separação dos poderes".
(RE 592581, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-018 29-01-
2016)

E - "São inconstitucionais as disposições que amarram a destituição dos dirigentes da agência


reguladora estadual somente à decisão da Assembleia Legislativa"
(ADI 1949, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, DJe-224 DIVULG 13-11-2014)

LETRA D

FOCO NA LEI SECA


Em nossos materiais de apoio você encontrará a lei seca com leitura destacada.

MINUTO DO NOVO CPC

LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.

Art. 23 ao 41

LEI SECA

LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965.

CF TODO DIA

Art. 5º, LIX ao 11

FOCO NAS SÚMULAS


Amigos,

A fim de evitar a repetição de conteúdo semanal em nossos materiais, criamos um caderno apartado de
súmulas, no qual consta a metodologia de estudo de estudo aplicada.

Vamos juntos!

Equipe AprovaçãoPGE

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RODADA 03 - QUARTA-FEIRA
FOCO NA DOUTRINA
SEM. ROD. DATA DIA TEMA DO DIA
DIREITO TRIBUTÁRIO
3.2. Sistema constitucional tributário e limitações
constitucionais do poder de tributar.
3.3. Princípios de direito tributário I. Princípio republicano e
tributação. Princípio federativo e tributação. Princípio da
uniformidade geográfica. Princípio da proibição de isenções
heterônomas. Princípio da não discriminação baseada em
procedência ou destino. Autonomia municipal e tributação.
Princípio da legalidade tributária. Tributo e espécies
normativas. Legalidade e obrigação acessória.
3.4. Princípios de direito tributário II. Princípio da
1 3 Q 02/10 anterioridade tributária. Anualidade. Vigência e eficácia da
norma tributária. Anterioridade nonagesimal. Princípio da
não-cumulatividade. Princípio da isonomia tributária.
Capacidade contributiva. Segurança jurídica e tributação.
Princípio da irretroatividade tributária. Princípio da vedação
ao confisco. Princípio da tipicidade tributária. Outros
princípios tributários.
3.5. Imunidades tributárias gerais e recíprocas. Imunidades
dos templos religiosos. Imunidades de partidos políticos, das
instituições educacionais e assistenciais, imunidade do livro,
dos periódicos e do papel destinado à sua impressão.
Imunidade musical. Imunidades de taxas e contribuições.
Outras imunidades.
PERCENTUAL DE INCIDÊNCIA DO TEMA
8%
SUGESTÃO DE LEITURA PARA REVISÃO
DIREITO TRIBUTÁRIO ESQUEMATIZADO
Autor: Ricardo Alexandre
Capítulos 01 (Item 1.4 e 1.5) e 02 (Item 2.1 a 2.12)
Sinopses para Concursos - v.28 - Direito Tributário – Roberval Rocha
Capítulos 01 e 02
ARTIGOS IMPORTANTES
CF/88 – Arts. 145 a 148
CTN – Arts. 1º ao 18
ONDE ESTUDAR O TEMA NO VADE MECUM DE JURISPRUDÊNCIA DIZER O DIREITO ?
Direito Tributário: 2 Temas diversos- 2.1 Taxa

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REVISÃO DA DOUTRINA

QUAL DEVE SER O FOCO?

1- Definição de tributo
2- Impostos e o princípio da capacidade contributiva
3- Taxa de polícia x taxa de serviço
4- Isonomia tributária na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
5- Princípio da irretroatividade e da anterioridade
6- Princípio do Não Confisco

RESUMO DO DIA

A Constituição Federal estatui as principais limitações ao exercício da competência


tributária, mas não necessariamente todas, pois existem outras garantias estipuladas em dispositivos
diversos da CF/88. Embora a doutrina fale em “dever fundamental de pagar tributos”, para que o
Estado exercer as suas atribuições, o poder estatal de criar a cobrar tributos sofre limitações na
própria Constituição, a exemplo dos princípios e imunidades do Direito Tributário.

1.1. Princípios do Direito Tributário

Os princípios constitucionais tributários estabelecem as regras pelas as quais a tributação


será realizada e estabelecem os requisitos mínimos para o exercício da tributação pelos entes
públicos. É possível mencionar os seguintes princípios:

a) Legalidade: Está previsto no art. 150, I, da Constituição:

Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Assim, nem a União, nem Estados, nem DF e nem Municípios poderão exigir ou aumentar
tributos sem lei que o estabeleça. No mesmo sentido, preleciona o art. 97 do CTN:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


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I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57
e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos
artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou
para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa
ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe
em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a
atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Atenção: O prazo de pagamento é elemento do tributo e, portanto, exige lei? O STF entende que o
prazo de pagamento NÃO integra a configuração mínima dos tributos, razão pela qual não precisa
ser estabelecido mediante lei. E além de não precisar ser mediante lei, não precisa observar nenhum
dos princípios constitucionais tributários.

I. Instituição do tributo: Via de regra ocorre por LEI ORDINÁRIA. No entanto, exigem lei
complementar:
 Criação de empréstimos compulsórios (Art. 148 CF);
 Imposto sobre Grandes Fortunas (Art. 153, VII CF);
 Impostos RESIDUAIS da União (Art. 154, I CF);
 Outras contribuições residuais de seguridade social (Art. 195, § 4º CF).

ATENÇÃO: Nem todas as contribuições têm que ser criadas por lei complementar. Só as contribuições
RESIDUAIS, ou seja, novas contribuições para a seguridade social que venham a ser criadas.
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II. NÃO requerem lei:


 Mera atualização monetária da base de cálculo do tributo:

Art. 97, § 2º, do CTN: NÃO CONSTITUI MAJORAÇÃO DE TRIBUTO, para os fins do disposto no
inciso II deste artigo, A ATUALIZAÇÃO DO VALOR MONETÁRIO DA RESPECTIVA BASE DE
CÁLCULO.

Súmula 160 STJ: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual
superior ao índice oficial de correção monetária.

 Fixação/ alteração de prazo de pagamento do Tributo;


 Estipulação de obrigações acessórias.

III. Exceções ao princípio da legalidade: São alguns tributos que podem ter as alíquotas instituídas
por ato infralegal. Estão associados a tributos extrafiscais, a fim de se compatibilizar com as políticas
de arrecadação estatal:
 II, IE, IPI e IOF: As ALÍQUOTAS poderão ser ALTERADAS por DECRETO do Presidente da
República, sem necessidade de lei.
ATENÇÃO: As alíquotas podem ser ALTERADAS, e NÃO CRIADAS por ato infralegal. Eventual
criação do tributo requer lei.
 CIDE-combustíveis: Redução ou restabelecimento de alíquotas podem ocorrer por ato
infralegal.
 ICMS-combustíveis: A Constituição diz que as alíquotas desse imposto serão estabelecidas
por CONVÊNIO.

IV. Instituição de tributos por medida provisória

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É cabível a instituição e majoração de tributos por medida provisória, SALVO os que exigem
lei complementar para a sua criação, já que não cabe MP para regular matérias de lei complementar.
NÃO cabe MP:
 Para regular matérias do art. 146 CF;
 Para detalhamentos normativos do ICMS, ITCMD, ISS, que exigem lei complementar.
* Atenção: Ressalvados o II, IE, IPI, IOF (impostos extrafiscais) e os impostos extraordinários de
guerra, a medida provisória que implique MAJORAÇÃO de IMPOSTOS só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o ultimo dia daquele em que foi editada.

V. Possibilidade de delegação para ato infralegal: O Supremo Tribunal Federal decidiu que não viola
a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o
valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser
atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de
correção monetária legalmente previstos.
Nesse caso, os elementos essenciais dessa taxa foram disciplinados em lei (fato gerador,
sujeito passivo, sujeito ativo). Além disso, a lei estabeleceu o teto do valor. O que a lei fez foi permitir
que o ato infralegal possa fixar o valor até os limites por ela impostos.
O STF entende que o princípio da reserva de lei (art. 150, I, da CF) não é absoluto, podendo
o legislador tributário valer-se de cláusulas gerais. A exigência constitucional é de uma legalidade
suficiente, sendo que sua maior ou menor abertura depende da natureza e da estrutura do tributo a
que se aplica.
No tocante às taxas cobradas em razão do exercício do poder de polícia, por força da ausência
de exauriente e minuciosa definição legal dos serviços compreendidos, admite-se o especial diálogo
da lei com os regulamentos na fixação do aspecto quantitativo da regra matriz de incidência.
A lei autorizadora deve ser legitimamente justificada e o diálogo com o regulamento deve-se
dar em termos de subordinação, desenvolvimento e complementariedade. Esse diálogo realizado
com o regulamento é um mecanismo que visa otimizar a justiça comutativa.
Critérios para aferir a constitucionalidade da norma regulamentar: a) a delegação pode ser
retirada a qualquer momento, por decisão do Congresso; b) o Congresso fixa os limites à atuação do
delegado; c) razoabilidade da delegação.

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O Poder Legislativo não está abdicando de sua competência de legislar sobre a matéria
tributária. A qualquer momento, pode o Parlamento deliberar de forma diversa.
A Administração pública, por estar estreitamente ligada à atividade estatal direcionada ao
contribuinte, tem maior capacidade para complementar o aspecto quantitativo da taxa, para
encontrar com maior grau de proximidade a razoável equivalência do valor da exação com os custos
que ela pretende ressarcir.
Fundamentalmente, as taxas são tributos orientados pelo princípio da justiça comutativa.
Essa ideia de justiça econômica, nos casos de exercício do poder de polícia, quando transposta para
o plano técnico-jurídico, tem duas consequências: I- no plano do fato gerador: é necessário que o
Estado tenha competência administrativa para realizar a fiscalização e que efetivamente realize essa
atividade; II- no plano da base de cálculo ou da quantificação da taxa: deve haver proporção razoável
com os custos dessa atuação do Estado.
No caso, a lei estabeleceu diálogo com o regulamento em termos de subordinação (ao
prescrever o teto legal), de desenvolvimento (da justiça comutativa) e de complementariedade (ao
deixar um espaço para o regulamento complementar o aspecto quantitativo da taxa cobrada em
razão do exercício do poder de polícia).
Obs.: Conceito de justiça comutativa: presente nas relações sociais de troca, sendo que as
partes devem dar e receber numa proporção matemática.

*ATENÇÃO: Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal decidiu que é inconstitucional, por ofensa ao
princípio da legalidade tributária, lei que delega aos conselhos de fiscalização de profissões
regulamentadas a competência de fixar ou majorar, sem parâmetro legal, o valor das contribuições
de interesse das categorias profissionais e econômicas, usualmente cobradas sob o título de
anuidades, vedada, ademais, a atualização desse valor pelos conselhos em percentual superior aos
índices legalmente previstos. A lei autorizadora, em todo caso, deve ser legitimamente justificada e o
diálogo com o regulamento deve-se dar em termos de subordinação, desenvolvimento e
complementariedade. Essas exigências devem ser verificadas à luz de cada caso concreto, de acordo
com a natureza do tributo, uma vez que o princípio da legalidade não atinge de maneira uniforme
todos os elementos da regra matriz de incidência tributária.

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a.1) Princípio da Tipicidade Tributária: É um princípio constitucional implícito que decorre do
princípio da legalidade.
O princípio da tipicidade estabelece que todos os elementos do fato gerador do tributo devem
estar previstos em lei.
A diferença entre tipicidade e legalidade é o fato de que esta foca na forma legal, enquanto
que aquele foca no conteúdo da lei.
Tipicidade fechada: É aquela que não admite a utilização de conceitos indeterminados ou
cláusulas gerais para a definição do fato gerador, de modo que todos os elementos do tributo devem
estar claramente definidos na norma.
Tipicidade aberta: Permite a utilização de conceitos abertos e a delegação a atos infralegais
da competência para fixar parcela dos elementos do tributo. Como visto acima, o Supremo Tribunal
Federal vem adotando a tese da tipicidade aberta.

b) Anterioridade

I. Definição: É a vedação à cobrança do tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que instituiu ou aumentou a exação. Anterioridade guarda relação com o prazo para
a produção de efeitos da lei tributária.

Informativo 757 STF: A revogação de benefício fiscal deverá obedecer ao princípio da


anterioridade tributária? Há duas correntes:
* SIM. O ato normativo que revoga um benefício fiscal anteriormente concedido
configura aumento indireto do tributo e, portanto, está sujeito ao princípio da
anterioridade tributária. Precedente da 1ª Turma do STF.
* NÃO. A revisão ou revogação de benefício fiscal, por se tratar de questão
vinculada à política econômica, que pode ser revista pelo Estado a qualquer
momento, não está adstrita à observância das regras de anterioridade
tributária. Precedente da 2ª Turma do STF.
STF. 1ª Turma. RE 564225 AgR/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
2/9/2014 (Info 757).

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STF. 2ª Turma. RE 617389 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em


08/05/2012.

* Atenção – NÃO se sujeitam à anterioridade:


 Redução ou extinção de desconto para pagamento;
 Alteração do prazo de recolhimento do tributo;
 Redução do tributo (benéfico ao contribuinte).

II. Regra da anterioridade


 Regra Geral - Anterioridade anual: É a vedação à cobrança do tributo no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a lei que instituiu ou aumentou a exação;
 Somada a essa regra - Anterioridade nonagesimal: Entre a publicação e a data da produção
de efeitos, deve haver um intervalo mínimo de 90 dias

Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Alterado pela EC-000.042-2003)

* ATENÇÃO: Qual a justificativa para a previsão da anterioridade nonagesimal? Que as leis


tributárias eram criadas em dezembro, aumentando e criando tributo. Muitas publicadas em 31 de
dezembro. Pela anterioridade anual, essa lei deve respeitar a anterioridade tributária e só pode
produzir efeitos a partir do exercício seguinte. Logo, se a lei é publicada em 31/12/15, já começa a
produzir efeitos em 1º/01/16, o que frustra o escopo da anterioridade, que é justamente o de
proteger o contribuinte.
Por isso, em 2003, foi editada a EC 42/03, com a seguinte exigência: entre a data de publicação
e a data da produção de efeitos, deve haver um intervalo mínimo de 90 dias.
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CONCLUSÃO:
 Tributo criado ou majorado entre janeiro e setembro de um ano – incidência do gravame
sempre em 1º de janeiro do ano seguinte;
 Tributo criado ou majorado entre outubro e dezembro – data da incidência posterior a 1º de
janeiro (impacto temporal de 90 dias).

A regra da anterioridade anual e nonagesimal se aplica às contribuições? As contribuições


previdenciárias não estão na regra, e seu prazo de anterioridade é de 90 dias, conforme art. 195,
§6º, da CF/88:

Art. 195, § 6º: As contribuições sociais de que trata este artigo (PREVIDENCIÁRIAS) só poderão
ser exigidas após decorridos NOVENTA DIAS da data da publicação da lei que as houver
instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no Art. 150, III, (b).

ATENÇÃO: Para as demais contribuições, aplica-se a regra geral. Observem o esquema:

Tipo de contribuição Anterioridade Artigo Termo a quo


Social- 90 DIAS Art. 195, §6º Publicação da lei que
Previdenciária houver instituído ou
modificado
CIDES e sociais (não COMUM + 90 Art. 150, III CF – Alínea B + Publicação da lei que
previdenciárias) DIAS C houver instituído ou
(Nonagesimal) majorado

III. Anterioridade e os tributos:

NÃO se sujeitam à NÃO se sujeitam à Conclusão: Tributos que NÃO


anterioridade anual anterioridade Nonagesimal obedecem à anterioridade
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Anual + nonagesimal e
podem ser exigidos
imediatamente
II II II
IE IE IE
IOF IOF IOF
EC GUERRA/CAL (*) EC GUERRA/ CAL (*) EC GUERRA/CAL (*)
IEG IEG IEG
IPI IR
CIDE- COMBUSTÍVEL: Alterações na base de cálculo
referente especificamente ao do IPTU e IPVA
restabelecimento de alíquota
antes reduzida sobre
derivados do petróleo, gás
natural ou álcool combustível
(art. 177, §4º, I, b, da CF/88).
ICMS – COMBUSTÍVEL:
referente especificamente à
redução e ao
restabelecimento de
alíquotas (art. 155, IV, c, da
CF/88).

(*) Atenção: Se o empréstimo compulsório for instituído em caso de investimento público de caráter
urgente e relevante interesse nacional está sujeito às anterioridades comum e nonagesimal.

IV. Anterioridade e medida provisória

O Art. 62, §2º CF dispõe: “ A Medida Provisória que implique majoração ou instituição de
impostos só produzirá efeitos se convertida em lei até o último dia em que foi editada, no exercício
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financeiro seguinte”. Exceção para os impostos extrafiscais, que passam a produzir efeitos a partir da
edição originária da MP:
 II
 IE
 IPI
 IOF
 IEG
* Para contribuições social-previdenciárias: o prazo nonagesimal flui a partir da edição originária da
Medida Provisória.

c) Irretroatividade

I. Definição: A lei tributária não pode retroagir para que a cobrança do tributo alcance fatos passados.
Previsto no art. 150, III, “a”, CF/88:

Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;

E art. 105, CTN:

Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja
completa nos termos do artigo 116.

- O princípio da irretroatividade encontra fundamento no princípio da segurança jurídica.

II. Situações em que a retroatividade é admitida:


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 Lei que estabelece novos critérios de fiscalização tributária: Art. 144, § 1º, do CTN:

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-
se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador
da obrigação, TENHA INSTITUÍDO NOVOS CRITÉRIOS DE APURAÇÃO OU PROCESSOS DE
FISCALIZAÇÃO, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito
de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

 Lei interpretativa ou que deixe de cominar penalidade às infrações ou lhe comine penalidade
menos severa (Art. 106 CTN):

Art. 106 - A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de
penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde
que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua
prática.

LEI INTERPRETATIVA E LC 118/05


- A LC 118/05 demarcava o termo a quo para a contagem do quinquênio prescricional
da restituição do indébito, avocando o rótulo de norma interpretativa em seu art. 3º.
Para o STF, essa Lei inovou no ordenamento jurídico, ao reduzir o prazo de 10 anos
contados do fato gerador (tese dos 5 + 5) para 05 anos, contados do pagamento
indevido, e por isso deve ser considera lei nova, NÃO podendo retroagir.

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- Para o STF, o prazo de 5 anos será aplicado às ações ajuizadas após o decurso da
vacatio legis de 120 dias (art. 4º da LC 118/05).

d) Isonomia

I. Definição: A lei tributária não poderá instituir tratamento desigual ou discriminatório entre
contribuintes que se encontrem na mesma situação. O princípio da isonomia está previsto no art.
150, II, da Constituição.
- Segundo Ricardo Lobo Torres, o que o princípio da isonomia veda é o chamado “privilégio odioso”,
que representa aqueles benefícios sem fundamento constitucional.

Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles
exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

Viola a isonomia a tributação diferenciada para microempresas e empresas de


pequeno porte?
A Constituição prevê que as microempresas e empresas de pequeno porte terão
tratamento tributário diferenciado, porque não estão na mesma situação que uma
empresa de grande porte. Esse tratamento diferenciado NÃO ofende o princípio da
isonomia, já que há contribuintes em situações diferentes: grandes empresas, com
toda estrutura x pequenos e médios empresários. Haveria ofensa ao princípio da
isonomia se, dentro desse grupo das microempresas e empresas de pequeno porte,
houvesse tratamento diferenciado do ponto de vista da tributação.

II. Isonomia e capacidade contributiva: O princípio da capacidade contributiva está previsto no art.
145, §1º, da CF:

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Art. 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
§1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

- A capacidade contributiva é uma das faces da isonomia e garante as seguintes dimensões:


 Equidade horizontal: Contribuintes de igual capacidade deverão pagar o mesmo valor
pecuniário;
 Equidade vertical: Contribuintes com desigual capacidade deverão pagar diferentes
quantidades pecuniárias.
- Capacidade contributiva x Disponibilidade econômica: A disponibilidade está relacionada a uma
análise subjetiva do contribuinte e de sua situação econômica.
- Subprincípios da capacidade contributiva:
I- Progressividade fiscal: determina que, quanto maior for a base de cálculo, maior será a alíquota do
tributo (está prevista nos arts. 153, §2º, I, 156, §1º, e 153, §4º, I, da CF);
Obs.: A única progressividade obrigatória é a do Imposto de Renda.
II- Personalização: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal;
III- Seletividade: quanto maior for a essencialidade do bem, menor deve ser a alíquota do tributo
(arts. 153, §3º, I e 155, §2º, III, da CF);
Obs.: A seletividade do ICMS é facultativa; a do IPI é obrigatória.
IV- Proporcionalidade: estabelece a necessidade de uma variação da carga tributária em razão da
diferença da base de cálculo a partir da aplicação de uma alíquota única;
Obs.: Na progressividade, tanto a base de cálculo quanto a alíquota aumenta; na proporcionalidade,
apenas a base de cálculo é modificada.
V- Mínimo existencial: é necessário assegurar as condições mínimas para que os contribuintes tenham
uma existência humana digna. Dessa forma, aquilo que configura o mínimo existencial não pode ser
tributado. Trata-se de uma aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana no Direito
Tributário.

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TÉCNICAS PARA SE ANALISAR A CAPACIDADE CONTRIBUTIVA:


 Progressividade: Técnica de incidência de alíquotas variadas, cujo aumento se
dá com a majoração da base de cálculo, podendo ser fiscal ou extrafiscal.
 Proporcionalidade: O desembolso será proporcional à grandeza da expressão
econômica do fato tributado. A alíquota é uma constante e a base de cálculo
é variável. NÃO vem explícita na CF como a progressividade.
o ATENÇÃO: REGRESSIVIDADE – Possui como característica tributar mais
fortemente as pessoas de baixa renda. Os impostos indiretos tendem
à regressividade, pois todos devem pagar o tributo. Ex: Todos os
indivíduos devem pagar o ICMS incidente sobre mercadorias
eventualmente adquiridas para consumo, razão pela qual as pessoas
de baixa renda sofrem mais com o pagamento do mesmo tributo do
que pessoas com maior poder aquisitivo.
 Seletividade: Meio para inibir a regressividade, sendo forma de concretização
da capacidade contributiva em tributos indiretos.
 Não-cumulatividade: Segundo Leandro Paulsen, a não-cumulatividade
objetiva impedir que incidências sucessivas nas diversas operações de uma
cadeia econômica de produção ou comercialização de um produto impliquem
ônus tributário muito elevado, decorrente da tributação da mesma riqueza
diversas vezes. Consiste em fazer com que os tributos NÃO onerem em cascata
o mesmo produto (ex: Incidências sucessivas de IPI ou ICMS).

* ATENÇÃO: Embora a CF tenha previsto a aplicação do princípio da capacidade contributiva apenas


para os impostos no art. 145, §1º, a jurisprudência do STF entende que nada impede sua aplicação
a outras espécies tributarias.

e) Princípio do não-confisco: a tributação não poderá ser tão gravosa a ponto de expropriar o
patrimônio. Está previsto no art. 150, IV, da CF:
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Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

Há diferença entre tributo confiscatório e tributo com efeito de confisco?


Embora comum a utilização dos dois termos como sinônimo, compreende-se que
tributo confiscatório seria um tributo que servisse como punição, ao passo em que
tributo com efeito de confisco seria o tributo com incidência exagerada, de forma
que, absorvendo parcela considerável do patrimônio ou da renda produzida pelo
particular, gerasse nesse e na sociedade em geral uma sensação de verdadeira
punição.
As duas situações são proibidas. O confisco pela própria definição de tributo (que
não pode ser sanção por ato ilícito) e o efeito de confisco pelo princípio previsto no
art. 150, IV, da CF/88.

* ATENÇÃO: A identificação do efeito confiscatório se dá pela totalidade da carga tributária, à luz de


todo sistema tributário (STF).
- O princípio do não-confisco deve ser aplicado também às multas (STF).

f) Liberdade de tráfego: O inciso V do art. 150 da CF proíbe os entes federados de estabelecer


limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público. Como
exceções ao princípio, é possível citar:
 Possibilidade de cobrança de ICMS interestadual: Como a cobrança tem fundamento
constitucional, é plenamente válida, não havendo que se discutir sua legitimidade.
 Cobrança de pedágio pela utilização de vias públicas.

ATENÇÃO! Natureza jurídica do pedágio: A natureza jurídica do pedágio já foi objeto de profundas
divergências doutrinárias e jurisprudenciais, tendo surgido três teorias sobre o tema.

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I- Uma primeira corrente buscava conferir ao pedágio a natureza jurídica de taxa. Para tanto, fazia-se
uso dos seguintes argumentos: o pedágio estaria inserido na seção da Constituição Federal que trata
dos tributos; estaria ocorrendo o pagamento pelo uso de um serviço público específico e divisível; e
os serviços públicos só poderiam ser remunerados através de taxas.
II- Uma segunda corrente passou a defender que o pedágio teria a natureza jurídica de tarifa,
considerando que sua posição topográfica na Constituição Federal seria irrelevante; que não poderia
haver sua cobrança pela utilização potencial de serviço público, como ocorre com as taxas; e que é
possível a remuneração de serviços públicos através de tarifas, desde que sua utilização não seja
compulsória. Essa é a posição de Ricardo Lobo Torres.
III- Já a terceira corrente buscava conferir ao pedágio uma natureza jurídica híbrida: seria uma taxa
quando não houvesse alternativa, sendo a rodovia de utilização compulsória; e seria uma tarifa se
houvesse via alternativa.
- Após muitas discussões, prevaleceu, no entendimento do Supremo Tribunal Federal, a segunda
corrente, conferindo ao pedágio a natureza jurídica de tarifa, especialmente em razão da ausência
de compulsoriedade na utilização da via, uma vez que a compulsoriedade é característica das taxas.

g) Uniformidade geográfica: A União deverá conferir tratamento tributário igualitário, equânime em


relação a todos os entes da federação:

Art. 151 da CF/88: É vedado à União:


I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
- Esse princípio decorre do princípio da isonomia.

* ATENÇÃO: O STF entende que a concessão de isenção se funda no JUÍZO DA CONVENIÊNCIA E


OPORTUNIDADE de que gozam as autoridades públicas na implementação de suas políticas fiscais e
econômicas. Portanto, NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, que não pode se substituir ao legislador,
estender a isenção a contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia.

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i) Vedação à concessão de isenções heterônomas: A isenção é forma de exclusão do crédito


tributário consistente na dispensa legal do pagamento do tributo. É benefício fiscal concedido
EXCLUSIVAMENTE por lei, elaborada pelo ente que tem competência para a criação do tributo. Assim,
NÃO pode a União conceder isenção de tributo que não seja de sua competência:

Art. 151, CF/88. É vedado à União:


III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

ATENÇÃO – Exceções ao princípio (ou seja, hipóteses em que a União pode conceder isenção de
tributos dos Estados e Municípios):
 A União pode conceder, por meio de lei complementar, isenção heterônoma do ICMS
incidente nas operações com serviços e outros produtos destinados ao exterior.
 Possibilidade de a União conceder, também via lei complementar, isenção heterônoma do
ISS, da competência dos Municípios nas exportações de serviços para o exterior.
 Possibilidade de o tratado internacional conceder isenções de tributos estaduais e municipais.

j) Não discriminação em razão da procedência ou destino: Dispõe o art. 152 da CF:


Art. 152. É vedado aos ESTADOS, AO DISTRITO FEDERAL E AOS MUNICÍPIOS estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência
ou destino.
DICA: Note que a vedação NÃO abrange a União, que está autorizada a estipular tratamento
diferenciado entre os estados da federação tendo por meta diminuir as desigualdades
socioeconômicas tão comuns no Brasil.

1.2. Imunidades: É uma das limitações Constitucionais ao poder de tributar, ao lado dos princípios
e será tratada adiante.

2. Repartição de receitas tributárias

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A repartição de receita sempre consiste na participação dos entes menores na arrecadação dos
entes maiores, jamais ocorrendo no sentido inverso. Pode ocorrer de duas formas:
 Direta: o ente beneficiado pela repartição da receita recebe-a diretamente, sem qualquer
intermediário e sem que esta receita faça parte de qualquer fundo constitucional. Ex. a CF
atribui aos municípios metade do IPVA arrecadado pelos estados em virtude dos veículos
automotores licenciados em seu território.
 Indireta: os recursos a serem repartidos são destinados a um fundo de participação, cujas
receitas são divididas entre os beneficiários. Segundo os critérios legais e constitucionais
previamente definidos.

ESQUEMA DE REPARTIÇÃO

a) Repartição direta – Tributos Federais:


União IRRF – IRPF – IOF- IMP. CIDE- ITR IPI –
157, I 158, I Ouro Residuais Comb 159, II
Estados 100% 30% 20% 29% 10%
Municípios 100% 70% 25% 50% OU 25%
100% (*)
(*) Se Município optar por arrecadar, 100% do ITR.
Obs: Na Cide-Combustível e IPI, os Estados recebem e repassam aos Municípios um percentual.

b) Repartição direita – Tributos Estaduais:


Estados IPVA – Art. 158, III ICMS – Art. 158, IV
Municípios 50% 25% (#)

(#) ¾ para valor adicionado (quem mais contribuiu) E ¼ o Estado define o critério. O STF entendeu
que o Estado NÃO pode afastar Município da participação de recursos.

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c) Repartição por intermédio de fundos:
IR + IPI (ART. 159, I) – Total: 49%:
 21,5% - Fundo de Participação dos Estados;
 22,5% - Fundo de Participação dos Municípios;
 3% - Programas de financiamento do Norte, Nordeste1 e Centro-oeste;
 1% - Fundo de participação dos Municípios, entregue no 1º decêndio do mês
de dezembro de cada ano;
 1% - Fundo de participação dos Municípios, entregue no 1º decêndio do mês
de julho de cada ano (EC 54/14).

3. Tributos

Conceito: Segundo Regina Helena Costa (2018, p. 101), “o conceito de tributo é extraído da
própria Constituição. Da leitura do capítulo dedicado à disciplina do Sistema Tributário Nacional (arts.
145 a 156), depreende-se a noção essencial desse conceito, segundo a qual tributo corresponde a
uma relação jurídica existente entre Estado e contribuinte, uma vez implementada determinada
situação fática prevista em lei como autorizadora dessa exigência, cujo objeto consiste numa
prestação pecuniária, não revestida de caráter sancionatório, e disciplinada por regime jurídico
próprio”.
À vista desses elementos, o legislador infraconstitucional estatuiu uma definição do conceito
de tributo, estampada no art. 3º do CTN.

Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

*ATENÇÃO: Conceito de tributo e definição legal de tributo são coisas diversas.

- Note: A compulsoriedade é requisito de existência do tributo.

1
Desse percentual, METADE dos recursos do nordeste serão destinados ao semiárido.
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O CTN, no seu artigo 5º, dispõe que os tributos são impostos, taxas e contribuição de
melhoria, claramente adotando a teoria da tripartição das espécies tributárias. Ao se deparar com o
tema, o STF tem adotado a teoria da pentapartição, e acrescenta os empréstimos compulsórios e
as contribuições especiais.

- Análise do conceito legal de tributo:


I- Prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: Parte da doutrina defende
que a expressão “ou cujo valor nela se possa exprimir” constituiria uma autorização para a instituição
de tributos in natura (em bens) ou in labore (em trabalho ou serviços), uma vez que são suscetíveis
de avaliação em moeda, no entanto, esse não é o posicionamento majoritário.
- O entendimento que prevalece é o de que o CTN permite a quitação de créditos tributários mediante
a entrega de outras utilidades que possam ser expressas em moedas, desde que tais hipóteses
estejam previstas no próprio CTN, nos termos de seu art. 141.
- Entretanto, interpretando o art. 141 do CTN, o STF (MC na ADI 2.405) entendeu ser possível a criação
de novas hipóteses de extinção do crédito tributário através de lei ordinária local. No entendimento
da Suprema Corte, o pacto federativo permite ao ente estipular a possibilidade de receber algo do
seu interesse para quitar créditos de que é titular. Ademais, como cabe aos entes federativos perdoar
dívidas através de lei concessiva de remissão (art. 156, IV, do CTN), também deve ser cabível autorizar
que a extinção do crédito seja feita de uma forma não prevista no CTN. Deve ser aplicada ao caso a
ideia de que quem pode o mais pode o menos.
- Vale ressaltar que em outra ocasião (MC na ADI 1.917) o STF declarou inconstitucional uma lei local
que previa a extinção do crédito tributário mediante dação em pagamento de bens móveis. O
fundamento não foi a impossibilidade de criação de novas hipóteses de extinção do crédito tributário,
mas sim a violação da reserva de lei federal para estipular regras gerais de licitação para aquisição de
bens (art. 22, XXVII, da CF).

II- Prestação compulsória: O tributo é uma receita derivada, cobrada pelo Estado com base em seu
poder de império. O dever de pagar o tributo é imposto pela lei e independe da vontade das partes.

III- Prestação que não constitui sanção de ato ilícito: Apenas as multas podem ter a finalidade de

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sancionar um ilícito. A finalidade dos tributos é arrecadatória.

IV- Prestação instituída em lei: Regra sem exceção. O tributo só pode ser criado por lei ou ato
normativo de igual natureza, como a medida provisória.
- No taxation without representation (não haverá cobrança de tributos sem representação): Ideia que
surgiu nos Estados Unidos e que exige a aprovação da cobrança do tributo por representantes eleitos
pelo povo.
Obs.: Apesar de não haver exceção à legalidade quanto à instituição de tributos, existem várias
exceções ao princípio quanto à alteração de alíquotas (II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustíveis e ICMS-
monofásico sobre combustíveis).

V- Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: Essa vinculação


decorre do fato de o tributo ser instituído por lei e configurar uma prestação compulsória. Não cabe
análise de conveniência ou oportunidade na cobrança do tributo.

3.1. Impostos

I. Definição: É tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica (É não-vinculado).
- É tributo UNILATERAL, desvinculado de qualquer atividade estatal. Assim, conforme decidiu o STJ:
o contribuinte NÃO pode obrigar o Município a realizar certa obra ou serviço sob a alegação de que
teria pago o IPTU.
- A receita dos impostos visa custear as despesas públicas gerais ou universais.
- A receita NÃO se atrela a órgão, fundo ou despesa: NÃO se pode majorar um imposto e vincular tal
aumento a uma dada finalidade, sob pena de inconstitucionalidade (o conjunto de receitas deverá
compor massa distinta e única a cobrir o conjunto de despesas). Exceções ao princípio da não-
afetação dos impostos, previstas no art. 167, da CF/88:
o Repartição de receitas tributárias;
o Destinação de recursos para saúde, educação e atividades da Administração
tributária;

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o Prestação de garantias:
 Operação de crédito por ARO;
 Para a União (garantias e contragarantias);
 Para pagamento de débitos com a União.

II. Competência para instituir impostos


- A competência instituir impostos é atribuída pela CF/88 de maneira enumerada e privativa a cada
ente federado. Entretanto, a União pode instituir, mediante LEI COMPLEMENTAR, novos impostos,
desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados na CF, no exercício da competência tributária residual.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante LEI COMPLEMENTAR, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados
nesta Constituição;

Além da competência residual, a União detém as competências para criar, na iminência ou no


caso de guerra externa, IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS DE GUERRA, compreendidos ou não em sua
competência tributária, sendo DESNECESSÁRIA A EDIÇÃO POR LEI COMPLEMENTAR.

Art. 154
II - na iminência ou no caso de guerra externa, IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

III. Classificação dos impostos


a) Diretos e indiretos:
 Diretos: A carga econômica é suportada pelo contribuinte e NÃO repercute para
terceiros. Ex: IR, IPTU, IPVA, ITBI, ITCMD.

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 Indiretos: O ônus tributário repercute sobre terceira pessoa (contribuinte de fato),
NÃO se onerando o contribuinte de direito. Ex: ICMS, IPI.
b) Pessoais e reais:
 Pessoais: Levam em conta as condições particulares do contribuinte. Ex: IR;
 Reais: Consideram a matéria tributária (o próprio bem ou coisa), sem cogitar das
condições pessoais do contribuinte. Ex: IPI, ICMS, IPTU, IPVA, ITR, IOF.
c) Fiscais e extrafiscais:
 Fiscais: Possuem intuito nitidamente arrecadatório. Ex: IR, ITBI, ITCMD, ISS.
 Extrafiscais: Finalidade reguladora de mercado ou da economia. Ex: II, IE, IPI, IOF.

3.2. Taxas

I. Definição: É tributo vinculado à ação estatal, e NÃO está relacionado à condição econômica do
contribuinte.
- Luciano Amaro: O fato gerador da taxa NÃO é um fato do contribuinte, mas um FATO DO ESTADO,
qual seja, prestação de serviço público ou exercício do Poder de Polícia.

Art. 145, CF/88 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial,
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição;

II. Competência: No plano competencial tributário (competência comum), a taxa pode ser exigida
por U, E, M e DF, NÃO se admitindo em face de atividade privada. – O Território Federal NÃO pode
instituir taxa (quem faz é U/M).

III. Taxa de Polícia: Em seu art. 78, o CTN conceitua poder de polícia:

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Art. 78. Considera-se PODER DE POLÍCIA atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

- O STF entendia que o exercício regular do poder de polícia era o policiamento efetivo, concreto ou
real. Porém, posteriormente alterou o seu entendimento, de modo que o simples fato de existir um
órgão estruturado e em funcionamento viabiliza a cobrança da taxa.
- Quanto aos casos em que o procedimento fiscalizatório é cíclico, devendo ser renovado em dada
periodicidade, o STF tem entendido que deve haver a repetição concreta da atividade fiscalizadora,
como condição à exigência da taxa renovável. No entanto, o STF vem admitindo a constitucionalidade
da taxa de renovação anual de licença para localização, instalação e funcionamento de
estabelecimentos comerciais e similares, desde que haja órgão administrativo que exerça o poder de
polícia.

IV. Taxa de Serviço Público: A criação das taxas de serviço só é possível mediante disponibilização de
serviços públicos que se caracterizam pela divisibilidade e especificidade.

Art. 79, do CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:


I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de
unidade, ou de necessidades públicas;

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III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos
seus usuários.

STF Súmula Vinculante nº 19 - A taxa cobrada EXCLUSIVAMENTE em razão dos serviços


públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de
imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.

Súmula 670 STF - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

- NÃO pode ser cobrado por taxas:


 Segurança pública – Inclusive segurança para eventos de grande porte privados;
 Limpeza pública – Note que se for “coleta domiciliar de lixo”, pode ser cobrada por taxa
municipal, por serem suscetíveis de utilização, de modo separado, por cada usuário.
 Iluminação pública – S. 670 STF
 Asfaltamento – No contexto de obras públicas, deve ser cobrada contribuição de melhoria.

V. Base de cálculo: NÃO pode haver integral identidade entre a base de cálculo das taxas com alguns
impostos. No entanto, é possível a coincidência de alguns dos elementos:

STF - Súmula Vinculante nº 29 - É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um


ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja
integral identidade entre uma base e outra.

OBSERVAÇÕES:
- Deve haver equivalência razoável entre o valor pago e o custo da atividade estatal.
- Taxa de coleta de lixo: Há certas taxas instituídas com base na dimensão da área construída do
imóvel beneficiado. Para o STF, a sistemática é válida, pois o cálculo com base na metragem do imóvel
NÃO implica por si só identidade com a base de cálculo do imposto. Havendo taxa de fiscalização
calculada pela extensão da obra, tal situação é perfeitamente possível.

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- STF: As custas e emolumentos, por serem taxa, só podem ser fixadas por lei, em face do princípio
da reserva legal, para instituir ou aumentar tributo.
- As taxas NÃO cumprem funções extrafiscais.
- É constitucional a cobrança de taxa de fiscalização ambiental sobre o mesmo fato gerador pela
União e pelos Estados, pois ambos têm competência para exercer a fiscalização desta atividade, por
se tratar de competência comum.

VI. Taxa x Preço Público

TAXA PEDÁGIO
Regime jurídico de direito público: É Regime jurídico de direito privado:
tributo NÃO é tributo
O vinculo de natureza tributária. O vínculo de natureza contratual.
O sujeito ativo é uma pessoa jurídica O sujeito ativo pode ser uma pessoa
de direito público. jurídica de direito público ou de
direito privado.
O vínculo nasce da lei, Há necessidade de válida
independentemente de manifestação de vontade
manifestação de vontade (facultativo).
(compulsório).
Pode ser cobrada em virtude de Somente pode ser cobrada em
utilização efetiva ou potencial do virtude de utilização efetiva de
serviço público. serviço público.
Pode ser cobrada pelo exercício do NÃO existe taxa em função do
Poder de Polícia. exercício do Poder de Polícia.
A receita é derivada. A receita é originária (decorre da
exploração de patrimônio estatal).
Sujeita-se aos princípios tributários. Não se sujeita aos princípios
tributários.

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QUAL A NATUREZA JURÍDICA DO PEDÁGIO?


- Para parte da doutrina, a atribuição da natureza de taxa ou de tarifa ao pedágio
dependerá da pessoa jurídica que explora aquela rodovia. Segundo Ricardo
Alexandre, o pedágio considerado tributo, na espécie taxa, é apenas aquele
cobrado pelo Poder Público pela utilização de vias por ele conservadas. Se cobrado
por particulares em regime de concessão, permissão ou autorização,possui
natureza de tarifa.
- Há corrente que ainda defende que a natureza jurídica irá depender da existência
ou não de uma via alternativa para locomoção: Inexistindo a via, a passagem seria
obrigatória e a cobrança compulsória, aproximando-se, portanto da taxa.
- O STF, por meio do julgamento da ADI/800, publicada no informativo 750/STF,
acabou por pacificar a questão, fixando o entendimento de que o pedágio
corresponderia a um PREÇO PÚBLICO, de forma que não seria necessário o respeito
aos princípios tributários. Ademais, definiu o STF pela não necessidade de
existência de uma via alternativa, sem que isto retire a natureza de tarifa do
pedágio.

VII. Taxa de iluminação pública: NÃO é possível instituir taxa de iluminação pública, por não se tratar
de serviço específico e divisível:

STF Súmula nº 670 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

No entanto, a EC-39 acresceu à Constituição o art. 149-A, possibilitando a cobrança de


contribuição sobre iluminação pública (COSIP):

Art. 149-A - Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art.
150, I e III.

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- STF: A COSIP é contribuição de caráter sui generis, em que podem ser eleitos contribuintes os
consumidores de energia elétrica, a base de cálculo pode ser definida conforme o consumo e, ainda,
podem ser impostas alíquotas progressivas que consideram a quantidade de consumo e as
características dos diversos tipos de consumidor.
- NÃO é aplicada à COSIP a anterioridade do art. 195, §4º CF, mas obedece à anual e nonagesimal.

3.3. Contribuição de Melhoria:

I. Definição: É o poder impositivo de exigir o tributo dos proprietários de bens imóveis valorizados
com a realização de obras públicas.
 NÃO se confunde com imposto, pois depende de atividade estatal específica.
 NÃO se confunde com taxa, pois pressupõe obra pública E valorização do imóvel, e não um
serviço público.

II. Elementos:
 Necessidade de valorização (mais valia imobiliária);
 Necessidade de que a valorização ocorra sobre bens imóveis: Deve haver a valorização do
imóvel de propriedade privada em virtude de obras públicas. O decreto lei 195/67 traz o rol
de obras públicas ensejadoras do tributo.

STF: a realização de pavimentação na rua, suscetível de valorizar o imóvel, pode justificar a cobrança
de contribuição de melhoria, o que não acontece com o mero recapeamento da via pública já
asfaltada

III. Base de Cálculo: É o quantum de valorização experimentada pelo imóvel.


- Base de cálculo e os limites de cobrança:
 Limite global (total): É o teto de cobrança, NÃO se podendo admitir arrecadação acima do
custo da obra;
 Limite individual: É ilícita a cobrança sobre cada um em montante superior à mais-valia
imobiliária percebida por cada beneficiário;
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ATENÇÃO: Além do limite individual e total, o art. 12 do DL 195/67 prevê que a parcela anual paga
pelo contribuinte NÃO pode exceder 3% do maior valor fiscal de seu imóvel, atualizado à época da
cobrança.

Art. 81, CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
face ao custo de obras públicas de que decorra VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA (fato gerador),
tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor
que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

3.4. Empréstimos compulsórios

I. Definição: são empréstimos forçados, coativos, porém restituíveis.

Art. 148. A UNIÃO (competência exclusiva), mediante LEI COMPLEMENTAR, poderá instituir
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
VINCULADA à despesa que fundamentou sua instituição.

II. Instituição e competência: Devem ser instituídos por lei complementar e a competência é
exclusiva da União, ainda que haja catástrofe em apenas 01 município ou Estado, NÃO se exigindo
que o cataclismo tenha proporções gigantescas a justificar a competência da União.

III. Pressupostos fáticos a autorizar a instituição:


 Despesas extraordinárias decorrentes de calamidades públicas, guerra externa ou a sua
iminência

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o Calamidades públicas: Situações limítrofes, hecatombes;
o Guerra externa: conflito armado internacional, NÃO podendo ser iniciado pelo Brasil
nem ser comoção interna.
 Investimento público urgente e relevante interesse nacional: É Antecipação de receita.

IV. Empréstimos compulsórios e o princípio da anterioridade:


 Se decorrente de calamidade pública ou guerra externa: NÃO se sujeitam à anterioridade;
 Se instituídos para a realização de investimentos públicos de caráter urgente e relevante
interesse social: deve observar a anterioridade.

3.5. Contribuições

I. Definição: tributos cujo produto de suas arrecadações deve ser para financiar atividades de
interesse público, beneficiando certo grupo, e direta ou indiretamente o contribuinte. A contribuição
NÃO se confunde com imposto, pois enquanto este apoia-se no poder de império, aqueles
adstringem-se à SOLIDARIEDADE, na busca de uma dada finalidade.
- As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir de seu fato gerador. Porém, com as
contribuições de mesmo FG sobre o IR, a CF inaugurou um novo critério de distinção, de natureza
específica, para impostos e contribuições sociais, razão pela qual é possível cobrar IRPJ e CSLL.

II. Espécies de contribuições e competência: Dispõe o art. 149 da CF ser competência EXCLUSIVA da
União a instituição das contribuições ali delineadas:

Art. 149 - Compete EXCLUSIVAMENTE À UNIÃO instituir contribuições sociais, de intervenção


no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e
150, I e III, e sem prejuízo do previsto no Art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus
servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art.

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40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos
da União.

O legislador constituinte previu a possibilidade de a União instituir três espécies de


contribuições, quais sejam:
 Contribuições sociais;
 Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE); e
 Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas.

NOTE: Embora seja competência exclusiva da União instituir as contribuições, Estados e Municípios
podem instituir contribuição de seus servidores para custeio, em benefício destes, do regime
previdenciário, ante previsão Constitucional expressa.

a) Contribuições Sociais: As contribuições sociais são espécies de contribuições especiais. Segundo


entendimento do STF, essa subespécie ainda está sujeita a mais uma subdivisão.
 Contribuições de seguridade social. Ex: PIS, COFINS, CSLL;
 Outras contribuições sociais (Residuais e instituídas por Lei Complementar);
 Contribuições sociais gerais - salário educação + sistema S + Contribuição do FGTS (LC 110).

É possível instituir contribuições com o mesmo fato gerador de impostos?


O STF entende que a exigência de inovação quanto a base de cálculo e fato gerador,
só existe dentro da mesma espécie tributária, ou seja, um novo imposto deve possuir
base de cálculo e fato gerador diferentes daqueles que servem para incidências de
impostos já existentes. Já uma nova contribuição só pode ser criada se o seu fato
gerador e sua base de cálculo forem diferentes daqueles definidos para as
contribuições já criadas.

Exige-se lei complementar para a instituição de uma contribuição


A exigência de utilização de lei complementar só é aplicável para a criação de novas
contribuições (contribuições residuais). Para a criação daquelas cujas fontes já
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constam da constituição, é possível a utilização de lei ordinária. Exemplificando: É


possível instituir contribuição corporativa por lei ordinária, já que está prevista na
Constituição Federal.

b) CIDES: São contribuições de intervenção no domínio econômico e possuem caráter nitidamente


extrafiscal. A competência é exclusiva da União, e seu exercício, por NÃO estar sujeita a reserva de
lei complementar, pode se dar na via de lei ordinária ou da medida provisória.
- Dica: A CIDE-Combustível é a única com fato gerador previsto na Constituição Federal, no Art. 177
§ 4º.

c) Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas – Contribuições


corporativas: São criadas pela União com o objetivo parafiscal de obter recursos destinados a
financiar atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias
profissionais ou econômicas. Podem ser:

 Contribuição Sindical: É modalidade de contribuição parafiscal, na subespécie corporativa ou


profissional, também chamado de “imposto sindical”, obrigatória a todos os trabalhadores
celetistas, integrantes da categoria, sindicalizados ou não, os quais devem arcar com o
montante equivalente a um dia de trabalho.

ATENÇÃO: Com a reforma trabalhista, a contribuição sindical deixa de ser obrigatória e passa a ser
facultativa. Assim, questiona-se a constitucionalidade da reforma, e se teria deixado de ser possuir a
2natureza tributária. Nesse sentido, já foram propostas algumas ADIs, a exemplo das 5.810, 5.811,
5.813, 5.815, para discutir a questão no STF. Vejamos o resumo de algumas ADINs:

ADI 5.810: a Central das Entidades de Servidores Públicos sustenta a necessidade de


edição de LC para alterar a regra de recolhimento da contribuição sindical, uma vez
que se instituiu regra geral de isenção ou não incidência de obrigação. Isso porque

2
Extraído de http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI269431,71043-
Fim+da+obrigacao+sindical+pela+reforma+trabalhista+e+questionada+no
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foi criada nova norma possibilitando a definição da base de cálculo do tributo por
decisão do próprio contribuinte. Sustenta ainda que a nova regra interfere no princípio
da isonomia tributária, dividindo os contribuintes entre categorias de optantes e
isentos, e alega violação aos princípios da representatividade e da unicidade sindical.
ADI 5.811: Ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Movimentação
de Mercadorias em Geral e Logística, defende que a contribuição sindical tem
natureza tributária e torna-se obrigatória a todos os trabalhadores da categoria,
sindicalizados ou não, uma vez que o tributo, como tal, é uma obrigação compulsória.
Nesse sentido, não seria possível estabelecer a contribuição sindical como voluntária,
uma vez que a finalidade da contribuição sindical é defender os interesses coletivos ou
individuais da categoria, e essa representação independe de autorização ou filiação.
ADIns 5.813 e 5.815: trazem ainda alegação de que as novas regras trazem renúncia
fiscal vedada nessa modalidade de reforma. Isso porque, segundo afirmam, o artigo
150, parágrafo 6º, da CF/88, veda a concessão de subsídio ou isenção a não ser por lei
específica que regule exclusivamente o tema. Sustentam ainda ofensa à Convenção
144 da OIT, segundo a qual mudanças na legislação de natureza social necessita da
ampla participação dos empregados e empregadores.

 Contribuições corporativas para o custeio das entidades de fiscalização do exercício de


profissões regulamentadas: É típica utilização do tributo com finalidade parafiscal, uma vez
que o Estado cria o tributo por lei e atribui o produto de sua arrecadação a uma terceira
pessoa que realiza atividade de interesse público. Ex. CREA, CRM.
ATENÇÃO: O STF entendeu que a OAB NÃO é autarquia, mas entidade sui generis na defesa
da democracia. Assim, a anuidade da OAB NÃO possui natureza tributária.

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E IMUNIDADES

1. Competência Tributária

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É o poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam tributos. O exercício
desse poder é uma faculdade, de tal sorte que cada ente decide sobre o exercício da sua competência
tributária.
a) Características:
 Indelegável: O ente federativo NÃO poderá transferir a sua competência tributária para
nenhum outro ente, NÃO se confundindo com a capacidade tributária ativa, esta
administrativa e delegável, inclusive no tocante à capacidade processual para o ajuizamento
da execução fiscal (As funções fiscais são delegáveis).
 Facultativa: Os entes federativos NÃO se obrigam a instituir os tributos cuja competência lhe
foi atribuída pela CF/88, em que pese o art. 11 LRF (LC 101/01) vedar as transferências
voluntárias aos entes que não instituírem os impostos.
* ATENÇÃO: O STF, em MC na ADI 2238, entendeu que NÃO há violação à CF pelo art. 11 LRF, por se
tratar de transferências voluntárias, já que as obrigatórias só podem deixar de ser repassadas quando
o ente não aplicar o percentual mínimo.
 Incaducabilidade: O direito do ente federativo instituir o tributo pode ser exercido a qualquer
tempo, e não se condiciona a prazo decadencial.
 Inalterabilidade: A competência tributária NÃO pode ser alterada por lei infraconstitucional.
 Irrenunciabilidade: O ente federativo NÃO pode renunciar a sua competência tributária em
favor de outro ente, pode apenas deixar de exercê-la.

b) Competência tributária x Capacidade tributária ativa

 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: Se refere à possibilidade de editar lei instituindo o tributo,


definindo seus elementos essenciais e decorre de previsão constitucional – É INDELEGÁVEL;
 CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA: Decorre da competência tributária, mas possui natureza
administrativa, referindo-se as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar
leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária – É DELEGÁVEL.

* ATENÇÃO: O Art. 7º,§ 2º do CTN dispõe que a delegação pode ser revogada, a qualquer tempo, por
ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido:
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Art. 7º, § 2º: A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa
jurídica de direito público que a tenha conferido.
c) Espécies de competência
 Competência privativa ou exclusiva: A própria CF determina o rol dos impostos relativos a
cada ente tributante. Inclui-se o poder para a criação de outros tributos, diversos de impostos:
o União: Empréstimo compulsório + contribuições especiais;
o Estados: Contribuições sociais para custeio do seu sistema previdenciário;
o Municípios: Contribuições sociais para custeio do seu sistema previdenciário e COSIP.
 Competência comum: Diz respeito aos tributos vinculados, em que todos os entes podem
cobrar (taxa e contribuição de melhoria;
 Competência cumulativa ou múltipla: Atrelado ao poder legiferante de instituição de
impostos pela União nos territórios federais, e pelo DF (cobrança tanto dos impostos
Estaduais e Municipais pelo DF), em sua base territorial.
 Competência especial: É o poder de instituir empréstimos compulsórios e contribuições
especiais;
 Competência residual ou remanescente: É o poder de instituir tributo diverso dos já
existentes. Ex: Competência da União para instituir impostos residuais;
 Competência extraordinária: É o poder de a União instituir, por lei ordinária, imposto
extraordinário de guerra (pode ser por MP, inclusive).

2. Imunidades
Segundo Amilcar Falcão, a imunidade é forma qualificada ou não especial de não- incidência por
supressão, na CF, da competência impositiva ou do poder de tributar. Trata-se de delimitação
negativa de competência, prevista no próprio texto constitucional.

ATENÇÃO – CONCEITOS RELEVANTES:


a) Não incidência: São coisas que ocorrem no mundo, NÃO aplicáveis ao direito
tributário (Tout cout). O ente federativo, embora autorizado
constitucionalmente, NÃO exerce a sua competência tributária.
- O tributo NÃO é instituído;
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- NÃO há fato gerador, NÃO nasce a obrigação tributária, nem o crédito


tributário.
- A situação NÃO se enquadra na regra matriz de incidência.
b) Imunidade: Casos que se enquadrariam na hipótese de incidência, mas a CF diz
que NÃO incidirão determinados tributos.
- É IRREVOGÁVEL, e deve ser interpretada à luz dos princípios (a imunidade
delimita o âmbito de atuação da competência).
- É exoneração tributária prevista na CF.
- Há o exercício (vedado pela CF) de competência tributária.
c) Isenção: É a dispensa legal do pagamento do tributo. Se dá no plano da
legislação ordinária, devendo ser interpretada literalmente. Pode ser
revogada, SALVO a hipótese do art. 178 CTN (prazo certo e em função de
determinadas condições).
- Benefício fiscal que pressupõe a existência de competência tributária e seu
exercício.
d) Alíquota zero: Ocorre com tributos extrafiscais, em que o governo decide
temporariamente reduzir a zero a carga de determinados produtos. O governo
quer reduzir sem isentar.
- A competência tributária é exercida, o fato gerador ocorre, mas NÃO há o
dever de pagar tributo em razão da multiplicação da base de cálculo pela
alíquota zero.
OBS: A isenção é para políticas perenes; já na alíquota zero, o tributo pode voltar ao
seu patamar a qualquer momento.

CLASSIFICAÇÕES DAS IMUNIDADES:


 - Quanto ao parâmetro da concessão:
I- Imunidades Subjetivas: levam em consideração as pessoas beneficiadas pela norma.
É o caso da imunidade recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF);
Obs.: A imunidade subjetiva não exime as pessoas beneficiadas do dever de pagar
tributos na condição de responsáveis.

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II- Imunidades Objetivas: são aquelas que consideram os objetos que serão
beneficiados pela norma. É o caso da imunidade sobre livros, jornais, periódicos e o
papel destinado à sua impressão (art. 150, VI, “d”, da CF). Não importa quem produz,
vende ou compra o livro;
III- Imunidades Mistas: considera as características pessoais e as características do
objeto. É o caso da imunidade de incidência do ITR sobre pequenas glebas rurais, assim
definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art.
153, §4º, II, da CF). Essa imunidade do ITR leva em conta aspectos subjetivos (o fato de
o proprietário possuir apenas um imóvel) e objetivos (a área da pequena gleba estar
dentro dos limites legais);

- Quanto à origem:
I- Imunidades Ontológicas: são as imunidades que existiriam mesmo sem previsão
constitucional expressa, tendo em vista que são fundamentais para o princípio da
isonomia e o pacto federativo. É o caso da imunidade recíproca e da imunidade das
instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (art. 150, VI, “c”, da CF);
Obs.: A imunidade recíproca é considerada uma cláusula pétrea implícita, pelo fato de
ser inerente à forma federativa de Estado (art. 60, §4º, I, da CF).
II- Imunidades Políticas: são aquelas que visam à proteção de princípios em virtude da
opção política do legislador constituinte. É o caso da imunidade dos templos de
qualquer culto.

- Quanto ao alcance:
I- Imunidades Gerais: são aplicáveis a todos os entes tributantes, abrangendo diversos
tributos. É o caso das imunidades de impostos previstas no art. 150, VI, “a”, “b”, “c” e
“d”, da CF). Essa generalidade das vedações decorre da importância dos valores
protegidos pela regra imunizantes, como é o caso do pacto federativo (imunidade
recíproca, da liberdade religiosa (imunidade de templos de qualquer culto) e da
liberdade de expressão e de informação (imunidade cultural);
II- Imunidades Específicas: são restritas a um determinado tributo de competência de

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determinada pessoa política, de forma a atender a certa conveniência ou a determinado


e restrito valor. É o caso das imunidades ao IPI e ao ICMS nas operações de exportação
(arts. 153, §3º, III, e 155, §2º, X, “a”, da CF);

- Quanto à forma de previsão:


I- Imunidades Explícitas: são as imunidades previstas expressamente no texto
constitucional;
II- Imunidades Implícitas: são aquelas que existem como decorrência dos princípios
constitucionalmente consagrados, mas que não estão previstas expressamente. Não há
exemplo no direito brasileiro, mas todas as imunidades ontológicas são implícitas e
existiriam por si mesmas, independentemente de previsão expressa.

- Quanto à necessidade de regulamentação:


I- Imunidades Incondicionadas: são aquelas em que a norma constitucional gera efeitos
independentemente de regulamentação, possuindo eficácia plena e aplicabilidade
imediata. É o caso das imunidades recíproca e cultural;
II- Imunidades Condicionadas: são as imunidades cuja norma constitucional é de
eficácia limitada, dependendo o gozo do benefício de regulamentação
infraconstitucional. É o caso das imunidades das instituições de assistência social e
educação sem fins lucrativos, que somente gozam do benefício se cumprirem os
requisitos estabelecidos em lei complementar.
Obs.: De acordo com a tese de repercussão geral firmada pelo STF (tema 32), os
requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar.

Na Constituição Federal/88, existem imunidades relativas a taxas, impostos e contribuições


para a seguridade social, ainda que não estejam integralmente contidas no art. 150, da CF/88.
As mais importantes imunidades são as do art. 150 VI da CF, aplicáveis exclusivamente aos
impostos:

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Art.150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir IMPOSTOS sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c)patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros
bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 75, de 15.10.2013)

a) Imunidade Recíproca

I) Definição: É a vedação à tributação de impostos sobre o patrimônio, rendas e serviços, uns dos
outros entes políticos, a fim de preservar o pacto federativo. Trata-se de CLÁUSULA PÉTREA.
Tem o objetivo de assegurar a isonomia formal entre os entes.

Note: A aludida imunidade se refere apenas aos IMPOSTOS, razão pela qual o município pode cobrar
taxa da União, por exemplo.

- Impostos abrangidos:
I- Impostos sobre o patrimônio: IPTU, IPVA, ITR, ITCMD, ITBI;
II- Impostos sobre a renda: IR e IOF;
Obs.: O STF, ao julgar o RE 213059, decidiu que as rendas decorrentes da aplicação de recursos dos
Municípios são imunes ao IOF. No mesmo sentido, a Suprema Corte julgou procedente a ACO 502, na
qual o Estado de São Paulo pretendia declarar a inconstitucionalidade da incidência de IOF sobre os

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rendimentos auferidos pelo governo estadual em aplicações financeiras de recursos orçamentários.
III- Impostos sobre serviços: ISS e ICMS.

* ATENÇÃO: Embora a vedação constitucional se refira ao patrimônio, renda e serviços dos entes da
federação, o STF adota interpretação ampla, a abarcar todos os impostos. Por meio do RE 192.888,
o STF disse que a União NÃO pode tributar o Município com IOF.

- Impostos controversos: há controvérsia sobre o alcance da imunidade recíproca em relação ao IPI,


ao II, ao IE e ao ICMS, uma vez que incidem sobre bens, sem levar em consideração aspectos
subjetivos do contribuinte. Há duas correntes sobre o tema:
I- Esses impostos estão fora do alcance da regra imunizante, em razão de uma interpretação restritiva
da Constituição. A interpretação da imunidade deve ser restritiva por tratar-se de uma exceção.
Obs.: Ricardo Lobo Torres defende essa primeira corrente.
II- Esses impostos estão abrangidos pela imunidade recíproca, devendo ser utilizada uma
interpretação ampliativa da norma constitucional. Isso porque essa imunidade protege a liberdade
fundamental dos entes federativos. É a corrente que vem sendo adotada pelo STF quando a entidade
é contribuinte de direito.

- Tese de Repercussão Geral firmada pelo STF: A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus
beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo
irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito constitucional, a repercussão econômica
do tributo envolvido (STF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22 e 23/2/2017
(repercussão geral) (Info 855).
- Lição de Hugo de Brito Machado sobre o tema: “O argumento de que o imposto sobre produtos
industrializados (IPI) assim como o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias
(ICMS) não incidem na saída de mercadorias que o particular (industrial, comerciante ou produtor)
vende ao Poder Público, porque o ônus financeiro respectivo recai sobre este, não tem qualquer
fundamento jurídico. Pode ser válido no âmbito da Ciência das Finanças. Não no Direito Tributário. A
relação tributária instaura-se entre o industrial, ou comerciante, que vende, e por isto assume a
condição de contribuinte, e a Fazenda Pública, ou fisco, credor do tributo. Entre o Estado comprador

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da mercadoria e o industrial, ou comerciante, que a fornece, instaura-se uma relação jurídica
inteiramente diversa, de natureza contratual. O Estado comprador paga simplesmente o preço da
mercadoria adquirida. Não o tributo. Este pode estar incluído no preço, mas neste também está
incluído o salário dos empregados do industrial, ou comerciante, e nem por isto se pode dizer que há
no caso pagamento de salários. Tal inclusão pode ocorrer, ou não. É circunstancial e independe de
qualquer norma jurídica. Em última análise, no preço de um produto poderão estar incluídos todos
os seus custos, mas isto não tem relevância para o Direito, no pertinente à questão de saber quem
paga tais custos” (MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 30ª ed. São Paulo: Malheiros
Editores, 2009, p. 286/287).

II) Imunidade recíproca e entes da administração indireta: O art. 150, § 2º, da Constituição dispõe:

§ 2º - A vedação do inciso VI, (a), é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e


mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Em princípio, as autarquias e fundações, instituídas e mantidas pelo Poder Público, são


imunes ao pagamento de impostos, desde que a imunidade se condicione à existência de
patrimônio, renda ou serviços que se relacionem às finalidades essenciais desses órgãos e que,
portanto, tenham finalidade pública.
Obs.: Segundo o entendimento pacífico do STF, é ônus da entidade tributante provar que o bem
não está sendo utilizado nas finalidades essenciais da entidade imune.
ARE 796.191/RJ (precedente relacionado à UERJ): A jurisprudência da Corte vem consolidando
o entendimento de que não cabe ao ente imune demonstrar que utiliza o bem de acordo com suas
finalidades institucionais. Ao contrário, cabe à Administração tributária demonstrar a eventual
tredestinação do bem gravado pela imunidade. Esta inversão circunstancial do ônus da prova justifica-
se pelo fato da imunidade não ser concedida por ato do Fisco. Trata-se de uma garantia que se reveste
do caráter de regra supressiva da competência tributária, cujos efeitos decorrem diretamente da
Constituição Federal.

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Para empresas públicas e sociedades de economia mista, o art. 150, §3º, da CF/88, dispõe:

§3º - As vedações do inciso VI, (a), e do parágrafo anterior (autarquias e fundações)NÃO se


aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades
econômicasregidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente
comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

Caso se trate de um ente da Administração Indireta que atue como agente privado, com fins
lucrativos, se inserindo na exploração de uma atividade econômica, esse ente da Administração
Indireta não fica sujeito à imunidade tributária recíproca num primeiro momento. No entanto, o STF
tem entendido ainda que certas empresas públicas e sociedades de economia mista, executoras
de serviços públicos de prestação obrigatória do Estado também seriam imunes, por serem “longa
manus” das pessoas políticas que lhes criam e apontam os objetivos, a exemplo dos Correios, CAERD,
CODESP e INFRAERO.

CONCLUSÃO: a imunidade tributária recíproca abrange as empresas públicas e sociedades de


economia mista prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do estado,
DESDE QUE observem alguns REQUISITOS:
 Restringir-se a propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos
institucionais imanentes do ente federado;
 Não beneficiar atividades de exploração econômica, destinada primordialmente a aumentar
o patrimônio do Estado ou de particulares;
 Não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e
do exercício da atividade profissional ou econômica lícita.
 NÃO podem cobrar preços ou tarifas.

ATENÇÃO: a regra imunizante NÃO exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente ao bem imóvel. Nesse sentido:

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Súmula 583 STF: Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia
é contribuinte do imposto predial territorial urbano.

b) Imunidade Religiosa

I. Definição: Decorre da liberdade de crença, e é aplicável EXCLUSIVAMENTE AOS IMPOSTOS, não


sendo extensiva, por exemplo, as contribuições sindicais. Como a imunidade tem por objetivo evitar
a submissão da entidade religiosa ao Estado, a proteção abrange todo o patrimônio, todas as
rendas e todos os serviços destas entidades, e não apenas o local da celebração religiosa.

II. Requisitos elementares para a imunidade:


 Investimento integral do montante pecuniário na consecução dos objetivos institucionais da
igreja;
 Inexistência de prejuízo à livre concorrência, vedando-se o cunho empresarial.

III. Alguns entendimentos do STF


- Os bens pertencentes à diocese, quando destinados as suas finalidades essenciais, NÃO devem
sofrer a incidência de impostos.
- Se os imóveis da entidade são usados como estacionamento para auferir recursos para utilizar no
objeto social dessas entidades, subsiste a imunidade.
- Se um imóvel que pertence ao ente imune é alugado, não deixa de estar vinculado as finalidades
essenciais do ente, não perdendo a imunidade, desde que os rendimentos obtidos com o aluguel do
imóvel se revertam para as finalidades essenciais da instituição.
- A imunidade é extensiva aos CEMITÉRIOS que funcionem como entidade sem fins lucrativos. Mas
não se aplica a imunidade religiosa aos cemitérios instituídos por particulares com manifesta
finalidade lucrativa.

IV. Imunidade e tributos indiretos


 NÃO incide ICMS nas operações de venda de mercadorias fabricadas pelos templos, desde
que o lucro seja revertido na finalidade da entidade religiosa;

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 Incide o ICMS na compra de mercadoria pelos templos.

c) Imunidade tributária dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades


educacionais e assistenciais sem fins lucrativos

I. Abrangência: Apenas abarca os impostos, SALVO as entidades beneficentes de assistência social,


imunes às contribuições social – previdenciárias.

NOTE: Alcança os sindicatos de trabalhadores, NÃO se aplicando ao sindicato de empregadores!

II. Requisitos para a concessão da imunidade: Para a aludida imunidade ser concedida, é necessária
a regulamentação legal, o que deve ocorrer por meio de lei complementar.

Art. 146. Cabe à LEI COMPLEMENTAR:


II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

- STF (Info 855): Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei
complementar.
Obs.: Nesse julgado o STF decidiu também que as regras sobre o procedimento de habilitação
dessas entidades nos órgãos da Administração Pública poderão ser disciplinadas por meio de lei
ordinária, desde que tratem de aspectos meramente procedimentais necessários à verificação do
atendimento das finalidades constitucionais da imunidade.

Quem faz o papel da lei complementar reguladora da imunidade é o art. 14 do CTN, pois
embora o CTN seja lei ordinária, foi recepcionado com status de lei complementar:

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos


seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;

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II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos
institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades
capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade
competente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os
diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este
artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.

III. Imunidade e imóveis das entidades: O STF vem adotando uma interpretação ampliativa,
aplicando-a aos mais diversos imóveis das entidades beneficentes, desde que o uso ali realizado
reverta para as finalidades da entidade.
* Necessário destacar um julgado, que NÃO reflete a posição consolidada da jurisprudência, em que
o STJ, ao analisar em 2014 uma situação em que a entidade beneficente se tornou franqueada dos
Correios, entendeu que incidia ICMS nas atividades praticadas enquanto franqueada, mesmo que
toda a receita advinda desta entidade seja utilizada para o seu proveito, sob a justificativa de que
a atividade prestada foge aos seus fins institucionais.

IV. Súmulas e entendimentos jurisprudenciais relevantes


- Súmula 724 STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da constituição, desde que o
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
- SÚMULA VINCULANTE 52 (antiga Súmula 730 STF) A imunidade tributária conferida a instituições
de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, vi, "c", da constituição, somente alcança as
entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
- STF: É ônus da Fazenda provar que algum dos requisitos concessivos da imunidade estão sendo
descumpridos pela entidade, vigorando, assim, uma verdadeira presunção a favor da instituição.
- STF: Em regra, presume-se que o imóvel vago possui a imunidade, cabendo à Fazenda demonstrar
que seu uso não está de acordo ou revertendo às finalidades da entidade.

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As cooperativas foram imunizadas dos tributos pela CF?


Não. A CF apenas determina no seu art. 146, III, “c” que a LC confira tratamento
tributário adequado ao ato cooperativo, sem falar em imunidade. Como essa lei
que trará normas gerais ainda não foi criada, os Estados podem dar às
cooperativas o tratamento tributário que julgarem adequado, em razão da
competência concorrente para legislar sobre normas gerais.

d) Imunidade Cultural

I. Definição: É a única imunidade puramente objetiva (ALEXANDRE, 2016, p. 181), e incide tão
somente nos impostos incidentes diretamente sobre os livros, jornais, periódicos e sobre o papel
destinado a impressão.
- Imunidade incondicionada: a norma constitucional que prevê a imunidade cultural é dotada de
eficácia plena e aplicabilidade imediata, não precisando de lei para regulamentá-la.
- Segundo Ricardo Alexandre, “a imunidade visa a baratear o acesso à cultura e, por facilitar a livre
manifestação do pensamento, a liberdade de atividade intelectual, artística, científica e da
comunicação e do acesso à informação, todos direitos e garantias individuais constitucionalmente
protegidos (CF, art. 5º, IV, IX e XIV), configura, também, cláusula pétrea” (ALEXANDRE, 2016, p. 181).

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir IMPOSTOS sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

II. Abrangência da imunidade: Não existe possibilidade de diferenciar livros, jornais e periódicos
quanto ao conteúdo, de forma a reconhecer a imunidade apenas às publicações cujas informações
veiculadas possuam relevante valor didático ou artístico. Ex. Álbum de figurinhas é imune, apostilas
são imunes.
- São imunes:

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 Livros: são imunes livros que transmitem pensamentos e ideias formalmente orientadas,
independente do conteúdo. Abrange os livros digitais (ver quadro abaixo).
- STF (RE 221239): A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua
impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual,
artística, científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população à cultura, à
informação e à educação. 2- O constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao
valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma
publicação. 3- Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal
instituído para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo
subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada ao
público infanto-juvenil.
 Apostilas: são imunes por configurarem um veículo de transmissão de cultura simplificado
(STF, 2º Turma, RE 183.403/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 07.11.2000, DJ 04.05.2001).
 Jornais: Os jornais gozam de imunidade, mesmo que contenham publicidade em seu corpo
(anúncios, classificados etc.), considerando que isso constitui fonte de renda necessária para
continuar a difusão da cultura (ALEXANDRE, 2016, p. 182). Contudo, algumas vezes, junto com
o jornal vêm alguns folhetos separados contendo publicidade de supermercados, lojas etc.
Tais encartes publicitários não são parte integrante (indissociável) do jornal e não se destinam
à difusão da cultura (possuem finalidade apenas comercial), razão pela qual NÃO gozam de
imunidade (RE 213.094/ES).
 Papel: O papel utilizado para a impressão de livros, jornais e periódicos também é imune. Não
importa o tipo e a qualidade do papel. Basta que ele seja utilizado para a produção de livros,
jornais e periódicos.
 Filmes destinados à produção de capas de livros: o material se integra no produto final – capas
de livros sem capa dura (RE 392.221/SP).
 Filmes e papés fotográficos (Súmula 657-STF): A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da
Constituição Federal abrange os filmes e papeis fotográficos necessários à publicação de
jornais e periódicos.
 Listas telefônicas: A edição de listas telefônicas goza de imunidade tributária prevista no art.
150, VI, "d", da CF/88. A imunidade tributária prevista em prol de livros, jornais, periódicos e
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o papel destinado a sua impressão, ostenta caráter objetivo e amplo, alcançando publicações
veiculadoras de informações genéricas ou específicas, ainda que desprovidas de caráter
noticioso, discursivo, literário, poético ou filosófico. (STF. 1ª Turma. RE 794285 AgR, Rel. Min.
Luiz Fux, julgado em 24/05/2016).
- Não são imunes:
 Chapas de Impressão: A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, "d," da CF/88 deve ser
interpretada finalisticamente à promoção da cultura e restritivamente no tocante ao objeto,
na medida em que alcança somente os insumos assimiláveis ao papel. (STF. 1ª Turma. ARE
930133 AgR-ED, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/09/2016).
 Encartes com exclusiva finalidade comercial, mesmo que inseridos dentro de jornais (RE
213.094/ES).
 Papel para propaganda: Os veículos de comunicação de natureza propagandística de índole
eminentemente comercial e o papel utilizado na confecção da propaganda não estão
abrangidos pela imunidade definida no art. 150, VI, "d", da CF/88, uma vez que não atendem
aos conceitos constitucionais de livro, jornal ou periódico contidos nessa norma. (STF. 2ª
Turma. ARE 807093 ED/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 05/08/2014).
 Tinta para jornal (RE 273.308/SP).
 Serviços de distribuição de livros, jornais e periódicos: A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal é firme no sentido de que a distribuição de periódicos, revistas, publicações, jornais e
livros não está abrangida pela imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da
CF/88. (STF. 2ª Turma. RE 630462 AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgado em 07/02/2012).
 Serviços de composição gráfica: Segundo o STF, as prestadoras de serviços de composição
gráfica, que realizam serviços por encomenda de empresas jornalísticas ou editoras de livros
não estão abrangidas pela imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF. As empresas
que fazem composição gráfica para editoras, jornais etc. são meras prestadoras de serviço e,
por isso, a elas não se aplica a imunidade tributária. (STF. 2ª Turma. RE 434826 AgR/MG, rel.
orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Celso de Mello, julgado em 19/11/2013 (Info
729)).
 Maquinário para impressão de livros: A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da
Constituição Federal, não abarca o maquinário utilizado no processo de produção de livros,
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jornais e periódicos. A imunidade tributária visa à garantia e efetivação da livre manifestação
do pensamento, da cultura e da produção cultural, científica e artística. Assim, é extensível a
qualquer material assimilável a papel utilizado no processo de impressão e à própria tinta
especial para jornal, mas não é aplicável aos equipamentos do parque gráfico, que não são
assimiláveis ao papel de impressão, por não guardarem relação direta com a finalidade
constitucional do art. 150, VI, “d”, da CF/88. (STF. 1ª Turma. ARE 1100204/SP, rel. orig. Min.
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/5/2018 (Info 904)).

MUITO IMPORTANTE: STF DECIDE QUE LIVROS DIGITAIS TÊM IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

(TEMA 593 DA REPERCUSSÃO GERAL)

- A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da CF, aplica-se ao livro eletrônico (“e-book”),
inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo, ainda que eventualmente equipados
com funcionalidades acessórias ou rudimentares que auxiliam a leitura digital, tais como dicionário
de sinônimos, marcadores, escolha do tipo e tamanho da fonte e outros. (STF. Plenário. RE
330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856)).
- A imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF alcança componentes eletrônicos
destinados exclusivamente a integrar unidade didática com fascículos. (STF. Plenário. RE 595676/RJ,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856)).
- O avanço na cultura escrita fez com que fossem criadas novas tecnologias para o suporte dos livros,
como o papel eletrônico (“e-paper”) e o aparelho eletrônico para leitura de obras digitais ( “e-
reader”). Tais aparelhos tem a função de imitar a leitura em papel físico. Por essa razão, eles estão
igualmente abrangidos pela imunidade cultural, por equipararem-se aos livros tradicionais. Assim, a
partir de uma interpretação teleológica conclui-se que a regra de imunidade alcança também os
aparelhos leitores de livros eletrônicos (“e-readers”) confeccionados exclusivamente para esse fim.
Vale ressaltar que a maioria dos “e-readers” possuem algumas funcionalidades acessórias ou
rudimentares, como a possibilidade de acesso à internet para fazer o “download” dos livros digitais,
dicionários, possibilidade de alteração de tipo e tamanho da fonte, marcadores, espaçamento,
iluminação do texto etc. Essas funcionalidades são acessórias e têm por objetivo permitir a função
principal: a leitura. Por essa razão, mesmo com essas funcionalidades, os “e-readers” são
considerados como um suporte utilizado exclusivamente para fixar o livro eletrônico e, portanto,
gozam de imunidade.
- A imunidade alcança também o denominado “audio book” (audiolivro), ou seja, os livros gravados
em áudio e que estejam salvos em CD, DVD ou qualquer outro meio.
- No caso concreto, o CD-Rom é apenas um corpo mecânico ou suporte e aquilo que está nele fixado
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(seu conteúdo textual) é o livro, ambos abarcados pela imunidade do citado dispositivo
constitucional.
- Para que seja considerado livro e possa gozar da imunidade não é necessário que o destinatário
(consumidor) tenha necessariamente que passar sua visão pelo texto e decifrar os signos da escrita.
Dessa forma, a imunidade alcança o denominado “audio book” (audiolivro), ou seja, os livros
gravados em áudio e que estejam salvos em CD, DVD ou qualquer outro meio. Essa é a conclusão a
que se chega a partir de uma interpretação teleológica da norma, que tem por objetivo garantir a
liberdade de informação, a democratização e a difusão da cultura, bem como a livre formação da
opinião pública. Vale relembrar que os audiolivros cumprem importante função social por
permitirem levar cultura e informação aos cegos e também aos analfabetos.
- Esse entendimento não é aplicável aos aparelhos multifuncionais, como “tablets”, “smartphones”
e “laptops”, os quais são muito além de meros equipamentos utilizados para a leitura de livros
digitais.
- Um “smartphone”, um “tablet” ou um “laptop” não podem ser considerados suportes utilizados
exclusivamente para fixar um livro eletrônico. Ao contrário, tais aparelhos possuem centenas de
funcionalidades e a leitura de livros digitais neles é apenas uma das possibilidades, podendo até
mesmo ser considerada secundária. Dessa forma, os tablets não gozam da imunidade tributária
prevista no art. 150, VI, “d”, da CF/88.

e) Imunidade musical

I. Definição: A EC 75/2013, originada pela aprovação da chamada "PEC da Música", inseriu nova
alínea no texto constitucional com intuito de assegurar condições especiais para a exploração
comercial, por artistas nacionais, do mercado de venda de músicas.
Art. 150, VI, “e”: fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na
etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 75, de 15.10.2013)

II. Requisitos:
 Fonogramas e videogramas produzidos no Brasil;
 Conteúdo: obras musicais OU autores brasileiros ou interpretados por artistas brasileiros.

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Referências Bibliográficas:
 Ricardo Alexandre. Direito Tributário Esquematizado;
 Eduardo Sabagg. Manual de Direito Tributário;
 Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. O Direito Tributário na Constituição e no STF;
 Leandro Paulsen. Curso de Direito Tributário

QUESTÕES PROPOSTAS – PARTE 01

01 - 2010 - CESPE - Caixa - Advogado


Com relação à competência tributária, nos termos do Código Tributário Nacional, assinale a opção correta.

a) Os estados podem estabelecer diferenças tributárias entre bens de qualquer natureza, em razão de sua
natureza ou do seu destino.
b) É vedado aos municípios, e não aos estados, ao DF e à União, o estabelecimento de diferenças tributárias
entre bens de qualquer natureza, em razão de sua natureza ou de seu destino.
c) A União pode instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional.
d) É vedado ao DF cobrar imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros, mas desde que
se trate de serviços próprios de pessoas jurídicas de direito público e inerentes aos seus objetivos.
e) Qualquer ente federativo pode instituir tributo que importe em distinção ou preferência em favor de
determinado estado ou município.

COMENTÁRIOS
Trata-se do instituto da imunidade tributária recíproca.

CF - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
CTN - Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - cobrar imposto sobre:
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros;

Apenas para fins de fixação, vale trazer entendimento recente sobre o tema:

Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica de direito
privado, devedora do tributo. Esse é o entendimento do Plenário, que, em conclusão de julgamento e por
maioria, deu provimento a recurso extraordinário em que se discutia a incidência do IPTU sobre imóvel
de propriedade de ente público, no caso, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
(INFRAERO), concedido a empresa privada exploradora de atividade econômica com fins lucrativos (...).
O Colegiado pontuou que a imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, da CF (...) não foi concebida
com o propósito de permitir que empresa privada atue livremente no desenvolvimento de atividade
econômica e usufrua de vantagem advinda da utilização de bem público. Asseverou que a referida
previsão decorre da necessidade de observar-se, no contexto federativo, o respeito mútuo e a autonomia
dos entes. Não cabe estendê-la para evitar a tributação de particulares que atuam no regime da livre

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concorrência. Nesse contexto, salientou que, uma vez verificada atividade econômica, nem mesmo as
pessoas jurídicas de direito público gozam da imunidade (CF, art. 150, § 3º).
[RE 601.720, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 19-4-2017, P, Informativo 861, Tema 437.]

LETRA D

02 - 2013 - CESPE - TJ-MA - Juiz de direito


No que se refere à competência tributária, a preços públicos e a outros aspectos relacionados ao direito
tributário, assinale a opção correta.

a) De acordo com entendimento firmado no STJ, não é possível a citação por edital na execução fiscal.
b) A anulação do lançamento por vício formal não tem o condão de reabrir o prazo decadencial.
c) Os descontos incondicionais nas operações mercantis devem ser incluídos na base de cálculo do ICMS.
d) A CF não cria tributo, mas outorga competência tributária a cada ente federado, devendo o exercício dessa
competência ser regulado por lei, por expressa previsão constitucional.

COMENTÁRIOS
Registra-se que, a Constituição Federal não cria tributo. Mas apenas elenca quais tributos cada ente pode
criar. Assim, cada ente deve editar sua própria lei para instituir cada um de seus tributos. Isto em razão
ao respeito ao princípio da legalidade estrita.

LETRA D

03 - 2013 - CESPE - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz federal


Pode ser objeto de delegação

a) a capacidade tributária ativa.


b) o poder tributário.
c) a competência tributária.
d) a soberania tributária.
e) a autonomia tributária.

COMENTÁRIOS
A competência tributária, em sentido amplo, é a soma de 4 atribuições, a saber, 1) INSTITUIR, 2)
ARRECADAR, 3) FISCALIZAR, e 4) EXECUTAR leis, serviços, atos ou decisões administrativas relativas ao
tributo.
O que não pode ser delegado é a competência tributária (política), consubstanciada no poder de editar
leis determinando base de cálculo, contribuinte, fato gerador, etc. Ou seja, não pode ser objeto de
delegação apenas a atribuição da competência tributária de instituir tributo.
O que pode ser delegado é a capacidade ativa (meramente administrativa), consubstanciada nas funções
de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou executar leis, atos adm., decisões, etc. em matéria tributária. Ou
seja, todas as outras funções da competência tributária que não a de instituir tributo.

LETRA A

04 - 2013 - CESPE - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz federal


Considerando a CF, as normas gerais de direito tributário e a jurisprudência do STJ e do STF sobre a matéria,
assinale a opção correta.

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a) O contribuinte que declara o tributo sujeito a lançamento por homologação e deixa de efetuar o pagamento
na data estabelecida não perde o direito de se valer do benefício da denúncia espontânea.
b) Nas suas relações exteriores, a República Federativa do Brasil pode firmar tratado internacional que
estabeleça isenção de quaisquer tributos, sejam eles federais, estaduais ou municipais, visto que o âmbito de
aplicação das restrições previstas no artigo 151 do CTN é o das relações das entidades federadas entre si.
c) Salvo disposição de lei em contrário, no caso de parcelamento do crédito tributário, não haverá incidência
de juros e multas.
d) Inexiste vinculação entre os recursos que forem apurados por intermédio do empréstimo compulsório e a
despesa que fundamentar sua instituição.
e) No caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo prescricional quinquenal para o fisco
exercer a cobrança de seus créditos é iniciado na data do vencimento da obrigação ou da entrega da
declaração, o que ocorrer primeiro.

COMENTÁRIOS
Foi exigido o entendimento sedimentado pelo STF.

DIREITO TRIBUTÁRIO. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 DO ACORDO GERAL DE


TARIFAS E COMÉRCIO. ISENÇÃO DE TRIBUTO ESTADUAL PREVISTA EM TRATADO INTERNACIONAL
FIRMADO PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. ARTIGO 151, INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. ARTIGO 98 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE ISENÇÃO
HETERÔNOMA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO.
1. A isenção de tributos estaduais prevista no Acordo Geral de Tarifas e Comércio para as mercadorias
importadas dos países signatários quando o similar nacional tiver o mesmo benefício foi recepcionada
pela Constituição da República de 1988.
2. O artigo 98 do Código Tributário Nacional "possui caráter nacional, com eficácia para a União, os
Estados e os Municípios" (voto do eminente Ministro Ilmar Galvão).
3. No direito internacional apenas a República Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados
(art. 52, § 2º, da Constituição da República), dela não dispondo a União, os Estados-membros ou os
Municípios. O Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe
de Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, inc. III,
da Constituição. (STF RE 229096 RS).

CF/88 - Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República


VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;

LETRA B

05 - 2012 - VUNESP - SPTrans - Advogado


Respeitado o princípio da legalidade, a Constituição autoriza que a União venha a instituir impostos, não
previstos expressamente em sua competência impositiva, desde que sejam não cumulativos e não tenham
fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados pela Constituição. Supondo que,
hipoteticamente, no exercício dessa competência residual e obedecidas as condições determinadas pela
Constituição Federal, a União venha efetivamente a instituir um novo imposto. Do produto dessa arrecadação,
pertencerá aos Estados e ao Distrito Federal o percentual de
a) 20%.
b) 22,5%.
c) 25%.
d) 27,5%.
e) 50%.
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COMENTÁRIOS
Trata-se da competência residual da União.

CF/88 - Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

CF/88 - Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:


II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da
competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

LETRA A

06 - 2012 - VUNESP - SPTrans - Advogado


A instituição de contribuições, na forma das respectivas leis, para custeio do serviço de iluminação pública, é
competência atribuída pela Constituição Federal somente

a) aos Municípios.
b) à União e ao Distrito Federal.
c) aos Estados e ao Distrito Federal.
d) aos Municípios e ao Distrito Federal.
e) à União e aos Estados.

COMENTÁRIOS
Exigiu o conhecimento de literalidade de dispositivo constitucional.

CF - Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas
leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

Apenas para fixação do tema, segue julgado abaixo:

Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP). Art. 149-A da CF. Lei Complementar
7/2002, do Município de São José, Santa Catarina. (...) Lei que restringe os contribuintes da Cosip aos
consumidores de energia elétrica do Município não ofende o princípio da isonomia, ante a
impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação pública. A
progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores
de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva. Tributo de caráter sui generis, que
não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma
taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. Exação que,
ademais, se amolda aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
[RE 573.675, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 25-3-2009, P, DJE de 22-5-2009, tema 44.]

LETRA D

07 - 2012 - CESPE - TJ-BA - Juiz de direito


Acerca da competência legislativa sobre normas gerais de direito tributário, assinale a opção correta.

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a) A competência dos estados, ainda que suplementar, é excluída com o exercício, pela União, da competência
para legislar sobre normas gerais de direito tributário.
b) Os municípios não dispõem de competência para instituir normas gerais de direito tributário.
c) Em nenhuma hipótese os estados e o DF exercerão competência legislativa plena.
d) No âmbito dos estados e do DF, prevalecem as respectivas leis sobre as leis federais.
e) Pertencem à competência concorrente todas as pessoas políticas.

COMENTÁRIOS
Foi exigido o conhecimento dos dispositivos constitucionais relacionados abaixo:

CF/88 - Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
[...]
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.

CF/88 - Art. 30. Compete aos Municípios:


I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

CF/88 - Art. 146. Cabe à lei complementar:


III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II,
das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.

LETRA B

08 - 2012 - CESPE - TJ-PI - Juiz de direito


No que concerne à competência tributária, assinale a opção correta.

a) O poder de criar tributos é repartido entre os vários entes políticos, e a CF assinala a esfera de competência
dos níveis federal, estadual e municipal.
b) Mesmo na ausência de normas gerais da União, os estados e o DF não têm a possibilidade de exercer a
competência legislativa plena em matéria tributária.
c) As principais características da competência tributária são a transmissibilidade e a renunciabilidade,
conforme a legislação em vigor.
d) Sendo, como regra geral, delegável a competência tributária, justifica-se a delegação da atribuição das
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos.
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e) À luz do CTN, o não exercício da competência tributária pelo ente competente defere a outra pessoa jurídica
de direito público o exercício tributário, que não pode ser obstaculizado.

COMENTÁRIOS
A CF/88 delimitou a competência tributária de cada ente político, definindo quais as exações passíveis de
serem criadas e instituídas pela União, pelos Estados, pelo DF e pelos Municípios.

LETRA A

09 - 2011 - CESPE - TJ-ES - Juiz de direito


Assinale a opção correta acerca da competência tributária.

a) Pessoas reconhecidamente pobres gozam de imunidade tributária no que se refere à taxa de propositura
de ações ou à de solicitação de registros e certidões.
b) O cumprimento da finalidade essencial da entidade fundacional não é condição legal para fruição da
imunidade.
c) É garantida constitucionalmente à União a possibilidade de tributar a renda das obrigações da dívida pública
dos estados, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos.
d) Em nome do princípio da procedência ou destino, os estados, o DF e os municípios podem estabelecer
diferença tributária entre serviços de qualquer natureza, em razão da procedência ou destino destes.
e) A competência tributária apresenta-se como aptidão jurídica para criar tributos, sendo a imunidade uma
forma qualificada de incidência, por expressa disposição legal.

COMENTÁRIOS
Trata-se de imunidade prevista no dispositivo constitucional abaixo:
CF – Art. 5o, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal;

LETRA A

10 - 2011 - CESPE - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz federal


Suponha que determinado poder legislativo estadual crie tributo sobre a circulação de qualquer pessoa de um
município para outro, atribuindo-lhe o nome de ICMS e, para justificá-lo, informe que a maior parte da receita
será destinada a construir nova estrada entre os dois municípios. Nesse caso, o tributo deve ser considerado

a) constitucional, porque só o estado tem competência para instituir ICMS.


b) inconstitucional, por motivos de competência e de vinculação.
c) inconstitucional, porque se caracteriza como taxa, havendo serviço a ela vinculado.
d) constitucional, consistindo em contribuição de melhoria que beneficiará os proprietários da área.
e) constitucional, sendo imposto destinado a financiar a estrada.

COMENTÁRIOS
CF/88 - Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
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CF/88 - Art. 167. São vedados:


IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto
da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações
e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e
37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

CF/88 - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

Apenas para fixação do tema:

O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo poder público, cuja cobrança está
autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de
taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da
legalidade estrita.
[ADI 800, rel. min. Teori Zavascki, j. 11-6-2014, P, DJE de 1º-7-2014.]

LETRA B

11 - 2011 - FCC - TJ-PE - Juiz de direito


Em nosso sistema tributário, os impostos designados residuais

a) podem ser instituídos por lei ordinária federal, desde que não sejam cumulativos e tenham fato gerador e
base de cálculo inéditos.
b) podem ser instituídos pela União, Estados ou Municípios, desde que não sejam cumulativos e tenham fato
gerador e base de cálculo inéditos.
c) podem ser instituídos por lei ordinária federal, desde que tenham fato gerador e base de cálculo inéditos.
d) são de competência privativa da União e só podem ser instituídos mediante lei complementar.
e) são instituídos para cobertura das despesas residuais orçamentárias.

COMENTÁRIOS
Foi cobrado o conhecimento da competência residual da União.

CF/88 - Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

LETRA D

12 - 2011 - CESPE - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz federal


Com relação às prerrogativas constitucionais da União sobre os estados e municípios, assinale a opção correta.

a) Constitui competência da União instituir isenção do imposto sobre heranças, legados e doações, desde que
essa isenção afete apenas um estado específico.
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b) À União cabe definir alíquotas do imposto sobre a propriedade de veículos automotores a serem aplicadas
em cada estado.
c) Cabe à União criar imposto sobre serviços de qualquer natureza em municípios que não tiverem instituído
essa exação, embora a competência para cobrá-los seja dos próprios municípios.
d) À União compete realizar a cobrança de imposto sobre serviços de qualquer natureza em municípios que,
embora tenham instituído essa exação, não a estejam cobrando.
e) Compete à União, por meio de lei complementar, regular a forma como, mediante deliberação dos estados
e do DF, podem ser concedidos, pelos estados, isenções, incentivos e benefícios fiscais.

COMENTÁRIOS
CF - Art. 155, § 2.º O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao seguinte: XII - cabe à lei
complementar: g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal,
isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Evidentemente a mencionada lei complementar é de competência da União.

LETRA E

13 - 2011 - CESPE - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz federal


Considerando a competência tributária e as limitações do poder de tributar, assinale a opção correta.

a) É compatível com a CF lei complementar estadual que isente os membros do MP do pagamento de custas
judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos.
b) Segundo a jurisprudência do STF, ofende o princípio da isonomia tributária a instituição de lei que, por
motivos extrafiscais, imprima tratamento desigual a microempresas de capacidade contributiva distinta,
afastando do regime do SIMPLES aquelas cujos sócios tenham condição de disputar o mercado de trabalho
sem auxílio estatal.
c) A imunidade tributária recíproca impede a cobrança de impostos, taxas e contribuições entre os entes
federativos.
d) De acordo com o que dispõe o CTN, os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras
pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que tenham sido
atribuídos.
e) A atribuição da competência tributária compreende as garantias e os privilégios processuais que competem
à pessoa jurídica de direito público que a conferir.

COMENTÁRIOS
Foi exigido o conhecimento da literalidade do CTN.
CTN - Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa
plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas
Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas
de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.

LETRA D

14 – 2016 – CESPE - TCE-PR - Analista de Controle


À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca das limitações ao poder de tributar.
a) As anuidades exigidas pelos conselhos profissionais, embora ostentem natureza tributária, não se
submetem ao princípio da legalidade estrita, podendo sua cobrança ser prevista apenas em ato normativo.
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b) Os emolumentos cartorários, por serem destituídos de natureza tributária, podem ser instituídos por atos
normativos emanados dos tribunais de justiça dos estados, não se submetendo ao princípio da legalidade
estrita.
c) A definição do vencimento das obrigações tributárias não se submete ao princípio da legalidade estrita,
podendo ocorrer por decreto do Poder Executivo.
d) É constitucional a concessão de isenções com base na ocupação profissional do contribuinte.
e) O estabelecimento das hipóteses de imunidade tributária é reservado a lei complementar.

COMENTÁRIOS
Foi exigido o conhecimento de Súmula Vinculante.

Súmula Vinculante 50
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da
anterioridade.

Apenas para fixação do tema, seguem Precedentes Representativo:

"O postulado da anterioridade em matéria tributária, além de traduzir insuperável limitação jurídica ao
poder de tributar do Estado, representa expressiva garantia de caráter individual que compõe o estatuto
constitucional do contribuinte (RTJ 151/755-756), qualificando-se, por isso mesmo - consoante adverte o
magistério jurisprudencial desta Suprema Corte (RTJ 83/501) -, como instrumento destinado a impedir
que o sujeito passivo da obrigação fiscal venha a ser supreendido pela imediata aplicabilidade e incidência
de leis que tenham (a) instituído tributos novos ou (b) majorado espécies tributárias já existentes. É por
essa razão que o postulado da anterioridade deixa de incidir, quando o Poder Público, em vez de criar
tributo novo ou de majorar tributos já existentes, edita legislação destinada a tornar menos oneroso,
para o contribuinte, o gravame tributário, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal, no julgamento
do RE nº 67.046, Rel. Min. Xavier de Albuquerque (RT 459/234)." (RE 240266, Relator Ministro Marco
Aurélio, Redator para acórdão Ministro Maurício Corrêa, Voto do Ministro Celso de Mello, julgamento
em 22.9.1999, DJ de 3.3.2000)

"A matéria a ser examinada no recurso diz respeito unicamente à aplicação do princípio constitucional
da anterioridade, fixado no art. 195, § 6º, da Constituição. (...) A exigência da contribuição, assim, só se
dará após decorrido o prazo estabelecido pela norma. Cumpre saber se a alteração de prazo de
recolhimento da exação fiscal, imposta pela legislação impugnada, estaria abrangida no conceito de
modificação inserto no mencionado artigo. Impõe-se a negativa. Em realidade, nem toda alteração
introduzida, por lei, no sistema de exigência dessas contribuições há de ser entendida como sinônimo da
modificação. Não seria admissível que se aguardasse o protraimento da eficácia da regra legislativa,
simplesmente por haver alterado a data de pagamento da obrigação tributária, sem qualquer outra
repercussão." (RE 209386, Relator Ministro Ilmar Galvão, Primeira Turma, julgamento em 5.12.1997, DJ
de 27.2.1998)

EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS. MINAS GERAIS. DECRETOS N.ºS 30.087/89 E 32.535/91, QUE ANTECIPARAM
O DIA DE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO E DETERMINARAM A INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA A
PARTIR DE ENTÃO. ALEGADA OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DA ANTERIORIDADE E DA NÃO-
CUMULATIVIDADE. Improcedência da alegação, tendo em vista não se encontrar sob o princípio da
legalidade estrita e da anterioridade a fixação do vencimento da obrigação tributária; já se havendo
assentado no STF, de outra parte, o entendimento de que a atualização monetária do débito de ICMS
vencido não afronta o princípio da não-cumulatividade (RE 172.394). Recurso não conhecido.

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RE 195218 / MG - MINAS GERAIS
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO
Julgamento: 28/05/2002

LETRA C

15 – 2016 – CESPE - TCE-PR - Analista de Controle


A Constituição Federal de 1988 (CF) atribui competência aos entes federados para instituir e criar tributos. À
luz da legislação constitucional e infraconstitucional, assinale a opção correta, a respeito do instituto da
competência tributária.
a) Ao contrário da capacidade tributária ativa, a competência tributária é delegável apenas às pessoas jurídicas
de direito público.
b) A instituição do imposto sobre grandes fortunas é de competência da União, mediante lei complementar.
c) Conforme a CF, compete aos municípios instituir imposto sobre a propriedade de veículos automotores.
d) Cabe aos estados a instituição do imposto sobre serviços de qualquer natureza.
e) A União pode instituir imposto extraordinário na iminência ou no caso de guerra externa, desde que o faça
mediante lei complementar.

COMENTÁRIOS
Foi exigido o conhecimento de dispositivo constitucional. Apenas a título de conhecimento, é importante
registrar que o imposto sobre grandes fortunas, até a presente data, não foi instituído pela União.
CF/88 - Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
[...]
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

LETRA B

16 – 2016 – CESPE - TCE-PR - Analista de Controle


Assinale a opção correta, acerca do poder de tributar e de suas limitações.
a) A proibição de que União, estados, Distrito Federal e municípios instituam impostos sobre templos de
qualquer culto é exemplo do instituto da isenção.
b) A imunidade recíproca não atinge os impostos sobre a renda dos entes federados.
c) É vedado à União conceder incentivos que visem à promoção do equilíbrio socioeconômico a determinadas
áreas do país.
d) É vedado aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios estabelecer diferença tributária de qualquer
natureza entre bens e serviços em razão de sua procedência ou destino.
e) A União possui a prerrogativa de cobrar tributos relativos a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.

COMENTÁRIOS
Foi exigido o conhecimento de dispositivo constitucional.

CF/88 - Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Apenas para fixação do tema:

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Tributário. ICMS. Benefício fiscal. Redução da carga tributária condicionada à origem da industrialização
da mercadoria. Saídas internas com café torrado ou moído. Decreto 35.528/2004 do Estado do Rio de
Janeiro. Violação do art. 152 da Constituição. O Decreto 35.528/2004, do Estado do Rio de Janeiro, ao
estabelecer um regime diferenciado de tributação para as operações das quais resultem a saída interna
de café torrado ou moído, em função da procedência ou do destino de tal operação, viola o art. 152 da
Constituição.
[ADI 3.389 e ADI 3.673, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 6-9-2007, P, DJ de 1º-2-2008.]

LETRA D

17 – 2016 – FCC - SEGEP-MA - Auditor Fiscal da Receita Estadual


De acordo com as regras constitucionais atinentes às limitações do poder de tributar, é VEDADO
a) aos Municípios, instituir e cobrar a “taxa de lixo” das repartições públicas estaduais, pertencentes à
Administração direta estadual.
b) instituir e cobrar contribuição de melhoria decorrente da valorização de um terreno baldio de propriedade
de instituição religiosa.
c) aos Estados, instituir e cobrar o IPVA sobre veículos de propriedade de órgão da Administração direta da
União.
d) aos Estados, instituir e cobrar a “Taxa de Fiscalização de Prestação de Serviços de Interesse à Saúde”,
relativamente a estabelecimento pré-escolar (maternal), entidade sem fins lucrativos e que exerce suas
atividades essenciais.
e) aos Municípios, instituir e cobrar o ISS sobre a prestação de serviço de saúde por hospitais de propriedade
de entidade de economia mista, que cobra pelos serviços que presta, e cuja maior parte do capital pertence
ao Estado.

COMENTÁRIOS
Trata-se da imunidade tributária recíproca.

CF/88 - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

LETRA C

18 – 2016 – FCC - SEGEP-MA - Auditor Fiscal da Receita Estadual


Relativamente aos tributos de competência dos entes federados, a Constituição Federal
a) não autoriza a União a instituir impostos que sejam da competência dos Municípios, exceto no caso de
guerra interna ou golpe de Estado.
b) autoriza a União a instituir impostos extraordinários, que também sejam da competência dos Estados,
devendo entregar-lhes 50% da receita auferida, a título de repartição de receita.
c) permite apenas aos Municípios instituir e cobrar a contribuição de melhoria.
d) autoriza a União a instituir impostos novos, não previstos no texto constitucional, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição,
cabendo aos Estados e ao Distrito Federal 20% dessa arrecadação, a título de repartição de receita.
e) autoriza a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituir impostos, taxas, contribuições
sociais e de melhoria, cabendo somente à União instituir empréstimos compulsórios.

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COMENTÁRIOS
CF/88 - Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

CF/88 - Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:


[...]
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da
competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

LETRA D

19 – 2016 – FCC - SEGEP-MA - Procurador do Estado


A respeito do instituto da isenção, é correto afirmar:
a) Não pode, de forma alguma, ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, tendo
em vista o princípio da uniformidade geográfica.
b) Tendo em vista o princípio da legalidade, a lei pode, sem exceção e a qualquer tempo, revogar ou modificar
a isenção concedida.
c) Quando já concedida, não pode ser alterada ou modificada, se a concessão foi por prazo certo e em função
de determinadas condições.
d) De acordo com o Código Tributário Nacional, a lei que extingue ou reduz isenção dos impostos sobre o
patrimônio ou renda não precisa obedecer ao princípio da anterioridade.
e) Segundo a Constituição Federal, a União é competente para instituir isenções de tributos da competência
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

COMENTÁRIOS
Foi exigido o conhecimento de dispositivo legal.

CTN - Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições,
pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art.
104.

Assim, se a concessão foi por prazo certo e em função de determinadas condições, a isenção já concedida
não pode ser alterada ou modificada.

LETRA C

20 – 2016 - FCC - SEGEP-MA - Procurador do Estado


Sobre a competência tributária, considere os itens a seguir.
I. Muito embora a competência tributária seja privativa, a União pode instituir impostos de competência dos
Estados e do Distrito Federal no âmbito dos Territórios Federais.
II. A competência tributária pode ser exercida por outro ente na hipótese específica do ente
constitucionalmente competente não instituir o tributo que tem previsão de repartição constitucional de
receitas.
III. A imunidade tributária expressa a incompetência do ente para instituição do tributo na situação ali prevista,
podendo ser fixada na Constituição Federal ou em lei complementar.
IV. A competência para instituição de tributos é privativa, ou seja, quando atribuída a um ente político os
demais estão automaticamente proibidos de instituí-lo, visto não ser admitido ser tributado duas vezes por
um mesmo fato imponível.
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É correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I, II e III.

COMENTÁRIOS
I - Verdadeiro – CF/88 - Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o
Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal
cabem os impostos municipais.
II - Falso – Não há previsão normativa neste sentido. Ademais, vale destacar que a competência tributária
é indelegável. O caput do art. 7º do CTN preceitua: “A competência tributária é indelegável, salvo
atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos
termos do § 3º do artigo 18 da Constituição”.
III - Falso – As imunidades são limitações ao poder de tributar de origem eminentemente constitucional,
as quais delimitam a competência tributária do ente político. À lei complementar cabe apenas “regular
as limitações constitucionais ao poder de tributar” (art. 146, II, da CF/88), mas não cabe a tarefa de fixar
ou instituir imunidades.
IV - Verdadeiro - A competência para instituição de tributos é privativa.

LETRA B

QUESTÕES PROPOSTAS – PARTE 02

01 – 2015 - FCC - TJ-RR - Juiz de direito


Autoridades judiciais, estaduais e federais, conforme o caso, exercendo jurisdição no Estado de Roraima, e
tendo de proferir decisões em cinco processos judiciais distintos, pronunciaram-se das seguintes maneiras:

I. A cota parte dos Municípios do Estado de Roraima, na arrecadação do ITCMD, não é de 25%, mas de 50%.
II. O Imposto de Renda está sujeito ao princípio da anterioridade, mas não ao princípio da noventena
(anterioridade nonagesimal).
III. A substituição tributária com retenção antecipada de imposto não tem previsão na Constituição Federal.
IV. A instituição, pelos Estados e pelo Distrito Federal, da contribuição para o custeio do serviço de iluminação
pública está sujeita ao princípio da irretroatividade, mas não ao da anterioridade.
V. A majoração da base de cálculo do IPVA não está sujeita ao princípio da noventena (anterioridade
nonagesimal), mas a majoração de sua alíquota está.

Com base no que dispõe a Constituição Federal acerca dessa matéria, as autoridades judiciais decidiram
corretamente em relação às situações descritas nos itens:
a) I, II, III e IV, apenas.
b) I, II, III, IV e V.
c) I e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) II e V, apenas.

COMENTÁRIOS

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos: c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154,
II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154,
II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

LETRA E

02 - 2015 - FCC - MANAUSPREV - Procurador Autárquico


O Município de Manaus, desejando promover o aumento da base de cálculo do IPTU incidente sobre a
propriedade de imóveis localizados em seu território, deverá elaborar norma jurídica que atenda, dentre
outros, aos princípios constitucionais da
a) legalidade, anterioridade e irretroatividade.
b) legalidade, anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
c) legalidade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
d) legalidade, anterioridade e noventena (ou anterioridade nonagesimal).
e) anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.

COMENTÁRIOS
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154,
II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154,
II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

LETRA A

03 - 2015 - FCC - MANAUSPREV - Procurador Autárquico


De acordo com o que estabelece o Código Tributário Nacional, a contribuição de melhoria é um tributo que
pode ser cobrado
a) em decorrência da valorização de imóvel de propriedade da pessoa jurídica de direito público que nele
realizou benfeitorias.
b) como consequência do aumento do faturamento dos estabelecimentos comerciais próximos ao local em
que foi realizada a obra pública que atraiu a freguesia.
c) como resultado da melhoria do fluxo viário de determinada região, em razão de obra pública realizada em
suas cercanias.
d) em decorrência da melhoria da qualidade de vida de uma região, com o consequente aumento do valor dos
imóveis ali localizados, ocasionada pela remoção das indústrias poluentes daquela área.
e) de sujeito passivo que teve seu imóvel valorizado em decorrência da realização de obra pública.

COMENTÁRIOS
CTN - Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

E
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04 - 2015 - CESPE - TRF - 5ª REGIÃ - Juiz federal


Considerando um acordo bilateral celebrado entre Brasil e Bolívia, no qual a União tenha concedido isenção
de tributos estaduais e municipais para as operações do gasoduto Brasil-Bolívia, assinale a opção correta com
base na jurisprudência do STF.
a) Tratado internacional na área tributária, desde sua assinatura, pode ser invocado por particulares para a
defesa de seus direitos na esfera tributária.
b) Ao estabelecer como princípio regente nas relações internacionais a integração econômica com os países
latino- americanos, a CF alterou o modo como o Brasil deve interpretar e integrar os tratados e convenções
internacionais às normas nacionais
c) O acordo em questão é inconstitucional em virtude de ferir a vedação constitucional da instituição de
isenção heterônoma pela União.
d) O Estado Federal brasileiro, por ser representado pela União, não ultrapassou os limites do seu poder
tributário ao instituir a referida isenção de tributos de competência de estados e municípios
e) Os tratados internacionais revogam as leis ordinárias, desde sua assinatura pelas representações dos países,
pois vige, no nosso ordenamento jurídico, o postulado da aplicabilidade imediata dos tratados na área
tributária.

COMENTÁRIOS
CF/88 - Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;

DIREITO TRIBUTÁRIO. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 DO ACORDO GERAL DE


TARIFAS E COMÉRCIO. ISENÇÃO DE TRIBUTO ESTADUAL PREVISTA EM TRATADO INTERNACIONAL
FIRMADO PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. ARTIGO 151, INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. ARTIGO 98 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE ISENÇÃO
HETERÔNOMA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO.
1. A isenção de tributos estaduais prevista no Acordo Geral de Tarifas e Comércio para as mercadorias
importadas dos países signatários quando o similar nacional tiver o mesmo benefício foi recepcionada
pela Constituição da República de 1988.
2. O artigo 98 do Código Tributário Nacional "possui caráter nacional, com eficácia para a União, os
Estados e os Municípios" (voto do eminente Ministro Ilmar Galvão).
3. No direito internacional apenas a República Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados
(art. 52, § 2º, da Constituição da República), dela não dispondo a União, os Estados-membros ou os
Municípios. O Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe
de Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, inc. III,
da Constituição. (STF RE 229096 RS).

05 - 2015 - FCC - TJ-PE - Juiz de direito


A respeito das limitações ao poder de tributar, é correto afirmar:
a) O chamado critério da seletividade é uma das técnicas de tributação expressamente previstas na
Constituição Federal de 1988 para a concretização do princípio da capacidade contributiva.
b) Por tratar-se de obrigação tributária acessória, não constitui afronta ao princípio da legalidade a fixação,
por meio de Portaria, do valor devido ao Poder público a título de ressarcimento pelos selos fornecidos à
indústria para controle quantitativo da incidência do IPI.
c) O princípio da segurança jurídica em matéria tributária beneficia tão somente o contribuinte e não a
Administração Pública, tanto é assim que o Supremo Tribunal Federal reconheceu ser devida a repetição de
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valores recolhidos a título de contribuição previdenciária prescrita ou decaída em razão da declaração de
inconstitucionalidade do prazo de 10 anos previsto nos art. 45 e 46 da lei n o 8.212/1991, mesmo para pedidos
posteriores à conclusão do julgamento de inconstitucionalidade.
d) No que tange ao cálculo do imposto de renda da pessoa física, não fere o princípio da igualdade tributária
a sujeição dos pagamentos recebidos acumuladamente ao regime de caixa uma vez que todo indivíduo será
igualmente tributado à medida que perceba seus rendimentos, respeitando-se a efetiva disponibilidade
econômica da renda.
e) O Supremo Tribunal Federal, com fundamento no princípio da colaboração, admite a utilização de
mecanismos facilitadores da fiscalização e cobrança dos tributos, tais como, por exemplo, a substituição
tributária para frente e a cobrança antecipada de tributo com base em pautas fiscais.

COMENTÁRIOS
O princípio da seletividade abrange uma seleção mínima de impostos, o ICMS e o IPI (impostos
proporcionais). Sua função é variar a alíquota de acordo com a essencialidade do bem.
Significa que, ao se deparar com um bem de maior essencialidade, a alíquota será menor e, pela lógica,
se for o bem de menor essencialidade, a alíquota é maior. Tais incidências são consideradas para os
tributos indiretos, isto é, aqueles em que o ônus tributário repercute no consumidor final. Com isso, as
técnicas do princípio da seletividade visam promover justiça fiscal, inibindo os efeitos negativos
provocados por esses impostos, que tendem "regressividade".
Em palavras simples, uma "progressividade" às avessas, uma vez que, os impostos regressivos, "quem
ganha mais paga menos, quem ganha menos paga mais". Configura-se a injustiça do sistema tributário.
Cabe, a seletividade ser o mecanismo inibitória da regressividade no sistema. Para deixar o sistema
menos regressivo. O horizonte é perseguir a justiça social.

Fonte: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/171039/que-se-entende-por-principio-da-seletividade-camila-
andrade

06 – 2015 – FCC - TJ-PE - Juiz de direito


A respeito do Poder de Tributar do Estado, é correto afirmar:
a) A Constituição Federal de 1988 possui um título específico dedicado a regular o “Sistema Tributário
Nacional”, que pela extensão e intensidade com que trata a relação tributária pode ser considerado como
exaustivo em tal propósito.
b) A tributação tem por papel determinar qual proporção dos recursos da sociedade ficará sob o controle do
governo para ser gasta de acordo com algum procedimento de decisão coletiva, e qual proporção será deixada,
na qualidade de propriedade pessoal, sob o arbítrio de particulares.
c) Coaduna-se com o texto da Constituição Federal de 1988 a concepção de que a função tributária do Estado
limita-se à captação de receitas para fazer frente aos gastos públicos, sejam estes relativos à garantia de
direitos ou à manutenção da máquina pública.
d) Coaduna-se com o texto da Constituição Federal de 1988 a concepção de que o Direito Tributário é o ramo
do Direito que trata das regras e princípios que limitam o poder tributário estatal, contrapondo o interesse
arrecadatório do Estado aos interesses da sociedade.
e) Coaduna-se com o texto da Constituição Federal de 1988 a ideia de que a arrecadação de receitas é a
finalidade última do Direito Tributário, devendo ser este o parâmetro a ser utilizado pelo legislador ou pelo
intérprete para verificar a concordância de determinada norma tributária com o postulado da
proporcionalidade

COMENTÁRIOS
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A função da tributação é exatamente angariar recursos para que sejam desenvolvidas políticas públicas.
A parte não abarcada pela tributação pertence aos particulares.

07 - 2015 - FCC - TCM-GO - Procurador


De acordo com a Constituição Federal, é VEDADO à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I. Cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado.

II. Instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

III. Cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou.

IV. Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.

V. Cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou.

As vedações citadas acima correspondem, correta e respectivamente, aos denominados princípios da


a) intributabilidade mútua; anterioridade; legalidade; trimestralidade; imediatibilidade.
b) anterioridade nonagesimal ou noventena; imunidade recíproca; legalidade; inexigibilidade tributária;
trimestralidade.
c) anterioridade; imunidade recíproca; imediatibilidade; legalidade; trimestralidade
d) irretroatividade; imunidade recíproca; anterioridade; legalidade; anterioridade nonagesimal ou noventena.

COMENTÁRIOS
Irretroatividade

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado

Imunidade recíproca

Art. 150 VI - instituir impostos sobre:


a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros

Anterioridade

Art. 150 III - cobrar tributos:


b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou

Legalidade

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça

Anterioridade mitigada, nonagesimal ou noventena

Art. 150 III - cobrar tributos:


c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b;

08 - 2015 - FCC - TCM-GO - Procurador


Considere as seguintes situações:

I. Definição da base de cálculo de taxa de poder de polícia.

II. Fixação das alíquotas máximas e mínimas do ISSQN.

III. Aumento da alíquota do IPI, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei.

IV. Estabelecimento das alíquotas do ICMS aplicáveis às operações e prestações interestaduais.

V. Definição de contribuinte de imposto.

Com base no que dispõem a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional, as situações acima descritas
podem ser criadas, correta e respectivamente, por meio de
a) decreto; resolução do Senado Federal; lei ordinária; decreto; lei ordinária.
b) lei complementar; lei complementar; resolução do Senado Federal; resolução do Senado Federal; lei
complementar.
c) lei ordinária; lei complementar; decreto; resolução do Senado Federal; lei complementar
d) resolução do Senado Federal; lei ordinária; resolução do Senado Federal; lei ordinária; lei ordinária.
e) lei complementar; resolução do Senado Federal; lei ordinária; lei complementar; lei ordinária.

COMENTÁRIOS
I) Lei ordinária
CTN Art.97. Somente a lei pode estabelecer: IV - afixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo
II) Lei complementar
CF Art. 156 § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas
III) Decreto
Art. 153 § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei,
alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I,II, IV (IPI) e V. (Já que é pelo poder Executivo,
então será por meio de Decreto).
IV) Resolução do Senado
Art. 155 §2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: IV - resolução do Senado Federal, de
iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de
seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de
exportação
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V) Lei complementar
Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes.

09 - 2014 - CESPE - TJ-DF - Juiz de direito


Em decreto expedido pelo governador do DF, em 8/8/2012, a data do pagamento do ICMS, inicialmente
estipulada para o dia cinco, foi antecipada para o dia primeiro do mês seguinte ao fato gerador do imposto.
Pelo mesmo instrumento normativo, também foram alteradas a guia do recolhimento do imposto, que passou
a ter novos códigos, conforme o tipo de mercadoria, e a multa de mora, que deixou de ser mensal, no
percentual de 30% sobre o valor do tributo em atraso, e passou a ser diária ― 1%, limitada a 30%. Sem atentar
para tal alteração, um contribuinte recolheu, em 4/3/2013, por meio da guia antiga, o tributo relativo a fato
gerador ocorrido em fevereiro de 2013.
Em relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A mudança da data de recolhimento por decreto é válida, visto que não implica majoração de tributo com
alteração de alíquota e de base de cálculo.
b) A antecipação do recolhimento do tributo significa um gravame para o contribuinte, visto que altera o seu
fluxo financeiro, e, por ter direta relação com o aspecto temporal do fato gerador da obrigação tributária,
deveria ter sido proposta por meio de lei, e não de decreto.
c) A mudança da data de recolhimento por decreto é válida, assim como a alteração na multa, por resultar, no
caso apresentado, a aplicação da penalidade mais recente em redução de 30% para 1%, aplicando-se o art.
112 do CTN, que, em termos de punição, determina a aplicação da norma mais favorável.
d) O recolhimento por meio da guia antiga implica o não pagamento do tributo, de modo que o contribuinte
em questão estará inadimplente até novo pagamento do tributo, nos termos do referido decreto.
e) Por força do princípio da legalidade, são inválidas tanto a antecipação da data do pagamento quanto a
alteração de guia e da multa.

COMENTÁRIOS
STF - Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não
se sujeita ao princípio da anterioridade.

10 - 2014 - CESPE - TJ-DFT - Juiz de direito

O senhor X celebrou, em 14/8/2013, com o senhor Y, contrato de compra e venda de propriedade rural
devidamente registrado no cartório próprio, tendo sido estabelecida condição suspensiva de que, até
30/1/2014, o pomar em que haviam sido recentemente plantadas laranjeiras estivesse em fase inicial de
formação de frutos. Em 14/9/2013, foi publicada lei por meio da qual a alíquota do ITBI, que era de 2% sobre
o valor venal do imóvel, foi majorada para 4%.
Tomando como base essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a)Por se tratar de imposto, é aplicável ao caso apenas a anterioridade anual prevista no art. 150, III, “b”, da
CF, de modo que a majoração em questão já deveria incidir a partir de 1.º/1/2014.
b)Por ter sido celebrado o negócio jurídico em 14/8/2013, a alíquota aplicável ao caso é a da lei anterior, ou
seja, de 2%, visto que se trata de ato jurídico perfeito, não importando a lei eficaz no momento de
implementação da condição.

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c)Ainda que a condição tivesse sido realizada após 1.º/1/2014, a alíquota incidente seria de 2%, visto que a lei
tributária se aplica imediatamente apenas aos fatos futuros.
d)Caso a condição ocorresse somente após 1.º/1/2014, a alíquota incidente seria de 4%, já que a lei tributária
se aplica imediatamente tanto aos fatos pendentes quanto aos futuros.
e)Mesmo se tratando de imposto, aplica-se a anterioridade nonagesimal, o que faz que o aumento de alíquota,
no caso descrito, possa surtir efeitos apenas depois de noventa dias da publicação da lei, de modo que a
alíquota de 4% já poderia ter sido cobrada na segunda quinzena de dezembro de 2013.

COMENTÁRIOS
Segundo Ricardo Alexandre, a relevância do estudo das condições em direito tributário decorre
da existência dos fatos geradores definidos com base em negócios jurídicos. Quando estes são
condicionados, pode surgir a dúvida sobre o momento da ocorrência do fato gerador e, por conseguinte,
do nascimento da obrigação tributária.

Segundo o autor, quando a condição é suspensiva, somente com o implemento da condição o negócio
jurídico se reputará perfeito e acabado, situação necessária para a configuração do fato gerador do
imposto.
Logo, quando a condição é suspensiva, o fato gerador estará configurado somente quando esta condição
for implementada.
Na questão, se a condição ocorresse após 1.º/1/2014, somente a partir de então poderá incidir a alíquota
de 4%.
Cite-se os artigos abaixo do CTN:
CTN - Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos
termos do artigo 116.
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou
negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.

11 - 2014 - FCC - PGE-RN - Procurador do Estado

De acordo com a Constituição Federal, é INCORRETO afirmar:


a) As exigências aplicáveis à instituição de impostos não compreendidos na competência tributária da União
também são aplicáveis à instituição de outras contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social
além das previstas nos incisos I a IV do art. 195 da Constituição Federal.
b) É possível a instituição de contribuição de melhoria relativa à valorização imobiliária decorrente de obra
pública realizada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
c) A instituição de taxas por parte dos Estados pressupõe o exercício efetivo do poder de polícia ou a utilização,
efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua
disposição.
d) A cobrança de ICMS sobre as importações de bens realizadas por pessoas físicas e por prestadores de
serviços não contribuintes habituais do ICMS passou a ser possível em tese com a promulgação da Emenda
Constitucional n° 33/2001, mas o exercício efetivo da respectiva competência permaneceu condicionado à
prévia edição de lei complementar e leis estaduais aplicáveis.

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e) Embora seja inconstitucional a cobrança de taxas de iluminação pública, por não se tratar de serviço
específico e divisível, a Emenda Constitucional n° 39/2002, outorgou à União, Estados e Municípios a
competência para a instituição de contribuição destinada ao custeio do serviço de iluminação pública.

COMENTÁRIOS
CF/88 - Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

12 - 2014 - FCC - PGE-RN - Procurador do Estado


Com base no disposto na Constituição Federal considere as afirmações abaixo.

I. Serviços públicos cuja exploração seja concedida a particulares por meio da concessão de serviços públicos
prevista na Lei n° 8.987/1995, ou de parceria público-privada, regida pela Lei n° 11.079/2005, passam a ser
remunerados por tarifas, e não por taxas.
II. O exercício do direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder é protegido por meio de imunidade específica que impede a cobrança de taxas.
III. A redução do valor cobrado pelas taxas de serviços públicos poderá ser deferida por meio de decreto
regulamentar.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) II e III.
b) I.
c) II.
d) III.
e) I e II.

COMENTÁRIOS
I) As taxas são tributos. Em decorrência dessa natureza tributária e, por consequência, sua submissão ao
regime tributário, somente poderão ser instituídas ou majoradas mediante lei, respeitando-se sempre o
princípio da anterioridade tributária. Portanto, é possível a cobrança de taxa de serviço público, somente
colocado à disposição do usuário, mas não necessariamente utilizado. São os casos dos serviços de
utilização compulsória, como os de coleta, tratamento e destinação final do lixo doméstico,
abastecimento de água e coleta de esgoto. Nesses casos, o interesse protegido pelo serviço não é o do
particular, mas sim o da coletividade identificado na saúde pública.
Ao contrário das taxas, as tarifas não são tributos. São a remuneração de serviços públicos objetos de
delegação pelo poder concedente. Portanto não são instituídas por lei e não se submetem ao principio
da anterioridade. Surgem através da proposta do concessionário durante a licitação e são fixadas por ato
administrativo.

II) CF - Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal;

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13 - 2014 - FCC - SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Tributos Estaduais
Sobre as contribuições relacionadas na Constituição Federal, é correto afirmar que
a) as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes
de exportação.
b) os recursos arrecadados com a contribuição de intervenção no domínio econômico serão destinados,
exclusivamente, para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e desenvolvimento do ensino.
c) a União tem competência privativa para instituir contribuição previdenciária dos servidores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de
cargos efetivos da União.
d) às contribuições sociais aplicam-se os princípios constitucionais da anterioridade (ano-calendário) e da
anterioridade nonagesimal (noventena), cumulativamente.
e) todas as contribuições relacionadas na Constituição Federal são denominadas “contribuições parafiscais”,
porque ocorre o fenômeno denominado “parafiscalidade”.

COMENTÁRIOS
CF/88 - Art. 149, § 2º: As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata
o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

14 - 2014 - CESPE - PGE-PI - Procurador do Estado


A respeito das competências tributárias, assinale a opção correta.
a) Por ser tributo vinculado, a contribuição de melhoria somente pode ser exigida quando realizada obra
pública que proporcione a valorização de imóvel de propriedade do contribuinte, estando sua cobrança
limitada pelo valor global da obra pública e, concomitantemente, pelo valor do benefício econômico auferido
pelo contribuinte.
b) As contribuições sociais gerais são fundadas na CF e, diferentemente das contribuições sociais de
financiamento da seguridade social, devem ser instituídas por meio de leis complementares.
c) As taxas de serviço podem ser exigidas em virtude da mera disponibilidade do serviço público específico e
divisível e, no caso de serviços de natureza compulsória, a sua cobrança independe da efetiva prestação da
atividade pelo Estado ao contribuinte.
d) A denominação do tributo, assim como a destinação do produto da sua arrecadação, é irrelevante para a
identificação da espécie tributária e do regime jurídico a ela aplicável.
e) São pressupostos dos empréstimos compulsórios a ocorrência de calamidade pública, guerra, investimento
público urgente e de relevante interesse nacional, e uma conjuntura econômica que exija a absorção
temporária de poder aquisitivo, exigindo- se, em todos os casos, aprovação por lei complementar.

COMENTÁRIOS
CTN - Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

15 - 2014 - FCC - TJ-CE - Juiz de direito


De acordo com a Constituição Federal, a alíquota da contribuição de intervenção no domínio econômico
relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e de seus derivados, de gás natural e de
seus derivados e de álcool combustível - CIDE-COMBUSTÍVEL - poderá ser
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a) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo da União, aplicando-se à tributação do gás natural e
de seus derivados os princípios da legalidade, noventena e anterioridade.
b) aumentada e restabelecida por ato do Poder Legislativo da União, não se lhe aplicando o princípio da
legalidade.
c) reduzida e aumentada por ato do Poder Legislativo da União, não se lhe aplicando o princípio da noventena.
d) reduzida e aumentada por ato dos Poderes Executivos dos Estados e do Distrito Federal, não se lhe
aplicando o princípio da irretroatividade.
e) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo da União, não se lhe aplicando o princípio da
anterioridade.

COMENTÁRIOS
A CIDE deverá obedecer a todos os princípios constitucionais tributários, com exceção à CIDE
Combustível, que não atende ao princípio da anterioridade anual, por força do art. 177, § 4º, I, “b”, da
Constituição Federal:
“Art. 177 [...]
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de
importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool
combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b
[...];”

16- 2014 - FCC - TJ-CE - Juiz de direito


Atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, o IPI, o ICMS, as taxas municipais pelo poder de
polícia, as contribuições de melhoria e o Imposto de Exportação podem ter suas alíquotas aumentadas,
respectivamente, por:
a) lei ordinária, decreto, lei ordinária, decreto e lei ordinária.
b) lei complementar, lei ordinária, decreto, decreto e lei complementar.
c) decreto, lei ordinária, lei ordinária, lei ordinária e decreto.
d) lei ordinária, decreto, lei ordinária, lei ordinária e lei complementar.
e) decreto, lei ordinária, decreto, decreto e lei ordinária.

COMENTÁRIOS
CTN – Art. 97: somente a lei pode estabelecer: (quando se fala em lei aqui é lei ordinária ):
II - a majoração de tributos ou sua redução;
IV - a fixação da alíquota do tributo e de sua base de cálculo.
Exceções:
Artigo 153 da CF: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em
lei, alterar as alíquotas dos impostos:
I - importação de produtos estrangeiros - II
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados - IE
IV - produtos industrializados - IPI
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários - IOF.

17 - 2014 - FCC - METRÔ-SP - Advogado


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Considere duas situações hipotéticas: I. União Federal cobrou tributo no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que o aumentou; II. União Federal concedeu isenção de tributo de competência de
determinado Município. Nos termos da Constituição Federal,
a) a conduta I é vedada e a conduta II permitida.
b) ambas as condutas são permitidas, pois próprias do permissivo constitucional atribuído à União Federal.
c) ambas as condutas são vedadas.
d) a conduta I é permitida e a conduta II vedada.
e) ambas as condutas são permitidas, embora não estejam expressamente previstas na Constituição Federal.

COMENTÁRIOS
I) CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em
que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
II) CF, Art. 151. É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios.

18 - 2014 - FCC - SABESP - Advogado


Pelo serviço público de fornecimento de água tratada de forma compulsória pelo ente federado diretamente
a) é devida a tarifa, tendo em vista que o serviço é indivisível, já que não é possível identificar o destinatário
do mesmo, sendo prestado a toda a coletividade.
b) não pode ser instituída nenhuma cobrança do usuário, tendo em vista que se trata de uma obrigação do
poder público decorrente do dever de prestar saúde a todos.
c) só deve existir cobrança de qualquer tributo quando a prestação do serviço se der por ente da Administração
pública indireta estatal, como autarquia, por exemplo, já que estes entes têm capacidade tributária para
instituir tributos.
d) é devido o tributo taxa, pela prestação efetiva do serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição, desde que instituída por lei.
e) é devido o tributo taxa, posto que o fato gerador será o uso da água tratada de modo individualizado por
cada usuário, ou seja, por ser serviço público específico e divisível.

COMENTÁRIOS
Segundo o STF e o STJ, os serviços de água e esgoto quando prestados por concessionária de serviço
público, possuem natureza jurídica de preço público (Ricardo Alexandre, 6ª ed,p.36). Porém, neste caso,
o serviço de água tratada, por ser prestado diretamente pelo ente federativo e de maneira compulsória,
ou seja, independente de manifestação de vontade do contribuinte, deverá ser remunerado mediante
taxa.

19 - 2014 - CESPE - TCE-PB - Procurador


Em determinado estado da Federação, projeto de lei estadual propõe a instituição de cobrança de valor para
custear o pagamento da munição utilizada pela força de segurança pública dessa unidade federada, com o fim
único de possibilitar que os membros da corporação possam portar armas municiadas.

Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.


a) A cobrança que o mencionado estado pretende instituir não poderá ser feita, uma vez que a segurança
pública é um serviço público primário.
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b) O valor em questão deverá servir para o pagamento dos custos, ou seja, da taxa instituída em razão do
exercício do poder de polícia.
c) A proposta em questão é inconstitucional, em virtude de a referida cobrança ser uma taxa e, como tal, não
poder ter base de cálculo idêntica à de imposto já existente e que possui finalidade específica de custear a
segurança pública no estado.
d) O referido estado poderá instituir a cobrança, por se tratar de tributo na modalidade taxa de serviço.
e) O citado estado poderá instituir a cobrança do referido preço público, por se tratar de serviço público posto
à disposição dos contribuintes.

COMENTÁRIOS
Serviço público primário é o serviço público que alcança toda a coletividade, logo não pode ser
remunerado por taxa que visa um serviço específico e divisível.

20 - 2014 - FCC - Prefeitura de Recife – PE - Procurador


Preocupada com o trânsito caótico no Município do Recife e visando à melhoria das condições de
trafegabilidade, especialmente para aqueles que precisam se locomover profissionalmente no centro do
município, a Secretaria de Finanças Municipal pretende fazer sugestões com vistas a mitigar ou até eliminar o
problema do trânsito no centro da cidade. Estudos por ela realizados indicam que muitos dos veículos que
transitam em Recife não são de residentes na cidade, mas sim, dos municípios circunvizinhos e que fazem
parte da região metropolitana do Grande Recife. Algumas propostas foram submetidas à análise da
Procuradoria Judicial do Recife a fim de verificar sua constitucionalidade.

De acordo com os preceitos normativos da Constituição Federal de 1988, é indicativa de proposta:


a) Aumento por Lei Municipal da base de cálculo do ISSQN dos estabelecimentos prestadores de serviço de
recuperação de pneumáticos localizados no centro do Município do Recife, a ser publicada sua instituição no
mês de dezembro de 2013 e com cobrança a partir de janeiro de 2014.
b) Aumento por meio de Decreto do Executivo Municipal da alíquota de IPTU para as concessionárias de
veículos localizadas no Município do Recife.
c) Cobrança de IPVA dos veículos, no Estado de Pernambuco, de propriedade de instituições religiosas com
sede em Recife e utilizados em suas atividades de prestação de serviço religioso.
d) Cobrança de ISSQN nas prestações de serviços educacionais das instituições de educação de ensino superior
sem fins lucrativos, de acordo com os preceitos legais, e que estejam estabelecidas no Município do Recife,
com o propósito de diminuir a quantidade de veículos de alunos em circulação na cidade.
e) Aumento por Lei Municipal da alíquota do ISSQN sobre os serviços prestados por estabelecimentos
prestadores de serviço de guarda de veículos localizados no centro do Município do Recife, a ser publicada
sua instituição no mês de dezembro de 2013 e com cobrança a partir de maio de 2014.

COMENTÁRIOS
Atende ao Princípio da Legalidade (art. 150, I da CF), Princípio da Anterioridade (art. 150, III, 'b') e ao
Princípio da Anterioridade Nonagesimal (art. 150, III, 'c').

21 - 2014 - FCC - Prefeitura de Recife – PE - Procurador


A Prefeitura do Recife, por meio de sua Secretaria de Finanças, resolveu enviar proposta ao legislativo
municipal para a instituição de novas taxas aplicáveis aos munícipes recifenses.

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É prescrição normativa constitucional que deve ser observada por esta proposta legislativa:
a) Instituir em 2014 taxa para o custeio do serviço de iluminação pública que possa ser cobrada ainda no
primeiro semestre do mesmo ano, tendo em vista as necessidades deste serviço nos bairros carentes do
Recife.
b) Instituição de taxas cobradas pela valorização de imóveis decorrente de obras públicas municipais,
tomando-se o cuidado de não atribuir às taxas instituídas bases de cálculo própria de imposto.
c) Instituição de taxas pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte, desde que elas não tenham base de cálculo própria de impostos.
d) Instituição de taxas pelo exercício potencial ou efetivo do poder de polícia ou pela utilização de serviços
públicos específicos e indivisíveis, prestados ao contribuinte.
e) Sempre que possível, instituir taxas que tenham caráter pessoal e que sejam graduadas segundo a
capacidade econômica dos contribuintes.

COMENTÁRIOS
CF - Art. 145: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos: II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;” e CF, art.
145, §2º: As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

22 - 2013 – CESPE - TJ-RN - Juiz de direito


No que concerne aos princípios e limitações constitucionais do poder de tributar, assinale a opção correta.
a) O princípio da legalidade é o pilar estruturante do sistema tributário, motivo pelo qual, segundo o
entendimento do STF, não cabe edição de medida provisória com o objetivo de instituir ou aumentar
impostos.
b) A União, os estados, o DF e os municípios não podem estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens
por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, incluindo-se o pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo poder público.
c) É vedado à União, aos estados, ao DF e aos municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços,
de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
d) Dado o princípio da anterioridade, é vedada a cobrança do tributo no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os tenha instituído ou aumentado, aplicando-se tal princípio, inclusive, em relação
à regra legislativa que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária.
e) O princípio do não confisco deve ser observado em relação à totalidade da carga tributária, levando-se em
consideração a capacidade de que dispõe o contribuinte para suportar e sofrer a incidência de todos os
tributos instituídos pelo mesmo ente político.

COMENTÁRIOS
"A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em função da totalidade da carga tributária,
mediante verificação da capacidade de que dispõe o contribuinte - considerado o montante de sua
riqueza (renda e capital) - para suportar e sofrer a incidência de todos os tributos que ele deverá pagar,
dentro de determinado período, à mesma pessoa política que os houver instituído (a União Federal, no
caso), condicionando-se, ainda, a aferição do grau de insuportabilidade econômico-financeira, à
observância, pelo legislador, de padrões de razoabilidade destinados a neutralizar excessos de ordem
fiscal eventualmente praticados pelo Poder Público. Resulta configurado o caráter confiscatório de
determinado tributo, sempre que o efeito cumulativo - resultante das múltiplas incidências tributárias
estabelecidas pela mesma entidade estatal - afetar, substancialmente, de maneira irrazoável, o

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patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte." (ADC 8 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO,
Tribunal Pleno, julgado em 13/10/1999)

23 - 2013 - CESPE - TJ-RN - Juiz de direito


Considerando o conceito e as espécies de tributo, assinale a opção correta.
a) Em que pese o CTN indicar que existem apenas três espécies de tributo, o STF consagrou o entendimento
de que o sistema tributário nacional abrange os impostos, taxas, contribuições de melhorias, empréstimos
compulsórios e contribuições parafiscais e especiais.
b) A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios para atender a despesas
extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência e, neste último caso,
a devolução do valor arrecadado poderá ser feita em títulos da dívida pública.
c) Imposto consiste em tributo cujo fato gerador representa situação que depende de uma atividade estatal
específica em relação ao contribuinte.
d) A contribuição de melhoria, cujo fato gerador é o gasto público com obra realizada nas proximidades do
imóvel, pode ser instituída pela União, pelos estados, pelo DF e pelos municípios.
e) O serviço de iluminação pública, dada a sua natureza jurídica, deve ser remunerado mediante taxa instituída
pelo município ou pelo DF, observados os princípios da anterioridade anual e nonagesimal.

COMENTÁRIOS
A doutrina majoritária e a jurisprudência adotam a teoria pentapartite em relação aos tributos, não
obstante existam outras correntes doutrinárias.

24 - 2013 - CESPE - BACEN - Procurador


Assinale a opção correta em relação a taxas e preços públicos.

a) As taxas, diferentemente dos preços públicos, são compulsórias e condicionam-se ao princípio da


anterioridade.
b) O valor que remunera a contraprestação de um serviço público essencial de forma compulsória é tratado
como preço público.
c) As taxas podem ser instituídas por normas administrativas, ao passo que os preços devem ser fixados por
lei.
d) Os preços públicos são considerados receitas derivadas, havendo, portanto, discricionariedade em seu
pagamento.
e) As taxas remuneram serviços públicos e, portanto, são consideradas receitas originárias.

COMENTÁRIOS
As taxas são espécie de tributo (natureza legal-tributária), compulsórias e sujeitam-se a regime jurídico
de direito público. Obedecem à anterioridade e aos demais princípios tributários.
Já os preços públicos não são receita tributária (natureza contratual), não são compulsórios (há
voluntariedade) e sujeitam-se a regime jurídico de direito privado. Deste modo, não se submetem ao
princípio da anterioridade nem aos demais princípios tributários.

25 - 2013 - CESPE - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz federal


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Considerando as disposições constitucionais relativas ao Sistema Tributário Nacional, assinale a opção correta.
a) Tributos de caráter extrafiscal, pela sua própria natureza, podem constituir sanção de atos ilícitos praticados
pelo contribuinte.
b) Desequilíbrios na concorrência podem ser prevenidos pela adoção de critérios especiais de tributação, nos
termos constitucionais.
c) Emenda constitucional proibiu os municípios brasileiros de instituir contribuição destinada ao custeio do
serviço de iluminação pública, tendo admitido, porém, a utilização de taxas com essa finalidade.
d) A imunidade consignada a templos de qualquer culto abrange seu patrimônio, sua renda e seu serviços,
independentemente da finalidade essencial dessas entidades.
e) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados avaliar, periodicamente, a funcionalidade do Sistema
Tributário Nacional.

COMENTÁRIOS
CF - Art. 146-A: Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de
prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer
normas de igual objetivo.

FOCO NA LEI SECA


MINUTO DO NOVO CPC

LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.

Art. 42 ao 63

LEI SECA

LEI Nº 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985.

CF TODO DIA

Art. 12 ao 19

FOCO NAS SÚMULAS


Amigos,

A fim de evitar a repetição de conteúdo semanal em nossos materiais, criamos um caderno apartado de
súmulas, no qual consta a metodologia de estudo de estudo aplicada.

Vamos juntos!

Equipe AprovaçãoPGE

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RODADA 04 - QUINTA-FEIRA
FOCO NA DOUTRINA
S R DIA DATA TEMA
DIREITO ADMINISTRATIVO
2.1. Conceito de direito administrativo. Origem. Bases ideológicas.
Regime jurídico administrativo. Função pública. Função
administrativa. Função política ou de governo. Conceito de
interesse público. Interesse primário e secundário. Regime
jurídico-administrativo. Princípios constitucionais do direito
administrativo expressos e implícitos. Regime de direito privado e
Administração Pública. Administração burocrática e gerencial.
Relação jurídica administrativa.
2.2. Organização administrativa. Órgãos públicos. Competências
administrativas. Insurgência contra o exercício de competências.
Competências discricionárias e vinculadas: procedimento de
decisão administrativa; conceito, fundamentos e limites da
discricionariedade, mérito do ato administrativo,
discricionariedade técnica, controle da discricionariedade.
Centralização e descentralização administrativa. Desconcentração.
Hierarquia administrativa e prerrogativas do hierarca. Delegação e
1 4 Q 03/10 avocação de competência. Organização administrativa do
Município de São Paulo.
2.3. Administração indireta I. Conceito. Controle da administração
indireta. Autarquias. Autarquias especiais. Autarquias do
Município de São Paulo. Agências executivas. Agências
reguladoras. Fundações públicas. Fundações municipais. Empresas
estatais: empresas públicas e sociedades de economia mista.
Empresas do Município de São Paulo. Relação entre a
Administração federal, estadual e municipal. Consórcios públicos.
Contrato de rateio e de programa. Lei Federal nº 11.107/05 e
Decreto Federal nº 6.017/07. Convênios entre entidades
federativas. Acordos de cooperação.
2.4. Terceiro setor. Conceito. Cadastro Municipal das entidades
parceiras do terceiro setor - CENTS. Títulos de utilidade pública.
Entes paraestatais. Serviços sociais autônomos. Organizações
sociais. Contrato de gestão. Lei Federal nº 9.637/98. Lei Municipal
nº 14.132/06 e Decreto Municipal nº 52.858/11. Organizações de
sociedade civil de interesse público. Termo de parceria. Lei Federal

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9.790/99. OSCIPS no Município de São Paulo. Chamamento


público.
PERCENTUAL DE INCIDÊNCIA DO TEMA
9%
SUGESTÃO DE LEITURA PARA REVISÃO
Curso de Direito Administrativo - Rafael Carvalho Rezende Oliveira
http://www5.trf5.jus.br/novasAquisicoes/sumario/Curso_de_direito_administrativo_1063-
16_sumario.pdf
Capítulos 01, 02 e 03
Manual de Direito Administrativo (2016) – Matheus Carvalho
https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/031fb9a1204c618e58341d97cb8e2581.pdf
Capítulos 01, 02, 04, 12
Resumo de Direito Administrativo Descomplicado - VICENTE PAULO E MARCELO ALEXANDRINO
http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975791_SUM.pdf
Capítulo 01, 02, 03, 04, 05
ARTIGOS IMPORTANTES
CF 88 – Arts. 18, 19, 25 a 28, 32 a 37, 38, 84, 137
DECRETO-LEI Nº 200/1967 - Arts. 1º ao 5º
(Apesar de voltado para União, os conceitos lá constantes acabam sendo utilizados pela doutrina).
Lei 9.784/1999 - Art. 13
Lei n. 11.107/05, Art. 1º, Art. 2º, Art. 4º e Art. 6º.
Lei nº 9790/99, Art. 1º e Art. 2º
Lei nº 13.019/14, Art. 2º
ONDE ESTUDAR O TEMA NO VADE MECUM DE JURISPRUDÊNCIA DIZER O DIREITO?
Direito Administrativo: 1 Princípios administrativos; Organização administrativa (Direito Administrativo
2); 8 Concursos públicos; 9 Servidores públicos

QUAL DEVE SER O FOCO?

1. Supremacia do interesse público sobre o interesse privado. Indisponibilidade do interesse


público.
2. Princípios expressos. LIMPE (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência)
3. Poder vinculado x discricionário
4. Decretos autônomos
5. Vinculação administrativa e subordinação hierárquica
6. Fases ou ciclo do poder de polícia. Atributos do poder de polícia
7. Teoria do órgão.
8. Descentralização x Desconcentração
9. Autarquia. Natureza jurídica
10. Empresa pública x sociedade de economia mista. Diferenças
11. Criação e extinção de cargos públicos
12. Exigência de concurso para cargos e empregos públicos. Cotas raciais. Constitucionalidade.
Controle judicial das questões formuladas para as provas de um concurso.
13. Acumulação de cargos, empregos e funções
14. Tetos remuneratórios. Irredutibilidade de vencimentos
15. Exigência de concurso para cargos e empregos públicos. Direito à nomeação e jurisprudência
dos Tribunais Superiores. Controle judicial das questões formuladas para as provas de um
concurso. Cláusula de barreira
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16. Tetos remuneratórios
17. Irredutibilidade dos subsídios e vencimentos

RESUMO DO DIA – PARTE 01

1. Origem, natureza jurídica e objeto do direito administrativo

O Direito Administrativo compõe o ramo do Direito Público, pois tem como características e
princípios marcantes a Supremacia do Interesse Público (relações jurídicas verticalizadas), a
Indisponibilidade do Interesse Público e a Legalidade.
O Direito Administrativo tem por objeto as relações por ele disciplinadas, a saber:
a) relações internas entre órgãos e entidades administrativas;
b) relações entre a administração e seus agentes;
c) relações entre a administração e os seus administrados;
d) atividades administrativas exercidas por prestadores de serviços públicos.

1.1. Evolução do Direito Administrativo:


 Administração Patrimonialista: Não havia diferença entre os interesse pessoais dos agentes
públicos e os interesses da própria administração;
 Administração Burocrática: Superou o patrimonialismo ao adotar o princípio da
impessoalidade. Foram criados rígidos controles sobre a atuação dos agentes públicos.
Formou-se a burocracia, onde os agentes públicos devem obedecer aos procedimentos
determinados e a rígida hierarquia e a separação de funções;
 Administração Gerencial: É o modelo adotado na Administração moderna. Busca superar o
modelo burocrático por meio da adoção do princípio da eficiência, que tem as seguintes
consequências principais:
o Utilização do controle de resultados substituindo o controle de meios;
o Maior autonomia dos agentes/órgãos/entidades públicas;
o Serviço orientado para o cidadão;
o Utilização de indicadores de desempenho.

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Administração Pública Dialógica: Segundo Ronny Charles, Administração pública dialógica é uma
tendência identificada em algumas atividades administrativas, notadamente na prestação de
serviços públicos e contratações de grandes empreendimentos, que consiste na abertura de
diálogo com os administrados, permitindo que eles colaborem para o aperfeiçoamento ou a
legitimação da atividade administrativa.

2. Critérios da Administração:
a) Corrente Legalista (Exegética): O direito administrativo seria o conjunto da legislação
administrativa existente no país => Se limitava a fazer compilação de leis e desconsiderava doutrina
e jurisprudência.
b) Critério do Poder Executivo: O Direito Administrativo seria um complexo de leis disciplinadoras
da atuação do poder executivo.
c) Critério das relações jurídicas: O Direito Administrativo é a disciplina das relações jurídicas entre
a Administração e o particular.
d) Critério do Serviço Público (França): O Direito Administrativo teria por objetivo a disciplina jurídica
dos serviços públicos => Escola do Serviço Público (Leon Duguit).
 Sentido amplo (Leon Duguit): Inclui todas as atividades do Estado;
 Sentido Estrito (Gaston Jeze): Inclui apenas atividades materiais.
e) Critério teleológico ou finalístico: O Direito Administrativo é sistema de princípios jurídicos que
regula as atividades do Estado para o cumprimento dos seus fins - É definição incompleta.
f) Critério Negativista – O Direito Administrativo seria conceituado por exclusão.
g) Critério Funcional – O Direito Administrativo é ramo jurídico que estuda e analisa a disciplina da
função administrativa, esteja ela sendo exercida pelo executivo, legislativo, judiciário ou por
delegação estatal.

HELY LOPES: DIREITO ADMINISTRATIVO É O CONJUNTO HARMÔNICO DE PRINCÍPIOS QUE REGEM


OS ÓRGÃOS, OS AGENTES E AS ATIVIDADES PÚBLICAS TENDENTES A REALIZAR, CONCRETA,
DIRETA E IMEDIATAMENTE, OS FINS DESEJADOS PELO ESTADO.

* INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO – PRESSUPOSTOS (HELY LOPES):


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 Desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados;


 Presunção de legitimidade;
 Necessidade de poderes discricionários para a Administração atender ao Direito Público.

2.1. Tendências atuais do Direito Administrativo: Para Rafael Oliveira (2018, p. 58), o Direito
Administrativo tem sofrido profundas transformações, cabendo destacar as seguintes mutações e
tendências: a) Constitucionalização e aplicação do princípio da juridicidade; b) Relativização de
formalidades e ênfase no resultado; c) Elasticidade do Direito Administrativo, com diálogo com outras
disciplinas; d) Consensualidade e participação; e) Processualização e contratualização da atividade
administrativa; f) Publicização do Direito Civil e privatização do Direito Administrativo; e g)
Aproximação entre a Civil Law e a Common Law.

2.2. Transadministrativismo: Diogo de Figueiredo Moreira Neto adota a tese de que existe
um novo ramo do Direito Administrativo denominado transadministrativismo.
- O transadministrativismo é a disciplina jurídica das relações assimétricas de poder que se
institucionaliza consensualmente fora e além do Estado.
- Trata-se de um direito administrativo transnacional, fenômeno semelhante ao
transconstitucionalismo.
- Para Diogo de Figueiredo, o direito administrativo global é um gênero, do qual o direito
administrativo transestatal (transadministrativismo) é espécie. O transadministrativismo refere-se
exclusivamente ao produto normativo desses centros de poder transestatais: aqueles que se originam
de necessidades ordinatórias das diversas sociedades, que não são providas pelos Estados.
- Importante: Ler o artigo Transadministrativismo: uma apresentação, de Diogo de Figueiredo
Moreira Neto.
Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/46458/44449

3. Fontes do Direito Administrativo:


a) Lei – Fonte Primária;
b) Jurisprudência – Fonte Secundária;
c) Doutrina – Fonte secundária: forma o sistema teórico de princípio aplicável ao Direito Positivo.
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d) Costumes – Práticas reiteradas da autoridade administrativa
Elementos do costume:
 Elemento objetivo: repetição de condutas;
 Elemento subjetivo: Convicção de sua obrigatoriedade.
Espécies de costumes:
 Secundum legem: previsto ou admitivo pela lei;
 Praeter legem: preenche as lacunas normativas, possuindo caráter subsidiário;
 Contra legem: Se opõem à norma legal.
e) Princípios Gerais do Direito
f) Precedentes Administrativos – Pressupõe a prática reiterada e uniforme de atos administrativos
em situações similares. A teoria dos precedentes administrativos é aplicada em relações jurídicas
distintas que apresentam identidade subjetiva e objetiva.
- A força vinculante do precedente administrativo decorre da segurança jurídica, e pode ser afastada
pela Administração em duas situações, hipóteses em que se pode aplicar a TEORIA DO
PROSPECTIVE OVERRULING:
 Quando o ato invocado pelo precedente for ilegal;
 Quando o interesse público, devidamente motivado, justificar a alteração do entendimento
administrativo.
- Em alguns casos, o caráter vinculante dos precedentes tem previsão legal expressa, como a LC
73/1993, ao dispor que o parecer aprovado e publicado com o despacho presidencial vincula a
Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
- O precedente administrativo, em princípio, só é exigível quando estiver em compatibilidade com a
legislação. Porém, excepcionalmente, mesmo em relação a atos ilegais, os precedentes
administrativos retiram a sua força vinculante dos princípios da legítima confiança, segurança jurídica
e boa-fé.

g) Analogia: NÃO pode ser utilizada para fundamentar a aplicação de sanções ou gravames aos
particulares, especialmente no campo do poder de polícia e poder disciplinar.

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- Para Diogo de Figueiredo Moreira Neto, a analogia não é permitida no Direito Administrativo, em
razão do princípio da legalidade. Admitir a analogia seria permitir que a Administração impusesse
uma obrigação não prescrita em lei.
- Para Alexandre Santos de Aragão, é possível a utilização da analogia no Direito Administrativo
quando a aplicação da regra com base na analogia for suficiente para regular determinado caso
concreto e ao mesmo tempo atender às finalidades da Constituição. No entanto, a analogia com base
em outra disciplina jurídica não é possível, tendo em vista o princípio da legalidade.

4. Sistemas de controle da atuação administrativa


a) Sistema Francês (contencioso administrativo)
 Dualidade de jurisdição;
 Proíbe o conhecimento, pelo Poder Judiciário, de atos ilícitos praticados pela Administração,
ficando os atos sujeitos à jurisdição especial do contencioso administrativo.
b) Sistema Inglês (Sistema de jurisdição única)
 Todos os litígios podem ser resolvidos na justiça comum;
 Sistema adotado pelo Brasil – contudo, já houve a previsão do tribunal constitucional de
contencioso no Brasil na EC 7/77, mas nunca foi implementado.

5. Sentidos da Administração
a) Formal, Orgânico ou Subjetivo: É o conjunto de órgãos e funções estatais no exercício da função
administrativa. – importa apenas quem realiza a atividade, sendo irrelevante qual a atividade por
eles desempenhada.
b) Material ou Objetivo: Se confunde com função administrativa, sendo a atividade administrativa
exercida pelo Estado.
 A Administração Pública, em sentido amplo, objetivamente considerada, compreende a FUNÇÃO
POLÍTICA + FUNÇÃO ADMINISTRATIVA.

TAREFAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:


 Prestação de serviços públicos;
 Exercício do Poder de Polícia;
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 Regulação de atividades de interesse público (fomento);


 Controle da atuação do Estado

5.1. Administração Pública Extroversa e Introversa: Diogo de Figueiredo Moreira Neto


diferencia esses termos da seguinte forma:
I- Administração Introversa: corresponde à atividade-meio da Administração. É instrumental, atende
ao interesse público secundário e não atinge diretamente os cidadãos. Também é atribuída a todos
os órgãos administrativos;
II- Administração Extroversa: corresponde à atividade-fim da Administração. É finalística, atende ao
interesse público primário e atinge diretamente os cidadãos. É atribuída apenas aos entes políticos.
Exemplo: poder de polícia.

6. Princípios Administrativos
6.1. Princípios x regras
a) Princípios:
- Possuem grau de abstração maior do que as regras, pois admitem uma série indefinida de
aplicações.
- São Mandamentos de otimização, que determinam a realização de algo na maior medida possível
dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes, admitindo aplicação gradativa.
- Colisão de princípios: ponderação de interesses no caso concreto.
- Condensam os valores fundamentais da ordem jurídica, e se irradiam sobre todo o sistema jurídico,
garantindo-lhe harmonia e coerência.
- Categorias:
 Princípios fundamentais: Representam decisões políticas estruturais do Estado, servindo de
matriz para todas as demais normas constitucionais;
 Princípios gerais: Em regra, são importantes especificações dos princípios fundamentais,
possuindo menor grau de abstração e irradiando-se sobre todo ordenamento jurídico. Ex:
Princípio da isonomia e da legalidade.
 Princípios setoriais ou especiais: Se aplicam a determinado tema, capítulo ou título da
Constituição. Ex: L.I.M.P.E – Art. 37 CF (princípios explícitos da Constituição/88).
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b) Regras:
- Direcionam-se a situações determinadas;
- O conflito de regras é resolvido na dimensão da validade (“tudo ou nada”), ou seja, a regra é válida
ou inválida, a partir dos critérios de especialidade, hierarquia e cronológico (Dworkin).
- Em alguns casos, o conflito entre regras pode ser resolvido pela dimensão do peso e, não
necessariamente, pelo critério de validade. Ex: vedação à concessão de liminar contra a Fazenda que
esgote o objeto do litígio.

6.2) Princípios Explícitos do Direito Administrativo: Assim denominados pois constam


expressamente no art. 37 da CF/88. São eles:
 Legalidade
 Impessoalidade
 Moralidade
 Publicidade
 Eficiência

a) Legalidade (juridicidade)
- Comporta dois desdobramentos:
I. Supremacia da lei: A lei prevalece e tem preferência sobre os atos da Administração.
- Relaciona-se com a doutrina da NEGATIVE BINDUNG (VINCULAÇÃO NEGATIVA), segundo a
qual a lei representa uma limitação à vontade do Administrador.
II. Reserva de lei: o tratamento de certas matérias deve ser formalizado necessariamente pela
legislação.
- Relaciona-se com a POSITIVE BINDUNG (VINCULAÇÃO POSITIVA), condiciona a validade da
atuação dos agentes públicos à prévia autorização legal.
* Atualmente, prevalece a ideia da vinculação positiva da Administração à lei, ou seja, a atuação do
administrador depende de prévia habilitação legal para ser legítima.
- A legalidade deve ser reinterpretada a partir da constitucionalização do Direito Administrativo.

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- A legalidade encontra-se inserida no denominado PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE, que exige a
submissão da atuação administrativa à lei e ao Direito => Exige-se compatibilidade com o BLOCO DE
LEGALIDADE. Pelo princípio da juridicidade, deve se respeitar, inclusive, a noção de legitimidade do
Direito.

ATENÇÃO AOS CONCEITOS:


I) Juridicidade: Compatibilidade com todo ordenamento jurídico;
II) Legalidade: Verificar se o ato se compatibiliza com as exigências formais ou padrões materiais
da lei;
III) Legitimidade: É o ato que observa não só as formalidades prescritas ou não defesas em lei,
mas se há adequação aos princípios da boa administração, dentro de padrões razoáveis, morais
e dos princípios constitucionalmente reconhecidos.
IV) Economicidade: Foco no binômio custo/ benefício em face do meio utilizado para satisfação
social, junto ao controle de eficiência da gestão financeira, para atingir melhor índice de
resultado.

O QUE É O PRINCÍPIO DA RESPONSIVIDADE?


Consoante entendimento de Diogo de Figueiredo, a responsividade é um dos princípios
modernos que norteia a atuação da Administração Pública. Determina que, ao atuar, a
Administração não obedeça apenas à legalidade, mas também à legitimidade e ao princípio
democrático, ou seja, que atue de modo a atender os anseios da população. É, então,
inegavelmente, um dever jurídico autônomo dos agentes do Poder Público para, ao perfazerem
suas escolhas discricionárias, observarem as demandas da sociedade.

b) Princípio da impessoalidade
- Possui duas acepções:
i. Igualdade ou isonomia: A Administração deve dispensar tratamento impessoal e isonômico
aos particulares para atender a finalidade pública;
ii. Proibição de promoção pessoal: Vedação do exercício da máquina pública para atingir
interesses particulares.

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c) Princípio da moralidade – Atuação segundo padrões éticos de probidade e decoro.

d) Princípio da publicidade – Impõe a divulgação e exteriorização dos atos do poder público,


guardando relação com o princípio democrático, ao possibilitar o controle social sobre os atos
públicos. É possível restringir a publicidade em casos excepcionais, conforme Artigo 5º, LX, CF:
“Artigo 5º, CF: “LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.
- Frise-se que a Lei nº 12. 527/11 (Lei de Acesso à informação) prevê a possibilidade de restrição
ao fornecimento de informações, se imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado.

e) Princípio da eficiência – Inserido pela EC 19/98, para substituir a Administração Pública burocrática
pela gerencial.
- Relacionada com a necessidade de efetivação célere das finalidades públicas elencadas no
ordenamento jurídico.
- A concretização dos resultados deve ser realizada por:
i. Planejamento: plano de ação, orçamento e prioridades;
ii. Execução: medidas concretas para satisfação dos resultados;
iii. Controle: órgãos controladores não devem se restringir à legalidade formal na análise da
juridicidade da ação administrativa, devendo levar em conta os demais princípios e alcance
dos resultados.

5.3) Outros princípios administrativos


a) Princípio da razoabilidade e proporcionalidade – prevalece a tese de fungibilidade dos princípios.
- Subdivide-se em 03 subprincípios:
i. Adequação ou idoneidade: o ato estatal deverá contribuir para a realização do resultado
pretendido.
ii. Necessidade ou exigibilidade: caso existam duas medidas adequadas para alcançar o fim
perseguido, o Poder Público deve adotar a medida menos gravosa aos direitos fundamentais.

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iii. Proporcionalidade em sentido estrito: é a ponderação, no caso concreto, entre o ônus
imposto pela atuação estatal e o benefício por ela produzido, razão pela qual a restrição ao
direito fundamental deve ser justificada pela importância do princípio ou direito.

b) Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado (princípio da finalidade pública) –


O interesse público divide-se em (doutrina italiana):
i. Interesse público primário: Necessidade de satisfação das necessidades coletivas. É o
interesse com as necessidades sociais;
ii. Interesse público secundário: É o interesse do próprio Estado, enquanto sujeito de direitos e
obrigações, ligando-se à noção de interesse do erário. É o interesse do Estado com si próprio,
como pessoa jurídica de direito público que é.

Assim, pelo princípio, há uma primazia de soluções e decisões que atendam ao interesse coletivo, em
detrimento do interesse de um único indivíduo ou grupo seleto de indivíduos.

c) Princípio da autotutela: Poder-dever da Administração rever os seus próprios atos, seja para
anulá-los ou revoga-los.

Súmula 346 STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.

A Administração Pública deve observar algum requisito quando for anular atos ilegais?
O princípio da autotutela administrativa preleciona que a Administração Pública possui
o poder-dever de rever os seus próprios atos, seja para anulá-los por vício de legalidade, seja
para revogá-los por questões de conveniência e de oportunidade conforme art. 53 da Lei
9.784/99 e Súmulas 346 e 473 do STF.

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O STF possui entendimento, contudo, no sentido de que, a despeito deste poder-dever


de anular os atos ilegais, se a invalidação do ato administrativo repercutir no campo de
interesses individuais, faz-se necessária a instauração de processo administrativo que assegure
o devido processo legal e a ampla defesa (Informativo 763 do STF).
Além disso, o art. 54 da lei 9.784/99 estipula que o direito da Administração de anular
os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis aos destinatários decai em 5 anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má fé.
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.

AUTOTUTELA X AUTOEXECUTORIEDADE
 Autotutela: Designa o poder-dever de corrigir ilegalidades e de garantir o interesse público
dos atos editados pela própria Administração;
 Autoexecutoriedade: prerrogativa de imposição da vontade administrativa, independente de
recurso ao poder judiciário.

d) Princípio da segurança jurídica e legítima confiança


- Segurança jurídica: abarca dois sentidos:
 Objetivo: estabilização do ordenamento jurídico;
 Subjetivo: proteção a confiança das pessoas em relação às expectativas geradas por
promessas e atos estatais. É princípio autônomo.
- Segurança jurídica x legítima confiança
 Segurança jurídica: possui caráter amplo, aplicado às relações públicas e privadas;
 Legítima confiança: tutela apenas a esfera jurídica do particular, protegendo-o da atuação
arbitrária do Estado.
- A noção de proteção da confiança legítima aparece como uma reação à utilização abusiva de normas
jurídicas ou atos administrativos que surpreendam bruscamente o seu destinatário. Um exemplo de
aplicação do princípio da legítima confiança diz respeito à impossibilidade de devolução de valores

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recebidos de boa-fé por servidores públicos, em virtude de errônea interpretação de lei pela
Administração:
Súmula 34 da AGU: Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo
servidor público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte
da Administração Pública.

Súmula 249 TCU: É dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de


boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de
interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente
investida em função de orientação e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato
administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais.
- Requisitos para configurar a confiança legítima:
 Ato da administração suficientemente conclusivo para gerar no administrado confiança:
o De que a Administração atuou corretamente;
o De que a conduta do afetado é lícita na relação jurídica que mantém com a
Administração;
o Confiança do afetado de que as suas expectativas são razoáveis.
 Presença de signos externos que orientam o cidadão a adotar determinada conduta;
 Ato da administração que reconhece ou constitui uma situação jurídica individualizada, cuja
durabilidade é confiável;
 Causa idônea para provocar a confiança do afetado;
 Cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obrigações no caso.
- Quando NÃO se aplica o princípio da confiança legítima:
 Hipóteses de má-fé do administrado;
 Não pode existir mera expectativa de direitos pelo interessado.

RESUMO DO DIA – PARTE 02

1) Princípios inerentes à organização administrativa


 Planejamento

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 Coordenação
 Descentralização Administrativa
 Delegação de competência
 Controle: Exercido em todos os níveis e órgãos do governo

2) Descentralização x Desconcentração
I. Desconcentração:
- Distribuição dentro da mesma pessoa jurídica – criam centros de competência dentro da mesma
pessoa jurídica;
- Baseia-se na hierarquia (subordinação);
- Transferência de órgãos da mesma pessoa jurídica.
- A DESCONCENTRAÇÃO DECORRE DO PODER HIERÁRQUICO.
- Desconcentração = divisão interna de tarefas

II. Descentralização:
- Deslocamento para uma nova pessoa (física ou jurídica);
- NÃO existe hierarquia, mas há controle e fiscalização (sem subordinação).
- Transferência para pessoa da Administração indireta ou particulares.
- TEORIA DA INSTITUCIONALIZAÇÃO (MARÇAL JUSTEN): Os órgãos públicos, embora NÃO contem
com personalidade jurídica, podem adquirir vida própria. Ex: Exército brasileiro.
- STF: É dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja
previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa estatal, visto que a lei criadora é a
própria medida autorizadora.

2.1) Espécies de descentralização:


a) Outorga:
- Transfere execução + titularidade;
- Destina-se a pessoas jurídicas de direito público especializadas;
- Requer lei específica
b) Delegação ( = descentralização por colaboração):
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- Só transfere a execução;
- Entidades de direito privado da administração indireta e particulares;
- Formalizada por contrato (particulares) ou Lei (Administração indireta).

Descentralização Territorial ou geográfica: Ocorre com entidade geograficamente


delimitada, dotada de personalidade jurídica própria de direito público, com
capacidade de administração e possibilidade de execução das atividades estatais.
- Típica da França e Itália => NÃO admitida no Brasil desde a proclamação da república.
- Alguns doutrinadores aplicam para os territórios federais.

ATENÇÃO – DESCENTRALIZAÇÃO SOCIAL (DIOGO DE FIGUEIREDO MOREIRA NETO):


Consiste em aliviar do Estado a execução direta ou indireta de atividades de relevância
coletiva que possam ser convenientemente cometidas por credenciamentos ou reconhecimentos a
unidades sociais personalizadas.

CONTROLES ADMINISTRATIVOS: TUTELA X HIERARQUIA


I) TUTELA:
 NÃO se presume – Depende de Lei
 Pressupõe a existência de duas pessoas jurídicas, onde uma exerce controle
sobre a outra (fruto da descentralização);
 Condicionada pela lei.

II) HIERARQUIA
 Inerente à organização interna dos entes federativos – NÃO depende de
previsão legal.
 Existe no interior de uma mesma pessoa – ideia de desconcentração.
 Incondicionada, sendo-lhe inerente uma série de poderes administrativos.

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3) Órgãos Públicos: Parcelas integrantes da pessoa jurídica e, por isso, NÃO possuem vontade
própria, sendo a criação e extinção por lei.
- Hely Lopes: Órgãos são centros especializados de competências.
- Ausência de personalidade jurídica própria.
- Existem dentro da Administração direta e indireta.

3.1) Teorias:
 Teoria do Mandato: O agente público é mandatário da pessoa jurídica, sendo a relação
construída em função de um contrato de mandato.
- Crítica: NÃO se admite que um Estado, que NÃO tem vontade própria e nem tem como exterioriza-
la, possa assinar um contrato, instrumento que depende da autonomia da vontade.
 Teoria da Representação: O agente público seria representante do Estado por força de lei,
equiparando-se ao tutor ou curador, representando os incapazes.
- Críticas:
o A representação pressupõe duas figuras independentes, com suas vontades, o que na
verdade NÃO acontece, já que a vontade do agente e do Estado NÃO se confundem.
o A pessoa jurídica ficaria equiparada a um incapaz por essa teoria, sendo absurda a ideia de
que o incapaz confere representante de si mesmo.
o O incapaz NÃO pode ser civilmente responsabilizado, o que NÃO ocorre com o Estado.
 Teoria do Órgão (Teoria da imputação volitiva) – Otto Von Gierke – A vontade do agente
público manifesta a do Estado.
- Explica a teoria do funcionário de fato, que é aquele cuja investidura foi irregular ou viciada, mas
cuja situação tem aparência de legalidade. Para a Teoria, consideram-se válidos os atos praticados
por um funcionário de fato, em nome da boa-fé dos administrados, segurança jurídica e legalidade
dos atos, pois o ato é do órgão, não do agente.

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS


1) Quanto a hierarquia:

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a) Independentes: NÃO estão hierarquicamente subordinados a nenhum outro órgão,


se sujeitando apenas ao controle dos poderes estruturais do Estado. Ex: Presidente da
República. – têm origem na CF.
b) Autônomos: Órgãos imediatamente subordinados aos órgãos independentes.
Possuem autonomia administrativa e financeira e são órgãos diretivos. Ex: Ministério
da Fazenda.
c) Superiores: Possuem apenas poder de direção e controle sobre assuntos específicos
de sua competência, mas NÃO possuem autonomia e independência, embora
conservem o Poder de decisão. Ex: SRF, Polícias, Procuradorias.
OBS: O MP É UM ÓRGÃO INDEPENDENTE, EMBORA NÃO SEJA UM PODER.
d) Subalternos: Órgão com reduzido poder de decisão, destinado a mera execução de
atividades administrativas.

2) Quanto à atuação funcional


a) Singular
b) Colegiado

3) Quanto à estrutura
a) Simples - Atuam sozinhos (um único centro de competência)
b) Composto – Há mais de um órgão atuando em sua estrutura.

4) Quanto às funções
a) Ativos
b) Consultivos
c) De controle

5) Quanto ao âmbito de atuação


a) Central
b) Local

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- ATENÇÃO: Em regra, os órgãos, por NÃO terem personalidade jurídica, NÃO têm capacidade
processual, SALVO nas hipóteses:
 Previsão legal
 Em que os órgãos são titulares de direitos subjetivos, o que lhes conferem capacidade
processual para a defesa das prerrogativas e competências, para defesa de atribuições institucionais.
Ex: Órgãos independentes e autônomos, desde que:
o Órgão de cúpula de hierarquia administrativa;
o Defesa de suas prerrogativas institucionais.
- STJ: Já reconheceu a capacidade processual para a Câmara dos Vereadores impetrar MS, quando
caracterizada inércia do Município, na defesa de suas prerrogativas institucionais.

4) Descentralização – Espécies:
a) Descentralização política – Feita pela CF, ao dividir a competência entre os entes federativos;
b) Descentralização Administrativa – Feita aos entes da administração indireta e a particulares.
- Controle Finalístico (= vinculação/ tutela administrativa/ supervisão ministerial): É o controle pela
administração direta à pessoa política a qual é vinculada a Administração indireta.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA – CARACTERÍSTICAS:


1) Devem gozar de personalidade jurídica e possuir patrimônio próprio quando da
sua criação, e a entidade responsável transfere parte de seu patrimônio ao novo ente,
o qual terá liberdade para usá-lo.
2) Possuem capacidade de autoadministração (autonomia técnica + administrativa).
3) Lei específica cria as autarquias e autoriza a criação dos demais entes da
administração indireta (no último caso, imprescindível o registro dos atos
constitutivos no cartório de pessoas jurídicas ou na junta comercial para empresas
estatais).
4) Devem ter finalidade pública.
5) Sujeitas a controle finalístico + Tribunal de Contas. – Supervisão ministerial.

5) Entes da Administração indireta

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- Administração indireta: o fim NÃO poderá ser o lucro, mas será consequência da atividade.
- A competência do órgão é intransferível e irrenunciável, mas pode ser delegada ou avocada.

5.1) Autarquias
- Súmula 620 STF: As entidades autárquicas NÃO gozam do reexame necessário => A jurisprudência
AFASTA essa súmula, de modo que gozam do duplo grau obrigatório.
- Responsabilidade civil: As autarquias respondem com seu patrimônio próprio. Caso não possam
arcar, o Estado responde subsidiariamente.
- Sujeitas a controle financeiro do Tribunal de Contas.
- Regime estatutário => Peculiaridades:
 Promulgação da CF/88: Obrigatoriedade do regime jurídico único;
 Reforma Administrativa – EC 19/98: Fim da obrigatoriedade do Regime Jurídico Único.
 Decisão liminar do STF em ADI – Retorno da obrigatoriedade do RJU, liminar com efeitos ex
nunc => CONCLUSÃO: regime deve ser estatutário, SALVO contratações celetistas antes da decisão
do STF e após a reforma administrativa.
- Responsabilidade civil objetiva
- NÃO possuem autonomia política
- Possuem autonomia financeira e de autorregulação.
- NÃO se admite o ingresso de servidores celetistas para a prestação dos serviços nos entes da
administração direta, autárquica e fundacional, pois são regidos pela Lei 8.112/90.
- São ainda espécies de autarquias:

a) Autarquias profissionais: As anuidades são tributos, SALVO a OAB, por ser entidade sui generis,
conforme entendeu o STF.
b) Autarquias Territoriais: Art. 33 CF/88. É a manifestação da descentralização política a criação de
territórios, e por isso NÃO ostentam no Brasil a qualidade de entes da Administração indireta.
c) Autarquias em regime especial:
i.Autarquias culturais: Universidades Públicas. Possuem:
 Autonomia Pedagógica;
 Escolha do Reitor pelos docentes/ discentes;

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 Mandato certo dos dirigentes.
ii.AGÊNCIAS REGULADORAS

NOTAS SOBRE AS AGÊNCIAS REGULADORAS

a) Origem: De origem norte-americana, foram instituídas no Brasil a partir da década de 90, para
estabelecer novo modelo regulatório brasileiro.
b) Definição: Autarquias com regime jurídico especial, dotadas de autonomia reforçada em relação
ao ente central, com base em dois fundamentos:
 Despolitização (desgovernamentalização), dando tratamento técnico e maior segurança
jurídica ao setor regulado;
 Necessidade de celeridade na regulação de determinadas atividades técnicas.
c) Características:
 Autonomia Administrativa:
o Estabilidade forçada dos dirigentes: É estabilidade diferenciada. Possuem mandato certo –
NÃO pode ultrapassar a legislatura do Presidente da República- só perdendo o cargo mediante (pode
haver outras condições):
 Renúncia;
 PAD;
 Condenação Criminal
o Impossibilidade de recurso hierárquico impróprio: O objetivo é assegurar que a decisão final
na esfera administrativa seja da autarquia regulatória.

 Nomeação diferenciada dos dirigentes – Nomeados pelo Presidente da República após


aprovação prévia do Senado para cumprir mandato certo (demais autarquias: demissíveis ad nutum
e comissionados);
 Período de quarentena dos dirigentes (Lei específica pode estabelecer prazo diferenciado dos
04 meses. Ex: 01 ano para ANEEL, ANS, ANP). Nesse período, ficará o antigo dirigente vinculado à
agência, fazendo jus à remuneração compensatória equivalente a do cargo que exerceu.

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 Gozam de poder normativo: NÃO é poder legislativo, devendo se ater a aspectos técnicos,
subalternos à lei.
 Autonomia financeira: Podem instituir as taxas regulatórias e enviam proposta orçamentária
ao Ministério ao qual estão vinculadas.
 Admite-se também na ordem estadual e municipal.

 As agências reguladoras NÃO inovam no ordenamento jurídico, ou seja, NÃO expedem atos
normativos primários (fundamentam-se na CF).
 Agências reguladoras exercem funções executivas, normativas e judicantes de Estado, NÃO
desempenhando funções de governo. Podem exercer as seguintes atividades:
o Administrativas clássicas. Ex: Poder de Polícia;
o Poder normativo
o Judicante – resolver conflitos entre os judicados.
OBS: O PODER NORMATIVO SÓ OBRIGA O PRESTADOR DE SERVIÇOS, JAMAIS O PARTICULAR.

d) Poder normativo e deslegalização: A legislação confere autonomia às agências reguladoras para


editar atos administrativos normativos, dotados de conteúdo técnico e respeitados os parâmetros
legais no setor regulado. Há controvérsias em relação à constitucionalidade, existindo duas
correntes:
 1ª Corrente: Inconstitucionalidade do poder normativo amplo das agências reguladoras, por
violar a separação de poderes e legalidade, sendo vedada a criação de direito e obrigações por meio
de atos regulatórios editados com fundamento em delegação legislativa inominada. Celso Antônio e
Di Pietro (Di Pietro só excepciona dessa vedação a ANATEL e ANP, por possuir previsão
constitucional).
 2ª Corrente: Constitucionalidade do poder normativo técnico ampliado reconhecido
às agências reguladoras que poderão editar atos normativos, em razão da deslegalização.
José dos Santos, Diogo de Figueiredo.
- O fundamento normativo seria a DESLEGALIZAÇÃO:

DESLEGALIZAÇÃO (DELEGIFICAÇÃO)
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- Definição: É a retirada, pelo próprio legislador, de certas matérias do domínio da lei,


passando-as ao domínio do regulamento.
- Com a deslegalização, opera-se uma degradação da hierarquia normativa de
determinada matéria que, por opção do legislador, deixa de ser regulada por lei e
passa para a seara do ato administrativo normativo.
- A lei deslegalizadora NÃO chega a determinar o conteúdo material da futura
normatização administrativa, limitando-se a estabelecer standards e princípios a ser
respeitados na atividade administrativo- normativa.
- Limites constitucionais à deslegalização:
 Casos de reserva legislativa específica previstos na CF => devem ser veiculados
por lei formal;
 Matérias a serem reguladas por lei complementar NÃO admitem
deslegalização, pois são reservas legislativas específicas.

AGÊNCIAS REGULADORAS ESTADUAIS – Na ADI 1949/RS, em 2014, entendeu o STF:


 Constitucional a nomeação de dirigentes, possuindo como etapas prévias a
indicação do Governador do Estado e aprovação pela Assembleia Legislativa =>
Modelo simétrico ao previsto na CF/88;
 Inconstitucionalidade da exoneração dos dirigentes ANTES do termo final, por
decisão da Assembleia Legislativa, por alijar a participação do executivo.

ATENÇÃO: FENÔMENO DA CAPTURA DAS AGÊNCIAS REGULADORAS:


A "captura" descreve a situação em que o ente regulador passa a atuar sem
imparcialidade, favorecendo sistematicamente uma das partes envolvidas com a
atividade regulada ou passa a ser uma estrutura inoperante, meramente figurativa.
Pode significar o risco de concussão (corrupção dos dirigentes), como também, a
captura por contaminação de interesses, em que o órgão regulador assume os valores
e interesses do regulado, como se fossem interesses da coletividade, a captura por
insuficiência de meios, que ocorre quando a atuação do agente regulador é
inviabilizada pela ausência ou má qualidade de seus recursos e a captura pelo poder
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político, situação que ocorre quando não existem os instrumentos legais capazes de
assegurar a efetiva autonomia da agência reguladora e ela passa a ser um mero agente
dos interesses políticos-partidários dos governantes.

iii.Agências Executivas: Gozam de dispensa de licitação para celebração de contrato em até 20% da
modalidade convite.
- Requisitos:
 Autarquia ou fundação ter plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento em
andamento;
 Celebração de contrato de gestão com Ministério Supervisor com periodicidade mínima de
01 ano.
- O Presidente da República expede decreto, concedendo a qualidade de agência executiva.
- A desqualificação da fundação como agência executiva é realizada por decreto, por iniciativa do
Ministério Supervisor.

5.2) Fundações Públicas


- Definição: Pessoas jurídicas sem fins lucrativos, cujo elemento essencial é a utilização do patrimônio
para a satisfação de objetivos sociais, definidos pelo instituidor
- Possuem regime híbrido ou misto.
- Direito Público: Autarquias fundacionais – criadas por lei específica.
- Direito Privado: Fundações governamentais (regime híbrido ou misto) – A fiscalização do MP
Estadual é afastada, já que essas entidades se sujeitam à supervisão ministerial.
- Celso Antônio: As fundações são pura e simplesmente autarquias.
- Rafael Oliveira: A ausência de lucro NÃO afasta a necessidade de eficiência por parte da entidade.
Na hipótese de resultados financeiros positivos, quando os créditos superam as despesas, os valores,
considerados superávit (e não lucro), deverão ser reinvestidos nas finalidades da entidade, não sendo
permitida a sua distribuição ou repartição entre seus administradores.
- Regime de pessoal:
 Direito público: Estatutário;
 Direito Privado: Celetista
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- As fundações estatais NÃO se submetem ao controle do MP, pois a previsão do art. 66 do CC
refere-se, exclusivamente, às fundações privadas, instituídas por particulares, bem como o DL
200/67 afasta a aplicação do CC às fundações estatais.

5.3) Empresas Estatais: NUNCA serão titulares de serviço, recebendo apenas sua descentralização
para a execução (NÃO há outorga do serviço).
- Capital:
 Empresas Públicas – 100% Público;
 Sociedade de Economia Mista – Misto (maior parte público)
- Forma Societária:
 Empresas Públicas – Qualquer forma societária. Há a possibilidade, inclusive, de empresas
com um único sócio, a exemplo da CEF (exceção à regra geral de direito societário, que exige a
presença de pelo menos dois sócios para instituir a sociedade);
 Sociedade de economia mista – Sociedade anônima
- Competência:
 Empresa Pública Federal – Justiça Federal;
 Sociedade de economia mista federal – Justiça Estadual. Exceção (serão processadas na
Justiça Federal):
o Se a União intervier como assistente ou opoente;
o Para processar e julgar MS contra ato ou omissão do dirigente da sociedade de economia
mista federal, investido em função administrativa.
- Regime de pessoal: Celetista, mas se sujeitam a concurso público, teto remuneratório, regras de
cumulação de empregos públicos, à lei de improbidade administrativa.
- Patrimônio: Bens privados, mas sofre modulações de direito público, especificamente no tocante à
alienação, que depende do cumprimento das exigências do art. 17 da Lei 8.666/93.
- Há controle do Tribunal de Contas. O STF entendeu existir esse controle, pois na instituição das
empresas estatais haveria contribuição ao erário (patrimônio público).
 Se empresas estatais com mais de um Ente Federado participando, o controle será exercido
apenas pelo Tribunal de Contas responsável pelo controle das contas do ente federado
administrador da estatal, conforme decidiu o STF.
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- Imunidade tributária:
 Se atuam em regime concorrencial: NÃO gozam de imunidade;
 Se prestadoras de serviços públicos não remunerados por preços públicos ou tarifas + estatais
que exercem atividades monopolizadas: Gozam de imunidade.
- ECT: Regime de Fazenda Pública. NÃO configura irregularidade a transferência de atividades
auxiliares da atividade postal (Ex: Entrega de encomendas e impressos podem ser delegados, por
NÃO serem considerados serviços postais propriamente dito).
ECT: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA.
- Se as empresas estatais e subsidiárias NÃO receberem recursos dos entes federativos para custeio
e manutenção de pessoal, pode haver pagamentos acima do teto remuneratório.
- A Lei 13.306/2016 trouxe regras específicas para a licitação a ser realizada por empresas estatais.
- FALÊNCIA: A lei de falências exclui as estatais, mas a doutrina é divergente:
 1ª Corrente: Sujeitam-se à falência, ante art. 173, §1º, II da CF, sendo inconstitucional o
dispositivo da lei de falências;
 2ª Corrente: Interpretação conforme a Constituição, para compatibilizar a lei de falências com
o art. 173 CF: apenas empresas estatais prestadoras de serviços públicos são afastadas da falência.
Celso Antônio, José dos Santos, Diógenes Gasparini e Di Pietro.
 3ª Corrente: Não se sujeitam à falência. Rafael Oliveira.
- ATENÇÃO: Excluem-se da Administração Indireta e do conceito de empresas estatais as entidades
privadas que possuem participação minoritária do Estado, ainda que recebam influência estatal
em razão de classe especial (GOLDEN SHARES).
 GOLDEN SHARE: Prevista expressamente na lei do PND – sempre que houver razões que
justifiquem, a União deterá, direta ou indiretamente, ação de classe especial do capital social da
empresa ou instituição financeira objeto de desestatização, que lhe confira poderes especiais em
determinadas matérias, as quais deverão ser caracterizadas nos seus estatutos sociais.. Ex: EMBRAER
e VALE.

6) Entidades do terceiro setor: NÃO integram a estrutura da Administração direta e indireta, mas
são particulares em colaboração, sem fins lucrativos, que atuam ao lado do Estado na prestação de
serviços públicos. Tais entidades recebem incentivos do Poder Público, mediante dotação
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orçamentária, cessão de bens públicos, e se submetem, consequentemente, às restrições de controle
impostas ao ente estatal, sujeitos ao controle do Tribunais de Contas.
a) Espécies:
 Serviço Social Autônomo;
 OS;
 OSCIP;
 Entidades de Apoio.

b) Foro processual:
- É a Justiça Estadual, inclusive para as entidades que formalizam parcerias com a União.
- Serviços Sociais autônomos que recebem recursos federais: Justiça Estadual – VIDE SÚMULA 516
STF.
c) Controle: Sujeitam-se ao controle do TCU.
d) Regime de Pessoal: Empregados celetistas, sendo inaplicável as regras de concurso público.
e) Patrimônio: Os bens são privados.

6.1) Serviço Social Autônomo: São entidades criadas mediante autorização legal para a realização da
atividade de fomento, auxílio e capacitação de determinadas categorias profissionais, seja indústria
ou comércio. É o chamado SISTEMA “S”.
- NÃO atuam na prestação de serviços públicos exclusivos de estado por meio de delegação de
atividades, mas sim executam atividades particulares de cunho social, sem a intenção de auferirem
qualquer espécie de lucro. A ATUAÇÃO É DE FOMENTO E NÃO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO.
- Estas entidades são particulares, criadas por autorização legal para a execução de atividades de
interesse do Estado, admitindo-se que sejam constituídas sob a forma de associação ou fundação ou,
ainda, por meio de estruturas não previstas no direito civil e reguladas pela lei específica da entidade.
- Para auxiliar na execução de suas atividades, o Poder Públicos lhes transfere a capacidade tributária,
de modo que os entes do serviço social autônomo gozam de parafiscalidade, que é a transferência
do poder de cobrar tributos.
- Não obstante a concessão da capacidade tributária, trata-se de entidades privadas e, por isso, NÃO
gozam de privilégios administrativos, sejam fiscais, processuais ou contratuais.
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- NÃO gozam de imunidade tributária recíproca, mas podem gozar da imunidade do art. 150, VI, c da
CF.
- As ações propostas em face desses entes deverão tramitar na Justiça Estadual. => VIDE SÚMULA
516 STF.
- Regime de pessoal: CLT e NÃO dependem de concurso público para ingressos em suas atividades.
No entanto, os empregados são considerados agentes públicos e se submetem à LIA (Lei 8.429/92).
- Por constituírem pessoas jurídicas privadas, NÃO se submetem ao regime de precatório em relação
ao pagamento de seus débitos oriundos de sentença judicial, conforme decidiu o STF.

6.2) Entidades de Apoio: Instituídas por servidores públicos, porém em nome próprio, sob forma de
fundação, associação ou cooperativa para prestação, em caráter privado, de serviços sociais não
exclusivos do Estado.
- As fundações de apoio são fundações instituídas por particulares com o objetivo de auxiliar a
Administração Pública, pela elaboração de convênios ou contratos.
- Particulares que atuam ao lado de hospitais e Universidades Públicas, auxiliando no exercício da
atividade destas entidades, através da realização de programas de pesquisa e extensão.
- Podem ser constituídas sob a forma de fundações, associações e cooperativas, sempre sem
finalidade lucrativa, atuando ao lado do órgão público, NÃO se confundindo com a entidade estatal.
- O vínculo com o poder público decorre da assinatura de convênio, que lhe garante a destinação de
valores públicos, com dotação orçamentária específica, além da possibilidade de cessão de bens
públicos e, até mesmo, a cessão de servidores.
- Possuem personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio e administração próprios, NÃO
fazendo parte da Administração indireta, sendo suas demandas julgadas pela Justiça Estadual.
- As entidades de apoio, quando tiverem natureza jurídica de fundação, deverão estar constituídas
sob a forma de fundações de direito privado, sem fins lucrativos, regidas pelo Código Civil.
- Essas fundações NÃO integram a Administração Pública e possuem natureza de fundações de direito
privado, sujeitas à fiscalização do MP, à legislação trabalhista e ao prévio registro e credenciamento
no Ministério da Educação, e no Ministério da Ciência e tecnologia, renovável bienalmente.
- Na execução dos vínculos jurídicos (convênios, contratos, acordos e/ou ajustes), que envolvam a
aplicação de recursos públicos, as fundações de apoio sujeitam-se às seguintes obrigações:

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 Observância da legislação de licitações e contratos administrativos


 Prestação de contas de recursos aplicados aos órgãos públicos financiadores;
 Submissão ao controle finalístico e de gestão pelo órgão máximo da Instituição Federal de
ensino;
 Fiscalização da execução dos contratos pelo TCU e órgão de controle interno competente.
- Podem se utilizar de servidores públicos federais, que NÃO possuirão vínculo empregatício com a
fundação e poderão receber bolsas de ensino, pesquisa e extensão, respeitadas condições e limites
fixados no regulamento.

6.3) Organizações Sociais (OS): São particulares, sem fins lucrativos, criadas pela Lei 9.637/98 para a
prestação de serviços públicos NÃO exclusivos de estado, como ensino, pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente.
- NÃO integram a estrutura da administração, não dependendo de lei para a sua criação.
- Por executarem atividades de interesse social, sem escopo de lucro, recebem o auxílio do ente
estatal de diversas formas e, por isso, se sujeitam a algumas restrições impostas à Fazenda Pública.
- O vínculo com o Poder Público ocorre pelo CONTRATO DE GESTÃO, meio pelo qual a entidade se
qualifica como Organização Social e poderá gozar de privilégios, como a dotação orçamentária,
cessão de bens públicos e de servidores públicos.
- Durante a execução do contrato de gestão, a OS receberá sua contraprestação em função do
atingimento da META DE DESEMPENHO FIXADA, e não das atividades realizadas.
- Para a qualificação como OS, deve haver a aprovação do Ministro ou titular de órgão supervisor ou
regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da
Administração Federal e Reforma do Estado.
- É indispensável ainda a comprovação do registro de seu ato constitutivo, devendo conter:
 Natureza social de seus objetivos;
 Finalidade não-lucrativa;
 Previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e direção, um
conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto;
 Previsão de participação no órgão colegiado do representante do Poder Público e de
membros da comunidade de notória capacidade profissional e idoneidade moral;
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 Composição da diretoria e atribuição de seus membros;


 Obrigatoriedade de publicação anual, no DOU, dos relatórios financeiros e do relatório de
execução do contrato de gestão;
 Se associação civil, a forma e critério de aceitação de novos associados, na forma do estatuto;
 Proibição de distribuição de bens ou parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese,
inclusive em desligamento;
 Previsão de incorporação integral do patrimônio, legados ou das doações que lhe foram
destinados, bem como dos excedentes financeiros de sua atividades.
- A definição do contrato de gestão enseja discussões doutrinárias, já que as vontades convergem,
guardando as características de um convênio (nesse sentido, defende José dos Santos Carvalho
Filho).
- Formado o contrato de gestão, a entidade se qualifica como OS e goza de benefícios, como a
destinação de servidores estatais e bens públicos (através de permissão de uso, sem necessidade de
prévia licitação), e dotação orçamentária.
- Para os servidores estatais cedidos, o pagamento de sua remuneração será feito pelos cofres
públicos e NÃO será incorporado aos vencimentos de origem do servidor cedido qualquer
vantagem pecuniária que vier a ser paga pela organização social a servidor cedido, com recursos
provenientes do contrato de gestão.
- Ante os benefícios concedidos, estas entidades se submetem a controle, efetivado pelo Ministério
supervisor daquela atividade executada, e pelo TCU, com submissão à Lei de Improbidade
Administrativa.
- Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão devem ser analisados,
periodicamente, por comissão de avaliação, indicada por autoridade supervisora.
- As OS devem possuir um Conselho de Administração, nos moldes da Lei, com participação
obrigatória de representantes do povo e poder público, nos percentuais estipulados em lei.
- A qualificação de entidade privada como OS é temporária, somente sendo vigente enquanto durar
o vínculo firmado. A desqualificação enseja a reversão automática dos bens permitidos e dos valores
entregues à OS.
- Os recursos de fomento de uma OS que celebre contrato de gestão serão mantidos como superávit,
de modo a evitar que sejam contabilizados como receita.
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- As OS NÃO são passíveis de qualificação como as OSCIP.

6.4) Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)


- Particulares sem finalidade lucrativa, criadas para a prestação de serviços públicos não exclusivos
de:
 Promoção de assistência social;
 Cultura;
 Defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
 Educação;
 Saúde;
 Segurança alimentar e nutricional;
 Defesa, preservação e conservação do meio ambiente;
 Desenvolvimento sustentável.
- O vínculo celebrado com o poder público ocorre pela celebração de TERMO DE PARCERIA, que
discriminará direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias.
- O termo de parceria deve conter as seguintes cláusulas:
 Objeto;
 Definição de metas;
 Critérios objetivos de avaliação de desempenho;
 Previsão de receitas e despesas;
 As obrigações da OSCIP;
 Obrigatoriedade de publicação na imprensa oficial do Município, Estado ou União, de extrato
de termo de parceria e de demonstrativo de execução física e financeira.
- O TERMO DE PARCERIA permite a destinação de valores públicos às instituições privadas, mediante
dotação orçamentária, com liberação destes recursos em conta bancária específica, NÃO havendo
previsão da cessão de servidores e bens públicos, e tampouco dispensa de licitação.
- Para a celebração e termo de parceria NÃO há a necessidade de realizar licitação, ante o vínculo de
convênio.
- O termo de parceria é ato vinculado do Poder Público. Porém, se houver mais de um interessado
na celebração do termo de parceria, e todos cumpram os requisitos legais, a Administração deverá
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realizar procedimento simplificado que justifique a escolha de uma entidade em detrimento de
outra, a DESIGNAÇÃO DE PROJETOS.
- As entidades se sujeitam ao controle financeiro e orçamentário exercido pelo Tribunal de Contas,
além do acompanhamento e fiscalização do termo de parceria por órgão do Poder Público.
- As OSCIP devem constituir conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar
sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil e sobre as operações patrimoniais
realizadas.
- A Lei veda a celebração do termo de parceria com algumas entidades privadas, como sociedades
comerciais, sindicatos, associações de classe ou de representação de categoria profissional,
organizações partidária, organizações sociais, cooperativas, etc. => VIDE ART. 2º DA LEI 9.637/98
- Servidores Públicos podem participar da composição do conselho de uma OSCIP, sendo vedada a
percepção de remuneração ou subsídio a qualquer título.
- Compete ao MINISTRO DE JUSTIÇA a qualificação das pessoas jurídicas de direito privado sem fins
lucrativos, como OSCIP.

ATENÇÃO:
 A lei exige que a OSCIP tenha um CONSELHO FISCAL, mas NÃO existe um
conselho de administração;
 A lei exige que a OS tenha um CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, mas NÃO exige
que tenha um conselho fiscal.

ENTIDADES ORGANIZAÇÕES SOCIAIS OSCIP


Qualificação Discricionária Vinculada
Competência para a Ministério ou Órgão Ministério da Justiça
qualificação regulador responsável pela
área de atuação da
entidade
Órgão de deliberação Presença obrigatória do Presença facultativa de
superior da entidade representante do Poder servidor público na
Público
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composição do Conselho
da entidade
Vínculo Jurídico (parceria) Contrato de gestão Termo de parceria

7) Novo marco regulatório para OS e OSCIP – LEI 13.019/2014


a) Objetivo da lei: Regular, em âmbito nacional, o regime jurídico das parcerias voluntárias,
envolvendo ou não a transferência de recursos financeiros, firmados entre a Administração e as
organizações da sociedade civil sem fins lucrativos.

b) Principais novidades da lei:


 Aplicabilidade: Parcerias entre Administração direta e indireta e organizações da sociedade
civil;
 Formas de seleção das organizações:
o Procedimento de manifestação de interesse social (PMIS) – instrumento pelo qual as
organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao
Poder Público para que avalie a possibilidade de realização de chamamento público para a celebração
de parceria;
o Chamamento público – Procedimento para selecionar organização da sociedade civil para
celebrar termo de colaboração ou de fomento, e já era consagrado pelo TCU;
o Parcerias diretas – Casos de dispensa e inexigibilidade.
o Instrumentos públicos de parceria:
 Termo de colaboração: Instrumento de parceria para consecução de finalidades públicas
propostas pela administração;
 Termo de fomento: instrumento de parceria para consecução de finalidades públicas
propostas pela OSCIP;
 Parcerias “ficha limpa”: Objetiva garantir a moralidade. VIDE ART. 39 DA LEI.
 Contratações: As contratações de bens e serviços realizadas pelas entidades da sociedade,
com recursos públicos, devem observar procedimento que atenda aos princípios da Administração
Pública.

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 Pessoal contratado pela entidade parceira: A seleção da equipe de trabalho deve ser
precedida de processo seletivo, com regras transparentes, impessoais e objetivas para a seleção dos
empregados. A remuneração NÃO gera vínculo com a Administração.
 Prestação de contas e accountability: A lei traz normas detalhadas sobre a prestação e contas
das entidades privadas.
 Responsabilidade e sanções: A OSCIP possui responsabilidade exclusiva pelos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relativos ao funcionamento da instituição e ao
adimplemento do termo de colaboração ou de fomento, inexistindo responsabilidade solidária ou
subsidiária da Administração na hipótese de inadimplemento => Sequer estabelece responsabilidade
do Poder Público para débitos previdenciários.

Referências bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Diogo de Figueiredo Moreira Neto. Curso de Direito Administrativo.

LEI MUNICIPAL Nº 14.132/2006

(Regulamentada pelo Decreto nº 47.012/2006 nº 49.523/2008 nº 52.858/2011)

DISPÕE SOBRE A QUALIFICAÇÃO DE ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS COMO ORGANIZAÇÕES


SOCIAIS.

(Projeto de Lei nº 318/05, do Executivo, aprovado na forma de Substitutivo do Legislativo)

JOSÉ SERRA, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por
lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 3 de janeiro de 2006, decretou e eu promulgo a
seguinte lei:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas às áreas de saúde, de cultura e de
esportes, lazer e recreação, atendidos os requisitos previstos nesta lei. (Redação dada pela Lei
nº 15.380/2011)

Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito privado cujas atividades sejam dirigidas àquelas
relacionadas no "caput" deste artigo, qualificadas pelo Poder Executivo como organizações sociais,
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serão submetidas ao controle externo da Câmara Municipal, que o exercerá com o auxílio do Tribunal
de Contas do Município, ficando o controle interno a cargo do Poder Executivo.

Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no art. 1º desta lei
habilitem-se à qualificação como organização social:

I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:

a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;


b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros
no desenvolvimento das próprias atividades;
c) ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um conselho de administração e uma
diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele composição e atribuições normativas
e de controle básicas previstas nesta lei;
d) participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes dos empregados da
entidade e de membros de notória capacidade profissional e idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial do Município, dos relatórios financeiros e do
relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese,
inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe foram
destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de
extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito do
Município de São Paulo, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio do Município, na proporção
dos recursos e bens por ele alocados nos termos do contrato de gestão;

II - haver aprovação, quanto ao cumprimento integral dos requisitos para sua qualificação, do
Secretário ou Titular do órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu
objeto social, bem como do Secretário Municipal de Gestão.

Parágrafo único. Somente serão qualificadas como organização social as entidades que,
efetivamente, comprovarem o desenvolvimento da atividade descrita no "caput" do art. 1º desta lei
há mais de 5 (cinco) anos.

DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Art. 3º O Conselho de Administração deve estar estruturado nos termos do respectivo estatuto,
observados, para fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes critérios básicos:

I - ser composto por:

a) 55% (cinqüenta e cinco por cento), no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os
membros ou os associados;
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b) 35% (trinta e cinco por cento) de membros eleitos pelos demais integrantes do Conselho, dentre
pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;
c) 10% (dez por cento) de membros eleitos pelos empregados da entidade;

II - os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho terão mandato de 4 (quatro) anos,
admitida uma recondução;

III - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve ser de 2 (dois) anos,
segundo critérios estabelecidos no estatuto;

IV - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do Conselho, sem direito a voto;

V - o Conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, 3 (três) vezes a cada ano e,


extraordinariamente, a qualquer tempo;

VI - os conselheiros não receberão remuneração pelos serviços que, nesta condição, prestarem à
organização social, ressalvada a ajuda de custo por reunião da qual participem;

VII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da entidade devem renunciar ao
assumirem as correspondentes funções executivas.

Art. 4º Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser incluídas, dentre as
atribuições privativas do Conselho de Administração, as seguintes:

I - fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu objeto;

II - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;

III - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de investimentos;

V - fixar a remuneração dos membros da diretoria;

VII - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a estrutura, o
gerenciamento, os cargos e as competências;

VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de 2/3 (dois terços) de seus membros, o regulamento próprio
contendo os procedimentos que deve adotar para a contratação de obras e serviços, bem como para
compras e alienações, e o plano de cargos, salários e benefícios dos empregados da entidade;

IX - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de gestão, os relatórios


gerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela diretoria;

X - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os demonstrativos financeiros


e contábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio de auditoria externa.

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DO CONTRATO DE GESTÃO (Regulamentado pelo Decreto nº 47.453/2006)

Art. 5º Para os efeitos desta lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o
Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria
entre as partes para fomento e execução de atividade relativa à relacionada em seu art. 1º. (Artigo
regulamentado pelo Decreto nº 47.453/2006)

§ 1º É dispensável a licitação para a celebração dos contratos de que trata o "caput" deste artigo, nos
termos do art. 24, inciso XXIV, da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com a redação dada
pela Lei Federal nº 9.648, de 27 de maio de 1998.

§ 2º O Poder Público dará publicidade da decisão de firmar cada contrato de gestão, indicando as
atividades que deverão ser executadas, nos termos do art. 1º desta lei.

§ 3º A celebração do contrato de gestão será precedida de processo seletivo, quando houver mais
de uma entidade qualificada para prestar o serviço objeto da parceria, nos termos do
regulamento. (Vide regulamentação dada pelo Decreto nº 47.544/2006)

Art. 6º O contrato de gestão celebrado pelo Município discriminará as atribuições, responsabilidades


e obrigações do Poder Público e da entidade contratada e será publicado na íntegra no Diário Oficial
do Município. (Artigo regulamentado pelo Decreto nº 47.453/2006)

§ 1º O contrato de gestão deverá ser submetido, após aprovação do Conselho de Administração da


entidade qualificada como organização social, ao Secretário Municipal da respectiva área de
atuação, ouvidos previamente a Comissão de Avaliação de que trata o art. 7º - A desta lei e o
Secretário Municipal de Gestão. (Redação dada pela Lei nº 14.664/2008)

§ 2º O contrato de gestão será também disponibilizado, na íntegra, na Internet, através da página


eletrônica da Prefeitura do Município de São Paulo, devendo ainda constar da divulgação,
obrigatoriamente, o nome e qualificação dos integrantes da Diretoria, do Conselho de
Administração e do Conselho Fiscal da organização social. (Redação acrescida pela Lei
nº 14.664/2008)

Art. 7º Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios inscritos no art. 37
da Constituição Federal e no art. 81 da Lei Orgânica do Município de São Paulo e, também, os
seguintes preceitos: (Artigo regulamentado pelo Decreto nº 47.453/2006)

I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, estipulação das metas a
serem atingidas e respectivos prazos de execução, quando for pertinente, bem como previsão
expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante
indicadores de qualidade e produtividade;

II - estipulação dos limites e critérios para a despesa com a remuneração e vantagens de qualquer
natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício
de suas funções.
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Parágrafo Único - O Secretário Municipal da Saúde deverá definir as demais cláusulas necessárias
dos contratos de gestão de que for signatário, entre as quais estipular meta de atendimento
mínimo a moradores de rua com dependência química, sob pena de não renovar o ajuste, bem
como o dever de informar adequadamente esse segmento da população acerca dos tratamentos e
terapias oferecidos pela organização social. (Redação dada pela Lei nº 16.682/2017)

Art. 7º A - Deverá ser constituída, no âmbito de cada Secretaria competente, Comissão de


Avaliação, com a atribuição específica de analisar os termos da minuta de contrato de gestão,
previamente à assinatura do ajuste.

§ 1º A Comissão de Avaliação será presidida pelo Titular da respectiva Pasta e terá a seguinte
composição:

I - no caso das atividades relacionadas à área da saúde:

a) dois membros da sociedade civil, escolhidos dentre os membros do Conselho Municipal de Saúde
ou dos Conselhos Gestores dos equipamentos incluídos nos contratos de gestão, quando existirem,
ou pelo Prefeito;
b) dois membros indicados pela Câmara Municipal de São Paulo; e
c) quatro membros indicados pelo Poder Executivo, com notória capacidade e adequada
qualificação;

II - no caso das atividades relacionadas à área de esportes, lazer e recreação:

a) dois membros da sociedade civil, escolhidos dentre os membros do Conselho Municipal de


Esportes e Lazer ou pelo Prefeito;
b) dois membros indicados pela Câmara Municipal de São Paulo; e
c) quatro membros indicados pelo Poder Executivo, com notória capacidade e adequada
qualificação.

§ 2º O Poder Executivo regulamentará a instalação e o funcionamento da Comissão de Avaliação.


(Redação acrescida pela Lei nº 14.664/2008)

Art. 7º B - Para fomento e execução de programas e atividades dirigidas às áreas de esportes, lazer
e recreação, as organizações sociais que celebrarem contratos de gestão com o Município poderão
também utilizar as dependências e equipamentos:

I - dos Clubes da Comunidade, sem prejuízo do disposto na Lei nº 13.718, de 8 de janeiro de 2004;

II - de agremiações desportivas de natureza privada, na condição de colaboradoras.

Parágrafo Único. Em ambas as hipóteses previstas nos incisos I e II do "caput" deste artigo, caberá
exclusivamente à organização social a responsabilidade pela realização das atividades nele

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referidas, em cumprimento ao estabelecido no contrato de gestão. (Redação acrescida pela Lei
nº 14.664/2008)

Art. 7º C - Em razão dos contratos de gestão que vierem a ser firmados, o Secretário Municipal de
Esportes, Lazer e Recreação poderá realocar os servidores municipais das unidades envolvidas, aos
quais é facultado afastamento para as organizações sociais parceiras, garantida sua integração no
modelo de gestão descentralizada de que trata esta lei, nos termos do disposto em seu art. 16.
(Redação acrescida pela Lei nº 14.664/2008)

DA EXECUÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO DE GESTÃO

Art. 8º Sem prejuízo do disposto no art. 7º - A desta lei, o Secretário Municipal ou a autoridade
supervisora da área de atuação da entidade constituirá, ainda, Comissão de Acompanhamento e
Fiscalização da execução do contrato de gestão firmado com a organização social no âmbito de sua
competência.

§ 1º A Comissão de Acompanhamento e Fiscalização deverá ser integrada por pessoas de notória


capacidade e atuação na área objeto da parceria, sendo:

I - dois membros da sociedade civil;

II - três membros do Poder Executivo.

§ 2º A organização social apresentará à Comissão de Acompanhamento e Fiscalização, ao término


de cada exercício ou a qualquer momento, conforme recomende o interesse público, relatório
pertinente à execução do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas
propostas com os resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas correspondente ao
exercício financeiro.

§ 3º Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão deverão ser ainda analisados,
periodicamente, pela Comissão de Acompanhamento e Fiscalização, e disponibilizados na Internet
através de página eletrônica da Prefeitura do Município de São Paulo.

§ 4º A Comissão de Acompanhamento e Fiscalização deverá encaminhar ao Secretário Municipal


competente ou à autoridade supervisora da área de atuação da organização social, bem como à
Comissão de Avaliação de que trata o art. 7º - A desta lei, relatório conclusivo sobre a análise
procedida.

§ 5º O Poder Executivo regulamentará a instalação e o funcionamento da Comissão de


Acompanhamento e Fiscalização. (Redação dada pela Lei nº 14.664/2008)

Art. 9º Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao tomarem


conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem
pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Município e ao Ministério

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Público, para as providências relativas aos respectivos âmbitos de atuação, sob pena de
responsabilidade solidária.

Art. 10 Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 9º desta lei, quando assim exigir a gravidade
dos fatos ou o interesse público, havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de
origem pública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público e comunicarão
à Procuradoria Geral do Município para que requeira ao juízo competente a decretação da
indisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de
agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio
público.

Art. 11 Até o término de eventual ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor dos
bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e zelará pela continuidade das atividades sociais da
entidade.

Art. 12 O balanço e demais prestações de contas da organização social devem, necessariamente, ser
publicados no Diário Oficial do Município e analisados pelo Tribunal de Contas do Município de São
Paulo.

DO FOMENTO ÀS ATIVIDADES SOCIAIS

Art. 13 As entidades qualificadas como organizações sociais ficam declaradas como entidades de
interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais.

Art. 14 Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos
necessários ao cumprimento do contrato de gestão.

§ 1º São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as respectivas


liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto no contrato de gestão.

§ 2º Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do contrato de gestão
parcela de recursos para compensar afastamento de servidor cedido, desde que haja justificativa
expressa da necessidade pela organização social.

§ 3º Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, dispensada licitação,
mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão.

§ 4º Incluir-se-ão nos bens de que trata o § 3º deste artigo os bens móveis e imóveis de outras
esferas, cedidos ou transferidos ao Município, desde que, no caso de cessão, haja previsão expressa
no respectivo instrumento. (Redação dada pela Lei nº 14.664/2008)

Art. 15 Os bens móveis públicos permitidos para uso poderão ser permutados por outros de igual ou
maior valor, desde que os novos bens integrem o patrimônio do Município.

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Parágrafo único. A permuta a que se refere este artigo dependerá de prévia avaliação do bem e
expressa autorização do Poder Público.

Art. 16 Fica facultado ao Poder Executivo o afastamento de servidor para as organizações sociais,
com ônus para a origem. (Regulamentado pelo Decreto nº 49.462/2008)

§ 1º Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do servidor afastado


qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela organização social.

§ 2º Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária permanente por organização social a
servidor afastado com recursos provenientes do contrato de gestão, ressalvada a hipótese de
adicional relativo ao exercício de função temporária de direção e assessoria.

§ 3º O servidor afastado perceberá as vantagens do cargo a que fizer jus no órgão de origem.

§ 4º O afastamento de que trata este artigo dar-se-á sem prejuízo dos direitos e demais vantagens
do respectivo cargo ou função, computando-se o tempo em que o servidor estiver afastado,
integralmente, para todos os efeitos legais. (Redação acrescida pela Lei nº 14.669/2008)

Art. 16 A - O Poder Executivo disciplinará em decreto o aproveitamento dos servidores em exercício


nas unidades de saúde cujos serviços serão executados por Organizações Sociais mediante contrato
de gestão. (Redação acrescida pela Lei nº 14.669/2008) (Regulamentado pelo Decreto
nº 49.462/2008)

Art. 17 São extensíveis, no âmbito do Município de São Paulo, os efeitos do art. 13 e do § 3º do art.
14, ambos desta lei, para as entidades qualificadas como organizações sociais pela União, pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios, quando houver reciprocidade e desde que a legislação local
não contrarie as normas gerais emanadas da União sobre a matéria, os preceitos desta lei, bem como
os da legislação específica de âmbito municipal.

Art. 18 O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social
quando verificado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão.

§ 1º A desqualificação será precedida de processo administrativo, conduzido por Comissão Especial


a ser designada pelo Chefe do Executivo, assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os
dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos decorrentes
de sua ação ou omissão.

§ 2º A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e do saldo remanescente dos recursos
financeiros entregues à utilização da organização social, sem prejuízo das sanções contratuais, penais
e civis aplicáveis à espécie.

Art. 19 A organização social fará publicar na imprensa e no Diário Oficial do Município, no prazo
máximo de 90 (noventa) dias, contados da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio

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contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para
compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público.

Art. 20 Os Conselheiros e Diretores das organizações sociais não poderão exercer outra atividade
remunerada, com ou sem vínculo empregatício, na mesma entidade.

Art. 21 Na hipótese de a entidade pleiteante da habilitação como organização social existir há mais
de 5 (cinco) anos, contados da data da publicação desta lei, fica estipulado o prazo de 4 (quatro) anos
para adaptação das normas do respectivo estatuto ao disposto no art. 3º, incisos I a IV, desta lei.

Art. 22 Sem prejuízo do disposto nesta lei, poderão ser estabelecidos em decreto outros requisitos
de qualificação de organizações sociais.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 23 (VETADO)

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 24 (VETADO)

§ 1º (VETADO)

I - (VETADO)

II - (VETADO)

III - (VETADO)

IV - (VETADO)

§ 2º (VETADO)

Art. 25 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 24 de janeiro de 2006, 452º da fundação de São
Paulo.

JOSÉ SERRA, PREFEITO

Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 24 de janeiro de 2006.

ALOYSIO NUNES FERREIRA FILHO, Secretário do Governo Municipal

DATA DE PUBLICAÇÃO: 25/01/2006


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QUESTÕES PROPOSTAS

01 - 2017 - FEPESE - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil

A respeito das disposições constitucionais sobre a administração pública, assinale a alternativa correta.

a) É vedado ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.


b) A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso, inclusive nomeações para cargos
em comissão.
c) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para
fins de concessão de acréscimos ulteriores.
d) Os vencimentos dos cargos do Poder Judiciário e do Poder Executivo não poderão ser superiores aos pagos
pelo Poder Legislativo.
e) O prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável uma vez, por igual período.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. ART. 37, VI: “é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;”

B- CF/1988. ART. 37, II: “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração;”

C- CF/1988. Art. 37, XIV: “os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;”

D- CF/1988. ART. 37, XII: “os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão
ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;”

E- CF/1988. ART 37, III: “o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período;”

LETRA C

02 - 2017 - FEPESE - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil

Trata-se de princípio básico da administração pública, proclamando a igualdade de tratamento que deve ser
dispensada aos administrados que se encontrem em situação jurídica idêntica:

a) Moralidade.
b) Publicidade.
c) Eficácia.
d) Legitimidade.
e) Impessoalidade.

COMENTÁRIOS

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A- “O princípio da moralidade evita que a atuação administrativa se distancie da moral, que deve imperar
com intensidade e vigor no âmbito da Administração Pública. Tal princípio obriga que a atividade
administrativa seja pautada cotidianamente não só pela lei, mas também pelos princípios éticos da boa-fé,
lealdade e probidade, deveres da boa administração.”
(www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista42/Revista42_130.pdf)

B- “No que se refere ao princípio da publicidade, convém esclarecer que a Administração Pública tem o
dever de dar publicidade, ou seja, de conduzir ao conhecimento de terceiros, o conteúdo e a exata
dimensão do ato administrativo, a fim de facilitar o controle dos atos da administração.”
(www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista42/Revista42_130.pdf)

C- A Eficiência é um dos princípios da Administração Pública, não a eficácia em si. “Quanto ao princípio da
eficiência podemos dizer que o ordenamento jurídico censura a atuação amadorística do agente público,
que, no exercício de sua função, deve imprimir incansável esforço pela consecução do melhor resultado
possível e o máximo proveito com o mínimo de recursos humanos e financeiros.”
(www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista42/Revista42_130.pdf)

D- “Em razão do princípio da legalidade, somente é considerada legítima a atuação do agente público ou da
Administração Pública, se for permitida por lei.”
(www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista42/Revista42_130.pdf)

E- “O princípio da impessoalidade compreende a igualdade de tratamento que a administração deve


dispensar aos administrados que estejam na mesma situação jurídica. Exige, também, a necessidade de
que a atuação administrativa seja impessoal e genérica, com vistas a satisfazer o interesse coletivo. Esta
é a razão pela qual deve ser imputada a atuação administrativa ao órgão ou entidade estatal executora
da medida, e não ao agente público, pessoa física.”
(www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista42/Revista42_130.pdf)

LETRA E

03 - 2017 - FEPESE - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil

A respeito das entidades integrantes da administração pública indireta, as pessoas jurídicas de direito público,
criadas por lei, sem caráter econômico, para desempenho de funções próprias e típicas de Estado, são
denominadas:

a) Autarquias.
b) Empresas públicas.
c) Fundações públicas.
d) Organizações sociais.
e) Sociedades de economia mista.

COMENTÁRIOS
A- De acordo como art. 5º, inciso I, do Decreto-lei nº 200/67, autarquia é definida como serviço
autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita própria, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada.

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Segundo Hely Lopes Meirelles, “as autarquias são entes administrativos autônomos, criado por lei
específica, com personalidade jurídica de Direito Público interno, patrimônio próprio e atribuições
estatais específicas".
A entidade autárquica pode ser caracterizada como, pessoa jurídica de direito público, integrante da
administração indireta, criada e extinta por lei específica, com capacidade de autoadministração,
instituída com finalidade determinada para exercer atividades típicas de Estado e sujeita a controle pelo
ente estatal.

B- Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio
próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a que o Governo seja levado a exercer por força de
contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas
em direito.

C- Fundação Pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito público ou de direito privado,
sem fins lucrativos, criada em virtude lei (direito público) ou de autorização legislativa (direito privado),
para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público,
com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

D- A organização social é uma qualificação, um título, que a Administração outorga a uma entidade privada,
sem fins lucrativos, para que ela possa receber determinados benefícios do Poder Público (dotações
orçamentárias, isenções fiscais etc.), para a realização de seus fins, que devem ser necessariamente de
interesse da comunidade.

E- Sociedade de Economia Mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada
por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com
direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.

LETRA A

04 - 2017 - FEPESE - Prefeitura de Criciúma - SC - Fiscal de Rendas

É correto afirmar sobre estrutura da Administração Pública.

1. As Secretarias municipais são exemplos de administração pública indireta, pois são órgãos auxiliares do
Poder Executivo.
2. As sociedades de economia mista são entes de natureza privada, cuja finalidade é igualar a atividade pública
à privada.
3. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para executar atividades típicas da
Administração Pública.
4. As fundações possuem personalidade jurídica própria e poderão adotar personalidade jurídica pública ou
privada.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.


b) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
c) São corretas apenas as afirmativas 3 e 4.
d) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
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e) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:

As Secretarias Municipais são órgãos que pertencem à administração pública direta, pois são criadas
pelos municípios por meio da desconcentração administrativa. Além disso, não possuem personalidade
jurídica própria.

Sociedade de Economia Mista é uma Entidade com Personalidade Jurídica Própria de Direito
Privado, integrante da estrutura da Administração Pública Indireta, tendo como finalidade a exploração
de atividade econômica.

LETRA C

05 - 2017 - FEPESE - Prefeitura de Criciúma - SC - Fiscal de Rendas

Assinale a alternativa correta sobre os órgãos públicos.

a) São entes despersonalizados decorrentes da desconcentração da administração pública.


b) Representam os entes estatais pelos quais foram criados e possuem personalidade jurídica própria.
c) São resultados da descentralização administrativa e possuem autonomia gerencial e financeira.
d) Representam a desconcentração administrativa e possuem patrimônio próprio, autonomia gerencial e
financeira.
e) A autonomia administrativa, funcional e financeira dá ao órgão capacidade de atuar em juízo.

COMENTÁRIOS
A- Segundo Helly Lopes Meirelles, Órgãos Públicos são centro de competências instituídos para
desempenhar funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é destinada à pessoa jurídica a que
pertencem.

B- Não possuem personalidade jurídica.

C- São resultado da desconcentração administrativa, não possuem tal autonomia.

D- Não possuem patrimônio próprio, nem tais autonomias.

E- Não possuem tais autonomias, não possuindo também personalidade jurídica própria, não podendo,
portanto, atuar em juízo.

LETRA A

06 - 2016 - FEPESE - Prefeitura de Lages - SC - Procurador

Assinale a alternativa correta sobre os agentes e os servidores públicos.

a) Os servidores públicos de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
deverão ser remunerados exclusivamente por meio de subsídio.

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b) O teto remuneratório dos servidores e empregados públicos de qualquer dos poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente é aplicável para o regime de remuneração por meio
subsídio.
c) O regime de remuneração por meio de subsídio poderá ser fixado ou alterado por ato do Chefe do Executivo,
devendo ser assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.
d) A remuneração exclusiva por meio de subsídio, fixado em parcela única, veda o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.
e) O teto remuneratório dos servidores e empregados públicos de qualquer dos poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que exerçam atividades essenciais à justiça é de noventa vírgula
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Superior Tribunal de Justiça.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 39, § 4º: “O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os
Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (...) § 8º: “A
remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.”

B- CF/1988. Art. 37, XI: “a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos
da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos;”

C- CF/1988. Art. 37, X: “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;”

D- CF/1988. CF/1988. Art. 39, § 4º: “O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de
Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado
em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e
XI.”

E- CF/1988. CF/1988. Art. 37, § 12: “Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado
aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
Estaduais e Distritais e dos Vereadores.”
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LETRA D

07 - 2016 - FEPESE - Prefeitura de Lages - SC - Procurador

Assinale a alternativa correta sobre o regime previdenciário dos servidores públicos.

a) A lei que estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício para fins
previdenciários deverá observar o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social.
b) Os proventos de aposentadoria não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo
efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão, salvo se o
ente houver instituído o regime complementar de previdência.
c) Embora acumuláveis na atividade, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime
de previdência dos servidores públicos.
d) O servidor, em caso de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
poderá se aposentar por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
e) O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o
tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.

COMENTÁRIOS
A- CF/1988. Art. 40, § 10: “A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de
contribuição fictício.”

B- CF/1988. Art. 40, § 2º: “Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não
poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria
ou que serviu de referência para a concessão da pensão.”

C- CF/1988. Art. 40, § 6º: “Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência
previsto neste artigo.”

D- CF/1988. Art. 40, § 1º: “Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo
serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: I -
por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na
forma da lei;”

E- CF/1988. Art. 40, § 9º: “O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para
efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. “

LETRA E

08 - 2016 - FEPESE - Prefeitura de Lages - SC - Administrador

A respeito dos princípios administrativos, analise as afirmativas abaixo:

1. Toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei; não o sendo, a atividade é ilícita.

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2. A impessoalidade objetiva a efetivação da igualdade de tratamento que a Administração Pública deve
dispensar a todos os cidadãos que se encontrem na mesma situação jurídica.
3. A prática de nepotismo é condenável pela perspectiva da moralidade na Administração, impedindo cônjuges
ou parentes próximos dos agentes públicos a ocuparem cargos efetivos mediante aprovação em concurso
público.
4. O princípio da publicidade pode ser concretizado por diversos instrumentos jurídicos, entre eles o direito
fundamental de petição.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.


b) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4
d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:

"A legalidade é a diretriz base para a conduta de agentes da Administração Pública, assim sendo, toda e
qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei, não sendo, a atividade é ilícita."
(http://www.tex.pro.br/home/artigos/264-artigos-jun-2014/6583-servidores-publicos-o-uso-da-esfera-
publica-em-beneficio-proprio)

Do princípio da impessoalidade, umbilicalmente ligado ao princípio da isonomia, decorre, em primeiro


lugar, que a Administração deve dispensar o mesmo tratamento a todos aqueles administrados que estejam
em uma mesma situação jurídica, sem quaisquer privilégios ou perseguições.

Não há que se falar em nepotismo quanto ao provimento por cargo efetivo puramente.

Súmula Vinculante 13 do STF: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Através do Direito de Petição se pode alcançar a publicidade de atos administrativos, evidenciando-se a


transparência da atuação da Administração Pública.

LETRA B

09 - 2016 - FEPESE - Prefeitura de Lages - SC - Administrador

O posicionamento consagrado em Direito Administrativo de que é defeso ao Poder Judiciário apreciar o mérito
do ato administrativo, cabendo-lhe examiná-lo apenas sob o aspecto da legalidade, decorre do princípio da:

a) impessoalidade.
b) proporcionalidade.
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c) supremacia do interesse público.
d) separação de poderes.
e) indisponibilidade.

COMENTÁRIOS
A- Pelo Princípio da Impessoalidade, o administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não fazer
distinções com base em critérios pessoais. Toda atividade da Adm. Pública deve ser praticada tendo em
vista a finalidade pública.

B- O princípio da proporcionalidade (razoabilidade) tem por finalidade precípua equilibrar os direitos


individuais com os anseios da sociedade. Esse princípio, preceitua que nenhuma garantia constitucional
goza de valor supremo e absoluto, de modo a aniquilar outra garantia de valor e grau equivalente.

C- O interesse público tem SUPREMACIA sobre o interesse individual. Mas, essa supremacia só é legítima
na medida em que os interesses públicos são atendidos.

D- O STF e o STJ já se pronunciaram acerca desse tema, reiterando o entendimento de que “é defeso ao
Poder Judiciário apreciar o mérito administrativo, cabendo-lhe unicamente examiná-lo sob o aspecto de
sua legalidade[...]. Esta solução se funda no princípio da separação dos poderes, de sorte que a verificação
das razões de conveniência ou de oportunidade dos atos administrativos escapa do controle judicial dos
Estado” (STJ, ROMS nq 1288).

E- Princípio da indisponibilidade do interesse público é um princípio implícito, referente às sujeições


administrativas, que são limitações e restrições impostas à Administração com o intuito de evitar que ela
atue de forma lesiva aos interesses públicos ou de modo ofensivo aos direitos fundamentais dos
administrados. Como exemplos de sujeições podemos citar a necessidade de licitar – para poder contratar
serviços e adquirir bens; e a realização de concursos públicos, para fins de contratação de pessoas.

LETRA D

10 - 2016 - FEPESE - Prefeitura de Lages - SC - Administrador

De acordo com o Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas abaixo:

1. os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público serão computados e acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores.
2. o prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável uma vez, por igual período.
3. é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.
4. os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos
pelo Poder Executivo.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 3.


b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 3 e 4.
d) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.

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COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:

CF/1988. Art. 37: “(...) III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período; (...) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
(...) XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo; (...) XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não
serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;”

LETRA C

11 - 2016 - FEPESE - Prefeitura de Lages - SC - Administrador

Assinale a alternativa correta.

a) As instituições hospitalares privadas são Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público devido a sua
função social.
b) Sindicatos e associações de classe são um exemplo de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,
desde que não tenham fins lucrativos.
c) A qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público somente será conferida às pessoas
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham como finalidade a promoção
da cultura.
d) A qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público somente será conferida a
autarquias voltadas à educação.
e) Entidades que comercializam planos de saúde não são passíveis de qualificação como Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público.

COMENTÁRIOS
A- LEI No 9.790/1999. Art. 2º: “Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
(...) VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;”

B- LEI No 9.790/1999. Art. 2º: “Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
(...) II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;”

C- LEI No 9.790/1999. Art. 1º: “Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se
encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos
sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.”
Art. 3º: “A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização
dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das
seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;

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IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações
de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de
produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de
interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores
universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste
artigo.
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias
voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.”

D- A qualificação como OSCIP não pode ser conferida às autarquias, apenas para pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos e que não integram a estrutura do estado.

E- LEI No 9.790/1999. Art. 2º: “Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil
de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta
Lei: (...) VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;”

LETRA E

12 - 2016 - FEPESE - Prefeitura de Lages - SC - Administrador

Assinale a alternativa correta.

a) A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é um exemplo de agência executiva.


b) As agências reguladoras foram criadas para disciplinar e controlar atividades determinadas.
c) As agências reguladoras e as agências executivas caracterizam-se como pessoas jurídicas de direito privado.
d) As agências executivas e as agências reguladoras são frutos da centralização governamental.
e) Tendo em vista a independência dos poderes, nenhum ato praticado pelas agências reguladoras poderá ser
apreciado pelo Poder Judiciário.

COMENTÁRIOS
A- A ANVISA é exemplo de Agência Reguladora.

B- As agências reguladoras foram criadas para fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados pela
iniciativa privada. Além de controlar a qualidade na prestação do serviço, estabelecem regras para o
setor. (http://www.brasil.gov.br/governo/2009/11/agencias-reguladoras)

C- São Pessoas Jurídicas de Direito Público.

D- São fruto da Descentralização.

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E- Princípio da Inafastabilidade da jurisdição: “a lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito” (art. 5º, XXXV, CF)

LETRA B

13 - 2016 - FEPESE - SJC-SC - Agente de Segurança Socioeducativo

Assinale a alternativa correta sobre a autarquia

a) A sua criação constitui um exemplo de desconcentração de serviço público.


b) Possui personalidade, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração
Pública.
c) Quando revestida sob a forma de uma Secretaria estadual, não terá personalidade jurídica própria.
d) Somente poderá ser constituída para a execução de fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
e) Ao adquirir personalidade jurídica de direito privado, passa a integrar a administração indireta do ente que
a criou.

COMENTÁRIOS
A- Constitui exemplo de Descentralização.

B- Decreto-lei 200/1967. Art. 5º: “Para os fins desta lei, considera-se: I - Autarquia - o serviço autônomo,
criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas
da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.

C- "A autarquia é uma entidade administrativa, significa dizer, é uma pessoa jurídica, distinta do
ente federado que a criou. É, portanto, titular de direitos e obrigações próprios, que não se confundem com
os direitos e obrigações da pessoa política instituidora" (ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito
Administrativo Descomplicado. 20. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2012, p.
42).

D- Não existe essa restrição. São criadas para a execução de atividades típicas do Estado, despida de caráter
econômico.

E- Têm personalidade jurídica de Direito Público.

LETRA B

14 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Analista Legislativo

Com base na Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal “a administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,
a apreciação judicial”.

Assinale a alternativa que indica corretamente o princípio que corresponde ao verbete transcrito.

a) Princípio da eficiência
b) Princípio da autotutela
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c) Princípio da moralidade
d) Princípio da impessoalidade
e) Princípio da segurança jurídica

COMENTÁRIOS
A- “Quanto ao princípio da eficiência podemos dizer que o ordenamento jurídico censura a atuação
amadorística do agente público, que, no exercício de sua função, deve imprimir incansável esforço pela
consecução do melhor resultado possível e o máximo proveito com o mínimo de recursos humanos e
financeiros.” (www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista42/Revista42_130.pdf)

B- O princípio autotutela encontra-se consagrado em duas súmulas do Supremo Tribunal Federal,


lavradas nos seguintes termos:
STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”;
STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

C- “O princípio da moralidade evita que a atuação administrativa se distancie da moral, que deve imperar
com intensidade e vigor no âmbito da Administração Pública. Tal princípio obriga que a atividade
administrativa seja pautada cotidianamente não só pela lei, mas também pelos princípios éticos da boa-fé,
lealdade e probidade, deveres da boa administração.”
(www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista42/Revista42_130.pdf)

D- Pelo Princípio da Impessoalidade, o administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não fazer
distinções com base em critérios pessoais. Toda atividade da Adm. Pública deve ser praticada tendo em
vista a finalidade pública.

E- A conjugação do princípio da segurança jurídica é possibilitar aos cidadãos confiança que o gestor público
irá desempenhar seu trabalho de forma a atender todos os anseios da sociedade na administração pública.
Conforme disserta Mello (2008, p. 124-125) “o direito brasileiro propõe-se a ensejar certa estabilidade, um
mínimo de certeza na regência da vida social e a segurança jurídica coincide com uma das mais profundas
aspirações do homem: a da segurança em si mesma”.
LETRA B

15 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Analista Legislativo

De acordo com as Súmulas do Superior Tribunal de Justiça em matéria administrativa:

1. O diploma ou a habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para
o concurso público.
2. A liberação de veículo retido por transporte irregular de passageiros está condicionada ao prévio pagamento
de multas e despesas.
3. Compete à legislação local dispor sobre a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso
administrativo.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 1.


b) É correta apenas a afirmativa 2.
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c) É correta apenas a afirmativa 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
e) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:

Súmula 266, STJ – O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e
não na inscrição para o concurso público.
Súmula 510, STJ – A liberação de veículo retido apenas por transporte irregular de passageiros não está
condicionada ao pagamento de multas e despesas.
Súmula 373, STJ – É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso
administrativo.

LETRA A

16 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Fiscal da Fazenda

É correto afirmar sobre os princípios da Administração Pública.

a) O princípio da eficiência impõe que a atuação administrativa deve pautar-se pela celeridade, perfeição
técnica e visando a economicidade.
b) Os princípios da legalidade, da indisponibilidade, da moralidade e da razoabilidade estão expressos na
Constituição Federal.
c) Os princípios do contraditório e da ampla defesa não se aplicam aos processos administrativos punitivos.
d) O princípio da moralidade afirma que a divulgação oficial de suas ações é requisito de eficácia do ato
administrativo.
e) O princípio da legalidade estabelece que ao administrado só é lícito fazer o que a lei autoriza ou impõe.

COMENTÁRIOS
A- A celeridade, perfeição técnica, economicidade são indicadores de eficiência da administração.

B- CF/1988. Art. 37: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”

C- Pode-se dizer que o princípio do contraditório começa antes da citação e não termina depois da sentença.
Ademais, aplica-se mesmo a processos não punitivos ou de direitos disponíveis. (PORTANOVA, 2003, p.163)

D- Trata-se do Princípio da Publicidade.

E- Ao administrado é lícito fazer tudo que a Lei não proíbe. Ao passo que a administração só deve fazer o
que a Lei autoriza.

LETRA A

17 - 2014 - FEPESE - MPE-SC - Administrador

Analise o texto abaixo:


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No Brasil, as.................................................foram constituídas como autarquias de regime especial integrantes


da administração indireta e estão vinculadas ao Ministério competente para tratar de determinada atividade.

Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto.

a) licitações
b) agências reguladoras
c) organizações modernas
d) agências independentes
e) agências executivas

COMENTÁRIOS
A- " Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual Administração Pública seleciona a proposta
mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se através de uma
sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual
oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios
administrativos." (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 29ª ed. São Paulo: Malheiros,
2004, p. 266).

B- Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, no direito brasileiro, qualquer órgão da Administração Direta
ou entidade da Administração Indireta com função de regular as matérias de suas competências pode ser
qualificada como AGÊNCIA REGULADORA (em uma acepção ampla). As agências reguladoras são
inspiradas no modelo norte-americano, em que as agências desfrutam de ampla independência, no
entanto, no Brasil, há algumas inovações que conferiram um aspecto menos político e mais técnico a
essas entidades. Enfim, pode-se conceituar: "as agências reguladoras possuem natureza jurídica de
autarquias especiais, são criadas por lei específica, com finalidade de absolver as matérias antes
concentradas no Executivo." Salienta-se que "em relação às agências reguladoras, não há controle de
subordinação ou hierarquia, mas existe uma tutela administrativa quanto aos fins." Exemplos: ANP,
ANATEL, ANVISA, ANA, ANTAQ e etc.

C- Nada tem a ver. Segundo Weber, as organizações são formas de coordenar as atividades dos seres
humanos, ou dos bens que eles produzem, de uma forma estável ao longo do tempo. Nas organizações,
todos atuam em busca de um objetivo comum. As principais características das organizações formais
modernas são: 1. Divisão do Trabalho 2. Especialização; 3. Hierarquia; 4. Distribuição da autoridade e
responsabilidade; 5. Racionalismo.
(https://www.grancursospresencial.com.br/novo/upload/ADMINISTRACAO_PUBLICA_MPU_FINAL_SEMA
NA_21_08_2010_20100823135810.pdf)

D- Não há tal denominação específica.

E- Considera-se AGÊNCIA EXECUTIVA a autarquia ou fundação pública assim qualificada POR ATO DO CHEFE
DO EXECUTIVO, o que permite a celebração, com o Ministério supervisor, de um contrato de gestão,
passando a gozar de maiores privilégios. As agências executivas não são entidades criadas para o
desempenho de competências específicas, SÃO AUTARQUIAS OU FUNDAÇÕES PÚBLICAS QUE RECEBEM
UMA QUALIFICAÇÃO, um status, em razão de um contrato de gestão que uma ou outra celebra com o órgão
da Administração Pública Direta a qual se acha vinculada, com o escopo de assegurar uma maior eficiência
no desempenho de suas atividades e redução de custos.

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Busca-se o cumprimento do princípio constitucional da eficiência no serviço público, conferindo maior
liberdade de atuação para as autarquias e fundações qualificadas como agência executiva (um
afrouxamento das amarras decorrentes da supervisão ministerial). Exemplos: INMETRO.

LETRA B

18 - 2014 - FEPESE - MPE-SC - Administrador

A natureza de autarquia especial conferida à agência reguladora de regime especial é caracterizada por:

1. independência administrativa.
2. ausência de subordinação hierárquica e mandato fixo de seus dirigentes.
3. autonomia financeira.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 1.


b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:

LEI Nº 9.472/1997 (Lei da ANATEL). Art. 8°, § 2º: “A natureza de autarquia especial conferida à Agência é
caracterizada por independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e
estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira.”

LETRA E

19 - 2014 - FEPESE - MPE-SC - Administrador

INMETRO, CADE, IBGE, IBAMA e INPI são exemplos de:

a) agências executivas.
b) agências de mensuração.
c) agências de contratos de gestão.
d) agências reguladoras.
e) teoria da agência.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:

São exemplos de Agências Executivas.


Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “Agência Executiva é a qualificação dada a Autarquia ou fundação que
celebre um “contrato de gestão” com órgão da administração direta a que se encontre vinculado, para a
melhoria da eficiência e redução de custos”. (Ministério supervisor).

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LETRA A

20 - 2014 - FEPESE - MPE-SC - Administrador

ANA, ANATEL, ANP e AGER, são exemplos de:

a) teoria da agência.
b) agências executivas.
c) agências de contratos de gestão
d) agências de mensuração.
e) agências reguladoras.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:

São exemplos de Agências Reguladoras.


Na visão de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, existem dois tipos de agências reguladoras no direito brasileiro:
a) as que exercem o poder de polícia, com a imposição de limitações administrativas, fiscalização e
repressão, como, por exemplo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Agência Nacional de
Saúde Pública Suplementar (ANS); b) as que regulam e controlam as atividades que constituem objeto de
concessão, permissão ou autorização de serviços públicos (telecomunicações, energia elétrica, transporte
público) ou concessão para exploração de bem público, como, por exemplo, petróleo, minerais, rodovias
etc.

LETRA E

21 - 2018- FCC- TRT - 6ª Região (PE)- Analista Judiciário - Área Administrativa

Integram o universo de agentes alcançados pelo teto remuneratório constitucional, previsto no artigo 37, XI,
da Constituição Federal, os servidores públicos ocupantes de cargos,

a) funções e empregos públicos na Administração direta, autárquica e fundacional, excluídos os membros de


Poderes e os detentores de mandato eletivo, assim como os empregados de empresas públicas e sociedades
de economia mista dependentes.
b) funções e empregos públicos na Administração direta e na Administração indireta, excluídos os empregados
de empresas públicas e sociedades de economia mista.
c) funções e empregos públicos na Administração direta, excluídos, para essa finalidade, os servidores (sentido
lato) da Administração indireta.
d) funções e empregos públicos na Administração direta, autárquica e fundacional, os membros de quaisquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito federal e dos Municípios, os detentores de mandato eletivo e
os demais agentes políticos, assim como os empregados de empresas públicas e sociedades de economia
mista e subsidiárias dependentes.
e) na Administração direta e na Administração indireta, excluídos os detentores de funções e empregos
públicos, da Administração direta ou indireta.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- CF- Art.37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da
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DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO.
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União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios,
o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos;

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas


subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

Letra D

22 - 2018- FCC- ALESE- Analista Legislativo - Processo Legislativo

Com objetivo de recompor os quadros da Polícia Militar do Estado, o Governador autorizou a abertura de
concurso público para o preenchimento de 200 cargos que se encontravam vagos. Ao elaborar o edital do
referido concurso, a Polícia Militar do Estado, a despeito da inexistência de disposição nesse sentido em lei,
incluiu entre os requisitos para a ocupação do cargo as alturas mínimas de 1,75 m para homens e 1,65 m para
mulheres. Considerando o quanto disposto na Constituição da República, bem como a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, a exigência feita se mostra

a) ilegítima, já que o princípio da isonomia veda qualquer espécie de discriminação, impondo tratamento
igualitário a todos, por meio da chamada igualdade formal.
b) legítima, na medida em que se mostra razoável, quando analisadas as atividades inerentes aos cargos que
se busca preencher através do concurso público que está sendo realizado.
c) ilegítima, uma vez que, embora prevista no edital do concurso, não havia lei em sentido formal e material
amparando tal exigência.
d) legítima, pois, sendo a Polícia Militar organizada com base na hierarquia e disciplina, o seu Comandante
goza da faculdade de condicionar o acesso à carreira ao preenchimento dos requisitos que entender
pertinentes, desde que relacionados às atividades do cargo.
e) ilegítima, uma vez que estabelecida pela própria Polícia Militar, quando da elaboração do edital, e não pelo
Governador, quando da concessão de autorização para abertura do concurso.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- STF- Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Administrativo. 3.
Concurso público. Policial militar. Altura mínima. Requisito. Previsão legal 4. Somente lei formal pode impor
condições para o preenchimento de cargos, empregos ou funções públicas. Precedentes. 5. Ausência de
argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE
1073375 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 23/03/2018, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 06-04-2018 PUBLIC 09-04-2018)

EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. EXIGÊNCIA DE ALTURA MÍNIMA. LIMITAÇÃO IMPOSTA APENAS POR EDITAL.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal possui o entendimento
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DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO.
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de que a exigência de altura mínima para o cargo de policial militar é válida, desde que prevista em lei em
sentido formal e material, bem como no edital que regulamente o concurso. 2. Na hipótese, apenas o edital
do concurso estabelecia a exigência, de modo que tal limitação se mostra ilegítima. Precedentes. 3. Agravo
regimental a que se nega provimento. (ARE 906295 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira
Turma, julgado em 24/11/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-251 DIVULG 14-12-2015 PUBLIC 15-12-2015)

Letra C

23 - 2018- FCC- ALESE- Analista Legislativo

Servidor titular de cargo público efetivo de certo Estado da Federação, contando com três anos e meio de
efetivo serviço, percebeu vantagem econômica para facilitar que a Administração pública contratasse
determinada empresa por preço superior ao praticado no mercado. A empresa acabou por ser contratada
pelo Estado, mas as autoridades tiveram ciência da conduta ilícita do servidor público, o que ensejou: a
instauração de processo administrativo em que, com observância do direito à ampla defesa, o servidor foi
condenado definitivamente à pena de demissão; a instauração de ação penal em que ele foi condenado à
pena restritiva de liberdade, por sentença judicial ainda não transitada em julgado, e a propositura de ação
civil por improbidade administrativa em que foi proferida sentença, já transitada em julgado, impondo, dentre
outras sanções previstas na lei específica, o ressarcimento integral do dano, a perda da função pública e a
suspensão dos direitos políticos. Considerando essa situação à luz da Constituição Federal,

a) é inadmissível que o servidor seja penalizado administrativamente, criminalmente e no âmbito da ação por
improbidade administrativa em razão de uma mesma conduta, por ser vedada no direito brasileiro a dupla
imputação pelo mesmo fato.
b) é inadmissível a perda do cargo com fundamento no processo administrativo disciplinar, bem como com
fundamento na ação civil por improbidade administrativa, uma vez que o servidor goza das garantias da
estabilidade funcional, mas poderá perder o cargo caso transite em julgado a sentença penal condenatória.
c) é admissível a perda do cargo com fundamento na decisão proferida no processo administrativo disciplinar,
bem como com fundamento na ação civil por improbidade administrativa, ainda que não tenha transitado em
julgado a sentença penal condenatória, sendo regulares as demais sanções impostas ao servidor na ação civil
por improbidade administrativa.
d) é inadmissível a perda do cargo com fundamento no processo administrativo disciplinar, uma vez que o
servidor goza das garantias da estabilidade funcional, mas é cabível a perda do cargo com a sentença proferida
na ação civil por improbidade administrativa, sendo também regulares as demais sanções que lhe foram
impostas nesse processo.
e) é inadmissível a cumulação das penas de perda da função pública e da suspensão de direitos políticos na
ação civil por improbidade administrativa, mas admissível a perda do cargo com fundamento na decisão
proferida no processo administrativo disciplinar, ainda que não tenha transitado em julgado a sentença penal
condenatória.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- STF- Agravo regimental em recurso ordinário em mandado de segurança. Processo
administrativo disciplinar. Ausência de obrigatoriedade de decisão judicial em processo de improbidade
administrativa para aplicação da sanção de demissão. Sanção aplicada de acordo com a apuração dos fatos
no âmbito do processo administrativo disciplinar. Impossibilidade de rediscussão de fatos e provas em sede
de mandado de segurança. Agravo regimental não provido. 1. A jurisprudência da Suprema Corte é pacífica
no sentido da independência entre as instâncias cível, penal e administrativa, não havendo que se falar
em violação dos princípios da presunção de inocência e do devido processo legal pela aplicação de sanção
administrativa por descumprimento de dever funcional fixada em processo disciplinar legitimamente
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instaurado antes de finalizado o processo cível ou penal em que apurados os mesmo fatos. Precedentes.
2. A análise da proporcionalidade da sanção aplicada, mediante rediscussão de fatos e provas produzidas
no PAD, é incompatível com a via do mandado de segurança. Precedentes. 3. Agravo regimental não
provido. (RMS 28919 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 16/12/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-029 DIVULG 11-02-2015 PUBLIC 12-02-2015)

Lei 8.429/92- Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

Letra C

24 - 2018- FCC- PGE-TO- Procurador do Estado

Determinado Estado da Federação extinguiu órgão público que prestava serviços de saúde diretamente a uma
parcela da população, decidindo, por razões de economicidade, atribuir a execução dessa atividade à entidade
privada. Trata-se de medida que se revela, à luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal,

a) constitucional, não se aplicando à entidade privada a exigência de concurso público para a contratação de
seus empregados, nem a lei que disciplina o procedimento licitatório para as contratações firmadas pela
Administração Pública.
b) inconstitucional, uma vez que os serviços públicos de saúde não podem ser prestados diretamente ao
cidadão por entidade privada.
c) constitucional, desde que o acordo seja firmado com entidade filantrópica ou sem fins lucrativos, que
poderá participar do Sistema Único de Saúde de forma complementar, podendo o Ministério Público fiscalizar
a aplicação dos recursos públicos recebidos pelo parceiro privado.
d) constitucional, devendo, no entanto, a entidade privada contratar seus empregados mediante concurso
público realizado pelo ente federado e submeter suas contratações ao procedimento licitatório estabelecido
em lei para a Administração pública, sempre que as respectivas despesas forem pagas com recursos
financeiros públicos.
e) constitucional, devendo, no entanto, as contratações da entidade privada ser submetidas ao procedimento
licitatório estabelecido em lei para a Administração Pública, sempre que as respectivas despesas forem pagas
com recursos financeiros públicos, não cabendo, todavia, ao Tribunal de Contas fiscalizar a aplicação dos
recursos públicos recebidos pela entidade privada.

COMENTÁRIOS

A, B, C, D e E- CF- Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde,
segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades
filantrópicas e as sem fins lucrativos.

Lei 8.666/93- Art. 1º- Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e
demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
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A entidade privada poderá prestar serviços públicos de saúde, contudo essa entidade, quando da prestação
desse serviço, não compõe a Administração Pública, não havendo contratação de pessoal via concurso
público.

Letra A

25- 2018 - FCC- DPE-AM- Analista - Administrador

A atuação da Administração pública é informada por princípios, muitos com previsão explícita na Constituição
Federal, inerentes ao regime publicístico a que se encontra jungida. Nas situações concretas, esses princípios,
muitas vezes, se interpenetram e precisam ser cotejados e harmonizados. Nesse diapasão, tem-se que

a) o princípio da segurança jurídica impede que novas leis atinjam atos jurídicos aperfeiçoados com base na
legislação precedente, sem que isso importe afronta ao princípio da legalidade.
b) a supremacia do interesse público, pela sua maior relevância, pode sempre ser invocada para afastar o
princípio da transparência.
c) a economicidade se sobrepõe ao princípio da legalidade, na medida em que é um princípio finalístico.
d) a moralidade, embora detenha o status de princípio constitucional, não comporta aplicação autônoma, só
podendo ser invocada em conjunto com a legalidade.
e) a razoabilidade autoriza a Administração a afastar o princípio da legalidade, vedando a imposição de
restrições a direitos individuais.

COMENTÁRIOS
A- O princípio da segurança jurídica visa assegurar estabilidade às relações estabelecidas.
CF- Art.5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

B, C, D e E- A colisão entre princípios é resolvida à luz da proporcionalidade e razoabilidade ao se analisar


um caso concreto. Logo, não há que se falar de sobreposição de um princípio sobre o outro.

Letra A

26 - 2015 - CESPE - TJ-PB - Juiz de direito

No que se refere aos princípios informativos e aos poderes da administração pública, assinale a opção correta.

a) A administração pública deve dar publicidade aos atos administrativos individuais e gerais mediante
publicação em diário oficial, sob pena de afronta ao princípio da publicidade.
b) Por força do princípio da motivação, que rege a atuação administrativa, a lei veda a prática de ato
administrativo em que essa motivação não esteja mencionada no próprio ato e indicada em parecer.
c) Como a delegação de competência se assenta no poder hierárquico da administração pública, cujo
pressuposto é a relação de subordinação entre órgãos e agentes públicos, é inadmissível a delegação de
competência fora da linha vertical de subordinação e comando.
d) No exercício do poder disciplinar, a administração pública pode impor sanção administrativa a servidor,
sendo vedado ao Poder Judiciário, segundo jurisprudência, perquirir a motivação nesse caso.
e) Normas jurídicas que garantam ao usuário do serviço público o poder de reclamar da deficiência na
prestação do serviço expressam um dos princípios aplicáveis à administração pública, como forma de
assegurar a participação do usuário na administração pública direta e indireta.

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COMENTÁRIOS
LEI Nº 8.987/95:
Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações
dos usuários:
IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham
conhecimento, referentes ao serviço prestado;
V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do
serviço;

27 - 2014 - CESPE - TJ-DFT - Juiz de direito

Considerando a relevância dos princípios do direito administrativo para atividade de administrador público,
assinale a opção correta.

a)Estando o administrador diante de ato administrativo viciado, o princípio da segurança jurídica lhe confere
a opção, observado o critério de conveniência e oportunidade, de convalidar o ato se o vício for sanável,
reconhecer a sua estabilização pelo decurso do tempo, modular os efeitos da anulação ou, ainda, invalidar o
ato, com efeitos extunc.
b)O princípio da supremacia do interesse público vem sendo questionado pela doutrina, em especial, após a
CF, que estabeleceu o Estado democrático de direito e assegurou direitos e garantias individuais acima dos
interesses do Estado, não existindo, por outro lado, norma constitucional que respalde a permanência de tal
princípio no ordenamento jurídico.
c)O princípio da eficiência funciona como diretriz a ser seguida pelo administrador, mas não pode ser utilizado
como parâmetro de controle externo pelo tribunal de contas para fins de verificação de regularidade dos atos
e contratos celebrados pelos administradores públicos.
d)A violação de princípios da administração pública, tais como da moralidade, da impessoalidade e da
eficiência, caracteriza ato de improbidade administrativa, desde que comprovado o dolo, ainda que genérico,
do agente.
e)Na esfera de atuação do poder de polícia, não pode a administração pública efetuar a demolição de obra
irregular de forma sumária, sem observar os princípios do contraditório e da ampla defesa, devendo haver a
oitiva prévia do interessado.

COMENTÁRIOS
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.366.004 - GO (2011⁄0188857-6)

3. Ademais, "para a caracterização dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 11 da Lei
8.429⁄92, é necessário que o agente ímprobo tenha agido ao menos com dolo genérico, prescindindo a
análise de qualquer elemento específico para sua tipificação" (AgRg no AREsp 307.583⁄RN, Rel. Min.
Castro Meira, Segunda Turma, DJe 28⁄6⁄2013). Outros precedentes: AgRg nos EREsp 1.260.963⁄PR, Rel.
Min. Humberto Martins, Primeira Seção, DJe 3⁄10⁄2012; e AgRg nos EAREsp 62.000⁄RS, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 18⁄9⁄2012. Incidência da Súmula 83⁄STJ.

28 - 2014 - FCC - PGE-RN - Procurador do Estado

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Sabe-se que a Administração tem o poder de rever seus próprios atos, observadas algumas condições e
requisitos. Esse poder guarda fundamento nos princípios e poderes que informam a Administração pública,
destacando-se, quanto à consequência de revisão dos atos,

a) o poder de tutela, que incide sobre os atos da Administração pública em sentido amplo, permitindo a
retirada, em algumas situações, de atos praticados inclusive por entes que integrem a Administração indireta.
b) o princípio ou poder de autotutela, que incide sobre os atos da Administração, como expressão de controle
interno de seus atos.
c) os princípios da legalidade e da moralidade, inclusive porque estes podem servir de fundamento exclusivo
para o ajuizamento de ação popular.
d) o princípio da eficiência, pois não se pode admitir que um ato eivado de vícios produza efeitos.
e) o poder de polícia, em sua faceta normativa, que admite o poder de revisão dos atos da Administração
pública quando eivados de vícios ou inadequações.

COMENTÁRIOS
Princípio da autotutela: Poder-dever da Administração rever os seus próprios atos, seja para anulá-los ou
revoga-los.

Súmula 346 STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

29 - 2014 - FCC - Prefeitura de Recife – PE - Procurador

No que diz respeito ao regime jurídico administrativo, considere as seguintes afirmações:

I. Há, neste tipo de regime, traços de autoridade, de supremacia da Administração, sendo possível, inclusive,
que nele se restrinja o exercício de liberdades individuais.
II. As chamadas prerrogativas públicas, para que sejam válidas, devem vir respaldadas em princípios
constitucionais explícitos na Constituição Federal.
III. Via de regra, também integram o regime jurídico administrativo de um município as leis, os decretos, os
regulamentos e as portarias do Estado em que ele se localiza.
IV. É tendência da maioria da doutrina administrativista contemporânea não mais falar em “restrições” ou
“sujeições” como traço característico do regime jurídico administrativo, em razão dessas expressões poderem
levar à falsa conclusão de que as atividades da Administração que visam a beneficiar a coletividade podem
estar sujeitas a limites.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) IV.
b) I
c) I e III.
d) II e IV.
e) I, II e III.

COMENTÁRIOS
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O Direito Administrativo compõe o ramo do Direito Público, pois tem como características e princípios
marcantes a Supremacia do Interesse Público (relações jurídicas verticalizadas), a Indisponibilidade do
Interesse Público e a Legalidade.

Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado (princípio da finalidade pública) – O


interesse público divide-se em (doutrina italiana):
i. Interesse público primário: Necessidade de satisfação das necessidades coletivas. É o interesse
com as necessidades sociais;
ii. Interesse público secundário: É o interesse do próprio Estado, enquanto sujeito de direitos e
obrigações, ligando-se à noção de interesse do erário. É o interesse do Estado com si próprio, como pessoa
jurídica de direito público que é.

Assim, pelo princípio, há uma primazia de soluções e decisões que atendam ao interesse coletivo, em
detrimento do interesse de um único indivíduo ou grupo seleto de indivíduos.

30 - 2013 - CESPE - TJ-MA - Juiz de direito

Com base na interpretação judicial do direito administrativo, assinale a opção correta.

a) Não viola o princípio da igualdade a não realização por órgãos e entidades da administração pública de
processo seletivo para contratação de estagiário, por não constituir tal recrutamento uma forma de
provimento de cargo público.
b) A circunstância de inexistir previsão específica para a interposição de recurso hierárquico em favor do
sujeito passivo afasta o poder-dever da administração de examinar a validade do ato administrativo.
c) Conforme entendimento do STF, há risco de grave lesão à ordem pública, bem como de efeito multiplicador,
na decisão judicial que determina remoção de servidor para acompanhar cônjuge transferido a pedido,
quando não há interesse público em removê-lo.
d) Cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua
verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.

COMENTÁRIOS
EMENTA: SERVIDOR PÚBLICO. Acompanhamento de cônjuge transferido a pedido. Remoção.
Deferimento. Inadmissibilidade. Inobservância do princípio da isonomia. Risco de lesão à ordem pública.
Efeito multiplicador presente. Decisão paradigmática. Suspensão de Segurança deferida. Agravo
regimental improvido. Há risco de grave lesão à ordem pública, bem como de efeito multiplicador, na
decisão judicial que determina remoção de servidor para acompanhar cônjuge transferido a pedido,
quando não há interesse público em removê-lo.

(STA 407 AgR, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO (Presidente), Tribunal Pleno, julgado em 18/08/2010, DJe-
164 DIVULG 02-09-2010 PUBLIC 03-09-2010 EMENT VOL-02413-01 PP-00026 LEXSTF v. 32, n. 381, 2010, p.
324-329)
C

31 - 2011 - CESPE - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz federal

No que se refere aos princípios que regem o direito administrativo, as organizações sociais e as organizações
da sociedade civil de interesse público, assinale a opção correta.
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a) As instituições hospitalares não gratuitas e as cooperativas são aptas para o recebimento da qualificação de
organizações da sociedade civil de interesse público, nos termos da legislação de regência.
b) Na sindicância, ainda que instaurada com caráter meramente investigatório ou preparatório de um
processo administrativo disciplinar, é indispensável a observância dos princípios do contraditório e da ampla
defesa.
c) Segundo o STJ, na hipótese em que o particular ocupa irregularmente área pública, não é cabível o
pagamento de indenização por acessões ou benfeitorias, tampouco o direito de retenção, sob pena de ofensa
aos princípios da indisponibilidade do patrimônio público e da supremacia do interesse público.
d) O contrato de gestão, instituto oriundo da reforma administrativa, recebeu tratamento diferenciado no
ordenamento jurídico nacional, a exemplo da Lei de Licitações e Contratos, que inseriu a celebração de
contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas
de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão como hipótese de inexigibilidade de licitação.
e) O auxílio que o poder público presta à organização social não pode abranger a destinação de recursos
orçamentários e bens necessários ao cumprimento do contrato de gestão, ainda que mediante permissão de
uso.

COMENTÁRIOS
ADMINISTRATIVO. OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA POR PARTICULARES. CONSTRUÇÃO. BENFEITORIAS.
INDENIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
1. Hipótese em que o Tribunal de Justiça reconheceu que a área ocupada pelos recorridos é pública e não
comporta posse, mas apenas mera detenção. No entanto, o acórdão equiparou o detentor a possuidor
de boa-fé, para fins de indenização pelas benfeitorias.
2. O legislador brasileiro, ao adotar a Teoria Objetiva de Ihering, definiu a posse como o exercício de
algum dos poderes inerentes à propriedade (art. 1.196 do CC).
3. O art. 1.219 do CC reconheceu o direito à indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias, no caso
do possuidor de boa-fé, além do direito de retenção. O correlato direito à indenização pelas construções
é previsto no art. 1.255 do CC.
4. O particular jamais exerce poderes de propriedade (art. 1.196 do CC) sobre imóvel público, impassível
de usucapião (art. 183, § 3º, da CF). Não poderá, portanto, ser considerado possuidor dessas áreas, senão
mero detentor.
5. Essa impossibilidade, por si só, afasta a viabilidade de indenização por acessões ou benfeitorias, pois
não prescindem da posse de boa-fé (arts. 1.219 e 1.255 do CC). Precedentes do STJ.
6. Os demais institutos civilistas que regem a matéria ratificam sua inaplicabilidade aos imóveis públicos.
7. A indenização por benfeitorias prevista no art. 1.219 do CC implica direito à retenção do imóvel, até
que o valor seja pago pelo proprietário. Inadmissível que um particular retenha imóvel público, sob
qualquer fundamento, pois seria reconhecer, por via transversa, a posse privada do bem coletivo, o que
está em desarmonia com o Princípio da Indisponibilidade do Patrimônio Público.
8. O art. 1.255 do CC, que prevê a indenização por construções, dispõe, em seu parágrafo único, que o
possuidor poderá adquirir a propriedade do imóvel se "a construção ou a plantação exceder
consideravelmente o valor do terreno". O dispositivo deixa cristalina a inaplicabilidade do instituto aos
bens da coletividade, já que o Direito Público não se coaduna com prerrogativas de aquisição por
particulares, exceto quando atendidos os requisitos legais (desafetação, licitação etc.).
9. Finalmente, a indenização por benfeitorias ou acessões, ainda que fosse admitida no caso de áreas
públicas, pressupõe vantagem, advinda dessas intervenções, para o proprietário (no caso, o Distrito
Federal). Não é o que ocorre em caso de ocupação de áreas públicas.
10. Como regra, esses imóveis são construídos ao arrepio da legislação ambiental e urbanística, o que
impõe ao Poder Público o dever de demolição ou, no mínimo, regularização. Seria incoerente impor à

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Administração a obrigação de indenizar por imóveis irregularmente construídos que, além de não terem
utilidade para o Poder Público, ensejarão dispêndio de recursos do Erário para sua demolição.
11. Entender de modo diverso é atribuir à detenção efeitos próprios da posse, o que enfraquece a
dominialidade pública, destrói as premissas básicas do Princípio da Boa-Fé Objetiva, estimula invasões e
construções ilegais e legitima, com a garantia de indenização, a apropriação privada do espaço público.
12. Recurso Especial provido.
RECURSO ESPECIAL Nº 945.055 - DF (2007⁄0092986-1)

32 - 2016 - CESPE - TCE-PR - Analista de Controle

Quando a União firma um convênio com um estado da Federação, a relação jurídica envolve a União e o ente
federado e não a União e determinado governador ou outro agente. O governo se alterna periodicamente nos
termos da soberania popular, mas o estado federado é permanente. A mudança de comando político não
exonera o estado das obrigações assumidas. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem entendido
que a inscrição do nome de estado-membro em cadastro federal de inadimplentes devido a ações e(ou)
omissões de gestões anteriores não configura ofensa ao princípio da administração pública denominado
princípio do(a)

a) intranscendência.
b) contraditório e da ampla defesa.
c) continuidade do serviço público.
d) confiança legítima.
e) moralidade.

COMENTÁRIOS
Conforme constou do Informativo 825 do STF:
“Ente Federativo: princípio da intranscendência e inscrição em cadastros federais de inadimplência

É necessária a observância da garantia do devido processo legal, em especial, do contraditório e da ampla


defesa, relativamente à inscrição de entes públicos em cadastros federais de inadimplência. Com base
nesse entendimento, a Primeira Turma julgou procedente pedido formulado em ação civil originária para
afastar o registro do Estado do Amapá no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI), relativo
a convênios firmados entre ele e a União. Na espécie, assinalou a ausência de oitiva do interessado e de
instauração de tomada de contas especial pelo Tribunal de Contas da União. Acrescentou, entretanto,
que a questão referente à necessidade de prévio julgamento de tomada de contas especial para fins de
inscrição em cadastro de inadimplentes deverá ser enfrentada pelo Plenário, em recurso extraordinário
submetido à sistemática da repercussão geral (RE 607.420/PI). Por outro lado, o Colegiado asseverou que
a inscrição do nome do Estado-Membro em cadastro federal de inadimplentes em face de ações e/ou
omissões de gestões anteriores não configura ofensa ao princípio da intranscendência. Acrescentou que
vigora, no âmbito da Administração Pública, o princípio da impessoalidade, previsto no artigo 37 da CF.
A relação jurídica envolve a União e o ente federal, e não a União e certo governador ou outro agente. O
governo se alterna periodicamente nos termos da soberania popular, mas o Estado é permanente. A
mudança de comando político não exonera o Estado das obrigações assumidas.

ACO 732/AP, rel. Min. Marco Aurélio, 10.5.2016. (ACO-732)”

A
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33 - 2016 - CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia

Considerando os princípios e fundamentos teóricos do direito administrativo, assinale a opção correta.

a) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, se constituídas como pessoa jurídica de direito
privado, não integram a administração indireta.
b) Desconcentração é a distribuição de competências de uma pessoa física ou jurídica para outra, ao passo
que descentralização é a distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, em razão da
sua organização hierárquica.
c) Em decorrência do princípio da legalidade, é lícito que o poder público faça tudo o que não estiver
expressamente proibido pela lei.
d) A administração pública, em sentido estrito e subjetivo, compreende as pessoas jurídicas, os órgãos e os
agentes públicos que exerçam função administrativa.
e) No Brasil, por não existir o modelo da dualidade de jurisdição do sistema francês, o ingresso de ação judicial
no Poder Judiciário para questionar ato do poder público é condicionado ao prévio exaurimento da instância
administrativa.

COMENTÁRIOS
A expressão Administração Pública, em sentido subjetivo, orgânico ou formal representa o conjunto de
órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa.

Já o termo administração pública em sentido material ou objetivo se confunde com a função


administrativa, ou seja, designa a atividade administrativa exercida pelo Estado.

34 – 2016 – CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia

Tendo como referência a jurisprudência majoritária do STF acerca dos princípios expressos e implícitos da
administração pública e do regime jurídico-administrativo, assinale a opção correta.

a) Se houver repasse de verbas federais a município, a aplicação desses recursos pelo governo municipal não
será objeto de fiscalização do órgão controlador federal, dado o princípio da autonomia dos entes federados.
b) A alteração, por meio de portaria, das atribuições de cargo público não contraria direito líquido e certo do
servidor público investido no cargo, diante da inexistência de direito adquirido a regime jurídico.
c) A administração pública não pode, mediante ato próprio, desconsiderar a personalidade jurídica de empresa
fiscalizada por tribunal de contas; a esse caso não se aplica a doutrina dos poderes implícitos.
d) Segundo o STF, a vedação ao nepotismo decorre diretamente de princípios constitucionais explícitos, como
os princípios da impessoalidade, da moralidade administrativa e da igualdade, não se exigindo a edição de lei
formal para coibir a sua prática.
e) De acordo com o princípio da eficiência, a administração pode revogar seus próprios atos, quando eivados
de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos. Também pode anulá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, hipótese na qual devem ser respeitados os direitos adquiridos.

COMENTÁRIOS
“Não é privativa do Chefe do Poder Executivo a competência para a iniciativa legislativa de lei sobre
nepotismo na Administração Pública: leis com esse conteúdo normativo dão concretude aos princípios
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da moralidade e da impessoalidade do art. 37, caput, da Constituição da República, que, ademais, têm
aplicabilidade imediata, ou seja, independente de lei. Precedentes. Súmula Vinculante n. 13. 3. Recurso
extraordinário provido.”. (RE 570392, Repercussão Geral, Rel. Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgado
em 11/12/2014)

Vale relembrar o enunciado da Súmula Vinculante 13: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública
direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”.

35 – 2016 – CESPE - PC-PE - Agente de Polícia

Considerando as fontes do direito administrativo como sendo aquelas regras ou aqueles comportamentos que
provocam o surgimento de uma norma posta, assinale a opção correta.

a) A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger inclusive os
regulamentos administrativos.
b) O acordo é uma importante fonte do direito administrativo por ser forma de regulamentar a convivência
mediante a harmonização de pensamentos.
c) Os costumes, pela falta de norma escrita, não podem ser considerados como fonte do direito administrativo.
d) A jurisprudência é compreendida como sendo aquela emanada por estudiosos ao publicarem suas
pesquisas acerca de determinada questão jurídica.
e) Uma doutrina se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema.

COMENTÁRIOS
Segundo Matheus Carvalho, “A lei é a fonte primordial do Direito Administrativo brasileiro, em razão da
rigidez que o ordenamento jurídico no Brasil estabelece em relação ao princípio da legalidade nesse ramo
jurídico. O vocábulo lei deve ser interpretado amplamente, abrangendo todas as espécies normativas
[...]”

36 – 2016 – CESPE - PC-PE - Agente de Polícia

O diretor-geral da polícia civil de determinado estado exarou um ato administrativo e, posteriormente,


revogou-o, por entender ser inconveniente sua manutenção.
Nessa situação hipotética, o princípio em que se fundamentou o ato de revogação foi o princípio da

a) segurança jurídica.
b) especialidade.
c) autotutela.
d) supremacia do interesse público.
e) publicidade.

COMENTÁRIOS
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O princípio da autotutela traduz a prerrogativa do ente estatal de anular os atos praticados em suas
atividades essenciais, quando ilegais, ou revogá-los, quando inoportunos ou inconvenientes, sem que
seja necessária a interferência do Poder Judiciário.
SÚMULA 473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”

37 - 2016 – CESPE - PC-PE - Escrivão de Polícia Civil

Acerca de conceitos inerentes ao direito administrativo e à administração pública, assinale a opção correta.

a) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada.


b) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada pelo ordenamento
jurídico brasileiro, com divisão absoluta de funções.
c) Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e harmônicos entre si e
suas funções são reciprocamente indelegáveis.
d) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo.
e) Pelo critério legalista, o direito administrativo compreende os direitos respectivos e as obrigações mútuas
da administração e dos administrados.

COMENTÁRIOS
De acordo com Hely Lopes Meireles, "Os Poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieau, até
hoje adotada nos Estados de Direito, são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e
harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF, art. 2º).”.

38 – 2016 – CESPE - PC-PE - Escrivão de Polícia Civil

Assinale a opção correta acerca da administração pública.

a) O mandado de segurança não constitui meio adequado para o controle judicial de ato administrativo eivado
de ilegalidade.
b) O ato complexo é o que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte de
outro para se tornar exequível.
c) A licença é exemplo de ato administrativo enunciativo
d) A possibilidade que tem a administração pública de, nos termos da lei, constituir terceiros em obrigações
mediante atos unilaterais constitui aplicação do princípio da supremacia do interesse público.
e) O poder discricionário é aquele que é concedido à administração, de modo explícito ou implícito, para a
prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade, conteúdo, forma
e finalidade.

COMENTÁRIOS
O princípio da supremacia fundamenta privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do interesse
público sobre o particular. Isto porque os interesses da sociedade devem prevalecer sobre as
necessidades individuais.

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Uma aplicação desse princípio é justamente o atributo da imperatividade dos atos administrativos,
entendida como a “possibilidade que tem a administração pública de, nos termos da lei, constituir
terceiros em obrigações mediante atos unilaterais”, ou seja, independentemente da vontade do
particular.

39 – 2016 – CESPE - PC-PE - Escrivão de Polícia Civil

Assinale a opção correta a respeito de direito administrativo.

a) A administração exerce atividade política e discricionária.


b) A administração pública é o objeto precípuo do direito administrativo.
c) O âmbito espacial de validade da lei administrativa não está submetido ao princípio da territorialidade.
d) As instruções normativas podem ser expedidas apenas por ministros de Estado para a execução de leis,
decretos e regulamentos.
e) O regimento administrativo obriga os particulares em geral.

COMENTÁRIOS
De acordo com o critério funcional ou da Administração Pública (aceito pela doutrina majoritária), o
Direito Administrativo consiste no “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os
agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados
pelo Estado” (Hely Lopes Meireles).
Logo, é a Administração Pública (sentidos subjetivo e objetivo) o objeto precípuo do Direito
Administrativo, o tema sobre o qual ele debruça seu arcabouço normativo.

40 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Contabilidade

Assinale a opção correta a respeito dos princípios da administração pública.

a) A administração deve, em caso de incompatibilidade, dar preferência à aplicação do princípio da supremacia


do interesse público em detrimento do princípio da legalidade.
b) A publicidade, princípio basilar da administração pública, não pode sofrer restrições.
c) A ofensa ao princípio da moralidade pressupõe afronta também ao princípio da legalidade.
d) O princípio da eficiência deve ser aplicado prioritariamente, em detrimento do princípio da legalidade, em
caso de incompatibilidade na aplicação de ambos.
e) Os institutos do impedimento e da suspeição no âmbito do direito administrativo são importantes corolários
do princípio da impessoalidade.

COMENTÁRIOS
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “É oportuno lembrar, ainda, que a Lei nº 9.784/99, nos artigos 18
a 21, contém normas sobre impedimento e suspeição, que se inserem também como aplicação do
princípio da impessoalidade e do princípio da moralidade (v. item 7. 1 1 .2.3) . Do mesmo modo que nas
ações judiciais existem hipóteses de impedimento e suspeição do Juiz, também no processo
administrativo essas hipóteses criam presunção de parcialidade da autoridade que decidir sem declarar
a existência das causas de impedimento ou suspeição.”.

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E

41 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa

A respeito dos princípios da administração pública, assinale a opção correta.

a) Decorre do princípio da hierarquia uma série de prerrogativas para a administração, aplicando-se esse
princípio, inclusive, às funções legislativa e judicial.
b) Decorre do princípio da continuidade do serviço público a possibilidade de preencher, mediante institutos
como a delegação e a substituição, as funções públicas temporariamente vagas.
c) O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos, podendo anular
os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de decisão do Poder Judiciário.
d) Dado o princípio da autotutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela instituída,
com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.
e) Em decorrência do princípio da publicidade, a administração pública deve indicar os fundamentos de fato
e de direito de suas decisões.

COMENTÁRIOS
O princípio da continuidade consiste na ideia de prestação ininterrupta da atividade administrativa.
Exige-se que a atividade do Estado seja contínua, não comportando intervalos, lapsos ou falhas, devendo
ser constante e homogênea.
Neste sentido, Di Pietro cita como conseqüência do princípio a necessidade de institutos como a
suplência, a delegação e a substituição para preencher as funções públicas temporariamente vagas.

42 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa

A respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta.

a) Povo, território e governo soberano são elementos indissociáveis do Estado.


b) O Estado é um ente despersonalizado.
c) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo.
d) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencialista ou parlamentarista.
e) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são elementos do Estado brasileiro.

COMENTÁRIOS
Segundo Fernanda Marinela, o “Estado é composto de três elementos originários e indissociáveis: o povo,
que representa o componente humano; o território, que é a sua base física, e o governo soberano, que é
o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto-
organização, emanado do povo.”.

43 - 2016 – CESPE - TRE-PI - Analista Judiciário

O chefe do Poder Executivo federal expediu decreto criando uma comissão nacional para estudar se o preço
de determinado serviço público delegado estaria dentro dos padrões internacionais, tendo, na ocasião,
apontado os membros componentes da referida comissão e sua respectiva autoridade superior. Nesse
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decreto, instituiu que a comissão deveria elaborar seu regimento interno, efetuar ao menos uma consulta
pública e concluir a pesquisa no prazo de cento e vinte dias e que não poderia gerar despesas extraordinárias
aos órgãos de origem de cada servidor integrante da referida comissão.

A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta no que se refere a atos administrativos e seu
controle judicial.

a) O decreto federal é uma fonte primária do direito administrativo, haja vista o seu caráter geral, abstrato e
impessoal.
b) Uma vez instituído o referido decreto, não poderá o chefe do Poder Executivo revogá-lo de ofício.
c) O Poder Judiciário, em sede de controle judicial, poderá revogar o referido decreto por motivos de
oportunidade e conveniência.
d) O referido ato presidencial é inconstitucional, pois é vedado instituir comissões nacionais que visem à
promoção de estudo de preços públicos mediante decreto do chefe do Poder Executivo federal.
e) A expedição do decreto é ato vinculado do chefe do Poder Executivo federal.

COMENTÁRIOS
Segundo Matheus Carvalho, “A lei é a fonte primordial do Direito Administrativo brasileiro, em razão da
rigidez que o ordenamento jurídico no Brasil estabelece em relação ao princípio da legalidade nesse ramo
jurídico. O vocábulo lei deve ser interpretado amplamente, abrangendo todas as espécies normativas
[...]”.
No mesmo sentido, Rafael Oliveira destaca que “A lei, como fonte do Direito Administrativo, deve ser
considerada em seu sentido amplo para abranger as normas constitucionais, a legislação
infraconstitucional, os regulamentos administrativos e os tratados internacionais.”.
Por fim, registre-se que decreto é a forma pela qual se expede um regulamento administrativo,
consubstanciando-se em ato privativo do Chefe do Poder Executivo (art. 84, IV, da CF/88).

44 – 2016 – CESPE - TRE-PI - Analista Judiciário

Acerca do princípio da segurança jurídica, assinale a opção correta.

a) Em relação a situações jurídicas que se prolonguem no tempo, não há vedação à retroatividade de nova
interpretação normativa adotada pela administração.
b) A garantia do contraditório e da ampla defesa no processo administrativo disciplinar relaciona-se à
segurança jurídica.
c) Conforme a teoria do agente de fato, o servidor público cuja investidura haja se dado em situação de
ilegalidade será mantido no cargo após o decurso de prazo considerado razoável.
d) A vedação ao comportamento contraditório estende-se à administração pública, o que a impede de praticar
atos que sejam contrários a posicionamentos por ela assumidos ou que desconstituam situações
aperfeiçoadas em razão de sua omissão ou falta de atuação imediata.
e) O prazo decadencial de cinco anos para que a administração anule atos eivados de vícios atenta contra a
segurança jurídica e a legalidade ao admitir que atos nulos continuem a produzir efeitos ainda que seja
comprovada má-fé daquele que o praticou ou daquele que seja destinatário beneficiário.

COMENTÁRIOS
Na medida em que constituem direitos basilares de quem sofre um PAD, o contraditório e a ampla defesa
são princípios que, quando atendidos, conferem maior legitimidade à decisão administrativa, sendo
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também requisito de validade da punição imposta. A regularidade do PAD (devido processo legal
administrativo) está relacionada ao princípio da segurança jurídica, pois naturalmente lhe confere maior
estabilidade.

Ademais, registre-se a presença da segurança jurídica como princípio norteador da atividade


administrativa no caput do art. 2° da Lei n° 9.784/1999:
“Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.”

45 – 2016 – CESPE - TJ-DFT - Juiz de direito

Um prefeito, no curso de seu mandato e atendendo a promessa de campanha, realizou e finalizou a construção
de uma ponte sobre o rio que corta a cidade, inaugurando-a na metade de seu mandato.

Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.


a) Em consonância com o princípio constitucional da eficiência, o contrato administrativo deveria ser anulado
caso fosse ultrapassado o lapso temporal estipulado no instrumento contratual para a execução do objeto.
b) Em atenção ao princípio da impessoalidade, o prefeito não poderá apresentar propaganda em que conste
vinculação direta de seu nome à realização da obra, mas nada obsta que sua imagem seja veiculada no outdoor
da publicidade da conclusão da ponte.
c) O princípio da autotutela autorizaria o prefeito a anular ou revogar a licitação de ofício caso fosse constatada
ilegalidade no procedimento.
d) Caso houvesse descumprimento de cláusulas contratuais pela empresa contratada, o princípio da
supremacia do interesse público facultaria a rescisão unilateral do contrato pela administração pública.
e) A decretação, pelo prefeito, do sigilo dos atos referentes à contratação e à execução do contrato, com a
finalidade de evitar a pressão de grandes empreiteiras e de prestigiar pequena empresa sediada no município,
contratada diretamente para execução da obra, não configura desrespeito ao princípio constitucional da
publicidade.

COMENTÁRIOS
Uma das cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos, a rescisão unilateral do contrato é
prerrogativa dada ao ente público contratante de encerrar o pacto, independentemente de
consentimento do contratado e de decisão judicial. De um modo geral, pode-se dar por força do
inadimplemento do particular (caso da questão) ou em virtude de interesse público devidamente
justificado. Tem como fundamento o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.

Segundo os artigos 78, I e II, e 79, I, da Lei n° 8.666/1993:


“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;”

“Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:


I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e
XVII do artigo anterior;”.

D
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46 - 2015 - FCC - TJ-PI - Juiz de direito

Na ementa do acórdão do Recurso Extraordinário n° 658.570, do Supremo Tribunal Federal, consta o seguinte
trecho:

Desprovimento do recurso extraordinário e fixação, em repercussão geral, da seguinte tese: é constitucional


a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de
sanções administrativas legalmente previstas.

Para assim decidir, o Tribunal estabeleceu algumas premissas. Dentre elas, NÃO figura por ser incompatível
com a conclusão acima citada:

a) Instituições policiais podem cumular funções típicas de segurança pública com exercício de poder de polícia.
b) Poder de polícia não se confunde com segurança pública. O exercício do primeiro não é prerrogativa
exclusiva das entidades policiais.
c) A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente previstas, embora possa
se dar ostensivamente, constitui mero exercício de poder de polícia.
d) O exercício do poder de polícia por instituições policiais é constitucionalmente possível. No entanto, nesse
caso o poder de polícia deixa de se caracterizar como ação administrativa, passando a configurar exercício de
polícia judiciária.
e) Considerando a competência comum dos entes da federação em matéria de trânsito, podem os Municípios
determinar que o poder de polícia que lhes compete seja realizado pela guarda municipal.

COMENTÁRIOS
A decisão abaixo define os conceitos questionados na questão. Foram grifadas as partes mais relevantes.
EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PODER DE POLÍCIA. IMPOSIÇÃO DE
MULTA DE TRÂNSITO. GUARDA MUNICIPAL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. Poder de polícia não se confunde
com segurança pública. O exercício do primeiro não é prerrogativa exclusiva das entidades policiais, a
quem a Constituição outorgou, com exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção da
segurança pública(b). 2. A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente
previstas, embora possa se dar ostensivamente, constitui mero exercício de poder de polícia, não
havendo, portanto, óbice ao seu exercício por entidades não policiais (c). 3. O Código de Trânsito
Brasileiro, observando os parâmetros constitucionais, estabeleceu a competência comum dos entes da
federação para o exercício da fiscalização de trânsito. 4. Dentro de sua esfera de atuação, delimitada pelo
CTB, os Municípios podem determinar que o poder de polícia que lhe compete seja exercido pela guarda
municipal (e). 5. O art. 144, §8º, da CF, não impede que a guarda municipal exerça funções adicionais à
de proteção dos bens, serviços e instalações do Município. Até mesmo instituições policiais podem
cumular funções típicas de segurança pública com exercício de poder de polícia. Entendimento que não
foi alterado pelo advento da EC nº 82/2014 (a). 6. Desprovimento do recurso extraordinário e fixação, em
repercussão geral, da seguinte tese: é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de
poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
(STF, REn° 658.570).

LETRA D

47 - 2015 - CESPE - TJ-PB - Juiz de direito

No que se refere aos princípios informativos e aos poderes da administração pública, assinale a opção correta.
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a) A administração pública deve dar publicidade aos atos administrativos individuais e gerais mediante
publicação em diário oficial, sob pena de afronta ao princípio da publicidade.
b) Por força do princípio da motivação, que rege a atuação administrativa, a lei veda a prática de ato
administrativo em que essa motivação não esteja mencionada no próprio ato e indicada em parecer.
c) Como a delegação de competência se assenta no poder hierárquico da administração pública, cujo
pressuposto é a relação de subordinação entre órgãos e agentes públicos, é inadmissível a delegação de
competência fora da linha vertical de subordinação e comando.
d) No exercício do poder disciplinar, a administração pública pode impor sanção administrativa a servidor,
sendo vedado ao Poder Judiciário, segundo jurisprudência, perquirir a motivação nesse caso.
e) Normas jurídicas que garantam ao usuário do serviço público o poder de reclamar da deficiência na
prestação do serviço expressam um dos princípios aplicáveis à administração pública, como forma de
assegurar a participação do usuário na administração pública direta e indireta.

COMENTÁRIOS
A assertiva foi baseada no princípio da eficiência. Importante lembrar que o princípio da eficiência surgiu
com a Emenda Constitucional 98. Conforme tal princípio a Administração Pública deve realizar sua
atividade com a maior rapidez, presteza e perfeição possível.

O mencionado princípio é centrado na ideia de diminuir custos e maximizar resultados de maneira a fazer
a Administração Pública atender os seus fins, porquanto, ao se possibilitar que os usuários fiscalizem a
prestação do serviço público, bem assim dirijam reclamações, se for o caso, aos órgãos competentes,
institui-se maneira de compelir as prestadoras dos serviços a buscarem cada vez mais a prestação de um
serviço adequado, eficiente e de qualidade ao cidadão.

Registra-se ainda que, a eficiência integra o controle de legalidade ou legitimidade, e não de mérito do
ato administrativo.

Podem ser citados como exemplos do princípio da eficiência: Necessidade de profissionalização do


servidor público que suscita o aparecimento das chamadas escolas de governo e a Possibilidade de perda
do cargo público por insuficiência de desempenho (art. 41 da CF)

LEI Nº 8.987/95:
Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações
dos usuários:
IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham
conhecimento, referentes ao serviço prestado;
V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do
serviço.

LETRA E

48 - 2015 - FCC - TJ-GO - Juiz de direito

O regime jurídico administrativo compreende um conjunto de prerrogativas e sujeições aplicáveis à


Administração e expressa-se sob a forma de princípios informativos do Direito Público, bem como pelos
poderes outorgados à Administração, entre os quais se insere o poder normativo, que

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a) não se restringe ao poder regulamentar, abarcando também atos originários relativos a matéria de
organização administrativa.
b) permite a edição de atos discricionários, com base em critérios de conveniência e oportunidade e afasta a
vinculação a requisitos formais
c) autoriza a Administração a impor limites às atividades privadas em prol do interesse público.
d) é o instrumento pelo qual a Administração disciplina a execução da lei, editando normas que podem inovar
em relação ao texto legal para a criação de obrigações aos administrados.
e) compreende a aplicação de sanções àqueles ligados à Administração por vínculo funcional ou contratual.

COMENTÁRIOS
De início, é importante relembrar que o poder regulamentar, na essência, é o poder normativo que a
Administração Pública possui para editar atos gerais para complementar as leis e permitir sua efetiva
aplicação.
Alguns doutrinadores dividem em “regulamento executivo” que se refere justamente a esta característica
acima citada e “regulamente autônomo” que diz respeito à competência para dispor sobre organização
e funcionamento da administração e extinção de cargos e funções, conforme disciplina o art. 84, VI, CF.
Isto justifica o gabarito, de que “poder normativo, não se restringe ao poder regulamentar, abarcando
também atos originários relativos a matéria de organização administrativa”.
CF/88 - Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto,
sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos;
LETRA A

49 - 2014 - FCC - PGE-RN - Procurador do Estado

Sabe-se que a Administração tem o poder de rever seus próprios atos, observadas algumas condições e
requisitos. Esse poder guarda fundamento nos princípios e poderes que informam a Administração pública,
destacando-se, quanto à consequência de revisão dos atos,

a) o poder de tutela, que incide sobre os atos da Administração pública em sentido amplo, permitindo a
retirada, em algumas situações, de atos praticados inclusive por entes que integrem a Administração indireta.
b) o princípio ou poder de autotutela, que incide sobre os atos da Administração, como expressão de controle
interno de seus atos.
c) os princípios da legalidade e da moralidade, inclusive porque estes podem servir de fundamento exclusivo
para o ajuizamento de ação popular.
d) o princípio da eficiência, pois não se pode admitir que um ato eivado de vícios produza efeitos.
e) o poder de polícia, em sua faceta normativa, que admite o poder de revisão dos atos da Administração
pública quando eivados de vícios ou inadequações.

COMENTÁRIOS
De início, é importante registrar que o princípio da autotutela consagra o controle interno que a
Administração Pública exerce sobre seus próprios atos. Pode ser conceituado no poder dever de retirada
de atos administrativos por meio da anulação e da revogação. A anulação envolve problema de
legalidade, a revogação trata de mérito do ato.

Ressalte-se que se trata de controle interno, fundado no poder de autotutela da administração e também
conhecido como controle administrativo, e que pode verificar tanto a legalidade e legitimidade quanto o

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mérito do ato. Observação: o legislativo e o judiciário também podem exercer o controle administrativo,
quando exercendo atividade administrativa.

O princípio da autotutela é decorrência da supremacia do interesse público e encontra-se consagrado em


duas súmulas do Supremo Tribunal Federal:
a) Súmula 346: “A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”.
b) Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

Obs: Tutela é o poder de controle dos atos das entidades da Administração Indireta pelos órgãos centrais
da Administração Direta. O poder de tutela é comumente denominado de supervisão ministerial e
abrange o controle finalístico dos atos da Administração Indireta.

LETRA B

50 - 2014 - CESPE - TCE-PB - Procurador

Assinale a opção correta acerca dos atos administrativos e da delegação.

a) A medida provisória e o decreto regulamentar são atos administrativos normativos de competência


exclusiva do chefe do Poder Executivo
b) Servidor de tribunal de contas estadual está impedido de atuar em processo administrativo em trâmite
naquele órgão quando o interessado for seu primo, e a não abstenção em atuar nesse feito gerará nulidade
processual
c) A delegação, instituto relacionado com o poder hierárquico, não pode ser usada para transferir a
competência para a edição de atos normativos.
d) O ato de delegação importa transferência de competência, em que pese ser esta irrenunciável
e) O ato administrativo será válido quando completar todas as suas fases de elaboração e existência, estando
pronto a produzir efeitos.

COMENTÁRIOS
O dispositivo abaixo é bastante cobrado em provas de concurso. É muito importante a sua memorização.
Art. 13 da lei 9.784/99: Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter
normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão
ou autoridade.

A delegação pode ser definida como ato discricionário, revogável a qualquer tempo, mediante o qual o
superior hierárquico confere o exercício temporário de algumas atribuições, originariamente
pertencentes ao seu cargo, a um subordinado.

Cabe lembrar ainda que a delegação é uma decorrência do poder hierárquico, onde agentes transferem
temporariamente a competência para a realização de certos atos administrativos a agentes de mesmo
nível hierárquico ou de nível inferior.

Atenção: Não confundir delegação com avocação. A avocação é ato discricionário mediante o qual o
superior hierárquico traz para si o exercício temporário de determinada competência atribuída por lei a
um subordinado.

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LETRA C

51 - 2013 - FCC - AL-PB - Procurador

O chamado poder regulamentar autônomo, trata-se de

a) exercício de atividade normativa pelo Executivo, disciplinando matéria não regulada em lei, de controversa
existência no direito nacional.
b) poder conferido aos entes federados para legislar em matéria administrativa de seu próprio interesse.
c) atividade normativa exercida pelas agências reguladoras, nos setores sob sua responsabilidade.
d) prerrogativa conferida a todos os Poderes para disciplinar seus assuntos interna corporis.
e) atividade normativa excepcional, conferida ao Conselho de Defesa Nacional, na vigência de estado de
defesa ou estado de sítio.

COMENTÁRIOS
Com relação ao Poder Regulamentar a doutrina tradicional emprega a expressão exclusivamente para
desginar as competências do Chefe do Poder Executivo para editar atos administrativos normativos, que
assumem a forma de decreto. Os decretos, em regra são destinados a dar fiel execução às leis (decretos
de execução ou regulamentares).

A partir da EC 32/2001 passou a existir no ordenamento a previsão de decretos autônomos para tratar
das matérias específicas do art.84, VI,CF. (trata de matéria não constante em lei).

Art.84 -Compete privativamente ao Presidente da República:


VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Assim, o decreto autônomo: surgiu com o advento da EC 32 (art. 84, VI da CF). São atos normativos
primários, porquanto derivam diretamente da CF e não são expedidos em função de alguma lei ou de
algum ato infraconstitucional

LETRA A

52 - 2013 - CESPE - TJ-MA - Juiz de direito

Com base na interpretação judicial do direito administrativo, assinale a opção correta.

a) Não viola o princípio da igualdade a não realização por órgãos e entidades da administração pública de
processo seletivo para contratação de estagiário, por não constituir tal recrutamento uma forma de
provimento de cargo público.
b) A circunstância de inexistir previsão específica para a interposição de recurso hierárquico em favor do
sujeito passivo afasta o poder-dever da administração de examinar a validade do ato administrativo.
c) Conforme entendimento do STF, há risco de grave lesão à ordem pública, bem como de efeito multiplicador,
na decisão judicial que determina remoção de servidor para acompanhar cônjuge transferido a pedido,
quando não há interesse público em removê-lo.
d) Cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua
verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.
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COMENTÁRIOS
A assertiva teve como fundamento o julgado abaixo:
STA 407 PE Relator(a): Min. CEZAR PELUSO Julgamento: 18/08/2010 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Acompanhamento de cônjuge transferido a pedido. Remoção. Deferimento. Inadmissibilidade.
Inobservância do princípio da isonomia. Risco de lesão à ordem pública. Efeito multiplicador presente.
Decisão paradigmática. Suspensão de Segurança deferida. Agravo regimental improvido. Há risco de
grave lesão à ordem pública, bem como de efeito multiplicador, na decisão judicial que determina
remoção de servidor para acompanhar cônjuge transferido a pedido, quando não há interesse público
em removê-lo.

LETRA C

53 - 2012 - CESPE - TJ-PA - Juiz de direito

Assinale a opção correta acerca dos poderes da administração.

a) O STF admite a delegação do exercício do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado.
b) A avocação de atribuições, decorrente do poder hierárquico da administração pública, é admitida desde
que estas não sejam de competência exclusiva do órgão subordinado.
c) No âmbito federal, a aplicação de sanções relacionadas ao exercício do poder de polícia submete-se a prazo
de prescrição de cinco anos, não passível de interrupção ou suspensão.
d) No que se refere ao exercício do denominado poder normativo da administração, é vedado ao ministro de
Estado expedir ato de natureza regulamentar, instrumento de uso exclusivo do chefe do Poder Executivo.
e) Segundo a doutrina, o exercício do poder disciplinar pela administração pública deve ficar adstrito à
apuração de infrações e à aplicação de penalidades aos servidores públicos.

COMENTÁRIOS
De início, é importante lembrar que a Avocação é uma consequência do poder hierárquico e está prevista
no art. 15 da Lei 9.784/99.

Ademais, avocar competências é ato discricionário mediante o qual o superior hierárquico traz para si o
exercício temporário de determinada competência atribuída por lei a um subordinado. Só será permitida
em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados. Segundo doutrina majoritária
a avocação deve respeitar as mesmas vedações da delegação.

Vale relembrar os dispositivos legais correspondentes:

Lei 9.784/1999:

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:


I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
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III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

54 - 2011 - CESPE - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz federal

No que se refere aos princípios que regem o direito administrativo, as organizações sociais e as organizações
da sociedade civil de interesse público, assinale a opção correta.

a) As instituições hospitalares não gratuitas e as cooperativas são aptas para o recebimento da qualificação de
organizações da sociedade civil de interesse público, nos termos da legislação de regência.
b) Na sindicância, ainda que instaurada com caráter meramente investigatório ou preparatório de um
processo administrativo disciplinar, é indispensável a observância dos princípios do contraditório e da ampla
defesa.
c) Segundo o STJ, na hipótese em que o particular ocupa irregularmente área pública, não é cabível o
pagamento de indenização por acessões ou benfeitorias, tampouco o direito de retenção, sob pena de ofensa
aos princípios da indisponibilidade do patrimônio público e da supremacia do interesse público.
d) O contrato de gestão, instituto oriundo da reforma administrativa, recebeu tratamento diferenciado no
ordenamento jurídico nacional, a exemplo da Lei de Licitações e Contratos, que inseriu a celebração de
contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas
de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão como hipótese de inexigibilidade de licitação.
e) O auxílio que o poder público presta à organização social não pode abranger a destinação de recursos
orçamentários e bens necessários ao cumprimento do contrato de gestão, ainda que mediante permissão de
uso.

COMENTÁRIOS
Conforme jurisprudência sedimentada mesmo de boa-fé, ocupação de área pública não gera direito à
indenização por benfeitorias.

ADMINISTRATIVO. OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA POR PARTICULARES. CONSTRUÇÃO. BENFEITORIAS.


INDENIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Hipótese em que o Tribunal de Justiça reconheceu que a área
ocupada pelos recorridos é pública e não comporta posse, mas apenas mera detenção. No entanto, o
acórdão equiparou o detentor a possuidor de boa-fé, para fins de indenização pelas benfeitorias. 2. O
legislador brasileiro, ao adotar a Teoria Objetiva de Ihering, definiu a posse como o exercício de algum
dos poderes inerentes à propriedade (art. 1.196 do CC). 3. O art. 1.219 do CC reconheceu o direito à
indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias, no caso do possuidor de boa-fé, além do direito de
retenção. O correlato direito à indenização pelas construções é previsto no art. 1.255 do CC. 4. O
particular jamais exerce poderes de propriedade (art. 1.196 do CC) sobre imóvel público, impassível de
usucapião (art. 183, § 3º, da CF). Não poderá, portanto, ser considerado possuidor dessas áreas, senão
mero detentor. 5. Essa impossibilidade, por si só, afasta a viabilidade de indenização por acessões ou
benfeitorias, pois não prescindem da posse de boa-fé (arts. 1.219 e 1.255 do CC). Precedentes do STJ. 6.
Os demais institutos civilistas que regem a matéria ratificam sua inaplicabilidade aos imóveis públicos. 7.
A indenização por benfeitorias prevista no art. 1.219 do CC implica direito à retenção do imóvel, até que
o valor seja pago pelo proprietário. Inadmissível que um particular retenha imóvel público, sob qualquer
fundamento, pois seria reconhecer, por via transversa, a posse privada do bem coletivo, o que está em
desarmonia com o Princípio da Indisponibilidade do Patrimônio Público. 8. O art. 1.255 do CC, que prevê
a indenização por construções, dispõe, em seu parágrafo único, que o possuidor poderá adquirir a
propriedade do imóvel se "a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno".
O dispositivo deixa cristalina a inaplicabilidade do instituto aos bens da coletividade, já que o Direito
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Público não se coaduna com prerrogativas de aquisição por particulares, exceto quando atendidos os
requisitos legais (desafetação, licitação etc.). 9. Finalmente, a indenização por benfeitorias ou acessões,
ainda que fosse admitida no caso de áreas públicas, pressupõe vantagem, advinda dessas intervenções,
para o proprietário (no caso, o Distrito Federal). Não é o que ocorre em caso de ocupação de áreas
públicas. 10. Como regra, esses imóveis são construídos ao arrepio da legislação ambiental e urbanística,
o que impõe ao Poder Público o dever de demolição ou, no mínimo, regularização. Seria incoerente impor
à Administração a obrigação de indenizar por imóveis irregularmente construídos que, além de não terem
utilidade para o Poder Público, ensejarão dispêndio de recursos do Erário para sua demolição. 11.
Entender de modo diverso é atribuir à detenção efeitos próprios da posse, o que enfraquece a
dominialidade pública, destrói as premissas básicas do Princípio da Boa-Fé Objetiva, estimula invasões e
construções ilegais e legitima, com a garantia de indenização, a apropriação privada do espaço público.
12. Recurso Especial provido. (STJ - REsp: 945055 DF 2007/0092986-1, Relator: Ministro HERMAN
BENJAMIN, Data de Julgamento: 02/06/2009, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: --> DJe
20/08/2009)

55 – 2016 – FCC - SEGEP-MA - Procurador do Estado

Conhecida como “Marco Regulatório do Terceiro Setor”, a Lei Federal no 13.019/2014, estabelece normas
gerais para as parcerias entre a Administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua
cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de
atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de
colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação. Ressalvadas as exceções previstas na
mencionada legislação, é obrigatória a adoção do seguinte procedimento prévio para a celebração dos
instrumentos de parceria nela disciplinados:

a) Registro de preços.
b) Chamamento público.
c) Licitação, na modalidade pregão.
d) Licitação, na modalidade concurso.
e) Pré-qualificação das entidades.

COMENTÁRIOS
Foi cobrado o fundamento legal do chamamento público.
Lei n° 13.019/2014 –Art. 24. Exceto nas hipóteses previstas nesta Lei, a celebração de termo de
colaboração ou de fomento será precedida de chamamento público voltado a selecionar organizações da
sociedade civil que tornem mais eficaz a execução do objeto.
§ 1° O edital do chamamento público especificará, no mínimo:
I - a programação orçamentária que autoriza e viabiliza a celebração da parceria;
II - (revogado);
III - o objeto da parceria;
IV - as datas, os prazos, as condições, o local e a forma de apresentação das propostas;
V - as datas e os critérios de seleção e julgamento das propostas, inclusive no que se refere à metodologia
de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos critérios estabelecidos, se for o caso;
VI - o valor previsto para a realização do objeto;
VII - (revogado); a) (revogada); b) (revogada); c) (revogada);
VIII - as condições para interposição de recurso administrativo;
IX - a minuta do instrumento por meio do qual será celebrada a parceria;
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X - de acordo com as características do objeto da parceria, medidas de acessibilidade para pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.
§ 2° É vedado admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo em decorrência de qualquer
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto da parceria, admitidos:
I - a seleção de propostas apresentadas exclusivamente por concorrentes sediados ou com representação
atuante e reconhecida na unidade da Federação onde será executado o objeto da parceria;
II - o estabelecimento de cláusula que delimite o território ou a abrangência da prestação de atividades
ou da execução de projetos, conforme estabelecido nas políticas setoriais.

LETRA B

56 – 2016 - FCC - SEGEP-MA - Procurador do Estado

Uma empresa pública e uma sociedade de economia mista, ambas dedicadas à atividade bancária e
controladas pelo mesmo ente político, decidem, por seus órgãos deliberativos competentes, promover
conjuntamente a criação de uma outra entidade, voltada a prestar serviços de tecnologia da informação
necessários à automação de suas respectivas atividades-fim. A previsão é de que tal entidade contará com a
participação de capital privado em sua composição acionária. Em vista de tais características, é certo tratar-se
de

a) parceria público-privada, na modalidade de concessão administrativa, em que as empresas que


promoveram a criação da nova entidade serão usuárias dos serviços por ela prestados.
b) consórcio público, na modalidade de direito privado, sendo que será constituído por contrato cuja
celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções pelas entidades partícipes.
c) sociedade em comandita por ações, sendo que as empresas estatais figurarão como sócios comanditados e
os eventuais acionistas privados serão os sócios comanditários.
d) agência executiva, visto que se trata de entidade com a finalidade específica de executar tarefas de forma
descentralizada.
e) sociedade subsidiária, sendo que sua criação depende de prévia autorização legislativa.

COMENTÁRIOS
A criação de subsidiária depende de prévia autorização legislativa.

CF/88 - Art. 37. [...] XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

Lei n° 13.303/2016 - Art. 2º [...] § 2o Depende de autorização legislativa a criação de subsidiárias de


empresa pública e de sociedade de economia mista, assim como a participação de qualquer delas em
empresa privada, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos do inciso XX do
art. 37 da Constituição Federal.

LETRA E

57 – 2016 – FCC - PGE-MT – Procurador

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O Estado X pretende criar estrutura administrativa destinada a zelar pelo patrimônio ambiental estadual e
atuar no exercício de fiscalização de atividades potencialmente causadoras de dano ao meio ambiente. Sabe-
se que tal estrutura terá personalidade jurídica própria e será dirigida por um colegiado, com mandato fixo,
sendo que suas decisões de caráter técnico não estarão sujeitas à revisão de mérito pelas autoridades da
Administração Direta. Sabe-se também que os bens a ela pertencentes serão considerados bens públicos.
Considerando-se as características acima mencionadas, pretende-se criar uma

a) agência reguladora, pessoa de direito público, cuja criação se dará diretamente por lei.
b) agência executiva, órgão diretamente vinculado ao Poder Executivo, cuja criação se dará diretamente por
lei.
c) associação pública, pessoa de direito privado, cuja criação será autorizada por lei e se efetivará com a
inscrição de seus atos constitutivos no registro competente.
d) agência executiva, entidade autárquica de regime especial, estabelecido mediante assinatura de contrato
de gestão.
e) fundação pública, pessoa de direito privado, cuja criação será autorizada por lei e se efetivará com a
inscrição de seus atos constitutivos no registro competente.

COMENTÁRIOS
O texto da questão elencou as principais características das agências reguladoras. A agência reguladora
é definida por parte da doutrina como sendo uma entidade administrativa com alto grau de
especialização técnica, instituída sob a forma de autarquia de regime especial, com a função de regular
um setor específico de atividade econômica, ou de intervir em determinadas relações jurídicas
decorrentes dessas atividades.
Fazendo um apanhado de parte da doutrina podemos elencar as principais características das agências
reguladoras:
Podemos apontar como principais características comuns a maior parte das agências: Exercem função
regulatória sobre determinado setor da atividade econômica; Maior autonomia em relação ao Poder
Executivo, se comparada com as demais autarquias integrantes da Administração Indireta; Previsão de
mandato com prazo certo para os dirigentes da entidade; Estabelecimento de fontes próprias de recursos.

LETRA A

58 – 2016 – FCC - PGE-MT – Procurador

A Administração Pública adota várias modalidades de ajustes administrativos para poder executar suas
tarefas. Nesse sentido, segundo a legislação vigente,

a) o contrato de parceria público-privada não é compatível com a cobrança de tarifas dos usuários do serviço
público, sendo suportado exclusivamente pela contrapartida do parceiro público.
b) é denominado contrato de gestão o ajuste celebrado com as organizações da sociedade civil de interesse
público, visando à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das
atividades de interesse público.
c) o regime de empreitada integral, também denominado de turn key, não é admissível, conforme
entendimento do Tribunal de Contas da União, por impedir o adequado controle do dispêndio de recursos
públicos.
d) o chamado contrato de programa é o contrato administrativo em que a Administração defere a terceiro a
incumbência de orientar e superintender a execução de obra ou serviço, mediante pagamento de importância
proporcional ao seu custo total.

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e) é denominado contrato de rateio o ajuste celebrado, em cada exercício financeiro, entre entes participantes
de consórcio público, para fins de alocação de recursos necessários ao desempenho das atividades do
consórcio.

COMENTÁRIOS
Foi exigido o conceito de contrato de rateio.
Lei n° 11.107/2005 - Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público
mediante contrato de rateio.
§ 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência não
será superior ao das dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto
exclusivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados em plano plurianual ou a
gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros preços públicos.

LETRA E

59 – 2016 – VUNESP – IPSMI – Procurador

A respeito da estruturação da Administração Pública brasileira, assinale a alternativa correta.

a) As agências executivas possuem natureza de pessoa jurídica de direito privado, diferenciando-se, assim, das
autarquias e fundações.
b) As agências reguladoras são autarquias com regime jurídico especial, dotadas de autonomia reforçada em
relação ao ente estatal.
c) As empresas públicas estão necessariamente revestidas da forma jurídica de sociedade anônima.
d) Os empregados das empresas estatais estão necessariamente submetidos ao teto remuneratório.
e) As fundações públicas de direito privado, assim como as autarquias, são criadas por lei.

COMENTÁRIOS
Ver comentários à questão 12.

LETRA B

60 – 2016 – CESPE - TJ-AM - Juiz de direito

No que se refere às sociedades de economia mista e às empresas públicas, assinale a opção correta.

a) A pessoa federativa a que estejam vinculadas as sociedades de economia mista possui responsabilidade
solidária quanto aos atos ilícitos praticados por agentes dessas sociedades.
b) A composição do capital das sociedades de economia mista é o resultado da conjugação de recursos
públicos e privados, sendo os recursos privados inadmitidos na composição do capital das empresas públicas.
c) As empresas públicas assumem obrigatoriamente a forma de sociedades anônimas, enquanto as sociedades
de economia mista podem-se revestir de qualquer das formas admitidas em direito.
d) O protesto apresentado por empresa pública federal em execução que tramite na justiça estadual desloca
a competência para a justiça federal.
e) A legislação relativa ao regime falimentar não se aplica às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, assim como os regimes de execução e penhora.

COMENTÁRIOS

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Para facilitar a compreensão do tema seguem os ensinamentos de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo
(Direito Administrativo Descomplicado): “O capital das sociedades de economia mista é
obrigatoriamente formado pela conjugação de capital público e privado, vale dizer, deve haver ações de
propriedade do Estado e ações de propriedade de particulares, pessoas físicas ou jurídicas. É necessário,
porém, que a maioria das ações com direito a voto pertença à pessoa política instituidora, ou a entidade
de sua administração indireta. Por outras palavras, o controle acionário das sociedades de economia
mista deve ser da administração pública (da pessoa política instituidora ou de entidade de sua
administração indireta).
O capital das empresas públicas é integralmente público, isto é, oriundo de pessoas integrantes da
administração pública. Não há possibilidade de participação direta de recursos de particulares na
formação do capital das empresas públicas. É possível, porém, desde que a maioria do capital votante de
uma empresa pública permaneça sob propriedade da pessoa política instituidora, que haja participação
de outras pessoas políticas, ou de entidades das diversas administrações indiretas.”.

LETRA B

61 – 2016 – CESPE - TJ-DFT - Juiz de direito

No que se refere a características e regime jurídico das entidades da administração indireta, assinale a opção
correta.

a) As agências reguladoras são fundações de regime especial, cuja atividade precípua é a regulamentação de
serviços e de atividades concedidas, que possuem regime jurídico de direito público, autonomia administrativa
e diretores nomeados para o exercício de mandato fixo.
b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público com autonomia administrativa, beneficiadas pela
imunidade recíproca de impostos sobre renda, patrimônio e serviços, cujos bens são passíveis de aquisição
por usucapião e cujas contratações são submetidas ao dever constitucional de realização de prévia licitação.
c) As sociedades de economia mista, cuja criação e cuja extinção são autorizadas por meio de lei específica,
possuem personalidade jurídica de direito privado, são constituídas sob a forma de sociedade anônima e
aplica-se ao pessoal contratado o regime de direito privado, com empregados submetidos ao regime instituído
pela legislação trabalhista.
d) As empresas públicas, que possuem personalidade jurídica de direito público, são organizadas sob qualquer
das formas admitidas em direito, estão sujeitas à exigência constitucional de contratação mediante licitação
e têm quadro de pessoal instituído pela legislação trabalhista, cuja contratação condiciona-se a prévia
aprovação em concurso público.
e) As agências executivas são compostas por autarquias, fundações, empresas públicas ou sociedades de
economia mista que celebram contrato de gestão com órgãos da administração direta a que estão vinculadas,
com vistas ao aprimoramento de sua eficiência no exercício das atividades-fim e à diminuição de despesas.

COMENTÁRIOS
A assertiva elencou as principais características das sociedades de economia mista. Para facilitar a
compreensão mencionamos os dispositivos legais correspondentes.
As sociedades de economia mista são criadas e extintas por força de autorização legal (art. 37, XIX, CF/88),
detém personalidade de direito privado, são constituídas sob a forma de S/A (art. 5° do Decreto-lei
200/1967), seu capital é misto (mas a maioria do capital votante é do Poder Público) e seu pessoal é
regido pela CLT (empregados públicos).

LETRA C

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FOCO NA LEI SECA


Em nossos materiais de apoio você encontrará a lei seca com leitura destacada.

MINUTO DO NOVO CPC

LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.

Art. 64 ao 76

LEI SECA

LEI Nº 9.494, DE 10 DE SETEMBRO DE 1997.

CF TODO DIA

Art. 20 ao 23

FOCO NAS SÚMULAS


Amigos,

A fim de evitar a repetição de conteúdo semanal em nossos materiais, criamos um caderno apartado de
súmulas, no qual consta a metodologia de estudo de estudo aplicada.

Vamos juntos!

Equipe AprovaçãoPGE

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RODADA 05 - SEXTA-FEIRA
FOCO NA DOUTRINA
S R DIA DATA TEMA
DIREITO CIVIL
6.1. Direito objetivo. Norma jurídica: características, elementos e
classificação. Fontes do direito.
Vigência, validade, eficácia, aplicação, hierarquia e revogação.
Interpretação das leis. Conflito intertemporal e interespacial das
leis. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
6.2. Direito subjetivo. Faculdades e interesses. Direito adquirido e
1 5 S 04/10 expectativa de direito.
6.3. Pessoas. Nascituro. Pessoa natural: começo, fim,
personalidade, capacidade e legitimidade, cessação da
incapacidade, emancipação, registro civil e nome. Domicílio.
Ausência, morte natural e presumida. Pessoa jurídica: conceito e
classificação. Associações, organizações sociais e organizações
sociais de interesse público. Fundações. Desconsideração da
personalidade jurídica. Direitos da personalidade: direitos à
integridade moral, física e intelectual
PERCENTUAL DE INCIDÊNCIA DO TEMA
13%
SUGESTÃO DE LEITURA PARA REVISÃO
Manual de Direito Civil - Volume Único – Flávio Tartuce
Capítulos 01 e 02 (itens 2.1 a 2.3)
Direito Civil Sistematizado – Cristiano Sobral
https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/7f9e49c12c70b75ad7493d4d19950b46.pdf
Capítulo 01, 02, 03 e 04
ARTIGOS IMPORTANTES
CÓDIGO CIVIL – Art. 2º, Art. 3º, Art. 4º, Art. 05º, Art. 11, Art. 14, Art. 17, Art. 22, Art. 26, Art. 27, Art. 37,
Art. 38, Art. 39, Art. 45, Art. 50, Art. 64, Art. 65, Art. 67, Art. 70, Art. 71, Art. 72, Art. 73.
Muita atenção para a alterações advindas da Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) no
Código Civil.
LINDB, Art. 1º, Art. 2º, Art. 4º, Art. 5º, Art. 6º, Art. 11.
ONDE ESTUDAR O TEMA NO VADE MECUM DE JURISPRUDÊNCIA DIZER O DIREITO?
Direito civil: 1 Direitos da personalidade.

QUAL DEVE SER O FOCO?

1- Constitucionalização do direito civil. Despatrimonialização do direito civil.


2- Vigência da lei no tempo. Ab-rogação e derrogação. Integração do direito
3- Capacidade a aquisição de direitos. Capacidade de fato.
4- Características do direito da personalidade.
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5- Desconsideração da personalidade jurídica do Código Civil

RESUMO DO DIA

1. Lei de introdução às normas do direito brasileiro

A LINDB disciplina o âmbito de aplicação das normas jurídicas, e possui natureza de norma
de sobredireito ou de apoio, consistente no conjunto de regras cujo objetivo é disciplinar as
próprias normas jurídicas, isto é, disciplina a emissão e aplicação de outras normas jurídicas.

1.1. Vigência, aplicação, obrigatoriedade, interpretação e integração das leis

a) VIGÊNCIA: É critério puramente temporal da norma. Trata-se do lapso temporal em que a norma
tem força obrigatória. O início da vigência marca o começo de sua exigibilidade.
ATENÇÃO - VACATIO LEGIS: É o período entre a publicação e o início de vigência da norma. Pode
ser definido como o tempo necessário para que o texto normativo se torne efetivamente
conhecido, e variará de acordo com a repercussão social da matéria.

Decreto-Lei nº 4.657/42: Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o
país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia
três meses depois de oficialmente publicada.

b) Obrigatoriedade: Uma vez publicada a lei, presume-se o conhecimento geral, razão pela qual
ninguém pode descumpri-la alegando que não a conhece:

Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

c) Interpretação: Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma jurídica” (Maria Helena


Diniz).

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I. Classificação quanto ao agente:
 Autêntica ou pública: Apresentada pela via legislativa;
 Judicial: Realizada pelos juízes e tribunais na atividade judicante, ao aplicar a lei na solução
aos casos em julgamento.
 Doutrinária: Proveniente das obras de juristas, a partir de trabalhos teóricos ou pareceres.
 Administrativa, manifestada pelos órgãos da administração pública, ao editar atos
normativos ou julgar processo administrativo.

II. Classificação quanto à natureza:


 Literal ou gramatical: É a extração do sentido da norma através das regras linguísticas;
 Lógica ou racional: É a compreensão da norma por meio de raciocínios lógicos,
analisando as leis e comparando-as com outros trechos, de forma a alcançar a perfeita
compatibilidade;
 Sistemática: Proveniente da consideração do sistema em que se encontra a norma,
relacionando-a com outras concernentes ao mesmo objeto;
 Histórica: Decorrente da análise do processo histórico em que surgiu a lei;
 Teleológica objetiva ou sociológica: É a compreensão da norma com o intuito de
adaptar a sua finalidade às novas exigências sociais. Possui substrato legal, o art. 5º da
LINDB.

III. Classificação quanto à extensão:


 Extensiva ou ampliativa: Forma de interpretação que amplia o sentido da norma além do que
indicam os seus termos;
 Restritiva: Redução da amplitude do preceito, com o objetivo de dar àquela norma aplicação
razoável e justa;
 Declarativa: Extração do sentido da lei sem a necessidade de expansão ou retração do alcance
do enunciado normativo.

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d) Integração: Utilização de mecanismos para suprir as lacunas da lei, quando inexiste norma
aplicável diretamente ao caso concreto. De acordo com os arts. 4º da LINDB, são formas de
integração da lei:
 ANALOGIA;
 COSTUMES;
 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO.

Artigo 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes
e os princípios gerais de direito.

* Importante ressaltar que a EQUIDADE não se encontra nestes artigos, mas alguns
doutrinadores, como Maria Helena Diniz, a inclui nas formas de integração da lei. No Direito
Tributário, é expressa a equidade como forma de integração da lei no art. 108, inciso IV, do
CTN.

ATENÇÃO: A interpretação pode ocorrer sempre, mesmo que a lei seja clara. Em contrapartida, a
integração depende da existência de LACUNAS que, por sua vez, podem ser:
 AUTÊNTICAS (PRÓPRIAS) – ocorrem quando o legislador não identificou uma hipótese.
 NÃO-AUTÊNTICAS (IMPRÓPRIAS) – o legislador previu, mas preferiu não tratar sobre o
assunto.

I. Analogia: É a utilização de uma norma próxima ou semelhante para regular uma situação que
não foi regulamentada pelo direito. Pode ser dividida em:
 Analogia legal – a relação da semelhança toma por base outra lei;
 Analogia iuris – a relação de semelhança é estabelecida com base em outro caso concreto.

ATENÇÃO: ANALOGIA X INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA - Na analogia rompe-se com os limites do


que está previsto na norma, havendo integração da norma jurídica. Na interpretação extensiva
apenas amplia-se o seu sentido.

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II. Costumes: São as práticas e usos reiterados, de conteúdo lícito e com relevância jurídica.
Podem ser:
 Costume segundo a lei: Incide quando há referência expressa ao costume no texto legal.
 Costume na falta da lei: É aplicado quando a lei for omissa, sendo denominado de costume
integrativo.
 Costume contra a lei: É a aplicação do costume contraria a lei. Nesse caso, há abuso de
direito.
III. Princípios gerais do Direito: São as ideias centrais do sistema, estabelecendo suas diretrizes e
dando um conteúdo harmonioso, lógico e racional.

1.2. Antinomias
São o choques de duas normas jurídicas emanadas de autoridade competente. Para a solução
desses conflitos, utilizam-se três critérios:
 Cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior;
 Especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral;
 Hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior.

Atenção: Quanto aos critérios de colisão, as antinomias podem ser classificas em:
 De primeiro grau: o choque envolve apenas um dos critérios de solução de conflito;
 De segundo grau: o choque envolve dois critérios de solução de conflito.

Já quanto à possibilidade ou não de solução do conflito, classificam-se em:


 Aparente: quando, de acordo com
os três critérios de solução, há possibilidade de resolução do conflito;
 Real: não se consegue resolver o conflito.

ATENÇÃO:
 Se houver conflitos de segundo grau envolvendo os critérios cronológico e da
especialidade: prevalecerá o da especialidade – Conflito aparente;

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 Se houver conflitos entre os critérios cronológico e hierárquico: prevalecerá o hierárquico


– Conflito aparente;
 Se houver conflito de segundo grau, envolvendo os critérios da especialidade e
hierárquico: haverá conflito real, pois a doutrina aponta o critério hierárquico como mais
forte e, ao seu turno, o critério da especialidade está na CF/88 (princípio da isonomia). caso
de conflito real Maria Helena aponta duas soluções:
o Legislativa: A edição de uma terceira norma para estabelecer qual prevalecerá;
o Judicial: O aplicador do direito escolherá uma das duas normas, tendo como base
os art. 4º e 5º da LICC – analogia, princípios gerais do direito e função social da
norma.

1.3. Aplicação temporal das normas

A irretroatividade é a regra prevista na LINDB. No entanto, para ser possível, não pode
prejudicar direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. Adota-se a ideia do tempus regit
actum, ou seja, a lei nova não atinge os fatos anteriores ao início de sua vigência. Em consequência,
os fatos anteriores à vigência da lei nova regulam-se não por ela, mas pela lei do tempo em que foram
praticados.
Porém, podem existir hipóteses que se afastem dessa regra, impondo a retroatividade da lei
nova, para alcançar fatos pretéritos ou os seus efeitos. Assim, a doutrina faz uma distinção entre
retroatividade máxima, média e mínima:
 Retroatividade máxima ou restitutória: a lei alcança a coisa julgada (sentença irrecorrível)
ou os fatos jurídicos consumados
 Retroatividade média: a lei nova atinge efeitos pendentes de atos jurídicos verificados antes
dela. A lei nova atinge os direitos exigíveis mas não realizados antes de sua vigência;
 Retroatividade mínima, temperada ou mitigada: a lei nova atinge apenas os efeitos dos
fatos anteriores verificados após a data em que ela entra em vigor. Logo, alcança apenas as
prestações futuras de negócios firmados antes do advento de nova lei.

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1.4. Revogação das leis: É a perda de vigência de uma lei em razão do surgimento de outra lei no
ordenamento, incompatível com a primeira. A revogação pode ser:
 Total (abrogação);
 Parcial (derrogação);
 Expressa: Expressamente exclui lei anterior do ordenamento jurídico;
 Tácita: A nova lei é absolutamente incompatível com a anterior;
 Global: A nova lei disciplina totalmente a matéria disciplinada pela lei anterior;

O QUE É REPRISTINAÇÃO? É POSSÍVEL SUA OCORRÊNCIA?


Repristinação é a restauração da vigência de uma lei anteriormente revogada em
virtude da revogação da lei revogadora. Segundo o art. 2º, §3º,
da LICC, salvo disposição em contrário, a lei revogada NÃO se restaura por ter a
lei revogadora perdido sua vigência

Atenção: Novidade legislativa importante! Lei Federal nº 13.655/2018.

LEI Nº 13.655, DE 25 DE ABRIL DE 2018.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

Art. 1º O Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito


Brasileiro), passa a vigorar acrescido dos seguintes artigos:

“Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores
jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.

Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da


invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das
possíveis alternativas.”
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“Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas
consequências jurídicas e administrativas.

Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar
as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos
interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.”

“Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as
dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
direitos dos administrados.

§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou


norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto,
limitado ou condicionado a ação do agente.

§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida,


os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes do agente.

§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de
mesma natureza e relativas ao mesmo fato.”

“Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou


orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo
condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o
novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e
eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.

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Parágrafo único. (VETADO).”

“Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará
em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de
orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.

Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em


atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda
as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.”

“Art. 25. (VETADO).”

“Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do
direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após
oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes
razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a
legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.

§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo:

I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses


gerais;

II – (VETADO);

III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito


reconhecidos por orientação geral;

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IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções
aplicáveis em caso de descumprimento.

§ 2º (VETADO).”

“Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo
ou da conduta dos envolvidos.

§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu
cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.

§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre
os envolvidos.”

“Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em
caso de dolo ou erro grosseiro.

§ 1º (VETADO).

§ 2º (VETADO).

§ 3º (VETADO).”

“Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa,
salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação
de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão.
Vigência

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§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da
consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver.

§ 2º (VETADO).”

“Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação
das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.

Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em
relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.”

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, salvo quanto ao art. 29 acrescido à Lei
nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), pelo art.
1º desta Lei, que entrará em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação
oficial.

Brasília, 25 de abril de 2018; 197º da Independência e 130o da República.

MICHEL TEMER

1.5. Aplicação do direito público: A Lei nº 13.655/2018 incluiu diversos artigos na Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro que cuidam de regras sobre segurança jurídica e
eficiência na criação e na aplicação do direito público. São normas aplicadas nas esferas
administrativa (como nos processos administrativos), controladora (como o Tribunal de Contas) e
judicial (como nos processos que tramitam perante o Poder Judiciário).
Nesses âmbitos, o art. 20 da LINDB prevê que não se decidirá com base em valores jurídicos
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão, sendo que a
motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação do ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas.

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Desse modo, a decisão administrativa, judicial ou do órgão controlador pode ser
fundamentada em valores jurídicos abstratos, como os princípios constitucionais da isonomia e da
dignidade da pessoa humana, porém o julgador deve esclarecer suas considerações quanto às
consequências práticas da decisão, como, por exemplo, as repercussões econômicas da medida.
Constata-se, ainda, que a norma legal trata expressamente dos corolários do princípio da
proporcionalidade, quais sejam a necessidade e adequação. Assim, a medida deve ser necessária,
não excedendo os limites indispensáveis à conservação do direito, e adequada, mostrando-se
efetivamente apta a alcançar os objetivos pretendidos.
O art. 21 dispõe que:
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo
expresso suas consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso,
indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem
prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que,
em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
Busca-se, assim, uma reflexão aprofundada do julgador sobre as consequências jurídicas e
administrativas de sua decisão, que - ao invalidar ato, contratos, ajuste, processo ou norma
administrativa – atingirá, direta ou indiretamente, a coletividade. Nesse sentido, sendo possível a
regularização, a decisão deverá indicar os meios para tanto, de modo proporcional e equânime e
sem prejuízo aos interesses gerais.
No tocante à interpretação das normas sobre gestão pública, o art. 22 estabelece que serão
considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a
seu cargo, sem prejuízo dos administrados. Dessa maneira, as normas de gestão pública devem ser
interpretadas considerando as peculiaridades de cada ente público, especialmente, por exemplo,
dos Municípios – na maioria das vezes menores e localizados no interior do Estado – onde a
estrutura administrativa e técnica é precária.
Além disso, os parágrafos do art. 22 dispõem que, em decisão sobre regularidade de conduta
ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as
circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente. Na

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aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos
que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
antecedentes do agente, sendo que as sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na
dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.
O art. 23 prevê uma espécie de modulação de efeitos ao prescrever que a decisão
administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre
norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito,
deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou
condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem
prejuízo aos interesses gerais.
Dispõe o art. 24 que:
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver
completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em
mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente
constituídas.
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações
contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa
majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento
público.
Cuida-se de previsão que busca garantir a segurança jurídica às situações constituídas à luz
de um entendimento geral válido.
O art. 26 estabelece que para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação
contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de
consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os
interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação
oficial.
Esse compromisso tem por escopo buscar solução jurídica proporcional, equânime, eficiente
e compatível com os interesses gerais, não podendo conferir desoneração permanente de dever

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ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral e deverá prever com clareza as
obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de
descumprimento.
Consoante o art. 27:
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial,
poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos
resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre
seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso
processual entre os envolvidos.
Com relação à responsabilidade civil do agente público, o art. 28 prevê que o mesmo
responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro
grosseiro. Ressalta-se, contudo, que essa previsão se afasta da regulamentação constitucional que
estabelece a responsabilidade do agente público, somente de forma regressiva, quando tiver agido
com dolo ou culpa. Ademais, o Código de Processo Civil (arts. 143, 181, 184 e 187) possui
dispositivos específicos que tratam da responsabilidade dos magistrados e dos membros do
Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública, o que afastaria a aplicação do art.
28 da LINDB.
O art. 29 estabelece que em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por
autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta
pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será
considerada na decisão. A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais
condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se
houver. Ressalva-se, apenas, que apenas esse dispositivo (art. 29) entrará em vigor após decorridos
180 dias de sua publicação oficial, que ocorreu em 25/04/2018.
Por fim, o art. 30 dispõe que as autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança
jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e
respostas a consultas, sendo que esses instrumentos terão caráter vinculante em relação ao órgão
ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.

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Sugerimos também a leitura dos comentários do Dizer o Direito a respeito da Lei nº 13.655/2018,
que podem ser acessados gratuitamente em
http://www.dizerodireito.com.br/2018/04/comentarios-lei-136552018-que-alterou.html

2. Pessoas Naturais
Pessoa é o ser humano ou entidade com personalidade e aptidão para a titularidade de direitos
e deveres. Nesse sentido, em relação à pessoa natural, é necessário distinguir:

 CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO: Necessária para o indivíduo ser sujeito de direitos


e deveres na ordem privada, Todas as pessoas têm esta capacidade, sem distinção.
 CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO: Aptidão para pessoalmente praticar atos da vida
civil.
 CAPACIDADE CIVIL PLENA: É a reunião das capacidades de direito e de fato em relação a
uma pessoa.

A capacidade NÃO se confunde com personalidade:

“Enquanto a personalidade tende ao exercício de relações existenciais, a capacidade diz


respeito ao exercício de relações patrimoniais. Exemplificando, ter personalidade é titularizar
os direitos da personalidade, enquanto ter capacidade é poder concretizar relações
obrigacionais, como o crédito e o débito. (Nelson Rosenvald)

Personalidade: Está atrelada à tutela e promoção da dignidade da pessoa humana, pela qual se
deve reconhecer ao ser humano um conjunto mínimo de atributos, direitos e garantias sem as quais
não será possível a vida com dignidade. A AQUISIÇÃO DE PERSONALIDADE, nos termos do art. 2º
do CC, ocorre com o nascimento com vida, quando há a separação do ventre materno e o ar entra
nos pulmões.
* A extinção da personalidade ocorre com a morte, conforme art. 6º, do CC/02.

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2.1. Incapacidade: É a ausência da capacidade de fato (e não a capacidade de direito) gera a
incapacidade civil. Pode ser desdobrada em:
Esta incapacidade civil é também desdobrável em incapacidade civil e relativa. Com a lei 13.146/2015,
o Código Civil foi alterado em seus arts. 3º e 4º. Assim, temos:
 Absolutamente incapazes: Atualmente, apenas os menos de 16 (dezesseis anos) são
absolutamente incapazes. Foi retirada a previsão daqueles que, por causa transitória, não
puderem exprimir a sua vontade, e os que, por deficiência mental, não tiverem o
discernimento para a prática dos atos.
 Relativamente incapazes: Com a lei acima aludida, passam a ser:
o Maiores de 16 e menores de 18 anos; - previsão originária;
o Ébrios habituais e viciados em tóxicos; - previsão originária
o Aqueles que, por causa transitória ou permanente, NÃO puderem exprimir a sua
vontade;
o Os pródigos – previsão originária.
* Os atos praticados pelos absolutamente incapazes são NULOS, não podendo ser ratificados, pois tal
vício não convalesce, podendo o juiz assim declará-los de ofício. Protege-se, entretanto, a boa-fé de
terceiros. Os atos civis de seu interesse deverão ser exercidos por seus representantes – pais, tutores
ou curadores.
* Absolutamente incapazes devem ser REPRESENTADOS por quem de direito.
* Mesmo em se cuidando de pessoas absolutamente incapazes, a ordem jurídica reconhece a
possibilidade de que sua vontade seja considerada, nos casos em que envolvidas escolhas
existenciais.
* A vontade dos relativamente capazes tem relevância jurídica, o que possibilita sua atuação direta
nos atos civis, desde que acompanhados de ASSISTENTE, com algumas exceções (ser mandatário,
testemunhar). É causa de anulabilidade dos atos jurídicos.

2.2. Personalidade: Compreende o conjunto de atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em


si e em suas projeções sociais, com o fim de proteger a essência e a existência do ser humano.

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* ATENÇÃO: Embora existam divergências, prevalece o entendimento de que pessoa jurídica possui
direitos da personalidade:

Pessoa jurídica tem direito da personalidade?


A pessoa jurídica tem direitos da personalidade por equiparação, conforme prevê o art.
52. Os danos morais são lesões a direitos da personalidade (danos imateriais).
Súmula 227/STJ – A pessoa jurídica pode sofrer dano moral, pois ela possui direitos da
personalidade.
Gustavo Tepedino entende que dano moral é lesão à dignidade humana. Dessa feita, a pessoa
jurídica não sofreria dano moral. Razão pela qual ele criou uma nova classificação jurídica (dano
institucional).
No entendimento de Tepedino, Barboza e Moraes (2004, p. 134), para as “pessoas jurídicas sem
fins lucrativos deve ser admitida a possibilidade de configuração de danos institucionais, aqui
conceituados como aqueles que, diferentemente dos danos patrimoniais ou morais, atingem a
pessoa jurídica em sua credibilidade ou reputação.”3

a) Características:
 ABSOLUTO: são oponíveis erga omnes, o que NÃO significa que são ilimitáveis. Nesse
aspecto, são relativos, devendo ser ponderados em caso de colisão;
 GERAIS: Outorgados a todas as pessoas;
 EXTRAPATRIMONIAIS: ausência de conteúdo patrimonial direto, aferível objetivamente, a
exemplo dos danos morais;
 INDISPONÍVEIS: Abrangem tanto a INTRANSMISSIBILIDADE (não se admite a cessão do
direito de um sujeito para outro) como a IRRENUNCIABILIDADE (ninguém pode dispor de
sua vida, sua intimidade, sua imagem).
ATENÇÃO: A indisponibilidade é relativa, pois o Código Civil admite restrição voluntaria,
desde que não seja permanente, genérica e não viole a dignidade do titular.
 IMPENHORÁVEL: O direito da personalidade não pode ser penhorados, mas o crédito deles
decorrentes sim.

3
https://jus.com.br/artigos/25004/sobre-dano-e-responsabilidade-civil
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 VITALICIEDADE: Os direitos da personalidade se extinguem com a morte


 IMPRESCRITÍVEIS: Não existe prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo não-uso.

b) Temas Atuais

I. Consenso afirmativo: Direito da pessoa dispor gratuitamente do seu corpo, no todo ou em parte,
para depois de sua morte, com objetivo científico ou terapêutico.

II. Consentimento Informado: Prevê que só pode haver a diminuição permanente da integridade
física se houver exigência médica, que pode ser por motivo de saúde física ou psíquica, o que
abrange as cirurgias plásticas e cirurgias de transgenitalização. Inclusive, especificamente no
tocante à submissão a tratamento médico, o paciente tem direito de saber qual é o tratamento ou
a cirurgia e quais as suas consequências. Conclui-se, portanto, que a responsabilidade do médico é
TÉCNICA + DEVER DE INFORMAÇÃO.

III. Direito ao esquecimento: É o direito que uma pessoa possui de não permitir que um fato, ainda
que verídico, ocorrido em determinado momento de sua vida, seja exposto ao público em geral,
causando-lhe sofrimento ou transtornos. Há um conflito entre a privacidade, honra e intimidade x
informação. O STJ possui julgados entendendo que o ordenamento jurídico tutela o direito ao
esquecimento.
* Curiosidade: O caso paradigma do direito ao esquecimento ocorreu na Alemanha, “Caso Lebach”
- Um assassino de soldados alemães, quando estava próximo a ser libertado, propôs ação para
impedir a divulgação de um documentário sobre o crime. O Tribunal Constitucional Alemão
impediu a exibição do documentário, sob o fundamento de que não havia interesse atual naquela
informação, pois o crime já estava solucionado e julgado, bem como a divulgação causaria
prejuízos à ressocialização do preso que já havia cumprido a pena e pago sua dívida com a
sociedade.
IV. Direito à imagem:

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Informativo 549 STJ: Configura dano moral indenizável a divulgação não autorizada da imagem de
alguém em material impresso de propaganda político-eleitoral, independentemente da
comprovação de prejuízo.
INFORMATIVO 546 STJ: Configura dano moral a divulgação não autorizada de foto de pessoa física
em campanha publicitária promovida por sociedade empresária com o fim de, mediante o
incentivo à manutenção da limpeza urbana, incrementar a sua imagem empresarial perante a
população, ainda que a fotografia tenha sido capturada em local público e sem nenhuma
conotação ofensiva ou vexaminosa. O dano moral decorre do simples uso não autorizado da
imagem.
V. Direito ao nome: É o direito à individualização da pessoa. Subdivide-se em:
 Prenome: Identifica a pessoa e pode ser simples ou composto. Ex: José ou José Maria.
 Sobrenome (ou patronímico) – identifica a origem ancestral, familiar. Ex: Silva.
 Agnome: Partícula diferenciadora que serve para distinguir pessoas pertencentes à mesma
família e com o mesmo nome: Júnior, Filho, Neto, Sobrinho;
 Hipocorístico: É um apelido, uma alcunha que designa alguém pessoal e profissionalmente.
Ex: Xuxa. Não é elemento do nome, embora mereça proteção.
 Pseudônimo: É o nome que identifica alguém tão-somente em sua esfera profissional. Ex:
Bruna Marquezine, embora seu nome verdadeiro seja Bruna Reis Maia. Pelo art. 19 do CC,
o pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Não é
elemento do nome, embora mereça proteção.
2.3. Nascituro: É o ser já concebido, mas que ainda se encontra no ventre materno. Algumas teorias
tentam explicar a proteção jurídica do nascituro:

NATALISTA PERSONALIDADE CONCEPCIONISTA


CONDICIONAL
- A personalidade só inicia - A personalidade civil se - A personalidade jurídica
com o nascimento; inicia com o nascimento se inicia com a concepção,
- O nascituro NÃO pode com vida, mas o nascituro embora alguns direitos só
ser considerado pessoa, titulariza direitos sejam exercitáveis com o
pois só é considerado submetidos à condição nascimento.
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pessoa quem nasce com suspensiva (ou direitos - O nascituro é pessoa


vida. eventuais). desde o momento em que
- O nascituro possui é concebido (o nascituro é
direitos sob condição sujeito de direitos).
suspensiva.

* Qual teoria prevalece?


O CC/02 não deixou clara a teoria adotada, pois o art. 2º menciona tanto o termo “nascimento”,
quanto “concepção”. Porém a teoria concepcionista, que guarda maior compatibilidade a partir de
uma interpretação sistemática e vem sendo adotada pela Jurisprudência, a exemplo da lei de
alimentos gravídicos e de recentes decisões do STJ que admitiram o dano moral ao nascituro e até
mesmo pagamento de DPVAT pela morte de nascituro.

2.4. Emancipação: É uma antecipação da capacidade de fato e NÃO da maioridade, pela qual um
relativamente incapaz torna-se plenamente capaz. Pode ser:
 VOLUNTÁRIA: Decorre de ato unilateral dos pais, ou de um deles na falta do outro, sendo ato
irrevogável. Nessa hipótese, os pais continuam respondendo pelos atos ilícitos dos filhos.
 JUDICIAL: Concedida pelo juiz, ouvido o tutor, desde que o menor tenha pelo menos 16 anos
completos.
 LEGAL: Decorre de previsão legal:
o Casamento: Divórcio, morte do cônjuge ou a anulação do casamento, para o cônjuge
de boa-fé, não geram retorno à menoridade;
o Exercício de cargo ou emprego público efetivo;
o Colação de grau em curso de ensino superior;
o Estabelecimento civil ou comercial ou existência de relação de emprego do maior de
16 anos que gerem economia própria.
2.5. Morte Presumida e ausência

a) Morte Presumida: Ocorre nas seguintes hipóteses:


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 Ausência, nas ocasiões em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva (art. 6º), e;
 Se for extremamente provável a morte para quem estava em perigo de vida e, se alguém,
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o
término da guerra (art. 7º).

ATENÇÃO - COMORIÊNCIA: Se não for possível precisar a ordem cronológica das mortes dos
comorientes (pessoas que morreram em uma mesma situação), a lei prevê a presunção de haverem
falecido no mesmo instante. Se forem parentes, NÃO sucedem um ao outro, abrindo-se cadeias
sucessórias distintas.

b) Ausência: É o desaparecimento de uma pessoa de seu domicílio, sem dar notícias de onde se
encontra, sem deixar procurador para administrar seus bens. Necessita de declaração judicial. Quanto
à tutela dos bens, possui três fases:
 1ª Fase - Curadoria dos bens do ausente: inicia-se com a petição inicial de qualquer
interessado ou do MP. O juiz deverá arrecadar os bens abandonados e nomear curador.
- O curador será, em primeiro lugar, o cônjuge do ausente, desde que não separado
judicialmente ou de fato, por mais dois anos. Subsidiariamente, serão nomeados os
ascendentes e, em seguida, os descendentes.
- Se não houver nenhuma dessas pessoas, o juiz escolherá um curador, responsável pela
administração e conservação do patrimônio do ausente.
 2ª Fase - Sucessão provisória: Ocorre após 01 ano da arrecadação ou, caso o ausente tenha
deixado procurador, passados 03 anos. Consiste em uma administração para preservar os
bens do ausente.
- Depende de pedido dos interessados.
- Se não houver interessados, o MP pode requerer a sucessão provisória.
- A sentença que a determina produz efeitos depois de 180 dias de sua publicação, mas tão
logo transite em julgado, ocorre a abertura do testamento e do inventário, como se o ausente
fosse falecido.
- Se o herdeiro ou interessado não pleitear a abertura do inventário, após 30 dias do trânsito
em julgado, a massa de bens do ausente será considerada como herança jacente.
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- Os herdeiros que se imitirem na posse dos bens devem prestar garantia pignoratícia ou
hipotecária, com exceção do cônjuge, dos ascendentes e dos descendentes.
- Reaparecendo o ausente e provado que a ausência foi injustificada e voluntária, ele perderá
os frutos em favor do sucessor. Não se poderá alienar os imóveis do ausente.
 3ª Fase - Sucessão definitiva: Ocorre após 10 anos do trânsito em julgado da sentença que
concedeu a abertura da sucessão provisória. Na mesma oportunidade, levantam-se as
garantias prestadas.
- Pode ocorrer em menor prazo, se o ausente tinha 80 anos e o seu desaparecimento tenha
ocorrido há pelo menos cinco anos.
- Após o trânsito em julgado da sentença que concede a sucessão definitiva dos bens, declara-
se a morte presumida.
- Retornando o desaparecido ou algum de seus descendentes ou ascendentes, nos 10 anos
seguintes à abertura da sucessão definitiva, receberá os bens nos estado em que se
encontrarem, os sub-rogados em seu lugar ou o preço que os herdeiros houverem recebido.

2.6. Domicílio: Lugar onde a pessoa se fixa com ânimo definitivo.

Moradia, residência e domicílio: Necessária distinção:


 Moradia: Lugar em que a pessoa física se estabelece temporariamente.
 Residência: Lugar onde a pessoa física se estabelece com habitualidade. Uma
pessoa pode ter mais de uma residência.
 Domicílio é o lugar em que a pessoa física fixa residência com ânimo definitivo,
transformando-o em centro de sua vida jurídica e social. O que diferencia
domicílio de residência é o ânimo de permanência, a definitividade.

a) Espécies de domicílio:
 CONVENCIONAL: É aquele que se fixa por ato de vontade própria, ou seja, a pessoa fixa por
ato de vontade, ao se mudar.
 LEGAL OU NECESSÁRIO: Determinado por lei e previsto no artigo 76:
o Incapaz: Domicílio de seu representante ou assistente;
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o Preso: Onde cumpre pena;
o Servidor público: Onde exerce permanentemente as suas funções;
o Militar: Onde está servindo;
o Marítimo: Local da matrícula do navio.
 DE ELEIÇÃO OU ESPECIAL (artigo 78, CC): É o domicílio previsto em um contrato.

3. Pessoas Jurídicas: É o grupo humano criado na forma da lei, e dotado de personalidade jurídica
própria, para a realização de fins comuns.

a) Características:
 Personalidade própria, distinta dos seus membros;
 Patrimônio próprio e independente;
 Possuem estrutura organizacional própria;
 Publicidade de sua constituição.

b) Requisitos para constituição:


 Vontade das partes em criar entidade distinta dos seus membros, materializada no ato de
constituição, que será:
o Estatuto: Se associações;
o Contrato Social: Se sociedades simples ou empresárias;
 Observância das condições legais;
 Objetivos lícitos.

c) Classificação das pessoas jurídicas:


 Corporação (conjunto ou reunião de pessoas): Os seus objetivos são voltados para o bem
dos seus membro e dividem-se em:
o Associações
o Sociedades (simples ou empresárias).
 Fundação (reunião de bens): as fundações têm objetivos externos, estabelecidos pelo
instituidor. Nas fundações o patrimônio é elemento essencial.
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d) Classificação quanto à função:


 Pessoas jurídicas de Direito Público:
o Direito público externo: Estados estrangeiros, inclusive a Santa Sé, bem como todas
as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público, inclusive organismos
internacionais;
o Direito público interno:
 Administração direta: União, Estados, Distrito Federal, Municípios;
 Administração indireta: Autarquias, fundações públicas e demais entidades de
caráter público criadas por lei.
 Pessoas jurídicas de Direito Privado:
o Corporações:
 Associações;
 Sociedades simples e empresárias, incluindo EIRELI;
 Partidos políticos;
 Organizações religiosas;
 Sindicatos;
o Fundações particulares.
ATENÇÃO: As empresas públicas e as sociedades de economia mista, embora façam parte da
administração indireta, são dotadas de personalidade jurídica de direito privado (DL 200/67),
sujeitando-se ao regime próprio das empresas privadas (CF, art. 173, § 1º).

e) Extinção da pessoa jurídica


 Extinção convencional: Ocorre quando os sócios estipulam desfazer a pessoa jurídica
mediante distrato.
 Extinção administrativa: Quando resulta da cassação da autorização de constituição e
funcionamento de determinadas pessoas jurídicas.
 Extinção judicial: Ocorre por meio de processo judicial, com uma sentença.
 Extinção legal: Ocorre quando determinada por lei.
 Extinção pelo decurso do prazo: Quando expira o prazo de sua existência.
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f) Desconsideração da personalidade jurídica

I. Conceito: O Código Civil prevê que as pessoas jurídicas possuem personalidade distinta da dos seus
membros. No entanto, não raramente a regra, tem sido mal utilizada com intenção de prejudicar
terceiros, dando origem à teoria da desconsideração da personalidade jurídica, ou disregard of the
legal entity. Por essa teoria, há o afastamento temporário da personalidade jurídica da entidade, para
permitir que os credores prejudicados possam satisfazer os seus direitos no patrimônio pessoal do
sócio ou administrador que cometeu o ato abusivo.
Com isso, é possível ao juiz, em casos de fraude ou de má-fé, desconsiderar a autonomia
patrimonial das pessoas jurídicas, para atingir e vincular os bens particulares dos sócios à satisfação
das dividas da sociedade.

II. Teoria da Desconsideração da personalidade jurídica no Brasil


 A CC/1916 NÃO previa a desconsideração.
 Na década de 60, Requião foi um dos primeiros autores a defender a desconsideração,
ainda que sem previsão legal.
 CDC em 1990: Foi a primeira lei a prever a desconsideração (art.28);
 Lei 8.884/94 (antiga lei antitruste): Previa a desconsideração;
 Lei 9.605/98 (lei de crimes ambientais): Previa a desconsideração;
 Código Civil 2002: Passou a prever a desconsideração;
 Lei nº 12.529/2011: Passou a ser previsto nos casos de infração à ordem econômica.
- Com o CC/2002, ao prever a aplicação da teoria apenas quando demonstrado o abuso de
personalidade jurídica e caracterizando a ocorrência nos casos de desvio de finalidade e confusão
patrimonial, o CC/02 manteve-se fiel aos postulados fundamentais na disregard doctrine, segundo
André Santa Cruz Ramos.
- O art. 50 do CC é, atualmente, a regra matriz acerca da disregard doctrine no direito brasileiro,
sendo se aplicação obrigatória a todos os casos de desconsideração, SALVO os que possuem leis
especiais:
 Relações de consumo;
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 Crimes ambientais;
 Infrações à ordem econômica.
- A desconsideração da personalidade jurídica, no âmbito das relações civis gerais, está disciplinada
no art. 50 do CC:
Redação Original
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou
do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Redação Atual – Quando for publicado o edital, verifique se a MP 881/2019 foi


convertida em lei.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa
jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer
natureza. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os


patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou


vice-versa; (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

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II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor


proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela Medida


Provisória nº 881, de 2019)

§ 3º O disposto no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica à extensão das obrigações


de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. (Incluído pela Medida Provisória nº
881, de 2019)

§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o
caput não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. (Incluído
pela Medida Provisória nº 881, de 2019)

§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade


original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. (Incluído pela Medida
Provisória nº 881, de 2019)

Desse modo, na desconsideração da personalidade jurídica, o juiz, mediante requerimento,


autoriza que os bens particulares dos administradores ou sócios sejam utilizados para pagar as
dívidas da pessoa jurídica, mitigando, assim, a autonomia patrimonial.
- Somente poderá ocorrer a desconsideração da personalidade jurídica nas relações jurídicas regidas
pelo Código Civil se ficar caracterizado que houve abuso da personalidade jurídica.
O abuso da personalidade jurídica pode ocorrer em duas situações:
 Desvio de finalidade: é o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros utilizando a
autonomia da pessoa jurídica como um escudo;
 Confusão patrimonial: ocorre quando, na prática, não há separação entre o que seja
patrimônio da pessoa jurídica e dos sócios. Ex: todas as despesas pessoais dos sócios são
pagas com o cartão de crédito da empresa, os veículos utilizados são da empresa, os
funcionários fazem serviços pessoais para os sócios etc.

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III. Teorias sobre a desconsideração:


 Teoria Maior: NÃO basta que a Pessoa Jurídica esteja insolvente e, portanto, impossibilitada
financeiramente de cumprir com suas obrigações perante seus credores. Ao lado da
demonstração da insolvência da Pessoa Jurídica, deverá figurar adicionalmente ou o
elemento subjetivo (desvio de finalidade) ou o elemento objetivo (confusão patrimonial).
Adotada no art. 50 do CC;
 Teoria Menor: Adotada no Direito Ambiental e Direito do Consumidor, a personalidade
jurídica será desconsiderada sempre que for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento
de prejuízos causados aos consumidores. Logo, deve provar apenas a insolvência.

ATENÇÃO – MODERNAS TEORIAS SOBRE DESCONSIDERAÇÃO:

 Desconsideração Inversa: Vem sendo aplicada pelo STJ, sobretudo em casos de direito de
família, permitindo ao juiz que autorize a desconsideração da pessoa natural para atingir o
patrimônio da pessoa jurídica da qual ele seja sócio e tenha se utilizado para ocultar bens
pessoais:

CFJ, Enunciado 283 – Art. 50. “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica


denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para
ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros”.

 Desconsideração expansiva da pessoa jurídica: Possibilidade de desconsideração para


alcançar um sócio eventualmente oculto da sociedade, comumente escondido na empresa
controladora. Muito comum nos casos em que pessoa jurídica se vale de “sócio laranja”.
 Desconsideração indireta da personalidade jurídica: Possibilidade de responsabilização da
empresa controladora que utiliza abusivamente a personalidade da empresa controlada para
causar prejuízos a terceiros ou para obtenção de vantagens indevidas.

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CJF, Enunciado 406: “A desconsideração da personalidade jurídica alcança os grupos de
sociedade quando presentes os pressupostos do art. 50 do Código Civil e houver prejuízo para
os credores até o limite transferido entre as sociedades”.

IV. Efeitos da desconsideração da personalidade jurídica da sociedade: A desconsideração da


personalidade jurídica NÃO acarreta o fim da pessoa jurídica, mas possui os seus efeitos adstritos ao
caso concreto em que foi requerida, continuando a sociedade a existir normalmente e a ter os efeitos
da sua personalização respeitados em todas as demais relações jurídicas em que figurar. Há uma
suspensão temporária dos efeitos da personalização num determinado caso específico, não
estendendo os seus efeitos para as demais relações jurídicas das quais a pessoa jurídica faça parte.
ATENÇÃO: A aplicação da teoria da desconsideração NÃO significa a possibilidade de execução de
todos os sócios e/ou administradores da sociedade, indistintamente. Somente serão atingidos
aqueles sócios que se beneficiaram do uso abusivo da pessoa jurídica.
ATENÇÃO: O NCPC trouxe o procedimento de INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA (Arts. 133-137).

Referências Bibliográficas:
Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil.
Nelson Rosenvald. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB.
André Santa Cruz Ramos. Direito Empresarial Esquematizado.

QUESTÕES PROPOSTAS

01 - 2017 - FEPESE - JUCESC - Analista Técnico - Administrativo

Assinale a alternativa correta em relação às pessoas naturais.

a) A menoridade cessa aos dezesseis anos completos.


b) Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
c) A existência da pessoa natural cessa aos dezoito anos de idade.
d) A pessoa natural adquire a personalidade desde a sua concepção.
e) Os menores de dezesseis anos são incapazes relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer.

COMENTÁRIOS
A- CC/2002. Art. 5o: “A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil.”
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B- CC/2002. Art. 1º: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.”
C- CC/2002. Art. 6º: “A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.”
D- CC/2002. Art. 2º: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.”
E- CC/2002. Art. 3º: “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores
de 16 (dezesseis) anos.”

LETRA B

02 - 2016 - FEPESE - Prefeitura de Lages - SC - Procurador

Ocorre a comoriência quando:

a) for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.


b) reconhecida a presunção da morte de pessoas ausentes e a lei autoriza a abertura de sua sucessão
definitiva.
c) alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término
da guerra.
d) dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum precedeu aos
outros, presumindo simultaneamente mortos.
e) cessa, para os menores, a incapacidade pela morte de ambos os pais, ou na falta de um deles, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz.

COMENTÁRIOS
A- CC/2002. Art. 7º: “Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for
extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida".

B- CC/2002. Art. 6º: “A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva".

C- CC/2002. Art. 7º: “Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: (...) II - se alguém,
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 (dois) anos após o término da
guerra.”

D- CC/2002. Art. 8º: “Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar
se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos".

E- CC/2002. Art. 5º: “A menoridade cessa aos 18 (dezoito) anos completos, quando a pessoa fica habilitada
à pratica de todos os atos da vida civil. Parágrafo único: Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela
concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente
de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 (dezesseis) anos
completos".

LETRA D

03 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Analista Legislativo

É correto afirmar sobre a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.


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a) A sanção da lei pelo Chefe do Poder é o termo inicial para o início da vigência da lei no território em que a
legislação houver sido editada.
b) A vigência da lei municipal, quando admitida, na União, nos Estados e no Distrito Federal se inicia três meses
depois de oficialmente publicada.
c) A obrigatoriedade da lei brasileira passa a viger, no exterior, seis meses depois de oficialmente publicada.
d) A vigência da lei depende da sua publicação oficial, que deverá ocorrer quarenta e cinco dias após a sua
aprovação pelo legislativo.
e) A lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

COMENTÁRIOS
A- LINDB/2010. Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada.”
B- LINDB/2010. Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada. § 1º: Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira,
quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.”
C- LINDB/2010. Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada. § 1º: Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira,
quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.”
D- LINDB/2010. Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada.”
E- LINDB/2010. Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada.”
LETRA E

04 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Analista Legislativo

De acordo com a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, as correções a texto de lei já em vigor
consideram-se:

a) lei nova.
b) lei reguladora.
c) emenda corretiva.
d) emenda legislativa.
e) substitutivo legislativo.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:

LINDB/2010.
Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada. (...)
§ 4º: As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.”

LETRA A

05 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Analista Legislativo

A revogação tácita de uma lei ocorre quando:


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a) o prazo de vigência da lei revogada tenha expirado.


b) ocorrer nova publicação de seu texto antes da sua entrada em vigência.
c) a lei posterior revoga a anterior expressamente
d) a lei revogadora restaura os efeitos da de outra lei que havia perdido a vigência.
e) a lei posterior seja incompatível com a lei vigente.

COMENTÁRIOS
A- LINDB/2010. Art. 2º, § 3º: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.”
B- LINDB/2010. Art. 1º, § 4º: “As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.”
C- LINDB/2010. Art. 2º, § 1º: “A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.”
D- LINDB/2010. Art. 2º, § 3º: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.”
E- LINDB/2010. LINDB/2010. Art. 2º, § 1º: “A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior.”

LETRA E

06 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Analista Legislativo

A lei, quando passa a ter vigência no ordenamento jurídico, possui efeito geral e imediato. Contudo, em
relação a situações já consumadas segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou ela não produzirá seus
efeitos.

Assinale a alternativa que indica corretamente o nome desse instituto.

a) direito adquirido
b) coisa julgada formal
c) coisa julgada material
d) ato jurídico perfeito
e) ato administrativo

COMENTÁRIOS
A- LINDB/2010. Art. 6º, § 2º: “Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por
ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.”

B- LINDB/2010. Art. 6º, § 3º: “Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba
recurso.”
Coisa Julgada Formal consiste na proibição de reabertura e redecisão de um processo já encerrado (ou
da fase cognitiva processual já encerrada), de forma que, toda sentença, seja de mérito ou não, faz coisa
julgada formal, pois sempre veicula comando que encerra o processo como um todo ou sua fase cognitiva.

C- LINDB/2010. Art. 6º, § 3º: “Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba
recurso.”

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CPC/2015. Art. 502: “Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a
decisão de mérito não mais sujeita a recurso.”

D- LINDB/2010. Art. 6º, § 1º: “Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao
tempo em que se efetuou.”

E- Não é o caso!

LETRA D

07 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Analista Legislativo

A lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, salvo previsão expressa. Assinale a
alternativa que indica corretamente o nome desse instituto cuja Lei de Introdução às normas do Direito
Brasileiro veda a sua aplicação.

a) revogação
b) derrogação
c) subrogação
d) repristinação
e) efeito translativo

COMENTÁRIOS
A- A revogação é o fenômeno pelo qual uma lei perde a sua vigência. LINDB/2010. Art. 2º: “Não se
destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1º: A lei posterior
revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2º: A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou
especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 3º: Salvo disposição em contrário,
a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

B- A revogação total denomina-se ab-rogação e a revogação parcial da lei denomina-se de derrogação.

C- Para Roberto Gonçalves (2004), subrogação é a substituição de uma pessoa, ou de uma coisa, por outra,
com relação jurídica. Neste caso a coisa que torna o lugar da outra fica com os mesmos ônus e atributos da
primeira. É o que ocorre, por exemplo, na sub-rogação do vínculo da inalienabilidade, em que a coisa
gravada e pelo testador ou doador é substituída por outra, ficando esta sujeita àquela restrição (art.1911,
do CC, parágrafo único).

D- A repristinação é o instituto jurídico pelo qual a norma revogadora de uma lei, quando revogada, traz
de volta a vigência daquela que revogada originariamente. LINDB/2010. § 3º: “Salvo disposição em
contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.”

E- Alguns autores, como é o caso de Nelson Nery, chamam a profundidade do efeito devolutivo de Efeito
translativo, embora sejam essencialmente a mesma coisa. Segundo o autor supracitado, este fenômeno
ocorre toda vez que o Tribunal apreciar questão fora dos limites impostos pelo recurso.

LETRA D

08 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Procurador Municipal


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É correto afirmar sobre a emancipação:

a) Com a emancipação cessam os efeitos da menoridade.


b) A incapacidade de fato ou de exercício é afastada por meio da emancipação.
c) O emancipado adquire direitos ativos e passivos após a sua declaração.
d) A emancipação autoriza o emancipado a ocupar cargo ou emprego público, em comissão.
e) A menoridade penal é reduzida com a declaração da emancipação civil.

COMENTÁRIOS
A- A EMANCIPAÇÃO FAZ CESSAR A INCAPACIDADE, NÃO FAZ CESSAR A MENORIDADE. O que ocorre com a
emancipação é a antecipação da capacidade de fato (para a prática de atos da vida civil). Todavia, não há
antecipação da maioridade. CC/2002. Art. 5º: “A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a
incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos;”
B- CC/2002. CC/2002. Art. 5º: “A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a
incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
tiver dezesseis anos completos;”

C- O emancipado já tinha os direitos enquanto incapaz, a emancipação apenas deu-lhe a capacidade para
exercê-los autonomamente.

D- O critério da Lei 8112/90 é o biológico: Art. 5º: “São requisitos básicos para investidura em cargo público:
(...) V - A IDADE MÍNIMA DE DEZOITO ANOS.”

E- O critério do o Código Penal é meramente biológico.

LETRA B

09 - 2015 - FEPESE - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Procurador Municipal

Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Civil Brasileiro.

a) Incumbirá a Defensoria Pública do Estado em que estiver sediada a Fundação, a sua curadoria.
b) São pessoas jurídicas de direito público interno as fundações, as autarquias, inclusive as associações
públicas.
c) As fundações somente poderão ser constituídas para fins religiosos, morais, culturais ou assistenciais.
d) As associações constituem-se pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
e) São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento dos partidos políticos, sendo
vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos.

COMENTÁRIOS
A- Não há previsão. CC/2002. Art. 66: “Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde
situadas.”

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B- Fundações não são pessoas jurídicas de direito público interno. CC/2002. Art. 41: “São pessoas jurídicas
de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.”

C- As fundações podem ser constituídas para outros diversos fins. CC/2002. Art. 62, parágrafo único: “A
fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão,
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas; e
X – (VETADO).”

D- CC/2002. Art. 53: “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.”

E- CC/2002. Art. 44, § 1º: “São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos
constitutivos e necessários ao seu funcionamento. § 2º: As disposições concernentes às associações
aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. §
3º: Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.”

LETRA D

10 - 2014 - FEPESE - Prefeitura de Florianópolis - SC - Auditor Fiscal

Assinale alternativa correta de acordo com a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro

a) A lei revogada tem seus efeitos restaurados quando a lei revogadora perder a vigência.
b) A obrigatoriedade da lei brasileira, nos estados estrangeiros, inicia três anos depois de oficialmente
publicada.
c) A lei começa a vigorar em todo o país, impreterivelmente, dentro de quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
d) Não se consideram lei as correções a texto de lei já em vigor.
e) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue

COMENTÁRIOS
A- LINDB/2010. Art. 2º, § 3º: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência."

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B- LINDB/2010. Art. 1º, § 1º: “Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada."

C- LINDB/2010. Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada."

D- LINDB/2010. Art. 1º, § 4º: “As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova."

E- LINDB/2010. Art. 2º: “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue."

LETRA E

11 - 2013 - FEPESE - JUCESC - Analista Técnico em Gestão de Registro Mercantil - Analista Técnico
Administrativo

De acordo com o Código Civil brasileiro, é correto afirmar sobre as pessoas jurídicas:

a) O Ministério Público estadual velará pelas fundações e pelas associações.


b) São pessoas jurídicas de direito privado as associações, as sociedades e as autarquias.
c) São pessoas jurídicas de direito público interno as organizações religiosas e os partidos políticos.
d) As associações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência
e) Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito
do ato respectivo, contados da publicação de sua inscrição no registro.

COMENTÁRIOS
A- CC/2002. Art. 66: “Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.”

B- CC/2002. Art. 41: “São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.”

C- CC/2002. Art. 44: “São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos;
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

D- CC/2002. Art. 62, parágrafo único: “A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais,
culturais ou de assistência.”

E- CC/2002. Art. 45, parágrafo único: “Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
no registro.”
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LETRA E

12 - 2013 - FEPESE - DPE-SC - Analista Técnico

Assinale a alternativa correta.

a) A lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias após a sua sanção.
b) Não se consideram lei nova as correções a texto de lei já em vigor.
c) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a equidade, a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.
d) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica
a lei anterior.
e) Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia noventa dias depois
de oficialmente publicada.

COMENTÁRIOS
A-LINDB/2010. Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada.”
B- LINDB/2010. Art. 1º, § 4º: “As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova."

C- LINDB/2010. Art. 4º: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.”

D- LINDB/2010. Art. 2º, § 2º: “A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.”

E- LINDB/2010. Art. 1º, § 1º: “Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada."

LETRA D

13 - 2013 - FEPESE - DPE-SC - Analista Técnico

Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Civil brasileiro.

a) Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome, sobrenome e pseudônimo.
b) O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham
ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
c) O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome, exceto quanto a sua
utilização em publicações comerciais.
d) É facultada a utilização de nome alheio em propaganda comercial, desde que não haja exposição de sua
honra.
e) Violado direito personalíssimo do morto, a legitimação para requerer a medida projetiva é exclusiva do
cônjuge sobrevivente.

COMENTÁRIOS
A- CC/2002. Art. 16: “Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.”

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B- CC/2002. Art. 17: “O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou
representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.”

C- CC/2002. Art. 19: “O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.”

D- CC/2002. Art. 18: “Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.”

E- CC/2002. Art. 12: “Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de morto,
terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente
em linha reta, ou colateral até o quarto grau.”

LETRA B

14 - 2013 - FEPESE - DPE-SC - Analista Técnico

Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Civil brasileiro.

a) A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito seis meses após a sua
publicação.
b) Em caso de ausência, apenas o cônjuge do ausente será o seu legítimo curador.
c) Falecendo dois ou mais indivíduos na mesma ocasião, presumir-se-á morto em primeiro o mais velho.
d) A morte, quanto aos ausentes, somente será declarada cento e oitenta dias após a conclusão da sucessão
definitiva.
e) Caso seja extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida, poderá ser declarada a sua
morte presumida, sem decretação de ausência.

COMENTÁRIOS
A- CC/2002. Art. 28: “A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito
cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à
abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.”

B- CC/2002. Art. 25: “O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato, por
mais de dois anos, antes da declaração de ausência, será o seu legítimo curador.
§1º- Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incube aos pais ou aos descendentes, nesta
ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§2º- Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§3º- Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.”
C- CC/2002. Art. 8º: “Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se
algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.”
D- CC/2002. Art. 37: “Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da
sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções
prestadas.”
E- CC/2002. Art. 7º: “Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.”

LETRA E

15 - 2013 - FEPESE - DPE-SC - Analista Técnico


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De acordo com o Código Civil brasileiro, serão registrados no registro público, exceto:

a) os nascimentos, casamentos e óbitos.


b) a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz.
c) a interdição por incapacidade absoluta ou relativa.
d) a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
e) as sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o
restabelecimento da sociedade conjugal.

COMENTÁRIOS
A- CC/2002. Art. 9º: “Serão registrados em registro público: I - os nascimentos, casamentos e óbitos;”

B- CC/2002. Art. 9º: “Serão registrados em registro público: (...) II - a emancipação por outorga dos pais ou
por sentença do juiz;”

C- CC/2002. Art. 9º: “Serão registrados em registro público: (...) III - a interdição por incapacidade absoluta
ou relativa;”

D- CC/2002. Art. 9º: “Serão registrados em registro público: (...)IV - a sentença declaratória de ausência e
de morte presumida.”

E- CC/2002. Art. 10: “Far-se-á averbação em registro público: I - das sentenças que decretarem a nulidade
ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;”
LETRA E

16 - 2012 - FEPESE - DPE-SC - Defensor Público

Sobre a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é correto afirmar:

a) A lei revogada se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.


b) As correções a texto de lei já em vigor não se consideram lei nova.
c) A lei posterior revoga a anterior apenas quando expressamente o declare.
d) A lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada e se, antes de
entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo continua correndo
da primeira publicação.
e) Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio
de outrem.

COMENTÁRIOS
A- LINDB/2010. Art. 2º, § 3º: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência."

B- LINDB/2010. Art. 1º, § 4º: “As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova."
C- LINDB/2010. Art. 2°, §1°: “A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja
com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.”
B- LINDB/2010. Art. 1º, § 4º: “As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova."

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D- LINDB/2010. Art. 1°: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada. (...) §3° Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da
nova publicação.”

E- LINDB/2010. Art. 6º, § 2º: “Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por
ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.”

LETRA E

17 - 2012 - FEPESE - DPE-SC - Defensor Público

Sobre a ausência, é correto afirmar:

a) Todos os sucessores provisórios do ausente deverão capitalizar metade dos frutos e rendimentos dos bens
do ausente sob sua posse.
b) Todos os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles,
mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
c) Apenas os herdeiros testamentários, uma vez provada essa qualidade, poderão, independentemente de
garantia, entrar na posse dos bens do ausente durante a sucessão provisória.
d) Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus
descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem,
os sub - rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos
bens alienados depois daquele tempo.
e) Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em
se passando três anos, poderão apenas os herdeiros necessários requerer que se declare a ausência e se abra
provisoriamente a sucessão.

COMENTÁRIOS
A- CC/2002. Art. 33: “O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará
seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão
capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o
representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.”

B- CC/2002. Art. 30: “Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da
restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. (...) § 2o Os
ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão,
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.”

C- CC/2002. Art. 30: “Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da
restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. (...) § 2o Os
ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão,
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.”

D- CC/2002. Art. 39: “Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou
algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado
em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados
houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.”
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E- CC/2002. Art. 26: “Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou
representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare
a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.”
Art. 27: “Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.”

LETRA D

18 - 2012 - FEPESE - DPE-SC - Defensor Público

Sobre a pessoa jurídica, é correto afirmar:

a) Os associados devem ter iguais direitos, sendo vedado ao estatuto instituir categorias com vantagens
especiais.
b) Órgão obrigatório nas associações, a assembleia geral tem como competência privativa mínima, prevista
no Código Civil: admitir e destituir os administradores e alterar o estatuto.
c) A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica constitui exceção ao princípio de sua autonomia
patrimonial. O Código Civil, no artigo 50, permite essa desconsideração em caso de abuso da personalidade
jurídica, caracterizada por desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
d) Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela
importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro.
e) Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: seja deliberada por unanimidade
dentre os competentes para gerir e representar a fundação; não contrarie ou desvirtue o fim desta; seja
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri - la, a requerimento do
interessado.

COMENTÁRIOS
A- CC/2002. Art. 55: “Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias
com vantagens especiais.”

B- CC/2002. Art. 59: “Compete privativamente à assembléia geral: I – destituir os administradores; II –


alterar o estatuto.”
C- CC/2002. Art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade,
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.”

D- CC/2002. Art. 56: “A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a
transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou
ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.”
E- CC/2002. Art. 67: “Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja
deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou

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desvirtue o fim desta; III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o
juiz supri-la, a requerimento do interessado.”
LETRA C

19 - 2012 - FEPESE - FATMA - Advogado

Considere as seguintes pessoas jurídicas:

1. Territórios
2. Partidos políticos
3. Associações públicas
4. Organizações religiosas
5. Empresas individuais de responsabilidade limitada

São consideradas pessoas jurídicas de direito privado pelo Código Civil, aquelas indicadas:

a) Apenas no item 5.
b) Apenas nos itens 2 e 4.
c) Apenas nos itens 3 e 5.
d) Apenas nos itens 4 e 5.
e) Apenas nos itens 2, 4 e 5.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E:

CC/2002. Art. 41: “São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.”

CC/2002. Art. 44: “São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos;
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.”

LETRA E

20 - 2010 - FEPESE - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual

Assinale a alternativa incorreta.

a) Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece.


b) A vacatio legis estipulada como regra é de 90 (noventa) dias, quando não houver disposição em contrário.

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c) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica
a lei anterior.
d) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com as analogias, os costumes e os princípios gerais
do direto.
e) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

COMENTÁRIOS
A- LINDB/2010. Art. 3º: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.”
B- LINDB/2010. Art. 1°: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada.”

C- LINDB/2010. Art. 2º, § 2º: “A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.”

D- LINDB/2010. Art. 4º: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.”

E- LINDB/2010. Art. 2º: "Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique
ou revogue."

LETRA B

21-2018- FCC- TRT - 6ª Região (PE)- Analista Judiciário - Área Judiciária

Ao dizer que, salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a
vigência, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro está referindo-se à

a) anterioridade legal.
b) resilição.
c) retroação da lei.
d) repristinação.
e) sub-rogação.

COMENTÁRIOS
A- Anterioridade legal é a necessidade de prévia disposição em lei para que exista determinada exigência.
Ex: CF- Art.5º- XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

B- Resilição- na extinção do contrato.


Resilição bilateral- CC- Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Resilição unilateral- CC-Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o
permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.

C- A retroação da lei, em regra, não é permitida no nosso ordenamento, salvo em casos especiais, a exemplo
da possibilidade de beneficiar o réu, no Direito Penal.

D- Verifica-se a repristinação quando uma lei revogada é restaurada por ter a lei revogadora perdido a
vigência.
LINDB- Art.2º, § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.
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E- Sub-rogação é a substituição de uma coisa por outra, com os mesmos ônus e atributos (sub-rogação real)
ou a substituição de uma pessoa por outra, que terá os mesmos direitos e ações daquela (sub-rogação
pessoal) .

Letra D

22- 2018- FCC-TRT - 6ª Região (PE)- Analista Judiciário - Área Judiciária

No tocante aos direitos da personalidade,

a) pode-se exigir a cessação da ameaça ou lesão a direito da personalidade; se pleiteadas perdas e danos, será
vedado requerer outras sanções preventivas ou punitivas.
b) é válida a disposição gratuita do próprio corpo, com objetivo científico, para depois da morte; é defesa a
disposição com objetivo altruístico.
c) é admissível a limitação voluntária do exercício de direitos da personalidade, quaisquer que sejam, embora
sejam intransmissíveis e irrenunciáveis por sua natureza.
d) de acordo com o Código Civil, salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo,
quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes; o ato de
disposição será admitido para fins de transplante, na forma prevista em lei especial.
e) o nome da pessoa não pode ser empregado por ninguém em publicações que a exponham ao desprezo
público, salvo se não houver intenção difamatória ou injuriosa.

COMENTÁRIOS
A- CC- Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas
e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

B- CC- Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no
todo ou em parte, para depois da morte.

C- CC- Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

D- Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.

E- Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que
a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.

Letra D

23-2018- FCC- TRT - 6ª Região (PE)- Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador

No tocante à personalidade e à capacidade, conforme previsão do Código Civil, é correto afirmar:

a) A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, de maneira absoluta, quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão provisória.
b) A personalidade civil da pessoa começa com o registro de seu nascimento no Cartório competente.

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c) São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os ébrios habituais e os viciados
em tóxicos.
d) Entre outros, são incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, aqueles que, por causa
transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade.
e) Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, exclusivamente na hipótese da
extrema possibilidade de morte de quem se encontrava em perigo de vida.

COMENTÁRIOS
A- CC- Art. 6º- A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes,
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

B- CC- Art. 2º- A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde
a concepção, os direitos do nascituro.

C- CC- Art. 4º- São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

D- CC- Art. 4º- São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;

E- CC- Art. 7º- Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o
término da guerra.

Letra D

24- 2018- FCC- TRT - 6ª Região (PE)- Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador

Pedro de Oliveira, maior e capaz, quer acrescer a seu nome o pseudônimo “Marisco”, pois é pescador e deseja
candidatar-se a vereador usando o nome pelo qual é conhecido em Cananeia, o que é notório na cidade,
passando a chamar-se Pedro Marisco de Oliveira. Sua pretensão

a) será indeferida, porque o acréscimo do pseudônimo não é permitido após a maioridade, a fim de resguardar
direitos de terceiros.
b) será indeferida, porque “Marisco” é nome de um animal marinho, não podendo ser utilizado como
pseudônimo
c) poderá ser deferida, mas somente para fins sociais, estritamente, não gozando da proteção legal dada ao
nome na mesma extensão.
d) será indeferida, porque o pseudônimo não tem previsão legal de acréscimo ao nome.
e) poderá ser deferida, gozando o pseudônimo, adotado para atividades lícitas, da mesma proteção que se dá
ao nome.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- CC- Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao
nome.

Letra E

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25 - 2018- FCC DPE-AM- Analista - Ciências Jurídicas

Quanto ao dano moral, considere:

I. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.


II. A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do evento danoso.
III. Não caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
IV. O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de exclusão.
Corresponde a entendimentos sumulados pelo Superior Tribunal de Justiça o que se afirma APENAS em

a) II e III.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e IV.
e) I e II.

COMENTÁRIOS
I- STJ- Súmula 227: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

II- STJ- Súmula 362: A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do
arbitramento.

III- STJ- Súmula 370: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.

IV- STJ- Súmula 402: O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula
expressa de exclusão.

Letra C

26 - 2015 - FCC - TJ-PI - Juiz de direito

Lei nova que estabelecer disposição geral a par de lei já existente,

a) apenas modifica a lei anterior.


b) não revoga, nem modifica a lei anterior.
c) derroga a lei anterior.
d) ab-roga a lei anterior.
e) revoga tacitamente a lei anterior.

COMENTÁRIOS
LINDB - Art. 2º. § 2º: A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.

27 - 2015 - FCC - TJ-PI - Juiz de direito

Em se tratando de morto, para exigir que cesse a ameaça ou a lesão a direito da personalidade, e reclamar
perdas e danos,
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a) terão legitimação o cônjuge sobrevivente, os parentes afins na linha reta e os parentes na linha colateral
sem limitação de grau.
b) não há legitimado, porque essa ação é personalíssima.
c) somente o Ministério Público terá legitimação, porque a morte extingue os vínculos de afinidade e de
parentesco.
d) terá legitimação o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta ou colateral até o quarto grau.
e) terão legitimação somente o cônjuge ou companheiro sobrevivente e os parentes em linha reta.

COMENTÁRIOS
CC - Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e
danos, sem prejuízo de outras sanções estabelecidas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

28 - 2015 - CESPE - TCU - Procurador

A respeito da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e de institutos relacionados às pessoas físicas
e jurídicas, assinale a opção correta à luz da jurisprudência do STJ.

a)Tem caráter absoluto o dispositivo da lei em questão segundo o qual a sucessão por morte ou por anuência
obedece à lei do país em que era domiciliado o falecido ou o desaparecido.
b)Não é possível a supressão do patronímico materno por ocasião do casamento, ainda que sob o fundamento
de que o nome civil é inerente ao direito de personalidade.
c)A dissolução irregular de sociedade é, por si só, causa para a desconsideração da personalidade civil por
configurar desvio da finalidade institucional.
d)É possível hipotecar imóvel de ausente com o fim específico de lhe evitar a ruína, hipótese em que será
necessária ordem judicial.
e)A interdição por incapacidade absoluta demanda registro em registro público, providência que é dispensada
quando se trata de interdição por incapacidade relativa.

COMENTÁRIOS
CC - Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar,
quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.

29 - 2015 - FCC - TJ-AL - Juiz de direito

Os termos que obtiveram na linguagem jurídica um significado específico, como, por exemplo, contrato,
crédito, impugnabilidade, nulidade de um negócio jurídico, herança, legado, são usados nas leis, na maioria
das vezes, com este significado especial. Deste modo, eliminam-se inúmeras variantes de significado do uso
linguístico geral e o círculo dos possíveis significados, adentro do qual se há- se proceder à seleção com base
noutros critérios, estreita-se em grande medida. Com o esclarecimento do uso linguístico jurídico preciso, a
interpretação pode, em certas ocasiões, chegar ao seu termo, a saber, quando nada indicie no sentido de que
a lei se desviou, precisamente nesta passagem, daquele uso.

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(LARENZ, Karl. Metodologia da Ciência do Direito. Tradução de José Lamego.
Fundação CalousteGulbenkian 2. ed. Lisboa, 1989. p. 386)

Esse texto corresponde

a) à interpretação lógica da lei.


b) aos usos e costumes como fonte interpretativa do direito.
c) à interpretação literal da lei.
d) à analogia.
e) à interpretação sistemática da lei.

COMENTÁRIOS
 Literal ou gramatical: É a extração do sentido da norma através das regras linguísticas;
 Lógica ou racional: É a compreensão da norma por meio de raciocínios lógicos, analisando
as leis e comparando-as com outros trechos, de forma a alcançar a perfeita compatibilidade;
 Sistemática: Proveniente da consideração do sistema em que se encontra a norma,
relacionando-a com outras concernentes ao mesmo objeto;
 Histórica: Decorrente da análise do processo histórico em que surgiu a lei;
 Teleológica objetiva ou sociológica: É a compreensão da norma com o intuito de adaptar a
sua finalidade às novas exigências sociais. Possui substrato legal, o art. 5º da LINDB.

30 – 2015 - FCC - TJ-AL - Juiz de direito

São pessoas jurídicas de direito público externo

a) a União e os Estados federados, quando celebram contratos internacionais.


b) somente os organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas.
c) apenas os Estados estrangeiros.
d) os Estados estrangeiros e a União.
e) os Estados estrangeiros e aquelas regidas pelo direito internacional público.

COMENTÁRIOS
CC - Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que
forem regidas pelo direito internacional publico.

31 - 2015 - CESPE - TJ-PB - Juiz de direito

Acerca das pessoas naturais, assinale a opção correta.

a) A emancipação voluntária depende de decisão judicial e de averbação no cartório do registro civil do lugar
onde estiver registrada a pessoa emancipada.
b) A comoriência é a presunção de simultaneidade de óbitos e o seu reconhecimento depende da
demonstração de que os comorientes faleceram nas mesmas condições de tempo e local, não se podendo
comprovar qual morte precedeu às demais.
c) O registro civil das pessoas naturais é obrigatório e tem natureza constitutiva.
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d) A legislação civil brasileira admite o reconhecimento de morte sem a existência de cadáver e sem a
necessidade de declaração de ausência.
e) Os menores de dezesseis anos são absolutamente incapazes, de fato e de direito, e, mesmo que
representados, não têm legitimação para determinados atos.

COMENTÁRIOS
CC – Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes,
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I- se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II- se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 (dois) anos após o
término da guerra;
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de
esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

32 - 2015 - FCC - TJ-SC - Juiz de direito

Deste modo, quando surge no seu logrador um animal alheio, cuja marca conhece, o restitui de pronto. No
caso contrário, conserva o intruso, tratando-o como aos demais. Mas não o leva à feira anual, nem o aplica
em trabalho algum; deixa-o morrer de velho. Não lhe pertence. Se é uma vaca e dá cria, ferra a esta com o
mesmo sinal desconhecido, que reproduz com perfeição admirável; e assim pratica com toda a descendência
daquela. De quatro em quatro bezerros, porém, separa um, para si. É a sua paga. Estabelece com o patrão
desconhecido o mesmo convênio que tem com o outro. E cumpre estritamente, sem juízes e sem
testemunhas, o estranho contrato, que ninguém escreveu ou sugeriu. Sucede muitas vezes ser decifrada,
afinal, uma marca somente depois de muitos anos, e o criador feliz receber, ao invés da peça única que lhe
fugira e da qual se deslembrara, uma ponta de gado, todos os produtos dela. Parece fantasia este fato, vulgar,
entretanto, nos sertões. (Euclides da Cunha – Os sertões. 27. ed. Editora Universidade de Brasília, 1963, p.
101).

O texto acima, sobre o vaqueiro, identifica

a) espécie de lei local, de cujo teor ou vigência o juiz pode exigir comprovação.
b) a analogia, como um meio de integração do Direito.
c) um princípio geral de direito, aplicável aos contratos verbais.
d) o uso ou costume como fonte ou forma de expressão do Direito.
e) a equidade que o juiz deve utilizar na solução dos litígios.

COMENTÁRIOS
Costumes: São as práticas e usos reiterados, de conteúdo lícito e com relevância jurídica. Podem ser:
 Costume segundo a lei: Incide quando há referência expressa ao costume no texto legal.
 Costume na falta da lei: É aplicado quando a lei for omissa, sendo denominado de costume
integrativo.
 Costume contra a lei: É a aplicação do costume contraria a lei. Nesse caso, há abuso de direito.

33 - 2015 - FCC - TCM-RJ - Procurador


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No que concerne às fundações, é INCORRETO afirmar:

a) Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a
propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela,
por mandado judicial.
b) Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de
bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
c) Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não
dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
d) Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma seja deliberada pela unanimidade
dos membros competentes para gerir e representar a fundação, bem como que a reforma não contrarie ou
desvirtue o fim desta.
e) Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua
existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-
se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

COMENTÁRIOS
CC - Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o
qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.

34 - 2015 - FCC - TCE-CE – Procurador

No que concerne à lei e sua vigência,

a) o processo de sua criação passa por duas fases, da elaboração e da promulgação, passando a vigorar após
esta última fase, de imediato ou após o prazo previsto expressamente.
b) em regra, começa a vigorar em todo o país imediatamente após sua publicação.
c) como regra, tem ela caráter permanente, pois se mantém em vigor até que outra a modifique ou revogue.
d) como regra geral, tem efeito repristinatório, ou seja, restaurador da primeira lei revogada pela posterior
que tenha perdido sua vigência.
e) sua revogação só se dará expressamente, não se admitindo revogação tácita em nosso sistema legal pela
dificuldade de sua aplicação aos casos concretos.

COMENTÁRIOS
LINDB – Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou
revogue.

35 - 2015 - FCC - TJ-RR - Juiz de direito

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Considere o seguinte texto: Conforme foi visto, em regra, uma lei só se revoga por outra. Dificilmente,
entretanto, se poderá traçar de imediato a linha divisória entre o império da lei antiga e o da lei nova que a
tenha revogado ou derrogado. Relações jurídicas existirão sempre, de tal natureza, que, entabuladas embora
no regime do velho estatuto, continuarão a surtir efeitos quando o diploma revogador já esteja em plena
vigência. Outras, de acabamento apenas começado, terão sido surpreendidas por nova orientação inaugurada
pelo legislador. Por outro lado, tal pode ser o teor do estatuto novo, que as situações que pretenda abranger
mais parecerão corresponder ao império do diploma revogado. Ora, é exatamente a esse entrechoque dos
mandamentos da lei nova com os da lei antiga, que se denomina conflito das leis no tempo.

(FRANÇA, R. Limongi. Manual de Direito Civil. v. 1. p. 37. 4. ed. Revista dos Tribunais, 1980).

A legislação brasileira sobre essas questões dispõe que

a) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, salvo nas matérias de
ordem pública, em que sempre prevalecerá a lei nova.
b) a lei em nenhuma hipótese terá efeito retroativo, embora nada disponha sobre sua aplicação às situações
pendentes.
c) cabe ao juiz decidir por equidade, nada prescrevendo sobre elas.
d) a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada.
e) a lei terá efeito imediato e geral, proibindo, em qualquer circunstância, sua retroatividade.

COMENTÁRIOS
LINDB - Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.

36 - 2015 - FCC - MANAUSPREV - Procurador Autárquico

A interpretação normativa

a) deve ser realizada, preferencialmente, de maneira sistemática e teleológica, considerando o ordenamento


em que a norma está inserida e a finalidade para a qual se destina.
b) deve ser realizada, em regra, de maneira sistemática, considerando a norma em si mesma, em sua
literalidade, sem levar em conta o ordenamento em que está inserida.
c) teleológica, também chamada de histórica, busca a vontade do legislador no momento da elaboração da
norma.
d) histórica prevalece sobre a sistemática, a qual busca o sentido literal de uma determinada norma.
e) dá-se pela aplicação da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito, em caso de silêncio
eloquente ou de lacuna legal.

COMENTÁRIOS
 Literal ou gramatical: É a extração do sentido da norma através das regras linguísticas;
 Lógica ou racional: É a compreensão da norma por meio de raciocínios lógicos, analisando
as leis e comparando-as com outros trechos, de forma a alcançar a perfeita compatibilidade;
 Sistemática: Proveniente da consideração do sistema em que se encontra a norma,
relacionando-a com outras concernentes ao mesmo objeto;
 Histórica: Decorrente da análise do processo histórico em que surgiu a lei;
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 Teleológica objetiva ou sociológica: É a compreensão da norma com o intuito de adaptar a
sua finalidade às novas exigências sociais. Possui substrato legal, o art. 5º da LINDB.

37 - 2015 - CESPE - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz federal

Se, ao interpretar a lei, o magistrado concluir que a impenhorabilidade do bem de família deve resguardar o
sentido amplo da entidade familiar, abrangendo, além dos imóveis do casal, também os imóveis pertencentes
a pessoas solteiras, separadas e viúvas, ainda que estas não estejam citadas expressamente no texto legal,
essa interpretação, no que se refere aos meios de interpretação, será classificada como

a) sistemática.
b) histórica.
c) jurisprudencial.
d) teleológica.
e) lógica.

COMENTÁRIOS
Interpretação sociológica ou teleológica: tem por objetivo adaptar o sentido ou finalidade da norma às
novas exigências sociais, com abandono do individualismo que preponderou no período anterior à edição
da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Tal recomendação é endereçada ao magistrado no art.
5º da referida lei, que assim dispõe: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se destina
e às exigências do bem comum.

38 - 2015 - FCC - TJ-PE - Juiz de direito

O negócio jurídico celebrado durante a vacatio de uma lei que o irá proibir é

a) anulável, porque assim se considera aquele em que se verifica a prática de fraude.


b) nulo, por faltar licitude ao seu objeto.
c) inexistente, porque assim se considera aquele que tiver por objetivo fraudar lei imperativa.
d) válido, porque a lei ainda não está em vigor.
e) ineficaz, porque a convenção dos particulares não pode derrogar a ordem pública.

COMENTÁRIOS
LINDB - Art. 1°. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois
de oficialmente publicada

CC - Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor
deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos,
produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista
pelas partes determinada forma de execução.

39 - 2015 - FCC - TJ-PE - Juiz de direito


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Segundo a legislação civil vigente,

a) a proteção dos direitos da personalidade é de aplicação irrestrita para as pessoas jurídicas.


b) aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
c) apenas quanto à utilização do nome é que se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos direitos da
personalidade.
d) para caracterização de dano moral à pessoa jurídica é imprescindível que também ocorra dano patrimonial.
e) às pessoas jurídicas não se concede indenização por dano moral.

COMENTÁRIOS
CC - Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

Súmula 227 STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.

O STJ entende que somente a honra objetiva pode ser abalada.


O STF entende que a pessoa jurídica de direito público não pode sofrer dano moral.

40 - 2015 - FCC - TCM-GO - Procurador

Com relação à Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é correto afirmar:

a) A lei nova, por ter efeitos imediatos, aplica-se como regra aos fatos anteriores.
b) A imutabilidade decorrente da coisa julgada material é princípio geral que não admite exceções.
c) Não pode haver retroatividade expressa em nenhuma hipótese ou situação jurídica.
d) Direito adquirido é o que já se incorporou em definitivo ao patrimônio e à personalidade de seu titular, só
se podendo alterar tal situação jurídica por leis ou fatos posteriores.
e) A aplicabilidade geral e imediata da lei nova deve também respeitar o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.

COMENTÁRIOS
LINDB – Art. 6°. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.

41 - 2015 - FCC - TCM-GO – Procurador

Quanto aos direitos da personalidade,

a) sua indisponibilidade é absoluta, por não serem passíveis de transmissão a nenhum título.
b) seu exercício, como regra, pode sofrer limitação voluntária, por ser personalíssimo.
c) são eles objeto de rol taxativo, limitando-se aos que foram expressamente mencionados e disciplinados
constitucionalmente e no atual Código Civil.
d) embora sejam eles, em regra, personalíssimos, e portanto intransmissíveis, tem-se que a pretensão ou
direito de exigir a sua reparação pecuniária, em caso de ofensa, quando já ajuizada ação, transmite-se aos
sucessores do ofendido.
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e) não são passíveis de penhora, seja quanto aos direitos em si, seja quanto a seus reflexos de ordem
patrimonial, por não serem passíveis de cessão.

COMENTÁRIOS
CC - Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e
danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

42 - 2015 - FCC - TCM-GO – Procurador

Considere a seguinte afirmação: “a lei que permite o mais, permite o menos; a que proíbe o menos proíbe o
mais". São elas exemplos de interpretação legal

a) doutrinária.
b) lógico-sistemática.
c) autêntica ou legislativa.
d) sociológica ou teleológica
e) gramatical ou literal.

COMENTÁRIOS
 Literal ou gramatical: É a extração do sentido da norma através das regras linguísticas;
 Lógica ou racional: É a compreensão da norma por meio de raciocínios lógicos, analisando
as leis e comparando-as com outros trechos, de forma a alcançar a perfeita compatibilidade;
 Sistemática: Proveniente da consideração do sistema em que se encontra a norma,
relacionando-a com outras concernentes ao mesmo objeto;
 Histórica: Decorrente da análise do processo histórico em que surgiu a lei;
 Teleológica objetiva ou sociológica: É a compreensão da norma com o intuito de adaptar a
sua finalidade às novas exigências sociais. Possui substrato legal, o art. 5º da LINDB.

43 - 2014 - CESPE - TCE-PB - Procurador

No que se refere às pessoas jurídicas e aos bens, assinale a opção correta.

a) O uso comum dos bens públicos é sempre gratuito.


b) A existência das pessoas jurídicas de direito privado tem início com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando se fizer necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo.
c) Para criar uma fundação, o seu instituidor deve fazer, por escritura pública ou testamento, dotação especial
de bens livres, sendo imprescindível que indique a finalidade a que se destina a fundação, pois, se insuficientes
os referidos bens para constituí-la, estes serão obrigatoriamente incorporados em outra que se proponha ao
mesmo fim
d) Em caso de abuso caracterizado pelo desvio de finalidade, a possibilidade de desconsideração da
personalidade jurídica, para a extensão dos efeitos de certas e determinadas relações de obrigações ao
patrimônio dos administradores da pessoa jurídica, decorre de construção jurisprudencial, não havendo
previsão expressa nesse sentido no atual Código Civil.
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e) Consideram-se benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem, ainda que não decorram
da intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

COMENTÁRIOS
CC/02 - Art. 45: Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder
Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

44 - 2013 - CESPE - TJ-RN - Juiz de direito

Assinale a opção correta a respeito do domicílio.

a) O domicílio das pessoas jurídicas restringe-se ao lugar de funcionamento das respectivas diretorias e
administrações.
b) Aos contratantes não é permitido especificar, nos contratos escritos, o domicílio onde se exercitem e
cumpram os direitos e obrigações dos contratos.
c) Considera-se domicílio da pessoa natural que viva alternadamente em várias residências tão somente o
lugar onde ela permaneça por mais tempo, sendo a pluralidade de domicílios permitida apenas às pessoas
jurídicas.
d) Considera-se o domicílio da pessoa natural que não tenha residência habitual o lugar de seu nascimento.
e) O marítimo, o incapaz, o servidor público, o militar e o preso têm domicílio necessário.

COMENTÁRIOS
CC/02 - Art. 76: Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único: O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o
lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da
Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o
navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

45 – 2016 – FCC - SEGEP-MA - Procurador do Estado

Antes da vigência da Lei nº 13.146/2015, eram considerados absolutamente incapazes aqueles que não
podiam exprimir a vontade, ainda que por causa transitória. Com a vigência da Lei nº 13.146/2015, passaram
a ser considerados absolutamente incapazes apenas os menores de dezesseis anos. Esta mesma lei tratou
como relativamente incapazes aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade. A Lei nº 13.146/2005 tem aplicação

a) imediata, porém não atingindo as pessoas que já não podiam exprimir a vontade quando do início da
vigência da referida norma, as quais continuam a ser consideradas absolutamente incapazes, em razão da
proteção ao direito adquirido.
b) ultrativa, atingindo apenas as pessoas que passaram a não poder exprimir a vontade, por causa transitória
ou permanente, depois do início da vigência da referida norma.
c) imediata, atingindo todas as pessoas que, no início da vigência da referida norma, não podiam exprimir a
vontade, por causa transitória ou permanente, as quais passaram a ser consideradas relativamente incapazes.

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DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO.
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d) imediata, porém não atingindo as pessoas que já não podiam exprimir a vontade, por causa transitória ou
permanente, quando do início da vigência da referida norma, as quais continuam a ser consideradas
absolutamente incapazes, em razão da vedação ao efeito retroativo.
e) imediata quanto às pessoas que, no início da vigência da referida norma, não podiam exprimir a vontade
em razão de causa transitória, e ultrativa em relação às pessoas que não o podiam fazer por causa
permanente, em razão da proteção ao ato jurídico perfeito.

COMENTÁRIOS
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) modificou normas reguladoras da capacidade. E,
tais normas, ao se debruçarem sobre a dimensão existencial da pessoa física, têm eficácia e aplicabilidade
imediatas.

Desta feita, estando em curso um procedimento de interdição - ou mesmo findo - o


interditando (ou interditado) passa a ser considerado, a partir da entrada em vigor da lei,
pessoa legalmente capaz.
Ademais, veja-se o que disciplina a LINDB: “Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados
o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.”.

46 – 2016 – FCC - SEGEP-MA - Procurador do Estado

No cumprimento de sentença condenatória transitada em julgado, de natureza não fiscal nem ligada às
relações de consumo, a Procuradoria do Estado do Maranhão constatou que a empresa X Ltda. não possuía
bens suficientes ao pagamento do débito. Pretendendo a desconsideração da personalidade jurídica da
empresa X, a Procuradoria do Estado do Maranhão deverá, de acordo com o Código Civil, comprovar

a) abuso da personalidade jurídica.


b) que o inadimplemento se deu por ato do cotista majoritário.
c) a mera insolvência.
d) má gestão, ainda que o administrador não tenha dado causa a confusão patrimonial ou a desvio de
finalidade.
e) que a existência da pessoa jurídica dificulta o ressarcimento do erário, apenas.

COMENTÁRIOS
Código Civil - Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade,
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

47 – 2016 – FCC - PGE-MT – Procurador

De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a lei nova possui efeito

a) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o ato jurídico
perfeito e o direito adquirido, incluindo o negócio jurídico sujeito a termo ou sob condição suspensiva.

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DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO.
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b) retroativo, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o ato jurídico
perfeito e o direito adquirido, ao qual não se equiparam, para fins de direito intertemporal, o negócio jurídico
sujeito a termo ou sob condição suspensiva.
c) retroativo, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o ato jurídico
perfeito e o direito adquirido, ao qual se equipara, para fins de direito intertemporal, o negócio jurídico sujeito
a termo, porém não o negócio jurídico sob condição suspensiva.
d) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, ainda que se caracterizem como coisa julgada, ato jurídico
perfeito ou direito adquirido.
e) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a coisa julgada, o ato jurídico
perfeito e o direito adquirido, ao qual se equiparam as faculdades jurídicas e as expectativas de direito.

COMENTÁRIOS
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro:
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como
aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio
de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.

48 – 2016 – CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia

Com base nas disposições do Código Civil, assinale a opção correta a respeito da capacidade civil.

a) Os pródigos, outrora considerados relativamente incapazes, não possuem restrições à capacidade civil, de
acordo com a atual redação do código em questão.
b) Indivíduo que, por deficiência mental, tenha o discernimento reduzido é considerado relativamente
incapaz.
c) O indivíduo que não consegue exprimir sua vontade é considerado absolutamente incapaz.
d) Indivíduos que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a
prática dos atos da vida civil são considerados absolutamente incapazes.
e) Somente os menores de dezesseis anos de idade são considerados absolutamente incapazes pela lei civil.

COMENTÁRIOS
Com as últimas alterações promovidas no instituto da capacidade pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência,
somente os menores de dezesseis anos de idade são considerados absolutamente incapazes pela lei civil.
Observe-se a atual redação dos artigos 3º e 4º do Código Civil:

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos.

Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:


I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
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Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.

49 – 2016 – FCC - Prefeitura de Campinas – SP – Procurador

Lourenço adquiriu imóvel em localidade servida por “Associação de Moradores”, à qual Lourenço não se
associou. Passado um mês em que se instalou no local, Lourenço recebeu, da associação, boleto de cobrança
de taxa de manutenção, à qual não anuiu, bem como comunicado dando conta de que, em Assembleia Geral
realizada um ano antes, decidiu-se que todas as pessoas que se instalassem no bairro seriam obrigadas a pagar
contribuição, independentemente de anuência prévia, tendo em vista a necessidade de custeio de despesas,
dentre as quais a contratação de segurança privada. O estatuto da referida associação nada dispõe sobre a
transmissibilidade da qualidade de associado. De acordo com jurisprudência dominante do Superior Tribunal
de Justiça, referida deliberação

a) atingirá Lourenço, independentemente de qualquer requisito, se comprovado que Lourenço se beneficia


dos serviços mantidos pela Associação de Moradores.
b) não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de moradores não obrigam
os não associados ou que a elas não anuíram.
c) atinge Lourenço, porque a associação impõe, aos associados, direitos e obrigações recíprocos.
d) atinge Lourenço, porque, no silêncio do estatuto, presume-se que a qualidade de associado se transmite
do antigo para o novo proprietário do imóvel.
e) não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de moradores,
independentemente do que dispõe o estatuto, não possuem caráter obrigatório, ainda que os associados
tenham a elas anuído.

COMENTÁRIOS
DIREITO CIVIL. COBRANÇA DE TAXA DE MANUTENÇÃO EM CONDOMÍNIO DE FATO. RECURSO REPETITIVO
(ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ). TEMA 882. As taxas de manutenção criadas por associações de
moradores não obrigam os não associados ou os que a elas não anuíram. REsp 1.280.871-SP e REsp
1.439.163-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min. Marco Buzzi, Segunda Seção,
julgados em 11/3/2015, DJe 22/5/2015.

50 – 2016 – CESPE - TRT- 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Judiciária

Assinale a opção correta, em relação à classificação e à eficácia das leis no tempo e no espaço.

a) Quanto à eficácia da lei no espaço, no Brasil se adota o princípio da territorialidade moderada, que permite,
em alguns casos, que lei estrangeira seja aplicada dentro de território brasileiro.
b) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), em regra, a lei revogada é
restaurada quando a lei revogadora perde a vigência.
c) Por ser o direito civil ramo do direito privado, impera o princípio da autonomia de vontade, de forma que
as partes podem, de comum acordo, afastar a imperatividade das leis denominadas cogentes.
d) A lei entra em vigor somente depois de transcorrido o prazo da vacatio legis, e não com sua publicação em
órgão oficial.

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e) Dado o princípio da continuidade, a lei terá vigência enquanto outra não a modificar ou revogar, podendo
a revogação ocorrer pela derrogação, que é a supressão integral da lei, ou pela ab-rogação, quando a
supressão é apenas parcial.

COMENTÁRIOS
O Brasil adotou o princípio da territorialidade moderada (temperada ou mitigada), segundo o qual não é
absoluta a regra de que a lei nacional tem aplicação dentro do território brasileiro, sendo admitido que, em
certas circunstâncias especiais, a lei estrangeira tenha eficácia dentro do nosso território, sem que isso
comprometa a soberania do país.
Isto pode ser observado no texto da LINDB, que adota, simultaneamente, a territorialidade nos arts. 8º e 9º
e a extraterritorialidade nos arts. 7º e 10.

51 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Judiciária

A respeito da pessoa natural e da pessoa jurídica, assinale a opção correta.

a) São considerados absolutamente incapazes os menores de dezesseis anos de idade, os pródigos e aqueles
que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
b) A dotação especial de bens livres do instituidor para a criação da fundação só tem validade se feita por
escritura pública, sendo vedada a sua instituição mediante testamento.
c) Os partidos políticos, assim como os municípios e a União, são pessoas jurídicas de direito público interno.
d) Ao permitir que o nascituro pleiteie alimentos ao suposto pai, por meio de ação judicial, a lei reconheceu-
lhe personalidade jurídica.
e) No caso de um tutor pretender adquirir para si bens do tutelado, é correto afirmar que aquele tem
capacidade para a prática desse negócio jurídico, mas carece de legitimação para realizar tal aquisição.

COMENTÁRIOS
O conceito de capacidade não se confunde com o de legitimidade ou legitimação. A capacidade é a aptidão
para a prática em geral dos atos jurídicos. Já a legitimação (ou legitimidade) é a aptidão para a prática
de determinados atos jurídicos, uma espécie de capacidade especial exigida em certas situações.

Por mais que tenha capacidade, faltará legitimação para o tutor adquirir para si bens do tutelado:
Código Ciivil - Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:
I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis
pertencentes ao menor;

52 – 2016 – FCC - Prefeitura de São Luis – MA - Procurador Municipal

Tércio, síndico do Condomínio São Luís, promoveu ação contra Cipriano por falta de pagamento de despesas
condominiais. A ação foi promovida, não em nome de Tércio, mas em nome do Condomínio. O polo ativo da
relação jurídica processual foi assim estabelecido porque o condomínio edilício constitui exemplo de

a) ente despersonalizado.
b) sociedade em conta de participação.
c) pessoa física.
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d) sociedade em comum.
e) associação.

COMENTÁRIOS
O condomínio edilício é exemplo de ente despersonalizado. Não possui personalidade jurídica, mas pode
demandar em juízo em busca de direitos que lhe digam respeito (ex: ação de cobrança de cotas
condominiais).

De acordo com o CPC de 2015: Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.

53 – 2016 – FCC - Prefeitura de São Luis – MA - Procurador Municipal

Considerada a eficácia espacial e temporal das leis como regulada na Lei da Introdução às Normas do Direito
Brasileiro:

a) Em decorrência do princípio da obrigatoriedade das leis, relevante estruturante normativa, a lei se aplica a
todos indistintamente, valendo a escusa por desconhecimento legal.
b) A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
c) José, servidor, aposentou-se sob a égide de uma norma vigente na época, tendo preenchido os requisitos
para a concessão do benefício. A referida norma passa a ter nova redação, após a concessão da aposentadoria,
sendo assim lícito ao Estado promover a revisão dos valores concedidos ao beneficiário após nova
regulamentação legal.
d) Salvo disposição contrária, a lei vigorará em todo o país na data de sua publicação.
e) A partir da vigência de uma lei, sua eficácia só poderá ser descontinuada pela revogação por outra, sendo
possível a repristinação tácita, em decorrência do princípio da continuidade das leis.

COMENTÁRIOS
LINDB – Art. 2º, § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

54 – 2016 – CESPE - TJ-AM - Juiz de direito

A respeito da eficácia da lei no tempo e no espaço, assinale a opção correta conforme a LINDB.

a) Para ser aplicada, a norma deverá estar vigente e, por isso, uma vez que ela seja revogada, não será
permitida a sua ultratividade.
b) Tendo o ordenamento brasileiro optado pela adoção, quanto à eficácia espacial da lei, do sistema da
territorialidade moderada, é possível a aplicação da lei brasileira dentro do território nacional e,
excepcionalmente, fora, e vedada a aplicação de lei estrangeira nos limites do Brasil.
c) Quando a sucessão incidir sobre bens de estrangeiro residente, em vida, fora do território nacional, aplicar-
se-á a lei do país de domicílio do defunto, quando esta for mais favorável ao cônjuge e aos filhos brasileiros,
ainda que todos os bens estejam localizados no Brasil.

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d) Não havendo disposição em contrário, o início da vigência de uma lei coincidirá com a data da sua
publicação.
e) Quando a republicação de lei que ainda não entrou em vigor ocorrer tão somente para correção de falhas
de grafia constantes de seu texto, o prazo da vacatio legis não sofrerá interrupção e deverá ser contado da
data da primeira publicação.

COMENTÁRIOS
LINDB - Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o
defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus.
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

55 – 2016 – CESPE - TJ-AM - Juiz de direito

Assinale a opção correta a respeito da pessoa natural e da pessoa jurídica.

a) Será tido como inexistente o ato praticado por pessoa absolutamente incapaz sem a devida representação
legal.
b) Pelo critério da idade, crianças são consideradas absolutamente incapazes e adolescentes, relativamente
incapazes.
c) As fundações são entidades de direito privado e se caracterizam pela união de pessoas com o escopo de
alcançarem fins não econômicos.
d) Para se adquirir a capacidade civil plena, é necessário alcançar a maioridade civil, mas é possível que, ainda
que maior de dezoito anos, a pessoa natural seja incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil.
e) O reconhecimento da morte presumida, quando for extremamente provável a morte de quem estava com
a vida sob risco, independe da declaração da ausência.

COMENTÁRIOS
Código Civil - Art. 7° Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o
término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois
de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

56 - 2017 - VUNESP - TJ-SP - Juiz de Direito

No caso da celebração de um contrato de prestação de serviços vinculados à saúde, a obtenção do


consentimento informado do paciente, destinatário final do atendimento, é

a) subordinada às condições e cláusulas do contrato celebrado, a serem apreciadas em cada caso concreto.
b) obrigatória, tratando-se de obrigação vinculada ao princípio da boa-fé.
c) facultativa e sujeita à aferição de necessidade, a ser feita pelo profissional de saúde.
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d) obrigatória, tratando-se da obrigação principal do contrato celebrado.

COMENTÁRIO
Age com cautela e conforme os ditames da boa-fé objetiva o médico que colhe a assinatura do paciente em
"termo de consentimento informado", de maneira a alertá-lo acerca de eventuais problemas que possam
surgir durante o pós-operatório. (STJ, REsp 1180815-MG, 3ª Turma, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, DJe
26/08/2010)

Os arts. 6º, III, e 46 do CDC instituem o dever de informação e consagram o princípio da transparência, que
alcança o negócio em sua essência, na medida em que a informação repassada ao consumidor integra o
próprio conteúdo do contrato. Trata-se de dever intrínseco ao negócio e que deve estar presente não
apenas na formação do contrato, mas também durante toda a sua execução. O direito à informação visa a
assegurar ao consumidor uma escolha consciente, permitindo que suas expectativas em relação ao produto
ou serviço sejam de fato atingidas, manifestando o que vem sendo denominado de consentimento
informado ou vontade qualificada. Diante disso, o comando do art. 6º, III, do CDC, somente estará sendo
efetivamente cumprido quando a informação for prestada ao consumidor de forma adequada, assim
entendida como aquela que se apresenta simultaneamente completa, gratuita e útil, vedada, neste último
caso, a diluição da comunicação efetivamente relevante pelo uso de informações soltas, redundantes ou
destituídas de qualquer serventia para o consumidor. (STJ, REsp 1144840-SP, 3ª Turma, Rel. Min. NANCY
ANDRIGHI, DJe 11/04/2012)

Enunciado 533 da IV JDC - O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos
concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as
situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos cirúrgicos que não possam ser
interrompidos.
De acordo com as justificativas do enunciado doutrinário, "o crescent reconhecimento da autonomia da
vontade e da autodeterminação dos pacientes nos processos de tomada de decisão sobre questões
envolvidas em seus tratamentos de saúde é uma das marcas do final do século XX. Essas mudanças vêm se
consolidando até os dias de hoje. Inúmeras manifestações nesse sentido podem ser identificadas, por
exemplo, a modificação do Código de Ética Médica e a aprovação da resolução do Conselho Federal de
Medicina sobre diretivas antecipada de vontade. O reconhecimento da autonomia do paciente repercute
social e juridicamente nas relações entre médico e paciente, médico e família do paciente e médico e equipe
assistencial. O art. 1 5 deve ser interpretado na perspectiva do exercício p leno dos direitos da
personalidade, especificamente no exercício da autonomia da vontade. O 'risco de vida' será inerente a
qualquer tratamento médico, em maior ou menor grau de frequência. Por essa razão, não deve ser o
elemento complementar do suporte fático para a interpretação do referido artigo. Outro ponto relativo
indiretamente à interpretação do art. 1 5 é a verificação de como o processo de consentimento informado
deve ser promovido para adequada informação do paci ente. O processo de consentimento pressupõe o
compartilhamento efetivo de informações e a corresponsabilidade na tomada de decisão".

Fonte: Flávio Tartuce – 2016.

LETRA B

57 - 2017 - FCC - TJ-SC - Juiz de Direito

A sucessão por morte ou ausência obedece à lei do país

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a) em que nasceu o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens, mas a
sucessão de bens de estrangeiros, situados no Brasil, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do
de cujus.
b) em que era domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens,
mas a sucessão de bens de estrangeiros, situados no Brasil, será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus.
c) de cuja nacionalidade tivesse o defunto ou o desaparecido, mas a sucessão de bens de estrangeiros, situados
no Brasil, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
d) em que era domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens,
mas a sucessão de bens de estrangeiros, situados no Brasil, será sempre regulada pela lei brasileira, se houver
cônjuge ou filhos brasileiros.
e) de cuja nacionalidade tivesse o defunto, ou desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos
bens, mas a sucessão de bens de estrangeiros, situados no Brasil, será regulada pela lei brasileira em benefício
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, em qualquer circunstância.

COMENTÁRIO
LINDB - Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto
ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus.
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

LETRA B

58 - 2017 - FCC - TJ-SC - Juiz de Direito

Coviello, em seu magnífico Manuale di Diritto Civile Italiano, é quem explica a matéria com maior clareza.
Uma cousa, diz êle, é independer, a obrigatoriedade da lei, do conhecimento dos que lhe estão sujeitos e outra
cousa é poder-se invocar o êrro de direito como pressuposto de certos fatos, dos quais a lei faz derivar
consequências jurídicas. A primeira não comporta dúvidas; a segunda exige um exame, uma indagação.
Quando se admite a possibilidade de se invocar o êrro de direito, tal outro qualquer êrro, como pressuposto
de um fato jurídico, isto não significa que se abra exceção à regra da obrigatoriedade das leis mesmo contra
quem não as conhece.
A única distinção a fazer-se é a relativa ao fim visado por quem alega ignorância ou êrro de direito.”
(Vicente Rao. O Direito e a Vida dos Direitos. 1° volume. tomo I. p. 382. São Paulo, Max Limonad. 1960).
Esse texto

a) aplica-se ao direito brasileiro, porque, embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que não a
conhece, salvo na transação a respeito das questões que forem objeto de controvérsia entre as partes, é
anulável o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou principal do negócio, e não implique
recusa à aplicação da lei.
b) aplica-se ao direito brasileiro porque embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que não a
conhece, é anulável a transação quando o erro de direito foi o motivo, único ou principal, do acordo, sobre as
questões que tiverem sido objeto de controvérsia entre as partes.

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c) não se aplica ao direito brasileiro, porque ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece,
sendo defeso alegar a invalidade de negócio jurídico fundada em erro de direito.
d) aplica-se ao direito brasileiro porque embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que não a
conhece é nulo o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou principal do negócio, salvo,
na transação, a respeito das questões que forem objeto de controvérsia entre as partes.
e) não se aplica ao direito brasileiro, porque quando o erro de direito for o motivo único de negócio jurídico,
admite-se a alegação de desconhecimento da lei que o proíbe.

COMENTÁRIO
LINDB - Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

CC - Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa
controversa.
Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de
controvérsia entre as partes.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do
negócio.
Art. 139. O erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele
essenciais;
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade,
desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio
jurídico.

LETRA A

59 - 2017 - FCC - TJ-SC - Juiz de Direito

De nossa parte, lembramos ainda a já afirmada função identificadora do pseudônimo, relativamente à esfera
de ação em que é usado, o que, sem dúvida, é um traço distintivo do falso nome, que, evidentemente, embora,
em certas circunstâncias, possa vir também a exercer papel semelhante, não é usado com essa finalidade,
senão com a de frustrar qualquer possibilidade de identificação.
(R. Limongi França. Do Nome Civil das Pessoas Naturais. p. 542. 3. ed. São Paulo. Revista dos Tribunais, 1975).
Essa afirmação é

a) compatível com o direito brasileiro, em virtude de omissão da lei a respeito da proteção de pseudônimo,
apenas aplicando-se analogicamente a regra pertinente aos apelidos públicos notórios.
b) parcialmente compatível com o direito brasileiro, que confere proteção ao pseudônimo, em qualquer
atividade.
c) incompatível com o direito brasileiro, que só confere proteção ao pseudônimo em atividades artísticas ou
intelectuais.
d) compatível com o direito brasileiro, porque o pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção
que se dá ao nome.
e) parcialmente compatível com o direito brasileiro, que não distingue a proteção do nome da proteção do
pseudônimo.

COMENTÁRIO
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CC - Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.

O art. 19 do CC consagra expressamente a proteção do pseudônimo, nome atrás do qual se esconde um


autor de obra artística, literária ou científica. Essa proteção não constitui novidade, pois já constava no art.
24, II, da Lei 9.610/1998, que elenca os direitos morais do autor. Aliás, prevê especificamente o art. 27 dessa
lei específica que os "direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis".
Apesar da falta de previsão, deve-se concluir que a proteção constant no art. 1 9 do Código Civil atinge
também o cognome ou alcunha, nome artístico utilizado por alguém, mesmo não constando esse no
registro da pessoa.

Fonte: Flávio Tartuce – 2016

LETRA D

60 - 2017 - FCC - DPE-PR - Defensor Público

A respeito dos direitos fundamentais e dos direitos da personalidade, considere:

I. A vida privada da pessoa natural é inviolável. Logo, a exposição da vida do homem público, ainda que se
trate de notícia verdadeira e útil vinculada a seu papel social, representa violação do direito à privacidade, na
medida em que os direitos da personalidade são irrenunciáveis.
II. A imutabilidade do nome é princípio de ordem pública que visa garantir segurança nas relações jurídicas
nas esferas pública e privada. Por esta razão, o STJ possui jurisprudência dominante no sentido de que não é
possível o cônjuge acrescer o nome de família do outro após a celebração do matrimônio.
III. Desde que gratuita e realizada por pessoa capaz, é lícita a doação de tecidos, de órgãos e de partes do
corpo vivo para transplante em qualquer pessoa, desde que mediante autorização judicial, ressalvado se o
beneficiário for cônjuge ou qualquer parente consanguíneo até o quarto grau, quando, então, basta
autorização, preferencialmente por escrito e diante de testemunhas, indicando especificamente o objeto de
retirada, prescindindo de intervenção judicial.
IV. O Código Civil dispõe que ninguém poderá ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento
médico ou a intervenção cirúrgica. Logo, é juridicamente inválido o termo de consentimento informado,
subscrito por paciente plenamente capaz, quando o procedimento médico tiver risco de gerar seu óbito, ainda
que tenha havido efetivo compartilhamento de informações e a corresponsabilidade na tomada de decisão.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) II e IV.
b) III.
c) IV.
d) I e IV.
e) I, II e III.

COMENTÁRIO
I - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE
CIVIL. NOTÍCIA VEICULADA EM JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO. CRÍTICA
FORMULADA CONTRA SERVIDORA PÚBLICA. ATUAÇÃO DE PROCURADORA EM DEMANDA JUDICIAL.
INEXISTÊNCIA DE OFENSA A DIREITO DA
PERSONALIDADE. VALORAÇÃO PROBATÓRIA. POSSIBILIDADE. QUESTÃO BEM DELINEADA NO
ACÓRDÃO RECORRIDO. RECURSOS DA PARTES RÉS PROVIDOS. PEDIDO JULGADO IMPROCEDENTE.
PREJUDICADO O APELO DA PARTE AUTORA.
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(...) 2. As pessoas consideradas públicas estão sujeitas a maior exposição e suscetíveis a avaliações da
sociedade e da mídia, especialmente os gestores públicos de todas as esferas de poder, mesmo quando
envolvidos em processos judiciais - que, em regra, não correm em segredo de justiça - como partes,
procuradores ou juízes.
3. No caso dos autos, o jornalista apresentou sua opinião crítica
acerca dos argumentos utilizados pela Procuradora da Fazenda
Nacional na contestação apresentada pela União em autos de ação declaratória movida por Inês Etienne
Romeu, sem, contudo, atingir a honra e a imagem da autora. (...)
(AgRg no AREsp 127.467/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 17/05/2016, DJe 27/06/2016)

II – CC - Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes,
companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.

III - Lei 9.434/97 - Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos
e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes
consangüíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa,
mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea.

LETRA B

61 - 2017 - FCC - DPE-PR - Defensor Público

Com base no Decreto-Lei n° 4.657/1942 − Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro − LINDB, é correto
afirmar:
a) As correções de texto, de qualquer natureza, ocorridas após a publicação da lei, não interferem no termo a
quo de sua vigência, na medida em que não se consideram lei nova por não alterar seu conteúdo.
b) A despeito de ser executada no Brasil, a lei brasileira não será aplicada quando a obrigação for constituída
fora do país, pois, para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
c) Os direitos de família são determinados pela lei do país em que domiciliada a pessoa. No caso de nubentes
com domicílio diverso, a lei do primeiro domicílio conjugal regerá tanto os casos de invalidade do matrimônio
quanto o regime de bens.
d) Quando a lei estrangeira for aplicada a demanda judicial no Brasil, ter-se-á em vista somente os dispositivos
invocados pelas partes, inclusive eventuais remissões a outras leis.
e) Compete exclusivamente à autoridade judiciária estrangeira processar e julgar as ações cujo réu possua
domicílio no exterior ou cuja obrigação lá tenha de ser cumprida, ainda que versadas sobre bens imóveis
situados no Brasil.

COMENTÁRIO
A – LINDB – Art. 1o, § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada
a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

B – LINDB - Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta
observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

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C - LINDB - Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro
domicílio conjugal.
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio,
e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

D – LINDB - Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-
se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.

E – LINDB - Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil
ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele
lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta,
quanto ao objeto das diligências.

LETRA C

62 - 2017 - CESPE - TJ-PR - Juiz de Direito

Assinale a opção correta em relação às pessoas naturais e à teoria geral do negócio jurídico.

a) É taxativa, ou seja, não conta com ressalva legal, a regra de que negócio jurídico existente, porém inválido,
não gera efeitos, ainda que tenha sido celebrado de boa-fé pelos contratantes.
b) São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os excepcionais sem
desenvolvimento mental completo.
c) A teoria da personalidade condicional define que haverá elemento acidental no negócio jurídico que
subordine a validade dos direitos de nascituro a evento futuro e incerto.
d) Em algumas situações, o ato-fato jurídico praticado pelo menor absolutamente incapaz produz efeitos.

COMENTÁRIO
Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho - "No ato-fato jurídico, o ato humano é realmente da
substância desse fato jurídico, mas não importa para a norma se houve, ou não, intenção de praticá-lo". (
... ) " Excelente exemplo de ato-fato jurídico encontramos na com pra e venda feita por criança . Ninguém
discute que a criança, ao comprar o doce no boteco da esquina, não tem vontade direcionada à celebração
do contrato de consumo. Melhor do que considerar, ainda que apenas formalmente, esse ato como negócio
jurídico, portador de intrínseca nulidade por força da incapacidade absoluta do agente, é enquadrá-lo na
noção de ato-fato jurídico, dotado de ampla aceitação social ''.

Fonte – Flávio Tartuce – 2016

CC - Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela
Lei nº 13.146, de 2015)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento
reduzido;
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III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - os pródigos.

LETRA D

FOCO NA LEI SECA


Em nossos materiais de apoio você encontrará a lei seca com leitura destacada.

MINUTO DO NOVO CPC

LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.

Art. 77 ao 84

LEI SECA

LEI Nº 8.437, DE 30 DE JUNHO DE 1992.

CF TODO DIA

Art. 24 ao 29

FOCO NAS SÚMULAS


Amigos,

A fim de evitar a repetição de conteúdo semanal em nossos materiais, criamos um caderno apartado de
súmulas, no qual consta a metodologia de estudo de estudo aplicada.

Vamos juntos!

Equipe AprovaçãoPGE

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RODADA 06 - SÁBADO
MÓDULO 01
S ROD. D TEMA DO DIA
1 6 D DIA LIVRE PARA REVISÃO DA SEMANA

Utilize o sábado para descansar e revisar temas estudados na semana.


As únicas metas obrigatórias são a leitura da lei seca e a leitura das súmulas.

FOCO NA LEI SECA


Em nossos materiais de apoio você encontrará a lei seca com leitura destacada.

MINUTO DO NOVO CPC

LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.

Art. 85 ao 97

LEI SECA

DECRETO-LEI Nº 779, DE 21 DE AGOSTO DE 1969.

CF TODO DIA

Art. 29-A ao 36

FOCO NAS SÚMULAS


Amigos,

A fim de evitar a repetição de conteúdo semanal em nossos materiais, criamos um caderno apartado de
súmulas, no qual consta a metodologia de estudo de estudo aplicada.

Vamos juntos!

Equipe AprovaçãoPGE

MATERIAL INDIVIDUAL – INTRANSFERÍVEL – PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO 443

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SEMANA 01 - GRATUITA

RODADA 07 - DOMINGO
MÓDULO 01
S ROD. D TEMA DO DIA
1 7 D DIA LIVRE PARA REVISÃO DA SEMANA

Utilize o domingo para descansar e revisar temas estudados na semana.


As únicas metas obrigatórias são a leitura da lei seca e a leitura das súmulas.

FOCO NA LEI SECA


Em nossos materiais de apoio você encontrará a lei seca com leitura destacada.

MINUTO DO NOVO CPC

LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.

Art. 98 ao 102

LEI SECA

LEI Nº 9.469, DE 10 DE JULHO DE 1997 – Apenas o art. 5º.

CF TODO DIA

Art. 37 ao 39

FOCO NAS SÚMULAS


Amigos,

A fim de evitar a repetição de conteúdo semanal em nossos materiais, criamos um caderno apartado de
súmulas, no qual consta a metodologia de estudo de estudo aplicada.

Vamos juntos!

Equipe AprovaçãoPGE

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ANEXO DA SEMANA 01
EMENTA N.° 12.0224

Improbidade administrativa. Celebração de acordo com pessoa física


(agente público ou terceiro). Possibilidade. Mitigação do artigo 17, § 1°,
da Lei federal 8.429/92. Revisão da Ementa 11.829 desta Procuradoria
Geral do Município. Estabelecimento de condições que garantam
segurança jurídica ao ajuste.

Processo nº 6021.2019/0001309-7

INTERESSADOS: XXXX EDITADO XXXX

ASSUNTO: Improbidade administrativa. Ação ajuizada pelo Ministério Público. Adesão do Município ao polo ativo.
Proposta de autocomposição formulada pelos demandados. Parecer da Procuradoria Geral do Município vedando
acordo em improbidade com pessoa física. Revisão.

Informação n° 1.054/2019-PGM.AJC

PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO

ASSESSORIA JURÍDICO-CONSULTIVA

Senhor Procurador Assessor Chefe

Trata-se de proposta de autocomposição formulada pelos interessados (o ex-auditor fiscal tributário municipal
XXXX EDITADO XXXX), réus em ação de improbidade administrativa interposta pelo Ministério Público, que lhes
imputou a conduta prevista no artigo 9°, VII, da Lei federal 8.429/92 (autos n.° 101561155.2016.8.26.0053, 1ª Vara
da Fazenda Pública). No âmbito de tal demanda, o Município aderiu ao polo ativo.

Pronunciado-se a respeito, o Departamento de Procedimentos Disciplinares (PROCED) suscitou o entendimento


desta Procuradoria Geral do Município vertido no parecer ementado sob o n. 11.829 (Informação 120/2018-
PGM.AJC), no sentido da impossibilidade de acordo com pessoa física em improbidade administrativa.

PROCED aponta, contudo, que os termos da proposta já foram discutidos com o Parquet, que admitiu a viabilidade
jurídica do acordo. Diante disso, o Departamento encaminha o presente, para ciência e deliberação.

É o relatório do quanto necessário.

Conforme apontado pelo PROCED, vige no âmbito da Procuradoria Geral do Município posição segundo a qual resta
defesa a celebração de acordo com pessoa física, ante a vedação do artigo 17, §1°, da Lei federal 8.429/92. Trata-
se de entendimento incorporado no parecer ementado sob o n. 11.829, in verbis:

4
http://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/parecer-procuradoria-geral-do-municipio-pgm-12022-de-14-de-agosto-de-
2019
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Ementa 11.799. Improbidade administrativa. Mitigação da vedação prevista no artigo 17, §1°, da Lei Federal
8.429/92 pela edição da Lei Federal 12.846/13. Celebração de acordo com pessoa física. Impossibilidade. Ausência
de fundamento legal.

Consigne-se que referido parecer decorreu da mesma ação tratada no presente (autos 1015611-55.2016.8.26.0053,
1ª Vara da Fazenda Pública), bem como das mesmas pessoas físicas (XXXX EDITADO XXXX). A rigor, portanto, já
houve deliberação por esta Procuradoria Geral do Município em relação ao presente expediente. No entanto, o
Departamento de Procedimentos Disciplinares renova a pretensão dos interessados na concretização do ajuste,
que detém o aval do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio da Promotoria de Justiça do Patrimônio
Público e Social.

Convém, diante desse cenário, traçar um panorama dos entendimentos desta Procuradoria Geral a propósito da
vedação contida no artigo 17, § 1°, da Lei 8.429/92. Em um primeiro momento, a Coordenadoria Geral do
Consultivo, no âmbito do robusto e consistente parecer ementado sob o n.° 11.799, expediu posição pela qual a
prescrição do artigo 17, § 1°, da LIA foi atenuada pelas Leis 12.846/13 e 13.140/15. É o que se extrai da ementa a
seguir:

Improbidade administrativa. Proposta de acordo. Vedação prevista no artigo 17, § 1°, da Lei Federal n° 8.429/92.
Mitigação pelas Leis Federais n° 12.846/13 e n° 13.140/15. Posicionamento favorável da doutrina e de entidades e
órgãos públicos, como Ministério Público, Advocacias Públicas e órgãos de controle interno. Possibilidade de
celebração de acordo de leniência e TAC. Vedação a acordo inominado. Observância dos critérios e métodos da Lei
Federal n° 12.846/13.

Em síntese, a argumentação geral lançada girou na órbita da importância crescente da Administração Consensual,
que vem reenquadrando diversos paradigmas do direito público, entre os quais a absoluta vedação de acordo em
improbidade administrativa.

De modo específico, a consensualidade mostra-se integrada ao sistema, haja vista a sua assimilação pelo próprio
direito penal, que alberga uma das manifestações mais contundentes do regime jurídico-repressivo. Conforme
exposto por esta Coordenadoria Geral do Consultivo no aludido parecer:

Dentre todas as sanções, as penais são as mais graves justamente por se valer o ordenamento jurídico do direito
penal apenas quando não se mostrar capaz de tutelar certo bem jurídico por outros modos (por isso ser o direito
penal ultima ratio).

Ora, compreendendo-se o ordenamento jurídico como um sistema , se sanções de tal gravidade podem ser objeto
de transação ou acordo, não se mostra coerente a sua vedação em casos de menor gravidade e relacionados a
sanções de natureza civil, como na hipótese de improbidade administrativa. 1

Outros paralelos traçados por esta PGM, com assento em relevantes alterações normativas, foram os seguintes:

(a) a edição da Lei Federal n° 12.846/13, que previu a possibilidade de ser celebrado acordo de leniência em casos
de prática de atos lesivos à Administração Pública nacional ou estrangeira por sociedades simples ou empresarias;

(b) a edição da Lei Federal n° 13.140/15, que trata da mediação entre particulares e da autocomposição de conflitos
em que for parte pessoa jurídica de direito público.

Para além dessas considerações, diversas instituições públicas passaram a admitir a celebração de compromisso de
ajustamento de conduta em hipóteses configuradoras de improbidade administrativa. É o que se extrai
da Resolução n.° 179, de 26 de julho de 2017 , editada pelo Conselho Nacional do Ministério Público, que
condicionou a efetivação do respectivo ajuste com o ressarcimento ao erário e a aplicação de alguma sanção (art.
1°, § 2°)2.

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A Advocacia Geral da União - AGU e a Controladoria Geral da União - CGU, conforme Portaria Interministerial n°
2.278, de 15 de dezembro de 2016, igualmente disciplinaram a celebração de acordo de leniência nos casos de
improbidade:

PORTARIA INTERMINISTERIAL N° 2.278 DE 15 DE DEZEMBRO DE 2016.

Define os procedimentos para celebração do acordo de leniência de que trata a Lei n° 12.846, de 1° de agosto de
2013, no âmbito do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU e dispõe sobre
a participação da Advocacia-Geral da União.

O MINISTRO DE ESTADO DA TRANSPARÊNCIA, FISCALIZAÇÃO E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO - CGU e a


ADVOGADA-GERAL DA UNIÃO, no uso das atribuições que lhe conferem, respectivamente, o inciso II do parágrafo
único do art. 87 da Constituição, o art. 18 da Lei n° 10.683, de 28 de maio de 2003, e o art. 4°, incisos I e XIII, da Lei
Complementar n° 73, de 10 de fevereiro de 1993, o § 4° do art. 36 da Lei n° 13.140, de 26 de junho de 2015, e tendo
em vista o disposto no § 2° do art. 8°, no caput do art. 9° e no §10 do art. 16 da Lei n° 12.846, de 1° de agosto de
2013, e no art. 52 do Decreto n° 8.420, de 18 de março de 2015,

R E S O L V E M: (... )

Art. 2° O acordo de leniência será celebrado com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos
previstos na Lei n° 12.846, de 1° de agosto de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos na Lei n° 8.429, de 2 de
junho de 1992, na Lei n° 8.666, 21 de junho de 1993, e em outras normas de licitações e contratos, com vistas à
isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que colaborem efetivamente com as investigações e o
processo administrativo, devendo resultar dessa colaboração: (... ) (destaque nosso).

Mencionem-se, em complementação, convenções internacionais que foram internalizadas no ordenamento pátrio,


a exemplo da Convenção de Palermo ("Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional")3,
incorporada pelo Decreto federal 5.015/2004, com expressa previsão de mecanismos de incentivo à colaboração
ou cooperação dos infratores do esquema ilegal.

Também merece destaque a Resolução n° 3/2017, do Conselho Superior do Ministério Público do Estado de Minas
Gerais, que regulamenta o Compromisso de Ajustamento de Conduta envolvendo atos ímprobos. Nos termos de
seu artigo 1°, cabível "firmar termo de ajustamento de conduta, com pessoas físicas e/ou jurídicas, nas hipóteses
configuradoras de improbidade administrativa (...)".

Verifica-se, logo, o reconhecimento de um verdadeiro "microssistema legal de tutela da probidade", garantia da


segurança jurídica e à proteção da confiança legítima estabelecidas constitucionalmente"4. A partir desta premissa
convém verificar sua envergadura e sua extensão subjetiva, nomeadamente em relação às pessoas físicas
submetidas ao regime da improbidade administrativa, seja aquelas inseridas na condição de agente público, seja
na condição de terceiro.

Ora, as razões então vislumbradas por esta Coordenadoria Geral do Consultivo, que acabou por concluir no sentido
da possibilidade de acordo com pessoas jurídicas, devem ser as mesmas a autorizar o firmamento de ajustes com
pessoas físicas envolvidas em atos de improbidade administrativa. Trata-se de um corolário da isonomia, cujo
conteúdo jurídico admite diferenciações, desde que o critério de discrímen esteja revestido de razoabilidade à luz
da finalidade pública no caso concreto. Ocorre que parece inexistir justificativa para admitir, de um lado, a
realização de ajustes com pessoa jurídica e, de outro, impedir a mesma prática para pessoa física. A condição per
se da pessoa envolvida não pode se prestar a legitimar uma desigualdade desprovida de razão.

A própria lógica já consolidada na seara penal, no âmbito da qual se admitem acordos com pessoas físicas, reforça
a incidência de solução idêntica. Aplicável a máxima segundo a qual a mesma razão autoriza a aplicação do mesmo
direito (ubi eadem ratio, idem jus). Este o argumento suscitado pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do
Ministério Público Federal, no sentido da admissibilidade da celebração de acordos pelo Parquet em sede de
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improbidade administrativa. É o que se extrai do voto n.° 9212/2016 expedido no Inquérito Civil
1.30.001.001111/2014-425:

Tem-se, pois, admitido a celebração de acordos pelo Ministério Público Federal, no âmbito da improbidade
administrativa, que envolvam a atenuação das sanções da Lei 8.429/92, ou mesmo sua não aplicação, a fim de dar
congruência ao microssistema de combate à corrupção e defesa do patrimônio público e da probidade
administrativa, que já contempla a possibilidade de realização de acordos de delação ou colaboração premiada no
âmbito criminal. Não faria, mesmo, sentido, que o Ministério Público, titular da ação penal e da ação de
improbidade, pudesse celebrar acordos em uma seara e não em outra.

Na mesma direção a lição de Andrey Borges de Mendonça, referida pelo Ministro Alexandre de Moraes no
julgamento que reconheceu repercussão geral no ARE 1.175.650 (tema 10436):

Não há sentido em fornecer benefícios para alguém colaborar no âmbito criminal e esse mesmo agente ser punido
pela Lei de Improbidade, exatamente em razão dos mesmos fatos. A incoerência na atuação estatal - reconhecendo
benefícios em uma seara e negando em outra -demonstra até mesmo deslealdade do Poder Público com aquele
que contribuiu para a persecução dos agentes ímprobos, abrindo mão de seu direito a não se autoincriminar. Esta
incoerência é reforçada quanto a Ação de Improbidade se baseia justamente nos elementos desvelados pelo
colaborador.

Reafirma-se o contra-argumento utilizado para rebater tal posição: a expressa e literal vedação imposta legalmente
pela Lei 8.429/92 (artigo 17, §1°). No entanto, conforme a construção hermenêutica vazada por esta Coordenadoria
Geral do Consultivo na Informação 1.574/2017-PGM.AJC, vige um arcabouço normativo revestido de
sistematicidade que acaba por incorporar a consensualidade no regime de tutela da probidade. Assim, "a vedação
absoluta contida no art. 17, §1°, da Lei 8.429/92 encontraria, atualmente, seu primeiro óbice nos princípios
constitucionais da consensualidade e da eficiência".

Para além dos argumentos já expostos por esta Procuradoria Geral do Município na Informação 1.574/2017-
PGM.AJC, convém destacar prescrição superveniente incorporada na Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro (LINDB). Trata-se de seu artigo 26 (acrescido pela Lei 13.655, de 25 de abril de 2018), in verbis:

Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público,
inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e,
quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar
compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua
publicação oficial.

§ 1° O compromisso referido no caput deste artigo:

I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais;

II - (VETADO);

III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por
orientação geral;

IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em
caso de descumprimento.

O preceito representa permissivo geral para que o Poder Público celebre acordos, tendo conferido outro patamar
à consensualidade na Administração. Até então prevaleciam normas esparsas e setoriais admitindo acordos na
seara administrativa. Com o artigo 26 da LINDB, ganhou contornos não apenas genéricos, mas de amplo espectro.

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Sobre aludida generalidade, convém destacar o enunciado n.° 21, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Direito
Administrativo (IBDA)7:

Os artigos 26 e 27 da LINDB constituem cláusulas gerais autorizadoras de termos de ajustamento, acordos


substitutivos, compromissos processuais e instrumentos afins, que permitem a solução consensual de
controvérsias.

Já em relação à ampla abrangência do dispositivo legal, assim se pronunciou a doutrina8:

Qualquer prerrogativa pública pode ser objeto de pactuação, como a prerrogativa sancionatória, fiscalizatória,
adjudicatória etc. Não há objeto interditado no compromisso. A LINDB sepultou qualquer ordem de discussão sobre
a tal "indisponibilidade do interesse público" e o decorrente entendimento esposado por parte (minoritária) da
doutrina no sentido de que os assuntos públicos são indisponíveis, negociáveis e transacionáveis.

Convém salientar o entendimento de Luciano Ferraz, para quem a "autorização legislativa dada pelo artigo 26 da
LINDB suplanta a vedação existente no artigo 17, parágrafo 1° da Lei 8.429/92, em ordem a viabilizar uma solução
jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais também no âmbito das ações de
improbidade administrativa"9. Assim, mais do que mitigar o artigo 17, §1°, da LIA, o novel preceito da LINDB teria
revogado-o10.

Embora não se empreste eficácia revocatória ao artígo 26 da LINDB, entende-se que o artígo 17, §1°, da LIA encontra
uma mitigação mais larga do que aquela sedimentada no parecer ementado sob o n.° 11.799, no sentido de abarcar,
em determinadas situações, a celebração de acordo com pessoas físicas (agentes públicos ou terceiros) em sede de
improbidade administrativa. A argumentação lançada na Nota Técnica n.° 01/2017 pela 5ª Câmara de Coordenação
e Revisão-Combate à Corrupção, do Ministério Público Federal, evidencia o acerto da tese. Com assento no já
referido reconhecimento de um "microssistema normativo anticorrupção brasileiro", destacam-se múltiplas esferas
de responsabilização, cada qual com objeto, instrumentos e legitimados próprios, mas todos uníssonos na mesma
finalidade. Com base nisso, as "esferas devem ser aplicadas de forma harmônica e a sua coexistência equilibrada é
o que permite a extração da máxima efetividade constitucional do microssistema criado, que auxilie mutuamente
o alcance de seu propósito."

É nesse contexto que os mecanismos consensuais inseridos no regime anticorrupção (colaboração premiada e
acordo de leniência) afetaram todo o microssistema, extravasando seus efeitos para a seara da improbidade
administrativa, "sob perspectiva dos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade, da eficiência, da boa-fé, da
confiança e da expectativa legítima". Com base na noção de "transversalidade", por meio da qual os acordos lato
sensu devem de algum modo harmonizar-se com os múltiplos regime de responsabilidade e com as esferas
fragmentárias de atuação, defende-se a possibilidade de "alcançar pessoas físicas envolvidas nos fatos ilícitos
noticiados, inclusive para acolher o tratamento a ser dispensado na respectiva esfera de responsabilidade
penal."11 A tese ministerial deu ensejo à Orientação Conjunta nº 01/2018, expedida pelas 2ª e 5ª Câmaras de
Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, que trata do acordo de colaboração premiada, o qual irradia
efeitos na seara da improbidade administrativa (item 35, "c" e "d").

O cenário acima não elide a ainda subsistente controvérsia sobre o tema, seja no âmbito doutrinário, jurisprudencial
ou mesmo institucional-público. Cite-se, por exemplo, a divergência interna corporis observada no Ministério
Público do Estado de São Paulo, conforme se extrai dos embargos declaratórios opostos pelo Parquet no âmbito do
agravo de instrumento 2216000-33.2018.8.26.0000, em que se defendeu a vedação legal para a composição no
âmbito da improbidade administrativa, ex vi do artigo 17, §1°, da Lei 8.429/92[12],13.

Registre-se que a decisão embargada pelo Parquet foi prolatada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio de
sua 4ª Câmara de Direito Público, para quem a "superveniência das Leis 12.850/2013 e 13.140/2015, bem como do
artigo 190 do Código de Processo Civil, permitiu, a despeito da vedação da Lei de Improbidade Administrativa (Lei
8.429/92), a celebração de transação" (Agravo de Instrumento 2216000-33.2018.8.26.0000, Rel. Des. Osvaldo
Magalhães, julg. em 05/11/2018).
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Consigne-se, em reiteração, a existência de entendimentos jurisprudenciais contrários, inclusive do Superior
Tribunal de Justiça, conforme Acórdão decorrente do julgamento do REsp 1.654.462/MT, 1ª Turma, Rel. Min. Sérgio
Kukina, DJe 14/06/201814. Quanto ao Supremo Tribunal Federal, pende apreciação de Ação Direta de
Inconstitucionalidade em face do artigo 17, §1°, da Lei 8.429/9215. Além disso, encontra-se na pauta para
julgamento o mérito de tese de repercussão geral reconhecida pelo STF (ARE 1.175.650)16.

Confira-se destaque, porém, para recente Acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo (Agravo de Instrumento
2215087-51.2018.8.26.0000, 2ª Câmara de Direito Público, Rel. Des. Claudio Augusto Pedrassi, julg. em
10/05/2019), no qual restou assentado que o artigo 17, §1°, da Lei 8.429/92 encontra-se "superado pela evolução
legislativa", tendo sido vislumbrada sua revogação, "por conta da edição da Lei 13.655/18, que deu nova redação a
LINDB, inserindo o art. 26 em tal lei, tratando de temas referentes á improbidade administrativa". A decisão
encontra-se assim ementada:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação Civil Pública. Improbidade Administrativa. Homologação de acordo celebrado
antes do recebimento da petição inicial. Art. 17, § 1° da Lei n° 8.429/92 que a princípio veda o acordo em ações de
improbidade. Questão superada. Vedação do art. 17, § 1° que estaria revogado, por conta da edição da lei n°
13.655/18, que deu nova a LINDB, inserindo o art. 26 em tal lei. Admissão de celebração de compromissos com os
interessados nos casos que envolve o direito público. Viabilidade de celebração de TACs, bem como que tais termos
sejam celebrados nos processos em curso, se viável for, podendo por fim a demanda. Resolução CNMP n°
179/17 que regulamentou a questão.

Outro Tribunal que compartilha o mesmo entendimento é o do Estado do Paraná, conforme recente decisão abaixo
transcrita (Agravo de Instrumento 0010058-17.2018.8.16.0000, 5ª Câmara Cível, Rel. Des. Nilson Mizuta, julg. em
12/02/2019):

ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA QUE PREVÊ PEDIDO DE ISENÇÃO DE PENA NA ESFERA PENAL. EXTENSÃO
DO PEDIDO À ESFERA CÍVEL. DECISÃO POR PRINCÍPIO. LÓGICA SISTÊMICA. ACORDO DE COLABORAÇÃO QUE
POSSIBILITA ISENÇÃO DE PENA EM ÂMBITO PENAL. COERÊNCIA DA EXTENSÃO DOS MESMOS EFEITOS AO ÂMBITO
CÍVEL. REVOGAÇÃO TÁCITA DO §1°, ART. 17, DA LEI N° 8.429/92 (VEDAÇÃO À TRANSAÇÃO, ACORDO OU
CONCILIAÇÃO NA AÇÃO DE IMPROBIDADE) PELA LEI N° 13.140/2015 (AUTOCOMPOSIÇÃO DE CONFLITOS NO
ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA).

Em suma, conforme exposto acima, ainda remanesce a polêmica em torno do artígo 17, §1°, da Lei 8.429/92,
embora se vislumbre uma inclinação crescente - doutrinária, jurisprudencial e instítucional - pelo seu abandono
(seja pela perspectíva de sua revogação tácita, seja mesmo à luz de sua acentuada mitigação).

Verifica-se, portanto, e de um lado, um espaço hermenêutíco que autoriza a celebração de compromissos em sede
de improbidade administrativa, de modo a legitimar a revisão do entendimento vertido no parecer ementado sob
o n.° 11.829.

Por outro, diante de um inafastável componente de insegurança jurídica que poderia ser gerada com aludida
prática, entende-se prudente a adoção de condicionantes à sua efetivação.

Com efeito, nas hipóteses em que a improbidade administrativa in concreto também sofra os influxos da
responsabilidade criminal, indispensável, para fins de firmamento de ajuste com o Município, a prévia formalização
de colaboração premiada junto às autoridades competentes. Trata-se de requisito que guarda compatibilidade com
a tese retro exposta, sobretudo com a transversalidade dos instrumentos consensuais inseridos no microssistema
de tutela da probidade. A composição na improbidade funcionaria como verdadeiro corolário da delação firmada
no âmbito penal, de modo a subsistir a coerência do sistema.

Convém deixar expresso que o ajuste em sede de improbidade não pode ser utilizado pelo Município como meio
de obtenção de provas, vez que se trata de regime legal próprio dos instrumentos da colaboração premiada e do

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acordo de leniência. Fazê-lo em outra seara seria instaurar mecanismo não previsto normativamente, de modo a
infringir a legalidade.

Outro requisito, na direção da cooperação interinstitucional que deve nortear a atuação dos órgãos voltados à
tutela da probidade, é a necessária participação nos ajustes do Ministério Público18. Demais, imprescindível a
homologação judicial, o que pressupõe a necessária existência de ação de responsabilidade por improbidade
administrativa.

Reitere-se que tais condições são extraídas do sistema jurídico de combate à corrupção, assumindo a relevante
função de conferir segurança jurídica aos ajustes firmados.

No que se refere ao conteúdo específico do acordo, merece aplicação, no que couber, as práticas adotadas pelas
demais instâncias que vêm adotando a solução consensual, inclusive nos ajustes firmados pelo Município com as
pessoas jurídicas em razão do entendimento pretérito desta Procuradoria Geral do Município (Informação
1.574/2017-PGM.AJC - Ementa 11.799). Incidente também o regramento vertido na Resolução n.° 179/2017, do
CNMP, que condicionou a efetivação do respectivo ajuste com o ressarcimento ao erário e a aplicação de uma ou
algumas sanções previstas legalmente (art. 1°, § 2°).

Para além disso, convém sejam incorporados os parâmetros já sedimentados na já referida Resolução n° 3/2017,
do Conselho Superior do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, que estabelece as seguintes condições para
o firmamento do termo de ajustamento de conduta, in verbis:

Art. 3° Na celebração do termo de ajustamento de conduta deverão ser observadas obrigatoriamente as seguintes
condições:

I - cessação do envolvimento do compromissário com o ato ilícito;

II - compromisso de reparação integral do dano sofrido pelo erário;

III - compromisso de transferência não onerosa, em favor da entidade lesada, da propriedade dos bens, direitos
e/ou valores que representem vantagem ou proveito direto ou indiretamente obtido da infração, quando for o
caso;

IV - estabelecimento de multa cominatória para a hipótese de descumprimento das obrigações pactuadas;

V - oferecimento de garantias do cumprimento dos compromissos de pagamento de multa civil, do ressarcimento


do dano e da transferência de bens, direitos e/ou valores, em conformidade com a extensão do pactuado.

Art. 4° Tendo como parâmetro a extensão do dano e/ou o grau de censura da conduta do compromissário, bem
como visando assegurar a eficácia dos comandos da Lei n.° 8.429/1992 e o respeito aos princípios que norteiam a
administração pública, o acordo de ajustamento de conduta preverá também uma ou mais das seguintes condições:

I - compromisso de pagamento de multa civil, cujo valor avençado não poderá ultrapassar os limites máximos
estabelecidos no artigo 12 da Lei n.° 8.429/1992;

II - compromisso de não contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, por
determinado período;

III - renúncia da função pública;

IV - compromisso de reparação de danos morais coletivos;

V - renúncia ao direito de candidatar-se a cargos públicos eletivos, por determinado período.


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Não se trata, vale frisar, de uma estipulação ex novo de condições alheias à lei, mas sim de replicar as consequências
já definidas pelo regime normativo da improbidade admistrativa (Lei 8.429/92). É nesse sentido que se apresenta
conveniente a sua adoção pelo Município de São Paulo.

Diante de todo o exposto, consolidam-se as conclusões no seguinte sentido:

(i) Existe espaço hermenêutico para revisão da conclusão alcançada por esta Procuradoria Geral do Município
no parecer ementado sob o n.° 11.829 (Informação n.° 120/2018-PGM.AJC), de modo a se admitir a celebração de
acordo com pessoa física - na condição de agente público ou terceiro - em sede de improbidade administrativa;

(ii) A fim de emprestar segurança jurídica aos respectivos ajustes firmados pelo Município de São Paulo, entende-
se prudente a estipulação das seguintes condições: (a) Nas hipóteses em que o ato ímprobo também configura
crime, indispensável a prévia formalização de colaboração premiada junto às autoridades
competentes; (b) Necessária a intervenção do Ministério Público; (c) Imprescindível, demais, a homologação
judicial.

(iii) Em relação ao conteúdo específico dos acordos, merecem aplicação, no que couber, as práticas adotadas pelas
demais instâncias que vêm adotando a solução consensual, inclusive nos ajustes firmados pelo Município com as
pessoas jurídicas em razão do entendimento pretérito desta Procuradoria Geral do Município (Informação
1.574/2017-PGM.AJC - Ementa 11.799), bem como o regramento vertido na Resolução n.° 179/2017 do Conselho
Nacional do Ministério Público e, notadamente, na Resolução n° 3/2017 do Conselho Superior do Ministério Público
do Estado de Minas Gerais.

Caso acolhido o presente entendimento, sugere-se restituição ao PROCED, para análise do mérito da proposta
formulada pelos ora interessados.

São Paulo, 14/08/2019

RODRIGO BORDALO RODRIGUES

PROCURADOR DO MUNICÍPIO ASSESSOR

OAB/SP n° 183.508

PGM/AJC

De acordo.

São Paulo, 14/08/2019

TICIANA NASCIMENTO DE SOUZA SALGADO

PROCURADORA ASSESSORA CHEFE

OAB/SP 175.186

PGM/AJC

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1Nesse sentido entendem alguns doutrinadores, como Fredie Diddier e Daniela Bomfim, in verbis: "Mas isso não é
obstáculo a que se reconheça a possibilidade de autocomposição no processo da ação de improbidade
administrativa. O §1° do art. 17 da Lei n° 8.429/1992 já estava obsoleto. A proximidade entre a ação penal e a ação
de improbidade é evidente e inquestionável, em razão das sanções decorrentes, muito embora os regimes jurídicos
sejam distintos, um de direito administrativo (civil em sentido amplo), outro de direito penal".

À época da edição da Lei n° 8.429/1992, o sistema do Direito Penal brasileiro era avesso a qualquer solução
negociada. Não por acaso, falava-se em indisponibilidade da ação penal e em indisponibilidade do objeto do
processo penal.

Sucede que, a partir de 1995, com a Lei n° 9.099/1995, instrumentos de justiça penal negociada começaram a ser
previstos no Direito brasileiro. Desenvolveram-se técnicas de justiça penal consensual. São exemplos a transação
penal (art. 76, Lei n° 9.099/1995) e a suspensão condicional do processo penal (art. 89, Lei n° 9.099/1995). Em ambos
os casos, há negociação que produz consequências no âmbito do Direito Penal material.

O processo penal também sofreu transformações com a ampliação das possibilidades de negociação entre autor e
réu. A "colaboração premiada", negócio jurídico material e processual previsto em algumas leis (embora prevista
em diversas leis, a regulamentação mais completa está na Lei n° 12.850/2013) é o principal exemplo desse
fenômeno. Ao lado da "colaboração premiada", surgem institutos de compliance das empresas envolvidas, como é
o caso do acordo de leniência (Lei Anticorrupção, Lei n° 12.846/2013).

A proibição de negociação prevista na Lei de Improbidade Administrativa era, na verdade, um reflexo da proibição
no âmbito penal. Não havia sido admitida na improbidade em razão do princípio da obrigatoriedade para o
Ministério Público e da visão que a tutela do interesse público era absolutamente indisponível, não admitia graus
de tutela. Se agora é possível negociar as consequências penais, mesmo nas infrações graves, não haveria razão
para não ser possível negociar as sanções civis de improbidade. Pode-se estabelecer a seguinte regra: a negociação
na ação de improbidade administrativa é possível sempre que for possível a negociação no âmbito penal, em uma
relação de proporção.

A interpretação literal do comando do §1° do art. 17 da Lei n° 8.429/1992 levava a uma situação absurda: seria
possível negociar sanções tidas como mais graves pelo sistema porque decorrente da prática de crimes (por
definição, o ilícito mais reprovável), mas não seria possível negociar no âmbito de uma ação de improbidade
administrativa. Além de absurda, a interpretação desse texto ignoraria completamente a diferença entre os
contextos históricos da promulgação da lei (1992) e de sua aplicação." (trecho doutrinário extraído da Informação
1.574/2017-PGM.AJC).

2A mitigação da vedação do artigo 17, §1°, da Lei 8.429/92 teria decorrido, conforme se extrai do ato normativo do
CNMP, da previsão do artigo 36, § 4°, da Lei 13.140/15, bem como a autocomposição como uma diretriz a ser
seguida na solução de controvérsias pelo Poder Público.

3 Outros exemplos são a Convenção de Mérida e a Convenção da OEA contra a corrupção.

4 Cf. consta na Informação 1.574/2017-PGM.AJC.

5 A mesma Câmara Técnica expediu posteriormente a Nota Técnica 01/2017, na qual foi reafirmada a mesma tese.

6Tema: "A utilização da colaboração premiada no âmbito civil, em ação civil pública por ato de improbidade
administrativa movida pelo Ministério Público em face do princípio da legalidade (CF, art. 5°, II), da
imprescritibilidade do ressarcimento ao erário (CF, art. 37, §§ 4° e 5°) e da legitimidade concorrente para a
propositura da ação (CF, art. 129, § 1°)."

7Os enunciados relativos à interpretação da Lei de Introdução às Normas do Direto Brasileiro - LINDB e seus
impactos no Direito Administrativo decorreu da deliberação de inúmeros juristas, entre os quais Clóvis Beznos,
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Cristiana Fortini, Emerson Gabardo, Florivaldo Dutra de Araújo, Raquel Urbano de Carvalho, Irene Nohara e Luciano
Ferraz.

8GUERRA, Sérgio; PALMA, Juliana Bonacorsi de. Art. 26 da LINDB - novo regime jurídico de negociação com a
Administração Pública. Revista de Direito Administrativo - RDA, Rio de Janeiro, Edição Especial: Direito Público na
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB (Lei n°. 13.655/2018), nov. 2018, p. 150.

9FERRAZ, Luciano. LINDB autoriza TAC em ações de improbidade administrativa. Revista Consultor Jurídico, 9 de
agosto de 2018. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2018-ago-09/interesse-publico-lindb-autoriza-tac-
acoesimprobidade-administrativa>

10Antes mesmo do acréscimo legislativo sofrido pela LINDB, alguns autores defendiam a revogação do artigo 17, §°,
da LIA pelo artigo 36, §4°, da Lei de Mediação (11.340/2015). Nesses sentido posiciona-se Luciano Godoy: "É certo
que o dispositivo referido menciona a "conciliação de que trata o caput", fazendo referencia às hipóteses de
composição de litígios entre órgão da Administração Pública Federal, quer direta, quer indireta. No entanto, certo
é que a nova Lei da Mediação trouxe expressamente a possibilidade de composição, acordo, transação e mediação
no âmbito das ações de improbidade administrativa, revogando implicitamente o artigo 17, § 1°, da Lei
8.429/1992." (Acordo e mediação na ação de improbidade administrativa. 3 ago. 2015. Disponível em:
<http://jota.info/acordo-e-mediacao- na-acao-de-improbidade-administrativa>).

11 Reproduza-se outro trecho da Nota Técnica n.° 01/2017: "A extensão subjetiva da negociação às pessoas físicas,
para incluí-las nas tratativas acertadas com a pessoa jurídica, envolvida ou beneficiada pelas práticas ilícitas e
qualificada para a colaboração, mostra-se relevante e útil, conforme o caso. Embora possa integrar estratégia
adotada pela(s) parte(s) em cada caso, tal elastecimento move-se por razões de ordem prática e jurídica. Reafirme-
se aqui, por oportuno, o que já exposto quanto à configuração do Ministério Público enquanto legitimado exclusivo
da ação penal pública. Primeiramente, referida extensão subjetiva da negociação projeta uma efetivação concreta
do direito à ampla defesa. É certo que a custódia de documentação referente a transações e pagamentos espúrios
imputados a pessoas jurídicas pertence à pessoa jurídica responsável; no entanto, a efetivação física e concreta dos
ilícitos, no mundo material, em beneficio da pessoa jurídica, ocorre com a imprescindível atuação de pessoas físicas,
como acionistas, executivos, empregados, prepostos ou contratados, os quais igualmente detêm conhecimento de
detalhes e informações em função da prática concreta dos atos ilícitos. Portanto, quando for o caso, em homenagem
à ampla defesa - na projeção da dignidade da pessoa humana que a fundamenta - deve-se no mesmo processo de
negociação, simultaneamente, considerar os benefícios cabíveis em função de colaborações da pessoa jurídica e
pessoa física, o que redundará, do ponto de vista formal, na celebração de acordo de leniência, no plano civil; e de
delação ou colaboração premiada, no campo penal. Se assim não for, pode-se limitar o exercício da defesa em
matéria criminal de pessoas físicas envolvidas nos ilícitos, muitas vezes influenciadas em sua conduta pela
organização empresarial infratora a que serviram, a partir da relação jurídica com ela mantida. Afigura-se injusto
permitir à empresa, que auferiu ganhos relevantes com as práticas lesivas, obter vantagens por acionar os
instrumentos cooperativos de defesa aceitos pelo sistema jurídico, mas impedir pessoas naturais, que também
serviram ao ente moral e envolvidos nos ilícitos, de se valerem de meio similar em relação ao mesmo conjunto fático
infracional." Conquanto refira-se às pessoas físicas integrantes das pessoas jurídicas celebrantes de acordos de
leniência, o raciocínio é extensível a qualquer pessoa natural que potencialmente tem a aptidão para firmar
colaboração premiada.

12A divergência institucional interna é acentuada na seguinte passagem dos embargos, subscritos pela Procuradora
de Justiça Maria Cristina Barreira de Oliveira: "A autocomposição celebrada entre a Promotoria de Justiça do
Patrimônio Público da Capital [do Ministério Público do Estado de São Paulo] e a Odebrecht S.A. viola a legislação
federal especial que disciplina a improbidade administrativa".

Registre-se em equívoco na argumentação lançada pelo Ministério Público, ao afirmar que a Resolução 179/2017,
13

editada pelo Conselho Nacional do Ministério Público, decorreu da elaboração da Medida Provisória 703/2015, a
qual revogou o §1° do artigo 17 da LIA, mas que posteriormente perdeu sua eficácia, ante a não conversão da MP
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pelo Congresso Nacional. No entanto, a Resolução 179, de 26 de julho de 2017, foi expedida posteriormente à perda
da eficácia da MP 703/2015, ocorrida em 29 de maio de 2016 (cf. Ato Declaratório do Presidente da Mesa do
Congresso Nacional n.° 27/2016). Ou seja, referida resolução do CNMP decorreu de um cenário em que já vigorava
o artigo 17, §1°, da LIA.

14Assim ementado: "1. Prevalece em nosso sistema jurídico o princípio da especialidade, segundo o qual, diante de
um eventual conflito aparente entre normas, a lei especial deverá prevalecer em relação à norma geral.
Precedentes: AgRg no REsp 1.359.182/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe 10/06/2013;
AgRg no Ag 1.327.071/SP, Rel. Ministro BENEDIT GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe 08/04/2011.

2. Conforme Ato Declaratório do Presidente da Mesa do Congresso Nacional n° 27, de 30/05/2016, publicado no
DOU de 31/05/2016, a MP 703, de 18/12/2015, publicada no DOU de 21/12/2015, teve seu prazo de vigência
encerrado no dia 29/05/2016, o que importou no restabelecimento da vigência do art. 17, § 1º da Lei 8.429/1992,
que veda a transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade administrativa.

3. É inviável o acolhimento do pedido de suspensão do processo, a fim de que sejam buscados os meios de
compensação da conduta ímproba praticada, à luz da Lei 13.655/2018, uma vez que deve prevalecer a regra especial
contida no art. 17, § 1º da Lei 8.429/1992.

4. Na forma da jurisprudência do STJ, "tratando-se de ação de improbidade administrativa, cujo interesse público
tutelado é de natureza indisponível, o acordo entre a municipalidade (autor) e os particulares (réus) não tem o
condão de conduzir à extinção do feito, porque aplicável as disposições da Lei 8.429/1992, normal especial que veda
expressamente a possibilidade de transação, acordo ou conciliação nos processos que tramitam sob a sua égide
(art. 17, § 1°, da LIA)" (REsp 1.217.554/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, DJe 22/08/2013)".

Trata-se da ADI 5.980, ajuizada em julho de 2018, distribuída ao Ministro Celso de Mello. Até a presente data, não
15

houve apreciação do pedido liminar.

16Tema: "A utilização da colaboração premiada no âmbito civil, em ação civil pública por ato de improbidade
administrativa movida pelo Ministério Público em face do princípio da legalidade (CF, art. 5°, II), da
imprescritibilidade do ressarcimento ao erário (CF, art. 37, §§ 4° e 5°) e da legitimidade concorrente para a
propositura da ação (CF, art. 129, § 1°)."

17Conforme o ato normativo, atos ímprobos de menor potencial ofensivo são "aqueles em que, com base nos
princípios da proporcionalidade, da razoabilidade e da eficiência, a aplicação de sanções reduzidas, seja sob o
aspecto quantitativo, seja sob o aspecto qualitativo, mostra-se suficiente para sua prevenção e repressão".

18Trata-se de aspecto salientado por esta Procuradoria Geral do Município no âmbito do parecer ementado sob o
n.° 11.799: "(...) dada a legitimação do Ministério Público para a propositura da ação de improbidade, acreditamos
pertinente a sua concordância em eventuais acordos celebrados entre o ente público e a sociedade que venha a
praticar atos de improbidade."

Processo nº 6021.2019/0001309-7

INTERESSADOS: XXXX EDITADO XXXX

ASSUNTO: Improbidade administrativa. Ação ajuizada pelo Ministério Público. Adesão do Município ao polo ativo.
Proposta de autocomposição formulada pelos demandados. Parecer da Procuradoria Geral do Município vedando
acordo em improbidade com pessoa física. Revisão.

Cont. da Informação n° 1.054/2019 - PGM-AJC

PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO


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Senhor Procurador Geral

Encaminho o presente com a manifestação da Assessoria Jurídico-Consultiva desta Coordenadoria Geral do


Consultivo, que acompanho integralmente.

A Superior Administração poderá avaliar a respeito da expedição de regulamento, que estabeleça as condições
gerais para a celebração dos ajustes em referência, o que nos parece recomendável.

São Paulo, 14/08/2019

TIAGO ROSSI

COORDENADOR GERAL DO CONSULTIVO

OAB/SP 195.910

PGM

Processo nº 6021.2019/0001309-7

INTERESSADOS: XXXX EDITADO XXXX

ASSUNTO: Improbidade administrativa. Ação ajuizada pelo Ministério Público. Adesão do Município ao polo ativo.
Proposta de autocomposição formulada pelos demandados. Parecer da Procuradoria Geral do Município vedando
acordo em improbidade com pessoa física. Revisão.

Cont. da Informação n° 1.054/2019 - PGM-AJC

SECRETARIA MUNICIPAL DE JUSTIÇA

Senhor Secretário

À vista da manifestação da Assessoria Jurídico-Consultiva da Procuradoria Geral do Município, que endosso,


conclui-se que existe espaço hermenêutico para revisão da conclusão alcançada por esta Procuradoria Geral do
Município no parecer ementado sob o n.° 11.829 (Informação n.° 120/2018-PGM.AJC), de modo a se admitir a
celebração de acordo com pessoa física - na condição de agente público ou terceiro - em sede de improbidade
administrativa.

A fim de emprestar segurança jurídica aos respectivos ajustes firmados pelo Município de São Paulo, entende-se
prudente a estipulação das seguintes condições: (a) Nas hipóteses em que o ato ímprobo também configura crime,
indispensável a prévia formalização de colaboração premiada junto às autoridades competentes; (b) Necessária a
intervenção do Ministério Público; (c) Imprescindível, demais, a homologação judicial.

Por fim, em relação ao conteúdo específico dos acordos, merecem aplicação, no que couber, as práticas adotadas
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as pessoas jurídicas em razão do entendimento pretérito desta Procuradoria Geral do Município (Informação
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Nacional do Ministério Público e, notadamente, na Resolução n° 3/2017 do Conselho Superior do Ministério Público
do Estado de Minas Gerais.

Em havendo concordância dessa Pasta, peço remessa a PROCED, para análise do caso concreto.

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Recomenda-se, por fim, a expedição de ato normativo regulamentando a matéria e estabelecendo as condições
gerais para a formalização de ajustes como o aqui tratado, o que poderá ser objeto de procedimento próprio.

São Paulo, 14/08/2019

GUILHERME BUENO DE CAMARGO

PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO

OAB/SP 188.975

Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo

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