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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS


CURSO: ENGENHARIA CIVIL

ALEXYA BRENDHA PINHEIRO DE LIMA

ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DA ÁGUA DE AMASSAMENTO UTILIZADA NO


CONCRETO PRODUZIDO EM OBRAS DA UFERSA, DE ACORDO COM AS
ESPECIFICAÇÕES DA ABNT NBR 15900:2009

MOSSORÓ- RN
2014
ALEXYA BRENDHA PINHEIRO DE LIMA

ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DA ÁGUA DE AMASSAMENTO UTILIZADA NO


CONCRETO PRODUZIDO EM OBRAS DA UFERSA, DE ACORDO COM AS
ESPECIFICAÇÕES DA ABNT NBR 15900:2009

Trabalho Final de Graduação apresentado à


Universidade Federal Rural do Semi-Árido -
UFERSA, Departamento de Ciências
Ambientais e Tecnológicas para obtenção do
título de Bacharel em Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. M.Sc. João Paulo Matos


Xavier – UFERSA.

MOSSORÓ-RN
2014
O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade de seus autores

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT)
Setor de Informação e Referência

L732a Lima, Alexya Brendha Pinheiro de.

Análise das condições da água de amassamento utilizada


no concreto produzido em obras da ufersa, de acordo com as
especificações da ABNT NBR 15900:2009. / Alexya Brendha
Pinheiro de Lima -- Mossoró, 2014.

65f.: il.

Orientador: Prof. M.Sc. João Paulo Matos Xavier.

Monografia (Graduação em Engenharia Civil) –


Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de
Graduação.

1. Concreto. 2. ABNT - NBR 15900:2009. 3. Água de


amassamento. 4. Controle tecnológico. I. Título.

RN/UFERSA/BCOT/585-14 CDD: 624.1834


Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza Borba
CRB-15/452
DEDICATÓRIA

Á minha mãe, Antônia Pinheiro de França,


minha referência e exemplo de vida, por todo
o amor e dedicação.

DEDICO
AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, em primeiro lugar a Deus, pela força e coragem durante toda esta longa
caminhada.

E o que dizer a ti minha mãe (Antônia Pinheiro de França)? Obrigada pela vida e educação
que me proporcionou, pelo incentivo, pela força e principalmente pelo carinho. Tudo valeu a
pena, espero nunca te decepcionar, te dedico este trabalho e lhe digo que este é mais seu do
que meu. Amo-te.

Agradeço também aos meus irmãos (Clelma Lima, Cleone Lima, Cleiza Lima e Lima Neto),
aos sobrinhos (Arthur Abrantes, Thomas Gabriel e Rebeca Lima), aos meus cunhados, ao meu
tio (Júlio César Lima) e a minha amiga (Tatiane Martins) que considero da família. Obrigada,
amo todos vocês.

Os meus sinceros agradecimentos também vão a todos os meus professores que me


acompanharam durante a graduação, em especial ao meu orientador o Prof. M.Sc. João Paulo
Matos Xavier que se fez sempre presente e é também responsável pela concretização deste
trabalho. Obrigada meus inesquecíveis e grandes Mestres do saber.

Ás professoras Drª Jeane Portela, Ana Cecília da Costa Sinclair Marinho e Drª Kalyanne
Keyly Pereira Gomes, que me ajudaram na realização dos ensaios e também foram essenciais
na consumação deste trabalho.

Aos amigos Diego Souza, José Alves e Mariana Medeiros, vocês foram maravilhosos em
minha vida, um presente de Deus. Obrigada meus amigos.

Mesmo longe de casa construí uma família e esta sempre vou levar comigo, agradeço às
“Meninas da Casa 2”, Taisa Sângela, Maisa Oliveira, Liziane Souza, Anânkia Ricarte,
Vanessa Moraes, Wegna Silva, Carlina Pinheiro, Amanda Modesto, Daryana Alves, Jarina
Avelino, Tereza Luiza, Maria Luiza, Dinara Simão, Elissandra Freire, Taisi Milena. Obrigada
minhas irmãs, vocês foram meu alicerce durante este período de minha vida, na residência
universitária junto à vocês, vivi os melhores anos de minha vida.
“Um dos grandes problemas do concreto é que
qualquer doido pensa que sabe fazer concreto,
mas o pior problema, mesmo, é que ele faz”.

Frase de Neville
RESUMO

O surgimento frequente de problemas referentes à durabilidade das peças de concreto


vem despertando no meio construtivo o interesse sobre o controle de execução e nos materiais
envolvidos. A qualidade do concreto de início é dependente da qualidade dos materiais
componentes, dentre esses, a água de amassamento. A água para essa finalidade não deve
conter impurezas que possam vir a prejudicar as reações que ocorrem durante a mistura com
os compostos do cimento, como também, as falhas atribuídas a água de amassamento tem
relação direta com a quantidade de água em excesso na mistura. Deste modo, o presente
trabalho tem como objetivo realizar a análise das condições da água de amassamento utilizada
no concreto de acordo com as especificações da ABNT NBR 15900:2009, como também
elaborar um breve estudo a cerca do controle tecnológico na produção de concreto nas obras
tomadas como estudos de caso. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa de caráter
avaliativo das condições da água em obras localizadas no Campus Central da Universidade
Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA em Mossoró/RN. Foram retiradas amostras das
águas que seriam utilizadas para o amassamento do concreto e levadas aos laboratórios da
instituição (UFERSA) para análise preliminar e química, fazendo-se comparativo com as
especificações da ABNT NBR 15900:2009. Através da aplicação de questionário foram
obtidos dados referentes às condições de controle tecnológico nas obras, como
armazenamento da água, o respeito à dosagem, equipamentos e materiais utilizados na
produção do concreto. Também foram moldados corpos-de-prova do concreto produzido “in
loco” que foram rompidos com 28 dias para averiguação da sua resistência à compressão. Por
fim, concluiu-se que nas obras analisadas a dosagem da água na mistura do concreto é
realizada de acordo com a experiência do operador, que as concentrações de cloretos atendem
os limites estabelecidos pela norma e que o concreto produzido em uma das obras não
apresentou resistência à compressão suficiente para a sua finalidade estrutural. Como parte do
estudo, foi sugerido medidas de controle tecnológico na produção do concerto, a fim reverter
o quadro de negligências que se repete nos canteiros de obra analisados, como também é
apresentada propostas e sugestões para trabalhos futuros.

Palavras-chave: Durabilidade do concreto. Água de amassamento. ABNT NBR 15900:2009.


Controle tecnológico.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Relação da resistência à compressão do concreto, expressa em MPa, com o aumento


do fator água/cimento ............................................................................................................... 16
Figura 2: Fases da instalação do processo de corrosão em uma barra de armadura................. 19
Figura 3: Coleta das amostras de água nas obras analisadas .................................................... 29
Figura 4: Amostras em proveta e colocadas em repouso para análise de espuma, gordura e cor
.................................................................................................................................................. 30
Figura 5: Identificação simples do odor das amostras de água ................................................ 31
Figura 6: Medidor de pH, constituído por eletrodo e circuito potenciômetro .......................... 32
Figura 7: Amostras de água para ensaio de identificação de cloretos ...................................... 34
Figura 8: Instrumento laboratorial utilizado no ensaio de titulação (bureta, torneira de precisão
e suportes) ................................................................................................................................. 34
Figura 9: Solução titulante de nitrato de prata ( ) .......................................................... 35
Figura 10: A) Solução com indicador B) Identificação do ponto de equivalência .................. 35
Figura 11: Medição do abatimento do concreto ....................................................................... 37
Figura 12: Máquina utilizada na compressão axial dos corpos-de-prova ................................ 39
Figura 13: Recipientes utilizados na dosagem da água ............................................................ 40
Figura 14: Reservatório de PVC sem cobertura de proteção.................................................... 41
Figura 15: Sólidos suspensos na amostra da obra 1 ................................................................. 42
Figura 16: Comparação da amostra com uma solução padrão ................................................. 43
Figura 17: Método de controle na obra 2 sobre a dosagem da água na mistura do concreto ... 46
Figura 18: Reservatório de PVC para armazenagem de água na obra 2 .................................. 46
Figura 19: Peneiramento da brita granítica para retirada dos finos .......................................... 50
Figura 20: Reservatório de PVC para armazenagem de água na obra 3 .................................. 50
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resultados para análise preliminar nas amostras da obra 1 ...................................... 42


Tabela 2: Resultados do ensaio de resistência à compressão dos corpos-de-prova da obra 1 . 44
Tabela 3: Resultados para análise preliminar das amostras na obra 2 ...................................... 47
Tabela 4: Resultados do ensaio de resistência à compressão dos corpos-de-prova da obra 2 . 48
Tabela 5: Resultados para análise preliminar das amostras na obra 3 ...................................... 51
Tabela 6: Resultados do ensaio de resistência à compressão dos corpos-de-prova da obra 3 . 52
Tabela 7: Requisitos e procedimentos de ensaio para a inspeção preliminar da água destinada
ao amassamento do concreto .................................................................................................... 55
Tabela 8: Teor máximo de cloreto em água para amassamento ............................................... 56
Tabela 9: Limites de abatimento (Slump-teste) para diversos tipos de concreto ..................... 57
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


CAERN – Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte
CP – Cimento Portland
cm – Centímetros
– Coeficiente de variação
– Resistência à compressão
fck – Resistência à compressão característica
fcm – Resistência média à compressão
IFRN – Instituto Federal do Rio Grande do Norte
LASAP – Laboratório de Análise Solo-Água-Planta
mm – Milímetro
mg – Miligrama
MPa – Megapascal
NBR – Norma Brasileira
PET – Polietileno tereftalato
pH – Potencial Hidrogeniônico
PVC – Policloreto de Vinila
RN – Rio Grande do Norte
RS - Resistente à Sulfato
Se – Desvio padrão
UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10
1.1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 10
1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 11
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 11
1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 12
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 14
2.1 CONCRETO ..................................................................................................................... 14
2.2 ÁGUA DE AMASSAMENTO ......................................................................................... 15
2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ............................................................................. 17
2.3.1 Corrosão das armaduras .............................................................................................. 18
2.3.2 Carbonatação ................................................................................................................ 20
2.3.3 Eflorescência .................................................................................................................. 20
2.3.4 Ataque químico por cloretos nas estruturas de concreto .......................................... 21
2.3.5 Ataque químico por sulfatos nas estruturas de concreto .......................................... 23
2.4 DURABILIDADE ............................................................................................................. 24
2.5 VIDA ÚTIL ....................................................................................................................... 25
2.6 DESEMPENHO ................................................................................................................ 25
2.7 MANUTENÇÃO............................................................................................................... 26
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 27
3.1 TIPO, NATUREZA E ESTRUTURA DA PESQUISA .................................................... 27
3.2 ETAPAS DA PESQUISA ................................................................................................. 27
3.2.1 Aplicação de questionário............................................................................................. 28
3.2.2 Coleta das amostras da água de amassamento ........................................................... 28
3.2.3 Avaliação preliminar .................................................................................................... 29
3.2.3.1 Detergentes, óleos ou gorduras e cor ............................................................................ 30
3.2.3.2 Odor .............................................................................................................................. 31
3.2.3.3 Medida do potencial hidrogeniônico (pH) .................................................................... 31
3.2.4 Propriedades químicas da água de amassamento ...................................................... 32
3.2.5 Ensaios para análise química ....................................................................................... 33
3.2.5.1 Determinação de cloreto solúvel em água .................................................................... 33
3.3 AMOSTRAS DE CONCRETO PRODUZIDO “IN LOCO”............................................ 36
3.3.1 Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone .......................... 36
3.3.2 Procedimento de moldagem e cura de corpo-de-prova ............................................. 37
3.3.3 Ensaio de compressão axial de corpos-de-prova cilíndricos ..................................... 38
4 RESULTADOS ................................................................................................................ 40
4.1 OBRA 1 ............................................................................................................................. 40
4.1.1 Questionário .................................................................................................................. 40
4.1.2 Análise preliminar da amostra de água ...................................................................... 41
4.1.3 Análise química da amostra de água ........................................................................... 43
4.1.3.1 Cloretos ......................................................................................................................... 43
4.1.4 Amostras de concreto produzindo “in loco” ............................................................... 43
4.1.4.1 Consistência pelo abatimento do tronco de cone .......................................................... 43
4.1.4.2 Ensaio de compressão axial .......................................................................................... 44
4.2 OBRA 2 ............................................................................................................................. 45
4.2.1 Questionário .................................................................................................................. 45
4.2.2 Análise preliminar da amostra de água ...................................................................... 47
4.2.3 Análise química da amostra de água ........................................................................... 47
4.2.3.1 Cloretos ......................................................................................................................... 47
4.2.4 Amostras de concreto produzido “in loco” ................................................................. 48
4.2.4.1 Consistência pelo abatimento do tronco de cone .......................................................... 48
4.2.4.2 Ensaio de compressão axial .......................................................................................... 48
4.3 OBRA 3 ............................................................................................................................. 49
4.3.1 Questionário .................................................................................................................. 49
4.3.2 Análise preliminar da amostra de água ...................................................................... 51
4.3.3 Análise química da amostra de água ........................................................................... 51
4.3.3.1 Cloretos ......................................................................................................................... 51
4.3.4 Amostras de concreto produzindo “in loco” ............................................................... 52
4.3.4.1 Consistência pelo abatimento do tronco de cone .......................................................... 52
4.3.4.2 Ensaio de compressão axial .......................................................................................... 52
5 DISCUSSÕES E ANÁLISE DE RESULTADOS ......................................................... 53
5.1 QUESTIONÁRIO ............................................................................................................. 53
5.2 ANÁLISE PRELIMINAR DA AMOSTRA DE ÁGUA .................................................. 54
5.3 ANÁLISE QUÍMICA DA AMOSTRA DE ÁGUA ......................................................... 56
5.4 AMOSTRAS DE CONCRETO PRODUZIDO “IN LOCO”............................................ 56
6 CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................... 59
6.1 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 59
6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................ 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 61
APÊNDICE A – Questionário aplicado nas obras analisadas ............................................ 65
10

1. INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

É de conhecimento geral a importância da água em várias atividades humanas, sejam


elas vitais ou na realização de atividades do dia-a-dia. Na construção civil não é diferente, a
água também tem sua importância, seja como componente na produção de concreto,
argamassas ou como constituinte de elementos presentes em demais fases da obra.
Sua relevância para com o concreto está ligada às reações de hidratação do cimento e
na sua utilização na cura, fases estas que influenciam as propriedades do concreto e
durabilidade do mesmo (CONCRETO E CONSTRUÇÕES, 2010).
Deste modo, atribuindo a água de amassamento sua devida importância, sua
quantidade e composição química devem ser controladas de forma a não prejudicar o
concreto, pois a presença de impurezas na água e aumento da relação água/cimento são
fatores que reduzem sua resistência, como também influencia o tempo de pega e durabilidade.
Ainda nesse seguimento, a água de amassamento como qualquer outro componente
do concreto, deve passar por avaliações de qualidade. Para isso, existe a norma de referência a
ABNT NBR 15900:2009 que especifica os limites dos constituintes na água para utilização no
concreto, além de orientar os métodos para a análise preliminar e química da água.
De modo geral, nas atividades do canteiro de obra é comum ocorrer negligência
referente à qualidade e armazenamento da água, como também o respeito a dosagem na
produção do concreto. Assim, de forma a atribuir benefícios para a construção civil e com o
intuito de introduzir maior controle sobre a água adicionada ao concreto e argamassa, que esta
pesquisa se embasa.
Para que se possa garantir a qualidade do concreto e, consequentemente, a
durabilidade das peças de concreto, é preciso realizar o controle tecnológico em sua produção
e isso deve ser inserido no dia-a-dia dos canteiros de obra. Diante disto, este trabalho tem por
finalidade avaliar as condições reais da água de amassamento em canteiros de obras
localizados na Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA na cidade de Mossoró-
RN, quanto a sua composição química e controle de dosagem.
11

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é verificar as condições reais da água de


amassamento, referente ao seu armazenamento, dosagem e qualidade em obras localizadas no
Campus Central da UFERSA em Mossoró/RN, aplicando os preceitos da ABNT NBR
15900:2009.

1.2.2 Objetivos Específicos

Como objetivos específicos pretende-se:


 Averiguar as condições de armazenamento e qualidade da água em obras da
UFERSA, através de análise das amostras da água em laboratório específico;
 Aplicação de questionário para verificação do controle tecnológico na
produção do concreto;
 Realizar ensaio de compressão simples com corpos de prova do concreto
produzido "in situ";
 Levantamento dos resultados, com elaboração de tabelas para facilitar a
interpretação;
 Interpretação dos resultados e exposição da aptidão ou não da água de
amassamento utilizada nas obras em estudo, segundo a ABNT NBR 15900:2009.
 Analisar os resultados dos ensaios de compressão simples dos corpos de prova,
verificando se houve interferência da água de amassamento na resistência mecânica do
concreto produzido nas respectivas obras;
 Propor sugestões de controle sobre a água utilizada no concreto, tanto em seu
armazenamento e manuseio, como também na dosagem. Por fim, sugerir alternativas para
melhorar o controle tecnológico sobre a água de amassamento nos canteiros de obra.
12

1.3 JUSTIFICATIVA

Os problemas relacionados à durabilidade do concreto, ligados à ocorrência de


manifestações patológicas como a corrosão nas armaduras, carbonatação e eflorescência, são
problemas comuns nas edificações. Frente a esta realidade, há uma maior preocupação nos
aspectos de projeto no que se refere a durabilidade das edificações, almejando o
prolongamento da sua vida útil e redução com custos de manutenção e restauração.
Diante disto, o presente trabalho é justificável, pois analisará a qualidade da água de
amassamento, que é um componente do concreto, que interfere diretamente em sua resistência
e durabilidade. É importante ressaltar que há poucas publicações na bibliografia abordando a
influência da água de amassamento na durabilidade do concreto.
Outro aspecto importante, é que para a realização das análises da água de
amassamento, será tomada como referência os preceitos da ABNT NBR 15900:2009.
Aliado a isso, esse trabalho faz parte de uma linha de pesquisa que trata da avaliação
da durabilidade do concreto em edificações, proposta pelo Curso de Engenharia Civil da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA com ênfase na área de Patologia das
Estruturas, a qual pode-se destacar as monografias de Oliveira (2013), Nolasco (2013),
Mesquita (2014), Vasconcelos (2014) e Mendonça (2014).

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho está divido em seis capítulos e consta de um Apêndice que apresenta


conteúdo importante na coleta de informações para o desenvolvimento do trabalho.
O Capítulo um, Introdução, faz uma breve apresentação do tema abordado dando
ênfase a água de amassamento na construção civil e também a norma de referência a ABNT
NBR 15000:2009. Expõe os objetivos gerais e específicos do trabalho e justifica a escolha e
importância do tema abordado.
O Capítulo dois, Revisão Bibliográfica, procura explanar de forma geral
informações ligadas à concreto e à água de amassamento, onde no último se faz menção à
ABNT NBR 15000:2009. E ainda relata as principais manifestações patológicas que agem
13

sobre o concreto e apresenta os conceitos de durabilidade, vida útil, manutenção e


desempenho.
O Capítulo três, Metodologia, aborda os métodos e técnicas adotados para obtenção
dos resultados.
No Capítulo quatro, Resultados, são apresentados os resultados efetivos do estudo,
com uso de tabelas para a apresentação dos resultados.
No Capítulo cinco, Discussões e Análise de Resultados, são expostas as implicações
e comentários necessários de acordo com os dados obtidos.
No capítulo seis, Conclusão e Sugestões para Trabalhos Futuros, são relatadas as
considerações finais relacionados ao tema em estudo, como também é apresentado sugestões
para trabalhos futuros relacionados à linha de pesquisa.
No Apêndice A é apresentado o questionário aplicado em campo junto aos
responsáveis das obras (Mestre de obra, Engenheiro Civil), onde através do mesmo foi
possível analisar o controle tecnológico na produção de concreto nas obras em estudo.
14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CONCRETO

O concreto é o material de construção civil mais utilizado e pesquisado no mundo


(NEVILLE, 1997). Diante de sua diversidade de aplicações, eficiência resistiva, facilidade de
acesso às seus componentes e simples execução, pode-se dizer que sua utilização não tem
limites (SBRIGHI NETO; BATTAGIN, 2001).
Para Pilz (2006) o concreto é considerado o esqueleto das edificações, quando o
mesmo é que dá sustentação à estrutura, seja na condição de armado ou simples. Perante sua
importância incontestável na construção civil, este é um dos materiais mais estudados tanto na
área estrutural quanto voltado para sua produção, englobando assim conhecimento e controle
sobre os materiais que o compõem: cimento Portland, brita, areia, água, aditivos, adições e na
situação de armado, o aço.
Diante das necessidades de obtenção da qualidade do concreto e dos benefícios que a
mesma atribui às peças concretadas, que muitos estudiosos se voltam para análise de todas as
suas fases, desde seu estado fresco ao endurecido, dos materiais componentes tradicionais ou
alternativos, execução e manutenção. Mas nem sempre essas teorias são praticadas, grande
parte das construtoras ainda não utilizam estes conhecimentos no cotidiano de seus canteiros,
produzindo concreto em obra sem nenhum processo de racionalização e controle tecnológico
(CAVALHEIRO, 2004).
Giammusso (1987) relata que existem muitos “conhecedores” de concreto pelo
mundo, mas com respeito à execução e controle a sua qualidade é duvidosa, e este é um dos
problemas mais comuns no Brasil onde é preciso produzir concreto nas mais diversas
condições e características de obra.
É fato que sua utilização cria situações antagônicas, onde sua simplicidade no
processo de produção por muitas vezes é mal interpretada, resultando numa desconsideração
no grau de conhecimento dos operadores prejudicando inteiramente na qualidade do produto
final. È justamente esse tipo de comportamento que gera as diversas manifestações
patológicas nas estruturas, manifestações comumente encontradas nas obras civis de concreto
por todo o país (ANDRADE; DAL MOLIN, 1998; DAL MOLIN, 1988; DAL MOLIN;
ANDRADE, 1997).
15

2.2 ÁGUA DE AMASSAMENTO

A água é o material mais consumido no mundo (AITCIN, 2000; MEHTA;


MONTEIRO, 1994). É considerada fonte de vida por compor células, tecidos e órgãos do
corpo humano e de outros seres vivos, além de ser essencial na realização das atividades
diárias como alimentação, higiene, produção de energia elétrica, na agricultura, pesca,
navegação, lazer, entre outras.
Um elemento tão participativo e essencial na realização de atividades humanas, não
passa despercebido na construção civil, pode-se destacar a sua utilização na produção do
concreto, argamassa, tintas, no processo de cura, além de ser contribuinte na produção de
outros materiais construtivos como os blocos cerâmicos (tijolos, telhas).
Na produção do concreto a água é responsável pelas reações de hidratação do
cimento, onde chega a cerca de 20% de seu volume, como também participa no processo da
cura (CONCRETO E CONSTRUÇÕES, 2010). Sua participação é de extrema importância na
mistura do concreto, pois além de interagir nas reações de hidratação é através da mesma que
se obtém trabalhabilidade para o manuseio do concreto nas suas diversas aplicações.
A água de amassamento é um fator que interfere diretamente na qualidade do
concreto, seja na própria composição ou na relação água/cimento. A relação água/cimento é
um fator que influencia na suscetibilidade do concreto ao ingresso de agentes externos, pois
interferem na porosidade, permeabilidade e capacidade de absorção (HELENE, 1999). A
água entra também como componente participativa na qualidade, quando nos referimos a cura
do concreto, que trata-se de uma importante fase da concretagem, pois uma cura bem feita
impossibilita o aparecimento das trincas nas peças de concreto.
De acordo com Souza e Ripper (1998), no que diz respeito a má utilização dos
materiais de construção, tem-se na dosagem incorreta, seja por erro nas proporções ou pela
adoção de materiais de qualidade duvidosa (cimento, agregado, água), grande representante
na ocorrência de patologias nas estruturas. Por razões de displicência, o que acontece
comumente é a falta de controle sobre a dosagem, onde se realizam as atividades sem a
assistência de profissionais que conheçam a tecnologia dos materiais e que possam controlar a
produção, enfatizando a qualidade dentro dos canteiros. Ainda ressaltando o uso da água de
amassamento no concreto, os autores propõem que as manifestações nas edificações por
muitas vezes se dão por um pensamento errôneo de que ao adicionar mais água ao concreto
vai proporcionar-lhe uma maior trabalhabilidade, mas essa conquista gera uma queda na
16

resistência deste concreto, pelo fato de elevar consideravelmente a relação água/cimento e


gerar retrações.
A água de mistura do concreto é o seu componente menos dispendioso, porém sua
importância é indiscutível. A quantidade de água adicionada ao concreto (fator água/cimento)
que determina sua resistência final, como pode ser observado na Figura 1, e com relação à
função estrutural das peças de concreto, as mesmas podem desenvolver sintomas patológicos
agravantes quando utilizadas águas em situações não potáveis ou com grandes concentrações
de cloretos, que podem contribuir significantemente no desenvolvimento de corrosão nas
armaduras (SOUZA; RIPPER, 1998 ).

Figura 1: Relação da resistência à compressão do concreto, expressa em MPa, com o aumento


do fator água/cimento

Fonte: Souza e Ripper (1998)

Já com relação a composição química e às impurezas presentes na água de


amassamento, Souza e Ripper (1998) destaca que a água utilizada no concreto deve obedecer
padrões de potabilidade (caso não for, ser no mínimo inodora e incolor), não conter matérias
em suspensão, impurezas químicas (cloretos e sulfatos), e resíduos industriais, como os
açúcares, que podem retardar ou até mesmo impedir a pega do concreto. Essa forte influência
da água em alterações de propriedades do concreto acontece através das substâncias nela
dissolvidas, caso as concentrações sejam elevadas poderá acontecer o impedimento da
17

cristalização dos produtos da reação do cimento com a água, resultando numa perda de coesão
do produto. Estes autores reforçam que de acordo com as partículas dissolvidas, três estados
são previsíveis:
 A presença de íons que se combinam com o cálcio do cimento, retarda ou
mesmo impossibilita a pega e o endurecimento do concreto;
 A presença de íons álcalis ou sulfatos, que podem exercer sua ação sobre o
cimento ou agregados, levando a reações expansivas;
 Presença de íons capazes de promover a corrosão das armaduras, tais como
cloretos, sulfetos, amônio e nitratos.
Prosseguindo com o raciocínio, estas impurezas podem influenciar na resistência do
concreto, no tempo de pega, ser causa de manifestações patológicas como eflorescência,
corrosão das armaduras e ataque à microestrutura do concreto (CONCRETO E
CONSTRUÇÕES, 2010).
Por razões desta forte influência dos compostos da água no concreto é que se
estabeleceu uma norma brasileira, publicada pela ABNT em 2009. Trata-se da ABNT NBR
15900:2009, onde a mesma é composta de 11 partes que especificam os requisitos para água
ser considerada adequada ao preparo do concreto e também descreve os procedimentos de
amostragem, bem como os métodos para a sua avaliação. Essa aptidão da água é verificada de
acordo com os limites de cada composto especificado pela referente norma, a fim de ter o
controle tecnológico sobre a ocorrência de manifestações, fruto da alta concentração de
determinados compostos na mistura do concreto. Assim, tanto a água para mistura, quanto
para a cura, precisam atender essas limitações em matérias de íons agressivos, devendo ser
obrigatoriamente submetida a análises químicas.

2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

O concreto apresenta um comportamento não inerte, ou seja, todos os seus elementos


construtivos (cimento, brita, areia, água, aditivo, adição, aço) interagem entre si, com o meio e
seus agentes externos (ácidos, bases, sais, gases, vapores, microrganismos e outros), onde essa
interação por muitas vezes resultam em anomalias que “adoecem” a estrutura,
comprometendo o seu desempenho. Portanto, também como o corpo humano, uma estrutura
se encontra “doente”, quando tem sua saúde fragilizada, ou seja, quando têm sua aparência
18

estética prejudicada, estabilidade e segurança afetadas, tudo isso resultado de um vício


construtivo instalado na estrutura (LAPA, 2008).
Segundo Lapa (2008) para compreender estas “doenças”, determinar meios de trata-
las e preveni-las é que existe um ramo da engenharia que estuda estas manifestações, a
Patologia. Basicamente esta ciência se dedica ao estudo das doenças que se instalam nas
estruturas, como também suas causas, origens e terapias.
Para promover o tratamento adequado ou evitar alguma “doença”, é preciso acima de
tudo conhecê-la, saber identificar sua origem e sobre uma situação de ocorrência ter o
discernimento de como corrigir ou amenizar os danos ocasionados por estas manifestações, ou
até mesmo, ter o conhecimento de evitá-las, agindo corretamente em todas as fases de
execução de uma obra.
Para tanto, será apresentado nos subitens 2.3.1 a 2.3.5 algumas das principais
manifestações patológicas que ocorrem nas peças de concreto armado.

2.3.1 Corrosão das armaduras

Segundo Gentil (1987 apud SOUZA; RIPPER 1998), corrosão pode ser entendida
como a deterioração de um material, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente,
aliada ou não a esforços mecânicos.
Já Araújo (2009) define corrosão como um processo eletroquímico, o qual envolve
uma transferência de cargas (elétrons) de um elemento químico ou através de um meio líquido
(eletrolítico), no concreto as manifestações da corrosão se dão sob a forma de expansão,
fissuras e destacamento do concreto de cobrimento.
No concreto armado, as barras de aço imersas no concreto têm sua deterioração por
corrosão caracterizada pela destruição da película passivante que envolve a superfície das
barras, pois uma vez perdida a passividade da armadura a taxa de corrosão cresce
consideravelmente. Esta camada “protetora” é formada como resultado do impedimento da
dissolução do aço pela alta alcalinidade do meio aquoso que existe no concreto, este meio é
decorrência da parcela de água de amassamento do concreto em excesso que não é absorvida
pela superfície dos furos e normalmente preenche os veios capilares do concreto (SOUZA;
RIPPER, 1998).
19

Esse meio aquoso, assim como qualquer solução, pode ser considerado ácido, básico
ou neutro em função do seu pH. Para tanto, a garantia da criação da camada passivadora é
função de um meio alcalino (PH > 9), onde esta alcalinidade pode ser prejudicada pela ação
de íons cloretos, originários por muitas vezes da própria água de amassamento contaminada,
ou por meio dos demais materiais utilizados (blocos cerâmicos, agregados contaminados,
aditivos aceleradores de pega) (SOUZA; RIPPER, 1998).
Num contexto para engenharia civil alguns aspectos patológicos da corrosão são a
diminuição da capacidade resistente da armadura, fruto da diminuição de seção resistente das
barras, diminuição da aderência entre o aço e o concreto, ocorrência de fissurações por
expansão da armadura e degradação da camada de concreto que envolve a armadura (Figura
2), resultando em alterações nas respostas da peça estrutural às solicitações às quais são
submetidas (SOUZA; RIPPER, 1998).

Figura 2: Fases da instalação do processo de corrosão em uma barra de armadura

Fonte: Souza e Ripper (1998)

Assim, para evitar a ocorrência de corrosão deve existir um controle sobre o pH,
onde o mesmo deve ser preferencialmente básico, também é importante um maior domínio
sobre a execução e materiais utilizados na produção do concreto para obtenção de maior
qualidade e estabelecer barreiras à ação de agentes agressivos em seu interior (cloretos, em
especial). Taylor (1997) afirma que essa penetração, dos agentes agressivos ao interior do
concreto, depende da porosidade do mesmo, da relação água/cimento, do grau de
compacidade dos agregados e do tempo de cura realizado, quesitos que qualificam o concreto
e o estabelecem maior durabilidade e resistência.
20

2.3.2 Carbonatação

A carbonatação trata-se de uma reação do dióxido de carbono ( ) com os alcalinos


do concreto, reduzindo a alcalinidade do meio onde a armadura está inserida. Essa redução no
pH é que propicia a aparição da frente de carbonatação, fenômeno prejudicial ao concreto
armado, pois essa redução possibilita a quebra da camada passivadora do aço e acelera o
processo de corrosão na armadura, vale salientar, que a corrosão se efetua em condições
favoráveis de umidade e níveis de oxigênio (ARAÚJO, 2009).
Araújo (2009) destaca ainda, que uma vez a frente de cabornatação alcançando a
profundidade equivalente ao cobrimento e atingindo a armadura, a película passivadora não
resiste à queda de pH, deixando a armadura desprotegida e mais suscetível a corrosão.
Existem métodos de detecção da frente de carbonatação no concreto, um deles é o
ensaio de fenolftaleína1, que consiste na aplicação desse indicador no interior do concreto até
à armadura, onde esta substância irá indicar se o meio está ácido ou básico pela mudança de
coloração. A interpretação é simples, se não houver mudança de cor, dizemos que o concreto
está carbonatado (meio ácido) e no caso de haver mudança de cor ele não está carbonatado
(meio alcalino), esse método é muito utilizado por sua facilidade de execução e análise da
frente de carbonatação.

2.3.3 Eflorescência

Do latim efflorescentia, o fenômeno de eflorescência é caracterizado pelo


aparecimento de formações salinas sobre algumas superfícies, podendo ter caráter
pulverulento ou ter a forma de crostas duras e insolúveis em água.
Melo (2011) define eflorescência como a deposição de sais na superfície, resultante
da migração e posterior evaporação da solução aquosa salinizada, deixando assim, essas
formações nas superfícies dos materiais. Os sais que geram este fenômeno na maioria das
vezes têm origem da própria matéria-prima, materiais de construção ou águas contaminadas
do subsolo que percolam por capilaridade.

1
A fenolftaleína é um indicador ácido-base sintético que tem a propriedade de mudar de cor em função do pH do
meio, esta fica rosa em meio básico e incolor em meio ácido.
21

Quando no interior da estrutura essa água salinizada migra para o meio externo por
pressão hidrostática, na superfície esses sais cristalizam originando a eflorescência, que para
muitos é conhecida como salitre. Sua ocorrência é simbolizada pela depreciação estética como
o aparecimento de manchas (brancas ou cor de ferrugem) e desplacamento de pintura ou
outros revestimentos (BORGES, 2008).

2.3.4 Ataque químico por cloretos nas estruturas de concreto

A durabilidade do concreto está ligada a limitação dos cloretos, a presença desse


componente, dependendo do teor, podem gerar patologias no concreto, como a corrosão de
armaduras e o aparecimento de eflorescência, além da formação de compostos expansivos
como os cloroaluminatos cálcios. Além do que, teores elevados de cloreto tendem a acelerar
as reações de hidratação, acelerando o tempo de pega e a resistência inicial e reduzindo as
resistências em longo prazo.
Os íons cloretos são os agentes mais problemáticos para a corrosão nas armaduras,
por serem capazes de despassivar o aço mesmo em meio alcalino e que junto à presença de
água e oxigênio tornam o processo corrosivo possível (CAVALCANTI FILHO, 2010).
Os cloretos chegam ao interior do concreto por mecanismos de transporte como
absorção capilar, difusão iônica ou por permeabilidade sob pressão hidráulica.

a) Absorção capilar

A absorção capilar é o mecanismo de transporte que exige o contato direto entre o


concreto e a solução rica em íons cloretos. Essa solução adentra à estrutura devido às tensões
capilares, por tanto, o fenômeno ocorre na superfície do concreto. Esse mecanismo é comum
em estruturas marítimas semi-submersas ou por cloretos impregnados na superfície que se
dissolvem sobre a presença de água (CAVALCANTI FILHO, 2010).
A capacidade de absorção do concreto está ligado a porosidade do mesmo, capilares
de menores diâmetros e menos intercomunicáveis, resulta numa menor absorção e portanto
numa maior resistência ao ingresso de agentes nocivos.
22

b) Difusão iônica

Para Cascudo (1997) e Cavalcanti Filho (2010) a absorção capilar e a difusão capilar
são os principais mecanismos de transportes dos íons cloretos através dos poros do concreto.
Basicamente, a difusão capilar consiste no movimento dos íons cloretos no interior do
concreto, provocado pela diferença ou gradiente de concentração iônica, seja entre o meio
interno ou externo, ou dentro do próprio concreto. Essas diferenças de concentração levam os
íons cloretos a se movimentarem em busca do equilíbrio. Para a ocorrência da difusão iônica
existem duas condições a porosidade aberta do concreto e a existência de um meio úmido ou
aquoso (eletrólito) que permitam a movimentação dos íons.
A intensidade da difusão iônica depende da porosidade do concreto, para tanto,
quanto menos permeável e mais compacto for o mesmo menor será a ocorrência desse
mecanismo de transporte.

c) Permeabilidade a líquidos sob pressão hidráulica

Metha e Monteiro (2008) define permeabilidade como a facilidade com que um


fluido tem de percolar por um sólido (neste caso, o concreto) sob um gradiente de pressão
externa. Esse mecanismo de penetração de fluídos se caracteriza pela existência de um
gradiente hidráulico que exerce pressão sobre o mesmo e força a sua entrada no concreto.
E como poderia impedir ou impossibilitar essa entrada de água ou demais fluídos no
concreto?
A resposta é simples, ter um maior controle sobre a porosidade do concreto. A
estrutura porosa do concreto tem uma ligação direta com a relação água/cimento, onde quanto
menor essa relação, mais compacto o concreto e menor a porosidade capilar, resultando em
um concreto menos permeável. Essa característica é vantajosa perante a situação de estruturas
de concreto submersas, visto que é criada uma espécie de “barreira” perante o transporte de
substâncias liquidas que ali se encontram acumuladas (CASCUDO, 1997).
Cascudo (1997) em seu trabalho comenta que a permeabilidade de líquidos sob
pressão hidráulica é verificada apenas em situações onde haja acúmulo ou contenção de
águas, solos saturados, contato direto entre a superfície e águas correntes (rios, mares) e ainda
as estruturas enterradas (fundações) que se encontram sobre a ação de lençol freático.
Cascudo (1997) alega que os íons cloretos podem chegar ao interior do
concreto por diversas maneiras, entre elas:
23

 Uso de aditivos aceleradores de pega que contém ;


 Por impurezas indesejadas presentes nos agregados (areia e brita) ou na água
de amassamento;
 Atmosfera marinha (maresia) ou agressões por água do mar;
 Processos industriais;
 Limpeza do concreto por ácido muriático ou materiais de limpeza agressivos.
Esses íons cloretos quando no interior do concreto podem se combinar com outros
compostos, ficarem livres, precipitados ou dissolvidos na fase aquosa do concreto (na solução
dos poros do concreto). Sendo os cloretos livres os agentes mais nocivos à armadura, os
cloretos combinados (cloroaluminato de cálcio, cloroferrato) também podem oferecer riscos
quando se tornam livres com as reações de carbonatação e por elevação da temperatura
(CASCUDO, 1997).
Sobre conhecimento da ação nociva dos íons cloretos sobre o concreto armado, a
ABNT NBR 6118:2014 não se reporta especificamente ao teor de cloretos, mas apresenta
medidas preventivas em relação ao ataque dos íons cloretos (item 6.3.3.2 da ABNT NBR
6118:2014). Vista ausência de normas que regulamentem o controle de cloretos na mistura do
concreto, surgiu recentemente a ABNT NBR 15000:2009 que trata do controle de qualidade
da água de amassamento, que para isso, limita a concentração de alguns compostos na água,
entre eles os íons cloretos.

2.3.5 Ataque químico por sulfatos nas estruturas de concreto

Os sulfatos são um dos principais agentes agressivos ao concreto, que podem ter sua
origem nos materiais constituintes como também serem provenientes do meio onde a peça de
concreto se encontra inserida (maresia, solos agressivos ou águas ricas em sulfatos).
O ataque ao concreto se dá pelo ingresso destes agentes nocivos ao interior do
concreto através de mecanismos de transporte (adsorção, permeabilidade, difusão). Estes
agentes degradantes podem está presentes na água de amassamento, nos agregados ou no
cimento, daí a importância do controle sobre os componentes, onde os materiais devem ser
criteriosamente conhecidos.
24

Basicamente o ataque por sulfatos se resume a sua ação expansiva no interior das
peças de concreto que geram tensões capazes de fissurá-lo, deixando-o mais vulnerável aos
agentes agressores como também proporciona perca de qualidade estética e resistência. Essa
expansão é fruto de reações com a pasta de cimento hidratado, onde estes íons sulfatos
reagem principalmente com o hidróxido de cálcio ( ) e o aluminato de tri-cálcio A,
originando a etringita e o gesso (LAPA, 2008).
Para obter uma maior resistência à ação destes componentes medidas como: uma
menor relação água/cimento, uso de cimentos resistentes à sulfatos com baixo teor de
aluminato tri-cálcio, adição de óxido férrico, produzindo que é muito resistente ao
ataque químico, além também da introdução de proporções adequadas de sílica ativa e cinzas
volantes, são medidas bastante válidas (EMMONS, 1993). Vale ressaltar que os cimentos
resistentes à sulfato não devem eliminar completamente o aluminato tri-cálcio A, visto que
o mesmo tem papel importante na formação da camada passivadora que protege as armaduras
da ação dos íons cloretos.

2.4 DURABILIDADE

Andrade (1997) define durabilidade como a condição onde uma estrutura de concreto
mesmo sobre as condições ambientais esperadas mantenha sua segurança, funcionalidade e
aparência aceitável, onde esta deve ser projetada, executada e operada de forma correta e
favorável. Para tanto, sem exigir grandes custos com manutenção e reparos durante sua vida
útil.
A ABNT NBR 6118:2014 no item 5.1.2.3 conceitua durabilidade como a capacidade
de a estrutura resistir às influências ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor
do projeto estrutural e o contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto.
Já para Metha e Monteiro (1994) a durabilidade das estruturas de concreto é
designada por sua capacidade de resistir à ação das intempéries, ataque químico, abrasão ou
qualquer espécie de deterioração, preservando sua forma original, qualidade e segurança de
uso no ambiente de exposição.
De acordo com Andrade (1997) e Helene (1999) para garantia dessa durabilidade e
resistência das estruturas é preciso controle sobre relação água/cimento, sobre o tipo e
consumo de cimento e adições, a dosagem do concreto, sobre a qualidade e credibilidade dos
25

materiais utilizados, o cobrimento das armaduras, entre outros parâmetros. Helene (1999)
ainda ressalta que é mais vantajosa economicamente a tomada de medidas preventivas ainda
na fase de projeto e execução do que intervenções posteriores.
Por essa e outras conclusões que devido aos altos custos com reparos e manutenção
das estruturas de concreto armado, que vem havendo uma crescente preocupação com a
durabilidade (HOFFMANN, 2001). Hoffmann (2001) ainda relata que esta preocupação é
fruto de um despertar diante da ação de agentes agressivos sobre as estruturas, tornando-as
inseguras estruturalmente e com custos de manutenção, reforço e recuperação, tornando as
mesmas mais caras e sem a qualidade e funcionalidade para quais foram projetadas.

2.5 VIDA ÚTIL

A ABNT NBR 6118:2014 no item 6.2.1 define vida útil de projeto como o período
de tempo onde as estruturas de concreto mantêm suas características, desde que atendidos os
requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e construtor, bem como de execução
dos reparos necessários decorrentes de danos de acidentais.
O Comite Euro-Internacional Du Beton (1989) denota vida útil como o tempo em
que as estruturas de concreto mantém um limite mínimo de comportamento em serviço para o
qual foi projetada, sem elevados custos de manutenção e reparação.

2.6 DESEMPENHO

A ABNT NBR 15575:2012-1, no item 3.9, de forma breve e geral, define


desempenho como comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas.
Para a ABNT NBR 6118:2014, item 5.1.2.2, desempenho em serviço de uma
estrutura consiste na capacidade que ela possui de manter-se em condições plenas de
utilização, não devendo apresentar danos que comprometam em partes ou totalmente o uso
para o qual foi projetada. Sendo o desempenho de uma estrutura função de fatores como o
meio ambiente, período de tempo e condições de uso.
26

2.7 MANUTENÇÃO

Segundo a ABNT NBR 5674:2012, item 3.5, manutenção é um conjunto de


atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da
edificação e de suas partes constituintes, a fim de atender às necessidades e segurança de seus
usuários. Ainda segundo a norma, manutenção não implica em atividades com finalidade de
alterar o uso da edificação.
A ABNT NBR 6118:2014, item 6.2.1, relata que para o alcance da vida útil de uma
edificação é preciso impor requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e
construtor. Com esse objetivo deve ser confeccionado por um profissional devidamente
habilitado um manual de inspeção, utilização e manutenção. Este manual deve conter
claramente as corretas medidas referidas ao uso da edificação e de manutenção preventiva.
É importante ressaltar que referente aos custos com manutenção, é mais viável se
realizar ações de reduzido alcance com caráter de prevenir ou identificar o surgimento de
danos, ou seja, promover manutenções preventivas, do que se deparar com reformas drásticas
onde a estrutura já encontra-se debilitada (ARANHA, 1994).
27

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO, NATUREZA E ESTRUTURA DA PESQUISA

Este trabalho consiste numa pesquisa com procedimento técnico de campo e


bibliográfico, através da coleta de amostras e apresentação de pesquisas relacionadas ao tema
por meio de fontes diversas (livros, revistas, teses, dissertações).
A pesquisa é de natureza qualitativa e caracterizada por estudos de casos a serem
realizados em canteiros de obras localizados no campus da UFERSA em Mossoró. Para a
realização da pesquisa se fizeram necessárias visitas aos canteiros para que fosse possível
avaliar as condições da água de amassamento nos mesmos.
O trabalho foi estruturado sequencialmente em revisão de literatura, realização dos
ensaios, avaliação da qualidade resistiva do concreto produzido “in loco” e das condições de
manejo da água de amassamento, análise dos resultados e parecer final.
A análise da água seguiu as prescrições da ABNT NBR 15900:2009, norma
responsável pela especificação dos requisitos para água ser considerada adequada para o
amassamento do concreto. A referente norma é composta por 11 partes, mas esta pesquisa
restringiu-se à ABNT NBR 15900:2009 – 1 (Requisitos), ABNT NBR 15900:2009 – 2
(Coleta de amostras de ensaio), ABNT NBR 15900:2009 – 3 (Avaliação preliminar), ABNT
NBR 15900:2009 – 6 (Análise química – Determinação de cloreto solúvel em água).

3.2 ETAPAS DA PESQUISA

Para a elaboração da pesquisa, inicialmente foram realizadas visitas aos canteiros de


interesse, selecionados de acordo com a liberação dos responsáveis. Inicialmente houve
rejeição por parte dos responsáveis das obras perante a pesquisa, o que limitou o espaço
amostral da mesma, que até então se constituía de cinco obras, e duas foram canceladas por
impedimento de seus responsáveis.
Desta forma, prosseguiu-se a pesquisa com a análise em três canteiros no Campus
Central da UFERSA em Mossoró-RN, onde nos mesmos houve aplicação de questionário
28

(Apêndice A), coleta das amostras de água de amassamento e moldagem do concreto


produzido “in loco”.

3.2.1 Aplicação de questionário

Com a visita aos canteiros para realização da pesquisa, de início foi realizado um
questionário (Apêndice A) junto ao responsável da obra, com objetivo de verificar as
condições de controle tecnológico no canteiro.
O questionamento foi breve e atribuiu-se tópicos como:
 Caracterização da obra: qual método construtivo adotado e qual a finalidade da
edificação;
 O concreto produzido tem qual finalidade: para concretagem de fundação,
vigas, pilares ou lajes;
 Qual o traço adotado;
 Características do agregado graúdo (o tipo e a dimensão);
 Informações sobre a areia utilizada (Se há algum controle sobre sua umidade,
qual a origem da areia);
 Classificação do cimento Portland utilizado na produção do concreto;
 O fck do projeto estrutural;
 Existe algum controle sobre o armazenamento e dosagem da água no concreto;
 A quantidade de água e de areia é adaptada ao grau da umidade da areia;
 Qual a procedência da água utilizada na mistura do concreto;
 Equipamentos utilizados na produção e execução das peças de concreto.

3.2.2 Coleta das amostras da água de amassamento

A coleta das amostras seguiu os preceitos da ABNT NBR 15900:2009-2, item 5,


destinada especificamente a coleta das amostras para ensaios.
29

Para a realização de ensaios químicos e avaliação preliminar, o volume mínimo de


amostra de água é 3 litros, por segurança foram retiradas 4 litros em cada obra analisada.
Foram utilizados recipientes plásticos, mas especificamente garrafas de Polietileno Tereftalato
(PET) de 2 litros de capacidade cada, ou seja, foram utilizadas duas garrafas PET’S. As
garrafas foram perfeitamente limpas e higienizadas.
Os recipientes foram completamente preenchidos com a água, coletada submergindo
os recipientes até uma profundidade de 15 cm (Figura 3).
Com relação aos recipientes os mesmos foram convenientemente identificados, com
informações como: procedência, local de coleta, finalidade a que se destina, profundidade da
coleta, quantidade, data e hora da coleta.

Figura 3: Coleta das amostras de água nas obras analisadas

Fonte: Acervo do autor (2014)

3.2.3 Avaliação preliminar

As amostras foram avaliadas com relação à presença de detergentes, óleos ou


gorduras, cor, odor e pH de acordo com o item 6 da ABNT NBR 15900:2009-3. Em caso da
30

água não passar na fase de análise preliminar, a mesma só poderá ser utilizada para uso em
concreto, se comprovado aptidão de acordo com os ensaios de tempo de pega e resistência.
A norma é bastante clara e simples em relação a esses procedimentos de análise
preliminar, os ensaios foram realizados segundo as especificações do item 6 da ABNT NBR
15900:2009-3 no laboratório de Análise de Solo-Água-Planta (LASAP) na Universidade
Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) no Campus de Mossoró-RN do lado Leste, sobre a
orientação da técnica do laboratório Ana Cecília da Costa Sinclair Marinho.

3.2.3.1 Detergentes, óleos ou gorduras e cor

Foi observada a superfície da amostra de água e verificado se houve presença visível


de espuma. O ensaio procedeu-se em colocar uma determinada quantidade de água em uma
proveta graduada sobre uma superfície sem vibrações e deixá-la em repouso por
aproximadamente 30 minutos (Figura 4). Nos primeiros 2 minutos, foi verificado se houve a
formação de espuma e indícios de óleos ou gordura.
Figura 4: Amostras em proveta e colocadas em repouso para análise de espuma, gordura e cor

Fonte: Acervo do autor (2014)

No final dos 30 minutos, foi verificada a cor e a tonalidade da amostra, podendo


assim proceder a um diagnóstico sobre sua coloração, por exemplo, incolor, amarelada,
esverdeada ou turva.
31

3.2.3.2 Odor

A amostra foi agitada de modo a misturar qualquer material que esteja no fundo do
recipiente. Despejou-se 80 ml da amostra numa proveta de 100 ml. Lacrou-se e agitou-se por
em média 30 segundos.
Após o procedimento acima, foi verificado o odor da amostra de forma simples e
direta, podendo identifica-la como inodora ou não inodora (Figura 5).

Figura 5: Identificação simples do odor das amostras de água

Fonte: Acervo do autor (2014)

3.2.3.3 Medida do potencial hidrogeniônico (pH)

Foi utilizado um equipamento laboratorial digital, composto por eletrodo e circuito


potenciômetro, que indicou o pH da amostra (Figura 6).
32

Figura 6: Medidor de pH, constituído por eletrodo e circuito potenciômetro

Fonte: Acervo do autor (2014)

3.2.4 Propriedades químicas da água de amassamento

A água para ser apropriada para produção de concreto deve passar por algumas
avaliações, com o objetivo de averiguar sua composição. A norma de referência a ABNT
NBR 15900:2009, especifica que para cada tipo de água há uma forma distinta de encarar a
sua avaliação (item 3 da parte 1- Requisitos).
A ABNT NBR 15900:2009, em suas 8 partes destinadas à analise química, orienta
como devem ser analisadas concentrações de componentes como zinco (Parte 4), chumbo
(Parte 5), cloreto (Parte 6), sulfato (Parte 7), fosfato (Parte 8), álcalis (Parte 9), nitrato (Parte
10) e açúcar (Parte 11). Este trabalho se restringirá à realização dos ensaios voltados apenas
para o diagnóstico da concentração de cloretos (Parte 6), por razões limitadoras dos
laboratórios disponíveis os ensaios para os demais componentes se tornam inviáveis.
No subitem 3.2.5 será apresentado o procedimento dos ensaios para a identificação
das concentrações deste composto nas amostras colhidas.
33

3.2.5 Ensaios para análise química

O ensaio para análise química foi realizado no laboratório da Universidade Federal


Rural do Semi-Árido no Campus de Mossoró-RN, especificamente no Laboratório de Análise
de Solo-Àgua-Planta (LASAP) sobre orientação da técnica Ana Cecília da Costa Sinclair
Marinho. Desse modo, no laboratório de Solo-Água-Planta (LASAP) foi possível identificar a
concentração de cloretos por meio de ensaio de volumetria de precipitação.

3.2.5.1 Determinação de cloreto solúvel em água

A ABNT NBR 15900:2009-6, item 7, destinada à análise de cloretos, sugere para o


mecanismo de determinação do cloreto solúvel em água o ensaio de titulação potenciométrica
com eletrodo (item 7.2) ou por analisador de íons – Método da curva de calibração
(item 7.3). Mas, por motivos de adequação às limitações do laboratório o ensaio de
determinação de cloretos não seguiu a ABNT NBR 15900:2009-6, a análise de determinação
foi realizada por volumetria de precipitação, usando o método de Mohr.
O método de Mohr é um método argentimétrico2 para determinação de cloretos que
consiste em titular o haleto com uma solução padrão de nitrato de prata usando o cromato de
potássio como indicador.
De início para a realização do ensaio, foram colhidos 25 ml da amostra para um
erlenmeyer (Figura 7), logo após, com a solução conhecida de reagente (chamado também de
titulante) foi preenchido a bureta (Figura 8), no caso, o titulante foi uma solução de nitrato de
prata ( ) com molaridade de 0,05 mol/l (Figura 9).

2
Os métodos argentimétricos envolvem o uso de soluções padrões de Nitrato de Prata e tem como campo
principal de aplicação à determinação de haletos e outros sais de prata pouco solúveis em água.
34

Figura 7: Amostras de água para ensaio de identificação de cloretos

Fonte: Acervo do autor (2014)

Figura 8: Instrumento laboratorial utilizado no ensaio de titulação (bureta, torneira de precisão


e suportes)

Fonte: Acervo do autor (2014)


35

Figura 9: Solução titulante de nitrato de prata ( )

Fonte: Acervo do autor (2014)

Foi adicionado à solução no erlenmeyer gotas de indicador de cromato de potássio


formando uma coloração “amarelo vivo” e posteriormente foi-se adicionando lentamente
gotas de titulante sobre controle da torneira de precisão. No ponto final, quando a precipitação
do cloreto foi completa, o primeiro excesso de prata reagiu com o indicador que precipitou
como cromato de prata, formando um precipitado de coloração vermelho-tijolo (Figura 10-B),
neste momento da “viragem” anotou-se o volume de titulante consumido (volume gasto).

Figura 10: A) Solução com indicador B) Identificação do ponto de equivalência

Fonte: Acervo do autor (2014)


36

Para determinação da concentração de cloretos nas amostras analisadas, utilizou-se a


Equação 3.1:

( )
(3.1)

Onde:
: Molaridade da solução titulante de nitrato de prata (0,005 mol/l);
: Volume gasto de titulante com a amostra analisada;
: Volume gasto de titulante com a amostra em branco;
: Massa molar do Cloreto (35,5 g/mol);
: Volume da amostra utilizado no ensaio (25 ml).

Por questões facilitadoras e pelo fato do volume gasto de titulante com a amostra em
branco ser desprezível, nos cálculos o mesmo foi desconsiderado.

3.3 AMOSTRAS DE CONCRETO PRODUZIDO “IN LOCO”

Durante o procedimento de retirada de amostras de água de amassamento, foram


moldados cinco corpos de prova do concreto produzido nos canteiros em estudo. As
condições de produção foram de acordo com cada obra, sendo critério da mesma o tipo de
brita, areia, cimento, traço adotado e equipamentos utilizados na produção do concreto.

3.3.1 Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone

O procedimento para a realização do ensaio seguiu as orientações da ABNT NBR


NM 67:1998 no item 5. A aparelhagem foi um molde, placa de base e haste de compactação,
de acordo a referente norma no item 4.
37

O procedimento consistiu em encher rapidamente o molde com o concreto coletado,


em três camadas, cada uma com aproximadamente um terço da altura do molde e compactado
com uma sequência de 25 golpes em cada camada com a haste de socamento.
Imediatamente após a retirada do molde, foi medido o abatimento do concreto,
determinando a diferença entre a altura do molde e altura do eixo do corpo-de-prova,
aproximando aos 5 mm mais próximos (Figura 11).

Figura 11: Medição do abatimento do concreto

Fonte: Acervo do autor (2014)

3.3.2 Procedimento de moldagem e cura de corpo-de-prova

Em cada canteiro foram moldados 5 corpos de prova do concreto produzido “in


loco”, seguindo as instruções do item 7 da ABNT NBR 5738:2003.
Para moldagem dos corpos-de-prova foram utilizados cilindros metálicos com
dimensões de 10 x 20 (cm), o adensamento foi manual por meio de haste metálica, cilíndrica e
com superfície lisa.
38

De acordo com a Tabela 1 da ABNT NBR 5738:2003, para o cilindro adotado o


número de camadas para moldagem dos corpos-de-prova são 2 camadas e 12 golpes para o
adensamento manual.
Os corpos-de-prova permaneceram na obra de origem as primeiras 24 horas, depois
foram transportados para o Laboratório de Materiais de Construção da UFERSA, onde os
mesmos foram desmoldados, identificados e colocados em recipientes saturados com água
potável proveniente da rede de abastecimento (CAERN), de acordo com as instruções do item
8 da ABNT NBR 5738:2003. Nessas condições passaram 28 dias de cura, contando a partir
da hora de moldagem, onde no fim desse período foram submetidos ao ensaio de compressão
axial.

3.3.3 Ensaio de compressão axial de corpos-de-prova cilíndricos

O ensaio foi realizado no Laboratório de Materiais de Construção do Instituto


Federal do Rio Grande do Norte – IFRN, seguindo as prescrições da ABNT NBR 5739:2007
no que diz respeito à aparelhagem (item 3), preparo dos corpos-de-prova (item 4), execução
do ensaio (item 5) e elaboração dos resultados (item 6).
Os corpos-de-prova atendem a relação (h/d), pois os cilindros adotados são de 10x20
(cm) resultando numa razão inferior a 2,02 e maior que 1,943.
O ensaio de compressão será realizado imediatamente após a remoção do corpo-de-
prova do seu local de cura, a execução do ensaio segue as orientações do item 5 da norma de
referência. Será utilizada para rompimento dos corpos-de-prova uma máquina servo-
hidráulica da marca EMIC® e modelo DL– 100T, disponibilizada pelo Instituto Federal do
Rio Grande do Norte – IFRN (Figura 12).

3
Como foi realizado o controle geométrico dos moldes, conforme especificado na ABNT NBR 5738:2003,
pode-se dispensar a medição do diâmetro e altura, adotando-se as dimensões nominais.
39

Figura 12: Máquina utilizada na compressão axial dos corpos-de-prova

Fonte: Acervo do autor (2014)

A resistência à compressão será calculada através da Equação 3.3:

(3.3)

: é a resistência à compressão, em MPa;


F: è a força máxima alcançada, em newtons;
D: é o diâmetro do corpo-de-prova, em milímetros.

Como a relação h/d ser igual a 2, o fator de correção será 1 (Tabela 2 do item 6.1.2
da ABNT NBR 5739:2007), logo ao multiplicar o fator pela força alcançada (F) não haverá
alteração.
Será realizada avaliação estatística dos resultados obtidos no ensaio de resistência à
compressão quanto à dispersão dos resultados, de acordo com o Anexo B da ABNT NBR
5739:2007.
40

4 RESULTADOS

4.1 OBRA 1

4.1.1 Questionário

De acordo com o questionário (Apêndice A) a obra analisada constitui-se de


elementos de concreto armado (vigas, pilares) e alvenaria de blocos cerâmicos para a vedação.
A obra se dentina à construção de uma edificação térrea e com cobertura de madeira e telhas
cerâmicas do tipo colonial.
O concreto, ao qual foi moldado os corpos de prova, se destinava à concretagem de
pilares. Em sua produção foi seguido o traço 1:2:2 (1 saco de cimento, 2 carros-de-mão de
brita, 2 carros-de-mão de areia), a brita era granítica (tipo 01 ou 19 mm), o agregado miúdo
era areia lavada originária do leito de rios regionais, o cimento adotado foi o CP IV-32 RS
com adições pozolânicas, não foi usado aditivos, o fck de projeto para os pilares é de 25 MPa.
Na mistura do concreto era utilizada betoneira e para auxílio na dosagem da água foi
adotado baldes de tinta sem graduação (Figura 13), em seu transporte era efetuado com uso de
carro-de-mão e adensamento mecânico por vibrador.

Figura 13: Recipientes utilizados na dosagem da água

Fonte: Acervo do autor (2014)


41

A água era adicionada conforme a experiência do betoneiro, a mesma era


proveniente da concessionária CAERN, porém se encontrava em condições de
armazenamento desfavoráveis, como visto na Figura 14, em reservatórios de PVC sem
cobertura de proteção.

Figura 14: Reservatório de PVC sem cobertura de proteção

Fonte: Acervo do autor (2014)

4.1.2 Análise preliminar da amostra de água

Os resultados para a análise preliminar segundo as prescrições da ABNT NBR


15900:2009 – 3 no item 6, seguem na Tabela 1.
42

Tabela 1: Resultados para análise preliminar nas amostras da obra 1


Análise Preliminar
Presente Não Presente
Detergentes, óleos ou gorduras
X
Presente Não Presente
Odor
X
Presente Não Presente
Cor X
Básico Ácido
pH
X
Fonte: Acervo do autor (2014)

A análise de detergentes, óleos ou gorduras e cor foi realizada de acordo com o item
3.2.3.1 deste trabalho, onde após procedimento verificou-se o não aparecimento de espuma e
nem indícios de óleos e gorduras. Em relação a cor, as amostras da obra 1 apresentaram
inicialmente sólidos suspensos (Figura 15), mas após agitação exibiram aparência incolor
quando comparada a uma solução padrão (Figura 16).

Figura 15: Sólidos suspensos na amostra da obra 1

Fonte: Acervo do autor (2014)


43

Figura 16: Comparação da amostra com uma solução padrão

Fonte: Acervo do autor (2014)

O odor , item 3.2.3.2, foi determinado de forma simples e direta e detectou-se que as
amostras não apresentavam odor, sendo classificadas como odor “não presente”.
O pH da amostras determinado de acordo com o item 3.2.3.3, mostrou como
resultado um valor de 7,51 (28,3 ºC), indicando um meio neutro.

4.1.3 Análise química da amostra de água

4.1.3.1 Cloretos

Feito o procedimento de ensaio do item 3.2.5.1, o resultado para a concentração de


cloretos foi 134,9 mg/l.

4.1.4 Amostras de concreto produzindo “in loco”

4.1.4.1 Consistência pelo abatimento do tronco de cone


44

O abatimento do concreto na Obra 1 foi de 80 mm (8 cm).

4.1.4.2 Ensaio de compressão axial

Realizado o ensaio, os resultados da resistência à compressão foram determinados de


acordo com o item 3.3.3. Os resultados são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2: Resultados do ensaio de resistência à compressão dos corpos-de-prova da obra 1

Tensão Máxima
Corpo de prova
(MPa)
I-1 17,39
I-2 20,37
I-3 17,02
I-4 16,13
I-5 18,66
Fonte: Acervo do autor (2014)

Fazendo a média dos cinco corpos de prova obtém-se a resistência média à


compressão (Equação 4.1). Com também é calculado o desvio padrão (Equação 4.2) e
coeficiente de variação (Equação 4.3).

(4.1)

(4.2)

Se =

(4.3)
45

Dessa forma, a avaliação através do coeficiente de variação dentro do ensaio foi


adequado, obtendo-se como resultado final o valor de 17, 91 MPa.

4.2 OBRA 2

4.2.1 Questionário

De acordo com o questionário a obra 2 se destina à construção de um bloco de salas


de aula. A edificação apresenta dois pavimentos, a estrutura é de concreto armado
convencional e alvenaria de blocos cerâmicos para vedação.
O concreto utilizado é produzido no canteiro e tinha finalidade para a concretagem
de vigas, o traço utilizado é de 1:2:2 (1 saco de cimento, 2 padiolas de brita, 2 padiolas de
areia), o agregado graúdo é brita calcária (brita 01 ou 19 mm), o agregado miúdo é areia
lavada de origem regional, o cimento adotado é o Portland Pozolânico (CP IV-32), não uso de
aditivos, adensamento mecânico por vibrador e o fck de projeto é 25 MPa.
O controle sobre a dosagem da água na mistura do concreto ocorre de maneira
improvisada, o betoneiro faz uso de um recipiente demarcado com um “prego” simulando
uma graduação (Figura 17). Na dosagem a quantidade de água é de 27,5 litros, mas também
não foi passado se esse traço tem confiabilidade laboratorial.
46

Figura 17: Método de controle na obra 2 sobre a dosagem da água na mistura do concreto

Fonte: Acervo do autor (2014)

Assim como na Obra 1, os recipientes de armazenagem na obra 2 também são caixas


d’água de PVC sem cobertura (Figura 18) e a água utilizada é também proveniente da
CAERN.

Figura 18: Reservatório de PVC para armazenagem de água na obra 2

Fonte: Acervo do autor (2014)


47

4.2.2 Análise preliminar da amostra de água

Os resultados da análise preliminar das amostras da obra 2 estão apresentados na


Tabela 3.

Tabela 3: Resultados para análise preliminar das amostras na obra 2


Análise Preliminar
Presente Não Presente
Detergentes, óleos ou gorduras
X
Presente Não Presente
Odor
X
Presente Não Presente
Cor X
Básico Ácido
pH
X
Fonte: Acervo do autor (2014)
A análise de detergentes, óleos ou gorduras, item 3.2.3.1, apresentou como resultado
a ausência dessas substâncias na amostra. A cor, também de acordo com item 3.2.3.1, foi
classificada como incolor e não houve matéria em suspensão.
O odor, item 3.2.3.2, foi classificado como ausente, ou seja, a água da amostra estava
inodora.
Em relação ao pH o valor obtido foi de 6,68 (30 ºC), indicando um meio ácido.

4.2.3 Análise química da amostra de água

4.2.3.1 Cloretos

A análise química para identificação da concentração de cloretos na água utilizada no


amassamento do concreto na obra 2, determinou que a mesma apresenta um valor de 92,30
mg/l.
48

4.2.4 Amostras de concreto produzido “in loco”

4.2.4.1 Consistência pelo abatimento do tronco de cone

O abatimento do concreto na Obra 2 foi de 60 mm (6 cm).

4.2.4.2 Ensaio de compressão axial

Realizado o ensaio, os resultados da resistência à compressão foram determinados de


acordo com o item 3.3.3. Os resultados são apresentados na Tabela 4.

Tabela 4: Resultados do ensaio de resistência à compressão dos corpos-de-prova da obra 2

Corpo de prova Tensão Máxima (MPa)


II-1 20,65
II-2 21,11
II-3 22,94
II-4 17,36
II-5 17,61
Fonte: Acervo do autor (2014)

Fazendo a média dos cinco corpos de prova obtém-se a resistência média à


compressão (Equação 4.4). Como também foi determinado o desvio padrão (Equação 4.5)
e coeficiente de variação (Equação 4.6) de acordo com o Anexo B da ABNT NBR 5739:2007.

(4.4)


(4.5)
49

Se =

(4.6)

Dessa forma, a avaliação através do coeficiente de variação dentro do ensaio foi


adequada, obtendo-se como resultado final o valor de 19,93 MPa.

4.3 OBRA 3

4.3.1 Questionário

A obra 3 se destina à construção de um laboratório da referente instituição UFERSA,


composto de elementos de concreto armado (vigas, pilares e lajes) e alvenaria de blocos
cerâmicos.
O concreto analisado era destinado à concretagem das vigas, o traço utilizado foi de
1: 2 ½: 3 ½ (1 saco de cimento, 2 ½ latas de brita, 3 ½ latas de areia ), brita granítica (Tipo 01
ou 19 mm), uso de areia lavada, o cimento utilizado era o cimento Portland pozolânico CP II-
32 RS, sem uso de aditivos, adensamento mecânico por vibrador e com fck de projeto de 25
MPa. Na obra 3, a brita granítica antes da mistura era peneirada para a retirada dos finos
(Figura 19).
50

Figura 19: Peneiramento da brita granítica para retirada dos finos

Fonte: Acervo do autor (2014)

Em relação à água de amassamento, a atribuição de água na mistura do concreto era


por meio da experiência do operador. A água era originária da concessionária CAERN e se
encontrava armazenada em caixa d’água de PVC sem nenhuma cobertura (Figura 20).

Figura 20: Reservatório de PVC para armazenagem de água na obra 3

Fonte: Acervo do autor (2014)


51

4.3.2 Análise preliminar da amostra de água

Os resultados da análise preliminar da obra 3 se encontram na Tabela 5.

Tabela 5: Resultados para análise preliminar das amostras na obra 3


Análise Preliminar
Presente Não Presente
Detergentes, óleos ou gorduras
X
Presente Não Presente
Odor
X
Presente Não Presente
Cor X
Básico Ácido
pH
X
Fonte: Acervo de autor (2014)

Não detectou-se presença de espuma e nem indícios de óleos e gorduras na amostra


da obra 3. A cor da mesma foi incolor e sem formação de sólidos suspensos.
Também não houve a formação de odores, sendo então a água classificada como
inodora.
O pH da água foi em torno de 10,83 (27,1 ºC), sendo o meio considerado como
alcalino.

4.3.3 Análise química da amostra de água

4.3.3.1 Cloretos

A análise química para determinação de cloretos obteve como resultado o valor de


106,5 mg/l.
52

4.3.4 Amostras de concreto produzindo “in loco”

4.3.4.1 Consistência pelo abatimento do tronco de cone

O abatimento do concreto na Obra 3 foi de 50 mm (5 cm).

4.3.4.2 Ensaio de compressão axial

Realizado o ensaio, os resultados da resistência à compressão foram determinados de


acordo com o item 3.3.3 deste trabalho. Os resultados são apresentados na Tabela 6.

Tabela 6: Resultados do ensaio de resistência à compressão dos corpos-de-prova da obra 3

Corpo de prova Tensão Máxima (MPa)


III-1 29,46
III-2 28,56
III-3 25,95
III-4 24,83
III-5 26,39
Fonte: Acervo do autor (2014)

Fazendo a média dos cinco corpos de prova obtém-se a resistência média à


compressão (Equação 4.7). Também é calculado o desvio padrão (Equação 4.8) e o
coeficiente de variação (Equação 4.9) de acordo com o Anexo B da ABNT NBR 5739:2007.

(4.7)

(4.8)
53

Se =

(4.9)

Dessa forma, a avaliação através do coeficiente de variação dentro do ensaio foi


adequado, obtendo-se como resultado final o valor de 27,04 MPa.

5 DISCUSSÕES E ANÁLISE DE RESULTADOS

Diante dos resultados do questionário, análise preliminar e análise química das


amostras de água, é possível estabelecer um parecer sobre as condições de controle de
qualidade da água de amassamento nos canteiros estudados.
Como a literatura vem explorando, é de extrema importância aliar as atividades
rotineiras do canteiro de obra com as tendências de controle tecnológico, objetivando
qualidade dos produtos finais. Aliado a isso, atribuir técnicas de controle à água de
amassamento é um ponto positivo para a durabilidade das peças de concreto, já que a mesma
influência diretamente em fatores como resistência, tempo de pega e incidência de
manifestações patológicas. A seguir é apresentado comentários diante dos resultados obtidos.

5.1 QUESTIONÁRIO

Nas obras 1, 2 e 3 não existe nenhum controle sobre a água de amassamento, quando
no máximo há uma tentativa, como visto na improvisação na obra 2. Muitos autores como
Neville (1997) e Dal Molin (1988) justificam essa negligência pelo não conhecimento técnico
dos operadores que por muitas vezes desconhecem todo o contexto teórico, dando ênfase à
54

cultura tradicional e ignorante. Como também, falta de interesse dos construtores e


responsáveis da obra, que visam reter os custos e acelerar a execução, que por fim acabam
sacrificando a qualidade.
Em muitas obras de pequeno porte o controle na adição de água de amassamento não
existe, e os funcionários preferem fabricar concreto com água em excesso, pois, a consistência
fluida do concreto facilita o preenchimento das formas (NEVILLE, 1997). Como já
explanado, essa é uma prática não recomendada devido à consequente diminuição da
resistência mecânica do concreto, porém, foi uma prática comum nos canteiros analisados.
No que se refere às condições de armazenamento, repetiu-se os mesmos erros nas
três obras, ou seja, a água era armazenada em reservatórios de PVC sem cobertura, deixando-
a suscetível a contaminação.
Nas três obras o concreto era produzido no próprio canteiro, os materiais e modo de
produção se assemelharam entre elas, com um diferencial na obra 2 que utilizou brita calcária.
Além do que, a obra 3 diferente das demais com relação ao controle de finos no agregado
graúdo, pois houve a retirada do pó presente por meio de peneiramento.
Essa iniciativa atribui benefícios ao concreto, já que este excesso de pó diminui a
aderência entre a pasta e a brita, além de absorver a água de amassamento, resultando em
detrimento da qualidade do concreto (RIPPER, 1995).

5.2 ANÁLISE PRELIMINAR DA AMOSTRA DE ÁGUA

No fluxograma de aceitação da água para amassamento do concreto, item 4.1 da


ABNT NBR 15900:2009 – 1, a água proveniente da rede pública de abastecimento é
considerada aprovada sem a necessidade de ensaio. Tendo em vista que a água nas obras 1, 2
e 3 era proveniente da rede de abastecimento público (CAERN), o ensaio para análise
permaneceu em virtude da precariedade no armazenamento de água nos canteiros de obra,
onde não é proporcionado proteção à contaminação por substâncias estranhas às águas
armazenadas, além do que, existem compostos que não afetam a potabilidade da água, mas
interferem em propriedades do concreto.
Esse pensamento que toda água que serve para consumo humano pode ser utilizada
na produção de concretos, nem sempre implica numa verdade, pois existem compostos que
não interferem na potabilidade da água, mas interferem em propriedades físicas e químicas do
55

concreto, como por exemplo, os açúcares. Bem como, muitas águas utilizadas no concreto não
podem ser ingeridas pelo homem (PETRUCCI, 1982).
A análise preliminar, de acordo com os requisitos da ABNT NBR 15900:2009 – 1 no
item 4.2, se atribui como mecanismo de aprovação de uso da água no concreto. Com isso, as
amostras das obras analisadas se classificam como adequadas pelo fato de respeitarem os
requisitos de inspeção preliminar expostas na Tabela 2 presente no item 4.2 da ABNT NBR
15900:2009 – 1, onde esta tabela foi adaptada de acordo com as características analisadas na
pesquisa, como pode ser visto na Tabela 7.

Tabela 7: Requisitos e procedimentos de ensaio para a inspeção preliminar da água


destinada ao amassamento do concreto
Parâmetro Requisito Procedimento de ensaio
Óleos e gorduras Não mais do que traços visíveis
Qualquer espuma deve desaparecer
Detergentes
em 2 minutos
A cor deve ser comparada
qualitativamente com a água ABNT NBR 15900:2009 - 3
Cor potável devendo ser amarelo claro
a incolor, exceto para a água
classificada em 3.3
Ácidos (pH) pH ≥ 5
Fonte: NBR 15900 (ABNT, 2009)

Segundo Neville e Brooks (2013) na produção do concreto recomenda-se que a água


tenha pH entre 6,0 e 8,0 e não apresente sabor salobra. As amostras na obra 2 e 3 respeitam os
limites impostos pela ABNT NBR 15900:2009–1, porém apresentaram pH de 6,68 e 10,83,
respectivamente. As amostras em relação ao pH, permanecem aprovadas, pois todas as
considerações de referência avaliativa neste trabalho, seguem a ABNT NBR 15900:2009 e
suas partes constituintes.
56

5.3 ANÁLISE QUÍMICA DA AMOSTRA DE ÁGUA

Dando seguimento a análise, os resultados para análise química se restringiram


somente à cloretos, onde nas três obras estudadas verificou-se que as concentrações deste
composto não excedeu os limites impostos pela ABNT NBR 15900:2009 – 1 no item 4.3.1,
tendo em vista que nas obras estudadas o concreto era com armadura passiva e o teor máximo
correspondente é de 1000 mg/l. Estes teores máximos são expostos na Tabela 8.

Tabela 8: Teor máximo de cloreto em água para amassamento

Composto químico Uso Final Teor máximo em mg/l


Concreto protendido 500
Cloreto Concreto armado 1000
Concreto sem armadura 4500
Fonte: Acervo do autor (2014)

5.4 AMOSTRAS DE CONCRETO PRODUZIDO “IN LOCO”

Pelo ensaio de consistência foi possível avaliar a fluidez do concreto em cada obra.
Na obra 1 o abatimento foi de 8 cm, o concreto era mais fluído e consequentemente com uma
relação água/cimento maior. Na obra 2 o abatimento foi de 6 cm, um concreto mais
consistente e com menos água na mistura. A obra 3 apresentou um abatimento de 5 cm,
indicando um concreto pouco fluído. De acordo com Ripper (1995) existem limites de
abatimento de acordo com a finalidade do concreto (Tabela 9).
57

Tabela 9: Limites de abatimento (Slump-teste) para diversos tipos de concreto

Valores de abatimento em (mm)

Tipo de execução de concreto


Sem ou com controle Controle
Tipo de construções Consistência
tecnológico Rigoroso
Vibração
Sem Com Com
Min. Máx. Min Máx. Min Máx.
Fundações e muros não armados Firme 20 40 20 60 10 50
Fundações e muros armados Firme até plástico 30 80 30 70 20 60
Estruturas comuns Plástico 60 80 50 70 40 60
Peças esbeltas ou com excesso de
Mole até plástico 80 110 70 90 60 80
armadura
Concreto aparente Plástico até mole 70 100 60 80 50 70
Até 40 m Mole - - 80 100 70 90
Concreto bombeado
Mais de 40 m Muito mole - - 90 130 80 100
Elementos pré-fabricados Plástico até firme 30 100 30 80 20 70
Lastros-pisos Firme até plástico 60 80 50 70 30 40
Pavimentação Firme - - 20 50 10 30
Blocos maciços (concreto socado) Muito firme (úmido) - - 10 30 0 20

Fonte: Ripper (1995).

Sendo nas três obras o concreto para estruturas comuns, com uso de vibrador
mecânico para o adensamento e considerando que não há controle tecnológico na execução, o
concreto deve ser plástico com abatimento ente 50 mm e 70 mm. Diante destas considerações
na obra 1 o concreto com 80 mm de abatimento não está dentro das recomendações, por
apresentar um concreto muito mole.
O ensaio de compressão axial dos corpos de prova moldados nas obras estudadas
apresentou resultados desfavoráveis de resistência nas obras 1 e 2, tendo em vista que os
valores determinados são inferiores ao fck previsto no projeto estrutural.
Na obra 1, o concreto era destinado à pilares e a resistência à compressão
característica no projeto de estruturas de concreto armado era de 25 MPa. O valor do ensaio
foi de 17,91 MPa, indicando que o concreto não apresenta condições estruturais para à
finalidade a que se destina, esse resultado pode está ligado à alta fluidez do concreto como
comprova o resultado de consistência. A concretagem de estruturas com um concreto com
relação água/cimento alta, resulta numa perca de resistência e durabilidade (HELENE, 1999).
58

A Obra 2 também apresentou resultado insatisfatório, o concreto produzido nesta


obra era para a concretagem de vigas com fck de projeto de 25 MPa, o valor determinado no
ensaio de compressão foi de 19,93 MPa. Com consistência de 6 cm, é visto que o concreto
apresenta uma consistência menos fluída quando comparada à obra 1, mas sua perca de
resistência pode está ligada ao uso da brita calcária, que não apresenta resistência a abrasão
suficiente quando comparada à granítica, além do que, a brita calcária absorve a água de
amassamento resultando na perca de nata de cimento o que resulta no aparecimento de
“bicheira” ou “nichos de concretagem”.
A obra 3 foi a que apresentou resultado satisfatório, com fck maior que o
especificado em projeto, assim o concreto nesta obra é considerado apto para a sua finalidade
estrutural. O fck de projeto é de 25 MPa e o resultado do ensaio foi de 27,04 MPa. A
respectiva obra na produção do concreto utiliza brita granítica, e existe um controle sobre a
qualidade do agregado graúdo visto que houve o peneiramento do mesmo para a retirada de
pó de pedra, atribuindo maior qualidade ao produto final. Em relação à água de amassamento,
não havia nenhuma espécie de controle em sua quantidade na dosagem, porém, o abatimento
do concreto constatou um valor de 5 cm, indicando um concreto pouco fluído.
59

6 CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

6.1 CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos e as considerações pertinentes com relação às


análises preliminar e química da água, aplicação de questionário avaliativo e resultados do
ensaio de resistência à compressão dos corpos-de-prova pode-se concluir que:
 Nas obras da instituição Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
não existe controle sobre a dosagem da água de amassamento na mistura do concreto, onde
esse papel é executado pelo “betoneiro” que realiza aleatoriamente de acordo com a sua
experiência. Com relação ao armazenamento da água, também não há nenhum controle, sendo
realizado de forma incorreta, ou seja, através baldes ou recipientes sem graduação.
 A análise preliminar e composição química da água, de acordo com as
especificações da ABNT NBR 15900:2009, indicou que as concentrações dos compostos
analisados não excederam os limites impostos pela norma, estando então a água da CAERN
utilizada nas obras apta para utilização na mistura do concreto. Vale salientar, que dentre
todos os compostos prejudicais à qualidade do concreto esta pesquisa se restringiu apenas aos
cloretos.
 Os resultados do ensaio de resistência à compressão indicaram que o concreto
produzido nos canteiros das obras 1 e 2 não apresentaram resistência à compressão suficiente
para a sua finalidade estrutural. Pode-se atribuir esse resultado à ausência de controle sobre
água de amassamento na dosagem que interferiu na resistência mecânica do concreto
produzido nas respectivas obras.
 Dentre todas as deficiências presentes nos canteiros analisados, sugere-se aos
responsáveis das obras atribuírem um maior controle tecnológico na produção do concreto,
assegurando o cumprimento pontual e rigoroso das fases de controle. Dessa forma, deve haver
assistência permanente do engenheiro na obra e o controle sobre a quantidade e proporção dos
materiais.
 A quantidade de água deve está adaptada com o grau da umidade da areia, a
relação água/cimento deve ser determinada por métodos precisos;
 O armazenamento da água deve está de acordo com as prescrições da ABNT
NBR 12655: 2006 (Concreto – Preparo, Controle e Recebimento);
60

 Incluir na programação dos canteiros a moldagem de corpos-de-prova para


ensaio de resistência à compressão pelo menos uma vez por dia ou quando houver alteração
de traço ou mudança de agregados ou de marca de cimento.

6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como continuidade desta linha de pesquisa, são sugeridos como trabalhos futuros a
realização de análise sobre a água de amassamento de acordo com a ABNT NBR 15900:2009
de forma completa, atribuindo ao estudo a análise de todos os compostos impostos pela norma
como zinco (Parte 4), chumbo (Parte 5), cloreto (Parte 6), sulfato (Parte 7), fosfato (Parte 8),
álcalis (Parte 9), nitrato (Parte 10) e açúcar (Parte 11). Submeter os corpos-de-prova moldados
nas obras analisadas ao ensaio de durabilidade, para se ter conhecimento da resistência do
concreto à ação do meio.
Segue-se também como sugestão, a escolha de obras que não utilizam água que
passem por estação de tratamento, como por exemplo, águas de fontes subterrâneas (poços),
água de captação pluvial ou águas superficiais (rios, açudes).
61

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APÊNDICE A – Questionário aplicado nas obras analisadas

Obra ______

Data da visita: Hora:

1. Explanação breve sobre a obra.

2. O concreto é pra vigas, pilares, lajes ou outros?

3. Qual traço utilizado e em qual unidade procede a dosagem dos materiais?

4. Dimensão do agregado e tipo (brita calcária, granítica).

5. Informações sobre o agregado miúdo (areia) como origem, tipo e se existe algum
controle sobre a umidade da areia?

6. Qual a classificação do cimento Portland utilizado?

7. Qual o Fck especificado pelo projetista no projeto de estruturas de concreto aramado?

8. A dosagem da água é pela experiência do profissional ou há alguma espécie de


controle (uso de recipientes graduados)?

9. Uso de algum aditivo?

10. Quais equipamentos utilizados na produção e execução das peças concretadas?

11. Como ocorre a armazenagem da água de amassamento? De onde é proveniente?

Observações pessoais do pesquisador:

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