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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO

MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS


QUARTA PROMOTORIA DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE E PATRIMÔNIO CULTURAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO MEIO AMBIENTE,


DESENVOLVIMENTO URBANO E FUNDIÁRIO DO DISTRITO FEDERAL

PJE1 0703504-83.2019.8.07.0018

De início, o Ministério Público cientifica-se de toda a documentação carreada aos


autos pelo Distrito Federal, como também do por todo processado após a última manifestação
ministerial.

Com relação ao Despacho de ID 3856637 e a documentação apresentada pelo Réu,


em atenção ao pedido do Autor (ID 44027522 e 43337725), passa o Ministério Público a fazer as
seguintes considerações.

É consabido deste Juízo e das partes, visto que dada ampla publicidade pelo
Ministério Público, que há muito o Parquet tem provocado, por meio de sua atuação
extraprocessual, o Distrito Federal a adotar todas as providências necessárias para a elaboração,
conclusão e publicação do Plano de Recategorização das Unidades de Conservação do Distrito
Federal. E por tal motivo, parece ser de pouca efetividade registrar nesta presente demanda todas as
ações e consectários advindos desse empenho interinstitucional e da sociedade civil em fazer
cumprir os ditames legais.

Por conseguinte, incontroversa a relevância e urgência da conclusão, publicação e


efetivação de tal Plano. Os ganhos com a adequação dos atributos bióticos e abióticos de cada
unidade de conservação a sua respectiva categoria, conforme concebido no sistema nacional de UC
e, depois alterado em alguns aspectos pelo sistema distrital de UCs, também parecem indiscutíveis.

Mesmo porque, não se pode olvidar que o legislador à época da promulgação da


Lei Complementar 827, em 22/7/2010 (Lei que institui o SDUC), incluiu a obrigatoriedade dessa
reavaliação das categorias das UC preexistentes no DF. Assim vejamos os termos do artigo 46 do
citado diploma legal:

Número do documento: 19101308044484200000045056998


https://pje.tjdft.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19101308044484200000045056998
Assinado eletronicamente por: LUCIANA BERTINI LEITAO - 13/10/2019 08:04:29 Num. 47057556 - Pág. 1
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“ (...) As unidades de conservação e demais áreas naturais protegidas,


criadas anteriormente e que não pertençam às categorias previstas nesta
Lei Complementar, serão reavaliadas, no todo ou em parte, no prazo de até
cento e cinquenta dias, com o objetivo de definir sua destinação com base
na categoria e função para as quais foram criadas, conforme o disposto no
regulamento desta Lei Complementar.

O prazo de 150 (cento e cinquenta) dias da data da entrada em vigor da referida lei há
muito transcorreu!

Da mesma forma, há muito decorreu o prazo de cinco anos para que fossem
elaborados os Planos de Manejo das unidades de conservação, a contar do ato legislativo de
sua respectiva criação. Ditames explicitados no artigo 25 da referida Lei Complementar.
Basta certificar as datas das publicações dos Decretos e Leis que criaram as UC do DF para
verificar que a franca maioria delas não possui seu respectivo Plano de Manejo e a que
possui, ainda não foi revisto em consonância com o Plano de Recategorização que se
pretende efetivar.

Por tais motivos, o Ministério Público, em 16/7/19 (ID 39765980), na qualidade de


fiscal da ordem jurídica, oficiou pelo julgamento antecipado do processo, justamente por
conter nos pedidos e na causa de pedir trazidos pelo Autor matéria exclusivamente de
direito.

Assim vejamos, a título exemplificativo, dois julgados do e. TJDFT, abaixo


transcritos:

DIREITO DO CONSUMIDOR, ECONÔMICO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REVISÃO


CONTRATUAL. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL. ADESÃO. INSTITUIÇÃO FI-
NANCEIRA. REVISÃO DE CLÁUSULAS FINANCEIRAS. JUROS REMUNERATÓRIOS. LI-
MITAÇÃO. INEXISTÊNCIA. MODULAÇÃO PELO MERCADO. ACESSÓRIO DESCONFOR-
ME COM O PRATICADO NO MERCADO FINANCEIRO. ABUSIVIDADE. QUALIFICAÇÃO.
REDUÇÃO. NECESSIDADE. MENSURAÇÃO. TAXA MÉDIA DE JUROS DE MERCADO. PA-
RÂMETRO. TABELA DE JUROS EDITADA PELO BANCO CENTRAL - BACEN À ÉPOCA DA
CONTRATAÇÃO. PROVA PERICIAL. PRODUÇÃO.

Número do documento: 19101308044484200000045056998


https://pje.tjdft.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=19101308044484200000045056998
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DESNECESSIDADE. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA.


INEXISTÊNCIA. PRELIMINAR REJEITADA. SENTENÇA REFORMADA. INVERSÃO DO
ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS RECURSAIS FIXADOS.
1. Emergindo incontroversos os fatos do que estampa o contrato objeto da pre -
tensão revisional, a aferição da legalidade e legitimidade de cláusulas contratuais con-
substancia matéria exclusivamente de direito por depender tão-somente do enqua-
dramento do avençado com lastro em normatização subalterna ao tratamento que le-
galmente lhe é dispensado, não dependendo da produção de nenhuma prova, ense-
jando que a ação seja julgada antecipadamente como expressão do devido processo
legal. 2. A exegese de ajustes ou dispositivos normativos dependente exclusiva-
mente de trabalho interpretativo, estando enlaçada à arte dos obreiros da ciência ju-
rídica a capacidade de se lhes extrair o exato significado de forma a materializar o
enunciado pelo texto cotejado, e esse trabalho depende exclusivamente de exercício
intelectual e hermenêutico, não carecendo de prova, porquanto o ajuste ou texto le-
gal, por óbvio, somente podem ser interpretados de conformidade com a exatidão do
enunciado que estampam, não lhes podendo ser agregados elementos estranhos ao
que espelham como forma de se lhes extrair a interpretação que se conforma com o
interesse ou intenção dos seus destinatários. 3. O contrato bancário, enlaçando
em seus vértices instituição financeira e consumidor como destinatário final do impor-
te mutuado, qualifica-se como relação de consumo, não derivando da sua natureza
jurídica, contudo, a possibilidade de ser revisado ante sua simples qualificação, estan-
do a interseção judicial sobre o ajustado condicionada à aferição de que está permea-
do por cláusulas abusivas e desprovidas de estofo legal ou desconforme com os usos
e práticas bancárias. 4. As instituições financeiras são imunes à incidência da
lei da usura ao concertarem contratos de mútuo e, não estando sujeitas a nenhum ta-
rifamento quanto aos juros remuneratórios que praticam, são livres para mensurá-los
de acordo com os parâmetros vigentes no mercado, sobejando intacto o que restar
avençado, salvo se revestidos de abusividade (STF, Súmula 596; STJ, Súmula 382).
5. Apreendido que a taxa de juros remuneratórios convencionada se afigura
excessiva e abusiva mediante apuração abstrata em ponderação com a prática cor-
rente no mercado financeiro, porquanto suplantara em mais de 2 vezes a taxa média
praticada à época da contratação em mútuos de idêntica natureza, redundando em
desequilíbrio contratual e se afigurando excessivamente onerosa para o consumidor
(artigo 51, IV e parágrafo 1º, II e III), a apuração enseja e legitima a interseção da
atuação jurisdicional sobre o avençado de forma a expungi-lo da ilicitude e excessivi-
dade que o permeia e conformá-lo com as formulações legais vigentes. 6. Pro-
vido o apelo, ensejando a inversão dos ônus sucumbenciais, tendo sido aviado sob a
nova regulação processual, a parte apelada sujeita-se ao disposto no artigo 85, §11º,
do novel Código de Processo Civil, que preceitua que, resolvido o recurso, os honorá -
rios advocatícios originalmente fixados deverão ser majorados levando-se em conta o
trabalho adicional realizado no grau recursal, observada a limitação contida nos §§ 2º
e 3º para a fixação dos honorários advocatícios na fase de conhecimento, que não po-
derá ser ultrapassada. 7. Apelação conhecida e provida. Preliminar rejeita-
da. Maioria. Julgamento realizado na forma do art. 942 do CPC, com quórum qualifi-
cado.
(Acórdão 1191204, 07123247320188070003, Relator: TEÓFILO CAETANO, 1ª Turma
Cível, data de julgamento: 7/8/2019, publicado no PJe: 20/8/2019. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRATOS BANCÁRIOS. PRELIMINAR.


CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE PROVA PERICIAL. DESNECESSIDA-
DE.. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. POSSIBILIDADE. TAXA DE JUROS INAPLI -
CABILIDADE DO DECRETO Nº 22.626/1933. JUROS REMUNERATÓRIOS. LIMITAÇÃO
EM 12% AO ANO. O juiz é o destinatário da prova e, como tal, forma o seu livre con-
vencimento diante dos elementos produzidos nos autos, em conformidade com o seu
prudente arbítrio, nos termos do artigo 370, do

Número do documento: 19101308044484200000045056998


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Código de Processo Civil. A perícia contábil requerida pela ré mostra-se desnecessária


ao deslinde da controvérsia nos casos em que as teses defensivas tratam de matéria
eminentemente de direito, razão pela qual, não se configura o cerceamento de defesa
alegado. Conforme o enunciado da Súmula 596, do Supremo Tribunal Federal, não se
aplicam as disposições do Decreto n. 22.626/1933 às taxas de juros e aos outros en-
cargos cobrados nas operações realizadas por instituições públicas ou privadas, que
integram o sistema financeiro nacional, afastando-se, portanto, a vedação de cobran-
ça, pelas instituições financeiras, de taxas de juros superiores a 1% ao mês. A limita -
ção dos juros em 12% ao ano não tem aplicação a contratos bancários. O Superior
Tribunal de Justiça, em conclusão de julgamento de Recurso Especial, submetido ao
rito dos recursos repetitivos, decidiu pela legalidade da capitalização de juros em con-
tratos celebrados após 31.3.2000, nos termos da Medida Provisória nº 2.170-
01/2001, sendo possível a cobrança de juros capitalizados mensalmente.
(Acórdão 1091344, 20160111237879APC, Relator: ESDRAS NEVES, 6ª TURMA CÍVEL,
data de julgamento: 18/4/2018, publicado no DJE: 24/4/2018. Pág.: 425/450)

A saber, o antigo Código de Processo Civil já prescrevia tal possibilidade para toda
vez que o litígio estivesse circunscrito unicamente em matéria de direito, sendo suficiente a prova
documental, cabendo a dispensa de outras provas (pericial e inspeção judicial).
Por todo exposto, aguarda o Ministério Público, após pronunciamento da parte
Autora acerca do despacho de ID 46058566, que Vossa Excelência, atento aos prejuízos
socioambientais e urbanísticos ao adiamento da definição dos pedidos ora em apreço, aprecie o
mérito da presente ação civil pública.

Brasília – DF, 13 de outubro de 2019.

Luciana Bertini Leitão


Promotora de Justiça

Número do documento: 19101308044484200000045056998


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