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umbandista

Revista do leitor

2019, v.2,n. 7

Saluba Nanã Buruquê


Salve o mês de julho, Salve Nossa Senhora Sant’anna
RLU – Revista do Leitor Umbandista
A Revista do Leitor Umbandista é uma publicação mensal vinculada ao site UMBANDO-
BEM.com.br, tendo como foco divulgar a religião de Umbanda em toda a sua pluralidade.
Publicar textos inéditos, relatos de experiências, opiniões e resenhas relacionados à Um-
banda. Seus componentes editoriais são formados pelos mais seletos escritores umbandistas
que tratam dos temas sobre a religião em todas as suas nuances.

Área do conhecimento: Ciências Religiosas


Título abreviado: RLU
Início de publicação: 2018
Idealizador do projeto: Luciano Pereira

Conselho Editorial:
Ademir Barbosa Junior
Daniel Soares Filho
Luiz Carlos Peres

Participaram desta edição:


Ademir Barbosa Junior
Daniel Soares Filho
Evandro Mendonça
Jorge Dérykis
Marcelo Santino Machado
Raquel Mendes
Silzem Mendonça
Valter Norberto Ramos
Wanderlei Zito

Contatos:
Valter Norberto Ramos (valternramos@gmail.com)
Daniel S Filho (dsfilho2016@gmail.com)

Projeto Gráfico: Valter Norberto Ramos

O conteúdo dos textos reflete, única e exclusivamente, a opinião de seus respectivos autores. Assim como as suas formas e estruturas são de inteira responsabilidade
dos que assinam os textos.

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EDITORIAL
Então o ano chega em sua metade e as energias que inicialmente cau-
savam dúvidas e reboliços começam a se assentar. A lama que outrora
dificultava nosso caminhar dá lugar a argila seca, possibilitando o per-
feito equilibrio sobre nossos pés. As dúvidas dão lugar as certezas e o
que era desforme agora toma forma. Peço licença para fazer uma aná-
lise sob a ótica da cultura Yourubá, trazendo para uma visão bastante
simplória, uma das funções ou atribuições do Orixá que homenagea-
mos este mês, a mais velha dos Orixás, Nanã Buruquê. Assim como
um de seus itãs, quando Oxalá utilizou elementos pertencentes ao reino
de Nanã para nos criar de forma definitiva, dando forma ao que era
desforme, salvamos Nanã por nos ajudar e permitir chegar até aqui,
solidificando com sua energia esse projeto que é a Revista do Leitor
Umbandista, onde muitos umbandistas encontram solo firme para re-
pousar suas vistas e semear dentro de si conhecimento.

Que Nanã nos permita perceber que até mesmo dentro do mais pro-
fundo pantano existe vida, força e energia que o sustenta, mantém e
modifica!

Saluba Nanã!

Boa leitura para todos!

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Você conhece o nosso projeto?

Somos os mantenedores da Revista do Leitor Umbandista

Conheça-nos, apaixone-se pela causa e ajude-nos a ajudar através


de doações de roupas, brinquedos e livros. Temos um compromisso
assumido de fazer o possível pelos mais necessitados independente
de suas crenças.

www.umbandobem.com.br
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CONSELHO NACIONAL DE UMBANDA - Mãos que se unem por Daniel Soares Filho

Diante de tantos problemas en- tas. Todos estes argumentos fazem


frentados de desmandos e intole- parte dos princípios que levaram à
râncias, nasce uma iniciativa de criação do Conselho.
unir ideais. Longe de ser um órgão Por esta razão, irmãos de fé, desar-
político-partidário, o CNU tem, memo-nos das desconfianças e
única e exclusivamente, os objeti- dos prejulgamentos em favor de
vos de congregar nossa religião. Não
nossa pluralidade e cometamos os mes-
resguardar o sagrado mos equívocos da-
de nossa religião. queles que sempre
As críticas e atenta- nos colocaram à
dos sofridos por margem da socie-
parte dos que não dade e nos intitula-
nos conhecem (e por v a m
isso nos julgam), a pejorativamente
falta de diretrizes e apoio, bem como feiticeiros do mal. Estare-
como questões seculares de vaida- mos no mesmo patamar que os
des e egos, fazem com que a Um- nossos detratores!
banda, na atualidade – quiça O CNU não nasce para criar dis-
digamos desde sempre – esteja senções internas e sim ser o es-
passando por momentos delica- paço do diálogo e apoio aos
dos. irmãos que se encontram sob a
Por um lado, historicamente com- Bandeira de Oxalá. Não serão
provamos, a resistência de muitos, criados dogmas ou regras que nos
e por outro, uma triste realidade engessem, mas construiremos
constatada: cresce o número de uma estrutura que respeita a diver-
pessoas que se “assenhoram” do sidade dos cultos, mas mantém
nome da Umbanda para praticar firme os mesmos ideais de amor e
qualquer coisa que Umbanda não caridade.
é e colocam na conta da religião! É tempo de mostrar – com união
Sério e severo cenário precisa de fraternal – quem somos e o res-
ações que visem diminuir as ares- peito que merecemos. Quem de
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nós não toma conhecimento, a mento com os poderes públicos,
todo instante, pelas diversas mí- divulgar e propagar a Umbanda
dias, de muito ritual e “trabalho” como religião e apresentar a Carta
tomando-se o nome da Umbanda Magna como base das verdades
e que nos envergonham profunda- umbandistas dentro do conceito
mente? Não podemos ficar de bra- do que pregamos, auxiliar na parte
ços cruzados. Isto moveu alguns educacional, manutenção da cul-
umbandistas que amam a religião tura e história, defender das agres-
a criarem o CNU. sões diversas e principalmente o
Quando surge a dúvida do que é a combate a intolerância religiosa.
Umbanda, onde mais poder-se-ia Não existe pretensão de fiscalizar
buscar saná-la? Isto justifica a ou interferir, e ainda de afrontar as
criação de um Conselho em nível instituições estabelecidas, mas a
nacional. Veja conhecer a pro- de defender a Umbanda como re-
posta, colabore, mostre que juntos ligião, e agir todas as vezes que al-
somos mais. guém de má fé use indevidamente
Eis o texto proposto pelo Conse- seu nome com o objetivo de ma-
lho para convidar a todos: cular essa sagrada religião.”
O evento se dará no próximo dia
“O Brasil e as Comunidades de 16 de agosto na Cidade do Rio de
Povos Tradicionais de Matrizes Janeiro, às 14h com término pre-
Africanas e Afro-Brasileira vão visto para às 19h no Campus da
poder contar com mais uma Orga- UERJ – Auditório 11 (Rua Fran-
nização Representativa Religiosa cisco Xavier, 524 Maracanã – RJ)
de Movimento Social para lutar,
defender e exigir das autoridades
públicas tratamentos iguais juntos
aos mais variados seguimentos re-
ligiosos que compõe a eclética O prof Daniel Soares Filho é
médium e escritor umban-
Nação Brasileira.
dista. Seu blog com temas re-
Nasce o Conselho Nacional de lacionados à religião é o
Umbanda (CNU) que tem como somosumbanda.blogspot.com
finalidade manter um relaciona-

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Mulheres na Umbanda porPaiPaiDermes
por Dermes

Na Umbanda as mulheres se pa- bem lembram as mulheres aos


relham com os homens em todas homens incautos.
as atividades: da assistência à di- *
reção espiritual da casa, passando Oxalá tinha três mulheres, sendo
pela cozinha, pela função de a principal uma filha de Oxum.
cambone, pela curimba e pelo As outras duas nutriam grande
toque. Não há distinção: a Um- ciúmes da filha de Oxum, a qual
banda não é nem patriarcal nem cuidava dos paramentos e das
matrifocal. ferramentas de Oxalá.
Evidentemente, existem pe- Sempre buscando prejudicar
ríodos de resguardo em determi- a filha de Oxum, um dia em que
nados trabalhos espirituais em as ferramentas de Oxalá secavam
virtude da menstruação, não por ao sol enquanto a filha de Oxum
representar algo sujo, mas pelo cuidava de outros afazeres, as ou-
processo de refazimento energé- tras duas esposas os pegaram e os
tico pelo qual passa a mulher, e jogaram ao mar. A filha de Oxum
não apenas no corpo físico. Isso é ficou inconsolável.
definido e decidido em cada casa Uma menina que era criada
e cada caso, pela Espiritualidade, pela filha de Oxum tentou con-
pelos dirigentes espirituais sem- solá-la, porém nada animava a
pre em diálogo franco e aberto principal esposa de Oxalá. Ou-
com cada mulher. O mesmo vale vindo um pescador passando pela
para a gravidez e o trabalho me- rua apregoando seus peixes, a
diúnico, em especial o da incor- filha de Oxum pediu para a me-
poração. nina comprar alguns para a festa
Vale lembrar que, tanto no que se organizava. Quando os
caso da menstruação quanto no peixes, foram abertos, ali esta-
da gestação, há cuidados espe- vam as ferramentas de Oxalá.
ciais por razões físicas e energé- As outras duas esposas de
ticas, contudo ambas as situações Oxalá não desistiram de prejudi-
não configuram doença, como car a filha de Oxum e armaram

6
novo estratagema. pria esposa, a quem reabilitou.
No dia da festa, ao lado do Então, Oxalá colocou uma
trono de Oxalá, à sua direita, es- pena vermelha em sua testa e de-
tava a cadeira da esposa princi- cretou que, a partir daquele dia,
pal. Em dado momento, quando os iniciados passariam a usar
ela se ausentou, as outras duas uma pena igual em suas testas,
esposas colocaram na cadeira um ornando as cabeças raspadas e
preparado mágico. Quando a es- pintadas, para que os Orixás mais
posa principal de Oxalá se sen- facilmente os identificassem.
tou, percebeu que estava A tradição da pena vermelha
sangrando e saiu em disparada. ocorre nos Cultos de Nação e
Oxalá, indignado por ela haver também em alguns segmentos
quebrado um tabu, expulsou-a. umbandistas nas chamadas saídas
A filha de Oxum, então, foi à de iaô. Quem acompanha o ritual
casa de sua mãe, em busca de au- por vezes desconhece o signifi-
xílio. Oxum preparou-lhe um cado ancestral do reconheci-
banho de folhas numa bacia. De- mento de Oxalá frente ao
pois do banho, envolveu a filha feminino ao ponto de lidar com
em panos limpos e a pôs para um seu interdito (quizila), o ver-
descansar numa esteira. A água melho, em lindo gesto de arre-
da bacia, vermelha, havia se pendimento e conciliação.
transformado nas penas ecodidé, Ademir Barbosa Junior (Pai
raras e preciosas. Dermes de Xangô) é sacerdote
Oxalá gostava muito dessas umbandista, escritor e tera-
penas, contudo tinha dificuldade peuta holístico. Professor da
área de Letras, é Mestre em Li-
em encontrá-las. Ouviu dizer que teratura Brasileira pela USP, onde
Oxum tinha essas penas, pois a se graduou, e Doutor Honoris Causa
filha de Oxum andara aparecendo pelo IEG-MCNG (Limeira – SP).
em algumas festas ornada com Instagram: dermesautor Contato:
penas ecodidé. Foi, então, à casa ademirbarbosajunior@yahoo.com.
de Oxum, onde encontrou a pró- br

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Mediunidade ou Vocação por Santino

“Desde o ventre de tua mãe, Eu te escolhi, Eu te consagrei!”

Na Igreja Católica, chamamos de vocação o chamado de Deus para


uma missão, que não sabemos o que é, para onde vai nos levar, nem
como iremos realizar, apenas temos uma certeza, fomos chamados.
Na Umbanda, chamamos de mediunidade. Em muitos casos, mediu-
nidade herdada, passada de pai para filho, por motivos que só a espi-
ritualidade poderia nos responder.
O fato é que aquele que recebe o chamado a ser médium tem a sua li-
berdade limitada. O poder de escolha se limita àquilo que o espírito
assumiu como propósito de realizar neste mundo, antes mesmo de ter-
mos a oportunidade de reencarnarmos. Somos chamados, mas ao
mesmo tempo nossa liberdade de escolha, o tal de livre-arbítrio fica
em segundo plano. Mesmo que não aceitemos a mediunidade, ela está
presente em nosso agir e pensar. De forma discreta, manifesta-se in-
dependente de nossa vontade. Podemos escolher vários caminhos para
percorrermos em nossa jornada, todavia qualquer um deles nos levará
ao propósito para o qual fomos designados a vivermos neste mundo.
Ainda na infância, tive várias experiências de que a espiritualidade
havia me escolhido para uma missão. Em uma das ocasiões, em minha
casa, recebemos a visita de uma tia com uma enfermidade na visão,
condenada pela medicina tradicional à cegueira. Abalada pela notícia,
buscou refúgio em nossa casa. Em meio ao relato, me comovi com a
situação e, na pureza de criança, tive a intuição de lavar com água e
algodão umedecido a região dos olhos de minha tia, pedindo aos céus
a intervenção divina. Alguns dias depois chegou a notícia da cura de
minha tia. Naquele momento entendi que havia uma missão maior re-
servada para mim, além de me tornar adulto, exercer uma profissão e
me casar. Deus e a espiritualidade queriam mais. É claro que eu não
sabia onde, como e por que havia sido escolhido, entretanto a vocação
ou mediunidade haviam me elegido e se manifestado pela fé.

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Há uma diferença em querer ser que tem sido um grande problema
médium e ser médium de fato. dentro de nossas casas de santo.
Hoje há muitas pessoas querendo Perdemos a essência da mediuni-
ser médium impulsionados pelo dade, e colocamos em cheque toda
exterior, por aquilo que se vê (rou- a credibilidade da espiritualidade
pas, guias, poder, hierarquia). As que ali está plantada e pronta para
pessoas se intitulam médiuns. operar em favor do bem maior e
Também nós, pais e mães de san- da caridade fraterna.
tos, muitas vezes contribuímos Quando a mediunidade é nata, o
para isso, preocupados com a desenvolvimento não é sofrido, é
quantidade e não com a qualidade um bálsamos para nosso caminhar.
de nossas correntes mediúnicas, A espiritualidade não demora em
fechamos os olhos e deixamos equilibrar nossa energia com a
para outros a missão que é nossa. energia delas, e logo nos sentimos
Missão de orientar, direcionar, es- totalmente envolvidos pela graça.
clarecer, enfim, ser luz na vida da- Também não é algo tão novo, pois
queles que nos procuram. Para no decorrer de nossa vida, a espi-
isso fomos escolhidos, enviados e ritualidade vai nos dando sinais,
consagrados. Há muitas formas que algo especial foi reservado pra
de alguém ajudar dentro dpele nós, não no sentido de sermos su-
uma casa de santo, além da mediu- perior ao outro, mas de podermos,
nidade de incorporação. Servir pela mediunidade, servir a todos
não se torna maior ou menor por que baterem em nossa porta.
aquilo que se exerce dentro de Quando nossa corrente mediúnica
uma casa de santo, porém pelo é formada por médiuns natos, só
propósito com que se exerce. temos a ganhar. Mesmo contra a
Aquele que serve não é maior nem nossa vontade, muitas vezes,
menor aquele que incorpora. somos conduzidos por caminhos
Todos exercemos uma função e, que não gostaríamos de trilhar.
bem exercida, toda a casa de santo Nossa liberdade já não é mais
é beneficiada. nossa, somos conduzidos pelos
Quando não definimos o tipo de desígnios daqueles que nos esco-
mediunidade e como exercê-la, lheram e nos deram a oportuni-
abrimos a porta pra mistificação dade de respondermos ao seu
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convite.
Podemos tentar recusar, buscar outras trilhas, fazer outros caminhos,
mas só estaremos completos se respondermos ao chamado, nem que
para isso precisemos voltar várias vezes a este mundo. Ao final de
tudo, só seremos felizes diante do nosso sim.

Prof. Marcelo Santino Machado. Bacharel em filosofia, licenciado em Psicologia, Socio-


logia e História. Teologia pelo ITESC. Especialização em História pelo UIC/PR. Funda-
dor/Presidente Casa da Caridade Pai Joaquim da Aruanda

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MAS AFINAL, O QUE É

TRONQUEIRA?
A palavra “tronqueira” vem de tronco, antigamente se chamava de
tronqueira aqueles troncos que se usavam na entrada das fazendas,
quando não havia porteira, havia o tronco, aquilo é uma tronqueira.
Tronqueira é o que bloqueia a entrada.
Muitos são, os que chegam em um templo de Umbanda e se melin-
dram, se assustam com as firmezas existentes na porta. Aquelas ca-
sinhas, conhecidas como tronqueiras, que tem como finalidade o
assentamento das forças dos nossos exús e pombagiras.
A tronqueira é um recurso maravilhoso, colocado pelo astral em
prol dos templos de Umbanda, que recebem os assistidos, na sua
grande maioria, com seres trevosos à atormentá-los.
Este recurso, é no templo, um ponto de força, onde está firmado
(ativado) o poder dos guardiões que militam em dimensões à nossa
esquerda.
O ponto de força funciona como pára-raios, é um portal que impede
as forças hostis se servirem do ambiente religioso de forma detur-
pada.
Texto retirado da internet

Saravá Umbanda!
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RAÍZES DE UMBANDA – Defumação Por Evandro

A Defumação ainda é misturar qualquer ele- após 24h. Os resíduos


um dos métodos mais mento, conheça a po- devem ser despacha-
usados em muitas reli- tência ou finalidade de dos após o termino da
giões e pode ser en- cada um. defumação, no mesmo
contrada em várias As defumações têm local (pátio).
formas: cônica, pira- finalidades como a de • Caso não despache
midal, varetas, bastão, eliminar energia nega- os resíduos após o ri-
pó. São divididas em tiva, harmonizar o tual, deixe-os junto à
combustíveis e não- ambiente, atrair sorte, porta para ser despa-
combustíveis, as que aumentar a concentra- chado com a água do
queimam sozinhas e ção, facilitar a medita- copo no dia seguinte.
as que precisam de ção, fixar energia • Defumação para
carvão para ser quei- positiva, atrair di- limpeza e descarrego:
madas. Tanto uma nheiro, amor, eliminar deve ser usado um
como a outra são pre- miasmas e larvas as- copo de água com sal
paradas com um ou trais etc. Por isso, ob- (de preferência sal
mais elementos, como serve alguns itens ao grosso) atrás da porta,
folhas, cascas, flores, fazer uma defumação: que deve ser despa-
frutos, raízes, cereais, • Toda defumação chado em um local
especiarias, sementes, deve ser acompa- verde na rua após 24h.
óleos e essências. nhada com um “canto Os resíduos devem ser
A combinação e a de defumação” apro- despachados após o
queima de alguns ele- priado à sua finali- término da defuma-
mentos eliminam as dade. ção, no mesmo local
energias negativas do • Defumação para (rua).
corpo e fixam as posi- atrair coisas boas: • Caso não despache
tivas. Deve-se ter cui- deve ser usado um os resíduos após o ri-
dado ao prepará-las. copo de água doce tual, deixe-os junto à
Nem sempre as com- atrás da porta, que porta para ser despa-
binações dão um bom deve ser despachado chado com a água do
resultado. Antes de em um local verde copo no outro dia.

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• Obedeça ao seguinte item: sem- vicção. Obedeça às regras e terá
pre que fizer uma defumação para um bom resultado.
atrair coisas boas, use ervas ou Eis dois pontos que podem ser
elementos em número par. Ex: 2, cantados durante a defumação:
4, 6, 8, 10, 12.
Sempre que fizer uma defumação A.
para limpeza e descarrego o nú- Corre gira pai Ogum / filhos que-
mero de ervas ou elementos deve rem defumar / Umbanda tem defu-
ser ímpar. Ex: 3, 5, 7, 9, 11. A não mamento É preciso preparar /
ser quando a defumação for dire- com incenso e benjoim / Alecrim e
cionada a um determinado guia, alfazema / defuma filhos de fé /
entidade ou orixá. Aí obedeça ao com as ervas de Jurema.
número de ervas correspondentes
àquela entidade. Pode ser despa- B.
chado no local mais apropriado à Defuma Umbanda / defuma bem /
entidade. defuma esses filhos (ou essa casa)
A mistura das ervas pode ser feita / para o nosso bem.
em grandes quantidades para ser
utilizada no decorrer do tempo.
Entretanto, deve ser guardada em
um recipiente com tampa e ao
abrigo da luz. Os dias mais apro-
priados para o uso da defumação Evandro Mendonça, Babalo-
são segunda-feira e sexta-feira, de rixá e Escritor Umbandista e
preferência às 18h. Ou no horário Africanista. Autor de treze
Obras e três a serem publica-
em que mais se adequar.
das. E-mail: evandroro-
Ao fazer uma defumação para sul@bol.com.br Fan page-
atrair coisas boas, comece na porta facebook.com/Ileaxexan-
da frente e termine na porta dos goeoya
fundos. Sempre que fizer uma de-
fumação de limpeza e descarrego,
comece na porta dos fundos e ter-
mine na porta da frente.
Faça-o com fé, confiança e con-
13
seja na oração, ou no bater de palmas, eu sou Zé Pilintra, e como vocês
dizem na terra, já comi o pão que o diabo amassou, já sofri quase tudo
que um espírito poderia sofrer, já passei por quase tudo, nessa e em
outras vidas e continuo aqui nesse planeta, tentando melhorar, ajudar
e encaminhar cada um espírito que recorre a mim com algum pedido
de ajuda.
Talvez eu ainda seja bastante humanizado nesse planeta, e por isso en-
tenda tanto os erros e distúrbios humanos, porque ninguém viveu na
pele tanto eles como eu, ninguém melhor que eu para compreender e
entender a cada ser humano.
Sendo assim, não me deem fronteiras, não pertenço a um determinado
Culto ou Seita, se no Catimbó sou Doutor, na Umbanda sou Malandro,
na Quimbanda sou Boêmio, sou Alma sou um Espírito pronto para
ajudar a todos que me chamarem em nome Deus, Jesus, Olorum, Oba-
talá, Jeová, Alá, Oxalá, Buda, Zambi etc.
A todos que precisarem e nos chamarem em todos os lugares do
mundo, eu e meu amigos, guerreiro das conchas e o velho João da
Mata, estaremos.
Para o bem não há fronteiras, só uma língua universal.
Essa é mais ou menos uma parte de uma de minhas encarnações. Só
falei o que poderia ter falado!
Zé Pilintra das Almas!

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Umbanda: Religião? Culto? Filosofia? por Mãe Raquel

Para muitos que a desconhecem, a Umbanda é como um emaranhado


de práticas religiosas procedentes das mais diversas religiões, nunca
pararam para se perguntar por que tais atos religiosos (cultos), podem
atrair tantas pessoas. Dizem até que seria pelo aspecto cultural, étnico
das mais diversas classes socioculturais que a praticam. Que mágica
há por trás desses cultos, ritos que consideram confusos e destituídos
sentido? Por que atacam tanto a Umbanda?
É necessário conhecer seus aspectos, mediúnicos, ritualísticos, dou-
trinários e filosóficos, na sua essência. É preciso também que se tenha
Vivência do cotidiano de seus templos. Embora a Umbanda se abra
em diversos aspectos, muitos se interessam apenas pelo que tem afi-
nidade, certos de que é a melhor. Outros pretendem impor um deter-
minado ritual porque é aquele que lhes traz mais benefícios, sendo que
cada casa segue sua tradição, segue o que aprendeu com seus pais e
mães. A Umbanda tem fundamentos sendo eles semelhantes em todas
as casas, mas tem seus ritos que diferem conforme sua tradição ou es-
cola. Sim a Umbanda tem aproximadamente 14 escolas diferentes que
abordaremos nas páginas seguintes.
A Umbanda é uma religião que não segrega, ela une, ela ampara, ela
sustenta, os pobres, os ricos, os mestiços, os negros, os brancos, ho-
mens, mulheres, crianças, jovens, adultos, idosos, todos juntos numa
manifestação colossal e peculiar, sendo ela mesma a própria fé, da mís-
tica umbandista.
Muitos chegam à Umbanda, pela dor, pois recebem força, amparo, sus-
tentação de que precisam para seguir, e têm em suas mãos o poder de
transformação. A Umbanda respeita e aceita as cada grupo, respeitando
suas necessidades em tudo aquilo que os faz sentir Uno com o Sa-
grado.
A Umbanda é uma só, isso independe do tipo de templo ou culto, que
se frequente, o Astral Superior se manifesta e atende todos que a pro-
curam. Relembrando as palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas

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A Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade; da mesma
forma como Maria ampara nos braços o filho querido, também serão
amparados os que dela se socorrerem.”

Resumindo, compreender aquilo que é espiritual, muitas vezes, não é


tarefa fácil, pois para muitos é difícil abstrair além daquilo que os olhos
podem enxergar.
Tudo o que se encontra em desarmonia, inclusive a religião, se torna
demasiadamente perigoso, pois pode escravizar e cegar o indivíduo
distanciando-o ainda mais do mundo espiritual.
O que infelizmente temos visto, ao longo de muitos anos, é que grande
parte dessa desarmonia, é gerada pelos próprios dirigentes religiosos,
muitas vezes despreparados para seguir o sacerdócio, interferindo di-
retamente no caminho espiritual de seus filhos.
Sempre que sair em busca de um chão para chamar de seu, reflita sem-
pre o que líderes espirituais estão passando a você para sua evolução,
pois o verdadeiro mestre liberta, não escraviza. A espiritualidade per-
mite compreender que a vida maior não é esta na Terra, mas a grande
vida do outro lado.

Raquel Mendes| (Mãe Raquel de Aruanda)


Dirigente Espiritual da Casa de Caridade Luz do Cativeiro, diretoria feminina da FU-
CESP, professora, escritora, Licenciatura em Geografia, Especialista em Gestão Am-
biental, Piscopedagogia no Processo de Ensino-Aprendizagem e Pessoas com TEA -
Transtorno Global do Desenvolvimento (Autismo).
Facebook: http://www.facebook.com.br/luzdocativeiro - Whatsapp: 11 96999.6787

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O Incrível caso do Exu 7 da Lira - Parte II
A fama de Seu Sete era tão grande sua tronqueira.
que chegou a marca de 5.000 pes-
soas por sessão. Durante as ses- A fama de Seu Sete foi tão grande,
sões, o Seu Sete chegava a que na década de 70, vários eram
consumir de 40 a 60 litros de ca- os carros que transitavam com
chaça e 16 caixas de charutos. En- adesivos de um 7 preto em um
tretanto, ao desincorporar, Mãe fundo em vermelho, demons-
Cacilda não tinha qualquer vestí- trando a devoção daquela família
gio do uso do álcool e fumo, sendo ao seu Sete da Lira.
que ao final dos trabalhos per-
manecia tão normal e calma como Um dos momentos mais esperados
quando no início. As sessões dura- pelos fieis em Santíssimo era o
vam, em média, de 12 a 14 horas. “Pino da hora grande”, que ocorria
A bebida era uma importantíssima exatamente a meia noite, mo-
ferramenta de trabalho do Seu mento em que seu Sete realizava
Sete, pois era utilizada como um as preces e convidava seus fieis a
dos elementos para a realização realizarem um auto exame de
das curas e descarregos. O elevado consciência, sempre dizendo
consumo de álcool durante as ses- “Olhem para dentro de si mes-
sões sem influenciar a Mãe Ca- mos”. Essa auto análise, muitas
cilda, se dava em razão da “Coroa vezes revelava defeitos que seus
de Palha de Cana” que Seu Sete fieis reconheciam que só lhe
possuía. Através dela, a ingestão davam prejuízos, acarretando os
desse elemento impedia que sua males que lhes afligiam.
médium fosse afetada por seus
efeitos. Seu ponto riscado é um Sem hora para acabar, a noite pa-
mistério até hoje, pois nunca foi recia pequena para Seu Sete da
revelado. Segundo informações Lira e seus fieis que varavam a
ele esta guardado a sete chaves em madrugada sem qualquer sinal de
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desânimo, aliás, muito pelo con- taria pronto e assim faziam a sau-
trário. A Lira era uma grande festa dação para iniciar os trabalhos. Já
na qual a alegria contaminava a incorporado desde o interior da re-
todos que cercavam o Protagonista sidência de sua médium, Seu Sete
das sessões de sábado à noite em ia percorrendo com passos lentos
Santíssimo. Semanas após sema- e firmes o grande quintal que se-
nas, meses após meses e anos após parava a casa de seu congá. O
anos eram sempre assim. Para os campo de força do Seu Sete pode-
“Setistas” era como se o tempo pa- ria ser sentido por quem dele se
rasse, os problemas eram deixados aproximava emanando uma espé-
de lado e a emoção tomava conta cie de “ quentura energética”.
de todos que, entre um “golinho” Durante o carnaval, Seu Sete era
e outro, de seu poderoso marafo se homenageado por varias escolas
deixavam contagiar pela sagrada de samba e blocos de carnaval do
gira do Rei da Música. Incorporar Rio de Janeiro, e haviam alguns
o Exu Sete da Lira não era tarefa que eram comandados direta-
fácil, Dona Cacilda mantinha-se mente por ele, como o bloco “Os
em jejum absoluto 24 horas antes Carijós” que mais tarde herdaria o
das sessões, os paramentos de Seu nome de “Sete da Lira”. Em uma
Sete eram complexos e extrema- oportunidade, incorporado em
mente pesados e chamavam a plena avenida, Seu Sete comandou
atenção pela riqueza de detalhes: o bloco. Inevitavelmente, atraia
Capas que tinham em média 7 qui- olhares, aplausos e assovios da
los, gorro que cobria os cabelos de multidão que assistia. Nos sete
Cacilda e que provavelmente pro- dias que antecediam o inicio do
duziam intenso calor em sua ma- carnaval, Seu Sete realizava o
téria; camisa; colete; calça; bota e"Ebó de Carnaval", geralmente pa-
cartola. ramentado com fantasias nas cores
verde e rosa comandava o ritual de
Por volta das 22 horas, os Ogãs re- limpeza do corpo, da cabeça e dos
cebiam o sinal de que Seu Sete es- caminhos, para proteção para o
18
madeira, jogando marafo nas pes-
soas que ali se encontravam e rea-
lizando seus descarregos e suas
curas. Quando julgava necessário
ia de pessoa em pessoa e pedia
para cantar uma "marchinha de
carnaval", enquanto a pessoa can-
tava ele realizava a cura. O fato de
uma pessoa em dificuldades cantar
uma música alegre, alterava seu
padrão vibracional, o que facili-
ano que praticamente acabara de tava a realização da cura.
começar. Os confetes e serpenti-
nas se destacavam no galpão du- Durante a sessão, Seu Sete ga-
rante essa época, demonstrando a nhava constantemente presentes
alegria que pode ser obtida através de seus fieis. Eram cartas, bebidas,
da música. charutos, etc., tudo como forma de
Como dito acima, Seu Sete rece- agradecimento pelos seus “mila-
bia várias honrarias pelo seu tra- gres”. A mesa não tinha hora para
balho de cura e caridade, dentre acabar e às vezes ia ate o amanhe-
eles um troféu de Rei do Carnaval, cer. Uma das curas mais impres-
o qual ficava guardado em sua sala sionantes praticada pelo Seu Sete,
de troféus, e que não era exposta se deu com Luzia de Assis, filha
ao público. caçula de Cacilda, a qual nasceu
Após o Pino da hora grande, o cega e teve a visão devolvida
momento mais esperado por seus ainda criança em um dos primei-
fieis era a “Mesa de Cura”, mo- ros "milagres" do Seu Sete. Várias
mento em que Seu Sete ia, ro- curas eras testemunhadas durante
deado por seus cambones, a “Mesa de Cura”, desde as mais
andando por uma enorme mesa de simples até as mais complexas
como: câncer, cegueira, tetraplegia
19
e paralisia entre muitos outros. As advertindo àqueles que "pisaram
giras de sábado eram muito espe- na bola" com Seu Sete ou com o
radas, pois possuíam um destaque santo em geral."
que era a marca de Seu Sete, após
o Pino da Hora Grande e a Mesa Os feitos de Seu Sete chegaram
de Cura, por volta das 4 horas da aos ouvidos de Flávio Cavalcanti,
madrugada, o terreiro virava uma o qual rapidamente mandou sua
festa onde eram tocadas vários produção até Santíssimo para con-
tipos de músicas, desde samba atá vidar Dona Cacilda e Seu Sete
marchinhas de carnaval, mas para participar do programa, o
mesmo assim o Seu Sete não dei- qual aceitou sem hesitar. Seu Sete
xava de realizar seu trabalho de foi anunciado com todo estarda-
cura. lhaço de uma grande atração. Ao
ver o anúncio, Chacrinha ficou
A Tenda Espírita Filhos da Cabo- louco para levá-la ao seu pro-
cla Jurema tinha outras sessões. As grama e mais o rápido possível
giras de Caboclo eram realizadas mandou sua produção entrar em
pela Cabocla Jurema, as giras de contato com Cacilda, a qual já era
Ogum pelo Ogum Delocó, as de conhecida de Chacrinha.
Preto Velhos pela Vovó Cambinda,
e as de Exu e Pomba Gira pela Au-
dara Maria e Rosa Vermelha.
Muito mais severa que Seu Sete da
Lira, Sra. Audara Maria coman-
dava sua gira com extrema beleza,
mas também cobrava o que de er-
rado estivesse acontecendo no Ter-
reiro e não media palavras para
colocar tudo nos “eixos” e até
ditar punições. A Pomba-gira che-
gava colocando ordem na casa e
20
Como está a sua fé? por Silzem

O desenvolvimento de Umbanda é como estão predispostas a apren-


muito mais do que incorporação e der.
do que vestir a roupa branca. Com Quando falamos de desenvolvi-
toda certeza, o desenvolvimento é mento espiritual existe uma frase
o conjunto de vários fatores que que acompanha intrinsicamente
formam um trajeto a se seguir para tudo que envolve esse momento, a
quem deseja de fato crescer espi- “reforma íntima”. Passar por isto
ritualmente. é muito mais do que apenas mudar
Os conhecimentos sobre os funda- os hábitos, é sim compreender o
mentos da religião são a base de porquê da mudança e da necessi-
tudo. A falta de mudança de com- dade de se conectar a cada dia
portamento e hábitos afastam você mais consigo, com as divindades e
do propósito de desenvolver. com Deus Pai Criador. A reforma
Buscar mudar a si mesmo é funda- está diretamente entrelaçada às es-
mental para que você evolua, isso colhas diárias e individuais.
ocorre gradativamente de acordo Devemos levar em consideração
com a sua entrega. Não adianta que existem os 5 campos da Roda
querer acelerar um processo que da vida (Amor, Família, Saúde,
possui começo, meio e fim. Espiritualidade, Trabalho) que
Muitos desejam incorporar, mas devem caminhar juntos para que
têm medo de tal ação e outros já aconteça de fato a evolução, pois
incorporam, mas não se entregam precisa-se de um equilíbrio
de maneira completa para o desen- comum entre eles. É inútil achar-
volvimento. Claro que não pode- mos que apenas um campo equili-
mos generalizar, pois existem brado pode nos fazer avançar
pessoas que estão de fato imbuídas diante a evolução.
no trabalho espiritual e se entre- E a mania constante de culpar o
gam de corpo, mente e alma para outro e terceirizar as responsabili-
as atividades espirituais, bem dades e decisões também são fato-
21
res que pesam diante a evolução. Por isso, nada melhor do que assumir
seus erros e acertos. Além disso, analisar suas posturas diante dos pro-
blemas que ocorrem também é primordial. O seu comportamento in-
terliga você diretamente ao alto e ao embaixo. Tudo depende de como
você encara e resolve a situação problema.
Lembre-se que você é um espírito vivendo uma experiência humana
e não o contrário.
Todos precisam compreender que tudo que é material ficará e o que
restará serão os conhecimentos adquiridos diante de uma vida inteira
aqui no plano material.
E o desenvolvimento é parte dessa evolução e aprendizado.
O seu campo emocional influencia diretamente em seu desenvolvi-
mento espiritual, pois, quando suas emoções estão desequilibras, por-
tais negativos são abertos em seus campos ocasionando a perda de
energia e desgaste mental e físico. Por isso, o desenvolvimento espi-
ritual exige comprometimento e responsabilidade consigo e com todo
um conjunto que lhe acompanha nesse momento evolutivo.
Faça-se presente, mesmo que o momento exija que esteja ausente.
Não se deixe levar e nem se afastar de uma história que já está sendo
escrita há tempos. Só depende de você para que ela tenha mais apren-
dizado e conhecimento registrado, no seu livro da vida.

Axé

Silzem Mendonça Melo. Dirigente espiritual do Templo Escola de Umbanda o Arco Iris
de Aruanda. Pedagoga, Terapeuta, Especialista em: Terapia floral de Saint Germain,
Numerologia e Terapia Xamânica. Página no Facebook:
www.facebook.com/silzem.melo.9
Página no Instagram: www.instagram.com/SilzemMendonca

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O preconceito inter-religioso e os problemas intrarreligiosos por Resende
Que a nossa religião, nossa amada ligião e com o aval do então impe-
Umbanda, sofra preconceitos de rador. Se a religião católica demo-
pessoas de outra religião até é rou mais de três séculos para se
compreensível, uma vez que in- firmar e ainda assim sofreu pre-
clusive o Cristianismo sofreu conceitos, o que diremos da Um-
esses ataques ainda quando Jesus banda que tem pouco mais de um
Cristo estava vivo. E o mesmo foi século?
morto por seguidores da religião O que temos hoje é a grande
mais antiga que temos conheci- massa da população se dizendo
mento, o Judaísmo. Foi somente cristã, alguns praticantes outros
após o Concílio de Niceia – o pri- nem tanto, mas todos pregando a
meiro Concílio Ecumênico reali- palavra do Evangelho da forma
zado pela Igreja Católica - entre que lhes convém. Interpretações
os dias 20 de maio e 25 de julho completamente diferentes são
de 325 d.C., na cidade de Niceia dadas às palavras da Bíblia e
da Bitínia, atual cidade Iznik (Tur- assim, aquele que está atrás do
quia), que a situação começou a púlpito conduz sua assistência, ne-
mudar e isso só foi possível por- gando a espiritualidade e qualquer
que o concílio tinha o aval do Im- outra religião que esteja contra a
perador Constantino. O evento foi palavra e as doutrinas da Bíblia
realizado com o intuito de harmo- Sagrada. Até aqui não contei novi-
nizar a igreja ao concretizar uma dade nenhuma, mas o que vem
assembleia que representasse toda ocorrendo na nossa religião é são
a cristandade, de modo a discutir os problemas intrarreligiosos.
as heresias que poderiam dividir a Partindo da frase “o seu terreiro é
Igreja. Então assim, mais de três Umbanda mas a Umbanda não é
séculos depois, a igreja católica só o seu terreiro” que fique claro
começava a se firmar. Em cima de com isso que nem toda a verdade
um livro sagrado adotado pela re- do seu terreiro é a verdade abso-
23
luta principalmente porque a Um- sar que o outro está atacando, ex-
banda não tem um livro sagrado e plique-se, caso seja possível, mas
dogmas. Se formos visitar outros o que não podemos permitir é que
terreiros, até mesmo dissidentes de a vaidade e o conhecimento nos
outras casas, veremos que a forma tornem pessoas tão soberbas a
de se ter a gira será diferente! Al- ponto de nos colocarmos acima de
gumas pessoas exageram nesse qualquer um e de todos. Que a pa-
“diferente” que às vezes beira à ciência e a sabedoria santa sejam
loucura, mas não nos cabe julgar nossos direcionadores na missão
porque quem nos instituiu como que abraçamos com carinho. Que
juízes? não nos ataquemos porque já nos
Eu leio bastante e gosto de fre- basta sermos atacados por outrem.
quentar outros terreiros, sempre Que a verdade não seja a “nossa”
com o intuito de ampliar o conhe- verdade, mas a que nossos guias
cimento, entender porque aquilo é nos ensinam e nos mostram o
do jeito que é naquele terreiro e tempo todo. E que sobretudo, pre-
quando tenho oportunidade, visito valeça o amor e a caridade, pilares
até mesmo terreiros fora do país. da nossa religião, quer os outros
As redes sociais estão cheias de entendam ou não.
páginas e blogs sobre Umbanda e
as pessoas estão tão melindradas
com o ataque à religião que uma
simples pergunta pode dar a enten-
der que é ataque ou tentativa de
disseminar discórdia.
Como sempre digo, quando se pu-
blica algo, aquilo se torna público.
Quem ler essa publicação terá a Professor Wanderley Zito
sua interpretação (que é pessoal). Matias de Resende é mé-
dium umbandista, com Es-
Então, esteja preparado para ser pecialização em Teologia.
entendido ou não. E antes de pen-
24
Projeto Umbandobem
Um passo de cada vez: projeto mente os post motivacionais nas
Umbandobem redes sociais;
- iniciamos a formação de uma bi-
Nos últimos dois meses, o projeto bliografia para contribuir com os
Umbandobem tem caminhado terreiros que desejem formar uma
com cuidado e organização. Sabe- biblioteca para estudos sobre a es-
mos que a “empolgação” inicial é piritualidade;
fundamental para que sejamos to- - juntaram-se ao projeto alguns es-
mados pela alegria de ver uma ini- critores umbandistas que doaram
ciativa de ajuda ao próximo. seus livros para sorteios para os
Passados os arroubos dos primei- leitores da RLU (agradecemos a
ros momentos, é hora de organizar André Cozta; Ademir Barbosa So-
tudo e fazer “a gira girar”. brinho, Valter Norberto e Daniel
Algumas conquistas queremos Soares).
compartilhar com os nosso leito-
res: Agora, estamos, de vento em
- Lançamos o site www.umbando- poupa, partindo para mais conso-
bem.com.br (convidamos sempre lidação de ações. Para tanto, toda
a todos a acessarem e darem suas ajuda é bem-vinda e só engran-
opiniões e colocarem-se à disposi- dece o projeto. Estão nos planos os
ção para ajudar); seguintes passos:
- “ancoramos” a Revista do Leitor - Confecção de camisas com a
Umbandista (RLU) no site (aju- identidade do projeto para os inte-
dem-nos divulgando entre seus grantes do grupo responsável pela
amigos); promoção dos eventos;
- criamos, nas redes sociais, nosso - início do evento “sorteio de li-
espaço tanto no Facebook como vros para leitores da RLU”;
no Instagram; - escolha das instituições que
- temos disponibilizado diaria- serão ajudadas pelas campanhas
25
arrecadação do Umbandobem;
- disponibilização de resenhas sobre livros de temática umbandista no
site do Umbandobem;
- ciclo de plalestras sobre Umbanda nos terreiros que possuem em suas
estruturas espaço para ensino.

Ainda estamos no primeiro ano da ideia, mas muito motivados. Sabe-


mos que sozinhos somos poucos, entretanto, temos levado como ban-
deira os motes de que “juntos somos mais” e “fazer o bem faz bem”.
Então? Quer se juntar a nós? Acesse o site, leia nossos textos, volun-
tarie-se. Todos estamos sob a luz da Umbanda e as bênçãos de nossas
entidades de luz!
Saravá a todos!jantes de um lindo trajeto chamado vida! Contamos
com todos!

http://www.umbandobem.com.br
http://www.facebook.com/umbandobem
http://www.instagram.com/umbandobem

26
VAMOS CANTAR UM PONTO?

ZOA ATABAQUE...
Vou enfeitar meu abaçá
Prá quando vovó chegar
Prá quando vovó chegar
Com cipreste e manacá
Quero ver tudo tão lindo
Quero ver nanã dançar
O tambor tocando
E os filhos de umbanda cantando
E o abaça vibrando
Saudando nanã buruquê
Saluba ê, saluba
Saluba vovó de umbanda

Saluba nanã buruque


Lá no juremar

Saluba Nanã!
27
Umbanda em Poema por Jorge Dérykis

É o sol que aquece nossa alma, Em forma de oração.


A estrela que brilha no horizonte Tambores que anunciam,
Trazendo à nossa vida o despertar Trazem amigos, irmãos,
O novo amanhecer, Falanges do bem,
Como pássaros a revoar Irradiando luz,
Na busca do seu querer, Em seu ambiente de fé.
Em asas abertas, repousar no Se- Lágrimas que correm dos olhos,
nhor. Ventos, ventarolas nas águas en-
Caridosa, aconchegante contrar,
Calorosa, confortante. Brados, gargalhadas, sorrisos in-
Energia a transmutar. fantis a brincar.
Acalma o peito, Magias, curas,
A dor que machuca, Conselhos, ensinamentos,
O ar que sufoca, Orientar,
As pegadas desejosas de seguir, Sua benção que vamos dar.
E se encontrar. Tudo é vibração,
Pérola reluzente, No terreiro a pisar.
Contagia o mundo Seus tambores tocam,
Deslumbrante, Ecoam nas partes mais intima do
É natureza. ser,
Enriquece a vida Balança sim,
Com sabedoria, Balança todos nós.
Simplicidade, de pés no chão. Tudo é respeito,
Veste branco, estimula a mente, Tudo é sublime,
Ensina o amor. Tudo é gratidão,
Ela é uma flor que encanta, A nossa mais nobre religião.
Essência que embriaga (Pelo Espírito AD, através de
Com sua música, o seu canto, Jorge Dérikys)
31
METAMORFOSE-SE por Valter Ramos

Meus irmãos, que a doce paz e as mensagem que nosso amigo espi-
vibrações de Maria Aantíssima al- ritual nos brindava quando se fazia
cance nossos corações aquecendo- presente. Viver no plano físico é,
nos e revivendo a chama do amor além de tudo o que sabemos ( res-
divinal, a qual habita nosso ítimo gate, prova, evolução e etc.), a
desde sempre! oportunidade de se perceber. É
oportunidade para olhar para sí e
Neste mês de Julho, um mês bas- fitar com olhos espirituais tudo
tante emblemático para alguns e aquilo que queremos ou não co-
apenas mais um mês para outros, nosco habitando nosso íntimo. Um
resolvi falar um pouco sobre trans- determinado guia da linha dos
formação. Certa vez, realizando Exus, um grande amigo espiritual
um trabalho de criação artística que me acompanha e me permite
para uma cliente muito especial, ser seu médium, ensinou-nos que
acabei escrevendo uma palavra de é necessário, para essa metamor-
forma “errada” mas que fez tanto fose ocorrer, que realizemos o que
sentido que habita até hoje meus chamamos de exame de consciên-
pensamentos, METAMORFOSE- cia. Esse procedimento, como dito
SE. Sempre ouvi de um amigo es- por ele, é bastante demorado e pre-
piritual e de seu aparelho que cisa ser feito com extrema veraci-
ninguém tem a capacidade e dade, concentração e
mesmo se tivesse não teria o di- principalmente em terceira pessoa
reito de mudar ninguém. Que cada sem realizar qualquer tipo de jul-
um de nós possui um relógio espi- gamento, ou seja, como se estivés-
ritual que só alarma quando esta- semos vendo um filme de nossa
mos prontos para o tão falado própria vida, onde somo o diretor,
despertar. Analisando de forma o ator e o espectador, desprovido
muito fria e racional, META- de críticos. Iniciar esse processo
MORFOSE-SE, trás essa mesma requer, segundo nosso amigo, que

32
forcemos nossa mente para econ- uma distancia que não houvesse
trar a primeira lembrança de nos- distorção da sua prórpia imagem.
sas vidas, após encontrar, forçar Após isso deveria perguntar em
um pouco mais para alguma ante- voz audível o seguinte: Quem é
rior e repetir isso pelo menos tres você?
vezes e então, só após isso inicia-
se o exame de consciência, par- Esse procedimento deveria ser re-
tindo dessa lembrança primária até petido até que, por impulso cons-
os dias de hoje. ciente ou não, alguma resposta
viesse verbal ou mentalmente.
Dentro deste mesmo tema, desper-
tar, “metamorfose-se-ar”,ele ensi- Meus irmãos, vários são os proce-
nava outra coisa pra aqueles que dimentos, milhares são os espíritos
nem mesmo conseguiam se acei- que tentam nos auxiliar e infinti é
tar, que não encoontravam forças o amor do Pai por nós, porém,
para realizar tal procedimento ho- qual é o tamanho da nossa vontade
meopático e nem mesmo tinham de sair do casulo?
interesse em iniciar essas lembran-
ças pelos mais diversos motivos. Saravá Umbanda!
Dizia ele que, durante determi-
nado tempo, em alguns momentos Valter Norberto Ramos
pré-determinados, a pessoa se co- Médium da TESJ
locasse diante de um espelho, Colaborador da Cabana de
Santo Antônio
olhasse atentamento durante al-
Secretário do CNU
guns instantes, percebendo inicial- Escritor Umbandista
mente as nuances do próprio rosto Empresário
e em seguida fixasse em seus prór- Idealizador do projeto Um-
prios olhos, aproximando-se vaga- bandobem
rosamente do espelho, respeitando Email: valternramos@gmai.com
Facebook: http://www.facebook.com.br/livroagira

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