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MM JUIZO DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE

CIDADE – SP

Distribuição por dependência ao processo nº

EMBARGANTE, brasileira, divorciada, cuidadora de idosos,


portadora da cédula de identidade nº ______________ SSP/SP e inscrita no CPF/MF
sob o nº ____________________, com endereço à Rua, nº, Jardim Aviação, CIDADE -
SP, CEP, vem, respeitosamente, perante V. Exa., por seu advogado abaixo assinado e
regularmente constituído, conforme instrumento procuratório anexado, estabelecido
profissionalmente à Rua, nº , 8º andar sala , Centro, CIDADE– SP CEP, onde recebe
intimações e notificações, com e-mail _________________@gmail.com, apresentar

EMBARGOS DE TERCEIRO C/C TUTELA DE URGÊNCIA

em face de EMBARGADA, pessoa jurídica de direito privado


inscrita no CNPJ/MF sob o nº, com endereço eletrônico desconhecido pela Embargante,
devidamente qualificada nos autos da Execução de Título Executivo Judicial, pelos
fatos e fundamentos jurídicos abaixo aduzidos.

1. PRELIMINAR DE MÉRITO

1.1 DA INCOMPENTÊNCIA ABSOLUTA DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL


As pessoas jurídicas somente podem atuar nos juizados se
cumprirem os predicados estabelecidos na jurisprudência uniforme e específica do
sistema dos juizados.

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Nos termos do ENUNCIADO FONAJE Nº 135, “O acesso da
microempresa ou empresa de pequeno porte no sistema dos juizados especiais depende
da comprovação de sua qualificação tributária atualizada e documento fiscal referente
ao negócio jurídico objeto da demanda”. No mesmo sentido, esclarece o ENUNCIADO
FOJESP Nº 2.
Sendo assim, se faz necessária a investigação de suas
regularidades jurídica, fiscal e contábil, pois é fato notório que muitas empresas se
revestem da forma de microempresa, mas mantém movimento contábil incompatível,
lesando o fisco e às vezes buscando se valer de indevida propositura nos juizados
especiais.
A Lei Complementar nº 123/2006 instituiu o Estatuto Nacional
da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Ela prevê, no art. 74, a possibilidade
de propositura perante o Juizado Especial, em sintonia ao art. 8º, §1º, II, da Lei nº
9.099/95. No art. 3º, I, a mesma lei define a receita bruta para a microempresa.
A transparente demonstração da movimentação financeira é de
ser exigida, a fim de conferir sua regularidade, e para tanto deveria ser juntada
documentação apta a comprovar o efetivo movimento. Não bastam declarações apenas,
mas cópias de todo o movimento contábil, dos extratos bancários e de outros que
comprovem as finanças. Não houve referida comprovação.
Não é somente o faturamento que não está adequadamente
demonstrado. A mesma lei complementar também estabeleceu várias condições para
que a empresa seja beneficiada com o tratamento diferenciado nela previsto. Trata-se da
regularidade jurídica para os fins previstos na norma. É o que consta do §4º do art. 3º:
§4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado
previsto nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art. 12 desta Lei
Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica:
I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no
País, de pessoa jurídica com sede no exterior;
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita
como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico
diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global
ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;

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IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por
cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde
que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste
artigo;
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de
outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o
limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de
consumo;
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de
investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito,
financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora
de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de
seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar;
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra
forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco)
anos-calendário anteriores;
X - constituída sob a forma de sociedade por ações.
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com
o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade.
A embargada não comprovou o enquadramento em tais
condições legais para ter viabilizado o acesso ao sistema dos juizados especiais. A lei
que prevê seu acesso é a mesma que prevê tais exigências. Ao pretender ser beneficiada
com o tratamento jurídico diferenciado, haveria de comprovar não só o enquadramento,
mas a ausência dos impedimentos previstos na lei.
Não é caso de determinar emenda ao pedido com a
complementação da documentação, ante uma análise criteriosa dos precedentes e da
legislação especial. Afinal, não se trata efetivamente de hipótese permissiva de emenda
ou de aditamento ao pedido, e, em juizado, somente se aplica o Código de Processo
Civil quando não conflitar com as regras específicas, em decorrência e de acordo com
os critérios da simplicidade, da celeridade e da informalidade (art. 2º da Lei nº
9.099/95).

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O art. 54 da Lei nº 9.099/95 estabeleceu a isenção do pagamento
de custas, taxas ou despesas, para o acesso ao Juizado Especial, em primeiro grau de
jurisdição. É a disposição da lei, e óbvio que o legislador pretendeu beneficiar com essa
isenção a pessoa física capaz, conforme o primitivo texto legal.
A pessoa jurídica de finalidade lucrativa, de qualquer porte, não
pode ser indevidamente beneficiada com a não incidência de custas em primeiro grau de
jurisdição, sem o perfeito enquadramento nas hipóteses taxativamente previstas
pela mesma lei especial, e de acordo com a interpretação aplicável ao sistema dos
juizados especiais, conforme os fóruns referidos. É motivo para exame atento e rígido
das condições para permitir o acesso, lembrando que cada pessoa jurídica, em
decorrência de suas atividades, é capaz de ajuizar grande número de ações,
comprometendo seriamente o sistema, prorrogando em demasia a pauta e inviabilizando
o acesso ao cidadão comum.
Logo, a extinção sem resolução do mérito é necessária.

2. DOS FATOS
Superada a preliminar acima, refuta-se o quanto alegado na
exordial.
A embargante foi casada com o executado desta ação principal,
onde adquiriram uma residência na constância do casamento, de matrícula nº ,
registrado no 1º Oficial de Registro de Imóveis de CIDADE– SP, conforme fls. 36 a 39.
Contudo, a embargante divorciou-se de seu parceiro em 2018
(doc. 1), e conforme se verifica na 2ª página no documento 1 anexo aos autos, como o
executado já se encontrava em lugar incerto e não sabido, “foi citado por edital, sendo
que a defensoria pública, atuando como sua curadora especial, ofertou contestação
por negativa geral”
Ademais, foi decidido ainda que “os direitos do referido
imóvel serão rateados, por igual, entre os litigantes, ficando na mesma cota,
obrigados ao pagamento do valor do financiamento existente sobre o tal bem”.
Mesmo assim, diante de tal situação, o executado, nunca foi
encontrado para assumir a sua responsabilidade no pagamento de sua parte ideal do
financiamento do imóvel
Com isso, a embargante, para não perder o único imóvel que
possui, não teve outra alternativa a não ser de arcar na integralidade no pagamento

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do financiamento da casa que reside com os seus filhos, conforme verifica-se nos
comprovantes (docs. 2 e 3).
Por todo o explanado, detecta-se ser injustificável a indicação de
bens da embargante à penhora pelo exequente, pela circunstância de que a embargante
ser, de fato, a única possuidora do imóvel penhorado além de o mesmo ser bem de
família.

3. DOS DIREITOS
3.1 DA LEGITIMIDADE DA EMBARGANTE
Conforme passará a demonstrar e provas que junta em anexo, a
embargante não é parte no processo de execução em tela, porém é possuidora direta do
imóvel, alvo de pretensão e constrição judicial.
O art. 674 do CPC prevê claramente que pode opor embargos de
terceiros:
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer
constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua
ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato
constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua
inibição por meio de embargos de terceiro.
§1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário,
inclusive fiduciário, ou possuidor.

Apesar da embargante ser ex-cônjuge do executado, ela possui


direitos sobre o bem objeto de ato constritivo, pois conforme se verifica no parágrafo 1º
do art. 674 do Novo CPC, os embargos de terceiro poderão ser opostos, também, por
aquele que tenha posse sobre o bem, haja vista que, como relatado anteriormente, a
mesma paga na integralidade as parcelas do financiamento do imóvel objeto da
execução.

3.2 DA INDEVIDA CONSTRIÇÃO SOBRE A PROPRIEDADE DA


EMBARGANTE
Conforme relatado o art. 674, CPC, ampara os embargos de
terceiros para resguardar os bens de sua propriedade ou meação.
Apesar do imóvel financiado estar em nome da embargante e do
executado, pelo já destacado anteriormente, o executado está em lugar incerto e não
sabido o qual foi feito o divórcio de ambos foi realizado por curador especial pela

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defensoria pública o qual foi determinado pelo juiz o rateio das parcelas do já
mencionado financiamento habitacional.
Tendo em vista o “desaparecimento” do executado, não restou
outra alternativa à embargante senão suportar as parcelas do financiamento na sua
integralidade, conforme se verifica nas provas anexas, para que não perca o imóvel.
Ao verificar que a embargante sequer faz parte do polo passivo
da demanda, não tem qualquer responsabilidade pelo crédito executado na ação
principal.
Portanto, justa a concessão da suspensão das medidas
constritivas sobre o bem litigioso, conforme art. 678 do Código de Processo Civil, a fim
de que seja expedido competente mandado determinando-se o imediato cancelamento
da constrição judicial que pesa sobre 50% do imóvel de matrícula nº 91798, registrado
no 1º Oficial de Registro de Imóveis de Franca – SP

3.3 DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA


Diferentemente do que foi apontado pelo embargado, o imóvel
indicado não pode ser penhorado, conforme clara disposição da Lei 8009/90 ao dispor:

Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade


familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de
dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra
natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que
sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses
previstas nesta lei.

Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel


sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as
benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos,
inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a
casa, desde que quitados.

Assim, considerando que não há, conforme as próprias certidões


anexas nos autos, outros imóveis capazes de viabilizar a residência, tem-se o necessário
e imediato reconhecimento da impenhorabilidade:

APELAÇÃO – IMPENHORABILIDADE DO BEM DE


FAMÍLIA – EMBARGOS À EXECUÇÃO

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Pretensão de que seja reconhecida a impenhorabilidade do
imóvel constrito judicialmente – Cabimento – Hipótese em que
há elementos de convicção suficientes para considerar o bem
impenhorável – Sentença de primeiro grau que deve ser
reformada – Embargos acolhidos – Impenhorabilidade
reconhecida – RECURSO PROVIDO.
(TJ-SP AC 10415969520168260224 SP 1041596-
95.2016.8.26.0224, Relator: Ana de Lourdes Coutinho Silva
da Fonseca, Data do Julgamento: 14/05/2019, 13ª Câmara de
Direito Privado, data da Publicação: 14/05/2019)

Ademais, insta consignar que a dívida em comento não foi


gerada em benefício da entidade familiar, não podendo excepcionar a regra da
impenhorabilidade do bem de família.
Portanto, a penhora de bem de família configura uma
ILEGALIDADE, passível de condenação pelo Judiciário.
3.4 DA TUTELA DE URGÊNCIA
A condição de proprietária, possuidora e terceira foram
devidamente provadas. Em consonância com o art. 678, CPC, a decisão que reconhecer
suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas
constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a
reintegração provisória da posse, se a embargante a houver requerido

Conforme o artigo 7º, III da Lei 12.016/09, ao despachar a


inicial, o juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso
seja finalmente deferida.

Diante do exposto, vê-se que o fundamento da presente


impetração é relevante e que encontra amparo no texto da Constituição e na
jurisprudência consolidada dos Tribunais, sinal de bom direito.

De igual modo, há risco na demora da prestação jurisdicional.


Observa-se que do ato impugnado pode resultar a ineficácia da medida, caso seja
deferida somente ao final, pois, a embargante está com o imóvel, que é bem de família,
penhorado, o qual é passível de ilegalidade.

Assim, presentes os requisitos, peço a V. Exa. que,


LIMINARMENTE, assegure o direito à embargante de afastar a penhora do bem

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imóvel por se tratar de bem de família e como já relatado anteriormente, é a única
possuidora de fato do bem por estar pagando na integralidade as parcelas do
financiamento do imóvel.

4. DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer:
a) Os benefícios da justiça gratuita, vez que a parte se declara
pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração da defensoria pública anexa;
b) Seja acolhida a preliminar de incompetência desse MM.
Juízo, extinguindo-se, por consequência, o feito sem resolução do mérito;
c) Caso não acolha a preliminar de incompetência, pleiteia a
confirmação da TUTELA DE URGÊNCIA, no sentido de suspender a ação executiva e
manter a posse em favor da embargante, conforme já demonstrado e por força do art.
678, CPC;
d) Caso não acolha os pedidos dos itens b e c desta exordial,
o recebimento do presente embargo em seu efeito suspensivo, para fins de suspender a
ação executiva e reconhecer a posse do imóvel em favor da embargante;
e) A citação do embargado para responder, assim querendo,
nos termos do art. 677, § 3º, CPC;
f) A total procedência dessa ação para julgar procedentes os
pedidos formulados nessa ação, extinguindo-se a penhora em debate e, por conseguinte,
desfazendo-se a ordem de constrição, conforme art. 674, caput, CPC;
g) A condenação do embargado ao pagamento de honorários
advocatícios e sucumbências nos parâmetros previstos no art. 82, § 2º c/c art. 85, § 2º
CPC;
h) Pretende-se provar o alegado mediante prova documental,
testemunhal, depoimento pessoal e demais meios de prova em Direito admitidos, nos
termos do art. 332 do Código de Processo Civil.
Dá-se a causa o valor de R$ (valor do bem)
Termos que,
Pede deferimento.
Franca, 17 de outubro de 2019

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ADVOGADO
OAB/SP

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