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da
Pesquisa Científica
Unidade 07 - O fichamento..............................................................................73
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04 Metodologia da Pesquisa Científica
Metodologia da Pesquisa Científica
Unidade 1
Instruções iniciais para Educação a Distância na
FTSA
Estudar a distância não é algo novo, desde a antiguidade o método
de ensino-aprendizagem é algo que também é feito a distância.
A Educação a Distância (EAD) tem sido atacada, ao longo de sua
existência, por todo tipo de preconceito, principalmente voltada para a
falta de rigor acadêmico no ensino-aprendizagem que produz ou surte
efeito em estudantes de uma forma geral – preconceito incoerente com
a realidade de algo que veio para ficar não por imposição de poucos,
mas por necessidades de muitos. Em um episódio recente, numa greve
de professores numa grande universidade paulista, alunos aderiram
ao movimento exigindo o fim do ensino a distância na universidade.
Outro episódio, também recente, retrata o preconceito de quem julga
conhecer – um conselho representativo de uma classe decidiu não
emitir permissão para os graduados (em cursos reconhecidos pelo
MEC!) formados através da EAD, impedindo-os de terem o direito de
exercer sua profissão por meio do registro naquele conselho.
Na FTSA completamos 10 anos do início da implementação
da EAD na faculdade. Foram dez anos de um processo constante de
construção e readequação das necessidades e dos envolvidos – todos
nós, professores e professoras, tutores e tutoras, alunos e alunas,
administração, igrejas, mantenedores e tantos mais, perguntamos,
questionamos, acreditamos e caminhamos e, ainda hoje, seguimos
caminhando em direção a uma EAD de maior qualidade, mais
interação, mais diversidade, reconhecimento oficial (MEC) e tantas
outras conquistas.
O mundo passa por transformações de toda espécie e elas
determinam as perguntas que faremos e, sendo técnicas ou científicas,
econômicas, políticas e sociais trazem às Instituições de Ensino a
necessidade de permanente inovação com novas tecnologias, além
da adaptação às necessidades financeiras em tempos de crise sem
deixar de lado cada contexto diferente da tradicional relação entre
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aluno/sala de aula convencional. A EAD traz consigo novas formas
de olhar a organização das Instituições de Ensino e não apenas o
conceito educacional em si; nesse cenário, escolas devem buscar novas
alternativas para tornar viável a oferta diversificada de seus serviços
educacionais.
É necessário entender que no processo de EAD o aluno é co-
gestor de seu próprio aprendizado e que a tecnologia da informação
e comunicação (TIC) precisa ser um fator facilitador para aproximar
e gerar curiosidade suficiente para ambos (docentes e discentes) e,
assim, proporcionar INTERAÇÃO real. A função do docente nesse
processo é mais de um guia pelos caminhos da pesquisa e observação,
já o discente é quem deverá aprender e se tornar um pesquisador.
A ênfase na EAD deve ser problematizadora e sócio-
construtivista (Freire e Vygotsk) – ou seja, encarar o ser humano
como alguém em constante busca, capaz de lidar com novas situações
e exercer autonomia, inserido num contexto social e cultural no qual
pode intervir e transformar e, ao mesmo tempo, ter outro alguém
que possa lhe conduzir por esse processo, auxiliando, mostrando
caminhos, abrindo portas, incentivando etc. Paulo Freire diz que
ninguém educa ninguém e ninguém educa a si mesmo sozinho, mas
os seres humanos se educam em comunhão mediatizados pelo mundo.
Assim os educandos são investigadores críticos em diálogo com o
educador e outros educandos e o papel do educador é, juntamente
com os educandos, proporcionar as condições para a superação do
conhecimento (Freire, 1987).
A transmissão de conceitos teóricos é fundamental, mas também
é muito importante que os alunos saibam contextualizá-los na sua área
de atuação profissional/ministerial.
Os cursos online EAD-FTSA são concebidos segundo um
modelo pedagógico centrado no aluno, procurando que este aprenda
ensinando, compartilhando informações com os colegas de curso e
construindo, assim, conhecimento pessoal e coletivo.
A construção social do conhecimento é apoiada em ferramentas
disponibilizadas pelo próprio Ambiente Virtual de Aprendizagem
(Moodle) e algumas são: fóruns de discussão, wikis e mesmo o chat
como forma de comunicação síncrona (comunicação síncrona
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a realização das atividades propostas que podem ser, por exemplo, a
entrega de um trabalho escrito, a realização de uma autoavaliação ou
a colaboração na redação de um texto de grupo no wiki, além dos
questionários e outras formas.
A avaliação não acontece exclusivamente online, pois é
considerado o percurso do aluno e o seu desempenho e engajamento
ao longo do curso. Além das atividades (Trabalho de Conclusão de
Curso, Atividades Complementares, Estágio Curricular Obrigatório e
avaliações presenciais), as avaliações presenciais tem um peso maior
na composição da nota do estudante na disciplina.
O/a aluno/a que pretende aprender online deve apresentar (ou
ter consciência) um perfil com as seguintes características:
• Apresenta automotivação.
Motivação
• Tem capacidade de se automotivar.
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Dessa forma fica evidenciada a coerência da proposta
metodológica que prioriza as situações contemporâneas que estão
em constantes mudanças, bem como a sintonia com as Diretrizes
Nacionais Curriculares, excedendo sua carga horária em relação aos
cursos correlatos à Teologia.
Cada disciplina do curso integra um processo hermenêutico e
educativo que obedece à seguinte lógica:
O currículo da FTSA está estruturado à luz deste Círculo
Hermenêutico. As disciplinas estão distribuídas para atender a este
processo, revelando a inter-relação entre cada uma delas. Essas quatro
(4) áreas (Análise da Realidade, Bíblia, Teologia Sistemática e Teologia
Prática) são organizadas de acordo com a formação dos docentes. Esses
docentes se articulam, produzem e avaliam permanentemente cada
disciplina com o propósito de manter a devida inter-relação entre as
elas. Portanto, cada disciplina é parte integrante e fundamental de um
processo que, partindo da realidade contemporânea e passando pela
reflexão exegética, teológica e interdisciplinar, visa à transformação
das realidades, contextos e situações.
A transmissão de conceitos teóricos é fundamental, mas também
é muito importante que os alunos saibam contextualizar esses conceitos
na sua área de atuação profissional/ministerial.
Os cursos online EAD-FTSA são concebidos segundo um
modelo pedagógico centrado no aluno, procurando que este aprenda
ensinando, compartilhando informações com os colegas de curso e
construindo assim conhecimento pessoal e coletivo.
A construção social do conhecimento é apoiada em ferramentas
disponibilizadas pelo próprio Moodle, como fóruns de discussão, wikis
e mesmo o chat como forma de comunicação síncrona. De forma a
atender os diferentes estilos cognitivos de aprendizagem, os conteúdos
dos cursos são concebidos na sua maior parte por uma equipe
multidisciplinar e disponibilizados em suporte digital contemplando
documentos em formato texto (pdf e html) e/ou formato audiovisual.
Em todos os cursos são previstas atividades de autoestudo,
individuais ou em grupo, sendo esperada uma participação ativa por
parte dos participantes do curso.
Para apoiar os cursos estão previstos dois tipos de tutoria:
Processos de ensino-aprendizagem
Algumas características da educação a distância são bastantes
presentes em nosso curso:
a. Estudo individualizado e independente, mas inserido no
contexto do ensino-aprendizagem coletivo, juntamente com toda a
comunidade docente, discente e técnico-administrativa, exigindo do
estudante organização, disciplina e metodologias que contribuíram
para sua autonomia pessoal e ministerial;
b. Processo de ensino-aprendizagem através de disciplinas com
materiais instrucionais e atividades avaliativas presenciais e também online;
c. Docentes, tutores e monitores acompanham todo o processo
de ensino-aprendizagem;
d. Uso de novas tecnologias facilita e incrementa a relação
estudante-professor, estudante-processo de ensino-aprendizagem
e estudante-estudante construindo o conhecimento através de
tecnologias de comunicação e informação;
e. Comunicação bidirecional – estudante=>docente/tutor (dúvidas,
sugestões, troca de informações etc.) como docente/tutor=>estudante
(esclarecimentos, pro-atividade no guiar pelo conhecimento, análises,
avaliações, feedbacks etc) em um sistema de atendimento através de
e-mail, fóruns, Facebook, mensagens via Moodle, feedback via correção
de tarefas etc.;
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f. Encontros presenciais no Polo sede, no campus da FTSA, com a
realização de exames priorizando avaliação dos conteúdos ministrados
em todo o processo, troca de experiências entre estudantes e seus
pares, bem como com docentes, tutores e pessoal técnico administrativo;
g. Construção de uma rede de conhecimento e comunicação social –
Comunidade FTSA integrado com o Moodle, Facebook, Email e demais
redes sociais, proporcionando um ambiente ideal para compartilhar
conhecimentos, dúvidas, novidades, informações e notícias referentes
ao desempenho prático ministerial de todos os participantes.
O procedimento de avaliação para as disciplinas deve levar em
conta um conjunto de critérios norteadores, quais sejam:
• Priorizar a produção de saber por parte do estudante, à luz do
estado de arte da disciplina em foco;
• Priorizar a produção de saber por parte do estudante, à luz da
relação teoria e prática na realidade contemporânea;
• Coerência com o nível de desenvolvimento da dificuldade do
estudo, ao longo dos oito semestres letivos;
• Possibilitar que também seja avaliado o processo de ensino de
cada disciplina, e não só o desempenho do estudante;
• Atingir a maior objetividade e justiça possível na atribuição de
notas, visando ao progresso do estudante ao longo do curso.
I. Gerais:
a. Articular de forma interdisciplinar as interfaces existentes nas
diferentes áreas das ciências humanas, da Teologia e de outros campos
do saber, promovendo a integração teórico-prática.
b. Atuar em consonância com os princípios éticos de ação para
a cidadania, considerando as questões contemporâneas sobre temas
ligados aos direitos humanos, meio ambiente, educação étnico-racial,
educação indígena e sustentabilidade.
II. Específicas:
a. Empregar adequadamente os conceitos teológicos aliados
às situações do cotidiano, revelando-se profissional participativo e
criativo;
b. Articular o saber especificamente teológico com os saberes
das outras ciências, de forma interdisciplinar;
c. Tomar consciência das implicações éticas do seu exercício
profissional e da sua responsabilidade social;
d. Atuar de modo participativo e criativo junto a diferentes
grupos culturais e sociais, promovendo a inclusão social, a reflexão
ética, o respeito à pessoa e aos direitos humanos.
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Docentes
A equipe de professores do curso de Graduação em Teologia
EAD-FTSA é formada por especialistas nas áreas de conhecimento que
compõem a grade curricular e são eles os responsáveis pelo currículo e
disciplinas. O docente é responsável por:
a. Apoio aos módulos instrucionais, sempre disposto a dirimir
dúvidas e fazer esclarecimentos. Juntamente com o tutor ele é elemento
indispensável na formação acadêmica nos conteúdos das disciplinas;
b. Atualização contínua de materiais de apoio no ambiente de
aprendizagem virtual – textos, indicação de livros, vídeos, áudio,
indicações de filmes, páginas de internet etc.;
c. Atividades pedagógicas desenvolvidas no ambiente virtual de
aprendizagem, de acordo com o planejamento prévio do programa de
curso de cada disciplina e também nos encontros presenciais;
d. Orientação metodológica na elaboração do Trabalho de
Conclusão de Curso.
Tutoria
O curso de graduação em Teologia a Distância da FTSA é
oferecido apenas em seu polo sede, no Campus em Londrina, portanto,
todos os nossos tutores trabalham vinculados a este polo.
1) Cada tutor tem para dedicação de suas tarefas uma carga semanal;
2) O corpo de tutores da FTSA é composto por profissionais
graduados na área (Teologia) e com no mínimo pós-graduação lato sensu;
3) 100% do corpo de tutores possui experiência mínima de mais
de 3 (três) anos em educação a distância;
Plano de estudo
A metodologia de educação a distância demanda quebra de
paradigmas educacionais, tanto da parte da IES como do estudante
e da comunidade em que estão inseridos, pois demanda uma nova
visão sobre os processos em que se dão esse ensino-aprendizagem.
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É necessário construir uma nova maneira de práticas de ensino-
aprendizagem para o modelo EAD. O professor e seu conteúdo não
apenas migram para “dentro do texto”, mas também suas percepções,
dicas, demonstrações de “como” ele aprendeu, qual “caminho o levou
até aquele conhecimento”, dentre outras coisas, e, assim, o aluno,
acompanhado, adquire independência no manejo de tempo, estilo,
estudo e ganha sua formação.
A fim de dar suporte ao estudante nessa transição, o curso de
Graduação em Teologia EAD-FTSA possui um sistema de Tutoria para
a elaboração com o estudante do seu plano de estudos das disciplinas.
O plano de estudo de cada aluno deve conter:
a. Organização das horas de estudo individuais de cada disciplina;
b. Participação nas atividades pedagógicas no ambiente virtual
de aprendizagem;
c. Utilização dos ambientes de aprendizagem para estudo e
pesquisa;
d. Participação das atividades na semana de estudo presencial no
campus sede da EAD-FTSA;
e. Estágios supervisionados e práticas ministeriais, em períodos
que estão previstos no calendário escolar, fazendo com que as técnicas
e teorias apreendidas sejam vivenciadas no dia a dia de atividades
experienciais.
f. Instrução, acompanhamento e elaboração de TCC ao final do
curso.
Cada aluno deve se conhecer para desenvolver a melhor maneira
de estudar a distância. Algumas dicas são gerais.
Motivação
· Descreva quais as suas motivações para o curso.
· Descreva as suas expectativas realistas para o curso.
Interação
· Não deixe que os emails se “amontoem”. Verifique diariamente
novas mensagens.
· Ao ler os emails tente tomar decisões imediatas: Quais são para
tomar conhecimento, aos quais é esperada uma resposta da sua parte.
Coloque-se um prazo de resposta e cumpra-o.
· Seja ativo e não sempre reativo.
· Faça perguntas e tente responder as dos seus colegas.
Considere ainda as seguintes observações:
- Sempre que surgir uma dúvida, coloque-a no fórum. Não
hesite, não tenha vergonha, não tenha dúvidas acumuladas. Qualquer
pergunta é válida e, com certeza, estará ajudando outros colegas que
ou não a fizeram, mas gostariam ou nem mesmo sabiam que deveriam
tê-la feito.
- Utilize também perguntas como “Você pode explicar isso de
outra forma?” ou “Será possível dar um exemplo?”
- Partilhe nos fóruns as suas experiências sobre EAD.
- O curso pretende ser o início de uma comunidade de
aprendizagem e, assim sendo, depende da participação de todos.
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- Uma pergunta colocada no fórum espera pela SUA resposta.
- Um comentário colocado no fórum espera pelo SEU retorno.
- Prepare-se para aceitar desafios. As suas respostas não serão
sempre as “certas”. É da discussão que surge a construção de novos
conhecimentos, pessoais e do grupo.
Requisitos tecnológicos
Hardware e Software
· Computador com ligação à Internet (banda larga – ADSL ou
superior);
· Navegador, aceitando cookies (dê preferência ao Chrome ou
Firefox);
· Conta de email;
· Editor de textos (Exemplos: OpenOffice ou Office da Microsoft
– salve documentos como .TXT ou .RTF ou .DOC ou DOCX;
· Ferramenta para abrir arquivos com a extensão pdf (Adobe
Acrobat Reader ou outro leitor de PDFs);
· Ferramenta para descompactar arquivos com a extensão zip e/
ou rar (WinRar, Winzip ou outro);
· Programa para executar arquivos de vídeo, áudio ou flash –
geralmente o Firefox e o Chrome (browser de navegação pede para
instalar algum plugin – programa auxiliar – pode fazê-lo, assim você
poderá assistir aos vídeos a partir da sua navegação mesmo);
. Acesso através de outras plataformas, como Mac ou Linux
devem conter similaridades com o que se expõe aqui.
Total
19
Leia agora o que a pontuação alcançada significa.
15 e mais pontos
Você será provavelmente bem sucedido num curso de
aprendizagem a distância.
Entre 9 e 14 pontos
Um curso de aprendizagem a distância exige que ajuste a
forma de trabalhar e os seus hábitos de aprender às características
da EAD. O sucesso em um curso online pressupõe autodisciplina,
capacidade de gerenciamento do tempo (estabelecer horários,
esquemas e rotinas de estudo) e algumas competências básicas na
utilização de computadores e internet, que você pode ainda não ter.
8 e menos pontos
Um curso de aprendizagem a distância pode não ser a
modalidade de curso para você neste momento.
Explicação do Teste
1- Tem acesso a um computador e à Internet?
Sim - Ter acesso regular a um computador e à Internet
permitirá que complete as tarefas propostas e participe no
curso online com sucesso.
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5 - Está disposto a investir (pelo menos) o tempo de
estudo previsto para alcançar sucesso no curso
Sim - No plano de curso no qual se inscreveu
encontra-se enunciado qual o tempo, aproximadamente, a
investir nos estudos.
Não - Necessita estar disposto a investir o mesmo
tempo para o curso online como o estaria para um curso
presencial. Se não tem este tempo disponível, é desejável
que ajuste a sua agenda antes de se inscrever no curso.
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Gerenciamento do Tempo
Metas em longo prazo
Área Metas Obstáculos Passos iniciais para alcançar
Escola
Trabalho
Família
Amigos
Pessoal
Outras
Agenda semanal
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
08-09h
09-10h
10-11h
11-12h
12-13h
14-15h
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Anotações
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é inútil, é correr atrás do vento! 15 O que é torto não pode
ser endireitado; o que está faltando não pode ser contado.
16 Fiquei pensando: Eu me tornei famoso e ultrapassei em
sabedoria todos os que governaram Jerusalém antes de mim;
de fato adquiri muita sabedoria e conhecimento. 17 Por isso me
esforcei para compreender a sabedoria, bem como a loucura
e a insensatez, mas aprendi que isso também é correr atrás do
vento. 18 Pois quanto maior a sabedoria, maior o sofrimento; e
quanto maior o conhecimento, maior o desgosto”.
As incertezas do conhecimento
Síntese das ideias de Edgar Morin
Edgar Morin defende que a educação do futuro (no sentido de
que algumas de suas proposições ainda estão distantes da realidade
presente) precisa identificar e reconhecer erros, ilusões e incertezas do
conhecimento que produz e ensina. E isto se aplica tanto à educação
como à pesquisa “do futuro” – no sentido de que no presente assume
seus desafios.
(1) Incerteza histórica. A história segue um curso que não pode
ser previsto. Essa consciência nasce quando se desbanca o “mito do
progresso”, que afirmava que a civilização caminha inevitavelmente
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para o progresso, para o melhor, para seu ápice em termos de
desenvolvimento.
- Morin, baseado nessa tese, apresenta uma sucessão de fatos
históricos que ele seleciona como “prova” de que, com a ideia de
progresso, não se previa os preços históricos que a humanidade teria
de pagar por ele.
- Um olhar para os “desvios” da história: a produção do novo não
pode ser prevista, senão não seria “novo”. Do enfrentamento dos problemas
e das incertezas do presente é que nasce o “novo”, como “desvio”.
- “Desvio” – quando alguém ousa pensar e examinar, desconfiando
da normalidade das coisas. Novas ideias precisam ser examinadas, ao
invés de descartadas de antemão (p. 83).
- A história que não possui uma “evolução linear” é, portanto,
uma história complexa, e que instiga o pensamento complexo (p. 83).
Esse tipo de pensamento, porém, ainda não foi devidamente absorvido
pela cultura científica.
(2) Enfrentar as incertezas. O conhecimento é uma aventura
incerta... O oxigênio de qualquer proposta de conhecimento é oferecer
lugar para as dúvidas sobre nossa possibilidade de conhecer.
Quais são os tipos de incertezas que podemos listar? Lógico que
não será uma lista exaustiva e nem fechada, mas uma indicação do que
poderia ser, do que podemos enfrentar:
• Incerteza cérebro-mental: conhecimento não é espelho, mas
construção/reconstrução de uma realidade.
• Incerteza lógica: a lógica não explica tudo e nem garante a
verdade, nem a contradição, necessariamente, indica uma mentira.
• Incerteza racional: racionalidade versus racionalização. A
segunda é fechada por natureza e a primeira é aberta, fruto do debate
e não da detenção de ideias; é autocrítica, reconhece seus limites, e
reconhece que a mente humana não é onisciente e que a realidade
comporta mistérios.
• Incerteza psicológica: por mais honesto que sejamos, há
zonas psicológicas que são desconhecidas a nós mesmos (ilusões do
“autoconhecimento”).
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Anotações
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Introdução
1. Amor
Não há muita coisa para ser dita sobre uma vida vivida no amor de
Deus que Jesus Cristo já não tenha demonstrado ou que as Escrituras já
não tenham resumido em sentenças, tais como “Deus é amor”, “Amai a
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Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, “Amai-vos
uns aos outros como eu vos amei”, e assim por diante.
Mas há um texto belo e poético que sintetiza muito bem e
poeticamente o ágape (do grego “caridade”, que se refere ao amor
divino): 1 Coríntios 13.
A vida intelectual é cheia de armadilhas. Uma delas é a de nos
jactarmos do conhecimento, nos orgulhar de quão virtuosos somos
por cultivar tanto conhecimento, habilidade, títulos, premiações,
eloqüência e proficiência. Vaidade de vaidades, esse mundo acadêmico
também é cheio delas; nele há fogueiras delas.
Tudo isso é válido, tem a sua função, cumpre seu papel, mas é
inútil se não for precedido pelo amor. A primeira parte do capítulo
segue essa tônica: não importa o que digamos, acreditemos, ou façamos,
estaremos falidos se nisso não tiver amor, se não for por amor.
Quando aquilo que somos e sabemos, nossas conquistas pessoais,
bens, habilidades, recursos e inteligência são exercidos sem amor, isto
é, sem o propósito de ter o outro em consideração antes de si mesmo,
de não se ensoberbecer, sentir ou provocar ciúmes, não forçar nem
abusar dos outros, muito menos se aproveitar das circunstâncias em
favor próprio, e não confiar em Deus sempre, elas perdem seu sentido
de ser. Isso, pois todas essas coisas têm pouca durabilidade, consumir-
se-ão com o tempo e com o fim dele, enquanto o amor, esse nunca
morre...
Como diria Paulo em outra oportunidade, “o conhecimento
ensoberbece, mas o amor edifica”. O apóstolo não está aqui
menosprezando o conhecimento em si, mas indicando a sua provável
finalidade (a soberba) sem a presença do amor. O amor dá vida aquele
que conhece, e, por conseguinte, ao conhecimento, que por sua vez
gerará vida a quem dele, na mutualidade, partilhar.
O conhecimento um dia conhecerá seu limite. Mas ele pode servir
a propósitos imprevisíveis, eternos e belos, se for hóspede freqüente da
casa do amor...
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é uma afirmação tremendamente Cristã, de humildade, honestidade
e inquietação: Eu ainda não terminei, ainda não estou acabado, não
cheguei à reta final. E porque eu não me considero um expert nesse
negócio, olho para frente e sigo adiante, procurando aquilo que ainda
me aguarda.
Esses exemplos me ajudam a entender um pouco mais que a
incompletude não é a minha tragédia (ainda que possa parecer),
mas o caminho para a liberdade e dependência de Deus, atributo
indispensável da vida, mais ainda da vida intelectual.
3. Fraqueza
É preciso ser muito “forte”, num sentido não muito convencional
de força, para embarcar no mundo de fracos e fraquezas. Isso, pois
nosso mundo é feito e disposto aos fortes, ou pelo menos os que
“aparentam” ser. E onde a suposta força é celebrada e a fraqueza é
rejeitada, não há lugar para os fracos e suas intragáveis demonstrações
de pequenez e falta de virtude, aos olhos humanos.
Nessas horas aparece o conflito entre a humildade e a vanglória,
a deficiência e a suficiência... Quero falar desse conflito aqui.
Em 2Coríntios 12, Paulo conta a história de um homem que
há catorze anos foi arrebatado ao paraíso – se no corpo ou fora do
corpo ele não sabia dizer – e que lá ele ouviu coisas indizíveis, que ao
ser humano não é licito referir. Em certo momento, ele denuncia ser
ele mesmo esse homem (v. 5-6), dizendo não se gloriar de tal feito,
embora pudesse fazê-lo, já que se trata de algo verdadeiro. Mas que
não o fez por uma razão simples: para se proteger contra os falatórios
das pessoas... Imagine o que elas diriam, ou como reagiriam!
É nesse contexto então que ele diz o que mais quero chamar a
atenção aqui: contra sua possível soberba, foi lhe dado um “espinho na
carne”. Na tradução The Message, usa-se a expressão: “Dom ou dádiva
de uma deficiência”. E a razão parece ser evidente: isso é para que você
fique em permanente contato com as suas limitações!
Fico imaginando (já que é o que posso fazer): esse espinho pode
ser a representação de qualquer coisa – a) uma deficiência física ou
1 DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 1995, p. 53.
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4. Liberdade
Assim como a fraqueza, em um sentido, a liberdade também
é expressão de nossa condição em Cristo – no sentido de que “para
liberdade foi que Cristo nos libertou” (Gl 5.1) – bem como insígnia
de uma caminhada, já que a liberdade é também vocação – “vós fostes
chamados à liberdade” (Gl 5.13) – de modo que ela é uma tarefa ainda
inacabada que orienta nossa vida e nossas ações no caminhar.
Particularmente a vida intelectual, para ser criativa, viva,
produtiva, precisa de liberdade, que nos põe em movimento, não
deixando que a estagnação tome conta. Estagnação e pensamento não
são sinônimos ou companheiros de jornada. O pensamento estagnado
implica em morte intelectual, não em vida. E há uma grande chance
disso ocorrer quando nos acomodamos com meras repetições,
reproduções do que os outros fizeram, pensaram ou disseram, e assim
deixamos de pensar por nós mesmos, fazer nossas próprias sínteses,
opções e trilhas. Isso é muito comum na igreja, e cada vez mais
comum numa geração de jovens hiperconectada virtualmente, mas
desconectada em matéria de pensar.
A liberdade é a carta de alforria do pensamento, que permite novos
vôos, riscos e, por sua vez, novos olhares. Intimamente conectado com
o que eu vinha dizendo sobre a fraqueza, o erro é também um campo
fértil para a liberdade. Como diria Keith Jenkins, “a liberdade mora
na casa do erro”. Quem dera pudéssemos errar sem medo, nem culpa,
sendo livres na tentativa perene de acertar, sendo o acerto objeto de
nossa perseguição, mas impossível sem a graça.
Por outro lado, sendo condição para o bem pensar, a liberdade não
existe fora da disciplina, nem é parceira da perda total de controle. Nas
palavras de Renato Russo, “disciplina é liberdade”. Ela não tem um fim
em si mesma. Ela germina nas relações, lócus principal de seu exercício.
Nesse lugar ela contra propósito, finalidade e aperfeiçoamento.
Primeiro porque Deus é o autor da liberdade, sendo a sua glória
a finalidade máxima de sermos livres. Segundo, porque temos uma
consciência própria, que precisa de liberdade para discernir bem a
realidade, mas que, em terceiro lugar, se conduz e é moderada também
pela consciência alheia, a qual nos põe na dimensão onde ser livre é
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também para esta questão. Logo, viver e entender a vida, experimentar
e analisar, teorizar e praticar são termos “colegas” de jornada e não
(precisam estar) em lados opostos, embora sejam diferentes.
Então, comecei dizendo que sou um teórico. A questão é: e daí
que sou? Daí que ser teórico não faz de mim um não prático – em
muitas circunstâncias tenho que botar em prática aquilo que creio,
penso e teorizo. Tampouco me leva a ignorar a importância da prática,
muito pelo contrário; e o mesmo se aplica ao prático em sua relação
com teoria e teóricos. Mas, se na ocupação de nossos lugares sociais
e vocações não tentássemos dividir ou dar primazia, esse papo de
obviedades, que com relutância travo aqui, não passaria de “conversa
pra boi dormir”. Mas temo que poucas pessoas (ainda e por mais antiga
que seja a questão) estejam livres da necessidade dessa conversa, com
exceção dos bois e de outros animais menos complicados.
1. Sobre a leitura
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exploração (bibliografia, sumário, introdução, notas de rodapé).
B. Seletiva – seleção das partes mais importantes; eliminação do
supérfluo, concentração no que é pertinente ao seu objeto.
• Investir na prática de sublinhar, resumir e anotar nas bordas
• Dicas do próprio autor: “Este é o ponto” ou “Minha tese é...”
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Para quem eu escrevo? Em primeiro lugar, como já deve ter ficado
evidente, para mim mesmo, como forma de terapia, aprendizado, de
externar idéias que fervilham e sentimentos que transcorrem – ainda
que sentimentos sejam perigosos (é preciso deixar o texto “de molho”
quando se escreve tomado por eles) e a idéias, mutáveis. Em segundo
lugar, escrevo para alguém, para o outro, para gerar algum tipo de
impacto, por menor que seja, e nem que seja de repulsa (o que é bem
possível) em alguém – mas é óbvio que a intenção é fomentar o bem
e a boa transgressão em outras pessoas. Escrevo porque quero gerar a
fome de pensar!
45
4. Palavras, frases e parágrafos devem fluir de um/a para o/a
outro/a, espelhando, em sua ordem de aparecimento no texto, um
pensamento ordenado e lógico;
5. O que se escreve destina-se a um público específico com certas
características e exigências (por exemplo: não é o mesmo escrever
um E-mail a um amigo e redigir uma comunicação destinada a ser
apresentada quando de uma reunião científica).
Os defeitos de redação podem aparecer em qualquer dos pontos
acima. O redator pode não ter claro o que pretende comunicar ou,
pior ainda, pode não ter algo a dizer. Neste último caso, naturalmente,
não deveria redigir coisa alguma. Se tem algo a dizer mas não o tem
claro, deve primeiro esclarecer o que pensa e só então redigir. Seu
vocabulário pode ser inadequado para uma redação acadêmica, ou
muito pobre. Isto se corrige lendo textos de bons autores, bem como
ouvindo pessoas de bom nível acadêmico, que dominem o vocabulário
necessário, ou com elas trocando idéias: por exemplo, freqüentando
ou pelo menos acompanhando com atenção as reuniões científicas de
seu setor de estudos. As frases e parágrafos podem violar as regras
gramaticais estabelecidas que não cabe a ninguém inventar enquanto
escreve ou ser pouco claras, seja por essa mesma, seja por outra
razão. A gramática, como qualquer outra coisa, pode ser aprendida e
treinada. A transição de um parágrafo ao seguinte talvez seja abrupta
ou pouco lógica, ou a ordem de apresentação dos dados e argumentos
quiçá não seja a melhor. O ordenamento desejável pode ser obtido
mediante a confecção de um plano antes de começar a redigir: um
plano assim segue algumas regras gerais que não são de aprendizagem
muito difícil. Por fim, a redação possivelmente não se adeque ao tipo
de público a que se destina, por estar plasmada, por exemplo, num
registro coloquial da língua ao se tratar de um texto que deveria usar o
registro erudito, formal, do mesmo idioma. Nada impede o redator de
esforçar-se no sentido de uma adequação do registro de seu texto ao
público específico a que se dirige.
Resolver equações e redigir textos são coisas que funcionam
segundo regras bem diferentes em cada caso. Em especial, a redação
só tem normas flexíveis, todas elas conhecedoras, em alguns casos, de
47
preferir o passivo ao ativo, como em “não fui comunicado”, expressão
absurda gramaticalmente que se usa em vez de “não se me comunicou”,
“não me comunicaram tal coisa”, ou, num passivo correto, “isto não
me foi comunicado”. O passivo poderá preferir-se quando se desejar
que a ênfase recaia numa ação genérica, sem sujeito definido, como
em “alugam-se quartos” (com o sentido de “quartos são alugados”,
não se querendo dizer por quem).
Na construção de frases e parágrafos, os conselhos principais
podem ser os seguintes:
1) cada parágrafo deve conter uma única afirmação ou noção
central, situada na cláusula gramaticalmente principal do parágrafo; se
ele contiver duas ou mais afirmações ou idéias importantes, divida-o
em dois ou mais parágrafos;
2) prefira quase sempre a ordem natural das palavras na frase
(sujeito-predicado-complemento), evitando as inversões causadoras
de ambigüidade;
3) palavras que modificam ou qualificam outras, tais como
adjetivos e advérbios, devem situar-se o mais perto que for possível
dos termos que modificam ou qualificam, também neste caso para
evitar possíveis ambigüidades ou uma forma tortuosa e pouco fluida
de expressão;
4) o uso de pronomes que substituam outros termos deve ser
objeto de cuidadoso planejamento, ainda aqui num esforço para evitar
a ambigüidade;
5) as primeiras e as últimas palavras de um parágrafo atraem
mais a atenção do que as
demais: assim, o que se quer enfatizar no parágrafo deve vir no
início ou no final do
mesmo, não no meio dele;
6) não introduza em excesso, num parágrafo, expressões ou
frases que modifiquem ou
qualifiquem as afirmações;
7) quase sempre é preferível a forma mais breve à mais longa de
armar frases e parágrafos; entretanto, a busca da brevidade não deve
prejudicar a clareza.
49
um deles de fato quer dizer, as gradações semânticas e lógicas que
implique o seu emprego. Questão mais ampla é a seguinte: que grau
de conexão deve estabelecer-se entre os elementos do discurso? Não
existem regras fixas. Tanto se pode pecar pela ausência ou parcimônia
excessiva das conexões e transições, tornando o discurso desconexo
e por conseguinte obscuro, como pelo excesso de conexões. Existe,
nos ouvintes e leitores, como em todos os seres humanos, algo que
se conhece como competência textual e permite omitir algumas das
conexões ou transições, deixando-as implícitas, sem prejuízo da
compreensão. Quando se ouve ou lê “Soou um tiro. A ave caiu”, quem
ouvir ou ler inferirá sem dificuldade, por si mesmo/a, que a ave caiu
porque foi atingida pelo tiro.
A articulação mais geral do texto depende de certo planejamento
prévio, cujo detalhe necessário pode variar com a prática acumulada.
Também neste ponto, as regras não são absolutas. Se por um lado
é verdade que um texto acadêmico não planejado tende a ser mal
organizado e pouco lógico em suas articulações, bem como na ordem
de apresentação dos dados e argumentos, também o é que, enquanto
se redige, novas possibilidades costumem apresentar-se, novas
idéias inclusive quanto ao ordenamento geral possam surgir. Se tais
elementos não previstos de início forem válidos e interessantes, não há
razão alguma para não operar mudanças no planejamento inicial com
a finalidade de introduzi-los.
Há autores que chegam ao resultado final mediante sucessivas e
às vezes numerosas versões: reescrevem, portanto, seu próprio texto
até que este os satisfaça. Pessoalmente, acho que isso é uma perda de
tempo. Com alguma prática, é perfeitamente possível redigir o texto
numa única versão, corrigindo-a, sem dúvida, com cuidado e, se for o
caso, nela introduzindo algumas modificações o que é bem diferente
de produzir diversas aproximações antes da versão final e, também,
um processo menos longo.
A releitura do texto produzido, para correção e polimento, é
essencial. O melhor método consiste em deixar repousar o texto por
alguns dias antes de proceder à mencionada releitura: se esta for feita
imediatamente após terminada a redação, o autor não conseguirá
perceber “de fora” o produto de seu trabalho e deixará de detectar
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Anotações
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que a “má sorte” (ou sinais da contingência) temporal era fruto do pecado.
Baseados nesse “senso comum”, os discípulos fazem a pergunta:
“Afinal, quem pecou”, que oferece apenas duas possibilidades ao
problema: (a) assume que ele pecou, é fato, só pode ser isso; (b)
restando saber se foi ele (na improvável chance dele ter pecado ainda
no útero de sua mãe), ou seus pais (numa versão judaica da “maldição
hereditária”). Como disse recentemente o educador britânico Ken
Robinson, em entrevista para a Revista Isto é, “o mundo se divide em
duas categorias de pessoas: aquelas que dividem o mundo em duas
categorias e aquelas que não”. Os discípulos parecem se encaixar na
primeira categoria...
Jesus, por sua vez, oferece uma visão alternativa (não categorizável)
e bem mais complexa: “Nem uma coisa, nem outra; isso ocorreu pra que
na vida dele se manifestasse a obra de Deus”. Muito antes de inventarem o
paradigma moderno da complexidade, Jesus já pensava complexamente.
A prova disso é que em sua resposta ele não fecha questão – não é
somente isto ou somente aquilo – mas abre o leque de possibilidades,
que envolve as dinâmicas da vida, da fé e da ação de Deus.
Talvez, o problema de fundo da questão seja o problema do
sofrimento humano. E a pergunta específica poderia ser: “Por que
sofremos de doenças e outras limitações físicas e humanas?”. O
olhar dos discípulos para a questão é o cultural-religioso, baseado
em pressupostos e teorias fechadas. A resposta, por consequência, é
determinista e simplista, baseada na lógica (Teo-lógica) de causa-efeito:
existe o sofrimento (cegueira); e sofrer é sempre ruim, porque é fruto do
pecado; logo, alguém pecou, ou o cego ou seus pais. Resolvido o dilema!
O resultado de uma pergunta na qual a resposta já está embutida
e de um problema mal formulado é a construção de respostas capengas,
simplistas e unilaterais.
O olhar de Jesus para a questão é o divino, compassivo, abrangente,
complexo, que enxerga diferentes lados e não se arvora em oferecer
respostas simplistas, fáceis, para situações complexas. A resposta de
Jesus me faz parar pra pensar se a Bíblia tem uma resposta lógica e
definitiva ao problema do sofrimento. Parece-me que não. Isto, pois,
se pode considerar que: (a) todos sofremos, de um jeito ou de outro;
55
2. Fases típicas de leitura acadêmica
Há diversos tipos de delimitações, aqui destaco quatro delas:
(a) Reconhecimento – pré-leitura e exploração do texto em geral;
(b) Seletiva – seleção das partes mais importantes; eliminação do
supérfluo, concentração no que é pertinente ao seu objeto (investir na
prática de sublinhar, resumir e anotar nas bordas);
(c) Compreensiva – reconhecimento das teses e afirmações do
autor no texto; antes de interpretar, é preciso compreender! Dicas do
próprio autor: “Este é o ponto” ou “Minha tese é...”. Criticar o que o
autor diz em função de seus propósitos;
(d) Interpretativa – aqui o leitor coloca suas perguntas ao autor,
dialogando com ele; formula juízo crítico e toma posição;
(e) Problematizadora – levantar problemas, a partir do texto,
para reflexão pessoal e discussão coletiva sobre ele. De que modo este
texto nos provoca e para onde pode nos levar?
E a chamada “leitura dinâmica”? Em uma entrevista, Rubem
Alves chamou-a de “praga”, e acrescentou as seguintes palavras:
“A leitura é um prazer! E, como todo prazer, demanda tempo.
Quando pensamos que estamos ganhando tempo, estamos o
estragando”.
57
A intenção (ou intenções) geralmente vem no início (dicas que
autor dá), ou podem estar no meio do texto ou obra.
“Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que
se cumpriram entre nós, conforme nos foram transmitidos
por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e
servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente,
desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó
excelentíssimo Teófilo, para que tenhas a certeza das coisas que
te foram ensinadas” (Lc 1.1-4)
6. Níveis de leitura
Platão e Fiorim
Refletem a noção de que a leitura possui “níveis” ou etapas a
percorrer. À medida que você avança as etapas, do mais concreto ao
mais abstrato, o texto vai ficando mais claro.
Platão e Fiorin propõem três níveis básicos e progressivos:
1. Estrutura superficial, de onde brotam os significados mais
concretos e diversificados. É nesse nível que se instalam no texto o
narrador, os personagens, o tempo, a situação-problema, o contexto e
as ações concretas;
2. Estrutura intermediária, onde se definem basicamente os
valores com que os diferentes sujeitos entram em acordo ou desacordo,
59
I. Escrever pode ser uma verdadeira disciplina
espiritual.
Escrever pode nos ajudar a nos concentrar, a entrar em contato
com o que há de mais profundo em nossos corações, a clarear
nossas mentes, a processar emoções confusas, a refletir sobre nossas
experiências, a dar expressões artísticas ao que estamos vivendo, e a
armazenar eventos significantes em nossas mentes. Escrever pode ser
bom também pra quem vai ler o que escrevemos.
Muitas vezes um difícil, doloroso ou frustrante dia pode ser
“redimido” ao se escrever sobre ele. Pela escrita podemos reclamar
aquilo que vivemos e integrar isso mais plenamente em nossas
jornadas. A escrita pode ser uma forma de salvar nossas próprias vidas
e às vezes as dos outros também.
61
impreciso e desorganizado dificilmente prenderá a atenção do leitor e,
portanto, não conseguirá convencê-lo das hipóteses defendidas e das
teses sustentadas. Um texto que exige do leitor um enorme esforço de
compreensão é, do ponto de vista demonstrativo, ineficaz.
C) Convém que as frases sejam curtas e que cada uma delas
contenha uma só ideia. Evite intercalações excessivas ou ordens
inversas desnecessárias.
D) Na construção dos argumentos, é preciso evitar tanto o excesso
de parágrafos, em que cada frase é considerada um novo parágrafo,
como a ausência de parágrafos. No texto, os parágrafos representam
a articulação dos raciocínios e por isso a relação entre um parágrafo
e o seguinte deve ser evidente e linear. Lembre-se que “a mudança de
parágrafo toda vez que se avança na sequência do raciocínio marca o
fim de uma etapa e o começo de outra” (SEVERINO, 2003, p. 85).
E) Evite expressões coloquiais, gírias, jargões, excesso de termos
técnicos, pedantismo, barbarismos, bem como expressões e raciocínios
de senso comum. Tampouco aposte numa suposta erudição para
impressionar o leitor.
F) Um bom texto é gramaticalmente correto. Respeite as regras
de pontuação e acentuação (em especial a crase). Atente para a
concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal. Lembre-
se que nem os acentos nem a pontuação foram abolidos. Na dúvida,
consulte um bom livro de gramática e os dicionários da língua
portuguesa.
Coesão
“O remédio para a doença – ainda que amargo e nem sempre
tão eficaz e instantâneo como um tranquilizante narcísico – pode ser
expresso pelo que Rosset chama de “aceitação jubilosa de si”, ou o que
Tillich chama de “coragem de ser a despeito de não ser” (...) Tomando
de empréstimo todos esses termos, eu diria que a aceitação jubilosa
de si mesmo passa por uma profunda assimilação – tão profunda
que penetre não somente o intelecto, mas o âmago, as “entranhas”...
– das tenras palavras de aceitação do Pai: “A minha graça te basta”
(2Co 12.9). Parafraseando Tillich, trata-se da coragem de “aceitar a
aceitação”, isto é, aceitar a nós mesmos como somos, porque assim
fomos previamente aceitos pelo Pai, sem nenhum requisito mínimo”.
63
parecer que não, mas nós fizemos escolhas. Levei meu primeiro choque
elétrico porque eu escolhi pôr o dedo na tomada; fiquei com o olho
roxo porque eu escolhi provocar meu colega (e porque ele escolheu
revidar); a mentira fez parte da minha vida porque eu escolhi mentir,
e por aí vai...
Assim, por mais imaturas, infantis e até inconsequentes, todos os
que têm pulso de vida, inteligência e corpo, desde muito cedo, fazem
escolhas, e fazem de suas vidas o que bem entendem.
Portanto, posso até não ter escolhido nascer, mas não posso viver
minha vida miserável, pra sempre culpando outros por sua miséria.
Tenho de me perguntar: e depois de tudo, quem escolheu viver assim?
Quem se limitou a esse modo de vida? É preciso coragem para assumir,
e carregar o fardo (ou o peso leve) de suas próprias escolhas.
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Anotações
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tempo igualmente poderá significar remir a qualidade do resumo.
Segundo: Alguns procedimentos ao se resumir um texto (baseado
em Platão & Fiorin, 2003);
1. Ler o texto uma vez, sem interrupção, do começo ao fim
(busca da noção de conjunto); responder genericamente a pergunta:
do que trata o texto? (Estrutura superficial);
2. Ler o texto pela segunda vez, agora com lápis e dicionário
na mão (para anotar significado de palavras importantes); buscar
significado de frases longas e complexas, e preocupação com o sentido
dos conectivos (assim, isto é, porém, todavia, etc.);
3. Tentar dividir o texto por blocos de idéias, buscando uma
unidade de significado entre elas (enumere ao lado do texto, ou no
topo da página);
4. Resuma as idéias centrais de cada bloco por você percebido
no texto (pode ser em tópicos);
5. Dar a redação final com suas palavras, procurando resumir
os segmentos de modo coerente, para que o encadeamento das idéias
do texto apareça de modo claro e conciso em seu resumo.
69
Particularmente, no caso de um texto, relaciona-se à análise
interpretativa de um documento visando fornecer uma apreciação
crítica sobre determinada obra.
Além de trazer o conteúdo de uma obra devidamente
resumido, a resenha caracteriza-se pela análise e apreciação
crítica de uma parte da obra.
Então: o que faz mesmo a resenha ser “crítica”?
• É crítica, pois se trata de descrição minuciosa de uma
obra, bem como sua análise e apreciação (olhar pessoal)
• Objetivo 1: exercício de compreensão e crítica (por parte
do aluno)
• Objetivo 2: facilitar o caminho da pesquisa/ servir como
fonte de informação básica e seletiva (para um público leitor);
• Pode ser funcional, em vista de uma intenção pré-definida;
• Não é idêntica ao resumo, embora uma de suas partes se
ocupe da síntese da obra (sempre com suas palavras);
• Características indispensáveis: (a) capacidade de fazer uma
análise direta, sem rodeios; (b) poder de síntese; (c) visão crítica;
Segundo: procedimentos formais para a elaboração da
resenha...
Estrutura retórica básica: APRESENTAR – DESCREVER –
AVALIAR – RECOMENDAR O LIVRO
1. Referência bibliográfica
Fazer a referência bibliográfica completa da obra resenhada
de acordo com o manual da faculdade; é recomendável, no caso
de resenhas, colocar aqui somente a referência da obra que foi
analisada.
- Uma apresentação própria; pode conter um título,
diferente do da obra, referente ao objetivo...
2. Apresentação do/a autor/a da obra
Apresenta-se um autor falando dos principais fatos
relacionados à sua vida: local e ocasião de nascimento, formação
acadêmica, pessoas que exerceram influência teórica sobre sua
71
Devem vir “entre aspas” seguidas da indicação das páginas de
onde foram extraídas. Quando há reelaboração do texto, isto se
faz desnecessário.
Como é classificado?
Ele pode ser basicamente classificado em dois tipos gerais:
73
O fichamento de leitura é mais complexo que o bibliográfico,
pois requer uma visão mais crítica e não somente pegar o texto onde e
como ele se encontra.
Reúne tanto conceitos, como fatos, ideias, informações, do tema
ou da área de estudo. Transcrição de textos ou mesmo um resumo
dele, ou ainda no registro de ideias, segundo a visão do leitor. As
transcrições literais devem estar entre aspas e com indicação completa
da fonte (autor, título, cidade, editora, data e página).
Se for fazer uma síntese da ideia, as aspas serão dispensadas, mas
não a fonte completa.
Se fizer um fichamento temático apenas com ideias pessoais é
dispensável qualquer indicação de fonte.
75
com isso que terão mais trabalho e, portanto descartarão a ideia, o
que é uma pena, pois o fichamento é uma grande ajuda no ensino-
aprendizagem.
Finalmente
Tudo pode ser feito em modelo texto, mas também pode ser
organizado como tabelas dentro de documentos do Word, ou mesmo
em fichas de papelão compradas para isso. Faça do jeito que preferir
e for mais fácil de manusear – mas sempre vale a pena perguntar ao
professor que tipo de fichamento ele deseja, quando é o caso de ter que
entregar.
77
interesses subjetivos, valores pré-estabelecidos e o desejo de manipular
o texto de acordo com eles.
Honestidade intelectual implica em uma aproximação livre do
texto e seu autor, buscando compreendê-los com boa vontade, bom
senso, humildade e cautela.
Exercício de aproximação
Plágio
Relembrando: O que é plágio?
“Plágio significa que você simplesmente usou formulações de
outros autores sem lhes prestar reconhecimento por isso e tornar
evidente que você as captou deles” (FLICK, 2013, p. 49).
TRÊS formas principais de plágio, segundo Flick (2013, p. 49):
1. Copiar o trabalho de outra pessoa (isto é, ideias e/ou
formulações sem citar os autores;
2. Misturar seus próprios argumentos com as ideias e palavras
de outras pessoas sem se referir a elas; e
3. Parafrasear as formulações de outros autores sem se referir a
elas, fingindo que o trabalho é seu.
79
Mas foi involuntário! Sim, pode acontecer, por ignorância,
descuido ou insegurança. Mas as consequências são as mesmas do
plágio realizado intencionalmente.
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O MEC utiliza cinco competências para análise de uma redação.
Veja o quadro abaixo:
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Anotações
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é de estratégia (podemos vencer com esse contingente?).
No caso de uma pesquisa, o cuidado e o zelo não devem ser
menores. Em todo trabalho de pesquisa, a máxima deve ser: planejar
é preciso! O planejamento é o cálculo, o esquema, a estratégia e o
pensamento que antecedem à ação. Sem ele, a ação possivelmente
será dispersa e generalizante, e o resultado final será cheio de falhas,
incoerências e a impossibilidade de concluir satisfatoriamente.
Nossas decisões, por exemplo, diante da dúvida entre uma fonte ou
informação e outra (estudá-la ou não? Usar este conceito ou aquele
outro?) só poderão ser feitas mediante a consideração séria do que foi
planejado. Se nada foi planejado, o que considerar?
Assim como não podemos ser discípulos de Jesus sem assumir com
integridade o significado mais amplo do discipulado, não poderemos
ser pesquisadores, sem um planejamento prévio, cuidadoso e pensado,
antes de “entrarmos de cabeça” na pesquisa. Mas, lembrem-se: todo
planejamento pode dar errado, e, de certo modo, foi feito para dar errado.
Estranho, não? Sim, e Não. Sim, se pensarmos que planejamos com o
desejo de que dê certo (ora bolas!). E não, se nos conscientizarmos de que
no processo de execução aprendemos coisas novas, nos reinventamos e,
assim, mudamos um pouco (senão toda) a rota.
Planejar não é o mesmo que construir um mundo perfeito,
mas ajudar a nos situar e crescer em meio às imperfeições e
imprevisibilidades que nos circundam nesse mundo. Sejamos
pesquisadores com excelência para o reino!
2. O que é pesquisar?
Talvez seja melhor começar dizendo o que ela não é. Pesquisar
não é: “fazer um trabalho escolar”, nem “realizar uma busca na
internet”. Nestes casos o pressuposto ainda é o da mera reprodução de
conhecimentos existentes.
PESQUISAR É:
(a) Eleger um tópico de pesquisa;
(b) lançar perguntas interessantes sobre esse tópico;
87
Temática ou interesse Tópico ou tema
1. “A Graça de Deus no ministério” 1. “A importância da Graça de
Deus na identificação da vocação e
escolhas ministeriais”
2. “Martírio e sofrimento”
2. “O sofrimento na Igreja Primiti-
va: o caso de perseguição e martí-
3. “Fé cristã e ecologia” rio na Igreja de Éfeso”
4. Perguntas da pesquisa
O desafio neste próximo passo é o de transformar tópicos
de pesquisa em perguntas. A primeira dica é para que se tente
formular perguntas cujas respostas possam ser tanto possíveis como
interessantes.
A segunda: que cada pergunta se identifique com uma parte
constitutiva de seu tópico (neste caso, imagine-se dividindo seu tópico
em perguntas, de modo progressivo e que apontem para um esquema
ou roteiro de pesquisa).
Terceira: que ela indique uma curiosidade em torno de algo que
você não sabe e deseja investigar; evite perguntas nas quais a resposta
já esteja embutida.
Vamos fazer...
Gostaria de sugerir um exercício interessante, e creio que
eficaz, para a observação de como autores fazem perguntas acerca
dos temas por eles propostos.
Tente pegar três tipos de fonte diferentes: (a) um livro – qualquer
um, pode ser de sua prateleira mesmo; (b) um artigo – você pode
conseguir um entrando em uma dessas revistas que disponibiliza
artigos on-line, tal como a “Estudos Teológicos” (http://www3.est.
edu.br/publicacoes/estudos_teologicos/); (c) uma monografia ou
dissertação (você pode encontrar muitas e de diferentes áreas no
seguinte site: http://www.dominiopublico.gov.br/
Em seguida, vá faça o seguinte exercício: 1. Anote o título do
texto; 2. Vá até a introdução do trabalho e verifique se ele apresenta
perguntas orientadoras do trabalho, em seguida anote aquelas
que você julgar mais fundamentais; 3. Compare as perguntas
apresentadas (ou não) com o título do trabalho, e veja se uma coisa
está bem alinhada com a outra.
89
uma solução. Neste caso, é importante fazer uma diferenciação entre
o que chamamos de “problema prático” e o “problema de pesquisa”
propriamente dito.
Problema prático: Origina-se na realidade, a partir da constatação
de uma situação que custa algo a alguém (dinheiro, tempo, saúde,
felicidade, etc.) e cuja solução não é necessariamente óbvia. Exemplo:
“Meu pneu furou”; “Minha igreja não cresce”.
Resolução: muda-se algo na realidade (mas nem sempre resolve,
pois algumas soluções podem ser apenas paliativas ou provisórias).
Problema de pesquisa: Origina-se na mente do pesquisador, a
partir de um conhecimento incompleto e de uma compreensão falha.
Exemplo: “Investigar quais são as possíveis causas que fizeram com
que meu pneu furasse”.
Resolução: muda-se algo na mente, na compreensão do problema.
Não resolve, mas ajuda na compreensão do que fazer para resolver.
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cientificamente estabelecido (o que se pretende estudar).
Intenção: produzir conhecimento verdadeiro (Alves, 2008, p. 178)
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B. Superação do Paradigma do sujeito (pós-moderna)
Sentido não corresponde à intenção do sujeito nem ao referente
(há tantos sentidos quanto há sujeitos). O sentido é fruto da interação
humana e discursiva.
História: parte da cadeia sem fim de produção de sentidos
C. Alguns rumos da pesquisa bíblica (Zabatiero)
Transição paradigmática não implica que os antigos valores não
tenham mais validade. Estudo intenso e “certezas incertas”, pouca
contundência. Abertura ao diálogo sem o prejuízo às convicções.
Cooperação ao invés de concorrência (sistemas únicos).
Paixão pela Palavra – ação cristã libertadora hoje.
97
Duas condições para que haja o círculo:
1. Suspeita geral de nossas ideias e juízos de valor;
2. Mudança de interpretação, em função das suspeitas.
O círculo procede então de quatro passos:
Teoria
Também usado como sinônimo de paradigma designa um
conjunto de conceitos, que reunidos e sistematizados pretendem
explicar uma determinada realidade/fenômeno. As diferentes ciências
desenvolvem teorias a partir de seu campo. Podem ser viáveis
ou inviáveis, mas são sempre mutáveis e inacabadas - padrões de
explicação não são permanentes.
99
Teoria não é o mesmo que conceito. Ex. conceito de Trindade, na
teologia, ou de Passado, na história. Uma teoria em teologia seria, por
exemplo, a barthiana, a existencialista de Bultmann, a da esperança de
Moltmann. Uma característica das teorias é que elas não podem ser
completamente provadas, verdadeiras ou falsas.
Sua validade está no domínio de seu discurso na explicação de
certo objeto, ainda que não se possa “dar conta de” ou ainda provar
com plena certeza.
O bom pesquisador é, segundo Pedro Demo (1995, p. 103) aquele
leva seus pressupostos e teorias ao questionamento constante, que tem
autocrítica, que assume a provisoriedade de suas ideias e que:
[...] submete a teoria ao teste saudável da modéstia, porque,
em contato com a realidade concreta e política, se descobre
facilmente que uma coisa é o discurso, outra coisa é a prática;
não esgotamos a realidade, nem temos a verdade na mão; somos
apenas pesquisadores e atores sociais, gente que duvida, que erra,
que deturpa, mas que, sabendo disso, quer reduzir o desacerto.
Pense
Quais são suas maiores dificuldades fazer uso de uma teoria?
O que fazer para solucionar ou diminuir estas dificuldades?
Perspectiva
Diz respeito ao posicionamento sociocultural do pesquisador
diante do objeto pesquisado. Um mesmo objeto pode ser visto de
perspectivas diversas.
É o primeiro afunilamento da teoria; ainda que genérica, trilha
um pouco mais o caminho da especificação.
Assim como as teorias, elas podem ser igualmente válidas e
variadas.
Como interpretamos um conflito? Como um conflito de
interpretações refletem o compromisso ético-político da pesquisa –
que pode ser traduzido como “ideologia” ou “interesse”?
Exemplos de perspectiva: libertadora, feminista, evangelical,
conservadora, progressista, liberal, etc.
Metodologia
Refere-se ao conjunto de procedimentos usados para a
investigação específica do objeto da pesquisa. A metodologia precisa
ser adequada ao objeto, derivada do enfoque disciplinar, e coerente
com a perspectiva e a teoria adotadas no projeto. Sua validade depende
de sua capacidade de resolver o problema.
Exemplos de método na Teologia são: exegese, análise
bibliográfica, entrevistas, estudos de caso, pesquisa de campo. Os
métodos são experimentações – podem ser adotados ou descartados
conforme a natureza do objeto. Há procedimentos metodológicos de
outras pesquisas que devem ser apropriados de maneira criativa em
sua pesquisa.
“A pesquisa processa-se como um contínuo confronto entre o
marco teórico inicial e em mutação e os sempre novos dados” (Libanio)
O método teológico
A teologia não tem “um método”, mas tem tantos métodos
quantos são seus pontos de partida, pessoas e contextos.
Um aspecto fundamental e transversal é a interpretação – bíblica,
da realidade, do ser humano e da vida.
Qual é a matéria-prima da teologia? Moltmann responde: a vida!
101
Então, pode-se dizer que a teologia interpreta e dá significado à
vida humana, à luz da Palavra de Deus. A questão, porém, é: de que
forma sob qual perspectiva encaramos a vida?
Duas metáforas: arquibancada e caminho: quem faz teologia da
arquibancada, “vê a banda passar”, ouve seu som, detalha aspectos da
música, mas não toca, nem dança; quem faz teologia a e no caminho,
parte de dois princípios:
1. da natureza da prática e comunitária de todo fazer teológico;
2. do caráter provisório e inacabado de nossas proposições;
Por tudo isso as regras metodológicas são importantes, pois elas
estruturam nosso pensamento, pesquisa e organizar os escritos, os
textos, os hipertextos.
103
Citação direta
“Consiste na transcrição literal das palavras do autor, respeitando
todas as suas características” (MARCONI; LAKATOS, 2009, p. 288) –
sendo esta explicação já um exemplo. Pode ser apresentada por duas
formas diferentes:
A. Citações curtas (Até 3 linhas). Ex. São tipos de citações
que podem ser “incorporadas ao texto, transcritas entre aspas, com
indicação das fontes de onde foram retiradas” (CORNELSEN;
MULLER, 2007, p. 32).
B. Citações longas (Mais de 3 linhas). Essas são transcritas em
bloco, em espaço simples, recuo de 4 cm da margem esquerda, sem
aspas, com indicação das fontes.
Exemplo:
A fim de estarmos equipados para cumprir aquilo para o qual
Deus nos chama – profeta e homem – não paralisando a nossa
vida pela inadequação, necessitamos conhecer profundamente
estes dois assuntos, Deus e o mundo, sendo plenamente
treinados neles. Em ambos, as primeiras impressões e as
aparências superficiais enganam (PETERSON, 2004, p. 67).
Citação indireta
Ocorre quando, como observam as autoras, faz-se referência às
ideias originais do texto, sem, porém, reproduzi-lo em suas palavras
(MARCONI; LAKATOS, 2009, p. 289).
Observação: Nesses casos, dispensa-se o uso correntes de aspas e
o número da página é opcional.
Segundo Cornelsen e Muller (2007, p. 34), esse tipo de citação
pode ser apresentado também de duas maneiras:
A. por paráfrase: “quando alguém expressa a ideia de um dado
autor, ou de uma determinada fonte, com palavras próprias a citação
deve manter, aproximadamente, o mesmo tamanho do original”;
B. por condensação: “quando se faz uma síntese do texto
consultado, sem alterar o pensamento ou ideias do autor”.
Citação da citação
Esse tipo de citação ocorre “quando o autor do trabalho
transcreve, direta ou indiretamente, um texto ao qual não se teve
acesso ao original” (CORNELSEN; MULLER, 2007, p. 34). Nesse
caso, quem cita a citação deverá acrescentar, antes da referência à fonte
consultada, a palavra latina apud (junto a). Veja o exemplo:
Nesse sentido, há aqui uma aproximação indispensável entre a
história e a antropologia, como destaca Roger Chartier:
A antropologia tem muito a oferecer ao historiador: uma
abordagem (ganhar a entrada em outra cultura a partir de um
rito, texto ou ato, aparentemente incompreensível ou opaco);
um programa (“tentar ver as coisas a partir do ponto de vista
do nativo, entender o que ele quer dizer e buscar dimensões
sociais do significado”); e um conceito de cultura como
“mundo simbólico” no qual, símbolos compartilhados servem
ao pensamento e à ação, moldam classificação e julgamento, e
fornecem avisos e acusações. (apud PROENÇA, 2007, p. 08).
105
Indicação de fontes consultadas
1. Sistema autor-data: as fontes autorais são indicadas no corpo
do texto, entre parênteses, por sobrenome, ano e página, podendo ter
a seguintes formas:
• Único autor (SOBRENOME [maiúsculo], ano, página). Ex.:
(PETERSON, 2004, p. 67).
• Dois (ou três) autores (HOLLAND; HENRIOT, 1994, p. 14).
• Autor com livros publicados no mesmo ano (PETERSON,
2004a, p. 67), (PETERSON, 2004b, p. 78), (PETERSON,
2004c, p. 150). As letras a, b, c são para diferenciar os livros
publicados, e devem fazer parte da bibliografia.
• Em caso de ênfase é necessário acrescentar a observação
dentro dos parênteses. Ex.: (PETERSON, 2004, p. 67, grifo
meu/nosso).
Notas de rodapé
Devem ser utilizadas para explicações, comentários ou indicações
de informações que, apesar de importantes, não serão incluídas no
corpo do texto.
O sistema de citação a ser usado de preferência, quando houver
notas de rodapé, é o de “autor-data”.
Devem ser colocadas no final de cada página, em ordem numérica
contínua, com um traço acima das mesmas.
A numeração das notas de rodapé em cada novo capítulo deverá
ter um novo início. A fonte deverá ser tamanho 10.
Imaginemos que você use o termo “pluralismo” no corpo do
texto e deseje esclarecê-lo melhor. Usará o rodapé:
______________
1 Doutrina que afirma a existência de uma pluralidade ou
multiplicidade de seres, individuais e autônomos e que considera o
real como múltiplo.
Referências bibliográficas
1. Autor pessoa física
CAVALCANTE, Ronaldo. A cidade e o gueto: Introdução a
uma teologia pública protestante e o desafio do neofundamentalismo
evangélico no Brasil. São Paulo: Fonte, 2010.
107
Obs.
A) Até 3 autores: sobrenomes e nomes abreviados (MENEZES,
J.) seguidos de ponto e vírgula (;).
B) Mais de 3 autores, colocar “et al” após o primeiro autor
(indicado no livro).
2. Capítulo de uma obra (quando o autor não é o mesmo da obra):
MÚZIO, Rubens R. Um pesquisador de sua cidade. In: BARRO,
Jorge H (Org.). O pastor urbano. Londrina: Descoberta, 2003, pp. 19-45.
3. Artigo de revista
MENEZES, Jonathan. Diálogo com um decepcionado: Nietzsche,
Deus e a teologia. Práxis, Londrina, FTSA, v. 1, n. 15, pp. 61-74, 2009.
4. Texto da Internet
Taís MACHADO. Preciso de amigos. Disponível em: <http://
www.novosdialogos.com>. Acesso em 20 Set. 2010.
5. Musica gravada em cd
Canção de amor. Caetano Veloso. CD Fina Estampa ao vivo.
Faixa 6, n.º 528918-2, Polygram, 1995.
6. Filme/ DVD
CENTRAL do Brasil. Dir. Walter Salles. Manaus: Videolar, s.d.
DVD (111 min).
7. Artigo de jornal
DINIZ, L. Leila Diniz, uma mulher solar. Entrevista concedida
ao Pasquim. Almanaque Pasquim, Rio de Janeiro, n. especial, p. 10-17,
jul. 1982.
Vantagens e desvantagens
Em resumo: A internet possibilita acessos, facilita processos e
encurta distâncias e isso é fascinante! Com apenas um clique no mouse
e estamos diante de um universo de recursos e informações sem ter
que sair de casa.
Que tipos de pesquisadores isso tem forjado? Em que medida a
109
atividade virtual atual pode ser chamada de “pesquisa” e não “sucção”
sem critérios de dados?
A vantagem pode, assim, virar desvantagem. Possibilidades,
facilidades e encurtamentos demais podem virar empenho,
discernimento e reflexão de menos!
Atenção: A potencialização do pesquisador preguiçoso, que já
existe em nós!
A internet e o sagrado
Analogia teológica: o verbo, para se fazer presente na internet, se
fez “bit” (tornando-se um caco de informação). As novas tecnologias
mudam não apenas o jeito de comunicar, mas a comunicação e o ser
humano – e sua nova maneira de experimentar a fé.
Busca de Deus na internet: “as mídias sociais viraram templo”, de
uma religião imediatista, espírito desse tempo.
Destaque para duas lógicas: (a) lógica da “bolha”; (b) lógica do
compartilhamento e publicização da vida privada (ao invés do “quarto
secreto”).
A experiência da fé – dentre outras diversas manifestações
religiosas – pode ser vivenciada na internet por meio de diversos
serviços: versões online da Bíblia e de textos sagrados; orientações
online com líderes religiosos; pedidos de oração; as chamadas “velas
virtuais”; programas religiosos em áudio e vídeo; dentre muitas
outras opções. O fiel, onde quer que esteja, quando quer que seja, por
meio da internet, desenvolve um novo vínculo com a Igreja e com
o transcendental, em um novo ambiente de culto. Isso possibilita
uma nova modalidade de revelação e de manifestação de Deus e do
sagrado: agora, porém, midiatizada – uma espécie de midioteofania
(Moisés Sbardelotto – Entrevista ao IHU Online, Acesso 14-05-2013).
Concluindo
Nesta aula, pontuamos que:
1. A internet é o presente da educação e pesquisa;
2. Nos fez migrar de uma concepção do digital como espaço
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Anotações
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O que é monografia?
É a abordagem ou escrita de um só tema, em oposição à tese
panorâmica. Como diz U. Eco é melhor que se assemelhe a um ensaio
que a uma enciclopédia. (Eco, 2007, p. 39).
Relatório resultante de uma pesquisa, sobretudo bibliográfica.
Nela, o (a) aluno(a) deve mostrar habilidade de ler, interpretar e
comparar o pensamento de diferentes autores
Não se exige uma “tese original”, do (a) aluno(a) e sim que saiba
ler, interpretar e expor criticamente os textos
Significa pôr em ordem as próprias ideias e ordenar dados,
construindo um trabalho que sirva também para outros.
Na prática, não importa tanto o tema da tese quanto a experiência
de trabalho que ela comporta (Eco, 2007, p. 32).
A regra de ouro é: quanto mais se restringe o campo, melhor e
com mais segurança se trabalha (Eco, 2007, p. 39).
113
de que, se se é um anão inteligente, é melhor subir aos ombros
de um gigante qualquer, mesmo se for de altura modesta; ou
mesmo de outro anão”.
Estrutura monográfica
A Introdução
Parte inicial do trabalho, porém, última a ser escrita. Somente
com o trabalho concluído se pode dizer com segurança os elementos
que ela enuncia, assim, a introdução cumpre quatro funções:
1. Falar sobre como se deu a aproximação do autor/a do objeto
de pesquisa (contexto/ justificativa);
2. Tecer algumas considerações sobre a natureza do fenômeno/
objeto pesquisado (situar o objeto);
3. Oferecer espaço para esclarecimentos quanto à delimitação
(temática, espacial, temporal, teórica...) do assunto abordado;
O Corpo do trabalho
A redação do trabalho em si; corpo da monografia formado por
capítulos; começa-se por aqui.
Cada capítulo deve ser um desenvolvimento do tema/título do
trabalho e deve ter uma relação equilibrada de proporção com os
demais.
Antes de escrever, esboce um esquema geral, que obedeça a uma
lógica. O esquema é progressivo e mutável.
Dificuldade de delimitação = problemas de coerência
Tome cuidado e delimite bem o problema e a abrangência de
cada capítulo. Cada capítulo precisa ter uma co-relação com os demais
e ser um desdobramento do mesmo tema. Na escrita, siga-se a “lei da
economia das palavras”, evitando afirmações óbvias e expressões de
“puro enchimento”.
A Conclusão
Parte final da monografia; alguns preferem chamar de
“considerações finais”. O importante a destacar é que ela deve:
1. Ser breve, ocupando, no máximo, um décimo do trabalho;
2. Fazer uma síntese final sobre o assunto abordado;
3. Ressaltar os aspectos mais importantes da análise feita no
corpo do trabalho;
4. Identificar algumas consequências do resultado obtido;
5. Apontar para pesquisas que poderiam ser realizadas a partir
de lacunas e limites existentes no presente trabalho;
6. Mostrar que não se esgotou o tema, e que ele pode ser
continuado por outras pesquisas.
115
Começando pelo óbvio: o que outros fizeram
antes de mim
Trabalho prático na Biblioteca (anotações no caderno):
1. Escolha aleatoriamente, ou por tema de interesse, três ou quatro
monografias na biblioteca que tiver acesso ou mesmo na internet;
2. Dê uma boa folheada nela em geral, seu tema – se é bem
delimitado ou não, a abordagem geral;
3. Depois se concentre em ler a introdução e identificar os
elementos básicos que devem estar contidos em uma introdução,
conforme aprendemos;
4. Observe como o autor desenvolve ou subdivide o trabalho, e se
esta subdivisão é compatível com seu problema de pesquisa – presente
ou não na introdução;
5. Vá até a conclusão e use o mesmo princípio da introdução.
117
Assim entendemos que a construção da argumentação faz parte
da estrutura e é importantíssimo para a construção do pensamento.
Demo fala que a “ciência é a arte de argumentar” (1995).
Sobre isso ele ainda diz o seguinte:
1. o cerne do argumento é questionamento, sua face
desconstrutiva, rebelde, provocativa; em todo argumento
há misto de dúvida e pergunta, confronto e entendimento,
autonomia e busca; na linguagem comum, tendemos a
interpretar argumento como confirmação;
2. para não incidir na contradição performativa, argumento
reclama naturalmente, na mesma dinâmica, o contra-
argumento, estabelecendo a ponte do diálogo crítico; quem
argumenta busca o debate, não sua conclusão, a mudança
de perspectiva, não o fechamento, novos horizontes, não a
mesmice;
3. argumentar é fundamentar; significa aduzir razões plausíveis,
bem formuladas e amarradas, de tal sorte que se espere do
outro não crença, mas discernimento;
4. argumentar é jogo aberto e produtivo; não se esgota na tertúlia,
diatribe ou exaltação, mas no confronto bem feito de teorias e
práticas, com o objetivo de avançar no conhecimento;
5. argumentar é compreender; no campo hermenêutico somos
naturalmente agressores e agredidos; somos agressores,
porque, interpretando os outros, os deformamos a nosso gosto;
somos agredidos, porque, sendo interpretados pelos outros,
somos também deformados a gosto deles; por isso, argumentar
implica, como primeira fase indispensável da desconstrução,
tentar compreender bem o que o outro queria dizer;
6. argumentar é reconstruir; a reconstrução é posterior à
desconstrução, mas não é, por isso, menos relevante;
7. argumentar é saber pensar; a habilidade de saber pensar
inclui a esperteza, que sempre aprecia passar os outros para
trás, mas seu cerne é outro: significa a mão dupla de crítica e
1. Argumentação transcendental
Convencimento com base na ideia de que o que se argumenta é
“inegável”.
Marcas (ou pretensões) principais:
1. Objetividade
2. Certeza absoluta
3. Supremacia da evidência ou experiência
4. Neutralidade e solidez
Problema: confere-se status a uma forma que é mais pretensiosa que
eficaz. Não reconhece fragilidades. Ex.: o uso comum da palavra “fato”.
Um “fato” pode ser visto, enxergado, analisado de vários ângulos
diferentes.
119
Por exemplo: um acidente que acontece, na rua, por exemplo,
é um fato – quem narra o acidente e fala de como o caminhão se
envolveu no acidente está dando uma versão do fato. Quem narra do
ponto de vista do pedestre que foi atropelado, fala de outro ponto de
vista. Quem narra do ponto de vista de pais que veem seus filhos todos
os dias atravessaram a rodovia, narra a partir de outro ponto de vista.
O fato permanece, mas as visões para narrarmos, para nos referirmos
a ele são diferentes.
Argumentar, porém, é uma forma provisória de articular nossa
percepção ou ponto de vista sobre um assunto.
2. Argumento de autoridade
Utilização de referências mais pela autoridade garantida que
possuem. Sempre que usando este argumento, aferimos a pessoas
“consagradas” ou “famosas”, fazemos este argumento principalmente
por meio de citações.
Marcas mais comuns:
1. Confusão de competência com adesão
2. “Autoridades intocáveis” no assunto
3. Falta de senso crítico e autocrítico
4. Banalização conceitual e teórica
5. Fuga da busca pelo melhor argumento
6. Domesticação acadêmica
Três implicações negativas: por exemplo, quando o assunto é
uma interpretação que pode ter mais do que uma opção válida – No
AT, a questão de seguir ou não seguir o sábado; ou mesmo na guarda
de certas leis e outras não e assim por diante.
O que acontece com o argumento da autoridade:
1. Fere a convivência igualitária
2. Implica em alguma forma de imbecilização (enfraquece a crítica)
3. Implica em subordinação do outro
3. Autoridade do argumento
Uma forma não autoritária de argumento, que procura convencer
sem vencer, através de crítica e autocrítica, discussão aberta, sujeita a
questionamentos, inventada para “deixar campos abertos” (DEMO,
2005, p. 47).
Quando olhamos assim (com a autoridade do argumento)
apresentamos a capacidade de argumentar sem recorrer ao argumento
de autoridade, apresentando fundamentação aberta e portanto passível
de discussão e erro.
Propostas de saída e saúde intelectual, com base em Demo (1995,
p. 54-58):
1. Elogio ao erro: a renovação do saber é proporcional à
presença do erro;
2. Aproximações e possibilidades são tudo o que conseguimos;
3. Convite à credulidade sóbria: o saber é feito de apostas
possíveis.
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Anotações
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Conceitos
Entende-se por TCC a produção científica do aluno,
individualmente, entregue na forma de trabalho monográfico, de
relatório de desenvolvimento de projeto experimental ou mesmo de
um artigo científico sobre determinado assunto.
O TCC deverá refletir:
a) A consolidação dos conhecimentos construídos durante o
curso e/ ou disciplinas;
b) A formação básica, científica, técnica, sociopolítica.
c) A capacidade investigativa e produtiva do aluno;
d) O aprimoramento da capacidade de interpretação e crítica científica;
e) As implicações práticas e ministeriais para o tema abordado.
123
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
125
Considerações finais
O TCC é uma obrigatoriedade do curso. Por isso, você não
terá como concluir o curso sem fazê-lo. Devido a importância desse
trabalho, quando você chegar no TCC, todas as orientações lhe serão
dadas, além disso, um tutor(a) lhe acompanhará e orientará nesse
processo.
Círculo hermenêutico
A FTSA prioriza a metodologia do Círculo Hermenêutico na
atividade docente. Os desafios das realidades, contextos e situações
contemporâneas nos convocam a novas perguntas e reflexões bíblicas.
Esse processo de uma nova leitura bíblica a partir dessas situações
127
concretas deve levar em consideração as origens e história do
Cristianismo, cristalizadas nas diversas tradições teológicas do mesmo.
Desta maneira, a Teologia Sistemática passa a ter um novo propósito e
função, que é a preparação efetiva não só para o pensar, mas também
para o exercício profissional. Esse exercício profissional se dá em
meio à exigência de respostas consistentes, práticas e relevantes que
transformarão as situações vividas. É neste momento lógico que entra
a Teologia Prática, como fruto de uma reflexão contextual, bíblica e
cristã de forma interdisciplinar e com profunda relação com a prática
cotidiana. Esta lógica pode ser denominada de Círculo Hermenêutico,
que se encontra em diversas áreas do saber nas humanidades, ainda
que com diferentes terminologias.
O círculo hermenêutico funciona assim:
1. Análise da realidade - neste ponto utilizamos o ferramental
a nossa disposição para estudar e ler a realidade - antropologia,
sociologia, psicologia, filosofia dentre outras disciplinas são utilizadas
para este fim. A ideia principal é ler a realidade em que vivemos
(tanto do ponto de vista docente como apresentar ferramentas para
que os alunos e alunas possam também ler suas realidades) para que
entendamos as demandas, as perguntas, as necessidades, por onde
começar.
2. Bíblia - com a capacidade de leitura da realidade, vamos para
as disciplinas de Bíblia, onde então encontramos as respostas que esta
realidade pede - introduções, grego, hebraico, exegese são disciplinas
desta área que habilita o estudante a responder à realidade que ele leu
anteriormente.
3. Teologia Sistemática - em mãos com a análise da realidade
e as respostas bíblicas para as situações, podemos então formular as
teologias bíblicas e sistematiza-las para que nessa coesão um assunto
seja interdependente do outro e faça sentido no cumprimento da
missão de Deus.
4. Teologia Prática - ao final, já munidos dos ferramentais
necessários, voltamos à realidade, mas não mais para lê-la como no
início, mas para provocar transformação.
129
e, como resultado natural e prático, as unidades curriculares do curso
buscarão a compreensão dos dilemas humanos e a consequente
resposta aos mesmos.
No eixo teórico-prático são contemplados conteúdos de
domínios conexos importantes para a construção do perfil do egresso
e das competências pretendidas de acordo com o projeto pedagógico
da escola, que concedem ao egresso as condições necessárias para que
obtenham as competências/habilidades/atitudes.
Em cada eixo são contempladas atividades obrigatórias,
que demandam, em sua maioria, atividades similares às descritas
anteriormente que juntas favorecem a formação do estudante nos
fundamentos constitutivos do fenômeno humano e religioso sob a
ótica da contribuição teológica considerando o ser humano em todas
as suas dimensões.
Juntamente com isso, temos também o programa de iniciação
científica.
131
Para publicar nesta revista, veja as instruções do editor, Prof.
Jonathan Menezes:
Instruções para Encaminhamento de Textos:
1. A Revista Práxis Evangélica visa contribuir com a prática
cotidiana da missão e ministérios cristãos e com a reflexão teológica
e acadêmica em geral, priorizando temas relacionados à Teologia
Prática, em sua vocação de construir pontes entre a prática missionária
e ministerial da Igreja e dos cristãos, a reflexão teológica e as ciências
em geral, especialmente as ciências humanas, em seu esforço por
compreender a condição humana e a realidade em que vivem as
sociedades.
2. Contribuições originais que se encaixem no perfil da revista
podem ser enviadas para avaliação do Conselho Editorial através
do endereço eletrônico: jonathan@ftsa.edu.br, exclusivamente nos
formatos DOC ou RTF.
3. As contribuições podem assumir a forma de artigo (entre
5.000 e 10.000 palavras) ou resenha (entre 1.500 e 2.500 palavras),
preferencialmente em português, ainda que também sejam aceitos
textos em espanhol.
4. O simples envio de uma contribuição original implica na
autorização do(a) autor(a) para a publicação da mesma, e também que
este(a) assume quaisquer responsabilidades cabíveis pelo conteúdo do
artigo ou resenha.
5. O simples envio de uma contribuição original não implica,
necessariamente, em sua publicação. Só será publicada se: (a) adequar-
se aos padrões acadêmicos e perfil da revista; (b) for aprovada após
avaliação e parecer do corpo técnico da revista.
6. Autores de artigos recebem, como cortesia, cinco exemplares
do número correspondente, e autores de resenhas recebem dois
exemplares.
7. Nos artigos/resenhas devem constar:
7.1. Breve resumo biográfico constando nome completo do(a)
autor(a), titulações, instituição(ões) à qual esteja ligado(a), em nota
de rodapé.
133
com algarismos arábicos e seguidos de um pequeno título, sempre em
formato compatível com o MS Office.
10. No caso de textos publicados em espanhol, seguiremos a
formatação apresentada pelo(a) autor(a).
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Anotações
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