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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL PRESIDENTE DO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO.

Processo nº 0000605-52.2017.5.23.0076 – CNJ

RAIMUNDO LIMA DA SILVA, já devidamente qualificada nos autos da


‘Reclamação Trabalhista’ em epígrafe, que move em face de MARFRIG GLOBAL
FOODS S.A, também qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado(a) e
bastante procurador(a), com escritório profissional descrito no instrumento de procuração,
onde recebe notificações e intimações, não se conformando, data venia, com a r. decisão
que denegou seguimento ao Recurso de Revista, consubstanciada no r. despacho de fls. ,
vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 5º,
inciso LV, da Constituição Federal e art. 897, alínea b, da Consolidação das Leis do
Trabalho, dentre o mais aplicável à espécie, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

em face da decisão que negou seguimento ao recurso de revista, a fim de


que a matéria seja novamente apreciada perante o E. Tribunal Superior do Trabalho, e
para o que requer sejam consideradas ínsitas no presente recurso as inclusas razões do
remédio legal e, ainda, que cumpridas todas as formalidades legais e captadas as
manifestações dos demais interessados, sejam os autos remetidos à Máxima Corte para
os fins colimados.

Consoante as razões em anexo, requer seja este recebido e processado na


forma da lei, com oportuna remessa ao Tribunal ad quem, como de direito.

Termos em que, respeitosamente


Pede e espera deferimento.

Paranatinga/MT, 31 de agosto de 2019.

PETERSON VEIGA CAMPOS


OAB/MT 17.203
RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Processo nº 0000605-52.2017.5.23.0076 – CNJ


Origem: TRT da 23ª Região – Comarca de Paranatinga/MT

Agravante: RAIMUNDO LIMA DA SILVA


Agravada: MARFRIG GLOBAL FOODS S.A

E. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

COLENDA CORTE

EMÉRITOS MINISTROS!

PRELIMINARMENTE

Do Cabimento

Segundo o texto do artigo 897, da Consolidação das Leis do Trabalho, cabe


agravo de instrumento no prazo de 08 dias úteis, contra os despachos que denegarem a
interposição de recursos.

Nesse sentido:

“Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:


(...)
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.”

Pois bem, considerando que presente caso o e. Tribunal Regional denegou a


interposição do recurso de revista, mesmo após a interposição de embargos de declaração,
entendemos ser perfeitamente cabível a interposição do presente recurso.
Da Tempestividade

Considerando a data da publicação da decisão que não acolheu o embargos


de declaração interposto em face da decisão do recurso de revista (15/12/2018), bem
como o recesso forense e a suspensão dos prazos processuais do dia 07/01 a 20/01/2019 ,
o protocolo do recurso é tempestivo.

DA INCOMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS REGIONAIS TRABALHISTAS


PARA NEGAR SEGUIMENTO AO RECURSO DE REVISTA

Conforme prevê o artigo 896, parágrafo 14º da Consolidação das Leis do


Trabalho, à Revista será denegado seguimento somente nas seguintes hipóteses:

- intempestividade;
- deserção;
- ilegitimidade de representação;
- outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade.

Percebe-se que não há no dispositivo legal, que autoriza a denegação do


Recurso de Revista, alguma menção que justifique a fundamentação do despacho
agravado, devendo ser este reformado e dado o processamento legal ao recurso anterior
(originário).

Isso porque, o Recurso de Revista da parte Agravante não é intempestivo,


nem deserto, não lhe falta os pressupostos de admissibilidade e há legitimidade de
representação.

Outrossim, prevê o parágrafo 11 do artigo supra que “quando o recurso


tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o Tribunal Superior do Trabalho
poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito”, hipótese dos autos.

Por outro lado, o mesmo dispositivo legal, acima citado, prevê que estando a
decisão recorrida em consonância com o enunciado da Súmula da Jurisprudência do
Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento
ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo de Instrumento.

Como se vê, o preceito legal não autoriza o Tribunal a quo a negar


seguimento ao Recurso de Revista, analisando o mérito da decisão recorrida e seus
fundamentos, tendo em vista que somente o Ministro Relator (TST) é que poderá obstar o
seguimento do recurso, mesmo assim, obrigatoriamente, tendo de fundamentar sua
decisão, indicando a Súmula que embasou a mesma.
Assim, não pode ser mantida a decisão agravada, sob pena de se delegar
competência ao Tribunal a quo para que aprecie o mérito dos recursos da competência do
Tribunal ad quem.

Por derradeiro, ausente qualquer dos pressupostos capazes de inibir a


Revista, ela deve ser processada e julgada, como é da melhor exegese do direito
trabalhista.

DOS FATOS

A agravante ajuizou a presente Reclamação Trabalhista objetivando a


remuneração pelos intervalos de recomposição térmica que não foram concedidos, devido
exercer atividade em setor de alta temperatura e pouca ventilação, não isoladas por
equipamentos de proteção individual, dentre outros.

Devidamente citada, a empresa agravada apresentou contestação


argumentando que o local de trabalho da obreira possuía temperatura ambiente e por esse
motivo ela não fazia jus ao intervalo e que a ação deveria ser julgada improcedente. Houve
réplica e impugnação aos documentos juntados.

O laudo pericial admitido pelo Magistrado como meio prova (emprestada de


outro processo) atestou que a parte Embargante fazia jus a uma pausa de 15 minutos de
descanso a cada 45 minutos trabalhados de acordo com a NR 15 da Portaria n.°
3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego (CLT, art. 178) .

Após a instrução do processo o M.M. juiz de piso julgou procedente o pedido,


reconhecendo que o trabalhador exercia suas funções exposto em ambiente com
temperatura superior a permitida para o trabalho sem intervalos, determinando o pagamento
do tempo não usufruído a título de recomposição térmica como horas extras habituais.

Entretanto, divergindo das outras Turmas e até de outros Tribunais Regionais,


além deste TST, o TRT 23 optou por cassar a r. sentença e prover o recurso da empresa
agravada para julgar improcedente os pedidos da parte Reclamante ora agravante,
alegando que inexiste previsão legal de recomposição térmica de calor.
A agravante interpôs embargos de declaração prequestionando a matéria,
porém este não foi acolhido.

Inconformada com o teor do v. Acórdão, a reclamante ajuizou Recurso de


Revista alegando que houve sim violação a disposição de lei federal e que a
jurisprudência do TST é pacífica no sentido de existir previsão legal acerca da
recomposição térmica nos casos de trabalhos executados em alta temperatura (calor).

Ao analisar o recurso de revista interposto pela ora agravante, o e. TRT da


23ª Região houve por negar seguimento àquele recurso, sob o argumento de que a
matéria não foi prequestionada, porquanto a agravante não teria indicado o trecho da
decisão recorrida objeto da irresignação.
É o relatório.

DO MÉRITO – Das razões de reforma da decisão

Sem dúvida o r. despacho agravado carece de motivação válida. Aliás, como


se verifica alhures, deixou o r. despacho de enfrentar as razões do Recurso de Revista,
permissa venia.

Conforme afirmado acima, o objeto do recurso de revista é reanalisar a matéria


sobre as normas que disciplinam o intervalo de recomposição térmica do calor prevista no
artigo 178, que remete o intérprete à Portaria nº 3.214/78 do MTE .

Em apertada síntese, por maioria a Segunda Turma do e. TRT da 23ª Região


entendeu que inexiste previsão legal de intervalo de recomposição térmica para a hipótese
de calor, tal como existe para a hipótese do frio prevista no art. 253 da CLT.

Ocorre que, analisando a decisão meritória, bem como a jurisprudência desta


C. Corte Superior, verifica-se que o direito material postulado encontra amparo nos artigos
176 a 178 da CLT, que tratam expressamente do conforto térmico referente ao calor, assim
como a própria Constituição Federal garante em seu art. 7º, inciso XXII o direito à saúde dos
trabalhadores.

Com efeito, foi afirmado no recurso de revista que, embora os arts. 176 a 178
da CLT não disponham sobre o período do intervalo de recomposição térmica do calor tal
como o faz o art. 253 acerca do frio, os casos omissos pela Lei Trabalhista acerca do
conforto térmico (calor) são regidos pelo artigo 178, que remete o intérprete à Portaria nº
3.214/78 do MTE.

Ou seja, embora a Segunda Turma do TRT 23 entenda que não há previsão


legal de recomposição térmica referente ao calor, os artigos 176 a 178 da CLT são claros em
expor que a complementação da lei federal está na Portaria nº 3.214/78 do MTE.

Além disso, o inciso XXII do art. 7º da Constituição Federal prescreve que


deve haver “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança”, sendo a presente portaria uma norma regulamentadora dos artigos
176 a 178, que por sua vez regulamenta o artigo 7º.

Transcrevo os dispositivos da CLT, citados acima:

“Art. 176 - Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o
serviço realizado.
Parágrafo único - A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não
preencha as condições de conforto térmico.
Art. . 177 - Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude
de instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta
adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes
duplas, isolamento térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem
protegidos contra as radiações térmicas.
Art. . 178 - As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser
mantidas dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho.”

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;”

Portanto, s.m.j. não há que se falar em omissão ou lacuna da lei com relação
ao período de recomposição térmica referente ao calor, tal como interpretado.

Dessa forma, pugna pelo conhecimento e provimento do presente recurso para


o fim de que, seja reformado o r. Despacho que negou seguimento à Revista, sendo esta
admitida, processada e encaminhada a esse E. Tribunal para julgamento.

DA VIOLAÇÃO À LEI FEDERAL

O v. Acórdão, atacado pelo Recurso de Revista obstado, consignou


expressamente que a matéria controvertida não encontra amparo legal. Ora, descabe o
prequestionamento do tema se a decisão que ensejou o recurso extremo adotou tese
expressa a respeito das matérias tratadas nos autos.

Outrossim, foi argumentado satisfatoriamente no recurso ordinário que


malgrado os arts. 176 a 178 da CLT não tragam o período do intervalo de recomposição
térmica do calor tal como o faz o art. 253 do mesmo diploma acerca do frio, os casos
omissos pela Lei Trabalhista acerca do conforto térmico (calor) são regidos pelo próprio
artigo 178, que remete o intérprete à Portaria nº 3.214/78 do MTE .

Portanto, há sim previsão legal de intervalo de recomposição térmica para a


hipótese de calor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Recurso de Revista encerra função uniformizadora do direito federal. Para


tanto se exerce uma compilação dos casos desafiados ao Tribunal, e através da
interpretação da norma cogente, verifica-se o enquadramento correto dos fatos e provas à
previsão da lei.
A soberania das instâncias ordinárias na apreciação dos fatos e provas tem
seu limite na possibilidade da verificação pelo Tribunal Superior do Trabalho, como ora se
pede, se estas qualificaram juridicamente os fatos de acordo com as normas vigentes.

No caso em tela, é irrenunciável a inaplicabilidade de qualquer óbice ao


recurso trancado, na razão de que visa somente resolver se há ou não previsão legal ou
norma que discipline a questão do conforto térmico referente ao calor.

Nesse aspecto, entende a parte recorrente que há evidente ofensa às regras


legais indicadas nos artigos 176 a 178 da CLT, Portaria nº 3.214/78 do MTE e art. 7º, XXII da
CF, conquanto em seu conjunto asseguram as condições de conforto térmico dos locais de
trabalho referente ao calor, inclusive a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
normas de saúde, higiene e segurança.

Permissa vênia, verifica-se que a r. decisão agravada passou ao largo dessa


análise, importando deva ser provido o presente agravo, sob pena de falta de exaustão de
prestação jurisdicional.

Sem dúvida, incorre em equívoco também a r. decisão sub examine ao


sustentar a ausência de prequestionamento dos temas destacados, concernentes à violação
dos artigos 7º, inciso XXII da Constituição Federal, e artigos 176 a 178 da CLT.

É que foi com a própria decisão que nasceu referida mácula, dispensando-se o
expresso pronunciamento da Corte local.

Atente-se que sequer há divergência jurisprudencial desta Corte Máxima sobre


o calor, inclusive a parte Agravante trouxe no recurso diversos julgados deste próprio TST
que se opõem àquele proferido nos autos, demonstrando o entendimento pacífico.

Estes julgados tornam clara a existência de consenso interpretativo


(entendimento pacífico) sobre a questão jurídica envolvida (trabalho sob calor) e a injustiça
cometida pelo TRT 23.

Por isso, impensável o trancamento da revista, mormente porque restou


satisfatoriamente demonstrada a existência de amparo legal, bem como o
prequestionamento da matéria, tudo a ensejar o seu recebimento.

Nesse quadro, é inegável que o r. despacho não foi nada sensível à gravidade
e excepcionalidade da matéria versada nos autos, uma vez que a decisão do regional, além
de divergir da jurisprudência pacífica deste TST, ocasiona frontal violação de princípios de
direito, afetos, aliás, à própria literalidade dos diversos preceitos indicados na revista.

DOS PEDIDOS
Posto isso, ausentes quaisquer dos pressupostos capazes de inibir a Revista,
e satisfeitos os requisitos legais de admissibilidade, o recurso deve ser processado e
julgado, como é da melhor exegese do direito trabalhista.

Ante o exposto, espera a parte Agravante o recebimento e provimento deste


agravo, para o fim de que, seja reformado o r. Despacho que negou seguimento à Revista,
sendo esta admitida, processada e encaminhada a esse E. Tribunal para julgamento, por
ser questão de JUSTIÇA!

Termos em que, respeitosamente


Pede e espera deferimento.

Paranatinga/MT, 17 de janeiro de 2019.

PETERSON VEIGA CAMPOS


OAB/MT 17.203

Para formação do instrumento apresentam-se as peças obrigatórias, descritas no artigo 897,


§ 5º, da CLT e as demais necessárias à compreensão da controvérsia, as quais são
declaradas autenticas para fins do artigo 544, § 1º, in fine, do Código de Processo Civil, sem
prejuízo de que venham a ser autenticadas pela Secretaria do Tribunal, caso se tenha por
necessário.

Em atenção ao disposto no artigo 524, III, do CPC, indicam-se como Advogados atuantes no
processo:

PELO AGRAVANTE (FLS. )

PETERSON VEIGA CAMPOS - OAB/MT 17.203; com escritório à Av. Xv de Novembro, nº


133, centro, cidade de Paranatinga/MT;

PELO AGRAVADO (FLS. )

TAYLISE CATARINA ROGÉRIO SEIXAS - OAB/PR ____; com escritório em ______, na


rua __________.

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