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O FENÔMENO RELIGIOSO

Bruno Glaab
Dizem, alguns cientistas, historiadores e antropólogos que, em todos os tempos e
em todos os lugares que se conhece, nunca foi encontrado um povo que não manifestas-
se alguma crença em algum, ou em alguns seres superiores (GAARDER, et al, 1989, p.
9). Não importa o nome que se dá a este/s ser/es superior/es, não importa a forma de
culto, mas todos os povos, em todos os tempos têm manifestações religiosas. Até mes-
mo aquelas pessoas que se dizem ateias, bem no fundo demonstram crer em algo.
Quando alguém diz categoricamente: “Não creio em nada” certamente está ma-
nifestando mais uma posição psicológica do que propriamente uma convicção pessoal.
É ao menos isto que se observa numa análise mais profunda. É possível, no entanto, que
indivíduos não manifestem nenhuma crença, mas nunca se encontrou povos que não ti-
vessem nenhuma crença. O que ocorre muitas vezes, é que boa parte das pessoas que se
dizem ateias, nunca demonstram nenhuma manifestação que obedeça aos critérios das
religiões estabelecidas, manifestam isto de outra maneira. Por exemplo, quem crê em
horóscopo, quem crê em amuletos, ferraduras, ou quem manifesta aquilo que as religi-
ões estabelecidas chamam de Superstições como andar sempre com roupa azul (Roberto
Carlos), não se deixar fotografar do lado esquerdo (Júlio Iglesias), etc. na realidade está
demonstrando uma crença em algo que possa exercer poder sobre ele. Certa vez o gran-
de jornalista Paulo Francis disse: “Não creio em Deus, mas minha casa está cheia de
amuletos. Não consigo viver sem eles”.
De fato, antes da escrita, ou mesmo da história conhecida, o Ser Humano (SH)
tem suas religiões. Isto encontramos nas suas artes, como imagens, pinturas, etc. (CO-
OGAN, 2007, p.6). Para que se possa falar em religião, faz-se necessário que haja um
ser divino, ou uma realidade maior que a humana (Op.cit.p.8). Esta pode ser transcen-
dente, ou mesmo imanente, pode ser múltipla, ou única. O que se quer com estas divin-
dades, também nem sempre é idêntico (veremos ao longo dos capítulos a respeito de
cada religião estudada). Assim podemos também ver outros aspectos, como, fundado-
res, livros sagrados, locais sagrados, etc.

A dimensão religiosa
Ainda criança, o SH começa a se questionar sobre sua origem, sobre sua vida, enfim,
uma infinidade de questões que povoam a mente humana:
“Quem sou eu? Como foi que o mundo começou a existir? Que forças governam
a história? Deus existe? O que acontece conosco quando morremos?” (GAARDER et al,
1989, p.9).

Hoje, muita gente se desliga das religiões estabelecidas, mas não necessariamen-
te se afasta destas questões que estão na base do sentimento religioso. Por isto, pode-se
afirmar que as religiões oficiais experimentam uma crise, mas não o sentimento religio-
so em si está em crise. Supunham algumas mentes iluminadas que, assim que as ciên-
cias avançassem e os tabus fossem varridos, a religião desapareceria por si mesma (Karl
Marx, Freud, Engels, Nietszche, Sartre, etc.). No entanto, não é isto que constatamos. O
marxismo, em suas diversas vertentes, não conseguiu extinguir o sentimento religioso,
nem mesmo os grandes pensadores como Freud, Nietszche, Sartre o conseguiram. O
SH, no século XXI, ainda é por sua natureza, religioso.
Diante das colocações que o SH se faz sobre a transcendência, sobre a vida, ele
consegue ajuntar forças e luzes para interpretar as situações desta vida, até as mais difí-
ceis, como enfrentar a violência, a guerra, o terror, a injustiça e toda sorte de infortúnios
que, muitas vezes leva seus agentes ativos à morte heroica. Nas ditaduras Nazi-facistas,
comunistas, como nas de nossas Américas capitalistas, muita gente enfrentou o poder
das armas com apenas uma certeza: vale a pena resistir, pois algo maior existe. Por este
algo maior é possível sacrificar a própria vida, até a última gota de sangue.

Ao olharmos concretamente alguns grupos religiosos, percebemos gestos simbó-


licos que mudam quando olhamos para outros grupos. Por exemplo, um grupo de judeus
com seus rolos se diferencia de um grupo de islamitas em prostração, ou de um grupo
de cristãos ajoelhados, cantando cânticos jubilosos (GAARDER, et al. 1989, p. 13-14).
No entanto, em todos estes gestos existe algo em comum. Na base de qualquer manifes-
tação está o sentimento religioso que adquire roupagem quando este sentimento se en-
carna numa determinada cultura e religião. Em nosso estudo queremos desconsiderar a
nossa própria experiência religiosa, não por desprezo, mas sim, para não condicionar-
mos nosso estudo aos nossos critérios religiosos ou mesmo às nossas convicções religi-
osas.
Poderíamos dizer que o mundo, tal qual hoje o conhecemos, é movido pelo fe-
nômeno religioso. Guerras, conflitos, terrorismos, violências, disputas por um lado e
ajuda humanitária, gestos de bondade, de harmonia e de paz, por outro. E isto se perce-
be em todo o mundo. Há fanáticos e violentos nos Estados Unidos, Europa, bem como
nos mais afastados povos asiáticos ou africanos. Como também encontramos pessoas
que, a partir de sua religião se entregam por causas de amor: Gandi, Teresa de Calcutá,
Zilda Arns, etc. Se o sentimento religioso é tão arraigado no SH, antes mesmo de carac-
terizar este ou aquele grupo, convém perguntar: O que é o sentimento religioso? É algo
inerente ao SH, ou é apenas algo apreendido culturalmente?
Assim queremos nos posicionar frente ao fenômeno religioso, sem levar em con-
ta a religião que eventualmente professamos, mas afirmar com Gaarder:

Uma atitude tolerante pode perfeitamente coexistir com uma sólida fé e com a tentativa de con-
verter os outros. Porém, a tolerância não é compatível com atitudes como zombar das opiniões
alheias ou se utilizar da força e de ameaças. A tolerância não limita o direito de fazer propagan-
da, mas exige que esta seja feita com respeito pela opinião dos outros (GAARDER, et.al. 1989,
p.a15).
A origem da religião
É difícil estudar a origem do sentimento religioso. Muitas vezes, vê-se o senti-
mento religioso como próprio da incapacidade de explicar o mundo de forma científica,
ou plausível. Então, na ausência de uma explicação científica, se usa as explicações mí-
ticas. Isto, de certa forma é correto, mas não esgota tudo. O SH primitivo explicava to-
dos os fenômenos da natureza como intervenção direta dos deuses. Se choveu, foram os
deuses que in interferiram; se fez estiagem, foram os deuses que se vingaram. Qualquer
fenômeno com um temporal, um tsunami, tudo era visto como a mão dos deuses. Ainda
hoje, para as pessoas que não são acostumadas a refletir as causas científicas, tudo pro-
vêm da ação de Deus. Lembramos aqui a explicação dada por um fundamentalista dos
Estados Unidos sobre o terremoto do Haiti (castigo de Deus). Outros classificam a
AIDS como castigo pelos abusos sexuais. Repete-se o célebre chavão: “Deus tarda, mas
não falha”.
Os grandes pensadores como Darwin, Marx e outros quiseram ver as manifesta-
ções religiosas como uma fuga do SH diante de sua situação. Hoje, boa parte dos cien-
tistas já não veem o fenômeno religioso desta forma. Embora, muitas vezes o sentimen-
to religioso venha revestido de fundamentalismos das mais variadas matizes, isto não
significa que o sentimento religioso seja uma válvula de escape das impossibilidades de
compreender o mundo, embora, às vezes possa sê-lo.

Nas modernas ciências da religião predomina a ideia de que a religião é um elemento indepen-
dente, ligado ao elemento social e ao elemento psicológico, mas tem sua própria estrutura. Os
ramos mais importantes das ciências da religião são a sociologia da religião, a psicologia da reli-
gião, a filosofia da religião e a fenomenologia religiosa (GAARDER, et al, 1989, p.16).

Como podemos, então definir religião sem entrar no campo específico da sociologia, da
psicologia, da filosofia ou fenomenologia? Existe, de fato, algo em comum, a partir do
que possamos definir religião? Ou estamos tão condicionados pelos fenômenos de uma
determinada religião que já não somos capazes de olhar para algo em comum? Alguns
teóricos definiram religião:

A religião é um sentimento ou uma sensação de absoluta dependência (Schleiermacher).


Religião significa a relação entre o homem e o poder sobre-humano no qual ele acredita ou do
qual se sente dependente. Essa relação se expressa em emoções especiais (confiança, medo),
conceitos (crença) e ações (culto e ética) (Tiele).
A religião é a convicção de que existem poderes transcendentes, pessoais ou impessoais, que atu-
am no mundo, e se expressa por insight, pensamento, sentimento, intenção e ação (Glasenhapp).
(Apud GAARDER, et al, 1989, p.17).

Assim, junto à ideia de religião, vem a ideia de sagrado. O sagrado se expressa


nas cerimônias, nos ritos, na arte, etc. Quando nos perguntamos: como viemos ao co-
nhecimento, qual é a divindade, ou quem é a divindade, qual é o sentido da vida, então
precisamos de cerimônias, ritos, arte e linguagem apropriada (GAARDER,1989, p.19).
Diríamos, então, o sentimento religioso é inato. O SH, por sua natureza manifes-
ta uma necessidade religiosa que, sem levar em conta as convicções pessoais de cada
SH, ou melhor, convicções culturais de cada SH, aflora no seu interior e, de uma forma
ou outra, precisa ser compreendida. Pode ser canalizada para uma postura sadia, como
pode também ser despersonalizante.

Categorias de religiões
As categorias religiosas se dividem em:
a) Monoteísmo: um só Deus;
b) Monolatria: não nega a existência de muitos deuses, mas só adora um;
c) Politeísmo: muitos deuses com funções diferentes. Deuses maiores, médios e
menores;
d) Panteísmo: Deus está em tudo o que existe. Às vezes deus é visto como algo im-
pessoal: alma do mundo. O SH, nesta perspectiva, quer voltar ao todo divino;
e) Animismo: natureza povoada de espíritos: espíritos dos mortos. É difícil distin-
guir deuses, antepassados e espíritos (GAARDER, 1989, p.21).

Crê-se que o mundo foi criado por um ser um ser primordial ou de uma matéria
primordial. Nos mitos bíblicos do Gênesis 1 e 2 o mundo é criado do nada pela Palavra
de Deus. Nesta mesma perspectiva se encontra o SH. Ele é criatura de Deus ou dos deu-
ses. Na maioria das religiões se divide o SH em corpo e alma. Se classifica o corpo co-
mo temporal e a alma como eterna e reflexo do divino. Em algumas crenças, a alma
preexiste. Num dado momento se encarna num corpo, para depois da destruição deste,
voltar ao seu estado espiritual. No Antigo Testamento esta perspectiva é diferente: Deus
cria o SH e lhe assopra o espírito de vida (Gn 2,2ss). Na cultura hebraica não se divide
corpo e alma. Já na cultura grega o SH é dividido: corpo e espírito. O primeiro é corrup-
tível e o segundo é incorruptível (1Cor 15).
Quase todas as religiões creem em alguma vida pós-morte. Algumas religiões, como
o judaísmo, o cristianismo e o islã, falam em salvação (Hb 9,27; Mt 25,31-46). Outras
religiões falam em reencarnação, ou transmigração de espíritos. Nas religiões monoteís-
tas a relação do SH com Deus se dá através da submissão: judaísmo, cristianismo, isla-
mismo. Esta submissão também recebe o nome de conversão. Em muitas religiões afri-
canas, indianas e outras, a relação se dá pela submissão aos espíritos ancestrais. Assim o
SH, em seu percurso terrestre, encontra a harmonia.
Algumas religiões não requerem um compromisso ético de suas práticas. Pode-se
ser devoto de alguns deuses sem, no entanto, ter de assumir uma ética decorrente desta
opção. Por ex.: no mundo grego havia uma infinidade de deuses. Estes eram mais para a
satisfação pessoal do crente. Nenhuma consequência ética era imposta aos fiéis deste ou
daquele deus. Bastava o culto e as oferendas. Já no mundo monoteísta as exigências éti-
cas decorrentes da opção por Deus eram severas, o que não significa dizer que muitas
vezes não se praticasse a religião da mesma maneira (Is 1,10ss; Is 58,1ss; Mt 7,21ss; Tg
5,1ss). Assim, já desde o Antigo Testamento, os profetas criticam duramente a religião
sem ética.

Fenomenologia Religiosa
Todas as ciências humanas podem estudar o fenômeno religioso (CROATTO, 2001,
p.17). Aqui faremos um estudo a partir da História das Religiões, da Sociologia das re-
ligiões, da Psicologia da Religião, da Filosofia da Religião, da Teologia das Religiões e
por fim, da Fenomenologia das Religiões.
a) História das Religiões: trata-se do primeiro passo para conhecer uma reli-
gião. Situa a mesma cronologicamente, bem como geograficamente. “O obje-
to material das religiões é, então, o conjunto dos fatos religiosos em si mes-
mo ou comparados enquanto manifestações da cultura humana” (Op.cit.
p.18).

b) Sociologia das Religiões: Estuda a religião enquanto fato social – realidade


social. “religião é uma forma fundamental de coesão social” (DURKHEIM
Apud CROATTO, 2001, p.18). Nela se realiza o fato social de forma coleti-
va, ou seja, o fenômeno religioso sempre se expressa em grupos.
c) Psicologia da Religião: reflete a psique humana. “A psicologia da religião
parte do pressuposto de que o sentimento religioso é uma elaboração do eros
básico do Ser Humano” (CROATTO, 2001, p.19). Aqui lidamos com duas
vertentes:
 Freud: experiência religiosa como subproduto negativo dos con-
flitos ancestrais (infância da humanidade). Ex.: o complexo de
Édipo: o pai assassinado é divinizado. “a origem da religião não
seria mais do que uma ilusão, similar ao sono, ao delírio, à neuro-
se obsessiva, seria o reino do imaginário por excelência. Deus
ocuparia o lugar de um imaginário ‘pai onipotente’” (Op.cit.p.20).
 Jung: experiência religiosa como positiva: Seria, segundo ele, o
inconsciente coletivo mais arcaico do que o inconsciente indivi-
dual. Seria uma memória ancestral, que deixou profundas marcas
psíquicas. Seriam os arquétipos. Estes arquétipos estão no SH,
quer ele os aceite ou não. São anteriores ao “eu”.
d) Filosofia da religião: estuda o fenômeno religioso. Preocupa-se com o Ab-
soluto, não como ‘encontro com Ele, nem enquanto Deus, mas como o Ser e
o fundamento de toda a realidade (Op.cit.p.21). Neste estudo não se usa a
Revelação, mas sim, a razão, unicamente. “Deus (Teodicéia), o mundo (cos-
movisão), o ser humano (antropologia filosófica/ética) não são consideradas
nem do ponto de vista da experiência religiosa (fenomenologia), nem do pon-
to de vista da fé (teologia), porém, da racionalidade analítica” (Op. Cit. p.22).

e) Teologia da Religião: a teologia parte da fé. Fala a partir da relação entre


Deus e o SH. Sempre será um trabalho a partir da própria fé.
“A teologia enquanto ciência, ‘utiliza’ os dados da fé, mas se fundamenta (como a filosofia) na
razão. Seu ponto de partida é a experiência da fé (diferente da filosofia), mas seu método é racio-
nal: uma coisa é, por exemplo, a vivência da esperança escatológica; outra é a análise e a concei-
tualização da esperança escatológica” (Op.cit. p.23).

f) Fenomenologia da Religião: estuda a essência dos fenômenos religiosos. O


que significam estes mesmos fenômenos? Parte dos fenômenos religiosos,
mas só explora seu sentido para quem os expressa.

Experiência Religiosa
Para entender a experiência religiosa vamos nos valer de categoria do Sagrado,
que se expressa no símbolo, no mito e no rito.
O SH vive uma experiência humana relacional: com o outro, com o grupo,
consigo, etc. Isto faz com que a experiência humana seja social e também individual. O
SH está sempre em busca. Ele não está pronto. Nasce assim uma necessidade de buscar:
alimento, roupa, moradia, amizade, sexo, arte, etc. sente a limitação: tudo o que tem é
fragmentado. Tudo é finito. Falta-lhe sentido de muitas experiências: trabalho, injustiça,
dor e morte.
Diante destes limites o SH tende para uma saída. Ele busca superar suas carên-
cias, mas qual horizonte a descortinar, nunca chega ao fim último. O SH nunca está ple-
namente realizado. Assim ele se abre para uma possibilidade: “Nega o limite como anu-
la a necessidade. Nega a limitação do bom e a irrupção do mau. À luz dessa constata-
ção, entenderemos então a relevância do tema da ‘salvação’ na instância religiosa
(CROATTO, 2001, p.43).
A experiência religiosa se insere na experiência humana: se a experiência
humana é relacional, a experiência religiosa também o é. Além de se relacionar com o
mundo, se relaciona com o transcendente. Esta experiência também sempre será limita-
da, o que gera um desejo de superação. Assim nasce, no âmbito da experiência religiosa,
a necessidade de satisfazer o que falta: milagres, ressurreição, paz, nova ordem social,
mundo novo, visão de Deus.
Nesta busca de superação religiosa, entra em cena o sagrado. Quando se quer
passar do fragmentado ao total, do finito ao infinito, do limitado ao ilimitado, da aflição
à esperança: ressurreição, libertação, então se usa um meio: o sagrado. Sendo a experi-
ência religiosa humana, se requer o sagrado como mediação.
O SH experimenta o Ser frente ao nada; a Vida frente à morte; a força frente à
impotência; a Ordem frente ao caos, o Conhecimento frente à ignorância. Desta forma,
o sentimento religioso é a superação inconsciente de todas as limitações que o SH quer
superar, mas humanamente não pode. Como, humanamente ele não o consegue, então o
faz através do sagrado, quando ele atinge o transcendente.
Mas como podemos definir o Sagrado? O sagrado tem a mesma raiz de santo.
Pode conter o sentido de separado, de reservado. Compreende dois âmbitos: humano e
divino. Assim, o sagrado tem participação no mundo humano e no mundo divino. Rudol
Otto chama o sagrado de “um elemento de uma qualidade absolutamente especial que se
coloca fora de tudo aquilo que chamamos de racional, constituindo assim, algo inefável”
(CROATTO, 2001, p.52). O sagrado nos leva à consciência de criatura dependente que
assume atitude de sumo respeito diante do tremendum que é integralmente outro miste-
rium e que por isto nos leva ao facinans (facinante). Assim o sagrado me leva ao misté-
rio facinante e tremendo. Para Leeuw a experiência religiosa é a experi~encia do trans-
cendente. Quando o SH encontra o numen (força divina), ele considera isto sagrado
(CROATTO, 2001, p.53).
Mircea Eliade caracteriza o sagrado como a ponte entre o homo religious e a rea-
lidade absoluta. Ou seja, transcende o mundo, mas se manifesta no SH. Então, o SH se
dirige ao transcendente e por sua vez, este, através do sagrado, se manifesta no SH.
As Hierofanias (manifestações do sagrado) se dão:
 Criatura: árvore, monte, livro, etc. = profano
 Realidade invisível: divino
 Criatura mediadora: árvore, monte, livro, etc: isto é o sagrado: objeto,
enquanto revelador do divino.
Assim, uma árvore, um monte, um livro são objetos profanos, mas podem se
tornar sagrados quando fazem mediação com o sagrado. Hieros (sagrado) é um objeto
profano que tocou a esfera divina. O sagrado não se confundo com o divino, mas liga a
ele: árvore, monte, Bíblia, imagem, etc. “O objeto sagrado é mundano, está do lado do
SH, mas a hierofania (teofania) sacraliza-o” (Op. Cit. p.60). Deus se manifesta em coi-
sas profanas: história sagrada, Palavra de Deus, etc. ou seja, é história, coisa de huma-
nos, mas é sagrada por Deus se manifestar nela. O mesmo se diga da palavra. Desta
forma entende-se que o sagrado revela o divino. Portanto, é o meio. O fim sempre será o
divino. Só entendemos o sagrado a partir do transcendente.

Conclusão
O fenômeno religioso é, por sua natureza, inerente ao SH (ser humano). Ele se
manifesta em todas as culturas, em todos os tempos e também, em todas as pessoas. Po-
de-se tomar as mais diversas atitudes frente ao fato, mas negá-lo, não se pode.
Com esta afirmação, não se está tomando nenhuma opção pró ou contra qualquer
forma de religião. O que apenas se quer afirmar é que, o SH, por sua natureza, é religio-
so, ou melhor, manifesta uma dimensão religiosa.
As diversas formas de religião que conhecemos através da história, são concre-
ções histórico-culturais desta dimensão religiosa inata no SH e na cultura. Aqui, sendo
um estudo sobre o fenômeno religioso, vamos estudar as grandes religiões que marca-
ram e marcam a história: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo e Budismo.
Alguns outros grupos receberão tratamento, conforme a possibilidade do tempo.
BIBLIOGRAFIA

COOGAN, Michael (Org). História, tradições e fundamentos das principais


crenças religiosas. São Paulo: Publifolha, 2007
CROATTO, Severino. Uma Introdução à fenomenologia da religião. São Pau-
lo: Paulinas, 2001
GAARDER, Justein et al. O livro das religiões. São Paulo: Cia das Letras, 2000

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