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ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – AESP|CE


TOXICOLOGIA FORENSE

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ

CAMILO Sobreira de SANTANA


GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL - SSPDS

ANDRÉ Santos COSTA - DPF


SECRETÁRIO DA SSPDS

ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – AESP|CE

JUAREZ Gomes Nunes Júnior


DIRETOR-GERAL DA AESP|CE

IVANA Coelho Marques Figueiredo


DIRETORA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO INTERNA DA AESP|CE

Francisca ASMENHA Cruz Furtado Torquato


COORDENADORA DE ENSINO E INSTRUÇÃO DA AESP|CE

José ROBERTO de Moura Correia


COORDENADOR PEDAGÓGICO DA AESP|CE

José Alexandre Soares NOGUEIRA


SECRETÁRIO ACADÊMICO DA AESP|CE

ALANA Dutra do Carmo


COORDENADORA DE ENSINO À DISTÂNCIA DA AESP|CE

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO PARA MÉDICO PERITO LEGISTA CLASSE B DA PERÍCIA FORENSE DO ESTADO DO CEARÁ

DISCIPLINA
Toxicologia Forense

CONTEUDISTA
Vívian Romero Santiago

REVISÃO DE COERÊNCIA DIDÁTICA


Francisco MATIAS Filho
HELANA Paula Nascimento do Carmo
HELENA Guilherme
Marcos José dos Santos RIBEIRO
Paulo RAMON Rodrigues Tavares

FORMATAÇÃO
JOELSON Pimentel da Silva

• 2019 •

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TOXICOLOGIA FORENSE

SUMÁRIO

TOXICOLOGIA FORENSE ................................................................................................................................................................. 4


MONOGRAFIAS DE REVISÃO SOBRE TOXICOLOGIA ....................................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................. 4
1.1 A Toxicologia Forense – Um breve histórico ........................................................................................................................ 5
2. A TOXICOLOGIA FORENSE – APLICAÇÕES ................................................................................................................................... 5
3. FLUXO DE PROCEDIMENTOS ...................................................................................................................................................... 6
3.1 Técnicas disponíveis ............................................................................................................................................................. 6
3.2 Principais técnicas utilizadas ................................................................................................................................................ 7
3.3 Detecção de substâncias em diferentes matrizes ................................................................................................................ 8
3.4 Técnica X Uso forense .......................................................................................................................................................... 8
3.5 O papel dos seriados ............................................................................................................................................................ 9
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................................... 10
ARTIGOS CIENTÍFICOS .................................................................................................................................................................. 11
Artigo sobre espécimes biológicas alternativas : Humor vítreo .............................................................................................. 11
Definição do humor vítreo ....................................................................................................................................................... 11
Questões para discussão.......................................................................................................................................................... 15
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................................ 15

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TOXICOLOGIA FORENSE

TOXICOLOGIA FORENSE

MONOGRAFIAS DE REVISÃO SOBRE TOXICOLOGIA

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a etimologia, toxicologia é o estudo dos tóxicos. Portanto, é a ciência voltada a compreender os
venenos, sua existência, sua ocorrência, seus comportamentos e mecanismos de ação (FUKUSHIMA;AZEVEDO, 2008), ou
seja, os efeitos tóxicos de um determinado agente químico em decorrência de sua interação com o sistema biológico. Se
tais efeitos não forem diagnosticados, podem levar até ao óbito (PEDROZA, 2011). O veneno pode ser definido como
qualquer substância que causa efeitos deletérios para um organismo vivo, quando administrada acidental ou
intencionalmente (HODGSON, 2004).
O histórico da toxicologia e a reação da sociedade diante de seus vários problemas podem ser divididas em várias
fases (ALVES, 2005). Primeiramente, o homem observava o efeito de determinadas plantas e animais ingeridos por outros
animais e seres humanos, e a partir dos efeitos tóxicos causados pela substância no organismo, o uso de determinadas
plantas e animais era evitado (ARAÚJO, 2011). Na Idade Média, os venenos foram usados para punição e homicídio. No
entanto, somente alguns produtos eram classificados venenosos, como arsênio, cianeto e ácido sulfúrico. Essa fase
determina o período mais extenso e marcante na história da toxicologia (ALVES, 2005).
No século XIV, Paracelsus difundiu o uso de medicamentos, porém ressaltando que um determinado medicamento,
dependendo da dose administrada, poderia se tornar tóxico (ARAÚJO, 2011; ALVES, 2005). Postulou que a diferença entre o
que cura e o que envenena é a dose (FUKUSHIMA;AZEVEDO, 2008).
Somente após a Segunda Guerra Mundial, os mecanismos de toxicidade das substâncias tornaram-se mais
conhecidos. Os efeitos benéficos dos fármacos foram percebidos com a introdução dos primeiros antibióticos, ao mesmo
passo que já se conhecia a possibilidade de reações adversas (ALVES, 2005).
Alguns casos de intoxicação com repercussão mundial estimularam a realização de congressos internacionais e a
formação de sociedades internacionais para discussão de temas em toxicologia e para propor metodologias a serem
empregadas na detecção de ações tóxicas de substâncias (ALVES, 2005). Dentre eles, o caso da talidomida no princípio dos
anos 60, quando aumentou a incidênciade nascimentos de bebês com malformações de membros (OLIVEIRA; BERMUDEZ;
SOUZA, 1999; SILVEIRA; PARDINHO; GOMEZ, 2001).
A exemplo mais recente de riscos toxicológicos, temos a explosão dos reatores da usina de Fukushima, no Japão,
constatando o vazamento de isótopos de césio e iodo nas redondezas da usina. Embora se faça a relação com o desastre de
Chernobyl, na Ucrânia (1986) onde uma nuvem de resíduos radioativos se espalhou pela Europa, especialistas afirmam que
o caso de Fukushima não tomará as proporções de Chernobyl (AIEA, 2011; ENTENDA, 2011). Tais ocorrências podem
apresentar implicações forenses também, como indenizações. De acordo com publicação recente, a Tokyo Electric Power
(Tepco) ofereceu indenizações a dez cidades vizinhas à usina de Fukushima (VAZAMENTO, 2011).
Inicia-se uma terceira fase, onde a intoxicação é encarada sob diferentes aspectos, permitindo uma subdivisão em
várias áreas, na sua grande maioria correlacionadas, tais como: Toxicologia ambiental, Toxicologia ocupacional, Toxicologia
clínica, Toxicologia analítica, Toxicologia regulatória, Toxicologia social e Toxicologia forense (ALVES, 2005). Trata-se,
portanto, de uma ciência multidisciplinar, permitindo diversos campos de atuação (PEDROZA, 2011).
Assim, a toxicologia deixou de ser uma ciência apenas descritiva e analítica e adquiriu um cunho experimental. Com
isso, assumiu um enfoque de prevenção, através da sua aplicação para o reconhecimento, identificação e quantificação de
riscos (MORAES, 1991).
Considerando apenas a Toxicologia Forense, temos a aplicação da toxicologia com propósitos legais (BICHO, 2004),
com o principal objetivo de detectar e quantificar as substâncias tóxicas eventualmente presentes em situações criminais
(ALVES, 2005).
Até ao século XX, a toxicologia forense limitava-se a estabelecer a origem tóxica de um determinado crime e o
profissional atuava diretamente no cadáver apenas para pesquisar e identificar o agente. Atualmente o campo de ação
estende- se desde as perícias no vivo e no cadáver, até situações de saúde pública (ALVES,2005).
As análises toxicológicas, qualquer que seja a área da toxicologia a que se destinam, envolvem detecção,
identificação e quantificação das substâncias relevantes do ponto de vista toxicológico e a interpretação dos
resultados. O resultado obtido estabelece a relação de causa e efeito, ou seja, se houve ou não a intoxicação sobre a qual
recai a suspeita (BICHO, 2004).
Hoje, muitos seriados retratam a ciência forense, no entanto com uma visão idealizada e irrealista do trabalho do
perito e da realidade dos laboratórios de análise, criando expectativas de que a resolução de um crime é objetiva,
imediata e fácil (MACHADO;SANTOS, 2008a). Por esse motivo, quando se assiste a episódios da franquia de TV “CSI” há o
risco de formar uma opinião errada sobre as análises de material genético empregadas em investigações criminais e
processos (NOGUEIRA, 2010). Além disso, no seriado uma equipe faz todo o trabalho desde a análise do local do crime,
análise de laboratório e interrogatório dos suspeitos, o que não condiz com a realidade de uma investigação criminal
(FLETCHER, 2007).

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Sob esse ponto de vista, torna-se interessante verificar se a realidade da investigação criminal corresponde ao que é
transmitido pelos seriados (FLETCHER, 2007), a fim de traçar o verdadeiro panorama da toxicologia forense no Brasil.

1.1 A Toxicologia Forense – Um breve histórico

A toxicologia forense é a aplicação da toxicologia com propósitos legais (BICHO, 2004), com o principal objetivo de
detectar e quantificar as substâncias tóxicas eventualmente presentes em situações criminais (ALVES, 2005). Portanto,
toxicologia forense e legislação se sobrepõem (COSTA, 2008).
Acontecimentos como o assassinato da atriz Daniela Perez (1992), o caso “Suzane von Richtofen“ (2002), “Casal
Nardoni” com a morte da menina Isabela (2008), a queda do airbus da Air France vôo 447 (2009) e a advogada Giovana
Mathias Manzano que pagou para ser morta (2011), tiveram grande repercussão na mídia, sensibilizando a população como
um todo e recrutando um grande número de profissionais das mais diversas áreas.
Em situações como essas, a perícia desempenhou seu papel incansavelmente, sendo persistente nas buscas até
alcançarem a verdadeira causa dos crimes, com provas periciais que permitiram o julgamento dos suspeitos.
Até o ano de 1700, as convicções associadas à intoxicação eram simplesmente baseadas em evidências
circunstanciais, não havendo a identificação do verdadeiro agente tóxico que acometeu a vítima (BRANCH, 2004).
Já na Antiguidade, se suspeitava de crimes com envolvimento de substâncias nocivas ao homem, como o caso da
imperatriz romana Agrippina que envenenou seu marido com arsênio para poder se casar com seu tio, a quem ela veio a
envenenar posteriormente para que seu filho Nero tomasse seu lugar (EMSLEY, 2010). No entanto, não havia técnicas
que pudessem confirmar tal suspeita, ao contrário dos dias atuais que dispõem dos mais variados e sofisticados
métodos para elucidar crimes e situações de intoxicação.
Em 1781, Joseph Plenic afirmou que a detecção e identificação do veneno nos órgãos do cadáver eram os únicos
sinais verdadeiros de envenenamento (BRANCH, 2004). Contudo, somente no início do século XVIII o conhecimento sobre
venenos aumentou.
Mathieu J. B. Orfila (1787-1853) foi o primeiro a utilizar materiais coletados durante sessões de necropsia e a
aplicar a química analítica para comprovar cientificamente envenenamentos (COSTA, 2008). Assim, foi considerado o “pai
da toxicologia forense”, e em 1813 publicou o primeiro livro sobre venenos e medicina legal (BRANCH, 2004).
A partir daí, nota-se que a toxicologia forense tornou-se uma ciência de extrema importância, principalmente na
área de perícia criminal.
No Brasil, o exame do corpo de delito e as perícias em geral são previstos no Decreto-Lei Nº 3.689, de 03 de Outubro
de 1941 – Código de Processo Penal Brasileiro (SOUZA, 2010), onde lê-se (título VII, capítulo II):
"Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
A prova pericial, então, é considerada fundamental durante investigações policiais e há décadas as ciências
forenses têm produzido evidências que contribuíram para o sucesso na condenação de criminosos, assim como na
absolvição de inocentes (GONTIJO;SILVA, 2010).
A toxicologia forense ainda é uma área em desenvolvimento e está sempre incorporando as novas tecnologias
disponíveis na área analítica. Além do avanço tecnológico, a toxicologia forense também se moderniza constantemente, pois
novos “venenos” são descobertos diariamente. (COSTA, 2008).
Observa-se que, a princípio, a confirmação de um crime baseava-se apenas em suspeitas e indícios. Diante da
necessidade de desvendar corretamente um caso, técnicas de identificação foram estudadas, desenvolvidas e colocadas
em prática. Partiram de níveis simples de complexidade, chegando nos dias atuais aos mais avançados níveis moleculares.
Com o dinamismo dessa ciência, o aperfeiçoamento das técnicas tende a evoluir cada vez mais, acompanhando a
evolução tecnológica dos recursos disponíveis às pesquisas científicas.

2. A TOXICOLOGIA FORENSE – APLICAÇÕES

Toda atividade pericial é prevista no Código de Processo Penal. Diante de um delito/situação criminal, está
determinado que a autoridade policial, o delegado de polícia, é responsável por providenciar medidas que não alterem
a cena do crime, até a chegada dos peritos (SOUZA, 2010).
Para garantir a preservação das evidências, o delegado se dirige ao local e solicita o isolamento da área, evitando
qualquer interferência no trabalho do perito criminal. Primeiramente, realiza-se uma observação do local como um todo,
registrando informações relevantes. Somente então, inicia-se a escolha e colheita dos vestígios. A partir desse momento,
é fundamental manter o procedimento de garantia da cadeia de custódia, que será detalhado no capítulo 3 (SOUZA, 2010).
A perícia é organizada em função de responder aos questionamentos do delegado, embora nem sempre,
dependendo do caso, seja possível oferecer uma resposta com embasamento técnico-científico confiável (QUÍMICA, 2007).
O material coletado será enviado para os laboratórios do IC e do IML para a realização das análises pertinentes ao
suposto delito. Quando necessária a análise toxicológica, os exames têm por objetivo diagnosticar intoxicações, que
podem ser acidentais, voluntárias ou intencionais (RANGEL, 2004; COSTA, 2008).

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As análises que visam identificar e quantificar o agente tóxico são realizadas tanto em fluidos biológicos, como em
água, alimentos e medicamentos. Pode ser aplicada em diversos segmentos, como dopagem no esporte e
assuntos regulatórios, porém sua principal finalidade é identificar substâncias que possam estar relacionadas a uma situação
criminal (COSTA, 2008).
As atividades da toxicologia forense têm sido importantes para a sociedade como auxílio na tomada de decisões
sobre a relação causa/efeito entre um determinado composto e um efeito adverso observado. Logo, na toxicologia forense
é importante ter uma análise específica e sensível para a quantificação de substâncias lícitas e ilícitas em matrizes biológicas
(COSTA;CRUZ;OSHIMA- FRANCO, 2010).
Qualquer erro no campo forense acarreta conseqüências de grande efeito, uma vez que podem permitir falhas na
análise e interpretação da evidência. Um inocente pode ser julgado culpado, assim como um criminoso pode ser libertado
(GONTIJO; SILVA, 2010).

3. FLUXO DE PROCEDIMENTOS

Por mais que os avanços tecnológico e científico venham contribuindo com as ciências forenses de modo a
melhorar a capacidade de reunir evidências importantes em processos criminais, não há garantia de que estas evidências
serão aceitas como prova pericial pela justiça (LOPES;GABRIEL;BARETA, 2006).
Legalmente, para garantir a identidade e integridade da amostra, todos os procedimentos adotados, da coleta ao
descarte, precisam ser devidamente documentados, constituindo o que se denomina Cadeia de Custódia (CC)
(LOPES;GABRIEL;BARETA, 2006).
A CC registra informações de campo, de laboratório e das pessoas que manusearam a amostra
(LOPES;GABRIEL;BARETA, 2006) e por isso trata-se de uma documentação que deve estar disponível em caso de qualquer
questionamento com relação ao trabalho desenvolvido (LIMBERGER et al., 2010).
Nesta área forense, vale ressaltar que as amostras são, na maioria das vezes, únicas e a perda das mesmas significa um
prejuízo, inviabilizando a análise, no caso toxicológica. Portanto, assegurar a memória de todas as fases do processo garante a
idoneidade do resultado e permite rebater possíveis contestações que venham a surgir (LOPES;GABRIEL;BARETA, 2006).
De acordo com a especificidade do caso e o tipo de análise pretendida, são realizadas a seleção e colheita das
amostras mais adequadas. A estas não pode ser adicionado qualquer preservante, devendo o seu acondicionamento
obedecer aos critérios de garantia da Cadeia de Custódia (ALVES, 2005). Assim, as evidências são mantidas intactas (DINIS-
OLIVEIRA et al., 2010).
A legitimidade de uma evidência está principalmente relacionada ao modo como ela é obtida: os cuidados tomados
para evitar contaminação, perda parcial ou total, ou não percepção da existência da evidência.
As metodologias de investigação apresentam uma série de fases: rastreio, confirmação, quantificação e
interpretação. Iniciam-se por um teste geral (que detecta um grande número de substâncias, permitindo fazer uma
triagem de casos negativos) e, só numa fase posterior se recorre aos métodos de confirmação (que permitem confirmar a
presença de substância suspeita, bem como identificá-la e/ou quantificá-la) (ALVES, 2005).
Os materiais disponíveis para análise forense são os mais diversos possíveis, o que aumenta muito o grau de
dificuldade deste tipo de análise (COSTA, 2008). As matrizes biológicas utilizadas na caracterização da exposição humana,
em testes in vivo, são: urina, plasma, sangue, saliva e cabelo, podendo ser utilizadas matrizes alternativas como suor, unha
mecônio, tecidos e cabelos de recém-nascidos (BICHO, 2004; CAZENAVE;CHASIN, 2009).
Por outro lado, as matrizes biológicas normalmente utilizadas na caracterização da exposição humana, em análises
post mortem, são: sangue total (aorta, cavidade cardíaca e femoral), humor vítreo e vísceras, como fígado, rins e cérebro
(BICHO, 2004).
Por fim, o resultado destas perícias constitui o Laudo de Análise Toxicológica, no qual devem constar, entre outros, a
identificação do processo ou inquérito e da entidade requisitante, o método analítico utilizado, o especialista responsável
pela execução das análises e os níveis de detecção e de quantificação (ALVES, 2005).
Ao passo que se desenvolveram, as ciências forenses adotaram técnicas, equipamentos e procedimentos para a
otimização do processo de coleta e manejo das evidências encontradas em cenas de crimes ou em objetos de interesse
(GONTIJO;SILVA, 2010).

3.1 Técnicas disponíveis

Para as análises toxicológicas é imprescindível que o laboratório tenha à disposição métodos analíticos simples e
inequívocos, uma vez que os resultados obtidos contribuem para a confirmação da substância em pesquisa ou análise
(COSTA;CRUZ;OSHIMA-FRANCO, 2010).
Esses métodos variam de acordo com a disponibilidade de recursos - laboratórios com poucos recursos tendem a
utilizar mais procedimentos manuais; laboratórios com maior investimento utilizam equipamentos que mecanizam o
processo (GONTIJO;SILVA, 2010).

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Para tanto, requer técnicas de fácil execução e com respostas rápidas, como os testes de triagem, e técnicas mais
específicas baseadas em um princípio de detecção diferente, que concretizam uma etapa confirmatória (LIMBERGER et
al., 2010).
Os métodos de triagem apresentam alta sensibilidade e menor especificidade. Já os métodos confirmatórios são de
alta especificidade. Para que o resultado da análise seja considerado como positivo, o resultado da triagem e da
confirmação devem ser positivos, segundo os critérios pré-determinados e internacionalmente aceitos (FASSINA et al.,
2007).
Independente da metodologia empregada, demonstrar confiança e aplicabilidade é fundamental e consiste na
avaliação de um método que garante um desempenho adequado para a análise a que se tem interesse (LIMBERGER et al.,
2010).
Cabe ao toxicologista forense escolher qual técnica é mais apropriada para a análise, baseando-se em critérios como
aplicabilidade, sensibilidade, seletividade, precisão e exatidão da técnica, além da disponibilidade e do custo da análise.
(COSTA, 2008). No entanto, é um desafio selecionar o método mais apropriado diante da diversidade de alternativas
disponíveis.

3.2 Principais técnicas utilizadas

As principais técnicas de análise toxicológica incluem desde os clássicos métodos não instrumentais, como os
testes colorimétricos, até outros mais sofisticados, sendo o caso dos imunoensaios e da cromatografia – cromatografia em
camada delgada (CCD), cromatografia gasosa (CG) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) (CUNHA et al., 2001;
OSSELTON, 2004).
Os testes podem ser rápidos, fáceis de se realizar e de baixo custo, ou complexos e de alto custo, normalmente não
sendo utilizados como técnicas de triagem (CUNHA et al., 2001).

Colorimétricos

Os métodos colorimétricos baseiam-se na mudança de cor em resposta a interação de uma substância com
um meio ácido ou alcalino (GAMA;AFONSO, 2007). É considerado um dos métodos mais tradicionais de uso em
laboratório, devido a sua simplicidade, baixo custo e rapidez. Porém, o risco de sofrer interferência de outros elementos é
alto (MICARONI;BUENO;JARDIM, 2000), por isso são indicados para testes de triagem.

Imunoensaios

Os imunoensaios são testes bioquímicos usados para detectar ou quantificar uma substância específica, o analito, em
uma amostra biológica, por meio do reconhecimento de um antígeno por um anticorpo (AMATO, et al., 2009).
Caracterizam-se por serem testes simples e práticos, fáceis para o preparo da amostra e apresentam resultados em
tempo consideravelmente curto. Podem tanto ser aplicados in loco, utilizando testes imunocromatográficos rápidos, como
por meio de métodos automatizados em laboratórios, como exemplo o teste de ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent
Assay) (LIMBERGER et al., 2010). O analito pesquisado na amostra biológica pode ser tanto um anticorpo, como um antígeno.
Se tratando de anticorpos, estes podem ser policlonais ou monoclonais (AMATO, et al., 2009).
Os anticorpos policlonais são produzidos em diversas espécies animais e reconhecem vários sítios da molécula de
interesse. Já os monoclonais derivam de uma única espécie animal e reconhecem um único sítio da molécula. Por esse
motivo, os anticorpos monoclonais são considerados mais específicos e, por conseqüência, utilizados com maior freqüência
(AMATO, et al., 2009).
O resultado, como já dito, é emitido em poucos minutos, a partir da leitura visual do dispositivo na presença ou
ausência de coloração. Podem ser encontradas no mercado em versões destinadas à detecção de uma única substância
ou de várias substâncias simultaneamente (COSTA, 2009).
A aplicação desse método em análises de fármacos e drogas de abuso com finalidade forense é restrita à testes da
etapa de triagem (FUKUSHIMA et al., 2009).

Cromatografias

A cromatografia é um método físico-químico de separação, baseado na migração diferencial dos componentes de


uma mistura, que ocorre devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase
estacionária. A grande variedade de combinações entre fases móveis e estacionárias a torna uma técnica
extremamente versátil e de grande aplicação (DEGANI; CASS; VIEIRA, 1998).
Essa técnica possibilita a identificação e quantificação simultânea de diversos compostos, nas mais
diversas matrizes, demonstrando sua alta sensibilidade e confiabilidade na determinação da substância de
interesse (LIMBERGER et al., 2010).

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Os métodos cromatográficos como CLAE (cromatografia líquida de alta eficiência) e CG-EM (cromatografia gasosa
acoplada à espectrometria de massas) são os mais utilizados para análises de drogas em indivíduos e em seus fluidos e
tecidos biológicos (sangue, urina, cabelo, etc.) (LIMA;SILVA, 2007), sendo atualmente as técnicas mais difundidas nas análises
forenses sob o aspecto toxicológico (LIMBERGER et al., 2010).
Dentre estas, a técnica de CG apresenta menor custo, no entanto é aplicável somente a analitos voláteis e
termicamente estáveis. Em contrapartida, a CLAE é considerada mais sensível, sendo que um maior número de substâncias
podem ser analisados simultaneamente, contudo possui um custo geralmente muito maior quando comparado a CG
(LIMBERGER et al., 2010).
Independentemente, qualquer técnica cromatográfica, considerando as vantagens aqui expostas, tem sido a melhor
escolha para ser aplicada nos testes da etapa confirmatória de uma análise toxicológica forense.

3.3 Detecção de substâncias em diferentes matrizes

Reforçando o que já foi dito no capítulo 3, diversas são as matrizes biológicas que permitem a análise toxicológica
forense. Dentre as mais comuns e de maior ocorrência dentro dos Institutos de Criminalística e dos Departamentos
Médico- Legais estão amostras de sangue, humor vítreo, urina, fígado, cérebro, estômago e conteúdo gástrico (FASSINA et
al., 2007).
Cada matriz, considerando sua peculiaridade, é mais adequada para a análise de uma determinada substância
(COSTA, 2008). Logo, a diversidade de substâncias pesquisadas varia em função da matriz biológica (FASSINA et al.,
2007).
Partindo do estudo realizado por Fassina et al. (2007), por exemplo, o sangue é indicado em casos de dosagem
alcoólica, assim como o humor vítreo. Já urina é utilizada em grande parte na detecção de psicotrópicos, enquanto que as
vísceras são as melhores em análise de venenos.

3.4 Técnica X Uso forense

Após descritas as principais técnicas utilizadas nos laboratórios de toxicologia forense, é necessário entender em que
momento serão empregadas.
Considerando a variedade de substâncias conhecidas, boa parte delas pode estar envolvida em situações de
intoxicações (COSTA, 2008). Baseado em publicação da ANVISA (BICHO, 2004) e do Laboratório Central de Polícia Técnica
do Estado da Bahia (BANDEIRA, 2008), determinou-se sete grupos de substâncias de interesse forense, baseado na
publicação: estimulantes, opiáceos, depressores de sistema nervoso central (SNC), voláteis, canabinóides, alucinógenos e
venenos.
Dentre os estimulantes, estão cocaína, anfetamina e metanfetamina, cafeína e nicotina. Para opiáceos, destacam-se
morfina, metadona e heroína. Barbitúricos e benzodiazepínicos compõem o grupo dos depressores de SNC, enquanto
nos voláteis estão álcoois e inalantes, como clorofórmio, diclorometano e acetona (BICHO, 2004).
O grupo dos canabinóides determinam tetrahidrocanabinol (THC) e os alucinógenos compreendem LSD, ecstasy,
e algumas plantas e fungos alucinógenos. Por fim, dentro da classificação dos venenos, destacam-se monóxido de
carbono, cianeto e agrotóxicos, como organoclorados, organofosforados e carbamatos (BICHO, 2004).
Todos os grupos podem ser analisados a partir das três principais técnicas forense – testes colorimétricos,
imunoensaios e cromatografia, como pode-se observar na tabela 1. No entanto, os tipos de testes colorimétricos variam
para cada grupo de substância. Isso depende da composição da substância, logo o reagente deve ser específico para que
apresente alteração de cor após a interação.

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Tabela 1 - Principais técnicas utilizadas em análise toxicológica forense em relação aos grupos de substâncias mais
comuns em casos de suspeita de intoxicação.

Em relação aos imunoensaios, de um modo geral, os testes mais empregados são imunocromatográficos,
imunofluorescência (exceto canabinóides) e ELISA. Lembrando que para substância, o anticorpo utilizado será específico.
Como as técnicas de cromatografia são as mais sofisticadas e precisas no cenário forense, nota-se que a CG e a CLAE
podem ser utilizadas para detectar e quantificar a presença de todos os sete grupos citados. No caso da CCD, exclui-se o seu
uso nos casos de análise de depressores de SNC e voláteis.
Ainda com base no estudo de Bicho (2004), algumas outras técnicas são aplicadas, em menor freqüência, como a
espectrofotometria. Outras, ainda estão sendo aprimoradas e implantadas nos laboratórios, mas já apresentam resultados
significativos, no caso a eletroforese capilar. Além de se tratar de uma técnica nova, explora uma matriz biológica que
também tem recebido maior importância recentemente, o cabelo (COSTA, 2008).

3.5 O papel dos seriados

As séries de ficção criminal, como o “CSI”, “Cold Case” e “Bones”, têm por base a dramatização de casos criminais nos
quais o detetive é capaz de solucioná- los graças à ciência forense (MACHADO;SANTOS, 2008a). Retratam o trabalho dos
investigadores e da perícia, inclusive em laboratório (TAUFIC, 2007; SANTOS, 2009).
A popularidade e multiplicação desses seriados despertaram a curiosidade da população pelo cotidiano desses
profissionais, assim como o interesse em saber se o que é transmitido na televisão condiz com a realidade da Perícia.
(TAUFIC, 2007; SANTOS, 2009)
O fato das séries investigativas retratarem que a prova científica e os trabalhos realizados nos laboratório
conduzem, em sua grande maioria, à descoberta da “verdade”, permitiu que se acreditasse que a ciência e a
tecnologia apresentam potencial infinito (PODLAS, 2006; MACHADO;SANTOS, 2008a; MACHADO;SANTOS, 2008b).
Dessa forma, as percepções da ciência forense são construídas a partir do que é transmitido pelos seriados, ou
seja, uma visão idealizada e irrealista do trabalho do perito durante uma investigação criminal (MACHADO;SANTOS,
2008a).

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A princípio, tem-se a impressão de que existem duas ou três pessoas que fazem tudo durante a perícia, desde a
análise do local do crime, análises laboratoriais, até o interrogatório dos suspeitos. Especialmente no “CSI”, as pessoas do
laboratório criminal ficam correndo, lutando com os suspeitos, indo para os locais de crime, fazendo prisões, algemando
os suspeitos. Isso não condiz com a realidade. Pode até haver algum trabalho no local de crime, mas não há contato com
suspeitos (FLETCHER, 2007).
Aos peritos, cabe analisar o local de crime e realizar os testes com as amostras, sendo que as equipe se
dividem em peritos de linha e peritos de laboratório. Cabe a cada profissional realizar uma atividade distinta.
Outro ponto plausível de discussão é o tempo reservado para a análise das amostras. Ao contrário do que se espera,
os casos não são resolvidos em 40 minutos, pois os detalhes devem ser analisados com calma (FLETCHER, 2007), não
havendo duração pré-determinada para a realização de uma perícia.
Em decorrência do exposto pela televisão, cria-se expectativas de que os laboratórios criminais são supridos de
recursos incríveis, o que remete à idéia de facilidade e imediatismo para obtenção e análise de provas (FLETCHER, 2007;
MACHADO;SANTOS, 2008a). Quando o laboratório não corresponde ao perfil “high- tech” demonstrado pelas séries, acaba
por gerar questionamentos quanto a sua qualidade (MACHADO;SANTOS, 2008a).
Na verdade, a estrutura dos laboratórios espalhados pelo Brasil é variável. É possível encontrar alguns que dispõem
de aparelhos mais novos e sofisticados e que conseguem realizar suas análises com mais precisão, sem dispensar os
métodos tradicionais, mas também há aqueles que ainda estão com estrutura precária, muitas vezes precisando recorrer a
outros laboratórios1.
Não há dúvidas de que um dos motivos desse fascínio popular encontra-se na sofisticação dos equipamentos
utilizados nos seriados (SANTOS, 2009). Dessa forma, o efeito CSI se tornou um verdadeiro desafio para os laboratórios
criminais, que agora enfrentam grandes expectativas (FLETCHER, 2007).
Além disso, aos poucos tem se disseminado a idéia de que os resultados das perícias aplicam-se diretamente no
veredito dos envolvidos em um suposto crime, sendo que na realidade a legislação coloca a perícia apenas como um
meio de prova, estando entre a prova e a sentença (LIMA et al., 2011).
O que ocorre é que o “CSI” retrata uma super-ciência, influenciando na crença de que a ciência forense é sempre
precisa e infalível (PODLAS, 2006), aumentando as expectativas no mundo real (MACHADO;SANTOS, 2008a).
Mas o efeito que os seriados estão causando na sociedade não é de um todo em malefício. Por mais que se crie essa
expectativa idealizada (principalmente na mídia e nas famílias de vítimas), existe o lado positivo do público estar
compreendendo melhor as vantagens da tecnologia. A fusão entre realidade e ficção veio em benefício, pois contribui para
reforçar a autoridade moral da ciência (MACHADO;SANTOS, 2008a).
Independentemente, um fator é indiscutível: tanto a ficção quanto a realidade revelam o caráter relevante do
trabalho dos investigadores e peritos criminais, dentro de um contexto tecnológico e de interação das mais
variadas áreas de conhecimento (SANTOS, 2009).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em geral, a toxicologia e todas as outras ciências forenses eram um grande mistério para a população, até o
surgimento dos seriados criminais, que nos dias atuais são constantes na televisão.
O exercício das atividades dos profissionais forenses sempre foi muito restrito ao ambiente investigativo e pouco era
comentado a respeito de suas habilidades e responsabilidades. Até mesmo diante de casos de grande repercussão que
envolveram a perícia criminal, estes profissionais mantiveram-se discretos.
Em função da multiplicação dos seriados como “CSI”, a população passou a se interessar mais pela
realidade investigativa, o que de certa forma repercutiu de maneira positiva. A ciência e a tecnologia são melhor
compreendidas, os peritos são mais valorizados e o número de interessados em seguir esta carreira aumentou
significativamente.
Por outro lado, a popularidade das séries de ficção criminal permitiu que o público criasse uma visão idealizada e
incorreta da realidade do trabalho de um perito. As divergências são notadas diante do modo como os peritos trabalham,
do tempo de duração de cada análise pericial e da alta tecnologia das técnicas laboratoriais.
Nossos peritos são responsáveis apenas pela análise do local de crime e das amostras, não sendo de sua competência
qualquer contato com um possível suspeito. Ainda mais, a perícia deve ser minuciosa, por esse motivo não é possível
realizá-la em pouco tempo.
Quanto aos métodos, o Brasil dispõem de diversas técnicas para fins toxicológicos, de simples a sofisticadas, mas a
tecnologia não se compara ao que é transmitido. A determinação da técnica adotada para um determinado caso depende da
substância em questão e do tipo de matriz, biológica ou não, recebida para análise.

1
Informação obtida durante o mini-curso “Perícia Criminal e Análise Forense”, ministrado pela Profª. Drª. Ana Cláudia Pacheco, durante a XIX Semana da
Biologia da PUC-SP, realizada em Sorocaba (18 de outubro de 2011).

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De certa forma, a influência dos seriados na contribuição da crença de que a ciência forense é infalível tem refletido
diretamente no aumento da expectativa no mundo real.
Cabe ao público aproveitar o que os seriados estão disponibilizando, a critério de curiosidade, mas entender que da
ficção à realidade existe uma barreira que separa o conteúdo idealista do realista. O ambiente retratado na
televisão do verdadeiro cenário forense do Brasil.
Talvez um dia a realidade se aproxime, ou até se iguale, a dos seriados. Mas, por enquanto, a única certeza é que com
o avanço tecnológico, novas técnicas forenses serão desenvolvidas para garantir que todo o processo criminal ocorra
seguramente.

ARTIGOS CIENTÍFICOS

Artigo sobre espécimes biológicas alternativas : Humor vítreo

Introdução

A toxicologia forense se define como uma das disciplinas técnico-científica que constituem as denominadas ciências
forenses. Essa envolve de maneira ampla a pesquisa de drogas em diversas matrizes biológicas (Society of Forensic
Toxicologists, 2013).
A Toxicologia Forense engloba qualquer aplicação da ciência dos toxicantes, com o objetivo de esclarecer uma
investigação criminal e está intimamente relacionada à Toxicologia Analítica, a qual consiste na identificação e/ou
quantificação de agentes tóxicos e/ou seus metabólitos, como também na detecção de parâmetros relacionados com a
exposição à toxicantes que resultam em alterações fisiológicas no organismo (MOREAU; SIQUEIRA, 2008).
As análises toxicológicas com fins médico-legais são empregadas para detectar, identificar e quantificar agentes
tóxicos, com aplicação nas análises post-mortem, controle da dopagem, toxicodepêndencia, crimes ambientais (OGA;
CAMARGO; BATISTUZZO, 2008).
Não é possível falar de Toxicologia Forense sem falar da toxicologia analítica. Isso faz com que uso das ferramentas
apresentadas para análises qualitativas como a química analítica possam aumentar a análise de quantidade de substâncias
de interesse toxicológico que podem se apresentar em diferentes matrizes biológicas (GARCÍA-RODRÍGUEZ, GÍMENEZ, 2005).
A detecção de drogas de abuso nos casos postmortem pode apresentar uma maior dificuldade quando comparado
com espécimes coletadas “in vivo”. Quando se vai determinar a concentração de drogas em matrizes biológicas é importante
ter conhecimento da estabilidade dessa substância, em tais tecidos. Esta situação é mais relevante em Toxicologia Forense,
onde os tecidos são susceptíveis a uma exposição por períodos prolongados. A extensão da alteração química no intervalo
post-mortem, ou mesmo no metabolismo que ocorre após a morte, pode afetar a interpretação dos resultados. Como
algumas drogas são conhecidas pela sua natureza instável é mais indicado utilizar as amostras biológicas que não sofrem essa
alteração. (ROBERTSON, DRUMMER, 1995; MORIYA, F.; HASHIMOTO, 1996).
Uma vantagem de amostras coletadas do posmortem quando comparadas as situações clínicas habituais é a
diversidade de amostras que podem ser coletadas. A escolha da amostra é muitas vezes determinadas pele caso que está
sendo investigado, no entanto, as espécimes mais comuns utilizadas para a análise de drogas de abuso em casos de
necropsia são sangue, no fígado e na urina. Estes podem incluir ainda, músculo, tecido adiposo, pulmão, cérebro, ossos, e até
mesmo, em casos de corpos em estado de putrefação, pode-se coletar insetos que estejam alojados ao hospedeiro. No
entanto, espécimes como humor vítreo e cabelo tem usos importantes em casos de rotina, enquanto cérebro, músculo,
gordura, osso e derrames pleurais tem aplicações mais especializadas (DRUMMER, 2004).
A qualidade das perícias depende dos avanços científicos, o qual é um dos aspectos fundamentais da Toxicologia
Forense. Para isso, é necessário que ocorra a implementação correta de metodologias validadas para quantificação de
tóxicos. Aliado a isso, é indispensável realizar posteriormente uma interpretação adequada baseada na quantificação dessas
substancias tóxicas (GARCÍA-RODRÍGUEZ, GÍMENEZ, 2005).

REVISÃO DA LITERATURA

Definição do humor vítreo

Pode-se definir humor vítreo como um gel situado por trás da lente do olho (BOST, 1997). Embora seja tecnicamente
classificado como um gel pode ser considerado um fluido, o qual pode ser viscoso dependendo de sua constituição. Esse
pode ser constituido por colágeno e outras proteinas, as quais sao responsáveis por sua viscosidade. É um espécime que
pode ser coletada em investigações médico-legais na rotina durante as necropsias. O uso desse especime com a finalidade de
dosar dos eletrólitos, glicose e compostos de azoto é bem elucidado (SUNSHINE, 1990). Além disso, alguns autores utilizam
essa amostra na rotina a testes de etanol (LEVINE, 2002). Recebeu recentemente interesse como matriz para a detecção de
drogas de abuso e relatos foram publicados descrevendo estudos da detecção de opiáceos, anfetaminas e cocaína e
metabolitos (ZHU et al., 2002; ZHU et al., 2002; ZHU et al., 2005; ZHU et al., 2005; Li et al., 2006).

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Figura 1: identificação da localização do humor vitreo

Vantagens apresentadas por ele em relação a outras amostras biológicas

Para escolha da amostra biológica mais adequada para utilização nas análises deve ser examinado tanto o estado do
corpo, também como o tempo entre a morte e a autópsia. Deve-se ressaltar que as condições ambientais (temperatura e
umidade), e a natureza do espécime coletadas para análise, são fatores importantes a ser considerados.
Em alguns casos a atividade microbiana intensa e a fermentação da glicose que acontecem posmortem podem ser
responsáveis por uma produção de álcool (KUGELBERG; JONES, 2007). Além disso, pode ocorrer uma difusão do álcool
contido no estômago para os locais que serão realizados a coleta. Outro fator importante é o tempo entre a ingestão do
álcool e a morte. (COOK; BRAITHWAITE; HALE, 2000 apud KUGELBERG; JONES, 2007). Por essa razão, algumas amostras
biológicas como o sangue são insuficientes para concluir um laudo medico legal.

Tabela 1 - Vantagens dos espécimes biológicos

Espécimes biológicos Vantagens


Sangue Amostra preferencialmente utilizada para maioria das substâncias
Bile Morfina,buprenorfina, tramadol, benzodiazepínicos, MDMA
Osso A análise qualitativa da morfina, benzodiazepínicos, anfetaminas
Cérebro Medicamentos de ação central, por exemplo, morfina, cocaína, possuem os dados da
literatura limitados.
Tecido adiposo THC e outras drogas, porém pouca literatura para interpretar os resultados
Conteúdo gástrico Drogas/Venenos administrados por via oral
Cabelo Todas as substâncias, substâncias particularmente básicos, e a maioria dos metais
Músculo Uma quantidade grande drogas, porém a literatura contém poucos dados para interpretar
concentrações
Líquido pleural A maioria das drogas, mas as drogas sujeitas a alterações de concentração, portanto,
difíceis de interpretar
Humor Vítreo Etanol , algumas análises bioquímicas, por exemplo, glicose, uréia, creatinina.

Portanto, a utilização do humor vítreo para dosagem de algumas substâncias tem grande valor para dosagens
(DRUMMER, 2004).

Importância das amostras biológicas para medicina legal

Dentre as principais funções consideradas essenciais da medicina legal incluem investigações forenses, que envolvem
em sua maioria a causa de morte. Para determinar a causa da morte é necessário que seja feita uma interpretacão dos
exames laboratorias usando um amplo espectro de marcadores que envolvem a morfologia, toxicologia, microbiologia,
bioquímica e biologia molecular. Alem disso, a bioquímica realizada no postmortem tornou-se um procedimento auxiliar
importante na determinação da causa e hora da morte (COE, 1993; ZHU et al., 2002; ZHU et al., 2002, ZHU et al., 2005, ZHU
et al., 2005; LI et al., 2006, ZHU et al., 2006; ZHU et al., 2006; ZHU et al., 2007; ZHU et al., 2007). a possível utilidade de
investigação de biologia molecular tem sido também descrito (ISHIDA, ZHU, MAEDA, 2002; ZHAO et al., 2006; ZHAO et al.,
2006; ZHU et al., 2008).

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CONCLUSÃO

Existe um desafio grande para os toxicologistas quando se fala de amostras post-mortem. Dentre as principais
variáveis está a seleção de amostras que sejam apropriadas para englobar análises de variadas drogas. Para isso é
imprescindível que se saiba qual substância deve ser pesquisada e a partir disso adequar a espécime que será utilizada.
A partir desta revisão, foi possível determinar o humor vítreo como espécime biológica que, apesar de ainda não ter
sua utilização consolidada, é uma das que apresenta um maior número de vantagens, podendo ser utilizada mesmo com a
degradação do organismo vivo.
Sugere-se, portanto, que estudos posteriores venham a padronizar e/ou validar metodologias com este espécime.

Figura 2: Estômago com a presença de carmabato

Figura 3: Lavado gástrico com a presença de grânulos de carbamato

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Figura 4: Grânulos de carbamato

Figura 5: teste de triagem para Carbamato

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Figura 6 : perfil de fragmentação do carbamato

Questões para discussão

Enumere, em geral, as principais vantagens da utilização de amostras alternativas nas análises toxicológicas

Em que situação e para que analito as amostras de humor vítreo podem fazer a diferença nas análises toxicológicas
post mortem quando comparado com a amostra de sangue?

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