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METODOLOGIA DA

PESQUISA 3
TÉCNICAS DE PESQUISA
APRESEN TAÇÃO
Anteriormente, foram vistos métodos relativos à abordagem. Agora,
veremos os métodos de procedimentos. Estes são menos abstratos do que
aqueles apresentados na unidade anterior. A palavra técnica remete ao prático;
ao conjunto de preceitos e processos que serve a alguma ciência.

Ao entrarmos em algum curso de graduação, já estamos sendo inseridos
no universo daquela área: às correntes teóricas estudadas, às áreas afins, aos
teóricos considerados cânones, pesquisas realizadas, interesses investigativos
da área, à história das descobertas – fundamentos, aquilo que era aceito e já
não é mais, descobertas que refutaram visões anteriores –, assim por diante.
Todos esses tópicos – entre outros – contribuem com o mergulho em um
área. Assim, ao realizar pesquisa, nada é desperdiçado.

Toda a caminhada acadêmica contribui para a elaboração (idealização/
organização) e aplicação de uma pesquisa bem fundamentada e orientada.
Conhecer a área de realização de pesquisa – e outras áreas que podem dar
suporte, pois há áreas que podem se comunicar muito bem – contribui para
que a pesquisa siga uma rota consistente, como poderá ser visto a seguir.

Organização Reitor da Pró-Reitora do EAD Edição Gráfica Autora


UNIASSELVI e Revisão
Elisabeth Penzlien Prof.ª Francieli Stano Jeice
Tafner Prof. Hermínio Kloch Torres UNIASSELVI Campregher
.03
DEFICIÊNCIA,
TRANSTORNO E
SUAS ESPECIFICIDADES
INTRODUÇÃO
Anteriormente, foram vistos métodos relativos à abordagem. Agora,
veremos os métodos de procedimentos. Estes são menos abstratos do que
aqueles apresentados na unidade anterior. A palavra técnica remete ao prático;
ao conjunto de preceitos e processos que serve a alguma ciência.

Ao entrarmos em algum curso de graduação, já estamos sendo inseridos
no universo daquela área: às correntes teóricas estudadas, às áreas afins, aos
teóricos considerados cânones, pesquisas realizadas, interesses investigativos
da área, à história das descobertas – fundamentos, aquilo que era aceito e já
não é mais, descobertas que refutaram visões anteriores –, assim por diante.
Todos esses tópicos – entre outros – contribuem com o mergulho em um
área. Assim, ao realizar pesquisa, nada é desperdiçado.

Toda a caminhada acadêmica contribui para a elaboração (idealização/
organização) e aplicação de uma pesquisa bem fundamentada e orientada.
Conhecer a área de realização de pesquisa – e outras áreas que podem dar
suporte, pois há áreas que podem se comunicar muito bem – contribui para
que a pesquisa siga uma rota consistente, como poderá ser visto a seguir.

1 TÉCNICAS DE PESQUISA E SUA IMPORTÂNCIA


A(s) pesquisa(s) tem/têm como objetivo tentar conhecer ou explicar
fenômenos. Esse objetivo não é alcançado ao acaso – muito menos, segue-
se a esmo em direção a ele. Utiliza-se, aplica-se algum método ou métodos
científico(s). Nesta unidade, vamos analisar alguns desses elementos ou
procedimentos que podem ser utilizados.

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A pesquisa é um procedimento formal, sistemático, reflexivo, com
um método. O ponto de partida é um problema que irá definir, delinear,
analisar algum ponto, algum aspecto da sociedade, algum fenômeno, algum
acontecimento. As investigações procuram encontrar respostas a partir de
diferentes campos do conhecimento humano.

A partir disso, já podemos observar que, por vezes, a motivação da


investigação vem de algo observado. Em outros momentos, a investigação
nasce a partir de alguma provocação da teoria – ou teorias – estudadas.
Algumas vezes, é possível ir a campo e pouco enxergar. Após participar de
grupos de estudo, realizar leituras e reflexões, voltamos a campo e passamos a
ver o que antes não enxergamos. Passamos a observar com uma postura mais
sensível. O(s) detalhe(s) pode/podem fazer a diferença – tanto no início (por
meio de perguntas), durante (nos passos da investigação) e nas compreensões
construídas a partir da pesquisa (PONCHIROLLI; PONCHIROLLI, 2012).

Tendo em vista perguntas, objetivos, métodos e teoria(s) a pesquisa não


perde o rumo. Uma pesquisa sem procedimentos e passos bem selecionados
corre o risco de se perder em meio a uma gama de “achados de pesquisa”.
Quais achados são esses?

O mundo, as realidades, os contextos, as relações humanas são dinâmicas.


Elas são múltiplas, variadas, ricas. São muito mais do que teorias ou livros
podem supor/prever. Assim sendo, caso não haja um foco, podem surgir
muitos problemas no que tange à elaboração das perguntas de pesquisa,
definição dos métodos e as técnicas que deverão ser utilizadas, além de
outros elementos que servirão para nortear a pesquisa.

Esses elementos contribuem para que a pesquisa possa fazer mais em


menos tempo. As pesquisas têm prazo, datas, etapas a serem entregues. Por
esse motivo, caso elementos primordiais sejam ignorados, adiante, pode ser
que a pesquisa encontre problemas. Quando a pesquisa deveria produzir
compreensões (leituras dos dados), será necessário retornar a etapas anteriores
– perguntas mal feitas, objetivos inalcançáveis, entre outros aspectos
(LAKATOS; MARKONI, 2007).

A partir de elementos bem estruturados e organizados – de forma


coerente, bem engendrados, organizados, produzidos junto à(s) teoria(s) de
base – a pesquisa segue direcionada, através dos passos necessários, sem
perder de vista o(s) foco(s) e prazo(s). Antes de selecionar um caminho, torna-
se relevante conhecer vários. Estudá-los, observar os aspectos positivos e
negativos. Estudar as possibilidades antes de escolher métodos e técnicas
torna-se relevante. A partir da reflexão e do conhecimento das possibilidades,
escolhe-se de uma forma mais consistente – como já dito, engendrando
melhor cada uma das peças que colocará a pesquisa em movimento, em
direção a compreensões, visões, leituras (LAKATOS; MARKONI, 2007).

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A primeira escolha, portanto, é a do assunto. Dessa forma, a pesquisa
fica menos extensa ou complexa de forma desnecessária. A realidade já é
complexa por si só – multifacetada, dinâmica, podendo ser compreendida
por diferentes prismas, pontos de vista, teorias, entre outros. Em síntese, a
organização (ou má organização) pode tornar ainda mais difícil uma tarefa
já delicada.

A pesquisa pode seguir algumas técnicas. Elas estão apresentadas a


seguir. Analise cada uma delas. Caso consiga perceber que a técnica x e a y
podem ser utilizadas, investigue mais sobre elas. Busque outras fontes, faça
um levantamento, em sites de busca – em bibliotecas de universidades, em
periódicos – de pesquisas que utilizaram a mesma técnica pela qual você
ficou interessado. Veja as aplicações. Veja se faz sentido dentro das ideias
que estão surgindo e a partir do assunto de interesse.

Vamos às técnicas!

2 TÉCNICAS DE PESQUISA
Neste tópico, veremos as principais técnicas de pesquisa utilizadas em
investigações. Elas deverão ser analisadas em sua pertinência, tendo em vista
os objetivos da investigação.

2.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA



A pesquisa bibliográfica é realizada em fontes de material já publicado,
constituído primordialmente por gêneros científicos, tais como monografias,
artigos, teses, dissertações (publicados on-line, em livros ou em periódicos),
entre outros. Esses materiais são selecionados tendo em vista o assunto, o
tema da pesquisa – este é o principal elo entre os materiais selecionados
(entre outros critérios de seleção).

Nesta pesquisa – assim como em toda pesquisa científica – busca-
se a confiabilidade, a veracidade e a fidelidade das fontes. Da mesma
forma, durante o levantamento bibliográfico, analisar as inconsistências e
incoerências – comparando com outras fontes, materiais e livros é muito
relevante. Dessa forma, o pesquisador não precisa se colocar a favor ou contra
os fatos levantados. Ou seja, tomar um “partido” daquilo que parece estar mais
disponível no acervo dos documentos levantados.

Caso o cientista considere que há argumentos para que ele venha a se


posicionar, essa opinião pode ser expressa. A não ser que essa lacuna tenha
ou possa ser solucionada por outras abordagens complementares – alguma

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entrevista, ou alguma pesquisa histórica, ou coleta de dados de alguma outra
maneira. Enfim, esses pontos – sobre se posicionar ou não –, não há uma
fórmula, depende da pesquisa, da corrente teórica utilizada, de conversas
abertas realizadas com o(a) orientador(a), entre outros aspectos a serem
considerados.

Nas palavras de Diehl e Tatim (2004, p. 58):

Entre suas vantagens está o fato de que os documentos constituem fonte


rica e estável de dados. Como a análise dos documentos, em muitos casos,
além da capacidade do pesquisador, exige apenas disponibilidade de tempo,
o custo da pesquisa bibliográfica torna-se significativamente baixo quando
comparado com o de outras pesquisas. Outra vantagem é não exigir contato
com os sujeitos da pesquisa. É sabido que, em muitos casos, o contato com
os sujeitos é difícil ou até mesmo impossível, ao passo que, em outros, a
informação proporcionada pelos sujeitos é prejudicada pelas circunstâncias
que envolvem o contato. Entre as limitações está a possibilidade de não
representatividade e a subjetividade dos documentos.

Assim, há vantagens e desvantagens nessa proposta, assim como em


todas as outras. Diante da “subjetividade dos documentos” – como uma
limitação – é necessário analisar cada material como uma leitura, ou uma
abordagem – entre outras possíveis.

Alguns procedimentos podem ser realizados dentro de uma pesquisa
bibliográfica (MARCONI; LAKATOS, 1982):

• Identificar: reconhecer assunto pertinente ao tema escolhido. Seleção de


materiais que podem ser úteis, entre eles: revistas que abordem tal tema,
livros que o abordam, busca on-line em biblioteca universitária, seleção de
resumos de monografias, dissertações e teses, entre outras possibilidades.
• Compilação: reunir esses materiais de forma sistemática. A metodologia
pode ser variada: pastas em computador, impressões, cópias, organização
em pastas, separadas por subgêneros, entre outros.
• Fichamento: o pesquisador irá manusear o material e irá elaborar uma forma
de organização do material com máximo cuidado e exatidão. O objetivo
é organizar esses materiais de forma a oferecer, em momento oportuno,
informação pronta a ser usada nas etapas do trabalho. Sem ela, por vezes,
o pesquisador ficará com a impressão de que já leu algo sobre aquilo em
algum lugar – em muitos casos, não lembra onde.

Marconi e Lakatos (1982) sugerem alguns tópicos a serem anotados ao


se fazer fichamento. A seguir, apresentados de forma resumida:

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Autor, organizador (se houver), título, subtítulo (se houver), tradutor
(se houver), número da edição, editora, local de publicação, número de
páginas, indicação de figuras ou tabelas (que podem vir a ser úteis em alguma
discussão), título do periódico (caso seja artigo), universidade, indicação de
bibliografia (utilizada no texto e que pode vir a ser útil na pesquisa), resumos
(tópicos que vão ao encontro da temática selecionada).

Ao apresentar um resumo daquilo que é abordado, sugere-se a anotação


das páginas. Ao redigir o trabalho, pode-se querer apresentar alguma citação.
Torna-se mais prático, portanto, saber a página em que aquele assunto se
encontra. Quanto mais organizado for o fichamento, o momento da escrita (a
organização da discussão a partir dos materiais) ganhará fluidez. O leitor sentirá
que o pesquisador, de fato, apropriou-se dos materiais. Fazer fichamento é,
portanto, processo inicial de análise; esta refletirá em uma análise mais sólida,
organizada.

2.2 PESQUISA DOCUMENTAL


A pesquisa documental costuma ser confundida com a bibliográfica.
Gil (2008) explica que ambas se diferenciam em virtude da natureza do
problema a ser solucionado. A pesquisa bibliográfica pode utilizar vários
autores sobre determinado assunto. Por outro lado, a pesquisa documental
busca em materiais que não receberam um tratamento analítico. Na pesquisa
documental, manipula-se documentos, materiais variados que ainda não
receberam uma leitura – uma análise a partir do prisma da ciência. Vai-se a
documentos como se estivesse adentrando em um universo novo, ainda não
explorado – à procura de alguma compreensão a partir do suporte teórico
utilizado na pesquisa.

Nas palavras de Diehl e Tatim (2004, p. 59):

Esse tipo de pesquisa assemelha-se à pesquisa bibliográfica. A diferença


fundamental entre ambas é a natureza das fontes. Enquanto a pesquisa
bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições de diversos
autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de
materiais que ainda não receberam tratamento analítico, ou que ainda podem
ser reelaborados de acordo com o objetivo do trabalho.

A pesquisa bibliográfica, portanto, utiliza materiais já peneirados por


alguma leitura e pelo olhar de algum autor/pesquisador. Já na análise
documental, o material que chega às mãos do pesquisador é material mais
bruto, pedra ainda não lapidada. É necessário, por isso, bom domínio das
ferramentas analíticas. Duas de forma prioritária: a base teórica selecionada
e organização ao analisar os dados.

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Para Bogdan e Biklen (1999), há três grandes grupos de métodos de coleta
de material empírico nas investigações qualitativas: observação, entrevista ou
questionário e análise de documentos. O que podemos compreender do termo
“documento”? Para Bell (apud CALADO; FERREIRA, 2004/2005), documento
pode ser considerado uma impressão deixada num objeto físico. Este pode
ser uma fotografia, filme, endereços eletrônicos, imprensa, entre outros.

A pesquisa documental pode ser a única abordagem em uma pesquisa ou,


ainda, pode dar suporte a uma pesquisa que se utilize de variadas ferramentas
– entrevistas, observações, entre outros movimentos investigativos (BEUREN,
2006). Essa compreensão vai ao encontro de Bell (apud CALADO; FERREIRA,
2004/2005), que afirma que a técnica pode ser complementar ou central/
exclusiva.

A o m a n u s e a r a o b ra , o u t ro s p ro c e d i m e n t o s p o d e m a c o n t e c e r
concomitantemente – verticalizando a análise. Esses podem ser a observação
crítica dos dados internos à obra, análise do contexto de produção e dos
atores envolvidos (quem produziu, quando produziu, para quem produziu,
com qual objetivo produziu, quais as estratégias discursivas empregadas tendo
em vista aquele documento), reflexão sobre o conteúdo, juízo do material
para o universo científico e para a pesquisa em si, entre outros.

Marconi e Lakatos (1982) apontam como fontes para a realização


de pesquisa documental: arquivos públicos, arquivos particulares, fontes
estatísticas (órgãos que fazem censo, por exemplo) e fontes não escritas
(fotografias, pinturas, canções, gravações, folclore, entre outros).

O cuidado com a fonte, com a autenticidade do material e da autoria


se faz necessário. Ao manusear materiais, há variadas perguntas que podem
surgir e podem orientar a(s) análise(s):

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Esse texto é um rascunho? Trata-se de um material original?

É possível determinar o autor? As circunstâncias da produção? Podemos


utilizar outros fatores para determinar dados sobre o material analisado? A
data está clara no documento? Se não estiver, há algum elemento dentro
do texto que contribui com a compreensão da data da publicação?

Onde este documento estava arquivado? Arquivo de alguma instituição?


Um documento de circulação interna a uma instituição e restrita a ela?
Circulação interna e aberta a outras pessoas? Arquivo público (municipal,
estadual)? Caderno de aluno? Material em circulação no presente? Material
fora de circulação no presente? Se está em circulação, quais os usos atuais
desses materiais? Qual é o público esperado?

Trata-se de um documento oficial? De um anuário? De uma lei? De uma ata,


de um relatório, de um ofício, de uma correspondência, de um panfleto?

Trata-se de um testamento, um inventário?

Trata-se de um formulário institucional? De uma biografia? Uma biografia


feita por quem? Há outra biografia que apresenta outra informação? Há algum
outro documento que apresente algo contrário? Algo que, comparativamente,
levanta suspeitas a uma visão ou a outra?

Se a história é contada, por quem ela está sendo contada? Na visão de qual
historiador? A partir de um autor que tem qual posicionamento?

Trata de um documento que corresponda a uma memória de alguém? É


uma imagem, um quadro, uma fotografia, um mapa?

É um documento ligado a algum partido, escola, hospital, agência? Trata-se


de um documento que apresenta relação hierárquica entre autor e leitor?
Trata-se de um texto íntimo, secreto como um diário em que se escreve
para si mesmo?
Trata-se de um gênero textual científico, poético, interpessoal, comercial?

FONTE: Adaptado de MARCONI; LAKATOS (1982).

2.3 PESQUISA EXPERIMENTAL


Na pesquisa experimental, o pesquisador procura refazer as condições
de algo que está sendo estudado, analisá-lo. Com tal empreendimento,
utiliza todo um aparato para observar o fato, procurando fazer com que ele
seja controlado: aparelhos apropriados, local adequado com o objetivo de

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demonstrar o modo como é produzido. Dessa forma, pode-se compreender
de uma forma mais aprofundada as causas e os efeitos.

Por meio de experimentos, pode-se observar as variáveis para a
compreensão do objeto de estudo – observando aquilo que influencia e o
que não influencia nos resultados obtidos. Essa forma de pesquisa é comum
tanto em se tratando das ciências naturais quanto nas tecnológicas.

A seguir, um exemplo citado por Gil (2002, p. 47):

seja Z o fenômeno estudado, que em condições não experimentais se


apresenta perante os fatores A, B, C e D. A primeira prova consiste em controlar
cada um desses fatores, anulando sua influência, para observar o que ocorre
com os restantes. Seja o exemplo: A, B, e C produzem Z [/]. A, B, e D não
produzem Z [/]. B, C, e D produzem Z [/]. Dos resultados dessas provas, pode-
se inferir que C é condição para a produção de Z. Se for comprovado ainda
que unicamente com o fator C, excluindo-se os demais, Z também ocorre,
pode-se também afirmar que C é condição necessária e suficiente para a
ocorrência de Z, ou, em outras palavras, que é sua causa.

Essa linguagem faz mais sentido em alguma área que outras. Trata-se
de um exemplo em que, pela testagem, compreendem-se relações entre os
elementos.

A técnica experimental é um importante procedimento para testar
hipóteses. Assim, há pesquisas em que o experimento faz sentido, enquanto
em outras, não fará sentido algum. Nas pesquisas experimentais, procura-se
saber a relação entre os fenômenos, analisando o que são as causas e o que
são os efeitos em uma determinada situação ou fenômeno.

Um exemplo poderia ser a interpretação do fenômeno das ondas nas
praias. Ou seja, o motivo pela qual as ondas quebram. Esse fenômeno é o que
se deseja compreender. No caso, as ondas propagam-se ao longo dos oceanos
movidas pelo vento, e ao chegarem na costa, encontram uma superfície muita
rasa. Abruptamente, a massa de água que se movimenta pela energia eólica
não mais encontra profundidade para se dissipar, e dessa forma aumenta
de tamanho, não conseguindo mais se sustentar, dissipando toda a energia.
Então temos a causa – a diminuição da profundidade - e também, o efeito
– o quebrar das ondas dissipando a energia. Todo esse cenário poderia ser
moldado em um simples modelo, através de uma maquete em laboratório,
contribuindo para a análise experimental do fenômeno.

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2.4 ESTUDO DE CASO
O estudo de caso procura conhecer ou examinar um fenômeno – algo
que seja relativo ao tempo presente, que ocorra na atualidade – de uma
forma particular: o fato dentro do seu contexto. Por esse motivo, há uma
diferença de perspectivas que se interessem, primordialmente, pela história –
o foco do estudo de caso é o presente, ainda que procure, em determinadas
investigações, compreender alguma relação com algo anterior. Ainda assim,
o ponto central é algo contemporâneo, algo observável na atualidade. Há
alguns usos/aplicações do estudo de caso que procuram esclarecer decisões,
motivos e resultados. Como dito, dependendo da área, isso faz ou não sentido.

Diehl e Tatim (2004, p. 61):

O estudo de caso apresenta uma série de vantagens, o que faz com que se
torne o delineamento mais adequado em várias situações. Suas principais
vantagens são: o estímulo a novas descobertas, a ênfase na totalidade e a
simplicidade dos procedimentos. Entre as limitações pelo estudo de caso, a
mais grave refere-se à dificuldade de generalização dos resultados obtidos.
Por essa razão cabe lembrar que, embora se processe de forma relativamente
simples, ele pode exigir do pesquisador nível de capacitação mais elevado
que o requerido para outros tipos de delineamento.

O estudo de caso é considerado uma investigação de um ou poucos
objetos – por esse motivo, possibilita o aprofundamento do conhecimento
sobre esse(s) objeto(s) (YIN, 2001). O estudo de caso é considerado como
uma forma de realizar uma pesquisa aplicada – uma vez que pode buscar a
aplicação de conhecimentos para a produção de mudanças, transformações
sociais (BOAVENTURA, 2004).

De acordo com Gil (2008), essa aplicação possibilita a resolução de
conhecimentos sobre uma realidade em uma dada circunstância. Essa
forma de estudo possui alguns procedimentos, tais como: coletar e analisar
informações sobre o objeto investigado – este podendo ser um grupo, uma
sala de aula, uma família, a realidade de uma instituição, uma comunidade,
entre outros, dependendo dos objetivos da pesquisa. Esta pesquisa pode,
com base nesse contexto e grupo investigados, levantar dados qualitativos
(números, datas, porcentagens, formar gráficos, tabelas, preencher planilhas,
fazer cálculos matemáticos variados – incluindo os probabilísticos –, entre
outros) e qualitativos (dados de uma natureza mais sutil, a partir de um
questionário aplicado, ou uma entrevista com um ou mais envolvidos,
desejando compreender, dependendo da teoria empregada, aspectos sutis e
que serão interpretados à luz de alguma corrente teórica específica).

Ao realizar o estudo de caso, o pesquisador pode se deparar com


aspectos que sequer foram imaginados antecipadamente. A realidade, quase
sempre, surpreende. É, quase sempre muito mais dinâmica e impactante que

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a teoria mais mirabolante poderia supor ou prever. Ainda mais em se tratando
de contextos em que as relações humanas, hierárquicas, institucionais ou
interpessoais sejam investigadas. Quanto mais o investigador for provocado
pelo universo e pela leitura produzida pela análise, mais interessantes poderão
ser seus achados de pesquisa – desde que se deem de forma ordenada e
baseada em uma postura ética e ponderada do pesquisador. Caso o pesquisador
vá ao estudo com uma postura arrogante, em muitos casos, acabará forçando
os dados a dizer aquilo que ele já acredita saber. Isso trará fragilidades ao
apresentar os dados e as considerações sobre eles.

Yin (2001, p. 32) compreende que

um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno


contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando
os limites entre o fenômeno e contexto não estão claramente definidos.

A partir disso, podemos observar que o contexto é bastante relevante


ao realizar essa técnica de pesquisa. Martins (2006) ressalta que o estudo de
caso se interessa por fenômenos complexos. Ao analisar esses fenômenos, a
pesquisa procurará buscar explicações ou interpretações convincentes para
esses fenômenos. Em outras palavras, o pesquisador vai procurar desenvolver
inferências – vai produzir interpretações a partir de um conjunto de elementos
observados – que o ajudarão a compreender aquilo que está sendo investigado.

No estudo de caso, é comum, portanto, utilizar-se de fontes múltiplas


para que uma variedade de fatores contribua com as análises. Entre esses
elementos estão as observações, os questionários, os registros de áudio e/
ou vídeo – muitos desses serão transcritos adiante, ou somente oferecerão
dados complementares –, cartas, documentos, questionários, entre outros.

Em um estudo de caso, o pesquisador compreende que há uma gama de
elementos que constituem o todo daquilo que é investigado. Entende que há
uma complexidade inerente ao objeto e, por isso, dependendo do tempo de
pesquisa de que dispõe, puxa cada fio que pode levar a uma parte importante
dessa teia de sentidos.

A partir de cada fio, ele puxa, ele segue, ele vai além, ele utiliza de uma
outra ferramenta que não havia utilizado. Por exemplo, em um questionário
ou na observação, pode perceber algum ponto que mereça atenção e, a partir
disso, agenda uma entrevista com este ou aquele sujeitos envolvidos. Assim
procura mais elementos para poder observar se eles convergem, se eles se
solidificam, se eles corroboram entre si, se eles convergem.

O investigador também pode realizar triangulações – fazer uso de
dados variados, de evidências variadas ou, ainda, de teorias variadas. A(s)
teoria(s) utilizadas contribuem para a condução da pesquisa – estimulando o

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pesquisador não só a realizar suas análises, mas, também, a buscar informações
por outros meios quando sentir que é necessário. Sentir que é necessário
é algo produzido pela teoria, pela experiência (sua e de pesquisador mais
experiente – geralmente orientador) e, também, por meio da contribuição dos
pares – colegas que façam parte de grupos de estudo. O ato de uns discutirem
o trabalho dos outros amplia a sensibilização – aponta fragilidades. Essas
fragilidades podem ser de naturezas variadas, entre elas: no método, ou na
teoria utilizada, ou na falta de suporte teórico, ou em conclusões frágeis ou
superficiais, ou no apontamento de preconceitos que possam aparecer na
fala ou na forma de o pesquisador olhar para os contextos ou dados, entre
outras possibilidades.

Martins (2006, p. 80) afirma que a “confiabilidade de um Estudo de Caso
poderá ser garantida pela utilização de várias fontes de evidências, sendo que
a significância dos achados terá mais qualidade ainda se as técnicas forem
distintas”. Quanto mais variadas as fontes – observando a convergência dos
elementos –, maior grau de confiabilidade às pesquisas.

Então, se é importante utilizar de variadas estratégias, como poderíamos
realizar tal empreendimento? A sugestão é que sejam feitas triangulações.
Nas palavras de Martins (2006, p. 80, grifo nosso),

A literatura apresenta e discute quatro tipos de triangulação: de fonte de dados


– triangulação de dados – alternativa mais utilizada pelos investigadores –,
triangulação de pesquisadores – avaliadores distintos colocam suas posições
sobre os achados do estudo –, triangulação de teorias – leitura dos dados
pelas lentes de diferentes teorias –, triangulação metodológica – abordagens
metodológicas diferentes para condução de uma mesma pesquisa.

A prática da triangulação, atualmente, é bastante utilizada em áreas


diversas. Da mesma forma, funciona bem não somente no estudo de caso –
pode oferecer suporte a outras técnicas.

2.5 PESQUISA DE CAMPO


A pesquisa de campo tem o objetivo de conseguir informações sobre um
tópico em específico – em especial, algum a partir do qual se produz alguma
hipótese. Além disso, é possível buscar, através dessa técnica de pesquisa,
descobrir novos fenômenos ou relações entre cada um deles. A pesquisa de
campo observa fatos como ocorrem espontaneamente.

A coleta de dados busca produzir registros relevantes para, adiante, vir


a analisá-los. As fases dessa pesquisa podem ser:

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• realização de pesquisa bibliográfica sobre o tema a ser investigado (este
movimento ajudará a conhecer como o tema que está sendo abordado e
quais as abordagens ainda não realizadas);
• seleção de teoria ou teorias que irão oferecer um percurso analítico de
referência (da mesma forma, contribuirá para a elaboração de um caminho
geral à pesquisa);
• Adiante, serão observados os procedimentos para a coleta de dados e as
formas de analisar esses dados – como serão organizados, tabulados, entre
outros movimentos analíticos (MARCONI; LAKATOS, 1982).

A pesquisa de campo procura responder a alguma interrogação e, ainda,


observar relação entre diferentes fenômenos. Muitas pesquisas de campo
podem estar interessadas em “grupos, comunidades, instituições e outros
campos, visando à compreensão de vários aspectos da sociedade” (MARCONI;
LAKATOS, 1982, p. 64). Ainda assim, como todas as técnicas, apresenta
vantagens – tais como construção de conhecimento sobre determinados
fenômenos – e desvantagens – os indivíduos ou grupos investigados podem
modular, alterar e falsear suas posturas e respostas.

2.6 PESQUISA-AÇÃO
A pesquisa-ação é uma pesquisa que se interessa pela produção de uma
mudança na realidade investigada. Os pesquisadores e os participantes se
envolvem de forma a alterar aquilo que é investigado, o contexto, as relações,
a organização, entre outras possibilidades.

Em outras palavras, a cooperação é aspecto-chave, integrante dessa
pesquisa. Diehl e Tatim (2004, p. 62):

É definida como um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida


e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de
problema coletivo na qual os pesquisadores e participantes representativos
da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo.

Sem esses aspectos – cooperativos e participativos –, a pesquisa não é
classificada por pesquisa-ação.

Ao realizar a pesquisa-ação, há um interesse em comum, coletivo na
resolução de um problema. Assim, não faz sentido que o pesquisador queira
e se mova em relação a algo, caso outros não se engajem em objetivos
semelhantes. Assim, é necessário que outros interajam em função das
mudanças e dos resultados esperados. Esse engajamento não é somente
em relação ao problema, mas também, engaja-se na realização de pesquisas
essenciais à resolução – como pesquisas bibliográficas, por exemplo.

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Há algumas confusões em relação à pesquisa-ação. Uma delas é o fato
de realizarem um levantamento de dados a serem, adiante, arquivados. Nesse
sentido, o propósito essencial é perdido – o aspecto da cooperação e da
produção de mudanças naquele contexto investigado.

São estes os principais aspectos da pesquisa-ação (THIOLLENT, 1998): (1)
interação entre pesquisadores e outras pessoas que são parte do contexto ou
situação investigado; (2) é por meio da interação que se percebe a prioridade
de ações sobre aquilo que se observa; (3) o objeto de investigação é muito
mais a situação e os problemas de diferentes naturezas do que as pessoas
que neles estão envolvidas (4) em alguns casos, o objetivo pode não ser
resolver problemas; algumas vezes, consegue-se chegar ao esclarecimento
de alguma situação observada; (5) todos os atores envolvem-se em todas as
etapas de ações e decisões – não somente o pesquisador é ator, decidindo
e tudo resolvendo –; (6) caso a pesquisa caia em uma só ação, pode-se cair
em uma espécie de ativismo; em vez disso, pretende-se, por exemplo, ampliar
a consciência (percepção da situação) das pessoas e grupos naquele dado
contexto.

A pesquisa-ação possui certa semelhança com a pesquisa-participante. Diehl


e Tatim (2004, p. 62) definem a pesquisa-participante:

Assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre os


pesquisadores e os membros das situações investigadas. Envolve, além da
distinção entre ciência popular e ciência dominante, posições valorativas,
derivadas sobretudo do humanismo cristão e de certas concepções marxistas.
Ademais, mostra-se bastante comprometida com a minimização da relação
entre dirigentes e dirigidos, e por essa razão tem-se voltado, notadamente,
para a investigação junto a grupos desfavorecidos, tais como os constituídos
por operários, camponeses, índios etc.

Essas são algumas das técnicas mais conhecidas ao realizar uma pesquisa.
Ao longo dos textos foram apresentados aspectos essenciais, centrais para
cada tipo de técnica. Contudo, como já dito, ler artigos, dissertações, teses
que utilizaram tais técnicas pode contribuir e muito para a compreensão dos
caminhos investigativos seguidos – ampliando o conhecimento, visualizando
possibilidades.

As técnicas acima podem ser muito bem amparadas por outras técnicas.
Dependendo da investigação, torna-se útil engendrar ferramentas para que
o contexto, a situação, o(s) objeto(s) sejam compreendidos a partir de uma
investigação dedicada e aprofundada.

Vamos observar essas ferramentas que podem ajudar na investigação!

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3 OUTRAS FERRAMENTAS INVESTIGATIVAS
Quando realizamos uma pesquisa de campo, pesquisa experimental,
pesquisa-ação, estudo de caso, entre outras técnicas que deslocam o
pesquisador a um contexto específico, nesse movimento investigativo, outras
ferramentas podem servir como complementos. Essas ferramentas podem
ser utilizadas para esclarecimentos – pontos obscuros que possam surgir em
algum momento da investigação – ou, ainda, podem vir a ser forma primordial
(central) de coleta de dados.

Quanto mais o pesquisador utilizar de variadas ferramentas para


compreender o contexto investigado, mais credibilidade trará ao redigir as
conclusões (análises) de seu trabalho. Vamos a essas possibilidades.

3.1 OBSERVAÇÃO: FORMAS E CARACTERÍSTICAS


A observação é uma técnica de coleta de dados que utiliza sentidos
para a captura da realidade. Não somente por meio da visão e audição, mas
consiste também em examinar, analisar o contexto observado. A observação
contribui na obtenção de dados sobre os indivíduos dos quais se tem pouco
ou nenhum conhecimento

Assim, é elemento básico em pesquisas de campo – além de ser técnica


fundamental em áreas como a Antropologia e Educação. “Trata-se de um
ponto de partida em se tratando de investigações de cunho social. Esta técnica
leva o pesquisador a ter um contato mais direto com a realidade” (MARCONI;
LAKATOS, 1982, p. 66).

Assim como em todas as técnicas, possui vantagens e desvantagens.


Vamos a elas. Comecemos pelas vantagens.

a) Possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade


de fenômenos.
b) exige menos do observador do que as outras técnicas.
c) permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais
típicas.
d) depende menos da introspecção ou da reflexão.
e) permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou
de questionários (MARCONI; LAKATOS, 1982, p. 66).

Dependendo da natureza da pesquisa, dos objetivos propostos, de fato a


observação torna-se relevante na obtenção dos resultados. Ir até o contexto
investigado para lançar um olhar – amparado em teorias – trata-se de um
valioso movimento investigativo.

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Vamos observar o que podem ser consideradas limitações dessa técnica
de pesquisa:

Limitações [...]
a) o observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no
observador.
b) a ocorrência espontânea não pode ser prevista, o que impede, muitas
vezes, o observador de presenciar o fato.
c) fatores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador.
d) a duração dos acontecimentos é variável: pode ser rápida ou demorada
e os fatos podem ocorrer simultaneamente; nos dois casos, torna-se difícil
a coleta dos dados.
e) Vários aspectos da vida cotidiana, particular, podem não ser acessíveis ao
pesquisador (MARCONI; LAKATOS, 1982, p. 66).

As limitações, acima apresentadas, merecem comentários mais pontuais,


uma a uma: a) sabendo que a observação está ocorrendo, há uma tendência
de manipular os fatos, modular os atos, as posturas e selecionar palavras;
b) vai ao encontro da anterior – aquilo que é ou não espontâneo é de
difícil precisão; c) o imprevisto acaba interferindo: há variados relatos de
observadores de sala de aula que acabam tendo que ficar com uma turma,
por exemplo, quando, na verdade, não deveria ter interferência alguma; d) há
acontecimentos que são mais rápidos do que o previsto, outros, demorados
demais, outros ainda, acontecem ao mesmo tempo (dificultando o ato de
tomar nota, anotar, relatar); e) há aspectos que dificilmente ficarão visíveis,
por dizerem respeito à vida íntima e pessoal – não ficando expostas durante
o período observado.

Compreender essas limitações e, ainda, externá-las no próprio texto é
parte de uma produção acadêmica ponderada e sensível. Sim, essas limitações
(entre outras) podem ser reconhecidas pelo próprio pesquisador durante a
escrita – seja de uma monografia, dissertação, tese, entre outros.

Marconi e Lakatos (1982) apontam outros tópicos sobre as observações.


Abaixo, um quadro resumitivo.

QUADRO 1 – TIPOS DE OBSERVAÇÃO


Na observação assistemática, o conhecimento é produzido através
da experiência casual. Nela não se tem à mão uma espécie de roteiro
com os pontos a serem observados.
A observação acontece sem tanto controle prévio. O que há, de
Observação
fato, é uma atitude de prontidão. O pesquisador permanece atento
assistemática
ao que o cerca e, por vezes, percebe uma oportunidade única para
conhecer algum fenômeno. Um cuidado essencial é não se envolver
emocionalmente – tomando partido sem que se tenha um número
interessante de informações para poder fazer uma análise adequada.

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Esta também é chamada de estruturada, controlada e planejada. Pode
utilizar de instrumentos para a coleta de dados (quadros, escalas,
aparelhos eletrônicos, quadros, anotações variadas, diário de campo,
entre outros).
Observação Nesse tipo de observação, o pesquisador sabe o que procura, tem
sistemática objetos – há um planejamento cuidadoso e sistemático.
Um problema dessa forma de observação é que, por vezes, ao
ser amarrada demais, rígida demais, aspectos espontâneos – que
necessitam da sensibilidade do pesquisador – podem passar
despercebidos.
Esta observação também é chamada de observação passiva. O
pesquisador não se insere de nenhuma maneira. Entra em contato
Observação não com o grupo ou realidade estudada, mas permanece de fora.
participante Sua forma de se envolver é como um espectador. Isso não quer dizer
que não seja um trabalho sistemático e organizado. O pesquisador é
apenas um elemento discreto em dada situação ou grupo.
Técnica utilizada por um pesquisador que necessita de alguns
cuidados. O principal é observar se sua personalidade não está
sendo projetada naquele que é observado. Esse fenômeno é muito
Observação
comum – por esse motivo, as compreensões precisam estar ancoradas
individual
em anotações, fotos, gravações, entre outros aspectos. Assim será
possível intensificar a objetividade daquilo que é descrito – separando
interpretação pessoal de eventos reais, concretos.
N e s t a o b s e r v a ç ã o , a e q u i p e p o d e d e i x a r o s fa t o s s e d a re m
espontaneamente (cada um observando e anotando o que vier a
chamar a atenção) ou, ainda, podem realizar combinados. Por exemplo,
um fica com o encargo de observar os materiais e aspectos estruturais
da instituição ou realidade observada, outro fica responsável por
anotar aspectos didáticos e relacionais, outro ainda, pontos que digam
respeito a reações espontâneas (interatividade, emoções, palavras),
assim por diante. Esses tópicos dependem da natureza da pesquisa
e os interesses investigativos.
Observação em
equipe
Ainda, nesta forma de observação, têm-se:
• os mesmos fenômenos e fatos por perspectivas diferentes.
• Cada um pode observar um aspecto diferente (de um mesmo
fenômeno ou em dimensões diferentes).
• A l g u n s p o d e m o b s e r v a r e n q u a n t o o u t ro s re a l i z a m o u t ro s
empreendimentos (no mesmo contexto, sala, espaço; ou não).
• Os observadores podem estar realizando suas pesquisas em um
espaço mais amplo como em uma cidade, bairro, comunidade; esta
técnica também é conhecida como observação em massa.
As observações são feitas em ambientes reais. Os fatos são anotados
Observação na
confor me forem ocor rendo. O local onde o evento ocor re é
vida real
privilegiado – evitando deturpações, entre outros.

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O ambiente é produzido, as condições são pensadas e controladas.
Tenta-se descobrir a ação e a conduta em condições prontas,
pensadas antecipadamente.
Algumas circunstâncias terão dificuldade de serem produzidas, uma
vez que na ausência de espontaneidade perde-se muito daquilo que
poderia vir a acontecer em um ambiente real, com eventos reais.
Contudo, ainda por ser em laboratório, há umas estratégias que
Observação em
podem deixar o ambiente descontraído a ponto de os participantes
laboratório
demonstrarem o que pensam sobre tópicos e padrões da sociedade.
Um exemplo de pesquisa de laboratório – que vai ao encontro disso
– é pedir, por exemplo, para estudantes encenarem uma sala de aula.
Eles precisam produzir o cenário, escolher os personagens e assim
por diante. Aquilo que acontecer, em cena, vai ajudar os observadores
a compreender melhor o que esses pensam sobre a educação, sobre
professores, sobre si mesmos.
FONTE: Adaptado de MARCONI; LAKATOS (1982).

3.2 ENTREVISTA
As entrevistas desejam levantar informações sobre aqueles que são
entrevistados. Alguns objetivos mais específicos podem ser (MARCONI;
LAKATOS, 1982): busca por compreender fatos (não claros, obscuros), entender
a opinião sobre acontecimentos, averiguação de sentimentos, anseios que
inspiram atitudes, compreensão de planos de ação, metas individuais, inferir
possíveis condutas, entender fatores que motivam opiniões, entre outras
possibilidades.

Sugere-se que haja alguns procedimentos, tais como: conhecimento


prévio (mínimo) do entrevistado ou da realidade investigada; marcar com
antecedência dia, hora e lugar; garantir que as condições estejam favoráveis
(não interrupção, que o tempo seja oportuno, que celulares estejam desligados,
que o local seja tranquilo, entre outros); solicitar a permissão da instituição,
colher assinatura de formulário para uso de dados e também de garantia de
sigilo; realizar planejamento (saber como vai entrevistar, se haverá roteiro ou
não, qual o assunto, o que se pretende descobrir, entre outros tópicos); entre
outros cuidados a serem tomados.

Há algumas vantagens e desvantagens, como em todos os movimentos


investigativos. Vamos a algumas delas a partir de Marconi e Lakatos (1982):

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Pode ser aplicada com analfabetos; boa flexibilidade (podendo tirar
dúvidas que o entrevistado tiver); oferece oportunidade para avaliar
Vantagens as atitudes (não somente as respostas), podendo realizar anotações
sobre as atitudes; possibilidade de conseguir informações que sejam
mais precisas; contribui para que os dados sejam esclarecidos.
Pode apresentar problemas de comunicação entre as partes;
caso não ocorra a compreensão da pergunta, pode responder a
Desvantagens algo que não faça sentido; o entrevistado pode ser influenciado
pelo entrevistador; ocupa muito tempo de ambos os sujeitos
(entrevistador e entrevistado), entre outros.
FONTE: Adaptado de MARCONI; LAKATOS (1982).

Há alguns cuidados a serem tomados ao realizar a entrevista (MARCONI;


LAKATOS, 1982):

• Fazer contato com o entrevistado. Esse primeiro contato não pode ser
tratado sem sua devida atenção. Um contato inicial, com uma postura
amistosa, produz significativos resultados em todo o processo.
• O contato inicial tem o objetivo de ganhar e manter a confiança.
• No contato inicial, os objetivos da pesquisa precisam ficar claros – assim o
entrevistado consegue compreender a relevância de sua participação. Caso
compreenda, terá mais chances de se engajar na investigação – e isso é
determinante.
• No contato inicial – e em todas as etapas –, a conversa deve ser mantida
em tom de cordialidade e amizade.
• A formulação de perguntas é feita de acordo com a entrevista – sua natureza,
quais os objetivos.
• Cada pergunta deve ser feita respeitando o tempo de fala – só então,
introduzir outra pergunta.
• Toda a pergunta que oriente a resposta precisa ser alterada – a formulação
da pergunta pode interferir em tudo o que o entrevistado dirá. Assim, um mal
desenvolvimento de perguntas pode colocar todos os dados a perder. Não é
raro que o pesquisador tenha que excluir toda uma gama de dados por ter
formulado mal suas questões (perguntas que estimulavam o entrevistado a
dar respostas esperadas). Por isso, sempre é interessante que as perguntas
sejam expostas em grupos de estudo ou, pelo menos, a um pesquisador
mais experiente (orientador de pesquisa e/ou outros).
• As respostas devem ser registradas em variados meios – anotadas durante
a entrevista. Ainda, gravar a entrevista necessitará de autorização prévia do
entrevistado.
• Respostas anotadas depois da entrevista – sem o uso de gravador ou outro
suporte – dificultam a objetividade. Depois de algum tempo, nossa memória
não tem certeza e acaba juntando pedaços – distorcendo informações.
• O ato de resumir o que foi dito também pode distorcer a informação –
resumir é dizer do jeito do pesquisador. Isso nem sempre vai ao encontro
do que o entrevistado realmente disse.

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• Nem tudo o que foi dito pode interessar à pesquisa – por vezes, de 10
perguntas realizadas, apenas a de número 4 pode vir a interessar na análise.
Ainda, pode-se desejar realizar a(s) mesma(s) pergunta(s) a outros sujeitos
de pesquisa. Afunilando, assim, em um só ponto a partir de variados pontos
de vista.
• A entrevista deve terminar com o mesmo tom de cordialidade com que
começou. Há casos em que alguma informação não tenha ficado clara –
por esse motivo, novo contato pode ser necessário.

Marconi e Lakatos (1982) apontam outros tópicos sobre as entrevistas.


Segue um quadro resumitivo.

• O entrevistador segue um roteiro.


• As perguntas são predeterminadas.
• Os entrevistados respondem às mesmas perguntas para que seja
Padronizada ou
possível realizar uma análise comparativa entre as respostas – só assim
estruturada
é possível ver diferentes posicionamentos sobre os mesmos tópicos.
• O pesquisador não é livre para adaptar o roteiro a partir de determinadas
situações.
• Conforme a conversa se dá, o entrevistador pode ir alterando os
caminhos, os questionamentos.
• O pesquisador pode, inclusive, interessar-se por tópicos que nem
poderia supor antes da entrevista; em alguns casos, o pesquisador acaba
até mudando o tema da pesquisa, tendo em vista um novo interesse
oportunizado pela entrevista.
• Perguntas sequer podem ser feitas; pode ocorrer somente a condução
de uma conversa informal, espontânea – muitos acreditam que, dessa
forma, muito pode ser percebido (quando o entrevistado esquece que
está sendo entrevistado).
Despadronizada ou
• Há autores que separam esta entrevista em três tipos:
não estruturada
- entrevista focalizada: há um roteiro formado por tópicos relativos
ao problema, contudo, o entrevistador tem liberdade de alterar as
perguntas quando quiser, conforme a conversa vá fluindo;
- entrevista clínica: trata-se de estudar a conduta, os motivos e os
sentimentos das pessoas envolvidas no contexto investigado; para
chegar a isso, podem ser desenvolvidas perguntas variadas;
- entrevista não dirigida: há liberdade plena ao entrevistado; o
entrevistador vai realizando comentários ou perguntas para incentivar
a falar ainda mais, a se aprofundar, sem, de forma alguma, forçar ele a
falar o que não desejar.
• É a repetição de perguntas com um curto espaço de tempo, para analisar
se ocorrou a mudança de opinião;
• As perguntas podem ser formuladas de forma diversa (formuladas e
Painel
reformuladas de tempos em tempos) – em muitos casos, elas são
refeitas caso o entrevistador perceba que o entrevistado distorce ou
foge das perguntas. FONTE: Adaptado de MARCONI; LAKATOS (1982).

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3.3 QUESTIONÁRIO

Questionário é outro instrumento para coletar os dados da pesquisa. O
questionário pode ser entregue pessoalmente, enviado por e-mail. Depois de
preenchido, ele pode ser devolvido de forma impressa ou à mão. Há pesquisas
que desejam uma resposta menos programada, assim, combina-se com o
informante dia e lugar para responder ao questionário. Quanto mais tempo
o informante tem, mais tempo para pensar nas respostas – o que pode ter
vantagens e desvantagens, dependendo da pesquisa.

As perguntas podem ser:

a) A bertas: são as não limitadas – permitem ao informante responder


livremente, com suas próprias palavras, emitindo opiniões. São perguntas
que solicitam aprofundamento por parte de quem responde.

Exemplos de perguntas abertas (MARCONI; LAKATOS, 1982, p. 77):


1) Qual é a sua opinião sobre a legalização do aborto?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
__________________
2) Em sua opinião, quais são as principais causas da delinquência no Brasil?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
__________________

b) P erguntas fechadas ou dicotômicas: são mais limitadas, com alternativas


fixas, o informante escolhe sua resposta entre opções. Seguem exemplos
de perguntas fechadas:

Exemplos de perguntas abertas (MARCONI; LAKATOS, 1982, p. 77- 79):


Os sindicatos devem ou não formar um partido político?
1. Sim ( )
2. Não ( )
Você é favorável ou contrário ao celibato dos padres?
1. Favorável ( )
2. Contrário ( )

A partir das respostas, é possível tabular os dados, fazer tabelas, gráficos,


apontar porcentagens – podendo separar respostas em relação aos que
responderam: x homens; x mulheres; pessoas acima de 50 anos e pessoas
abaixo de 50; informantes com escolaridade “superior completo” e outras com
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“ensino fundamental completo”. Enfim, a forma como eu organizo os dados
irá contribuir para com a construção de interpretações e leituras a partir dos
dados e das teorias utilizadas.

c) P erguntas de múltipla escolha: são perguntas que apresentam uma série


de possíveis repostas.

1) Qual é, para você, a principal vantagem do trabalho temporário?


(ESCOLHER APENAS UMA RESPOSTA)
1. Maior liberdade no trabalho ( )
2. Maior liberdade em relação ao chefe ( )
3. Variações no serviço ( )
4. Poder escolher um bom emprego para se fixar ( )
5. Desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional ( )
6. Maiores salários ( )

Há outros exemplos possíveis. Para produzir boas perguntas, é preciso


sempre manter em vista os objetivos da pesquisa – as perguntas são pensadas
tendo em vista o interesse; a(s) pergunta(s) que movem a pesquisa.

A partir disso, seguem alguns processos para produzir bons questionários


(MARCONI; LAKATOS, 1982):

• O pesquisador pode ter uma lista de temas que deseja investigar. Se tiver
10 assuntos, produzir uma ou duas perguntas sobre cada tema.
• Questionário muito longo pode não ser muito respondido.
• Se o questionário for curto demais, pode não oferecer informações
suficientes para a compreensão de aspectos essenciais à pesquisa.
• O tema deve ir ao encontro dos objetivos da pesquisa.
• O ideal é que o tempo de resposta seja curto – sugerem-se menos de 30
minutos.
• Pode ser acompanhado de notas explicativas – orientações que sejam
pertinentes – e esclarecimento de entidades que contribuem com o
desenvolvimento da pesquisa.
• A estética deve contribuir para que as respostas sejam dadas de forma
organizada.
• Sugere-se um pré-teste – verificando falhas. A partir disso, o questionário
será reformulado – ampliando ou eliminando elementos. Há perguntas que
podem estar com duplo sentido – podemos querer perguntar algo que
não está claro. Podemos perguntar algo querendo, na verdade, fazer uma
pergunta completamente diferente.

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Dependendo da forma de entrega dos questionários, há casos em que
eles nem voltam preenchidos. Assim, caso o questionário seja entregue para
alcançar um público x (o maior número de pessoas), nem todos eles serão
devolvidos.

Seguem as vantagens e desvantagens dessa forma de coleta de dados
(MARCONI; LAKATOS, 1982):

• Economia de viagens.
• Atinge várias pessoas ao mesmo tempo.
• Abrange mais áreas (de um bairro, comunidade, cidade, escola,
por exemplo).
• Reduz-se o risco de distorção.
• As respostas costumam ser mais breves e pontuais.
Vantagens • Em boa parte, não se deseja o nome – por isso, as pessoas
sentem-se mais livres e fazem uso do anonimato.
• Menos influência do pesquisador e, por consequência, menos
distorção.
• Consegue-se respostas que, pessoalmente, seria muito difícil
obter – dificuldade de deslocamento, agenda que não coincide.
• Entre outras vantagens.
• Há poucos questionários que voltam.
• Há um número bastante grande de perguntas que voltam em
branco.
• Não é possível aplicar com pessoas analfabetas.
• Há perguntas que não são compreendidas pelo informante,
Desvantagens fazendo com que ele responda achando que compreendeu –
não podendo ele tirar as dúvidas.
• A devolução pode ser tardia – muitas vezes dias, semanas, meses
após a escrita, entrega ou publicação dos resultados da pesquisa.
• Desconhecimento das circunstâncias – não se sabe se o
informante parou, se prestou atenção na hora de responder.
FONTE: Adaptado de MARCONI; LAKATOS (1982).

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REFERÊNCIAS
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DIEHL, A. A.; TATIM, D. C. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: método


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ABNT. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia


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MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa:


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1982.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Estudo de caso: uma estratégia de


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PONCHIROLLI, O.; PONCHIROLLI, M. Métodos para a produção do


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