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Descubra como

como a história
his tória de )0 pode 
a ju
judd a ra enfre
en frent
ntar
ar os
os desa
desafi
fios
os de hoj
hoje 

Com os ouvidos eu 

tinha ouvido falara teu 


respeito; mas agora os 

meus olhos te veem.

 JÓ
 JÓ 4 2 :5
DIAS LOPES
LOPES
As teses de Satanás
Descubra como a história dejó pode
ajudara enfrentar os desafios de hoje
© 2014  Por Hcrnandes Dias Lopes

Revisão
 Josemar
 Josem ar de Souza Pinto
Doris Kòrber 

Capa
 Maquinaria
 Maquinaria Studio
Studio

Diagramação
Catia Soderi

1aedição - Outubro de 2014


Reimpressão
Reimpressão - Novembro de 2014

Editor
 Juan Carlos Martinez
Todos os direitos desta edição reservados para:
Coordenador de produção Editora Hagnos
 Mauro W. Terrengui
Terrengui
 Av.
 Av. jacinto Júlio, 27

Impressão e acabamento 04815-160 - São Paulo - SP - Tel (11) 5668-5668


Imprensa da Fé  hagnos@hagnos.com.br -
hagnos@hagnos.com.br  - www.hagnos.com.br
 www.hagnos.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Angélica Ilacqua CRB-8/7057)

Lopes, Hernandes Dias


 As teses de Satanás
Sataná s / Hernandes
Hernande s Dias Lopes / —São Paulo : Hagnos,
2014. 88 p.
ISBN 978-85-243-0481-1
1. Bíblia - A.T. Jó - Crítica,
Crític a, interpret
inte rpretação,
ação, etc 2. Deus 3. Demônio
Demôni o
I. Título
14-0694 CDD 223.1
 índices para catálogo sistemático:
1. Bíblia - A.T. Jó 223.1
Editora associada à:
D edicatória

Dedico este livro ao reverendo


Fábio
Fábio Henrique
Henr ique de Jesus
Jesu s Caetano,
Caetano, amigo
amigo
precioso, pregador ungido, conselheiro
sábio, servo fiel de Cristo, bênção de Deus
em minha vida, família e ministério.
ministério.
Sumário

Prefácio........................................................................07

Um hom
ho m em abenço
abe nçoado
ado por
po r Deus ....
......
....
....
....
....
....
....
.. 11

Um homem provado com a permissão


perm issão de D e u s .. 35

Um hom em restaurado
restaurado por Deus ................. 63
P refácio

ste pequeno livro  A s teses


tes es de S a tan
ta n á s   tem o

E
propósito de encorajar você. A vida de Jó é o
pano de fundo desta reflexão. Embora esse
patriarca tenha vivido há milhares de anos, num
contexto histórico, geográfico, cultural e religio-
so muito distinto dos tempos contemporâneos,
as lições que aprendemos com ele são atuais e
oportunas.
 Vam
 V am os trattr ataa r n es
este
te liv
livro
ro sobr
so bree as tese
te sess de
Satanás. Este arqui-inimigo de Deus é o nosso ad-
 ver
 v ersá
sári
rio
o . S a tan
ta n á s não
nã o é u m m ito,
it o, m as u m inim
in imig
igo
o
real. Não é uma energia negativa, mas um anjo
caído. Não é inofensivo, mas destruidor. Não obs-
tante, Satanás é um ser limitado. Só pode ir até
onde Deus lhe permite perm ite ir ir. M esmo sendo corrompí-
do em seu ser e maligno em suas obras, obras, jam ais suas
ações podem pôr em risco a obra de Deus. Apesar
de travarmo
travarmoss um a luta sem trégua contra contra as hostes
malignas, nossa vitória está garantida por Deus, e
nada nem
n em ninguém
n inguém poderápo derá nos afastar
afastar do seu
seu amor
que está em Cristo Jesus.
Este livro está dividido em três partes bem
distintas. Na primeira
prim eira delas, tratam os da vid a de Jó,
antes de sua provação. Ele era um homem muito
abençoado por Deus. Seu caráter era impoluto, sua
AS TESES DE SATANÁS

 vid
 v idaa era
er a ilib
il ibad
adaa e se
seuu test
te stee m u n h o era irre
ir repr
pree
een
n sí-
sí -
 vel.
 ve l. O p rópró p rio
ri o D eu
euss o enal
en alte
tece
ce,, d es
esta
taca
cann d o su
suasas
 vir
 v irtu
tudd es
es.. P ie
iedd ad
adee e rep
re p u taçã
ta çãoo d ia
iann te de D eueuss eram
er am
os apanágios da sua vida. Na segunda parte, abor-
damos as provações de Jó. Nesse contexto é que
Satanás sustenta três teses. Nelas, Satanás ataca
de forma frontal tanto Deus como Jó, insinuando
que Jó serve a Deus por interesse e que Deus su-
borna Jó com bênçãos bênção s para receber deste deste adoração.
adoração.
Três são as teses levantadas por Satanás: ninguém
ama mais
m ais a Deus do que ao dinheiro; dinheiro; ninguém
ning uém ama
mais a Deus do que à família; ninguém ama mais a
Deus do que a si mesmo. Mesmo sem que Jó saiba
do auspicioso fato, Deus o constitui seu advogado,
e Jó refuta todas as teses de Satanás. Finalmente,
enfatizamos a restauração de Jó. Deus reverte a si-
tuação, vira a mesa, muda o cenário e arranca Jó
das profundas garras da angústia e eleva-o aos pin-
caros da bem-aventurança. Deus restitui tudo que
Satanás
Sataná s tirou; e o faz em dobro.
 A le
leit
ituu ra d es
este
te liv
livro
ro p o d e aqu
aq u ecer
ec er se
seuu cora
co ra--
ção,
ção, rean imar sua alma alm a e redirecionar seus passos.
Escrever este opúsculo foi uma bendita bend ita experiência
para mim, pois fui impactado com as verdades verdad es aqui
 ven
 ve n tila
ti lad
d as
as.. Da m esesmm a m anei
an eira
ra que
qu e eu fui
fu i enco
en cora
ra--
 jad
 ja d o com
co m a vid
vi d a de Jó,
Jó , es
espp ero
er o que
qu e você
vo cê tam
ta m b é m se
seja
ja
fortalecido pelo Deus Todo-poderoso. Talvez você
ainda esteja num vale escuro, com o corpo surra-
do pela doença e com as lágrimas rolando pelo seu
rosto.
rosto. Talvez você esteja com o casamento casame nto abalado,
abalad o,
com os filhos sendo atacados pelo Adversário e com com
os amigos se insurgindo contra você. Não perca a

8
Prefácio

esperança. O sol voltará a brilhar. As nuvens es-


curas passarão, e um tempo novo, de refrigério da
parte do Senhor,
Senhor, virá sobre
so bre a sua vida.
Saiba disso: ainda que Satanás acuse você ou
insinue coisas horríveis a seu respeito, Deus guar-
dará você e o conduzirá em triunfo!

Hernandes Dias Lopes


Capítulo 1

Um homem
ABENÇOADO POR DEUS

 vid
 v id a de JóJ ó é um
u m gran
gr and d e m isté
is téri
rio,
o, u m a das
sagas mais empolgantes da História. Tem
sido contada e recontada milhares de
 vez
 v ezee s ao long
lo ngoo dos
do s sésécu
culo
los.
s. Tem se serv
rvididoo de insp
in spi-
i-
ração para m ilhões de indivíduos que atravessam o
 va
 v a le esc
e scur
uro o das
d as pro
p rovavas.
s. A h istó
is tóri
riaa de Jó temte m sid
s idoo bál
b ál--
samo para os que choram, conforto para os aflitos
e esperança para os desesperançados.
desesperançad os. Esse Esse homem
hom em
foi elevado às alturas excelsas e despencou de lá.
Sofreu os golpes mais m ais duros. Perdeu seus bens, seus
filhos, sua saúde, o apoio de sua mulher e de seus
amigos. Caiu não apenas ao chão, mas desceu aos
 val
 v alee s m ai
aiss ten
te n ebro
eb rososos.
s. Foi n oca
oc a u tea
te a do e jog
jo g a d o na
lona sem nenhuma força para se levantar. Quando
seu destino parecia irremediável, entretanto, Deus
o levantou das cinzas, ergueu-o do pó e restaurou
sua sorte,
sorte, cum ulando-o
uland o-o com o dobro de tudo quan-
to possuira. A restauração de Jó traz aos corações
quebrados pela dor uma réstia de esperança, um
facho de luz, um sinal do favor de Deus.
AS TESES DE SATANÁS

 A h istó
is tóri
riaa d es
esse
se p atri
at riaa rca
rc a tem
te m sid
si d o m até
at é ria
ri a de
estudo de muitos eruditos e tema de muitas teses
de mestrado e doutorado nos seminários e univer-
sidades teológicos pelo mundo afora. Jamais dei-
xaremos de recorrer a esse dramático testemunho.
 Até
 A té que
qu e a H istó
is tóri
riaa fech
fe chee su
suasas cort
co rtin
inas
as,, b u scar
sc arem
em o s
nessa fonte alento e beberemos nela os goles ben-
ditos da esperança.
esperan ça. Por pior que seja a situação, por
mais sombria
somb ria que seja a realidade,
realidade, Deus é poderoso
para reverter o quadro e trazer-nos
trazer-n os à tona para res-
pirar. Com Deus não tem causa perdida. Para ele
não há impossíveis.
impossíveis. Com Deus, nossas noites escu-
ras e frias podem converter-se em manhãs cheias
de luz e calor.
Deus ainda está escrevendo a nossa biogra-
fia. O último capítulo ainda não foi escrito. Aquilo
que parecia ser nossa morte, pod e converter-se em
trampolim para a nossa mais expressiva vitória.
 Aq
 A q u ilo
il o que
qu e foi
fo i m otiv
ot ivo
o da
dass n ossa
os sass m a iore
io ress lá
lágr
gri-
i-
mas pode transformar-se na razão da nossa maior
alegria. Aquilo que nos fez chorar e sangrar pode
converter-se numa fonte de consolo para milhares
de pessoas. O Deus soberano jam ais perm itirá que que
soframos sem um santo propósito. Deus não des-
perdiça
perd iça sofrimento na vid vidaa de seus filhos. Para cada
lágrima que rola em nossa face, Deus tem um con- con-
solo. Para cada prova, uma providência libertado-
ra. Se as provações têm diferentes tonalidades para
nos aflig
afligir
ir,, também
tam bém a graça de Deus te m diferentes
diferentes
tons para nos consolar.
 Vam
 Va m os,
os , agora
ago ra,, con
co n h e cer
ce r u m p o u co d a v id
idaa
de Jó. Quem foi esse homem? O que podemos
12
Um homem ab ençoado por Deu
Deus
s

aprender
aprend er com ele?
ele? Qual
Qu al é o seu legado
legad o para a nossa
geração?
O livro de Jó é um dos livros poéticos da d a Bíblia.
Sua classificação o vincula aos textos sapienciais.
 Aqu
 A quii existe
exi ste u m rese
re serv
rvat
atór
ório
io inesg
ine sgot
otáv
ável
el de co
conh
nheci
eci--
mento e sabedoria. Mergulhar nesse livro é navegar
pelos profundos oceanos
ocea nos do mistério divino.
divino. Ê beber
a largos sorvos da sabedoria
sabedo ria que vem do alto alto..

 Jó,
 Jó, um homem ínte
íntegro
gro no
no meio
meio de
de
uma geração perversa
 A Escr
Es crit
itur
uraa d escr
es crev
evee Jó a ssim
ss im:: Havia um
homem na terra de Uz, e seu nome era Jó. Ele era
um homem íntegro e correto, que temia a Deus e
se desviava do mal  (Jó 1.1).
1.1). Jó aparece diante de nós
apenas como um homem.hom em. Não como um super-ho-
mem, nem como um herói, gigante, ou anjo, mas
como um homem. Jó era um homem verdadeiro,
e não um mito, como querem os críticos céticos.
Ele era um homem excepcional, mas não único. Jó
tinha uma alma sensível,
sensível, mas
m as uma estrutura moral
m oral
e espiritual granítica. Não era um caniço agitado
pelo vento. Não tinha uma ética camaleônica e si-
tuacional. Seus valores estavam
estavam solidamente plan- plan-
tados na rocha dos séculos. Mesmo sovado pelos
 ven
 ve n tos
to s desa
de saça
çaim
imad
ados
os,, m esm
es m o go
golp
lpee ado
ad o pelo
pe lo so-
so -
frimento atroz, mesmo abandonado pelas pessoas
mais achegadas, agarrou-se a Deus e disse: Eu sei
que o meu redentor
redentor vive e que po r fim se levantará
levantará
sobre a terra. Depois , destruído o meu corpo, então
 fo
 f o r a da c arn
ar n e vere
ve reii Deus
De us.. Eu o v e reir
re ir ao m eu lado, e
13
AS TESES DE SATANÁS

os meus olhos o contemplarão, não mais como ad-


versário. O meu coração desfalece dentro de mim
(Jó 19.25-27).
O mundo precisa de homens verdadeiros.
Homens com uma fé inabalável em Deus e com
 va
 v a lore
lo ress m o rais
ra is ineg
in egoc
ociá
iáve
veisis.. A fam
fa m ília
íl ia p reci
re cisa
sa de
homens verdadeiros. Vemos hoje uma escassez de
homens
hom ens dignos de serem imitados. Temos hoje ho-
mens ricos,
ricos, hom ens fortes,
fortes, home
ho mens ns influentes, ho-
mens cultos, homens espertos, homens corruptos,
homens violentos, homens monstros, mas faltam
homens que sejam padrão dos fiéis na palavra, no
procedimento, no amor, na fé e na pureza. Certa
feita, na Grécia antiga, Diógenes saiu às ruas de
 Ate
 A tenn as,
as , em p len
le n o m eio
ei o -dia
-d ia,, sol
so l a pino
pi no,, co
comm um a
lanterna acesa.
acesa. Alguém,
Alguém , intrigado
intrigado com a cena inu-
sitada,
sitada, perguntou-lhe:
pergu ntou-lhe: “Diógenes, o que procuras?” procu ras?”
Ele
Ele respondeu:
respondeu: “Eu procuro um hom em”
O texto nos diz que Jó era da terra de Uz. Isso
significa que ele era um gentio, criado numa terra
de muitos deuses, sem qualquer
qu alquer parâmetro religio-
so, cultural e moral que o remetesse à piedade e à
retidão. Seu país eraera eivado de idolatria. Na sua terra
as pessoas
pesso as adoravam
adoravam m uitas divindades pagãs. Mas
 Jó, na co
conn tra
tr a m ão de sua
su a cul
c ultu
tura
ra,, a n d a co
comm D eus
eu s no
meio
me io de uma geração pervertida e má. Ele conhece
o Deus vivo numa terra eivada de ídolos mortos.
Ele é íntegro no meiom eio de uma
um a sociedade rendidaren dida ao
pecado.
pecado . Ele é reto
reto no meio de um povo que capitu-
la diante da corrupção. Jó nos prova que o homem
não é produto do meio, como ensinava John Locke.
Não é o meio que faz faz o hom em,em , m as o hom em que
14
Um homem abençoado por Deus

influencia o meio. Não é o poder que corrompe; o


poder
pod er apenas revela
revela os corrompidos. Jó n os mostra
m ostra
que a graça de Deus não está confinada apenas a
uma raça ou a um povo.
 Jes
 Je s u s d eu su
suaa v id a para
pa ra com
co m p r ar com
co m o seu
sangue aqueles que procedem de toda tribo, raça,
povo, língu a e nação. A graça de Deus D eus floresce nos
lugares m ais desfavorávei
desfavoráveis.s. Jó, assim como Abraão
e Moisés, foi encontrado fiel no meio de uma ge-
ração infiel. Precisamos brilhar como luzeiros no
mundo. Precisamos ser como um Obadias Obad ias na cort
cortee
de Acab
Ac abee e como
como os santos na n a casa de César.
César.

 Jó,
 Jó, um homem
homem que
q ue associ
associava
ava
piedade com
com boa reputação
rep utação
 A p rim
ri m ei
eira
ra info
in form
rm açã
aç ã o q u e tem
te m os acer
ac erca
ca do
caráter de Jó Jó é que ele era
era um hom
ho m em ínte
íntegi
giO.
O. Isso
Isso
fala de seu caráter moral. Era um homem verda-
deiro intimamente. Não havia duplicidade nem
hipocrisia em Jó. Lamentavelmente há muitas
pessoas que ostentam uma santidade que não pos-
suem. Há muitos líderes que pregam sobre integri-
dade, mas vivem de forma vergonhosa. São anjos
em público e demônios na vida privada. Pregam
uma coisa e vivem outra. São verdadeiros atores.
Desempenham um papel muito diferente de sua
 vid
 v idaa .
 Jam
 Ja m e s Hunter,
Hun ter, em seu livro
livr o O monge e o exe-
cutivo, diz que o homem não é aquilo que ele fala,
mas aquilo que ele faz. Nossas obras precisam ser

15
AS TESES DE SATANÁS

o avalista de nossas palavras. Precisamos entender


que Deus está mais interessado em nosso caráter
do que em nosso
n osso trabalho. Vida com Deus precede
trabalho para Deus. Jó era inteiro. Foi íntegro na
riqueza e perman eceu íntegro
íntegro na pobreza. Fo
Foii ínte-
ínte-
gro quando estava honrado e permaneceu íntegro
quando
quan do estava no pó e na cinza. O caráter vem antes
da grandeza. Foi íntegro nos dias de celebração e
no vale m ais escuro da dor e provação. Passou pelo
teste
teste da prosp eridade
eridad e e pelo teste da adversidade.
No entanto, Jó era também verdadeiro exter-
namente. Diz a Escritura que ele era um homem
reto. A retidão é consequência da integridade.
Integridade
Integrid ade é aquilo que você é quando está e stá sozinho.
sozinho.
Retidão é aquilo que você á quandoqu ando está em público.
público.
 Você
 Vo cê é exa
e xata
tamm ente
en te aqui
aq uilo
lo que é em secret
sec reto.o. Por isso,
isso ,
moralidade
moralidad e pública sem piedade secreta secreta é como um
corpo sem alma. A retidão tem a ver ver com atosatos exter-
exter-
nos, enquanto a integridade, com valores internos.
 A v erd
er d ade
ad e no íntim
ín tim o co
cond
nduz
uz a uma
um a prát
pr áticicaa públ
pú blica
ica
de justiça. Porque Jó era um hom em íntegro que an-
dava com Deus, demonstrava sua retidão com suas
obras. Ele mesmo dá o seu testemunho: Eu era os
olhos do cego e os pés do aleijado. Era pai dos ne-
cessitados e examinava com dedicação a causa dos
desconhecidos (Jó 29.15,16).
Finalmente, Jó demonstrava um sólido ca-
ráter religioso. Primeiro, ele tinha uma devoção
positiva: “Ele era temente a Deus”. Aqui está o se-
gredo da integridade de Jó. Ninguém pode p ode ter uma
 vid
 v id a inte
in teri
rioo r sa
s a n ta s e m o te
t e m or de Deus
De us.. O s sant
sa ntos
os
temem a Deus porque ele perdoa; os pecadores,
16
Um homem abençoado por Deus
Deus

porque ele pune. O temor


temo r do
do Senhor
Sen hor é o princípio
princípio
da sabedoria. Ê grande freio contra o mal. É o fiel
da balança. Aqueles que tem
temem
em a Deus não temem
os homens. Aqueles que temem a Deus fogem do
pecado. Aqueles que temem a Deus deleitam-se
nele com santa reverência. Aqueles que temem a
Deus procuram agradá-lo não por causa do medo
da punição, m as pelo prazer da comunhão.
comunhão.
Segundo, Jó tinha uma devoção firme. Jó
decisivamente se opôs ao pecado. “Ele se desvia-
 va
 v a do m a l”.
l”. Jó não
nã o a p e n a s tin
ti n h a o tem
te m o r de Deus
De us,,
mas também odiava o pecado, fugia do pecado,
não transigia com o pecado. Não é suficiente ape-
nas não pecar; devemos odiar o pecado em todas
as suas formas. Devemos
Devem os fugir até até da aparência do
mal.

 Jó
 Jó, um homem
homem famili
fam iliarm
armente
ente
realizado
 Jó tin
ti n h a v ida
id a com
co m Deus
De us e con
co n stit
st itu
u iu u m a fa-
mília para Deus. Diz a Escritura:  Jó  J ó teve
tev e s et
etee f ilh
il h o s
três filh a s  (Jó 1.2). Os filhos são herança de Deus.
e três
Eles são dádivas do altíssimo. São como flechas na
mão do guerreiro. Jó encheu sua aljava dessas fie-
chas. Cada filho que nasciana scia era a renovação da espe-
rança em sua casa. Os hlhos são herança de Deus,
presentes do céu, a verdadeira riqueza dos pais, a
coroação do amo a morr conjugal.
conjugal.
 Jó teve
te ve o priv
pr ivil
ilég
égio
io de ser
se r um h o m em fecu
fe cund
ndo.
o.
Gerou sete filhos e três filhas. Deus o enriqueceu

17
AS TESES DE SATANÁS

com uma família numerosa, saudável e próspera.


Sua família era unida e abençoada. Os filhos de Jó
eram sua m aior fortuna, sua m ais preciosa riqueza, riqueza,
o fulcro
fulcro de seus mais acendrados
acend rados afetos. Jó dedicou de dicou
o melhor do seu tempo investindo em seus
filhos. Mesmo sendo um homem muito rico, não
permitiu
perm itiu que a sedução da riqueza riqueza tirasse dele suas
prioridades. Mesmo sendo um homem de sucesso,
 jam
 ja m a is perm
pe rm itiu
it iu que
qu e o suce
su cess ssoo rou
ro u b ass
as s e d ele
el e o
tempo sagrado com seus filhos. O sucesso é mais
perigoso do que o fracasso. Mais homens caem no
topo da pirâmide do que nos vales. Mais homens
naufragam
nau fragam na prosperidade
prosperida de do que na adversidade.
Mais homens
hom ens perdem
p erdem a fam
famíliíliaa por causa da riqueza
riqueza
do que por causa da pobreza. Nenhum sucesso
compensa o fracasso do casamento. Nenhum
sucesso compensa o naufrágio da família. Nenhum
sucesso compensa
com pensa relegar
re legar os filhos
filhos à própria sorte.
sorte.
Construir fortunas sobre os escombros da família
é uma loucura. Amealhar riquezas deixando para
trás os filhos feridos é uma insanidade. Granjear
fortunas e perder os filhos é a mais consuma consu mada da toli-
toli-
ce. Jó não agiu assim. Ele dedicou o melhor do seu
tempo e o melhor do seu coração para investir nos
filhos e mantê-los unidos e fiéis.
 A fam
fa m ília
íl ia é u m a dád
dá d iva
iv a de D eus.
eu s. O casa
ca samm en-
en -
to é uma instituição divina. Deus instituiu o casa-
mento para a felicidade do homem e da mulher.
 Viv
 V ivee r na solid
so lidãoão é um
u m a tris
tr iste
te real
re alid
idad
ade.
e. É cla
c laro
ro que
qu e
o casamento traz, também, angústia na alma (1Co
7). O casamento é um grande mistério. E a união
não de dois iguais, mas de dois diferentes. O sábio
18
Um homem abençoado por Deu
Deus
s

disse que havia coisas que o deixavam encantado,


mas o casamento
casamen to era para ele incompreensível (Pv
30.18,19). A criação de filhos é sempre
sempre uma
um a mistura
de alegrias e lágrimas, de dias iluminados de ceie-
bração e noites solitárias de gemidos.
 A fam
fa m ília
íl ia é o cen
ce n ário
ár io onde
on de cois
co isas
as estr
es tran
anhh as
acontecem. Não é natural um pai e uma mãe en-
terrarem seus filhos. Mas isso acontece. Meus pais
quase chegaram à loucura quando tiveram que
sepultar meu irmão, assassinado com 27 anos, na
plenitude de seu vigor. Na família, alguns, inexpli-
cavelmente, furam a fila, e isso provoca uma dor
insuportável. É uma doença súbita, um aciden-
te trágico, um assalto inesperado, um assassina-
to cruel. Jó precisou sepultar seus dez filhos num
único dia. A nuvem escura de uma tristeza indes-
critível tomou conta de sua vida. Uma dor sem li-
mites invadiu seu coração. O choro amargo foi seu
alimento, e as cinzas foram o seu único bálsamo.

 Jó
 Jó, um homem financeiram
financeiramente
ente
realizado
 Jó era o m aio
ai o r empr
em pres
esár
ário
io rura
ru rall de seu tem
te m po
po,,
o homem
hom em mais rico
rico de sua geração no Oriente. Toda
a sua fortuna é descrita detalhadamente: Possuía
sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas jun-
tas de bois e quinhentas jumentas. Tinha também
muitos servos que trabalhavam para ele, de modo
que era o homem mais rico de todos os do Oriente
(jó 1.3). A vida de Jó refuta a ideia de que pessoas
ricas não podem ser piedosas. A riqueza não é um
:9
AS TESES DE SATANÁS

pecado, nem a pobreza é uma virtude. A riqueza


quando honestamente adquirida é uma bênção. Ê
Deus quem fortalece as nossas mãos para adqui-
rirmos
rirmos riquezas. Riquezas e glórias
glórias vêm do próprio
próprio
Deus.
 A riq
ri q u e z a de Jó n ã o s edu
ed u ziu
zi u seu
se u cora
co raçã
çãoo n em
ofuscou seus olhos. A riqueza de Jó não dividiu a
devoção de seu coração n em apagou a pagou o fervor de sua
alma. A riqueza vinha de Deus, e ele sabia que seu
amor deveria ser endereçado a Deus, e não às dá-
divas de Deus. Jó tinha claro em sua mente que o
abençoado
aben çoadorr é melhor do que a bênção e que o doa-
dor é m elhor
elho r do que suas dádivas.
 A riq
ri q u eza
ez a po
pod d e ser
se r u m a b ê n ção
çã o ou umaum a m al-al -
dição. A riqueza que vem de Deus como fruto do
trabalho honrado é uma bênção, pois o rico não
considera seus bens apenas como uma proprieda-
de particular para ser usufruída, mas vê-se como
mordom
mo rdomoo de Deus, administrando
adm inistrando o alheio, otimi-
zando os recursos que gerencia para abençoar ou-
tras pessoas. Quando o homem entende que tudo
 vem
 ve m de D eus eu s e tud
tu d o p erte
er tenn ce a Deus
De us,, n ão tem
te m di-
ficuldade de colocar esse tudo nas mãos de Deus.
O hom em não troux trouxee nada para est estee mundo, nem
 va
 v a i leva
le varr n ada
ad a dele.
de le. Port
Po rtan
anto
to,, p rec
re c isa
is a com
co m p ree
re e n d e r
o mistério do pobre e o ministério do rico. É Deus
quem
que m faz fa z o rico
rico e o pobre. O pobre deve de ve ser socor-
socor-
rido pelo rico, e o rico deve abençoar o pobre, a fim
de que haja po r parte parte do pobre gratidão pela gene-
rosidade
rosid ade do rico e por parte do rico a alegria de dar, dar,
pois mais bem-aventurado é dar que receber.

20
Um homem abençoado por Deu
Deus
s

 A riqu
ri quez
ezaa ad
a d q u irid
ir idaa pel
p elo
o exp
e xp e d ie
ienn te da opr
o pres
es--
são,
são, do suborno,
suborn o, da d a corrupção e da violên vio lência
cia torna-
-se uma maldição consumada. Construir impérios
econômicos, arrebatando o direito do inocente,
saqueando a casa do pobre, oprimindo o órfão e
a viúva, é lavrar para si mesmo uma sentença de
morte, é colocar laço para os próprios pés e cavar a
própria sepultura. Deus é o reto juiz, e ele é o gran-
de defensor dos inde fesos e inocentes.
inocentes. Aqueles
Aq ueles que
m aquinam
aquin am o mal para arrebatar os os bens dos pobres
e que m aquinam
aqu inam de noite projetos iníquos iníquo s e logo
logo ao
ao
amanhecer já os colocam em prática porque têm o
poder nas mãos, mesmo acumulando bens e bens,
riquezas e mais riquezas, não usufruirão no sen-
tido pleno desses haveres. Comerão, mas não se
fartarão; vestirão,
v estirão, mas não se aquecerão. Buscarão Buscarão
aventuras, as mais extravagantes, e não encontra-
rão nesses banquetes
banqu etes dos prazeres a satisfação para para
sua alma.
 Jó tinh
ti nhaa p le
lenn a con
co n v icçã
ic ção
o de que
qu e D eu
euss havi
ha viaa
cercado sua vida e sua família com uma muralha
de proteção. Ele tinha certeza de que seus bens
haviam se multiplicado na terra não apenas por
causa de seu tirocínio administrativo, mas, sobre-
tudo, porque Deus havia abençoado a obra de suas
mãos. Por iss isso,
o, Jó era um hom em generoso. Sua de-
 vo
 v o ção
çã o a D eu
euss le
levo
vouu -o a se
serr u m h o m e m de cora
co raçã
çãoo
aberto, casa aberta e bolso aberto para ajudar os
necessitados.
O texto bíblico deixa claro que Jó não era ape-
nas um homem rico, mas o mais rico de sua gera-
ção no Oriente: ...de modo que era o homem mais
21
AS TESES DE SATANÁS

rico de todos do oriente   (Jó 1.3). jó superava todos


os seus concorrentes. Ninguém se comparava a ele
no que concernia à prosperidade financeira e à
piedade pessoal. Jó era um homem realizado em
sua vida financeira, em sua vida familiar e em seu
relacionamento com Deus.

 jó,
 jó, um pai que inv
inves
esti
tiu
u no
relacionamento dos filhos, plantando
neles a semente da amizade
Os filhos não são naturalmente unidos. Para
ter uma fam ília unida, é preciso pagar pa gar um alto preço.
preço.
Não é pelo fato de os irmãos terem os mesmos pais,
o mesmo sangue e o mesmo sobrenome que eles
são unidos. A amizade entre os irmãos é um traba-
lho árduo e perseverante dos pais. pais. Jó era um homem
hom em
próspero e feliz. Mas a maior riqueza dele era a sua
família. No mundo oriental, ter uma família gram
de ainda hoje é sinal da bênção de Deus. Os filhos
eram como flechas na mão do guerreiro. Os filhos
são carregados
carregad os pelos pais, são lançado
lan çadoss rumo ao alvo
alvo
certo,
certo, e se
se tornam os defenso
d efensores
res dos pais. Os pais in
 vest
 ve stem
em no
noss filhos,
filhos , e dep
d epoi
oiss rece
re cebe
bemm o reto
re torn
rnoo desse
de sse
investimento. Os pais semeiam na vida dos filhos,
e mais tarde os filhos semeiam na vida dos pais. Os
pais protegem os filhos
filhos quando são pequenos,
pequen os, e de-
de-
pois os filhos protegem os pais quando estes colo-
cam os pés na geografia da velhice.
velhice.
Não apenas Jó era um homem feliz, mas
os seus filhos também tinham famílias felizes.

22
Um homem abençoado por Deu
Deus
s

 Vej
 V ejam
amos
os o regi
re gist
stro
ro bíb
bí b lico
li co:: Seus filhos visitavam
uns aos outros , e cada  vez um deles fazi fa zia
a um ban-
quete e mandava convidar suas três irmãs para
comerem e beberem com eles   (Jó 1.4). Precisamos
aprender a celebrar como família. Precisamos cul-
tivar a amizade na família. Os irmãos precisam ser
amigos, amáveis e carinhosos uns com os outros.
Nada m ais alegra o coração
coração dos pais do que ver que
seus filhos andam na verdade e cultivam o amor.
 A p ater
at ern
n ida
id a d e é um
u m a das
d as m issõ
is sões
es m ais
ai s n ob
obre
ress
e também mais árduas. Muitos homens conquis-
taram grandes vitórias fora dos portões, mas não
lograram êxito dentro de casa. casa. Muitos homens
hom ens gran-
 jea
 je a ram
ra m fort
fo rtun
unas
as e con
co n q u ista
is tara
ramm m uita
ui tass m edal
ed alh
h as
de honra ao mérito, mas não alcançaram sucesso
com seus filho
filhos.
s. Mesmo na casa casa de homens
hom ens de Deus
como Abraão, Isaque, Jacó, Eli, Davi e Ezequias a
crise se instalou,
instalou, e seus filhos não tiveram um bom
relacionamento
relacionamen to com Deus nem uns com com os outrooutros.
s.
O sucesso familiar não é uma loteria, mas um tra-
balho árduo. Não é casual, mas intencional. Não é
resultado do acaso, mas de um propósito delibera-
do. Nesse campo, de igual forma, não há colheita
feliz
feliz sem sem eadura com lágrimas. lágrimas.
Os filhos de jó aprenderam a celebrar juntos
em vez de se engalfinhar em brigas e contendas. É
sabido que o dinheiro não une; divide. O dinhei-
ro não aproxima; separa. O dinheiro não tem liga.
Quanto mais rica é uma um a família, mais ma is os filhos
filhos têm
a tendência de se afastar uns dos outros. Os filhos
de Jó tinham tempo para estar juntos. Eles festeja-
 va
 v a m seus
se us a n iver
iv ersá
sári
rioo s jun
ju n tos.
to s. Eles
El es conv
co nvid
idav
avam
am uns
un s
23
AS TESES DE SATANÁS

aos outros. Eles eram unidos. Eles se amavam. Mas


essa união foi fruto do investimento de Jó. A união
dos filhos foi fruto da criação que Jó deu a eles. Jó
tinha tempo para os filhos. Ele costurou o vínculo
do amor
amo r que manteve
man teve os filhos unidos.
unidos.
Qual foi o processo
processo usado por Jó para man ter
seus filhos unidos? Foi colocá-los perto de Deus. Jó
orava pelos seus filhos, fazia holocaustos em favor
deles e exortava os filhos a não pecarem contra
Deus. Quando temos um relacionamento correto
com Deus, então temos um relacionamento corre-
to com as pessoas. Não podemos amar a Deus, a
quem não
n ão vemos, se não am amos
am os o nosso
nosso próximo,
próximo,
a quem vemos. Quando cultivamos um relaciona-
mento vertical, pavimentamos ao mesmo tempo
um relacionamento horizontal. Quanto mais
perto de Deus andarmos, mais perto das pessoas
estaremos.

 Jó
 Jó, um pai que exer
exerce
ceuu plenamente
plenam ente
o sacerdócio em seu lar
Para costurar a união dos filhos, Jó colocou-
-se na brecha em favor deles. Lutou não apenas
para dar-lhes prosperidade e valores morais, mas,
sobretudo, batalhou para vê-los caminhando no
temor do Senhor. Jó não era apenas um conselhei-
ro,
ro, mas
m as também
tam bém um
u m intercess
intercessor.
or. Vejamos
Vejamo s o registro
bíblico: Passado o períod o dos banquetes,
banquetes, Jó os cha-
mavapara os santificar. Levantava-se de madruga-
da e oferecia sacrifícios de acordo com o número
de todos eles; pois Jó pensava: Talvez meus filhos

24
Um homem abençoado por Deu
Deus
s

tenham pecado e blasfemado contra Deus no cora-


çã o. E era assim que Jó procedia   (Jó 1.5). Algumas
ção
 verd
 ve rdaa d es d evem
ev em ser
se r des
d esta
taca
cadd a s:
Em primeiro lugar,  Jó  J ó s e p reo
re o c u p a va com
co m a
salvação dos filhos . Diz o texto que Jó oferecia sa-
crifícios de acordo com o número de todos eles.  Jó,
semelhante a Abraão, tinha um altar em sua casa.
Ele sabia que seus filhos precisavam estar debaixo
do sangue. Jó sabia que não há remissão rem issão de pecados
sem derramamento de sangue. Jó não descansava
enquanto não oferecia o sacrifício em favor dos fi-
lhos. Seus filhos estão debaixo do sangue? Seus fi-
lhos estão dentro da arca da salvação? Seus filhos
estão cobertos pelo sangue do Cordeiro?
É importante
imp ortante lutarm os para oferecer aos nos-
sos filhos a melhor educação. É saudável oferecer
aos filhos o melhor desta vida. Contudo, a coisa
mais importante que podemos dar para os nossos
filhos é o conhecimento de Deus. O sucesso dos
nossos filhos será consumado fracasso se eles não
conhecerem Deus. As conquistas dos nossos filhos
serão troféus de palha se eles não forem remidos
pelo Senhor. As vitórias dos nossos filhos terão um
sabor
sabo r amargo
am argo se eles não forem servos do altíssimo. altíssimo.
Eles podem receber todas as honras da terra, mas,
se eles não forem cidadãos dos céus, nada disso
aproveitará.
 A B íbli
íb liaa n os fala
fa la de Ló. Ele foi
fo i s edu
ed u zid
zi d o pela
pe lass
campinas verdejantes de Sodoma e Gomorra.
Ele foi armando suas tendas por aquelas bandas,
mesm o sabendo
sabend o que aquelas cidades eram ímpias e

25
AS TESES DE SATANÁS

perversas. Ele amou mais o dinheiro que às suas fi-


lhas.
lhas. Ele levou a sua famíli
fam íliaa para Sodom
S odom a e lá perdeu
tudo que tinha e arruinou a sua família. Nenhum
sucesso compensa o fracasso espiritual dos seus fi-
lhos. O que adianta você ganhar o mundo inteiro e
perder a sua fam íli
ília?
a?
 A B íb
íbli
liaa n os fala
fa la de Eli. Ele era u m sa sace
cerd
rdot
otee
e juiz de Israel. Ele vivia resolvendo os problemas
dos outros. Vivia
Viv ia aconselha
acon selhand ndo o os filhos
filhos dos outros.
outros.
Mas ele não cuidou dos próprios filhos. Ele não
tinha tempo para os filhos. Ele não disciplinou os
seus filhos. E seus filhos cresceram dentro da igre-
 ja,
 ja , m as com
co m o filh
fil h os de Beli
Be lial
al.. Eles
El es m o rre
rr e ram
ra m na im-
piedade, porque Eli, embora um sacerdote, jamais
se preocupou verdadeiramente com a salvação dos
seus filhos.
filhos. O Salmo 78 nos desafia a ganharm os os
nossos filhos para Deus. Os nossos filhos precisam
ser mais filhos de Deus do que nossos. Quando de-
dicamos nossos filhos a Deus, então os temos para
sempre.
Devemos agir como a águia. Essa rainha dos
ares tem um cuidado especial com os filhotes.
Ela toma várias atitudes em relação aos filhotes.
Primeiro, coloca o ninho deles no alto dos roche-
dos, longe dos predadores. Há muitos predadores
que ameaçam as crianças, os adolescentes e os jo-
 ven
 v enss hoje.
ho je. Há p erig
er igo
o s n as es
esco
cola
las,
s, n as ruas
ru as,, nas
amizades, nos namoros, na internet. Muitos filhos
têm sido detonados por causa desses predadores.
Muitos jovens têm sido arrastados para o pântano
do vício por causa da sedução mortal desses pre-
dadores. O rei Davi não colocou o ninho de seus
26
Um homem abençoado por Deus
Deus

 íilhos
 íilh os n os lu
luga
gare
ress altos
alt os.. Dava
Da va a eles
el es rico
ri coss pres
pr esen
ente
tes,
s,
mas não sua presença. Fez deles seus ministros de
Estado, mas não tinha diálogo com eles. Sua famí-
lia foi profundamente ferida porque seus filhos não
foram colocados nos altos refúgios.
Segundo, quando os filhotes já estão grandes,
aptos para voar, a águia voeja sobre o ninho para
dar-lhes exemplo e inspiração. Os pais precisam ser
modelo para os filhos. Os pais não educam os filhos
apenas
apen as com palavras, mas, m as, sobretudo, com exemplo.
exemplo.
 Alb
 A lber
ertt Schw
Sc hwei
eitze
tzerr diss
d issee que
qu e o exem
ex empl plo
o não
nã o é apen
ap enas
as
uma forma de ensinar, mas a única forma eficaz de
fazê-lo. Quando
Q uando os filhotes se se acomo
aco modamdam no confor-
to do
do ninho
n inho e não se lançam no espaço a despeito despeito de
 já es
esta
tare
rem
m aptos
ap tos para
pa ra isso, a águi
ág uiaa tom
to m a uma
um a m ededi-
i-
da radical,
radical, como veremo
ver emoss a segui
seguir.
r. Aqueles
Aque les pais que
mantêm os filhos no ninho cálido da imaturidade,
superprotegendo-os, não trabalham por eles, mas
contra eles. Não criamos os nossos filhos para nós;
preparamo-los para a vida.
Terceiro, a águia com suas possantes garras,
arranca os filhotes do ninho e os lança no espaço
desde as alturas. Por nunca terem voado, esses filho-
tes caem vertiginosam ente, dando cambalhotas
camb alhotas no
ar. A águia deixa os filhos passarem por essa assus-
tadora experiência. Contudo, antes de eles serem
esmagados no chão, ela estende sob eles suas po-
tentes asas, leva-os novamente para as alturas e de
lá os lança outra vez. A águia faz isso várias vezes,
até que os filhotes
filhotes apren dam a voar
voa r sozinhos.
sozinhos. Duas
coisas a águia faz com os filhotes: disciplina e dis-
cipula. Ela não os poupa nem desiste deles. Assim
27
AS TESES DE SATANÁS

devemos agir como pais. Os pais nunca podem


desistir de seus filhos. Mesmo quando seus filhos
erram, os pais precisam perdoá-los.
Fiquei profundamente comovido quando li a
história de um garoto que morava no Rio de Janeiro,
filho de um pai militar, que estudava numa escola
muito rigorosa. Um dia, esse menino foi apanha-
do pelo professor de geografia numa tentativa de
colar numa prova. O professor tomou-lhe a prova
e deu-lhe zero. A direção da escola chamou os pais
e expôs a situação. O menino ficou muito enver-
gonhado com o fato e, no caminho de volta para
casa, tentou conversar com os pais para explicar
a situação. Os pais, revoltados e envergonhados
com sua atitude, não quiserem ouvi-lo. Passaram-
-se sete dias, e o menino não conseguiu restabele-
cer a comunicação com os pais para explicar-lhes
o ocorrido. O garoto, mergulhado em sua tristeza
profunda, percebeu que não tinha sequer o direito
de abrir o coração para os pais e defender sua ino-
cência no ocorrido. No final da semana seguinte,
os pais saíram de casa para ir ao superm ercado,
ercado , e o
garoto pegou um papel e uma caneta e começou a
escrever uma carta para os pais, dizendo: “Papai e
mamãe
ma mãe,, estou muito
m uito triste.
triste. E a minha
minh a maior
maio r triste-
triste-
za foi
foi não ter tido o direito
direito de olhar nos seus olhos
e dizer que o meu professor se equivocou. Eu sou
inocente. Eu não estava colando na prova. A dor
de não poder me defender esmagou minha alma.
Perdoem-me. Eu não consegui superar isso". O me-
nino, então, pegou o revólver do pai que estava no
quarto e deu um tiro na cabeça, ceifando a própria

28
Um homem abençoad o por Deus
Deus

 vida
 vi da.. Q uan
ua n do os p ais
ai s ch
cheg
egar
aram
am , o m enin
en ino
o esta
es tava
va
caído
caído numa
n uma poça
p oça de sangue,
sangue, com o revólver numa
mão e a carta na outra. Esse fato dramático ensi-
na-nos que nunca podem pod emos os fechar os canais de coco-
municação com os nossos filhos. Nunca podemos
desistir de investir em nossos filhos. Nunca pode-
mos deixar
d eixar de ouvir nossos filhos.
filhos. Nunca podem
po demosos
desistir de nossos filhos!
Em segundo lugar,  Jó  J ó se preocupava com
a santificação dos seus filhos.  O texto bíblico é
 J ó chamava  [seus filhos]
claro:  Jó  filh os] para
par a os santificar.
santificar.
 Jó exer
ex erci
ciaa forte
fo rte in
infl
flu
u ê n cia
ci a sobr
so bree a v ida
id a dos
do s filhos.
filh os.
Ele os chamava. Jó era proativo. Não esperava ser
acionado. Ele tomava a iniciativa. Jó tinha tempo
para os filhos. Ele não substituía presença por pre-
sentes. Ele os chamava, os santificava e investia na
 vid
 v id a e spir
sp irit
ituu al dos
do s filho
fil hos.
s.
 A B íblia
íb lia no
noss e n sin
si n a a não
nã o p rov
ro v o car
ca r os n osso
os soss
filhos à ira, mas criá-los na admoestação e na dis-
ciplina do Senhor. A Bíblia nos exorta a não irri-
tarmos os nossos filhos para que eles não fiquem
desanimados. A Bíblia nos diz que devemos guar-
dar a Palavra em nosso coração e inculcá-la na
mente
men te dos nossos filhos. A B íblia nos ensina a lide-
rar a nossa família nessa grande aventuraave ntura de servir
a Deus. Foi essa a grande decisão de Josué, ao ver
que a geração que tinha entrado na terra prometi-
da estava abandonando a Deus. Ele foi incisivo: Eu
e a minha casa cultuaremos o S enhor e nhor  (Js 24.15).
Pai, você tem santificado os seus filhos? Tem lido a
Bíblia com eles? Tem feito o culto doméstico com
eles? Tem chamado seus filhos para falar com eles
29
Um homem abençoado por Deu
Deus
s

mas não fazem nenhum investimento na vida


espiritual deles.
Em quarto lugar,  Jó  J ó se colo
co loca
cava
va na brec
br echa
ha em
 fa
 f a v o r do
doss fil
f ilh
h o s com
co m o um interc
int ercess
essor.
or.  Jó orava por
todos os seus filhos. Orava em favor de cada um
deles, colocando diante de Deus especificamente
a necessidade de cada filho. Cada filho tinha uma
necessidade, um problema diferente, um tempe-
ramento diferente, uma causa diferente. Cada um
tinha tentações diferentes, provas diferentes, ne-
cessidades diferentes.
diferentes. Precisamos aprender
aprend er a colo-
colo-
car no altar de Deus os nossos filhos e suas causas.
Precisamos como Ana devolver os nossos filhos
para Deus a fim de que eles realizem os sonhos
de Deus, e não simplesmente os nossos sonhos.
Precisamos, como os pais de Sansão, orar pelos
nossos filhos
filhos antes mesmome smo de eles nascerem. Jó
orava de madruga
mad rugada da pelos filhos. Certam ente Jó Jó era
um homem com uma agenda disputadíssima. Por
ser o homem mais rico da sua região, tinha muitos
negócios, muitos compromissos, muitos emprega-
dos para gerenciar. Sua agenda era congestionada
com muitos afazeres. Mas o melhor do seu tempo
era dedicado para interceder pelos filhos. Ele gas-
tava o melho r do seu seu tempo
temp o na brecha
b recha em favor dos
filhos.
Quando os pais se colocam de joelhos diante
de Deus
De us em favor dos filhos,
filhos, Deus
Deu s coloca os filhos de
pé. Muitos
M uitos homens e mulheres
mu lheres levantados por Deus
para serem vasos de honra em suas mãos foram re-
sultado da oração de seus pais. Aurélio Agostinho,
o maior expoente da Igreja nos séculos quarto e
3t
AS TESES DE SATANÁS

quinto, foi fruto da oração de sua mãe. MônicaMôn ica orou


trinta anos por Agostinho. Mesmo sendo ele um
hom em devasso, Mônica
Môn ica nunca desistiu
desistiu de chorar
chorar e
clamar
clam ar a Deus em favor de seu filho.
filho. Depois de trinta
anos de lágrimas de sua mãe, Deus converteu o co-
ração de Agostinho
Agostinh o e levantou-o como o maior m aior teó-
logo e pregador de sua geração. Ambrósio, um pai
da Igreja,
Igreja, disse mais tarde: “Um filho de tantas lágri-
mas jamais podería perecer”
perec er”.. Tim Cimbala, pastor pastor
da Igreja Batista do Brooklyn, em Nova York, orou
incessantemente pela sua filha primogênita. Essa
 jove
 jo vem
m aban
ab ando
dono
nou
u Deus,
Deu s, a igreja,
igreja , a fam
fa m íli
íliaa e m er-
gulhou na escuridão do mundo. Seu pai chorou por
ela. Clamou aos céus em seu favor. Até que Deus a
trouxe de volta, quebrantada, transformada, salva.
Os pais nunca
nunc a podem
pod em desistir
desistir de seus filhos
filhos..
Eu sou fruto dada oração de minha mãe. Quando
ela estava grávida,
grávida, caiu gravemente enferma.
enferm a. O mé-
dico, com o argumento de que eu jamais poderia
sobreviver, pois estava em agonia de morte, reco-
m endou
end ou que eu fosse abortado. Chegou a dizer que, que,
se ela prosseguisse com a gravidez, morreríam o
filho e a mãe. Em vez de aceitar a decretação da der-der-
rota, sabendo
sab endo que a última
últim a palavra é a do Deus vivo
vivo,,
minha
minh a mãe
mã e fez um voto a Deus, dizendo: “Se tu pou-
pares minha vida e a vida do meu filho, consagrá-
-10-ei a ti,
ti, para que
q ue ele seja um pastor,
pastor, um pregador
pregado r
da tua Palavra”. Deus ouviu a oração da minha mãe,
e eu nasci. No tempo oportuno, Deus me chamou
para o ministério da Palavra, e hoje reconheço que
sou o que sou pela graça de Deus, porque o Todo-
-poderoso ouviu a oração
oração de minha mãe.

32
Um homem abençoado por Deu
Deus
s

Contudo,  Jó J ó não


nã o a p en enaa s orav
or ava a p e lo s seus
se us
 filh
 fil h o s, m a s orav
or ava a p e rse
rs e v e ra n t e m e n t e  por eles. Jó
era um homem de oração, um pai intercessor. Ele
era o sacerdote do seu lar. Ele acreditava que seus
filhos dependiam mais da bênção de Deus do que
do dinheiro. Seus filhos eram ricos, mas careciam
de Deus. Seus filhos tinham tudo, mas dependiam
de Deus. O tudo sem Deus é nada. O sucesso sem
Deus é fracasso. A maior necessidade dos filhos
não é de coisas; é de Deus. Não é de conforto; é de
Deus. Não é de bênçãos; á do abençoador. Jó não
abria mão de ver seus filhos aos pés do Senhor. Senhor. Por
isso, não desistia de orar por eles.
Finalmente, Jó orava pelos seus filhos mesmo
depois que eles já estavam adultos, tendo cada um
a própria casa. O ministério de Jó não terminou
após o crescimen to dos filhos. Todos já estavam em
suas casas, mas Jó continuava
con tinuava velando
veland o pela
p ela vida es-
piritual deles. Embora os seus filhos não estejam
mais debaixo do abrigo do seu teto, mantenha-os
debaixo do abrigo de suas orações. N unca abra mão
de colocar seus filhos no altar de Deus. Seus filhos
são filhos da promessa. Eles são herança de Deus.
 Você
 Vo cê não
nã o gero
ge rou
u filh
fi lhos
os para
pa ra a m orte
or te.. Seja
Se ja u m repa-
rep a-
rador de brechas, a fim de que seus filhos possam
reparar os fundam
fun damentos
entos desta gera
geração
ção..

33
Capítulo 2

U m h o m e m p ro v a d o
O M Â PERMISSÃO DE
C OM DEUS

1.1-6 descreve a grandeza de Jó. A partir


daí, descreve a provação de Jó. A cena
muda radicalmente no capítulo 1, versí-
culo 6. Sai da terra para as regiões celestes. Da reu-
nião dos filhos de Jó e de Jó com os filhos para a
reunião de Deus com seus filhos. A cena muda do
andar de baixo para o andar de cima. Do cenário
terreno para
pa ra o cenário celestial.
celestial.
Francis Schaeffer, considerado o maior in-
térprete do cristianismo do século 20, comparou
a vida como uma casa de dois andares. No andar
de baixo, onde vivemos, as coisas estão claras aos
nossos olhos. É o lugar onde vemos, ouvimos,
falamos, tocamos, sentimos. Aqui nascemos, vi-
 vem
 ve m o s e m o rrem
rr emoo s. O a n d a r de cim
ci m a, c h a m a d o
de regiões celestes, é um lugar real, porém invi-
sível para nós. Nesse andar de cima vivem anjos
de Deus e demônios
dem ônios pervertidos. Há uma espécie
de interatividade entre o andar de cima e o andar
AS TESES DE SATANÁS

de baixo. Muitas vezes somos tentados e acusa-


dos pelos demônios, e outras tantas vezes somos
proteg idos e guardados pelos anjos de Deus. Se os
demônios, capitaneados por Satanás, não descan-
sam, não dormem nem tiram férias, os anjos de
Deus são espíritos m inistradores em favor dos que
herdam
herd am a salvação
salvação..

As teses de Satanás

Esse episódio relatado aqui em Jó 1.6-12 fala


de um a reunião de D eus com os seus filhos, talvez
os anjos, muito provavelmente nas regiões ceies-
tes. Nessa reunião aparece Satanás, o adversário.
E o próprio Deus toma a iniciativa da conversa,
perguntando a Satanás: De onde vens?   Satanás
responde: De rodear a terra e de passear por ela.
Satanás é um inveterado turista. Ele está por aí,
percorrendo a terra, vasculhando a vida das pes-
soas, armando laços para os pés de uns e insti-
gando ou tros à queda. Satanás n ão tira tira férias nem
tem dias de folga. Ele está 24 horas por dia no ar,
 viv
 v ivo
o e ativ
at ivo
o do p la
lann e ta Te
Terr
rra,
a, com
co m o u m le
leãã o que
qu e
ruge, buscando uma oportunidade para devorar
suas presas.
Deus, então, cutuca-o novamente, pergun-
tando: Observaste o meu servo Jó? Ê um homem
 ínte
 ín tegr
groo e corr
co rret
eto,
o, que
qu e tem
te m e a D e u s e se d e svia
sv ia
do mal.  Satanás podería ter respondido: "Bem,
esse ainda não observei. Não tive tempo ainda
de examinar a vida dele. Estou ocupando com
outras prioridades”. Mas não foi essa a resposta

36
Um homem provado com a permis
permissã
são
o de Deus
Deus

de Satanás. Antes, ele disse: “Também pudera!


Porventura Jó inutilmente serve a Deus? Tu tens
abençoado a vida desse homem. É um indivíduo
rico e poderoso. Tudo em que esse homem põe
a mão vira dinheiro. Tu cercaste a vida dele com
uma cerca viva, abenço ab ençoaste
aste as obras de suas mãos.
Desse jeito,
jeito, qualquer
qua lquer pessoa
pes soa serviria a ti”.
ti”. Satanás
é um ser rebelde e maligno. Por isso vê tudo de
forma distorcida. Olha para Deus e para os ho-
mens projetando sua maldade. Satanás suspeita
de Deus e também de Jó. Levanta dúvidas a res-
peito de Deus e também de Jó. Lança suas setas
 ve
 v e n e n o sas
sa s con
co n tra
tr a D eus
eu s e tam
ta m b é m con
co n tra
tr a Jó.
J ó.
Satanás está aqui insinuando duas coisas:
primeiro, que Deus precisa subornar as pessoas
com
com bênção
b ênçãoss para receber delas adoração. Satanás
está dizendo que Deus não é honesto. Que Deus
precisa comprar o louvor louvor dos hom ho m ens oferecendo-
-lhes
-lhes bênçãos
bên çãos especiais. Satanás se levanta levanta contra
o caráter de Deus, acusa-o e questiona suas moti-
 va
 v a çõe
çõ e s. Segu
Se gun
n d o, que
qu e Jó só serv
se rvee a D eus
eu s p o r inte
in te--
resse.
resse. Satanás está insinuando
insinuand o que Jó também tamb ém não
é honesto. Está afirmafirm ando
and o que a devoção
devoçã o de Jó não
passa de uma barganha com Deus. Satanás acusa
 Jó de serse r um u tili
ti lita
tari
riss ta que
qu e se a p rox
ro x ima
im a de D eus
eu s
não por quem é Deus, mas por aquilo que Deus
dá.
dá. Na verdade, SatanásSataná s está defendend
defend endoo a tese de
que todo
todo m undo serve serve a Deus
D eus por algum interesse
interesse
egoísta. Sendo assim, destacaremos, aqui, a pri-
meira tese de Satanás.

37
AS TESES DE SATANÁS

 primeira tese de Satanás:


Ninguém ama mais a Deus do que
ao dinheiro
 A p rim
ri m e ira
ir a tese
te se de Sata
Sa tan
n ás é que
qu e n ingu
in guém
ém
ama m ais a Deus do que ao dinheiro. D iante do alto alto
elogio de Deus a Jó: Observaste o meu servo Jó ? Na
terra não há ninguém como ele. É um homem ínte-
 gro
 gr o e corr
c orreto
eto,, que
qu e teme
tem e a D eus
eu s e se
s e desv
de svia
ia do m a l  (Jó
  (Jó
1.8),
1.8), o argum ento do Adversá
Ad versário
rio é o de que jó só era
era
devoto porque era abençoado. No seu ataque im-
placável,
placável, Satanás suspeita dos verdadeiros motivos
fidelida de de Jó: Será que
da fidelidade q ue Jó teme
teme a Deus sem in-
in-
tenções?  (Jó
  (Jó 1.9). A acusação de Satanás reduz Jó a
um homem egoísta, avarento, ganancioso, que faz
da religi
religião
ão apenas
ap enas um a plataform a para se enrique-
cer. Depois de assacar contra Jó seus libelos acu-
satórios, Satanás volta suas baterias contra Deus e
diz: Por acaso, tu não o tens protegido de todos os
modos, a ele, sua família e tudo que ele tem? Tu tens
abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens se
multiplicam sobre a terra   (Jó 1.10). Satanás está in-
sinuando que ninguém adora a Deus por motivos
puros, m as sempre por algum interesse ou retorno retorno
financei
financeiro.
ro. A espiritualidade não passa de um meio
para alcançar favores imediatos. O relacionamen-
to com Deus é apenas uma forma mais rápida para
enriquecer. O dinheiro é o grande vetor da espiri-
tualidade. Satanás dá sua cartada final, quando diz
a Deus:  Ma
 M a s este
es ten
n d e a m ão agor
ag oraa e toca
toc a em tudo
tud o
que ele tem, e ele blasfemará contra ti na tua face
(Jó 1.11). Satanás imaginou que todos os seres são

38
Um homem provad o com a permis
permissã
são
o de Deus
Deus

corrompidos e egoístas como ele. Acusou Jó de ser


interesseiro e acusou Deus de comprar adoração
com a moeda da bênção. Satanás está insinuando
que ninguém adora a Deus honestamente. Que
ninguém
ningu ém serve a Deus com motivações puras. puras. Está
Está
declarando que religião é um negócio, uma barga-
nha, um jogo de interesses. Deus abençoa você, e
 você
 vo cê serv
se rvee a Deus
De us.. D eus
eu s cum
cu m u la v oc
ocêê de coisa
coi sas,
s, e
 você
 vo cê o ador
ad ora.
a. D eus
eu s dá pro
pr o sper
sp erid
idad
ade,
e, e v oc
ocêê se
s e dedi-
ded i-
ca a ele. O centro de tudo, porém, não é Deus, mas
 você
 vo cê m esm
es m o.
Esse tipo de teologia de que as pessoas bus-
cam a Deus por prosper
pro speridad
idadee financeira, e não pelo
caráter santo de Deus, tem sua origem em Satanás.
Muitos hoje estão trocando Deus por Mamom.
Procuram Deus para adquirir riquezas, e não para
receber a vida eterna. Querem construir impérios
neste mundo em vez de receber uma herança in-
corruptível no céu
céu.. Querem levantar
levan tar monumentos
monumen tos
para si mesmos neste mundo em vez de se ale-
grar por terem seu nome escrito no Livro da Vida.
 Am
 A m a m o mun
m undo
do e as co
cois
isas
as que
qu e há
h á no m u ndo,
nd o, e não
nã o
a Deus e ao seu reino.
Satanás insolentemente diz a Deus: ... toca
em tudo que ele tem, e ele blasfemará contra ti na
tua fa c e (Jó 1.11).
1.11). A tese de Satanás é que as pessoas
só servem a Deus por interesse e que ninguém ama
a Deus mais do que ao dinheiro. Jó não era apenas
um homem rico, mas o mais rico do Oriente (Jó
1.3). Era o maior empresário rural do seu tempo.
Tinha muitas terras, muitos camelos, muitas jun-
tas de bois, muitos jumentos, muitos servos a seu
39
AS TESES DE SATANÁS

serviço. Jó era um grande empreendedor, um gran-


de administrador, um grande empresário. Sua for-
tuna
tun a era colossal, e sua fama era notória.
Diante da acusação de Satanás, Deus lhe per-
mite tocar nos bens de Jó: Então o S enhor
e nhor respon-
deu a Satan
Sa tanás:
ás: Tu
Tudo
do o que
qu e ele tem está sob teu
teu poder,
apenas
apen as não estendas
estenda s a tua mão contra eleele. E Satanás
Sataná s
e nhor (Jó  1.12). Sem que Jó
saiu da presença do S enhor
soubesse, Deus o constitui seu advogado na terra.
Coloca em suas mãos não apenas sua defesa, mas a
reputação do próprio Deus. Satanás estava atacan-
do Deus, insinuando que o Todo-poderoso, sendo
carente de adoração, precisava subornar as pessoas
com bênçãos para receber delas adoração. Aqueles
que imaginam que Deus era incompleto antes da
criação equivocam-se.
equivocam -se. Deus
Deu s é perfeito em si si mesmo,
completo em si mesmo, feliz em si mesmo. Antes
que houvesse céus e terra, Deus já desfrutava de
plena felicidade na comunhão das três pessoas da
Trindade. Deus não precisa derivar da criação ne-
nhuma glória. Ele já é plenamente glorioso, e isso
desde a eternidade. Deus, porém, criou o Universo
para que este fosse um palco a resplandecer a gran-
deza do seu poder e criou o homem à sua imagem e
semelhança
semelha nça para o louvor da glória
glória de sua graça.
graça.
Será que a tese
tese de Satanás
Sa tanás era verdadeira
verd adeira?? Será
que a maior devoção do homem
hom em é aoao dinheiro? Será
que a fidelidad e de Jó
Jó a Deus era
era devido à sua rique-
za? Será que Jó servia a Deus por aquilo que Deus
lhe dava, e não por quem Deus de fato era? Qual
era o fundamento da devoção de Jó: o caráter de
Deus ou as dádivas divinas?
40
Um homem provado com a permissão de Deus

Com a perm issão de Deus, Satanás sai da pre-


sença dele e, de forma implacável, ataca os bens
de Jó. Num único dia, ele arregimenta os caídeus,
os sabeus e 0 fogo, e, num rastilho de pólvora,
todos os bens desse
d esse rico
rico patriarca
patriarca são saqueados e
destruídos. O relato bíblico é comovente:

Certo
Certo dia,
dia, quando os filho
fil hoss e filha
fil hass de Jó
comiam e bebiam vinho na casa do irmão mais
velho,
velho, um mensageiro fo i até Jó e lhe disse: Os
bois estavam lavrando e as jumenta
jum entass pastavam
 perto
 per to deles; então os sabeus
sa beus os atacaram e os
levaram. Eles ainda mataram os servos ao fio
da espada, e só eu escapei para trazer-te essa
notícia. Enquanto o mensageiro ainda falava,
veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu,
queimou as ovelhas e os servos e os consumiu;
só eu escapei para trazer-te essa notícia.
Enquanto
Enqua nto ele ainda falav
fa lava,
a, veio outro e disse: Os
caídeus dividiram-se em três grupos, atacaram
os camelos e os levaram, e ainda mataram os
servos ao fio da espada; só eu escapei para
trazer-te essa notícia  (Jó 1.13-17).

O homem mais rico do mundo vai à falência.


O grande empresário rural perde tudo e vai à ban-
carrota. Seu império econômico entra em colapso.
Como uma
um a avalanche, as notícias vão chegando a Jó,
Jó,
informando-lhe que seus bens estão sendo dissipa-
dos. As coisas acontecem com uma celeridade in-
comum. Não dá tempo sequer para respirar. Jó não
consegue elaborar um plano para estancar essa he-
morragia que sangra sua economia, Não tem tempo

41
AS TESES DE SATANÁS

para cercar o fogo


fogo nem mesmo
mesm o para resistir
resistir ao ataque
fulminante dos caldeus e sabeus. Jó, o homem mais
rico do Oriente, está quebrado. Sua fortuna, como
um castelo de areia, ruiu. Seus rebanhos estão nas
mãos de ladrões impiedosos. Seus campos foram
lambidos pelo fogo. Nada sobrou de toda a riqueza
que ostentava. Tudo estava perdido!
perdido !
Contudo, será que Satanás tinha razão em sua
tese? Será que Jó blasfemaria
blasfem aria mesmo
mesm o de Deus?
D eus? Será
que Jó erguería seus punhos contra Deus? Será que
da boca de Jó sairiam torrentes
torrentes de blasfêmias? Será
Será
que Jó negaria seu Deus no vale da prova? Será que
a fidelidade de Jó estava fundamentada apenas nas
benesses recebidas das mãos divinas?
d ivinas? Será que a re-
re-
ligião de Jó era apenas uma barganha? Um negócio
lucrativo? Uma troca de favores? Qual foi a atitude
desse patriarca ao
ao perder
perd er todos os seus bens?
Muitos indivíduos,
indivíduos, quando são atingidos pelos pelos
terremotos financeiros, desesperam-se. Outros in-
surgem-se contra Deus. Ainda Aind a outros cometem sui-
cídio e dão cabo da própria vida. O que fez Jó? No
exato momento que sofre o golpe, o patriarca pros-
tra-se não para blasfemar contra Deus, mas para
adorá-lo. Longe de atribuir a Deus qualquer culpa
ou revoltar-se contra o altíssimo,
altíssimo, afirmou:
afirm ou: Eu sai nu
do ventre de minha mãe, e nu voltarei pa ra lá (Jó 1.21).
para
 Ass
 A ssim
im,, Jó estava
est ava dize
di zend
ndoo que a razã
r azãoo de sua
s ua vida
vid a não
n ão
tinha como fundamento
fundam ento os bens que granjeara nem
a riqueza que ostentava. Jó tinha plena consciência
de que
que não havia trazido
trazido nada
n ada para este
este mundo
mund o nem
levaria nada dele. Jó sabia que os bens são dádivas
de Deus, que riqueza e glória vêm vê m de Deus, masm as que
42
Um homem prouado com a permissão de Deus

a vida de um homem não consiste na abundância


de bens que ele possui. Jó definitivamente triunfa
sobre a tese de Satanás. O relato bíblico é enfático:
Em tudo isso
isso Jó não pecou, nem culpou a Deus coisa
alguma (Jó 1.22).
 Jó foi
fo i co
conn stit
st ituí
uídd o p o r D eus
eu s co
comm o seu
se u advo
ad voga
ga--
do e rebateu e refutou a primeira tese de Satanás.
 Ass p alav
 A al avra
rass e as atit
at itud
udeses de Jó fora
fo ram
m argu
ar gum
m ento
en toss
arrasadores que demoliram toda a sustentação de
Satanás e jogaram por terra todas as suas insinua-
ções. Jó estava provando de forma eloquente que
sua devoção a Deus não estava baseada no que re-
cebia de Deus, mas no caráter do Senhor. Como os
três amigos de Daniel na Babilônia, Jó não servia
a Deus por aquilo que Deus dá, mas por quem é
Deus. Deus pode nos livrar do mal. Deus pode nos
proteger das setas do inimigo. Deus pode nos tirar
da fornalha. Deus pode pod e nos arrancar
arranca r das entranhas
do mar. Deus pode nos poupar dos terremotos fi-
nanceiros, dos ventos furiosos da enfermidade,
dos ataques implacáveis dos inimigos, mas se ele,
em sua sábia providência, quiser nos entregar para
sofrermos o golpe da dor, das perdas e da morte,
mesmo assim seremos fiéis fiéis a ele
ele.. Uns honram Deus
pelo livramento da morte; outros honram Deus na
morte. Uns glorificam Deus sendo poupados do
fogo; outros honram Deus sendo queimados no
fogo. Uns honram Deus na libertação da morte;
outros honram Deus no martírio. Essa é a histó-
ria da galeria dos heróis da fé. Uns pela fé foram
libertos da morte; outros pela fé selaram com seu
sangue sua fidelidade a Deus.

43
AS TESES DE SATANÁS

 segunda tese de Satanás:


Ninguém ama mais a Deus do que
à família
 Jó n ão tin
ti n h a a p e n a s b ens
en s ; t inh
in h a tam
ta m b ém , e
sobretudo, dez filhos. A maior riqueza de Jó não
eram suas propriedades nem seus rebanhos, mas
sua família. Jó não era apenas o homem mais rico
do mundo, mas também o homem mais piedoso
da terra.
terra. O próprio
próp rio Deus
Deu s destaca as virtud es singu-
lares
lares desse patriarca.
patriarca. Não havia ningu ém na terra terra
semelhante a ele: homem íntegro e reto; homem
temente a Deus e que se desviava do mal  m al  (Jó
  (Jó 1.1; 1.8;
2.3). A piedade de Jó era notória. Sua devoção a
Deus era conhecida de todos. Seus sólidos valores
morais podiam ser vistos em como lidava com as
pessoas à sua volta. Jó livrava o pobre que clama-
va e o órfão que não tinha quem o socorresse   (Jó
29.12).
29.12). Jó ajudava as viúvas
viúv as em sua aflição aflição e trazia-
trazia-
lhes júbilo na hora do luto (Jó (Jó 29.13). Jó se faz fazia
ia de
olhos para o cego e de pés para o coxo   (Jó 29.15).
 Jó era
er a p a i d o s n e ces
ce s s ita
it a d o s , e a té as cauca u s a s dos
do s
desam
desa m parad os ele examin ava (Jó (Jó 29.16).
29.16). Jó era um
conselheiro muito admirado e ouvido: Ouviam-
-me e me esperavam; em silêncio silêncio atendiam ao meu
conselho. Haven do eu fala do , não replicavam ; as
minhas palavras caíam sobre eles como orvalho.
Esperavam-me como à chuva, abriam a boca como
à chuva de primavera (Jó 29.21-23). Jó era um con-
selheiro e consolador do seu povo: Eu escolhia o
caminho
cam inho para
par a eleles
es,, assentava-me como chefe e ha-
bitava como rei entre as suas tropas, como aquele

44 
Um homem provad o com a permis
permissã
são
o de Deus

que consola os aflitos   (Jó 29.25). Mesmo sendo o


homem mais poderoso de seu tempo, não havia
soberba
sobe rba em seu coração.
coração. Ele temia a Deus e servia
ao próximo. Seus pés não cam inhavam na direção
direção
das estradas escorregadias do pecado, mas mar-
chavam pelas sendas da solidariedade. Guardava
puro seu coração e estendia as mãos para aben-
çoar. Ele se desviava do mal e caminhava resoluto
na direção do bem.
 A p ied
ie d ade
ad e de Jó n ão era a p en as fora
fo ra dos
do s por-
po r-
tões. Sua reputação pública era sustentada pela
sua piedade secreta. Jó era um homem de oração
e tinha profundo compromisso com a honra do
nom e de Deus.
Deus.
Um dos grandes destaques da vida de Jó era
sua posição como pai intercessor. Seus filhos já
eram pessoas de sucesso.
sucesso. Cada um já possuía
possu ía a pró-
pria casa. Não obstante serem muitos, abastados
e ricos, conservavam estreita amizade. Eram uni-
dos.
dos. Celebravam juntos.
juntos. Essa unidade fam iliar não
é costurada sem esforço. Jó era o grande arquiteto
dela. Era um pai piedoso e também um pai inter-
cesso
cessor.
r. Jó
Jó dedicava
de dicava o melh or do seu tempo
temp o para orar
pelos filhos, para colocar-se na brecha em favor
deles. Chamava os filhos e exortava-os a não pecar
contra Deus. A preocupação principal de Jó não
era com a reputação dos filhos, mas com a glória
de Deus. Ele tinha preocupação de que seus filhos
pecassem contra Deus em seu coração. Apenas
aparência de piedade não servia para Jó. Tomava
cuidado para que seus filhos não caíssem nas ma-
lhas da hipocrisia.
45
AS TESES DE SATANÁS

Mesmo sendo um pai tão zeloso, a tragédia


um dia bateu à porta de sua casa. Mesmo sendo
um pai intercessor, um dia a crise se instalou em
sua família. Mesmo cumprindo cabalmente seu
papel de sacerdote do lar, um dia a tempestade
desabou sobre sua cabeça. No mesmo dia em que
perdeu todos os seus bens, chegou-lhe a amarga
notícia
notíc ia de que seus filhos, reunidos
reunid os na casa do pri-pri-
mogênito, sofreram um trágico acidente, e a casa
desabou sobre todos eles, vindo todos a óbito. Eis
o dramático relato: Enquanto ele ainda falava,
veio outro
ou tro e disse: Teus
Teus filh o s e tuas filh a s estavam
estavam
comendo e bebendo vinho na casa do irmão mais
velho; veio
veio um fo rt e vento do desert
deserto,
o, atingiu os
quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e
eles morreram. Só eu escapei para trazer-te essa
notícia  (Jó 1.18,19).
Depois de sofrer o golpe da falência, agora
 Jó sofre
so fre a d or do luto, e o luto
lut o pelo
pe loss dez
de z filhos
filh os,, no
mesmo dia. Esse pai, arruinado financeiramente,
agora precisa sepultar seus dez filhos num único
dia. Como esse homem volta do cemitério? Como
recomeça a vida? Como encontra alento alento para dar os
primeiros passos? O que fazer nessas horas? Jó Jó havia
perdido
perdid o coisas e pessoas. Havia perdido os bens ben s e os
filhos. Estava
E stava despojado
despojad o de suas riquezas
r iquezas e de sua fa- fa-
mília. Parecia que esse homem só tinha passado e
mais nenhum futuro. O presente havia mostrado a
ele sua carranca. Os golpes tinham sido profundos
demais, e eleele está sem fôlego para prosseguir.
prosseguir.
Será que Satanás estava certo em dizer que
ninguém ama mais a Deus do que à família? Será
46
Um homem provado com
com a permis
permissã
são
o de Deus
Deus

que a devoção do homem a Deus fica sempre


aquém de seu amor aos filhos? O mesmo Jó que
 já havia
ha via p reva
re vale
leci
cid
d o no p rim
ri m eiro
ei ro round   da luta se
manteria de pé nessa nova empreitada? Ergueria
 Jó seus
se us p u n h o s con
co n tra
tr a D eus?
eu s? R evo
ev o ltar
lt ar-s
-see -ia
-i a cont
co ntra
ra
o altíssimo, atribuindo a ele sua desdita? Será que
 Jó
 J ó p e cari
ca riaa cont
co ntra
ra D eus
eu s ao s ofre
of rerr tão
t ão am argar g a per
p erd
da?
Será que Satanás ganhariagan haria esse round  da   da luta?
 A reaç
re ação
ão de Jó,
Jó , ao rece
re cebb er a n otíc
ot ícia
ia fatí
fa tíd
d ica
ic a da
da
morte de seus filhos, foi prostrar-se, cobrir-se de
pó e adorar a Deus. Então Jó se levantou, rasgou o
manto, rapou a cabeça, prostrou-se no chão, ado-
rou e orou: Eu saí nu do ventre de minha mãe, e nu
voltarei para lá. O SENHOR o deu, e o SENHOR o
tirou; bendito seja o nome do SENHOR. Em tudo
isso Jó não pecou, nem culpou a Deus por coisa al-
 gu m a  (Jó 1.20-22). Jó tem algumas atitudes aqui:
 gum
Primeiro, Jó tinha plena convicção de que os
filhos são presentes de Deus. É Deus quem os dá,
e só ele pode fazê-lo.
fazê-lo. Os filhos são herança
heran ça do
Senhor. Eles vieram de Deus, pertencem a Deus e
devem ser entregues e consagrados a Deus.
Segundo, Jó tinha plena convicção de que
Deus é soberano para tomar os filhos conforme o
seu perfeito propósito. Não importa se os agentes
que ceifam a vida dos filhos são perversos; só Deus
tem o poder de dar a vida e de tirá-la. Até mesmo
nas maiores tragédias é Deus quem está no con-
trole. Até mesmo quando Satanás está agindo, é
a mão da providência de Deus que está governan-
do. Mesmo que a providência seja carrancuda, é

47
AS TESES DE SATANÁS

a face benevolente de Deus que está voltada para


nós. Os dramas da nossa vida não apanham Deus
de surpresa nem desafiam
d esafiam sua providência.
providência. Mesmo
quando cruzamos os vales mais escuros,
escuros, é a mão de
Deus que dirige o nosso destino.
Terceiro, Jó tinha plena convicção de que de-
 vem
 ve m o s a d o rar
ra r a D eus
eu s pelo
pe loss n o s sos
so s filho
fil hos,
s, seja
se ja na
 vid
 vi d a, s e ja n a m orte
or te.. N em semse m pre
pr e a p rovi
ro vidd ê n cia
ci a di-
 vin
 v inaa ve
v e m a nós
n ós com
co m larg
la rgos
os sorr
so rris
isos
os.. A s veze
ve zes,
s, a pro
p ro--
 vid
 v idêê n c ia se torn
to rnaa carr
ca rranancu
cud d a. À s veze
ve zes,
s, sofre
so fremm os
golpes profundos e aprendemos pelas coisas que
sofremos. Deus não é Deus apenas das horas ale-
gres, mas também das horas tristes. Deus é digno
de ser adorado não apenas na hora do nascimento,
mas também na hora da morte. Nossa adoração a
Deus é incondicional
incond icional e ultracircunstancial
ultracircunstancial..
 Jó,
 Jó , com
co m o advo
ad voga
gad d o de Deus
De us,, refu
re futa
ta de form
fo rmaa
esmagadora a segunda tese de Satanás. Jó não
blasfemou contra Deus, mas adorou-o com o
coração quebrantado. O mesmo sol que endurece
o barro amolece a cera. O mesmo golpe que nos
 ímpi
 ím pios
os pro
pr o d u z revo
re volt
ltaa n os p ied
ie d o sos
so s pro
pr o d u z que-
qu e-
brantamento. As mesmas lágrimas que se tornam
torrentes de revolta nos ímpios tornam-se águas
abençoadoras
abençoa doras nos pios, para regar-lhes
regar-lhes a alma com
profunda
profund a adoração.
adoração.
Destacamos o fato de que Satanás não é um
adversário onipotente. Ele está limitado pelo pró-
prio Deus. Mesmo o Senhor Senho r lhe dando a permissão
para tocar em tudo quanto Jó possuía, traçou traçou limi-
tes que ele não podia ultrapassar: Tudo o que ele

48
Um homem provad o com a permis
permissã
são
o de Deus
Deus

tem está sob teu poder, apenas não estendas a tua


mão contra ele   (Jó 1.12). Mesmo quando Satanás
está agindo, é Deus quem está no controle. Até
Satanás está a serviço de Deus!

A terceira tese de Satanás:


Ninguém ama mais a Deus do que
à própria pele
Novamente Deus estava reunido com seus
filhos (muito provavelmente os anjos) e também
muito provavelmente nas regiões celestes, quan-
do mais um a vez aparece po r lá Satanás.
Sataná s. Veja o re-
gistro bíblico: Outro dia, em que os filh o s de Deus
vieram apresentar-se perante o S enhor e nhor , Satanás
também veio com eles para igualm ente se apresen- apresen-
tar pera nte o S e n h o r . Então o S enhor
tar e nhor  p
 pee r g u n to u
a Satanás: De onde vens? Satanás respondeu ao
S e n h o r : De rodear a terra ela   (Jó
terra e de pa sse ar p o r ela
2.1,2)
2.1,2).. Veja que mais um a vezvez é Deus quem entabu-
la a conversa com Satanás, perguntando-lhe: D e
onde vens?   Satanás respondeu: De rodear a terra
e de passear por ela.   Em outras palavras, Satanás
disse: “Eu não mudei
mu dei minha
min ha agenda. Continuo fa- fa-
zendo o que sempre fiz. Estou por aí, vivo e ativo
no planeta Terra, investigando pessoas, buscando
uma brecha, colocando armadilhas no caminho
dos incautos, cegando o entendimento dos incré-
dulos, controlando os filhos da ira, induzindo-os
ao erro,
erro, criando dou trinas falsas, tentan do e sedu-
zindo pessoas a caírem em tentação”

49
AS TESES DE SATANÁS

Deus novamente perguntou a Satanás:


Observaste o meu servo Jó? Não há ninguém na
terra como ele. É um homem íntegro e correto , que
qu e
teme a Deus e se desvia do mal. Ele ainda se man-
tém íntegro, embora tu me houvesses incitado con-
tra ele, para destruí-lo sem motivo   (Jó 2.3). Deus
 jog
 jo g a n a car
c araa de
d e S a tan
ta n á s que
qu e Jó
J ó h avia
av ia d e rro
rr o tad
ta d o suas
su as
duas primeiras teses. Jó provara que seu amor a
Deus era superio
sup eriorr ao seu amor amo r ao dinheiro
dinh eiro e à famí-famí-
lia. Jó provara que sua devoção a Deus não era um
negócio. Jó não tinha uma fé utilitária. Sua adora-
ção era verdadeira
verd adeira,, e sua su a devoção era sincera.
Mesmo diante das perdas mais profundas, fa-
 íên
 íê n cia
ci a fin an ceir
ce iraa e luto
lu to p e los
lo s filho
fil hos,
s, Jó co
conn tin
ti n uav
ua v a
sendo o homem mais piedoso do mundo. Sua pie-
dade e sua reputação estavam intactas. Nenhum
arranhão existia em seu relacionam ento com Deus. Deus.
Não se via nenhuma brecha em sua armadura. Jó
não servia
serv ia a Deus por aquilo que recebia recebia dele,
dele, mas
por quem é Deus. O caráter de Deus, e não os dons
de Deus,
Deus, eram o fundam ento de sua sua adoração.
Satanás, contra-ataca lançando seu torpedo
mortífero. Eis o registro bíblico: Então Satanás res-
 po
 p o n d e u ao S enhor
e nhor : Pele p o r pele!
pe le! Tud
Tudo quanto um
homem tem ele dará por sua vida. Estende a mão
agora e toca-lhe nos ossos e na carne, e ele blasfe-
mará contra ti na na tua
tua fa c e !  (Jó
  (Jó 2.4,5). A terceira tese
de Satanás é que ninguém ama mais a Deus do que
a si
si mesmo. O amor-próprio é um sentimento inato
e uma defesa natural. Protegemo-nos instantanea-
mente,
men te, natural mente, constantemen
constan temente.te. Tocar na
pele, nos
n os ossos e na carne é a forma mais
m ais profunda
profund a de
so
Um homem prova do com a permis
permissão
são de Deus

atingir alguém. É não apenas


apena s atingir sua saúde,
saúde, mas
atingi-la da forma mais aguda e dolorosa. Satanás
está
está insinuando
insinuan do que, na
n a dor,
dor, ninguém
ningu ém consegue
c onsegue ser
fiel a Deus. Satanás está propagando que, no sofri-
mento, os valores do homem mudam. Satanás está
duvidando da firmeza de Jd quando as baterias do
sofrimento atingirem não apenas seu bolso e suas
emoções, mas
m as também
tam bém seu corp
corpo.
o.
Deus, então, sem que Jó soubesse, o consti-
tui mais uma vez seu advogado e abre caminho
para que Satanás toque em sua pele, em seus ossos
e em sua carne. Então o S enhor
e nhor disse a Satanás:
Ele está sob teu poder; somente lhe poupa a vida
(Jó 2.6). Satanás só pode agir na vida dos filhos de
Deus quando
qua ndo este o permite.
perm ite. Deus traça um limite:
... somente
som ente lhe po
poup a a vida. Satanás é um ser limi-
upa limi-
tado. Ele só pode ir até onde Deus permite que vá.
Nem um centímetro
centíme tro a mais.
mais. Muitos
M uitos hoje exageram
na questão da batalha espiritual. Ao defenderem
uma visão
visão m aniqueísta,
aniqueísta, colocam Satanás como
como um
deus caído, e não como um anjo caído. Satanás é
uma criatura. Não tem os atributos da divindade.
Satanás é limitado quanto ao tempo, ao poder e ao
território
território de sua ação.
ação. Satanás, como
com o bem afirmou
afirmou
Lutero, é um cachorro na coleira de Deus. Só pode
ir até onde Deus lhe permite ir.
 Ap
 A p e s a r disso
dis so,, n ão p o d e m o s ign
ig n o rar
ra r seus
se us
desígnios. Satanás é descrito na Escritura como
opositor e acusador. Ele é o deus deste século,
o príncipe das potestades do ar, o pai da menti-
ra. Satanás é ladrão e assassino. Ele é tentador e
destruidor. Ele veio para roubar, matar e destruir.
51
AS TESES DE SATANÁS

Satanás tem um a corja


corja demoníac
dem oníacaa que trabalha sob
suas ordens. N ossa luta
lu ta é contra
contra esses principados,
potestades, d ominadores
om inadores deste mundo
mu ndo tenebroso e
forças espirituais do mal.
mal.
Diz o texto bíblico: Satanás saiu da presença
do S enhor
e nhor e feri
fe riu
u Jó com ferid
fer idas
as malignas,
malignas, da sola
dos p és até o alto da
da cabeça (Jó 2.7).
2.7). Satan
S atanás
ás é um ser
mórbido.
mó rbido. Seu desejo é ver ve r as pessoas sofrerem.
sofrerem. Sua
missão é causar dor. Ele colocou uma enfermidade
assaz dolorosa em Jó. Tumores malignos cobriram
todo o corpo do enlutado patriarca. O mesmo Jó
que acabara de perder todos os seus bens e sepultar
todos os seus filhos, im aginando
aginan do que sua dor já era
grande
grand e demais, agora enfrenta
enfren ta uma
um a doença avassa-
ladora, que deixara chagado todo o seu corpo.
Bolhas de pus arrebentam em seu corpo. Sua
pele fica
fica enegrecida e necrosada. A dor lancinante o
atormenta
atorm enta de dia e de noite. Não há pausa nem des-
canso. Não há alívio sequer um minuto. O homem
mais rico do Oriente, agora falido e enlutado, está
tamb ém desolado e atormentado por uma dor que
castiga com rigor desmesurado o seu corpo. Jó se
assenta
assen ta na cinza e começa a raspar suas feridas pu-
trefatas com cacos de telha. Novas bolhas cheias de
pus se formam, e ele morde nessas feridas, numa
tentativa malfadada de aliviar seu tormento. Diz
o texto: Sentando-se em cinzas, Jó pegou um caco
 pa
 p as p ar  (Jó 2.8).
a r a se r asp
O corpo de Jó é surrado pela doença. A dor
cruel lateja em todo o seu corpo sem pausa nem
descanso. Jó não consegue comer, apenas chorar.

52
Um homem prooado com a permissão de Deus

Sua dor não cessa. Seu corpo fica esquálido. Seus


ossos quase à mo stra revelam a tragédia que devas-
ta sua saúde. O mau cheiro que exala de seu corpo
é insuportável. Até mesmo sua família o desampa-
ra.
ra. Sua
Su a mulher, num
n um ato de revolta e desespero, em
sintonia com a tese de Satanás, sugere ao marido
amaldiçoar a Deus e morrer. Ela está dizendo que
Deus não
nã o é digno de ser
ser adorado
adorad o no sofrimento.
sofrimento. Diz
a Escritura: Então sua mulher lhe disse: Tu ainda
te manténs íntegro? Amaldiçoa a Deus e morre   (Jó
2.9).
Muitos blasfemam contra Deus na dor.
Outros se revoltam e erguem os punhos contra os
céus. Não poucos se afastam de Deus, decepcio-
nados e amargurados. O mesmo sol que amolece
a cera endurece o barro. O mesmo sofrimento que
produz quebrantamento numa pessoa produz en-
durecimento noutra. Jó, o alvo do ataque mais vio-
lento, está resignado; sua mulher, ao seu lado, está
revoltada. Jó está quebrantado ; sua mulher
mu lher está
está
endurecida. No torvelinho da dor, no epicentro
da tempestade, Jó responde à sua mulher: Tu fa la s
como uma louca. Por acaso receberemos de Deus
apenas o bem e não também a desgraça? Em tudo
isso Jó não pecou com os lábios   (Jó 2.10).
Estava derrubada a terceira tese de Satanás.
 Jó prov
pr ovou
ou a m a r m ais
ai s a D eus
eu s do que
qu e a si m esm
es m o.
Deixou patente que amava mais a Deus do que à
própria pele. Jó não servia a Deus pelos favores re-
cebidos dele, mas servia-lhe pelo seu caráter. Deus
é melhor do que as dádivas dele.

53
AS TESES DE SATANÁS

Satanás tirou tudo de Jd: seus bens, seus fi-


lhos, sua saúde e, agora, o apoio de sua mulher.
Mesmo assim, sob a mais densa tormenta, no
epicentro da crise, Jó mantém sua fidelidade a
Deus. O homem mais rico do mundo torna-se o
mais pobre entre os pobres. O homem mais hon-
rado torna-se o mais desonrado entre os aflitos.
O homem mais cercado de respeito e admiração
está, agora, na cinza, coberto de chagas, sentin-
do dores atrozes. Mesmo coberto de desventuras,
mesmo surrado pelo chicote da dor, mesmo com
os olhos molhad os de lágri
lágrimas,
mas, mesm o perdendo
todas as conexões da terrterra,
a, Jó não perde seu am or
a Deus nem sua esperança no redentor. Do mais
profundo dos vales, ele gritou: Eu sei que o meu
redentor vive   (Jó 19.25).
O sofrimento de Jó pode pod e ser analisado em dois dois
aspectos principais: primeiro, o sofrimento físico.
Ele foi coberto de tumores malignos da planta dos
pés ao alto da cabeça (Jó (Jó 2.7,8).
2.7,8). A sua dord or era
era imen-
sa. Seus amigos fic  f ic a r a m sen
se n tad
ta d os com
co m ele
el e no chão
ch ão
sete dias e sete noites; e nenhum deles lhe dizia nada, nada,
 po
 p o is vira
vi ram
m que
qu e sua
su a d o r era m uito ra n d e   (Jó 2.13).
ui to g ran
Ele não conseguia dormir por causa da dor lanei-
nante. Jó declarou:  N  Nã ã o tenho
ten ho tran
tr anq
q uilid
ui lidad
ade,e, nem
sossego, nem descanso; somente perturbação   (Jó
3.26). Ele não conseguia parar de chorar. Chegou
a afirmar: Pois em lugar de alimento me vêm sus-
 piro
 pi ros,
s, e os m e us g e m idoid o s s e d erra
er ramm a m com
co m o água
ág ua
(Jó 3.24). Ele não tinha nenhum alívio do seu so-
frimento. Não tinha descanso nem sossego. Suas
noites eram longas e cheias de aflição. Vejamos a

54
Um homem provado com
com  permissão de Deus

sua queixa: assim me deram meses de desengano, e


destinaram-me noites de aflição. Quando me deito,
digo: Quando me levantarei? Mas a noite é longa,
e canso de me revolver na cama até o alvorecer  (Jó
7.3,4). Sua pele ficou cheia de feridas e pus. Disse
]ó:  M
 Meu
eu corp
co rpo
o está
est á cobe
co bert
rtoo de verm
ve rm es e de cros
cr osta
tass
de sujeira; a m inha p ele se resseca,
resseca, e as ferid
fe rid a s vol-
tam a se abrir  (Jó
  (Jó 7.5).
7.5). Suas dores o apavoravam
apavorava m (Jó
9.27,28). Seu corpo apodrecia como uma roupa co-
mida de traça (Jó 13.28), encarquilhado e magérri-
mo (Jó 16.8). Seus ossos
osso s se deslocara
de slocaram. m. Sua dor não
não
tinha pausa (Jó 30.17). Sua pele enegreceu e come-
çou a descarn
descarnar.
ar. Seus ossos
osso s queim
qu eimavam
avam de febre (Jó
30.30).
Tendo visto
visto o sofrimento
sofrime nto físico de Jó, veremos
veremo s
agora seu
seu sofrimento em ocional. Ele ficou ficou angustia-
do e amargura
am argurado do (Jó
(Jó 7.11).
7.11). À noite, seus sonhos
sonh os e vi-
sões só lhe
lhe traziam m ais terror (Jó 7.14).
7.14). Ele chegou
a ficar cansado
cansad o de viver
vive r (Jó 10.1).
10.1). Seu rosto afogueou
afogueo u
de tanto chorar (Jó 16.16). Ele estava cercado de pes-
soas que o provocavam
provoca vam (Jó 17.2).
17.2). Sua
S ua desventura
des ventura foi
proclamada
proclama da em todo o mundo mund o (Jó(Jó 17.6).
17.6). As pessoas
cuspiam em seu rosto (Jó 17.6; 30.10). Seus sonhos
e esperanças malograram (Jó 17.11). Os irmãos e co-
nhecidos
nhecid os fugiram dele na sua dor (Jó (Jó 19.13).
19.13). Os pa-
rentes o desampararam (Jó 19.14). As pessoas que
receberam sua ajuda no passado agora o tratavam
com desprezo (Jó 19.15). O mau hálito e o mau chei-
ro que
que exalavam do seu corpo expulsaram a esposa
e os irmãos de perto dele (Jó 19.17). Até as crianças
o desprezavam e dele zombavam (Jó 19.18). Todos
os seus amigos íntimos o abandonaram (Jó 17.2).
55
AS TESES DE SATANÁS

Sua honra e felicidade foram arrancadas (Jó 30.15).


 Aco
 A con
n tece
te ceu
u o con
c ontr
trár
ário
io de tud
tu d o de b o m que
qu e ele
el e de-
de -
sejou (Jó 30.26,27).

Quando os amigos tornam-se


consoladores molestos
Os amigos de Jó vieram de longe para condoer-
-se dele. Eram am igos de fato fato.. Com
Co m binaram
binara m de ir ir ao
encontro dele para o consolar em sua desventura.
 Jó esta
es tavv a tão
tã o d e sfig
sf igu
u rad
ra d o pelo
pe lo sofr
so frim
im e n to que
qu e eles
nem sequer o reconheceram
reconheceram.. Ao ver sua desolação, desolação,
assentaram-se com ele na cinza durante sete dias
sem abrir a boca. O relato bíblico é comovente: como vente:

E três amigos de Jó, ouvindo fala


fa larr da desgraça
que lhe havia acontecido, vieram, cada um
do seu lugar, pois haviam combinado de
vir prestar-lhe solidariedade e consolá-lo:
Elifaz, o temanita; Bildade, o suíta; e Zofar, o
naamatita. Eles 0 viram de longe, mas não o
reconheceram. Então choraram bem alto, e
cada um rasgou o seu manto e jogoujog ou terra
terra para
o ar sobre a cabeça. E ficaram sentados com
ele no chão sete dias e sete noites; e nenhum
deles lhe dizia nada,
nada, pois
poi s viram que suasua dor era
era
muito grande (Jó 2.11-13).

Só amigos verdadeiros conseguem mani-


festar amor tão acendrado e demonstrar empa-
tia tão profunda. Quando a dor lateja no corpo
do outro, somos levados a falar. Quando atinge a

56
Um homem prouado com a permissão de Deus

nós mesmos, só conseguimos gemer. Eles se calam


diante da dor de Jó. Choram com ele. Gemem com
ele. Sofrem com ele. Buscam uma resposta para
aquela tragédia. Entregam-se à reflexão. Elaboram
conjecturas.
Quando abrem a boca, acabam toman-
do-se consoladores molestos. Os amigos de Jó
assacaram contra ele pesados libelos acusató-
rios. Atingiram-no com armas de grosso calibre.
Teceram-lhe as mais duras críticas e endereça-
ram a ele as mais levianas e injustas acusações.
Chamaram Jó de ladrão. Acusaram-no de opri-
mir os pobres e roubar o direito das viúvas.
Chamaram-no de louco. Disseram que ele havia
se enriquecido ilicitamente. Atentaram contra
sua honra e disseram que ele era um adúltero.
 Jo g a r a m v in a g r e em su
suaa fe r id a e cu
c u lp a r a m - n o p o r
Deus ter matado seus filhos.
Ser vítima de acusações mentirosas já é um
fardo
fardo m uito pesado, mas ser acusado p or amigos é
ainda mais doloroso. Ser acusado por aqueles que
deveriam estar do nosso lado agrava ainda mais a
nossa dor. Ser acusado injustamente quando es-
tamos no vale da prova é uma dor indescritível. Jó
está sendo com primido
prim ido por todos os lados.
lados. Está no
moinho de Deus, na fornalha da prova.

 defesa de Jó
 Jó n ão fica
fic a cala
ca lado
do.. Ele
El e não
nã o se a ss
ssen
en ta num
nu m
canto, encolhido, picado pelo veneno da autopie-
dade. Jó desnuda a sua alma, abre as cavernas do
57
AS TESES DE SATANÁS

seu coração e grita aos céus,


céus, espremen
esp remendo
do não ape-
nas o pus de suas feridas, mas também os abces-
sos de sua alma. Ele não se cala como um estoico
reprimido. Ele não aceita passivamente a decreta-
ção da derrota. Jó não joga a tolha nem entrega os
pontos. Ele reage e levanta
levan ta aos céus dezesseis
dezess eis vezes
a mesma pergunta: Por quê? Por quê? Por quê?
Por que eu perdi os meus filhos? Por que a minha
dor não cessa? Por que eu não morri no ventre de
minha mãe? Por que eu não morrí ao nascer? Por
que os seios da minha mãe não estavam murchos
de leite
leite para eu morrer de fom e? Por que o Senhor
não m e mata de uma
um a vez?
Diante desse bombardeio de Jó, os céus fica-
ram em silêncio.
silêncio. D eus não deu sequ er uma respos-
ta aos seus questionamentos.
questionam entos. Nenhum
Nenh umaa palavra
palavra em
resposta ao seu interrogatório. Mesmo diante da
avassaladora tem pestade
pestad e que
que se
se abateu im piedosa-
mente
me nte sobre ele,
ele, não
n ão houve seq uer uma explicação.
explicação.
Deus ficou em total silêncio. Os céus tornaram-se
de bronze. A única voz que Jó ouvia era o barulho
da dor gritando em seus ouvidos,
ouvidos, pulsando
p ulsando em sua
alma, latejando em seu corpo. O silêncio de Deus
grita mais alto em nossos ouvidos do que o baru-
lho m ais ruidoso das circunstâncias m ais adversas.
adversas.
Mais difícil do que sofrer é sofrer
sofrer sem com preender
por que sofremos. Mais difícil do que lidar com a
dor é passar
pa ssar pelo
pelo vale do sofrimen to sem saber por
que estamos sendo provados. Oh, que providência
carrancuda é o silêncio de Deus! Oh, dor das dores
é quando
quand o os céus silenciam diante dos nossos
n ossos quei-
xumes! Oh, mistério insondável é quando nossas

58
Um homem provado com a permiss
permissão
ão de Deus
Deus

perguntas ficam sem resposta e quando nossa dor


fica
fica sem alívio!
Nem sempre Deus explica as razões pelas
quais
quais sofremos. Nem sempre temos um a clara clara per-
per-
cepção dos propósitos divinos. Nem sempre a voz
de Deus vem ao nosso encontro para nos conso-
lar. Nem sempre temos uma luz no fim do túnel
para nos dar uma direção. Há dias em que Deus se
cala. Há momentos em que os céus parecem estar
fechados e as nuvens parecem parecem ser de bronze. Além
de sua dor atroz, Jó precisou lidar lid ar ainda
ain da com o si- si-
lêncio de Deus. Talvez, leitor, esse também seja o
seu drama no momento. Você está passando pelo
 vale
 va le da sos o m bra
br a da mor
m orte
te.. Você
Vo cê tem
te m en
e n fre
fr e n tad
ta d o dra-
dr a-
mas pessoais
p essoais e familiares. Você Você tem
tem sofrido
sofrido grandes
perdas financeiras. Você tem chorado a dor do luto
e visto seu casam ento e suas amizades entrando em
colapso. Nesse torvelinho de dor dor,, nessa tempestad
tem pestadee
de provas, você alça a lça aos céus a sua voz,
voz, mas nenhu-
nen hu-
ma resposta chega, nenhuma explicação atenua
sua angústia
an gústia..
 Jó
 J ó não
nã o apen
ap enasas fez perg
pe rgu
u n tas,
ta s, m as tam
ta m b ém fez
queixas. Ele levantou
levan tou aos céus 34 vezes
vez es as suas quei qu ei
xas. Pensou que Deus estava cravando nele suas
setas.
setas. Pensou que a mão mão de Deus estava esmagandesm agandoo
sua vida. É claro que Jó não conhecia todas as im-
plicações de sua saga. Não sabia todos os detalhes
daquela acesa batalha espiritual. Francis Schaeffer,
considerado o maior intérprete do cristianismo do
século 20,20, disse que a vida deve ser vista como uma um a
casa de dois andares. No primeiro andar é o lugar
onde nascemos, crescemos, vivemos e morremos.
59
AS TESES DE SATANÁS

É o lugar onde vemos, ouvimos,


ouvimo s, falamos,
falam os, tocamos,
sentimos, agimos e reagimos. O segundo andar,
chamado de regiões celestes, é um lugar invisível,
mas real.
real. Nele habitam
hab itam anjos de Deus e demônios.
demô nios.
Muitas
Mu itas vezes,
vezes, o andar
and ar de cima
cim a interfere no andar
an dar de
baixo. Muitas vezes, trava-se uma batalha renhida,
e os personagens
personagen s do andar de baixo
baixo não conseguem
consegu em
ter pleno discernimento das ações e implicações
que emanam
eman am do andar de cima.
cima.
O apóstolo Paulo disse que a nossa luta não
nã o
é contra carne e sangue , mas contra principados
e potestades, contra os dominadores deste mundo
tenebroso e forç a s espirituais do mal   (Ef 6.10-13).
fo rça
Esses inimigos
inim igos são perigosos,
perigosos, violentos e malignos.
Eles não descansam nem tiram férias. Estão sem-
pre buscando uma oportunidade para nos atacar e
nos ferir
ferir.. Aqueles, porém
p orém,, que foram arrancados da
potestade
potestad e de Satanás, resgatados
resga tados da casa do valente
e trasladados do império das trevas para o reino da
luz estão assentados com Cristo nas regiões ceies-
tes, escondidos nele, protegidos por ele, cobertos
com toda a armadura
armad ura de Deus, seguros nas m ãos de
Cristo. Isso não significa, porém, ausência de luta.
Enquanto estivermos neste mundo, viveremos
num campo
cam po minado, num n um território
território encharcado
encharcad o de
profundas tensões espirituais. Por isso, Jó, mesmo
sendo um homem piedoso e o mais devoto de sua
geração,
geração, nãon ão ficou imun e a essa batalha.
batalha.
 Val
 V alee dest
de stac
acar
ar,, po
poré
rém
m , que
qu e S atan
at anás
ás e sua
s uass h os-
os -
tes não podem agir à revelia de Deus. Não podem
atuar sem a permissão divina. O diabo é um ser
limitado quanto ao tempo, ao poder e à área de
60
Um homem provado com
com a permis
permissã
são
o de Deus

atuação. Ele só pode ir até onde Deus lhe permite


ir. Só pode fazer o que Deus permite que ele faça.
 Até
 At é Sata
Sa tan
n á s es
está
tá a se
serv
rviç
içoo de D eu
eus!
s! O pro
pr o pósi
pó sito
to
de Satanás era macular o caráter santo de Deus e
destruir a reputação de Jó. O que, porém, ele con-
seguiu? Apenas colocar Jó mais perto de Deus
e fazer dele um homem mais quebrantado e fiel.
Na verdade, nenhum dos planos de Deus pode ser
frustrado.

61
C apítulo 3

Um hom em

RESTAURADO POR DEUS

tempo da prova havia chegado ao fim.


Do pico das montanhas surgia um facho
de luz. No deserto tórrido brotavam os
lírios da esperança. Os céus de bronze abriam
ab riam seus
portais. O silêncio de Deus foi rompido, e a voz do
Todo-poderoso se fez ouvir.

Quando Deus rompe o silêncio


Quando Deus rompeu o silêncio, não
respondeu sequer a uma das perguntas de Jó. Ao
contrário, fez-lhe setenta perguntas. Todas retóri-
cas,
cas, ou seja, todas pergunta
perg untass cuja resposta já vinha
vinha
nelas embutida. Nessas perguntas, Deus fez uma
exposição exaustiva de sua majestade e soberania.
Deus perguntou a jó: “Onde estavas tu quando eu
lançava os fundamentos da terra? Onde estavas
tu quando eu espalhava as estrelas no firmamen-
to? O nde estavas tu quando
qua ndo eu cercava as águas do
m ar?” Diant
D iantee da incomparável m ajestade de Deus,
Deus,
AS TESES DE SATANÁS

 Jó foi se enco


en colh
lhen
end
d o e co
comm p reen
re end
d eu que
qu e suas
su as per-
pe r-
guntas não podiam perturbar o Todo-poderoso
nem colocá-lo contra a parede.
Deus é livre e soberano. Ele faz todas as coi-
sas conforme o conselho de sua vontade.
vontade . Ninguém
pode pressionar Deus nem colocá-lo contra a pa-
rede. Deus não age dentro do nosso tempo nem
conforme a nossa vontade. Seus caminhos são
mais altos do que os nossos. Seus pensamentos
são mais elevados do que os nossos. Ninguém foi
seu conselheiro nem jamais alguém ensinou a ele
a sabedoria
sabe doria.. O pro feta Isaías ressalta essa verdade,
verdad e,
quando
quand o diz: Quem guiou o Espírito do S enhore nhor , ou 
lhe ensinou como conselheiro? A quem ele pediu
conselho,
conselho, para lhe dar entendimento
entendimento e llhe
he m ostrar 
o caminho da justiça? Quem lhe ensinou conheci-
mento e lhe mostrou o caminho do entendimento? 
(Is 40.13,14). Deus é o detentor de todo o saber.
Ele conhece tudo, tem o controle de tudo e leva-
rá o Universo e a nossa vida a uma consumação
gloriosa.
Nada escapa ao controle divino. Ele está as-
sentado na sala de comando do Universo, e nada
foge de seu controle. Nem um fio de cabelo da
nossa cabeça pode ser tocado sem que ele o per-
mita. N inguém pode po de nos atingir
atingir sem que ele tenha
um propósito. Satanás não é livre para nos atacar
sem que Deus lhe dê permissão e sem que Deus
tenha um propósito
prop ósito sublime na prova.
prova. Nossas pro-
 va
 v a ç õ e s não
n ão vêm
v êm para
pa ra n os destr
de struir
uir,, mas
ma s par
p araa fo
f o rtal
rt alee -
cer as musculaturas
m usculaturas da nossa alma. Mesmo quando
a providê
pro vidência ncia que nos cerca
cerca é carrancuda,
carrancu da, Deus nos
64
Um hom em restaurado
restaurado por Deus
Deus

mostra sua face benevolente. Nosso Deus inspira


canções de louvor nas noites escuras. Ele abre rios
no ermo, faz brotar água da rocha e uma fonte de
consolo de nossas feridas. É Deus quem nos conso-
la em todas as nossas angústias para consolarmos
outros que estiverem passando pelas mesmas afli-
ções. Nosso sofrimento é sempre pedagógico. Tem
sempre um fim proveitoso.
Quando passamos pelo vale da dor, preci-
samos olhar para a majestade de Deus, e não para
a profundidade das nossas feridas. Se olharmos
para nós, entraremos
entrarem os em pânico; se olharmos
olharmos para
Deus, sentiremos paz no vale. Se observarmos os
 ven
 ve n tos
to s con
co n trár
tr ário
ioss e o rugi
ru gid
d o da tem
te m pest
pe stad
ade,
e, n au-
au -
fragaremos; mas, se fixarmos os olhos em Cristo,
caminharem
cam inharemos os sobre as ondas revolt
revoltas.
as.
O começo da restauração de Jó não passou
pelo entendim
enten dimento
ento de sua dor
dor,, mas
m as pela compreen-
são da soberan
sob erania
ia de Deus. Foi quando
quan do seus olhos se
abriram para ver a grandeza de Deus
D eus que as coisas
passaram a se tornar claras para ele. Não podemos
conhecer a nós mesmos sem antes conhecer Deus.
Quanto mais focarmos nós mesmos, mais aflitos
ficaremos e mais longe da verdade. Quanto mais
perto de Deus ficarmos, mais entenderemos a nós
mesmos e as circunstâncias que nos cercam.
O tamanho de nosso Deus nos ajuda a com-
preender as realidades da vida. Quem é o nosso
Deus? Qual é a dimensão do seu poder? O profeta
Isaías diz que Deus é aquele que mede as águas na
concha
conch a de sua mão e mede
m ede o pó da terra
terra em balança
balan ça

65
AS TESES DE SATANÁS

de precisão. Deus é aquele que mede os céus a pal-


mos e os estende como uma cortina para neles ha-
bitar.
bitar. Deus
D eus espalha as estrelas no firmam
firm am ento
en to e,
e, por
ser forte em força e grande em poder, quando as
chama, nem umau ma delas vem a faltar (Is
(Is 40.12-26).
40.12-26).
Qual é o tamanho desse Universo que Deus
mediu a palmos? Os astrônomos afirmam que
o Universo tem mais de 92 bilhões de anos-luz
de diâmetro. Isso significa que se voássemos à
 ve
 v e loc
lo c ida
id a d e da luz,
lu z, ou seja
se ja,, a 3 0 0 m il quil
qu ilôm
ôm e tro
tr o s
por segundo, demoraríamos mais de 92 bilhões
de anos para ir de uma extremidade à outra. Se
perguntássemos a um astrônomo quantas estrelas
existem, ele nos diria que há mais estrelas no
firmamen to do que todos os grãos de areia de todos
os desertos e praias do nosso planeta. Deus não
apenas criou todas elas, mas conhece cada uma e
as chama pelo nome.
Não é apenas o macrocosmo que manifesta a
majestade de Deus, mas também o microcosmo,
Uma tenra folha colhida no campo é tão comple-
ta como uma grande
grande metrópole.
metróp ole. Uma
Um a gema de ovo
ovo
é mais complexa do que qualquer máquina que o
homem jamais inventou. John Wilson, renomado
oftalmologista, d isse que
que cada
cad a um dos nossos
nosso s olhos
olhos
tem cerca de 2 milhões de fios duplos encapados.
Se não fora assim, havería um curto-circuito, e fi-
cariamos cegos
cegos.. M arshall N irenberg, prêm io Nobel
de biologia, fez uma das mais extraordinárias des-
cobertas no século passado. Descobriu que somos
um ser geneticamente computadorizado. Temos
cerca de 60 trilhões de células vivas em nosso
66
Um homem restaurado
restaurado por Deus
Deus

corpo. Em cada célula há 1,7 metro de cadeia de


DNA, onde estão gravados e computados todos os
nossos dados genéticos (a cor dos nossos olhos, a
cor da nossa pele, o nosso temperamento). Se pu-
déssemos espichar as cadeias de DNA do nosso
corpo, teríamos 102 trilhões de metros de exten-
são, ou 102 bilhões de quilômetros.
quilôm etros. Oh, essa obra
fantástica certamente não é resultado de geração
espontân
espo ntânea,
ea, pois
p ois o acaso não produz
prod uz ordem tão co-
co-
lossal. Essa obra não é consequência de uma me-
gaexplosão cósmica,
cósm ica, pois o caos não pode produzir
o cosmos. Essa obra não é fruto de uma evolução
de milhões e milhões de anos. Códigos de vida não
surgem dessa forma.
forma. Códigos d ev ida
id a foram planta-
dos em nós pelo Deus Todo-poderoso, criador dos
céus e da terra.
terra. Esse é o nosso Deus!
Certa feita um garotinho perguntou ao pai:
"Papai, qual é o tamanho de Deus?” O pai, confu-
so com a intrigante pergunta do filho, olhou para
o céu e viu um avião a jato cruzando as alturas. O
pai, então, perguntou ao filho: “Filho, olhe para o
céu e veja aquele
aq uele avião.
avião. Ele é pequeno
pequ eno ou grande?
gran de?””
O filho olhou e respondeu: “Pequeno, papai, muito
pequeno”. O pai, imediatamente, levou o filho ao
aeroporto e mostrou-lhe um grande jumbo esta-
cionado no pátio e perguntou-lhe: “Filho, qual é
o tamanho deste avião?” E o menino respondeu:
“Grande, papai, muito grande”. O pai, então, ex-
plicou ao filho: "Meu filho, é assim também com
Deus. Quando você está longe de Deus, ele parece
pequeno
pequen o para você,
você, mas, quando você está perto de
Deus, ele se torna
torna m uito grande”
gran de”..

67
AS TESES DE SATANÁS

Quando
Quand o olhamos
olham os para nossos problemas, agi-
agi-
gantamos nossa dor e apequenamos Deus; mas,
quando olhamos para a majestade de Deus, nos
sentimos pequenos, e nossa dor se torna apenas
uma leve e momentânea tribulação. Enquanto Jó
estava se defendendo e curtindo sua dor, sentiu-se
injustiçado. Mas, quand o viu a majestade de Deus,
encontrou
enco ntrou o caminho do entendimento
entendim ento e a estrada
estrada
da restauração.

Quando os olhos da alma são


abertos (Jó 42.1-6)
Quando Jó compreendeu a majestade Deus,
fez cinco descobertas magníficas que mudaram o
rumo
rum o de sua história.
história.
Em primeiro lugar, Jó compreendeu a onipo-
tência divina. Então Jó respondeu ao S e n h o r : B em
sei qu e tudo podes... (Jó
(Jó 42.1,2a).
42.1,2a). Quando
Quan do passamos
passam os
por lutas e provas, quando cruzamos os desertos
tórridos, quando descemos
de scemos aos vales escuros, quan-
do n ossa
oss a vida é fuzilada por rajadas
rajadas geladas de ven-
ven-
tos desaçaimados, precisamos entender que Deus
é onipotente.
onip otente. Nossas crises
crises não deixam n osso Deus
em crise. O trono de Deus não é abalado quando
a terra se transtorna. Deus não perde as rédeas da
História quando os horizontes parecem pardacen-
tos. Mesmo que Satanás se lance contra nós com
toda a sua fúria,
fúria, m esmo que os homens,
hom ens, na sua lou-
lou-
cura,
cura, blasfemem
blasfem em e levantem seu calcanhar contra o
Onipotente,
On ipotente, jam ais seu poder será arranhado.
arranhado.

6 8
Um homem restaurado
restaurado por Deus
Deus

]ó estava no fundo do poço. Doente, falido,


enlutado, abandonado, acusado. Seu quadro era
terminal. Seu passado era glorioso. Seu presente
era uma
um a tragédia. Sem futuro,
futuro, desprovido
desprovid o de qual-
quer esperança. Mesmo antes de receber a cura, Jó
recebeu o entendimento. Mesmo antes de seus so- so-
nhos serem reconstruídos, sua fé foi renovada. A
cura não brotou de uma viagem feita rumo à sua
alma, mas de umaum a elevação realizada até o trono de
Deus. Jó só
só entendeu a si mesmo
me smo depois
depo is que enten-
deu Deus. É o conhecimento de Deus que ilumina
os corredores escuros do nosso coração. Quando o
homem sabe que Deus é Deus, então compreende
que o hom em é homem.
Nossas impossibilidades não ameaçam a oni-
potência divina. Para Deus tudo é possível. Ele
pode tudo quanto quer. Ele pode libertar o cativo.
Pode curar o enfermo. Pode fortalece
fo rtalecerr o fraco.
fraco. Pode
salvar o perdido. Pode restaurar
restau rar a sorte daquele
daque le que
foi atingido por
p or tragédias.
tragédias.
Na hora da crise, precisamos entender que o
nosso Deus está no trono e faz todas as coisas con-
forme o conselho
conselho de sua vontade. Ele não depende
de ninguém nem precisa da ajuda de ninguém. O
mesmo Deus que criou o Universo e sustenta
sustenta todas
as coisas pela palavra de seu poder é o que governa
os destinos da nossa
n ossa vida. Nossa vida
vid a não
n ão está solta,
solta,
ao léu, jogad
jog adaa de um lado para o outro, ao sabor
sab or das
circunstâncias. Fomos salvos por ele, estamos nele
e viveremos sempre
sem pre guardados por ele,
ele, mesm o que
o inferno inteiro se levante contra nós. Ainda que
as nações, na sua fúria, tentem sacudir o seu jugo,
ê?
AS TESES DE SATANÁS

ele considera todas elas como um pingo que cai de


um balde, como um pó num a balança de preci
precisão,
são,
como um vácuo, como nada, como menos do que
nada.
Um pai caminhava com seu filho de quatro
anos, quando este lhe perguntou: “Papai, qual é o
tamanho
taman ho de Deus?”
Deu s?” O pai,
pai, perplexo com a pergun-
ta, olhou para o alto e viu um avião cruzando os
céus. Então, disse ao filho: “Filho, olhe para o céu
e veja aquele avião”. O menino respondeu: “Sim,
papai estou vendo”. O pai perguntou-lhe: “Qual é
o tamanho daquele avião, filho?” O menino res-
pondeu: “Pequeno papai, muito pequeno”. O pai,
imediatamente, levou o menino ao aeroporto e
mostrou-lhe, bem de pertinho, um jumbo imenso
estacionado no pátio. O pai perguntou ao menino:
“Filho, qual é o tamanho deste avião?” O menino
prontamente respondeu: “Grande papai, muito
grande”. O pai então explicou: “Meu filho, Deus é
do mesmo jeito. Quando você está longe de Deus,
ele parece pequeno aos seus olhos, mas quando
 você
 vo cê está
es tá p erto
er to de Deus
De us,, ele
el e se torn
to rnaa gra
g rand
nde,
e, m u ito
grande
grand e para você”.
você”. Depois que Deus revelou a Jó sua
majestade, esteeste com preendeu a grandeza de de Deus e
disse:
disse: “Bem sei que tudotudo podes
p odes e nenhum dos pia- pia-
nos pode ser frustrado ”.
 Ain
 A ind
d a que
q ue os rei
r eiss da ter
t erra
ra e os po
p o dero
de roso
soss deste
de ste
mundo, vestidos de soberba, desandem a boca
para falar contra o altíssimo, ele considera esses
príncipes como um toco que é arrancado e leva-
do pelo vento. Os reis da terra passarão. Reinos se
levantam e reinos caem, mas só o Senhor, o Deus
70
Um hom em restaurado por Deus
Deus

Todo-poderoso, permanece para sempre, pois só ele


tem o controle de tudo e a tudo domina. Ele tudo
pode!
Em segundo lugar, Jó compreendeu a sobe-
rania divina. ... e nenhum dos teus planos pode ser 
impedido   (Jó 42.2b). Como já dissemos, o Universo
não surgiu espontaneamente nem é produto produto de uma
evolução de milhões e milhões de anos. O Universo
foi criado por Deus e é dirigido por ele. Deus está
assentado no trono e faz tudo conforme lhe apraz.
Não existe acaso. A história não caminha à revelia
do governo divino. Deus tem um plano eterno,
perfeito, eficaz. Tudo o que acontece está sob o
olhar e o controle divinos. Não existe sorte nem
azar
azar.. Não
N ão existe
existe determinismo
determ inismo cego nem descontro-
descon tro-
le.
le. Nem um pardal cai ao chão sem o conhecimento
e a permissão de Deus. Nem uma folha no outono
cai sem que Deus o permita. Deus tem total contro-
le do Universo
Universo e também
també m da nossa
nos sa vida. O plano de
Deus é perfeito. Ele trabalha para aqueles que nele
esperam. Deus trabalha por nós, e não contra nós.
 Ao
 A o s seus
seu s amad
am ados
os,, ele dá o pão enqu
en quan
anto
to dorm
do rmem
em..
Ele cavalga nas alturas para a nossa
noss a ajuda.
ajuda.
O plano de Deus é completo. Inclui as gran-
des coisas e também as pequenas. Inclui as coisas
reveladas e também as ocultas. Inclui aquelas que
claramente percebemos e aquelas que não discer-
nimos. Deus nunca falha. Seus planos não podem
ser frustr
frustrados.
ados. Sua vontade
von tade não pode
pod e ser derrotada.
derrotada.
O propósito de Deus sempre prevalece. Ele é sobe-
rano e faz todas as coisas conforme o conselho de
sua vontade. Diz o salmista: ... o nosso Deus está
71
AS TESES DE SATANÁS
SATANÁS

nos céus; ele fa z tudo


tudo de acordo com sua vontade
(SI
(SI 115.3).
115.3) .
Mesmo que Satanás, em sua fúria, atente con-
tra nós, não pode nos atingir se Deus não lhe der
permissão. E, sem pre que em em sua providência Deus
perm
pe rmitir
itir que Sataná
Sa tanáss se insurja contra nós,
nós, colocará
limites em sua ação e trabalhará
traba lhará os propósitos, para
que tudo concorra para o nosso bem. O propósito
de Satanás era desonrar Deus e destruir a vida e a
família
fam ília de Jó, mas o propósito de Deus era honrar
hon rar Jó
e restaurar sua família.
fam ília.
Em terceiro luglugar
ar,, jó compreendeu
comp reendeu seu limitado
conhecimento. De fato fa to fa le i do que não en
enten
tendia
dia,, coi-
coi-
sas que me eram maravilhosas demais e eu não com-
 pree
 pr eend ia (Jó 42.3b). Se existe uma coisa que Jó não fez
ndia
durante sua saga de dor foi ficar calado. Ele abriu o
bico. Ele falou muito. Espremeu o pus da ferida e lan-
cetou os abcessos da alma. Gritou com todas as for-
ças da sua alma. Fez perguntas
pergu ntas e expôs suas queixas.
queixas.
Diante do ataque dos seus consoladores
consola dores molestos, fez
 vigoro
 vig orosa
sass defesas.
defes as. Chego
Ch egou u a endere
end ereçar
çar sua voz
vo z a Deus,
atribuindo a ele sua dor mais atroz. Viu-se no moi-
nho de Deus. Considerou-se cravejado de setas pelas
mãos do Todo-poderoso. Sentiu-se como um tição
estorricado na fornalha do altíssimo. Arrazoou com
Deus e com os homens. Enquanto sua alma latejava
de dor e seu corpo caquético e magérrimo envergava
sob o peso do sofrimento, ergueu a voz e disse: “Está
doendo,
doendo , e eu preciso de explicações”
explicaç ões”..
 A gora
 Ago ra,, d ian
ia n te da reve
re vela
laçã
ção
o d a m ajes
aj esta
tadde
de Deus, os olhos de sua alma são abertos, e Jó

72
Um homem restaurado
restaurado por Deu
Deus
s

compreende quão limitado ele era diante da gran-


deza insondáv
inson dávelel de Deus. Reconheceu
R econheceu que suas pa- pa-
lavras foram precipitadas e infundadas. Discerniu
que, diante da sabedo
sab edoria
ria excelsa de Deus, suassua s pala-
pala-
 vra
 v rass fo
f o ram
ra m in
inse
sen
n sata
sa tas,
s, p o is falo
fa lou
u do que
qu e não
nã o ent
e nten
en--
dia.
dia. Somos assim,assim, limitados. Não enxergamos todo todo
o cenário. Não vem os toda a realidade. Somos Som os mío-
pes. Deus, porém, conhece o passado, o presente e
o futuro no seu eterno agora. Ele tem o amanhã na
palm
pal m a de sua mão. Ele vê por po r fora e por dentro. Vê o
que não enxergam os. Por isso, isso, nos conduz pelo
pe lo ca-
ca-
minho estreito das providências carrancudas não
para nos destruir,
destruir, mas para
p ara nos fortalecer; não para
nos derrotar, mas para nos aprovar; não para nos
desqualificar, mas para nos galardoar.galardoar.
 A h , se p u d é sse
 Ah ss e m o s ver
ve r tod
to d os os d esíg
es ígn
n io
ioss de
Deus e seus sábios propósitos
propó sitos a nosso
nos so respeito. Seus
pensamentos sobre nós são pensamento de vida e
paz. Isso não significa ausência de sofrimento. O
próprio Jesus aprendeu pelas coisas que sofreu. O
sofrimento
sofrim ento não é castigo na vida dos filhos de Deus, Deus,
mas pedagogia. O sofrimento é o polidor do nosso
caráte
caráter,
r, o cinzel do Artífice divino, transform
trans form ando-
and o-
-nos na imagem
im agem de Jesus.
Em quarto lugar, Jó compreende seu limitado
conhecimento de Deus. Com os ouvidos eu tinha
ouvido fa la r a teu
teu respeito; mas agora os meusm eus
olhos te veem   (Jó 42.5). Jó era o homem mais pie-
doso de sua geração. Era íntegro e reto, temente a
Deus e se desviava do mal. O próprio Deus é quem
o enaltece e o distingue
disting ue dentre
den tre seus pares. Contudo,
mesmo com esses atributos, confessa que seu
73
AS TESES DE SATANAS

conhecimento de Deus era assaz limitado. Na ver-


dade, o conhecimento de Deus é a própria essên-
cia da vida eterna. Foi isso que Jesus afirmou: E a
vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste   (Jo 17.3).
Quem é Deus? Ele é autoexistente, imenso, infini-
to, eterno, imutável, onipotente, onisciente, oni-
presente, transcendente. Passaremos com ele toda
a eternidade
eternidade e jamais
jam ais esgotaremos
esgotarem os o conhecimento
de Deus. Mesmo recebendo um corpo de glória e
despojados
despojado s completame
com pletamentente do pecado, jam ais con-
con-
seguiremos conhecer totalmente Deus. Depois
Dep ois que
que
estivermos na glória, passado um milhão de anos,
ainda estaremos conhecendo Deus. Passado um
bilhão anos, ainda estaremos conhecendo Deus.
Na verdade, Deus é inesgotável. O céu certamente
não será uma bem-aventurança estática, mas uma
deliciosa e dinâmica realidade de comunhão com
Deus, pois nele nos alegraremo s e deleitaremos
pelo desdobrar
d esdobrar da eternidade.
eternidade.
Em quinto lugar, Jó compreende a enormi-
dade de seu pecado. Por isso, me desprezo e me
arrependo no pó e na cinza   (Jó 42.6). Ficamos es-
tupefatos diante dessa confissão de Jó e da declara-
ção que o próprio Deus faz a seu respeito, dizendo
que não havia ninguém na terra semelhante a ele,
homem íntegro e reto, temente a Deus e que se
desviava do mal. Parece que essas duas realidades
são irreconciliáveis e não podem caminhar juntas.
Como entender esse dilema? Mesmo sendo pro-
 vado
 va do,, e p rova
ro vad
d o d u ram
ra m ente
en te,, Jó n ão p e c o u co
conn tra
tr a
Deus (Jó(Jó 1.22; 2.10). Mas como então entã o ele se abom
abo m ina

74
Um hom em restaurado por Deu
Deus
s

e se
se arrepende
arrepend e no pó e na cinza? Seria a sua confis-
confis-
são tão sincera um engano de seu coração? Estaria
sentindo uma culpa irreal? A resposta mais clara é
que, quanto mais perto de Deus estamos, mais co-
nhecemos a pecaminosidade de nosso coração. As
pessoas
pesso as que mais choraram pelos seus pecados não
foram aquelas que mais acintosamente pecaram
contra Deus, mas aquelas que mais perto de Deus
andaram.
andaram . Quando o homem hom em está longe
longe da luz,
luz, não
consegue ver as manchas e nódoas de seu pecado.
Mas, quando se está perto da luz, até mesmo a su-
 jeir
 je iraa m ais
ai s d iscr
is cret
etaa é perc
pe rceb
ebid
ida.
a.
O profeta Isaías distribuiu uma série de ais
ao povo de Judá. Disse:  A i dos do s q u e a jun
ju n tam
ta m casaca sass
e mais casas , dos que acrescentam um campo a
outro, até que não haja mais lugar, de modo que
habitem sós no meio da terra   (Is 5.8).  A i dos do s que
qu e
se levantam cedo para se embebedar e continuam
até a noite bebendo vinho para se aquecer   (Is 5.11).
 A i dos
do s que
qu e pu
p u x a m o m a l com cordco rdasas de fa lsid
ls ida a de, e
o pecado, com cordas de carros  (Is 5.18). A  í í dos que
ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que transfor-
mam trevas em luz, e luz em trevas, e o amargo em
doce, e o doce em amargo   (Is 5.20).  A i d os q u e são sã o
sábios aos seus próprios olhos e inteligentes em seu
 pró
 p ró p r io con
co n ceit o  (Is 5.21).  A i dos
ce ito do s q u e são
sã o f o r t e s pa
p a ra
beber vinho e valentes para misturar bebida forte;
dos que absolvem o culpado por suborno e negam
o direito ao justo   (Is 5.22,23). No entanto, quando
Isaías teve uma visão da majestade e da santida-
de de Deus, voltou-se para si mesmo e disse:  A i de
mim! Estou perdido; porque sou homem de lábios

75
AS TESES DE SATANÁS

impuros e habito no meio de um povo de lábios im-


 pu
 p u r o s ; e os m eus
eu s ol
olh
h o s vira m o rei, o S enhor
vi ram e nhor do
doss
Exércitos!  (Is  (Is 6.5).

A restauração de Jó
 A res
r esta
tauu raçã
ra ção
o de
d e Jó co
comm eçou
eç ou qua
qu a n d o ele
el e aind
ain d a
estava enfermo. Não foi apenas uma mudança de
circunstância, m as de atitude.
atitude. Os olhos de sua alma
foram abertos para compreender a majestade de
Deus e a sua fraqueza antes mesm o de ser curado. curado.
Durante toda a sua dolorosa experiência, Jó
esteve falando e se defendendo. Seus argumentos
eram abundantes. Suas palavras eram carregadas
de vivida emoção. Certamente, havia em Jó uma
decepção com seus amigos. Eles haviam se torna-
do vinagre
vina gre em suas feridas, conso ladores molestos m olestos..
 Acu
 A cuss a ram
ra m Jó im p ied
ie d o sam
sa m en te.
te . A g rav
ra v a ram
ra m sua
su a d or
e abriram novas
nov as feridas em sua alma.
Ser criticado quando você está bem, com
saúde, com dinheiro e cercado pelo apoio da fa-
mília é uma coisa; mas ser acusado injustamente
quando você está quebrado, enlutado, enfermo e
rejeitado é outra coisa. Os amigos de Jó olharam
para sua dor de forma especulativa. Criaram teses
e antíteses. Formularam teorias e fizeram declara-
ções ousadas, culpando Jó por todo o desastre que
se abatera sobre a sua vida. Atacaram
Atacara m a integridade
moral de Jó. Lançaram sobre ele os mais pesados
libelos acusatórios. Alvejaram-no com armas de
grosso calibre. Passaram um rolo compressor em
cima dele. Reduziram-no a pó.
76
Um homem restaurado
restaurado por Deu
Deus
s

Enquanto as ondas e vagas passam


pas sam pela sua ca-
ca-
beça, Jó tenta respir
respirar.
ar. Mesmo
M esmo se sentindo
sentind o acuado e
encurralado pelo próprio Deus, mesm o se sentindo
sentindo
desemparado pela própria família,
família, mesmo
mesm o sabendo
que seu corpo cheirava mal e que até as crianças o
desprezavam, m esmo sabendo que até os os seus
seus ami-
gos íntimos o abominavam, Jó num lampejo de fé
inabalável diz: Eu sei que o meu redentor vive e que
 p o r f i m se levan
lev anta
tará
rá sobr
so bree a terra. D ep
epoi
ois,
s, de
dest
stru
ruíd
ído
o
o meu corpo, então fora fo ra da carne verei Deus. Eu o
verei ao meu lado, e os meus olhos o contemplarão,
não mais como adversário. O meu coração desfale -
ce dentro de mim  (Jó 19.25-27).
 A cura
cu ra de
d e Jó acon
ac onte
tece
ce quan
qu ando
do o patr
pa tria
iarc
rcaa deix
de ixaa
de se queixar
queixar,, deixa de se defende
de fenderr e começa a orar
pelos seus amigos. Durante todo o livro, ele se co-
locou na defensiva e ergueu sua voz para se defen-
der.
er. Mas Deus agora ordena
orden a a Jó que saia do campo
de defesa para entrar na brecha da intercessão.
Quando nos defendemos, o nosso foco está con-
centrado em nós mesmos. Quando oramos, nosso
foco está na pessoa que é alvo alvo da nossa
nos sa oração. É im-
possível
possível orarp
o rarporor alguém e continuar magoado com com
essa pessoa. E impossível
impossíve l odiar alguém
algué m e interceder
por essa pessoa ao mesmo tempo. Jesus Cristo foi
enfático, quando ensinou: Quando estiverdes o ran-
do, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai,
 pa
 p a r a que
qu e tam
ta m bé
bémm 0 voss
vo ssoo Pai
Pa i que
qu e está
es tá no céu vos
vo s
 pee rd o e as v ossa
 p os sass ofen sass  (Mc 11.25).
of ensa
O livro de Jó mostra que Deus se irou contra
os amigos de Jó porque não falaram de Deus o que
era reto, como Jó falara. Eles eram especuladores
77
AS TESES DE SATANÁS

da fé. Eram teóricos. Não estavam na arena, mas


apenas nas arquibancadas. Falavam de sua cabeça,
e não do coração. Falavam do que tinham ouvido,
e não de sua experiência. Conheciam a respeito de
Deus, mas não tinham intimidade
intimida de com Deus.
Deus ordenou que os amigos de Jó fossem até
ele para que este orasse por eles. O Senhor acei-
tou a oração de Jó, e Deus
D eus perdoou
perd oou os seus amigos.
 Vej
 V ejam
am os o rel
r elat
atoo da Escr
Es crit
itur
ura:
a:

 Ao terminar de dizer essas coisas aJó, o S e n h o r


disse a Eíifaz, 0 temanita: Estou irado contigo
e com os teus dois amigos, pois não falastes a
verdade a meu respeito, como fez o meu servo
 Jó. Levai sete novilhos e sete carneiros ao meu
servo Jó e oferecei um sacrifício p o r vós.
vós. O meu
meu
servo Jó intercederá por vós, pois certamente
o aceitarei, para que eu não retribua a vossa
ignorância; pois não falastes a verdade a
meu respeito, como fez o meu servo Jó. Então
Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta, e Zofar, 0
naamatita
naamatita,, fizeram
fize ram 0 que o S e n h o r lhes havia
ordenado; e o S e n h o r aceitou a intercessão de
 Jó  (Jó 42.7-9).

Enquanto Jó orava pelos seus amigos, Deus


mu dou a sorte dele: E depois que Jó intercedeu
mudou intercedeu pelos
seus amigos, o S enhor
e nhor o livrou e lhe deu o dobro do
que possuía antes (Jó 42.10).
Quando Satanás investiu contra Jó, atacou
cinco áreas vitais da sua vida:

78
Um homem restaurado
restaurado por Deus
Deus

Primeiro, a área financeira. Satanás levou Jó à


falência. Arrancou tudo o que ele tinha num único
dia.
dia. Pessoas e circun stâncias
stân cias fizeram da
d a riqueza co-
lossal de Jó apenas
apena s um a neblina que se dis
dissipo
sipou.
u.
Segundo, a área dos filhos. Satanás provocou
um acidente grave, envolvendo todos os filhos de
 Jó no m es esm
m o dia da susuaa falê
fa lên
n cia
ci a finan
fin ance
ceira
ira,, p ro-
ro -
 vo
 v o can
ca n d o a m orte
or te de tod
to d os eles
ele s no m e sm o inst
in stan
an--
te. Jó precisou sepultar todos os seus dez filhos no
mesmo dia.
Tercei
Terceiro,
ro, a área da saúde. Jó, depois
depo is de perder
seus bens e filhos, perdeu também sua saúde. Foi
acometido por tumores malignos que brotaram no
seu corpo desde a planta do pé ao alto da cabeça.
Seu corpo ficou chagado. Sua pele, necrosada. Jó
ficou todo encarquilhado. Seu vigor tornou-se se-
quidão
quidã o de estio.
estio.
Quarto, a área do casamento. Jó, depois de
perder
per der os bens, os filhos e a saúde, perdeu,
perdeu , ainda,
aind a, o
apoio de sua mulher. Esta, revoltada contra Deus,
sugere ao
ao m arido a rebelar-se contra Deus e com e-
ter suicídio.
Quinto, a área das amizades. Jó, tendo per-
dido todas as conexões dentro de sua casa, agora
é atacado violentamente pelos próprios amigos,
que se tomam um peso para ele, e não um bálsa-
mo. Recebe do fogo amigo as mais duras críticas, as
mais injustas acusações, as setas mais venenosas.
 A r es
esta
tau
u raçã
ra ção
o d iv
ivin
inaa v a i con
co n tem
te m p la
larr es
essa
sass
cinco áreas atingidas.
atingidas. Vejamos:

79
AS TESES DE SATANÁS

Primeiro, Deus restaura a saúde de Jó. O


e nhor o livrou... (Jó  42.10). Aquele homem cha-
S enhor
gado recebe vigor. Sua cura brotou sem detença.
Mesmo sendo como um toco decepado ao chão, ao
cheiro das águas reviveu. Jó recebeu saúde e vigor.
Tornou-se um homem saudável, sem qualquer se-
quela. Viveu gostosamente o restante de dias de
sua vida, sem nenhum
nenh um trauma do passado.
passado. Depois
dessa cura, viveu mais de um século. Depois disto,
viveu Jó cento e quarenta anos.  [...] Então Jó mor-
reu, velho e de idade avançada  (Jó 42.16,17). Você é
imortal até que Deus cumpra em você os seus pro-
pósitos. Satanás teve autorização para provar Jó,
mas não para matá-lo. A sua vida está nas mãos de
Deus. Ele é o doador da vida e o único que tem au-
toridade para tomá-la.
Segundo, Deus restaura os bens de Jó. Está
escrito: ... [o S enhor
e nhor ] lhe deu o dobro do que pos-
suía antes (Jó
(Jó 42.10). O que Jó possuira? Está regis-
trado: Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos,
quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas.
Tinha também muitos servos que trabalhavam para pa ra
ele, de modo que era o homem mais rico de todos
do oriente (Jó
(Jó 1.3).
1.3). O que passou a possuir?
possu ir? A Bíblia
responde:  Ass im , o S enhor
 A ssim e nhor abençoou o último es-
tado
tado de Jó mais do que o primeiro;
prim eiro; pois Jó chegou a
ter catorze mil ovelhas,
ovelhas, seis mil camelos, mil jun tas
ta s
de bois e mil jum enta s (Jó 42.12).
42.12). Se Jó era o homem
hom em
mais rico de sua época, passou a ser duplamente
rico. Vale destacar que a riqueza de Jó é uma ex-
pressão clara da bondade de Deus. É fruto da bên-
ção do altíssimo. É Deus quem adestra as nossas
80
Um homem restaurado
restaurado por Deu
Deus
s

mãos para adquirirmos riquezas. Riquezas e gló-


rias vêm de Deus. A Bíblia diz que a alma generosa
prosperará.
 A fam
fa m ília
íl ia de Jó que,
qu e, nas
na s p rofu
ro fun
n d eza
ez a s d e sua
su a
angústia, o desprezara, agora vem a ele, consola-o
e o cumula de presentes: Então todos os seus ir-
mãos, todas as suas irmãs e todos os que antes o
conheciam foram visitá-lo e comeram com ele uma
refeição em sua casa. Eles se compadeceram dele e
o consolaram de toda a desgraça que o S enhor e nhor lhe
tinha enviado. Cada um deles lhe deu uma quantia
em dinheiro e um pendente de ouro(  Jó 42.11 42 .11).
).
Terceiro, Deus restaura o casamento de Jó.
Muitos casamentos
casame ntos não suportam o teste teste da pobre-
za; outros não se mantêm no  gla  g lamm o u r  da
  da riqueza.
Quando Jó estava no fundo do poço, sua mulher
ordenou-lhe a abrir mão de seus absolutos, amai-
diçoar a Deus e morrer. Ela disse a Jó: ... Tu ainda
te manténs íntegro? Amaldiçoa a Deus e morre   (Jó
2.9).
2.9). A m ulher de Jó não suportou a sucessão de tan-
tas perdas. Decepcionada com Deus, está disposta
a virar a mesa e abandonar todos os valores e prin-
cípios que haviam regido até então sua vida. Sua
fidelidade a Deus era condicional. Mantinha sua
devoção apena
ap enass nos dias áureos. Su a fé fé era circuns-
circuns -
tancial, e sua ética, situacional. Mesmo mergulha-
do num caudal de sofrimento e dor, Jó responde à
sua mulher com firmeza granítica: Tu falas como
uma louca. Por acaso receberemos de Deus apenas
o bem e não também a desgraça?  (Jó   (Jó 2.10).

81
AS TESES DE SATANÁS

Imagine Jó agora curado, cheio de vida, rico,


cercado de parentes e amigos. Imagine o comentá-
rio
rio percorrendo todo o Oriente,
Oriente, acerca da m udança
radical ocorrida em sua vida. Imagine esse homem ,
outrora surrado
surrado pela adversidade,
adversidade, agora novamen-
te no topo do
do sucesso.
sucesso. Imagine
Ima gine esse hom em voltan-
voltan -
do a fita do tempo e lembrando-se de sua mulher
querendo empurrá-lo para o abismo, sugerindo a
ele pisotear seus valores, abandonar sua fé e lan-
çar-se nos braços da morte. Se fosse hoje, talvez
esse homem dissesse: “Mulher, quando eu estava
na pior, você queria que eu morresse. Agora, estou
com vigor e dinheiro no bolso. Como você não me
queria na pobreza, também não quero mais você
na abundân
abun dância”
cia”..
Claro, não foi isso o que aconteceu.
aconteceu . O mesmo
mesm o
Deus que curou o corpo de Jó, curou também sua
alma. O mesmo Deus que sarou as feridas de seu
corpo, também lancetou os abcessos de seu cora-
ção. Jó certamente perdoou sua esposa. Aquele re-
lacionamento estremecido foi restaurado. Aquele
sentimento
sentimento seco
seco como uma palha jogada ao vento
vento
é remoçado. Deus traz um novo alento ao coração
deles, e o casam ento se ergue das cinzas.
cinzas. Novos so-
nhos, novos alvos, novos filhos.
Quarto, Deus restaura os filhos de Jó. Jó era
um pai excepcional.
excepcional. Mesmo
Mesm o sendo um hom em rico, rico,
encontrava tempo para orar pelos filhos e aconse-
lhá-los. Agora, depois de restaurado por Deus, teve
mais dez filhos. Se na primeira fase da vida tivera
sete filhos e três filhas (Jó 1.2), na segunda fase a
mesm a realidade se repete:
repete: Também teve
teve sete filh o s
82
Um homem restaurado por Deus

e três filhas   (Jó 42.13). Três fatos são destacados


agora. Os nomes das três filhas são mencionados:
 Jem
 Je m im a , Q uezi
ue ziaa e Q u éren
ér en-H
-H a p u q u e. E las
la s são
sã o des-
des -
critas
critas como as mulheres mais formosasformo sas do mundo.
E seu pai, na contramão da cultura vigente, lhes
deu herança entre seus irmãos (Jó 42.14,15). Não
apenas
apen as Jó teve o privilégio de ter ter novos filhos, mas
teve a ventura de ver os filhos de seus filhos, até a
quarta geração (Jó 42.16).
Quinto, Deus restaura os amigos de Jó. A ira
de Deus se acendeu contra os amigos de Jó, mas
Deus ordenou-lhes que fossem até até Jó para
p ara que este
orasse por eles. Jó intercedeu por eles, e Deus acei-
tou sua oração, restaurando a vida de seus amigos
(Jó
(Jó 42.7-9).
42.7-9). A restauração
restauração dos relacionam entos não
 veio
 ve io co
comm o resu
re sult
ltad
ado
o dos
do s argu
ar gumm e n tos
to s e co
cont
ntra
ra-a
-ar-
r-
gumentos, mas por m eio da intercess
intercessão.
ão. Enquanto
Enquanto
ambas as partes se entregaram ao arrazoamento, as
feridas só foram abertas e os muros só se tornaram
mais altos. No momento, porém, em que Deus in-
terveio, e Jó se colocou na brecha da intercessão, a
amizade foi restaurada, e o relacionamento de seus
amigos com Deus foi restabelecida.
restabelecida.
Tudo quanto
quan to Satanás
Satan ás intentou contra
con tra Jó, Deus
D eus
reverteu. Satanás queria macular o caráter de Deus
e afastar
afasta r Jó de Deus. O que ele
ele conseguiu
conse guiu foi apenas
colocar
coloca r Jó mais
m ais perto de Deus e deixar mais patente
a majestade
ma jestade divina.

83
AS TESES DE SATANÁS

Restauração sim, explicação nem


sempre
Deus promete restauração; nem sempre expli-
cação. O livro de Jó termina, e Jó não fica sabendo
por que passou peío
peío vaie da prova.
prova. Todas
Todas as pessoas
envolvidas nessa saga estavam
estavam equivocadas.
Primeiro, Satanás estava errado porque in-
sinuou que ninguém podia amar mais a Deus do
que ao dinheiro, à família e a si mesmo. Jó provou
que Satanás estava errado. As teses do Adversário
foram refutadas. Jó desbaratou as falsas acusações
de Satanás. Jó provou que há verdadeiros adora-
dores que servem a Deus não apenas porque são
abençoados, mas apesar
apesa r de
de serem provados.
Segundo, a mulher de Jó estava errada porque
orientou seu marido a abrir mão de seus princípios,
amaldiçoar a Deus e morre
morrer. r. A mulher de Jó concluiu
que Deus não merece nossa devoção quando as coi-
sas vão mal em nossa vida. Ela demonstrou
demo nstrou deficiê
deficiên-
n-
cia em sua fé. Havia brechas em seu escudo. Fez coro
com Satanás e demonstrou que servia a Deus por in-
teresse. Dava mais valor
valo r às dádivas de Deus
D eus do que ao
caráter de Deus. Servia a Deus pelo que recebia dele.
dele.
O centro de tudo
tud o era a sua vida,
vida, e não Deus.
Terceiro, os amigos de Jó estavam errados
porque, entregues à especulação, concluíram
equivocadamente que Jó estava sofrendo por
algum pecado que supostamente teria cometi-
do. Não apenas especularam, mas efetivamen-
te acusaram Jó de pecados graves que ele jamais

84
Um homem restaurado
restaurado por Deu
Deus
s

cometera. Inverteram as coisas. Assacaram contra


um homem ferido e doente as mais duras acu-
sações. Esmagaram a cana quebrada e tentaram
apagar a torcida
torcida que fumegava. Foram Foram im piedosos
e injustos.
injustos. Falaram o que não era certo certo em relação
a Deus e a Jó.
Quarto, Jó estava errado porque imaginou
que Deus o esmagava sem causa. Jó queixou-se
contra Deus dezenas de vezes. Pensou que Deus
estava contra ele. Chegou a dizer que Deus o era-
 ve
 v e jara
ja ra com
co m suas
su as seta
se tas.
s. D e p o is d isse
is se q ue D eus
eu s p o -
deria pelo menos ter tirado sua vida antes desse
sofrimento ou m esmo acabar acab ar com o seu sofrimen-
to, tirando-lhe a vida. Apesar de Jó ter gritado aos
céus, pedido explicações, nenhuma resposta lhe
foi
foi dada
dad a que pudesse elucidar seus dilemas.
Deus restaurou a sorte sorte de Jó, mas
m as não
n ão explicou-
-lhe por que estava ele ele estava sofrendo.
sofrendo. O que acon-
tecia no andar de cima não estava estava sendo plenamente
compreend
com preendidoido no andar
and ar de baixo
baixo.. É claro quem nem
sempre Deus nos explica os motivos do nosso sofri-
mento.
mento. Mas,
Mas, quando não puderm pude rmos os entender o que
que
Deus está fazendo com a nossa vida, podemos en-
tender Deus. Ele é soberano e está no controle do
Universo. Até o nosso sofrimento mais atroz está
debaixo do seu controle. Quando Albert Einstein
 veio
 ve io à Am
A m érica
ér ica,, depo
de pois
is de seu
se u suce
su cess
ssoo com a teor
te oria
ia
da relatividade, um repórter perguntou à esposa
dele: “A senhora compreende a complexa teoria da
relatividade pela qual seu marido é tão famoso no
mundo?” Ela respondeu: “Não, eu não compreen-
do a complexa teoria da relatividade pela qual meu
85
AS TESES DE SATANÁS

marido é tão famoso no mundo, mas compreendo


o meu marido”. Você pode não compreender o que
Deus está fazendo, mas pode compreender Deus.
Ele é Todo-poderoso
Todo-podero so e tambémtam bém é seu pai.pai.
 Às
 À s vez
ve z e s, o lha
lh a m o s p a ra a v ida
id a a p e n a s pelo
pe lo
avesso.
avesso. Não
N ão conseguim
conseg uimos os entender
enten der como as coisas coisas
se encaixam. Há muitas linhas soltas e descone-
xas. Não há beleza no cenário que contemplamos.
Certa
Certa feita,
feita, Gary
Ga ry Chapm an, autor do livro livro Á s cinco
linguagens do amor , quando quan do criança, brincava
brinca va aos
pás de sua
sua mãe, que fazia um belo bordado bordad o à mão.
O menino olhou o bordado de baixo para cima,
pelo avesso, e disse à sua mãe: “Mamãe, que coisa
feia é essa que a senhora está fazendo? Há mui-
tas linhas soltas. Não há nenhuma harmonia”. A
mãe entendeu o dilema do filho, filho, tom om o no colo colo
e mostrou-lhe
mostrou -lhe o bordado de cima para baixo, baixo, pelo
lado direito, e o menino ficou encantado com a
beleza do desenho, com a harmonia das cores,
com a perícia da mãe e disse: “Mamãe, que coisa
linda a senhora está fazendo!" Haverá um dia em
que Deus vai nos colocar em seu colo e mostrar-
-nos nossa vida de cima para baixo. Então com-
preenderemos que ele sempre esteve trabalhando
por nós, e não contra nós. Entenderemos que não
há Deus como o nosso que trabalha para aqueles
que nele esperam. Compreenderemos que todas
as coisas cooperam para o nosso bem.
Mesmo
Mesm o quando
quan do as providências estão cinzen-
tas e carrancudas, poderemos ter a plena convic-
ção de que, por trás dessas nuvens escuras, o sol
está brilhando. Por trás dessa carranca, há uma
86
face sorridente. Por trás dessa saga de dor, há uma
lição poderosa. Por trás dessas lágrimas, há uma
alegria indizível e cheia de glória.

Conclusão

Concluímos, portanto, dizendo que, mesmo


que Satanás
Sa tanás se lance contra nós,
nós, Deus reverterá isso
em bênção.
b ênção. Mesmo
Mesm o que ele queira
queira nos destruir,
destruir, sai-
remos dessa batalha
b atalha ma is crentes
crentes,, mais fortes,
fortes, mais
perto de Deus. Satanás pode até lançar sobre nós
seus dardos inflamados, porém Deus nos cobrirá
com suas asas.
asas. Satanás pode até nos atacar com sua
fúria indôm ita, mas os planos
plan os de Deus para nós,
nós, es-
tabelecidos na eternidade,
eternidade, jam ais poderão ser frus-
frus-
trados. A soberania de Deus
D eus não pode ser abalada
pelo ataque de Satanás, nem nossa segurança em
Deus pode ser estremecida por esse ataque. Nada
nem ninguém
n inguém,, nem agora nem no porvir,
porvir, pode nos
separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus.
Estamos firmados e seguros nele, e isso nos basta!
Sua opinião
op inião é
importante para nós.
P01 gentileza, envie seus
comentários pelo e-inail
edito1 ial@hagnos,com.b1 .

uls! ITED
ITED PRE SS
um 5e:0 adilcnai haorns

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 Vi sitee nos
n osso
so site: w
site: www
ww .hag
.h agno
nos.c
s.com
om .br

Esta obra foi composta


nas fontes Constantia,
corpo 1o e 11; e impressa
na Imprensa da Fé. São
Paulo, Brasil,
primavera de 2014.
Hernandes Dias Lopes
é casado
casado com Udem
Ud emiíta
iíta Pimentel
Lopes
Lopes e pai
pai de Thiago e Mariana.
Maria na.
É bacharel em Teologia pelo
Seminário Presbiteriano do
Sul,
Sul, em Campinas,
Ca mpinas, SP e doutor
douto r
em Ministério pelo Reformed 
theological
theological Semina ry  de
Sem inary  de Jackson,
Mississippi, Estados Unidos.
Ele
Ele é pastor da Prim eira Igre
Igreja
ja
Presbiteriana
Presbiterian a de Vitória,
Vitória,
Espírito
Espír ito Santo, desd
de sdee 19
1985. É
conferencísta, escritor com
mais de 0 0 títulos publicados
e diretor executivo de Luz para
o Caminho. É membro da
Academia Evangélica de Letras
Neste livro Hernandes Dias Lopes utilizando a
vida de ]6 como pano de fundo nos apresenta ricas
lições para os dias atuais, jó tem sua vida atacada
implacavelmente pelo inimigo que desta maneira
quer provar que suas teses são verdadeiras, mas as
mesmas são refutadas
refuta das categoricam
catego ricamente
ente por ]6
]6.

Deus reverte a situação, vira a mesa. Deus restitui tudo


que Satanás tirou; e o faz em dobro. A leitura deste
iivro pode aquecer seu coração, reanimar sua alma e
redirecio
redir ecionar
nar seus pass
passos
os..

Por meio deste livro o autor nos incentiva a não perder


a esperança. Talvez você ainda esteja num vale escuro,
com 0   corpo surrado pela doença e com as lágrimas
rolando pelo seu rosto. Talvez você esteja com o
casamento abalado, com os filhos sendo atacados
peto
peto adversário e com os amigos
amig os se insurgindo contra
você. Não perca a esperança! O sol voitará a briihar.
As nuvens escuras passarão,, e um tempo novo, de
refngéiio da parte do Senhor, virá sobre a sua vida.
^ Saiba disso
disso:: a inda que Satanás
S atanás acuse
acuse você
você ou insinue
coisás horríveis a seu respeito. Deus guardará você e o
..conduzirá
..conduzirá em triunfo!

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