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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Commented [u1]: Este seria o lugar da poesia e do poeta,
INSTITUTO DE HISTÓRIA que era inspirado pelas musas no período que estamos
chamando de Grécia Arcaica. A história e o historiador (e este
é um termo moderno para o que fizeram, por exemplo,
Heródoto e Tucídides, uma vez que não havia de modo
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS explícito essa figura no tempo deles) se referiam ao século:
Prof.as Luiza Larangeira e Andréia Tamanini diferente dos poetas, falavam de feitos que ocorreram com
pessoas, de acontecimentos de sua própria época, não de uma
Monitoria: Giovana Bruno
"era de ouro", gloriosa, original e imemorial, de heróis semi-
deuses, como costumavam fazer os poemas épicos. Além
disso, Heródoto e Tucídides não tinham as musas como fonte
Comentários às respostas da Atividade de Escrita e Argumentação sobre Antiguidade de inspiração. Mas, claro que estou entendendo que vocês
estão associando a poesia épica de Homero como sendo um
Clássica. princípio de como se contava a História no Ocidente até por
volta do século VIII a.C., certo? Só cuidado, então, ao deixar
mais claro essa relação de diferença, está bem?
Estes comentários são uma visão geral da correção. Alguns trabalhos não estão
aqui comentados diretamente, para não ficar repetitivo, não fiquem chateados ou se Commented [u2]: Em Roma e na Grécia. Está correto dizer
isto sobre a ideia de Cícero sobre a utilidade da História, a
sintam excluídos por isso, por favor, está bem? Todos receberam o 0,5 ponto, não se função que ela deve exercer. Mas, embora de um modo um
pouco diferente que em Roma, na Grécia Clássica, quando e
preocupem. Porque o mais importante neste momento, por ser o primeiro trabalho, é onde escreveram Heródoto e Tucídides, essa utilidade/função
de 'exemplo a ser seguido' da História também estava
o fato de vocês conversarem, trocarem ideias, irem procurar saber (como Heródoto já presente. Tanto assim que Cícero cita os dois gregos como
modelo ideal de escrita. Mas, é verdade, há algumas
diferenças entre os romanos do século I a.C. e os gregos do
fazia!) e buscarem criticar as fontes (como Tucídides!) e escreverem (isto é
séc. V a.C,, sobretudo quanto ao papel do próprio
"historiador", isto é, quem estaria mais apto a escrever a
importantíssimo e Cícero já chamava atenção para essa importância!). Enfim, história e por quê. Também as concepções de verdade e da
forma e finalidades da retórica grega e da latina.
começarem a praticar o fazer historiográfico. Mas alguns pontos são importantes para
que todos estejam mais ou menos inteirados das reflexões que estão em questão no Commented [u3]: Há a necessidade de aspas para os
trechos que correspondem a citações e precisa dizer de onde
nosso exercício. Creio ser importante para esse processo de formação do historiador elas foram tiradas. A referência pode vir na nota de rodapé.
Assim, para a nota de rodapé (1), depois ou antes da tradução,
contemporâneo. deve vir discriminado: "A história está cheia de exemplos"
(tradução livre de Cicero, De divinatione, 1.50). Para nota (2),
idem: "A história é mestra da vida" (Cícero, De oratoria, 2.9.36)
1) Na Grécia Antiga, a história está relacionada às musas, que, enquanto filhas da deusa
Commented [u4]: Bastante atenção aqui: tanto os poetas
Mnemosine, detinham o poder de possuir os poetas e os inspirar, fazendo-os cantar (caso de Homero) como os historiadores (caso de Tucídides e
Heródoto), os oradores (caso de Cícero) e os logógrafos (caso
líricas épicas sobre o tempo e vida dos deuses e dos heróis. Já em Roma, a história era de Hecateu de Mileto, mestre de Heródoto) tinham
compromisso com a verdade. Isso é muito importante de se
utilizada para enxergar os fatos bem sucedidos, o que ensinava ao povo quais os ter em conta. A diferença está naquilo que consubstancia a
veracidade de suas palavras e confere autoridade aos seus
caminhos mais corretos, de glória e de êxito que se deveriam ser seguidos. Expressões discursos, à história que eles contam e desejam eternizar
como memória (em relação ao passado) e modelo (para ser
latinas como plena exemplorum est historia(1) e historia magistra vitae(2) sintetizam a reproduzido no futuro). No caso dos poetas, "mestreram as
musas, era o poder divino, pois a verdade poética tinha a
visão da história que se tinha pelos romanos. função de tornar imortal os feitos virtuosos dos grandes
guerreiros. Não à toa, a poesia, para Aristóteles, tinha a
qualidade de ser mais verdadeira do que a História, porque,
enquanto esta se ocupava das particularidades do real, do que
2) Os oradores romanos, por exemplo, junto aos historiadores, possuíam compromisso
"realmente é e aconteceu", aquela, por meio da
com a verdade, não misturando assim fatores mitológicos e teogônicos em suas verossimilhança, daquilo que "poderia ser", dá um sentido
universal e eterno ao que está sendo contado - que pode ser
narrativas. usado como modelo de virtude e emulado/imitado por toda a
eternidade. No caso de Heródoto e Tucídides, a História tem
compromisso com a "realidade" de que fala Aristóteles; estão
interessados em fazer conhecer o que realmente aconteceu,
3) cada um de uma maneira diferente. Heródoto, por exemplo,
escreve nas suas histórias muitos feitos que nós hoje
chamríamos de "fantásticos", de fantasias e lendas sem ...
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Contudo, o poeta, estando possuído pelas mousas, passa a declamar e cantar os feitos dos Commented [u5]: "mousa" é uma transliteração de "μοῦσᾰ",
que, em latim, virou musa, e, por sua vez, é a palavra como
heróis, semideuses e povos. Sendo seu papel, assim, de registrar e imortalizar esses feitos. nós a conhecemos em protuguês. Está ótimo a referência,
mas, para uma melhor correção, convém usar o termo em
Devido a esse caráter mais “monumental” dos acontecimentos, as narrativas que 'itálico' se for no idioma original estrangeiro (no caso, o grego
antigo clássico); senão, o melhor é escrevê-lo em português
retratavam esses heróis se tornaram importantes não só para a formação do homem (musa), está bem?

grego mas também no desenvolvimento da educação, na moral e psicologia. Tendo os Commented [u6]: tudo isto é para a formação o homem
grego: a moral, a educação. Interessante vocês terem
cantos o que Detienne - historiador belga e especialista no estudo da Grécia Antiga - levantado a psicologia; entretanto, tomar cuidado ao termo,
porque é delicado em função das implicações subjetivas,
chama de palavra eficaz, aquilo que declama atualiza o passado, forma identidade e a
tendo em vista que o "sujeito" na Antiguidade tinha uma
característica específica.
memória coletiva. Logo, o poeta possui dever de "louvar a virtude e vituperar o vício”.
Commented [u7]: indicar a referência de 'quem' disse isto.
foi o Marcel Detienne ou a Luiza Larangeira ou o Cícero? seria
4) Antes de adentrarmos na discussão sobre a forma que se produzia e consumia história bom indicar, seja em nota de rodapé ou entre parêntesis, no
corpo do texto.
na antiguidade clássica, é preciso distanciar a nossa visão contemporânea sobre a história
Commented [u8]: Sugiro escrever 'Antiguidade Clássica',
com maiúscula, por se tratar de um período específico.
e principalmente sobre o objetivo (função social) desta na nossa sociedade. Hoje não se
produz historiografias com o objetivo de narrar verdadeiramente um acontecimento, mas Commented [u9]: excelente! O perceber e colocar o
distanciamento em discussão é importante.
sim de interpretar uma conjuntura social/econômica do momento, ou ainda,
Commented [u10]: Há quem o faça ainda hoje. Há, ainda,
por parte de alguns, uma percepção da História como
interpretações de contextos sociais a partir de novos ângulos nunca estudados.
referência de realidade e verdade, sobretudo fora dos estudos
acadêmicos. Mas para muitos na sociedade contemporânea
nossa, a História ainda carrega esse estigma de lugar de
memória e verdade (quem não ouviu recentemente "a História
vai provar que..."). E há historiadores que seguem de alguma
5) Na Grécia antiga, História não era tida como uma ciência que analisa fatos históricos, maneira este vínculo. É uma questão importante de se
observar o hibridismo do conceito, essa multiplicidade de
e suas causas e consequências em ordem cronológica, e sim a narração de histórias, apreensões sobre a História em nossos dias. Na Antiguidade,
havia também visões distintas sobre diversas maneiras de
repletas de mitologia, onde podem ser encontrados costumes da cultura grega e eventos contar histórias: a dos poetas, a dos logógrafos, a dos
historiadores (entendendo que este é um termo anacrônico), a
históricos envolvido em mitos e superstições, como no caso da Ilíada e Odisséia dos anallistas, a dos oradores (segundo Cídero), e outros mais.
Essa relação entre verdade e realidade, entre a "verdade ou o
escritas por Homero. Apesar da falta de compromisso com a veracidade e comprovação rigor dos fatos" e a sua versão para a linguagem, para a escrita
é um campo de debate hoje na teoria e na historiografia.
dos ocorridos, é importante ressaltar o valor da poesia antiga como fonte historiográfica,
Commented [u11]: Isso, muito bem. Mas cuidado com o
por retratar as crenças, costumes e tradições da sociedade da época [...]. uso do termo "ciência". É uma questão delicada mesmo para
os estudos da historiografia nos dias de hoje. Atenção, está
bem?
6) Desse modo, a história adquire o dever fundamental de interpretar e reproduzir o que Commented [u12]: Não. Cuidado. Esta é uma visão
preconceituosa e anacrônica. Havia o total compromisso com
já está morto. Os fatos deixam de existir no exato momento em que ocorrem, e portanto a verdade por parte dos poetas e dos antigos de uma maneira
geral. A diferença está no que consideram verdade e quem
o historiador não é capaz de reproduzi-lo como ele foi efetivamente. Neste ponto, ele se autoriza e valida um discurso como veraz. Para os antigos, a
verdade estava na tradição, nos deuses. Essa visão de que a
distingue radicalmente do orador. O orador não tem o compromisso de reproduzir os ciência conforme a conhecemos hoje no Ocidente
europeizado seja o parâmetro para determinar o que seja ou
fatos em si, mas sim uma perspectiva disposta de viés e aspecto fantástico a eles. O não verdadeiro para uma cultura diversa é muito perigoso ...

historiador, por outro lado, deve adotar uma metodologia de modo que o fato seja
Commented [u13]: excelente a interpretação do papel do
interpretado da forma mais precisa possível. Desta maneira, pode-se dizer que o orador por Cícero. Entretanto, atenção sobre a ideia de
verdade. O orador ciceroniano e o poeta tem, sim, o
historiador tem o papel de relatar a verdade. Esse papel o distancia também do poeta. compromisso com a verdade. A diferença está no meio de
alcançar essa verdade. lembre que Aristóteles diz até que a
poesia está mais próxima da verdade do que a história, que ...
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7) Cícero através de relatos e experiências passadas cria um padrão moral e


comportamental a ser seguido na república romana. Seu método não privilegia relatos Commented [u14]: atenção: Cícero não cria o padrão
comportamental e moral. O que ele está fazendo, em relação
orais ou visuais mas os mais ornamentados, os mais encantadores. O caráter patriótico à função e utilidade da história e do orador, é defender uma
visão em que a escolha das palavras, o cuidado ao narrar a
fica evidente quando antes da morte o romano diz "Morra eu na pátria que tantas vezes história se direcione para a preservação e a ênfase aos valores
morais da tradição, o passado, os costumes dos antigos (o
salvei", salvou edificando sua identidade e imortalizando suas experiências para serem mos maiorum), a fim de que venham a ser conhecidos,
perpetuados e emulados pelos cidadãos romanos do presente
esclarecedoras principalmente do ponto de vista político prático. e do futuro. ele não cria esse padrão. Esse já é o que um
romano, ao menos convencionalemnte, tem como valores
morais e, portanto, como verdade. Ele propõe que o bom
orador é o único capaz de saber selecionar prudentemente as
8) Ainda na significação de Alétheia, para os gregos, a verdade também pode ser definida palavras, dentre todos os romanos, a contar essa história, que
serve de exemplo, de modelo e de memória. Justamente
como o não esquecimento, ou seja, memória (faculdade de se lembrar), cujo significado em porque, devido ao saber bem ornar de palavras o relato,
consegue agradar e atrair a atenção da audiência (delectare)
grego remete a deusa Mynemosine, filha de Urano (o Céu) e Gaia (a Terra), do Pantheon. para o que está sendo contado e, assim, tornar aquele
discurso histórico eficaz, porque ensinaria o que é bom, as
virtudes a serem perpetuadas, e o que é ruim, os vícios a
vituperar, e teria a sabedoria necessária para, por meio de sus
9) Ambos historiadores e poetas imortalizam o passado, porém há diferenças em como a oratória/retórica, induzir à ação (movere) de emulação.

verdade é retratada. O historiador necessita de uma comprovação científica por meio de Commented [u15]: Muito interessante esta interpretação de
verdade e memória sendo uma coisa só quase. Mas cuidado. A
fontes que comprovem o que é dito para dar legitimidade; enquanto o orador narra a verdade verdade não se confunde totalmente com a memória, ou seja, não
se define pela memória. Mas a memória coletiva deve está
construída por feitos gloriosos, virtuosos, eternizados e
virtuosa, esta qual não é necessária ter uma comprovação científica para que seja considerada verdadeiros. A fonte de inspiração para o canto do poeta, que
eterniza na memória os grandes heróis e seus feitos, é a verdade e
real, já que ela veio da inspiração pela Mousa. vice-versa, isto é, o que o poeta canta será eternizado como
verdadeiro e permanecerá eternizado na memória dos homens,
como exemplo dessa mesma verdade: o bom-belo-virtuoso, a ser
louvado e emulado para sempre.
Commented [u16]: Cuidadíssimo!!! Esse conceito de
‘científico’, conforme está postao aqui não se aplica de jeito
nenhum ao contexto da Antiguidade. Entendi o que quiseram dizer.
Mas a atenção para o que “realmente aconteceu” da História,
conforme exorta Tucídides e consta também em Aristóteles, não
quer dizer que tenha qualquer relação com o pensamento científico
moderno. Muita atenção aqui.
Commented [u17]: De novo o “científico”. Melhor não usar
esta palavra, está bem? Pensar mais em uma realidade que pudesse
ser comprovada com os olhos (autopsia) em Tucídides, ou pelos
depoimentos de testemunhos que pudessem dizer as suas
motivações, como no caso de Heródoto, ou com a eficácia do
ornamento do discurso, do uso da palavra como no caso do orador
prudente em Cícero.
Commented [u18]: Em itálico

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