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Gabriel Ferraz
COROI MEU SONHO, O João FALANDO DO MITO DO DADO (kinda) YES!! MEU BOM
CURTE AE PRA EU LER AMANHÃ CEDINHO 2
Téssio Medeiros
Saving for later. 1
Igor Oliveira
Alguém invoca o Rian ou o Haslley aí
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Brener Sousa
O haslley não tem face,então não é possível invoca-lo
1 k Lik R l M
Igor Oliveira
Igor Oliveira
Provavelmente foi o Rian, já que o Has kitou do neo faz uma cota
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Igor Oliveira
Brener Sousa Tem sim, mas é fake
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Igor Oliveira
Tenho medo de marcar ele e ele ficar puto kkkkkkkkkkkkkkk 1
Brener Sousa
Igor Oliveira porque ele quitou do neo?
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Téssio Medeiros
Inclusive o Rian ficou puto lá no gp quando mostraram os prints "É isso que dá ficar
lendo Sellars por artigozinho na internet e interpretações mainstream equivocadas"
foi algo tipo o que ele disse ksksks, saiu descendo a madeira e explicando os
problemas, aí quando descobriu que era do Luca ele se acalmou pq eles são amigos
e disse que ia ser mais fácil discutir e esclarecer o que tinha ficado equivocado.
Inclusive João Luca Teixeira Carvalho, como ficou essa conversa de vcs?
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Igor Oliveira
Téssio Medeiros qual gp?
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Téssio Medeiros
Do Neo (whats).
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O Rian disse que aceitava a conclusão do argumento que coloquei( como ele é
válido, ele devia aceitar o argumento então, porém, ele voltou atrás dps).
Não obstante, ele ficou de mandar um email pro Zalta pra poder reescrever o artigo
sobre o Sellars( que é algo que eu quero muito ver como vai ser o desfecho não-
ironicamente e desejo boa sorte nisso!!!)
Tendo dito isso, acho que o Rian supervaloriza o escopo desse argumento e isso foi
algo que falei com ele, i.e., mesmo que ele consiga reescrever o que ele achou
errado no artigo, o argumento não é tão forte- vide a parte que ele tirou essa
í i d f i d d fil fi id l é l
estatística de que o argumento afetaria metade da filosofia ocidental, porém, ele
sequer afeta a posição que a maioria dos epistemólogos atuais aderem: o
externismo sobre conhecimento e justificação( tu pode checar isso no artigo do
Chalmers de 2009 sobre a posição dos filósofos).
Ah, dps gostaria de falar outras coisas que ficaram confusas no texto tipo a parte de
consciência direta. Pra finalizar, um dia desses vi o Gregory Gaboardi trazendo um
argumento bem legal contra o fundacionismo- alegando circuladidade viciosa- que
achei bem melhor que o do dado. Vou trazer ele aqui logo que achá-lo,i.e, caso vcs
tenham interesse nesse tópico. 1
José Adairtes
João Luca Teixeira Carvalho esse Rian é bem insistente, em? 1
José Adairtes
Téssio Medeiros qual grupo?
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José Adairtes
João Luca Teixeira Carvalho não mais que vc
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Téssio Medeiros
Gp do neo do whats. Ele é brabão.
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Igor Oliveira
Téssio Medeiros no discussão aberta?
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Téssio Medeiros
N n, no fechado pros membros.
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José Adairtes
Téssio Medeiros tu é membro? 1
Gregory Gaboardi
Meu argumento foi este:
(1) Se há razões inferenciais apoiando o fundacionismo e o fundacionismo é
verdadeiro, então há razões não-inferenciais apoiando o fundacionismo. (caso
contrário haveria regresso infinito ou circularidade)
(2) Não há razões não-inferenciais apoiando o fundacionismo. (porque isso geraria
i l id d )
circularidade)
(C) Logo, não é o caso que há razões inferenciais apoiando o fundacionismo e o
fundacionismo é verdadeiro.
"Gregory that sounds right to me. One doesn't have to first be non-circularly justified
in believing that foundationalism is true in order to have non-inferential justification
for some p."
Me parece uma boa resposta pro dilema. Aliás, minha intuição é parecida com a do
Hasan de que eu n tô conseguindo ver que seria " algo surpreendente" que o
fundacionismo tivesse uma justificação circular. 1
Igor Oliveira
Téssio Medeiros descola esses prints ai pra nos ;-;
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Gregory Gaboardi
João Luca Teixeira Carvalho Meu ponto foi que o que seria surpreendente é o
fundacionismo só ter justificação circular, inferencial (e não o que você colocou). O
ponto do Hasan e do Stoutenburg foi que a justificação do fundacionismo pode ser
circular mesmo e que isso não seria um problema, e eu concordo com isso. 1
Gregory Gaboardi
Enfim, ainda acho surpreendente porque acho que a falsidade de (2) é sutil. Mas,
talvez não seja sutil para outros. 1
Téssio Medeiros
Igor Oliveira vem de pv
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Sobre os motivos pra rejeitar *P2 de que só crenças( ou algo como crenças) podem
ter conteúdo proposicional/conceitual( acho que me inclino um pouco pro
representacionalismo fregeano).
A maior discordância na literatura é sobre qual a melhor teoria pra acomodar o que
sabemos sobre o conteúdo de percepções( seja conceitual ou não); não há tanta
discordância de que experiências perceptivas tenham conteúdo conceitual. 1
José Adairtes
Eu sou agnóstico em relação a experiencia perceptual ser proposicional. Pelo menos
no que tange ao conteúdo perspectivo, o responsável pela experiência, a meu ver, ele
não é um conteúdo reflexivo, estado psciologico ou algo do gênero, mas uma porção
do mundo. A Susanna Siegel fala sobre conteúdo indexical, é o conteúdo que eu
endosso. Porém, vai haver discordância a respeito do que é o conteúdo indexical. 1
José Adairtes
Outra coisa, eu não entendo a posição pespectiva como fenomenologica, mas como
uma posição mesmo.
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Téssio Medeiros
Vou deixar aqui a palestra de um paper que estou traduzindo (dei uma pausa por
imprevistos mais urgentes mas voltarei em breve) sobre o tema que não sei se
conhecem mas faz uma exposição bem legal do contexto em que o mito se
apresenta e como sua problemática se dá: https://youtu.be/dI5MZ2kBK9M
Essa palestra me ajudou bastante a fixar e acomodar o pouco que sei sobre o tema.
Mateus Fonseca
minha intuição de palpiteiro mor me diz que esses caras são aficionados com
Sellars por ele simplesmente seguir a tradição kantiana 4
José Adairtes
João Luca Teixeira Carvalho isso pode se estender pra metafísica e filosofia da
linguagem 1
José Adairtes
Essa galera que diz que estuda epistemologia, metafísica, filosofia da linguagem, etc
pode ligar isso a eu estudo Kant, e tô por fora dos avanços em epistemologia
contemporâneo, eu estudo Wittgenstein e não manjo porra nenhuma de teoria da
referência com rigidez entre outros avanços em filosofia da linguagem, e por aí vai... 1
Rian Vieira
Mateus Ainda bem que é só uma intuição de palpiteiro mesmo então. A razão do
interesse em Sellars está bem além do fato de ele seguir uma tradição kantiana,
principalmente pelo fato de que Sellars era um PÉSSIMO kantiano em vários
sentidos possíveis (assim como Strawson e os comentadores kantianos anglófonos
em geral), desde o nível de interpretação até mesmo em termos de conhecimento de
alguns pontos fundamentais da filosofia transcendental (eu não sou o único a notar
isso; Hanna, Waxman, Allison e outros vão dar razão para mim).
A razão do interesse dele tem mais a ver com as contribuições originais dele, tanto
em epistemologia e filosofia da mente, e com o fato de ele ter inspirado gerações
inteiras de contribuidores não menos importantes (sejam eles os right-sellarsians ou
os left-sellarsians). 1
Téssio Medeiros
Você acha implausível que crianças pequenas e animais não possuam capacidade
de justificação de fatos do tipo "A é x"? Pelo pouco que entendo do tema (também
por estar traduzindo um artigo do Brassier sobre o assunto) a linguagem seria
anterior ao pensamento não em termos ontológicos, na ordem do ser, mas na ordem
do saber, de fornecer justificações de fatos (do tipo "A é x") onde o sujeito justifica
para demais ouvintes ou até mesmo para si próprio uma articulação de conceitos
(regras socialmente estabelecidas sobre como conotar determinadas coisas) que há
algo que se manifesta da forma x (onde x é um conceito capaz de ser atestado
como tal corrigido caso mal empregue).
Como crianças e animais poderiam ter tais tipos de justificação que o conhecimento
requer?
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José Adairtes
Téssio Medeiros é só ler sobre linguagem-E e linguagem-I e vai entender o que o
João quer dizer 1
Téssio Medeiros
Eu creio ter entendido o que ele diz, conheço sobre a noção de linguagem externa/
interna ou "metalinguagem" (que trataria da forma interna da estruturação e
composição da linguagem), mas a minha dúvida era quanto à capacidade de
justificação de fatos (que pelo que entendo possuem forma proposicional do tipo "A
é x") sem a linguagem externa, que articula conceitos construídos socialmente. 1
José Adairtes
Téssio Medeiros agora tu tá falando igual o Leandro L. Bezerra 1
1a: lê os textos que deixei do Peacocke- baixa o livro que deixei tbm. Os artigos
dessa galera que deixei também.
2a: crianças podem ter justificação doxástica pra crenças. Claro, depende da teoria
de justificação que se emprega mas diria que elas precisam conhecer as evidências
pra crença e tenham uma noção intuitiva( n precisam conceitualizar) de que
Pr(e&c)>Pr(e)Pr(c). I.e. que a eviência pra crença torne ela mais provável. Isso não é
impossível: um cachorro, pelo comportamento de seu dono(evidência), sabe que ele
quer sair pra passear e por isso fica animado pra sair- n acho que a evidência
empírica suporte que isso n seria um episódio de justificação pq n tem linguagem(
ou uma linguagem tão complexa como a nossa).
Uma coisa que tu tomou como pressuposto é conhecimento requer justificação e
acredito que isso seja falso- apesar de conhecimento implicar justificação. Só peço
que tu tome cuidado porque, por experiência própria, quem tem uma visão assim
sobre conhecimento também acha que conhecer algo requer conhecer que se
conhece algo- talvez seja isso que motive teu ceticismo quanto o conhecimento de
animais e crianças pequenas-, porém, isso é algo que uma minoria de filósofos
apoiam hoje em dia. Um exemplo de problema com essa visão é levar a paradoxos
como o paradoxo do exame surpresa. 1
Téssio Medeiros
Interessante. Aqui pensando sobre o assunto eu não acho que todo conhecimento
requeira que eu conheça que conheço, mas acho que toda justificação parte do
pressuposto que se acredita naquilo que se está justificando, onde a pessoa
acreditando que a crença é justificada, e a justificativa for bem sucedida, a pessoa
acredita que conhece que conhece, no caso, que ela sabe que sabe, acredito que
isso seja necessário para justificação, mas não para conhecimento, pois me parece
perfeitamente possível o conhecimento não inferencial onde o agente reage como
se soubesse de algo intuitivamente mas sem possuir necessariamente uma
justificativa para tal. De qlqr das formas vou pegar os conteúdos pra dar uma
olhada.
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Rian Vieira
Todos esses problemas só existem justamente pela adoção de uma relação
estritamente necessária entre conceitualismo e lingualismo, quando em fato,
existem formas de conceitualismo não-linguístico (inclusive bem coerentes com
algumas proposta de neurosemântica adaptativa e categorização prototipal). A ideia
de que conceitos são lingüísticos ou de alguma forma requerem habilidades
linguísticas ou elementos linguísticos (qualquer componente sintático, semântico-
discursivo, pragmático, gramatical e etc) é, ao meu ver, um erro, isso de quem
acredita que existem até mesmo formas minimalistas de pensamento proposicional
que *não* requerem linguagem.
Naiara Kecia
Caio Simões sim 1
Rian Vieira
Eu conversei com o João, de forma meio apressada ontem (por conta de alguns
problemas da rotina dele e da minha). Chegamos a mais ou menos um consenso (eu
falo mais ou menos pq tem umas coisas que faltou pontuar ainda e não fizemos na
pressa, mas isso a gente faz depois) de que os erros que observei nesse texto se
originam de pontos que estão errados nas fontes em que ele se baseia. Eu
particularmente já tinha notado isso em uma das minhas diversas leituras (tanto do
artigo quanto do livro da qual o resumo do argumento saiu), e inclusive enviado e-
mails pro DeVries, que foi bem cordial e deu início a uma discussão pequena, mas
que não foi bem o foco da questão.
Agora, sobre as três premissas que ele elencou a partir das intuições (o que ele
tentou fazer na verdade foi uma re-adaptação do argumento em termos "modernos";
na minha opinião essa re-adaptação é fraca, e a versão original com suas premissas
é bem melhor: em verdade, as refutações que ele faz depois, nessa versão, seriam
evitadas se não fosse o caso de ele ter mudado as premissas):
Rian Vieira
Sobre os ataques em si, tendo exposto os erros nas premissas, eu não vejo motivo
para dissecar tanto por erros. Vou me limitar a fazer algumas observações:
1) É ambíguo o que se quer entender por uma "norma epistêmica" que advém do
fato de eu me encontrar em um X estado fundacional, e no que ela realmente
consiste. Trazendo para a analogia dos perceptual takings, a autoridade epistêmica
deles advém justamente do fato de eles se referirem a autorizações epistêmicas de
uma comunidade linguística da qual advém o domínio do vocabulário automático-
comportamental usado pra se referir neles, pressupondo portanto, capacidades
conceituais adquiridas, e mais ainda, mantendo dependência indireta e
inferenciaVEL com outros enunciados empíricos em geral. Se a norma epistêmica
da qual se fala é algo análogo, fica muito difícil ver como ela não seria suscetível a
mesma observação, e portanto, não destituir tal estado fundacional da sua eficácia
epistêmica (como constituinte não-meramente causal). Isso é um pedido de
esclarecimento apenas, não uma crítica direta.
3) Não vejo muito o que objetar na terceira pois argumentos mais diretos não foram
exibidos. Mas eu concordo com a ideia de que não há relação estrita entre conteúdo
proposicional assertivo e crença, e isso eu já expus acima.
Eu só queria, é claro, deixar explícito que Bonjour (que se auto-atribui influências
fortemente sellarsianas aliás) não está livre de críticas quanto a sua proposta,
principalmente na ingenuidade de achar que a constituição de um estado
fundacional baseado em uma crença ocurrente não pressupõe, da mesma forma, o
mesmo problema exposto no Dado Categorial. Em outras palavras, ele comete o erro
que foi deixado claro no início desse texto aqui (salve engano, Burtsein dedica um
essay inteiro explorando essas falhas): deu atenção demais ao dado epistêmico (o
empirista), e não viu o Dado categorial (o racionalista chegando). Em fato, uma das
muitas conclusões que eu tiro depois de tanto tempo estudando, é que o que é de
fato pernicioso é o Dado categorial, e que o Dado epistêmico é só uma forma
parasitária em cima dele (então um Dadista epistêmico é por definição, também, um
Dadista categorial; embora o oposto não seja necessariamente verdade).
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Rian Vieira
Btw, tudo isso advém em menor ou maior grau dos artigos que ele tá usando, e um
consenso que chegamos é que eu devia mandar um e-mail de checagem expondo
passagens explícitas (com referências) tanto de Sellars quanto de outros
comentadores sobre alguns pontos dele. Acertei com o João de fazer isso e mostrar
pra ele depois. 1
Also, só pra finalizar: é óbvio que o texto tá especialmente curto e superficial. Isso é
so, só p a a a : é ób o que o te to tá espec a e te cu to e supe c a . sso é
uma postagem de instagram. Eu inclusive fui contra tratar de algo tão complexo em
uma plataforma que exige extrema simplicidade (eu fiz o resumo e as imagens
foram por parte do setor de produção baseadas em algo que eu não sei o que foi).
Sejam mais palpáveis nas críticas no que tange à esse ponto. 1
A teoria conceitual que acho muito boa sobre intuições joga basicamente intuições
em casos de concebibilidade e, bom, isso é totalmente proposicional. Conceber que
P seria imaginar que pode haver ao menos algum racionador que saiba que p é
possível( ◇ExKx E!◇p) Logo, n vejo nenhuma boa objeção com 1 por hora. Diria até
que é common-ground 1.
2) Não entendi bem. Acho que o meu ponto era formular 2 e mostrar que ela é falsa.
Então é óbvio que ela é falsa. Não é distante da fonte. As premissas da fonte
implicam algo mais ou menos nesse sentido. Posso trazer depois como faz isso
mas eu pedi pro Gregory revisar e tanto eu quanto ele não achamos incongruência.
Outra fonte que corroboria isso seria o próprio James Pryor. Sobre animais e bebês:
meu ponto é simplesmente que um conceitualismo comum nos coerentistas, vide
Davidson, excluiria crença- como crença é às vezes indistinguível de conhecimento,
excluiria isso também. Mas ora, por reductio, sabemos que há conhecimento. Logo,
isso n pode tá correto. A referência pra isso tá na seção "Belief" da SEP.
Eu n sei se o dado recai sobre o Bonjour pelo que tu falou- pq o que caracteriza o
estado fundacional pro Bonjour é podermos saber- via uma predicado descritivo
como " S is in That State F"- ué mas se isso aí tá errado depende totalmente se se
segue que só se pode manter relações lógicas entre o estado e a crença posterior(
vê a conexão com essa minha intuição e as premissas 1 e 9 por ex.). De todo modo,
posso concender livremente que você esteja certo quanto a isso. Mesmo que as
críticas do Bonjour sejam falhas, ele não é o único fundacionista clássico a dar uma
resposta pra isso. Falar a verdade, o fundacionismo clássico, acho eu, figura como a
forma mais fraca de internismo e que os concorrentes dele- como os outros dois
que citei- ambos não figuram bem em dado algum. Nem preciso falar de
externismo...
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Rian Vieira
João Luca Só pra deixar claro antes de eu responder: O que tu entende por intuições
é o mesmo que tô chamando de intuição? Aliás, o que é o que tu tá chamando de
intuição?
Rian Vieira
João Mas aí tu teria que especificar o que tu tem em mente com "proposicional" no
teu argumento. Por exemplo, quando eu falo que existem entidades conceituais que
são não-proposicionais, eu me refiro a representações mentais que sequer precisam
ser linguísticas, mas que quando são expressadas dessa maneira, tem a forma
semântica de um demonstrativo complexo. Agora, sinceramente, eu não conheço
absolutamente nenhuma referência em filosofia que diga que demonstrativos
complexos contam como algo que tem forma proposicional - em contrário a isso,
você tem debates do McDowell, Travis, Turner, Dreyfus e etc que dizem o exato
oposto. Sinceramente, a menos que eu esteja desatualizado, não vejo discussão
sobre isso. Se tiver, me passa essa bibliografia que afirma o contrário.
Aliás eu creio que a distinção entre o believing that X believing in é essencial aqui - e
eu também creio que você precisa também desenvolver melhor a sua teoria sobre
proposições.
2) Eu li o artigo e não vejo pretexto nenhum pra dizer que somente crenças
representam conteúdo proposicional assertivo. O que eu encontro lá, mesmo com
seus erros, é base pra afirmar que crenças representam conteúdo proposicional-a
ssertivo e sense-data não. Não que todo conteúdo proposicional-assertivo é
também por definição crença. Mas eu posso revisar depois (Tô puxando de cabeça).
Ok, eu entendi o que tu quis dizer, e ate concordo, mas não entendi como isso rebate
que é um falso dilema. Davidson é um lingualista conceitualista, óbvio que o
problema acontece com ele. O que eu tô falando é que dá pra aceitar o
conceitualismo sem o lingualismo, e isso remove o problema da rejeição das
crenças em bebês e animais. Logo, por definição, o conceitualismo não é
necessariamente errado, mas i tipo lingualista. Logo, o conceitualismo pode se
manter intacto ainda frente a tua crítica..
Rian Vieira
João Luca já vi que o debate vai ter que focar nessa parte 1) kkk, que é justamente o
ponto do texto que a SEP fala tb
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Rian, o argumento do Pryor naquele paper que eu mandei tá tal qual o meu.
Tudo bem, é vdd que foquei só no Bonjour. Porém, como te falei, estrururei o texto de
tal forma que as objeções mais fortes ficassem mais pro final. Eu queria ver uma
resposta com as últimas objeções- o fato de tu ter soltado aquela estatística lá
superstimando o argumento que me deu maior motivação pra escrever isso e acho
as últimas objeções as mais fortes pro escopo do argumento(principalmente o
fundacionismo externista).
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Rian Vieira
João
Ainda precisa ser exemplificado o que é que conta como mostrar um estado de
coisas do mundo. Eu acredito que você queira dizer que se trata da demonstração
de algo que tem uma estrutura predicativa, do tipo, aquilo está ali em cima, aquilo ali
é vermelho, e algo que demonstre de maneira complexa como diferentes itens estão
em relação a outro no mundo.
Se isso for verdade, isso só confirma que pra mim essas classes que citei não
podem contar como proposições, visto que a forma semântica delas não é
predicativa, mas sim de um demonstrativo (tal qual "isso-tal"; eu discordaria até do
"tal" ali, mas isso é uma opinião minha). Repito mais uma vez: Eu desconheço
qualquer literatura atual que trate demonstrativos como proposições. Eu acredito
que tem que ser uma forma muito controversa, e ate meio ingênua, de
proposicionalismo, você dizer que podem sim ser considerado (eu cito aqui mais
uma vez o caso do McDowell que tinha uma posição proposicionalista radical e
mudou ela depois justamente para uma que fala apenas em demonstrativos
complexos.
Sinceramente, eu deixei bem claro que se trata de uma classe conceitual e não-
proposicional. Basta voltar ali em cima. Não sei qual dificuldade rolou, talvez você
tenha lido com pressa o que eu coloquei, mas eu cito vários atributos, entre eles que
são conceitos singulares e não-proposicionais...mas ok.
Não vejo como pode ter forma proposicional pelo mesmo motivo que eu já expus
acima. A própria forma semântica de um demonstrativo tal qual this-such sequer
conta como algo algo que tenha um conteúdo proposicional (-cadeira- *isso-cadeira*
em oposição a julgamentos perceptuais com o "Essa cadeira tem um estofado").
Ainda n tive tempo de ler o artigo original do Pryor. Vou lá ver depois.
Eu não sei em qual ponto da referência você viu que ela não é importante. Aliás, eu
sequer lembro de criarem ela nas referências. Me aponta aí se puder. Eu acho ela
super importante pro debate, visto que uma abre espaço para uma defesa não-
proposicionalista do argumento.
Rian Vieira
Ah só pra deixar claro, eu n enviei o e-mail ainda pq perguntei a opinião sobre isso (o
problema aí dos artigos e etc e as passagens em contrário) pra um amigo (é o que
mais manja de Sellars que conheço). Ele n respondeu ainda. Quero a opinião dele
antes.
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José Adairtes
Rian Vieira eu peço perdão por estar entrando na discussão sem ter sido chamado,
mas eu não entendi bem o teu ponto sobre demonstrativos. Eu acho que sou meio
lento mesmo. Se entendi bem, você diz que sentenças do tipo "Isto é feito ´de
queijo", como eu apontando para lua, por exemplo, não expessam proposições? Se
sim, eu penso que você está errado. Na tradição Kaplan-Perry um demonstrativo
refere-se diretamente ao referente ao qual o proferidor está apontando, pode ser um
caso de anaphora também, o proferidor do enunciado que contém o demonstrativo
nem precisa está apontando para alguma coisa. Mas de novo, eu posso ter
entendido errado.
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Rian Vieira
José Na verdade, o que eu quero dizer é que demonstrativos que expressam
classificação de sujeitos em (posteriormente) enunciados de crença (esses sim
proposicionais), não são proposicionais ou ao menos não tem qualquer estrutura
proposicional explícita. Eu não vejo, pelo menos, como algo que tem a forma
semântica de um "this-such" (isso-cadeira, isso-mesa, isso-árvore; como uma
classificação conceitual de um singular e anterior a enunciados e sentenças
complexas como "Isso é uma árvore queimada", "Essa mesa é feita de queijo") pode
contar como algo que é proposicional. Isso pq eu tô tirando a possibilidade de casos
de algo que e expressado na forma semântica de um bare-this (apenas "Isso"; que é
uma contribuição de McDowell). Isso é análogo à classificação de singulares que na
tradição epistemológica da época do Sellars, não havia sido relegada a funções
conceituais. Pelo menos penso eu, e outros tb, que o contrário seria uma forma de
proposicionalismo bem controversa, mas posso estar enganado.
E tipo, eu não acho que isso seja tão controverso. Brandhoof (um comentador
confiável de Sellars) fala sobre isso aqui (mostrei essa passagem pro João), se
puder dá uma lida aí e me diz o que acha (gostaria que tu focasse em especial a
partir do terceiro parágrafo e na citação do Sellars no final da primeira passagem;
note que ele fala que há um sentido onde eles são proposicionais, mas não é o
relevante pra discussão).
Ah, e não tem problema em entrar na discussão não, aqui é de boa desde que
mantenhamos sempre a cordialidade haha
José Adairtes
Rian Vieira bem, eu não te conheço, então, não posso dizer se vc está por dentro ou
não da literatura sobre indexicais. Mas isso é bem difundido entre os filósofos da
linguagem. O Kaplan, o primeiro a aplicar a tese de designação ridigida do Kripke
aos indexicais, fala isso de forma ampla em seu trebalho "Demonstratives : An Essay
on the Semantics, Logic, Metaphysics and Epistemology of Demonstratives and
other Indexicals", isso ainda em 1980, eu acho. Não apenas ele, mas Perry, Salmon,
Wettstein, etc dizem o mesmo. Eu sei que há controversias, não quanto a se os
mesmo possuem conteúdo semântico, mas a controversia gira em torno do
contexto opaco ou hipertensional. Tipo, "João acredita que isto é feito de queijo",
esse contexto é opaco porque não há o nome, por assim dizer, do objeto ao qual
João diz ser feito de queijo. Por isso, a galera vai falar uma serie de coisas a respeito
do que essa sentença expressa - desde proposições a formulas lógicas
intepretadas. Porém, ninguém realmente tem problema, até onde sei, com essa
sentença\enunciado expressar conteúdo semântco de alguma forma. Eu também
não sei qual é a tua concepção sobre proposições, não sei se vc defende algo à la
Wittgenstein ou está por dentro da abordagem estruturada sobre proposições. De
qualquer forma, vc falar que demonstrativos, presentes em sentenças\enunciados,
não expressam proposições, a meu ver, é bem esquisito.
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Rian Vieira
José Obrigado pelas recomendações (eu já tinha lido Kaplan, mas não esse essay).
Vou dar uma olhada depois. Mas só pra deixar claro: demonstrativos estruturados
em enunciados já formados podem ter conteúdo proposicional. Tanto o é que
naquela passagem Sellars fala que existe um sentido possível onde até mesmo isso
conta como tendo conteúdo proposicional:
"And it is worth noting that although they are not explicitly propositional in form, they
obviously contain propositional form in the sense in which "that green table is
broken" contains "that table is green".
Algo me faz pensar que o que você está falando é do segundo caso, até pq você fala
em "demonstrativos em enunciados" (sic) já formados, o que convenhamos, seria
ingênuo negar que tem sim conteúdo proposicional. Talvez essa ambiguidade esteja
presente.
Vou checar o que você me recomendou e vou chegar a uma conclusão (digo isso pq
aparentemente você está melhor atualizado nessa discussão do que eu, portanto, o
que eu tô falando aqui é só uma suposição). Agradeço desde já
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Rian Vieira
Ah, só pra constar, uma boa fonte pra isso também pode ser Science and
Metaphysics. Perceba que ele fala aqui de duas formas de emprego de um
demonstrativo: uma forma de categorização singular/particular através deles que é
conceitual, e uma onde eles são usados para fins de julgamentos predicativos que
*exibem* forma proposicional evidentemente.
José Adairtes
Rian Vieira vc tá falando da ocorrencia do demonstrativo sem qualquer contexto? Pq
indexicais\demonstrattivos complexos, presentes em atrbuição de crença , por
exemplo, "Galileu acredita que esse filosofo nasceu em São Paulo", "esse filosofo" é
um demonstrativo complexo, expressa uma proposição. Nem precisa apelar para
atribuição de crença, basta dizer "Esse filósofo nasceu em São Paulo". Não entendi
bem o teu ponto.
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José Adairtes
Ah, acho que saquei, vc tá falando que o indexical sozinho, sem está presente
nalgum enunciado, não expressa uma proposição, right? É isso?
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José Adairtes
Se for o caso, então, isso é bem obvio, minha dúvida é saber qual relação isso tem
com o carater proposicional da crença.
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Rian Vieira
José Sim, é isso mesmo. Acho que você pegou agora. Estou falando que há duas
formas diferentes de emprego de um demonstrativo: 1) no uso isolado para a
classificação de um particular tal numa experiência (Sellars fala dos que tem a
forma this-such, "Isso-cadeira", etc; mas como McDowell bem nota pode rolar casos
d " d i " " hi " "i " " il li" ) d l ifi
de apenas "cadeira" ou ate um mero "this", "isso", "aquilo ali", etc), onde eu classifico
um individual X sob um conceito particular/singular expressado em um
demonstrativo sozinho sem um enunciado com forma proposicional; 2) O uso de um
demonstrativo em um enunciado plenamente predicativo. O segundo tem forma
proposicional, o primeiro eu não vejo polêmica nenhuma em afirmar que não, e acho
que você sacou agora.
Sobre ter relação com o caráter proposicional da crença..bem, é que uma das
premissas do texto que tô atacando, foi a de que o argumento supostamente fala
que apenas itens proposicionais podem entrar em relações epistêmicas. Eu
demonstrei que isso é falso, pois existem itens não-proposicionais que tem eficácia
epistêmica, que é o caso dessa classificação conceitual singular por demonstrativos
isolados de enunciados, que não tem forma proposicional mas tem eficácia
epistêmica. Então o argumento não diz que itens não-proposicionais não tem
eficácia epistêmica nenhuma. Entendeu?
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José Adairtes
Rian Vieira mas espera, você tá falando de "noun phrase" comum, quando fala sobe
demonstrativos complexos. Esses podem estar presentes em enunciados e ainda
não serem predicativos. Eles continuam sendo "noun phrase". Porém, minha dúvida
é qual contexto vc tem em mente para falar sobre o proferimento de demonstrativos
complexos de forma isolada? Você está falando sobre reporte de crença? Outra
coisa, se alguém tem alguma crença, esse alguém está tomando a atitude de
afirmar uma proposição ou de negá-la. Isso não pode funcionar na ausência de
proposição.
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José Adairtes
Por exemplo, para ficar claro, o que vc diz não faz sentido porque quando
reportamos sua ideia de crença de forma sintatica temos "João acredita que (isto)".
Veja, "isto" o quê? Se estiver certo, ele estiver apontando para uma cadeira, nós
ainda teremos problemas. Ele acredita na cadeira? Mas o que é acreditar em um
determinado objeto? Ele acredita que a cadeira existe? Que a cadeira tem cor
vermelha? No que ele acredita? Por isso uma crença não funciona na ausência de
proposiçao. Pois uma crença é a atitude de afirma ou de negar uma proposição.
João acredita que isto é vermelho ou que isto é uma cadeira. Seriam "that-clauses"
aproprieadas para o reporte de crença. Na ausência disso, eu não sei o que você
quer dizer.
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Rian Vieira
José O contexto que eu tenho em mente não são reportes de crença, mas sim
enunciados perceptuais que *postulativamente* emergem como respostas
conceituais automáticas frentes a estímulos sensoriais, i.e classificações
conceituais automáticas de singulares. Pra Sellars, é uma "crença" em sentido
amplo - ele contrapõe isso a crença em sentido estrito do jogo de dar ou pedir por
razões para algo. É manter uma posição de tomar aquela percepção como sendo
"isso-tal" ou um mero "isso" de maneira pré-reflexiva/automática frente a algo que foi
apenas anteriormente detectado como um estimulo sensorial ininteligível, fazendo
também contraponto à manter crenças no sentido estrito e formulado que são
expressadas em enunciados como "Essa cadeira é vermelha" (que é o caso dos
reportes de crença que podemos fazer também e que você citou).
Pra ser mais claro, ele argumenta que há uma diferença entre a representação de:
-> um estimulo sensorial X (Nem conceitual, nem proposicional nem epistêmico)
- Isso aqui
- Essa cadeira
- Esse algo
- Isso
Note que a questão não é sobre a classificação de um "isso" como "cadeira", o que
acarretaria numa proposição. Mas na classificação automática e pré-reflexiva de um
estimulo sensorial não-linguistico como "algo" (cadeira por ex), coisa que a pessoa
pode estar certa ou errada sobre ser, mas tem autoridade em primeira mão pra se
confiar que essa classificação foi correta.
Agora, uma confissão pessoal: eu não concordo que *de fato* o segundo caso
possa ser classificado como crença no sentido mais exato da palavra. Isso é algo
que provavelmente eu posso concordar com você. Eu tô até agora só explicando a
visão do Sellars, não a minha. O meu ponto é somente que isso tem uma estrutura
normativo-epistêmica suficiente pra entrar em relações epistêmicas com alguma
coisa, mesmo sem ser crença e sem ser proposicional, em contraste ao sense-data
que é não-proposicional, não-conceitual e não-epistêmico. No fundo, o que o
argumento tenta dizer (penso eu, numa formulação mais exata) não é a de que
*somente o que é proposicional ou crença pode ter relações epistêmicas* mas sim
que *somente o que é conceitual pode ter relações epistêmicas*. Admitidamente,
Sellars não fala isso, daí o motivo da minha discordância.
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José Adairtes
Rian Vieira eu acho que tá bem obvio que se o estimulo sensorial provoca uma
crença, a crença será proposicional da mesma sorte. Pois a crença é que o estimulo
senoria x, de que por exemplo, eu estar pegando numa cadeira, implica que há uma
cadeira na minha frente, ou que eu estou tocando numa cadeira. Isso ainda é
proposicional. Na realidade, é até assim que as crenças são motivadas. Eu vejo algo,
a experiência sensoria, visão, gera a crença de eu estou vendo algo ou que algo tem
a cor x, y, z etc. Claro, eu preciso trabalhar isso, caso contrário, estarei parecendo
vago, porém, não poderei fazer agora, mas daqui a algumas horas poderei escrever
uma resposta mais ampla e clara. De qualquer forma, eu posso não ter entendido
bem o teu ponto. Mas se entendi, então, eu não vejo como respostas a estimulos
sensoriais formam crenças não proposicionais. Outra coisa, essa discussão, a meu
ver, vai peranbular pela natureza do conhecimento semântico. De qualquer forma, já
retorno...
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Rian Vieira
José Bem, eu creio que você não pegou bem essa parte agora. Pq se Sellars estiver
correto sobre a formação de enunciados perceptuais, você tá pulando uma etapa.
Não é tipo: estímulo sensorial X -> Essa cadeira está na minha frente, mas tá mais
pra: estímulo sensorial X -> cadeira -> Isso-cadeira -> Essa cadeira está na minha
frente (simplificando bastante). Note que ali rolou uma classificação conceitual na
percepção que é expressada por um demonstrativo e que exibe forma não-
proposicional. Da forma que você fez parecer, pareceu que o enunciado perceptual é
causado já em forma proposicional completa.
Inclusive eu acho interessante que essas classificações conceituais singulares, pra
ele, tenham sido chamadas de "perceptual takings" (ou seja, "tomar algo
perceptualmente", tomar *como algo* antes de predicar alguma coisa), pois eu
primeiro classifico aquilo sob um particular e só depois posso manter uma crença
(em sentido estrito) sobre. A diferença é que pra ele a classificação de particulares
*como sendo tal* já constitui uma crença (em sentido amplo). Eu particularmente n
concordo mt com isso. Pra mim basta só dizer que tem uma estrutura normativa
suficiente pra entrar em relações epistêmicas (inclusive eu acho.essa contribuição
dele mais interessante pq é ela que fecha o gap entre itens não-conceituais como
sense-data e julgamentos de crença; O elemento conceitual não-proposicional ali
vira um "mediador" que impede que relações epistêmicas diretas sejam
estabelecidas entre os outros dois elementos).
Isso inclusive é análogo à uma influência kantiana dele. Primeiro você tem a
intuição, depois você classifica ela sob um conceito particular (e pra ele a atitude de
vc fazer isso já é uma crença) e depois você pode criar enunciados completos sobre
aquilo que vão ter forma proposicional
Digo isso pq ali você fez a pergunta sobre "o que seria acreditar no objeto"..nesse
caso, seria algo análogo à você classificar aquele estimulo sensorial *como* sendo
um objeto tal e poder ou nao estar errado nessa classificacao "automatica" desse
algo *como sendo um algo particular* anteriormente a sendo um algo que tem tal
característica ou qualqurr coisa expressada originalmente de forma proposicional
José Adairtes
Existe um problema muito sério no que você tá falando. Eu tô entendo o teu ponto,
sim, eu entendo. Vc tá dizendo que por haver respostas automáticas a estímulos
através de “enunciados perceptuais” do tipo “cadeira” ou “isto”, a crença motivada
seria não proposicional. Isso é bem falso. A crença pode ser proposicional, ainda
que eu profira um “enunciado”, no caso uma palavra ou duas, que não expresse
proposição alguma. Muitos filósofos falam sobre um estado sintático semi-estavel
presente na mente\cérebro do agente. Esse estado é a representação de uma
estrutura de dados. Essa estrutura de dados é o que é conhecido como
conhecimento semântico-implícito. Por que eu estou falando isso? Bem, de alguma
forma, ao agente S responder ao estimulo dizendo “isto” ou “cadeira”, ele de
antemão sabe que “cadeira” refere-se à cadeira, ao objeto em si, e que “isto” refere-
se ao objeto ao qual está na sua frente. Ou seja, “isto” ou “cadeira” pode ser reduzido
a “Isto é uma cadeira” ou “Há uma cadeira na minha frente”. Vc pode dizer que isso
são passos posteriores, porém, não é verdade. Para ele responder “isto” ou “cadeira”,
ele tem que saber previamente como funciona a regra de referência. No caso, ao
falar “isto” ou “cadeira” ele está dizendo que o objeto ao qual está vendo, ou tocando,
se for uma cadeira, é uma cadeira.
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Rian Vieira
José Eu conheço a discussão sobre semântica implícita, e de antemão, posso dizer
que rejeito a ideia de estados sintáticos semi-estaveis em substratos neurais ou
eventos mentais em geral. Pra ser sincero, eu rejeito qualquer ideia de qualquer
estrutura sintática previamente estabelecida na mente/cérebro de um agente (sejam
as versões mais radicais como a LOT de Fodor, quer sejam versões mais modestas
como essa). Estou do lado dos neurofilosofos eliminativistas nessa.
Mas mais importante que isso, acho que estamos saindo do foco da discussão.
Meu ponto foi mais dizer que *para o argumento sellarsiano* não se precisa
pressupor que somente itens proposicionais tenham relações epistêmicas, pois *na
formulação do argumento* existem itens não-proposicionais que tem eficácia
epistêmica. Como eu disse, quer ele esteja certo ou errado sobre isso, não faz
sentido colocar palavras na boca dele e falar algo diferente, tal como na
reconstrução do argumento, de que pra ele tudo tem que ser proposicional por
definição. Minha treta é com essa formulação, não necessariamente com
veracidade dela. Entende?
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José Adairtes
Rian Vieira sim, vc está com raiva pq o João não foi fiel ao que Sellars disse. Nesse
caso, eu me abstenho. 1