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Aluno: Alex Benício da Cruz

Série: 2ª TE

Número: 01
A Ética na antiguidade.

Desde a antiguidade, a ética percorreu um longo caminho, distinguindo-se da


moral e se segmentando, adquirindo contemporaneamente um sentido amplo e outro
mais estreito. Atualmente, existe uma ética da humanidade que pauta comportamentos
pensando em pressupostos maiores; e outra que padroniza ações no interior de um grupo
especifico. As duas vertentes nem sempre caminharam juntas, gerando recomendações
contraditórias e paradoxais. Para entender o que e como se configurou a chamada ética
profissional, apenas um dos ramos da ética normativa, é necessário percorrer o
desenvolvimento conceitual da ética ao longo da história.

A Ética nasceu na Grécia, praticamente junto com a filosofia, embora seus


preceitos fossem praticados entre outros povos desde os primórdios da humanidade,
mesclados ao contexto mítico e religioso, tentando pautar regras de comportamento para
permitir o convívio entre indivíduos agrupados no conjunto da sociedade.

A rigor, os gregos foram os primeiros a racionalizar as relações entre as pessoas,


repensando posturas e sistematizando ações. Momento em que surgiram discussões que
até hoje fomentam reflexões éticas. Apesar dos pré-socráticos se inserirem neste
contexto, a maioria dos autores atribuem a tradição socrática um olhar mais atento sobre
problemáticas em torno da ética.

Para Sócrates, o verdadeiro objeto do conhecimento seria a alma humana, onde


reside a verdade e a possibilidade de alcançar a felicidade. O grande problema é que o
individuo não está preparado para encontrar a verdade dentro de seu espírito. Tentando
eliminar os próprios erros, ocultos em sentimentos confundidos com a felicidade, o
sujeito acaba buscando somente o prazer puramente hedonista. Por esta razão, seria
missão do filósofo conduzir o sujeito ao conhecimento, direcionando para eudaimonia,
a verdadeira felicidade.

Um conceito importante para os gregos, tanto que a palavra eudeimon tem a


mesma origem etimológica, denotando riqueza e denominando um homem poderoso e
com boa fortuna. Para a tradição socrática, a felicidade só pode ser alcançada pela
conduta reta, a verdade só pode ser contemplada pelo conhecimento virtuoso do mundo,
pelo comportamento orientado pela bondade.

A virtude é o centro da ética socrática, podendo ser definida como uma


disposição para praticar o bem, suprimir os desejos despertados pelos sentimentos,
racionalizando as ações em beneficio da coletividade. O individuo virtuoso, bom, é
aquele que se preocupa em aperfeiçoar a convivência comunitária, em tornar-se o
cidadão perfeito. Neste sentido, devemos notar que a ética é uma busca pela felicidade
coletiva, mas envolve apenas a eudaimonia entre iguais.

A preocupação ética abarca a comunidade, a Pólis, onde estrangeiros e escravos


estão excluídos em meio à hierarquização da sociedade. Os sofistas, tendo um conceito
relativizado de verdade, duvidaram da possibilidade da virtude poder ser ensinada,
contudo, admitiram que poderia ser desenvolvida pelo sujeito através do despertar da
consciência. O conhecimento seria o meio do individuo se aperfeiçoar, tornando-se
virtuoso pelo amadurecimento intelectual; enquanto a ignorância representa o vicio.

Desta concepção decorreu a fundamentação da ética em volta da liberdade,


virtude e bondade. Parâmetros que nortearam o pensamento ético aristotélico, onde a
felicidade é definida como a própria virtude, garantia da liberdade. Antes de Aristóteles,
herdeiro da tradição socrática, Platão tratou a ética como componente indissociável da
vida política, da harmonia entre os habitantes da Pólis. Sua tarefa seria promover o
nivelamento entre os indivíduos, diluindo as diferenças em prol do bem comum.

A ética deveria permitir que os indivíduos partilhassem o poder, impedindo a


concentração do governo da Pólis nas mãos de um segmento da sociedade ou de um
individuo. Portanto, fornecendo limites à liberdade, equalizando diferenças sociais e
econômicas, a ética deveria fazer o sujeito se preocupar com o outro, partilhando o
poder. A questão é que a tentativa de organizar a distribuição do poder desvirtua o
homem, corrompe a busca da felicidade coletiva em favor da ilusão hedonista
individualizada. Para Platão, todas as formas de governo poderiam ser resumidas em
quatro, todas produtoras de homens não éticos:

1. Timocracia. O regime dos amantes da riqueza, onde o poder é partilhado apenas


entre os membros das oligarquias, palavra que em grego significa “governo de poucos”,
restringindo-se ao controle exercido pelas famílias mais ricas e proeminentes que
formam a nobreza.

O poder é transmitido hereditariamente, sem possibilidade de alternância ou de


compartilhamento.

2. Oligarquia. O regime decidido pela transação de fortunas, governado pelos ricos,


independente de sua origem familiar, sem nenhuma participação dos pobres.

Onde o que é valorizado é a capacidade econômica e não a virtude.

3. Democracia. O governo da Pólis ao gosto de cada um, com representantes eleitos ou


cidadãos participando diretamente, estabelecendo acordos para pautar leis, as quais os
indivíduos devem se adaptar.

O problema deste regime é que tende a anarquia, a desorganização em meio a


discussões intermináveis que defendem interesses múltiplos, sem alcançar resultados
práticos. Além do fato que, o crescimento populacional, inviabiliza a sua efetivação,
conduzindo a uma das outras três formas de governo, disfarçadas em democracia.

4. Tirania. O sistema em que um homem, o tirano, assume o poder sob pretexto de


beneficiar o coletivo, mas que na verdade representa seu desejo por bajulações,
demonstrando total ausência de virtude e pobreza de alma. Uma vez que todas as formas
de governo conduzem ao vicio, inviabilizando a existência ética do individuo e da Pólis;
Platão propôs a construção de um Estado Ideal, onde a virtude pudesse ser cultivada,
garantindo a liberdade efetivada no exercício da justiça, o que ficou conhecido como
República Platônica (Res Pública = coisa pública).

O Estado deveria ser governado pelos reis filósofos, sendo a racionalidade o que
permitiria dirigir o destino coletivo com sabedoria e virtude. Os guardiões deste sistema
de governo seriam os soldados, selecionados entre os mais corajosos e obedientes.

Aos artesãos caberia viabilizar economicamente o Estado, constituindo a base da


sociedade, composta por indivíduos governados pelas coisas sensíveis. Os filósofos
possuiriam alma de ouro, cultivando a virtude da sabedoria; os soldados teriam alma de
prata, possuindo a virtude da coragem; e os artesãos seriam dotados de alma de bronze,
devendo cultivar a virtude da moderação para conter seus desejos pelos bens materiais.

Esta concepção leva em consideração que haveria escravos para cultivar


alimentos para suprir a população. Estes não estão incluídos nas preocupações da ética
platônica, pois não passam de animais vocais, capazes de falar, mas não de interiorizar
virtudes e a razão. Assim como também, neste mundo perfeito, não havia espaço para as
mulheres, consideradas serem inferiores por se entregarem aos sentimentos. Um
segmento indesejado seria composto pelos poetas, que deveriam ser expulsos da Pólis,
já que despertam sentimentos, fazendo o sujeito deixar a racionalidade de lado.

Modernamente, poderíamos traça uma analogia dos poetas com os meios de


comunicação, que constroem verdades e desviam a atenção das massas das questões
realmente importantes, iludindo os indivíduos e manipulando suas ações.

Aristóteles também considerava a ética como possibilidade de eliminar a


desigualdade, harmonizando o convívio coletivo; mas envolve, antes, o equilíbrio
interno do individuo, externalizado pela eudaimonia coletiva. Ao inverso de Platão, para
ele não é o sistema político que corrompe o homem, este é que desvirtua o regime. É
por isto que Aristóteles foi um grande defensor da democracia, relacionando a liberdade
com a responsabilidade para compartilhar o poder de forma igualitária, através do
conceito de representatividade.

Para tal, seria necessário preparar o individuo para o exercício virtuoso da


política, cultivando virtudes como prudência, sabedoria e justiça. Não sendo possível
determinar a essência destes conceitos, sendo relativos no tempo e espaço; é difícil
definir parâmetros para um comportamento virtuoso. Problema contornado pela
repetição de ações consideradas boas para a coletividade, garantindo a ordem das coisas
para atingir a felicidade. O papel da ética é justamente convencionar o que deve ser
repetido, racionalizando comportamentos benéficos ao individuo e à Pólis.

Para racionalizar o convívio entre as pessoas, seria preciso assimilar três tipos de
conhecimentos que compõem o que Aristóteles chamou de sabedoria voltada para o
bem, o belo e o honesto:
1. Conhecimentos Teóricos. A averiguação do que ocorre no mundo, transformado em
conhecimento sistematizado, em Ciência e, portanto, naquilo que hoje chamamos de
ética.

2. Conhecimentos Produzidos. Normas de orientação técnica, necessárias à efetivação


da prática, correspondentes às leis e ao Direito.

3. Conhecimentos Práticos. Orientações obtidas pela vivência diária, conduzindo a


maneira justa e saudável de viver em harmonia com a natureza e o outro, condizente
com a moral.

Em outras palavras, a ética aristotélica propõe observar as necessidades do


homem como individuo e membro da coletividade, o que é possível estabelecer como
norma em dado contexto, teorizar e refletir para padronizar como correto. A ética se
constitui como Ciência normativa da conduta individual e coletiva em sentido amplo.
Diferente da concepção platônica, onde a ética é inerente a um grupo e padronizada de
forma segmentada, origem do que hoje chamamos ética profissional.

Ainda na antiguidade, os romanos tiveram que lidar com a oposição antagônica


proposta por Platão e Aristóteles, entre o padrão de comportamento da sociedade e de
grupos inseridos nela. O que originou a moral e sua distinção com relação à ética, o
Direito e a justiça.

A conclusão foi que a existência coletiva precisa de regras para efetivar-se,


percorrendo esferas distintas que vão do privado ao convencionado para o conjunto, do
individuo ao grupo e deste para o contexto mais amplo; comportando paradoxos,
distinções e segmentações.

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