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Nesse material vamos discorrer um pouco sobre alguns conceitos e teorias que
vão nos ajudar a compreender melhor a dinâmica dos mercados e como fazer a
marcação dos nossos pontos subjetivos de uma maneira mais assertiva e que nos
ajudem a entender o que esperar do mercado nesses pontos. Vamos lá?!
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Um leilão é um processo natural de negociação que é utilizado quando
desejamos determinar o valor de algum produto, em um determinado momento,
para um determinado grupo de participantes. É importante frisar que não se está
descobrindo o valor absoluto daquele produto, mas sim um valor relativo, pois se
descobrirá o valor naquele momento, para aquele grupo de participantes.
Um leilão pode ser de compra (leilão do tipo “quem dá mais?”, onde temos
algo a ser vendido e procura-se quem paga o preço mais caro) ou pode ser de venda
(leilão do tipo “quem dá menos”, onde tem algo a ser comprado e procura-se quem
vende num menor preço). Em ambos os casos, estamos falando de um leilão que está
ocorrendo em uma única direção (muitos compradores para apenas um vendedor, ou
muitos vendedores para apenas um comprador) e o preço que valerá aquele objeto
será determinado no final do processo, sendo, ou o maior preço que os
compradores aceitarem comprar ou o menor preço que os vendedores aceitarem
vender.
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Como especuladores, nós desejamos comprar barato e vender caro, mas, se
não sabemos o valor de referência, como saberemos em quais preços determinado
ativo começa a ficar caro ou barato? O conceito de valor é o ponto chave da Teoria
de Leilão de Mercado.
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Voltando para o conceito de valor, entenderemos que uma região é valorosa
para aqueles participantes do mercado e pra aquele momento quando houver um
consenso entre esses participantes em negociar e esse consenso pode ser
percebido por um aumento significativo de volume negociado naqueles preços.
Para perceber esse aumento de volume, utilizamos uma ferramenta chamada
Volume at Price, que nos ajuda a perceber quanto volume foi transacionado por
preço.
Volume at Price
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Esse estado do mercado pode ter uma dinâmica mais volátil ou menos volátil,
porém um comportamento que pode ser observado é que conforme o mercado se
afasta do preço justo para cima, começam a aparecer oportunidades para venda
acima do valor, e se afastando do preço justo para baixo, começam a aparecer
oportunidades para compra abaixo do valor.
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- Estado desbalanceado, que também pode ser chamado de mercado
direcional, mercado procurando valor, mercado em price discovery, mercado
convicto, mercado em rally, mercado em momentum, mercado em tendência entre
outros nomes.
Nesse estado ocorre uma diminuição significativa do volume transacionado
nos preços pelo qual o mercado vai se movimentando, pois temos nesse caso um lado
buscando liquidez e outro lado ofertando cada vez a níveis mais altos ou mais
baixos. Nessa situação, não existe um consenso. O mercado terá um
comportamento no qual teremos ou compradores ou vendedores com urgência e
atuando de maneira agressiva, e a contraparte ofertando sempre a preços mais altos
ou mais baixos.
Mercado segue caminhando direcionalmente até encontrar uma nova região
onde haja consenso, ou até acabar a urgência e demanda da parte que iniciou o
movimento.
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Após entender o dois Estados do Mercado, unir a forma desbalanceada com a
forma balanceada é uma boa forma de entender a dinâmica e historia que o mercado
esta contando para nós. Veja o exemplo abaixo:
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Veja na imagem abaixo um esquema que deixa bem claro como se dá esse ciclo
do mercado.
Regra número 2:
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Marcando os pontos baseados em volume
1. Áreas de Valor;
2. Zonas de Inicio de Movimento Agressivo;
3. Pontos de inflexão.
Antes de entrar mais a fundo em cada situação, vamos falar um pouco sobre
Market Profile e Volume Profile.
Volume Profile
Market Profile
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- Preço, componente este que anuncia uma oportunidade, lembrando que
preço e valor são coisas diferentes e justamente é onde buscamos alguma
divergência entre ambos para fazermos operações de day trade;
- Tempo, componente este que regula as oportunidades que foram
anunciadas;
- Volume, componente este que mede o sucesso de cada oportunidade que
foi anunciada.
O indicador, assim como o Volume Profile, também tem como objetivo nos
mostrar o volume que foi transacionado por nível de preço, porém não com valores
que foram transacionados, mas sim através do acumulo dos TPO’s. O indicador vai
nos levar a entender que quanto mais tempo o mercado passou negociando em uma
certa região, mais aceitação, portanto mais valor tem aquela região.
A cada 30 min, o indicador vai desenhar uma letra nos níveis de preços que
foram transacionados naquele range de 30 minutos. Essas letras são os TPO’s. No
final do dia, conseguiremos ver quais níveis de preço apresentam maior concentração
de TPO’s e a partir dai conseguimos extrair informações a respeito da aceitação e
rejeição do mercado em negociar naqueles níveis de preço.
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Uma vez apresentado os dois indicadores, existem algumas informações
importantes que devemos tirar de ambos, que são informações referentes à Área de
Valor.
Anteriormente, já foi explicada que, Área de Valor, é a região onde o mercado
apresenta sua característica balanceada e que como 80% do tempo o mercado se
apresenta nessa forma, é nítida a importância de se entender muito bem esse
conceito.
Para se chegar à Área de Valor a partir dos indicadores, é preciso aplicar o
conceito da Curva de Sino, também chamada de Curva de Distribuição Normal.
Essa curva é uma importante ferramenta de distribuição estatística que é utilizada
em várias áreas da ciência. Ela consegue mostrar estatisticamente que todo evento
aleatório de ocorrência individual e impossível de ser previsto corretamente, se
concentra em uma área de aproximadamente 68% a partir de um ponto médio,
geralmente o centro do gráfico. Com base nessa descrição, fica intuitivo aplicar esse
conceito ao mercado, pois evento aleatório faz parte da natureza do mercado, visto
que cada participante tem diferentes propósitos, tamanhos e conceitos
operacionais. Essa ferramenta adaptada ao mercado nos ajuda a delimitar a área de
valor.
Uma vez o mercado trocando liquidez dentro de uma área de valor, os pontos
a serem observados são:
- POC, Point of Control, que na tradução, pode ser chamado como Ponto de
Controle. Ele representa o nível de preço no qual o mercado apresentou maior
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volume transacionado dentro da área de valor. Em cada um dos indicadores, ele é
calculado de uma maneira diferente, mas tendem a ser próximos.
- VAH, Value Area High, que na tradução, pode ser chamada como Extremo
Superior da Área de Valor. Ela delimita por cima a área de valor, indicando que acima
desse ponto, os preços começam a ficar injustos.
- VAL, Value Area Low, que na tradução, pode ser chamada como Extremo
Inferior da Área de Valor. Ela delimita por baixo a área de valor, indicando que abaixo
desse ponto, os preços começam a ficar injustos.
Note nas figuras abaixo a representação das áreas de valor que o mercado
deixa registrado no dia 15/02/2019 com base em amos os indicadores. Para essa
representação, escolhemos como cores para POC, VAH e VAL, respectivamente
amarelo, vermelho e azul. Na figura abaixo do lado esquerdo, temo a área de valor
dada pelo indicador Market Profile, segundo seus critérios. Na figura abaixo do lado
direito, temos a área de valor dada pelo indicador Volume Profile, segundo seus
critérios. E na figura abaixo das duas, temos ambos os indicadores plotados
juntos, para que possamos perceber as diferenças no calculo das áreas de valor.
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Vale ressaltar que não é necessária uma avaliação de qual indicador é melhor
que o outro, pois nossa entrada, sempre será pautada no fluxo de ordens e os pontos
subjetivos servem apenas para nos ajudar na localização em relação ao valor.
Uma observação a ser feita, é que o Volume Profile, vai acabar, em algum
momento, representando necessidades pontuais por liquidez de algum participante
em específico, que não necessariamente expressam que aquilo será importante para
a percepção de valor do mercado como um todo. Pode-se dizer que o Volume Profile
apresenta mais “ruídos” para definição do valor comparado ao Market Profile,
quando a ideia é definir áreas de valor anteriores. Porém, em tempo real, o Volume
Profile se mostra uma ferramenta mais completa para a análise do que os
participantes estão fazendo.
Após tudo explicado, vamos para marcação dos pontos.
1. Áreas de Valor
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Com base nisso, eu costumo sempre marcar os pontos importantes da área de valor
do dia anterior (POC, VAH e VAL) caso ela se apresente das seguintes formas:
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- Shape em forma de b: Representa que o mercado ficou a primeira parte do dia
em tendência de baixa antes de achar uma forma balanceada. Nessa situação,
marcamos POC, VAL e VAH. O mercado segurando na VAH e rompendo a VAL,
dão boas oportunidades visando à continuação da tendência. Rompendo a VAH,
dá uma boa oportunidade para pegar o inicio de tendência para o lado oposto.
Veja na imagem abaixo a marcação dos pontos a ser feitos quando o dia
anterior apresenta um comportamento assim.
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- Shape em tendência: Representa o típico mercado na sua forma
desbalanceada, mostrando que passou o dia inteiro em tendência. Nessa situação, o
mais comum é marcar pontos que podem servir de suporte ou resistência favorável
à continuidade da tendência. Naturalmente marcamos os POCs deixados pelo
mercado durante os períodos de acumulação durante a tendência.
Veja na imagem abaixo a marcação dos pontos a ser feitos quando o
dia anterior apresenta um comportamento assim.
- Shape sem forma definida: Quando o mercado não consegue deixar clara a
formação de nenhum desses shapes apresentados anteriormente, nós assumimos
que foi um dia em que o mercado não conseguiu definir ao certo uma região de
valor e marcamos apenas pontos de inflexão do mercado como possíveis suportes
e resistências, assim como será mostrado no item 3 – Pontos de inflexão.
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Em vários momentos, quando necessário, podemos usar a ferramenta Volume
Profile Flexível, para quando a análise da área de valor do dia anterior apresentar um
formato de difícil interpretação. Com ela, podemos fracionar os movimentos e
plotar um perfil de volume para cada um, facilitando a interpretação sobre onde o
mercado achou valor e onde o mercado rejeitou.
Veja na imagem abaixo a utilização do Volume Profile flexível para marcação
da área de valor. O Volume Profile desenhado em laranja mostra um perfil de volume
típico de tendência durante o primeiro movimento do dia, e o Volume Profile na cor
cinza foi desenhado para entendermos melhor como ficou a região de acumulação do
mercado e área de valor, após a rejeição da mínima do primeiro movimento.
Essa ferramenta também pode ser utilizada quando se deseja obter o perfil de
volume de uma acumulação de vários dias numa mesma região, para ter uma ideia
em termos de volume, onde são os extremos dessa região grande de acumulação.
Veja na imagem abaixo um perfil de volume plotado do dia 07/02 a 21/02,
mostrando nas linhas brancas os extremos da maior área de valor desses dias.
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2. Zonas de Inicio de Movimento Agressivo
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3. Pontos de inflexão
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Note como na primeira marcação, temos uma quantidade bem grande de
pontos que no final das contas não nos ajuda a tomar alguma decisão, pois logo
após um já tem outro e assim sucessivamente. Na segunda marcação, marcamos
apenas os pontos que de fato após a inflexão, houve o inicio de um movimento
expressivo no sentido oposto e pontos coerentes com a história que o mercado
tem nos contado até o momento.
Geralmente surge uma dúvida sobre onde marcar os pontos, se é realmente
na mínima do candle, no médio do candle, na sombra ou na máxima. Como nós temos
uma ferramenta excelente que é o Volume Profile e o Volume Profile Flexível,
podemos usa-lo em nosso favor e marcar o ponto na região que acumulou mais
volume durante esse encontro entre compradores e vendedores que gerou a inflexão
do mercado, como vocês podem ver na imagem abaixo.
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Roteiro para marcação dos pontos
Com o objetivo de clarear um pouco mais tudo que foi explicado até o momento,
vamos apresentar um passo a passo sobre a marcação dos pontos subjetivos.
Nesse exemplo, marcaremos os pontos para o dia 22/02/2019.
LEGENDA
- Linha Vermelha: Extremo Superior da Área de Valor.
- Linha Amarela: Ponto de Controle da Área de valor Atual.
- Linha Azul: Extremo Inferior da Área de Valor.
- Linha Laranja: Pontos de inflexão ou Zona de Início de Movimento Agressivo.
- Linha Verde: Pontos de Controle passados.
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2. Marcar POCs passado de áreas de valor acima ou abaixo da atual e POCs no
caso de um shape em tendência.
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Considerações finais
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Chegamos ao final deste artigo. Espero que a leitura tenha sido produtiva até
aqui. Grande abraço e atitude vencedora sempre!
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Referências
Livro - Markets in Profile: Profiting from the Auction Process - James F. Dalton;
Robert B. Dalton; Eric T. Jones.
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