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Exemplo 2: O calor pode funcionar como agente agressor de forma direta levando à degeneração e
necrose da epiderme por desnaturação de suas proteínas. Pode também agir de forma indireta
atingindo os mastócitos e as terminações nervosas e assim, induzindo reação inflamatória por
liberação de histamina e substancia P, respectivamente, além de promover danos a
microcirculação, lesando seu endotélio e provocando trombose, o que leva a isquemia, hipóxia e
necrose da pele.
Exemplo 3: Bactérias podem funcionar como agentes patológicos causando agressão e lesionando
diretamente tecidos ao penetrar nas células, ao liberarem suas toxinas ou comprometerem vasos
sanguíneos causando morte isquêmica. Além disso, esses microorganismos induzem respostas
celulares do hospedeiro que, mesmo direcionadas contra o invasor, acabam por causar dano
tecidual adicional.
Exemplo 4: Os vírus podem danificar diretamente as células hospedeiras entrando nelas, inibindo o
seu DNA, RNA ou síntese proteica, lesionando a membrana plasmática e lisando as células, ou
indretamente, por induzir uma resposta imune do hospedeiro às células infectadas pelo vírus.
Macroscopicamente: área esbranquiçada circundada por halo vermelho de hiperemia que tenta
compensar a isquemia.
Redução de ATP (energia) por isquemia e anóxia ou inibição dos processos respiratórios da célula.
Agressão direta à membrana citoplasmática criando canais hidrofílicos pelos quais a célula perde
eletrólitos.
3) Características da Apoptose
APOPTOSE = morte celular programada, dependente de energia, não é seguida pelo fenômeno
de autólise e sim fragmentação celular formando corpos apoptóticos que são endocitados por
Exemplo: glândulas mamárias = terminada a fase de lactação, as células dos ácinos que
proliferaram e secretaram leite entram em apoptose, restando apenas as células dos ductos
mamários.
Exemplo 3: a apoptose faz parte do controle e regulação da proliferação celular normal como
uma forma de evitar o surgimento de células anormais/alteradas. Para isso, durante o ciclo
celular, existem pontos de checagem que verificam se as células estão normais, são eles: G1/S e
G2/M. Em G2/M a célula alterada é reconhecida através de proteínas do p53 (Guardiao do
genoma) e genes da apoptose (Bax), que não permitem que elas evoluam no ciclo celular, sendo
então marcadas para serem destruídas através do sistema de caspases e proteases.
Processo de Apoptose:
Ocorre em 4 etapas:
3. Fase de execução/ativação
Quando uma célula para de receber estímulos (cessação dos fatores de crescimento) e/ou seu
DNA é lesado, a célula ativa sensores de estresse/lesão que sinalizam para a família de proteínas
Bax na membrana externa mitocondrial, as quais agem perfurando esta membrana (poro),
aumentando sua permeabilidade com consequente liberação de proteínas pró-apoptóticas no
citosol, como o citocromo C, SMAC e AIF. Tais proteínas ativam a cascata de caspases ativadoras
e efetuadoras que por sua vez acionam outras proteases que degradam todos os componentes
da célula, sem autólise. Esta é a chamada via intrínseca, a mais comum, e é controlada pela
família de proteínas Bcl2 na medida que regulam a permeabilidade da membrana mitocondrial,
impedindo a ativação da família Bax, tendo portanto ação anti-apoptótica.
Já a via extrínseca inicia-se na membrana citoplasmática com ativação dos receptores de morte
(TNFR1 e proteína Fas) a partir do seu ligante FasL, gerando uma transdução de sinais que ativa
as caspases ativadoras e inicia-se a mesma cascata no citosol.
Ao final, a membrana celular emite projeções e forma o brotamento que contem os restos do
núcleo, formando efetivamente os corpos apoptóticos e gerando a fragmentação total da célula.
Obs: a apoptose é dependente de ATP e se uma agressão reduz muito o ATP, a célula entra em
necrose.
4) Esteatose hepática.
EVOLUÇÃO: Apesar de ser uma lesão reversível, em agressores mais graves a esteatose pode
evoluir para morte celular levando a cirrose hepática, na qual ocorrerá a subversão da
arquitetura lobular do órgão em questão, resposta inflamatória crônica e substituição da área
necrosada e restos celulares por matriz irregular cicatricial constituindo a fibrose, a qual não
permite mais a regeneração de tal região do órgão afetado.
Desnutrição proteico-energética
Obesidade
5) As mitocôndrias são organelas com a função de gerar energia química na forma de ATP para
os processos metabólicos das células. Sendo assim, alterações nessas organelas poderiam causar
um grave desequilíbrio, uma vez que tais lesões poderiam interferir na geração energética e
causar desordens, consequentemente como alterações o ph intracelular, desequilíbrio
hidroeletrolítico e alterações na síntese proteica. Além disso, lesões mecânicas nessas organelas
liberam compostos pró-apoptóticos para o citoplasma celular como o citocromo C, fosfolipase C e
cálcio que ativam proteases citosólicas levando a destruição celular.
Os lisossomos são organelas com funções de digestão intracelular de partículas vindas do meio
externo. Tais organelas podem ser rompidas por processos mecânicos ou por fragilidade de sua
membrana durante uma agressão como a isquemia, por exemplo, liberando compostos que
podem digerir quase todas as estruturas celulares levando a um processo de autólise.
‘’Os lisossomos participam ativamente da morte celular tanto por apoptose como por necrose.
Agressões variadas (radicais livres, por exemplo) podem desestabilizar a membrana lisossômica,
aumentando sua permeabilidade e favorecendo a saída de proteases envolvidas na apoptose’’
7) DEGENERAÇAO HIDRÓPICA:
NECROSE
CARIÓLISE: digestão da cromatina que faz desaparecer a afinidade tintorial dos núcleos, não
mais se podendo distinguir nas colorações de rotina.
Alterações citoplasmáticas são menos típicas. Geralmente há aumento da acidofilia, não só pelo
desacoplamento de ribossomos e desintegração de polissomos como também por proteólise
parcial que expõe grande numero de radicais acídicos em moléculas citoplasmáticas. Com a
evolução, o citoplasma toma aspecto granuloso e tenda a formar massas amorfas homogênas de
limites imprecisos.
Ao ME, as células necrosadas mostram aspectos diversos conforme o tempo de autólise. Nas
fases iniciais, são observadas organelas com alterações variadas, sobretudo vacuolização de
mitocôndrias, RE e complexo de Golgi. A medida que o processo avança, as organelas perdem
individualidade e não podem mais ser reconhecidas. Pode-se encontrar depósitos cristalinos de
cristais de Calcio.
8) NECROSE = morte celular que ocorre no organismo vivo por lesão irreversível que ultrapassa
o ponto de não retorno, sem gasto de ATP, seguida do fenômeno de autólise liberando
substâncias antigênicas para o meio extracelular e causando resposta imune.
A B
NECROSE APOPTOSE
INDEPENDENTE DE ENERGIA (ATP) DEPENDENTE DE ENERGIA (ATP)
SEGUIDO DE AUTÓLISE NÃO SEGUIDO DE AUTÓLISE
INDUZ RESPOSTA IMUNE / INFLAMAÇÃO NÃO INDUZ RESPOSTA IMUNE
SEMPRE PROCESSO PATOLÓGICO PODDE SER PROCESSO FIOLÓGICO ou
PATOLÓGICO
MORTE CELULAR DESREGULADO MORTE CELULAR REGULADO
NÃO FORMA CORPOS APOPTÓTICOS FORMA CORPOS APOPTÓTICOS
ALTERAÇÕES NUCLEARES de picnose, cariorrexe
SEM ALTERAÇÕES NUCLEARES de picnose,
e cariólise cariorrexe e cariólise
1. Regeneração: o restos celulares são reabsorvidos por meio de uma resposta inflamatória que
se instala. Fatores de crescimento liberados por células vizinhas e por leucócitos exsudados
induzem multiplicação das células parenquimatosas e, se o estroma tiver pouco alterado, há
regeneração completa do tecido.
2. Cicatrização: é o processo pelo qual o tecido necrosado é substituído por tecido conjuntivo
cicatricial.
3. Encistamento: formação de cápsula que encista o tecido necrosado, o qual vai sendo
absorvido lentamente, permanecendo em seu interior material progressivamente mais liquido.
4. Eliminação: quando a zona de necrose atinge uma estrutura canalicular que se comunica com
o meio externo, o material necrosado é lançado nessa estrutura e daí eliminado, originando uma
cavidade. Ex: cavernas tuberculosas.
5. Calcificação distrófica: deposição de sais de fosfato de cálcio nos locais de necrose. Mais
comum na necrose caseosa.
12) ANTRACOSE = é a deposição de partículas de carvão nos pulmões. Uma vez inalado, o
pigmento de carvão é fagocitado por macrófagos alveolares e transportado aos linfonodos
regionais. O acumulo progressivo do pigmento produz uma coloração negra nas partes afetadas,
Grupo de risco:
Trabalhadores de minas de carvão /carvoeiras: pelo contato constante e direto com fumaça
tóxica, poluída pelo monóxido de carbono.
Fumantes: inalam e tragam a fumaça do cigarro que é tóxica com cerca de 4200 substancias
nocivas, como a nicotina, monóxido de carbono.
- Toxinas com atividade de fosfolipase e agressões geradas por Radicais Livres, que lesam
diretamente as membrana;
14) RIFI : O exame RIFI significa ‘’reação de imunofluorescência indireta’’. Pode ser utilizado por
exemplo para avaliar os níveis relativos de anticorpos anti-T.cruzi no plasma de pacientes com
suspeita de Doença de Chagas em fase aguda. Funciona da seguinte maneira: Utilizamos um
anticorpo secundário conjugado a substancia fluorescente que reconhece a porção Fc do anticorpo
primário anti-T.cruzi produzido pelo próprio organismo. Se ocorrer a reação específica entre os
anticorpos, aparecerá uma luz fluorescente ao se avaliar a lâmina ao microscópio equipado com luz
ultravioleta.
Obs: Capitulo 2 Bogliolo – Pagina 9: ‘’A imunofluorescência pode ser direta ou indireta. Na direta, o
anticorpo primário é ligado a um composto fluorescente, o mais usado é o isotiocinato de
fluoresceína, que emite luz verde brilhante quando estimulado por luz ultravioleta. No método
indireto, um anticorpo primário se liga ao antígeno de interesse. A substância fluorescente é
conjugada a um anticorpo SECUNDÁRIO que, por sua vez, reconhece a porção Fc do anticorpo
primário e com ele forma reação específica. Depois de processadas, as lâminas são examinadas ao
microscópio de fluorescência equipado com fonte de raio ultravioleta. A imunofluorescência
indireta é mais específica, uma vez que o anticorpo primário se encontra livre do marcador e o
sinal só aparece após duas ligações antígeno-anticorpo, o que possibilita maior especificidade e
melhor controle da reação’’
A isquemia é a redução do fluxo sanguíneo por uma obstrução ou até mesmo lesão endotelial da
microcirculação. Como o sangue é responsável pelo transporte de oxigênio aos tecidos, a isquemia
resulta em hipóxia. Essa falta de O2, dependendo da intensidade, duração e tipo celular atingido,
inicialmente levará a estresse celular que ativa mecanismos de adaptação com rotas de
sobrevivência. Porém, se o agente agressor não for retirado/tratado, ultrapassará o ponto de não
retorno, pois as mitocôndrias têm um limite de permeabilidade (poro de permeabilidade) a partir
do qual a progressão para a morte é inexorável (sentença de morte). Além disso, os lissosomos
ficam cada vez mais tumefeitos e permeáveis liberando suas hidrolases no citoplasma, as quais
ativadas pelo excesso de cálcio intracelular fruto do desestabilização do retículo endoplasmático e
completo de Golgi, serão responsáveis pela degradação de toda célula, levando ao processo de
autólise. Portanto, a isquemia gera possivelmente hipoxia que pode evoluir para necrose.
Indivíduos que moram ao nível do mar, ao se deslocarem para regiões de altas altitudes, seu
organismo responde elevando a concentração de hemácias haja visto a rarefação do ar, como
forma de adaptação. Dependendo do tempo de exposição a essa agressão, com o sangue mais
viscoso devido ao aumento das hemácias, ocorre resistência vascular periférica, diminuição do
fluxo capilar (hipoperfusão sanguínea) aumentando o risco de estase venosa, trombos, isquemia e
infartos teciduais (lesões), caracterizando a chamada síndrome de hiperviscosidade por aumento
do hematócrito.
Coágulos = tem superfície brilhante e úmida, estrutura homogênea, não aderente a parede
vascular
18) A etiopatogênese da trombose está baseada na Tríade de Virchow que consiste em:
(1) Lesão Endotelial: evento mais importante por liberar substancias que recrutam plaquetas e o
sistema de coagulação.
19) Calcificação distrófica: trata-se de uma deposição irreversível de sais de fosfato de cálcio em
tecidos frouxos não-osteóides, fruto de uma lesão pré-existente, sem necessidade de haver
hipercalcemia. Como exemplo, temos a calcificação de uma válvula cardíaca comprometendo a
mobilidade e as fisiologia do coração, podendo gerar até insuficiência cardíaca.
Exemplos: (1) Relacionada à aterosclerose; (2) Neurocisticercos calcificados no SNC; (3) Calcificação
de granulomas pulmonares.
20) Lipidoses são acúmulos intracelulares de outros lipídeos que não triglicerídeos, em geral
representados por depósitos de colesterol e seus ésteres, podendo ser localizadas ou sistêmicas. A
aterosclerose é uma tipo de lipidose localizada na camada íntima de artérias de médio e grande
calibres. É uma doença multifatorial na sua etiologia, com participação de fatores genéticos e
ambientais. Os fatores de risco são:
Hipertensão Arterial
Tabagismo
Diabetes Mellitus
Estresse
Sedentarismo
22) Explique de forma sucinta a ação dos AINES. (Bogliolo – 8 Ed – Cap.7 – Pag. 210)
Mecanismo de Ação: Os AINES atuam na cascata do ácido aracdônico. Eles agem inibindo as
enzimas cicloxinagenases (COX-1 e/ou COX-2), as quais são responsáveis pela síntese de
mediadores inflamatórios (prostaglandinas e tromboxanos) a partir do ácido aracdônico (o qual é
derivado de membranas celulares lesadas na fase irritativa pela fosfolipase A2) . Tais mediadores
agem recrutando células inflamatórias como os neutrófilos e macrófagos para o local de
inflamação. Portanto, os AINES agem impedindo o processo inflamatório desde seu início, por isso,
tais medicamentos são ditos anti-inflamatórios. Vale lembrar que os AINES não interferem com a
geração de leucotrienos (via das lipoxigenases), mantendo parte do processo inflamatório
inalterado e ativo. Seu principal uso é na redução dos sintomas da inflamação como a dor e o
edema no local.
Obs: Existem os inibidores seletivos da COX-1 (ex: aspirina – AAS); os inibidores não-seletivos da
COX (ex: diclofenaco, ibuprofeno); os inibidores seletivos de COX-2 (ex: meloxicam; nimesulida) e
os altamente seletivos/específicos da COX-2 (ex: celecoxibe conhecido como Celebra).
Como a COX-1 é uma enzima fisiológica do organismo, medicamentos que a inibem geralmente
tem maior potencial de levar a lesão gástrica, pois a enzima COX-1 constitutiva é responsável por
produção de PGE2, uma prostaglandina com ação nas células principais do estômago estimulando-
as à produção de muco e bicarbonato, sendo, portanto, protetor gástrico.
Já a COX-2 é uma enzima que só surge nos processos inflamatórios, não-fisiológica, sendo
responsável pela síntese de prostaciclinas, as quais são potentes vasodilatadores e anti-agregantes
plaquetários. Assim, os AINES muito seletivos pra COX-2 são ruins para o coração, devendo ser
evitados em pacientes com doença cardiovascular, pois a inibição da COX-2 propicia como
consequência a inibição das prostaciclinas e, portanto, favorece vasoconstrição e maior agregação
plaquetária (situações que elevam o risco de instabilidade em pacientes com aterosclerose ou
doença coronariana).
23) Explique 2 momentos (podendo ser da formação ou excreção da bilirrubina) que quando
alterados podem ser responsáveis pelo sinal clínico da icterícia.
A bilirrubina é um pigmento biliar fruto do catabolismo das hemácias. Hemácias senescentes (com
mais de 120 dias) são removidas/destruídas da circulação através do processo conhecido como
hemocaterese, principalmente no baço. Assim, as hemoglobinas presentes nas hemácias, ao serem
catabolisadas, dão origem ao grupo HEME e à GLOBINA. O grupo HEME é catabolisado em
PROTOPORFIRINA e FERRO. A protoporfirina é transformada em BILIVERDINA e a BILIVERDINA é
transformada em BILIRRUBINA INDIRETA (não-conjugada) pela enzima biliverdina-redutase. A BI
(bilirrubina indireta) é lipossolúvel precisando ser transportada no sangue pela albumina. Ao
chegar no fígado, passa por 3 processos nos hepatócitos: 1) Captação pela membrana do
hepatócito. 2) Conjugação com o ácido hialurônico no retículo endoplasmático liso formando
BILIRRUBINA DIRETA (conjugada) pela enzima UDP (glucoroniltransferase). 3) Excreção para os
canalículos biliares até o armazenamento na bile com outras substâncias.
dias após sua produção, não sendo eficaz a reposição pela medula óssea). Assim, produz-se muita
bilirrubina indireta, pois esta é um produto do catabolismo da hemoglobina das hemácias (como
explicado acima). Isso leva a HIPERBILIRUBINEMIA INDIRETA e consequentemente à ICTERÍCIA.
Outros exemplos: Defeitos na EXCREÇÃO da bilirrubina em direção aos canalículos biliares devido a
defeitos genéticos no hepatócito (Síndrome de Dubin-Johnson e Síndrome de Rotor) ou por injúrias
hepatocelulares auto-imunes ou virais como nas HEPATITES ou cirrose hepática.
Obs: geralmente a icterícia só surge detectável ao exame físico quando a dosagem de bilirrubinas
TOTAIS atinge 2,5 a 3 mg/dL.
- pH tecidual geralmente é mais baixo devido a alta atividade glicolítica (alta produção de ácido
lático)
- Aumento da basofilia;
- IMORTALIDADE = está relacionada aos telômeros, pois estes são como relógios da célula. Os
telômeros são sequências cromossômicas sintetizados pela enzima TELOMERASE. Células normais
tem cada vez menos atividade dessa enzima e assim, a cada ciclo de divisão celular, o tamanho dos
telômeros é progressivamente reduzido. Quando os telômeros são muito curtos, a célula sofre
morte celular por apoptose. Nas neoplasias, as células neoplásicas malignas tem MAIOR ATIVIDADE
DA TELOMERASE e assim os telômeros NÃO SE ENCURTAM e as células podem continuar se
replicando de forma imortal, acumulando novas mutações
- Perda da inibição por contato = células NORMAIS se multiplicam até atingir um estado de
confluência (as membranas plasmáticas delas se tocam), inibindo seu crescimento e movimentação
devido ao sistema caderina/beta-catenina: células separadas sem adesão pela caderina, permite
que a beta-catenina fique livre no citoplasma e ative fatores de transcrição. Já células neoplásicas
malignas não respeitam essa inibição e continuam se multiplicando mesmo após atingirem o
estado de confluência e formam pilhas de células superpostas.
- Alterações da forma. Células normais crescem aderidas a superfície do meio de cultura. Já células
malignas são menos aderentes, desprendem-se com facilidade e são esféricas.
26) Diferenciar neoplasias benignas de malignas. (Bogliolo – 8 Ed – Cap. 8 – Pag.234 – Quadro 8.3)
BENIGNAS MALIGNAS
TAXA/VELOCIDADE DE CRESCIMENTO BAIXA ALTA
FIGURAS DE MITOSE RARAS FREQUENTES
GRAU DE DIFERENCIAÇÃO BEM DIFERENCIADAS DESDE BEM DIFERENCIADAS ATÉ
ANAPLÁSICAS/
INDIFERENCIADAS
ATIPIAS CELULAS e ARQUITETURAIS RARAS FREQUENTES
DEGENERAÇÃO, NECROSE AUSENTES PRESENTES
TIPO DE CRESCIMENTO EXPANSIVO INFILTRATIVO
CÁPSULA PRESENTE (pseudo-cápsula) GERALMENTE AUSENTE
LIMITES DA LESÃO BEM DEFINIDOS (PRECISOS) IMPRECISOS
EFEITOS LOCAIS E SISTÊMICOS GERALMENTE INEXPRESSIVOS GERALMENTE GRAVES E AS VEZES
LETAIS
RECIDIVA EM GERAL AUSENTE PRESENTE
METÁSTASES AUSENTES PRESENTES
- Choque hipovolêmico = a perda excessiva de sangue (cerca de 20% do volume total corpóreo) de
forma rápida leva à falência circulatória e consequentemente, hipoperfusão generalizada de órgãos
e tecidos, podendo ser fatal.
- Anemia como a anemia ferropriva = a perda crônica de sangue, geralmente por micro-
hemorragias imperceptíveis (ex: úlcera gástrica, neoplasias de tubo digestivo- lesão de intestino
delgado – sangue oculto nas fezes, metrorragias), induzirá o sistema hematopoiético a sintetizar
maior número de hemácias para compensar as perdas. As hemácias necessitam de Ferro para
serem produzidas na medula óssea. O nosso organismo tem um armazenamento de ferro sob a
forma de ferritina e hemossiderina e esta estocagem férrica é capaz de suprimir as necessidades
por um determinado tempo (geralmente 3 meses). A partir daí, como as perdas de ferro são
maiores que os ganhos na alimentação, ocorre falta de ferro para hematopoiese adequada,
levando a um quadro de anemia ferropriva. Por esse motivo, geralmente são hemorragias crônicas.
2. Calcificação metastática: aquela que resulta dos aumentos séricos de cálcio (hipercalcemia)
seja por aumento da reabsorção óssea, seja por excreção inadequada de cálcio pelos rins em
situações patológicas. Acomete tecidos sadios, sem necessidade de lesão pré-existente e é mais
disseminada.
serotonina, substância P, óxido nítrico e bradicininas, ocorre VASODILTAÇÃO e isso leva a aumento
do fluxo sanguíneo local, gerando calor e rubor.
O tumor ou edema (inchaço) também tem influência dos fenômenos da fase vascular, já que a
vasodilatação aumenta o espaço entre as células endoteliais e o aumento da permeabilidade
vascular permitindo a fase EXSUDATIVA que tipicamente ocasiona o edema pelo extravasamento
de fluido rico em proteínas (exsudato) para o tecido extravascular, acumulando-se no interstício.
b) Explique o por quê desse tipo de calcificação ser mais comumente observado do que o outro
tipo.
Resposta: Trata-se da calcificação distrófica, a qual é aquela que resulta de modificação tecidual
ou celular local favorecendo a nucleação e precipitação de cristais de cálcio e ocorre em tecido
conjuntivo frouxo não-osteoide hialinizado surgindo a partir de lesão pré-existente (neste caso
lesão por cisticerco). Este tipo de calcificação é mais comumente observado que o tipo
metastático, pois, diferente deste, a distrófica independe de níveis séricos de cálcio e fósforo,
necessitando somente de uma lesão pré-existente.
31) Associe a hemorragia com o choque hipovolêmico explicando sua patogênese e indicando as
alterações celulares que ocorrem durante este processo.
A falta de oxigênio como aceptor final de elétrons na cadeia respiratória leva a uma redução da
respiração aeróbica, levando a baixa produção de ATP, afetando assim, a bomba de sódio e
potássio, já que ela é ativa (dependente de energia - ATP). Além disso, a hipóxia induz ao
aumento da respiração anaeróbica (glicólise) gerando produção de ácido láctico e íons de
hidrogênio, reduzindo o ph intracelular, o que leva a condensação da cromatina nuclear,
desacoplamento dos ribossomos e aumento da permeabilidade mitocondrial. Isso diminui a
síntese proteica e afeta a produção da própria bomba ATPase. Com a falta de ATP e distúrbios
das bombas de membrana celular, ocorrerá o influxo de Na e o efluxo de K, o que desencadeia
um desequilíbrio hidroeletrolítico e, na tentativa de manter a isosmolaridade, há o influxo de
água, levando a célula turgida. Se não for rapidamente tratado, pode culminar em necrose
tecidual e falência múltipla de órgãos.
Transudato = líquido com baixo teor de proteínas e densidade < 1.020 g/ml. Indica que a
permeabilidade vascular continua preservada, permitindo a passagem de água, mas não a de
macromoléculas de proteínas.
Exsudato = líquido rico em proteínas e com densidade > 1.020 g/ml. Indica aumento da
permeabilidade vascular, o que resulta caracteristicamente da ação de substâncias liberadas nos
processos inflamatórios. Macroscopicamente é um líquido TURVO. Microscopicamente observa-
se células inflamatórias.
Edema de cavidades = usa-se o prefixo ‘’hidro’’ e o nome do local do edema. Ex: hidrotórax,
hidropericárdio, hidroperitônio (ascite).
33) Quais são as características e propriedades das células neoplásicas malignas? (8)
1. CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS
- pH tecidual geralmente é mais baixo devido a alta atividade glicolítica (alta produção de ácido
lático)
- Aumento da basofilia;
2. ADESIVIDADE = as células malignas têm menor adesão entre si por vários fatores como por
exemplo redução das caderinas (moléculas de adesão).
34) Explique as associações das alterações por obstruções vasculares com outros processos
patológicos como a embolia, a isquemia e o infarto.
35) A ação dos agentes agressores, qualquer que seja sua natureza, se faz principalmente por dois
mecanismos: ação direta e ação indireta através de mecanismos de adaptação. A ação de uma
bactéria, por exemplo, que invade um organismo gera respostas teciduais. Explique a reação
inflamatória inespecífica que é muito freqüente frente a este tipo de agressão (ou seja, explique
como e porque esta reação acontece).
Uma injúria promove lesão nas células teciduais e vasculares. Mastócitos lesados liberam o
conteúdo dos seus grânulos, que contêm histamina e heparina, e o conteúdo de lisossomos
lesados, que contém enzimas proteolíticas. A histamina promove vasodilatação e aumento da
permeabilidade vascular e a heparina é um anticoagulante que permite que o sangue naquela
região de injúria não se coagule e forneça as células necessárias para a inflamação e reparação.
Outros mediadores de origem vascular como o C3a e C5a () também participam da inflamação e
promovem aumento da permeabilidade vascular. Quando as células são lesadas, também ocorre
a formação de () ácido aracdônico a partir de fosfolipídeos das membranas celulares lesadas,
pela ação da fosfolipase A2, e ocorre síntese de prostaglandina e leucotrienos () que também
aumentam a permeabilidade vascular, levam a vasodilatação e dor, e participam da quimiotaxia.
As enzimas lisossômicas, citadas anteriormente, provocam a lesão tecidual (), que também pode
ser causada pelos mediadores inflamatórios, especialmente se a resposta não for finamente
regulada ou modulada.
As células inflamatórias residentes no tecido lesado produzem TNF e IL-1 e quimiocinas que
estimulam o endotélio expressar moléculas para a adesão celular como selectinas P e E, ICAM-1 e
VCAM-1 para integrinas (só o vcam e icam). Dessa forma, as células inflamatórias são atraídas e
se ligam ao entotélio através das moléculas de adesão, no início com menor afinidade e depois
com maior afinidade (fase de recrutamento). Essa ligação leva a mudanças no citoesqueleto da
célula () que se adere de maneira cada vez mais estável ao entotélio. Posteriormente, frente à
atração exercida por quimiocinas e devido à maior permeabilidade vascular, a célula inflamatória
transmigra para o local de injúria, onde exercerá suas funções efetoras. As primeiras células
normalmente a serem recrutadas são os neutrófilos (inflamação aguda) e, posteriormente,
monócitos (que no tecido, se diferenciam em macrófagos) e linfócitos que são as principais
células da inflamação crônica.
A ativação dos linfócitos T CD4 naive ocorre mediante a apresentação do Ag () , via moléculas
do MHC classe II das APCs, nos órgãos linfóides secundários (). Na inflamação crônica, linfócitos
efetores CD4 são recrutados e estimulados por IL-12 a se diferenciarem em linfócitos T CD4 Th1
que produzem, principalmente, IFN-. Esta citocina induz ativação de macrófagos e induzem
linfócitos B à secretarem IgG.
Nas infecções por helmintos, os linfócitos T CD4 são estimulados por IL-4 a se diferenciarem
na linhagem Th2, que produz, principalmente, mais IL-4 e IL-5. A IL-4 induz os linfócitos B a
secretarem IgE (Ac neutralizante) e o IL-5 é responsável pela ativação de eosinófilos. Estes,
quando ativados, liberam o conteúdo de seus grânulos no meio extracelular onde suas enzimas
(p. proteína básica principal, proteína catiônica principal) irão () combater os patógenos
hemínticos.
Os linfócitos T CD8 são ativados via MHC classe I e participam da inflamação crônica destruindo
as células infectadas por parasitas intracelulares pela ação de suas enzimas (perforina e
granzima) e pela interação do Fas ligante com o Fas que ativa caspases. Estas caspases ativam
enzimas que degradam o DNA e levam a apoptose.
b) Imortalização = está relacionada aos telômeros, pois estes são como relógios da célula. Os
telômeros são sequências cromossômicas sintetizados pela enzima TELOMERASE. Células
normais tem cada vez menos atividade dessa enzima e assim, a cada ciclo de divisão celular, o
tamanho dos telômeros é progressivamente reduzido. Quando os telômeros são muito curtos, a
célula sofre morte celular por apoptose. Nas neoplasias, as células neoplásicas malignas tem
MAIOR ATIVIDADE DA TELOMERASE e assim os telômeros NÃO SE ENCURTAM e as células podem
continuar se replicando de forma imortal, acumulando novas mutações.
37) ‘’No microscópio óptico, observa-se corte histológico onde líquido proteináceo (substancia
rósea) se acumula no interstício e nos espaços aéreos, provocando total desorganização da
arquitetura tecidual. É possível observar em maior aumento, a presença de células inflamatórias
por entre o líquido acumulado. Observe que os vasos sanguíneos apresentam-se congestos,
indicando alterações na microvascularização. Extravasamento sanguíneo que juntamente com o
líquido dificulta hematose e favorece a colonização por microorganismos’’
Resposta:
1. EDEMA = caracteriza-se pela saída de líquido, proteínas e células (exsudato) dos vasos
sanguíneos para o interstício, oferecendo ao tecido extravascular um ‘’inchaço’’, tumefação. A
formação do edema pode ocorrer por vários fatores: na inflamação, devido à ação do óxido
nítrico e histamina, temos o aumento da permeabilidade vascular e vasodilação culminando no
extravasamento de líquidos para o interstício. Na insuficiência cardíaca congestiva, podemos ter
aumento da pressão hidrostática intravascular, favorecendo o edema; Na cirrose hepática e
desnutrição, pode ocorrer redução da pressão oncótica no plasma (devido à ausência ou redução
de albumina) formando edema. Em outras doenças como filariose, pode ocorrer edema linfático
por obstrução de vasos linfáticos.
38) ‘’É uma reação produzida pela presença de ovos de Schistosoma mansoni, nos 3 primeiros
dias a exsudação celular é discreta de polimorfonucleares. Após o quarto dia aumenta o exsudato
celular, agora de mononucleares, eosinófilos se dispõem em torno do ovo e aderem à sua casca.
Quando visto ao microscópio ótico, a reação é característica, concêntrica em volto do ovo e é
modulada pela resposta imunitária’’
Esse granuloma epitelioide ou imunogênico é uma reação que ocorre na fase crônica da
inflamação. Muitas vezes, a resposta imune não consegue eliminar o patógeno para impedir sua
disseminação e acaba formando uma barreira concêntrica em torno do microorganismo, na
tentativa de contê-lo. Esse granuloma epitelioide ocorre quando o agente etiológico é
imunogênico. Na composição do granuloma temos macrófagos em torno do ovo de Schistosoma
(nesse caso), os quais se fundem originando células epitelioides em paliçada dispostas pelo
granuloma. As células epitelioides se fundem formando células gigantes que podem ter núcleos
bem organizados na periferia (tipo Langhans) ou irregulares no citoplasma (tipo corpo estranho).
Há também infiltrado de linfócitos, fibroblastos e eosinófilos em torno da lesão. Podemos ter na
área central desses granulomas a presença de necrose e pontos hemorrágicos. Tende a resultar
em fibrose da região afetada.
Exemplos:
39) ‘’São as principais lesões que tem maior probabilidade de evoluir para o câncer, é uma
condição adquirida caracterizada por alteração do crescimento e da diferenciação celular
acompanhadas de redução e perda da diferenciação das células afetadas. Podem estar associadas
a tecidos metaplásicos.
A melanina (melas = negro) é um pigmento que varia do castanho ao negro, sendo importante
para a coloração adequada da pele, pelos, dos olhos, além de oferecer uma acão fotoprotetora e
antioxidante. Entretanto, em algumas condições, os melanócitos, os quais estão localizados na
última camada da epiderme em contato com a derme e próximo aos queratinócitos, podem
aumentar a quantidade de melanossomos (organela responsável pelo armazenamento de
melanina) e consequentemente de melanina. Em algumas pessoas, podemos ter a proliferação
de melanócitos, gerando nevus típico, o qual pode ter caráter benigno e é caracterizado pelo
acúmulo de melanina. Essas lesões no entanto podem evoluir para displasia e contribuir para a
formação de nevusatípico, que é uma lesão pré-cancerosa. Em outros casos, podemos ter
aumento da atividade da enzima TIROSINASE responsável pela melanização dos melanossomos,
proporcionando maior ativação do melanócito, produzindo o pigmento melanina de forma
patológica. Pacientes com a Doença de Addinson (insufiência das adrenais), por exemplo, terão
hiperpigmentação devido a liberação excessiva de ACTH pela hipófise anterior juntamente com
MSH (hormônio estimulante dos melanócitos) pois ambos hormônios são secretados pela mesma
região hipofisária. Pessoas brancas, de olhos claros também podem apresentar efélides ou sardas
(aumento do pigmento melanina na pele como um mecanismo compensatório). Além disso, pode
acontecer um defeito na metabolização da melanina fazendo com que a mesma se deposite de
forma patológica.
41) Correlacione os 4 quadros descritos abaixo, indicando PELO NOME cada quadro (1,2,3,4) na
sua correlação.
Quadro 4: Morte celular ocorrida no organismo vivo, seguida de autólise, causada pelo quadro 3
persistente e prolongado. (NECROSE = INFARTO)
Resposta:
Em casos em que ocorre formação de trombos, êmbolos ou placas ateromatosas, pode ocorrer a
obstrução parcial ou total do vaso – levando à isquemia da região irrigada por aquele vaso
(Quadro 3). Essa isquemia ou déficit de fluxo sanguíneo na região afetada pode ser temporária ou
permanente, absoluta ou relativa. Se a isquemia for absoluta permanente, as células irão sofrer
danos irreversíveis pela ausência de oxigênio e nutrientes. Ocorrerá cristólise, liberação de
hidrolases dos lisossomos, cariorrexe, perda de junções intercelulares e levará a região afetada a
um INFARTO (quadro 4) – morte do tecido acometido por necrose isquêmica e em alguns casos
por necrose liquefativa. O lisossomo terá rompimento de sua membrana, liberando suas enzimas
no citoplasma, as quais serão responsáveis pela destruição celular. O infarto pode ser branco e,
em alguns casos, quando há associação com hemorragia, pode ser vermelho.
42) Termos importantes em distúrbios do crescimento celular (Cap 8 – Pag. 227 – 8 Ed)
Agenesia = anomalia congênita na qual um órgão ou parte dele não se forma. Ex: agenesia renal,
agenesia do septo interatrial do coração, agenesia de um lobo pulmonar.
Coristia = tecido normal de um órgão cresce em sítios nos quais normalmente não é encontrado
por erros locais do desenvolvimento.
Patológica: hipoplasia da medula óssea por agentes tóxicos ou infecções (anemias aplásicas);
hipoplasia de órgãos linfoides na AIDS;
TERATOMAS = (teratos = monstro) = são tumores benignos ou malignos originados de células toti
ou multipotentes que se formam nas gônadas (testículos ou ovários) e, menos frequentemente,
em outras sedes, sobretudo em correspondência com a linha mediana do corpo. Como se
originam de células pluripotentes, os teratomas são constituídos por tecidos derivados de mais
de um folheto embrionário.