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SUMÁRIO
Plenário
ADI: combate ao mosquito Aedes aegypti e dispersão por aeronave Repercussão Geral
1ª Turma
Execução individual: mandado de segurança coletivo e servidor não filiado a sindicato
Competência para denominação de próprios, vias e logradouros públicos e suas
alterações
Competência da Justiça estadual e homicídio praticado por brasileiro nato no exterior
PLENÁRIO
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A ministra esclareceu que o princípio da proteção ao meio ambiente relaciona-se
com o direito fundamental à saúde (CF, art. 6º e 196), pois a alteração no equilíbrio do
ecossistema e o prejuízo ao desenvolvimento sustentável afetam o ser humano.
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Deve-se agir prevenindo o dano ambiental na hipótese de sua certeza, como
preconiza o princípio da prevenção, e também na hipótese de sua dúvida ou incerteza,
inovação do princípio da precaução. Esse princípio vincula-se diretamente aos conceitos
de necessidade de afastamento de perigo e adoção de segurança dos procedimentos para
a garantia das gerações futuras, tornando-se efetiva a sustentabilidade ambiental das
ações humanas.
Na nova ordem mundial, deve-se adotar, como política pública, o que for preciso
para antecipar-se aos danos que se possa causar ao meio ambiente. Não se resolve crise
na saúde pública com a criação de outra igualmente danosa à saúde das pessoas e ao
meio ambiente.
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A parte final do inciso IV do § 3º do art. 1º da Lei 13.301/2016 permite a
incorporação de mecanismos de controle vetorial por meio de dispersão por aeronaves
sem dizer quais são. Entretanto, isso somente será possível se esses mecanismos forem
aprovados, em cada caso, pelas autoridades sanitárias e se comprovada a eficácia da
medida cientificamente. Não será realizada a dispersão do fumacê por aeronaves se não
for aprovada e comprovada sua eficácia. A lei não determina a realização imediata do
método, apenas o prevê. Se de plano não houver comprovação científica, não há
autorização para o uso de determinado inseticida nem será realizado. Contudo, isso não
leva o método à inconstitucionalidade.
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A seu ver, retirar por completo o preceito combatido geraria juízo científico de
certeza sobre a ineficácia. Mantê-lo como está significaria apenas aprovação da
autoridade sanitária, que não é suficiente. É preciso que se sane a dúvida a respeito da
eficácia científica, não levada a efeito, uma vez que o mecanismo não estava no texto
originário da medida provisória. Após reportar-se ao exame da ADI 4.874, concluiu ser
possível iluminar o alcance do comando normativo para delimitar as condições nele
existentes como prévias e inafastáveis à utilização do método, em atendimento aos arts.
225, § 1º, V e VII (2); 6º e 196 da CF.
Por seu turno, o ministro Roberto Barroso, ao refletir sobre o tema, anotou ter
dúvida se o STF tem capacidade institucional para aferir se está correta a proposição de
que a pulverização aérea de produtos químicos, além de não contribuir de maneira
eficaz, provoca importantes malefícios à saúde humana. Compreendeu ser preciso o
exercício da autocontenção para deferir o juízo à autoridade competente. Agregou a
necessidade de manifestação da autoridade competente em matéria relativa ao meio
ambiente. Arrematou que o dispositivo, por si só, não implica inconstitucionalidade,
mas deve ser lido com a complementação constitucional de se exigir o pronunciamento
da autoridade ambiental, à luz do art. 225, § 1º, IV (3) e V, da CF.
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(3) CF/1988: “Art. 225. (...) § 1º Para assegurar a efetividade desse direito,
incumbe ao Poder Público: (...) IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;”
PRIMEIRA TURMA
Considerou que, embora se possa admitir que a recorrente seja também titular do
interesse individual homogêneo objeto do processo coletivo, os efeitos da sentença nele
proferida não a alcançam, justamente por não ser filiada ao sindicato autor no momento
da impetração do mandado de segurança.
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DIREITO CONSTITUCIONAL – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Com relação ao mérito, duas correntes foram formadas. O ministro relator votou
para manter hígida a decisão monocrática que deu provimento ao recurso extraordinário,
no que foi acompanhado pelo ministro Luiz Fux. Para eles, a competência para a
denominação de vias e logradouros públicos é concorrente. De um lado, representa atos
de gestão do Poder Executivo, por meio de decreto, para a organização administrativa e
dos logradouros públicos. De outro, confere ao Poder Legislativo a faculdade de editar
leis tanto para conceder homenagens quanto para valorizar o patrimônio histórico-
cultural do município.
Por sua vez, os ministros Roberto Barroso e Rosa Weber negaram provimento ao
recurso extraordinário. Consideraram que essa atribuição é matéria de reserva
administrativa, de competência exclusiva do Poder Executivo. Sustentaram ser vedado
ao Poder Legislativo subtrair do Executivo essa competência, para definir, por meio de
lei, nome de logradouros púbicos, já que isso faz parte do núcleo essencial das
competências administrativas do Executivo.
RE 1151237 AgR/SP, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min.
Marco Aurélio, julgamento em 2.4.2019. (RE-1151237)
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A Primeira Turma, por maioria, desproveu agravo interposto contra decisão que
deu provimento a recurso extraordinário e fixou a competência de tribunal do júri
estadual para julgar ação penal movida contra brasileiro nato, denunciado pela prática
de homicídio de cidadão paraguaio, ocorrido no Paraguai. O pedido de extradição do
brasileiro foi indeferido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em razão de sua
condição de nacional [Constituição Federal de 1988 (CF/1988), art. 5, LI] (1).
(1) CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes: (...) LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;”
(2) Decreto 4.975/2004: “Artigo 11. Da Nacionalidade. 1. A nacionalidade da
pessoa reclamada não poderá ser invocada para denegar a extradição, salvo disposição
constitucional em contrário. 2. Os Estados-Partes que não contemplem disposição de
natureza igual à prevista no parágrafo anterior poderão denegar-lhe a extradição de seus
nacionais. 3. Nas hipóteses dos parágrafos anteriores, o Estado-Parte que denegar a
extradição deverá promover o julgamento do indivíduo, mantendo o outro Estado-Parte
informado do andamento do processo, devendo ainda remeter, finalizado o juízo, cópia
da sentença.”
(3) CF/1988: “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (...) III –
as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional; IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral; (...) X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira,
após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção,
e à naturalização;”
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Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos Julgamentos por
meio eletrônico*
Em curso Finalizados
Pleno — 4.4.2019 1 0 83
1ª 2.4.2019 — 4 39 97
Turma
2ª 2.4.2019 — 1 2 166
Turma